MAGNIFICAT
-oOoOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E A PARTILHA
-o OoVOCAÇAO DAS ENS NA IGREJA E NO MUNDO, NA ATUALIDADE E NA FIDELIDADE ÀS ORIGENS
UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL A página ao lado, tecnicamente designada por 'segunda capa', traz uma fotografia da gruta de Lourdes, local dos encontros da jovem Berna· dete Soubirous com a que ela chamava de 'pequena Dama'. Todos nós, das Equipes de Nossa Senhora do mundo inteiro, estaremos, de corpo ou de coração, presentes neste lugar privilegiado, em setembro que vem, no Grande Encontro Internacional das ENS. E além do significado do Encontro em si, encontraremos ali outras mensagens que falam diretamente ao nosso coração. O Editorial deste mês, do Pe. Olivier (pág. 2) e a Carta da ERI (pág. 8) nos falam destes diversos aspectos de nossa caminhada para Lourdes. Enquanto isto, em algumas partes do país, as equipes já se mobi· lizam para acompanhar, com peregrinaçõe.s próprias, a caminhada dos que irão efetivamente a Lourdes. Um primeiro relato (pág. 33) nos vem das Regiões São Paulo Sul I e São Paulo-Leste. Estamos no aguardo dos demais ... Agosto, tradici_onalmente, é o mês para se falar em vocações. E o lembrete que vem figurando ao pé da mesma 'segunda capa' há vários meses, quer nos recordar que o Movimento a que pertencemos tem uma vocação à qual todos somos chamados. Como cristãos casados, esta vocação passa naturalmente pelo Sacramento do Matrimônio que escolhemos como caminho para nossa santificação. Vocação, a nível pessoal e do Movimento, e Matrimônio, são os outros temas centrais deste número da Carta Mensal. Importantes, a este respeito, são a Palavra do Papa (pág. 5), a conversa com a ECIR (pág. 10) e outros artigos específicos (pág. 13 e 26). Chamamos especialmente a atenção de vocês para um importante estudo, elaborado por um casal equiplsta, sobre a missão de inserção das ENS, que decorre de sua vocação, e ·que está à página 16. As contribuições de artigos de nossos irmãos equipistas, graças ao bom Deus, continuam nos chegando. Além do acima citado, outros poderão ser encontrados às páginas 29 e 32. E as Notícias dos Setores (pág. 41) também vem fluindo com bastante regularidade, atestando a vitalidade do Movimento por este Brasil afora . O tamanho desta Carta pode dar a impressão que estamos sendo prolixos ou assustar vocês. Mas a verdade ·é que realmente temos tanta coisa que lhes queremos transmitir! Só ficamos um pouco tristes por causa de nossa pesquisa, distribuida junto com a Carta Mensal de abril último: não chega a 10% dos que recebem a Carta Mensal o número daqueles que responderam até o fim de junho, quando encerramos o trabalho. Esperamos dizer alguma coisa a respeito no próximo número. Voltando nossos olhos para Aquela que foi elevada à glória eterna em seu corpo e sua alma, unimo-nos a vocês para pedir: NOSSA SENHORA DAS FAMlLIAS, ROGAI POR NóS! -1-
EDITORIAL
MARIA E BERNADETE . Não é por causa de Bernadete que vamos a Lourdes. I! por causa da Virgem Maria, que nos convida em "sua casa", porque existem lugares abençoados onde ela parece estar mais particularmente em casa. Para, sob seu olhar materno cheio de ternura, nos encontrarmos com o Senhor. No entanto, não podemos esquecer que não estariamos indo a Lourdes, e que nem mesmo haveria Lourdes, se não tivesse havido Bernadete. Foi graças à sua coragem diante do terrível padre Peyramale, graças à sua fidelidade à "pequena Dama da gruta", graças à sua fé inabalável, que a mensagem de Lourdes conseguiu atingir o mundo inteiro. Bernadete foi a mensageira escolhida pela Virgem Maria. Não vamos nos deter aqui nas palavras de Maria, que já foram tantas vezes comentadas. Detenhamo-nos no simples "fato" Bernadete, ou, mais precisamente, no simples fato do encontro entre Maria e Bernadete. Pois é aí que, possivelmente, encontraremos o essencial da mensagem de Lourdes. Para além e mesmo antes das recomendações da Virgem, há este "tête-à-tête" de Maria com Bernadete, este frente-a-frente incrível. Entre quem e quem? Bernadete é uma pobre menininha ignorante. Primeiro, é pobre. Ela faz parte desta massa anônima dos pobres que as pessoas "de bem" não conhecem, nem sequer vêem. Como se não existissem. E em certo sentido, num certo tipo de sociedade; de relacionamento entre os homens, na verdade, eles não existem. Bernadete não tem peso nenhum na sociedade, é um "não-valor". Bernadete não é ninguém! Pode-se visitar a espécie de "cela" onde se amontoava sua família. E sabe-se que seu pai, François Soubirous, um "boia-fria", foi efetivamente posto numa cela de prisão, por causa de um furto de que foi superficialmente acusado. Este tipo de coisa só acontece com pobres! As "damas da sociedade" de Lourdes, Senhora Pailhasson e companhia que, depois das aparições, se disputavam a honra de receber Bernadete, e quem sabe a de "apadrinhá-la", sequer a teriam notado na rua. Bernadete não era nada. E além de tudo, era por demais ignorante. Na sua idade - e não era mais uma criancinha - não conhecia o catecismo e era praticamente analfabeta. Só conhecia, como confessou, o terço ...
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E é a ela que escolhe a Virgem Imaculada, a mãe de Deus, a rainha do céu. Ela poderia ter feito outra escolha, as opções não faltavam! Até parece que fez de propósito. Como transcorre este encontro? Não é o momento de recordar suas etapas e peripécias. Vejamos apenas estes dois seres na presença um do outro, a sós. Procuremos compreender a qualidade fundamental deste diálogo. Bernadete não sabe quem é a "Senhorinha". Talvez não ouse acreditar. Ela deve ter sentido, no coração, mais ou menos como os discípulos de Emaús, algo que não ousava reconhecer, algo que não ousava formular com muita clareza. O que surpreende, o que é admirável, é o tom deste relacionamento. Afinal de contas, as palavras trocadas, de parte a parte, são poucas. Não é a conversa que preenche esses diálogos. A maior parte do tempo parece ter sido constituída de longos silêncios, de olhares, de uma reza muito simples da parte de Bernadete, de uma contemplação extasiada. Dirá mais tarde: "Ela é tão bela, que quando a gente a viu uma vez, tem vontade de morrer para revê-la." Entende-se que ela a olhe, com toda a sua alma. E no entanto, há algumas palavras, palavras que parecem ter escapado, que revelam um pouco do segredo dessas entrevistas entre elas. Duas, particularmente, sempre me marcaram. Bernadete conta: "A Dama me disse: 'Senhorita, poderia ter a bondade de voltar aqui durante quinze dias?'. Ela disse: 'Podetia ter a bondade'/" A pobre menininha, que o mais das vezes deve ser tratada com rudeza, nem consegue acredita~ ... Uma outra vez ela acrescenta: "Ela me chamou de ··senhorita'!" São, sem dúvida, detalhes, mas são reveladores. Mostram, por parte de Maria, uma cortesia delicada, um cuidado, um respeito pela pessoa. Nessa delicadeza, creio perceber um reflexo do Reino de Deus. O que quero dizer é que esta qualidade, esta nobreza do relacionamento entre Maria e Bernadete nos deixa entrever, por uma fração de segundo, o que deve ser o relacionamento, no seio do Reino, entre os filhos de Deus. . ~ a mãe de Deus, a 'escolhida entre todas as mulheres', que se dirige desta forma a uma pobrezinha ignorante. Uma pobrezinha ignorante é tratada como uma princesa. . . Isto não se faz, a não ser no Reino de Deus. Que idéia temos nós deste Reino de Deus que Jesus veio proclamar, anunciar, inaugurar, que fundou sobre o dom de sua própria vida? O tesouro escondido, a pérola entre todas preciosa, pela qual compensa sacrificar-se todos os bens, inclusive, se for preciso, arrancar um braço ou um olho .. . O mundo novo, ·que é b de Deus ... Vendo por um instante Bernadete num diálogo a dois com Maria, é como que um canto
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do véu que se levanta. Sim, Ele olhou para a humildade de sua serva. Sim, Ele eleva os humildes! Tudo o que não for essencial está abolido. Só resta esta comunhão numa intimidade incomparável. Entende-se um pouco melhor como e por que este Reino dos céus é dado aos pobres, como e por que muitos últimos serão os primeiros. Não se trata mais das divisões e das estratificações de nosso mundo construido sobre o poder, o dinheiro, a competição, a inveja. Não há mais lugar para o orgulho, o desprezo, a arrogância. A autoridade e a força não pesam mais, nem tampouco o saber, o sucesso ou a glória. Não há mais judeus nem gregos, como não há mais ricos nem pobres, poderosos nem miseráveis. Só existe este mundo de Deus, onde cada um é visto e amado na sua verdade, onde cada um está presente diante dos demais na sua simplicidade e transparência; o mundo dos filhos da luz . . . Quando vemos Bernadete diante da Virgem Maria, é este rosto ainda secreto, ainda escondido do Reino que nos ilumina por um instante. Sabemos agora a . que somos chamados. Não num dia distante, no dia da eternidade, mas agora, já. Este é o Reino que foi semeado e que deve germinar no nosso mundo. Esta é a qualidade das relações entre filhos de Deus que devemos tentar promover desde agora. Tal : a primeira mensagem de Lourdes. Pe. Bernard Olivier, o.p.
Bernadete
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A PALAVRA DO PAPA
OS CONJUGES SÃO CHAMADOS A VIVER A INTEIRA VERDADE DA "HUMANAE VITAE" Por ocasião do vigésimo aniversário da Encíclica "Humanae Vitae", de Paulo VI, publicada a 25 de Julho de 1968, realizou-se em Roma, de 12 a 15 de Março, um Congresso Internacional para a Família da Africa e da Europa, que reuniu trezentos especialistas e estudiosos desses dois continentes, para uma reflexãa aprofundada sobre os aspectos éticos e pedagógicos da procriação responsável, e para a atualização das mais recentes conquistas científicas relativas é regulação natural da fertilidade. No dia 13 de Março, os congressistas foram recebidos em audiência pelo Santo Padre, que lhes dirigiu o seguinte discurso:
Ilustres Senhores Gentis Senhoras 1. Com viva alegria vos dou as boas-vindas a esta Audiência especial que, de bom grado, reservei à vossa qualificada representação, por ocasião do Congresso Internacional copvocado para recordar o XX aniversário da Encíclica Humanae Vitae. Ao dirigir-vos a minha saudação cordial, desejo exprimir viva satisfação aos responsáveis do "Centro de Estudos e Pesquisas sobre a regulação natural da fertilidade" da Universidade Católica do Sagrado Coração, os quais promoveram a iniciativa, que se vai repetir, dentro de alguns dias, na cidade de Bolonha. 2. O vigésimo aniversário da Encíclica Humanae Vitae oferece à Igreja inteira uma ocasião propícia para refletir seriamente .sobre a doutrina por ela ensinada, uma doutrina por mim retomada na J;xortação Apostólica Familiaris Consortio, e em numerosas outras ocasiões. Trata-se, com efeito, de um ensinamento que pertence ao patrimônio permanente da doutrina moral da Igreja. A ininterrupta continuidade com que a Igreja a tem proposto, nasce da sua responsabilidade pelo verdadeiro bem da pessoa humana. Da pessoa humana dos cônjuges, em primeiro lugar. Com efeito, o amor
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conjugal ~o bem mais precioso deles. A comunhão interpessoal, que entre dois batizados, é o símbolo real do amor de Cristo para com a sua Igreja. A doutrina exposta na Encíclica Humanae Vitae constitui, portanto, a necessária defesa da dignidade e da verdade do amor conjugal. Assim como para com todo o valor ético, de igual modo para com o amor conjugal existe uma grave responsabilidade do homem. Os primeiros responsáveis do seu amor conjugal são os esposos, no sentido que , eles são chamados a vivê-lo na sua inteira verdade. A Igreja ajuda-os nesse compromisso, iluminando-lhes a consciência e assegurando, com os sacramentos, a força necessária à vontade para escolherem o bem e evitarem o mal. 3. Não posso, contudo, deixar de falar do fato que não poúcos, hoje, em vez de ajudarem os cônjuges nesta sua grave responsabilidade, criamlhes notáveis obstáculos. A este propósito, todo o homem, que tenha percebido a beleza e dignidade do amor conjugal, não pode permanecer indiferente ante as tentativas que se vão fazendo de equiparar, para todos os efeitos, o vínculo conjugal a me111s convivências de fato. Equiparação injusta, destrutiva de um dos valores fundamentais de qualquer convivência civil a estima do matrimônio - e deseducativa das jovens gerações, tentadas assim a ter um conceito e a realizar uma experiência de liberdade, que se revelam alterados na sua própria raiz. Além disso, os cônjuges podem ser seriamente obstaculizados no seu empenho de viver de modo correto o amor conjugal, por uma certa mentalidade hedonista corrente, pelos mass-media, por ideologias e práxis contrárias ao Evangelho; mas isto pode também ocorrer, e com conseqüências deveras graves e desagregadoras, quando a doutrina ensinada pela Encíclica é posta em discussão, como outrora aconteceu, também por parte de alguns teólogos e pastores de almas. Esta atitude, com efeito pode induzir a dúvida sobre um ensinamento que para a Igreja é certo, obscurecendo assim a percepção de uma verdade que não pode ser discutida. Não é este um sinal de "compreensão pastoral", mas de incompreensão do verdadeiro bem das pessoas. A verdade não pode ser
medida pela opinião da maioria. A preocupação, que tivestes no vosso Congresso, de inserir a reflexão de caráter mais nitidamente técnico e científico, sobre o controle natural da fertilidade, no contexto de amplas reflexões teológicas, filosóficas e éticas, deve ser ressaltada e louvada. Outro modo é apenas em defesa da bondade e dignidade do amor conjugal, e portanto do bem da pessoa dos cônjuges. Ela tem um alcance ético também mais vasto. Com efeito, a lógica profunda do ato contraceptivo, a sua raiz última, que profeticamente Paulo VI tinha já individualizado, são agora manifestas. Que lógica? Que raiz? A lógica antivita: nestes vinte anos numerosos Estados renunciaram à sua dignidade de serem os defensores da vida humana inocente, com
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as legislações em prol do aborto. Verdadeiro massacre de inocentes está a realizar-se todos os dias no mundo. Que raiz? E a rebelião contra Deus Criador, único Senhor da vida e da morte das pessoas humanas: é o não reconhecimento de Deus como Deus; e a tentativa, intrinsecamente absurda, de construir um mundo, do qual Deus esteja completamente estranho. Na Encíclica Humanae Vitae, o Papa Paulo VI exprimia a certeza de contribuir, com a defesa da moral conjugal, para a instauração de uma civilização verdadeiramente humana (cf. n.o 18). A vinte anos de · distância da publicação do Documento, não faltam deveras as confirmações da consistência daquela convicção. E são confirmações verificáveis não só pelos crentes, mas por qualquer homem cuidadoso dos destinos da humanidade, uma vez que qualquer pessoa pode ver a que conseqüências se chegou, não obedecendo à santa lei de Deus. O vosso empenho - como o de tantas outras pessoas de boa vontade - é um sinal de esperança não só para a Igreja, mas para a humanidade inteira. Ao convidar, de todo o coração, cada um de vós a perseverar de maneira generosa no caminho empreendido, a todos soncedo, propiciadera dos favores celestes, a minha Benção.
