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!CARTA i MENSAL Equipes de Nossa Senhora
•Ser Igreja • Pastoral Familiar • Ano Internacional da Família
ÍNDICE EDITORIAL: A -FORÇA DE SER o o o o o o o o o o o DE LOURDES A FÁTIMA UM CAMINHO QUE REVOLUCIONA A GEOGRAFIA o o o o o o o o o o o 2 COMUNICAÇÃO DO SECRETARIADO GERAL o o o o o o 4 AS ENS E O AIF o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 7 JOVEM: E A FAMÍLIA? o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 8 PRIORIDADES o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 9 OS DESAFIOS À FAMÍLIA E À VIDA o o o o o o o o o o o 1O FAMÍLIA- NOVOS TEMPOS o o o o o o o o o o o o o o o 11 ATÉ FÁTIMA E SEMPRE o o o o o o o o o o o o o o o o o 12 AINDA. oo FÁTIMA o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 15 ENCONTRO DE NAMORADOS o o o o o o o o o o o o o o 16 CONFLITO DE GERAÇÕES o o o o o o o o o o o o o o o 17 O NOVO CATECISMO E SER SINAL TRANSFORMADOR NA CULTURA DO CASAMENTO o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 19 O TESOURO PARTILHADO o o o o o o o o o o o o o o o 21 A IRMÃ MORTE o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 23 NOSSA BIBLIOTECA o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 24 NOTÍCIAS INTERNACIONAIS o o o o o o o o o o o o o o 25 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES o o o o o o o o o o o o o o o 26 SOMOS ATLETAS? o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 29 HUMILDADE o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 30 PARA REZAR EM FAMÍLIA o o o o o o o o o o o o o o o o 31 O BOM SAMARITANO o o o o o o o o o o o o o o o o o o 32
A FORÇA DE SER ... Queridos Casais Equipistas Paz e Bem! Sem dúvida alguma, estamos vivendo um novo tempo no qual a nossa amada Igreja nos convoca para sermos missionários, reflexão que vamos fazendo para discernir a ação do Espírito Santo que nos impulsiona para o "Agir'', para o "Ser Igreja na Família e no Mundo", para a "Missão". Inúmeras são as realizações feitas em prol do casamento e da família neste imenso Brasil, seja fruto de uma caminhada do Movimento, seja fruto das reflexões geradas pelo tema da Campanha da Fraternidade de 1994, seja pelo ano Internacional da Família, seja pela preparação para o Encontro Internacional de Fátima. Contudo, queremos chamar a atenção de vocês, para dois pontos importantes, que nos parecem os motivadores para essa tomada de posição dos equipistas. O primeiro sem dúvida é o sentido de "SER IGREJA", isto é, como grande família dos filhos de Deus, somos convocados a mostrar ao mundo e à sociedade uma nova visão do Matrimônio e da Família, buscando sempre nossa conversão pessoal, conjugal e familiar, para nos "comprometer" com Je-
sus Cristo Ressuscitado, cada vez mais, atingindo assim a nossa "SANTIFICAÇÃO". O segundo ponto que nos "garante" essa gradativa conversão é claramente a realização e vivência dos "pontos concretos de esforço", que vão aos poucos e lentamente sedimentando nossa opção de seguir Jesus Cristo. Neste sentido queremos, mais uma vez, reforçar, estimular e animar você, casal equipista, para priorizar em suas vidas esses pontos. Acabamos de viver, junto com nossos bispos, a 32ª Assembléia Geral da CNBB, realizada de 13 a 22/04/94 em ltaici-SP, que teve como título "IGREJA MISSIONÁRIA", marcando assim a reflexão sobre os "principais desafios da hora atual: o anúncio de Jesus Cristo, além de nossas fronteiras ... O novo ardor missionário há de animar especialmente os leigos que se encontram nas mais variadas situações. Uma das conclusões frutuosas da assembléia é o novo interesse em assumir o programa de "Igrejas-Irmãs", que une dioceses de maior clero e recursos àquelas que lutam com dificuldades ... (Cf. Encarte do Boletim da CNBB de 28/04/94 n° 207). Outros assuntos foram tratados que merecem destaque tais como: CM Junho/94 - 1
atualização das diretrizes de formação presbiteral; a moral cristã; o novo Diretório Ecumênico e duas declarações de cunho pastoral sobre as eleições 94 - "A hora da grande decisão", e sobre a prevenção da Aids. Procurem conhecer estes assuntos.
do "PRESENÇA" , e como somos parte importante da Igreja, somos convocados a "nos fazer presença" em todos os locais que possamos penetrar. Que Maria Santíssima possa nos ajudar sempre em nossa caminhada rumo ao Pai.
Por aí vemos o esforço da Nossa Igreja em acompanhar os momentos da nossa sociedade , se fazen-
Abraços e Orações Pe. Mário José - EC/R .
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. : : ECl&. CONVliasÁ COMJ{OCts . . DE LOURDES A FÁTIMA UM CAMINHO QUE REVOLUCIONA A GEOGRAFIA Os últimos seis anos das E.N.S. foram marcados pela "Segunda Inspiração" anunciada em Lourdes. Ainda sob o impulso desse sopro chegamos a Fátima. Sua equipe está vivendo essa aventura? O caminho de Lourdes, aos pés dos Pirineus, na França até Fátima ao sul de Portugal revoluciona a geografia, porque tem sido percorrido na Africa, na América do Sul, na América do Norte, na Oceania e também na Europa! Será isto possível? "O vento sopra onde quer e ouves o seu ruído mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Ass i m acontece com todo aquele que nas ceu do Espírito" . (Jo 3 ,8)
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Assim aconteceu com todos aqueles que tendo recebido o que chamamos de "Segunda Inspiração"; anunciada em Lourdes, procuram viver, nos mais variados lugares, sob o seu influxo e agora, fisicamente ou não, encaminham-se para o Encontro de Fátima, ainda ao sabor do mesmo vento.
É o mesmo caminho e no entanto são tantas caminhadas! Quais foram as paisagens vistas, reconhecidas, transformadas nesse caminho? Quais as pedras que dificultaram os passos? Quais os letreiros que indicaram a direção a seguir?
Foi esta a paisagem que divisamos em Lourdes. Logo nos pusemos a olhar a nossa realidade para verificar o que deveria ser atualizado. Fomos à fonte do carisma das E.N.S. para distinguirmos o essencial do acidental e termos assim bem claro o que poderíamos recriar, renovar, onde exercer nossa criatividade. Renovamos assim nossas Reuniões quando as redescobrimos corno lugar de celebração da presença do Senhor, da vida dos casais, do esforço de sermos cris- Reunião corno tãos, na busca de nos tornarmos verdadeiras celebração comunidades. Nossa partilha renovou-se quando redescobrirnos o sentido dos Pontos Concretos de Esforço e passamos a partilhá-los corno meios para vivermos as atitudes de bus- Partilha ca da vontade de Deus, das de Verdade e de Encon- Atitudes tro e Comunhão. A coparticipação adquiriu outra vitalidade quando passamos a discernir j~nt~s quanto à coe- Coparticipação renc1a de nos~s VIcoerência das com a fe que fé e vida professamos. Renovamos nossa disposição para o estudo do tema quando entramos de cabeça no trabalho "Evangelizara Sexualidade" convictos de nosso papel de agentes de renovação no que diz respeito ao casal e à família. A mentalidade que passou a vigorar foi a de co-responsabilidade entre os equipistas; a de comunhão entre as equipes ~ a Co-responsabilidade de coleg1allComunhão dade entre Colegialidade aqueles que
respondem pela organização, animação e estrutura do Movimento. Quantas luzes e cores nesta paisagem! Mas houve muita pedra no caminho, mortes para que houvesse ressurreição. Escura foi aquela noite que cruzamos com o Cristo e, tal como os discípulos de Emaús, não O reconhecemos. Ainda bem que andaram colocando alguns letreiros, out-doors, tabuletas, flechas indicando o caminho.
"Dai vós mesmos de comer"
"Filho, vá hoje trabalhar na minha vinha" E fornos aos poucos aprendendo a nos por a serviço, a trabalhar na vinha do Senhor, ali onde Ele nos queria e para o que nos tinha preparado: Experiências Comunitárias, Pastoral Familiar, Institutos de Família, etc, etc, etc ... Começamos a corrpreender que não devemos "estar inseridos na Igreja" porque já somos Igreja, povo de Deus, protagonistas da história do mundo e da história da Igreja no mundo. Uma nova tabuleta sinaliza o caminho:
"Àquele a quem muito se deu, muito será pedido"
É o Senhor que novamente vem nos dar a Sua graça e pedir a nossa ação. Já nos tinha dado a graça de conhecermos a Espiritualidade Conjugal e construímos o nosso casamento e a nossa família (1' dimensão do carisCM Junho/94 - 3
ma). Depois nos deu a graça de percebermos o valor da comunidade e construímos nossa equipe, o Movimento e nos pusemos a serviço da comunidade maior - a Igreja (21 dimensão do carisma). Agora nos é dado Ser Sinal do Amor e transformarmos a cultura do casamento imerso no mundo (3§ dimensão do carisma). O Senhor nos chama nos meios de comunicação, na política, na fabrica, no escritório e nos pede que com coragem testemunhemos e anunciemos nossa fé no casamento e na família transformadas pela presença do Cristo.
