ENS - Carta Mensal 1980-8 - Novembro

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1980 Novembro

Da servidão ao serviço Unidade entre oração e ação, base de toda renovação espiritual . . . . . . A ECIR conversa com vocês ......... . ..... .

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" Vem, Senhor Jesus! " . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A catequese na família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Meditação sobre a esperança . . . . . . . . . . . . . . .

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"Não quero ser santa ... " . .. .. . .. .. .. .. .. ..

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Um pouco da história do povo da Bíblia

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Ouvidos de ouvir .. .. .. .. .. .. ..

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Notícias do M.F.C. . . . . .. .. .. .. . . .. .. .. . . .. ..

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1. 0 EACRE para equipes em anos de aprofundamento

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Criado o "SELA" .. .. Notícias dos Setores Quanto a vocês ...

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EDITORIAL

DA SERVIDÃO AO SERVIÇO

A vocação evangelizadora dos nossos casais não pode conceber-se e realizar-se senão à luz da liberdade cristã. "Ponham-se, por amor, ao serviço uns dos outros" (Ga 5, 13). Paulo nos convida a nos fazermos servos uns dos outros. "Livre em relação a todos, de todos me fiz escravo", confessará ele aos Coríntios (1 Cor 9, 19). Mas por amor! É aí que está toda a diferença entre uma servidão suportada, que oprime e humilha, e um serviço oferecido, fruto do amor e soberana liberdade. O Libertador fez-se ele mesmo o Servo. Qualquer serviço, se corresponder a uma expectativa, se acudir a uma necessidade, se livrar da fome, da sede, do isolamento, já é libertador. E, prestando-o aos nossos irmãos, é a Cristo que o prestamos (Mt 25, 40). Mas nós ansiamos por fazer partilhar também os nossos irmãos de uma liberdade mais alta e mais profunda. Sem prejuízo da ação imediatamente necessária em benefício dos mais oprimidos, há razão para desenvolver também toda uma atividade de exemplo contagioso e de palavra libertadora. A família, especialmente, incumbe uma função libertadora. Longe de ser um gueto, um refúgio, uma torre de marfim, a família cristã tem por vocação ser um lugar de desenvolvimento, de integração afetiva e social, de serviço da vida humana. Tem por função elaborar a textura de uma verdadeira comunidade humana. Célula da sociedade e célula da Igreja, importa que ela seja, como hoje se diz, um "espaço de liberdade": não um local em que cada qual, anarquicamente, faz o que quer; mas um lugar em que ninguém domina ninguém, onde ninguém pretende a posse de ninguém. . . Este exemplo de relacionamento livre e confiante, com a alegria que dele resulta, será forçosamente contagioso. É necessário acompanhá-lo do testemunho da palavra. Vocês têm todos os requisitos para testemunhar. Porque vivem

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muito, têm muito a dizer. Porque o amor de forma alguma está fadado a diminuir, mas antes a aprofundar-se. Porque, para aqueles que amam a Deus, tudo, mesmo as provações, acaba por ser proveitoso. Porque o Senhor concede sempre a força de dar a caminhada ou o passo que hoje é necessário. Porque sua serenidade repousa, simultaneamente, na ação de graças pelo passado e na esperança no futuro. Se não mostram e não dizem ao mundo a qualidade de sua libertação, como é que o mundo poderá reconhecer, aceitar, amar o seu Libertador? Uma palavra livre. Muitas vezes o Novo Testamento recorda esta característica do cristão: a faculdade de tudo dizer com confiança e audácia. Esta segurança, que se funda na fé (1 Tim 3, 13), que acompanha a esperança (2 Cor 3, 12), que se enraiza no amor (1 Jo 4, 17), é necessária ao apóstolo que quer "anunciar corajosamente o mistério do Evangelho" (Ef 6, 19). É um dom divino, certamente, mas que nós não devemos deixar debaixo do alqueire. Este falar desassombrado exerçam-no, pratiquem-no antes de mais nada um em relação ao outro no diálogo conjugal, no dever de sentar-se: ao aprenderem de que tato ele deve ser acompanhado - o tato que procede de um amor verdadeiro e delicado - aprenderão a abolir o medo, na preocupação em que estão de juntos atingirem a verdade e deixarem o Espírito Santo exprimi-la em vocês e pelo seu intermédio. De forma que reside aí, ao mesmo tempo, um dos pilares da sua espiritualidade conjugal e uma das molas do seu testemunho apostólico. Em conclusão. Uma liberdade em que podemos confiar, porque nos vem de Deus e nos abre a Deus. Uma liberdade que na vida vamos procurando aprofundar, através das fraquezas da nossa natureza .e das vitórias da graça. Uma liberdade da qual, por amor, ansiamos fazer partilhar nossos irmãos. Aí se opera a passagem da servidão ao serviço. Aí se encontram e se confortam a certeza da fé e a aventura da vida.

Roger Tandonnet, s.j.

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A PALAVRA DO PAPA

UNIDADE ENTRE ORAÇÃO E AÇÃO, BASE DE TODA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL

Alocução do Santo Padre aos participantes do Encontro dos Movimentes Leigos de Espiritualidade promovido pelo Conselho Pontifício para oo Leigos. As Equipes de Nossa Senhora estavam representadas nesse Encontro pelos nossos amigos portugueses Sofia e Carlos G1ijó .

O vosso encontro reveste-se de particular importância para a Igreja, porque a "renovação espiritual", de que sois um sinal fecundo entre tantas outras experiências eclesiais, é o fundamento e a força viva da comunhão da Igreja e da sua obra evangelizadora. Todos vós, através das diferentes espiritualidades que vos animam e que constituem rico patrimônio espiritual para a Igreja e a humanidade, procurais viver uma vida autenticamente cristã - portanto evangélica -, estando, como leigos e como cristãos, "no mundo" (Jo. 17,11), sem ser do "mundo" (Jo. 17,14). Para vós, leigos, esta vida apostólica exige uma abertura efetiva aos vossos diversos ambientes, a fim de fazer penetrar neles o "fermento" evangélico. Compreende múltiplas atividades e responsabilidades, que devem ser assumidas em todos os setores da existência humana: familiar, profissional, social, cultural e político. É assumindo estas responsabilidades, com competência e em profunda união com Deus, que respondereis à vossa vocação de leigos e de cristãos: que vos santificareis e santificareis o mundo. Permanecer unidos a Deus no cumprimento das tarefas que vos dizem respeito é uma necessidade vital para testemunhar o seu Amor. E só uma vida sacramental e uma vida de oração poderão fazer crescer esta intimidade com o Senhor.

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Dedicar algum tempo à oração, e alimentar a oração e as atividades com o estudo bíblico, teológico e doutrinai; viver de Cristo e da sua graça através de uma freqüência assídua aos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia - eis aqui as exigências fundamentais de toda vida profundamente cristã. Deste modo, o Espírito será, ao mesmo tempo, a fonte da vossa ação e da vossa contemplação que, assim, se interpenetrarão, se apoiarão uma sobre a outra e darão frutos abundantes. Esta unidade profunda entre oração e ação é a base de toda renovação espiritual, especialmente entre os leigos. É ela a base dos grandes empreendimentos de evangelização e de construção do mundo segundo o plano de Deus. Deve ser ela a soerguer a vida dos vossos movimentos e os seus meios de formação com vista à evangelização. Ela deve ser também vivida em Igreja, porque não diz respeito aos indivíduos e aos movimentos isolados, cuja autonomia espiritual e doutrinai não pode levar senão ao sectarismo e à frustração. Ela é, pelo contrário, uma expressão da união de Cristo e da Igreja. É por isso que não se deve perder de vista que cada um dos vossos movimentos é uma célula viva da Igreja, e que todos os membros, para desempenharem a sua missão, têm necessidade de estar ligados ao corpo de Cristo, e têm necessidade uns dos outros (1 Cor. 12, 12-27). As vossas inspirações e os vossos objetivos são diferentes, mas complementares. Nenhum movimento pode excluir os outros, nem bastar-se a si mesmo, nem representar a única via de renovação, sem correr o risco de perder a sua seiva, de secar e de faltar à sua missão.

