ENS - Carta Mensal 309- Maio 1995

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IIJ Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

ENS-45Anos no Brasil Nova Imagem do Casal Mês de Maria Dia das Mães Novo Conselheiro Espiritual Internacional

Ano XXXV

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Nº 309

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Maio/95


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EQUIPES DE NossA SENHORA

CARTA MENSAL Nº 309

MAto/1995

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INDICE

Editorial Carta do Pe. Sárrias .... ........ .... ... .... 1 Carta da ERI . . .. .. . .. . .. . .. .. . . .. .. .. . . ... .. .. 3 A ECI R Conversa com Vocês ..... .... 5 Mês de Maria............................ .... 6 Prioridades. .. ... ............................ .. 8 Orientação de Vida..................... 1 O Formação.......... ... .. ... .......... .... .... 12 Pastoral Familiar ......... ..... ........... 17 Especial 45 Anos ... ..................... 20 Eacre's 95 ................................... 35 Notícias e Informações ............. .. 41 Nossa Biblioteca ............. ..... ....... 42 Reflexão ................ ... .. ................. 43 Atualidade ................ ... .... ........... 44 Oração ........................................ 46 Última Página .................... ......... 48

Carta Mensal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora. Edição: Equipe da Carta Mensal. Fone: (011) 604-8833. M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis) Maria Célia e João Laurentys Nilza e Maurício Oliveira Blanche e Lauro F. Mendonça Maria do Carmo e José Maria Whitaker Pe. Flávio Cavalca de Couto, CSSR ( Cons. Espiritual) Jornalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835). Diagramação e Ilustrações: Maria Alice e lvahy Barcellos Composição e Fotolitos: Newswork Rua Venâncio Ayres, 931. São Paulo. Fone: (011) 263-6433. Impressão e Acabamento: Edições Loyola. Rua 1822, 347. Fone: (011) 914-1922. Tiragem desta edição: 8.200 exemplares.


Editorial CARTA DO PE. SÁRRIAS ÀS EQUIPES DO MUNDO INTEIRO Caros amigos,

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amais havia pensado que um dia haveria de lhes escrever uma carta como Conselheiro Espiritual da Equipe Responsável Internacional das Equipes de Nossa Senhora. Mas a vida, guiada ao modo misterioso pela Providência, nos faz muitas surpresas as quais não esperamos ... E eis-me hoje dirigindo-me a tantos casais das equipes do mundo inteiro para simplesmente me apresentar e para dizer-lhes o quanto me sinto honrado em poder oferecer-lhes meu trabalho como padre, desejoso de colaborar numa missão tão importante como esta de ser testemunha do Evangelho no mundo moderno, auxiliando os casais a se amarem como o amor de Cristo. Minha experiência nas Equipes de Nossa Senhora sempre me faz pensar que é Deus que se encontra na origem da sua inspiração. Acompanhando os casais das Equipes de Nossa Senhora em todos os níveis, nós sacerdotes podemos conhecerlhes a vida, suas necessidades, suas aspirações e suas dificuldades, possibilitando-nos estabelecer um diálogo muito fecundo e necessário entre o ensinamento da Igreja e as realidades concretas. A inspiração inicial das Equipes de Nossa Senhora deve estar sempre presente, o que supõe a existência de um dinamismo crescente, impulsionando-as a ser neste mundo uma semente de santificação. Num mundo que - mesmo sem o saber- tem profunda necessidade de Deus, os casais equipistas devem estar conscientes do valor de sua presença em todos os lugares por onde passarem. E os padres serão sempre os homens do conselho, capazes de ajudá-los a redescobrir, a cada dia, o verdadeiro pensamento da Igreja, iluminada pelo Evangelho. Dirigindo-me pela primeira vez aos casais das Equipes de Nossa Senhora, sinto a responsabilidade de meu trabalho, mas estou seguro de que o sacramento do matrimônio de vocês será, sem dúvida alguma, o que vai me dar força para viver mais conscientemente o sacramento do meu sacerdócio. É na união dos dois sacramentos que se acham realizados os planos de Deus: pelo matrimônio a imagem e semelhança de Deus tornam-se realidade na união dos esposos. "Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus Ele o criou, homem e mulher Ele os criou". E pelo sacerdócio, Cristo se fez presente na História- "sacerdos alter Christus" . O Bem, a todos,

Cristóbal Sárrias, s.j. M

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(continuação)

Temos a grande alegria de lhes apresentar o novo Conselheiro Espiritual da Equipe Responsável Internacional (E.R.I.), que sucede o Pe. Olivier. No começo de fevereiro recebemos a confirmação do Pe. Sárrias e de seu Superior Provincial. Imediatamente transmitimos essa informação aos responsáveis do Movimento nos diversos países e ao Cardeal E. Pironio presidente do Conselho Pontificai para os Leigos, em Roma -pedindo que sua nomeação seja confirmada pela Santa-Sé, em conformidade com os Estatutos Canônicos das Equipes de Nossa Senhora.

APRESENTAÇÃO DO PE. CRISTÓBAL SÁRRIAS, S.J. jesuíta espanhol, de Barcelona. É o segundo entre 14 irmãos e irmãs. Pe. Cristóbal Sárrias fez seus estudos de filosofia em Barcelona; de teologia em Louvain e de filosofia francesa em Madri, Paris, e nos Estados Unidos. Diretor do Colégio dos jesuítas de Valencia (Espanha) durante 10 anos. Diretor do Centro Universitário de Valencia de 1961 a 1975. Membro da "Casa dos escritores jesuítas" de Madri, foi diretor da revista literária Resefia; colaborador habitual das revistas Razón y Fé, Vida Nueva, Pueblos de/ tercer mundo, Família Cristiana, Mensajero e Catequética além do programa espanhol da Rádio Vaticana. Recentemente publicou: "Dias y Jesus Cristo em la Literatura Contemporanea" (1994) e "Nueva Era: Nueva Religion?" (1993). 2-

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Diretor Responsável da revista "jesuítas" do Secretariado e da revista "lnforchina" (informação sobre a situação sócio-políticoreligiosa da China). Secretário e membro do Conselho do Padre Provincial dos jesuítas da Espanha (19821992). Conselheiro nacional dos antigos alunos dos jesuítas da Espanha. Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora desde 1961, em Valencia, Madri e Barcelona. Diversas vezes foi conselheiro de setor e por duas vezes conselheiro regional. Participou de muitas sessões internacionais de formação do Movimento (Paris, Bievres, Trascatti) e de encontros internacionais (Paris, Lourdes, Roma).

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Carta da E.R.I

ANo 2000:

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GRANDE JUBILEU

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Papa João Paulo li, na sua última carta apostólica Tertio Millenio adveniente, conclamando os cristãos a se prepararem para a celebração do grande jubileu do ano 2000, nos exorta a abrir nossos corações à inspiração do Espírito. O ano de 1998 será consagrado especialmente ao Espírito Santo e à sua presença santificadora no interior da comunidade dos discípulos de Cristo. O Espírito é, nos nossos dias, o principal agente da nova evangelização. Maria ... que soube conduzir toda a sua vida pela ação interior do MAI0-95

palmente como a mulher fiel à voz do Espírito; e no ano seguinte sua maternidade será reconhecida por todos os filhos de Deus como um convite afetuoso e insistente a voltar à casa do Pai, escutando sua voz maternal: -"Faze i tudo o que Ele vos disser." O objetivo prioriEspírito, será contem- tário do jubileu, tal como plada e imitada- ao lon- foi mencionado pelo Pago desse ano - princi- pa na sua carta apostólica (nr. 42) é o auxílio da fé e do testemunho dos cristãos; "suscitar no //suscitar no meio de todos os fiéis meio de u~a real aspiração à santidade, um forte detodos os sejo de conversão e de fiéis uma renovação pessoal, num clima de oração sempre real mais intenso e de solidaaspiração riedade no acolhimento à santidade/ do próximo, particularmente dos mais desproum forte vidos." desejo de O que nos encanconversão e tou e nos alegrou sobremaneira nessa carde ta apostólica do Papa renovação João Paulo II é que seu conteúdo veio confirpessoal" mar - enriquecendo-a CARTA

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e lhe dando uma significação salvadora mais vasta- a maravilhosa intuição da Carta de Fátima, endereçada a todos os casais e conselheiros espirituais do mundo inteiro, por ocasião do Oitavo Encontro Internacional, cujos ecos ainda ressoam nos nossos corações. Essa harmonia perfeita entre o nosso Movimento e a Igreja Católica deve ser interpretada como a ação do Espírito Santo renovando incessantemente sua Igreja, através daqueles que abrem seus corações para ouvir seus apelos. De fato, na Carta de Fátima somos convidados às Bodas de Caná, seja como casais saboreando nossa felicidade, seja como servidores, ajudando Cristo a fazer milagres, junto a tantos casais aos quais falta o vinho da alegria proveniente do amor único, fiel e fecundo. E no aprofundamento da orientação proposta para o nosso Movimento até o ano 2000, encontramos todo um programa que apresenta um grande paralelismo com o que foi proposto pelo Papa, para a celebração do grande jubileu do ano 2000. Sentimo-nos deveras felizes vendo assim con-

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De fato, na Carta de Fátima somos convidados às Bodas de Caná, seja como casais saboreando nossa felicidade, seja como servidores, ajudando Cristo a fazer milagres, junto a tantos casais aos quais falta o vinho da alegria proveniente do amor único, fiel e fecundo. firmadas as intuições do nosso Movimento! Isso nos dá uma força enorme e um entusiasmo imenso, mas também uma responsabilidade apostólica muito grande. Nessa responsabilidade apostólica, na qual concerne nossa própria renovação e a do nosso Movimento, dentro da sua pedagogia, gostaríamos de testemunhar o enriquecimento que é para nós e para a nossa equipe o aprofundamento da coparticipação: esperamos que vivendo-a mais plenamente, com mais confiança mística e mais abertura chegaremos a uma verdadeira entre-aju-

da para atingir maior coerência entre a nossa fé e a nossa vida. Na verdade, somente fazendo na nossa vida aquilo que Ele nos diz é que estaremos trilhando o verdadeiro caminho rumo à casa do Pai e poderemos servir de guia para tantos outros, que, mesmo sem sabê-lo, procuram o Reino de Deus. Não sejamos como os cegos do Evangelho que conduzem outros cegos ... Ao contrário, sejamos a luz que brota da fé em Jesus Cristo.

Alberto e Maria Almira Ramalheira E.R.l. MAI0-95


A EC/R conversa com vocês ENCONTRO DO COLEGIADO NACIONAL

Prezados irmãos Equipistas

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omo é sabido, o Colegiado Nacional das ENS que congrega todos os Responsáveis de Região, mais os membros da ECIR, se reúne duas vezes ao ano, uma vez em cada semestre, normalmente em maio e setembro. O Encontro, realizado durante um fim de semana oferece aos participantes oportunidade para formação espiritual e catequética, a cargo do Padre ção, com verdadeiro intercâmbio de Mario, Conselheiro Espiritual da ECIR experiências entre os Casais Regioe, além disso, para troca de idéias e a nais que tem comprovado a manutentomada de posição relativa à caminha- ção da unidade do Movimento, não da e ao desenvolvimento das Equipes obstante a pluralidade dos aspectos de Nossa Senhora em todo o Brasil, vi- que caracterizam as diferentes regiões sando ao planejamento de atividades do Brasil. futuras. Neste mês de maio, nos dias 20 e Sem a separação rigorosa desses 21 , o Colegiado estará realizando sua objetivos, no primeiro semestre, dá- primeira reunião de 1995, em São se ênfase à formação e, no segundo, Paulo, SP. Na oportunidade, far-se-ão ao planejamento. as primeiras análises dos EACRES, A liturgia dos Encontros é cuida- reforçando-se os aspectos positivos, dosamente preparada, o que propor- e ponderando, de maneira construticiona um clima de grande espirituali- va, os aspectos negativos, a partir das dade, em especial quanto aos cânticos, impressões e críticas colhidas junto conduzidos por Silvia e Chico, os co- aos Casais Responsáveis de Equipe e nhecidos maestros da ECIR. Conselheiros Espirituais. Os casais estudam, trabalham, rePor outro lado, a par dos estudos zam, confraternizam-se, se emocio- de temas atuais e relevantes para sua nam. Reina sempre a amizade, a con- formação, os participantes deverão fiança, o companheirismo e a frater- aprofundar as reflexões sobre a orinidade. Os assuntos apresentados nas entação de vida Convidados às Bopalestras e painéis são debatidos em das de Caná, tendo como pano de grupos de assimilação e co-participa- fundo os 3 versículos que compõem o MAI0-95

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Os casais estudam/ trabalham/ rezam/ confraternizam-se/ se emocionam. Reina sempre a amizade/ a confiança/ o companheirismo e a fraternidade. lema de 1995: Eles não têm mais vinho, Fazei tudo o que Ele vos disser, Enchei de água as talhas. Reforçando os pontos desenvolvidos nos diversos EACREs/1995, certamente os casais do Colegiado deverão insistir na exortação dos Equipistas a:

