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Equipes de Nossa Senhora
•Fátima I 94 •Páscoa: Ressureição • Pastoral Familiar • Ano Internacional da Família
RESUMO A linha editorial da Carta Mensal procura abordar a Missão do casal cristão em geral (e equipistaem particular) neste ano de 1994: Pastoral Familiar (pg.18), Ano Internacional da Família (pg.5). Outra preocupação é a FORMAÇÃO, configurada, basicamente, na seção Ser Igreja (pg.14). A VIDA DO MOVIMENTO é uma seção bastante abrangente e que pode ser encontrada da pg. 29 em diante; é complementada pelo Editorial (pg. 2) e a ECI R Conversa com Vocês (pg.3). O tempo litúrgico da Páscoa é tratado às pgs. 26 e 27. Complementam esta edição: Nossa Biblioteca (pg.28), Oração (pg.37) e Reflexão (pg.39). Como de hábito "Meditando em Equipe" (sugestão para a reunião de abril) está na 3ª capa. ATUALI DADE encontra-se na pg.23. Esperamos que a leitura seja do seu agrado e contamos com suas opiniões, críticas e sugestões.
A redação
Gostaríamos, antes de mais nada, de coparticipar com vocês uma grande alegria. Todos os casais componentes da equipe da Carta Mensal, dentro do espírito de ajuda mútua que tão bem caracteriza o nosso movimento continuarão, pelo menos por mais algum tempo, a participar desse trabalho. Queremos, portanto, agradecer de público aos casais Maria Célia e João de Laurentys; Terezinha e José Pereira Veiga; Nilza e Maurício Oliveira; Blanche e Lauro Mendonça e também ao nosso querido Conselheiro Espiritual, Frei Barruel de Lagenest, O.P., por mais este "Sim". Nunca é demais lembrar que todos eles participam da equipe da C.M. já há muitos anos, e que uma das características das ENS é a "renovação" nas missões de serviço. Assim esperamos que, brevemente, outros membros venham juntar-se a nós para que, futuramente toda a equipe da C.M . venha a ser renovada e os atuais componentes possam dedicar-se a outras funções no Movimento. Alegramo-nos também em anunciar o ingresso nesta equipe, do casal Helena e Eros Lagrotta que se encarregarão das ilustrações, a maioria das quais será da autoria do próprio Eros. Vocês notaram que o último número da Carta Mensal trouxe algumas modificações em relação às edições anteriores. Esperamos receber opiniões, críticas e sugestões para que possamos tornar a C.M . cada vez mais útil e agradável aos leitores. Um abraço em Cristo.
Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra
CM Abril/94 - 1
Queridos Equipistas! Paz e Bem. E ... Agora? ... Este é o nosso Ano! Ano Internacional da Família e do nosso Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Acabamos de viver a festa maior da Igreja - "A RESSURREIÇÃO" - e com ela renovamos nossas forças e entusiasmo para transformarmos nossa vida pessoal e a vida da sociedade, a fim de que todos sejam tratados como "Irmãos". Vivemos, durante a quaresma, a Campanha da Fraternidade - "A família como vai?" - que nos ajudou a descobrir um pouco mais o plano de Deus e este ano, de forma especial, o plano de Deus para a "FAMÍLIA". Em nossos EACRES, muito ouvimos, refletimos, rezamos e propusemos para SER IGREJA HOJE NO MUNDO, bem como sobre "Os Objetivos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora" . Neste sentido, com Jesus presente no meio de nós pela sua Palavra e sua Eucaristia, somos convocados a ser anunciadores do seu Reino de Amor. Não terminaram os EACRES, nem a Campanha da Fraternidade, eles foram apenas instrumentos e 2 - CM Abril/94
continuam seus efeitos para auxiliar nossa conversão. Enquanto comunidade cristã somos fruto de uma experiência pascal. A Ressurreição foi para os primeiros cristãos uma injeção de ânimo e entusiasmo nas pessoas e na comunidade. O Senhor venceu a morte, está vivo e a comunidade está eufórica, alegre com este fato. Tudo se ilumina com nova luz. O testemunho da Ressurreição do Senhor é hoje dado por uma nova maneira de viver o relacionamento com as pessoas, maneira de ser fraterno, justo e comprometido. Com a Ressurreição somos intimados a "SER SINAL DE AMOR TRANSFORMADOR" e, para que isto possa ser viável, é preciso aprofundar os objetivos que já estudamos. Ter objetivo é ter a certeza de alcançar o fim. É estar sempre redimensionando nossa maneira de ser, pensar e falar; é perceber as necessidades do outro, enfim é buscar estratégias para fazer da "Cultura do Casamento" um lugar de "Amor, felicidade, e santidade". Contem com minhas orações nesta caminhada objetiva de "SER IGREJA". Um abraço. Pe. Mário José Filho - EC/R
A ECIR. CONVE.RSA COM
VOCtS
VOCÊ É ESPERADO Se, de repente, paramos a observar um pouco a história, percebemos que, apesar das mazelas e dos pecados, a humanidade desenvolve-se em um processo intensamente dinâmico, da pedra ao laser, do grunhido à poesia, passando por momentos de calmaria, momentos de crise e momentos de transformação. A nós Filhos de Deus, filhos cristãos, que queremos participar desse processo como agentes do Amor do Pai, é mandatário que estejamos sempre alertas ("virgens vigilantes com lâmpadas acesas") para reconhecermos os momentos fortes na História, quando, em especial, Deus convoca seu Povo a participar no processo. Tendo reconhecido o momento, colocamo-nos abertos ao Espírito para escutarmos e discernirmos nossa vocação; e tendo aceitado a vocação, só nos cabe assumirmos uma missão na construção do Reino, com esperança e fé, apesar de nossa pequenez. Em nosso hoje a todo momento somos lembrados e sentimos profundamente em nossa vida, que grande parte da população está marginalizada dos bens e do bem; que a violência passou a ser ato comum; que são poucas as famí-
lias que têm a graça de estarem fundadas nos valores cristãos. Por outro lado, a solidariedade toma formas concretas com a Campanha da Cidadania Contra a Fome; os movimentos familiares crescem acima da taxa de crescimento da população; começam a ter conseqüências as denuncias aos erros; muitas nações democratizam-se, a Igreja é dinâmica e pluralista e... muitos outros aspectos alegram nossos dias. Neste forte contexto, a "família"
é agraciada por três eventos empolgantes: 1º) Ano Internacional da Família
2º) CF-94: Família e Fraternidade 3º) Encontro Internacional das ENS em Fátima: "Ser Família hoje, na Igreja e no Mundo". Sensibilidade aguçada, olhos abertos, discernindo, chegamos a concluir: este é um momento forte na história da humanidade para a vivência conjugal e familiar! Portanto este é um momento para as Equipes de Nossa Senhora, é um momento forte para cada casal equipista! O Brasil espera por nós para que CM Abril/94 - 3
sejam recolocados, em seu devido lugar social e religioso, a instituição familiar, o amor conjugal. A verdadeira dimensão desta vocação e das tarefas que dela derivam, nós podemos perceber, e entender, posicionando nossa família no âmago do Povo de Deus, junto com nossa comunidade e superando-nos a nós mesmos e aos nossos fechamentos intimistas. Abrindo-nos ao amor pela grande comunidade humana, saiamos de nossa casa e construamos o Reino de Deus na praça e na vizinhança. No intuito de dar maior eficácia às nossas atividades nesse momento da "família", o Movimento propõe cinco ações concretas prioritárias, para as quais estão sendo preparados subsídios com pistas e sugestões que todos os Setores receberão em breve. A primeira proposta de ação é a de que cada casal , ou grupo de casais, "adote uma família" para libertá-la e promovê-la, ou então que trabalhem em instituições como "S.O.S. Famíl ia", um atendimento organizado e competente às famílias que têm carências. Na segunda, lembra-se a importância em integrar-se na Pastoral Familiar ou, onde ainda não existe, trabalhar para a sua criação. Propõe-se, também, que sejam celebradas em cada Setor duas liturgias, abertas a toda a comunidade, orando a Deus em prol das famílias; uma celebração no 1º se4 - CM Abril/94
mestre (em 13/05) e a outra no 2º semestre. Na quarta proposta pensamos em atingir a população em geral divulgando mensagens sobre os valores da família através de folhetos, panfletos, brochuras, artigos, etc. Como quinta proposta apresentamos as "Missões Equipistas" , onde cada casal visita parentes e amigos para levar-lhes a "Bênção da Família". (Veja o material referente à bênção nesta edição da Carta Mensal). Esperamos que estas propostas sejam, também, estimuladoras de outras idéias que possam melhor atingir mulheres e homens de sua cidade. "Vós porém sois uma geração escolhida, um sacerdócio real , uma gente santa , um povo de conquista, para que publiqueis as perfeições daquele que das trevas vos chamou à luz. Vós que outrora não éreis povo, agora sois povo de Deus, vós, que não tínheis alcançado misericórdia, agora al cançastes misericórdia". (Pedro2 ,9) Casal das Equipes de Nossa Senhora! Vocês, casal e família são Povo de Deus e com esse Povo construirão o Reino.
Beth e Romolo Casal Responsável pela EC/R.
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ANO INTERNA(IONAL DA FAMÍliA I O emblema do AIF
Para divulgar o AIF e conscientizar o público, a ONU escolheu o emblema desenhado por Catherine Littasy-Rollier, uma artista suíça residente em Viena. Ele poderá ser utilizado por qualquer interessado em promover o AIF. A cor oficial do emblema é o vermelho. Quando for impossível reproduzilo em vermelho, é permitida a cor preta. O emblema consiste de "um coração protegido por um telhado, unido por um outro coração, para simbolizar a vida e o amor em um lar onde as pessoas encontram
calor humano, atenção, segurança, intimidade, tolerância e aceitação", explica um dos documentos do AIF e prossegue: "O desenho aberto significa continuidade com um toque de incerteza. O movimento do pincel, no lado indefinido do telhado, completa um símbolo abstrato representando a complexidade da família, vista como o fundamento da sociedade". Em outras palavras, o Ano Internacional da Família propõe-se a "contribuir para construir a família, a menor democracia no coração da sociedade" .
