N9 2
1979
Abril
Editorial: A boca e o coração . . .. . . .. . . . . . . .
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Proclamar Jesus Ressuscitado . . . . . . . . . . . . . . . . A Família, centro de comunhão e participação
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Progresso e pobrez-a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Oração ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Para alcançar a paz, educar para a paz (JI) O Sudário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A correção fraterna E as pedras grilaram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A contribuição mensal, um meio de aperfeiçoamento . . . . . . . . . . . . .
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P.A .R.E . ......... .. .. ...... . .. ... .... ... . . . .
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Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Juventude e vocação ... . .... _.... . .......... Um recado de Jesus Cristo .... __ ...... . .. . ..
Cremos no poder do Evangelho. Cremos na eficácia do valor evangélico da comunhão e da participação, a gerar criatividade, promover experiências e novos projetos pastorais. Cremos na graça e no poder do Senhor Jesus que penetra a vida e nos impulsiona para a conversão e a solidariedade. Cremos na esperança que alimenta e fortalece o nomem na sua caminhada para Deus, nosso Pai. Cremos na civilização do amor.
(0 Episcopado Latino-Americano em Puebla)
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EDITORIAL
A BOCA E O CORAÇÃO
"A palavra está muito perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática." Esta frase do Deuteronômio (30, 14) exprime bem a condição do crente no Antigo Testamento: ele reconhece e testemunha a proximidade de um Deus que, por interméd ·o de Moisés, se fez compreender e determinou os seus mandamentos. Retomando esta frase, São Paulo, na Epístola aos Romanos (10, 8-10), comenta-a, abrindo-a às perspectivas da Nova Aliança: Moisés era apenas um porta-voz, Jesus é o Senhor. Tal é, pois, a nova condição do crente: "Esta palavra é a palavra de fé que proclamamos. Se pela boca confessas que Jesus é Senhor e se com o coração crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Com efeito, crer com o coração conduz à justiça e confessar pela boca conduz à salvação."
* A boca e o coração. Confessar e crer. Não mais um ou o outro, mas os dois juntos. Quando fixamos a nós mesmos como objetivo, em casal e em equipe, acolher e proclamar o Evangelho, a Boa Nova de Jesus ressuscitado, não forjamos para nós arbitrariamente, uma ordem; antes, reconhecemos, simplesmente, os traços fundamentais da nossa vocação. Não será talvez inútil, neste começo de ano, reconsiderar este objetivo com mais utenção e retomá-lo com mais entusiasmo.
* Em primeiro lugar, que cada um de nós esteja atento para nunca separar estas duas exigências: um coração que crê, uma boca que confessa. Confessar sem acreditar, será possível? diremos. Reconheçamos que seria muito ilógico. Isto não parece mesmo ser conosco: o nosso testemunho procede de uma íntima convicção; não confundimos d·fusão da fé e simples propaganda; estamos de sobreaviso contra o farisaísmo que multiplica as boas palavras sem se empenhar pessoalmente. E, todavia, sabêmo-lo bem, temos de nos esforçar sempre por atenuar a distância entre o ideal que professamos e a realidade que conseguimos viver. Esta
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distância, devida à nossa fraqueza, não invalida a nossa profissão de fé, mas com a condição que a fraqueza seja reconhecida e combatida. Crer sem confessar, em compensação, é bem para nós uma tentação corrente! Medo de falar, consciência da nossa inépcia, falsos respeitos humanos, incompetência teológica, etc., tantos argumentos que não o são e que alegamos tão de boa fé. Fechar-se sobre a fé é esconder o talento recebido. É prec;so implorar a Deus, é preciso exercitar cada dia a coragem de ser testemunha.
* Em ~eguida, é preciso que nos ajudemos, em casal e em equipe, a satisfazer esta dupla exigência: - Aprofundar a nossa fé. Não é este o primeiro de todos os sinais da verdadeira caridade? Um amor conjugal, um amor fraternal, se autênticos, visam em primeiro lugar valorizar o outro e fazer-lhe produzir fruto: ora, a fé daquele que eu amo é o seu valor mais fecundo. Para que a boca possa falar daquilo que replena o coração, ajudemo-nos mutuamente abrir o nosso coração (isto é, todo o nosso ser vivo, com as suas faculdades de conhecimento e de amor) ao Deus que nele quer habitar. - Testemunhar Jesus Cristo. Deveria ser relativamente fácil conservar esta preocupação: quando marido e mulher recoris· deram regularmente o seu projeto de existência conjugal, quando uma equipe de cristão-s evoca numa partilha fraternal o apelo de Deus a todos e a cada um, esta dimensão evangelizadora deve necessariamente aparecer. Mas é menos fácil ajudar-se mutuamente a discernir, a utilizar, até mesmo a suscitar as ocasiões de confessar a nossa fé: será muitas vezes ao reconhecer, um diante do outro ou uns diante dos outros, tal covardia ou tal t 'midez que evitaremos sucumbir doravante e que conservaremos este zelo evangelizador, feito de audácia e de tato: tato para não perpetrar nenhuma agressão, audácia para comunicar tc<lo o essencial.
* Trata-se de ajudar os outros, no maior número possível, a ter acesso à fé; ora, como ouviriam eles o Ncme do Senhor se ninguém o proclama? A tarefa está diante de nós, tão urgente como no tempo de São Paulo: desconhecido o-u menosprezado, o N orne do Senhor deve encontrar ou reencontrar o seu lugar na boca e no coração dos homens, nossos irmãos.
Roger Tandonnet, s.j.
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A PALAVRA DO PAPA
PROCLAMAR JESUS RESSUSCITADO
Uma coisa é clara, queridos irmãos: a fé em Cristo ressuscitado não é resultado de um saber técnico ou fruto de uma bagagem científica. O que se nos pede é que anunciemos a morte de Jesus e proclamemos a Sua ressurreição. Jesus vive. "Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte". Aquilo que, entre as primeiras testemunhas, foi um trêmulo murmúrio, converteu-se logo em alegre experiência da realidade dAquele "com quem comemos e bebemos ... depois de sua ressurreição dos mortos". Sim, Cristo vive na Igreja, está em nós, portadores de esperança e imortalidade. Se, pois, encontrastes Cristo, vivei Cristo, vivei com Cristo. E anunciai-o na primeira pessoa, como autênticas testemunhas: "Para mim, viver é Cristo". Nisto está, também, a verdadeira libertação: em proclamar Jesus livre de ataduras, presente em homens transformados, feitos novas criaturas. Por que nosso testemunho resulta às vezes vão? Por que apresentamos ainda Jesus sem toda a força sedutora que Sua pessoa oferece, sem tornar patentes as riquezas do ideal sublime que é segui-lO? Porque nem sempre chegamos a mostrar uma convicção feita vida acerca do valor estupendo de nossa entrega à grande causa eclesial que servimos. Irmãos e irmãs: é preciso que os homens vejam em nós os distribuidores dos mistérios de Deus, testemunhas dignas de crédito de Sua presença no mundo. Pensemos freqüentemente que Deus não nos pede, ao chamar-nos, só parte de nossa pessoa, mas toda nossa pessoa, e todas nossas energias vitais, para anunciarmos aos homens a alegria e a paz da nova vida em Cristo e os guiarmos ao Seu encontro. Para isso, que o nosso primeiro cuidado seja buscar o Senhor, e uma vez que o encontramos, comprovar onde e como vive, permanecendo com Ele todo o dia. Permanecendo com Ele de mo-do
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especial na Eucaristia, onde Cristo se nos dá, e na oração, mediante a qual nós nos damos a Ele. A Eucaristia há de complementar-se e prolongar-se através da oração em nosso labor quotidiano, como um "sacrifício de louvor". Na oração, no trato confiado com Deus nosso Pai, discernimo-s melhor onde está nossa força e onde está nossa fraqueza, porque o Espírito vem em nosso auxílio. O mesmo Espírito nos fala e nos vai submergindo, pouco a pouco, nos mistérios divinos, nos desígnios de amor aos homens que Deus realiza mediante nossa consagração ao Seu serviço.
