ENS - Carta Mensal 1974-5 - Agosto

Page 1

1974

N'? 5 Agosto

EDITORIAL -

p.

A partilha

O lar ......... . . .

p. 4

A Ecir conversa com vocês

p.

A reconciliação com Deus ..... .

p. 9

Maria, auxílio dos cristãos

p. 10

6

p. 12

Um só ser ........ .... ... . Que tipo de filho sou eu? . . . .. . .... .

o •••••

O ancião ............. .. .. .... ..... .. .....

o

p. 14 p. 16

O Retiro passou da moda? ................ .

p. 19

Um Encontro que atingiu seus objetivos

o o. o

p. 21

o ••••••

p. 23

Educar -

problemas da juventude .

"As equipinhas de Taubaté" ..

o ••••• •

•••• o.

Sessões de formação .....

p. 24

po 28

Notícias dos Setores o •••

o o •••• o •• o ••••

p. 32


Revisão, Publicação e Distribuição pela Se~retaria das EQuipes de Nossa Senhora no Brasil 04538 -

-

Av. Horácio Lafer, 384 - Te!. : 80-4850 04538 - SAO PAULO , SP

somente para distribuição interna -


EDITORIAL

A PARTILHA

Você já deve ter ouvido, seja na sua equipe, seja numa roda de equipistas, observações que, mais ou menos, se resumem no seguinte: "Afinal, para que a 'partilha'? Sou adulto, responsável pelos meus atos. O cumprimento ou não dos meios de aperfeiçoamento é assunto de consciência e, portanto, inteiramente pessoal. Não concordo, por isso, com a prestação de contas que nos é pedida na reunião de equipe". E se este equipista já tiver cabelos branquejando, acrescentará talvez: "Esta nossa partilha se parece muito com aquele 'tesourinho espiritual' que era utilizado no meu tempo de congregado, útil talvez naquele período de formação do adolescente, mas descabido para o adulto". Quem sabe mesmo se você também pensa assim, mas, por espírito de disciplina, aceita a norma proposta pelo Movimento, raciocinando que, afinal, a coisa não é assim tão penosa e que, quando foi introduzida nos Estatutos, não o foi sem que houvesse razões válidas. Mas não deixa de ficar aquela pequenina resistência interior, o que o leva a fazer a partilha por mera formalidade e não por convicção. O resultado é que, se forem vários a pensar assim na equipe, ela perde o caráter de poderoso fator de auxílio mútuo que realmente possui . Qual é então o significado da "partilha"? Qual a sua razão de ser? Na realidade o termo não é dos mais felizes. É a melhor tradução que foi encontrada para "partage" que é a palavra que encontramos no original dos Estatutos, em francês. Ora, todos nós sabemos como é difícil, por vezes, encontrar no vernáculo a palavra que corresponda precisamente a uma palavra em língua estrangeira. É o que acontece com "partager" que significa, no francês, repartir, mas tem também o sentido de possuir com outros, de participar, de sentir com, de partilhar. Participar, por exemplo, das alegrias, dos perigos, das opiniões de alguém. É -1-


assim que marido e mulher participam do mesmo amor que os une. É assim que, na equipe, quando pomos em comum as nossas intenções, ou quando, na co-participação, pomos em comum os acontecimentos marcantes de nossa vida pessoal, nós o fazemos com a intenção de levar os nossos irmãos a tomarem parte nas nossas alegrias ou nos ajudarem a vencer as nossas dificuldades . Assim também, na "partilha", o que se tem em vista, não é estabelecer uma estatística dos "sim" e dos "não" ao cumprimento dos meios de aperfeiçoamento e, muito menos, procurar devassar a consciência de cada um. Trata-se, isto sim, de nos ajudarmos uns aos outros a cumprir cada vez com mais profundidade e verdade umas tantas normas que as Equipes de Nossa Senhora nos propõem e que, bem compreendidas e bem cumpridas, nos ajudam poderosamente a "levar até o fim os compromissos do batismo". Ora, o cumprimento, em profundidade e verdade, dos meios de aperfeiçoamento, esbarra com a nossa inconstância. A "partilha" aí está para nos ajudar a vencê-la. Quantas vezes, você e eu, não fosse a partilha teríamos deixado de fazer o "dever de sentar-se". Quantas vezes foi por causa da partilha que tomamos consciência de uma certa displicência no estudo do tema ... A "partilha" é também um estímulo. O esforço daquele meu irmão em fazer os dez minutos de meditação, mau grado o trabalho absorvente que ocupa todo o seu dia, não terá sido para mim um exemplo a seguir? A "partilha" é assim um grande meio para a prática do auxílio fraterno. "Reconhecendo a nossa fraqueza e a limitação de nossas forças", contamos com a ajuda de nossos irmãos de equipe para sermos fiéis aos nossos intentos. Temos necessidade do apoio do próximo. Este nosso próximo tem necessidade da nossa ajuda e conta com ela. Se o casal "X" não vem praticando o dever de sentar-se, eu sei que ele está negligenciando a prática de uma norma preciosa para a sua vivência cristã, para o seu progresso humano e espiritual, para a harmonia do casal, para a consolidação dos laços que o irão ajudar a caminhar de mãos dadas em direção à meta e a vencer juntos os tropeços da caminhada ... para a sua felicidade em suma. Não posso portanto ficar indiferente. Devo ajudá-lo, incentivá-lo, convencê-lo. O mesmo se diga em relação aos demais meios de aperfeiçoamento. A "partilha" é também um momento de "verdade". Uma emulação, um incentivo para nos mostrarmos tal qual somos, des-

-2-

..


pidos da máscara por trás da qual tentamos tantas vezes nos esconder. A prática da "partilha" é uma maneira de exercitarmos a nossa sinceridade, de sermos verdadeiros diante de nossos irmãos. E exercitarmos também a nossa humildade. Reunidos ao redor do Cristo presente em nossa pequena "ecclesia", trata-se apenas de nos apresentarmos tal qual somos, isto é, fracos, inconstantes, rebeldes por vezes. Trata-se de descermos do pedestal sobre o qual tentamos tantas vezes nos equilibrar. E isto, diante de nossos irmãos e diante do Cristo que nos vê unidos, caminhando lado a lado na mesma direção, procurando viver com verdade o espírito de caridade fraterna, sem subterfúgios ou respeito humano. Assim concebida, a "partilha" deixa de ser uma "prestação· de contas" ou o levantamento de uma "estatística" dos "sim" e dos "não", para ser um dos momentos mais importantes da reunião. Não é por acaso que os Estatutos nos dizem que "após a oração, um momento é consagrado à partilha sobre as obrigações", e isto para que seja beneficiada pelo ambiente de recolhimento e de presença a De~s que a oração proporciona. É diante de Deus que abrimos o nosso coração, com toda a simplicidade, franqueza e verdade, num espírito sincero de ajuda fraterna. Nancy e Pedro Moncau Jr.

-3-


A PALAVRA DO PAPA

O LAR

Aos membros da <Comissão para a Fa:mília, reunidos em Romro para sua segunda Assembléia Geral, o Santo Padre dirigiu recomendações e palavras de incentivo. Eis um extrato de sua alocução.

