ENS - Carta Mensal 298 - Fevereiro e Março 1994

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Equi~ de N~ Senhora

•Fátima I 94 •Quaresma: Conversão • Campanha da Fraternidade • Ano Internacional da Família


RESUMO

Vocês irão notar algumas modificações na capa de nossa Carta Mensal. A começar pelo emblema e "slogan" criados pelo equipista Eros Lagrotta (Eq. 04-b São Paulo) especialmente para as ENS e alusivo ao Ano Internacional da Família. O emblema representa o corpo de Maria, em forma de coração, abrigando em seu seio uma família, também em forma de coração, simbolizando a proteção de Maria à família, e a união do casal através de seu amor aos filhos (criança no centro do casal). O círculo limitando o emblema representa o mundo em que vivemos, realidade da existência de proteção e amor de Deus. Outra novidade são as chamadas sobre os temas centrais tratados nesse número, onde se destaca o Ano Internacional da Família(pg 4) e que será enfatizado ao longo de todo este ano. Fátima/94 é tratado de forma especial no Editorial(pg. 2) e na Carta da ERI(pg 31). Com relação à Campanha da Fraternidade, vocês encontrarão matérias específicas da pg . 26 à pg 30 e à Pastoral Familiar, em geral, da pg. 10 à pg . 15. Sem esquecer-se do importante tempo litúrgico da Quaresma, esta edição convida-nos ao esforço permanente de conversão(pg.42) . Notícias e lnformações(pg.44), agora de forma mais resum ida, procuram dar oportunidade à publicação do maior número possível de notícias. Completam esta edição, entre outras matérias, Vida do Movimento(pg. 34) e Ser lgreja(pg. 16) , onde Mariola e Eliseu nos propõe um verdadeiro "plano de trabalho apostólico para os equipistas". Boa leitura a todos!


Ao abrir-se este ano-equipista de 1994 desejamos, antes de tudo, saudar nossos queridos leitores e pedir suas orações a fim de que, por intercessão de Maria, nossa mãe e inspiradora, o Espírito Santo nos ilumine nesta nova missão que ora iniciamos a serviço do Movimento. Após integrarmos por oito anos a equipe da Carta Mensal, como humildes colaboradores de Hélene e Peter, foi-nos confiada a responsabilidade que durante todo esse tempo eles exerceram com tanta dedicação e competência. Confessamos que relutamos, um pouco, em aceitar o convite de Beth e Romolo, pois tínhamos outros projetos para continuar a servir as ENS, nas quais ingressamos há mais de 22 anos, tempo esse, ao longo do qual tivemos a alegria e o privilégio de desempenhar diferentes missões de serviço. Porém, após um "diálogo conjugal" precedido por orações e ao recordarmo-nos do Sim incondicional de Maria, decidimo-nos em dar nosso Sim a mais este chamado que Deus nos faz através das equipes. A proposta da Carta Mensal é ser um veículo de FORMAÇÃO, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO. Sendo assim, a Carta é mais um instrumento a serviço dos equipistas e, portanto nunca poderia ser uma publicação editada "da cúpula para as bases". Esperamos continuar a receber, matérias, artigos, notícias, sugestões, idéias e críticas para que possamos, tornar a Carta cada vez mais útil aos leitores. Contamos com a compreensão de vocês para o fato de que nem todas as matérias enviadas podem ser publicadas e pedimos que isto não seja motivo para vocês pararem de mandar suas colaborações. Temos uma limitação de espaço (e de custo) e assim sendo, a equipe da C.M. faz uma certa "triagem" no material recebido com base em alguns critérios. Sendo a Carta de âmbito nacional, somos obrigados a não publicar certas notícias que julgamos ser de interesse mais local e que encontrariam um espaço mais adequado nos Boletins de Setores, que são uma fonte riquíssima e frequente de matérias para a C.M. e esperamos continuar a recebê-los com regularidade. Desde já agradecemos a ajuda que, com certeza, receberemos de todos os equipistas. Um abraço em Cristo Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra

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NÃO NOS DESVIEMOS ... Recentemente, num jornal francês, li a conclusão a que chegou um redator sobre a preparação do tema de Fátima: "daqui para a frente o Movimento das Equipes de Nossa Senhora deixa de ser um movimento de espiritualidade conjugal para ser de espiritualidade familiar!" Os equipistas que leram essa declaração devem ter ficado sobressaltados, pois o jornalista certamente não havia compreendido ... Isso me preocupou. Talvez tenha ocorrido um engano. Ao escolhermos "A Família" como tema de Fátima - tema da Igreja e da sociedade civil para 1994 - não foi para deixar de lado a nossa identidade. Somos e queremos permanecer um movimento centrado na espiritualidade conjugal, no casal. Na Igreja existem muitas associações destinadas à família, à criança, à educação. Raras , muito raras, são as que se destinam ao casal. Esta não é a ocasião para abandonar nossa vocação específica. Se o fizermos , iremos provocar um vazio na espiritualidade cristã. Portanto, não nos extraviemos do nosso caminho! A propósito de Fátima, ainda há um outro equívoco que pode ocor-

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rer. A cada seis anos fazemos nosso encontro mundial das "moradas" - poderíamos assim dizer da Virgem Maria. O último, em 1988, foi feito em Lourdes (uma das suas moradas ...). Isso leva alguns a falar em Peregrinação Mariana das Equipes, quando, na verdade, trata-se de um Encontro Mundial do Movimento. Aqui e acolá descobre-se a tentação de sermos transformados numa espécie de Congregação Marina. Mas é preciso dizer: não e não! Temos uma grande devoção, plena de ternura, pela Mãe de Deus. A mim, agrada-me chamála assim, pois esse me parece ser seu mais belo título, a invocação mais extraordinária que uma mulher, uma filha dos homens, possa ser chamada e ser realmente a Mãe de Deus! Tenho certeza de que ela fica encantada quando a chamamos assim . Por isso é que nas minhas preces tenho uma alegria imensa em lhe dizer e repetir: Mãe de Deus! Entretanto não somos um "movimento Marial" , somos um movimento de casais, colocados com todo o fervor sob a proteção da Mãe de Deus. E Fátima, como


Lourdes, não é uma Peregrinação Mariana, mas um Encontro das Equipes, sob o olhar de Maria. Não nos desviemos ... Não podemos ainda nos desviar numa terceira direção: muitos casais das Equipes também fazem parte de movimentos de Renovação, de grupos carismáticos e isso é muito bom. Sei que alguns gostariam de nos "converter" e encaminhar as Equipes para uma integração com o movimento carismático. Aqui também é preciso dizer: não e não! Não é esse o nosso carisma. Pode-se perfeitamente viver essa dupla pertença,

o que é freqüentemente muito enriquecedor. Mas também lá, sejamos nós mesmos, sejamos realmente nós mesmos. Temos o nosso carisma próprio que determina a nossa vocação, a nossa missão específica, e isso é um dom do Espírito Santo. Que possamos vivê-lo, desenvolvê-lo e aprofundá-lo no entusiasmo da "Segunda Inspiração". ...Senão, também aí, haverá um vazio na construção da Igreja.

Pe. Bernardo 0/ivier OP

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FAMILIA E VIDA O que se considera certo, compatível com as "verdades reveladas por Cristo" a Família deveria ser, em princípio, a união de um Homem e uma Mulher, onde haja amor, diálogo, respeito mútuo, reconhecimento das limitações de cada um e a aceitação dessas limitações. Sacramento pela Igreja, onde o Cristo esteja presente. Os filhos, frutos desse Amor, completariam essa união. Educação com liberdade e responsabilidade para a vida, e que os filhos se sintam livres e realizados na vida, ainda que sempre ligados afetivamente aos pais. A sociedade atual, de modo geral, está corrompida. Até o Curso de Noivos que seria o primeiro passo para a união de um Homem e uma Mulher, só é feito porque senão "o Padre não casa". O conceito atual de Família está desvirtuado, porque falta uma educação onde a Família deveria estruturar toda sua formação tanto moral, quanto cívica e espiritual. VALORES A SEREM PRESERVADOS: lndissolubilidade do casamento; emprego condigno para o respon4 - CM Fev/Mar/94

sável da família; direito à educação em todos os níveis; assistência médica, hospitalar, medicamentos; liberdade religiosa; segurança. Fatores que influem na Família (externos) Fator sócio-econômico (negativo) INTERVENÇÃO DO ESTADO Dar condições à Família: trabalho, educação e saúde. Estado favorecendo educação dentro do espaço familiar. Através dos meios de comunicação: imprensa, rádio e principalmente TV promover situações condizentes com preceitos morais e educacionais. DIREITOS DA FAMÍLIA: Respeitando os Direitos Humanos de cada cidadão independente de sexo, condição social, nacionalidade, raça, credo religioso, cor. O Estado assegurando rigorosamente os Direitos Humanos, de fato e de direito. PROBLEMAS ESPECÍFICOS 1) Planejar com muito cuidado e critério fundamentado dentro de uma educação sólida.


2) A própria sociedade não dá condições para adoções (ex: o indivíduo já tem dificuldade para criar seus próprios filhos). Uma melhor condição sócio-econômica daria margem à família para adoções.

3) Dando condições sócio-econômicas e religiosas às famílias marginalizadas, o problema tende a atenuar-se. Aí aparece o papel do Cristão: cristão-patrão, cristãoeducador, cristão que leva a mensagem do Evangelho. Havendo adoção, a criança deve saber que é adotiva na mais tenra idade. 4) Educar para aceitação de sua realidade. Respeitar os direitos da criança (Direito Internacional da Criança). 5) Estado e Sociedade devem dar todo amparo à gestante independente de sua situação civil (mãe solteira).

6) A indissolubilidade do matrimônio é imprescindível, exceto em casos patológicos. 7) O Matrimônio não pode ser causa de desligamento do emprego. 8) O salário família é tão vergonhoso quanto o salário mínimo. 9) Desde que concebido, o ser humano tem direito à vida e uma vida digna. Se a mãe não pode ou não assume criar a criança, o Estado deve assumir o papel em

todos os seus aspectos: psicológicos, físicos, sociais, etc.

1O) A Vida é um Dom de Deus e só ele pode tirá-la. No caso do idoso, do doente, pior ainda. Eles por não estarem mais produzindo, são marginalizados. A eutanásia é muito questionável e como médico temos nossa posição firmada a respeito. 11) Deve haver a emancipação da mulher dentro dos critérios compatíveis com a moral. Há certos movimentos feministas que não as emancipam, mas as vulgarizam. RELIGIÃO

1) O Estado deve respeitar a crença de cada indivíduo. Não deve haver fanati,smo (seitas tipo Moon, TFP, etc.). 2) O Sacerdote, a nosso ver, por· ser chamado a servir os filhos de Deus está longe de ser um profissional. É um vocacionado. Deve receber seus direitos e garantias financeiras justas. Transformar o Sacerdote num "profissional de fé" seria comercializar a religião. E isso já existe por aí às pampas ... 3) Todos têm direito ao ensino religioso.

Diva e Fernando Dantas Equipe 01- N.S. das Dores Limeira/SP

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TEMPO DE REFLEXÃO E TRABALHO FECUNDO Na sua resolução 44/82 de 8 de dezembro de 1989, a Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou 1994 o Ano Internacional da Família. O tema do Ano é: "Os recursos e as responsabilidades da família num mundo em mutação". Essa proclamação deveria repousarsobre alguns princípios básicos. A família constitui a unidade de base da sociedade e, como tal, merece uma atenção particular. Ela deveria se beneficiar de um máximo de proteção e de assistência para poder assumir plenamente as responsabilidades no seio da comunidade. Diante da diversidade das preferências individuais e das condições de vida em cada sociedade, o Ano Internacional da Família serv e para fazer o balanço das necessidades de todas as famílias e para tentar dar uma resposta a essas necessidades. As atividades realizadas, com vistas à celebração de um ano internacional visarão promover as liberdades e os direitos fundamentais do homem, reconhecidos para todos os indivíduos e a igualdade entre os sexos na família, a partilha mais imparcial das responsabilidades familiares e a igualdade de chances em matéria de trabalho. 6 - CM Fev/Mar/94

Os programas deverão promover as forças inerentes às famílias, notadamente sua formidável capacidade de auto-suficiência, para que ela possa assumir suas funções, ao invés de ser substituída. Para a ONU, o Ano Internacional da Família fará parte de um processo contínuo: medidas serão necessárias para assegurar uma avaliação correta dos progressos realizados e dos obstáculos encontrados antes e durante o Ano, a fim de assegurar o sucesso e tomar, a seguir, as medidas adequadas. Para a Igreja Católica, 1994 é também o Ano da Família e a Campanha da Fraternidade coloca diante de nós a grande pergunta quaresma!: "A Família, como vai?" É um grande convite para que conheçamos, em toda a sua extensão a realidade de nossas famílias, para que julguemos, à luz da Palavra de Deus, os desafios da vivência cristã e, neste caso, do amor conjugal e familiar e para que tenhamos gestos concretos de fraternidade capazes de contribuir para a transformação do quadro de injustiça, pobreza e miséria reinante na sociedade, em particular no contexto da família. O textobase continua a tradição dos que o antecedem: é um documento precioso que esclarece, sensibiliza e apresenta uma proposta efetiva de trabalho. Inclui, no anexo 3,


a "Carta dos Direitos da Família", redigida e apresentada pela Santa Sé, em 22 de outubro de 1983, por recomendação explícita do Sínodo dos Bispos, celebrado em 1980. Vale a pena ler e refletir cada item desse documento, que será objeto de um trabalho mais profundo, na nossa Carta Mensal, durante o ano. Janeiro de 1994... Os campos já foram semeados e os homens contemplam as plantas jovens que começam a brotar da terra fecun-

da, confiantes nos frutos que deverão surgir de seu trabalho duro e corajoso. No nosso coração, a Palavra de Deus lançou também muitas sementes ... E o Senhorespera que façamos a nossa parte para que essas sementes frutifiquem e se traduzam numa participação livre, vigorosa e entusiástica de todos os equipistas no Ano Internacional da Família. Wilma e Orlando EC/R

