ENS - Carta Mensal 1979-5 - Agosto

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1979 Agosto

Amor humano, imagem do amor divino . . . . . . . .

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Cristo chama muitos de vós . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Oração a Maria . . .. . . . .. . . .. . .. .. . . . . . .. .. . . .

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A ECIR conversa com vocês .. . . . . . . . . . . . . . ..

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Lembrando Paulo VI .. . .. .. . .. . .. .. . .. . .. . .. .

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O leigo, agente de comunhão e participação . . Um homem para os outros . . . .. . .. . .. . . . . . . . Amar é acolher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . .

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Carla a um futuro pai ....

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As Equipes em Portugal ..

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Notícias dos Setores . .. .. . .. .. . . .. .. .. . .. .. ..

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Um Instilulo da Família em Florianópolis

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Prestar testemunho

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EDITORIAL

AMOR HUMANO, IMAGEM DO AMOR DIVINO

Fazer com que Deus seja conhecido, proclamar o seu amor, tal é o primeiro aspecto da missão apostólica do casal. O autor sempre se revela através de sua obra: a sonata do músico, a tela do pintor nos levam a penetrar na vida íntima do artista. Assim também, na imensa criação, toda criatura fala de Deus: o céu estrelado nos fala de sua imensidade; o claro olhar de uma criança, de sua pureza; o amor de um homem por seus filhos, de sua paternidade. Esta grande realidade humana que é o casal, o que nos revela de Deus? Que Deus é uma comunidade de pessoas que se amam: o Pai e seu Verbo na unidade do Espírito. Homem e mulher, unidos no amor, são a parábola viva da comunidade divina. Também a eles, a eles em primeiro lugar, é que se dirige a palavra de Cristo: "Sêde um como meu Pai e eu somos um"; sêde dois que se dão um ao outro para se darem juntos a este terceiro que é o filho, vosso amor incarnado, personificado; sereis assim como um espelho no qual a vida trinitária se refletirá. Estes dois em um que são o homem e a mulher casados, evocam assim os dois em um só Corpo Místico que são o Cristo e a Igreja. A aliança do homem e da mulher é, deveria ser, a imagem, a "epifania" da União de Cristo e da Igreja. Por conseguinte, o primeiro aspecto da missão apostólica do matrimônio é o de levar os homens a entrever o mistério íntimo da vida trinitária, assim como este outro mistério derivado do primeiro: a união da divindade e da humanidade do Cristo e da Igreja, união inquebrantável e fecunda que não cessa de gerar filhos de Deus. -1-


Do mesmo modo que, se não houvesse pais, não teria significação para nós a revelação de que Deus é nosso Pai, assim também, se não houvesse a fecunda união de amor do homem e da mulher, a intimidade de amor das pessoas divinas e a união de Cristo e da Igreja seriam para nós ininteligíveis. Assim, Deus conta convosco, casais, para que os homens possam entrever os três grandes mistérios: Trindade, Encarnação, Redenção. Aí está o primeiro aspecto da missão apostólica do casal. E é por isso mesmo o mais nobre motivo que possais ter para vos amardes, para serdes unidos, para serdes fecundos.

HENRI CAFFAREL

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A PALAVRA DO PAPA PARA NOSSOS FILHOS

CRISTO CHAMA MUITOS DE VóS (Palavras aos jovens por ocasião do Dia Mundial de Oração pelas Vocações)

Sois para mim muito queridos e eu tenho grande confiança· em vós. Chamei-vos esperança da Igreja e minha esperança. Recordemos juntos algumas coisas. No tesouro do Evangelho estão conservadas as belas respostas dadas ao Senhor que chamava. Esta a resposta de Pedro e de André, seu irmão: "E eles, imediatamente, deixadas as redes, o seguiram"; a do publicano Levi: "E ele, deixando tudo, levantou-se e o seguiu"; a dos Apóstolos em conjunto: "Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens as palavras da vida eterna"; e, ainda, a de Saulo: "Senhor, que queres que eu faça?" Desde os tempos do primeiro anúncio do Evangelho até os nossos dias, um grandíssimo número de homens e mulheres deram a sua resposta pessoal, a sua livre e consciente resposta a Cristo que os chamava. E escolheram o sacerdócio, a vida religiosa, a vida missionária como escopo e ideal da sua existência. Serviram e servem o Povo de Deus e a humanidade com fé, com inteligência, com coragem e com amor. Agora é a nossa hora. Toca a vós responder. Tendes talvez medo? Então raciocinemos ainda juntos, à luz da fé. A nossa vida é dom de Deus. Devemos fazer com ela alguma coisa de bom. Há muitas maneiras para empregar bem a vida, aplicando-a ao serviço de ideais humanos e cristãos. Se eu hoje vos falo de consagração total a Deus no sacerdócio, na vida religiosa e na vida missionária, é porque Cristo chama muitos de entre vós a esta extraordinária aventura. Ele tem necessidade, quPr ter necessidade das vossas pessoas, da vossa inteligência, das vossas energ· as, da vossa fé, do vosso amor e da vossa santidade. Se é

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para o sacerdócio que Cristo vos chama, é porque ele quer exercitar o seu sacerdócio através da vossa consagração e missão sacerdotal; quer falar aos homens de hoje com a vossa voz; quer consagrar a Eucaristia e perdoar os pecados por meio de vós. Ele quer amar com o vosso coração; quer ajudar com as vossas mãos; e quer salvar com os vossos esforços. Pensai bem nisto. A resposta que muitos de vós podem dar é dirigida pessoalmente a Cristo, que vos chama para estas coisas grandes. Encontrareis dificuldades. Pensais por ventura que eu não as conheço? Digo-vos que o amor vence todas as dificuldades. A verdadeira resposta a toda vocação é obra do amor. A resposta à vocação sacerdotal, religiosa ou missionária poderá brotar somente de um profundo amor a Cristo. E esta força de amor Ele mesmo vo-la oferece, como dom que se vem ajuntar ao dom do seu chamamento e torna possível a vossa resposta. Tende confiança nAquele que, pelo seu poder, é capaz de fazer acima de todas as coisas, infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar. E, se podeis, dai com alegria, sem medo, a vossa vida Aquele que, primeiro, deu a sua vida por vós. Para tanto, exorto-vos a rezardes assim: "Senhor Jesus, que chamaste quem Tu quiseste, chama muitos de nós para trabalhar contigo. Tu, que iluminaste com a Tua palavra aqueles que chamaste, ilumina-nos com o dom da fé em Ti. Tu, que os amparaste nas dificuldades, ajuda-nos a vencer as nossas dificuldades de jovens de hoje. E se chamas algum de nós para o consagrar totalmente a Ti, que o Teu amor anime essa vocação desde o seu germinar e a faça crescer e perseverar até o fim. Assim seja!"

