ENS - Carta Mensal 1983-7 - Outubro

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NC? 7

1983

Outubro

Família em crise: preciso não nos demitirmos A missão da fam ília no mundo moderno ..... . A reconciliação e a penitência na missão da Igreja ... . ... . .. . ..... . ........ . .... . ..... . A orientação do ano O mês do Rosário ...... ... ...... . ... .. ....... . A influência do clima familiar na oração de Santa Teresinha . . . . . . . . . . . . . "Apóstolos do amor" Em visita apostólica às equipes do Norte e Nordeste . . . . . . . . . . Missão no interior do Ceará . . . . . . . . . . . . . . . . . . Evangelizar As novas Diretrizes Pastorais da C.N.B.B. . . "Vende tudo o que tens . .. de pois vem e segue-me" . . . . . . . . . . . . . . . .. Nunca percamos uma oportunidade para evangelizar ............................ Uma criança escreve ao Papa. .. . . . . . . . . . . . . . A quinta cesariana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Finalmente, as ENS chegam ao Méx ico e Argentina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Livros oportunos .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. Notícias dos Setores . . . . .. . . . . . . .. . . . . . .. . .. ..

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EDITORIAL

FAMíLIA EM CRISE: É

PRECISO NÃO NOS DEMITIRMOS!

Todos estamos conscientes de que vivemos uma profunda mudança cultural. Mais uma de tantas crises que, como o indivíduo, vive a Humanidade. Crises de crescimento. Imersas na transformação, pessoas, famílias e todas as instituições sentem-se sacudidas desde o mais profundo de si mesmas, vítimas de movimentos pendulares que nos desconcertam. Neste contexto, talvez nenhuma dor se possa assemelhar à elos pais que vêem seus filhos submergidos nestas flutuações , manipulados por "forças" contra as quais não sabem como lutar, filhos que vêm e se vão sem saber para onde, que não correspondem ao que deles se esperava, que menosprezam até os próprios pais ... Geração de pais "programados" na culpa, que se sentem resI:onsáveis, afogados sob o peso de sentimentos de angústia por ''não terem feito o suficiente", por "não terem sabido como agir" . . . Casais que, além de padecer nas suas próprias pessoas os estremecimentos da mudança, se vêem impotentes diante dos filhos e, com freqüência, por causa deles, divididos entre si. Descarregam um no outro as responsabilidades e, inconscientemente, as culpas. Quem não conhece casais nestas situações? E diante disso, que pensar, que fazer?

o Uma crise não é o fim. É o começo de algo novo que todos temos ~e tentar viver. Ainda que seja nas trevas, tateando, temos de faze-lo, para que os nossos filhos, pouco a pouco, vislumbrem essa luz, esse "algo novo", e depois o vivam.

Algumas reflexões podem nos ajudar: 1. Não percam de vista que cada vida é uma história, mais cu menos longa, cujos protagonistas são essencialmente a pessoa e Deus, e na qual todos deixam uma marca. Dêem tempo aos seus filhos e não deixem de crer neles. Não se podem demitir, não podem dizer: não há nada a fazer. Ah! - e não deixem de crer em Deus, no Seu poder! -1 -


2. Conservem firmemente a sua conjugalidade. Dediquem-lhe todos os esforços que ela requer, os melhores. Que vocês se amem um ao out~~· que se conservem solidamente unidos, inquebrantavelmente fieis um ao outro em cada momento da vida com seus altos e baixos, é sem dúvida o argumento mais forte: sem palavras, para seus filhos.

3. Conservem sempre abertas para eles as portas dos SQUS corações e das suas casas. Percebam eles que, se vocês se preocupam com eles, é pela sua felicidade, e não porque não viram realizadas as esperanças que neles depositavam.

4. Criem nas suas casas uma forte e exigente dinâmica de relação inter-pessoal, de por-em-comum. É impensável, hoje, procurar soluções no passado. Há que exigir, e muito, mas a partir da profundidade da relação inter-pessoal sincera. Todas as soluções passam por aqui. 5. Reflitam juntos sobre o que se passa, mas sempre numa perspectiva de alegria e de esperança, contra todas as aparências. O medo do futuro é um dos ingredientes mais intensos no sossobrar dos nossos jovens. Todo educador deve ser transmissor de esperança. E transmissor de Cristo, a nossa Esperança!

6. Ajam sempre com coerência. Com a coerência de uma profunda comunhão de amor conjugal e com aquela outra que deve haver entre o que exigimos e o que fazemos. Coerentes, também, com os valores de uma nova cultura, na fidelidade ao Evangelho. . 7. Rezem em nome dos seus filhos, mais do que pelos seus filhos. Que seja patente em vocês quererem somente a glória de Deus e a felicidade deles.

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Dirão vocês que é fácil dar conselhos. E eu lhes direi que não. Hoje, menos ainda. Mas há um desafio à nossa frente. E necessitamos estar todos unidos: pouco pode cada um sozinho. Temos de compartilhar as nossas cruzes, mas também as nossas esperanças e reflexões. E, se são muitas as cruzes, não são menos as esperanças. Por isso me atrevi a dizer-lhes estas coisas. Pe. Manuel Iceta (Da Carta espanhola)

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A PALAVRA DO PAPA

A MISSÃO DA FAMfLIA NO MUNDO MODERNO

Precisamente porque "o futuro da humanidade passa pela família" (F. C., 86), estamos profundamente convencidos, como pastores, da necessidade de defender a família, de a assistir e de a encorajar; estamos profundamente convencidos da necessidade de vroclamar a vocação e a missão da família no mundo moderno. Na minha Exortação Apostólica acerca da Família, sublinhei um aspecto particular da função da família no mundo, afirmando que "a família tem a missão de guardar, revelar e comunicar o cmor" (n. 17). Esta missão está intimamente relacionada com a mensagem central da revelação, isto é, que Deus ama o seu povo e enviou o seu Filho para o redimir. Nas palavras de Jesus: "Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu único Filho . . . não ~ara condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele" (Jo. 3, 16-17). Não temos o poder, como bispos, de fazer desaparecer os obstáculos à vida cristã; não estamos em posição de carregar todos os fardos que pesam sobre as nossas famílias cristãs; e muito menos estamos autorizados a eliminar a Cruz do cristianismo. Estamos, porém, em situação de proclamar a grande dignidade do matrimônio, a sua identidade como imagem, símbolo e expressão da eterna e indestructível aliança de amor de Deus com a sua Igreja. Temos a possibilidade de amar a família e de lhe oferecer o único critério para a real solução dos problemas que ela deve enfrentar. Este critério é a Palavra de Deus: a Palavra de Deus em toda a sua pureza e poder, na sua integridade e com todas as suas exigências - a Palavra de Deus tal como é transmitida pela Igreja. A proclamação da Boa Nova do amor de Deus refletido no amor conjugal e na vida matrimonial, é um dos maiores contributos que podemos dar ao nosso povo, um dos melhores modos de lhe mostrarmos o nosso apoio total, e de o ajudarmos a viver o Sacramento do Matrimônio. Com a graça sacramental, os casais tornam-se capazes de compreender a sua dignidade, e de fazer sérios - -3 -


esforços para viver a sua m1ssao de "guardar, revelar e comunicar o amor". Mas tudo isto pressupõe que a Igreja continue firmemente a falar à família cristã em nome de Jesus, manifestando constantemente a verdadeira identidade da família, de acordo com o plan? do Senhor revelado na Sagrada Escritura e na Tradição, e confirmada pelo Espírito Santo através do Magistério da Igreja.

Muitos outros aspectos da família exigem o apoio dos Bispos e de toda a comunidade eclesial. Entre eles, cito a missão e o rninistério do casal na educação dos seus filhos para que eles posSétm chegar a uma plena maturidade humana e cristã. Também aqui se torna necessário proclamar a identidade e a dignidade da vida no matrimônio cristão. E, na força do Espírito Santo, devemos igualmente suscitar uma confiança e uma certeza renovadas no povo que nos é confiado, para que ele compreenda a grandeza do amor conjugal. Não podemos deixar de proclamar que "o matrimônio cristão . .. é em si mesmo um ato litúrgico de glorificação de Deus em Jesus Cristo e na Igreja" (F. C. 56). Finalmer.te. é atJravés da oração, - da oração familiar e de toda a Igreja - que se realizará a renovação do matrimônio cristão e com ela, em grande parte, a renovação, a conversão e a eyangelização do mundo. Coloquemos firmemente a nossa confiança no poder do · Se-· nhor ressuscitado, para fortalecer a aliança do amor conjugal na presente geração da Igreja. E unamos todos os nossos esforços para proclamar de um modo cada vez mais eficaz que este amor foi resgatado, que o matrimônio cristão corresponde verdadeiramente ao plano do Senhor para a realização do homem, e que a família é para Deus um modo particular de "guardar, revelar e comunicar o amor". me alooucão aos Bispo.; do Canadá, 28/ 4/ 83)

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A RECONCILIAÇÃO E A PENITI:NCIA

NA MISSÃO DA IGREJA Este é o tema do Sínodo dos Bispos reunidos em Roma neste mês de outubro. Tem por objetivo conscientizar toda a Igreja de que "a conversão pessoal constitui o melhor caminho para se chegar a uma duradoura renovação da sociedade" (J. P. li), ou seja: salientar a dimensão comunitária de um gesto pessoal, a repercussão exterior de uma atitude interior. Falar aos cristãos de conversão e penitência tornou-se hoje mais necessário, afirma o Documento Preparatório do Sínodo, porque, por um lado, "se perdeu, ou ao menos se enfraqueceu, o sentido da oração penitenciai, do jejum, da esmola, das obras de mis~ricórdia, das práticas ascéticas. As vezes sentimo-nos envergonhados diante do exemplo dos não-cristãos". Por outro lado, é preciso "ilustrar o valor pessoal e o comunitário da cruz e do sacrifício". "de uma vida verdadeiramente sé.bria, inculcando a clara consciência de que é absolutamente intolerável, totalmente alheio à dignidade humana e cristã, o desperdício desenfreado de bens essenciais à vida, enquanto falta a tantos pobres até o mínimo indispensável ao sustento". Se a penitência é elemento indispensável na vida do cristão, mais ainda na vida do apóstolo: reconciliados, tornamo-nos mais aptos a exercer "o ministério da reconciliação que Deus nos confiou por meio de Cristo" (cf. 2 Cor. 5, 18). Aumentando a vida da graça, o sacramento da reconciliação faz de nós criaturas novas "no ser e no agir". Do cristão assim renovado é que se espera o testemunho do amor e da misericórdia de Deus: "Reconciliado por Oristo no íntimo do seu ser, libertado da escravidão dos ídolos da riqueza, do poder e do prazer, torna-se o homem 'irmão universal', companheiro de todos os homens de boa vontade nas várias partes do mundo e em todas as circunstâncias em que é preciso agir em prol da justiça e da paz". Neste Ano Santo da Redenção, ao qual o tema do Sínodo está tão intimamente ligado, acompanhemos os trabalhos do Sínodo com nossas orações e com um esforço sincero de conversão, pois, como sublinha o Documento Preparatório, "a oração seria vã, hipócrita até, sem a conversão dos corações".

