ENS - Carta Mensal 289 - Março 1993

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RESUMO "Onde moras?": a Campanha da Fraternidade 93 . A ECIR conversa com vocês a respeito do lema do Movimento para este ano . .. . . . . . .. . Como enfrentar com esperança o ano que começa . No 6º capítulo, a reflexão sobre a Reunião de equipe analisa a sua dimensão prospectiva Alguns textos sobre coerência entre fé e vida A Quaresma, um caminho para a santidade .

Editorial: Levanta-se um novo dia - Pe. Olivier . . . . . . . Carta da Equipe Responsável Internacional: A Colegialidade- M.Aimira e Alberto Ramalheira

Uma reportagem de Nancy Moncau sobre as MiniMissões . Intercâmbio . . . . . . . Correio . . . .. . .. . Notícias Internacionais . Notícias e Informações . Última página: Cristo, onde estás? Encarte: "ENS : Reconhecimento pela Igreja"

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ACOLHIDA

Voltamos a vocês, queridos irmãos das Equipes, após as tradicionais férias de verão. Voltamos mais magros, não por causa de algum regime, mas para dar espaço a um pequeno encarte que segue junto com esta edição, sobre o reconhecimento das Equipes de Nossa Senhora pela Santa Sé. Devido à importância do fato, julgou-se importante que todos os casais das Equipes pudessem tomar conhecimento não só da caminhada que levou o nosso Movimento a este reconhecimento oficial, mas também de toda a troca de cartas e documentos que o originou, assim como dos Estatutos que agora nos inserem ainda mais profundamente na Igreja. Não se trata, evidentemente, de um motivo para algum complexo de superioridade: é motivo de alegria, sim, mas também de reflexão profunda e até de alguma preocupação. A notícia, a ser partilhada em nossas equipes, com nossos conselheiros espirituais , nossos bispos, nossos amigos, também deve propiciar alguns questionamentos, a nível pessoal , em casal

e em equipe. Claramente, a Igreja espera de nós que sejamos, mais do que nunca, este sinal do amor de Deus pelo qual o mundo anseia nestes tempos difíceis que estamos vivendo. É neste sentido que as duas questões fundamentais que formam o cerne desta Carta Mensal e que são colocadas para a nossa reflexão ao longo de todo este ano - devem ser por nós meditadas e esmiuçadas: qual é a coerência entre nossa fé e a maneira como vivemos; de que forma retribuímos todas as riquezas que temos recebido do Senhor? Para nós, da equipe da Carta Mensal, esta riqueza vem da grande alegria de estarmos sempre com vocês, por meio de tudo o que vocês nos enviam. E queremos retribuir, através de vocês, ao Senhor, por meio de uma identidade cada vez maior entre o que cremos e o que vivemos e fazemos. Para isto, também, contamos com as orações de vocês. Fraternalmente, A equipe da Carta Mensal

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A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 1993

IIONDE MORAS? 11 "Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, que estava caído à porta do rico ... " Conheceis o resto. Pergunto: qual é o pecado do rico nessa história inventada por Jesus? De ser rico? Claro que não. O seu pecado, muito grave, já que mereceu a pena máxima, era de ignorar a presença, pertinha dele, caído lá na sua porta, do pobre Lázaro. Bem provavelmente, poucos dos leitores de nossa "Carta Mensal" se identificarão com Lázaro. Penso também que nenhum vai querer se identificar com o rico (anônimo, ele). É precisamente para não correr este perigo que vem nos despertar o brado da Campanha da Fraternidade 1993: Onde Moras? Onde moras? em favelas ou mocambos? em cortiços ou casas de cômodos? Em construções precárias de periferias? ou simplesmente na rua? ou nas estradas? Em 1987, um relatório da ONU dizia que 8 milhões de famílias eram migrantes permanentes, dentro do próprio Brasil, à procura de trabalho. Famílias na iminência de uma completa desagregação. Em nossas cidades, vivem nas mesmas condições, talvez até piores, os "favelados", os "cortiçados", que totalizam 30%, 40%, 50% ou até mais dos chamados "habitantes",

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sem contar os "clandestinos". Cada ano a situação está ficando mais trágica, para quem não tem casa, ou já teve mas não tem mais. Claro que não é cada um de nós que vai resolver a problema. A "Campanha da Fraternidade" não é feita para isso. Mas para promover uma tomada de consciência, isto é a "conversão" de cada um de nós. Para fugir de toda identificação com o rico (anônimo) da história. Isso sim é importante, importantíssimo. Inútil falar de "vida espiritual", de "espiritualidade da vida conjugal e familiar", a quem não goza de uma residência humana. Nem até de vida moral. Casa de coelhos, moral de coelhos. Como o escreveu dom Antonio Celso Queiroz, secretário geral da CNBB, "a campanha da fraternidade 1993 é uma denúncia profética e evangelicamente questionadora do sistema social vigente e da qualidade de vida do povo, sobretudo nas cidades. (... ) Ela é um apelo à penitência e conversão". Um primeiro passo poderia ser a compra e a leitura atenta do "Texto-Base" da Campanha da Fraternidade. Fr. J.P. Barruel de Lagenest O.P.


A EC/R CONVERSA COM VOCÊS

SOBRE O LEMA 1993 Estamos iniciando um novo ano equipista. Por certo, mais um período cheio de desafios e mesmo de muita esperança por dias melhores, especialmente para aqueles que enfrentam obstáculos sérios a uma vida digna. Não pelo simples fato de sermos equipistas, mas por sermos antes de mais nada cristãos, temos responsabilidades nos vários campos em que atuamos, para transformar este mundo a partir dos valores do Evangelho. Como filhos, foi do agrado do Pai dar-nos o Reino. (Lc 12,32) Este, portanto, é o maior dom que alguém possa receber. Sobre ele, contudo devemos ser administradores fiéis e prudentes, a exemplo dos discípulos a quem Jesus constituiu como servidores idôneos, responsáveis, merecedores da mais plena confiança. O Papa João Paulo 11 apela para o dinamismo missionário dos fiéis leigos, especialmente dos casados. Quando cada um cumpre com seu apostolado, "a irradiação do Evangelho pode tornar-se mais ~. chegando a tantos lugares e ambientes quanto os que estão ligados à vida quotidiana e concreta dos leigos. Trata-se, além disso, de uma irradiação constante, estando ligada à contínua coerência da vida pessoal com a fé; e também de uma irradiação particular-

mente incisiva, porque, na total partilha das condições de vida, do trabalho, das dificuldades e esperanças dos irmãos, os fiéis leigos podem atingir o coração dos seus vizinhos, amigos ou colegas, abrindo-o ao horizonte total, ao sentido pleno da existência: a comunhão com Deus e entre os homens". (Exortação Apostólica Christifideles Laici, nº 28) É nesta direção que o nosso Movimento, para concretizar melhor as prioridades, definiu para 1993 os objetivos a serem alcançados: maior coerência entre fé e vida dos equipistas e o compromisso de fazer frutificar os talentos recebidos, tendo em vista a construção do Reino de Deus. Para isto, propõe o seguinte lema: "Àquele a quem muito se deu, muito será pedido". (Lc 12,48) É comum, nos tempos atuais, encontrar num número crescente dos que se intitulam cristãos ou católicos uma ruptura entre a fé que dizem professar e a vida do dia-a-dia. A Gaudium et Spes assim se manifesta: "Este divórcio entre a fé professada e a vida quotidiana de muitos deve ser enumerada entre os erros mais graves do nosso tempo". (Gaudium et Spes, nº 43) A Igreja da América Latina, recentemente reunida em Santo DoCM Março/93 - 3


mingo, para a IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, vê na incoerência entre fé a vida uma das causas geradoras da pobreza em nossos países, uma vez que a fé não teve a força necessária para penetrar os critérios e as decisões dos setores responsáveis pela liderança ideológica e pela organização da convivência social e econômica dos nossos povos. (Texto Oficial da Conferência, nº 161) A fé, portanto, é um compromisso de vida. Fé e vida não são duas realidades distintas ou contrárias. Antes, são correspondentes entre si, pois onde existe uma autêntica vida, é porque se vive uma fé também autêntica. Por sua vez, a fé não seria autêntica sem uma vida também autêntica. A pessoa vai alcançando coerência entre a fé e a vida quando desenvolve, por um lado, a capacidade de viver a vontade e a verdade de Deus e, por outro, a capacidade do encontro e da comunhão com os irmãos, especialmente os mais necessitados de ajuda. O lema - "Àquele a quem muito se deu. muito será pedido" - vem justamente propor uma profunda reflexão sobre o nosso ser e o nosso agir cristão. Como equipistas - casais e conselheiros espirituais - muito recebemos e muito

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continuamos a receber. É do agrado do Pai dar-nos tudo isto. Contudo, a ninguém é lícito ficar inativo. É que "novas situações, tanto eclesiais como sociais, econômicas, políticas e culturais, reclamam hoje, com uma força todo particular, a ação dos fiéis leigos". E continua o Papa: "Se o desinteresse foi sempre inaceitável, o tempo presente torna-o ainda mais culpável. (... ) Não há lugar para o ócio, uma vez que é tanto o trabalho que a todos esperavam na vinha do Senhor. O proprietário insiste ainda mais no seu convite: Ide vós também para a minha vinha". (Christifideles Laici , nº 3) Nós, casais das Equipes de Nossa Senhora, ao mesmo tempo que temos que nos evangelizar continuamente, mantendo uma profunda coerência entre fé e vida, também temos o compromisso de evangelizar os povos, as famílias e os casais de diferentes culturas, para que seja possível construir o Reino de Deus já aqui na terra. Dar frutos é uma exigência essencial da vida cristã e eclesial, especialmente daqueles que muito vem recebendo diretamente de Deus Pai e de sua Igreja visível aqui na terra. Mariola e Elizeu Calsing pela ECIR


CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

É PRECISO ALIMENTAR A ESPERANÇA Um ano novo nos bateu à porta, pedindo para entrar. Largamos as pontas do ano velho, deixando que ele escorresse para os porões do esquecimento; levou consigo a lembrança de tantos acontecimentos que marcaram nossa vida, alguns alegres, outros talvez que quiséramos não ter vivido. O tempo não perdoa mesmo, não conseguimos segurá-lo. Cada dia que passa é menos um dia de vida, não adianta lamentar-se. Se o aproveitarmos, bem; se o perdermos, não o recuperaremos nunca mais. Este ano que terminou foi carregado de pesadelos para tanta gente, e em muitos sentidos. Talvez para nós também foi difícil; do ponto de vista material, muita gente está em situação bem pior que no seu início. Parece que o país inteiro caminhou para trás, e nós com ele. Quando uma pedra rola ladeira abaixo, vai tomando velocidade, de tal forma que a partir de certo ponto torna-se impossível sustar sua corrida. Aconteceu isso com o Brasil? Inflação, recessão, salários, greves, aumentos, desemprego, 'impeachment', tudo parece ameaçar a tranqüilidade de nossa vida familiar. E amanhã como vai ser? Mas acontece que o pessimismo é um círculo fechado, e nunca resolveu problema algum; pelo contrário, exacerba tais problemas até torná-los insuportáveis. Às vezes,

quando os problemas apertam, somos tentados de falta de esperança. Mas lembre-se, é tentação. Não existe vida sem dificuldades, maiores ou menores; e sem luta não se pode resolvê-las. Mas só luta quem espera. Quem não espera não luta mais, e não lutando já está derrotado. Esperança é questão de sobrevivência. Sairemos do pesadelo neste ano? Temos de começar a sair hoje; isso não depende do governo, mas de cada brasileiro: de uma cooperação, constante e generosa. Isso depende de nós. Mas acol'ltece o seguinte: se eu tenho um problema a resolver, e esquento com ele a cabeça, não vou encontrar saída, ou posso enxergar só uma, a pior delas. Cabeça quente nunca foi boa conselheira, pois deixa a gente ansiado, afobado, intraquilo. Facilmente fazemos burradas. Se você conseguir manter a cabeça fria , e procurar discernir todas as saídas possíveis, com certeza vai encontrar a melhor. É preciso muita paciência. E confiança também. Confiança em si, nos recursos que Deus lhe deu, e que você deve usar. Dizerse incapaz é até ingratidão contra Deus. E confiança na graça divina. Não vamos esperar que Deus venha fazer um milagre e resolver os nossos problemas. É muito comodismo de nossa parte querer fazer de Deus um quebra-galhos; nós é CM Março/93 - 5


que criamos os nossos galhos, nós é que devemos resolvê-los. Não venha pois revoltar-se ou queixar que Deus está surdo e não ouviu os seus pedidos. Vamos pedir a sua graça, para que tenhamos a luz para discernir a Vontade divina, e a força para cumprí-la. É essa graça de Deus que nos dá a paz interior, a tran-

qüilidade, a segurança necessárias para vencermos a tentação. Esperamos em Deus que em 1993 vai ser melhor, em todos os sentidos. Mas não fiquemos jamais de braços cruzados, esperando cada ano chegar e partir; é responsabilidade nossa que ele seja melhor de fato. Frei Estevão Nunes

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AVE, ÓJOSÉ Homem justo, Esposo virginal de Maria, Pai davídico do Messias, bendito és tu entre os homens e bendito é o Filho de Deus, que a ti foi confiado, JESUS. São José, Padroeiro da Igreja universal, guarda as nossas famílias na paz e na graça divina, e socorre-nos na hora da nossa morte. AMÉM!

Pe. Giuseppe Brioschi (tradução de Dom Serafim Spreafico)

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PRIORIDADES

A REUNIÃO DE EQUIPE: COMUNIDADE QUE CELEBRA (VI) - a dimensão prospectiva 1. INTRODUÇÃO É a equipe que, através dos casais e do conselheiro espiritual, faz a reunião. E vale o inverso, ou seja, é a reunião (pela sua qualidade, intensidade, piedade, etc.) que faz a equipe. Também podemos anunciar de outra forma esta frase: é a comunidade eclesial que faz a celebração litúrgica, valendo igualmente o inverso, no sentido de que é a celebração litúrgica que faz a comunidade eclesial. Destas afirmações desponta algo de extrema significação para a Igreja e, conseqüentemente, para nós das Equipes de Nossa Senhora: nossas equipes/comunidades representam uma célula de estruturação eclesial: onde o processo de evangelização se renova a todo o momento; onde se verifica uma crescente vivência da fé; onde a formação humana e cristã procura ser positivamente transformada em ações pastorais no campo da família e do matrimônio; onde a promoção humana e cristã representa um compromisso em vista de um mundo melhor; onde os valores cristãos da família e do casamento são vividos e testemunhados com alegria; onde a santificação do casal e de toda a família é entendida como missão da Igreja e do Movimento. Podemos então dizer que as equipes reúnem pessoas (casais e sacerdotes) que têm consciência de estar unidas numa comunidade de destino, que procura tornar realidade presente entre os homens e o Reino de Deus, como um germe deste Reino, e que é alimentada pela memória deste Deus e do peregrinar do seu povo. Como comunidade de destino, faz parte da missão essencial da Igreja, de vivência profunda da fé cristã e de evangelização dos casais e famílias, tendo em vista a santificação. É isto, precisamente, que confere força de atração à Igreja no seio de uma sociedade pouco crédula, como diz a Lumen Gentium. (LG, 5) O Documento de Trabalho de Santo Domingo assim se expressa a respeito: "Um católico que não tenha fé cristã como espinha dorsal de sua vida não só pode sucumbir às tentações das seitas, como também debilita - com sua atitude - a razão de ser da própria comunidade eclesial como comunidade salvífica". (nº 387) Portanto, aí está a dimensão prospectiva da celebração litúrgica e, conseqüentemente, da reunião de equipe. Ela deve ser o ápice e a fonte da comunidade salvífica, convertendo-se, pela cruz de Cristo, em fonte de CM Março/92 - 7


vida, em serviço de libertação do povo oprimido, em testemunho do Evangelho, em promoção integral do homem, em transformação das culturas. (DT, Santo Domingo, nºs 378-409) 2. A DIMENSÃO PROSPECTIVA A dimensão prospectiva não tem somente um sentido histórico (ou intra-histórico). Seu sentido maior é o escatológico, profético, enquanto anúncio do futuro salvífico dos homens em Cristo, enquanto prenúncio da glória celeste. A dimensão prospectiva da celebração litúrgica se concretiza pela antecipação, nos seus sinais sacramentais, da experiência da graça da salvação que Deus outorga aos cristãos através da sua Igreja. Este futuro salvífico, vivido tão intensamente pelas primeiras comunidades cristãs, funda-se na experiência de fé no Ressuscitado. São Paulo sublinha, por exemplo, o significado escatológico-profético que a celebração da eucaristia contém e realiza: "Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha". (I Cor 11 ,26) Em função da nova vinda do Senhor, pois, todo cristão projeta sua vida, porque dela resultará a glória futura, a vida eterna. A assembléia/comunidade litúrgica é a imagem antecipada da Igreja no céu, percebida apesar da obscuridade da fé. O autor do Apocalipse descreve o céu como uma assembléia litúrgica, como uma reunião do povo de Deus, com os mesmos cânticos e aclamações. (Apoc. 19) Esta dinâmica da terra e do céu (do agora e do ainda não) é característica da liturgia cristã, na medida em que a Igreja, peregrinando na terra, não se esquece que é cidadã do céu. Por isto, precisamente, que a liturgia da Igreja, em semelhança à do céu, faz contemplar o Ressuscitado, o Cordeiro imolado. A presença de Cristo na igreja e na liturgia é a garantia e a antecipação de seu retorno e da nossa ressurreição futura. A celebração litúrgica, neste sentido, exprime com intensidade inigualável a espera escatológica do Reino de Deus, para o qual, como peregrinos, nos encaminhamos, animados pela fé, firmes na esperança, solícitos na caridade. 3. POR QUE AG IR PROSPECTIVAMENTE? Em documentos sobre a biografia de Santo Inácio de Loyola, lê-se: "Inácio seguia o Espírito, não se adiantava a ele. Desse modo, era conduzido com suavidade para o desconhecido. Pouco a pouco, o caminho se abria e ele o percorria sabiamente ignorante, com o coração posto simplesmente em Cristo". A atitude prospectiva do homem equivalente ao espírito de discernimento, supõe o penetrar no mistério da vontade de Deus. Agir prospectivamente ou com discernimento não significa simplesmente ver com clareza, mas ser dócil para deixar-se levar pelos impulsos de Deus, por vias que muitas vezes não entendemos, que constituem nem sempre os nossos caminhos. Quando nos deixamos levar por onde a força de Deus nos impele, isso 8 - CM Março/92