Antes de mais, o lar é o ambiente privilegiado do amor, da i ntima comunhão das pessoas, do tirocínio de um dom contínuo ·e progressivo entre os esposos, que deve poder apoiar-se firmemente na unidade e na indissolubilidade da sua união. Um amor assim, supõe necessariamente ternura, domínio de si mesmo, compreensão paciente, fidelidade e generosidade continuamente renovadas nas fontes sobrenaturais do sacramento do matrimônio. O lar é o lugar onde se acolhe a vida. Uma tarefa urgente é a de formar os esposos para uma paternidade e uma maternidade responsáveis, e sobretudo de os ajudar a vivê-las. Hoje em dia, parece ser muito difícil exercer uma responsabiEdade como esta . Com efeito, não se trata de desviar artificialmente do seu fim o ato procr:ador, e menos ainda de privar da vida o ser humano já concebido: no que se refere a estes pontos, os cristãos devem mostrar-se rigorosamente firmes. Felizes dos que se esforçam por respeitar assim o amor e a vida, como dons de Deus! Fecilitamos vivamente os médicos, os educadores e os sacerdotes que ajudam os casais a seguir este caminho exigente. O lar é t ambém o primeiro lugar da educação. Esta obra complexa exige, nos nossos dias, a colaboração harmoniosa dos pa's, dos educadores e de toda a sociedade; e requer, igualmente, a cooperação ativa da criança e do jovem, cuja capacidade huma.na e evangélica os vossos relatórios colocam em evidência. O lar é ainda um lugar de abertura a todas as outras comu·nidades, em que se forjam as energias capazes de tecer os laços ·da vida social e de transformar este mundo em comunidade de i rmãos. Um lar, digno deste nome, não pode permanecer egois-

-4-


ticamente fechado em si mesmo. Por outro lado, aí da sociedade que não honra a instituição familiar: não tardará que ela se veja condenada a transformar-se em poeira de indivíduos desenraizados e anônimos, expostos a um trágico isolamento ou a uma ditadura sem alma. O Lar é , acima de tudo, o lugar onde se expande a graça do Senhor, confirmando a vocação batismal. Muitas das exigências até aqui enumeradas encontram-se verdadeiramente inscritas na natureza humana, que é boa, mas que está ferida: e é por este motivo que, não raro, aos não cristãos elas parecem impossíveis. É preciso reafirmar de novo aqui o valor inestimável do sacramento do matrimônio, pois só ele faz com que os esposos possam viver o seu amor em conformidade com a aliança de Cristo e da Igreja, e iniciar os próprios filhos, desde a mais tenra idade, na fé da Igreja e no apostolado. Um lar assim se prepara. E vós tendes razão em procurardes ver como podereis proporcionar ao maior número possível de noivos uma formação sólida, realista, espiritual. Um lar assim deve poder contar, ainda, com o apôio dos outros lares, com as comunidades cristãs, com todo o ambiente humano e moral da sociedade.

-5-


A ECI R CONVERSA COM

VOC ~S

Caros amigos

Ao escrever estas linhas, acabamos de participar do segundo Encontro dos Responsáveis Regionais realizado este ano. O nível dos assuntos tratados, a seriedade com que foram abordados, e, particularmente, o ambiente caracterizado pela preocupação em promover o cresc'mento na vida interna das equipes, de modo a torná-las cada vez mais autênticas, revela o surto de conscientização de cada uma das Regiões e, portanto, das equipes em geral. Há outros sinais deste aprofundamento. Ainda agora repercute em todos nós o impacto causado pelos três Encontros dos Responsáveis de Equi pe, que tiveram o dom de dinamizar os casais que deles participaram e que, por sua vez, certamente souberam transmitir para as próprias equipes a animação e o aprofundamento recebidos. Este surto de vitalidade se vem manifestando gradativamente após a vinda do Pe. Caffarel, que conscientizou os casais que se vinham preparando para a opção do fim de 1972. Mas é também o sinal de que o Senhor está sendo pródigo para o nosso Movimento. Não será isto um indício de que conta conosco, movimento de casais, para que, juntamente com outros movimentos familiares, contribuamos com o nosso esforço para que a Sua Igreja possa fazer frente à crise que a Família vem enfrentando também nesta parte do mundo? Há precisamente quatro anos, o P e. Caffarel, em Roma, lançava o brado de alerta em face da invasão do ateísmo no mundo e instava com veemência os casais do Movimento a "tomarem consciência da presença ativa de Deus dentro de si e de seus lares, para. . . permitir a Deus manifestar-se e doar-se através de suas vidas ". É certamente o que Deus espera de nós, e para isso multiplica as Suas graças e luzes. Como reflexo desta maior conscientização e deste maior apr ofundamento, verifica-se em quase todas as Regiões o gradativo crescimento numérico das Equipes de Nossa Senhora. É certam ente motivo de j úbilo, mas representa por outro lado uma grave r esponsabilidade. Bem o sentiu a ECIR, na r eu nião de Balanço

-

6-


realizada em maio último. Boa parte dessa reumao, que se estendeu por um dia todo, foi empregada para o estudo da atualização de sua própria estrutura, a fim de capacitá-la a fazer frente ao desenvolvimento das Equipes no Brasil. Damos a seguir as grandes linhas desta nova estruturação. Caros amigos, não deixemos que esmoreçam em nós as luzes que recebemos, ou arrefeça o calor comunicado. Reafirmemos com vigor as palavras de nossos Estatutos. Sejamos, com dinamismo e convicção, do número dos "casais que aspiram a uma vida integralmente cristã" e que "querem fazer de todas as suas atividades uma colaboração à obra de Deus e um serviço prestado aos homens''. A ECIR

A NOVA ESTRUTURAÇAO DA ECIR

Um dos pontos longamente estudados pela ECIR em sua reunião de balanço foi o de sua reestruturação, de modo a capacitá-la a acompanhar o desenvolvimento sempre crescente do Movimento. A ECIR, por delegação da Equipe Responsável Internacional, tem a responsabilidade de zelar pelas Equipes do Brasil e, como ela, cabe-lhe a "missão de manter sempre viva a mística e forte a disciplina do Movimento", conforme lemos nos Estatutos. É composta de 7 casais que se reunem uma vez por mês. . . além de outras, e tem também o seu Conselheiro Espiritual. Com a multiplicação das Equipes no Brasil - são elas hoje mais de 400 - foram se organizando vários departamentos, cujas atividades convergem para a ECIR. Vocês já conhecem um desses departamentos, a Equipe da Carta Mensal, graças à qual vocês vêm recebendo com toda a regularidade este nosso Boletim. Os vários departamentos ficaram, a partir de agora, sob a responsabilidade mais direta de um dos casais da ECIR. Por outro lado, o Casal Responsável da ECIR terá agora um Casal Adjunto com quem repartirá as suas responsabilidades. O Secretário da ECIR que era também o Responsável pela Secretaria do Movimento, deixa agora esta última função e terá também a seu cargo a comunicação mais estreita com a Equipe Responsável Internacional que, como vocês sabem, tem a sua sede em Paris. Quanto à Secretaria do Movimento foi confiada a um casal que, com a aposentadoria do marido, aceitou dedicar-se em tempo integral para as Equipes.

-7-


Com estas novas características, a ECIR ficou assim constituída: Casal Responsável - Esther e Luiz Marcello Moreira Azevedo Casal Adjunto - Ivone e Tarcísio Ladeira Rosa Conselheiro Espiritual - Pe. Antonio Aquino, s.j. Secretário e Ligação com a Equipe Responsável Internacional - Elza e Ludovic Szeneszi Casais Coordenadores: dos Regionais: Dirce e Rubens de Moraes da Carta Mensal e dos Temas de Estudo: N ancy e Pedro Moncau Jr. dos Grandes .E ncontros e Sessões de Formação: Inah e Paulo Alex de Souza do Centro de Preparação ao Casamento e Círculos Familiares: Ana Lúcia e Artur Altenfelder Wolff Quanto à Secretaria, que tem agora a sua sede provisória à Avenida Horácio Lafer, 384 (CEP 04538), São Paulo, acha-se sob a responsabilidade de Ercília e Leofredo Pacheco J ordão. Inútil dizer quanto a ECIR precisa das orações de todos vocês, para poder arcar com as suas responsabilidades. Com elas contamos.

