1974
NC? 2 Abril
EDITORIAL
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As insondáveis riquezas de Cristo
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O Ano Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
p. 6
Páscoa de Cristo, Páscoa dos cristãos . . . • . .
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Um novo sacerdote em São Paulo . . . . . . . . .
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O espírito da responsabilidade . . . . . . . . . . . . .
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A nova geração abandonada . . . . . . . . . . . . . . .
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A oração conjugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Porque colaborar com os cursos de noivos . .
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Desabafo ................ . ...... . .. . ...... .
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Notícias dos Setores . ........ .. .........•..
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Oração para a próxima Reunião . . . . . . . . . . .
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Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 04530 - SÃO PAULO, SP
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somente para distribuição interna -
EDITORIAL
Caros amigos
Em uma de suas grandes assembléias, em fins de 73, a Região Sul da C.N.B.B. escolheu a Pastoral Familiar como tema central a ser desenvolvido este ano. Quer dizer que, na maioria das dioceses de nosso país, haverá, durante todo o ano, uma programação especial visando a família. Mais ou menos ao mesmo tempo, em outubro de 73, o episcopado argentino lançou uma Carta Pastoral sobre "O Matrimônio e a Família", convidando a uma "serena e séria reflexão" para fazer frente ao "ataque global e frontal" que a família sofre em nossos tempos, sob pretexto de que é uma instituição ultrapassada e destinada a desaparecer. No cerne mesmo da Igreja, em Roma, a preocupação não é menor. É freqüente a publicação no "Osservatore Romano", órgão oficial do Vaticano, de artigos sobre o assunto. Ainda este ano, dedica todo o seu segundo número à Família e lemos nele as seguintes e vigorosas palavras de Paulo VI: "As grandes questões vitais encontram-se hoje concentradas na família . .. Este tema conhece agora instâncias urgentes e de suma importância". Será preciso dizer mais - e seria fácil alinhar outros exemplos - para nos convencermos da urgência e importância do problema, se é que já não o sentimos na própria carne? Detenhamo-nos entretanto, apenas, no que a C.N.B.B. convencionou chamar "1974 - ANO DA FAMíLIA" e para o desenvolvimento do qual as várias dioceses devem ter, a esta altura, organizado e em funcionamento as respectivas comissões, desdobradas através das paróquias. Para as atividades a desenvolver, é evidente que Bispos e Párocos têm o direito de esperar uma colaboração ativa parti-1-
cularmente dos Movimentos Familiares e, portanto, das Equipes de Nossa Senhora. E as Equipes de Nossa Senhora têm o direito de esperar de seus membros uma disponibilidade total aos apelos que forem feitos por Bispos e Párocos. Caros amigos, é normal que, neste Ano da Família, cada casal se sinta responsável por esta cruzada. Bem sabemos da dedicação e empenho com que tantos de vocês, equipistas, se entregam ao apostolado da Família, através dos Cursos de Preparação ao Casamento, dos Círculos Familiares, das várias modalidades de Encontros de Casais, dos Movimentos de jovens. Mas há necessidade agora, sem prejuízo do que está sendo feito, de lançar mão de novas iniciativas, adequadas às finalidades visadas e que apresentem características peculiares a cada diocese. Cabe portanto 01os Setores, após um estudo em profundidade, porem à disposição de seus Bispos o seu espírito inventiva, a sua experiência, a sua organização, fazendo-se presentes na sua respectiva localidade. E cabe aos equipistas unirem-se ao redor do Setor e, através dele, ao redor do seu Bispo; aos que já trabalham, coordenar as antigas com as novas atividades; aos demais, vencendo hesitações quanto à modalidade de apostolado a adotar, tomarem uma decisão e pôr-se a trabalhar. O casamento é posto em suspeição porque não é conhecido. Por isso é deturpado, diminuído, aviltado. Desconhecido na sua essência, desconhecido na sua finalidade. Não é de admirar, pois, na própria Igreja, somente com o eclodir dos primeiros movimentos de casais, há apenas quatro décadas, é que as atenções se voltaram com mais intensidade para as riquezas do casamento cristão, dando origem ao desenvolvimento de um trabalho· em profundidade sobre o pensamento de Deus em relação ao amor conjugal, sobre a concepção cristã da sexualidade, sobre o sentido cristão da comunidade familiar, a santificação daqueles que são chamados ao estado conjugal, no e pelo casamento. Diga-se de passagem o papel relevante do Pe. Caffarel na difusão desses estudos, através da revista "L'Anneau d'Or", estudos estes cujas linhas mestras se acham condensadas nos nossos primeiros temas de estudo: "Amor e Casamento" e "O dom da vida" (Fecundidade). Trata-se agora, neste Ano da Família, de difundir estas riquezas. De levar aos outros aquilo que nos foi dado aprofundar dentro das Equipes e de vivê-lo mais intensamente, dentro de nossos lares, com o auxílio dos meios propostos pelo Movimento. Trata-se de anunciar que o casamento não é uma instituição ultrapassada, mas que, bem vivido, permite o constante desabrochar do verdadeiro amor. E isto com o testemunho de vida, com
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a palavra, com a ação, lançando mão de todos os meios de co· municação aos quais pudermos ter acesso, seja pessoalmente, seja pela nossa influência. Trata-se de proclamar que o verdadeiro amor e, particularmente, o amor conjugal, é mais, muito mais do que fugaz satisfação do gozo sexual, mas deve comportar todas as dimensões: comunhão de almas, de espírito, de coração, de corpos. Reduzi~lo somente à última destas dimensões é aviltá-lo; limitá-lo a parte apenas do todo é mutilá-lo. Trata-se de demonstrar que a formação do homem integral, na sua grandeza intrínseca, só pode ser levada a efeito no lento e paciente aprendizado que nenhuma outra instituição pode realizar, mesmo de longe, com a mesma eficiência que a família. Trata-se, caros amigos, de pôr em prática o que lemos na primeira página dos nossos Estatutos: "Querem que o seu amor, santificado pelo Sacramento do Matrimônio, seja um testemunho aos homens, demonstrando-lhes com toda a evidência que Cristo salvou o amor". . . "Querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seu Bispo e de seus sacerdotes". . . De nos colocarmos, portanto, a serviço da Igreja, particularmente empenhada, neste Ano da Família, em difundir os verdadeiros valores da célula primordial da Igreja e da Sociedade, e darmos a nossa colaboração decidida, generosa e eficiente ao trabalho que for desenvolvido nas dioceses e nas paróquias. Trata-se principalmente de pedir ao Espírito Santo as luzes e as forças que supram as nossas limitações. Que a Virgem Santíssima, Nossa Senhora das Famílias, nos ajude no desempenho da parte que a nós cabe nesta cruzada que "conhece agora instâncias urgentes e de suma importância". A ECIR
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AS INSONDÁVEIS RIQUEZAS
DE
CRISTO
Entre os n ossos meios de aperfeiçoamento, a meditação diária ocupa um lugar de suma importância. P ara a maioria de nós, ainda representa um problema, pelas düiculdades que apresenta . A Carta Mensal procurará, durante este ano, apresentar vários textos destinados a auxiliar-nos nesse empenho tão importante para nossa vida espiritual.
