ENS - Carta Mensal 265 - Junho 1990

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RESUMO -

O Pe. Ollvler nos convida a "nadar contra a correnteza", num Editorial que nos alerta contra os conformismos fáceis . . ....... . .. . .. . ..... .

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Os mais novos integrantes da ERI, nossos irmãos lgar e Cidinha Fehr se apresentam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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O Frei Barruel resume para os leitores da Carta Mensal a exortação apostólica de João Paulo 11 sobre São José . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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D. Cândido Padin, bispo de Baurú, aponta, entre as causas da deterioração dos valores do casamento e da familia, alguns aspectos ligados às estruturas sociais vigentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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D. Raymundo Damasceno, bispo auxiliar de Brasília, chama a nossa atenção para a responsabilidade das ENS em relação às vocações sacer· dotais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Em texto extraído de seu mais recente livro, Pe. José Ribolla alerta para 12

a importância do diálogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -

Uma resenha de diversos boletins de Setor nos traz o testemunho de vários casais sobre aspectos da espiritualidade conjugal . . . . . . . . . . . . . .

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O aborto e a posição da Igreja é o assunto da seção " Atualidade" deste mês

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Vários EACREs realizados em março passado são relatados pelos parti· 27

cipantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -

Algumas notícias e informações do Movimento; leituras recomendadas por " Nossa Biblioteca" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Na "última Página", uma oração de João XXIII ao Esplrlto Santo . . . . . .

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Na terceira capa, a Meditação e a Oração Litúrgica sugeridas para este mês de junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

SEGUNDA INSPIRACAO "

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MULHER E HOMEM: IMAGEM DE DEUS

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EDITORIAL

NADANDO CONTRA A CORRENTEZA Nadar contra a correnteza como o fazem os salmões, as trutas ... Isso quer dizer duas coisas: ir contra a correnteza (e ela pode ser forte!) mas com a finalidade de se chegar . à nascente. Esta é uma operac:ão que nós também devemos fazer periodicamente, mas há períodos em que a urgência em fazê-la é maior. Três fatos recentes, sem nenhuma ligação entre sí, me parecem sublinhar essa urgência. Dias atrás foi lembrada uma observação da romancista Louise de Vilmorin, falecida há alguns anos: "Em nossos dias, s6 os padres querem se casar!" Uma revista francesa de grande tiragem publicou recentemente um documento sobre as Equipes de Nossa Senhora intitulado: "Com os iluminados da fidelidade conjugal". Sob a capa de uma entrevista fica evidente uma grande ironia sobre a idéia que os cristãos ainda fazem do casamento: claramente, são uns retardados! A cláusula de consciência invocada pelo rei Balduino, da Bélgica, para' evitar assinar a lei autorizando o aborto, foi considerada por um jornal bastante sério como "um apoio à ala mais reacionária e mais integrista da Igreja." Tudo isso junto mostra alguns traços da corrente dominante. Uma corrente arrasadora, como se costuma dizer. Mas para onde ela nos leva, e como? Não se trata, para nós, de bancar os censores ou hipócritas. Nossa vocação não é a de nos sentarmos à beira do rio para olhar com compaixão aqueles que são arrastados pela correnteza. Estamos também mergulhados juntos, neste mesmo rio e na mesma correnteza. Mas, em certos casos é necessário nadar contra a correnteza. Contra a correnteza que quer apresentar o aborto como grande conquista da mulher e uma grande etapa da civilização. Mas, atenção! E fácil tomar posição contra alguma coisa, rejeitar, condenar. Mas isto não é nada positivo! Nós não somos negativistas, destruidores, lançadores de bombas incendiárias. . . Devemos viver de outra forma, simplesmente como testemunhas de uma outra realidade, dos valores em que cremos, num mundo em que quase ninguém crê mais neles. Na Carta aos Jovens (Natal de 1989) o Cardeal Danneels usa como exemplo os peixes que sobem a correnteza: "em tódas as cascatas os peixes saltam fora da água. Nadam contra a correnteza em busca do manacial, sem conformismos e incansáveis. Eles são o símbolo e a encarnação de toda uma contra-cultura". Para o Cardeal Danneels isso -

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faz parte da vocação dos cristãos: "na orquestração da história eles têm freqüentemente assumido o papel do contraponto" . Mas isso não é fácil! I! bem mais cômodo se deixar simplesmente levar pela correnteza dominante, sem esforço e sem problemas de consciência: pensa-se por nós, decide-se por nós. Basta que desapareçamos no anonimato . . . Não é essa a tônica geral? Olhando o rumo onde vai a correnteza, devemos nos perguntar seriamente se não estamos diante da necessidade de construir uma contra-cultura! Fr. Bernard Olivier, o.p .

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

Queridos amigos Consideramo-vos como amigos, membros das Equipes de Nossa Senhora do mundo todo, mesmo se não nos conhecemos pessoalmente. Amigos porque nos une a mesma fé em Cristo Jesus, porque possuímos o mesmo ideal de santidade, porque participamos todos da construção do Reino de Deus, colocando-nos ao serviço do amor conjugal, ao serviço da vida em comunhão e porque pertencemos à mesma Igreja, ao mesmo movimento. Não pensais também vós que essas razões são suficientes para que nos sintamos verdadeiramente amigos? I! como tal que vamos, doravante, escrever-vos, como membros da Equipe Responsável Internacional que somos de~de junho do ano passado. Assim, pensamos ser necessário falarmos um pouco de nós. Estamos casados há trinta anos durante os quais Deus nos concedeu imensas alegrias, muito especialmente nossos quatro filhos. Participamos das Equipes de Nossa Senhora desde 1964. A elas temos dedicado uma considerável parcela de nosso tempo, de nossas energias, de nossa atenção, de nosso amor, principalmente no exercício dos diversos serviços a que fomos chamados e que culminaram com a responsabilidade da Super Região Brasil, sempre incentivados e apoiados pelos nossos filhos, pelos companheiros de equipe e pelos que trabalharam conosco durante esses anos todos e com os quais construímos sólidas amizades. Mas, temos também utilizado nosso tempo para outros serviços na Igreja, tais como participação na Pastoral Familiar de nossa diocese, no Conselho N acionai dos Leigos de nosso país e há dois anos no Pontifício Conselho para a Família; serviços que sempre temos exercido com alegria, conscientes de nossa fragilidade, mas confiantes em que o Espírito do Senhor pode realizar "maravilhas" por nosso intermédio, apesar da pobreza de nossa realidade. Afinal, é sempre o convite de Cristo "Ide vós também para a minha vinha" (Mt. 20, 4) que temos atendido, embora muitas vezes com os joelhos trêmulos. Foi ainda esse chamado que ouvimos através de Alvaro e Mercedes Gomes-Ferrer, em Lourdes, ao nos convidarem para fazer parte da Equipe Responsável Internacional. I! possível que muitos estejam surpreendidos com o fato de um casal do Brasil, um país da América Latina, distante, tendo que ·atravessar o Atlântico para participar das reuniões dessa equipe, e por isso

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·mesmo não podendo estar presente em todas, haver recebido esse convite, quando na Europa existem tantos casais que poderiam talvez melhor executar esse serviço. Mas, pensamos que talvez tenham sido considerados alguns fatores: 1) As Equipes de Nossa Senhora existem no Brasil desde 1950, tendo sido pois o primeiro país de língua não francesa a possuir .equipes, cujo número se aproxima hoje de mil. Se acrescentarmos as 110 equipes existentes nos países hispano-americanos, teremos um total de 1.100 nesta parte do mundo. 2) O nosso contexto é bem diferente do europeu. As dificuldades que enfrentamos são muitas vezes de difícil compreensão para uma pessoa que vive na Europa. Não temos o apoio da tradição e da história. Ao contrário nosso país, em processo de construção, está a exigir o nosso empenho, a nossa dedicação e um esforço por uma busca de coerência em nossos comportamentos, através de acontecimentos que nos interpelam fortemente. Essa realidade que nos questiona pelas suas contradições, que nos faz conviver com a insegurança ante um amanhã incerto, ao mesmo tempo nos abre para o imprevisível, nos ensina a arriscar e nos prepara para a busca do essencial que nem sempre está muito visível nas estruturas humanas, nos torna esperançosos e nos ajuda a viver uma fé encarnada no aqui e agora. Deus quer que nós casais das Equipes de Nossa Senhora proclamemos a . Boa Nova do Amor. Essa proclamação se faz muito especialmente a partir de uma vida de comunhão que tem sua raiz na realidade conjugal, !IDas que deve abranger a todos, a grande família de Deus. Nós equipistas somos pois chamados a viver em comunhão e as diversidades de nossos países e continentes podem constituir-se em elementos construtivos dessa comunhão, assim como a complementariedade no casal, desde que sejam partilhados, compreendidos e trabalhados. Assim pensamos que o encontro da cultura, da solidez, do discernomento, da tradição na fé . .. , dos europeus, com a novidade, a instabilidade, a esperança, a fé questionada ... , dos latino-americanos, é sem dúvida um fator a ser considerado na construção da família das Equipes de Nossa Senhora e na construção da Igreja. Com o nosso carinhoso abraço, Igar e Maria Aparecida Fehr

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A PALAVRA DO PAPA No dia 15 de Agosto de 1989, o Papa João Paule li assinava uma breve exortação apostólica sobre São José, da qual damos a seguir um resumo.