(Homilia na Catedral de São Domingos}
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PUEBLA
A FAMíLIA, CENTRO DE COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO
Ratificamos a prioridade da pastoral familiar dentro da Pastoral de Conjunto da América Latina. (n. 0 438) Afirmamos que em toda pastoral familiar se deverá considerar a família como sujeito e agente insubstituível de evangelização e como base da comunhão na sociedade. (n.0 452) A família aparece várias vezes na Conclusões da Conferência de Puebla, explícita ou implicitamente. Mereceu um capítulo inteiro, ou melhor, um sub-capítulo inteiro, na Terceira Parte do Documento. A Família foi considerada um dos "centros de comunhão e participação", um dos "lugares preferenciais de evangelização", para a edificação da Igreja e a sua irradiação missionária. Começa o capítulo com essas palavras: Para tornar-se "centro de comunhão e participação", a família latino-americana deve encontrar caminhos de renovação interna e de comunhão com a Igreja e o mundo. Apraz-nos abordar o tema da família, como sujeito e objeto de evangelização. Conscientes de sua complexidade, porém obedientes à voz do Senhor, feita presente na palavra do Santo Padre em sua homilia sobre a família (Puebla, 28-1-79), desejamos, unidos à sua preocupação, ajudá-la a ser fiel, nesta hora, à sua missão evangelizadora. Divide-se o capítulo em três partes: 1 - Situação da família na América Latina (n. 0 s 419 a 429); 2 - Reflexão teológica sobre a família (n.0 s 430 a 437) ; 3 - Opções pastorais (n. 0 s 438 a 466). Transcrevemos a seguir a segunda parte: 2.
Reflexão teológica sobre a família
A família é a imagem de Deus, que "no seu mistério mais íntimo não é solidão, mas uma família". É uma aliança de pessoas, à qual se chega por vocação amorosa do Pai, que convida
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os esposos a uma "íntima comunidade de vida e de amor" (GS 48), cujo modelo é o amor de Cristo à sua Igreja. A lei do amor conjugal é comunhão e participação, não dominação. É exclusiva, irrevogável e fecunda entrega à pessoa amada, sem perder a própria identidade. Um amor assim é mais que um contrato, tem as características da Aliança (GS 48). O casal santificado pelo sacramento do matrimônio é um evangelho da presença pascal do Senhor. A família cristã cultiva o espírito de amor e de serviço. Quatro relações fundamentais da pessoa encontram seu pleno desenvolvimento na vida de família: paternidade, filiação, fraternidade, nupcialidade. Estas mesmas quatro relações compõem a vida da Igreja, experiência de Deus como Pai, experiência de Cristo como irmão, experiência de ser filhos no Filho, com Ele e por Ele, e experiência de Cristo como esposo da Igreja. A vida em família reproduz e participa em miniatura dessas quatro experiências fundamentais; são quatro faces do amor humano (GS 49). Cristo, ao nascer, assumiu a condição de todas as crianças: nasceu pobre e dependente de seus pais. Toda criança - imagem de Jesus que nasce - deve ser acolhida com carinho e bondade. Ao transmitir a vida a um filho, o amor conjugal produz uma pessoa nova, singular, distinta e irrepetível. Começa aí para os pais o ministério da evangelização. Nele devem fundamentar sua paternidade responsável: nas circunstâncias socJals, econômicas, culturais e demográficas em que vivemos, somos capazes de educar e evangelizar mais um filho em nome de Cristo? A resposta dos pais sensatos será fruto do discernimento correto e não da opinião alheia, ou da moda, ou dos impulsos. Assim, o instinto e o capricho cederão lugar à disciplina consciente e livre da sexualidade, por amor a Cristo, cujo rosto aparece no rosto da criança desejada e trazida para a vida. A lenta e consoladora educação da família representa sempre um sacrifício, recordação da cr uz redentadora. Mas a felicidade íntima que comunica aos pais recorda também a ressurreição. É neste espírito de páscoa que os pais evangelizam seus filhos e são por eles evangelizados (EN 71). O reconhecimento das faltas e a sincera manifestação do perdão são elementos de permanente conversão e ressurreição contínua. O amb;ente de páscoa floresce na vida cristã inteira e se converte em profetismo ao contato com a Palavra divina. Evangelizar, porém, não é somente ler a Bíblia, mas, a partir dela, trocar palavras de admiração, de consolo, de correção, de luz, de segurança. A estabilidade na relação entre pais e filhos é comunicativa. Quando as outras famílias pensam: "vejam como eles se amam", nasce o desejo e a prática de um amor que une as famílias entre
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si, como sinal da unidade do gênero humano (LG 1). Cresce aí a Igreja, mediante a integração das famílias pelo batismo que faz todos irmãos. A catequese robustece aí a fé, e todos se enriquecem com o testemunho das virtudes cristãs. Um ambiente sadio de união nas famílias é o único lugar de nutrição e fortalecimento físico e mental para os filhos, em seus primeiros anos. Aí, os pais são mestres e catequistas, são os primeiros ministros da oração e do culto a Deus. Renova-se a imagem de Nazaré: "O Menino Jesus crescia ... " (Lc. 2, 52). Para que funcione bem, a sociedade requer as mesmas exigências do lar: formar pessoas conscientes, unidas em comunidade fraterna para fomentar o desenvolvimento comum. A oração, o trabalho e a atividade educadora da família, como célula social, devem, pois, orientar-se para mudar as estruturas injustas, mediante a comunhão e a participação entre os homens e a celebração da fé na vida cotidiana. "Na interpelação recíproca que no correr dos tempos se estabelece entre o Evangelho e a vida concreta pessoal e social" (EN 29), a família sabe ler e viver a mensagem explícita sobre os direitos e deveres da vida familiar. Por isso, denuncia, anuncia e se compromete na mudança do mundo em sentido cristão; e contribui para o progresso, para a vida comunitária, para o exercício da justiça distributiva e para a paz. Contudo, é na Eucaristia que a família encontra sua plenitude de comunhão e participação. Para ela se prepara com o desejo de busca do Reino, purificando a alma de tudo o que a pode afastar de Deus. Em atitude de ofertório, exerce o sacerdócio comum e participa da Eucaristia, prolongando-a na vida pelo diálogo, que faz compartilhar a palavra, as inquietações e os planos, aprofundando assim a comunhão familiar. Viver a Eucaristia é reconhecer e partilhar os dons que, por Cristo, recebemos do Espírito Santo. É aceitar a acolhida que nos oferecem as pessoas, e deixá-las entrar em nós mesmos. Surge novamente o espírito da Aliança: é deixar que Deus entre em nossa vida e dela se sirva à vontade. Aparece então, no centro da vida familiar, a imagem forte e suave do Cristo morto e ressuscitado. Daí surgirá a missão da família. Esta Igreja doméstica, convertida pela força libertadora do Evangelho em "escola do mais rico humanismo" (GS 52), sabendo-se peregrina com Cristo e comprometida com ele no serviço da Igreja particular, ela se lança em direção ao futuro , disposta a superar as ilusões do racionalismo e da falsa sabedoria que desorientam o mundo moderno. E vendo e atuando sobre a realidade, como Deus a vê e a governa, ela busca maior fdelidade ao Senhor para adorar, não aos ídolos, mas ao Deus vivo do amor.
