NC? 9
1981/1982
Dezembro a Fevereiro
O Senhor está parto de nós O respeito à Liberdade, condição da Paz . . ... . Co)no ler sobre a Imaculada . . . . . . .
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O .Espírito Santo ilumina o nosso amor
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Sã.o Vicente de Paulo . . . . . . . . . . . . . . . .
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A ECIR conversa com vocês
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A Oração durante as férias
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" Reze com seus pés"
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Refletindo sobre as férias
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Testemunho de um deficiente
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Criado em Roma o Ponlificio Conselho para a Família .. 24 Em visita às E.N.S. da Austrália . . . . . . . . . . . . . 26 Caminhando, chegaremos lá!
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Alguns li vr os
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Notícias dos Setores
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Tempo de amar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
EDITORIAL
O SENHOR ESTA PERTO DE NóS
Não poderia estar mais perto. O Deus de todas as belezas e de todas as luzes veio morar na casa pobre do coração humano. O Menino que nasce de Maria na noite do Na tal é o Deus de todas as nações e de todas as ânsias. Com rosto humano, com pés e mãos, com fome e com sede, peregrino como todos os homens, Deus se tornou um de nós e se fez próximo de nós. Podemos dizer que Deus é o Emanuel, isto é, Deus conosco. Essa a grande mensagem do Natal. Caminhando no coração da história, construindo nossos lares e trabalhando nas diferentes tarefas, sofrendo e amando, vivendo a vida, não estamos entregues a nós mesmos. Deus mesmo chorou e sorriu, conviveu com as pessoas e teve ânsias de felicidade. Não estamos entregues ao destino nem à fatalidade. Deus nos ama e vem até nós. Um dia, Deus resolveu, para sempre, entrar na carne humana, e se encarnou. Todos os rostos humanos têm traços de Deus. Pobres e ricos, pretos e brancos, homens de ontem e de hoje, todos têm vestígios de Deus, porque numa carne humana igual a de todos esses Deus já morou. Mais ainda. Quando damos um copo de água fria ao menor de nossos irmãos é a Ele que estamos oferecendo um gesto de amor. Há uma presença especial de Deus no coração de todos os pobres da terra. Quando Deus quis aparecer entre nós, escolheu uma família pobre e condições de muito despojamento: um pai carpinteiro, uma mãe muito simples, um lar numa cidade de pobres como era Nazaré. Foi visitado pelos pastores pobres e não teve acolhida nos corações dos grandes e satisfeitos de coisas da terra. Natal é a festa dos pequenos que se sabem preferidos de Deus. Cumprem-se, na simplicidade da cena do presépio, as profecias de ontem e realizam-se os desejos da humanidade sincera -1-
de ver e ouvir a Deus. As nuvens do céu chovem o Justo e Belém não é a menor de todas as cidades. Chegou o Príncipe da Paz e o Pai do século futuro. Tudo se fez com muita simplicidade e sem o aparato tão apreciado pelos homens. A chegada de Deus no humano se faz no simples e naquilo que não tem brilho. Continuando sua vida humana, esse Deus-Homem se mostrará imensamente frágil, a ponto de morrer como um condenado fora dos muros de Jerusalém. Tudo se faz no silêncio, na simplicidade e no despojamento. Nesta quadra do ano costumamos desejar votos de felic idades a.os nossos amigos e familiares. Ceamos com nossos familiares e presenteamo-nos uns aos outros. Por que tudo isso? Porque o Na tal é momento de paz. Momento profundo de paz porque chegou aquele que estávamos esperando. Formulamos votos aos nossos amigos, que acolham esse Menino que nasceu. Esperamos que Ele possa morar no coração de nossas famílias. Queremos que todos se unam em torno dele e que, nesta noite, haja uma vontade muito grande de se desfazerem as barreiras. Suspiramos por um tempo em que as armas de guerra sejam colocadas de lado e sirvam para o trabalho da paz. Que a Paz do Menino penetre todos os lares deste país. Que os lares dos equipistas sejam novos presépios onde o Menino possa renascer.
Frei Almir Ribeiro Guimarães, o.f.m .
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A PALAVRA DO PAPA
O RESPEITO A LIBERDADE, CONDIÇÃO DA PAZ (Da mensagem do Santo Padre para o Dia Mund.l.al da Paz 1981).
A paz é possível, mas é também uma contínua conquista a fazer, um bem que se deve tornar realidade mediante esforços incessantemente renovados. Cada geração sente de uma maneira nova a permanente exigência da paz, frente aos problemas quotidianos da sua existência. Sim, o ideal da paz tem de ser traduzido numa realidade concreta, cada dia e por cada um de nós.
o A liberdade, na sua essência, é algo intrínseco ao homem, conatural à pessoa humana, sinal distintivo da sua natureza. A liberdade da pessoa, de fato, tem o seu fundamento na sua dignidade transcendente: uma dignidade que lhe foi doada por Deus, seu Criador, e que a orienta para o mesmo Deus. O homem, porque criado à imagem de Deus, é inseparável da liberdade, daquela liberdade que nenhuma força ou constrangimento exterior jamais lhe poderá tirar e que constitui seu direito fundamental, quer como indivíduo, quer como membro da sociedade. O homem é livre porque possui a faculdade de se determinar em função da verdade e do bem. O homem é livre porque possui a faculdade de escolher "movido e determinado por uma convicção pessoal interior, e não simplesmente por efeito de impulsos instintivos cegos ou por mera coação externa" (GS 17). Ser livre é poder e querer escolher, é viver segundo a própria consciência. o
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No plano social, dificilmente se poderá qualificar como verdadeiramente livres os homens e mulheres que não têm a garantia de um emprego honesto e remunerador ou que, em muitas aldeias rurais, permanecem ainda submetidos a servidões deploráveis, que são por vezes a herança de um passado de dependência e de uma mentalidade colonialista. E também não haverá liberdade suficiente para aqueles e para aquelas que, em seguida a um desevolvimento industrial, urbano e burocrático irrefreado, se vêem apanhados numa gigantesca engrenagem, num conjunto de mecanismos não queridos e não dominados, que já não deixam o espaço necessário para um desenvolvimento social digno do homem. A liberdade fica reduzida, ainda, e isso mais do que possa parecer, numa sociedade que se deixar guiar pelo dogma de um crescimento material indefinido, pela corrida ao ter mais cu pela corrida aos armamentos. A crise econômica atual, que afeta todas as sociedades, envolve o risco de provocar - se porventura não for confrontada com postulados de uma outra ordem - medidas que restringirão mais ainda o espaço de liberdade de que a paz tem necessidade para desabrochar e florescer. o
Há certas formas de liberdade que verdadeiramente não merecem tal nome; é preciso, pois, defender a liberdade contra as adulterações de diversas espécies. Por exemplo, a sociedade de consumo - este excesso de bens não necessários para o homem - pode constituir, num certo sentido, um abuso de liberdade, dado que a busca cada vez mais insaciável de bens não está submetida à lei da justiça e do amor social. ... A existência de zonas de pobreza absoluta no mundo, a persistência da fome e da desnutrição não são coisas que se observem sem se fazer uma interrogação grave aos países que se desenvolveram livremente, sem terem em conta aqueles outros que não dispunham do mínimo e, por vezes, à custa deles. Poder-se-ia dizer mesmo que, dentro dos países ricos, a busca irrefreada dos bens materiais e dos serviços de todos os gêneros só aparentemente proporciona mais liberdade àqueles que com isso são beneficiados, porque tal busca se propõe como valor humano fundamental a posse das coisas, em lugar de visar um certo bem-estar material como condição e meio para o pleno desabrochar e desenvolver-se dos talentos do homem, em colaboração e em harmonia com os seus semelhantes. A verdadeira liberdade, enfim, não é promovida tampouco na sociedade permissiva, que confunde a liberdade com a licença no fazer escolhas não importa de que espécie sejam, e que proclama, em nome da liberdade, uma forma de amoralismo geral. É ainda
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propor uma caricatura de liberdade o pretender que o homem é livre para organizar a própria vida sem referência alguma dos valores morais e que a sociedade não tem que garantir a proteção e a promoção dos valores éticos. Uma semelhante atitude é destruidora de liberdade e de paz. E existem múltiplos exemplos desta concepção errônea de liberdade, como a eliminação da vida humana pelo aborto aceito ou legalizado.
o A melhor garantia da liberdade e da sua realização efetiva acha-se contida na responsabilidade das pessoas e dos povos, nos esforços que cada um emprega concretamente no seu próprio nível e no seu ambiente mais próximo, no plano nacional e internacional. Com efeito, a liberdade não é algo dado já completo; ela tem de ser conquistada incessantemente. Ela anda a par com o ~entido de responsabilidade que incumbe a cada um dos homens. Não se consegue tornar livres os homens sem os tornar ao mesmo tempo mais conscientes das exigências do bem comum e mais responsáveis.
o O homem não poderá ser autenticamente livre nem promover a verdadeira liberdade se ele não reconhecer e se ele não viver a transcendência do seu ser sobre o mundo e a sua relação com Deus, porque a liberdade há de ser sempre aquela liberdade do homem criado à imagem de seu Criador. O cristão encontra no Evangelho o apoio e o aprofundamento desta convicção. Cristo, Redentor do homem, é que o torna livre. . . . . Ser libertado da injustiça, do medo, do constrangimento e do sofrimento de nada serviria se se continuasse a ser escravo nas profundezas do coração, escravo do pecado. Para ser verdadeiramente livre, o homem tem de ser libertado desta escravidão e transformado numa nova criatura. A liberdade radical do homem situa-se assim no plano mais profundo do seu ser: o plano da abertura para Deus pela conversão do coração, porque é no coração do homem que se situam as raízes de todas as escravidões, de todas violações da liberdade. Finalmente, para o cristão, a liberdade não provém do homem simplesmente: ela manifesta-se na obediência à vontade de Deus e na fidelidade ao seu amor. É nisto que o discípulo de Cristo encontra a força para lutar pela liberdade neste mundo. Diante das dificuldades de tal tarefa, ele não se deixará cair na inércül e no desânimo, porque coloca a sua esperança em Deus, que sustém e faz frutificar aquilo que é realizado segundo o seu Espírito.
