N'? 9
1980/ 1981
Dezembro a Fevereiro
Se Jesus nascesse hoje . .
... ... . .. ..
1
O "século da família" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
A força da oração . . ... .
5 6
O ano do Espírito . . ..... . Cartão de Natai .. ... .. .. . . . ... . . .
9
Finalmente, as férias .. ...... . . . . ... ... . .... .
11
Um pouco da história do povo da Bíblia .... .
12
Quantos "Pixotes" mais . .. ? . . ... . .. . . .... .. .
14
Meu irmão Juvêncio ... .. . . . ... . ... . ....... .
19
O Pai Nosso está em toda parte. .. . ..
21
Como Deus nos fala através do cônjuge . .
23
De Bogotá a Camuy ..
25
Livros ............. . Lançando as redes . . ... . ..... .. ..... . .... . . .
27 31
Notícias dos Setores ... .... . ..... . .. .... ... .
32
Caminhar anunciando .. . .... . . . .. . ...... ... .
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EDITORIAL
SE JESUS NASCESSE HOJE
Se Jesus nascesse hoje, onde iria Ele nascer? Antes de armarmos o presépio, é uma pergunta que podemos fazer aos nossos filhos. E eles provavelmente hão de responder: na favela. A partir disto planejaremos o nosso Natal. Um Natal que se deve comemorar junto de Cristo, não daquele infante de barro pintado que encantou nossa infância, mas daquele de carne e osso - muito osso e pouca carne - que nasce todc·s os dias nos barracos de nossas periferias, que morre de desidratação ou de subnutrição nos hospitais de toda a cidade. Quando há tanto sofrimento em volta de nós, o Natal, hoje, neste país, como em toda a América Latina, só tem sentido se vivido em função daqueles com quem Jesus se identificou. Isto vale para nós, vale para nossos filhos, mas é também uma noção que devemos, como cristãos, levar para todos os nossos ambientes - trabalho, vizinhos, parentes, amigos. Trata-se de responder ao apelo do Santo Padre no Vidigal:
"Aqueles que vivem na abundância ou mesmo em um relativo bem-estar, para o qual têm o necessário, a Igreja que quer ser a Igreja dos pobres diz: ... em nome das palavras de Cristo, em nome da fraternidade humana e da solidariedade social, não vos fecheis em vós mesmos! Pensai nos mais pobres! Pensai naqueles que não têm o suficiente, que vivem na miséria crônica, que sofrem fome! E partilha com eles! Parti.lhai de modo pragmático e sistemático . .. Se tens muito, se tens tanto, recorda-te que deves dar muito, que há tanto que dar . .. " Que o Advento seja para ,nós uma ocasião privilegiada para uma reflexão sincera e profunda, em casa, em equipe e nos grupos que animamos, uma reflexão que nos leve a atitudes de par-1-
tilha fraterna - não apenas a alguns gestos, por mais generosos que sejam, limitados ao tempo do Natal, mas a um engajamento resoluto e renovado ao longo do ano em favor dos mais necessitados. Ou seja, a fazermos, cada um de nós, como casal e como família, essa opção preferencial à qual não se pode furtar quem pretenda hoje pertencer à Igreja de Jesus Cristo "que quer ser a Igreja dos pobres", como afirma João Paulo II. Então, chegada a hora de armarmos o presé"pio, talvez desistamos e coloquemos, no lugar onde o armamos habitualmente, um grande cesto vazio, em torno do qual faremos nossa oração familiar. Diante dele procuraremos interrogar-nos sobre as carências tão próximas de nós, sobre o que iremos fazer para aliviar a penúria desse Jesus que continua nascendo hoje sem que porta alguma se abra para Ele. Não só renunciando cada um, ccmo exorta o Papa, à "satisfação dos próprios desejos" em benefício daqueles que nada têm, mas num espírito de partilha mesmo, solidária e fraterna. Só assim será Natal, em 1980. Só ass;m poderá vir a nós e ao mundo o Príncipe da Paz. Pois, nas palavras proféticas de Paulo VI, "a Paz é fruto da Justiça". E só na justiça se constrói a "civilização do amor". A ECIR
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Por ocasião do Natal, um casal equ!pista cuja prole é relativamente numerosa, na impossibilidade de presentear todos os filhos com o pr·esente que cada um quer, tem por hâbito satisfazer o desejo de apenas um deles a cada ano. E<::.se casal, já de algum tempo para cá, vem exercitando -em sua vida a prática do d·esapego e qual não foi a sua emoção ao ver, no ano passado, o filho uma criança - que .~eria o especialmente presenteado, abrir mão de .soeu pre.cente para que o dinheiro que seria gasto com ele o fo.s.se na compra de pre s€ntes para crianças pobres ...
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A PALAVRA DO PAPA
O "SÉCULO DA FAMíLIA"
O dia especial de oração pelas famílias durante o Sínodo reuniu em Roma muitos casais d-e todo o mundo. Representantes de cerca de se~senta movimentos familiares foram recebidos em audiência especial e vários testemunhos de vivência do sacramento do matrimônio foram apr•e sentados. S.eguiu-se importante alocução do Santo Padre, cuja publicação iniciamos agora.
Os testemunhos que ouvimos atentamente e com sentimento de viva part" cipação oferecem-nos, parece-me, um retrato fiel e sugestivo da família neste nosso tempo. Luzes e sombras, expectativas e preocupações, graves problemas e sólidas esperanças fazem parte deste retrato. Olhando para ele, ocorre-me pensar que verdadeiramente os estudiosos, no futuro, poderão dizer que o nosso foi o século da família. De fato, nunca como neste século foi a família investida por tantas ameaças, agressões e erosões. Todavia, ao mesmo tempo, nunca tanto como neste século, se foi ao encontro da família com tantas ajudas, quer no plano eclesial, quer no civil. Em particular, a reflexão teológ:ca como a atividade pastoral n as várias paróquias não se cansam de oferecer à família pontos de referência e caminhos concretos para a superação das dificuldades e até para o aperfeiçoamento. Todos seguimos com ânimo comovido e grato as palavras daqueles que desejaram trazer aqui o seu testemunho vivido. Foram narrações breves, que todavia nos permitiram entrever, por trás de frases necessariamente lacônicas, autênticos poemas de amor e dedicação, de que a fundo tiraremos cada capítulo no Reino de Deus, e fará parte também isto da alegria perfeita de então. Tenho pena de não poder retomar e desenvolver aqui todos os temas que foram evocados, com a vivacidade, a pujança
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e a energia próprias de todo testemunho radicado na experiência pessoal. Não posso calar, todavia, o apreço com que ouvi, por exemplo, os dois jovens noivos falar da preferência por eles dada aos valores espirituais, em relação aos materiais, para a preparação do seu matrimônio. E assim também impressionou-me a lucidez com que foi sublinhado, nos diversos testemunhos, o influxo positivo que o esforço de viver castamente o amor teve sobre o seu crescimento e a sua maturação. No meio de tantas vozes que na nossa sociedade permissiva exaltam a "liberdade" sexual como fator de plenitude humana, é justo que se levante também a voz daqueles que, na quotidiana experiência de um sereno e generoso autodomínio, puderam descobrir uma fonte nova de conhecimento recíproco, de entendimento profundo e de liberdade autêntica. Notei também, com íntima alegria, que os vários casais mostraram sentir, como exigência natural do seu amor, a de se abrirem aos irmãos, para oferecerem, a quem estivesse na necessidade, compreensão, conselho e auxílio concreto: a dimensão altruísta faz parte do amor verdadeiro que, dando-se, em vez de se empobrecer e dispersar, se encontra enriquecido, vivificado e consolidado. Dado saliente, nas várias experiências apresentadas, foi a consc1encia, que se podia notar nas palavras de todos, de que o amor autêntico constitui a chave de solução de todos os problemas, mesmo dos mais dramáticos. . . O caminho de saída, foi dito, é sempre e é só o amor; amor mais forte que a morte. O amor humano é, porém, realidade frágil e sujeita a insídias: explícita ou implicitamente, reconheceram-no todos. Ele, para sobreviver sem se tornar estéril, precisa transcender-se. Só um amor que se encontra com Deus pode evitar o risco de perder-se ao longo do caminho. De pontos-de-vista diversos, todos os que falaram deram-nos testemunho da importância decisiva que teve na sua vida o diálogo com Deus, a oração. Nas alternativas de cada um, houve momentos em que, só através do rosto de Deus, foi possível redescobrir os verdadeiros traços do rosto da pessoa querida. Eis algumas das belíssimas coisas que nos foram ditas hoje por estes nossos irmãos e irmãs. Estamos-lhes agradecidos porque agora, depois de os ouvirmos, nos sentimos mais ricos. Estamos plenamente conscientes, de fato , de muito termos de aprender de quem está pr ocurando viver coerentemente as insondáveis riquezas de um sacramento.
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A FORCA DA ORACÃO
* Rezar é colocar o Infinito dentro do nosso finito. É espiritualizar o cotidiano, trazendo a eternidade para dentro do tempo. * Entre a terra e o céu alonga-se uma ponte: a oração. Felizes os que transitam por esta ponte invisível. A grandeza verdadeira se alimenta na prece. * Sem oração, o rico é pobre. Com oração, o pobre é rico. * Queres paz? . . . Cultiva a prece. Quando os homens não rezam, o mundo explode em guerras inúteis. Na luta pela vida, nada pacifica e conforta tanto como a oração. * Orar não é só falar, refletir ou cantar; é também abrir um espaço interno para captar a voz de Deus., Deus fala, quando a gente cala. E Ele cala, quando a gente fala. * Sem oração não existe fé. Sem oração não existem homens de fé nem comunidades de fé. Faltam, no mundo de hoje, verdadeiras comunidades de fé. * Na oração descobrimos que "ser" é mais importante do que "ter"; que servir é mais evangélico do que receber e ser cortejado. * A oração nos ensina: alguém me amou, muito antes de eu amar alguém, aqui na terra; um outro me curou, muito antes de qualquer gesto de socorro que eu esbocei; alguém me libertou, muito antes de eu libertar quem quer que seja. * Para trocar sentimentos negativos por sentimentos positivos, este é o melhor caminho: a prece, a confiança em Deus. A oração é definitivamente o melhor psicanalista do mundo. * Sem oração, o mundo melhor será sempre um sonho distante, longe da realidade. Sem oração, a própria Igreja se horizontaliza e esvazia, perdendo sua eficácia de luz e sal da terra. Tuas mãos são feitas para avertar outras mãos, no ritual da amizade, na sinfonia do amor, no gesto da oração. Nem Deus resiste a um coração humano. . . de joelhos! Pe. Roque Schneider, s.j.
