RESUMO Um momento com a equipe da Carta Mensal .... ... .............. . 1 Reflexão, com Beth e Romolo, sobre a co-participação ...... 2 Diversos aspectos da fidelidade e da escolha ....... ........ ..... 5 Algumas matérias extraídas dos jornais sobre um tema atual: o aborto .. .. ... .. ................ ......... ................. ............... 11 Qual é o significado de Pentecostes, nas palavras de uma equipista ................................................. .. ............... 14 Maria, Mãe de Jesus, nossa Mãe, Mãe da Igreja ... ..... ...... 16 Editorial do Pe. Olivier, especialmente dirigido aos nossos Conselheiros Espi rituais: Por que evangelizar a sexualidade? .......................... ....... . 18 Ainda na linha da Campanha da Fraternidade 91, dois textos sobre o trabalho .... ....... ... ........... ....... .... ... .. ... .. Quatro importantes testemunhos de equipistas ..... .... ... .... Nosso Correio está crescendo ................................ ...... ... . Nossa Biblioteca .... ............................................ .... ... ...... . Última página: Maria, modelo de mulher ............. ...... ... .... Meditação e oração: sugestões para maio ... ........... ..... .. ...
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UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL
Além dos numerosos testemunhos e correspondências que publicamos nesta Carta, quisemos nos deter em alguns grandes assuntos que, de certa forma, estão ligados às grandes prioridades definidas pelos equipistas, para o atual período. A co-participação, grande momento da reunião e da vida de equipe em geral, é um destes assuntos . À luz da reflexão proposta por Beth e Romolo, vale a pena rever nossas atitudes de vida, no que diz respeito a um maior aprofundamento de tudo o que pomos em comum com nossos irmãos. A Carta Mensal, por seu lado, quer também ser um instrumento válido neste processo e colocar-se à disposição dos equipistas para a prática da co-participação. Não adianta muito estarmos falando de assuntos estratosféricos e não tocarmos nos temas que mais de perto tocam aos nossos leitores ou que surgem de um permanente perscrutar da atualidade. Quatro assuntos, ligados a esta atualidade, são assim abordados neste número: a Fidelidade, a Sexualidade e o Aborto, que dizem respeito bem de perto a um aprofundamento maior da espiritualidade conjugal atual; as Relações entre Capital e Trabalho, ligado ao tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Por fim, junto com a Igreja, dois outros eventos são lembrados neste mês de maio pela Carta Mensal: Pentecostes e a celebração de Maria, nossa Mãe. Esperamos que vocês encontrem, em tudo isto, mais motivos para a coparticipação nas suas equipes. Fraternalmente A equipe da Carta Mensal
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REFLEXÃO
(VIDA+FÉ+CRISTO PRESENTE) X DIÁLOGO INTELIGENTE= CO-PARTICIPAÇÃO Ela sempre foi importante. Ela sempre será importante. Mas principalmente na atualidade, t:m todo o mundo, em qut: a vida não é conduzida por valores éticos mas somente pelos interesses e pelo medo, e sobretudo em nossa terra. onde a "Lei do Gerson" (levar vantagem em tudo) impera nas relações .entre as pessoas e pçincipalmente nas relações profissionais, o tempo da COPARTICIPAÇÃO em nossa Reunião Mensal tem aumentado a sua validade, ou diria até, nec..:ssidade. A Co-participação é o momento propício para colocar com clareza e humildemente as circunstâncias de nossa vida nas quais sentimos falta de uma formação cristã mais profunda. Juntos, em comunidade, vamos procurar os caminhos, os conhecimentos e, principalmente, os critérios cristãos, evangélicos e da Igreja, que devem efetivamente nortear nossas atitudes. Parece-nos que podemos plagiar S. Tiago que diz ... "a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma" ... , observando que a formação que não se transforma em atitudes vivenciais é morta em si mesma. É a Co-participação o momento de darmos vida à nossa formação. Por exemplo, muitas equipes aproveitaram a Campanha da Fraternidade para discutir como cada pessoa está vivendo suas relações no trabalho, e como elas interferem nas suas famílias ou nas famílias de pessoas com as quais têm essas relações. O mundo do trabalho é um campo muito difícil. onde de maneira especial os homens podem realizar-se ou podem ter negada sua dignidadt: de Filho de Deus. Como vocês co-participaram a Campanha da Fraternidade em sua equipe? Vocês aprofundaram-se nos conhecimentos das ciências humanas e tecnológicas ou simplesmente ficaram no "achismo"'? Você kva para a Co-participação a atuação nos grupos em que você vive, para ser a cada dia melhor apóstolo do Cristo nesses lup:<tres? O amor de Cristo é exigente! Ma.,, também, o amor de Cristo é miseril.:ordioso e revela os caminhos quando a comunidade procura a verdade de cora~10 aberto. Fazer uma boa Co-participação é procurar tornar efetiva a seguinte frase de nossa oração diária: "Venha a nós o teu Reino. Seja feito o tua vontade assim na terra como no céu", colocando-nos como ferramentas nas mãos dt:
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Deus para que Sua vontade se realize em nosso cotidiano. Isso exige uma leitura cuidadosa do Evangelho buscando a verdade que Cristo quer nos transmitir e não a meia-verdade que se conforma ao nosso comodismo. aos nossos interesses imediatos ou às nossas reações emocionais. que nem sempre são cristãs. Exige também que o Reino de Deus começe a ser vivido naquela mesma reunião, onde as pessoas se escutam, se respeitam. se querem e sabem que Cristo está efetivamente presente. Sua equipe discute na co-participação os temas sobre os quais, em comunhão com toda a Igreja, deve assumir uma posição ou um trabalho pastoral? Por exemplo, em breve é provável que seja proposto à nação um plebiscito sobre a pena de morte. É importante que. antes que isso aconteça. procuremos nossas bases doutrinárias para efetivamente defender a vida, que Deus Pai quer que vivamos em plenitude. Por exemplo, muito próxima de nossas família-;, e mesmo dentro delas. a droga causa desastres. Que sabemos? que fazemos? já co-participamos? já passamos do "eu acho que"? Por exemplo, as mudanças nas estruturas sociais modificam as relações entre homem e mulher, marido e esposa. Como estamos vivendo isso? fazemos de conta que esses fatos são "de outro mundo" fora do nosso? Quais são as bases nas ciências humanas e na fé cristã para guiar-nos? Por exemplo, ... muitos e_importantes exemplos ainda poderiam ser lembrados. Co-participação: sou coerente? como ajudar meu irmão a ser coerentemente cristão? como amar ao próximo como a mim mesmo? A co-participação na sua equipe na próxima Reunião Mensal pode melhorar!
Beth e Romulo
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CO-PARTICIPAÇÃO A amizade tende naturalmente à comunicação. Entre amigos é normal que uns confiem aos outros as suas alegrias, tristeza<>, problemas. Na equipe, a amizade é mais do que esta afinidade natural. É fraternidade, é amor mútuo, é disposição de unir esforços para a realização humana e cristã de cada um sentindo-se solidário com o crescimento dos demais. É também disposição de carregar os fardos uns dos outros: "Carregai os fardos uns dos outros, nos diz S. Paulo, e desta maneira cumprireis a lei de Cristo" (Gal. 6,21). Fardos materiais e esQirituais. É ainda partilhar das alegrias e pesares de cada um: de seus sucessos e fracassos, de suas dificuldades, angústias, sofrimentos, preocupações familiares e profissionais que tantas vezes tendem a levar ao abatimento e ao desânimo.
Do documento "Reunidos em Nome de Cristo"
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Na reunião da Equipe temos o momento propício de partilhar com os outros a experiência de tantas caminhadas em que Ele aparece; os dois de Emaús voltaram na mesma hora para encontrar os outros, dos quais ouviram que Ele ressuscitou e eles também contaram como apareceu no seu caminho e como o reconheceram: todos na mesma felicidade, na mesma alegria, no mesmo entusiasmo porque Ele está vivo e apareceu em nosso caminho das formas mais diversas: uma perfeita co-participação de experiências de vida. Como seria contagiante na Equipe a alegria que cada casal sentiu quando O reconheceram. o calor que foi aquecendo seus corações quando caminhava com eles. quando lhes abria as Escrituras; e a prece brotaria espontânea: •·ti cai conosco, s~nhor".
