ENS - Carta Mensal 1978-6 - Setembro

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NC? 6

1978

Setembro

Perdemos um Pai . ............... .. .. .... .. . A catequese dos jovens, desafios e perspectivas .. .. . . .. .. . .. .. . . .. . .. . . .. .. . . .. . .. .

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A catequese, obra de lodos na Igreja . . . . . . .

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Um a opção de vida .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

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Os dois mares . . .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .

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Aconteceu o EACRE do Rio de Janeiro . . . . .

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Cântico das Núpcias . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. ..

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Intercessores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Escutar • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A Palavra que transforma . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Mês da Bíblia .. .. .. .. .. . .. . .. .. . .. .. .. .. .. .

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O VI9 EACRE da Região

~.ui

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O refiro, meio de santificação

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Hino a Maria ....... . ........ . .... . . . . .

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O EACRE de São Paulo ........ .. .. ..

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Notícias dos Setores ..... .. .......... . ..... . Visita a Belém e Manaus .. .. .. . .. .. .. . .. .. .

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Servir a um só Senhor .. .. ..-.. .. .. . . .. . . . . .

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PERDEMOS UM PAI

Deus chamou a si o Papa Paulo VI. O "peregrino da Paz" encontrou a sua Paz. A luta terminou para aquele que nunca se entregou à doença, para aquele que, a exemplo de seu Mestre, foi até o fim da dura caminhada, carregando o peso da cruz. E Deus escolheu para chamá-lo a Festa da Transfiguração. . . Abriram-se para ele as portas do Céu: "Vem, servo bom e fiel: entra na alegria do teu Senhor!" -1-


Bem merecia o descanso e a recompensa. Mas sentimo-nos órfãos. . . E a lembrança desse Papa que, ao longo de quinze anos, marcou a história da Igreja do nosso tempo com sua marca única e indelével, ainda nos acompanhará por muito tempo, como ainda nos acompanha a figura daquele que o antecedeu. Tão cedo não esqueceremos tudo o que disse e fez pela renovação da Igreja, pela sua unidade - foi o Papa do Ecumenismo -, pela Paz, pela dignidade humana, pela humanidade sofredora. Surge-nos à lembrança a data de 3 de junho de 1963, quando a perda de João XXIII nos deixava consternados. Mas, em meio à dor, consolava-nos o pensamento daquele que viria seguir-lhe cs passos, continuar-lhe o trabalho: "o desejado dos povos", como o chamavam então - o Cardeal Montini. O conclave apenas ratificaria o anseio de todos os corações. E hoje? Enquanto o mundo já se entrega a irreverentes especulações, os filhos de Paulo VI têm apenas a dor, sem o consolo. Mas ele, que tanto amava a Igreja, não espera de nós lamentações, mas sim fé e confiança no Espírito, que sempre dirigiu esta Igreja. "Devemos amar a Igreja, com fervor e dedicação, regenerados na certeza da sua credibilidade e da nossa necessidade de sermos seus membros sãos e operantes . .. Amar a Igreja. Esta é a fórmula boa. Experimentêmo-la com nova confiança." (1) É hora de obedecer à exortação. De olhar para o futuro da Igreja, sem que seja preciso esquecer-lhe o passado, tão presente ainda. Um novo Papa conduzirá os destinos desta Igreja. O Espírito Santo o iluminará, como iluminou Paulo VI e João XXIII.

Podemos sentir saudade. Jesus sentiu, e chorou. Mas devemos sentir principalmente alegria, felicidade e gratidão. Gratidão, pelas graças que terá merecido para a Igreja e para o mundo tão longo calvário, suportado até o último momento sem falhar em nada ao dever de estado. Felicidade, por termos vivido no tempo de tão grande pontífice e contemplado as maravilhas que, por seu intermédio, Deus operou na sua Igreja. E alegria por termos mais um santo a interceder por nós junto de Deus. E a melhor homenagem que poderemos prestar a Paulo VI será pautar nossa vida pelas palavras que nos dirigia em setembro de 1976, quando, pela segunda vez, as Equipes foram buscar junto a ele um incentivo para sua missão: .<1>

Alocução na audiência pública de 12 de setembro de 1973.

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"O matrimônio é um testemunho que se dá e uma missão que cumpre. . . A instituição familiar está voltada para o exterior, para os outros, é feita para o bem alheio... A família deve procurar ter um valor evangelizador e missionário... Muitos .lares vos ficarão gratos pela ajuda que lhes haveis de dar. . . Continuai a se1 o que vos propusestes desde o primeiro dia, mantendo a vossa vocação de verdadeira escola de espiritualidade para os casais, profundamente fiéis em todos os campos ao Magistério da Igreja ... " se

Sim, possamos ser fiéis. No testemunho e na missão. Os "membros sãos e operantes" da Igreja que ele desejava. Dignos da confiança que em nós depositava. Suas palavras continuando a iluminar-nos o caminho. Paulo VI voltou ao Pai exatamente no aniversário da publicação de sua primeira encíclica, Ecclesiam Suam - o programa de seu pontificado anunciado à Igreja e ao mundo. Como a dizer-nos: terminei minha missão aqui na terra, procurei cumprir o que almejei, mas vou recomeçar tudo lá no Céu... O trabalhador incansável na realidade não descansou. Foi trabalhar pela Igreja junto de Deus. "O trabalho começa hoje e não acaba nunca." (Ecclesiam Suam, conclusão) .

• Um retrato de Paulo VI

Em 1971, D. Lucas Moreira Neves, retornando de uma viagem a Roma, declarava ao jornal "O São Paulo": "Não tenho dúvida de que o ponto alto - e não hesito em dizer: a graça maior, a benção - de minha estada em Roma e de toda a viagem foi a audiência privada com o Santo Padre, na manhã de 8 de maio. Encontrei o Santo Padre fisicamente bem disposto e pude mais uma vez apreciar o realismo, mas ao mesmo tempo o visível critério espiritual, com que Paulo VI constrói seu trato com as coisas e os acontecimentos, suas relações com o mundo, sua presença e missão na Igreja - seu relacionamento com as pessoas, as pessoas tão diferentes com quem ele tem contato diariamente. Esse homem discutido escapa, a meu ver, às análises apressadas, às classificações estereotipadas que dele freqüentemente se fazem. Parece-me uma admirável figura de Pastor. Um homem preparado por Deus para o ministério que vem cumprindo há nove anos. Creio que a História falará muito dele.

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Um tema presente com significativa insistência nas preocupações do Papa e externado durante a audiência com vivacidade, precisão de conceitos e extraordinária elevação: o da família, casamento, educação dos filhos. Duas idéias fortemente repisadas: a da grandeza e dignidade do amor humano, base do casamento, e a do lugar insubstituível que a família ocupa na sociedade e na Igreja. Reconheci sem dificuldade o Papa que assinou os mais belos parágrafos da Humanae Vitae sobre a espiritualidade e a mística do casamento, sobre as dimensões e as exigências do amor, sobre a significação profunda da fecundidade humana, etc. Paulo VI pontuou essas considerações sobre a família, ao longo da audiência, com uma frase repetida com certa ênfase e que guardei como um programa de pastoral familiar: 'Nós temos de dar ânimo e entusiasmo aos chefes de família, nestes momentos düíceis para a vida familiar' e 'Os que trabalham pela família precisam receber nosso estímulo' . . . Uma última palavra do Papa nesta inesquecível audiência impressionou-me fundo, porque retrata a figura espiritual de Paulo VI. Atrevi-me a formular ao Santo Padre, com filial confiança, um ou outro pedido em favor da Igreja em São Paulo, no Brasil, em nossa América Latina. O Papa, ao responder-me benevolamente, fez-me por sua vez o pedido de pequeninas providências a tomar. Três vezes então ele usou a expressão: 'Ajude-me a servi-lo' ou 'Ajude-me a ser útil'. Esta me parece ser a fisionomia de Paulo VI: um Pastor inteiramente devotado à espinhosa missão recebida. Que não poupa esforços para servir aos irmãos. E que, pedindo o auxílio desses irmãos, lhes diz: Ajudem-me a servir e a servir melhor."