A FIGURA E A MISSÃO DE SÃO JOSÉ O fundamento da grandeza e especial santidade de São I osé é de ter participado como nenhuma outra pessoa humana, à exceção de Maria, do mistério da Encarnação.

I.

O contexto evangélico Por seu casamento com Maria, José, em obediência à ordem recebida, entra no mistério da maternidade virginal de sua esposa. A sua disponibilidade é semelhante à de Maria, e sua fé encontra-se com a dela: suas caminhadas na fé são e permanecerão paralelas. ~ ele que, por ordem do anjo, dá o nome ao filho de Maria, que é também o dele, já que realiza com Maria uma verdadeira vida matrimonial, uma união indissolúvel de coração e de espírito. Ele é pai de uma verdadeira família, à qual é confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor. Como pai, José acompanha todos os acontecimentos que pontuam a vida de sua família, o recenseamento, o nascimento de Jesus, a adoração dos pastores e dos magos, sua circuncisão, sua apresentação no Templo de Jerusalém, a fuga para o Egito e a volta a Nazaré, a peregrinação até Jerusalém e a permanência de Jesus no Templo, a sustentação material da família por seu trabalho cotidiano e a educação de seu Filho.

11.

O homem "justo"

José, como Maria, permaneceu fiel até o fim ao chamamento de Deus, isto é à sua própria vocação. José, obediente ao Espírito, ama Maria de um verdadeiro amor conjugal, a I esus de um verdadeiro amor paternal. Ele é objeto de um verdadeiro amor conjugal e filial. Este amor sem limite constitue a vida profunda da Sagrada Família. A expressão cotidiana deste amor na vida da família em N azaré é o trabalho do qual participa Jesus: é a santificação da vida cotidiana, mas envolvida pelo silêncio num clima de profunda e permanente contemplação. José nos dá assim um exemplo luminoso de vida interior, de puro amor de contemplação da verdade divina que irradia da humanidade de Crsito. Foi Pio IX que, em 1870, confiou a Igreja a São José, declarando-o Patrono da Igreja Católica, oferecendo-o ao mesmo tempo em exemplo a todos os seus membros. "Que ele seja pois ao mesmo tempo nosso protetor e nosso modelo, aprendendo com ele a permanecer a serviço da economia d?. salvação." E João Paulo 11 termina com a seguinte súplica: "Que São José obtenha para a Igreja e para o mundo, assim como para cada um de nós, a bênção do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Fr. I. P. Barruel de Lagenest O. P. 5


AMOR E RESPONSABILIDADE CONJUGAL Não é necessário fazer rigorosas pesquisas para verificar que os valores do casamento e da fam ília estão sofrendo uma grave deterioração com sérias conseqüências para toda a sociedade . ~ difícil encontrar famílias nas qua is, entre todos os parentes·, não haja algum caso de união desfeita. Lares desfeitos também exist iram em outras épocas. Só que eram casos mais raros entre cristãos. Hoje, porém , é preocupante a freqüência e a facilidade com que ocorrem. Seria um problema mais dos membros da Igreja? As estatísticas demonstram que o aumento é generalizado para toda a sociedade, menos nos regimes rigidamente autoritários e controladores, como é o caso do islamismo radical de Khomeini no Irã. A tendência predominante tem levado não só à instituição do divórcio, mas também à sua facil itação , tantas vezes quantas quiserem os interessados, dependendo apenas do leque de ofertas em cada região. Não se pode negar a existência de propósitos sérios em alguns casos , para recompor uma responsabil idade mais con· seqüente e duradoura. São honrosas exceções que só confirmam a regra das mot ivações mais superficiais buscando novas "experiências". Se uma não deu certo tenta-se outra, sem qualquer preocupação com a permanência do compromisso. Quais seriam as causas dessa situação? Certamente são várias, dependendo da formação cultural e moral de cada um. São de grande importância os padrões de comportamento humano que os pais conseguiram transmitir aos filhos durante a infância e a adolescência, fases mais decisivas da vida. Contudo, não são suficientes esses fatores, pois a pessoa sofre muito mais as pressões das estruturas sociais como condic ionantes da sua personalidade . A sociedade em que vivemos , principalmente no Ocidente, é estruturalmente burguesa . Entendendo-se por burguesia as classes que sucederam às aristocracias hereditárias e tornaram-se controladoras dos meios de produção. As regras que formularam para a organização da sociedade, ainda hoje predominantes, garantem a essas classes o status social e econômico que mantém os seus privilégios. ~ próprio da burguesia , portanto, a mentalidade conservadora procurando impedir todas as transformações sociais e políticas que ponham em risco as vantagens de que gozam. O exemplo típico disso é a atuação da UDR no Brasil. O mais deletério da sociedade burguesa, porém , consiste na pressão cultural que essa mental idade conservadora exerce nas -

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classes da média para baixo. Detendo em seu poder os meios de comunicação social, a burguesia procura transmitir os seus padrões de vida como um ideal a ser alcançado por todos. Cria, assim, nas classes inferiores a falsa esperança de poder alcançar um dia também aquelas vantagens sociais e econômicas. Desse modo, não só a burguesia, mas também os mais pobres assumem como ideal de vida a busca desses padrões sociais usando de quaisquer meios, lícitos ou ilícitos. O próprio casamento, para essa mentalidade, passa a ser um dos meios para alcançar o desejado status. Se uma experiência não dá certo parte-se para outra com uma insensível naturalidade. Muitas vezes procura-se ocultar a malícia deste comportamento alegando um artificioso direito à felicidade, sem definir em que ela consiste . Na prática , o ser feliz será reduzido ao gozo de cada um individualmente considerado, sem levar em conta os ideais do outro. O casamento deixa de ser um projeto de vida a ser elaborado em conjunto pelos dois. Será apenas a tentativa de cada um, semelhante à expectativa de ganhar na loteria. Tentar sem qualquer responsabilidade. Bem outro é o comportamento dos esposos que decorre de uma vivência cristã. O amor do cristão nunca pode ser unicamente individual , pois sempre inclui a partilha . De um modo especial o amor conjugal só é verdadeiro quando coloca o bem do outro como parte necessária da vida de cada um . O matrimônio cristão, sendo um sacramento, faz os esposos participantes do amor de Cristo, que se concretizou pelo espírito de renúncia e de entrega . Os que pedem à Igreja a realização do casamento religioso devem estar conscientes de que se trata de um ato de fé e não de um simples contrato social e jurídico, como o casamento civil. Esse ato de amor inclui necessariamente a aceitação de uma responsabilidade para com o outro e para com a sociedade. A Igreja não pode, portanto , realizar um casamento entre pessoas que não manifestam uma aceitação dessa vivência de fé, pelo menos por parte de um dos nubentes, quando outro não é católico. ~ por isso que a Igreja vem exigindo uma prepaarção dos noivos para que conheçam claramente o significado cristão da sua união e as exigências do compromisso que assumem. Se essa preparação for assumida com sinceridade contribuirá para livrar a sociedade das graves conseqüências das uniões desfeitas, principalmente a triste sorte dos filhos que se vêem privados da fecunda comunhão afetiva de ambos os pais, como exemplo de dedicação e responsabilidade . D. Cândido Padin, O.S.B. (Transcrito do Boletim Diocesano de Baurú/Junho, 1988)

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AS ENS E AS VOCAÇõES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS D. Raimundo Damasceno Assis(*) Vocação é chamado, chamado para alguma coisa, para alguma missão na Igreja e no mundo. Por isso, toda a Igreja, ou a Igreja toda, é responsável por todas as vocações. Todos somos Igreja. Vocês, como casais e famílias cristãos, são Igreja. Logo, todos somos responsávei por todas as vocações na Igreja de Deus. Quando falamos de vocações, não nos referimos apenas à vocação sacerdotal, ou à vocação para a vida religiosa. Referimo-nos, também, à vocação em geral do cristão leigo na Igreja e no mundo. O Concílio Vaticano 11, ao falar da responsabilidade da Igreja pelas vocações, coloca a responasbilidade primeira na família. A família, diz o Concílio, é o primeiro seminário. E o que quer dizer seminário? Seminário significa canteiro, sementeira, onde se cultivam as mudas de diversas plantas, e que depois serão transplantadas para o seu lugar normal. Ora, a família deve ser o primeiro canteiro, a primeira sementeira das vocações sacerdotais e religiosas, e, naturalmente, de toda a vocação na Igreja e no mundo. e na família que brota a vida dos filhos. e também, na família, que os pais devem ter a ·preocupação de ir, através da oração e da reflexão, ajudando aos filhos a descobrir sua vocação, seja a vocação da especial consagração para o sacerdócio ou para a vida religiosa, seja a sua vocação para algum serviço na Igreja, seja a sua vocação como profissional na sociedade, no mundo. Vocação é sinônimo de realização, de felicidade. E, o que os pais desejam para os filhos? Juntamente, realização e felicidade. Nada mais! Muitas vezes, os filhos não são tão felizes, porque abraçaram a vocação ou a profissão para a qual não foram chamados, para a qual não têm aptidões. Isto acontece, na maioria das vezes, porque os pais gostariam que seus filhos fossem aquilo que eles têm como ideal, não respeitando aquilo que os filhos querem ser ou que se sentem chamados a ser. Portanto, a primeira responsável pelas vocações na Igreja é a família. e o caso dos .casais das ENS se perguntarem: nós, como famílias (•) Palestra proferida no ECRE/90 de Brasília. Dom Raimundo é Conselheiro das ENS.