significa que Deus irrompeu em nós para criar o novo, para dar vida, para chamar à conversão. Nós, como seres humanos, por criarmos hábitos e rotinas, acostumamo-nos a agir de determinadas maneiras, procuramos seguir velhas trilhas, em geral fáceis, cômodas, que mantêm o status quo. Mas, quando Deus irrompe verdadeiramente em nossas vidas, traz novas perspectivas, descortina novos horizontes , cria um clima de tensões e conflitos, desinstala de atitudes costumeiras. Aceitar esta presença de Deus não é algo simples, pois Deus é um Deus que desinstala, que chama para um futuro desconhecido. A segurança do povo escolhido de Israel, no seu peregrinar aqui na terra, não se fundamentava no conhecido, mas na promessa de Deus. A prospecção, portanto, é uma experiência histórica de desinstalação; é aventura da fé; é aventura de retorno à casa do Pai; é reconstrução de uma cidade em ruínas; é o cultivo de uma terra abandonada. A atitude prospectiva do cristão cria situações novas, porque aproveita um determinado fato para, pela força do Espírito de Deus, celebrar o mistério pascal de Cristo. A cruz e a ressurreição representam momentos decisivos para Jesus, que mostram sua disponibilidade, despojamento, obediência, desinstalação, compromisso. Aliás, o compromisso que vem da cruz é uma ousadia para o homem, porque exige dele uma opção pelo meio mais eficaz para torná-lo disponível espiritualmente, para deixá-lo ser guiado pelo Espírito de Deus, para impelí-lo a atuar como membro da Igreja na transformação do mundo, na construção do Reino de Deus. Uma comunidade eclesial não é gueto nem seita. Ela é função do mundo, da sociedade, da própria missão da Igreja. A reunião de equipe, por isto mesmo, significa a celebração da praxis histórica e do testemunho de um grupo engajado socialmente (não alienado sócio-politicamente) e inserido na proclamação da fé em Cristo (não alienado eclesialmente). E tudo isto é motivo de encontro e comunhão, que realimenta e anima a comunidade eclesial, que confronta o seu caminhar com o caminho de Cristo, que se compromete em seguí-lo fielmente, tendo sempre em conta a construção do Reino (em parte presente e que há de vir) . 4. O QUE COLOCAR EM PERSPECTIVA (DE FUTURO) NA REUNIÃO DE EQUIPE? A reunião de equipe não se esgota em si mesma. a reunião de equipe é, por essência, um momento de celebração de tudo aquilo que aconteceu e vem acontecendo em nossa caminhada de cristãos, de casais, de famílias; é um momento de festejar o nosso esforço de crescimento na fé, de crescimento da espiritualidade conjugal e familiar; é um momento de se alegrar no Senhor, com os irmãos, pela nossa maneira de viver, comportar-se, agir. CM Março/92 - 9


Mas, a reunião de equipe também é um momento de, a partir de compromissos assumidos, colocar-se na perspectiva da esperança por um novo modelo de convivência social e da promessa do Reino de Deus presente entre nós. Assim, na bênção dada ao final de cada reunião, por exemplo, somos enviados para vivermos nossa missão, onde quer que seja. A bênção é o envio do casal e de toda equipe: ide e anunciai o Evangelho; ide e transformai o mundo; ide e vivei no cotidiano o seguimento de Cristo; ide e carregai a minha cruz; ide e promovei todas as dimensões da vida; ide e disseminai a esperança entre os pobres; ide e crescei na fé, esperança e caridade. Cristo, ao mesmo tempo que nos convoca para a reunião, dizendo "VEM" (na perspectiva na Igreja comunhão) , diz "SEGUE-ME", isto é, "VAI" (na perspectiva da Igreja missão) . VEM para esta proposta de vida em comunidade de famílias, e VAI para evangelizar tantos casais e famílias que não possuem estes benefícios da Igreja. VEM para viver na pequena Igreja formada por casais e um sacerdote , e VAI para anunciar o valor do sacramento do matrimônio, como lugar de amor, felicidade e santidade. VEM para receber bênçãos e graças do Senhor, e VAI para semear tudo isso, renovando assim a humanidade. VEM nutrir a fé , e VAI anunciá-la para a conversão interior e profunda de todos os homens. VEM receber toda sorte de benefícios, e VAI testemunhar os valores do Reino de Deus. Neste momento da bênção, portanto, começa uma outra parte da reunião, que irá se prolongar até o próximo encontro. A bênção prepara uma nova caminhada de todas as famílias que compõem a equipe. Daí advêm uma série de perguntas: de que adianta uma "boa reunião" , se ela, a partir da bênção final, é logo esquecida; se ela não transforma o viver; se ela não motiva uma maior vinculação entre vida e fé ; se ela não provoca atitudes pastorais concretas; se ela não prepara para a missão, para que possamos ser instrumentos do Senhor onde nos é solicitada uma palavra, um testemunho, um exemplo de casal e família cristãos, que vive plenamente a sua fé? De que serve uma "boa reunião", se ela não motiva para fazer um bom dever de sentar-se , uma boa oração conjugal , uma boa conversa com os filhos? 5. CONCLUSÃO A reunião de equipe também realiza o ser Igreja dos equipistas. Mas, isto somente acontece quando cada um assume suas responsabilidades dentro dessa Igreja. O que se observa, muitas vezes, é que o ser Igreja se manifesta somente ali na reunião de equipe, ou em outras celebrações litúrgicas , e depois desaparece, é esquecido. Manifesta-se, portanto, teoricamente, por meio de raciocínios mentais. 1O - CM Março/92


O ser Igreja de cada cristão deve se manifestar onde estiver atuando. É aí que deve dar testemunho, exercitar toda a sua praxis. Quem não tem uma praxis durante o mês inteiro, não terá nada para celebrar e rememorar na reunião de equipe. A reunião então será vazia, pois não se tem nenhuma vivência para ser partilhada no encontro, para ser manifestada com toda a alegria de ser cristão, de ser Igreja, de ter ajudado a construir um pouco mais e melhor este Reino de Deus. A dimensão prospectiva da celebração, pois, refere-se à construção do Reino de Deus, e na família podemos encontrar o lugar por excelência para cultivar e vivenciar estes valores do Evangelho. Mariola e Elizeu Calsing Pe. Augusto Garcia Equipe 19-A (Brasília)

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FÉ E VIDA MINHA FÉ Sinto a necessidade de fé. Crer e morrer. Quem não tem fé é uma pessoa morta. Existe algo além de mim em quem necessito crer. Alguém em quem coloco minha segurança. Alguém em quem me penduro na vida. A fé me arrasta. Me indica caminho, ou é caminho. Porém, a fé não salva ninguém. Há quem tem fé, e diz que tem grande fé e é uma pessoa amarga e triste e insuportável. Quem não conhece pessoas que dizem ter grande fé e blasfemam o nome de Deus a todo o momento? Quem não conhece pessoas de muita oração, mas que na hora do serviço sempre tem uma desculpa para não realizá-lo? O demônio também tem fé e é condenado. Não basta ter fé. A fé não salva ninguém. Ela é apenas caminho. A fé um dia vai acabar. Ela é apenas indicação para o amor. Quem salva é o amor. Sem amor de nada vale a fé . É como o sino que toca. É como o conferencista que só sabe falar. É como o escritor que só sabe escrever. É como o conselheiro que só sabe dar conselhos.

A fé pode ser passiva. Há quem se coloca nas mãos de Deus com muita fé e nada faz. Entregar-se a Deus é fácil demais. É necessário entregar-se ao amor. A fé pode ser passividade. O amor é sempre revolução. Sinto a necessidade de crer, mas sinto muito mais a necessidade de amar. Amar que é dar-me, disporme. Amar que é fazer da fé um edifício, uma casa, um caminho, um pão, uma camisa, um alimento, e até, um copo de água nas mãos de alguém. Gosto de ver pessoas de fé, mas às vezes, elas me deixam irritado. Na hora da ação ficam somente com a fé. Quero ação. Quero mãos e não somente lábios. Quero pés e não somente cabeça. O apóstolo Tiago convivendo com Cristo aprendeu bem a lição da fé e do amor e escreveu: "... a fé sem as obras é morta". Viver a fé por causa do amor é um novo jeito de ser. Wilson João (Publicado no Correio Riograndense)

FAZER OU VIVER Nós, os casais equipistas, temos algumas obrigações: fazemos todos os meses o dever de sentarse; as orações conjugal e familiar, a meditação, etc ... Fazemos tudo, depois, preenchemos a folha de 12 - CM Março/93

partilha com um certo alívio. Na reunião mensal, apresentamos nossos feitos com santo orgulho fizemos!, não foi fácil, mas cumprimos nossa obrigação. No EACRE do ano passado, um palestrista


ção? Em síntese, vamos abrir nossos corações para que possamos viver os pontos concretos de esforço, propostos pelo Movimento.

alertou-nos: "Se vocês ainda precisam prestar contas se cumpriram ou não os pontos concretos de esforço, sua Equipe está parada! O importante não é fazê-los, e sim vivê-los. Vamos, portanto, refletir: -Vivemos o dever de sentar-se em nosso dia-a-dia? - Vivemos nossa oração conjugal e familiar? - Vivemos nossa medita-