Pe. Gaspar Blanco
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FIDELIDADE
O profeta Oséias é bastante duro quando profetiza: "Ouvi a palavra de laweh, filhos de Israel, pois Jaweh vai abrir um processo contra os habitantes da terra, porque não há fidelidade, nem amor, nem conhecimento de Deus na terra, mas perjúrio e mentira, assassinio e roubo, adultério e violência, e sangue derramado soma-se a sangue derramado. Por isso, a terra se lamentará, desfalecerão todos os seus habitantes e desaparecerão os animais selvagens, as aves do céu e até os peixes do mar." Será que o processo de Iaweh, de que fala o profeta Oséias, já começou? O quadro geral de corrupção descrito pelo profeta e gerador do processo movido por Deus é o do nosso tempo? Hoje, todos vivemos comentando os acontecimentos e temendo um extermínio total da humanidade numa terceira guerra mundial, fatalmente nuclear, química, bacteriológica, etc. Hoje, já vemos com tristeza o desaparecimento de muitos animais, de aves e até de peixes do mar. E isso tudo está acontecendo por quê? Isto tudo está acontecendo, "porque não há fidelidade, nem amor, nem conhecimento de Deus na terra." Tentemos definir fidelidade para início de nossa reflexão. Hubert Lepargneur ajuda-nos, afirm ando: "na antiguidade latina, fidelidade é a qualidade do fidelis, isto é, da pessoa que cumpre sua<> obrigações e realiza suas promessas, para quem a palavra compromete, no qual pode-se confiar." Ora, sendo o homem uma criatura de Deus, feito "à sua imagem e semelhança", e sendo Deus o fidelis supremo, o homem já traz, nesse sentido, uma inclinação e um compromisso natural para com a fidelidade. Quando o homem, em sua origem , não foi capaz de ser fiel ao mandamento do Senhor, rompeu um elo do trinômio criativo Deus-NaturezaHomem. Poderíamos afirmar que o pecado original foi um pecado de infidelidade. O homem não foi fiel à vocação de ..ser imagem e semelhança do Criador". E, sendo infiel, o homem foi também irresponsável. Em outras palavras: Quem é fiel é responsável, ou pelo menos, deveria sê-lo. Hoje, os meios de comunicação social e os adeptos do anti-reino apresentam-nos diariamente motivações errôneas, onde o valor fidelidade passa a ser anti-valor. Basta lembrar as novelas, os programas de TV tipo .. amizade colorida", as revistas pornográficas, etc. Então o homem passa a ser um adepto da infidelidade, da mentira, da irresponsabilidade para com os amigos, para com seus companheiros, seus
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irmãos, seus pais, suas esposas, seus votos religiosos, seus votos profissionais, seus compromissos patrióticos, sua missão de! construwr de um reino Oe amor, justiça e paz. Não foi a nossa geração quem inventou a infidelidade. Ela está na raiz do pecado original. Mas nossa geração, como a-; que nos antecl!tkram, inventou I! difundiu, usando a tl!cnologia e a indústria, novas formas de infidcljdade. Assim, o industrial infid frauda o peso, o valor, o pri!ÇO e a substância que! industrializa c vl!nde ao consumidor. Países que dispõem de altas tecnologias, irresponsavelmente oprimem os povos menos desenvolvidos. E quem tem nas mãos o poder econômico, embriagado e enlouquecido por ele, não hesita em praticar a infidelidade para se manter podl!roso. E isso aconteci! nas relações particulares, individuais, familiares, coletivas, interestaduais, internacionais ... quanto mais não acontece na relação Homem-Deus, onde sempre o infiel será o homem. De um modo geral, costumamos ouvir os sacerdotes falarem assim no início das homilias: "Caríssimos fiéis". E muitos de nós pensamos imediatamente e com razão: Fiel é aquele que por crer em Deus, participa da rn.issa para relacionar-se com o Criador e com os outros homens com os quais Deus pode contar. É preciso que seja assim. Mas será que nós, que participamos da missa diariamente, ou apenas aos domingos, ou mesmo de quando em vez, por uma obrigação social, nos lembramos ao ouvir a palavra fiel, de que é preciso valorizar a fidelidade? Fidelidade em todos os tempos, campos, meios, ambientes, situações e condições. Sem fidelidade este mundo será sempre cruel. Um mundo onde não brotarão valores tão importantes quais sejam: a verdade, a paz, a justiça, a alegria, a união. No Novo Testamento, Jesus relaciona a fidelidade com o amor a Deus e nos diz: "Se me amais, observuis meus mandamentos e rogarei ao Pai e Ele vos dará outro paracliw, para que convosco permaneça para sempre o espírito da verdade ... " Não transformaremos este mundo tão ameaçado de ser extinto de uma hora para outra se não voltarmos para Deus, se não nos empenharmos em construir o Reino de Deus entre os homens, vivenciando os valores do Reino, entre os quais se destaC<:I a fidelidade. São Paulo valorizou tanto a fidelidade que chegou a dizer: "Quem nos separará do wnur de Crisw? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, u nudez, o peri!ju, a e:.pudu ?... Pois eswu convencido de que nem a morte, nem u vidu, nem os ano:>, nem os principados, nem o presente, nem o Juwro, nem os podere:>, nem a ulturu, nem a profundeza, nem qualquer outra criwura poderá no:> :>epurur du umur ele Deu:> munifeswdo em Jesus Crisw, Nosso Senhor''.
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A fidelidade conjugal, como a fidelidade batismal, neste tempo de perjúrio, mentira, assassinatos e roubos. adultérios e violência. deve ser o sinal que devemos dar ao mundo, "porque não há fidelidade. nem amor, nem conhecimento de Deus na terra". Assim seremos de fato imagem e semelhança de Deus, o fiel cumpridor de suas alianças. Segue um fato narrado por sacerdote salesiano, missionário no Amazonas. Certa feita, numa tribo catequizada por mim e meus confrades. houve uma missa. Alguns anos eram passados sem que por Já tivesse aparecido outro sacerdote. Por isso, antes de celebrar a missa, achei por bem fazer uma pregação motivando os índios a se confessarem antes de comungar. Todos vieram confessar, me nos o José. Na hora da comunhão estava o José na fila e comungou. Preocupado, chamei José em particular para saber por que ele não havia se confessado e, entretanto, havia comungado. A resposta do José foi simplesmente essa: "Padre, José já não se batizou e confessou no passado? Então porque dizer sim de novo? Uma vez só basta!" Bendito José!
(Extraído e resumido do capítulo Fidelidade, do livro Valores do Reino, de Pedro Roumié, Edições Paulinas, por José Pereira Veiga)
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"O DEUS DA VIDA A SER TRANSFIGURADO"
Vivendo entre cananeus, que imolavam os primogênitos a seus deuses, Abraão passa por uma terrível prova. Vendo a vida de seu filho preservada ele aprende a fidelidade até o extremo mas aprende também que o Deus verdadeiro é o Deus da vida. Ele se torna assim uma fonte de bênçãos para toda sua descendência e todas as nações da terra. Descendente de Abraão, Jesus realiza em plenitude a fidelidade ao Pai, assumindo por amor a morte na cruz. N'Eie o Pai nos cobre de uma nova e definitiva bênção.
É esse Jesus, Messias prometido, que os discípulos conhecem por um instante de transfiguração. Ele sintetiza em si a Lei e as promessas messiânicas. Em Cristo transfigurado os discípulos vislumbram avocação do homem e do mundo plenamente realizados no Reino. Ser fiel a Deus é ser fiel à vida, preservá-la, defendê-la, promovêla. O trabalho é um instrumento de promoção da vida. A organização do trabalho na idolatria do lucro transforma-o em agente de morte que sacrifica a vida e a dignidade da pessoa. A luta em defesa da vida ameaçada (aborto, extinção das tribos indígenas, violência, insegurança e condições precárias de trabalho, fome etc.) é o grande gesto de fidelidade a Deus e unido à entrega amorosa de Cristo completa em nós sua Paixão pela redenção do mundo. (do folheto "Povo de Deus em São Paulo" 2 11 Domingo da Quaresma)
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PAULINHO
Hoje encontrei o Pau linho. Ele vive agora na casa dos pais, está numa cadeira de rodas, magro, as pernas paralisadas. O rosto sério, com aqueles óculos um pouco grandes para ele, fica filando a gt:nte, como quem pt:rgunta: Sabe o que aconteceu comigo? O pai me contou. Paulinho foi assaltado, uma noite, há sete anos, quando estacionava o carro para ir à padaria. Nem ele se lembra se tentou resistir ou não; o fato é que levou um tiro nas costas que o deixou paralítico para o resto da vida. Mas o calvário do Pau linho só estava começando. A Rosa, sua mulher, não se conformava de jeito nenhum. Afinal, só tinha 25 anos, não tinha vocação para enfermeira, queria mais é se divertirna vida. Quando casaram, Paulinho lhe tinha prometido o bom e o melhor. Os pais do Pau linho não eram dos mais ricos da cidade? E o Paulinho era vistoso, gostoso, o rapaz que todas queriam. A vida ia ser tão boa ... E agora, ela teria que passar o resto da vida com um aleijado numa cadeira de rodas? Com o corpo dela inteiro, cheio de desejos e promessas? Mas nem pensar! Não, não era assim que ela imaginava a vida. Não era esse o homem que ela tinha escolhido. O Paulinho começou a notar a mudança da Rosa, logo que voltou do hospital. Mais do que nunca, ele precisava dela, sentia necessidade da presença dela. E ela nunca estava por ali, sempre tinha que sair para uma coisa ou outra. A filhinha deles, a Rosinha, quem cuidava era a mãe do Paulinho, porque a Rosa, às vezes, voltava muito tarde. Mesmo assim, ele achava que era só uma fase e que, pelo menos por causa da menina, ela voltaria e ficaria ao seu lado. Bem ao contrário. Uma noite, Rosa não voltou para casa. E no dia seguinte, quem veio foi o Dr. Athayde, o advogado, para dizer que a Rosa o tinha contratado para tratar do desquite, do divórcio, da separação, enfim, que ela não aguentava mais, que não era prá isso que tinha casado. Pau linho, que não tinha derramado uma lágrima quando soube que ia ficar paralítico, chorou. A Rosa era uma esperança que lhe restava na vida. Agora queria ir embora, e ele não tinha como segurá-la. Mas a menina, a Rosinha, ficaria com ele, não é mesmo? Dr. Athayde mexeu a cabeça: Mas de forma nenhuma! Ela é a mãe; você não tem como cuidar dela; a Rosa quer levar a filha junto. Mas com isto, - 9-'
o Paulinho não podia concordar. A mãe dele. a avó da menina. tomaria perfeitamente conta dela c ck, apesar de paralítico. tinha carinho e recursos para cuidar da vida dela. Acabaram indo para a justiça. Mãe é mãe, decidiu o juiz, e deu a guarda da filha para a Ro:.a. Se Paulinho quisesse, podia visitá-la de guinze em quinze dias. Como? caJeira Je ruJa:."! i:.:.o é problema seu ... E o Paulinho, só, triste, sem a mulher e sem a filha, fica sentado o dia inteiro na cadeira de rodas, fitando os que estão em volta dele e parecendo perguntar, entre surpreso e triste: sabe o que aconteceu comigo? A minha mulher prometeu, no altar, diante de Deus e diante dos homens, que enfrentaria comigo o que a vida trouxesse, alegria, tristeza, saúde, doença, o que fosse. Mas ela não aguentou o baque. Quando eu era bonitão, cheio de saú de, ela me escolheu. Mas era uma escolha para aquele momento, não uma escolha para sempre, que a gente repete a cada dia, aceitando o outro como ele é e do jeito que ele está ...