Novos impulsos receberemos de todos aqueles que lá se encontrarão na magia da partilha, na bênção da troca, na vitalidade proveniente da força do Espírito presente em cada um. Vocês todos que vão a Fátima sintam-se os enviados por todos aqueles que aqui ficaram. Enviados com a missão de por em comum a vida que aqui construímos e de trazer de lá toda a graça que o Senhor dá àqueles que se reúnem em Seu nome para que o nosso caminho, passando por Fátima nos leve ao infinito do Reino.
A paisagem foi se modificando e já vemos Fátima chegando no nosso caminho.
Beth e Romolo (Casal Responsável da EC/R)
DA FAMÍliA COMUNICAÇÃO DO SECRETARIADO GERAL A Igreja Católica felicita-se pela realização do Ano Internacional da Família 1994 e, graças a numerosas iniciativas, contribui para uma celebração do AIF coroada de sucesso. A titulo de lembrança: O Santo Padre anunciou a celebração do AIF/94 em toda a Igreja Católica e exprimiu seu firme apoio pessoal ao AIF, qualificando-o como "uma oportunidade providencial parareforçar os valores essenciais dessa instituição natural" e do "momento de graça em favor de uma atividade de mais longo alcance". O Cardeal Afonso Lópes Trujillo, Legado Papal, presidente do Conselho Pontifício para a Família, i nau4 - CM Junho/94
gurou a série de celebrações pela Igreja, participando em Nazaré, em 26.12.93, do dia da festa da Sagrada Família. Como "a contribuição que a família pode trazer à manutenção e à promoção da paz é tão importante", o Santo Padre decidiu, ao ensejo do AIF, consagrar sua mensagem, por ocasião do Dia Mundial da Paz de 1994, às ligações que unem a família e a paz. O tema da mensagem é: "A família criadora da paz da família humana". A celebração da 271! Jornada Mundial da Paz em Viena foi organizada em 25 de janeiro pela Santa Sé no Centro Internacional de Viena. O Arcebispo Donato Squicciatini,
Núncio Apostólico na Aústria e representante permanente da Santa Sé perante as organizações internacionais em Viena, apresentou o histórico dessa jornada que havia sido instituída pelo Papa Paulo VI em 1968 para renovar e expressar publicamente o desejo de paz da comunidade internacional e darlhe, assim, a possibilidade de afirmar sua vontade de defender e de servir à paz. Assim fazendo, ele sublinhou a participação ativa da Santa Sé nos preparativos do AI F, concretizada pelo conteúdo da mensagem em favor da realização do AI F, no centro do qual encontra-se a família como comunidade de vida e de amor, como vítima sofredora da ausência de paz e como agente da paz. Em seu discurso, o Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado de Sua Santidade, sublinhou que a paz fundamenta-se sobre os valores da verdade, da justiça, da liberdade e da caridade. Para reforçar estes termos, o aprendizado desses valores fundamentais faz-se melhor dentro da família, "esta escola privilegiada onde uma pessoa aprende a viver com os outros e onde ela descobre o plano do Criador. É assim que ela aprende a doar-se aos outros e a trazer sua contribuição ao bem comum". E acrescentou:" Por si só a família garante a continuidade e o futuro da sociedade".
É isto que explica que o Santo Padre tenha identificado em sua mensagem o Ano Internacional da
Família-94 como sendo o momento apropriado, para todos aqueles que assim o desejam - as Igrejas, as organizações religiosas, as associações, os governos, as instituições especializadas- contribuir para a busca da paz verdadeira e de visualizar, em comum, os meios para ajudar a família a desincumbir-se de sua tarefa insubstituível na edificação da paz. Ele também sublinhou o apoio trazido pela Igreja às famílias que são vítimas sofredoras da ausência de paz e evocou os conflitos trágicos em todo o mundo, compreendendo aqueles que acontecem a 350 Km de Viena, resultando na morte, na destruição, na injustiça, e causando um grande número de vítimas inocentes, entre as mulheres, os idosos, as crianças, os civis indefesos e as famílias. Em sua mensagem, o Papa evoca os pais, as crianças, os avós e também todos aqueles que - pelas mais diversas razões- são considerados sem família: "Eu desejaria dizer-lhes que existe uma família para eles também: 'A Igreja é um lar e uma família para todos'. Ela abre suas portas para acolher todos aqueles que estão sós ou abandonados; ela vê neles as crianças particularmente amadas por Deus, qualquer que seja sua idade, quaisquer que sejam suas aspirações, dificuldades e expectativas". O Cardeal abordou, igualmente, o direito da família de beneficiarCM Junho/94 - 5
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se do apoio do Estado afim de poder desincumbir-se, plenamente, da sua missão específica enquanto agente ativo da paz. É possível que os pais encontrem-se diante da impossibilidade de ensinar os valores morais a seus filhos porque a eles falta alimentação, habitação e trabalho. "A legislação governamental deveria promover o bem-estar da família, ajudá-la a assumir suas funções e proteger tanto a sua natureza quanto seus direitos inatos e inalienáveis". Ele sublinhou que a Igreja oferece uma firme sustentação moral à família para permitir-lhe transmitir os valores necessários para a paz e existência da sociedade. A Igreja espera, firmemente, que o AIF contribua, sensivelmente, para uma nova apreciação dessa instituição natural. Todavia, o AIF "não produzirá seus frutos sem que cada um reconheça a importância do papel da família na edificação de um mundo sólido e sadio, hoje e amanhá" . Colocando a ênfase sobre a dignidade da família, a Igreja soe trazer uma contribuição à edificação de um mundo pacífico e ordenado. ao ensejo da Familiaris Consortio, onde exortou : "Família, torna-te o que és!" , isto é, "a comunhão ínti ma da vida do casal e do amor" (Gaud ium et Spes). O Papa dirigese às famílias em sua mensagem por ocasião do Dia Mundial da Paz: "Famílias, vós deveis assumir uma missão da maior importância, na construção da paz ... Procurai esta 6 - CM Junho/94
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paz, orai por esta paz, trabalhai por esta paz!". Dentre as numerosas celebrações da Igreja por ocasião do Ano Internacional da Família, gostaríamos de concentrar nossa atenção sobre a manifestação organizada para outubro de 1994 pelo Conselho Pontifício para a Família: Um encontro mundial do Santo Padre com as famílias terá lugar no domingo, 9 de outubro de 1994 às 1 O hs na Praça São Pedro. Uma Santa Missa com renovação dos votos do matrimônio será celebrada. O Santo Padre celebrará a Eucaristia conjuntamente com os bispos participantes do Sínodo Geral sobre "A vida consagrada e sua missão na Igreja e no mundo" . Os organizadores esperam que cada diocese do mundo seja representada por, pelo menos, uma família. A celebração será preparada em cada diocese, as delegações professarão seu engajamento pastoral em favor da Fam ília e da Vida e, após o encontro com o Santo Padre, retornarão a seus lares para persistirem , com uma nova motivação, em sua missão evangelizadora. Uma coordenação entre as Conferências Episcopais Nacionais deverá assegurar uma solidariedade autêntica a fim de permitir às famílias de poucos recursos participarem desse importante evento.
Estão previstas outras atividades precedentes ao encontro com o Santo Padre: • Um Congresso será realizado em 6, 7 e 8 de outubro pela manhã sobre o tema "A família, núcleo da civilização do amor" . As delegações serão constituídas por um casal designado por cada Conferência Episcopal, representando os movimentos, associações, grupos familiares e diferentes movimentos "pela vida". • No sábado, 8 de outubro, será organizada uma Vigília nas principais basílicas e igrejas de Roma, conforme os grupos lingüísticos, a fim de preparar o encontro com João Paulo 11. Será constituída
de uma Liturgia da Palavra com testemunhos. • No domingo, 9 de outubro, uma Festa da Família começará às 8:30 hs na Praça São Pedro com apresentações e testemunhos do mundo todo, antes da celebração da Eucaristia. Para maiores detalhes, contatar: SECRETARIADO DO ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA Palazzo San Calisto, Piazza San Ca/isto 16 00120 Cidade do Vaticano Te/.: (39-6) 69 88 71 14 Fax: (39-6) 69 88 72 72
AS ENS E OAIF Por todo esse nosso Brasil, as ENS estão fortemente engajadas no Ano lnternaci9nal da Família. Um grande número de eventos e atividades vem sendo organizados, tais como programas radiofônicos, artigos em jornais, vigílias de oração , missões equipistas, panfletagens, etc. Muitos outros materiais foram produzidos por vários setores das regiões de que se compõem as ENS no Brasil , como por exemplo, calendários de mesa, marcadores de livros, adesivos para carros, todos eles con-
tendo "slogans" e frases alusivas à família e ao AI F. Em outras cidades foram confeccionados, com o patrocínio de equipistas , "out doors" que foram colocados em pontos estratégicos. Durante a última reunião do colegiado das ENS (ECIR + CRR's) foram expostos muitos desses materiais além de fotografias alusivas. Nos próximos números da carta mensal, pretendemos apresentar alguns desses materiais, ou pelo menos os "slogans" e frases neles contidos.