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ORAÇÃO A MARIA

Oh, Mãe! Ajuda-nos a ser fiéis dispensadores dos grandes mistérios de Deus, ajuda-nos a ensinar a verdade que teu filho anunciou e a difundir o amor, que é o principal mandamento e o primeiro fruto do Espírito Santo. Ajuda-nos a confirmar nossos irmãos na fé, ajuda-nos a despertar a esperança na vida eterna. Ajuda-nos a guardar os grandes tesouros encerrados na alma do povo de Deus que nos foi confiado. Oh, Mãe! Desperta nas jovens gerações a disponibilidade para o serviço exclusivo de Deus. Implora para nós abundantes vocações locais para o sacerdócio e para a vida consagrada. Oh, Mãe! Confirma a fé de todos os nossos irmãos e irmãs leigos, para que em todos os campos da vida social, profissional, cultural e política, atuem de acordo com a verdade e a lei que Teu filho trouxe à humanidade, a fim de conduzirem todos à salvação eterna e, ao mesmo tempo, a fim de tornarem a vida sobre a terra mais humana e mais digna do homem. Oh, Mãe! faze que saibamos servir esta causa sublime na verdade e na justiça. Faze que nós mesmos trilhemos este caminho e conduzamos os demais, sem nos desviarmos jamais por caminhos tortuosos, arrastando conosco os outros. Rainha dos Apóstolos! Aceita nossa prontidão para servir sem reservas a causa de teu filho, a causa do Evangelho e a causa da Paz, baseada na justiça e no amor entre os homens e entre os povos. Rainha da Paz! Salva as nações e os povos de todo o continente, que tanto confiam em Ti, das guerras, do ódio e da subversão. Faz que todos, governantes e governados, aprendam a viver em paz, se eduquem para a paz, façam tudo que exige a justiça e o respeito dos direitos de todo homem, para que se consolide a paz. Aceita esta nossa confiada entrega, ó serva do Senhor! Que tua maternal presença no mistério de Cristo e da Igreja se converta em fonte de alegria e de liberdade para cada um e para todos; fonte daquela liberdade por meio da qual Cristo nos libertou e finalmente fonte daquela paz que o mundo não pode dar mas que somente Ele, Cristo, n0s dá. João Paulo II

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A ECIR CONVERSA COM VOCÊS

O Movimento sempre se preocupou em proporcionar aos casais que o escolhem como caminho para seguir a Cristo, todas as possibilidades para corresponder a esta escolha, ajudando-os na sua caminhada. É esta a sua vocação. Já na sua primeira carta, escrita há quase trinta anos ao que era entre nós ainda apenas uma aspiração de movimento conjugal, Pe. Caffarel, numa admirável síntese definia assim as incipientes Equipes de Casais que não tinham ainda uma denominação b em defin;da: "Os grupos de casais que trabalham paralelamente ao "Anneau d'Or" (cadernos de espiritualidade conjugal e familiar), têm por objetivo essencial ajudar os casais a tender para a santidade". A preocupação constante do Movimento que, pouco depois, se colocou sob o patrocínio de Nossa Senhora, sempre foi a de se colocar em consonância com a evolução que se foi processando na soc "edade, como também na Igreja, particularmente depois do Vaticano II. Esta característica é bem evidente nos nossos dias, em particular a partir do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora", publicado há já dois anos (C. Mensal de Ago 77). De então para cá a Equipe Responsável Internacional vem promovendo a atualização de todos os documentos oficiais do Movimento. Estas considerações vêm a propósito das recentes atividades das Equipes entre nós e concretizadas nos Encontros de Casais de Ligação e Pilotos. No fim do semestre passado, para mais de dez desses Encontros foram realizados nas várias Regiões em que se d ;stribuem as equipes. Neles, Ligações e Pilotos tiveram ocas'ão de refletir, de um lado sobre as características da evolução de uma equipe através do tempo, de outro sobre a evolução do próprio Movimento nestes 30 anos.

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Um dos grandes momentos desta evolução é sem dúvida o seu início. No correr do tempo sucederam-se as "Cartas Mensais das Equipes Novas" destinadas justamente à iniciação dos casais nos métodos e espiritualidade das Equipes de Nossa Senhora. Um trabalho de condensação de toda uma experiência de 30 anos chegou recentemente ao seu termo, com a publicação dos "cadernos" que consubstanciam o que se convencionou chamar de "Nova Pedagogia". São 16 cadernos que, a partir de agora, irão acompanhando as equipes novas nos dois primeiros anos de suas atividades. Tão rico o seu conteúdo que, sem nenhuma hesitação, a ECIR aconselha a sua adoção como tema de reflexão e estudo também para as equipes de qualquer idade. Em cada um dos cadernos encontram-se 3 partes bem distintas: temas de reflexão acompanhados de subsídios muito bem escolhidos; um retrospecto de alguns dados essenciais da fé e da vida cristã; uma apresentação gradativa da mística e das normas das Equipes de Nossa Senhora. Um segundo momento não menos importante, na vida da equipe, é o que se situa ao redor dos dez anos de atividades, quando se abre ante os casais a fase da vida em que o comportamento adulto e maduro do casal deve ser acompanhado de uma vivência cristã também adulta. É quando as equipes com 10 anos, são convidadas a dois "Anos de Aprofundamento" e de reflexão que as prepare para se encaminharem para a fase em regra mais produtiva de sua vida humana e cristã. Caros amigos, poderíamos nos estender ainda sobre as pesquisas que estão sendo feitas para dar apoio aos casais em dois momentos também importantes de suas vidas: aquele em que devem se defrontar com o despertar da juventude em seus filhos e aquele em que o casal procura discernir os apelos do Senhor na assim chamada "terceira idade", ou outono da vida. É evidente que, como nos seus primórdios, o Movimento procura ser fiel à sua vocação de "ajudar os casais a tender para a santidade". Não lhe tem faltado as luzes do Espírito Santo aclarando os seus caminhos. Não lhe tem faltado a colaboracão ativa e abnegada de uma parcela ponderável de seus casais. Não lhe tem faltado o patrocínio maternal de Nossa Senhora. Neste início de um novo ano equipista, tomemos consciência do papel que somos chamados a representar não só no Movimento mas também na Igreja, na sociedade, particularmente na faixa de atividades que dizem respeito ao fortalecimento da Família. Toda a fraternal amizade da ECIR

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LEMBRANDO PAULO VI

Há um ano, no dia 6 de agosto, Festa da Transfiguração, Paulo VI voltava ao Pai. Desejando homenagear a sua memória, relembramos dois trechos dos discurS'os que fez às Equipes de Nossa Senhora quando das Peregrinações de 1970 e 1976. Finalmente, um trecho de seu Testamento.

1970 Inquieto e febricitante, o nosso mundo oscila entre o medo e a esperança, e numerosos jovens aproximam-se, titubeando, do caminho que diante deles se rasga. Seja isto, para vós, um estímulo e um apelo. Com a força de Cristo, podeis, e, portanto, deveis realizar grandes coisas. Meditai a Sua Palavra, recebei a Sua graça na oração e nos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, confortai-vos uns aos outros, dando testemunho, com simplicidade e discreção, da vossa alegria. Um homem e uma mulher que se amam, um sorriso de criança, a paz de um lar: pregação sem palavras, mas tão surpreendentemente persuasiva, em que todo homem pode já pressentir, como que por transparência, o reflexo de um outro amor e o seu apelo infinito.