*** *** *** DÊ LEMBRANÇAS À FAMÍLIA Sem búzios nem tarôs, nem zodíaco, nem horóscopo, arrisco-me a fazer uma previsão do ano: no mundo inteiro haverá muita reflexão, preocupação e ação pela Família. Disse no mundo inteiro porque três diferentes instâncias decidiram consagrar este ano a Família. A primeira é a convocação da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 8 de dezembro de 1989, com grande antecedência, a Assembléia da ONU, com suaResolução 44/82, proclamou o ano de 1994 como Ano Internacional da Família (AIF) e propos como tema do Ano Família: Recursos e Responsabilidades num Mundo em Transformação. A Comissão para o Desenvolvimento Social fi-

cou encarregada da preparação e Conselho Econômico-Social, da coordenação do AIF. A Assembléia decidiu também que, em lugar de celebrações de âmbito internacional, o ano se desenrolaria com assistência da ONU, em nível local, regional e, no máximo, nacional. A Igreja como um todo, na sua dimensão universal, não só viu com bons olhos a proclamação da ONU, mas a fez sua, proclamando um específico Ano da Família no seu próprio âmbito, de tal modo que tenham eco nela, segundo suas características próprias, os princípios, os objetivos e os programas do AIF. Por indicação do Santo Padre, o Conselho Pontifício para a Família, de cujo comitê da presidência faço parte, assumiu o encargo do Ano da Família CM Fev/Mar/94 - 7


na Igreja. O próprio João Paulo 11, em sintonia com a Exortação Apostólica Familiaris Consortio, instituiu esse Ano e, no dia 26 de dezembro, festa da Sagrada Família, declarou-o aberto. Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o mesmo santo padre quis dar como tema de jornada a convicção de que "da Família nasce a paz da Família humana". O Episcopado brasileiro, por sua vez, aderiu ao Ano da Família, pois indicou, como tema da Campanha da Fraternidade deste ano, Família e Fraternidade, e como lema a inquietante pergunta: "A Família, como vai?" Para nos referirmos, neste artigo, somente à proclamação da ONU, tenhamos presente que ela é integrada por Estados, alguns de raízes cristãs, como os do Ocidente, outros, porém, de tradição islâmica, budista, hinduístaou praticantes do animismo ou de cultos locais. Os de matriz cristã inspiram-se no catolicismo ou nas várias correntes da Reforma protestante. Registre-se, ainda mais, que praticamente todos os Estados que integram a Organização ali representam uma sociedade fortemente e ciosamente pluralista, mais propensa ao secularismo do que a influências marcadamente religiosas . Até os postulados de uma ética cristã parecem causar incômodo por ameaçarem o mencionado pluralismo, antes de tudo político. Que esta instituição manifeste preocupação com a Família é um fato de grande significação e ineq -

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gável alcance. De onde pode vir tal preocupação? Talvez se encontre a resposta passando em revista os princípios e objetivos em que se apoiou a ONU para pensar num Ano Internacional da Família. Sete princípios chamaram a atenção da Assembléia da ONU: A Família é a unidade básica da sociedade e precisa da mais ampla assistência possível para poder ~um ir sta> responsabilidades;

É urgente atender a todas as Famílias, quaisquer que sejam as formas de que a Família se reveste e as funções que exerce de um país para o outro ou no seio de cada país; Deve-se promover os direitos humanos básicos e as liberdades de cada indivíduo, quaisquer que sejam seu lugar na Família e as condições desta Família; Deve haver ações políticas no sentido de favorecer a igualdade fundamental entre homens e mulheres no seio da Família e uma partilha das responsabilidades; É em nível local e nacional que se devem promover as atividades doAIF; É mais conveniente amparar as Famílias no exercício das suas funções do que procurar substituições e suplências; O AIF não é um evento isolado, mas um processo contínuo, que deve ser avaliado o tempo todo, a fim de conhecer bem seus resultados. Seis são os objetivos que o AIF quer atingir:


Dar mais consciência dos problemas familiares no âmbito dos governos e do setor privado, na linha dos direitos e responsabilidades da Família; Reforçar instituições capazes de criar e implementar uma válida política familiar; Estimular esforços destinados a solucionar os problemas que afetam a situação familiar; Incentivar iniciativas eficazes existentes ou criar, em plano local, regional e nacional, a fim de se chegar a verdadeiros programas de resgate da Família; Melhorar a colaboração entre organizações não-governamentais de multiajuda às Famílias;

Criar, a partir dos resultados de atividades internacionais, cuidados para o bem-estar da Família e dos seus membros (idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças, homens e mulheres). São pontos de real importância, válidos na perspectiva própria da ONU. Quando se falar na ótica da Igreja, seja universal, seja local, devem-se focalizar muitos outros pontos típicos do cristianismo e do catolicismo, com relação ao casamento e à Família. E importante fazê-lo.

Dom Lucas Moreira Neves Transcrito do Jornal "O Estado de São Paulo"- 5 de janeiro 1993

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QUAL É O OBJETIVO DO INSTITUTO FAMILIAR? Como é sabido, no dia 25 de junho de 1992, foi fundado o Instituto Nacional da Pastoral Familiar em Curitiba. Qual é o objetivo? É formar agentes de Pastoral Familiar. O que é Pastoral Familiar? Pastoral Familiar é a ação que se realiza na Igreja e com a Igreja, de forma organizada e planejada, através de agentes específicos, com metodologia própria, objetivando a evangelização, capaz de oferecer os instrumentos necessários para: -a formação da família em bases sólidas; - proporcionar orientações, apoio e segurança para a vivência familiar e comunitária; - oferecer a certeza da vivência sacramental do Matrimônio com a presença santificante do Amor de Cristo; _ transformar a sociedade pela obra de evangelização humana e cristã. A Pastoral Familiar é a ação da Igreja Católica, Apostólica, Romana. As outras Igrejas e religiões também podem ter sua ação pastoral familiar. Mas esta Pastoral Familiar de que falo é a da Igreja Católica. 1O - CM Fev/Mar/94

É uma ação orgânica e planejada e não feita de qualquer maneira. Se é orgânica e planejada, supõe que tenha um objetivo geral, objetivos específicos, justificativas, diretrizes, projetos, calendarização ou, em palavras mais simples: o que realizar: é o conteúdo; quem: é o sujeito que vai realizá-lo; quando: é o tempo; como: com que recursos humanos e financeiros; onde: é o lugar; calendarização: é a data, o horário e assim por diante. E qual é mesmo o objetivo geral da Pastoral Familiar?

É a evangelização adequada da Família para que, educada no amor seja transmissora da fé, formadora da personalidade, promotora do desenvolvimento. Mas o que é educar para o amor? Educar para o amor é formar as pessoas para que tenham consciência de que amor não é simples sexualidade, paixão, resultado do instinto. O verdadeiro amor é doação, aceitação, diálogo, compreensão, perdão. O verdadeiro amor, dentro do Matrimônio, é indissolúvel, fiel, fecundo, generoso, compreensivo, misericordioso. Onde fica então a sexualidade? A sexualidade é expressão do


amor aberta à procriação, dentro do Matrimônio instituído por Deus e elevado por Cristo à dignidade de Sacramento. Muita gente pensa e até ensina, que o sexo pode ser usado por quem quiser, quando quiser, com quem quiser. Não é esse o plano de Deus. Onde se encontra o plano de Deus? É na Bíblia, nos ensinamentos da Igreja, no próprio bom senso humano, na dignidade da pessoa. A Evangelização adequada da Família é transmissora da fé. A fé é dom de Deus. Mas, como ensina S. Paulo, "a fé vem pela pregação, e a pregação é pela palavra de Cristo. Mas como poderiam invocar aquele em quem não creram?

E como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador? E como podem pregar, se não forem enviados?" (Rom 10,14-17). O objetivo do Instituto Nacional da Pastoral Familiar é formar agentes específicos, para que sejam transmissores da fé, formadores da personalidade e promotores do desenvolvimento. Onde funciona o Instituto Nacional da Pastoral Familiar? No centro de Pastoral da Arquidiocese de Curitiba, àAvenidaJaime Reis, 369. Dom Pedro Feda/to - Arcebispo de Curitiba

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FAMÍLIA- CÉLULA PRIMEIRA DA SOCIEDADE Com o Ano Internacional da Família promovido pela ONU e a Campanha da Fraternidade da Igreja do Brasil, sobre a família, em 1994, estamos vivendo um momento privilegiado para promover e dinamizar a pastoral em nossos regionais, dioceses, paróquias e comunidades. Com a destruição da família, destrói-se esta "célula primeira da sociedade", a "Igreja Doméstica", primeiro núcleo de inculturação e de evangelização. Pela família, nos diz João Paulo 11, passa o futuro da humanidade.

Em Salvador, seguindo a orientação do 411 Encontro Nacional de Florianópolis, procurou-se refletir sobre a Pastoral Pamiliar nos meios sociais carentes. As metas principais do 511 Encontro foram resumidas na chamada "Carta de Salvador". Oxalá pudéssemos pôr em prática no Ano Internacional da Família as propostas desta carta. A Pastoral Familiar nos regionais, dioceses, paróquias e comunidades será a melhor estrutura de apoio para restabelecermos os valores cristãos nas famílias brasileiras. CM Fev/Mar/94 - 11


Dentro do espírito da "Carta de Salvador'' gostaria de insistir que devemos estimular mais o trabalho pastoral com as famílias carentes, unindo-nos às pastorais sociais e, de modo especial, apoiar e estimular a Pastoral da Criança, que é uma pastoral com famílias carentes e que já demonstrou sua validade e eficácia.

pobres. Se mudarmos a nossa mentalidade, as nossas atitudes e ações serão mais solidárias, menos egoístas, mais generosas,. Que Nossa Senhora nos ajude a fazer de 1994 o grande ano de revisão, aprofundamento, renovação e crescimento da Pastoral Familiar no Brasil.

Importante, também, dentro do mesmo espírito do Encontro de Salvador, é atingirmos a própria mentalidade das famílias de classe média procurando olhar o mundo um pouco mais com a ótica dos

O. Aloysio José Leal Penna, SJ. Setor Família- CNBB (Extrafdo do Boletim da Comissão Nacional de Pastoral Familiar da CNBB, nr; 9, Nov/93

*** *** .. A FAMÍLIA COMO ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA A FORMAÇÃO DA CIDADANIA .. Para muitas pessoas ser cidadão confunde-se com o direito de votar. Para quem já teve alguma experiência política sabe que o ato de votar não garante nenhuma cidadania se não vier acompanhado de determinadas condições de nível econômico, político, social e cultural. Ser cidadão é ter direitos e deveres. Tal enunciado está expresso na Carta dos Direitos Humanos da ONU - 1948, que tem sua principais matrizes marcantes nas cartas de Direito dos Estados Unidos (1776) e da Revolução Francesa (1798). A proposta mais profunda de cidadania é que todos os homens 12- CM Fev/Mar/94

são iguais, sem discriminação de raça, credo ou cor... A todos cabem o domínio sobre o seu corpo e sua vida, o acesso a um salário condizente com suas necessidades, para promover a própria vida, o direito à educação, à saúde, à habitação e ao lazer... É direito de todos expressar-se livremente, militar em partidos políticos e sindicatos, fomentar movimentos sociais, lutar por seus valores ... Em fim, o direito de ter uma vida digna de ser homem. Em Jo 1O, 1O lê-se, "Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância". Para nós ter vida em abundância é ter condições de educação, lazer, moradia, trabalho, saúde etc ...