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cristãs, famílias das Equipes de Nossa Senhora, temos esta preocupação pelas vocações na nossa família? Rezamos pelas vocações? Rezamos para que nossos filhos encontrem o seu caminho certo no inundo, na Igreja, no Plano de Deus? Será que cultivamos as vocações de nossos filhos, animando-os, estimulando-os, ap,oiando-os, seja ela qual for? Ou, será que nós, subrepticiamente, camufladamente, procuramos matar, apagar a vocação sacerdotal ou religiosa dos nossos filhos? Muitas vezes, nós estimulamos nossos filhos para aquelas profissões que são mais rendosas financeiramente, mesmo que eles não tenham aptidões para elas. Utilizamos, como critério para decidir a profissão do filho, o aspecto financeiro, o prestígio conferido, o status social enfim. Temos que pensar profundamene nisso: será que, como casais cristãos, vocês estão se deixando guiar por critérios do mundo para orientar seus filhos na escolha da sua vocação? Ou, estão se deixando guiar por critérios evangélicos, cristãos? Isto é muito importante! O Concílio diz que é a paróquia a segunda responsável pelas vocações. Não é o padre sozinho. Ele também o é, mas é toda a paróquia com os seus fiéis cristãos. Depois, vêm os movimentos da Igreja de Deus. E as ENS são também um movimento da Igreja. Será que as Equipes de Nossa Senhora, como movimento, se preocupam com a Pastoral Vocacional? Os padres e os bispos, naturalmente, são responsáveis pelas vocações, diz o Concílio. Especialmente os bispos, porque, como pastores da Igreja particular, devem ser eles os primeiros responsáveis para que suas ovelhas se realizem, sejam felizes, encontrem o seu lugar na Igreja e no mundo, segundo os dons e os carismas que o Espírito Santo distribui à sua Igreja. Neste sentido, toda a pastoral deve ser vocacional, deve ter a preocupação para que cada um descubra a sua vocação. Deus chamou a todos à vida e a todos deu uma tarefa. Por isso, cada um de nós é insubstituível como pessoa no mundo e na Igreja, no sentido de que cada um é um ser único. Como esposa e esposo, o casal não pode ser substituído por ninguém, pois ele é único, ele é identificado. Pode até alguém ficar no seu lugar, mas todo mundo nota a falta daquele casal. Assim também na Igreja de Deus: todos nós temos uma missão, temos uma tarefa insubstituível a cumprir. ~ fundamental que, primeiramente, nós rezemos pelas vocações sacerdotais e religiosas, e pelas vocações em geral na Igreja e no mundo. Mas, é importante que a nossa oração nos transforme em promotores das vocações. De nada adiantaria nós rezarmos, se nós não partíssemos para a ação. Seria como tentar a Deus. Poderíamos ficar o dia inteiro na Igreja, rezando, mas, se em nossa família não se fala de vocações, se em nossa família nunca se falou que existe um seminário em algum lugar por -

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perto, se em nossa família nunca ninguém se preocupou pela pastoral vocacional na paróquia, se em nossa família nunca ninguém se preocupou em ajudar materialmente o seminário, se na nossa família nunca ninguém se preocupou pelo padre da páróquia, em apoiá-lo espiritual, moral e materialmente, de que adiantaria esta nossa oração? Seria como que uma oração para tentar a Deus, para provocar a Deus, cama se nós não tivéssemos responsabilidade nenhuma na Igreja e no mundo. Apenas rezar e não fazer nada de concreto pelas vocações, significa: Deus é que se vire; Deus é que mande as vocações se Ele quiser; Esta oração é de brincadeiira! A coisa é muito séria. A nossa oração tem que ser expressão de nosso coração, de nossa seriedade, de nossa responsabilidade, e não apenas um aparecer perante a comunidade, quando, na realidade, não traduz aquilo que nós vivemos, que pretendemos fazer ou que já estamos fazendo. A Pastoral Vocacional é fundamental para a Igreja de Deus. Seria bom se a gente visse casais nas paróquias formando esta pequena equipe vocacional. Casais, quem sabe, integrando e reforçando as equipes da Pastoral Vocacional dos Vicariatos, a equipe de Pastoral da Diocese. Isto seria bom para, juntamente, criar, fomentar e animar este clima vocacional, tão necessário no momento presente. Não basta que os casais equipistas se preocupem com as vocações. Muitos vivem preocupados apenas: "não tem Conselheiro Espiritual para nossa equipe"; " parece que há falta de padres"; "parece que não há mais vocações". Transmitem uma preocupação doida, mas não fazem nada. B como dizia um outro bispo: tem gente que, às vezes, procura o bispo pedindo padre, pensando que o bispo esconde os padres num guarda-roupa, e que é só abrir a porta e tirar tantos quantos são necessários. Os padres não caem do céu! Eles brotam da terra pela nossa oração, pelo nosso trabalho, pelo nosso esforço, pelo clima que criamos nas nossas famílias . Eu creio que as ENS 'têm uma responsabilidade muito grande na Pastoral Vocacional. Talvez seja o único movimento que pede que haja um padre acompanhando uma pequena equipe. Talvez seja o único! Os outros movimentos se viram com grandes encontros. Mas, nenhum movimento, que eu saiba, se constitui em pequenos grupos, e pede que um padre os assista. As ENS, sim. Por isso mesmo, a consciência vocacional deveria ser mais forte nas famílias dos casais equipistas. Não quer isso dizer que Deus vai chamar apenas os filhos de equipistas para o sacerdócio e para a vida religiosa. Pode até chamar! Mas, isto depende dEle, depende de nós criarmos um clima para isto. Pode ser que Ele chame alguém de famílias que não sejam católicas fervorosas , de ambientes que não sejam os nossos. Mas, não importa. Importa é que nós estejamos trabalhando, estejamos semeando. Como vai ser esta colheita, não nos interessa. Ela virá, -10-


cedo ou tarde. Mas, se nós estivermos trabalhando, muitos efeitos serão produzidos a longo prazo. Então, a Pastoral Vocacional está aí como um desafio na Diocese, na Paróquia. Vale enfatizar: todas as pastorais devem, ou deveriam ter, a preocupação vocacional. f. claro que a pastoral se organiza e se estrutura, justamente, para alimentar esta chama, este clima, este espírito da Pastoral Vocacional na Diocese, na Paróquia. Temos os grandes momentos da Pastoral Vocacional no ano, que são: o mês vocacional, em agosto; a Jornada Mundial pelas Vocações, no 4. 0 Domingo da Páscoa (6 de maio em 1990); e, no final do mês vocacional, o Festival Vocacional. E, neste ano, temos um acontecimento vocacional ao nível da Igreja Universal: no mês de outubro, os Sínodo dos Bispos, que se realiza de 3 em 3 anos, para tratar de um assunto candente, importante e atual da Igreja de Deus. Neste ano, o tema será o da formação dos futuros padres e a formação permanente daqueles que já são padres. f. um tema vocacional, portanto. f. preciso que vocês, casais cristãos, rezem por este Sínodo, e procurem tomar conhecimento do seu tema, daquilo que vai se falar e refletir. Enfim, temos que procurar viver este clima vocacional na Igreja constantemente. Não basta lamentar, não basta preocupar-se com a falta de padres. f. preciso rezar, mas também é preciso trabalhar, agir. A falta de sacerdotes é grande. Será que Deus não quer sacerdotes para a Sua Igreja? Ou, será que nós apenas estamos preocupados com isto? Ou, será que nós apenas estamos rezando? Temos que fazer alguma coisa concretamente, agir, trabalhar.

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O DIALOGO NUM LAR CRISTAO Dois pré-requisitos para uma vida cristã do Matrimônio e do lar: diálogo e respeito à psicologia diferenciada-. ' Pois a teologia tem um pressuposto muito importante e indispensável: "gratia suponit naturam ", quer dizer: a graça, o sobrenatural tem que ter o natural, a natureza humana como base. Comecemos com o diálogo: a conversa inteligente, respeitosaa dois. A qualidade ou condição principal para o verdadeiro e frutuoso diálogo não é saber falar, mas: saber escutar. O diálogo resume-se em saber ouvir, para descobrir, para construir. O diálogo deve ser sempre construtivo! Ouvir para ir descobrindo no outro as qualidades, ou ao menos uma qualidade positiva. E sobre essa qualidade descoberta, aí construir. Diz um provérbio popular conhecido que "apanham-se mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre". Quando você descobre no seu marido, ou na sua mulher, uma boa qualidade e tenta construir sobre ela, com um elogio, um reconhecimento e um incentivo, aí você já ganhou o outro. Mas nossa tendência é fazer o contrário, não é? - Se uma pessoa tem nove qualidadés e um defeito, -nós analisamos, rodeamos, ponderamos. . . e, acabamos "bicando" o defeito. É o caso da professora que apresenta uma grande e linda folha de papel em branco aos alunos; e, lá num cantinho, quase impercetível, faz um pontinho preto. A professora pergunta aos alunos o que eles estão vendo. A maioria deles vai apontar o pontinho preto e esquecem o branco enorme de toda a folha de papel. Quando o diálogo não sabe ouvir para descobrir, para poder construir, a vida-a-dois acaba como a daquele casalzinho: 1.8 cena: ·Meu benzinho ... minha gotinha-de-mel!" 2.• cena: ele: "Traga-me um copo d'água!" Ela: "Feche a porta!" 3.a cena: os dois gritam juntos e os vizinhos escutam. 4.8 cena : os dois mudos, cada um numa poltrona, olhando para a novela da TV. E adeus diálogo inteligente, respeitoso, paciente, onde cada um se disponha a ouvir o outro para descobrir os lados positivos, para construir a vida-a· -dois, a vida do lar. E por que não dialogar assim também com os filhos? (Texto extraído do livro "Os Sacramentos trocados em miúdo" de José Ribolla, C.SS.R .. Editora Santuário, 1990) -