• ser sinal de amor transformador do mundo • assumir plenamente a coerência entre fé e vida • ser Igreja • ir ao encontro dos irmãos (protagonismo das ENS) • defender os valores essenciais do casamento e da família. O Colegiado pede a todos suas orações para que o Espírito Santo o ilumine e ajude a discernir o que é importante e essencial para a transformação do mundo em algo semelhante ao Reino de Deus que nos foi prometido para partilha na Glória Eterna. Recebam o nosso abraço fraterno. ]unia e Mauro EC/R 6-

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Mês de Maria MARIA, FIGURA DA IGREJA Pastor Jean de Saussure (do livro coletivo "Diálogue sur la Vierge")

a Virgem amamos a figura da Igreja, que nos deste por mãe, e da qual queres que todos sejamos filhos. Ela dá a Igreja um rosto, para o qual podemos orientar nossa ternura. Ela a personifica aos nossos olhos, condensando suas características essenciais em suas próprias feições, ás quais se devem assemelhar todos os que são teus. Como tua Igreja, Maria não era nada por si mesma, mas foi santa pela tua presença nela e em toda a sua vida. Como tua Igreja, onde quer que estivesses ela estava contigo, desde a manjedoura até a cruz. Nem os magos a puderam distrair da primeira, nem os soldados a puderam afastar da segunda. Sim, mesmo quando estavam à distância todos os que te conheceram, ela estava perto de tua cruz. Como tua Igreja, ela nada podia por si mesma, e tudo quanto fez ela o fez unicamente por sua submissão à tua graça; seu único papel foi o de pronunciar o Amém à glória de Deus; sim, foi ela que entoou o Amém! Vem, Senhor Jesus, que o Espírito e a Igreja hão de modular até o fim dos séculos: Eis a Serva do Senhor; faça-se a tua vontade . Esse Amém, mesmo ele porém, foi um dom de tua graça, uma graça a mais que lhe fizeste, pois é por ti que o pronunciamos ... Cumulada de graças, Maria foi modelo exatamente na medida que renunciou a acrescentar algo de seu a

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essas graças, aceitando devolvê-las a ti segundo a tua vontade de introduzíla na pobreza perfeita da Igreja e da alma cristã. Faz, pois, que nela encontremos, ó Cristo, não a distribuidora mas a receptora exemplar de tuas graças, sempre disposta a acolhê-las seja qual for o risco, ou a colocá-las em tuas mãos, por mais duro que seja. Inspiradora de nossa atitude cristã, personificação da Igreja, nossa mãe, não deveria ela figurar em todos os seus santuários não voltada para nós, como se fosse uma divindade, mas voltada para ti, voltada juntamente conosco para o penhor de tua presença sobre a mesa santa, com seu exemplo levando-nos pela mão a ti, em companhia dos patriarcas, dos profetas, dos apóstolos, dos santos e da grande nuvem de testemunhas de todos os tempos, reunidos sobre os muros e sobre os vitrais de nossos templos para envolver nosso culto com sua piedade? Assim, como estava junto de tua cruz, ela continuaria junto de teu corMAro-95

po partido por nós, e de teu sangue derramado pelaremissão de nossos pecados, imagem da Igreja fiel que jamais se separa de ti, mesmo quando essa proximidade a expõe a teus perseguidores. Ela mostraria aos olhos de todos nós que, com todos nós, ela subsiste unicamente pela comunhão a teu sacrifício eterno. Mostrandonos em ti a fonte única de sua vida e da nossa ela, que segundo a natureza foi mãe gloriosa de seu Criador, há de se confessar humildemente, pela fé , filha de seu Filho. Então, nós que viemos ao mundo da graça depois dela, podemos considerá-la carinhosamente como nossa irmã mais velha, descobrir que somos da mesma linhagem e da mesma fibra, sentindo-nos muito próximos dela.

Como tua Igreja/

onde quer que estivesses ela estava contigo/ desde a manjedoura até a cruz. Nem os magos a puderam distrair da primeira/ nem os soldados a puderam afastar da segunda. CARTA

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Prioridades FORMAÇÃO: APRENDER A APRENDER D

esta vez não qui semos ir ao Dicionário para buscar o significado da palavra Formação. Lembramos a sabedoria de um querido C.E. das equipes na cidade de Campinas SP, o Pe. João Bosco, que com simplicidade nos dizia: FORMAÇÃO SIGNIFICA APRENDER A APRENDER. Aprender a aprender! Não sabemos o porquê mas, a verdade é que temos dificuldades ou preguiça para aprender. Não somos treinados a aprender. Chega-se com aiguma bagagem à idade adulta e já basta! Daí pra frente levantamos nossas barreiras, nossos preconceitos, nossa indisposição em rever atitudes, nosso meqo de mudar pontos de vista, etc. Resultado: deixamos de nos formar, deixamos de aprender, e nos atrofiamos. Perdemos a capacidade de tomar consciência daquilo que recebemos, e que deveríamos passar à frente, remetendo-o aos outros. Formar-se é tomar-se mais completo, mais apto, mais habilitado, principalmente se isto decorrer da vivência de valores do Reino de Deus, os quais incumbe propagar. E este aprendizado e esta vivência se dá ba8 · CARTA MENSAL

sicamente na vida de comunidade que o nosso Movimento nos permite experimentar. Com efeito, o processo de formação é como uma rua de mão dupla: vai e vem. Nos deixamos formar e ao mesmo te,mpo somos formadores. E um processo de troca: damos e recebemos, transformamos e somos transformados, aprendemos e ensina-

Formar-se é tornar-se mats completo, mais apto, mats habilitado mos, corrigimos e somos corrigidos, criamos e somos criados. Podemos perguntar: Por que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil, insiste em fixar a Formação como uma Prioridade de Sua Atuação. A resposta pode muito bem vir da própria exigência do momento histórico em que vivemos, onde todo o Movimento, inclusive em nível internacional, procura

abrir o carisma para um terceiro aspecto, qual seja o da sua Missionariade. Mas, alguém poderia nos questionar: O que tem a ver a missão do Movimento com a prioridade Formação? Pois bem, o problema é que jamais será possível a transfonnação das realidades negativas enraizadas na cultura do casamento e da família- nossa missão específica- se tal esforço de transfonnação não estiver fundamentado numa fonnação sólida, que leve à plenacapacitação da pessoa, fazendo-a entender e perceber seus dons, a encontrar-se no mais profundo de sua vocação, e a descobrir que é capaz de fazer a transferência de suas potencialidades para colocálas em benefício dos outros. Esse processo de formação global é que pennite descobrir os valores essenciais que tomam o homem plenamente homem. Aprender a aprender. É aproveitar cada oportunidade que temos à mão, cada instrumento, cada momento. E se paramos para perguntar a cada equipista: quantas Cartas Mensais foram parar na gaveta, sem sequer merecer a leitura de um único artigo? Aprender a aprender: Quantos temas de estudo MAI0-95


o processo de formação é como uma rua de mão dupla: vai e vem. Nos deixamos formar e ao mesmo tempo somos formadores

foram realmente preparados, discutidos, refletidos? A prender a aprender: Em quantas reuniões mensais levei o melhor da minha vivência para partilhar e pôr em comum? Aprender a aprender: quantos Pontos Concretos de Esforço fizemos de nariz torcido, deveres de sentar-se que não passaram de brigas, partilhas de contabilistas. Aprender a aprender: quantos convites desperdiçados, quantas noites de oração, tardes de formação, reuniões mistas, etc, vazios, ausentes de você. Quando não se aprende a aprender, é como aquela história entitulada: isto não é comigo onde os protagonistas são quatro pessoas: todo mundo, alguém, ninguém e qualquer um. Havia algo importante a ser feito e todo mundo tinha certeza que alguém o faria. Qualquer um poderia tê-lo feito , mas nem mesmo ninguém o fez. Alguém zangou-se porque era um trabalho de todo mundo. Todo mundo pensou que qualquer um poderia fazê-lo, mas ninguém imaginou que todo mundo deixasse de fazê-lo. Ao final, todo mundo culpou alguém, quando MAI0-95

ninguém fez o que qualquer um poderia ter feito. Para que não se repitam histórias como estas, no momento em que se faz a grande convocação do Movimento para fazer acontecer a Festa das Bodas, resgatando a alegria do casamento e da farru1ia, distribuindo-se o vinho da felicidade e da realização a tantos lares desesperançados, é que mais uma vez se insiste na formação. A razão da formação é uma só: dar mais frutos, fazer acontecer o Reino de Deus, permear o mundo dos valores essenciais do Evangelho. Formar não é processo que visa exclusivamente o saber intelectual ou o conhecimento científico, mas é algo existencial, ou seja, o estar e o viver relacionandose com os homens, escutando e respondendo os apelos da sociedade, construindo um mundo novo, mais feliz, mais alegre, mais esperançoso, mais fraterno e humano. O casal cristão equipista que se deixa formar,

seguramente perceberá quanto é bom a sua conjugal idade, quanto é rico ter a graça de Deus em sua vida, e sem que se perceba, passará a desempenhar o seu papel, realizando sua vocação. O Movimento das ENS, com sua pedagogia, com sua mística, com seu método, oferece a todos a oportunidade de uma formação nos vários níveis: catequético, doutrinário, espiritual, pastora I. Finalizando, nos lembra o Papa João Paulo li, em sua Exortação Apostólica Christifideles Laici, n° 60, que no contexto da formação é particularmente significativo para a ação missionária e apostólica do fiel leigo, o crescimento, a formação no campo dos valores humanos. Ter em grande conta a competência profissional, o sentido de família, o sentido cívico, e as virtudes próprias da convivência social, como a honradez, o espírito de justiça, a sinceridade, a amabilidade, a fortaleza de ânimo. Enfim, aprender a aprender é deixar-se conduzir, é ser animado pelo Espírito Santo, que é Espírito de unidade e de plenitude de vida.

Silvia e Chico EC/R CARTA

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Orientação de Vida CONVIDADOS AS BODAS DE CANÁ

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A Presença da Mãe de Jesus no Casamento

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bom pensar em Maria, ainda tão jovem, caminhando pela região montanhosa, em d ireção à casa de sua prima Isabel. Tão jovem e desde já presente na vida das pessoas! É interessante pensar nela depois, como mulher, na sua vida cotidiana, com seus problemas de dona de casa, no seu relacionamento com o marido, nas suas preocupações com o filho pequeno, adolescente, jovem ... Ah! Aquele filho tão querido! No seus ouvi-

Nas Bodas de Caná/ Maria é a figura impressionante. Ela/ realmente/ estava lá. Observou/ compreendeu a necessidade/ mas não parou aí: tomou uma atitude. O milagre aconteceu porque Maria estava lá e interferiu. 10 ·

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dos ainda ressoavam as doces palavras do anjo Gabriel, no seu coração ela guardara para sempre o que lhe dissera Simeão, e embora os anos passassem normalmente, ela sabia, ela aguardava com esperança e um certo receio alguma coisa que desconhecia. A Bíblia nos conta o momento em que Maria MAI0-95


Sem dúvida, Deus colocou Jesus numa família especial, ao lado de uma mulher especial! Uma mulher que estava atenta, uma presença inteligente e ativa e não é difíci I chegar à conclusão que ela contribuiu, e muito, para aquele olhar cheio de compaixão que Jesus dirigiu às ''ovelhas sem pastor". se pôs a serviço de Isabel. Mas podemos imaginar que, durante todos os anos entre esse fato e as Bodas de Caná, ela teve muitas oportunidades de estar presente, atenciosa e amiga, na vida dos que a rodeavam. Acima de tudo, teve oportunidade de estar presente na vida de seu filho, colaborando como ninguém para que ele estivesse preparado para desempenhar sua missão. Sem dúvida, Deus colocou Jesus numa família especial, ao lado de uma mulher especial! Uma mulher que estava atenta, uma presença inteligente e ativa e não é difícil chegar à conclusão que ela contribuiu, e muito, para aquele olhar cheio de compaixão que Jesus dirigiu às ovelhas sem pastor. E essa família de Nazaré, formada no amor de Deus, é para nós, famíMAI0-95

lia cristã dos dias de hoje, um modelo e uma esperança. Ela nos convida a pensar na realidade de nossa vida, compará-la à vontade do Pai e a procurar um encontro em profundidade dentro do lar. Vivemos um tempo de consumismo e desrespeito aos verdadeiros valores mas podemos contar com a ajuda de Jesus, Maria e José e nos tornarmos um lugar de encontro e entendimento. Eles nos garantem que conscientes dos vinhos que nos faltam e sinceros na nossa decisão de sermos uma família realmente cristã, apesar de tudo, seremos capazes de repetir o milagre. E o nosso vinh,o será bom e trará alegrias para nossa casa e para os que estão ao nosso lado. Nas Bodas de Caná, Maria é a figura impressionante. Ela, realmente, estava lá. Observou, compreendeu a necessidade, mas não parou aí: tomou uma atitude. O milagre aconteceu porque Maria estava lá e interferiu. Tinha a preocupação com os outros, a fé e a coragem. E ela nos pede mais ... Maria sabe que nós, também, podemos viver essa dimensão na nossa vida do dia-a-dia. O mundo precisa de nossa presença, os que nos cercam precisam de nossa fé, os problemas e as dores da Igreja clamam por nossa interferência. Abertos ao Espírito, presentes na nossa realidade e no nosso tempo, transformados em Homens e Mulheres novos, poderemos também ser intermediários. Que não sejam nossa limitação e fragilidade pretextos para nos acomodarmos. A exemplo de Maria, nós também, na simplicidade de nossa vida cotidiana, podemos ser agentes eficazes e alegres na construção do Reino de Deus.