-8-


A RECONCILIAÇÃO COM DEUS - PBDIEIBO OBJETIYO DO AliO SAlTO -

A renovação interior, a reconciliação do homem com Deus, sendo autêntica, não pode deixar de ser também uma reconciliação do homem consigo mesmo e com os outros. No esforço por construir a cidade terrena - que é dever seu inaliável -, o homem está sujeito às mesmas tentações a que o demônio pretendeu sujeitar Jesus no início da sua atividade messiânica: a ambição do poder e do dinheiro e a escravidão do falso amor humano e das cadeias dos sentidos. "Tudo isto é meu - disse o tentador -; dar-te-ei tudo se te prostrares diante de mim" (Lc. 4, 6-7). Jesus saiu vitorioso do combate, porque a tentação, vinda de fora, não encontrava cumplicidade no seu íntimo. A cumplicidade interior: eis o perigo! -sobretudo quando ela consiste na perversão do pensamento. A corrupção da inteligência é o maior mal que pode acontecer a um homem ou a uma geração. Se o bem e o mal não existem ou - o que é o mesmo não diferem entre si, se em vez de se considerar o pecado como sendo a expressão mais tenebrosa da liberdade humana, se reduz, em princípio, a um estado patológico que isenta da responsabilidade, o homem, ainda antes do combate, entrega-se com armas e bagagens, ao seu inimigo. O ceticismo é o caminho mais direto para todas as formas de egoísmo. As conseqüências desta perversão da inteligência estão aí à vista. Se diminuem os freqüentadores do Sacramento da Penitência, aumentam assustadoramente os clientes dos psiquiatras. E nem sempre por uma questão de maior lucidez ... Aceitemos humildemente, como o publicano do Evangelho, a nossa condição de pecadores. Aceitá-la não é o mesmo que conformar-se com ela. Pretender ser sem pecado, à custa da eliminação dos princípios morais, poderá ser caminho fácil, mas não deixa de constituir a pior e a mais descarada forma de farisaísmo. O Ano Santo é, na intenção do Papa, o tempo propício para uma descida ao fundo de nós mesmos; uma descida de olhos abertos, que o mesmo é dizer, com humildade. Aí encontraremos as motivações profundas do nosso agir - aquelas que nos dão legítima satisfação e alegria, mas também aquelas que nos hão de fazer chorar e arrepiar caminho. Isto chama-se conversão, renovação interior, penitência.

-9-


MARIA, AUXíLIO DOS CRISTÃOS

A Igreja nascente começa a sua vida ao pé de Maria. Os discípulos agrupam-se em volta dela, a vinda do Espírito Santo que lhes tinha sido prometido surpreende-os a seu lado. Os cristãos da primeira geração encontraram em Maria auxílio e estímulo para a fidelidade à sua vocação incipiente, e um coração maternal que os alentou e os susteve; Maria permaneceu entre os homens porque precisavam dela, porque ela fazia falta a esses filhos que começavam a andar sozinhos os primeiros passos de uma existência cristã na terra. Depois, correram os séculos, e os cristãos de todas as gerações continuaram a ter Maria como Mãe; ela foi para todos a Bem-aventurada, cumprindo-se assim o vaticínio do Magnificat . Ultimamente, porém, parece que a Senhora se aproximou outra vez de nós, e se encontra muito perto dos filhos desta época. O sinal de Maria brilha com luz nova no firmamento da Igreja, e giram em torno dela a solene magnificência da definição dogmática e a piedade filial que alimenta a humilde existência quotidiana dos fiéis. Não é sem um desígnio misterioso de Deus • que ésta nossa idade, que pretende emancipar-se d'Ele, estes tempos de rebeldia do espírito humano, são também os tempos em que Maria se mostra mais próxima dos homens, e se lhes manifesta uma e outra vez, reiterando a sua presença e a sua graça maternais. Não pode surpreender-nos que seja assim, porque todos esses homens, bons e maus, fiéis e infiéis, são os filhos de que a mãe não pode desinteressar-se, e menos ainda quando andam perdidos e conhecem a miséria. Os cristãos da nossa geração alegram-se por sentir a Mãe muito perto deles, como os da primeira geração. Que Ela, Santa Maria, seja o auxílio seguro para os seus filhos desta hora. Que dela, a Virgem Fiel, recebam exemplo e fortaleza para saberem ser dignos da sua vocação cristã e cumprir lealmente todas as suas exigências, nas circunstâncias porventura difíceis, mas também gloriosas e alegres, deste tempo em que Deus nos fez nascer . -10-


Entre os penhascos das montanhas de Subíaco, conservam-se pintados na rocha uns afrescos do século XIII. O visitante pode contemplar uma representação pouco vulgar da Assunção de Nossa Senhora. A assunção de Subíaco apresenta-se-nos com um aspecto íntimo, amável e familiar: - é o encontro do Filho com sua Mãe, que volta a reunir-se a Ele, depois de uma separação prolongada. Toda a ternura do momento parece ter ficado expressa naquela velha pintura, e na atitude de Cristo e de Maria adivinha-se quão longa foi para ambos a espera. Nossa Senhora envolve Jesus num abraço maternal, ao mesmo tempo que deixa que a sua cabeça se recline e descanse outra vez sobre o ombro do Filho.: - Eis o teu Filho; eis a tua Mãe (João XIX, 26-27). A cena da gruta de Subíaco parece a melhor glosa, mais expressiva do que qualquer comentário, às palavras que Jesus disse da Cruz à sua mãe e ao discípulo fiel e predileto. A Igreja sempre considerou João como personificação de todos os cristãos, que o Senhor confiava aos cuidados maternais de Maria, desses discípulos por quem Cristo tinha dado tudo, até a vida, e que, na hora suprema do Calvário, receberam dele, também, como supremo penhor de amor, o último e inapreciável tesouro que lhe ficava na terra a sua Mãe. Talvez nos seja difícil compreender em toda sua profundidade quão verdadeira é a maternidade de Maria para com os homens, como ela cumpriu, e continua ainda, a sua função de Mãe dos cristãos. A antiga pintura de Subíaco recorda-nos que, quando Cristo glorioso subiu aos céus, a Virgem não o seguiu. Entre a Mãe e o Filho abriu-se no tempo o parêntesis da separação, porque Maria ficou na terra para ser a Mãe de seus novos filhos, daqueles que Jesus lhe tinha entregue ao pé da Cruz .

• -11-


ESPIRITUALIDADE CONJUGAL

UM Só SER

Através das imagens e de uma linguagem copiada das religiões pagãs, o autor do Livro do Gênesis expressa desde logo uma revelação maravilhosa: o amor humano é uma criação de Deus. Somos ainda capazes hoje de maravilhar-nos como o primeiro homem: "Desta vez, .eis os ossos dos meus ossos, a carne da minha carne. Por causa disso, o homem deixará pai e mãe .e juntar-se-á à sua mulher, e ambos serão um só ser". E Jesus, confirmando esta revelação, acrescenta: "Assim, não mais são dois, mas um só ser". Isto diz bem o quanto a vossa responsabilidade de esposos tem a sua fonte no amor, este amor que vem de Deus. Compreende-se então Santo Agostinho, quando escreve: "Meu peso - minha densidade, meu valor - é o meu amor." O peso, a densidade, o valor do vosso lar, é primeiro a qualidade do vosso amor. Deste amor, o texto do Gênesis dá algumas das exigências fundamentais . A primeira é que amar o outro é primeiro acolhê-lo, receb ê-lo como um dom de Deus. "Com o que Ele tirara do homem, Deus formou uma mulher e levou-a ao homem". Além da imagem, que pode chocar a nossa sensibilidade, saibamos reconhecer que esta "ajuda semelhante a ele", confiada por Deus a cada um dos esposos, é obra e dom do seu amor. Estamos nós convencidos, no mais íntimo de nós mesmos, que nossa esposa, nosso esposo, é primeiro um dom que Deus nos faz? Acolher o outro como um dom de Deus implica numa segunda exigência: aceitarr o outro como ele é, no que ele tem de diferente, de único, e de insubstituível a um só tempo; aceitação que, embora feita uma vez por todas, deve no entanto renovar-se diariamente. "Por causa disso, o homem deixará pai e mãe e juntar-se-á à sua mulher". A vossa experiência de casal não corrobora essa palavra da Escritura? Não é verdade que um amor autêntico não pode progredir sem que haja renúncia a si mesmo para acolher o outro como ele é?

