ENS - Carta Mensal 1982-2 - Abril

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N<? 2 Abril

Cristo caminha conosco A participação na vida e na missão da Igreja

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Páscoa e Ressurreição

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A ECIR conversa com vocês . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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A estória de um táxi solitário . . . . . . . . . . . . . . 13 " Senhor, ensina-nos a orar" . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Verdade e educação , generosidade e vocação . . . 18 Flashes das Equipes de alguns países da África e do Oriente Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Apostolado com os meninos da feira na Ilha do Governador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Como Ala or partiu para o Pai . . . . . . . • . . • . . . . . 25 Notícias dos Selares ......... .... .......... .. . 27 Testemunhas da ressurreição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32


Michel CiTy: Os companheiTOs de EmaĂşs


EDITORIAL

CR.ISTO CAMINHA CONOSCO

Ao propor o episódio de Emaús como luz para orientar a nossa reflexão e a nossa ação durante este ano que encaminhará grande número dentre nós para Roma, as Equipes de Nossa Senhora pretendem lembrar-nos que Cristo caminha conosco. A presença de Cristo no nosso caminho - o caminho de cada um, o caminho de cada casal, o caminho da Igreja - é certamente uma realidade que professamos em nossa fé, mas não basta constatá-la: é preciso tirar-lhe as conseqüências, é preciso dela viver! Esta afirmação da nossa fé desperta em nós muitas questões, das quais go-staria de evocar hoje apenas duas. Cristo caminha conosco: como é que isto se manifesta? e com que objetivo? o Cristo caminha conosco, da maneira mais concreta, através daqueles que Ele coloca no nosso caminho. São eles, de certa forma, mediadores da Sua presença. Alguns chamam-nos "quase-sacramentos". Se nos acostumarmos a considerá-los como tais, não deixaremos de fazer pelo menor dentre os Seus aquilo que faríamos por Ele mesmo. Reconhecer a Cristo em cada um desses "próximos" é o convite mais eficaz para nos colocarmos ao seu serviço.

Se Ele no-s acompanha através de todos esses "próximos" que nos rodeiam e perfazem conosco uma parte do caminho, que dizer daquele, daquela que um sacramento elevou à qualidade de companheiro, de companheira para a eternidade? Esse ser que partilha não apenas a existência de vocês, mas seu destino, sua vocação, sua missão, não será ele um mediador privilegiado da presença de Cristo? Eis que a sua mútua relação de amor, que é dar e receber, se enriquece com uma nova dimensão: receber como sendo de Cristo, dar como a Cristo. -1-


Mas Cristo caminha também conosco - de maneira menos tangível mas igualmente real - no mais íntimo de nós mesmos, no centro do nosso caminhar pessoal. Pela presença e pela ação do Seu Espírito, Ele é voz ativa, por assim dizer, todas as vezes que temo·s de compreender os acontecimentos, de tomar uma decisão, de escolher um compromisso apostólico, etc. Sem Ele, nada podemos fazer. Com Ele, e porque nos voltamos para Ele, o nosso caminhar vai de conversão em conversão. Já não é apenas a mediação de uma presença de certa maneira indireta: é verdadeiramente a sua própria Presença que acompanha a nossa marcha. E caberia aqui perguntar-se se levamos suficientemente a sério a realidade desta Presença, se temos a preocupação de estarmos também nós presentes a ela, se dedicamos tempo suficiente para escutá-la na oração, se contamos suficientemente com os sacramentos para lhe dar um novo vigor e obter frutos mais abundantes ... o

O episódio de Emaús vai ajudar-nos a entender porque Cristo caminha conosco. É Ele quem, por iniciativa própria, se faz o companheiro dos dois discípulos (como o Bom Samaritano se faz espontaneamente o próximo prestimoso do homem ferido). Eles não O procuravam mais, estavam se afastando. . . mas não seria seu desamparo como que um apelo interior? No seu amor cheio de delicadeza, no seu amor que cura, o Senhor discerne a indigência radical de nossas vidas, mesmo quando indiferentes e cansadas, e vem para trazer-nos o remédio.

Suprir a nossa indigência e dissipar nossa confusão é seu desejo. Mesmo que não tenhamos a coragem de reconhecê-las. Mesmo que as julguemos irremediáveis, como devia ser o caso dos dois discípulos. Em outras palavras, Ele quer esclarecer e fortificar os viajantes, que somos todos nós. Viajantes, é quase a nossa definição. . . Ao compartilhar nossa viagem, Ele nos dá a oportunidade de sintonizarmos nossos projetas com seus desígn ios. Porquanto é fazendo-os compreender o sentido de sua própria missão nos desígnios do Pai que Ele esclarece e fortalece os discípulos. Assim, para nós também, a luz e a força só podem vir da escuta e da contemplação de Jesus Cristo. No entanto, para Ele não basta iluminar o nosso caminho revelando-nos o Seu: deseja associar-nos a ele. Junta-se a nós pelo caminho apenas para fazer-nos participar do Seu caminho. Ao caminharem com Cristo ressuscitado, os discípulos se sentem con-

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vldados, e mesmo impelidos, a participar de sua m1ssao redentora. A Boa Nova de Cristo ressuscitado não é um presente que possam saborear sozinhos! Vão partilhá-la com a Igreja nascente, vão comunicá-la a todos os que dela têm fome e sede. . . Quanto mais favorecidos com a presença de Cristo que nos acompanha, mais estamos sendo enviados aos nossos irmãos . .. o

Mistério de Cristo, que de tantas maneiras nos permite sentir a Sua presença ao nosso lado ... Mistério de Cristo, que transforma nossos desesperos em esperanças, nossas covardias em ardente zelo. E seria preciso evocar mistério ainda maior: Cristo não é apenas o companheiro de caminho, Ele é o próprio caminho. "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo. 14, 6). Possam estas palavras ajudar-nos a penetrar mais profundamente neste mistério!

Roger Tandonnet, s.j .

Cristo caminha conosco para aprendermos a caminhar com todos.

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A família cristã vive a sua tarefa profética acolhendo e anunciando a Palavra de Deus: torna-se assim cada dia mais comunidade crente e evangelizadora. Também aos esposos e aos pais cristãos é pedida a obediência da fé: são chamados a acolher a Palavra do Senhor que a eles revela a extraordinária novidade - a Boa Nova- da sua vida conjugal e familiar feita por Cristo santa e santificante. De fato, somente na fé eles podem descobrir e admirar com jubilosa gratidão a que dignidade Deus quis elevar o matrimônio e a família, constituindo-os sinal e lugar da aliança de amor entre Deus e os homens, entre Jesus Cristo e a Igreja, sua esposa. Deus, que, de fato, chamou os esposos "ao" matrimônio, continua a chamá-los "no" matrimônio. Dentro e através dos fatos, dos problemas, das dificuldades, dos acontecimentos da existência de todos os dias, Deus vai lhes revelando e propondo a~. "exigências" concretas da sua participação no amor de Cristo pela Igreja em relação com a situação particular - familiar, social e eclesial - na qual se encontram.

(Familiaris Consortio,

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A PALAVRA DO PAPA

A PARTICIPAÇAO NA VIDA E NA MISSAO DA IGREJA

Trechos do capitulo IV da Terceira Parte ("OS DEVERES DA FAMíLIA CRISTA") da Familiaris Consortio.