• No que diz respeito à nossa humilde pe~soa, ainda que não desejemos falar dela nem atrair as atenções, não podemos, nesta nossa espontânea apresentação ao colégio episcopal e ao povo cristão, passar em silêncio o nosro propósito de perseverar - quanto as nossas débeis forças no-lo permitirem e, sobretudo, quanto no-lo tornar possível a divina graça - de perseverar na mesma linha, no mesmo esforço de nos aproximarmos do mundo, em que a Divina Providêncía nos destinou a viver. Dele nos aproximaremos com toda a reverência, cuidado e amor, para o compreendermos, para lhe oferecermos os dons de verdade e de graça de que Jesus Cristo nos constitulu depositário . Comunicar-lhe-emos a nossa. missão maravilhosa de redenção e de esperança . ("Ecclesiam Suam", nQ 71)

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A CATEQUESE DOS JOVENS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Quando Paulo VI reuniu o Sínodo dos Bispos em 1977, o tema abordado foi "A catequese no nosso tempo, especialmente para as crianças e os jovens". Na realidade, o estudo foi muito mais abrangente, mas NAO deve ser confundido com aquele feito em 1974, ainda mais vasto, pois tratava da "Evangelização no mundo contemporâneo". Queria brevemente apresentar os dados do problema da catequese dos jovens, as linhas mestras de sua solução, e alguns pontos concretos da pedagogia desta catequese. I - Numa perspectiva global, e partindo do que os bispos escreveram em sua "Mensagem ao povo de Deus", poderíamos encontrar os seguintes dados do problema: 1. As gerações jovens têm um profundo desejo de alimento E:spiritual e de formação na fé, de mais profundo conhecimento de mistério de Deus. 2. Os jovens querem se comprometer e desempenhar o seu papel na construção de uma sociedade justa, de um mundo novo. 3. Os jovens representam o lugar de fratura cultural considerável com respeito às gerações precedentes. Os valores do passado não são aceitos, novas e diversas escalas de valores são propostas indistintamente, novos modos de viver e de pensar, formas de expressão, de linguagem e de comportamento; diferentes princípios éticos, sistemas sócio-políticos e expressões religiosas. 4. Os jovens muitas vezes são vítimas das manipulações de falsos guias, que lhes exploram a generosidade e grandeza de ânimo e, muitas vezes também, os jovens pagam os erros e as deficiências dos adultos. 5. Há deficiências na catequese derivadas da falta de realismo, que é ao mesmo tempo infidelidade ao Evangelho e ao homem do nosso tempo.

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II - Sem querer responder a cada um destes dados do problema, mas em visão abrangente, podemos detectar na Mensagem dos Bispos as linhas mestras de solução: 1. Uma educação ordenada e progressiva da fé, que leve a um contínuo processo de maturação na mesma fé, fidelidade e profundidade autêntica, em todos os aspectos. 2. Basear a obra educativa a) - nas aspirações dos jovens: - à criatividade - à justiça - à liberdade - à verdade - à corresponsabilidade na vida eclesial e civil b) - e nas inclinações que têm os jovens para o amor de Deus e do próximo. 3. Fazer consistir a catequese essencialmente no anúncio do Evangelho. 4. Levar os jovens a um sério compromisso de vida, especialmente no campo da justiça, e sob diversas formas individuais ou coletivas e com sentido de solidariedade fraterna. 5. Educar inculcando o sentido da identidade específica dos jovens: são batizados, são crentes, são membros da Igreja. III - Estas linhas mestras de uma catequese para o nosso tempo também devem levar em consideração pontos concretos de pedagogia religiosa:

1. Usar muitas formas , modos de comunicação e métodos de ensino próprios de nossa época histórica (rádio, televisão, teatro, música, canto). 2. "Qualquer palavra que atinja o homem na sua situação concreta e o oriente para Cristo pode ser realmente uma palavra catecumenal" (n.0 9). 3. O lugar ou ambiente normal da catequese é a comunidade: nas associações, grupos juvenis uns são para com os outros proclamadores do mistério de Cristo. 4. A catequese, apoiando-se :na visão cristã do homem e do mundo, deve levar o jovem a um "confronto" crítico que tenha em conta o pensamento contemporâneo, pondo em relevo os fundamentos racionais desta visão contraposta às correntes materialistas, secularistas e atéias ou a certos humanismos que sufocam a dimensão humana da pessoa (cf. n. 0 16). 5. Muito ajudará para o conhecimento certo e estável das verdades o aprender de cor algumas fórmulas.

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CONCLUSÃO -Muito resumidamente, apenas apresentando tópicos para reflexão e aprofundamento ulteriores, indiquei as linhas mestras e alguns pontos concretos de pedagogia para a solução dos problemas suscitados pela catequese dos jovens hoje, na visão apresentada pela "Mensagem ao Povo de Deus", do Sínodo de 1977. Muito ajudaria que os pais meditassem nos métodos que ordinariamente usam em casa para transmitir a mensagem e educar seus filhos, meditassem se têm tido em conta estes problemas e respeitado estas linhas de ação. Não raro isto tudo que parece tão óbvio é esquecido ou desconhecido. Tudo se resume em "ir ou não ir a missa", "fazer ou não fazer a primeira comunhão" e, ultimamente, casar ou não casar no religioso. Quando o problema chegou a estes termos, só isto, podemos provavelmente afirmar que a batalha já está perdida. Sobretudo na família imersa na sociedade do consumo, da afluência, da permissividade, do conforto, do "status", etc., a "anti-catequese" permanente é tão forte que pouco sobra para uma catequese autêntica. As vezes apenas fica a possibilidade de colocar a máscara ... Pe. Antonio Aquino, s.j.

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A CATEQUESE, OBRA DE TODOS NA IGREJA

A catequese é missão de importância vital para toda a Igreja. Pertence, de fato, a todos os fiéis, a cada um segundo as próprias circunstâncias de vida e segundo os seus dons e carismas particulares. Todos os cristãos, em virtude do santo batismo ratificado pelo crisma, estão chamados a transmitir o Evangelho e a preocupar-se com a fé dos seus irmãos em Cristo, sobretudo das crianças e dos jovens.

O lugar ou ambiente normal da catequese é a comunidade cristã. A catequese não é tarefa "individual", mas realiza-se sempre na comunidade cristã. As formas de comunidade evoluem hoje rapidamente. Além da comunidade como a família - primeira comunidade educadora do homem - ou da paróquia lugar normal em que opera a comunidade cristã - ou da escola - comunidade destinada à educação - surgem hoje em dia muitas outras comunidades, entre as quais as pequenãs comunidades eclesiais, as associações, os grupos juvenis, etc. Estas novas comunidades oferecem uma oportunidade para a Igreja: podem ser fermento na massa, no mundo em transformação; contribuem para manifestar mais claramente tanto a diversidade como a unidade da Igreja; devem mostrar em si a caridade e a comunhão. A catequese pode encontrar nelas novos lugares onde inserir-se, uma vez que os membros da comunidade são uns para com os outros proclamadores do mistério de Cristo. Ao mesmo tempo, a catequese há de apresentar o mistério da Igreja, Povo de Deus e corpo místico de Cristo, no qual os múltiplos grupos e comunidades se unem intimamente com Deus e entre si. ("A catequese no nosso tempo, especialmente para as crianças e os jovens", Mensagem do Sínodo dos Bispos ao Povo de Deus, n's 12 e 13)

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UMA OPÇÃO DE VIDA (Do

resumo da palestra de Frei Orlando Bernardi no EACRE)

A nova realidade

O centro da mensagem de Jesus se encontra na nova realidade que ele trouxe aos homens. Esta nova realidade é o Reino de Deus, quer dizer, a libertação total do homem de tudo aquilo que não o deixa ser gente. É a partir desta nova realidade que o homem deve se realizar plenamente. Na vida concreta, são muitos os empecilhos para esta plena realização na liberdade. A maior de todas as prisões é o egoísmo; juntamente com ele encontramos o ódio, a inveja, e outros. Mas existem também realidades bem concretas que amarram e prendem o homem, não permitindo que ele seja mais gente: por exemplo: o dinheiro, os bens, a mulher, o marido, os filhos, a televisão, o carro . . . A mensagem de Cristo não exige que tudo isto seja desprezado, mas, a partir do momento em que estas realidades não nos deixam crescer no sentido de Deus, são empecilhos e nos escravizam, impedindo, com isto, a plena realização na liberdade, trazida por Cristo. Duplo modo de ser gente

