NC? 9
1978/1 979
Dezembro a Fevereiro
Não esconda a sua luz . .................... . O complemento infinito do homem . . . . . . • . . . .
3
A Estalagem da chance perdida . . . . . . . . . . . . .
4
Paz, outro nome de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6
Aos jovens, meus herdeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A paz segundo Paulo VI .. .. .. . .. .. .. • . .. .. . .
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O início da catequese A pobreza evangélica . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Eu vim! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A história a e !dali na e Dorello . . . . . . • . . . . . .
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Livros para suas férias . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Jogo da verdade .. .. . .. . .. . . .. .. . . .. . . .. . . .. .
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Notícias dos Setores .. . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . .. ..
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O Mutirão do ABC .. .. .. .. .. . .. .. .. . . .. .. . .. .
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Buscai primeiro o reino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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EDITORIAL
NÃO ESCONDA A SUA LUZ
Na canção "Gente humilde" há uma frase realmente inspirada: "E na fachada está escrito que é um lar" ... Lar: a densidade do conteúdo é inversamente proporcional ao comprimento da palavra. Só é lar a família onde há paz, tranquilidade, compreensão e aceitação mútua, preocupação de uns pelos outros, alegria. E tudo isso é fruto do amor, o autêntico amor doação, busca do bem e da realização dos outros até o esquecimento de si mesmo. Lar cristão: tem-se a consciência explícita de que a raiz última desse amor, dessa paz, dessa alegria é o Cristo presente no seio da família, o Cristo fiel, que se comprometeu com o casal, no sacramento do matrimônio, e cumpre seu compromisso. Todo lar cristão é, por sua natureza, uma nova sagrada família. Você, casal amigo, você vive essa ventura do lar cristão. As Equipes de Nossa Senhora o ajudaram a crescer nessa tomada de consciência e a criar em sua família essa atmosfera de paz e alegria, esse clima de N azaré. Mas, ao redor de sua casa, entre seus parentes, vizinhos, amigos, companheiros de trabalho, existem tantos casais que ainda não descobriram o que você já descobriu: que o casamento foi inventado por Deus para ser um paraíso terrestre, e que isso é perfeitamente possível de realizar-se. E e.stão, talvez, vivendo num meio inferno. Porque não descobriram ainda a verdadeira natureza do amor, doação de si; estão se frustrando na busca de uma felicidade impossível, porque estão querendo encontrá-la sem o trabalho de construí-la. E você, casal cristão, vai deixar que esses seus irmãos filhos de Deus como você, chamados como você à felicidade de Adão e Eva antes do pecado - você vai deixar que eles se sufoquem nesse egoísmo destinado a frustrá-los por completo? -1-
É a sua convicção cristã que vai fazer você se sentir responsável por eles, pela felicidade deles. Esse clima que você vive em sua casa é a salvação, para muita gente. Escreva bem alto, na fachada, que sua casa é um lar, para que todo mundo veja que é possível ser feliz. Não feche suas portas e janelas; pelo contrário, deixe que todo mundo respire, com você, esse ar, e se pergunte: qual o segredo dessa paz, dessa tranquilidade, dessa alegria? E responda, num grito, para que todo mundo ouça: não há segredo, é o Cristo que está aqui presente, como raiz de nossa casa, em nosso esforço de amor, e dele tudo brota. Não esconda sua luz, para que os outros não fiquem no escuro. Você sabe muito bem: família fechada não é família cristã.
"O amor de Cristo me empurra", diz São Paulo. Não espere passivamente. Se é essa a sua missão, casal cristão, tome então a iniciativa, angustie-se por tanta desgraça, e vá então correndo procurar os meios eficazes para levar a luz aos outros. Você pode salvar tanta gente. E se pode, deve.
Frei Estevão Nunes
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O COMPLEMENTO INFINITO DO HOMEM
No fundo do coração do homem mora uma enigmática necessidade, tornada um dia esperança, em virtude de uma misericordiosa promessa divina. O homem nasce como algo de sagrado para a vida, desde o seio materno. Nasce sempre dotado dessa perigosa, mas ao mesmo tempo divina prerrogativa: a liberdade, educável sim, porém, inviolável. Nasce pessoa, em si, suficiente, mas em si também necessitada de convívio social; nasce com a capacidade de pensar e de querer, destinado ao bem, mas suscetível de cair no erro e no pecado: Nasce para a verdade, nasce para o amor. Tal como é, o homem não é perfe 'to: é um ser essencialmente precisado de uma reparação, ele uma reabilitaGão, de uma plenitude, de uma perfeição, de uma felicidade. É uma vida que não se b asta a si mesma; ela tem necessidade de um complemento de vida, complemento infmito. Exaltai o homem: pareis em maior evidênc:a a sua deficiência, o seu ser algo incompleto, a sua recôndita necessidade de ser salvo. Digamo-lo imediatamente e digamos tudo: a sua necessidade de um Salvador. Sim, necessidade de um Salvador: homem para se unir aos homens, mas, ao mesmo tempo, Deus para levar o homem à altura para a qual a sua primogênita e sempre imanente concepção o destina: a altura divina. Dizemo-vos hoje, a vós, homens irmãos, estas coisas funda- . mentais para que as saibais, as acrediteis e as vivais. A vós, homens irmãos, que vos encontrais mergulhados na dor, na miséria, no sofrimento, ou no pecado; a vós gentes de todo o mundo, nós repetimos, com a alegria da certeza: irmãos, nasceu para vós um Salvador. O Salvador! Ele é o filho de Maria, é o filho de Deus. Chama-se Nosso Senhor Jesus Cristo.
PAULO VI
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A ESTALAGEM DA CHANCE PERDIDA
Pelo título, parece uma estória de "western", mas não é. É de Natal e de todos os dias. Na realidade, com ela começa a nossa era cristã, no tempo em que Quirino era governador da Palestina e Cesar Augusto mandou fazer o censo do Império. Um casal de esposos, Maria e José, da tribo de Davi, veio a Belém, cidade real, para se recensear. Maria deu à luz um menino e envolveu-o em p anos e deitou-o numa manjedoura "porque não havia para eles lugar na estalagem". (Lc. 2, 7). Não havia para eles lugar na estalagem! Sabendo hoje quem era aquele menino, quase que se fica com raiva e com pena da estalagem (recusar a Ele, que tolice!), mas não há por que. A estalagem estava apenas ocupad a com quem chegou primeiro e o negócio da estalagem é estar ocupada e, quanto mais, melhor. Se não, dá prejuízo e vai até à falência. Mas a pena persiste. O maior evento da história da humanidade estava batendo à porta daquela estalagem, mas não houve lugar para ele. Por isso, a insignificante manjedoura entrou na história, visitada e reverenciada em verso e prosa e oração através dos milênios e o será, assim cremos, até a consumação dos tempos. A estalagem - quem sabe qual foi, onde era - perdeu a sua chance e caiu no esquecimento. Se soubesse quem estava batendo à sua porta, quem sabe ... O nosso coração é como aquela estalagem. O Menino Jesus bate a toda hora à sua porta para, dentro dele, nascer, crescer e tornar-se Cristo adulto, mas não há lugar para Ele. O nosso coração está ocupado com as causas que chegaram primeiro. E, como no caso da estalagem, não há porque ficar com raiva por causa disto: o coração é para estar ocupado com coisas, e quanto mais melhor, se não torna-se vazio e estéril ... Mas alguns homens e mulheres souberam abrir-Lhe a porta e achar lugar para Ele, embora também os seus corações transbordassem das coisas da vida e do mundo. Francesco Bernardone, Tereza D'Avila, o Cura D'Ars e legiões de Santos, mortos e vivos, aqueles que já não são deste mundo e aqueles que vivem ao nosso lado, acolheram-nO nos seus corações e tornaram-se para todos como faróis de esperança de uma vida melhor.