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COMO LER SOBRE A IMACULADA
Conselhos do Beato Maximiliano M. Kolbe
Quando procuras ler alguma coisa sobre a Imaculada, não te esqueças de que estás entrando em contato com uma pessoa viva, que te ama, e que Ela é perfeita e sem mancha alguma. Lembra-te, também, que as palavras lidas não estão ao alcance de exprimir quem Ela é na verdade, pois as palavras são humanas, tiradas dos conceitos terrestres, enquanto a Imaculada é uma criatura pertencente totalmente a Deus e assim, de certa forma, superando infinitamente tudo o que te rodeia. Ela própria vai se revelar a ti através das frases lidas; Ela te sugerirá os pensamentos, considerações e sentimentos que nem o próprio autor do texto vislumbrava ... Finalmente, saibas que: quanto mais limpa for a tua consciência, quanto mais freqüentemente for lavada pela penitência, tanto mais teus conceitos a respeito da Imaculada estarão se aproximando da verdade. Reconhece, também, com sinceridade, que, sem sua · ajuda, em nada prosseguirás no conhecimento dEla e, tanto menos, no seu amor . Só Ela tem que te iluminar e atrair teu coração para si mesma. Daí, lembra-te que o fruto da leitura dependerá da tua oração dirigida a Ela. Não comeces, então, a ler, antes de rezar; não pretendas ler muito; ao invés, intercala a leitura com a elevação do teu coração para Ela, particularmente quando vários sentimentos despertarem no teu coração. Quando terminares a leitura, confia a Ela o fruto da mesma.
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Você sabe quem era o Pe. Kolbe? Foi um mártir do nosso século, da história mais recente: h á 40 anos, em 14 de agosto de 1941, morreu num campo de concentração, oferecendo a vida por um pai de família. Frei Maximiliano Kolbe, franciscano polonês, quis partilhar
o sofrimento dos condenados a morrer de fome e sede. Viveu com eles a sua terrível experiência e ajudou-os a irem ao encontro da morte com a oração nos lábios, o perdão no coração e a confiança na maternal proteção da Virgem Maria. Conta um ex-prisioneiro: "Da cela em que se encontravam aqueles coitados, ouvia-se todos os dias as orações e a recitação do terço, ouviam-se cânticos, aos quais se associavam também os prisioneiros de celas vizinhas. Essas orações fervorosas e esses cânticos ressoavam em todos os corredores do bunker. O Pe. Kolbe entoava e os prisioneiros respondiam em coro. Dado o silêncio e a acústica dos subterrâneos, a voz do Pe. Maximiliano difundia-se por toda a parte, sendo ouvida nitidamente, mesmo nas outras celas. Tinha eu a impressão de me encontrar na igreja". Outra testemunha conta que viu o- Pe. Kolbe logo depois de ter sido morto por uma injeção de ácido fênico: "Encontrei o Pe. Kolbe sentado, encostado à parede do fundo, com os olhos abertos e a cabeça inclinada para um lado. O seu rosto sereno e puro irradiava luz." Disse João Paulo II, quando em visita à Polônia celebrou missa no campo de Oswiecim: "Neste lugar do terrível mortic:inio, que trouxe a morte a 4 milhões de homens de diversos países, o Pe. Maximiliano, oferecendo-se voluntariamente a si mesmo à morte, no bunker da fome, por um irmão, ganhou uma vitória espiritual semelhante à do próprio Cristo."
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O ESPIRITO SANTO ILUMINA O NOSSO AMOR
(Da Carta francesa)
Não é por ser o tema do ano que precisamos falar do Espírito Santo e do casal cristão: é porque o Espírito Santo está sempre presente no casal cristão fiel ao seu amor. Quando o amor humano toma a forma e a força do engaj<>mento definitivo diante de Deus e dos homens, quando se torna aliança, é semelhante a um árvore que dá fruto e não cessa de dá-lo. E esses frutos são os frutos do Espírito. Para aqueles que estão casados "no Senhor" e que assim permanecem, há um vai-vem incessante entre o amor humano, em todos os seus componentes, e o amor de Deus. O "vai" é este "além do amor humano" que o amor humano representa, procura e promove para transfigurar-se, eternizar-se, divinizar-se. O "vem" é o próprio amor de Jesus, que vem morar nesse amor, para dar-lhe sua qualidade divina, sua luz divina, e sua verdade total. Ora, é o Espírito Santo que opera este "vem", este morar ativo. Este "vai-vem" pode, evidentemente, processar-se sem que os esposos dele tenham consciência e ser uma realidade assim mesmo. É sem dúvida o que acontece mais freqüentemente. No entanto, seria tão enriquecedor que houvesse essa consciência do mistério cristão do casamento! Primeiro, porque a consciência do mistério é uma força para o amor. O que é conhecido e reconhecido torna-se inesquecível e guardado, cultivado e amado, protegido e defendido, louvor a Deus.
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Depois, todo amor humano precisa ser salvo. Os cristãos sabem disto também. Cada cônjuge, para amar totalmente, deve vencer seu egoísmo e, os dois juntos, seu egoísmo a dois. Ora, é impossível viver isto sem esforço e sem dor. Por essas duas razões, pelo menos, os cônjuges são chamados, como cônjuges, a praticar a grande e permanente invocação ao Espírito que deve estar no coração de todo cristão: "Bem-aventurados os pobres, deles é o Reino dos céus" - Bem-aventurados os po·bres, o Espírito pode vir morar em seus corações. Vale dizer o sentido profundo que adquirem os meios de aperfeiçoamento que na realidade são obrigações mesmo para os membros das Equipes e para qualquer casal cristão. A oração chamada meditação e a oração conjugal acaso seriam outra coisa senão apelo do Espírito e abertura à sua ação, apelo pronunciado em conjunto porque o casal sabe que é uma realidade do Reino? A escuta regular da Palavra de Deus acaso seria outra coisa senão a leitura do que o· E;spírito diz às Igrejas e a cada um para ser luz de sua vida e guia para seus passos? O famoso "dever de sentar-se" acaso não deve ser o sim recíproco novamente pronunciado "no Senhor", isto é, no Espírito de Jesus, para amar e ser amado cada vez melhor, cada vez mais? Não seria a regra de vida esse ponto de "morte ao pecado" sem o qual não há vida cristã "segundo o Espírito"? Assim, o Espírito vivifica, desde o dia do casamento, toda a vida do casal que se uniu no Senhor. É maravilhoso viver nessa luz, para não deixar as investidas do egoísmo sufocarem o amor humano.