No momento de d ar lugar à meditação em sua vida, você envereda por uma magnífica e terrível aventura, da qual só o amor pode dar uma idéia. Encontrará aí as maiores alegrias e as maiores provações. Alegr ias e provações são aliás palavras demasiado fracas: descobrirá aí o sentido de sua vida, e se for absolutamente sincer o, isto é, se der a Cristo todo o poder sobre a sua pessoa, conhecerá aquela plenitude que o amor reserva àqueles que não se furtam às suas exigências - aquela plenitude única que só o amor mais elevado pode reservar. Estive r efletindo demoradamente nos conselhos que lhe deveria dar. Quer aprender a rezar? Busque o conhecimento de Cristo. Não falo de um conhecimento puramente intelectual, mas de um conhecimento de fé e de amor. E antes de tudo convença-se firmemente de que Cristo não é um personagem perdido nas brumas da história, mas uma pessoa viva, que está diante de sua por ta e bate- como ele mesmo o disse. É desse Cristo, d esse Cristo voltado para nós e que deseja atar relações pessoais conosco que você precisa conhecer os sentimentos e desejos, o que ele pensa e quer de sua alma. E para não se extraviar na especulação ou nas ilusões, há um só meio: empunhar o Evangelho e não
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mais o deixar. Lendo-o atentamente, assimilando-o incansavelmente, pouco a pouco, com uma certeza crescente, a verdadeira fisionomia de Cristo se afirmará ante os olhos de sua alma, e, com sua graça - porque Ele é mais desejoso de se dar a conhecer do que o homem de conhecê-lo - você descobrirá as "riquezas insondáveis" do seu amor, segundo a palavra de São Paulo. Compreendida deste modo a oração, desaparece a dificuldade de saber se a oração deve ser "meditação". Se por meditação se entende falar de um método rigoroso, inflexivelmente esquematizado, é preciso dizer que ela não se impõe, embora seja útil a certos temperamentos. Se se concebe a meditação como um exercício intelectual sem relação com o amor, é mister afastá-la, pois será uma oração que não atinge o seu objetivo: "Ai do conhecimento que não conduz ao amor". Mas se por meditação se entende esta busca solícita do conhecimento de Cristo que o amor exige, estimula, persegue incessantemente, porque aquele que ama aspira a conhecer sempre mais a fim de amar sempre melhor, então sim, mil vezes sim, a oração deve ser meditação. Estou seguro de que muitos desanimam de meditar porque não chegam a amar Nosso Senhor, e se não O amam é porque negligenciam conhecê-lo: não se ama uma sombra, não se ama quem não se conhece. Só a descoberta do prodigioso amor que Cristo nos dedica pode fazer jorrar em nós o amor e a oração. HENRI CAFF AREL (Cartas sobre a Oração)
• Não nos cansamos de sublinhar a força e a necessidade da oração, sem a qual não podemos experimentar um conhecimento íntimo e verdadeiro de Deus, nem temos força para percorrer o caminho da perfeição. PAULO VI
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A PALAVRA DO PAPA
O
ANO
SANTO
O início oficial da preparação do Ano Santo nas dioceses do mundo inteiro está marcado para Pentecostes de 1974. Na prática, em muitas dioceses essa preparação já começou. O que é o ano Santo? Depois de um pequeno histórico, vejamos, nas próprias palavras do Santo Padre, o que significa nos dias de hoje.
No Antigo Testamento, existia, para os judeus, o "Ano sabático", ano de descanso, consagrado a honrar a Deus e a jazer o bem ao próximo, muito especialmente no campo da justiça social. No Novo Testamento, o Ano Santo foi introduzido na Idade Média, com duas características específicas - ano de penitência, e ano de orações especiais, particularmente por meio de peregrinações aos túmulos dos apóstolos em Roma, a fim de receber favores espirituais e, de modo particular, indulgências mais numerosas e mais abundantes para o perdão dos pecados e a purificação das almas. O Ano Santo foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, no ano de 1300 e era celebrado cada 100 anos. O prazo de 25 anos para a comemoração do Ano Santo foi fixado pelo Papa Pau.lo II, através da bula pontifícia "Infalibilis Providentia". Paulo VI achou conveniente modificar a maneira de celebrar o Ano Santo: até hoje o Ano Santo foi sempre celebrado primeiro em Roma e depois nas dioceses do mundo. Agora estão sendo invertidas as celebrações - primeiro nas dioceses, em 1974, e finalmente em Roma, em 1975.
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"Hoje, quando a atmosfera social parece violentamente transformada, os costumes em grande parte subvertidos, os valores contestados, neste tempo secularizado, existencial, ativista, conflituoso, estarão os modernos em condições de compreender, captar, ajudar a celebração de um Ano Jubilar e dos seus grandes motivos de sacralidade, de interioridade, de penitência, de renovação, para nos converter do visível ao invisível e do mundanismo mais aceso aos valores do Eterno?"
Esta pergunta foi proposta por Paulo VI na audiência durante a qual anunciou a decisão tomada, "depois de ter rezado e pensado", de celebrar no próximo ano de 1975 o Ano Santo.
"O Ano Santo deverá ser uma espec1e de momento profético, de despertar messiânico, de maturação cristã da civilização ... " Em termos práticos, para cada um de nós, o que vem a ser o Ano Santo? Ouçamos o Santo Padre:
"É necessano pôr bem em realce a concepção essencial do Ano Santo, que é a renovação interior do homem: do homem que pensa e, ao pensar, vê que perdeu a certeza na Verdade: do homem que trabalha e, ao trabalhar, se dá conta de se ter extravertido a tal ponto que já não conserva a posse bastante do próprio colóquio pessoal; do homem que goza e se diverte e que desfruta em tal grau os meios que excitam a sua jubilosa experiência que chega a sentir-se bem depressa entediado e desiludido por tudo isso.
É necessário reconstruir o homem; e isso a partir de dentro para fora. Fazer aquilo que o Evangelho denomina conversão, penitência. Trata-se de um processo de auto-renascimento, simples como um ato de tomada de consciência e, ao mesmo tempo, complexo como um longo tirocínio pedagógico e reformador. É um momento de graça; e esta habitualmente não se recebe senão de cabeça inclinada. E pensamos não estar em erro ao descobrir no homem de hoje uma insatisfação profunda, uma saciedade juntamente com uma insuficiência, uma infelicidade exasperada pelas falsas receitas de felicidade, com os quais ele se sente intoxi-
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cado, e, enfim, uma estupefação pelo fato de não poder gozar os mil e um prazeres .que a civilização lhe proporciona em abundância. O homem tem necessidade de uma renovação interior, conforme o recente Concílio preconizou. Ora bem, é precisamente para esta renovação pessoal e interior e, conseqüentemente, sob alguns aspectos, também exterior, que se destina o Ano Santo. Quer dizer: a esta terapia, fácil e extraordinaria a um tempo, que, de per si, deveria ser portadora do bem-estar espiritual a todas as consciências e, por concomitância, ao menos em certa medida, também à mentalidade social. Esta é a idéia central geral do próximo Ano Santo, polarizada numa outra idéia central particular e orientada para a prática: a reconciliação. O termo "reconciliação" traz-nos à mente o conceito oposto, de ruptura. E então, que espécie de ruptura devemos nós reparar para conseguir aquela reconciliação, que é apresentada como condição para o desejado renovamento jubilar? Qual é essa ruptura? Não bastará, porventura, pôr esta palavra •p rogramática de reconciliação, para imediatamente nos darmos conta de que a nossa vida se encontra perturbada por demasiadas rupturas, por demasiadas desarmonias e por demasiadas desordens para podermos desfrutar os dons da vida pessoal e coletiva, em conformidade com a sua finalidade ideal? Temos necessidade, antes de ma1s nada, de restabelecer relações autênticas, vitais e felizes , coD'l Deus; de ser reconciliados, na humildade e no amor, co~ Ele, a fim de que, por meio desta primordial e constitucional harmonia, todo o campo da nossa experiência exprima uma exigência e se revista de uma virtude de reconciliação, na caridade e na justiça para com os homens, de modo a reconhecermo-lhes imediatamente o título inovador de irmãos. E assim •por diante, a reconciliação realiza-se também noutros planos vastíssimos e bem concretos: a própria comunidade eclesial, a sociedade, a política, o ecumenismo, a paz ... O Ano Santo, se Deus nos conceder a graça de o celebrar, terá muitas coisas que nos fará ver, a propósito de tudo isto."
