1978
N9 5 ~gosto
''Vem, e seguê-mê · .......... . ............ . Quando Deus chama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A catequese pré-matrimonial . . . . . . . . . . . . . . . . . Oração dos noivos pelas vocações . . . . . . . . . . . A ECIR conversa com vocês .. .. .. . .. .. . .. .. . Nossa Senhora das Equipes .. . . . . . .. .. .. . .. . O que os leigos esperam do sacerdote . . . . . . Pesquisa sobre preparação para o casamento . . Deus, nosso Pai .. . . . .. . . .. . .. .. .. . .. .. .. . . . Quero, contato que .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Será mesmo que os pais amam os filhos? . . . . Como atingir os namorados . . . . . . . . . . . . . . . . . Ah! Essa equipe 19! . .. . .. .. .. . . . .. .. .. . .. . . Mulliplicadores .. .. . . . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . Você, responsável .. . .. . .. . .. . .. . .. . . . . .. . . .. Precisa-se de voluntários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As "Equipes de Noivos" . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. Uma reunião do Conselho Internacional das E.N.S. ... .. ... ... ..... .. .. ...... .. ... .... . Notícias dos Setores .. .. . .. . . . . .. . .. . .. .. . . . Sessão de formação .. .. .. . .. . . .. . .. .. . . . .. .. Anunciar o Reino . . . .. .. . . . . . . .. .. . .. .. . .. ..
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ORAÇAO PELAS VOCAÇõES
Senhor, no Vosso infinito amor, quereis que o plano divino da salvação atinja sempre mais todos os homens. Fazei que nossas famílias cristãs se tornem como que pequenas Igrejas, onde todos os pais sejam para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros educadores da fé; e que os filhos, à luz do Espírito Santo, sejam disponíveis e generosos em seguir o Vosso chamado. Pela intercessão de Maria, Mãe do Povo de Deus, Vos pedimos mais operários para a Vossa messe. Confirmai todos os sacerdotes, religiosos, e apóstolos leigos em sua nobre vocação. Nesta intenção, Vos oferecemos nossas preces e ações.
"VEM, E SEGUE-ME"
Agoslo é o mês dedicado às vocações. As vocações sacerdolais, religiosas e missionárias -
e lambém aos minislérios leigos.
O malrimônio sempre nos foi apresenlado pelo Con . Cafiarei como verdadeira vocação, como resposla a um chamado específico de Deus para servi-lO no e alravés do malrimônio. Quando Deus chama, seja no celibalo, seja no malrimônio, é sempre para uma m1ssao. O casal crislão é vocacionado para servir a Deus no seu eslado de casado. Hoje, quando os minislérios leigos assumem tania imporlância, a vocação do crislão casado é para um serviço cada vez maior. O crislão casado não serve a Deus somenle como Diácono ou como Minislro da Eucarislia ou do Balismo. O crislão casado serve a Deus quando educa seus filhos dando-lhes a conhecer o Seu nome, quando educa seus filhos no amor e para o serviço ao próximo. O crislão casado serve a Deus quando prepara oulros casais para essa missão que é o casamenlo cristão . O casal crislão serve a Deus quando leva oulros casais a comparlilhar de sua experiência de vida e, principalmenle, de sua experiência de fé. O casal crislão serve a Deus quando vem em socorro dos casais desajuslados, dos casais em crise. O casal crislão serve a Deus quando eslende uma mão fralerna às famílias incomplelas, às famílias marginalizadas, aos menores abandonados, às mães solleiras, aos presidiários . O crislão casado serve a Deus quando, alravés de sua comunidade de trabalho, procura criar um mundo '!lais juslo e mais fralerno . t: vaslo o campo da missão do cristão casado. Por isso, ao rezarmos, durante esle mês de agoslo com mais inlensidade pelas vocações sacerdolais, para que Deus chame um número cada vez maior de operários para a sua messe, em parlicular entre os nossos filhos, e pela firmeza de lodos os que abraçaram essa vocação de especial consagração, rezemos lambém por nós, casados, para que saibamos ouvir os apelos que Deus nos dirige, a cada um de nós em parlicular, como membros do Povo de Deus. Esle é um número especialmenle dedicado às vocações e à preparação para o mal! imônio, esle grande Sacramenlo que consagra nossa vocação ao serviço de Deus alravés de próximo.
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A escolha da viàa conjugal há de entender-se como uma vocação especial, a vocação dos chamados por Deus para servi-lo no matrimônio. (H. V. 25, cit . "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio")
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EDITORIAL
QUANDO DEUS CHAMA
Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: "Que estais procurando?" Disseram-lhe: "Rabi, onde moras?" Disse-lhes: "Vinde e vede." Eles foram e viram onde morava e ficaram com ele aquele dia. André era um dos dois que o haviam seguido aquele dia. Encontrou primeiramente Simão, seu irmão e disse-lhe: "Encontramos o Messias". E conduziu-o a Jesus. Fitando-o, disse-lhe Jesus: "Tu és Simão, filho de João, chamar-te-ás Cefas (Que quer dizer Pedro)". (João 1, 38-42) .
1.
"Mestre, onde moras?" "Vinde e vede".
A vocação cristã resolve-se num diálogo entre Deus e o homem. Deus que chama e o homem que procura. É Deus quem toma a iniciativa. Mas ninguém que não procure encontrará resposta às suas inquietações. "Eles foram e ficaram com Ele aquele dia". Se se experimenta viver um pouco na intimidade de Jesus Cristo, se se tem a coragem de procurar um ideal na vida acima das puras preocupações materiais, é uma nova dimensão que se abre em nossa vida. -
Quantos cônjuges cristãos têm a oportunidade de descobrir "Jesus Cristo que passa e chama"? Chama-os hoje e agora. Vocação não é um fato do passado. O cristão é um vocacionado. E há tanta gente que se sente abandonada
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e sem rumo! Há um Deus que chama pelo nome para tarefas maravilhosas de ação e compromisso. Desperta, tu que dorme!!, Deus anda à tua procura! 2.
"André disse a Simão: Encontramos o Messias".
O Amor comunica-se. As experiências fortes não se podem nem guardar nem esconder.
André sentiu-se chamado e não descansou enquanto não levou
o irmão. São os jovens que hão de evangelizar os outros jovens. Depois de evangelizados, é certo. É preciso, pois, que alguns sintam em toda a plenitude a força do chamamento de Deus: "Vinde e vede". E esses que tiverem experimentado o Amor de Jesus irão chamar os irmãos. -
3.
Pais cristãos, têm os seus filhos oportunidade e condições para ouvir a voz de Deus? Dão-lhes vocês a possibilidade de descobrirem a alegria de uma vocação que os mobilize para o Bem? E como o farão se não descobriram verdadeiramente a sua? São tantos os jovens que se enfastiam por detrás de uma vida sem ideal e depois a desperdiçam em ninharias, quando não em vícios e desregramentos de toda a ordem!
"Tu és Simão. Chamar-te-ás Cefas".
Temos um nome que Deus conhece. Para Ele não somos pessoas anônimas, vagabundos sem destino. É bom sentirmos que Alguém nos ama e nos conhece. "Chamar-te-ás Cefas". Isto é, mudas de nome porque encontrarás, a partir de agora, uma missão nova que te encherá a vida e a alma. Encontrar Jesus Cristo e segui-Lo é uma vocação nobre. Mas provoca uma mudança na vida. Seguir Jesus transforma a pessoa. Não é possível servir a dois senhores. Não falta quem pretenda iludir-se misturando o apelo do Evangelho com a satisfação da própria vontade. Depois tudo sai errado. E a desilusão é completa. -
na juventude que se aprende a renunciar. Não há vocação que não implique sacrifício e cruz. Quantos sonharam com um ideal sublim e, m as depois, quando nas rosas descobriram espinhos, foram-se embora lamentando-se, la-
É
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mentando-se. . . O jovem rico do Evangelho procedeu dessa forma. Os jovens são o futuro do mundo e da Igreja. Mas é preciso aprender a propor-lhes com insistência uma vida de doação e entrega. Nem todos dirão "sim". Mas muitolii arriscarão, sem medo do sacrifício. 4.
"Simão, filho de João, tu me amas?" "Sim, Senhor tu sabes que te amo." (João 21, 15).
Foi depois da Ressurreição que Jesus travou um diálogo assim com Simão a quem chamara três anos antes. Toda vocação apostólica só se compreende num clima de amor. Do contrário, torna-se um peso, uma carga insuportável. Na Igreja, não fazem falta "pesos" apostólicos, mas vidas entregues por amor e com alegria. -
Quantas vidas tristes de apóstolos da Igreja se arrastam pelo mundo afora sem uma chama de amor que lhes dê sentido! Talvez porque o pecado lhes bateu à porta e a inf.delidade se misturou com os dias. Pedro também pecou. Mas remiu o seu pecado no fogo do Amor de Cristo Ressuscitado.
Padre João Miranda (Da Carta Mensal Portuguesa)
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A evangelização do matrimônio e da família é missão de toda a Igreja, em que todos os fiéis devem cooperar segundo as próprias condições e vocações. Deve partir do conceito exato de matrimônio e de família, à luz da Revelação, segundo o magistério da Igreja. As famílias cristãs, como "igrejas domésticas", têm um lugar e uma tarefa insubstituíveis no anúncio e na vivência do Evangelho. São, portanto, não somente objeto da solicitude pastoral da Igreja, mas sujeito ativo e responsável da mesma missão de salvação. (Orientações Pastorais sobre o Matrimônio, IntroduçlW)
A preparação para o matrimônio e a vida familiar é um processo abrangente e globalizante. Deve constituir-se numa educação permanente para o amor, que, assumido e santificado pela caridade, caracteriza a união conjugal como revelação (sinal e instrumento) do amor esponsal de Cristo pela Igreja. Esta formação deve atingir as pessoas em todas as faixas de idade, não podendo reduzir-se apenas ao tempo que precede imediatamente a celebração do casamento, e que, não obstante, há de ser um tempo forte e especial de preparação. (id ., Preparação para o Cafamento)
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A CATEQUESE PRÉ-MATRIMONIAL
O Episcopado brasileiro, reunido em Assembléia Geral Extraordinária, em Itaici, em abril, aprovou, do "Diretório de Pastoral da Família", apenas os capítulos relativos à preparação para o casamento e às situações particulares, como matrimônios mistos, uniões de fato não regularizadas, separados e divorciados. O documento, agora intitulado "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio" (1), é de grande importância e merece leitura atenta por parte de todos. Interessam-nos particularmente, além dos itens referentes aos separados e divorciados, que estudaremos oportunamente, os capitulas relativos à preparação para o casamento. Deixemos, pois, que um Bispo, responsável pela Pastoral da Juventude na Arquidiocese de São Paulo, nos apresente esses capitulas iniciais.