Encorajo-vos, pois, no termo deste encontro, a viverdes entre vós esta comunhão eclesial para poderdes depois, guiados pelos vossos pastores, trabalhar na missão comum, com todos aqueles que vivem outras experiências de vida eclesial. A Igreja tem necessidade de vós para fazer redescobrir ao mundo o primado dos valores espirituais; para responder às mais profundas interrogações da alma humana, que não podem ser postas de parte, para abrir novas perspectivas, cheias de esperança, nos domínios sociais e ideológicos, mergulhados na crise do secularismo; para destruir os diversos ídolos do poder, da riqueza e do prazer; para reencontrar, purificar e reforçar, através da revelação da Boa Nova da Salvação, a sabedoria humana e religiosa dos povos; para restabelecer a suprema dignidade do homem e de todos os homens pelo reconhecimento da Paternidade divina, fundamento da nossa origem comum e da verdadeira fraternidade que exclui, radicalmente, toda a forma de escravidão e de opressão, bem

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como pelo reconhecimento do domínio do homem sobre a criação em vista de um mundo mais humano. Temos a certeza de que "a criação aguarda ansiosa a revelação dos filhos de Deus. . . gemendo e sofrendo as dores de parto" (Rom. 8, 19, 22) e que ela aspira também "ao novo céu e à nova terra" (Apoc. 21, 1) que nos serão dados por Deus ao estabelecer é! sua morada definitiva. Pedindo ao Espírito Santo, em união com Cristo ressuscitado e com a Virgem do Pentecostes, que vos guie na busca de formas de vida espiritual adaptadas aos leigos de hoje, no respeito das diversas espiritualidades, concedo-vos, de todo o coração, bem como a todos os membros dos vossos movimentos e aos sacerdotes que vos acompanham, a minha Bênção Apostólica.

<18 de abril de 1980)

:S: a vida fora do templo que nos revela a autenticidade de quem frequenta o templo. João Mobana

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A ECIR CONVERSA COM VOCeS

Caros amigos, Ao escrever-lhes, temos diante de nós a ficha de avaliação de um casal que participou de um de nossos EACREs. Estava totalmente desnorteado, não só espiritualmente como também materialmente: no dia anterior, o marido tinha sido demitido da empresa onde trabalhava. "Na parte da manhã do sábado, senti algo diferente, alguma coisa me dizia para deixar tudo nas mãos de D eus" - escreve ele. No momento em que os equipistas se propõem a viver a terceira orientação do Movimento: "É o Espírito de vosso Pai que falará em vós" (Mt. 10, 20), vemos no testemunho acima a condição fundamental para que o Espírito fale em nós: é preciso dar espaço, esvaziar-nos um pouco para que Ele tenha a sua vez. Não importam as provações, as inquietudes, os obstáculos. O importante é essa firme entrega a Ele. João Paulo II, na alocução aos representantes dos Movimentos leigos da espiritualidade, afirma: "Deste modo, o Espírito será ao mesmo tempo a· fonte da vossa ação e da vossa contemplação . .. Esta unidade profunda entre oração e ação é a base de toda renovação espiritual, especialmente entre os leigos." Percebemos então que responderemos a nossa vocação de leigos casados assumindo as nossas responsabilidades, com competência e em profunda união com Deus. Há algum tempo, vêm nos preocupando as notícias que se referem, aqui e acolá, a casais acomodados, insensíveis aos problemas dos outros e que se iludem cultivando uma pseudo-espiritualidade desencarnada. Vemos aí um gravíssimo s:ntoma, pois corremos o r isco do pecado da omissão, sem que disso nos apercebamos, escudados numa boa consciência.

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Nós temos as armas necessárias para combater essa espécie de farisaísmo e as encontramos no interior da própria equipe. É lá, onde as pessoas se conhecem, que podemos encontrar, na justa dosagem, o remédio contra esse mal da insensibilidade, da indiferença, do comodismo, da instalação. É preciso que todos os nossos casais despertem para suas responsabilidades e pensamos que durante as reuniões de equipe é o tempo de ouro para que exerçamos, de dentro, a necessária correção fraterna, o auxílio mútuo, em relação àqueles que, esquecidos de que os talentos têm que render, de que ''é indecente que alguns esbangem o que falta à mesa dos demais, de que é impossível ser feliz vendo uma multidão de irmãos carentes" (homilia aos jovens em Belo Horizonte) , precisam ser despertados.

Nesses tempos fortes do Espírito Santo, que cada equipe, de vez em quando, confronte a vida que cada um está vivendo com o ideal proposto nas orientações de vida do documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora": que dêem testemunho con· creto do amor de Cristo, em especial por um ou vários compromissos com a Igreja ou com o mundo. Assim, nosso Movimento poderá ser, realmente, de gente ativa.

Dirce e Rubens

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"VEM, SENHOR JESUS!"

O Cristo apresenta-se como aquele que vem em nome do Pai. Sua vinda tem vários sentidos. Primeiro, Cristo é aquele que veio, é Deus que veio a nós, é o gesto de Deus em direção ao homem - e isto é o objeto de nossa fé. Mas é também aquele que v1ra, pois é nEle que todas as coisas encontram sua realização. O mundo inteiro está à espera ... Seria preciso que, ao dizer: "Vem, Senhor Jesus!", nossa oração assumisse toda a esperança, todos os sofrimentos da humanidade à nossa volta. Cristo é aquele que não cessa de vir. Sua vinda é para cada um de nós uma realidade atual: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouve a minha voz e abre a porta, entrarei e cearei com ele, eu com ele e ele comigo." Se deixarmos entrar o Cristo, Ele nos fará participar de seus dons: tem uma palavra para cada um de nós. Cristo está permanentemente nos solicitando, pela sua graça, de dentro de nosso próprio coração. Por isso pede que estejamos atentos à sua Vinda, que abramos a porta de nossas almas. Ele é sempre Aquele que vem: "O Alfa e o Omega, o Primeiro e o último, o Princípio e o Fim". É a meta para a qual tendemos, é o fim último de todas as coisas. Algo já começou que nunca terminará: a nossa transformação em Cristo: devemos deixar-nos amoldar por Ele ...

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Devemos ter sede, abrir-nos a Deus para deixar que jorre no fundo de nossa alma esta sede de graça que só Deus saciará: "Quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede." Esta palavra é dirigida ,a todos, sem exceção, nem condição prévia - qualquer que seja nossa mediocridade, nossa falta de sensibilidade espiritual, basta crer no amor, crer que tudo é possível sempre, que nada é irrevogável. A graça de Deus tudo pode curar, tudo pode salvar. Voltar para Deus é sempre um começo absoluto, pois o poder de Deus é sem limites. "Aquele que escuta, diga: Vem! E o homem sedento que se achegue, o homem de desejo receba a água viva!" Digamos nós também: "Amém", abrindo nossos corações ao que o Cristo quer realizar em nós e por nós, para que jorre no fundo do nosso coração esta fonte inesgotável de vida e de amor.

