ENS - Carta Mensal 1983-4 - Junho e Julho

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N9 4

1983

Junho-Julho

J

A força de Deus . .. . ... . . . ...... . ............ . Uma santidade que flore sça .... . . . .. . .. . Despedem-se Dirce e Rubens ..... O que Dirce e Rubens não disseram Assumem Cidinh 1 e lgar .......... .... . .... .. . Pequeno histórico da ECIR . . . . . . . . . . . . . . Mensagem às E.N.S. da Diocese de Santos em seu Jubileu de Prata . . . . . . . . . . . . . . . . . . Lembrando João XXIII .. . .. .. .. ... . . "Corpus Christi" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . Oração para fazer o dever de sentar-se . . . . . . . . Compartilhando o amor de Cristo . . . . . . . . . . . . . . Somos um movimento egoísta? . . . . . . . . . . . . . . . . O que esperam os Conselheiros dos equipistas (e vice-versa) .................. ..... Encontro de Pastoral Familiar ........... O Espírito Santo em ação: um encontro providencial . . . . . . . . . . . . . . . . " Respir ando hospitalidade e carinho ... " . . Reencontro de peregrinos . . . . . Livros ..................... Alguns dados animadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Notícias dos Setores O Dom da Eucarisli 1

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EACREs

2 e 3 de julho

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em São Carlos -

para a Região São Paulo Centro

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em São Jo sé dos Campos - para a Região São Paulo Leste em Bauru - para as Regiões São Paulo Norte e Oeste

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no Rio de Janeiro -

para a Região Rio e parte da Região Centro-Leste (Petrópolis, Valença, Juiz de Fora e Varginha) para Belém, Brasília, Belo Horizonte e Pirapora

em Brasília -- em Curitiba -

para a Região P aran á

9 e 10 de jul ho

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em Lages -

para a Região Santa Catarina

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em Caxias do Sul - para a Região Rio Grande do Sul em Sorocaba - para as Regiões São Paulo Sul I e II


EDITORIAL

A FORÇA DE DEUS

A homilia de D. Antonio Marcelino, Bispo Coadjutor de Aveiro, no encerramento das comemorações, em Fátima, do Jubileu de Prata das E.N.S. em Portugal, mereceria ser transcrita na integra. Pela oportunidade, escolhemos para este mês - de balanço em nossas equipes - o trecho final, mas traremos outras passagens em próximos números.

A força de Deus e as bênçãos de Sua Mãe não as podem acolher os fracos de fé, os instalados num cristianismo fácil, os diletantes do apostolado, os incapazes de querer a verdade total. A força de Deus já tem um nome. uma história, um modelo e um caminho de dimensão e de possibilidade humana. Chama-se Jesus Cristo. Desta força beneficiarão permanentemente os que se esforçam por se converter a Ele - à Sua Pessoa, à Sua Mensagem, à Sua Missão; os que escancaram as portas do seu coração e do seu lar às Suas propostas e às Suas exigências; os que fazem do conhecimento do Seu Dom uma experiência de vida; os que não discutem o radicalismo da Sua Mensagem salvadora; os que com Ele não temem enfrentar os juízos contrários, nem receiam aceitar as derrotas passageiras, pela antecipada certeza de que a morte em todas as suas formas já foi definitivamente vencida. A força de Deus é aquela certeza que leva consigo cada discípulo de Jesus Cristo, traduzida na Sua Palavra de Vida: "Coragem, eu venci o mundo!" "Tudo é possível ao que crê." "Permanecei em Mim e dareis muito fruto e fruto que permaneça." "Quando tiverdes de testemunhar em meu nome, o Espírito falará por vós." "Fareis coisas maiores do que Eu." Força que São Paulo, porque tinha feito corajosamente de Cristo o seu viver, podia já experimentar dizendo: "Tudo posso nAquele que me conforta"... NAquele que me dá força. -1-


Essa força é dom de Deus ao alcance de todos, através da conversão pessoal, da conversão do casal, da conversão da família, da equipe, do Movimento que somos. Esta conversão é condição para ser fermento válido na sociedade e na Igreja. Para ter, cada um de nós, razão de viver e de lutar. Abramos os olhos e os corações! O campo está preparado para a sementeira e são já muitos e variados os semeadores que o disputam. Pela fé o afirmo: a Família é uma causa da qual Deus não abdica, embora não evite que os homens caiam como vítimas das suas próprias abdicações.

E porque Deus não abdica, é a Família uma causa pela qual vale a pena lutar e vale sempre a pena que mutuamente nos estimulemos nesta luta. Que as E.N.S .. Movimento de que tantos casais e familiares têm beneficiado de modo determinante, se disponham a assumir cada vez mais. no setor familiar, quer pelos seus casais membros, quer pelas estruturas do Movimento, o papel de militância inequívoca, traduzida: em em em em em em em em

testemunho de vida no ter, no ser e no usar, defesa dos valores perenes, estudo objetivo e regular das situações, proposta de caminhos viáveis, denúncia de desvios e de ambiguidades, animação de estruturas, oportunidade de serviços, compromisso de ação.

Como todos vós, peço a Deus que disponha os nossos corações para sermos sensíveis a estes apelos e para que sejamos capazes de lhes responder com generosidade, prontidão e persistência. D. Antônio Marcelino Bispo Coadjutor de Aveiro, Portugal

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A PALAVRA DO PAPA

UMA SANTIDADE QUE FLORESÇA

Não existe, não pode existir apostolado algum, tanto para os sacerdotes como para os leigos, sem a vida interior, sem a oração, sem uma perseverante aspiração à santidade. Esta santidade é o dom da Sabedoria, que para o cristão é uma particular atua~ão do Espírito Santo recebido no Batismo e na Confirmação. Sois todos chamados à santidade! Tendes necessidade da abundância do Espírito Santo para realizar com a Sua Sabedoria o trabalho novo e original do apostolado leigo! Por isso. deveis estar unidos a Cristo, para participar da Sua função sacerdotal, profética e real, nas difíceis e maravilhosas circunstâncias da Igreja e do mundo de hoje. Sim. Devemos estar nas Suas mãos, para podermos realizar a própria vocação cristã! Nas Suas mãos para levarmos todos a Deus! Nas mãos da Sabedoria eterna para participarmos frutruosCbmente da missão do mesmo Cristo! Nas mãos de Deus para construirmos o Seu reino nas realidades temporais deste mundo! Peço hoje ao Senhor, para todos vós, para todos os leigos, uma santidade que floresça num apostolado original e criador, impregnado de sabedoria divina. Com Ele vos recordo a vossa dignidade e responsabilidade. Vós sois o sal da terra! Vós sois a luz do mundo! <Trecho final da homilia aos movimentos de apostolado leigo em To:edo, Espanha, 4/ 11/ 82 . )

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DESPEDEM-SE DIRCE E RUBENS

Caros amigos,

Após sete anos na m1ssao de casal responsável pela ECIR, àurante o Encontro N acionai de Casais Responsáveis de Setor e Coordenação realizado no dia 16 de abril, passamos essa responsabilidade para Cidinha e Igar Fehr, que há vários anos já participam da ECIR, e ainda pertencem ao Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Essa transmissão - toda ela perpassada de manifestações de carinho e apreço - ensejou-nos a oportunidade de fazer, perante aqueles 100 casais que são verdadeiramente os quadros dirigentes do Movimento no Br asil, um balanço do que foram esses últimoo anos na vida das E.N.S. entre nós. o

Começamos recordando os fatos mais significativos que ocorreram nesse período e que tiveram influência maior ou meaor nos rumos do Movimento. Neste lapso de tempo, tivemos a morte de dois Papas (Paulo VI e João Paulo I) com a conseqüente elei~ão de João Paulo II, que vem marcando seu pontificado com um dinamismo inusitado e pela especial atenção que dispensa à Família. Duas grandes peregrinações internacionais foram promovidas pelo Movimento e delas o Brasil participou - em 1976 com 54 pessoas e, em 1982, com quase 500 pessoas. Comemoramos, em 1980, os 30 anos das E.N.S. no Brasil, com uma peregrinação nacional a Aparecida, em que estiveram presentes cerca de 1.000 pessoas. Por duas vezes tivemos a graça de acolher o casal responsável pelo Movimento no mundo, Louis e Marie D'Amonville, que aqui estiveram, acompanhados pelo Pe. Roger Tandonnet, em 1977 e 1980. Da presença desses nossos irmãos entre nós muito lucrou o Movimento como um todo, mercê de um conhecimento muito mais profundo de ambas as partes e que acabou por gerar grande amizade entre nós. Alguns daqueles que muito contribuíram para que che!!ássemos até onde estamos já não estão entre nós e, hoje, da C::tsa do Pai, com certeza intercedem por nós. Lembramos especialmente de Pedro Moncau, Miguel Orofino, Clemens, Silvério, entre outros ... Com base nesses antecedentes, fizemos o nosso balanço. Como nosso "ativo", destacamos a inegável riqueza que representam

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nossos quadros. São casais que não medem sacrifícios para responder à missão que receberam e que marcam sua atuação com grande fidelidade às nossas características. Prova disto era a presença ali, naquele Encontro, de casais doentes - um até de muletas, outros recém-operados - , alguns que tinham perdido recentemente entes muito queridos, mas ali estavam, e muitos que viajaram até 40 horas (entre ida e volta) para poder dizer presente. O próprio Movimento trouxe-nos nesse período importantes contribuições, que vieram enriquecer nosso patrimônio: - o documento "O que é uma Equipe de Nossa Senhora"; - os 16 cadernos da Nova Pedagogia; - os Anos de Aprofundamento. No "passivo", analisamos onde aplicamos essas riquezas: somos hoje 853 equipes, cobrindo desde o Norte do País - Belém e Manaus - até Porto Alegre. Somos 5.000 casais, 111 viúvos ou viúvas e 590 conselheiros espirituais. Segundo as estimativas, o número dos filhos dos equipistas é de 15.000. Tudo o que realmente fizemos (ou não pudemos fazer) foi visando a todos esses que um dia vieram ao Movimento pedindo que este os auxiliasse a melhor seguir a Cristo. Fomos eficazes? A melhor resposta é analisarmos os frutos. o

Ressalta logo de saída uma primeira e elementar conclusão: a imensa responsabilidade de todos nós pela iniciação dos casais nas Equipes. Constatamos que, ao lado de bons êxitos nesse terreno, existem ainda em muitos Setores certas carências, principalmente no que diz respeito a casais novos em equipes antigas. Isto é muito sério, pois quem quer que ingresse numa equipe tem o direito de conhecer o Movimento em que está entrando. inclusive como condição para poder responder sinceramente se é de fato o que corresponde à sua vocação. Olhando a vida das equipes, analisamo-la no seu aspecto interior e na sua expressão para fora. Inegavelmente, os meios que o Movimento oferece só podem ser vividos com esforço, às vezes com grande esforço. Não é segredo para ninguém a dificuldade que muitos casais têm em praticar especialmente aqueles meios que exigem a participação dos dois, marido e mulher - oração conjugal, dever de sentar-se. É uma constatação com a qual não podemos nos conformar: o nosso Movimento é de espiritualidade con1ugal, e isto exige toda uma atitude de humilde escuta do que Deus quer de nós, a fim de podermos, como uma só carne, estabelecer nosso modo de responder aos Seus apelos.