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"PARA VOC~ QUEM SOU EU?" Um dia Cristo perguntou aos Apóstolos: "Quem é que os outros dizem que EU sou?" Esta pergunta continuou . sendo feita em todas as épocas e em todos os lugares, e hoje ela é dirigida a cada um de nós. Sim, Cristo não ~eio conviver apenas com os homens do seu tempo; a Sua entrega, o Seu sofrimento e a Sua missão não teriam sentido . Cristo ressuscitou para viver em todas as épocas e em todos os lugares até os fins dos tempos. Hoje Ele vive em cada um de nós e nos dirige a mesma pergunta e quer que, em Seu Nome, a façamos também àqueles com os quais convivemos; "PARA VOC~ QUEM SOU EU?" "COMO CRISTÃO O QUE DIZEM OUc VOC~ t?" Esta pergunta é feita de maneira mais direta, com insistência mesmo, a nós que pertencemos ao Movimento e que segundo os seus estatutos, os casais que a ele pertencem querem levar até o fim o compromisso do seu batismo , fazer do Evangelho o estatuto da sua família e serem os missionários de Cristo, colocando-se à disposição do seu pároco e do seu bispo. Sim, irmãos, somos chamados não apenas para darmos testemunho de vida · conjugal e familiar, mas para nos colocarmos a serviço das famílias despojando-nos do nosso comodismo e da nossa instalação nos bens espirituais alcançados . Para isto é preciso que a Palavra do Senhor penetre todo o nosso ser e tome a direção de nossas vidas, transformando-nos em legítimos discípulos e construtores do Seu Plano de Amor. O casal equipista não pode apenas usufruir dos benefícios que o movimento lhe proporciona e ficar indiferente aos apelos que o mundo moderno exige diante de tanta carência de amor. O objetivo das E.N.S. é fazer com que vivamos, marido e mulher, a espiritualidade conjugal e familiar fazendo de nossos lares uma pequena Igreja Doméstica e assim fortalecidos e transformados pelo amor, possamos sair de nós mesmo e ir anunciar ao mundo o amor conjugal cristão, anunciar que é. possível a felicidade no casamento e que Cristo veio salvar o Amor. t para isto que o movimento, não apenas propõe, mas exige daqueles que o queiram integrar, que vivam os Pontos Concretos de Esforço de maneira vivencial e integral . -

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Nas Equipes, somos convidados a IR DESPERTANDO ATITUDES que temos que assimilar e que nos irão levando ao novo modo de viver; o modo de viver cristão. ~ uma chamada a um esforço pessoal e de casal. Um esforço de discernimento, de criatividade, de constância que abrasa todo o nosso ser. ~ um esforço ao qual cada um de nós deve se obrigar e a partir daí, ir aprofundando com exigências. Não um esforço que nos é imposto de fora, mas algo que fazemos porque queremos e sentimos o quanto somos beneficiados. Não é fazendo corpo mole e nem tão pouco através dos "números" apresentados na Partilha que equil ibramos o nosso comportamento evangélico e aquilatamos a nossa ascese espiritual. Devemos ser coerentes e leais conosco mesmos e aquilatar se houve realmente uma busca , um esforço para nosso progresso espiritual e conjugal. Somente assim, poderemos ser transformados em apóstolos do Senhor e nossa partilha será uma abertura de almas entre irmãos e um fomento de coparticipação e auxílio mútuo. OS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO são portanto para que vivamos um Encontro. Não para viver uma rotina nem para cumprir uma devoção, mas na verdade para viver um ENCONTRO COM O SENHOR . E a pergunt a do Senhor Jesus retorna a nos questionar . .. " QUEM SOU EU PARA VOCtS?" " QUE LUGAR OCUPO EM SUAS VIDAS?" Você já descobriu a Maravilha de um Verdade iro Encontro com Deus? Deixemos que o Senhor seja realmente o Senhor de nossas vidas . Deixemos que Ele nos use como instrumentos Seus. Deixemos que Ele nos transforme em apóst olos , mensageiros do Amor. Você já pensou quantos talentos estão adormecidos em você e que, se trabalhados, poderiam dar muitos frutos? Você critica a situação do nosso mundo e fica penalizado com a crise que as famílias estão atravessando, preocupa-se com o futuro do qual serão protagonistas nossos filhos e netos. Observamos tudo, tudo criticamos, nos penalizamos, tememos pelo futuro e o que fazemos de concreto? Qual o tempo que destinamos para Deus? O Senhor precisa de você para a construção de um Mundo Melhor e porisso Ele o chamou através das E.N.S. Faça uma séria reflexão em casa l e veja como vocês estão vivendo bs meios Concretos de Esforço. Como você poderá fazer algo mais pelo Movimento, pela sua Equipe, pelas famílias? -

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Descubra os talentos e os dons que Deus lhe deu ... Você vai encontrar tantos! · Precisamos da sua colaboração, da sua participação, do seu entusiasmo, das suas sugestões e também das críticas construtivas. PARTICIPE. Glória e Emílio (Jahu/SP)

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O ALTAR E O CORPO Queres honrar o Corpo de Cristo? Começa por não desprezá-lo quando está nu. Não o honres aqui com panos de seda e o negligencies lá fora, onde padece frio e nudez. Pois aquele que disse: "Este é o meu corpo" é o mesmo que disse: Vistes-me faminto e não me destes de comer". Para que deveria estar a mesa de Cristo carregada de taças de ouro quando ele está morrendo de fome? Sacia primeiro o faminto e depois adorna a Sua mesa. Forjas uma taça de ouro, mas não dás um copo d'água! Ao adornar a Sua Mesa, lembra-te de não desprezar teu irmão aflito: pois este templo é mais precioso do que aquele . .. Quem pratica a esmola exerce uma função sacerdotal. Queres ver o teu altar? !: constituído pelos próprios membros de Cristo. O Corpo de Cristo torna-se para ti um altar. Venera-o. !: mais augusto que o altar de pedra onde celebras o Santo Sacrifício ... Tu honras o altar que recebe o Corpo de Cristo e desprezas aquele que é o Corpo de Cristo ... Este altar, em toda parte podes contemplá-lo, nas ruas e nas praças; e a todo momento podes nele celebrar a tua liturgia. São João Crisóstomo

(Transcrito da Carta Mensal de Junho-Julho/ 1980)

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MARIA: POR QUE NOSSO AUXILIO? Aos pés de Maria começou a Igreja. Em vo~ta .dela se agrupavam os discípulos, quando surpreende-os a vinda do Espírito Santo. Maria foi assim auxílio e estímulo para os cristãos da primeira geração sustentando-os em sua fidelidade , é a sua· vocação. Ela foi um ce>ração maternal que os alentou e os susteve; Maria . permaneceu entre os homens porque dela precisavam, porque ela fazia falta a esses filhos queccomeçavam a andar sozinhos os primeitos passos do cristianismo. Correram os séculos e os cristãos de todas as gerações continuam a ter Maria como Mãe; ela foi para todos a Bem-aventurada, cumprindo-se assim o Magnificat. UltiiJlamente, porém, parece que a Senhora se aproxima outra vez de nós e se encontra muito perto dos filhos desta época. Não é sem um misterioso designio de Deus, que nestem tempos de rebeldia do espírito humano e materialismo dominante, que Maria se mostra mais próxima dos homens, e se manifesta uma e outra vez, mostrando sua presença e graça de Mãe. Não podemos ficar surpresos que assim seja, porque todos os homens, bons e maus, fiéis e infiéis, são os filhos que a mãe não pode abandonar, menos ainda quando perdidos e na miséria. Assim devemos nos alegrar por sentir a Mãe muito perto de todos nós, como os Apóstolos. Que ela, Santa Maria, seja sempre o auxílio seguro para os filhos desta época. Quando Cristo subiu ao céu, a Virgem não o seguiu. Entre a Mãe e o Filho abriu-se no tempo um parêntesis da separação porque Ela ficou na terra para ser a Mãe de seus novos filhos, daqueles que Jesus lhe tinha entregue ao pé da Cruz. Recebamos, portanto, dela fortaleza para podermos cumprir nossa vocação cristã e cumprir lealmente todas as suas exigências, nos momentos difíceis, mas também gloriosos e alegres, deste tempo em que Deus nos fez nascer. Helena e Tata Equipe 2 - N. S. de Lourdes- Jahu/SP