A evangelização e catequese sobre o Sacramento do Matrimônio foi uma das preocupações que ocupou longamente a última Assembléia Nacional dos Bispos do Brasil em abril passado. Com efeito, desde a 14.a Assembléia da C.N.B.B. de 1974, vinham os bispos insistindo na necessidade de se elaborar um "Diretório de Pastoral Familiar", que servisse de melhor preparação para este "grande Sacramento". O esforço sem medida de uma equipe especializada não conseguiu atender ao ideal proposto pelos bispos (2). Por isso, achou(1)
Edições Paulinas, Documentos da C .N.B .B . , n9 12.
(2) Dada a diversidade de situações sociológicas em nosso país, um diretório, em nível nacional, não foi considerado viável pelo Episcopado. Daí também o título de "Orientações", bem mais apropriado.
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-se mais oportuno, por hora, limitar a atenção a alguns pontos mais urgentes e atuais, que estão sendo apresentados à Igreja do Brasil com o título de "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio". Entre os cinco capítulos das "Orientações", chamam especial atenção os dois primeiros, referentes à preparação para o casamento. Com efeito, foi surpreendente a preocupação da Assembléia no que diz respeito à seriedade com que devem ser preparados os nubentes para o Sacramento do Matrimônio. Tal preparação, insiste o documento, deve ir além, muito além do "Curso de Noivos". Nem é suficiente uma peparação que se estenda até mesmo ao longo do noivado. Deve ter início já nos dias da infância. Por isso as "Orientações" consagram todo um capítulo à "preparação remota para o casamento" e um outro à "preparação próxima". I. - Preparação remota. A preparação remota vem mais longamente estudada, porque é ainda menos consciente e menos assumida do que a próxima. Uma é a tônica: a família é a primeira e a principal responsável na preparação dos futuros nubentes.
A escola e a pastoral da juventude só têm papel de complementação. 1) A Família. "O fundamento da preparação remota é a própria vida da família. . . É nesta que as crianças aprendem as leis básicas do comportamento social e despertam para a vivência do amor concreto que devem experimentar no exemplo dos pais. . . Nela se delineiam as primeiras orientações profundas de sua afetividade, bem como começam a definir-se os rumos de sua sexualidade. Quando a família não se desincumbe dessa missão de educar os filhos para o amor e na medida em que falha nela , começa a ser prejudicada, já desde a infância, a capacidade de assumir, como convém, o casamento. Por esse motivo, a formação dos pais constitui parte essencial da preparação remota para o casamento." 2) A Escola. Depois da família, e só depois da família, a título de complementação, é que aparece a escola, devendo esta apenas "dilatar e consolidar" a educação para o amor recebida na família. 3) A Pastoral da Juventude. Mesmo a Pastoral d a Juventude é apontada apenas como "ocasião propícia para consolidar um projeto de vida" que o jovem já deveria ter assumido. Vemos, portanto, que, conforme este novo documento, bem longe de ser a Pastoral da Juventude, ou mesmo a Escola, é a
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Família o lugar próprio, essencial e primeiro da preparação remota para o casamento. II. - Preparação próxima. Suposta a preparação remota, a próxima haverá de ser "um aprofundamento tanto da compreensão quanto da vivência do amor, bem como de sua celebração sncramental". Ao discorrer sobre o modo de se fazer a preparação próxima, o documento acha que "não deve limitar-se a uma formação intelectual sobre os pontos básicos da doutrina católica do matrimônio" dada nos "Cursos de Noivos". Aponta caminhos novos já ensaiados aqui e acolá neste Brasil e que pouco a pouco deverão ser assumidos sempre mais. "O ideal é que essa preparação próxima se estenda por um tempo razoável, acompanhando os períodos do namoro e principalmente do noivado. . . Uma forma excelente de preparação próxima é o catecumenato matrimonial ... agrupando vários noivos, quer em suas casas, quer em Comunidades Eclesiais de Base, quer na paróquia maior". Os "Cursos de Noivos" são apontados como "ponto de chegada" de uma preparação anterior e "ocasião privilegiada, às vezes única, para a apresentação explícita da verdadeira perspectiva sacramental do matrimônio cristão". Duas observações rematam este capítulo de preparação próxima ao casamento: a primeira, mais para os leigos, "que se organizem serviços de aconselhamento pré-matrimonial a cargo de equipes especializadas". A outra é para os sacerdotes: "Parte importante da preparação próxima ao casamento é o processo de habilitação, no qual, devido à sua importância, não devem faltar os encontros dos nubentes com o sacerdote". Enfim, as "Orientações" lembram que, se a preparação para o Sacramento do Matrimônio parece complexa, ela contém, na realidade, um elemento unificador de tudo, a saber, "a educação para o amor", como sendo "o fundamento da preparação para o matrimônio". D. Joel Ivo Catapan Bispo da Região Santana (Norte) -
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São Paulo
ORAÇÃO DOS NOIVOS PELAS VOCAÇõES
D . Joel, além de Bispo responsável pela Pastoral da Juventude, é também responsável pela Pastoral Vocacional. Publicou, em março, por ocasião de seu jubileu sacerdotal, uma coletânea de orações pelas vocações, intitulada "Pedi ao Senhor que envie operários" (Editora Verbo Divino, 1978) , n a qual encontramos fórmulas de orações adaptadas aos diversos estados de vida .
Neste mês de agosto, dedicado às vocações, quando se procura refletir e rezar, individualmente, em grupo e em familia, com maior intensidade, a brochura de D . Joel vem responder a esta necessidade . E, nesta Carta Mensal, em que a preparação para o casamento tem um lugar de destaque, vem bem a propósito esta oração de um noivo :
Senhor, Jesus Cristo, aqui estou a caminho do casamento. No dia em que me consagrar, no Sacramento do Matrimônio, espero receber de Vós todas as graças para a minha nova família. Desde já, porém, Vos peço uma graça toda especial: chamai ao menos um de meus filhos ou filhas para ser Sacerdote, Religioso ou Religiosa, Missionário ou Missionária. Eu sei que o meu pedido é grande demais, é belo demais. Mas sei também que é bem conforme ao desejo do Vosso coração. Por isso desde já eu conto com a Vossa visita em minha futura família. Amém. -10-
A ECIR CONVERSA COM VOCeS
Caros amigos Neste limiar do ano equipista, é oportuno lançar um olhar perscrutador no caminho que se delineia à nossa frente, procurando discernir o que Deus espera de cada um de nós e do Movimento. É o que os EACREs procuram fazer, reunindo, todo início de ano, os novos Responsáveis de equipe, num encontro fraterno, que seja uma grande afirmação de fé a despertar novas energias, capazes de vivificar as atividades do ano. A proximidade do encontro deste ano não nos permite detalhar ainda o que foi o reagrupar dos Responsáveis em julho último, no Rio, em Curitiba e em São Paulo. Mas é possível acenar para as grandes linhas que marcaram estes últimos EACREs. A primeira lembra a orientação interior a ser continuada durante o ano: o desapego, ou seja, o esforço para um despojamento do "ter", em benefício do "ser", contrapondo assim o nosso pensar e agir cristãos ao pensamento profundamente egoísta do mundo de hoje. A segunda grande orientação é um apelo para polarizar a nossa atitude para com o próximo, de acordo com o último Sínodo dos Bispos: a catequese, isto é, "o processo contínuo de maturação da fé" e "a intensa e ativa difusão da Palavra de Deus". A vida de equipe é particularmente propicia para nos ajudar a vivenciar estas duas orientações. É por isso que foi também dada ênfase particular ao que constitui o ponto alto desta vida, a nossa reunião mensal, apresentada com toda a sua riqueza e significação numa das palestras .
• A presente Carta Mensal contém ainda vanos artigos que se prestam a uma reflexão segundo várias pistas.