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POR UM MUNDO MAIS HUMANO
PROGRESSO E POBREZA
Parece que a pobreza evangélica dificilmente se adapta ao mundo atual, que se ufana de seu progresso e desenvolvimento. No entanto, estamos descobrindo graves problemas: poluição do solo, do ar e do mar, desflorestamento, desequilíbrios provocados por explosões atômicas, esgotamento das riquezas naturais, supermedicação, doenças psicológicas, etc. Com o super-progresso, faltarão ar e água, minerais e frutas, faltarão também silêncio e beleza. Na Exposição Universal de 1967 li estas palavras: usar nossa terra até o limite. E depois ...
Vamos
Nossa sociedade, dita de produção, passou a ser chamada sociedade de consumo e agora merece o nome de sociedade de desperdício. A máquina capitalista, baseada na procura desenfreada do lucro, não pode funcionar sem guerras e sem desperdícios generalizados. O homem moderno, empolgado pela ciência e pelo lucro, pode destruir seu próprio universo. Será que não precisamos de um novo equilíbrio, baseado na pobreza evangélica? A primeira bem-aventurança (Bem-aventurados os pobres de coração . .. ) nos ajuda a fazer a crítica da nossa sociedade. Com muita ingenuidade, pensamos que somos capazes de resolver todos os nossos problemas com a ciência, o progresso e o sistema econômico. Grande é a nossa auto-suficiência. A situação presente nos obriga a reconhecer que a riqueza não basta. Os mais ricos, países e classes, vivem na angústia e insatisfação. A luz do Evangelho, precisamos examinar as afirmações da propaganda, da ciência, dos políticos, da nossa filosofia de vida ... Em todos os sistemas, o homem não vive só de pão. O homem
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tem sempre fome de Deus, como lemos no cartaz da última Campanha Missionária. A sociedade do desperdício nos leva a perder os valores fundamentais do gratuito: amizade, contemplação, respeito pelo outro, dom de si. Nessas alturas, o Evangelho nos ensina uma sabedoria escond;da aos sábios e entendidos, mas revelada aos pequenos e humildes. O mundo do século XX está no "impasse da guerra e do desperdício". O que é absurdo. O nosso progresso põe em cheque o futuro da humanidade, e até já se fala em pesquisas sobre a moralidade das pesquisas científicas. Os grandes problemas de agora - poluição, esgotamento das riquezas naturais, etc. nos obrigam a elaborar uma nova filosofia de vida, reconhecendo que não somos donos absolutos do mundo. Dominamos o universo, respeitando os ritmos e as leis da natureza. Tinha certamente razão o velho cacique Seathl: "Nós não somos donos da pureza do ar e do resplendor da água. . . Toda esta terra é sagrada para o meu povo ... " Para o homem branco, "a terra não é sua irmã, mas sim uma inimiga, e, depois de exauri-la, ele vai embora. . . Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás dele desertos." (Carta do Cacique Seathl, no ano de 1855). A nova civilização exigirá de nós mais respeito à natureza, uso mais sábio e moderado de nossa ciência e dos recursos naturais, e partilha com os mais desfavorecidos. Tudo isso não seria simplesmente a pobreza evangélica? Enfim, somos convidados a passar de uma sociedade de privilegiados (sociedade construída para favorecer uma pequena elite) para uma sociedade de irmãos e de iguais. Aqui podemos fazer as perguntas que Paulo VI apontava na sua encíclica O progresso dos povos: "Estamos prontos a dar do nosso dinheiro para sustentar obras e missões organizadas em favor dos pobres? Prontos a pagar impostos para intensificar o desenvolvimento de quem mais precisar?" É impossível aceitar as reformas necessárias sem a pobreza evangélica. E por isso muitos não querem saber dessas reformas.
Um homem impregnado pelo espírito de pobreza - Francisco de Assis - nos ensina também a admirar, respeitar e amar a natureza, "as aves do céu e os lírios do campo". Falava do irmão vento, da irmã água, da mãe terra, até da irmã morte. É que a pobreza no estilo de Jesus transforma o coração e nos situa diante de Deus e dos homens. Pe. Alberto Boissinot
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PRESERVE O QUE
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DE TODOS
ORAÇÃO ECOLóGICA Irmão Nery Senhc·r, obrigado pelo maravilhoso universo saído do vosso amor, por amor e gratuidade. Obrigado por esta terra amiga, irmã, e por tudo o que ela contém. Obrigado por viver e conviver com o ar, a planta, a água, os animais, o homem! Ofereço-vos, Senhor, cada criatura, seu valor em si, sua beleza, sua utilidade, sua canção de louvor a Vós no concerto universal. Peço-vos, Senhor, sabedoria para um relacionamento respeitoso com todas as coisas, um usufruir modesto e sóbrio do serviço que elas me prestam, para que, na harmonia do serviço mútuo, cumpramos nossa missão, saboreando a graça da vida em vosso Plano sobre o Mundo. Com toda a criação e com todo·s os homens, vos louvo, Pai, através de Cristo Jesus, nosso irmão, por quem todas as co'sas foram feitas e têm sua culminância, na. unidade do Espírito Santo, que renova incessantemente a fac e da terra. Amém. -11
PARA
ALCANÇAR
A
PAZ,
EDUCAR PARA A PAZ -
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A educação para a paz pode beneficiar também de um renovado interesse pelo exemplo cotidiano dos simples artífices de paz a todos os níveis: daqueles indivíduos e daquelas famílias que, pelo domínio das suas paixões e pela aceitação e respeito mútuos, conquistam a sua própria paz interior e a irradiam; daqueles povos, não raro pobres e provados, cuja sabedoria milenária se forjou em torno do bem supremo da paz e que souberam resistir muitas vezes às seduções enganadoras de progressos rápidos e alcançados pela violência, convencidos de que tais vantagens trariam consigo os germes envenenados de novos conflitos. Sim, sem ignorar o drama das violências, enchamos os nossos olhos e os das jovens gerações destas visões de paz: elas exercerão uma atração decisiva. Sobretudo, elas farão com que se liberte a aspiração à paz, que é algo constitutivo do homem. Estas energias novas farão inventar uma nova linguagem de paz e novos gestos de paz. A linguagem é feita para exprimir os pensamentos do coração e para unir. Mas quando ela se acha prisioneira de esquemas pré-fabricados, então ela arrasta por sua vez o coração para os seus próprios pendores. É necessário, portanto, agir sobre a linguagem para agir sobre o coração e desarmar as ciladas da mesma linguagem. De um coração conquistado para o valor superior da paz surgem a preocupação de escutar e de compreender, o respeito pelos outros, a doçura, que é verdadeira força, e a confiança. E é uma linguagem assim que põe no caminho da objetividade, da verdade e da paz. Quanto a este ponto é grande o papel educativo dos meios de comunicação social. Aquilo que proporciona as visões de paz e aquilo que serve uma linguagem de paz deve exprimir-se em gestos de paz. Faltando estes, as convicções nascentes como que se evaporam e a linguagem de paz torna-se uma retórica, que bem depressa cai
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no descrédito. Podem ser muito numerosos os artífices de paz se eles tomarem consciência das suas possibilidades e das suas responsabilidades. É o pôr em prática a paz que leva à paz. Esta ensina àqueles que buscam o tesouro da paz que tal tesouro se revela e se oferece àqueles que modestamente, no dia a dia, realizam todas as pazes para que têm capacidade. Pais e educadores: ajudai as crianças e os jovens a fazerem a experiência da paz nas mil e uma ações cotidianas que estão ao seu alcance: na família, na escola, nos jogos, na camaradagem, no trabalho de grupo, nas competições desportivas e nas múltiplas conciliações e reconciliações necessárias. O Ano Internacional da Criança, que as Nações Unidas proclamaram para 1979, deveria chamar a atenção de todos para a contribuição original das mesmas crianças para a paz. Jovens: sede construtores de paz. Vós sois artífices com participação plena nesta grandiosa obra comum. Resisti às facilidades que adormentam na mediocridade triste, bem como às violências estéreis em que vos querem utilizar por vezes os adultos que não estão em paz consigo próprios. Segui as vias para as quais vos impele o vosso sentido da gratuidade, da alegria de viver e da partilha.
