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RESUMO • Por ocasião do mês das vocações, a ECI R conversa com vocês sobre os nossos Conselheiros Espirituais (2). A seguir, o C.E. da ECIR dá algumas 'dicas' sobre a busca da espiritualidade através dos pontos concretos de esforço (3) . • João Paulo 11 nos adverte sobre a 'cultura da morte' que está à nossa volta (5) . • Algumas informações da CNBB sobre o novo "Catecismo Universal" (6) . • Os Movimentos, Serviços e Institutos Familiares divulgam importante 'Carta de Intenções' (8) . • Por ocasião da festa de São Domingos, Frei Barruel nos fala de suas três conversões (1 0). • Se vocês têm uma filha adolescente, a Ora. Monique Gadenne pode lhes dar valiosas informações e orientações (11 ) . • Vocês já se comunicaram com Deus hoje? A oração conjugal pode ser uma grande oportunidade (16) . • Ainda sobre as vocações: Como podemos colaborar como chamado de Deus? (19); uma prece pelas vocações (21 ); qual é a nossa vocação nas ENS? (22) como acolher e valorizar as vocações (23) . • O EDITORIAL (25) e a Carta da ER I (27) nos falam do tema sobre a Família e sobre a nossa preparação para o Encontro Internacional de Fátima . • A Assunção de Maria, celebrada em 15 de agosto, é uma ponte entre a primeira criação e o progresso rumo ao infinito (31 ). • O Dia dos pais, também celebrado este mês, dá ensejo a várias reflexões e orações (32); o Dia do Padre é comemorado por um belo testemunho (35), e dois jovens escrevem sobre estas duas festas do mês de agosto (36) . • Um casal dá seu testemunho sobre a fase da pilotagem (38) . • Uma oração ajuda a preparar a partilha (39) . • As equipes dos 'pampas' são engajadas e ativas (40) . • Algumas 'dicas' para nossas próximas leituras (41 ). • Muitas informações para vocês no Correio da equipe da Carta Mensal (42) . • ... e muitas notícias em Notícias e Informações (44) . • Será que é fácil ser vigário hoje em dia? (48). CârtaMênsalé uma publicação mensál das Equipes de Nossa Senhora. Jornalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb J 9835). ·. Edição: Equipe de Casais da Carta Mensal. Fone: (011) 34-8833. Composição/Diagramação/Fotolitos: Newswork. I Promolivro / :,f!. Venâncio Ayres , 931. São Paulo. Fone: (01 263~643;3> . .·•:. <i •· ti Impressão e Acabamento: Edições Loyola. R. Fone: (011 )914-1 · Tiragem.gesta. ediçãQ: ;::~~m:::::::::~: ::--·./:::::::::::~m:::::::: .::-:::~::::::~:::~::)::~::: .·~
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Esperamos que, como nós nos lembramos de vocês neste mês de julho, também não nos tenham esquecido. E procuramos aproveitar esta pequena folga de um mês para trazer agora para vocês muita coisa sobre os eventos de agosto e sobre as coisas do Movimento de uma forma geral. Mês das vocações, Dia do Padre,· Dia dos Pais, Assunção de Maria ... Há tanta coisa para se comentar este mês! No Resumo ao lado, vocês poderão procurar as referências a cada uma delas. Aqui, nos contentaremos em resumir tudo na seguinte "estória": «Era uma vez, na França, um pequeno camponês cristão que, desde a mais tenra idade, amava a solidão e o bom Deus. Como aqueles senhores de Paris tinham feito a Revolução Francesa e não deixavam as pessoas rezar, ele ia assistir à missa, com os pais, no fundo de um celeiro. Os padres mantinham-se escondidos e quando um deles era apanhado, cortavam-lhe a cabeça segundo as regras da arte. Eis porque João Maria Vianney alimentava o sonho de tornar-se sacerdote. E (depois de ordenado) , foi designado para Ars, onde foi sacerdote tão completamente, que convertia todos os que iam visitá-lo. Curava as almas e os corpos, que lia nos corações, como um livro. A Virgem Santíssima ia visitá-lo e o demônio não conseguiu impedi-lo de ser um santo ... » A Igreja celebra sua festa em 4 de agosto. Com muita amizade,
A equipe da Carta Mensal
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A HCIR CONVERSA COM Vocts O CONSELHEIRO ESPIRITUAL NAS ENS Todos nós, equipistas, conhecemos a grande importância do Sacerdote, conselheiro espiritual, cuja presença, em cada Equipe de Nossa Senhora, é indispensável, como parte integrante do carisma fundamental do Movimento. Segundo o Pe. OLIVIER, a riqueza espiritual do Movimento das ENS se origina da soma das duas formas de sacerdócio: o ministerial do padre, conselheiro espiritual, e o dos fiéis, casais equipistas. Nas ENS, o sacerdote, a par da função primordial de fazer o Cristo sempre presente na comunidade que se reúne em seu nome, tem a função, igualmente fundamental, de acompanhar e orientar os casais, auxiliando-os em sua permanente formação e estimulando-os para que realmente se comprometam com a transformação do mundo. Assim , o prejuízo derivado da falta de assistência do sacerdote, que já é grande no mundo cristão, se torna ainda maior nas Equipes de Nossa Senhora. A insuficiência de sacerdotes disponíveis é fato sensível em inúmeras regiões do Brasil. Está cada vez mais difícil manter as atuais equipes permanentemente assistidas por um conselheiro espiritual, dificuldade essa que vem se ampliando, dia a dia, com a criação de equipes novas. Conscientes do problema, alguns Setores têm procurado suprir esta necessidade crescente de sacerdotes, adotando algumas práticas que podem contribuir, se não para a solução, pelo menos, para a minora2 - CM Agosto/93
ção do problema, desde que não sejam afastados os princípios vinculados ao carisma fundamental do Movimento. A "partilha" do mesmo Conselheiro, por várias equipes, tem ocorrido em grande escala e, apesar dos problemas e dos sacrifícios que traz, tanto para o sacerdote, como para os Equipistas, esta solução atende à emergência. Assim, se não for possível contar com a presença do Conselheiro em alguma reunião ou durante algum tempo, certamente, as equipes mais antigas ou solidificadas saberão ser compreensivas, ao ponto de renunciar à sua assistência, em benefício de equipes mais novas ou necessitadas. O problema não é só brasileiro, mas mundial, e, por isto, a ERI, Equipe Responsável Internacional, nos últimos anos, vêm estudando o assunto em busca de soluções e de respostas a esta dificuldade, pois não se imagina, sequer, cogitar a hipótese de interromper a formação de novas equipes ou embaraçar o crescimento do Movimento , por causa da falta de sacerdotes. Por tais razões, neste mês de agosto, tradicionalmente consagrado às vocações sacerdotais, devemos voltar nossas atenções para aqueles que, chamados por Deus, aceitaram o convite, com espírito de doação e desprendimento, demonstrando sua capacidade de viver para servir. É fundamental, pois, que as famílias equipistas dirijam suas orações para o aumento das vocações sacerdotais e que, principalmente,
sem esquecerem a coerência de sua fé com suas atitudes de vida, criem condições favoráveis para que seus filhos respondam afirmativamente ao chamado específico, que eventualmente recebam do Espírito Santo.
É no ambiente sadio da família que podemos multiplicar nossas orações, para que Deus continue provendo sua Igreja dos sacerdotes de que ela tanto necessita. Junia e Mauro Pela ECIR
TER ESPIRITUALIDADE Estimado Casal Equipista! Paz e Bem . Compareço à presença de cada um de vocês, no sentido de apresentar alguns pontos que julgo serem importantes dentro da vivência do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Acredito na diversidade e na criatividade de cada equipe e devemos com este espírito procurar a unidade do Movimento. Para tal algumas reflexões precisam ser realizadas. Todos sabem que o Movimento se propõe a auxiliar cada vez mais os casais a uma descoberta "a dois" (esposo-esposa), da vontade de Deus à cerca do seu matrimônio cristão. Essa descoberta da vontade de Deus em nossa vida, se traduz na palavra "ESPIRITUALIDADE". Ter espiritualidade é ter acerteza de que constituímos nossa santidade, e Deus nos assegura, com certeza, essa construção na vivência dos Sacramentos (Batis-
mo, Crisma, Reconciliação, Eucaristia) e de forma especial a vocês, através do sacramento do matrimônio. Não cabe aqui refletirmos sobre as implicações do Matrimônio sob todos seus aspectos (humano, afetivo, sexual, social, econômico, etc ... ). Mas sim investirmos na dimensão espiritual. Podemos também definir Espiritualidade como a doutrina acerca do progresso metódico espiritual. Saliento aqui a palavra doutrina como o caminho seguro deixado por Jesus Cristo para atingirmos nossa santidade, e progresso metódico espiritual como conjunto de formas para chegarmos ao fim proposto. Nesta perspectiva, nada nos une tão eficazmente a Cristo como os sacramentos. Contudo, nenhum sacramento produz essa assimilação de um só golpe, exigindo uma assimilação progressiva a Jesus e seu projeto. Essa é a dinâmica da Igreja, denominada Ano Litúrgico. Se retomarmos a leitura do documento de 03/05/87, em ChanCM Agosto/93 - 3
tilly, doPe. Caffarel, e transcrito na Carta Mensal Portuguesa de abril de 1988, percebemos que dentro do carisma fundador os elementos de maior importância são: "... Os cristãos casados, tal como os outros, como os frades, são chamados à santidade" ... e ... "É necessário, é indispensável elaborar uma espiritualidade do casal. Não pode ser a espiritualidade do celibatário ou do frade ... " Para o Movimento essa espiritualidade é construída e constituída pelos "PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO". Apresento aqui uma sugestão: Procurem um lugar em seu lar, no qual possam, você esposa e você esposo, ficar por alguns instantes isolados da dinâmica doméstica. Escolham um trecho do Antigo Testamento ou Novo Testamento, a seu critério, e façam a "ESCUTA DA PALAVRA" de Deus. Questionem-se sobre o texto lido, perguntem: O que Deus quer de minha pessoa? - reflita - e depois: O que Deus quer de nós casal cristão? Ao refletirem e responderem a essas indagações, vocês farão a "MEDITAÇÃO". Transformem suas meditações em orações, que podem ser de súplica, louvor, ação de graças, penitenciais, etc ... , estas orações são canalizadas para a "ORAÇÃO CONJUGAL", momento no qual o casal juntamente a Cristo se coloca transparente; a nossa oração não deve ser alheia ou desencarnada da realidade. A mesma deve
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e pode funcionar como poderosa alavanca para atingirmos a santidade; por isso, no processo de conversão, um esforço deve ser realizado, transformando-se em "REGRADE VIDA". Esta "regra de vida" uma vez vivenciada, vai ter suas facilidades, dificuldades e conseqüências, e conversar a dois sobre isso, além de outros aspectos, constitui o "DEVER DE SENTAR-SE". Todo esse processo deve ainda ser reanimado com alguns períodos mais longos de reflexão e formação, que ajudarão no processo do crescimento espiritual conjugal. A esse período mais longo denominamos "RETIRO". Concluindo, quero dizer que a grandeza e a nobreza dos pontos concretos de esforço estão na realização conjugada dos cinco primeiros, pois são interdependentes. Procedendo desta maneira, acredito que vocês farão uma trajetória crescente ao encontro da busca da vontade de Deus em suas vidas. Por último, saliento que este processo não é dom, é esforço pessoal e conjugal, que necessita de ser priorizado. Sem que o casal priorize a preocupação com o desenvolvimento espiritual conjugal, torna-se difícil a sua realização. Deus está com cada um de vocês! Vamos lá? Abraços e orações. Pe. Mário C.E. da ECIR
NÃO C E DAIS À CULTURA DA MORTE Uma família sólida pode constituir o remédio para muitas problemáticas graves e insidiosas; fundada sobre a rocha dos princípios religiosos e morais, ela é a âncora de salvação capaz de subtrair ao naufrágio as melhores energias da humanidade, recolocando-as em campo para renovar o tecido social. Não cedais à cultura da morte. Não cedais à força da violência. Não vos habitueis a assistir impassíveis ao alastrar-se do crime que mina na base as estruturas da vossa sociedade. Sede confiantes na ajuda de Deus e corajosos em combater unidos contra os males. Sede então, famílias cristãs, o tesouro e a defesa da vossa sociedade. Revigorai a vossa comunhão, regenerando-a nas fontes da fé. Acolhei os filhos como fruto e selo do amor. Todo o filho que nasce, com a sua identidade irrepetível, é dom do Senhor e traz a sua imagem. Preocupai-vos da sua educação moral e religiosa; iniciai-os num itinerário de fé , com as palavras e mais ainda com o exemplo. As vossas casas sejam ao mesmo tempo santuários da vida e escolas de doação perseverante e gratuita ao serviço dos necessitados: dos doentes, das pessoas idosas, dos marginalizados, das crianças. Sejam igrejas domésticas onde os jovens, olhando também para os pais, possam descobrir o sentido de sua particular vocação. Como a Família de Nazaré foi berço da Igreja,
assim também cada família cristã é chamada a ser berço de vocações laicais e de especial consagração. Queridas famílias, os jovens estão em busca de ideais grandes e empenhativos. Ajudai-os a dedicarse sem cessar à construção da civilização do amor. E vós, jovens, sede dignos das melhores tradições da vossa Igreja, estimando cada vez mais os grandes recursos espirituais que a caracterizam. Sentis-vos, hoje, não raro constrangidos a enfrentar uma cultura ambígua e contraditória. Ao lado de testemunhos de amor, tendes diante de vós espetáculos de violência; ao desejo de construir uma sociedade melhor, suscitado em vós pela adesão ao Evangelho, contrapõemse muitos apelos consumistas, que paralisam todo o empenho generoso. Sois chamados a escolher. A escolher talvez o caminho mais longo e mais difícil, mas que é o único a conduzir-vos aos cumes da plena humanidades e da santidade. Cristo está convosco. Deixai-vos guiar por Ele ao longo dos seus cam inhos. Evitai as ilusórias e perigosas veredas que levam à insatisfação do coração e ao escondimento do espírito. Sede verdadeiramente jovens: jovens até ao fundo. Tende horror das fáceis mas trágicas miragens do prazer, do dinheiro e do poder. Deus é juventude, e só quem vive d'Eie, tem o segredo da juventude. João Paulo 11 CM Agosto/93 - 5