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A ECIR CONVERSA COM VOC~S

A ORIENTAÇÃO DO ANO

A direção do movimento tem proposto, a cada seis anos, por ocasião dos encontros internacionais que têm tido lugar principalmente em Roma, algumas orientações para todos os equipistas. Essas orientações têm sido fixadas após muita reflexão por parte da ERI (Equipe Responsável Internacional) e após auscultar os casais distribuídos pelos vários continentes, através do Conselho Internacional e dos Super-Regionais. -

O porque dessas orientações:

Somos peregrinos neste mundo. Estamos a caminho. Sabemos que para essa caminhada existe já uma estrada traçada, que, para o bem nosso e dos outros, devemos seguir. Deus fez conosco uma aliança: se quisermos seguir esse caminho, Ele nos ajudará, nos dirá o que fazer e nos dará forças, sustentando-nos quando vacilarmos e soerguendo-nos quando estivermos abatidos. Nessa estrada, Deus colocou os seus sinais, os traços de sua Vontade, fontes para nos abastecer, para nos ajudar, para que sigamos sempre para a frente, cada vez mais firmes. São os dons de Deus. É preciso que conheçamos esses dons, que conheçamos a vont&de de Deus para sermos fiéis à Aliança.

As orientações que o movimento propõe visam nos ajudar a melhor conhecermos essas fontes. Compete a nós todos pararmos em torno das mesmas para as explorarmos bem, refletirmos sobre todas as suas profundidades, bebermos e nos abastecermos para prosseguirmos com mais vigor a caminhada. Quem esteve em Roma ouviu, ao final daquela Eucaristia tão emocionante na Basílica de São Paulo, o Pe. Tandonnet anunciar em várias línguas, em nome da Equipe Responsável, as três orientaç-ões para estes seis anos.

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A primeira delas - "Se tu conhecesses o Dom de Deus" tem por objetivo que nos aprofundemos no conhecimento e na vivência dos dois preciosos dons que recebemos do Senhor: o Sacramento do matrimônio e o Sacramento da Eucaristia. Aqui no Brasil, com um certo defasamento causado pela preparação necessária, iniciamos agora o ano dedicado a essa orientação. Há um tema escrito, que foi utilizado em Roma durante os seis dias do encontro. Adotá-lo como tema de reflexão (caso a equipe esteja sem tema) será muito oportuno e bastante recomendável, pois é um excelente instrumento para nos ajudar a melhor aprofundarmos nossa reflexão. Em todo caso, compete aos quadros, e em especial aos casais responsáveis de setores ou coordenações, se debruçarem sobre o assunto e, usando a criatividade, encontrar formas para que os casais não deixem de se beneficiar dessa fonte. Tardes de estudos e reflexão, reuniões mistas (inter-equipes), reuniões de oração, retiros, etc., devem ser programados sobre o tema, para que, ao final deste período, tenhamos alcançado os irutos que se espera, quais sejam: - Que cada casal conheça e reconheça melhor o valor do Sacramento da Eucaristia para sua vida conjugal e familiar. - Que cada casal se esforce por uma participação mais freqüente e mais consciente no sacrifício Eucarístico. - Que esta participação eucarística leve cada casal a se colocar em permanente disposição para a acolhida do dom de Deus, para a ação de graças, para o dom de si e para o serviço do Evangelho.

Cidinha e Igar

Na Eucaristia, a

famíl~

encontra sua plenitude de comunhão e pa.rtlclpação. (Puebla, 588)

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M~S

DO ROSARIO

Outubro é o mês do Rosário. Há tantos anos, há séculos que o povo cristão venera e cultua Nossa Senhora neste mês, aferesendo-lhe a grinalda de cinqüenta Ave-Marias, entremeadas dos cinco Pai-Nossos, enquanto procura contemplar os mistérios principais da nossa libertação! Foi repetido muitas vezes que o Rosário é uma corrente que liga a terra ao Céu. Mas é fácil esquecer-se de que é uma corJ:ente que, prendendo. liberta. Amar ras que dão asas para voar livres. Por aquela corrente, podemos subir sempre mais alto na espiritualidade. Os seus elos são quase degraus, que tornam mais fácil a ascensão. Quantos alcançaram alturas incríveis na santidade só com este meio ou eficazmente auxiliados por ele! Penso !)este momento, por exemplo, em Santo Afonso Rodriguez, viúvo, leigo jesuíta, que pela contínua reza do terço criou até calos nos dedos com as contas e chegou a ser mestre espiritual de outros santos, como São Pedro Claver, o pai amorosíssimo dos pobres escravos da nossa América Latina. Mas é o casal que de fato melhor pode aproveitar deste tesouro; pois a corrente do Rosário une, liga sempre mais estreitamente entre si os que um dia, diante do altar de Deus, juraram e!.'~tre si fidelidade no amor. E os une sempre mais aos filhos. Na verdade, o Rosário, com a contemplação dos seus mistérios, é um dos meios mais fáceis para o casal entender melhor e viver a essência do cristianismo: enquanto o coração ora e os lábios rezam, passam diante dos olhos os exemplos que Maria Sant íssima e o próprio Cristo nos apresentam, e isto nos ajuda a compreender toda a revolução nos nossos conceitos terrestres e nas nossas conseqüentes aspirações à riqueza, ao sucesso, ao bem-estar. Oxalá todos os casais que pretendem ser cristãos, oxalá pelo menos os privilegiados que são os casais das Equipes de Nossa Senhora, aproveitem aquele quarto de hora orando e meditando c.:>m o terço nas mãos, bem unidos entre si e com os filhos, experimentando a intimidade dAquela que o Senhor nos deu como mãe e mestra do belo amor.

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Talvez alguns nem tenham tentado começar esta prática tão vllliosa para o seu crescimento espiritual. Que tentem, que insistam. É uma fadiga, um pequeno sacrifí-cio. Mas desde quando as coisas belas e boas são fáceis?

Pe. Luciano Fozzer, S. J. Co:nse'heiro Espiritual da. Equipe 4 de Manaus

Desejo, juntamente convosco, dirigir um olhar para a simplicidade e ao mesmo tempo para a profundidade desta oração à qual a Mãe Santíssima de modo particular nos convida, nos incita e nos anima. O Rosário é oração que diz respeito a Maria, unida a Cristo na sua missão salvadora. É ao mesmo tempo oração a Maria, a nossa melhor medianeira junto do seu Filho. É por fim uma oração que de modo especial reza·mos com Maria, assim como oravam juntamente com ela os Apóstolos no cenáculo, preparando-se para receber o Espírito Santo. JOAO PAULO li


A INFLU~NCIA DO CLIMA FAMILIAR NA ORAÇÃO DE SANTA TERESINHA

(Da Carta francesa)

Teresa foi dotada de uma graça que encontrou sua plena realização na oração. Como se desenvolveu essa semente? E inegável o papel desempenhado pelo clima familiar. Teresa, desde a mrus tenra infância, observou como rezavam as pessoas queridas ·em redor dela, com seriedade e conv1cçao. cnança esperta para a vida espiritual no contacto com os adultos, no contacto com a vida espiritual dos outros. Bastava à menina Teresa ser receptiva para respirar um clima, sem dúvida excepcional, de oração simples, sincera e confiante. Clima este mais favorável e formador ainda porque nada tinha de artificial, nem de "institucional". Não foi num mosteiro nem mesmo num internato religioso que a memna eresa desenvolveu sua a· a e ora ão mas tiõSeio da vida normal de uma família numerosa. Família harmoniosa, nem por isso preservada das lides, preocupações e sofrimentos inerentes à condição humana. Orava-se muito na casa paterna. Foi na oração que Zélia Guerin compreendeu que o Sr. Martin seria seu noivo. Na oração ainda esse casal concebia seus filhos, resolvia seus problemas educacionais, carregava sem> sofrimentos, acolhia a morte. Bastava para Teresa contemplar a fisionomia do seu pai para entender o que representa a conversa de um crente com seu Deus - e desejar imitá-lo ... : durante a oração da noite, "bastava-me olhar para ele para saber como oram os santos". <Do livro de Victor Slon, "Caminho de Oração com Teresa. de Lisieux")

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"APóSTOLOS DO AMOR" "Creio que este Movimento tem uma missão muito grande na sociedade atual. O mundo está carente de pessoas em quem se possa confiar. Penso que uma das missões concretas dos casais equipistas é a de serem para os outros pessoas abertas e que inspirem confiança. Como é bom encontrar alguém que nos escute, que nos compreenda e que nos ame! Como é bom encontrar alguém que não nos enterre, mas nos ajude a sair para uma ressurreição, onde se possa encontrar, um novo sentido para o nosso viver. Este alguém deve ser o casal equipista. Se Deus deu esta grande graça de pertencer a uma equipe e de nesta equipe encontrar um sentido maior para a vida, o casal não pode ficar fechado em si mesmo, "gozando desta alegria", pois esta não seria uma alegria cristã e sim um egoísmo pagão. Por esta razão, desejo a todos os casais das Equipes que sejam verdadeiros apóstolos do "amor familiar". Não é necessário fazer grandes coisas. Maria, em Nazaré, não fez grandes coisas. Maria viveu a sua vida com simplicidade, com amor, e no serviço. Parece-me que estes são os três pilares que devem sustentar a vida a.postólica de um casal das Equipes. Fazer todas as pequenas coisas com amor, é uma denúncia ao egoísmo que anda assaltando a nossa sociedade. Viver a simplicidade, é uma denúncia ao tremendo orgulho que anda sufocando a beleza de se viver. Viver a alegria de servir a todos, sem nenhum interesse particular, é uma denúncia a uma sociedade onde ninguém mais encontra tempo para ninguém. Uma pessoa que vive uma dimensão de amor saberá aproveitar as próprias dificuldades para viver de uma forma mais intensa a sua entrega a Deus. E entregar-se a Deus nada mais é do que preencher-se de Deus para poder transmitir este mesmo Deus a tantos que estão cansados de viver. A solidão que muitos sentem, o cansaço de viver que muitos têm, o vazio que se faz presente numa grande maioria das pessoas, tudo isso nada mais é do que saudades de Deus! Vocês, casais das Equipes de Nossa Senhora, devem ser essas pessoas que 'matem' essas saudades com uma vida alegre, simples e de serviço com amor." De uma oa.rta de Frei Ivo Bortoluz, Conselheiro Espiritual das Equipes 3 e 6 de Florianópolis