Jean Daniélou

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A CATEQUESE NA FAMíLIA

A ação catequética na família tem um caráter particular e, num certo sentido, insubstituível, posto em evidência justificadamente pela Igreja, de modo especial pelo II Concílio do Vaticano. Esta educação para a fé feita pelos pais a qual deve começar desde a mais tenra idade das crianças - já se realiza quando os membros de uma determinada família se ajudam uns aos outros a crescer na fé, graças ao próprio testemunho de vida cristã, muitas vezes silencioso, mas perseverante, no desenrolar-se de uma vida de todos os dias vivida segundo o Evangelho. Ela tornar-se-á mais marcante quando, ao ritmo dos acontecimentos familiares - como, por exemplo, a recepção dos Sacramentos, a celebração de grandes festas litúr gicas, o nascimento de um filho, um luto - se tiver o cuidado de explicitar em família o conteúdo cristão ou religioso de tais acontecimentos. Importa, porém, ir ainda mais longe: os pais cristãos hão de esforçar-se por prosseguir e por retomar no ambiente familiar a formação mais metódica que é recebida noutras partes. O fato de determinadas verdades sobre os principais problemas da fé e da vida cristã serem retomadas num quadro familiar, impregnado de amor e de respeito, facultará muitas vezes que elas marquem as crianças de maneira decisiva e para a vida toda. E os próprios pais se beneficiarão do esforço que isso lhes impõe, porque nesse diálogo catequético cada um recebe e dá alguma coisa. A catequese familiar, portanto, precede, acompanha e enriquece todas as outras formas de catequese. Por outro lado, naquelas partes onde uma legislação anti-religiosa pretende impedir a educação para a fé, e onde uma incredulidade difundida ou um secularismo avassalador tornam praticamente impossível um verdadeiro crescimento religioso, então a família , essa "como que Igreja doméstica", acaba por ser -10-


o único meio onde as crianças e os jovens poderão receber uma autêntica catequese. Sendo assim, para os pais cristãos nunca serão demais os esforços que fizerem a fim de se prepararem para este mistério de catequistas dos seus próprios filhos e para o exercitarem com um zelo infatigável. E nesta linha é preciso igualmente encorajar as pessoas ou as instituições que, mediante contatos individuais, encontros ou reuniões e fazendo recurso a toda espécie de meios pedagógicos, ajudam esses pais a cumprirem a sua missão: eles prestam à catequese um serviço inestimável.

(Catechesi Tradendae -

no nooso tempo" -

"A catequese

n9 68)

O tema do Sínodo, "As tarefas da família cristã no mundo contemporâneo", dirige a nossa atenção para todas as famílias que vivem no mundo de hoje, para as famílias às quais a Igreja é enviada e através das quais ela deseja realizar a sua missão. Pensamos nas grandes tarefas da família, ligadas à tr·ansmissão da vida e à grande obra da educação do homem novo. Pensaimos nas alegrias, mas também nas fadigas deste amor sobre o qual se constrói a vida dos cônjuges e das famílias. Pensamos t.a mbém nos sofrimentos, nas crises, nos dramas que às vezes acompanham a vida familiar. Mediante o trabalho do Sínodo dos Bispos, nós desejamos entrar no âmbito de tudo isto com todo o respeito, mas igualmente com a fé e o amor com os quais a Igreja rodeia a família cristã, construída sobre a base do sacramento do matrimônio.

JOÃO PAULO II -11-


MEDITAÇÃO SOBRE A ESPERANÇA

Muitas amor, mas vida cristã. um paraíso

vezes falamos da fé, continuamente insistimos no a esperança, em geral, pouco lugar tem em nossa Confiamos antes na força do homem e aguardamos terrestre ...

É bom lembrar Abraão que, "contra toda esperança, creu na esperança de que havia de ser pai de muitas nações, consoante o que lhe fora dito" (Rm 4, 18). Humanamente não mais podia esperar que viesse a ter descendência; mas se Deus lhe prometera, por que não guardar a sua confiança imperturbada?

Tobias teve que lutar contra seu ambiente mais próximo para viver a verdadeira esperança. Ao perder quase tudo, ao ser privado da vista, quanto não lhe deviam doer as palavras de sua mulher: "Onde está tua esperança, pela qual davas esmolas e sepultavas os mortos? . .. Tuas esperanças são vãs" (Tob 2, 16 ss). Aparentemente sua mulher tinha razão. Deus não o socorreu segundo as regras do bom senso. Ele porém sabia, pela fé, que ós caminhos de Deus são diferentes dos nossos; que Ele não aban=dona o seu povo com o qual fez aliança porque Ele é Deus, nosso Pai. E a esperança de José? Como podia compreender o mistério de Deus? Teve, porém, a melhor intenção, a mais correta atitude possível para resolver o problema surgido. Por isso Deus o socorreu com uma inspiração especial: "Não temas acolher Maria ... pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo". Jesus é que "salvará o povo dos seus pecados" (Mt 1, 20-21), confirmando a fidelidade de Deus para com a humanidade. Cristo proclamou na montanha as bem-aventuranças, o hino da esperança. Quem experimentou o amor de Deus derramado em Cristo será capaz de renunciar a toda riqueza ilusória, confiará não nas armas, mas na vitória da mansidão, e ficará alegre -12-


quando insultado e perseguido, porque mereceu ser associado ao Cristo no caminho da salvação. . . (Mt 5). O mundo está cheio de angústias, de temores, de ameaças de guerra, ao mesmo tempo que "a criação inteira... geme e sente dores de parto. . . E não só ela, como também nós, que temos as primícias do Espírito . . . Porque em esperança estamos salvos . . . O Espírito vem auxiliar a nossa fraqueza, porque não sabemos pedir o que nos convém ... Ora, nós sabemos que Deus faz todas as coisas concorrerem para o bem dos que O amam, dos que, segundo seus desígnios, são chamados .. . Se Deus é por nós quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas antes O entregou por todos nós, como não nos há de dar, com Ele, todas as coisas?" (Rm 8, 22-32). Que o Espírito Santo nos dê sua graça, a ·verdadeira esperança. Que, crescendo nela, possamos irradiá-la no mundo que tanto dela precisa .

* * -- Viver na esperança é caminhar com Cristo. É viver a realidade de que por Ele fomos reconduzidos ao Pai; de que o Seu Espírito nos fortifica e ensina a direção para não errarmos o alvo; de que somos irmãos, membros do mesmo corpo, cuja plenitude só será revelada no encontro final e definitivo. -· A semelhança da criança que coloca sua mão na do seu pai, caminhamos confiantes, porque a certeza da fé encheu nosso coração? Esta alegria, esta paz fundamental inspira nossa vida familiar, nosso relacionamento com os filhos nos momentos alegres e nos instantes de sofrimento? Perdoai-nos, Senhor, se faltamos a esta esperança! Ajudai-nos para que possamos irradiar esta paz, fruto da verdadeira esperança dos que vivem sua vida guiados pelo Espírito Santo! -

Nós não temos nossa esperança só nesta vida. Estamos certos de que, unidos a Cristo, teremos a vida nEle para sempre. Quantas vezes, porém, acontece que esquecemos esta verdade fundamental da nossa fé e da nossa esperança. Quantas vezes deixamos de transmitir este consolo, no espírito da fé adulta,

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àqueles que perderam os que lhes eram caros. Ou talvez nós mesmos ficamos inconsoláveis. Perdoai-nos, Senhor, por nossa falta de esperança! Acendei a chama de vosso amor em nossos corações para que sempre nos lembremos de que, depois da cruz, vem a ressurreição! Um dos perigos da falsa esperança é viver como se a esperança do céu nos dispensasse de nos consagrarmos ao amor do próximo. No encontro final, Cristo nos perguntará se O descobrimos em nossos irmãos. Vã seria a nossa esperança se fosse só para esta vida; mas igualmente seria de pouca utilidade se o nosso próximo desesperasse ao sentir em nós a falta do amor, do espírito de sacrifício para expressá-la concretamente. Perdoai-nos, Senhor, se alguém desesperou por causa de nossas faltas. Renovai a nossa esperança e fazei que ela seja atuante. Que a maldade do mundo não nos desanime. Que, por preguiça ou comodismo, nunca nos desinteressemos pelos nossos irmãos!