A família no mistério da Igreja

Entre os deveres fundamentais da família cristã estabelece-se o dever eclesial: colocar-se ao serviço da edificação do Reino de Deus na história, mediante a participação na vida e na missão da Igreja. Para melhor compreender os fundamentos, os conteúdos e as características de tal participação, ocorre aprofundar os vínculos múltiplos e profundos que ligam entre si a Igreja e a família cristã, e constituem esta última como "uma Igreja em miniatura" (Ecclesia domestica), fazendo com que esta, a seu modo, seja imagem viva e representação histórica do próprio mistério da Igreja. É antes de tudo a Igreja Mãe que gera, educa, edifica a família cristã, operando em seu favor a missão de salvação que recebeu do Senhor. Com o anúncio da Palavra de Deus, a Igreja revela à família cristã a sua verdadeira identidade, o que ela é e deve ser segundo o desígnio do Senhor; com a celebração dos sacramentos, a Igreja enriquece e corrobora a família cristã com a graça de Cristo em ordem à sua santificação para a glória do Pai; com a renovada proclamação do mandamento novo da caridade, a Igreja anima e guia a família cristã ao serviço do amor, a fim de que imite e reviva o mesmo amor de doação e sacrifício que o Senhor Jesus nutre pela humanidade inteira. Por sua vez, a família cristã está inserida a tal ponto no mistério da Igreja que se torna participante, a seu modo, da missão

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de salvação própria da Igreja: os cônjuges e os pais cristãos, em virtude do sacramento, "têm assim, no seu estado de vida e na sua ordem, um dom próprio do Povo de Deus". Por isso não só "recebem" o amor de Cristo tornando-se comunidade "salva", mas também são chamados a "transmitir" aos irmãos o mesmo amor de Cristo, tornando-se assim comunidade "salvadora". Deste modo, enquanto é fruto e sinal da fecundidade sobrenatural da Igreja, a família cristã torna-se símbolo, testemunho, participação da maternidade da Igreja. (49)

Uma função eclesial própria e original A família cristã é chamada a tomar parte viva e responsável na missão da Igreja de modo próprio e original, colocando-se ao serviço da Igreja e da sociedade no seu ser e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor. Se a família cristã é comunidade, cujos vínculos são renovados por Cristo mediante a fé e os sacramentos, a sua participação na missão da Igreja deve dar-se segundo uma modalidade comunitária: conjuntamente, portanto, os cônjuges enquanto casal, os pais e os filhos enquanto família, devem viver o seu serviço à Igreja e ao mundo. Devem ser na fé "um só coração e uma só alma", através do espírito apostólico comum que os anima e mediante a colaboração que os empenha nas obras de serviço à comunidade eclesial e civil. A família cristã, pois, edifica o Reino de Deus na história mediante aquelas mesmas realidades quotidianas que dizem respeito e contradistinguem a sua condição de vida: é então no amor conjugal e familiar - vivido na sua extraordinária riqueza de valores e exigências de totalidade, unicidade, fidelidade e fecundidade que se exprime e se realiza a participação da família cristã na missão profética, sacerdotal e real de Jesus Cristo e da sua Igreja; o amor e a vida constituem portanto o núcleo da missão salvífica da família cristã na Igreja e pela Igreja. (50) A FAMíLIA CRISTA, COMUNIDADE CRENTE E EVANGELIZADORA

O ministério de evangelização da família cristã

Como repetiu o Sínodo, retomando o meu apelo lançado em J;>uebla, a futura evangelização depende em grande parte da Igreja doméstica. Esta missão apostólica da família tem as suas raízes no batismo e recebe da graça sacramental do matrimônio uma nova força para transmitir a fé, para santificar e transformar a sociedade atual segundo o desígnio de Deus.

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A família cristã, sobretudo hoje, tem uma especial vocação para ser testemunha da aliança pascal de Cristo, mediante a irradiação constante da alegria do amor e da certeza da esperança, da. qual deve tornar-se reflexo: "A família cristã proclama em alta voz as virtudes presentes do Reino de Deus e a esperança na vida bemaventurada". (52)

Um serviço eclesial O ministério de evangelização dos pais cristãos é original e insubstituível: assume as conotações típicas da vida familiar, entrelaçada como deveria ser com o amor, com a simplicidade, com o sentido do concreto e com o testemunho do quotidiano. A família deve formar os filhos para a vida, de modo que cada um realize plenamente o seu dever segundo a vocação recebida de Deus. De fato, a família que está aberta aos valores do transcendente, que serve aos irmãos na alegria, que realiza com generosa fidelidade os seus deveres e tem consciência da sua participação quotidiana no mistério da Cruz gloriosa de Cristo, torna-se o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada ao Reino de Deus. O ministério de evangelização e catequese dos pais deve acompanhar também a vida dos filhos nos anos da adolescência e da juventude, quando estes, como muitas vezes acontece, contestam ou mesmo rejeitam a fé cristã recebida nos primeiros anos de vida. Como na Igreja a obra de evangelização nunca se separa do sofrimento do apóstolo, assim na família cristã os pais devem enfrentar com coragem e com grande serenidade de ânimo as dificuldades que o seu ministério de evangelização algumas vezes encontra nos próprios filhos. Não se deverá esquecer que o serviço dos cônjuges e pais cristãos a favor do Evangelho é essencialmente um serviço eclesial, isto é, reentra no contexto da Igreja inteira, qual comunidade evangelizada e evangelizadora. Enquanto radicado e derivado da única missão da Igreja e enquanto ordenado à edificação do único Corpo de Cristo, o ministério de evangelização e de catequese da Igreja doméstica deve permanecer em comunhão íntima e deve harmonizar-se responsavelmente com todos os outros serviços de evangelização e de catequese presentes e operantes na comunidade eclesial, quer diocesana quer paroquial. (53)

Pregar o Evangelho a toda a criatura A universalidade sem fronteiras é o horizonte próprio da evangelização, animada interiormente pelo impulso missionário:

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é de fato a resposta explícita e inequívoca ao mandato de Cristo: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a criatura". Também a fé e a missão evangelizadora da família cristã prosseguem este alento missionário católico. O sacramento do matrimônio, que retoma e volta a propor o dever, radicado no batismo e na confirmação, de defender e difundir a fé, constitui t1 :> cônjuges e pais cristãos testemunhas de Cristo "até aos confins do mundo", verdadeiros e próprios "missionários" do amor e da vida. Uma certa forma de atividade missionária pode desenvolver-se já na mesma família. Isto acontece quando algum dos seus membros não tem fé ou não a pratica com coerência. Em tal caso, os familiares devem oferecer-lhe um testemunho de vida de fé que o estimule e encoraje no caminho para a plena adesão a Cristo Salvador. Animada já interiormente pelo espírito missionário, a Igreja doméstica é chamada a ser um sinal luminoso da presença de Cristo e do seu amor mesmo para os "afastados", para as famílias que ainda não crêem e para aquelas que já não vivem em coerência com a fé recebida: é chamada "com o seu exemplo e com o seu testemunho" a iluminar "aqueles que procuram a verdade". Como já no início do cristianismo Aquila e Priscila se apresentavam como casal missionário, assim hoje a Igr eja testemunha a sua incessante novidade e rejuvenescimento com a presença de cônjuges e de famílias cristãs que, ao menos durante um certo período de tempo, estão nas terras de missão a anunciar o Evangelho, servindo o homem com o amor de Jesus Cristo. As famílias cristãs dão um contributo particular à causa missionária da Igreja cultivando as vocações missionárias dos seus filhos e filhas e, de uma forma mais generalizada, com uma obra educativa que vai "dispondo os filhos, desde a infância, para conhecerem o amor de Deus por todos os homens". (54)

(a seguir: "A família. cristã, comunidade em diálogo com Deus")