CATECISMO REAFIRMA DOUTRINA DA IGREJA Há poucos dias os jornais noticiaram a publicação, na Itália, de trechos do novo "Catecismo Universal". E suscitaram talvez mais dúvidas do que luz nos leitores. De que "Catecismo" se trata? No Sínodo dos Bispos de 1985 foi sugerida a redação, por parte da Santa Sé, de um novo catecismo para a Igreja Católica. O Papa aprovou a sugestão e criou uma comissão de redação, composta por vários bispos e ajudada por vários teólogos e catequistas, sob a supervisão do cardeal Ratzinger. Um projeto do novo catecismo foi enviado aos Bispos do mundo inteiro para que o examinassem e fizessem suas observações, no final de 1989. Tratava-se de um volume bastante consistente: 434 páginas em formato de livro; mais de 4.000 parágrafos de texto e, dentro dele, 427 "fórmulas" em destaque.( ... ) Para satisfazer a curiosidade do leitor que não quer esperar a edição completa do nosso Catecismo [em português], pode-se apresentar algumas considerações. Em primeiro lugar é bom esclarecer que a palavra "catecismo", neste caso, não significa um livreto de poucas páginas, com um breve resumo da doutrina cristã, destinado ao povo. O "novo Catecismo Universal" é um livro destinado aos bispos e aos autores dos livros de catequese. É um texto amplo e rico, que foi pensado para servir de base à redação de catecismos nacionais ou regionais, destinados ao povo ou a categorias determinadas (jovens , estudantes, crianças etc.). O "novo Catecismo" já contém algumas "fórmulas" em destaque. São trechos breves, trabalhados com muito
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cuidado, que poderiam nos futuros catecismos constituir os pontos básicos a serem estudados e talvez decorados. Mas tudo isso dependerá dos bispos ... Para compreender melhor esse fato, podemos lembrar o Concílio de Trento. O Concílio tridentino mandou publicar um Catecismo "para párocos" : eram 600 páginas de doutrina sobre o Credo, (a Fé), os Mandamentos (a Moral), os Sacramentos, para que os padres explicassem oralmente ao povo a doutrina cristã. Além disso, cada bispo podia mandar publicar na sua diocese um "pequeno catecismo", um texto breve, para leitura dos fiéis. E, de fato , nos séculos XVI e XVII houve muitos catecismos diferentes, impressos pelas dioceses ou escritos por alguns autores que se tornaram famosos, como Canísio, na Alemanha, ou Bellarmino, na Itália, ou ainda pelos missionários inclusive na América Latina. Então, é provável que dentro de alguns meses tenhamos um novo "Catecismo Universal" para os bispos e, dentro de alguns anos, muitos novos catecismos diocesanos ou nacionais. Por que um "novo" Catecismo? Antes de tudo, contrariamente à tendência dos meios de comunicação a procurar em tudo o que é "novo", é preciso dizer que o "novo Catecismo", na realidade, reafirma a doutrina tradicional da Igreja. Por que então todo esse trabalho? Não bastava publicar novamente o Catecismo de Trento ou de S. Pio X? Creio que a resposta é, em grandes linhas, a seguinte: 12 - O Catecismo era necessário para deixar mais claro o que a Igreja ensina mesmo. Nos últimos anos criou-se, também entre os católicos,
uma multidão de dúvidas sobre a doutrina da Igreja. Agora teremos um texto oficial e completo como referência. 22 • O Catecismo também era necessário para formular as doutrinas numa linguagem mais adequada à mentalidade de hoje. Certas expressões, com a evolução da língua e da cultura, tornaram-se obscuras ou ambíguas. Com o passar do tempo muitas palavras mudaram de sentido; outras não são mais usadas e não se sabe mais o que significam exatamente. Era preciso ter uma nova linguagem. 32 - O Catecismo também era necessário em termos de uma nova sistematização. Era preciso qrganizar e ordenar melhor as coisas. E um ponto que o Concílio Vaticano 11 enfatizou muito. O Concílio exige uma "hierarquia das verdades". Isso significa que não se deve, num catecismo, dar pouco espaço às verdades fundamentais da fé e muito espaço a doutrinas secundárias. Ora, isto aconteceu numa certa medida com os catecismos da época de Trento e mesmo mais recentes. Eles enfatizaram os assuntos sobre os quais havia briga, e acabaram exagerando algumas coisas e esquecendo outras importantes! O novo Catecismo faz o esforço de apresentar as coisas segundo uma justa proporção, dando realce àquilo que é realmente essencial. O novo Catecismo quer nos ajudar a crer em Deus e no seu Amor Vou só fazer um exemplo. Nos catecismos do século passado, em reação ao chamado deísmo (uma filosofia que reconhecia a existência de Deus, mas negava Cristo e a Igreja), foi dada muita ênfase exatamente à existência de Deus, à sua "unidade" e ao seu poder. Foi esquecida, porém, a doutrina cristã da Trindade: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo; Deus é comunhão de pessoas. Resultado: hoje os católicos acreditam no Deus todo poderoso, assim como muitos não ca-
tólicos, mas ignoram tudo ou quase tudo a respeito da Santíssima Trindade. Fé no Amor de Oeus A imprensa, falando de novo Catecismo, não estava interessada em Deus ou na Santíssima Trindade . Queria saber o que é pecado e o que não é. Falou-se que a Igreja agora é mais severa com a corrupção ou a sonegação de impostos (não pagar impostos e taxas), mas mais compreensiva com a masturbação, por exemplo. O que há de verdade nisso? A verdade é, antes de tudo, que o novo Catecismo não dá tanta importância aos pecados. O Catecismo quer nos ajudar a crer em Deus e no seu amor, antes de tudo. Quanto aos pecados, a diferença com respeito ao passado está principalmente no "enfoque". Antes, olhava-se sobretudo a "matéria " do pecado, o pecado em si mesmo. Hoje, olha-se mais para o pecador. Hoje se tem consciência que a pessoa humana, homem e mulher, pode fazer coisas erradas ("pecados"), sem muita consciência do que está fazendo ou levada por forças superiores à sua vontade. Nestes casos não há propriamente "pecado" (= ofensa a Deus). Há um ato que é mau, em si, mas que não foi feito com má intenção, ou má vontade. Sempre a Igreja ensinou que há pecados graves somente quando há, na pessoa, "plena advertência e pleno consentimento". Em resumo, hoje há mais atenção à pessoa, às condições reais de vida humana, e menos ênfase sobre a lei, menos legalismo e mais humanidade.
Padre Alberto Antoniazzi é teólogo e secretário executivo do Projeto "Construir a Esperança" da Arquidiocese de Belo Horizonte. (Publicado como encarte ao Boletim da CNBB)
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Nos dias 15 e 16 de maio, a Comissão Nacional de Pastoral Familiar da CNBB reuniu as lideranças dos Movimentos, Serviços e Institutos Familiares de abrangência nacional, a fim de refletirem sobre estratégias e ações que deveriam realizar, de forma integrada, para que a Pastoral Familiar realmente aconteça nas dioceses e paróquias. Ao final do Encontro foi redigida a seguinte
CARTA DE INTENÇÕES Reunidos na cidade de São Paulo, nos dias 15 e 16 de maio de 1993, os dirigentes abaixo relacionados formularam os seguintes propósitos e intenções com relação à dinamização da Pastoral Familiar no Brasil: • Considerando as conclusões do IV Encontro Nacional de Pastoral Familiar, realizado em Florianópolis em setembro de 1992, que recomendava a implantação da Pastoral Familiar em todas as dioceses e paróquias; • considerando os apelos do Magistério da Igreja, em especial o Documento de Santo Domingo (outubro de 1992); • considerando que os Movimentos, Serviços e Institutos Familiares presentes neste encontro podem e devem dar sua co laboração na promoção e dinamização da Pastoral Familiar nas dioceses e paróquias de maneira integrada; • considerando, fina lmente, a oportunidade da Campanha da Fraternidade de 1994 em torno do tema da família e o Ano Internacional da Família promovido pela ONU , que precisarão tornar-se ocasião extremamente forte de desenvolvimentos da Pastoral Familiar, deliberam PROPOR a todos os
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membros de seus Movimentos. Serviços e Institutos motivando-os enfaticamente que: 1. Criem mecanismos de comunicação eficaz com as suas respectivas bases no sentido de: -levar ao conhecimento de todos as decisões da Comissão Nacional de Pastoral Familiar; -mobilizar seus membros em torno de acontecimentos ligados ao casamento, à família e à vida, por meio de um mecanismo constituído por uma rede de comuni~;
-sensibilizar seus membros a estudarem e debaterem o documento PASTORAL FAMILIAR NO BRASIL (Estudos da CNBB n2 65). 2. Realizem uma integração real de seus Movimentos, Serviços e Institutos com a Pastoral Familiar local principalmente, mas não exclusivamente, através de serviços decorrentes de seu carisma próprio, à comunidade. 3. Intensifiquem a formação de seus membros para que se tornem eficazes agentes da pastoral Familiar, em especial: - revendo a atual formação dada
aos seus membros; - tendo a preocupação de formálos para poderem agir com competência na realidade; - sugerindo que participem de cursos ou sessões de formação fora do âmbito próprio do Movimento, Serviço ou Instituto Familiar, como, por exemplo, Cursos de Teologia , Escolas da Fé, etc. Além destes três pontos, foram ainda consideradas, como válidas, outras propostas para uma maior atuação na Pastoral Famil iar: • criar o maior número possível de grupos ou comunidades de famílias nas paróquias, bairros , quarteirões, etc.
ção e dinamização da Pastoral Familiar, resolvem igualmente as lideran~ reunidas neste encontro conclamar seus respectivos Movimentos, Serviços e Institutos Familiares que se unam num esforço único em torno da promoção destes eventos. São Paulo, 16 de maio de 1993.
Eduardo Nogueira de Almeida Fernandes- CENPLAFAM Elizabeth e Romolo Prota - ENS Eunides e Bosco Lugnani- Instituto da Pastoral Familiar e Encontro do Diálogo fone e José N. Jorge Assis- MFC
• resgatar a cultura cristã do matrimônio e da família;
Maria Aparecida e Ivo NunesO VISA
• unir esforços e trabalhar junto com outras pastorais, principalmente as pastorais sociais, como, por exemplo, a da criança, do menor, dos encarcerados, etc.
Maria Eugenia e Márcio PeixotoFamílias Novas
• procurar desenvolver esforços concretos para atendimento dos assim chamados "casos difíceis" , como, por exemplo, mães solteiras, separados, recasados, etc.; • produzir subsídios em torno do casamento e da família para as classes menos favorecidas, conforme o carisma e experiência de cada Movimento, Serviço e Instituto Familiar. Por fim , levando em conta os três próximos eventos intimamente ligados à Pastoral Familiar, quais sejam, a Semana da Família, a Campanha da Fraternidade de 1994 e o Ano Internacional da Família a se realizar também em 1994 e conscientes de que estes constituem momentos fortes. para ampla divulgação, valoriza-
Maria Francisca e Elias MartinsEscola de Pais do Brasil Neusa e João Carlos C. Rocha Movimento Apostólico Shoenstatt Padre lrineu Trevisan- Movimento Apostólico Shoenstatt Padre Romo/o Avagliano- ECC Wilson Soares Leite- OVISA PelaCNPF: Dom Aloysio José Leal Penna,
SJ Dom Diógenes Silva Matthes Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM Eunides e João Bosco Lugnani Maria Regina e Carlos Eduardo Heise- ENS CM Agosto/93 - 9
OS CM11NHOS DA SANTIDADE AS TRÊS CONVERSÕES DE SÃO DOMINGOS (1170-1221) Estamos em 1204. Pouco conhecido, cônego regular da catedral de Osma, no norte da atual Espanha, Domingos de Gusman, então com 34 anos, subprior e professor de teologia, acompanha o seu bispo, Dom Diego de Acebes, para, em nome do rei de Castela, preparar a vinda, a fim de casamento, de uma princesa dinamarquesa. Tem de atravessar do Sul ao Norte toda a Europa Ocidental. Parando em Tolosa, já na França, a pequena comitiva passa a noite na hospedaria de um herege que tinha sido católico. À noite toda, Domingos argumenta com ele, até fazê-lo voltar à fé católica. É provavelmente a primeira vez que discute com um herege. Para ele, é uma descoberta: há gente, e são numerosas além de poderosas, que recusam a fé plena em Jesus Cristo e em seu Evangelho. Continuando o dia seguinte sua caminhada, o bispo e seus companheiros são alcançados por um mensageiro que lhes anuncia o falecimento da princesa que iam buscar. Logo, todos voltam a Tolosa. Aí, depois de ter recebido a autorização do Papa, Dom Diego e seu companheiro Domingos decidem consagrar-se à conversão dos hereges. É a primeira "conversão" de Domingos. Os dois se agregam a um grupo de missionários formado em maioria de monges. Estes vivem com grande aparato e discutem com os pastores dos hereges; conseguem dobrá-los intelectualmente em discussões públicas, mas sem atingir o povo. A razão deste fracasso? Os monges andam bem vestidos, bem alimentados,
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acompanhados de uma numerosa comitiva, enquanto os pregadores da heresia andam descalços, com vestidos esfarrapados, visivelmente pobres. O povo se identifica a eles, tem mais confiança neles. Dai o fracasso da pregação católica. Domingos e seu bispo decidem então assumir o estilo de vida dos pregadores hereges, num despojamento e numa pobreza visíveis. Os monges, renunciando à sua missão apostólica, voltam para suas abadias. É a segunda "conversão" de Domingos. O bispo Dom Di ego, adoentado, volta para sua diocese de Osma, onde vem a falecer pouco depois. Domingos, agora sozinho, assume uma pequena igreja em Fanjeau, perto de Tolosa, e inicia na redondeza uma pregação mais ou menos sistemática. Há conversões. Alguns jovens, que querem participar da pregação de Domingos, juntam-se a ele, formando a primeira "comunidade dominicana". O exemplo da fé, da caridade e da pobreza deste grupo impressiona o povo, e as conversões se multiplicam. Essa descoberta do valor apostólico de uma comunidade é a terceira "conversão" de Domingos. Neste momento, a "Ordem dos Pregadores", como será chamada mais tarde, já nasceu de fato. Quando Domingos de Gusman, uns quinze anos depois, volta para a casa do Pai, já são dezenas de comunidades dominicanas espalhadas pelo mundo afora. A Igreja celebra a festa de São Domingos no dia 8 de agosto. Frei J.P. Barruel de Lagenest, O.P.