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Nestes últimos tempos, temos investido bastante para conseguirmos melhor presença nos retiros. É algo de essencial e fundamental para a nossa vida cristã e, principalmente em face dos desafios de um mundo adverso, temos que encontrar as fórmulas que nos permitam esse tempo de intimidade com Deus, sem reduzir-lhe a expressão, sem minimizá-lo. Todos os motivos que dificultam nossa presença nos retiros são superáveis com a força do auxílio mútuo. Louve-se aqueles que conseguiram significativos êxitos nesse terreno. Outro parâmetro expressivo para o conhecimento da vida interior das equipes é a partilha. Muito se tem feito no sentido de expurgá-la de eventuais deturpações que lhe podem imprimir um c:unho legalista. De outro lado, pelo fato de fazermos parte de uma equipe, assumimos uma responsabilidade particular em relação aos nossos companheiros, que têm o direito de serem ajudados - com amor exigente - na sua caminhada. A omissão nesse campo traz resultados danosos, causando a acomodação daqueles dentre nós que se iludem julgando poder alcançar a santificação sem esforço. É preciso que nossos êxitos ou dificuldades sejam vistos sob a ótica da eficácia com que puderam nos aproximar mais de Deus e dos irmãos. o

Quanto ao aspecto exterior, qual a resposta que os equipistas têm dado? É extremamente significativa a constatação de que 69% dos casais equipistas têm uma ou mais atividades apostólicas, com predominância para a preparação ao matrimônio, seguida de atividades nas paróquias e dioceses, catequese e trabalhos em outros movimentos. Devemos sustentar-nos na oração e no crescimento da fé para podermos ser fiéis à nossa voca-ção e, quanto aos outros 31%, exerçamos toda a força do auxílio mútuo a fim de que descubram seus carismas e, principalmente, a grande verdade de que é servindo que imitamos Jesus Cristo. Nesse ponto, retomamos o tema que nos tem preocupado muito ultimamente: até onde temos feito tudo para que nossos filhos se beneficiem das riquezas que conseguimos em nossa vida de equipistas? Os sinais são preocupantes, como assinalamos na Carta Mensal de abril. Continuamos convencidos de que precisamos rezar muito, refletir muito e buscar todo o auxílio na equipe. Considerando-se que perto de 50% da nossa população tem menos de 20 anos, que para a América Latina a segunda opção preferencial é pelos jovens e, especialmente, as inequívocas res-

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ponsabilidades que, como pais e cristãos, temos e nos são recordadas na "Familiaris Consortio" - n. 0 s 36, 37, 53, 60 -, não podemos fugir ao nosso papel. Lembramos o inquietante artigo do Pe. Caffarel: "Pais, amais os vossos filhos?" ("Reunidos em nome de Cristo", n. 0 12). Se, de um lado, o êxito não pertence a nós, é imprescindível que, de nossa parte, tenhamos feito TUDO para que nossos filhos e os jovens em geral descubram Jesus Cristo. Esse tema não termina no interior da equipe mas tem um inquestionável aspecto eclesial, diante do qual não nos podemos omitir. Finalmente, exortamos os irmãos a lembrar-se sempre, em todos os momentos de sua vida, de que estamos num Movimento Mariano: é em Maria que devemos inspirar-nos, a Ela recorrer e a Ela confiar todos os nossos atos, de tal forma que os outros possam vislumbrar em nós, através das nossas atitudes, a permanente presen~a da Mãe do Senhor. o

Em face deste panorama geral e numa v1sao para o futuro, reafirmamos a validade do Movimento como algo inspirado e perfeitamente apto a responder aos mais legítimos anseios da Igreja. Coparticipamos o que significou para nós termos podido, pela graça de Deus, responder SIM quando chamados. Realmente, foram anos de trabalho, mas um trabalho altamente gratificante, através do qual tivemos imensas experiências espirituais, conhecemos uma infinidade de testemunhos, tudo em tal magnitude que jamais poderemos retribuir tudo que recebemos. Por um dever de justiça, agradecemos aos que nos antecederam e que nos legaram esse tesouro que são as Equipes de Nossa Senhora, agradecemos o apoio que sempre recebemos de nossa equipe de base, da equipe da ECIR, e especialmente dos nossos filhos, que desde o primeiro momento sempre nos apoiaram e com muita compreensão cederam para o Movimento uma fatia das nossas vidas que lhes pertencia. Nesse instante em que Cidinha e Igar assumem essa m1ssao de casal responsável pela ECIR, possamos todos nós assumir com eles, ajudando no que for possível, estando disponíveis e, principalmente, sustentando-os com a nossa oração, porque é todos juntos que, na expressão de São Paulo, poderemos amparar os que estão de pé e fertilizar as nossas equipes para que dêem sempre mais frutos.

Dirce e Rubens

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O que Dirce e Rubens não disseram ...

mas nós fazemos questão de dizer!

Não disseram, porque uma das principais características de sua personalidade é a modéstia. E fazemos questão de dizer, porque são aspectos que marcaram muito o Movimento nesses sete anos em que foram responsáveis da ECIR. Disseram apenas que é preciso tomar cuidado "para não se projetar uma visão paulista no Movimento" ... mas não disseram que foram eles os responsáveis por uma representação cada vez mais geográfica das equipes do Brasil na ECIR, que, desde que assumiram, conta com casais de várias Regiões. Disseram apenas que trabalharam "com o Movimento" ... mas não disseram que tinham por princípio nunca tomar qualquer decisão que envolvesse o Movimento como um todo sem antes ouvir os quadros, demonstrando assim grande prudência e sabedoria. Disseram apenas que "a equipe deve ser a mola mestra que nos impulsiona para o desabrochar para a Igreja e para o mundo". . . mas não disseram que tiveram como preocupação constante fazer com que o Movimento como tal caminhasse em sintonia com a Igreja. Antes mesmo que fossem expressas as opções preferenciais pelos pobres e pelos jovens, estava entre suas prioridades incentivar os Setores a levar as Equipes a meios mais simples e a criar equipes de adolescentes e de jovens. Falaram dos instrumentos que representam as novas publica·ções do Movimento, mas não disseram que muito contribuíram para que fossem feitas as necessárias adaptações ao nosso meio. Falaram do grande número de participantes na peregrinação, mas não disseram que esse número impressionante foi conseguido graças ao trabalho insano que eles pessoalmente desenvolveram na sua preparação ... Falaram da necessidade de apoiarmos nossas iniciativas e nossos apostolados na oração, de procurarmos uma piedade mais mariana, mas não disseram que eles mesmos nada faziam sem antes ouvir a Deus. Certamente conseguiram tanto porque se entregaram inteiramente nas mãos de Deus e de Maria. E também não disseram que tomaram para si a animação e o acompanhamento dos Intercessores ... E há certamente, mas é o que nos ocorre no momento. E quanto a nós, como casal responsável pela Carta Mensal, queremos agradecer aqui o carinho com que sempre nos ouviram outra característica de seu modo de ser - e o apoio que sempre nos deram. Monique e Gérard

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ASSUMEM CIDINHA E IGAR

A posse

No final da missa de domingo - uma missa lindíssima, preparada e ensaiada com muito carinho por Ana Maria e Osmar, responsáveis pela liturgia do Encontro, com solos e até canto a três vozes -, o momento solene: o celebrante principal, Pe. Vital Carrijo, pede a Cidinha e Igar que se aproximem e fiquem à frente do altar. (Logo mais, à tarde, Igar confidenciaria que se sentiu como no dia do casamento, os dois diante do altar, do mi-' nistro, da comunidade - só que esta vez o "sim" fora para o Movimento). E tem início o seguinte diálogo:

Pe. Vital: Cidinha e Igar! O Senhor, pela palavra dos responsáveis pelas Equipes do mundo inteiro os escolheu para assumir a responsabilidade do Movimento em todo o Brasil. Em nome da comunidade das Equipes aqui reunida, eu lhes p·ergunto: Estão vocês dispostos a, com a graça de Deus, cumprir esta missão? (foi aí que responderam o "sim" que lembrou o compromisso do casamento). Pe. Vital: Irmãos, estais todos dispostos a colaborar com Cidinha e Igar nesta difícil missão, trabalhando pela unidade do Movimento, fiéis aos compromissos assumidos, e pela difusão destes ideais em todo o território do Brasil?

Todos: Estamos dispostos. Pe. Vital : Invoquemos, irmãos, o Senhor, que na Sua providência dirige todas as coisas para o bem dos que O amam, para que tCidinha e Igar sirvam seus irmãos equipistas de Nossa Senhora com a mesma dedicação com que o fizeram Nancy e o saudoso Pedro Moncau, Dirce e Rubens:

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Todos os presentes, com as mãos levantadas em sinal de bênção: Deus de nossos pais e Senhor de misericórdia, que todas as coisas criastes pela Vossa Palavra, e por Vossa Sabedoria governais o mundo na santidade e na justiça, fazei descer do Céu o Vosso Espírito sobre Cidinha e Igar, para que os dirija em seus trabalhos e para que saibam o que Vos agrada, e concedei-lhes a fidelidade aos irmãos e a fortaleza nos empreendimentos mais difíceis. Sejam para todos testemunhas da fé e defensores interneratos da santidade do casamento e da família. Isto vos pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Foi emocionante. Depois, o canto do Magnificat, arremate perfeito para a solenidade. A tarde, no plenário de encerramento, novos momentos de grande emoção. Da. Nancy agradeceu o trabalho e a dedicação de Dirce e Rubens em todos esses anos, com palavras tão bonitas que lamentamos não ter a gravação para reproduzí-las! Depois, os dois disseram algumas palavras. Rubens falou da presença de Nossa Senhora na vida deles e que foram anos de graças esses em que tiveram o privilégio de servir. Dirce comparou o peso da responsabilidade com uma cruz que muitas mãos ajudam a carregar. Igar lembrou a necessidade, para todos nós que fomos chamados a servir, de sermos fiéis à Aliança que Deus fez conosco, procurando descobrir a Sua vontade, ouvir, através da oração, da -10-


reflexão, da escuta do Evangelho, o que Ele quer de nós. Insistiu sobre a importância de estarmos abertos aos sinais dos tempos, de sermos um movimento atualizado, marchando com a Igreja, caminhando dentro da Igreja. Cidinha falou da confiança que os dois depositam na ajuda de Deus: "Nós nos sentimos verdadeiramente fracos, mas pretendemos nos refugiar no Senhor. Ele nos chamou, e vai nos ajudar!" Acrescentou: "Rezem por nós, lembrem-se diariamente de nós, para que tenhamos um coração grande para amar, forte para lutar, sabedoria para ouvir a Deus e fazer a Sua vontade".

o

Quem é o novo casal responsável da ECIR

Maria Aparecida (Cidinha) e Igar Fehr assumem a responsabilidade da ECIR após uma trajetória nas Equipes de Nossa Senhora que lhes permitiu viver intensamente, como Responsáveis, as realidades de um Setor e de uma Região. Desde 1976 na ECIR, eles tiveram destacada atuação nas Sessões de Formação e, mais recentemente, na coordenação do trabalho desenvolvido para colocar os cadernos da coleção "Reunidos em N orne de Cristo" a Nova Pedagogia - em condições de serem utilizados pelas nossas equipes, trabalho esse que durou mais de quatro anos e contou com a preciosa colaboração de Maria Helena e Nicolau Zarif e de Elfie e Dragan, ajudados por equipistas de Petrópolis. A partir de 1980, passaram a fazer parte também do Conselho Internacional das Equipes de Nossa Senhora - organismo composto de 11 casais de diferentes países, que, juntamente com a Equipe Responsável Internacional, refletem sobre o futuro do Movimento, na ótica dos problemas atuais enfrentados pelo casamento e pela família no mundo. O casal pertence à Equipe Na. Sra. das Gnrças, n. 0 3 de Jundiaí, desde a sua fundação, em 1964. Tem 4 filhos, ela é professora e ele, arquiteto.