-12-


Isto nos conduz à terceira exigência do amor: aceitar o outro como "outro" é querê-lo naquilo que ele tem de único e de insubstituível. É de fato uma "ajuda semelhante a ele" que cada um dos cônjuges recebe de Deus. Uma "ajuda", pois o homem não pode existir solitário: o outro precisa de mim para realizar-se, como eu preciso dos outros para tornar-me eu mesmo. Como casal, bem sabeis o quanto esse serviço recíproco e desejado é a ocasião de renunciar-se a si mesmo. Acolher o outro como um dom de Deus, aceitá-lo e querê-lo tal como é naquilo que ele tem de único e de insubstituível, étender juntos para a eternidade. Jesus o declara quando fala dos; esposos: "Não mais são dois, mas um só ser". E, ria sua oração sacerdotal, ele dirá, pensando naqueles que veio salvar: "Paír sejam um assim como Nós somos um", pois o ·amor verdadeiro unifica, tornando-nos participantes da un· da de do próprio Deus, Pai, Filho e Espírito. Diante de tais exigências, sentimos a nossa pobreza, a nossa incapacidade: "para os homens, é impossível"; mas ao mesmo tempo, o Senhor vem dizer-nos: "porém para Deus tudo é possível". Tudo é possível desde que o Pai nos deu o seu Filho; tudo é possível desde que o Filho, morrendo e ressuscitando, nos comunicou o Espírito Santo, que vem mudar os nossos corações. Para aprender a amar como Deus quer e a seu modo, temos Jesus Cristo. Ele nos ensina a renunciar a nós mesmos, aos nossos planos, aos nossos desejos, às nossas preferências, para acolher a sua Palavra incisiva, a ação imprevisível do Espírito Santo e a vontade muitas vezes desconcertante do Pai. Jçsus Cristo nos ensina que a nossa responsabilidade é um serviço humilde e generoso: "Como viram que eu lhes fiz, assim também vocês façam uns aos outros". Trata-se pois de enraizar-nos pela fé numa relação pessoal com Jesus, ouvido, seguido, imitado, rogado, adorado. Que a intercessão de Nossa Senhora obtenha para nós o "coração de pobre" sem o qual é impossível acolher o dom de Deus. "Aqu€'le que não acolhe o Reino de Deus como uma criancinha não entrará nele".

Pe. Paul Mortier (da Carta Mensal Internacional)

-13-


QUE TIPO DE FILHO SOU EU?

Uma das coisas mais importantes que nos foi revelada por Cristo é que Deus é Pai. Ele mesmo nos ensinou a chamá-lo "Abba ", que quer dizer: "paizinho", "pai querido". Já os antigos sabiam que Deus queria relacionar-se com os homens, mas é Cristo quem nos dá a dimensão e a profundidade deste relacionamento, quando usa imagens como a do filho pródigo e tantas outras, que mostram a forma de comunicação que deve existir entre pais e filhos. Sentimos na nossa própria carne, como pais que somos, como podem variar as atitudes dos filhos. Muitos só procuram os pais para pedir coisas. As vezes agradecem, quando o pedido é atendido. Outros, porém, procuram realmente conviver e dialogar com os pais. Permitem que seus pais participem de suas vidas, e os aceitam como amigos. Entre nós e o Pai, as coisas são bem parecidas. Mesmo entre aqueles que têm fé, é comum encontrarmos pessoas que não mantém esse relacionamento em termos de abertura e verdadeira comunicação. E essa comunicação, gente, é oração. O bom mesmo, o ideal, seria vivermos em oração, o que significa uma comunicação permanente em cada ato, em cada momento. Não só pedir e agradecer mas participar tudo: as alegrias, as preocupações, os sentimentos, porque tudo isso é vida. O Pai sabe de tudo que se passa conosco, mesmo no nosso íntimo, mas também respeita a nossa liberdade, por isso Ele quer de nós uma atitude de abertura. Quanto mais nos abrimos para Ele, mais Ele se faz presente em nossas vidas. Deus não precisava dos homens, mas quis contar conosco, para a realização do seu Plano de Amor.

-14-


Amor supõe liberdade, e a liberdade supõe riscos. Por isso temos que fazer, constantemente, a nossa opção: de isolamento, de egoísmo, ou de abertura e comunicação. Daí a importância da oração, que é o nosso esforço para manter esse diálogo com o Pai, que Cristo tanto usou e nos ensinou a usar. Mas não vamos esquecer que no diálogo também é preciso saber ouvir e por isso a nossa oração tem que ter também momentos de silêncio e de reflexão, para que a gente possa ouvir o que Ele tem a nos dizer. O Cristo, antes e depois das grandes tarefas de sua vida, retirava-se para orar, para falar com o Pai, abrir o seu coração a Ele e ouvir a Sua Palavra. Dessa oração, desse diálogo com o Pai, é que tirava a força para viver e transmitir a Sua mensagem. Enquanto não aprendermos essa lição de Cristo, enquanto a nossa oração se restringir a fórmulas e a alguns momentos que nos sobram de nosso tempo, estaremos vivendo uma religiosidade superficial, infantil, imatura, tanto quanto . a atitude de alguns adolescentes, que são muitas vezes incapazes de dialogar, de se abrir, e só sabem se dirigir aos pais para pedir dinheiro e bens materiais e às vezes nem mesmo agradecem o que recebem, e nada mais percebem das imensas riquezas que existem e podem existir no relacionamento de amor entre pais e filhos. Esses jovens não deixam que seus pais entrem em suas vidas, se isolam, se fecham em si mesmos, e quem age assim se nega ao amor. -

Que tipo de filho sou eu para o Pai?

- Que tipo de relacionamento, de comunicação, tenho com meu Pai? - O que é que o Pai espera de mim, qual o seu plano de amor para mim, hoje? São perguntas para nos fazermos sempre, porque o importante é não parar, continuar sempre questionando, indagando, refletindo ...

Maria Thereza e Luiz Sergio Widgerowitz (Extrato do Boletim "0 Equiplsta" da Guanabara)

-15-


ANO DA FAMíLIA

O ANCIÃO

Que é preciso para 'q ue um "pobre velhinho" se torne simplesmente um ancião? Em primeiro lugar devemos mudar a nossa atitude a seu respeito. Feito isso, transformar-se-á. Já não será um "pobre velhinho"; será um ancião. O nosso primeiro dever é respeitá-lo. O homem tem mais necessidade de respeito do que de pão. Dar-lhe pão sem respeitar é diminui-lo ainda mais. Vamos refletir sobre o respeito. Instintivamente, nós não respeitamos senão os que nos são superiores ou os que nos dominam. Nas antigas sociedades patriarcais, o ancião era o chefe incontestado . Todos o temiam: ele era respeitado. Ninguém ousaria considerá-lo "um pobre velho". Mas o mundo evoluiu. Na época atual o que conta é a produção. Um homem é "medido" pela. ~l!a capacidade de rendimento. Baixa o valor humano na mesn:ta proporção em que baixa a capacidade de rendimento. Assim, quanto mais um homem avança em idade, mais se torna um "pobre velho". Não se pretende o restabelecimento das sociedades patriarcais, mas não é bom que o homem seja avaliado unicamente pelo seu valor de rendimento. O valor de rendimento é alguma coisa, mas um homem é alguém. Não confundamos coisas e pessoas . Mas dignidade pessoal não se vê. Por isso, instintivamente, não respeitamos os velhos. Sentimo-nos mais fortes e eles "baixaram". Por isso os desprezamos. Devemos reagir contra essa tendência. Lembremo-nos em primeiro lugar de que um velho é um homem que trabalhou. Devemos honrar os velhos trabalhadores. Um velho é alguém que sofreu. Quando refletimos em todos os seus sofrimentos, sentimos o respeito que se nos impõe como um dever para com os velhos. Mais: este respeito deve ser impregnado de reconhecimento. Nós colhemos proveito dos que nos precederam. Uma geração que não é reconhecida para com os velhos é uma geração sem coração. Quer aproveitar dos outros e nem mesmo sabe dizer: "Obrigado". O auxílio aos velhos não deve ser considerado uma "caridade" humilhante, porque é uma dívida de reconhecimento. Fazer que nossos velhos vivam em condições dignas é um dever para nós. Em primeiro lugar, que cada um considere a sua própria família. Ensinai aos vossos filhos o respeito e reconhecimento -16-


