NC? 9
1982/1983
Dezembro-fevereiro
A ECIR conversa com vocês O que o Papa disse em outras línguas . . . . . . .
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Impressões da Peregrinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A verdade do Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A família já era? ........ .. ...... . ........... . Deixemo-nos conduzir por Ela
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Conhecer o dom de Deus ..... . ......•..... . . Dom Benedito e Dom Diógenes falam do Dr. Moncau ........ . ......... .
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Voltando de Roma . . .
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Pedro Moncau Júnior . ............ .. ..... . .. . .
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Um Conselheiro seminarista escreve ......... .
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Roma 82, dia a dia ..................... . .. .
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Padre Primeau no Vaticano
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"Obrigado pelo testemunho" . . .. .. . . ......... .
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Caminhando em sintonia ..... . ........... . .. . Tempo de férias ....... .. ... . .. . .. . ......... .
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Notícias dos Setores .. .. .... . ............ . ... . O dom da paz .......................... .. .. .
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EDITORIAL
A ECIR CONVERSA COM
VOC~S
Caríssimos amigos, ''Eles, por sua vez, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o reconheceram ao partir o pão." (Lc. 24, 35)
É exatamente este o nosso objetivo. Contar-lhes o que nos aconteceu no caminho e, em Roma, como O reconhecemos. Após um ano de preparativos espirituais e materiais, 380 equipistas, 18 conselheiros espirituais, 39 convidados e 2 filhos participaram da Peregrinação a Roma.
Uma característica: essa participação exigiu de todos inúmeros sacrifícios e provações. A cada passo, quer durante a fase preparatória, quer durante a viagem, quer mesmo em Roma, fomos provados. Muita coisa aconteceu, sem qualquer possibilidade de interferência. Temos plena convicção de que tudo isso se inseria nos planos de Deus, como que a provar-nos mais uma vez que, na ordem espiritual, os acontecimentos devem seguir os seus desígnios e não os nossos. Outros coparticiparão o que foi nossa viagem, aquele Jumbo da Alitalia repleto de peregrinos, a missa a bordo e o nosso dia a dia em Roma. Nós nos fixaremos no significado da nossa participação e do que trouxemos. Estamos convencidos de que a presença dos 440 peregrinos brasileiros, identificáveis pelo chapéu e pelo lenço verde-amarelo, integrou-se naquela multidão - ao todo éramos 5. 000 pessoas acrescentando-lhe algo. Nós pudemos, mercê de Deus, partilhar com nossos irmãos do resto do mundo aquelas nuances que dão o perfil do brasileiro. Duas cartas recebidas atestam nossa impressão. A primeira, de um casal alemão, ávido de notícias sobre o Brasil, contagiado pela alegria que via estampada no semblante dos brasileiros. Um outro, francês, escreve da visão que teve da Igreja no Brasil, alegre, viva, na simplicidade e autenticidade, como os primeiros cristãos dos Atos dos Apóstolos. "Que intensidade e densidade naqueles rostos em oração! E aquele tumulto alegre na mesa, no ônibus ... ". -
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Toda a nossa Peregrinação esteve marcada profundamente pela frase do Evangelho: "Se conhecesses o Dom de Deus" (Jo 4, 10). O que nós partilhamos é, sem dúvida, uma manifestação desse Dom de Deus. Mas é preciso reconhecer que outra evidência desse Dom é a graça de pertencermos a esse Movimento supranacional e do qual temos recebido tanto - até materialmente. Na Peregrinação, os equipistas europeus pagaram a estada, transporte e alimentação dos equipistas dos outros Continentes, como forma de entre-ajuda . ..
O momento culminante foi quando nos encontramos com o Papa. Aquele imenso salão, lotado. O Santo Padre caminhando entre nós, apertando todas as mãos que pôde, numa atitude de quem está em família, no meio dos seus. E o que ele nos disse? Muito se há de comentar sobre suas palavras. Aqui vamos apenas lembrar que, enfatizando a validade desse conhecimento do Dom de Deus, ele nos alerta que esse Dom pode passar desapercebido se não estivermos atentos, e que é uma tarefa para a vida toda, que não se esgota jamais. Esse Dom encontra uma de suas mais sublimes manifestações no Matrimônio, que tem sua fonte de ali-
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mentação na Eucaristia. Ele reconhece os benefícios que o Movimento trouxe no seu empenho de uma vida de oração no lar, que deve ser o sustentáculo de toda missão. E aí foi muito enfático: todo esse Dom não é para o casal fechar-se sobre si mesmo, o lar não é um cenáculo, mas a família tem uma missão a cumprir; em sintonia com o seu bispo e seu vigário. o
O que podemos concluir disso tudo? Desse esforço de todo o Movimento para refletir sobre sua missão e os desígnios de Deus a nosso respeito vêm-nos como fruto 3 novas orientações que, como um novo elan, deverão marcar nossa vida de casal, de família, de equipe: v~o - para nos ajudar no conhecimento e preparar-nos para deixar-nos transformar, temos à nossa disposi-ção um novo tema, que se intitula: "Se conhecesses o Dom de Deus" e é o resultado de um trabalho conjunto a nível internacional, catalizado pela Equipe Responsável. Vem em continuação ao tema "Cristo Caminha Conosco", refletido por muitas equipes durante este ano de 1982. Este novo tema procura ajudar-nos a aprofundar nossa consciência desses preciosos dons que recebemos do Senhor: o sacramento da Eucaristia e o sacramento do Matrimônio (cf. Familiaris Consortio n. 0 57). Deus nos amou primeiro. Ele é a força do nosso amor e Ele alimenta esse amor pelo dom do seu Filho na Eucaristia. É vital aprofundar sempre mais nesse mistério. Na sua alocução, o Santo Padre deu-nos a missão de descobrir e aprofundar esta relação e aproveitou a ocasião para abrir-nos algumas pistas para ajudar em nossa reflexão;
2.a - ser-nos-á proposta a seguir, calcada na frase de São Paulo: "Vós sois o corpo de Cristo". Nós somos, pelo Batismo, membros do corpo de Cristo que é a Igreja. Nosso sacramento do matrimônio faz-nos uma célula fundamental deste Corpo. Somos responsáveis pelo seu crescimento; 3.a - nossa reflexão far-se-á a partir da frase de São Pedro: "Estejais sempre prontos a dar razão da Esperança que está em vós" (1 Pd 3, 15) . Somos portadores de uma riqueza extraordinária: temos disso consciência? temos a preocupação de partilhá-la com os outros? Aí estão os primeiros anúncios do que, a seu tempo, vocês receberão com maiores detalhes.
E a Equipe Responsável divulgou também sua nova composição, alterada com a saída de 2 casais e a convocação de um casal italiano e um espanhol. Num futuro próximo, serão chamados
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um ou dois casais das Américas. É justo reconhecer-se os esforços que são feitos visando fazer com que a Equipe Responsável reflita a evolução do Movimento que, na sua dinâmica, adquire hoje uma fisionomia onde se nota a presença significativa de casais das Américas, da Asia e da Africa.
Isto é o que tínhamos para contar-lhes. Aconteceu no caminho, em Roma. Assim O reconhecemos, o Cristo presente no nosso meio, o Cristo que . falou pelo sucessor de Pedro, o Espírito de Cristo que inspirou na descoberta dos novos rumos. Agora é que a Peregrinação começa ... e começa com nossa ação de graças - porque "é digno, justo e também salutar, segundo afirma o Papa, dar graças fundadas não sobre a jlusão mas sobre a verdade" do Dom gratuito de Deus. Vamos partilhar generosamente e gratuitamente, pelos quatro cantos desta nossa terra, aquilo que de graça recebemos.
Dirce e Rubens
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O QUE O PAPA DISSE EM OUTRAS LINGUAS
Em português:
Uma saudação especial também aos casais de língua portuguesa. Faço votos de que descubrais o inestimável dom de Deus na vida da família e possais desenvolvê-lo no ambiente em que vos encontrais. ·Q ue vosso amor mútuo, baseado na fé e na graça de Deus, sirva de sinal para todos os casais, de uma vida mais feliz e mais plena. Em inglês:
Eu gostaria de acrescentar uma palavra especial de bênção para todos os que vieram de países de língua inglesa para esse congraçamento internacional. Através de vós, envio meu cumprimento amoroso a todos os grupos grandes e pequenos dos quais vindes e os quais representais. Onde dois ou três ou mais de vós estão reunidos em nome de Cristo, ali está a Sua graça, ali a Sua força. E através de vós possa esta graça e esta força atingir outros, até que todos tenham ouvido e abraçado a boa nova do amor redentor e da vida eterna em Jesus Cristo nosso Senhor. Em espanhol:
Uma saudação cordial aos aqui presentes de língua espanhola. Quero assegurar-vos que aprecio profundamente o vosso trabalho e empenho em favor da família que, hoje como no passado, continua tendo uma importância capital para vida cristã e humana das pessoas e a boa marcha da sociedade. Não desfaleçais em yossos esforços, que abençôo de coração. (0 Papa falou também em alemão, mas o texto nAo veio).
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IMPRESSOES DA PEREGRINAÇÃO
Alguns participantes nossos deram, seja espontaneamente, seja atendendo a pedido do responsável da casa em que estavam alojados, seu depoimento sobre a Peregrinação.
O que mais marcou
Indiscutivelmente, foi a audiência com o Santo Padre! Mas também marcou, quase tanto, a visita a Assis. Muitos casais mencionam as duas coisas: a audiência e a visita. As outras coisas que marcaram: as catacumbas; a fraternidade entre os participantes de diversas nacionalidades; a liturgia; o espírito de fé e de renúncia dos peregrinos. Um casal citou a piedade dos participantes, principalmente o recolhimento dos europeus, e acrescenta: "aprendemos muito nesta peregrinação".
Alguns extratos das respostas Comprovamos que re.a lmente existe o espírito das Equipes. Impressionou-nos a presença do Espírito Santo: falávamos línguas diferentes e nos entendíamos ... .:.- Achamos muito bacana este congraçamento de povos. ~ Ajudou-nos a crescer a convivência com pessoas de outros paí. ses, mui especialmente com nossos irmãos . portugueses. Na equipe em que ficamos, houve uma troca de experiências e um auxílio espiritual muito grandes. - Esta Peregrinação foi para nós motivo de muitas meditações, de muita interioriza-ção. - · A oportunidade que tivemos de conviver com um bispo (D. Antonio Marcelino, de Portugal) que, além de nos orientar em todos os lugares santos, mostrou-nos desapego, vida de oração, etc., dando-nos exemplo de humildade e fraternidade, nos ajudou muito a crescer espiritualmente. Consideramos muito importantes para nossa reflexão futura as colocações da conferência de Mons. Cox sobre Matrimônio e Eucaristia e o pronunciamento do Papa. -
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Uma senhora que acompanhou a Peregrinação como convidada escreve: -- Achei tudo maravilhoso, monumental! Senti em cada instante e particularidade a presença de Deus e Sua Divina Providência. Pareceu-me um novo "cenáculo"; muitos falando em diferentes línguas, mas todos se entendendo. O sentido da palavra "católica" tornou-se uma realidade. As fronteiras desapareceram. Sentiu-se realmente que há um só Deus e todos somos irmãos. Era necessário que as pessoas de todo o mundo tivessem essa experiência, para haver "Um só rebanho e um só Pastor". O ponto culminante, a audiência com o Sto. Padre, é inesquecível; vivemos um pedacinho do céu.