1976 A evocarmos o magnífico e comprometedor título de "Igreja doméstica", Nós, há alguns meses, lembramos às famílias cristãs o potencial evangelizador que nelas existe. . . Mais recentemente ainda, sublinhamos que, para construir a Igreja universal e as Igrejas locais, é necessário começar pela humilde e indispensável construção da Igreja doméstica.

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O matrimônio é sem dúvida um estado de vida escolhido voluntariamente, no qual se procura o bem-estar, a felicidade do casal e dos filhos, que se vive - sobretudo quando se é cristão - à luz da fé e confiando na graça de Deus. Mas é igualmente um testemunho que se dá e uma missão que se cumpre. E, por estas últimas dimensões, a instituição familiar está voltada para o exterior, para os outros, é feita para o bem alheio. Por conseguinte, a família, enquanto tal, deve procurar ter um valor evangelizador e missionário.

Testamento Despedindo-me da cena deste mundo e encaminhando-me para o julgamento e a misericórdia de Deus, tantas coisas teria para dizer, tantas. Sobre o estado da Igreja: preste ela atenção a algumas palavras nossas, que para ela pronunciamos com gravidade e amor. Sobre o Concílio: cuide-se de o levar a boa execução e proveja-se para lhe realizar fielmente as prescrições. Sobre o ecumenismo: continue-se a obra de nos aproximarmos dos Irmãos separados com muita compreensão, muita paciência e grande amor; mas sem nos afastarmos da verdadeira doutrina católica. Sobre o mundo: não se julgue que é ajudá-lo adotar-lhe os pensamentos, os costumes e os gostos, mas sim estudá-lo, amá.-lo e servi-lo.

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PUEBLA

O LEIGO, AGENTE DE COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO

Extratos do Capítulo II da Terceira Parte ("Evangelização na Igreja da América Latina; Comunhão e Participação"): "Agentes de Comunhão e Participação".

A m1ssao do leigo encontra sua raiz e significação em seu ser mais profundo. Com razão o Concílio Vaticano II, em algum; de seus principais documentos, se preocupou em descobrir este ser. O capítulo IV da "Lumen Gentium" assinala os aspectos principais deste ser do leigo: - o batismo e a confirmação o incorporam a Cristo e o fazem membro da Igreja; - por isso ele participa, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real do Cristo, e a exerce em sua condição específica; - a fidelidade e a coerência com as riquezas e ex1gencias de seu ser mostram a sua identidade de homem de Igreja no coração do mundo e no coração da Igreja. Com efeito, por força de sua vocação, o leigo se situa na Igreja e no mundo. Membro da Igreja fiel a Cristo, está comprometido com a construção do Reino em sua dimensão temporal. Em profunda comunicação com seus irmãos leigos e com os pastores, nos quais vê seus mestres na fé, o leigo contribui para a construção da Igreja como comunidade de fé, oração e caridade fraterna; e o faz pela catequese, pela vida sacramental, pela ajuda aos irmãos. Daí a multiplicidade de formas de apostolado, cada uma das quais enfatiza alguns desses aspectos. Mas, - como Paulo VI o recordou recentemente - é no mundo que o leigo encontra seu campo específico de ação (EN 73). Aí, pelo testemunho de sua vida, por sua palavra oportuna

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e por sua ação concreta, ele tem a responsabilidade de orientar as realidades temporais e colocá-las a serviço da instauração do Reino de Deus. No "vasto e complicado mundo" (EN 70) das realidades temporais (LG 31), algumas exigem atenção especial dos leigos: a família, a educação e as comunicações sociais. Dentre estas realidades temporais, não se pode deixar de sublinhar com ênfase especial a atividade política. Esta abrange um vasto campo, desde o gesto de dar o voto, passando pela militância em algum partido político, até o exercício de cargos públicos em nível mais ou menos destacado. Em todos os casos, o leigo deverá buscar e promover o bem comum, a defesa da dignidade do homem e de seus direitos inalienáveis, a proteção dos mais fracos e necessitados, a construção da paz, da liberdade, da justiça, a criação de estruturas mais justas e fraternas. Dito isso em nosso continente latino-americano, marcado por agudos problemas de injustiça - problemas que nos últimos dez anos assumiram maior gravidade - os leigos não podem eximir-se de um sério compromisso na promoção da justiça e do bem comum (AA 14), sempre iluminados pela fé e guiados pelo Evangelho e pela doutrina social da Igreja, porém orientados ao mesmo tempo pela inteligência e aptidão para a ação eficaz. "Para o. cristão - dizia a este propósito o Papa João Paulo II - não basta a denúncia das injustiças, a ele se pede que seja verdadei-· ramente testemunha e agente da justiça." (cf. Discurso aos Operários em Guadalajara). Na medida em que cresce a participação dos leigos na vida da Igreja e na missão desta no mundo, torna-se também mais urgente a necessidade de uma sólida formação humana em geral, formação doutrinai, formação social e formação apostólica. Os leigos têm o direito de recebê-la primordialmente em seus próprio-s movimentos e associações, mas também em institutos adequados e no contato com seus pastores. Por outro lado, o leigo deve trazer ao conjunto da Igreja sua experiência de participação nos problemas, desafios e urgências do seu "mundo secular" - das pessoas, grupos sociais e povos - para que a Evangelização eclesial se enraíze com vigor. Neste sentido, - a partir de sua experiência de vida, de sua competência profissional, científica, trabalhista, por sua inteligência cristã- será contribuição preciosa do leigo tudo quanto possa contribuir para o desenvolvimento, estudo e investigação do ensinamento social da Igreja. -11-


: Um aspecto importante desta formação é o que se refere ao aprofundamento de uma espiritualidade mais apropriada à sua co::.dição de leigo. Dimensões essenciais dessa espiritualidade são, entre outras, as seguintes: - o leigo nãp ~uja das realidades temporais para buscar a Deus, mas persevere, presente e ativo, no meio delas e aí encon· tre o Senhor; ' · - dê a essa presença e atividade uma inspiração de fé e um sentido de caridade cristã; - pela luz da fé, descubra nessa realidade a presença do Senhor; .- em meio à sua missão, muitas vezes conflitiva e cheia de tensões para sua fé, procure renovar sua identidade cristã no contato com a palavra de Deus, na intimidade com o Senhor pela eucar'stia, nos sacramentos e na oração. Essa espiritualidade deverá ser capaz de dar à Igreja e ao mundo "cristãos com vocação de santidade, sólidos em sua fé, seguros na doutrina proposta pelo magistério autêntico, firmes e a:ti'vos na Igreja, alimentados por uma densa vida espiritual ... perseverantes no testemunho e na ação evangélica, coerentes ~ corajosos em seus compromissos temporais, promotores constantes da paz e da justiça contra toda violência e opressão, penetrantes no discernimento crítico das situações e ideologias à luz dos ensinamentos sociais da Igreja, confiantes na esperança do Se~hor" (João Paulo II às Organizações Católicas Nacionais).