-oMe lembrei do Luizinho. Quando a filha dele, a Amelinha, nasceu, a mulher, Josélia, perdeu o juizo. Dizem os entendidos que teve uma "psicose puerperal": queria se jogar pela janela, queria jogar a menina, precisou internála por algum tempo. Mas o Luizinho aguentou firme. Escolhia a mulher de novo a cada dia: "Josélia, é com você que eu me casei; o sacramento que demos um ao outro há de sustentar o nosso amor. Não importa como você está hoje, o nosso amor é para a vida eterna, é a imagem do amor de Deus. Hoje também, eu te aceito, Josélia, por minha mulher."
-oE você, meu irmão, minha irmã? Como fez a sua escolha? Como a faz a cada dia? Por quanto tempo vale? Como você dá testemunho da escolha que vo..:~ fá? Como você aceita a pessoa que um dia você eswlheu para sempre? Nota: Não inventei o Paulinho. Estive hoje na casa dele. Nem o Luizinho. PoJia ser meu filho ... Peter
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ATUALIDADE
O QUE DARÁ O HOMEM EM TROCA DE SUA VIDA? Este ano, deverá ser votado no Parlamento brasileiro, um projeto de lei que prevê a permissão para o aborto até 90 dias depois da concepção, por simples reivindicação da gestante. Publicamos aqui alguns trechos de artigos recentes a respeito do assunto, na imprensa.
Em O Estado de S. Paulo, de 16/3/91, escreve Carlos Alberto Di Franco. chefe do Departamento de Jornalismo e professor titular de Ética da Comunicação, na Faculdade Cásper Líbero: Há alguns meses, o Conselho da Europa definiu o que é um ser humano: "Desde o momento em que o espermato-L.6ide fecunda o óvulo, aquela diminuta célula já é uma pessoa e, portanto, intocável". Na mesma linha de pensamento, o conhecido geneticista francês Jérôme Lejeune, professor da Sorbonne, afirma categoricamente: "Aceitar o fato de que, após a fecundação, um novo indivíduo começou a existir, já não é questão de gosto ou de opinião. A natureza do ser humano, desde a concepção até a velhice, não é uma hipótese metafísica, mas uma evidência experimental". Argumentos estatísticos, contudo, são esgrimidos em defesa das teses abortistas. Pretende-se a legalização do aborto pela simples razão de ser uma realidade sociológica e de que a sua proibição é o que empurra muitas pessoas à clandestinidade.(...) O bem e o mal não provêm da quantidade, não são fatos sociológi-
cos, mas adequação e afastamento das condutas do dever ser. O fato de, num dado momento da História. os homens poderem criar uma lei que "legitime" o homicídio. a eutanásia ou o aborto é apenas um novo exemplo da capacidade humana de se degradar pessoal e coletivamente. A "legalidade" da Alemanha nazista promoveu um genocídio e legitimou a eutanásia- que nem por isso deixaram de ser objetivamente um mal absoluto. Além disso, é preciso dizer que as estatísticas atuais demonstram que, nos países em que o aborto foi legalizado para evitar a clandestinidade, não só a prática do aborto solicitado aumentou progressivamente, como não diminuiu a prática do abono clandestino. Conclusão: se a legalização do abono é reivindicada por razões e..<;tatísticas, a estatística nos demonstrou que não só a clandestinidade se mantém, como também se inicia e
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cresce progressivamente o aborto legal. Na verdade, a campanha pró-aborto está enredada num cipoal de paradoxos e contradições.( ...) A consciência da im portãncia da preservação do meio ambiente vai crescendo. Felizmente. Multiplicam-se os movimentos ecológicos e bandeiras empolgantes são defraldadas: a defesa do mico-leão, dos rios, das matas. Save the whales. No entanto, num autêntico samba do crioulo doido,
alguns amantes da natureza defendem, ao mesmo tempo. a legalização do aborto. Ampla e irrestrita. De fato, os paradoxos são eloquentes e refletem o brutal equívoco de uma corrente que não aceita a inviolabilidade da vida humana. O caso do aborto é, hoje em dia, um paradigma do desrespeito ao primeiro direito humano fundamental: o direito à vida. Impõe-se uma nova bandeira: Save the men.
A mesma edição do referido jornal traz, entre as notícias policiais, a seguinte, proveniente de Brasília:
A dona de casa Rosãngela Novais dos Santos, de 27 anos, foi condenada a um ano de detenção pelo juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Gilberto de Souza de Sá, por ter se submetido a um abono no dia 10 de novembro de 1986. Em quase dez anos, Rosãngela foi a única mulher a sentar no banco dos réus por prática de aborto. (...) Sem antecedentes criminais e mãe de três crianças, Rosãngela teve o benefício do sursis (suspensão da pena) e permanecerá em liberdade. O aborto foi feito por Maria Alves da Conceição, que responde a processo por lesão corporal. Rosângela foi atendida na casa de
Maria, na cidade-satélite de Sobradinho, Distrito Federal. A paciente teve um pedaço de arame introduzido em seu útero. com o auxílio de um catéter, que não foi retirado. Maria recomendou que Rosãngela tomasse o antibiótico Tetrex e chá de canela. O feto, segundo Maria, seria eliminado em 48 horas, o que não aconteceu. Com fortes dores, Rosãngela foi atendida no Hospital Regional de Planaltina pelo médico Wenceslau Barbosa da Silva, que retirou o arame, de 54 centímetros, e o feto já morto.( ... ) A condenação de Rosângela provocou protesto de grupos feministas deBrasília.
Ainda no mesmo jornal, em 22/3/91, escreve o advogado Roberto Vida! da Silva Martins: O Código Penal de 1940 considera o aborto crime, mas o isenta de pena se a gravidez é oriunda de estupro ou
se não há outro meio para salvar a vida da gestante. Esta última expressão é substituída, no mundo intelec-
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tua! e na imprensa, por "se há risco de vida para a gestante" e, na prática, pela liberação do aborto em toda gravidez que envolver a saúde, mesmo psíquica ou emocional da mulher. Na verdade, a situação de fato é muito mais permissiva. O aborto no Brasil é praticado, ilegalmente, por toda a mulher de classe média ou alta que queira. As autoridades fe-cham os olhos. A Constituição foi detalhista e conteve 245 artigos, que regulam a proteção do empregado contra despedida arbitrária, férias de 120 dias à gestante, sem perder o emprego e o salário, férias ao pai, de uma semana logo após o nascimento do filho, proteção das paisagens naturais, dos índios, do meio ambiente, do esporte. dos sítios arqueológicos, dos animais em extinção. Ditou normas sobre reforma agrária, estatizações, privatizações; enfim, uma série de normas importantes, mas muito inferiores ao direito à vida desde a concepção. Tivemos uma Constituição omis.c;a, que legislou sobre o acessório e evitou o principal. O direito à vida, desde a concepção, paradoxalmente, não foi protegido e vale muito mais do que os direitos patrimoniais. Quem não entrega o seu patrimônio em face de um ladrão que ameaça sua vida? Um ser humano, inocente no ventre materno, vale muito mais que um animal em extinção e é preferível antecipar o direito à vida que antecipar o direito
ao voto. que agora passa dos 18 para os 16 anos. O projeto de lei está muito longe de refletir o desejo popular. Houve uma fase, na elaboração da Constituição, em que o povo era consultado, tendo o direito de propor emendas que, para serem apreciadas pelos parlamentares, tinham de ter, no mínimo, 30 mil assinaturas. A Conferência dos Bispos do Brasil elaborou um documento que continha uma referência expressa ao direito à vida desde a concepção e conseguiu dois milhões e 500 mil assinaturas. Nessa mesma época, as feministas só conseguiram 32 mil, pouco mais do que as necessárias, apesar de contar com o apoio massivo dos meios de comunicação, tendo o J ornai do Brasil dado mais destaque à mobilização feminista do que à dos católicos, em suas reportagens. Grupos pró-vida também se movimentam no Rio de Janeiro, terra de muitos abortos. Persuadindo mulheres que vão às clínicas, já evitaram 350 abortos, em um ano de existência, conforme noticia o jornal O Globo, em 10/09/90. Os deputados, em 88. deram o mesmo valor à proposta dos católicos que à das feministas e resolveram ficar em cima do muro, sem proibir nem permitir. O projeto alega. sem provar, que existem quatro milhões de abortos clandestinos, feitos por mulheres
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pobres. em más condições. É de se lembrar o velho argumento de que não se legaliza o que existe na prática,
porque então legalizaríamos o roubo, o homicídio. o sequestro ...• práticas comuns no Brasil.
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PENTECOSTES PARA NÓS?