que devem aos seu avós. Aproveitareis com isso quando fordes velhos. Antes de meterdes os vossos pais num asilo, pensai bem se não podeis alojá-los em vossa própria casa. Considerai que os vossos filhos vos olham e vos farão o que tiverdes feito aos vossos pais. E se na verdade for necessário asilá-los, não os abandoneis quando eles estiverem no asilo. Ide visitá-los e sobretudo fazei-vos acompanhar dos vossos filhos. Um velho tem necessidade de ser avô, tem necessidade do sorriso dos netos. É sobretudo na família que deve se fazer a educação do respeito e do reconhecimento para com os velhos. Quando o fizerem, deixará de haver "pobres velhos", haverá simplesmente velhos. Julgo que sem a fé não é possível uma verdadeira renovação. Por isso vou evocar o que é um velho à luz de Deus. Um velho é um homem que Deus prepara para o grande encontro. Ele sofre . Este sofrimento desapega-o da terra. Este sofrimento é em primeiro lugar expiação de suas faltas . É uma purificação da alma, a fim de que esteja pronta para ver Deus. A vida terrestre já não lhe traz alegria. As paixões já não o dominam. Assim desapegado, pode orientar-se mais facilmente para o céu e para Deus. Sente-se abandonado e assim volta-se para Aquele que nunca abandona os que O procuram. E quando a morte se aproxima, o velho torna-se cada vez mais semelhante ao Filho de Deus, que quiz agonizar e morrer. Nós podemos muito para ajudar os velhos a entrar nesta perspectiva, a única que lhes dará a paz e lhes mostrará o verdadeiro significado das suas provações. Desejo fazer aos que se aproximam dos velhos algumas sugestões que os ajudem a melhor realizar a sua missão junto deles. 1) - Saber escutar os velhos. Evidentemente falarão do seu tempo. Não é o caso para espanto ou para discutir. O que é preciso é escutar. A simpatia do velho pelo jovem será tanto maior quanto mais escutado ele se sentir . Aliás, escutá-lo é um enriquecimento. Um velho é toda uma experiência de vida, e é muito mais vida do que idéias. Escutando-os, progride-se muito mais do que lendo livros. Mas é preciso saber que o velho mal escuta e esquece aquilo que consegue escutar. Não é culpa dele. No entanto, nada impede que se lhe façam perguntas. Desde que se relacionem com o passado, terão resposta. Talvez confundam as datas, mas os fatos serão exatos. Assim ele terá a alegria de boas conversas. Uma boa conversa para o velho é aquela em que ele tenha falado muito e o seu interlocutor muito escutado. 2) - Amar os velhos com ternura. A afeição desaprova a repugnância. A primeira prova de afeição consiste em escutar as suas queixas. Mesmo um pobre velho caturra e lamuriento é confortado e readquire dignidade quando vê que acre-

-17-


ditam no seu sofrimento. Também provaremos a nossa afeição aceitando as suas censuras e não procurando defender-nos. Não procuremos defender-nos, porque, na verdade, nunca faremos bastante por eles. Sobretudo não devemos repreendê-los, mas antes pedir-lhes perdão por não termos feito bastante. Aceita-se mais facilmente perdoar do que reconhecer que não se tem razão. Devemos ainda ter suficiente imaginação para lhes proporcionar pequenas delicadezas que os aliviem por um momento. Um copo de vinho, um prato bem preparado, qualquer coisa que lhes agrade e console são como um sorriso na neblina dos seus dias fastidiosos e tristes. Enfim e sobretudo devemos mostrar-lhes que contamos com a afeição deles. Já disse e repito-o agora. O velho tem um coração de avô. Tem necessidade de amar e de amar como os avós sabem amar. Deixemo-nos amar pelos velhos e afirmemos-lhes o nosso reconhecimento pela sua afeição. Já não estaremos então diante de pobres velhinhos, economicamente débeis, mas sim diante de anciãos rodeados de afeição e de respeito e que se preparam para o encontro do Senhor. Alfred Ancel <Extraído do livro "Nós e o pobre")

• Nota da Redação

Dom Alfred Ancel, até 1973 era bispo auxiliar de Lyon, na França. Desde 1942 ele é superior geral dos sace'l'dotes do "Prado", grupo fundado em 1860 pelo padre Antoine Chevrier e consagrado ao mundo operário. A civi.lização industrial que se vinha formando marginalizara um numeroso proletariado urbano, tanto na sociedade como na própria Igreja. Sensibilizado pelo carisma do Pe. Chevrier, Dom Alfred Ancel fez uma experiência de cinco anos como bispo-operário num subúrbio de Lyon. Tendo-se demitido da função de bispo auxiliar, continua na mesma linha como coordenador da pastoral dos Trabalhadores emigrantes, muito numerosos na região apostólica do Centro Leste da França. Dom Alfred Ancel já é um "ancião", um homem cuja vida espiritual se nutriu com a longa experiência entre os marginalizados.

-18-


VIDA DE EQUIPE

O RETIRO PASSOU DA MODA?

Estamos no meio do ano. No começo, certamente, vocês fizeram as previsões de gastos, de férias para o casal e para os filhos; previram as viagens, os compromissos mais importantes; previram até os imprevistos. Para que? Respondem vocês: - para a felicidade da família e a sua harmonia. Certo. Na firma em que você trabalha também não se planejou o ano? Então a firma e a família se igualam? Não, me dizem vocês. E têm razão. Neste caso, porém, nas previsões de 1974 para a família, não falta nada? Quem suscitou o amor entre vocês dois? Quem lhes dá a força de se perdoarem? De se sacrificarem pelos filhos? Quem põe em suas vidas a esperança de vencerem as dificuldades? Vocês previram algum tempo para ELE? Ou ELE não entrou nas suas previsões? Meus amigos, falemos claro: os casais das Equipes de Nossa Senhora se comprometem a fazer um retiro anualmente; é o compromisso mais importante, em nível de grupo. Mais da metade dos casais, porém, não o fazem. Alega-se como motivo o cuidado com os filhos, a necessidade de descanso, dificuldades em pagar as taxas, não se gosta do termo retiro, etc. . . Mas a verdade é que por trás disso há mais: falta de conhecimento da importância e necessidade de um encontro sério e profundo com Deus; medo de um confronto franco entre o casal e Deus; medo das exigências transformadoras que Deus despertaria em nossas vidas; falta de uma fé viva e operante. Um casal profundamente cristão, que vive na poluição da grande cidade, se não quiser estacionar, acomodar-se, viver na superficialidade, perder-se nos ruídos diários, entrar num redemoinho sem rumo, este casal precisa tomar tempo para se retirar ao silêncio, para pensar na sua vida, no destino dos filhos, na presença de Deus, do Cristo, do Espírito Santo. O casal equipista -19-


necessita de tempos fortes de oração; em família, em primeiro lugar, mas uma vez por ano, precisará também de uma saída, de uma retirada, de um recolhimento, de um retiro, onde possa se encontrar profundamente, consigo e com Deus. O casal equipista que não conseguir prever dois dias no ano para seu retiro, não anda bem; algo está errado. Meus amigos, os mais interessados pela felicidade de sua vida conjugal são vocês. Prevejam, pois, além de todas as outras coisas secundárias, um tempo para a principal: o retiro. Se isto acontecer, o cristianismo de vocês realmente me convence, do contrário, não. Frei Constância Nogara, ofm Conselheiro espiritual de equipe no R io de Janeir()

-20-


UM ENCONTRO QUE ATINGIU SEUS OBJETIVOS

Repercute ainda o Encontro de Casais Responsáveis ... Vale a pena compartilharmos da experiência vivida por um Casal Responsável de São Pau.lo, que escreve contando o quanto foi importante para ele o Encontro do Rio de Janeiro.