("0 leigo na Igreja e no mundo")

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UM HOMEM PARA OS OUTROS

Homenagem aos nossos sacerdotes na festa de seu padroeiro, o Santo Cura d'Ars.

O sacerdote, mediante o seu celibato, torna-se um homem "para os outros", de maneira diversa de como se torna tal aquele que, ligando-se em unidade conjugal com a mulher, se torna tamb-3m ele, enquanto esposo e pai, homem "para os outros", sobretudo no âmbito da própria família: para a esposa e, juntamente com ela, para os filhos, aos quais dá a vida. O sacerdote, ao renunciar a esta paternidade que é própria dos esposos, procura uma outra paternidade e realmente como que uma outra maternidade, se recordamos as palavras do Apóstolo acerca dos filhos que ele gera com o sofrimento. Esses assim são filhos do seu espírito, homens confiados pelo Bom Pastor à sua solicitude. E ta·s homens são muitos, mais numerosos do que quantos possa abranger uma família humana. A vocação pastoral dos sacerdotes é grande e o Concílio ensina mesmo que ela é universal: ela está ordenada para toda a Igreja e, por conseguinte, é também missionária. Normalmente, ela está ligada ao serviço de uma determinada comunidade do Povo de Deus, na qual cada um espera encontrar atenção, ded ;cação e amor. O coração do sacerdote, a fim de estar disponível para tal serviço, para tal solicitude e amor, tem de ser livre. O celibato é sinal de uma liberdade que é para o serviço.

João Paulo 11 (Da "Carta a todos os sacerdotes", Quinta-feira Santa, 1979)

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AMAR

~

ACOLHER

(Do .livro uSuba comigo")

Podemos indicar através de diversas expressões o significado do verbo acolher. Eu abro um espaço dentro de mim, para que o outro o ocupe. Acolher é permitir que o outro entre no meu recinto interior. Acolher é recolher o outro em meu interior, recebendo-o com carinho. Na hora de viver o amor fraterno, acolher é o pico mais alto e mais difícil. Muitas vezes penso que todo o mistério do amor se resume no jogo entre esses dois polos: abertura e acolhida. A acolhida pressupõe a abertura. Pressupõe também perdão, respeito e aceitação. É necessário abrir primeiro as portas da intimidade, franquear a passagem ao irmão, para que entre no recinto secreto de minha interioridade. A comunhão é um movimento oscilante de dar e receber, abrindo as portas interiores de uns para os outros. Seu efeito imediato é a confiança, fenômeno coletivo difícil de se descrever, impossível de se definir e facílimo de se sentir. O fruto final é o gozo, sinal inequívoco da presença de uma verdadeira fraternidade. Toda pessoa é interioridade, ou melhor, interiorização. Quando duas interioridades se abrem mutuamente, se projetam, nasce a intimidade: das duas presenças forma-se uma presença. Quando várias inter'oridades se abrem mutuamente e se projetam, nasce a fraternidade. Que é fraternidade? Podemos falar sobre a fraternidade, mas não defini-la. É um clima de confiança que, como uma atmosfera, envolve todos os irmãos de uma comunidade.

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Para acolher, é preciso colocar-se em estado de escuta diante das outras pessoas, cuja personalidade nos irá sendo revelada na medida em que estivermos atentos. Essa atitude de atenção ou abertura pressupõe, anteriormente ao próprio tempo, um despojamento completo. De que? De tantos preconceitos e falsas imagens que se levantam, como muralhas, diante de nossas portas, para bloquear as saídas e entradas. Velhas histórias, antipatias instintivas e cegas reações sentimentais contribuíram muitas vezes para que formássemos uma imagem deformada do outro, que, não raras vezes, até parece uma caricatura. Essa imagem distorcida desencadeia em nosso interior uma série de mecanismos de obstrução que impedem qualquer acolhimento. Logo de início obstrui completamente as vias de comunicação com aquela pessoa. Fraternidade é o agrupamento humano que, sob a Palavra, se compromete a caminhar para uma transparência mútua. Quando os caminhos estiverem livres e as caricaturas tiverem caído, os irmãos serão acolhidos pelos irmãos na verdade transparente de sua personalidade. Inácio Larranaga

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CARTA A UM FUTURO PAI (Do "Equipetrópolls")

Querido filho, Recebemos sua carta e ficamos muito contentes em saber que o neto desejado está para chegar. Os conselhos solicitados, sabemos perfeitamente que foram feitos unicamente para avivar o orgulho e vaidade de seus velhos pais. Conhecemos muito bem sua formação e capacidade e, antevemos, será um ótimo pai, como tem sido bom esposo e melhor filho. Temos acompanhado seus passos e sentimos orgulho da maneira como vo<:ês dois se amam. A nossa querida nora, no estado em que se encontra, requer muito mais ainda de seu amor e compreensão pois, mesmo sem demonstrar, ela intimamente luta com uma série de preocupações que a tornam compreensivelmente nervosa e pouco comunicativa. Os tempos mudaram e nossos conselhos não se ajustarão com certeza à realidade da época. Entretanto, recordando um pouco do muito que foi a nossa vida em comum podemos oferecer algo que poderá ajudá-lo. Seu nascimento como o de seus irmãos representou o testemunho do profundo amor que sua mãe e eu devotamos um ao outro. Amor esse que tornamos extensivo a vocês na mesma intensidade, como a um todo. Não negamos que a renúncia foi nossa companheira quase permanente para tornar possível uma participação plena em nossas vidas. Na fase em que os pais representam muito para os filhos estivemos sempre ao alcance de seus contínuos chamados. Em suas brincadeiras improvisadas, éramos os passageiros, fregueses, espectadores pacientes, alunos e guardas disciplinados, sempre de -16-


prontidão em suas noites de insônia e de medo. Na fase escolar, fase de afirmação, para fazer média perante seus colegas e participantes da mesma mental" da de, nós éramos apenas os caras legais que não interferiam em suas sábias decisões. Não interferíamos, mas estávamos sempre atentos, por medida de segurança e zelo paternal. Importante, filho, muito importante! O nosso pequeno mundo não ficou restrito aos limites de um círculo fechado pelo egoísmo. Pelo contrário! As portas de nosso lar e de nossos corações estiveram sempre abertas para que a felicidade chegasse, por intermédio de nossa disponibilidade, a outros lares e a outros corações. O tempo foi passando e, sempre juntos e amigos, fomos construindo e participando de uma infinidade de coisas só possíveis pelo amor e ajuda de Deus. O pedido feito em sua carta nos comoveu, po:s é uma demonstração de que, mesmo separados por contingências da vida, permanecemos unidos pelo coração. Para nossa futura mãezinha e para você, enviamos nossas bênção·s e todo nosso Amor.