Lendo os Atos dos Apóstolos e as cartas de S. Paulo, S. Pedro, etc., podemos fazer uma reflexão muito séria. Podemos notar como uma constante em qualquer destes livros, que há algo muito forte impulsionando aqudes homens. É impressionante, e muito edificante, ver como eles tinham um fogo dentro de si, um fogo de amor, que os impelia para a vivência e o testemunho de Jesus, a Boa Nova do Pai. Que zêlo, que unção, que sabedoria, que coragem, que AMOR existia naqueles corações. Suas palavras vibravam, pois fluíam de suas experiências do Deus vivo, ressuscitado, Senhor de suas vidas. Erq assim. Olhando então para nós hoje: por qual espírito somos animados? É muito comum nos compararmos com Pedro que nega Jesus, ou que O repreende quando Ele prenuncia Sua paixão e morte; ou ainda com João e Tiago querendo ficar à direita do Pai, e assim por diante. Mas, o que é isso? Será que devo me "espelhar" em Pedro, Tiago, João, que não tinham recebido ainda o Espírito Santo em Pentecostes? Tenho como princípio que nós fazemos parte da Igreja que é animada pelo Espírito Santo, e que vivemos uma época Pós Pentecostes! Assim sendo, não podemos mais nos esconder atrás de um Pedro medroso e inconstante, pois Pedro depois de Pentecostes é um bravo e destemido Apóstolo, cheio de Sabedoria! E não só ele, mas todos os Apóstolos e os discípulos, mesmo os que vieram depois. Temo que nós, como ca<;ais equipistas, estejamos vivendo como os apóstolos do tempo de Jesus. Estamos com Ele, ouvimos Sua Palavra, chegamos a nos encantar com Suas coisas, mas o nosso coração não é transformado, convertido. Continuamos os mesmos. E assim , corremos o risco de, como os apóstolos, na hora "H" fugirmos da raia, permitindo que a cada dia, à nossa volta, Jesus seja crucificado. Mas, pela graça de Deus, fazemos parte das Equipes. Equipes de quem? De Nossa Senhora! Daquela que esteve com os apóstolos no Cenáculo, orientando-os a esperar a Força do Alto, o Prometido do Pai. Que riqueza! Quando nos reunimos com nossa Equipe, novo "Cenáculo" acontece! Somos os discípulos de Jesus, cheios de confusão e medo, com Maria, nossa Mãe e Mfte de Deus!
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Que ela. na sua bondade maternal nos tome pela mão. e nos ensine a pedir o cumprimento da promessa de Jesus: "Eu roRarei ao ?ai, e Ele vos dará um outro Paráclito, para que fique eternamente convosco" (Jo 14.16). E Pentecostes acontecerá, com certeza, hoje, em cada um de nós e em nossas Equipes. E assim, incendiados pelo próprio Espírito de Deus poderemos, como Pricila e Áquila nos Atos dos Apóstolos. em nossas próprias casas. como casais e como família, fazer crescer a Igreja de Jesus, o Reino d~ Deus. Não será isso também a Segunda Inspiração?
Maria Teresa (do Valdison) Equipe 12- S. J. Campo
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MARIA, MÃE DE JESUS, NOSSA MÃE, MÃE DA IGREJA. Maria é Mãe de Jesus Cristo- Jesus Cristo veio ao mundo por Maria. É ela a mãe de Deus feito homem. É ela a Mãe da Encarnação. Nossa mente ao estudar esta verdade, ao analisar este prodígio, ao tentar refletir e experimentar esta realidade perde-se no mistério de Deus que quer precisar de uma criatura para encarnar-se. A pessoa do Filho, continuando Deus, assume uma consistência, um conteúdo, uma natureza humana. Nossa sensibilidade ao contemplar este fato é vivificada e unificada ao mistério do amor, ao mistério da vida, de Deus que pede a uma criatura sua colaboração para doar-se, para poder comunicar-se. Maria, criatura, é envolvida pelo próprio Deus Criador a colaborar com Ele. Deus precisa de Maria. Ela é a Mãe do Filho de Deus. Jesus Cristo é o fruto de Maria. Ele é filho de Maria. Todo o conjunto de valores que constituem Jesus Cristo é possível através de Maria. É ela que possibilita o existir em Jesus Cristo tudo aquilo que uma pessoa escreve e poderia dizer a respeito d'Eie. Ela faz acontecer a encarnação do Amor, do Bem-Querer, da Gratuidade. É por Maria que Deus entra na história da humanidade. Maria é nossa Mãe -Tudo o que existe em nós como cristãos, existe por Jesus Cristo. E Jesus Cristo existe por Maria. O conteúdo do nosso ser cristão, a nossa consistência cristã existe por Maria. Eu sou cristão por Maria. Você é uma pessoa cristã por Maria. Nós podemos ser cristãos por Maria. Ela é nossa Mãe enquanto homens novos, enquanto cristãos. Ela é a Mãe da graça santificante. É a Mãe de Jesus Cristo pelo qual nos tornamos cristãos. Desta maneira podemos dizer com toda razão que temos duas mães. Uma mãe que nos deu a existência em situação de homem velho e uma Mãe que nos dá a existência em situação de homem novo. Uma mãe que nos proporcionou um conteúdo terreno, uma consistência terrena e uma Mãe que nos proporciona um conteúdo permanente, uma consistência eterna. Uma mãe que nos dá uma vida mortal e uma Mãe que nos dá a vida eterna. Esta nossa segunda Mãe é justamente Maria. Quando, portanto dizemos que Maria é nossa Mãe não é simplesmente um pio afeto, um pio sentimento, um fazer de coma movido pelo - 17 -
amor que temos para com ela. Nem tampouco é nossa Mãe porque Jesus CristofalouaJoãoaopédacruz: "eis aí atua Mãe" (Jo 19,27), e nele todos nós estávamos representados. A razão pela qual Maria é nossa Mãe é muito mais profunda, real e consistente. O motivo de ser chamada e de ser realmente nossa Mãe está no fato de ser a Mãe de Jesus Cristo, a Mãe da graça santificante. É por isso que Maria é nossa Mãe. Devido a isso Ela é chamada de co-redentora, co-salvadora, co-libertadora. Maria é nossa Salvadora. Ela é a nossa Libertadora. É Maria que possibilita a nossa ressurreição. Maria é a Mãe da Igreja - A Igreja é constituída por todas as pessoas que encarnam valores cristãos. Ela é constituída, portanto, por Jesus Cristo juntamente com todos os cristãos formando uma unidade. Maria é a Mãe de Cristo. É por ela que é possível e se dá toda a dinâmica vivificante e unificante de todas as pessoas com Cristo. Maria é o caminho que leva à experiência e à vida de Jesus Cristo. Ela é a própria verdade deJesusCristo. ElaéavidadeJesusCristo. Maria é o caminho, a verdade e a vida da Igreja de Jesus Cristo. Maria é a força dinamizante e vivificante, santificante e unificante da Igreja de Jesus Cristo. Maria é a Mãe da Igreja cristã. O povo cristão, a Igreja reconhece isso. Toda a devoção mariana fundamentalmente é motivada e baseada na Maternidade de Maria. A religiosidade popular expressa muito bem esta realidade. A nossa fé e nosso abandono confiante em Maria tem sua razão de ser. Ela é a nossa Mãe, ela é a Mãe de Jesus Cristo. A teologia, aos poucos, vai focalizando Maria na sua dimensão no plano da economia da salvação e da libertação do povo de Deus. (Enviado por João e M.Célia de LaurentysSão Paulo)
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EDITORIAL DE Pe. OL/VIER dirigido aos CONSELHEIROS ESPIRITUAIS
POR QUE EVANGELIZAR A SEXUALIDADE? Paris, 29 de janeiro de 1991
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Caros Amigos, 1. O trabalho que propomos às Equipes é- não se pode negá-lo- difícil e ao mesmo tempo delicado. O que desejamos é que nenhum dos Conselheiros Espirituais se escandalize de nossa ousadia!
Estamos abrindo um verdadeiro canteiro de obras para a reflexão das equipes num campo que durante muito tempo permaneceu "tabú". Parece-nos que é chegado o momento de sairmos desta espécie de "gueto" espiritual. Estamos pedindo aos equipistas: - não de descrever como vivem a sua sexualidade. Já houve uma pesquisa a este respeito em 1969, que, infelizmente, não foi bem aproveitada, - mas de refletir, a partir de sua experiência concreta, sobre o sentido cristão da sexualidade: a) Qual o significado da sexualidade no plano de Deus, na vocação cristã? b) Como vivê-la como verdadeiros discípulos de Cristo, ou, como torná-la realmente humana e cristã?
2. É o método que propomos que poderá criar problemas. Em vez de oferecer às equipes- conforme o costume- um tema pronto, preparado por um grupinho escolhido e que se estuda em equipe, estamos começando pela outra ponta.
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A idéia que nos orienta é esta: - levar os equipistas de base a descobrir os diversos aspectos da sexualidade, - levá-los a pensar sobre esta sexualidade à luz da fé (libertando-se, quando necessário, dos bloqueios psicológicos que podem estar paralizando essa reflexão), - convidá-los a reconhecerem por si mesmos a verdadeira função e o verdadeiro sentido das normas éticas neste campo. Em resumo, trata-se de um imenso esforço de tomada de consciência. Não se quer mais tratar os equipistas como menores de idade que recebem passivamente as diretrizes que vêm de cima e que frequentemente não entendem bem- contentando-se muitos em criticá-las e fazendo o que lhes "dá na telha" - mas como adultos responsáveis, que querem compreender por si mesmos o sentido das coisas e o porquê das regras. Gostaria de lembrar aqui um princípio célebre de Pascal (que cito de memória): "convencemo-nos melhor, em geral, através das razões que nós mesmos encontramos do que por aquelas que outros nos propõem". O método, portanto, é ousado. Mas pensamos que os equipistas, que já são bem formados nos métodos do Movimento e que vivem sinceramente a sua fé, são capazes de uma reflexão deste tipo. E não esqueçamos que eles também são guiados pelo Espírito Santo ... Muitos, porém, carecem de uma formação teológica e psicológica muito útil neste caso. Assim, o papel dos Conselheiros Espirituais se torna ainda mais importante. 3. O que se espera dos Conselheiros Espirituais? -Ajudar os casais a enunciar os verdadeiros problemas e a enunciá-los corretamente, lembrando-se, ao mesmo tempo, que eles, Conselheiros, não possuem uma experiência direta do assunto. Eles têm uma competência teórica - que não deixa de ter seu peso - baseada nos seus contatos com os casais. Mas existe algum risco de distorção: pelo exercício do sacramento da penitência, há o perigo de ver somente os fracassos e os aspectos negativos ... - 20-
- De forma mais particular, ajudar os casais a ver toda esta questão da sexualidade à luz da Palavra de Deus, à luz da fé; a compreender que para o cristão, trata-se de um valor positivo, querido por Deus, bom e são. Sem cair, entretanto, numa espécie de angelismo que aqui, mais do que em outro campo. estaria fora de propósito: como nos demais aspectos da vida, o pecado existe aqui, mas talvez não tão pesadamente como se pensa muitas vezes. - Ajudar os casais a expressar o que pensam nos termos adequados. É possivel que lhes falte um vocabulário "teológico" válido. - E talvez, sobretudo, ajudá-los a formar um juizo de consciência, a partir de uma consciência esclarecida e funcionando corretamente. Em outras palavras, trata-se, para os Conselheiros Espirituais, de oferecer às suas equipes um acompanhamento seguro, discreto e ao mesmo tempo eficaz. Aliás, é o que deles se espera na vida da equipe, como um todo. Parece-me que duas condições devem ser preenchidas para ter sucesso nesta empreitada: a) Que os Conselheiros Espirituais estejam bem cientes destes problémas: não só os da ética mas, em primeiro lugar, os que se referem a uma antropologia cristã válida. Para que desta forma, sejam capazes de desempenhar sua função de padres ao serviço das Equipes e, mais particularmente aqui, a de conselheiros, de "sábios", no sentido bíblico. b) Que eles estejam bem "à vontade" neste campo; que tenham realmente podido assumir a sua própria sexualidade e que vivam o seu celibato sem complexos e dentro do sentido evangélico. Não resta dúvida de que esta reflexão, em conjunto com os casais, contribuirá para esclarecê-los e dar-lhes, a eles também, uma maior firmeza.