-o OoEncerra-se, na festa da Assunção, em 15 de agosto, o Ano Mariano procla· mado pelo Papa João Paulo n no dia de Pentecostes do ano passado. Seria talvez o momento, para cada um de nós, cada um dos nossos casais, cada uma de nossas equipes, fazermos um balanço do que este Ano significou para nós, do que trouxe para nós, do que nos levou a dar. A nivel pessoal, poderiamos, por exemplo, nos perguntar se o modelo de Maria, como discípula de Cristo, nos levou a mudanças de atitude em nossa vida. O Evangelho não nos revela muito das palavras de Maria. Mas ela é sempre referida como presente, ouvindo a pregação de seu Filho, recebendo com os demais discípulos o Seu Espírito Santo. Será que, como Maria, nos tornamos melhores ouvintes da Palavra de Deus, daqueles que a 'põem em prática'? Como casal, como pais, poderíamos também nos interrogar sobre nossa entrega nas mãos do Senhor. Será que passamos a dizer, com mais freqüência: "Faça-se em nós conforme a Tua Palavra, Senhor''? E será que o exemplo de Maria, Mãe que nos traz e entrega seu Filho, está nos m,otivando mais a trazer e entregar Jesus aos outros, a nossos filhos, aos que nos cercam, aos que encontramos? E na nossa equipe? Desde março, juntamente com todas as equipes do mundo, estamos nos debruçando sobre o hino safdo dos lábios de Maria, o Magnificat. Será que a nossa reflexão nos leva, com Maria, a melhor glorificar o Senhor, pelas maravilhas que faz em nossa vida? A optar, com ela, pela humildade e pelo desa· pêgo? Será que, como Maria, estamos profundamente inseridos no povo amado de Deus, sua Igreja? Quem sabe, em nossas meditações deste mês, em nosso dever de sentar-se, em nossa coparticipação, poderíamos nos questionar um pouco mais a fundo: o que estamos fazendo para, junto com Nossa Senhora das Famílias, melhor seguirmos a Cristo?
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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL
"MANTER-SE FIRMES NO SENHOR" Caros Amigos, No momento em que lerem esta carta, vocês terão muito provavelmente terminado, nas suas equipes, o estudo do Magnificat. A caminho de Lourdes, e na perspectiva de uma nova era, após os 40 anos dos Estatutos, vocês sabem quanto é importante esta reflexão do Movimento inteiro. Quer vocês estejam nas Equipes de Nossa Senhora há pouco ou muito tempo, quer vocês sejam ou não responsáveis, encarregados de uma ou de várias equipes, é importante conhecer o fruto de suas meditações e de suas experiências pessoais. Mais do que nunca, o acompanhamento de nossos conselheiros espirituais é essencial, para "manter-se firmes no Senhor", na busca de um amor maior. Não é fácil juntar a seara, recolhida pelo mundo inteiro nas equipes de base. E preciso que haja, por parte da equipe ou de seu responsável, um certo espírito de decisão e de abnegação, para preparar uma síntese escrita e transmití-la, sem por isso imaginar que se trata da única resposta capaz de dar início a uma renovação. Na verdade, Lourdes será uma magnífica ocasião de trocas de idéias "sem intermediários", ampliada até as dimensões da Igreja universal. Os que puderem ir a Lourdes serão portadores de esperança, munidos das carências e das recomendações de seus irmãos e irmãs de equipe retidos em suas casas por suas atividades familiares e profissionais. Ao contrário do que aconteceu em Roma, quando dos Encontros anteriores, a Equipe Responsável Internacional, de comum acordo com o Casal Responsável da Super-Região de que vocês fazem parte, previu que será consagrado um tempo maior às reuniões das equipes mixtas, nas casas de hospedagem, de tal maneira que um clima de escuta e de ajuda mútua possa se estabelecer. E se, por infelicidade, sua equipe não estiver representada, peçam ao casal mais próximo que se encarregue de levar seus apelos. Isto posto, vocês também sabem como é rico o tema do Magnificat. Ao longo dos últimos quatro meses, foi-nos dado viver em ação de graças em nossas casas, cultivar a alegria do dom, do amor de Deus, de se saber amado pelo cônjuge (Cap. 1); redescobrir as maravilhas da aliança, da ternura e da misericórdia de Deus, tantas vezes refletidas em nosso relacionamento conjugal (Cap. 2); abordar, quem sabe pela primeira vez em nossa equipe, o tema da pobreza e de rever, segundo o discernimento evangélico, nossa atitude em relação aos 'pobres evidentes' e aos 'menos evidentes' (Cap. 3); por fim, reavaliar as dimensões de nossa
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missão de cristãos casados, de casais engajados, nas ENS ou em outro lugar, como testemunhas bem vivas do sacramento do amor (Cap. 4). Estaremos sendo fiéis a esses renovados apelos, que se inscrevem diretamente na linha dos "carismas fundadores" do Movimento? Para pertencer às Equipes de Nossa Senhora, cada um de nós adere, do fundo do coração, a tudo aquilo que nos diz Maria a respeito de Deus, nosso Salvador, nesse maravilhoso cântico que, a cada dia, redizemos em nossos lares. A nossa família à escuta de seu Senhor! Mas teremos conseguido operar as conversões necessárias para estarmos realmente caminhando? O espírito está sempre prestes a elevar-se, enquanto a carne nos prende com força ao solo .. . Teremos seguido as pistas indicadas? Como, por exemplo, dedicar o tempo necessário para agradecer ao Senhor (Cap. 1); como, por exemplo, fazer um ato de 'hesed' (Cap. 2); como por exemplo, adequar nosso estilo de vida à nossa fé (Cap. 3); ou ainda, por exemplo, convidar em nossa casa jovens que hesitam em engajar-se no matrimônio (Cap. 4)? Um psiquiatra americano, que se quer médico da alma, escreve: "Consagrar a vida à verdade, significa questioná-la: a única maneira de termos a certeza de que nosso mapa da realidade está correto, é submetê-lo à crítica e ao desafio de outros cartógrafos. Caso contrário viveremos num sistema fechado, numa redoma de vidro, respirando apenas o ar que exalamos, cada vez mais sujeitos às ilusões" (M. Scott Pech, 'The road less traveled') . Em nosso caminhar pessoal e de casal, devemos esforçar-nos por jogar o jogo da verdade, por aceitar de rever nosso mapa com o auxílio de nossos co-equipistas ('os demais cartógrafos'), e conformar-nos, com a disciplina alimentada pela graça. S esta, efetivamente, "the road less traveled", a estrada menos utilizada, e no entanto a mais segura para se chegar a Lourdes . Annette e Léon Dabin
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A EC/R CONVERSA COM VOCES
VOCAÇAO Neste mês de agosto, dedicamos especial atenção à Vocação. Diante disto, cabe-nos então, uma reflexão do sentido desta verdade, tão importante e inerente a todos nós cristãos e em especial, a nós das ENS, que temos nos preocupado bastante com a redescoberta da vocação de nosso movimento na Igreja e no mundo, nos dias atuais e fiéis às origens. Vocação implica em apelo, chamamento, diante do que uma resposta deve ser dada. Sabemos que Deus Pai, por amor, toma sempre a iniciativa, e por isso chama e envia. Chama seu antigo povo e envia os profetas, para que esse povo aprenda a conhecê-lo, amá-lo e servi-lo e assim Ele vem preparando a Igreja - Povo de Deus - no decorrer da história. E então, com seu sacriffcio, Jesus cumpre a vontade do Pai. E em seguida constitui a sua Igreja, a comunidade universal dos chamados. Depois de Jesus ter cumprido a sua missão, é o Espírito Santo que está sempre enriquecendo a Igreja com seus dons, e a cada um de nós é dada a manifestação do Espírito, porém sempre voltada ao bem comum. Portanto, cada vocação está intimamente ligada com a vontade do Pai, a missão do Filho e a obra do Espírito Santo. Cada vocação é então, iluminada e fortalecida à luz do mistério da Igreja e de Deus. A Igreja é instrumento do chamamento de Deus, é sempre um apelo vivo, por vontade do Pai. Todos nós na Igreja, recebemos uma vocação e devemos ter a consciência clara de sermos uma comunidade de chamados. Para tanto é preciso que descubramos o valor do dom que recebemos. Encontramos em Mt 5,48: "Sêde, portanto, perfeitos, assim ·como também vosso Pai celestial é perfeito." Vemos aí, que somos chamados por Deus a sermos santos. Somos chamados por Deus, não pelas nossas obras, mas sim, por causa da sua vontade e da sua graça. Ao sermos batizados nos tornamos filhos de Deus e participantes da natureza divína. Somos chamados então, pela graça de
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Deus, a guardar e aperfeiçoar nas nossas vidas a santidade que recebemos. Por isso nós, cristãos, em qulquer estado ou ordem, somos chamados à realização da vida cristã e à perfeição da caridade. E é através desta santidade que, na sociedade, poderá acontecer um modo mais humano de viver, à medida em que nos dedicarmos à glória de Deus e, ao serviço do próximo. i: muito importante, pois, a nossa participação na missão real do Cristo, ou seja, no fato de redescobri.rmos em nós e nos outros a dignidade de nossa vocação, a qual poderá identificar-se como "realeza", pois exprime-se na disponibilidade para servir, a exemplo de Cristo. A Igreja, Povo de Deus, é também "Corpo Místico de Cristo". E o fato de pertencer a este "Corpo", vem de um apelo particular, juntamente com a ação da graça. E se quizermos fazer presente esta comunidade do Povo de Deus, tão diferenciada, devemos antes perceber Cristo dizendo a cada um de nós: "Segue-me". Por atendermos a este apelo, estaremos inseridos na comunidade dos que seguem a Cristo, de forma diversa, às vezes consciente e coerente ou menos consciente e incoerente. Vamos aí enxergar a manifestação do aspecto • pessoal" e a dimensão desta sociedade que é uma comunidade, porque a constituimos com Cristo, se não por outras razões, ao menos por termos em nossas almas o sinal indelével de quem é cristão. Todos nós na Igreja, somos chamados a assumir um serviço, o que é fundamental e essencial a partir de nossa fidelidade ao Evangelho. Então a missão do cristão, suscitada pela palavra de Deus é selada pelos sacramentos da Igreja. Portanto, toda iniciativa serve a uma renovação da Igreja, na medida em que contribue para transmitir a luz de Cristo, baseando-se numa consciênca clara da vocação e da responsabilidade. ~ o princípio do "serviço real", que é colocado a cada um de nós, seguindo o exemplo de Cristo, o dever de exigir de nós próprios aquilo para que somos chamados. A fidelidade à vocação recebida de Deus, mediante Cristo, carrega consigo, a solidária responsabildade pela Igreja. Outro aspecto da vocação que não nos pode passar desper· cebido é o apelo feito por Cristo aos doze apóstolos: "Ide, pregai a Boa Nova."
Este apelo continua sendo feito a cada um de nós, cristãos. A Boa Nova do Reino é para todos os homens e de todos os tempos. Por Isso, evangelizar constitui a graça e a vocação próprias da Igreja e a sua mais profunda identidade. -
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E dentro desta mesma Igreja, encontramos a família cristã que ao acolher o Evangelho e o amadurecendo na fé, torna-se comunidade evangelizadora. Esta missão da família encontra suas raízes no Batismo e acresce-se da graça sacramental do Matrimônio, que lhe confere forças para transmitir a fé, para santificar e transformar a sociedade moderna, conforme a vontade de Deus. E sabemos o quadro que ameaça as familias nos dias de hoje. Essas ameaças são de ordem social, moral, civil e religiosa. J: preciso estar atentos a todos estes campos e a todas as exigências da problemática enfrentada pela família. Reportando-nos à homilia do Papa João Paulo 11 às familias no Rio de Janeiro, ele nos fala do muito que se tem a fazer para se criar um ambiente propício à realização de um ideal familiar cristão, baseado nos valores da unidade, fidelidade, indissolubilidade e fecundidade responsável; no que se tem a fazer junto a casais que se encontram em momentos de crises; no que se pode fazer para suscitar uma política social sensível aos reclamos e aos valores familiares e então evitar uma legislação nociva à estabilidade e equilibrio da família; e ainda no valor de uma espirituali· dade familiar aperfeiçoando-se e difundindo-se sempre. E aqui o Papa João Paulo 11 encoraja os movimentos familiares que se dedicam a tal obra. Pudemos então, perceber a dimensão da vocação. O quanto é importante que tenhamos consciência clara da nossa vocação. E como iniciamos o artigo, é importante que refletindo sobre todos os aspectos da vocação dirigida a cada um de nós, possamos perceber nossa vocação como Equipes de Nossa Senhora, movi· mento familiar, diante da família no mundo de hoje que atravessa, como já dissemos, tantos problemas e angústias. !: nisto que o Movimento vem se debruçando tanto, tendo presente a sua responsabilidade em responder- ao seu Carisma fundador, ao apelo a ele feito por Deus. Todo encontro com a Palavra de Deus é um momento propício para uma proposta vocacional. E nós, ENS, tem·os como ponto concreto de esforço, a Escuta da Palavra, e talvez não tenhamos consciência desta interpelação que nos é feita por Deus a cada dia. O homem que se deixa penetrar pela Palavra de Deus, adquire uma nova consciência de sua própria vocação, permanece em diálogo com Deus, sente-se interpelado com força e descobre caminhos mais empenhativos, em ordem a cooperar com o Senhor Jesus para o Advento do Reino. E temos Maria como exemplo. Aquela que soube perceber sua · vocação e responder a ela. Olguinha e Toninha
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A PALAVRA DE NOSSOS PASTORES
A FAMfLIA, A CRIANÇA E O IDOSO Acaba de ser votado pela Assembléia Nacional Constituinte o capítulo oitavo. Trata da família, da criança, do adolescente e do idoso. O texto reconhece a famflla como base da sociedade e estabelece o direito à especial proteção do Estado. Marca a diferença entre o casamento e a mera união estável entre o homem e a mulher, embora assegure, também, para essa, a mesma proteção do Estado. 1: lamentável, no entanto, a redução de prazo proposta para obtenção do divórcio. A lei que favorece a dissolução do vínculo lesa a estabilidade da famflla, com enormes conseqüências morais para a sociedade. Na visão cristã, é preciso afirmar com vigor que a dignidade do casamento exclui a dlssolubilidade do vínculo. Diante da lei permissiva torna-se, agora, mais necessária a formação da consciência para quem reconhece e poderá realizar no casamento a Intenção de Deus criador. Há um aspecto que a ninguém pode passar despercebido. Como convencer os jovens a respeito da seriedade da vida matrimonial, quando os próprios legisladores se pronunciam pela fragilidade do vínculo? A lei ordinária poderá contribuir para evitar maior erosão do tecido já tão desgastado. A referência luminosa aos prlncij)los da dignidade à pessoa humana e à paternidade responsável como fundamento do planejamento familiar revela uma redação equilibrada que abre perspectivas valiosas para orientar o casal e coibir graves abusos ainda hoje praticados por Instituições privadas e até oficiais. 1: de desejar que se explicitem mais as exigências éticas que decorrem do reconhecimento da dignidade da pessoa humana. Na véspera da votação as crianças enlaçaram o prédio do Congresso numa enorme e alegre ciranda. Fato semelhante aconteceu em outras tulntes a dar à Infância a devida atenção. tuinttes a dar à Infância a devida atenção. A resposta foi um texto denso que, por parte da famflla, da sociedade e do Estado, concede à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, a garantia de seus direitos fundamentais. O artigo tem muitos méritos, como a valorização aos programas de saúde e de educação e o especial atendimento aos portadores de deficiência. No entanto, na defesa da vida faltou a afirmação de que este direito será promovido desde a concepção. Ficou Implícito. Era de se esperar que houvesse afirmação clara e vigorosa em bem do nRsclturo. Temos lutado com denodo contra a tortura, a violência e a crueldade. Assim, a rejeição da suprema Injustiça que elimina a vida do Inocente, também, tem que valer para a criança totalmente Indefesa no selo de sua mãe. (Extraldo de artigo de Dom Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB publicado em 28/05/88, no jornal Folha de São Paulo)