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O ANO DO ESPíRITO (Da Carta francesa)
Como entender Aquele que "não se sabe de onde vem, nem para onde vai"? Como equacionar e definir racionalmente Aquele que é a alma da nossa alma, o cumprimento da promessa de Jesus: "Não vos deixarei órfãos ... "? Feliz sim, aquele que se deixa levar por esse Sopro vivo, e cuja vida deixa então transparecer os sinais dessa ação do Espírito no mais profundo de si mesmo! Durante a tarde de reflexão, promovida pelo Setor, não tínhamos de elaborar belas teorias ou definições teológicas. O essencial estava em que cada um sentisse e exprimisse à sua maneira a ação evidente do Espírito na sua vida pessoal, no seu lar e na sua equipe. Houve quem dissesse: "Eu não sei o que é o Espírito Santo, mas se Ele não existisse, há muito tempo que o nosso amor conjugal teria morrido e a nossa equipe se teria desfeito." Compreendemos melhor a que ponto o Espírito, que é o laço vivo do Deus Trindade, unifica os esposos no próprio centro do seu lar, edificando essa "célula da Igreja", esse lugar privilegi~ do do Amor na comunhão íntima das pessoas. "Como é que um amor assim, que supõe ternura, domínio de si, compreensão, paciência, fidelidade e generosidade, poderá substituir sem se renovar incessantemente nas fontes sobrenaturais do matrimônio?" Esta pergunta de Paulo VI comporta em si mesma a resposta. O Espírito de Deus prodigaliza abundantemente os seus dons aos que crêem, e é aí que os esposos vão buscar a sua unidade.
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"Infelizmente, diziam alguns, nós colocamos limites à sua ação. . . Não cremos bastante na sua presença. . . Procuramos sempre razões para acreditar, sem ter grande confiança. . . Procuramo-lo onde Ele não está. . . É preciso que nos reconheçamos perdidos para louvarmos o Senhor que salva, e novamente descobrimos Deus ... " "A partir do Pentecostes, é sempre o Espírito que faz com que uma assembléia seja uma "Igreja", escreve o teólogo Dietrich Bonhoeffer. Não é esse mesmo Espírito que faz do casal, da equipe, uma célula da Igreja? Assim prometeu Jesus: Ele está presente "onde vários estiverem reunidos em seu Nome". E nenhuma comunidade cristã, no sentido preciso e forte do termo, pode deixar de anunciar Jesus Cristo. O Espírito mostra a sua comunidade ao mundo: ela torna-se logo "a cidade no alto da montanha que não pode estar escondida". Se o Espírito forma a comunidade, a equipe permite viver concretamente essa presença atuante do Espírito através dos irmãos. Por isso houve quem dissesse: "A entrada para as Equipes decuplicou as forças latentes de cada um ... " "A equipe torna-nos mais disponíveis para a oração, o retiro, o diálogo e a aceitação dos outros tais como eles são, para ouvirmos os chamados de Deus na nossa vida ... " Em equipe, ajudamo-nos a escutar "o que o Espírito diz às Igrejas" e a corresponder mais generosamente a essa renovação interior que o Espírito pode dar a cada um de nós, a cada casal, a cada equipe, alimentando a nossa esperança na sua única fonte: a Palavra de Deus, essa palavra que unifica e põe cada um em face de suas responsabilidades. Uma questão foi suscitada por um de nós. Formulou-a assim: "Por que é que alguns, segundo parece, são animados pelo Espírito Santo mais do que os outros?" Deixo ao Cardeal Suenens o encargo de responder. Diz ele, no seu livro "Um novo Pentecostes?" (1): "Quando a ação do Espírito se intensifica em nós, não é o Espírito que desperta, ou que volta, como um vulcão que bruscamente entrasse em erupção depo;s de um longo sono: nós é que despertamos diante da sua presença, sob o impulso da sua graça, por uma fé acrescida, uma esperança mais viva, uma caridade mais ardente. No batismo, todos recebemos o Espírito
(1)
Edições Paulinas, 1976.
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Santo em plenitude, tanto o leigo como o sacerdote, o bispo e o Papa. Não se recebe o Espírito "mais ou menos", como uma hóstia também não está "mais ou menos" consagrada. Cada um recebe-os para uma missão diferente e com carismas próprios em função desta missão". Seguindo o tema que nos é proposto para este ano, que nós consigamos abrir-nos mais ao Espírito de Deus que está em nós. Ajudemo-nos uns aos outros a "libertar o Espírito" que cada um de nós retemos cativo pelos nossos pecados, pelas nossas recusas, pelas nossas reticências. Ele quer "operar em nós o querer e o fazer"; deixemo-lo agir. Trata-se da nossa conversão pessoal. "Não abafeis o Espírito! Não contristeis o Espírito!" Tais são os imperativos da vida cristã recordados por São Paulo. Ajudemo-nos em equipe a vivê-los.
Padre Hubert Bailly
•
O reino de Deus é a paz do Espírito Santo . Reinará em você o seu coração estiver na paz.
.E·~
São Vicente de Paulo
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CARTÃO DE NATAL
Cinco anos atrás, mandei imprimir um cartão de N atai para enviar aos amigos. Li para isto muitas mensagens, destas que já vêm impressas. Todas estereotipadas, vazias, sem graça. As comerciais estampam o chavão costumeiro: "Bom Natal e Próspero Ano Nc·v o". Desde criança, todos recebemos centenas destes bons desejos: "Próspero Ano Novo" e tudo continua do mesmo jeito . .. Outras escrevem frases melífluas que doem nos ouvidos. Há quem pense em termos de fé, e assim consegue enviar um recado mais condizente e mais coerente com o Natal. Por sorte encontrei depois uns versos de uma criança de oito anos. Gostei. E os enviei impressos aos amigos. Eram assim : "0
C~U
DA POBREZA "
"Na minha casa há dois quartos, Duas camas, uma só janelinha e um gato branco. Na minha casa comemos só à noite Quando o papai volta pra casa Com uma bolsa cheia de pão e peixe seco . Na minha casa somos todos pobres, Mas o papai tem olhos azuis, Mamãe tem olhos azuis, Meu irmão tem olhos azuis, Eu tenho olhos azuis e o gato também Tem olhos azuis . Então, Quando sentamos à mesa, a nossa casa parece um céu azul ... "
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Em baixo, como sagem destes versos ao Deus-Menino lhe E um céu dentro de
"post-scriptum", acrescentei à diáfana menum recado portador de bons desejos: "Peço dê neste Natal olhos bem claros para ver. casa, onde Ele more."
o Natal. Há muitos que não comem só à noite, como a menina dos versos. Nem têm só pão e peixe seco. Mas nunca se sentam juntos cordialmente à mesa da fraterna compreensão. São pobres de amor. Natal é, em primeiro lugar, a pobreza de Jesus que nos veio enriquecer com a Graça do Pai. Desde que Cristo nasceu, fizemo-nos irmãos na família de Deus. Por isto, Natal é fraternidade e harmonia, paz e acolhimento. Quem não se sente irmão não tem capacidade de entender o Natal e viver o clima destes dias. (Estes vão passar o Na tal no restaurante ... ) Natal é, depois, transparência. Deixar cair as máscaras, as fantasias, as sofisticações, para nos apresentarmos na sinceridade da verdade. Foi o que o Senhor recomendou: "A lâmpada do corpo é o olho. Se teu olho estiver são, o corpo será iluminado. Se estiver doente, o corpo ficará escuro." (Mt. 6, 22-23). Ter os olhos claros, sem nuvens toldando a visão ... Na tal é esperança também. Esperança de que um dia os homens entenderão que Deus nasceu para nos libertar do mal e do pecado, do egoísmo e da opressão. E nos quer unidos, mãos dadas, sorrindo como crianças, o olhar escancarado e limpo, como se fora uma nesga de céu iluminada. Esperar. Ouviremos o canto dos anjos na noite de estrelas. E o choro de Deus nos braços de uma mulher, embalando-lhe o sono de criança.
D. Benedito de Ulhôa Vieira <Transcrito do Boletim da Igreja de Uberaba)
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FINALMENTE, AS F~RIAS . ..