O Bispo D. Antonio Marcelino, como todos carregando o seu farnel.
O que atrapalhou
Duas queixas: o atraso dos ônibus (e a distância das casas), que provocava a chegada atrasada às programações; liturgias e homilias em línguas que não entendiam. Alguém lembrou de mencionar a correria, "tudo muito depressa"! Mas, ao lado dessas dificuldades constatadas, muitos responderam: "nada atrapalhou", "foi tudo excelente, maravilhoso". Uma senhora, membro de uma equipe de viúvas, escreve: "Encarei todos os problemas com espírito de peregrinação, vivi todos os momentos com a presença de Cristo".
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Agradecimentos Dois ou três lembraram-se de agradecer "à equipe de serviço", "a todos os que, de uma forma ou de outra, se dispuseram a servir a Deus e aos irmãos através deste encontro". Um casal escreve: "Gra-ças aos franceses, tivemos uma peregrinação muito proveitosa: cantos, liturgia, organização e também o acolhimento nas casas. Deus lhes pague! " O que trazem para casa -
"A lembrança dessa união tão grande e a força que recebemos de Deus nesses -encontros tão significativos." "Mais amadurecidos em nossa fé e crescimento espiritual e conjugal, esperamos levar a outros casais mais auxílio e mais amor."
Alguns acontecimentos ligados à Peregrinação
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Após Roma, 123 equipistas, 1 filho e 11 Conselheiros espirituais empreenderam, durante 9 dias, uma peregrina-ção à Terra Santa. Foi mais uma grande graça que, a seu tempo, será partilhada com todos.
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Em Roma, juntaram-se aos peregrinos do Brasil 3 Conselheiros espirituais que já há algum tempo se encontram na Itália, em missão de suas respectivas ordens religiosas: Pe. Alberto Boissinot (Marília), Pe. José Pires de Almeida (Ri<.. de Janeiro) e Pe. Nelson Westrupp (Brusque) . Além da alegria de revê-los, que não foi pouca, registramos essas participações por serem extremamente significativas. evidenciando o quanto os nossos sacerdotes, mesmo quando distantes por necessidade de seu ministério, continuam ligados às coisas do Movimento.
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Outra alegria nos foi proporcionada pela presença de D. Lucas, em visita à casa principal na primeira noite, e presidindo a concelebração do primeiro dia, nas Catacumbas de São Calixto.
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Mais do que a presença, é digna de nota a participação integral na Peregrinação de D. Antonio Marcelino, Bispo de A veiro, Portugal, aliás pela segunda vez, pois já participara da Peregrinação de 1976. Fato que nos fez lamentar mais ainda a ausência de D. Geraldo Penido, que só não acompanhou a delegação brasileira devido ao agravamento do estado do Cardeal Mota.
-.:. :.:: Após a Péregrinação, teve lugar uma Sessão internacional, que começou no dia seguinte e terminou rio dia 29 de setembro. Dois casais brasileiros dela participaram: Olga e Toninha, de São Carlos, e Su~ly e Israel, de Brasília.
Os equipistas gaúchos diante da. Basilica de Sta. Maria. dos Anjos
Um momento de descontração
· A Peregrinação desenvolveu-se num ritmo intenso. A noite, o pessoal estava realmente cansado. No entanto, encontrou-se tempo para dois momentos de descontração. O primeiro, quando nossos irmãos da Espanha apresentaram alguns números do seu folclore. O segundo, diante da Igreja de Santa Maria dos Anjos, em Assis, ql;lando os peregrinos do Rio Grande do Sul apresentaram danças típicas do folclore gaúcho.
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A PALAVRA DO PAPA
A VERDADE DO NATAL
É necessano recuperar a verdade do Natal na autenticidade do dado histórico e na plenitude do significado de que ele é portador.
O dado histórico é que, num determinado momento da história, em certa povoação da terra, de uma humilde mulher da estirpe de David nasceu o Messias, anunciado pelos profetas: Jesus Cristo Senhor. O significado é que, com a vinda de Cristo, a história humana inteira encontrou o seu termo, a sua explicação e a sua dignidade. Deus veio ao nosso encontro em Cristo, para nós podermos ter acesso a Ele. Se se repara bem, a história humana é uma ininterrupta aspira-ção para a alegria, a beleza, a justiça e a paz. São realidades que só em Deus podem encontrar-se em plenitude. Pois bem, o Natal traz-nos o anúncio de Deus ter decidido vencer as distâncias, transpor os abismos inefáveis da Sua transcendência, aproximar-se de nós, até tornar Sua a nossa vida, até fazer-se nosso irmão. Eis então: procuras a Deus? Encontrá-lo-ás no teu irmão, porque em cada homem agora está Cristo como que identificado. Queres amar a Cristo? Ama-O no teu irmão, porque quanto tu fazes a um qualquer dos teus semelhantes, Cristo considera-o como feito a Si. Se, portanto, te esforçares por abrir-te com amor ao teu próximo, se procurares estabelecer relações de paz com ele, se quiseres pôr em comum com o próximo os teus recursos, para que a tua alegria, comunicando-se, se torne mais verdadeira, terás ao teu lado Cristo, e com Ele deverás alcançar a meta que o teu coração sonha: um mundo mais justo, e portanto mais humano. Encontre o Natal cada um de nós empenhado em descobrir a mensagem que parte da manjedoura de Belém. Requer-se um pouco de coragem, mas vale a pena, porque, só se soubermos abrir-nos assim à vinda de Cristo, poderemos fazer a experiência da paz anunciada pelos Anjos na noite santa. Constitua o Natal, para todos vós, um encontro com Cristo, que se fez homem para dar a · cada homem a capacidade de se tornar filho de Deus. (23/12/81)
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A FAMfLIA JÂ ERA? Pe. Antonio Aquino, s.j.
-Enquanto houver amor, haverá família -Enquanto o homem for homem e a mulher for mulher, haverá família. - Enquanto o filho for filho e não somente um produto, haverá família. - Enquanto o amor exigir um compromisso histórico, até o fim, total, sem possibilidade de retorno, haverá família. - Enquanto as mulheres se tornarem mães e não somente engravidarem, haverá família. - Enquanto as crian·ças forem o fruto da responsabilidade e do amor de um homem e de uma mulher e não apenas o produto de um fatalismo instintivo e biológico do acasalamento, haverá família. - Enquanto prevalecer no homem e na mulher o amor sobre os reclamos do instinto exacerbado, a doação mútua sobre a mútua exploração, a participação sobre a utilização do outro, a comunhão no afeto sobre o egoísmo do instinto, haverá família. - Enquanto a vida toda prevalecer sobre o momento presente, o projeto sobre o caos, o ideal sobre a irresponsabilidade, haverá família. MAS
- Se amanhã o homem deixar de ser homem e a mulher de ser mulher, então não falemos mais de família. - Se amanhã a nova gera-ção não for mais capaz de amar até o fim, mas apenas viver as flutuações caóticas do momento presente, sem trajetória, sem objetivo, então não haverá mais casamento, nem família, nem filhos, nem pais. - Se amanhã, dentro do grupo, houver a dominação do mais forte sobre o mais fraco, a exploração do pequeno pelo grande, -11-
do ignorante pelo esperto, então não convém mais falar de família. - Se amanhã as pessoas se desintegrarem, não importa a causa, não haverá maü;;· família; nem . sociedade, nem mundo. - Se amanhã a máquina dominar o homem, todos os homens, menos uns poucos que manipularão a máquina para seus intentos, então desaparecerá· o •·afeto, o carinho, a dedicação, o calor humano, as trocas gratuitas, a preocupação cordial e não haverá mais possibilidade sequer de se viver uma família. - Se amanhã a mulher e o homem deixarem de optar, para apenas serem condicionados, não haverá mais família. - Se amanhã o homem·. e a··~ullier ·p.e rderein a sua face, não haverá mais gente · para ' se amar e: cada :bicho .f ugirá para seu canto até que morra o último exemplar da espécie. :·.,; A família não é uma decorrênCia do instinto · mas uma opção da liberdade responsável. ' ' A família não é fruto de um determinismo biológico, mas da condição espiritual do único ser . mundano capaz de amar. ·' ·A família ·não nasceu com · esta .. ou· aquela cultura, por vontade deste ou daquele povo, porque este nem existir podia se dela• não dependesse. · A família apareceu com o homem sobre a terra e somente será eliminada quando . este também desaparecer. - Muitos poderão atacá-la, mas ninguém a destruirá sem se destruir primeiro. ' - Muitos poderão rejeitá-la porque nem mesmo a. conhe-' cé'r'am. · · · . . - Muitos poderão argwr sua imperfeição porque justamente reconhecem sua existência e desejam a superação do estado atual de seu desenvolvimento. · · · · - Muitos se desesperam porque ela não é o que deveria ser e pretendem a sua destruição para não viver de uma farsa pessoal. - Muitos gostariam de tê-la para dela usufruir não . como quem constrói mas como q~em se utiliza, e assiiil a destroem no tttotnento em qué déveria nascer. <Itaici, 3/4/82) ·:·!·
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DEIXEMO-NOS CONDUZIR POR ELA
A devoção à Virgem Imaculada era uma das caracterlsticas principais da personalidade do agora Santo Max1mtliano Kolbe. "l!: 1mpossivel, dirliia Paulo VI . no dia da beatific~ção, fazer uma distinção e~tre o nome, a a~v1dade, a missão do. beato Kolbe e · o da Virgem Imaculada". A Imaculada era ."o' ponto focal de sua espir1tual1dade, de seu apostolado ~ , d~ , sua teologia". I)
Nós nos entregamos à Imaculada pelo Ato de Consagração, para sermos sua propriedade perfeita. Ela, sem dúvida, é o mais' perfeito instrumento nas mãos de Deus; nós devemos ser instru:mentos em suas mãos Imaculadas. Quando é que mais rápido e mais radicalmente desbaratare~ mos o mal do mundo? Quando nos deixarmos conduzir mais perfeitamente por Ela. o
A Imaculada quer em nós e através d~ nós mostrar a plenitude da sua misericórdia; não lhe ponhamos obstáculos, deixemos que Ela faça o que Lhe aprouver. Por que é que Ela nos escolheu a nós? É o mistério do seu amor.