Foi uma experiência maravilhosa: tudo foi perfeito, desde a organização até as palestras, desde os testemunhos até a vivência de cada momento. O Encontro chegou para nós no momento exato e trouxe-nos exatamente o de que precisávamos. O carinho de nossos irmãos cariocas que se encarregaram da organização do Encontro não poderia ter sido maior nem mais sincero. Nunca vamos esquecer sua imensa dedicação e boa vontade. Quanto ao aproveitamento espiritual que tivemos do Encontro, temos certeza de que no momento apenas vislumbramos parte de sua extensão. Sua real dimensão só era sentida por nós com o tempo, através de sua influência em nossa conduta e nossa vida. Sentimos que depois desse Encontro muita coisa poderá mudar em nós, dependendo de nosso esforço. A semente foi lançada; cabe agora saber cultivá-la. Ouvimos muito, vimos muito e aprendemos muito. Três palestras encarregaram-se de transmitir a mensagem do Encontro. A primeira foi sobre a família e nossa colocação como equipistas perante a família e o casamento. A segunda, dada pelo Pe. Guy Ruffier, teve como tema também a família, focalizada em seus valores perenes e as forças que provocam mudanças em seu seio. Foi uma verdadeira aula sobre como ser marido, mulher e pais. A terceira palestra versou sobre a importância do papel do responsável e seus deveres. Foi aí que compreendemos a enorme missão que nos foi confiada por nossos irmãos de equipe e por Deus. Tomamos consciência do quanto podemos fazer para ajudar nossos companheiros, no sentido de promover maior progresso espiritual. Mas sentimos também como será árdua a nossa tarefa. Encontraremos muitos obstáculos que exigirão amor e renúncia de nossa

-21-


parte. Mas temos fé em Deus. Temos certeza que ELE estará ao nosso lado, iluminando-nos e dando-nos força e perseverança. Os testemunhos e conselhos que ouvimos de casais com maior vivência de equipe provaram-nos que poderemos chegar lá, desde que rezemos muito e confiemos em Deus. Foi exatamente a mensagem que trouxemos do Encontro e que pretendemos transmitir aos nossos companheiros de equipe e à nossa família. É preciso ter fé em Deus; é preciso crer sinceramente no que se faz e no modo pelo qual se faz; é preciso rezar. Rezar muito, entregando-nos completamente a Deus. Só dessa forma o que fizermos será bem feito. Finalmente, através do Encontro pudemos ter consciência da dimensão real do Movimento, de sua magnitude, que até então ignorávamos. Ele se tornou muito mais importante para nós ; passou a fazer parte de nós e, graças a Deus, temos o privilégio de ser parte dele. Sentimos a presença de Deus em nós. Sentimos que ELE nos chamou para uma missão e, temos certeza, faremos tudo o que for possível, daremos tudo de nós para cumpri-la, com a ajuda de Deus e de nossos irmãos de equipe.

Suely e PauZinho Franco Equipe 31 -

-22-

Setor B - SP


EDUCAR

-

PROBLEMAS

DA

JUVENTUDE

Por ocasião da Bienal do Livro, em fins de junho, o Pe. Charbonneau lançou seu último livro "Educar: Problemas da Juventude", publicado pela Editora Pedagógica e Universitária . (1) Como todos os livros do ilustre pedagogo, profundo conhecedor tanto da vida matrimonial, quanto da problemática da juventude, é leitura imprescindível para os equipistas. Os temas de que trata dão bem uma idéia dos problemas que aborda: A família em transição, O protesto dos jovens, Juventude e Religião, Liberdade e Promi~cuidade. Eis um extrato de um dos capítulos desse importante livro, escolhido para as Equipes pelo próprio autor.

Para aqueles que pretendem transmitir a religião como testemunho do Amor, resta a religião vivida. Parece-nos indiscutível este comentário de Domenach a respeito: "Digamos sem rodeios, escreve, no mundo novo a fé prova ser cada vez menos transmissível segundo as formas antigas, e cada vez mais nasce de um 'encontro'; é Emaus .. . que se torna o símbolo central para tantos crentes de hoje: a súbita aparição daquele que acreditavam morto". A imagem é bela e justa. Quando os jovens vierem marchar ao nosso lado para nos interrogar sobre a existência, não devem encontrar mestres pedantes. Devem encontrar a nós mesmos, prontos a caminhar com o Senhor, e sentir em nós, como os discípulos de Emaus, o fogo do Amor. Tudo isto pode parecer pouco prático e mesmo. . . muito poético. Mas, para dizer a verdade, não vemos outro caminho. ~ fato incontestável que os jovens nos ouviram falar demais em Deus. Agora têm o direito e a vontade de ver como vivemos com Ele. Se a qualquer momento não estivermos em condições de fazê-los encontrar o Senhor, eles poderão concluir que nossa fé é vã, partirão sozinhos pelos duros atalhos da existência e passarão a vida procurando a si mesmos. Mas se a Palavra surgir do que nós somos, ela os atingirá de golpe e pouco a pouco os penetrará; vendo-nos viver o Amor, aprenderão a crer n'Eie.

Paul-Eugene Charbonneau (1)

Editora Pedagógica e Universitária Praça D . José Gaspar, 106 - 3~ s/ loja, n9 15

-23-


APOSTOLADO

"AS EQUIPINHAS DE TAUBATÉ"

uNão se ensina o que se sabe nem o que se quer, mas se ensina o que se é." O Movimento das ENS é tão rico e transmite tanta satisfação e alegria da alma que chega a ser contagiante; não atinge somente aos adultos mas abarca também as crianças, no caso os próprios filhos dos equipistas. A idéia de fazer as crianças participarem do Movimento não é de hoje, nem iniciativa e privilégio das equipes de Taubaté: há notícia de várias tentativas. Porém, no caso de Taubaté, os frutos colhidos têm sido tão bons, espontâneos e imediatos que é dever propagá-los. Como nasceram

Nasceram da preocupação do setor em enfatizar 3 pontos básicos: a) conscientizar os filhos de que o Movimento das ENS também se preocupa com eles através de atos concretos; b) conscientizar os filhos de que a instrução religiosa é extremamente importante, com adesão total ao Cristo; c) conscientizar pais e filhos ao verdadeiro diálogo em família. A primeira iniciativa tomada foi fazer um levantamento de todas as crianças, filhas de equipistas, nas idades de 8 a 16 anos; de posse desse levantamento, as crianças foram divididas emj.3 equipinhas: a juvenil (de 8 a 10 anos), a pré-adolescente (de 11 e 12 anos) e a adolescente (de 13 a 16 anos). No início cada equipe era composta de 15 crianças, de ambos os sexos, porém, com o correr dos meses, o número de participantes foi aumentando, havendo necessidade de desdobrá-las em

-24-


outras equipes a fim de que não houvesse prejuízo no aproveitamento do grupo. Como funcionam

Cada equipe é coordenada por um casal de equipistas (esses coordenadores já receberam, por parte das próprias crianças, a designação carinhosa de "tios") e se reúne de 20 em 20 dias em casas alternadas, cedidas pelas próprias crianças. A duração da reunião é de 2 horas mais ou menos. Não há Padre Assistente: a orientação religiosa é dada pelos próprios coordenadores. Cada equipinha tem o seu modo peculiar de funcionar. Equipe juvenil