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Um deles chama a nossa atenção para o importante documento publicado recentemente pela C.N.B.B. e que não pode deixar de ser lido na íntegra: "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio". Não é necessário encarecer o quanto é ele oportuno para o nosso próprio esclarecimento, nesta fase de tantas violações da moral evangélica, em terreno que nos toca de tão perto e para o qual a nossa atuação pode - e por isso deve ser orientada. O resultado de um primeiro inquérito feito entre as equipes do Estado de São Paulo sobre a Preparação ao Casamento mostra, com toda a evidência, a importância de um campo de apostolado que já conta em nossas fileiras com uma experiência que não é de hoje. Queremos chamar também a atenção de vocês para o resumo do relato que nos foi feito sobre a reunião do Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora, realizado em maio último em Paris. A simples leitura deste resumo põe em evidência o quanto o Movimento é sensível à gravidade dos problemas que envolvem o mundo, com repercussões trágicas sobre o casamento, a família, a juventude. O Conselho Internacional, que assessora a direção do Movimento, colocou-se em face dos grandes problemas da atualidade, não tanto no plano até certo ponto limitado da vida interna das Equipes, mas sim encarando, numa grande abertura, os largos horizontes para os quais se devem voltar as nossas atenções. O Conselho Internacional dedicou parte substancial de seus trabalhos a uma visão panorâmica das E.N.S. no mundo todo. Acha-se o Movimento atualmente implantado em pouco mais de 20 países dos 5 continentes, contando com um total de quase 4.000 equipes. Fácil é compreender o quanto a direção do Movimento precisa do concurso de nossas orações para fazer face à multiplicidade de trabalhos que lhe são afetos. Caros amigos, voltando ao ponto de partida, neste limiar do ano equipist a, disponhamo-nos a ser fiéis aos apelos do Senhor, conscientes de que o Movimento nos ajudará, na medida em que, confiantes, nos deixarmos ajudar por ele. A ECIR
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NOSSA SENHORA DAS EQUIPES
Uma padroeira é antes de mais nada um modelo a imitar. Nossa Senhora, padroeira das Equipes, nos ensina a viver "os pontos de esforços" que constituem a norma de nossa vida de equipistas. Vejamos. Maria escutava assiduamente a Palavra. Todo sábado ia à sinagoga de Nazaré ouvir e meditar os textos da Lei (a Tora) e dos profetas, que eram lidos e comentados. Na sua casa também saboreava a Escritura. Como Jeremias, Maria podia afirmar: "Desde que encontrei vossas palavras, eu as devorei: vossa palavra era minha delícia e a alegria de meu coração" (Jer. 15, 16). Para ela, a Palavra de Javé era, como diz o salmo 118, "uma luz a iluminar seus caminhos". Mais ainda, no dia da Anunciação, ela acolheu a própria Palavra Eterna, o Filho único e bem-amado do Pai. Maria não podia ler os Evangelhos, mas vivia o Evangelho, acompanhando seu Filho passo a passo. Duas vezes, Lucas diz que ela meditava em seu coração "os fatos" da vida de seu Filho Jesus: após a vinda dos pastores a Belém e após o encontro do MeninÓ no templo. Todo dia Maria encontrava seu Deus numa oração profunda e contínua. Vivia ao lado de Jesus, em íntima união com Ele. Conforme os costumes dos Judeus, a jovem noiva, no dia de seu casamento, devia compor o seu poema nupcial. No dia da Visitação, Maria expressou toda a sua oração num hino - o Magnificat -, o poema de sua aliança com o Senhor. Esta oração de Maria revela o fundo de seu coração. Tudo ali é louvor, gratidão, humildade, amor. Maria nos dá o exemplo da oração conjugal e familiar. Três vezes por dia, a família de Nazaré rezava, como as outras famílias de Israel. Uma oração baseada nos salmos que se prolongava no silêncio. -13-
Naqueles momentos, Maria, José e Jesus se colocavam diante do Senhor, na mais bela prece que podemos imaginar. E o diálogo conjugal? O diálogo entre Maria e José devia ser feito de poucas palavras e de silêncios longos e profundos. Ambos deviam rever suas vidas sob o olhar de Deus. Ambos viviam a espiritualidade do casamento segundo o Antigo Testamento. E deviam pensar como Tobias: "Porque somos filhos dos santos patriarcas, não podemos casar como os pagãos que não conhecem a Deus" (Tobias, cap. 8). O diálogo de Maria e José devia ser um hino de amor mais lindo que o Cântico dos Cânticos. A sua vida era a mais bela figura da Aliança de Javé com o povo de Israel. Acredito que a única "regra de vida" de Maria tenha sido o Evangelho. Formada na Lei do Antigo Testamento, fiel aos preceitos mosáicos, Maria foi a primeira criatura a descobrir a Boa Nova que Jesus trazia. Na sua casa, ela recebia o eco das pregações que seu Filho fazia à beira do lago de Genezaré ou nas estradas da Galiléia. Como ela devia acolher as bem-aventuranças, as parábolas, o Reino dos céus, o novo mandamento da caridade! Foi também a primeira a pôr em prática o Evangelho, a fazer da lei do amor e da liberdade a "regra de sua vida". Enfim, Maria fez um grande retiro. No Cenáculo, com os Apóstolos e alguns discípulos, Maria passou uma novena na oração e na reflexão. "Todos, diz Lucas nos Atos, eram "unânimes, assíduos na oração, com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus e os seus irmãos." Em Nazaré, o Espírito veio sobre ela. Desta vez, em Jerusalém, ela aguardava uma nova vinda do Espírito. O Pentecostes lançou os Apóstolos pelo mundo afora como testemunhas de Jesus. Modelo de vida interior, Maria é também a rainha dos Apóstolos, aquela que os apoiou e reconfortou na sua missão difícil de anunciar a Boa Nova. Meditando a vida de nossa padroeira, vemos como ela foi a Virgem fiel. Que a fidelidade de Maria Santíssima nos ajude a pôr em prática os "seis pontos de esforços" que poderiam balizar a nossa caminhada rumo à santidade.
Pe. Alberto Boissinot
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O QUE OS LEIGOS ESPERAM DO SACERDOTE
(Trechos de uma entrevista dada ao "Osservatore Romano " pelo Cardeal Maurice Roy, Arcebispo de Quebec, Canadá, e Presidente do "Conselho dos Leigos". Embora já tenham alguns anos, suas palavras continuam atuais.)
Longe de esperarem do padre dos nossos dias menos do que no passado, os leigos esperam dele alguma coisa mais ... , alguma coisa que esteja em conformidade com as exigências pastorais de hoje. Mais do que no passado, o padre deve ser o homem da liberdade evangélica, um homem livre perante o prestígio, o poder, a riqueza, o temor, os compromissos, as pressões da opinião pública, perante o próprio valor do matrimônio. Em tempos difíceis como os atuais, o leigo espera que o padre seja o homem do dom total, da coragem; a pessoa que reage energicamente contra uma sociedade que aliena o homem, o despersonaliza, o ameaça, o torna insignificante. Espera que ele seja o homem que explica o sentido do mundo, que faz brotar no coração do nosso tempo a esperança dos "novos céus e da nova terra". Pelo menos no Ocidente, os leigos esperam do padre um suplemento de alma, numa sociedade secularizada ou em vias de secularização, a força de lutar contra costumes aliciantes, a coragem de ser um sinal de contradição perante os mitos da sociedade de consumo, a graça de dar testemunho especial de esperança para salvar a vida, a dignidade, a liberdade do homem, a capacidade de criar novas formas para uma colaboração mais perfeita com o laicato; e, mais ainda, e como sempre, a santidade.
Cardeal Roy
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PESQUISA SOBRE PREPARAÇAO PARA O CASAMENTO
Realizou-se, em abril e maio, uma sondagem entre os equipistas que se dedicam à preparação para o casamento em doze Setores do Estado de São Paulo. Sondagem esta que resultou num documento de vinte e cinco páginas mimeografadas, abordando a preparação remota, a preparação próxima e, ainda, o acompanhamento dos recém-casados, prolongamento natural da preparação próxima.
Introdução
Diante do desafio representado pela aprovação da lei do divórcio, a principal e mais óbvia resposta é uma preparação para o casamento mais séria. E a pergunta que vinha angustiando a muitos era essa: a preparação, na forma em que está sendo dada, terá condições de enfrentar esse desafio? O texto que deu origem às "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio", ou seja, o "Diretório de Pastoral da Família", quando ainda na forma de anteprojeto, veio redespertar a necessidade, de há muito sentida no Movimento, da atualização dos cursos de preparação para o casamento. Como, ao mesmo tempo, a Comissão de Pastoral da Família do Regional Sul I da C.N.B.B. (Estado de São Paulo) estava levantando as experiências de revisão e atualização dos cursos, resolveu-se lançar mão de uma pesquisa, com o duplo objetivo de provocar uma reflexão entre os casais das Equipes que se dedicam à preparação para o casamento e de oferecer uma contr~ buição ao trabalho da Comissão - pois rezava o n. 0 127 do anteprojeto de "Diretório": Os Movimentos familiares, "em comunhão com
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toda a Igreja, assumem, por sua própria iniciativa, sem esperar necessariamente o impulso da hierarquia, processos de estudo e pesquisa das realidades a que procuram atender, manifestando--se sobre as possíveis respostas às expectativas dessas realidades, e oferecendo à hierarquia subsídios e propostas de atitudes alternativas". Para que isto fosse possível ainda dentro do prazo estipulado na pauta da Comissão (junho), limitou-se, numa primeira etapa, a pesquisa a alguns Setores apenas: 12 ao todo - 9 no Interior e 3 na Capital. Participaram os Setores de Bauru, Jaú, São Carlos, Marília, Jundiaí, Santos, São José, Taubaté e Guaratinguetá, e os Setores A, B e D de São Paulo. O objetivo principal era verificar se o desejo expresso pela C.N.B.B., de uma preparação mais aprofundada, verdadeira catequese, não só quanto ao Sacramento do matrimônio, mas quanto à vida cristã em geral e à missão da família no mundo, era viável nas condições atuais e o que se deveria fazer para se chegar a isso. Em segundo lugar, pretendia-se pesquisar as experiências já existentes ou possíveis de preparação remota - "pré-curso" c as de acompanhamento, depois do casamento, dos noivos saídos dos cursos - "pós-curso" (1).
A preparação remota Os equipistas consultados foram unammes em considerar a preparação para o casamento como um processo global, que vem desde a infância e vai até os primeiros anos de casados. Muitos casais frisaram que, se a preparação remota fosse seriamente cuidada em todos os níveis, a preparação próxima viria a ser o seu coroamento natural, possibilitando esse caráter de tempo forte desejado pelos bispos, mesmo porque "o curso de noivos não pode fazer tudo que não foi feito durante os vinte anos anteriores" (Marília). Quanto à preparação remota propriamente dita, todos apontaram a família como primeira responsável por essa preparação, (1)
Noo cortes sofridos pelo "Diretório", este problema, da. "integração dos novos casais na comunidade eclesial", por fazer parte de outro capítulo ("Pastoral da vida familiar"), que, por sua vez, vinha. depois de um capítulo sobre a celebração do matrimônio, caiu. Embora não constando das "Orientações ", o problema permanece . . .
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lembrando também do papel da escola e, principalmente, dos grupos e movimentos de jovens. A maioria frisou a importância da preparação dos pais, através de uma melhor vivência do próprio matrimônio (Movimentos) e de um preparo específico (Escola de Pais). Já que são os jovens em geral, e não especificamente os namorados, que devem ser o objeto da educação para o amor, recomenda-se o maior empenho possível na formação de equipes de crianças, adolescentes e jovens, se possível em nível paroquial. Por serem as tentativas de se atingir os namorados pouco numerosas, foi sugerido que se multiplicassem os Encontros para Namorados e, principalmente, as Equipes de Namorados, cujas experiências têm sido muito bem sucedidas.
A preparação próxima Constituiu, como era de se esperar, o ponto alto da pesquisa. Foram 11 páginas mimeografadas de considerações e sugestões, que vieram provar que os cursos atuais não têm condições de dar essa formação integral recomendada pelos nossos bispos e desejada por todos nós. "Não são oito palestras que irão preencher as lacunas da educação cristã, tanto mais quanto apenas uma delas se refere ao Sacramento do Matrimônio, e, mesmo assim, muitas vezes mal ministrada", escreve um casal de Jundiaí, traduzindo o pensamento de todos. Para que se possa chegar a uma preparação mais séria e eficiente, que abranja, não apenas aspectos relativos à vida de casados, mas o conteúdo da mensagem evangélica, e apresente o Sacramento em toda a sua riqueza e com todas as suas exigências, é opinião generalizada que: a) -
essa preparação deve ser dada mais cedo e durar mais tempo; ser dada a um número menor de casais de cada vez, por casais que apresentem um testemunho de vivência edificante;
b) - os cursos devem ser atualizados - e seu cunho deve ser mais formativo do que informativo; - devem ter um conteúdo mais espiritual - e dar mais destaque ao Sacramento;
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c) -
deve haver uma melhor formação dos casais que dão as palestras, maior participação possível dos noivos e uma avaliação séria e constante da preparação.