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EM VISITA APOSTóLICA AS EQUIPES DO NORTE E NORDESTE

A nossa Região/Rio foi confiado um espaço geográfico bem grande: ao município do Rio de Janeiro com a Ilha do Governador, Niterói e Nova Friburgo se juntam as cidades de Manaus (AM), Belém e Santarém (PA) , Fortaleza (CE) e Recife (PE) ... Embora nos esforcemos para dar a maior assistência possível através de troca de correspondência e telefonemas, isto ainda é insuficiente: nada suqstitui o contato pessoal. Por isso, mesmo, com todas as despesas que uma viagem dessas acarreta, a ECIR não mede sacrifícios para que o Movimento possa levar uma presença maior, mediante a ida do Casal Responsável Regional, pelo menos uma vez por ano. Assim, saímos do Rio de Janeiro no início de agosto com a missão de visitar as nossas equipes mais distantes, no norte e nordeste. Conosco iam nossos irmãos de equipe Olga e Luiz Carlos que, por conta própria, resolveram nos acompanhar e participar de tudo, com o fim de estarem melhor preparados no Movimento, pois são o casal caçula (2 anos incompletos) numa equipe de 12 anos. Em todos os locais, nossos irmãos deram um emocionante testemunho de vida "antes e depois das ENS". Manaus

Chegamos inicialmente a Manaus, onde tivemos reuniões específicas com os quadros locais e algumas equipes em especial, e um grande Encontro, com a pr esença dos Casais Responsáveis eleitos, Pilotos, Ligações, Conselheiros, e numer osos equipistas de base. Além de orientação de ordem espiritual e prática sobre a missão do casal responsável, tivemos trocas sobre problemas referentes à vida equipista local. Foram dois dias de trabalho intenso. durante os quais uma linda liturgia levava os presentes ao clima espiritual necessário para que os corações se abrissem para falar e ouvir tudo aquilo que o Senhor desejava. No final, encontramo-nos com D. Milton Correia Pereira, Arcebispo de Manaus, que externou sua profunda satisfação com o número de casais engajados no Movim~nto, com pala~as muito gentis de apoio e ipcentivo. Aliás i#amos encontrar essa receptividade por parte da Hierarquia em toda a parte durante a nossa viagem. -12-


Santarém De Manaus fomos, os dois casais do Rio mais Neusa e Antônio, Responsáveis pelo Setor de Manaus, para Santarém, onde são o casal piloto das três equipes lá iniciadas. Participamos das excelentes reuniões das Equipes 1 e 2, com a presença doPe. Valdir, Conselheiro de ambas as equipes, dinâmico e bastante integrado as ENS. Verificamos "in loco" como o nosso Movimento está se expandindo por lá. A Equipe 3 foi lançada naqueles dias e outras 3 ou 4 estão se formando. Estas últimas ficarão em fase de pré-equipes por algum tempo, até que se conclua a pilotagem das três primeiras. O bispo de Santarém, D. Thiago Ryan, nos recebeu em audiência especial e demonstrou a máxima boa vontade para com o Movimento, chegando mesmo a ajudar-nos com a indicação de novos Conselheiros. Belém De Santarém saímos para Belém, onde, logo depois do desembarque, tivemos um agradável, movimentado e proveitoso encontro/jantar com o Arcebispo, D. Alberto Gaudêncio Ramos, seu Bispo Auxiliar, D. Vicente Zico, todos os Conselheiros Espirituais, Terezinha e A'rtêmio, Casal Responsável do Setor, e Mariazinha e Miguel, da Equipe de Setor. Os assuntos em pauta foram colocados num clima de abertura, franco. descontraído e amigo, contando o nosso Movimento com a simpatia da Hierarquia e do clero. Tivemos um Encontro geral com casais equipistas e Conselheiros, onde levamos as orientações do Movimento e nos detivemos em assuntos propostos pelo próprio Setor. Tivemos ainda uma longa reunião com a Equipe de Setor e os quadros do Movimento em Belém. Fortaleza Saímos de Belém para Fortalez;l. Depois de darmos um Curso de Pilotos e Ligações, que contou com a participação de um bom número de casais e de um Conselheiro, instalamos a Coordenação, pois o Movimento se expande por lá, com três equipes em funcionamento, mais três ou quatro para se iniciar. Para a instalação e posse do Casal Responsável pela Coordenação - Marília e Francisco José (Franzé) -, tivemos uma comovente Missa, celebrada por D. Aloisio Lorscheider. Em diálogo conosco o casal responsável pela Coordenação fez seu compromisso solene de amor e fidelidade às E.N.S. e à Igreja, e D. Aloisio pronunciou belíssimas palavras sobre a Família e sobre as ENS. Seguiu-se uma festa de confraternização, da qual participaram o Sr. Arcebispo, ConselheiTos, casais equipistas e futuros equipistas, familiares e amigos: ~

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Posse de Marília e Franzé em

Fartai~.

Recife Como última etapa da nossa viagem, estivemos em Recife. Lá nos reunimos com a Equipe e tivemos vários encontros com os casais equipistas e com o Conselheiro. Resolvidos assuntos pertinentes a essa pr imeira, já podemos considerar a possibilidade de serem lançadas mais equipes. Infelizmente, o pouco tempo que ficamos não nos permitiu concretizar nosso desejo de encontrar-nos com D. Helder, nem com o Pe. José Comblin, com o qual desejávamos falar sobre as E.N.S. Podemos dizer que a viagem foi altamente compensadora.. A expectativa com a qual é sempre esperado o casal que para lá se dirige em nome das E.N.S. demonstra bem o amor que une ao Movimento os equipistas de cada um desses locais distantes. O desejo de todos os nossos irmãos do norte e nordeste de aprimorar-se dentro das ENS é prova da validade desses encontros pessoais. Guardamos lembranças carinhosas do contato com todos e entregamos, ma.is uma vez, nosso trabalho nas mãos de Deus, pedindo-Lhe que abençôe os esforços de todos no sentido de fazer com que as Equipes se firmem e expandam para o bem da Família no norte e nordeste do nosso Brasil.

o Não poderíamos terminar sem uma palavra sobre os trabalhos apostólicos que desta feita encontramos por lá. E · acreditamos mesmo que merecem um capítulo à -parte!

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Em Belém, ficamos conhecendo o trabalho, realmente maravilhoso, de equipistas com os franciscanos capuchinhos. Conseguiram, livre de qualquer compromisso político/partidário/governamental, num lugar muito pobre da cidade, adquirir terrenos e construir um moderno e bem equipado Centro educacional de atendimento promocional (ambulatório médico-odontológico e orientação educacional-religiosa) . Lá existe uma bela e espaçosa capela onde se realizam as atividades religiosas. Há duas freiras permanentes no local e os próprios moradores da Comunidade se encarregam de sua conservação, em trabalhos de revezamento. O atendimento no ambulatório é pago com uma pequena taxa. Tudo corre muito bem e é lindo de se ver. Já em Fortaleza encontramos um impressionante trabalho junto aos flagelados. A situação por lá é caótica, muito mais grave do que chega ao nosso conhecimento. Só indo lá para se crer: ficamos profundamente impressionados. Anexo, relato de um casal paulista, agora equipista em Fortaleza, Magda e Manoel, que se está dedicando, com outras pessoas, a esse trabalho - o relato falará muito melhor do que nós. Encontramos em Fortaleza casais muito empenhados na ajuda direta aos pobres, num apostolado difícil e sofrido. Chegaram eles à conclusão de que não é mais possível o cristão cruzar os braços diante da situação desumana em que se encontram seus irmãos menos favorecidos. Inclusive, convivendo com aquela tragédia toda, levam uma vida verdadeiramente exemplar de austeridade. Alguns deles nos levaram a visitar a chamada "favela do lixo", pouco afastada do centro de Fortaleza. É inacreditável, em-· bora real, o que vimos: seres humanos como nós disputando o lixo como abutres pela sobrevivência. Comem os "restos do lixo" e vendem o que encontram (latas) aos atravessadores, que só lhes pagam parte da venda. . . Temos equipistas tentando um trabalho por lá, embora não saibamos ao certo o que poderão fazer de concreto, diante de tudo aquilo que pudemos observar ... Voltamos profundamente marcados pelo que vimos e ouvimos. Convencemo-nos de que procedem as reclamações de que o nordeste é esquecido e abandonado pelo resto do Brasil. . . E não podemos deixar de questionar-nos: porque, e até quando este estado de coisas? E vem-nos à mente um trecho do Documento Preparatório do Sínodo: "Jamais contemplaremos a face de Cristo se não a procurarmos no rosto dos pobres e dos que sofrem perseguição. Só assim chegaremos a compreender o significado da cruz, porque o caminho do amor que une os irmãos entre si identifica-se com o caminho da cruz."

Mary ..Nize e Sérgio -15-


MISSÃO NO INTERIOR DO CEARA

Algumas folhas de caderno oom simples anotações. Que trabalho vem a ser esse, a. ·convite de quem? De ninguém ou melhor, de Cristo, através de Mt. 25, 34-46. . . Sensibilizados com o problema. da. seca e do abandono em que vivem as populações 11\ll'als, Magda. e Manoel, da Equdpe 1 de Fortaleza, resolveram iniciar, juntamente com alguns paroquianos. um trabalho que já está servindo como exemplo.