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PÁSCOA
DE
CRISTO,
PÁSCOA
DOS
C R ISTÃOS
Manhã de Páscoa. Como a noite de Natal é uma noite diferente, assim a manhã de Páscoa é uma manhã diferente. Embora o sol seja o mesmo e mesma seja a natureza que ele banha, tudo assume um ar diferente. Na noite de Natal, Cristo desce do Pai aos homens, para identificar-se com eles na caminhada da vida: no sofrimento, nas durezas, na problemática, no pão-nosso-de-cada-dia. Na manhã de Páscoa, ei-lo de novo a voltar no fulgor da ressurreição. Se no Natal Ele se fez como nós, na Páscoa Ele nos diz que nós nos faremos como Ele. Que há uma jornada dolorosa na vida de cada um. Que haverá horas em que a pobre natureza humana rolará pelo chão ante o muito que o Pai pede. Que haverá fraquezas tantas que o homem exangue tombará sob o peso de sua missão. Que haverá horas em que todos parecem ter desaparecido, até o Pai, e a solidão mais profunda faz morada no coração do homem. Mas haverá também o consolo da Mãe. Haverá a caridosa solicitude da Verônica. Haverá a força fraterna de Simão Cirineu. Haverá u m bom ladrão a pedir para ser lembrado. Haverá um povo que grita blasfêmias. Mas haverá igualmente um povo a dizer : verdadeiramente este é Filho de Deus. A caminhada de Cristo não é uma caminhada singular. Isto é, uma caminhada só dele. É nossa caminhada. "Eu vos dei o exemplo", dirá Ele. Assim também a caminhada de cada cristão nunca é singular. Ele caminhará sempre com o Cristo e com os irmãos. Por isso todo cristão é co-participante da Paixão de Cristo e co-participante da Paixão de todos os homens, que dia a dia dão um pou co ou a totalidade de seu sangue pela realização dos grandes anseios humanos.
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A caminhada de Cristo vai até a Ressurreição. A nossa também. A de todos os Cristãos. Somos mensageiros e testemunhas da morte de Cristo. Mas igualmente testemunhas e mensageiros de sua Ressurreição. É daí que nasce a força de transpor os espaços entre a vida e a ressurreição. É isto que vem gritar aos homens do século XX: trazemos em nós germes de vida - de vida eterna. O que sobre o planeta Terra se realiza não tem características de eternidade. É apenas um caminho que leva à morada dos ressuscitados. É a grande mensagem que deve pulsar em nossos corações, cantar em nossos lábios e derramar-se entre as fumaças de um mundo que não crê: somos um Povo de Ressuscitados. Porque Povo de Deus. Porque remidos pelo Cristo. Porque companheiros de Cristo na jornada da História. Uma história que se identifica com o caminho dos homens, por isso, história que marcha, como todos os homens, rumo à Ressurreição. Frei HUGO BAGGIO
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UM NOVO SACERDOTE EM SÃO PAULO
Entre os 9 padres seculares que se or·denaram em 1973, havia um bancário, um advogado e um médico. O médico, Pe. Aníbal Gil Lopes, foi ordenado na festa da Imaculada Conceição e três semanas depois formava-se pela Universidade de São Paulo. Fomos entrevistá-lo na sua paróquia, no Parque São Domingos, perto da estrada velha de Cotia.
C.M. -
Pe. Aníbal, como aconteceu o sr. querer ser médico e padre ao mesmo tempo?
Pe. Aníbal -
Bem, eu já queria ser padre. Mas para ter certeza de que era mesmo a minha vocação, resolvi dar tempo ao tempo e comecei a estudar medicina. C.M. - E a sua família , o que pensou disso? Pe. Anibal - Achou bom, porque lá em casa todos são "científicos" - sou o único que não fez ciências exatas. A minha família não era "praticante", mas nada havia contra a religião. Reinava um espírito de família muito grande entre nós. Perdi minha mãe ainda criança e passei a morar com uma tia, mas meu pai e meus irmãos sempre me acompanharam muito de perto - escr eviam-me diariamente, tanto é que tenho aí baús inteiros cheios de cartas . .. C.M. - Como e quando se manifestou a sua vocação? Pe. Anibal -
Quando era menino os meus professores queriam que eu fosse padre. Mas nunca pensei no assunto até que terminando o ginásio, encontrei um colega, por sinal protestante, que era entusiasmado pelas Sagradas Escrituras, e batíamos longos papos. Mas a influên cia determinante acho
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que foi de um amigo meu, que é monge beneditino. A gente conversava de tudo, até altas horas. Mas ele nunca disse uma palavra sobre eu ser ou não ser padre - nunca tocou nesse assunto, embora, como já disse, a gente conversasse de tudo. C.M. -
E quando resolveu ser padre mesmo, como conseguiu sem ter que abandonar os estudos de medicina?
Meu caso é um caso à parte. Comecei os estudos no 3. 0 ano da faculdade. Beneficiei de muita compreensão e foi-me facultado estudar em regime especial. Embora sem fazer o curso regular, fiz o curso de teologia completo. Ia ao seminário todo sábado para fazer prova. Pe. Anibal -
C.M. -
Parece que o sr. já tr abalhava nesta paróquia antes?
Comecei a trabalhar aqui como universitário no campo d a saúde. Éramos vários - além de mim, havia uma médica e mais colegas. Católicos, só ela e eu; os outros só estavam interessados na experiência do ponto de vista da saúde. Enquanto estudava para ser padre, comecei a assumir cada vez mais responsabilidades na paróquia. Acho que fui mesmo um dos primeiros Ministros extraordinários da Eucaristia nesta Região. Pe. Anib2ll -
Depois, quando já diácono, o vigário partiu para a Europa e fui provisionado para substituí-lo . . . C.M. -
E como concilia a medicina com o sacerdócio?
Sou padre para ser padre, não para ser médico. A medicina é apenas uma bagagem para melhor exercer o meu ministério - ajuda a ficar mais dentro da realidade. Pe. Anibal -
Também não preciso "conciliar" as duas coisas. O problema não se coloca para mim porque minha especialidade é fisiologia. Vou continuar a estudar, porque quero fazer o professado - o que leva mais ou menos dois anos. Por enquanto, fico na paróquia na parte da manhã e faço pesquisa à tarde. C.M. -
Com o encaram os seus paroquianos o fato de o sr. não p assar todo seu tempo aqui?