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A VOCAÇÃO MATRIMONIAL -
VOCAÇÃO CRISTÃ
Em artigo anterior (CM n.0 4/88), procuramos analisar o que é vocação cristã e como ela pode se realizar de numerosas maneiras. Hoje, vamos abordar uma vocação cristã que nos toca muito de perto, a vocação matrimonial. Em primeiro lugar, Deus nos chama a sermos testemunhas do Amor. De todas as formas de amor, a que melhor representa e manifesta o Amor divino é o amor conjugal. Quando um homem e uma mulher se unem pelo matrimônio, fisicamente até que a morte os separe e, espiritualmente, para toda a eternidade, estão participando ativamente da construção do amor e dando testemunho dessa construção, desse amor. Com efeito, é comum dizer-se que um homem e uma mulher se casam porque se pmam, ou seja, imaginam que o casamento é um fecho, a afirmação legal e religiosa de uma situação pré-existente. Entretanto, é o contrário que ~contece: o casamento é um início, não um fim. O amor que surgiu inicialmente é um indício - uma atração, um desejo, uma promessa - às vezes nem sequer um esboço do verdadeiro amor. Este deverá ser construído no trabalho diário, no esforço contínuo e renovado, na luta contra o , egoísmo e o pecado, na renúncia e na doação, no crescente desejo de bem do outro, e só se completará após a grande renúncia da separação final, no reencontro da vida eterna. Esse amor edificado dia a dia, pedra sobre pedra, é trabalhoso e difícil, e sozinhos dificilmente conseguiríamos realizá-lo. Por isso nos é oferecido o Sacramento do Matrimônio, fonte de gtaças renovadas a cada novo "sim" e que nos dá a força necessária para atingir a nossa meta, viver o amor e testemunhá-lo. Há outro aspecto ainda, fundamental, na vocação matrimonial. A construção do Reino é uma obra contínua, de longo fôlego, a ser completada apenas no final dos tempos. Como Deus quis que a construção do Seu Reino passasse pelos homen& e que estes são mortais, é condição necessária a perpetuação da espécie. Deus disse ao primeiro cas.al: "Crescei e multiplicai-vos". Faz pois parte integrante da vocação humana ter filhos e faz parte essencial de nossa vocação cdstã de casados gerar filhos de Deus. Portanto, dupla responsabilidade: perpetuar a espécie e educar os filhos de modo a que sejam filhos de Deus e seus colaboradores na construção do Reino. -14-
Essa dupla missão é inerente à vocação matrimonial e só consegue realizar-se plenamente através do matrimônio. E através da paternidade/maternidade, entendidas e vividas no seu duplo aspecto físico e espiritual, o casal vive outra faceta do amor, também reflexo do amor divino, o amor paterno e materno. A vocação cristã é vocação para a santidade e a santidade não se atinge sozinho. Pelo matrimônio, cada um dos cônjuges assume a responsabilidade pela santificação do outro e, por seu amor, seu esforço, sua constante oração, influi poderosamente para que o outro caminhe rumo a essa santificação. Esforçam-se também ambos, juntos, para conseguir a santificação dos filhos . Finalmente, um último aspecto da vocação matrimonial. Deus quis que seu povo caminhasse unido como Igreja. Ora, a Igreja é um conjunto de pequenas células que são a sua presença mais visível, e também mais atuante. Essas células são as comunidades e a menor delas é a família, a pequena "ecclesia", constituída a partir de um casal. Ao assumirmos e realizarmos a nossa vocação matrimonial, estamos assumindo também a responsabilidade de sermos Igreja, de vivê-la dentro de nossa pequena comunidade familiar e também de estarmos inseridos na grande Igreja, em constante comunhão e interação. O casal, união de dois leigos com uma vocação individual própria, decorrente de sua condição de batizado, tem uma missão específica dentro da Igreja e no mundo, é a de ser testemunha do amor. Deus é amor. O mundo está carente de Deus porque está carente de amor. O casal que vive seu amor conjugal, seu amor paterno, seu amor ao próximo, está revelando Deus ao mundo, está sendo um sacramento. Além do testemunho da própria vida, tem ainda toda uma missão de apostolado a desenvolver junto aos jovens, aos noivos, aos casados que desconhecem Deus e a grandeza do matrimônio cristão, aos simplesmente unidos fora do casamento, aos separados, aos abandonados, aos viúvos. Por que não dedicarmos o próximo dever de sentar-se a examinar diante de Deus se estamos sendo fiéis a nossa vocação matrimonial, a nossa vocação cristã de casados, se estamos sendo construtores de nosso amor conjugal, santificadores do nosso cônjuge, geradores de filhos de Deus, testemunhas e agentes do amor na Igreja e no mundo. Gerard Duchêne
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ENS E INSERÇÃO NA IGREJA O presente artigo foi elaborado por Marcia e Simão Abbud, equlplstas de São Paulo, representantes da Arquldlocese de São Paulo, na Comissão de Pastoral da Famrlla, no Regional Sul I da CNBB e membros do Conselho Regional de Leigos. Sua Intenção, conforme declaram, é de fazer uma reflexão sobr:~ a Inserção do Movimento das Equipes de Nossa Senhora na Igreja, a partir do Documento n.0 38 da CNBB: • Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil. • 1.
ATUALIDADE DO TEMA.
No Sfnodo dos Bispos sobre os Leigos, realizado em final de 1987, entre os 12 temas mais freqüentados 'Movimentos' fo i o 4.0 em ordem de Importância, pelo número de Intervenções. Os Cardeais D. Aloisio Lorschelder, do Brasil e D. Martlnl, de Milão, entre outros, trataram do assunto. O Regional Sul-1, da CNBB, publicou em 1986 o Documento n.0 51, que contém sugestões práticas para melhor Inserção dos Movimentos na Igreja, resultantes de um encontro havido entre O. Eduardo Koalk e representantes de diversos movimentos. Também o Pe. Comblin publicou anteriormente, na REB - Revista Eleslás· tica Brasileira, um artigo multo polêmico sobre o assunto, que repercutiu até em Roma. 2.
SITUAÇAO DO PROBLEMA.
Percebe-se a existência de tensões entre os Movimentos e a Hierarquia da Igreja. Por trás dessas tensões, existem: -
visões ecleslológlcas diferentes tensão Igreja Particular - Igreja Universal.
De um lado, a nosso ver, a dificuldade de Inserção das ENS é causada, concretamente, pelos próprios bispos, que não criam canais eficazes para um melhor relacionamento e coordenação, visando a integração do Movimento na Pastoral de Conjunto. Citamos, por exemplo, a Inexistência dos 'Conselhos Diocesanos de Leigos', que deveriam articular e coordenar os movimentos. Em outros casos, os bispos elegem um determinado movimento à guisa de 'Pastoral Familiar', o que, além de não cobrir todos os campos de atuação desta Pastoral, deixa de atingir todas as classes sociais e exclui os outros Movimentos Familiares. Por outro lado, a dificuldade está no seio das ENS, que se acomodam, multas vezes, atrás de posições do tipo: - "Os bispos não nos entendem· (o que não é verdade, para a grande maioria);
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- ·Estamos Inseridos, porque nossos Estatutos dizem que 'queremos estar sempre prontos a responder aos apelos do bispo' " (o que importa é a prática!); - ·Não somos movimento paroquial" (não precisamos sê-lo: trata-se de Inserção na diocesse) ; - Não somos 'movimento de ação' , mas de 'gente ativa' • (que tipo de atividade têm os equiplstas?); - ·A maioria de nossos equlplstas está engajada em atividades paroquiais· (e os que não têm vocação para essas atividades? e a Inserção no mundo, como fica? e os quadros do Movimento, que não têm disponibilidade, são serviço à Igreja ou trtulos honorfflcos? e o Movimento com um todo, que por sinal não é paroquial?). Parece que chegamos ao cerne da questão. 3.
O QUE ~ INSERÇAO NA IGREJA.
Precisamos começar a debater o assunto entre nós, de preferência junto com a hierarquia, principalmente onde já existem os canais de Inserção e a prática. Em nossa opinião, Inserir-se na Igreja é buscar uma caminhada comum, participar de sua vida e missão. Para tanto, é preciso : - Conhecer o que acontece, o que se faz na Igreja, para poder • Amá-la , ter consciência de pertencer a ela, solidarizar-se com as suas dificuldades e • Participar de sua ação pastoral , conforme o carisma de cada um. Convém lembrar que as reflexões ecleslológlcas , feitas desde o Concfllo , superaram a dicotomia HIERARQUIA IGREJA
X LAICATO X MUNDO
onde à hierarquia caberiam as funções lntra-ecleslals e ao lalcato as funções no mundo. No Sfnodo de 1987, que teve como pano de fundo uma reflexão ecleslológlca, esteve multo em voga a expressão " comunhão missionária", que diz respeito às relações entre clero e lalcato e a sua missão, como Igreja, no mundo. Para melhor analisarmos o assunto, usaremos como referência o Documento n.0 38 da CNBB. O que dizemos a seguir supõe o prévio conhecimento do mesmo. 4.
HISTóRICO DAS DIRETRIZES GERAIS DA AÇAO PASTORAL DA IGREJA NO BRASIL.
O documento, com este mesmo tftulo, foi publicado pela primeira vez em 1971 (Doc. n.0 4), para o quadriênio 1971-1974. De lá para cá, foi revisado a cada 4 anos, com atualização a partir das avaliações feitas nas Igrejas Parti· culares. Antes, a ação pastoral era multo dispersa. O documento é uma tentativa de buscar a unidade na diversidade das realidades (regiões geográficas) e dos' nfvels (diocese, paróquia, movimentos, pessoas) . São idéias-força que devem ser atingidas, permitem a avaliação no fim de cada perfodo e acabam condi· cionando certas ações.
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Note-se que é um documento de Igreja (não só dos bispos ou dos padres) e que obriga portanto a bispos, padres , religiosos, assim como os leigos e seus movimentos. Isto é: quem quer se sentir Igreja na sua ação pastoral tem que seguir estas diretrizes, que não são, portanto, meros conselhos ou sugestões. O documento está dividido em 3 partes :
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OBJETIVO GERAL
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DIMENSOES
-DESTAQUES Abordaremos as duas primeiras.
5. OBJETIVO GERAL. Resumindo didaticamente, podemos dizer que o documento define o objetivo geral como o de evangelizar o povo brasileiro, tendo por horizonte o Reino Definitivo. Explícita de permeio alguns elementos da realidade encontrada, fixa parâmetros de orientação e conclui com as metas nos campos pessoal, comunitário e ecleslal, e social, visando a participação na construção de uma sociedade justa e fraterna. O enunciado completo é o seguinte :
EVANGELIZAR
• o povo brasileiro • em processo de transformaçio social, econômica, polrtica e cultural, • anunciando a plena verdade sobre Jesus Cristo, a Igreja e o homem, • l luz da evangélica opçio preferencial pelos pobres, • pela llbertaçio Integral do homem, numa crescente partlclpaçio e comunhão, • visando formar o povo de Deus e participar da construçio de uma sociedade
justa e fraterna, • sinal do Reino Definitivo. A seguir, vamos apresentar nossa visão de como aplicar cada um destes pontos ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Em cada Item, transcreveremos ou resumiremos os pontos que nos parecem de Interesse, para depois tentar fazer a sua aplicação.
* EVANGELIZAR Constitui-se na missão e na razão de ser da Igreja. O documento (citando Lumen Gentlum 24) define evangelizar como • participar ativa e conscientemente de um processo histórico, que tem como origem o desfgnlo de Deus Pai e se realiza através das missões do Filho e do Espfrlto Santo"(4). Mais adiante, transcreve Evangelium Nuntlandl 19-20, dizendo que se trata "de chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de Interesse, as fontes inspiradqras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desfgnio da salvação"(10).
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Fixando-nos nestes dois pontos, vemos que as ENS, centrando sua espl· rltualldade na Palavra de Deus, Insistindo na oração ligada à vida, procurando superar a dicotomia fé-vida, enquadram-se dentro dos objetivos evangelizadores da Igreja. Lembramos aqui uma reflexão de Nancy Moncau sobre a parábola do semeador (Me. 4,3-8), na qual ela comparava o terreno fértil ao nosso coração, onde a Palavra de Deus germina (nos transforma, produz frutos), ao contrário da que fica nos nossos sentidos (beira do caminho) ou atinge apenas nosso Intelecto (terra com espinhos), onde é abafada ou fica como um verniz superficial e decorativo. Resta-nos avaliar como têm se modificado, no correr dos anos, nossos critérios, valor.es, centros de Interesse e modelos de vida . Como temos sido, nos nossos ambientes, fermento dessa mudança?
* O POVO BRASILEIRO Podemos classificar o povo brasileiro segundo ãs diversas situações humanas (144) : -
faixas etárias: crianças, jovens, adultos, anciãos; tipos de trabalho: operários, lavradores, 'bóias-frias', empregadas domésticas, profissionais liberais ... ; necessidades básicas: saúde, alimentação, educação, melo ambiente, Informação, comunicação, lazer;
dando origem às diversas pastorais específicas: Pastoral da Família, dos Jovens, do Trabalho, da Saúde •. da Terra e outras. As ENS constituem-se numa parcela bem determinada deste povo: os cristãos casados e suas famrllas. Inserem-se, portanto, na Pastoral da Famrlla. Atingindo as famfllas, que são Importante centro de transmissão de cultura, estaremos realizando o que João Paulo 11 expressa na Famlllarls Consortio 52: • A medida que a família cristã acolhe o Evangelho e amadurece na fé, torna-se comunidade evangelizadora" (cf. tb. EN . 71). E mais adiante, no n.0 65: "a evangelização, no futuro, d~pende em grande parte da Igreja doméstica •.
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EM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, ECONOMICA, POLITICA E CULTURAL
Como vimos, a evangelização se faz ·participando de um processo histórico". Nesse sentido, justifica-se que as ENS Incluam, nos seus encontros, temas ligados à realidade nacional. Por exemplo, como no último encontro de dirl· gentes, quando se falou da realidade da famllla brasileira. ~ de se esperar que se estenda a análise da conjuntura aos aspectos sociais, econOmlcos, polltlcos e culturais que, como sabemos , Influem sobre a famflla e são Influenciados por ela (20). Evangelizar no "aqui" e no "agora" da Igreja (17) nAo se faz somente a partir de verdades universais e eternas, desencarnadas da realidade, mas sobretudo a partir de uma visão clara da conjuntura em que vivemos. Um exemplo ligado a este Item é a adaptação e a triagem que a direção do Movimento faz, no Brasil, dos temas recebidos da Europa.
* ANUNCIANDO A PLENA VERDADE SOBRE JESUS CRISTO, A IGREJA E O HOMEM
Este Item nos alerta quanto ao conteúdo global da revelação (33), as Implicações mútuas (34) e a unidade Indissolúvel entre o divino e o humano na história (35).
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Previne-se, ainda, quanto aos reduclonlsmos e visões Inadequadas do homem (42). Todos estes aspectos são multo Importantes para um Movimento que se preocupa com a formação de seus membros, como as ENS. O enunciado deste Item, embora óbvio, nos lembra que em épocas passadas, a mediação da filosofia Introduziu no cristianismo categorias pagãs, tiradas do neo-platonlsmo, com danosas Influências na moral conjugal.