Wilma e Orlando EC/R CARTA

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Formação

NovA IMAGEM oo CASAL 1. Introdução uma resposta muito concreta dos casais equipistas, relacionada às exigências da situação, crises e dificuldades nesta área do casamento e da família.

Várias reflexões apresentadas no Encontro Internacional de Fátima chamam nossa atenção para a vocação e missão das ENS na Igreja e no mundo de hoje. A questão assim pode ser colocada: embora não sejam propostas ações concretas em nível de Movimento, os casais das ENS são naturalmente levados - pela formação, oração e conversão- a descobrirem paulatinamente as exigências do seu Ser Igreja e, conseqüentemente, a manifestarem seu desejo de se comprometerem com a construção do Reino de Deus onde

Álvaro e Mercedes assim se expressam em sua palestra em Fátima: ser o que somos, isto é, um Movimento de espiritualidade conjugal. A espiritualidade conjugal não é de um dos cônjuges apenas. Ao casarmos, precisamos ultrapassar o projeto

se sentem chamados. Mas, o Movimento das ENS, sem fugir do seu carisma principal, sempre teve uma missão específica na Igreja e no mundo, decorrente precisamente desta sua vocação e carisma. Seu carisma, que é a espiritualidade conjugal, o estar a serviço do amor conjugal, o estar a serviço da construção do ser casal, exige neste momento histórico

individual, renunciar cada um a si mesmo, e construir um projeto de vida comum, que chamamos de conjugalidade. E para atingir a espiritual idade conjugal, sugerem a vivência das propostas do Movimento, ou seja, o que foi apresentado em Fátima como orientação de vida e frases evangélicas que servirão de lema. Quais são os apelos que daí decorrem?

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2. Qual é a vocação do movimento hoje ?

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a) Sermos cada vez mais casal Esta é a nossa tarefa mais urgente: ser cada vez mais casal, casal plenamente humano e que vive em plenitude seu Sacramento. b) Sermos casais fecundos Este é nosso desafio: viver o amor gratuito e total, nas dimensões unitiva (de fidelidade conjugal) e procriativa (de transmissão da vida). c) Sermos casais responsáveis Esta é nossa missão fundamental: amar mais os nossos irmãos, principalmente os mais necessitados, mediante compromissos e engajamentos pastorais, profissionais e sociais, de modo a promover a justiça, a solidariedade, a paz, a defesa da vida, renovando assim todo o tecido de nossa sociedade. d) Sermos parábolas de comunhão Esta é a nossa manifestação enquanto Igreja: evangelizar os casais e as famílias, impregnando de valores evangélicos todos os corações e promovendo a comunhão entre todos. Segundo Álvaro e Mercedes, no atendimento a estes apelos a vocação e a missão das ENS encontra sua expressão mais exata na imagem das Bodas de Caná com a Igreja e com o Mundo.

3. O que é a nova imagem do casal? As linhas mestras de conduta cristã, propostas pelo Movimento no Brasil, são: Ser Igreja e Coerência Entre Fé e Vida. É a partir destas linhas que revelamos nossa vivência e postura cristã e equipista. Estas linhas também orientam a nova imagem do casal que queremos viver e testemunhar. A nova imagem do casal implica: a) Ser e viver como casal, isto é, desenMAI0-95

volver a conjugalidade, a pessoa conjugal. Nisto reside a construção do casal, possível quando tem um projeto de vida conjugal, um projeto que revitaliza o casal, um projeto que o torna sinal de amor transformador. Sendo sinal, tem condições de influir nas estruturas que debilitam o casamento e a família, transformando assim esta anticultura predominante; b) Construir um projeto do casal, um projeto de vida que valoriza e dá sentido ao estar junto (para que serve o casal depois que os filhos saem de casa? Por que os casais jovens se casam e logo se separam com tanta facilidade, ou nem sequer se casam?); c) Assumir novos modos de vida, novas posturas, sendo um novo sujeito. O novo ser casal é diferente, peculiar, porque se deixa iluminar pelo Evangelho de Jesus Cristo. Ser diferente é deixar impregnar o coração humano pelos princípios do Reino de Deus (amor, justiça, paz, solidariedade, fraternidade) e lutar pela implantação deste Reino no meio de nós; d) Educar para o amor e anunciar a alegria, a felicidade. É ser casal missionário que se engaja na comunidade, se faz presente no mundo, transforma a realidade; e) Construir o casamento comunhão, melhorando significativamente a qualidade de vida conjugal e familiar; f) Buscar o essencial no casamento e na família, valorizando a austeridade, a solidariedade, a fidelidade, a gratuidade, o sacrifício, o perdão, a renúncia; g) Transmitir uma mensagem positiva e agradável do casamento, da família, do mundo, sendo um exemplo vivo de casal feliz, que valoriza verdadeiramente o casamento e a família, que se santifica em conjunto; CARTA

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jugal? Sabemos orientar outros casais principalmente os casais jovens, n~ construção do seu projeto conjugal? É do projeto conjugal que depende verdadeiramente a nova imagem do casal e da família? 4. Quais os próximos passos ? Enfim, se concordamos que o casal é o fundamento da família, então o Muitos desafios se colocam neste nosso Movimento, que é de espirituapós-Fátima. Podemos enumerar allidade conjugal, precisa investir' todas guns p~ssos, mas todos os equipistas, as suas forças e capacidades nesta misem conJunto com os Conselheiros Essão. Não só na construção da pirituais, estão desafiados a usarem de conjugalidade dos casais equipistas, sua formação e criatividade para promas dos demais casais, principalmenP?rem não só reflexões, como, e printe daqueles que foram batizados e esCipalmente, caminhos concretos para tão fora da Igreja; daqueles que batiestes próximos cinco anos, quando zados, desejam continuar na Igreja, também teremos a virada do século. mas não concordam com suas orientaPrecisamos discernir em que direção ções; daqueles que se sentem estimudeve evoluir o nosso Movimento, afim lados a fazer experiências conjugais e de permanecer fiel à inspiração originão realizam em plenitude o desejo de nal, mas atualizado em relação aos des~r,ca~al; daqueles que vivem situações safios presentes. dificeJs fora da Igreja porque estão sea) Quais são os projetos que devemos parados, mas desejariam muito voltar desenvolver para aprofundar a nossa ao seu seio, à sua convivência; daquec_ompreensão sobre o 3° aspecto docales católicos que apenas estão casando nsma do Movimento, e como fazer no civil; e assim por diante. para que os equipistas vivam efetivaNisto consiste a missão: sermos mente sua vocação e missão? portadores da Boa Nova do casamenb) Qual é a cultura de casamento e de to e da família, pela vivência e testefamília que defendemos? É a cultura munho, e transformar a atual cultura do hoje em dia predominante? Como fazer casamento e da família. para que os princípios cristãos do casaSomos desafiados a preparar nosmento e da família impregnem as pessa própria família, as famílias de nossoas, o mundo? Como fazer para que sa comunidade e as demais famílias estes princípios se constituam numa Boa principalmente as que vivem em difi~ Nova do casamento e da família? Como culdades, para enfrentar a virada do fazer para que estes princípios orientem ano 2000. É nesta perspectiva de futua nova imagem do casal e da família? O ro próximo que devemos nos empenhar que fazer para transformar a cultura do para nos manter, como Movimento, e casamento e da família? em movimento, fiéis ao nosso carisma c) quais são as dimensões do projeto e vocação. conJugal sobre os quais precisamos ter mais clareza? Sabemos construir e imMariola e Elizeu Calsing plementar nosso próprio projeto conEC/R

h) Promover a defesa da vida, a cultura a vida; i) Orar intensamente, reconhecendo e revelando a presença de Deus no casal e na família.

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FREQUÊ CIA À MISSA

ou

CEIA QO SENHOR

comunidades cristãs localiadas nos grandes ce tros uranos estão retomando um antigo costume de u ar algum no (bater do sisinal externo, música, etc) para indimidaêle do hocar a proxírário da rníssa doEinical. É uma aneira de se expressar a onvocação eclesial e eucarística. Ouviqdo o barulho você se prepara, deslocando-se até ao lugar aproêriado. O que leva em seu coração? Quais os anseios1 Desejos? Temores? O importante é a sua adesão, sempre nova e livre (na fé) à .esta convocação. Í>ara muitos esta atitude não é tão precisa e clara. Entram num conflito entre o preceito jurídico, a tradição e a vontade. Na concepção moderna prevalece o desejo. E é o certo. É o desejo de festejar com os demais irmãos e irmãs a Páscoa semanal. É um desejo acima da obrigação e da rotina. E buscar os irmãos e irmãs com o coração e a aparência exteri r já em fest .

Domingo: Dia do Senhor, Festa da Comunidade Concilio Vaticano II np documen o sobre a Liturgia - Sacrosanctum Concilium- apresenta o;porque a Igreja celebra o domingo como dia de festa (SC 106). É a festa primordial porque é a primeira e a ll)ais antiga festa celebrada pela Igreja. É o MAro-95

A Eucaristia recria a Igreja/ portanto/ constitui o ápice do compromisso. dia de Cristo por excelência, é o dia da ressurreição. "Nosso domingo é

verdadeiramente o acontecimento da nova criação, a irrupção da vida do alto " , afirma S. Gregório N azianzeno. A Igreja santifica o domingo dia do Senhor - com a celebração do memorial do seu sacrifício: celebração da fração do pão (At 20,7); proclamação da Palavra de Deus (At 20, 11) e a diaconia da caridade (1 Cor 16,2). É o dia da identidade da comunidade cristã. Ausentar-se, injustific adamente, diminui a festa e a comunhão fraterna, enfraquecendo a força de testemunho da celebração da Páscoa do Senhor.

Inserir a Vida no Sacrifício de Cristo Celebrar a eucaristia é celebrar o mistério pascal de Cristo. É celebrar Cristo em nossa vida e a nossa vida em Cristo. Na memória deste sacrifício renovamos a obra da nossa redenção. "Todas as suas atividades,

suas orações e empreendimentos apostólicos, sua vida conjugal e faCARTA MENSAL •

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contemplação, mas à celebramiliar, suas tarefas cotidianas, ção. Verdadeiro encontro de suas distensões de espírito e irmãos e irmãs, momento corpo, se forem vividos no Espírito de Deus, e até as comunitário, festivo, tribulações da vida, consciente, participativo, orante, pleno e frutuoso, contanto que sejam pacientemente suportaque brota do chão de nossa vida. Qual o medas, tudo isso se torna lhor lugar para fazer oferenda espiritual, acontecer toda esta agradável a Deus por realidade salvífica? A Jesus Cristo ( 1Pd 2,5); comunidade paroquie na celebração eucaal na qual resido ou rística, essas oferendas que escolho por alguse juntam à oblação do ma aproximação geocorpo do Senhor para gráfica, afetiva ou serem oferecidas como evangélica. toda a piedade ao Pai. A Eucaristia recria a É assim que os Leigos Igreja, portanto, consconsagram a Deus o próprio mundo" (LG, 34). Com esse tex- titui o ápice do compromisso. A você que assume o seu batismo to o Vaticano 11 propõe-nos a inserção de toda a nossa vida no sacrifício de Je- como um casal cristão, a Eucaristia é toda sus. Assim deve ser a nossa participação esta realidade. Momento de reconhecimento do que Deus é e danas missas, porque toda quilo que ele faz. Momeneucaristia é promessa de to forte, sublime, de repermanecer com Cristo, Celebrar a conciliação e união, de acompromisso de eucaristia é vencer as desavenças deiguentar firme com ele xando acontecer a harmoem suas provações. É esta celebrar o nia. Porta para o diálogo a finalidade última da eumistério transparente com os ficaristia, assimilar a comupascal de lhos. Tempo especial para nhão de vida que Cristo fazer o memorial da ação nos oferece, a Koinonia Cristo. de Deus em favor do seu em Cristo, em sua vida, povo. em sua aliança, em seu saLonge de ser a celebração de um crifício pascal. fervor fechado sobre sua própria piedaCelebração da Igreja Reunida de é um louvor e agradecimento comunitário a Deus porque "ele é grande e em Assembléia faz maravilhas" (SI 86,10). A Ceia do Senhor é o grande momento da ação do Espírito Santo sobre a comunidade. Primordialmente ela não está ordenada à adoração ou à 16 ·