Em geral acho que o povo da nossa terra não entende por que um padre deveria trabalhar. Quando cheguei, expliquei logo a situação e não houve problema. Aceitam muito bem que eu trabalhe fora - acho que porque não é só para gan har dinheiro, mas porque sou médico, e de certo modo levo um tipo de vida muito semelhante à deles. Pe. Anibal -
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C.M. -
Como é a sua paróquia, Pe. Anibal?
Pe. Aníbal -
Acho que é razoavelmente grande são maís ou menos 30.000 habitantes. Temos quatro igrejas e o centro comunitário. São todos núcleos bem formados, gente que vem regularmente à igreja, que trabalha e ajuda. Depois da missa, vou para a porta da igreja e cumprimento todos, um por um, assim, conheço todos os que frequentam as capelas - são 800 a 1.000 pessoas fixas. Temos várias comunidades de base, círculos bíblicos e um conselho paroquial bem ativo. Fazemos reuniões quinzenais com as mães para a catequese infantil. Temos um grupo de jovens 15 ou 16. Não é muito, mas é coisa séria, na base da reflexão inclusive eles se encontram aqui com rapazes vocacionados e esse é um contato muito bom.
O Pe. Anibal sendo ordenado por D. Benedito de Ulhôa Vieira, no dia 8 de dezembro, data do jubileu sacerdotal de> nosso grande amigo
C.M. -
Como assim, com rapazes vocacionados?
Pe. Anibal -
Bem, sou responsável pela pastoral vccacional do Setor do Butan~ã. e há aqui na paróquia uma comunidade de moços que se está preparando para o sacerdócio. Dois rapazes moram aqui comigo, um mora com a família e passa -13-
cos sábados e domingos aqui, e temos ainda um rapaz um pouco .m ais velho, o que se costuma chamar de vocação tardia. Todos ão da paróquia, mas não se conheciam antes. Todos trabalham, ·saem cedo e voltam tarde. Além deles, temos dois rapazes do Seminário de São Roque que vêm passar o sábado e o domingo aqui. Pretendemos formar uma comunidade feminina na outra capela - temos duas moças vocacionadas e estamos apenas esperando a chegada de uma religiosa que passou cinco anos na Amazônia e agora vai preparar a sua tese em paleontologia, aqui na Universidade. C.M. - Para falar de um assunto que nos toca de perto, como é a preparação para o casamento na sua paróquia? Temos um curso por mês, que consta de duas noites por semana. Muitos noivos preferem casar em igrejas mais bonitas que as nossas capelas, ou acham mais conveniente fazer o curso numa tarde de sábado - então procuram outras paróquias e o resultado é que os nossos cursos ficam muito pouco movimentados: temos às vezes só dois casais de noivos por curso ... Pe. Anibal -
C.M. -
Quem dá o curso?
Casais da paróquia. Aliás são também casais que cuidam da preparação para o batismo. Principalmente os maridos. As mulheres vêm mais para fazer companhia. Salvo num caso, a participação dos maridos é bem maior. Pe. Anibal -
O Pe. Anibal em frente à capela principal
Também tivemos dois Encontros de Casais. com Cristo aqui na paróquia. O pessoal gostou muito. Mas acho. que, como no
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caso dos Encontros de jovens, falta uma continuidade. O pós-Encontro não resolve: o pessoal depois fica aí, meio solto. C.M. -
Aí é que entram os Movimentos familiares ...
Têm razão. Já estou pensando em formar equipes de casais. Por enquanto são encaminhados para os círculos bíblicos, que são a base da formação do senso comunitário aqui da paróquia. Tudo isso, é claro, sempre sem desvincular-se do Homem pleno. Para isso são engajados nos movimentos de promoção humana, como por exemplo, tentando conseguir um curso de auxiliar de escritório e, para as mulheres, um curso de calceira e camiseira, clube de mães e, evidentemente, ambulatório. Os problemas humanos são imensos: temos quatro favelas aqui no território da paróquia. Pe. Anibal -
Há mil e uma perguntas que ainda gostaríamos de fazer-lhe ... mas já tomamos muito do seu tempo. E, para encerrar, vamos perguntar o que o sr. acha do papel da família nos despertar das vocações. C.M. -
A família é o núcleo de formação do Homem. Só lá é que ele vai ter a oportunidade da educação na fé. Educação é vida. Família é estar junto, fazer junto tudo - isto é válido inclusive para todos os aspectos da fé. O Pe. Zezinho tem livros muito bons sobre pastoral vocacional na família. Pe. Anibal -
A família entrando com a sua parte, a partir daí o Espírito sopra onde quer. . . E não esqueçamos: vocação é um dom de Deus, mas é também um dom que se pede.
Depois de conversar com o Pe. Aníbal, fomos visitar a capela mas a chave quebrou na fechadura e só pudemos dar uma espiada através de uma janela. Mas, ao lado, num barraco menor, havia a escolinha, o pré-primário, mantido pela paróquia - mais um trabalho de promoção humana, que o Pe. Anibal se esquecera de mencionar .. . E.T. -
Com tanta ·atividade, tanta responsabilidade, a gente esquece, mas o Pe. Anibal tem apenas 25 anos ...
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O ESPíR.ITO DA R.ESPONSABILIDADE
(da Carta Mensa l norte-americana)
"Sur'giu uma poderosa v entania, tão forte que rasgou m ontanhas e arrebentou rochas. Mas Deus n ão estava na v entania. Após o v ento eclodiu um t erremoto. Após o terremoto, o fogo, mas Deus não estav a lá. Após o fogo , ouviu-se o som de uma brisa suave. E lá estava Deus."
Pensamos que há muito a ser aprendido de palavras como estas, e mais especificamente se formos solicitados a pensar e agir de uma forma responsável para o bem dos outros. Mas o que é a responsabilidade nas Equipes? Podemos falar sobre o assunto somente à luz de nossa experiência pessoal. Não obstante, há uma linha invisível que nos une a todos, sem a qual nossos esforços seriam áridos e sem vida. É deste carisma, desta linha de vida oculta que queremos tratar. Podemos chamá-la "O Espírito da Responsabilidade". Quando um casal é chamado a cuidar tanto de sua equipe como da de outros, a reação é, geralmente, uma mistura de sentimentos. "Por que nós?", grita o casal, ao mesmo tempo incapaz de disfarçar uma súbita emoção, uma estranha alegria por ter sido escolhido.
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Talvez valha a pena lembrar estas primeiras impressões, pois, a nosso ver, de certa forma, são como um guia. "Por que nós?" é uma pergunta que deve ser encarada com humildade e, ainda, objetivamente. Foi-nos dada a confiança dos outros. Não há recompensa, nem tapinhas nas costas: não é uma promoção e não nos dá status. É , de certa forma , algo especial, e sabemos disso. Esta primeira impressão ao tomar contato com a responsabilidade é preciosa e deveríamos conservá-la, pois é a base de toda a experiência. E por que deveríamos suprimir a emoção se sentimos nascer em nós o senso da responsabilidade ao assumirmos o encargo dos outros? É uma maravilhosa oportunidade para encontrar-nos com o Cristo, nesse momento em que nos vemos face a face com a realidade do "Ama a teu próximo". Para não haver equívoco: será preciso inspirar-nos intensamente do profundo valor espiritual do mandamento se quisermos ser a centelha que criará o progresso para a equipe. Sem isso, tudo cairá na mediocridade de apenas levar as coisas adiante, como num casamento em que os dois moram juntos sem terem o desejo de descobrir a profundidade que sua união tem para oferecer. A responsabilidade é a constante procura de uma profundidade de compreensão, que não poderá nunca ser satisfeita limitando-se ao cumprimento de formalidades burocráticas ou mesmo à tomada de boas resoluções depois de uma reunião. A responsabilidade necessariamente significa uma compreensão pessoal de cada casal entregue aos nossos cuidados. Não se trata apenas de manter relações amistosas, de viver em acordo, ou de nos aceitarmos uns aos outros. É um ato de bondade, que está diretamente ligado ao coração da equipe e é transmitido na presença do Espírito Santo. I•
i'
É a disposição, ou melhor, o propósito de prestar ouvidos à mais modesta e tranquila voz, que pode, tantas vezes, se lhe permitirmos, iluminar uma discussão, uma partilha, um relatório. Rejeitar ou ignorar esta voz, provocar malentendidos por meio de uma palavra ofensiva ou de um olhar condescendente, é uma forma de violência, de pressão, que pode atingir, talvez permanentemente, o espírito individual da pessoa e, desta forma, ofender o ~spírito de Cristo na equipe.