• A LUZ DA EVANGI!LICA OPÇAO PREFERENCIAL PELOS POBRES Para melhor nos situarmos, vamos considerar dois aspectos: a) A opção pelos pobres é, por natureza, evangélica (47). Ao longo da tradição biblica, Deus se revela amigo dos pequenos e fracos, constituindo-os em primeiros destinatários de sua missão. Os pobres não possuem nenhum outro titulo para serem amados, a não ser a sua própria humanidade (51). Assim, a evangélica opção pelos pobres conclama a todos em defesa desta dignidade humana, onde quer que ela seja espezlnhada, ferida, violada. Fala aos ricos e aos pobres e "fala Igualmente aos sistemas e às estruturas sociais, sócio-econômicas e sóclo-polrtlcas" (João Paulo 11, citado no n.0 53). Fala aos pobres : - para solidarizar-se com seus esforços pela superação de tudo aquilo que violenta a sua própria dignidade humana; - mantendo a abertura confiante aos dons de Deus e - a disponibilidade generosa para com os irmãos. Fala aos ricos: - para que vivam a pobreza evangélica, assumindo um estilo de vida mais simples, sóbrio e austero; - partilhem seus bens com os pobres "de modo programático e sistemático" e - assumam ·plenamente, sem reservas e sem retorno· a causa dos que se debatem na pobreza, trabalhando pela _mudança das estruturas Injustas, porque as lutas solidárias dos pobres, longe de representarem os Interesses de uma classe social apenas, significam seu serviço humilde, persistente e sofrido a todos os homens, em vista da renovação da humanidade e da sociedade (53). Assim, um posicionamento sóclo-polrtico a favor dos pobres é uma das conseqüências da verdadeira o_pção (47) . b) A opção preferencial pelos pobres é, como conséqüêncla, também uma estratégia pastoral. Na América Latina , onde dois terços da população são pobres, a Igreja fez por eles uma opção preferencial, ao lado de outras (também os jovens, como foi dito em Puebla). No caso dos pobres, esta opção se faz, não só porque a Igreja, como mãe e seguindo o que fez Jesus, ama mais os que têm mais necessidades, mas também porque os pobres são os protagonistas privilegiados de um futuro, na perspectiva do Reino Definitivo, onde se realizará o projeto de Deus para todos os homens. ~ neste sentido que a opção é preférenclal, não exclusiva nem excludent!'. Vejamos então as conseqüências no nosso caso concreto: - ~ uma chave para a leitura do Evangelho, Inclusive para aplicação no campo pessoal, Indicando valores que contam, modelos de vida, etc. - Mostra que opção pelos pobres não é apenas asslstencialismo ou promoção humana, nem exige necessariamente a presença flslca e solidária no
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meio deles, pois isto depende de carisma e aceitação. Exige também ações concretas no ambiente em que nós vivemos, contra as estruturas injustas que empobrecem, através de palavras e testemunhos proféticos, pelo voto e outras tomadas de posição, inclusive polfticas, mesmo que "sem retorno" ou até com prejuízo. Incluem-se, nesta linha, por exempiG, a defesa de reformas agrárias e urbanas, de mudanças da legislação tributária e polrtica, de melhor distribuição da renda, etc. ~ preciso vencer a tentação de omitir-se - que também é uma posição política - porque infelizmente, se nos omitirmos, nossos legisladores não mudarão as coisas .. . Acrescente-se aqui que, se para o pobre o seguimento de Cristo e a busca do Reino coincidem com seus interesses, para o rico são muitas vezes contrários ("sem retorno " ... ) (Cf. Mt. 19,23-26). Ar, estão, a nosso ver, algumas pistas para uma Pastoral de Classe Média, em que as ENS se acham envolvidas.
* PELA LIBERTAÇAO INTEGRAL DO HOMEM A evangelização " não pode deixar de considerar o homem na Integridade de seu ser". Vai procurar libertá-lo do pecado e de tudo o que o oprime em qualquer das dimensões da vida humana, incluídas a social, a econômica e a política (60) . Parece-nos que as ENS, com a prática da partilha e da copartlcipação, da ajuda mútua e da correção fraterna, fornecem os instrumentos adequados a estes objetivos. Devemos entender, contudo, que se trata da libertação do homem e de todos os homens, portanto, de conversão pessoal e social (63) . O documento realça a necessidade do acompanhamento de uma reflexão teológica permanente, para orientar a pedagogia evangélica-libertadora (67). Isto sugere às Equipes - e é algo que tem acontecido - que entre os temas de estudo se incluam textos devidamente escolhidos, produzidos no nosso continente, como os da Teologia da Libertação que, na opinião do Papa, "é não só .oportuna mas útil e necessária".
* NUMA CRESCENTE PARTICIPAÇAO E COMUNHAO Este item abrange a visão de Igreja, o problema da inserção, conforme colocado na introdução acima e, ainda, a participação e comunhão internas, dentro do próprio Movimento (dicotom ia entre os quadros e as b·ases). a) Visão de Igreja. !: facilmente constatável que na nossa realidade se vivenclam vários modelos de Igreja, conforme a diocese considerada e, às vezes , na mesma diocese conforme a paróquia. O documento defende um modelo de Igreja - Povo de Deus - fundamen· tada nas reflexões eclesiológicas que se fazem desde o Vaticano 11, onde "todos - hierarquia, leigos, religiosos - 'são servidores do Evangelho, cada qual se· guindo seu papel e seu carisma próprios (Puebla 271, citado no n.0 22). São sinais dos progressos já realizados neste campo , a criação dos conselhos presbiterials, pastorais , administrativos e outros (77) . b) Inserção. Na nossa opinião, as ENS devem, após amplo debate nas bases, elaborar um projeto de inserção. Julgamos ainda que os canais naturais e os espaços para esta inserção são precisamente a Pastoral da Famllia, os Conselhos de Pastoral, os Conselhos
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de Leigos e as Assembléias de Igreja. Assim, onde não existam esses organismos, devemos, como Igreja, e por fidelidade às suas diretrizes, propugnar pela sua criação. Só assim poderemos ter uma caminhada comum com a diocese e nos situarmos na Pastoral de Conjunto, participando do Planejamento Pastoral, das Avaliações, das Campanhas da Fraternidade, das Semanas da Família, etc. Antes, porém , lembraríamos que o grau mais elementar de comunhão e participação é a informação. Não podemos estar inseridos na Igreja, se nós sequer sabemos o que está acontecendo, mormente quando a grande Imprensa procura mais desinformar, boicotar e atacar. Sugerimos, aos que ainda não o fazem, a assinatura dos boletins da CNBB, dos jornais diocesanos , boletins e cadernos do Conselho Nacional de Leigos ou ainda, a publicação de resenhas nos Boletins de Setor. c) Quanto à análise da comunhão e participação Internas do próprio Movimento, sugerimos que seja debatida no selo de cada equipe.
* VISANDO FORMAR O POVO DE DEUS E PARTICIPAR DA CONSTRUÇAO DE UMA SOCIEDADE JUSTA E FRATERNA, SINAL DO REINO DEFINITIVO.
O documento considera formar o povo de Deus, ação Inseparável e complementar da participação na construção de uma sociedade justa e fraterna. Formar o povo de Deus consiste em Incorporar novos membros em comunidades vivas, onde celebram os mistérios da fé e são alimentados pela Palavra de Deus, para que sejam, no coração do mundo, o testemunho do Reino Defl· nltlvo (83). Devemos reconhecer que o Movimento, ao formar equ ipes , está prestando um grande serviço à Igreja, desde que saibamos dar este testemunho e procuremos participar da construção de uma sociedade justa e fraterna, tendo por horizonte o Reino Definitivo. Isto aconteceu quando participamos do processo constituinte, e acontece todas as vezes que colaboramos, efetivamente, na Campanha da Fraternidade, na Semana da Famllia, etc. Um dos campos especlficos de atuação do cristão leigo é o da política partidária. ·A fé cristã não despreza a atividade polltica, pelo contrário, a valoriza e a tem em alta estima" (Puebla, 514, citado no n.0 103). Compete pois ao equlplsta, que tiver o carisma para tal , engajar-se na poiftica partidária, com o estímulo e o acompanhamento dos demais equipistas. Os conselhos de Leigos, por diversas vezes, têm abordado este assunto, que envolve algumas dificuldades. Uma terceira forma de atuação comunitária neste Item são os manifestos, abaixo-assinados, telegramas às autoridades, cartas aos jornais, etc., em apolo a posicionamentos da hierarquia, protesto contra situações de opressão, ou ante qualquer circunstância em que esteja em jogo a justiça e a fraternidade. Podemos citar como exemplo o 'Setor Leigos' onde , em quase todos os encontros de que temos participado, se produziu , ao final, um documento ou uma resolução nestes termos. DIMENSOES GERAIS DA AÇAO PASTORAL~
• A ação pastoral consiste em desenvolver todas as dimensões da vida ecleslal em cada uma das situações humanas. Cada pastoral especifica poderá dar maior ênfase a uma 'ou outra dimensão, conforme sua natureza, necessidade e a urgência das circunstâncias . No entanto, será Incompleta se não Integrar todas as dimensões · " 145), que são :
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1. 2. 3. 4. S. 8.
DIMENSAO DIMENSAO DIMENSAO DIMENSAO DIMENSAO DIMENSAO
COMUNITARIA E PARTICIPATIVA; MISSIONARIA; CATEQUtTICA; LITtlRGICA; ECUMENICA E DE DIALOGO RELIGIOSO; PROFeTICA E TRANSFORMADORA.
Observações (122): - As dimensões não existem isoladamente; - Não podem ser tomadas em paralelo, nem paralelamente; - Elas se interpenetram e fortalecem umas às outras; - O objetivo geral se realiza através de todas e de cada uma delas. No que diz respeito às ENS, como Movimento de formação e comunidade orante, seu forte são as dimensões 3 e 4. No entanto, cuidando para que não se fechem sobre si mesmas, as ENS devem ser sal e fermento nos ambientes que podem atingir (Dimensão 2), Inclusive as comunidades e pessoas de outras crenças ou fechadas ao transcendente (Dimensão 5). Finalmente, devem visar a transformação da sociedade, procurando torná-la justa e fraterna, sinal do Reino Definitivo (Dimensão 6), ação esta que será mais eficaz, desde que inserida na Igreja, colaborando na formação da grande comunidade que é o povo de Deus (Dimensão 1). A vivência da espiritualidade conjugal e familiar, a prática da oração e do dever de sentar-se, são grandes serviços prestados pelas ENS à Igreja. Na medida em que divulgamos esta espiritualidade (como a experiência dos Grupos de Amigos, em Manaus), abrangemos também a dimensão missionária. Assim, Igualmente, ocorre com noites de oração, palestras, etc., desde que não sejam promoções fechadas no Movimento mas abertas à sociedade em geral e organizadas em comum com a comunidade ecleslal (diocese, paróquia ou grupo de paróquias), que serão então exemplos de interpenetração de todas as Dimensões. Conforme o tema da palestra (Campanha da Fraternidade, por exemplo), atinge diretamente a Dimensão 6. Isto para situar, no contexto que estudamos, e a titulo de exemplificação, algumas das promoções que as ENS já fazem . Estamos certos de que a comunhão com a hierarquia e a abertura cada vez maior à ação do Espfrito, estarão continuamente suscitando novas realizações em beneficio do povo de Deus e do Brasil.