Para entendermos bem isto, precisamos considerar que há um duplo modo de ser gente : somos, ao mesmo tempo, carne e espírito, e há duas maneiras de viver: segundo a carne e segundo o espírito. A existência na carne Frei Leonardo Boff, em "Grande Sinal", de junho de 1978, fez um estudo a respeito do "ser gente". O homem é alguém que vive dentro deste mundo e se encontra voltado para este mundo; que procura se realizar como gente dentro deste mundo e com isto, participa do destino deste mundo. A característica do viver neste mundo é a temporalidade e fugacidade das coisas. Nada permanece para sempre, mas tudo termina e passa. A mor-

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te, o deixar de existir é uma lei irrevogável. Dentro deste mundo, o homem quer ter e possuir, e nem sempre o consegue assim como gostaria. Daí surgem frustrações, traumas, desequilíbrios. Dificilmente o homem se conforma com a fugacidade e com a morte. Este modo de viver, a Sagrada Escritura chama de viver na carne. A experiência mais dura que o homem faz é a de ser mortal, de caminhar para a morte. E por que é assim? A Sagrada Escritura responde: porque é criatura, não é Deus ; não é eterno, absoluto, mas dependente. Depende do Criador. Ser criatura é ser dependente, limitado, sujeito à morte. Daí que a morte é natural e não castigo.

A existência no espírito Se, de um lado, o homem é isto, contudo não é apenas isto. Ele percebe que existe dentro dele alguma coisa que o leva para além dele mesmo. O homem sonha com alguma coisa que o possa satisfazer plenamente. Sonha com uma felicidade plena e sem limites. A Bíblia, ao perceber este fato, chama a isto de espírito, e o homem é então homem-espírito. A Bíblia descobre isto porque o homem não é só criatura, mas também filho de Deus. Como criatura ele participa deste mundo criado, fugaz e mortal; como filho de Deus, ele é pessoa e livre, porque se reconhece ligado a Deus, feito à imagem e semelhança de Deus. Com isto, enquanto espírito, o homem é sagrado e inviolável, além de ser destinado à imortalidade e à plenitude da vida em Deus. Modo de ser de Jesus Cristo

Sendo cristãos, somos, por isso, discípulos de Cristo. Isto significa que tentamos reproduzir em nós o modo de ser de Cristo. Jesus sentia-se como enviado do Pai, viveu intensamente esta realidade de "ser enviado". Não viveu para si, mas para o Pai e para os outros, "passou pela vida fazendo o bem" (Atos). Com isto ele realizou plenamente a humanidade, o ser gente, que é não viver para si, mas para Deus e para os outros. Este modo de ser, único e original, é melhor compreendido quando nos olhamos a nós mesmos. Nós nos definimos pelo que somos: nossas qualidades, ou seja, nos definimos pelo que temos. Temos a consciência de sermos gente a partir daquilo que temos de qualidade ou de bens. Nossa consciência é uma consciência de proprietários. Nossa segurança se coloca naquilo que temos. Jesus é completamente o contrário. Em primeiro lugar ele não possui nada, mas é simples relação: relação ao Pai e aos -10-


irmãos. Por isso ele não vive para si, mas para o Pai e para os irmãos. Ele não se entende a partir daquilo que ele tem, mas daquilo que ele é: relação ao Pai e aos irmãos. Ele se realiza, então, fazendo a vontade do Pai: e a vontade do Pai é viver o amor. Daí se entende que o discípulo precisa converter-se, mudar de mentalidade. Esta mudança de mentalidade se encontra expressa no Sermão da montanha ou no hino à caridade de S. Paulo. Duas opções: viver segundo a carne ou segundo o espírito

A partir daquilo que dissemos, o homem pode construir a sua vida segundo a carne, ou segundo o espírito. Trata-se de uma opção: ele pode querer realizar seu projeto humano segundo um ou outro modo de ser. Se o homem construir seu projeto a partir da carne, isto significa que ele opta por se realizar como gente a partir dos valores deste mundo, cuja característica fundamental é fugacidade e morte. Com isto ele busca, desesperada e egoisticamente, os bens deste mundo: longa vida, prazeres, riquezas, status ... Daí surge um modo de ser, onde tudo deve colaborar para tirar o máximo de proveito para este tipo de vida. As conseqüências deste modo de viver são, segundo S. Paulo: impureza, ódios, discórdias, ciúmes, invejas, divisões, etc. (Gal 5, 19-21). Será que isto realiza o homem? A outra opção é viver segundo o espírito. Isto significa que o homem opta por alguma coisa que vai além do próprio homem, por alguma coisa que vai além da temporalidade e da morte. O homem que assume este modo de vida opta pela realização daquilo que sente dentro de si e que o leva para além de si mesmo. Com isto, ele não foge deste mundo, mas assume tudo o que o mundo tem de valores; apenas, ele não encontra nestes valores a sua realização última. Esta é colocada em Deus. Assim fazendo, ele assume o modo de viver de Cristo: para Deus e para os irmãos. Com isto, ele conquista a liberdade: vive neste mundo, porém busca sua realização fora dele. Daí que tudo lhe pertence, porque nada o prende. Portanto, o homem que opta pelo espírito como modo de vida escolhe apoiar-se apenas em Deus para sua realização como ser humano. Com isto ele dá um sentido novo a todas as realidades do cotidiano, porque são vistas não como ponto de chegada, mas como meios que o levarão à realização plena. Frei Orlando Bernardi -11-


OS

DOIS

MARES

Há dois mares na terra de Israel. Um deles tem águas frescas, e nele há peixes. Pinceladas de verde enfeitam suas margens. Arvores espalham sobre ele seus ramos e estendem suas raízes sedentas para que elas possam beber suas águas saudáveis. Nas suas praias, as crianças brincam. O Rio Jordão enche este mar com água cristalina das colinas. Porisso ele sorri à luz do sol. E os homens constroem seus lares próximo a ele, e os passarinhos seus ninhos; e tudo aquilo que é vida se alegra por ele estar ali. Saindo deste mar, o Rio Jordão corre para o sul e desemboca num outro mar. Mas lá não há o chapinhar de peixes, nem o tremular de folhas, nem o cantar de pássaros, nem o riso de crianças. Nem mesmo os viajantes passam por lá, a não ser que seja inevitável. O ar paira pesado sobre suas águas; nem homens, nem animais, nem aves delas bebem. O que faz com que haja uma diferença tão grande entre os dois mares? Certamente não é o Rio Jordão, pois ele descarrega em ambos a mesma água boa e pura ; não é o solo onde eles estão; não é a região ao seu redor. Eis a diferença: O Mar da Galiléia recebe o Jordão mas não o retém . Para cada gota que entra, há outra que sai. O dar e o receber estão perfeitamente equilibrados. O outro mar é mais astuto, acumulando sua renda avidamente. Ele não se deixa tentar por qualquer impulso generoso. Cada gota que recebe, ele guarda. O Mar da Galiléia dá e vive. O outro mar não dá nada. Ele se chama o Mar Morto. Há dois mares na terra de Israel. Há duas espécies de pessoas no mundo. Bruce Barton

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ACONTECEU O EACRE DO RIO DE JANEIRO JULH0/78

No Mosteiro de São Bento, na cidade do Rio de Janeiro, realizou-se, nos dias 1 e 2 de julho de 1978, o Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes das Regiões Rio, Centro-Oeste e Vale do Paraíba, com a presença dos seus respectivos Regionais, da ECIR e do Conselheiro Espiritual do Encontro, Padre Almeida, do Rio. Os 169 casais responsáveis e 26 Conselheiros Espirituais participantes, somados aos 52 componentes da equipe de serviço, constituiram maravilhosa pluralidade na unidade, reunidos em nome de Cristo, cuja presença se sente particularmente forte e viva nos Encontros do Movimento.