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O ESCANDALO DA EUCARISTIA Como é sabido, na festa de Corpus Cristi, também chamada festa do Corpo de Deus, homenageia-se aquele corpo que, juntamente com o seu sangue, Jesus deixou, como comida e bebida, aos seus seguidores, Comemora-se pois o Sacramento da Eucaristia. Freud, que não era cristão, causou escândalo a muitos cristãos com a sua explicação da origem desse sacramento. Teria sido mais ou menos assim: na horda primitiva havia um chefe, que a dominava. Todos estavam sob o seu poder e era ele quem dispunha de todas as mulheres. Um dia porém os outros machos se insurgiram contra ele e o mataram. Mas tomou-os imediatamente grande pavor e, para superá-lo, sentiram necessidade da força e do poder do chefe morto e, com o fim de obtê-los, comeram-lhe a carne. O ato de comungar não seria mais do que a repetição simbólica desse acontecimento, que teria ficado submerso no inconsciente da humanidade. A Eucaristia seria pois um ato simbólico de . . . Canibalismo. Essa extravagante hipótese, de improvável, se não mesmo impossível verificação, câusou profunda repulsa e indignação a muitos cristãos. A esses repugnava, a muitos ainda repugna, a apresentação da Ceia Eucarística como um ato de canibalismo, embora apenas simbólico. Sucede entretanto que a proposição de Cristo foi muito mais escandalosa. Na sinagoga de Cafarnaum, ele disse que quem quisesse ter a vida eterna havia que comer a sua carne e beber o seu sangue. Do contrário não teria a vida em si. Aos discípulos chocou a crueza dessa fala dura e direta. Por isso muitos o abandonaram. E aos próprios doze perguntou Jesus, se eles também não queriam ir embora. Ao que Pedro entretanto, tomando a palavra, angustiado, respondeu: "Para onde iremos, Senhor? Tu tens palavra de vida eterna e nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus". (João, VI, 48/71). Mas Jesus não ficou só na promessa. Antes de morrer, cumpriu-a, instituindo o Sacramento da Eucaristia. E ministrou-o aos apóstolos, dizendo: "Isto é o meu. corpo", "isto é o meu sangue" . Jesus disse "Isto é", e não apenas "isto simboliza". De conseguinte, segundo as próprias palavras de Jesus, a Eucaristia não é apenas um símbolo do seu corpo e do seu sangue, mas é o seu próprio corpo e o seu próprio sangue. Portanto, para quem crê no que ele disse, porque acredita que a sua palavra é de ·vida eterna, a carne e o sangue, que se come e se bebe, ao receber a Eucaristia, são reais. Come-se e bebe-se a própria carne e o próprio sangue do Santo de Deus. O escandaloso ato de canibalismo proposto por Jesus é pois verdadeiro, não apenas simbólico. -

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Isso pode ser chocante, mas foi o que Jesus disse. E quem se escandalizar pode ir embora, não serve para ser seu seguidor. Luiz Fabiano Equipe 01 (Araraquara/ SP)

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SABER LEVANTAR·SE Somente objetos, pedras, os galhos secos tombam para nunca mais se levantarem. Triste, humilhante não é cair. Triste e humilhante é não mais querer levantar-se. Cristo tombou três vezes, mas três vezes se levantou, para prosseguir a caminhada até o fim. As quedas fazem parte de nosso caminho. Os fracassos fazem soma com nossas vitórias. As partes negativas estão em nossos planos de homens que buscam a felicidade. As quedas despertam nossa atenção. Os tombos alertam nossa consciência. Se você cair, não imite as pedras, incapazes de se levantarem ao peso de sua inércia e imobilidade. Faça de suas feridas uma força a mais para conquistar as alturas e a felicidade . Toda felicidade é fruto de quedas, sofrimentos, feridas e tombos. Não nos deixemos esmagar ao peso das cruzes, das injustiças, ofensas e incompreensões. Não percamos o entusiasmo da caminhada por causa de um espinho que feriu nossos pés. As feridas hão de sarar. As lágrimas hão de secar. Os espinhos hão de desaparecer para sempre. Se você começou sua carreira e encontrou obstáculos, dificuldades, oposição, não se deixe matar, esmagar e nem desanimar. Lembre-se: você confia em Cristo, você pertence à Equipe, sabe que tem amigos rezando por você. Vamos ser perseverantes, valentes, poderosos, astutos e inteligentes. Vamos vencer os inimigo~ com AMOR. Não demonstre nunca em seu rosto, traços de desânimo. O desânimo é debilidade espiritual. Damos ao inimigo uma demonstração de falta de Cristo. Sandra e Nilson - Equipe 6 (Petrópolis/ RJ) -

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RETIRANDO-SE Um retiro maravilhoso que nos abriu muitos caminhos, mas que principalmente, nos impôs uma responsabilidade: A VERDADE. Somos cristãos pertencentes a uma igreja que prega a verdade, não falada, mas a verdade vivida. O leigo está a serviço baseando-se só em sua vida. Sua primeira ação é viver cristãmente, daí estaremos preparando lares cristãos. Só seremos justos se amarmos e nesse amor nos pusermos a serviço. Não queiramos voar até uma utopia, galguemos degrau por degrau dessa Igreja que se abre nos braços de Deus, esse Deus que passo a passo nos mostra o caminho JUSTO porque Ele é JUSTO. Aí sim, estaremos plantando sementes em solo adubado, que frutificarão. Poderemos olhar para trás sabendo que as sementes plantadas na verdade estarão frutificando nessa mesma Verdade, Justiça ~.e Amor. O cristão só pode testemunhar aquilo que vive, temos então que estar aptos para prestar serviço, senão perde o sentido, pois as pala\;r~s vão, o que fica realmente são as ações. Não adianta simularmos um Viver em Paz, temos que, ao menos tentar que essa paz exista na tribulação do dia-a-dia, porque aí ela será uma verdade. E preciso em primeiro lugar, que o cristão em serviço tenha respeito àqueles a quem serve, pois a gratuidade não está somente no serviço mas principalmente na consciência. O pregar aquilo que se vive pode ser muito pouco, mas é cheio de verdade. Tentemos servir na verdade, porque de boas intenções (isso já é velho .. . ) o mundo está cheio, não queiramos converter instantaneamente, espelhemo-nos nos ensinamentos bíblicos - Deus é a maior testemunha de PACIBNCIA - , vamos mostrar o quanto é bom viver cristãmente. A fé remove montanhas, mas se cada cristão verdadeiro mover uma pedrinha, juntos construiremos uma fortaleza. Renata e Paulão - Equipe 20 (Ribeirão Preto/SP)

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SEXUALIDADE DA FAMíLIA A sexualidade, no mundo atual, apresenta um quadro bastante grave. O instinto sexual esta longe de ser regulado dentro da vida do homem civilizado. Infelizmente, por uma série de motivos, esse instinto não tem recebido a atenção que merece e seus efeitos nocivos são muito freqüentes (abortos, AIDS, menores abandonados, etc.). Dada sua importância na preservação da espécie, o impulso sexual é muito forte e todas as pessoas sadias o possuem. Querer negar um impulso natural é o mesmo que querer negar a natureza. Um fato que traz grandes problemas nessa área, é o de se ter criado uma moral social que procura negar o instinto sexual ou combatê-lo corria imoral. O papel fundamental da civilização (porque não dizer de educação) é dar conteúdo humano às funções animais, é elevar a relação sexual da função primitivamente animal à dignidade de relacionamento entre homem e mulher que se amam. Em nenhuma outra situação o ser humano se eleva tão acima do animal como quando ama. A sexualidade das pessoas que se amam não constitue uma simples satisfação do instinto, mas um acontecimento que embora desencadeado ao nível do órgão sexual aproxima o homem de Deus. A educação sexual, principalmente das nossas crianças é outro ponto importante. A preparação adequada feita pelos pais e educadores, constitue a -melhor proteção contra os e:;tragos consideráveis que os nossos meios de comunicação social podem causar na alma infantil. E preciso educar o jovem de tal modo que a sexualidade se desenvolva com naturalidade. Um jovem educado sexualmente não será vítima de complexos ou inibições e terá um relacionamento sexual satisfatório no matrimônio. Nossa sociedade não resolveu o problema sexual. Ainda não foi possível harmonizar os impulsos sexuais de cada pessoa com os interesses da comunidade. Daí surgem os problemas com graves conseqüências. E nossa tarefa fundamental procurar solução para esse terrível problema. A sexualidade é encarada como se fosse uma doença e não uma coisa criada por Deus. E profundamente religioso colocar os homens em harmonia com a natureza divina. Educar seres humanos para que não cedam ao peso da sexualidade, mas como homens fortes e mulheres de sensibilidade feminina que saibam conhecer e cumprir o seu papel no mundo. Maria Luiza e Rafael Equipe 03 (Araraquara/ SP) -21-