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PASCOA E RESSURREIÇÃO

Narra o evangelista São Marcos que as piedosas mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé, foram ao sepulcro, no primeiro dia da semana, muito cedo. Levavam na mão frascos cheios de aromas para ungir o corpo do Senhor; na alma, grande saudade; no coração, muito amor. No caminho, a grande preocupação delas era a pedra: "Quem nos vai tirar a pedra da entrada do sepulcro?" Ao chegar, porém, viram que já estava removida. Entraram, cheias de coragem. Mas, na penumbra, deram com a figura de um jovem sentado à direita, todo de branco, feito um fantasma. Apavoradas, começaram a gritar. Mas o anjo lhes disse: "Não temais. Procurais a Jesus de Nazaré, o crucificado: RESSUSCITOU, não está aqui. Vede o lugar onde o puseram." (Me. 16, 1 ss.) Esta é a Boa Nova anunciada às mulheres e aos discípulos. Esta é a grande notícia da Páscoa comunicada a nós e a todos os homens: Jesus, o nazareno, o crucificado, morto e transpassado, que os amigos tinham depositado ali, no sepulcro novo de José de Arimatéia, esse Jesus não conheceu corrupção (Sl. 16: 15, 10); não ficou prisioneiro das trevas e da morte; não permaneceu na prisão do túmulo. Não. Não está aqui. Ressuscitou. Está vivo. Ele mesmo, ressuscitado, afirma a João no Apocalipse: "Não temas. Eu sou o Primeiro e o último, o Vivente; estive morto, mas eis que vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da Morte e do Hades". Ele, ''morrendo, destruiu nossa morte e, ressuscitando, restaurou nossa vida." (Prefácio da Páscoa). Mistério Pascal: de morte e de vida. Mistério de Morte: Por amor do homem que, no seu orgulho e infidelidade, quis (e quer) ser semelhante a Deus, Ele, embora fosse igual a Deus, "despojou-se a si mesmo, tomando a natureza de servo, tornando-se semelhante aos homens." (Fl. 2, 7)

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Por amor do homem que, pelo pecado, introduzira (e introduz) no mundo e na alma a morte, Ele entregou-se totalmente à vontade do Pai, abraçando a cruz e entrando na morte mais ignominiosa: "humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz." (FI. 2, 8) Mistério de Vida: Mas Ele não permaneceu na pnsao da morte. "Procurais a Jesus de Nazaré, o crucificado: RESSUSCITOU, não está aqui." (Me. 16, 6) Deus Pai ressuscitou Jesus e o exaltou acima de toda criatura, de toda verdade, de todo tipo de poder, riqueza e glória, e O fez Senhor (Kyrios) dos vivos e dos mortos, a fim de que, ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos, e toda língua confesse que Ele é a verdade, a Salvação, a Vida. (Cfr. FI. 2, 9-11) Não existe outro nome, no qual possamos encontrar a salvação. (At. 4, 12). "Ele foi entregue à morte pelos nossos pecados e foi ressuscitado para nossa justificação". (Rm. 4, 24) É a Páscoa do Senhor. A Páscoa dos resgatados. A festa~ -mãe de todas as festas, que dela recebem luz e sentido. A festa-memorial, que ritualiza e revive o acontecimento fundamental da história: a ressurreição de Cristo. É a festa do nosso batismo, que nos mergulha nesse mistério de morte e vida: "Do mesmo modo, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo". (Rm. 6, 11)

Por isso S. Paulo convida-nos a celebrar a Páscoa, não com o fermento velho do pecado, mas com os pães ázimos da vida nova: ''Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho, fermento da malícia e da perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade". (1 Cor. 5, 8) Que Jesus Cristo Ressuscitado nos dê, nesta Páscoa, a alegria da vida nova, o sentido pleno da Vida, como deu a Madalena. E, como ela, corramos a anunciar aos irmãos a Boa Notícia: "E Madalena correu anunciar aos discípulos que tinha visto o Senhor." (Jo. 20, 18) Corre agora com a luz do sol. Com a luz do sol nos olhos. Com o próprio Sol dentro de si. Ninguém lhes arrancaria agora aquela certeza, aquela alegria. . . A vida tinha um sentido. A dela e a de todos. . . Encontrara a vida em Jesus Cristo. Pe. Antonio Dezan Conselheiro Espiritual da Equ.l.pe 3 de São Carlos

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A ECIR CONVERSA COM

VOC~S

Caros amigos, Hoje, queremos falar-lhes a respeito do compromisso nas Equipes de Nossa Senhora. Sabemos que, por ser dotado de inteligência e vontade, o homem é capaz de conhecer o que é bom para ele e o que não lhe serve, de refletir sobre o que conhece e finalmente de fazer sua opção. Em nossa vida, a todo momento, somos levados a fazer opções, a tomar decisões que não raro geram compromissos. Alguns compromissos dizem respeito apenas a nós mesmos; outros envolvem outras pessoas. Por exemplo, se chegamos à conclusão de que nosso corpo está necessitando de exercício, temos as opções: -

fazer ginástica sozinhos (assumimos o compromisso conosco mesmo) acertar com outra pessoa ou grupo para fazermos ginástica, ou jogarmos juntos (compromisso com outros).

Quando o compromisso envolve outras pessoas, ele exige uma explicitação - exteriorizar de algum modo a decisão que já foi tomada interiormente. (0 "sim" no sacramento do matrimônio) Claro está que todo compromisso implica em responsabilidades de uns para com os outros. O grande compromisso do cristão é o compromisso com o Cristo - firmado no batismo e confirmado em várias ocasiões. Uma responsabilidade decorrente deste compromisso é a de caminharmos para a santidade. E nós, que reafirmamos nosso compromisso com o Cristo no dia do nosso casamento, somos chamados à santidade através do

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sacramento do nosso matrimônio. É a responsabilidade que assumimos ao dizermos "sim" um ao outro perante Deus e a comunidade. Aqui também temos duas opções: -

fazer a caminhada a dois (é muito difícil) fazer parte de uma comunidade que nos ajude, que nos impulsione - uns responsáveis pelos outros.

As Equipes de Nossa Senhora constituem uma dessas comunldades. Os casais que dela participam contam com essa ajuda - com a ajuda de cada casal da equipe, do Conselheiro Espiritual, com a ajuda do movimento como um todo. Mas eles sabem também que outros necessitam do seu auxílio e os esperam. É a lei do amor, da caridade fraterna. Para que esta caminhada juntos seja possível, é necessário que todo-s estejam imbuídos do mesmo espírito - "ser perfeito como o Pai é perfeito"- e falem a mesma linguagem- procurem conhecer bem o caminho que estão trilhando, estejam d :spostos a aceitar e a se utilizar do que lhes é oferecido, a fazer seus os objetivos da comunidade e a assumir as responsabilidades decorrentes - procurar amar cada irmão como Cristo ama e estar a serviço do Povo de Deus. O compromisso nas Equipes de Nossa Senhora é o gesto explícito de um casal que, co-nhecendo este caminho, já refletiu sobre o que lhe foi proposto e já tomou a sua decisão interior de segui-lo. Aos que, embora querendo, relutam, por ver nesta opção uma responsabilidade acima de suas forças, lembramos que muitos se tornaram santos, não por ter tido uma vida perfeita, mas por ter desejado e por ter se esforçado em tê-la.