A fórmula que parece atender melhor a todos esses requisitos é a preparação em Equipes de Noivos (catecumenato matrimonial- cf. "Orientações", 2.5): os equipistas reunem, em sua casa, vários casais de no:.vos e os preparam durante vários meses. (Aliás, foi assim que começaram nossos Cursos de Preparação para o Casamento ... ). Foi sugerido que o termo "Curso" seja substituído pelo de "Encontro", que, além de mais simpático, corresponde melhor à realidade. O acompanhamento dos recém-casados
A retomada de contato com os casais saídos dos cursos foi considerada o prolongamento natural da preparação próxima e reputada imprescindível. Não apenas para proporcionar-lhes oportunidade de apoio em caso de dificuldades, mas visando inseri-los n a comunidade eclesial. Esse acompanhamento, no entender de todos, deve ser feito: - a partir de 3 ou 6 meses depois do casamento, -
por uma equipe especializada, cujo trabalho deve ser encaminhado a partir do próprio Encontro, através de uma série de medidas: ficha-cadastro; propaganda dos Movimentos; convites para trabalhar na equipe de apoio dos Encontros seguintes, etc.
A retomada de contato deve começar com visitas e ser seguida de convites para participar de re-encontros. Os re-encontros, por sua vez, se desdobram em círculos ou equipes de jovens casais. O trabalho dos noivos e dos recém-casados em Encontros subseqüentes é uma maneira muito eficiente de garantir o acompanhamento, inserindo os casais, progressivamente e de forma natural, na comunidade eclesial. Mas nem todos se dispõem a esse trabalho e a experiência do catecumenato, novamente, é a que parece funcionar melhor, assegurando automaticamente o acompanhamento: os noivos, que
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já formam um grupo, continuam se reunindo depois de casados e, graças à formação recebida, já vão sendo integrados na comunidade eclesial. Conclusão
A pesquisa ultrapassou as expectativas, pois apresentou um consenso geral em quase todos os pontos. Demonstrou que há uma consciência muito aguda da realidade de hoje e das necessidades de reformulação da preparação. E demonstrou ainda, se preciso fosse, que os equipistas anseiam por fazer exatamente aquilo que as "Orientações" recomendam. Desejam transmitir aos jovens, aos noivos e aos recém-casados, não só a sua experiência de vida, mas, principalmente, a sua experiência de fé ... Querem falar-lhes de Deus e da beleza do Sacramento, querem transmitir-lhes todo seu ardor apostólico, mostrando-lhes, pelo próprio exemplo, que o casamento cristão é uma vocação de serviço e deve ser vivido, não em comunidade fechada, mas na comun:dade maior da Igreja e da sociedade. A preocupação generalizada com o "pós-curso" salienta claramente sua importância no contexto atual. O engajamento dos jovens casais na comunidade eclesial, e principalmente em movimentos familiares, é a única maneira de prevenir o divórcio, a única resposta verdadeiramente adequada ao desafio colocado à estabilidade da família. A tal ponto que conviria pensar-se seriamente, não só em preparação ecumênica para o casamento, mas também em levar a outras confissões, cristãs ou não, experiências de vivência comunitária de apoio para a vida conjugal e familiar.
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DEUS, NOSSO PAI
A oração é o meio que temos de nos aproximar de Deus, de conhecê-lo, de assumirmos verdadeiramente nossa missão, nosso papel no plano criador. A revelação de Deus como Pai dá à oração um caráter profundo de intimidade. Pai é aquele que dá a vida, que protege, sustenta, compreende, conhece; pai é fonte de amor, é aquele que ajuda a crescer, a desenvolver, é aquele que prevê e satisfaz nossas necessidades básicas; pai é aquele que nos prepara para a vida, mas respeita nossa independência, nossa liberdade, que espera nosso amadurecimento na visão e compreensão de todas as coisas; pai é imagem de identidade pessoal, de afirmação. Estas, algumas das características próprias do pai da terra: quando compreendidas no plano de Deus, adquirem uma força inesgotável. Nossa oração, nosso diálogo com o Pai, é algo que ultrapassa nossa inteligência ou sensibilidade, mas que envolve todo o nosso ser - e transborda para todo o universo de nossos irmãos em Cristo. Diante de nosso relacionamento com Deus-Pai, nossos problemas, nossas fraquezas e limitações têm a proporção de um pequeno átomo do imenso cosmos e nossa vida em seu conjunto é uma pequena parcela do seu plano criador. Como Pai, ele espera de nós a adesão, o caminhar juntos, a disposição pessoal e profunda de coração. Nossa oração há de ser necessariamente uma energia profunda que brota do mais íntimo de nosso ser, numa interação de tal força com o Pai que nos leve a sentir a profunda intimidade de sua presença em nós.
Maria Leonor e Luis Carlos Gayotto Equipe 4, São Paulo
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COM A PALAVRA OS CONSELHEIROS ESPIRITUAIS
QUERO, CONTANTO QUE . ..
Em conversas, quando surge o assunto "vocações", todos estão de acordo para desejar e pedir muitas e numerosas vocações sacerdotais e religiosas. ótimo!... Todos concordam, ou quase todos, na necessidade dessas pessoas que atenderam a um chamado especial de Cristo para servir a Igreja e seus irmãos. É motivo de alegria perceber que há um despertar no povo de Deus em torno de um assunto que mere muita consideração. Mais uma vez, ótimo! ...
Pedir é muito fácil. Até as crianças sabem fazê-lo. Há pedidos que deixam as pessoas completamente à vontade porque permanecem fora da jogada, deixam de trazer implicações para a sua vida. Todos podem desejar e até pedir um aumento de vocações sacerdotais e religiosas. E se Deus levasse a sério o seu pedido e viesse colher um dos seus filhos para o sacerdócio ou a vida religiosa? Se um filho seu manifestasse a vontade de ingressar no seminário ou numa congregação religiosa, qual seria a sua reação? Recusaria, adiaria a sua resposta, ou apoiaria? Para os seus filhos, você deseja do bom e do melhor. Que eles se formem, engenheiro, médico, dentista, etc., para alcançar posição na vida e ganhar bem. Afinal, você dá o primeiro lugar às carreiras lucrativas, pretendendo conservar os seus filhos para você e continuar o nome da sua família. E se todas as famílias pensassem da mesma forma, de onde viriam as vocações para o sacerdócio e a vida religiosa? Viriam de outras famílias, que talvez receberam bem menos do que a sua, mas que fazem questão de permanecer abertas à ação do Espírito Santo que vem como, onde e quando quer.
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O seu lar cria condições para que possam germinar, crescer e amadurecer, o amor, o dom de si mesmo, a generosidade? Preocupa-se em favorecer um clima profundamente cristão na sua casa? Concede tudo aos seus filhos ou é capaz de recusar-lhes até coisas boas? Seu coração permanece aberto à vontade de Deus a respeito dos que Ele lhe concedeu, no Seu amor? Com toda a liberdade, você deixa os seus filhos escolherem o que consideram o melhor para eles? Renuncia a ver realizado neles o que não conseguiu para si mesmo?
--x--
Apresentemos às crianças e aos jovens exemplos de vida cristã. Proporcionemos aos filhos uma educação orientada para Cristo. Desde pequenos, procuremos iniciá-los no esforço, na luta, na renúncia. Ajudemo-los a formar o seu caráter. Vivamos o amor e a união entre nós. Cultivemos em nós o desejo sincero de ter um dos nossos para trabalhar na "roesse do Senhor". Peçamos a Deus santos padres e almas generosas para a vida religiosa. Façamos o que depende de cada um de nós e Deus saberá abrir a porta de muitos corações para aceitar a semente da vocação. Se o problema é nosso por que deixá-lo nas mãos dos outros?
Ir. Julien Laplante, s.c.j. Conselheiro Espiritual da Equipe 6 de Marília
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SERA MESMO QUE OS PAIS AMAM OS FILHOS?
Depois de os jornais ocuparem tanto espaço com os "trombadinhas" da nossa cidade, acho válido ver também o outro lado da medalha - os "trombadinhas de luxo". O paralelo entre os dois tipos de "menores abandonados" é chocante, mas expressivo: convida realmente para pensar. O "abandono", no primeiro caso, chega a ser até físico. No segundo caso, é de ordem psicológica ; o adolescente (ou menor) . sente-se abandonado, sofre "de carência afetiva", de "falta de amor". Seja num, seja noutro caso, está envolvido o amor, tão exaltado, mas também mal entendido e deturpado nos dias de hoje. Em épocas mais recatadas - quem sabe - falava-se bem menos em "carência afetiva". Todos sabemos, pela própria vivência - e os letrados sabem até pela ciência - que a necessidade do amor é básica em todos os racionais, sendo condição para seu desenvolvimento. O amor faz desabrochar a criança para desenvolver as suas potencialidades; a energia do amor que o adolescente descobre em si lança-o para cumprir com entusiasmo a sua missão na vida. O amor que a criança, desde pequena, recebe enche-a de segurança, e desperta nela a sua capacidade de amor. O amor receptivo transforma-se em amor oblativo; o amor egoísta da criança em oblação do adolescente. Mas será que existem pais incapazes de amar seus próprios filhos? Não será mera invenção de "clínicos" e de professores para pôr a culpa nos pais das frustrações dos adolescentes? Tive a oportunidade de analisar o problema com o nosso grupo de jovens. Um dos grupinhos apresentou a sua dúvida em encontrar um pai capaz de reconhecer que não ama seu filho. Todos os pais acham que amam, e muito, os seus filhos. E aí vem o problema crucial dos pais conscientes: -24-
Como amar? Amar dando tudo, ou também exigindo? Amar atendendo a todos os caprichos e veleidades, ou também sabendo recusar? Amar abafando com afagos e controle físico, ou amar em silêncio e com presença? Amar impondo, ou amar fazendo crescer em liberdade? Amar dando "status social", ou ensinando a encontrar segurança no sucesso das próprias realizações? Amar ignorando os defeitos, ou amar corrigindo os erros? Amar defendendo a criança a qualquer custo, ou "defendendo-a" levando-a a reconhecer os seus próprios erros? Amar o filho para satisfação do orgulho dos próprios pais, ou amar o filho como ele é? As interrogações poderiam continuar! Um pai costumava dizer-me: como é difícil ser pai! Eu poderia interpretar assim: como é difícil amar! Como é difícil amar certo! Será que os jovens e adolescentes são preparados para a sua grande missão de amar? Os Cursos de Noivos podem ser úteis, mas a educação do amor deve ser a base de toda formação. 1!: difícil a definição da maturidade. Creio que um traço característico do homem maduro é a sua capacidade de amar. Se é difícil amar certo, não é menos difícil educar para o amor, no mundo em que vivemos: -
no mundo que substitui os valores espirituais pelos materiais; na sociedade de consumo que vive na ilusão de poder resolver tudo com dinheiro; na sociedade permissiva que justifica tudo a favor do próprio egoísmo.