Jean Dujarrier
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SÃO VICENTE DE PAULO
por D. João Resende Costa Arcebispo de Belo Horizonte
Na paisagem da comunidade humana, como acontece na geografia física, há cordilheiras que se agigantam muito acima das planícies e das elevações comuns, numa espécie de desafio e de convite a subir mais alto. São os santos e os sábios, especialmente alguns sábios e alguns santos. Dentre estes, não temos dúvida em colocar São Vicente de Paulo. Ele nasceu em Pouy, na França, em 24 de abril de 1581 e dessa data; portanto, estamos celebrando o IV Centenário. Na alegria desta celebração estão as famílias r eligiosas por ele fundadas: Lazaristas e Filhas de Caridade. Estão as Damas de Caridade, por ele instituídas. Estão a imensa legião dos Confrades Vicentinos e todas as obras de caridade nascidas sob a inspiração do Santo. E estão os pobres, e os doentes, e as crianças, e os velhinhos assistidos por essas obras. E estão os sacerdotes que seus filhos espirituais formaram para a. Igreja. E está a mesma Igreja toda inteira, num imenso cântico de ação de graças! Sacerdote e formado em direito pela Universidade de Paris, "Monsieur Vincent" - o senhor Vicente, como ele era chamado- foi capelão da Rainha e Conselheiro do Reino. Foi pároco, capelão de importantes obras, exímio diretor de consciências. Durante quarenta anos, designado por São Francisco de Sales, foi diretor do Mosteiro da Visitação em Paris. É o fundador das Damas de Caridade, da Congregação dos Padres da Missão (os Lazaristas), das Filhas da Caridade, -10-
(ou "Irmãs de Caridade", como o povo as chama). Foi herói de uma dolorosa aventura, quando numa viagem caiu prisioneiro dos piratas e foi levado para a Tunísia, donde fugiu com seu patrão, um renegado a quem ele conseguiu converter. Nessa vida cheia de ações marcadas por extraordinária grandeza, está ao mesmo tempo a marca de uma extraordinária humildade. Com a mesma simplicidade subia as escadarias do Palácio Real para tomar parte entre os conselheiros do Rei ou percorria as ruas de Paris, recolhendo crianças abandonadas, mendigos ou doentes, para dar-lhes asilo e assistência. A atividade apostólica de São Vicente se pode reunir ao redor de três pólos: missões populares, formação do Clero, caridade universal para com os pobres. As missões populares nasceram de seu zelo sacerdotal impressionado com o estado de abandono espiritual em que se achava a humilde gente do campo. Para eles organizou os Padres da Missão, para que fossem catequizá-los, instruí-los e exortá-los, indo de aldeia em aldeia, por conta própria, sem exigir nenhuma retribuição. Era o Evangelho em ação: "Mandou-me anunciar a boa nova aos pobres" (Lc. 4, 18). Esses padres, aos quais ele formou no melhor espírito sacerdotal, é que se tornaram por sua vez formadores de padres. Era a grande preocupação de São Vicente, a que ele se dedicou, desde as famosas "Conferências das terças-feiras" no Priorado de São Lázaro para os sacerdotes jovens de Paris, até todo esse imenso serviço prestado à Igreja no mundo inteiro em inúmeros seminários. Porém, nem era preciso dizer, a atividade mais conhecida e admirada em São Vicente é a sua caridade para com os pobres. Ele é o Santo da caridade. Proclamado por Leão XIII padroeiro de todas as obras de beneficência. No seu coração os pobres estavam em primeiro lugar. "Os pobres são nossos patrões", dizia ele. E se punha a serviço de todos: mendigos, doentes, prisioneiros, crianças abandonadas, mulheres desencaminhadas, velhos, criminosos condenados às galés. . . Enfim, "ele se fez tudo para todos", como de si dizia São Paulo. Desse zelo surgiram as "Damas de Caridade". E, em conseqüência, ele fundou, com Luísa de Marillac, essa maravilhosa família religiosa das Filhas da Caridade, uma presença de serviço e de bondade que envolve o mundo inteiro. Deus nos fala através de seus santos. Cada um deles é um recado particular de Devs. Em São Vicente,. Deus nos vem ensinar que o mundo precisa é de amor. Com todo o nosso progres-11-
so, com toda a consciência viva de nossos direitos, com toda a evolução da técnica e da economia, precisamos hoje mais do que nunca dessa presença do amor. Só ele constrói. Sem ele poderá haver barulho e agitação. Aumentarão as tensões e a insatisfação. Mas só ele será o óleo capaz de ungir a engrenagem do mundo inquieto. São Vicente oferece com fartura há quatro séculos esse óleo de suavidade.
(Transcrito de "L'Osservatore Romano")
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Amemo-nos, irmãos, amemo-nos. Mas que seja com o suor do nosso rosto, com o trabalho de nossas mãos.
São Vicente de Paulo
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A ECIR CONVERSA COM
VOC~S
Caros amigos, Queremos, neste final de ano, transmitir-lhes algumas notícias sobre nossa Peregrinação a Roma em setembro de 1982. Como peregrinos que somos, preparamo-nos para a grande jornada. Como acontece com uma viagem de família, também nossa grande família se prepara. Seria preciso que cada casal, cada Conselheiro Espiritual, cada filho, se sentisse participante. Alguns viajarão, os outros que aqui ficarem serão a nossa retaguarda de sustentação espiritual. No bojo dessa preparação foi elaborado, com a participação de todo o Movimento, um tema de estudo baseado no maravilhoso episódio dos discípulos de Emaús. O estudo está dividido em 8 partes, que corresponderão a 8 reuniões, a partir de fevereiro de 1982. Destina-se a todo o Movimento. Equipes que se encontrarem estudando os cadernos "Reunidos em Norne de Cristo" ou estiverem em Anos de Aprofundamento poderão destinar reuniões extras à reflexão do tema. Ele se presta também para utilização em reuniões de oração, que equipes ou setores realizam durante o ano, com freqüência variável. E a representação brasileira? Hoje, somos 310 pessoas que vêm recolhendo, mensalmente, importância destinada a cobrir substancial parcela do custo da viagem. Esse fundo está aplicado de forma a atenuar os efeitos da inflação. Há muitos casais que vão participar da peregrinação mas preferem pagar à vista na época. A esses pedimos que manifestem sua intenção, o mais tardar até 31 de dezembro, pois 1.0 ) é necessário definir a empresa que transportará nossos peregrinos, e isto tem que ser feito com a necessária antecedência, não só em vista do número dos participantes como também -13-
do normal aumento do fluxo de passageiros no início da baixa estação- exatamente na época em que viajaremos; 2. 0 ) na proporção do número de viajantes, haverá possibilidade de melhores preços e vantagens, que redundarão em benefício dos viajantes; 3.0 ) toda passagem gratuita que obtivermos, na proporção do número das passagens adquiridas, será colocada, proporcionalmente ao número das adesões, à disposição dos setores ou coordenações, a fim de que possam oferecê-las aos seus casais, de preferência aos de menos recursos; 4. 0 ) precisamos informar à Equipe Responsável Internacional exatamente quantos vão viajar, a fim de que possam ser tornadas as providências necessárias, principalmente em relação à hospedagem.
Finalmente, recordamos que o encontro foi marcado para a semana de 19 a 26 de setembro, especialmente para favorecer as equipes das Américas, já que nessa época as empresas aéreas dão, como incentivo, um abatimento de 25%. Em meio a essas preocupações de ordem material, procuremos ficar atentos ao essencial, ou seja, responder àquilo que o Senhor de nós espera. "Nesse mesmo dia, dois deles iam a: caminho de uma aldeia chamada Emaús. . . enquanto conversavam e discutiam, acercou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho." Lc 24, 13ss. Cristo caminhando conosco, podemos dizer com Santa Tereza de Jesus: "Hora é já de caminhar". A ECIR
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A ORAÇÃO DURANTE AS Ft:RIAS
<Da Carta francesa)
Muitos cristãos habituados à oração diária reconhecem que, durante as férias, com um ritmo de vida diferente daquele que têm durante o ano, não conseguem achar tempo para rezar. Para alguns é até sistemático: as férias não são férias a não ser que se quebre por completo os hábitos do resto do ano; eles colocam a Deus "de férias'' como a eles próprio-s. No entanto, não será exatamente o tempo de férias aquele por excelência em que se foge do corre-corre dos dias habitualmente tão carregados? O tempo de rezar não- deveria pois faltar, como parece tantas vezes faltar durante o ano ... Acontece que levantamos mais tarde, os filhos ou os netos ficam mais tempo conosco, o tempo está tomado por toda espécie de passa-tempos: esportes, banhos de mar, excursões. E é um fato: não se consegue encontrar o "intervalo" no qual seria possível inserir a oração diária. Não estará o problema mal colocado? Parece-me que está, e continuará a estar mal colocado enquanto não se estabelecer uma escala de prioridades na própria vida, mesmo durante as férias. Não deveria um filho de Deus, à semelhança do Filho único, estar "primeiro que tudo ocupado com as coisas do Pai"? Não deveria Deus, em todas as circunstâncias, ser o primeiro a ser servido? Se pretendemos amar a Deus "de todo o coração" e "acima de todas as coisas", não deveria o tempo da oração estar sempre antes do tempo do entretenimento? Portanto, que cada um programe os seus dias de férias de modo a reservar, em primeiro lugar, um tempo para a oração. 'l'alvez o casal possa conversar sobre isto no "Dever de sentar-se" que anteceder as férias, para que cada um, ao longo dessas férias, possa ajudar o outro e ser ajudado por ele a permanecer fiel a este grande dever que é a oração diária. Talvez também, na primeira reunião de equipe depois das férias, ou quando chegar a vez da oração na partilha, seja útil que se coloque a todos e a cada um a questão da fidelidade à oração durante as férias. Pe. R. Giraudeau -15-
"REZE COM SEUS
P~S"
Há aproximadamente quinze anos, tomei a resolução de cumprir a obrigação da "oração cotidiana de dez minutos". Durante esses quinze anos, tentei todos os métodos, uns atrás dos outros, e tudo o que consegui foi provar minha incapacidade de seguir qualquer um deles. Passei bastante tempo tentando, seja dito em minha própria defesa, enquanto também andava à procura de novas idéias. Esta procura levou-me a ler muito e a ouvir uma enorme quantidade de sermões, mas todos os sermões e todos os conselhos dos livros, infalivelmente, me levavam a um dos dois resultados seguintes: dormir ou distrair-me ... No que me diz respeito, todos os métodos de oração podem ser classificados numa destas duas categorias: aqueles que nos embalam até dormirmos e aqueles que nos deixam abertos a distrações galopantes ... Quando me vinha a idéia de consultar os "profissionais", eu hesitava: por que desperdiçar o tempo de um padre, quando o mais provável seria ele aconselhar-me a leitura de mais um livro ou indicar-me uma nova maneira de adormecer de joelhos? No entanto, na confissão seguinte, o padre perguntou-me: "Há mais alguma coisa que o perturbe?" Disse-lhe então apenas que tinha tentado fazer dez minutos de oração diária e tudo o que tinha conseguido era gastar nisso o tempo marcado, sem resultado. Surpreendi-me com o que se seguiu: -Você mora em North Shields? - Moro, Padre. -Longe do mar? -
Mais ou menos uns dois km e meio.