Cidinha e Igar

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A ESTóRIA DE UM TAXI SOLITARIO

(Do Boletim de Florianópolis)

Era uma vez um táxi que andava sozinho pelas ruas da cidade. Um certo dia, aquele táxi viu passar a seu lado um outro táxi, repleto de passageiros alegres e com um distintivo na porta que dizia: "Companhia de Táxis Ltda." Aquele táxi solitário interessou-se por aquele outro táxi e o seguiu. Rodou. . . rodou ... e no fim, adquiriu a coragem de falar com ele. Falando, perguntou o que devia fazer para entrar na "Companhia de Táxis Ltda." Como resposta, recebeu um convite para ingressar nessa Companhia. E aquele táxi solitário, tornou-se um táxi alegre, por não se sentir mais sozinho, por pertencer a uma Companhia. Porém, aos poucos, tudo ia tão bem na sua vida que ele não se preocupou mais em parar nos postos para se reabastecer com o combustível. E não parando nos postos, em muitas oportunidades, aquele táxi ficou parado nas ruas sem poder se locomover. Na primeira vez que isto aconteceu, ele teve a sorte de estar no alto de uma rua. Fazendo um pouco de esforço, aquele táxi desceu aquela rua, mesmo sem combustível, pois numa desc'da não se precisa de combustível, e chegou até um posto que ficava na baixada daquela rua. Na segunda vez, ele teve a felicidade de encontrar um outro táxi que o auxiliou com o empréstimo de um pouco de combustível. Mas, na terceira vez, aquele táxi não encontrou ninguém para auxiliá-lo e ficou atirado no lado da rua. E lá foi depredado, roubado e o que sobrou acabou apodrecendo ... Meus amigos, quem sabe vocês estejam se perguntando: qual a razão de toda essa estória? A razão é simples, como simples é esta estória: acontece que muitos casais equipistas se parecem com aquele táxi. Antes de entrar nas Equipes, são casais vazios e solitários. De repente, por um acaso (Amor de Deus) estes casais descobrem que existem outros casais que são felizes. Casais que vivem unidos e que trazem em suas vidas o sinal de felicidade. Vendo a felicidade destes casais, naqueles casais solitários e vazios desperta a vontade de serem felizes e partem em busca de um casal que lhes indique este caminho. E para sua felicidade, eles encontram um casal "piloto" que os orienta, os dirige e depois os deixa rodando pelas ruas da v ida, a fim de que eles possam "carregar" e "transportar" felicidade. Aos poucos, porém, estes casais vão -13-


caindo na rotina e se esquecem de parar num "posto" para se reabastecerem.E por não se reabastecerem, aquele ânimo e aquela alegria de pertencerem a uma equipe vai diminuindo. As vezes estes casais ainda têm a sorte de encontrarem um outro casal que lhes dê um "empurrãozinho". Outras vezes, é a própria vida, através de seus sofrimentos, que os faz caminharem um pouco mais. Mas, muitas vezes, por não terem parado num "posto", esses casais acabam caindo à margem da vida e aos poucos vão sendo depredados pelo egoísmo, pelo orgulho, pela infidelidade e pela "podridão" do não sentido de viver. Bem, chega de estórias! Acho que deu para vocês perceberem onde estou querendo chegar, não é?! O que eu quero dizer, é que os casais precisam parar no "posto do Retiro", para se "reabastecerem" espiritualmente. Se você, meu casal amigo, se você não aprender a parar num retiro, fatalmente irá se esvaziando e não conseguirá encontrar um sentido para viver numa equipe. O retiro é o momento mais forte e mais pleno para você se encontrar com Deus, com os outros e consigo mesmo. Meu casal amigo, por favor, supere o medo do silêncio e vá para o retiro. Cristo se retirou tantas vezes para poder se encontrar de uma forma mais plena com o Pai. Seja um casal cristão - como Cristo, saiba encontrar um pouco de tempo para se encontrar mais com Deus, consigo mesmo e com os outros. Deus lhe dá uma chance. . . duas. . . três ... E se você, meu querido casal, não souber aproveitar esta chance, o que será de você? Pense um pouco e fique se perguntando: será que Deus não vai pedir contas aos casais das Equipes, por ter sido cancelado um retiro, no qual muitos casais poderiam se encontrar com Ele de uma forma mais plena? Meu casal amigo, desculpe a minha simplicidade e sinceridade. Só mais uma coisa: após ler toda esta estória tão sem graça, por favor, faça o seu retiro anual, pois do contrário a sua vida vai ficar mais sem graça do que toda esta estória. Pe. Ivo Bortoluz Conselheiro Espiritual das Equipes 3 e 6 de Florianópolis

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"SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR"

É das primeiras coisas que os mais velhos se propõem a ensinar às crianças. No entanto, bem poucos de nós aprenderam a rezar. Para muita gente, a oração é ocupação para horas vagas e aflitas, mania de gente carola ou talvez uma obrigação, para agradar a Deus.

A civilização ocidental ficou neurótica com o barulho de suas máquinas e as teorias econômicas modernas obrigam o homem a trabalhar cada vez mais. Trabalhar sem parar, para faturar muito e adquirir mais, aumentando assim suas preocupações, temendo os ladrões, o fogo e as traças. Falar em oração para um tal homem é inútil. Um dos discípulos um dia pediu a Jesus: "Senhor, ensina-nos a orar". E Jesus disse: Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de 'l'ezar empertigados nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos por todos. Vocês, quando orarem, entrem no seu quarto, fechem a porta e orem a seu Pai que está presente na solidão; e seu Pai lhes dará a recompensa. E quando orarem, não fiquem repetindo muitas palavras, como os pagãos que pensam ser ouvidos por causa de falarem muito. Não se pareçam com eles, po'l'que seu Pai conhece as coisas de que vocês precisam antes que as peçam. Assim, vocês devem orar: Pai Nosso que estais no Céu ... Cristo compôs a oração do Pai Nosso, referindo-se a um Deus que é Pai. Ter um pai é fator de felicidade, de confiança, de segurança, de respeitosa e serena dependência. A criança segura na mão do pai e vai confiante, sabendo que ele não lhe dará nem escorpiões nem serpentes, mas somente coisas boas. A criança tem certeza que, se seu brinquedo se quebrar, o pai o consertará ou lhe dará um outro novo. É uma riqueza ter pai! Cristo usou o pronome no plural - Pai Nosso - o que universaliza a paternidade de Deus. Se ele é nosso Pai, somos forçosamente irmãos. P. E. Charbonneau observa "o malogrado es-15-


forço do homem tentando construir uma pseudo-fraternidade e esquecendo-se que nunca haverá uma fraternidade se não houver uma paternidade comum". Cristo referiu-se também ao "pão nosso de cada dia", mostrando que o pão deve ser partilhado e que importa o pão de hoje, não o de amanhã, nem o de depois de amanhã, porque isto implicaria em preocupações, em falta de segurança quanto ao futurf1 e estes sentimentos representam uma falta de confiança em Deus e são nocivos à saúde mental do homem. Ainda no Pai Nosso, Cristo enfatizou a cond:cionando o perdão de Deus à nossa aos que nos têm ofendido. O perdão nos ódio. E nosso coração fica cheio de Paz. inteligência!

importância do perdão, capacidade de perdoar liberta dos grilhões do Perdoar é questão de

O Pai Nosso é uma oração concisa, sem figuras literárias, sem palavras rebuscadas, onde tudo tem sentido, nomes e pronomes, até a ordem das invocações. Tudo no lugar certo, jeito certo, medida certa. Muita gente pensa que temos obrigação de rezar. Mas a liberdade que Deus ousou conceder ao homem exclui qualquer imposição. A oração é antes de tudo uma forma de homenagear a Deus, mas é também uma maneira de nutrir, de revitalizar nossa mente e, por extensão, nosso corpo, geralmente cansado. É tão importante saber rezar que o nosso fundador, o Padre Caffarel, eximiu-se da direção das Equipes de Nossa Senhora para se dedicar a uma Casa de Oração, perto de Paris, onde se aprende a rezar. Aqui no Brasil, o jesuíta americano Pe. Haroldo J. Rahm, dirige, na Vila Brandina, em Campinas, os Cursos de Oração e relaxamento psico-somático e os Encontros com o Espírito Santo. Ensinamentos que nos fazem vislumbrar uma nova vida: "O homem se torna novo, pleno do Espírito", (II Cor. V-7). O Dr. Alexis Carrel, fisiopatologista francês, Prêmio Nobel de Medicina pelo sucesso em suturar vasos sangüíneos e Medalha Nordhoff Jung por pesquisar sobre o câncer, disse que a oração é uma força tão real quanto a da · gravidade terrestre. A melhor técnica de meditação nos chega do Oriente: começamos tornando nossa respiração lenta e ritmada. O homem pode passar vários dias sem beber, mais dias ainda sem comer, mas não aguenta além de alguns minutos sem respirar. O oxigênio revigora as células, relaxa os músculos e baixa a freqüência cerebral. Em estado de vigília, nosso cérebro trabalha emitindo ondas beta, mas, em estado de repouso, como na hora que ante-

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cede ao sono, nosso cérebro baixa a freqüência para alfa, entre os 7 e 14 c.p.s. Estas ondas são específicas do estado de Paz, são as ondas da intuição, aquele privilegiado sexto sentido referido por Charles Richet, que nos permite saber sem que ninguém nos conte. A oração pode ter três tempos. Nos dois primeiros, nós nos esvaziamos, parando de fabricar pensamentos, e nos purificamos: :nenhum rancor, nenhum temor. E finalmente sintonizamos nossa mente com Deus, pondo-nos à Sua escuta.

