ENS - Carta Mensal 1975-7 - Outubro

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1975

NC? 7

Outubro

Editorial .. .. . . .... .. .......... . .. . ........... . Diretrizes para um1 pastoral familiar

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O prazer de servir

B

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Uma figura diferente de missionário . . . . . . . . .

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O que pensei no ônibus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Lembrando D. Paulo Rolim Loureiro

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Um equipista nos confins do Brasil

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Os direitos da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Sessão de formação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . . . 32


EDITORIAL

TRANSFORMARMO-NOS

COMO

MARIA?

"Nós todos devemos transformar nossos corações, abrindo os olhos para o mundo e para aquelas tarefas que podemos cumprir, todos juntos, para o progresso da humanidade" (Gaudium et Spes, n. 0 82, 3.0 ) . É esta afirmação do Concílio que cada um de nós faz sua. Transformar nosso coração, sim. Mas se quisermos saber "como" precisamos indagar primeiramente "porque" esta transformação é necessária. A primeira idéia que ocorre ao nosso espírito é que, "num mundo em que tudo muda, é preciso sem dúvida que nós também mudemos. A idéia é simples, sedutora. Mas, se olharmos mais de perto, quantas ambigüidades aparecem! "Tudo muda", dizem. . . Tudo mesmo? A universalidade, a totalidade das transformações, de fato, ficam para ser provadas. "É preciso que nos transformemos ... " Mas, quais os campos em que isto deve ser feito, e em que medida? O ser que muda deve conservar a sua identidade. Parece-me que a amplitude das transformações de que temos conhecimento hoje, das "mutações" (como se diz) das mentalidades, das relações sociais, das condições econômicas, etc., não é sufi.ciente para estabelecer a necessidade de uma mudança de nossos corações. Em que o acontecimento novo, as crises súbitas, o meio ambiente diferente, forçam um ser a transformar-se? Perguntei a mim mesmo o que, a este respeito, tinha acontecido a Maria, a mãe do Senhor e nossa mãe. Ela foi contemporânea de uma "mutação" fundamental, de uma mutação sem paralelo, e disso teve ela consciência. Ela não foi mais poupada do que nós dos transtornos, dos choques, das crises. A Anunciação alterou os seus projetos de futuro. O nascimento de seu Filho teve lugar em condições completamente imprevistas. A palavra de Jesus -1-


quando de seu encontro no Templo veio bruscamente fixar limites à autoridade de sua mãe e esta palavra ficou para ela enigmática. Quando seu Filho situou o parentesco segundo o espírito acima do parentesco segundo a carne, deve ter sido um choque para Maria, por mais próxima que dele estivesse espiritualmente. E quando seu Filho, que ela sabe ser tão bom, é tratado e punido como um malfeitor, o calvário é também para ela. Finalmente, ver morrer seu filho e a ele sobreviver, isto muda uma existência. A tudo isto, certamente, Maria se "adaptou". Mas pode-se dizer que ela tenha "mudado"? Trata-se mais, sem dúvida, de uma continuidade perfeita que se manifesta nos seus comportamentos sucessivos: o "fiat" implícito do Calvário, é o mesmo que o "fiat" explícito da Anunciação; e a maternidade universal inscreve-se, sem mutação, na linha da maternidade de Belém. Eis o que nos leva a refletir: sem dúvida, não é o acontecimento em si, por mais transformador que seja, que nos encurrala para uma transformação e que força em nós mesmos uma mudança. Eis assim pois outra idéia, que tem probabilidades de ser ao mesmo tempo mais justa e mais rica: o mundo em transformação não é para nós uma causa, mas sim um sinal, um aviso, um apelo. Só há verdadeira necessidade de transformação para o homem que através do acontecimento descobre seu próprio pecado, de ação ou de omissão, real ou possível. Maria, sem ter que "mudar", podia continuar a ser ela mesma, na plenitude da graça que, de repente, correspondia à situação nova criada pelo acontecimento (o que, tranquilizemos os teólogos, não exclui de nenhum modo um crescimento na graça). Mas nós, se temos que "mudar", é que o pecado sempre nos ameaça e nos atinge: temos necessidade constante de livrar-nos de sua influência. O que nos leva a mudar uma co;sa é a tomada de consciência de que outra é preferível. O que nos leva a mudar a nós mesmos é a tomada de consciência de que, com isto, responderemos melhor ao apelo de Deus e às necessidades dos homens. Não há ser sensato que escolha deliberadamente mudar para pior. Se a mudança não consiste numa passagem de um mal para um bem (conversão) ou de um bem para outro melhor (progresso) não tem sentido. A vontade autêntica de mudança não procede pois de uma decisão arbitrária, de um capricho, de uma fantasia. É o ponto de chegada de todo um processo de tomada de consciência. E é nesse processo que intervém e que preenche o seu papel a consideração daquilo que muda ao redor de nós. Uma informação sempre mais ampla chama a nossa atenção sobre necessidades desconhecidas e nos assinala a presença de exigências novas:

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revela-nos assim os nossos egoísmos, as nossas om1ssoes, as nossas injustiças, tanto pessoais como coletivas. É esta uma condição necessária a toda conversão e a todo progresso. Mas não é suficiente perceber as necessidades e exigências de nosso tempo. É preciso ainda discernir-lhes as respectivas urgências, pesar nossas possibilidades concretas e a elas responder; estabelecer em conseqüência um programa de ação e um · plano de vida. Há então todo um trabalho de inteligência, uma reflexão a ser conduzida em conjunto, uma correção mútua dos pontos de vista, tal como pode ser praticada pelo casal e pela equipe. Sem esquecer que esta reflexão não poderia ser uma iniciativa puramente racional, um simples assunto técnico: deve ser amparada pela oração e animada pelo amor. Como escreve o Pe. de Lubac, "as renovações mais decisivas partem menos dos planos dos reformistas do que das criações dos santos".

Roger Tandonnet, s.j.

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DIRETRIZES PARA UMA PASTORAL FAMILIAR

Há um ano, realizava-se a Assembléia do Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo). Durante um fim-de-semana, 70 casais, pertencentes a vários Movimentos e membros das Comissões Regional e diocesanas do Ano da Família, inclusive muitos equipistas, estiveram reunidos com seus Bispos, procurando definir os objetivos de uma Pastoral Familiar. Partindo da premi.ssa que "a família é o lugar excelente e privilegiado de humanização à luz do Evangelho", os presentes abordaram a Pastoral Familiar em todos os seus aspectos. Damos aqui o essencial do documento elaborado a partir das reflexões e sugestões dos participantes.

I -

O QUE PRETENDE A PASTORAL FAMILIAR ?

Dois aspectos se apresentam: a Família enquanto voltada para si e enquanto membro da Sociedade e da Igreja.

A Família enquanto voltada para si - A Pastoral Familiar deve ter a preocupação constante de descobrir e revelar os valores positivos e permanentes da vida familiar; levar a Família ao respeito e valorização de cada um de seus membros, a compreender e viver o dinamismo e a fecundidade do amor. Sua meta será a valorização do sacramento do Matrimônio e a transformação da família em Igreja Doméstica. Através de todos os agentes e instrumentos de Pastoral Familiar, o esforço deve se orientar no sentido de que os pais vivam a espiritualidade e santidade do sacramento do Matrimônio, incentivando-os a levarem os filhos e familiares à descoberta e realização da própria vocação à santidade e ao serviço a que são chamados, tanto na comunidade eclesial quanto na comuni-

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dade mais ampla de toda a humanidade, conscientizando-os ainda de que esta vocação pode levar para o matrimônio, como também para o sacerdócio e a vida religiosa. Dentre os valores da família, não pode descurar a Pastoral Familiar do dia a dia da vida doméstica. Prestará portanto atenção especial às angústias, necessidades, exigências, direitos e obrigações da Família.