- Pois bem, experimente andar na direção do mar, sozinho, todos os dias, e reze durante o caminho, louvando e agradecendo
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t·
ao Senhor, falando-lhe de tudo o que vir, ouvir ou do que se lembrar. Pode fazer isto? -Mas não em dez minutos, Padre; precisarei pelo menos de uma hora para ir e voltar ... - Pois bem, saia todos os dias, ande, e fale com Deus enquanto caminha. Nunca se sabe, pode ser que uma vez ou outra chegue até o mar. Então, agradeça a Deus pelo oceano. Era uma coisa inteiramente nova para mim, e finalmente eficaz! Tem uma porção de vantagens: está ao meu alcance; sei se fiz ou não; é ótimo para a saúde. Fiz até o propósito de rezar de manhã cedo, para evitar sair à meia-noite. Pretendo fazê-lo, mas nem sempre o consigo, o que deve levar meus vizinhos a se perguntarem se eu não me teria tornado um assaltante "meio-período". Estou muito agradecido pela ajuda que recebi e espero que outros possam também aproveitá-la. Aliás, se por acaso vocês sairem à noite em North Shields e me virem passar, por favor verifiquem se tenho os olhos abertos. Se tenho, é porque estou rezando; se não, é porque adormeci então acordem-me devagarinho e ponham-se a caminho de casa, ficar-lhes-ei muito reconhecido.
John <Boletim de Setor de Tyneside)
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REFLETINDO SOBRE AS FeRIAS
(Da Carta colombiana)
Nossa equipe se reuniu nos primeiros dias de agosto, após algumas semanas de descanso. Que alegria rever-nos, perguntar pelos filhos, informar-se sobre como se havia vivido esse tempo tão agradável das férias. Época rica de experiências familiares e individuais. Período fértil em conhecimentos novos, contatos fecundos com pessoas desconhecidas. Enfim, tempo de graça, para quem tem noção correta do que sejam férias. Cada casal contou o que havia feito. Quase todas as famílias haviam viajado para fora da Colômbia, em particular para os Estados Unidos. Outra alugou apartamento na costa colombiana. Poucos ficaram em Bogotá. Descanso sadio, viagens com a família, convivência mais íntima com os filhos, vida espiritual em certos casos mais intensa. E, no entanto, ... ao voltar para casa, depois da reunião, comecei a refletir sobre o custo dessas viagens, sabendo que na Colômbia há milhões de compatriotas que padecem fome, que não tem saúde por causa da má nutrição, que não têm uma casa decente; tantas famílias, tantos jovens que desejariam estudar, mas lhes falta dinheiro e precisam trabalhar, sacrificando os estudos. Passavam pela minha cabeça as imagens de férias no exterior: passagens caríssimas de avião, hotéis confortáveis, distrações elegantes ... Para dizer a verdade, não me sentia tranqüilo. Será que Deus não pede às Equipes de Nossa Senhora que vivem no terceiro mundo um outro estilo de vida? Será que convém ainda, diante da pobreza por demais generalizada de nosso país, um estilo de férias? Por amor aos irmãos? por delicadeza? por justiça social? pelo significado da bem-aventurança da pobreza? Comecei um debate com minha consciência. Ponderei que todos tinham passado as férias "em família". Não é todo o mundo que age assim. Eis um ponto muito positivo em nosso favor. -18-
E, no entanto ... Um texto de Puebla me perseguia, incomodando-me: "Vemos, à luz da fé, como um escândalo e uma contradição com o !>'er cristão, a brecha crescente entre ricos e pobres ... Comprovamos como o mais devastador e humilhante flagelo a situação de pobreza desumana em que vivem milhões de latino-americanos ... Esta situação de extrema pobreza generalizada adquire, na vida real, feiçõe!>' concretíssimas, nas quais deveríamos reconhecer as feições sofredoras de Cristo, o Senhor, que nos questiona e interpela - feições de crianças ... , feições de jovens ... , feições de indígenas ... , feições de camponeses ... , feições de operários ... , feições de !>'Ubempregados e desempregados ... , feições de marginalizados ... , feições de anciãos ... "
Minha consciência me interpelava. "Temos o direito de gastar tando dinheiro em férias, quando tantos compatriotas carecem do mínimo vital? Quando tantos pais, tantos adolescentes e crianças jamais saíram de férias?" Eu me perguntava se a "espiritualidade" de alguns equipistas não era um pouco elitista? desencarnada? pouco fora do realismo do Evangelho? Na realidade, não solucionei todos os meus problemas. Confesso-o com sinceridade. Uma coisa, porém, me pareceu clara. Se um casal das Equipes de Nossa Senhora se permite custosas viagens de férias, deve interrogar-se seriamente sobre "a parte do pobre". Ou seja, deve questionar-se: "Se, para o nosso descanso, gastamos tanto, este ano devemos dar tanto, isto é, a mesma soma para os pobres." Se não somos capazes desta operação, que chamaria de meio a meio, será nossa espiritualidade genuína? verdadeira? evangélica? Melhor ainda, a família deveria interrogar-se: "Temos uma mentalidade de partilha? Somos capazes de compartilhar não só nosso dinheiro como também (e mais importante ainda) nossos talentos, nosso tempo, nossa educação? Como estamos formando nossos filhos, para que não sejam egoístas e para que aprendam a partilhar com aqueles que têm menos em todos os sentidos?" Ao redor de nós, há milhares de rostos de necessitados. Vemo-los ou será que nos tornamos insensíveis? Será que chegou a hora de uma reflexão profunda e de um compromisso generoso? Ou será que preferimos uma "espiritualidade" de evasão? Senhor, faça que permaneçamos na verdade.
Um Conselheiro -19-
TESTEMUNHO DE UM DEFICIENTE
Encerra-se o Ano Internacional do Deficiente. Eis o depoimento de um deficiente, rapaz de 23 anos, que não pode falar nem escrever e se comunica usando uma máquina de escrever eletrônica, que dirige com um movimento da cabeça.
Consegu i superar
Consegui superar meu problema sozinho. Os outros me ajuram, mas é de mim que vem a energia que me faz viver. É claro que não posso falar de energia sem Deus. Mas não é na vida de todos os dias que se vive Deus? O fato de viver no Centro (1) me ajudou muito, como também a atitude da minha mãe. Foi ela que soube enfrentar as dificuldade:;; de minha deficiência. E conseguiu. Lembro-me desta frase dela: as dificuldades são feitas para serem vencidas. Foi por volta dos três anos de idade que percebi que eu era deficiente. Era deficiente no corpo, mas meu intelecto era completamente normal. Tenho uma irmã um ano e meio mais velha e foi comparando o que ela fazia com o que eu não podia fazer que percebi que minhas possibilidades no plano motor eram reduzidas. Lembro-me de uma vez quando minha irmã pegou um banquinho para olhar pela janela. Fui eu que chamei a mamãe, porque fiquei com medo que ela caísse e sabia que era proibido. Isto mostra como eu era uma criança precoce. Guardo uma lembrança terrível do meu nascimento. Quase me asfixiei ao nascer e, não sei como explicar, tenho sempre a impressão de sufocar. Suporto muito mal a posição deitada. Sentado, já sinto menos aflição. (1)
Centro espec.l.alizado "Os amigos de Karen" .
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Percebo agora que o mais importante para um deficiente é poder exprimir-se, seja qual for o meio de fazê-lo. Poder comunicar com os outros e que os outros não tenham receio de discutir com ele, de trocar opiniões em profundidade. Para uma pessoa normal, o primeiro passo em direção a um deficiente é muitas vezes difícil. Depois de ultrapassado um determinado ponto, nada nos impede de continuar juntos. É preciso seguir o ritmo de cada um. É preciso ir além das aparências para comunicar-se com um deficiente. É difícil para alguns, é quase inato para outros. Deve se evitar a super-proteção. Como já disse: Deus é nosso melhor protetor. Ele nos dá a energia da Vida: compete a nós aceitá-la ou não. Não se deve evitar os obstáculos para o deficiente a pretexto de que é deficiente. Pelo contrário, é preciso abrir seus horizontes. Minha mãe
Foi ela quem provocou o estalo em mim. Foi muito duro para ela, no começo. Ela tinha que ser forte por nós dois. Quando comecei a perceber do que se tratava, ela continuou a lutar ao meu lado. Quando eu não estava bem, ela me animava; e quando ela não estava bem, era eu que tentava animá-la. Foi Mamãe que me fez conhecer a música. Ela desgastou-se, de tanto que ela me deu. Mas eu soube receber seu dom prod· gioso. Ela nem hesita - ela dá, e pronto! Cristo
Descobri Cristo lá pelos 5 anos e meio. Comecei com as aulas de catecismo na minha primeira escola, fiz a Primeira Comunhão, depois a profissão de fé e um pouco mais tarde recebi o Sacramento da Confirmação. Cristo impôs-se a mim como uma evidência. Depois que conheci Cristo, não duvidei um só minuto. É claro, tive momentos de dura revolta, mas não era porque negasse a existência de Deus. Recusava a sua presença naquele momento, mas não totalmente, não quando as coisas começavam a melhorar. Pensando no sacrifício da cruz é que eu conseguia sobrepujar. Não é fácil falar sobre o que me toca de tão perto, de Deus em particular, mas sinto que tenho o dever de comunicar isso ao·s outros. Recebi minha formação religiosa da minha mãe, da escola e dEle mesmo. Com 8 anos, a religião era para mim algo de definitivo. Foi o ponto de partida de uma evolução nunca terminada.