São Maximiliano Maria Kolbe
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CONHECER O DOM DE DEUS
Sentimos a convoca-ção do Senhor para participarmos da peregrinação e, mais de ano e meio antes, nos propusemos a isso. Quando se aproximava o dia da partida, porém, nosso coração se inquietava, nossas orações pela peregrinação e pelos nossos filhos que ficariam se intensificaram, com participa-ção diária na celebração eucarística. Fosse um simples passeio e teríamos desistido, uma vez que não poderíamos ir todos! Levamos em nossos corações, além dos nossos familiares, todos vocês, presentes com suas necessidades e intenções. Aquelas intenções que nos deram por escrito foram entregues ao Papa no dia da audiência, num grande cesto, e nelas incluímos todas as necessidades de cada um, que Deus bem conhece. Como foi tudo enriquecedor! Cada ato participado, o carinho dos casais que organizaram, as palavras dos sacerdotes, do Papa, tudo mesmo! Não tivemos sequer problemas com atrasos, com que muitos se defrontaram. . . chegamos sempre no início de cada programação - "Se conhecesses o dom de Deus ... " -
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Que ele nos dá a cada dia, no nosso lar, nas nossas vidas, nos convidando para viver o "hoje de Deus"; Que ele nos dá com nosso cônjuge, que às vezes teimamos em não enxergar com toda sua riqueza e amar como nosso próprio ser; Que ele nos dá em nossos filhos, nos animando em nossa caminhada, e que nem sempre acolhemos para Deus, e como imagem de Deus; Que se dá a nós por seu Filho, e nos alimenta na Eucaristia, num dom gratuito de que nem sempre fazemos todo empenho em participar, deixando transformar a nossa vida: - Nossa vida é Dom de Deus! -Nosso amor humano também é Dom de Deus!
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Assim fomos à redescoberta do Dom de Deus em nossas vidas. As ocasiões para essa redescoberta foram múltiplas: na umidade sombria das Catacumbas, onde os cristãos plantaram com seu sangue nossa Igreja; na doce suavidade de Assis, onde o Evagelho do moço rico (Mt. 19, 16, 22) teve outro final com Francisco; na suntuosidade da Basílica de São Pedro, que longe de agredir nos leva ao recolhimento, à oração, à emoção; na solene beleza de São Paulo Extra-Muros, que evoca a força e o dinamismo inigualáveis do Apóstolo dos gentios; no encontro com o representante de Cristo, nosso querido Papa João Paulo 11, quando as palavras se tornam pobres para descrever todo o significado de sua presença perto de nós, falando para nós. Mais do que nunca ocorrem-nos aquelas palavras: "a quem muito for dado, muito será pedido". Quanto recebemos! com todos, fazer nossa de conhecer o Dom de grinação terrena rumo
Oxalá consigamos partilhar tanta riqueza vida coerente com mais esta oportunidade Deus e vivê-Lo a cada dia de nossa pereà morada definitiva. Neusa e Orlando Casal Responsável do Setor de Bauru
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DOM BENEDITO E DOM DióGENES FALAM DO . DR. MON.ÇAU
Depois do carinhoso cartão de D. Joel (cf. C.M. de outubro) ; pedindo a Deus "que o fundador das ENS no Brasil, agora na casa do Pai, recebendo a recompensa de todo o bem feito aos necessitados e pela santificação das nossas famílias, nos alcance muitas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias para este Brasil e para o mundo", recebemos mensagens de dois outros pastores, que conheceram bem o nosso casal fundador. Escreve D. Benedito de Ulhoa Vieira, Arcebispo de Uberaba:
Frei: Domingos agora me dá a notícia da morte de Pedro .Moncau. Na oitava da Assunção de Maria, ele - servo fiel de Na. Senhora pelo trabalho nas Equipes de Na. Sra. - entra no céu! É um dos nossos leigos santos, canonizado no interior de todos os que o conheceram. Gostaria de levar à Da. Nancy o conforto de minha oração, meu abraço e minha palavra de fé. Não sei o endereço dela. Poderia encarregá-los de ir lá em meu nome? Desejo que as Equipes - tão nossas - saibam que estou solidário neste prêmio de terem um valioso assistente, entendido nos assuntos matrimoniais, junto de Deus.
Em outubro, recebemos de D. Diógenes Silva Matthes, Bispo de Franca, dois cartões. Dizia o primeiro:
Caríssimos irmãos Monique e Gérard Paz e Bem Em mãos a Carta Mensal n.0 7, outubro de 1982. Estou sabendo do nascimento eterno do Dr. Moncau. Para todo nasci-
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menta se deseja felicidades, parabéns! São esses meus sentimentos para todas as Equipes de Nossa Senhora no Brasil, pois agora têm certeza de contar sempre com o zelo apostólico conjugal do '·Pai Fundador" das ENS entre nós. Caríssimos, peço-lhes a caridade de fazer chegar até Dona Nancy e familiares as minhas preces de louvor a Deus pela vida e fidelidade de Dr. Moncau. Permitam-me usar a oportunidade para agradecer o envio das Cartas Mensais, que me recordam os 13 anos dedicados às ENS em Ribeirão Preto e São José do Rio Pardo!
Franca, 14/X/82 O outro dizia: Dona N ancy caríssima e familiares, Sabedor do Nascimento Eterno do Dr. Moncau, desejo abraçá-la fraternalmente com minhas preces de louvor e gratidão a Deus pela vida fiel de Dr. Moncau. As bênçãos divinas e a certeza da Vida confirmem-na na esperança.
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VOLTANDO DE ROMA
Fomos um dos muitos casais que receberam a graça de participar da peregrinação a Roma. Pediram-nos para escrever algo a respeito. Gostaríamos de poder transmitir toda a riqueza da experiência vivida, mas isto é muito difícil! Vamos então apenas lembrar aqui alguns pontos para nós bastante significativos. Acreditamos válido observar que nem tudo foi perfeito como se poderia esperar, mas isto sempre ocorre com o que depende do ser humano. Se falhas houve, achamos que não chegaram a comprometer a eficácia da peregrinaçãó, pelo menos para aqueles que foram abertos, em espírito de disponibilidade, de peregrinos.
o Sempre tivemos muita vontade de participar de uma peregrinação das Equipes a Roma, mas, por vários motivos, não seria ainda desta vez que iríamos. . . Mesmo assim nos preparamos para participar espiritualmente do evento, juntamente com nossa equipe, através do tema "Cristo Caminha Conosco" refletido durante alguns meses nas nossas reuniões de ora·ção. Nos últimos dias, tendo já ficado acertada nossa participação, com muita alegria nos preparamos para a partida, com reflexões, em equipe e em família, utilizando os esquemas preparados para esses encontros. As dificuldades que surgiram às vésperas da partida pareciam pôr à prova nossa disposição e espírito de peregrinos. A viagem - o início da peregrinação propriamente dita - o avião lotado de equipistas e alguns participantes convidados, todos muito alegres e numa grande expectativa; a missa concelebrada a bordo (especialmente preparada para a ocasião), a turbulência em que o avião entrou durante a missa e com maior intensidade no momento da consagração, tudo isso parece que nos ajudou a preparar nosso espírito e a nos colocarmos em disponibilidade.
o A peregrinação proporcionou-nos, dentre outras, duas coisas muito importantes: uma vivência intensa e uma excelente bagagem para reflexão futura. Muita coisa ter-se-ia para escrever sobre essa vivência, mas gostaríamos de nos deter em três pontos, que para nós foram muito fortes:
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O sentido de comunidade
Foi impressionante o sentimento que se apossou de nós, de realmente estarmos inseridos numa grande comunidade ao convivermos com aquelas pessoas (5. 000 para mais) vindas dos cinco continentes, alguns com seus trajes exóticos (africanos, indianos), outros com seus grandes problemas (libaneses, poloneses, etc.), de países e costumes tão diferentes uns dos outros, e ao mesmo tempo sentirmos uns pelos outros o maior carinho, sentirmo-nos verdadeiramente irmãos, pois todos estávamos impelidos pelo mesmo espírito e pelo mesmo ideal. Assis
Já conhecíamos Assis e no entanto foi para nós uma experiência totalmente nova. Ao penetrarmos na Porciúncula, na pequena capela construída por S. Francisco, sentimo-nos tocados pela presença daquele jovem que amou tanto, o suficiente para, em pleno vigor da juventude, atingir o máximo de desprendimento, o total desapego e a total doação de si mesmo. Lembramo-nos de tantos jovens, em todo o mundo, que estão tomando rumo totalmente oposto, e rezamos por eles. Lembramo-nos também de quanto nós mesmos ainda estamos apegados às coisas do mundo e pedimos forças para superarmos esses obstáculos. A audiência com o Papa
Em nossa opinião, somente por esse encontro já teria sido compensada nossa ida à Roma... Em primeiro lugar, por sua figura carismática, sua imensa humildade, seu olhar de amor abençoando um por um à sua entrada no salão de audiências, e a paz que irradia. É realmente o "João de Deus". Em segundo lugar, por suas palavras a nós dirigidas, pela mensagem de que nos fez depositários e sobre a qual precisamos refletir e "explorar mais adiante". Sentimos ali, na presença de nosso pastor, na sede da nossa Igreja, de maneira mais forte, nosso vínculo com a mesma e nossa nsponsabilidade dentro dela. Para nossa reflexão futura: o próprio tema da peregrinação, ''Se conhecesses o Dom de Deus", os temas abordados nas diversas jornadas e, de forma especial, a palavra do Papa dirigida às Equipes. Finalmente, as orientações propostas pela direção do movimento para os próximos anos. Toda essa bagagem foi a nós confiada para que nos debrucemos sobre ela, para que nossas equipes caminhem um pouco mais e para que, sob o impulso da bênção papal, possamos mais concretamente marcar nossa presença de Igreja no mundo.