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SACRAMENTALIDADE DA VIDA FAMILIAR O reino animal está determinado pela dimensão masculina e feminina, bi polaridades que se atraem para fazer acontecer um novo ser. Para os animais irracionais tal atração é forçada pelo biológico e tem por finalidade a propagação da espécie e logo depois da cópula o macho desaparece e a fêmea segue em seu processo de gestação. Com referência ao homem os fatos são diferentes, uma vez que as ações humanas não estão determinadas pelas forças da natureza, mas implicam afetividade, desejo de partilha; falam subjetividade e liberdade. Nossas ações têm início, meio e fim mais ou menos conscientes. Tudo o que fazemos tem gosto de eternidade, de algo que fica e marca para sempre. Essas ações nos diferenciam radicalmente dos demais animais, nos definem, foram marcantes no processo evolutivo e ajudam-nos no processo de ascensão para Deus. Apesar da poligamia e das aberrações da história, os homens, desde os mais primitivos, fizeram a experiência da relação homemmulher-filhos: do ser família. Arelação familiar é uma constante história humana: relação responsável, vivência de companheirismo e de preocupação com a prole e por aí passam os conhecimentos culturais, origina-se a defesa mú6 - CM Abril/94
tua, formam-se as cidades e os cidadãos. A família, assim, tem um lastro humano e humanitário que ultrapassa a compreensão religiosa e o próprio Evangelho. Por isso, podemos dizer que a família é um Direito Natural. Mas, para um homem de fé a fonte dessa unidade familiar, dessa comunhão de pessoas tem por base a Trindade, o Deus misterioso, soberano e tão próximo que nos criou, nos redime e nos quer santos. Essa compreensão não é uma nova leitura, uma compreensão paralela. Essa dimensão natural e humana da vida familiar já contém rasgos de Deus, de Evangélico. O natural e humano abremse para as realidades divinas. Entretanto, esta sacramentalidade da vida familiar torna-se sacramento em seu sentido pleno e quando o Filho de Deus assume uma atitude esponsal com referência à Igreja. Cristo Jesus quis experimentar o ser esposo para a noiva- a Igreja- se preparando no tempo para o encontro nupcial com seu esposo querido que se joga para além dos tempos. Tudo isso fala do amor divino espraiado sobre todos nós, do amor que cria nossos corações para beberem realidades divinas, do Espírito Santo que é o fundamento da família. Sem o amor sant ificador do nosso Deus tudo estaria por terra; sem o Espírito do
divina a qual somos chamados a vivenciar no aqui e agora da vida.
Senhor não teríamos capacidade para ascender às propostas de nosso Deus, não teríamos rasgado o invólucro animalesco que nos puxa para o rasteiro e caminhado a passos lentos. É através deste amor que se constitui a família, que a família se desenvolve, cresce, matura e se torna para o homem um ninho de vida e amor, onde encontra sua felicidade terrestre e caminha para a plenitude .
Que o Senhor caminhe com todos aqueles que se comprometeram com a experiência familiar e matrimonial, pois, só Ele sabe escrever certo em linhas tortas e Maria, Nossa Boa Mãe ilumine os que perseveram e ainda acreditam, defendendo este maravilhoso sacramento, o matrimônio.
Em síntese, a vida familiar e matrimonial é um experiência toda
Pe. Manoel Pedro Neto CEda Coordenação Parelhas/RN
*** *** *** UMA PROPOSTA Sugestões para atuação dos casais equipistas durante o Ano Internacional da Família (1994) e Campanha da Fraternidade. I - Propostas Litúrgicas: • Celebração Eucarística mensal, com data fixa • Vigília de 24 horas para rezar pela família • Maratona Bíblica 11 - Publicações: • Brochura sobre o Dever de Sentar, a ser distribuído nos cursos de Noivos • Volantes para distribuição livre com mensagens sobre a família
111- Trabalhos Pastorais: • Participações em institutos que
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desenvolvam trabalhos na área da família Gincana da Família para arrecadar produtos para os carentes Campanha para participação na pastoral da criança Campanha para adoção de casais em dificuldade Mini-Missão (ver Carta Mensal de abril de 1993)
IV - Atividades a serem patrocinadas pelo Movimento • Concurso de Redação sobre a família em nível nacional • 13 de maio - Equipes no Brasil - Semana de eventos com a família, envolvendo as Prefeituras Municipais • Carta Mensal- abrir uma seção exclusiva sobre a família
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• Trabalho para influir nos currículos escolares • Cursos extracurriculares para professores equipistas a respeito da família • Propagação do documento Ser Família Hoje na Igreja e no Mundo em grupos não equipistas
• Metodologia baseada na Experiência Comunitária para atender famílias próximas dos equipistas (escolas, trabalho, lazer ...) • "Out-doors" com mensagens sobre a família
*** *** *** FAMÍLIA CRISTÃ, MORADA DE DEUS Sou Jovem. Gosto de Música, Gosto de Festa, Gosto da Moda, Gosto da Vida .. . Mas me sinto diferente. Como qualquer jovem, Sinto angústias, Tenho dúvidas, Sinto medos .. . Mas me sinto diferente. Talvez seja porque, em minhas dúvidas, sempre tive alguém prá aconselhar; sempre nos meus medos, alguém prá encorajar; sempre alguém, prá em qualquer situação, poder contar. Alguém prá orientar, prá conversar como
um amor raro nos dias de hoje. Talvez seja porque faço parte de uma família, Uma Família PLANEJADA e CONSTRUÍDA A TRÊS .. . Um Homem, Uma Mulher e Deus. Talvez eu me sinta diferente de muitos jovens por essa razão. Talvez me sinta diferente por agradecer a Deus Tudo o que tenho. Por afirmar que nós, jovens de hoje, constituiremos as famílias de amanhã, e se quisermos que nossos filhos sejam "jovens diferentes", Basta fazermos com que nossa família seja morada de Deus. Talvez eu seja diferente, apenas, por ter um bom exemplo a seguir e por querer seguí-lo.
bons amigos. Talvez seja porque sou FRU TO e TESTEMUNHA do amor; 8 - CM Abril/94
Testemunho de uma filha de Casal Equipista. Brotas/SP
ALGUMAS METAS 1994 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano internacional da Família. Certamente a Igreja saúda esta iniciativa com grande alegria. Ninguém duvida: a Igreja anuncia a boa nova da família (Fam. Cons. 86). Bem próximos do terceiro milênio, normal que ela se rejubile com esta iniciativa e deseje que todos os católicos se associem às programações que serão organizadas em nosso país. Trata-se de um momento privilegiado de promover uma campanha de opinião pública em favor do casamento e da família. É na família, nesse espaço privilegiado, que a pessoa humana é acolhida e aí pode se desenvolver harmônica e constantemente. A família é o lugar de transmissão de vai ores e de educação, da consciência moral. Sem família não há sociedade sólida, uma Igreja madura. Pode-se dizer que a família é seio materno da sociedade. Parece importante que tenhamos algumas metas claras neste Ano da Família: • mobilizar todas as forças para que os governos se conscientizem da importância de dar condições dignas de vida às famílias; • campanhas de esclarecimento a
respeito da dignidade da vida humana, mesmo quando ainda está no seio da mãe e luta contra todos os empenhos abortistas; • trabalho sério no sentido de atender às crianças que vivem nas ruas e busca de meios de integrá-las em suas próprias famílias ou em outras que estejam dispostas a acolhê-las; • multiplicação de cursos, encontros com adolescentes e jovens, principalmente nas escolas, no sentido de lhes fornecer sólidos elementos em vista de formação para uma sexualidade humana e cristã; • envidar todos os esforços no sentido de que pais e filhos consigam estabelecer diálogo que permita acolhida de uns pelos outros; • esclarecer as pessoas no sentido de se prepararem para o casamento e para a paternidade sabendo que assumem um compromisso com as pessoas que estão engajadas na engrenagem da família. O momento culminante das celebrações da Igreja Católica por ocasião do Ano Internacional da Família acontecerá em Roma, no dia 9 de outubro, na presença do Papa João Paulo 11 durante o Sínodo dos bispos. O Papa haverá CM Abril/94 - 9
de se encontrar com famílias de todo o mundo que farão, nesse momento, uma grande peregrinação a Roma.
grandes encontros para que se coloque em evidência o bem que é uma família cristã.