É realmente animador e gratificante verificar o comparecimento dos responsáveis de equipes, alguns deles vencendo enormes distâncias, como os que vieram de Manaus, Belém, Pirapora (MG), Brasília, sem falar nas dificuldades que tantos casais tive-

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ram em conseguir liberar alguns dias de suas ocupações profissionais ou domésticas. Na abertura dos trabalhos, Dirce/Rubens, Casal Responsável pela ECIR, Betisa/ João, Casal Regional, e Pe. Almeida fizeram, com muita propriedade, a exposição das finalidades do Encontro. ~~

Os momentos específicos de liturgia, as orações e reflexões, ilustradas e enriquecidas através de projeções de slides, nos proporcionaram uma interiorização profunda. Além da programação frutuosa do Encontro, percebeu-se a efusão da amizade fraterna, na troca de experiência nos grupos de co-participação, nas refeições e nos momentos livres. Isto reafirma a expressão bíblica: - "Como é bom e agradável viverem os irmãos juntamente". As palestras estiveram a cargo de Frei Estevão, EdyI Adherbal, Nery/João Carlos e Maria Helena/Zarif. Estas palestras tiveram grande repercussão nos casais, que afirmavam ter descoberto e compreendido melhor o Movimento das ENS, a sua profundidade, as suas orientações, a sua mística e espiritualidade, a importância da vida de oração e de amor, a riqueza da fraternidade. Em vista disso, notava-se "a alegria dos Apóstolos enviados por Cristo" nos casais, que se propuseram, com entusiasmo, a levar e transmitir tudo que lá receberam às suas equipes, traçando metas e planos. Muito proveitosas, objetivas e instrutivas foram também as reuniões das Regiões, proporcionando aos Setores e Coordenações subsídios para as suas necessidades e disponibilidades no atendimento das aspirações e sugestões das equipes de base. Como resposta às últimas alocuções Pontifícias sobre a importância da devoção à Mãe de Deus e nossa Mãe, este EACRE primou por fomentar, desde a sua Missa de Entrega, até os atos litúrgicos e palestras, uma autêntica devoção à excelsa Padroeira do Movimento. Encontros como estes são essencialmente de viva oração, de co-participação fraterna, de reflexão sobre tudo que as ENS nos propõem, de entusiasmo pela nossa atuação, tempos fortes de graça, capazes de reavivar o impulso de uns e animar a todos. O ponto alto do Encontro foi o encerramento, concelebrado na Eucaristia por 25 sacerdotes, quando o Prior do Mosteiro de São Bento, Dom João Evangelista Enout, homenageou os casais presentes com o "Cântico das Núpcias", de Dom Marcos Barbosa, com música de sua autoria, cantando e dedilhando ao violão,

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emocionando, com sua interpretação e bela voz, todos os que, no mais profundo recolhimento, o ouviam, extasiados. Após o ato litúrgico, ainda emocionados, Dirce e Rubens deram por encerrado o EACRE, no Rio de Janeiro, dirigindo-se a todos os Responsáveis com mensagens de esperança, responsabilidade, entusiasmo e amor, que devem ser levadas a todos. os irmãos de equipe, no decorrer da gestão que se inicia.

Lourdinha e Waldir Casal Relator

Ecos .. .

Ouvimos dizer que João Carlos falou 1 hora e 48 minutos. . . mas que ninguém achou exagerado, pois foi aplaudido de pé! Uma constante neste e nos demais Encontros: Dulcemar, introduzindo todos os momentos litúrgicos - aliás por ela preparados com aquela inspiração de sempre. O maravilhoso poema de D. Marcos Barbosa, musicado por D. João Evangelista, impressionou mais ainda porque, antes de cantá-lo, D. João declarou que o dedicava às Equipes de Nossa Senhora ...

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CÂNTICO DAS NúPCIAS

Este o poema de D. Marcos Barbosa, cantado no final do EACRE do Rio de Janeiro por D. João Evangelista Enout, na m'ÚSica de sua autoria.

Nossos caminhos são agora um só caminho, nossas almas uma só alma. Cantarão para nós os mesmos pássaros E os mesmos anjos desdobrarão sobre nós as invisíveis asas. Temos agora por espelho os nossos olhos; o teu riso dirá a minha alegria e o teu pranto, a minha tristeza. Se eu fechar os olhos, tu estarás presente; se eu adormecer, serás o meu sonho, e serás, ao despertar, o sol que desponta. Nossos mapas serão iguais, e traçaremos juntos os mesmos roteiros que conduzam às fontes escondidas e aos tesouros ocultos. Na mesma página do Evangelho encontraremos o Cristo; partiremos na ceia o mesmo pão; meus amigos serão os teus amigos, e perdoaremos com iguais palavras aqueles que nos invejam. Será nossa leitura à luz da mesma lâmpada; aqueceremos as mãos ao mesmo fogo e veremos em silêncio desabrochar no jardim

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a primeira rosa da primavera. Iremos depois nos descobrindo nos filhos que crescem, e não mais saberemos distinguir em cada um os meus traços e os teus, o meu e o teu gesto, e então nos tornaremos parecidos. E nem o mundo, nem a guerra, nem a morte, nada mais poderá separar-nos, pois seremos mais que nunca em cada filho uma só carne e um só coração. Que o homem não separe o que Deus uniu. Que o tempo não destrua a aliança que nos prende, nem os amores, o amor. Que eu não tenha outro repouso que o teu peito, outro amparo que a tua mão, outro alimento que o teu sorriso. E quando eu fechar os olhos para a grande noite, sejam tuas as mãos que hão de fechá-los. E quando os abrir para a visão de Deus possa contemplar-te como o caminho que me levou, dia após dia, à fonte de todo amor. Nossos caminhos são agora um só caminho, nossas almas uma só alma. Já não preciso estender a mão para alcançar-te ... Já não precisas falar para que · eu te escute ... O. Marcos Barbosa

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INTERCESSORES

Interceder é intervir a favor de alguém ou de alguma coisa. 1.: este o sentido profundo da oração de intercessão, de que o Evangelho nos dá numerosos testemunhos. Toda a vida de Cristo é um grandioso gesto de intercessão e São João, na oração de Jesus após a Ceia, nos transmite as mais patéticas orações de intercessão pronunciadas pelo próprio Mestre. Há já alguns anos, o Movimento lançou o apelo, agora renovado por Marie d'Amonville, que, em nome da Equipe Responsável Internacional, nos incita, nas palavras abaixo, a ingressarmos na cruzada dos "Intercessores".

Quem são eles? São equipistas que ouviram estas palavras de Cristo: "Não podeis velar uma hora comigo?" São equipistas que, desde 1960, vêm assegurando sem interrupção uma hora de oração por mês. A princípio, esta oração era noturna; agora ela se realiza também durante o dia. Mas, para quem vão eles rezar? Em primeiro lugar, por nós todos. Para que cada um dos nossos casais saiba que, em caso de necessidade, pode contar com a oração de seus irmãos rezando por ele e seus filhos, por todos os que lhe são caros. Em seguida por todos os casais do mundo, principalmente os casais em dificuldades. E também para que o Movimento atenda à sua vocação, em toda a parte, em todo o mundo. Mas esta oração, como um ruído em meio ao grande silêncio da noite ou a agitação do dia, vai propagar-se muito longe . .. Se eles rezam por nós, que queremos ser testemunhas do Amor, que queremos que nosso amor seja o reflexo de outro Amor, rezam também por todos aqueles que não compreenderam o pen-18-


sarnento de Deus sobre o amor humano, por todos os que vivem um amor triste, para a multidão dos "pobres" espalhados por todo o universo e que, sem o saber, precisam desta oração. Em 1960, 488 "orantes", entre os quais 8 sacerdotes, aceitaram voluntariamente dar cumprimento a esta missão. E, desde essa data, a oração de intercessão está assegurada sem interrupção. O que nos pedem hoje estes intercessores não é que venhamos a substituí-los, mas sim que aumentemos o seu número. No mundo que nos cerca, eles sentem o quanto o amor humano é injuriado, eles sentem o quanto está em perigo, o quanto é preciso proteger a nova geração. Eles nos pedem que encontremos dentro do Movimento outros voluntários dispostos a assegurar, com regularidade, uma hora de oração com eles, de dia ou de noite; voluntários, também, para fazerem um dia de jejum por mês; voluntários recrutados entre os que sofrem, para oferecerem as suas provações, temporárias ou definitivas. Alguns dentre nós sentem-se chamados, por certo, a um apostolado mais ativo, e isto é normal, é indispensável. Não esqueçam eles, porém, que a ação é inseparável da oração: sem ela caímos no ativismo. Outros, por sua vez, não podem agir como seria o seu desejo, porquanto a doença, os filhos, ou determinados encargos os impedem de fazê-lo temporária ou definitivamente. Mas todos nós temos sempre à nossa disposição um meio eficaz, a saber, a oração. Esta humilde prece, aparentemente tão pobre que por vezes nos parece ineficaz, é ela que vai permitir que se realizem maravilhas. Os que se sentirem chamados a responder a este apelo poderão inscrever-se com os seus Responsáveis de Setor, que encaminharão suas adesões ao Secretariado. Poderão também alertar pessoas que não fazem parte do Movimento, pessoas casadas ou não. Pensamos, em particular, nessas pessoas idosas que desejariam ainda ser úteis e que já vivem tão perto do Senhor. Assim fazendo, podemos crer que estaremos também respondendo ao desejo do Papa Paulo VI, que nos dizia, na última peregrinação das Equipes: "Inúmeros casais vos ficarão gratos pela ajuda que assim lhes haveis de dar". Só poderemos no entanto agir, em número cada vez maior, para dar testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo, na medida em que crescer paralelamente o número dos intercessores. Marie d'Amonville -19-