A Família enquanto membro da Sociedade e da Igreja- Célula viva do corpo social, a Família dele recebe influências decisivas, como também é chamada a dar a sua parcela de colaboração na construção de uma sociedade de acordo com os desígnios de Deus. A Pastoral Familiar deve portanto orientar a Família no senso crítico que a habilite a discernir, dentre as influências que a envolvem e pressionam, aquelas que constituem valores positivos e essenciais, daquelas que são formas acidentais ou históricas e que devem ceder lugar a novas expressões. Por outro lado, considerada a Família como formadora de pessoas, cabe à Pastoral Familiar preocupar-se com o desenvolvimento da justa mentalidade da Família no sentido de sua abertura para o social, para fazer dela uma verdadeira comunidade de fé, capaz de viver, testemunhar e transmitir a mensagem de Cristo às outras famílias, como também de levar os seus membros a um engajamento na construção do mundo.

Família, Hierarquia e Pastoral Orgânica - A simples enumeração destes vários aspectos, longe de ser exaustiva, torna evidente a complexidade dos objetivos a serem gradativamente abordados pela Pastoral Familiar, cuja atuação deve ser a expressão da corresponsabilidade de todos os membros da Igreja, Pastores e Leigos. Cabe evidentemente um papel todo especial aos vários movimentos e grupos a quem compete colaborar ativamente na dinamização de todas as forças vivas, em todos os níveis da Igreja. Respeitada a pluralidade e peculiaridade desses movimentos, respeitadas as características de cada Igreja Particular, é evidente a necessidade de uma unidade de objetivos, bem como da coordenação de um trabalho orgânico que permita discernir e sentir os problemas da família, de todas as famílias, em todas as áreas, particularmente as mais necessitadas de humanização e evangelização, merecendo especial atenção as famílias da periferia das grandes cidades, da classe operária e da área rural. Identificados assim os problemas, através do trabalho destes movimentos e grupos, serão eles ponto de partida e apoio para a dinamização da Pastoral Familiar.

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I I - QUAIS DEVEM SER AS PRINCIPAIS PREOCUPAÇõES DA PASTORAL FAMILIAR?

Este item foi estudado também sob vários ângulos.

Em relação à valorização da Família - Destaca-se a recomendação para que se incentive, junto às famílias, a formação entre si de pequenas comunidades que busquem a formação integral de seus elementos, o seu crescimento na vivência do Evangelho, no auxílio mútuo, no amor, na procura da melhoria do meio ambiente, nos demais valores. Deve ainda a Pastoral Familiar conscientizar os casais em relação ao sentido humano e cristão da Família bem como à missão que é chamada a realizar, alertando-a, ainda, sobre as influências negativas que vêm de fora e esclarecendo-a sobre o verdadeiro e atual sentido da planificação familiar e da paternidade responsável. Em relação à espiritualidade sacramental - A Pastoral Familiar deve ter por preocupação levar as famílias cristãs a fazerem de seu lar uma pequena Igreja Doméstica. Isto requer a difusão da doutrina sobre o sacramento do Matrimônio, a vivência de uma espiritualidade conjugal e familiar, a elaboração de uma liturgia doméstica - atividades estas que cabem aos agentes de Pastoral Familiar, leigos e sacerdotes aprofundar e difundir. Em relação à corresponsabilidade eclesial e organicidade pastoral - Levando em conta os carismas de cada um, os vários movimentos ou agentes de Pastoral Familiar devem entrosar-se na Pastoral Orgânica da Igreja Particular e Paroquial. Por ou~ro lado, deve-se procurar despertar outros movimentos para a Pastoral Familiar. Em particular, dada a correlação entre Pastoral Familiar e Pastoral da Juventude, deve ser estimulado o entrosamento entre ambas. Em relação à atividade missionária - Foram analisados os problemas que gravitam ao redor da Família e sobre os quais a Pastoral Familiar é chamada a voltar as suas vistas e atividades. É vasto o campo de influências que lhe cabe abordar. Há, assim, a problemática dos anciãos, das viúvas, dos casais em crise, dos desajustados ou desquitados... o problema das mães solteiras, dos empregados domésticos, das famílias marginalizadas, das famílias dos reclusos. . . o problema da juventude, dos menores abandonados. . . Outro aspecto, é o do mau uso dos meios de comunicação social, particularmente da televisão, para o que cabe formar o senso crítico da família e despertá-la para uma ação conjunta no sentido de uma união para tornar eficiente uma fiscalização visando impedir a produção de programas deseducativos.

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I I I - PEDAGOGIA E INSTRUMENTOS DA PASTORAL FAMILIAR.

Dever-se-á procurar a coordenação dos diversos movimentos de Pastoral Familiar nos vários níveis - paroquial, diocesano, regional - através de novos órgãos, como sejam os Conselhos Diocesanos de Pastoral e os Conselhos Paroquiais, entrosando-os assim na Pastoral Orgânica da Igreja Particular. Lembrou-se a conveniência de se formarem agentes especializados para a Pastoral Familiar e, ainda, de se incentivar o clero a dar um maior apoio à Pastoral Familiar e nela se entrosar. Sugeriu-se a criação do Conselho Regional de Pastoral Familiar, a quem caberia a pesquisa e o estudo da problemática familiar, em estreita união com Centros de Orientação Familiar, destinados, estes, a ajudar casais em crise ou famílias com problemas, recomendando-se ainda a participação direta das cúpulas dos movimentos no referido Conselho. Foi dada ênfase especial aos Cursos de Preparação para o Casamento, recomendando-se a revisão, reformulação e unificação dos métodos, incluindo neles a continuidade de sua ação junto aos recém-casados, de modo a levá-los a integrarem-se nas comunidades e movimentos. Sugerida, ainda, a preparação remota dos jovens para o casamento, através de programas de formação de namorados. A preparação para os vários sacramentos, como Batismo, Crisma, Primeira Eucaristia, constitui também meio para atingir a família e conscientizar os pais de suas responsabilidades, inclusive a de serem eles mesmos os catequistas de seus filhos, o que requer a montagem, nas paróquias, de cursos para os pais. Dentre os meios para atingir a família em seu próprio meio ambiente, recomendou-se estimular o entrosamento com as Associações de Pais e Mestres e a formação de Círculos Bíblicos, grupos de reflexão e oração, etc. Lembrou-se também a conveniência de oficializar a realização da Semana da Família em todas as dioceses, e de aproveitar as várias Campanhas levadas a efeito no decorrer do ano litúrgico. Os trabalhos da Assembléia Regional revelaram com toda a evidência a amplitude do programa que se oferece para a Pastoral Familiar e a necessidade da continuação dos trabalhos, para uma abordagem mais sistemática dos aspectos a serem focalizados a curto, médio e longo prazo. Ficou assim proposto que o próximo encontro de Pastoral Familiar tenha como temário a "Preparação para o Casamento", a fim de que se alcance unidade neste setor.

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O PRAZER DE SERVIR

Toda a natureza é um anelo de "serviço". Serve a nuvem, serve o vento, serve a chuva. Onde houver uma árvore para plantar, P,lanta-a tu; onde houver um erro para corrigir, corrige-o tu; onde houver uma tarefa que todos recusam, aceita-a tu. Sê quem tira a pedra do caminho, o ódio dos corações e as dificuldades dos problemas. Há a alegria de ser sincero e de ser justo; há porém, mais do que isso, a formosa, a imensa alegria de servir. Como seria triste o mundo, se tudo estivesse feito, se não houvesse uma roseira para plantar, uma iniciativa para tomar Não te seduzam as obras fáceis. ~ belo fazer tudo o que os outros se recusam a executar. Não cometas, porém, o erro de pensar que só tem merecimento executar as grandes obras; há pequenos préstimos que são bons serviços: enfeitar uma mesa, arrumar uns livros, pentear uma criança. Aquele é quem critica, este é quem destrói. O servir não é próprio dos seres inferiores. o fruto e a luz, serve.