Cidinha e Igar -19-
PEDRO MONCAU JúNIOR (Do
Boletim do Setor D / São Paulo )
A notícia do falecimento do Dr. Moncau nos foi dada, logo pela manhã, pelo Tarcísio. Recebemo-la com a natural emoção dos que tomam conhecimento da partida de um amigo e também com a alegria dos que têm certeza de que o amigo retorna ao aconchego do Pai. Trata-se do regresso de quem - como poucos -fez valer a recomendação de Cristo: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o Vosso Pai que está nos céus" (Mt. 5, 16). Essa foi a vida terrena de Pedro Moncau Jr., um "facho de luz do Cristo" que vivia intensamente nele e que iluminava, pelo seu testemunho de vida, os que o cercavam. Assim foi na sua fase de Congregado Mariano e da mesma forma continuou a ser quando, movido pelo Espírito do Senhor, iniciou no Brasil o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Como é maravilhoso o plano de Deus! - pensamos agora ao recordarmos como o Senhor serviu-se de Nancy e Pedro Moncau Jr. para serem os apóstolos do movimento de casais que tanta falta fazia ao Brasil, relembrando como tudo começou. Nós tivemos a ventura de "papear" sobre isso com o Dr. Moncau quando com ele e com Nancy participamos de Dias de Estudo sobre a nova pedagogia, em Araraquara. Num dos intervalos, passeando pelo jardim da Casa de Retiros, ouvimos do amigo a alegria que sentia por estar de volta a Araraquara, cidade onde conheceu Nancy. Dizia-nos ele que quando estudante estivera naquela cidade na companhia de amigos marianos e ouvira uma palestra de uma garota que, ao tempo, era filha de Maria e que lhe causara muita impressão. Com o decorrer do tempo e com a "cooperação" de amigos, chegou ao namoro, noivado e casamento com a mocinha Nancy. Após o casamento, sempre como marianos, da Paróquia de Santa Cecília, sentiram que eles e os casais seus amigos desejavam alguma coisa de novo para viverem a espiritualidade conjugal. Fizeram ver suas intenções ao Padre Mareei Marie Desmarais, na ocasião em que esse sacerdote veio ao Brasil e "revolucionou" a técnica das palestras religiosas. Foi nessa oportunidade que o Pe. Desmarais lhes contou sobre a existência d as Equipes de Nossa Senhora e lhes falou do Pe. Henri Caffarel. Im ediatamente, o Dr. Moncau escreveu para o Pe. Caffarel e com ele manteve correspondência até tornar realidade a implantação da primeira Equipe de Nossa Senhora, integrada pelos casais mar ianos seus amigos.
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A tarefa seria quase impossível, não fosse a fé de Nancy e de Pedro. Ao tempo, um movimento de "espiritualidade conjugal" soava como uma utopia. Era o começo de uma jornada que exigia daqueles que a iniciavam a ousadia de colocar a mão no arado sem nunca olhar para trás (Lucas 9, 62) . Como casal de oração, como marianos leais, jamais desanimaram e Deus lhes deu o conforto de ver crescer aquilo que plantaram e que com outros casais regaram. Na missa de sétimo dia, concelebrada por Assistentes das Equipes e pelo vigário da sua paróquia, presentes e participando casais das Equipes (de São Paulo, do Interior, de outros Estados) e de outros movimentos, na homilia o sacerdote destacou a fidelidade de Dr. Moncau ao Senhor. Enquanto nos deixávamos penetrar pelas suas palavras, nos recordávamos de outra característica de identifica-ção do amigo com Cristo: "manso e humilde de coração". Estivesse ele presente, fisicamente, naquela cerimonia religiosa, estaria na mesma postura que mantinha nas reuniões de equipe, fossem elas da ECIR ou não: atento, modesto, deixando falar, estimulando, apagando-se para que os outros crescessem e sempre com "aquele sorriso" incentivador dos que compreendem e sabem que somos frágeis mas que o Senhor é nosso guia e amparo. Hoje, como filho amado da Virgem Maria, Pedro Moncau Jr. estará intercedendo - como sempre - pela sua família, pelas famílias brasileiras e pelo Movimento, que ele espera seja fiel, como ele o foi, à inspiração do Espírito. Uma grande saudade e um grande testemunho ele nos deixou.
Maria Helena e NicolaUJ Zarif Equipe 6/D, São Paulo
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UM CONSELHEIRO SEMINARISTA ESCREVE AS EQUIPES
Com o convite para a ordenação sacerdotal, que seria realizada a 28 de novembro, veio esta carta:
Curitiba, 14-09-1982
Amigos! Embora não os conheça pessoalmente·, permitam-me que os trate assim, uma vez que um mesmo objetivo nos une: a defesa da família, através de uma espiritualidade conjugal e familiar q·ue leve o casal a descobrir os verdadeiros vaLores de uma vida a dois, sob o olhar de Deus. Completam-se em breve três anos que venho sendo conselheiro espiritual de uma equipe, a Equipe 19, Nossa Senhora do Sagrado Coração, aqui de Curitiba. Nossa eqwipe completou já 15 anos e tem co-mo característica fundamental, além de uma fé viva e alto. senso de responsabilidade, o ter sido assistida sempre por seminaristas. Sou o quinto padre que a equipe vê ser ordenado. Todos os demais sempre, ao serem ordenados, por motivos além de sua vontade, tiveram que deixar a equipe. Pretendo continuar a ser o conselheiro e, se real-mente não for possível devido aos novos trabalhos que irei assumir, então providenciarei um substituto que, como eu, possa dar e também receber muito.
Apesar de radicalismos que também aqui começam a surgir, eu creio nos movimentos de Igreja e que o Espírito de Deus age por meio deles. -22-
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Quero em meu sacerdócio fazer uma opção preferencial por todos os que precisam de Deus e precisarem de meus serviços como operário do Senhor. Se quisermos um mundo melhor, pessoas melhores, é preciso batalhar para superar os desafios que ameaçam a família. Envio com esta meu convite de ordenação, esperando que peçam ao Pai por meio de Maria, a Senhora do SIM, que me conceda a graça da fidelidade para que se concretize a frase q100 escolhi: "Seja feita a Tua vontade". Aproveito também para testemunhar minha admiração pelo Movimento. Mais do que dar, eu tenho recebido. Espero que Maria, Medianeira de todas as graças, derrame sobre todos os casais todos os dons de seu Filho, e que correspondam a eles. A paz de Cristo esteja com todos. Diácono Ivanir Leonardi
Obrigado, Padre Ivanir. Fazemos, também nós, votos para que possa permanecer com a equipe. Mas sabemos que, onde quer que o leve seu ministério, lutará pela Família! Nossas orações o acompanham. Seja Nossa Senhora do Sim o sustentáculo da sua vocação, na qual pedimos a Deus que se sinta sempre plenamente realizado•
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ROMA 82, DIA A DIA
SABADO, 18 DE SETEMBRO
Congonhas, Viracopos, o Galeão mais parecem locais de EACREs . . . Encontros esperados, agradáveis surpresas. Além dos filhos e familiares, nossos companheiros de equipe nos acompanham, trazendo solidariedade nesta despedida e a sensação de estarmos sendo "enviados". A bordo do grande jato da Alitalia, recebemos o chapeuzinho e o len-ço verde-amarelo que serviriam lá em Roma para nos localizar de longe e dariam aquela nota diferente ao ambiente . . . A missa, em meio à turbulência, como que a nos alertar que deveríamos esperar da caminhada mais espinhos do que rosas ... DOMINGO 19
Com palmas saudamos a aterrisagem em H.oma. Assim que pisamos o solo romano, nosso desapego já é posto à prova: apesar dos ônibus "à disposição", o transporte para as respectivas "casas" (pensões e hotéis reservados para os equipistas, alguns a 50 kms de distância de Roma) torna-se verdadeira odisséia. Ansiamos por um banho e uma cama, mas muitos de nós só vão consegui-los à noite... Embora a maioria - não só os brasileiros, os europeus também - estejamos exaustos devido às muitas horas de viagem (os portugueses viajaram 36 horas) , temos nossa primeira reunião de equipe. SEGUNDA 20
Para nós, brasileiros, são 2 hs da manhã, mas na Itália são 7 hs e os ônibus nos pegam às 8 hs. . . Ou pelo menos deviam pegar: para muitos, uma longa espera e, finalmente, ao cabo de muitos engarrafamentos, a chegada às Catacumbas de São Calixto. Sentada nos banquinhos, todo tipo de coisa na cabeça para se proteger do sol (abençoado chapeuzinho, deixou muita gente com inveja da organização dos brasileiros!), uma multidão multicolorida enche o gramado. No fundo, frente a uma cortina de ciprestes, está armado o altar. Abrimos nosso livrinho da liturgia (há um em cada língua) para acompanhar os cantos, alternadamente em francês e em português - como que a saudar os 400 brasileiros e 700 portugueses, formando grupo lingüístico quase tão numeroso quanto o francês, as celebra-ções do dia são em portu-
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A missa a bordo do aviĂŁo.
Chegada em Roma.
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Cerimônia de abertura. junto às Catacumbas de São Calixto.
O Brasli subindo ao tablado.
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guês. Apresentação das delegações: um casal leva uma tabuleta com o nome do seu país ao tablado armado atrás do altar. Esquecendo o calor de ? graus (faz 34° na sombra, mas estamos no sol e o menor movimento provoca desconforto), todos aplaudimos os libaneses e, mais ainda, os poloneses. A homilia do Bispo português é ouvida no mais profundo silêncio, embora a quase totalidade dos 5. 000 presentes nada entenda. . . O sacrifício é total: cozinhando debaixo daquele sol impiedoso, franceses, belgas, espanhois, ingleses, alemães, ninguém dá um pio - se a gente mostra sinais de impaciência, o francês do nosso lado nos diz, baixinho: "pelo menos, vocês entendem ... " Este maravilhoso exemplo de respeito se repetiria todos os dias durante as homilias, quase sempre muito longas e em línguas inteligíveis apenas para uma reduzida parcela do auditório. Em grupos lingüísticos, vamos visitar as Catacumbas. É meio dia, mil pessoas aguardam, de pé, no sol, sua vez de entrar, mas os anjos da guarda continuam firmes e ninguém passa mal. Lá em baixo, somos surpreendidos pela escuridão e o frescor benfazejos depois de todo aquele sol. Percorremos em profundo silêncio, em fila indiana, alguns daqueles 17 kms de subterrâneos onde foram enterrados os primeiros cristãos, muitos deles mártires da Igreja. Descobrimos, comovidos, gravados aqui e ali, os sinais do pão e do vinho, o peixe, símbolo do Cristo. Voltando à superfície, tratamos de arranjar uma sombrinha para comermos nosso piquenique. Tempo livre para dever de sentar-se e confissão. Numa alameda, muitos sacerdotes à disposição - ao lado de cada um, uma tabuleta anunciando a língua: sensação palpável de catolicidade da Igreja. E voltamos ao gramado da manhã para a celebração eucarística, presidida por D. Lucas Moreira Neves. O sol ainda castiga e só com muito custo conseguimos prestar atenção na homilia. Reunidos de todos os países, pela primeira vez participamos juntos da Ceia do Senhor. Localizamos, não sem dificuldade, nossos respectivos ônibus e retornamos às nossas "casas". Ah, um bom banho, uma cama ... Pois sim: mal chegamos, o sino alerta que já é hora do jantar - e depois é a reunião de equipe ... TERÇA 21
O esplendor de São Pedro, a imponência da liturgia, a beleza dos cânticos: sim, estamos no centro da cristandade. Ontem, a céu aberto, o calor escaldante. Hoje, as célebres abóbadas, o frescor dos mármores. Ontem, os mártires anônimos, hoje os mártires gloriosos: debaixo do altar da Confissão onde se realiza a concelebração está o túmulo do Príncipe dos Apóstolos. É hoje que ouvimos pela primeira vez aquele canto maravilhoso, ao mesmo
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tempo orante e exultante, solene e jubiloso, impossível de lembrar sem emoção: "Ecce, Fiat, Magnificat, Amen, Amen, Alleluia!" Acomodados na bela sala, ensaio de tradução simultânea, e vem falar-nos de Matrimônio e Eucaristia o Mons. Cox, Secretário da Comissão Pontifícia para a Família. Belíssima palestra, embora tenhamos por vezes sucumbido ao sono - não só nós, mas o auditório inteiro, ao ponto de o orador caridosamente dar uma parada para acordar-nos, a fim de que não fôssemos fotografados dormindo .. . Piquenique debaixo da famosíssima "colonnata" de Bernini, cada um procurando acomodar-se na sombra. As 3 horas, voltamos à sala e somos brindados com danças típicas espanholas pelos equipistas de lá. Os tradutores retomam seus lugares para a mesa Na Basílica de São Pedro. redonda, a cargo de dois teólogos, sobre o mesmo assunto da manhã: Matrimônio e Eucaristia, dons de Deus aos homens. Para levantar nossos ânimos, voltam os dançarinos, e a seguir temos a apresentação da Equipe Internacional e as palavras de Louis sobre a internacionalização do Movimento e as orientações para os próximos anos. Voltamos exaustos às nossas "casas"... Felizmente, temos uma ótima reunião de equipe, bem coparticipada. QUARTA 22
Madrugamos: Assis fica a três horas de Roma e os ônibus devem sair às 7 horas. Mais uma alegria de peregrinos: não há café da manhã, é cedo demais. . . e recebemos dois farnéis: um para fazer as vezes do café, outro para o almo·ço. É o despojamento franciscano que começa: assim já iniciamos a viagem em sintonia! Chove na estrada ... que pena, logo hoje! Começa a preparação espiritual. Leituras sobre a vida de São Francisco, alternadas com cânticos: "Donum Dei, Alleluia! '' Francisco foi certamente um Dom de Deus para a Igreja. A de então e também a de hoje, tão necessitada de sua mensagem de desapego, de simplicidade e de amor. E eis que desponta ao longe a silhueta de Assis. Ao aproximarmos, a chuva cessa, como por encanto: Donum Dei, Alleluia! Gratos, Senhor, muito gratos, até a chuva tiras do caminho para aproveitarmos melhor esses momentos abençoados em contato com teu grande santo!