Fr. Bemard OLIVIER, op.
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A IGREJA E O CAPITALISMO (2a. parte) Continuamo~ aqui a puhlicação, iniciada na Carta Mensal de man;o/91, da Orien1ação Pa~toral para os fiéis da Diocese de Novo Hamburgo/RS, de autoria do Revmo. Bispo Diocesano, Frd Boaventura Kloppenburg, O.F.M.
4. Quando a Igreja proclama o direito à iniciativa econômica. devemos aceitar coerentemente a legitimidade do lucro como algo intrínseco à sua própria natureza. Empresa sem lucro seria iniciativa condenada à falência. Sem lucro não haveria o justo retorno do capital empatado na montagem da fábrica, nem tampouco a possibilidade de renovar ou ampliar as instalações. É evidente que o lucro líquido pessoal do empresário não há de ser desmedido e terá que atender sempre aos reclamos da justiça. Para o cristão é certo que o trabalho, como decorrência da pessoa humana é superior aos demais fatores de produção. Não se pode contudo admitir a afirmação de que exclusivamente o trabalho, e não a remuneração do capital seria o único título eticamente justificável para a formação do capital e da propriedade. Inaceitável é a tese de que o trabalhador seria sempre o dono dos bens produzidos por seu trabalho. "É inteiramente falso" - declara Pio XI na Quadragésimo Anno- "atribuir ou só ao capital ou só ao trabalho o produto do concurso de ambos". Ainda da mesma encíclica: "Empregar grandes capitais disponíveis para oferecer, em abundância, trabalho lucrativo. contanto que empregado em obras realmente úteis, não só não é vício ou imperfeição moral, mas até se deve julgar ato preclaro da virtude da magnificiência, muito em harmonia com as necessidades dos tempos". Por tudo isso o Concílio Vaticano II na sua Gaudium et Spes, aprova a economia dinâmica e a iniciativa empresarial com estas palavras dignas de consideração: [Atendendo-se ao aumento da população e às crescentes aspirações da humanidade). "deve-se fomentar o progresso técnico, o espírito de renovação, a disposição de criar novas empresas e de ampliar as existentes, o desenvolvimento de processos adequados de produção. os sérios esforços de todos os participantes nos setores produtivos, enfim tudo o que possa contribuir para este progresso".
5. A legitimidade do salário é suposta em todas as Encíclicas sociais. O mero fato de se discutir sobre o salário justo, supõe a licitude do assalarriamento. Em 1891 , na Rerum Novarum , sustentava Leão XIIl contra o utopismo socialista que o capital e o trabalho são exigências da própria natureza da -22-
produção. "Não pode haver capital sem trabalho. nem trabalho sem capital". foi sua famosa sentença. Quarenta anos depois. Pio Xl voltava a insistir nessa necessária junção entre capital e trabalho numa empresa comum. já que. dizia. "um sem o outro nada podem produzir". E. na Laborem Exercens ue 19~1. João Paulo li bate na mesma tecla, ao ensinar: "Não se podem separar o capital e o trabalho e de maneira nenhuma se pode contrapor o trabalho ao capital e o capital ao trabalho e, menos ainda, se podem contrapor uns aos outros os homens que estão por detrás destes conceitos". Não a legitimidade do assalariamento, mas sua equidade é a questão. Sem a suposição da liceidade do salário seriam inconsistentes todos os discursos sobre a justa remuneração do trabalho prestado. Jamais deverá a empresa esquecer-se de que o trabalhador é, para si mesmo. todo o seu capital e que. por isso, no conceito da empresa ordenada ao bem comum, o trabalho tem prioridade sobre o capital. A empresa não é apenas uma atividade produtiva mas. sobretudo, um meio para a prática do trabalho realizador da pessoa humana. O cristão há de conceber a sua empresa como um organismo integrado por pessoas para cujo desenvolvimento e aperfeiçoamento deve contribuir o trabalho por elas desempenhado. A Igreja proclama e ensina que o ser humano é, e deve ser, o autor, o centro e o fim de toda a vida econômico-social. 6. Contra o otimismo mecanicista do "laissez faire" liberal. afirma a Doutrina Social Cristã que a economia não é um autômato que funciona em virtude de leis que lhe são ínsitas por si mesmas, mas é um processo a ser estruturado pela livre vontade ordenada e ordenadora do homem. Sabemos da história que um regime baseado na idéia de que a economia se autoregula a si mesma, conduz à injustiça: pressupõe uma jamais comprovada concepção mecanicista e esquece a realidade da pecabilidade humana. Em certas circunstâncias pode-se até desejar a intervenção reguladora do poder público a fim de impedir a instalação na economia de uma desordem incurável ou a exploração desbragada da miséria alheia por forças sem escrúpulos, quase sempre presentes como o joio no trigo. Nem a estrutura esfacelada do mercado livre. nem seu poder monopolista são capazes de concretizar o objetivo do mercado. Mas numa economia voltada para o bem comum, a livre concorrência é, em tese, justa e vantajosa, sobretudo como excelente fator determinante dos preços justos no mercado. Ela pode, porém, ser prejudicada ou até anulada. pela formação de monopólios, cartéis, oligopólios, sindicatos. indústrias reunida-;. etc. Contra a criação de tais organismos haverá sérias restrições éticas, na medida em que oprimem seus possíveis concorrentes ou impedem a livre iniciativa ue outros cidadãos ou a igualdade de oportunidades. Com relação à intervenção do Estado, a Igreja tem uma doutrina claramente proposta pelo Concílio Vaticano li que declara: '·Os cidadãos, - 23-
individual ou coletivamente, evitem atribuir demasiado poder à autoridade púb lica. nem peçam dela privilégios ou favores excessivos. para não diminuir a responsabilidade das pessoas. das famílias e dos grupos sociais". Na constituição Gaudium et Spes o Concílio pede também aos governantes de não entravar as associações familiares , sociais ou culturais. a<; corporações ou organismos intermediários, nem os privem de sua ação legítima e eficaz, mas tratem até de promovê-los. Reconhece o Concílio que sob determinadas circunstâncias pode ser desejável que o poder público intervenha em questões sociais e econômicas. porém no único intuito de criar condições mais favoráveis para ajudar, com mais eficácia, os cidadãos e grupos na procura livre do bem comum, mas adverte para o perigo de que seria "'desumano que a autoridade política incorra em formas totalitárias ou ditatoriais que lesem os direitos de cada pessoa humana ou dos grupos sociais". Na Declaração Dignitatis Humanae chega o Vaticano 11 a propor que "deve-se reconhecer ao homem o máximo de liberdade e não deve restringir-se a não ser quando for necessário e na medida em que o seja". (continua)
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A RESPEITO DA RERUM NOVARUM
Para bem compreendermos o valor da Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, a qual completa 100 anos no dia 15 de maio, seria necessário um estudo profundo da situação operária antes e depois da Revolução Francesa. Não nos sendo possível, em virtude das limitações de espaço, vejamos, sucintamente, como os fatos se apresentaram . Os regimes da escravidão e da servidão foram, aos poucos. substituídos pelo da Corporações de Ofício medievais, que surgiram durante o século Xll, após declínio das Corporações de Mercadores. O sistema, apesar de certos inconvenientes anti progressistas, com relação à produção, teve grande valor humano pelo seguinte: 1. disciplinou as classes trabalhadoras e deu-lhes condições para obterem liberdades civis e políticas; 2. dignificou o trabalho; 3. incrementou a produção (que não atingiu níveis desejáveis) ; 4. impediu a concorrência e a baixa dos salários ; 5. assegurou a independência, a estabilidade e o bem-estar do trabalhador; 6. tomou o antigo servo artista respeitado. A Revolução Francesa de 1789, cujo bicentenário se comemorou há dois anos, suprimiu as Corporações de Ofício e decretou a extinção dos mestres, Corporações, profissões, artes e ofícios, deixando o operário à mercê dos caprichos e imoralidade dos donos de fábricas e empresas. Suprimiu as Corporações de Ofício, repitamos, não as substituindo por outras organizações obreiras, mas "liberdade de trahalho", condizente, sem dúvida, com a dignidade humana, se estivesse amparada por estatutos convenientes. Não o estando, a decantada liberdade facilitou o abuso dos patrões, máxime na grande indústria, tornando o operário escravo do parco salário. sujello a longas jornadas de serviço, de horário extenuante, à falta absoluta de proteção. Com isto, OE> campos se extremaram : de um lado, uma minoria privilegiada, divinizada, enriquecida com o roubo, o assalto, a pirataria sobre o desgraçado operário; de outro. a legião miserável, espoliada, aniquilada de trabalhadores. Sem terra e sem capital, vendiam, çomo reles mercadoria, a força de seu trabalho. Neste quadro dantesco é que surgiu M . Cabet. Aproveitando-se da situação, elaborou o seu "Credo Comunista",de 1841, retomado. mais tarde, por K. Marx e F. Engels no Manifesto de 1848. Estava lançado o germe da desordem universal. - 25-