• Certo dia, um pai saiu de casa muito cedo. Havia chovido muito. Fazia frio. O pai pisava na lama, deixando no barro já meio endurecido as marcas de seus pés. Quando chegou à esquina, sentiu que alguém o acompanhava. Olhando para trás, viu que era seu filho de cinco anos. Perguntou o que ele fazia ali. A resposta do menino: - Estou procurando pisar onde o senhor pisa. O pequeno vinha se esforçando para pôr os pezinhos no lugar onde havia a marca dos pés do pai. Normalmente as pessoas olham muito mais para nossas vidas do que para nossas palavras. O mundo está interessado em ver o que fazemos, como procedemos, qual a nossa atitude para com o próximo, nas horas difíceis, diante das injustiças. Será que deixamos pegadas dignas de serem seguidas? (Adaptado do Boletim de São José dos Campos)

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ENTREVISTA

AS EQUIPES EM PORTUGAL

Sofia e Carlos Grijó, Casal Supra-Regional de Portugal, estiveram em v isita ao Brasil em maio e junho, participando inclusive de dois Encontros de Pilotos e Ligações e de uma Sessão de Formação.

C.M. -

Há quanto tempo existe a Supra-Região e quantas Reg ões abrange? Como vocês trabalham? Sós ou em equipe?

Sofia e Carlos -

Há cinco anos. Trabalhamos sós, porém as grandes definições, as linhas gerais e as programações para o ano são tomadas em conjunto com os três Casais Regionais. Temos as regiões Norte, Centro e Sul. Ao todo, são 19 Setores e 4 pré-Setores (Coordenações, aqui no Brasil), perfazendo mais de 250 equipes, distr~buídas sobretudo à roda das grandes cidades do litoral. C.M. -

Por que só no litoral?

Sofia e Carlos -

O interior lá é de difícil acesso: estradas péssimas e topografia acidentada. No momento, estamos empenhados em penetrar no interior do país e estamos conseguindo bons resultados neste sentido. C.M. -

Vocês já notaram que as distâncias que vocês consideram lá como interior aqui fariam parte de uma estreita faixa de litoral? Sofia e Carlos -

Oh, sim! Mas é tudo r~lativo. Vocês estão acostumados a grandes distâncias e possuem

ótimas estradas. C.M. -

verdade. ano?

É

Quantas grandes reuniões vocês fazem por

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Sofia e Carlos -

Com os Retonais, 3 ou 4 por ano, com os Setores e pré-Setores, uma por ano. Antes, fazíamos com os responsáveis de equipe uma reunião anual de âmbito nacional. Ultimamente, elas são feitas em nível regional. De dois em dois anos, há uma peregrinação ao Santuário de Fátima, com todos os equipistas e seus filhos maiores. Durante um sábado e um domingo, viajamos de ônibus. Levamos lanches a serem compartilhados no almoço e jantamos e dormimos em colégios religiosos. Há uma programação intensa: via sacra, com meditação adaptada à família, missa, cânticos, palestras, trabalho de grupos, representação mímica de situações familiares, como falta de diálogo, excesso de TV, falta de senso de serviço ã comunidade, para servir de base ao exame de consciência, seguido de cerimônia penitenciai. Há também testemunhos anônimos de serviços prestados à comunidade civil e religiosa, etc. Da última vez, tivemos a presença de 250 jovens. Só para algumas palestras e trabalhos em grupo para reflexão e discussão os jovens se reuniram à parte. Seus temas foram: "A família que temos hoje" e "A família que queremos ter amanhã". C.M. -

Vocês disseram "os equipistas e seus filhos maiores". Isto é ót'mo: aqui, em geral, é o contrário... Quando estivemos em Lisboa, há 8 anos, lá queixavam-se muito da falta de movimentos religiosos para os jovens. Vocês agora têm grupos de jovens? Sofia e Carlos -

coisa recente. Dois anos atrás, 40 jovens portugueses compareceram a um encontro internacio-nal de jovens em Gap, na França. Na volta, esses jovens deram início a pequenos grupos isolados, principalmente no Porto. No ano passado, houve novo encontro em Lourdes. Voltaram entusiasmados e iniciaram o movimento das "Equipes de jovens de Nossa Senhora", agora bem estruturado e em franco desenvolvimento. Esses grupos, aos quais pertencem muitos filhos de equipistas, abrangem a faixa etária de 16 a 24 anos. Têm missa, reuniões mensais e retiros. Os jovens, por incrível que pareça, fazem questão da presença de um sacerdote assistente que não seja mu'to "para frente" nas suas vestes e maneiras. Preferem padres mais sérios e procuram, acima de tudo, se instruir na catequese cristã. Eles não têm problemas de fé, nem dificuldade para as orações. Apenas se confessam ignorantes quanto à doutrina. Foi então que percebemos, nós, os pais equipistas, que nunca havíamos transmitido a eles esses conhecimentos. C.M. -

É

Que linha seguem os retiros em seus temas: familiar ou teológica em geral? -19-


Temos os dois tipos. Há os retiros de nívei teológico, em absoluto silêncio, e os menos rigorosos no silêncio, com temas familiares, abrangendo sempre UI!\ maior número de casais interessados. Temos uma equipe de retiro·s que escolhe os temas em nível reg:onal. O programa, com o assunto de cada retiro, é publicado com antecedência na Carta Mensal. Sofia e Carlos -

C.M. -

Há um bom comparecimento dos casais?

Igual a vocês: dão uma porção de desculpas para não irem. Os que vão gostam imensamente e voltam satisfeitos. Sofia e Carlos -

Há abertura suficiente entre os casais que necessitam de ajuda para comparecerem aos retiros ou aos encontros do Movimento?

C.M. -

Há uma grande abertura para pedir e dar entreajuda material entre os equip.stas mais simples, os camponeses, e quase nenhuma abertura por parte da classe média!

Sofia e Carlos -

C.M. -

Vo-cês sentem alguma diferença entre a vida das equipes nas pequenas e nas grandes cidades?

As equipes dos meios pequenos às vezes encontram dificuldades em acompanhar a didática das reuniões, por serem muitas vezes analfabetos ou de pouca instrução e terem casas muito pequenas para comportar a reunião. Fazem-na então na casa paroquial ou na escola. São, porém, mais unidos como comunidade. Nas grandes c:dades, os casais vivem mais iso-lados e mais "instalados" no seu comodismo. Encontram-se pouco afora as reuniões.

Sofia e Carlos -

C.M. -

Quais os temas preferidos pelos casais em Portugal?

Atualmente, os 16 cadernos da nova pedagogia. As equipes em geral estão fazendo uma "reciclagem" com este estudo. Estão gostando mu. to e está dando muito fruto. Gostam também dos temas ligadc·S à família e usam ainda as encíclicas e os documentos dos bispos, com vista a se prepararem ao "Congresso Nacional da Família" a ser realizado em 1981. Sofia e Carlos -

C.M. -

Os equipistas em geral estão engajados em outros movimentos religiosos?

Sofia e Carlos -- Encontramos equipistas nos cursos de noivos,

nos cursilhos, nos retiros para casais, no curso d.e batismo, nos grupos de jovens, nos cursos para casa:s "no -20-


outono da vida", na catequese para crianças. O único movimento de casais em Portugal por enquanto são as Equipes de Nossa Senhora. C.M. -

Vocês estão aqui no Brasil a passeio ou por motivo de trabalho?