Há muito mais, mas talvez vocês considerem esses detalhes aparentemente pequenos, irrelevantes; contudo, é nossa experiência que a responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora é um convite para dar atenção a pequenas coisas. -17-
E fácil ser a tormenta, mas outra coisa é ser a brisa suave. Dependendo da nossa atitude, a vida diária da equipe determinará de muitas maneiras o valor real da reunião, que não deixa de ser uma comemoração de tudo quanto foi vivido durante o mês. Se falamos em termos sombrios, é apenas para enfatizar idéias que sentimos poder ão enriquecer o que seja essencialmente uma experiência feliz , da qual temos muito a aprender e para a qual temos muito a dar. A Equipe, e a nossa responsabilidade nela, é o canto de uma sala da vida, mas um canto que pode lançar muita luz na sala inteira. Finalmente, é preciso procurar um encontro pessoal com Deus para podermos ser úteis aos outros; é preciso ter ouvido o Cristo para ser capaz de ouvir os que precisam de nós. Se levarmos "a brisa suave" em nosso coração, se deixarmos o espírito da responsabilidade se expressar, se enxergarmos os nossos casais com os olhos do amor, então nosso trabalho será ao mesmo tempo um trabalho para o mundo e um trabalho para Deus. Acima de tudo, gostaríamos de pedir que, quando todas as outras palavras tiverem sido esquecidas, estas per:rn,aneçam: "Não apaguemos o Espírito".
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ANO DA FAMiLlA
A NOVA
GERAÇÃO
ABANDONADA
Talvez melhor fora dizer mesmo: infância e juventude abandonada, pois o abandono se dá nestas fases da vida do ser humano, quando ele não pode, sozinho, cuidar de sua subsistência e de sua formação. O abandono não é apenas o abandono material, o deixar de prover à subsistência do menor. É também o abandono moral em que, embora com a subsistência assegurada, o menor passa a viver em meio corrompido. Exi~te, ainda, o abandono intelectual, relativo à instrução do · jovem. ·Encontro duas causas básicas para o abandono: uma de natureza moral, outra de ordem econômica. Ambas se entrosam e não raro uma gera a outra. Nos idos de 1950, exerci durante vários meses a Curadoria de Menores de Santos. Durante aquele período· de tempo, não recebi nenhum pedido de internação feito por israelitas ou por nísseis. Todavia, diariamente tive mais de seis ou sete pedidos de internação feitos por brasileiros ou homens de outras nacionalidades. Pareceu-me que a solidariedade existente entre os judeus e entre os japoneses · faz com que, dentro de seu próprio grupo, procurem auxiliar-se mutuamente. · Além da solidariedade do grupo - que muitas vezes, para outros assuntos, é . imensamente dividida ;_ ·a solidariedade de família evita o abandono. ·L embro-me daquele paralítico de uma perna, que me procurou, em Santos, ha Curadoria, pedindo auxílio para os netos, a ele entregues pela filha abandonada pelo marido. Ele me diss.e: "Tenho cinco netos. Meus vizinhos fa-19-
laram para eu dar meus garotos. Mas o dr. acha que criança é cachorrinho que a gente dá para os outros?" Quando, porém, a família se desagrega, quando os filho s nascem, não de amor, "mas do desejo da carne", tudo justifica o abandono. Lembro-me de três pobres crianças, frutos de relações ilícitas de três homens irresponsáveis da cidade de Santos. Todos eles podiam auxiliar seus filhos. Mas pareciam ter prazer em retardar o pagamento das pensões a que haviam sido condenados pelo Juiz. Era preciso mensalmente que, como curador, eu requeresse a prisão dos três, como a lei permite, para que cumprissem o seu dever. E eram ricos. Das mulheres, duas pelo menos, poderiam sozinhas sustentar as crianças. Mas também sentiam satisfação em ver os antigos companheiros ameaçados de cadeia. Lembro-me da calma absurda com que pais procuravam desfazer-se dos filhos por terem enviuvado e desejarem começar vida nova com nova mulher, mas sem os filhos da primeira ... Lembro-me de avós que pretextavam um início de velhice para se libertarem dos filhos de seus filhos falecidos. Se isto ocorria com pais, mães e avós, que não esperar de outros parentes? Há, na base do abandono, um problema moral. Deve-se falar não de filhos ilegítimos, porém de pais ilegítimos. E, sobretudo, deve lamentar-se o enfraquecimento da solidariedade de família. Ao lado deste abandono, explicado por causas morais, existe o abandono determinado primordialmente por causas econômicas que, não raro, encontram-se na base das próprias causas morais. A miséria - não há necessidade de nos demorarmos no assunto - acarreta com freqüência o abandono, e sempre foi assim, como o demonstra a história de João e Maria largados na floresta pelos pais miseráveis. A infância e a juventude abandonadas irão fornecer os componentes para a nova geração viciada, para a nova geração criminosa e para a nova geração prostituída. Esta nova geração viciada, prostituída e criminosa nos leva ao pessimismo. "Não tenho mais esperança no futuro de nosso país se os jovens de hoje devem ser os dirigentes de amanhã, já que eles são insuportáveis, inconscientes e imorais." A frase não me pertence. A despeito de sua rudeza é de um poeta, o grego Hesíodo, que viveu 720 an0s antes de Cristo.
Ruy Rebello Pinho -20-
VIDA DE EQUIPE
A
ORAÇÃO
CONJUGAL
Uma palavra estatutária Nas Equipes de Nossa Senhora, assim como os casais cooperam no estudo, assim também o fazem na oração. Reza-se uns com os outros. Reza-se uns pelos outros. "Em verdade, eu vos digo, que se dois entre vós, sobre a terra se unirem para pedir alguma coisa a meu Pai, Ele os atenderá. Porque onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles". (Mt. XVIII, 19-20) . "Escudados na promessa do Senhor, os casais das Equipes esmeram-se em não perder de vista a presença de Cristo entre eles e praticam a oração em comum com alegria e confiança".