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Nas estalagens de hoje, nos hotéis modernos, há uma praxe pouco conhecida, de nunca ficarem ocupados completamente. Guardam-se sempre alguns apartamentos para os VIPs - os "very important persons" - que não se sabe se virão, quando virão, nem quem serão. Mas os apartamentos estão à espera, para que se possa acolher alguém muito importante, quando vier. Uma espera reverenciada, que está no subconsciente do gerente de todo hotel que se preza. É o que deveríamos fazer com o nosso coração. Especialmente nesta época de Natal, tempo de espera e esperança. Manter o coração cheio de gente, coisas e emoções, mas guardar o melhor lugar para o Cristo, o VIP de todos os tempos, e deixá-lO entrar com festas e cânticos e servi-lO com alegria e amor. E pedir-Lhe que faça do nosso coração morada permanente. Se isso acontecer, poderemos então dizer, junto com o canto dos sinos da Missa do Galo: Feliz Natal! Feliz o dia em que Cristo nasceu em nosso coração. Assim ele deixará de ser "o coração da chance perdida".
Elfie e Dragan Equipe 3 de Petrópolis
Deus bate à porta do mundo com o toe-toe desparamentado da fragilidade e do respeito. Não veio para nos cegar com sua glória, nem se impor com sua grandeza; mas propôs-se a Si mesmo o caminho dos homens e, a tal ponto, com tanta intensidade o viveu, que acabou sendo reconhecido, depois, como o verdadeiro caminho para eles. A lógica do amor de Deus é tal que seria inconcebível e mentiroso vê-lO nascer no palácio de Herodes e longe da despojada pobreza de um presépio. Mas foi a singeleza deste quadro, pouco divino, que encheu de "hosanas" as campinas de Belém, de esperanças o mundo todo, e sobre ele brilhou a estrela que anunciava o nascimento do Rei dos Judeus, Salvador e Libertador de todos os homens. Deus se fez menor para que o homem não temesse e nem se revoltasse por ser pequeno. Fr. Neylor Tonin -5-
PAZ, OUTRO NOME DE DEUS
Nunca se falou tanto em paz como nes.tes . tempos. Nunca se fizeram dela tantos elogios. Mas eu não sei o que pensar de tudo isso. Porque, apesar d~ tantas pregações e de tantos programas, o homem não conseguiu ainda encontrar a paz .. . Paz é plenitude de todas as graças, riqueza total do coração humano, harmonia entre todos os seres, garantia de progresso, de vtda e salvação. Se a paz não garantir tudo isso, então não é verdadeira. Mas ela pode dar-nos todas estas coisas, porque se identifica com o próprio Deus. Sim, acho que Paz é outro nome de Deus. Não é apenas um dom de Deus, mas é o próprio Deus que se doa, um Deus que se chama Paz. Agora dá para entender porque os homens dificilmente conseguirão a paz: porque não aceitam Deus em sua vida; e, não aceitando a Deus, recusam a paz. A única guerra que ao cristão é permitida é aquela que se combate nas fronteiras da própria consciência e do própr io coração: a guerra contra o egoísmo e o comodismo que se aninham dentro dele mesmo. É uma guerra bem íntima, uma revolução silenciosa e radical, e . da qual falava Jesus quando dizia: "Eu vim trazer a guerra e não a paz". Mas é uma guerra que transforma o homem e o torna digno de entrar na vida eterna. Este quadro seria bem incompleto se nele faltasse Maria. Querendo ou não, a paz passa por ela. Aqueles braço-s que um dia ·carregaram o Deus feito homem são os mesmos que hoje nos trazem a paz.
Com todo o direito, ela fo-i posta diante da porta do novo ano como Mãe da Paz, assim como foi escolhida desde o início da nova criação para ser Mãe de Deus. Então, a ela hoje pedimos que esfrie as bocas dos canhões, tire as nossas almas da inquietação e seja a Guardiã da nossa Paz. Pe. Virgílio, ssp
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AOS JOVENS, MEUS HERDEIROS
O "Testamento" de Raoul Follereau
Jovens de todos os países, a guerra, a paz, são para vocês. Eu escrevia, há vinte e cinco anos atrás: "ou os homens aprendem a amar-se, ou o homem vive, finalmente, para o homem, ou os homens desaparecerão, todos, e todos juntos. Nosso mundo não possui senão uma única alternativa: amar ou desaparecer. É preciso escolher. Imediatamente. E para sempre!" Ontem, o chamado. Amanhã, talvez, o inferno. Os Grandes- estes gigantes que deixaram de ser homens possuem, dentro de seus vergonhosos esconderijos da morte, 20.000 bombas de hidrogênio, sendo suficiente uma delas para fazer de uma metrópole um imenso cemitério. E eles continuam. sua indústria monstruosa à razão de três bombas por dia. O Apocalipse está no fim da rua. Rapazes, moças de toda a Terra, são vocês que dirão "não" ao suicídio da humanidade. "Senhor, eu queria tanto ajudar os outros a viver", foi minha prece de adolescente. Eu creio ter sido, toda minha vida, leal ... E eis-me ao entardecer de uma existência, cuja tarefa fica inacabada, depois de tê-la perseguido, dando tudo de mim. O tesouro que lhes confio é o bem que não fiz, que eu queria fazer e que vocês farão depois de mim. Que este testemunho os ajude a amar. Esta é a última ambição de minha vida, e o objetivo deste "testamento".
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Eu instituo como meus herdeiros os jovens de todo o mundo. Toda a juventude, do mundo inteiro: da direita, da esquerda, do centro. . . Que me importa de onde! Toda a juventude: os que receberam o dom da fé, os que agem como se tivessem fé, os que crêem que não têm mais fé. Não há senão um céu para todo o mundo. Quanto mais minha vida se aproxima do fim, mais eu sinto o dever de lhes repetir: é amando que salvaremos a humanidade. E de lhes repetir: a maior desgraça que pode acontecer-lhes é a de não serem úteis a ninguém, de sua vida não servir para nada.
* * • Amar ou desaparecer. Mas, não é suficiente gritar "paz, paz" para que a Paz venha à Terra. preciso agir. Com a força do amor. Com as armas do amor. Renunciem às palavras que, embora mais sonoras, são vazias. Vocês não salvarão o mundo com pontos de exclamação. O que é necessário é que se livrem de certos "progressos" e de seus males, do dinheiro e de sua maldição. É
Livrem-se daqueles para os quais tudo se resume, se explica e se mede com cheques bancários. Mesmo inteligentes, eles são os mais estúpidos de todos os homens. O dinheiro não faz a grandeza de ninguém. Vocês deverão dominar o dinheiro, que serve para tudo que é humano, mas que tudo corrompe. Que a riqueza de vocês seja fazer os outros felizes.