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"As ENS têm uma vocação: a sua vocação é ajudar os casais a santificarem-se. Mas têm também uma missão na Igre;a. E necessário manter incessantemente estes dois aspectos: vocação e missão." (Pe. Caffarel, numa palestra aos Responsáveis Regionais da Europa, em 3 de maio de 1987)
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PEDRA E TEMPO Alguém trabalha em mim. Martelo e cinzel, arte e ofício, engenho e paciência. Pedra cravada no tempo, vou aos poucos me amoldando à forma, tomando a dimensão e o sentido da obra que se transcende a si própria. O trabalho é lento e continuo. O modelo exige a perfeição suprema. Um dia estarei pronto. E a mesma mão que hoje me talha e modela, há de guiar-me nesses tempos outros, então, quando eu deixar de ser pedra. Glayra e Oldemar Justus Equipe 2 Setor C Curitiba
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PR 1
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c
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ASSUNÇÃO DE MARIA
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Nossa Senhora da Glória, rogai por nós! Neste mês de agosto, teremos a oportunidade de meditar sobre a vida de Maria que, enquanto carne, não manchou seu tempo com as marcas do pecado. Não conheceu o pecado. Foi Imaculada desde a sua conceição. Terminado seu tempo na terra, não conheceu a corrupção. Foi elevada ao céu aonde vive na Glória eterna. A propósito da comemoração da Assunção de Maria, procuremos durante este mês de agosto, em todos os nossos momentos, seiam eles quais forem, ter presente que nossa meta final, o nosso destino para o qual fomos criados, é a glória eterna e, para alcançá-la, devemos odiar o pecado e seguir os ensinamentos do Santo Evangelho, deixado por Jesus Cristo através dos Apóstolos, e os ensinamentos da Santa lgreia, inspirada pelo Espírito Santo. Casais da Equipe de Espiritualidade do Setor B de Brasília
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PASTORAL DA FAMILIA
A PASTORAL FAMILIAR NÃO SE REDUZ A REGULAR OS NASCIMENTOS POR MEIOS NATURAIS Homilia do Senhor D. Alberto Cosme do Amaral ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no ano passado, dia 6 de Dezembro, em Fátima:
1. Estamos em Fátima, nova montanha bíblica, onde o Senhor se revelou por intermédio de Sua e nossa Mãe. A mensagem que se fez ouvir na Cova da Iria é exigente e austera, como a de João Baptista nas margens do Jordão. Mas, ao mesmo tempo, é portadora de esperança salvadora . . Deus vem de novo ao encontro do homem na ânsia de salvá-lo. Mas a salvação do homem passa pela família. E na família o casal é a pedra angular. Sois vós, pais, os construtores duma nova era, dum mundo novo que todos ardentemente desejamos. 2. A Sagrada Família de Nazaré, manifestando-se à humanidade deste século, em 13 de Outubro de 1917, veio dizer a todos os homens que só na família cristã podem salvar-se como Deus quer, isto é, em Jesus Cristo. Com efeito, "não há salvação em nenhum outro, não há debaixo do Céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar" (Acos 4,12). 3. O matrimônio é caminho divino, caminho de santidade, santidade grande, heróica. Esta verdade, esquecida ao longo de séculos, foi solenemente proclamada pelo 11 Concílio do Vaticano: "Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade" (L.G. 40). E o Sínodo recente sobre a "vocação e missão dos leigos na. Igreja e no mundo, vinte anos após o 11 Concílio do Vaticano" reafirma a chamada universal à santidade nos seguintes termos: "Somos todos chamados a ser santos como o Pai que está no Céu, segundo a nossa vocação específica" (Mensagem ao Povo de Deus, n. 0 4). 4. A santidade, essencialmente, consiste no amor. Sereis tanto mais santos, quanto mais amardes, porque Deus é amor. E este Deus-Amor revelou-se na pessoa de Jesus Cristo, Perfeito Deus e Perfeito Homem, que nos amou até à morte e morte de cruz, dando assim a maior prova de amor. Marido e mulher, em virtude da sacramentalidade do matrimônio, estão vinculados um ao outro da maneira mais profundamente indisso-
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lúvel, como indissolúvel é o amor de Cristo para com a Sua Igreja (cf. F.C. 13). 5. O vosso amor é, portanto, um amor indissolúvel, através dos vendavais e tempestades que possam surgir no tempo da peregrinação. Para tanto não vos faltará a graça sacramental do matrimônio, graça que não dispensa, antes reclama, a vossa colaboração vigilante e generosa, mediante a oração, a recepção assídua dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia, a mortificação dos sentidos, a fuga das ocasiões. Quantas experiências como as de Daví: porque não mortificou o olhar, tornou-se adúltero e homicida. E como é clara aquela afirmação de Jesus: Quem olhou, cobiçando, já cometeu adultério no seu coração! 6. Vedes? A castidade é dever de qualquer estado e condição e idade. O vosso amor de casados tem de ser um amor casto e limpo. A união dos corpos dentro do matrimônio legítimo é querida por Deus, é santa e santificante, uma vez que se realizem duas condições: Primeira, que essa união seja expressão e estímulo do amor que marido e mulher consagram um ao outro. Nisto se distingue a procriação humana da procriação animal. Os animais são incapazes de amar. A união corporal entre casados é ato do espírito e do coração. Como disse João Paulo 11: "O amor abraça também o corpo humano, e o corpo torna-se participante do amor espiritual". E o que o Papa chama "totalidade unificada" (F.C. 11). Na união corporal estão empenhadas duas pessoas, filhas de Deus e irmãs de Cristo. . Segunda condição, que esta união corporal esteja aberta à v~da, de tal maneira que, nem antes nem durante nem depois, é permitido fazer seja o que for, com a intenção de impedir a concepção e o desenvolvimento duma nova vida humana, se tal for a vontade de Deus. De outra maneira, marido e mulher não poderão olhar-se um ao outro serena e alegremente como colaboradores de Deus, mas terão de ver-se mutuamente como cúmplices na destruição do plano amoroso de Deus Criador. Neste caso, homem e mulher descem a um nível infra-animal, porque os animais, seguindo o instinto, realizam necessariamente o plano divino. Marido e mulher, abusando da sua inteligência e da sua liberdade, revoltam-se contra ele. 7. O amor dos esposos cristãos é um amor fecundo, como fecundo é o amor de Deus. Vós não podeis ser vítimas de "uma verdadeira e própria mentalidade contraceptiva", generalizada entre nós e que João Paulo 11 enunciou na Familiaris Consortio (n. 0 6). Considera-se que a família numerosa é sinal de atraso cultural. Tem-se interpretado mal o Concílio, ou têm-se silenciado mesmo os seus ensinamentos. Para muitos cristãos, paternidade responsável é sinônimo de paternidade confortável. E os filhos são sacrificados ao egoísmo e hedonismo dos pais. O Concílio afirma inequivocamente: "O matrimônio e o amor conjugal destinam-se por sua própria natureza à geração e educação da
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prole. Os filhos são sem dúvida o maior dom do matrimônio e contribuem muito para o bem dos próprios pais". E louva os esposos cristãos que, confiando na divina providência e "cultivando o espírito de sacrifício, dão glória ao Criador quando se desempenham do seu dever de procriar com responsabilidade generosa, humana e cristã". E lembra de modo especial aqueles que aceitam com grandeza de ânimo educar uma prole numerosa (G.S. 50). Pode acontecer que, em casos concretos, a vontade de Deus vá no sentido duma família pequena. "Mas são criminosas, anti-cristãs e infrahumanas, as teorias que fazem limitação da natalidade um ideal ou um dever universal ou simplesmente geral. Seria adulterar e perverter a doutrina cristã, querer apoiar-se num pretenso espírito pós-conciliar para ir contra a família numerosa" (Temas Atuais do Cristianismo, pág. 133). Não podemos dar a impressão de que a pastoral familiar se reduz a regular os nascimentos por meios naturais. Devemos promover o amor de marido e mulher, o amor entre pais e filhos: o cristianismo é amor. 8. O amor dos esposos cristãos é um amor gratuito. Aliás o amor é amor, na medida em que é gratuito: porque amar é dar-se. O amor justifica-se por si mesmo, porque Deus é amor. Se amo porque me amas, não amo, pago uma dívida; se amo para que 'me ames, não amo, faço troca. O amor gratuito não tem porque nem para que: amo porque amo, amo para amar! Eu sei que durante a peregrinação este amor gratuito é muito difícil e só por uma graça especial poderemos chegar lá. Mas esta é a perspectiva do amor cristão. Devemos pôr-nos a caminho. 9. O amor dos esposos cristãos é um amor crucificado como o de Cristo. O amor tem as suas raízes em forma de cruz. O amor exige renúncia, desprendimento de sí próprio. Só posso dar-me na medida em que me despojo. O amor não é busca, afirmação de si; o amor é dádiva, sem cálculo, sem peso e sem medida. Deverás amar, ainda que, amando mais, sejas menos amado ou me. nos amada. Porás o teu coração no solo para que ele, para que ela, não se magoe nas pedras do caminho. 10. Finalmente, o amor dos esposos cristãos é um amor progressivo. Amor que não cresce é um amor condenado a morrer, mais cedo ou mais tarde. Hoje deveis amar-vos muito mais do que quando vos namoráveis. Nas vossas bodas de prata ou de ouro devereis amar-vos muito mais do que hoje. Não tem justificação o que não é ascensão. Perante as exigências do amor cristão, poderá surgir a tentação do desalento. Encanta-vos o cume nevado do amor. Mas como chegar lá? "Tende confiança, Eu venci o mundo"; "esta é a vitória que vence o mundo: a vossa fé " . Escancarai as portas a Cristo. Levai convosco Maria, Mãe do Amor Formoso. Metei-a bem dentro do vosso coração. Com ela não perdereis as batalhas do amor.
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CONTRIBUIÇOES
A QUESTÃO SOCIAL HOJE Maria Aparecida e Ylves José Guimarães são do Setor A de São Paulo - Capital, onde já foram Responsáveis de Setor. Ylves encaminhou-nos esta colaboração, onde faz uma síntese da recente Encíclica papal sobre a preocupação da Igreja com a situação social em nossos dias.
Os cristãos, o casal cristão, a família cristã não podem ficar atualmente apenas sofrendo as agruras da crise social. Como sal da terra, vivendo em sociedade, dela não podendo prescindir, têm que agir, envidando todos os esforços ao seu alcance para minorar, senão coibir os graves problemas oriundos do subdesenvolvimento que a aflige, tornando-a injusta e desumana. Neste sentido, mais uma vez a nossa Mãe e Mestra, a Igreja, pela voz e autoridade de João Paulo 11, nos orienta como perita em humanidade, para erradicar as conseqüências perniciosas e funestas do subdesenvolvimento, na linha sábia da sua Doutrina Social. Dirige Sua Santidade aos homens de bôa vontade, neste Ano Mariano, comemorando o vigésimo aniversário da Populorum Progressio, a Carta Encíclica Solli· citudo Rei Socialis. Neste documento, mais uma das peças importantes daquela doutrina - que nós Equipistas, dentro do nosso Movimento, objetivador da espiritualidade conjugal, precisamos fazer frutificar, como a boa semente plantada· em terra fértil, nos meios em que vivemos e convivemos - o nosso Pontífice investigando a realidade contemporânea, nos aponta a necessidade de uma concepção m'<!is rica e di(erenciada do desenvolvimento, convidando-nos a rever o seu conceito. Para tanto, traça um panorama do mundo contemporâneo, verificando, negativamente, o alargamento do fosso entre a área do chamado Norte desenvolvido e a do Sul em desenvolvimento, nos quais "existem
desigualdades sociais até aos extremos da miséria em países ricos, assim, em contraposição, nos países menos desenvolvidQs também se vêem, não raro, manifestações de egoismo e de os-Jentação de riqueza, tão d~scon certantes quanto escandalosas". Acrescenta ainda as diferenças de cultura e dos sistemas de valores entre os vários grupos de população, que tornam complexa a questão social. Neste quadro, aponta também o analfabetismo, a dificuldade ou impossibilidade de acesso aos níveis superiores de educação, a incapacidade de participar da própria comunidade social, as
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diversas formas de exploração e opressão, as discriminações raciais e o sufocamento do direito de iniciativa econômica. O subdesenvolvimento dos nossos dias, conseqüentemente, não é apenas econômico, mas também cultural, político. O seu agravamento resulta de causas diversas, entre as quais denuncia a existência de mecanismos econômicos, financeiros e sociais, que tornam mais rígidas as situações de riqueza de uns e pobreza dos outros. Seus sintomas se refletem na crise de habitações devido ao fenômeno crescente da urbanização. No desemprego e no subemprego. Na questão da divida internacional. As causas políticas da situação atual residem na existência de dois blocos contrapostos, designados com os nomes convencionais de Leste e Oeste, ou de Oriente e Ocidente, com duas concepções de desenvolvimento, ambas imperfeitas e a exigirem uma correção radical e que escondem no seu âmago a tendência para o imperialismo. A contraposição entre estes dois blocos poderá ser afastada se os recursos destinados à produção de armas fossem utilizados para aliviar a miséria das populações indigentes. Procede a um juizo severo relativo ao comércio das mesmas armas. Alerta sobre o fenômeno do terrorismo, de todo injustificável; sendo alarmante as campanhas sistemáticas contra a natalidade. Enfatizando assim os aspectos negativos, João Paulo 11, anota a coexistência de aspectos positivos na atual conjuntura entre as quais, a da plena consciência da própria dignidade do ser humano. Aumenta a convicção de uma interdependência no mundo dividido e, "por conseguinte, da necessidade de uma solidariedade que a assuma e traduza no plano moral. Os homens de hoje dão-se conta de que estão ligados por um destino comum". A idéia de que o bem, ao qual todos somos chamados, a felicidade que aspiramos, não se podem obter sem os esforços e a aplicação de todos, com renúncia ao próprio egoísmo. Desta análise verifica-se que o desenvolvimento não é um processo retilíneo, automático ou ilimitado. ·A mera acumulação de bens e de serviços, mesmo em benefício da maioria, não basta para realizar a felicidade humana. E, por conseguinte, também a disponibilidade dos multiplos benefícios reais, trazidos nos últimos tempos pela ciência e pela técnica, incluindo a informática, não comporta a libertação de toda e qualquer forma de escravidão. A experiência dos anos mais recentes demonstra pelo contrário, que se toda a massa dos recursos e das potencialidades, posto à disposição do homem, não for regida por uma intenção moral e por uma orientação no sentido do verdadeiro bem do gênero humano, volta-se facilmente contra ele para o oprimir. "Ter objetos e bens não aperfeiçoa, por si, a pessoa humana, se não contribuir para a maturação e enriquecimento do seu "ser", isto é para a realização da vocação humana como tal". O desenvolvimento, embora possua uma dimensão econômica, não se limita a tal dimensão. Há que alcançar o parâmetro que está na natureza específica do homem. Há que subordinar a posse, o domínio e o uso à semelhança divina do homem e à sua vocação para imortalidade. A noção de desenvolvimento não é ·so-30-
mente "laica" ou "profana". Embora conservando o seu aspecto sócioeconômico, é uma expressão moderna de uma dimensão essencial da vocação do homem. "O desenvolvimento de hoje deve ser considerado
como um momento da história iniciada com a criação e continuamente posta em perigo pela infidelidade à vontade do Criador, sobretudo por causa da tentação da idolatria; mas ele corresponde fundamentalmente às premissas iniciais. Quem quizesse renunciar à tarefa, difícil mas nobilitante, de melhorar a sorte do homem todo e de todos os homens, com o pretexto da luta e do esforço incessante de superação, ou mesmo pela experiência da derrota e de retorno ao ponto de partida, não cumpriria a vontade de Deus criador". Com apoio na parábola dos talentos, impele-nos João Paulo 11 a empenharmos no dever de todos na colaboração do desenvolvimento integral dos outros. Se o Papa procede a esta analise, quer indicar a natureza do mal com que nos deparamos nesta questão, mal este que é moral, fruto de muitos pecados, que produzem "estruturas de pecado". Este diagnóstico, porém, ao nível do comportamento humano, leva a identificar o caminho para superá-lo. E esta via é a da conversão, a mudança do comportamento pela solidariedade. E pela solidariedade "que nos ajuda a ver o
"outro" - pessoa, povo ou nação - não como um instrumento qualquer, de que se explora, a baixo preço, a capacidade de trabalho e a resistência física, para o abandonar quando já não serve; mas sim, como um nosso 'semelhante', um 'auxílio' (cf. Gn. 2,18,10) que há de tornar-se participante, como nós, do banquete da vida, para o qual todos os homens são igualmente convidados por Deus". :1! a solidariedade o caminho para a paz e para o desenvolvimento. A paz é fruto da solidariedade. Como virtude cristã, a solidariedade contribuirá "para a realização deste desíg-
nio divino, tanto no plano individual, como no da sociedade nacional e internacional", pois ela se concretiza, na prática do amor e do serviço ao próximo, particularmente aos mais pobres. O Sumo Pontifice nos convida nesta memorável Encíclica, a cada um de nós, a participar ativamente desta campanha para o verdadeiro desenvolvimento humano, que há de ser conduzida com meios pacíficos e encontrar receptividade e praticidade por todos os homens de boa vontade. -oOo-
Ninguém conhece tão bem a si mesmo quanto nos conhecem aqueles que nos olham com amor e com a preocupação de nos ajudar Santa Tereza de Ávila -31-
O CONSELHEIRO ESPIRITUAL E A EQUIPE O RELACIONAMENTO FRATERNO Em todos os documentos das ENS, como "Manual do Casal Responsável", "Cartas Mensais", "Reunidos em Nome de Cristo" , é ressaltada a importância para a equipe do Conselheiro Espiritual e o privilégio de termos um padre nos acompanhando tão de perto . Seu papel de orientador, de guia, de alguém com estudo e a experiência maior nas coisas de Deus é descrito com clareza e exatidão. O Conselheiro Espiritual é o piloto, o pai, o professor. !: alguém a quem solicitamos e nos dá suas bênçãos e orientações. Na vida prática da equipe isto também é verdade. Do Conselheiro Espiritual muito pedimos e recebemos. No entanto, existe um aspecto pouco lembrado e que achamos importante. Os nossos padres, de uma maneira geral, são muito solicitados e com pouco tempo disponível. Por esta razão, sua ação é feita muito no "atacado": sermões, conferências, aulas, etc. Mesmo quando atuam no "varejo", no atendimento individual, estão numa posição que poderíamos chamar de "superior". Deles se espera a solução do problema. As orientações, informações e conselhos fluem em uma só direção: do padre para o fiel. No entanto, COJllO todo ser humano, o padre precisa de realimentação. Ele tem as Graças do Sacramento da Ordem que são infinitas, tem o saber de sua formação e de estudos posteriores, tem a força da oração e meditação que pratica, mas tem também as limitações de sua natureza humana. Ele não é somente o piloto, o pai, o professor; é também o irmão, o amigo, que muitas vezes precisa de apoio. Esta é uma função que cabe muito bem dentro das responsabilidades da equipe. Na amizade que se cria no convívio da equipe, as relações do Conselheiro Espiritual com a equipe devem ser de ·mesmo nível em dignidade. Diferentes nas funções, mas simétricas. A transmissão de nossa experiência na vida conjugal, familiar, social, profissional, etc., é importantíssima para a alimentação da formação do sacerdote, quando dada com a garantia de franqueza e desprendimento da amiLade. O padre pode precisar de conselhos, de orientação e até, porque não, de um "puxão de orelhas". No espírito fraternal de preocupação com o crescimento de todos den-
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tro da equipe deve estar incluído o Conselheiro Espiritual. Ele não é uma figura separada, que vem de fora, em um pedestal. 1: um de nós, que luta por si e por todos os demais da equipe. Achamos importante esta conscienttzação. A "papa ri cação· do Conselheiro Espiritual ou a espere de que ele resolva todos os rumus da equipe não é benéfica, nem para ele nem para a equipe. Não podemos fugir de nossas responsabilidades na equipe, e elas Incluem a obrigação de realimentar o Conselheiro Espiritual, principalmente tendo em vista as poucas oportunidades que têm os sacerdotes hoje de quem lhes fale com sincera amizade. Ana Helena e Eduardo Equipe 20 Florianópolis -o Oo-
PEREGRINAÇÃO A APARECIDA Promovida pelas regiões São Paulo I e São Paulo Leste, realizou-se no dia 21 de maio uma peregrinação a Aparecida do Norte, para comemorar 40 anos da Carta (estatutos) do nosso Movimento. De São Paulo partiram cinco ônibus lotados, levando 164 aquipistas. Alguns levavam consigo filhos, parentes, amigos e todos pareciam formar uma grande famrlia. Na Rodovia dos Trabalhadores, agregaram-se à caravana os ônibus de Santos, do ABC e de Mogl das Cruzes. Os oito ônibus seguiram rumo a Aparecida, e num clima de peregrinação, todos rezaram o rosário, meditando em cada Ave Maria. Momentos de grande fervor preparavam os peregrinos para a chegada à Basílica. Ao mesmo tempo, de Taubaté partiam 20 carros, trazendo os equlplstas daquele setor. Na sarda, no Convento de Santa Clara, rezaram e meditaram a dezena do primeiro mistério glorioso do terço. Depois, em paradas programadas em quatro Igrejas ou capelas, rezaram as dezenas dos demais mistérios gloriosos. Durante o trajeto, entre uma parada e outra, meditaram e debateram um texto sobre o mistério rezado anteriormente. Exatamente às 12:00 horas, enquanto entravam por uma porta lateral da Basrlica, pela porta central estavam entrando e unindo-se a seus cantos, os peregrinos de São Paulo, ABC, Santos, Mogl das Cruzes, Jacarel, Caçapava, e também os de Aparecida e Guaratlnguetá, que tinham vindo a pé. Todos carregavam cartazes e faixas, com as Invocações das equipes dos setores presentes.