Nesse sentido ter cidadania é ter acesso aos recursos disponíveis na sociedade e quando não disponíveis ou suficientes, organizar-se para construí-los. Toda pessoa cidadã tem também deveres; deveres estes de ser o próprio fomentador da existência do direito a todos; ter responsabilidade em conjunto pela coletividade; cumprir as normas e propostas elaboradas e decididas pela comunidade (coletivo); fazer parte do governo, direta ou indiretaménte; pressionar os governos municipal, estadual, federal e mundial. Sabe-se que na realidade, essas propostas são difíceis de serem efetivadas, pois quem detém o poder cuida de encaminhar as coisas na direção que atenda basicamente aos seus interesses ou de um grupo minoritário e não ao interesse de todos (maioria). Só existe cidadania se houver a prática da participação, prática da ocupação de espaços para fazer valer os direitos do cidadão. É através da prática da cidadania, que se tem um instrumento valioso para a construção de uma sociedade justa, fraterna e humana. As pessoas tendem a pensar a cidadania apenas em termos dos direitos a receber, negando muitas vezes o fato de que elas próprias podem ser os agentes da existência desses direitos. Entende-se a pessoa humana não como meros receptores mas acima de tudo sujeitos daquilo que

podem conquistar, detentores de capacidade para gerirem o processo histórico. A cidadania passa também pelo exercício do controle pela sociedade civil, que não é tarefa simples e dependente da sua vontade. A Sociedade Civil (nós - povo cristão principalmente) tem toda justificativa para sair da condição de espectadora. Não só tem a clareza do grau de perversão das nossas elites dirigentes como também tem armas/instrumentos à mão para alterar este "ethos" da nossa cultura humana-social e política que preconiza a "lei do Gerson", a "Esperteza" e outras falcatruas por aí. Sem o protagonismo da sociedade civil não existe cidadania e não se altera a situação na qual vive o povo brasileiro. A cidadania exige pessoas comprometidas com a transformação das realidades geradoras de impressões contra valores, miséria, fome e pobreza. Diante desta visão de cidadania pode-se dizer que a Igreja Latino Americana, também expressando sua indignação, aponta através de Santo Domingo, algumas pistas e luzes para a caminhada. O n11 214b do Documento nos diz: "Ser como o santuário da vida, serva da vida, já que o direito à vida é a base de todos os direitos humanos. Este serviço não se reduz à procriação, é antes de tudo um auxílio eficaz para transmitir e CM Fev/Mar/94 - 13


educar em valores autenticamente humanos e cristãos". O n° 214c completa: "Ser célula primeira e vital da sociedade ... Por sua natureza e vocação a família deve ser promotora do desenvolvimento, protagonista de uma autêntica política familiar". O Papa João Paulo 11 insiste que a família é fronteira da Nova Evangelização. Mudar-se-á o mundo a partir do foco de luz jorrado pela família. Dai a necessidade de se evangelizar nossas famílias e convidá-la a serem evangelizadoras.

"É vossa tarefa, formar os homens para o amor e educá-los a agir com amor em todas as relações humanas, de modo que o amor fique aberto à comunidade inteira, permeado do sentido de justiça e de respeito para com os demais, cônscio da própria responsabilidade para com a mesma sociedade" (Familiaris Consortio n° 64). O nQ 225 afirma: "Fortalecer a vida da sociedade, da Igreja a partir da família; enriquecê-la a partir da catequese familiar, a oração no lar, a Eucaristia, a participação no sacramento da Reconciliação, o conhecimento da Palavra de Deus, para ser fermento na Igreja e na Sociedade. Em alguns outros números o Documento aponta as responsabilidades, funções, direitos e deveres da família para uma maior coerência entre fé e vida. Ressalta-se ainda que o Documento de Santo Domingo no nQ 14- CM Fev/Mar/94

222 diz: "Os movimentos apostólicos que têm por objetivo o matrimônio e a família podem oferecer apreciável, cooperação às Igrejas particulares, dentro de um plano orgânico integral". Sendo assim, torna-se claro o caminho a seguir. Precisamos assumir enquanto Movimento as propostas da Pastoral Familiar de nossas regiões, dioceses, paróquias, sendo os primeiros a desencadear um processo de reflexão, ação e participação social nos aspectos sócio-político econômico-cultural e religioso. O documento nQ 67 (série verde) Estudos da CNBB, aponta dentre outras prioridades de Santo Domingo a Pastoral Familiar propondo ações em nível diocesano, regional e nacional. Nesse contexto acredito ser a família o espaço privilegiado para iniciarmos o exercício da cidadania, experienciando desde pequenos (filhos) o processo de participação, construindo, uma nova sociedade. Penso que o caminho é por aí, vamos aprofundar essas idéias , torná-las realidade para que tenhamos uma sociedade mais justa fraterna e humana. Somos cidadãos do Reino de Deus, que precisam urgentemente transformar a realidade, exercendo nossa cidadania cristã. Abraços e orações. Pe. Mário José (OBS: Sfntese da palestra proferida no Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora - ltaicí- 1993).


*** *** FORMAÇÃO DE AGENTES DE PASTORAL FAMILIAR

Um dos anseios permanentes dos que estão envolvidos com a Pastoral Familiar diz respeito à sua própria formação, bem como daqueles que com eles porventura venham dela participar. Neste sentido, o Instituto de Pastoral Familiar, da Arquidiocese de Curitiba, com o apoio da Comissão Nacional de Pastoral Familiar lançou um curso específico nesta área. Tendo em vista o sucesso alcançado pelo referido curso, o Instituto de Pastoral Familiar resolveu lançar o mesmo curso para ser realizado à distância, ou seja, por correspondência. Muitos se inscreveram neste curso, sendo que outros passaram a segui-lo através dos encartes do mesmo publicados pela revista Família Cristã. Mais recentemente este curso foi condensado na forma de um livro, o qual permite inclusive que se faça uso dele em pequenos grupos ou comunidades. O livro está estruturado na forma de 12 módulos, sendo cada um constituído por uma pequena apresentação do tema , seguido dos objetivos definidos para o respec-

tivo módulo. Segue com a apresentação do tema, o qual é enriquecido ao final com a apresentação de sugestões de leituras bíblicas para reflexão. É apresentada ainda uma relação de leitura complementar para cada módulo, para aqueles que queiram se aprofundar ainda mais no tema. Ao final da parte teórica, são apresentadas algumas atividades, as quais provocam desafios para a partilha do grupo. Trata-se, pois, de uma obra imprescindível para aqueles que se dedicam ou venham a se dedicar à Pastoral Familiar. O livro intitulase Curso de Formação de Agente de Pastoral Familiar - Primeira Fase, elaborado pelo Instituto de Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba e impresso pela Editora Universitária Champagnat de Curitiba, Paraná - (Telefone 041322.1514- Fax 041-225.4373).

Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R

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COMO E ONDE PODEMOS SER IGREJA? O Movimento olhando e atuando fora de suas fronteiras -

I. INTRODUÇÃO Uma grande preocupação sempre se impõe à maioria dos casais pertencentes às ENS : como responder ao seu carisma e missão, sendo fermento de renovação da Igreja e do mundo, num tempo de crises profundas, e que afetam sobretudo o casamento e a instituição familiar? Desde A Segunda Inspiração, o Movimento é desafiado a oferecer seu carisma em pról da construção do Reino de Deus, baseando sua atuação no anúncio profético e na vivência diária do que se chamou de "nova imagem do casal e da família". Ciente das profundas carências espirituais e materiais que afetam a milhões de casais e famílias, e que provocam as mais diversas situações de sofrimento e dificuldades nos planos conjugal e familiar, para não citar outras, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora lança uma série de desafios aos seus integrantes (casais e Sacerdotes Conselheiros Espirituais) , como, por exemplo: - ajudar casais a viver plenamente o seu Sacramento do Matrimônio; 16- CM Fev/Mar/94

- anunciar ao mundo os valores do casamento cristão, pela palavra e testemunho de vida; - desenvolver experiências de vivência comunitária com casais · jovens ou recém-casados; - contribuir decisivamente na preparação de noivos para o Matrimônio cristão; - ajudar casais em dificuldades e divorciados que se casaram novamente; - preocupar-se com os jovens que coabitam; -evangelizar a sexualidade, nas perspectivas humana e cristã, para que esteja a serviço da construção do Reino de Deus; - proclamar que o casamento está a serviço do amor, da felicidade e da santidade (ou proclamar a boa nova do casamento e da família cristã) .

11. A SEGUNDA INSPIRAÇÃO NA PERSPECTIVA DE SANTO DOMINGO A Segunda Inspiração no Movimento das ENS é fruto da Peregrinação a Lourdes, realizada em setembro de 1988. Foi e é colocada como um ponto de partida na busca de renovação da Igreja e do mundo, como também do próprio Movimento.


O texto oferecido, resultante de muito discernimento, tem como preocupação: - inspirar novas atitudes nos equipistas; - abrir seus olhos para o vasto campo pastoral existente na Igreja, lembrando que a vinha do Senhor que espera pelo trabalho dos equipistas é a do casamento e da família; - servir de base para reflexões e pesquisas que subsidiem sua atuação pastoral; - criar um espírito de partilha de tudo o que é recebido da Igreja e do Mundo; - incentivar uma atuação entusiasmada, como fermento dentro da massa, para renovar a Igreja e o mundo.

É importante ressaltar que tudo isto vinha ao encontro da Exorta-. ção Apostólica Christifideles Laici, do Papa João Paulo 11, oferecida à Igreja em 30 de dezembro de 1988, como fruto do Sínodo dos Bispos de 1987, e que tratou justamente sobre a vocação e missão dos fiéis leigos na Igreja e no mundo ha vinte anos do Concílio Vaticano li. Em decorrência de tudo isto, os objetivos e lemas adotados pelo Movimento das ENS no Brasil, vêm incentivando os casais equipistas: - a serem mais ativos na Igreja; -a assumirem o seu Ser Igreja, na condição de batizados; - a encontrarem novos motivos e

orientações de testemunho e vivência de sua espiritualidade conjugal e familiar, com esperança e vitalidade de um novo fôlego; - a amadurecerem uma consciência mais viva de sua natureza missionária; etc. Também são dessa época os vários documentos da CNBB, que apresentam as diretrizes gerais da ação da Igreja no Brasil, realçando que os fiéis leigos casados têm a importante vocação e missão, como membros da Igreja, de fazer chegar a Boa Nova do Evangelho a todas as pessoas, especialmente àquelas que vivem em situações de conflito. O Documento de Santo Domingo, que dedica atenção especial ao tema família, também salienta o "protagonismo dos leigos", tendo em vista a Nova Evangelização, devendo, em conseqüência, ser co-responsáveis na ação da Igreja, de refazer o tecido cristão da sociedade humana, a partir da família. 111. COMO E ONDE PODEMOS SER IGREJA?

Todas estas orientações da Igreja, plenamente incorporadas às próprias orientações das ENS, longe de nos tornar um Movimento conservador, para simplesmente manter a fé dos seus casais, apelam para a necessidade de sermos fermento de renovação da Igreja, do mundo, da família, do Sacramento do Matrimônio, da espiritualidade conjugal e familiar, e assim por diante. Longe de nos CM Fev/Mar/94 - 17


tornar um Movimento fechado sobre si mesmo, que tem como vocação desenvolver a espiritualidade conjugal e familiar, as orientações desafiam os casais equipistas a desempenharem sua missão de anunciar a Boa Nova do Casamento e da Família, contribuir para a construção do Reino de Deus baseando-se numa nova imagem do casal e da família, atuar de um modo eficaz na pastoral familiar. Se muito tem sido olhado para dentro do Movimento, hoje, mais do que nunca, torna-se urgente olhar e atuar para "fora das fronteiras" das ENS, na perspectiva de viver os desafios propostos pelo Documento de Santo Domingo, especialmente a partir de sua visão pastoral. Por isto mesmo, listamos um certo número de ações pastorais concretas que podem ser desenvolvidas nos campos do casamento e da família, contudo sem qualquer propósito de esgotar as indicações possíveis de atuação pastoral a que todos os casais equipistas estão sendo convocados, tendo em vista contribuir para um reflexão pastoral mais madura e a formulação de um plano de trabalho, capaz de ser assumido a partir dos Setores/Coordenações e Regiões das ENS no Brasil. 1. PASTORAL FAMILIAR a) Ajudar na implantação, organização e dinamização da Pastoral Familiar em nível dos regionais da CNBB, dioceses, paróquias e comunidades; 18- CM Fev/Mar/94

b) Estudar, debater e divulgar o documento Pastoral Familiar no Brasil, publicado na coleção de estudos da CNBB, n° 65, com o objetivo de formar equipes diocesanas e paroquiais responsáveis pela Pastoral Familiar; c) Contribuir para o entrosamento dos movimentos, serviços e institutos familiares no âmbito diocesano e paroquial, através de serviços decorrentes do seu carisma próprio; d) Atender o apelo dos Bispos em Santo Domingo, de "fazer da Pastoral Familiar uma prioridade básica, sentida, real e atuante"; e) Mobilizar os casais equipistas em torno de eventos e acontecimentos ligados ao casamento, à família e à vida, de modo que sua participação seja decisiva para a promoção dos seus valores cristãos e humanos;

f) Promover cursos de formação de agentes de Pastoral Familiar, para que um número sempre crescente de casais se tornem qualificados e eficazes instrumentos de evangelização do casamento e da família. 2. INSTITUTO DA FAMÍLIA a) Criar um Instituto da Família em nível dos Regionais da CNBB, com ramificações nas dioceses (tipo sucursais); b) Prestar diversos serviços de assistência (religiosa, psicológica, jurídica, social, médica, etc.) aos casais e famílias, com o objetivo de promovê-las, ao mesmo tempo