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JOVEM: E A FAMÍLIA? 1994 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional da Família. Certamente a Igreja saúda esta iniciativa com grande alegria e deseja que todos os católicos se associem às programações que serão organizadas em nosso país. E, para as EJNS. "a Família" será o tema que será discutido em todos os Setores, conforme decidido na última reunião da Equipe de Animação Nacional (EAN) em Fevereiro de 94. Trata-se de um momento privilegiado de promover uma vasta campanha em favor do casamento e da família. É na família, nesse espaço privilegiado, que a pessoa humana é acolhida e aí pode se desenvolver harmônica e constantemente. A família é o lugar de transmissão de valores e de educação, da consciência moral. Sem família não há sociedade sólida nem uma Igreja madura. Pode-se dizer que a família é seio materno da sociedade. E nela o jovem se insere e tem papel fundamental. Parece importante que tenhamos algumas metas claras neste Ano da Família: • esclarecer os jovens no sentido de se prepararem para o casamento e para a paternidade sabendo que assumem um compromisso com as pessoas que estão engajadas na engrenagem da família; 8 - CM Junho/94
• campanhas de esclarecimento a respeito da dignidade da vida humana, mesmo quando ainda está no seio da mãe e luta contra todos os empenhos abortistas; • multiplicação de retiros e encontros, com adolescentes e jovens, no sentido de lhes fornecer sólidos elementos em vista da formação para uma sexualidade humana e cristã. • trabalho sério no sentido de atender às crianças que vivem nas ruas e busca de meios de integrá-las em suas próprias famílias ou em outras que estejam dispostas a acolhê-las; • envidar todos os esforços no sentido de que pais e filhos consigam estabelecer diálogo que permita acolhida de uns pelos outros. O momento de crise social que o país está passando exige uma reflexão séria sobre as carências éticas e morais, que conseqüentemente debilitam a paz, a harmonia, a justiça, a fraternidade, a igualdade, e, principalmente, a célula básica da sociedade: a família. E é também dever dos jovens, como futuros vocacionados a serem pais ou mães, questionar a sua realidade de membros da família e pensar na construção de uma sociedade melhor. Transcrito de "Ponto de Apoio" Março/1994
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PASTORAL FAMILIAR PRIORIDADES
Por ocasião dos últimos EACAEs pudemos sentir um pouco como vão caminhando as nossas "Prioridades", em especial a Pastoral Familiar. Notamos com muita alegria que grande número de equipistas se sensibilizaram pelo apelo no sentido de se engajarem nesta nesta pastoral, chamado este reforçado duplamente, tanto pel9
ANO INTERNACIONAL DA FAMILIA como pela CAMPANHA DA FRATERNIDADE deste ano. Dentre os trabalhos que vem tendo uma divulgação e um empenho carinhoso por parte dos equipistaJ> nos deparamos com os "SOS FAMILIA". Aliás, este trabalho de certa forma se adiantou inclusive com relação à primeira proposta de uma ação concreta por parte do Movimento, conforme consta da página 4 da Carta Mensal de abril de 1994. Nas cidades de Araçatuba, Bauru, Jaú e Piracicaba já se encontra em plena atividade mais este serviço à família. E no que consiste este "SOS FAMÍLIA"? Básicamente está apoiado na participação de diversos casais que se dispõem a colaborar no atendimento às pessoas, casais, pais, mães ou filhos, que necessitam de alguém que lhes dê uma atenção, a fim de que possam partilhar suas angústias, seus problemas e dificuldades. O casal plantonista faz as vezes de um mero ouvinte para aqueles que querem "desabafar" suas dificuldades. Alguns dos "SOS FAMÍLIA" já contam hoje inclusive com a participação de médicos, psicóligos, padres, advogados e outros profissionais afins, os quais aju-
dam nos casos mais difíceis. Entretanto, boa parte dos problemas são resolvidos no simples "desabafo", quando abrem a "panela de pressão". Neste simples desabafar, muitos começam a encontrar as soluções para seus próprios problemas, guiados pela habiidade do casal plantonista, que não procura lhes ensinar nem dar lições de moral ou conduta, mas ajudam a encaminhar a conversa no sentido de que a própria pessoa comece a formular saídas para seus problemas. Somente quando o casal plantonista se depara com um caso mais difícil é que ele procura encaminhá-lo a alguém capacitado a lidar com a situação. O "SOS FAMÍLIA" é uma contribuição que as Equipes de Nossa Senhora vem oferecendo à Pastoral Familiar da nossa Igreja. Dentro desta visão, as equipes igualmente atendem ao compromisso firmado em maio do ano passado entre as lideranças dos diversos movimentos, institutos e serviços familiares, no sentido de se "darem as mãos" num trabalho conunto em prol da Pastoral Familiar. Assim, o convite a casais de boa vontade que se disponham a colaborar neste serviço é feito tanto dentro como fora das equipes, promovendo um saudável entrosamento entre os mesmos. Para maiores informações sobre o
"SOS FAMÍLIA" entrar em contato com o secretariado das Equipes de Nossa Senhora.
Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R
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OS DESAFIOS À FAMÍLIA E À VIDA O Documento de Santo Domingo coloca um capítulo importante em seu documento entitulado "Os desafios à família e à vida". "A mudança histórtico-cultural tem causado impacto na imagem tradicional da família. Cada vez mais numerosas uniões consensuais livres, os divórcios e os abortos. A novidade é que estes problemas familiares setornaram um problema de ordem éticopolítica, e uma mentalidade "laicizante" e os meios de comunicação social tem contribuído para isto" (SD 216) . Hoje se desconhece que o matrimônio e a família são um projeto de Deus, que convida o homem e a mulher criados por amor a realizar seu projeto de amor em fidelidade até a morte, devido ao secularismo reinante, à imaturidade psicológica e a causas sócioeconômicas e políticas, que levam a quebrantar os valores morais e éticos da família. Disso resulta a dolorosa realidade de famílias incompletas, casais em situação irregular e o crescente matrimônio civil sem celebração sacramental e uniões consensuais. Há muitas famíl ias em situação de miséria e fome em razão do desemprego, da carência de vida digna, de serviços educativos e sanitários, de salários baixos; a partir do abandono dos idosos e do crescente número de mães solteiras. A cultura da morte desafia. Percebemos em toda parte campanhas an-
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tivida, perturbando a mente do povo com uma cultura da morte. O egoísmo, o medo do sacrifício e da cruz unidos às dificuldades da vida moderna geram uma rejeição do filho que não é responsável e alegremente acolhido na família, mas considerado como um agressor. Existe uma distribuição massiva de anticoncepcionais, em sua maioria abortivos. Imensos setores de mulheres são vítimas de programas de esterilizações em massa. Até alguns homens sucumbem ante estas ameaças e se deixam esterilizar. Cada dia é maior o massacre do aborto, que produz milhões de vítimas inocentes. Outras expressões da cultura da morte são a eutanásia, a guerra, a guerrilha, o seqüestro, o terrorismo e o narcotráfico. Hoje aumentam os meninos de rua, que andam sem lar e sem futuro pela vida e que futuro os aguarda? Tudo isto e muito mais são os desafios às famílias e à vida hoje. As famílias devem ser bem preparadas para enfrentar estes desafios com fé e com vontade férrea de vencer. É de suma importância a preparação dos jovens para o matrimônio. Ainda há tempo de salvar a família brasileira. Pe. Natalício José Weschenfelder Vigário Geral da Diocese de Palmas e Francisco Beltráo/PR
FAMÍLIA- NOVOS TEMPOS A FAMÍLIA, como vai? Da Campanha da Fraternidade deste ano espera-se uma mudança no enfoque do tema, pois os cristãos não podem, diante do quadro atual, pós-televisão e pós-muro de Berlim, ver a família alheios ao conjunto social, sem uma tomada de posição coerente e moderna. O objetivo da Campanha da Fraternidade é trazer às pessoas e, principalmente às lideranças, a análise crítica do momento da família, identificar seus problemas e buscar respostas à luz da inspiração cristã. Muitas famílias tem dificuldades. Estão perdidas numa teia de razões e emoções e não conseguem enxergar nada além de seus restritos interesses e necessidades imediatas; as mais pobres, afogadas em dificuldades crescentes, esperam por milagres ... As mais abastadas tratam de consumir, gozar a vida e se livrar de compromissos; qualquer pensamento fora disto é apenas para legitimar interesses e explicar atitudes. Enfim, a Família estupefata assiste, sem reações, às profundas transformações da sociedade. Não consegue discernir valores importantes de hoje (a liberdade, odiálogo) e os de ontem (a autoridade, o respeito). Mudaram? Prá melhor ou prá pior?