Mais algum tempo e estaremos em férias. Durante um período mais ou menos longo, muitos interromperão a rotina diária e trocarão salas de aula, escritórios, oficinas, tribunais e (nem sempre) cozinhas por praias, montanhas ou cidades interioranas. Isto é muito bom, necessário mesmo e oxalá fizesse parte do ritual de todos. Nas equipes, deixa de haver as reuniões formais; algumas realizam encontros de co-participação. Nos últimos tempos, a vida espiritual das famílias equipistas durante as férias tem sido para nós o objeto de séria preocupação. Sabe-se que há uma interrupção geral e às vezes abrupta. Esquecemo-nos dos meios de aperfeiçoamento, deixamos nossa oração diária, o contato com a Palavra de Deus, e às vezes até a participação na missa dominical. Em fevereiro, quando retornamos, um pouco envergonhados declaramos na partilha: é, durante as férias, esqueci-me de tudo ... ! É justo isso? Como é possível esquecer-nos de que assumimos o compromisso de nos esforçarmos para: reservar todos os dias, o tempo necessário para um verdadeiro encontro com o Senhor; encontrar-nos a cada dia, marido e mulher, numa oração conjugal; dedicar, cada mês, o tempo necessário para um verdadeiro diálogo conjugal sob o olhar do Senhor ... ? É admissível tirarem "férias de Deus" aqueles que se consideram cristãos? A constatação do que ocorre evidencia o valor da reunião de equipe como meio de amparar nossa vontade e ajudar a superar nossas limitações ... Conscientes de que, de forma diligente, deveremos buscar, durante as férias, novas formas de viver nosso amor a Deus e aos outros, usemos de vigilância, perseverança e espírito inventivo. As fórmulas são muitas, mas não podemos deixar de lembrar, a título de auxílio mútuo, a validade de realizarmos reuniões informais, com os casais ou cônjuges que permanecerem na cidade, ou ainda de promovermos essas reuniões nos locais onde vários casais, ainda que pertencentes a outras equipes, passam suas férias. Possuídos daquela gloriosa l'berdade dos filhos de Deus, vivamos dignamente esse período, buscando valorizar o quotidiano, esse nosso dia a dia agora um pouco alterado - mas no qual possa encontrar espaço a disposição de realizarmos plenamente a nossa vocação. "Fazei tudo por Amor. Assim, não há coisas pequenas: tudo é grande. A perseverança nas pequenas coisas, por Amor, é heroísmo." Mons. Escrivã ("Caminho"). Dirce e Rubens -11-
UM POUCO DA HISTóRIA DO POVO DA BíBLIA (Fim)
Época que se segue ao exílio Levados aos milhares para o exílio na Babilônia, os judeus lá permaneceram por 250 anos e os profetas foram ficando cada vez mais raros. Sem o Templo para rezar, a comunidade dos judeus voltou-se cada vez mais para os escritos da palavra de Deus. O "Livro" - a "Torá" - torna-se cada vez mais o centro da vida religiosa. Aparece a figura do doutor da lei, aquele que interpreta "o Livro". Surgem os chamados "Livros Sapienciais", que mostram uma "sabedoria de vida" baseada na palavra de Deus e um novo gênero literário, chamado "midrash"; narrativas edificantes, históricas ou fictícias, procurando mostrar os caminhos de Deus na vida dos homens. Parecidos com os "midrash" são os livros apocalípticos que, através de imagens, às vezes fantásticas, predizem o futuro , lembrando aos homens, sobretudo em tempos de perseguição e desgraças, que Deus é o Senhor. Com a hegemonia dos persas no Oriente, os judeus se beneficiaram com um edito de Ciro e puderam deixar o cativeiro da Babilônia e regressar à Palestina, embora ainda sob o domínio persa (536-330). Com o Templo destruído, a religião tornou-se excessivamente legalista. Os melhores israelitas voltaram-se para a esperança do Messias, meditando antigos textos. Do ano 330 a 142 A.C., os judeus estiveram sob o domínio grego. De 142 a 63 A.C., seguiu-se curto período de independência. De 63 A.C. a 70 D.C., estiveram dominados pelos romanos, e foi nesse período, sob o reinado de Cesar Augusto, no ano 748 da História de Roma, que nasceu Jesus Cristo.
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A esse tempo havia três seitas principais na Palestina: -
os fariseus, a seita da classe média, mais instruída que o povo e que esperava um Messias político; os saduceus, a seita mais rica, minoria de aristocratas e sacerdotes; os essênios, a seita mais pobre, que vivia uma vida de completa ascese em cavernas no deserto.
No século II depois de Cristo, após a grande insurre1çao contra Roma, que terminou com sua derrota e a destruição do 2. 0 Templo e de Jerusalém, os judeus dispersaram-se pelo mundo foi a diáspora.
• • • Quanto aos livros do Novo Testamento, foram escritos no primeiro século da era cristã, completando para os cristãos o conteúdo da Revelação. "Tendo Deus, muitas vezes e de muitas maneiras, falado outrora aos nossos pais, por intermédio dos profetas, nestes últimos dias falou-nos por meio de seu Filho." (Heb. 1, 1-2). Depois que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos reunidos com Maria no Cenáculo, a mensagem de Deus não ficou reservada apenas ao povo escolhido: transpôs as fronteiras da Palestina, tornou-se universal. E a descendência de Abraão, como lhe fora prometido, tornou-se mais numerosa que as estrelas do céu ...
Dirce B. Pereira da Silva
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QUANTOS "PIXOTES" MAIS . .. ?
Após assistir ao filme "Pixote " e horrorizada com o terrível destino que espera pelos menores que, partindo de uma situação de simples abandono, acabam envolvidos no mundo da delinqüência e do crime, a Equipe da Carta Mensal procurou saber o que a sociedade oferecia de concreto para remediar a esta situação. Maria Enid conversou com Da. Ruth Pistori, assistente social da FEBEM-SP, comissionada na Pastoral do Menor, e com o casal Hélio e Nair.
C.M. -
Dona Ruth, o que a senhora nos diz do trabalho com menores?
Ruth -
Antes de tudo, fica evidente a necessidade premente de todo um trabalho preventivo que vá às causas do problema do menor. Depois, estamos conscientes de que, mesmo em se tratando de um trabalho que vise a "recuperação" ou reintegração social, não é a Instituição fechada (tipo internato) que vai resolver. A recuperação ideal é a que se dá na comunidade, junto à própria família. Por outro lado, sabemos que, se não forem acompanhados, os menores não terão condições de superar os problemas que os levaram ao ato anti-social. Por isso existe o regime de Liberdade Assistida, que visa o acompanhamento do menor em seu domicílio. Constatamos, porém, que o trabalho do assistente social responsável por este acompanhamento precisa ser complementado pela ação da comunidade, para haver uma autêntica orientação familiar. Em vista disto, a FEBEM-SP pediu o auxílio da Igreja para o acompanhamento de menores entre 14 e 18 anos que, após uma triagem feita por equipe inter-disciplinar de técnicos, retornam às suas famílias. -14-
C.M. -
E qual foi a resposta da Igreja de São Paulo?
Ruth -
A resposta veio: D. Luciano, Bispo da Região Leste e Responsável pela Pastoral do Menor, convocou, através da Comissão de Pastoral da Família, casais dispostos a assumir esse trabalho, em coerência com o espírito de Puebla, segundo o qual nenhum cristão engajado pode viver fora da realidade da Igreja de hoje, ou seja, sem fazer sua opção pelos pobres e marginalizados. Conscientes de que dar dinheiro, roupa ou mantimentos é mais fácil e anestesia a consciência mas NÃO resolve o problema do menor, ao passo que dar-SE, embora mais difícil, é a única maneira efetiva de ajudar, puseram-se à disposição da Pastoral do Menor. C.M. -
Em que consiste o trabalho dos casais?
Ruth -
Os casais, por meio de visitas domiciliares, acompanham o menor, procurando ajudá-lo a começar vida nova. Procuram também levar a vivência cristã de seus lares à família do menor: mostram como se age como pai e mãe cristãos, como se orienta com amor uma criança, estimulam o diálogo na família. C.M. -
Há muitos casais trabalhando nisto?
Ruth -
No momento, há 56 casais, atendendo 87 menores em liberdade assistida.
C.M. -
Qual o critério para que o menor possa gozar da liber· da de assistida?
Ruth -
D. Luciano costuma dividir os casos da FEBEM em "bravos" e "mansos". Depois de passarem pela triagem da equipe técnica, os "mansos", isto é, os menores que chegam lá recolhidos pela primeira vez perambulando pelas ruas sem documento, ou por suspeita de furto, ou por furtos leves, ou fugidos de suas casas por sentirem-se rejeitados pela família, podem voltar aos seus familiares "assistidos" por um casal, que lhes oferece sua amizade, seu apoio e compreensão. Gostaria que vocês colocassem a palavra "assistidos" entre aspas, porque liberdade "assistida" certamente não é a palavra ideal - apenas foi considerada mais simpática do que a usada anteriormente: liberdade "vigiada". Assistencialismo é a última coisa que se deseja fazer: os casais, por mais necessidade que a família do menor esteja passando, procuram não levar coisas materiais e sim doar-se a si mesmos nesse acompanhamento. C.M. -
Há quanto tempo vocês trabalham nisto?
Ruth -
Há três anos. -15-
C.M. -
E têm conseguido bons resultados?
Ruth -
Resultados verdadeiramente surpreendentes. Por que não conversa sobre isto com a Nair que, com o marido, trabalha há já algum tempo acompanhando menores? (Nair e Hélio Junqueira Ferraz, do C. I. V. C., coordenam o "núcleo" da Igreja Na. Sra. do Perpétuo Socorro. Ele é bancário, ela, professora de geografia em gináSio do Estado; têm duas filhas, de 11 e 6 anos) .
C.M. -
Nair, você poderia nos contar algo sobre sua atuação no trabalho de ressocialização do menor em liberdade as-
sistida? Em primeiro lugar: confiamos em Deus. A gente, como casal, faz o que pode, e Deus faz o resto! O Espírito Santo, nas horas certas, nos indica o que falar ou como agir. Fazemos visitas domiciliares a cada 10 ou 15 dias, ou uma vez por mês, conforme a necessidade do caso, levando a nossa amizade ao menor e à sua família. Começamos, por exemplo, perguntando à mãe: "Como a sra. acha que podemos ajudá-los?" Na realidade, não vamos ensinar nada - nós é que aprendemos com os pobres! Orientamos quanto aos locais onde a família poderá usufruir dos recursos da comunidade, tais como postos de saúde, obtenção de documentos, empregos, etc. Conversamos com o menor sobre seu trabalho, seus estudos, seus objetivos, seus amigos. Através de nossas visitas e desse diálogo amistoso, o menor se sente valorizado e até a família passa a tratá-lo melhor.
Nair -
C.M. -
Vocês então devolvem a ele a confiança em si mesmo e nos outros? Nai r - Exatamente. Pedimos para que ele e a família esqueçam o passado. Ressaltamos sempre suas boas qualidades, mostrando confiar nele e na força interior que ele tem, vinda de Deus, para começar vida nova. Em suma, ficamos amigos. C.M. -
Durante quanto tempo você e seu marido acompanham um menor? Nair - Por um ano, às vezes um pouco mais. Quando sentimos , que ele já pode caminhar sozinho, deixamos de acompanha-lo, e passamos a acompanhar outro menor. Mas continuamos amigos e o visitamos de vez em quando, principalmente no dia de seu aniversário ou no Na tal. C.M. -
Naturalmente, vocês devem ter uma orientação para esse trabalho?