Sê tu quem serve. Deus, que nos dá

Poderia chamar-se o SERVIDOR. E tem seus olhos fixos em nossas mãos e nos pergunta todos os dias: serviste hoje? A quem? A árvore, ao teu amigo, à tua mãe?

Gabriela Mistral

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UMA

FIGURA

DIFERENTE

DE

MISSIONARIO:

ALBERT SCHWEITZER

"Eu era professor na Universidade de Estrasburgo, organista e escritor. Como e por que larguei tudo isso para me tornar médico na África Equatorial? Lera diversos escritos e ouvira testemunhos de missionários revelando a miséria física dos indígenas das selvas. E quanto mais refletia nisso, menos conseguia compreender como era que nós, eu1'opeus, nos preocupávamos tão pouco com a grande tarefa humanitária que nos incumbe nessas regiões longínquas. Parecia-me que a parábola do opulento mau e do pobre leproso se aplicava bem ao nosso caso. Tais considerações atuaram em mim a tal ponto que decidi, na idade de trinta anos, estudar medicina, para tentar, pessoalmente, na Africa, a realização de tais idéias. Em princípios de 1913, me doutorei em medicina. E, na primavera desse mesmo ano, parti para o Ongoval, na Africa Equatorial, para lá iniciar, junto com minha mulher, que fizera o curso de enfermeira, minhas tarefas." (1)

Uma das mais impressionantes figuras do nosso tempo, Albert Schweitzer, teólogo, filósofo, escritor, musicólogo e organista, médico e cirurgião, tinha a multiforme aptidão peculiar aos gênios. Nascera há 100 anos, a 14 de janeiro de 1875, na pequena localidade de Kaysesberg, na Alsácia, filho de um pastor protestante. Aos cinco anos de idade, começou a estudar música com o pai, primeiros passos para uma paixão que o acompanharia até o fim da vida, ou seja a música de Bach, que viria a

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tocar, como exímio organista, em quase todas as capitais da Europa. Formou-se em filosofia e teologia e exerceu o ministério como pastor coadjutor durante 12 anos. Lecionou teologia durante 10 anos na Faculdade Protestante de Estrasburgo, da qual viria a ser reitor. Mas isso ainda não era suficiente para esse homem generoso. Diz um dos personagens numa peça de teatro do filósofo suíço Gabriel Mareei que todo pai, para sentir-se realizado, "precisa ter um filho pastor, um filho professor e um filho médico". Pois o filho do pastor Schweitzer viria a ser as três coisas a um só tempo ... A 13 de outubro de 1905 - ele mesmo lembra a data em sua auto-biografia - surge a vocação missionária, e resolve então estudar medicina. Demonstrando uma resistência física descomunal, ao mesmo tempo em que leva a cabo os seus estudos de medicina, continua com seu ministério, como mestre de conferências na Faculdade de Teologia e ainda assume o cargo de organista da Sociedade Bach ~e Paris. Casa-se em 1912, faz um ano de estudos de medicina tropical e, em 1913, parte para o Gabão, para o que se tornaria a razão de ser de sua vida - a alta missão que a si mesmo se impôs: dedicar-se de corpo e alma aos indígenas daquela região da Africa Equatorial. Realiza a sua primeira operação num galinheiro improvisado em hospital. . . Passa cinco anos em Lambarene e volta para a Europa, quando reassume as suas funções como pastor e inicia uma série de conferências e aulas em universidade de varws países. Voltando para Lambarene, aumenta o hospital e consegue a ajuda de algumas enfermeiras e de dois médicos. Para manter e ampliar o hospital, volta periodicamente para a Europa, onde, mediante conferências, concertos de órgão e edições dos seus livros, angaria fundos. De 1939 a 1948, devido à guerra, permanece na Africa e, no silêncio da selva, escreve páginas muito duras sobre a civilização cristã e as guerras. Em 1951, é agraciado com o Prêmio da Paz, da Associação Alemã de Editores, em 1952 é eleito membro da Academia de Ciências Morais e Políticas da França e, em 1953, é contemplado com o Prêmio Nobel da Paz, suprema consagração. -10-


Com o dinheiro do Prêmio, constrói um leprosário. O "Dr. Schweitzer", como era carinhosamente chamado, não se preocupava muito com o progresso científico. Mesmo porque não aceitava subvenções oficiais ou religiosas e contava apenas com doações particulares. Em matéria de modernização do equipamento do hospital, a maior inovação que introduziu foi um laboratório de análises clínicas - e o galinheiro inicial, 50 anos depois, transformara-se apenas num conjunto de 70 cabanas. Em compensação, preocupava-se sobremaneira com o tratamento humanitário dispensado aos pacientes. O corpo clínico, de 5 médicos, 12 enfermeiros europeus e americanos e 25 auxiliares africanos, era composto de idealistas, atraídos pela fama de um homem que, apesar de sua imensa cultura, dedicava sua vida a alguns pobres indígenas da selva africana. Nas cabanas que compunham o hospital, o Dr. Schweitzer deixava que os 500 pacientes se fizessem acompanhar pelos seus familiares e animais de estimação, "para que se sentissem mais seguros". No fim de sua vida, quando o leprosário abrigava 180 doentes, dedicou-se especialmente aos doentes mentais que, se deixados nas suas tribus, eram encerrados em jaulas. Nos últimos anos da sua vida, o homem que escrevera "História das Investigações sobre a Vida de Jesus" perde a fé na divindade desse mesmo Jesus... Não foi de repente: a ferida provocada na sua alma eminentemente pacífica pelas guerras fê-lo duvidar da eficácia do cristianismo - desiludiu-se completamente com a civilização dita cristã. No isolamento da selva, o contato diário com a humanidade sofredora o aproximara tanto do homem que embaçara na figura do Cristo o Deus Sa~vador. Depois do Prêmio Nobel, que o tornou universalmente conhecido, esse octogenário, exemplo de dedicação cristã ao próximo, cujos dias se passavam em aliviar o sofrimento alheio e cujas noites eram dedicadas ao estudo e à música, tornou-se uma figura empolgante para muitos. Sua vida até inspirou uma peça de teatro, intitulada "É meia-noite, Dr. Schweitzer .. . ". Pois era à noite que escrevia os seus livros - publicou mais de 22, começando com "João Sebastião Bach, músico-poeta" e "A História das Investigações da Vida de Jesus". Foi um grande estudioso de São Paulo: "Histórias das pesquisas sobre a doutrina de São Paulo" e "Mística do Apóstolo Paulo". Escreveu ainda vários livros de filosofia: "Filosofia da Civilização", "Estudo comparativo do Cristianismo e das religiões do mundo",' 'Os grandes pensadores da índia". Sua experiência na Africa também foi objeto de livros, como "Na orla da floresta virgem" e "Histórias da floresta virgem". -11-


Quando morreu, 10 anos atrás, a 5 de setembro de 1965, com 90 anos - dizem que ouvindo Bach -, certamente foi-lhe dado ocupar o lugar que o Cristo preparara para ele. Aquele mesmo Cristo do qual duvidara deve tê-lo chamado pelo nome, dizendo: ''Venha, bendito do meu Pai, pois eu tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber, era estrangeiro e me acolheste, estive nu e me vestiste, doente e me socorreste ... "

ALGUNS EXTRATOS DOS ESCRITOS DE A. SCHWEifl'ZER

O evangelho de Jesus se dirige ao homem tal como é e lhe ensina como deve libertar-.se interiormente do mundo ao mesmo tempo em que vive e age no mundo .

o Ao pregar o Evangelho, devemos abolir no coração dos homens a necessidade de tudo conhecer e de tudo compreender, e conduzi-los em direção à única coisa que importa: o desejo de estar em Deus, pela comtmhão espilitual com o Cristo . Por esta existência em Deus, nós nos elevamos acima dos mistérios que nos preocupam e dos problemas que nos angustiam.

o A renovação do cristianismo cujo advento esperamos será a volta à intensidade direta da fé dos primeiros cristãos. ll: claro que uma restauração total da fé cristã primitiva é impossível, porque ela se expressava em concepções . impostas pelas circunstâncias de então, às quais não podemos voltar. Mas podemos fazer nossas a sua essência espiritual. Consegui·- lo-emos na medida em que lutaremos para adquirir a fé viva no Reino de Deus e nos considerarmos nesse reino como homens liberados desse mundo pelo Cristo.

o As religiões da índia ensinam ao homem o recolhimento. . . Somos por demais levados a representar-nos o cristianismo unicamente como uma at.ividade, somos muito pouco contemplativos, muito preocupados demais conosco mesmos. Falta-nõs o recolhimento. Não nos falta somente porque é difícil de ser atingido em nossa existência estafante, cheia de afazeres, mas porque, menosprezando a sua importância, não nos esforçamos suficientemente para atingi-lo e nos contentamos muito facilmente em viver como homens sem recolhimento, cuja única meta é procurar realizar o bem. (1)

"Entre a Agua e a Selva", Edições Melhoramentos.