Tem dúvidas se as diretrizes de Jesus Cristo ainda valem para a vivência familiar, inserida num mundo onde a competição e o dinheiro falam mais alto. Quais os verdadeiros ensinamentos de Jesus Cristo? Quais os falsos? Interessa aos poderes econômicos e políticos a vivência destes ensinamentos?
É motivo de escândalo ou de reflexão a contribuição da ciência no campo da reprodução humana? Pode-se condenar o controle da natalidade, a fecundação em tubos de ensaio, o congelamento de embriões humanos? Estamos aptos a dar conselhos a um amigo que já sabe, por exames de laboratório, que seu filho nascerá anormal? A quem cabe o comando da discussão destes assuntos, senão às famílias? A omissão e a indiferença permitem que outros falem em nome delas e interesses escusos se sobreponham aos interesses maiores da humanidade e da própria família. Grande parte da sociedade ainda não concorda que a personalidade e o caráter dos filhos estão diretamente relacionados ao comportamento dos pais. Que o afeto e a segurança dados à criança, até o exemplo de trabalho honesto, de justiça e coerência dados aos joCM Junho/94 - 11
vens moldam os filhos para também serem no futuro, cidadãos, pais, maridos e esposas responsáveis. As Equipes de Nossa Senhora devem falar disso às outras famílias. Que a Campanha da Fraternidade nos ajude a enxergar a família como parte importante do projeto de Deus para a concretização de seu Reino na Terra, como pintado por Jesus Cristo: um reino que acolhe e não que rejeita; onde as pessoas sejam fraternas, livres, caridosas, amem a justiça, perdoem-se e, ponham-se a serviço do próximo.
Que nos ajude a ser menos tímidos na luta por melhor educação e saúde para nossos fi Ihos, e aposentadoria digna para nossos pais. E que nos dê o desprendimento de lutar por educação, saúde, e aposentadoria também para os filhos e pais dos outros. E se alguém nos perguntar: A família, como vai? Possamos responder: Vai bem; procurando caminhos novos nestes novos tempos! Artur e Eliana São Paulo
Carta da Equipe Responsável Internacional ATÉ FÁTIMA E SEMPRE Caríssimos amigos do mundo inteiro, O Encontro de Fátima se aproxima e com ele nossa substituição como casal responsável da Equipe Responsável Internacional. De fato, nossa responsabilidade à frente do Movimento chegará ao fim em julho próximo, ao término do Encontro. Para nós é uma alegria que isso se dê em Fátima, na presença de Maria, mãe de Deus, e no ambiente de um Encontro Internacional. Será para todos os casais das Equipes de Nossa Senhora - e disso temos certeza uma profunda experiência da Obra do Espírito, no seio do Movimento. 12 - CM Junho/94
Nós partimos e o novo casal responsável será apresentado e acolhido. Que sabedoria tem nosso Movimento ao limitar o tempo de cada responsabilidade ... Um casal começa, um outro impulsiona, o seguinte continua ... Nenhum é indispensável, e todos devem ser servidores entusiastas, entretanto seus talentos a serviço do único dono do Movimento: o Senhor, o Cristo! Nossa entrada na Equipe Responsável Internacional já completou 12 anos. Durante 6 anos fomos membros da Equipe com Louis e Marie d'Amonville como responsáveis e o Pe. Tandonnet como
Conselheiro Espiritual, que depois foram substituídos por Jean-Ciaude e Jeaninne Malroux e pelo Pe. Olivier. Anos de renovação: consolidação da internacional idade, redação dos Estatutos Canônicos, lançamento da "Segunda Inspiração" ... Guardamos viva lembrança de todos os casais que, conosco, fizeram parte dessa Equipe e que partiram na nossa frente. No Encontro de Lourdes - em 1988 - era o momento de nossa partida também, mas recebemos um apelo, inesperado; um apelo para continuar a "amar mais". Amar mais o Senhor, amar mais nossos irmãos e irmãs das equipes, aceitando o apelo de sermos o casal responsável da Equipe Internacional. Pela primeira vez, o casal não seria francês e viveria longe de Paris. Também isso era um chamado: um apelo para trabalhar, apesar das distâncias, uma nova maneira de ser E.R.I. Lembramos perfeitamente bem o começo dessa nova etapa. Em nós continua nítida a visão da Basílica de Lourdes e ainda sentimos a emoção daquele momento. Guardamos também as primeiras alegrias e dificuldades experimentadas, que começamos a encontrar já em Lourdes mesmo. As dificuldades continuaram a nos acompanhar ao longo desses 6 anos como responsáveis. Mas a alegria, o entusiasmo, a força do Espírito, a felicidade é que suplantaram tudo. Podemos afirmar que terminamos nosso tempo com um excedente de amor e que esse excesso de
amor nos acompanhará ao longo de nossa vida. Anos de graça, cheios de acontecimentos, anos nos quais amadureceram os frutos da "Segunda Inspiração". Ao apelo de renovação, as Equipes do mundo inteiro deram sua resposta com criatividade - cada país procurando suas próprias respostas face ás suas necessidades e com fidelidade, cada país aderindo às propostas da Equipe Responsável Internacional, e com ela colaborando. O tema "Amor- Felicidade- Santidade", o projeto "Evangelizar a Sexualidade", o documento sobre "O Sentido da Responsabilidade", o documento sobre "O Padre-Conselheiro Espiritual", o tema de estudo sobre o "Ser Família", os "esquemas de oração em família", o documento de orientação para os anos antes de Fátima, são as balizas visíveis de todo o esforço para "congregar o ímpeto interno" do carisma do nosso Movimento. O Movimento seguiu seu caminho em direção a uma internacionalidade crescente, vivida muito particularmente durante as reuniões internacionais do "Colegiado E.R.I./S.R." (Supra-regionais), seus encontros anuais entre a E.R.I. e os responsáveis das Super-Regiões, Regiões Isoladas e Coordenações Regionais. Esse colegiado foi uma experiência marcante de comunicação, de comunhão. A cada encontro assistíamos a ação do Espírito, fazendo convergir nossas diferenças e nos unia num só coração. CM Junho/94- 13
Depois de uma de nossas primeiras visitas ao Pe. Caffarel ele nos disse: "A Equipe Responsável Internacional deve manter a unidade do Movimento. Ela deve ser mais uma cabeça que um chapéu. O chapéu pode ser suprimido. A cabeça é indispensável porque é ela que coordena todo o corpo. A Equipe de Responsáveis será a cabeça se pela oração ~ pela escuta ela souber discernir as necessidades espirituais profundas dos casais do Movimento. É esse o papel dos responsáveis". Não esquecemos nunca essa recomendação do Pe. Caffarel. Mas, juntamente com todos os membros da Equipe Internacional da qual éramos os responsáveis, o que queríamos era ser mais coração do que cabeça do Movimento. Uma cabeça dirige, organiza, pensa, reflete; um coração escuta, acompanha, motiva, anima, encoraja, valoriza e sobretudo um coração ... AMA. Deixamos a responsabilidade em paz e com total confiança na Equipe Responsável que nos sucederá. Precisamos dizer também que a deixamos com o coração partido, por causa dos muitos amigos que veremos menos e que poderemos não reencontrar mais ... Primeiramente os membros atuais da Equipe, com os quais partilhamos anos de trabalho intenso na complementaridade e na união: Peter e Dorotea Biherli , Alberto e Maria Almeida Ramalheira, Benoit e Marie Odile Touzard, lgar e Cidinha Fehr, Antonie e Marie Magdeleine Berger (que sucederam Jean-Jac14 - CM Junho/94
ques e Françoise Crepy) e naturalmente o Pe. Olivier. Lembramos também todos os casais responsáveis e dos conselheiros espirituais das Super-Regiões, Regiões Isoladas, Coordenações com os quais partilhamos tanto: amizade, trabalho, preocupações, esperanças e orações. Lembramos ainda dos que encontramos nos diversos países que visitamos: Espanha, Brasil, Colômbia, Porto Rico, Argentina, México, Itália, Portugal, França, Alemanha, Suíça, Bélgica, Inglaterra, Estado Unidos, Canadá... Todos os responsáveis de setor ou de região, conselheiros espirituais, casais de equipes de base encontrados durante as visitas e viagens que nos marcaram tanto seu acolhimento, sua amizade, seu discernimento, sua generosidade. E também os casais do Movimento irmão "Igreja Doméstica", encontrados durante as sessões na Polônia .. . As pessoas que trabalham no Secretariado Internacional, os secretariados nacionais, os tradutores, etc. Caros amigos das Equipes, terminamos um tempo de responsabilidade, mas não nosso engajamento dentro das Equipes de Nossa Senhora. Esse engajamento não será rompido jamais. Estaremos sempre disponíveis, caso precisem de nós para que o quer que seja. Naturalmente seguiremos nosso caminho, com nossa equipe de base em Valência- amigos que se entreajudam há 28 anos, tendo o mesmo desejo de se aproximarem de Deus. No plano pessoal e familiar, uma nova etapa se
nos apresenta: um de nossos filhos entrou para o noviciado, os outros se casam e os netinhos começam a chegar. Estamos repletos de projetos novos para o futuro. O importante agora é diminuir um pouco o ritmo em relação a esses últimos anos, a fim de reencontrar como casal e como família e discernir se os nossos projetos são realmente os que o Senhor escolheu para nós.