Em 1810, nesse século tumultuado, nasceu Joaquim Pecci, que se tomou Papa em 1878, com o nome de Leão XIII. Aberto ao sofrimento da cta.. se trabalhadora, Sua Santidade já se havia identificado com seus problemas, tendo tentado resolvê-los nos limites de sua paróquia e de sua diocese. Em 1891, a 15 de maio, no décimo quarto ano de seu Pontificado. Leão XIII elaborou a célebre Encíclica sobre a condição dos operários - a Rerum Novarum. Eis a sua estrutura: Após estabelecer os destinatários, colocar o problema, saudar e abençoar os mesmos destinatários, Sua Santidade planificou a missiva em quatro panes ou capítulos. I - A questão social e o socialismo. Aqui o Papa refutou o critério socialista sobre a propriedade privada, defendeu a primazia da pessoa humana em face do Estado e firmou o direito de propriedade; li - A questão social e a Igreja. Nesta parte o Santo Padre salientou o papel da Igreja na tentativa de solução dos graves problemas sociais; Ili - A questão social e o Estado. O Sumo Pontífice definiu com meridiana clareza a função do Estado, com relação à propriedade pública e particular, na garantia da mesma propriedade e da paz; em relação à luta contra a corrupção dos costumes, à ação efetiva quanto ao regime de trabalho dos cidadãos e quanto ao salário- ponto alto da Rerum Novarum; IV - A questão social e a acão conjunta de patrões e oper.írios. Nesta última parte, Leão XIII releva o papel das associações de socorro e previdência, associações operárias, prudentemente organizadas- são as bases do sindicalismo moderno. Na conclusão, o Papa concita a todos ao trabalho honesto e persistente para a solução uos problemas sociais. Segundo as palavras de Fernando Callage. do Instituto de Direito de São Paulo, em sua obra "Ação Social ue Leão XIII", publicada em 1941, em comemoração uo cinqüentenário da Rerum Novarum, esta Encíclica "é a veruaueira carta mundial do trabalho e o documento mais sério e seguro sobre as questões econômico-sociais". Quando a Encíclica foi publicada, assim se expressou o órgão do socialismo alemão, o jornal Yorwaens: "Em virtude de suas funções e na plenitude uu seu poder, o Papa tomou a dianteira aos chefes de Estado, e aos governos dos povos civilizauos e resolveu a questão social". Em 1931, o Papa Pio XI elaborou a Encíclica '"Quadragésimo Anno", que atualizou, completou e ampliou o valor da Rerum Novarum. Longo seria tratar lias repercussões da Rerum Novarum nestes 100 anos. Teólogos, filósofos, e cientistas sociais, em todo mundo, até no Brasil, esquadrinharam a monumental Encíclica, inferindo conclusões auequadas a todos os momentos históricos. Todos os Papas deste século, principalmente Pio - 26-
XI, João XXIII , Paulo VI e o autal João Paulo II produziram documentos maravilhosos à luz da Rerum Novarum, como a já citada Quadragésimo Anno, de Pio XI, a Ma ter et Magistra, de João XXIII, a Populorum Progressio, de Paulo VI e a Laborem Exercens, de João Paulo 11, no 90ç aniversário da Rerum Novarum. Certamente, agora, na comemoração do Centenário de Encíclica tão importante, o Papa João Paulo li nos brindará com uma Carta Especial, pois que ele já o fez, com menor impacto, através de Exortação Apostólica. Aguardemola. Leiamo-la e a coloquemos em prática.
Nilza e Maurício Equipe 11-B, São Pauto
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TESTEMUNHO
O PASTOR E SEU REBANHO Quase simultaneamente, recebemos de dois casais da equipe 25, Setor C, do Rio de Janeiro, testemunhos sobre a doença do pároco de sua Comunidade e sobre a atitude assumida pelo •· rebanho". Eis alguns trechos das duas contribuições.
Antes da celebração da Missa das 20 horas. dedicada aos casais, fomos informados que nosso pároco, Mons. Arlindo, estava sendo internado. pela segunda vez em poucos dias, num hospital. O quadro clínico era sombrio: insuficiência cardíaca e respiratória. A reação da comunidade paroquial não se fez esperar. Logo após Missa, fo i organizada uma corrente de oração, permanente, dia e noite. Voluntários permaneceram no hospital, revezando-se à sua cabeceira. Na segunda feira, iniciamos a oração do terço, para pedir a intercessão da Virgem Maria, para que ele ficasse bom e retornasse o mais rápido possível ao nosso convívio. Os dias foram se passando e a expectativa só era menor que o fervor dos grupos de oração que se formaram nas residências dos paroquianos e na própria Paróquia. Da preocupação e ansiedade originais, passou-se ao otimismo, justificado pelo primeiros sinais de recuperação de nosso bom Pe. Arlindo. Hoje, acabamos de participar da Missa de Ação de Graças pelo restabelecimento de nosso querido pároco. Num ambiente de euforia, entre cânticos entoados com alegria, louvamos a Deus pela graça alcançada. A provação de Mons. Arlindo serviu para unir, ainda mais, em oração, a comunidade que ele tanto ama. Obrigado, Senhor, por ter ouvido nossas preces! Célia e Paulo Mary-Nize e Sérgio Equipe 25- Setor C Rio de Janeiro. - 28-
TESTEMUNHO
O SEMEADOR
Foi um simples acaso- existirá "acaso" quando Deus chama? Foi por curiosidade que os dois entraram na Congregação Nossa Senhora das Vitórias, e ouviram um sacerdote falar das Equipes de Nossa Senhora. Entusiasmados, deram sua adesão. O tempo foi passando e eles continuavam empolgados, na sua semeadura de Equipes: Manaus, Petrópolis, Brasília, Belém, Niterói. foram cidades que receberam a influência e participaram do entusiasmo. Equipes na zona norte, no Rio, e Equipes de viúvas. Todos os casais sentiam o impulso da fé, e viviam o testemunho de Edgard e Malvina. Faz tão pouco tempo que ele, Edgard nos disse "Adeus". Ficamos indagando: "Adeus ou Até Breve?" A vida é um mistério, não sabemos quando será nosso encontro com o Pai. No meio da saudade, ficou-nos alem brança de seu riso alegre, franco, de seu carinho por todos nós. -"Que pena, agora vocês não virão mais à minha casa ... "- dizia ao comentar a orientação da ECIR de se enviar a contribuição através do banco. Edgard pôs "a mão no arado e não voltou atrás". Que Já de cima- onde certamente está - continue a ser o semeador de Equipes, intercedendo por nós junto a Deus, velando pelos casais que unidos em matrimônio, tentam vencer as dificuldades e poder celebrar, a cada ano, mais um aniversário de casamento!
Daisy e Adolpho Bertoche Equipe 9-A - Rio I
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TESTEMUNHO
"RECORDAR É VIVER" Sente-se um pouco aqui comigo. venha ... Eu sei que você tem muita coisa pra contar, da vida ... Da gente ... Dê-me a sua mão ... Assim .. . Quantas coisas maravilhosas você já fez, e o mais importante, em tudo que você fez e faz a dose deamoré muito grande, porissoqueeu sempre digo " tudoqueé feito com amor, tem mais valor". Quantas declarações de amor estas mãos escreveram, versos belos e cheios de vida, que marcaram meu coração ainda jovem. Ao passar dos anos vivendo sempre ao seu lado, as marcas das alegria<; foram tantas, das tristezas não foram muitas, e dos sofrimentos foram poucos. Tu <.lo isso tenho gravado em meu coração, e é com muita alegria que recordo esta caminhada tão feliz que tenho ao seu lado. Deus a colocou em meu caminho muito cedo, você se lembra? É claro que não. Você tinha pouco mais de 1 aninho de vida, e eu pouco mais de 9. Eu ainda me lembro quando seus pais iam passear em casa, e você muito chorona que era, sempre sobrava pra mim. tinha que acalentá-la e o modo mais prático que eu encontrava era colocá-la no meu colo. naquele balanço rústico de corda amarrada no galho da mangueira que ficava bem próximo da porta da cozinha, e alí naquele vai e vem do balanço às vezes você chegava até a dormir. Quando poderíamos imaginar que Deus que nos criou, criou homem e mulher à sua imagem, já estava nos aproximando para um futuro não muito distante? Passaram pouco mais de 16 anos sem nos encontrarmos devido à mudança de seus pais de Minas para o Paraná. Depois viemos a nos encontrar, e nesta época já éramos jovens, não mais aquelas duas crianças do balanço, mas sim um homem e uma mulher, que Deus quis um dia unir pelo sacramento do matrimônio, sacramento este preparado e abençoado, e que desta união nasceram 3 filhos que vieram solidificar a nossa felicidade, completada ainda mais com a chegada dos netos. Eu convidei a Jdelma para vir conversar um pouquinho comigo. mas na verdade eu estou unido a ela só em pensamento. pois neste momento estou distante alguns qu ilômetros. A saudade bateu forte em meu coração e me veio a inspiração de rabiscar parte do capítulo dos nossos 31 anos de vida conjugal, dos quais 15 dedicamos ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. que consideramos uma verdadeira escola de santidade. onde aprendemos muito com Maria que é o nosso modelo, e Jesus que é o nosso Mestre. ldelma e Jorge Equipe 06 - Londrina - PR - 30-
TESTEMUNHO
COMO MEDITAR Quando Deus nos pede algo, muito antes do nosso sim, Ele já nos retribuiu. Agora em fevereiro tivemos a oportunidade de sermos convidados para dar uma palestra para o reencontro de casais com Cristo cujo tema era: "Como Meditar". Embora estejamos passando por difíceis momentos de nossa vida, com doenças graves na família, resolvemos iniciar a montagem da palestra. Pelo motivo que alegamos acima, não nos foi possível dar a referida palestra; contudo Deus nos gratificou mesmo assim, pois foi partindo desta pesquisa que percebemos o quanto somos pequenos quanto à meditação. Eis um breve resumo, extraído do livro "Cristo caminha conosco" de Clarence J. Enzler, que poderá ajudar a muitos no aperfeiçoamento da meditação.