ESCUTAR

A "escuta da Palavra". tos de esforços.

O primeiro dos pontos concre-

Acaso será fácil essa "escuta"? Uma coisa é ler, outra é ler procurando entender o que Deus nos está querendo dizer por aquelas palavras. Nos querendo dizer a nós, neste momento. Isto é escutar. Como poderia ser fácil se é tão difícil ouvir, no mundo de hoje? Já é difícil ouvir, quanto mais escutar ...

Quem vai a um concerto pensando em negoc1os, ouve - mas, na verdade, não escuta. Quem passeia no meio do canto de passarinhos e só pensa no que terá no jantar, ouve - mas, na verdade, não escuta. O homem que escuta as palavras de seu amigo, de sua mulher ou de seu filho, e não capta o grito de urgência: "Veja-me, ajude-me, preocupe-se comigo", ouve - mas, na verdade, não escuta. O homem que ouve o noticiário e pensa somente em como afetará os seus negócios, ouve - mas, na verdade, não escuta. Quem abafa a voz de sua consciência e diz a si próprio que já fez o bastante, ouve - mas, na verdade, não escuta.

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Quem ouve o oficiante rezar e não sente o chamado para unir-se a ele, ouve - mas, na verdade, não escuta. Quem ouve as palavras do pregador e acha que são dirigidas a outra pessoa, ouve - mas, na verdade, não escuta. Neste dia, 6 Senhor, Aperfeiçoe a nossa capacidade de escutar. Que possamos escutar a melodia do universo, o choro da criança, o suspiro do ser amado. Que possamos escutar o apelo de socorro da alma solitária e o lamento do coração que se parte. Que possamos escutar as palavras de nossos amigos, assim como suas súplicas silenciosas e seus sonhos. Que possamos escutar dentro de nós mesmos os anseios que lutam por se expressar. Que possamos escutá-lo, 6 Deus, porque somente se nós O escutarmos teremos o direito de esperar Que o Senhor nos escute. Amém.

(Adaptado de Harold Kuschner e Jack Riemer)

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A PALAVRA QUE TRANSFORMA

<Trecho da palestra de João Carlos Pezzi sobre "Vida em Equipe'")

Temos a convicção de que o casal que l ê e medita as palavras contidas nos Evangelhos cumprirá naturalmente todos os demais meios de aperfeiçoamento, como decorrência do efeito transformador desta leitura e desta meditação. Se estamos numa comunidade de cristãos casados, buscando na equipe o nosso crescimento espiritual, procurando viver na plenitude o nosso Sacramento do Matrimônio, precisamos nos conscientizar de que -

o Evangelho é uma Palavra que cria: criou a Igreja e criará esta pequena igreja que é a nossa equipe.

- o Evangelho é uma Palavra que transforma: transformou os apóstolos e haverá de transformar nosso grupo e cada um de nós em particular. São Jerônimo nos diz que desconhecer a Bíblia é desconhecer o próprio Cristo. E Santo Agostinho, que o Evangelho é a própria boca de Cristo. Esta Palavra do Evangelho é tão atuante no dia de hoje e nesta cidade como o foi quase 2.000 anos atrás na Galiléia. E é esta Palavra que irá transformar nossa equipe: Numa comunidade de penitência

Desaparecem as comparações humanas, tão comuns nos nossos dias. Vamos nos comparar com Cristo. Com aquele que diz: "Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito" (podia ter dito: como eu sou perfeito). Iremos aos poucos notar que não somos tão perfeitos como julgamos ser. Iremos fatalmente mudando nossa maneira de proceder. Numa comunidade de fé

Fé que não é só crer no que Cristo diz. Fé que é assumir com Ele, que é apostar tudo nEle. -22-


Fé que dará unidade ao nosso ser: Inteligência ..;-. Vontade = Coerência de Vida = Testemunho. Fé que fará que coloquemos o Cristo em todas as facetas de nossa vida. Fé que São Tiago nos diz ser morta sem obras (Tg 21, 17). Fé que nos fará assumir com alegria, como equipistas e como cristãos, as preocupações da Igreja de nossos dias. Fé que São João da Cruz diz ser mais importante que a esperança e a caridade, pois estas últimas só existirão se existir a primeira. Numa comunidade de esperança

Esperança, mola mestra, força propulsora que nos torna buscadores de Deus, que nos faz caminhar a passos firmes, seguros e rápidos, rumo a Ele. Esperança que os místicos chamam o adorno da Fé. Vamos nos transformar nesta comunidade de esperança ao depararmos com frases como estas ditas pelo próprio Cristo: - "Procurai primeiro o Reino de Deus e todo o resto vos será dado por acréscimo." - "Tudo que pedires a meu Pai em meu nome, Ele vo-lo dará." Numa comunidade de amor

No Evangelho, vamos descobrir o grande amor do Pai para conosco, dando o seu Filho, para a remissão de nossos pecados. Vamos responder a este amor, impregnando-nos deste amor, para, por Cristo, amar nosso irmão. Nessa comunidade de amor, vamos descobrir que o Pai nos ama, desde toda a eternidade, com nossas virtudes e com todos nossos defeitos; como nós somos no dia de hoje. E aprenderemos a amar nossos irmãos de equipe como eles são, não como gostaríamos que eles fossem. Faremos de nossa equipe uma verdadeira comunidade de amor, da qual os outros de fora dirão: "Vejam como eles se amam!", como acontecia com os primeiros cristãos. Faremos de nossa equipe uma comunidade de serviço, levando aos de fora este amor. É partindo do Evangelho que a nossa equipe se torna evangelizadora. -23-


M~S

DA BÍBLIA

Nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala. E é tão Qrande o poder e a eficácia que se encerra na Palavra de Deus que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte de vida espiritual.

Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração, a fim de que se estabeleça o colóquio entre Deus e o homem, pois "a Ele falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos" (Santo Ambrósio).

O Concílio Vaticano 11 (Constituição Dogmática "Verbum Dei", 21 e 25)

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O VIC? EACRE DA REGIAO SUL

Realizou-se em Curitiba, nos dias 8 e 9 de julho de 1978, o VI. 0 Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes da Região Sul. O Encontro, que teve lugar na Reitoria da Universidade Federal do Paraná, cujas instalações prestaram-se perfeitamente ao desenrolar de todas as atividades, obteve o mais completo êxito. Compareceram 130 Casais Responsáveis e 22 Conselheiros Espirituais.

Rubens e Dirce abriram o Encontro e apresentaram os palestristas. As palestras foram muito boas e versaram sobre os seguintes temas: -

"Exigências cristãs do Desapego" (Frei Estevão) "As Equipes de Nossa Senhora e a Catequese'' (Cidinha e Igar) -25-


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"O Casal Responsável e a Vida de Equipe" (Marisa e Fleury)

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((Pontos de apoio do Casal Responsável" (Maria Helena e Zarif).

A liturgia esteve a cargo de Dulcemar e Hipérides, do Rio, que foram maravilhosos e em grande parte responsáveis pela alta espiritualidade do Encontro, que foi encerrado com a presença do Exmo. Sr. Arcebispo Metropolitano de Curitiba, D. Pedro Fedalto, que concelebrou a missa com mais 11 sacerdotes .