Dia 20 de agosto de 1983. Partimos de Fortaleza às 8,30 horas. A Comissão: Manoel e Magda, Afrânio e Elza, Oldemar e Vanda, Jandira, Mônica, Dr. Lúcio, Dna. Ruth, Sr. Braga, Valdo, Dra. Regina e um jovem. Chegamos em Itapagé às 10,00 horas. Levávamos roupas, calçados, alimentos e remédios. Seguimos de Itapagé para Monte Carmelo, atravessando a fazenda Conceição, pó e feijão. Percor ridos 8 kms, chegamos à casa da líder Dna. Neusa (solteira). Existem 86 famílias cadastradas. O transporte é uma camioneta, que cobra 500,00 a viagem de lá até Itapagé. O nosso posto médico será instalado numa escola. Na Igreja de Na. Sra. do Carmo, os vasos são latas de óleo. Uma menina de 8 anos toma conta da casa e dos irmãos enquanto a mãe sai. Tinha uma crian·ça de 4 meses deitada na rede, sem roupa. A higiene ali era precária. As pessoas tomam banho no rio ou de latinha. A menina de 12 anos tem o mesmo tamanho da menina de 8. No fogão, tinha feijão e arroz cozido para o almoço. Um garoto de 11 anos conta que seu pai é maltratado pelo encarregado da frente de obras, que diz ter poder para açoitá-lo, se bem que nunca açoitou. Cultura: algodão, feijão, milho. Número de pessoas a assistir : 2lm.

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Seguimos para Poço Redondo. Luís Lopes da Cruz, o líder da comunidade, casado, com vários filhos, é catequista e professor de 30 alunos. Leciona em sua casa e recebe um mísero salário de 1. 700,00 da Prefeitura. A "escola" tem o nome de Ari Bastos. Em setembro iniciará as aulas para os alunos adultos. Lá existe água e é limpa, dá até para eles beberem, mas é da cacimba do rio. Existem lá 100 famílias. Para um atendimento. médico se utilizará a casa do líder. Retiro Castoré é um local onde existe capela, e foco de politicagem. É bem pertinho de Poço Redondo. Em Poço Redondo,. o Pe. Pascoal reza missa na casa do líder. Seguimos para Serrote do Meio. A líder é Dna. Gilda e na casa dela é feita a distribuição dos alimentos. A missa é rezada na casa dela ou em outras casas. Existem 148 famílias a serem atendidas e 888 pessoas. Ao levarmos médicos, estes se instalarão na casa de Dna. Gilda. Não tem água neste local, só tem um pouquinho no rio. Mas a água é boa, eles até bebem esta água. Foi entregue à Dna. Gilda 45 mil cruzeiros em dinheiro para comprar cimento, cal, tijolos para subir as paredes de um tanque reservatório de água, onde o caminhão ao passar deixará a água. Seguimos para Pitombeiros. Tem posto de saúde e o médico vai a cada 15 dias. É totalmente sem recursos. Existem 200 famílias e só dá para assistir 100. Dra. Regina e Dr. Lúcio passaram uma base de ·5 horas mais ou menos consultando e medicando aquela comunidade. Dna. Ruth distribuiu terços e a Palavra de Deus em todos os lugares onde passamos. Chegamos de volta a Fortaleza às 18,00 horas. Todos fizeram jejum nesse dia. (A comissão de trabalho, não os flagelados.)

Magda e Manoel Equlipe 1 de Fortaleza

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EVANGELIZAR As novas Diretrizes Pastorais da C.N.B.B.

As "Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil", iruto da 21.a Assembléia Geral da CNBB reunida em Itaici em .a bril, foram publicadas em agosto (Edições Paulinas, Documentos -da CNBB, n. 0 28) e muitos já devem ter tomado conhecimento desse importante documento. Além de constituir leitura obrigatória para todo católico engajad~, merec·em ain a es u o apro unu ado pela beleza da parte aoutrinária. O Conselho Permanente da CNBB elaborou um texto ao mesmo tempo denso e sóbrio, numa linguagem ao alcance de todos. O Objetivo Geral é apresentado, na P Parte, frase por frase, em capítulos separados, à luz da Escritura e dos mais recentes documentos da Igreja - "Evangelii Nuntiandi" e Puebla, pronunciamentos do Papa João Paulo II e documentos conciliares. Na Parte II são apresentadas as Linhas de Pastoral, agora chamadas Di-mensões, através das quais o Espírito Santo atua de maneira visível na Igreja. A Linha I (Unidade visível da Igreja), na qual nos encaixamos como leigos e como família, chama-se agora Dimensão Comunitária e Participativa. A IIP Parte, dedicada aos Destaques (ex-"prioridades") Jovens, CEBs, Vocações e Ministérios, Família, Leigos e Mundo do Trabalho (votados nessa ordem na Assembléia) - é de cunho bastante prático. Depois de dar o "Sentido e Razões" de cada uma dessas preocupações da Igreja, são apresentadas, sob o título "Busca de uma caminhada comum", perguntas destinadas a facilitar o encaminhamento pastoral dentro das seis Dimensões. É uma abordagem nova, que certamente dará muitos frutos. Aliás o que ressalta de todo o documento é essa sensa·ção de novidade. Não é apenas a formulação, os nomes novos, é principalmente um novo espírito- onde se sente, palpável, o sopro do próprio Espírito de Deus insuflando vida na sua Igreja, dando novo alento à tarefa da evangelização no nosso Brasil. (Para reflexão em equipe, em comunidade, reuniões mistas, etc., amplo material de reflexão sobre a Familla. (DEstaque 4) : pá~a s 101 a 106.)

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"VENDE TUDO O QUE TENS . ..

DEPOIS VEM E SEGUE-ME"

De uma carta de Neimar de Barros a um amigo de Marília <reproduzida num Boletim do Setor já bem antigo):

"Eu ainda nãlo entrei nesse detalhe com você. mas a história do ganho é a&sim: é proibido, entre nós, acumular. Estamos no •comércio' de livros, discos, fitas, etc., apenas para nos manter. Tiramos só o necessário. A Fun-

dação dá uma casa a quem não tem, e quem tem demais. . . ou dá ou desce! Com MENOS tanta ooisa nos sentimos MAIS felizes." Quem seriam esses desapegados? Como chegaram lá? ll: o que nos conta Arthur Miranda, missionário leigo, membro do M.E.A.C. - Missionários para a EvangeUza.ção e Animação de Comunidades. Alguns anos atrás, Arthur Miranda. era um bem sucedido humorista da nossa televisão. Como Neimar de Barros, trabalhava para o Sílvio Santos. "Aproveitava" a vida. que o mundo artístico costuma oferecer, até que um dia aconttceu um Cursllho na vida dele.

C.M. - Arthur, se você pudesse sintetizar, como explicaria o que aconteceu em sua vida depois que Cristo passou a ser o seu Maior Amigo? A.M. - Sintetizando mesmo, eu diria. . . foi uma revolução, uma implosão! E um milagre. Hoje eu acredito em milagre: a minha conversão, a mudança ocorrida na minha vida foi um milagre ...

iC.M. olhos?

I•

Depois disso você passou a ver o mundo com outros

A.M. - O mundo continuava com os mesmos problemas, mas tornavam-se solúveis. Uma solução que depende de cada um de nós. Percebi, por exemplo, que na minha vida estava tudo errado! E resolvi mudar ... C.M. -Como seus companheiros de TV viram a sua con-

versão? A.M. - A minha mudança foi tão grande que eles não conseguiam entender ... pensavam que eu estava louco! "O que é sabedoria para Deus é loucura para os homens ... " Mesmo assim acho que representei e represento para eles uma interrogação. Até hoje, quando estamos em grupo eles partem para a gozação, mas, em particular, eu vejo que eles se questionam. No fundo, bem que gostariam de mudar, porque na verdade são todos infelizes ...

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C.M. - Como nasceu o M.E.A.C.? A.M. - Foi o Neimar que me levou a fazer o Cursilho. Daí as coisas foram acontecendo. Não havia patrocinadores para a mensagem que trazíamos. Tínhamos que encontrar outro jeito porque a mensagem precisava ser transmitida! Então a mão de Deus manifestou-se, da maneira mais inesperada: pela doen-ça do Neimar. A idéia já estava ali, mas o entusiasmo era demais, precisava amadurecer! Foi então que apareceu a tuberculose, e o N eimar teve tempo de sobra para pensar. . . O M.E.A.C. nasceu em 1975, com apenas 3 pessoas: o Neimar, o Pe. Drexel e eu. A primeira idéia era dispor de tudo como São Francisco, mas tínhamos ns nossas famílias . .. C.M. - Como a sua família recebeu a proposta de largar tudo para acompanhá-lo nesse projeto missionário que vocês haviam concebido? A.M. - Não foi muito fácil, no início. Mas é engraçado como a Providência Divina parece que altera o rumo natural das coisas - tive vários exemplos disso, não pode ser coincidência! Deus dispôs as coisas de tal forma que minha esposa até desejou mudar para Campos do Jordão! C.M. - Vocês fizeram uma espécie de voto de pobreza, ou como funciona a parte material? A.M. -No começo, colocávamos tudo que ganhávamos em comum. Nosso ideal era viver como uma comunidade franciscana, mas nem sempre a gente consegue realizar aquilo que sonhou. Então achamos melhor cada família se manter por si. E o que sobra revertemos para a caixa comum, que serve para cobrir despesas extras (médico-hospitalares, etc.). Dentro do Instituto, cada um continua trabalhando no ramo de suas aptidões: escrevendo, gravando programas, compondo poesia ou música ... O que mantém o Instituto é o produto da venda dos nossos livros, discos, fitas , e a nossa revista, "O Recado". C.M. - As esposas também participam do trabalho? A.M. - Num certo sentido, sim: apoiando, assegurando a retaguarda e assumindo na nossa ausência. As vezes passamos até 15 dias fora ... C.M. - Os filhos não sentem a falta da presença do pai? A.M. -A gente se ausenta muito, mas quando está presente, está bem presente! Tenho muito diálogo com os filhos quando estou em casa, até mais do que muitos pais que não saem de casa e na realidade estão mais ausentes do que eu ... C.M. A família nunca vai com vocês? A.M. - Em julho, o Neimar resolveu levar a família. Ficou 20 dias no trabalho, com a esposa e os filhos. Dava uma tarefa para cada um. Foi uma experiência nova, que deu muito certo!