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Para não haver atropelos, os ônibus deviam dirigir-se metade para um estacionamento a leste da cidade, a outra metade a oeste: assim, não visitaríamos os mesmos lugares os 5. 000 (sem contar os turistas já no local) ao mesmo tempo. Muito bem imaginado, e deu certinho também porque os ônibus não chegavam juntos. Enquanto uns começavam com a visita de São Damião, os outros iniciavam com a Basílica e vice-versa. Muitos, poetas ou não, místicos ou não, já louvaram os encantos de Assis. O que ninguém consegue explicar é como, 8 séculos depois, a cidade continua assim impregnada da alma de São Francisco. É algo que paira no ar, tão Ca.minhando nas ruas de Assis. puro, na paisagem, tão serena, algo que emana daquelas pedras antigas, daquelas construções tão delicadas. Há uma unidade em toda Assis: não é só que tudo fala de Francisco, é algo mais interior: na realidade, ele continua ali, e esta vida parece quase palpável. Maravilhados, com a alma toda respingada de luz e de paz, temos que arrancar-nos a esse clima único e ... voltar à planície. Os ônibus nos levam lá para baixo, para a celebração eucarística em Santa Maria dos Anjos, junto à Porciúncula. Desta vez, para completar o encantamento, os brasileiros estão felizes: dá para acompanhar, a cerimônia é em italiano! Ao sairmos, forma-se um círculo na frente da igreja: os nossos gaúchos estão dando o espetáculo com suas danças folclóricas. No ônibus, na volta, podemos coparticipar no microfone as nossas impressões, a mensagem que cada um retirou da visita. QUINTA 23 É o dia do Papa. . . Após a concelebração na Basílica de São Pedro, é a corrida em direção à sala de audiências para tentar assegurar um bom lugar. Mas somos 5 . 000 e só alguns felizardos vão conseguir aproximar-se do corredor central. Começa a expectativa. É a mesma sala de terça-feira, mas o ambiente é bem outro: hoje é dia de festa! Planejávamos cantar "A bênção, João de Deus", mas estamos esparramados pela imensa sala e quando alguém puxa o volume não é suficiente, e logo perdemos a vez
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para os franceses, que não precisam estar juntos para que saia bonito ... (como cantam!) Também, àquele canto, quem resiste? Entramos na deles: "Ecce, Fiat ... " De repente, o órgão, as trombetas e o coral vêm reforçar o nosso coro: será que ele chegou? Subimos nas cadeiras, olhamos para o fundo da sala. Há de fato uma movimentação incomum junto à porta... Ei-lo! O Papa! Está longe ainda, mas que emoção incrível! Vem vindo devagarinho, apertando todas as mãos, sorrindo. Quando chega mais perto, podemos ver como está mudado. Parece abatido, está mais magro, não tem mais aquelas cores tão saudáveis de antes. Tentnmos pegar um ângulo com a máquina, não é nada fácil. Continua a sorrir, a apertar mãos, a acenar. Até ele chegar ao palco deve ter demorado meia hora, mas nem percebemos o tempo passar! Ele fala sentado, lendo, em francês - não há tradução (não pode) e ficamos só a ouvir a música da voz do nosso Pastor. Quando termina, dirige-nos umas palavras em português aplaudimos, agitamos nossos lenços e arriscamos "A bênção . . . " Depois de várias saudações, o Papa desce, acompanhado de Louis e Marie, que lhe apresentam os Super-Regionais, na primeira fila.
A sala de audiências e os equipistas ovacionando o Papa.
Agora ele vai sair. . . Já retomamos o solene refrão e agora cantamos a plenos pulmões, à guisa de despedida, enquanto ele acena antes de retirar-se... "Ecce! Fiat! Magnificat! Amen! AmE:n! Alleluia!" Não poderia haver canto mais apropriado, correspon-30-
dendo melhor ao que sentimos - exultação, louvor, gratidão ... Ele já se foi, mas ficamos ali por mais alguns minutos, os 5. 000 a uma só voz, a cantar nossa ação de graças. Isto só poderia ser a apoteose do dia. Voltamos, portanto, pela primeira vez, às respectivas casas para um almoço de verdade, o primeiro em quatro dias. A tarde, vamos a metade para o Coliseu e as basílicas antigas, a outra metade para São Pedro c o Vaticano. Depois do jantar, nossa última reunião de equipe - troca de endereços, promessas de cartas, de fotos e, principalmente, de orações. SEXTA 24
Já descemos para o café de malas prontas: é o último dia. Depois da paraliturgia, em quase todas as casas é a hora da despedida. Temos momentos muito fortes, de uma amizade extraordinária: todos choram. Ainda comovidos entramos nos ônibus e fazemos o roteiro de visita que não fizemos na véspera - ao Vaticano ou ao Coliseu. Almoçamos em restaurante reservado para nós e rumamos para São Paulo Fora-dos-Muros. A celebração vai ser em espanhol. Em procissão, sobem ao altar um casal e um sacerdote de cada país, levando um cartaz com os principais problemas do país e as respostas pastorais que a Igreja procura dar. O casal lê na sua língua, alguém traduz em seguida. É bem apropriado que ressoem línguas estranhas nesta basílica dedicada ao Apóstolo dos Gentios. Os poloneses nos comovem até as lágrimas: a religiosa que acompanha o casal nos diz que as coisas rumam para nova perseguição da Igreja e acrescenta num patético apelo: "Rezem por nós". No fim da concelebração os casais ficam todos no altar e o sacerdote levanta a tabuleta com as cores do país por cima de suas cabeças: lindo! Louis agradece e deseja a todos boa viagem. Então nos despedimos - como não poderia deixar de ser - com o que melhor traduz o que nos vai na alma: "Ecce! Fiat! Magnificat! Amen! Amen! Alleluia!" Os ônibus levam todos à Estação Termini, onde os casais são redistribuídos de acordo com o rumo que vão tomar. Acabou a peregrinação. Para alguns vai começar uma outra, à Terra Santa, para outros é o passeio que se vai iniciar, para outros ainda, é a volta para casa dentro de algumas horas. Todos um pouco tristes com o encerramento desses dias inesquecíveis de espiritualidade e fraternidade. Mas unânimes: foi sacrifício, mas valeu a pena!
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PADRE PRIMEAU
NO VATICANO
O Pe. Pierre Primeau, fundador e diretor do CENP AFAL Centro de Pastoral Familiar para a América Latina -, com sede em Bogotá, Colombia, foi nomeado pelo Santo Padre Secretário Adjunto do Conselho Pontifício para a Família. Não se poderia encontrar uma pessoa melhor talhada para o cargo. Embora deva ter sido difícil para ele deixar o trabalho em Bogotá - o CENPAFAL, organismo do CELAM, não é apenas a menina dos seus olhos: na realidade, depende em grande parte de sua orientação e do seu dinamismo - o campo de ação aberto para ele no Conselho Pontifício para a Família certamente fará com que depressa se sinta realizado. Escreve ele na última carta circular dirigida aos parentes e amigos (entre os quais temos a honra de sermos contados): "Estou sem dúvida muito feliz de poder trabalhar junto ao Santo Padre, um homem que muito admiro. Mas confesso que o sacrifício é grande. Gosto do meu trabalho no CELAM. O CENP AF AL é um grupo apostólico que gerei, no sentido literal do termo." Na mesma carta, conta algo dos trabalhos recentes do CENPAFAL: "O Centro de Bogotá continua muito ativo. Vamos te!minar dentro de algumas semanas um importante programa de formação de casais nos bairros pobres de Bogotá. Esses casais vão dedicar-se ao serviço das famílias em seu meio. Consideramos o sucesso deste programa muito promissor. Descobrimos riquezas humanas enormes nesses casais. Continuamos a estender nossa rede de sucursais na América Latina. No decurso dos últimos meses, além de Buenos Aires, Lima e Quito, demos os primeiros passos em direção a Cucuta (Colombia), México e Trindad y To bago, esta última de língua inglesa." O CELAM vai perder, na pessoa doPe. Primeau, um dos seus mais ativos assessores. Na carta, uma pequena amostra das andanças às quais era levado pelo seu trabalho: acabava de voltar da Áustria, onde tinha tomado parte na Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento; havia estado na Venezuela e no México para duas reuniões regionais do CELAM junto a agentes de pastoral familiar (bispos, sacerdotes, religiosas e leigos) destinadas a "fazer passar a sólida doutrina da Familiaris Consortio na vida das famílias latino-americanas", e estavam para ter lugar mais duas, no Chile e em Puerto Rico; participara também de um curso de pastoral familiar destinado a sacerdotes, re-32-
ligiosas e leigos em El Salvador, organizado pelo CELAM a pedido da Conferência Episcopal daquele país. Não é só junto ao CELAM que o Pe. Primeau vai fazer falta: também junto às Equipes de Nossa Senhora da Colombia, que ele assessorava com seus esclarecidos conselhos. Ao unirmos nossas orações às de todos os seus amigos para que o Espírito Santo o ilumine em seu novo encargo, fazemos votos para que ele encontre em Roma sólidas amizades e, juntos aos equipistas de lá, uma nova família que venha a substituir a família equipista que deixa em Bogotá. Felicidades, Pe. Primeau, bom trabalho - e conte conosco para o que precisar!