Devemos rezar com a mente, a imaginação, o coração, não com o intelecto, nem com a razão. A imaginação é mais ousada que o raciocínio. Enquanto este depende do consciente, aquela penetra no inconsciente, que é nove vezes mais esperto que o "Ego". O inconsciente consegue coisas incríveis, por mais remotas e ousadas que sejam. Foi Cristo que nos garantiu: "Peçam e receberão, busquem e acharão, batam e lhes será aberto". "Tudo quanto com fé pedirem em oração, receberão". (Mt. 21, 22) Talvez devido a uma formação religiosa deficiente, costumamos rezar "nas horas do aperto", para pedir alguma coisa. Devemos pedir. Deus está disponível. Quer nos ajudar. Mas, uma vez adultos, impõe-se que nossa fé também se torne adulta. Precisamos aprender a pedir. Um agricultor reza pedindo chuva para sua colheita e seu vizinho reza pedindo sol para não atrapalhar sua construção. Como Deus atenderia estes pedidos? Na oração adulta, o homem não impõe condições, mas procura força para enfrentar tempos de temporal ou de seca. O povo costuma dizer: ''quando a vida te der um limão, faça uma limonada". É isto que a oração nos pe.rmite: descobrir a receita das limonadas. Quando aprendemos a rezar e fazemos disto um hábito, mudamos nossa vida. Assim como o homem precisa de alimentos, de luz solar e de ar puro, precisa também de oração. Quem não aprendeu a rezar ainda não aprendeu a viver.

Dirce Bastos Pereira da Silva

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VERDADE E EDUCAÇÃO, GENEROSIDADE E VOCAÇÃO

A verdade da oração implica a verdade da vida; a oração é ao mesmo tempo a causa e o resultado de uma maneira de viver que se desenrola à luz do Evangelho. Nesse sentido, a oração dos pais, assim como a da comunidade cristã, será, para os filhos, uma iniciação na procura de Deus e na escuta dos seus convites. Ela supõe que os filhos aprendam em família, como conseqüência normal da oração, a olhar o mundo de uma maneira cristã, segundo o Evangelho! Supõe igualmente que eles aprendam concretamente, em família, que há, na vida, preocupações mais fundamentais do que o dinheiro, as férias ou os divertimentos! Pelo seu exemplo mais ainda do que pelas suas palavras, os pais ensinarão aos próprios filhos a serem generosos com os fracos, a partilhar a sua fé e os seus bens materiais com as crianças e os jovens que ignoram ainda Cristo ou que são as principais vítimas da pobreza ou da ignorância. Os pais cristãos tornar-se-ão então capazes de encarar a eclosão de uma vocação sacerdotal ou religiosa missionária como uma das mais belas provas da autenticidade da educação cristã que lhes deram, e pedirão ao Senhor que chame um dos seus filhos.

(Da Mensagem do Santo Padre para o DJ.a Mundial das Missões 1981)

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No Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais, pedimos a Deus que envie mais operários à sua messe e zele pela perseverança dos que já estão trabalhando. Lembramo-nos também de agradecer as novas vocações, os novos sacedotes? Isto nos ocorre a propósito da cartinha que segue, recebida de Frei Rossini, ordenado em 15 de janeiro passado, e que, ainda como seminarista franc.lscano, foi Conselheiro Espiritual de várias equipes em Petrópolis.

Petrópolis, novembro de 1981 Queridos amigos e irmãos das Equipes de N.Sra.Nossa Mãe e Padroeira. Paz e Bem Estou vo s enviando com grande alegria o meu convite de Ordenação Sacerdotal. Peço vossas orações para que Cristo e sua Mãe Santissima me abençõe para que eu possa vir a ser um bom sacerdote a serviço do povo do Senhor. Minha experiência com as Equipes de Nossa Senhora aqui na bela cidade de Petrópolis, me enriqueceram imen semente. Tenho muito que agradecer as Equipes que me ac~ lheram não só como Conselheiro Espiritual tarefa de que sou indigno a não ser com a ajuda do Espirita Santo., mas também me acolheram como filho e como irmão. Tenho 31 anos de idade e 8 anos de vida de estudante de seminário e frade franciscano. Quero divulgar o sist~ ma das Equipes por onde quer que eu venha a passar pois é de grande ajuda as familias. Parabéns pelo arduo mas valoroso trabalho de voces. Obrigado pelo maravilhoso l i vro "0 Dever de Sentar" que recebi tão gentilmente de v~ ces.

",,

Que O Bom Deus vos abençõe sempre e que Maria Santi~ sima vos acompanhe sempre. Obs.Fui conselheiro das Fraternal abraço do amigo Eq. de Viúvas, da 20 e irmão em Cristo. e partictpei também .5-~ Roi'VlA~ da 13 ao lado de frei FREI JOSE VALTER ROSSINI O.F.M. Eduardo.

Nós é que agradecemos a colaboração, Frei Rossini, a carta, o convite, as carinhosas palavras e a bênção. ~ claro que pode contar com as orações de todos nós para um frutífero ministério, com a proteção da Santa Mãe de Deus.

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FLASHES DAS EQUIPES DE ALGUNS PAíSES -

DA AFRICA E DO ORIENTE MéDIO

Da Africa

Zaire -

Nesse país, alguns, para assistir à reunião da equipe têm que se locomover 25 km - a pé ...

Camarões -

Escreve um Conselheiro Espiritual que já lançou duas equipes de casais africanos: "O ano está começando bem para as E.N.S. em Yaoundé. Quatro novos casais vão ser pilotados, iniciando a terceira equipe. Hoje, o Movimento se estende a cinco paróquias em 12 em Yaoundé. A evangelização séria só será conseguida, aqui, através da família. O crescimento das equipes de casais representa uma cartada, talvez decisiva, para a Africa cristã." No fim do retiro de duas equipes, o Conselheiro Espiritual escreve (os casais são analfabetos): "Estamos contentes com nossas mulheres porque tratam umas das outras quando adoecem e cuidam do marido da que adoeceu, fazem a comida para o marido e os filhos e levam o que é necessário." E acrescenta o Conselheiro: "Quando é preciso, todos se juntam para pagar o hospital. Compram o milho em conjunto e outros casais se juntam a eles para o trabalho. Reunem-se duas vezes por semana para rezar em comum. As vezes, na oração, as mulheres pedem para que os maridos não bebam tanto ... " Do Oriente Médio

As equipes da Síria vivem em regime de catacumbas, as do Líbano fazem milagres para manter uma vida de oração em clima de guerra permanente e a visita de um casal de ligação ou de um responsável de setor realiza-se com o risco de ser colhido por uma granada ... -20-


Do Líbano -

"Por causa do estado atual do país, o recolhimento previsto há dois meses não se pôde ainda realizar. Os incidentes sucedem-se. Não passa uma semana sem que surja algo, fazendo com que as estradas sejam interditadas por um ou vários dias. (Seguem-se informações sobre as equipes, que se reunem quando e como podem, mas sem regularidade, devido aos acontecimentos.) Fomos convidados para, dentro de alguns dias, darmos um testemunho sobre as Equipes de Nossa Senhora, durante um encontro dos diversos movimentos de espiritualidade organizado pela Comissão do Apostolado Leigo."