* * * Sejam vocês mesmos. E não um outro, não importa quem. Fujam do comodismo do anonimato. Cada ser tem um único destino. Cumpram o seu de olhos abertos, exigentes e francos. Coisa alguma jamais atinge a grandeza de um homem. Se falta alguma coisa em sua vida, é porque vocês não olharam mais alto. Todos idênticos? Não. Mas todos iguais e todos juntos.
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Então, vocês serão homens. Homens livres. Mas, atenção! A liberdade não é uma vistosa bandeira atrás da qual se escondem mesquinhas ambições. A liberdade é o patrimônio comum de toda a humanidade. Quem não é capaz de celebrá-la com os outros é indigno de possuí-la. Não façam do seu coração um esconderijo; ele tornar-se-ia um depósito de lixo. Trabalhem. Uma das grandes tragédias de nosso tempo é que se considera o trabalho uma maldição. Quando, na realidade, ele é redenção. Mereçam a felicidade de amar seu dever. Enfim, creiam na bondade, na humilde e sublime bondade. No coração de cada homem existe um tesouro de amor. Cabe a vocês descobri-lo. A única verdade é amar. Amar a uns, a outros, amar a todos. Não por tempo determinado, mas por toda a vida. Amar os pobres, amar os ricos (que, tantas vezes, são também pobres), amar o desconhecido, amar o próximo que está no fim do mundo, amar o estranho que está tão perto de vocês. Amar! Vocês não pacificarão o mundo senão enriquecendo seu coração.
• • • Testemunhas, muitas vezes acorrentadas, da corrupção deste século (que foi, por instantes, tão belo), apavorados por esta corrida gigantesca rumo à morte - sob o impulso dos que usurpam nossos destinos -, asfixiados por um progresso repentino, devorador, mas desigual, o coração esmagado por este grito: "Eu tenho fome!", que se eleva sem cessar de dois terços do mundo, só resta este supremo e sublime recurso: SER VERDADEIRAMENTE IRMAOS. Amanhã . .. Amanhã, são vocês.
Raoul FoUereau <Transcrito da revista "Sem Fronteiras")
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Antes de ser social, a paz é pessoal. f: a paz do coração, é aquele estado de ânimo, de justiça, de bondade, de serenidade que nos torna respeitosos e benevolentes para ·com todos. 1:: um fruto da caridade. · A paz não é egoísmo, não é des interesse pelos outros, não é indiferença com os sofrimentos alheios, não é desprezo pelos outros para comodidade nossa. Quanta gente se diz p·acífica porque não se preocupa com as necessidades e o"s sofrimentos do próximo ou porque foge de ocupar-se dos problemas sociais! A paz não é inércia, não é imobilismo, não é posse egoísta que idealiza condições de viCia cômoda e tranquila. A paz deve ser vigilante e ativa: se a queremos verdadeira e duradoura, deve ser criada continuamente com amor genial e com atividade laboriosa. ~ preciso não só gozá-la, mas buscá-la continuamente.
Paulo VI
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O INíCIO DA CATEQUESE
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Trechos de uma conferência sobre "A educaçã~ do sentido de Deus na criança pequena".
~ Permitam-me insistir em dois pontos importantes da edu-: cação do sentido da grandeza de Deus: o silêncio e a atitude. '
Nunca comecem uma oração com uma criança sem estarem, um momento, silenciosos com ele. Já é ato religioso, porque é a homenagem a alguém, a uma presença que se vai encontrar. Então, acaba-se o barulho e ficamos em silêncio na presença do Senhor. Estando na Holanda, fui convidado por um professor da Universidade, protestante, a tomar uma refeição com a sua família. Sentei-me e não fiz qualquer gesto de oração para não chamar a atenção das crianças. Mas vi o pai pôr as mãos juntas na beira · da mesa e inclinar a cabeça em silêncio. A mãe fez a mesma coisa, bem como todos os filhos. E, claro, eu também. Todas as pálpebras estavam, calmamente, abaixadas. Depois, o pai levantou a cabeça e começou a comer. . . Deus passara. A atitude correta é também homenagem. A imobilidade voluntária já é difícil para a criança. É preciso que o espírito aprenda, "para o Senhor", a obrigar o corpo a estar quieto. Que magnífica homenagem! Que adoração em ato! Quando a criança vê o·s pais - sobretudo o pai - ficar em silêncio, em atitude respeitosa perante Deus, diz a si própria: "O Senhor deve ser muito grande para que o papai fique tão respeitosamente, tão calmamente, com tanta obediência diante dele!" É assim que pode germinar o sentido da grandeza de Deus dentro de uma família.
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Quando Deus é grande para uma criança, a sua fé é sólida. Quando vê Deus como todo poderoso, podemos então construir; e a sua fé de adulto nada terá que renegar da sua fé de criança. Todas as descobertas que poderá fazer, toda a vaga das paixões humanas não abalarão o rochedo da sua fé, porque está apoiada na onipotência de Deus ... Na Revelação cristã, a última palavra afirma-nos que Deus
é amor. Portanto, .é . necessário que a primeira evocação, que todas as evocações do Nome de Deus sejam acompanhadas de -amor, de um -amor recatado, mas fervoroso, de nossa parte. Tudo o que a criança faz de religioso deve ser marcado pelo amor. Não pensem que a grandeza de Deus vai perturbar o amor da criança por Ele. Pelo contrário, quanto maior é alguém a seus olhos, mais a criança é tocada, sensibilizada pelo seu amor. Será por respeitar e admirar o pai e a mãe que a criança sentirá menos amor por eles? É esta a condição para que o seu amor por Deus seja religioso. Este amor por Deus requer, evidentemente, que a criança já tenha feito a experiência do amor humano na família, que se sinta amada pelos pais, que tenha aprendido a amar junto deles. É a primeira condição indispensável. É preciso, depois, que tenha descoberto que Deus é fonte de amor para os pais, de amor e de alegria. É preciso, também, que o amor de Deus a conduza ao amor do próximo. Deus é o perdão concedido à criança, à noite. Deus é a paz restabelecida entre irmãos e irmãs no fim do dia. Deus é o amor. Então, para a criança, será fácil amar. Pe. Xavier Lefebvre (Da Carta Mensal Equipes Novas, n9 5)
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A POBREZA EVANGÉLICA
Carta de um Conselheiro Espiritual à sua equipe.