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PEQUENO HISTóRICO DA ECIR

Nasceu a primeira ECIR - Equipe de Coordenação Inter-Regional depois de a Região Brasil, formada em 1961, ter sido subdividida em 3 Regiões (São Paulo Capital, Interior e Outros Estados). Na realidade, já existia, mas só em 1963, depois da subdivisão, é que assumiu esse nome. Sob a responsabilidade de Nancy e Pedro Moncau, contava com os casais Esther e Marcello (Regionais de São Paulo - Capital), Monique e Gérard (São Paulo Interior) e Glória e Payão (Outros Estados), e ainda com Isa e Newton Cavalleri, responsáveis pela Secretaria. Em 1965, Glória e Payão assumem a responsabilidade da ECIR, Monique e Gérard passam para a Região Outros Estados e entram Ignez e Orozimbo como Regionais pelo Estado de São Paulo. Em 1968, diante da necessidade de uma atualização, a ECIR resolve formar um Grupo para Estudar as implicações do Concilio sobre as Equipes de Nossa Senhora - o G.E.C.E.N.S. Em 1969, em memorável assemb:éia com todos os responsáveis de Setor e Coordenação, e na presença de Françoise e Jacques Laplume e o Pe. Tandonnet, representando a Equipe Dirigente Internacional, procede-se à votação das proposições apresentadas pelo GECENS, e à indicaçã.o de nomes para. a ECIR, que deveria também ela sair renovada desse "Concílio" das ENS do Brasil. Entre os dez nomes mais votados - a maioria membros do próprio GECENS -, foi escolhida a nova ECIR. Casal Responsável, o casal que representava a ECIR no GECENS, Esther e Marcello. Membros, além de Nancy e Pedro Moncau: Maria Helena e Zarif, Inah e Paulo Alex, Eisa e Ludovic, Dirce e Rubens. Mais tarde, passaram pela ECIR Marialba e Mariano, Ana Lúcia e Tusa, sairam os Zarif, Inah e Paulo, Eisa e r .udovic, entraram Yvonne e Tharcisio.

Quando, em 1976, Esther e Marcello passaram a responsabilidade para Dirce e Rubens, a nova. ECIR passou a ser constituída pelos seguintes casais: Nancy e Pedro Moncau, Dirce e Rubens, Yvonne e Tharcisio, Helêne e Peter (de São José dos Campos), Cidinha e Igar (de Jundiai), Edy e Adherbal (de Brusque), o que assegurava uma representação mais geográfica à direção do movimento. Seguindo ainda este critério, mais recentemente entraram Maria Alice e Adelson, do Rio de Janeiro. Com a saída de Helêne e Peter, passaram a integrar a ECIR também Thais e Duprat.

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MENSAGEM AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA DA DIOCESE DE SANTOS EM SEU JUBILEU DE PRATA

1. Vinte e cinco anos de existência das Equipes de Nossa Senhora, em Santos!

Pela Virgem Maria, Nossa Mãe, louvores e graças a Deus pelos incalculáveis benefícios recebidos e transmitidos em inúmeros lares! A bondade do Pai do Céu manifeste-se, de novo, naqueles que deram sua vida, nestes anos, pelo Movimento, nesta nossa querida Diocese. 2. Jubileu é um momento histórico de alegria, de parada, de revisão e de retomada entusiasta. O Jubileu marca um tempo longo. Por isso, fala-nos de caminho feito. De vitórias e fracassos. Mostra também que os tempos já são outros. A vida é a mesma. A instituição familiar também. A vivência no mundo, porém, é outra. 3. A luz dessas colocações, gostaria de fazer aos meus queridos equipistas de Nossa Senhora as seguintes colocações: l_IL) Sinto-me feliz com vocês pela festa jubilar! Alegremo-nos e alegre-se a Igreja Particular! Parabéns!

2.a) Cada Equipe, nesta oportunidade , pare para orar em ação de graças e para refletir em sua missão: como batizados, e como casados, nas Equipes de Nossa Senhora.

3.a) As Equipes, em Santos, nasceram quando a Igreja já se movimentava para o Concílio Vaticano 11.

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Para nós, América Latina (Brasil), temos vivido intensamente, de lá para cá, acontecimentos marcados por orientações básicas importantes. Citando: Os documentos do Concílio Vaticano II (1965); O Plano de Emergência e de Pastoral de Conjunto (1963 e 1966); A aplicação do Concílio na América Latina (Medellin-1968); A exortação de Paulo VI sobre a Evangelização, após . o Sínodo sobre esse tema ("Evangeli Nuntiandi"-1975); As Conclusões de Puebla ("A Evangelização no presente e no futuro da A. Latina"-1979). Em todos esses momentos e documentos, a família teve lugar de destaque. 4.a) Entre os "Centros de Comunhão e Participação", a família vem citada em "Puebla" em primeiro lugar e colocada como prioritária e urgente na pastoral (P. 568-616). 5.a) Diz, então, o Documento de Puebla: "Para chegar a ser realmente centro de comunhão e participação, a família latino-americana deve encontrar caminhos de renovação interna e de comunhão com a Igreja e o mundo" (P. 568) (grifos nossos).

Renovação interna, quer dizer: a família precisa tornar-se, cada dia mais, "igreja doméstica". Lugar de culto, de instrução e formação cristã, de participação, de comunhão de pessoas e de comunhão com a Igreja local e universal. Comunhão com o mundo, quer dizer: a família (como a Igreja) não pode fechar-se em si mesma. Deve abrir-se para as realidades que a cercam: sociais, econômicas e políticas. Não foi sem razão que a Constituição Pastoral "Gaudium et Spes", do Concílio Vaticano II, que trata da "Igreja no mundo de hoje", colocou entre "alguns problemas mais urgentes" o capítulo 1.0 : "A promoção da dignidade do matrimônio e da família" (G.S. n. 0 s 47-52). 6.a) Finalmente, seria bom que meus queridos equipistas pensassem, à luz do que vim dizendo, como tem sido a caminhada do Movimento, em Santos, nestes 25 anos. Ajudaria, penso, colocar algumas indagações: - As Equipes de Nossa Senhora estão acompanhando, engajadas, a Igreja do Vaticano II, na América Latina, no Brasil? -14-


- As Equipes vêm caminhando como comunhão de pessoas: pais, filhos, agregados? - As Equipes estarão separando "espiritualidade conjugal e familiar" da presença cristã no mundo? (leia-se o n. 0 43 da "Gaudium et Spes"). - Os filhos dos casais equipistas animam-se com a "vivência" dos pais a ponto de, casados, (eles, os filhos) sentirem o desejo de formar novas Equipes de Nossa Senhora? - As Equipes, pelo seu interesse, pela sua oração, pela sua vivência, conseguiram suscitar vocações sacerdotais e religiosas em seus lares? - A devoção verdadeira a Nossa Senhora, como Mãe de Deus e nossa Mãe, tornou-se característica dos equipistas, ou só é título do movimento? Outros pontos ainda podem ser abordados. Cada Equipe verá. 4. O que é importante, agora, é a retomada entusiasta da caminhada. As falhas do passado não nos desanimem. Entreguemo-las nas mãos da misericórdia de Deus, nosso Pai. Transformemos qualquer falha em degrau para subir. Deus Pai, seu Filho Jesus, e o Espírito Santo (a grande família divina) e Maria, a Mãe por excelência, com seu esposo José, (a família sagrada), querem a retomada entusiasta das Equipes de Nossa Senhora. Que suas bênçãos permaneçam com todos os equipistas.

santos,3 de Abril

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LEMBRANDO JOÃO XXIII

3 de junho de 1963. Tendo cumprido a sua missão aqui na terra, vai alegrar-se no Céu, em companhia dos anjos e santos, o Bom Papa João. Vinte anos se passaram. Aquele que fora o iniciador de tudo não viveu o suficiente para contemplar o novo rosto da Igreja moldado por esse Concílio que, sob a Inspiração do Esplrito, em nome de Deus convocara. Essa Igreja renovada, no entanto, já existia em seu coração. Escolhemos uma das suas últimas orações.

ú Senhor! Não permitais que corramos às fontes secas nem que imitemos o servo infiel, a virgem louca, não permitais que o gozo dos bens terrenos torne insensível o nosso cora·ção às lamentações dos pobres, dos doentes, dos órfãos e dos incontáveis irmãos nossos, a quem agora falta o mínimo necessário para comer, para vestir a sua nudez, para reunir a família sob um mesmo teto.

As águas do Jordão desceram também sobre vós, ó Jesus, perante o olhar da turba, mas bem poucos então puderam recoi~hecer-vos; e este mistério de fé adiada ou de indiferença, prolongando-se pelos séculos, é ainda causa de dor para quantos vos amam e têm a missão de dar-vos conhecido ao Mundo. Concedei aos sucessores dos apóstolos e dos discípulos e a quantos tomam o vosso nome e a vossa cruz que levem por diante a obra da evangelização e que a alimentem com a ora-ção, pelo sofrimento e pela íntima fidelidade à vossa vontade!

(Da alocução para o início da Quaresma, 28 de fevereiro de 1963)

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"CORPUS

CHRISTI"

É uma festa móvel, na primeira quinta-feira depois do domingo da SS. Trindade. Foi em Liege, na Bélgica, que Juliana de Mont Corlinont, querendo prestar uma homenagem a Jesus Sacramentado, conseguiu que o SS. Sacramento fosse levado em solene procissão pelas ruas da cidade, numa especial homenagem. Daí por diante, alastrou-se pelo universo esta prática. Em 1264, o Papa Urbano IV com um decreto tornou-a culto público, com bênçãos e procissão, ficando assim uma festa uni..: versal e obrigatória. Tomás de Aquino, grande teólogo, foi quem deu realce a esta festa, compondo hinos à Eucaristia. Vamos refletir um pouco sobre o valor do Corpo de Cristo, ou seja, o Sacramento da Eucaristia. Desde crianças aprendemos que a Eucaristia é o Sacramento mais sublime. Já nos primeiros séculos, os cristãos sabiam que a Comunhão com o Deus Santo só era para quem estava preparado. Haja visto as palavras de São Paulo: "Quem come indignamente será culpado do Corpo do Senhor. Examine-se cada um, para não comer sua própria condena-ção". Estas palavras, com todo seu peso, querem nos mostrar algo da incomparável dignidade deste divino sacramento. Quem, de fato, comungar sem um exame sério de sua consciência, sem estar realmente e com toda sua boa vontade, voltado para o Senhor e sua lei de Amor, demonstra estar "usando" o sacramento sem fazer dele o encontro pessoal mais total e mais eterno dentro da nossa história mortal A Eucaristia é o sacramento que atualiza as graças que recebemos nos outros sacramentos. É nela que buscaremos forças para crescermos em direção ao outro e nos doarmos.