COMPREENDER E AMAR Vocês têm uma filha de quinze anos e vocês não a compreendem. Por que é que ela quer sair da "casca" em que estava até agora? Por que procura ela outra coisa diferente da que seus pais sempre lhe deram com amor? Vocês têm medo das suas opções, das suas reações, das suas perguntas.
todas as transformações físicas e psíquicas que fazem com que deixe este estado geralmente tranqüilo da infância. Parece essencial que os pais estejam vigilantes, pois perturbações importantes podem revelar-se ou instalar-se na adolescência. Nestes casos, a atitude dos pais pode ser fator desencadeante ou agravante e
A todos estes "porquês" somos tentados a responder: é normal, é a idade da adolescência; mas esta resposta não basta. Vocês sofrem porque se sentem contestados, mas a sua filha espera de vocês que não a rejeitem . Ela está vivendo um período de contestação total, sente-se só e tem necessidade do seu amor, um amor discreto mas sólido e respeitador da nova personalidade que nela surge. É com efeito, uma modificação para se tornar adulta e para viver
isso necessita um questionamento não unicamente do sistema educativo, mas também da personalidade de cada um dos pais. 1- CARACTERÍSTICAS DA ADOLESCÊNCIA A sua filha vê o corpo transformarse de repente, começa a sentir desejos que a impelem a separar-se de vocês. Misturam-se nela o "desejo de voar com as suas próprias asas" e o de ficar criança. Cada vez mais, ela sabe o que quer deixar, CM Agosto/93 - 11
mas não sabe ainda o que procura. É, portanto, o período da contest.acão. da revisão das idéias admitidas ou admissíveis durante a infância e da ~ dos que lhe inculcaram essas idéias, os pais e os adultos em geral. A adolescente rejeita tudo e encontra-se então perante um vazio que preenche na procura do que se chama "suportes identificadores", amizades passageiras, modas, ídolos ... É o período da instabilidade e das paixões. Ela parece recusar o amor de vocês, por lhe parecer sufocante e corresponder para ela ao conforto de uma infância que ela quer deixar. Com efeito, a adolescente tem necessidade absoluta deste amor e tem medo de o perder. De momento, sente com angústia a sua solidão porque começa a sentirse como uma pessoa única e responsável, face às escolhas da vida, mas não se sente capaz de a assumir. Sobretudo não sabe o que será esse novo indivíduo que sente nascer em si. Segue então um modelo, recusando totalmente o que lhe impôs a família, de maneira, por vezes, demasiado rígida. É o período do questionamento da pessoa permanente e da insegurança que tornam a adolescente frágil e sensível à depressão. Todos os atos da adolescência são alimentados pelo afluxo maciço de energia pulsional que se manifesta bruscamente após a calma na infância. Isto caracteriza-se por uma facilidade em agir, uma impetuosidade e um compromisso total em tudo que empreende. Estes diversos pontos permitem compreender melhor e aceitar a aparente incoerência do comportamento da adolescente. Tendo em conta a confusão vivida , parece no r12 - CM Agosto/93
mal reencontrar nela a contestação, as reações apaixonadas, a recusa da autoridade e do amor dos pais, vivido de modo sufocante. Enfim a instabilidade e a insegurança que ela ressente, conduzem-na a comportar-se à margem do que se espera dela. 11 - PERTURBAÇÕES DA ADOLESCÊNCIA Se é possível aceitar as "alterações de caráter" acima evocadas, outras manifestações são mais difíceis e necessitam por vezes de uma conduta específica. A adolescente apresenta freqüentemente dificuldades escolares, que vão desde uma simples baixa de rendimento, à recusa de prosseguir os estudos. Os resultados medíocres podem explicar-se pela fadiga física devido as transformações corporais associadas ao aumento de trabalho exigido à adolescente. Por outro lado, as alterações escolares podem entrar no quadro da contestação de todas as formas de autoridade e de obrigações. Para estes adolescentes, as paixões passageiras conduzem ao relaxe dos estudos para seguir a idéia do momento. É preciso, naturalmente, precaver-se contra decisões precipitadas na escolha de uma nova orientação. Isto deve fazer-se segundo o gosto da jovem mas tendo em conta o futuro que lhe auferirá esta nova orientação. A intervenção dos pais e dos educadores é necessária e deve ser vivida pela adolescente mais como um conselho do que como uma medida autoritária. Mas as anomalias do comportamento na adolescência podem tomar proporções mais importantes
e então justificar preocupações dos pais. A insegurança e a carência que a adolescente revela podem levar a uma verdadeira depressão. Os psiquiatras explicam isto pelo fato de haver no decurso da adolescência um verdadeiro trabalho de "destruição" a cumprir para abandonar a criança que antes era. Pelo contrário, a intensidade dos desejos leva a movimentos de exaltação que se traduzem pelas fugas, interrupção dos estudos, comprometimento em movimentos políticos ou religiosos. Tudo isto é vivido com paixão e raramente constitui um compromisso definitivo. As condutas suicidas, encontradas na adolescente, podem ser reveladoras de várias alterações . Pode tratar-se de perturbações graves do domínio da psicose, traduzindo-se pela procura da morte ao ponto de que tudo é organizado para a atingir. Não há recusa da vida mas o indivíduo é como que fascinado pela idéia da morte. Estas manifestações traduzem uma doença psíquica grave compreendendo outros aspectos que podem , numa adolescente, não se revelar senão por este interesse particular por tudo o que respeita à morte ou que pode ocasioná-la. Em outras adolescentes, o recurso ao suicídio é um apelo ao desespero e traduz mais um desgosto pela vida do que uma procura da morte. É a única saída que vislumbra a adolescente para combater a angústia provocada pela solidão e pelo vazio que sente face a um futuro que lhe mete medo. Neste caso, os meios empregados são mais inofensivos que no caso precedente e raramente terminam na morte. É preciso não negligenciar este apelo
à ajuda e responder de maneira adequada para evitar suicídios. Com efeito, enquanto o seu apelo não é atendido, a adolescente fica condenada a uma escalada que torna as tentativas posteriores mais perigosas. Aliás, enquanto a tentativa de suicídio traz benefícios secundários importantes (inquietação dos familiares, satisfação das exigências), torna-se um meio de defesa que a adolescente poderá utilizar. Pode-se também explicar a freqüência dos suicídios neste período da vida pelo fato da adolescente, que acaba de tomar consciência do que é a morte e do seu aspecto definitivo, se dar conta de que ela tem a capacidade para o fazer. Ela pode comandar a sua vida e é uma maneira de se definir como um indivíduo autônomo e responsável. Enfim, qualquer que seja a explicação subjacente para uma tentativa de suicídio (dificuldade banal, pré-psicose ou carência afetiva) é preciso considerá-la sempre como umét maneira de se dirigir ao outro, como a última tentativa para ultrapassar uma angústia que a adolescente não pode suportar sozinha. É preciso pois responder-lhe com uma intervenção afetiva e com a procura do porquê de tal ato. Isto pode ser moroso e difícil mas é preciso não hesitar em fazê-lo, ajudado por especialistas que poderão descobrir os sinais de gravidac'e de uma prépsicose. A adolescente pode encontrar também nas condutas delinqüentes um meio de se afirmar contra os modelos infantis que se revelam por uma certa estereotipia. Trata-se muitas vezes de roubo de carros, de roubos nos supermercados, de agressões fúteis. Precisamente CM Agosto/93 - 13
para provar a si própria que é capaz de fazer qualquer coisa que vá contra a ordem estabelecida pelos adultos. O uso do tabaco ou de álcool é também uma maneira de mostrar que já não é criança. Ao seu abuso junta-se muitas vezes o uso de drogas. que é uma maneira de dissimular e de combater a angústia fundamental que invade a adolescência. Outras perturbações existentes na adolescência pertencem ao do.: mínio da sexualidade. A criança que se transforma em mulher sente subir nela desejos cuja satisfação é fonte de prazer. Muitas vezes a educação que ela recebeu e o ambiente em que viveu pode levá-la a culpabilizar-se. A adolescente reage pela recusa passageira ou refugia-se em atitudes místicas ou ascéticas, meios de defesa necessários para controlar os impulsos sexuais que ela sente. As transformações físicas, o peito e as menstruações são, por vezes, tão difíceis de aceitar porque a adolescente tem em face dela um modelo feminino que recusa. O combate que parece ter consigo, tem-no de fato contra o modelo que rejeita. As práticas auto-eróticas e masturbatórias são frequentes na adolescente que encontra nelas o objeto de satisfação dos seu desejos. As incertezas e as dificuldades em se afirmar dificultam as relações com o outro. A liberalização dos costumes e a liberdade em que são educadas as crianças levam os adolescentes a ter relações sexuais, por vezes, muito cedo. O combate aos tabus, a demissão dos pais, que preferem dar a pílula à sua filha, ou mesmo até recorrer ao aborto, em vez de tomar a responsabilidade de a edu14 - CM Agosto/93
car neste domínio, retiram ao ato sexual toda a sua dimensão. A adolescente, com efeito, não é ainda capaz de um dom de amor total. O ato sexual é assim vivido como uma satisfação narcísica ou como uma procura conformística de uma certa normalidade. O que uns julgam ser progresso, não é senão uma vantagem passageira, sobretudo para os adultos, que se libertam de toda a responsabilidade. Mas é prejudicial à adolescente que se sente frustrada, consciente ou inconscientemente, no seu papel natural que é o de dar vida. Finalmente não se pode falar da adolescente sem abordar a anorexia mental. Trata-se de uma doença grave, que acaba na morte, se a deixarmos evoluir. A anorexia mental é uma doença psíquica, mesmo se os seus sintomas são somáticos: emagrecimento e amenorréia. É muito difícil compreender por que é que uma jovem procede assim, embora numerosos trabalhos tenham sido feitos sobre este assunto. As características principais desta doença são as seguintes: alteração da conduta alimentar traduzida por recusa de certos alimentos, acessos de buli mia seguidos de vômitos provocados. Associa-se-lhe uma má percepção da imagem corporal, isto é, a adolescente não vê o seu corpo como ele é. Semelhante a um esqueleto recoberto de pele, ela acha-se obesa por todo o seu corpo. Toda sua vida é organizada por modelar este corpo tal como ela o deseja. Com as restrições alimentares, há uma hiperatividade motriz que a faz correr e ocupar-se até o esgotamento. O caráter da anorexia é, muitas vezes, marcado pela perversidade e pelas chamadas manipulações. Assim, serve-se das
pessoas que se lhe dirigem, engana-as, porque quer provar a si própria que é a única, superior, toda poderosa. Uma adolescente que se torna anoréxica foi, muitas vezes, uma "menina ajuizada", sem problemas e com bons resultados escolares. Tudo foi perfeito sem dúvida. Dá-se conta, com efeito, que durante a infância, esta "menina muito ajuizada" nunca pôde exprimir os seus próprios desejos. Tudo o que fazia era suportado pelo desejo de corresponder ao modelo imposto pelos seus pais, ou sua mãe na maioria das vezes. As transformações da adolescência retiram-lhe este equilíbrio, e ela fica perante um vazio completo porque nunca existiu senão por uma outra pessoa, que lhe é insuportável e então quer mostrar que é capaz de a contrariar e de a dominar. Ao mesmo tempo rejeita a criança que ela era e quer voltar a ser, voluntária e poderosa. O fato de conseguir suportar a fome e a fadiga e uma força até ao limite do suportável prova-lhe que é capaz de ter vontade e domínio sobre si, domínio esse que exerce no seu próprio corpo e nos outros. Quando os pais vivem este drama, precisam de compreender e aceitar que é uma doença psíquica. Não vale a pena e é mesmo perigoso vê-la apenas como um problema de recusa da alimentação, de emagrecimento e paragem da menstruação. Se a forçam a comer, apenas entram no combate que ela decidiu ganhar. Todas as medidas autoritárias atuam no mesmo sentido. É preciso tratá-la com firmeza, mas também com doçura e paciência, porque para além deste aspecto
agressivo e repulsivo, há uma angústia profunda e um desejo de ser amada. Se esta angústia e esta necessidade de amor não são evidentes ao observador, são também inconscientes para a anoréxica. Os tratamentos atuais têm por fim levar a adolescente a aceitar uma ajuda para que exprima as suas angústias e encontre por si própria um novo equilíbrio de vida em que seja independente da sua família. O isolamento do meio familiar, muito difícil de aceitar tanto pela filha como pelos pais, permite romper o ciclo vicioso do que se tinha instaurado entre ambos. Permite à filha exprimir-se fora dos seus pais e a estes, ajudados pelos terapeutas, descobrir e compreender os conflitos existentes. 111- CONCLUSÃO Qualquer que seja a perturbação apresentada pela adolescente é de notar que ela traduz, muitas vezes, uma necessidade de amor. À medida que a criança cresce, o amor dos pais para com ela deve transformar-se e aumentar também. A adolescente tem necessidade de uma presença, de um suporte, do respeito da sua pessoa, que pouco a pouco, se afirma diferente. Tem necessidade de ser amada pelo que ela é e não pelo que gostaríamos que ela fosse. Mas sobretudo não desesperem ... E, se é o caso, experimentem pensar como eram quando adolescentes. Dra. Monique Gadenne (na revista Alliance, reproduzido da Carta Mensal Portuguesa).
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Pontos Concretos TELEFONE ANTES, V Á DEPOIS ... Uma das invenções espetaculares de nossa época é o telefone. Por meio dele entramos em contato com pessoas, nas mais variadas distâncias e localidades que, antes, era impossível. É incrível como, de fato, a invenção do telefone trouxe para todos nós um maravilhoso contributo na comunicação, pois somos seres criados para a comunicação. Apesar de sua importância, muitas pessoas não sabem usá-lo ou usam erradamente, já que fazem dele um meio de troca de idéias que deixa muito a desejar, pois o fato de não termos a pessoa do outro com quem estamos nos comunicando diante de nós, nos impede de perceber as reações normais do comunicador ante o comunicado, diminuindo, por isso, a compreensão da mensagem em profundidade. Isto porque falamos mais com as expressões do que pela palavra. Somos sedentos de comunicação com Deus. Estar diante d·Eie é um desejo há muito acalentado pela humanidade. No livro dos Salmos encontramos aquela súplica que diz: "A minha alma tem sede de Deus, pelo Deus vivo anseia com amor; quando irei ao encontro de Deus, e verei sua face, Senhor?' . Mas 16 - CM Agosto/93
esta busca fica muito na esfera intelectual, racional , visto que "ninguém viu o Pai a não ser o Filho ... ". Na caminhada terrena entre nós, Jesus recebeu dos apóstolos esse pedido: "Senhor, ensinanos a rezar .. ." e Ele apresenta a oração do Pai-Nosso, que traduz as duas maiores realidades da fé: "amor a Deus e amor ao próximo". Portanto, nos ensinou a viver a realidade maior de nossa existência, encarnando-a no dia a dia. Muitas vezes ouvimos pessoas expressarem seu não contentamento com a oração. Ela se torna muitas vezes vazia, oca, não satisfazendo nosso ego. Toda comunicação (e rezar é comunicar-se com Deus!) gera uma ação, ou melhor, nenhuma oração é passiva, estática. Deve provocar uma ação. Se eu rezo: "seja feita a vossa vontade" e me rebelo contra algum acontecimento menos gostoso, onde está minha concretude na oração? Se eu digo: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje ... " e não me disponho a repartir o meu pão com os famintos, que sinceridade é a minha? Fomos ensinados que o diálogo com Deus deve-se fazer de um modo solene e respeitoso, pre-
parado com esmero. Tudo isto é verdade, mas não é toda a verdade, se levarmos em conta que Ele não está nas alturas, nem tão pouco no chão mas sim, em nós, na nossa realidade, nas situações em que encontramos. Isto é possível crer se entendermos o mistério da encarnação do Verbo. Entre os pontos concretos de esforço, propostos pelas ENS, encontramos a ORAÇÃO CONJUGAL (e, se possível, também a familiar). A Segunda Inspiração nos diz na pg. 1O: "Encontrar-se a cada dia, marido e mulher, numa oração conjugal ... ". Em muitos casais este ponto concreto não é abraçado com garra. Em outros, até que se faz um esforço, mas a queixa continua: não consigo mais rezar; há um vazio em mim ... O que acontece, como disse acima, é a idéia falsa de Deus, resultando, com isto, numa falsa espiritualidade. E dizemos que as ENS é um Movimento de espiritualidade conjugal e familiar! Dizer da importância da oração seria supérfluo, pois os Evangelhos estão aí para nos asseverar sua necessidade: "rezai sem cessar; rezai para não cairdes em tentação; até agora não pedistes nada: pedi e recebereis" . Ele mesmo, Jesus Cristo, muitas vezes, ao longo de sua caminhada, se retirou para rezar a sós. Só que esta oração não tinha nada de supérfluo, de irreal, pois mais do que nunca Ele fazia sin-
tonia com a caminhada do povo, tanto o do passado como o do seu presente histórico. Por isso sua oração era transformadora, era realizadora, era verdadeira. Se hoje somos chamados a seguir Jesus Cristo, não podemos fugir desta dimensão da oração. O texto que segue nos mostra claramente o teor de que deve se revestir nossa oração para que seja realizadora e transformadora da realidade. "A oração é praticamente impossível sem uma vida santa, sem a conformidade com a vontade de Deus, aqui e agora, sem a imitação do modo de ser de Jesus Cristo. O compromisso ou a prática cristã coincide com a conformidade à vontade de Deus e esta vontade de Deus se dá sempre com a prática cristã.