• O CARDEAL MOTA Foi ele quem acompanhou os primeiros passos do nosso Movimento, quando arcebispo de São Paulo. Em rápidas pinceladas, um pouco de sua vida - "santa e santificante", nas palavras de João Paulo II - para aqueles que não conheceram esta grande figura do nosso episcopado. Nascido em 1890 em Minas, na festa de Na. Sra. do Carmo, foi uma vocação tardia, decidindo-se pelo sacerdócio aos 24 anos, quando estudava direito em Belo Horizonte. Foi bispo de Diamantina e arcebispo de São Luís do Maranhão antes de vir para São Paulo, onde conduziu a arquidiocese durante 20 anos, onde fundou a PUC, a Faculdade de Teologia Na. Sra. da Assunção e a Confederação das Famílias Cristãs. Um dos fundadores da C.N.B.B., foi seu primeiro presidente. Grande devoto de Maria, escolheu terminar seus dias junto ao Santuário da Padroeira: com 73 anos, pediu para ser transferido para Aparecida. Foi ele quem lançou a pedra fundamental da Basílica nova, que teve a alegria de ver inaugurada pelo Papa João Paulo II em 1980. O cardeal mais idoso do mundo, D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota morreu com 92 anos, pouco antes de completar 50 anos de bisoo, na madrugada de 19 de setembro (enquanto viajávamos para Roma, onde recebemos de D. Lucas a notícia).
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"OBRIGADO PELO TESTEMUNHO"
Um casal francês que conviveu durante a Peregrinação com casais brasileiros escreve a Maria Alice e Adelson. Alguns extratos dessa carta:
Eis finalmente a carta prometida, e o texto da comunicação que fizemos, na presença do nosso bispo, na reunião das equipes de nossa Região, sábado passado. Na saída dessa reunião, tivemos que responder a um monte de perguntas. Sim, a Igreja e as Equipes do Brasil interessam muito os franceses e, na nossa diocese, onde as vocações são muito pouco numerosas, vocês alimentam nossa "esperança", que disso tanto necessita! Obrigado a vocês todos por esse testemunho vivificante! Algumas notícias ainda de Paule e Bruno: contaram-nos pelo telefone que, a semana passada, às 11 horas da noite, Maria do Carmo e Otaviano lhes telefonavam da Gare de Lyon: "Todos os hotéis para os quais telefonamos estão lotados - será que vocês poderiam ... ?" Resposta: "Venham, temos um quarto de hóspedes." -- "Certo, mas acontece que somos 3 casais brasileiros ... " Resposta: "Venham, daremos um jeito ... ". É assim nas Equipes de Nossa Senhora! Não esqueçam de dizer a Leda e Carlos, a Maria do Carmo e Otaviano, a Arlete e Milton que seus amigos franceses não os esquecem: Dominique e Philippe, bem como Paule e Bruno pediram que lhes déssemos este recado. Foram dias lindos, nasceram amizades profundas, que permanecerão por muito tempo.
Mona e Dominique -34-
Extratos do pronunciamento de Mona e Dominique:
QUANDO 6 ENS DO BRASIL ENCONTRAM 4 ENS DA FRANÇA, SOB A BATUTA DE UM BISPO PORTUGUtS, EM ROMA - 1982.
Uma só equipe - e, no entanto, que bela partida, ardentemente disputada, na alegria e na ação de graças! uma partida em que todos nós vencemos! O que trazemos de Roma? um máximo de esperança, de entusiasmo e de alegria! Uma "medida bem cheia", no sentido evangélico do termo, mais ainda, "transbordante"! É preciso que a fa-çamos conhecer em torno de nós, agora que estamos de volta, Apóia-se em dois pontos:
- o encontro com Francisco, em Assis - o encontro com a jovem Igreja do Brasil, uma Igreja em ascenção e tão cheia de alegria, vivendo na simplicidade e na autenticidade das primeiras Igrejas cristãs das quais os Atos dos Apóstolos e as Epístolas nos falam todos os dias. O encontro com o Poverello, foi nosso Bispo português que a ele nos conduziu, durante as quatro horas que durou o trajeto de ônibus para Assis . . . Quanto ao nosso encontro com a Igreja do Brasil. .. Hoje, quando a Igreja de França vive sua hora de travessia do deserto, desejávamos voltar de Roma com um pouco de esperança ... Assim que começou nossa primeira reunião de equipe, sentimos que teríamos o que buscávamos e mais ainda. Quão profundas eram as medita-ções de cada um, todas as noites! Que intensidade, que densidade nesses rostos em oração! E que tumulto alegre na mesa, nos piqueniques ou no ônibus! Cânticos ou canções, ritmos de samba - quase que se poderia falar num carnaval de fé! Sim, que testemunho de fé jovem e alegre, uma fé para a qual tudo é ação de graças, tudo, até a prova-ção ...
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CAMINHANDO EM SINTONIA
Com o objetivo de unir-se à Peregrinação do Movimento à Sé de Pedro, as Equipes de CaJ71pinas realizaram, no domingo 26 de setembro, uma hora de caminhada. A fim de dar .um sentido plenamente eclesial a essa march~ além da meditação do tema central da caminhada dos discípulos de Emalls, os equipistas incluiram em suas reflexões as prioridades pastorais da Arquidiocese de Campinas, que se preparava para sua Assembléia anual. Assim, apoiados num texto muito bonito e sugestivo, os casais tiveram a oportunidade de meditar e de se questionar sobre sua caminhada como Igreja doméstica e também como membros da · Igreja particular de Campinas. O capítulo 24 (vers. 13 a 35) de São Lucas foi lido inicialmente na integra, depois de um canto de aclamação ao Evangelho. Durante as quatr~ paradas, era retomado em trechos, acompanhado de considerações e pausa para reflexão, e seguido de comentário, questionamento e nova pausa para reflexão sobre as prioridades pastorais. Encerrando cada uma das etapas, Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai recordando os mistérios gloriosos, seguidos da recitação de um salmo, alternando homens e mulheres. O encaminhamento da reflexão sobre as prioridades a partir do texto· evangélico e em continuação à reflexão pessoal dos casais realizou-se de m aneira muito feliz e o texto foi apreciado por todos. Alguns extratos:
"Enquanto houver diálogo franco e respeitoso entre marido e mulher, pais e filhos, enquanto o dever de sentar-se for levado a sério e não cair na rotina de uma formalidade mascarada de sinceridade, poderemos contar com a presença misteriosa de Cris~ to em nossa Igreja doméstica."
"Temos uma certeza: a nossa fé não pode confinar-se nos es-: treitos limites de nossa família. Precisamos reconhecer o Cristo em muitos outros rostos de irmãos." "Não há amor maduro sem gratuidade, sem renúncias. Se o amor 'é um dinamismo em função de valores', estamos a serviço do maior de todos os valores do universo: a pessoa humana. Esperar é aceitar os desafios do mal e ultrapassá-lo com a força de Cristo: o amor perseverante." 36-
"Qual a nossa atitude concreta diante do incontável número de irmãos marginalizados dos recursos básicos para uma vida humana digna deste nome? Refugiamo-nos na amarga confissão: esperávamos que o governo, que os tecnocratas pensassem nisso? ou talvez: esperávamos que a Igreja pregasse mais sobre os deveres do que sobre os direitos dos trabalhadores? Comecemos pela nossa casa: os nossos empregados são registrados no INPS? são tratados como irmãos?"
"Cristo caminha conosco. Mas caminha escondido. Escondido nos outros, no próXimo. Ele está em nossa casa. Cada cônjuge é Cristo para o outro, de maneira mais íntima ainda que qualquer outra pessoa, pela graça do sacramento. Cada gesto de ternura entre esposo e esposa, entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, revela o Cristo ao nosso lado. No matrimônio cristão, o Cristo não é um estranho, como um terceiro indiscreto, ele é o cônjuge para o outro. Por seu Espírito Santo, ele é o laço ·mais forte que une a família. Mas ele só se tornará manifesto na partilha do pão. Pão é símbolo de tudo o que devemos repartir com os outros: presença, respeito, gentileza, obséquios, palavra, silêncio, cultura, lazer, elogios, perdão, prece . .. , "Qual tem sido a participação de minha família, de minha equipe, nos trabalhos de promogão humana da Igreja nas periferias de nossa cidade?"
"A Igreja nast::e da alegria que 'faz arder o coração' como nos dicípulos de Emaús. Esta alegria se irradia. Os dois não reti'l)erp.m somente para si esta alegria; correram para os demais irmãos e até hoje persiste a comunidade que nasceu da fé na ressureição do Senhor. O movimento das Equipes não pode fechar-se sobre si mesmo. Para ser movimento de Igreja e não de seita, p1·ecisa caminhar no ritmo de sua Igreja. Como? Precisamos descobrir juntos." Esta foi uma forma muito interessante de os equipistas sintonizarem ao mesmo tempo com dois eventos importantes: a Peregrinação, em termos de Movimento, e, em termos de Igreja particular, a Assembléia anual da Arquidiocese, que iria realizar-se pouco depois.