A reunião é aberta com uma oração inicial rezada por todos; em seguida as crianças co-participam tudo · o que lhes ocorreu durante os 20 dias. Depois é feita a catequese, ou seja, procura-se transmitir o valor da oração, a importância da santa missa, o significado do Pai Nosso e da Ave Maria e agora recentemente as próprias crianças solicitaram que lhes fossem transmitidas noções sobre os Evangelhos - o importante foi que a decisão partiu deles mesmos, e isso nos vem fornecer material infindável. Tomando-se por figura o termômetro, as crianças dão a sua temperatura, na escala de O a 10, de como procederam com relação a Deus, a seus pais e irmãos, ao próximo. Em seguida passa-se às intenções. Há um tempo para perguntas livres onde as crianças procuram esclarecer todas as suas dúvidas, sobre os mais variados assuntos. Em seguida são formuladas uma ou duas perguntas para serem respondidas e esclarecidas na reunião seguinte (cada criança possui um caderninho). É feita a oração de encerramento. Há sempre, no final, a preocupação de incutir nas crianças a noção de que existem crianças menos aquinhoadas, desprovidas de recursos materiais e espirituais. A título de experiência, na próxima reunião serão introduzidas duas "obrigações": assistência à missa dominical e a oração da noite. A segunda parte da reunião é dedicada ao lazer, quando é servido um lanche simples, oferecido pelo hospedeiro. Equipe pré-adolescente É a mais exigente. O desenrolar de sua reumao segue, em última análise, o roteiro das equipes dos adultos. Há oração ini-

-25-


cial; há co-participação; há leitura do Evangelho (Evangelho Narrado às Crianças) seguida de explicação e meditação; há inclusive regra de vida; há oração final. Após a reunião é servido um lanche. Essa equipinha reúne-se duas vezes por mês: uma reunião é de formação e outra é de encontro social, excursão, visita a fábricas ou entidades assistenciais. Mensalmente é escolhido o par responsável que tem por incumbência resolver pequenos problemas que surjam entre seus membros durante o mês, de efetuar as comunicações necessárias e também de receber a justificativa quando algum membro tem que se ausentar. Dissemos no início, que é a equipinha mais exigente e não -exageramos porque seus membros estabeleceram um verdadeiro regulamento; assim é que o elemento que faltar a 3 reuniões consecutivas é sumariamente afastado do grupo; a falta só é justificada quando avisada com antecedência e tiver motivo plausível; tudo quanto é discutido no grupo deve ser mantido em "segredo" justamente para que haja bastante abertura (caso algum membro seja um "inconfidente", será suspenso do grupo por 5 meses!!!); a crítica quando existir deverá ser sempre construtiva; deve haver a máxima colaboração entre os membros do grupo e finalmente uma das regras mais importantes (a qual inclusive poderia servir de sugestão a muitos casais): enterrar o "espírito de porco" antes de sair de casa! Os temas para estudo e posterior debate têm versado sobre tóxicos, namoro, sexo e educação sexual, amizade, os pecados capitais, diálogo, relacionamento familiar, oração, etc. Equipe adolescente

Consta atualmente de 2 equipes. O roteiro da reumao dos adolescentes tem sido o seguinte: a reunião é aberta com o Pai Nosso, de mãos dadas, invocando a presença de Jesus Cristo. Em seguida é destacado um trecho do Evangelho para ser lido, interpretado e refletido em voz alta. É feita a co-participação e a coleta de intenções idênticas à das equipes de casais. Passa-se em seguida para a exposição do tema a ser debatido. Esse tema é escolhido na reunião anterior pelo próprio grupo e em linhas gerais os "tios" lançam tópicos que julgam importantes para serem discutidos. Já foram abordados os seguintes assuntos: a amizade, o namoro, a educação sexual, o homossexualismo, os tóxicos e o relacionamento na família. É servido um lanche que é levado pelos próprios participantes (o refrigerante é oferecido pelo hospedeiro); durante o seu transcorrer a conversa é livre. Findo o lanche, inicia-se o debate sobre o tema exposto. Nele

-26-


todos falam, dão seus pontos de vista e expõem seus problemas pessoais. Há grande abertura. Aí então é que se colhem testemunhos valiosos! Quantos jovens estão ansiosos para "entenderem" o Cristo e colocarem nele o marco inicial de sua vida. Quantos moços desconhecem que a amizade verdadeira não consiste apenas em receber, mas mais ainda em dar desinteressadamente. Quantos desconhecem o real significado do namoro. Quantas "opiniões" são deturpadas, justamente pela onda de sexo e erotismo que campeiam pelo mundo todo! Como falta diálogo entre pais e filhos! ("Prefiro ir ao clube e bater papo com os amigos, do que ficar em casa vendo meu pai assistir TV e ler o jornal!") Há tantos testemunhos!!! A reunião é encerrada com alguma conclusão pelo grupo e com uma oração. Na equipe dos adolescentes há t ambém o par responsável (não com as exigências da equipe anterior). Essa equipe, no último Natal, promoveu uma reunião extra, tipicamente social, com troca de presentes para o "amigo secreto", música e jantar. A equipinha sempre procura pretexto para se encontrar e se reunir - especialmente quando é aniversário de um de seus membros. No último domingo de abril, os membros das duas equipinhas de adolescentes, e mais jovens convidados, num total de 40, passaram o dia todo, nas dependências do Colégio Diocesano, participando de um "DIC" (Dia de Informação Cristã) onde tiveram a oportunidade de ouvir palestras e participar de grupos de dinâmica que abordaram os seguintes assuntos: personalidade e maturidade, relacionamento pais e filhos, namoro, Cristo esse Desconhecido e Nós e a Igreja. De ano para ano, à proporção que as crianças vão ganhando mais idade, elas vão passando para as equipes de nível superior. Este ano estamos preparando o lançamento da equipinha infanto-juvenil, que abrangerá as idades de 7 e 8 anos.

I rene e Dionísio Pelo Setor de Taubaté

-27-


NOTíCIAS DOS SETORES

Bauru

Foi realizada em maio uma novena em louvor de Maria Santíssima, no santuário de Na. Sra. de Fátima, a fim de pedir-lhe que conduza os equipistas "à realidade do Evangelho e os ajude a celebrar o Ano Santo". O Setor insistiu no comparecimento não só dos equipistas como dos seus familiares e amigos, "para juntos pedir a Nossa Senhora que interceda pelo mundo que se angustia". Encerrou-se a novena no dia 13, com procissão penitenciai e Missa no Santuário. Os jornais da cidade deram cobertura ao acontecimento. A equipe caçula do Setor está sendo pilotada - para variar .. . - pelos veteranos Eva e Benedito (já pilotaram mais da metade das equipes de Bauru!). Colaboração ENS-Cursilhos

O Setor de Petrópolis recebeu do Secretariado dos Cursilhos um pedido de orações e sacrifícios pelo êxito espiritual dos Cursilhos a serem realizados nos dois meses seguintes. O pedido foi transmitido a todos os equipistas do Setor através do "Equipetrópolis", que encarece a importância de exercerem "essa modalidade de apostolado para o bem espiritual dos irmãos em busca do verdadeiro caminho para o Pai". Prefeito colabora com a preparação ao casamento

"Nos nossos dias, quando é tão difícil encontrar-se alguém disponível para o apostolado anônimo, às vezes até dentro do nosso próprio movimento, recebemos a graça de poder contar com a contribuição valiosa do sr. Prefeito e esposa, para encontros mensais em seu lar com grupos de noivos, a fim de prepará-los para o casamento. Para nós esse fato não foi surpreendente, pois conhecemos muito bem o espírito cristão que reina naquele casal, testemunho de humildade e fraternidade. Assim mesmo achamos muito importante esta comunicação: todos nós, menos ocupados, logicamente, que a autoridade maior do Município, encontramos, cons-

-28-


tantemente, a barreira do tempo em nossa caminhada. É mais uma prova de seu altruísmo, que precisa ser conhecido por todos nós. Esperamos, entretanto, que o mesmo não tome conhecimento deste nosso comunicado, pois temos a certeza que isto lhe desagradaria bastante. Vamos, irmãos, agradecer a este casal orando por ele, por sua família, por sua administração." Está explicado porque transcrevemos a notícia sem dizer de onde veio ... Compromisso da Equipe 1 de Juiz de Fora