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Compreensão e incompreensão Não ser compreendido é para mim uma coisa terrível, mas, infelizmente, faço essa dura experiência todos os dias. Isto mostra a que ponto nos compreendemos mal, tanto entre deficientes quanto entre deficientes e válidos! Não se sabe mais ouvir o outro, alega-se a falta de tempo, não se tem mais tempo de compreender, ou não se vê a utilidade de encontrá-lo. Todo o equilíbrio do indivíduo depende de ter um meio de exteriorizar-se, seja em que campo for. Apesar das dificuldades, continuo pensando que é preciso perseverar para sensibilizar o maior número possível de pessoas. A deficiência pode sobrevir a qualquer um! As vezes, é tocante para nós ver que uma pessoa válida luta tanto para nos compreender e que então pode sentir-se, ela também, deficiente! Há para mim uma linha de conduta essencial: quero testemunhar que, mesmo que a linguagem verbal esteja ausente, deve-se encontrar outros meios para exprimir a pessoa que está em nós. É fácil demais dividir-se as pessoas em duas categorias: aquelas que compreendem e as outras. É uma questão de coração; então deve-se, indo fundo dentro de si mesmo, encontrar uma porção de recursos dentro de cada um - temos todos a possibilidade de compreender. Parece-me fundamental que as pessoas que conhecem verdadeiramente pessoas deficientes comuniquem às outras este espírito, que as levará a dar o mesmo passo!
Terça-feira, tive uma nova crise. Depois de um filme sobre Karen, os telespectadores podiam fazer perguntas ou expressar as opiniões que desejavam por telefone. E houve gente que telefonou dizendo: "Adotemos a eutanásia livre, assim haverá menos deficientes!" Foi um golpe terrível nas minhas relações com as pessoas da rua. De fato, quando cruzo com alguém na rua, penso: "Será que este aí pensa que eu deveria ter morrido? Como provar-lhe que sou feliz, que todos têm as suas dificuldades?" Tive que aprender a viver com minha deficiência, afinal, da mesma forma como outros vivem com sua feiura ou com a cor do seu cabelo! Que alegria é para mim poder conversar com alguém e quando há uma verdadeira comunicação nos dois sentidos, isto é, quando eu consigo encontrar as palavras adequadas à pessoa com quem eu falo. As palavras não têm o mesmo significado para todos a deficiência então está na medida de cada um, mas é mais difícil de se ver e a pessoa pode facilmente negá-la. -22-
Realização
Muitas vezes, quando as pessoas me vêem, dizem: "Coitadinho, que tragédia!" Até as pessoas da família. Meu Deus, perdoai-lhes, porque não me conhecem. Que fazer para testemunhar? Viver ao lado delas? Não é suficiente, ou então fogem! Então testemunho, quero que leiam, é para elas que escrevo. Eu disse um dia que eu era o homem mais feliz do mundo. É verdade, sou capaz, não obstante os momentos duros, de ser o mais feliz! Amo a vida e, pensando bem, não trocaria com ninguém. Minha deficiência fez com que descobrisse os verdadeiros valores para mim. Sou como sou, é suficiente para mim conhecer-me e aceitar-me assim. Desde que vivo em comunidade, dôo-me a todos. As vezes, os outros não sabem o que fazer com minha doação, fico triste, revoltado até, e me pergunto se valia a pena! Mas logo Deus faz com que reencontre a Paz.
Michel Bernier (Traduzido da revista "Alliance", set-out. 1981)
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17,
CRIADO EM ROMA O PONTIFICIO CONSELHO PARA A FAMILIA
Quatro dias apenas antes de sofrer o atentado que o obrigou a afastar-se das suas atividades, o Santo Padre havia criado, em substituição à Comissão para a Família, o Pontifício Conselho para a Família, visando dotar a Cúria Romana de um organismo à altura dos problemas que se colocam, hoje, à Família. Só no dia 3 de agosto pôde efetivar a nomeação do Cardeal James Robert Knox (Presidente da Sagrada Congregação para os Sacramentos) para Presidente e de D. Francisco José Cox Huneeus (Bispo de Chillán, no Chile) para Secretário. O organismo é constituído por uma Comissão de Presidência, composta de bispos dos vários continentes e do Vice-Presidente do Conselho para os Leigos. Os membros - "pessoas que tenham competência e experiência pessoal adequadas na matéria, na maioria leigos casados (1), homens e mulheres que sejam chamados de todas as partes do mundo e dignamente representem as diversas áreas culturais" - são nomeados pelo Santo Padre e devem reunir-se pelo menos uma vez por ano. É objetivo do Conselho "a promoção do cuidado pastoral das famílias e do 1.1postolado próprio no campo familiar, de maneira que as famílias cristãs possam exercer a função educativa, evangelizadora e apostólica a que são chamadas".
Entre as atribuições do Conselho, está "tratar da difusão da doutrina da Igreja acerca dos problemas familiares, de maneira que ela possa ser integralmente conhecida e corretamente proposta ao povo cristão, quer na catequese, quer no conhecimento cientifico; estimular a elaboração de estudos relativos à espiritualidade matrimonial e familiar; promover e coordenar os esforços pastorais em ordem ao problema da procriação responsável, segundo os ensinamentos da Igreja; animar, sustentar e coordenar -24-
os esforços em defesa da vida humana, durante a sua existência desde a concepção; tratar da preparação especial dos leigos comprometidos no apostolado familiar realizado individualmente ou em associações; inspirar, sustentar e regular a atividade das organizações católicas, quer nacionais quer internacionais, e dos vários grupos do apostolado dos leigos, com especial referência aos problemas da família; promover o recolhimento de notícias sobre a situação humana, social e pastoral das famílias nos diversos países".
O INSTITUTO INTERNACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O MATRIMONIO E A FAMILIA
Mas não ficou aí a solicitude do Papa João Paulo II para com a Família: criou ainda, na Universidade Lateranense, o Instituto Internacional de Estudos sobre o Matrimônio e a Família, que tem duas finalidades: científica, visando aprofundar o conhecimento do matrimônio e da família à luz da fé e com o auxílio das ciências humanas; pastoral, procurando preparar sacerdotes, religiosos e leigos para prestar um serviço eclesial sempre mais adequado e eficaz em favor do matrimônio e da família. Entre as disciplinas, agrupadas em três ramos (filosófico-teológico, ciências humanas, pastoral) : teologia do matrimônio e da família, ética sexual, métodos naturais para a procriação responsável; sociologia do matrimônio; direito matrimonial; preparação para o matrimônio, (1), situações difíceis e irregulares. O Instituto prevê pelo menos dois anos de estudo e, no fim, concede um diploma de especialização em ciências do matrimônio e da família.
(1)
Grifo nooso.