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PALAVRAS AOS EQUIPISTAS

O QUE PENSEI NO ÔNIBUS

No ônibus, voltando de São Paulo para Marília, tive tempo de meditar. O assunto, muito atual. Há tempos que queria abordar o tema: "Pobreza evangélica". O Concílio quer que a Igreja seja serva e pobre. Sem dúvida há bispos, padres e religiosos que iniciaram uma revisão de vida nesse sentido. Eu sei que nós temos ainda muito por fazer ... O problema da pobreza na Igreja também é problema dos leigos. Por isso convido os equipistas a refletir sobre o assunto.

Primeiro. Eu gostaria que cessássemos de repetir: o dinheiro é curto. Pelo contrário, o dinheiro aumenta para as classes médias e superiores. O dinheiro não diminui, são as despesas que crescem a olhos vistos. Quem vai negar que seu nível de vida é bem melhor que há dez anos? Pense no seu carro (talvez nos seus carros), nos seus televisores, na sua casa, nas suas férias, etc. Cada vez que visito meu bairro, tenho a impressão de que a última casa é maior e mais rica que as outras. Há uma espécie de competição ... Segundo. Você já pensou em fazer seu orçamento mensal ou anual? Qual a porcentagem que você consagra às despesas supérfluas, por exemplo, bailes, festas, loterias, roupas desnecessárias, "shows", etc.? Terceiro. Também faça o orçamento do dinheiro investido a serviço da Igreja ou das obras sociais. Exemplifiquemos. Você ganha 10.000 cruzeiros mensais. Se você dá às obras caritativas 100 cruzeiros (inclusive 33 cruzeiros como contribuição mensal às Equipes), isso representa apenas 1% de sua renda! Se você ganha 15 .000 ou 20 .000, faça o cálculo sozinho! Sabemos que certos protestantes pagam o dízimo no duro, um dízimo de 10%. E você, qual a porcentagem que você devolve a Deus? -13-


Quarto. Sem dúvida, sendo generoso, você acha ruim a miséria social. Mas será que a miséria vai desaparecer se nós não sabemos partilhar? E será que podemos partilhar sem nada sacrificar? Quinto. Você sabe muito bem que a propaganda comercial é mentirosa, mas quantas vezes não resiste a ela! O crediário não vai fazer a felicidade de ninguém. Eu sei que seus filhos . são bombardeados pela propaganda. Mas se você é mais ou menos escravo da propaganda, seus filhos podem se libertar dela? A culpa não é só deles. Sexto. Sua vida é super-agitada? Não tem tempo para o famoso diálogo com Deus, com o cônjuge, com os filhos? Enfim, não tem tempo para viver. Examine-se. Com um pouco mais de disciplina e suprimindo algumas despesas inúteis ou supérfluas, sua vida não seria um pouco mais humana? Termino minha "chacoalhada" com um fato. A Comissão de Justiça e Paz da Austrália publicou uma declaração exortando a população do país, sobretudo os católicos, os hospitais e as escolas católicas a não comprar TV a cores, considerando fútil essa despesa no momento em que todos devem partilhar com os necessitados. Cada qual era convidado a fazer a si próprio três perguntas: a TV a cores vai melhorar a qualidade da vida dos australianos? vai enriquecer as relações humanas e o modo de viver da gente? os australianos realmente precisam de TV a cores? A essas três perguntas a Comissão responde: Não ... Meu amigo equipista, no mundo atual, a missão das Equipes não seria lembrar os valores evangélicos, através da oração e da pobreza evangélica? Acredito que sim. Tornarei a falar sobre o assunto. Pe. Alberto Boissinot Conselheiro espiritual do Setor de Marilia

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LEMBRANDO D. PAULO ROLIM LOUREIRO

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Mogi das Cruzes, ou seja, toda a Diocese acorreu para as últimas homenagens prestadas ao seu primeiro Bispo, no último dia 4 de agosto, quando era sepultado na "Cripta da Ressurreição", como a denominou D. Paulo Evaristo Arns no sermão das exéquias. Um acidente fatal levou-o de nosso meio. Ele que viera para esta Diocese para "servi-la como filho, evangelizá-la como missionário, regê-la como bispo", como afirmava na primeira Carta Pastoral de 30-12-1962, data de sua posse. Com toda a razão pôde dizer no mesmo documento que "dela daremos contas a Deus e esperamos seja ela um dia nosso maior título de glória no céu". Procurou sempre o saudoso bispo velar pelo rebanho, repetindo como João: "guardei-os e nenhum deles se perdeu ... por eles me sacrifico para que sejam verdadeiramente santificados". Era conhecedor da história de seu povo, aproveitando boas c;portunidades para repeti-la aos circunstantes, concluindo com lições de elevada moral e religiosidade. Tinha um senso profundo da necessidade de respeito à Hierarquia, atribuindo a ela um sentido transcendental de caridade: "A hierarquia, escrevia na Carta citada, é exatamente esta fonte de bondade que a Bondade Suprema suscitou entre os membros de sua Igreja. Eis porque a criação de uma Diocese vem a ser um bem enorme para um povo: significa a presença de um Bispo, escolhido por Deus para fazer bem ao seu povo". "Continua entre os homens a mediação de Cristo, exercendo-a visivelmente, conferindo a verdade e a santificação de Cristo". Entendendo que a principal missão do Bispo era evangelizar, como profeta da Palavra de Deus, nunca deixou de falar ao "povo de Deus", como costumava dizer, insistindo nas principais verdades da fé e da moral cristã. O longo tirocínio na Arquidiocese de São Paulo fizera dele, segundo já afirmávamos no Discurso de saudação do Jubileu episcopal, "o hierarca perfeito administrador dos bens eclesiásticos -15-


e o cuidadoso provedor dos bens espirituais das almas cristãs." Ordenou os bens materiais da diocese e propugnou pela afirmação do reino de Deus entre as almas. Assim, o Bispo que, como Vigário Geral da Arquidiocese, criara e instalara cento e cinqüenta novas paróquias, disseminou novas paróquias pela sua Diocese, provendo-a de sacerdotes e convocando religiosas e leigos para auxiliá-lo na obra de Deus. Desde a primeira Carta Pastoral, já esperava contar com o apostolado familiar das Equipes de Nossa Senhora, a cujo movimento sempre deu o mais generoso apoio, mostrando-se pressuroso a colaborar de perto com as realizações dos equipistas. No dia seguinte ao de sua morte estava programado o Curso de Noivos, no qual teria participado durante toda a tarde e noite com os casais. Na primeira vez que participou de um encontro local, deu mostras de conhecer profundamente o movimento. Queria que fosse atingido um maior número de famílias, pois acreditava na eficácia dos métodos seguidos pelas Equipes para a santificação familiar. Além da pastoral estritamente religiosa, o saudoso bispo cuidou de tudo aquilo que promovesse o homem. Assim, dedicou-se a obras assistenciais, culturais, cívicas, através de apoio e de ação direta.