CARTA

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Pe. Majella Delgado CSs R.Alfonsianum (Especial para a Carta Mensal) MAI0-95


Pastoral Familiar

A

CONFERÊNCIA DE SANTO

D OMINGO E A FAMÍLIA

Família estava entre as preocupações que João Paulo 11 viu como questões urgentes ao abrir a IV Conferência Geral da CELAM, no dia 12/10/ 92, em Santo Domingo. No seu discurso inaugural, ele falou aos bispos reunidos que a Família merece a atenção da Igreja, pois "o futuro da humanidade passa pela família. " Todos os homens de boa vontade devem se esforçar para salvar e promover os valores e exigências da família. O próprio futuro de seu projeto pessoal para a América Latina - a Nova Evangelização dependeria também do bem estar e da situação da família. Durante a 11 Conferência Geral da CELAM, realizada na cidade de Medellin, a Igreja já tinha se pronunciado sobre a necessidade da família ser envolvida numa Pastoral de Conjunto (cf. n°. 3.4 e n°. 12). A III Conferência, realizada em Puebla, tratou do assunto, Jamentan-

A

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A família é o lugar e o momento onde se aprende e vive os quatro tipos de amor que existem: O amor paternal/ filial fraternal/ conjugal. do o fato de que não existia uma Pastoral Familiar melhor, mais adaptada às necessidades e à realidade da família latino-americana. Muitas sugestões e pistas foram feitas e oferecidas. (cf. P. 568-616) O Docum e nto de Trabalho em preparação à Santo Domingo não esqueceu do assunto. Não era de estranhar, então, que na sua Mensagem aos Povos da América Latina e do Caribe, os bispos

fizessem uma ligação entre a Nova Evangelização e a Família, oferecendo quatro palavras-chave, a fim de que surja uma Grande Pátría. Quero adotar o conceito de Pe. Sílvio Botero, CSSR, que as chama de Colunas para uma Nova Evangelização da Família (que evangelizará a sociedade, porque será a formadora dos evangelizadores da mesma.).

I. Reconciliação Os bispos começam, pedindo perdão dos pecados e falhas do passado. a) do machismo b) reconciliação entre os sexos, querendo superar velhos critérios e descobrir a condição autêntica do homem e da mulher. Tem que haver mais Igualdade. c) Reconciliação das Gerações. Criar uma nova cultura para educar e formar os filhos. Liberdade, sim; libertinagem, não. A família é o lugar e o momento onde se aprende e vive os quatro tipos de amor que exisCARTA

M

ENSAL -

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O homem retem: O amor paterpresenta a LEI, a nal, filial fraternal, A família é o lugar e norma. É a univerconjugal. espaço privilegiado salidade, o absoA Igreja pediu perdão por ter de um conjunto de luto, o severo . A mulher representa dado atenção aperelações a exceção, a epinas, ou trabalhado quéia, a flexibiliprincipalmente, interpessoais. dade. entre os casais e faNa família, o mílias bem casados dentro da Igreja com Integral, imagem de pai é o princípio univero sacramento, e por negli- Deus (que é Pai e Mãe!) sal a ser obedecido, engenciar as pessoas em siA Santíssima Trin- quanto a mãe humaniza a tuações irregulares, por dade é uma comunida- lei através da exceção e não ter trabalhado melhor de de pessoas. A Famí- da epiquéia. a família do jeito que é. lia é o Ícone, a imagem, Se existir reconcili- da Trindade, onde se ação dentro da Igreja, vive o amor, a compre- 111. Solidariedade praticada pela Igreja, o ensão, o diálogo, a disprimeiro passo será toma- ponibilidade para colaA terceira coluna do para construir um borar com outros etc. na construção da Nova mundo novo. Evangelização na América Latina, que quer 11. Integração A integração uma sociedade mais e fraterna, é a soentre homem justa A família é o lugar lidariedade . Observae espaço privilegiado de e mulher cria mos e enxergamos muium conjunto de relatos casos de casais seo Homem ções interpessoais. O parados, famílias diviIntegral/ livro do Gênesis nos diz didas, filhos abandonaque Adão vivia numa dos pelos pais etc. imagem de solidão terrível até que O cristão não pode Deus (que é sua Eva apareceu. Falaceitar uma visão privatava um TU para ele faPai e Mãe!) tizante da família, um zer um Eu-Tu. João mundo fechado em si onPaulo já tinha dito que de se cuida apenas das o ser humano não podia A diversidade dos funções internas: educaviver sem amar (cf. sexos não é um obstácução, trabalho, saúde, laR.H., no 10). É o meio lo para a integração, ao que ele tem para trans- contrário, é um elemento zer etc. A família é o primeiformar a cultura de do- de riqueza. Hoje se fala ro núcleo social. A famíminação que existe na de uma Consciência América Latina. A inte- Conjugal, um NÓS, um lia, ao trabalhar pelo seu gração entre homem e discutir e decidir juntos, próprio desenvolvimento e progresso, trabalha tammulher cria o Homem uma só carne. 18 ·

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A diversidade dos sexos não é um obstáculo para a integração/ ao contrário/ é um elemento de nqueza. Hoje se fala de uma Consciência Conjugal/ um nós/ um discutir e decidir juntos/ uma só carne. bém pela sociedade. No final do Sínodo sobre a Família (1983) os bispos, baseados no 0°. 46 da Familiaris Consortio, nos deram doze pontos sobre os Direitos da Família, extraídos de documentos anteriores, a fim de criar homens e mulheres sadios, capazes de criar comunidade, e serem integrados nestas comunidades. Na medida em que a solidariedade funciona e é vivida nas famílias, há ésperança de MAI0-95

que amanhã a sociedade será transformada.

IV. Comunhão Existe um profundo desejo entre todos que o mundo seja um, sem guerras, divisões, racismo etc. Mais que integração, a comunhão tira uma inspiração de João (17/20-24 ), onde Jesus reza ao Pai, pedindo que a sua comunhão seja estendida a todos: a) que todos sejam unidos; b) como eu e o Pai somos; c) para que o mundo creia que Tu me enviaste. A família é a primeira célula fundamental da sociedade porque, antes já é um Icone (imagem) da Trindade; sua vocação é juntar toda a humanidade na unidade e na comunhão. Reconciliação, Integração e Solidariedade são os grandes pressupostos para realizar a Comunhão Universal. Como vai a sua família? Há necessidade de reconciliação entre os seus membros? Cada um é respeitado como deve? Sua família está consciente daquilo que é? Temos uma missão familiar, contribuiu do com alguma coisa fora

das quatro paredes de nossa residência? Estamos tentando ser cada vez mais unidos como Jesus é com o seu Pai? É o grande desejo de nosso Pai que as nossas famílias vivam estes quatro pontos, e assim, estarão construindo a grande comunidade. No final, ficou claro em Santo Domingo que a Pastoral Familiar é uma das prioridades da Igreja latinoamericana, porque a família não somente pode, mas deve iniciar a construção da Pátria Grande, pois o futuro da humanidade passa pela família.

Reconciliaçãq Integração e Solidariedade são os grandes pressupostos para realizar a Comunhão Universal. Pe. Luis Kirchner, CSSR

Roma, Itália (e Manaus AM) CARTA

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Especial: 45 anos As EQUIPES DE NossA SENHORA NO BRASIL

E

stávamos em No vembro de 1949 ... na pequena sala da Congregação Mariana de Santa Efigênia, reuniamse várioscasais do seu Departamento de Casados, o Centro D. Gastão . Éramos um deles. Todas as atenções voltaNancy e Pedro Moncau, Pe. H. Caffarel I Colégio Sta. Cruz- 1957 vam-se para um dominicano canadense, recém-chegado da orientações para o início do MovimenEuropa. Padre Mareei Marie Desma- to entre nós , caso os casais brasileiros rais falava-nos sobre a Família. Ao fi- o aceitassem. E acrescentava, com a firnal de sua palestra, disse-nos que co- meza e a convicção que nele sempre ennhecera na França os Grupos de Ca- contramos, a frase que aponta e define, sais do Padre Caffarel cujas aspirações ainda hoje e sempre, os caminhos do eram semelhantes às nossas. Movimento: O seu objetivo essencial e Dominando bem o francês, Pedro foi ajudar os casais a tender para santidaencarregado de buscar junto a esses Gru- de, nem mais nem menos. Esse objetivo pos algumas orientações que nos pudes- tem sempre orientado todos os trabalhos sem ajudar. do Movimento. Tudo o que ele oferece Sua carta de 29 de Novembro, di- aos casais, seja em temas, encontros, etc., rigida ao Pe. Caffarel, foi o início de são meios para ajudá-los a continuar tenuma correspondência, entre eles, que dendo para esse ideal. durou 15 anos . Quase um mês depois, O próprio Pe. Caffarel nas suas em carta datada de 15 de Dezembro, Pe. conferências, nos seus escritos, nos Caffarel respondia-nos . Surpreso, fala- seus livros que são muitos, sempre esva-nos da "alegria e da emoção que timulou os casais a cultivar a espiriteve ao ler sua carta". E, certamente, tualidade conjugal que nos conduziria agradecia a Deus o ter levado tão lon- pouco a pouco para uma vivência crisge, até um país quase desconhecido, tã mais autêntica. E definiu essa espiaquela pequena semente que ele e qua- ritualidade com palavras simples, ao tro jovens casais, em 1938, haviam fei- alcance de todos, dizendo-nos: "A esto brotar em solo francês. Punha-se à piritualidade conjugal, segundo o connossa disposição, encarregando um dos ceito das E.N.S. é a arte de viver no casais dos seus Grupos de enviar-nos estado do casamento, toda uma vida os temas de estudo, a Carta e todas as cristã conforme os desígnios de Deus."

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E Deus, nos seus depação do leigo na Igresígnios, também conta ja. Procurou renovar-se //A conosco, como cristãos, ao impulso da 2• Inspipara levar a mensagem espiritualidade ração e, assumindo suas evangélica a todos os que responsabilidades, parte conjugal/ estão ao nosso alcance. agora, com maior empeDaí o incentivo para a segundo o nho, para a Missão que participação nas Pastoo Encontro de Fátima conceito das rais da Igreja - o grande descortinou diante dele. caminho que Cristo nos E.N.S. é a arte Hoje, 1.200 Equilevou para chegar ao Pai. de viver no pes pontilham o territóAinda me recordo rio nacional. Junto com estado do do momento em quePeos equipistas de todo o dro procurou-me, tendo casamento/ mundo, fraternalmente em mãos o material reunidos aos casais irmãos toda uma cebido de Gerard d'Heique o Espírito Santo reuvida cristã lly, nosso primeiro Caniu em muitos outros sal Ligação. Estava euconforme os Movimentos, aqui estafórico e dizia-me: "É Senhor, de pé, ao desígnios de mos, exatamente isto o que vosso serviço. Abençoai Deus.// procurávamos". E lano nosso Movimento, caçou-se com todo o emda uma de nossas Equipenho na tradução dos pes e de nossas famílidocumentos. Uma traas. Dai-nos a fortaleza dução feita às pressas com o único fim para continuar a marcha, fiéis às de transmitir com fidelidade as men- nossas raízes, atentos às necessidasagens recebidas. des dos que nos cercam. Apesar de Em 13 de Maio de 1950 foi lança- fracos e pecadores apresentamo-vos da, em S. Paulo, a primeira equipe bra- as nossas talhas. Recebei-as, Senhor, sileira. Éramos seis casais animados e transformai no vinho do amor, da pelo entusiasmo do Pe. Oscar Melan- oração, da caridade fraterna e do son CSC, nosso primeiro Conselheiro zelo apostólico os nossos humildes, Espiritual e grande incentivador. mas sinceros esforços. Aquela pequena Equipe, perdida nessa imensidão de Brasil contou com Nancy Cajado Moncau as bênçãos de Deus que sustentou com a sua fortaleza e as suas graças, os nossos passos titubeantes, animados por N.R.: Para os leitores interessados uma grande esperança. em recordar; com maiores detalhes, 45 anos são decorridos! Durante a trajetória das ENS sugerimos esse tempo, o Movimento criança consultar a seção "Relembrando cresceu, criou raízes, expandiu-se, a história do Movimento" publicaamadureceu, tornou-se adulto e transda nas Cartas Mensais de Março a pôs alegre e corajosamente as portas Novembro de 1986. que o Concílio abriu à maior particiMAI0-95