(continua no próximo número)
(Da Mensagem do Santo Padre João Paulo II para o Dia Mund'ial da Paz)
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O SUDÁRIO
Em 15 dias, mais de um milhão de peregrinos foi ver o Sudário de Turim (Itália) exposto ao público a partir de 26 de agosto. A onda humana continua. Discípulos de Cristo, uns. Curiosos, outros. E não poucos descrentes. Os jornais comentam o assunto. De acordo com a cor das lentes interiores, toda aquela reverência e devoção é interpretada como expressão de fé ou como fanatismo. Seria tão grande assim o número dos fanáticos? Num mundo tão carente de valores espirituais, parece, antes, um sinal confortador de religiosidade e algo que supera a simples curiosidade. O que vão ver na catedral de Turim homens e mulheres, velhos e jovens, depois de cansativas viagens das mais longínquas terras, depois de duas horas de fila quando tudo vai bem, sob o sol ou a chuva? As objetivas mostram um velho lençol, cuja história inexplicável a ciência não conseguiu ainda defin;r com exatidão, nem a descrença provar como falsa. Um velho lençol trazendo impressa a figura de um homem torturado e crucificado, ex atamente como descreve o Evangelho. Vão ver só isso. E por poucos instantes: é preciso passar adiante e deixar lugar aos que vêm atrás, movidos pela mesma ânsia. Em vez de fanatismo, não seria uma necessidade de absoluto que impulsiona o homem de hoje, asfixiado por tantos valores precários? Não seria o eterno desejo inserido no coração do homem, como o vemos no Salmo 79: "Mostrai vossa face amiga e seremos salvos"?
• Os Evangelhos nos contam que José de Arimatéia envolvera o corpo de Cristo num lençol e que este mesmo lençol fora encontrado dobrado num canto do sepulcro, após a Ressurreição. Seria este Santo Sudário o mesmo que se encontra em Turim, pertencente à casa de Savóia, já há quatro séculos? Pierre Barbet, um cirurgião francês, estudou este espesso lençol de linho puro, de 1,10 m por 4,36 m durante 20 anos. A
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luz da anatomia e da c1encia, fez surpreendentes revelações sobre a paixão de Cristo, declarando ser uma pretensão cientificamente insustentável afirmar que estas impressões sejam obra de um falsário. Acrescentou ele que o corpo e sobretudo a face do Santo Sudário têm um caráter impessoal sem relação alguma com qualquer estilo pictórico. E as chagas da flagelação um tal realismo, uma tal abundância, uma tal conformidade aos dados arqueológicos, que ficam em notável contraste com as pobres imaginações dos pintores de todos os tempos. O Sudário mostra, pois, a imagem do corpo de Cristo e os vestígios de seu sangue. No final do século passado, tendo a família real italiana contratado um fotógrafo para fotografar esta preciosa relíquia, as feições do rosto, em negativo no linho, apareceram em positivo na fotografia. Desta forma, é-nos dado contemplar a imagem do corpo de Cristo e o seu rosto semita dentro dos padrões da beleza clássica, em semblante divino, embora olhos fechados no sono da morte, nariz deformado e face cheia de escoriações. Declara o cirurgião francês: "É a relíquia mais insigne que existe no mundo, uma relíquia do corpo de Nosso Senhor. Para quem sabe lê-la e para quem é capaz de refletir, é a mais bela, a mais emocionante das meditações da Paixão."
• A c1encia contribui para identificar o que cremos sobre Cristo com o que vemos no Sudário. A fé oferece aos crentes razões que se transformam em vida: diante daquela figura misteriosa, os fiéis oram, meditam, comovem-se e crêem mais. Não há maior argumento do que um Cristo sofredor para convencer que o Pai nos ama devéras. Nele a dor se diviniza. E há mais. Diante daquela relíquia, chegamos a entender que, em cada homem que sofre, encarna-se um Cristo real. E que, por isso, a humanidade não passa de um imenso Sudário que traz impressa a imagem de 4 bilhões de irmãos. E desta imagem ninguém duvida, nem os descrentes. Olhar-nos como irmãos: eis o que ensina o Sudário. (0 trecho inicial e o trecho final foram enviados pela Equipe 10 de Campinas . O trecho central é baseado no livro de Pierre Barbet, "A Paixão de Cristo segundo o cirurgião", das Edições Loyola)
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JUVENTUDE E VOCAÇÃO Uma das "opões preferenciais" de Puebla: os jovens. Uma das tarefas pastorais prioritárias apontadas pelo Papa: as vocações sacerdotais e religiosas. Há, inegavelmente, um ressurgir de vocações. Só na Arquidiocese de São Paulo, ordenaram-se num ano (início de 78 a início de 79) 25 (vinte e cinco . .. ) sacerdotes (9 seculares e 16 regulares). Este número, comparado com os de dez anos atrás, quando não era raro se ordenarem apenas 1 ou 2 sacerdotes por ano, constitui motivo de grande júbilo. No entanto, as necessidades pastorais também aumentaram - e Cristo ainda poderia dizer "Tenho pena deste povo, pois são como ovelhas sem pastor". No Dia Mundial de Oração pelas Vocações, rezemos com mais ardor que de costume, pedindo ao Senhor que se digne chamar pelo menos um dos nossos filhos para o Seu serviço. Lemos na Carta Mensal passada que o elevado número de vocações entre os filhos de equipistas na Colômbia (são 5 seminaristas maiores e 1 religiosa para apenas 35 equipes ... ) é atribuído principalmente à oração. Será que nós aqui rezamos o suficiente? Será que pedimos mesmo, insistentemente, ao Senhor da messe que envie operários e oferecemos, dia após dia, nossos filhos para serem esses operários? Sabemos que nossa "igreja doméstica" é o meio privilegiado onde podem desabrochar e ser cultivadas as vocações. Mas somente o será se dermos realmente aos nossos filhos, desde pequenos, o costume de procurarem a Deus e servirem aos irmãos. Se Cristo for Alguém presente em suas vidas - primeiro tem que sê-lo de verdade nas nossas - e se, por outro lado, os educarmos - também com nosso exemplo - para a generosidade e o serviço ao próximo, estarão atentos ao chamado e poderão até desejar ouvi-lo. E não nos esqueçamos de que, neste mundo em que o sacerdócio e a vida religiosa não figuram entre as "carreiras" para as quais os jovens costumam preparar-se, é necessária uma palavra de vez em quando para mostrar-lhes que consideramos o serviço consagrado a Deus como uma opção válida - a mais gratificante - para seu futuro. Disse o Papa: "Toda comunidade deve procurar suas vocações, como sinal de sua vitalidade e maturidade." E isto se aplica também à menor delas, à comunidade conjugal e familiar. E o Papa ainda acrescentou: "Uma das provas do com promisso do leigo é a fecundidade nas vocações para a vida consagrada." (Mensagem na abertura da Conferência de Puebla). -16-
PARA OS JOVENS:
UM RECADO DE JESUS CRISTO