Em vez de limitar o problema a uma classe social, preferimos colocá-lo na visão universal do homem neste mundo em que vivemos. Penso que não é bombástica a frase de um dos jovens que assim expressou a sua opinião sobre o problema: "grande praga social para o futuro ... "
Dom Veremundo Tóth (Do jornal "0 São Paulo")
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COMO ATINGIR OS
NAMORADOS
(De uma resposta ao inquérito sobre preparação para o casamento)
Sem dúvida, através do testemunho de vida, de um modelo que possa ser inspirador e que mereça a confiança dos jovens. Recentemente, ouvimos, pela televisão, uma afirmativa do comediante Juca Chaves, que contém uma verdade contundente: "velhice não é profissão e juventude não é desculpa". Como se vê, trata-se de assumir; que cada um, no seu nível, no seu ambiente, na sua faixa etária, assuma a sua parte. Contudo, é justo reconhecer que os jovens são melhor "atingidos" pelos jovens. O jovem comunica melhor aos seus colegas, principalmente porque não está muito preocupado em comunicar como se aula fosse. Sabemos que várias paróquias têm incentivado os movimentos jovens. Provavelmente, esta é uma oportunidade para se iniciar, sistematicamente, a preparação para o casamento. Em termos de preparação remota, no seu sentido estrito, o ideal seria chegar aos filhos através dos pais: uma boa formação em família prepara e previne para esse longo processo de informação que é a própria vida social. De qualquer modo, entendemos da maior importância tudo que possa desenvolver nos jovens o sentimento de religiosidade, e, sobretudo, a confiança na vida. A vida é boa ; o trabalho é uma dádiva; os percalços são pontos de valorização individual; a felicidade não se procura: VIVE-SE!
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Concretamente falando: temos pouca certeza do sucesso de uma tarefa com namorados vindos de lares mal formados. A palavra não tem mais força que a vivência de anos. Pode ocorrer, porém, que precisamente esses estejam em busca de um modelo melhor. Esforcemo-nos para ser esse modelo e não nos omitamos, porque os moços estão desejando viver sua própria felicidade.
Iolanda e Lima (Bauru)
"Um curso de namorados a longo prazo, já que a famllia nem sempre está apta para proporcionar uma formação para o amor, nos parece uma atitude desejável. Grupos de jovens que não só se reunam para discutir problemas de seu interesse, mas sobretudo para, em comunidade, viverem uma experiência de vida cristã autêntica." (Cecília e Newton -
Jundiai)
• Quando a família não se desincumbe dessa missão de educar os filhos para o amor, e na medida em que falha nessa missão, começa a ser prejudicada, jâ desde a infância, a capacidade de assumir, como convém, o casamento. (Orientações, 1. 8)
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AH! ESSA EQUIPE 19! . ..
- O que? Ser assistente espiritual de uma Equipe de Nossa Senhora em São José dos Campos? Desculpe, mas não dá. Já tenho muito trabalho, aliás, nem dou conta dele. Pegar mais um compromisso? Ainda mais em São José! Só o tempo que vou perder, indo e voltando pela Dutra ... me desculpe, mas não é possível. O Olavo, contudo, não se deu por vencido diante de minha resposta. E argumentou: -Mas não vejo problema! Será só uma vez por mês, porque a reunião preparatória poderá ser em Taubaté mesmo. E também as reuniões mensais, quem sabe, poderão se realizar no seu Convento. . . Não se preocupe, a Equipe não vai lhe dar trabalho algum ... Suas palavras foram tão convincentes que acabei acreditando que o fato de assistir a Equipe 19 de São José iria até facilitar a minha vida. Sei lá, é possível que inconscientemente tenha pensado que eles - os casais - acabariam me ajudando na direção do Instituto Teológico. E, diante disso, não tive dúvidas: aceitei (ou capitulei)? Um ano se passou. Agora me convenço que o Olavo errou de profissão: seu campo mesmo é o de caixeiro viajante. Papo ele tem. Mas por outro lado, não me sinto ludibriado, apesar de que em minhas viagens pela Dutra para participar das reuniões tenha me perguntado muitas vezes: "O-que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui?" É verdade que o pessoal da minha equipe não me tem ajudado nos trabalhos em meu Convento. Muito pelo contrário: na única reunião aqui realizada, ela deu trabalho para meus estudantes. E pior: difícil foi eu conseguir convencê-los, na manhã após a reunião aqui realizada, que havíamos refletido, que tinha sido um encontro muito sério. Eles escutavam minhas observações e olhavam para a pilha de pratos sujos, para as va-
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zilhas com restos de comida e para as garrafas de coca-cola vazias. . . Não sei se acreditaram no que falei. Não me sinto ludibriado, repito. Percebo que, como padre, tenho um belo campo à minha frente, nesse contato com os casais. E isso em parte responde a uma necessidade que sentia, ao longo do trabalho com jovens nesses últimos anos. Por diversas vezes parei para me interrogar seriamente se não deveria deixar os jovens e me dedicar aos pais deles. Porque percebia que quase todos os problemas da juventude tinham um início comum: falta de carinho dos pais. Carinho que assume as mais variadas formas: diálogo, atenção, interesse pela vida dos filhos, jogo aberto, um gesto, amizade, amor, etc. Se não deixo de me dedicar aos jovens, convicto de assim estar preparando os casais de amanhã, essa experiência com os casais de hoje me possibilita dedicar-me indiretamente aos jovens de amanhã (seus filhos). Além contribui passo são e esposas
disso, esse acompanhar de perto a vida de cinco casais para valorizar devidamente os problemas que a cada colocados diante de mim por outros casais, por esposos que estão à procura de algum caminho.
Minha equipe tem me proporcionado também algumas horas bem alegres. Não pensem logo que tenhamos feito belos passeios ou saído para tomar "chopp". É que as próprias reuniões têm transcorrido em clima tal que não há cristão que consiga ficar sério muito tempo. A alegria, aliás, é uma das características do cristão. Ainda recentemente Paulo VI nos desejou: "Que a alegria seja derramada nos corações juntamente com o amor de que ela é o fruto, pelo Espírito que nos foi dado". Bem, tudo isso é muito bonito e posso dizer que, enquanto for possível, estarei dando uma de assistente na Equipe 19. Contudo, se o Olavo aparecer de novo por aqui, com aquele jeito de quem não quer nada, e convidar-me para ser assistente de outra equipe, - ah! senhores! - garanto que soltarei imediatamente meus cachorros atrás dele. Será a única forma de não cair de novo em sua conversa.
Pe. Murilo, scj
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MULTIPLICADORES (Do Boletim de Florianópolis)
"Aos sacerdotes Conselheiros das Equipes, rogo eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que se há-de manifestar: não hesiteis em dar o melhor da vossa competência, das vossas forças e do vosso zelo pastoral a este privilegiado campo apostólico. Nele encontrareis uma porção da Igreja de que vós sois pastores. Não cedais à tentação de crer que vosso trabalho pastoral se limita a um pequeno grupo de cristãos. A vossa ação multiplicar-se-á mediante a irmdiação de tantos lares. Vós os ajudais a aprofundar a sua vida cristã: que a vossa se aprofunde em igual medida". PAULO VI
E se o nosso Conselheiro Espiritual tivesse cedido à tentação? As Equipes de Nossa Senhora iniciaram seu trabalho em Florianópolis no ano de 1955. Eram seis casais e um sacerdote. Com o correr do tempo, o Movimento foi se expandindo; novos grupos foram sendo formados. Assistente Espiritual daqueles gr upos desde o começo, não foram poucas as vezes em que aquele sacerdote disse a seus colegas de magistério sacerdotal para não cederem à tentação de pensar que estariam perdendo seu tempo com um grupo pequeno, de cinco ou seis casais, com uma Equipe de Nossa Senhora. Ele sempre acreditou, sempre teve fé, sempre teve a certeza de que o trabalho com grupos de casais não era um tempo gasto de forma inútil. Ainda hoje ele nos diz que o tempo que "perdeu" com as Equipes de Nossa Senhora foi aquele de que mais se aproveitou para a sua vida sacerdotal. E hoje, ao relermos o trecho do discurso do Santo Padre às Equipes de Nossa Senhora, em sua Peregrinação de 1976, nos volta à memória toda uma história, iniciada em 1955. Passados quase 25 anos de vida das Equipes em Florianópolis, vale a pena rever qual a extensão das palavras do Sumo Pontífice dirigidas aos nossos Conselheiros Espirituais, relacionando-as com o nosso caso particular: "A vossa ação multiplicar-se-á mediante a irradiação de tantos lares".