que ajudando e orientando casais e famílias; c) Promover cursos de formação (de agentes de Pastoral Familiar), de lideranças cristãs para atuação na política, de especialistas na doutrina da Igreja, em temas relacionados à moral e à ética, principalmente conjugal e familiar, etc.); d) Promover palestras, painéis, encontros, seminários, etc. ligados aos assuntos do casamento e da família, enquanto momentos fortes de evangelização da família; e) Promover retiros para casais não pertencentes ao Movimento das ENS, para aprofundar sua vivência religiosa e a sua espiritualidade conjugal e familiar;

f) Apoiar os Tribunais Eclesiásticos no campo do Matrimônio, para acelerar a transmissão de processos de nulidade; g) Promover cursos e oferecer orientações para o planejamento familiar, pelo uso de métodos naturais. 3. CULTURA DA VIDA a) Apoiar e divulgar as ações dos movimentos em defesa da vida, desde sua concepção até a velhice (cursos, encontros, palestras, material didático, preparação de instrutores, atendimento em clínicas especializadas, etc.); b) Lutar contra a mentalidade abortista e as tentativas de legalização do aborto (através de ações concretas junto aos legisladores, governantes e outras entidades, com abaixo-assinados, telegra-

mas, documentos técnicos, campanhas educativas e informativas, passeatas e outras manifestações públicas) ; c) Conhecer e integrar-se aos esforços de divulgação, comunicação e educação do que seja paternidade responsável; d) Participar da promoção de programas e serviços que difundam os métodos de planejamento familiar que melhor atendam à saúde da mulher e ao equilíbrio da família, conforme as orientações do Magistério da Igreja; e) Promover cursos, encontros e palestras para que os casais possam assumir com responsabilidade a vivência de sua sexualidade, tanto na perspectiva humana quanto cristã;

f) Promover cursos, encontros e palestras para conscientizar os casais sobre a necessidade de vivência da afetividade e do diálogo em família; g) Participar de ações concretas de amparo à mulher carente, à mãe solteira e toda mulher que se sente tentada a procurar a prática do aborto; h) Elaborar ou participar da elaboração de manuais de educação para a sexualidade e o amor, dirigidos a crianças, adolescentes e jovens. 4. PASTORAL FAMILIAR DOS CASOS DIFÍCEIS a) Promover ações que impliquem em assistência, esclarecimento à opinião pública e CM Fev/Mar/94 - 19


mudança das estruturas culturais, econômicas e jurídicas em relação aos casais e famílias que se encontram em situações objetivamente difíceis (como, famílias de imigrantes por motivo de trabalho; famílias só com pai ou mãe; famílias em que um dos cônjuges se ausenta do lar por um período mais ou menos longo; famílias de mães solteiras; famílias de presos; famílias que não têm casa; famílias com filhos deficientes ou drogados; famflias ideologicamente divididas; famflias com pessoas distanciadas da vida da comunidade eclesial; famílias discriminadas por motivos políticos ou outras razões; etc.); b) Promover ações pastorais na preparação e no fortalecimento da fé nos casos do matrimônio mistos (matrimônios celebrados entre católicos e outros cristãos); c) Promover ações pastorais tendo em vista as situações irregulares (matrimônios à experiência; uniões livres, de fato e consensuais; católicos unidos só em matrimônio civil; separados e divorciados sem segunda união; divorciados que contraem nova união); d) Promover ações pastorais junto às pessoas sem família (aquelas que não têm família natural).

preparação para o casamento e para a vida familiar, promovendo: i) Na preparação remota (em conjunto com outras pastorais): - encontros e reuniões para mentalizar os pais e as famílias quanto à sua missão educativa (no interior da família); - catequese familiar; - preparação para a crisma (ampliar, solidificar e aprofundar conhecimentos e vivências de fé e de vida familiar); - aprofundamento no período da juventude; - assistência aos namorados; - programas e testemunhos de vida nas escolas. ii) Na preparação próxima: - encontros e cursos de noivos aos candidatos ao Matrimônio.

iii) Na preparação imediata: -diálogo particular com o sacerdote para uma preparação espiritual dos noivos; - retiro espiritual; - celebração da penitência (por exemplo, comunitária). b) assumir a coordenação ou participar responsavelmente na etapa da celebração do Matrimônio: - preparando a liturgia;

5. PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO E PARAAVIDAFAMILIAR

-animando a cerimônia (comentarista, leitor);

a) Assumir a coordenação ou participar responsavelmente da

- promovendo celebrações dignas do Matrimônio;

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- informando aos noivos sobre o significado da celebração e de detalhes sobre os ritos; - ensaiando a cerimônia com os noivos; - catequizando os pais e padrinhos dos noivos sobre o Matrimônio e a missão da família. c) Assumir a coordenação ou participar responsavelmente da pastoral pós-matrimonial: - promovendo especial cuidado com os recém-casados, para ajudar a superar as dificuldades de relacionamento conjugal e familiar; - criando grupos de recém-casados para participar de reuniões periódicas em torno da Palavra de Deus, de temas sobre a vida conjugal, de estratégias para uma ação cristã na Igreja e no mundo; -encaminhando os recém-casados para movimentos de espiritualidade conjugal e familiar; - ajudando a desenvolver experiências de paternidade e maternidade responsável, para tomarem consciência mais clara de sua missão. 6. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

de "folders", aspectos relacionados à família e ao casamento (por exemplo, relacionamento de pais e filhos); c) Produzir e fixar cartazes em espaços visíveis de grande circulação de pessoas ("shoppings", praças, rodoviárias, aeroportos, Igrejas, órgãos públicos, etc.) para defender e divulgar valores da família e do casamento; d) Produzir e financiar a colocação de faixas e "out-doors", para divulgar os valores da família e do casamento (colocando-os em lugares visíveis e de grande circulação de pessoas, aproveitando os espaços físicos privilegiados da Igreja); e) Preparar e editar livros, boletins informativos em associação com as editoras católicas, para divulgar e defender os valores da família e do casamento;

f) Escrever em colunas de jornais e revistas locais sobre a família, a vida familiar, valores da família, importância do casamento, etc.; g) Promover ações eficazes para uma leitura e compreensão crítica dos meios de comunicação social e para a melhoria da qualidade de sua programação, colocando-a como um instrumento de defesa dos valores da família;

a) Formar equipes ou participar de equipes responsáveis para atuar junto aos meios de comunicação social (rádio, TV, jornal, revista), através de ·programas periódicos, que objetivem a defesa dos valores da família e do casamento;

h) Cultivar um diálogo fecundo com produtores e roteiristas de programações dos meios de comunicação social, e com os artistas, tudo em nível local;

b) Produzir e divulgar, através

Q Integrar-se e responsabilizareM Fev/Mar/94 - 21


se por programas em rádios pertencentes às entidades religiosas, como à outras, no sentido de que sejam divulgados programas bem feitos e tecnicamente bem montados em torno de temas ligados à família (fazer um trabalho em conjunto com a Pastoral da Comunicação). 7. VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS a) Contribuir para a formação de seminaristas, religiosos e religiosas, para que conheçam a problemática essencial da família e sejam orientados para uma ação no sentido de darem uma lúcida e conseqüente colaboração na implantação e dinamização da Pastoral Familiar; b) Fazer palestras sobre a Pastoral Familiar em seminários e colégios de formação de religiosos e religiosas, como também mostrar o trabalho que se realiza com casais e famílias; c) Apoiar materialmente os seminários e colégios de religiosos e religiosas; d) Fazer visitas às pessoas que se preparam para a vida sacerdotal e religiosa, assumindo como padrinhos de sua formação; e) Prestar apoio psicológico e orientação na fase de preparação para a vida sacerdotal e religiosa;

f) · Colaborar decisivamente na promoção de vocações sacerdotais e religiosas através de eventos da Pastoral Vocacional, inclusive prestando depoimentos de vida apostólica e missionária. 22 - CM Fev/Mar/94

8. DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES a) Difundir e exigir o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para que este Estatuto se torne realidade, uma vez que representa uma conquista e garantia de direitos de cidadania, tanto para as crianças e adolescentes em particular, quanto para as famílias em geral; b) Apoiar a formação e participar da composição dos conselhos Estaduais e Municipais dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes; c) Apoiar iniciativas de entidades governamentais, da sociedade civil e da Igreja, de resgate da dívida social que a Nação possui para com as crianças e adolescentes (por exemplo, iniciativas do Pacto pela Infância); d) Apoiar e participar de ações concretas da Pastoral da Criança da CNBB, que representa uma iniciativa da Igreja Católica na luta pela sobrevivência infantil e pela emancipação das mulheres enquanto agentes de transformação de suas famílias e da sociedade; e) Apoiar e participar de ações concretas das demais pastorais ligadas às crianças e adolescentes (Pastoral do Menor, dos Meninos e Meninas de Rua, etc.);

f) Acompanhar e apoiar efetivamente os pais de famílias, educadores , catequistas e institutos religiosos que dedicam a educação da infância e adolescência, prestando especial atenção ao crescimento de sua fé.


9. APOIO A CASAIS E FAMÍLIAS NECESSITADOS a) Implantar um programa de visitas a casais e famílias de uma Paróquia ou comunidade, que estejam vivendo em dificuldades e que necessitam de orientação, para fortalecerem seu vínculo conjugal e familiar; b) Oferecer esquemas de oração em família; c) Implantar um programa SOS Família, através de telefone, ou indicando um endereço para atendimento pessoal dos casais e famílias; d) Visitar famílias que necessitam de assistência social, promovendo simultaneamente ações proféticas e caritativas que testemunhem o amor de Cristo pelos pobres e marginalizados, evitando assim que sejam presas fáceis ou influenciadas pelas diversas seitas. 1O. INTEGRAÇÃO DOS MOVIMENTOS, SERVIÇOS E INSTITUTOS FAMILIARES a) Promover a integração dos movimentos, serviços e institutos familiares através de serviços à comunidade, decorrentes do carisma próprio de cada um; b) Integrar os movimentos, serviços e institutos familiares para uma colaboração mútua com todas as estruturas da Igreja, mormente para a criação e dinamização da Pastoral Familiar, exercendo seu objetivo missionário, como sujeitos da construção da nova imagem do casal e da famOia;

c) Apoiar as ações de outros movimentos, serviços e institutos familiares através de palestras e coordenação de círculos (no Encontro de Casais com Cristo, por exemplo); d) Apoiar iniciativas e promover ações que objetivam a formação de agentes de Pastoral Familiar nos diversos níveis da Igreja: regional da CNBB, diocese, paróquia ou comunidade. 11. CELEBRAÇÕES NAS COMUNIDADES E PARÓQUIAS a) Promover noites de oração para casais; b) Participar, junto com o sacerdote e com sua orientação, de homilias sobre a família e o casamento; c) Promover festas da família (aproveitar churrascos nas paróquias, por exemplo); d) Organizar procissões festivas para toda a família; e) Promover retiros para toda a comunidade, com o objetivo de integrar a família e fortalecer suas bases religiosas e cristãs; f) Promover a oração do terço antes das celebrações eucarísticas ou em comunidades onde não existem celebrações diárias da eucaristia; g) Falar nas paróquias e comunidades sobre os movimentos, serviços e institutos familiares existentes na Igreja, e de sua importância para a construção da conjugalidade e espiritualidade do casal e da família, a partir do carisma e missão de cada um; CM Fev/Mar/94 - 23


h) Patrocinar imagens peregrinas de Nossa Senhora (capelinhas de Nossa Senhora para visitas diárias ou semanais às casas de família), para que isto incentive a oração familiar e do terço; i) Incentivar a oração familiar nas refeições; j) Promover a devoção à Nossa Senhora, através do terço em família ou em grupos de famílias (pelo menos uma vez por semana, em prédios, conjuntos, bairros, etc.); k) Realizar celebrações eucarísticas com as famílias ao redor do altar. 12. EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA a) Oferecer aos Bispos e sacerdotes (párocos) este serviço das ENS, como um trabalho de Pastoral Familiar; b) Organizar experiências comunitárias com grupos de casais dos meios menos favorecidos e mais distantes da assistência religiosa da Igreja; c) Adotar, nos círculos pós-encontro do ECC, a experiência comunitária como um material útil à evangelização dos casais; d) Organizar experiências comunitárias com grupos de casais considerados em situações irregulares (como um trabalho pastoral que revela toda a misericórdia da Igreja para com eles e sua situação). 24 - CM Fev/Mar/94

13. ESTUDOS, LEVANTAMENTOS E PESQUISAS a) Realizar estudos, levantamentos e pesquisas sobre a situação do casamento e da família na diocese, paróquia e comunidade, para a obtenção de subsídios ao trabalho pastoral; b) Realizar estudos sobre as dificuldades de organização e implementação da Pastoral Familiar na diocese, paróquia e comunidade; c) Levantar dados secundários, em fontes como o IBGE, sobre a situação sócio-econômica e cultural das famílias; d) Levantar dados sobre as dificuldades de vivência da espiritualidade conjugal e familiar, e outros temas, como o relacionamento de pais e filhos, etc.; e) Realizar levantamentos ou pesquisas sobre as distintas formas de vivência da sexualidade por parte dos jovens e casais. 14. CAMINHADAS E PROTESTOS DE SOLIDARIEDADE À FAMÍLIA a) Realizar caminhadas e protestos de solidariedade às necessidades das famílias; b) Realizar manifestações para o cumprimento dos direitos da família; c) Realizar caminhadas e protestos em casos de violências praticados a membros das famílias de uma comunidade; d) Realizar caminhadas, campa-


nhas e protestos contra as iniciativas que defendem a cultura da morte;

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e) Enviar aos legisladores, governantes e demais autoridades, sob diferentes formas, manifestações quando direito das famílias estão sendo violados. 15. TEMPOS FORTES DA FAMÍLIA a) Promover e participar intensamente da Semana Nacional da Família, utilizando os subsídios produzidos pela CNBB para esta finalidade; b) Preparar celebrações de Natal em Família, com a utilização dos subsídios produzidos todos os anos, como a Novena de Natal; c) Promover celebrações para o dia das mães, pais e crianças, fugindo do espírito consumista que envolve estas datas; d) Revalorizar e dinamizar novenas, romarias, meses temáticos (o da Bíblia, por exemplo) e festas de padroeiras com atividades que fortalecem a integração das famílias;

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e) elaborar um plano de ação para o ano de 1994, em nível de diocese, paróquia e comunidade, aproveitando todos os subsídios produzidos para a Campanha da Fraternidade e para o Ano Internacional da Família, com o intuito de realizar uma verdadeira ação institucional da Igreja, para resgatar a família e seus valores fundamentais, para o bem da Igreja e da sociedade.