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ALEGRIA

O homem moderno procura todos os meios possíveis hoje em dia para tornar-se alegre. Existem hoje criadas pelo próprio homem máquinas para divertir e o entreter agradavelmente. Procura através de uma série de passatempos aliviar as tensões e seus desgastes da vida cotidiana. Essa alegria encontrada pelo homem tornou-se uma maneira de disfarçar seu corre-corre e contornar seus problemas diários. Hoje o homem moderno facilita tudo em sua vida eletronicamente: máquinas e mais máquinas, quer seja em casa ou no escritório, para que sobre mais tempo para o lazer ou para o descanso. A tudo procura dar um tom alegre ... Mas será que o homem de hoje é realmente alegre? Ou será que apenas experimenta uma alegria momentânea nas coisas? Se observarmos bem, veremos que: - Essa paz adquirida pelas coisas alcançadas não é permanente e tudo se desenrola através da tendência humana de conquistar tudo por meio da força. E onde será que vamos encontrar bases para a alegria do homem? Nos Atos dos Apóstolos, Lucas relata: (At. 5, 41) . "Eles partiram cheios de alegria por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus". Nós, como cristãos, será que seríamos capazes de nos sentir alegres por isso? Nós não procuramos enxergar nas nossas dificuldades mais corriqueiras do dia a dia motivos para nos entristecer? Em que somos diferentes dos apóstolos? Analisemos primeiramente o que se passou com eles: o motivo dessa alegria foi a conversão que se realizou neles, o modo de viver Cristo assumido por eles e o puro relacionamento com Deus. Portanto, só seremos alegres quando formos capazes de tais atitudes. A alegria não é uma construção voluntariosa, mas sim uma abertura para Deus, sendo ao mesmo tempo um dom de Deus. Cabe a nós nos abrir, dispostos a ela, procurando percebê-la e saboreá-la. ALEGREMO-NOS! Maria Luiza e Sergio Limeira/SP -

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equipe 5


PENTECOSTES -

FESTA DO ESPíRITO SANTO

Por que, sendo Pentecostes o dia do nascimento da Igreja, é tão pouco festejado este evento? Será que Pentecostes não merece ser comemorado com grandes solenidades? O mundo todo celebra o NATAL numa atmosfera de muito amor e ternura, rememorando a vinda do SALVADOR. E motivo também de muitas alegrias a Páscoa, que marca o triunfo de Jesus sobre o pecado e a morte. Pentecostes, porém, passa quase que desapercebido, principalmente em nosso scorações. . . Devemos meditar e sentir que, sem a ação do Espírito Santo, não haveria ANUNCIAÇÃO, conseqüentemente não teria sido possível a vinda até nós de um DEUS-HOMEM, para nos libertar da morte para a vida eterna. Foi o Espírito Santo que agiu em Maria, susteve Jesus no cumprimento de sua missão salvífica e deu início ao compromisso da Igreja como missionária de Cristo. Devemos nos lembrar que o momento no qual os apóstolos assumiram de verdade a mensagem de Jesus não foi durante o seu nascimento, milagres ou ressurreição e sim a partir do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo de DEUS os transformou realmente. Seria bom questionarmos: "O que representa para nós o Pentecostes?" Talvez só alguns respondam: "Pentecostes é o batismo assumido numa FE adulta concretizado em obras, é uma conversão de vida, é sentir alegria de viver em comunidade num clima de VERDADE E AMOR, é vivenciar o Evangelho dia-a-dia, é um milagre que acontece a cada momento e a cada dia, no íntimo de milhares de corações". Vamos pedir ao Espírito Santo muita luz ... Alcione de Grizzi - Equipe (Recife/PE)

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ATUALIDADE

REAGIR PERANTE O ABORTO No dia 1O de novembro o Santo Padre recebeu em audiência, um grupo de Membros do • Centre de Liaison des Equipes de Recherche", composto por 130 pessoas empenhadas no vasto campo do apostolado familiar e da defesa da vida, acompanhadas pelo Arcebispo de Bordéus, O. Plerre Eyt, em representação do Episcopado francês. Eis os trechos mais importantes do discurso que o Papa proferiu na ocasião: Caros amigos:

opinião. pública, que falando Indevidamente da "liberalização" dos cosNestes últimos meses, compar- tumes, difundem , na realidade, uma tilhastes as vossas reflexões sobre permissividade contrária à dignidao documento pós-sinodal Christifi- de da pessoa e à verdade da sua delis laici. Uma passagem desta vocação. exortação será o ponto de partida Perante esta situação, os crisdo meu discurso : "Descobrir e aju- tãos são chamados a fazer aumendar a descobrir a dignidade invio- tar a fé e a caridade. Participar na lável de cada pessoa humana cons- pastoral familiar, mais do que nuntitui uma tarefa essencial, diria ca implica ser, na vinha do Senhor, mesmo em certo sentido, a tarefa sarmentos unidos à videira, podacentral e unificadora do serviço que dos quando é necessário, consciena Igreja, e nela os fiéis leigos, são tes de que somente mediante a chamados a prestar à família dos graça darão os frutos que o Senhor homens" (n.o 37). As diversas ta- espera. Unidos na fé, alimentados refas desempenhadas pelo C.L.E.R ., pela oração, tornados fortes . pelos pertencem, com efeito, ao âmbito sacramentos, os fiéis podem dar deste serviço da pessoa humana, testemunho do amor de Deus com que envolve os membros da Igreja. o qual são amados todos os homens. 1. Sois particularmente cha- A sua linguagem é a do "sim" aos mados a servir a dignidade da pes- apelos do Evangelho, traduzidos no soa na sua vocação à vida familiar, ens inamento da Igreja, e a da clareza dos conceito ~ doutrinais e moque prospera na união de amor fiei do homem e da mulher. Hoje não rais que emergem da verdade do me deterei sobre este tema essen- homem, reconhecido n'Aquele que cial que vós aj}l'-ofundais continua- é luz ·que a todo o homem ilumimente. Mas quêreria acentuar a im- na" (Jo, 1, 9). portância do vosso serviço,. porque 2. Na origem do C.L.E.R., esdeveis fazer face à indiferença ou teve a preocupação por ajudar os à rejeição demasiado difundidas·, casais a regular a procriação, no dos princípios que a Igreja afirma pleno respeito de toda a riqueza da como fundamentos de toda a ética sexualidade, recorrendo aos métosã, e portanto como condições ne- .tlos naturais de regulação quando o cessárias para a felicidade . Deveis .intervalo dos nascimentos se. impõe. reagir a correntes muito fortes, na ' Muitos de vós souberam ajudar os

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lares a acolherem os seus filhos da maneira mais favorável. Também puderam fazer compreender que a doutrina expressa por Paulo VI na Encíclica Humanae Vitae, e confirmada em seguida, não tinha aquele lado negativo que lhe foi atribuído; pelo contrário, trata-se de permitir ao homem e à mulher enfrentarem de maneira responsável a paternidade e a maternidade, com decisões comuns, com um amor e um respeito mútuos que a regulação da sexualidade amadurece e reforça. Oxalá amplifiqueis a vossa ação, a fim de ajudardes a descobrir mais amplamente o caráter humano positivo deste ensinamento da Igreja. Sabemos que em vez de darem a vida voluntária e livremente, muitas mulheres e muitos homens são hoje tentados a privar a criança já concebida, da sua própria vida. O aborto é um drama perante o qual os cristãos não podem ficar sem reagir e sem defender firmemente o respeito da vida. Há sofrimentos que vós deveis tentar aliviar. Há angústia e solidões injustas que requerem a ajuda verdadeiramente fraterna dos discípulos de Cristo Salvador, cujo amor tem predileção, pelos pequeninos sem defesa, as crianças que estão para nascer, inocentes e frágeis. Na raiz desta tentação contra a vida, há com freqüência uma desordem da vida sexual, à qual a Encíclica Humanae Vitae quis reagir . J: por isto que, nas exigências da vida conjugal, a norma moral não pode ser considerada como um simples ideal a conseguir no futuro, mas como um mandamento que a Igreja tem a missão de formular em nome do Senhor, exigindo a firme vontade de superar os obstáculos (cf. Familiaris consortio, 34). 3. A experiência do encontro com os casais para a iniciação dos métodos naturais, mostrou-vos a enormidade das dificuldades pre-

sentes nas famllias . Fostes naturalmente levados a alargar o diálogo e a oferecer aos vossos interlocutores a prática dos conselhos conjugais. O conhecimento profundo dos sofrimentos que vos são confiados permite-vos testemunhar as conseqüências dramáticas da infidelidade, das rupturas e dos desvios morais na vida dos cônjuges e dos seus filhos. O álcool, a droga e até o suicídio dos jovens são os sinais mais manifestos. Mas podeis também testemunhar a beleza de uma fidelidade mútua, que resiste mesmo para além da prova, e a possibilidl:\de de não se abandonar ao desvio e de recusar justificá-lo, de voltar um para o outro, a fim de reconstruir um lar abalado, graças ao perdão e à reconciliação. A este respeito, o vosso papel é muito delicado: um conselheiro conjugal cristão deve ajudar os seus interlocutores a descobrirem os valores que estão na base das normas da vida conjugal. São precisas a abertura e a paciência de escutar, a capacidade de respeito e de amar as pessos tais como elas são, com os problemas que têm. Mas a qualidade de um conselheiro cristão depende também da própria capacidade pessoal de contribuir para um discernimento feito na verdade das exigências da vida conjugal. A decisão última, como em toda a ação moral, é tomada em última instância pelo sujeito, em plena consciência. O conselheiro, por seu lado, lembra-se do Senhor que não condena a mulher adúltera, mas que também· lhe diz: "Vai e doravante não tornes a pecar" (cf. Jo. 8, 1-11). Como testemunha dos apelos evangélicos e da graça redentora, o conselheiro regozija-se quando vê as pessoas orientarem de novo a sua vida • segundo a verdade e a caridade" (cf. Ef. 4, 15); ter contribuído para esta renovação encoraja-o no seu empenho de apostolado.