(De

uma oolebração da Penitência da Região Rio de Janeiro)

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"NAO QUERO SER SANTA ... "

(Do Boletim de Marília)

No último mês de julho, estive alguns dias numa velha casa, a uns 70 km de Roma. Um lugar encantador, no meio das colinas e vales da campanha romana. Passei este tempo com um pequeno grupo de moças francesas, de férias. Um dia, na hora do almoço, uma delas, Marie-Pierre, 14 anos, lc·ura, inteligente e viva, me disse: -

Não quero ser santa . .. Por que você não quer ser santa?

- Todas as santas são religiosas. . . eu não quero ser religiosa ... - Marie-Pierre, você tem razão .. . em parte . . . pelo menos ... A afirmação de Marie-Pierre obriga-me a refletir com vocês. Quase todas as santas "canonizadas" são religiosas, mas nem todas. A primeira de todas as santas, Maria, não viveu numa clausura e era casada. Ao redor de Jesus e na Igreja primitiva, várias mulheres viviam como santas. Entre elas encontramos a convertida Maria Madalena. No calendário dos santos, há um bom número de mulheres casadas: Mônica, mãe de Agostinho; Francisca Romana; Isabel, Rainha de Portugal; Joana de França, repudiada pelo seu mar ido; Brígida, da Suécia, que teve 8 filhos, e muitas outras ... Entre os homens casados: S. Luís, rei de França, que no seu anel havia escrito estas palavras: "Deus, França, Margarida" (o nome de sua esposa) ; São Nicolau de Flüe, na Suíça, pai de 11

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filhos; Santo Tomás Moro, mártir, que da sua prisão escreveu uma admirável carta a sua filha Margareth. E houve (e há ainda hoje) tantos pais e mães que viveram (ou vivem) santamente o Evangelho. No passado, porém, o modelo de santidade era, talvez, limitado demais. Pensava-se facilme;.nte que a santidade encontrava-se somente nos mosteiros. Mas não podemos esquecer que, apesar dos preconceitos, a santidade era pregada para todos: há mais de três séculos, S. Francisco de Sales escreveu um livro inteiro para ensinar aos leigos como chegarem à santidade. Este livro tem como título: "Introdução à vida devota" (hoje diríamos à vida santa). "É um erro, até uma heresia, diz ele; exc.Zuir a santidade do quartel dos soldados, da oficina do operário, da corte dos príncipes, da casa dos cônjuges . .. " O Concílio foi categórico ao afirmar que todos os batizados são chamados à santidade e que os casados crescem no amor vivendo plenamente o sacramento do matrimônio e dedicando-se generosamente à educaçao dos filhos. Um dos grandes movimentos que marcou a Igreja do século XX foi, serh dúvida; a espiritualidade conjugal. Neste particular, o Cônego Caffarel ocupa um lugar de destaque. As Equipes de Nossa Senhora foram e são um laboratório e uma escola de espiritualidade conjugal e familiar. A semente foi jogada. Cada um de vocês é chamado. Venham agora os casais santos.

Pe. Alberto Boissinot (Que, de Roma, não esquece as Equipes!)

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UM POUCO DA HISTóRIA DO POVO DA BIBLIA (111}

Época dos Reis Durante os quatrocentos e trinta anos em que os hebreus permaneceram no Egito, sua terra foi ocupada por outros povos: filisteus, amoritas, moabitas. Quando voltaram, os israelitas eram não só em número inferior, como também inexperientes em guerras e, além disso, formavam um povo desunido, dividido que estavam em 12 tribos, conforme descendessem dos 12 filhos de Jacó. Governando-se a si próprias, essas tribos só se uniam quando surgia um perigo. O povo, então, escolhia um juiz, chefe militar e político. Com o passar do tempo, lá pelo ano 1.000 A.C., os israelitas, tendo que enfrentar perigos externos, instituíram o regime monárquico, centralizando o poder. O primeiro rei foi Saul; seu sucessor: Davi, que reconquistou a Palestina vencendo os filisteus e o gigante Golias e escolhendo Jerusalém como capital. Sucedeu-lhe o filho, Salomão, grande administrador e hábil diplomata, que construiu em sete anos o Templo de Jerusalém, de incomparável esplendor, e em cujo santuário, a que chamavam Santo dos Santos, os judéus guardavam a Arca da Aliança contendo as Tábuas da Lei. O rei Salomão, por influência de mulheres estrangeiras, levou Israel à beira da idolatria e, após sua morte, houve um cisma nacional, em virtude de desigualdades sociais, rivalidades entre as tribos e pesados tributos e impostos. A nação ficou então dividida em dois reinos: O reino de Israel, formado pelas dez tribos que moravam na Galiléia; comercialmente mais desenvolvido, abandonou as tradições hebraicas; no ano 722 A.C., foi destruído pelos assírios, que tomaram Samaria, a capital, e deportaram para Nínive as elites de suas dez tribos. O reino de Judá, formado pelas duas tribos do sul, mais agrícola e pastoril, apoiou o legítimo sucessor de Salomão; no ano 586 A.C., sua capital, Jerusalém, e o Templo foram destruídos pelos caldeus, durante o reinado de Nabucodonosor, e grande parte de seus habitantes foi exilada para a Babilônia.

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Em todos os tempos da história de Israel, apareciam profetas. Durante o período dos reis, foi marcante a sua influência. Esses homens, autênticos religiosos, chamavam os homens à responsabilidade moral, ensinando que o mal vem dos homens, não de Deus. Nos períodos mais difíceis da história do povo h ebreu, 05 profetas combateram a idolatria, a imoralidade, os víc'os, a corrupção, falando com altivez, tanto ao povo como aos príncipes. Reprimindo a desumanidade do homem para com o próprio homem, pregavam uma sociedade mais justa e harmoniosa. Tinham uma autoridade superior e muitas vezes anunciavam um fato com bastante antecedência, como a vinda do Messias. Tanto suas lamentações como suas profecias constituem os Livros Proféticos. Esses livros foram compilados, pelos discípulos dos profetas, num período de 250 anos, abrangendo a queda dos reinos de Israel e de Judá. Abba Eban, em seu livro "História do Povo Hebreu", diz que o movimento profético era de caráter essencialmente religioso, mas de tal modo transcendeu a moralidade ritual e convencional que se tornou uma filosofia duradoura de conduta individual e social. Segundo os profetas, a essência do que Deus exige do homem não é de culto e sim de moral: a bondade humana é a realização da vontade de Deus na terra. O culto, separado de sua finalidade interior, torna-se uma profanação do nome de Deus. Isaías foi o primeiro a encarar a idolatria como resultado do or gulho humano - é idolatria adorar suas próprias criações, ambicionar o poder, ser avaro e ter obsessão por bens materiais. Isaías atribuía à idolatria a fonte dos males sociais e morais do mundo, porque ela apaga Deus e alimenta a ambição do homem, levando-o a oprimir seus semelhantes. Nenhuma forma de governo, nenhum nível de bem-estar material salvará os homens: para se salvar, o homem tem de transformar seu coração. Pelos profetas, fez-se, pela primeira vez na História, uma referência à moralidade como fator decisivo na vida de uma nação. Em Isaías, também, aparece o universalismo profético: a idolatria é proibida não só a Israel, mas a todos os homens. Os profetas procuraram mostrar ao povo hebreu que fora incumbido por Deus de uma missão : seria através dele que a humanidade aprenderia a "conhecer Deus e seguir seus mandamentos". Todos os homens e nações compartilhariam a divina graça que, no passado, fora prometida apenas a Israel. Tal perspectiva não podia entusiasmar Israel, oprimido pela Assíria, traído pelo Egito, mas a mensagem profética não visava a popularidade . . . (continua)

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OUVIDOS DE OUVIR ...