I!i
Por isso terminamos esta carta, não para dizer-lhes "Adeus", mas "Até Fátima e sempre" e lhes pedimos para que se unam à nossa prece de intercessão junto a Maria, pelo nosso Movimento. Que o Senhor faça em nós maravilhas! Santo é o seu nome! Álvaro e Mercedes Ferrer
FÁTIMA/94 AINDA... FÁTIMA!
Em 15 de março de 1994, a estimativa do número de participantes ao encontro de Fátima era 4.000 (sem contar os filhos dos equipistas). Esta cifra não é definitiva. Naturalmente a ela serão acrescentadas as últimas inscrições e as pessoas convidadas graças à generosidade internacional, além dos membros do movimento irmão, "Igreja Doméstica" da Polônia. Será que chegaremos aos 5.000? Pedimos aos organizadores e aos hotéis para reservar lugares tais que nos permitam aceitar todos aqueles que, por justo motivo, não puderam fazer sua inscrição mais cedo ... As estimativas atuais permitem dizer, provisoriamente, que as porcentagens de participação em relação ao número de equipistas deve ser na ordem de: o 30% para o Líbano
8% para Portugal e França 6% para Espanha o 5% para Ilha Maurícia e América espanhola o 4% para Itália e Irlanda o 31% para o Brasil, Bélgica e Inglaterra o 2% para os Estados Unidos o 1% para o Canadá e Austrália, o o
sem contar as participações, que serão inscritas graças à solidariedade de muitos. Estamos dando esta informação não para suscitar comparações ou emulação, mas principalmente para engajar e valorizar os esforços realizados. Esses dados levam em conta as distâncias, a idade média dos equipistas, as condições econômicas, etc. Queremos felicitar e agradecer em nome do Movimento a todos esses países, pequenos ou granCM Junho/94- 15
des, distantes ou próximos, aos responsáveis, aos casais, aos conselheiros espirituais que fizeram um grande, esforço para participar desse evento, alguns em condições muito difíceis. Devemos reconhecer que nossa previsão inicial era mais otimista: pelo menos 6.200 pessoas ... Número que, com certeza, cobriria as despesas do encontro. Com a estimativa que temos hoje será necessário revisar as contas ...
Mas estamos confiantes e entusiasmados. As equipes organizadoras portuguesas trabalham com devotamento sem limites, com criatividade e profissionalismo, no desejo de acolher com muito amor seus irmãos e irmãs que chegarão de todas as partes do mundo. Fátima será um marco importante na vida do nosso Movimento!
Não percamos esse encontro!
ENCONTRO DE NAMORADOS Diríamos "encontro de namorados mais ou menos firmes". Não falamos de encontro de namorados para adolescentes que alteram com muita facilidade seus parceiros. A Pastoral Familiar poderia organizar, nas paróquias, um "encontro de namorados firmes" por semestre. À guisa de sugestão, apresentamos um esquema de encontro que pode ser realizado no decorrer de um sábado ou domingo: 08:00h - Chegada, acolhida, crachás, canto, apresentação dos participantes. 08:30h - Oração de abertura bem preparada: um salmo, leitura de 1 Cor 13,1-13, momentos de silêncio com fundo musical, oração da comunidades. 09:00h - 111 reflexão: O tema do amor (o que é amar, características do amor necessário para o casamento, quando um rapaz e uma moça estão em condições de dizer que se encontram aptos para a decisão do casamento). 1O:OOh - Pausa. Trabalho em grupos com estas perguntas: Quais as características do amor verdadeiro e sólido entre um homem e uma mulher? Por que muitos casamentos fracassam? Quando realmente um rapaz e uma moça podem tomar a decisão do casamento? 16 - CM Junho/94
11 :OOh - Plenário e esclarecimentos. 12:00h - Almoço comunitário I Momentos de recreação 14:00h - 211 reflexão: O casamento é um projeto conjugal, familiar e espiritual (necessário ver o que é construir a felicidade do outro, ter consciência da missão de pai e de mãe, pensar numa vida espiritual familiar e conjugal). 15:00h -Conversa a dois: O que significa para nós viver a dois? Como projetamos nossa vida a dois? 15:30h - Círculos: Como vocês concebem sua missão futura de pai e de mãe? O que significa a expressão paternidade responsável? É possível traçar um projeto comum de espirítualidade? 16:30h - Plenário e esclarecimentos. 17:00h- Missa explicada e encerramento. Subsídios para o dirigente:
Vamos nos casar. Reflexões para namorados e noivos, Almir R. Guimarães, OFM, Vozes. Projeto de vida a dois, construção da conjugalidade, Almir R. Guimarães, OFM, Vozes. (Transcrito do Boletim da CNBB - Pastoral Familiar/93)
J.YfUJ.\!J DJ.\D~ CONFLITO DE GERAÇÕES O fundamento básico do equilíbrio familiar consiste, basicamente, na compreensão, na renúncia e diálogo que deve ser mantido entre os componentes da família. Hodiemamente, defrontamo-nos com uma sociedade em fase falimentar pelo desequilíbrio existente na manutenção desses princípios, que devem reger o convívio na família. Claro, o mundo contemporâneo se distancia em muito
de gerações outras que, pela ausência de uma adequação às novas regras que administram a comunidade, produzem os conflitos naturais no comportamento do ontem e do hoje. A adequação a essa nova realidade provocada pela transformação da mente humana em conquistar novos espaços ou mesmo de ratificar comportamentos, até então não demonstrados no dia-a-dia, causa sem dúvida CM Junho/94 - 17
alguma, as reações naturais e.ntre os membros da família, culminando nos conflitos da geração passada (os pais) e geração que busca o seu lugar na sociedade (os filhos), normalmente, com conclusões onde a emoção supera a razão, provocando rupturas de difícil consolidação. O maior problema do relacionamento entre pais e filhos, consiste em saber conciliar os princípios austeros de uma educação forte, rígida e até certo ponto autoritária, com os novos rumos que se depara a sociedade. Não é muito fácil conduzir esse processo, primordialmente, porque a renúncia pode demonstrar um sinal de fraqueza o que não é verdade. Renunciar, significa compreensão, que deve ser sempre empregada pela geração anterior, não só pela experiência de vida acumulada, como pela primazia de poder orientar. A orientação é uma dádiva divina e, essa tem sido a mensagem de Jesus Cristo em seus ensinamentos. O que significam os preceitos bíblicos herdados pela comunidade católica? Nada mais são do que um caminho, que deve ser interpretado para alcançar o bem comum. É, exatamente, esse o posicionamento que os pais devem tomar em relação a seus filhos. Através da compreensão da evolução ou involução do mundo moderno, a orientação deve ser aplicada, primeiro com respeito aos filhos, segundo, pela possibilidade da compreensão obrigar a um ra18 - CM Junho/94
ciocínio do filho e finalmente a possibilidade do filho encontrar o seu caminho através do diálogo, onde mais uma vez, deva existir o respeito. Qualquer reflexão que façamos do nosso passado, como pais, encontraremos com a realidade do cotidiano, o quanto prejudicou o relacionamento e até mesmo o nosso comportamento diante dos problemas que nos deparavam. A ausência do diálogo, a imposição de uma palavra, a obrigação de fazer com medo da crítica da sociedade, era uma restrição à sua cidadania aproveitando-se de um vocábulo da "moda". Lembramo-nos da mulher deixada pelo marido, que era marginalizada pela sociedade, ou de uma moça viciada em fumar cigarros ou mesmo de ter um certo comportamento no vestir, motivo de críticas severas e às vezes de banimento do meio societário. Sexo nem falar. Era assunto proibido no seio familiar. O mundo mudou e precisamos aceitar o novo comportamento global , enfrentando-o com o diálogo, pelo qual dever-seá levar o conhecimento, a fim de, através do entendimento, fazer com que o filho saiba conduzir-se na vida de dificuldades, hipocrisias e de todas artimanhas com as quais nos encontramos. Evitá-las nunca. Será covardia. A omissão é prejudicial na relação pais-filhos. O diálogo permite que no dia-a-dia os assuntos sejam discutidos, dentro da harmonia exigida para cada caso, não se tornando, todavia,
uma obstinação. A consciência é livre e assim devemos entendê-la, ao dialogar com os nossos descendentes, a fim de que através da lógica possam alcançar a sua maturidade, fundamentando o seu caráter e dessa maneira alijar as más influências encontradas fora do lar, já que a onipresença é uma exclusividade divina. Sedimentar os ensinamentos cristãos, através da palavra de Deus, adequada ao nosso convívio, robustece a educação doméstica, permitindo um auto-comportamento
que inviabiliza qualquer atitude, que venha direta ou indiretamente causar-lhe dano. Assim, poderemos constituir uma família consciente de suas obrigações para com a sociedade, eliminando os males existentes, em decorrência de uma formação cultural-religiosa adquirida através da educação familiar, baseada na renúncia, compreensão e diálogo. Rejane e Fernando CR Equipe 17- N.S. GuadalupeSetorB Manaus/AM
O NOVO CATECISMO E O SER SINAL DE AMOR TRANSFORMADOR DA CULTURA DO CASAMENTO Entre os objetivos do Novo Catecismo encontra-se a proposta de ser um texto de referência seguro e autêntico para o ensino da doutrina católica.
a) O Credo- A Fé e Suas Verdades b) A Liturgia c) O Agir do Fiel Cristão d) A Vida na Oração
Percebe-se nas reflexões que se tem feito entre os equipistas em geral, que uma das dificuldades enfrentadas, decorre de uma falta de claro conhecimento das verdades da nossa doutrina, o que se constitui em empecilho para a tomada de uma postura mais coerente entre a fé e vida.