Sugere-se que dioceses e paróquias organizem congressos e
Transcrito do Boletim da CNBB Setor Família Jan/Fev/94
*** *** *** A FAMÍLIA A família começa quando um homem e uma mulher se unem pelo Sacramento do Matrimônio. E o que irá sustentar esta família é o amor, somente o amor, pois Déus é amor. O amor dá maturidade, esperança, perdão, paciência, tranqüilidade, alegria, bem estar, possibilitando o cultivo de valores, justiça e paz. Mateus, no cap~ulo 7, versículos de 24 a 27 nos diz: "Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram com força contra a casa, mas a casa não caiu, porque fora construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve essas minhas palavras e não as põe em prática, é como o homem sem juízo, que 1O - CM Abril/94
construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram contra a casa, e a casa caiu, e a sua ruína foi completa." Esta passagem nos mostra que o homem prudente, o homem sábio, é aquele que edifica sua casa sobre a rocha com alicerces fortes e profundos, baseados no amor. Sobre a casa abate-se a tempestade, os ventos, as inundações, que representam as dificuldades e os obstáculos da nossa própria vida; porém, ela se mantém firme, pois é alicerçada no AMOR DE DEUS. A família não poderá sobreviver se esquecer deste amor. No mundo em que vivemos, cercados de violências, de insegurança, de corrupção, de impunidade, de drogas, de separações,
de abortos, de divórcios, etc; se não acreditarmos no verdadeiro amor, nossas famílias não sobreviverão. Ao contrário, nenhum obstáculo poderá sobre ela se abater se estivermos convictos e confiantes no verdadeiro amor.
e estável de um homem e uma mulher, além do contrato civil, o casamento é um sinal sagrado, santo e santificador. Pelo casamento cristão é que o AMOR DIVINO se comunica às pessoas casadas.
Podemos entender que vários fatores concorrem para a destruição da família nos dias de hoje: o desemprego, a falta de educação, a falta de assistência à saúde, a falta de moradia, falta de recursos financeiros, etc.
A união entre marido e mulher é a melhor imagem do amor de Deus pela humanidade. É por esta razão que nós, cristãos católicos, temos por ideal o casamento UNO, isto é, de um só homem com uma só mulher, e indissolúvel, porque este amor tão sublime, pelo qual marido e mulher se fazem instrumento de promoção e salvação de um para outro, tem como fonte e como modelo a própria união libertadora de Cristo com a Igreja e com toda a humanidade que Jesus Cristo quer salvar.
Mas será que somente estes fatores produzem as separações, as infidelidades conjugais, os divórcios, enfim, a infelicidade dos esposos e a de seus filhos? Cremos que não, pois sabemos que famílias com bons empregos, com acesso à educação, saúde, moradia e com amplos recursos financeiros, também se separam, também são infleis, também se divorciam, também são infelizes.
Casar no religioso é fácil. Viver religiosamente, isto é, viver como casados sempre ligados a Cristo e à sua Igreja é que é a questão.
E a causa principal não será a ausência do AMOR? Não será a ausência de Deus? Não será a ausência de Jesus Cristo em nossas vidas e em nossas famílias?
O importante e decisivo fator é a FÉ. É aceitar a Palavra e a orientação de Jesus Cristo para a nossa vida. É levar a vida com Ele e como Ele quer e não como nós queremos.
Será que consideramos o nosso casamento um sacramento, isto é um estado de vida consagrado ao outro?
Devemos refletir e copiar o modelo da família de Nazaré.
E a vida consagrada ao outro significa que além da união natural
A vida desta família se funda nos desígnios de Deus e se inspira nas Sagradas Escrituras. CM Abril/94 - 11
Mas o que acontece quando, no casamento, os dois já não se entendem, brigam e já não aguentam mais viverem juntos? Acontece nestes casos que o casal, durante sua vida conjugal, nunca recorreu ao Sacramento do Matrimônio, que proporciona condições para o diálogo baseado na fé. O diálogo é o alicerce do amor, a palavra é a base do casamento. Não adiantam mil sermões, se a gente mesmo não quiser dar um passo na direção do outro. O que nos leva ao outro é a FÉ, dom gratuito, porém, ela exige nossa correspondência, nosso desapego, nossa boa vontade para que ela cresça em nós. Para que isto aconteça? Alimentando-nos da Palavra de Deus (leitura da Bíblia), através da oração, da ação, do DIÁLOGO A TRÊS: marido, mulher e Jesus Cristo.
A família é a comunidade de vida e de amor. É educação para o amor, sobretudo do amor que Jesus viveu e vive. É como aquela casa que foi construída sobre a rocha. Que Deus perdoe as nossas faltas e omissões cometidas contra a família; que a Virgem Maria interceda por nós junto a seu filho Jesus Cristo para que Ele nos ajude a superar todos os obstáculos que agridem a família brasileira; que o Espírito Santo nos dê a sabedoria necessária para entendermos que através da vida familiar cristã será possível construir ainda neste mundo o Reino de Deus.
Leonor e Danilo Equipe 01 - Araraquara/SP
*** *** *** O PAPA E A FAMÍLIA No Ano Internacional da Família, o papa João Paulo 11 dedica sua mensagem do dia mundial da paz à reflexão sobre a ligação existente entre a família e a paz. A seguir alguns trechos da mensagem do Papa: "O mundo deseja a paz, tem ex12 - CM Abril/94
trema necessidade de paz. No entanto, guerras, conflitos, violência crescente, a instabilidade social e a pobreza endêmica continuam a ceifar vidas inocentes e a gerar divisões entre indivíduos e povos. Às vezes, a paz parece uma meta inacessível! Sabemos que, apesar de tudo, a paz é possível, porque
está inscrita no projeto divino original". Comunidade de vida e amor- "A família, enquanto fundamental e indispensável comunidade educadora, é o veículo privilegiado para a transmissão dos valores religiosos e culturais que ajudam a pessoa a adquirir a própria identidade. Baseada no amor e aberta ao dom da vida, a família leva em si o futuro da sociedade; sua tarefa muito particular é a de contribuir eficazmente para o futuro da paz". Vítima da ausência de paz- "Em contraste com a sua original vocação de paz, a família revela-se, tantas vezes, lugar de tensões e prepotência, ou, então, vítima inerme das muitas formas de violência que caracterizam a sociedade atual. Para contar com um futuro de paz, é preciso que cada criança experimente o calor de um afeto constante, e não a traição ou a exploração. As crianças são futuro já presente; é necessário que experimentem o que significa paz, para serem capazes de criar um futuro de paz". Protagonista da paz - "Uma ordem duradoura de paz precisa de instituições que exprimam e consolidem os valores da paz. A instituição que corresponde, de modo mais imediato, à natureza do ser humano é a família. Por isso, a família é chamada a tornar-se ativa protagonista da paz, graças
aos valores que ela exprime e transmite no seu próprio seio, e, mediante a participação de cada um dos membros, na vida da sociedade". A serviço da paz - "Com a própria morte na cruz, Jesus deixou à humanidade a sua paz, assegurando a sua presença perene". "A vós, pais, compete a responsabilidade de formar e educar os filhos para serem pessoas de paz. Para isso, sede os primeiros construtores da paz". "Vós, filhos, lançados para o futuro com o ardor da idade jovem, repleta de projetos e sonhos, apreciai o dom da família e preparaivos para a responsabilidade de a construir ou promovê-la, segundo . a vocação que Deus vos concede. Cultivai aspirações de bem e desígnios de paz". "Vós, os avós, que, com os outros membros da casa, representais, na família, laços insubstituíveis e preciosos entre as gerações, dai generosamente o vosso contributo de experiência e testemunho para ligar o passado ao futuro num presente de paz. "Possa a família viver em paz, de modo que dela br'Ote a paz para a família humana inteira". Transcrito da Faml1ia Cristã Janeiro/1994
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ldv UMA PROPOSTA: "MISSÕES EQUIPISTAS" Pensando no que podemos fazer para continuarmos a viver o sentido da Campanha da Fraternidade, no Ano Internacional da Família, e relembrando a experiência das "Missões Estigmatinas" realizadas na cidade de Livramento de Nossa SenhoraBahia em 1992, nas quais visitamos todas as casas da cidade e da zona rural, surgiu a idéia de, neste ano, fazermos as "MISSÕES EQUIPISTAS". As "Missões Equipistas" consistem na visita a famílias não aquipistas, levando uma palavra diferente das que costumeiramente as pessoas estão ouvindo. Trata-se de anunciar aos outros nossa crença na família, no amor, na fidelidade e na santidade. Como sugestão apresentamos um roteiro para as visitas, adaptado da divulgação da "Liturgia Diária - Ano 111 n226- fevereiro de 1994 - Ed. Paulus-SP".
BÊNÇÃO DA FAMÍLIA Canto inicial - (à escolha) Acolhida Casal Equipista: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém. Esposo: A graça e a paz de 14 - CM Abril/94
Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, Nosso Senhor, estejam convosco. Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. Esposa: Caríssimos irmãos e irmãs, a família recebeu pelo sacramento do matrimônio a graça de Cristo e uma vida nova; por isso, tem importância particular para a Igreja como para a sociedade civil, sendo ela a célula primeira e vital de ambas. Invocamos neste momento a bênção do Senhor, para que os membros desta família sejam sempre, entre si, colaboradores da graça e mensageiros da fé nas diversas circu nstâncias da vida. Com a ajuda de Deus haveremos de cumprir nossa missão, harmonizando nossas vidas com o evangelho, para que assim possamos apresentar-nos no mundo como testemunhas de Cristo. Leitura Bíblica (1 Cor 12, 12-14) Leitor: Porque, assim como o corpo, sendo um só, tem muitos membros e todos os membros do corpo, sendo muitos, são um só corpo, assim também é Cristo. Pois num só Espírito todos nós fomos batizados para sermos um só corpo e todos, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres, bebemos do mesmo Espíri-
to. Porque o corpo não é um só membro mas muitos. (Tempo para reflexão e interiorização) A Palavra da Igreja Esposo (dono da Casa). A família é a Igreja doméstica e o santuário da vida. A família é sagrada, pois é o lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo as exigências de um crescimento humano autêntico. Contra a denominada cultura da morte, a família constitui a sede da cultura da vida. (cf. Centesimus Annus, 39) Esposa (dona da casa), Dizemos sim à vida e à família. Diante das graves agressões à vida e à família, agravadas nos últimos anos, propomos uma decidida ação para defender e promover a vida e a família, Igreja doméstica e santuário da vida, desde sua concepção até o final natural de sua etapa temporal. Toda vida humana é sagrada. (Santo Domingo, 297) Oração da bênção Casal Equipista: Ó Deus, criador e misericordioso salvador do vosso povo, vós quisestes fazer da família, constituída pela aliança nupcial, o sacramento de Cristo e
da Igreja; derramai copiosa bênção sobre esta família, reunida em vosso nome, a fim de que os que nela vivem num só amor possam, com fervor e constância na oração, ajudar-se uns aos outros em todas as necessidades da vida e mostrar sua fé pela palavra e pelo exemplo. Por Cristo, nosso Senhor. ~Amém.