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CRONOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DAS EQUIPES DE NossA SENHORA NO BRASIL 1938- Fundação das Equipes de Nossa Senhora na França. 1949 - Contactos preliminares com o Pe. Henri Caffarel, por Nancy e Pedro Moncau. 1950 - Início da primeira equipe brasileira em São Paulo. 1952 - Início da 2• equipe, em São Paulo. 1953- Organização de um "Pré-Setor", sob a orientação, por correspondência, do Casal Ligação francês. 1954 - Fundação da 1• equipe em Porto Alegre/RS 1954 - Primeiro retiro de casais. 1955 - Compromisso das Equipes 1 e 2. 1955- 21 de Abril: 1° EACRE, no Colégio Sion, São Paulo. 1957- Primeira visita ao Pe. Caffarel e Conferências feitas por ele no Colégio Santa Cruz, São Paulo. 1957- Instalação do 1°. Setor pelo Pe. Caffarel, em São Paulo. Nessa ocasião existiam ao todo 13 Equipes: 8 em São Paulo e uma em cada das cidades de Jaú, Campinas, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. 1958- Início dos Círculos Familiares precursores das atuais Experiências Comunitárias. 1959- Começava o Movimento no Rio de Janeiro , ponto de partida para a expansão no Estado do Rio, e mais tarde, Minas Gerais. 1959 - Peregrinação das Equipes a Roma, comemorando os 2 L anos de fundação das Equipes, na França. O Brasil foi representado por 3 casais. 1959 - Início dos Cursos de Preparação ao Casamento. 1960- Funda-se a Região Brasil. 1962- Segunda visita doPe. Caffarel ao Brasil- 167 Equipes. 4 setores: 2 em São Paulo, um em Jaú, outro em Florianópolis. 1962- Primeira Sessão de Quadros, em Valinhos, dirigida pelo Pe. Caffarel. 1962 - Instalação do Setor de Campinas, pelo Pe. Caffarel. 1963 - Subdivisão da Região Brasil em 3 Regiões: Região da Capital, a cargo de Esther e Luiz Marcello Moreira de Azevedo. Região do Interior do Estado, a cargo de Monique e Gerard Duchene. Região de Outros Estados, a cargo de Glória e João Payão Luz. Forma-se a primeira ECIR- Equipe de Coordenação Inter-Regional. 1965 - Glória e João Payão Luz assumem a direção da ECIR, em substituição a Nancy e Pedro Moncau. 1965 - Peregrinação Internacional do Movimento a Lourdes, com a participação de Pedro Moncau e mais alguns casais. 1967 - Sub-divisão das 3 Regiões em 7. 1968- Forma-se o GECENS- Grupo de Estudos sobre o Concílio e as Equipes de Nossa Senhora! 22 -

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1969- Estando presentes Françoise e Jacques Laplume e o Pe. Tandonnet, respectivamente Casal Responsável pelo Movimento e Conselheiro Espiritual, no Encontro de Casais Responsáveis Regionais, é eleita uma "nova ECIR", cuja coordenação assumem Esther e Luiz Mareeilo Moreira de Azevedo. As 7 Regiões são subdivididas em 9. 1970 - Peregrinação Internacional do Movimento a Roma. 1972- Fundam-se as Equipes de Manaus e Brasília. Começa e expansão para o Norte e Centro-oeste do Brasil. 1972 - Terceira visita do Pe. Caffarel ao Brasil. São realizada as Sessões de Formação em Itaíci e Florianópolis. 1973 - Funda-se a 1". Equipe em Belém, no Pará. 1975 - Dirce e Rubens de Moraes assumem a direção da ECIR. 1976 - Peregrinação Internacional do Movimento a Roma, com a participação de vários casais brasileiros. 1977- Pe. Roger Tandonnet e Louis e Marie d' Amonville, respectivamente Conselheiro Espiritual e casal Responsável pelo Movimento, visitam as Equipes do Brasil, de Norte a Sul. 1977 - Encontro Internacional do Movimento, em Paris, para comemorar os 30 anos da Carta (Estatutos). Pedro Moncau e Nancy, especialmente convidados, comparecem. 1977- Esther e Marcello assumem a Super Região da América Latina (Equipes de língua espanhola). 1980 - Funda-se a primeira equipe, em Recife. Começa a expansão para o Nordeste. 1980 - Peregrinação nacional a Aparecida para comemorar os 30 anos da fundação do Movimento no Brasil. 1982- Peregrinação Internacional do Movimento a Roma, com a presença de, aproximadamente, 400 brasileiros. 1983- Cidinha e Igar Fehr assumem a responsabilidade do Movimento, no Brasil, que passa a ser uma Super-Região. 1983 - Esther e Marcello são nomeados para o Pontifício Conselho da Família, no Vaticano. 1988 - Cidinha e Igar Fehr sucedem a Esther e Marcello no Pontifício Conselho da Família, no Vaticano. 1988 - Peregrinação Internacional do Movimento a Lourdes, ocasião em que é lançada a Segunda Inspiração. 1989 - Cidinha e Igar são convidados a fazer parte da E.R.I. 1989- Beth e Romolo Protta assumem a responsabilidade da ECIR. 1993 - A E.R.I. e os super-regionais vêm ao Brasil para seu Encontro. 1994 - Encontro Internacional do Movimento, em Fátima, ocasião em que é lançado o apelo à MISSÃO. Cidinha e Igar Fehr são empossados no car go de Casal Responsável pela ERI- Equipe Responsável Internacional. Participam desse encontro 550 brasileiros entre casais e sacerdotes. Em 26 de Março de 1992 o Pontifício Conselho para os Leigos reconhece as E.N.S. Em 19 de abril do mesmo ano, aprovação oficial com o Decreto de Reconhecimento. MAI0-95

CARTA

MENSAL -

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As EQUIPES DE NossA SENHORA NO BRASIL

REGIÃO

N°DE SETORES

N° DE C00Rf\11'N ,,rfm<;:

1 995

N°DE EQUIPES

N° TOTAL

ISOLADAS

DE EQUIPES

São Paulo-Capital

04

-

-

68

São Paulo-Sul I

03

-

-

47

São Pau lo-Sul li

05

-

-

53

São Paulo-Centro I

04

-

48

São Paulo-Centro li

05

-

São Paulo-Leste

05

São Paulo-Nordeste

03

OI OI 02 01

São Paulo-Norte

08

-

-

São Paulo-Oeste

08

-

-

Rio de Janeiro I

05

-

-

Rio de Janeiro li

06

-

-

Rio de Janeiro III

07

-

-

Minas Gerais I

01 01

-

Minas Gerais li

03 03

-

Centro

06

-

-

Paraná-Sul

01 01

-

Paraná-Norte

03 02

Santa Catarina

07

-

-

Rio Grande do Sul

07 03 02 04 102

-

02 OI

IOI 64 38 79 97 59 46 62 37 37 67 31 25 63 60 29 31 51 1193

Nordeste I Nordeste li Norte Total 24 •

CARTA

MENSAL

-

OI OI 12

-

-

-

03

MAI0-95


o

CRESCIMENTO DAS

Número de Equipes

ENS

NO BRASIL

1193

939 ~

797/ 465

42

1950 Fundação

MAI0-95

1960 10Anos

1975

1980

25 anos 30 anos

1985

1995

35 anos

45 anos

CARTA

MENSAL •

25


A HISTÓRIA Quando a Carta Mensal iJhega às nossas mãos, prontinha, bonitinha, ninguém imagina o trabalho que da - um trabalho que se repete, mês após mês, ano após ano, desde 1953... É verdade que no começo as Cartas Mensais eram bem mais simples, mas nem por isso deixavam de dar trabalho , principalmente porque uma mesma pessoa tinha de fazer tudo sozinha: primeiro, o Dr. Moncau , depois o Aldo Sinisgalli, da Equipe 2/SP. As primeiras Cartas eram inteiramente traduzidas e constavam de uma página a uma página e meia datilografadas em espaço duplo. Já no segundo ano eram quatro a seis páginas, em espaço simples, e continham alguma notícia nossa. Eram rodadas num mimeógrafo a álcool, na cozinha do consultório do Dr. Moncau. "Ninguém tinha experiência em lidar com mimeógrafo, lembra D. Nancy, e aquele mimeógrafo fazia a n1aior sujeira ... " Quem rodava era o próprio Dr. Moncau, até o

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CARTA

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DA CARTA MENSAL Aldo vir substitu í-lo, prudentemente munido de um avental. Em 1956, os Moncau mudaram-se para a Rua Paraguaçu e o mimeógrafo foi para lá, onde pelo menos havia mais espaço. Com o tempo, e o Movimento crescendo, já foi possível arranjar um mimeógrafo a tinta - diminuiu bastante a sujeira! -e um auxiliar encarregado de rodar, o que permitiu liberar o Aldo. Até então, conta ele, "fazia quase tudo sozinho: tradu zia os textos, batia os estênceis, passava no mimeógrafo e ainda entregava na casa dos equipistas ". Aos poucos pediu aos casais de sua equipe que ajudassem nas traduções -eram todos da J.U.C. e os universitários, naquele tempo, dominav am o francês. Os companheiros de equipe ainda tinham que ajudar a distribuir as Cartas , pois em 1956 já havia 7 equipes em São Paulo, ou seja, aproximadamente 40 casais. Foi o primeiro trabalho de equipe para a Carta Mensal! Esse trabalho logo ia ser assumido por ou-

tra equipe, pelo menos é o que se lê na Carta de setembro de 1956 : A Carta Mensal entra numa nova fase. A Equipe 7 tomou a si a responsabilidade de todo o trabalho de tradução, colaboração, etc. A partir de junho de 57 - seis meses equipistas depois - manifesta-se a nova fase. Muda a apresentação: a primeira folha tem um cabeçalho impresso e traz um sumário do número; o aspecto dessa capa, inclusive, vai variar de mês para mês - o cabeçalho, de ano para ano! São introduzidas resenhas de livros, notícias da Igreja no Brasil e rubricas como Lemos e gostamos - extratos de respostas aos temas - e Dos relatórios dos C.R. - relato de iniciativas das equipes comunicadas pelos C.L. Entre as notícias, sob o título MAro-95


Eram rodadas num mimeógrafo a álcool/ na cozinha do consultório do Or. Moncau.

Alegremo-nos com Da. Nancy reeles, a relação dos corda com carinho aqueles tempos, filhos nascidos naem que o entra-equeles meses em São Paulo e tamsai de casais à probém no Interior e no cura da Carta "Ninguém tinha Sul - como o MoMensal ou de alvimento era jovem, experiência em lidar gum outro docuum semestre enchia mento proporciocom mimeógrafo, nava ao casal um uma página: 22 naslembra D. Nancy, e contato cimentos só no seconstante aquele mimeógrafo com as equipes da gundo semestre de 1961! primeira hora. Os fazia a maior Em 1960, Doequipistas eram sujeira ... " Quem sempre bem-vinris e Nelson Gomes Teixeira assumem rodava era o próprio dos, mesmo que oficialmente o Sefosse em horários Or. Moncau/ até o inesperados, cretariado e a Carta Mensal - a Equipe Aldo vir substituí-lo/ como quando um VII, na realidade, ou outro passava prudentemente eram eles, mais dois bem cedo, antes munido de um de ir para o trabacasais que faziam lho, e encontrava um pouco de traduavental. Da. Nancy de ção. Graças ao seu dinamismo, a Carta peignoir ... No meio da Carta Mensal vai dar dois pas- mais tarde: a entrega sos decisivos. O primei- pelo Correio na casa dos impressa vinham as foro: a partir de maio de equipistas, aqui em São lhas amarelas, que tra1961, ela é impressa, no Paulo. Antes disso hou- ziam, além do Bilhete formato de um pequeno ve uma fase em que os do Centro Diretor e nolivro, que cabia direiti- Responsáveis de equipe tícias tiradas da Carta nho no bolso do paletó iam buscar a Carta Men- francesa, notícias das ou numa bolsa de mu- sal na Rua Paraguaçu. nossas equipes. Comelher. O segundo passo será dado alguns anos

Novembro 63 MAI0-95

maio 80

Dezembro 88 CARTA

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Começam a aparecer artigos nossos no corpo da Carta: o pnme1ro/ na de outubro/ novembro de 61/ foi um artigo do Pe. Charbonneau sobre a Mater et Magistra e a importância de se estudá-la nas Equipes

çam a aparecer artigos nossos no corpo da Carta: o primeiro, na de outubro-novembro de 61, foi um artigo doPe. Charbonneau sobre aMateret Magistra e a importância de se estudá-la nas Equipes; em março de 62, transcrito do boletim A Equipe, do Setor de Santos, um artigo do Con. Alfredo Sampaio, Unidade na Caridade. (O ano de 1962 termina em julho ... no segundo semestre, às voltas com a preparação da segunda visita do Pe. Caffarel em outubro- novembro e da 1•. Sessão de Formação, que seria dirigida por ele, não se tem tempo para a Carta Mensal!). O ano de 1963 mar- sua experiência das ca data, pois acentua-se a E.N.S. e com a colaboratendência de incluir ma- ção de casais equipistas. Infelizmente, não vai terial nosso: em junho, O haver continuidade, pois Plano de Emergência da CNBB e as ENS; em ou- a partir de 1964 começa tubro, sob nova rubrica, a publicação da Carta A serviço da Igreja: A Mensal Equipes Novas, Campanha de recris- destinada às equipes em tianização do Natal em pilotagem: como não há Florianópolis; em no- tempo nem dinheiro para vembro, 3 artigos, inclu- duas publicações, a Carindo um histórico dos ta Mensal, durante três Cursos de Preparação anos e meio, vai limitarpara o Casamento; em se às folhas amarelas. dezembro, importante ar- Mesmo assim, com muitigo sobre as Comunida- tas falhas: 1965 termina des Familiares, equipes com a Carta de outubro de casais em meio operá- (um número especial sorio criadas pelo Frei Luis bre o Dever de sentar-se) Maria Sartori a partir de e 1966 só tem três Cartas 28 -