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t [


C.M. - Como acontece esse trabalho? vocês são chamados ou Pscolhem uma área ao acaso? A.M. -Normalmente recebemos um chamado. Para poder cobrir a despesa, fazemos um roteiro de cidades vizinhas e oferecemos às paróquias. Com um ou dois pedidos numa região aproveitamos para fazer a região toda. Foi o caso de Picos, no Piauí: tínhamos outro pedido, na Bahia, então fomos até o Maranhão - fizemos ao todo 12 cidades. C.M. - Vocês têm estado mais no Norte e Nordeste? A.M.- Temos viajado também pelo Sul. E já visitamos umas 500 cidades no Estado de São Paulo- ou seja, quase todas! Dos 9 companheiros, no momento um está em Minas, outro no Sul, dois no Nordeste e eu estou cobrindo os lugares do Estado de São Paulo onde não estivemos ainda. C.M. - Em que consiste essa "animação de comunidades" no programa do Instituto? A.M. - Por animação entendemos animação missionária: a motivação para que as pessoas participem, se engajem, façam alguma coisa. O nosso compromisso é com a comunicação de massa, mas também fazemos orientação individual - e continuamos o trabalho por carta. No dia seguinte às palestras, fazemos uma "manhã de autógrafos e de bate-papo": das 8,00 às 10,30 horas ficamos à disposição para quem quiser conversar. Se for problema de padre, é claro que a gente não vai resolver, vai chamar um padre! C.M. - Conforme o lugar, não deve ser fácil! A.M. - Quase toda diocese do Norte tem pouquíssimos par.fres, geralmente estrangeiros, com uma dificuldade enorme de comunicação. Ainda assim, às vezes por falta de visão missionária, muitos padres vêem com reserva o nosso trabalho. Por incrível que pareça, a maior barreira não é a distância, mas a própria Igreja, na figura de alguns bispos e padres que não aceitam esse trabalho vindo de leigos. Parece mentira, mas ainda há tanta gente presa àquela imagem do missionário religioso, barbudo, trabalhando no meio dos índios. . . E a missão na selva de pedra, como é que fica? C.M. - íamos esquecendo que o Instituto, na realidade, começou em São Paulo - e não em Campos do J ordão! A.M. - É verdade. A gente naqueles tempos se reunia nos fundos da igreja da Consolação... Desde o início contamos com apoio total da Arquidiocese. Foi mesmo D. Lucas Moreira Neves, naquela altura responsável pela Pastoral dos Meios de Comunicação, que nos incentivou a ampliar o trabalho.

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E hoje? A.M. - Temos um grupo que continua aqui em São Paulo . . A sede é na Américo Brasiliense, onde editamos os livros e a reVlsta. A outra parte> do trabalho realiza-se numa favela da Zona Sul. A turma de São Paulo fez a capela em mutirão com o povo, com muitos frutos, inclusive a conversão de um grupo de margi.nais. Um deles está até ajudando bastante! C .M. - Resumindo, o que você considera importante nesse trabalho missionário de vocês? A.M. - A não-acomodação. Eu explico. A nossa sobrevivên..cia vem dos livros. Isto nos obriga a estar sempre em ação, no trabalho. Senão, não sobrevivemos! É uma necessidade da alma e do corpo: meu espírito grita por esse trabalho - e o corpo também! A experiência adquirida no trabalho é essa: a pessoa busca Deus; passada aquela fase, tende a acomodar-se, e vem o esfriamento da fé. o perigo é tornar-se um "vagabundo" espiritual! Nós queríamos um tipo de coisa que não per mitisse que isto acontecesse conosco. Então nos condicionamos a sobreviver evange·lizando. Ao evangelizar, estou me doando, mas também estou recebendo muito mais! C.M. - Só mais uma coisa: como é um dia no M.E.A.C. lá em Campos? A .M . - Quando não estamos viajando, trabalhamos nos livros, nas músicas, nos programas de rádio e de televisão. Todo dia, pelas 6,00 horas da tarde, nos reunimos para a Eucaristia, a oração, a correção fraterna. Temos três dias por mês reservados para estudo e algumas horas de deserto - o silêncio é importante na vida cristã! C.M. -

Ressaltando sempre a necessidade de perceber que as coisas acontecem pela. vonta.de de Deus e decla.ra.ndo--se uma. pessoa. comum, que apenas procw·a responder à su.a. VC!aa.çá.o, Arthur Miranda. é, no entanto, em tudo, diferente: sua simpHclda.de, sua. seguran~ seu desprendimento, seu jeito de fala.r, direto, sem rodeios, sua. tra.nqiillidade de quem já. encontrou o que buscava, sua. alegria de quem vive realizado na própria. vocação. . . Uma. pessoa. diferente: um sinal. Para. levar a. todos esse Cristo que encontrou, bastaria. apenas o seu próprio modo de ser.

o O Instituto M.E.A.C., que conta. oom a. direção espiritual do Pe. John .õ rexel, OMI, é membro do COMINA (Conselho Missionário Nacional) . Publica . uma revista, "O RECADO" ("0 Recado" - Editora Ltda., Rua Américo Bra:S.iliense, 891, CEP 04715, São Paulo). O endereço do Instituto: Rua Inácio Caetano, 476, ou Caixa Postal 290, CEP 12460, Campos do Joroáo.

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Missionário leigo recebe prêmio

O prêmio "Antonio Feltrinelli", que todos os anos é destinado a um empreendimento de alto valor moral e humanitário, foi conferido ao Dr. Marcelo Cândia, missionáTio leigo junto aos hansenianos. Depois de vender suas indústrias na Itália, o Dr. Cândia veio para o Brasil, onde organizou os dois grandes núcleos para hansenianos de Macapá e Marituba. Disse o Dr. Cândia ao re-ceber a notícia da distinção: "O que faço é unicamente para servir melhor o Senhor nos meus irmãos mais pobres. Somente isto, o amor, é que impele tantos outros missionários, italianos ou não. E espero que este prêmio sirva para estimular outros, principalmente os jovens, neste trabalho em favor da obra da evangelização." No Equador uma família inteira missionária -

Uma família inteira, pai, mãe e oito filhos, dedica-se a tempo integral à evangelização dos índios "Shura" numa isolada missão no interior da Amazônia equatoriana. O chefe da missão é o chefe de família, Juan ATcos, diácono permanente desde o ano passado. Ex-aluno dos salesianos, sempre demonstrou predileção pelos índios e hoje, com toda a família, consagra-se a este trabalho missionário em Miazal, Equador. Dos oito filhos, um é professor, um é enfermeiro e um é piloto do Serviço Aéreo Missionário. Uma vez por mês a missão recebe a visita de um sacerdote salesiano. (Do

OSS. Rom.)

o

A dimensão mt.Sswnana na vida de uma pessoa, de u.ma comunidade, é uma graça de Deus, é a certeza da presença do Espírito Santo, distribuindo seus dons para reveZar a Vida. Antoninho Tatto ("A dimen.são missionária. da vocação cristã", no "O Recado", n Q 46, agosto de 1983)

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NUNCA PERCAMOS UMA OPORTUNIDADE PARA EVANGELIZAR

Depois da Peregrinação a Roma estivemos visitando parentes em Milão. Ficamos hospedados em casa de uma prima, que sozinha sustenta e educa dois filhos, tomando conta de bebês de mães que trabalham fora. Os filhos, agora com 17 e 20 anos, trabalham quando o estudo lhes permite, mas apesar de serem muito bem educados e de bom coração, sentimos que não têm nenhuma orientação religiosa e se ressentem da falta do pai. Na véspera de nossa partida, saímos eu, Felício e Cláudio, o filho mais velho, para fazer compras. . . Sabendo que o tempo seria curto para transmitir para o rapaz tudo o que ele gostaria, Felício começa a conversar com ele com muita simplicidade e movido por um profundo sentimento de amor. E assim foi: - Você já leu algum livro sobre Cristo? Você precisa buscar. . . Sua vida sofrerá uma transformação total. . . Eu sei que você diz que não tem fé. Não tem importância. Ele acredita em você e é só tentar conhecê-lo. Comece e verá. Eu também já fui jovem, tive muitos problemas, dúvidas e contestações, mas não fiquei parado. Foi um caminho difícil e sofrido, mas garanto que valeu a pena! Gostaria que você tentasse . .. E a conversa continuou assim por quase duas horas. Eu, ali ao lado, só rezava e pedia ao Espírito Santo que inspirasse meu marido. Mas tinha a empressão de que Cláudio estava ouvindo por simples educação. Seu rosto não denotava a menor emoção. Eu pensava: "Que tempo perdido! Poderíamos aproveitá-lo melhor ... " -24-


No dia seguinte despedimo-nos da família - abra:ços, lágrimas, promessas de novos encontros, num futuro tão incerto ...

-oQual não foi a nossa surpresa ao abrirmos nossas malas, em casa, e encontrarmos no meio de nossas roupas uma cartinha: "Ao primo, com afeto. Cada ser nasce para seguir a própria natureza. Eu nasci para ser inconstante, colérico e polêmico até a presunção. Você nasceu para colocar a alegria e tornar felizes aqueles que te rodeiam. Isto talvez seja conseqüência da tua Fé. Não é fácil para mim admitir isto, mas tenho de reconhecer que no nosso curto convívio senti o que nunca tinha ainda sentido ... Deve existir alguma coisa especial nas pessoas que realmente vivem o Cristianismo! Quero te agradecer por ter me mostrado quanta alegria se pode extrair da vida se a enfrentarmos com o teu AMOR e teu ENTUSIASMO." Eu concluiria pedindo que cada um de nós faça um esforço maior, deixe o orgulho de lado e fique atento para não perder toda e qualquer oportunidade de diálogo com os nossos jovens que parecem tão sabidos, mas estão tão desorientados. . . E mesmo que, aparentemente, eles pareçam impermeáveis às nossas palavras, continuemos- rezemos e continuemos! Nós somos simples instrumentos: nossa música às vezes parecerá desafinada. . . mas Deus a transformará na mais linda melodia! Magda F. Sadalla

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UMA CRIANÇA ESCREVE AO PAPA . . .