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4. Em poucas palavras quereria encorajar-vos também na vossa ação educativa. Formar os jovens par uma sã concepção da sexuali· dade, para um bom domínio da sua afetividade, é um serviço insubstituível, para o qual as famílias têm com freqüência necessidade do contributo de educadores experientes. Oxalá possais mostrar aos jovens a grandeza e a beleza do homem quando age segundo a sua condição de criatura feita à imagem de Deus, e quando põé as suas ações em referência com Cristo, homem perfeito! Fazei descobrir aos jovens os fundamentos e a coerência de uma moral que se lhes apresenta, com freqüência, como um conjunto de preceitos desprovidos de um verdadeiro sentido ou inaplicáveis. J: preciso que eles sejam motivados a fim de se prepararem para edificar a sua vida sobre a rocha . 5. Aqueles que realizam os serviços, cada vez mais numerosos e diversificados, do vosso Movimento, precisam de uma verdadeira competência. Sei que dedicais mui-

to tempo à vossa preparação pessoal para os cargos de conselheiros e de educadores, e que em seguida os desempenhais com generosidade. E quero expri mir a estima e a gratidão que esta generosidade inspira. Faço votos por que muitos compreendam que não se podem tratar as graves questões ligadas ao respeito da vida mesma, sem ter um conhecimento aprofundado de várias disciplinas , sem refletir em grupo , sem se abrir, mediante a oração ·ao Espírito do Senhor, e sem viver plenamente a comunhão eclesial. Encorajo as iniciativas do vosso Movimento , para permitirem aos seus membros aumentar também a sua formação pessoal no plano de vida espiritual. Antes de concluir, quero salientar o vosso contributo à pesquisa científica, especialmente a fim de chegar a uma aproximação mais segura das condições da procriação. Resultados significativos já foram obtidos, o campo das investigações permanece aberto ; é conveniente que os cientistas cristãos trabalhem nele assiduamente.

Nota da Redação: Na origem do C.L.E.R., que funciona na França como um centro de coordenação de grupos que pesquisam a vivência do casamento, estão vários casais das Equipes de Nossa Senhora.

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EACRES/90 Realizados no último mês de março em todo o Brasil e tendo como tema geral a UNIDADE DO CASAL, constituíram-se como sempre em momentos privilegiados de reflexão e de mútuo enirquecimento fraterno. A Carta Mensal pública, a seguir, alguns testemunhos e relatos sobre esses importantes eventos. REGIÃO SÃO PAULO-LESTE

- Realizado em São José dos Campos/SP reunindo 60 CREs das cidades de Guaratinguetá, Aparecida, Taubaté, Pindamonhangaba, Caçapava, Jacareí e São José dos Campos. No final foi empossado o novo CR do Setor de Pindamonhangaba: Lucia e Marco. "Notadamente sentimos a proteção da Virgem Maria, pelos frutos imediatos de todos os grupos e no desenrolar de todo o EACRE, pois sem sua proteção, nada conseguiríamos." Kelce e Francisco Molina Setor de S. José dos Campos REGIOES RIO DE JANEIRO I e 111 Nos dias 24 e 25 de março de 1990 aconteceu o Eacre das Regiões I e I 11 do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, com a presença de 98 Casais Responsáveis de Equipe, 11 Casais Responsáveis de Setor com suas equipes de serviço, o casal Coordenador do EACRE, Aparecida e Rucemah, 9 Conselheiros -

Espirituais e o C.E. do Setor A, Frei Paulo Tellegen, que fez a palestra sobre "sexualidade". "Alegria! Viver o Cristianismo com alegria foi a dominante do EACRE. Casais unidos, encontro de amigos, pessoas servindo com dedicação e carinho, orantes preocupados com o sucedido e aproveitamento do encontro, Dulcemar no acordeão, risos, cânticos, enfim tudo em clima de esperança e fé. Esse EACRE irá enriquecer cada C.R. e dará frutos às equipes, assim esperamos e temos fé". Lucy e Jefferson Eq. 32-A- Rio I REGIÃO SANTA CATARINA

Florianópolis sediou em março pp., nos dias 24 e 25, o EACRE90, reunindo 85 casais e 6 Conselheiros Espirituais, vindos dos 8 Setores do Estado. Neste Encontro, os Casais Responsáveis de Equipes eleitos para 1990, buscaram o reforço para a caminhada, animando suas Equipes por um ano, a partir do Tema Central sobre a Unidade do Casal. O Pe. Luiz Carlos Rodrigues (Pe. Luizinho), Conselheiro Espiritual da Região, foi o coordenador espiritual do EACRE. Leda e João Flávio Casal Regional de Santa Catarina 27


REGIÃO SÃO PAULO SUL I "Em novembro/89 fomos eleitos Casal Responsável de nossa equipe e começamos a nos preparar para enfrentar o EACRE, pois já havíamos participado de um em 1983-: Sorocaba e tivemos notícias dos posteriores. Felizmente tivemos uma agradável surpresa. Nos preparamos para participar de um "retiro" e o que encontramos foi um Encontro realmente centrado na missão que o C.R. irá cumprir neste ano, na sua equipe. O EACRE transcorreu em clima de congresso, com vários temas sendo dissertados ao mesmo tempo. Cada casal escolheu, antecipadamente, os temas que mais lhes interessavam, levando à formação de grupos menores com um grau maior de aproveitamento. As poucas palestras não nos deixaram esquecer a mística do Movimento e saímos de lá nos sentindo preparados para cumprir esta missão que o Senhor nos confiou." Eliane e José Leonel Eq. 17-B- São Paulo/SP

REGIÃO SÃO PAULO-OESTE - Para buscarmos viver a Segunda Inspiração proposta pelo Movimento, aqui viemos como casal responsável este ano. Cóm a nossa capacidade de discernimento pudemos encontrar os subsídios necessários para essa vivência, e ainda, ouvirmos falar bem alto na nossa consciência a voz de DEUS, fazendo-nos um chamamento para colaborarmos oom· a- construção do seu reino. - Para atendermos a esse -28

chamado é necessário o nosso desinstalar-se. - Assim este EACRE, que aconteceu sob os olhos de Deus num clima de muita alegria, e portanto, iluminado pela luz do Espírito Santo, conseguiu deixar em nó~ uma autêntica conscientização da nossa missão evangelizadora no mundo. Roseli e Pedrinho ENS de Nazaré-B (Araçatuba/SP)

-o OoPesquisamos entre alguns participantes a seguinte pergunta: O que o EACRE-90, deixou de concreto para você como CRE e sua equipe? Que as ENS são como "postos de abastecimento em nosso caminho", sistema onde vamos buscar subsídios para a nossa vida conjugal cristã: Que os casais eq1.1fpistas são os mais indicados para levar avante a missão da pastoral familiar em nossa Igreja; Que dentro desta pastoral não podemos deixar de lado o desenvolvimento de mecanismos que visem a cristianização e engajamento de nossos jovens; Que o Cristo é zeloso para conosco ao proporcionar-nos o convívio com vocês todos, casais organizadores de tão proveitoso EACRE, para o enriquecimento nosso como casal cristão e como casal responsável. Maria Auxiliadora e Do rival F. Queiroz (Lins/SP)


REGIÃO CENTRO-NORTE Na Região Centro-Norte, ocorreram três EACRES: Um em Manaus (3 e 4/ 03) um em Brasília (10 e 11/03) e um em Belém (17 e 18/ 03). A estrutura de todos eles foi bastante semelhante: a abertura e o encerramento com a Eucaristia· palestras sobre a espiritualidad~ conjugal e os compromissos daí decorrentes; sobre a unidade do casal; sobre a missão do CRE; sobre os PCE e a partilha; sobre as vocações sacerdotais e religiosas e as responsabilidades das ENS; reflexões do casal; reflexões em grupos; reunião de equipe; reunião dos CRE com os responsáveis de Setor. Todos os Encontros transcorreram num clima de bastante espiritualidade, e é de fie louvar as equipes de liturgia pela adoração perene ao Santíssimo Sacramento durante o tempo todo. Beth e Rômolo estiveram em Manaus, e puderam conhecer bastante bem a realidade das ENS desta cidade. Maria Regina e Carlos Eduardo estiveram em Brasília. Dina e Chico participaram do EACRE de Belém pela primeira vez, embora ligam a Região desde há muito tempo. Todos estes casais da ECIR trouxeram este novo ânimo que aos poucos vai renovando, pela graça do Espírito Santo, o nosso Movimento. O EACRE de Manaus reuniu cerca de 30 casais; o de Brasília reuniu cerca de 100 casais; e o de Belém, cerca de 45 casais.