Ela é o gesto que vai significar aquilo que Jesus Cristo dizia, que quem fizesse algo ao menor dos irmãos o estaria fazendo a Ele mesmo. Jesus Cristo ressuscitado vive no gesto sacramental exatamente porque vive na pessoa do irmão. -17-


Recebendo a Eucaristia, não só comungamos com o Deus Santo, como comungamos com aquele Cristo que vive em nossos irmãos. Como poderá uma pessoa ter comunhão com o Cristo, se vive a desunião com aqueles que são amados pelo Cristo? Comungar exige que se aceite com humildade e estima aqueles que são infinitamente caros ao Rei da eternidade. A Igreja, ao celebrar a Eucaristia, configurando-se com Cristo, celebra ao mesmo tempo a total entrega a Deus e, em nome de Deus, a mais profunda solidariedade com os homens. O "por vós e por todos os homens", torna-se oração sacrificial da Igreja. De nada adiantará levarmos o Corpo de Cristo em procissão, ajoelharmos à sua frente se abandonarmos os nossos irmãos, se deixarmos que eles continuem sendo violentados, morrendo de fome ou doença, oprimidos, desrespeitados, injustiçados. Se não levarmos em consideração os problemas de nosso irmão, o "por vós e por todos" que a Igreja repete em nome de Cristo e no seu próprio nome ainda não se tornou verdade. Sejamos cristãos. E ser cristão é uma responsabilidade, mais que um privilégio; é uma missão constante. Muitos cristãos deveriam re-aprender a comungar, porque "quem bebe e come da mesa do Senhor, tem parte nele." Quem ama, comunga. E quem comunga é chamado a amar mais e melhor. Isto é, viver a ver dade da Eucaristia.

Beth Equipe 13 de São Carlos

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ORAÇAO PARA FAZER O DEVER DE SENTAR-SE

Senhor, nós queremos digir, neste momento, a nossa súpli· ca a Vós, nosso Deus e Criador. Queremos pedir-vos luzes para que cada u-m de nós seja ilwminado, esclarecido, animado, e redescubra o grande valor desse meio de perfeição que Vós destes às nossas Equipes. Senhor, nós sabemos que ele não é tão fácil, às ve2'es. Mas Vos pedimos a graça de percebermos quantos benefícios tiramos do Dever de sentar se. Nele se revela nosso crescimento, nosso anseio de sermos melhores testemunhas de Cristo. É

Não permitais, Senhor, que falhemos no seu cumprimento. ele, Senhor, o elo de nossa lealdade mútua.

Fazei, Senhor, que não seja um mero ''dever", mas um gesto de amor. Um momento onde planejamos juntos a vida: não só os horários, os programas, as atitudes, mas a própria vida, no que ela tem de mais radical, com todas as suas riquezas e com todas as suas fraquezas. Fazei, Senhor, que no nosso dever de sentar-se, comuniquemos realmente o mais íntimo de nós mesmos, para que possamos chegar à grandeza do ideal do matrimônio cristão. Que nós descubramos, ó Senhor, a transformação que esse meio de perfeição pode operar em nós, se formos fiéis ao seu espírito, tanto pelo dom de nós mesmos como pelo acolhimento do outro, pela escuta... O dom-de si é um elemento tão essencial para a santidade como o acolhimento do outro, através da escuta profunda. É preciso paciência; é preciso respeito, é preciso deixar-se ficar em admiração ante o outro pelo que ele é. -19-


Senhor, que no nosso dever de sentar-se nós assumamos realmente a vida do outro: suas intenções, preocupações, vivências, tais quais são, e não como gostaríamos que fossem ... Senhor, que no meu dever de sentar-se eu tenha sempre a consciência do dever de caridade em relação ao crescimento do outro; eu sou responsável pe~o seu crescimento... Nós formamos uma única realidade: duas pessoas mas um só coração! Nós optamos, pelo Sacramento do Matrimônio, por ser uma só vida! Que esse meio tão poderoso de crescimento que as Equipes nos oferecem seja para nós um momento ansiosamente esperado a- cada mês. Dai-nos, Senhor, descobrir mais profundamente esse maravilhoso meio de santidade.

Pe. Pedro Sallet Conselheiro Espiritual das Equipes 4 e 12 de Curitiba .. I:

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Em vãÓ tel)taremos construir se Deus · não estiver conosco, Ele não for o arquiteto, se não conduzir a obra. der o plano, esqolher os operários e dirigir tudo Ele mesmo .. á!!Stà.ria uma pedra defeituosa ou mal colocada ' para comprometer o equilíbrio do edifício. ~ . pois Jesus Cristo que é preciso buscar, .é pom Ele que é preciso construir, . é para Ele que é preciso edificar•. é Seu Espírito que é preciso buscar ~ . colocar como fundamento de tudo:

Antoine Chevrier-

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COMPARTILHANDC O AMOR DE . CRISTO

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(De uma resposta ao tema de estudos "Reunidos em nome ' de Cristo"; ' 39 caderno)

O amor de Cristo manifesta-se fundamentalmente e se define por trazer até nós o amor do Pai. Nosso amor, reciprocamente, seria retribuir ao Pai este amor através da imitação do amor de Cristo. Só há um veículo para isto, na prática: o amor a nossos irmãos, membros visíveis do Corpo de Cristo, em que Jesus se projeta e com quem se identifica de maneira total e insofismável: "O que fizestes ao menor destes, a mim o fizestes." (Mat. 25, 40). A realização concreta deste amor tem todas as características de uma co-participação, aberta, alegre, ilimitada, dentro das perspectivas ditadas pelo próprio Cristo. A equipe, na medida em que propõe o auxílio mútuo como um de seus objetivos fundamentais, coloca-se também como um laboratório de amor cristão, utilizando-se da co-participação em todos os seus momentos como um poderoso instrumento de manifestação de abertL;:ra recíproca e de caridade. Na prática, há que se enfrentar vários problemas, oriundos das dificuldades no relacionamento humano e, principalmente, de um egoísmo terrível que faz com que nos voltemos sistematicamente para dentro de nós mesmos, fazendo tábua rasa das características e das carências dos nossos irmãos. O ideal, como coloca bem a interessante história do alfaiate que sempre toma novas medidas, seria que tivéssemos com o outro a permanente preocupação de reavaliar suas angústias, redimensionar as realidades que, nos vários momentos de sua existência, lhe trazem novas configurações, humanas, sociais e espirituais.

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Há que se ter pelo irmão profundo respeito, capacidade de ouvir com humildade e paciência e, principalmente, interesse genuíno. Entendemos que o irmão deva ser uma constante preocupação em nossas mentes e não objeto de atenção episódica, que, no ritmo intenso de nossas vidas, mereça apenas o suficiente para acalmarmos nossa consciência. Achamos muito bonita a idéia do mandamento novo considerado não como novo no sentido de uma revelação nova, mas como um mandamento permanentemente novo, atual e vívido, para cujo exercício há necessidade de constante revitalização. É a descoberta permanente do amor cristão, o encontrar-se cada vez mais cheio de surpresas com as riquezas do irmão, figura viva do Cristo perante nós. Maria Leonor e Luís Carlos Gayott'O

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SOMOS UM MOVIMENTO EGOISTA?

(Da

Carta Francesa)

Por que fazemos partes de uma Equipe de Nossa Senhora? Seu objetivo inicial e primordial é o auxílio mútuo dos casais para "viver plenamente" o sacramento do matrimônio, sinal para os outros e para o mundo do amor infinito de Deus. Viver plenamente, no concreto do cotidiano, este sacramento, é assumir a "massa humana" onde o Senhor nos colocou: nosso lar, nossos filhos, amigos, parentes, nosso meio de trabalho. Ali devemos ser o fermento ... Se depender de nós, das nossas próprias forças, nada poderemos fazer. É Cristo que opera em nós se soubermos nos deixar penetrar por Ele. O auxílio mútuo na equipe é um meio para favorecer essa morada de Cristo dentro de nós. As exigências de oração, de meditação, de correção fraterna são meios colocados à nossa disposição com esse objetivo. A equipe não é, não deve ser um fim. Nem um grupo de amigos que tem prazer em se encontrar. Antes, a equipe é o lugar da exigência de uns para com os outros. É uma célula da Igreja. Lembremo-nos dos Atos dos Apóstolos: "Eles se mostravam assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna , à fra-ção do pão e às orações" (At. 2, 42) . E "com muito vigor, os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus" (At. 4, 33). É este o testemunho que devemos dar. Testemunho de vida, testemunho da palavra. Cada cristão está a serviço dos irmãos e isto é mais verdadeiro ainda tratando-se de casais. Cada um dá e recebe de acordo com os talentos recebidos do Senhor.

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Os membros das Equipes de Nossa Senhora, neste sentido, são todos "gente ativa", "engajada" na vida da Igreja e da sociedade. O movimento das Equipes, como movimento, não é um movimento de ação. O que o movimento e o fato de pertencer a uma equipe devem trazer a cada um dos casais é o auxílio, o estímulo nos engajamentos e atividades diversas a serviço dos irmãos, ajudando-os a colocar esses engajamentos no caminhar do Espírito de amor. A ação cotidiana a serviço dos nossos irmãos é muitas vezes árida, decepcionante e pode surgir a tentação de desistirmos. No entanto, é o Senhor que opera em nós. Ele tem os seus caminhos, que não são os nossos. A equipe deve ajudar-nos a discernir isto e a prosseguir no trabalho. Uma equipe cujos membros não se preocupasse com os seus engajamentos deveria interrogar-se. O que pudemos constatar é que a maioria dos casais que encontramos estão todos engajados nas mais diversas tarefas, inclusive aqueles que, embora às voltas com muitos trabalhos domésticos, praticam o acolhimento e a escuta dos outros. Lembremos Paulo VI em Roma, em 1976: "O casamento é um testemunho que se dá e uma missão que se cumpre. Por esta última dimensão, a instituição familiar está voltada para fora , para os outros." Terminamos com essa oração de um pastor evangélico encontrada numa revista: "Fazei, Senhor, que eu ame os outros sem · esquecer as coisas que preciso fazer; Fazei, Senhor, que eu faça as coisas sem esquecer as pessoas que preciso amar."

Michel e Marie-Laure (Setor E, Paris)

~

24- ·


O QUE ESPERAM OS CONSELHEIROS DOS EQUIPIST AS (E VICE-VERSA) (Do Boletim de Juiz de

Fora)

Reconhecendo a importância do Conselheiro Espiritual nas nossas equipes como aquele que estimula o nosso crescimento espiritual e nos ajuda a viver na dimensão maior de membros do Corpo Místico de Cristo, procuramos sempre ouvir a sua opinião sc.bre as atividades do Setor e buscar a sua orientação no campo pastoral e doutrinário. Na última reunião da Equipe do Setor com os conselheiros, depois de um primeiro tempo em que se chegou ao consenso de ~e programar um estudo da Familiaris Consortio para 83, numa segunda parte foi adotado o sistema de divisão em dois grupos, sacerdotes e leigos, para analisar as perguntas propostas: - Para os conselheiros: tComo esperam os sacerdotes que os equipistas de Nossa Senhora cumpram sua 'missão de lei-gos? Que esperam das Equipes de Nossa Senhora? - Para os leigos: Que esperam os equipistas de seus conselheiros espirituais? As respostas foram bem objetivas e as passamos a vocês por considerá-las merecedoras de especial atenção e reflexão: Respostas dos conselheiros:

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Que os equipistas estruturem bem suas famílias, cuidando primeiro da própria casa e depois do resto. Que vivam bem. Isto é muito importante porque às vezes se apresentam para o trabalho apostólico sem base para fazê-lo. Que sejam autênticos na fé e exemplo para os filhos. As vezes são equipistas pontuais mas não tão bons cristãos! Os assuntos que se aprofundam em uma reunião devem influenciar, transformar a vida dos casais nos meses subseqüentes. Uma reunião bem feita deve mostrar seus frutos benéficos ao longo dos dias que se seguem, mas às vezes nota-:-se que a reunião não tem um seguimento vivencial na vida do casal. -25-


-

-

Que os casais encarem com simplicidade os meios de aperfeiçoamento, e se empenhem em executá-los. As vezes não sabem bem o que são, ficando preocupados demais, "burocratizando" a fé. O Movimento deve levar as pessoas a um engajamento eclesial e nem sempre se nota isto. Equipe é Igreja. Espera-se que as equipes trabalhem como Igreja e dêem um testemunho de unidade.