Querido Papa João Paulo II Eu me chamo Alex. Eu tenho 7 anos. Eu rezo muito para você. Eu vou ser padre. Eu te vi na televisão e gostei muito, mas eu queria ver você de perto mas nós não temos muito dinheiro. Eu tenho um machucado que coça muito e quero que você peça a Jesus para me curar. Eu sei que o senhor é muito ocupado mas eu quero que o senhor me mande uma resposta. Meus pais e meus irmãos mandam um abraço para você e eu também. Abênção Alex Andrade Anzolin Nota do Boletim de Juiz de Fora: O Alex é filho de Lucrécia e João Alberto, da Equipe 8. Quando soube da Peregrinação a Roma, foi grande a. sua preocupação em apr€!1lder a. ler e escrever pa.ra poder enviar a sua carta ao Papa.

-oDurante minha. visita. ao Brasil, encontrando tantos jovens ardentes e cheios de vida., muitas vezes rezei ao Senhor da m.esse para. que chamasse muitos deles a segui-lo pela estrada do saurdócio ministerial ou da vida consaçada. Seria minha maior alegria se soubesse que um dos frutos de minha passagem fosse um aumento no número dessas vocações. JOAO PAULO

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A QUINTA CESARIANA

Lembram-se de que um dos dois devia morrer? (Cf. Carta Mensal de maio p.p.) e de que o marido viu-se diante da mais terrível alternativa para um ser humano: - Quem você quer? sua esposa ou seu filho? Mas a última orientação encontrada junto à autoridade médica mais abalizada no assunto previa a possibilidade de se conduzir a gravidez até o 7. 0 mês. Então seria possível salvar a ambos. Ana passou a viver sob cuidados especiais do ginecologista e do especialista em ultra-som. Através desse aparelho, cada 15 dias o olhar experiente do médico acompanhava nitidamente o desenvolvimento do nenê e a resistência do útero, que poderia romper-se com o crescimento da criança, prejudicado que fora pelas 4 cesarianas. Por isto, apesar de todos os cuidados, esta continuava a ser uma gravidez de alto risco, incluído o perigo de descolamenta da placenta. Entraram em jogo todos os recursos da ciência e da fé. Inúmeros grupos de oração em atividade. Só em S. José do Rio Pardo, umas 800 pessoas presentes às conferências da Semana da Família comprometeram-se a orar até o nascimento esperado. Quarto mês da gravidez, uma notícia alarmante: a Ana com uma perigosíssima hemorragia. - Meu Deus, o Senhor já se manifestou e sabemos que não costuma parar no meio do caminho ... Sessenta dias de imobilidade na cama, seguindo à risca as prescri-ções médicas. E o fantasma passou! E o médico pelo ultra-som notou surpreendido que, com o crescimento do nenê, as paredes do útero, ao invés de se afinarem, passaram de 12 para 14 milímetros de espessura!! As leis físicas entraram em férias ... Mais uma novidade, noticiou o doutor: - Vai ser um menino. Com o tempo, o útero foi mantendo a média de 8 a 10 milímetros. Mas continuava o estado de risco tanto para a mãe quan-

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to para o filho e a Ana sentia contrações de assustar. Visando a um fortalecimento maior no espírito e até no físico, ela pediu a Unção dos Enfermos. Ao ouvir a leitura ritual da epístola de S. Tiago, veio-lhe a idéia: -

Meu filho se chamará Tiago.

Entrou o 7.0 mês. Os médicos atentos. Entrou o 8.0 mês. Normalidade fora de programa. Entrou o 9.0 mês. Daqui por diante, a qualquer hora pode vir o filho , que não necessitará de incubadeira para completar seu tempo normal. - Obrigado, meu Deus, o Senhor foi além dos nossos pedidos! Toca o telefone. Ovídio atende e volta-se para a esposa: - Meu bem, em vez de quarta-feira, o ginecologista está pedindo o ultra-som amanhã, segunda-feira, porque deverá viajar em seguida. Segunda-feira, sob o aparelho: - Faremos hoje a cesariana. As paredes do útero diminuíram para 2 milímetros de espessura. Tivéssemos deixado para quarta-feira, teria havido o temido rompimento, com conseqüências fatais. - Obrigado, meu Deus, por se fazer presente na ação dos médicos. Mais um sinal de que o Senhor não pára no meio do caminho! Durante a operação, quando as mãos do ginecologista alcançaram o bebê, o último susto: ele ingeria o líquido amniótico: sínal de que havia começado o rompimento do útero! - Obrigado, meu Deus! Neste memorável dia, o encanto do Natal explodiu no lar de quem confiou inteiramente nos recursos da ciência e no poder da oração. No dia seguinte, a Ana caminhava ereta, com a segurança de quem saiu de um pesadelo arrasador.

"Minha alma glorifica o Senhor; exulta ·m eu espírito em Deus, meu Salvador: ele voltou os olhos para a humildade de sua serva; doravante todos que me conhecem me chamarão feliz e abençoaO.a .. O Poderoso fez em 'meu lar maravilhas; santo é seu nome. Sua misericórdia se est ende de geração em getação sobre aqueles que o amam! Pe. Mário Zucchetto ·:

·.

CoDL9elP,eiro ESpiritual da Equi.pe 10 de Campinas


FINALMENTE, AS E.N.S. CHEGAM AO Mt:XICO E ARGENTINA

Já faz alguns anos que as Equipes tentam se expandir nesta nossa amargurada América Latina. Indicações, recebemos muitas. Algumas daqui do Brasil. Outras, muitas, da Espanha. Outras tantas do restante da Europa. Cada uma que aparecia, corríamos atrás. Quase sempre por cartas, quando possível pessoalmente. Tudo em vão, porém. Das cartas escritas, poucas receberam respostas. Destas, uma que outra dava um pouco de esperança. Mereciam, então, novas cartas, na expectativa de que o interesse demonstrado acabasse por se transformar numa sólida esperança. Para decepção da equipe do SELA (Secretariado Latino-Americano), as cartas acabavam sem eco. Era para desanimar, humanamente falando. Mas havia - como ainda há - tanta gente rezando que tínhamos certeza que, um dia, sabíamos lá quando, as sementes iriam germinar. De repente, no dia 15 de julho, chega-nos uma carta da Argentina, mandada pelo Pe. Eduardo Ruiz, o.f.m.cap. Com que emoção tomamos conhecimento de que um grupo de seis casais queria tentar a experiência das Equipes de Nossa Senhora! Pedia-nos que estudássemos a possibilidade de ir até lá. No mesmo dia saiu nossa resposta: a partir de meados de agosto estávamos prontos para seguir. Logo depois chegava nova carta, anunciando que n<Y dia 26 de agosto teriam a 4.a reunião. Não esperamos mais nada, compramos as passagens, arrumamos as malas e no dia 25 estávamos chegando ao simpático e modesto convento dos Capuchinos na cidade de La Cumbre. Fomos ali acolhidos pelo Pe. Eduardo, que conhecíamos da Bélgica, e seu admirável companheiro, o Pe. Arcangel, um velho franciscano basco que vive e irradia toda a paz, bondade e simplicidade dos filhos de São Francisco. Estávamos certos de que iríamos encontrar em La Cumbre nossa primeira equipe argentina. Minai, era ali que o Pe. Eduardo trabalhava. Qual o que, diria um caboclo. A equipe estava em outra cidade, La Falda, distante dali coisa de 40 kms. (Se uma estava no cume do morro, a outra estava no sopé, nas faldas da serra - daí os nomes! Ambas situadas no esplêndido panorama das "sierras chicas de Córdoba".)

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E assim, na histórica noite de 26 de agosto de 1983, encontramos em La Falda a equipe reunida. Um casal não pode ir, o pai do marido havendo falecido naquele dia. Tanto que nossa reunião terminou de forma inusitada: no velório, onde boa parte do grupo ficou em vigília. Impressionou-nos a abertura e franqueza com que se passou o encontro, mormente porque era a primeira reunião com gente de fora, "los brasileros". Sobretudo impressionou-nos a decisão firme com que querem experimentar o caminho das Equipes. No dia seguinte voltamos a La Falda, e lá ficamos dois dias, a visitar os casais um por um. Fizemos outra grata descoberta: o pároco do lugar, Pe. Ramon, que assistira à nossa reunião, já tem um grupo de casais recém-casados também interessados nas EqUipes. Um detalhe providencial: como no grupo existem três irmãos, sendo que dois são casados com duas irmãs, propuzemos repartir a equipe. E assim, ao invés de uma, é possível que tenhamos três equipes em La Falda, e mais uma que se organiza - esta sim - - em La Cumbre. O mais extraordinário é que, dois ou três dias depois daquela -carta do Pe. Eduardo de que falamos no início, chegou uma outra, esta do México... Nela Beatriz e Florentino, um casal de Calí, na Colombia, transferido para a Cidade do México por motivos profissionais, nos contava que a primeira equipe mexicana já estava na 3.a reunião! Coisa mais admirável ainda: junto com a carta vinham os relatórios das três reuniões e um currículo de cada casal, com o auspicioso comentário de que existiam outros i nteressados . .. Por isso, nos primeiros dias de outubro, lá estaremos para visitar esses novos irmãos. Por todos - argentinos e mexicanos não deixem de rezar muito! E agradecer conosco a Deus, pois Ele nunca decepciona aqueles que nEle confiam. Ainda que usando •'camifios muy torcidos". Esther e Marcello

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LIVROS OPORTUNOS EDUCAÇAO AO LONGO DA VIDA - Maria Aparecida Ataliba de Lima Gonçalves e Ernesto Lima Gonçalves - Almed Eldd.tora e Livra.rta Ltda., 1983.