No que diz respeito à realidade do casal, vemos que o Novo Catecismo (nQ372) explícita que o homem e a mulher foram criados por Deus não como seres incompletos, mas para constituírem uma comunhão de pessoas, onde cada um pode ser ajuda para o outro.
Na estrutura do Novo Catecismo encontramos 4 partes muito bem definidas:
A partir dessa necessidade de entreajuda já se começa a entender que há, claramente, uma missão, um mandato. CM Junho/94 - 19
Deus quer que todos os homens sejam salvos e todos tenham conhecimento da verdade, e a missão consiste em levar essa verdade a todos, sendo sinal de amor transformador. A Sagrada Escritura abre-se com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus e se fecha com as núpcias do Cordeiro (Apocalipse 19,7-9). De um extremo a outro a Escritura fala do casamento e de seu mistério, de sua instituição e do sentido que lhe foi dado por Deus, da sua origem, de seu fim, de suas diversas realizações ao longo da história da salvação, de suas dificuldades, provenientes do pecado e de sua renovação "no Senhor". O casamento não é, pois, uma instituição voltada para dentro de si, mas reveste-se de um caráter de vocação e de missão. Parece indisfarçável que, apesar de um certo desgaste, em todas as culturas há um certo sentido da grandeza da união matrimonial. O relacionamento do homem e da mulher foi sempre ameaçado pela discórdia, pela dominação, pela inveja, etc. Segundo a fé, essa desordem vem do pecado, e não das diferenças do homem e da mulher. Sem a ajuda da graça torna-se praticamente impossível o casal descobrir, em plenitude, a grandeza de sua união, para a qual foram sonhados nos desígnios de Deus. Os jovens podem e devem ser 20 - CM Junho/94
instruídos convenientemente pelos casais cristãos sobre a dignidade, a função, e o exercício do amor conjugal.
É de suma importância anunciar a boa nova de que Deus nos ama, com um amor definitivo e irrevogável, que os esposos participam desse amor e que Ele os apóia e mantém, e que através de sua fidelidade podem ser testemunhas do amor fiel de Deus. O Novo Catecismo exorta os casais cristãos a terem uma solicitude fraternal e caridosa para com os recasados, pois, em que pesem as restrições a uma plena participação em responsabilidades pastorais, e principalmente na Eucaristia, não estão excluídos da vida da Igreja, sendo convocados a ouvir a Palavra de Deus, a freqüentar as missas, a perseverar na oração e a educar os filhos na fé cristã. Na Igreja doméstica, composta pelo núcleo familiar, avulta a capacidade de se exercer o sacerdócio batismal, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa. O casal cristão saberá anunciar que o casamento é local de amor, caminho de santidade e de felicidade. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, começar a honrar a Deus e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade , e portanto, um modo de buscar o bem comum. O lar
deve ser a primeira escola de vida cristã. A família deve viver de maneira que seus membros aprendam a cuidar e a responsabilizarse pelo jovens, pelos velhos, pelos deficientes e pelos pobres. O bem de cada um está necessariamente vinculado ao bem comum. Não podemos ser inteiramente felizes se ao nosso lado grassa a desesperança, a desmotivação, a displicência de tantos e tantos que não conhecem, ou nem sequer acreditam no amor. Emerge, assim, a proposta de solidariedade com a luta daqueles casais que ainda não descobriram todo o sentido de sua vida conjugal, ou
daqueles que não têm acesso aos bens mínimos necessários a constituir, educar e construir uma família em condições de dignidade.
É preciso buscar mecanismos de apoio e fortalecimento da família, pois que ela é indispensável à boa constituição da sociedade. Devemos influir para que os poderes constituídos considerem como dever grave reconhecer e proteger a verdadeira natureza do casamento e da família, defender a moralidade pública e favorecer a prosperidade dos lares. Silvia e Chico pela ECIR
O TESOURO PARTILHADO Ary D'Avila, que juntamente com a Heloísa , foi sempre o esteio das E.N.S. em Ribeirão Preto e nas regiões São Paulo Norte e Nordeste, recebe, dos irmãos, as lágrimas da saudade e o sorriso pela certeza da sua ressurreição. A separação foi preparada pelo Senhor. Primeiro, a doença, o espanto, o susto. Mas como? Não pode ser. Não com o Ary tão cheio de vida e tão alegre, tão companheiro, tão necessário. Vamos à oração . Vamos até exigir ao Senhor que poupe este nosso irmão, que afaste este cálice de sofrimento. E os terços acontecem, ora na casa
da Stela, ora na capela dos estigrnatinos, puxados pela Moema. E Deus, sábio, vai nos poupando o Ary fazendo-o resistir contra toda a lógica às cirurgias e suas complicações.
É que o Senhor entendeu, de nos preparar melhor para a separação fazendo-nos acostumar com a idéia de tê-lo ente os santos. E até o médico se pergunta ... "Mas quem é esse homem? Olha que eu já operei usineiros, fazendeiros e doutores e nunca ouvi tantas perguntas e recomendações. Quem é ele? Pois lhe digo doutor. O Ary é um menino, destes bem moleque que de tudo faz uma graça, para tudo tem um chiste, urna brinca-
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deira, espalhando alegria, bom humor e amor à vida. O Ary é um homem que aprendeu desde cedo, o valor do trabalho e que não suportou as "delicias" da aposentadoria permanecendo na ativa até o fim. O Ary sabe saborear um prato da cozinha brasileira e sabe as "bocas" onde melhor se come nesta cidade e região. Com ele podemos conversar uma noite inteira sobre o frango com polenta, ao molho pardo, galinha de gabidela, tutu de feijão com torresmo e sei mais quê. O Ary e a Heloísa, como diz a Maria Marta, sabem tudo do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Sabem porque conhecem, conhecem porque amam. A este movimento eles entregaram parte de suas vidas quando aceitaram responsabilidades tais como: casal de ligação, membros de Setor, responsáveis de Setor, Casal Regional, e, fechando o ciclo, responsáveis de sua equipe muitas vezes. O Ary é um pai amoroso e seus três filhos não ficam nunca ausentes de sua fala. Fernanda e Zé Mauro alegram os seus dias dando-lhe o netinho Eduardo, Haroldo e Helenice deixavam-no feliz com seu relacionamento harmonioso e Naldo encaminhandose no trabalho confirmavam que ele era um pai de sucesso que soubE!! levar seu barco a um porto seguro. E que o co-piloto chama-se Heloísa. E ele a amou sempre. Foi ela, seguramente quem lhe deu forças para tudo suportar. O Ary é um amigo, desses que visita a gente, que quer saber como estamos, que nos oferece uma mão estendida e que a gente vai guardar para sempre "do lado esquerdo do peito, no coração" . O Ary, doutor, é um homem de Deus
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como percebeu a enfermeira que o assistiu. E, como homem de Deus ele nos deixou inúmeras lições. A maior foi a paciência com que ele enfrentou a doença e o desconforto. Nélson Augusto tem razão quando diz" ... quer maior entrega que esta? ele suportar tudo com paciência?" Ouvi você - Ary - contar do seu desconforto e concluir ... "mas está tudo bem ... ". Estava tudo bem porque você se entregou sempre sem medida.