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Sim, uma vez por mês, os casais que trabalham com os menores se reunem em grupos, chamados núcleos, correspondendo mais ou menos à divisão geográfica da cidade. Há 9 núcleos em São Paulo. Em nosso núcleo, por exemplo, que se reúne toda 4.a segunda-feira do mês, na Igreja do Perpétuo Socorro, somos 13 casais, sendo um deles um ministro protestante e sua esposa. Nestas reuniões, trocamos experiências e recebemos orientação de Da. Ruth, Coordenadora do Projeto de Liberdade Assistida, da Irmã Maria do Rosário, Coordenadora da Pastoral do Menor, e outros. Se por acaso o casal, durante o acompanhamento, tiver necessidade de mais orientação, a qualquer momento ele pode contar com a retaguarda de técnicos da FEBEM e religiosos da Pastoral do Menor. Nair -
C.M. -
E esses casais de boa vontade vêm de movimentos fa-; miliares?
Ruth -
Sim. Do MFC, ECC, CIVC, FOCOLARI e ENS.
C.M. -
Quantos casais das ENS vocês têm?
Ruth -
Um casal, que por sinal está no terceiro menor, e uma viúva. ( 1 )
C.M.- Só???
Ruth -
Por enquanto, só. Tivemos um ótimo casal de eqmpistas que, infelizmente, mudou-se para Ribeirão Preto.
Sinceramente, sinto-me envergonhada ... Acho que, com algumas exceções, é claro, nós, das Equipes, somos muito comodistas! Mas sempre é tempo de acordarmos.
C.M. -
Ruth -
Sabe quantos menores estão à espera de um casal que possa acompanhá-los para poderem voltar à vida normal?
C.M. -
Não faço idéia.
Ruth -
Temos 500 menores na fila de espera. . . Portanto, precisamos de 500 casais para ajudar neste apostolado. E ninguém pode dizer que não tem jeito para isto, pois está provado que basta a boa vontade e o entregar-se como instrumento nas mãos do Pai, que Ele realiza maravilhas por nosso intermédio. Nair -
(1)
isto mesmo. E a gente recebe mais do que dá, em bênçãos e graças. Até nossos filhos, que às vezes nos
É
Os equipistas de São Paulo e da Coordenação do ABC que quiserem conhecer a experiência pessoal de Marília e Abilio Guarita pedem telefonar para eles - fone: 288-4733.
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acompanham, amadurecem mais aprendendo o que são sofrimentos e problemas de verdade.
Ruth -
Uma coisa acho que deveria ser lembrada: em cada 4 brasileiros, 2 são menores, sendo que 1 é carente, abandonado ou infrator... Outra coisa importante, já que estamos falando a casais, é que a quase totalidade dos problemas que levam os menores à infração tem sua origem na família. Nosso menor é vítima de uma desorganização familiar gerada pela pobreza e pela ignorância. C.M. -
De fato, é um problema que nos diz respeito de muito perto. Quem quiser falar com a senhora onde deve pro-
curá-la?
Ruth -
Temos uma sede geral para o projeto, uma "Casa do Menor", onde funciona o Secretariado da Pastoral do Menor. Fica à rua Eloy Cerqueira, n. 0 46, telefone: 93-0277. Os casais podem procurar por mim ou pela Irmã Maria do Rosário. C.M. -
Muito obrigada pela entrevista. Fico um pouco mais animada. E ao mesmo tempo pensando na parábola dos talentos. . . Será que nós, das Equipes de São Paulo, não estamos enterrando o nosso ao invés de multiplicá-lo?
(Entrevista de Maria Enid Buschinelli)
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MEU IRMÃO JUV~NCIO
Faz alguns dias que o Senhor o levou. Quando recebemos a notícia de que seu corpo estava no Instituto Médico Legal, disseram-nos que se nós, da Pastoral Penal, não o assumíssemos como irmão nosso, ele, por não ter família, seria enterrado como indigente, lá em Santa Cruz. Pressurosamente fomos até lá, tomamos as devidas providências, e sabendo-o enjeitado pela família desde pequeno e desprezado pela soc~edade já aos 7 anos, assumimos com amor muito fraterno o seu sepultamento para o dia seguinte. Faltavam-lhe alguns dias para o livramento condicional ... A equipe da Pastoral sempre se preocupava com o Juvêncio, pois sem muitas habilidades, sem emprego e sem ninguém por ele, poderia reinc:dir e recomeçar o calvário que o trouxera para a prisão, há 20 anos. Buscando os trabalhos escritos que os internos fazem a no·sso pedido, encontramos um que o Juvêncio nos entregou, em 1974. Era um pouco de sua vida, dolorosa, cheia de decepções e injustiças. Natural de Crato, no Ceará, filho de pais brancos, teve a infelicidade de nascer escuro, entre outros irmãos brancos. O pai, que não perdoava o mau passo da esposa, nunca o aceitara. Tinha 7 anos, quando um dia, sem maldade, apanhou uma laranja do vizinho. Seu pai o entregou então à polícia como ladrão, para se ver livre dele ... E aí começou urna vida daquelas muitas que a família e a sociedade sem amor geram todos os dias. Passou a conviver com marginais experimentados e embora tivesse encontrado algumas pessoas caridosas que o ampararam, já aos 14 anos, no Rio, passou a morar debaixo de pontes, em boeiros de limpeza pública, convivendo com gente da pior espé-19-
cie. Derrotado pela fome e pela miséria, sem orientação, perdido no mundo do crime, foi envolvido em vários delitos de furto até ser preso, delatado pelos mesmos marginais que o iniciaram no crime. J uvêncio foi condenado a 24 anos de prisão ... Terminava sua biografia dizendo: "Nada tenho, nada sou! Não sou nem sonhos, nem esperanças... Sou um desvalido!" Este rapaz, no Instituto Penal "Lemos Brito", teve a oportunidade de descobrir Deus, pelo trabalho da Pastoral Penal. Um dia, nos escreveu: - "Irmã, o dia mais feliz da minha vida foi o do meu batismo e aquele que eu conheci a senhora". Era humilde, manso, pobre de coração. Jamais reclamava de nada. O primeiro a chegar para as nossas reuniões de sexta-feira, o mais assíduo participante das missas de domingo! Deus o preparava não para a "Liberdade condicional", que nos trazia tantas apreensões, mas para a verdadeira e definitiva libertação, do tempo e da matéria, do mal e do pecado! Seu enterro foi simples, acompanhado por duas religiosas da nossa equipe, que lhe levaram flores, orações e as saudades de todo o nosso grupo. Uma "cardiopatia chagásica" o vitimou e o Senhor se serviu dela para levá-lo gloriosamente ao seu Reino de Paz, Alegria e Amor, que ele conquistara com sua vida pe· nitente. Mexendo em seus pertences, tão poucos, tão pobres, um companheiro encontrou uma sua agenda de 1974, onde ele escrevera de próprio punho: "Era uma vez um vagabundo que andava cheio de arrependimento, mas ninguém acreditava que ele fosse se recuperar. No entanto, ele nunca perdeu a esperança, porque a esperança vem de Deus". Hoje, na quadra 79, sepultura 2.099 do cemitério do Caju, repousa alguém que a sociedade rejeitou, repudiu, condenou e encarcerou. Mas o Senhor há de permitir que ela não seja uma sepultura como as demais ... Que ela seja um grito de condenação aos pais que rejeitam o fruto de suas entranhas e um brado de alerta à conversão da sociedade injusta em que vivemos, da qual estão ausentes os grandes valores de amor e fraternidade, de justiça e paz, de bondade e perdão! Irmã Irany Bastos -20-
O PAI NOSSO ESTA EM TODA PARTE ...
Há uns oito anos, localizei em Bucarest, capital da Romênia, atrás da cort1na de ferro, uma irmã de minha mãe, viúva e sozinha. Começou então entre nós duas uma assídua correspondência que, segundo ela, é a única alegria de sua vida: poder participar, através dos meus "relatos", da nossa vida familiar tão feliz! Tempos depois, acompanhando meu marido numa viagem de negócios, fiz questão absoluta, apesar das inúmeras dificuldades, de visitá-la. Chegamos numa noite de inverno, de frio intensíssimo (17 graus abaixo de zero). NÓ aeroporto, fomos abordados por um senhor que se ofereceu "amavelmente" para acompanhar-nos ao centro em seu automóvel. Ele sugeriu que fôssemos para um hotel, mas como eu insistisse em procurar imediatamente minha tia, acabou cedendo e finalmente, a uma hora da manhã, lá chegamos. Vocês não podem imaginar a nossa emoção e aJÇa pobre velhinha ao abrir a porta e nos encontrar. Foram abraços, beijos, lágrimas, momentos de emoção intensa. Mas ... , ao ver o nosso guia, empalideceu: era um "agente da polícia". Despedimo-nos rapidamente dele e entramos em seu minúsd'~lo apartamento. .
-~.
Apavorada, ela dizia: Meu Deus, ele vru avisar a polícia! Eles não vão deixar vocês ficar aqui! Nós, estupefatos, não conseguíamos compreender o pavor dela. Daí veio a explicação. Tempos atrás, ela tinha sido ret' da pela polícia - diziam que estava recebendo uma correspondência muito assídua de um país capitalista - e só fora liberada quando conseguiram alguém para traduzir as cartas. ·' Muito nervosa e chorando, ela foi ao telefone, chamou o delegado e explicou-lhe - Eu não tenho mais ninguém neste mundo, minha sobrinha veio de tão longe para passar um dia comigo, por favor, façam-me esta concessão especial, de poder ficar com -21-
ela esta noite; prometo que às 7 da manhã ela estará no hotel. ' Meia hora depois veio a resposta: eles "generosamente" haviam concordado ... Mais conversamos do que dormimos e, durante aquelas horas, toda uma vida desfilou naquele quarto. No decorrer da conversa, uma das coisas que nos chocou foi saber que nosso cartão de Natal, que representava nossa Senhora, São José e o Menino Jesus, tinha s~ do confiscado. . . Finalmente, cansado e com sono, meu marido sugeriu: Vamos agradecer o nosso encontro, rezando os três juntos um Pai Nosso. De manhã cedo, como combinado, fomos para o hotel. Enquanto meu marido tomava um banho, eu refletia com tristeza sobre o ambiente em que me encontrava, e comecei a reclamar: Meu Deus, como o Senhor pode consentir numa situação dessas? As pessoas aqui vivem oprimidas, angustiadas, sem poder expandir seus sentimentos afetivos, quanto mais exprimir seus sentimentos políticos ou religiosos... Onde o Senhor está??? E, para afugentar os negros pensamentos que me assaltavam, liguei o rádio (nos outros países, nos quartos de hotel, havia televisão, mas lá ... ) . E o extraordinário aconteceu. Eu ouvi através das ondas: Pater Noster, qui es in caelis, santificetur nomen tuum ... Meu marido saiu do banho, ajoelhou-se ao meu lado e ali nós recitamos o terço mais fervoroso de nossas v~ das. Ao terminar, ouvimos, enlevados: "Qui paria Radio Vaticano per il Mondo ... " Era justamente a voz tão combatida por eles, a voz da Igreja, e na sua sede... Naquele momento, Deus me estava dando a resposta: - Os homens fecham as igrejas, destroem minhas imagens, proíbem minha palavra, mas ... EU ESTOU AQUI!