IV. CONCLUSÃO O maior objetivo desta reflexão

é o de instrumentalizar as propostas pastorais de Santo Domingo para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Na verdade, não se está oferecendo um conjunto de ações para o simples engajamento dos casais equipistas. O que está proposto, ou indicado como possíveis ações a desenvolver e implementar, e muito mais haveria para considerar, coloca-se no contexto da missão do Movimento das ENS e, conseqüentemente, dos seus integrantes, face ao seu carisma. Não se pensa em provocar um grande ativismo dos equipistas. Pensa-se em evangelizadores , novos evangelizadores certamente, em missionários, em discípulos do Senhor Jesus que, compreendendo o seguimento escolhido, promovem ações que fazem di namizar e crescer o Reino de Deus, escolhendo como campo de atuação a família e o casamento . . O desafio é grande. Contudo, é neste trabalho pastoral que se há de revelar o protagonismo dos leigos casados na Igreja e no mundo, na medida em que reconhecendo o chamamento para trabalhar na vinha do Senhor, tudo fazem para não ficar ociosos, para não serem cortados e jogados fora pelo Senhor.

Mariola e Elizeu Ca/sing Equipe 19-A (Brasília)

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A FAMILIA, COMO VAI? Para sua trigésima primeira "Campanha da Fraternidade", foi escolhido pela CNBB um tema que enfoca diretamente a família, em sintonia com a Organização das Nações Unidas, mas uma perspectiva evangélica da opção preferencial pelos pobres. Conforme o método habitualmente utilizado pela Igreja Católica na América do Sul, quando se trata de determinar perspectivas pastorais, no intuito de não se perder em considerações tão ineficientes quanto irreais, o esquema permanece o tradicional "Ver-JulgarAgir", que aliás obedece a um movimento natural da inteligência humana. O "Ver" do texto-base da Campanha focaliza pois a verdadeira situação da família no Brasil, baseando-se sobre dados estatísticos oferecidos num riquíssimo anexo. Através desses dados podemos constatar que, por exemplo, enquanto a população aumenta, o número de casamentos diminui, tornando as famílias "de fato" tanto ou mais numerosas que as famílias "de direito". A situação de moradia piora sempre mais, sendo uma das causas da 26 - CM Fev/Mar/94

desagregação de muitas famílias e do enorme número de "crianças de rua". É notável a diminuição do rendimento mensal e familiar: daí uma "situação de enormes carências e dificuldades de sobrevivência": o que "cabe aos 50% mais pobres da população é equivalente ao que o 1% mais rico também usufrui" (p. 104-105). No "Julgar" essa situação à luz do Evangelho, o texto lembra que "sociedade e família não devem ser analisadas de modo isolado, já que as duas realidades se interpenetram, influenciando-se mutuamente" (p.43): lembra que homem e mulher gozam de uma mesma dignidade; que o matrimônio cristão é uma aliança com um Deus que é um Deus fiel; que a família é ao serviço da vida e que sobre essa realidade deve se basear uma verdadeira espiritualidade conjugal e familiar; que, dentro da dinâmica do Reino de Deus, a própria família deve tornar-se agente de transformação social. Para tanto, o Texto-Base apresenta algumas propostas de ação. Imitando Jesus que se preocupava com a vida material de quem o


escutava, as famílias que pretendem seguir a Cristo são convidadas a exigir que todas tenham condições dignas de vida: moradia, trabalho, salário, etc ... São incentivadas a participar ativamente de movimentos de defesa da vida em todos os sentidos, muito particularmente quanto a exigência da aplicação inteligente do "Estatuto da Criança e do Adolescente" (ECA). São também incitadas a colaborar com associações de ca-

ráter conjugal e familiar como também com os esforços pastorais da Igreja em prol da família. Este Ano da Família deve ser um momento forte na vida das famílias cristãs no Brasil, tanto para fortalecer os laços que as unem como para irradiar a sua própria vitalidade e felicidade.

Frei J.P. Barrue/ de Lagenest O.P.

*** *** *** A FAMÍLIA É procedente a afirmação que amiúde se faz de que a família cristã se encontra em processo de irreversível dilaceramento? Quanto a esta pergunta, caso não seja totalmente verdadeira mas tão somente parcial, até que ponto poderemos contornar ou mesmo estancar esta marcha e, caso isto

aconteça, até onde será possível o retorno aos valores anteriores? É este, sem sombra de dúvida o dilema com o que se deparam os cristãos de hoje ante este "apocalipse" da família, núcleo básico da cristandade. Tem procedência este pânico CM Fev/Mar/94 - 27


que ora se apodera de todos que se julgam responsáveis pela manutenção do "status" que sempre prevaleceu neste campo nos tempo modernos? Sim, de fato, a crise que sobre a família se abate é de molde a provocar inquietações, medos e até pavores naqueles que não se querem abastardar ante a onda anti-cristã que se avolu ma dia-a-dia, assoreando a solidez das mat rizes elaboradas durante séculos com base nas doutrinas do CRISTO. Contudo, cumpre uma severa reflexão antes que nos julguemos batidos e derrotados o que, certamente, não se casa com nossa coragem e disposição de luta. Foi sempre doce e tranqüila a vida da família no decorrer dos tempos? Se não, quais foram os meios empregados no combate às forças do mal que embaralhavam, distorciam e esfacelavam a nossa jóia preciosa- a família-, sustentáculo das forças do bem. Em verdade, temos que nos aperceber de que nem tudo foram flores, céu limpo e mar azul no transcurso dos séculos para aqueles que se deixaram enredar nas tramas de Himeneu, consorciando-se para, após, construir diminutos clãs, basicamente consubstanciados em: PAI, MÃE e FILHOS, ligados entre si por fortes laços hierárquicos e afetivos que, em geral somente se dissolviam com a morte das partes. 28 - CM Fev/Mar/94

A primeira família cristã de que temos notícias é a de JOSÉ, MARIA e JESUS constituída na pequena cidade de NAZARÉ. Tinham poucos bens. Trabalhavam duro, de sol a sol e espelhavam bem o padrão básico dos casamentos da época não podendo, portanto, constituir-se em motivo de inveja para os poderosos de antanho. Não obstante isto, foi só o rei Herodes ser informado pelos Magos que o visitaram de que havia nascido em Belém aquele que seria o Rei Dos Reis, encheu-se de fúria e mandou trucidar todos os recém nascidos de Belém e adjacências. Tiveram eles então que empreender longa fuga para o Egito e somente retornaram com a morte de Herodes, fixando-se em Nazaré. Como se vê, desde os tempos bíblicos os grandes inimigos da família se constituíam na ambição pelo poder e pelo dinheiro, sendo que a perda destes apavorava e tornava truculentos os poderosos. A família cristã básica estruturou-se, assim, em pai, mãe e filhos , relacionando-se também com os colaterais, bastante mais restrita do que a família romana que era integrada em um "clã" no qual o "paterfamilias" reinava soberano e absoluto sobre vontades e posses. Foi assim que ela avançou pelo período feudal no qual, durante séculos, era observado o procedimento de: pai trabalhando


no campo ou nas oficinas artesanais, mãe cuidando do lar e filhos ajudando o pai ou ainda sendo amamentados, conforme a idade. Com o início da revolução industrial este quadro começou a mudar. Os jovens e mesmo as mães, passaram a integrar a força-detrabalho e, mesmo as crianças e jovens já eram empegados como mão-de-obra para a burguesia incipiente. Iniciou-se, aí, a desestruturação da família. A mãe já não conseguia acompanhar os filhos em suas atividades deixando-as, no mais das vezes, carentes de orientação. Este processo se acentuou ainda mais com a formação das grandes metrópoles em conseqüência do êxodo rural que amontoou milhares de seres humanos em áreas de pouca extensão, forçando-os à uma feroz disputa pelo pão-de-cada-dia. Nos tempos modernos este processo ainda mais se acelerou. A produção que era executada no âmbito doméstico, no campo ou em pequenas oficinas, sofreu uma transladação para pior pois, a mão-de-obra encontrava-se agora adstrita às grandes corporações, bem vigiada e treinada, constituindo-se por homens, mulheres e jovens. O entendimento dito familiar "entrou em parafuso". A família clássica que era o refúgio derradeiro para a convivência integral entre adultos e crianças, livre dos problemas econômicos do dia-adia implodiu. Antes, os pais educa-

vam os filhos da maneira como haviam sido instruídos, enquanto estes, se defendiam da melhor maneira que podiam, absorvendo, contudo, muito do que lhes era ministrado. Hoje, grande parte dos pais abdicou no todo ou em parte destas tarefas, não tanto em decorrência da falta de interesse mas, sobretudo, por lhes faltarem condições de atuar, de fato, neste campo. Pais e mães, trabalham de oito a dez horas por dia e, em geral, perdem ainda uma ou duas horas em trânsito de casa para o serviço e vice versa. As premissas básicas para o abandono ou minimização desta faina educativa em que se empenhavam eram: a obtenção de poder e dinheiro, representados pela meta final que era, sobretudo, a obtenção de "status". O poder econômico, sempre arguto e ágil quanto a obtenção de seus objetivos, incentivou e exacerbou esta faceta frágil e desprevenida da personalidade dos pais canalizando sua ação, de forma maciça e abusiva, na obtenção de bens de consumo móveis e imóveis. "Vale mais quem tem" foi o clichê produzido e inculcado nas mentes desprevenidas de consumidores neófrtos. Desorientados e com carência da transmissão de valores e experiências que somente o Pai e a Mãe lhes poderiam transmitir os filhos passaram a apelar para suCM Fev/Mar/94 - 29


cedâneos entre os quais prepondera a televisão mas também, não deixam de ajudar os amigos ou pseudo-amigos com a formação de grupos, os bares, os colégios com seus mestres muitas vezes igualmente mal intencionados, as namoradas e, a mais das vezes, naqueles já sobremodo combalidos e sem personalidade, as drogas. Mas, perguntemos: Como reverter este quadro? Como frear este veículo que roda, ladeira abaixo sem freios e com o condutor sonâmbulo? Cabe, principalmente, a própria família esta tarefa hercúlea. Em suas mãos encontra-se a forma de cercear ou mesmo minimizar essa opereta bufa. Como? Em primeiro lugar agindo de forma clara e objetiva sobre seus filhos e procurando dar-lhes um pouco que seja de: atenção, instruções, calor humano e sobretudo exemplos. Em segundo, procurando eles mesmos, pais, não se deixarem seduzir por estas artimanhas sub reptícias dos meios de comunicação dirigias para a exacerbação do consumismo objetivando a obtenção de "status". Em terceiro, agindo e pressionando as autoridades isto é, aqueles com o poder de polícia, de procurarem dar um basta ou, ao menos, cercear as atividades danosas, ilícitas ou que gerem corrupção. Em quarto, adentrando organizações que zelam ou colaboram na manutenção dos valores cristãos básicos. Em

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suma, tenhamos sempre em mente que: Viver é de fato arriscado. O sofrimento e a luta fazem parte da vida e da família. Devemos precaver-nos e nunca desanimarmos. Cristo nos trouxe o instrumental: sua doutrina. Cabe a cada um construir hoje uma família onde reinem a fé, a paz, o amor e a felicidade.

Lés/ie e Nélson Equipe07 Londrina Nelson escreveu este artigo em 14.08.91 e faleceu em 18.10.91, depois de ter participado da Inter-equipe no dia 17.