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Assim, cerca de 600 pessoas, rezando, cantando e louvando, participaram da Missa, concelebrada por oito sacerdotes, num momento de grande devoção à Virgem, que certamente ficará gravado no coração de quantos lá estiveram. Ao final da Missa, os peregrinos se encaminharam para o refeitório da Basílica, onde, num gesto de partilha e amizade, repartiram suas merendas. Em seguida todos se reuniram no auditório, onde Nancy Moncau lhes lembrou alguns aspectos dos primeiros artos do Movimento, na França, e falou também das quatro características da fidelidade de Maria: conhecimento, adesão, coerência e constância. Houve ainda um testemunho do casal Hélene e Peter, de São Paulo, sobre o chamado que receberam para divulgar, no Brasil, as mensagens de Nossa Senhora em Medjugorje. A seguir, os peregrinos retornaram aos seus ônibus e, em clima de grande alegria, retornaram a suas casas. A Carta Mensal, presente ao evento, ouviu o testemunho de alguns equipistas sobre esta peregrinação: "Deixamos a 'casa' de nossa Mãe um pouco cansados, mas com o coração repleto de graças e felizes, porque à maneira de simples e despojado sentimo-nos unidos aos equipistas do mundo intercessora, pelos 40 anos de nossa Carta ... e de um modo tão simles e despojado sentimo-nos unidos aos equipistas do mundo inteiro que, no Santuário de Lourdes, irão também agradecer à Virgem Santíssima pela existência do nosso Movimento, que tantos e tão grandes benefícios tem trazido aos nossos lares."
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CONVERSA DE PAI PARA FILHO -
III
Meus queridos filhos: Cedric, Sidney, Júnior, Tanya, Maggy, . Sley, Tarcício: Na semana passada, procurei mostrar-lhes o que não é a Felicidade, onde é que ela não está. E o fiz, para que vocês não se enganem, buscando uma felicidade , com minúscula, a qual, na maioria das vezes, torna infeliz quem a busca. Deixei claro que, com um pouco de reflexão, vocês poderão convencer-se de que a Felicidade não se encontra fora de nós. Não se encontra em coisa alguma, em pessoa nenhuma. Encontra-se no íntimo de cada um. Mas em que consiste a Felicidade que torna o homem feliz? Essencialmente ela consiste em cada um a) estar bem consigo mesmo b) estar bem com os outros c) estar bem com Deus. Que significa estar bem consigo mesmo? Estar bem consigo mesmo, meus filhos, é ter a consciência do dever cumprido. Parem para refletir. Suponhamos que vocês fossem responder a um teste de consciência e encontrassem o quesito: Cumpro os meus deveres de ser humano, em geral, e deste ser humano especial que eu sou? Cumpro os deveres do meu estado de vida, da maneira mais consciente e perfeita, dentro das minhas limitações? Vocês dariam a esta pergunta uma resposta positiva ou negativa? Geralmente as pessoas s6 pensam nos seus direitos. Isto é trágico para se encontrar a Felicidade. Cada um de vocês deve antes preocupar-se com os seus deveres. Cada um deve dizer a si mesmo: Sou uma pessoa humana. O que me faz ser humano é a razão. Tenho, pois, o dever de agir segundo a razão, para agir como ser humano. Tenho o dever de viver de acordo com os ditames da razão, com aquilo que a minha consciência me segreda que é o certo e eu vejo claro que é realmente o certo. O cumprimento deste dever de viver como ser racional é condição indispensável para a Felicidade. Como pessoa humana, com o dever de agir como ser racional, tenho outros deveres decorrentes do meu estado de vida. Examine-se cada um: Cumpro com os meus deveres de estado? Deveres de estado são os deveres resultantes da posição em que me encontro na vida. Se vocês fossem solteiros, deveriam perguntar-se se cumprem seus deveres de jovens que vivem em plenitude, aproveitando todo o vigor da mocidade, numa atitude consciente e responsável diante de si mesmo. Como são casados, examine-se cada um como está consigo mesmo diante desta realidade. Como todos trabalham, examine-se cada um como está consigo mesmo diante do trabalho que desempenha.
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Este exame de consciência é co[ldição essencial para se ter Felicidade. Este estar bem consigo mesmo traz uma tranqüilidade, uma paz, uma Felicidade que vale todo esforço. Hoje, limito-me a chamar a atenção de vocês para este fato: só é feliz quem está bem consigo mesmo. E só está bem consigo mesmo quem traz diante dos olhos seus deveres e procura por todos os meios a seu alcance, cumpri-los fielmente. Na próxima "Conversa de Pai para Fitho" exporei o que significa estar bem com os outros, condição essencial para a verdadeira Felicidade, que lhes almeja seu pai. Deus abençõe cada um de vocês!
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A PONTINHA DO PÃO Faz vinte e cinco anos que João e Joana procuram mutuamente 'fazer o outro feliz'. E no entanto, faz vinte e cinco anos que todo dia de manhã, na hora do café, João, com tristeza, vê Joana apoderar-se da pontinha do pão, sem nunca deixá-la para ele. Mas hoje, ela está com muita dor de garganta. Com dificuldade para engolir, ela só consegue chupar aos poucos um pouco de miolo de pão molhado no café. João, mais que depressa, passa a mão na cobiçada pontinha e a degusta, com a felicidade estampada no rosto. Joana se surpreende: "Não me diga que você gosta da pontinha?" Confuso, ele abaixa a cabeça: "Adoro!'' "Não acredito! Eu tenho horror!" "Mas então, por que? . . . " "Eu tinha certeza que você também tem horror, então corria para pegw a pontinha antes de você." "E eu te deixava, porque achava que você também s6 gosta dessa parte do pão!" Moral da história: Antes df. fazer um sacrifício por alguém, vamos tentar saber se isto realmente o deixa feliz! (Adaptado da revista "Alliance")
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LEITURAS
Este livrinho, de 112 páginas, publicado em 1982 pela Cidade Nova Editora, é pouco conhecido entre nós, apesar da imensa importância que tem para a vida dos casais cristãos. Trata-se de uma coletânea de reflexões fundamentais do Papa João Paúlo 11, sobre questões ligadas à vida conjugal e familiar, feitas durante as Audiências Gerais de setembro de 1979 a abril de 1980. Estas alocuções tinham a finalidade de preparar o Sínodo dos Bispos que versaria sobre o tema "A família cristã". Partindo dos textos da Sagrada Escritura, especialmente do relato da criação do Gênesis, o Papa desenvolve uma exegese sobre as relações homem-mulher, a corporalidade, a feminilidade e a masculinidade, à luz da revelação bíblica. O livro recolhe e organiza os 23 discursos em um volume, conferindo-lhes uma certa estrutura em 7 grandes capítulos. Em sua "Apresentação", diz D. Ivo Lorscheiter, à época Presidente da CNBB: "Como será útil, especialmente nos tempos atuais, ler e meditar estas páginas, para descobrir, através delas, a beleza e grandeza do Plano de Deus num terreno infelizmente tão maltratado." "ELE OS CRIOU HOMEM E MULHER", de João Paulo li, Editora Cidade Nova, Rua Cel. Paulino Carlos, 29 CEP 04006, São Paulo, SP, Telelefone; (011) 549-3700, que atende também pelo Reembolso Postal.
O Pe. José Ernanne Pinheiro, do setor Leigos da CNBB (linha 1), que foi assessor dos Bispos do Brasil no último Sínodo, reúne neste volume de 144 páginas, os textos mais significativos, em termos de realidade brasileira, que dizem respeito aquele importantíssimo evento da vida da Igreja. O Sínodo - cuja etimologia grega, conforme explica D. Luciano Mendes de Almeida, quer dizer 'caminhada em conjunto' -, marcou incontestavelmente uma nova e grande tomada de consciência a respeito da vocação e da mis são dos leigos na Igreja e no mundo. O livro contém o relato da preparação do Sínodo, de seu desenrolar, as intervenções dos Bispos do Brasil, vários comentários e notas a respeito de seu conteúdo, sua significação, sua vivência, e do avanço que representou. Termina reproduzindo a "Mensagem ao povo de Deus pelos. caminhos do Concílio", dos bispos sinodais ao final do evento.
"O SlNODO E OS LEIGOS" CNBB (Setor Leigos), organizado por Pe. José Ernanne Pinheiro, Edições Loyola, Rua 1822 n. 0 347, São Paulo, SP, Tel.: (011) 914-1922.
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ENTREVISTAS
Entrevista à Carta Mensal de Daisy e Adolfo Bertoche Filho, Casal Responsável da
REGIÃO RIO I CM: ~ um prazer conhecê-los. Para que os leitores da CM possam conhecer também o casal, apresentem-se, por favor. CR: Somos Daisy e Adolfo. Casados em outubro de 1955, ingressamos no Movimento em 1959, a cr;.mvite de um sacerdote de nossa Paróquia, em São Paulo, Capital. Nossos seis filhos - três moças e três rapazes - nos deram, até agora, nove netos. No Movimento fomos várias vezes Casal Responsável de Equipe, uma vez Casal Piloto e também fomos Casal Ligação. Residindo no Rio desde 1971, assumimos a responsabilidade do Setor "A", de 1979 a 1982. Mais tarde, fomos "Casal Adjunto" do Regional Mary Nize e Sérgio, no tempo em que a Região Rio se estendia até Belém, Manaus, Fortaleza e Recife, hoje compondo outras regiões. Assumimos a Região Rio em fevereiro de 1985, ainda compreendendo Fortaleza e Recife. Hoje chama-se Região Rio I e está constituída de dez setores, nomeados em ordem alfabética (o Setor "I" é o mais novo, instalado neste EACRE de março de 1988), e a cidade de Niterói. Totalizamos 102 Equipes de Base e mais 10 em Pilotagem, dados colhidos em outubro de 1987. CM: Poderiam nos dar um histórico do Movimento na sua Região? CR: Em julho de 1969 um grupo de casais se reuniu com um sacerdote (Pe. Melanson) na Congregação N. S. das Vitórias, na Rua S. Clemente, em Botafogo. Daí surgiu a Primeira Equipe, e o primeiro Conselheiro foi Mons. Fernando Ribeiro. Dos primeiros casais, cinco permanecem na Equipe 1 'A': Elza e Ludovic, Lydia e Gilberto, Malvina e Edgard, Maria Célia e Ivan, Martha e Carlos Eduardo. Os "pilotos" vieram de São Paulo: Léa e Waldyr Afonseca. Esses casais da primeira equipe no Rio, entusiasmados e decididos, se lançaram como semeadores, espalhando equipes pela cidade, fazendo reuniões de informação em Brasília, pilotagem em Manaus, Petrópolis e Niterói. -38-
CM: Que localidades abrange a Região Rio I, atualmente? Quais os trabalhos pastorais mais importantes em que membros de suas equipes desenvolvem apostolado? CR: Nossas equipes abrangem toda a cidade do Rio de Janeiro e a cidade de Niterói. Temos equipes nas zonas Norte, Sul, subúrbios e Barra da Tijuca. São casais de todas as classes sociais, irmanados por um ideal comum. Distantes geograficamente, mas unidos espiritualmente. Engajados na Igreja, trabalham ativamente nas diversas pastorais da Arquidiocese : do Batismo, de Noivos, de Crisma, catequese e Pastoral Penal. CM: E os Conselheiros Espirituais, como são? Vocês conseguem fazer reuniões de Conselheiros Espirituais? CR: Os Conselheiros formam uma constelação variada: desde monsenhores até diáconos. De diversas origens e línguas, das mais diversas idades. Há três anos consecutivos nossos Conselheiros têm se reunido com o Pe .José Carlos Di Mambro, para troca de idéias, testemunhos e esclarecimentos de dúvidas. A presença deles é significativa e o interesse muito grande. I! com carinho que os recebemos nesse dia - sempre uma segunda-feira - dia de "folga" semanal, portanto o mais adequado para eles. Sabemos de suas ocupações, da impossibilidade de comparecerem ao EACRE, que é sempre marcado para sábado e domingo. Por isso tentamos, nesse dia do Encontro com o Pe. José Carlos, transmitir-lhes o que há de novo no Movimento: suas orientações para o ano e as mensagens veiculadas no EACRE. Entre os Conselheiros, lembramos o saudoso Frei Jamaria e o dinâmico Pe. Raimundo Queiroga, que é atualmente Conselheiro de sete equipes, distribuídas em dois setores. CM: Agradecemos a colaboração de vocês e esperamos, com mais esta entrevista, dar a conhecer aos nossos leitores equipistas, mais uma faceta importante do Movimento no Brasil.