Da Síria -

"Apesar de todas as dificuldades devidas às agitações, continuamos em contato com praticamente todas as equipes. As equipes novas (cinco) progridem e se consolidam. Por todo lado há casais que fazem parte das equipes ou e~.peram a ocasião de poderem fazê-lo. Mas nós queremos ir de, vagar, assim nossas equipes ficam com bases mais sólidas e mais profundas. As duas equipes de Alep vão colaborar para a criação de um centro de preparação para o casamento e iam procurar seu bispo com esse objetivo. A equipe de Zaidal (meio rural) faz a alegria do vigário, que pensa poder reunir outros casais para formar uma segunda equipe. Vocês não podem imaginar como a Sessão do fim de janeiro ajudou a todas as equipes. Alguns casais foram literalmente transformados."

o Da Síria, ainda, um testemunho "Com certeza vocês se lembram de N adia e Abdel, em casa de quem nos reunimos naquela noite. Soubemos da morte de Abdel no hospital, onde esteve durante duas semanas, depois de ter sido atropelado por um caminhão quando ia na sua moto para o trabalho. Fomos visitar Nadia e as crianças. Ficamos impressionados com a serenidade e a fé desta mulher, que nos recebeu com uma alegria sobrenatural, apesar da sua grande dor. Mas o que mais nos comoveu foi aquilo que uns amigos nos contaram sobre a atitude de Nadia durante as tradicionais cerimônias na igreja e no cemitério. Na sua aldeia, durante as cerimônias religiosas de luto e nas visitas ao cemitério, é costume as mulheres estarem presentes

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para chorarem e se lamentarem. E quase ninguém comunga mi missa. Nadia, com sua atitude, levou quase todo o mundo a comungar. E, junto à sepultura, reinava um silêncio de oração. Nesse silêncio, Nadia manifestou o desejo de recitar o Magnificat com Abdel. E rezou-o em voz alta, com a filha ao lado. Depois continuou com a oração conjugal, explicando que era a oração cotidiana que Abdel e ela tinham feito para rezarem juntos. Foi muito comovente. Quando nos contaram tudo isto, nós também ficamos muito comovidos. Contaram-nos também que numa das reuniões de sua equipe um dos casais levantara uma dúvida: Será que ainda há lares onde se reza? E Abdel respondera logo: "Claro que há, nós, com nossos seis filhos, rezamos todas as noites, de joelhos, a oração familiar!" Soubemos que Nadia é analfabeta. Era Abdel que lhe lia os cadernos "Reunidos em nome de Cristo" para poderem partilhar juntos."

Países onde houve um aumento significativo do número de equipes: Polônia, Austria, Estados Unidos e - Brasil. (Talvez alguns não saibam, mas somos o 29 país em número de equipes.)

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APOSTOLADO COM OS MENINOS DA FEIRA NA ILHA DO GOVERNADOR

Foi em junho de 1979 que a idéia amadureceu e, com a aposentadoria, pôde ser posta em prática. Um pequeno convite, mimeografado, foi distribuído na nossa feira-livre: "Você está convidado a participar do MEF, grupo dos Meninos Entregadores da Feira. A união faz a força. Se você tem até quinze anos, venha encontrar-se conosco, hoje, às 13 horas, em frente à igrejinha da Praça Jerusalém . Vamos conversar sobre o assunto. Traga suas idéias e vamos ajudá-lo."

Três ou quatro apareceram. Conversamos. Na semana seguinte, doze vieram, para reduzir-se a quatro na sexta-feira outra. Com esses iniciou-se o grupo. O uniforme foi sugerido por eles: camisa de malha, short e conga azul marinho. O nome, aceito, e as iniciais pintadas nas costas. O número subiu para vinte e aí limitado no primeiro ano. Hoje, são mais de cinqüenta e por ali já passaram mais de cem. Reuniões às sextas, de 13 a 14 horas, após a feira, em local próximo, a Capela Nossa Senhora da Conceição, na Ilha do Governador. O lanche, que supre o almoço, marca o início das reuniões. A programação foi sendo elaborada aos poucos, até definir-se, conservando a dinâmica necessária, atendendo à realidade do grupo - menores extremamente carentes, morando em favelas: noções de religião, moral e cívica, higiene e saúde, e esporte (futebol), praticado no Clube próximo, na primeira sexta-feira do mês. O meio de expressão, para avaliação das lições, o desenho, já que alguns são analfabetos. Outras metas foram se impondo: orientação para matrícula cm escola, obtenção de carteira de trabalho e identidade, formação profissional e emprego para os que completarp quatorze anos. -23-


Visitas ao morro revelam o estado de até penuna em que vive a maioria. Família de nove pessoas - casal e sete filhos morando em barraco de um único e pequeno cômodo, com um catre estreito, tapete imundo sobre chão de terra ondulada (para dormir), fogão e roupas amontoadas. A maior parte tem de 5 a 13 filhos. Simpatia geral da Comunidade. Doações mensais ou avulsas de alguns é a verba escassa e às vezes deficitária que sustenta as despesas, principalmente uniformes e lanches. Campanhas para obtenção de tênis e uniformes usados de escola pública ou de artigos de higiene - sabonete, pasta e escova de dentes (que alguns nunca tiveram) obtêm resposta. Pedido-s de colaboração são atendidos: Osmar e Glorinha, da nossa equipe, empregam dois meninos em suas lojas. O SENA! promete absorver seis menores por ano, para cursos profissionalizantes, aceitando custear as despesas de alimentação e condução. Grande empresa da Ilha oferece vinte vagas de aprendizes, remuneradas, enquanto dura o curso profissional. O Centro Municipal de Saúde proporciona assistência dentária e promove palestras, através de enfermeiros estagiários. Muita luta e trabalho para vencer a resistência passiva de quem se acomodou e conseguir encaminhá-los para essas atividades. Mas, quando o desânimo começa a surgir, os frutos aparecem. A ajuda de alguns elementos da Comunidade Jovem do bairro e a dedicada colaboração da Lourdes do Roberto, da Equipe 22, têm nos permitido dar continuidade a esse trabalho. Os maridos apoiam material e moralmente: Benjamin e Roberto transportam-nos nas visitas à favela. E esse último, como diz Lourdes, assume a arrumação da cozinha enquanto vamos à nossa missão. Quantos de nós têm vontade de fazer alguma coisa pelos menos favorecidos e não sabem como começar. Talvez este testemunho de um trabalho modesto dê algumas pistas para outras iniciativas. Aqui mesmo, entre nós. Nas feiras de outros bairros. E as meninas, das famílias do MEF, estão pedindo a formação de um grupo semelhante para elas ...