Meus amigos, Permitam-me ainda algumas observações sobre o tema de nossas últimas reuniões: "O discípulo de Jesus e o dinheiro". Gostaria de lembrar e acertar melhor alguns pontos desse delicado problema. Recebam essas linhas como um testemunho da minha amizade na nossa busca comunitária do Evangelho de Cristo. 1 - Creio que todos, enquanto equipe, temos os elementos para julgar e tomar as decisões às qua1s nos sentimos chamados. Ao deixarmos esse assunto, não recuamos diante de um questionamento delicado. Menos ainda queremos bancar a avestruz, sobretudo num país onde os problemas sociais fazem sofrer tanta gente. É nosso dever guardar as palavras do Evangelho como um fermento sempre ativo nas nossas vidas, um fermento que não pode deixar de incomodar: "A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e as intenções do coração." (Heb. 4, 12). O Evangelho nos incomoda sobretudo quando toca à identificação que fazemos espontaneamente entre o nosso ser e o nosso haver. Mais ainda, quando à Palavra de Deus se une a visão lúcida da miséria que nos rodeia. Se este assunto está incluído nas reflexões dos anos de aprofundamento, é porque é de suma importância para o nosso propósito de vida cristã. Se não aceitamos o incômodo que ele nos traz, é porque, talvez, não estejamos ainda maduros para esse aprofundamento. Não há dúvida que, para Cristo, o desapego das riquezas é um ponto-chave da fidelidade ao Evangelho: "Ninguém pode servir a dois senhores. . . Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." (Mt. 6, 24) -13-
2 - Mas é verdade também que não se trata de alimentar uma certa má consciência que pode tornar-se estéril. Pois a pobreza evangélica vem sendo descoberta ainda hoje como o foi ao longo do Antigo Testamento (cf. o livro de Pe. Gelin, "Os Pobres que Deus ama", Ed. Paulinas) . A pedagogia desta descoberta está nas m~o~ de, Deus. Ao ,ouvjrem a r,eflexão de Jesus: "É mais fácil um camelô pas'sa:r p'elo . bura·có de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus", os discípulos fic aram muito espantados e disseram : "Quem pode então salvar-se?" J esus, fitando-os, disse.: '.' Ao homem é irnpossiv~l ~ . mas a Deus tudo é possível". (Mt. 19, 23-26). Peçamos, portanto, para tornar-nos maleáveis a essa educação de Deus, nosso Pai. 3 - Se a pobreza é a pedra de toque da fidelidade ao Evangelho, nem por isso constitui um fim. Só o amor o é, e a; liberdade do coração para amar. A pobreza é meio para se chegár a este fim; logo, é relativa. Ela é meio correlativo à signifiCação social do uso do dinheiro. Portanto, pobreza efetiva . e riqueza se medem de ::J,cordo com ·o serviço que assumimos na construção de uma sociedade baseada na justiça e na promoção de todos os h omens. Acrescento: Nunca poderemos chegar a medir de modo definitivo o necessário e o supérfluo. 4 - A 1'pobreza em espírito" não dispensa do despoj amento efetivo. O próprio Mateus, autor dessa aparente restrição; fala da ·necessidade da pobreza de fato (cf. Mt. 6,19-21- 19,21-26). () Evangelista quer dizer que a pobreza como realidade social. não é suficiente se não for assumida pelo coração. No mesmo sentido, São Paulo diz: "Ainda que eu distribuisse todos os meus bens aos famintos , se não tivesse a caridade, .isso de nada me · adiantaria." (I Cor. 13, 2)
o
5 - Creio que podemos dizer seguinte: Cristo em verdade veio para chamar a todos e portanto estava aberto a todos, ricos e pobres. (Lc. 19, 2&9) No entanto, Jesus fez opção pelos pobres, enquanto grupo humano. (Lc. 4, 18&7, 22; cf. aihda Lc. 6, 20 &24) Ao atingir os ricos, o Evangelho os lança na aventura de um des-· pojamento efetivo. (Lc. 12, 33 & 19, 8) 6 - "Partilhar" veio a exprim'r, no cristianismo primitivo, a atitude fundamental com respeito ao haver, em vista de uma sociedade onde não houvesse mais ind~gentes (Atos 4, 32-37) e se tendesse para a igualdade. (II Cor. 8, 13-15) Essa "partilha" era um gesto tão , especificamente cristão que· tornou-se o gesto litúrgico, memorial d;,'l Paixão de Cristo. (Atos 2, 42; cf. nota da Bíblia de Jerusalém) . Para São Paulo, o furtar-se a uma partilha efetiva nas asse~qléias já "não é comer a
Ceia do Senhor", é "desprezar a Igreja de Deus"; é "comer o pão e beber o cálice do Senhor indignamente." (I Cor. 11-22 & 27). 7 - Um argumento muito comum n,a classe social abastada é o seguinte: "Se eu partilhar com os pobres, serei apenas um pobre a mais, sem por isso transformar a sociedade", ou "o pouco que vou dar é uma gota d'água no mar". Esse argumento deve ser ultrapassado em nível da fé. O ensinamento da multiplicação dos pães toca exatamente neste ponto: "Há um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas que é isso para tanta gente?" (João 6, 9). O menino deu os cinco pães e os dois peixes e "Jesus partiu os cinco pães e repartiu os dois peixes entre todos. Todos comeram e ficaram saciados. E ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixes." (Me. 6, 41-43) O primeiro significado disso é o seguinte: "partilhe o pouco que você tem e esse pouco vai multiplicar-se; partilhe o seu pão, aquilo que não é só o supérfluo , mas o necessário, e todos terão de sobra". Os primeiros cristãos compreenderam imediatamente esse desafio da fé: "Não havia entre eles indigente algum, porquanto os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o dinheiro e o colocavam aos pés dos apóstolos e distribuía-se a cada um segundo as suas necessidades." (At. 4, 34-35). · Esse desaf;o não seria ainda o sinal que o mundo espera dos cristãos de hoje? Isso não é contra a razão. É a fé que lhe ultrapassa os limites, já que os cálculos científicos e as programações técnicas nas mãos dos que possuem contribuem a empobrecer ainda mais milhares de pobres. Que o Espírito Santo nos abra os corações, os olhos, os ouvidos e as mãos para nos empenharmos, como filhos de Deus, o Pai de todos, na construção do Reino que já está entre nós.
Frei Miguel Pervis
Antes de nos empenharmos num empreendimento, é preciso refletir para ver se estamos verdadeiramente decididos a levá-lo até o fim . Trata-se de saber se estamos prontos a aceitar as novas exigências de Deus, à medida que nos vão sendo reveladas. Não ~e poderá fechar os ouvidos a apelos vagamente apreendidos, fechar os olhos a uma luz que começa a despontar, por sentirmos perfeitamente que nos vai levar a soluções que receamos. Yves de Montcheuil
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Eu vim! Mas, não me procures entre as nuvens do céu, lá tu nunca me verás. Não me procures entre as estrelas da noite, assim, não me encontrarás jamais. Procura-me entre os homens. Porque eu vim para o meio dos homens para me tornar cada um dos homens. Porque eu sou o Amor.
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A HJSTORIA DE JDALINA E DORETIO - UM TESTEMUNHO DE F~
Há quase vinte e cinco anos, dois jovens prostravam-se aos pés de Deus para se unirem em matrimônio, e ali deram aquele sim que só a morte poderia separar. E a morte rondou suas vidas por quatro anos seguidos.