A trabalho das Equipes em primeiro lugar, a fim de conhecer a vossa realidade e trocar experiências. Gostaríamos também, se possível, de passear um pouco. Porém, por enquanto, não houve tempo! Sofia e Carlos -

C.M. -

Muito obrigada pela entrevista e uma feliz estada aqui entre nós!

Digam a todos que lá em Portugal têm uma casa às ordens. Já recebemos alguns casais brasileiros e esperamos receber mais. Nosso endereço é: Sofia e Carlos -

Rua Faria Guimarães, 790 4200 PORTO - Portugal. <Entrevista colhida por Maria Enid Buschinelli)

-21-


NOTíCIAS DOS SETORES

SANTOS -

Conselheiro Espiritual é Bispo

Em fevereiro foi sagrado e em março tomou posse de sua diocese, mas somente agora (junho) recebemos comunicação a respeito: Mons. Manoel Pestana, Conselheiro Espiritual da Equipe 1 desde sua fundação, há 20 anos, e primeiro Conselheiro Espiritual do Setor, foi nomeado bispo de Anápolis, tornando-se assim o primeiro sacerdote santista elevado à dign' dade episcopal, herdando inclusive o anel episcopal e a cruz peitoral deixados em testamento por D. Idílio Soares. Mons. Pestana, quando foi nomeado bispo, encontrava-se em Petrópolis, onde, desde 1971, vinha desenvolvendo a mesma intensa ativ;dade apostólica que era característica sua em Santos, e onde celebrou, em outubro de 1977, seu jubileu sacerdotal. Nessa o-casião, como na posse em Anápolis, foi saud::Jdo, em nome dos santistas, pelo Nelito, nosso companheiro da Equipe 1 de Santos. Além de grande incentivador das vocações sacerdotais, Mons. Pestana sempre demonstrou especial carinho pela pastoral familiar: foi constante an;mador do Movimento em Santos e continuava a dar assistência às Equipes 1 e 11, viajando de Petrópolis todo mês para as reuniões. FLORIANóPOLIS -

Semana da Família

Ainda? Não: de novo! É que ficou deliberado que a Semana da Família na Arquidiocese de Florianópolis seria real' zada em maio, na semana que antecede o Dia das Mães. Portanto, os equipistas colaboraram novamente nessa promoção. Contam Dil-

!

~e~~:

"A época para essa comemoração foi das mais felizes, pois "família" e "mãe" são duas co:sas indissociáveis. -22-


A Semana da Família foi vivida agora de forma mais organizada. Surgiram os cartazes espalhados por toda a diocese, tendo como slogan "Conserve o que é de todos em sua Família", num sentido de continuidade à Campanha da Fraternidade; tivemos também adesivos para carros. O texto da alocução do Santo Padre em Puebla, publicado na Carta Mensal de março, foi divulgado para todos os vigários, através de uma publicação especial. D. Afonso, Arcebispo metropolitano, compôs uma Oração pela Família, que foi difundida amplamente em colégios, igrejas, hospitais, lares. Finalmente, e como ponto alto da programação, tivemos a fundação do Instituto da Família da Arquidiocese de Florianópolis. Para o próximo ano, e como um Departamento do Instituto, dando-lhe assim um caráter permanente na diocese, a Semana da Família se apoiará num grupo de casais, que coordenará sua programação e execução". MARíLIA -

Apoio às Vocações

O Setor de Marília assumiu o compromisso de pagar a pensão de um seminarista maior. Escreve o Pe. Alberto no Editorial do Boletim: "Aceitamos o desafio numa perspectiva vocacional, porque achamos importante formar nas famílias uma mentalidade vocacional. Não se trata simplesmente de um problema financeiro! Convidamos a família toda a se interessar na oferta que vocês devem fazer. Não seria bom explicar a seus filhos o porque dessa oferta e convidá-los a darem alguns cruzeiros tirados de sua mesada? O ideal seria ainda suscitar a generosidade de outros familiares e de amigos. A nossa diocese tem atualmente 5 teólogos no Seminário do Ipiranga; 3 filósofos no 2.0 ano, em Lins; 4 filósofos no 1.0 ano, em Aparecida. Graças a Deus, nunca houve tantos seminaristas maiores em nossa diocese!" Havendo um diácono prestes a receber a ordenação sacerdotal, o Pe. Alberto convida ainda os equipistas a fazerem um dia vocacional de oração, ação de graças e meditação sobre o sacerdócio. -

"Missão" na Amazônia

A diocese de Marília tomou a iniciativa do lançamento do Encontro de Casais com Cristo em Manaus. Deslocaram-se para Manaus 16 casais de Tupã, 10 de Marília, 1 de Bauru e 1 de Ri-23-


nópolis, mais o Pe. Nivaldo, de Tupã e o Pe. Alberto. Dos 10 casais de Marília, 7 são equipistas, bem como os de Bauru e Rinópolis. "Aproveitando o acontecimento, escrevem Diva e Venício, Casal Regional, marcamos uma reunião com os nossos irmãos equipistas das 6 equipes de Manaus. Foi um encontro maravilhoso, ao qual compareceram também os filhos de equ pistas. Pe. Albertou abriu o encontro com uma meditação. Em seguida, co-participação sobre os campos de apostolado visando a família, agora com largos horizontes, tendo em vista a implantação do E. C. C."

CURITIBA -

Casais falam aos seminaristas

A convite de seu Conselheiro Espiritual, dois casais da Equipe 5 levaram sua mensagem de leigos casados aos seminaristas durante a missa dominical na Igreja Na. Sra. da Salete, por ocasião da visita que fazem, anualmente, os seminaristas a esse santuário mariano. Contam Nilda e Rodolpho: "Falou inicialmente a mãe e, com grande naturalidade e inspiração, traduziu seus sentimentos ao ver aqueles jovens tão compenetrados irem ao encontro de Deus. Realçou a importante partic;pação do padre no mundo de hoje, sobretudo num país como o nosso, de grande extensão e dotado de uma imensa população permanente desassistida espiritualmente. Rodolpho, por sua vez, disse que, daquele momento em diante, iriam rezar por eles e que já começavam a fazê-lo naquele instante, na presença dEle. Sentimos então que todos passaram a rezar conosco, pedindo a Deus para orientá-los e encaminhá-los de acordo com suas reais potencialidades.

NOVA FRIBURGO- Coordenação

Com Missa em ação de graças, foi instalada, no dia 12 de maio, a Coordenação de Friburgo. Na presença das 4 equipes da cidade e de alguns equipistas do Rio, representando outros Setores, Mary Nize e Sérgio, Responsáveis Regiona·s, empossaram Teima e Dario, da Equipe 1, como Responsáveis pela Coordenação. A Santa Missa foi celebrada pelos Padres Aluísio 1\jeno e Antonio Monguti Barqueiro, que transmitiram uma mensagem çio Bispo diocesano, D. Clemente Isnard, dando seu apo;o às ENS, afirmando considerá-las um "movimento muito necessário nos dias de hoje".