Magda F. Saddala Equipe 3 do Setor D, São Paulo
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TESTEMUNHO
COMO DEUS NOS F ALA ATRAVÉS DO CôNJUGE (1)
Depois de quase vinte e três anos de vida conjugal, têm sido inúmeras as oportunidades em que Deus nos falou através do cônjuge. É provável, também, que muitas vezes, por desatenção ou egoísmo, tenhamos deixado passar essas oportunidades sem auferir os benefícios da palavra de Deus. Como marido, recriminei-me, em diversas oportunidades, por não ter surpreendido o gesto de amor e de doação da minha esposa, ocorrido no cotidiano. Há, contudo, a presença dos filhos, a lembrar sempre o supremo gesto de amor da mulher e a presença de Deus. Os filhos, que Deus deu à mulher e ao marido! Creio que esta maneira de ver e ouvir Deus nos filhos, através do cônjuge, é comum à minha esposa e a mim. Trata-se, porém, de uma verdade tão óbvia que até as pedras constatam! Portanto, não deve ser esse o sentido da "pista" que o tema nos oferece. A extraordinária cond'ção de mulher, esposa e mãe é rica em exemplos concretos, fundamentados num amor tão profundo que só pode vir de Deus. Da mulher tenho recebido: um olhar de compreensão e estímulo - quase uma cumplicidade -, em momentos embaraçosos; uma palavra crítica, que só ela poderia dizer porque só ela me ama como Deus me ama; a palavra que não foi dita, porque se o fosse poderia magoar-me na minha fraqueza mais sensível; (1)
De uma resposta de Bauru ao tema "Um casal à escuta do Pai" ("Reunidos em nome de Cristo", caderno 7).
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a compreensão muda; a zanga e a alegria espontâneas; o contato e a presença física. Da esposa não me tem faltado: a permanente disposição em dividir comigo os encargos, as alegrias, a saúde, a doença. Não me tem faltado, principalmente, a paciência e a boa vontade em aceitar-me com todas as minhas limitações e com os meus pequenos defeitos. Tenho recebido o interesse e a preocupação pelas nossas coisas, pelo nosso trabalho e pelo futuro. Tenho recebido tanto esforço e dedicação, num trabalho doméstico insano, repetitivo e interminável de cozinhar, lavar, passar, arrumar, cuidar da casa, dos filhos e de mim, tudo isso além de lecionar durante quatro horas por dia! E, note-se: são sete filhos! Não parece mentira que uma pessoa possa fazer tudo isso e ainda ser alegre, paciente e atenciosa? De onde vem a força para tanto? Tem que ser do amor. Mas, num amor assim é intensa a presença e a palavra de Deus. Ainda que eu fosse cego e surdo poderia perceber. Da mãe, eu poderia escrever um livro e ainda assim talvez não conseguisse caracterizá-la com os louvores que merece. · O que representa de amor sete filhos, de 8 a 22 anos? Quantas mamadeiras? Quantas fraldas trocadas? Quantas horas de sono sacrificadas; quantas preocupações de saúde, alimentação, escola, educação, companhias, namoro? Por outro lado, quantas alegrias, na alegria das crianças? Quanta realização, na realização dos filhos? Quantas vitórias, nos sucessos dos filhos? Como mãe, a esposa que tenho é a presença de Deus na minha família; é o cimento que une as partes e transforma in.:. divíduos em família. É uma permanente doação por amor, um amor tamanho que só pode ser comparado ao amor do Cristo.
* O tema de reflexão nos propõe descobrir gestos concretos, do cônjuge, pelos quais Deus nos fale. Não sei se consegui responder segundo a expectativa da proposta, pois evitei a citação enumerativa de pequenos fatos que compõem a nossa vida em comum. Por razões circunstancias preparei sozinho o tema de reflexão; considerei esse fato mais uma excelente oportunidade para avivar, na mente e no coração, a presença de Deus tão manifesta na minha esposa. -24-
DE BOGOTA A CAMUY
Estávamos atarefados, cheios de coisas por fazer antes da partida, quando chegou o telegrama. Nossos amigos d'Amonville pediam-nos para, aproveitando a viagem a Bogotá, darmos um pulo a Porto Rico para conhecermos as três equipes de lá - três equipes de cuja existência só muito recentemente o Movimento tomou conhecimento. Tínhamos pela frente apenas dois dias úteis, mas como era preciso ir, tudo deu certo. E lá fomos nós, mais uma vez, para a querida Colômbia. Foram muito boas as "Jornadas", como dizem os equipistas de lá, apesar as peripécias ou por causa delas. A maior delas foi que Marcello ficou doente, com uma crise de hipertensão. Caiu na mão dos médicos, todos muito competentes e dedicados. Só que, por azar, deram ao pobre brasileiro um remédio "estrangeiro" - não porque fosse colombiano, mas por ter sido rejeitado por seu organismo. E Esther teve que fazer sozinha a abertura da Sessão. Mas, por força de muita oração, já no dia seguinte, embora pálido e de "piernas flojas", lá foi o palestrista, para alívio geral, fazer as suas "charlas". Aos trancos e barrancos, ajudado por poderosos "remeditos" e apoiado em muita oração, conseguiu dar cabo da incumbência sem que a incumbência lhe desse cabo ... Tudo isso só serviu para pôr em evidência que "para Deus nada é impossível" e que não passamos de Seus instrumentos: "Nada é aquele que planta ou que colhe, mas somente Aquele que dá a vida". Quer estejamos doentes ou sadios, sejamos cultos ou ignorantes, inteligentes ou obtusos, só importa colocarmo-nos, com fé e humildade, em Suas mãos, oferecendo-Lhe o que está a nosso alcance - a vontade e o trabalho -, que Ele opera maravilhas. Foi o que se passou na 3.a Sessão de Formação, de 1 a 4 de outubro, no "Sagrado Corazón", onde, além dos casais de Bogotá, contamos, pela primeira vez, com 3 casais e um Conselheiro Espiritual da cidade de Calí. Depois das "Jornadas", permanecemos mais três dias em Bogotá, onde tivemos várias reuniões e demos um passo à frente na organização das equipes colombianas, agora sob a responsabilidade do casal Eduardo y Cecilia Bustos. Dali partimos para Porto Rico e, depois de duas horas de vôo, chegávamos a San Juan. Puerto Rico é a mais rica ilha de todo o Caribe, dotada de uma bela natureza, que lembra muito -25-
o litoral de Guarujá. Com uma área de 8.897 km, é quase mil vezes menor que o Brasil. Sua população, contudo, é apenas 40 vezes menor, o que dá uma idéia do superpovoamento da ilha. Tanto assim que se passa de um "pueblo" a outro quase sem transição. Foi um jovem seminarista de Bogotá que, através de um seu professor, o Pe. Luis Montalvo, ficou conhecendo as Equipes. Ainda durante o tempo de seminário, convjdado por colegas, foi passar férias em Porto Rico. Vendo as necessidades daquele país, sentiu que sua vocação estava ali e decidiu exercer seu sacerdócio na ilha. Fez até questão de ser ordenado em Porto Rico, apesar de toda a sua família estar em Bogotá. Três anos atrás, o jovem Pe. Campo iniclou a experiência das Equipes apenas com alguns documentos e uma grande confiança no Espírito Santo. A coisa foi para a frente. Alvaro e Mercedes, da Espanha, ajudaram muito, através de assídua correspondência. Mas, em matéria de conta pessoal, não tinham tido nenhum. Éramos aguardados com muito interesse e amor, pois éramos os primeiros equipistas estrangeiros que eles viam! Fomos recebidos com muitos sorrisos, beijos e abraços. Do aeroporto saimos diretamente para Camuy, cidade que fica a 100 km da capital. É ali e em Arecibo e Quebradillas que moram os equipistas. Já no dia seguinte, à noite, tivemos uma reunião das três equipes, precedida da Eucaristia. Foi uma coisa inesquecível. Que interesse e que amor às Equipes ali encontramos! Que vontade de crescer. E que coisa impressionante: a fidelidade ao Movimento apesar do isolamento. O ambiente e o interesse, a autenticidade e o entusiasmo eram de tal ordem que não tivemos dúvida alguma em organizar, imediatamente, a Coordenação de Porto Rico, deixando-a entregue à responsabilidade de Meca e Lolo Toledo. É claro que o Pe. Emílio Campo Ariza ficou como Conselheiro da Coordenação. No outro dia, premidos pelos compromissos em São Paulo, tivemos que deixá-los. Com muita pena. Queríamos estar mais tempo com eles. Conhecê-los melhor, conhecer a ilha, inclusive, pois não sobrou tempo para turismo. O mar, o belo mar do Caribe, com suas águas de tons cambiantes, só vimos de longe. Mas valeu a pena. Saimos de lá alegres e felizes pelo que tínhamos visto, conhecido e vivido. Só podíamos dizer "Alabado sea tu nombre, Seiíor".
Esther e Marcello -26-
LIVROS
CRISTO, ANO 2000 -
Ambrosio Fornasiero
Edições Loyola, 1980. Cr$ 270,00.
Há vinte séculos que a mensagem permanece atual. Em nossa época, porém, mais do que em outras, urge que se mudem as considerações e os enfoques. É o que procura fazer o autor, mostrando-nos um Cristo vivo e incessantemente crucif~ cado, porque faz parte da história pessoal de cada um de nós. O livro é fruto de reflexões à noite com amigos em torno do Evangelho. Excelente presente para o Natal, inclusive para as pessoas que questionam a mensagem de Cristo. Leitura muito colorida e cativante. D.P .S. MARIA, A MULHER QUE ACREDITOU nas, 1980. Cr$ 150,00.