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Mensais: a Equipes Novas N°. 13 em março, um número constituído apenas de folhas amarelas cobrindo de abril a agosto e o W 14 Equipes Novas em dezembro, número esse que se inicia com uma folha amarela apresentando um pedido de desculpas pelos meses em que falhou e anunciando a formação de uma equipe, pois "antes era apenas um casal que arcava com todas as responsabilidades" (N.B.: só se vai falar de novo nessa equipe, "já ensaiada no ano passado", na Carta de março de ... 1969!). O casal em questão era Nelson e Doris, que já estavam com a incumbência da Carta Mensal havia ... 10 anos! Naquela altura, o Nelson, cursando a faculdade à noite e prestes a se formar em Economia, não conseguia mais dedicar tempo suficiente à Carta Mensal, e tentou-se montar uma equipe para substituí-lo. No meio tempo, quem assegurava a continuidade tinha que ser o próprio Dr. Moncau. Em julho de 1967, com o N°. 18, termina a série Equipes Novas e a Carta Mensal volta ao feitio anterior, mas contamse nos dedos de uma só mão os artigos que não MAI0-95


Conservamos a idéia mestra: fazer da Carta Mensal cada vez o veículo da experiência dos equipistas de todo o Brasil.·

publicamos artigos com seus seminarissobre o ecumenistas e exorta os camo, sobre um dos sais a não deixar raros santos casaesse dever tão lindos, São Thomas do que lhes impõe More e não lembrasuavemente o Emos o que mais, já quipismo; e, em afazem tantos anos! bril de 69, imporTivemos números tante artigo do Pe. especiais memoráBoissinot, C.E. do veis, como o do Ano Voência dos equipistas de Setor de Marília/SP, sobre cacional... a necessidade de a espiri- todo o Brasil. Dava um trabalhão a Imperava naqueles tualidade das E.N.S. encarnar-se nos problemas tempos um espírito de re- compilação das Notícias do mundo e na pastoral da novação aind a fruto do dos Setores. Como nos Concílio e a mentalidade anos 70 e início dos 80 Igreja. Com o advento da era quase a do grito do persistia entre o episcopanova ECIR, formada em lpiranga: passamos a não do a impressão de que 1969 a partir do GECENS traduzir pr aticamente éramos um movimento (Grupo de Estudo sobre mais nada, algumas vezes importado, desligado da 'O Concílio e as E.N.S. ' ), nem mesmo o Editorial... nossa realidade, fechado, coube ao saudoso Chris- o que nos valeu uns pu- etc., dávamos o maior tiano Ribeiro da Luz, até xões de orelhas - bem destaque possível a todas então, com Anna Luiza, merecidos, pensamos as iniciativas de apostoresponsável pela Região hoje, com o devido recuo lado de que nos chegava SP/C, a responsabilidade - dos responsáveis pela notícia- quando não chepelo Secretariado e pela então Equipe Dirigente gava, íamos atrás! Essas notícias tinham priorirlaCarta Mensal, que come- Internacional. Fazíamos muita ques- de absoluta, não só nas ça a ser pensada por um equipe e adquire o forma- tão de acompanhar o tem- Notícias dos Setores, to que mantém até hoje, po litúrgico, de caminhar como também no corpo um visual diferente, mu- com a Igreja, e de abrir mesmo da Carta quando dando a cor da capa a cada os horizontes. Nossa con- julgávamos que merecimês, e, principalmente, vicção era de que, por am. Exemplos: tudo o que passa a publicar muito serem poucas as opções dizia respeito à Pastoral de revistas católicas de Familiar - experiências mais material nosso. No ano seguinte, so- fácil acesso, tínhamos novas de preparação para mos convidados a assu- que manter uma linha edi- o casamento, atendimenmir a Carta Mensal. Se torial não só formativa to a casais em crise, o começamos por mudar o como também informati- Método Billings, equipes papel, a grafia dos títulos va bastante aberta. As- de jovens, de pessoas sós e dos artigos, conserva- sim, tivemos entrevistas - ou apostolados afins: mos a idéia mestra: fazer com o Serra Clube, os trabalho com presidiárida Carta Mensal cada vez Focolares, o C .I.V.C., os e suas famílias, formais o veículo da experi- com o Pe. Charbonneau; mação de comunidades MAI0-95

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de vizinhos (o artigo se chamava lindamente Pastoral de arranhacéu ...), etc. A Carta Mensal tinha bastante repercussão, inclusive junto ao clero. Certa vez, ouvimos de um sacerdote que ele se inspirava na Carta Mensal para preparar as suas homilias! Vários eram os casais que teriam gostado de assiná-la para sacerdotes, parentes ou amigos. Não poderíamos ter alcançado os nossos objetivos se não fosse a ajuda de tantos casais que, ao longo dos 14 anos em que fomos responsáveis pela Carta Mensal, fizeram parte da nossa Equi-. pe. Alguns membros já voltaram para o Pai , como o Carlos Nogueira, o Arnor, a Germana do Joaquim. Também aquele cuja presença tranqüila, cujos conselhos sábios, cuja visão sempre pioneira nos acompanharam sempre enquanto suas forças lhe permitiram: o nosso pai no Movimento, o primeiro pai da Carta Mensal, o querido e inesquecível Dr. Moncau ... Todos esses apoios humanos não nos fazem esquecer do grande auxílio espiritual: sem o Espírito Santo, nada poderíamos ter feito. 30-

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Certa vez, ouvimos de um sacerdote que. ele se . 1nsp1rava na Carta Mensal para preparar as suas homilias! Quando a inspiração não vinha, quando não sabíamos, quando hesitávamos, era só invocá-lo e Ele resolvia ... Sempre soubemos que em tudo que fazemos no Movimento e para o Reino de Deus em geral não somos nós que fazemos, mas é Ele: quantas vezes pudemos experimentá-lo todos aqueles anos! E por que ficamos tantos anos? Simplesmente não encontrávamos um casal que se dispusesse a nos substituir. O sucessor que fomos preparando, chegada a hora, alegou outras prioridades ... Passada a decepção, resignamo-nos a esperar, fosse quanto tempo fosse. Demorou outros sete anos, mas finalmente o sonhado casal apareceu: em Peter e Helene. Assim, finalmente, pudemos sair, e sair tranqüilos, certos de que a Carta

Mensal não poderia estar em melhores mãos - valerá a pena esperar! Tempos atrás, Peter e Helene comentaram conosco que chegara a sua vez de sair. Como? espantamo-nos, já? Não dava para acreditar, mas já se haviam passado sete anos. Só que eles, mais felizes do que nós, tinham para quem passar a responsabilidade: vocês dois, Thereza e Seabra!

Monique e Gerard Duchene Eq. 02/A - São Paulo/SP Nota: Tivemos o privilégio de conhecer Monique e Gerard logo quando do nosso ingresso nas ENS ( 1972). Também, por força de algumas funções de serviço no Movimento, tivemos a alegria de estar em sua casa, por muitas vezes. A casa deles, era a sede da Carta Mensal. Não poderíamos deixar de registrar e testemunhar o quanto o Movimento deve a esse casal por sua disponibilidade de serviço ao longo dos 14 anos em que foram responsáveis pela Carta Mensal. Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra C.R. Equipe da Carta Mensal. MAI0-95


A MAIS ANTIGA EQUIPE DO BRASIL no Movimento as Equipes de ossa Senhora, no Brasil, uma equipe de casais que, este ano, está celebrando 43 anos de atividade. É a mais antiga do país e uma das 3 mais antigas do movimento em todo o mundo. É a Equipe de Nossa Senhora de Nazareth, que pertence ao Setor A de São Paulo, Capital.

H

Como Surgiu a Equipe Sua história é longa. Corria o ano de 1952. Certo dia do mês de maio daquele ano, Célia e Geraldo Bourroul, Carmen e Luiz Saraiva, Nina e Antonio Cavalcanti de Queiroz, Nenê e Elias Correa de Camargo, Cecília e Aldo Sinisgalli, Tida e Ernesto Lima Gonçalves e Alda e Teófilo Ribeiro de Andrade Filho, reuniram-se para um primeiro contato com o movimento de espiritualidade conjugal que havia surgido na França, no tempo da segunda guerra mundial. Todos os integrantes do grupo tinham em comum serem membros atuantes da Ação Católica, onde procuravam viver o ideal cristão no seu meio. O que os atraiu ao movimento foi a leitura da revista L' Annedu D'or da qual um dos casais tinha ganho uma assinatura como presente de casamento. Procuraram obter informações com o Pe. Enzo Gusso e o Pe. Oscar Melanson, e ficaram sabendo que já existia, em São Paulo, uma equipe, da qual este último sacerdote era assistente eclesiástico. MAI0-95

Essa equipe tinha como casal responsável Nancy e Pedro Moncau, que, procurados, logo se prontificaram a dar o seu apoio, funcionando como ligação, ficando assistente o Pe. Enzo Gusso. Assim, começou a vida dessa equipe, que até hoje participa ativamente do movimento. Durante esses 43 anos, a equipe teve algumas modificações, que, no entanto, não diminuíram a sua união. Dela se retiraram os casais Tida e Ernesto e Nilza e Antonio, tendo sido admitidos Dagmar e Darcy Vellutini, estes já falecidos. Em 1987, passou a integrar a equipe o casal Zélia e José Maria Duprat.

O Trabalho da Equipe Foi intensa a participação da equipe e dos seus casais na vida do movimento. Tida e Ernesto se encarregaram, durante anos, da edição da carta mensal. Dagmar e Darcy, Célia e Geraldo foram organizadores dos primeiros cursos de noivos e todos desempenharam função de casal de ligação de novas equipes, não só na Capital, como no Interior e em outros Estados. Ainda na década de 50, a equipe resolveu apresentar ao Movimento a idéia CARTA

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Há muito ainda a fazer 11 , disse o Casal

te na pessoa do Pe. de fazer das Equipes de Nossa Senhora Responsável. Afinal, Enzo, conselheiro espiritual, que um movimento de a missão de cada sempre ajuda os atuação apostólica casal equipista é no seu meio. Isto não casais a encontraencontrou acolhida. grandiosa, e de certa rem a melhor e mais correta orienMais tarde, no encontro de Lourdes, forma, insubstituível. tação. Durante alessa idéia começou a E é através da vida gum tempo, na ausência temser admitida. No reem equipe que cada sua cente encontro de porária, a equipe um encontra os Fátima, o sentido da teve como assistentes o Mons. MISSÃO do movime1os para Roberto Mascamento e de cada desempenhá-la. equipista, veio conrenhas Roxo e o sagrar aquele ideal. Pe. Augusto ChiaQuando, em vegato, que muito 1957, esteve no Brasil o Pe. Cafarrel, contribuíram para a vida da equipe e pai do movimento, foi a Equipe de Nos- à qual ficaram sempre ligados por sa Senhora de Nazareth que se encar- grande amizade. regou da sua hospedagem e acompanhamento. Planos Para o Futuro

Dificuldades e Conquistas Como não poderia deixar de ser, a Equipe passou por crises e questionamentos. Mas sempre, a união e a interdependência dos casais ajudou a serem vencidas as dificuldades. Todos sentem que a equipe constitui um sustentáculo e um incentivo, inclusive para a vida de cada um dos casais e suas atividades sociais. É sempre com naturalidade e, às vezes até com arrebatamento, que cada casal coloca em comum as suas lutas do dia a dia, nos momentos de co-participação das reuniões. Na partilha, cada um encontra, na abertura e sinceridade do outro, a inspiração para a busca do aprimoramento. No estudo dos temas e na própria caminhada na realização do ideal do movimento, a Igreja está sempre presen32 •

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Assim é essa equipe, que já conta com quase meio século de existência e, apesar dos anos, cada vez mais vive com maior intensidade a sua adesão ao Movimento. No recente Encontro dos Casais Responsáveis - EACRE, lá estava presente o casal responsável da Equipe de Nossa Senhora de Nazareth. Como se tudo estivesse se iniciando novamente, participou dos trabalhos e orações, para poder levar à sua equipe as novas metas e o pensamento atual do Movimento.