Recebemos, através do "Equipetrópolis", notícia da realização do compromisso da primeira equipe de Juiz de Fora. Os e_quipistas daquela cidade compareceram em massa para participar da Santa Missa quando, no ofertório, os casais da equipe n. 0 1 pronunciaram seu compromisso, recitando a seguir a oração que transcrevemos: "Senhor, diante do Vosso Altar aqui estamos, os casais que compõem a Equipe n. 0 1 de Juiz de Fora, sob o patrocínio de Nossa Senhora do Sagrado Coração, escolhidos e chamados por Vós para uma especial missão. Missão que tem por fim difundir o Vosso Evangelho entre as famílias e dar testemunho de vivência cristã em nossos lares. Nós Vos oferecemos o nosso entusiasmo e a nossa boa vontade para o desempenho dessa missão, mas não nos esquecemos, Senhor, de nossas fraquezas e limitações. Dai-nos a perseverança e a força necessárias para sabermos cumprir com amor as tarefas que nos forem confiadas, sem a preocupação dos resultados imediatos. Assisti-nos com a Vossa Graça para oue uma verdadeira caridade fraterna exista entre nós e possa provocar o entusiasmo e a adesão daqueles que nos cercam." Pelo mesmo "Equipetrópolis" ficamos sabendo que a Coordenação de Juiz de Fora já tem o seu Boletim .. . Como é, Gilda e Gigi, vocês não vão mandá-lo para nós também? O endereço é Secretariado das E.N.S. - Para a Carta Mensal - Rua Horácio Lafer, 384 - SÃO PAULO. Organização do Setor A -

São Paulo

O Setor publicou e enviou aos seus equipistas uma pastinha contendo todos os dados referentes ao Setor. Inicia com um chamado: "Assim como a Igreja vive e cresce da participação de todos nós cristãos, o movimento das Equipes -29-


de Nossa Senhora também vive e cresce da participação e disponibilidade de todos os casais que o escolheram para ajudá-los na busca de Deus. A sua presença (às atividades programadas pelo Setor) é pois muito importante para a vida do Movimento. Contamos com vocês." Além da apresentação da Equipe de Setor e da relação de todas as equipes e equipistas componentes do Setor, são apresentadas todas as atividades do Setor: missas mensais, cuja organização foi distribuída entre as equipes do Setor, reuniões com os Casais Responsáveis, Reuniões mistas, tardes de formação, reuniões com os padres assistentes, etc., tudo num calendário muito bem feitinho. Consta da pasta também o calendário das reuniões da Equipe de Setor, que se reúne duas vezes por mês, para uma reunião de trabalho e para uma reunião de formação. Ambas as programações - do Setor e da Equipe de Setor - se estendem até junho de 1975 . .. Parabéns a Lourdinha e José Eduardo, a seus colaboradores, e ao Pe. Germano, e que seus planos e dedicação sejam coroados de bençãos. Atividades do Setor B -

São Paulo

Também o Setor B nos fez chegar às mãos a sua pasta, mais ou menos nos mesmos moldes, prevendo as atividades para o ano de 1974: missas mensais, reuniões da Equipe de Setor com os Casais Responsáveis de dois em dois meses, com o respectivo roteiro, reuniões mistas, confraternização. O boletim tem em epígrafe duas citações do Côn. Caffarel ("O amor e a graça") : "Uma comunidade fraternal é uma mensagem de Deus aos homens: sua mensagem mais importante, aquela que revela a vida íntima de Deus, sua vida trinitária. Não há discurso sobre Deus mais eloqüente e persuasivo do que o espetáculo de cristãos que 'são um' como o Pai e o Filho são um." "Nada glorifica mais a Deus que os cristãos unidos; é a grande obra-prima da graça divina. Deus se compraz nessa união, vendo nela um reflexo de sua vida trinitária. 'Os céus publicam a Glória de Deus', o amor fraterno publica o amor eterno." Dois textos realmente muito bem escolhidos e que podem servir de meditação para todos nós. Caçapava

Está formada a Coordenação de Caçapava, desmembrada do · Setor de Taubaté. Compõe-se de 4 equipes e seu Casal Responsável é Adélia e José Borges Gazolla. -30-


Deus chamou a si

Francisco de Felice -

Equipe 4 de Jundiaí

Recebemos de Jundiaí o seguinte comunicado: No dia 4 de maio, reuniram-se as equipes de Louveira, Vinhedo e Jundiaí para participar da missa de corpo presente, oficiada pelo Pe. Barra, juntando suas orações para que o Chico, que na terra soube viver uma vida exemplar de esposo e cristão, marcando sua passagem entre nós por um espírito alegre e bondoso que a todos cativava, pudesse chegar à felicidade eterna no convívio com o Pai. Deixou-nos, porque chegou o fim de sua jornada, um grande e entusiasmado equipista. Choramos a sua ausência mas resta-nos a alegria de sabermos que hoje ele se encontra na glória de Deus Pai.

-31-


SESSõES

DE

FORMAÇÃO

SETEMBRO- de 19 a 22- em Jundiaí NOVEMBRO -de 14 a 17 -na Guanabara

RETIROS

AGOSTO -

9 a 11 organizado pela Região São Paulo-Capital, na Chácara São Joaquim, em Valinhos. Pregador: Pe. Germano Van der Meers, s. v. d .

AGOSTO- 30 a 1 SET. organizado pela Região São Paulo-Capital, no Instituto Paulo VI, no Taboão da Serra. Pregador: Pe. Antonio Aqulno, S.J.

OUTUBRO- 4 a 6 organizado pelo Setor de Santos, no Instituto Paulo VI, no Taboão da Serra. Pregador: Frei Gilberto Longo

OUTUBRO -

18 a 20 organizado pela Região São Paulo-Capital, no Cenáculo, Taboão da Serra. Pregador: Pe . Paulo Raabe, s.v.d.

NOVEMBRO - 29 a 1 DEZ. organizado pela Região São Paulo-Capital, na Vila Dom José, Barueri. -32-


ORAÇÃO

PARA

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

A

PRóXIMA

REUNIÃO

Ef. 3, 14-21

Porisso, dobro os joelhos diante do Pai, no qual tem origem toda e qualquer família , no céu e na terra. Que ele se digne conceder, segundo a riqueza da sua glória, sejais armados de força, pelo seu Espírito, a fim de que se fortifique em vós o homem interior; que Cristo habite pela fé nos vossos corações; e que sejais enraizados e fundados no amor. Então, podereis compreender, com todos os cristãos, qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, conhecer o amor de Cristo, que supera todo o entendimento, para serdes repletos da plenitude de Deus. Àquele que pode, pela força que age em nós, realizar muito mais que tudo o que pedimos e imaginamos, a ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações e todos os séculos! Amém.

ORAÇÃO LITúRGICA -

(Judite, 16 -

2, 15-19)

Celebrai o Senhor ao som dos tambores, cantai ao Senhor com címbalos, entoai-lhe um cântico novo, exaltai e aclamai o seu nome. Cantemos um hino ao Senhor, cantemos um novo hino ao nosso Deus. Mestre, Senhor, vós sois grande, magnífico no vosso poder, e ninguém é mais forte do que vós. Toda a criação vos obedeça porque com uma só palavra fizestes todas as coisas; enviastes o vosso espírito e tudo foi criado, e nada pode resistir à vossa voz. Os fundamentos dos montes e as águas são abalados, as rochas fundem-se como a cera quando apareceis. Mas aqueles que vos temem são verdadeiramente grandes a vossos olhos.


EQUIPES NOTRE DAME 49 Rue de la Glaciêre Paris XIII EQUIPES DE NOSSA SENHORA 04538 - Rua Horácio Lafe r , 384 - São Paulo, SP -


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.