Tínhamos vivido nove anos de felicidade quase que total quando alguns amigos, numa noite de domingo, nos visitaram para convidar-nos a fazer parte das Equipes de Nossa Senhora. Cremos que, nesse dia, apesar da nossa vivência cristã, Deus já estava nos preparando para a provação que nos esperava. Se nossa vida era feliz, depois de participar das Equipes, ela ficou maravilhosa. Crescemos muito na fé, e aprendemos muito em relação à educação dos filhos que, na época, eram seis. Depois vieram os gêmeos e formamos assim uma família de dez pessoas. Doretto, motorista autônomo de caminhão, pai e esposo exemplar, desdobrava-se para dar-nos todo o conforto. Um dia, Deus resolveu testar nossa fé. Era o dia 6 de fevereiro de 1969. Fomos à piscina, e Doretto, num mergulho infeliz, teve um esmagamento de medula instantâneo, e foi hospitalizado já completamente paralisado. Foram feitos todos os exames e os médicos foram unânimes em afirmar que viveria no máximo três dias. A notícia espalhou-se rapidamente entre nossos irmãos equipistas, que foram incansáveis. Quem, como nós, passou por isso é que pode avaliar o que representam as Equipes de Nossa Senhora. Durante esses três dias, fomos cercados de todo o carinho, de todo o auxílio mútuo e de toda a oração, os equipistas se revezando na capela do hospital, em horas de vigílias, missas e terços, além de prestarem assistência aos nossos filhos e familiares. A oração e só a oração, operou o milagre. Doretto superou a crise daqueles três dias, deixando até os médicos boquiabertos. Então nos mandaram para São Paulo .• Mas, aí, longe dos nossos filhos, o sofrimento aumentou. Nossos irmãos em Marília continuavam a enorme corrente de orações, assim como uma grande ajuda moral e material. 17-
Passamos cinco meses em São Paulo. Doretto, com sua fé. inabalável, tudo suportava, acreditando ·sempre que Deus lhe· daria forças para superar o sofrimento. Sofrimento esse que aumentava, pois Doretto piorava dia a dia, com a falta de circulação causando enormes feridas- mas sempre resignado e paciente, sem a mínima revolta. Resolvemos voltar para Marília, pois, sofrer por sofrer, era rhelhor estar com · nossos· filhos, ·parentes e amigos. ·: .;:
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, Passamos em Marília mais um ~no. e meio no ):10spital. As vezes eu vinha para casa .com a. certeza de ser chamada a qualquer hora. Mas precisava dividir o tempo entre o p.ài e os filhos. Quando a situação financeira piorou, tivemos que vender o tão querido caminhão do DoreÜo, além de objetos de valor do riosso lar, e ate imóveis' que coin muito . esforço tínhamos comprado. Mas isso nãô significava nada, a gente se desligava das coisas materiais para poder manter nossa casa e dar ·algum con.: forto às crianças. Precisei trabalhar fora, eu que nunca tinha feito nada fora de casa, mesmo no tempo de solteira. Um irmão equipista, diretor de um colégio da cidade, conseguiu-me uma vaga no período noturno. Nas poucas horas que nem sei como sobravam, eu vendia roupas. Mas a graça de Deus não nos deixava desanimar. Depois de dois anos trabalhando à noite, vencemos a concorrência e arrendamos a cantina da escola. Embora sem condições, Doretto veio para casa, a conselho médico: a vida no hospital estava se tornando insuportável e talvez a volta ao lar ajudasse. Tudo foi muito difícil ainda por uns dois anos. Eu trabalhando até dez horas por dia. Os oito filhos estudando. Só mesmo tendo Deus em primeiro plano na nossa vida conseguimos superar. Muitos apareceram querendo nos levar para o espiritismo, para curandeiros. A esses, Doretto pedia por favor que não voltassem a tocar no assunto. O tempo passou, dois anos ainda indo e voltando para o hospital, com complicações de rins, bexiga e enormes feridas pelo corpo. Num domingo à noite, com muita angústia, mas com uma esperança ainda maior, invoquei o Espírito Santo com todas as minhas forças, pedindo que iluminasse nosso caminho. Alguns minutos depois, estava eu com um jornal na mão, onde havia o anúncio de um médico cirurgião plástico, de Marília, residente -18
em São Paulo. Na segunda-feira, estava eu falando com ele, e daí pra frente tudo foi se ajeitando. Plásticas e mais plásticas, todas com grande êxito, e meu marido ia sarando das feridas e conseguindo ficar pelo menos sentado, o que era seu grande sonho. Cicatrizadas as plásticas, ele passou a estudar um meio de trabalhar para juntos criarmos nossos filhos. Parecia não haver possibilidade alguma. Um dia, para tirá-lo daquela tristeza de não poder me ajudar, eu lhe disse brincando: - "Se eu fosse você, ia vender bilhetes na rua". Pois quando voltei para o jantar, lá estava ele com os bilhetes para vender, que pedira ao pai para ir buscar, e, no dia seguinte, tive que levá-lo para a avenida, onde começou, com toda a coragem e humildade, o seu trabalho, cercado pelo carinho e apoio de todos os amigos. Tempos depois, conseguimos uma cadeira motorizada e Doretto voltou a sentir-se útil à família. Admiro nele a fé e a extraordinária boa vontade, e sei que é exemplo para toda a cidade e estímulo para muita gente. Continuei trabalhando para animá-lo. Continuamos firmes na equipe, pois a ela damos tudo e dela recebemos tudo, pois ela é a fonte onde achamos a "água viva", que Cristo prometeu àqueles que tivessem sede, sede de amor, de justiça que sentimos tantas vezes e nossos irmãos de equipe, que sabemos serem qutros Cristos, saciaram. Muitas páginas não dariam para contar as minúcias desta nossa caminhada. Mas a tempestade passou. Nossos filhos estão criados, a mais velha está casada, temos um neto que é nossa alegria, e agora, para completar essa alegria, vem vindo outro. Nossos filhos são os maiores "fãs" das Equipes de Nossa Senhora, sentem-se felizes quando saímos para participar de tudo quanto elas nos oferecem e vibram quando há reunião em casa. Aprenderam a ser equipistas também e se interessam por tudo que diz respeito ao Movimento. Só a Virgem Santíssima poderia ter intercedido junto a seu F.ilho Jesus por nós. Nunca se ouviu dizer que alguém a ela recorresse em vão, e não só nós, como todos os irmãos, a ela recorremos dia e noite.
Ida!ina Equipe 9 de Marília
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LIVROS PARA SUAS
"COMUNIDADE DE AMOR RESPONSAVEL" -
F~RIAS
A. Ostrowski e A. Caminlti Edições Paulinas,
1978 .
Excelente livro, que apresenta o matrimônio cristão sob uma nova ótica, incorporando aos dados da tradição os frutos das pesquisas mais recentes, de modo a oferecer uma visão realista do matrimônio, mais rica e mais próxima do homem atual. Todo casal de noivos que queira entender o sentido profundo do casamento precisaria ler este livro. Inclusive, os que dizem que o casamento religioso "já era" só deveriam fazer sua opção depois de o terem lido. Mais ainda, os que dão cursos de noivos não podem prescindir desta leitura, pois a colocação dos assuntos acompanha a linha de raciocínio do jovem contemporâneo. "Comunidade de amor responsável" daria ainda um ótimo tema de estudos para os que queiram se aprofundar melhor na teologia do matrimônio, numa leitura agradável e muito acessível a leigos. É um livro que substituiria com vantagem um reestudo do tema "Amor e Casamento" que muitas equipes gostam de fazer depois de alguns anos. M.E.B.
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"FAMíLIA: REALIDADE QUE CONSTBól" -
Janice Salomão, em colabora-
ção com J. B. Gutierrez e M. N. EUzaldes Esparza ções Paulinas, 1978.