José Roberto e Margareth Equipe 14 (N . S. de Lourdes) Marília/SP

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OS CAMINHOS DA SANTIDADE

QUARESMA - PENITÊNCIA E CONVERSÃO "Não vos deixeis abalar, pelo temor de que a fidelidade aos princípios éticos vos coloque em situação de desvantagem, num ambiente em que não raro a lei moral é desprezada e grassa a corrupção." João Paulo 11 (17/1 0/91) Na Quaresma, somos convidados a viver um tempo de penitência e conversão, e ficamos a meditar o que isso deve significar para nós em termos práticos. Tempo de penitência e conversão, para se dizer de uma forma mais clara, é tempo de reflexão, arrependimento e mudança de comportamento. Reflexão sobre a nossa vida de hoje, de ontem, dos anos passados, à luz do evangelho de Cristo e dos ensinamentos da Igreja . Arrependimento, tristeza interior, de constatar quão longe estamos do ideal cristão e de

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quantos erros e ofensas ao Senhor ainda hoje cometemos, nós que somos pó da terra. Mudança decidida, abraçada com a vontade, o corpo, a alma e a razão, para vivermos fielmente a nossa fé. Os católicos de hoje, infelizmente talvez a maioria de nós, não são capazes de compreender e procurar a própria conversão. Tornamo-nos frouxos, acomodados, permissivos e preferimos justificar que não estamos errados, mas a Igreja sim é que está desatualizada, que precisa se adequar e acompanhar os novos tempos. A moral católica é certamente exigente, opõe-se frontalmente às tendências da sociedade contemporânea. A Igreja não aceita e não pode aceitar o divórcio, o aborto, as relações pré-matrimoniais, o homossexualismo ... Não pode aceitar por-

que é contrário à lei moral, à lei de Deus. Podemos observar que esses problemas não são novos. Não nasceram na nossa época moderna. São problemas de sociedades decadentes, onde o egoísmo pode superar o amor. Existiu por exemplo no Império Romano, que, decadente, foi dizimado pelos bárbaros, cabendo então ao cristianismo nascente, com a força e o vigor de uma doutrina ainda hoje professada pelos cristãos, herdar e guardar os valores da cultura ocidental. A nossa conversão de hoje talvez consista mais que tudo em compreender que o bem e a moral não se decidem por plebiscitos ou tendências sociais manipuladas pelos meios de comunicação. Consistirá certamente em aderir com fidelidade ao Papa e à Igreja, à qual Cristo prometeu assistir até a consu-


mação dos tempos. Sustentar a verdade, ainda que a custo de críticas e menosprezo, é honroso para a Igreja e para os cristãos; é um serviço que se presta à sociedade, lembrando normas básicas da lei natural, sem as quais não há verdadeiro progresso

e felicidade. Permaneçam, na nossa memória, como incentivo para que nos empenhemos nestes dias em encontrar a nossa conversão pessoal, aqueles textos do Evangelho e do livro do Apocalipse que nos alertam com insistência : "Nem todo

aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino do Céu, mas aquele que faz a vontade do meu Pai' e "Os tíbios, Deus os vomitará de sua boca".

Jerson Quintella Equipe 04 T eresópolis/RJ

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EDITORIAL LEVANTA-SE UM NOVO DIA No princípio, Deus criou o céu e a terra ... No princípio era o Verbo ... O princípio! É uma palavra quase mágica. É, pelo menos, uma palavra cheia de promessas, de esperança, talvez de ilusões ... Tudo o que começa, disse Péguy, possui uma virtude que não volta mais. Pois existe uma "virtude" dos princípios, uma espécie de energia única, passageira, que não retoma. É o que acontece com o casal que começa sua nova vida: é um tempo de graça, de fervor, de felicidade fácil... que não pode durar para sempre. Chama-se lua de mel. É o que acontece com o começo de uma existência. O nascimento de um bebê é um momento milagroso, um evento maravilhoso. Eu que, por força das circunstâncias, não tenho a oportunidade de assistir a partos, vi recentemente na televisão um admirável programa sobre o ofício de parteira. Pude, assim, assistir a vários partos ao vivo: o aparecimento de uma cabecinha toda enrugada, o primeiro grito, a primeira carícia da mãe, o radiante sorriso desta, finalmente relaxada ... que maravilha! É o que acontece com uma conversão radical: é o começo de uma outra vida, de um outro amor, de um novo dom. Ah! se pudéssemos viver a vida inteira com a virtude dos princí16 - CM Março/93

pios! Quase fatalmente, porém, ocorre o desgaste, o cansaço, o hábito, a rotina ... Imaginem por um instante que houvesse apenas dias que se sucedem sem interrupção, sem nenhuma noite no meio, imaginem que os homens pudessem viver sem dormir, perseguindo incansavelmente o mesmo esforço, o mesmo projeto, a mesma estrada. Acho que o que nos faria mais falta é a possibilidade dos começos ou dos recomeças. Faltarianos, cada vez, este novo dia que se levanta! Não haveria mais esta oportunidade regular e freqüente de dar um novo passo, de empreender uma nova etapa. Faltaria-nos esta virtude dos princípios que nos é oferecida a cada dia. Não é, esta também, uma maravilha? É preciso, porém, que seja vivendada como tal. É preciso que vivamos cada manhã como um começo. Temos a necessidade, para não sermos sufocad_os pela rotina, de r.epartirmos de vez em quando, e, cada vez, é uma espécie de conversão. Ainda recentemente, fiquei impressionado com esta "virtude dos princípios" que pode caracterizar uma "Sessão de Segunda Inspiração", na qual equipes mais antigas - em aprofundamento, como se diz querem dar um passo a mais. É como que uma nova juventude para todos!


chegar no limiar da consciência, façam um grande sinal da cruz, este sinal dos cristãos, primeiro gesto ritual do batismo e da eucaristia, que marca nossa pertença ao povo de Deus. Seja este o seu primeiro pensamento e o seu primeiro Qesto. Levanta-se um novo dia. E um novo começo que Deus lhes oferece.

Na verdade, um santo - ou um candidato à santidade - é alguém que se converte a cada dia, alguém que começa a cada dia. Procuremos, pois, agarrar esta chance que nos é dada, de poder começar, cada dia, uma vida nova, de poder dar cada dia um novo passo no amor do Senhor. Vou propor-lhes um gesto muito simples e fácil que poderá ajudá-los. De manhã, logo ao acordar, ao

Fr. Bernard Olivier, op.

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CRISTO não tem mãos, Tem só nossas mãos Para fazer seu trabalho hoje. CRISTO não tem pés, Tem só nossos pés Para guiar os homens em seus caminhos. CRISTO não tem lábios, Tem só nossos lábios Para falar aos homens de hoje. CRISTO não tem meios, Tem só nossa ajuda Para conduzir os homens para si.

Nós somos a verdade Bíblica que as pessoas ainda lêem! Somos a última mensagem de Deus escrita em obras e palavras. De uma oração do século XIV (Colaboração de Teima e Valdir Equipe 10 Recife/PE)

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CARTA DA EQUIPE RESPONSÁVEL INTERNACIONAL A COLEGIALIDADE Caríssimos Casais e Conselheiros Espirituais, Tendo esta oportunidade para dirigirmo-nos a todos os casais e conselheiros espirituais do mundo inteiro, gostaríamos de partilhar com vocês a maravilhosa aventura que estamos vivendo no seio da ERI, entre as preocupações e as reflexões, entre a oração e a ação concreta. O que mais nos inspira, é a vontade de conservar, na unidade, a fidelidade às intuições dos fundadores e a especificidade do nosso carisma, procurando, ao mesmo tempo, permanecer atentos aos sinais dos tempos, ou seja, às aspirações e às necessidades dos casais e das famílias de cada super-região ou região isolada. Se, por um lado, a atenção para com os sinais dos tempos é uma exigência evangélica, por outro lado, a fidelidade às intenções dos fundadores e à especificidade do nosso carisma é uma condição de autenticidade e de verdade. A unidade do nosso Movimento é necessária pa ra a sua credibilidade, para que o mundo acredite que as ENS são um dom do Espírito Santo à Igreja de Cristo e um fermento de salvação e de santidade para os casais e para as famílias de hoje. Esta unidade tem por referência a da própria Igreja católica e é construída sobre uma atitude permanente de colegialidade por parte de todos aqueles 18 - CM Março/93

que o Senhor chama a exercer uma responsabilidade no seio do Movimento. A colegial idade é um princípio fundamental da pedagogia do nosso Movimento que, da base até o topo, é organizado em equipes. Todas as suas instâncias de reflexão e de animação, qualquer que seja o seu nível, são equipes: tanto ao nível do setor, da região, da super-região como ao nível internacional. A Equipe Responsável Internacional e os casais responsáveis das super-regiões constituem, em conjunto, o "Colegiado ERI/SR". A colegialidade baseia-se na igualdade de participação, de missão e de responsabilidade de todos os membros da equipe. Os dons e os talentos do conjunto, diversificados e complementares, constituem uma riqueza abundante de potencialidades, permitindo que cada um dê o seu aporte positivo, segundo suas características pessoais, suas experiências profissionais, espirituais e apostólicas, a fim de aumentar a eficácia da animação de nosso Movimento. Isto exige que cada membro da equipe seja respeitado em sua própria identidade e personalidade e também estimulado a fazer o melhor possível, desabrochando todas as suas potencialidades e colocando-as ao serviço do Movimento. Para