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EM VISITA AS E.N.S. DA AUSTRALIA
(Da Carta francesa)
Pensamos que poderia interessá-los o relato de nossa viagem à Austrália, onde tivemos a sorte de passar três semanas com as Equipes. Vocês certamente conhecem aquele texto do Pe. Caffarel intitulado "Sois esperados", que descreve a impressão de segurança que invade o viajante esperado por um amigo ao chegar a uma cidade desconhecida. Esse texto nos veio à lembrança quando, às 4 hor as da manhã, depois de 30 horas de vôo, vimos aparecer, por detr ás da austera fisionomia dos encarregados da alfândega australiana, o simpático sorriso do Haydn! O acolhimento é uma tradição nas Equipes, mas surpreendeu-nos a hospitalidade que as do hemisfério sul nos dispensaram. Após essa longa viagem, acrescida da diferença de fusos horários, só pensávamos em dormir. Nossos hóspedes tinham desocupado para nós o seu quarto e tinham levado a delicadeza ao ponto de pôr o seu cachorro num canil para que não perturbassse nosso sono com seus latidos! · Mais tarde, quando estávamos em casa de outro casal, sabendo o marido de quanto gostamos do mar, tirou um dia de férias e alugou um barco, com pescador, levando-nos passar o dia no Oceano Antártico, perto da Ilha do Kangurú- parecia um sonho! Outro casal, que havia ouvido dizer que tínhamos primos em Melbourne, convidou-os para jantar conosco em sua casa, embora não os conhecesse! É claro que, nessas condições, não demoramos em sentir-nos em casa! Quanto à Sessão de Formação, ponto culminante dos dias que lá passamos, era a primeira vez na Austrália que estava sendo
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organizada uma Sessão àe quatro dias. Destinava-se aos Responsáveis de Setor e membros das Equipes de Setor - há sete setores na Austrália, para 90 equipes. Alguns estão muito isolados, pois as distâncias são enormes e a necessidade de contatos, de informação, de formação, é muito grande. Para nós foi uma grande emoção encontrar, a 20.000 km de nossa casa, a mesma amizade fundada em Jesus Cristo, os mesmos interesses, as mesmas preocupações, as mesmas tradições! Tudo isso ainda misturado com certo exotismo, pois não é comum, na Europa, fazer o dever de sentar-se entre papagaios, nem rezar à noite docemente embalados pelo coaxar de centenas de sapos! A vigília de oração pelo Movimento, durante a qual pudemos mostrar fotos das Equipes no mundo e ler cartas extremamente emocionantes da Síria, da índia ou de Camarões, prolongou-se em noite de adoração. Durante toda a noite, a capela abrigou numerosos orantes e, no dia seguinte, todos se admiravam ao comentar quão rápido tinham passado esses momentos, que pensavam fossem durar uma eternidade. Ainda sorrimos ao evocar a lembrança da vigília festiva: imitaram uma mulher indiana que lava um elefante, recitaram-nos um cumprimento em "língua aborígena" (que não passava de nomes de lugares) e o Pe. Bishop, diretor do Colégio jesuíta de Teologia, cantou velhas canções sentimentais. O mesmo Pe. Bishop que, de manhã, comentara o Evangelho de uma maneira tão apaixonante que o escutávamos embevecidos, apesar do obstáculo da língua! Outro acontecimento digno de nota foi a reunião de equipe para a qual tínhamos sido convidados. A equipe compõe-se de seis casais, incrivelmente diferentes. Um casal de origem irlandesa, que tivera oito filhos e vivera dramas que alguns dentre nós infelizmente também conhecem (acidentes, drogas, mudança de vocação, coabitação juvenil) e conserva contudo dinamismo e serenidad~. Outro, cujo marido ensina matemática numa escola rabínica. Um casal indiano, ele de Hong-Kong, ela de Zanzibar, que se conheceram em Goa e vivem na Austrália vendendo medalhas e selos. Outro, que emigrou da Holanda na própria noite de núpcias. Outro ainda, novo na equipe, um casal de jovens mestiços recentemente emigrado da Africa do Sul, ele trabalhando no conserto de motocicletas e ela enfermeira noturna num hospital de moribundos. O casal anfitrião, de origem alemã, com seis moças e seis rapazes, todos altos, loiros e músicos, havia comprado um antigo convento para alojar a família! Há ainda na equipe outro casal, provisoriamente ausente por ter partido, com -27-
os dois filhos pequenos, como missionários leigos, para o deserto do norte da Austrália. Se descrevi detalhadamente essa equipe, é por ser ela bastante típica num país em que, aos primeiros emigrantes irlandeses (falo dos 25% de católicos), se foram juntar mais recentemente holandeses, italianos, gregos, libaneses, mauricianos, etc., que conservam seus particularismos, sem que isso os impeça de unir-se em equipe! Esse relato não estaria completo sem um comentário sobre os quatro dias que passamos na Papuásia - Nova Guiné. Esse país forma a parte leste da ilha maior do mundo, ao norte do continente australiano. A sua superfície é igual à da França e sua população, de três milhões de habitantes, fala cerca de 700 línguas! Há trinta anos, ainda lá havia antropófagos e caçadores de cabeça. Atualmente, se bem que uma grande parte dos Papuas ainda ande vestida exclusivamente de penas, é um país independente, provido de uma universidade, de uma companhia aérea, de um governo democrático, de um exército - e de numerosos mosquitos. Na capital, Port-Moresby, há uma Equipe de Nossa Senhora, que nos acolheu calorosamente, no sentido próprio e figurado, porque a temperatura era de 40.0 • • • Essa equipe está muito isolada: qualquer ligação tem que ser feita por carta. Nenhuma possibilidade de participar de encontros de espécie alguma. Nunca há visitas, porque ninguém vai a esse país belo e selvagem. Ficamos pensando, com um pouco de vergonha, no "corpo mole" que fazemos muitas vezes quando somos convidados a participar de alguma manifestação do Movimento - e, da próxima vez, ofereceremos por eles o pequeno esforço que isso exige de nós! Isabelle
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CAMINHANDO, CHEGAREMOS LA!
Quando meu pai morreu, tive que passar pela dolorosa experiência de desfazer o seu quarto e distribuir os seus pertences. Sobraram dois ternos e um par de sapatos novos, de cromo alemão. Os sapatos eram lindos, mas infelizmente não serviram para ninguém a quem eu dera para experimentá-los. Passado algum tempo, numa reunião de equipe, o nosso Assistente estava em nossa casa, conversando com nossos filhos quando, olhando para suas sandálias, lembrei-me dos sapatos. Fui apanhá-los e como já o fizera com tantas pessoas dei-lhos para calçar. Ele, rindo alegremente, disse: - Mas estão perfeitos! Estão uma luva! Nunca tive um par de sapatos tão lindos e é o seu pai, depois de morto, quem me d.á este presente! A estória não teria nada de extraordinário se não houvesse um antecedente. Um ano antes, quando meu pai tivera o primeiro enfarte e estava inconsciente no "Pro Cordis", teve um sonho ou uma visão. Viu-se passeando por um lugar muito bonito com uma pessoa muito amiga, da qual ele não podia ver o rosto mas apenas os pés ... e eles estavam descalços. Depois de algum tempo, esse desconhecido sem sapatos disse-lhe: -
Este é o Céu e juntos nós vamos escolher a sua nova casa.
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O senhor não está com frio nos pés?
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Neste lugar ninguém sente frio nem calor!
Ao voltar a si, meu pai, com uma fisionomia transfigurada: - Filha, eu preciso falar com o Frei Marcos - sonhei com ele - ele estava me introduzindo no Paraíso. Faça com que ele venha aqui! -29-
Frei Marcos veio do Rio, confessou meu pai, deu-lhe o Sacramento dos enfermos, riu muito com o sonho e foi-se ... Tempos depois, meu pai me perguntava: -
Será que o Frei Marcos tem sapatos?
- Eu acho que sim. . . mas como ele mora no Rio e operou o pé, ele só usa sandálias. - Você precisa mandar fazer um par de sapatos "especiais" para ele. E eu, naturalmente, não atendi ao seu pedido, por "falta de tempo" e de memória ... E um ano depois deste sonho, e dois meses após sua morte, os sapatos chegaram. Não precisei comprá-los nem encomendá-los: meu pai já os tinha. Nunca os usara, mas os guardara, sem sabê-lo para uma pessoa especial e uns pés especiais que caminharam com ele pelo Céu! Nós também, equipistas, que temos o privilégio de ter o Frei Marcos por nosso assistente, estamos sendo guiados em nossa caminhada por esses pés celestiais!
Magda F. Saddala
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ALGUNS LIVROS
A QUEM ffiEMOS, SENHOR Cr$ 250,00.
Pe. Luiz Cechina.to.
Editora Vozes, 1981.
"Uma explicação do Credo para adultos". O Pe. Cechinato consegue abordar todos os aspectos da nossa fé de um modo claro, convincente e mesmo muito agradável, iniciando sempre com uma estorinha. Uma série de perguntas, no fim de cada capítulo, facilitam o uso do livro em grupos de jovens, por exemplo. Mais do que um estudo do Credo, o autor põe em nossas mãos um verdadeiro catecismo, abordando assuntos sobre os quais muitos se questionam, como o demônio, o purgatório, o pecado, os anjos, a reencarnação, os santos, as imagens, bênçãos, promessas, procissões, etc. OS
MIST~RIOS
Konzen.
DE CRISTO NO ROSARIO DE MARIA Editora Vozes, 1981. Cr$ 200,00.
Pe. João A.
Levando em conta que "a renovação atual da Igreja impõe à devoção tradicional do Rosário uma presença mais explícita da palavra bíblica", o liturgista Pe. Konzen, muito conhec:do no Rio Grande do Sul, principalmente por seus trabalhos relacionados com os cultos dominicais sem padre, apresenta-nos exatamente o que muitos procuravam: textos evangélicos nos quais apoiar a meditação do terço. Cada mistério tem como introdução o texto correspondente e entre cada ave-maria um trecho da Escritura; como conclusão, uma oração a Nossa Senhora. O autor acrescentou aos mistérios tradicionais três séries de mistérios: os do trabalho humano (Jesus torna o trabalho um serviço aos irmãos, Jesus trabalha pela salvação eterna dos homens, etc.), os da Palavra de Deus (Jesus é a Palavra de Deus, Jesus prega a Palavra, a Igreja prega a Palavra, etc.), os da ação salvadora de Jesus (Jesus liberta da escravidão espiritual, Jesus expulsa demônios, etc.), muito aprop.riadamente intercalados entre os mistérios "alegres da encarnação" e os mistérios "da paixão e morte redentora de Cristo". Ex-31-
celente para oração em família, para terço em equipe, para vigílias, reuniões com vizinhos, etc. JESUS E AS ESTRUTURAS DO SEU TEMPO Linas, 1981. Cr$ 230,00.
Emile Morin.
Edições Pau-
Para compreender o Evangelho, precisamos interrogá-lo a partir da realidade atual, mas conhecendo as estruturas da sociedade judaica, o contexto econômico, social, cultural, familiar e religioso no qual viveu Jesus. Jesus deu um sentido novo à vida na Palestina do !.0 século. E nós, como devemos ser cristãos hoje? O autor, um exegeta francês, analisando as estruturas daquele tempo, oferece uma ajuda inteligente para que os universitários, principalmente, descubram a força iluminadora do Evangelho nos grandes problemas do nosso tempo. Em cada capítulo, o autor apresenta perguntas vivas e atuais. Livro muito recomendado para equipes de reflexão. EU, FRANCISCO -
Carlo-s Carreto.
Edições Paulinas, 1981.
Cr$ 280,00 .