Zilah e Benjamin Equipe 24 do Rio de Janeiro

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COMO ALAOR PARTIU PARA O PAI

Amanhecia a véspera de Natal quando tocou o telefone. Ao atendermc·s, parecia um pesadelo o que estávamos ouvindo; será que já tínhamos acordado de todo? Não podia ser verdade, estávamos sonhando, pois ainda na véspera, à tarde, a Terezinha havia telefonado confirmando a nova data da nossa reunião mensal. Seria no domingo, daria tempo do Alaor ter voltado da viagem inesperada que havia feito, motivando a transferência da reunião tão esperada, quando a nossa querida Equipe 2 faria a sua confraternização natalina, com Missa e amigo invisível - que festa bonita estava preparada, e seria justo na casa de Terezinha e Alaor, nosso casal responsável. E aquela notícia estarrecedora: O helicóptero pilotado por Alaor, um ás da nossa aviação, havia caído. Saldo: 3 mortos; 2

sobreviventes. Nosso primeiro pensamento: "Deus, fazei que o AJaor seja um dos sobreviventes", e saímos correndo para a casa deles. Lá já encontramos outro casal irmão e logo mais chegavam os demais casais da nossa equipe, familiares e amigos. O querido Alaor, com aquele coração generoso e a imensa disponibilidade em servir, só soubera fazer amigos, e a casa estava cheia. A expectativa era terrível, as notícias se sucediam; esperanças; desesperanças; 2 sobreviventes; 1 sobrevivente; nenhum sobrevivente; o tempo correndo. Até que por volta de nove horas a notícia inexorável: Alaor já não estava mais entre nós, havia partido para o Pai. Terezinha, com aquela sua calma, preocupava-se mais com o sofrimento dos filhos do que com o seu próprio. Na sua aparente fragil:dade, era uma fortaleza de fé e coragem, apesar da dor que sentia pela perda do companheiro de 32 anos. As seis horas do dia de Na tal, Alaor chega a Belém para as últimas despedidas. Todos os Movimentos a que ele e Terezinha pertencem comparecem aos seus funerais: Equipes de Nossa Senhora, Encontro de Casais com Cristo, Cursilho e Folcolares.

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A Missa de corpo presente, celebrada por Monsenhor Geraldo, nosso Conselheiro, tocada pelo Movimento GEN e cantada por todos. Era a Missa de Natal, nasceu Jesus. Também Alaor havia nascido para a Vida Eterna, Glória a Deus. No cemitério, a despedida definitiva, novos cânticos iniciados pelo "Magnificat". Adeus, querido irmão. Cumprindo o Plano de Deus, nos deixaste fisicamente, mas sabemos que, de onde estás, continuarás velando pela unidade da nossa equipe e do Movimento.

Terezinha e Calandrini Equipe 2, Belém do Pará

A morte é e será sempre o grande mistério . Por mais que tenhamos fé e acreditemos firmemente na Vida eterna, como professamos no Credo, a dor da separação permanece. Dois anos depois, ainda choramos a perda do Miguel, em circunstâncias parecidas - lembranças dolorosas desse fatídico 12 de abril que enlutou Florianópolis e as Equipes do Brasil. Consola-nos, porém, a esperança do reencontro no céu e a certeza de que Deus, na sua bondade infinita, conduz os que amamos à verdadeira felicidade.

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NOTíCIAS DOS SETORES

LONDRINA -

Casando casais

Mais uma vez uniram-se as equipes 9, 13 e 14 para realizar um apostolado conjunto: o 4.0 Encontro para casais não casados na Igreja. Esses encontros ocorrem duas vezes ao ano, geralmente em abril e em outubro. Escrevem Deise e Gilberto, da 13: "Naquele dia, não éramos três equipes, mas sim uma grande equipe, todos buscando um só objetivo: levar um pouco de nossa vivência, o pouco que temos e que somos àqueles casais que se preparavam para receber na Santa Missa o sacramento do matrimônio. O encontro começou, para nós, às 6h30, com uma hora apostólica, para, cheios do Espírito Santo, podermos transmitir aquilo que o Pai desejava dizer aos casais naquele dia. Seguiu-se um dia bastante "corrido", com alguns de nós falando sobre temas como pessoa humana, harmonia conjugal, diálogo entre pais e filhos e métodos naturais de controle da natalidade, sendo que esta última palestra foi proferida pelo Pe. Felipe, Conselheiro Espiritual das três equipes, que deu enfoque especial ao Método Billings. O encontro encerrou-se com a Santa Missa, onde foi celebrado o casamento de 23 casais. Esperamos, em 1982, poder realizar outros encontros e levar os casais a transformarem a sua união num sacramento abençoado por Deus." BEL~M

DO PARA -

Orando pelas vocações

O Boletim faz um apelo aos equipistas para comparecerem em maior número à hora apostólica pelas vocações sacerdotais e religiosas que se realiza todas as terceiras 4as.-feiras do mês na Igreja de Santo Antonio de Lisboa. "Excetuando a Equipe 4, dificilmente se vêem casais de outras equipes, a não ser alguns que fazem parte também do Serra Clube ou do grupo do Cursi-27-


lho São José. Tem que haver um esforço maior da parte de todos, especialmente neste tempo em que a Igreja e o clero necessitam de muita oração." -

Só dá equipista . ..

Na Diretoria da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, o Coordenador do ano passado, reeleito para este ano, é o Gelson, da Equipe 1, e fazem parte também: o Bona (Equipe 3), o Bosco (Equipe 7), o Miguel (Equipe 1), o Demócrito e o Luiz Guilherme (Equipe 3)! RIO DE JANEIRO -

Reformulando os "Cursos de Noivos"

Mary-Nize e Sérgio nos comunicaram a notícia e transcrevemos do BIP, o jornal mensal da Arquidiocese do Rio de Janeiro: "A Comissão de Pastoral Familiar organizou um Grupo de Trabalho e está promovendo uma série de reuniões com o objetivo de estudar a reformulação dos cursos de preparação ao casamento ministrados na Arquidiocese. O Grupo de Trabalho é constituído de nove casais: seis representando os Vicariatos e três representando, respectivamente, as Equipes de Nossa Senhora, os Encontros de Casais com Cristo e o Movimento Familiar Cristão. Estão sendo estudados os recursos didáticos e a metodologia atualmente em uso na Arquidiocese, tendo em vista os resultados colhidos no ano passado através de um inquérito realizado entre os Vicariatos, de outras pesquisas realizadas pelos componentes do grupo em seus Vicariatos e movimentos ou serviços." Entre os nove casais componentes do grupo, a Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar designou dois para dirigir o trabalho. Um dos dois: Aparecida e José Peneda, das Equipes de Nossa Senhora. -

Família e Pastoral Vocacional

A Comissão Arquidiocesana de Pastoral Vocacional promoveu um encontro com os movimentos familiares, para situar a questão das vocações, expor seus problemas e apresentar seu organograma de trabalho. A profunda ligação entre família e vocação foi apresentada por D. Karl Josef Romer, Bispo Auxiliar, salientando ainda o papel da mulher. "Os casais, em suas famílias, são agentes privilegiados desta prioridade pastoral da Igreja", disse o Bispo. Depois de expor a situação no Rio de Janeiro (com 6 milhões de habitantes, apenas 244 padres seculares, 78% dos quais com --28-


mais de vinte anos de serviço), anunciou-se que a Obra das Vocações Sacerdotais pretende iniciar uma campanha de convocação e animação e tem o plano de trabalhar com missionários voca~ cionais, isto é, leigos preparados com mandato especial para esta missão. Mary-Nize e Sérgio, representando as Equipes de Nossa Senhora, declararam que o Movimento vai assumir a questão das vocações e que o assunto já estaria em pauta na próxima reunião inter-regional. -

Retiro no Sumaré

Ao retiro organizado pelo Setor C no Sumaré, compareceram 92 pessoas, entre casais, viÚYas e convidados, estando as palestras a cargo do Pe. Lemos. Escrevem Lourdes e Mário: "Dizer alguma coisa sobre o êxito alcançado pelas palestras seria o mesmo que 'chover no molhado', pois todos conhecem, e muito bem, o Pe. Lemos, suas qualidades oratórias, seu carisma e seu carinho para com as Equipes de Nossa Senhora. As reflexões feitas em particular pelo casal após cada palestra foram momentos fortes de interiorização e de questionamento pessoal. Momentos como esses, em que Deus nos concede a graça de parar para poder penetrar dentro de nós mesmos, fortalecem a Fé e abrem nossas almas para receber novas forças. Na noite do primeiro dia, tivemos uma interessante e elucidativa palestra, com projeção de slides, a cargo da Sra. Violeta Telles Ribeiro, sobre o Santo Sudário." CURITIBA -

Ainda o Natal . ..