que cada um possa ser verdadeiramente ajudado pela equipe, é necessário que haja uma grande transparência, de forma que todas as potencialidades, bem como os limites e as dificuldades de cada um possam ser exteriorizados. A vida de todo grupo humano obedece a leis e regras que regem a sua animação e o seu desenvolvimento. Com efeito, para que a participação seja franca, aberta e positiva, é preciso que , cada membro se sinta não apenas igual a todos os demais, mas que sobretudo se sinta amado e acolhido pelos outros, que respeitam as suas idéias e valorizam a sua contribuição na análise das situações e na busca das melhores soluções. A colegialidade pressupõe, portanto, uma co-responsabilidade, como se cada um fosse o único responsável, estando, ao mesmo tempo, aberto aos aportes dos demais e buscando uma convergência das soluções. Com esta finalidade, deve-se eliminar todas as divisões e desenvolver os aspectos que promovem a união. Com efeito, sabemos que o Espírito Santo é fonte de unidade e que, mesmo partindo de pontos de vista diferentes, basta deixá-lo agir em nós- com toda a docilidade - para libertarmo-nos de nós mesmos e aderirmos, finalmente, à sua vontade. A colegialidade é, portanto, uma maneira de, em conjunto, buscar-se conhecer a vontade do Senhor, através de um discernimento em comum dos sinais dos

tempos, das aspirações e das necessidades concretas dos casais e das famílias cristãs e um esforço de unidade de ação, pois é o mesmo Espírito que nos anima. A vivência da colegialidade torna-se mais difícil, quando os membros da equipe ou do colegiado mudam constantemente, pois os novos devem então ser perfeitamente integrados, o que exige tempo e paciência. Mas por outro lado, este permanente rej uvenescimento é de uma grande riqueza, pois serão novos dons, novas experiências, vivas e dinâmicas, que virão aumentar a criatividade da equipe e a sua capacidade de reflexão e de animação. A colegialidade não gera o desaparecimento do responsável da equipe, pois é sempre necessário que alguém seja o sinal visível da unidade do Movimento, em cada escalão da organização. O responsável da equipe é justamente este sinal da unidade, que é construída no seio da equipe pela interação das co-responsabilidades. O responsável da equipe deve construir a unidade e estimular os dons e os talentos de cada um. Assim, ele tem grande necessidade de uma intimidade mais profunda com o Senhor na meditação e na oração, na reflexão sobre a sua Palavra, na Eucaristia, atento à recomendação do Evangelho: "Sem mim, nada podeis fazer". No seio do Colegiado ERI/SR, vivemos uma experiência concreta de trabalho em colegialidade, através da concepção e da CM Março/93 - 19


redação de documentos de orientação ou de estudo, publicados no âmbito internacional. Tais documentos são construídos pela ERI, mas o conjunto dos membros do Colegiado participa. Ademais, os responsáveis super-regionais são convidados a consultar os membros de suas equipes de super-região, cujas sugestões podem chegar até o Colegiado. Assim, os documentos acabam sendo enriquecidos pelas contribuições de muitos. O Movimento inteiro é chamado a viver da mesma forma, concretamente, a colegialidade. Será este método de trabalho, de colegialidade, de participação autêntica, de discernimento em diversos níveis, de comunicação nos diversos sentidos- ascendente e descendente -de união na oração e na meditação, que irá construir a co-responsabilidade e realizar a comunhão e a unidade. Cabe-nos dar este testemunho, para termos credibilidade aos olhos do nosso Movimento, da Igreja e do mundo de hoje.

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É interessante notar, como sinal da ação do Espírito Santo, originador da "Segunda Inspiração", a convergência entre a pedagogia da colegialidade e a pedagogia que está por trás da partilha e dos pontos concretos de esforço. Com efeito, também por meio destes, o que se procura é um melhor conhecimento de si mesmo e dos outros, um melhor discernimento da vontade do Senhor sobre nós e sobre o Movimento, a fim de melhor viver a comunhão e a unidade, melhor construir o Reino de Deus na terra. Esta comunhão humana sobre a terra é vivida como uma espécie de experiência piloto da comunhão dos santos na eternidade, da qual somos convidados a participar, com Deus, nosso Pai, pelos méritos de Jesus Cristo, nosso irmão e Senhor. Com toda a amizade de Maria Almira e Alberto RAMALHEIRA


PASTORAL FAMILIAR AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA E AS MINI-MISSÕES o assunto. A ocasião apresentouse quando, na última Sessão da Formação realizada em Guaratinguetá/SP, pude fazer em nome da C.M ., a seguinte entrevista com Maria José (Dedé) e Paulo Roberto Caltabiano, da Eq. 7 de Guará, integrantes da referida Pastoral. Nancy C. Moncau

Conhecedora das mini-missões que se realizam na Arquidiocese de Aparecida, organizadas pela Pastoral Familiar com a colaboração de grande número de casais equipistas, há muito desejava trazer aos leitores da Carta Mensal uma informação detalhada sobre

*** C.M. - Falem-nos sobre a Pastoral Familiar e o papel que as mini-missões nela representam. Dedé- A comissão de Pastoral Familiar é formada por seis casais dos quais cinco são equipistas. Possui três setores: o da Formação de Agentes da Pastoral, o da Preparação para o Matrimônio e o das Mini-Missões cujos coordenadores somos nós. C.M.- O que é mini-missão e como é organizada? Dedé- A mini-missão é um momento alto de evangelização. Um momento muito forte e se realiza nas paróquias, a convite dos vigários ou com a sua anuência, em data por ele escolhida. É uma mobilização geral dos paroquianos e de voluntários. Paulo- A mini-missão tem várias etapas. Desde o início de sua preparação até a sua execução leva 4 semanas. Na primeira semana, fazemos contato com o pároco, que nos expõe as necessidades de sua paróquia e destaca uma prioridade. É também proposto um tema que, assim como a prioridade, será abordado em todos os trabalhos que se realizarem. Nas missas semanais começam a divulgação e os convites. Define-se o bairro ou as comunidades da paróquia onde será feita a mini-missão visto que as paróquias são muito grandes e não podemos trabalhá-las de uma só vez. C.M.- E a continuação do trabalho? Dedé- A segunda semana é consagrada à convocação de agentes, isto é, voluntários. Todos os movimentos da paróquia são convidados ... Se houver nela outras Pastorais, como a da Juventude, a da Catequese, elas também são incorporadas à mini-missão, sempre sob coordenação da Pastoral Familiar. Nas Equipes o convite é feito pelo R.S. , que também pertence à Pastoral Familiar; tem muita receptividade uma vez que, segundo os coordenadores, 80% dos casais que trabalham são equipistas. CM Março/93 - 21


Paulo - Na Terceira semana começa a Pré-Missão. Já é um trabalho preparatório organizado. Há reuniões todas as noites com os voluntários e agentes da paróquia que se dispuserem a colaborar. Essas reuniões constam de 3 partes: uma rápida colocação do assunto, quase sempre a cargo de um casal equipista; formação de grupos para debates e, por fim, um plenário para apresentação das conclusões, dirimir dúvidas e dar mais esclarecimentos. Onde há pastorais de Juventude e da Catequese elas se incumbem das visitas a todas as escolas, cursos etc., expondo o que é a mini-missão e fazendo convites. Os agentes, dois a dois, percorrem todas as ruas da comunidade, fazendo visitas, dando informações. Não se trata de bater na porta e fazer perguntas. São visitas mesmo, esperadas e muito bem acolhidas. Se uma ou outra casa escapa aos organizadores, seus moradores reclamam e os agentes voltam. Nessas visitas se levanta toda a situação da família, desde o aspecto econômico, desempregados, doentes, uniões sacramentais ou não, noivos, recepção dos sacramentos (batismo, crisma, 1ª comunhão) enfim, todos os dados que possibilitem ao pároco um atendimento mais cristão a todas as famílias da comunidade. Dedé - Tudo isso é um trabalho preparatório. Na quarta semana tem lugar a mini-missão propriamente dita. Começa num domingo pela manhã. Os casais da Pastoral Familiar e os que vão trabalhar chegam em carreata, dirigem-se à Matriz onde são festivamente recebidos e é rezada a Missa de abertura. Durante a semana, à noite , reza-se o Terço meditado ou a Via Sacra, em ruas préviamente determinadas de modo que, ao final, todas as ruas tiveram a sua comemoração. Inicia-se com uma colocação feita por um casal. Os moradores enfeitam a frente das casas e chegam a construir pequenos altares onde a procissão pára e reza . Pouco a pouco todos vão aderindo. As procissões convergem para a Matriz onde há uma homilia e a comunhão é distribuída. Durante o dia são feitas visitas aos doentes já contatados na semana anterior. Pessoas da Pastoral Familiar e agentes da paróquia estão sempre presentes. Leva-se a imagem de N. S. Peregrina (uma imagem de N. S. Aparecida que acompanha sempre a mini-missão). Um diácono leva a comunhão e, se a confissão for desejada, o pároco também vai. Há orações e cânticos. Infelizmente a exigüidade do espaço não nos permite publicar os testemunhos comoventes que essas visitas suscitam. Os doentes, quase sempre mergulhados na sua solidão, recebem-nas entre agradecimentos e lágrimas. C.M.- E para as crianças e os jovens? Paulo- Eles também participam da procissão. Para as crianças e os jovens reserva-se o sábado todo. Onde há a Pastoral da Catequese e da Juventude, eles coordenam essas reuniões , sempre com a presença de um 22 - CM Março/93


membro da Pastoral Familiar. Há palestras, debates, jogos, etc. O tema é o mesmo, de todos os grupos, como por exemplo: Relacionamento familiar.