Não se trata de mais uma biografia, mas de um livro jovial, onde as novas gerações podem encontrar uma resposta às suas mais profundas aspirações e exigências de autenticidade. É uma Rbordagem diferente de um assunto inesgotável, como é a personalidade do Santo: o autor, um homem mergulhado na experiência de Deus, escreve colocando-se no lugar de Francisco, e, ao ler, parece-nos que estamos vendo e ouvindo o próprio São Francisco. DIALOGANDO COM DEUS - Hugo Schlesinger e Humberto Porto. Paulinas, 1981. Cr$ 200,00 .
Edições
"Orações para todos os momentos da vida", escrito a quatro mãos por um jornalista e escritor, nascido na Polônia mas radicado no Brasil há 35 anos, e um padre católico que se dedica ao diálogo cristão-judaico. O livro é uma contribuição para o encontro universal da fé em Deus, Pai de todos os homens. Contém orações muito bonitas, várias delas bem adequadas ao nosso estado de vida de casados e pais de família. PARA REZAR EM CASA -
Subsídios da C.N.B.B .
2• edição .
Cr$ 120,00 .
Outro livro de orações, este especialmente dedicado à oração em família. O livro, que conta com a apresentação do Pe. Mau-32-
cyr Gibbin, é dividido em duas partes: Ao longo do dia e Seguindo o ano litúrgico. Instrumento muitíssimo adequado para renovar nossa oração em família e impedir que ela caia na rotina. São várias, por exemplo, as sugestões para oração da noite. Além de orações dos esposos, há uma série de bênçãos dos filhos. QUANDO A VIDA !'!: UMA FESTA Unas, 1981. Cr$ 130,0(}.
Carlos Afonso Schmitt.
Edições Pau-
O autor é grande especialista da literatura destinada à juventude. Eis um livro que traz uma mensagem forte e atual para os jovens de hoje, respondendo ao desejo do Santo Padre de que a Pastoral da Juventude seja "uma pastoral de alegria e de esperança". JOVEM, !'!: TEMPO DE CONSTRUIR Paulinas, 1981. Cr$ 120,00.
Pe. Luís Kirchner, cssr.
Edições
A intenção do autor é oferecer subsídios para os grupos de jovens, muitas vezes carentes de um programa de reflexão. A primeira parte do livro é dedicada ao "Eu", com o objetivo de ajudar o jovem a se compreender melhor, a segunda, a Deus, relembrando ou apresentando as verdades fundamentais da nossa fé. BUSCA - Blanche Chamaux. 02754 - São Paulo.
Editora Dag-Ltda
Rua Maria Cecília, 277,
Tendo passado pela sagrada provação de perder um filho muito amado, a autora documentou os momentos de seu sofrimento - nas palavras de Mons. Primo Vieira, o "amargo e divino privilégio desta experiência" que amadurece nossos corações de pais de um modo tão violento. Acompanhamos, condoídos, a caminhada dessa mãe em busca de uma explicação, a um tempo divina e humana, da morte do filho. A fé sai vitoriosa dessa provação - a fé, que está sempre presente no livro ao lado do amor e do sofrimento.
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NOTíCIAS DOS SETORES
NITERõl -
Dias de estudos para jovens
Pelo terceiro ano consecutivo, o Setor realizou um enco-ntro para jovens acima de 15 anos. Escrevem Helena e Paulo: "Foi uma beleza! Cerca de 60 jovens, vibrantes, bem inseridos no contexto próprio de suas idades, estiveram durante dois dias inteiros seriamente voltados para um aprimoramento espiritual digno dos mel.hores retiros feitos por adultos. Foram 8 palestras, dadas por casais, sacerdotes, um psicólogo, um médico e dois jovens já com mais experiência, entremeadas de grupos de debates, reflexões, <,rações - e a alegria tão bonita que existe nos jovens espiritualmente sadios." A organização do encontro esteve a cargo da Equipe 1, com a ajuda de vários casais de outras equipes, algumas senhoras não equipistas e alguns jovens. Quanto aos participantes, somente a metade eram filhos de equipistas, pois este tem sido um apostolado do Setor juntos aos jovens em geral, uma prestação de serviço do Movimento à Igreja. -Retiro
Cerca de 45 casais participaram do retiro de agosto, cujo pregador foi o Pe. J. Simões Jorge, s.j., professor de teologia da PUC. A avaliação final atesta plenamente o sucesso daqueles dois dias de recolhimento, oração e estudos. O tema do retiro: "Jesus Cristo e nossa realidade pessoal". A equipe de cozinha, composta por alguns casais equipistas, algumas senhoras não equipistas e um punhado de jovens, nem todos filhos de equipistas, constituiu-se "num belo exemplo de doação cristã". BRASILIA -
lnter-equipes
Ou seja: reuniões mistas, como são chamadas "no sul". A organização dessa 8.a "inter-equipes" coube às equipes 6 e 19, que começaram pelo "árduo trabalho de entrelaçar cerca de 104 casais (das 28 equipes que compõem os dois Setores de Brasília) em 13 "inter-equipes". Para fazer a ruptura após a refeição, programaram uma gravação musical, realizada por um equipista, baseada em (Jo. 12, 44-50): "Quem crê em mim não permanece nas trevas". Meditação de Lc. 21, 20-28, Salmo 111 e a troca de idéias sobre Caminhando com Cristo (Lc. 24, 13-15), a partir das
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respo-stas dos casais ao questionário apresentado. Quanto à cc-participação, teve como objetivo A Família: a partir de um texto de João Paulo II sobre a crise enfrentada pela Família, cada um participou suas experiências, levantando soluções ou atitudes a tomar em prol da salvação da Família. RIO DE JANEIRO -
Dia de estudos
Foi um Dia de estudos "muito especial", no entender de Theresinha e Thiago, Responsáveis pelo Setor E, aquele realizado a 27 de setembro, no Colégio Santa Marcelina, com a participação de 66 casais, 3 "solteiros" e quatro integrantes da equipe de viúvas, com mais de 60 jovens e crianças passando o dia no local mais alto do bosque, chamado "Castelinho". O tema do encontro: Comunidade e evangelização, com palestras do Pe. Felix Pastor e de Maria Tereza e Luiz Sérgio. Paraliturgia inicial, exposições, momentos de reflexão, dez grupos de cc-participação. Antes da missa de encerramento, "encenação de um texto relativo às Equipes, da autoria de Janete Imaculada Clair (Equipe 61/E) , onde ela e Edson brilharam na interpretação, da qual participaram ainda equipistas da 61 e da 62, todos de Realengo. Foi um grande momento de descontração e alegria, em que todos demonstravam seu grande amor e confiança no Movimento." "A novidade foi a forma como se realizou o almoço, idealizado pelos organizadores (Equipes 16 e 55), preocupados com o alto preço pelo qual têm saído nossos encontros. Para os adultos, pediu-se uma contribuição de Cr$ 200,00 e que cada família levasse seu farnel; os farnéis foram colocados em comum, numa grande mesa, e foi uma festa, verdadeira renovação da multiplicação dos pães!" RIBEIRAO PRETO -
Retiro
Cinqüenta casais participaram do retiro pregado, em Bradosqui, pelo Frei Antonio Moser, de Petrópolis. O tema: Harmonia conjugal e sexual. Contam Moema e Nelson: "Foi maravilhoso. Frei Antonio Moser conseguiu polarizar a atenção de todos num assunto velho, mas numa visão nova, atual. Ele trouxe para nós a Boa Nova da construção da nossa harmonia, ... num processo de "encaixe", em que ninguém pode ser absorvido, mas onde deve haver verdadeiro companheirismo, onde as diferenças devem 5er cultivadas e não anuladas, onde temos que reconhecer o papel -35-
preponderante da educação, condicionando caracteres masculinos e femininos, onde o que importa é descobrir a reciprocidade, isto é, que, no casamento, somos dois seres correlatas, onde um não é, não existe, sem o outro." SANTOS -
Curso de doutrina cristã
Promovido pelas Equipes, vem alcançando grande sucesso o curso sobre o Antigo Testamento, ministrado pelo Cônego Lúcio Floro Graziozi, todas as quintas-feiras, das 20h30 às 22h30, na Cúria D~ocesana de Santos. -
Dez anos da Equipe 8
"Nossas almas engrandecem o Senhor; nossos espíritos exultam em Deus nosso Salvador, por esses dez anos de união na cração, na amizade fraterna e na ajuda mútua. Nós nos alegramos por Ele ter posto os olhos em nós, pecadores, e nos ter escolhido para participarmos juntos desta equipe, por isso, cantamos seus louvores. Realmente, o Senhor fez em nós maravilhas, transformando nossas vidas ... " Era a Equipe 8, Nossa Senhora do Sagrado Coração, dando graças, com as palavras de um "Magnificat" composto por um de seus membros, Flávio Zambon, por ocasião da celebração eucaríst ica pela passagem dos dez ano-s de vida da equipe. SAO CARLOS -
O. Virgílio continua