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Cumpriu, na vida, seu lema de Bispo: "Praestans Parvulis" (Servindo aos pequenos), porque sabia e repetia que o Reino de Deus é dos pequeninos. Pretendeu sempre servir e não ser servido, voltando-se para todos sem exceção, "porque o Bispo que os recebe por vontade de Deus e é por eles recebido tem por todos a estima que merecem: "vós sois de Cristo e Cristo é de Deus" (Carta Pastoral). De sua pessoa guardamos a saudade e a lição de uma vida inteiramente dedicada à causa de Deus e dos homens, por amor do próprio Deus.

Paulo Marcondes Carvalho Responsável do Setor de Mogi das Cruzes

• Foi há pouco mais de dez anos. Recebemos um telefonema: "D. Paulo Rolim Loureiro gostaria de começar uma Equipe de N assa Senhora em Mogi. Disseram-nos para falar com vocês ... "

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I.


Algumas semanas depois, estávamos numa acolhedora residência em Mogi e fizemos, na presença de D. Paulo e de meia dúzia de casais, a reunião de informação. Dela nasceu a primeira equipe de Mogi, que seria pilotada por Ione e Paulo, de São José dos Campos, pois a interminável seqüência de engarrafamentos e curvas que tivemos que enfrentar naquela noite nos fez ver a inviabilidade, para um casal de São Paulo, de empreender, todo mês, aquela viagem! Hoje, com a estrada nova, não haveria esse problema, mas há dez anos era bem mais fácil ir a Mogi a partir de São José. D. Paulo, naquela noite, incentivou a todos e abençoou aquela primeira semente, pedindo a Deus que dela nascessem muitos frutos para o Seu Reino. Passaram-se quase dez anos antes que encontrássemos novamente D. Paulo. Foi em Itaici, por ocasião daquela memorável assembléia em que pastores e leigos lançaram juntos as bases de uma pastoral familiar para o Estado de São Paulo. Não havia mudado nada e mostrou-nos aquela cordialidade que lhe era peculiar.

...

Mais dois meses e fomos a Mogi, a convite de Leila e Paulo, Responsáveis pelo Setor - a semente, bem abençoada pelas orações zelosas do Pastor, crescera - para falar sobre o sentido cristão do Na tal. No final da tarde, qual não foi nossa surpresa ao ver D. Paulo entrar no colégio: sabendo de nossa presença ali, viera especialmente para nos cumprimentar. Disse de sua felicidade ao ver-nos novamente em Mogi, principalmente "nessa ocasião" - é que, não sabíamos, mas haviam transcorrido exatamente dez anos desde aquela noite em que lançáramos, na reunião de informação, o alicerce da primeira equipe. Por isso Leila c Paulo nos haviam convidado: queriam comemorar o aniversário da fundação do Movimento em Mogi. . . Ficamos comovidíssimos quando nos disseram isso e nos presentearam com uma placa co-memorativa e uma caixa de doces da terra. Bem, mas estávamos falando de D. Paulo. Pois parece que foi ontem que entrou no colégio, disse todas aque~~s palavr~s amáveis e foi-se, rápido, porque saíra de uma reumao e precisava voltar para lá. Assim era D. Paulo: gentil e eficiente, procurando atender a todos e a tudo, com aquela bondade paterna que caracteriza o pastor. Muitos anos de Cúria (23, bem contados) lhe haviam dado aquele traquejo. Ordenado pelas mãos de D. Duarte Leopoldo, a 15 de agosto de 1934 - na festa de Nossa Senhora -, no ano seguinte foi chamado por D. José Gaspar, então Bispo-Auxiliar, para ser o seu secretário. Em 1939 já era Chanceler do Arcebispado. Foi a este título e como Vigário-Geral - fora nomea-17-


do Bispo-Auxiliar do Cardeal Motta em 1948 - que somou todos aqueles anos a serviço da Arquidiocese de São Paulo à frente da Cúria. Criada a diocese de Mogi das Cruzes, pelo Papa João XXIII, tomou posse como primeiro bispo, no dia 30 de dezembro de 1962. A diocese de Mogi compreende municípios do Grande São Paulo como Guarulhos, Poá, Itaquaquecetuba e outros. Foi grande a consternação pela sua morte repentina: viera a São Paulo para batizar o filho de uma família amiga, quando o seu automóvel foi colhido por um ônibus, no dia 2 de agosto. Nas exéquias, realizadas no dia 4, mais de 8.000 pessoas lotavam a Cat edral de Mogi. Agora que Deus o chamou à Sua presença, intercede pelas suas ovelhas e, certamente, pelas equipes de Mogi, pelas quais sempre demonstrou tanto carinho.

Monique e Gérard Equipe n9 4, São Paulo

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UM EQUIPISTA NOS CONFINS DO BRASIL

Eis a carta que Esther e Marcelo receberam alguns meses atrás de Elio Nepomuceno de Andrade, equipista de Porto Alegre agora servindo na unidade militar de Clevelândia do Norte, no Oiapoque (Amapá).

Queridos amigos Esther e Marcelo, A saudade que temos de todos os equipistas se reflete principalmente sobre vocês, que Deus, na sua bondade e sabedoria, nos deu como Responsáveis. Estou servindo na Colônia Militar do Oiapoque, em Clevelândia do Norte, distrito do Oiapoque, AP interrompi aqui para ir até o Hospital atender a um chamado - graças a Deus posso ser útil aos nossos pobres irmãos do Funrural, Funai e desprotegidos do Oiapoque, sem considerar os colegas, superiores e subordinados (como deixei a caneta por lá, continuo de lápis) Clevelândia do Norte é distrito do Oiapoque, se bem que muito maior do que a sede, devido ao Quartel. Isto aqui é um paraíso nos confins do Brasil. Não possui endemias nem mosquito. A vida em comunidade social é excelente, porém a comunidade cristã deixa a desejar. Domingo, fizemos a homilia e demos graças ao Espírito Santo por nos ter possuído, porém são grandes as dificuldades, devido ao gelo em que vivem os fiéis. São assistidos por um missionário italiano que está com intenção de formar uma comunidade de base. Já esteve conosco e queria, no próximo domingo, nos lan-

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çar como Presidentes do Conselho, mas não aceitamos, pois achamos que deverá formar o grupo primeiro. Isto é apenas um pedaço das dificuldades religiosas da área na qual Deus deve ter nos reservado um papel. Graças às Equipes de Nossa Senhora, não nos falta coragem, nem discernimento, mas sentimos falta do apoio "logístico" de vocês. Devido ao afastamento meio longo de Porto Alegre, temos recebido cartas do nosso Responsável, porém, nos fazem falta "aquelas" Cartas Mensais que nos ligam a vocês, e aquelas cartinhas de nossos queridos amigos Dirce e Rubens, de quem jamais esqueceremos a atenção, as orações e tudo o mais que nos dispensaram na Sessão de Formação de Dirigentes do Rio. Nenê-Zinho e Inha-Paulo Alex, se tiverem tempo nos escrevam e orem por nós- se não tiverem, orem somente, pois aqui muito necessitamos do apoio de todos vocês, pois numa terra em que somente se assiste à missa é mister agirmos também. Em 25 de fevereiro de 1976 deveremos, se Deus quiser, estar saindo daqui para o Sul. Já tive vontade de pedir a vaga da Escola Preparatória de Campinas, mas tenho medo da grande São Paulo. Se não for para Campinas, retornaremos para Porto Alegre, onde o Pauletti no-s aguarda com toda a força. Marcelo, espero que tua saúde esteja boa e que você, Esther e os filhos estejam na graça de Deus, que vocês merecem por tudo que fizeram e fazem pelos casais brasileiros.

Elio E. T.- A Vera aguarda cegonha -

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será Paraense ou Amapense.