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Do primeiro grupo de casais, logo foram surgindo os demais. O fator multiplicador das Equipes de Nossa Senhora foi e continua sendo realmente marcante. No terreno específico das Equipes de Nossa Senhora, vimos a expansão do Movimento para cidades vizinhas: Brusque, Blumenau, Itajaí, Navegantes, Guabiruba, Criciuma, Lages. Houve um tempo em que foram prestadas assessorias às Equipes de Curitiba e de Porto Alegre, no plano de uma troca de experiências e de animação. Um dia, eis que um dos nossos casais, Plínio e Mônica, foi chamado a trabalhar no Campus Avançado da Universidade Federal de Santa Catarina, em Santarém (PA). Logo ~s Equipes iniciaram seu trabalho em Belém do Pará, onde desenvolvem cada vez mais seu papel multiplicador ... Hoje, somos 21 Equipes em nossa cidade. E o que fizemos no correr deste quase quarto de século, a partir do apoio espiritual dos nossos sacerdotes, que também acreditaram que trabalhar com as Equipes de Nossa Senhora não era perder tempo? Torna-se difícil dizer quantos lares foram atingidos, direta ou indiretamente. Foram Cursos para Noivos, trabalhos com Escola de Pais, participação em Cursilhos, em Emaús e no Movimento Pólen, para jovens, em todas as possíveis e imagináveis atividades no âmbito paroquial, no plano educacional, administrativo, político. Nos diversos campos da Pastoral da Arquidiocese: Familiar, tão ampla, com todas suas atividades, do Diaconato Permanente, da Saúde, do pr eparo de crianças para a Primeira Eucaristia, como Ministros da Eucaristia, etc. E, ainda, nas Campanhas de Natal, da Páscoa, da Fraternidade. E o que dizer dos inúmeros casais que passaram pelo Movimento e hoje estão engajados em outras atividades apostólicas? Realmente, tinha razão desde aquela época o nosso caro Pe. Francisco de Sales Bianchini, nosso Conselheiro Espiritual desde a primeira hora, a quem agora prestamos a nossa homenagem. A ação dos Conselheiros Espirituais foi realmente multiplicadora pelos casais das Equipes de Nossa Senhora, a quem eles atenderam e continuam atendendo, pela irradiação de amor que comunicaram a tantas centenas de lares. E, diante de tanta riqueza, voltamos a perguntar: o que teria acontecido se o nosso Conselheiro Espiritual tivesse cedido à tentação de pensar que seu trabalho ficaria limitado a um grupo reduzido de casais? ... Dilma e Miguel Equipe 1 de Florianópolis
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VOCÊ.
RESPONSÁVEL
Você é responsável. Você é responsável pelo desenvolvimento da amizade, da unidade e da caridade no seio de sua equipe. Você é responsável pela santificação dos casais de sua equipe, para que vivam integralmente o Cristo. Você foi aí colocado por Deus. Posto avançado onde será combatido, neste ano, o bom combate do amor. Você está preparado para isso? Você está preparado para dar e para receber e assim fazer crescer o amor de Cristo em todos os de sua equipe? Você, pessoalmente e como casal, já parou para um exame de consciência, para um dever de sentar-se, sobre as exigências da responsabilidade que você tem sobre os ombros? Pare agora e pense na sua equipe. Você é responsável por seus irmãos de equipe. Você poderá fazer crescer os dons, valores e qualidades que seus irmãos possuem e só eles possuem. Pare e veja se você conhece todos os seus irmãos de equipe. Veja se você compreende e ama a cada um e a todos: mesmo aquele difícil, que fala complicado, que é cacete, que brinca demais, que é pecador ... Você sabe o que interessa a cada um dos membros de sua equipe? O que faz cada um falar? O que entusiasma a cada um deles? Futebol? trabalho? piadas? apostolado? família? clube? política? Leve-o a falar disso, escute-o, e você o ouvirá falar de Deus. Ou é só você que fala? Você não deixa ninguém falar? Como é que você vai conhecer o seu irmão se você não o escuta? -32-
Você se mantém aberto ou você coloca arame farpado à entrada do seu eu? Analise estas farpas que você levanta contra seu irmão: o seu egoísmo, o seu caráter, o seu orgulho, a sua inveja, a sua ironia, a sua rudeza, a sua frieza, a sua indiferença, a sua passividade ... Você se mantém aberto ou você levanta paredes de concreto armado contra seu irmão? Analise estas paredes, estas barreiras: seus gostos, suas idéias, seus pontos de vista. Você procura qualidades ou defeitos no seu irmão? Analise como é que você se comportou no passado. Descubra o seu irmão. Descubra suas qualidades. Admire-o. Essas qualidades foram dadas a ele por Deus. Não se canse de elogiá-las. Analise as qualidades de seus irmãos de equipe e diga a seu marido, à sua mulher, quais as que você vai elogiar quando voltar a se encontrar com ele. Confie no seu irmão. Se você o conhece, o compreende e admira, por que não confiar? Confie, admire, ame, acolha. Você está disponível para acolher o seu irmão de equipe? Lembre-se: a tarefa que você recebeu é uma tarefa de serviço. Você é servo de seus irmãos. Você é aquele que os ajudará a caminhar em direção ao Pai. Esse é o seu serviço.
(Trechos da meditação preparada pelo Conselheiro Espiritual do Setor A de São Paulo para a Missa de transmissão de cargo dos Responsáveis de Equipe.)
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PRECISA~SE DE VOLUNT ARIOS
Se os "Cursos de Noivos" visam "propiciar aos noivos um aprofundamento na compreensão e vivência do amor; conscientizá-los a respeito das próprias responsabilidades; capacitá-los para uma opção verdadeiramente adulta, consciente e livre, procurando fazê-los assumir as exigências de um casamento fe ito perante a Igreja e conhecer os meios de que disporão para viver uma vida matrimonial conforme o ideal evangélico" (Orientações, 2.1), os casais das Equipes de Nossa Senhora, que objetivam viver a espiritualidade conjugal, devem, como imposição do seu dever apostólico, irradiar para os casais em formação a sua vivência, cooperando na ministração desses cursos. Embora todos nós tenhamos ocupações com filhos, casa, vida profissional e social, compromissos paroquiais, deve sobrar-nos um tempo para ajudar os noivos a descobrir a beleza da vida cristã e dar-lhes uma formação tal que o mundo conturbado por aqueles que não tiveram essa formação não os venha pegar desprevenidos. Será o começo de uma nova geração que, tendo Cristo como guia e modelo, saberá viver e sobreviver às exigências da vida e dar-lhe o verdadeiro e único sentido. Embora obrigatórios, os cursos têm impressionado favoravelmente os noivos, tornando-os conscientes da vida familiar que vão assumir. O clima de alegria e calor humano que os casais que trabalham nos cursos procuram proporcionar aos jovens casais de noivos tem dado resultados maravilhosos, e os pedidos de re-encontro feitos pelos noivos são motivo para que se pense seriamente em criar uma equipe que se proponha a arregimentá-los no começo de sua nova vida, levando-os a participar da vida paroquial e a fazer parte das Equipes de Nossa Senhora, do Movimento Familiar Cristão ou dos Encontros de Casais com Cristo. -34-
Mas o grande problema é "arranjar" essa nova equipe que se disponha a fazer esse trabalho. Pedimos, pois, aos casais das Equipes de Nossa Senhora que se ofereçam em maior número, não só para cooperar nos cursos, seja proferindo palestras, seja trabalhando na equipe de apoio, mas também para formar essa equipe destinada a dar continuidade aos cursos, procurando reunir os jovens casais em novos encontros e formar com eles círculos ou equipes. Quando vemos milhares de casais jovens, sem uma formação relig" osa ou moral, com pouco tempo de casados, às vezes menos de um ano, se separarem, desfazendo tranquilamente a maior ventura que é a de ter uma família, perguntamos: até onde é válida a omissão de casais que, vivendo num movimento como o das Equipes de Nossa Senhora, não procuram lutar por um mundo melhor, onde a família seja protegida e indissolúvel, dentro do plano de Deus? Casais das Equipes, colaborem para a formação de novos casais que, além de uma perfeita união conjugal, vivam para Cristo e cooperem no amor criador de Deus. Procurem o casal encarregado dos Cursos de Noivos na sua cidade ou na sua paróquia, e ele os encaminhará e lhes dará a oportunidade de ajudar na formação de um novo lar cristão ou na perseverança no bom caminho daqueles que já receberam essa formação. (Colaboração do Setor A de São Paulo)
"Para mim, o curso de preparação teve um efeito super-satisfatório, pois abriu-me pontos obscuros que existiam em mim. O que tenho que ressaltar é que vim para o curso com uma outra imagem, achando que !:eria uma 'bela porcaria' e uma 'chateação' e que iria perder um fim de semana. Mas agora, ao findar o curso, retiro todas as ofensas acima e acho que seria interessante uma maior divulgação deste curso, para que não só noivos o façam, e sim também namorados, pais de familia, filhos, etc." Um noivo de São Carlos (de uma das fichas de avaliação do curso)
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AS
"EQUIPES DE NOIVOS"
(Resposta ao inquérito sobre preparação para o casamento)
Ao nosso ver, os cursos de noivos deveriam ser feitos em Equipes de Noivos, nos mesmos moldes da experiência que estamos vivendo. Ou seja, em grupos de 8 a 10 casais de noivos, com reuniões quinzenais ou mensais, abordando temas referentes ao curso, mas em debates e diferentes dinâmicas para cada assunto. As reuniões são realizadas normalmente em nossa residência, deixando assim os casais mais à vontade. Antes, porém, de entrar propriamente nos temas do curso, fazemos a adaptação inicial dos casais, com temas que proporcionam um maior conhecimento entre todos. Durante o curso, intercalamos temas extras e questionamento do casal, o que tem unido mais ainda o grupo. O aproveitamento foi e está sendo muito maior. Outro fruto desse nosso trabalho é a amizade que une esses casais entre si e a nós. Embora a maioria deles já se tenha casado, continuamos com reuniões, agora já estudando temas mais profundos. No momento, estamos nos enr~quecendo com o Sermão da Montanha. A experiência foi e está sendo tão válida que já formamos outra equipe, por testemunho da primeira. O ideal seria que cada paróquia organizasse equipes ou grupos de noivos, com casais dispostos a trabalhar nesse sentido, mesmo porque a Pastoral da Família está vivamente interessada em adaptar os cursos de noivos nesses moldes.
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Acreditamos que os namorados poderão ser atingidos da mesma maneira, só que com temas mais suaves e adaptados à realidade que vivem. Os recém-casados, também em grupos, mas fazendo uma revisão do curso, começando por reforçar aquilo que não foi muito bem assimilado, e posteriormente encaminhados a Movimentos.
Marina e Tito Equipe 5 de Jundiaí
Excelente forma de preparação prox1ma para o casamento é o catecumenato matrimonial, em que se tenta uma experiência de vida de fé, iluminada por uma evangelização e catequese mais intensas, ao mesmo tempo que acompanhada por um esforço de vida cristã mais profunda, alimentada pelos sacramentos da penitência e da eucaristia . . . . Mesmo na paróquia maior, essa forma de catecumenato matrimonial deve ser propiciada àqueles noivos que são capazes de uma preparação mais profunda. Menos formal que o "curso de no ivos", esse catecumenato pode ser realizado nas casas . .. Ele expressa muito mais a participação da comunidade e integra progressivamente os novos casais na vida eclesial. Para este serviço é preciso preocupar-se seriamente com a formação dos casais que o assumirão como verdadeiro ministério permanente e não apenas como tarefa ocasional. ("Orientações Pastorais Sobre o Matrimônio", 2 .5)
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UMA REUNIÃO DO CONSELHO INTERNACIONAL DAS EQUIPES
"É difícil dizer por onde começar, quando se trata de relatar gr andes emoções e experiências muito profundas ... " É com estas palavras que Betisa e João de Biase nos contam, em seu relatório, a sua participação, como delegados do Brasil, na reunião do Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora, realizado no começo de maio em Paris.