Respostas dos leigos:

-Que os CEs sejam Homens de Deus, animadores espirituais, ajudando-nos a descobrir e a viver nossa espiritualidade própria. -Que conheçam e amem o Movimento das ENS: estudem seus documentos, participem das atividades progr amadas, como EACRE, Sessão de Formação, Encontros de Conselheiros, etc. - Que dêem testemunho de despojamento pessoal. - Que sejam membros ativos da equipe: vivam e convivam com ela. Que partilhem sua vida pessoal, manifestando sua confiança na equipe, acreditando na entre-ajuda. - Que trabalhem junto com o Setor e com o CR de sua equipe, seja na preparatória, na formal ou na orientação de qualquer dificuldade surgida. -

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-

Que levem a um aprofundamento na oração, a uma abertura para a grande Igreja, ajudando a equipe a ser verdadeira comunidade onde estão presentes a caridade fraterna e a ação missionária. Que ajudem a descobrir os carismas de cada um, orientando na escolha dos caminhos de ação mas sem impingir determinado apostolado. Que eles tenham unidade de ação e pensamento em rela~ão à Igreja e ao Movimento.

o Estas foram as idéias apresentadas pelos CEs e equipistas, num trabalho sério e profundo, mas que exigirá um retorno para não se tornar "letra morta". Propomos a cada um uma análise de seu comportamento pessoal diante delas, desejando que frutifique em mudanças concretas.

Leda e Edson -26-


ENCONTRO DE PASTORAL FAMILIAR

Com o objetivo de rever a caminhada dos últimos anos e trazer sugestões para a Assembléia da CNBB, as equipes dirigentes nacionais dos Encontros de Casais com Cristo, do Movimento Familiar Cristão e das Equipes de Nossa Senhora foram convidadas a participar de um Encontro Nacional de Movimentos e Serviços com a C.N.B.B., organizado, nos dias 5 e 6 de março, em São Paulo, pelo Pe. David Regan, assessor do Setor Família da CNBB. Lá estivemos, 3 casais da ECIR, o seu Conselheiro Espiritual, Pe. Antonio Aquino, mais Esther e Marcello, nossos Super-Regionais e membros do Pontifício Conselho para a Família. Ao todo, éramos 30 representantes do M.F.C., do E.C.C. e das E.N.S., f'ntre eles o caríssimo Pe. Alfonso Pastore, idealizador e assistente nacional do E.C.C., e que já foi conselheiro espiritual de equipe. Foram dois dias plenos de convivência fraterna, de abertura e de oração. Tratando-se de um primeiro contato nesse nível, seria prematuro esperar-se grandes projetos desse encontro. Se não chegou a grandes deliberações, foi para todos nós: - a oportunidade de conhecer-nos melhor, sem sofisticação, ao natural, cada movimento colocando seus objetivos, suas limitações, suas preocupações, de tal forma que, ao final, foi possível delinear-se alguns pontos comuns em cima dos quais convém canalizar os esforços, somando energias; - o Pe. Regan foi nos colocando a par dos anseios maiores da CNBB, suas dificuldades, a magnitude dos problemas com os quais se defronta, assim como as naturais contingências de uma Assembléia desse porte; - saímos todos plenamente convencidos da validade dos movimentos, cada um deles com suas especificidades, mas preenchendo uma ou várias reais necessidades pastorais da família; a espiritualidade conjugal é um componente constante, variando apenas conforme o enfoque que lhe é reservado. -27-


Dos diversos pontos comuns que surgiram, destacamos como devendo continuar a merecer nossos melhores esforços: - divulgar a espiritualidade conjugal e familiar com todos os instrumentos de que dispomos, especialmente nos retiros; - fazer tudo para que nossos casais se engajem na preparação próxima e remota do matrimônio, procurando com todo o empenho possível melhorar os cursos existentes; - preparar-nos para podermos oferecer aos casais separados, divorciados, em uniões de fato e outros o apoio na oração, encorajamento, misericórdia e sustento na fé e na esperança que precisam encontrar na Igreja, que somos todos nós. Damos graças a Deus por essa oportunidade que tivemos dé; uma vivência em comunidade, tornando-se cada um disponível ao ' Espírito Santo para poder cumprir a sua vocação cristã. Dirce e Rubens

o

Todos nós reconhecemos que os novos meios de evangelização que somos l'hamados a pôr em prática para corresponder às necessidades reais, humanas e espirituais, não poderão produzir seus frutos se nós próprios não nos esforçarmos por alcançar esta santidade na oração e na pureza do coração, zelosos pela justiça e animados por uma caridade sem limites, disponíveis como Maria.

PAULO VI

28-


O ESPIRITO SANTO EM AÇÃO: UM ENCONTRO PROVIDENCIAL

"Ribeirão Preto, 8 de abril de 1983

Caríssimos irmãos e irmãs das E.N.S. Paz e Bem

Não sei se vão se lembrar de mim, mas resolvi escrever para vos contar minha feliz experiência, aqui em Ribeirão Preto. Tendo trabalhado com as Equipes de Nossa Senhora e com a querida Equipe de Viúvas (1) (fui substituído por Frei Fred, que agora foi substituído por Frei Paulo César), não pude me esquecer das Equipes tão queridas. Estou trabalhando na periferia de Ribeirão Preto (Vila Recreio), um dos bairros mais pobres de Ribeirão Preto, mas assim mesmo, com minha movimentação pela grande cidade, acabei conhecendo num encontro (preparado pelo próprio Cristo, devido ao inesperado do acontecimento), um sr. que pertence à Equipe 14 aqui de Ribeirão Preto. Conversa vai e vem e acabamos nos identificando como Equipistas, para nossa imensa alegria. Do bate-papo ao convite para assumir a Equipe 14, que há oito anos estava sem assistência sacerdotal (2), foi um pulo. Acabei aceitando, com muita alegria minha e dos casais também. Foi uma festa nosso primeiro encontro (não material, mas espiritual) . Agora já estou, juntamente com a Equipe, fundando mais uma ou duas Equipes aqui no meu bairro, para trazer para cá e aos casais mais necessitados o imenso e rico material humano e divino das E.N.S. (1} Em Petrópolis. (2) Contava com assistência diaconal.

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Sou aquele padre que escreveu a vocês agradecendo a minha participação nas E.N.S. em Petrópolis em 1981 (1), e agora compartilho minha alegria com vocês por ter descoberto novamente as Equipes aqui em Ribeirão Preto. Parabéns pelo trabalho contínuo de vocês em prol dos casais e contem sempre com minhas orações. Pe. Frei José Valter Rossini, OFM Equipe 14, Ribeirão Preto (Nossa Senhora do Bom Parto é o nome da equipe)

E.T. -

Formamos aqui na Vila mais duas Equipes e já estamos preparando uma terceira."

o

"São Paulo, 22 de abril de 1983 Caríssimo Pe. Rossini, Recebemos com imensa alegria sua carta relatando sua experiência em Ribeirão Preto e o seu encontro "fortuito" com as Equipes de Nossa Senhora daí. Desde já assumimos em nossas orações suas equipes e rogamos ao Pai que lhe permita continuar firme em seu ministério, sempre aberto aos Seus apelos. Para nós é extremamente significativo que as E.N.S. possam cumprir sua missão junto aos mais simples. Isto revela toda a magnitude do Dom de Deus. Finalizando, pedimos que escreva sempre, relatando suas preciosas experiências. De nosso lado, estaremos sempre prontos a ajudá-lo no que precisar.

Dirce e Rubens de Moraes"

(1)

Cf. C. M. de abril de 1982.

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"RESPIRANDO HOSPITALIDADE E CARINHO ... "

Obrigada, Senhor: é sempre o que tenho vontade de dizer quando penso em como sou feliz por ter um lar cristão e pais equipistas. No começo deste ano, tive uma experiência que ficará marcada para sempre. Sem conhecer Curitiba, tínhamos que ir para lá, Cynara e eu, enfrentar o fantasma do vestibular. O que fazer? Imediatamente, e com muita naturalidade, paizinho pegou alguns endereços de equipistas e telefonando para Regina e Ruy, responsável regional, sem conhecê-los pessoalmente, pediu informações sobre pensionatos. Com muita amabilidade e também sem conhecê-lo, tia Regina tranqüilizou-o e procurou pensionatos, mas somente para depois do vestibular, pois antes ficaríamos em sua casa sem dar-nos chances de recusar. Como nunca tínhamos tido nenhuma experiência como essa, estávamos, eu e Cynara, meio apreensivas, mas fomos, conhecendo apenas nomes de algumas pessoas da família e que seríamos esperadas na Rodoviária. Como nos encontraríamos? A senha era a Carta Mensal que levaríamos conosco. Assim que chegamos na Rodoviária e fomos encontradas por Cristina e Antônio, filhos da tia Regina, percebi que algo muito bom iria acontecer. Já estávamos respirando hospitalidade e carinho. E assim como chegamos foi a nossa permanência. Sentia que estávamos em casa. O carinho e aten~ão de tia Regina e tio Ruy parecia o de nossos pais, e a convivência com Cristina, Antônio e Ruy Inácio era de irmãos. Visitamos museu, passeio público, cinema, shopping, igrejas, teatro. . . Conversamos muito, ouvimos música, vimos slides, jogamos baralho, cantamos, tocamos violão ... Não me senti, por nenhum momento, intrusa, perturbando a ordem da casa, pois ninguém deixou de fazer seus: programas para nos "fazer sala". De Curitiba trouxe esta lição: Como é bom ser bom ... Hoje, quando ouço algo de Curitiba me interesso muito mais que antes e mais uma vez agradeço a Deus por mais essa oportunidade de aprender coisas boas.

Clayme Andrade Telles <Filha. de Cla.udette e Jayme, da. Equipe 1 de Catanduva>

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REENCONTRO

DE

PEREGRINOS

Um dos frutos da Peregrinação a Roma tem sido favorecer a amizade entre casa!s vindos dos mais diversos pontos. O que segue é o relato de como alguns casais conseguiram cultivar essa amizade e realizar um reencontro fraterno.

Aproveitando um feriado, casais de Porto Alegre, São Carlos, Catanduva, São Paulo e São José dos Campos que se conheceram em Roma na "Casa" 52 reencontraram-se por alguns dias em casas de dois deles em Aguas da Prata, S.P. Quando em Roma, por estarem alojados em Sta. Severa, a 60 kms da cidade, todas as manhãs ficavam por muito tempo esperando os ônibus, que atrasavam bastante. Esta circunstância, que poderia ter sido causa de aborrecimento, na realidade favoreceu a amizade entre os 15 casais portugueses, 15 brasileiros e o Pe. Silvio, de Catanduva. Desde os primeiros momentos, recriou-se o clima de amizade e espiritualidade da Peregrinação. Na primeira noite, houve uma coparticipação durante a qual os casais - que em Roma participavam de equipes diferentes - ficaram se conhecendo mais em profundidade. Depois, o tempo foi curto para relembrar tantas emoções partilhadas. Trocaram-se fotos, recordou-se Assis e a audiência com o Papa e, é claro, cantou-se o "Ecce Fiat" que ainda ressoa nos ouvidos de todos. Além da missa, o ponto alto foi a reunião de oraçao, quando todos agradeceram a Deus por tantos benefícios recebidos e pela amizade, que deseiam cultivar promovendo novos encontros, abrangendo então mais casais. A experiência foi tão gratificante que querem deixar a sugestão para que todos os peregrino!? se animem · a organizar reuniões semelhantes, pois, segundo afirmam: vale a pena! -32- .