(Se houver água benta o Esposo ou a Esposa equipista, asperge a família reunida). Pai-Nosso; Ave Maria; Glória ao Pai. Canto: Oração da Família
1. Que nenhuma família comece em qualquer de repente. Que nenhuma família termine por falta de amor. Que o casal seja um para o outro de coração e de mente, E que nada no mundo separe um casal sonhador. Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte. Que ninguém interfira na lar e na vida dos dois. Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte. Que eles vivam do ontem no hoje em função de um depois. Refrão: Que a família comece e termine sabendo onde vai.
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. CM Abril/94- 15
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor.
Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois.
E que os filhos conheçam a força que brota do amor.
Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho,
Abençoa, Senhor, as famílias. amém.
Seja firme esperança de um céu aqui mesmo e depois.
Abençoa, Senhor, a minha também (bis). 2. Que marido e mulher tenham força de amar sem medida. Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão. Que as crianças aprendam no colo o sentido da vida.
Oração Conclusiva Casal Equipista: O Senhor Jesus, que morou em Nazaré com sua família permaneça sempre nesta família, defendendo-a de todo mal, e vos conceda ser um só coração e uma só alma. Por Cristo Nosso Senhor. Todos: Amém
Que a família celebre a partilha do abraço e do pão. Que marido e mulher não se traiam nem traiam seus filhos.
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(Conclui-se com o sinal da Cruz) . Bom trabalho! Abraços e Orações. Pe. Mário José Filho - EC/R -
.. A BASE DE UMA NOVA SOCIEDADE: A EDUCAÇÃO .. Muito vem nos incomodando a educação no Brasil, principalmente no que condiz a vivência das nossas crianças, amadurecidas pelo longo caminhar de uma vida dolorida. Apesar, de nosso pouco tempo como equipistas, tomamos a frente de um projeto de extrema solidariedade e delicadeza. Foi inaugurada em setembro de 1993, em nossa cidade "A Casa Transitória de Meninas", com a proposta de cuidar de meninas de 05 a 12 anos, em regime de internato, para as órfãs e com um programa de reintegração familiar para as que possuem família (pais, avós, tios ou pessoas que delas possam bem cuidar e zelar para um futuro bem melhor) . Nós equipistas (somos 7 casais) , estamos lutando para conseguir fundos, doações (em dinheiro ou bens móveis) , horas de trabalho gratuitas, amor, carinho e princi palmente respeito pelas futuras moradoras dessa casa, que de início será em número de 15 meninas, e que funciona, de acordo com o estatuto, a partir de 12 de fevereiro de 1994. Estamos trabalhando para levantar fundos para o seu bom funcionamento . Além de tirá-las das ruas, queremos , salvaguardar sua conduta
moral, evitando que se utilizem de um meio triste de sobrevivência que é a prostituição. Queremos protegê-las e educá-las como seres humanos e irmãos em Cristo. Queremos dar-lhes consciência de que a educação é a base de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Eu , particularmente, pedi aos gerentes de minha empresa, que todos nós funcionários nos uníssemos e doássemos todo mês um valor em dinheiro para a ajuda na preservação e continuidade da Casa Transitória. A idéia foi muito bem aceita e graças a Deus a sensibilidade e cooperação atingiu a todas (aí vemos a graça do Espírito Santo nos iluminando) as esferas hierárquicas de nossa agência. E Jesus novamente nos deu esse empurrãozinho. Te mos esperança e fé no começo de um trabalho justo e honrado, onde cada um tem o seu quinhão de participação e, com alegria , digo que em nosso caso, é para a melhoria de vida de crianças, que um dia mais tarde serão o futuro de nosso País. Silvia e Luiz Antonio Equipe 1O - Piracicaba/SP
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PASTORAL.FAMILIAR
OS .. POBRES DE JAVÉ .. E O S.O.S. FAMÍLIA Consta da história universal, dos Anais da História dos Reis e do Antigo Testamento, que o Rei Nabucodonosor da Babilônia conquistara Jerusalém e saqueara o Templo. Após a conquista, numa primeira deportação, exilou para a Babilônia os principais lideres e as pessoas que ocupavam altos cargos de chefia. Reinava em Jerusalém e toda Israel o caos. Sem chefes, líderes e governantes, iria sofrer uma segunda e terceira deportação. Na segunda deportação seriam levados para a Babilônia os chefes remanescentes e uma parte da população pobre, que iria servir como escravos na Babilônia. Durante 70 anos esse povo fraco e pobre serviu à Babilônia com seu serviço escravo sem nada reclamar, para procriarem e trabalharem com denodo e garra, pois, Javé estava com eles. Era um povo de fé . Mas, eis que ascende ao reinado da Pérsia, o Rei Ciro, que teve como uma de suas primeiras realizações, invadir a Babilônia e libertar o povo pobre , fraco e fiel de Israel. De volta a Jerusalém, iniciaram 18 - CM Abril/94
a reconstrução da cidade e do Templo, sob os olhares invejosos do povo que havia permanecido em Jerusalém. Esse povo fraco, pobre que Javé separou para si, e que perseverou na fé , foi encarregado de reconstruir a cidade e o Templo. São os "pobres de Javé" ou o "Resto de Israel", o resto que permaneceu fiel. Não lhe parece que Deus separou , dentro das ENS, um punhado de equipistas com a missão de construir o SOS Família, cuja finalidade seria a de reconstruir famílias destruídas? Assim encarada nossa responsabilidade cresce muito. Pois essa minoria de casais cristãos é chamada por Deus para reconstruir a família, a ser sal da terra. Essa responsabilidade reveste os casais das ENS que pertencem ao SOS Família pelo seu trabalho e exemplo, assim como aos casais que não pertencem ao SOS Família pelo seu exemplo no mundo em que vivemos. Somos a "luz do mundo" e sobre nós, nossa conduta , nossos comportamentos , nosso exemplo, convergem os olhares de todos . Se estamos atendendo a um chamado de Deus, a retribuição com um traba-
lho de duas horas por mês, parece-me muito pouco. Felizmente os plantonistas do SOS Família, se conscientizaram de que não somos plantonistas duas horas por mês. Somos plantonistas 24h. por dia, e estaremos presentes em qualquer lugar onde houver um lar desestruturando-se, destruindose, e que necessite de nossa ajuda. Em nosso SOS Família em Baurú, já tivemos exemplos. Ser "pobre de Javé" será tão difícil? Não digo seria difícil, mas seria mais cômodo não sê-lo. Se posso curtir meu amor à minha esposa e meus filhos em casa, tranqüilamente vendo lV, tomando uma cervejinha gelada por que hei de envolver-me e complicar-me com problemas dos outros? Por isso somos sal da terra e luz do mundo.
Queremos um mundo melhor não só para nós, mas para todos. Assistir a famílias se destruírem, casais se separarem, sem nada fazer de concreto, é se omitir perante Deus, nosso Pai. É não responder a seu chamamento, é não ser luz do mundo. É não retribuir com o talento que Deus deu a cada um de nós para atender as necessidades de nossos irmãos. É não pensar que poderíamos estar com as posições invertidas, ou que as posições poderão se inverter. Pois, quando Deus chamá-lo para ser sal e luz do mundo diga: SIM . (Conferir em: !saias, Jeremias, Miquéias, Amós, Crônicas e "2Q livro de Reis".) José Ornar Abdo Coordenador do SOS Família de Baurú/SP
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EMPOBRECIMENTO DAS FAMÍLIAS Tema abordado do V Encontro Nacional da Pastoral Familiar, no momento em que a Igreja proclama sua opção preferencial pelos pobres.
padas nas revistas, nos jornais, nos noticiários dos canais de comunicação, embaixo das pontes, das marquises, nas ruas e sinaleiras de nossas cidades.
Pobre foi Jesus e sua família de Assistimos assustados ao resuitado deste empobrecimento cruel Nazaré. Pobres eram seus discípulos. Carpinteiros, doméstica sem, MUITAS VEZES, nos dar(Maria), pescadores, pessoas mos conta de que ele é resultado simples, quase totalmente despode um outro empobrecimento: o de uma sociedade que perdeu o jadas de bens materiais e retiransentido da justiça, da ética, da prodo do trabalho o ali menta de cada dia, viviam a pobreza na dignidade moção da pessoa humana. Uma ~11=5i~~-~.efse!!::;:;n sociedade egoíse na riqueza dos valores essenta, pobre de valociais, tendo em res , distanciada seu meio o Filho do projeto de de Deus feito hoDeus, construída mem, que nos tt--=~-.rl"!aal"""' de famílias carenveio trazer a paz tes de compreen e a redenção. .....~~#I, são , respeito Jesus pregou mútuo, amor fraterno. o amor, fonte de Famílias destruídas ou tristemente pobr~s justiça e de todo bem. Ensinou a repartir, mostrou o de tudo aquilo qÚe caminho da salvação. Seus discípossuía a família de pulos também. Como podemost~ Nazaré. Quando o a~ei~ar numa sociedade que ~e_d!z ~~ desprendimento su. perar 0 egoísmo, a socnsta, tanta fome, tanta m1sena (não é pobreza), opressão, injusti· lidariedade superar a ça social e violência? ambição desmedida, a participaAs famílias não estão empobreção superar a omissão, certamencendo apenas materialmente. A te encontraremos o caminho que miséria aniquila a dignidade, desnos levará a um mundo melhor, trói os valores morais, reduz o hocom pobres e ricos, porém com justiça e paz. mem ao estágio mais inferior de sua condição humana.
i3!