Você, que é um jovem cristão e que procura um sentido para a vida, que tenta viver o ideal de meu evangelho, está lembrado da seguinte passagem: "A messe é grande, mas os operários são poucos"; rogai, pois, ao Senhor da messe, que envie operários para a sua colheita." (Lc. 10, 2). Pois é, ainda estou procurando operários. Acontece que operários de meio período tenho bastante, preciso é de operários de tempo integral. Preciso de gente que acredite em mim, na minha ressurreição, que acredite que é possível anunciar e viver o reino de amor que preguei, preciso de gente que lute para que todos tenham vida decente, preciso de gente que queira ser sinal de meu Amor, preciso de gente que se sinta feliz porque tenta viver o que ensinei. Bom, querido jovem, se você ainda está pensando sobre que sentido dar à sua vida, considere o meu pedido, pense no povo que ainda não sabe que eu existo. E quer saber de uma coisa, já faz tempo que estou fazendo este pedido a você, mas você não me escuta. E sabe por que? Porque você é cristão só de fim de semana, você não me coloca em todos os acontecimentos de sua vida. Quando você pensa no futuro, você diz: "Quero ter uma boa profissão, um bom emprego e ganhar bastante dinheiro." Como eu não ofereço isto, você não me considera, não me escuta. Será que não está na hora de você esquecer um pouco o "status" que uma profissão pode lhe dar e colocar o meu Amor em primeiro lugar? Para isto, é preciso muita oração, muita sinceridade, muito estudo, é preciso saber escutar a minha voz nos acontecimentos do dia-a-di:.>. da vida. Bem, eu vou aguardar a sua decisão - pois ainda acredito em vocês, jovens do som, jovens da "curtição", jovens idealistas, jovens dos movimentos paroquiais, jovens dos cursinhos, jovens universitários, jovens que querem algo mais da vida que um simples "status" social. Puxa, ia me esquecendo de falar sobre o salário: ofereço a todos os que se apresentarem, não importa idade, sexo, ou o tempo que trabalharem, o cêntuplo e a eternidade. (Do Boletim da Paróquia de Santa Theresa do Itaim, São Paulo)
17-
A
CORREÇAO FRATERNA
"Porque queremos crescer juntos, temos que ser exigentes uns com os outros"
Se soubéssemos e quiséssemos tirar da correção fraterna todo o proveito, haveria, sem dúvida, uma ressurreição na vida de cada um de nós e das nossas equipes. A correção fraterna é aquele gesto, fundamentado na caridade, que nos faz sermos exigentes com o nosso irmão, porque queremos para ele o bem maior: a perfeição e a santidade. Mas como é difícil . . . Como vencer as barreiras e iniciar um diálogo franco e sincero? Como provar ao outro que o que me move é a caridade? No entanto, é uma necessidade. É vital para a equipe. Enquanto não chegarmos lá, seremos tudo: um grupo de amigos que se reune periodicamente, lêem a Palavra de Deus, estudam temas belíssimos (às vezes até com grande profundidade), trocam experiências de vida e de apostolado, prestam auxílio uns aos outros . . . Seremos tudo, mas não seremos uma Comunidade. E uma Comunidade de Amor, como pretendemos. Temos, portanto, que chegar lá. Para não fracassarmos no intuito de formar uma equipe de pessoas que se propuseram a crescer juntas para Deus. Pode-se até dizer que este é o objetivo final das Equipes de Nossa Senhora: o crescimento espiritual de todos. Harmoniosamente, como ramos de uma mesma árvore, cujo tronco é o Movimento, e cuja seiva que alimenta e dá a vida são os meios de aperfeiçoamento, a amizade e caridade fraterna. Nesta altura, b em que poderíamos fazer um pequeno exame de consciência, e perguntar-nos: preocupa-me, na realidade, o crescimento espiritual dos meus irmãos de equipe?
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É na equipe, onde Deus nos colocou, que temos que trabalhar. . . e ser trabalhado. Abrir o coração para ouvir e acolher o outro. Abrir a boca e o coração para, numa atitude corajosa, dizer, com paciência e caridade, aquilo que o nosso irmão precisa cuvir, para despertar nele uma realidade, que ele não vive ainda, talvez porque lhe tenha faltado essa palavra. A reunião de equipe oferece oportunidades especiais, que são a Partilha e a Co-participação. Ali a equipe não pode falhar . ..
Coragem para dizer. Humildade para ouv~r e aceitar. Duas virtudes que são dons espirituais comunicados àqueles que, de coração reto, buscam a Deus. Se a caridade é o Amor identificado com o Amor de Deus, a Correção Fraterna é a forma que temos de ver realizada, naqueles que amamos, a nossa caridade, isto é, o bem maior que lhe desejamos, e que outro não é senão o próprio Deus. Nossa obrigação não termina no âmbito da nossa equipe. Vai além. Começando conosco mesmo, o dever de vigilância volta-se também para todos os que nos são confiados, na família, no trabalho, na paróquia. Ninguém está excluído desse zelo pela Salvação do outro, que outra coisa não é que uma resposta nossa, uma correspondência ao apelo de Cristo: "Se teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós contigo Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão". (Mat. 18-15) E, como tão bem disseram os Conselheiros Espirituais das Equipes de Petrópolis: "Amar o outro até o ponto de chamar-lhe a atenção é prova de uma caridade que vai além dos critérios humanos e sociais. Aí já mergulhamos no mundo da fé e de Deus". Peçamos a Deus a coragem e a humildade de praticarmos a Correção Fraterna.
(Do Boletim da Guanabara>
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E AS PEDRAS GRITARAM ...
Lemos no Evangelho do Domingo de Ramos: O povo gritava:
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"Salve o rei! Salve o filho de Deus!"
E os discípulos diziam: - Senhor, dizei ao povo que se cale! E Cristo respondeu: - Mesmo que eles se calassem, as pedras gritariam . .. Aquelas palavras "as pedras gritariam" chamaram-me a atenção. Que pedrada J esus jogou nos seus discípulos! Realmente, Ele quis mais uma vez comprovar que n ada, mas nada mesmo, pode se opor à Vontade de Deus e até as coisas mais absurdas e inverossímeis podem acontecer. E eu (não sei porque ... ) fiquei pensando durante vários dias naquelas "pedras que gritariam . .. " Na semana seguinte, ex atamente na segunda-feira, meu padrinho de casamento, por quem tenho uma amizade profunda, de mais de 30 anos, ficou subitamente doente. Fizeram-se vários exames e todos eles davam e reforçavam o diagnóstico terrível: -
Câncer!
Segundo a equipe de médicos, ele teria pouco t empo de vida. F icamos naturalmente muito tristes e preocupadíssimos não só com ele, mas principalmente com sua esposa, pois não têm filhos e vivem um em função do outro. Começamos a rezar, nós, os nossos filhos e os nossos amigos, para que Deus o poupasse e desse forças à sua esposa de sozinha carregar uma cruz tão pesada!