N.R.: Existem equipistas mais antigos do que os componentes de Eq. OI-A (ex. D. Nancy), no entanto, enquanto equipe que permanecem com a maioria dos casais originais desde sua fundação, esta é a mais antiga MAI0-95


ENS- 45

ANOS

UMA CELEBRAÇÃO ESPECIAL Mensagem do C.R. ERI uarenta e cinco anos das ENS no Brasil, uma longa c ada. Muitos de nós não havíamos, sequer, nascido quando o querido casal Nancy e Pedro Moncau, que em razão da intensa busca pela vivência do amor já instalada em seus corações, acolheu com alegria o chamado de Deus e se pôs a caminho. Uma caminha da de 45 anos que está a merecer muitas comemorações. Mas, independentemente das celebrações que certamente acontecerão em muitos lugares, cada um de nós, pessoalmente, em casal ou mesmo em equipe, poderia embarcar nesse espírito de festa e celebrar, de uma forma muito especial este jubileu das ENS no Brasil. Como? Primeiramente, voltando-nos para o passado, não simplesmente para rememorá-lo, para lembrar nossa emoção, nosso entusiasmo, nossa alegria pelo que nos ia sendo revelado, pelos amigos que íamos con-

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Procurar compreender nossas reações de então, analisar nossos comportamentos. Tentar perceber as intervenções de Deus em nossa caminhada. quistando, mas para retomar a história das equipes, nossa descoberta do movimento , os passos dados, os acontecimentos significativos, os documentos importantes ... Nos determos nesses acontecimentos passados, buscar trazê-los para a nossa realidade a-

tua), refletir a partir deles, agora com outra visão, com mais maturidade e vivendo uma realidade muito diferente daquela de há alguns, ou muitos, anos atrás. Procurar compreender nossas reações de então, analisar nossos comportamentos. CARTA

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"Vemos o futuro das Tentar perceber as intervenções de Deus em nossa caminhada, alguns acontecimentos inusitados que, em certo sentido, mudaram o rumo de nossa vida. Lembramo-nos, aqui de uma lenda contada a mim (Cidinha) e que muito me marcou: "Em um país distante, havia um rio que somente podia ser atravessado em um barco conduzido por um senhor já idoso e bastante sizudo. Ao passar-lhe a função, ainda em sua juventude, seu antecessor lhe havia dado muitos conselhos, visando o bom exercício da mesma. Segundo ele, em nome do respeito aos viajantes, o barqueiro deveria falar com eles somente o estritamente necessário. Querendo tornar-se um bom profissional, o jovem seguira, ao pé da letra, os conselhos. Mesmo assim, em uma de suas primeiras viagens não resistira e intentara uma conversação com um passageiro, bem aparentado, mas de muito mau gênio, que reagira de um modo um tanto violento à sua investida. Longos anos se passaram desde então e o pobre, em suas idas e vindas com seu barco, praticamente sem falar, acabara por tornar-se

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ENS como

uma canseqüência direta das opções, da sabedoria, do senso de responsabi/idade, da coerência de vida, da preocupação com os outros e do compromisso com sua missão, de todos e de cada um dos casais que dela participam." uma pessoa infeliz, até o dia em que um ser extraordinário, iluminado, o ajudará a abrir-se e o fizera compreender o sentido do conselho recebido, a reação dopassageiro mau humorado e a tirar suas próprias conclusões quanto ao seu comportamento." Por vezes, alguns comportamentos nossos

estão relacionados com experiências vividas no passado. Realizando pois essa introspecção em nossa vida de movimento, talvez possamos ser conduzidos a uma melhor compreensão de certas hesitações de nossa parte, uma melhor compreensão da proposta que nos é feita e, por conseguinte, uma melhor vivência da mesma. Não conseguimos fugir aqui à uma pergunta que nos veio à mente: Não seria este um momento propício para relermos com atenção alguns documentos básicos das ENS? Com essas leituras, talvez estivéssemos nos dando a chance de rever algumas posturas nossas que podem estar dificultando nosso caminhar. Retomando a caminhada vivida, refletindo sobre a mesma á luz de uma consciência mais amadurecida e sob os influxos de uma nova rea!idade, melhor compreendendo o que nos é oferecido, tomando decisões, empenhando-nos na vivência, estaremos preparando o amanhã, o nosso amanhã, o amanhã dos que virão.

Cidinha e Igar Fehr C.R.- ERI MAI0-95


Eacre's 95

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REGIÕES REALIZARAM

SEUS EACRE' S s Encontros Anuais de Casais Res ponsáveis de Equipe (EACRE's) realizaram-se por todo o Brasil nos meses de fevereiro e março de 1995. Com a expansão do Movimento e também devido às grandes distâncias (e custos de viagem), algumas Regiões tiveram que desdobrar seus EACRE's. Assim, de um total de 22 Regiões foram realizados, ao todo, 25 EACRE's. As palestras centrais versaram sobre os temas:

O

* Ser Igreja: Coerência entre Fé e Vida *Sentido das três atitudes: Partilha e P.C.E. 's

* Protagorzismo das ENS *Trajet6ria do Movimento

* Postura rzo Serviço: Ligação Horizontal * Campanha da Fraternidade I 95: Eras Tu Serzhor? Nossos leitores hão de compreender que a Carta Mensal não teria espaço para publicar depoimentos e testemunhos de todos os 25 Encontros. Assim, adotamos o seguinte critério: MAI0-95

Sorteamos, antecipadamente, quatro EA CRE's e solicitamos às respectivas Regiões que designassem um participante para redigir e nos encaminhar um depoimento para publicação na Carta. Para que houvesse maior riqueza solicitamos a uma das Regiões, um depoimento de um Conselheiro Espiritual. À outra, um depoimento de um casal veterano, com mais de 30 anos no Movimento. À terceira, um depoimento de um casal na faixa intermediária (entre 1O e 15 anos nas ENS). E finalmente à última, um depoimento de um casal, recém ingressado nas ENS e que pela primeira vez foi eleito Casal Responsável participando do EACRE. Além disso, solicitamos a todas as Regiões que nos enviassem os dados gerais (Data e cidade de realização, n° de CRE's participantes, cidades de origem etc) dos seus EACRE's para publicação na C.M. Apresentamos, a seguir, as matérias que chegaram às nossas mãos em tempo para inclusão nes-

ta edição. Deve-se, também salientar a expressiva participação de C.P. 's e C.L. 's nos EACRE's. Eacre -Manaus Nos dias 4 e 5 de março '95 foi realizado o EACRE dos Setores A e B das ENS de Manaus.

Foram dias de muito enriquecimento e muita graça de Deus, como os casais declararam no fmal doEACRE. Percebeu-se a tomada de consciência da responsabilidade que os casais têm na hora atual no Movimento e na Igreja: é a hora da MISSÃO das ENS na cidade de Manaus, uma metrópole com tantos desafios pastorais e principalmente os desafios da Família. Muito preciosa foi a Reunião dos Conselheiros Espirituais realizada na manhã de sábado, dia 4. CARTA

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Estavam presentes 1Odos 13 Conselheiros Espirituais. Uma rica troca de idéias sobre o papel do Conselheiro Espiritual nas ENS. Apesar dos compromissos pastorais que cada sacerdote tem, foi unânime a afirmação deles em receber benefícios espirituais no trabalho com as ENS: sacerdócio e matrimônio, dois sacramentos unidos na Missão da Família e da Igreja. O envio celebrado no encerramento do EARE foi marcante para todos. As talhas que os casais receberam simbolizaram muito eficazmente a responsabilidade assumida pelos casais responsáveis: encher de vinho de luz, de dedicação, de testemunho as talhas que as Equipes de Nossa Senhora constituem no Movimento e na Igreja. Podemos mesmo agradecer a Deus e a Nossa Senhora pela graça deste EACRE '95 realizado em Manaus. Pessoalmente posso afirmar que saí deste EACRE mais entusiasmado e comprometido com o meu sacerdócio e com o Movimento ENS que tem uma nobre missão a cumprir na Igreja de hoje, aqui no Amazonas.

Pe. Cânio Grimaldi

C.E. Manaus IAM 36 -

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"Encheias talhas de água" Estivemos presentes no EACRE'S I 95 da Região São Paulo Sul I (Santos, ABC, Mogi), realizado nos dias 18 e 19 de fevereiro, no CEPAS , em Santos. Um primor de organização, o EACRE/95 fluiu harmoniosamente

esperamos que os CRE, privilegiados com esta bagagem de conhecimento e de ação, levem para as suas equipes a força da vida e do bem proporcionando aos 120 equipistas participantes um excelente panorama do nosso Movimento. Além de realçar os princípios das ENS, com

especial destaque para os PCE, foi mostrada com muita competência a missão atual das Equipes, como portadoras do sinal de amor transformador da cultura do casamento, fruto das reflexões do encontro de Fátima, no ano de 1994. Com feito, fo rtalecendo os casais cristãos por lhes propiciar meios de ascenção espiritual pela vivência do batismo, através da prática dos PCE, as ENS possibilitam a nossa ação sacralizada, conscientizandonos do valor do exercício da missão salvífica, orientando as pessoas para o seu fim último, desejado por Deus. Foi comovente a manifestação dos jovens integrantes das Equipes de Jovens do ABC, ao solicitar casais acompanhantes para orientá-los na caminhada e expansão de seus ideais de formação cristã. As palavras desses jovens despertaram nossa MAI0-95


atenção para a Nova Evangelização, que é missão nova dos leigos para atingir o âmbito da cultura e promoção humana. É preciso que os leigos valorizem a sua tarefa evangelizadora pelo testemunho de vida e pelo diálogo, realizando uma comunicação simples sobre os problemas da vida na família e no trabalho, no lazer e na política, na economia e na cultura, impregnando-a da busca de Deus e de valores éticos e cristãos, suscitando adesões à Igreja e aos compromissos religiosos. O Papa João Paulo 11 salienta que a tarefa da formação dos leigos constitui "umaprioridadeimportante e inadiável", formação essa destinada a sua atuação nas transformações sociais e não tanto nas atividades internas da vida da Igreja. O tema de estudos proposto para este ano, Convidados para as Bodas de Caná, centrado na passagem evangélica, nos preparará para o protagonismo das ENS, estabelecendo as prioridades da missão: a) vida de equipe; b) formação; c) comunicação; d) presença no mundo; e) pastoral familiar; f) experiência comunitária. Ouçamos as palavras de MAI0-95

Nossa Senhora: Eles não tem mais vinho. Fazei o que Ele vos disser. Enchei as talhas de água. Impressionou-nos vivamente o conteúdo sólido e bem fundamentado das diretrizes das ENS e esperamos que os CRE, privilegiados com esta bagagem de conhecimento e de ação, levem para as suas equipes a força da vida e do bem, fazendo do amor e da solidariedade as armas do Senhor, na esperança de alcançar a felicidade infinita da Sua Glória! Cidinha e Affonso Vitali CR Equipe N.S. do Monte Serra! Santos/SP (35 anos de Movimento) "Houve um casamento em Caná da Galiléia, e Jesus, Maria e seus discípulos estavam lá... "

"Houve um EACRE em Curitiba e Jesus, Maria e seus equipistas estavam lá... "

Os convidados de Curitiba, Mafra, Rio Negrinho e Campo Largo fizeram a alegria do encontro, pois todos trouxeram consigo, como presentes, o melhor de si, o entusiasmo pelo sacramento do matrimônio e pelo movimento das Equipes de Nossa Senhora. D. Nancy C. Moncau, como madrinha no EACRE, nos transmitiu, com lucidez e muita paixão, falando como mulher, esposa e equipista, os bons conselhos e experiências que vivenciou com as primeiras equipes no Brasil, e que devemos cultivar e desenvolver o amor conjugal, para que este nos ilumine à sermos protagonistas cristãos, dentro e fora do movimento. O dons foram muitos, e todos colocados à serviço dos irmãos. As presenças de Beth e Rômulo, não poderiam deixar de ser lembrados com carinho, agora também como CRE, nos propiciaram momentos de reflexão sobre nossas atitudes e responsabilidades enquanto CRE junto à CARTA

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nossa equipe, ao movimento e a Igreja. Tantas foram as mensagens, mas para nós urna em especial nos tocou: Quando nos momentos da vida em que o vinho da alegria e do entusiasmo nos faltar, tornando pesado o cumprimento das responsabilidades cristãs ameaçando nossos ideais, busquemos com fé a intercessão de Maria e de Cristo, que transformarão a nossa pouca água que tivermos em muito vinho para que a festa continue.