As conseqüências estão estam20 - CM Abril/94
Marina e Geraldo Equipe 01 - Sa/vador/BA
Pastoral Familiar: O que é isto? Pastoral familiar, por enquanto, é a somatória de todos os movimentos e serviços dentro da Igreja que visam favorecer a instituição familiar. A pastoral familiar é ampla e trata da criança e dos velhos, ou melhor, trata até mesmo das primeiras conversas, ou seja, do namoro do casal, quando ainda estão pensando no casamento. Há que se fazer, logo, uma distinção: se eu falo pastoral da família, eu penso no pai, na mãe e nos filhos, tudo bonitinho; agora, se eu falo pastoral familiar, então eu penso em todas as pessoas: na criança de rua, na mãe solteira, no idoso, porque ninguém aparece sozinho no mundo. Por isso a pastoral familiar é muito abrangente e quer necessariamente organizar a parte humana para se chegar às considerações da filiação divina, da solidariedade, da caridade. Sem tratar desses assuntos à luz da fé e sob a orientação da Igreja, não é pastoral. E sem o pressuposto natural, não há como falar do sobrenatural. É fácil perceber que não se trata de reduzir - por exemplo, na questão demográfica - a qualquer custo, o número dos convidados ao banquete da vida, mas o que falta é aumentar os meios e distribuir em justiça a riqueza, para que todos possam participar eqüitativamente dos bens da criação. Falar da dignidade da mulher é vê-la dentro do matrimônio, no âmbito social, é criar condições para a mulher de-
sempenhar sua missão de esposa e de mãe no lar, é perceber os legítimos direitos nos diversos campos da vida profissional, do serviço ao bem comum, como a política, a educação e as atividades econômicas e empresariais. Quando falamos do direito da criança, devemos lembrar que o primeiro é contar com um verdadeiro lar, onde se sinta acolhida pelo amor de seus pais e possa ser educada de maneira humana e cristã. Na verdade, a pastoral familiar deve estar no centro da nova evangelização e isso requer um estudo muito sério da parte de todos e muito mais naquilo que se refere à preparação para o matrimônio, a bioética, a sã educação sexual, a correta informação sobre questões demográficas. Certamente a pastoral familiar exige uma integração maior em tudo o que se refere ao matrimônio: teologia, filosofia e antropologia. Todos estamos sendo convocados a trabalhar na pastoral familiar e, de modo especial, quem tem o carisma específico do serviço à família, como são os casais das Equipes de Nossa Senhora, no desempenho da sua missão de esposos e pais cristãos. Pe. Jacob Tomazzella Responsável pela Pastoral Familiar. Ribeirão Preto/SP
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ORAÇÃO DA FAMÍLIA
Senhor Deus Altíssimo, olhai bondosamente para nossas famílias. Nesta hora queremos consagrar ao vosso amor todos os casais e famílias do mundo. Vosso Filho Jesus quis nascer numa família e assim consagrou com sua presença todas as famílias da terra. Que homens e mulheres, pelo matrimônio, realizem vosso plano a respeito do casamento. Que nossas famílias cresçam no amor, que o diálogo se instaure entre nossas paredes, que todos saibam discernir o melhor para o bem de todos, que haja, entre nós, espírito de serviço e ajuda mútua, que tenhamos a coragem de dar o testemunho de uma família cristã. Olhai de modo especial os jovens que se preparam para o casamento e as famílias que não têm onde morar. Que nossos lares se assemelhem
à fam ília de Nazaré,
com Jesus, Maria e José. Abençoai , Senhor, todas as famílias da terra. Amém.
(Semana Nacional da Famt1ia 02 a 08.08.93) Paróquia de São Judas Tadeu - São Paulo)
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NOVAMENTE O ABORTO Lemos recentemente em revista de circulação nacional (Veja) uma entrevista sobre o aborto. A argumentação, favorável à legalização, nada tem de novo exceto o fato de, desta feita, ter sido feita por uma freira. Dá para se sentir que o seu raciocínio é fruto do desespero de quem assiste e participa do drama das mulheres abandonadas, das crianças sem teto e sente na pele o sofrimento dos pobres. Os ricos fazem abortos em clínicas de luxo com segurança, quando bem entendem; as mulheres pobres morrem com freqüência nas mãos dos curiosos. Faz parte do argumento. Desde que a ciência passou a conhecer os fenômenos ligados à reprodução, jamais se duvidou de que a vida principia no momento de junção dos gametas masculino e feminino, que nos animais se chamam espermatozóides e óvulo respectivamente. O fruto da união se chama célula ovo e não é mais uma célula do pai ou da mãe mas algo realmente novo. Daí para frente, recebe nomes diversos (embrião, feto, etc) em uma denominação convencional de ordem exclusivamente didática, posto que o fenômeno da vida é um só, da fecundação até a morte; não pára após uma fase para depois
começar outra. Ora, ter autorização para provocar o aborto é, de fato, se reservar o direito de interromper uma vida. Não se trata de evitar a nova vida mas de sacrificá-la, uma vez que só se pode evitar algo antes de acontecer. Uma mulher grávida, querendo ou não, já é mãe. Poderá evitar o nascimento de um novo filho, mas aquele já existe. Diante do fato de muitas mulheres morrerem por fazer aborto sem condições de segurança, argumenta-se que, uma vez legalizado, os próprios serviços de saúde, oficialmente, cuidariam disso. Ora, há em todos os lugares deste Brasil milhares de pacientes que têm suas doenças agravadas e morrem porque o Sistema de Saúde não lhes oferece o atendimento adequado. Como este Sistema falido e irresponsavelmente negligenciado iria realizar abortos? Só seria possível se o procedimento viesse a ser priorizado; aí sim, o absurdo estaria completo. Por outro lado, ainda que tudo funcionasse muito bem, será que uma mulher pode se submeter a uma operação de aborto quantas vezes quiser? Claro que não, ainda que cercada de todos os cuidados. Não se venha portanto dizer que legalizar o aborto é uma solução CM Abril/94 - 23
para menores abandonados, mulheres que morrem sem assistên cia, para a pobreza crescente, para a situação desumana vivida por tantos. É semelhante a aceitar a repetição da chacina da Candelária julgando que os assaltos
iriam decrescer e o número de pobres diminuir. Julio (da Auxilium) Médico e Professor da Faculdade de Medicina. Equipe 02 - Manaus/AM
*** *** *** CARTA AOS MEMBROS DO CONGRESSO REVISOR Exmo. Sr. Deputado Nelson Jobim Digníssimo Relator do Congresso Revisor Câmara dos Deputados Brasflia, DF, 70160-900 Prezado Senhor, Somos brasileiros, católicos, membros de uma famnia que dá valor à vida. Participamos, juntamente com mais de 7.000 casais, espalhados por todas as regiões do Brasil, de um movimento mundial que busca crescimento esp iritual conjugal e familiar, intitulado de Equipes de Nossa Senhora. Aqui vimos, à presença do ilustre parlamentar, através desta, com o firme propósito de lembrar que a aprovação de emendas que versam sobre a legalização da prática do aborto representa um atentado à vida e constitui-se num verdadeiro crime. Acreditamos que muito maiores do que os eventuais benefícios, proclamados pelos adeptos da prática abortiva, são os prejuízos causados às famnias e à sociedade brasileira. Temos a convicção de que os problemas sociais devem ser tratados, com firmeza, em suas verdadeiras causas e não nas suas conseqüências. Cre-
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mos, ainda, que a legalização da prát ica de condenar à morte vidas inocentes indefesas, pode levar o povo brasileiro a uma atitude cada vez menos responsável diante da vida e da sociedade. Diante do exposto, solicitamos o imprescindível apoio de Vossa Excelência no sentido de que tal prática não seja permitida. Atenciosamente, Convocamos nossos leitores a se engajarem nesta campanha reforçando a carta acima e enviando ao Deputado em quem votaram ou com quem tenham relacionamento um telegrama, conforme modelo abaixo: Senhor Deputado: Gostaríamos, nobre Parlamentar, que Vossa Excelência tivesse em conta os grandes malefícios que causaria à famnia brasileira a aprovação de Projetos de Lei e Emendas que atentam contra a vida através da legalização da prática do aborto. Nome - Título de eleitor: Endereço da Câmara dos Deputados: Câmara dos Deputados Anexo IV - 70.160-900 Brasflia/DF
SER HONESTO... Depara-se a nação brasileira com momentos de incerteza, sem perspectivas a médio prazo, de uma desconfiança generalizada sobre os homens que nos representam no Congresso Nacional, hoje, sob a suspeita desse mesmo Parlamento, que busca através do instituto da CPI desencadear um processo de saneamento moral. O Estado está desenvolvendo um processo falimentar, e o povo brasileiro não deve e nem pode permitir esse acontecimento. Há, entrementes, necessidade urgente de uma mudança radical no comportamento do brasileiro, através da educação, a fim de que a célula maior da nação brasileira, que é a família, possa ser consolidada dentro dos princípios cristãos emanados pela filosofia divina. Urge movimento de ordem no sentido de reabilitar os verdadeiros padrões morais instituídos por Deus, sem conceitos ideológicos, políticos ou mesmo dentro de processos dissimulados, voltados, de um modo geral , para aproveitamento de grupos ou facções. Hoje, a honestidade está colocada em segundo plano, é considerada exceção, ao invés de regra, o que inibe a formação das novas gerações, face o exemplo que se nos depara no dia-a-dia. É preciso
compreender que o Estado é uma decorrência da sociedade, e como tal não pode vilipendiá-la. A necessidade de reverter esse quadro de angústia nacional é princípio basilar da sociedade, através de um processo em que se coloque a honestidade como padrão de comportamento do ser humano, dentro das diretrizes ensinadas pelo Criador, objetivando a moralidade, a bondade, o respeito pelo direito e a obrigatoriedade de cumprir com nossas obrigações para com o Estado, a sociedade e a família. Vive-se momentos de final de século; uma auto-reflexão de todo esse passado recente deve ser motivo de todo o nosso relacionamento , seja no trabalho , na Igreja e principalmente no meio familiar. É impossível que continuemos palmilhando pelos caminhos obscuros da vida, sabendo-se, de antemão, que existem condições ditadas pelos princípios cristãos, de transformar essa situação caótica, com que se depara o nosso Brasil. Saibamos distinguir o joio do trigo e façamos uma família, uma sociedade e um país feliz.