-o- O silêncio é uma dac;; disposições para a meditação, não somente o silêncio externo, mas a tranquilidade interna, que nasce do desprendimento das paixões e desejos. - Entrega da inteligência, memória e vontade nas mãos de Deus, reconhecendo o nosso nada associado à grandeza de nosso Pai. -Ao começar a meditação será bom fazer breves atos de adoração, de contrição dos pecados e petição ao auxílio de Deus. - Depois destes atos, coloca-se em sintonia com Deus (graça que sem dúvida Ele concederá a todos que pedem, pois quem busca encontra). -Daí é que devemos ler algum trecho do Evangelho, de preferência do Novo Testamento, ou ler um livro de autor espiritual, do nosso gosto. Logo após a leitura de pequeno trecho abre-se uma conversa franca com Deus sobre o assunto. O que entendi? Qual a aplicação para mim? Não esquecer que Deus precisa de tempo para responder. -Poder-se-á também conversaremeditarsobrealgumaoração. Relembrar e viver a vida de Jesus: alegrar-se com seu nascimento, dar-lhe mentalmente as boas vindas, ou sofrer com Ele vivendo o seu martírio etc.
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- Ser perseverante e paciente e enquanto se ler ou se fizer a reflexão, sentir-se-á inclinação a fazer atos de amor, de adoração ou agradecimento. leitura, a reflexão ou a imaginação são apenas meios. O fim a atingir é o amor, que com o tempo nascerá e florescerá em abundância. Terminada a meditação pedir a Deus que derrame suas graça<>: que ajude na humildade e no apego a Ele. Terminar agradecendo e louvando a Deus pelas graças recebidas, não esquecendo da Trindade Divina e de nossa Mãe que sem dúvida estará presente no seu silêncio, mas fazendo pane desta adorável conversa com nosso Deus.
Rosinha e Juares Equipe 43 - Brasilia
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CORREIO
A correspondência recebida pela Carta Mensa I está crescendo. Os nossos leitores, ao que tudo indica, acolheram favoravelmente os insistentes pedidos de participação que temos feito e, com a graça de Deus, têm se comunicado conosco, mandando seus testemunhos, suas reações às diversas matérias publicadas e suas próprias contribuições. Agradecemos do fundo do coração e pedimos que continuem nos escrevendo. É claro que não podemos reproduzir aqui tudo o que recebemos e sabemos que nem nossos correspondentes esperam isto. Buscamos, através de algumas sínteses, transmitir o sentido geral das cartas que nos chegam às mãos. E podem ter certeza de que o conteúdo da Carta Mensal vai se adaptando aos poucos às sugestões e criticas que vocês nos mandam.
• Vários casais nos escrevem reclamando do atraso da Carta de março e abril e de falhas no seu envio. Com razão. Temos tido alguns problemas com a impressão, em função de greves, de enchentes e até de falta de papel. Em março, em vez da tiragem normal de 7000 exemplares, só conseguimos 6500 e assim mesmo com atraso, o que veio prejudicar a alguns. Claro que explica, mas não justifica ... Pedimos a compreensão, a paciência e a colaboração do todos. Estamos fazendo tudo para restabelecer a situação normal. • DeAstrid e João Ribeiro, C. R. do Setor A de Juiz de Fora, recebemos a seguinte carta: "[Na Carta Mensal de março] ficou patente a ênfase dirigida às novas prioridades e, de modo especial, o desafio aos casais para se engajarem na Pastoral Familiar. Particularmente, nós já aceitamos o desafio. Juntamente com um casal do MFC e outro do ECC, estamos trabalhando, a partir deste mês, na equipe de reflexão da Pastoral Familiar, convocada pelo nosso bispo. Já participamos de um curso para agentes da PF, ministrado por Mons. Primeau, assessor da CNBB, promovido pela Regional Leste 11 e estamos tentando organizar, demãos dadas com o clero diocesano, um trabalho capaz de articular toda a pastoral orgânica em favor da família. Pretendemos convocar e desafiar nossos irmãos de equipe para as atividades que deverão ser implementadas nos diversos campos de ação: formação de agentes de pastoral; encontros de namorados; encontros de noivos; grupos comunitários de jovens; de casais; ampliação de centros pró-vida; ajuda efetiva aos chamados casos difíceis; atuação junto aos meios de comunicação social, etc." Que a graça de Deus acompanhe o povo de Juiz de Fora! - 33-
• Mons. Pierre Primeau, de quem nos falam A<;trid e João, também nos escreveu, motivado por um dos artigos publicados em março 91, sobre um retiro não realizado. Sua contribuição vai publicada nas páginas seguintes. • De nosso querido irmão, pai e mestre Nicolau Zarif, recebemos longa carta, em que te~e comentários sobre vários aspectos da Carta Mensal. Transcrevemos aqui alguns trechos: " ... No meu entender, a Carta Mensal precisa 'transpirar calor humano'. Ocorre, porém, que nas 'Notícias e Informações', a Carta Mensal é fria prá burro. Haja vista que as Novas Equipes não são acolhidas com uma palavrinha a mais de boac; vindas, como por exemplo, felicitar Parelhas/RN por já contar com quatro equipes; Porto Alegre, por estar avançando para a de número 60 (durante dez anos teve uma só) ... Na' Volta ao Pai', doe verificar que o passamento de Edgar (da Malvina) foi noticiado como o de um anônimo ... Uma observação sobre a 'notinha' de fim de página: o oferecimento dos casais equipistas de São José do Rio Preto aos filhos de equipistas de outras localidades que venham a prestar vestibulares naquela maravilhosa cidade. Puxa, é notícia para página inteira, recordando que a hospitalidade é uma das ' meninas dos olhos' do Con.Caffarel." Em tudo o que diz, Nicolau não deixa de ter razão, com a sua vasta experiência das equipes. Apenas alguns esclarecimentos, que, uma vez mais, não justificam ... : a) O grande esforço da equipe da Carta Mensal, nestes últimos anos, tem sido no sentido de aproximá-la cada vez mais de seus leitores, tentando transmitir este calor humano de que fala Nicolau. Nem sempre fomos bem sucedidos e por isso, um 'puxão de orelha', de vez em quando, faz bem. b) No que diz respeito, especificamente, às 'Notícias e Informações', ocorre o seguinte: felizmente, para o reino de Deus, as Equipes de Nossa Senhora vêm se expandindo bastante. Nestes dias, estamos passando a marca das 1000 equipes no Brasil! Mas esta grande expansão nos obriga a limitar as notícias àquilo que tem realmente características de interesse geral, deixando as de caráter local para os boletins de setor, região, etc. E mesmo nestes casos, temos nos limitado a retransmitir o que recebemos. c) Os nossos irmãos do Rio de Janeiro, de quem recebemos a notícia do falecimento do Edgar por telefone, em cima do fechamento da edição de março, nos mandaram posteriormente matérias complementares e nesta Carta estamos publicando a que Daisy e Adolpho Bertoche nos enviaram. Muito obrigado, Nicolau! E continue 'chiando', precisamos de sua contribuição! · Agradecemos ao Pe. Lionel Corbeil, um dos nossos Conselheiros Espirituais - 34-
mais antigos, pelo envio do texto da homilia que pronunciou por ocasião do 25 2 aniversário da Escola de Pais do Brasil. Tomaremos a liberdade de aproveitar alguns trechos para publicação futura.
• Continua o debate a respeito da "Festa somente no casamento civil". J.P.B.L. faz uma síntese: "Não se deve deixar a peteca cair. Foram só dois artiguinhos sobre a celebração do matrimônio nas igrejas, intitulados 'Festa somente no casamento civil' em abril e agosto de 1990 e chegaram um bom número de respostas, quase todas, aliás, apoiando nossas reflexões. Um casal de São Paulo nos escreve: 'Há pouco tempo tivemos, por acaso, a oportunidade de presenciar um ato que nos entristeceu muito. Um casal de jovens procurou a Igreja para marcar a data do casamento. O atendimento por parte da secretária foi totalmente frio e impessoal. Não houve um sorriso, uma palavra simpática, nada! A data foi acertada e quando o noivo perguntou se poderia levar um parente para filmar cerimônia, a secretária foi taxativa: - Não pode. Aqui está o cartão da pessoa que trabalha com isto nesta igreja. Sobre a decoração, vou dar seu telefone para os casais que vão se casar nesse mesmo dia, para acertarem as despesas com vocês. Quando o casal perguntou sobre o salão de festas da igreja, a resposta também foi lacônica: - Fica em x BTN's. E em BTN's foram dados os preços da cerimônia em si, dos serviços da organista, etc. Falamos com os padres da paróquia sobre o assunto. De que adianta o empenho dos leigos em valorizar o Sacramento do Matrimônio, se a própria Igreja o reduz a BTN's?' Não faltam situações nas quais o problema não está somente na organização paroquial, mas também do lado dos noivos. Por exemplo: 'Temos uma sobrinha, espírita por convicção, que se casou na igreja apenas por formalidade, com festa, retratos, filmagens, entrada pomposa, etc., etc .... (um casal de Juiz de Fora).' Neste caso, é claramente um grande problema, não só de oportunidade, mas até de validade do próprio sacramento. Um sacerdote que assumisse conscientemente essa situação estaria fingindo um sacramento, o que é muito grave. Todos o sabem - ou deveriam saber. Graças a Deus, a situação nem sempre é tão ruim. Há paróquias que já reagem
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contra este estado de coisas. Conhecemos uma que, apesar de dispor de uma bela igreja no centro da cidade, quase não celebra casamentos, pois não aceita luxo ostentatório: os noivos pedem transferência para paróquias 'mais compreensivas' (São Paulo). Outras oferecem cerimônias alternativas. 'O pároco só celebra casamentos comunitários ou, se o casal for engajado na Igreja, celebra matrimônios individuais, mas com Missa' (Um casal de Niterói). Fica de pé a pergunta: por que não reservar a festa para o casamento civil. ou para o buffet, para o clube, para o restaurante, ou mesmo para o salão da igreja, oferecido gratuitamente, é claro. Mas, por favor, que o sacramento, a intervenção de Deus tornada sensível no caminhar na fé do casal, seja não só materialmente respeitado, mas verdadeiramente perceptível por todos os assistentes. Relemos o Evangelho dos 'vendedores expulsos do Templo de Jerusalém', lembrado pelos quatro evangelistas, o que é muito raro, evidentemente por se tratar de um episódio visto como muito importante pelos primeiríssimos cristãos. Jesus não aceitou a profanação do Templo, mas reagiu com extrema violência. Não seria uma situação análoga? Talvez nem seja a própria Igreja que recebe o dinheiro do luxo, mas é ela que leva a fama. E o mal está feito ... Será necessário esperar que o casamento religioso caia em completo desuso no povo - e essa situação já vai muito adiantada - para reagir contra abusos que provocam escândalo e afugentam os fiéis? Claro: se a própria Igreja Paroquial não leva a sério um sacramento, permitindo que seu caráter sagrado fique quase completamente encoberto, quem então o levará a sério?"