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A operação foi marcada para a manhã de Sexta-feira Santa. Inexplicavelmente, meu marido se mantinha calmo, confiante e até alegre... Ele acordou cantando e durante todo o trajeto até o hospital ele continuou num estado de euforia completamente em desacordo com o estado de preocupação e angústia minhas e de meu pai. E, por várias vezes, com um sorriso misterioso, repetia: - Hoje vai ser um grande dia! Vocês vão ver, eu tenho certeza absoluta que ele se salvará! Chegando ao hospital, enquanto eu ficava com minha madrinha no quarto, meu pai, que é médico, foi auxiliar o cirurgião e meu marido dirigiu-se à capela para rezar. As 11 horas, entra de sopetão no quarto o médico, com os olhos faiscando de júbilo e aos gritos: - "Não era câncer nada! Eram pedras! Um monte de pedras! É um caso extraordinário, nunca vimos um caso igual!" E continuou gaiatamente: - "Qual é o seu santo protetor? Deve ser muito forte, porque foi um verdadeiro milagre!" Imaginem que a vesícula do meu padrinho estava tão cheia de pedras (ele nunca tinha sentido nada - disseram que eram pedras "silenciosas") que a vesícula caiu e veio se encravar no intestino! Vejam só como Cristo se quis manifestar para mim (ou foi pura coincidência?) : eu imediatamente associei aquele fato científico às palavras do Evangelho. Sim, as pedras realmente gritaram, naquela Sexta-feira Santa, e a esposa, todos os médicos, os amigos e nós, tivemos o privilégio de ouvi-las! E eu não resisti e disse: - "Para nós, aqui, hoje não é Sexta-feira Santa, mas é a própria Páscoa da Ressurreição, pois ele deveria morrer mas Deus quis que Ele vivesse para nos manifestar a sua glória." Aleluia! Aleluia! Aleluia! Magda F. Saddalla
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A CONTRIBUIÇÃO MENSAL: UM MEIO DE APERFEIÇOAMENTO . ..
Quando, numa reumao de informação, ou numa pilotagem, chegamos ao momento de falar em "dar cada ano, a título de contribuição, o produto de um dia de trabalho, para assegurar a vida material do Movimento ... ", ao que parece, este é, para muitos, um momento delicado. Falar em dinheiro, solicitar contribuição, explicar aos novos casais que o Movimento precisa de recursos para a sua expansão, para atingir outros casais, para fazer frente aos encargos administrativos, nem sempre é cousa fácil. As vezes podemos ser levados a "esconder um pouco o jogo", falando de forma imprecisa, com medo de que os casais "torçam o nariz" diante de mais outra contribuição mensal. Acreditamos mesmo que sejam muitos os que, nessas ocasiões, percebam exclusivamente o aspecto puramente material da contribuição mensal. Foi preciso que participássemos da última Sessão de Formação da nossa Região para que despertássemos para o verdadeiro sentido que deveremos atribuir à nossa contribuição mensal para a equipe. O assunto se achava em debate no grupo de co-participação: a dificuldade de se conseguir com que os casais façam a doação real do produto de um dia do seu trabalho; e todos, a seu tempo, davam seus testemunhos e falavam do mesmo problema em suas equipes. Chegou-se a um denominador comum: dificilmente um casal tem o verdadeiro sentido do desapego pelas cousas materiais, a ponto de contribuir com aquela parcela que realmente deverá dar à equipe. Foi quando aquele casal falou. Era o mais pobre dentre os presentes, e mostrou ser o mais rico. Na reunião do grupo descobrira o sentido que deve envolver a contribuição: a generos:dade. E afirmou diante de todos nós que não estava contribuindo como devia. Estava deixando de lado a contribuição sobre os biscates que ele, como carpinteiro,
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fazia e, ela, sobre as peças de roupa que costurava para aumentarem a renda doméstica. Ele, um operário aposentado, e ela, uma dona de casa. Contribuíam com alguma coisa? Pois passariam a contribuir ainda com mais! Eles falaram e nós nos calamos, pois havíamos descoberto naquele momento o verdadeiro sentido do desapego. Tudo o que eles têm, e que é tão pouco, acham que não lhes pertence. Consideram-se simples administradores dos bens que o Senhor lhes proporcionou. E para o nosso grupo foi dado um testemunho: que é possível procurar as causas do Pai através do despojamento, do dar com generosidade. Percebemos assim o verdadeiro sentido que deve ser transmitido aos casais do Movimento, novos ou antigos, sobre a contribuição. Sentido esse continuamente relembrado pela Palavra de Deus, que nos fala tanto da renúncia, do dar de graça o que de graça recebemos, do partirmos não levando nem ouro nem prata, nem dinheiro em nossas cinturas, desapegando-nos das causas materiais para encontrarmos um tesouro no céu! E foi esta a riqueza que descobrimos em nossa Sessão de Formação: um casal extremamente rico das causas de Deus e que nos acordou com toda a humildade e com toda a simplicidade para o verdadeiro sentido que deve ser atribuído à nossa contribuição para o Movimento. Vocês, que fazem reuniões de informação ou que pilotam equipes já haviam pensado no assunto? O importante nessas ocasiões não é darmos tanta ênfase para as necessidades materiais do Movimento. Importante, isto sim, é dizermos aos casais que podemos nos valer da contribuição como um verdadeiro meio de aperfeiçoamento, para mais facilmente chegarmos às causas do Pai: dando com generosidade, fazendo dela um exercício de desapego, de desprendimento, dando de graça o que de graça recebemos. Assim, através deste despojamento, ficaremos mais libertos para sentirmos a presença de Deus em nossas vidas.
Dilma e Miguel Equipe 1 de Florianópolis
E, por falar em meios de aperfeiçoamento, está na hora de escolher a data do nosso RETffiO ... "Estamos cansados de falar de Deus aos outros, mas pouco falamos com Deus." (Frei Mauro, no retiro de Florianópolis)
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APOSTOLADO
A Equipe 20 de Santos idealizou uma fórmula interessante de difusão da espiritualidade conjugal, o "P .A.R.E.", ou seja, "Programa de Aconselhamento e Reabastecimento Espiritual". Transcrevemos a seguir o folheto-convite distribuido na paróquia. Neste século do audio-visual, quem disse que não se pode fazer propaganda também das coisas de Deus? Este "programa diferente ", apresentado de maneira atrativa, é, na realidade, uma espécie de recolhimento.
P. A. R. E. Esle é um convite. Para vocês, casados . Para vocês que, sendo agora dois numa só carne, já não podem mais ser felizes isoladamente, um sem o outro; só podem ser felizes juntos. • PARE é um PROGRAMA. Fazemos vários: um passeio, uma festa, uma visita, compras. Por que não pensar num programa diferente? Por que não parar um pouco para pensar em NóS? •• PARE é um programa de ACONSELHAMENTO . Temos tanto que dizer um ao outro, para o bem do outro, para o nosso bem! Muito n.os podem dizer outros casais que conosco vão parar para se encontrarem . O padre tem muito para nos dizer, como amigo, como irmão mais velho, como porta-voz de Deus . E mais: em alguns minutos de silêncio em nós e em torno de nós, quanto nos tem para falar o próprio Deus que nos uniu! •·• PARE é REABASTECIMENTO ESPIRITUAL . Enchemos o tanque no posto para continuar nossa viagem . Enchemos o carrinho, na feira ou no supermercado, para alimentar nessa vida . Aqui queremos encher de Deus os nossos corações; encher-nos de vontade de amar, de renovado propósito de ser feliz fazendo feliz o outro. São minutos de diál~go com o cônjuge, com Deus, com o padre, que refazem, alimentam, provisionam! A 300 metros acima de nossas casas, nossos clubes, nossas preocupações do dia a dia, para ficar mais perto de Deus, mais abertos ao ESPtRITO, aquele ESPtRITO que entende de amor, harmonia, união, paz, compreensão, bondade, alegria, doação .. .