LIVROS A EUCARISTIA QUE CELEBRAMOS -

Pe. Jovia.no de Lima Jr. -

Edições

Paulinas, 1982. O autor, da Congregação do Santíssimo Sacramento, professor de liturgia, é muito conhecido pela sua coluna sobre os sacramentos no folheto litúrgico "O Domingo". Neste livrinho, cuja capa, aliás, é bem sugestiva, cada um dos momentos e gestos da celebração eucaristica nos são apresentados no seu sentJdo profundo e na sua relação com e. nossa vida - e também, em passando, no seu contexto histórico ou bíblico. "Fé e vida não se separam. As celebrações da fé são celebrações de vida. Por trás da.s palavras, dos gestos e dos sinais encontra-se uma concepção de vida que envolve e. presença do homem no mundo, seu relacionamento com Deus e com seus semelhantes."

Instrumento de duplo valor nas mãos de animadores litúrgicos. membros de equipes de liturgia - pelo seu caráter didático e para renovar, fundamentar melhor as celebrações (e mesmo corrigir erros!). Bom para ajudar as eqUipes de adolescentes e jovens a entenderem melhor a ml8sa. E também p&ra pessoas afastadas que recomeçam a freqüentar a Igreja. l'RAZER EM CONHE~-LO! -

Dirce Bastos P. da Silva -

Edições Paull-

nas, 1982. Como o título sugere, é um livro sobre o autoconhecimento, "primeiro passo para a maturidade e ponto de partida para qualquer empreendimento humano". Começa com a entrada na adolescência e vai até o casamento. Lembrando a importância do contexto familiar na formação da personalidade e o impacto de uma educação err.a da ou deficiente, a autora proclama: "Só o testf!munho do amor ensina a amar." Mostra como o conhecer-se e a maturidade que este autoconhecimento confere são importantes em todos os momentos e principalmente na hora das opções fundamentais. "Do autoconhecimento depende a auto-realização, permitindo uma resposta consciente à vocacão." Embora possa ser lido com proveito por adultos que nunca tiveram a oportunidade de parar e interrogar-se: "Quem sou eu?", o livro é realmente muito adequado para adolescentes. defrontados com questões e exemplos que os deixam perplexos. A autora aborda todas as deformacões do amor, ajudando, com a sabedoria de uma psicóloga e a firmeza da educadora que é. a discernir o caminho certo entre tantos desvios.

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Insiste sobre a força da mente, do pensamento positivo. de uma atitude otimista frente à vida. da confiança em si e em Deus. como em tudo que escreve, a grande Presença é a do Amor. sua psicologia se refere a um mestre apenas: Jesus Cristo. Quando não é explicitamente, aparece entre as linhas. ''O ponto de partida para ser cristão, é o autoconhecimento: Amarás o próximo com.o a ti mesmo implica que o respeito e a compreensão do outro têm que partir do respeito e da aceitação de si próprio."

No fim do livro. ela cita Santo Agostinho: "O que poderá dizer aquele que fala de 'I!? E. no entanto. ai daqueles que se calam de Ti." Nossa companheira de redação certamente não se enquadra nesses! O que Dirce realiza - é o segundo livro que nos dá: o primeiro, ''Pais, amigos ou censores?" (Edições Paulinas. 1979), já está na 511> edição - é um verdadeiro apostolado pf'la comunicação escrita. Não há dúvida que tem uma vocação especial para Isto! ALELUIA -

Josué Montello -

Ed. Nov.a Fronteira, 1982.

Um contemporâneo de Cristo, judeu, é testemunha de sua pregação, de sua vida e de sua Paixão. Fiel da Lei antiga, ê convertido por um milagre que o toca de perto, deixa tudo e segue o Mestre. Quando da prisão, julgamento e crucificação de Cristo, revolta-se contra a debandada dos discípulos, mas também sofre violenta crise de fé, não entendendo como nem por que o Filho de Deus pode ser torturado, ultrajado e morto sem que o Pai O salve. Finalmente, compreende. ~ uma meditação sobre Cristo, sob forma de narrativa histórica, multo viva e bem escrita, por um dos melhores romancistas atuais do Brasil. BATISMO DE SANGUE -Frei Betto- Ed. Civilização Brasileira, 1982. Um livro impressionante, um depoimento histórico sobre uma f.ase trágica e recente de nossa história, o episódio da prisão dos estudantes dominicanos, com descrições terríveis dos sofrimentos por que passaram, inclusive da destruição psicológica e conseqüente suicídio de Frei Tito de Alencar. Além de uma lição de fé, é uma meditação sobre a presença e .a atuação do mal no mundo. Ademais, Frei Betto escreve muito bem. Leitura indispensável.

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ALGUNS DADOS ANIMADORES

No momento em que está prestes a efetivar-se a divisão dos dois Setores de Brasília, desdobrando-os em quatro, e a divisão do Setor E do Rio de Janeiro em dois, não podemos conter a vontade de comentar com vocês esses dois fatos extremamente significativos: Brasília, que comemorou há pouco dez anos de existência, já reúne condições, tanto em relação ao número de equipes quanto à existência de casais preparados, para assumir a responsabilidade de quatro Setores! É uma prova eloqüente do cuidado com que o Movimento foi lançado na Capital da República, dotando-o da necessária formação que o credencia hoje a essa exuberante demonstração de vitalidade. E não podemos esquecer-nos de que também muito contribuiu para isto nosso saudoso Frei Jamaria. O Setor E do Rio de Janeiro surgiu em 1979, desdobrado do Setor B, tendo sido confiado ao zelo apostólico de Therezinha e Thiago. Hoje, conta com 16 equipes situadas na Baixada Fluminense, nas localidades de Padre Miguel, Bangu, Marechal Hermes, Realengo, Acaraí e Nova Iguaçu. Dividindo-se o Setor em àois, um deles será confiado a um casal de Padre Miguel. Como Brasília, o Setor também dispõe de muitos casais que já participaram de Sessões de Formação, Mutirões, Cursos de pilotos e ligações, e estão aptos a assumir missões de responsabilidade no Movimento. Que esses dois exemplos possam animar os casais que às vezes hesitam em dizer sim quando convidados a participar dos encontros de formação programados pelo Movimento (1), e que são indispensáveis para garantir a marcha das E.N.S. na direção em que Deus nos enviar, independentemente das condições culturais, sociais ou econômicas dos casais, preocupados apenas com o nosso c.bjetivo fundamental: ajudá-los a responder ao apelo de Cristo: "Vem e segue-me". Neste Ano Vocacional, trata-se de uma excelente forma de vocação!

Dirce e Rubens (1)

De 1976 a 1982, 200 casais passaram pelas Sessões de Formação.

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Estudando-se a estatística de evolução das equipes desde 1976, vé-se que Brasília e o Setor E do Rio de Janeiro se situam nas Regiões que tiveram o maior crescimento em número de equipes; sem uma estatística mais detalhada, não se pode afirmar que sejam exatamente esses dois setores os responsáveis por esse crescimento, mas é de supor-se. As Regiões que tiveram o maior número de equipes em pilotagem desde 1976 e, principalmente, desde 1979, são as do Rio de Janeiro, Centro-Leste e Rio Grande do Sul - ocasionando recentemente, no caso desta última, o desdobramento de três em quatro Setores e a cria-ção de um quinto Setor abrangendo as equipes da antiga Coordenação do Interior do R.G.S. Vejamos os números: Regiões

76 a 79

79 a 82

Total

Rio de Janeiro

33

61

94

Centro-Leste

20

54

74

Rio Grande do Sul

19

46

65

• QUANTOS SOMOS

1976

1979

1981

1982

510

596

671

769

60

83

83

77

Equipes em A. Aprofundamento 13

64

54

Equipes normais Equipes em pilotagem

7 -

Total:

<1)

583

743

808

(1)

853

Em 1976, éramos o 39 pais do mundo em número de equipes. Agora somos o 29.

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NOTíCIAS DOS SETORES SANTOS -

Vinte e cinco anos

Completou a Equipe 1 de Santos vinte e cinco anos de existência, e com isso o Setor comemorou o jubileu de prata do Movimento na Baixada Santista. No sábado, 9 de abril, realizou-se cerimônia congregando todo o Setor, com a presença do Casal Regional, Thais e Duprat, e também de Nilza e Caldeira, Casal Responsável do Setor do "A.B.C.". No final da Missa, celebrada pelo Frei Eugênio Parisi, Conselheiro Espiritual da equipe jubilar, Vania e Walter, responsáveis pelo Setor, leram mensagem do querido Pastor, D. David Picão, que não podia comparecer por encontrar-se em Itaici, participando da reunião da C.N.B.B. (1) Nelito, iniciador do Movimento em Santos, apresentou o histórico da equipe, que continua até hoje com os mesmos casais, acrescidos de um casal proveniente de Jundiaí. As Equipes de Santos presentearam a equipe pioneira com uma bonita imagem de Na. Sra. do Monte Serrat, padroeira da equipe. Seguiu-se confraternização, em que a alegria era geral. No dia 28, a Equipe 1 comemorou os 25 anos de sua primeira reunião com uma missa em ação de gra·ças, da qual participou grande número de equipistas. E recebeu outro presente, desta feita espiritual: ao cumprimentar a equipe, no final da missa, Vania e Walter anunciaram o lançamento de mais duas equipes em Santos. (Abril também marcou o início de uma pré-equipe, mas isto a equipe já sabia, pois o piloto, Cidinha e Vitali, é exatamente um dos seus casais!). -

Assembléia do Setor

Na passagem do seu segundo ano à frente do Setor, Vania e Walter reuniram novamente os equipistas, para um balanço das atividades do Setor. Compareceram 33 casais, 4 equipistas sem o respectivo cônjuge e 8 Conselheiros Espirituais. Além dos avisos e exame do calendário, cada departamento do Setor apresentou relatório de sua atuação. Foi distribuído aos presentes um (1)

Cf. pãginas 13 a 15.