Tiveram nove filhos e já estão com alguns netos. Sempre militaram em favor da Família, através dos dons que Deus lhes deu, da palavra falada e escrita, em movimentos e associações, nos meios de comunicação. Conheceram-se na JUC, casaram-se e foram dos primeiros a acreditar nas Equipes de Nossa Senhora. Fundaram a revista "Mundo Melhor". Tida escreveu vários livros ("Jovem, você", está na 3.a edição). Hoje, ambos são pilares da Escola de Pais do Brasil, onde Ernesto tem vários trabalhos publicados. Resolveram escrever juntos - a quatro mãos -, baseados na própria experiência de vida em família e no contato com educadores, pais e jovens, esse verdadeiro tratado de educação. A sua formação filosófica, religiosa, humana e profissional (Tida é professora, Ernesto, médico), os habilitava a abordar, e o fizeram com rara felicidade, todos os aspectos do desenvolvimento da pessoa humana. Dividiram a obra em três partes: a criança, o adolescente, e o jovem, vistos sob os aspectos do corpo, da inteligência, da alma, cio amor e da solidariedade - seu desabrochar na criança, seu desenvolvimento no adolescente e sua vivência no jovem. Talvez porque já tenhamos os filhos crescidos, tocaram-nos mais os capítulos dedicados à juventude. Todos os problemas que afetam os jovens em nossos dias são abordados em profundidade, para grande proveito do leitor - os tóxicos, seu mecanismo e sua terapia; o amor, seus obstáculos e seus equívocos; e também o papel dos pais na fé dos jovens, o engajamento do jovem, através do compromisso a serviço da comunidade humana. Se são muitos os problemas nessa faixa, isto apenas :reforça a necessidade de um livro como este: o processo educativo, como deixa bem claro a estrutura da obra, é uma continuidade, que mobiliza os pais, em todas as fases, de maneira total e permanente. Colher-se-á na juventude o que se plantou, ou se deixou de plantar, na infância e na adolescência.

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No prefácio, escreveu Alceu Amoroso Lima, cuja influência foi muito grande na espiritualidade do casal: "Se a figura da pessoa humana, de cada pessoa humana, é que emerge das preocupações e das folhas deste projeto educativo, é a figura do Casal humano que está na base de tudo, pois Deus não criou o homem e a mulher, mas sim o casal, como fonte imediata de cada pessoa e de sua formação ao longo da vida. É visível que (esse Escrito) é fruto de duas vidas totalmente doadas, não apenas uma à outra, mas a uma obra comum, como fruto daquela defini~ão perfeita do amor dada por Saint-Exupéry."

EFICACIA DO ROSARIO EM NOSSO Sl:CULO XX -

S. J. -

Edições Loyola.,

Pe. Valéno Alberton,

1~82.

Somos um movimento que elegeu Maria como sua padroeira: a devoção ao Rosário deveria ser mais estimulada entre nós. É o que tinha em mente o Pe. Valério ao enviar-nos o seu livro, "Eficácia do Rosário em nosso século XX", com carinhosa dedicatória: "A Carta Mensal das E.N.S., para ajudar os equipistas a cresce-rem sempre mais nesta maravilhosa devoção". O Pe. Valério é um entusiasta do Rosário, com vários livros publicados ou em preparação: Os Papas e o Rosário - O Rosário hoje, Teologia do Rosário e O Rosário na Contemplação. Fez ainda uma síntese dos s€rmões do Pe. Antonio Vieira sobre o Rosário. Nesse livro, Pe. Valério nos apresenta uma coletânea de fatos em que a proteção de Deus se faz sentir, através da intervenção de Maria Santíssima, pela recitação do Rosário. São histórias edificantes que nos convencem de que, além de devoção particular destinada a nos fazer crescer na contemplação dos mistérios da Redenção, "o Rosário de Maria - nas palavras de João XXIII se eleva à categoria de grande oração pública e universal para toàas as necessidades ordinárias e extraordinárias da Santa Igreja, das nações e do mundo inteiro." Basta lembrar a insistência de Nossa Senhora em todas as suas aparições, e notadamente em Fátima, ao pedir que se rez.e o Rosário para afastar o Mal do mundo e salvaguardar a Paz. Neste nosso século de tanta correria e tão pouco recolhimento, o ·Rosário nos ajuda a desenvolver o silêncio interior através do qual poderemos perceber a presénça de Deus em nós.

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JUVENTUDE QUE SE QUESTIONA ra Santuário, 1983.

Pe. José Geraldo Rodrigues -

Edito-

O autor já tem quase trinta livros publicados. Lançou este para o Ano Vocacional. Escreve D. Luciano Mendes de Almeida na apresentação : "1983 é o Ano Vocacional para o Brasil. É chegado o momento de despertarmos a juventude para assumir de modo consciente e livre a missão de construir uma civilização que supere a violência e a injustiça e que seja marcada pelo amor. O livro do Pe. Geraldo, missionário redentorista, vem ajudar os jovens a conhecer os valores que merecem o sacrifício da própria vida. É um livro que questiona. O estilo agradável e de fácil leitura favorece a reflexão. Cada jovem deve descobrir e assumir a própria vocação. Não faltarão os mais generosos que, imitando a Jesus Cristo, consagrem sua vida ao serviço de Deus e de seus irmãos". Ao mesmo tempo que leva os jovens a se questionarem, o livro incita os adultos a animar os jovens e a família a conservar um dinamismo constante. O Pe. José Geraldo é Conselheiro de duas equipes em Araraquara.

MOTIVANDO A PASTORAL VOCACIONAL- Pe. José Fernandes de Oliveira, SCJ - Coleção Cadernos Vocaoionais, n'~ 3 - Edições Loyola, 1983.

É na juventude que se fazem as opções de vida. Existe uma estreita ligação entre Pastoral da Juventude e Pastoral Vocacional. Por isso, o livro do Pe. Zezinho, embora dirigido a animadores vocacionais, sacerdotes e religiosas, contém muitas sugestões de grande valia para os leigos engajados em trabalhos com jovens. Praticamente tudo o que este pequeno manual sugere pode apHcar-se e com muita propriedade a grupos e equipes de jovens.

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NOTíCIAS DOS SETORES RIO DE JANEIRO -

Contra a lei do aborto

As Equipes no Rio de Janeiro, juntamente com os demais movimentos leigos da Arquidiocese, participaram ativamente da campanha "Princípio de defesa da vida", cujo ponto alto foi a entrega ao Cardeal Sales de um abaixo-assinado de solidariedade e apoio integral no seu empenho em defesa da vida. "Foi uma significativa solenidade, escreve Mary-Nize. Presentes todos os Movimentos leigos (16), representados pelos seus Responsáveis. Das ENS, estávamos o Responsável Regional, o Responsável Regional Adjunto, o casal representante do Regional na Pastoral Familiar da Arquidiocese, casais responsáveis de 2 Setores e da Coordenação da Ilha. Dom Lessa, Bispo Auxiliar responsável pela Pastoral Familiar, iniciou com palavras de apoio ao nosso Pastor e, destacando a adesão completa dos movimentos leigos a esta campanha em defesa da vida pela qual D. Eugênio tanto luta, entregou-lhe as folhas, com mais de 50.000 assinaturas. Bastante emocionado, o Cardeal agradeceu essa adesão, salientando o fato de ter sido atitude expontânea dos leigos, colocando-se ao lado de seu Pastor. Por isso ele se dizia infinitamente feliz, sentindo-se inclusive "mais Pastor" por estar naquele momento rodeado quase que só de leigos. Disse ainda que aquelas 50. 000 assinaturas eram apenas de alguns cristãos católicos que pertenciam a movimentos - imaginemos se outros se juntassem - e que isto servia para mostrar como somos fortes quando nos unimos e, assim como isto aconteceu nesta campanha, como seria bom se todos se unissem sempre contra a má televisão, cinema etc. Depois de abraçar-nos um por um e dar-nos a sua bênção, retirou-se com as pilhas de folhas de assinaturas, sob o espocar dos flashes. As congratulações entre todos, os largos sorrisos e o amor fraterno encheram o ambiente." A campanha em repúdio à lei do aborto prossegue, com artigos nos jornais e protestos enviados diretamente para senadores e deputados em Brasília. -

Preparando a Semana da Família

Dentro de toda essa movimentação em preparação à Semana da Família programada pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral Familiar, foram elaborados subsídios especiais para reflexão em grupos paroquiais e movimentos leigos. Trata-se de um folheto

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de 12 páginas, muito bem composto e ilustrado (branco e preto), intitulado "Educação para o Amor, Redenção da Família". Baseado na "Familiaris Consortio", Puebla, pronunciamentos do Papa e da CNBB e dividido em quatro partes - Família e Educação para o Verdadeiro Amor, Família e Sociedade, Família a Serviç~ da Vida, Espiritualidade da Família -, obedece à dinâmica do ver-julgar-agir, traduzido em "Situ~ções que preocupam a cons.., ciência da família cristã", "Proposta de discernimento" e "Para reconciliação neste Ano Santo". Motivadas pelos Setores, muita~ equipes realizaram estudos extras sobre esse folheto, com muitQ proveito. Cartazes com a mesma figura da capa do folheto, mas colo-. ridos e em tamanho grande, foram espalhados pelos movimentos. leigos em toda a cidade do Rio de Janeiro. Durante a semana de 5 a 12 de outubro, seminários, encontros, palestras (a partir do& temas refletidos pelos grupos e com enfoque especial para o prin-. cípio de defesa da vida) deviam convergir para a eaminhada. Penitencial da Família, no dia 12 de outubro. Em todos os movimentos, preparação intensa, confeccionando cartazes, faixas, crachás, etc. As ENS ficaram encarregadas da "liturgia em cami-. nhada", sete reflexões e momentos fortes de oração no percursQ da Igreja da Candelária até a Catedral. -

Somando forças

Acrescenta ainda Mary-Nize: "Vejam como os Movimento~ leigos estão trabalhando, em união entre si e co~ ª- Arquidiocese, Estão cada vez mais unidos e, dentro de suas próprias características, se ajudando mutuamente, e muito. Nossas reuniões mensail:\ (na Comissão Arquidiocesana de Movimentos Leigos) são sagradas, e como se cresce com isso! Sentimo-nos toçlos mais cristão:'\ e realmente parte da Igreja viva. As nossas equipes no Rio têm sido muito motivadas por tudo isso e com esta aproximação o mo-. vímento vem crescendo em crédito e conceito geral." GUARATINGUETA- As EJNS e o Ano San\q

Escrevem Zélia e Antonio Caetano, responsáyeis p~las Equi-. pes de Jovens: "Procurando sempre atualizar no~~Q~ j<;>y~J;l~ e inseri-. -los na Igreja, organizamos uma peregrinação à Basílica Nacional. de Aparecida para que, conscientizados, receQ_es~~:r.n a~ imensas, graças deste Ano Santo da Redenção. Juntamente com alguns. jovens da Coordenação de Aparecida e orientados pelos casais. coordenadores e pelo Pe. José Antonio Dal BQ, \iyeljaJfl:Í \lm{l ~?rd~ -35 ........


de reflexão. Iniciada com uma procissão para visita a Nossa Senhora, seguiu-se uma palestra sobre o Ano Santo, debate, lanche <te confraternização, momentos reservados para confissão, com vários sacerdotes à disposição, terminando a peregrinação com a Santa Missa. Durante as atividades, os próprios jovens tocaram e cantaram, externando a alegria, a confiança e a esperança que trazem em seus corações. Na foto, os jovens que já pertencem às Equipes de Jovens de Nossa Senhora." Ao todo, eram cerca de quarenta jovens participando da peregrinação.