A oração conjugal A oração conjugal só é obrigação dos Estatutos, em sentido estrito, para os casais que não têm filhos, que já não têm os filhos em casa, ou que não conseguem que os filhos maiores participem na oração familiar. Mas está dentro do espírito das Equipes. Um casal que deixe de fazê-la voluntariamente, ao longo do ano, a pretexto de que faz a oração familiar, falha em certa medida no seu casamento. Trata-se de louvar a Deus juntos, de procurar juntos a Sua vontade acercà da família e não tanto de aprofundar a nossa intimidade conjugal, de nos conhecermos melhor. Se forem estes os efeitos da nossa oração, tanto melhor, mas não é esse o seu objetivo. -21-
O momento solene deste culto do casal a Deus é a oração conjugal. A noite, quando este homem e esta mulher rezam junto do leito, é a oração do Seu Filho bem-amado que o Pai dos céus ouve, porque o Espírito Santo inspira os sentimentos de seu coração. Enquanto não se atinge este nível da oração conjugal, não se pode compreender nem realizar bem a oração familiar. Disposições necessárias:
1) - É preciso que o casal seja um casal, quer dizer, um homem e uma mulher unidos não só materialmente, mas também espiritualmente . Que a sua união visível seja o sinal da sua união de alma. "Que sejam um". 2) - Que marido e mulher renovem a sua fé nesse pacto que Cristo celebrou com eles, na sua presença entre eles . 3) - Que juntos escutem Cristo . Efetivamente, como será possível rezar como Cristo e em união com Ele, se não se procurou compreender primeiro os seus pensamentos, os seus sentimentos, as Suas intenções para os fazer seus e os exprimir a Deus? Que quer dizer escutar Cristo? Em primeiro lugar, começar a oração por uma leitura da Bíblia, em seguida, meditarem juntos . Depois procurarem o pensamento do Senhor sobre o dia que passou e sobre o que virá. Então e só então falarem a Deus, falarem espontaneamente, sem fórmulas feitas, para lhe dizerem o que pensam. Benefícios
Quando os cristãos rezam é em primeiro lugar para honrar a Deus. Mas não impede que sejam muitos os benefícios desta oração. Não nos disse Cristo que, se procurássemos o Reino de Deus, todo o resto nos seria dado por acréscimo? Eis alguns desses acréscimos: Profundo conhecimento recíproco do casal . União espiritual entre os esposos. Estímulo à vida cristã própria do casal . Finalmente, o benefício da fecundidade espiritual . Se todos os casais cristãos estivessem convencidos da importância da oração conjugal, se, em todos esses casais, a oração conjugal fose viva, haveria no mundo um prodigioso aumento de alegria, amor e graça . Maria Elisa e Mestriner 22-
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APOSTOLADO
PORQUE COLABORAR COM OS CURSOS DE NOIVOS
Não é por ingressar nas Equipes de Nossa Senhora que um casal fica a salvo das crises e dificuldades normais do casamento . Tomara fosse assim. No Movimento os cônjuges divisam o caminho certo, mas só conseguirão segui-lo se realmente se amam. Nesta caminhada, nada mais indicado para o equipista do que colaborar com os cursos de noivos . - Em primeiro lugar, vamos trabalhar num apostolado declarado da maior urgência pelo Santo Padre. É cuidando da família que salvaremos o mundo da angústia, da deslealdade, da ausência de fé. - Em segundo lugar, vamos nos comprometer, mais ainda que ao simples diálogo equipista, ao diálogo conjugal, porque, propondo uma linha de vida, nos obrigamos a vivê-la . Aos noivos nada passa desapercebido: eles notam quando se fala e não se vive, assim como descobrem, mesmo que não se diga, quando o casal vive com Cristo . - Em terceiro lugar: com base em S . Pedro e S . Paulo, todo cristão recebe carismas, não para uso próprio, mas para o bem comum. O equipista terá então, nos cursos de noivos, excelente oportunidade de colocar seus carismas a serviço da Igreja e da Sociedade. - Em quarto lugar: colaborando com os cursos de noivos, somos obrigados ao estudo, e - como no magistério - antes do aluno, aprende o professor. Estudando sempre, nós nos ce-nservamos atualizados, aptos a entender os jovens e, dentre estes, os primeiros que passarão por nosso caminho são nossos próprios filhos. - Coroando esta série de vantagens, divisamos mais uma : vivendo uma vida conjugal edificante, cheia de comp~nheirismo , compreensão e amor, vamos proporcionar aos nossos filhos a vantagem de cursarem a mais eficiente das escolas matrimoniais, aquela que dará a eles, no futuro, capacidade de escolher e de fundar seus lares na Paz e na Alegria de Cristo . -23-
OS EQUIPISTAS ESCREVEM
DESABAFO
De um casal equipista que mostra ser calejado nas atividades do Movimento e conhecedor profundo da mentalidade dos casais, de suas ações e reações, recebemos uma longa carta de que transmitimos o essencial.
"Nós, casais equipistas- escreve ele- que recebemos a "Palavra·" e nos informamos da dificuldade (mas grandeza) de vivê-la, ficamos, de início, entusiasmados e nos dispomos, como legionários do esforço da "porta estreita" (Lc. 13,24), a empunharmos a bandeira da espiritualidade matrimonial e a indicá-la, como baluarte, aos demais casais. "Acontece que, algumas vezes, de repente. . . sentimo-nos vazios, "desaparelhados", incapazes de manter acesa a tocha que nos foi entregue. Somos então assaltados por uma série de interrogações perturbadoras: será que os meios de aperfeiçoamento não se adaptam mais ao "aggiornamento" que se vem processando na Igreja? Não seriam eles inadequados às necessidades dos casais de hoje? As normas do Movimento não estariam superadas ... e incapazes de nos dar condições para continuarmos sendo - como o deseja o Pe. Caffarel - "portadores da Palavra"? "Os pessimistas são levados a responder de forma afirmativa a tais indagações. Os contestadores se põem a campo para propor reformas que ponham o .M ovimento em dia. -24-
"A nós parece, todavia, que nada há a ser alterado. Na epísto. la de São Tiago há uma passagem capaz de revelar-nos a razão de ser do "vazio": "Não se enganem. Não sejam apenas ouvintes desta Palavra, mas ponham em prática o que ela manda. Porque aquele que ouve a Palavra mas não a pratica é como um homem que olha no espelho e vê como ele é. Dá uma olhada e depois vai embora, e Ioga esquece como é". (Tg. 1,22-24) . "Será que não é o que realmente pode estar acontecendo nosco? Ante o espelho - neste caso a refletir o nosso "eu" face dos Estatutos das E. N. S. - só damos uma olhada e logo mos embora "esquecendo" como é. A nossa contestação não sultaria de um inconsciente de "fuga" para justificar a rotina que nos deixamos atolar, para justificar a nossa inércia?