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NOT(CIAS BREVES • Luiz Marcello e Esther de Azevedo, ex-Responsáveis da ECIR e da Super-Região América Latina, estiveram no México e em Porto Rico, coordenando as primeiras Sessões de Formação para as ENS, que estão se iniciando naqueles países. Ao partir, enviaram-nos um bilhete, pedindo as orações das Equipes do Brasil. Dizem: "Vamos, com a ajuda de Deus, procurar mostrar que tudo, nas Equipes, está a serviço da esplritualidade conjugal, nossa razão de ser". Unamo-nos a eles em nossas orações.
e Recebemos, depois do fechamento da edição da Carta Mensal de Junho, o relato do EACRE da Região São Paulo-Norte, realizado em 12 e 13 de março, em Brodosqui. Os setenta casais e quatro sacerdotes presentes ouviram, na manhã do domingo, a "fraterna e eloquente mensagem de confiança e de serviço" de D. Romeu Alberti, Arcebispo de Ribeirão Preto e, através das palestras, dos grupos, dos painéis em plenário e da liturgia, se motivaram para a inserção cada vez maior na Igreja e na missão e vocação das Equipes de Nossa Senhora. • O tema sobre os "Salmos", referente ao Mês da Bíblia (setembro) deste ano, preparado pela CNBB, já está nas livrarias. Para o Mês da Bíblia de 1989, a CNBB escolheu o tema: "O Grande Comunicador do Pai, Jesus Cristo", no evangelho de São João, repercutindo a Campanha da Fraternidade do próximo ano, voltada para os Meios de Comunicação.
e O "Documento n.o 40 ", da CNBB, foi lançado em maio passado, contendo as conclusões da 26.• Assembléia, sobre "Comunhão e Missão na Evangelização dos Povos, no Mundo do Trabalho, da Política e da Cultura". • Informa o boletim "Notícias", da CNBB, que nos dias 27 a 29 de março esteve em Florianópolis Mons. Pierre Primeau, Assessor de Pastoral Familiar daquele órgão - e Conselheiro Espiritual das ENS em Brasília _,_ encontrando-se com D. Afonso Niehues, Arcebispo Metropolitano, seu Coordenador Arquidiocesano de Pastoral e casais do Instituto Arquidiocesano da Família e das Equipes de Nossa Senhora. Falou, para vários casais do Cursilho de Cristandade sobre "Missão da Família no mundo de hoje".
e O 12.° Congresso Eucarístico Nacional será em Natal, no Rio Grande do Norte, de 6 a 13 de outubro de 1991, com o tema • Eucaristia e Evangelização", coincidindo com o início do Ano Jubilar, proposto pela GELAM (Conselho Episcopal Latinoamericano), que vai de 12 de outubro de 1991 a 1992. -40-
NOTICIAS DOS SETORES Eventos
28/20-05 Santos/SP, Regiões SP-Sul I e SP-Leste.
- Realizado em 23 e 24 de abril últimos um Curso para Casais Pilotos e de Ligação na Região Rio-1. Tendo como ·professores " Mary-Nize e Sergio (ex-Casal Regional) o Curso contou com a participação de 20 casais dos Setores C, E, G e I.
Esperamos receber de outros casais participantes relatos, testemunhos ou depoimentos sobre esses eventos tão importantes para a vida do nosso Movimento para publicação em futuros números da Carta Mensal.
- Maria e José Aquino (Eq. 1-D São Paulo Sul-1) continuam organizando o encontro "Nós Dois Agora" para casais que estejam na idade da aposentadoria. O sucesso tem sido grande e o convite está aberto a casais (equipistas ou não) que queiram participar. Informações pelo telefone (011) 62-2309.
- Com muita alegria recebemos por Intermédio de Aparecida e Saleh, casal secretário do Setor B de Brasilla/DF um exemplar do 1.0 número do • Boletim do Setor B" que servirá como mais uma fonte de notícias e de contato com a Equipe da Carta Mensal. Aos nossos ·colegas" de Brasília desejamos muito sucesso nessa nova missão.
- Em homenagem a Maria, nossa mãe e padroeira , os equipistas de Pirapora/MG fizeram real izar durante o mês de maio passado, Noites de Oração e Meditação nas igrejas Matriz, N. S. do Perpétuo Socorro e N. S. de Fátima. A organização esteve a cargo da Eq. 2 N. S. do Perpétuo Socorro que elaborou, especialmente para a ocasião o tema : ·Maria a mulher que acreditou". O comparecimento dos equlplstas da cidade e de pesosas da comunidade foi bastante expressivo. - Realizados durante o mês de maio passado alguns Encontros Inter-Regionais com a participação de Casais Responsáveis de Regiões , Setores e Coordenações obedecendo à seguinte programação: 14/15-05 Catanduva/SP, Regiões SPNorte e SP-Oeste Florianópolis/SC, Regiões Paraná, Sta. Catarina e Rio Grande do Sul 21/22-05 Juiz de Fora/MG, Regiões Rlo-1, Rlo-11 e Minas Gerais Plraclcaba/SP, Regiões SP-Centro e SP-Sul (ver notícias à respeito nesta Edição)
- Realizado em 1.0 de maio último, o Almoço de Confraternização dos equipistas de Araçatuba/SP. Esse almoço é realizado todos os anos desde o lançamento das ENS naquela cidade há 27 anos e como sempre contou com a presença de quase todos os casais dos dois Setores. - Realizado em 24 de abril passado o Curso para Casais Pilotos e de Ligação no Colégio Arnaldinum em Belo Horizonte/MO e em 21 de maio de 1988 aquele mesmo setor promoveu um Dia de Estudos encerrado com Missa comemorativa dos 40 anos dos Estatutos das ENS. Aproveitamos para agradecer a bela mensagem de Páscoa que recebemos de Belo Horizonte assinada por Renata, Beth e Toninha. - Os equipistas de Baurú/SP Integrados na Igreja Particular de sua Diocese participaram neste ano de 1988 das celebrações do grande Mistério da Ressurreição do Senhor Jesus com a alegria especial e comum a todos os seus Irmãos diocesanos pela posse oficial de seu Bispo Coadjutor, Dom Aloysio José Leal Penna, S. J.
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- A Tarde de Estudos realizada em 06-03-88 pelas equipes do Recife/PE contou com a presença de Pe. Pedro, Pe. Camurça e muitos casais. Na 1.a palestra, Pe. Camurça (CE da Eq. 08) falou sobre "imanência, transcendência e transparência", ou seja de como o amor pode nos ajudar a ser transparentes, Individualmente, como conjuga e como grupo. O casal Tereza e Leal (Eq. 03) apresentou interessantes colo·cações acerca do tema • Escutar a Deus". Com multa profundidade em' pregando linguagem simples e clara enfatizaram a Importância de nos co: locarmos à escuta do Pai. Finalizando aconteceu a Missa celebrada por Pe: Pedro, como sempre, multo participada. - Os equlplstas do Setor de San· tos/SP realizaram na última Semana Santa, uma Cela Pascal no refeitório da Casa de Retiros do CEFAS. A cerimônia foi coordenada por Pe. Castilho (ordenado em Santos em 1987) que traçou um paralelismo entre a Cela dos Judeus (A. T.) e nosas cela de cristãos e também entre a última cela de Cristo com os Apóstolos (N. T.) e a nossa Eucaristia. Orientou, também os participantes a meditar, orar e agradecer as dádivas recebidas do Senhor, sempre além do que somos merecedores. Embora o comparecimento não tenha sido maciço foi significativo o número de casais e de alguns jovens acompanhando seus pais e participando Integralmente do ato. A destacar, também, a presença e a participação do C. E. da Equipe 6, Mons. Nelson. - Com a presença de 32 casais, os padres Salvador Stragapede e Sllvlno Arholde , na Casa de Retiros Emaus, em Londrlna/PR pregaram, nos dias 9 e 10 de abril passado, aos equlplstas dos setores A e B um r.etlro sobre os temas: A verdadeira devoção para com Nossa Senhora, Famflia e Pontos concretos de esforço. Graças à luz do DIvino Espfrito Santo e à proteção de Maria, as palestras, reuniões de grupo e celebrações litúrgicas propiciaram a todos momentos de multa oração e reflexão. - Organizada pela Equipe 4 aconteceu a Missa Mensal das ENS do Re-
cife/PE no dia 7 de maio passado, na Igreja N. S. do Loreto em Boa Viagem. - Mais um Encontro com Maria promovido pelos ·equlplstas de Santos/SP aconteceu, desta feita em um dos salões da Igreja Coração de Jesus, onde a Equipe 5 - N. S. do Perpétuo So· corro, apoiada no 1.0 Mistério da Alegria e com a ajuda de seu C. E. Mons. Primo levou os presentes a refletirem e trocarem Idéias sobre alguns aspectos da Anunciação. O enfoque prlncf· pai da reunião foi a surpresa que Deus proporcionou a Maria ao escolhê-la para dela nascer o Senhor. Encerrado o encontro na recitação da Ave-Maria e na proposta de nos alegrarmos pelas surpresas que Deus proporcionou a Maria e irá proporcionar a nós, à Igreja e a todo o Seu povo. - Em homenagem a Nossa Senhora, no seu mês e ano de graça, todas as Equipes (9) do Ceará, em preparação espiritual à grande caminhada equiplsta a Lourdes, festejaram o Domingo de Pentecostes, com a Peregrinação Mariana. Cada Equipe reuniu-se na Igreja dedicada à sua padroeira, onde meditou sobre o Magnlficat, ouviu a palavra do Conselheiro Espiritual sobre a origem da Invocação da Equipe e recitou o primeiro terço do rosário. Após, salram todas as Equipes, rezando o segundo terço, em direção à Capela de Nossa Senhora de Lourdes . O Ingresso na Capela foi muito comovente, pois foi feito pelas Equipes em ordem de antiguidade, levando cada qual o andor de sua padroeira e entoando o seu hino, enquanto os que já se achavam no recinto aplaudiam. Os an· dores foram postos sobre o altar-mór, recitando-se o terceiro terço, meditado à luz do Evangelho. O C. R. da Coor· danação, Regina e Joaquim Regás, se expressaram sobre a caminhada a Lourdes e um dos equlplstas desenvolveu o tema "O Mistério de Maria no Mistério da Trindade" . Por fim, cantou-se o Magnlflcat e cada Equipe se retirou levando a Imagem de seu orago. A Peregrinação Mariana foi precedida de uma Preparação Comunitária à Penitência, na sexta-feira, e pela Fração do Pão, no sábado, na Missa Mensal.
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- Em 22 de março passado as· equipes de Taubaté/SP celebraram a 1.a Páscoa das ENS, coordenada pela Equipe 5. Cada equipe teve oportunidade de preparar-se, com antecedência, através confissão com seus respectivos Conselheiros Espirituais. Em 25 de março foi a vez da Equipe 13 organizar uma vigflia tendo como tema a Campanha da Fraternidade e que propiciou momentos de intensa reflexão e espiritualidade. - Informam Marilda e João Carlos (Eq. 02) de Piraclcaba/SP a realização naquela cidade, no Oratório São Mario, gentilmente cedido pelo Pe Dilermando, C. E. das Equipes n.0 3 e 4, nos dias 21 e 22 de maio p.p., do Encontro Inter-Regional dos Casais Responsáveis de Setor e Coordenação das Regiões São Paulo Sul 11 e São Paulo Centro. Do Encontro participaram dezoito (18) casais, entre Responsáveis de Setor, de Coordenação e de Ligação, além dos representantes da ECIR, Olguinha e Tonlnho, e dos casais Responsáveis de Região, Silvia e Chico (SP. Sul 11) e Arany e Mira (SP Centro). O Encontro contou ainda, com a participação de Frei Constãnclo, C. E. das equipes em Bragança Paulista e Reitor da Universidade S. Francisco , que discorreu sobre as ·Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja no Brasil - 1987/90 ", com destaque para a Família e suas Dimensões Apostólicas. Durante o Encontro, foram debatidos a Vocação das ENS e a realidade da família, o novo enfoque dado aos meios concretos de esforço e partilha e sua repercussão junto às bases, bem como as experiências comunitárias em andamento e as dificuldades de expansão do movimento. Os casais participantes puderam, ainda, conhecer de perto o niagnlflco trabalho desenvolvido pelo Pe. Dilermando, na área da Pastoral do Menor, consubstanciado no projeto ·Menor de Rua •, com vistas à sua recuperação e Integração na sociedade. Foi registrada, também, na litúrgla do domingo, dia 22/5, comemorativa do Dia de Pentecostes, a presença do
Bispo Diocesano de Piracicaba, D. Eduardo Koaik, que conclamou os aquipistas a se engajarem na Pastoral Familiar, como autênticos enviados do Cristo. Outro motivo de júbilo foi a Indicação do casal Maria Regina e Carlos Eduardo, responsável do Setor de Piracicaba, para participarem da peregrinação a Lourdes, em Setembro de 1988, onde deverão fazer a Sessão de Formação Internacional, representando a Região São Paulo Centro, a convite da ERI - Equipe Responsável Internacional. - A Betânia Franciscana de Campl· nas/SP foi sede nos dias 22, 23 e 24 de abril de 1988 de mais uma Sessão de Formação, promovida pela ECIR e coordenada pela Região São PauloCentro. Vinte e dois casais dos Setores e Coordenações de Americana, Araraquara , Araçatuba, Baurú, Belém do Pará, Bragança Paulista, Campinas, Casa Branca, Jaú, limeira, Niterói, Piracicaba e São Carlos participaram ativamente da Sessão, quer nas Palestras, Grupos e Coopartlclpação, como vivendo e aprofundando sua esplritualidade numa Liturgia bastante enrlquecedora. Os temas abordados e tão bem direcionados pelo Pe. José Carlos Di Membro e pelos casais da ECIR levaram os casais a uma oportunidade valiosa para retomarem , aprofundarem e realizarem seus conhecimentos nas linhas propostas pelo Movimento.
Apostolado - Durante o ano de 1987, os casais da Equipe 10 de Mogl das Cruzes/SP, promoveram bingos bimestrais para angariar fundos objetivando um Natal menos sofrido para as famlllas carentes. Foram distrlbuidas 30 suculentas cestas de Natal em dezembro passado.
Inserção No dia 24-03-88 realizou-se no Santuário de Santo Antonio em Plrapora/MG a " Via Sacra dos Casados"
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organizada pela Coordenação das ENS daquela cidade. Foi um acontecimento maravilhoso por seu conteúdo e repercussão e que contou com a participação de todos os equlplstas e de um grande número de outros casais da cidade. - Os novos representantes das ENS junto à Arquidiocese de Recife/PE são Lucia e Alcindo (Eq. 01) e Ana Maria e Oscar (Eq. 04).
Volta ao Pai - José Conceição No dia 16 de março p.p. o Pai chamou a si José Conceição que foi da Eq. 01 de Brasilia e atualmente residia no Rio de Janeiro. Mas quem era Conceição? Em 14-10-72 Frei Jamaria, Maria Alice e Adelson dirigiam-se para a reunião preparatória do lançamento das ENS em Brasília quando o carro em que viajavam atolou e foram socorridos por um casal já de certa Idade, outro senão Oneida e Conceição que tendo dito "sim" ao Movimento dirigiam-se para a mesma reunião, ao volante de uma • rural". Muito atuante, principalmente nas atividades de ligação, com seu jeito especial de transmitir paz, alegria e segurança, Conceição foi o Irmão mais v•lho de todas as horas, o cristão convicto e praticante. Seus Irmãos equiplstas tem a certeza de contar com "mais um amigo no céu". - Athaydes (do Thyrson) Equlplsta do Setor de Jaú/SP foi para Deus em 25 de fevereiro último. Esposa e mãe exemplar, dedicadísslma às coisas de Deus exercia várias atividades de apostolado. Era, com seu marido Thyrson, Casal de Ligação das equipes 4 e 7, missão que desempenhava com multa dldicação e amor. Participava também do Movimento de Renovação Carlmática, Pastoral da Saúde, Curso de Batismo e era Ministra Extraordinária da Eucaristia. Sua vida nos dá a certeza de que partiu em paz para junto do Senhor. Sua ausência será sempre sentida por seus Irmãos equlplstas mas seu amor sempre será lembrado e multo haverá de frutificar.