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"Recado"- por sinal muito bem dado- do Responsável do Setor aos equipistas sobre a valorização da presença do Conselheiro Espiritual em nossas equipes. Houve ainda plenário aberto, durante o qual todos tinham a oportunidade de apresentar sugestões. problemas ou ainda reclamações. No fim da reunião, Vania e Walter fizeram uma exposição sobre sua peregrinação à Terra Santa. RIO DE JANEIRO -

"Reunião-retiro"

Realizou a Equipe de Setor do Setor C do Rio, na residência de- verão de um casal do Setor em Teresópolis, uma reunião "sui ge.neris": foi uma "reunião-retiro", durante a qual foram estudados problemas das Equipes e do próprio Setor. Duas palestras, sobre os temas "A importância da vida interior e da vida de oração" e "Conscientiza·ção do casal para o uso dos meios de aperfeiçoamento na sua espiritualidade", foram proferidas pelo Pe. Javier, Conselheiro Espiritual do Setor e seguidas de reflexão dos casais. Na primeira noite, houve uma mesa-redonda sobre o tema "Partilha sobre a problemática do casal nas E.N.S.", terminando com uma reflexão sobre I Cor. 13, 1-13. O segundo dia teve o seu ponto alto na celebração da Santa Missa, quando os doze participantes e o celebrante, à cabeceira dR grande mesa retangular transformada em altar, reviveram a Ceia de Cristo com os Apóstolos. O encontro foi altamente valioso, possibilitando, em clima de grande espiritualidade e muita fraternidade, o equacionamento e a solução de quase todos os problemas abordados. -

Inter-equipes de férias

A Região Rio, sensível aos apelos do Movimento visando não interromper o ritmo espiritual nas férias, elaborou roteiro para reuniões mistas destinado àqueles que se encontravam de férias em Teresópolis. O roteiro constava de Ora·ção ao Espírito Santo, Dpresentação-coparticipação, partilha (depoimento acerca da realização de cada um na própria equipe), tema-oração (o evangelho do 2. 0 domingo da Quaresma), com meditação e comentários, seguido de orações pessoais, intenções e Magnificat, encerrando-se a reunião com almoço de confraternização. A notícia vem oportunamente, propiciando suscitar iniciativas semelhantes, que pedimos nos comuniquem depois para podermos dívulgá-las.

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-Retiro

"Abril é tradicionalmente o mês do primeiro retiro das ENS no Rio", escreve a Daisy, nossa fiel correspondente. "Nos dias 15-16-17, tivemos a presença de 25 casais na Casa de Retiros Pe. Anchieta, na Gávea. O pregador, Pe. Aloysio Penna, foi muito feliz em suas colocações, ricas de reflexão para todos. Mais uma vez notou-se a importância do silêncio num retiro - que é um encontro com Deus na oração e não pode ser tumultuado com conversas e discussões de temas. Chamou a atenção a presença de muitas 'caras novas', sinal evidente do crescimento das nossas Equipes." -

Preparando-se para o compromisso

O próprio Conselheiro Espiritual da Equipe B8, Setor C, Pe. José Teles Arruda, resolveu relatar a. experiência realizada na sua equipe:

"Durante dois dias a equipe reuniu-se em Teresópolis para se preparar para o compromisso nas Equipes de Nossa Senhora. Foram momentos de estudos e recolhimento, com o Conselheiro Espiritual. No semblante de todos havia alegria e disposição para o momento feliz que os aguardava. Nesta equipe, há união fraterna entre todos os membros, compreensão absoluta e amizade sincera. Interesse de cada casal pelas famílias dos outros, exemplo de uns para com os outros no cumprimento dos deveres religiosos, apostolado nas paróquias que freqüentam. Participação na liturgia da Palavra, orientação de jovens e outros movimentos. A reunião terminou com a Santa Missa, participada por todos, que então fizeram o seu Compromisso. Que Deus abençoe nossa equipe, fazendo-a prosperar no verdadeiro amor a Deus e a nossos irmãos em Cristo." . Amém, Padre José I E possa o exemplo de sua equipe ser um incentivo pn.ra que todas se preparem com a mesma seriedade para. esse passo importante na vida de uma equipe.

CURITIBA -

Boletim

Recebemos, com alegria, o primeiro número do Boletim "Informa-C", informativo do Setor C, como o nome indica. Traz um editorial do Conselheiro Espiritual do Setor, Pe. Jorge Morkis (polonês, ordenado em Cracóvia), também Conselheiro da Equipe 10, que se apresenta detalhadamente nesse boletim, com a histó-39-


ria de sua padroeira, Nossa Senhora da Salete. Seguem notícias relativas à programação do Setor e do Movimento em geral e apelos para que se acompanhem os tempos fortes da vida da Igreja - Campanha da Fraternidade ("os equipistas deverão motivar pelos meios possíveis a vivência dessa Campanha em suas paróquias, seus ambientes de trabalho e todos os outros lugares que cercam a cada um"), Ano Santo, e Ano Vocacional: "dediquemos ora-ções e ações concretas para despertar vocações e que as já existentes perseverem". Termina o boletim com um artigo de Maria e Ruy Leal, "A peregrinação continua", que transcreveremos oportunamente. GUARATINGUETA- Equipes jovens

Escrevem, entusiasmados, Heloisa e João Maurício, responsáveis pelo Setor: "Após um ano de preparação, com reuniões periódicas, vimos um sonho muito antigo realizado no dia 9 de abril: a 1.a reunião das equipes jovens". São duas equipes, cada uma composta de 10 jovens, de 14 anos para cima, e acompanhadas por dois casais da Equipe 7, Dedé e Paulo e Maria Alzira e Alcy. Os Conselheiros são os seminaristas Xavier e Maury. "Desejamos que nossos jovens se realizem neste chamado de Cristo, continuam Heloisa e João Maurício, para que seja o ponto de partida da caminhada de uma vida cristã cheia de êxitos e &legrias, e possam ser a luz do mundo, seja qual for o meio em que estiverem." E acrescentam: "Pedimos a todos nossos irmãos equipistas que se unam a nós em oração para que esse nosso movimento cresça e dê bons frutos e também pedimos àqueles que já têm experiência neste trabalho que se comuniquem conosco, colabo'tando para um melhor andamento deste movimento tão importante para todos nós." O endereço de Heloisa e João Maurício : Rua Mons. Filippo, 346 12 . 500 - Guaratinguetá, SP e o telefone: (0125) 32-2187.

Reuniões mistas

Com casais de Guaratinguetá e Aparecida, foram formadas 9 equipes, que se reuniram, cada uma com um Conselheiro Espiritual, em torno do tema da Campanha da Fraternidade, "Fraternidade, Sim, Violência, Não". Além do entrosamento entre os casais das diversas equipes, o ponto alto foi exatamente o estudo -40-


do tema: a violência que atinge o mundo todo foi lembrada nas mas mais diversas formas e dimensões. Por ser muito amplo o assunto, procurou-se aprofundar principalmente a violência na família, suas causas, seus efeitos e sugestões para vencê-la. As oraç.ões e a coparticipação foram também relacionadas com o tema. TAUBAT~ -

Debate no Seminário

Antes da ordenação de 22 padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, o Reitor do Instituto Teológico, Pe. Silvino Kunz, convidou o Setor de Taubaté para expor aos futuros padres o que são as Equipes de Nossa Senhora. Para tanto, foi convidada a Equipe 18, que compareceu ao Seminário para responder às indagações dos jovens religiosos. A reunião desenvolveu-se em forrna de mesa-redonda, com perguntas e respostas, dentro de um clima a um tempo acalorado e repleto de caridade. Ao final, os futuros sacerdotes ficaram empolgados com os trabalhos e com o que são as Equipes de Nossa Senhora. SAO CARLOS -

Peregrinação a santuário mariano

Completando a programação da Semana Santa organizada pelas Equipes de São Carlos, e que constava de Hora Santa, na Quinta-feira Santa, na qual tomaram parte 30 casais, e de adoração ao Santíssimo na Catedral, a cargo da Equipe 14, o Setor realizou, na Sexta-feira Santa, a exemplo de anos anteriores, peregrinação à Capela de Nossa Senhora Aparecida (Babilônia) local que dista doze quilômetros da cidade. Tomaram parte nesta manifestação de fé e devoção mariana 37 casais. As meditações estiveram a cargo do Pe. Benedito do Carmo Ayres, Conselheiro Espiritual do Setor. O roteiro constava de cinco partes: I - Para onde vamos? II - Deus na história dos homens. III- Misericórdia de Deus e maldade dos homens. IV- A Terra Prometida. V- Cristo, a verdadeira Ter?·a Prometida. Acompanhavam as reflexões leituras da Palavra de Deus e cânticos, na maioria os da Campanha da Fraternidade. -

Auxílio a desempregados

"Há oito meses, escrevem Maria e Carlos Musetti, nossos corrrespondentes, os funcionários da Usina Tamoio, na Diocese de São Carlos, não recebem seus salários. Visitando as famílias daqueles operários, o Pe. João Maria Petenusso pôde constatar as grandes dificuldades por que passam. Em decorrência, associando-se a toda a comunidade, as Equipes realizaram campanha de arrecadação de alimentos e agasalhos, que foram encaminhados, -41-


já em boa quantidade, aos irmãos que vêm enfrentando aquela difícil realidade." -

Preparação do EACRE

Desde o mês de abril o Setor inteiro começou a se movimentar para que tudo possa sair a contento no EACRE que será reaJi.zado nos dias 2 e 3 de julho naquela cidade. Exemplar a organização, dividida em quatro setores (apoio humano, apoio espiritual, apoio material e apoio organizacional) e envolvendo 89 casais ... No entanto, escrevem Maria e Carlos, "os equipistas estão bem conscientes de que com apenas as próprias forças nada poderão realizar" e querem contar com o maior número possível de orações. BAURU -

Jejum fraterno

A Equipe 3, Nossa Senhora Auxiliadora, em sua reumao de março, no período da Quaresma, resolveu fazer uma reunião um pouco diferente. Combinando com o espírito do tempo litúrgico, a refeição foi apenas um chá com pão torrado. A quantia que teriam gasto com o prato que cada casal deveria ter levado para a refeição foi recolhida e encaminhada para um pequeno fundo para os desempregados que está sendo organizado na comunidade elo núcleo residencial Geisel. Sentimo-nos gratificados com esta notícia, pois é exatamente o que sugeríamos no ar tigo da C.M. de março sobre a Campanha àa Fraternidade (pág. 10). SOROCABA -

Compromisso coletivo

No transcorrer de missa especialmente marcada para a ocasião e celebrada pelo Bispo Diocesano, D. José Lambert, também Conselheiro Espiritual da Equipe 1, desenvolveu-se, logo após o Evangelho, o ato de compromisso de 33 casais. A cerimônia foi simples, porém muito tocante. Cada equipista declinava o seu nome, seguindo-se a leitura em conjunto dos termos do Compromisso pelos que o assumiam: "Tendo consciência dos verdadeiros objetivos da vida cristã, aceito ser membro, por inteiro, do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Eu me comprometo a assumir as regras defini'das pelo Movimento, a zelar pela unidade e pela presença da Igreja em marcha no mundo de hoje, sem cálculo, sem reticências, procurando dar a este mundo um testemunho, prestar ser-42-


viço, seguindo Jesus .Cristo e com a ajuda da Virgem Maria. Amém." "Esta maciça e decidida adesão ao nosso Movimento, escrevem Maria José e Hélio, Responsáveis pelo Setor, foi de extraordinária significação para o Setor de Sorocaba, que vê assim concretizar-se a esperança para a realidade de uma comunidade cristã com mais alento e força para testemunhar o Evangelho." PINDAMONHANGABA -

Filhos na cozinha do retiro

O primeiro retiro realizado pela Coordenação transcorreu em regime fechado e de silêncio, com a participação de 26 casais, auxiliados, a exemplo do que ocorreu em Guaratinguetá, pelos próprios filhos, que tomaram conta da cozinha. Foi pregado pelo Pe. Francisco V. Costa e teve como tema a Familiaris Consortio. A Coordenação já está preparando o próximo, que será realizado em julho. REGIAO SAO PAULO NORTE -