Tivemos oportunidade de tomar conhecimento do tema em preparação, "Pais de Filhos Jovens" - que enfoca o relacionamento no lar e fora deste, fornecendo pistas para pesquisa e para atuação. Ficamos tão entusiasmados que nos dispusemos a transmitir-lhes um dos tópicos, referentes ao diálogo, que é este:

"O mais essencial e o mais difícil é corresponder ao pedido do outro. Vou citar um exemplo muito simples: é o Juízo Final, um dos aspectos do Juízo Final de S. Mateus. O que me impressiona mais nesta passagem: "Tive sede e destes-me de beber; tive fome e destes-me de comer . .. ", é a concordância absoluta entre a necessidade e a resposta. Isso é que é o amor, isso é que é o diálogo, e isso é que é a verdade. Ora, nós reparamos tanto no que damos que, quando alguém tem necessidade de um copo d'água, em vez de lhe darmos um copo de água, ofe,·ecemo-lhe um frango. Ficamos muito felizes por lhe oferecer um frango, porque um frango é um belo presente que nos honra e nos torna importantes. Esta história do copo de água e do frango é uma história quotidiana. . . Damos o que temos de melhor e não aquilo de que o outro tem necessidade." (Pe. Renaudin). E então? Não é isso que ocorre conosco?

A impressão que a gente tem é a de que estamos vivendo num mundo de surdos. Já não ouvimos mais, por falta de condições para ouvir. . . ou por temor de, em ouvindo, termos que nos compromissar com o que ouvimos. A verdade é que a gente vai "maneirando" e permitindo que os outros "maneirem", também. Nosso filho, nosso cônjuge, nosso irmão de equipe, nos pedem x e nós estamos dispostos a dar-lhes y. A dádiva não é boa nem para o que dá e nem para o que recebe. Não é boa para o que dá, porque com ela prat'camos uma ação que redundará apenas exteriormente num benefício para nós (os outros dirão: "puxa, -19-


como ele (a) é generoso (a), como é formidável", etc.), mas não interiormente (a nossa consciência não pode deixar de nos recriminar, pela nossa vaidade, pela nossa "esquiva" em atender ao pedido formulado). Não é boa para o que recebe, porque não era aquilo de que ele tinha necessidade e, com a "doação", recebe um comprometimento que pode, eventualmente, produzir novas necessidades. Vocês já tinham pensado nisso? Será que cada um de nós não temos agido assim, marido e mulher, pais e filhos? Não é fácil, mas é imperioso que tenhamos ouvidos de ouvir. preciso estarmos atentos não só ao pedido formal mas, até mesmo, àqueles deduzidos dos indícios do convívio do dia-a-dia. É

É possível que aquele nosso cônjuge que agora está passando por uma fase de difícil definição ("o que será que está acontecendo com ele (a) , está tão diferente ... ", "doente o médico disse que ele(a) não está ... mas como está mudado(a) . . . )", esteja sofrendo do "mal de não ser ouvido" e correspondido. É possível que nossos filhos não estejam podendo dar, por si mesmos, 1.,1ma resposta ao mundo que os cerca, porque nós não lhes soubemos ouvir e dar-lhes pistas para que, também eles, ouvissem e dessem as suas respostas ao mundo (respostas suas e não nossas, mas tornadas possíveis pelas respostas que lhes demos).

É possível que nossa equipe esteja "angustiada", na "fossa", numa fase de "transição", "envelhecida", "encardida", porque cada um de nós não soube ouvir o que os outros disseram sobre o cumprimento dos meios de aperfeiçoamento, ou até ouviu tão mal que lhes deu uma resposta-solução que não os auxiliou a encontrar a solução própria, através da resposta atenta que lhes devia ter sido dada.

Está meio confuso? Isto é bom. É preciso fazer força para entender. É preciso optar pela autêntica conversão!

Maria Helena e Nicolau Zarif

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NOTICIAS DO M.F.C.

O VIII. 0 Encontro Latino-Americano

Realizou-se, de 20 a 26 de julho, em Porto Alegre, o VIIJ.O Encontro Latino Latino-Americano do Movimento Familiar Cristão. Representando 18 países latino-americanos, participaram cerca de 550 delegados e 50 sacerdotes. Durante o Encontro, cujos trabalhos desenvolveram-se em torno do tema "M.F.C.: resposta às famílias de hoje", realizaram-se 18 seminários, sobre assuntos como: as atividades de preparação para o matrimônio; a formação dos jovens para a vida familiar, nas escolas e universidades; a integração dos jovens nas atividades do Movimento; a espiritualidade familiar; os Institutos Familiares; os meios de comunicação social; as famílias incompletas; a promoção da justiça e a opção pelos pobres; a realidade das famílias latino-americanas e a pastoral familiar; política social familiar; as comunidades eclesiais de base; demografia: paternidade responsável e controle da natalidade; a promoção da mulher. No fim do Encontro, teve lugar a vnr.e. Assembléia Geral Latino-Americana, que elegeu o novo Casal Presidente Latino-Amer;cano. A escolha recaiu sobre Hélio e Selma Amorim, de Porto Alegre, que já foram Casal Presidente Nacional. Parabéns ao casal e que o Espírito Santo o ilumine.

Nova Equipe Nacional Nos dias que antecederam o Encontro Latino-Americano, reuniu-se a Assembléia Nacional do M.F.C., durante a qual Lya e Sollero e o Pe. Martin Segú Girona entregaram a direção do Movimento, à qual vinham dedicando o melhor dos seus esforços nos últimos três anos. Foi eleita a nova equipe dirigente nacional, ou seja, o CONDIN - Conselho Diretor NacionaJ -, que abrange os quatro Conselhes Diretores Regionais (CONDIRs Norte, Nordeste, Centro e Sul, sediados respectivamente em Belém,que será local do próximo Encontro Nacional do M.F.C. em 1982 -, Salvador, Juiz de Fora e Florianópolis). O novo Casal Presidente Nacional é Itamar e Neide, de Juiz de Fora, a quem as Equipes desejam fecunda gestão. -21-


"LEITURA DO EVANGELHO DO MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO, REUNIDO EM PORTO ALEGRE, NA TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DO ANO 1980"