N.R.: Embora escrito há mais de dois anos, o artigo é de extrema atualidade em relação ao tema da C.F./94. Nélson que repousa na Glória do Pai foi realmente inspirado pelo Espirito Santo ao redigi-lo pouco antes de sua passagem

para a vida eterna


OITAVO ... ENCONTRO .. .INTERNACIONAL

Caros amigos, Em breve milhares de casais e de conselheiros espirituais representando um grande número de Equipes se encontrarão pela primeira vez. De fato, será para muitos equipistas sua primeira vinda a Fátima. Também esta será a primeira vez que nosso Movimento se reúne neste lugar Mariano. Mas não será esse o nosso primeiro encontro. OITAVO Nosso primeiro encontro se deu em Lourdes, em 1954, na festa de Pentecostes. Exatamente há 40 anos novecentos participantes aí se encontravam, vindos, essencialmente, da França, da Bélgica e da Suíça. Esta foi a primeira ocasião em que os casais puderam adquirir a consciência de pertencer a um movimento supranacional. Em maio de 1959, 1000 casais foram em peregrinação a Roma e apresentaram ao Papa as Equipes de Nossa Senhora. João XXIII acolheu os peregrinos com toda a sua bondade paternal e os enco-

rajou a levar em frente seus esforços no lugar onde estavam engajados. O Pe. Caffarel, numa conferência fundamental, descreveu a vocação das Equipes e a expansão do Movimento nos 19 países onde foi implantado. Seis anos mais tarde em julho de 1965, foi em Lourdes que as Equipes se reuniram: dessa época em diante os grandes encontros supranacionais deram ritmo à vida do Movimento. Em maio de 1970, 2000 casais, vindos dos cinco continentes, se reencontraram em Roma. Dirigindo-se através dos equipistas presentes aos 20.000 casais do Movimento, bem como a todos os casais cristãos, Paulo VI, no discurso que foi considerado como um marco, deu uma orientação sobre as grandes realidades do casal, do amor conjugal, do matrimônio. Isso aconteceu dois anos antes da encíclica "Humanae Vitae". Jamais uma orientação do Magistério havia sido dada como essa aos casais presentes, o sentimento de que as suas dificuldades, suas buscas, suas aspirações, CM Fev/Mar/94- 31


eram plenamente compreendidas. Os encontros continuaram a ser realizados a cada seis anos: setembro de 1976 e em setembro de 1982 em Roma, onde os equipistas foram acolhidos por João Paulo 11. Enfim, em Lourdes, em setembro de 1988, com 5.700 participantes. Foi nessa ocasião que a E.R.I. (Equipe Responsável Internacional) - quarenta anos após a promulgação da Carta (estatutos) - lançou seu apelo a uma "Segunda Inspiração". ENCONTRO Como pode-se ver, o Movimento adquiriu o hábito de promover seus encontros nos lugares de peregrinação: Lourdes, Roma e, brevemente, Fátima. Mas dentro dessa conduta, o Movimento possui um objetivo de uma peregrinação no seu sentido habitual. Para as Equipes de Nossa Senhora, o objetivo é sobretudo o de encontrar-se a fim de confirmar sua identidade; conscientizar-se de sua catolicidade e trocar idéias antes de se dispersarem pelo mundo inteiro. O termo "encontro" é muito mais apropriado que "peregrinação", usando no passado o que trouxe tantos mal entendidos. Reunindo-se num lugar considerado Marial, o Movimento quer novamente se entregar à Virgem Maria, sob cuja proteção se colocou desde a sua origem. A realização do encontro é vital para toda a comunidade humana, 32 - CM Fev/Mar/94

para os discípulos de Cristo e notadamente para a família. A Igreja é na essência a reunião do Povo de Deus: "no meio do mundo, a qual pertence, a Igreja é a assembléia dos que crêem em Jesus Cristo Salvador" (Vaticano 11, Constituição sobre a Igreja). E a concretização do encontro se acha no coração da ação litúrgica, em particular na celebração Eucarística. Desde Pentecostes, "quando nasceu, a Igreja jamais se omitiu em reunir para celebrar o mistério pascal" (Vaticano 11, Constituição a Liturgia). A missa é o encontro de todo o povo de Deus, do Corpo de Cristo, para celebrar a memória da ressurreição do Senhor. Assim sendo, quando as Equipes de Nossa Senhora- família da Igreja vinda dos quatro cantos do mundo, se reúnem para celebrar o mistério pascal, viver em comunhão e perscrutar os desígnios de Deus sobre o Movimento, fazem um ato de Igreja e vivem uma experiência de Igreja. INTERNACIONAL A dimensão internacional do encontro contribui para essa experiência de ser Igreja. Ela manifesta a catolicidade do Movimento, isto é, sua vocação à universalidade. Da mesma forma que a Igreja é "una, santa, católica e apostólica" ao viver um encontro internacional o Movimento procura tornar-se firme e pede ao Espírito Santo para confirmar sua vocação à santida-


de, à universalidade e ao apostolado. A internacionalidade é uma das características mais marcantes para os participantes que têm a rara ocasião de viver uma experiência concreta da catolicidade da Igreja de Cristo. Pode-se dizer que se trata de uma verdadeira experiência de Pentecostes a julgar pelo efeito do dom do Espírito sobre os apóstolos reunidos no cenáculo em torno de Maria: a capacidade de se exprimir em todas as línguas ... Nos encontros das Equipes milagres acontecem em matéria de comunicação, mas o Espírito Santo, com a ajuda da técnica, se manifesta na comunhão dos corações ... ! Amigos testemunham que de três experiências determinantes para a sua vida, uma era um encontro internacional das Equipes de Nossa Senhora. Nem todos po-

dem participar, mas cada casal deve responder ao convite feito pelo Espírito através do Movimento. Maridos e mulheres, partamos como os dois peregrinos de Emaus, reservando entre nós um lugar para Cristo, escutando-O em nossos corações comentar as Escrituras, enquanto estivermos viajando; e na parada partilhemos juntos o Pão da Vida que Ele nos dá, antes de retornarmos alegres às nossas comunidades dispersas no mundo para transmitir o apelo que Ele nos dirige. Na espera deste momento de comunicação de todas as Equipes em Fátima, ao qual estaremos presentes ou unidos em pensamento, manifestamos-lhes nossa afeição, na Unidade do Espírito.

Antonie e Marie-Magdaleine Berger

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AS ENS NO BRASIL, HOJE Por ocasião do último encontro nacional de quadros, ocorrido em ltaicí/SP em fins de novembro de 1993 foi feita uma atualização do "cadastro" das equipes existentes em todo o Brasil. Acreditamos que a publicação desses dados seja do interesse dos nossos leitores: REGIÃO SÃO PAULO - CAPITAL- Total: 67 equipes Setor A: 20; Setor B: 21; Setor C (Aifavile): 05, Setor D: 21 REGIÃO SÃO PAULO - SUL I Total: 42 equipes Setor Grande ABC: 13; Setor Mogí das Cruzes: 16; Setor Santos: 13 REGIÃO SÃO PAULO - SUL 11 Total: 47 equipes Setor Jundiaí: 17 (11 em Jundiaí e 6 em Louve ira); Setor ltú: 1O (8 em ltú e 2 em Salto); Setor Sorocaba: A: 1O (9 em Sorocaba e 1 em Porto Feliz); Setor Sorocaba B: 1O (9 em Sorocaba e 1 em Araçoiaba da Serra) REGIÃO SÃO PAULO - CENTRO I -Total: 46 equipes Setor V alinhos-Vinhedo: 1O; Setor Campinas: 16; Setor Americana: 8; Setor Limeira: 8 (6 em 34- CM Fev/Mar/94

Limeira e 2 em Araras); Coord. Bragança Paulista: 4 REGIÃO SÃO PAULO - CENTRO 11 -Total: 87 equipes Setor Jaú: 25 (sendo 4 "pré equipes"); Setor São Carlos: 17; Setor Piracicaba: 1O; Setor Araraquara: 11; Setor Dois Córregos: 16 (12 em Dois Córregos, 3 em Brotas, 1 em Torrinha); Coord. Rio Claro: 8 REGIÃO SÃO PAULO - LESTE - Total: 64 equipes Setor São José dos Campos: 15; SetorTaubaté: 12; SetorGuaratinguetá: 12; Setor Jacareí: 1O; Setor Pindamonhangaba: 8; Coord. Aparecida: 3; Coord . Caçapava: 4 REGIÃO SÃO PAULO - NORDESTE -Total: 38 equipes Setor Ribeirão Preto A: 14 (1 O em Ribeirão Preto, 1 em Brodósqui, 3 "pré equipes); Setor Santa Rosa de Viterbo: 4; Setor Ribeirão Preto B: 1O; Coord. Casa Branca: 9 (8 em Casa Branca, 1 em Aguaí); Batatais: 1 REGIÃO SÃO PAULO- NORTE -Total: 68 equipes Setor São José do Rio Preto A: 9; Setor São José do Rio Preto B: 8; Setor São José do Rio Preto C: 8 (7 em São José do Rio Preto,


1 em Onda Verde); Setor Catanduva: 12; Setor José Bonifácio: 9; Setor Guapiaçú: 7; Setor ltumbiara/GO: 8 (7 em ltumbiara, 1 em Edéia); Setor Votuporanga: 7 REGIÃO SÃO PAULO- OESTE -Total: 86 equipes Setor Marília: 15; Setor Baurú: 16 (13 em Baurú e 3 em Pederneiras); Setor Araçatuba A: 1O; Setor Araçatuba B: 15 (11 em Araçatuba, 2 em Penápolis, 2 em Valparaíso); Setor Assis: 7; Setor Garça: 6; Setor Lins: 7; Setor Campo Grande/MT: 1O (8 em Campo Grande, 2 em Maracajú) REGIÃO RIO DE JANEIRO I Total: 57 equipes Setor A: 12, Setor B: 1O; Setor C: 12; Setor D: 1O; Setor Niterói: 13 (12 em Niterói, 1 em São Gonçalo) REGIÃO RIO DE JANEIRO 11 Total: 49 equipes Setor Petrópolis A: 11; Setor Petrópolis B: 8; Setor Petrópolis C: 7; Setor Valença: 9; Setor Piabetá: 9; Coord. Teresópolis: 5 REGIÃO RIO DE JANEIRO 111Total: 57 equipes Setor A: 8; Setor B: 4 ; Setor C: 15 (sendo 2 "pré equipes"); Setor D: 5; Setor E: 12; Setor F: 7; Setor G:6 REGIÃO MINAS GERAIS -Total: 68 equipes Setor Juiz de Fora A: 11; Setor Juiz de Fora B: 11 (9 em Juiz de Fora, 2 em Barbacena); Setor Juiz

de Fora C: 7; Setor Varginha: 9; Setor Pouso Alegre: 9; Setor Belo Horizonte: 14 (8 em Belo Horizonte, 3 em Contagem, 3 em Divinópolis); Coord. Benfica: 5; Coord. Pirapora: 2 REGIÃO CENTRO - Total 61 equipes Setor Brasília A: 11; Setor B: 9; Setor C: 8; Setor D: 14 (13 em Brasília, 1 em Anápolis); setor E: 9; Setor F: 1O REGIÃO PARANÁ- SUL- Total 34 equipes Setor Curitiba A: 1O; Setor B: 9; Setor C: 1O; Coord Mafra: 4; Campo Largo: 1 REGIÃO PARANÁ - NORTE Total 25 equipes Setor Londrina A: 1O; Setor B; 9; Setor Norte do Paraná: 6 (2 em Astorga, 2 em Grandes Rios, 1 em Pitangueiras, 1 em AssaQ REGIÃO SANTA CATARINA Total65 equipes Setor Florianópolis A: 9; Setor B: 1O; Setor C: 7; Setor Brusque: 8 (6 em Brusque, 2 em ltajaí); Setor Criciúma: 9; Setor Blumenau: 11; setor Lages: 11 (1 O em Lages, 1 em Guabiruba) REGIÃO RIO GRANDE DO SUL -Total 58 equipes Setor Porto Alegre A: 1O; Setor B: 11; Setor C: 1O; Setor D: 5; Setor Serra: 6 (3 em Caxias, 3 em Carlos Barbosa); Setor Leste: 8 (4 em Santo Antonio da Patrulha, 4 em Osório); Setor Litoral: 8 (6 em CM Fev/Mar/94 - 35


rramandaí, 1 em Capão da Canoa, 1 em Terra de Areia) REGIÃO NORDESTE- Total 57 equipes Setor Fortaleza/C E A: 1O; Setor B: 11 (9 em Fortaleza/CE, 1 em Barra do Corda/MA, 1 em Quixadá/CE); setor Recife/PE: 15; Coord. Parelhas/RN: 5; Coord. Salvador/BA: 8; João Pessoa/PB: 3; Natai/RN: 2; Itabaiana/SE: 3 REGIÃO NORTE - Total 46 equipes Setor Manaus A: 9; Setor B: 1O;

Setor Belém/PA A: 15 (11 em Belém, 1 em S. Miguel do Guamá/PA, 1 em Castanhai/PA; Setor B: 8; Coord. Santarém/PA: 4 Assim sendo esta última atualização constata um total de 1122 equipes existentes naquela data. Com a vigorosa e, ao mesmo tempo, consolidada expansão do nosso Movimento nos últimos tempos e devida em grande parte à Experiência Comunitária é muito provável que ao publicarmos esta carta mensal (março/94) esta estatística já esteja superada.