Dedé- A mini-missão termina no domingo seguinte, com uma missa, quase sempre campal, organizada pelos jovens. Terminada a missão os seus frutos começam a aparecer, como a organização de pastorais na paróquia, etc. É uma renovação cristão que se inicia. Por determinação da Arquidiocese, os membros da Pastoral Familiar arquidiocesana não assumem trabalhos de continuidade nas paróquias, para os quais são sempre convidados. Isto fica a cargo dos agentes paroquiais, muitos deles despertados pela mini-missão.

Testemunhos C.M.- Falou-se muito em prioridades. Como se desenvolvem e quais os seus resultados? Dedé - Em uma paróquia, o Padre nos pediu que suscitássemos agentes para uma Pastoral Vocacional. Essa foi a prioridade. Trabalhamos nela na 2ª e 3ª semanas. Convocamos o coordenador da Pastoral Vocacional da Arquidiocese para várias palestras. Não trabalhamos sozinhos. Todas as pastorais são integradas na mini-missão. A vocação também foi o tema geral. No final, deixamos na paróquia, organizada, a pastoral pedida. Dedé- Neste ano, na primeira paróquia em que trabalhamos, a prioridade foi a integração de duas comunidades rivais, ambas atuantes, mas, de um certo modo, uma se opondo à outra. A mini-missão foi feita com as duas comunidades e a idéia de colaboração e integração foi desenvolvida em todos os trabalhos. Hoje sabemos que o objetivo foi alcançado e a paróquia já colhe os seus frutos. Paulo - Havia uma comunidade formada num conjunto do BNH, com famílias vindas de lugares muito diferentes, inclusive o pároco, que desejava conhecer mais a fundo os seus paroquianos. A prioridade pedida foi um levantamento completo das famílias ali residentes. Isso foi feito durante a visitação, sem prejuízo dos outros temas da mini-missão. Ao final, entregamos ao pároco 253 fichas - um levantamento completo de toda a comunidade. C.M.- Durante a 3ª e a 4ª semana vocês vão e voltam todas as noites. E quando as paróquias ficam distantes há um outro esquema? Paulo- Temos o exemplo de Lagoinha distante mais de uma hora de carro de Guaratinguetá. Lá a mini-missão foi feita num fim de semana. Os trabalhos de campo, da 2ª e 3ª semana foram executados por moradores, auxiliados pelas Irmãs Franciscanas, lá residentes e orientados previamente pela equipe da Pastoral Familiar. A Missão propriamente dita iniciou-se na sexta-feira da 4ª semana, à noite. CM Março/93 - 23


Os membros da Pastoral Familiar e os agentes convidados, ao todo 20 casais dos quais 17 eram equipistas, chegaram em carreata à Igreja matriz, onde foram, como sempre festivamente recebidos. Hospedaram-se num casarão da Paróquia, dormindo em colchões, no chão. Levaram alguns mantimentos para ajudar nas refeições, feitas por 4 casais da paróquia. Foi um trabalho intensivo, mas todas as partes da mini-missão foram realizadas. Os casais mesmo se encarregaram das reuniões com as crianças e os jovens pois em Lagoinha não havia ainda nenhuma pastoral organizada.

*** Todos os trabalhos das minimissões são realizados com dedicação a alegria, como uma participação na ação evangelizadora da Igreja. São totalmente apoiados pelo Sr. Arcebispo que dá ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora o seu estímulo e a sua bênção. Os Padres Redentoristas, missionários de longa prática, muitos deles Conselheiros Espirituais das Equipes locais, pu-

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seram à disposição da Pastoral Familiar e dos equipistas toda a sua grande experiência para ajudá-los na organização das minimissões. Às Equipes de Guaratonguetá e a todos os membros da Pastoral Familiar os nossos parabéns por esse trabalho tão inserido na Nova Evangel ização, testemunho que nos comove, alegra e incentiva.


/NTERCAMB/0 Saudades de Deus! Como é bom encontrar alguém que não nos enterre , mas nos ajude a sair para uma ressurreição, onde se possa encontrar um novo sentido para o nosso viver. Esse alguém deve ser o casal equipista. Se Deus deu essa grande graça de pertencer a uma equipe e de nesta equipe encontrar um sentido maior para a vida, o casal não pode ficar fechado em si mesmo. Deve entregar-se a Deus para poder transmitir este mesmo Deus a tantos que estão cansados de viver. Enfim, saudades de Deus! Que o novo Setor de Limeira continue sempre essa trilha gloriosa de serviços prestados ao movimen to como todos que por lá passaram. Maria Madalena e João Baptista Francisco. Ex-Casal Responsável do Setor de Limeira

Os alpinistas Nossa equipe está atravessando uma fase excelente, o que sem sombra de dúvida bem demonstra que não fomos reunidos por mero acaso, mas por obra divina. Todos não são perfeitos como humanos que somos, mas temos a responsabilidade e a humildade de nos colocarmos a serviço do Movimento e da Igreja. Gostaríamos que vocês tivessem em mente aquela imagem que o Padre Caffarel fazia quando se referia a uma equipe: é um grupo destemido de alpinistas que tem por objetivo vencer e gelo e a neve e atingir o pico da montanha; nem todos têm a mesma condição física e tão pou.co têm a mesma aptidão, uns vacilam outros são mais deste-

midos. Todos, porém, estão presos a uma corda que os mantem unidos e seguros, com forças para prosseguir na trilha, até o cume da montanha. lrene e Dionísio Equipe 7 Taubaté

Pedimos orações É com muita tristeza e preocupação que anunciamos que atos de vandalismo já chegaram em nos~ a cidade. Na semana passada a 1magem de N. S. Aparecida, padroeira da cidade e da Equipe I foi ~uebrada no recinto da paróquia JUntamente com outras imagens. Ato idêntico tentaram praticar com a !magem de N. S. de Fátima, na IgreJa que leva seu nome, todavia não conseguiram adentrar o recinto. Pedimos oração aos equipistas de todo Brasil, pelos nossos irmãos vândalos afim de evitar destruição do patrimônio da comunidade cristã e de toda humanidade. Maria do Rosário e Loemy Maracajú/MS Davi, nosso grande irmão ... Sua vida foi um exemplo de fé ao lado da sua Cida. Transmitianos paz, felicidade e um constante amor ao Pai, procurando vencer todos os obstáculos do caminho. Te mos certeza que Deus já o acolheu em seu Reino, e que você está intercedendo pela sua e nossa querida Cida, seus filhos e por nós, dando-nos forças para agirmos sempre como verdadeiras luzes do amor de Cristo. lnez e Natal Equipe 5/B Araçatuba CM Março/93 - 25


CORREIO Como todos os anos, a Equipe da Carta Mensal recebeu, por ocasião do Natal, um grande número de carinhosos cartões, com os votos de nossos queridos irmãos de equipe, aos quais transmitimos os nossos agradecimentos. Infelizmente, não há espaço para reproduzirmos todos aqui. O que segue abaixo, do Pe. Rubens Pedro, será o representante de todos.

"Um pequeno conto de Natal" Era um cheiro forte de capim novo que vinha do colchão da cama, estrategicamente colocada na grande sala da velha casa; pouca luz proveniente de uma lamparina de óleo queimando frente à imagem de Nª Sra. Aparecida, devoção da família. Uma envolvente e assustadora música podia ser ouvida, sons de vozes e instrumentos se alternavam em ritmo de triunfo e glória produzido não sabia onde. Os olhos se fecham, o corpo se contrai enquanto o medo toma conta da criança que eu era, e na imaginação apenas uma probabilidade: eu estava ouvindo os anjos de Céu, era o fim de tudo, minha morte chegando tão cedo! De repente, em meio ao pânico que se instalava em minha ingênua cabeça, ouço uma conhecida voz: -Você ainda está acordado? ... dorme ... dorme ... esta é uma noite santa, muito especial. .. O dia de amanhã será também um belo dia ... você vai ver, como tudo vai ser bom e bonito ... dorme ... dorme tranqüilo ... Enquanto falava abri os olhos e pude ver na penumbra a frágil figura da querida avó. Hoje compreendo que a grande sala de então, era na verdade um modesto local; que a lamparina brilhava sempre; que o som provinha da Igreja Matriz homenageando aquela noite especialmente feliz de Natal, com trechos do oratório de Haendel, e que o dia seguinte seria marcado pelo alegre encontro de todos, para mais um momento de confraternização em família. Permanece imensa saudade da casa que me abrigava, do cheiro de capim novo da velha cama de molas, do reencontro festivo manifestando o amor existente entre nós e sobretudo da mágica e confortadora presença da avó. Equipe da Carta Mensal: Este pequeno conto deseja expressar meu agradecimento a todas as pessoas que através de suas presenças, apaziguaram minhas noites e me fizeram manter a crença num futuro dia feliz.