"E aconteceu que, depois de ter o MFC proclamado na Assembléia Geral Latino-Americana do Panamá suas opções pela espiritualidade familiar, pela evangelização da família latino-americana a partir de sua realidade concreta, e por uma família cristã que se comprometa também na promoção de uma sociedade mais justa, chegou para o Movimento o momento de colocar em prática o que tinha dito." (cf. Mt. 11, 10). E a família da América Latina disse ao MFC: "És tu o que há de vir a salvar-nos ou deveremos esperar outra coisa?" E o MFC, confiando no espírito que recebeu na Assembléia do Panamá, respondeu: "Olhai e vede: o MFC quer animar com o Evangelho a família latino-americana; quer receber em seus grupo·s a família, completa e incompleta, para evangelizá-la e levá-la a viver o amor cristão em plenitude ; quer anim ar as famílias para que se comprometam com o mundo e lutem pela Justiça e pela Paz. E bem-aventurado aquele que não se escandalizar com estas opções." (cf. Mt. 11, 2-6). E Jesus, olhando para as delegações de toda a América Latina presentes neste plenário, lhes disse: "O que vieram ver? Um Movimento instalado que lhes dê poder e riqueza? Estas coisas são encontradas nas casas dos ricos e dos poderosos. Um Movimento que seja profeta na América Latina? Sim , digo-vos que o Movimento tem que anunciar o Amor, a Justiça e a Paz. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." (cf. Mt. 11, 7-15) . Irmãos, no capítulo 16 de São Mateus, Jesus pede-nos que estejamos atentos aos sinais dos tempos. Deles falou-nos a Igreja latino-americana reunida em Puebla. A América Latina é um Continente mergulhado na pobreza e vivendo na in justiça. Puebla fala-nos de rostos concretos de camponeses, indígenas e marginalizados . .. nos quais se manifesta o rosto de Jesus. E Jesus, olhando-os fixamente, perguntou-lhes: "Que diz o MFC de mim?" E eles responderam: "Senhor, nós cremos que és o Filho de Deus, o enviado do Pai. Cremo·s que és Jesus, o Libertador, que queres agir através de nós na América Latina." Jesus lhes disse: "Bem-aventurados sois, pois não foi nem a carne nem o sangue que lhes revelou, mas meu Pai que está nos céus. Por isso eu vos digo: na I greja latino-americana, o MFC está destinado a levar o Evangelho às famílias, de maneira tal que se tornem libertadoras para si próprias e para as outras." (cf. Mt. 16, 15-19). Pe. Jesus Andrés Vela, s.j .,

Assistente Latino-Americano

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19 EACRE PARA EQUIPES EM ANOS DE APROFUNDAMENTO

Nos dias 16 e 17 de agosto passado, as Equipes de Nossa Senhora viveram uma experiência agradável e frutuosa. A Equipe de Animação dos Anos de Aprofundamento pôde receber em São Paulo a quase totalidade dos casais responsáveis das Equipes que fizeram a opção pelos Anos de Aprofundamento e mais os Casais Adjuntos e Casa;s de Ligação, além de vários Casais Regionais e Conselheiros Espirituais. A presença de todos foi extremamente estimulante. Casais que há muitos anos vivem a mística e a dinâmica do nosso Movimento, mais uma vez, decidiram dar a sua solidariedade e a sua participação para juntos, com Nancy e Moncau, Glória e Payão, Maringá e Penha, Lourdes e N aclério, passarem alguns dias lembrando os primeiros tempos das Equipes e, principalmente, avaliando a profund'dade e a vivência decorrentes da opção feita ao aderirem aos ((Anos de Aprofundamento". Junto com eles, os Conselheiros Espirituais tiveram, também, a oportunidade de vivenciar e enriquecer estes dois dias. O programa e a liturgia foram longamente estudados e preparados pela Equipe de Animação. A montagem do encontro foi delegada a equipistas da Região SP-A. As cartas-convites foram expedidas, o correio ajudou e as inscrições começaram a chegar. Então, a Equipe de Serviço esqueceu-se do seu cotidiano e passou a trabalhar para o que Deus quisesse ... E, como sempre, Deus queria alguma coisa de todos. Queria uma part!cipação intensa, e todos participaram. Queria uma compreensão mais perfeita dos Anos de Aprofundamento, e houve essa compreensão. Queria que todos aceitassem o cargo de Casais Responsáveis como um serviço, e houve essa aceitação. -23-


E além de querer alguma coisa, Deus também interferiu no nosso EACRE: o programa, tão carinhosamente esquematizado, foi ligeiramente alterado. O plenário de domingo foi substituído por uma palestra de N ancy que, mais uma vez, teve a oportunidade de usar seu carisma único de instrumento da palavra, expondo aos presentes o sentido profundo, apostólico e santificador dos Anos de Aprofundamento. E o Payão? Apesar de fazer palestras há 25 anos, estava torcendo para que houvesse outra mudança no programa. Mas Deus não quis esta outra modificação e o Payão fez transbordar, do fundo de sua alma. aquelas palavras ao mesmo tempo místicas e vivenciais sobre "Uma Missão de Profeta". E todos acharam que ele deve continuar a fazer palestras por mais 25 anos ... A primeira palestra, feita pelo Pe. Guilherme, Conselheiro Espiritual do Setor-D de São Paulo, também foi muito apreciada e os grupos de co-participação muito ativos. Tudo isso, acrescido de uma liturgia preparada com grande carinho e dedicação, permitiu a todos dois dias de intensa vivência espiritual. Neste EACRE, foram feitas algumas inovações. A principal foi eliminar o jantar de sábado para permitir um maior contato entre o Casal Responsável e seu hospedeiro, além de possibilitar maior descanso para quem veio de longe. Também o encerramento, após o almoço de domingo, facilitou a todos uma volta mais tranqüila para suas cidades. Se tudo correu bem e se esses casais, que às vezes viajaram longas horas, puderam, ao final, render graças ao Senhor pela vida comunitária desses dias, uma boa parcela devemos creditar ao acolhimento a nós dispensado pelo Colégio Santa Cruz que, através dos tempos e em tantas ocasiões,têm-se mostrado sempre amigo e colaborador das Equipes de Nossa Senhora. A partir deste primeiro Encontro e baseada nos relatórios, observações e avaliações feitos pelos participantes, a Equipe de Animação dos Anos de Aprofundamento vai estudar a melhor forma de, aproveitando a experiência de casais engajados, motivá-los a um crescimento espiritual cada vez maior.

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CRIADO O "SELA" SECRETARIADO LATINO-AMERICANO

Aproveitando a viagem ao Brasil por ocas1ao do trigésimo aniversário das Equipes em nosso país, o Casal Responsável da Equipe Responsável Internacional, Louis e Marie d'Amonville, confirmou, em Aparecida, o trabalho já iniciado há algum tempo por Esther e Marcello, confiando oficialmente às Equipes do Brasil a responsabilidade de expansão do Movimento na América Latina. Inicialmente e por causa do idioma, estavam encarregadas desta missão as Equipes da Espanha. Devido não só à distância como também a características regionais, ficou determinado que o centro das atividades latino-americanas teria sua sede em São Paulo. Foi assim que se criou, no início de julho último, o "SELA" - Secretariado latino-americano das Equipes de Nossa Senhora. Para integrar a equipe de trabalho ao lado de Esther e Marcello, foram nomeados os casais Angela e Francisco Vi:fías, do Setor D de São Paulo, e Beba e Claudio Verdugo Rojas, de Jundiaí. O Padre Francisco Saez Sandi, Padre "Chiquinho", do Colégio Santo Agostinho, é o Conselheiro Espiritual da equipe. As Equipes da Espanha mandaram todo o material necessário, incluindo livros, folhetos e apostilas para que todos os contatos sejam feitos, desde o início, apoiados em toda a informação existente em língua espanhola. É o primeiro passo. Será de grande utilidade, nesta fase inicial que - além das orações pelo sucesso do SELA - os equipistas brasileiros comuniquem dados de pessoas - leigos ou religiosos - de outros países da América Latina, que possam ter interesse em conhecer o Movimento. É de se esperar que esses contatos se transformem na semente de novas equipes dentro de um espírito evangelizador, e a equipe do SELA aguarda a colaboração de todos, remetendo à Secretaria das Equipes em São Paulo nomes, endereços e informações complementares. E, em nome dos futuros casais equipistas da América Latina, já dizemos: "muchas gracias"!