*** *** *** DE SÃO PAULO A MANAUS COM AS EQUIPES DO BRASIL Propomos aqui um editorial um pouco peculiar. Gostaríamos simplesmente de partilhar com vocês a alegria que tivemos, em julho passado, ao descobrir as equipes do Brasil e seu magnífico país. Fomos acolhidos, em São Paulo, na casa de Gérard e Monique Duchêne, da equipe 7, que já foram responsáveis regionais e, durante 13 anos, encarregados da Carta Mensal. Gérard e Monique nos contaram como as equipes começaram no Brasil, em 1950. Em 1957, o Padre Caffarel veio, pela primeira vez, encontrar as Equipes de "Nossa Senhora"(*), no 36 - CM Fev/Mar/94

colég io Santa Cruz, de São Paulo. Foi o casal Pedro e Nancy Moncau que fundou as Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Seu primeiro conselheiro espiritual, o Padre Corbeil (Santa Cruz), é canadense e permanece no Movimento até hoje.. Pedro Moncau já faleceu, mas tivemos a sorte de encontrarnos com Nancy, que continua muito ativa e apaixonada pelo nosso Movimento. O trabalho deles não foi em vão e a colheita é abundante, já que o Brasil conta hoje mais de mil equipes. Vocês já terão lido nas "Notícias Internacionais"(**) o resumo do


que vivenciamos durante a reunião do colegiado ERI/SR em Vinhedo. O objetivo desses dias de trabalho é de orar e discernir a vontade de Deus sobre o Movimento, de pensar as orientações futuras e trabalhar a unidade que é necessário conservar, apesar da diversidade de nossas equipes, espalhadas pelos cinco continentes. Ficamos sempre maravilhados pela fraternidade que existe entre nós; se as despedidas são por vezes melancólicas, os reencontros, ao contrário, são alegres e expressivos. Depois, saímos à descoberta do Brasil, entusiasmados pela beleza desse país e pela natural gentileza dos brasileiros, mesmo os mais pobres, sempre sorridentes e amáveis. Em Salvador, na Bahia, Ana Luísa e Edilson Brito, responsáveis do setor, nos aguardavam no aeroporto e nos pilotaram pela cidade; foram, depois, revezados por Lígia e Antônio Chaui, que continuaram a nos levar a descobrir os encantos da Bahia. Idêntica acolhida tivemos em Manaus, por Júlio e Auxilium Rufino Torres ambos médicos, procuram promover o método Billings em seu setor -, por lsmena e Vicente Monte e também Antônio e Neusa Martins. Por fim, no Rio de Janeiro, pelo casal Mauro e Júnia Lopes, da ECIR. Em companhia de Marie-Magdeleine e Antoine Berger, da ERI,

com quem viajávamos, tivemos a oportunidade de participar de duas missas de setor. A primeira, em Salvador, onde um jovem padre francês, no Brasil há seis meses, havia sido chamado na véspera, numa favela: lá, uma mulher acabava de ir embora, abandonando seus seis filhos pequenos. Diante dessas situações concretas, as palavras que nos haviam sido ditas por Dom Luciano Mendes de Almeida, presidente da Conferência Episcopal brasileira, sobre a situação dos pobres de seu país, passavam verdadeiramente a ter vida. A segunda missa de setor foi em Manaus: ambiente caloroso, um coral e uma orquestra dinâmicos. Quanta felicidade, de rezar com nossos amigos equipistas brasileiros , de cantar com eles, de nos sentirmos tão próximos, por estarmos unidos num mesmo ideal, por sermos filhos de um mesmo Pai, encontrando-nos diante dEle, com um só coração e uma só ternura! É nessas celebrações fora do nosso país que sentimos realmente a importância de conservar a unidade de nosso Movimento, com toda a riqueza que traz para todos os nossos países. "Irmãos unidos no mesmo amor, vamos a Ti, Senhor" Annick e Jacques Mariet Casal Super Regional - França (da Carta Mensal Francesa n 2 104) (*) em português no texto (**)v. Carta Mensal de dezembro 1993

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PROPOSTAS DE AÇÃO PARA 1994 No último Encontro Nacional, fomos todos colocados diante da realidade atual da família brasileira. Ainda mais, a frente de nós se mostrou a necessidade e a responsabilidade que temos em exercer nossa cidadania e atuar na transformação da sociedade. Como fazê-lo? O que é possível para cada um de nós? Como o Movimento poderá contribuir para que cada casal equipista esteja preparado e assuma sua papel de sinal do amor que transforma a realidade do mundo em Reino de Deus? Foram estes os questionamentos que tivemos em nosso último grua de trabalho, onde se encontra reunido o colegiado da nossa Região Centro-Oeste.

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Pensamos em atuar em duas frentes: num nível mais interno, procurando preparar os casais para sua missão; olhando para fora, buscando transformar o mundo naqueles aspectos de nossa especialidade - o amor, o casamento e a família. Abaixo seguem as nossas propostas de trabalho para 1994. A NÍVEL DA ATUAÇÃO NO MOVIMENTO E NA IGREJA: . Trabalho de formação dos casais: - Momento de Formação, antes da Missa Mensal, com temas relativos à família - Curso de formação de agentes


de Pastoral Familiar destinado aos equipistas

zer a publicação de uma matéria paga em jornal.

-Curso para formação de Coordenadores de Experiência Comunitária

- Em um ano eleitoral, pensa-se em "sensibilizar" os parlamentares através da publicação de uma espécie de levantamento sobre a posição dos mesmos sobre o aborto.

. Trabalho de animação dos casais: - Estimular a participação dos equipistas nas comissões paroquiais de Pastoral Familiar - Estimular a participação dos equipistas no Encontro Nacional de Pastoral Familiar, a se realizar em Brasília (como participantes ou com seu trabalho) - No EACRE, fazer um chamado

à responsabilidade de atuação na Igreja e no mundo A NÍVEL DE ATUAÇÃO NO MUNDO . Desenvolver uma campanha junto aos parlamentares em relação a descriminação do aborto: - Envio de cartões aos parlamentares nos manifestando contra a legalização do aborto - em andamento (na última Missa Mensal, muitos casais levaram estes cartões, que já foram encaminhados aos parlamentares) - Preparação de um abaixo assinado - já iniciamos a coleta de assinaturas; o envio ao Congresso Nacional está previsto para fevereiro/março de 1994. - Em paralelo, se buscará a leitura, em Plenário, de um discurso contrário ao aborto, o qual ficaria registrado nos anais da Câmara. Ao mesmo tempo, poder-se-ia fa-

. Em relação às eleições em 1994, preparar encontros com os candidatos a deputado e/ou senador (conforme o caso), para esclarecimento do eleitorado. . Em relação à mudança da cultura sobre o casamento e a família: - Outdoors com frases sobre a família- abrindo o Ano Internacional da Família, e durante a Campanha da Fraternidade. -Distribuir panfletos com pequenos textos sobre a família - Dar mais ênfase ao trabalho que já estamos desenvolvendo na rádio da Arquidiocese. - Abrir vagas em nossos retiros para casais não equipistas e/ou fazer um retiro destinado a eles. -Desenvolver mais as Experiências Comunitárias em nossa Região. Estas propostas podem até parecer muito ambiciosas. Nós mesmos, às vezes, nos assustamos um pouco e contamos com a oração de todos para pormos tudo isto em prática. Mas esta é a ousadia da fé! Se confiarmos na presença do Senhor, é preciso ter coragem de arriscar! Lourdes e Sobral Casal Responsável da Região Centro-Oeste

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No tempo pascal, de passagem do "homem velho" para o "homem novo", esta oração de Maria, ao pé da cruz, é para nós de muita reflexão.

ORAÇÃO DE MARIA AO PÉ DA CRUZ "Filho meu, meu Filho, que te fizeram? Tu lhes anunciastes uma grande libertação e eis o fracasso que te impuseram! Tu curastes a tantos com tuas mãos e eis que as transpassaram! Filho meu, meu Filho, que te fizeram? Tu restituíste a vida a tantos e eis que tantos se uniram para tirar-te a vida! Tu fizeste só o bem e eis o mal que lhe causaram! Filho meu, meu Filho, que te fizeram? Que mais devia ter-lhes feito e não fizeste? Não lhes deste o corpo, as vestes e a vida? e eis que te elevaram a uma cruz! Que mais devias ter-lhes feito e não fizeste? Não lhes deste o sangue todo? e eis que perfuraram o teu coração! Filho meu, meu Filho, cumpriste a Vontade do Pai, porque foste fiel até o fim; porque nunca te acomodaste a este mundo; porque não quiseste o pouco, mas o tudo: o Reino de teu Pai, com sua justiça e fraternidade. Repousa, Filho meu, porque teu Pai, por tua vida, por tua entrega e por tua morte já se apiedou e redimiu o mundo!" 40 - CM Fev/Mar/94


Ainda hoje nós crucificamos o seu Filho e somos motivo de grande sofrimento para Maria todas as vezes que: - Não nos preocupamos em viver os seus ensinamentos como fonte de conversão e de libertação; Jesus não quer que choremos a sua morte; mas tudo aquilo que, em nós, é causa de morte, de pecado, de escravidão: nós sabermos nos doar, valorizarmos mais o ter do que o ser, não sermos sinal do amor de Deus que habita em nós ... - Não sabemos ver o Cristo em nosso irmão mais necessitado e "curar as suas feridas"! Quantas coisas poderíamos fazer pelos outros e não fazemos por comodismo, omissão, falta de compromisso! -Não promovemos a vida espiritual, material, biológica, efetiva dos que nos rodeiam, porque somos egoístas e ambiciosos e só pensamos em nossos interesses, nos esquecendo de que os homens precisam uns dos outros: da compreensão, da ajuda material, do amor ... - Não somos fiéis à missão que Ele nos destina: não sabemos aceitar os seus chamados, não vivemos uma vida de coerência com a nossa fé, não nos comprometemos na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, para que o Seu Reino possa se realizar aqui e agora ... Maria, nosso modelo de vida como cristãos e equipistas, disse SIM para que se cumprissem os desígnios do Pai na redenção dos homens. Ela sempre acreditou no Deus que salva e, por isso, colaborou, em tudo, na salvação da humanidade. E nós- "A QUEM MUITO É DADO", qual será nossa resposta concreta aos PEDIDOS que Deus nos faz?

Myrian (do Ga/vão) Equipe 06- N.S. Medianeira Valença!RJ

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ENTENDENDO A QUARESMA A Páscoa é uma data tão significativa para nós católicos que a Igreja nos convida a nos prepararmos para ela durante 40 dias que começam com o ritual das cinzas e terminam relembrando a Paixão e a Morte de Jesus. Durante seis semanas as leituras nos convidarão à conversão, à busca do perdão e ao reconhecimento de nossas fraquezas. Como sabemos a liturgia não existe somente para ser vivenciada durante as celebrações. Ela procura, acima de tudo, oferecer a inspiração para nossa vida no dia a dia seja no convívio familiar, social ou no ambiente de trabalho. Ela é como um farol que serve de guia e luz para os navegantes, principalmente nas horas de escuridão e tempestade. Esta é a função da liturgia na Quaresma. Perceba que ela começa com Jesus vencendo as tentações . Este exemplo nos incentiva a lutarmos contra as nossas tentações pessoais e diárias e nos remete ao exercício da Penitência. A Igreja nos dias de hoje abre espaço para que o jejum não fique somente na rigidez do preceito e permite-nos (e até nos

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exorta a) usar nossa criatividade nos sacrifícios e penitências durante este exemplo. O que se pede aos católicos no tempo de Quaresma? Sobriedade em todos os sentidos (no comer, no beber, no fumar) pois a quaresma não é um tempo de festas e sim de preparação para a grande festa de Páscoa. E para nos prepararmos temos de nos lavar de nossas faltas, de nos libertar de nossas escravidões (vícios, desvios de conduta, etc.) e também reparar os nossos erros e injustiças. E falando em reparação, a Quaresma também nos convida a sermos mais generosos em nossas doações aos necessitados. Vamos encontrar na liturgia leituras que nos levarão a rever nossa conduta em relação ao dízimo, à caridade para com os irmãos etc. A Quaresma sobretudo nos exorta à oração, não aquela oração superficial à qual já nos acostumamos a fazer e, que me perdoem, saem, "fisiologicamente" de nossas bocas e não inspiradoras de nosso coração. Novamente com o perdão de vocês, muitas vezes vomitamos algumas palavras de efeito, pré-


viamente decoradas, sem ao menos nos aprofundarmos no que estamos dizendo. A Quaresma é enfim um tempo excelente para uma mudança de direção de nossa vida pessoal, familiar e comunitária. Não desperdicemos o tempo da Quaresma passando por ela despretensiosamente, para nos atermos somente na Sexta Feira da Paixão, quando farisaicamente jejuamos (não comendo carne porém nos fartando de outras comidas), beijamos o Senhor "morto" e lamentamos por seu sofrimento e morte depois continuamos com nossa má conduta a

crucificá-lo todos os outros dias do ano através de um comportamento nada cristão. Vamos rever a nossa vida e assumir com coragem o compromisso de mudá-la preparando-nos bem através de uma boa confissão e depois celebraremos, aí sim com muita festa a alegria a Ressurreição, convertidos totalmente na cabeça, no bolso e no coração.