Fernando Equipe 17- Setor B Manaus/AM
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,: Páscoa PÁSCOA - DEUS PASSANDO HOJE
Em nossa condição humana uma realidade nos chama a atenção: a transitoriedade dos fatos e atos. Tudo passa e cada dia mais rapidamente. Nós mesmos estamos de passagem. Ser passageiro é o aspecto limitado da criatura. Enquanto a eternidade de nosso espírito, pela proximidade de origem com a centelha divina, tende ao perfeito, ao definitivo, a vivência humana que debulhamos neste mundo finito é transitória, passageira, cheia de imperfeições, evolui e se altera a cada instante. Ser de passagem é o tom que marca toda a ação e existência. No princípio, criados por Deus para tomarmos parte de sua felicidade, quisemos, pela própria força e vontade, tentar um caminho só nosso, sem ELE. Conseqüência: o ser humano, rico de possibilidades, cedo experimentou que, sem Deus, esta nú, é sem recursos, no final de seus limites, impotente e condenado à frustração pessoal.
Mas o Criador não abandonou o produto de sua vontade, veio habitar entre nós , inseriu-se na transitoriedade de nossa vida e nos reassumiu em seu Filho. Esta passagem nos transformou. Por isso a passagem de Deus (Páscoa) é uma realidade que deixa marcas e a todo instante recobre nossa nudez com as possibilidades de Deus. Páscoa é cada dia, é a ação de Deus que estampa nos seres humanos os traços da bondade divina, permanente, atuante e atual. Celebrar a Páscoa é confirmar ou reafirmar nossa caminhada de volta para o Deus que conseqüentemente se faz passagem· e dá sentido a nós e à nossa vida num mundo transitório. Feliz Passagem!
Jô e Conrado Equipe 01 - Bragança Paulista/SP
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IGREJA CATÓLICA
Nossa Liturgia Ela traz em seu interior as duas grandes e mais importantes festas do "Ano Litúrgico" que nos são mostradas em dois grandes ciclos: NATALouENCARNAÇÃO PÁSCOAouREDENÇÃO Um ciclo se origina do outro: a Luz (Natal) brilha primeiro para que o Calor possa produzir a Vida (Páscoa) e eles conservam entre si plena independência. Qual o Ciclo maior? A celebração da Páscoa do Senhor. Qual o seu tempo de preparação? A Quaresma. Qual a sua festa principal? A Páscoa. Quando termina o Ciclo? No Pentecostes. Qual o outro grande Ciclo? É a celebração da Encarnação do Filho de Deus. Qual, o seu tempo de preparação? O Advento.
A sociedade em que vivemos está marcada por violência, ódio, miséria, discriminação e opres-
são. Esta situação, dolorosa mas verdadeira, clama por uma força de renovação, que transforme, eduque, oriente e liberte o povo. A nossa Igreja afinal, somos nós. Homens e mulheres de fé, somos dóceis à atuação divina. Nunca é demais lembrar que a nossa fé se fundamenta no mistério de Deus Pai, que é revelado em Jesus Cristo pela força do Espírito Santo. Nós cristãos, especialmente os leigos, temos uma missão importante na ação transformadora da sociedade. Nós das Equipes de Nossa Senhora, Movimento de Casais Cristãos que lutam por uma espiritualidade conjugal e familiar, estamos dizendo sim a esse chamamento.
Sua festa principal? O Natal. E seu término? Chama-se Epifania, e aí temos o Batismo do Senhor.
Diva e Fernando Dantas Eq. 01 de N.S. das Dores Limeira-S?
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PASTORAL FAMILIAR NO BRASIL Objetivos, Organização, Agentes, Col. Estudos da CNBB- 65; Ed. Paulinas; SP; 1993; 66 páginas.
Por estarmos no Ano Internacional da Famnia, em preparação para o Encontro em Fátima, é importante, neste primeiro semestre , ao abordar a Pastoral Familiar, que tomemos conhecimento da orientação que ministram nossos pastores, conforme divulgada pela CNBB, Setor FamOia, a fim de não trilharmos caminhos divergentes daquele indicado pela Igreja. Essa orientação, fundada na "Familiaris Consortio ", é resultado da presença de Cristo em sua Igreja e, para nós, constitui-se na única indicação certa e segura a ser seguida. 6 NÍVEIS PARA UM CASAMENTO FELIZ, Medard Laz; Ed. Santuário; Aparecida do Norte; 1992; 79páginas.
Vivemos, nos dias que correm, a mais profunda crisefamiliarconhecida da História do Cristianismo. Cada vez mais os jovens casais abandonam os laços em que se uniram perante Deus, sem atenção às criaturas nascidas de sua união, por motivos, na maior parte das vezes, de extrema futilidade. O autor procura levar os casais a "descobrir o sentido maravilhoso do plano criador de Deus", por meio de seis conjuntos de regras, as quais intentam levá-los até o mais profundo do casamento, evitando que se apartem "aqueles que Deus uniu", mantendo-os unidos, como núcleos de verdadeiras famnias cristãs.
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A PEDAGOGIA DAS ENS PREÂMBULO Entende-se por pedagogia o processo pelo qual se busca atingir determinado objetivo, pela utilização de diversos meios, estratégias e formas. O objetivo das Equipes de Nossa Senhora é a santificação do casal, através do sacramento do matrimônio , para que sejam eles sinal de amor transformador no mundo. Assim, impulsionados pelo Espírito Santo, os Casais Equipistas devem refletir os caminhos que lhes facilitem alcançar a santidade , realizando plenamente sua vocação cristã e matrimonial , preparando-os para a missão a que são chamados. A FORMAÇÃO INICIAL A experiência vivida pelos Equipistas de primeira hora nos mostra que a ajuda comunitária é decisiva para a descoberta e a vivência dos valores cristãos. Por isso, como primeiro passo, deve-se despertar a vontade e a disposição dos casais para formar uma comunidade na qual o estudo do conhecimento de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja se alia à troca de experiências de vida, daí
resultando fortes laços de amizade e amor. Este pr~esso inicial é desi~nado "EXPERIENCIA COMUNITARIA" que não é, necessariamente, uma maneira de formar novas equipes, mas é, principalmente, um rico instrumento de evangelização, despertando nos casais o amor a Deus, a vivência comunitária e a vontade de se engajar em atividades pastorais. Com a Experiência Comunitária, as Equipes de Nossa Senhora oferecem sua colaboração à Igreja local. Ainda na formação inicial , o segundo passo, a que denominamos "PILOTAGEM" , reforça o sentido de comunidade, consolida o "Ser Casal" e aprofunda o processo de santificação pela introdução dos "Pontos Concretos de Esforço" . A Pilotagem se desenvolve nas dez primeiras reuniões mensais da Equipe que, durante este período, conta com a participação de um "Casal-Piloto" . Os temas da Pilotagem devem continuar sendo estudados nas reuniões subseqüentes. O terceiro passo é o estudo póspilotagem do tema especialmente preparado para tal ocasião, que se CM Abril/94 - 29
denomina "AMOR-FELICIDADESANTIDADE" e cujo objetivo é evangelizar o casal equipista de forma mais densa e profunda. Em síntese, a formação inicial proposta pelo Movimento compreende a EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA, a PILOTAGEM, eotema pós-pilotagem AMOR-FELICIDADE-SANTIDADE A FORMAÇÃO PERMANENTE
A realidade é mutável e dinâmica. O pensamento do mundo evolui e, também, a Igreja acompanha a evolução, respeitados os princípios fundamentais da fé. O cristão equipista deve manterse atualizado, buscando continuamente o aprofundamento doutrinai , espiritual, catequético e bíblico, reforçando, assim, sua vocação e a conseqüente missão que dela se origina. Para esse fim, as ENS propõem algumas atividades que devem ser desenvolvidas constantemente, nas Regiões e Setores. Uma dessas atividades é oRETIRO, que constitui, também, um dos "pontos concretos de esforço" do Movimento. Recomenda-se que tenham a duração de dois dias e que seja utilizado o lema do ano como pano de fundo. Quanto à preferência por Retiros fechados ou abertos, os Setores de uma mesma Região devem procurar alterar as duas modalida30 - CM Abril/94
des para proporcionar a participação do maior número de casais.