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NOTíCIAS DOS SETORES

BRUSQUE -

Divulgação do Sínodo

Atendendo ao apelo do Santo Padre, as equipes 1 e 2 organizaram uma campanha de orações pelo Sínodo. No dia de abertura do Sínodo, deram ampla divulgação, pela imprensa, à sua realização, fazendo publicar, no principal jornal da cidade, bem como no "Informativo" da Paróquia São Luiz Gonzaga, um artigo acompanhado da oração de João Paulo II. Mandaram imprimir 5.000 folhetos com a oração, folhetos esses que foram distribuídos em todas as missas, tanto na igreja matriz como em Azambuja e em todas as capelas do interior do município. Em cada uma das missas, esteve presente um casal de uma das equipes do Setor, para chamar a atenção sobre a importância do Sínodo e a necessidade de se orar por ele, conforme pedido do Santo Padre. Acrescentam Edy e Adherbal, que enviaram a notícia, que esta colaboração foi muito bem recebida pelo clero da cidade. PETRóPOLIS -

"Porta Aberta"

Tendo os "conselheiros" adquirido a devida formação, em reuniões duas vezes por semana durante o primeiro semestre (como noticiamos em maio), o serviço de aconselhamento "Porta Aberta" começou a funcionar no início de setembro, atendendo das 20 hs às 22 hs. Frei Hipólito, o idealizador e coordenador, "está radiante", segundo escrevem Regina e Ruy, "e os equipistas de Petrópolis também". -

Dia de estudos sobre a família

O Setor organizou um dia de estudos sobre a família, cujas palestras foram dadas por casais da Escola de Pais. Todos puderam participar despreocupados, po~s, pela primeira vez, dois grupos de jovens, filhos de equipistas e seus amigos, tomaram conta das crianças, dando um testemunho vivo de amor e doação. -26-


BRASíLIA -

Retiro

Vinte e cinco casais participaram do retiro de agosto, pregado pelo Pe. Raimundo José, Conselheiro Espiritual das equipes 2 e 6 e do Setor B, "que foi de uma felicidade ímpar, lançando sementes que certamente irão frutificar nos lares e nas atividades dos equipistas de Brasília". O retiro teve como tema "O Espírito de Deus fala às Equipes de Nossa Senhora para que ela6 profetizem sobre a família" - subdividido nas seguintes orações-meditações: -

O Espírito de Deus nos fala, chamando corações ouvintes para corações profetas

-

A Igreja, povo profético de Deus

-

A família cristã -

-

A profecia -

-

As Equipes de Nossa Senhora responsáveis por uma profecia-resposta

-

Maria, Mãe da Igreja -

Igreja doméstica

proposta de João Paulo II à família

a Virgem ouvinte e profeta.

Escreve um casal participante: "Buscando animar aqueles que ainda não cumpriram este ponto concreto de esforço neste ano equipista, cabe lembrar: 'O silêncio nos proporcio·na o encontro mais cruel e mais difícil, que é o encontro conosco mesmo, e ao mesmo tempo nos proporciona o encontro mais maravilhoso, que é o encontro com Deus'." Reunião de Conselheiros Espirituais

Os dois Setores reuniram, conjuntamente, seus Conselheiros Espirituais, para uma troca de experiências, da qual participaram 8 Conselheiros. O encontro foi tão proveitoso que os Setores procurarão criar nova oportunidade para os Conselheiros que não puderam estar presentes. -

Curso de pilotos

Cinco casais "formaram-se" no curso de pilotos realizado no início do semestre. Considerando que o curso poderá ajudá-los no desempenho das atuais funções, os Casais Responsáveis do Setor B resolveram participar, todos eles, do próximo.

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-

Missa dos pais

A organização da missa foi confiada aos jovens do Setor B e à Equipe 16. Transcrevemos do Boletim: "O número de jovens filhos de equipistas a trabalhar nessa realização esteve um pouco aquém das expectativas, mas, como sendo a primeira tentativa de aproximação com a moçada, até que a experiência foi válida. Eles, os jovens, podem não ter falado um sim muito alto na preparação, mas d "sseram um sim ribombante na participação na missa propriamente dita. A igreja esteve lotada, só com os casais equipistas e seus familiares (o horário não era de missa na paróquia, de forma que todos os que lá estavam foram a chamado das Equipes). Para quem participa do Movimento desde os seus primórdios em Brasília, até parecia meio estranho ver tanta gente aparentemente desconhecida. Há pouco tempo, nós nos conhecíamos uns aos outros, incluindo nossos respectivos familiares. Que bom a gente ver o Movimento estendendo os seus benefícios a tantas famílias! Que bom a gente não precisar conhecer-se para sentir-se irmão!" -

Reminiscências do EACRE

Escreve um casal que, não tendo podido ir ao EACRE do Rio, participou do de ltaici: "Chegamos em ltaici à tardinha, num fim de dia magnífico, véspera do nosso Encontro. A beleza do sol que se punha, a majestade do prédio que nos ia acolher, os jardins, tudo nos levava à meditação e à oração. O Encontro foi marcado pela cordialidade e terno, fazendo com que nós nos sentíssemos em ótimos, comida excelente. Só houve uma falha: levar cobertor de reserva e levamos - mas nada de todos os lados, principalmente calor humano!

o espírito fracasa. Quartos pediram para de frio! Calor

As palestras, todas muito válidas. Entre elas, a do Pe. Guilherme, que falou sobre "A presença do Espírito Santo em nós". Palavra vibrante, destemida, convocando-nos a uma solidariedade maior para com os que sofrem. Lembrou Puebla, a visita de João Paulo II e a nossa obrigação para com a comunidade. Soube sacudir-nos! Além das missas, que sempre são os pontos mais altos de nossos encontros e que neste EACRE foram lindas, o ponto alto foi a reunião de grupos. Abertura total, fraternidade, amiza-28-


de. . . Testemunhos que nos afundavam na cadeira, deixando-nos pequeninos, pensando em como tanta gente, na sua simplicidade, faz muito mais do que nós temos feito... E sem alarde, até com certo acanhamento em relatar para nós o seu trabalho em prol dos menos favorecidos. Agradecemos a Deus por termos podido participar desse EACRE, que só nos elevou, deixando-nos saudosos daqueles dias tão cheios de espiritualidade!"

RIO DE JANEIRO -

Dia de estudos sobre a Bíblia

Escreve Daisy, a quem agradecemos a notícia:

Realizou-se, no dia 21 de setembro, no Colégio Santa Marcelina. O dia, cinzento e frio, não foi obstáculo ou desculpa para que trinta e uma pessoas lá estivessem para ouvir o Pe. Gabriel Selong falar da ((Bíblia na linguagem de hoje". O tema foi ricamente ilustrado com acontecimentos dos dias de hoje, e todos admiraram a agilidade da memória do sacerdote, capaz de enunciar, palavra por palavra, inúmeros trechos da Bíblia. Expondo-os com simplicidade, o Pe. Selong esclareceu muitos pontos obscuros para nosso entendimento, colocou em xeque muitas de nossas idéias infantis a respeito da fé. A organização do Dia coube às Equipes 13 e 26, do Setor A, que contaram com a cooperação de seis jovens das Equipes Jo-ENS para tomar conta de quarenta crianças.