Um dos pontos altos de todos os Encontros foi o depoimento dos Conselheiros Espirituais e •seminaristas sobre as vocações sacerdotàis e religiosas, e a responsabilidade das ENS. D. Raimundo Damasceno Assis, Bipo Auxiliar de Brasília e CE das ENS, disse, entre outras coisas: "Não basta que os casais equipistas apenas se preocupem com as vocações sacerdotais. As ENS têm uma grande responsabilidade na Pastoral Vocacional, porque é, talvez, o único Movimento que pede que haja um Padre acompanhando uma pequena equipe de casais. Por isso mesmo, a consciência vocacional deveria ser mais forte nas famílias dos casais equipistas. Não basta que se preocupem e rezem. B preciso que façam alguma coisa concretamente, promovendo as vocações." (v. pág. 8). Todos os Conselheiros Espirituais, que celebraram a Missa de encerramento, chamaram a atenção dos CRE sobre as suas responsabilidades na equipe, no Movimento e na Igreja. Todos receberam uma missão especial, e de todos é exigida uma resposta positiva. B preciso confiar em Deus e Nossa Senhora, e executar a missão confiada em proveito de toda a Igreja. O importante é ser testemunho de casal e família cristã em todos os ambientes sociais, políticos, econômicos, culturais e religiosos. B para este desafio que A SEGUNDA INSPIRAÇÃO convoca e anima a todos os casais das ENS.

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Mariola e Eliseu C.R.R. - Região Centro-Norte


NOTICIAS E INFORMAÇOES

Volta ao Pai - Pe. José Guidorenl, CE da Eq. 17 de Londrina/PR em 02-03-90. Foi também CE de Caminhada da Eq. 21 .

Conselheiros Espirituais - Frei Almir deixa a missão de Conselheiro Espiritual do Setor Niterói / RJ após 7 anos de profícua atividade, tendo llcompanhado os responsáveis de 4 gestões consecutivas. O Setor agradece toda a sua dedicação que agora passa a concentrar-se nas equipes 1, 11 e 14 das quais é assistente e dá as boas vindas ao novo C.E. do Setor, Pe. Meirelles (CE das equipes 3 e 15). - Frei Eduardo Oulrino de Oliveira (CE da Eq. 08 de São Paulo, Capital) comemorou a 8 de abril último, além do seu 55.0 aniversário natalício o seu Jubileu de Prata de Ordenaç·ão Sacerdotal. Na ·missa por ele celebrada pela efeméride no Colégio Santa Catarina de Sena a presença da todos os casais da sua equipe com filhos, de outros familiares, de outros equipistas amigos e das irmãs dominicanas daquela casa. - Em 08-07-89 ocorreu em Lages-Se a cerimônia de ordenação de Frei Vilmar, celebrada por D. Oneris Marchieri o qual enalteceu o tema esco lhido pelo novo sacerdote "IDE POR TODO O MUNDO E PREGAI O EVANGELHO" (Me 1615). Seus amigos equipistas de Petrópolis/RJ sentem-se felizes com sua ordenação e suplicam a Deus que o ilumine sempre para não esmorecer na escalada a que se propôs .

Mudança nos Quadros A Região de Santa Catarina, com seus 8 Setores, tem novo Casal Responsável, empossado em março último, durante o EACRE-90. O Casal Leda e João Flávio assumiram a coordenação das ENS da Região/ SC, em lugar do Casal Lourdes e Fernando, que, com

multa dedicação, dlsponlbllldade e amor, estiveram à frente das equipes do Estado, por mais de 3 anos.

"Curiosidades Equipistas" Com muita alegria os equipistas de Santa Catarina apresentam ao Movi· menta estas "felizes curiosidades·: PRIMEIRA: Em Florianópolis, 3 gerações fazem parte das Equipes. Almira e Sebastião Eq . 6-B , Isabel e Bernardo, ela filha destes na Eq. 16-C e a neta Alcina e Roque, da Eq. 33-A, dão a todos nós, um lindo exemplo de bucca da santificação em f r-::! ·o, a partir das propostas das E !~S. SEGUNDA: Também 3 Irmãos da fa· mília Boing encontram nas ENS um caminho comum para viverem a espe· rança da perfeição como casais. São eles : Lourdes e Fernando Boing (Ex· Regional) Eq. 15-A, Mafalda e Albio Boing Eq. 6·8 e Maria Lulza e Guido Boing Eq. 3-C.

"Rodapés" e Notícias Breves 1: absolutamente incoerente realizar os Pontos Concretos de Esforço e ficar alheio ao mundo. Esta postura mostra que os "meios • não estão sendo um caminho, e sim um fim em si mesmos. Quanto a isto, nos alerta a Segunda Inspiração: que a execução dos Pontos Concretos nos leve a uma mudança de vida, e não a uma recitação automá· t ica·. (De um Grupo de Copartfclpação, na Sessão de Formação de São Gonçalo/RJ).

Santo Padre fez discurso sobre AIDS No encerramento da IV Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, nos dias 13 a 15 de novembro passado. O Papa, saudando todos os pensadores e cientistas presentes fez

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votos para que as Instâncias competentes de todos os países, estimuladas pelas profundas reflexões saídas dessa Conferência, promovam ações efetivas com respeito à prevenção e tratamento dessa terrível doença que assola o planeta como um todo. Reconheceu o empenho dos cientistas e pesquisadores, que têm conseguido esclarecer aspectos importantes dessa doença. Ao mesmo tempo destacou um importante aspecto epidemiológico da mesma, que é a alta incidência sobre a juventude. No que se refere às pessoas portadoras do vírus da AIDS, Sua Santidade afirmou que "a Igreja, a exemplo do seu divino Fundador e Mestre, sempre considerou a assistência a quem sofre como componente fundamental de sua missão, sente ser interpelada em primeira pessoa, neste novo campo do

sofrimento humano, consciente como é, de que o homem que sogra é uma 'via especial' do seu magistério e minis· tério •. Assim, as pessoas portadoras da AIDS • embora na singularidade da sua situação patológica, têm direito, como todos os outros doentes, de receber da comunidade a assistêcnia ldô· nea, a compreensão respeitosa e uma total solidariedade·. Depois, o Papa di· rigiu-se especialmente às famílias, aos educadores, mostrando sua importância na formação de uma autêntica cultura de amor, aos governantes, aos cientistas e ao pessoal da área de saúde. Finalmente o Papa dirigiu uma exortação a todos os religiosos e religiosas, destacando sua fundamental importância na assistência aos doentes. (Do Boletim Diocesano de Baurú/SP - Março/90).

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NOSSA BIBLIOTECA

E. Schillebeeckx, O. P.: "O matrimtJnio realidade terrestre e mistério de salvação" Ed. Vozes, 319 pp.

Visão ao mesmo tempo humana e religiosa do matrimônio cristão. A sacramentalidade do matrimônio passa por uma gradação que não coincide necessariamente com sua celebração litúrgica. lvone Gebara: "As incómodas filhas de Eva na Igreja da América Latina" Ed. Paulinas 1989, 47 pp.

Reflexão de tipo antropológico com abertura teológica a respeito das causas da resistência social e eclesial à autonomia e à libertação da mulher.

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OLTIMA PAGINA

ESPíRITO SANTO: Termina em nós a obra começada por Jesus. Dá entusiasmo ao nosso apostolado, para que atinja todos os homens e todos os povos, resgatados, todos eles, pelo sangue de Cristo. Acelera em cada um de nós o despertar de uma profunda vida interior. Apaga em nós a auto-suficiência e eleva-nos até ao nível de uma humildade santa, do. verdadeiro temor de Deus, da coragem generosa. Que nenhum apego terrestre nos impeça de honrar a vocação a que fomos chamados. Que nenhum interesse possa, por covardia nossa, abafar dentro de nós as exigências da justiça. Que cálculos medíocres e mesquinhos não reduzam às estreitezas do nosso egoísmo os imensos espaços da caridade. Que seja grande em nós a procura da Verdade, até a pronta aceitação do sacrifício, mesmo até a cruz, até a morte. Que tudo, enfim, responda à oração suprema que o Filho dirigiu ao Pai. E que esta graça, Espírito de Amor, pela vontade do Pai e do Filho, se derrame sobre a Igreja, sobre todas as instituições, sobre todos os povos e sobre cada um de nós. Amém. João XXIII

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MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO (At. 2, 1-4) Quando chegou o dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram, então, aparecer umas línguas à maneira de fogo, que iam se dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. ORAÇÃO LITURGICA A Deus Pai, que pelo Cristo congregou sua Igreja, peçamos: R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Desejais reunir todos os homens que trazem o nome de Cristo mediante um só batism:J no Espírito; fazei que os cristãos sejam um só coração e uma só alma.

R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Quisestes cobrir o mundo com o Espírito; concedei a todos os homens que construam o mundo na paz e na justiça.

R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Senhor Deus, Pai do universo, quereis reunir numa só fé os filhos dispersos; esclarecei a humanidade com a graça do Espírito Santo. R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Vós que tudo renovais pelo Espírito, curai os doentes, consolai os afÍitos, dai a todos a salvação. R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Pelo Espírito ressuscitastes vosso Filho dentre os mortos; dai aos- que morreram a vida na eternidade. R.: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e renovai a vossa Igreja. Oremos: ó Deus, Envia sobre nós o teu Espírito para que em breve sejamos unidos 'Visivelmente num só Corpo e que irradiemos Cristo no meio dos homens que não conséguem crer. Amém. Roger Schutz (Prior de Taizé)

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA 01050 Rua João Adolfo. 118 · 9' · cj. 901· Tel. 34·8833 São Paulo · SP


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