OS

DIREITOS

DA

CRIANCA

O primeiro dever dos pais para com os filhos é o de se amarem ou ao outro, pois a primeira necessidade da criança é crescer num lar unido e encontrar pai e mãe unidos numa só vontade. Jacques Leclerq

Dlzem vocês que sou o futuro: não me desamparem no presente. Dizem que sou a esperança da paz: não me preparem para a guerra. Dizem que sou a promessa do bem: não me deixem entregar ao mal. Dizem que sou a luz dos seus [olhos: não me deixem mergulhado na [escuridão. De vocês não espero o pão apenas: dêem-se a luz do entendimento. Não quero de vocês o carinho so[mente: suplico-lhes amor com que me [eduquem. A vocês, não peço apenas brin[quedos: peço-lhes boas palavras e bons [exemplos. (Do Boletim de São José dos Campos)

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Se uma criança vive com críticas -

ela aprende a condenar.

Se uma criança vive com hostilidade Se uma criança vive com ridículo rança.

ela aprende a agredir.

ela aprende a ter insegu-

Se uma criança vive com humilhação tir culpada.

ela aprende a se sen-

Se uma criança vive com tolerância ciente.

ela aprende a ser pa-

Se uma criança vive com encorajamento confiante.

ela aprende a ser

Se uma criança vive com elogio - ela aprende a apreciar. Se uma criança vive com honestidade- ela aprende a ser justa. Se uma criança vive com segurança - ela aprende a ter confiança. Se uma criança vive com aprovação si mesma.

ela aprende a gostar de

Se uma criança vive com aceitação e amizade a encontrar amor no mundo.

ela aprende

Dorothy Law Noite

Se as crianças de hoje fossem respeitadas, incentivadas e educadas na alegria, os consultórios de psiquiatras e psicólogos estariam vazios, e expressões como "psicoterapia de grupo", "psicodrama" e outras estariam ausentes de nosso vocabulário . . .

• Fora da família é impossível formar verdadeiramente os homens. Geração e educação são funções complementares. Sem a educação, a geração é um ato imperfeito, inútil e sem finalidade biológica. A criança apenas respira e digere ; tudo mais depende da assistência dos pais: alimento, higiene, idade escolar, puberdade, recreação moral. Fala-se muito em direitos da criança; o primeiro deles é o direito de ter uma família. Pe. Leonel Franca

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NOTíCIAS DOS SETORES

RIBEIRAO PRETO -

"Convide um padre para almoçar . .. "

Uma iniciativa diferente da Equipe n. 0 3, cuja idéia Maria Helena e Dutra resolveram transmitir aos demais equipistas do Setor. Transcrevemos do Boletim: "São poucos os sacerdotes. Poucos e sós. É preciso dar-lhes apoio, amizade, prestigiá-los dentro de nossas famílias, participar dos seus problemas e das suas alegrias. Resolvemos começar com os seminaristas, jovens longe de casa. Agora já estendemos a idéia aos padres em geral. Cada semana, às quartas-feiras, convidamos os seminaristas, e também os padres, para almoçar. Dois em cada casa. Um rodízio que custará bastante a voltar. A comida deve ser a mesma de todos os dias, com toda a simplicidade. Eles chegam um pouquinho antes da hora marcada e se vão um pouco depois do almoço. Todos temos trabalho. Mas esse tempinho tão curto já está sendo proveitoso. Parece que eles se sentem bem, tornam-se nossos amigos e nós, nossos filhos, estamos 'vivendo' um pouco mais o sacerdócio. Como podem ver, é uma idéia simples, não vai dificultar a vida de ninguém. Qualquer dia desses, alguém da equipe 3 lhes telefona para dizer que o Cristo quer almoçar com vocês ... ". -

Equipistas em ação

O pessoal da equipe 6, além de fornecer refeições aos menores que freqüentam a escolinha "Vida Nova", assumiu mais um trabalho: os equipistas visitam, dia sim, dia não, as velhinhas que moram numa vila mantida pelCis vicentinos. Além de coordenar os grupos de casais em Ribeirão, o casal responsável por esse setor na Pastoral Familiar iniciou grupos em várias cidades vizinhas. Nem por isso deixou de participar -23 -·


ativamente dos Encontros de casais em Brodósqui e de dar a sua colaboração às Semanas da Família - fez uma palestra em Cajuru sobre "Relacionamento entre Pais e Filhos". Continua o trabalho na Vila Recreio. Além da recreação na escolinha "Vida Nova", as equipistas orientam o artesanato das mães. -

Após o Balanço do Setor

Escrevem Maria Elisa e Mestriner no Editorial do Boletim: "Após 1 ano e meio de convívio fraterno , foram muitos os benefícios pessoais que colhemos, neste carregar de fardos uns dos outros, para que o nosso movimento cresça na Fé e no Auxílio mútuo e comunitário. Os resultados do controle sobre as metas traçadas para o 1.0 semestre foram animadores. Percebemos que a maioria dos casais equipistas estão engajados em Pastoral Familiar, dando sua contribuição, sincera, quer dentro do próprio Movimento, quer na própria comunidade. Por outro lado, o Movimento cresce em nosso Setor. De 12 equipes em Ribeirão Preto, até 1973, passamos para 15 em nossa cidade, 1 em Catanduva e 3 em Batatais. São mais cincoenta casais para cultivar a roesse do Senhor e dar frutos para o seu Reino. Existem ainda outros pontos a serem atingidos, porque o apóstolo não se improvisa. Se não tiver lastro, cairá infalivelmente no ativismo, que é estéril. Esta, será, portanto, a meta de ora em diante, a formação pelo estudo da mística do Movimento, da doutrina da Igreja e seus apelos atuais e um convite insistente à oração, pois nosso apostolado só será fecundo, se orarmos por aqueles a quem queremos converter, porque Cristo só abre àquele que bate". LIMEIRA -

Duplo retiro?

No ta original do Retiro das Equipes de Limeira: foi programado, concomitantemente, um "retiro" para as crianças, cujas palestras e grupos de trabalho ficaram a cargo de jovens filhos de equipistas com prática de catequese e comunidade de jovens, sob a orientação de dois casais. Participaram desde crianças de 8 anos até jovens de 17 e 18 anos. Houve uma parte recreativa dirigida, com competições, jogos, etc. Os organizadores esperavam que, dali, pudessem nascer equipes de jovens e adolescentes, há muito desejadas pela Coordenação. (Aguardamos notícias . .. ) .

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Outras atividades Formada uma nova equipe, com 6 casais jovens, fruto da perseverança na difusão do Movimento, pois há dificuldades em Limeira para a formação de novas equipes devido à falta de Assistentes. Não podendo aumentar o número de equipes como gostariam, os equipistas compensam dedicando-se a muitas ati\·idades, ou seja: cuidam de catequese, dão cursos de batismo, de preparação para o casamento, organizam retiros paroquiais, fazem parte dos conselhos paroquiais e das comissões da diocese, orientam várias equipes paroquiais, inclusive de viúvas. Grande parte é cursilhista atuante, pertencendo ainda ao movimento "Encontro de Casais com Cristo". Tem a Coordenação o seu jornalzinho, o "Equipando": o formato é pequeno mas a matéria é "grande".

Tocou-nos o seguinte comentário: "Estamos satisfeitos com as Cartas Mensais, pois estão cada vez melhores. Sabemos do trabalho e esforço de todos na sua confecção e vemos, cada vez mais, a luz do Espírito Sani.o sobre as pessoas que são responsáveis por ela. A Carta Mensal é sempre recebida com carinho e esperança de boas novas."