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TEMPO DE FÉRIAS ... <Do Boletim do Setor D/São Paulo)
Está se aproximando o período das férias de fim de ano ... Lembremo-nos, contudo, que os meios de aperfeiçoamento que o Movimento nos propõe para a busca da senda do Senhor, estes não entrarão em "recesso .., pois são o alimento de nossa espiritualidade. É oportuno lembrar como o Cônego Caffarel definiu os meios de aperfeiçoamento e a ascese cristã:
"A ascese cristã é a estrada que devemos seguir para a santidade. Os meios de aperfeiçoamento são aqueLes (instrumentos) que nos aj-udam a andar, passo a passo, naquela estrada. Observemos bem, a ascese é uma estrada, nossos meios são cada passo que daremos nessa estrada." O apelo é pois no sentido de não pararmos em nossa caminhada e, para que a entre-ajuda também não se interrompa, sugerimos: -
se todos se encontrarem na cidade, façam a reunião de equipe normalmente;
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ainda, se alguns estiverem ausentes, assim mesmo realizem reuniões informais, com partilha;
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vários casais equipistas passam férias num mesmo local de veraneio; poderiam se motivar para um encontro, numa verdadeira reunião interequipes, de âmbito até inter-regional! o -38-
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BRASILIA -
Dez anos
Uma edição especial do Boletim marcou a passagem do aniversário da fundação das Equipes de Brasília. Essa edição comemorativa, que se abre com um editorial de D. José Newton de Almeida Batista, Arcebispo de Brasília, retrata não só os primeiros passos das primeiras equipes, como faz um retrospecto de tudo quanto aconteceu desde 15 de outubro de 1972, data do lançamento das Equipes 1 e 2, até hoje. Numa iniciativa muito feliz, retoma artigos significativos do Boletim nesses 10 anos. Como que para dar mais brilho à efeméride, aparece o lançamento - em 13 e 15 de outubro -das Equipes 34 e 35. RIO DE JANEIRO -
Peregrinação
Por iniciativa dos casais responsáveis das Equipes do Setor E, à qual aderiram os demais Setores e a Coordenação da Ilha do Governador, realizou-se, no sábado 25 de setembro, uma peregrinação ao Santuário da Penha, como maneira de se associarem aos companheiros em peregrinação a Roma. Participaram mais de 100 casais, a maior parte pertencente às equipes situadas nos subúrbios da capital carioca. Escrevem Therezinha e Thiago: "Foi um momento de fé e grande emoção, que se iniciou com uma caminhada em cinco etapas, havendo em cada parada a recitação de trechos por maridos e mulheres, a leitura de um texto bíblico, seguida de pequena meditação interior, e canto apropriado. Após a subida da escadaria, momento marcante pela beleza do panorama, o sol iluminando o templo, tivemos uma linda e bem participada celebração eucarística, presidida pelo Cônego Paulo Corrêa, capelão do Santuário, anfitrião generoso que nos brindou com bela homilia sobre o Tabor (nada mais apropriado) e Nossa Senhora. Na hora do ofertório, grande número dos casais presentes assumiu ou renovou o compromisso com o Movimento. Nas preces da comunidade, pediram os equipistas para que as nossas Equipes sejam -39-
uma real presença de serviço na Igreja, unidos os nossos casais na soma de suas capacidades e suprindo as deficiências uns dos outros, no esforço de construir o Reino.
Já se iniciando a noite, iluminada a parte exterior da Igreja e diante da visão das luzes das casas e das ruas lá em baixo, ao descerem as escadas nossos casais falavam da beleza daquele encontro, sem dúvida um dos pontos altos das atividades coletivas dos equipistas do Rio em 1982, e muitos sugeriram fosse ele renovado anualmente, em louvor a Nossa Senhora e como oportunidade de ampla confraternização entre os equipistas." -
Conselheiros em Juiz de Fora
Realizou-se, no Seminário de Floresta, em Juiz de Fora, sob a coordenação do Pe. Antonio Aquino, Conselheiro Espiritual da ECIR, um encontro de confraternização dos Conselheiros Espirituais da Região Rio e parte da Região Centro-Leste. Compareceram 22 sacerdotes, do Rio, da Ilha do Governador, de Petrópolis de Belo Horizonte e de Juiz de Fora. Presentes também alguns casais (1 do Rio, 1 da Ilha, 4 de Juiz de Fora, 1 de Petrópolis), além dos casais responsáveis das duas Regiões. A destacar-se a presença de D. Manuel da Cunha Cintra, Bispo de Petrópolis, e a visita do Arcebispo de Juiz de Fora, D. Juvenal Roriz. O encontro foi muito proveitoso, dele resultando várias sugestões a serem levadas aos ou~ros Conselheiros. -
Dia de estudos na Ilha
Sobre o tema "Cristo caminha conosco", realizou a Coordenação da Ilha do Governador um dia de estudos do qual participaram 28 casais. O Pe. José Schmith colocou a todos em espírito
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de peregrinação, acompanhando espiritualmente os discípulos de Emaús nas etapas propostas à reflexão dos equipistas em grupos de coparticipação. Depois de realizada "peregrinação" em 8 etapas, com orações evocativas, o dia encerrou-se com a Santa Missa. RIO GRANDE DO SUL, SETOR LESTE -
Mutirão
Realizado em Osório, no dia 24 de outubro, teve a participação de 45 casais, um bom número considerando-se as distâncias existentes: o Setor Leste é a antiga Coordenação do Rio Grande do Sul e abrange as cidades de Osório, Tramandaí, Glorinha, Gravataí, Santo Antonio da Patrulha, Terra de Areia, Maquiné e Corvo, num total de 18 equipes - das quais 2 novas, em Gravataí e Santo Antonio. O tema do dia foi "Sede perfeitos ... " e os assuntos tratados: ser equipista, meios de aperfeiçoamento e valor do matrimônio. Escrevem Maria Olívia e Luiz Carlos, responsáveis pelo Setor: "Através da avaliação, ficamos satisfeitos em ver que o dia foi aproveitado por todos e que atingimos o objetivo, que é ajudar os casais na caminhada rumo à perfeição desejada pelo Pai." NITEROI -
Diversas
Cerca de 50 casais participaram do retiro realizado na Casa de Formação do Atalaia. Baseando-se na Exortação Apostólica de João Paulo II, o pregador, Pe. Aluísio Pena, Diretor do Colégio Santo Inácio, no Rio, desenvolveu o tema "A missão da família cristã no mundo de hoje". No dia 25 de agosto, o Setor mandou celebrar missa de sétimo dia por alma de Pedro Moncau Jr., na Igreja da Porciúncula. A missa foi celebrada por Frei Guido e a igreja ficou lotada. (No Rio, a missa foi celebrada no dia 28, na Igreja da Medalha Milagrosa). BAURU -
Concurso bíblico
Com a participação de 50 casais, representando 10 equipes, entre os quais alguns casais da Equipe 1 de Pederneiras, o Setor realizou seu primeiro Concurso bíblico. O Pe. Lamberto, Conselheiro Espiritual da Equipe 6, responsável pela organização do certame, incumbiu-se de elaborar as cerca de 90 perguntas versando sobre o Evangelho de São Lucas. A platéia esteve atenta, vibrante, consultando suas bíblias, argumentando, em franca participação. O andamento do concurso
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e os resultados podiam ser acompanhados num grande painel onde iam sendo montadas as chaves das equipes envolvidas. Todos lucraram muito com o congraçamento e o incentivo ao estudo da palavra de Deus. A Equipe 8, vencedora do concurso, já ficou encarregada da organização, para o próximo ano, do II Concurso bíblico. -Caminhada
Com a organização das Equipes 3 e 8 e participação do Pe. Jonas, Conselheiro Espiritual do Setor, e seus noviços, bem como do Pe. Aoki, Conselheiro da Equipe 3, os casais das Equipes de Bauru realizaram, no dia 23 de setembro, uma caminhada em união com os peregrinos de Roma. O início foi na Igreja de São Judas e a caminhada, com orações e reflexões, terminou no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, com uma Celebração Penitenciai e Comunhão de todos os presentes. MARILIA -
Encontro de namorados
Organizado pelas Equipes 8 e 14, realizou-se o 11.0 Encontro de Namorados sob a responsabilidade das Equipes de Nossa Senhora. É este um apostolado que começou por iniciativa do Pe. Alberto Boissinot. O convite é feito em todas as paróquias e através de cartazes. Em geral o encontro tem lugar aos domingos: os namorados entram às 8 horas da manhã e saem às 18 horas. Participam de palestras sobre namoro, sexo, evangelização e vida em família. Os pais, que são convocados para aguardar a saída dos filhos, participam de uma palestra dirigida especialmente a eles sobre relacionamento entre pais e filhos. Encerra-se o encontro com a celebra·ção da Santa Missa. Os namorados tomam no local a refeição, carinhosamente preparada por uma equipe de cozinha, e contribuem com uma taxa somente para cobrir as despesas. Mais de 95% dos participantes testemunham que o encontro lhes foi proveitoso, que aprenderam muito. Deixam pedidos insistentes para que sejam realizados mais encontros, para estender a mesma oportunidade a outros casais de namorados. E há também aqueles que criticam, porque esperam mais! A Equipe 14 vem acenando com a possibilidade de realizar outro encontro nos próximos meses. -
Para os adolescentes
Resolveu a Equipe 5 organizar um "encontro de adolescentes" - filhos de equipistas e de outras famílias. Durante um domingo de muita alegria, as meninas e os rapazes tiveram a oportunidade de refletir seriamente sobre os valores evangélicos. A equipe espera que a idéia contagie outras equipes!
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SAO CARLOS -
Retiro
Foram 48 os casais que participaram do último retiro programado pelo Setor - sendo 25 de São Carlos, 10 de Catanduva, 7 de Araraquara e 6 de Piracicaba. Apesar do número elevado de participantes, o retiro transcorreu num clima de silêncio e estudo, ensejando a todos um melhor conhecimento da palavra de Deus. As reflexões, orientadas pelo Pe. Benedito do Carmo Ayres - Conselheiro Espiritual do Setor desde a partida do Pe. José Carlos Di Mambro para Roma, onde deverá permanecer por dois a11os- versaram sobre: O Espírito Santo, As duas mãos de Deus, Os caminhos do Espírito Santo, Os frutos do Espírito, Maria, sinal de contradição, O Espírito Santo e o compromisso. "Destacaram-se as seguintes verdades: Jesus aceitou ser enviado e nós também estamos sendo enviados. Jesus se comprometeu: não há cristão sem compromisso". -
Concurso bíblico
Realizou-se durante o mês de setembro, em duas etapas, o já tradicional Concurso bíblico, do qual participaram todas as equipes do Setor. As perguntas, formuladas pelo Pe. Bruno, na primeira etapa, e pelo Pe. Benedito, na segunda, tiveram como base o Evangelho de São Marcos. A Equipe 11, Na. Sra. Auxiliadora, responsável pela organização, foi também a vencedora do certame. O concurso, programado todos os anos pelo Setor, tem se confirmado como uma importante fonte de motivação para um melhor aprofundamento no estudo da Palavra de Deus. -
Junto aos menores
A Equipe 13, Na. Sra. Rainha dos Apóstolos, repetindo e aperfeiçoando o feito do ano passado, organizou, durante três fins de semana, a IP Olimpíada do Educandário São Carlos, que abriga 100 meninos. Cada casal ficou encarregado de uma modalidade, sendo que os materiais esportivos, bem como os brindes, balas e doces distribuídos foram angariados pelos equipistas junto ao comércio local. A Olimpíada, que se iniciou com um "Festival de papagaio (pipa)", encerrou-se com a distribuição de troféus e diplomas, para a alegria dos meninos. A equipe decidiu repetir a olimpíada todos os anos. RIBEIRAO PRETO -
Retiro
Casais de Ribeirão, Brodosqui e Batatais, em número de 36, participaram do retiro realizado na Casa D. Luiz, cujo tema foi a família. Pe. Nelson Lopes da Silva, s.j., professor do Colégio
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São Luiz em Campinas, dirigiu as reflexões dos casais através de palestras que versaram sobre: Escutar a Deus, Verdade sobre a missão da famíLia, baseadas principalmente nos vários pronunciamentos de João Paulo 11 sobre a família e Situação da família ?ta América Latina, Reflexões teológicas sobre a família. Os casais participantes saíram do retiro profundamente enriquecidos e fortalecidos na fé. -
Equipe apóstola
Ma~s uma equipe candidata ao troféu do apostolado. . . Colaboram com o Lar dos Velhos através de "campanha do quilo"; atuam na promoção humana da paróquia; cuidam da orientação de jovens às 4.as-feiras; o C.R. evangeliza um grupo de adultos; participam de um seminário de "Vida no Espírito", às 5.as-feiras; o que não impede que ainda façam parte do Setor ...