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NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

I. EVANGELIZAÇÃO DA SEXUALIDADE

Todos conhecem o método utilizado para a coleta das respostas. Cada equipe faz a sua síntese no final da reunião e encaminha-a à Região; cada Região faz uma nova síntese que envia à ERI. Aqui em Paris, portanto, coletamos tudo o que é enviado pelas Regiões, assim como os testemunhos anônimos mandados diretamente. A colheita já é enorme! A ERI constituiu uma equipe internacional para preparar a síntese final. São cinco casais: o casal Malroux (França), que é o responsável, o casal Behaghel (França), o casal Nanni (Itália), o casal Torres (Espanha), o casal Grijó (Portugal) e o Padre Olivier. Até agora, tomamos conhecimento rapidamente dos documentos recebidos e consultamos alguns especialistas competentes neste tipo de trabalho. Os peritos mostraram-se um pouco assustados diante das dificuldades que o trabalho representa: eles estão acostumados a pesquisas "científicas" - e esta não é a intenção do nosso projeto. Todavia, eles nos deram conselhos preciosos sobre a maneira de aproveitar as respostas. Nossa primeira reunião de trabalho oficial será em meados de dezembro· em Paris, quando começaremos por escolher um mé-

todo preciso e os objetivos visados. Pretendemos manter informados a todos sobre o andamento do nosso trabalho. Não esqueçam de invocar o Espírito Santo: vamos precisar muito dele! Observação importante: já recebemos muitas respostas, mas ainda faltam muitas também, seja porque nem todas as equipes terminaram a sua reflexão sobre as pistas em junho passada··, seja porque algumas regiões ainda não terminaram as sínteses. Faltam, notadamente, numerosas respostas referentes aos dois últimos conjuntos de pistas, que são muito importantes! Esperamo-las impacientemente e com um interesse bem evidente ... Bernard Olivier, op A notícia é datada de 26 de novembro de 1992, portanto a reunião já ocorreu. {~.R.)

Este era o prazo para as equipes européias. (N.R.)

11. EQUIPES NA ÁFRICA DE LÍNGUA FRANCESA Atualmente, existem 43 equipes distribuídas em nove países, que constituem um Setor (Burkina Fasso, Camarões, Rep. Central Africana, Costa do Marfim, Gabão, Ruanda, Senegal, Toga, Zaire). Em função de sua diversidade, essas equipes são fonte de uma riqueza extraordinária na busca da espiritualidade conjugal. Mais especificamente,

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elas vivem intensamente a vida de oração e os meios de aperfeiçoamento. Praticamente inexistente no começo, por força da influência do contexto tradicional e religioso, o diálogo conjugal está gerando uma compreensão e um respeito mútuos e um aprofundamento da vida familiar. Além dos temas de pilotagem e de estudos, esta espiritualidade conjugal nascente baseia-se sobre a busca das realidade cristãs próprias do casamento, dentro do espírito do Movimento. Algumas equipes situadas em zona de língua francesa só se exprimem, no entanto, em suas línguas locais, o

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que gera dificuldades para o entendimento dos temas propostos. Deve-se lembrar ainda que a reflexão sobre a vida cristã do casal confronta-se muitas vezes com o pensamento tradicional local ou com outras religiões. O dinamismo da fé, notadamente após o casamento, a necessidade de rezar juntos, de partilhar, de encontrar-se, a seriedade no estudo dos temas refletem a fecundidade dessas equipes. Diz um provérbio do Toga: "Pássaro vivo nunca carece de penas". A Fé está muito viva: três equipes têm mais de dez anos de vida. Jean-Luc e Chantal Dyck


NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES VOLTA AO PAI • Pe. Feliciano Vaz Carrillo, O.S.A., CE da Eq. 15/B, São Paulo/SP, em 09.09.92, três dias após o seu nv aniversário, vítima de câncer intestinal após longo período de sofrimento. Nascido em Manzanal del Barco, Zamora, Espanha em 06.09.1915. Foi seminarista em Uciés e La Vid e ordenou-se sacerdote em 1941. Veio parao Brasil em 1947. Foi Vice-provincial da ordem por 4 anos. Estimado por todos os que o conheciam deixa considerável lacuna no coração dos que com ele conviviam: irmãos da Ordem, equipistas de N. Senhora, equipes de Oração e Oficinas de Santa Rita. • Oscar Gustavo Krieger (da Olga), Eq. 04 - N. S. do Sagrado Coração, Brusque/SC em 24.07.92 aos 82 anos. Foi fundador da sua equipe em 1970, e pai de D. Murilo S. Ramos Krieger, hoje bispo de Ponta Grossa/PR. Recebemos de Olga, um livro editado pela família em 1989 ao ensejo do seu 802 aniversário, sobre a vida de Oscar, grande exemplo para todos. • Frei Pio Moreira, ex-CE da Eq. 09 de Recife/PE em 13.11.92. Foi para o Pai enquanto dormia. Trazia no semblante como sempre a paz e a pureza de uma criança cheia de esperança e fé. • Durval Tomczak (da Fernanda), eq. 06 de São José dos Campos/SP em 25.11.92. • Newton Luiz do Prado (da Maria Cristi· na), Eq. 16 - N. S. de Guadalupe, de Sã2 Carlos/SP em 29.07 .92. O saudoso Newton era filho dos equipistas Mercedes e Astolfo Luiz üá falecido) e genro dos equipistas Carmem e Décio Luiz Malta Campos (Eq. 03). • Maria de Lourdes dos Reis Ferreira Dias (do Ary), Eq. 08 N. S. do Carmo de ~ em 11.11.92. Desde 1963, ela juntamente com o Ary, dedicaram grande parte de suas vidas ao movimento das ENS. CONSELHEIROS ESPIRITUAIS

• Aconteceu no dia 14 de maio de 1942, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus na cidade de Como (Itália) a ordenação sacerdotal do jovem Mário Tarani. Em maio de 1992, a comunidade de Santa Cruz, em São Paulo/SP, jubilosa em tê-lo como pastor prestou-lhe merecida homenagem. Sua equipe, a 03/B - N. S. da Divina Providência presente na solenidade comemorativa do Jubileu de Ouro Sacerdotal, agradeceu a Deus por tê-lo como seu Conselheiro Espiritual. • Os equipistas de Jundiaí/SP estão jubilosos com a ordenação diaconal do C.E. da Equipe 03, José Luiz Nasci bem ocorrida em 09.08.92 na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Colônia. • Pe. Luiz Cechinato, C. E. das equipes 04 e 12 de São Carlos/SP lançou seu último livro, LUZ NO MEU CAMINHO, do qual constam 566 frases bíblicas que podem mudar nossa vida. A edição é da Editora Vozes. • Em 20.09.92, a Eq. 20 - N. S. de Medjugorge de Juiz de Fora/MG, a Paróquia de São Jorge e os amigos do Pe. Elias José Saleh Filho (C.E. da Eq. 20) tiveram a alegria de participar do lançamento de seu livro "LADAINHA DE NOSSA SENHORA" fruto de suas meditações na capela das Irmãs do Bom Pastor. Foi também a melhor maneira de Pe. Elias celebrar o 30 2 aniversário de sua ordenação sacerdotal. NOVAS EQUIPES • Brasília/DF Eq: 53/E - N. S. da Santíssima Trindade CE: Diac. Genivaldo CP: Dalvinha e Edmilson MUDANÇAS NOS QUADROS •

Região São Paulo- Leste - Juracy e Rubens Piza assumiram a responsabilidade pelo Setor de ~ José dos Campos no lugar de Kelce e Molina. - M. Célia e Antonio Mendes de Almeida assumiram a responsabilidade pela

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Coordenação de Aparecida em lugar de M. Aparecida e Geraldo. • Curjtiba/PR - O novo CR do ~ são Maria Helenice e Francisco Mendes de Lima. • Jundiaí/SP Dina e Francisco Franchi assumiram a função de CR Setor. • Brasília/DF Eis os nomes dos novos CR Setor que assumiram em 28.11.92: - ~: Lícia e Artur (Eq. 02) - ~: Bernadete e José Ramos (Eq. 14) -~(ex-Coordenação de Taguatinga): Maria do Carmo e Arlindo (Eq. 47) • São José do Rio Preto/SP O Setor foi desmembrado em três novos setores, A, B e C, com 8 equipes cada um tendo como CR, respectivamente Marlene e Carlos Theodoro Pranke; llca e Luiz Guilherme Nonato; Maria Helena e Orivaldo de Jesus Lisoni. Ao antigo CR do Setor, Luísa e Darci o reconhecimento de todos os equipistas da cidade. • Região Santa Catarina - Setor A/Florianópolis: Deixam a responsabilidade do Setor Edema r e Liliane, após 3 anos de gestão, assumindo Lourdes e Fernando Boing. - Setor de Criciúma: Deixam a responsabilidade deste Setor Lourdes e Larcides e assumem Alaide e Adernar. • Limeira/SP Madalena e João Batista Francisco transmitiram a Didi e José Luiz Blumer a função de CR Setor em 04.11.92 durante missa celebrada por Pe. Alquermes Varvasori (novo CE do Setor). SEMANA DA FAMÍLIA • Comemorada com muita ênfase, em João Pessoa/PB, a Semana da Família. As três Equipes da cidade participaram e palestras foram proferidas respectivamente por um jovem, um casal e uma irmã. No domingo (25), foi celebrada a missa com a presença de toda a comunidade local e na homilia o Pe. FÁBIO, C.E. das Equipes 1 e 2, enfocou a família. Em seguida, no Colégio das Dorotéias, houve uma Manhã de Estudo