Edi-
Livro muito oportuno, em vista da próxima Conferência Latino-Americana de Puebla, pois recorda "os caminhos assinalados pelo Vaticano II e pela Conferência de Medellin como necessários para que a Família viva seu autêntico compromisso de fé". Escrito por uma orientadora e professora, é dedicado às famílias latino-americanas e, em especial, às brasileiras. É excelente para reflexão de casais, de pais, e de noivos. É também uma rica contribuição para os que trabalham em Pastoral Familiar. Ao discorrer sobre o diálogo, a autora usa, entre aspas, a expressão "a atitude de sentar-se", numa clara referência ao nosso dever de sentar-se. Os capítulos do livro: Panorama da família na América Latina - O homem é essencialmente comunitário - Causas pelas quais a família não é comunidade- A família, comunidade evangelizadora - Projeção social da comunidade familiar - Como Esquema de a família deve ser comunidade evangelizadora reflexão para reuniões familiares. D.P.S.
"DESERTO NA CIDADE" -
Carlos Carreto -
Edições Paulinas, 1978.
Quem quiser fazer uma semana de retiro espiritual mesmo sem se afastar de seus afazeres diários tem neste livro um guia. "Considere o mundo em que você vive, suas tarefas, o trabalho, as amizades, as reuniões, as caminhadas, as compras, o jornal que lê, os filhos que precisa ouvir, como uma unidade da qual você não se pode separar e na qual deve pensar; uma unidade através da qual Deus lhe fala e o conduz. Não é fugindo que você vai encontrar Deus mais facilmente, mas é mudando seu coração que você verá as coisas de outro modo." E o autor lança um desafio: você quer aprender a criar o deserto nos lugares habitados? Ele conta também como, certa época, esmagado pelo trabalho, não tinha um momento de repouso para orar. E pensava: será que a oração, a meditação, é coisa para os ricos, donos de seu próprio horário? E, neste estado de autêntica pobreza, ele fez a descoberta mais importante de sua vida: "A oração habita no coração e não na cabeça ... " M.E.B. -21-
' 'SHALOM! A PAZ AO ALCANCE DA JUVENTUDE" -
Pe. Murilo, scj Edições Paulinas, 1976, 3~ edição.
O livro é dedicado aos jovens, embora possa ser útil também aos adultos que continuam buscando o Cristo com as qualidades jovens de alegria, idealismo e confiança. Livro de reflexão pará os dias de hoje, numa linguagem agradável, pode constituir urn bom presente de Natal para ·jovens com boa formação. Pode igualmente ser usado para reflexão nos grupos paroquiais de jovens ou nas equipes de jovens. D.P.S.
I
"VIVENDO"- Lola e Dith- "A Tribuna de Santos", Jornal e Editora Lt da .; Santos, 1978. ·
Nesta leitura amena, conheça de perto duas donas de casà cujas vidas são oração. Fazem lembrar o trecho de uma poesia: seus dias "são contas do Rosário que elas vão vivendo dando graças ao Deus todo bondade". M.E.B .
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JOGO DA VERDADE
LER 1 Coríntios 13,4-7 "O amor é paciente, o amor é benigno, não e mvejoso. O amor não é fanfarrão nem altivo, não faz nada de inconveniente, não busca os seus próprios interesses. Não se irrita nem guarda nenhum rancor. O amor não se alegra com a injust:ça mas alegra-se com a verdade. O amor está sempre pronto a perdoar, a crer, a esperar e a tudo suportar". RELER, substituindo a palavra amor por Jesus: "Jesus é paciente, Jesus é benigno; não é invejoso. Jesus não é fanfarrão nem altivo; não faz nada de inconveniente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita nem guarda nenhum rancor. Jesus não se alegra com a injustiça mas alegra-se com a verdade. Jesus está sempre pronto a perdoar, a crer, a esperar e a tudo suportar" (Perfeita verdade!) RELER, substituindo amor pelo nosso pr óprio nome: "Eu .. . sou paciente ; eu ... sou benigno; eu .. . não sou invejoso. Eu não sou fanfarrão, nem altivo ; não faco nada de inconveniente, não busco os meus próprios interesses, não me irrito nem guardo nenhum rancor. Eu não me alegro com a injustiça, mas alegro-me com a verdade. Estou sempre nronto n perdoar, a crer. a esperar, a tudo suportar!" (Será verdade?)
(Da Carta Mensal Americana)
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NOTíCIAS DOS SETORES
FLORIANOPOLIS -
Aconselhamento conjugal
Em fase final de implantação quando recebemos a notícia, que já é de agosto, o Serviço de Aconselhamento Conjugal, ligado à Comissão de Pastoral Familiar da Arquidiocese de Florianópolis. A primeira etapa de atividades previa a realização de um Curso de treinamento para casais orientadores, que servirão de primeiro elemento de contato com os casais em dificuldades, para posteriormente encaminhá-los a pessoas mais especializadas, caso necessário. O casal coordenador do Serviço de Aconselhamento Conjugal é Wylma e Euclides, da Equipe 2. -
Exemplo de "gente ativa"
Bem característico do espírito de serviço que anima os casais integrantes da Equipe 6, o tema da reunião de agosto : o 1.0 cap. das "Orientações Pastorais sobre o Matrimônio". Transcrevemos do Boletim: "Nunca o pessoal trabalhou tanto. Ayres e Arina pilotando equipe nova e fazendo ligação de equipe antiga. Marlene e Antonio na Pastoral Familiar. Almira e Tião, além de membros da Equipe dos "Pensantes", ligando equipes antigas e pilotando novas. Albio e Mafalda, nos Cursilhos - e no Boletim. Tudo isso sem contar Cursos de Noivos e Cursos de Regularização de Casamentos, tanto os programados oficialmente quanto os surgidos de última hora, convocados por telefone. . . Além da Semana da Família no Estreito, palestras para jovens e trabalhos nas capelas. Até mesmo o Marco Aurélio, fazendo pós-graduação em Porto Alegre, quando vem para casa nos fins de semana, é ~on vocado e trabalha! Vocês vão perguntar: e a vida espiritual, como anda? Até parece que melhora! Talvez porque, para dar, a gente sente que precisa ter sempre mais, em termos espirituais. Como diz Almira, "quando o Espírito Santo pega a gente para trabalhar pelo Reino de Deus, não larga mais mesmo!". É isso aí - exemplo vivo de como, na terceira fase da reunião, "o Espírito Santo envia os membros da equipe ao mundo".