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RIO DE JANEIRO -

Dia de estudos sobre Puebla (Noticia enviada pela Dalsy>

Realizou-se, no Colégio Santa Marcelina, um dia de estudos sobre o tema "Pu.ebLa, a famíLia, as ENS", apresentado por Dom Estevão Bittencourt, osb. Enquanto Dom Estevão apresentou a v1são da Igreja sobre o Documento de Puebla, Maria Alacoque e Roberto, da Equipe 29, colocaram-no sob a perspect.va da família e das Equipes. Compareceram 65 casais e 80 crianças. O dia iniciou-se com a Santa Missa, participada por pais e filhos. A Coordenação de Pe. Miguel respondeu ao convite com sua presença maciça, apesar de os equ.pistas precisarem levantar às 5 horas da manhã e tomar dois ônibus até o Alto da Boa Vista. Testemunho de disponibilidade e interesse, para nós, aqueles que encontramos dificuldade em tudo ... Fato interessante: a circular-convite não fazia menção do valor da taxa de inscrição, mas de.xava-se a contribuição a critério de cada um, "pois, quando se procura o Reino de Deus, tudo o mais virá por acréscimo" - e o total arrecadado nos envelopes cobriu, centavo por centavo, o montante das despesas!

BRASíLIA -

Idem

Bem concorrido e aproveitado o Dia de Estudos sobre "As concLusões de Pu.ebLa". A parte referente à Pastoral da Família na América Latina, em particular, atraiu a atenção de todos, conscientizando-os da necessidade de participar ativamente da programação e da execução da pastoral que a Igreja, no cumprimento de sua missão evangelizadora, realiza. No final, Missa concelebrada pelos palestristas, Pe. Raimundo José e Pe. João Bosco, juntamente com Mons. Damasceno e Frei J amaria. Ponto alto dessa celebração eucarística, a posse dos casais responsáveis pelos dois Setores de Brasília, Bessye e Plínio e Elza Maria e Renato, com as palavras de Mar,a Alice e Adelson, Casal Regional, salientando o caráter de amor e de serviço de que se reveste a missão dos novos Responsáveis. Peregrinação

Como todos os anos, as Equipes de Brasília promoveram, no dia 1.0 de maio, a já tradicional peregrinação de abertura do -25-


mês de Maria. D. José Newton, Arcebispo de Brasília, compareceu e saudou a todos na saída da peregrinação. As orações e cânticos durante o trajeto foram tempos fortes de oração e louvor a Maria, culminando com a Santa Missa, concelebrada por D. Avila, Mons. Damasceno, Mons. Ferreira, Frei J amaria e Pe. Raimundo José.

CASA BRANCA-AGUAí -

Tarde de Reflexão

Trinta casais participaram da tarde de reflexão organizada pela Coordenação. A primeira palestra, dada pelo Pe. Florentino, "As dez maneiras de bem viver de um casal cristão" agradou a todos, tanto pelo seu conteúdo, como pela maneira simples e objetiva com que foi dada. Atendendo ao convite da Coordenação, Maria Helena e Zarif deram a segunda palestra, que versou sobre o procedimento do casal equipista. Marisa e Gustavo, por sua vez, depois de darem alguns avisos, se confessaram frustrados em sua missão de Responsáveis Regionais, po ·s, desde o início de sua gestão, apenas 2 equipes novas surgiram na Coordenação. . . Alegraram-se com a promessa de se levar o Movimento às cidades vizinhas, como Itobi, Mococa, Vargem Grande do Sul (terra natal do Zarif) . Finalizando, a Missa celebrada pelo Pe. "Fio", com belos cânticos, alguns em solo na linda voz da Marisa.

BLUMENAU -

Inter-equipes

As onze equipes do recém-instalado Setor reun' ram-se, na primeira quinzena de abril, numa movimentada "inter-equipes". ((Preserve o que é de todos", tema da Campanha da Fraternidade, foi apresentado pelo Conselheiro Espiritual, Frei Augusto Konig, através de audio-visual, complementado por ótimos esclarecimentos. Excelente foi a participação de todos os grupos de trabalho, concluindo que a missão ecológica é também missão da Igreja, assim como a conscientização do povo para combater a miséria, a má distribu' ção da renda e a poluição. Assim procedendo, este mesmo povo terá melhores condições para conhecer, servir e amar a Deus, seu fim único, enquanto estiver neste mundo. -26-


PETRóPOLIS -

O "Dia"

O Setor resolveu criar uma nova forma de integração das equipes entre si e de aprofundamento na mística do Movimento- o Dia de Integração e Aprofundamento. O "DIA", que reune as equipes do Setor duas a duas, consta de palestras de três casais e do Conselheiro Espiritual do Setor, de sociodrama e de reunião de equipe. A receptividade à iniciativa do Setor foi enorme e as equipes que partic 'param ficaram entusiasmadas com o "DIA", que, segundo os prime'ros comentários, é realizado num clima de intensa alegria. Recomendação de uma das primeiras equipes que fizeram a experiência às outras que ainda estavam por participar: "curtam bastante e com antecipação este DIA". -

Conselho do Setor

órgão de consulta, instituído em Petrópolis há cerca de seis anos, e reformado por quatro casais escolhidos pelo Responsável de Setor entre os que constituíam sua equipe. O atual Setor deliberou formar seu Conselho com os antigos Casais Responsáveis de Setor, com o objetivo de enriquecer-se com a experiência eo o aconselhamento de Stella e Tarquínio, Elf:e e Dragan e Lilian e João. -

Benvindo, nosso correspondente!

Lemos com satisfação no Boletim que o Setor convidou o casal Regina e Rui, da Equipe 5, para serem os correspondentes em Petrópolis da Carta Mensal. Agradecemos e já estamos esperando as notícias - que certamente hão de ser muitas, vindas de tão dinâmico Setor. -Várias

O Boletim está de roupagem nova, agora impresso e bonitinho mesmo. Parabéns, inclusive, pela "publicidade-equipista", muito bem "bolada" - não é tão fácil! As noites de oração, realizadas uma vez por mês, ago.r a constam também, além de uma paraliturgia, de pequena palestra proferida por um dos Conselheiros Espirituais. Foi lançada a primeira Equipe de viúvas res detalhes. -27-

aguardamos maio-


-

Padrinhos "espirituais"

Cont& a Equipe 14 que, além de ter "renovado o contrato" para a coordenação do curso de noivos na Paróquia da Catedral, seus casais, junto com os da Equipe 10, foram escolhidos para "padrinhos espirituais" de uma das paróquias da Baixada Fluminense. "Muita oração tem-nos sido solicitada, com garantias de que, no futuro, de padrinhos espirituais, estaremos convocados para mais essa frente de trabalho ... " DEUS CHAMOU A SI Neguinha

Da Equipe 4 de Bauru- No dia 7 de maio. Escrevem Olanda e Nadir: "Adélia de Oliveira Santos. Poucos a conheciam por esse nome, todos a chamavam por "Neguinha", a exemplo do Rodrigues que, numa encantadora simplicidade, assim a apresentava, até mesmo nas rodas sociais que também frequentavam , e para onde levavam grandes testemunhos de espiritualidade cristã. Neguinha amava profundamente a vida, porque gostava de todas as criaturas de Deus e sabia que tinha muito para dar. Gravemente enferma, com o co-ração enfraquecido, ainda assim encontrava forças para lutar pela vida. E lutou bravamente, até sentir que não lhe seria mais possível continuar. Então, mais uma vez, desejou manifestar seu amor pelas pessoas: valendo-se de seus últimos dias de vida, escreveu para cada um dos seus irmãos de equipe uma mensagem de despedida e de esperança. Era o canto do cisne! Em seguida, partiu para o encontro com o Pai". FORMAÇÃO DE PILOTOS E LIGAÇõES EM BLUMENAU