coem vareem
"Olhem, por favor, desculpem-nos o desabafo, mas a gente precisa dizer as coisas como elas são: nunca ouvimos de um casal engajado em atividade, seja dentro do Movimento ou fora dele, qualquer afirmação de "vazio"... É que esse casal equipista, por certo, não foi mero ouvinte da Palavra e não se esqueceu dos ensinamentos recebidos. A afirmação da falta de sintonia das Equipes com o mundo é, para ele, uma enorme in verdade. Ele vive a vida do Movimento e a vida da grande Igreja, como membro ativo. Ele se deu conta de sua responsabilidade apostólica e se engajou, consc:entemente, certo de que tem alicerce válido para a prestação das missões assumidas. Não se atirou ao mar sem saber nadar, como adverte um dos editoriais da Carta Mensal, mas, pelo contrário, esforçou-se, preparou-se - utilizando cada um dos meios que o Movimento lhe forneceu - para estar "a serviço". "Acontece porém - e aqui está a segunda razão desta nossa carta - se há uma maioria de casais engajados, são na maioria também "silenciosos". Deixam de "partilhar" as riquezas encontradas na doação de si mesmos. Embora não se dêm conta de tal coisa, deixam de prestar um inestimável auxílio-mútuo para com tantos casais que também desejam "servir" e não sabem exatamente como fazê-lo. Esta reflexão se nos impôs ante um fato: a raridade com que encontramos nas páginas da Carta Mensal o relato de atividades apostólicas dos equipistas. Não é tão raro virmos a ter conhecimento de iniciativas que nos deixam entusiasmados, e que chegam até nós através de encontros fortuitos, quando, através da Carta Mensal, poderiam ser um estímulo para muitos. -25-
"Por fim - continua o casal - para que não se diga que "falamos mas não dissemos", temos um testemunho que passamos a transmitir-lhes. "A nossa equipe (trata-se de uma equipe de São Paulo) está colaborando com a Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, Butantã, em jogo pleno: curso mensal de preparação para o casamento e "mini-encontro" de casais. É sobre esta última iniciativa que diremos algumas palavras. O "mini-encontro" já foi levado a efeito duas vezes e com absoluto sucesso. Os casais da paróquia se inscrevem para participar do "mini-encontro" e são reunidos numa sexta-feira à noite e num sabado da manhã à noite. O objetivo principal dessa promoção não é "impactar" os casais mas permitir-lhes que, em ambiente de muita fraternidade, ouçam falar da importância do sacramento do matrimônio, da valia da oração na vida familiar e da "fome" que o mundo tem de famílias bem constituídas e atuantes (sal e fermento). Evidentemente, como casais equipistas, transmitimos a mensagem de nosso Movimento, mas sem sugerir ou apelar para que se transformem em casais equipistas. Apenas, orando juntos, lhes damos a certeza de que, em qualquer tempo, estaremos inteiramente à disposição de todos. Contudo, desses dois "mini-encontros" está surgindo a perspectiva de duas futuras equipes naquela paróquia ... Bem, esta carta já está se alongando em demasia. Vamos ficando por aqui, prometendo enviar-lhes, em breve, notícias mais detalhadas sobre o "mini-encontro" e seus frutos. Aceitem "aquele" abraço bem fraterno e continuemos unidos em oração.
Um casal equipista
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NOTíCIAS DOS SETORES
BRASíLIA -
Um ano depois . .. (do Boletim)
Quando, no dia 14 de outubro, ao meio-dia, encerrando o primeiro Encontro de Casais das Equipes de Nossa Senhora, com a presença dos casais da ECIR, apresentamos a Deus nossa Ação de Graças pelo primeiro aniversário das Equipes em Brasília; quando concelebramos, nessa hora, com Frei Venâncio e Frei Leo, aquela Missa que ficou indelével para todos nós; quando, depois da Missa, vimos a sala de refeições do Instituto Social repleta de casais e de seus filhos, vivendo uma alegria realmente contagiante, ninguém talvez observou a emoção que nos enchia a alma; e depois, quando, tudo terminado, voltamos ao silêncio de nossa cela, no Convento de Nossa Senhora de Fátima e perguntamos a nós mesmos como tudo isso aconteceu, como foi conseguido obter a fundação de quatro Equipes em Brasília, não podemos conter a comoção e as lágrimas cairam abundantes, quentes, e não pudemos conter e choramos, choramos à vontade, mas felizes, satisfeitos, contentes, realmente contentes. Como aconteceu tudo isso? Quem nos dará a resposta? Foi o sacrifício de um sacerdote? Foi a necessidade que os casais sentiam de uma espiritualidade mais vivida e mais profunda? Ou foi Deus que quis que isso acontecesse? Ou foi a presença viva e eficaz de Nossa Senhora, que, como Mãe, não nos quis deixar órfãos e veio ao encontro de nossas aspirações e necessidades? Lembramos naquelas horas os primeiros meses de Brasília; sozinhos, sem compreender e sem ser compreendidos, lembrávamos com imensa saudade a Equipe 14 do Rio de Janeiro, que não quis -27-
dispensar a nossa presença e nos obrigou a VIaJar todo mês para, com eles, tomar sempre mais estímulo nos caminhos da graça e da santidade. Lembramos tanta coisa, e não encontramos uma resposta à pergunta que nos fizemos a nós mesmos. Lembramos os primeiros passos dados para que se formasse uma Equipe, boas promessas, mas nada de sólido. Que importaria pertencer a um Movimento aqui desconhecido? Existia o M.F.C.; isso era bastante para Brasília. Lembramos a visita feita a S. Excia. Dom José Newton, Arcebispo de Brasília, em companhia de Frei Silvio ; ótima acolhida, todas as licenças e a sua benção. Lembramos os primeiros casais convidados que nos deram sua adesão e que na hora certa vieram a falhar. . . Lembramos os passos feitos para a vinda de Malvina e Edgard, do Rio de Janeiro, para as primeiras informações; vieram, foram bem recebidos, otimamente hospedados; e depois o dia da primeira informação na residência de D~ Edinha, verdadeira "Madrinha das Equipes" em Brasília. A primeira informação: um sucesso e um fracasso. . . Se fosse para ser tão santos, para pensar tanto em Cristo, não conviria ficar em casa, como bom casal, felizes da vida e do casamento? Lembramos depois a vinda de Adelson e Maria Alice, do Rio de Janeiro, para que fossem os pilotos das Equipes a serem lançadas. . . E no dia 15 de outubro de 1972, às 20 horas, na residência de D.a Edinha Jansenn Mello, com a presença de Edgar e Malvina, de Adelson e Maria Alice, lançamos as duas primeiras Equipes. Dia 15 de outubro, duas Equipes, incompletas, de 6 casais cada uma, estavam já lançadas ... graças à vinda de Edgard e Malvina, de Adelson e Maria Alice .. . E depois da primeira reunião, na casa de Beatriz e Leônidas. Nunca choveu tanto em Brasília, nunca Brasília fcou tanto às escuras. Todas as primeiras reuniões sempre à luz das velas, como as primeiras comunidades cristãs reunidas nas catacumbas. Tempos difíceis, com as duas Equipes que se completavam e descompletavam. Lembramos Frei Silvio, que assumiu a Equipe n .0 1, assistiu a primeira reunião, e nunca mais conseguiu voltar ... Lembramos depois a vinda de Frei Venâncio, que assumiu a Equipe n. 0 1, pois já era Conselheiro Espiritual das Equipes em Porto Alegre, e não queria vir a Brasília para não abandonar a "sua" Equipe. Entre os "sai " e "não sai", entre os transferidos para fora e os que vieram de fora, nasceu também o boletim "EQUIPE-BRAS" que foi motivo de coragem e confiança, de temeridade e de consolidação. E depois as reuniões, e tantas, de informação, e depois -28-
.a vinda, mensal, com sacrifício, de Adelson e Maria Alice, mesmo ·com o perigo de ver nascer aqui o "Adelson Júnior" ... E depois o lançamento de Equipe n. 0 3; e depois a primeira "Hora Santa" na Quinta-feira Santa: um sucesso! E depois as primeiras Missas em conjunto e depois a vinda de outros casais para completar as Equipes ... E depois, enquanto continuava a peregrinação ao Rio de Janeiro para as Reuniões da Equipe 14, ainda o lançamento da Equipe n.0 4, com a adesão também de Frei Leo, que no Rio de Janeiro resistiu sempre ... E depois? A preparação do ·p rimeiro Encontro de Casais de Brasília, com a vinda de casais da ECIR; viriam o Marcello, o Zarif, não viria? Até a vigília, lá na casa de Godoy, quantas esperanças, quanta espera, quanta emoção. . . E depois o trabalho de preparação, quase sozinhos, no dia antes da realização, ainda sem horário, sem programação, sem nada. E depois a espera de Paulo Alex e Inah, no Aeroporto Internacional, depois de ter caído um dilúvio em cima de Brasília. .. E depois? Lembrar ainda o que foi o sucesso do Encontro, a participação mac;ça dos casais, os ensinamentos de Tharcisio e Yvonne, de Inah e Paulo Alex, a Missa de sábado à noite em honra de Nossa Senhora Mãe da Igreja ... E depois um "chopinho" com Godoy e Maria Divina no Beiruth ... (muito memorável), e depois o triunfo do dia 14, com as conferências de Paulo Alex, os debates de todos (não esqueço a participação de Dante e Adelina), e depois a Missa, e depois o almoço .. . E depois de tanto triunfo das Equipes? Naquela tarde do dia 14 de outubro, no silêncio da cela do convento, nada mais restava a fazer senão chorar de emoção, de alegria e de entusiasmo, de fé nas Equipes de Nossa Senhora, e repetir com Maria, em nome de todos: "O Senhor fez em todos nós maravilhas" ...