Carlos Carretto.
Edições Pauli-
Muitos cristãos deste século, concentrando suas atenções em Cristo, acabaram deixando de lado a devoção mariana. C. Carretto nos conta como redescobriu Maria, não como estátua imóvel, adormecida e co-m vestes de rainha, mas como mulher, mãe e irmã. O autor consegue, com felic~ dade, recompor o quadro histórico e os costumes da Palestina, fazendo-nos sentir ao lado da jovem Maria de Nazaré, rezando com ela, pensando com ela, naquelas passagens evangélicas que nos são tão conhecidas e- tão caras. D .P.S. O ESPíRITO SOBRE O MUNDO Cr$ 120,00.
Yves Raguin .
Edições Paulinas,
1980.
Simples, concreto, vivencial e prático, partindo do dia a dia, apresenta a experiência de Deus relacionada com o contexto humano. Destacam-se alguns capítulos: "Intimidade humana e mistério da revelação", "Diante do mistério da conversão" e, principalmente, "A oração, caminho da volta". Particularmente oportuno, neste ano em que buscamos abrir-nos ao Espírito Santo, individualmente, como casal e em comunidade. M.S. O ffiMAO DE ASSIS -
Inácio Larraiiaga. Edições Paulinas, 1980. Cr$ 270,00.
Bastaria o nome do autor para recomendar o livro e para se desconfiar de que não se trata apenas de "mais uma" vida de São Francisco. O livro é uma amorosa co-ntemplação do Santo, l!O acompanhar de sua vida, passo a passo. Os títulos dos capítulos dão uma idéia do lirismo da obra: Amanhece a liberdade -27-
Levanta-se o sol - O Senhor deu-me irmãos - A grande desolação - A última canção. Um ótimo presente para os enamorados do Poverello de Assis. M .D .
O CANTO NOVO DO RETORNO 200,00.
Hugo Baggio.
Editora Vozes, 1980.
Cr$
A parábola do filho pródigo, revivida e comentada por Frei Hugo Baggio. A propósito do filho que parte, reflexões sobre a separação provocada entre o homem e Deus pela livre escolha do pecado. A propósito da volta, o reconhecimento do erro, a coragem que o passo exige - belas páginas sobre a humildade. Os sentimentos do pai, que não discute, não corta relações com o filho, sabe correr riscos, pensa no filho e sabe alimentar a esperança - "ama e espera" - belas páginas sobre a esperança. A propósito do irmão mais velho, comentários sobre a vaidade e a inveja, nossa incapacidade de ver além do erro dos outros, nossa dureza de coração - belas páginas sobre a misericórdia. O livro termina com um capítulo sobre o caminhar de nossa vida, suas dificuldades e alegrias. Tudo muito atual, muito simples, muito gostoso de ler. Pode até servir de tema de estudos para grupos de jovens. M.D.
UMA MULHER NO MEU CAMINHO nas, 1978. Cr$ 65,00.
Pe . Virgílio Ciaccio.
Edições Pauli-
Nem seria preciso d izer que se trata de livro sobre Nossa Senhora. É um livro para meditação, numa linguagem simples, fácil e agradável, com menção especial para o capítulo "No princípio era o Sim". F .S. A IGREJA E O DESAFIO DOS POBRES 1980. Cr$ 200,00.
Julio de Santana . Editora Vozes,
Nestes tempos em que, mais do que nunca, a pobreza evangélica se tornou uma necessidade para os cristãos, este livro vem a propósito, lembrando inclusive que o problema não é novo. Trata-se de um estudo histórico do desafio dos pobres e da pobreza evangélica, desde o Antigo Testamento, a mensagem de Jesus, os tempos da Igreja primitiva e os primeiros séculos do cristianismo, até o final da Idade Média. Estudo do qual o autor tira as lições para nosso tempo. Para os que desejam aprofundar a reflexão sobre um assunto que nos questiona a todos, individual e coletivamente. Um bom presente também para seu Conselheiro Espiritual. M .D .
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LmERTE-SE, PERDOANDO 1980. Cr$ 70,00.
Carlos Afonso Schmitt .
Edições Paulinas,
Lembrando que o homem está vivendo em meio à violência, à mentira e a toda espécie de seduções, o Pe. Schmitt pergunta: nessa fábrica de neuróticos, como conhecer a paz? Como viver a serenidade? Como libertar-se das tensões? E nos ensina um remédio poderoso que liberta, um remédio tão poderoso quanto Q amor: o perdão, que, pela força de Jesus Cristo, restitui-nos a alegria de viver, constituindo terapia necessária para a cura interior, para a redescoberta da paz e da convivência harmônica. ótimo para jovens e ótimo para casais que procuram um relacionamento mais harmonioso. D.P.S. NENf:, ANO ZERO (A educação sexual das crianças) A VERDADE SOBRE OS BEBtS (Educação sexual dos 6 aos 12) A VERDADE SOBRE O AMOR (Educação sexual dos 12 aos 15 anos) - Maria Claudia Monchaux. Edições Paulinas, 3'" edição, 1980. Cr$ 80,00 o fascículo.
Abordagem diferente, moderna, para os pais conversarem com os filhos sobre o mistério do amor. Válido até para adutos! Verdadeiro poema: " ... como uma cidadela abriga o seu príncipe no interior das muralhas, a mulher grávida aloja o seu bebê, ainda demasiado fraco para enfrentar sozinho a vida". Impressão primorosa, com ótimas ilustrações, graficamente uma obra de arte. E por um preço bem acessível. M. e F.S.
PLANEJAMENTO FAMILIAR COM O M~TODO DA OVULAÇAO- Guilherme Gibbons e Dionísio Santamaria. Edições Paulinas, 1980. Cr$ 35,00.
ótimo veículo de divulgação do método "Billings", com muitas ilustrações. São apenas 30 páginas, compostas de maneira a facilitar ao máximo a leitura, resumindo e transmitindo o principal do método da ovulação. Não pode faltar, ao lado do "Atlas", nos Encontros de noivos. COMO PLANEJAR SUA FAMlLIA, NATURALMENTE, COM SUCESSO Guilherme Gibbons e Francisco Cozzupoli. Edições Paulinas, 1980 . Cr$ 5,00.
Sobre o mesmo assunto, folheto de vulgarização, muito bem feito. Apresenta, através de ilustrações acompanhadas de alguns textos bem claros, o essencial do método. Na última página, algumas palavras sobre a "filosofia do planejamento familiar" , "um -29-
modo de viver". Na sua simplicidade, um instrumento destinado a ser muito eficaz nas mãos de quem trabalha em periferia, seja em Centros de Saúde, seja em clubes de mães. Muito útil também para despertar para o método qualquer tipo de pessoa, a quem se poderá recomendar depois seja o livreto acima, seja o livro ou o "Atlas" dos Billings. ótimo para deixar em salas de espera de consultórios, paróquias, etc. M.D.
O PAPA JOAO PAULO 11 NAS EDITORAS
Para muita gente não poderia haver melhor presente de Natal do que uma lembrança daquele que passou entre nós semeando tanta fé, tanto amor e tanta esperança. Temos várias opções: O texto completo dos pronunciamentos
Nas Edições Paulinas, sem índice analítico, Cr$ 200,00. Na Editora Vozes, com índice analítico, Cr$ 200,00. Nas Edições Loyola, com índice mais completo, Cr$ 280,00. (Quem comprou a edição das Paulinas e ficou sem fndice pode comprá-lo em separado. Não precisa ser das Paulinas (Cr$ 70,00), pode ser da Loyola mesmo (Cr$ 60,00), pois a numeração dos pronunciamentos é a mesma nas três edições, acompanhando o texto oficial da C.N.B .B.). Algumas homilias gravadas em fita
As Paulinas publicaram em "cassete" as homilias sobre a família, a juventude, a catequese, a pobreza evangélica (Vidigal) e a homilia às religiosas. Devem sair ainda antes do Natal pelo menos mais duas: a hom;lia aos operários e a homilia sobre "A terra, dom de Deus" (Recife). Preço: Cr$ 250,00 cada. O livro "0 Papa que nós amamos"
Das Edições Loyola. Comentários do Pe. Roque Schneider sobre a personalidade de João Paulo II, com fotos da viagem ao Brasil à guisa de ilustração. Brochura, Cr$ 180,00. O livro "do" Papa: "Sinal de Contradição"
Publicado em 1979 pelas Edições Paulinas. Trata-se das práticas do retiro que o então Cardeal Wojtyla foi chamado a pregar para Paulo VI e seus colaboradores, em 1976. No estilo simples e direto do nosso Papa, meditação sobre o mistério de nossa Redenção, através de meditações dos mistérios do Rosário. -30-
LANÇANDO AS REDES
Uma família equipista passando as férias na praia. Férias em que marido e mulher continuam ligados ao Movimento, não só pela oração nas intenções dos companheiros, não só pelos meios de aperfeiçoamento mas, na realidade, "ligados no Movimento", por aquele espírito próprio de quem o assumiu como uma segunda natureza ... Assim, quando Dilma e Miguel ( 1 ) viram aquela quantidade de argentinos, as antenas, sempre ligadas, vibraram. Os dois não pensaram duas vezes: vamos falar com eles! Muito bem, mas como? Agora vejam o que imaginaram. Fizeram uma circular convidando os "caros amigos, casais de língua espanhola" para uma reunião numa terça-feira à noite, numa capela do lugar, e distribuíram a circular no domingo anterior, em duas missas. Ainda deixaram algumas nos hotéis do lugar e em duas mercearias. Dizia a circular, em poucas palavras, o que são as Equipes, onde existem, quantas são no Brasil e o que pretendem, citando ainda algumas frases de João XXIII e Paulo VI. E finalizava: "Caso vocês pretendam viver melhor seu matrimônio e encontrar soluções para problemas familiares, venham part:cipar da nossa reunião, trazendo junto consigo um casal católico seu amigo". Na terça à noite, Dilma e Miguel abriram a capelinha de 200 anos e ficaram à espera dos argentinos. "Chegou um casal. Só um. . . M.uitos são os chamados . .. Mas, que casal! Trocamos idéias com eles, pais de cinco filhos, moradores de uma localidade distante 30 km de Buenos Aires. Ficaram entusiasmados com a possibilidade de conseguirem outros casais e receberem a visita de um dos nossos. Entregamos a carta referente à peregrinação e continuaremos a ter contato com eles, uma vez que ficarão aqui até o final de fevereiro. Sábado, os apresentaremos a Edy e Adherbal. Silvina e Carlos entraram em nossa vida e, quem sabe, se for do agrado do Pai, se constituirão no primeiro p:lar do futuro edifício de 'los Equipos de Nuestra Sefiora' na Argentina.".