Agr-adecemos as palavras carinhosas, que constituem um incentivo para prosseguirmos apesar das dificuldades! MAFRA -

Notícias recebidas por ocasião dos 25 anos

"A pequenina Mafra (SC), cidade irmã de Rio Negro, no Paraná, é separada, como dizem uns, ou unida, como dizem outros, pelo Rio Negro. Ali se produzem os chamados "Rio-Mafrenses", e as principais fontes de riqueza são a madeira, a erva-mate e a agricultura e fruticultura próprias de clima 'temperado/frio'. 'Muitas vezes as crises nos assustam, a estagnação nos choca c a alegria nos ilude', escreveram Elza e Ludovic na circular em que convocavam os casais responsáveis para o Encontro Nacional dos Casais Responsáveis de Equipe. As Equipes de Nossa Senhora acham-se presentes em Mafra há quase 10 anos. Somos duas equipes (éramos três até há poucos dias) - essa é a estagnação que nos choca... Perdemos de um só golpe toda a Equipe n. 0 2, inteirinha - e essa foi, talvez, a crise que mais nos assustou ultimamente. Mas temos tido também alegrias muitas, que, pelo gostinho agradável que

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deixaram atrás de si por longo t empo não devem ter sido daquelas que nos iludem. . . E uma dessas alegrias genuínas foi, sem dúvida, o sucesso da festa dos 25 anos das ENS do Brasil. Foi necessário algum trabalho para que se alcançasse o objetivo: reuniões, atribuição de tarefas, acompanhamento da execução e uma revisão geral. Foram expedidos convites a todos os equipistas, à Equipe de Coordenação em Curitiba, a casais das cidades irmãs com alguma possibilidade de virem a ser equipistas num futuro não muito remoto, e a pessoas que têm colaborado conosco, especialmente aos palestrantes que nos auxiliam nos cursos de preparação para o casamento. Nem todos os convidados compareceram, mas muitos vieram alegrar com sua presença aqueles que se tinham esforçado na preparação da festa. Festa que se iniciou com uma m issa belíssima, concelebrada, a que se seguiu o ingresso, no salão paroquial, de um carrinho muito bem ornamentado, que trazia um bolo com 25 velinhas acesas, ao mesmo tempo 'e m que todos os presentes cantavam o "Parabéns a você". O gostoso da "nossa festa" é que todos ali se conheciam e a grande maioria já comungava de um mesmo ideal. Éramos todos amigos, os abraços transmitiam realmente a vibrante sensação de alegria de que estávamos possuídos por vermos em nosso próximo o nosso irmão. E isso era o que queríamos participar a todos os que lêem a Carta Mensal, para dizer que Mafra, a pequenina Mafra, possui uma pequenina célula do Movimento das Equipes de Nossa Senhora - pequenina vela a cuja chama um pequenino grupo se aquece, cheio de fé, e com esperança de ver esse fogo crescer e de poder reparti-lo com um grupo maior de irmãos." SAO JOSÉ DOS CAMPOS -

Curso de noivos em áudio-visual . ..

Para dinamizar o curso de noivos, o Setor resolveu apelar para slides. A coleção, adquirida da Sono-Viso, compreende uma série de slides e de livretos que acompanham os slides, sobre os seguintes assuntos: Igreja, Povo de Deus em Marcha, O Namoro, Harmonia Sexual, O Matrimônio, A Arte de Amar, Maturidade, A Arte de Educar, Família Moderna, Corpo Humano (1 e 2). Quase todos os slides podem ser usados em mais de uma palestra. "Logo que sobrar um pouco de dinheiro", o Setor pretende adquirir uma tela para projeção e um projetor de slides ...

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Testemunho de um palestrante estreante

"Graças a Deus, tivemos oportunidade de estrearmos no Curso de Noivos, lá na Creche Patronato Nossa Senhora Aparecida, dizendo alguma coisa da Vida em Comunidade. Somente quem já passou por essa experiência pode avaliar o quanto estamos satisfeitos de termos podido servir a Cristo. Sentimos que podemos fazer algo de concreto para ajudar nossos irmãos em Cristo. É impressionante como podemos ver nos olhos deles o interesse e a vontade de se transformarem em casados, porém eternos namorados. Todos os equipistas devem procurar um meio de trabalhar por esses cursos; nós não temos o direito de nos calar, antes, temos obrigação de repartir o Pão da Experiência com todos. Agradecemos a Deus por termos sido Seu instrumento, por termos podido transferir a eles a nossa experiência, para que não cometam os erros que nós cometemos, por não termos tido a felicidade de, quando noivos, termos frequentado um desses cursos." ARAÇATUBA -

Encontro em Guararapes

Para um encontro de toda a Coordenação, reuniram-se em Guararapes, no dia 3 de agosto, casais de Clementina, Birigüí, Araçatuba e Guararapes, num total de 16. O encontro teve o seguinte desenrolar: na parte da manhã, entronização da Bíblia, leitura de texto do Evangelho, reflexão e reunião inter-equipes, formando-se três grupos. No período da tarde, constituíram-se dois grupos de coparticipação para debater os temas evangélicos "Testemunho" e "Esperança". As sínteses dos dois grupos foram depois a plenário, onde se definiu, em termos de Coordenação, u consenso final sobre os dois temas. O encontro continuou com uma reflexão sobre a esperança e encerrou-se com a oração do Ano Santo. SAO PAULO, SETOR B

Maria Luiza e Constantino enviaram-nos a notícia da passagem de responsabilidade dos Casais Responsáveis, em cerimônia que teve lugar na Festa da Assunção de Na. Sra. Lotaram a Capela da PUC os casais responsáveis 73/75 e os eleitos para 75/76, acompanhados por muitos equipistas do Setor e por seus filhos. Compareceram também, apesar de ser domingo, alguns padres assistentes e a missa foi celebrada pelo Conselheiro Espiritual do Setor, Pe. Décio Pereira. Depois da cerimônia, houve uma confraternização, com pequeno lanche oferecido pelos pró-

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prios casais responsáveis, que levaram salgadinhos e doces - o Setor ofereceu os refrigerantes. Com a notícia, veio a nova "Pasta" do Setor, com toda a programação para o ano 75/76 e a relação das equipes do Setor, com nome e endereço de todos os casais e conselheiros espirituais. Acrescentaram ainda um comentário sobre a Sessão de Formação realizada no Taboão da Serra, da qual foram Coordenadores. Trabalharam na equipe de serviço vários casais do Setor B, e 4 casais do Setor fizeram a Sessão, a respeito da qual vai um testemunho, mais adiante. DEUS CHAMOU A SI

Rubens Fukugawa Tomotu

Recebemos de Marília a seguinte comunicação:

No dia 18 de junho, Rubens Fukugawa Tomotu, da Equipe n. 0 1, terminou sua caminhada, deixando saudades à sua esposa Eva, seus filhos, equipistas, colegas e amigos de Marília. Segundo narram seus companheiros da Equipe 1, "Mater Dei", deixou um testemunho de vida que jamais poderão esquecer. Equipista de pouco mais de dois anos, assimilou com rapidez a mística do Movimento, colocando em sua vida tudo o que aprendeu em tão pouco tempo. Dotado de profunda fé, demonstrou uma confiança inabalável na oração e como prova disso rezava duas ou três vezes ao dia a oração de que mais gostava: o Magnificat. Em seus últimos momentos rezou o Pai Nosso juntamente com os companheiros de equipe e seus familiares. "As Equipes de Nossa Senhora de Marília perderam um batalhador amigo, mas o céu ganha mais um santo do século XX", foram as palavras de conforto proferidas aos familiares pelo Casal Regional da Região S. Paulo "H". Muito comovente a prece que sua filha de 19 anos fez durante a Oração dos Fiéis na missa de 7. 0 dia, concelebrada por D. Daniel e três Conselheiros Espirituais: "Obrigada, Senhor, muito obrigada. Obrigada, Senhor, porque estava comigo, mesmo quando me julguei sooinha na minha dor, no meu sofrimento, no meu desespero. Obrigada, Senhor, porque estava comigo, mesmo quando me revoltei diante da ausência de meu pai, diante da ausência

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do seu olhar repleto de amor, do seu sorriso todo de acolhida, da sua voz cheia de compreensão, dos seus ger,tos sinceros. Obrigada, Senhor, porque estava comigo, mesmo quando derramei lágrimas de saudade, saudade imensa de meu pai. Obrigada, Senhor, porque estava comigo, mesmo sem eu reconhecê-lo . Obrigada, Senhor, muito obrigada. Obrigada, Senhor, por me deixar entender o que é morrer para ressuscitar. Obrigada, Senhor, por me deixar entender que a morte é uma passagem desta vida para a vida eterna com você. Obrigada, Senhor, por me deixar entender que em cada comunhão que faço você me une a meu pai. Obrigada, Senhor, muito obrigada! "