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REFLEXÕES DE UM C.E. A PARTIR DE UM RETIRO NÃO REALIZADO
Li na Carta Mensal de março/91 (n. 271,p.37), uma breve notícia de Brigitte e Wagner que me ensejou algumas reflexões que julgo importante comunicar aos leitores. Brigitte e Wagner estão tristes e decepcionados porque após uma preparação séria do Retiro, sob responsabilidade de sua equipe, durante o qual esperavam encontrar, na intimidade com o Senhor, um momento forte de vida espiritual e uma oportunidade de convivência amistosa com companheiros equipistas, viram frustrar-se aqueles ideais pela falta de aderência de participantes ao evento. É possível que fazendo um a análise das causas das ausências se poderia encontrar, em vários casos, uma justificativa plausível. Contudo, parece-me prudente ajuizar que uma não presença tão generalizada decorreu de outros fatores, daí as interrogações que me afloraram e as reflexões que a seguir exponho. Em primeiro lugar vale lembrar que entre as obrigações de cada equipista está o Retiro Anual: "Fazer a cada ano um Retiro fechado de 48 horas, no mínimo, marido e mulher juntos, na medida do possível". (Cana da ENSEstatutos - p.9). É imponante para os jogadores respeitar as regras do jogo. Nenhuma equipe é vitoriosa sem disciplina e coragem. Em segundo lugar é preciso perguntar-se as razões mais profundas do fato mencionado por Brigitte e Wagner. Trata-se de ignorância? No Setor as equipes sabem desta obrigação? A pilotagem foi bem feita e os equipistas são perfeitos conhecedores de suas obrigações? Os responsáveis do Setor estão atentos para este assunto? Os Conselheiros Espirituais, tanto do Setor como das Equipes, instruíram os casais e sabem exigir com firmeza e tato? Outras perguntas: como está a qualidade do Setor e das Equipes em termos de "saúde çspiritual global?" As equipes são perseverantes, fiéis aos compromissos apostólicos ou têm tendência ao comodismo? Fazem da Reunião mensal um mero encontro social agradável? É tolerada a mediocridade do cumprimento dos pontos concretos de esforço? Os panicipantes são mais consumidores do que fontes de exemplos? Se poderia estender mais a relação das inquietudes. Em outras palavras, a raiz do fracasso do Retiro organizado por Brigitte e Wagner poderia não ser ocasional e superficial mas sim profunda. merecendo um exame acurado de todos, equipistas, responsáveis do Setor e Conselheiros Espirituais. -37-
Termino com esta reflexão. Para mim, Conselheiro Espiritual de Equipe e de Setor; seria de questionar com profundidade minha opção pelas ENS quando vejo nas cidades satélites e periferia de Brasília milhares de famílias com problema<; materiais e espirituais imensos. que não têm contato com sacerdotes. No Brasil existem ainda poucos prc:sbíteros para tantos católicos, sabendo-se: que 43 % da população católica do planeta estão na América Latina, atendidas por apenas 13% do clero mundial. Inobstante, aceito dedicar-me com entusiasmo ao acompanhamento das ENS e a dar-lhes o máximo de assistência espiritual, mas acho que devo também exigir-lhes que sejam sérias, responsáveis e apostólicas. Acomodar-me com equipes acomodadas seria um erro, uma lamentável cegueira. um pecado. Equipes conscientes de seus privilégios e responsabilidades, fiéis à pedagogia e à mística do Movimento, podem contribuir de modo significativo e mesmo excepcional para a evangelização das famílias e da sociedade. Para isso são necessários, entretanto, alguns pré-requisitos básicos: conhecer as regras do jogo, aplicá-las com amor, espírito de sacrifício, perseverança. ter a coragem de examinar-se periodicamente e entrar num processo permanente de conversão. Brigitte e Wagner, compreendo a sua decepção. Não percam a coragem. Voltem a organizar um Retiro. O Retiro é fundamental para ajudar a assegurar um certo grau de seriedade e espiritualidade num Movimento que se pretende: seja sério c espiritual.
Mons. Pierre Primeau, SS Carlos e Arquêmita Eq. 48 - Brasília
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NOSSA BIBLIOTECA Tida e Ernesto Lima Gonçalves são antigos equipistas, hoje profundamente dedicados à Escola de Pais. Sua proposta, no livro Família: Claro e Escuro é acompanhar passo a passo a construção da pessoa humana, desde a infância. Homem e mulher são seres originais: os únicos da natureza capazes de pensar e amar. A obra nos ajuda a compreender e a direcionar essa originalidade. Família: Claro e E.<icuro. Ernesto L. Gonçalves. Ed.Paulinas 1990, 248 p. Pe. Antllnlo Aqulno, S. f.
Pe. Aquino foi, por longos anos, Conselheiro Espiritual da ECIR e é, ainda hoje, apesar de seu delicado estado de saúde, C.E. de duas equipes em São Paulo. O livro Conflito e Paz resulta de sua convivência e de seu intenso interesse em ajudar todos aqueles que passam pelas adversidades e pelos conflitos da vida atual. Contlito e Paz. Pe. Antônio Aquino, S.J. Ed. Loyola, 1991, 94 p.
Já estfto na praça os três primeiros fascículos da revista Viver hei!, de cuja direção participam vários equipistas. Seu objetivo. em meio ao triste panorama atual dos meios de comunicação, é de "enfatizar e estimular o bem e os valores positivos do conhecimento e das conquistas do homem". Muito adequadamente, o primeiro número traz uma reportagem-entrevista com Nancy Moncau. Revista Viver hei! CLR Balieiro Editores Ltda. (Rua Bagé 296- 04012-São Paulo, SP.) - 39 -
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MARIA, MODELO DE MULHER
Falar de mulher implica necessariamente falar de Maria. Ela viveu num tempo e num espaço, num contexto determinado, inserida em estruturas familiares, sociais e econômicas, políticas e religiosas. Ao longo de toda a História da Igreja, Maria tem sido apresentada como modelo para toda a mulher cristã: corajosa e decidida, atenta ao que acontece ao seu retior, fiel esposa, obediente à vontade de Deus, discreta na alegria, firme no sofrimento, portadora de esperança; fonte e proteção da vida. Na pessoa de Maria, Deus fez a plenitude de suas maravilhas.
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MEDITAÇÃO E ORAÇÃO (Sugestão para o mês de maio)
Texto de meditação (Tt 3,5b-7) Fomos levados pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo. que ele ricamente derramou sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que fossemos justificados pela sua graça e nos tornássemos herdeiros da esperança da vida eterna.
Oração litúrgica Celebremos nosso Salvador, que quis nascer da Virgem Maria, e peçamos: -Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós. Salvador do mundo, que pela força de vossa redenção. preservastes de toda sombra de pecado a vossa santa Mãe, guardai-nos livres de todo pecado. - Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós. Redentor nosso. que tornastes a Virgem Maria uma habitação digna para Vós e o Espírito Santo, fazei de nós templos de vosso Espírito. -Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós. Rei dos reis. que quisestes ter vossa Mãe convosco no céu, em corpo e alma, dainos pensar sempre nas coisas do alto. - Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós. Senhor do céu e da terra, que colocastes Maria como Rainha à vossa direita, concçdçi-nos que maeçamos partilhar com ela da mesma glória. -Senhor, que a vossa Mãe interceda por nós. Oremos. Valha-nos, ó Deus, a intercessão da sempre Virgem Maria. para que. livres de todos os perigos. vivamos em vossa Paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.
ORAÇÃO DAS EQUIPES AO ESPíRITO SANTO Espírito Santo. Vós sois o alento do Pai e do Filho na plenitude da eternidade. Vós nos fostes enviado por Jesus para nos fazer compreender o que ele nos disse e nos conduzir à verdade completa. Vós sois para nós sôpro de vida, sôpro criador, sôpro santificador. Vós sois quem renova todas as coisas. Vos pedimos humildemente que nos deis vida e que habiteis em cada um de nós, em cada um de nossos lares, e em cada uma de nossas equ ipes, Para que possamos viver o sacramento do matrimônio como um lugar de amor, um projeto de felicidade, e um caminho para a santidade . Amém .
EQU IPES bE NOSSA SEN HORA 01050 Rua João Adol fo . 118 · 9' · cj. 901 · Tel. 34·8833 São Paulo · SP