Com a presença dos casais palestrantes Hélene e Peter, da ECIR, Elfie e Dragan, de Petrópolis, Maringá e Penha, de São Paulo, e do Pe. Nelson, de Brusque, e sob a coordenação de Edy e Adherbal, da ECIR, realizou-se o Encontro de Formação com a participação de 30 casais dos Setores de Brusque e Blumenau. Bem oportunos e de grande utilidade os temas apresentados: O serviço, As etapas da vida de uma equipe, A nova pedagogia e Os Anos de Aprofundamento. De grande proveito os debates e os testemunhos apresentados através dos grupos de trabalho. A liturgia do encontro muito contribuiu para manter o espírito de recolhimento e a seriedade com que se desenvolveram oo trabalhos. -28-


UJ.

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Estão de parabéns as equipes de serviço e da secretaria, que não mediram esforços para que nada faltasse, contribuindo, desta feita, para um grande aproveitamento por parte de todos os participantes do Encontro. Nota da Redação: Este foi um dos mação de Casais Pilotos e de Ligação maio e junho nas diversas Regiões (e o mos relato até a hora de irmos para o

11 Encontros de Fororganizados em abril, único do qual recebeprelo .. . ) .

SESSAO DE FORMAÇAO DE JUIZ DE FORA

Durante três dias, 39 casais, assessorados por oito sacerdotes, viveram a experiência da comunidade fraterna: 24 casais participantes, de Juiz de Fora, Belo Hor:zonte, Valença, Petrópolis e Rio de Janeiro, unidos à equipe de serviço, sob a responsabilidade de Dirce e Rubens, coordenação de Maria Alice e Adelson e assistência espiritual de Frei Orlando Bernardi, encontraram-se no Seminário da Floresta, so-b o olhar do Senhor Jesus, e lá puderam conhecê-lO e conhecer-se com mais profundidade. Segundo as avaliações, impressionou a total integração entre todos, quer participantes, quer membros da equipe de serviço, que cumpriu sua missão sem alarde, como querem fazer as ENS no mundo em que vivemos, comungando e servindo na grande Igreja. Para esse ambiente, que em tudo fez lembrar as primeiras comunidades cristãs, colaborou a atuação do Pe. Edmundo, Conselheiro Espiritual do Setor de Juiz de Fora, e de Maria Cleusa e Agildo, da Equipe 9, que prepararam com muito carinho a belíssima liturgia. Aparecida e Zinho, dois jovens, ambos solteiros, responsáveis pelo canto e pela música, perfeitamente integrados na comunidade, mereceram aplausos e efusivos agradecimento-s por parte de todos. Encerrou-se a Sessão com a celebração da Santa Missa, presidida por D. Juvenal Roriz, Arcebispo de Juiz de Fora, no dia 27 de maio, Festa de Ascenção do Senhor. O êxito do encontro deveu-se, certamente, em grande parte, à corrente de orações que os equipistas de Juiz de Fora estabeleceram, dentro e fora da Sessão, revezando-se de quinze em quinze minutos, das 14 h do dia 24, às 17h30 do dia 27.

Astrid e Ribeiro, pela Equipe de Setor de Juiz de Fora

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UM INSTITUTO DA FAMíLIA EM FLORIANóPOLIS

A Arquidiocese de Florianópolis promoveu, em fins de 1978, um encontro visando estabelecer seu Plano de Trabalho para 1979. Da relação de campos prioritários de atuação, o da Família foi escolhido com maior número de votos. A preocupação de D. Afonso Niehues pela Pastoral Familiar em sua diocese concretizou-se, em maio passado, com a fundação do Instituto da Família da Arquidiocese de Florianópolis. A entidade, que tem uma diretoria composta de casais e um sacerdote como seu d ;retor espiritual, pretende promover estudos e cursos sobre problemas relacionados com a instituição da Família; ao mesmo tempo, irá elaborar, coordenar e executar a Pastoral Familiar da Arquidiocese. Semana da Família, Centro de Aconselhamento Conjugal, Cursos de Preparação ao Casamento, integração com movimentos familiares, com movimentos de jovens, cursos e seminár'os sobre a Família, espiritualidade conjugal, entre outras, serão as diversas áreas a serem atingidas pelos Departamentos do Instituto, órgãos responsáveis pela execução do seu plano de trabalho. O Instituto da Família da Arauidiocese de Florianópolis deseja estabelecer contatos com órgãos semelhantes, encarregados da Pastoral Familiar em outras dioceses brasileiras.

Os equipistas que quiserem entrar em contato com o Instituto poderão escrever para Dilma e Miguel Oroflno, da Equipe 1, que são o Casal Presidente do Instituto. lt uma alegria para o Movimento constatar que os equipistas de Florianópolis continuam, como vêm fazendo há mais de vinte anos, na linha de frente do apostolado. Endereço do Instituto: Instituto da Família da Arquidiocese de Florianópolis Centro Arquidiocesano de Pastoral Largo São Sebastião, s/n - Fone: 22-64'71 (DDD 0482) 88.000 - FLORIANóPOLIS, S . C.

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...

PRESTAR TESTEMUNHO

TEXTO DE MEDITAÇAO -

Lumen Gentium, X

O Cristo Senhor, sumo sacerdote escolhido entre os homens, fez do povo novo "um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai". Os batizados, com efeito, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados para formarem um templo espiritual e um sacerdóc 'o santo, de modo a oferecer, por meio das atividades do cristão, sacrifícios espirituais, "proclamando as maravilhas daquele que, das trevas, os chamou à sua luz admirável". Eis porque todos os discípulos do Cristo, perseverando na oração e no louvor a Deus, devem oferecer-se como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus, prestar ao Cristo o seu testemunho por toda a face da terra, e, sempre que inquir' dos, dar as razões da esperança da vida eterna que neles habita.

ORAÇAO PELAS VOCAÇõES -

Paulo VI

Senhor, pelo batismo Vós nos chamastes à santidade e à cooperacão generosa na salvação do mundo. Na roesse, que é tão grande, auxiliai-no·s a corresponder à nossa missão de roem bros do povo de Deus. Qualquer que seja o chamado, que cada um de nós seja outro Cristo no meio dos homens. 6 Senhor, por intercessão de Maria, Mãe da Igreja, concedei-nc·s o dom misericord' oso de muitas e santas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias <ie que a Igreja necessita. Amém.

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EQU I PES DE NOSSA SENHORA Movimento de casa is por uma espiritualidade conjugal e familiar

R e visão, Publicação e Distribuição p ela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO, SP

Te!.: 34-8833


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