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É fato que em todos os setores da Igreja na América Latina há um crescente interesse pelos temas de espiritualidade. O interessante é que estes sintomas se verificam em todas as correntes de pensamento e da prática pastoral. Nos grupos progressistas ou tradicionais, na pastoral popular ou nas elites, na teologia da libertação ou fora dela. Aqui duas coisas são importantes: o fato de um interesse e de uma busca explícita de espiritualidade; e o fato de que esta busca quer ser significativa e válida para acompanhar a missão do cristianismo em nosso continente. A segunda costuma ser designada como a busca de uma 'espiritualidade latino-americana'. A formulação de Puebla configura um quadro dos principais acentos e temas da busca espiritual no continente latino-americano: - a experiência de Deus em nossa história e em nossa missão; redescobrir ali o valor da contemplação e da oração; - o conhecimento, amor e seguimento de Jesus histórico, por força do seu Espírito, como critério e caminho de nossa prática cristã; - a primazia do amor fraterno eficaz na espiritualidade; a soli-
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dariedade, a comunhão e participação, a reconciliação, a prática da justiça e da misericórdia; - a opção preferencial pelos pobres e sua libertação integral, como o modo privilegiado de seguir Jesus e viver a eficácia do amor; a pobreza evangélica como condição deste amor; - uma disposição mais radical para o testemunho cristão (especialmente na evangelização dos pobres e oprimidos) até as diversas formas de perseguição e mesmo o martírio. (...)Toda renovação e toda criatividade da experiência cristã devem alimentar-se da melhor tradição espiritual da Igreja: só assim é possível encarnar o Evangelho na realidade e nos desafios da história. A tradição e a encarnação são referenciais permanentes em toda espiritualidade. Quanto mais buscamos uma espiritualidade latino-americana, mais devemos estar identificados com o coração da Igreja, com sua melhor tradição e com as raízes mais vál idas da espiritualidade em nosso continente" . Pe. Luiz Carlos Rodrigues Cons.Espiritual - Setor C Florianópolis/Se
DESEJARÍAMOS TER UM FILHO PADRE ... (Artigo extraído da Carta Mensal Francesa n2 102, escrito pelo Pe. Pierre Descouvemont). Ter um filho padre é o desejo de muitos pais cristãos. Muitas vezes esse desejo é pouco comentado, principalmente em família, porque eles têm medo de exercer qualquer pressão sobre seus filhos. Pudor legítimo! Mas a vocação sacerdotal é um dom inteiramente gratuito do Senhor, e não é repetindo sem cessar a um jovem a possibilidade de tornar-se padre que fará com que o desejo de sê-lo nasça em seu coração. O único padre ordenado ano passado, na nossa diocese, pertencia a uma família incrédula; seus pais não comungaram no dia de sua ordenação. Esses pais não se sentiram felizes de ter um filho padre. Eles tinham plena consciência de nada terem feito para orientar o filho rumo ao sacerdócio. Foi em Lourdes, como simples turista, que ele, ajoelhado diante do Santíssimo Sacramento, teve vontade de tornar-se padre para ajudar aos outros a descobrir a maravilhosa presença que se impunha a ele, naquele momento. Um tal exemplo - que não é isolado - nos lembra que Deus distribui seus dons como Ele quer, e para quem Ele quer. Mas, a exceção confirma a regra. O desejo de tornar-se padre ressoa, habitualmente, no seio de famílias que vivem o Evangelho. Sem ser jamais a recompensa automática de uma educação profundamente cristã, nem o resultado de um
condicionamento que faria mais mal do que bem, a vocação sacerdotal nasce e se desenvolve ordinariamente no meio cristão. Fica aqui, queridos pais, a sugestão de que vocês dediquem o "dever de sentar-se" de agosto (mês das vocações) a essa questão, de suma importância: "O que poderíamos fazer, concretamente, para favorecer na nossa família e em volta de nós o desabrochar de vocações sacerdotais?" Permitam-me propor-lhes algumas sugestões, que não pretendem, evidentemente, esgotar o assunto, mas que poderiam ser discutidas em equipe. Em primeiro lugar, podemos dar aos nossos filhos o testemunho da nossa alegria. Alegria de viver com Cristo e de, freqüentemente, mergulharmos nEle através da Eucaristia, para vivermos a Sua vida. Alegria de viver todos os momentos - e especialmente os dedicados à família como um presente de Deus. Alegria de contribuir com nosso trabalho à marcha e ao progresso do mundo. Alegria de acreditar na Boa Nova que o Cristo nos revelou e da qual a Igreja tomou cada vez mais consciência. Alegria de participar do "élan" missionário desta Igreja, através do nosso engajamento apostólico. Para que nossos filhos escutem o CM Agosto/93 - 19
chamado do Senhor, é preciso ajudá-los a descobrir sua maneira própria de chagar a Ele. E sabemos que essa descoberta se faz, freqüentemente, no seio das comunidades eclesiais, mais que na própria família. Sem rejeitar sistematicamente a educação cristã que recebem em casa, eles precisam encontrar outros cristãos, jovens como eles, com os quais se identificam. Não é suficiente escutar o apelo do Senhor. É preciso responder a esse apelo. É aqui que a educação familiar revela-se de importância capital. Como um jovem pode vislumbrar uma vida toda dedicada ao Senhor se adquiriu durante sua juventude hábitos de "dolce farniente?" (doce fazer nada). Como poderá ele se lançar à aventura do apostolado a tempo integral - uma tarefa esplêndida mas que não pára nunca - se ele jamais renunciou a nada, nem a um programa de TV? Como poderá pensar em celibato se não encontra ajuda para reagir rigorosamente durante sua adolescência, contra o ambiente erótico de sua época? Sim, casais cristãos, tudo o que vocês fazem para ajudar seus filhos a sacrificar alegremente sua "vida confortável" por uma causa legítima estará permitindo que eles respondam mais facilmente: "presente", se Jesus os chamar para segui-lo "à maneira dos apóstolos". Tomem cuidado para não criticar a Igreja diante de seus filhos. Sei que muitas vezes o clero os faz sofrer bastante com sermões insípidos ou decisões inoportunas. Mas despejando seu mau humor contra a . Igreja nas reuniões familiares, vo-
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cês estarão desencorajando seus filhos a nela se engajarem. Apesar de seus defeitos, não se esqueçam jamais de que a Igreja é Mãe, que ela os concebeu para viverem verdadeiramente a vida de Cristo ressuscitado e que ela precisa de vocês para se renovar constantemente. Em vez de "ficar remoendo" todas as inabilidades passadas ou presentes da Igreja, ajudem seus filhos a descobrir as maravilhas que o Senhor nela deposita a cada dia, em todo o mundo. Lembrem sempre das palavras do Senhor: "A colheita é grande, mas pequeno é o número dos trabalhadores. Rogai, então, ao dono da lavoura para que mande trabalhadores para a colheita" (Mt 9,37-38). Não tenham medo de rezar e de fazerem muitas preces para as vocações sacerdotais e religiosas. Participem generosamente de todas as iniciativas, de horassantas lançadas na sua paróqu ia a serviço das vocações. E com a desculpa de que seus filhos não manifestam nenhum sinal de vocação sacerdotal, não digam que o Senhor não ouviu as suas preces. Suas preces são, talvez, a origem de uma vocação sacerdotal ou religiosa que o Senhor suscitou na casa do seu vizinho, na sua paróquia ou do outro lado do mundo. Mistério admirável da Comunhão dos Santos! O jovem padre, aquele que mencionei no começo da nossa conversa, gosta muito de dizer que, sem dúvida alguma, deve sua vocação rel igiosa à prece de uma família que ele, certamente, irá encontrar um dia, no céu.
PRECE PARA AS VOCAÇÕES Senhor Jesus, Tu és o Bom Pastor, Queres a salvação de todos os homens. Tu nos tens dado o Teu Espírito, para que possamos ser, nesta vida, testemunhas corajosas do Evangelho. Hoje nos mandas rezar ao Pai para enviar operários à messe. Que os batizados, os que oram, os engajados ao serviço do mundo, descubram a alegria indescritível de Te seguir, de ser Tua Igreja. Que os jovens se deixem envolver no Teu Amor. E contigo possam viver, no mundo de hoje, uma vida religiosa ou consagrada. Que eles escutem o Teu chamado e aceitem o sacerdócio e a vida missionária, levando o Teu rebanho a nutrir-se da Tua Palavra e dos sacramentos. Que todos os cristãos, por sua vocação missionária, nos façam recordar a dimensão universal da Igreja. Que todos os homens atendam sempre ao apelo de serem diáconos, e nos convidem a Te seguir pelos caminhos do serviço aos irmãos necessitados. Maria, Mãe de Cristo, ajuda-nos a dizer sim aos apelos de Teu Filho. Maria, Mãe da Igreja, ajuda-nos a viver a nossa vocação. Maria, mãe dos Homens, ajuda-nos a construirmos juntos a Igreja da Fraternidade e da Boa Nova. Amém. (Serviço de vocações da diocese de Cambrai/França) CM Agosto/93 - 21
A SERVIÇO DO AMOR O que me seduziu a escrever este material no mês de agosto foi justamente por ser este o mês consagrado às Vocações. Num pequeno levantamento, encontro: dia 04, o dia do Padre, dia de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, "padroeiro dos vigários". No dia 8, Dia dos Pais. A Assunção de Maria, a primeira catequista, é celebrada dia 15. E no dia 25, comemora-se o dia dos Catequistas. "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura". (Me 16,15). Este ir (a vocação) é indispensável. Escolhido do meio do Povo de Deus e inserido nele, o Padre congrega a comunidade no Sacramento da unidade, a Eucaristia. Ser pai é uma arte; supõe, além de aprendizado, muita dedicação. A você, Papai, que desde cedo soube mostrar ao filho o caminho de Deus, e que Jesus está presente na pessoa do irmão sofredor, parabéns, pelo seu dia. A você, Papai, que vive em conflito com o filho por não conseguir entender sua linguagem, suas idéias, seus hábitos, parabéns, também é seu dia. A Assunção de Maria representa de alguma forma o coroamento de um projeto de Deus. Maria vivencia uma grandeza incomparável porque, nada reservando para si, abriu espaço para que nela Deus realizasse grandes coisas: "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" . (Lc 1,38). Importante e delicada é a missão do catequista, já que do seu serviço depende o crescimento e o amadurecimento cristão das crianças e dos jovens a ele confiados. 22 - CM Agosto/93
Catequizar é comunicar. É fazer ecoar a palavra de Deus nos corações de seus catequizandos. Os catequistas são chamados de educadores da fé. É uma honra, mas também uma grande responsabilidade. Afinal, fé não se aprende; como a nossa vida, fé é um dom. A vocação sacerdotal, a vocação religiosa, a vocação do leigo e a vocação matrimonial são as diversas respostas que q homem dá ao chamado de Deus. E a resposta ao Senhor que sai em busca do homem e o chama: "Adão, onde estás?' (Gn. 3,9). No nosso caso, leigos pertencentes ao Movimento das ENS, qual seria a nossa vocação? Que tal buscarmos aquela passagem das Bodas de Caná? Não seria nossa vocação a de transformar o outro em vinho da melhor qualidade? Os defeitos, as manias, as fraquezas, as limitações não deveriam ser transformados em vinho? Se Deus destinou um ao outro assim imperfeitos, nossa missão, a missão de cada um é devolver a este mesmo Deus o outro transformado, santificado. Este milagre pode demorar a vida toda para ser realizado, mas será possível, desde que não esqueçamos o conselho de Maria: "Fazei o que Ele vos disser". (Jq 2,5). ' E assim que somos chamados. E assim que o mundo precisa de nós. É assim que consagramos os anos da nossa vida a SERVIÇO DO AMOR. Colaboração de Lina Equipe 80/C Rio de Janeiro/RJ 111
FAMÍLIA E DEVOÇÃO No Brasil trabalham cerca de 13 mil padres, dos quais quase metade são estrangeiros. Onde buscar os 80 mil necessários, para bem atender todos os católicos? Nosso País está lutando para ser auto-suficiente em petróleo e alimentos. Está na hora de fazer o mesmo pelas vocações, que nascem e se desenvolvem na família. A família é a primeira Igreja, escola e seminário onde têm origem todos os "riachos" que desembocam no "mar da vida". Toda família comprometida deve amar a Igreja, como se fosse a mãe. Falar mal dela é falar da própria mãe. Sabemos que a Igreja fundada por Jesus, sendo constituída por pessoas, é santa e pecadora. Foi o próprio Jesus que disse: "Não vim chamar os justos, mas os pecadores" (Mt 9, 13). Somos todos pecadores, mas é vontade de Deus que todos nos tornemos santos. O bom filho não difama a sua mãe. Todos os membros da Igreja são limitados, fracos e pecadores e, apesar disso, Cristo os escolheu para estabelecer a sua Igreja. Só assim ficou claro que é somente Deus que salva e não os homens. Seus ministros, pecadores como os demais, podem compreender e acolher com amor o irmão que errou. O padre é "esco-
lhido entre os homens e constituído a favor dos homens ... , para oferecer dons e sacrifícios pelos seus pecados. Ele sabe compadecer-se dos que ignoram e erram, porque também ele está sujeito à fraqueza ... " (Hb 5,1-5). Valorizar as vocações consagradas O sacerdote continua a missão de Cristo. Ele tem um pouco de Deus e muito de homem. É grande não por suas qualidades e virtudes, mas por causa da missão de que está incumbido. Um filho consagrado a Deus é um privilégio. Deus passa pela família, pela escola, pela comunidade e convida alguns jovens. É uma preferência, é um privilégio. Quando ordenado, recebe poderes que nenhum outro mortal pode ter, como perdoar os pecados e transformar o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo. Pode atar e desatar: "Os pecados serão perdoados a quem os perdoardes e serão retidos a quem os retiverdas" (Jo 20,23). Há muitos que, influenciados pelo pensamento protestante, dizem: "Não me confesso a um padre: ele é homem como os outros; só Deus pode perdoar os pecados". Você tem razão: Só Deus pode perdoar pecados (Lc 5,2124). Porém vamos raciocinar. CM Agosto/93 - 23
Um delegado de polícia pode prender, soltar ou punir outras pessoas. Que privilégio é esse? Acaso é melhor que os outros? Um juiz pode julgar ou condenar, por quê? O médico pode cortar o paciente. Se outra pessoa, não um médico, fizesse isso, iria logo presa. Por quê? Todas essas pessoas foram credenciadas , preparadas para tais funções . Você deve se sujeitar a elas. Pedro recebeu de Cristo o poder de ligar e desligar, transmitido à sua Igreja através dos seus sucessores, os Romanos Pontífices. O Papa transmite aos Bispos e estes aos Sacerdotes. Eles são as torneiras ligadas à nascente primitiva.