NOVOS RESPONSAVEIS Marília

Ainda não havíamos noticiado, mas já faz algum tempo que Inês e Ricieri substituíram Marina e Avestil à frente do Setor. São Paulo A

Nossos companheiros da Equipe da Carta Mensal, Thaís e Carlos Eduardo Duprat, nos deixaram para assumir a responsabilidade pelo Setor A, no lugar de Lourdinha e José Eduardo. São Paulo B

Depois de cinco anos à testa do Setor D, Lúcia e Nilson resolveram "aposentar-se", passando o Setor às mãos de Helmy e Luís Benoni Manzoli. Petrópolis

Lilian e João Duadra receberam de Elfie e Dragan a responsabilidade pelo Setor. Porto Alegre

Foi desmembrado em dois o Setor de Porto Alegre. Os casais responsáveis pelos novos Setores são Maria e Clemens Kircher (Setor A) e Mery e João Carlos Pezzi (Setor B).

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NOTíCIAS INTERNACIONAIS

"Parabéns às E.N.S. do Brasil" é o título do artigo da Carta Mensal Portuguesa, que se refere ao jubileu do Movimento no Brasil. "Nossas 'irmãs' equipas de Nossa Senhora do Brasil fizeram este ano 25 anos da sua existência. Em data bem significativa para nós portugueses, 13 de maio e do ano de 1950, reuniu-se o primeiro grupo de 6 casais. Dizer tudo o que nesse maravilhoso país se fez daí até hoje em matéria de aprofundamento e educação da Fé como de evangelização no campo específico do Matrimônio e Família é quase impossível. As actividades são numerosas e facetadas, procurando dar resposta aos apelos das pessoas nas suas dificuldades e intenções concretas hoje e ali, procurando favorecer o encontro dessas pessoas com o Amor, com o Senhor. Quantas são hoje então? 25 Sectores, 15 Coordenações, para 12 Regiões, 465 Equipas, em 67 cidades e 11 Estados. Em que actividades participam além das próprias das suas dioceses e das normais e intensas do próprio Movimento? Pois criaram outras mais: Diálogos conjugais - palestras para casais, semelhantes aos do C.P.M., também com 8 ou 9 reuniões. Encontros de Casados; Encontros de Corações; Encontros de Casais com Cristo; Ciclo de Palestras - para casais sem credo religioso ou de credos diferentes; Semanas da Família - que atingem todas as faixas da população, com trabalhos realizados nas escolas e ajudados por grupos de orientação familiar a postos em todos os bairros; Campanhas de Natal; Animação das Comunidades Familiares da Virgem Operária; Consultórios Conjugais e Centros de Orientação Matrimonial; ajuda a velhos, a mães solteiras, a viúvas, presos e famílias com carências, atendimento a casais em dificuldade, etc., Motivação e ajuda a todos os Movimentos de Jovens, em especial às Equipas de Adolescentes. Para estas equipas todas e as mais que virão a seguir, para toda a acção em que estão empenhadas, pedimos as graças de Deus e as bênçãos de Nossa Senhora, duplamente ligada ao Movimento no Brasil. Um "abração" de parabéns, de cada um de nós para cada um dos equipistas brasileiros é o que daqui endereçamos em nome das E.N.S. de Portugal. Sofia e Carlos Grijó" Gratos, amigos portugueses!

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SESSAO DE FORMAÇAO -

UM TESTEMUNHO E UM APELO

Faz alguns dias tivemos oportunidade de participar da Sessão de Formação de Dirigentes de 1. 0 Grau, realizada na Casa de Oração do Cenáculo, no Município de Taboão da Serra. Que espetáculo, quantas alegrias e principalmente quantos valores espirituais recebidos como equipistas e como cristãos. Explicar como o Cenáculo é lindo e apropriado para a meditação, comentar ou transcrever a profundidade das palestras de Frei Estevão, Zinho, Dirce, Rubens ou Luiz Marcello e até testemunhar a dedicação, fraternidade e espírito de humildade da Equipe de Trabalho, apesar de todos os elogios que isto merece, fica num segundo plano perante a riqueza e a grandiosidade do sentimento de conscientização que recebemos e a força que isto nos deu para transmitir aos irmãos toda a beleza do amor cristão contido em nosso Movimento. Sentimos realmente a mensagem de Cristo, nossa vocação de equipistas, a responsabilidade de cristãos na Igreja de hoje, todo o valor da mística do Movimento, a escola de amor proposta pelos Estatutos, o poder da oração e a missão a nós confiada como portadores da Palavra. A mensagem não se limitou aos temas expressivos, a lindas frases nem aos estudos e trabalhos realizados. Foi muito além. Esta mensagem, recebida num ambiente de Comunidade Cristã, foi o chamado que nos conscientizou como responsáveis pela família e pelo testemunho de amor, perante a Igreja de Cristo. Neste momento, de espírito aberto, empolgados pela abundância dos bens recebidos e cheios de amor fraterno, devemos fazer um apelo a todos para participarem destas Sessões de Formação, não só para seu fortalecimento espiritual como principalmente por tudo aquilo de bom que serão capazes de transmitir a tantos irmãos necessitados de ouvir, sentir e viver a alegria do mandamento novo - uAmai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Angelina e Francisco Vinas Grafíé Equipe n9 36 -

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Setor D


ORAÇÃO PARA A PRÓXIMA REUNIÃO

O esforço de "reconciliação", para nós, católicos brasileiros, há de manifestar-se no empenho de cada um em repartir o pão. Primeiro, o pão material, mas também o pão espiritual, pois "nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Deut. 8, 3; Mat. 4, 4).

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Tiago 2, 14-19

Que adianta, meus irmãos, alguém dizer:

"Tenho fé", se

não tiver as obras? Poderá, talvez, a fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e desprovidos de alimento diário e alguém de vós lhes disser: "Ide em paz, esquentai-vos e fartai-vos" sem lhes dar o necessário para a vida corporal, de que lhes aproveitaria? Assim também se passa com a fé: se não for acompanhada pelas obras, por si mesma está morta. Entretanto, poderá alguém dizer: "Tu tens fé e eu tenho obras".

Pois bem, mostra-

-me essa tua fé sem as obras, e mostrar-te-ei com obras a minha fé.

Crês que há um só Deus? Fazes bem.

bém crêem nisso.

E tremem".

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Os demônios tam-


ORAÇÃO LITúRGICA -

Salmo 144 - 2

Os olhos de todos em vós esperam, Senhor, e vós lhes dais o alimento no tempo devido. O Senhor é fidelidade em suas palavras, amor em tcdas as suas obras ; o Senhor ampara todc·s os que vacilam, endireita todos os encurvados. Os olhos de todos em vós esperam P. vós lhes dais o alimento no tempo devido; basta abrirdes as mãos para saciardes, com benevolência, todos os viventes. O Senhor é justiça em todos os seus caminhos, amor em todas as suas obras; está próximo de todos os que o invocam, daqueles que o invocam com sinceridade. Ele realiza a felicidade dos que o adoram, ouve seus clamores e os salva; guarda aqueles que o amam, mas destruirá todos os ímpios. Que minha boca proclame o louvor do Senhor; que todo ser vivo bendiga seu santo nome, agora e para sempre! Os olhos de todos em vós esperam, Senhor, e vós lhes dais o alimento no tempo devido .


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

R e vis ão, Publicação e Distribui çã o p ela S ecr etaria das. EQUIPES DE NOSSA SENHORA Ave nida Horácio L afer, 3 34 SÃO PAULO, SP

04 538 -

-

Tel.: 210-134(),

somente p:1;·a distribui-ção- interna -


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