Você e a Heloísa ainda aceitaram partilhar com os amigos a dor da doença mantendo a casa aberta aos amigos. Foi por tudo o que você é e fez que o apoio veio até de longe. Dom Angélico (Bispo em São Paulo) telefona e abençoa vocês. Dom Geraldo (Bispo em Guaxupé) vem para uma manhã de prosa. O frei Almir Guimarães que tão carinhosamente veio trazer sua força. Gente querida telefona de longe para dizer que estão com vocês neste sofrimento. Ao pé do Ary muitos amigos se reencontram fortalecendo laços. Doutor, este é o homem que o Sr. ajudou a manter vivo mais um pouquinho entre nós. Hoje sabemos que este tempo foi importante para que pudéssemos nos acostumar com a idéia de devolvê-lo ao Pai. Nós o fazemos certos de que o Ary já está nos céus armando com os anjos santas molecadas para tornar a nossa pena mais leve. Abração amigo e até um dia no reencontro na casa do Pai. Marisa e Lúcio Gosoen Equipe 18 Ribeirão Preto/SP
A IRMÃ MORTE Há poucos dias a irmã morte bateu em uma porta vizinha a nossa e transferiu o nosso querido Antônio da Igreja terrena para a celeste, instalando-o na definitiva comunhão dos santos. Antônio da Neuza, casal da Equipe 1 de Manaus; como tal, já trazem a idéia e já conduzem em si a conotação de antiguidade, de pioneirismo, de inauguratório, o que de fato encarnavam. Iniciaram, sustentaram e alimentaram com a seiva do amor o Movimento por anos a fio. Eram o "consulado" das Equipes em Manaus. Por isso sofremos tanto. A rapidez do ocorrido não permitiu qualquer tipo de preparação para o desfecho, mas, como é dito em antigo cântico da Igreja, "a fé veio por supl ementa" a completar o que a inteligência não ousa penetrar. As lições aconteceram de imediato com aula prática a centenas de pessoas que se fizeram presentes. Neuza estampava no rosto a paisagem do desgosto, mas mantinha a serenidade só possível como resultado de uma fé que tenha raízes profundíssimas. Ao final da missa de corpo presente ela agradeceu de público à Deus por lhe ter presenteado o Antônio ao longo dos 38 anos que conviveram e pelos frutos que juntos colheram. Disse que sempre caminharam como casal; agora, por estar só, iria aguardar novas or-
dens do Pai para saber que direção tomar. Vinte e quatro horas após um acidente doméstico quase incompreensível, Antônio foi semeado para dar frutos na vida eterna. Na missa de sétimo dia novas lições de fé. Lucimeire do Gil, filha e igualmente equipista, fez a homilia e com um sorriso nos lábios nos apresentou o resumo do evangelho segundo Antônio; falou-nos de como ele fizera chegar a Boa Nova do Reino a tanta gente. Neuza de novo deu um sábio conselho final a todos os casais: "gente, a separação é muito dolorosa; no dia do acidente nós rezamos juntos no café e rezamos juntos no almoço, mas no jantar ele não estava mais comigo; não percam tempo de paz e de amor brigando por qualquer tolice; aproveitem ao máximo a companhia um do outro". Lembramo-nos de uma frase de S. Domingos quando moribundo, citada no Catecismo da Igreja. Certamente Antônio está a dizer o mesmo: "Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida". No céu mais um está a interceder por nós. Júlio da Auxilium Equipe2 Manaus/AM
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é também Conselheiro Espiritual de Equipes de Nossa Senhora. Como bom Carmelita desperta a admiração de todos por sua atuação como pastor e por sua vida de intensa oração e dedicação ao Evangelho.
A HORA DE DEUS (Meditações sobre a Fé)- Frei Geraldo de Araujo Lima- Editora Vozes, 94 pg. A fé deveria ser graça para quem crê e para quem não crê. Os que crêem deveriam todos os dias levantar os braços aos céus para agradecer esse dom imerecido e pedir que Deus lhes aumente a fé. Os que não crêem mas desejariam receber tal graça deveriam humildemente postar-se de joelhos diante da escuridão dolorosa de sua não-fé e bater na porta da misericórdia divina com toda a confiança e insistência, ficando na expectativa do milagre da irrupção divina da fé. O Autor: Frei Geraldo pertence à Ordem dos Carmelitas e exerce o sacerdócio há três décadas. Vem atuando há muitos anos na Paróquia de N.S. da Piedade em Jaboatão dos Guararapes Pernambuco e 24- CM Junho/94
EM PRIMEIRO LUGAR (Meditações sobre o amor) - Frei Geraldo de Araujo Lima- Editora Vozes, 99 pg. Vivemos numa época de crescente desafio para a comunicação da fé cristã. Em boa hora Frei Geraldo de Araujo Lima, O. Carm., vem nos brindar com uma série de incisivas e importantes reflexões nas quais se torna palpável que a espiritualidade pode ser interpretada e transmitida com sabedoria, segurança e simplicidade, mesmo em meio às sombras que pesam sobre a sociedade.
UMA NOVA SUPER-REGIÃO A coordenação "hispano-americana" transformou-se em "Super-Região hispano-americana". Esta transformação foi confirmada no transcurso de uma reunião (muito rica) que aconteceu em Bogotá, na Colômbia, nos dias 15 e 16 de janeiro de 1994. Estavam presentes neste encontro todos os membros da equipe de Coordenação, os responsáveis das duas regiões da Colômbia, Porto Rico, Argentina e México. Presentes também
Cidinha e lgar Fehr, membros da Equipe Responsável Internacional (E. R. I.). A nova Super-Região é composta das seguintes regiões: c Andina 1 - Colômbia-Sul, Equador e Peru c Andina 2 - Colômbia-Norte c Austral - Argentina e Chile c Caraibas - Porto Rico e República Dominicana c Mesoamérica - México e Guatemala
.-~ ILHAS MAURÍCIO 4()!!
Aniversário no coração do Oceano Índico
Em 4 de dezembro passado, as E.N.S. das Ilhas Maurício festejaram seus 40 anos, durante uma celebração de Ação de Graças, presidida pelo Cardeal Margéot, que as acompanha e lhes dá caloroso apoio desde sua fundação. Testemunhos comoventes e fortes, de equipistas de todas as idades, foram dados durante a celebração, alguns reportados num livro como lembrança do evento. Esse acon-
tecimento foi abundantemente comentado pela imprensa católica e deu ocasião para uma entrevista com os responsáveis do Movimento em cadeia nacional. Nesse país, marcado por uma g rande diversificação de culturas e de religiões, os casais das E.N.S. são reconhecidos como elemento motor da pastoral a serviço do casal e da família.
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PROJETO .. EVANGELIZAR A SEXUALIDADE .. Como já noticiamos em nossa Carta Mensal, o trabalho da equipe para a compilação das sínteses regionais, e os testemunhos em diferentes línguas, já terminou . A E.R.I. (Equipe Responsável Internacional)
confiou ao PadreOiiviera difícil tarefa de fazer a síntese entre os diferentes paísesearedaçãofinaldodocumento seráapresentadapelasE.N.S. no Encontro Internacional de Fátima, em julho de 1994. CM Junho/94 - 25
NOVAS EQUIPES • Teresópolis/RJ • Equipe 06 - N.S. do Perpétuo Socorro (fruto da Ex. Co.) CE. Pe . Vicente de Paula e Silva CP. Lourdes e Mario (Eq. 1) • Santarém/PA • Equipe N.S. Aparecida CE. Frei Mauro CP. Olga e Gilberto (Eq. 1) • Equipe N.S. do Perpétuo Socorro CE. Irmã Estefânia CP . Rose e Celso (Eq . 03)
EXPANSÃO • Acompanhando o CRR Rio 11 (Mirian/Galvão) vários casais da Coordenação das ENS de Teresópolis estiveram em Nova
Friburgo/RJ num proveitoso encontro com Padre Paulo, vigário da Paróquia de São Bento Abade que como ex-CE de equipes de Juiz de Fora/MG, deseja reativar o Movimento naquela cidade serrana fluminense através de grupos de Experiência Comunitária .
VOLTA AO PAI • Antonio de Souza Martins, de Manaus/AMem 24.03.94
NOVO BOLETIM • Lançado o MENSAGEM, novo boletim regiona l das ENS, região Rio Grande do Sul , cujo 12 exemplar recebemos e agradecemos .