É certo que as notórias dificuldades de ordem econômica têm sido obstáculo para a organização dos retiros e para a participação dos Equipistas. Entretanto, é preciso educar para a solidariedade, fazendo com que todos os Equipistas prestem sua colaboração para o fim comum, oferecendo seu trabalho pessoal, gêneros alimentícios e, até mesmo , doações financeiras ao Setor para diminuir o custo do evento. Outra atividade característica é o MUTIRÃO, cujo objetivo principal é o reforço da Pilotagem, destinando-se a Casais recém saídos da mesma ou àqueles que foram inseridos em equipes já constituídas há mais tempo. Nada impede, entretanto que, para o Mutirão, sejam convidados casais mais antigos, cujas equipes necessitem de animação. No Mutirão, apresentam-se temas referentes ao próprio Movimento: seu histórico, carisma, vocação e missão, sempre em clima de alegria e descontração. Como o próprio nome sugere, deve ser organizado com o trabalho comum, visando ao benefício de todos seus participantes. Como instrumento de formação permanente, o Movimento oferece também a SESSÃO DE FORMAÇÃO que, apresentada em três níveis, tem o objetivo de aprofundar a vocação cristã dos casais equi-
pistas, fornecendo-lhes maior conhecimento do pensamento da Igreja e da estrutura do Movimento, preparando-os para a missão, tanto no próprio Movimento, como no mundo. Sugere-se que os níveis abranjam os seguintes assuntos: Nível I - FÉ E VIDA CRISTÃ
Nível 111- FORMAÇÃO DE QUADROS -Liderança - Organograma das ENS (histórico e carisma) - Colegialidade - Responsabilidade nas ENS -Conselheiro Espiritual
- Plano de Deus/Bíblia/Profetas
- Pedagogia nas ENS
- Jesus Cristo
- Observações:
- Igreja e Sacramentos
- No Nível I, poder-se-á utilizar a dinâmica tradicional, com palestras e grupos.
- Compromisso Cristão Nível 11- VOCAÇÃO E MISSÃO - Magistério da Igreja - Encíclicas
- Nos demais níveis, para maior aproveitamento, sugere-se o método do estudo dirigido antecipado.
- Documentos diversos (Puebla, Medellín, Sto Domingo, ENS ...)
Junia e Mauro
EC/R
*** *** *** MÍSTICA DOS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO E RELAÇÕES COM VIDA ESPIRITUAL E VIDA MATERIAL A mística é o espírito que dá sentido a uma atitude ou proposta de vida. Quanto mais formos fiéis à mística dos PCE, mais conscientes estaremos de viver na presença de Deus, mais aprofundaremos as razões de nossa fé, mais expostos ficaremos à ação transformadora de Deus.
O esforço é uma característica da pessoa humana e é fruto de uma imposição pessoal. Está presente tanto na vida espiritual quanto na vida material, mas implica numa auto-disciplina maior na primeira, pela sua abstração, mistério e conteúdo oculto. Entre os pontos concretos, pelos quais CM Abril/94 - 31
as ENS propõem meios de aperfeiçoamento, existem aqueles que oferecem estímulo maior no crescimento de nossa vida espiritual (escuta da Palavra, meditação conjugal. .. ) e outros que beneficiam e disciplinam mais a vida material (regra de vida, dever-desentar-se, acolhimento, etc.). Todos possuem elos de ligação entre si, com uma pedagogia íntima que os une. Os PCE têm sentido na medida em que, a partir deles, desenvolvemos atitudes que nos levam a uma forma mais cristã de viver. Cada um deles implica num empenho de aprimoramento espiritual, com reflexos na vida material. Na medida em que intensificamos os nossos exercícios de virtudes naturais, Deus vai moldando nossa vida, infundindo-nos as virtudes sobrenaturais, santificando-nos. Para pretendermos a graça, precisamos desenvolver esforços. Esta disposição habitual e firme de viver os meios propostos pelo Movimento, vai criando um sulco na alma, que favorece o progresso da vida espiritual , porque promove o verdadeiro encontro com o Senhor, ponto de partida de toda a conversão. Trata-se da relação que existe entre o esforço e o aprofundamento da fé, na busca pelo absoluto. A busca de sentido para a existência é que leva o homem ao esforço auto-imposto e ao conseqüente revigoramento da vida espiritual. 32 - CM Abril/94
Os exercícios de aperfeiçoamento (pontos concretos de esforço) não devem ser encarados como obrigações que nos impõem, nem como um fim em si mesmos, mas hão de ser vividos com o sentido de alcançar, através deles, maior encontro e comunhão com Deus e com o próximo. São disposições que nos levam a mudanças de condutas, mais coerentes com a fé que professamos. Aplicamo-nos, voluntariamente, a desempenhar determinados esforços que terminam por nos libertar dos apetites da carne , proporcionando-nos liberdade na vida material; pois, liberdade pressupõe esforço . Aí temos nova relação: entre esforço e vida material. A vida material se caracteriza pela satisfação das necessidades individuais (corporais e emocionais) , em função das exigências do meio social. Neste aspecto, o homem tende a se satisfazer com suas conquistas pessoais, as quais, via de regra, o conduzem ao vazio existencial , dada a finitude da matéria, tornando-se sem sentido todas as aventuras temporais. É o secularismo devastador, que escraviza grande parte da humanidade nesse tempo em que vivemos. A santidade, todavia, conquistase no cotidiano de nossa vida, no zelo dos trabalhos diários, no cuidado dos deveres familiares e conjugais, na solicitude do convívio social. Sendo fiéis nas peque-
nas tarefas, alcançaremos capacidade para sermos também nas grandes: "já que fostes fiel no pouco, eu te confiarei muito" (Mt 25,21). Com simplicidade, verdade, trabalho e sem ganância, podemos obter os bens materiais necessários para o nosso viver e ajudar os nossos irmãos a adquiri-los também. Não se trata de utopia. Mas esta realidade somente se constrói à custa de constante esforço, para o equilíbrio e harmonia entre a vida espiritual e material. A relação entre a vida espiritual e a vida material está concentrada no primeiro e mais importante mandamento do Decálogo: "amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças". Quando empenhamos nossa inteligência e vontade nas trilhas do amor de Deus, damos sentido verdadeiro a nossa existência e tomamos dignidade de filhos de Deus. Ao contrário, "quando a razão última de uma vida se cifra em qualquer coisa que não Deus, está-se exposto a cair sob o domínio das próprias paixões" (Francisco Fernandez Carvajal , 'Falar com Deus', 3/76) . Os PCE destinam-se a propiciar
transformação de vida, já que cultivam a perseverança na busca da vontade e do amor de Deus, desenvolvem a sintonia com a verdade e aumentam a capacidade de encontro e comunhão. Forjam atitudes mais livres, em relação à vida material , e predispõem ao crescimento na vida espiritual. Alimentamo-nos no amor de Deus e equacionamos santamente a relação entre vida espiritual e vida material através da oração, da freqüência aos sacramentos e da sincera vivência dos pontos concretos de esforço. Os resultados, tanto no plano humano, como no plano espiritual, sempre serão frutos da graça de Deus, mas supõem o esforço pessoal, porque a graça supõe a natureza. Os pontos concretos de esforço, a par de serem a espinha dorsal do Movimento, são o verdadeiro tesouro das Equipes de Nossa Senhora: instrumentos preciosos para cultivar a espiritualidade conjugal e familiar; bússola a apontar a coerência entre fé e vida; esmeril agudo, lapidando almas de pessoas renovadas e casais convictos, que passam a ser sinais de amor transformador no mundo. Equipe 50-B - N. S. do Bom Conselho Porto A/egre/RS
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SOBRE GANSOS E EQUIPES Quando você vê gansos voando em formação "V", pode ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma. A seguir, algumas descobertas feitas pelos cientistas:
1) FATO:
VERDADE:
À medida em que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em formação "V", o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.
Pessoas que compartilham uma direção comum e um senso de equipe chegam ao seu destino mais depressa e facilmente porque elas se apoiam na confiança umas das outras.
2) FATO:
VERDADE:
Sempre que um ganso sai fora de formação, ele repentinamente sente a resistência e o arrasto do tentar voar só e, de imediato, retorna à formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente.
Existe força, poder e segurança em grupo quando se viaja na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.
3) FATO:
VERDADE:
Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a traseira do "V", enquanto um outro assume a ponta.
É vantajoso o revezamento quando se necessita fazer um trabalho árduo.
4) FATO:
VERDADE:
Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade.
Todos necessitam ser reforçados com apoio ativo e encorajamento dos companheiros.
5) FATO:
VERDADE:
Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem, para ajudá-lo e protegê-lo. Eles o acompanham até a solução do problema e, então, reiniciam a jornada os três ou juntam-se a outra formação até encontrar o seu grupo original.
A sociedade nas dificuldades é imprescindível em qualquer situação.
Para o bem do grupo, é fundamental ser um ganso voando em "V". Vamos procurar nos lembrar mais freqüentemente de dar um "grasnado" de encorajamento e nos apoiar uns nos outros com amizade. Vera e Gerson Caparroz Equipe 06 - Garça/SP
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INDULGÊNCIA OU CORREÇÃO FRATERNA O grande escritor Mário Quintana, cujos pensamentos venho acompanhando há anos, tem uma frase para dar o que pensar: "A indulgência é a maneira mais polida de desprezar alguém". A primeira vista, como muita coisa de escritor, parece algo controversa, mas aprofunde-se um pouco. Se você é simplesmente indulgente, isto é, não faz a correção fraterna, o que acontece? "Fulano não sabe o que faz."; "Ele é um fraco."; "Não tem condições de reagir." "Tem pouca maturidade". Ou, por outro lado: "Ele não fez por mal."; "É bem intencionado."; "Está passando uma crise." E assim por diante.
É, convenhamos, muito mais fácil você dar por barato, do que chegar, sentar com a pessoa e fazê-la ver o seu erro. E verdade que pode-se criar um caso e até um rompimento, mas é a única forma de abrir os olhos de nosso próximo, inclusive valorizando sua pessoa; você não perderia tempo se o considerasse incapaz de compreender.