Agora é do seio do Pai que Miguel acompanha o desabrochar da semente que plantou . .. (1)
Nas férias do ano passado.
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NOTíCIAS DOS SETORES
MANAUS -
Responsabilidade maior . ..
Saiu em setembro o primeiro número do Boletim de Manaus. No Editorial, o Pe. Luis Kirchner, Conselheiro Espiritual do Setor, comentando a recente elevação da Coordenação a Setor, salienta o trabalho já realizado, ao mesmo tempo que lembra a responsabilidade maior que isso acarreta para os equipistas. Citamos alguns trechos da mensagem: "Modéstia à parte, hoje em dia as Equipes de Nossa Senhora em Manaus estão fornecendo muitos elementos para a Pastoral Familiar. Ca:sais Amigos nasceu de nosso espírito, fruto da reflexão e busca de um padre e de leigos que queriam levar uma vivência cristã conjugal, numa embalagem mais regional, mais simples, para as pessoas que não têm condições de compreender uma carta mensal nossa. Se estamos de parabéns com a criação do novo Setor no mapa equipista, também aumentou nossa responsabilidade, pois muito nos espera. Não é ponto de chegada; pelo contrário, de partida, de uma nova caminhada. A família, como a sociedade, está numa fase de transformação. Muita coisa está no ar. A nossa comunidade está precisando de casais com vivência cristã iluminada pelo Evangelho e fortificada pela oração e a Eucaristia, dando algo de si em prol dos outros. Meu amigo, 'só o amor constrói'. Constrói a felicidade de seu lar, cria as estruturas de uma sociedade mais justa e fraterna. Nossa Senhora Aparecida nos ajude a santificar nossas famílias e humanizar nossa cidade, que todos os seus filhos sejam nossos irmãos." -32-
LONDRINA -
Encontro para casais não casados
Sob a orientação de seu Conselheiro Espiritual, Pe. Philip, as equipes 9 e 13 estão realizando um apostolado dderente. Reunem casais cuja união não foi sancionada pela Igreja e, às vezes, nem mesmo pela lei dos homens. Depois de um determinado número de palestras (A pessoa humana, Harmonia conjugal e sexual, Diálogo entre pais e filhos, Os sacramentos), há uma preparação para a confissão e, durante a missa de encerramento, procede-se à troca de consentimentos, unindo-se os casais diante do altar de Deus. No primeiro encontro, 18 casais se uniram pelo Sacramento do Matrimônio. Dado o sucesso do primeiro, um segundo encontro da mesma natureza estava programado para fins de outubro, e aguarda-se com interesse notícias sobre esta nova modalidade de apostolado junto a casais.
JAO -
Círculos Familiares na periferia
O Setor lançou o primeiro Círculo Familiar na periferia. Participam 5 casais da comunidade do Pe. Sérgio. As reuniões são mensais e atuam como casal piloto Eracy e João, da Equipe 12, e como co-piloto Mariinha e Carlos, da Equipe 18. Todas as segundas-feiras, está havendo a "Escola de Vivência", para preparar novos casais equipistas para funcionarem como pilotos em outros Círculos Familiares na periferia da cidade. -
Equipinhas em retiro
As equipinhas de Jaú tiveram, no dia 12 de outubro, seu "retiro" anual, com início às 7h30, com a Santa Missa, e término às 15h. Tomaram parte 60 crianças, que foram divididas em duas turmas: de 6 a 11 anos e de 12 a 16 anos. As palestras versaram sobre Comunidade - Igreja; Família; Equipinha. -
Retiro e reuniões mistas
Participaram do retiro de setembro, pregado pelo Con. Pedro, 45 casais e 8 pessoas. O tema: "O homem como pessoa na família". O pregador, como sempre, muito feliz. Em outubro, realizaram-se as reuniões mistas - em dois turnos (dez equipes na quinta-feira 16 e 9 no sábado 18). Sobre o tema A perseverança, foram bastante proveitosas. -33-
CATANDUVA -
Família em foco
As Equipes de Catanduva estão de parabéns pelo Boletim da Coordenação, "Voz das ENS". O n. 0 2 (não recebemos o n. 0 1), dedicado à Semana da Família, além de um editorial intitulado "A Família em todas as semamas", destacando trechos dos pronunciamentos de João Paulo II entre nós, apresenta a "Missão da Mulher na Igreja" segundo Puebla (n. 0 s 843 e 844), e um artigo sobre "Família, centro de comunhão e participação". -
Curso de noivos e Billings
Desde maio, as Equipes estão encarregadas da promoção dos cursos de noivos na cidade. Como inovação, no curso de agosto, foi introduzida a apresentação do método Billings. Salienta o Boletim que, no final desse curso, "vários casais que irão morar em outras cidades mostraram interesse em procurar um sacerdote para fazerem parte de algum movimento de casais". -
Semana da Bíblia, da Criança, etc.
A Equipe 4 atuou na Semana da Bíblia, colaborando com palestras em dois setores, abrangendo várias paróquias. (Aliás o pessoal dessa equipe não dorme no ponto: um casal está à frente da Escola de Pais e uma equipista prepara adultos para a Primeira Eucaristia.) Quanto à Semana da Criança, a Coordenação organizou uma palestra para os adolescentes, um passeio para as crianças e ainda um dia de confraternização. -
Reuniões extras
A Equipe 1 está tendo reumoes extras durante o mês. Os casais têm se reunido em noites de meditação, terços, e para elaborar o curso de noivos que foi de sua responsabilidade em novembro. "É através da oração e do trabalho em comum que uma equipe cresce", afirmam - com razão!
SAO CARLOS -
No Natal, sobriedade
O tema das reuniões mistas organizadas pelo Setor de São Carlos em dezembro do ano passado foi o da sobriedade. Lembrando que "para que a celebração do Natal seja uma verdadeira -34-
celebração cristã" é necessário refletir sobre a virtude da sobriedade, o tema propunha pistas de reflexão individual (do casal) sobre: -
quais seriam os critérios para se julgar a própria sobriedade,
-
o modo de educar os filhos tendo em vista a sociedade e os motivos de ser isto indispensável,
e finalmente algumas perguntas para serem respondidas por escrito para a troca de idéias na reunião. Entre elas: -
Como temos celebrado o Na tal? Como devemos nos preparar para a celebração do Natal? Como deveríamos celebrar o Natal?
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Como nos comportamos face à virtude da sobriedade?
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Ensinamos aos nossos filhos, através de nossa vida, a sobriedade?
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O que como equipe podemos fazer para ajudar, através da sobriedade, famílias e instituições carentes?
O Boletim de janeiro-fevereiro trazia o "retorno" da reflexão, tornada vida: em todas as equipes, a Novena do Natal havia desembocado num gesto concreto de solidariedade, conseqüência da sobriedade sugerida. Alguns exemplos, para ilustrar: Na Equipe 1 - "Os casais, juntamente com os da equipe mista, no final da Novena recolheram gêneros alimentíc'os, roupas, etc., e levaram às instituições de caridade. Como havia sido decidido na equipe em reunião anterior, não trocamos presentes, mas cada casal fez a sua oferta em dinheiro para a compra de roupas e calçados para as meninas da Betânia Vicentina." Na Equipe - "Pensamos em realizar algo em conjunto após a Novena de Natal. Ficou decid"do fazermos uma visita à creche da Vila Prado, com a finalidade de dar, de alguma forma, a nossa contribuição àquela instituição assistencial." Na Equipe 6 - "De acordo com nossos entendimentos anteriores e ponderando sobre a sobriedade, estipulamos uma quantia para compra de gêneros alimentícios. No transcorrer da celebração eucarística, no ofertório, todas as nossas crianças ofertaram esses gêneros e seu amor." Na Equipe 8 - "Dentro do espírito do Na tal, a equipe esteve no Educandário, distraindo as crianças com filmes e aproveitan-35-
do a ocasrao para entregar uma importância em dinheiro para as obras daquela instituição." Na Equipe 10 - "Atendendo à solicitação do Setor no sentido de que cada equipe no Natal praticasse um gesto concreto de sobriedade, nossa equipe formou uma caixa de mantimentos que foi entregue a famílias carentes." Na Equipe 1 de Piracicaba, em pilotagem - "A equipe teve a oportunidade de participar de sua primeira missão de apostolado. Nas vésperas do Natal, proporcionou-se uma t arde de festa para cerca de 15 meninas abandonadas, com idade variando entre 3 e 8 anos, internas do Educandário Nosso Lar. Foi uma tarde em que a equipe colheu frutos inesperados, pelo impacto causado pelas pequenas criaturas maltrapilhas e famintas de afeto, carinho e amor." Dá para imaginar que, uma vez a consciência despertada para a relação sobriedade-solidariedade, a coisa não tenha ficado apenas em gestos isolados por ocas·ão do Natal. De fato, em boletim recente, colhemos esse dado, da Equipe 10: "Continua o trabalho de assistência a famílias carentes, com visitas e entrega de gêneros alimentícios." Obviamente também, a "assistência" não se limita à entrega de mantimentos ou contribuições, mas, através das visitas a famílias e instituições, está havendo um verdadeiro trabalho de promoção.