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P. A. R. E. PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO E REABASTECIMENTO ESPIRITUAL! Um programa para casais que querem mais Paz, Amor, Encontro, Comunhão! Tendo o Céu bem claro curvado sobre a gente Os olhos estendidos pela vastidão de um horizonte sem fim As revollas do mar diluídas e distantes na placidez do azul Os arranha-céus lá em baixo como cubinhos de brinquedo das crianças O barulho da cidade desfeito num zumbido suave e distante E o silêncio da montanha querendo entrar dentro de nós .
P.A.R.E .! *"n Todo terceiro domingo de cada mês, no Morro de Santa Terezinha, das 8,30 às 12,30 toras. Começa com a Missa. Logo após, uma meditação sobre o Evangelho do dia e suas luzes para a vida da família cristã . Meia hora de conversa a dois. Um cafezinho . E, no Belvedere, uma longa hora de "pinga-fogo": o grupo discutindo com o padre os mais variados problemas religiosos, num clima de família .
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NOTíCIAS DOS SETOR.ES
FLORIANóPOLIS -
Palestra
A convite do Pe. Agostinho Stahelin, Lygia e Harry estiveram em Itajaí, proferindo palestra para casais da paróquia de São João. O assunto: a Família; a audiência, numerosa. Os mesmos, juntamente com Victurino, da Equipe 9, estiveram também em Blumenau, desta vez falando a casais das Equipes de lá. Victurino falou sobre espiritualidade, discorrendo Lygia e Harry sobre os meios de aperfeiçoamento. Muitos casais de Blumenau e Gaspar, crescimento interior, confraternização. Semana da Família, etc.
Encontramos no último Boletim do ano notícias sobre a Semana da Família. Muita partici pação dos casais, principalmente das equipes 6 e 15, nas paróquias e nas várias capelas do Estreito, inclusive proferindo as homilias. O pessoal da 15, aliás, é muito ativo. Além do curso de noivos, têm 4 catequistas de Primeira Eucaristia e Crisma e dão palestras para pais e alunos em colégios. Quanto à "Novena" do Natal, não é novidade para nosso pessoal de Florianópolis, que, duas décadas atrás, já havia idealizado a "Campanha do Natal". Apenas constatam o crescimento, a cada ano, do interesse e da participação, nas ruas e nas capelas, e acham que já poderiam inclusive lançar-se ao trabalho com "mais agressividade".
BRASíLIA -
Dois Setores
Transformou-se a Coordenação em dois bem estruturados Setores, cujos Casais Responsáveis e Conselheiros Espirituais compareceram ao último Encontro de Itaici, antes de sua nomeação oficial, para um primeiro contato com o Movimento no seu todo.
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Ao ser composta esta Carta Mensal, a cerimoma de posse ainda não teve lugar, por isso aguardem o próximo número para um relato da cerimônia. No momento, vai só a notícia, que não queremos protelar maís, pois essa elevação a Setor estava sendo aguardada há muito pelas Equipes de Brasília. JUIZ DE FORA -
Palavras do Pastor
A reunião de Conselheiros Espirituais do segundo semestre contou com a presença do Arcebispo, D. Juvenal Roriz. Perguntado sobre o que espera das Equipes em seu trabalho pastoral, D. Juvenal disse que considera fundamental o aprofundamento da fé, o cultivo do "Sim" matrimonial e o trabalho pela preservação da família, fortalecendo os verdadeiros valores. Alertou os casais sobre a influência negativa dos meios de comunicação, principalmente a televisão, que fala do dinheiro e do poder como aspirações máximas do homem. -
Novas equipes
Há mais duas equipes em Juiz de Fora, uma no bairro de Benfica, outra no bairro de Nova Era, ambos distantes cerca de 15 km do centro da cidade. A comun·cação da criação dessas novas equipes, com nomes completos, endereços e demais dados, partiu do próprio casal piloto, numa iniciativa muito apreciada não só pela Carta Mensal como também pelo Secretariado, que assim pôde atualizar o seu fichário. -
Equipe de jovens
Com 15 jovens, reuniu-se a primeira "equipestinha" de Benfica, cuja organização se assemelha muito à de uma Equipe de Nossa Senhora. Tem "Carta-Estatutos" e meios de aperfeiçoamento (que incluem oração com os pais e irmãos e leitura da Bíblia), e da reunião constam missa, partilha, co-participação e estudo de tema. O primeiro tema proposto foi: ao seu ver, quais as características positivas e negativas da juventude de hoje? BRUSQUE -
Peregrinação
Os equipistas de Florianópolis queriam ir em peregrinação ao santuário mariano de Azambuja. Encarregou-se então o Setor de Brusque da organização da peregrinação, da qual participaram um grande número de equipistas de Florianópolis e seus
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filhos, equipistas de Piçarras, Navegantes, Itajaí, Guabiruba e Brusque. Entre adultos e crianças, anotaram-se 220 participantes. Para melhor aproveitamento de todos, foram formados três grupos, o primeiro deles orientado pelo Diácono Wilmar. Parece que o trabalho compensou. De Florianópolis, comentam no Boletim: "Partiram de nossa cidade dois ônibus repletos de equipistas e seus filhos. Na viagem, cantos e orações e muita alegria. Em Azambuja, missa muito participada. Magnífica recepção: não faltou, em lugar verdadeiramente encantador, comida gostosa e farta. Foi uma peregrinação memorável."
JUNDIAí -
Ainda o bazar dos favelados
Na Carta Mensal passada, contamos da iniciativa do Setor visando uma comemoração de Na tal diferente, em que se daria a primazia à doação aos mais necessitados, através de um bazar da pechincha e de uma vigília na favela da Vila Hortolândia. Foi um trabalho muito bem organizado e surtiu os resultados esperados, dada a tradicional generosidade e disposição para o trabalho dos equipistas de Jundiaí. Comenta Marisa no Boletim: "Quando os objetos começaram a chegar, uma semana antes, quase nem acreditávamos: a quantidade era enorme e a qualidade excelente. A cada dia, chegavam mais e mais, a ponto de envolver o trabalho de um grande número de casais, na separação e embalagem das peças, durante todas as noites da semana. Ninguém deixou de contribuir, não só com donativos, mas também arrecadando objetos entre vizinhos, amigos, parentes e até em fábricas. Chegavam camas, mesas, fogões, bicicletas, liquidificadores, ferros elétricos, sapatos (um número incrível de pares), bolsas, além de todos os utensílios de cozinha (até talheres) e roupas em geral. Até bijouterias! Na véspera do bazar, estávamos apreensivos: como transportar e acomodar no local tantos objetos em tão pouco tempo, pois o colégio só nos podia ceder suas dependências após as 17 horas de sábado? Foi aí que tivemos uma das maiores alegrias que esse bazar nos trouxe. A partir das 15 horas, foram chegando casais de todas as equipes, alguns com os filhos, em número surpreendente, todos de mangas arregaçadas, não escolhendo serviço e, principalmente, trabalhando duro e pesado! Das 15 às 23 horas de sábado e das 6 às 16 horas de domingo, sem parada para jantar nem almoçar, essa turma trabalhou. E como trabalhou ... Mas valeu a pena. Dava gosto ver o olhar de espanto daquelas pessoas de tão baixo poder aquisitivo, ao comprar, com-28-
prar, comprar e ver que seu dinheirinho ainda dava para comprar mais. Todos sairam com pacotes e mais pacotes, felizes por poderem adquirir artigos e objetos que nunca lhes seria possível adquirir com seu parco dinheiro. Ao final da tarde, quando encerramos as vendas, estávamos cansados, mas felizes por termos repartido com aqueles irmãos, não apenas os nossos bens, mas o nosso tempo, o nosso trabalho e, principalmente, o nosso coração. Nessa hora em que o Movimento nos pede o despojamento, as equipes de Jundiaí lavraram um tento. Que esse desapego, essa doação e sobretudo que essa união de esforços perdurem como um exemplo do que podemos fazer quando trabalhamos unidos em nome de Cristo!" SANTOS -
Retiro
Escreveram-nos Edson e Marylene contando do retiro pregado por Frei Orlando Bernardi, que foi muito apreciado. Focalizada a espiritualidade conjugal. "Frisou Frei Orlando a importância de amar-nos, um ao outro, com o amor de Deus, a
necessidade de buscar ver no outro a presença constante de Deus que nos questiona e interpela, e de aprender a aceitar as interpelações e os questionamentos, não para revidá-los mas para tomá-los como revisão de vida. Insistiu também sobre a importância -29-
de compreendermos o valor do perdão gratuito e constante e entendermos que somos responsáveis pela salvação do nosso cônjuge, pois é através dele que alcançamos a nossa salvação. Frei Orlando abordou também os pontos concretos de esforço, que são 'o calcanhar de Aquiles' das ENS, o que foi muito positivo por estarem presentes todos os casais de uma das pré-equipes do Setor, que assim puderam compreender a importância de iniciar de forma correta a vida no Movimento."