Com um certo bom senso, você pode atingir o ponto sensível do interlocutor - todos nós temos - e quem sabe trazê-lo para a razão. A indulgência você pode e deve usar para sua reação íntima, isto é, não guardando rancor nem desprezo pela pessoa que não agiu bem.
Dizem os educadores que criança que nunca levou palmada pode crescer egoísta, e quando adulto tende a ocupar lugares e agir invasivamente. Isto vale para todos os tipos de relacionamento e outras faixas de idade.
A correção fraterna, uma das posturas do equipista consciente, é portanto uma atitude corajosa e merece uma interpretação tipo Mário Quintana, cujos oitenta e muitos anos deram para avaliar as coisas em profundidade. José Maria Duprat Equipe 1- Setor "A" São Paulo.
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EVENTOS • Realizado em Santarém/PA de 14 a 16.01 .94 o 3 2 curso de FORMAÇÃO DE AGENTES DA PASTORAL FAMILIAR, promovido pela Regional 2 da CNBB, e cuja infra-estrutura esteve a cargo das ENS daquela cidade. O curso foi extensivo às prelazias de Óbidos, Xingú e ltaituba e teve como um de seus pontos fortes as palestras de Frei Almir Ribeiro Guimarães, assessor do Setor Família da CNBB. Sete casais do Movimento participaram do curso, através do que as ENS deram sua parcela de contribuição para que nossa Igreja e as famOias mais necess itadas material e espiritualmente cresçam no amor de Deus. • Os casais da Eq. 09 N.S. de Nazaré de Varginha/MG realizaram
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em 11 .09.93 uma "reunião-batismo". Isto porque todas as esposas, inclusive a do ex-casal piloto ficaram grávidas na mesma época. Decidiram, então que os quatro últimos bebês fossem batizados juntos pelo Pe. Walter numa reunião com a participação também dos familiares dos casais. (foto)
VOLTA AO PAI • Natanael (da lsaura), Eq. 01 de Parelhas/RN em 17.1 0.93.
SER IGREJA • Cidinha e lgar, Mariola e Elizeu participaram, como representantes das ENS e palestristas, do VI Encontro Nacional da Pastoral Familiar realizado entre 11 e 13 de março último.
ORAÇÃO CONJUGAL
Bendize, Senhor, o nosso amor; Bendize, Senhor, a nossa vida; Que tua presença não nos falte; Nosso lar te necessita; Que tua luz nos ilumine; Que busquemos a tua vontade; que vivamos a teu serviço; Que sejas o mais importante; Que nosso amor não termine. Amém.
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ORAÇAO DA CF-94 Nós vos louvamos, Senhor nosso Deus, porque sois a fonte da vida e nos criastes para viver em comunhão na família, na comunidade e na sociedade.
Abençoai as fam1ias, Senha1 Fizestes o mundo para ser a casa de todos. Ajudai-nos a transformá-lo para que realizemos vosso projeto de vida familiar e convivência fraterna.
Abençoai as fam1ias, Senha1 Fazei que, a exemplo da família de Nazaré, nossas famílias vivam o amor, cresçam na fé, no perdão e na oração.
Abençoai as fam1ias, Senha1 Ajudai-nos a lutar juntos para que todas as famílias tenham casa, comida, escola, trabalho, saúde e previdência social.
Abençoai as fam1ias, Senha1 Convertei-nos, neste tempo especial de graça e reconciliação, para a fraternidade e para o cuidado com a vida.
Abençoai as fam1ias, Senha1 Nós vos bendizemos pela missão da família, de ser a casa do amor e da ternura, do diálogo e da fraternidade, da acolhida e da justiça, da partilha do pão para todos. Amém. 38 - CM Abril/94
SEM COMENTÁRIOS ... diam às carregadas por cada ser humano.
Havia um homem que passava o tempo todo a se lastimar. O tal 'choramingão' dizia que Cristo lhe reservara uma cruz pesada demais. Para todos, ele falava de sua infelicidade: pouca fortuna, emprego fatigante, família numerosa a sustentar, infortúnio nos negócios ... Um dia, ele foi se queixar ao próprio Jesus. Jesus ouviu-o e chamou-o a uma grande sala. Ali havia uma infinidade de cruzes de madeira e de metal, maiores e menores, mais pesadas e mais leves, novas e velhas. E Jesus foi lhe explicando que aquelas cruzes correspon-
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Então, Jesus propôs ao homem sofredor que procurasse dentro de sua sala uma cruz mais leve e que podia levá-la em troca da sua. O homem sempre em lamentos, foi experimentando as cruzes, todas elas grossas e pesadas; finalmente achou uma mais leve e disse a Jesus que queria ficar com aquela. E Jesus lhe diz: "Tudo bem, pode levá-la! Pois é exatamente esta a cruz que você sempre carregou".
Colaboração Equipe 07 Jaú!SP
*** *** *** Senhor Jesus Ah! se descobríssemos a ti como os discípulos de Emaus te descobriram, quando repartistes com eles o Pão, depois de terem te confundido com um forasteiro em Jerusalém!
ditar sem voltar no tempo e hoje comparar as maravilhas que tu operas em nós, quando escutamos o teu chamado, o teu convite: "Tornai e comei, isto é o meu Corpo" (Mt. 26,26).
Quando batem os sofrimentos, os problemas, as dúvidas, quantas vezes caminhamos cabisbaixo, tristes, sem esperança!
Como os discípulos, Senhor, também nós adormecemos pelo cansaço da caminhada e nos envolvemos com as coisas do tempo tão passageiras e, às vezes, tão sem importância! Como os discípulos, muitas vezes, não "enxer-
Como seria bom, Senhor, aderir a ti, diariamente, na sagrada Eucaristia! Senhor, não consigo me-
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gamos" a tua presença junto de nós. Mesmo assim te chamamos a ficar conosco, pois reconhecemos que a noite pode se aproximar e precisaremos de ti. Mas, como naquele dia com os discípulos de Emaus, tu continuas querendo muito mais de nós. Tu nos acompanhas convidando-nos a receber-te no teu Corpo e no teu Sangue. Para isto tu te dás em alimento todos os dias: "... fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19). A oportunidade existe; ela está ao nosso alcance. Ela está bem junto de nós. Do nascer ao pôr do sol, em algum lugar deste mundo maravilhoso criado por ti, celebra-se o Sacrifício perfeito para a remissão dos nossos pecados. Obrigada, Senhor! Ah! Senhor, como equipistas de longa data, quando casais responsáveis, somos chamados a estar contigo na Eucaristia, uma vez na semana, além do culto dominical. Que bom seria se a assiduidade ao compromisso se convertesse em assídua devoção por termos conhecido de perto, ao longo do ano, a tua misericórdia infinita! Que bom seria se aquele contato por compromisso nos levasse a te buscar na Eucaristia constantemente! Que bom seria se, a cada ano, mais e mais casais equipistas estivessem contigo durante a semana para aquele encontro de graça! Sei, Senhor, que nossos afazeres são muitos. Mas contigo é diferente, não é obrigação , é devo40 - CM Abril/94
ção por termos recebido tanto de ti. É ser como Maria; é querer ficar contigo: "Marta, Marta, inquietaste e te confundes com muitas coisas, uma só coisa é necessária! Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada" (Lc 10,4142). É vontade de te conhecer mais. É o desejo e a convicta esperança de que é principalmente através do teu corpo e do teu Sangue que recebemos os dons tão necessários à nossa caminhada que nos levará bem mais além dos nossos compromissos tão urgentes e tão temporários. Senhor, que a tua graça seja cada vez mais plena para aqueles que te convidam a estar com eles nem que seja por aquele dia que já se faz noite! Com teu amor misericordioso, tu sabes de que somos feitos e nos aceitas assim como somos. Como tudo vem de ti , Senhor, que o teu santo Espírito permaneça conosco para que possamos cada vez mais te querer e estar junto de ti , através da Reconciliação, da Comunhão, da escuta da palavra e das meditações diárias. Senhor, abra nossos olhos para que possamos ver-te, pois os dias terminam e queremos sentir a tua presença tão necessária à nossa caminhada rumo a ti. Amém.
Déa, do Murilo Eq. 03 - Setor A Brast7ia/DF
MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO: 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios cap. 15, vers. 1-19. Para refletir: 1) Este texto é o mais antigo testemunho e texto sobre a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. O conhecíamos? 2) Qual é a qualidade de nossa fé na ressurreição de Cristo? Temos consciência que ela é para os cristãos a base de toda a vida de fé? 3) Qual é a nossa atitude diante da morte? Acreditamos na "ressurreição da carne", na "vida eterna"? Como?
ORAÇÃO LITÚRGICA Jubilosos rezemos a Cristo nosso Senhor, que morreu, ressuscitou e sempre intercede por nós: - Cristo, nossa vida, salvai-nos! Cristo, luz esplendida a refulgir nas trevas, príncipe da vida e santificador nosso, fazei que passemos todo este dia em vosso louvor. - Cristo, nossa vida, salvai-nos! Senhor, que andaste pelos caminhos da paixão e da cruz, concedei-nos que, sofrendo e morrendo convosco, também convosco ressuscitemos. - Cristo, nossa vida, salvai-nos! Filho e Pai eterno, nosso mestre e nosso irmão, que fizestes de nós sacerdotes para o reino de nosso Deus, guardai-nos na comunhão de vossos santos. - Cristo, nossa vida, salvai-nos! Rei glorioso, aguardamos o dia luminoso de vossa vinda, na qual contemplamos vossa face e seremos semelhantes a vós. - Cristo, nossa vida, salvai-nos! Pai nosso ... Oração:
Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.