JUNDIAI -

Em prol da creche do Rio Acima

Escrevem Wilma e Orlando, no Boletim, sob o título ccum trabalho de amor": Na cozinha do salão paroquial da Barreira, o movimento era intenso. Com ordem e limpeza impecáveis, 50 pessoas realizavam suas tarefas, alegremente. Havia uma porção de sacos de arroz e feijão para escolher, grandes cestas cheias de laranjas para para serem descascadas, 90 maços de couve para serem picados com capricho. . . Mas a tarefa parecia leve e o entusiasmo e calor humano comandavam tudo. Enquanto de coração alegre e mãos ativas participávamos daquele momento privilegiado, começamos a lembrar. . . · -29-


Naquela reumao de responsáveis de equipe (1), na frente daqueles rostos a quem queremos tão bem, confiantes no acolhimento e na abertura do coração de cada um, nós fizemos um apelo. Nós, que sentimos na carne os problemas que afligem as famílias carentes do nosso bairro, fomos porta-vozes de uma equipe que trabalha unida, que luta e dá o seu tempo para que a sonhada creche do Rio Acima seja uma realidade que possa ajudar a melhorar um pedacinho do nosso mundo. "Nós já temos uma pequena amostra funcionando. São 12 crianças bem alimentadas, com tratamento médico e odontológico. Elas já estão mais gordas, não têm mais piolhos e têm os rostinhos iluminados por um sor-riso feliz. Mas precisamos atender 100 crianças e a creche, que já está em fase de acabamento, tem consumido muito mais dinheiro do que poderíamos cailcular. Mas, temos fé em Deus e nos nossos irmãos . .. " Nossa fé em nossos irmãos foi plenamente justificada. A partir daquela reunião, as equipes de Jundiaí foram divididas em 3 grupos, cada um encarregado de fazer alguma coisa em prol desse trabalho e também da creche da Vila Hortolândia. Sorteadas para o 1. 0 grupo, nossa equipe, mais as equipes 7, 11 e 12 começaram a se reunir e se decidiram por uma feijoada, com todas as suas conseqüências. Mas valeu a pena! O resultado foi excelente e por ele agradecemos a Deus: Cr$ 69.000,00, graças ao trabalho de muita gente e à doação de muita coisa. Mas, acima de tudo, valeu a pena pela amizade, pelo entusiasmo, pelo capricho, pela dedicação de todos. Tivemos juntos muitos momentos felizes, desde a primeira reunião até o "grande dia". A feijoada ficou deliciosa e todos comeram com muita satisfação, para felicidade dos "cozinheiros". Realmente, foi um trabalho de equipe, em que todos estiveram juntos, mais do que juntos, realmente unidos por um trabalho comum, por um trabalho de amor. BAURU -

Rezando o Terço (Do

Boletim)

A Equipe 10 achou que precisava se encontrar mais vezes e resolveu fazer mais uma reunião durante o mês. "Como somos de Nossa Senhora do Rosário, ao invés de ficarmos só num bate-papo, que tal rezarmos um terço juntos e oferecê-lo por todas (1)

Cf.

c.

M. de ago.sto-80.

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as pessoas que necessitam de oração?" A idéia foi imediatamente aceita, inclusive pelo Pe. Pedro, que a achou ótima. Fizeram a primeira reunião-oração exatamente no dia da Assunção de Nossa Senhora. Reuniram-se no Seminário da Casa do Garoto, para que os meninos também participassem. "Foi escolhida uma sala de aulas e, como estávamos no mês das vocações, as meditações foram dirigidas nesse sentido. Cesar e dois meninos puxaram o terço e leram as meditações. Entre outros cânticos, cantamos "O Sim de Maria", do Hermógenes, e passamos uma hora bem na intimidade, com Maria e Jesus. No final, confraternizaram-se os maridos com os meninos nos jogos com que estes se distraem e não se sabia quem era mais criança ... Enquanto isso, as mulheres 'punham os assuntos em dia'. Se você tiver uma intenção especial, pela qual gostaria que nós rezássemos nesses dias, entre em contato conosco, pois nossas reuniões do terço vão continuar, se Deus quiser.É bom rezarmos uns pelos outros!".

SAO PAULO/SETOR D -

Noite de oração

O Boletim continua ótimo. Dele tiramos a seguinte notícia: As noites de oração organizadas pelo Setor continuam concorridas. A de agosto contou com a presença de equipistas de outros setores e com uma meditação do Pe. Walter Carrijo sobre "A anunciação e a visitação", "fazendo-nos meditar sobre a alegria, a disponibilidade, o espírito de serviço. Depois de hora e meia de orações espontâneas, meditação, minutos de silêncio e cantos, fomos nos cumprimentar fraternalmente entre chá de cidreira, café e os tradicionais biscoitos. Desta vez, até bolo teve ... " Em sintonia com a Arquidiocese

Publica o boletim de outubro, a propósito da rev1sao do Plano de Pastoral da Arquidiocese, um artigo no qual um Conselheiro Espiritual mostra o funcionamento da Arquidiocese e expõe o Plano de Pastoral, com suas prioridades. Como somente o Setor D tem boletim em São Paulo, prontificou-se a fazer uma tiragem maior para que os equipistas dos demais Setores pudessem ter acesso ao artigo, cujo objetivo é propiciar uma reflexão em sintonia com toda a Arquidiocese.

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QUANTO

'I'EXTO DE MEDITAÇAO -

A VOCtS ...

Lc 6, 31-38

Façam aos outros o que desejam que façam a vocês! Se amarem somente quem os ama, por que esperar recompensa? Até os pecadores agem assim. E se fizerem o bem somente aos que lhes fazem bem, por que esperar recompensa? Até os pecadores agem assim. E se emprestam somente àqueles de quem esperam receber de volta, por que esperar recompensa? Até os pecadores emprestam aos pecadores para receber de volta a mesma quantia. Quanto a vocês, porém, amem os seus inimigos e façam-lhes o bem. Emprestem sem esperar nada de volta. É assim que serão os filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso com os ingratos e maus. Sejam,· portanto, misericordiosos como o Pai é misericordioso. N&o julguem, e não serão julgados por Deus. Não condenem, e Deus não os condenará. Perdoem, e serão perdoados por Deus. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês: medida cheia, dada com generosidade, e derramada nas mãos com fartura. Porque a medida que usarem para os outros será aquela que Deus usará com vocês! -'"-o -

32 -


ORAÇ.íi.O

Tenho de engajar minha vida, Jesus , confiante em vossa palavra. Arriscar minha vida, confiante em vosso amor. Alguns podem ser sábios, Vós me dissestes que era preciso ser louco. Outros crêem na ordem, Vós me ensinastes a crer no amor. Uns pensam que é preciso guardar, Vós me dissestes para dar. Há os que se acomodam, Vós me ensinastes a caminhar e estar preparado para a alegria e para o sofrimento, os fracassos e os êxitos, a não confiar em mim, mas em Vós, a fazer a jogada do cristão sem preocupar-me com as conseqüências, e, finalmente , a arriscar minha vida , confiante em vosso amor. Eugênc Joly


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiri tualidade conjugal e familiar

Revis ão , Publicação e D istribuiç ão pela Secret aria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

Rua Joã o Adolfo , 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO. SP

Tel. : 34-8833


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