A notícia chegou só em fevereiro, mas como é muito interessante, aqui vai, embora bastante extemporânea! Durante os quatro domingos do Advento, pelos canais das TV 4 e 12, casais equipistas dos três setores de Curitiba se alternaram enviando mensagens para um Natal mais cristão. Sugeriam que as famílias se reunissem em suas casas durante esse tempo, com orações e reflexões em preparação à comemoração do Na tal. A Coroa do Advento com as 4 velas era apresentada aos telespectadores com a explicação do seu simbolismo. BAURU -

Com os seminaristas

Neusa e Orlando, responsáveis pelo Setor, dedicam uma página inteira do Boletim às Vocações. O texto de Mt. 9, 37-38 ("A messe é grande . .. "), duas mãos juntas em oração e a pergunta: -29-


"Nós rezamos pelas vocações?" formam o cabeçalho. Depois, um "Adeus ... e boas vindas" aos seminaristas que se vão e aos que chegam: "Nós, que convivemos mais de perto com eles, já estamos saudosos. Teremos todos em nossos corações e pediremos sempre que Deus os conserve firmes na Vocação, que se tornem padres rogacionistas santos, a exemplo de seu fundador, Côn. Aníbal Difrância. Queremos também acolher a nova turma que chegou (que já tivemos o prazer de conhecer), desejando que os mesmos laços de amizade nos unam a todos e que nos tenham como uma extensão de suas famílias ."

A.B.C. -

O Rosário nas equipes

Conta o Boletim que a Equipe 3 vem se reunindo semanalmente "levando em oração comunitária o Santo Ro-sário. Mesmo nas datas natalícias, o ponto central é o rosário, acompanhado de cànticos." Esses encontros litúrgicos estão repercutindo tão bem na equipe que decidiu realizá-los também em casa de amigos não equipistas, com o objetivo de "levar um pouco de espiritualidade e com isto amenizar as tensões reinantes entre seus habitantes", o que é uma ótima maneira de unir a ação à oração! Já a Equipe 6 se reune mensalmente para a meditação do terço, com \].ma mensagem especialmente preparada pelo "casal litúrgico". "Com isso, escrevem, a equipe tem se unido mais. O artigo do Pe. Mohana publicado na Carta Mensal de outubro, que nos diz tanto sobre a importância da meditação e contemplação no terço, veio reforçar os no-ssos propósitos. Incentivamos as equipes que ainda não o fazem a tentarem esta experiência de oração." -

Cc-participando

Cidinha e José, da Equipe 6 do ABC, em visita a parentes na cidade de Santos, estacionaram seu automóvel na Avenida Presidente Wilson. Ao voltarem, encontraram o seguinte bilhete: "Olá! Vi o plástico da Equipe de Nossa Senhora e resolvi deixar um bilhete. Sou Tânia Rennó, filha de um casal equip,!sta-cursilhista . Moro na Av. Pres. Wilson, 84, apto. 25. Obrigada - Apareça! Tânia Rennó "

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O casal ficou tão feliz com esse gesto - principalmente vindo de filho de equipistas - que desejou partilhar sua alegria através da Carta Mensal. Cidinha e José pretendem visitar o casal Rennó e sua filha Tânia da próxima vez que forem a Santos. VOLTARAM AO PAI Padre Carlos Almir

Conselheiro Espiritual das Equipes 2, 3 e 5 de Niterói. No dia 6 de fevereiro. Escrevem Mary-Nize e Sérgio, Casal Regional: "Perdemos um dos nossos mais atuantes e fiéis Conselheiros Espirituais. Muitíssimo querido e respeitado pelos equipistas de Niterói, era aquele que não sabia dizer não, sempre disposto a cooperar, "equipista" declarado. Na sua paróquia, Covanca de São Gonçalo, também era o pai, amigo de todos. Acometido de enfarte, começou a passar mal no Rio, quando em visita a uma de suas irmãs. Sendo hospitalizado às pressas, foi removido do Hospital Miguel Couto para o São Silvestre em alguns minutos, mas veio a falecer sem que nada pudesse ser feito. Seu enterro, muito concorrido - "parecia talvez o enterro de um alto prelado e não de um sacerdote tão simples", notaram os equipistas de Niterói -, foi muito comovente: o corpo baixou à sepultura com os equipistas entoando o "Magnificat", paroquianos e amigos acompanhando. Conceição Magalhães Silva

Da Equipe 4 de Jacareí. Casada com Geraldo. Escrevem Lourdes e Hugo, seus companheiros de equipe: "A fé em Deus, a confiança em Nossa Senhora estavam sempre presentes em suas atitudes. Com que amor ela colocava nas mãos do Senhor o trabalho dela e do Geraldo, incansável casal, dentro das Equipes de:: Nossa Senhora e da Igreja! Sempre prestou serviços ao Setor, cheia de alegria e disponibilidade, quer na organização de retiros, tardes de reflexão, quer à frente do Curso de Noivos, que a comunidade lhe pediu durante tantos anos, quer no desempenho sempre atuante na Equipe Pensante e Orante, e ainda mais empolgada estava nesses últimos meses quando ao lado de Geraldo pilotava a Equipe Nossa Senhora da Paz. Nós, seus irmãos de equipe, estamos perplexos. Foi tudo tão repentino! Sob o impacto do inesperado, sob a dor da realidade, no momento de provação em que toda a fragilidade humana evidencia-se sobremaneira, quando as palavras chegam a perder o significado, quando a inteligência e a razão bradam: por que? ... a figura serena e querida da Conceição nos sorri ... " -31-


TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO

TEXTO DE MEDITAÇÃO -

At. 10, 40-43

Deus ressuscitou a Jesus no terceiro dia e permitiu-lhe aparecer de modo visível, não a todo o povo, mas às testemunhas antes escolhidas por Deus: a nós, que comemos e bebemos com ele, depois que ressuscitou dos mortos. E ele nos mandou pregar ao povo e dar testemunho de que é ele quem foi constituído por Deus para ser o juiz dos vivos e dos mortos. A seu respeito dão testemunho todos os profetas, declarando que todos aqueles que crêem nele recebem, por meio de seu nome, o perdão dos pecados. ORAÇÃO

Pai Santíssimo, fizestes que Jesus, vosso Filho bem-amado, }Jassasse das trevas da morte à luz da glória: - fazei que cheguemos à vossa luz admirável. Vós nos salvastes pela fé em vosso Filho, que nos amou e se entregou por nós: - guardai-nos hoje na fé do batismo. Vós quereis que, com o Cristo sentado à vossa direita, busquemos as coisas do alto: - livrai-nos das seduções do pecado. Que nossa vida, oculta em vós com o Cristo, se irradie pelo mundo, - a fim de que apareçam os novos céus e a nova terra. Oremos:

6 Deus eterno e todo-poderoso, pelos mistérios da Páscoa restabelecestes os homens em vossa aliança; concedei que exprimamos por toda a nossa vida a fé que nas celebrações proclamamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo ... -32-


RETIROS

Abril -

16 a 18 23 a 25 -

em São Paulo em Campinas no Rio de J aneiTo

Maio -

14 a 16 -

em São PauLo

SESSõES DE FORMAÇÃO

A bril -

Mai o -

7 a 10 (Semana Santa) 20 a 23 -

em Brasília

em Brusque e em Jundiaí


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e famil iar

Revisão , Publicação e Distribuição pela Secretaria dRl! EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

Rua João Adolfo, 118 - 99 - conj. 901 SAO PAULO, SP

Te!. : 34-8833


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