Transcrito do "Anunciamos Jesus• - n 11 37 Março/92

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ENGAJAMENTO • Os equipistas do Setor de Belo Horizonte/MG firmaram com sua Arquidiocese compromisso de assessoria e engajamento na Campanha da Fratemidade-94 dentro do projeto "Construir a Esperança". • O Setor São Paulo-Capital vem participando ativamente das reuniões e dos trabalhos do movimento "O Brasil que queremos: Alternativas e Protagonistas, e por conseqüência, participou da Semana Social da Regional Sul I da CNBB preparatória à Semana Social Brasileira a ser realizada em Brasília em Julho/94. • Recebemos de José Omar Abdo, Coordenador do SOS Família de Baurú-SP agradecimentos pela divulgação e informação de que estão aceitando convites para implantação de outros SOS pelo Brasil. Assim é que já foram criados o SOS de Jaú/SP e de Piracicaba/SP e estão sendo mantidos contatos com o setor das ENS de Recife/PE. Os interessados poderão dirigir-se a José Omar Abdo, Rua 13 de Maio, 14-78, Baurú-SP, Tel. ~23.2824.

1•

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• A Vila de Mojuí dos Campos, a 40 Km de Santarém/PA, realizou entre 16 a 24.10.93 as "Santas Missões Populares", abordando vários temas, entre os quais "A Família". O pároco local Pe. Auricélio, também CEda Eq. 02 convidou casais das ENS a participarem como palestristas. Entusiasmados e conscientes da missão "Àquele a quem muito se deu muito será pedido", transmitiram as riquezas espiri~~

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tuais que as ENS proporcionam. O compromisso agora é maior pois os equipistas pretendem iniciar experiências comunitárias naquele local. • As ENS de Manaus/AM estão desenvolvendo uma "Campanha em Defesa da Vida" contra a legalização do aborto que pretendem incluir na Reforma Constitucional.

VOLTA AO PAI • Raul Santos (da Terezinha) Eq. 08/B - N.S. do Monte Serrat, de Araçatuba/SP em 18.1 O. 93. • Anicésio (viúvo da Olinda)- Eq. 47/F, N.S. do Amparo, de Taguatinga/DF em 16.12.93. • Luiz Gonzaga Naclério Homem (da Lourdes) - Eq. 01/D de São Paulo, Capital em 15.10.93. • Pe. Garcia de Souza, S.J. , CEda Eq. 106/A do Rio de Janeiro. Assume sua função o Pe. Paulo D'Eiboux. • Em 08.12.93. dia de N.S. Imaculada Conceição completou-se um ano que Miguel (da Dalva), Eq. 23 de Juiz de Fora/MG retomou à Casa do Pai.

EFEMÉRIDES • O Movimento das ENS, completou em 17.11 .93, 20 anos de seu lançamento em Belém/PA para onde foi trazido pelo casal Mônica e Plínio de Santa Catarina que, através de contatos com o então vigário da Basílica de Nazaré Pe. Giovanni lncampo, fundaram ali a primeira equipe. Recebemos de Isabel Barreto (viúva de Aracy) e


componente da Equipe 01 , um histórico da caminhada do Movimento, nessas duas décadas naquela cidade, onde hoje conta com 21 equipes, das quais três em Castanha! e uma em S. Miguel do Guamá. • Em 26.09.93, as equipes N. S. do Carmo e N.S. do Bom Conselho deJacareí/SP, comemoraram o seu Jubileu de Prata, com Missa em Ação de Graças celebrada por Pe. Jonas Traversin . "O Tempo passou , trouxe a segurança da maturidade, a confiança da fé adulta, mas nos altos e baixos da condição humana é em Deus que repousam nossas esperanças. O Senhor fez e faz e nós maravilhas! Santo é o Seu nome!" • AequipedaCartaMensal recebe continuamente notícias sobre a comemoração de aniversários de bodas (prata, rubi , esmeralda, ouro, etc.) de inúmeros casais equipistas de todo o Brasil. Lembramos aos nossos leitores que, pela força do Espírito Santo, com a intercessão de Maria, contamos hoje com mais de 6000 casais equipistas, e assim sendo, não temos possibilidade de espaço para publicar todas essas notícias, para o que contamos com a sua compreensão. O mesmo se aplica com relação a aniversários de lançamento de equipes. • Pe Fábio Bertóli, Ceda Eq. 02 de João Pessoa/PB comemorou em setembro de 1993 o seu Jubileu de ouro Sacerdotal. Recebemos de Maria José e Edmilson uma mensagem de agradecimento e homenagem a ele pelo transcurso da data tão significativa.

JOVENS (foto) • As ENS de Divinópolis realizaram em 23.10.93 um Encontro para Jovens, com o tema central "Viagem ao Pais

da Felicidade", fundamentado nas Bem-aventuranças e do qual participaram 54 jovens de 12 a 24 anos que trabalharam em grupos coordenados por casais equipistas e orientados por Pe. Mariano, CE da Equipe 02.

EXPANSÃO I NOVAS EQUIPES I MUDANÇAS NOS QUADROS • A Coordenação das ENS de Santa Rosa de Viterbo/SP foi elevada a Setor em 31.1 0.93. O CRC Adair e Wilson continua a responder pelo agora novo setor, bem como o seu CE Pe. Carlos Cruz dos Santos. • Rosana e Álvaro assumiram a função de CRS de ltú/SP em substituição a Maria Aparecida e José Osório. • Marlene e Acyr concluíram sua missão de CRS de Sorocaba/SP que agora foi dividido em 2 setores, a saber, A onde assumem Ana e Paulo e Bonde assumem Brasil ia e Armando. • Lançada em 25.07.92 a quinta equipe da Coordenação de Teresópolis/RJ sob a invocação de N.S. de Fátima, fruto da Experiência Comunitária conduzida por Anita e Waldely (Eq. 01 ). A nova equipe ora em pilotagem tem como CE Pe. Adamastor Urbani. • O Setor do Grande ABC, Região São Paulo Sul I vem apresentando uma fantástica expansão, sob a coordenação de Eunice e Sidney. Estão em andamento os grupos de Experiência Comunitária e uma equipe já em fase de pilotagem. Outros grupos estão sendo formados consolidando ainda mais a expansão do Setor. • Continua a expansão do Movimento em Juiz de Fora/MG com o lançamento das novas equipes 33/C, N.S. da Misericórdia e 34/B, N.S. do Desterro, pilotada por Maria do Carmo e Lucas

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e tendo como CE Mons. Hemani de Oliveira.

EVENTOS • Realizado em 17.10.93 em Pitangueiras/PR um dia de formação com a presença de casais daquela cidade além de Londrina e Astorga. A destacar as palestras do Pe. Antonio Lobo sobre "Maria" e "Diálogo Familiar'' e doPe. Francisco Xavier sobre "Família". • O Setor de S. José dos Campos/SP, realizou em 05.12.93 a sua Confraternização de Natal, em clima de grande fraternidade e alegria. • No período de 27 a 29.08.93, o Setor Grande ABC, São Paulo Sul I realizou o seu retiro anual com a participação de 26 casais e pregação doPe. Airton, CEdo Setor. • Corrigindo notícia publicada na C.M. de Outubro/93, página 44, informamos que o retiro ali noticiado foi realizado em Jacareí/SP e não em Jundiaí/SP, conforme publicado. Acontece que o Movimento é tão ativo e vibrante em ambas aquelas cida-

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des, quetemoscertezaqueosnossos leitores desculparão nossa falha. • Como já é tradição, no Setor do Grande ABC (São Paulo Sul I) realizaramse em 01.10 .93 as reuniões interequipes, momento forte do Movimento. Ponto marcante foi a participação de O. Claudio Hummes, bispo Diocesano de Santo André em um dos grupos. Dentre suas colocações, nas várias partes da reunião, destacase o seu comentário relativo aos pontos concretos de esforço, dos quais os casais devem tirar todo o proveito: "Eles são uma terapia, e também de graça, sem custo". • Com a presença maciça dos equipistas de Teresópolis/RJ, realizou-se em 27.08.93 uma "lnterequipes" cujo tema central de estudo foi "Àquele a quem muito se deu, muito será pedido". • Esther e Luiz Marcelo (ex CR ECIR) em passagem por Santarém/PA proferiam palestra para os equipistas daquela cidade sob o tema "A Vocação e a Graça de Deus recebida pelo Sacramento do Matrimônio".


Quando a Palavra se torna VIda Nancy Cajado Moncau Newswork, 150 pg Após a publicação, em 1986, da biografia de seu marido (O Sentido de uma Vida), Nancy Cajado Moncau brinda-nos, agora, com estes textos de meditação. São páginas que poda. rão transformar a vida dos casais cristãos- como Pedro e Nancy- mas de todos aqueles que procuram ser instrumentos do Senhor, transformando Sua Palavra em Vida. Obs: Este livro pode ser adquirido mediante solicitação ao Secretariado das ENS.

A Família como Vai? Texto-base da Campanha da Fraternidade 1994- CNBB Editora Saleslana Dom Bosco, 125 pg Para além do questionamento, a interrogação da CF assume o convite quaresma! de mudança e conversão. Convite a reencontrar aqueles valores que estão no coração da FamOia como fonte de vida, espaço de realização pessoal e fermento de mudança para uma sociedade justa e fraterna. A C. F. quer nos tornar capazes de uma resposta nova onde transpareça a graça renovadora da Ressurreição. Para nós cristãos e os que crêem no Deus V'No, e para todos os que apostam na força do amor verdadeiro será a melhor maneira de celebrar o Ano Internacional da Família CM Fev/Mar/94- 47


Queridos Equipistas! É com alegria que iniciamos mais um ano cheio de esperanças e realizações. Podemos perceber que o mundo caminha tão rapidamente em suas articulações e nós precisamos acompanhar a evolução dos fatos, da ciência e da sociedade. Marcados pela esperança no Cristo Ressuscitado e vitorioso, devemos nos lançar ao mundo, construindo alicerces para uma nova Sociedade. Somos um povo em marcha, é necessário que cada um assuma seu papel no ambiente que vivemos, e empunhando a bandeira da justiça, da fraternidade e da paz. Como cidadãos brasileiros procuremos ocupar os espaços possíveis para uma verdadeira "inculcação" do cristianismo. Temos a certeza de que Cristo está conosco nesta caminhada. Nem sempre, o que lemos em jornais, revistas, assistimos em noticiários etc ... nos anima e encoraja. Mas o que lemos na "Carta Mensal nos estimula a continuar na luta. Passadas as festividades de Natal, as "loucuras do Carna-

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vai", preparemo-nos para viver os EACRES/94 de forma intensa, estudando, refletindo, comparecendo em massa à esse evento, no qual a unidade de nosso Movimento é resguardada. Coincidentemente, também entram no período da "Quaresma", tempo forte de JEJUM-ESMOLAORAÇÃO. Que estes três elementos sejam a síntese de um compromisso com a vida. Que o nosso "Jejum" se converta em "esmola" e acompanhado da "oração" possamos ofertar ao Pai, o nosso processo de conversão, principalmente à favor de nossos irmãos menos favorecidos. Neste contexto espero que cada um possa ser efetivamente um sinal de amor transformador na sociedade em que vivemos. Que Deus os Abençoe e proteja. Abraços e orações

Pe. Mário José


MEDITANDO EM EQUIPE (Sugestões para o mês de março, mês de São José)

TEXTO DE MEDITAÇÃO: Ev. de S. Lucas, cap. 1 , vers 40-52 Trata-se de um "acontecimento" da vida da Sagrada Família. 1) Aos doze anos, a criança torna-se "filho da lei". José e Maria, perfeitamente unidos, dão a Jesus o exemplo da obediência as prescrições religiosas. 2) Mas também respeitam sua liberdade de escolher entre acompanhar a "caravana dos homens" ou a "caravana das mulheres". 3) Escolha imprevista de Jesus: o serviço de Seu Pai. Inquietação muito humana e manifestação de verdadeira ternura de José e Maria. Nenhuma oposição. 4) Jesus "cresce", como toda pessoa humana, vencendo as etapas físicas e psicológicas da infância e da adolescência. Para refletir: O valor do exemplo dado pelos pais. O respeito à "liberdade" de escolha dos filhos e das filhas, mesmo e sobretudo quando se trata do "serviço de Deus". O acompanhamento amoroso do crescimento dos filhos. Oração Litúrgica: Ao Senhor, que toma justos os homens, supliquemos: - Em vossa justiça, dai-nos a vida! Senhor Deus, vós mesmo chamastes nossos pais na fé, para caminharem diante de vós com coração perfeito fazei que nós, seguindo os passos de nossos pais na fé, sejamos também perfeitos segundo o vosso mandamento. - Em vossa justiça, dai-nos a vida! Escolhestes José, homem justo, para cuidar de vosso Filho criança e adolescente, fazei que nós sirvamos ao Corpo de Cristo em nossos irmãos. - Em vossa justiça, dai-nos a vida! Destes a terra aos homens, para que a povoassem e governassem, ensinai-nos a trabalhar corajosamente neste mundo, com os olhos voltados para a vossa glória. - Em vossa justiça, dai-nos a vida! O Pai de todos nós, lembrai-vos da obra de vossas mãos, e dai a todos os homens condições dignas de vida e trabalho. - Em vossa justiça, dai-nos a vida! Pai Nosso .. . Oração: Nós vos saudamos, ó José filho de Davi, esposo da Bem Aventurada Virgem Maria, da qual nasceu Jesus. São José. Pai Nutrício de Jesus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém .



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