ARARAQUARA- Neimar de Barros
Atendendo a convite formulado pela Equipe 4, em nome de todas as equipes de Araraquara, esteve falando na igreja matriz da cidade o poeta Neimar de Barros. O evento foi coroado de sucesso, com a igreja totalmente lotada, não só por pessoas ligadas a movimentos da Igreja, como pelo público em geral. Sucesso não só de número, pelo expressivo comparecimento, mas também de receptividade da mensagem transmitida pelo Neimar. -Tarde de meditação
Realizaram as equipes de Araraquara uma tarde de meditação sobre o tema do Espírito Santo, a cargo do Pe. João Rodrigues de Carvalho. Encerrou-se a tarde com a celebração da Sant a Missa, após a qual os equipistas participaram de alegre confraternização. -36-
DOIS CóRREGOS -
29 grau
Com a presença de todos os membros da Coordenação e do Casal Regional, Arlete e Milton, realizou-se a reunião que teve por finalidade organizar a Coordenação de 2. 0 grau de Dois Córregos/Brotas. Além da mensagem espiritual, Arlete e Milton incentivaram os casais que irão assumir a função de ligação, esclarecendo suas dúvidas com segurança e otimismo. Durante a celebração eucarística, conduzida pelo Conselheiro Espiritual, Pe. Isidro Fernandes Freire, que colocou pontos importantíssimos de abertura à ação do Espírito Santo, Arlete e Milton instalaram a 2.a. fase da Coordenação, cujo Casal Responsável continua sendo J ane e Pedro Gilberto. GUARATINGUETA -
Expansão
O Boletim tem uma parte especialmente dedicada à expansão, uma das metas do Setor durante o presente ano equipista. Depois de lembrar que "as equipes já existentes deverão ter como atitude prioritária dar alguma coisa do que receberam em termos de evangelização", afirma que "apresentar casais cristãos interessados em participar do nosso Movimento é nossa obrigação. Assim estaremos ajudando na atuação das Equipes e nas metas da Pastoral da Arquidiocese, buscando conjugar esforços em prol do desenvolvimento de valores espirituais na família brasileira". Um lembrete e uma sugestão: "os casais a serem apresentados deverão ser católicos praticantes" e "quando estiverem meditando sobre as apresentações a serem feitas, façam um repasse no conteúdo das páginas 1 e 2 da Carta das E.N.S. (Estatutos)". Esclarece ainda o artigo que "as primeiras informações organizadas já começaram a ultrapassar as expectativas. Temos já algumas equipes para breve lançamento". E lembra que continuarão sendo proporcionados Cursos de pilotos, de ligação, Noites de estudo e oração - ao lado da vida de equipe, "que é, por si só, fonte de abastecimento, vivência evangélica e metodologia equipista". -Retiro
"Calou fundo no espírito de 44 casais (35 de Guaratinguetá, 4 de Pindamonhangaba e 5 convidados), 2 senhores e 1 viúva o retiro promovido pelo Setor no fim de agosto, no Seminário Santo Afonso, em Aparecida", escrevem Marlene e João Roberto. "O pregador foi Frei Hugo Baggio que, com sua simplicidade, sabedoria, inteligência e talento, conseguiu cativar a todos. O tema -37-
abordado por Frei Hugo foi Família, filhos e oração. Já na primeira palestra foram sentidos os benefícios, prenunciando que todo o retiro seria um acontecimento incomum. E, à medida que se desenrolavam as palestras, mais e ma;s crescia o interesse dos casais. Todos voltaram para seus lares convencidos de que a oração deve ~er uma constante em nossa vida e que o retiro é uma necessidade para os casais cristãos."
VOLT ARAM PARA O PAI
Manoel Joaquim de Oliveira Filho (Maneca)
Da Equipe 16, Na. Sra. do Sagrado Coração, de Florianópolis. No dia 22 de julho. Casado com Roselei. Três filhos, cujo menor fazia 4 anos no dia em que morreu, repentinamente, com apenas 33 anos. · "Exatamente a idade de Jesus", escreve o Pe. Orlando, Conselheiro Espiritual da equipe, que relata: "O Maneca tinha realmente muita semelhança com J esus: era b om, era alegre, era f1el. 'Senhor, em tuas mãos eu entrego o meu marido', essa foi a oração da Roselei no momento em que seu esposo deixava este mundo e abraçava definitivamente o Pai e Senhor da vida. Foi assim que Jesus rezou quando, aos 33 anos, morria na Cruz redentora. Roselei, a tua oração foi inspirada. Não perdeste teu marido: tu o entregaste a Deus, tal qual Abraão entregou seu filho Isaac. Considera-te, pois, uma mulher abraâmica, filha de sua fé. Diz a Sagrada escritura: Deus é admirável na morte de seus santos." Horácio Nelson Rondinelli
Da Equipe 1, Na. Sra. do Amor Fraterno, da Coordenação E, São Paulo. Na madrugada do dia 23 de outubro, com 37 anos, deixando Vera Marina, dois filhos e um terceiro para nascer. Primeiro Responsável da equipe, trabalhou em todos os EACREs realizados em São Paulo. Participou desde o início do projeto de ressocialização do menor infrator, acompanhando um menor àa FEBEM em liberdade assistida, trabalho que precisou abandonar ao ter que se mudar para Campinas. Mesmo mo·r ando em Campinas, continuou a participar da equipe em São Paulo. Desde que fora acometido do terrível mal que o levaria, os casais revezavam-se nas viagens para Campinas. O testemunho de doação da equipe foi de grande conforto para Vera, que se viu totalmente amparada, principalmente nos momentos mal.s difíceis, que coincidiram para ela com o 8. 0 mês de gravidez. 38-
NOVAS EQUIPES Brasília
Equipe 22 (Setor A) - Casal Piloto: Leila e Aquiles; Conselheiro Espiritual: Pe. Acídio. Equipe 23 (Setor B) - Casal Piloto: !rene e Mário; Conselheiro Espiritual: Pe. Martinho Lanz. Mafra
Equipe 4 - Casal Piloto: Ivone e Mário; Conselheiro Espiritual: Pe. Valentim Zaczinski. Equipe 5 - Casal Piloto: Ivone e Mário; Conselheiro Espiritual: Pe. Valentim Zaczinski. Rio de Janeiro
Equipe 30 (Seto1· A) - Casal Piloto: Betisa e João; Conselheiro Espiritual: Frei Pio Pelloux .
• SESSAO DE FORMAÇÃO EM MARTLIA
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Nos dias 30, 31 de outubro, 1 e 2 de novembro, realizou-se em Marília mais uma Sessão de Formação. Foram dias de intensa vivência comunitária, possibilitada pelo acolhimento- dispensado aos casais partic~pantes, pelas palestras, especialmente as do Pe. Valter Carrijo, e pela participação nos atos litúrgicos. A missa de encerramento contou com a presença de D. Daniel Tomasella, Bispo- de Marília, que, na sua homilia, além de referir-se ao fato de, como Conselheiro Espiritual de equipe, procurar dedicar-se o máximo que pode, inclusive participando do retü·o que iniciou os Anos de Apro·fundamento das equipes locais, exortou-nos a preparar nossos lares, a começar pela oração, para acolher eventuais vocações sacerdotais. Estiveram presentes 22 casais. Destacamos que muitos eram de setores e coo·rdenações locais e próximos, mas vieram também casais de São Paulo, Jundiaí, Guaratinguetá, e até de Curitiba, Mafra e ... Porto Alegre! Em compensação, sentimos a falta de Por que casais de alguns setores e coordenações bem próximos. será? O que faz um casal desinstalar-se, viajar 60 horas, para participar de uma Sessão? Fica aqui o registro-, para nossa reflexão. -39-
CAMINHAR
ANUNCIANDO
No final deste ano que marcou a pa.ssagem do Santo Padre entre nós, e em ação de graças por tudo o que essa visita nos trouxe, escolhemos textos de João Paulo II para nossa oração e meditação .
TEXTO DE MEDITAÇAO
Olhando o futuro, embora não faltem motivos de ansiedade, mais fortes e proeminentes são os da confiança e da esperança. Apoiada nesta esperança, a Igreja continua a sua obra. Permanece fiel a Cristo, ao seu Evangelho, ao seu convite à conversão porque está próximo o Reino de Deus. Ela nunca se cansará de interceder junto de Deus pela humanidade, nem de intervir e de se empenhar pessoalmente na defesa e na elevação do homem. Do homem integral, alma e corpo. De cada homem, desde o nascituro, porque cada homem é coroa do criado, cada homem é viva glória de Deus. A Igreja continua a anunciar ao mundo esta extraordinária realidade: e sem se cansar, sem perder ânimo, concentra as suas forças, avança no mundo, proclamando a santidade, a honra e os d!reitos de Deus, e a grandeza do homem. Caminha na luz de Deus, na alegria de Deus. Todos nós estamos envolvidos neste peregrinar. Andemos para a frente, caminhemos e cantemos, como nos diz Santo Agostinho, "não para contentar a tranqüilidade, mas para confortar a fadiga. Façamos como costuma cantar o viandante: canta, mas caminha; com o canto consola a fadiga; mas não te contentes com o ócio; canta e caminha ... Avança no bem, avança na verdadeira fé, avança na vida autêntica; canta e caminha!" Sempre nos guie neste caminhar a estrela do Natal, que leva a Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria; a Jesus, Redentor do Homem. (Da Mensagem para o Ano Novo, 1-1-80)
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ORAÇÃO A IMACULADA
Hoje vimos saudar-te, Maria, que foste escolhida para ser Mãe do Verbo eterno, {'! dizemos-te: "Ave! Bendita és, ó cheia de graça!". Acolhe-nos! Olha para nossos corações! Acolhe as nossas preocupações e as nossas esperanças! Ajuda-nos, tu, cheia de graça, a viver na graça, a perseverar na graça e, se for necessário, a voltar à graça do Deus Vivo, o que é o maior e sobrenatural bem do homem. Prepara-nos para a vinda do teu Filho! Acolhe-nos! com nossc·s problemas de cada dia, nossas fraquezas e deficiências, nossas crises, nossas faltas pessoais, familiares e sociais. Não permitas que percamos a boa vontade! Não permitas que percamos a sinceridade do conhecimento e a honestidade do proceder! Com tua oração, consegue-nos a Justiça. Salva a Paz no mundo inteiro!
!Na Festa da Imaculada Conceição, 8-12-79)
" Na cruz, na Eucaristia e em Nossa Senhora se baseia a minha esperança de que a semente de salvação, que aqui procurei lançar, germine, cresça e dê frutos de amor, da fraternidade e de vida cristã. "
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