- D. Pedro Paulo Koop - MSC Bispo Emérito de Lins/SP e grande amigo dos equiplstas daquela cidade, foi para a casa do Pai em 26-03-1988. - Pe. Guilherme Goussens Ex-Conselheiro Espiritual da Eq. 02/ A de Juiz de Fora/MG com cujos casais conviveu por quase cinco anos, retornou à morada eterna em 27-04-88. Holandês de nascimento exerceu no Brasil seu sacerdócio na profunda convicção de sua vocação. Por muito tempo foi Diretor do Seminário da Congregação Sagrado Coração e graças ao seu empenho e dedicação essa obra permanece ativa até hoje. Transferido para Niterói/RJ onde continuou a exercer seu Ministério até seus últimos dias deixou profundas marcas positivas em seus equiplstas fruto do tempo em que juntos caminhavam enfrentando crises e sucessos. Seus equlplstas gostariam de dizer-lhe obrigado pela grande lição de despojamento discreto como ele sempre o foi. - Luiz Carlos Seixas A Eq. 04 de Ribeirão Preto/SP comunica o retorno à casa do Pai de Luiz Carlos em 21-03-88. De temperamento suave, sempre com um sorriso nos lábios não media esforços para ajudar a um Irmão. Juntamente com Maria Helena, sua esposa, colaborou desde o Início do Movimento em Ribeirão Preto nas funções de Casal Piloto, Casal de Ligação e nos cursos de noivos e de batismo. - Gilberto Camilo de Almeida Da Eq. 13 - N. S. de Paz de Londrina/PR retornou à Casa do Pai vitimado por um acidente deixando inesperadamente o convívio de seus familiares e de seus Irmãos equlplstas. Com sua esposa Delse, era um dos equlpistas mais atuantes naquela cidade e seu exemplo deixa marcas profundas pois Gilberto sempre foi bondade, firmeza, sinceridade e amor.
Quadros - Na missa celebrada no domingo pela manhã, no último EACRE de Bra· silia/DF tomaram posse os dois novos
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casais responsáveis pelos Setores de Belém/PA e o primeiro casal responsável pelo Setor E de Brasília, recentemente criado. Mariazinha e Luiz Bragança substituíram Mariazinha e Miguel Coelho à frente do Setor A de Belém, enquanto que no Setor B Na-
zaré e José substituíram a Tené e Calá. Maria Helena e Edmar assumiram o Setor E de Brasília. (V. foto). Na foto vê-se os novos Casais Responsáveis quando assumiam o seu compromisso perante o Pe. José Carlos Di Mambro, C. E. da ECIR .
- As equipes de Parelhas/RN (ligadas à Coordenação de Recife/PE.) elegeram seus casais responsáveis que são:
paro continua em pilotagem por Soleni e Sergio Crocoli e conta agora com a assistência espiritual do Pe. Geraldo da Cruz Carvalho em substituição ao Pe. Romolo Florideo Mariani que foi para a Itália com missão designada no Vaticano.
Eq. 1 -
Laurlta e lvanildo
Eq. 2 - Maria e Honorato O casal Terezinha e Chico atuarão como Casal de Ligação entre essas equipes e o casal responsável pela expansão das ENS no Nordeste, Ana Maria e Oscar.
Expansão - Regina e Osvaldo, da Eq. 10 de Mogi das Cruzes/SP concluiram o seu trabalho com o primeiro Grupo de Experiência Comunitária nas ENS. Assim, os oito casais participantes constituirão, ou melhor, reconstitulrão a Equipe 1 de Mogl das Cruzes, sob a Invocação de N. S. das Graças. A primeira reunião de equipe, sob a pilotagem de Leila e Paulo ocorreu em 24-04-88. - Está caminhando a nova equipe de n.0 54 - N. S. do Carmo do Setor C de Porto Alegre/RS pilotada por Regina e Mazzottl. Inicialmente assistida por Frei Ivo Bortuluzzi hoje tem como Conselheiro Espiritual Frei Canlslo Persch. A Equipe n.0 53 N. S. do Am-
- Os equlplstas de Pirapora/MG, acolheram com carinho· e amor seis novos casais que Ingressaram no Movimento, destinando-se dois casais para cada uma das equipes que compõem aquela Coordenação e que já vem participando das reuniões de suas equipes desde abril passado. - Lançadas novas equipes no Setor G da Região Rio I, a saber: Em 20-05-88 - Equipe 71 Piloto: Dora e Luiz Cons. Espiritual: Pe. Olavo
Casal
Em 20-05-88 - Equipe 21 Piloto: Zina e Eduardo Cons. Espiritual: Pe. Plero
Casal
Em 22-05-88 - Equipe 04 - Casal Piloto: Lely e Walter Em junho/88 foi lançada a Equipe 93 do Setor C tendo como Casal Piloto: Dorinha e José e como Conselheiro Espiritual Frei Henrique, que ]á assiste uma equipe no Setor D.
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- Lançadas duas equipes em Guapiaçu/SP, Coordenação de São José do Rio Preto, após um período de Experiência Comunitária , ambas tendo como Conselheiro Espiritual o Pe. João Maria Zanzi. O Casal Piloto da Equipe 1 - N. S. Aparecida é Soninha e Vicente e da Equipe 2- N. S. de Fátima, Therezinha e Nelson. Foram iniciadas mais três Experiências Comunitárias na Paróquia N. S. de Fátima, que tem como pároco Pe. Cezarino e os grupos são coordenados por llca e Luiz (Eq . 2), Sonia e Pedro (Eq . 1), Cleonice e Nelson (Eq. 4).
um exemplar da edição especial do jornal • A Grande Família • da Paróquia de Vila Maceno, totalmente dedicado ao Pe . Jarbas Brandini Dutra pela comemoração dos seus 25 anos de profícuo sacerdócio. Pe. Jarbas além de Conselheiro Espiritual da própria Coordenação também o é de mais seis equipes. A edição, totalmente dedicada ao evento ocorrido em 08-12-87 traz em suas páginas um resumo biográfico do sacerdote, dentre as quais uma escrita por Pedro Lopes, da Equipe 1 em nome de todos os equiplstas de São José do Rio Preto.
- Culminando um trabalho iniciado no ano passado de Experiência Comunitária com casais jovens por Leda e Mazinho foi lançada a nova Equipe 04 no Setor de Araraquara/SP. Dentre os· casais que a compõem estão três filhas de equipistas o que representa o bom exemplo de seus pais . Uma boa notícia, também é a participação como Conselheiro Espiritual do Pe. Braulino, um padre jovem para uma equipe de casais jovens. Therezinha e Weelnes (Eq. 2) são o Casal Piloto.
- Com a transferência do Pe. Renato, da Paróquia de Santa Tereza de Jesus em Porto Alegre/RS para Curitiba/ PR assumiu a paróquia Pe. Luiz Roberto di Lazio, da Congregação orionita. Pe. Luiz Roberto assumiu , também, a assistência espiritual das equipes n.0 24 - N. S. Aparecida e n.0 45 N. S. Maria Imaculada, ambas do Setor C.
- Estão sendo pilotadas na cidade de Valparaiso/SP, através do · Setor B de Araçatuba, duas equipes a saber: Eq. 1 -
Eq. 2 -
N. S. Aparecida (7 casais) Casal Piloto: Egles e Adair de Carvalho Cons. ·Espiritual: Pe. Jorge N. S. da Felicidade (7 casais) Casal Piloto: M. Tereza e Laerte Espósito Cons. Espiritual: Pe. Jorge
Con$elheiros Espirituais - No último mês de abril, Frei Higino Aguilera Perez, há quatro anos Conselheiro Espiritual da Eq. 48/C N. S. das Graças, de Porto Alegre/AS comemorou seu Jubileu de Ouro Sacerdotal. Frei Higino, que é da Ordem Carmellta, foi também durante vários anos assistente de outras equipes em Florianópolis. - Recebemos de Rosinha e Anésio, Casal Responsável pela Coordenação das ENS de São José do Rio Preto/SP
-Comemorados em 19-03-88 (dia de São José) os 20 anos de ordenação sacerdotal de D. Raymundo, C. E. da Eq. 13/B .de Brasília/DF, com missa por ele celebrada em ·sua primeira Paróquia. Em sua homilia destacou o papel de São José • aquele que não relutou em aceitar Maria como esposa, já grávida do Filho de Deus e que foi, na terra o protetor silencioso do mistério da redenção" . D. Raymundo por sua devoção ao Grande Santo escolheu-o para protetor e ordenou-se no dia em que a Igreja o reverencia. - Realizada na Biblioteca do Colégio São Luiz em São Paulo no dia 25-04-88 uma reunião dos Conselheiros Espirituais do Setor B da Região São P~lo Sul I. O C. R. Setor Maria Alice e "ivahy agradece a presença dos padres Gigio· (Eq . 12) e Angelo (Eq. 2). que apesar da ausência da maioria dos Cbnselheiros conseguiram " esquentar" a reunião coordenada pelo Pe. Paulo D'Eiboux (C. E. da Eq. 7 e do Setor Bl e esperam que numa próxima reunião possam contar com um número maior de Conselheiros Espirituais. - A Igreja de N. S. do Loreto, em Boa Viagem, Reclfe/PE estava replet a de amigos (muitos equipistas) do Pe.
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Pedro Bach por ocas1ao da Missa de Ação de Graças comemorativa do seu Jubileu de Prata Sacerdotal. Na solenidade foi lembrada a doação e a vontade férrea desse sacerdote nas suas árduas tarefas de semeador do Evangelho nos recantos por onde passa. Seu carinho e amor para com as crianças da Casa de São José - Lar da Criança Feliz da qual é fundador e mantenedor, Impressionam a qualquer pessoa. Seu espírito de renúncia, humildade e caridade são um exemplo a ser seguido por todos.
Jovens Novamente a Capela da Base Aérea em Recife/PE esteve colorida e musicada, não só pela presença constante dos pássaros, com seus cânticos inconfundíveis e abundantes por natureza naquele local, mas também e, principalmente, pelas doces e meigas vozes dos nossos jovenzinhos, com idade entre 9 e 11 anos. Com lnlgualável responsabilidade, eles abrilhantaram o dia 10-04, um domingo ora ensolarado, ora chuviscado. Nem reparem! Esse foi o primeiro ENCONTRINHO JOVEM deste ano. A manhã foi bastante movimentada. Inicialmente, os 42 participantes foram
recebidos pelo Casal Encontro Mercês e Ismael, para depois rezarem felizes a oração matinal. Tivemos uma calorosa Palestra, bastante participada, proferida pelo seminarista Amauri. A partir daí, começaram as brincadeiras, multo interessantes por suas variedades, entremeadas de cânticos. Às vozes Inocentes ecoaram melodiosamente por toda a região arbórea lindos versos de louvor ao Senhor. Culminando, todos assistiram ao sensacional evangelizador áudio-visual. O dia foi pequeno para que fosse consumida toda a energia dos "pequeninos" . À tarde, mais brincadeiras e cânticos. Agora, já mais afinadinhos, entoaram, sob os olhares admirados dos pásasros, canções em louvor ao Salvador. O ENCONTRINHO teve seu clímax, como não poderia deixar de ser, na Santa Missa, totalmente cantada pelas crianças, e celebrada pelo Frei Geraido. Os jovenzinhos mostraram o quanto valeu terem encontrado com Cristo. Suas vozes diziam tudo, pois, agradecidos, continuaram louvando ao Senhor, com as melodias, que cremos, continuarão sempre sendo cantadas em seus coraçõezlnhos.
VOCÊ JÁ MANDOU SUA COLABORAÇÃO?
CONCURSO DE ILUSTRAÇOES DA CARTA MENSAL (Ver CM · Maio/ 88 · pág. 30)
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CALENDÁRIO Agosto 15 15-21 17 19-21 19-21 20-21 26-28 Setembro 02-04 06-11 10-11 17-18 18 18 19-23 23-25 23-25 24-25 24-27 25 25 30 a 2/10 Outubro 07-09 07-10 15-16 21-23 21-23 21-23 21-23 21-23 28 a ~/11 Novembro OH:i6 04-06 04-06 11-15 12-13 18-20 18-20 26-27
Peregrinação Aparecida Retiro Mariano 6. Aniversário do falecimento de Pedro Moncau Retiro Retiro Retiro Retiro
Região MG Mendes/RJ (F. de Charité)
Retiro Retiro Retiro Retiro Peregrinação local Peregrinação local Encontro Internacional Retiro Retiro Retiro Sessão de Formação Internacional Peregrinação local Peregrinaç~o local Retiro
Porto Alegre - Setor A Mendes/RJ (F. de Charité) Caxias do Sul Campinas Rio I - Setor B Região RS Lourdes - França Porto Alegre - Setor B São Paulo (Barueri) Curitiba - Setor C
Retiro Retiro Retiro Retirp Retiro Retiro Retiro Retiro Retiro de Finados
Porto Alegre - Setor C Mendes/RJ (F. de Charité) Rio I - Setor A Porto Alegre - Setor D Santos Belo Horizonte São Paulo (Cenáculo) Brasília Mendes/RJ (F. de Charité)
Encontro Nacional ECIR/ RR/ RS/ RC/ CE Retiro Retiro Retiro Mariano Retiro Retiro Retiro Retiro
Itaicí São Paulo (Barueri) Porto Alegre Mendes/RJ (F. de Charité) Rio I - Setor B São José dos Campos Porto Alegre Rio I - Setor D
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Brasília São José dos Campos Pirapora Rio I - Setor G
Lourdes - França Rio I - Setores E e F Campinas, Valinhos, Vinhedo Bauru
MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (Lc. 10,1-7) O Senhor designou outros setenta e dois (discípulos) e, dois a dois, enviou-os à sua frente . .. E dizia-lhes:
"A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita. Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros entre lobos. Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias, e a ninguém saudeis peJo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'Paz a esta casa!' E se lá houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele; se não, voltará a vós."
ORAÇÃO LITúRGICA (Liturgia das Horas -
Preces da Festa da
Assunção) Sacerdote: Com grandes louvores exaltemos a Deus Pai onipotente! Ele determinou que Maria fosse a Mãe de seu Filho, celebrada por todas as gerações. E peçamos confiantes: Todos:
Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
Maridos:
Deus, autor de maravilhas, fizestes a imaculada Virgem Maria participar em corpo e alma da mesma glória de Cristo;
Mulheres: Orientai os corações de vossos filhos para .a mesma glória. Todos:
Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
Mulheres: Vós nos destes Maria por Mãe; por sua intercessão concedei saúde aos enfermos, conforto aos tristes, perdão aos pecadores, Maridos:
e a todos, a salvação e a paz.
Todos:
Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
Maridos:
Fizestes Maria cheia de graça;
Mulheres: concedei a todos a jubilosa abundância de vossa graça. Todos:
Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
Mulheres: Que a vossa Igreja tenha um só coração e uma só alma na caridade; Maridos: e os fiéis perseverem unidos na oração com Maria, Mãe de Jesus. Todos:
Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
Maridos: Coroastes Maria Rainha do céu; Mulheres: fazei que os falecidos se alegrem eternamente em vosso Reino junto com os santos. Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos! Todos: Sacerdote: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo ...
Um momento com a equipe da Carta Mensal ................. . Editorial: Maria e Bernadete (Pe. Olivier) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Carta da Equipe Responsável Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A ECIR conversa com vocês ...... ... .......... . ............. .
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A Palavra de nossos Pastores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Vocação m~trimonial -
Vocação cristã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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ENS e Inserção na Igreja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
16
Pedra e Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Assunção de Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Pastoral da Familla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A questão social hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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O Conselheiro Espiritual e a Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Peregrinação a Aparecida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Conversa de pai para filho 111 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A pontinha do pão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Entrevista -
I ..................................
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Notícias breves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
41
Calendário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Região Rio -
EQUIPES DE NOSSA SEN HORA 01050 Rua João Adolfo . 11 8- 9' - cj. 901- Tel. 34 8833 São Paulo - SP
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