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Evangelho e terço
A Equipe 4 reúne-se toda 2.a-feira para estudar o Evangelho de São Marcos e rezar o terço por intenção das Equipes e da Igreja.
VALINHOS-VINHEDO -
Retiro
Realizou-se, nos· dias 15 a 17 de outubro,· na Dtsa de Retiros SHoé, em Vinhedo, o retiro espiritual do Setor, pregado pelo Pe. José Silva, pároco da Igreja do Divino Salvador, em Campinas. "Pe. Silva foi de uma felicidade ímpar, escrevem Adalgisa e Fabri, Responsáveis pelo Setor, ao abordar, com profundo conhecimento, os temas: Família, fundamentação teológica, O casal cristão' e a Igreja de hoje, Equilíbrio família-Igreja e C'ontribuição das E.N.S. para o equilíbrio família-Igreja. Como pontos altos podemos citar o "momento de deserto " realizado à noite, ao ar livre, sob intenso frio, e a "promoção fraterna", duas ótimas inovações. Dos 53 casais inscritos, compare-· ceram 44, numa boa porcentagem dos casais existentes no Setor. A organização e funcionamento, a cargo da Equipe I de Valinhos, foi muito elogiada. Na missa de sábado, foi comemorado o 20.0 aniversário dessa mesma equipe. Testemunho de um casal na avaliação: 'Achamos formidável, rico e profundo em espiritualidade, dando pistas a um bom crescimento cristão'." Gratos, Adalgisa e Fabri, pela notícia. E parabéns ao Setor pelos 20 anos de Movimento em Valinhos! -44-
NOVAS EQUIPES Brasília
Equipe 32, Setor B - Casal Piloto: Celina e Arnaldo; Conselheiro Espiritual: Pe. Czeslaw. Equipe 33, Setor B - Casal Piloto: Kazuco e Arima; Conselheiro Espiritual: Pe. Gaetano Maiello. Equipe 34, Setor B - Casal Piloto: Altair e Francisco; Conselheiro Espiritual: Pe. André. Equipe 35, Setor B - Casal Piloto: Celina e Antonio; Conselheiro Espiritual: Frei Vilmar. Gravataí
Equipe 3, Na. Sra. da Luz - Casal Piloto: Nilza e João Carlcs; Conselheiro Espiritual: Pe. Alvaro. Santo Antonio da Patrulha
Equipe 3, Na. Sra. de Fátima Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo.
Casal Piloto: Delônia e Oli;
Rio de Janeiro
Equipe 72, Setor E - Casal Piloto: Maria Imaculada e Edson; Conselheiro Espiritual: Frei José Vidoeira. Varginha
Equipe 3, Na. Sra. das Graças - Casal Piloto: !rene e Geraldo; Conselheiro Espiritual: Pe. Manoel Magalhães. Equipe 4, Na. Sra. do Bom Conselho - Casal Piloto: !rene e Geraldo; Conselheiro Espiritual: Aloísio Hellmann. NOVOS RESPONSAVEIS Batatais
Após a volta de José Roberto Cassiano ao Pai, passaram a responder pela Coordenação Ester e Luiz Carlos Fabres. Ribeirão Preto
Substituem Heloisa e Ary na responsabilidade do Setor Mariana e Luiz Roberto Jábali. São José dos Campos
Assumiram o Setor Yara e Paulo José S. Nathan, substituindo Graciana e Cavalcanti.
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NOVOS REGIONAIS
Com o objetivo de acompanhar a divisão das Províncias Ecle..: siásticas, a ECIR procedeu a uma reformulação de Regiões no Estado de São Paulo. Assim: A nova Região SP /Centro, que compreende os Setores de Campinas, Valinhos/Vinhedo, Americana, Jaú e São Carlos, e as Coordenações de Limeira, Dois Córregos e Araraquara, está sob a responsabilidade de Olga e Antonio Roberto de Collo ("Olguinha" e "Toninha"). Com a reorganização desta Região, terminaram sua missão Arlete e Milton e Maria Luiza e Tino, aos quais estavam afetas as antigas Regiões G e D. A antiga Região F passou a denominar-se, pelos motivos acima, Região SP /Norte, e tem como casal responsável Heloisa e Ary, que substituem Marisa e Fleury. Esta Região compõe-se dos Setores de Ribeirão Preto e Catanduva, Coordenações de Batatais e Casa Branca/Aguaí, além das equipes de José Bonifácio e São José do Rio Preto. SAO PAULO/SETOR E -
Em sintonia
O ca-çula dos Setores de São Paulo promoveu em setembro um dia de estudos sobre o tema "Cristo Caminha Conosco". Os palestristas foram os responsáveis das equipes do Setor. "Nesse dia, comentam Myriam e Chico, responsáveis pelo Setor, desco.briram-se muitos valores, não só do caminhar com Cristo, mas também dos novos palestristas. . . Levamos farnel e as crianças tiveram um dia gostoso, com muito espaço e muita atividade. Tivemos a presença de 20 casais e 5 de Conselheiros Espirituais -- o que realmente nos deixou orgulhosos, uma vez que o Setor conta com 7 Conselheiros ao todo. Quem deu a assistência espiritual foi o nosso Conselheiro do Setor, Pe. Elísio de Oliveira. Achamos que foi um dia de grande entrosamento entre os casais. e de muito proveito espiritual. Deste modo, estivemos peregrinando um pouco ao lado dos casais que foram à Roma." VOLTARAM PARA O PAI Manuel Augusto do Cabo Farias
Da Equipe 25, Setor A, do Rio de Janeiro. Casado com Diva. No dia 1.0 de outubro. "Exemplo de integridade moral, dedicação ao trabalho, fé e esperança, que seus muitos amigos, entre eles os de Padre Miguel, jamais poderão esquecer, despediu-se de nós após meses de doença e sofrimento, exatamente no início do mês do Rosário." -46' -
Gustavo Vergeat
Da Equipe 4/D, São Paulo. Casado com Laura. Com 79 anos, era membro da equipe desde a sua fundação, há 22 anos. Escreve Elenyr, uma das suas companheiras de equipe: "Há cerca de um ano, com a passagem de nossa inesquecível Yolanda para a eterna glória (cf. CM Dez.-Fev. de 1981), nossa equipe começou sua nova fase de aperfeiçoamento. Agora, foi o nosso querido Gustavo o equipista selecionado. No dia 20 de setembro, encerrou, subitamente, seu estágio terreno, iniciando a viagem à Casa do Pai. Apesar das saudades, aceitamos a vontade de Deus, certos de que, em companhia da Yolanda, passa a gozar das graças eternas, orando e zelando por nós, até o dia em que todos atingiremos o estado de plenitude da equipe: lá no Céu." José Frederico Júnior
Da Equipe 3 de Assis. Casado com Luzia. No dia 28 de setembro. "Com 50 anos de idade, um enfarte tirou-o do convívio da família e da equipe, escrevem Hilda e Acácio, da Equipe 1. Sua morte súbita a todos surpreendeu e comoveu. Responsável atual da equipe, cumpria com alegria e devotado espírito cristão diversos apostolados, vivenciando a sua fé em todas as oportunidades.''
o Na véspera, essa mesma equipe sofria a perda do filho de Isaura e Rossini, Luís Henrique Xavier, de 22 anos, atingido de leucemia. "Jovem cheio de ideal, desde cedo fizera sua opção por Cristo. Muito atuante e conhecido nos movimentos de jovens, querido pelas qualidades de moço íntegro e de fé profunda, Lilique deixou sua marca indelével. Ultimamente, em São Paulo, onde cursava o 4. 0 ano de Direito da Faculdade do Largo São Francisco, desenvolvia apostolado junto aos jovens e famílias da periferia. No santinho distribuído após a missa de 7.0 dia, um dos seus pensamentos: "Por que dedico tanto minha vida a Cristo? Bem, é porque gosto tanto dela que já estou 'investindo' em uma outra, que será eterna. E você?" Agradecemos a Hilda e Acácio por terem coparticipado conosco a beleza da personalidade desse jovem apóstolo de Cristo. José Ecio Pereira da Costa
Da Equipe 10/A, São Pawlo. Casado com Maria Elisa. No dia 12 de outubro, acometido de derrame cerebral. "Esposo carinhoso, pai a um tempo enérgico e amoroso, amigo fiel, compreensivo e generoso de todas as horas, escreve Maria Ivonne, foi um cristão verdadeiro, um homem cheio de fé. Partiu sereno, em paz. Plenamente realizado." Há 10 anos pertencia às Equipes, às quais, segundo escrevem Thais e Duprat, deu o melhor de si mesmo. -47-
O DOM DA PAZ
TEXTO DE MEDITAÇAO
O Menino do Presépio é "o nosso grande Deus e Salvador": é o Verbo, a Palavra viva em que todo o ser de Deus se exprime, que se fez Carne e habitou entre nós, inserindo-se plenamente na história humana, para transformar e salvar o mundo, e permitmdo aos homens tornarem-se a família dos filhos de Deus. Jesus Cristo é o dom supremo da bondade e misericórdia divinas: nEle e por Ele nos vieram a graça, a alegria e a paz de Deus, que para a humanidade imploro e a todos vós de coração desejo. João Paulo 11
ORAÇAO
Saúde dos enfermos e consoladora dos aflitos, sede conforto dos que sofrem no cor po ou na alma, sede luz dos que procuram Cristo, Redentor do homem; a todos os homens mostrai que sois a Mãe de nossa confiança. Rainha da Paz e espelho alcançai para o mundo a Fazei que o Brasil tenha que os homens convivam como filhos de Deus!
da .Justiça, paz. paz duradoura, sempre como irmãos,
(idem, em Aparecida)
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. EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por um~ espiritualidade conjugal e familiar
Revisão , Publicação e Distribuição pela Secretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -
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... . .
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