Encontro

Realizou-se, na tarde de 27 de abril, no Colégio Santa úrsula, em Ribeirão Preto, um encontro dos quadros e Conselheiros Espirituais da Região São Paulo Norte com o Pe. Aquino, Conselheiro Espiritual da ECIR. "Foi muito proveitoso e gratificante o encontro, escrevem Heloísa e Ary, Responsáveis Regionais, a quem agradecemos a notícia. Prestigiando o acontecimento, esteve presente o Arcebispo de Ribeirão Preto, D. Romeu Alberti, que muito impressionou com suas ricas e profundas colocações. Foi um momento forte que vivemos nesta Região e acreditamos que deste encontro muitos frutos surgirão para o crescimento do nosso movimento." MOGI DAS CRUZES -

Retiro

"Nosso Senhor, mais uma vez, velou por nosso retiro, escrevem Maria do Carmo e Paulo, da Equipe 2 de Mogi, referindo-se ao retiro realizado de 8 a 10 de abril, no Sítio Betânia, com a participação de 16 casais e 2 viúvas, sob a responsabilidade da EquipP 7. "Padre Barra, com muita dedicação e alegria, foi o dirigente espiritual, e levou-nos a aprofundar o sentido dos Sacramentos na caminhada de nossas vidas de equipistas. Foram momentos de reencontro com Deus, irmanados nos cânticos, via-sacra, orações e, principalmente, nas celebrações da Penitência e da Eucaristia. Para nossa surpresa, no domingo fomos agraciados com a presença de quatro Bispos que participavam em Itaici da reunião da

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C.N.B.B. e aproveitaram a tarde livre para uma visita à nossa Diocese: juntamente com D. Emílio, nosso Pastor, vieram D. Gutemberg, Bispo de Coari (Amazonas), nossa Igreja-Irmã, D. Edilberto, Bispo de Oeiras (Piauí) e D. Castanho, Bispo Auxiliar de Santos e Conselheiro Espiritual da Equipe 16 daquela cidade. 'Iodos nos deixaram um testemunho de fé baseado nas experiências vividas em suas regiões. Rendemos graças a Deus por mais esse retiro evangelizador, de conteúdo simples e profundo." -

Com os velhinhos

A Equipe 8, Na. Sra. da Penha, vem se dedicando ao apostolado dos velhinhos do Instituto Pró-Vida São Sebastião. Foi feita uma escala de serviços e, a cada domingo, um casal da equipe se locomove até o Instituto para fazer uma visita aos velhinhos. O Instituto, que abriga atualmente 40 velhinhos, é uma entidade dirigida pelo Pe. Vicente, Conselheiro Espiritual das Equipes 5 e 8. GARÇA -

Retiro

Com o comparecimento de quase 90% dos casais equipistas, realizou-se o retiro da Coordenação de Garça, na Creche Dona Leonor, das Irmãs Franciscanas. Foi pregador o Pe. José Marques Dias, Redentorista, da Basílica Nacional de Aparecida do Norte. As palestras e reflexões versaram sobre a Semana Santa, a Redenção e a opção pelos pobres. Todos os participantes tiveram a oportunidade de fazer sua confissão individual antes da missa de encerramento, quando, com a colaboração dos Conselheiros das Equipes, Pe. Luís Carlos e Pe. Matiaze, foi ministrado o Sacramento da Reconciliação. SAO PAULO/E -

Informativo

Recebemos de Márcia e Simão, novo Casal Responsável pelo Setor, o Boletim Informativo do Setor, trazendo informações colhidas no Encontro de Responsáveis de Setor e Coordenação, o movimento financeiro do Setor, consulta sobre retorno das comunicações do Setor e convite para uma reunião plenária sobre o tema da Campanha da Fraternidade. O Setor E foi também o encarregado da organização do Encontro Mensal da Região São Paulu/ A do mês de maio. Por feliz sugestão da Equipe 11, aceite pelo Regional e demais Setores, ao invés da missa, o encontro constou de palestra sobre o Rosário, a cargo do Pe. José Loscial, da Paróquia Na. Sra. dos Remédios, ilustrada com projeção de slides e acompanhada de música e cantos. -44-


VOLTARAM PARA O PAI Padre José Bertilo Flach

Conselheiro Espiritual das Equipes 16 e 39 de Porto Alegre (Setor D). Vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Caravaggio, diretor da escola agrícola de Cachoeirinha, RS, e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O Pe. Bertilo voltou ao Pai uma semana antes de completar 50 anos, após sofrimento de cerca de cinco meses de uma enfermidade que o consumiu lentamente. "Conselheiro da Equipe 16 há 10 anos e da 39 há 3 anos, escrevem Dionéa e Hermes, Casal Responsável pelo recém-fundado Setor D, o Pe. Bertilo batalhou muito pela atuação do leigo na Igreja hoje. Ele comentou diversas vezes que devia muito de sua espiritualidade às Equipes de Nossa Senhora". Com a volta do Pe. Bertilo ao Pai, o Movimento conta com mais um intercessor no Céu. Augusto José de Vasconcelos

Da Equipe 10 de Brasília (Setor B). Casado com Teresa Cristina. No dia 30 de abril, em acidente automobilístico no Eixo Rodoviário Sul. Disse D. Avila, Conselheiro Espiritual da Equipe, na missa de corpo presente: "No dia da reunião da equipe, combinamos participar ontem da peregrinação em torno da Catedral, da missa da meia-noite e, depois da missa, faríamos uma reunião informal. Houve ontem as duas coisas. Só que a peregrinação dele foi melhor que a nossa, porque fez a peregrinação definitiva. E a nossa reunião informal foi um terço que a equipe rezou ontem à noite aqui, em torno do seu corpo. . . Augusto, aquele mundo que você sonhou, um mundo de justiça total, de perfeita harmonia, de plena fraternidade nunca existirá aqui não. Aquele mundo é aí onde você está. Você deve estar agora gozando do mundo que você sonhou. Temos certeza que você está em Deus. Sabemos que você está vivo. Esperamos o dia em que nossa Equipe 10 poderá de novo se reunir com os seus 8 casais, na Glória de Deus. Augusto, no domingo passado você me disse: '·até sábado na peregrinação". Neste domingo, eu digo, em nome de todos nós: até domingo, até o dia do Senhor, que será um dia pleno de felicidade para todos nós". Olávio Banfante

Da Equipe 10 de Criciuma. Há anos sofria do coração, e um enfarto o levou no dia 7 de maio. Trabalhava no Setor e sua disponibilidade para com o movimento era total. Diariamente rezava de mãos dadas com Maria o Magnificat e, durante a missa de corpo -45-


presente, Maria rezou-o com ele pela última vez, colocando suas mãos sobre as dele. Por certo continuarão rezando diariamente, ela aqui, ele junto do Pai. NOVOS RESPONSAVEIS EC IR

Dirce e Rubens transmitiram a responsabilidade da ECIR para Cidinha e Igar Fehr. Niterói

Heloisa e Délio Erthal Tardim substituem Helena e Paulo Xavier à testa do Setor. Americana

Encarnação e Victório foram substituídos pelo casal Célia e César Scrich. São Paulo/E

Myriam e Chico passaram a responsabilidade do Setor para Márcia e Simão Abbud. NOVAS EQUIPES Garça

Equipe 4 - Na. Sra. da Boa Esperança- Casal Piloto: Neusa e Reinaldo; Conselheiro Espiritual: Pe. Mauro José Matias. Pindamonhangaba

Equipe "nova" 2 - Na. Sra. das Graças - Casal Piloto: Berenice e Zeferino; Conselheiro Espir itual: Pe. Henrique Baltussen. Equipe 8 -Na. Sra. da Assunção - Casal Piloto: Heloisa e José Roberto; Conselheiro Espiritual: Pe. José Brandel. Equipe 9 - Na. Sra. Auxiliadora - Casal Piloto: Martha e Primo; Conselheiro Espiritual: Pe. Gil Claro.

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Rio de Janeiro

Equipe 10 - Na. Sra. de Lourdes - Casal Piloto: Eny e Mathey; Conselheiro Espiritual: Seminarista José Bonifácio Ferreira Itou. Equipe 75 (Setor D) -Casal Piloto: Neusa e Francisco; Conselheiro Espiritual: Pe. Camilo. Equipe 76 (Setor A) - Casal Piloto: Margarida e Oswaldo; Conselheiro Espiritual: Frei Paulo Tellegen, o.p. Santos

Equipe "nova" 3 - Na. Sra. Aparecida - Casal Piloto: Márcía e Sérgio; Conselheiro Espiritual: Pe. Joaquim Leite. Equipe "nova" 6 - Na. Sra. da Paz - Casal Piloto: Rosa Maria e João Carlos; Conselheiro Espiritual: Diácono Caetano. São Paulo/E

Equipe "nova" 2 - Casal Piloto: Esther e Marcello; Conselheiro Espiritual: Pe. José de Almeida Prado .

• RETIROS São Paulo

10 a 12 de junho

(Barueri)

Pindamonhangaba -

29 a 31 de julho

(Centro Pastoral)

Rio de Janeiro

19 a 21 de agosto

(Itaipava) (Atalaia)

Niterói Limeira

2 a

4 de setembro

São Paulo

23 a 25 "

Curit iba C

14 a 16 de outubro

(V alinhos) (Cenáculo)

Taubaté São Paulo Rio de Janeiro

21 a 23 4 a

6 de novembro

São Paulo

(Cenáculo) (Sumaré) (Barueri)

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O DOM DA EUCARISTIA

TEXTO DE MEDITAÇAO

Um sacerdote - seja ele o Papa, um bispo ou um pároco do interior - ao celebrar a Eucaristia, um cristão ao participar da Missa e receber o Corpo e o sangue de Cristo não podem deixar de abismar-se nas maravilhas deste Sacramento. São tantas as dimensões que nele se podem considerar: é o sacrifício de Cristo, que misteriosamente se renova; são o pão e o vinho transformados, transubstanciados no Corpo e Sangue do Senhor ; é a Graça que se comunica por este alimento espiritual à alma do cristão . .. (-tuero, nesta ocasião, fixar-me em um aspecto não menos significativo: a Eucaristia é uma reunião de família, da grande família dos cristãos. O Senhor Jesus quis instituir este grande sacramento por ocasião de um importante encontro familiar: a Ceia Pascal, e naquela ocasião sua família foram os Doze, que com Ele viviam há três anos. Por muito tempo, nos inícios da Igreja , era em casas de famílias que outras famílias se reuniam para a "fração do pão". Cada altar será sempre uma mesa, em torno da qual se congrega mais ou menos numerosa uma família de irmãos. A Eucaristia ao mesmo tempo reúne esta família , manifesta-a aos olhos de todos, estreita os laços que unem aos outros os seus membros. Santo Agostinho pensava em tudo isto quando chamava a Eucaristia: "Sacramentum pietatis, signum unit atis, vinculum caritatis".

João Paulo D (Rio de Janeiro, 2-7-80)

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ORAÇAO

Senhor, dissestes que não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva; dissestes que o Vosso Corpo e o Vosso Sangue seriam o nosso alimento em nossa caminhada; dissestes ainda que a messe é grande, mas os operários são poucos. Por isso, nós vos pedimos, Senhor: Enviai-nos sacerdotes, para que sejam os dispensadores de Vosso perdão , os distribuidores de Vosso Corpo, os operários de V osso Reino. Pedimos à Vossa Mãe , Maria Santíssima, que interceda por nós junto a Vós, para que susciteis um grande número de vocações sacerdotais, f:sperança de Vossa Igreja no mundo. Amém.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e familiar

Revisão, Publicação e Distribu iç ão pela S ecretaria d as EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

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