Peça a Deus um filho consagrado Há por ai pais com medo que o seu filho queira ser padre. Têm medo de perdê-lo. Saibam que o único filho que os pais não perdem é o consagrado. Os outros casam e deixam os pais, os consagrados ficam sempre ligados a eles, mesmo quando distantes. Fiz esta pergunta numa reunião: qual seria sua atitude, se o seu filho quisesse ser padre? Um respondeu: "Deus me livre, tirava logo isso da cabeça dele". Outro: "Daria graças a Deus". Outro: "Ficaria muito feliz e procuraria ajudá-lo". Perguntei ao primeiro o motivo de sua resposta. Disse-me: "Há padres escandalosos, maus. Deus me livre de um filho padre". Procurei dialogar com ele: Então, meu amigo, se seu filho quiser ser ad24 - CM Agosto/93
vogado, faça-o desistir logo, pois há advogados ladrões, corruptos. Se quiser ser médico, faça-o mesmo porque há também médicos corruptos e desonestos. Se quiser casar, faça-o desistir logo, porque eu conheço casais adúlteros, maus para a família, escandalosos e divorciados. Seu filho só teria de morrer logo, desistir de ser jovem, de ser homem, porque há por aí muito homem ladrão, seqüestrador, traficante de drogas, estuprador, desonesto. Não há dúvida que houve, há e haverá fraquezas humanas entre os padres e consagrados. Não é porque um pai de família errou que não há bons e santos pais de família. Assim acontece com as pessoas consagradas.
Reze para seu filho ser escolhido Há pais, bons cristãos que rezam pelas vocações dos filhos dos outros; mas os pais cristãos deveriam rezar pelos próprios filhos, colocando-os à disposição de Deus. Assim, você não está mandando nenhum de seus filhos ser padre ou missionário, mas simplesmente pedindo um privilégio, uma grande graça para seu filho. Os pais que não pedem é porque não estão interessados e, por isso, Deus não convida seu filho. Há tantas famílias cristãs e não dão vocações a Igreja. O que estará faltando? Não será a oração e o ambiente cristão no lar? Serafim Marques. IMC (Do jornal "Atualidade")
QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS? Nosso próximo Encontro Interna• cional, em junho de 1994, em Fátima, estará, como todos já sabem, voltado para o tema da família. Toda a Igreja- e até mesmo a sociedade civil- querem fazer da 1994 um "Ano da Família". Não podíamos ficar fora desta orientação geral. Além deste fato, somos por vezes criticados por não falarmos bastante da família. Pode ser que seja verdade, mas há dois motivos para isso. Primeiro, existe um bom número de movimentos que tratam da família, enquanto que os que tratam do casal são muito poucos. Não podemos, portanto, faltar à fidelidade à nossa vocação e missão. Por outro lado, pensamos que, muitas vezes, a família vale pelo que vale o casal, que é o seu núcleo e, portanto, é por ai que a construção deve começar. Assim, vai se propor a todas as equipes, - como lembram também, na Carta da ERI, BenoTt e Marie-Odile Touzard- um tema sobre a família P.ara preparar o Encontro de Fátima. É claro que, mesmo em se dedicando a ele todas as reuniões do ano, não é possível abordar todos os seus aspectos, levando-se ainda em conta que, em nossa época, a própria noção de família tem evoluído muito. Diz-se, hoje, que a família passou a ser uma "realidade despedaçada". Gostaria, aqui, de deter-me simplesmente numa orientação tipicamente cristã da família, na qual talvez não se pense muito ou que não seja bem compreendida. Será
uma forma de dar início às suas reflexões . ***
Mesmo que se tenha perdido o antigo hábito de recitar os dez mandamentos e de integrá-los numa fórmula de oração da manhã (como eu vivenciei na minha infância), eles ainda são conhecidos. E sabe-se que um deles prescreve: "Honrarás teu pai e tua mãe... " (Dt 5,16). A família está no cerne da lei divina, assim como está no cerne da vida humana. Poderia ser de outra forma? E, no entanto, a família não é um absoluto. Ela não pode ter a última palavra. Desde a Gênese, desde a narração das origens e da entrada em cena do primeiro casal, está dito: ·o homem deixará seu pai e sua mãe, unir-se-á à sua mulher e tornar-seão uma só carne". Aí está uma primeira ruptura, mas uma ruptura necessária para a própria sobrevivência da família. E Jesus também fala de ruptura, de distanciamento: "Todo aquele que tiver deixado casas ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras... " (Mt 19,29). Porque existe um outro plano de relacionamento, uma outra forma de parentesco, uma afinidade que é superior ao relacionamento de uma família carnal. "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?... Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Me 3,33). CM Agosto/93 - 25
É uma palavra que pode nos parecer chocante, se pensarmos que pode dizer respeito à mãe de Jesus. Mas ela nos mostra, justamente, que a grandeza de Maria vem, para além do simples fato de sua maternidade carnal, de sua perfeita conformidade à vontade de Deus, ao desígnio de Deus. Também ela viveu a ruptura, viveu-a mesmo até a cruz ...
*** Para compreender o sentido e o lugar da família no plano de Deus, será sem dúvida necessário recorrer à imagem -que não deve causar surpresa · do novo nascimento, do batismo, que faz passar do nascimento carnal ao nascimento espiritual. "Quem não nascer do alto· ou "de novo", conforme as traduções • não pode ver o Reino de Deus' (Jo 3,3). Pois "o que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espíritd' (Jo 3,6). Na família cristã, como no próprio casal, é necessário incorporar na carne os valores do espírito ou, se quiserem partir da outra ponta, é necessário que o movimento do espírito incorpore os valores carnais. A família cristã, para cumprir sua vocação real e completa, deve, de certa forma, "transcender-se". Ela deve procurar estabelecer entre seus membros um tecido de relações • como também o sacramento do matrimônio deve fazê-lo entre os esposos • que ative a vida divina que está em nós e que chamamos de graça santificante. A família é assim chamada a tornar-se não um pequeno mundo fe-
chado e auto-suficiente, que pode ser um obstáculo para o Reino de Deus ao nos tornar surdos e insensíveis aos apelos de Deus, mas uma verdadeira célula viva do Corpo de Cristo. As famílias cristãs são o campo de recrutamento das forças para o Reino. Para mim, é uma verdade experimental que vivenciei na África, onde acompanhei de perto o crescimento das jovens Igrejas, que não são principalmente os indivíduos como tais • mesmo quando têm um papel decisivo- mas as famílias que constituem o verdadeiro tecido do Corpo de Cristo, o terreno fecundo onde cresce o grão de mostarda. Direi até que, conforme esta verdade experimental, uma Igreja não vale pelo que vale seu bispo ou a maioria de seu clero, mas pelo que valem as famílias cristãs que lhe propiciam base e substância. É nelas que está a carne e o sangue do Corpo de Cristo, onde seu Espírito deve ser infundido. Pensemos nisto ao iniciarmos o tema sobre a família em agosto e a prepararmos o Encontro de Fátima. Perguntem-se se sua família está aberta para o Reino, pronta para acolher os imprevistos de Deus, ou se vocês a consideram sobretudo como seu pequeno mundo, bem seguro, bem protegido. Apenas um pequeno sinal entre outros: como reagiriam vocês se um de seus filhos viesse falar-lhes (e espero que isso venha a acontecer com vocês) sobre sua vocação sacerdotal ou religiosa? Frei Bernard Olivier, op
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Carta da Equipe Besponsável Internacional EM CAMINHO PARA FÁTIMA ... No período que se inicia em agosto deste ano, estaremos todos engajados na preparação de "Fátima 1994", 72 Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Na vida do nosso Movimento, um Encontro como este não pode ser considerado como um evento pontual, que diz respeito apenas aos que dele participarem ... mesmo que se espere a presença de 7.000 equipistas e 1.000 jovens. Um Encontro Internacional é um tempo forte na caminhada do Movimento, como também deve ser nossa caminhada pessoal, de casal e de equipe, se aceitarmos viver todas as suas etapas, antes ... durante ... depois ... Detenhamo-nos hoje na primeira destas etapas, a da preparação. Há dois anos que, em Portugal, equipistas já vêm trabalhando no projeto. Foram criadas nove equipes de trabalho, que dividem entre si as diversas tarefas: finanças, secretariado, acolhimento, hospedagem, logística, liturgia, etc. Em nossos respectivos países, nossos responsáveis também já vêm trabalhando há bastante tempo: edição do tema, organização das viagens, lançamento das inscrições ... A Equipe Responsável Internacional e os Responsáveis de Super Regiões e Regiões Isoladas, após terem definido as grandes linhas do tema e elaborado o programa do Encontro, debruçam-se agora sobre o Projeto do Movimento para os próximos anos. Mas a preparação não diz respeito apenas aos responsáveis: chegou o momento para cada um e cada uma de nós, para cada uma de
nossas equipes, se porem a caminho. De que forma? Em primeiro lugar, todos estão convidados a vivenciar, neste próximo período de um ano, em comunhão com as equipes do mundo inteiro, uma pesquisa e um projeto que foram detalhadamente apresentados na Carta anterior da ERI (ver Carta Mensal nº 292, pg. 4): - o tema de estudos "Ser Família Hoje, na Igreja e no Mundo"; - o ponto concreto de esforço Oração Conjugal e Familiar, apoiado na brochura "Doze Esquemas de Oração em Família". Ao participarmos da reflexão à qual a Igreja convida todos os cristãos por ocasião do Ano Internacional da Família proposto pela ONU, estamos também em sintonia com um dos aspectos lembrados no CM Agosto/93 - 27
Capítulo 3 do documento da Segunda Inspiração: A espiritualidade conjugal tem seu centro no casal, mas não deixa de lado a dimensão familiar. Os filhos foram chamados a uma comunhão de vida pelo amor de seus pais e é nesta perspectiva de comunidade e participação que se concebe a família. Como casais, experimentamos em nossa vida a maneira pela qual a vida familiar tem uma inter-relação estreita com a nossa vida conjugal. Ao mesmo tempo que permanecemos fiéis ao carisma e à especificidade de nosso Movimento, iremos juntos assumir o risco de buscar uma espiritualidade da família com base na espiritualidade do casal, origem e núcleo dessa família. Por outro lado, assim como o Projeto "Evangelização da Sexualidade" permitiu um real aprofundamento e, para alguns, uma redescoberta do Dever de Sentar-se, pareceu válido, nesta oportunidade, dar um novo dinamismo a outro ponto concreto de esforço, também de prática difícil: a Oração Familiar. Apesar de todos estamos de acordo quanto à necessidade de rezarmos em família, deparamo-nos freqüentemente com dificuldades, sem sabermos bem que métodos utilizar, sobretudo quando as crianças crescem ... Seria também um excelente meio para associarmos os nossos jovens nesta preparação: não esqueçamos que aqueles que têm entre 12 e 25 anos serão bem-vindos a Fátima. Todavia, esta indispensável preparação comunitária só assumirá todo o seu significado, se estiver embasada numa atitude mais pessoas, mais íntima: a conversão do coração. 28 - CM Agosto/93
Aqueles que se encontrarão em Fátima terão, antes, deixado suas casas, quem sabe seus filhos, seus pais. Que tal se, nesta oportunidade, nos questionássemos sobre a maneira como vivemos as separações, as renúncias, o desapego, enfim?... Não haveria nisto um tema para nossas Meditações e nossos "Deveres de Sentar"? Unidos àqueles que, em Fátima, viverão experiência do encontro do outro, dos outros, a experiência da diferença de culturas, de mentalidades, não seria o caso de examinarmos nossas atitudes atuais a este respeito? Somos abertos ao inesperado de um encontro, estamos preparados, em equipe, para enriquecermo-nos com a diferença dos outros? Precisamos "treinar" diariamente, para sustentar o desejo do outro ... Não haveria, nisto, matéria para nossa Regra de Vida? Em Fátima, o casal e/ou conselheiro espiritual qus nos "representará", dará um duplo testemunho: o do nosso auxílio mútuo material -já pensamos em construir um "fundo" para ajudá-lo(s) com os gastos de viagem e estada? - e o do nosso auxílio mútuo espiritual, pois o que eles terão para partilhar será a riqueza da reflexão de toda a nossa equipe. Essas duas atitudes de partilha eram as das primeiras comunidades cristãs ... São também, habitualmente, as nossas? Não seria esta uma oportunidade para pô-las mais concretamente em prática, este ano? O desapego, o encontro do outro, a partilha, são apenas três idéias ... Vocês, com certeza, acharão outras. Mas o que importa é que cada um se ponha a caminho para que, com a ajuda do Senhor e a proteção de Maria, este 72 Encontro Interna-
cional seja vivido com a festa de uma grande família e seja para todos, presentes ou não em Fátima, um tempo forte de comunhão em casal (e para alguns, em família), de
comunhão no Movimento e de comunhão em Igreja.