O Conselho Internacional das E.N.S. é composto de 12 a 15 casais. Tem por missão ajudar a Equipe Responsável a ter uma visão de conjunto e que ajude num trabalho a longo prazo. Reune-se uma vez por ano e, para esta reunião, os temas são dados com antecedência para serem preparados. São bastante freqüentes as consultas e a troca de correspondência. Estavam ali presentes os membros do Conselho procedentes da Austria, Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Portugal, além dos membros da Equipe Responsável Internacional e os Pes. Tandonnet e Le Chapelier. Como convidados especiais, pronunciaram as conferências D. Delhaye, da Bélgica, e o nosso D. Lucas Moreira Neves, Vice-Presidente do Conselho Pontifícia! para os Leigos, que participou da reunião até o último dia. Logo após a abertura dos trabalhos, com a celebração da Eucaristia, foi pedida uma visão geral de cada país e da Igreja, mais particularmente no que toca à vida dos casais e aos movimentos familiares. A Bélgica abordou principalmente o problema do aborto e todos os tipos de liberdade sexual. Os Estados Unidos vêm-se também a braços com os mesmos problemas, o divórcio, a homosexualidade, mas, ao lado disto, nota-se o grande crescimento do movimento carismático. Portugal ainda se ressente das modificações decorrentes da revolução, inclusive do código civil, na
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parte que envolve a família; o número de divórcios tem aumentado; foi citado o impulso que está tomando uma experiência pioneira junto às famílias do campo, os "Casais de Santa Maria". Na Itália, explosão da pornografia e da droga; grande trabalho, das Equipes, com bons resultados, na Pastoral para os separados. Na Austria, desde o ano passado, o aborto é considerado livre; o número de divórcios corresponde hoje a 25% dos casamentos. O Brasil pôde apresentar o grande impulso verificado de tempos para cá na expansão das Equipes, mas mencionou também a introdução recente do divórcio e a atitude da Hierarquia dando prioridade à Pastoral Familiar. Novo alento na difusão das equipes também na Itália, nos Estados Unidos, em Portugal. Ainda no primeiro dia, Dom Delhaye, que é professor de Moral e História da Moral na Universidade do Louvain, pronunciou uma alentada conferência, para atender ao tema do dia: Como promover o valor cristão do amor e do casamento e como o Movimento pode ajudar o casal a ser um casal cristão plenamente realizado. Tratou longamente da vida moral em geral e da vida sexual em particular. O tema do segundo dia era o prolongamento daquele desenvolvido no dia anterior: Em que as E.N.S. podem ajudar os seus membros no domínio da sexualidade, num sentido amplo de comportamento humano, mas numa versão cristã. Foi muito apreciada a intervenção de Dom Lucas, que fez observações muito apropriadas sobre o mesmo tema. Segundo ele, as necessidades fundamentais no estudo do problema da sexualidade são: 1.
Conhecer a fundo a concepção cristã da sexualidade, com suas exigências, que precisam ser entendidas.
2.
Necessidade de ajudar os casais a viverem eles mesmos essas exigências e transmiti-las aos filhos. Mesmo sabendo-se contra-corrente, têm os casais das Equipes que afirmar essa concepção cristã da sexualidade para ajudar a outros e à sociedade. É imprescindível se aprender uma linguagem adaptada à nossa realidade.
3.
4.
A noite, D. Lucas fez uma palestra, muito viva e interessante, sobre as atividades do Conselho dos Leigos em geral, e no domínio da família em particular. Esse Conselho, que assessora o Papa para assuntos leigos, tem como objetivo estimular a participação dos leigos na vida e na missão da Igreja. -39-
No terceiro dia, destacaram-se as colocações de Louis d'Amonville. Ressaltou em que sentido deve ser apresentada a sexualidade, não como uma lei ou como impedimentos, mas sim centrando a moral cristã sobre a busca do que Deus quer de seus filhos. Fez um apelo para que os casais vivam o Evangelho e que haja grande disponibilidade dos equipistas para o apostolado. Abordando outro aspecto, deixou evidente que é ponto pacífico a necessidade de as Equipes de Nossa Senhora viverem no contexto diferente de cada país: que cada um tenha para cada local as orientações que sejam importantes para aquele local. O último dia foi dedicado particularmente ao tema da "supranacionalidade" do Movimento. E isto, mais particularmente, no sentido de fazer com que as riquezas específicas de cada país concorram para o enriquecimento comum do Movimento. É necessário que a documentação seja adaptada a cada país e não só traduzida, embora com o cuidado de conservar sua base comum e a fidelidade à Carta. Foi solicitado que as Cartas Mensais publicassem com regularidade uma crônica internacional. O relatório que aqui resumimos é uma síntese da multiplicidade e profundidade dos temas tratados. Ao lado da preocupação com o desmoronamento da moral, e particularmente da moral sexual, com seus reflexos inevitáveis sobre a moral conjugal, que constituiu o tema principal da reunião do Conselho, este indicou como assunto prioritário para objeto de próximos estudos o problema das relações pais e filhos, assim como o da educação religiosa dos filhos .
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NOTíCIAS DOS SETORES
FLORIANOPOLIS -
Jovens vocacionados
Há dois anos, exatamente, noticiávamos (cf. C.M. de agosto de 1976) a vocação de Francisco, filho de Dilma e Miguel, e sua entrada para o Seminário de Vocações Adultas em Guaratinguetá. Agora, Francisco, depois de fazer sua primeira profissão de fé e receber o hábito franciscano em Rodeio, perto de Blumenau, encontra-se no Convento Franciscano de Petrópolis, fazendo seus estudos maiores. Também José Emílio, filho de Bernardina e José (Equipe 11), que ao mesmo tempo comunicávamos estar no Seminário Menor de Azambuja, concluiu seus estudos e agora continua os anos finais de preparo para seu ministério sacerdotal no Instituto de Teologia de Santa Catarina. Neste mês, dedicado às vocações, rendamos graças ao Senhor novamente pelas maravilhas que ele opera no coração dos nossos jovens e peçamos que conceda às nossas famílias o dom de um número cada vez maior de vocações para o Seu serviço. -
409 aniversário de ordenação
Dois acontecimentos relacionados com D. Afonso Niehues, Arcebispo de Florianópolis, encheram de alegria os equipistas daquele Setor: o 40.0 aniversário de ordenação sacerdotal de Sua Excia., e o fato de ter sido o 4. 0 prelado mais votado, em Itaici, entre os 28 escolhidos para representar o Episcopado brasileiro na Conferência de Puebla. JUIZ DE FORA -
Vai a Setor
No dia 19 deste mês, na Festa da Assunção de Nossa Senhora, a Coordenação de Juiz de Fora passará a Setor, em solenidade da qual deverão participar representantes da ECIR, o Casal Re-
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gional e os equipistas de Petrópolis que levaram o Movimento a Juiz de Fora. Parabéns a Margarida e Agostinho, ao incansável Pe. Edmundo, e também, é claro, a Gilda e Gigi, que foram os primeiros Responsáveis pela Coordenação. O entusiasmo dos equipistas já irradiou para a cidade de Piuma, onde foram formadas as duas primeiras equipes. Mutirão
No último fim de semana de maio, realizou-se o II Mutirão da Coordenação, com a participação de 29 casais, incluindo 3 de Valença e 1 do Rio de Janeiro, e 4 Conselheiros Espirituais, todos de Juiz de Fora. Fizeram as palestras Frei Orlando Bernardi, de Petrópolis, Maria Alice e Adelson, do Rio (Casal Regional), Elfie e Dragan, de Petrópolis, e Maria Helena e Nicolau Zarif, de São Paulo. A equipe de serviço, composta de 11 casais, todos de Juiz de Fora, assegurou o sucesso do Mutirão, sucesso aliás confirmado, nas folhas de avaliação, pelos participantes. -
Reunião dos Conselheiros Espirituais
Com "comparecimento total e viva participação", realizou-se uma reunião da Coordenação com os Conselheiros Espirituais, na presença dos Casais de Ligação. Concluiu-se, além da repisada necessidade de "pilotagem" do Assistente junto com os equipistas, que "todos os sacerdotes são disponíveis ao Movimento e também vibram com ele, como todos os equipistas". -
Boletim
É a primeira vez que o recebemos - e dois exemplares, um enviado por Maria Helena e Nicolau, o outro por Dirce e Rubens. Se o Setor fizesse o favor de remeter uma cópia para a Carta Mensal, aos cuidados do Secretariado, agradeceríamos!
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Isto é gostar da Carta Mensal ...
Lemos, no referido Boletim, elogios à Carta Mensal tão exagerados que deixam a gente até encabulada. Vejam se não é para ficar:
"Depois da leitura do Evangelho, a maior riqueza do nosso movimento, é a leitura da Carta Mensal, pois é ela que nos man-42-
tém atentos aos meios de aperfeiçoamento, mantém-nos em contato com todos os irmãos equipistas, não só através do noticiário dos diversos setores, mas também através da vivência do cristianismo que transborda de seus testemunhos. Nutre nossa vida espiritual com os densos artigos escritos por nossos santos Assistentes e nos apresentam o caminho a seguir por meio dos textos oficiais da Igreja. Seu formato é prático para se levar e ler em qualquer lugar: no escritório, na sala de espera de um consultório e mesmo debaixo de um secador de cabelos . .. O tamanho de seus artigos é o exato para imediatamente termos o coração e o pensamento cheios de Deus e logo sentirmos vontade de passar a agir. Acabamos de ler a de abril e é tão completa que nos veio uma enorme vontade de expressarmos nossa alegria e agradecimento ao grupo da ECIR, que, inspirados pelo Espírito Santo e com os corações ardendo em caridade por nós, seus irmãos equipistas, compõem essa esplêndida súmula. Lúcia e Tiso Arcuri, da Equipe 1" Depois dessa, precisamos é melhorar muito!