Ecos ... O EACRE de Curitiba teve três notas "diferentes": -

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-

uma confraternização de encerramento, com jogral, em "canto gregoriano", sobre a reunião de equipe e os meios de aperfeiçoamento; a hospedagem com não-equipistas que, apesar dos transtornos causados pela seca (racionamento de água e de luz), não hesitaram em oferecer suas casas; as reuniões à noite em casas de equipistas, com aquele calor humano proporcionado pelo ambiente familiar - e do qual os equipistas mais antigos estavam tão saudosos ...

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O RETIRO, MEIO DE SANTIFICAÇÃO

(Texto enviado por um casal de Curitiba)

Em verdade, reconhecemos o que representa o retiro espiritual em nossas vidas de casais equipistas? Ora, se somos equipistas, é porque desejamos viver em Cristo, e tê-lo em nossos corações como penhor de amor e de união comunitária, com a luz do Espírito Santo e a proteção da Virgem Maria. Portanto, mister se faz que sejamos fortalecidos interiormente, pelo menos uma vez por ano, por esse meio de santificação. É no retiro que respondemos ao Senhor, de um modo pleno e edificante, o Sim do nosso amor conjugal. É o momento da nossa abertura total, do nosso engajamento, da nossa consagração. Comparecemos ao retiro com a finalidade de permitir e desejar que o Espírito Santo nos fale intimamente, mostrando-nos o caminho luminoso que devemos seguir. O retiro espiritual nos recoloca na perspectiva do nosso batismo, é um alicerce para a nossa fé. Renova e conscientiza em nós o dever cristão e o dever equipista. Não devemos, pois, ficar indiferentes ou omissos quando a fonte de graças e de santificação está ao nosso alcance. Devemos, isto sim, permitir que essa fonte transborde em nossos corações, como dádiva do céu e luz de orientação na terra. Assim procedendo, estaremos vislumbrando a felicidade eterna, como corolário do nosso esforço. O retiro espiritual não é somente uma obrigação estatutária. mais, muito mais. É a oportunidade que temos de um verdadeiro encontro com o Senhor.

É

Marilde e Orval Equipe 11, Curitiba

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HINO A MARIA

Para a festa de Nossa Senhora das Dores

A dor primeira e amarga que sentiste, quando, no Templo, no silêncio, ouviste de Simeão a ingrata profecia, em tu'alma de dor já traspassada, num prenuncio de angústia começada, era a espada cruel que te feria. Coro: Nossa Senhora das Dores, excelsa Mãe de Jesus e nossa Mãe também, tua força de amor, no sofrimento, dá-nos, agora, para o nosso Bem!

A segunda das dores - o mandado da morte ao pequenino "filho amado", que Herodes fez ditar a um mundo aflito, levaste junto ao colo e ao pequenino, e um tesouro guardando - o Deus menino, com São José fugiste para o Egito. A terceira amargura que sofreste, quando, em Jerusalém, Jesus perdeste, e o procuraste, temerosa, em vão, revelou, nos três dias de procura, a alma de mãe tão desvelada e pura e o teu imaculado coração. -28-


O teu filho - augusto mensageiro , carregando ao Calvário o vil madeiro, viste passar, ao peso de uma cruz, e pela quarta vez, com mágua tanta, tiveste, sendo mãe e sendo santa, os mesmos sofrimentos de Jesus.

O teu olhar sagrado, num momento, pousado sobre a cruz, onde, em tormento, Jesus estremecia, a suspirar, perturbou-se, choroso, de repente, e lágrimas vertidas, tristemente, tua dor não puderam minorar ...

Sentiste, vendo o corpo traspassado do teu filho grandemente amado, a sexta dor, talvez a mais cruel, descido do madeiro e nos teus braços, da grande realidade, em vivos traços, bebeste, finalmente, o amargo fel!

Quando o teu Filho viste sepultado, no sepulcro sombrio amortalhado, dos anjos sob a guarda e proteção, sofreste, mas sofrendo concordaste que ELE seria - e por certo o achaste, da Humanidade a doce redenção!!!

Carlos Rodrigues Nogueira

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O EACRE DE SAO PAULO

Com a realização, em São Paulo, nos dias 29 e 30 de julho, do EACRE, abrangendo todas as Regiões do Estado de São Paulo, à exceção do Vale do Paraíba, completou-se o ciclo de EACREs programados para este início do calendário equipista de 1978.

A semelhança do que já ocorrera com os EACREs realizados no Rio de Janeiro e em Curitiba, para onde convergiram equipistas sediados em diferentes Estados, também em São Paulo a presença de 242 Casais Responsáveis das mais diversas cidades

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deste Estado foi altamente gratificante, mostrando, uma vez mais, o interesse de todos aqueles que um dia escolheram o Movimento das Equipes de Nossa Senhora como caminho para o crescimento espiritual dentro da esfera conjugal. Não menos significativa foi a presença de 28 dos nossos Conselheiros Espirituais, que, com tanto carinho e dedicação, se dispõem a transmitir a mensagem de Cristo aos casais, na grande maioria das vezes ainda jejunos de conhecimentos espirituais. Os palestristas, inspirados certamente pelo Espírito Santo, souberam transmitir a todos nós aquilo que fôramos procurar ao atender ao apelo para comparecer ao EACRE: um aprendizado ou um reaprendizado, um revigoramento, uma nova visão de todos aqueles valores que mantínhamos armazenados, mas de que certamente desconhecíamos a eficácia. Nos grupos de co-participação, num contato mais direto com todos nossos irmãos equipistas, pudemos bem aquilatar o grau de essencialidade de todas as palestras, como elas repercutiram fundo em todos nós. Como não poderia deixar de ser, papel de suma importância assumiu a liturgia, preparada com tanto carinho e dedicação pela Equipe destacada para essa finalidade. Foram momentos de grande elevação espiritual, onde todos nós dirigíamos o nosso pensamento a Deus e agradecíamos, a todo instante, a suprema ventura que Ele nos proporcionou ao abrir, um dia, o caminho para ingressarmos nas Equipes de Nossa Senhora. Uma prova da excelência dessa liturgia poderia ser destacada através de um pequeno detalhe. Um pouco antes da missa de sábado, um esposo comentava com sua esposa: "Será que a missa vai mesmo ser celebrada neste auditório? Aqui não há ambiente para uma boa meditação ou mesmo para uma comunhão." Um casal que ouviu este comentário e havia participado do EACRE no ano passado pediu-lhe que aguardasse o desenrolar da cerimônia. De fato , depois de terminada a missa, o casal que havia manifestado dúvidas quanto ao clima de espiritualidade imediatamente voltou-se para o outro casal e disse: "Vocês realmente tinham razão ... " Destaque especial merece a equipe de serviço. Que trabalho maravilhoso foi por ela executado! Tudo funcionou à perfeição, deixando em todos nós a imagem da eficiência e dedicação daqueles quase 100 casais que se propuseram a realizar esse verdadeiro serviço aos seus irmãos. Que Deus os abençoe. -31


Ao nos despedirmos destes dois dias repletos de espiritualidade e alegria, onde tivemos inclusive a felicidade de contarmos com a presença de S. Emcia. o Cardeal Arns, que celebrou a missa de encerramento e nos dirigiu palavras de incentivo e conselhos de pai e Pastor, só podemos repetir, alto e bom som, OBRIGADO, SENHOR!

Thais e Carlos Eduardo Duprat Equipe 26, São Paulo

Ecos ... Decididamente, a palestra é comprida: Com o mesmo assunto do João Carlos (O papel do Casal Responsável na vida de equipe) , Amaury também passou do tempo e também foi aplaudido de pé! A "caipirinha" do almoço de domingo rendeu, a Cr$ 1,00 cada copinho, nada menos que Cr$ 1.000,00. Receita: 5 dúzias de limão e 2 ks. de açúcar, para 50 litros de água. E a pinga? Ora, a pinga . . . Era caipirinha de mentirinha. Pura limonada, é claro. A equipe de hospedagem ficou "por conta". Pudera: quase metade dos pedidos de hospedagem foram cancelados na chegada d.os "candidatos" e foi preciso dispensar 80 das 145 casas. . . Depois de muita interrogação, chegou-se à conclusão que mais de um Responsável de Setor ou Coordenação pediu hospedagem sem verificar se seus equipistas realmente precisavam dela ...