Uma reunião da ERI em Fátima
"pastorinhos", Lúcia, Francisco e Jacinta. Guiados por Alberto e Maria-AI mira Ramalheira, o casal português da ERI, a equipe visitou o Santuário e a cidade. Em volta da ampla esplanada e do Centro Paulo VI, uma importante infra-estrutura hoteleira permitirá a hospedagem dos milhares de equipistas aguardados. A ERI teve um longo encontro com a equipe de organização portuguesa, que já vem trabalhando há muito tempo com competência e entusiasmo, com base nas orientações decididas pela ERI e pelo Colegiado ERI/SR.
É fácil adivinhar por que foi em Portugal e mais precisamente em Fátima, que a ERI realizou no fim de abril, sua segunda reunião trimestral deste ano... É evidente que o local era particularmente propício para a preparação do próximo encontro mundial das Equipes de Nossa Senhora, em julho de 1994, em Fátima, para onde afluem peregrinos do mundo inteiro desde que, em 1917, Nossa Senhora, protetora do nosso Movimento, ali apareceu para três
Com toda a nossa amizade, Benoit e Marie-Odile Touzard
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Reestruturação na América do Norte Em 1988, no contexto de uma reorganização das estruturas do Movimentos, decidiu-se constituir uma ampla Super Região "América do Norte", que englobava equipes canadenses de língua francesa, justamente com as equipes dos Estados Unidos. Passados cinco anos, pode-se constatar que as equipes canadenses vêm vivendo de forma bastante autônoma em relação às dos Estados Unidos, fato explicado em grande parte pela diferença de línguas que, entretanto, não impediu a realização de animadíssimos eventos de confraternização, como a sessão internacional de Emmitsburg, perto de Washington, em julho de 1991. Todavia, para o funcionamento corriqueiro e para as trocas de informação, o Canadá se ligava mais espontaneamente com a ERI do que com os Estados Unidos. Por ocasião de uma visita feita por Álvaro e Mercedes Gomez-Ferrer, casal responsável da ERI , e Antoine e Marie-Magdeleine Berger, casal de ligação da ERI com a América do Norte, a questão de uma reestruturação foi examinada com os responsáveis dos dois países, num espírito de colegiado próprio do nosso Movimento. Após
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consenso, a ERI confirmou a decisão de separar o Canadá da Super Região Estado Unidos. Assim, o Canadá passa a ser uma "Região Isolada": no jargão do Movimento, trata-se de uma região não agrupada com outras, ligada diretamente à ERI. As duas unidades geograficamente tão próximas continuarão cooperando na expansão do Movimento no Canadá de Língua inglesa. Duas Equipes de Senhora na Hungria
Nossa
Pai e Erzsébet Zôldi é o casal húngaro promotor das duas primeiras Equipes de Nossa Senhora nascidas na Hungria. Dominando bem a língua alemã, eles vêm tendo contatos desde 1991 com as Equipes da Alemanha, tendo também participado com elas de encontros e sessões. As equipes húngaras têm contatos também com equipistas belgas. Elas recebem, assim, além de um suporte pedagógico e espiritual, a ajuda material necessária para a tradução para o húngaro dos documentos básicos, como também para os deslocamentos. Seria uma grande alegria para o Movimento se as equipes húngaras estivessem representadas no encontro e na sessão internacional de Fátima!
A ASSUNÇÃO DE MARIA O cristianismo é essencialmente escatológico. Vive na expectativa da plenitude de vida eterna que só vai aparecer no fim da história. Os orientais falam de "apocástasis", isto é, a história da salvação caminha para restituir-nos o paraíso perdido; e diz que a Theotocos, a Virgem Maria, já é esse paraíso restituído. Nossa Senhora do Paraíso! No entanto, há diferenças notáveis entre a maneira de nós, católicos ocidentais, concebermos o dogma da Assunção de Maria ao céu, e a de nossos irmãos ortodoxos do oriente. Escutemos a propósito o Padre Spidlik: "Verifica-se uma dupla atitude fundamental diante da realidade: uma 'causal', que tenta voltar aos começos da História da Salvação; e outra 'escatológica', que olha para o final do processo de evolução e explica a realidade em função deste fim último. Em mariologia, esse início e esse fim representam os dois dogmas: da Imaculada Conceição e da Assunção". O homem ocidental satisfaz-se ao poder encontrar a causa, a causa eficiente, de onde procede o ritmo que se desenvolverá depois. A mentalidade escatológica do Oriente só se sente à vontade quando pode partir do outro lado, isto é, quando compreende aquilo que os planos de Deus, a história da salvação, devem realizar. Por conseguinte, o próprio Mistério de Maria deve ser visto nessa perspectiva. O fim último da sal-
vação é a segunda vinda de Jesus a essa terra para vencer a morte e todas as outras conseqüências do pecado. Em Maria tudo isso já se verificou. Ela é o "escaton". É a "Assunta Imaculada". E também por esse prisma é Ela a imagem da Igreja, Igreja que deve atingir a perfeição no final dos séculos. A Glória da Assunção supõe a plenitude do Espírito Santo. Maria o recebeu junto com os Apóstolos reunidos no Cenáculo, no dia de Pentecostes, isto é, no dia da fundação da Igreja. É a partir daquele momento que sua maternidade se torna perfeita; desenvolve-se em maternidade espiritual. Na Assunção, a maternidade de Maria se torna celeste junto à paternidade celestial do Pai de toda a bondade. O privilégio da Assunção de Maria sintetiza as duas visões: é retorno da primeira criação, tal como saiu das mãos de Deus, e progresso rumo ao infinito. É plenitude de vida eterna. A eternidade não é algo, é Alguém, ou melhor, é o amor de três Pessoas. O foco central da Assunção não é tanto a subida de Maria ao céu, quanto a descida de Cristo glorioso, antecipando sua segunda vinda, para glorificar sua Mãe. É a festa do encontro vivificante. Maria pode então dizer ao seu Filho glorioso "TU ES - ERGO SUM": Tu és, logo também sou. A.M.A.
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ORAÇÃO DOS PAIS É preciso rezar pelos pais - e rezar muito. Por todos os pais. Nunca foi tão difícil ser pai como nos dias de hoje, com a família sendo metralhada de uma vez por tantos inimigos: os falsos valores, a violência nos meios de Comunicação Social, a pornografia, as drogas, a crise econômica, o desemprego, o consumismo que transforma o ser humano em massa de manobra. Rezar pelos pais, para que dêem conta de sua tarefa de guiar seus filhos no caminho da vida , livrando-os das armadilhas colocadas à sua frente e criando-os num clima de amor e respeito. Alguns pais merecem uma oração especial, mais insistente, pelas dificuldades específicas que enfrentam. Rezemos então, com fé, pelos pais operários, que constroem tantos palacetes e prédios, e não têm onde morar; pelos pais submetidos a todo tipo de violência física e moral; pelos pais encarcerados, que pagam suas penas na cadeia, enquanto tantos criminosos andam impunes por aí . Pelos pais desempregados, que passam pela humilhação diária de ir recolhendo nos sacos de lixo os restos que vão alimentar seus filhos famintos. Pelos pais bóias-frias, transportados como gado humano em caminhões nas rodovias brasileiras, cada vez mais violentas e traiçoeiras, buscando trabalho e encontrando a morte nas curvas das estradas. Pelos pais que são vítimas da bebida e da droga, ou do vício do jogo, que arruína tantas famílias. Pelos pais doentes, sem vagas nos hospitais ou esperando assistência médica nos corredores.
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Pelos pais que não têm tempo para os filhos, não sabem onde eles andam, o que fazem e os ambientes que freqüentam. Pelos pais que pensam que sua responsabilidade acaba quando pagam os carnês escolares e não acompanham o processo de educação de seus filhos. Pelos pais separados, ou em vias de separação, deixando tantas crianças traumatizadas e abandonadas. Pelos pais omissos e acomodados e por aqueles que transformam seus filhos em escravos da moda, do egoísmo, do orgulho e do consumismo. Pelos pais transformados em tiranos, cheios de regras e leis, mas que se esquecem da aplicação da lei maior, que é a do diálogo, da aceitação e do perdão. Pelos pais que ensinam a seus filhos que o dinheiro e o poder são tudo na vida , e que os fins justificam os meios, mesmo que sejam ilícitos. Pelos pais que , irresponsavelmente, entregam as chaves dos carros a filhos menores, causando tantas tragédias familiares. Pelos pais que compram o silêncio e a cumplicidade de seus filhos com presentes caros ou conce&sões absurdas. Pelos pais que se esquecem de dar aos filhos uma formação moral e cristã, e que não colocam Deus dentro de suas casas. E pelos pais, cuja vida não tem sentido e não conhecem a verdadeira extensão da palavra amor. Hélio Fraga (Colaboração de Márcia e Djalma Equipe 02 - N. S. Auxiliadora Divinópolis-MG)
NO DIA DOS PAIS
Pai de todos os homens, que está nos céus! Você que criou e experimentou a paternidade antes de todos e de tudo! Você que perpetuou este dom nas espécies, desde os homens até os mais insignificantes animais. Você que santificou a paternidade de Jesus, nosso irmão, para que todos os homens cressem e o aceitassem. Você que, diariamente, oferece o corpo e o sangue de seu filho como prova de amor. Você que conhece, como ninguém, o fundo da alma de todos, suas angústias, seus segredos, suas vocações, seus desejos, suas alegrias. Abençoe, Pai, neste dia, todos os pais da terra! Abençoe aqueles pais que, cumprida a missão por vós definida, nos legaram este mundo com muitos problemas para resolver e muitos problemas resolvidos também. Abençoe aqueles que, vivos, receberam este mundo com muitos problemas e que nós, filhos, nos esforçaremos para multiplicá-los. Cuide, Pai, de todos os pais da terra! Não deixe que a dura prova que o mundo moderno impõe, os afaste de você. Envie, Pai, sua luz, para que os Pais de hoje, que têm responsabilidade de planejar e construir o futuro, sejam pais dos pobres, dos abandonados e necessitados, para que os filhos possam ser orgulhosos da paternidade e de seu plano. Ilumine, Pai, os pais que repudiam a paternidade, impedindo que seus filhos nasçam e cresçam. Perdoe, Pai, os pais deste país que só sabem ensinar seus filhos a ter e a consumir, porque não aprenderam, com seu filho Jesus, que a felicidade está em ser e repartir. Abençoe Pai, neste dia, todos os pais aqui da terra!
Eliana/Artur São Paulo CM Agosto/93 - 33
SER PAI É transmitir a vida. É muito mais ainda. É difundir o amor. É amar. É saber confiar. É crer no filho. É deixá-/o crescer. É vigiar sem ofender. É cuidar sem sufocar. É compreender. É ter paciência de vê-/o crescer. É mostrar os caminhos. É deixá-lo escolher. É estar atento às suas necessidades. É ser verdadeiro para que ele encontre a verdade. É acreditar nos homens para que ele descubra verdadeiros amigos. É ser honesto comigo mesmo, para que ele acredite em mim. É abrir as portas da minha casa, para que haja mais união. É compreender que sou pecador, para que ele perdoe minhas falhas. É ficar bem pequeno, para que ele possa se lançar na vida. É tornar-me forte, para deixá-/o partir. Seguir seu caminho. Pular obstáculos sem medo. Ajudar e pedir ajuda. Cair e levantar. Ser feliz na sua liberdade. Como é difícil ser pai! O importante não é dizer "Eu amo". O importante é amar de verdade! (Um pai)
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DIA DO PADRE No mês de agosto, comemoramos o mês das vocações e, coincidentemente, temos no dia 4 o Dia do Padre. Gostaríamos de prestar nossa homenagem a todos os nossos Sacerdotes, especialmente aos nossos Conselheiros Espirituais. Citaremos como exemplo de dedicação pelas ENS o nosso conselheiro do movimento qui em Santarém, Padre Raimundo Vieira, ou simplesmente Padre Raimundo. Homem vocacionado. Exemplo de dedicação. Administrador fiel dos ensinamentos cristãos. Corpo magro, alto, voz forte e compassada, expressões firmes, gestos humildes e fraternos, um aperto de mão que transmite energia e força. Representa para as equipes das margens do Rio Tapajós a verdadeira pérola preciosa. Seus braços amparam o movimento como as margens do rio direcionam, contêm e dão rumo às suas águas. Com toda a responsabilidade que carrega nas costas- pois toma conta de duas paróquias e ainda peregrina pelas cidades ribeirinhas da Várzea - tem total disponibilidade para os assuntos e eventos das ENS. Ordenado em 1990, começou o seu trabalho com casais e logo foi convidado a ingressar nas equipes. Foi amor à primeira vista e esta empatia se solidificou cada vez mais. Alguns equipistas espalhados pelo Brasil já o conhecem, pois participou de vários Encontros (Nacional-ltaicí, lnterregionai-Brasília) e vários EACRES, e sabem do carisma que Padre Raimundo possui. É sonhador. E um de seus maiores sonhos
é ver implantada e firmada a Pastoral Familiar na Diocese de Santarém. Além de tudo isto, ainda arranja tempo para coordenar uma casa de formação para jovens seminaristas; estes são unânimes em afirmar que "... além de excelente professor, ele é o melhor jogador das partidas de futebol das quintas e sábados, às 5 horas da manhã!" Ultimamente, por ocasião dos 1O anos das ENS em Santarém e 43 anos no Brasil, Padre Raimundo concelebrou a missa de ação de graças com uma estola nova decorada com o símbolo das Equipes. Uma vez estávamos u.m pouco desanimados e conversávamos com ele, quando, ao final da conversa, ele nos disse uma só frase: "... aquele que pega no arado e olha para trás não é digno do Reino de Deus". Bastou isso para que saíssemos dali com um verdadeiro e renovado ardor missionário. Por tudo isso damos graças a Deus pelo nosso Conselheiro e amigo padre Raimundo. Que Deus o ilumine e Nossa Senhora o proteja, e dê forças na sua caminhada, nas suas dificuldades, nas suas tristezas e alegrias. Estendemos estes votos a todos os Conselheiros das ENS e a todos os sacerdotes. Que através do Sacramento que eles abraçaram, continuem caminhando em busca da santificação e que um dia recebam a Glória eterna de DEUS. Amém. Jussara e Daniel C. R. da Coordenação de Santarém/PA CM Agosto/93 - 35
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lmJ UM CARINHO MUITO ESPECIAL Homenagear os Padres em seu dia... O que uma jovem poderia dizer a um Padre? Paro para pensar ... Lembro-me dos Padres que, mais próximos, convivem com minha família e vejo o Padre do meu batizado, da minha primeira comunhão, que me preparou para a crisma, da missa dos meus 15 anos, das missas que freqüento ... Cada um com suas características pessoais, sua maneira de ser, um jeito próprio de se aproximar do outro, atendendo, a seu modo, a sua vocação. Olhando para tantos que conheço, posso imaginar que, ao responderem ao chamado que receberam para iniciar uma caminhada junto aos homens, a fim de ajudálos a encontrar o Pai, tiveram que abrir mão de muitos sonhos também. E vejo que, em qualquer chamado, quando dizemos SIM, sempre deixamos de lado as coisas menos significantes por um bem maior. Seja na vocação religiosa, seja na vocação matrimonial. Ao abrirem mão de construir uma família, arcaram com a responsabilidade de amparar uma família maior - o Povo de Deus. A atenção e orientação que nossas famílias vêm recebendo dos
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Sacerdotes tornam nossa responsabilidade para com eles maior. Apesar das dificuldades que os vemos enfrentar - eles a têm também, como nós- não esmorecem, vão em frente, dando-nos exemplos de perseverança e dedicação ao ideal que abraçaram. É com muito carinho que desejamos cumprimentar nossos Sacerdotes, no seu dia. Agradecendo, também, por todo o bem que fazem às nossas famílias e aos filhos de Deus, seus irmãos. lzabela La Cava de A. Amado (Filha de Sandra e Vilson Equipe 14 Petrópolis/RJ)
CARTA AO MEU PAI Sabe Pai, hoje todos dizem que é o teu dia, mas eu não acredito nisso, pois para mim todos são teus, mais teus do que meus. Hoje, eu estou pensando em você mais do que nunca, pensando como você é, não para os outros, mas para mim. Não como um homem de negócios, sentado atrás da mesa com a gravata te apertando a garganta, mas como o velho chato que me dá bronca todo dia, que fala quando eu chego tarde, que me manda estudar, que quer saber com quem ando, para onde eu vou, a que horas volto. É nesse Pai que estou pensando. É nesse velho, que acorda de madrugada para saber se estou coberto, que de manhã me acorda com um sorriso para eu ir à Faculdade que, depois de trabalhar o dia inteiro com aqueles homens chatos, ainda chega em casa sorrindo, querendo saber como eu passei o dia, como estão todos e se eu fui bem de aula. É nesse Pai que penso agora. É esse velho que me dá tudo que eu quero e que preciso. Que me aconselha, que me chateia com suas broncas, que nada me pede de volta, a não ser que eu seja alguém na vida. E, às vezes, eu saio de cara
amarrada por ele ter me dito algo que, além de certo, era para o meu bem, sem querer saber por que ele disse. Às vezes, eu o maldigo por não ter conseguido algo, sem saber quais são os seus problemas, e sem me interessar por eles. E ainda faço birra para tirá-lo do sério e estragar um dia todo dele, muito mais cheio de problemas que os meus. Sabe, às vezes eu fico tanto tempo sem dizer que te amo, mas eu sei que você sabe disso e que, quando a gente briga, eu continuo QOStando de você do mesmo jeito. E passar aquela raivinha e pronto, e eu também sei que você continua amando do mesmo jeito, cada dia mais. É por isso tudo que eu quero agradecer a Deus pelo Pai que Ele me deu e pedir que eu consiga chegar a ser para os meus filhos o Pai que ele é para mim; porque ninguém é pai de uma parte somente do filho, mas do filho todo, corpo e alma, carne e espírito, ontem, hoje e amanhã. Teu filho, Marcelo Brand (Filho de Silvia e Ronaldo Equipe 11 Petrópolis-RJ)
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SAINDO DA PILOTAGEM Amados irmãos em Cristo. Amados irmãos em Maria. Para nós este ano de 1992 foi maravilhoso. Mudamos muito o nosso modo de ser, de agir e conseguimos muitas graças. Uma delas foi o convite que recebemos para fazer parte deste Movimento tão belo, que modificou nossa vida familiar. Em primeiro lugar, queremos agradecer a Deus que guiou essas pessoas que nos fizeram este convite. Pois foi nestes encontros que aprendemos mais a gostar de nós mesmos e amar os nossos irmãos e também vimos que somos pessoas amadas por Deus.