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que teve também como tema a Família. Foi discutido nesse encontro, o planejamento para lançamento de 3 (três) Equipinhas. Foi realmente uma semana abençoada por DEUS. JOVENS • Foi com muito sucesso que se realizou em maio/92 a reunião de jovens promovida pelo Setor B de São Paulo/SP. Compareceram cerca de 20 interessados, na maioria filhos de equipistas. Formaram duas equipes: uma de universitários e outra de adolescentes. Os casais equipistas que os acompanham pedem a todos que orem por esses jovens, ajudando-os a perseverarem. • Também em maio/92, relizou-se em Brasília/DF o Primeiro Dia de Formação das EJNS de Brasília/DF. A partir desse evento, foram formadas duas novas equipes, fortalecendo o movimento que já contava com três equipes naquela cidade. EVENTOS • Realizou-se em 21 e 22.11.92, em Florianópolis-se, o Encontro Inter-Regional que reuniu os CRS, CRR dos 03 Estados da Região Sul - PR, SC e RS. Este Encontro contou com a presença do Casal Responsável da ECIR - Beth e Rômolo, que falou sobre o tema "Coerência entre Fé e Vida", sobre o lema e os objetivos que motivarão a caminhada do Movimento no próximo ano. Pe. Luiz Carlos Rodrigues, Cons. Espiritual da Região Santa Catarina, foi o Conselheiro Espiritual do Encontro, dando um toque especial na liturgia e nas celebrações. -No dia 14.11.92 aconteceu em Piracicaba/SP, o Encontro Inter-Regional que congregou CRR e CRS das Regiões de São Paulo LESTE, CENTRO 11 E OESTE. O Padre José, de Santa Bárbara, falou da FÉ que é a mola que move nossa vida, onde Deus é o centro. Frei Osmar de Piracicaba, por sua vez, conduziu a reflexão sobre o nosso compromisso com Deus e com a Igreja e colocou a importância da Palavra de Deus, a comunhão fraterna (a comunhão de vida), a eucaristia (a fração do pão) e as ora-


ções. Foi um encontro proveitoso e todos saíram dali enriquecidos pelos ensinamentos. • Em 20.10.92 foram comemorados os 35 anos da chegada do Movimento a Sã2 Carlos/SP e 20 anos de implantação do Setor. Na celebração eucarística, foi prestada homenagem ao casal Brigida e Eddie (eq. 05), remanescente da primeira equipe deste Setor. Beth e Rômolo estiveram prestigiando a data, proferindo uma palestra aos presentes sobre" As ENS- Sua Mística e Carisma". • Realizado Encontro Inter-Regional, nos dias 26 e 27 de setembro de 1992, na cidade de Catanduva/SP. Participaram do mesmo, os CRS/CRC das Regiões São Paulo - Norte. São Paulo - Sul 11 e São Paulo Centro I. Os casais responsáveis dessas regiões são: Rosinha e Anésio, Vera Lúcia e José Renato e Arany e Mira, que se fizeram presentes, bem como o casal supervisor da ECIR junto a essas regiões, Sílvia e Chico. • Realizado no dia 23.08.92, sob orientação do C.E. Pe. Fábio Bertolli, o retiro anual das ENS em João Pessoa, que contou com a participação das Equipes 1,2 e 3 e teve como tema a Oração. • As equipes de Taubaté/SP realizaram vários eventos no decorrer do ano de 1992. A destacar: -Agosto: reuniões interequipes coordenadas por Pe. Pedro Lopes, cujo o tema "Espiritualidade", foi estudado sob um enfoque diferente. - Setembro: retiro anual, organizado pelo Setor Taubaté e realizado em Aparecida com pregação de Pe. Aurélio Marioto. -Outubro: reunião de confraternização, com a realização de uma "gincana" com

participação de três grupos que se mobilizaram para angariar creca de 500 quilos de gêneros alimentícios, posteriormente doados aos Vicentinos e outras "provas" que favoreceram a descoberta de valores e contribuíram para o fortalecimento dos laços de amizade entre os equipistas. • Realizada em 06.12.92 a Missa de posse dos novos CRE de São José dos Cam~. celebrada pelo C.E. do Setor Pe. Moacir e que contou com a participação de muitos equipistas e familiares, seguindo-se uma confraternização entre os presentes. • Aconteceu de 23 a 25.10.92 o 19 Mutirão de Pouso Alegre/MG, com a presença de 24 casais participantes, 7 da equipe de serviço. As palestras foram feitas pelo Con. João Aparecido de Faria, conselheiro espiritual, e dos casais Terezinha e Jodalby, CRS de Juiz de Fora, Astrid e Ribeiro, CRR Minas, e de Júnia e Mauro, da ECIR. O arcebispo D. João Bergese participou do almoço de encerramento. Foram dois dias de estudo, co-participação, e reflexão sobre a coerência entre fé e vida, entusiasmando os casais com relação à Mística das Equipes. RETIROS • Recebemos de inúmeros setores das ENS de todo Brasil notícias sobre a realização de retiros ao longo do 29 semestre de 1992. Foi o caso, por exemplo, de São José dos Campos/SP, Americama/SP, Juiz de Fora/MG, Pinda: monhangaba/SP. Pedimos desculpas aos nossos leitores por não publicar detalhes, devido à falta de espaço.

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ÚLTIMA PÁGINA CRISTO ONDE ESTÁS? Em vão Te procuramos. Tu não respondes aos nossos apelos desesperados. Interrogamos as estrelas, e elas se apagam, divinamente distantes. O vento, a flor, o gorjeio de um pássaro, a suave poesia de uma tarde, falam de Ti, mas Te escondem nos seus mistérios. Nós te aprisionamos em um cordão de ouro pendente do pescoço e Te libertas, transfigurado em uma pobre e desalentadora dimensão humana, nos frágeis braços de uma cruz. Temos sêde, e não nos dás de beber. Caímos, e não nos estendes a mão. Sentimo-nos vazios, e não vens encher com a Tua presença, a nossa alma, o nosso coração, a nossa vida. Onde Te ocultas, Cristo?

- Tu me encontrarás, quando quiseres, se me procurares no próximo, e não nas nuvens. Só existe um mandamento: Ama a teu irmão, como a ti mesmo. Tudo o mais e conseqüência. Se o fizeres, também a Mim amarás. E farei o teu coração o meu templo, a minha morada. Já ouvistes muitas vezes: Vai e prega o Evangelho. Mas não darás nenhum sentido a esta mensagem, se não viveres as minhas palavras. VAI, PREGA E VIVE O EVANGELHO! A fé, sem a caridade, é morta. Miguel Tavares (em O Gigante da Serra, de Valença/RJ)

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MEDITANDO EM EQUIPE (Sugestões para março/93) Texto de meditação (Lc 16,19-31)

Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e cada dia se banqueteava com requinte. Um pobre, chamado Lázaro, jazia à sua porta, coberto de úlceras. Desejava saciar-se do que caia da mesa do rico, mas ninguém lho dava. E até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, em meio a tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e Lázaro em seu seio. Então exclamou: "Pai Abraão, tem piedade de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua, pois estou torturado nesta chama". Abraão respondeu: "Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante tua vida, e Lázaro por sua vez os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E além do mais, entre nós e vós existe um grande abismo, a fim de que aqueles que quiserem passar daqui para junto de vós não o possam, nem tampouco atravessem de lá até nós". Ele replicou: "Pai, eu te suplico, envia então Lázaro até a casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; que leve a eles seu testemunho, para que não venham eles também para este lugar de tormento". Abraão, porém, respondeu : "Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam". Disse ele: "Não, pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for procurálos, eles se arrependerão" . Mas Abraão lhe disse: "Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão". Oração litúrgica (CF-93) Homens: Ó Senhor, vós que sois caminho e acolhida, luz e vida, nós vos

pedimos: Todos: Ajudai-nos a acolher a súplica da criança, do menor que grita e

clama por não ter moradia nem lar. Mulheres: Senhor, dissestes: 'as raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça', T.: Escutai o grito dos irmãos despejados da terra, de suas casas, no campo e na cidade. H.: Senhor, quando perguntaram onde era vossa casa, respondestes: 'Vinde e vede!' T.: Ajudai-nos a ver-vos: nos irmãos que moram nos barracos, nos conjuntos habitacionais, nos cortiços, debaixo dos viadutos e nas ruas. M.: Senhor, vós prometestes: 'quando nossa morada terrestre, nossa tenda for desfeita, receberemos uma habitação no céu', T.: Senhor, enquanto esperamos esse dia, ensinai-nos a viver na fraternidade e animai-nos na luta pela justiça, pelo direito de todos a uma moradia digna. Amém!


MAGNIFICAT Antífona: O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome. ·A mlnh'alma engrandece o Senhor exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; · • Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. • O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! . • Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem; • Manifesta o poder de seu braço, tua:nPircu• os soberbos;


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