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NOTíCIAS DOS SETORES

MARíLIA -

Encontro-Mirim

As Equipes 3 e 11 há muito tempo desejavam proporcionar aos filhos dos equipistas de Marília uma oportunidade de entrosamento. Para isso, organizaram o "!. 0 Mini-Encontro" e, nesta oportunidade, foram apresentados alguns esclarecimentos sobre os problemas que os jovens enfrentam no início da adolescência e oferecidos momentos de reflexão sobre os aspectos religiosos. Participaram desse "!. 0 Mini-Encontro" 54 adolescentes de 11 a 13 anos. Quatro casais dessas duas equipes, sob a orientação do Pe. Alberto Boissinot, reuniram-se para planejar as atividades do Encontro. Um dos casais encarregou-se das fichas de inscrições, outro de solicitar aos pais dos participantes pratos para as refeições (carne, salada e arroz) e outros dois responsabilizaram-se pela Coordenação Geral, preocupando-se com o Roteiro do Encontro, o conteúdo das palestras e a composição da Equipe de Trabalho. Na organização da Equipe de Trabalho surgiu a idéia de solicitar a colaboração de shalonistas, também filhos de equipistas, que há pouco haviam feito o "Shalon" (faixa etária de 14 a 16 anos) . A coordenação do trabalho desses 11 j avens (4 moças e 7 rapazes) ficou sob a responsabilidade de um casal e, para eles também, foi elaborado um roteiro de atividades, abrangendo não só trabalho, mas também orações e palestras. Com o objetivo de abrir pistas e suscitar idéias, transcrevemos os dois roteiros, que foram executados concomitantemente:

Faixa etária de 11 a 13 anos 8,30 -

Recepção

9,00 9,20 -

Abertura dos trabalhos Palestra: "Vida"

apresentação

10,00 - Círculos de Estudos 10,20- Lanche - Cantos 10,40 -

Palestra: "Cristo"

11,20 - Murais (desenhos referentes aos conteúdos da palestras) 12,30- Almoço

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13,30 -

Parábolas: "Os dois filhos" (Mt. 21, 28-31); "0 Semeador" (Mt. 13, 1-9); "A Ovelha Perdida" (Lc. 15, 1-7); "A viúva e o juiz iníquo" (Lc. 18, 1-8); "O Bom Samaritano" (Lc. 10, 29-37) ; "O fariseu e o publicano" (Lc. 18,

14,00 -

Em plenário, dramatização das parábolas Palestra: "Relacionamento" Lanche Respostas às perguntas sobre "Relacionamento" Testemunho de jovem como membro de família equipista

9-14) 14,30 15,10 15,30 16,00 16,30 17.15 18,15 -

Celebração penitenciai Missa Confraternização dos jovens encontristas e familiares. Faixa etária de 14 a 16 anos

8,00 -

Chegada -

8,30 -

Preparo do refeitório (moças) Preparo da Capela (rapazes)

9,20 -

16,00 -

Palestra: "Trabalho como Oração" Preparo do lanche e término dos serviços anteriores Preparativos para o almoço (recebimento dos pratos) Servir almoço (moças e rapazes) Almoço dos shalonistas Limpeza da sala de palestras (rapazes) Limpeza da cozinha (moças) Limpeza dos banheiros (dirigentes) Preparo do lanche Servir lanche Término da limpeza. Palestra: "Relacionamento"

17,15 -

Missa

18,15 -

Confraternização.

10,00 11,30 12,30 13,00 13,30 14,00 14,50 15,00 15,10 -

Oração e Instruções

Marília está de parabens. Que tal, depois desta bem sucedida primeira experiência, abrir o próximo Encontro, estendendo-o a adolescentes que não sejam filhos de equipistas? Mas sendo apostólico como é, o Setor certamente, nesta altura, já pensou nisto!

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MANAUS -

Missa em louvor a Na. Sra.

O encerramento do mês consagrado a Nossa Senhora constou de missa festiva, na Paróquia de Na. Sra. de N azar é, durante a qual os casais das Equipes fizeram sua consagração à Virgem Mãe de Deus. Foi uma celebração muito bonita, que tocou os corações de todos, animando-os a seguir os passos dAquela que é o modelo perfeito para chegarmos ao Pai. BLUMENAU -

Gaspar é notícia

Completou um ano a Equipe 1 de Gaspar e já começou a transbordar. Diz o Boletim: "É equipista auxiliando nos cursos de noivos, é equipista dando palestras, trabalhando em catequese de Primeira Eucaristia, catecumenato crismai e liderando grupo de jovens ... É isso daí: começa-se por entrar no jogo da equipe, no jogo do Movimento e, automaticamente, somos levados a fazer o jogo da Igreja. Sentimos que o nosso testemunho deve ir além do nível da oração e da reflexão. Tem que ir à ação." E, como não poderia deixar de ser, Ja vem aí a equipe 2. Com o mesmo piloto, que não deixa por menos . .. -

Ecos da Sessão

Entusiasmadíssimos com sua participação na Sessão de Formação, os quatro casais que estiveram em Florianópolis. Escrevem, no boletim, Jesenir e Renato: "Não temos palavras para comunicar tudo o que está no fundo de nossos corações. Nossa Sessão de Formação - indizível o quanto nela aprendemos e o quanto temos a servir. Por três dias, frequentamos uma autêntica faculdade de Amor, de Oração, de Serviço." SÃO CARLOS -

Retribuindo dedicação

As Equipes de São Carlos tiveram uma oportunidade de retribuir um pouco do muito que têm recebido dos seus sacerdotes e das religiosas do Colégio São Carlos. Foi por ocasião do Encontro dos superiores das ordens religiosas da Diocese. Os equipistas - ou melhor, as equipistas encarregaram-se do almoço, preparando os pratos e decorando a mesa para os trinta religiosos. Como Superior dos Premonstratenses, estava presente o Côn. Pedro Branco, Conselheiro Espiritual do Setor de J aú desde o início do Movimento naquela cidade, que recordou o tempo em que ia a São Carlos para ajudar na formação da primeira equipe deste agora florescente Setor. 35-


-

Equipe em oração

Reune-se a equipe 3 todas as segundas-feiras, na casa do casal animador do mês, para uma hora de oração, "nas intenções dos casais em dificuldades, dos casais tristes, pela Igreja, por aqueles que pediram orações e pelas intenções de cada um." O horário - das 22h30 às 23h30 - foi escolhido porque há na equipe casais que estudam à noite, mas, apesar de ser um tânto sacrificado, as noites de oração têm sido bastante concorridas. Deus certamente há de responder a tanta generosidade com graças especiais. BAURU -

Novena a Nossa Senhora

Diz o Boletim: "Como foi bom ouvir falar, durante nove noites, de Maria Santíssima, nossa Mãe! Cada noite, uma leitura diferente, enfocando, quer como homenagem, quer como subsídio de aprofundamento da fé, toda a vida de Maria Imaculada: Maria-menina, Anunciação de Maria, Responsabilidade de Maria, Maria-mãe, Maria-dona de casa, Fidelidade de Maria, O coração materno de Maria, Maria na vida pública de Jesus e, finalizando, A compaixão da Santíssima Virgem." BRASíLIA -

Peregrinação (Do Boletim)

"A 3.a Peregrinação em louvor a Nossa Senhora foi zelosa e brilhantemente organizada pela Equipe de Nossa Senhora Medianeira - .n. 0 1 - e contou com a participação de todos os movimentos leigos da Arquidiocese. Ato público de relevante significado, diante das circunstâncias atuais da sociedade, num testemunho animador de confirmação das verdades cristãs, num testemunho cheio de amor, de luz, de luta e de sensível espírito fraterno. Desde o nascimento das ENS na França, no Brasil e em Brasília, muito se tem caminhado em direção ao Pai... Os caminhos nem sempre floridos; as circunstâncias nem sempre favoráveis; as disponibilidades nem sempre evidentes ... Objetivos bem delineados; dificuldades contornadas; esforços frutíferos. . . Nossos sacrifícios reunidos num ato certamente agradável à nossa Intercessora, Modelo e Guia, e, acreditamos, também a Deus Pai, razão primeira dos Seus méritos. Cabe-nos entregar-nos à inspiração do Espírito. Um povo que se abre à Sua Luz é um povo que sabe onde quer chegar