Frei J amaria La Pila
BAURU -
A postos para o Ano da Família (do Boletim)
Como sabem, 1974 será o Ano da Família e devemos estar preparados para, a qualquer momento, ter que alterar nossa programação do ano, a fim de atendermos à da Pastoral Familiar. Daí só estar programado o que se conta fazer no primeiro semestre. Teremos o Curso de Pilotagem, cuja data aguardamos seja confirmada por São Paulo, assim como uma reunião do Setor com os As-
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sistentes Espirituais das Equipes, e outra com os casais que serão convidados para fazer parte das equipes já em funcionamento, a fim de tomarem conhecimento do que é o Movimento, suas normas, etc. Apostolado pelas Missas
A pedido de alguns Conselheiros espirituais de nossas Equipes, nossas Missas mensais serão celebradas neste ano nas paróquias dos Assistentes das Equipes encarregadas de sua realização, no último sábado de cada mês e não mais no quarto sábado. Achamos muito válida a idéia, pois temos que partir do princípio de que devemos dar testemunho do nosso Movimento e difundi-lo mais. Que melhor maneira do que essa? Vamos estar em quase todas as igrejas e bairros da cidade. Sabemos que será um sacrifício talvez maior para alguns o terem de se deslocar para mais longe em alguns meses, mas, se formos refletir no alcance da intenção, iremos ver que será mais uma maneira de crescer na direção do Cristo, justamente por ser um sacrifício ... VIDA DO MOVIMENTO Novo Setor no Rio
Foram desdobrados os Setores A e B do Rio de Janeiro para formar um terceiro Setor, cujo primeiro Casal Responsável é Heloisa e Jorge Fortes. Nova Coordenação em Brasília
Brasília já tem a sua Equipe de Coordenação, cujo Casal Responsável é Germana e Joaquim Machado de Mello Jr. O Conselheiro espiritual, como não poderia deixar de ser, é Frei Jamaria. Ribeirão Preto
Por ocasião da posse da nova Equipe de Setor de Ribeirão Preto, na presença do casal regional, Marisa e Fleury, realizou-se também o Compromisso Solene das Equipes 1, 2 e 6, bem como a renovação do Compromisso das demais Equipes. A nova Equipe de Setor está assim constituída: M. Elisa e José Carlos Mestriner, Casal Responsável pelo Setor, M . Helena e Luiz Carlos Seixas, Silvia Helena e Sergio Botelho, Beth e Romulo Frota e o Padre Francisco de Assis, Conselheiro Espiritual. -30-
Brusque
Substituindo Lourdes e Onildo Mueller, tomaram posse à frente do Setor de Brusque, Romilda e Osny Mueller.
NOVAS EQUIPES
O Movimento no Sul alcança novas cidades: Além das novas equipes de Brusque (5), Curitiba A (27), Curitiba B (24, 25, 26 e 28) e Florianópolis (17) , nasceram em Santa Catarina, uma equipe em Crisciuma, duas em Gabiruba e ainda uma no município de N avegantes. Taubaté - 13, 14 e 16 em pilotagem. Os respectivos Casais Pilotos são M. Eunice e Aderbal M. Hoff, M. Helena e Roberto Pastorelli e Beatriz e Seide Cunha. Niterói - 5 e 6 pilotadas respectivamente por Lourdinha e Waldir Soares e V era e João Alfredo Monteiro.
Araçatuba, 6; Jacareí, 5; Limeira, 6.
NOTíCIAS INTERNACIONAIS
Novas Equipes - Bélgica: 13; França: 46; Inglaterra: 4; Itália: 2; Martinica: 2; Portugal: 1; Suiça: 1; Luxemburgo: 1. Novos Setores -
Itália: Brescia -
Adriático e Siena.
RETIROS:
Dias 26, 27 e 28 de Abril no Instituto Paulo VI Pe. Germano Van der Meer.
Pregador:
Dias 9, 10 e 11 de Agosto, em Valinhos- Pregador: Pe. Germano Van der Meer. Dias 30 e 31 de Agosto e 1.0 de Setembro, Instituto Paulo VI - Pregador: Padre Antonio Aquino. Dias 18, 19 e 20 de Outubro, na Casa do Cenáculo - Pregador: Pe. Paulo Raabe. Dias 29 e 30 de Novembro e 1.0 de Dezembro, em Barueri. -31-
ORAÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO
T EXTO D E MEDITAÇAO:
Jo . 13,1-16
Antes da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até ao extremo os amou. Durante a ceia- quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, depôs as suas vestes, e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: "Senhor, queres lavar-me os pés!"... Respondeu-lhe Jesus: "O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve". Disse-lhe Pedro : "Jamais me lavarás os pés! ... " Respondeu-lhe Jesus: "Se eu não tos lavar, não terás parte comigo". Exclamou então Simão Pedro: "Senhor, não sómente os pés, mas também as mãos e a cabeça". Disse-lhe Jesus: "Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!" .. . Pois sabia quem o havia de trair; por isso disse: "Nem todos estais puros". Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: "Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz , assim façais também vós. Em verdade, em verdade vos digo, o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou . -32-
ORA•ÇÃO LITúRGICA
Onde há o amor e a caridade, Deus aí está. Congregou-nos num só corpo o amor de Cristo exultemos, pois, e nele jubilemos. Ao Deus vivo nós temamos mas amemos; e sinceros, uns aos outros, nos queiramos.
Onde há o amor e a caridade, Deus aí está. Todos juntos num só corpo congregados, pela mente não sejamos separados. Cessem lutas, cessem rixas, dissenções, mas esteja em nosso me:o Cristo Deus!
Onde há o amor e a caridade, Deus aí está. Junto um dia com os eleitos nós vejamos vossa face gloriosa que adoramos. Alegria que é imensa, que enche os céus: ver por toda a eternidade Cristo Deus!
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