BLUMENAU -
"CEJUPA"
Seja lá o que for esta sigla, trata-se de um movimento de jovens lá em Blumenau. A ele dedica-se um casal da equipe 1, juntamente com o incansável Frei Pascoal. Por "sacrificarem suas horas de lazer a fim de ensinar aos jovens o melhor caminho e prepará-los para enfrentar as dificuldades do amanhã, por ensiná-los ainda a manter o diálogo e, principalmente, a serem autênticos", os companheiros de equipe de J ocely e Sálvio acham que eles merecem "o prêmio Nobel da juventude", "cujo valor não é em didnheiro, mas em jovens realizados, em corações de pais agradecidos e em orações autênticas".
GUARATINGUETA- Cumpriu a palavra
Mostrando que acredita na palavra do Santo Padre aos Conselheiros Espirituais, segundo a qual o tempo dedicado a um grupo pequeno de cristãos reverte em benefício da própria Igreja (cf. pág. 30) e coerente com a disposição manifestada por oca-43-
s1ao da visita da representação do Setor (cf. CM de junho, pág. 28), D. Geraldo Maria de Morais Penido, Arcebispo de Aparecida, assumiu a assistência espiritual da Equipe 2 de Guaratinguetá. Para não sobrecarregar a agenda de D. Geraldo, a equipe passou a reunir-se aos domingos na parte da tarde. -
Retiro do Frei Almir
Foram 46 casais, entre os quais vários não equipistas, a terem a felicidade de ouvir o Frei Almir Ribeiro Guimarães e refletir e meditar sobre os temas por ele apresentados: "Como anda nossa história a dois?", "Como construir, na família de hoje, a Igreja de amanhã?" e "São as ENS comunidades de orantes?". Deu ainda Frei Almir pistas de como "construir a vida com coragem" e "com coragem descobrir a verdade", pondo em prática a nossa fé, em referência à "fé de Abraão". -
Reflexão sobre catequese
Em junho, os equipistas do Setor participaram de uma noite de reflexão, dirigida pelo Pe. Gambl, sobre "a catequese de jovens e crianças", assunto do último Sínodo dos Bispos e grande desafio para os casais cristãos em nossos dias. -Boletim
Com surpresa, descobrimos que o Boletim do Setor, chamado, sugestivamente, "Aliança", completou em junho 2 anos de existência. Surpresa, porque foi a primeiríssima vez que o recebemos. . . Como é muito bom - pequeno e muito bom não são qualidades incompatíveis, muito pelo contrário, como pudemos comprovar- pedimos a Marlene e João Roberto que não deixem de enviá-lo ao Secretariado com a menção "Para a Carta Mensal".
MOGI DAS CRUZES -
Mais "equipinhas" à vista
Lê-se no Boletim o seguinte: "PROCURA-SE: Casal que esteja disposto a aguentar 15 adolescentes, por tempo indeterminado. Exige-se boa espiritualidade. Não precisa ter aparência, apenas disponibilidade, de, pelo menos, algumas horas por mês. Paga-se bem: o casal receberá como honorários muito amor e carinho. Os interessados deverão dirigir-se ao Paulo Júnior, pelo telefone . . . " -44-
É um chamado que poderia ser dirigido por qualquer jovem a qualquer casal equipista. Aliás, nem deveria ser preciso pedir: os casais é que deveriam tomar a iniciativa. Olhem a "preparação remota". . . Depois da família, o lugar da preparação e nos grupos ou movimentos de adolescentes e de jovens.
SAO PAULO -
Trabalho com menores
Por solicitação da Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar, que, por sua vez, fora procurada por D. Luciano Mendes de Almeida, Bispo da Região Belém e responsável pela Pastoral ào Menor Abandonado - os movimentos Familiares foram convidados a mobilizar casais para acompanhar menores infratores da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM) colocados em liberdade vigiada pelo período de um ano. Dois motivos estão na origem desse pedido de colaboração: por um lado, o número de assistentes sociais da FEBEM é totalmente desproporcionado em relação à quantidade de menores a serem acompanhados (numa das Unidades, são apenas 2, para São Paulo inteiro, ou seja, aproximadamente 100 meninos) e, por outro, o problema dos menores quase sempre tem sua origem na própria família (seja por baixa renàa, seja por situação irregular, seja, como é quase sempre o caso, por ambos) e torna-se destarte um problema de Pastoral Familiar. Trata-se de acompanhar o menor e sua família, para tentar evitar a reincidência, para aconselhar, para ajudar na auto-promoção, única forma de sair dessa situação. Após tomarem conhecimento do problema, vários casais equipistas (uma quinzena) sentiram-se motivados e ofereceram-se para esse trabalho. Os técnicos pertencentes ao Movimento (assistentes sociais, psicólogos sociais, monitoras de promoção humana), no entanto, desaconselharam categoricamente o engajamento dos casais nesse apostolado sem um preparo mínimo anterior. Assim, foi organizado um treinamento específico, composto de quatro aulas de promoção humana, duas aulas de psicologia do adolescente e uma palestra sobre tóxicos. Isto retardou sensivelmente a entrada dos equipistas nesse trabalho de voluntariado junto à FEBEM e a D. Luciano, mas considerou-se preferível não correr o risco de, apesar de toda a boa vontade, serem maiores os males do que os benefícios, tanto para o menor quanto para sua já tão sofrida família. -45-
DEUS CHAMOU A SI
Nosso companheiro de Equipe da Carta Mensal, Carlos RoNo dia 16 de maio, em pleno mês de Maria, de quem Carlos era grande devoto. Foi o coração, muito sensível e bondoso, que baqueou. Sabemos, com toda a certeza, que Carlos está no Céu, mas é duro continuar a caminhada sem ele ... Ruth, cem toda a falta que sente do companheiro, dá um testemunho maravilhoso: apoia-se inteiramente em Deus, que assegura nunca ter sentido tão perto. E continua trabalhando: corrigiu, no lugar do marido, os textos desta Casa Mensal. Mas deixemos que seus companheiros de equipe nos falem do Carlos: drigues Nogueira.
"Longos anos de convívio ofereceram a todos nós o exato perfil do amigo querido. Sua retidão de caráter, sua formação católica, sua extrema bondade, sua preocupação com os mais necessitados, seu ,Permanente e extremoso cuidado com sua esposa e seus filhos, sua dedicação ao Movimento das Equipes, foram sempre e ininterruptamente os pontos marcantes de sua personalidade. Ao chamá-lo para Si, só podemos imaginar que Deus quis assim premiar, num espaço mais curto de tempo, aquele que, durante toda sua vida, pr ocurou servi-lO com toda a fé, a dedicação e o carinho. Isto é exatamente o que nos conforta neste momento, pois, apesar de não mais podermos contar com a presença física de Carlos em nossas reuniões, t emos a certeza de que, tendo a suprema ventuda de estar ao lado do Criador, poderá olhar melhor para os seus companheiros que aqui ficaram e que sempre o lembrarão em suas orações."
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SESSAO DE FORMAÇAO EM FLORIANóPOLIS
Nos dias 25, 26, 27 e 28 de maio, participar de uma "senhora" Sessão de Morro das Pedras, em Florianópolis, da mero recorde de casais: 41 casais, assim gre - 11; Criciuma - 5; Florianópolis menau - 4; Curitiba - 3; Brusque Gravataí - 2; Itajaí - 1; Lajes - 1.
tivemos o privilégio de Formação, realizada no qual participou um núdistribuídos: Porto Ale5; Londrina - 5; Blu2; Caxias do Sul - 2;
O Conselheiro Espiritual foi o Pe. Francisco Saez Sandi, de São Paulo, e trabalhou uma equipe de serviço composta de 10 casais. Para o que se passou, só no Espírito Santo encontramos explicação. Impressionou-nos, sobremaneira, a presença de casais jovens, os belíssimos testemunhos, a abertura nos grupos e a grande participação nos cantos, sob a batuta da Dulcemar e do Hiperides, do Rio de Janeiro. Um dos pontos altos do encontro foi a homilia proferida na Celebração Eucarística do sábado por Almira Calixto, de Florianópolis. Muito proveitosa a convivência com esses grandes entusiastas do Movimento que são Dilma e Miguel Orofino. Registramos com satisfação a presença, na casa de Retiros, do Pe. Vendelino, antigo assistente das ENS. Emolduradas por uma natureza pródiga, que não cessa de cantar glórias ao Criador, vivemos em clima de autêntica comunidade fraterna, até nos momentos mais angustiantes, quando recebemos a notícia do falecimento do pai de um dos participantes e todos uniram-se em oração pela alma do pai do Guino José Sgrott.
Dirce e Rubens
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ANUNCIAR O REINO
Para poder doar-se inteiramente à obra da evangelização, aquele que anuncia o Reino nada deve levar pelo caminho. Trata-se de desapegar-se de tudo e despojar-se de si mesmo. TEXTO DE MEDITAÇAO -
Lc. 10, 1-9
Depois disso, o Senhor designou setenta e dois discípulos e, dois a dois, enviou-os à sua frente a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: "A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita. Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros entre lobos. Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, e a ninguém saudeis pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'Paz a esta casa!'. E se lá houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; se não, voltará a vós. Permanecei nessa casa, comei e bebei do que tiverem, pois o operário é digno do seu salário. Não passeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e fordes recebidos, comei o que vos servirem; curai os enfermos que nela houver e dizei ao povo: 'O Reino de Deus está próximo de vós'." ORAÇAO -
Salmo 22
-O Senhor é meu pastor: nada me pode faltar! O Senhor é o pastor que me conduz, nada me falta; é nos prados da relva mais verde que me faz descansar; para as águas tranqüilas me conduz, reconforta a minha alma.
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Ensina-me os caminhos mais seguros, por amor de seu nome; passarei os mais negros abismos sem temer mal nenhum; junto a mim, teu bastão, teu cajado, eles são o meu conforto. Preparas uma mesa para mim bem à frente do inimigo; teu óleo me ungiu a cabeça e minha taça transborda. Viverei a ventura da graça, cada dia da vida; minha casa é a casa do Senhor c para sempre o há de ser. -
O Senhor é meu pastor: nada me pode faltar!
Oremos
6 Pai, que nos chamaste a trabalhar na tua messe, dá-nos a graça de proclamarmos, por nossas palavras e nossas vidas, o teu Reino. Ensina-nos a acolher no·ssos irmãos, a fim de sermos também nós acolhidos por ti, a exemplo da Virgem Maria, na glória eterna. Por Jesus Cristo, teu Filho ... --Amém.
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar
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