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e qual o caminho a seguir. Somos um povo que caminha, peregrina, combate e ama, na Luz do Espírito de Cristo, à semelhança de Maria. Peregrina da humildade, rogai por nós!" -Retiro

Participaram 33 casais do segundo retiro programado pela Coordenação para este ano. O Pe. Maucyr Gibbin desenvolveu o tema "Sacramento da Penitência", seguindo um esquema que levou todos os participantes a sentir "de modo bem mais profundo a fonte de graças que é o Sacramento da Penitência. Aprendemos a colocar Deus como fonte única de perdão, a louvar a Sua Misericórdia, a acolhê-lO interiormente, a ouvir Sua Palavra e a sentir através dela o Seu desejo de perfeição para o homem." -

Compromisso da Equipe 1

Numa cerimônia ao mesmo tempo singela e de grande elevação espiritual, os casais da Equipe de Na. Sra. Medianeira fizeram seu compromisso, durante a missa mensal do Setor. No santinho-convite enviado a todos os equipistas da Coordenação e também a nós da Carta Mensal, o pedido dos casais a Maria, não por eles, mas pela Igreja: "Maria Santíssima, Mãe Medianeira de todas as graças, dai-nos numerosos e santos sacerdotes!" Possa a súplica fervorosa dos casais da Equipe 1, pela intercessão de Nossa Senhora, ser acolhida pelo Senhor da roesse! LINS -

Retiro

Com 30 casais, 4 deles de Cafelândia, a Coordenação de Lins realizou o seu primeiro retiro, pregado pelo Pe. Pascoal Forin, Conselheiro Espiritual da Equipe 2. Foi um retiro de muita reflexão, seguindo as pistas bíblicas dadas pelo pregador. Todos tiraram grande proveito. DEUS CHAMOU A SI llson Moritz

Da Equipe 8 de Brusque. Aos 33 anos. Sentiu-se mal de repente, falecendo nos braços de Bernadete. Comentam Edy e Adherbal: "Deus nos tem levado os melhores: Orides, Néco, Tio Alvim, e agora o Ilson ... " -37-


NOVAS EQUIPES Araraquara

Equipe 3 - Casal Piloto: Dahir e Waldir; Conselheiro Espiritual: Pe. Batistela. Equipe 4 - Casal Piloto: Leonice e Luiz; Conselheiro Espiritual: Pe. Luiz Carlos. São Carlos

Equipe 12 - Casal Piloto: Terezinha e Sergio; Conselheiro Espiritual: Pe. Bruno Gamberini. Campinas

Equipe 29 - Casal Piloto: Ana Maria e Roberto; Conselheiro Espiritual: Pe. Daniel. Jaú

Equipe "nova" 4 - Nossa Senhora do Bom Conselho. Casal Piloto: Olita e Nilson; Casal Responsável: Geny e Paolino; Conselheiro Espiritual: Pe. Vidal Alonso. Equipe "nova" 5 - Nossa Senhora de Fátima. Casal Piloto: Neyde e Hilário; Casal Responsável: Anita e Luiz; Conselheiro Espiritual: Pe. Vida! Alonso. Equipe "nova" 6 - Nossa Senhora do Imaculado Coração. Casal Piloto: Alzira e Alexandre; Casal Responsável: Ivone e Azelindo; Conselheiro Espiritual: Pe. Vida!.

Atenção: Está cheio de equipes novas por af... Pedimos encarecidamente aos Responsáveis de Setor e Coordenação que comuniquem diretamente à Carta Mensal as informações, pois os Regionais não as mandam. o que vem publicado, salvo honrosas exceções (exemplo: Jaú ... ), é tirado única e exclusivamente dos boletins . E como nem todos chegam regularmente . . . Muitas vezes não podemos transcrever, porque só vem o nome do Casal Piloto ou do Conselheiro Espiritual. Precisamoo do nome dos dois. Exemplo: Astorga - Equipe 2 - P e. Sixtilio - mas quem é o piloto?

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VISITA A BEL~M E MANAUS

Do Rio de Janeiro, Mary-Nize e Sérgio VIaJaram até Belém e Manaus, para ministrar o curso de pilotagem e ligação. Sua visita, no entanto, acabou tomando maior amplidão, pois compareceram não só os candidatos a esse trabalho, mas também casais convidados pelos Responsáveis das duas Coordenações para ouvirem o casal carioca falar do Movimento. Assim, em Belém, participaram do curso 21 casais e 3 sacerdotes, e, em Manaus, 12 casais e 2 sacerdotes. Em Belém, são 7 as equipes, em Manaus, 4. O curso, que já fora adaptado para ser dado em 3 noites consecutivas (no Rio, é dado em 5, uma vez por semana), acabou abrangendo também uma parte ponderável de informações e de aprofundamento. Foram feitas toda sorte de perguntas, tornando-se o curso Buase que um "mini-mutirão". Em ambas as cidades, o interesse oi enorme e havia uma verdadeira sede de conhecer melhor tudo ~ue diz respeito ao Movimento. Foram noites muito participadas, com demonstrações bem eloqüentes sobre o interesse que o curso despertou. O ambiente inal era dos mais alegres e descontraídos, notando-se grande ntusiasmo por parte de todos. Nas duas Coordenações, os equipistas são muito entrosados, jrmito animados e muito engajados em tudo quanto é trabalho e Igreja. Tanto em Belém como em Manaus, os casais expressaram desejo de receberem mais vezes casais e sacerdotes que lhes evassem palestras, cursos, informações, etc. Embora reconheceno as dificuldades que um contato mais assíduo representa para Movimento, não esconderam que se sentem muito isolados. Com o objetivo de tentar minorar esse isolamento, foi saentada a importância da troca de notícias e atividades dentro ~ Região e através da Carta Mensal. -39-


SERVIR A UM SÓ SENHOR

Precisamos fazer nossa escolha Renunciar às riquezas não é necessariamente viver na pobreza. lt não acumular bens supérfluos, é poder viver apenas com o essencial. lt saber dar, além do manto, também a túnica ... TEXTO DE MEDITAÇÃO -

Lc. 16, 13-18

Ninguém pode servir a dois senhores: com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Os fariseus , amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zomba'vam dele. Jesus lhes disse: "Vós sois os que querem passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; o que é elevado segundo os homens é abominável diante de Deus. Até João, houve a Lei e os Profetas; desde então, o reino de Deus está sendo anunciado, e todos se esforçam por nele entrar. Ora, é mais fácil passar o céu e a terra do que cair uma só vírgula da Lei." ORAÇAO -

H -

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Salmo 18

A Lei do Senhor é perfeita, conversão para a alma! O testemunho do Senhor é verdadeiro, sabedoria para os simples! Os preceitos do Senhor são retos, alegria do coração o mandamento do Senhor é transparente, luz para os olhos. -40-


H - O temor do Senhor é puro, imutável para sempre; M - as decisões do Senhor são leais e plenamente justas. H ___, Mais desejáveis do que o ouro, do que o ouro mais fino; M - mais saborosas do que o mel que escorre dos favos! H M H M -

T -

Por isso vosso servo delas se penetra e tem grande proveito em guardá-las. Mas quem pode discernir as suas faltas? Perdoai-me por aquelas que desconheço! Do orgulho preservai, também, vosso servo: não tenha sobre mim poder algum. Serei, então, irrepreensível e livre de graves culpas. Que as palavras de minha boca vos agradem e o murmúrio do meu coração; que cheguem sem cessar perante vós, Senhor, meu Rochedo e meu Redentor!

Oremos -

6 Pai, dá-nos colocar nossa alegria e nossa confiança na tua Palavra e não nos bens deste mundo, e aquilo de que legitimamente usufruimos para nosso sustento, faze que saibamos r eparti-lo com aqueles que necessitam. Isto te pedimos, por Jesus Cristo, ... -Amém.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 - Rua João Adolfo, 118 - 9Q - conj. 901 - Tel.: 34-8833 SAO PAULO, SP

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somente para distribuição interna -


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