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Obrigados, Senhor, por tudo de bom que o Senhor fez por nossa família. Perdoa, Senhor Jesus, pelas vezes que o desprezamos na pessoa do irmão. Perdoa por tudo que deveríamos ter feito e não fize~os. Perdoa também tudo o que fizemos e não deveríamos ter feito. E a todos os casais equipistas deixamos uma mensagem: Amai, amai sem distinção: só o amor é capaz de transformar o mundo pois cada um de nós é um mund~ diferente. Tereza e Justino Equipe 04 Parelhas/RN
ORAÇÃO PARA ANTES DA PARTILHA SENHOR JESUS CRISTO, no momento de fazermos a nossa PARTI LHA, compreendemos melhor que somos, em vós, membros uns dos outros. Dai-nos a graça de nos recolhermos perante vossa misteriosa presença em nós. Pela vida conjugal, por onde nos haveis chamado, destes-nos, Senhor, o sentido do amor: desejar e procurar o bem um do outro. Fazei que o amor fraterno una sempre os casais da EQUIPE. Fazei que a nossa caridade não seja cega nem falsa. Ajudai-nos a manifestar-nos uns aos outros com caridade e lealdade. Ajudai-nos a revelar as nossas faltas, para pedirmos perdão à EQUIPE do peso com que a sobrecarregamos. Ajudai-nos, também, a contar os nossos sucessos com humildade, para que sejam ocasião da ação de graça de todos a Vós, Senhor; para que fortaleçam os que duvidam, os que penam, os que vacilam. Que esta PARTILHA nos ajude a tomar mais consciência das nossas responsabilidades mútuas e a sermos coerentes.
AMÉM.
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1·,, ., ,; J;,:, i{iJ·' '?!i(Q"Jj;p:~;; L9,,. , MOVIMENTO DE GENTE ATIVA Em razão de alteração nos quadros do Movimento, com troca do CRR, a Região Rio Grande do Sul elaborou o levantamento informal dos engajamentos das equipes e equipistas em momento posterior, razão por que agora vem à publicação: • Região Rio Grande do Sul . Tramandaí - cinco equipes se ocuparam em experiências comunitárias, catequese, cursos de noivos e batismos, nova evangelização, visitas a doentes, grupos de jovens (EJNS), diretorias de capelas, ação social; quatro equipistas são Ministros da Eucaristia e um reza o terço diariamente na Capela . . Capão da Canoa - três equipes com experiência comunitária, grupo de jovens (EJNS e Vicentinos), diretorias de Capela, terço em família e preparação litúrgica especial. . Terra de Areja - curso de noivos. . Santo Antônio da Patrulha - cinco equipes participam de experiência comunitária, cursos de noivos, liturgia paroquial, catequese, Hora Santa, Nova Evangelização, grupos de jovens (EJNS), pastoral do batismo, conselho paroquial.
. QsQriQ - três equipes estão encarregadas da liturgia paroquial, terço semanal, pastoral do batismo, Capelinhas, catequese, pastoral da criança, experiência comunitária e há Ministros da Eucaristia . . Caxias do Sul - equipistas organizam e compõem o Coral das ENS, além de participarem dos trabalhos de liturgia e festas paroquiais e da pastoral familiar. . Porto Alegre - os casais equipistas dos quatro Setores metropolitanos estão vivamente engajados nas experiências comunitárias, catequese familiar para primeira Eucaristia, Conselhos Paroquiais, pastorais da juventude e do batismo, apostolado da oração, equipes de liturgia, pastoral da saúde, pastoral da caridade, assistência aos idosos, Nova Evangelização, organização de eventos paroquiais, grupos de oração, ministério da Eucaristia, diaconato permanente, pastoral familiar, coral, movimento pelas vocações sacerdotais e religiosas, trabalhos paroquiais, catequese de crisma, curso de noivos, creche paroquial, pastorais do dízimo e vida nova, além de contribuírem e servirem em outros movimentos como ECC e Cursinhos. 40 - CM Agosto/93
' I
SER FAMÍLIA HOJE NA IGREJA
E NO MUNDO
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COLEÇÃO NOSSA FAMILIA 4
CASAMENTO
EFAMIUA
NO DOCUMENTO
DE SANTO DOMINGO
A biblioteca do Movimento enriquece-se, este mês, com mais um Tema de Estudo: SER FAMÍLIA HOJE NA IGREJA E NO MUNDO. Como vai explicado em outras partes desta Carta Mensal, é um tema preparatório para o Encontro Internacional de Fátima, de 1994, e vem acompanhado da brochura DOZE ESQUEMAS DE ORAÇÃO EM FAMÍLIA. À disposição das Equipes no Secretariado Nacional.
------, DOZE ESQUEMAS DE
ORAÇAO
EM FAMÍLIA
... ,................... ..... _..,...
A família e o casamento mereceram especial atenção dos bispos reunidos na Conferência de Santo Domingo. Temas de grande importância foram abordados e o Documento final reflete esta preocupação. Frei Almir Guimarães, numa linguagem simples e acessível, agrupou os temas em oito capítulos que poderão ser estudados em grupo. CASAMENTO E FAMÍLIA NO DOCUMENTO DE SANTO DOMINGO, Frei Almir Ribeiro Guimarães, ofm - Ed. Vozes, Col. Nossa Família, 1993, 44 pgs.
Escrevendo numa linguagem de grande informalidade e pontilhada de exemplos e testemunhos, Henri Boulad - reconhecidamente uma das grandes personalidades espirituais do nosso tempo - examina uma das mais fundamentais de todas as questões: a natureza do tempo. Um importante auxílio para nossas meditações. DEUS E O MISTÉRIO DO TEMPO, Henri Boulad Ed. Loyola, 1992, 160 pgs.
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• Mariola e Elizeu Calsing, na qualidade de Casal Secretário da Comissão Nacional de Pastoral Familiar, nos avisam da realização, em 4 a 6 de setembro próximos, do V ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL FAMILIAR, em Salvador/BA. O Encontro se desenvolverá em torno do tema: Emoobrecimento das Famílias - Desafio Humano e Pastoral. Será também um momento forte de preparação para o ano que vem, inteiramente dedicado à Família. Mais informações com: - Mariola/Eiizeu Calsing SHIS-QL 18,Conj.07, Casa 01 71650-075 - Brasília, DF Tel: (061) 366-1198 ou 366-1638 Fax: (061) 366-3508 - M. das Graças/Paulo Lopes R. Belo Horizonte 223, Ap.2 40140-540 Salvador, BA Tel: (071) 247-2408 Fax: (071) 321-0561 • Acompanhando carta da Cáritas Brasileira, recebemos a Cartilha "Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida". Exemplares deste documento básico da campanha de mobilização, da qual todos somos convocados a participar, poderão ser obtidos junto à: - Cáritas Brasileira Secretariado Nacional SGAN 601 Módulo B 70830-01 O Brasília, DF Tel: (061) 225-5008 Fax: (061) 226-0701 42 - CM Agosto/93
• O Sistema Salesiano de Vídeocomunicação envia-nos seu catálogo de videocassetes e de audiovisuais, com uma relação de mais de 100 itens disponíveis, sobre todos os aspectos da vivência cristã. Ao mesmo tempo, Pe. Décio Zandonade, Diretor Geral daquela instituição, solicita-nos idéias e eventualmente roteiros, mais especificamente voltados para a pastoral do matrimônio e da família. Comunicar-se com: - Sistema Salesiano de Videocomunicação Rua Carlos Campos Mota 555 31360-660 Belo Horizonte,MG Tel: (031) 476-1122 Fax: (031) 476-1566 .A revista Cidade Nova do mês de julho, recebida pela equipe da Carta Mensal, traz ampla reportagem sobre Familyfest '93, um "multicongresso" internacional realizado via satélite, em 5 de junho, pelo Movimento dos Focolare.s.. O evento, incluído no calendário da ONU como preparação para o Ano Internacional da Família de 1994, partiu do tema "Famílias: recursos e responsabilidades num mundo em transformação", definido pela ONU como lema principal do referido Ano Internacional. Segundo a revista, 12.000 pessoas de 87 países estiveram presentes ao evento no Palácio de Esportes de Roma e 500 milhões de telespectadores de 150 países formaram a sua imensa audiência
em cinco continentes. São Paulo foi uma das sete cidades do mundo escolhidas para a transmissão bi-direcional. O programa constou de depoimentos de famílias, entrevistas, documentários e números artísticos, transmitidos diretamente dos vários países interligados via satélite. Uma mensagem de Chiara Lubich (que publicamos nesta Carta Mensal) e o lançamento de um programa de "Adoção à Distância" foram pontos altos do evento. • Várias publicações têm-nos sido encaminhadas pelo Movimento Familiar Cristão, que agradecemos. Citamos, entre outras, o Boletim do MFC, um folheto informativo sobre o IMFA- Instituto da Família (que é um serviço do MFC) e o Boletim REDE, um "Informativo dos Cristãos de Classes Médias". Mais informações sobre este último poderão ser obtidas através do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, Rua Mosela 289, CEP 25675-01 OPetrópolis, RJ, Fone/Fax: (0242) 42-6433. • Recebemos também um folheto informativo do Instituto de Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba. Endereço para obter mais detalhes: Instituto de Pastoral Familiar, Cúria Metropolitana de Curitiba, Rua Jaime Reis 369, Caixa Postal 1371, CEP 80510010 Curitiba, PR, Tel.: (041) 2243921; Fax: (041) 225-1014. • O jornal O São Paulo, semanário da Arquidiocese de São Paulo, em sua edição de 17 de junho de 1993, publica ampla re-
portagem sobre o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, introduzida por um "chamado" na primeira página: «Equipes de Nossa Senhora mostram que casamento traz felicidade e leva a Deus». Os interessados poderão solicitar exemplares na redação do jornal, à Av. Higienópolis 890, CEP 01238-908 São Paulo, SP, Tel.: (011) 66-9660; Fax: (011) 826-3049. • A equipe da Carta Mensal tem recebido também, com regularidade, a revista Família y Sociedad, publicado pelo Centro de Pastoral Familiar para a América Latina, de Bogotá, Colombia, assim como a revista Alliance, da Association Bonne Nouvelle pour les Foyers, de Paris, França. A primeira foi fundada por Mons. Pierre Primeau, ex-Conselheiro Espiritual de várias equipes de Brasília; a segunda, que de certa forma sucedeu à revista L 'Anneau d'Or, tem atualmente como conselheiro teológico o Pe. Roger Tandonnet, ex-Conselheiro Espiritual da ERI. O Secretariado Nacional das ENS poderá fornecer mais informações sobre estas revistas aos interessados. • A respeito do artigo "J'Accuse", de Dom Lucas Moreira Neves, publicado na Carta Mensal 290, de abril/93, recebemos de M.Dora e César, da equipe nº 3 do ABCD/SP, os seguintes comentários: "No domingo dia 28/03 repassando os canais de TV para ver se descobria algum programa que CM Agosto/93 - 43
valesse a pena ser visto, deparo com a imagem de duas freiras no canal 4. Prestando atenção vi tratar-se de duas infelizes, que juntamente com a produção do programa do "dono do baú" estavam jogando a dignidade e o respeito às coisas da Igreja pelo esgoto. O que mais me chocou foi a ostentação do CRUCIFIXO que elas usavam no pescoço. No quadro apresentado elas levantavam o hábito e mostrando as pernas aos homens abordados lançando beijinhos e piscadelas, pedindo para
acender um charuto aos passantes, queriam deixar em dúvida as pessoas da autenticidade de sua religiosidade . Nossa revolta é que se faz urgente a censura para certos tipos de brincadeiras onde falta de respeito a símbolos e entidades religiosas estão presentes, sem que ninguém faça nada para impedir. Se algum dos envolvidos soubesse realmente o significado e o valor da CRUZ certamente não o usariam indevidamente."