BAT ATAIS -
Estudo do Evangelho
As quatro primeiras equipes de Batatais resolveram estudar em conjunto o Evangelho. Reunem-se para isso sob a d!reção espiritual do Pe. José Antonio. Depois da explicação do sacerdote, fazem uma reflexão, da qual tiram uma conclusão aplicável ao dia-a-dia. -
Gente ativa
Os casais da Equipe 3 não dormem no ponto. Além do curso de noivos, as atividades dos equipistas incluem: fundação de um clubinho para crianças, tendo como objetivo formação humana, orientação espiritual e atividades esportivas; trabalho com casais em dificuldades; pastoral fam liar. Essa mesma Equipe 3 encarregou-se ainda do Boletim do Setor de Ribeirão Preto em novembro. -
Semana da Família
O casal da Equipe 3 que assumiu a pastoral familiar coordenou todas as atividades da Semana da Família, que constou do seguinte: palestras para casais, por sacerdote e equipista de Ribeirão; palestras nos clubes de serviço e centms comunitários; várias atividades nas escolas; colocação de faixas com slogans sobre a família nos principais pontos da cidade; gravações com temas escolhidos sobre a família, levadas ao ar diariamente às 18 hs.; missa de encerramento, celebrada em conjunto pelas três paróquias da cidade. LINS -
Reuniões mistas
O tema, este ano, foi catequese e desapego e d;sponib?lidade . Os casais tiveram um mês para se preparar - Iracema e Martinho ncham pouco, pois, no ano passado, foram 2 meses e meio ...
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verdade é que o tema necessitava, pois tratava-se do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora"! Como no ano passado, houve uma preparação minuciosa e um roteiro muito bem feito. Reuniram-se os animadores uma semana antes e, no dia seguinte ao das reuniões mistas, foi feita a reunião de avaliação, que permitiu constatar que o objetivo fora plenamente atingido. O comparecimento foi de 72%, ou seja, participaram 42 dos 60 casais da Coordenação. Achou-se aconselhável incluir na programação das próximas reuniões mistas uma reunião preparatória também com os Conselheiros Espirituais. As equipes mistas reuniram equipistas de Lins, Cafelândia e Getulina, sendo que duas das oito reuniões tiveram lugar em Cafelândia.
DEUS CHAMOU A SI José Armando de Oliveira Gomes
Da Equipe 10 de São José dos Campos. No dia 2 de fevereiro. Escrevem Wilma e Amilton: "José Armando há quase dez anos pertencia à Equipe Nossa Senhora do Lar. Muitos dos que partic ·param do EACRE de São José dos Campos, em 1977, devem ter em suas casas uma lembrancinha oferecida pelo José Armando naquela ocasião: um cinzeiro azul, onde estão gravadas as letras ENS. Ao reverem essa 'lembrança', rezem por ele, que marcou sua presença na terra como grande trabalhador e grande amigo." NOVAS EQUIPES Assis
Equipe 7 - Casal Piloto: Alaide e José; Conselheiro Espiritual: Pe. D'Ângelo. Equ~ pe 8 Casal Piloto: Inês e Ricierl ; Conselheiro Espiritual: Pe. Luiz Viganó. Juiz de Fora
Equip e 11 - Casal Piloto: Astrid e Ribeiro; Conselheir o Espiritual: P e. Edmundo Leschnhak. Equipe 12 - Casal Piloto: Astr~ d e Ribeiro; Conselheiro Esp .ritual: Pe. José Gaio. -31-
Marília
Equipe "nova" 5 - Casal Piloto: Leonice e Capelini; Conselheiro Espiritual: Irmão Pedro. Equipe 12 - Casal Piloto: Nair e Netinho; Conselheiro Espiritual: Pe. Aquiles Pacceli. Equipe 13 - Casal Piloto: Odete e Edilberto; Conselheiro Espiritual: Pe. Jacó Tomazella.
NOVOS SETORES E COORDENAÇOES Brasília
A Coordenação de Brasília deu lugar a dois Setores: O Setor A, cujo Casal Responsável é "Bessye" e Plínio C. da Silva Arruda e o Conselheiro Espiritual, Mons. Raimundo Damasceno. O Setor B, cujo Casal Responsável é Elsa e Renato Botaro, sendo seu Conselheiro Espiritual o Pe. Raimundo José. Maria José e Dorgival, por sua vez, ganham bem merecido "descanso". Blumenau
A Coordenação de Blumenau foi elevada a Setor, continuando Dalva e Luís com a responsabilidade pelas equipes daquela cidade. Criciúma
Também a Coordenação de Criciúma passou a Setor, e Zélia e Domingos continuam como Casal Responsável. Dois Córregos
Formada a Coordenação, cujo Casal Responsável é Jane e Gilberto de Oliveira Lima.
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RECONCILIADOS EM CRISTO
TEXTO DE MEDITAÇÃO -
Col. 1, 3, 21-23
Damos graças ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo .. . Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu F ilho amado, no qual temos a redenção - a remissão dos pecados. Também a vós, outrora estranhos, senão contrários, por vossos pensamentos e vossas más ações, reconciliou-vos agora pela morte ào seu corpo de carne, para vos apresentar santos, imaculados e irrepreensíveis. Isto se perseverardes firmes e inabaláveis na fé, sem vos afastar da esperança prometida pelo evangelho que l'ecebestes e que foi anunciado a toda criatura que vive debaixo do céu . .. SALMO 144
Quero exaltar-vos, ó Rei, meu Deus, bendizer vosso nome pelos séculos dos séculos! Todos os dias quero bendizer-vos, louvar vosso nome pelos séculos dos séculos; grande é o Senhor e sumamente louvável <: sua grandeza não tem medida. De idade em idade exaltarão as vossas obras, hão de publicar as vossas maravilhas; vossa fama tem o fulgor de vossa glória, no relato de vossas maravilhas eu medito. O Senhor é misericórdia e clemência, indulgente e cheio de amor; c- Senhor é bom para com todos, misericordioso para todas as suas criaturas. Que vossas obras, Senhor, vos rendam graças e vossos amigos vos bendigam. Que eles digam a glória de vosso reino e narrem os vossos prodígios. Para anunciar aos homens vossos prodígios e a glória fulgurante de vosso reino ; pois vosso reino é um reino para todos os séculos, para todas as gerações é vosso império.
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar
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