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Por falar em cursos de regularização de casamentos
No mesmo Boletim, Mafalda e Albio contam algo sobre um desses cursos: "Num domingo de manhã, nossa equipe esteve numa capela da Grande Florianópolis, trabalhando num Curso de Regularização de Casamentos. Havia casais unidos há alguns meses, como também casais convivendo há anos, e mesmo havia um casal já com 14 filhos - 2 dos quais participando do mesmo curso ... A manhã era muito fria e chuvosa, e a pequenina capela de madeira, muito limpa e acolhedora, estava repleta de casais encolhidos, friorentos - inclusive nós. Desde o início, predominou um clima de alegria, de entrosamento, de afeição. Sentimo-nos logo todos amigos e unidos porque o centro de toda aquela é)tividade, o seminarista Hélio, assim fazia que acontecesse. Hélio estuda durante a semana e dedica os seus sábados e domingos àquela população carente de quase tudo, mas sequiosa de saber, de viver, de se realizar. Este curso, ele o promoveu com carinho, e a gente podia sentir o quanto ele estava unido àqueles casais. Também estavam lá alguns elementos do grupo de jovens que ele atende aos sábados, vindos apesar da chuva e do frio, para recepcionar com cantos e entusiasmo contagiante os casais presentes." -
Juntos na Casa do Pai
Vocês se lembram daquela entrevista na Carta Mensal de outubro de 1970, "Um diácono casado"? O entrevistado voltou ao Pai, junto com sua esposa. Não eram das Equipes, mas muito amigos dos equipistas, que escrevem no Boletim: "Lourdes e Eduardo Mário Tavares faleceram em acidente automobilístico no dia 7 de junho. Ela foi a companheira sempre presente nas inúmeras atividades do Edu, e ele foi a pessoa que todos conhecíamos: artista, poeta, orador, Reitor dos Encontros de Emaús e dos Cursilhos, participante de programa dominical em nossa TV e foi o primeiro diácono casado ordenado no Brasil. Numa entrevista à Carta Mensal de outubro de 1970, referindo-se à sua vocação, ele dizia que "tudo começou com um trabalho de recristianização do Natal, começado pelas Equipes de Nossa Senhora aqui em Florianópolis. Embora eu não pertencesse às Equipes (era do Movimento Familiar Cristão), entusiasmei-me com a idéia e iniciei em meu bairro o movimento. Esta pequena comunidade nascida em volta de um presépio cresceu, aumentou e novos trabalhos foram surgindo. Até que o -25-
Arcebispo, antigo colega de seminário, convidou-me para fazer a primeira experiência de diaconato. Como não sabia bem como era isso, respondi que aceitaria condicionalmente. Mas, ao tomar conhecimento, a aceitação foi plena, amor à primeira vista ... " Edu e Lourdes, agora juntos do Pai, e de Nossa Senhora, que tanto amaram, deixam a todos nós o marcante exemplo de como um casal pode se amar, plenamente inserido na Igreja." CAMPINAS -
Carta Mensal valorizada
Recebemos da Equipe 10 de Campinas a seguinte notícia: "Em nossas reuniões mensais, sabem qual é o tema de estudo, neste ano de 1978? A Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora. O Conselheiro Espiritual seleciona os temas dignos de serem traduzidos em vida, ordena-os em seqüência mais ou m enos lógica e faz a distribuição aos elementos da equipe. Cada casal medita seu assunto e apresenta-o aos companheiros na reunião. A contribuição que cada um dá tem sido muito valiosa. Enriquece a reunião. Quando chega a hora de o Conselheiro conduzir o grupo à meditação mais d'reta sobre o Evangelho e à oração, o clima interior já está inteiramente favorável à comunicação com Deus." Gente, que honra . . . virarmos tema de estudo!!! Isto aumenta tremendamente nossa responsabilidade: saber que a Carta Mensal não é só lida, mas também estudada e meditada ... SAO CARLOS -
Primeiro Retiro de Jovens (Do Boletim)
"Por iniciativa da Equipe de Jovens da Equ 'pe 10, ( 1 ) realizou-se, nos dias 5 e 6 de agosto, o pnmeiro retiro espiritual de Jovens Equipistas de São Carlos. O retiro teve início no sábado, na m .. ssa das 7 horas, com a participação de 35 jovens. Contou com a coordenação dos jovens Romeu e Regina, a assistência dos noviços passionistas e a direção espiritual do Pe. José Carlos Di Mambro, Conselheiro Espiritual do Setor. Foi a coisa mais emo-cionante de se ver! Os jovens vibravam! Eram palestras, círculos, plenários, testemunhos, momentos de meditação e de lazer que preencheram todo o tempo. (1)
Filhos dos ca.sais da Equipe 10.
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Os jovens ouviram palestras ~obre "Vida em equipe", "Sinceridade", "Vida sacramental" e "Vocação e Santidade", além dos testemunhos de dois casais sobre "A Equipe em nossa vida". Todos os casais equipistas colaboraram na alimentação, mandando seus pratos, bolos e café. Alguns casais ficaram encarregados do serviço e da limpeza. Um dos fatos que mais emocionou os jovens foi o apoio e o incentivo dado pelo Setor, nas pessoas de Cida e Mário, que se fizeram presentes o tempo todo, inclusive pedindo que "não se parasse nesse retiro". O ret;ro foi encerrado no domingo, às 17 horas, com a Santa Missa, celebrada pelo Pe. José Carlos. Para nós, adultos, é realmente edificante ver jovens, numa idade em que a maioria está entretida com tantas outras coisas, praticamente se enclausurarem por dois dias, para ouvir, meditar e falar da Palavra de Deus." Escreve ainda no Boletim um casal da Equipe 4: "Foi lindo de ver. O seu modo ainda inibido nos primeiros momentos, desajeitados um pouco, pois nem todos se conheciam, para depois irem rapidamente se descontraindo, até atingir aquela confraternização e alegria sadia que gostaríamos que todos os jovens do mundo experimentassem. Foi lindo de ver o empenho de outros jovens, tão jovens ou apenas um pouco mais velhos que eles, que se doaram inteiramente, não só naqueles dois dias, mas em muitos outros mais, quando prepararam, com tanto amor e dedicação, aquele encontro, e nos surpreenderam, a nós, adultos, com sua capacidade de realização, de liderança, de Amor a Deus." -
Oração pelas Vocações
A mesma Equipe 10 resolveu que a partir de agosto, mês das vocações, todos os casais da equipe incluiriam na Oração Familiar a "Oração pelas Vocações" de Paulo VI. "É mais uma tentativa, escrevem, de, unidos todos em oração, implorarmos ao Senhor suas bênçãos para que tenhamos maior número de sacerdotes e religiosos." COORDENAÇÃO DO ABC -
Curso de pilotos e ligação
Com a participação de 22 casais, realizou-se, com grande sucesso, nos dias 4, 5 e 6 de agosto, no Seminário da Cidade dos Meninos de Santo André, o 1.° Curso de Casais Piloto e Casais de Ligação. Foi ministrado por Mary-Nise e Sérgio, Responsáveis -27-
pelo Setor C do Rio de Janeiro, já veteranos no assunto, pois já realizaram vários cursos semelhantes, inclusive em Belém e Manaus. O curso foi bastante participado, tendo constado de quatro palestrinhas (este foi o nome dado por Mary-Nise e Sérgio aos bate-papos). Em cada tempo, havia casais com determinadas funções, o que tornou o curso bastante dinâmico, agradando a todos, conforme ficou constatado através das fichas de avaliação. Bastante apreciada foi a encenação de: Como não deve ser uma reunião preparatória. O cursinho foi realmente bem organizado, contando até com distribuição de "diplomas" e "brevets" aos novos Pilotos e Ligações. Não podemos deixar de registrar a presença de Nilcea, da Equipe 7 de São Bernardo, que, embora estivesse de perna engessada, compareceu ao curso para poder, juntamente com Cipriano, pilotar, em breve, a primeira equipe de Diadema. Nilcea e Cipriano se engajaram nas Equipes, há 5 anos, em Assis, e atualmente residem em Diadema.