EFEMÉRIDES • Durante a missa mensal de Maio passado as equipes de São José dos Campos/SP celebraram os "43 anos das ENS no Brasil" . Na ocasião Hélêne e Peter, ex-integrantes da Equipe 01 daquela cidade fizeram um rápido histórico do Movimento em São José. Na mesma celebração Pe. Jonas Traversin voltou a assumir, com todo seu carisma e alegria a missão de CE do Setor em substituição ao Pe. Moacir, cujo carinho e dedicação os equipistas agradecem.
concluindo com o desafio: "Construir uma comunidade onde se viva o amor e onde este amor se transforme em ações concretas na construção do Reino de Deus." .Ana e Paulo Rogério, de Osório/RS "agradecem a Deus através da Carta Mensal" a oportunidade que tiveram de participar do EACRE em Porto Alegre e manifestam "acerteza de que neste ano todos os casais das ENS serão sinais do amor de Deus para com o mundo" . • Lourdes e Raul Porto de Andrade lembraram que pela primeira vez a cidade de Jacarej/SP sediou um EACRE e "agradecem a Deus pelos bons resultados obtidos" e pelo comparecimento maciço dos CRE, CL e 26 Conselheiros Espirituais. "Com a graça de Deus e as bênçãos de Maria, a missão foi cumprida; resta-nos agora VIVER cada vez mais coerentes com a nossa FÉ, lembrando-nos de que a quem muito foi dado muito será pedido".
EACRES/93 • Continuamos a receber matérias e depoimentos sobre os EACRES/93, realizados por todo o Brasil em fevereiro e março passados. É o caso, por exemplo, do Boletim das ENS de Brasília que em seu número 87Abril/93 publica uma matéria à pg. 1O, citando o EACRE de Manaus e 44- CM Agosto/93
MUDANÇASNOSQUADROS • Região Rio Grande do Sul - Eunice e João Garcia transmitiram a responsabilidade da Região, depois de 5 anos de gestão, ao casal Maria da Graça e Eduardo Barbosa, que assumiram a função de CB Regional, em 06-12-92, durante a missa concelebrada por Mons. Antônio Lorenzato e Frei Avelino Pertile. - Durante celebração eucarística presidida pelo CE do Setor de QQis Córregos!SP, Pe. José Agostinho Sal ata em 25-04-93 e com a presença do CBB Olga e Heitor Volpato, aconteceu a passagem da responsabilidade do Setor de Jane e Pedro Gilberto de Lima para Vera Silvia e Olavo Antonio Cestari Jr. - No EACBE/93 a coordenação de Campo Grande/MS passou a Setor e no lugar de Emiliana e Selton assumiu o casal: Maria do Carmo e Gerson Ferreira. NOVAS EQUIPES/ EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA • No dia 12 de maio último, aconteceu a primeira reunião da Equipe de n2 63 do Setor B de Porto Alegre/AS, Equipe Nossa Senhora da Perseverança, oriunda de um Grupo de Experiência Comunitária. A referida equipe está sendo pilotada pelo casal Nery e João Carlos Pezzi e seu Conselheiro Espiritual é o Pe. Tarcísio Scherer. Gostaríamos de ressaltar a doação deste Conselheiro, o grande amor que tem pelo movimento, pois embora sendo pároco, com inúmeras atividades é a 6~ Equipe que assume, sendo ainda Conselheiro do Setor. • Mais duas equipes foram lançadas em Juiz de Fora/MG a saber:
Eq. 29 - N.S. da Luz (7 casais) C.E.: Pe. José Leles da Silva C.P.: Áurea e Henrique Homem Campos Eq. 30- N.S. Auxiliadora (7 casais) C.E.: Cônego Maurício Correa Saraiva C.P.: Maria Carolina e Flávio Porto Henriques • Iniciada a pilotagem da Eq. 04 N.S. das Dores, em Marília/SP com a participação de 7 casais tendo como C.E. Pe. João Carlos Manrique e como C.P. Vimera e Dirceu (Eq. 1O). A equipe surgiu como conseqüência de um grupo de experiência comunitária. • O setor de Marília/SP iniciou também mais um grupo de Ex-Co. coordenado por Inês e Bicieri (Eq. 11). • As ENS já chegaram a Anã: poljs/GO. Depois de muito empenho de Lourdes e Walter (CB do Setor D, de Brasília), em meados de março, foi lançada a Equipe 1. Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira da nova equipe, abençoe os novos equipistas .
VOLTA AO PAI • Luiz Carlos Sózinho (da Suzette), Eq. 52/B- N.S. da Medalha Milagrosa de Porto Alegre/AS em 30-12-92. Pai e esposo exemplar, cumpridor de seus deveres como cristão e equipista, integrado na comunidade, engajado na Paróquia. Seus irmãos equipistas agradecem a Deus pelo_tempo que com ele conviveram. A saudade é presente, mas também a certeza de que ele está junto ao Pai. • Olita Souza e Telles (viúva do Nilson), Eq. 01 - N.S. da Consolação de Dois Córregos/SP em 15-01-93. Iniciadores do Movimento em sua cidade lançaram também a semenCM Agosto/93 - 45
te que permitiu a expansão para as cidades vizinhas de Brotas e Torrinha. Devemos a esse querido casal o encontro da fonte onde muitos casais passaram a beber da água da espiritualidade conjugal. • Libório (da Rivânia) Eq. 34/B de Brasília/DE em 06-03-93. Seus irmãos de Movimento dele se despedem na certeza de que os deixou por uma vida melhor. • Orlando (da Bernadete) Eq. 02 N.S. Aparecida de Americana/SP em 21.04.93. Equipista há 8 anos vivia o Movimento com muito carinho e dedicação, como demonstrado na última confraternização de Natal, à qual compareceu recémsaído de um transplante de fígado. Na certeza de que Deus o contemplará com o lugar merecido, seus irmãos equipistas oram pelo conforto de sua esposa e fi lhos. • Teodoro Sebastião Pisoni (da Maria Edelinda) Eq. 2 de Vinhedo/SP. Equipista há mais de 20 anos e atual responsável de sua equipe, foi participante ativo de várias pastorais na comunidade e diretor do Lar da Caridade de Vinhedo.
CONSELHEIROS ESPIRITUAIS • Região Rio Grande do Sul - Frei Avelino Pertile assumiu a função de Conselheiro Espiritual daRegião RGS, durante o último EACRE/93, aceitando o convite feito pelo novo CRR, Maria da Graça e Eduardo W. Barbosa. - Pe. Manuel Augusto Santos é o novo Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora do Bom Conselho número 50, do Setor B de Porto Alegre/R S. . Mantendo o hábito que introduziu no mesmo Setor B, o casal Lucy e Manuel reuniu os Conselheiros Es46 - CM Agosto/93
pirituais, com presença do CR Regional, para um balanço e tomada de posições em relação às equipes do Setor.
APOSTOLADO • As ENS de São José dos CamQQSLS..E iniciaram, por ocasião da Missa mensal de maio último, uma campanha de ajuda com gêneros alimentícios à Obra Assistencial Magnificat, que promove, entre outros trabalhos, a distribuição de cestas básicas a 400 famílias carentes. Para tanto, cada casal presente à missa levou a sua contribuição com o compromisso de repetir o gesto em cada missa mensal das ENS. EVENTOS .Informam Heloísa e João Maurício, CRR São Paulo-Leste, a realização em 17-04-93 em Pindamonhangaba/_SP, de um DIA DE EORMAÇAO SOBRE O CASAL DE LIGAÇÃO. Com a presença de 34 dos setores e coordenações da Região o dia foi iniciado com a Santa Missa e as atividades prosseguiram, intercalando colocações, dinâmicas de grupo, trocas de experiência e co-participação, abordando-se os temas: O porquê e o papel do C.L. I A escolha, orientações e formação dos C.L. - responsabilidade do Setor I O perfil de um C.L. I Ligação horizontal I Reuniões... para que a seiva circule nas ENS I Atuação do C.L. Destaque especial para o Setor de Pindamonhangaba que recebeu a todos com calor humano e muita dedicação. • Realizado em 15 e 16-05-93 o retiro das ENS do Setor de M.a.d: li.ai.S.E pregado pelo Pe. Aquiles Paceli, C.E. da Equipe 11 e aberto à participação de casais de outros movimentos.
• Região Rio Grande do Sul - Com vistas a um relacionamento mais rico e fraterno com gestões anteriores, o novo C.B. Regional promoveu a primeira reunião com os ex-C.B. Regionais Helma e Luiz Pauletti, Nery e João Carlos Pezzi, Eunice e João Garcia com troca de idéias sobre a caminhada e .horizontes das ENS. - Realizou-se com muito boa aceitação e entusiasmo o Mini-EACRE/93, antecedido por uma tarde de formação para casais de ligação e casais pilotos, dias 24 e 25/4, tendo por Conselheiro Espiritual o Frei Avelino Pertile. - Com a presença de 41 casais foi realizado em 15 e 16-05-93 o Retiro Anual das ENS do Setor de & sis/SP, pregado por Pe. Felix (C.E. da Eq. 01) que se dedicou inteiramente para o êxito do retiro. Depois da missa das 19hs do sábado foi feita a celebração do Ágape muito bem preparada pelos equipistas responsáveis. O retiro foi encerrado às 17 hs. do domingo com a reza do terço meditado. - Em 21-04-93 os equipistas de Americana/SP foram agraciados com uma tarde de informação celebrada pelo Cônego Aldomiro Storniollo - Conselheiro do Setor e da Equipe 8 - e no Movimento já há algumas décadas. Em sua paróquia, a de São Judas Tadeu, Cônego Aldomiro foi sublime ao descrever o verdadeiro sentido de uma Equipe de Nossa Senhora, todo o seu carisma, toda a sua importância e que se mantém inalterado com o passar dos tempos. A presença do Cônego em nosso meio é sinal de que os equipistas poderão passar, mas as Equipes continuarão existindo dentro de
uma linha de coerência que sempre as nortearam. Que Deus o mantenha sempre com sua capacidade de discernimento, para que nós, equipistas, possamos sempre nos abastecer em sua fonte de sabedoria. - Realizada em 16.de maio passado, pela 4' vez, a já conhecida "Festa das Colinas" em São José dos CamPQSLS.E, evento anual destinado a angariar fundos para formação dos seminaristas da Diocese e no qual as diversas pastorais, paróquias e movimentos religiosos montam suas barracas de doces, salgados e brincadeiras. As ENS são encarregadas da barraca do "Hamburgão". As "equipinhas" tiveram também intensa participação com a sua barraca de jogo de bolas para derrubar latas. - Realizado em Limeira/SP em 0506-93 um ENCONTRO INTER-REGIONAL DE CRS. O tema versou sobre as deliberações tomadas na Conferência de Santo Domingo quanto à Nova Evangelização . "Nós, equipistas de Nossa Senhora, somos igualmente novos evangelizadores com uma missão importantíssima neste Exército de Cristo, qual seja, a difusão do AMOR, a mais profunda exigência humana, opondo-nos à expansão devastadora do ódio, da violência, do desamor, que se caracteriza pelo extermínio de menores, pelo uso de drogas, pela prostituição de meninas adolescentes, pelos seqüestros, pelo terrorismo, pela imoralidade e depravação, inclusive na TV e outros meios de comunicação, pelo imenso desequilíbrio sócio-econômico, pela miséria, pela falta de Deus". CM Agosto/93- 47
COMO É SER VIGÁRIO HOJE EM DIA ou "O CÍRCULO QUADRADO" Se ele prega mais de 1O minutos ... sua pregação não tem fim! Se fala em contemplação de Deus ... está "boiando"! Se aborda problemas sociais ... é de esquerda! Se tem um trabalho fora ... é que não tem nada para fazer! Se fica só na paróquia ... está fora da realidade! Se casa, batiza a todos ... ele "abusa" dos sacramentos! Se é mais exigente ... quer uma Igreja de santos! Se fica na paróquia ... não convive com ninguém! Se faz visitas ... nunca está na paróquia! Se fica em meio às crianças ... tem uma religião infantil! Se visita os enfermos ... perde seu tempo e foge dos problemas atuais! Se reforma a igreja ... esta jogando dinheiro fora! Se não faz nada ... deixa tudo ao "Deus dará"! Se colabora com o conselho paroquial. .. se mete em tudo! Se não o faz ... é muito individualista! Se sorri sempre ... quer ser familiar "demais"! Se, distraído ou preocupado, não cumprimenta as pessoas ... é pessoa muito distante! Se é jovem ... não tem nenhuma experiência! Se é idoso ... deveria aposentar-se! Coragem, senhor Vigário ... Vá em frente! Jean Depret 48 - CM Agosto/93
MEDITANDO EM EQUIPE (Sugestões para agosto) Texto de meditação:
Lucas. capítulo 1. versículos 46 a 55 (O "cântico de Maria", fe 'to em boa parte de citações do Antigo Testamento, é o cântico dos "pobres" (somos todos pobres), que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Divide-se em quatro estrofes: 46-48, 51-53, 54-55. Deus assume nosso destino; os "ricos" e ''poderosos" (nós todos o somos também) são depostos e despojados, e os ''pobres" são "saciados de bens".) Oração litúrgica
C. E.: Celebrando nosso Salvador, que se dignou nascer da Virgem Maria, peçamos: Todos: Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos! M. Verbo eterno, que escolhestes Maria para ser a arca incorruptível de vossa habitação
H. Livrai-nos da corrupção do pecado. Todos: Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
M. Redentor nosso, que tornastes Maria uma habitação digna para vós e o Espírito Santo. H. Fazei de nós templos perenes de vosso Espírito Todos: Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
M. Rei dos reis, quisestes ter nossa Mãe convosco no céu em corpo e alma; H. Concedei que nós pensemos sempre nas realidades do alto Todos: Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
M. Senhor do céu e da terra, ao vosso lado colocastes Maria como Rainha; H. Dai que mereçamos participar com ela da mesma gloria. Todos: Olhai para Maria, cheia de graça, e atendei-nos!
ORAÇÃO: Deus eterno e todo poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a Imaculada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto a fim de participarmos de sua glória. Amém .
MAGNIFICAT Antífona: O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome. -A minh'alma engrandece o Senhor exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; -Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. - O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! - Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem; - Manifesta o poder de seu braço, d os soberbos;