JAO- Retiro

Com a participação de 63 casais e pregado pelo Pe. Paulo, Conselheiro de três equipes do Setor, foi realizado o primeiro retiro do ano - foram programados dois, a fim de facilitar a participação de todos. O clima espiritual foi dos melhores, graças aos dotes do pregador do Pe. Paulo. O entusiasmo dos participantes foi tanto que alguns deles pretendem participar do próximo retiro. -

Caminhada penitenciai · ·

O Setor, desejando inserir-se cada vez mais profundamente pa Igreja, acompanhando o espírito penitenciai do Ano Santo, programou uma caminhada a pé à igreja de Santa Cruz de Po-36-


tunduva, distante 17 quilômetros de Jaú. Escrevem Neusa e David, da Equipe 2: "Num clima de muita camaradagem e inusitada alegria, congregaram-se os equipistas diante da igreja de São Benedito. As 6h20 partia a "peregrinação" pela estrada de terra. Em clima de oração e alta espiritualidade, parecia que o tempo voava e as distâncias se encurtavam. Em 'passada de estrada', 50 casais equipistas, alguns familiares e outros fiéis, num total de aproximadamente 130 pessoas, rezando o terço, meditando no intervalo dos mistérios ou cantando, pedindo pelas intenções do Santo Padre, pelas necessidades da Igreja, pelos enfermos, viam o sol nascer e, com a mesma intensidade de fé, acolhiam a poeira dos veículos que passavam. Casais jovens uns, mais avançados &lguns, na "segunda juventude" outros, além de alguns bacuris de 8 a 10 anos, fizeram três rápidas paradas para reabastecimento. Do lanche que cada um levou foi posto tudo, tudo mesmo, em comum. Tinha-se a nítida impressão das primeiras comunidades cristãs. . . A entrada de Potunduva, o entusiasmo cresceu mai;3 ainda. Padre Augusto, seis coroinhas e muitos populares esperavam e engrossaram o grupo que adentrou a igreja, onde já se encontravam uns 15 equipistas impossibilitados de tomar parte na caminhada. A Santa Missa foi o clímax da peregrinação. Padre Augusto, visivelmente emocionado, esmerou-se na homilia. Ninguém demonstrava cansaço e a celebração foi deslumbrante, com entusiástica participação do coral de jovens da paróquia. Neste mundo existem coisas bonitas: essa peregrinação foi uma delas, aliás como tudo o que é feito com verdadeiro espírito cristão." -

Oferenda do quilo na missa mensal

Todos os meses o Setor programa a missa mensal das ENS numa paróquia diferente, para assim atingir toda a cidade. Desde há mais de um ano, durante o ofertório, os equipistas fazem a oferta de 1 quilo de qualquer mantimento para entrega pelas Conferências Vicentinas às famílias carentes do bairro. BELO HORIZONTE -

Novo Casal Responsável

Recebemos mais uma das gostosas mensagens de Marilda e Waldon. Contam, de início, que Zelli e Resende assumiram a Coordenação, "durante uma celebração eucarística, em 30 de julho passado. Antes da missa, Lilian e Quadra falaram com todo o entusiasmo sobre a vida das ENS e o que mais ficou gravado foi o incentivo à ajuda fraterna e um grande adeus ao comodismo: não pode existir comodismo dentro de nós; ou remamos ou lar-.37 ·-


gamos o barco." Acrescentam: "Belo Horizonte está em fase de expansão. São muitos os convidados, mas poucos os escolhidos. Como é bom trabalhar para o Reino de Deus! Sentimos que recebemos tanto e damos tão pouco de nós! Mas mesmo assim a luta continua." ARAÇATUBA- Noite de oração pelas vocações

Sobre o tema "Vocações" e preparada pela Equipe 14, realizou-se no dia 26 de agosto mais uma noite de oração, à qual compareceu grande número de equipistas. Os membros da equipe foram muito felizes na escolha do tema e na sua abordagem. As intenções estiveram voltadas para pedidos e agradecimentos pelas vocações na Igreja e também no seio da família equipista, que tanto sente a necessidade de mais Conselheiros Espirituais. GARÇA -

Manhã de reflexão

Reuniu-se a Coordenação de Garça, na manhã de 31 de julho, na Creche Dona Maria Leonor para um aprofundamento espiritual. O comparecimento foi excelente, inclusive com a participação de dois casais convidados. O tema do encontro era "O Dom de Deus", muito bem colocado por Maria Lucia e José Alfredo, responsáveis pela Equipe 4. Com muita clareza e intercalando passagens bíblicas e testemunhos de vivência, permitiram que todos pudessem entender o tema. Depois da palestra foram destinados dez minutos à reflexão individual, baseada na pergunta: "Como você tem aproveitado o Dom de Deus para crescer e salvar o próximo?". Em seguida os casais se reuniram, por alguns minutos, para uma troca · de idéias sobre a reflexão individual e conversar sobre: "O Cristo na Eucaristia transforma nosso amor. Acreditamos realmente nisso e aceitamos deixar-nos transformar?" Depois de um pequeno intervalo para o cafezinho, houve um plenário, quando vários equipistas tiveram a oportunidade de expor suas opiniões sobre o tema proposto. Encerrando com a oração a Nossa Senhora, renovou-se convite para que casais não-equipi$tas participem desses encontros. RIBEIRAO PRETO -

Em Santa Rosa do Viterbo

Lemos no Boletim que, "graças a esse casal maravilhoso (um dos pioneiros do movimento em Ribeirão, sempre ·no batente, pelo que se vê), Norma e Geraldo, a semente da ENS foi lançada naquela terra que já sabemos ser bastante fértil. Pedimos as orações de - -38 "-


todos para que ela cresça e dê os frutos esperados pelo Movimento. Começamos com três equipes, ou seja, mais ou menos vinte casais, pilotados por casais de Ribeirão." -

Nos Cursos de Noivos

Os equipistas, como sempre, bastante ativos na preparação I•ara o casamento. Enquanto a Equipe 11 iniciava o curso de noivos na Igreja de São José, dois casais da 10 ministraram o curso em Serrana. Quanto à Equipe 7, atendendo a pedido do Pe. Xavier, assumiu o curso da paróquia de Santa Maria Goretti, na Vila Virgínia- com o importante detalhe que casais residentes naquela paróquia assistiram-no, recebendo orientação para eles mesmos ministrarem os próximos cursos que lá serão realizados. NOVAS EQUIPES ABC

Equipe 13 (Santo André) - Casal Piloto: Iraci e Almeida; Conselheiro Espiritual: Frei Fernando Mason. Araçatuba

Equipe 22 - Casal Piloto: Shirley e Luigi; Conselheiro EsPe. Osmar.

~iritual:

Jaú

Equipe 24 - Casal Piloto: Maria e Otávio; Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo. Juiz de Fora

Eqwipe 14 - Casal Piloto: Nila e José Flávio; Conselheiro Espiritual: Pe. Paulo Ruffier, SJ. Porto Alegre

Equipe 45 (Setor D) -Casal Piloto: Cristina e Ricardo; Conselheiro Espiritual: Pe. Mario Petry.

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Santa Rosa de Viterbo

Equipe 1 - Casal Piloto: Beth e Rómulo; Conselheiro Espiritual: Pe. Pedro. Equipe 2 - Casal Piloto: ritual: Pe. Pedro.

Stell~

e. Ric~rdo; Conselheiro _Espi-

Equipe 3 - Casal Piloto: Deise e Artur; Conselheiro Espiritual: Pe. Pedro.

São Paulo, Setor D

Equipe unova" 2 - Casal P iloto: Lúcia e Anderson; Conselheiro Espiritual: Frei Moisés Bezerra de Lima, OFM .

• RETIROS

1 e

2 de outubro

-

(Casa Pe. Dehon)

5 a

9

"

-

(Sitio Betânia)

14 " 16

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São Paulo

21 " 23

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(Cenáculo)

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28 " 30

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18 " 20 ......

(-Barueri). · -~ -

cvua-Manreser (Ilha do Governador)

Rio de Janeiro

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A MISSÃO 'fEXTO DE MEDITAÇÃO -

Lc. 5, 4-11

Jesus disse a Simão: "Faze-te ao largo; lançai vossas redes para a pesca." Simão respondeu: "Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar, mas porque mandas, lançarei as redes." Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam. Fizeram então sinais aos companheiros da outra barca para virem em seu auxílio. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. À vista disso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!" O espanto, com efeito, se apoderara dele e de todos os que estavam em sua companhia, por causa da pesca que haviam acabado de fazer; e também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Jesus, porém, disse a Simão: "Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens." Então, reconduzindo as barcas à terra e deixando tudo, eles o seguiram.

ORAÇÃO -

João Paulo II, na Guiné EquaJtorial

6 Mãe dos homens e dos povos! 'l'u, que estiveste com a tua Igreja nos inícios da sua missão, intercede. por ela para que, indo por todo o mundo, ensine incessantemente a todas as nações c anuncie o evangelho a todos os povos. 6 Mãe da Igreja! Oxalá todos os sacerdotes sejam sempre "verdadeiros ministros de Cristo e administradores dos mistérios de Deus". Assiste-os com a tua proteção, a fim de continuarem a obra apostólica iniciada. Assiste também os religiosos, as religiosas e os catequistas, para que, mediante a sua entrega e testemunho, ajudem os irmãos a seguir fielmente a Cristo, "caminho, verdade e vida". E oxalá o exemplo deles seja semente

de numerosas e santas vocações.


EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de casais por uma espiritualidade conjugal e fam iliar

R evisão, Publicação e Distribu ição pela S ecretaria das EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 -

Ru a Jo ão Adolfo, 118 - 99 - conj . 901 SAO PAULO. SP

Te!.: 34-8833


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