BRASILIA -
Compromisso
"Convidados por Cristo a nos abrirmos ao seu Amor, para dar testem unho dEle onde nos colocou, desejosos de corresponder ao seu apelo, tendo consciência de nossa fraqueza, m as confiando na graça do Sacramento do Matrimônio, e crendo na eficácia da ajuda mútua fraterna e na promessa de Cristo" de que, onde dois ou três estivessem reunidos em Seu N orne, Ele estaria no meio deles, os casais componentes da Equipe 2 de Brasília, sob o p atrocínio de Nossa Senhora das Vitórias, "decidiram, unidos, fazer seu compromisso". R ealizou-se durante a missa de ação de graças celebrada no dia 15 de outubro, comemorando o 6. 0 aniversário de lançamento da equipe e do Movimento em Brasília.
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DEUS CHAMOU A SI Cid Ferraz do Amaral
Da Equipe 4 de Itu. No dia 26 de agosto, depois de longa enfermidade. Escrevem seus companheiros de equipe: "Equipista há mais de 13 anos, fez de sua medicina um apostolado, principalmente junto aos seus "filhos", os excepcionais da APAE de Itu, aos quais se dedicava com um carinho todo especial. O testemunho vivo de amor dado pela Lydia, nestes últimos longos meses em que Cid esteve doente, foi para nós um exemplo inesquecível de coragem e dedicação. Apesar do vazio e da saudade que Cid deixou na equipe, nós, os seus irmãos, nos consolamos com a certeza de que ele foi recebido de braços abertos na Casa do Pai."
NOVAS EQUIPES Florianópolis
Equipe 20, Setor B - Casal piloto: Arídina e Ayres; Conselheiro Espiritual: Pe. Guido. Petrópolis
Equipe 17 - Casal piloto: Helô e Ivanir ; Conselheiro Espiritual: Frei Enock. Ribeirão Preto
Equipe 18 - Casal piloto: Geny e Humberto; Conselheiro Espiritual: Pe. Geraldo do Valle. São Carlos
Equipe 13 Casal piloto: Ondina e José Augusto; Conselheiro Espiritual: P e. Pedro Gusso.
NOVO SETOR Porto Alegre C
Foi criado o Setor C de Porto Alegre, cui a responsabilidade ficou a cargo de Eunice e João Eupídio Garcia. -29-
NOVOS RESPONSAVEIS
Americana
Encarnação e Vitória Martinelli substituem Diomar e Narcísio à testa da Coordenação. Belém do Pará
Odete e Cruz passaram a responsabilidade pela Coordenação a Theresinha e Artémio Ferreira. Garça
Maria Ignez e Antonio Augusto de Castro substituem Albertina e Nacy. Jaú
Maria do Carmo e Evandro deixaram a responsabilidade pelo Setor nas mãos de Eunice e Leon Hipólito de Menezes. (A Carta Mensal agradece a pontualidade no envio de notícias e espera que os sucessores de Maria do Carmo e Evandro continuem mandando!)
Mogi das Cruzes
Depois de muitos anos à frente do Setor, Leila e P aulo aposentaram-se sendo substituídos por Giana e Périco. Petrópolis
Sairam Lilian e J oão, sucedendo-lhes Marília e Mauro Carrano e Castro. Porto Alegre A
Marília e Jorge Gorgen substituem Maria e Clemens à testa do Setor. Ribe.irão Preto
Sairam Beth e Rômolo, ficando Heloisa e Ary d'Avila com a responsabilidade do Setor. São Carlos
Cida e Mário aposentaram-se. e Antonio Roberto de Collo.
O Setor ficou a cargo de Olga
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MUTIRAO DO ABC
Foi realizado, no Instituto São José (Casa de Cursilhos), em Santo André, nos dias 13, 14 e 15 de outubro, o Primeiro Mutirão da Coordenação do ABC (Santo André, São Bernardo, São Caetano). Compareceram casais do ABC e, ainda, casais de São José dos Campos, Jundiaí e Limeira. As palestras foram apresentadas por Elfie-Dragan (Petrópolis), Mary-Nize-Sérgio (Rio), Heloisa-Jorge Fortes (Rio), Frei Eduardo Quirino (São Paulo) e Maria Helena-Zarif (São Paulo).
As palestras, todas elas, foram muito apreciadas; a alimentação foi das melhores (os próprios casais equipistas do ABC se encarregaram da cozinha) ; a confraternização atingiu seu objetivo, permitindo que os casais demonstrassem seus dotes e criatividade (um sócio-drama, referente ao "dever de sentar-se" positivo, foi um sucesso); a liturgia foi o ponto alto do Mutirão: muito bem preparada, cumprida e contando com casais afinadíssimos. . . o que não deixa de ser uma novidade. As fichas de avaliação entregues pelos participantes evidenciaram o sucesso do Mutirão. Edith e João Giardulli, casal responsável pela Coordenação, estão de parabéns. Semearam com amor e estão colhendo os primeiros frutos- já se fala , inclusive, em futuro Setor do ABCDSanto André, São Bernardo, São Caetano e Diadema. -31-
BUSCAI
PRIMEIRO O
REINO
Deus sabe do que necessitamos. Não nos deixemos absorver pelas preocupações deste mundo e abandonemo-nos à Sua Providência.
TEXTO DE MEDITAÇÃO -
Lc . 12,22-34
Jesus voltou-se então para seus discípulos: "Por isso vos digo: não andeis preocupados com a vossa vida, pelo que haveis de comer; nem com o vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Pois a v "da é mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa. Considerai os corvos, eles não semeiam nem colhem, não têm depósito nem celeiro, mas Deus os alimenta. Quanto mais valeis vós do que eles? Quem dentre vós, por mais que se preocupe, pode prolongar por um pouco a duração de sua vida? Portanto, se até as coisas mínimas ultrapassam o vosso poder, por que preocupar-vos com as outras? Considerai os lírios, como crescem : não fiam, nem tecem; contudo, digo-vos, nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada no forno , quanto mais a vós, homens fracos de fé! Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações. Porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso. Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. Vendei o que possuís e dai esmolas ; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, onde não chega o ladrão, onde a traça não destrói. Pois onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
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EQUIPES DE NOSSA SE HORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar
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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 - Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 - Tel.: 34-8833 SAO PAULO, SP
SALMO 35
Tu és, Senhor fonte de vida Teu amor transborda dos céus, Tua verdade ultrapassa as nuvens; Tua justiça domina as grandes montanhas, e teus juízos, o fundo dos abismos. Como é precioso o teu amor, ó meu Deus! A sombra de tuas asas abrigam-se os homens. Eles saciam-se nos festins da tua casa, Tu deixas que bebam das torrentes do paraíso. Em Ti está o princípio da vida; Na tua Luz, nós vemos a Luz. Conserva teu amor aos que Te conheceram e faze justiça a todos os corações sinceros.
Oremos:
6 Pai, Teu Filho veio a nós como um pobre e não o desamparaste. Dá-nos uma confiança sem limites na Tua Providência , procurarmos a Ti antes de todas as coisas e sabermos partilhar com generosidade os bens que nos provém da Tua prodigalidade. Por Jesus Cristo, . .. -Amém.