Peregrinação da Família, no Estádio do Pacaembu, São Paulo 26 - CM Junho/94
SOMOS ATLETAS? ... Jesus não me tem deixado muito em paz ultimamente!... ele me tem dado a meditar uns trechos muito fortes da Sua Palavra, e os "chacoalhões" são tantos, que achei bom repartí-los com os irmãos! Começou com estudo que faço diariamente da Palavra. Estou lendo a primeira carta de São Paulo aos Coríntios, e "o capítulo 9 veio a primeira grande chamada de atenção. Diz lá, nos versículos 25 a 27: "Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem por uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível. Assim eu corro mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído, depois de eu ter pregado aos outros". Fiquei então pensando no atleta. Um atleta olímpico, por exemplo. Que vida sacrificada ele tem! Seu horário de dormir é controlado, sua diversão é controlada, seu treino é super intensivo, sua estratégia é estudada, e seu ser é todo canalizado para conseguir a medalha de ouro olímpica. Mas, e nós? Para conseguir o grande, o imenso prêmio de viver a vida eterna em Deus, começando já aqui, não achamos tempo para rezar, achamos exa-
gero ler diariamente a Palavra, ou comungar diariamente, achamos fanáticos os que vivem sua fé na vida dita "civil", não nos dedicamos ao estudo e aprofundamento de nossa fé, achamos que estão querendo demais se marcam alguma reunião extra, queixamos quando nossas reuniões ultrapassam o horário, não conseguimos deixar nossa casa e nossos filhos para um fim de semana de Retiro, etc, etc, etc. Que atletas somos? Que prêmio alcançaremos com "tanto" esforço? É certo que, no caso olímpico, o prêmio é concreto, e muito mais próximo na dimensão do tempo, o que não acontece conosco, pois nosso prêmio, embora incorruptível, é algo que se espera na fé. Mas será então que o que nos falta é maior convicção para lutar por aquilo que acreditamos? ... Fiquei martelando nessa questão, até que, no dia seguinte, a leitura na liturgia da Missa era Lucas 12,35-38. E qual a mensagem? Vigiai, estai preparados! E, de novo, a caraminhola na cabeça: esse "estar preparados" requer a disciplina, a convicção e garra do atleta. O atleta tem que estar preparado para o dia da competição; por isso se impõe a si tantas provações, tantos esforços. Nos tamCM Junho/94 - 29
bém temos que estar preparados; mas às vezes penso que estamos tão molengas nesse nosso preparo!... Pensamos que nosso "patrão" (como na leitura de Lucas) vai demorar a chegar, por isso, bebemos e gozamos, "empurramos as coisas com a barriga", sem nos preocuparmos com sua vinda. Parece que nunca vai acontecer conosco, o dia da premiação final nos parece tão longe, que nos acomodamos muitas vezes numa mediocridade de vida cristã, de aquipistas (credo!!!) . Como se não bastasse isso tudo, naqueles dias li um outro versículo "chacoalhento", lendo um trecho aberto ao acaso (acaso, hem?!): "Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado". (Hb 12,4) .
Nosso treino, nosso preparo, deve ser muito mais intenso e firme, decidido e forte, do que aqueles do Silvester Stallone nos seus filmes do Rocky! Nossa luta deve ser constante, resistindo até ao sangue se for preciso! Não podemos perder tempo! Não podemos aceitar a mediocridade! Não podemos ser mornos (e isso me lembra o lema/93). Somos chamados, já como cristãos batizados, mas ainda mais como equi pistas, a sermos atletas; atletas de Cristo! Atletas decididos e fortes! Atletas de fé, de esperança e de Amor! Atletas que irão receber a Coroa incorruptível porque souberam priorizar na sua vida as coisas do Reino de Deus! Senhor, que assim seja! Amém!
Ai então que senti mais ainda que o negócio é sério mesmo!
M. Teresa (do Valdison) Equipe 12 São José dos Campos-SP
HUMILDADE No livro "La gioia di darsi agli altri" Madre Tereza de Calcutá, dirigindo-se às freiras de sua congregação, lhes dá algumas pistas para se alcançar a verdadeira humildade: -Falar o menos possível de si mesmo. -Ocupar-se do próprio trabalho. - Evitar a curiosidade. - Não se intrometer nos trabalhos dos outros. -Aceitar a contradição com bom humor. - Não se regozijar com os defeitos do outro. - Aceitar a reprovação, mesmo quando imerecida. 30- CM Junho/94
- Ceder
à vontade do outro.
- Aceitar os insultos, as injúrias. - Aceitar ver-se preterido, esquecido , desprezado. -Ser cortez e delicado até com os que o provocam. - Não procurar ser admirado, amado. -Não se entrincheirar atrás da própria dignidade. - Ceder na discussão, mesmo quando se está com a razão. - Escolher para si, o mais difícil. Estas pistas são verdadeiras preciosidades para a vida interior. Que tal nos inspirar-nos nelas para escolhermos a nossa "Regra de Vida"? Maria Célia e João EquipeB 8 São Paulo/SP
PARA REZAR EM FAMÍLIA Ó Jesus, ajoelhados a vossos pés, renovamos alegremente a consagração da nossa família ao vosso divino Coração. Sede, hoje e sempre, o guia, chefe e protetor do nosso lar, rei e centro dos nossos corações. Abençoai nossa família, nossa casa, nossos vizinhos, parentes e amigos. Os mais próximos de nós e os desconhecidos também. Ajudai-nos a cumprir fielmente os nossos deveres. Partilhai das nossas alegrias e angústias, das nossas esperanças e dúvidas, do nosso trabalho, do nosso lazer. Dai-nos força, Senhor, para carregarmos a nossa cruz de cada dia, num ofertório de fé e generosidade, no altar da nossa vivência cristã. Que a justiça, a fraternidade, o perdão e a misericórdia estejam presentes em nossas comunidades. Queremos ser instrumentos de paz e de vida. De vida nova. De vida em plenitude. De solidariedade e libertação. Que o nosso amor ao vosso Coração sagrado compense, de alguma maneira, a frieza, a indiferença, a ingratidão, os ultrajes e o desamor daqueles que não vos conhecem, desprezam e rejeitam. Sagrado Coração de Jesus, temos confiança em vós. Confiança profunda, ilimitada. No tempo, a caminho da eternidade. Amém.
Glória e José Equipe 12 Marília/SP
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O BOM SAMARITANO "Viajando do norte para o sul, uma família foi assaltada em seus direitos básicos. Algumas "gangs" do consumismo despojaram-na de seus valores permanentes (gratuidade - perdão - acolhida). Sofreu bastante essa família, recuperouse mas logo mais abaixo encontra outros salteadores que levaram a sua privacidade e seus limites morais, roubando-lhe a tranqüilidade da duração estável do matrimônio. Esses salteadores eram os Meios de Comunicação Social. Mas ainda esta família, encontrando suporte uns nos outros, isto é os seus membros se apoiaram e se ajudaram, podendo assim continuar a viagem. Caminharam um pouco mais, e um assaltante chamado egoísmo, roubou-lhe a capacidade de partilhar, preocuparse com os outros, deixando-lhe a descrença, o descrédito e o desrespeito pelo próximo. Mais uma vez esta família estava caída, quando Jesus se aproximou e olhandoa, percebeu suas feridas, fez os curativos de primeiros socorros, colocou-os em suas costas, como o "Bom Pastor" e levou-a a uma hospedaria, que tinha bons médicos para curar suas feridas.
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Na hospedaria tinham Clínicas especializadas para tratamento curativo, preventivo e transformador. Nessas clínicas tinham indicações - ECC - ENS - MOV. FAMILIAR CRISTÃO- SCHÓENSTADT, que por sua vez tinham comunicação com um grande saguão denominado Pastoral Familiar. Lá na hospedaria a família foi tratada, foi recuperada e capacitada para transformar a sociedade". Achei essa comparação muito interessante, feita pelo Sr. Arcebispo de Londrina O. Albano, por ocasião de sua visita à Sessão de Formação Nível li nos dias 08-091O de abril deste ano. Isso me levou a refletir na importante missão que temos em ser verdadeiros "Bons Pastores" para recolher e socorrer a famílias que precisam ser tratadas e curadas, devolvendo-lhes sua dignidade. A "Nossa Igreja" tem investido muito nisso. Como Igreja somos convocados a essa missão, a qual alicerçados em valores evangélicos levará os nossos irmãos à uma melhor condição de vida. Abraços e Orações Pe. Mário José - EC/R
MEDITANDO EM EQUIPE TEXTO DE MEDITAÇÃO: Evang. de São Mateus, cap. 16, vers. 13-19 Para Refletir: 1) Jesus, querendo testar a fé de seus discípulos e ao mesmo tempo saber qual era a idéia que se faziam dele, lhes faz duas perguntas provocadoras. Vários respondem a primeira, mas só Pedro responde a segunda, em nome de todos. 2) Os discípulos tinham percebido que era alguém excepcional. Responde conforme as crenças populares da época. Pedro manifesta que percebeu algo mais. 3) Resposta de Jesus: Pedro terá um papel muito especial dentro do primeiro colégio apostólico. Qual? 4) A função do Papa sucessor de Pedro na Igreja Católica? Sua infalibilidade pessoal, expressão da infalibilidade da própria Igreja? Quais são os diversos graus do "magistério"? ORAÇÃO LITÚRGICA: (da festa de S. Pedro e S. Paulo) Roguemos confiantes a Cristo, que edificou sua Igreja sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas: - Socorre! vosso povo, Senhor!
Chamastes o pescador Simão a ser pescador de homens; não deixeis de eleger operários para que se salve a multidão dos povos; - Socorrei vosso povo, Senhor!
Acalmastes a tempestade do mar, para que não se afundasse o barco dos discípulos. Defendei a vossa igreja de toda perturbação, e fortalecei o Santo Padre. - Socorre! vosso povo, Senhor!
Depois da ressurreição, reunistes ao redor de Pedro vosso rebanho disperso; bom Pastor, congregai todo o vosso povo em um só aprisco; - Socorre! vosso povo, Senhor!
Entregastes a vossa Igreja as chaves do Reino dos Céus; abri as portas do céu àqueles que em vida se entregaram à vossa misericórdia. - Socorrei vosso povo, Senhor!
Oração: Ó Deus dai à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos dos Apóstolos que nos deram as primícias da fé . Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.