Desde a sagração, em fins de junho passado, sabíamos que D. Virgílio pretendia continuar como Conselheiro das suas duas equipes. Não publicamos a notícia, receosos de que D. Virgílio, por mais que quisesse, não conseguisse realizar seu propósito: afinal, um bispo é uma pessoa muito ocupada e, de Campo Mourão até São Carlos, é muito longe . .. Pois não foi um nem dois meses, é todo mês que D. Virgílio enfrenta cinco horas de carro na ida e outro tanto na volta só para cuidar, como pai extremoso que é, das suas "filhas" de São Carlos. Até preparatória ele faz, .em termos de respostas, pois, para ganhar tempo, o resto é tratado por telefone. Ele se hospeda uma vez com um casal da 1, outra com qm da 2, as duas equipes racham a gasolina. Não é atoa que, no Boletim, os equipistas pedem a todo-s que se lembrem de D. Virgílio em suas orações, "para que Deus lhe dê bastante saúde". E acrescentam ainda os casais da 1: "Notamos que em -36-
nossas últimas partilhas temos melhorado muito, pois só de pensarmos nos quilômetros que D. Virgílio percorre para nos dar assistência, já nos sentimos mais responsáveis pelo nosso maior crescimento espiritual." -
68 casais em retiro
Nada menos de 68 casais - 43 de São Carlos, 12 de Araraquara, 10 de Catanduva e 3 de Piracicaba - participaram do retiro pregado pelo Pe. José Antonio Tosi Marques sobre a Dives in Misericordia. Numa apresentação muito feliz, o pregador mostrou como a encíclica se aplica à vida familiar e à vida de equipe. Mais 10 de São Carlos em Jaú
Enquanto isso, na mesma data (3 e 4 de outubro), realizava-se em Jaú, retiro das Equipes em Anos de Aprofundamento. Dos 20 casais participantes, 10 eram de São Carlos. Cônego Pedro focalizou os seguintes temas: Eu e Deus, como me conhecer melhor; A fé em Deus, o "seja feita a vossa vontade no nosso dia-adia: o que Ele quer de mim a:gora?; Quem é o Deus de Jesus? Ninguém conhece o Pai senão o Filho; Relacionamento com os outros: eu amo o Pai na medida em que amo o meu irmão; O homem na família de Deus; a importância do diálogo: o dever de sentar-se; Opção preferencial ou conversão; A Eucaristia, fonte e centro de toda a: vida cristã. Note-se, de passagem, que, com a participação nesses dois retiros, as estatísticas do Setor mostram que 91 % dos equipistas de São Carlos fizeram seu retiro em 81. -
Aniversário do Setor
Com uma celebração eucarística, preparada pela Equipe 5 e oficiada pelo Pe. José Carlos di Mambro, Conselheiro Espiritual do Setor, as Equipes de São Carlos comemoraram os 24 anos de fundação da primeira equipe e os 9 da instalação do Setor. Na homilia, o Pe. José Carlos levou os casais a refletirem sobre seu engajamento no apostolado a serviço de Cristo. Na Oração dos féis, pediram os equipistas "para que nossos governantes saibam encontrar no Evangelho de Cristo as soluções adequadas para os problemas que enfrentamos, especialmente o do desemprego", "para que tenhamos sempre coragem de dar testemunho de Cristo no meio em que vivemos", pelas vocações sacerdotais, pelos doentes, pobres e oprimidos, "por todos os que sofrem por causa do egoísmo humano". Participaram a maioria dos equipistas, acompanhados de seus familiares. -37-
EQUIPES NOVAS Florianópolis
Equipe 30, Setor B - Casal Piloto: Mafalda e Albio; Conselheiro Espiritual: Frei Justino. Rio de Janeiro
Equipe 68, Setor D - Casal Piloto: Regina e Cleber; Conselheiro Espiritual: Pe. Raimundo de Assis Quiroga. São Paulo -
Coordenação E
Equipe 8 - Casal Piloto: Beth e Toninho; Conselheiro Espiritual: Frei Martinho Ferreira da Silva Cortez. Equipe 9 - Casal Piloto: Celina e Valverde; Conselheiro Espiritual: Pe. José Ceminati. Equipe 10 - Casal Piloto: Maria Thereza e Clésio; Conselheiro Espiritual: Pe. Alfeu Domingues Lopes. Equipe 11 - Casal Piloto: Suely e Luís Augusto; Conselheiro Espiritual: Pe. Guilherme Krupp.
VOLTARAM AO PAI
Affonso Gallucci
DA EQUIPE 1 DE SAO CARLOS. Casado com Edna. No dia 18 de outubro. Escrevem Maria e Carlos Musettl, casal repórter do Setor: "Exemplar chefe de família, sempre empenhado em viver um cristianismo autêntico, o nosso querido Affonslnho deixou-nos uma herança preciosa de coragem, de compreensão e de amor fraterno. Voltando ao Pai, continuará unido conosco pelo sacrifício e ressun-eição de Jesus, que venceu a morte, dando-nos a certeza da Vida Eterna." Yolanda Lisboa Nascimento
Da Equipe 4/ D SAO PAULO. Casada com Walter Sócrates Nascimento . No dia 17 de outubro, após comemorar 57 anos de casamento. Pela sua disposição, ninguém dizia que Dona Yolanda tinha 79 anos, nem que sofria, há anos, de pressão muito alta. Um enfarte tJ.rou-a do convívio da famflia e da equipe, onde há 22 anos dava seu testemunho de alegria e disponibilidade .
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SESSAO DE FORMAÇAO
De 4 a 7 de setembro, tivemos, em Nova Iguaçu, uma excelEnte Sessão de Formação. Foram realmente quatro dias de fé, oração e crescimento espiritual. Além de um casal vindo da logínqua Manaus, de casais de Petrópolis e de Belo Horizonte, participaram da Sessão casais dos cinco Setores do Rio de J arteiro e da Coordenação da Ilha do Governador. Todos os palestristas, nesses quatro dias de formação, falaram sob a inspiração do Espírito Santo, que derramou copiosas graças sebre aqueles que tiveram a felicidade de neles participar. Do sudeste de São Paulo, o Senhor nos enviou o querido Frei Estevão Nunes que, com sua palavra firme e sua presença plena de fé, nos marcou profundamente. A Equipe de Serviço, atenta a tudo, procurou dar sempre o melhor de si e Dulcemar e Hyperides, como sempre, estiveram muito bons na liturgia. Todos sentíamos o forte clima de amor, de alegria, de entrosamento em que vivíamos esses dias e, no final da tarde de domingo, quando se verificava a emoção geral da despedida, deixamos a Casa de Formação de Nova lguaçu imensamente saudosos, porém mais irmãos, mais cristãos, mais equipistas de Nossa Senhora. Maria Luiza e João C~al
Responsável pelo Setor C do Rio de Janeiro
CONVITE
Os casais equipistas de outras cidades em visita a SANTOS estão convidados a participar da Missa Mensal do Setor, que tem lugar todos oo primeiros sábados do mês, às 18 horas, na Escola Maria Imaculada, à Avenida Conselheiro Nébias. Para qualquer .Informação ou querendo entrar em contato com os equipistas de Santos, utilizem os telefones: Vânia e Walter : 4-7950; Angela e Fernando: 31-3843; Nilce e Fuad: 4-0613; Lina e Alberto: 37-2644; Mailú e Oswaldo: 4-7528 .
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TEMPO DE AMAR
TEXTO DE MEDITAÇÃO -
Madre Teresa, aos jovens da índia
A maior miséria, hoje, não é a lepra, nem a tuberculose, é o sentimento de não ser amado. A maior miséria é a falta de amor, a indiferença terrível em relação ao próximo. Depende de vocês que o olhar se volte de novo para o pobre. Estão prontos a atnar? · É preciso que os pobres saibam que nós os amamos. Eles nada têm para dar a não ser o amor. Os homens de hoje têm fome de amor, de serem compreendidos por amor. Estão prontos a partilhar cotn eles o seu atnor?
Consideramos necessário encontrar a Deus. Mas não podemos encontrá-lO no barulho: Deus é amigo do silêncio. Tenham vontade de orar, sintam durante o dia a necessidade e os benefícios da oração. A oração despoja o coração até torná-lo capaz de possuir o dom do próprio Deus. Quanto mais recebemos na oração silenciosa, tanto mais somos capazes de nos doar em nossa vida ativa. Estão prontos a orar? Se vocês puderem amar e partilhar com os outros, serão felizes, e a alegria será permanentemente a sua amiga: a alegria é oração, a alegria é força, a alegria é amor. A alegria é fruto do amor pelo qual vocês podem conquistar as almas. Ofereçam sempre um sorriso feliz às crianças, aos pobres, a todos os que sofrem ou estão isolados. Estão prontos a sorrir? Até agora, vocês só pensaram em si próprios ... Ponham um ponto final. Sejam amigáveis e reconhecidos. Não deixem nin .. guém vir até vocês sem que se vá melhor e mais feliz. Sejam a expressão viva da amizade de Deus para com os homens. -40-
ORAÇÃO
Obrigado, Senhc·r, por nos ensinares a sermos "devedores" a todos os homens do universo, teus filhos e nossos irmãos! Louvado sejas, Senhor, por quereres que demos as nossas mãos, os nossos sorrisos, o nosso testemunho, a nossa bolsa, a nossa fé, a "gregas e a bárbaros, a sábios e a ignorantes", a ricos e a pobres, a -homens ê a mulheres, sem olharmos a sua condição! Obrigado, Senhor, porque morreste e ressuscitaste por nós todos , pecadores! Louvado sejas, Senhor, porque nos ensinaste a rezar pela Paz entre todos os homens! Todos eles, protestantes ou católicos, ingleses ou irlandeses, pretos ou brancos, drogados ou prostitutas, comunistas ou fascistas, operários ou patrões, todos são teus filhos.
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Ensina-os, ensina-no-s a baixar o punho e a dar as mãos, porque todos somos um só em Jesus Cristo!
<Da Carta portuguesa)
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