Girley e Gilberto Equipe 8 N. S. de Lourdes Setor C Curitiba/PR A talha retornou cheia de água Ao recebermos o chamado para assumir o compromisso de casal responsável de Equipe de Nossa Senhora não imaginávamos que encon trarí arn os forças para tal responsabilidade. Com noss a vinda ao EACRE e com os conhecimentos aqui adquiridos através de valores Bíblicos, de reflexões em grupo, da partilha, de aprofundarmos na espiritualidade e através 38 -

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de diversos de- r-;;;;;;;;;;;;;;;;~;:;:;;::;::;;:;;:;:::;:;;;:;:;;;;;;;;-J poirnentos de irmãos equipistas, nos sentimos preparados em poder servir o próximo, pois estamos retomando com nossa talha cheia de água, na vontade e na certeza de estarmos partilhando ~====~~~~~~~~~ corno nossos irmãos da O fardo que eu primeira equipe. transporto pelos Queremos agradecer a Deus a oportunida- outros faz-me de que nos foi dada para esquecer o meu poder oferecer: próprio fardo.

Pelos Outros... A refeição que eu partilho com os outros é a refeição que me alimenta realmente. A força que dou aos outros é a força que permanece em mim. A liberdade que eu procuro para os outros é a que me torna sempre mais livre. A dor que eu suavizo aos outros suaviza a minha própria dor.

A bondade que eu vejo nos outros torna-se o meu bem mais preCIOSO. O amor que eu sinto pelos outros enche de alegria a minha própria vida. O caminho que eu percorro com os outrosé o caminho que Deus percorre comigo.

Maria Aparecida e José Alvise Machado Região SP - Oeste (18 meses de movimento) MAI0-95


EsTATíSTICAs EACRE's Região São Paulo - Oeste Data: 18 e 19.02.95 Cidade: Assis/SP Wde CRE's participantes: 94 N°de CE's participantes: 12 Cidades de Origem: No Estado de São Paulo: Bauru, Pederneiras, Garça, Marília, Assis, Lins, Araçatuba, Penápolis, Valparaiso. No Estado de Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Três Lagoas, Maracaju, Dourados. Região São Paulo Sul - I Data: 18 e 19.02.95 Cidade: Santos/SP N° de CRE's participantes: No de CE's participantes: Cidades de origem: Santos, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mogi das Cruzes, Arujá, Salesópolis. Região São Paulo Centro I Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Vinhedo/SP N°. de CRE's participantes: 46 W. de CE's participantes: 09 Cidades de Origem: Americana, Limeira, Araras, Bragança Paulista, Campinas, Valinhos, Vinhedo. Região São Paulo Centro 11 Data: 04 e 05.03.95 Cidade: N° de CRE's participantes: No de CE's participantes: Cidades de Origem: Região Paraná Sul Data: 04 e 05.03.95 Cidade: Curitiba/PR No de CRE's participantes: 29 No de CE's participantes: 05 mais um Bispo Auxiliar Cidades de origem: Curitiba, Campo Largo, Mafra. MAI0-95

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Região Norte Data: 04 e 05.03.95 Cidade: Manaus/AM No de CRE's participantes: 20 W de CE's participantes: 10 Cidades de origem: Manaus Região Nordeste I Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Recife/PE N° de CRE's participantes: N° de CE's participantes: Cidades de origem: Região São Paulo - Capital Data: 11 e 12.03.95 Cidade: São Paulo/SP No de CRE's participantes: 67 No de CE's participantes: 20 Cidades de origem: São Paulo e Alphavile Região Rio de Janeiro III Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Rio de Janeiro/RJ W de CRE's participantes: 57 N° de CE's participantes: 04 Cidades de origem: Rio de Janeiro Região São Paulo - Leste Data: 11 e 12.03.95 Cidade: São José dos Campos/SP No de CRE's participantes: No de CE's participantes: Cidades de origem: Região São Paulo - Sul 11 Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Sorocaba/SP W de CRE's participantes: 47 N° de CE's participantes: 03 Cidades de origem: Sorocaba, Porto Feliz, Araçoiaba da Serra, Jundiaí, Louveira, ltú, Salto, Laranjal Paulista.

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Região Norte Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Belém/PA N°. de CRE's participantes : 25 W. de CE's participantes: 04 Cidades de origem: Belém, Casta nhal, São Miguel do Guamá. Região Paraná - Norte Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Londrina/PR N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região São Paulo - Norte Data: 11 e 12.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes : N°. de CE's participantes : Cidades de origem: Região Minas Gerais I Data: 11 e 12.03.95 Cidade: Juiz de Fora, MG N°. de CRE's participantes: 36 N°. de CE's participantes : 14 Cidades de origem: Juiz de Fora, Barbacena Região Centro Data: 18 e 19.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Rio de Janeiro 11 Data: 18 e 19.03.95 Cidade: Petrópolis/RI N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Petrópolis, Teresópolis, Valença, Piabetá. Região São Paulo - Nordeste Data: 18 e 19.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: 40 ·

CARTA

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Região Nordeste I Data: 18 e 19.03.95 Cidade: Salvador/BA N°. de CrE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Minas Gerais 11 Data: 18 e 19.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Santa Catarina Data: 18 e 19.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Rio de Janeiro I Data: 25 e 26.03.95 Cidade: Rio de Janeiro/RI N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Rio de Janeiro Região Norte Data: 25 e 26.03.95 Cidade: Santarém/PA N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Rio Grande do Sul Data: 25 e 26.03.95 Cidade: N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem: Região Nordeste 11 Data: 25 e 26.03.95 Cidade: Forteleza/CE N°. de CRE's participantes: N°. de CE's participantes: Cidades de origem:

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Notícias e Informações

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MUNDO EM

QUE VIVEMOS

Relatório divulgado pela ONU informa que a atual população do mundo é de 5 bilhões e 66 milhões de pessoas das quais 20% tem renda diária inferior a um dólar. Nascem por ano 94 milhões, e, dentro de 50 anos, prevê-se que a população mundial deverá dobrar, atingindo 1Obilhões. Segundo o documento, no entanto, as taxas de natalidade são inferiores à estimativa que fazem os que são favoráveis ao controle de natalidade como forma de diminuição da pobreza.

CoNGREssos DA PASTORAL FAMILIAR A CNBB e a Comissão Na-

cional da Pastoral Familiar promoverão, no ano de 1995, diversos congressos regionais para reflexão e estudo sobre a FAMÍLIA e sobre o desenvolvimento da atividade pastoral: Região Norte-Manaus 28/30 Abril. Região Nordeste João Pessoa 9/11 junho. Região Sul - Curitiba 31 Março 2 Abril. Região Centro-Oeste Anápolis 21,23 Abril.

DOENÇAS FAMILIARES

Falando aos Bispos do Brasil- Região Sul em visita que lhe fizeram, o papa João Paulo l/lembra que alguns problemas vividos pelos brasileiros com o aumento de divórcios, separações e situações irregulares, meninos de rua, delinqüência juvenil, uso de drogas, violência, etc, são resultantes de doenças familiares. Encarece a necessidade de promoção da pastoral familiar, formação dos esposos e a transmissão da doutrina da Igreja sobre natalidade, paternidade responsável, papel da mulher na sociedade, a maternidade, concluindo que o futuro da Igreja no Brasil passa obrigatoriamente pela família. MAI0-95

CARTA

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Nossa Biblioteca

V AMOS

Ullll6ES PUA NUIOUJOS I NOIVOS

frei Almir ~ibeirv 6uimaráes

NOS CASAR

(Reflexões para namorados e noivos) Frei Almir Ribeiro Guimarães; Editora Vozes Ltda; Petrópolis RJ; 1992; 80 páginas. Tema sempre candente é o do matrimônio. A ele, dedica Frei Almir, 8 capítulos, abordando-o de forma prática, mas nem por isso, menos agradável à leitura. O amor entre dois seres, prontos a materializar um projeto de vida a dois, construído dia a dia, em que há de estar inserida a busca da eternidade e ao qual estará, indelevelmente, ligada a chegada dos filhos é o tema central destapequena, mas valiosa obra. Aos jovens nubentes, é leitura recomendável, pois deles depende o futuro, sem dúvida risonho, quando de sua união, irradiar a esperança.

Tu

ME CoNHECES

Carlo Maria Martini, Editora Santuário, Aparecida, SP; 1993; 122 páginas. Falar com o Senhor tem sido, através dos tempos, uma das mais profundas preocupações do ser humano. De fato, Aquele que é, muita vez é olhado com temor, o que se não justifica, se como cristãos cremos que Jesus, nosso Senhor, veio trazernos o reinado do amor. Em especial, aos jovens e aos educadores, é necessária a consciência de que o Senhor, que o é da História e vê no outro aquele que ora em sua solidão, quer ser encontrado pelas suas criaturas e dar-lhes a recompensa da vida eterna. 42 -

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Reflexão

BEM-AVENTURANÇAS DO PODER Bem-aventurados os que governam para que todos tenham pão com sabor de alegria, transmutando intigas estruturas na multiplicação da fartura; Bem-aventurados os que governam com o coração repleto de humildade, servidores públicos de anseios, de direitos e de utopias; Bem-aventurados os que governam sob a arte de saber ouvir e assinam decretos e decisões sem tingir o papel de sangue; Bem-aventurados os que governam conspirando a favor da maioria, sonegando aos poderosos privilégios e honrarias; Bem-aventurados os que governam para o bem comum, indiferentes à própria imagem e felizes com a ira dos inimigos do povo; Bem-aventurados os que governam trabalhando em equipe, fazendo da política um grande mutirão democrático; Bem-aventurados os que governam deixando-se governar pela população, inabaláveis diante das pressões dos oligopólios e das corporações da ganância; Bem-aventurados os que governam em favor da paz e do prazer, coibindo a violência e reduzindo as desigualdades; Bem-aventurados os que governam na fidelidade às veredas que os conduziram ao poder, impregnados dos princípios evangélicos; Bem-aventurados os que governam em prol dos direitos humanos, destituídos da lógica macabra que faz do orçamento um cofre cujo segredo os pobres jamais descobrem; Bem-aventurados os que governam sem apego ao poder, fazendo da própria vida sacramento de serviço ao próximo, sobretudo aos mais necessitados. Deus haverá de recompensá-los na plenitude do amor. Frei Betto MAI0-95

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Atualidade NAs VÉSPERAS oo

CoNGREsso

MISSIONÁRIO LATINO AMERICANO yo COMLA, no próximo mês rio não pode ser senão o de manifesde Junho, encerrará o ano mis- tar a todos, a realidade mesma da Igresionário. É o momento de se co- ja, que é missão. locar a questão de base: que significa ser O Catecismo da Igreja Católica missionário hoje, na América Latina? ensina que «a missão da Igreja não se Todos concordam que é preciso acrescenta à de Cristo e do Espírito conhecer bem as condições concretas Santo, de que é o Sacramento: por e os fatores determinantes da vida hu- todo seu ser e em todos os seus memmana, pessoal e social, na América bros a Igreja é enviada»(no. 738), é Latina, para agir como missionário. missionária. Na metodologia geralmente adotada A Igreja, na história, dentro das na Igreja, dizemos que, para agir, é in- circunstâncias e condições do Contidispensável ver, nente, cumpre a abrir os olhos à remissão mesma alidade do Contide Cristo e do O grande desafio nente, injustiçado Espírito Santo. e oprimido. Ora, como diz missionário não é o Nas últimas importante pasque fazer; mas como sagem da codécadas os cristãos investiram ser cada dia mais nhecida intermuito no ver, mas pretação da profunda e com um certo esLumen Genautenticamente quecimento, taltium, proposta vez, de que é prepela Comissão cristão/ na América ciso também renoTeológica InterLatina. var o julgar. A nacional, no vimissão, mais do gésimo aniverque realização de sário do Concídeterminados programas e práticas lio: «O que caracteriza o povo (de inspiradas na realidade histórica, é o Deus) ( ... ) é o fato de sua vida consiscrescimento espiritual da comunida- tir em ser, ao mesmo tempo, memória de cristã, da Igreja, nas condições só- e espera de Jesus. »( ...)Memória e escio-culturais do Continente, por mais pera ( ... ) conferem ao povo de Deus adversas que o sejam. sua identidade histórica( .. .). Pode-se O grande desafio missionário não então afirmar que a missão deriva iné o que fazer, mas como ser cada dia trinsecamente da memória e da espemais profunda e autenticamente cris- ra de Jesus Cristo, no sentido de que tão, na América Latina. O primeiro estas constituem o seu fundamento» objetivo de todo Congresso Missioná- (Cf. SEDOC, 18 (1985/6) 932s) . 44 - CARTA MENSAL MAI0-95

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Assim, a Igreja, comunhão na nar culturas, religiões e instituições Trindade, é o povo de Deus em mis- sociais, as vai transformando por densão, cuja vida se desenrola na memó- tro , cQmo o fermento na massa, e lhes ria efetiva do Evangelho e na espera conferindo, progressivamente, plena da vinda do Senhor, manifestadas dia identidade cristã. após dia, pelo primado que se dá, na vida pessoal e comunitária, à oracão e ao amor. Na história da América Latina Francisco Catão nem sempre prevaleceu esse conceito (Especial para a Carta Mensal) espiritual e teológico de missão. Primeiro, a missão foi entendida como agregação do índio, do negro e dos colonos aos costumes da Europa cristã. Depois, o que caracteriza o como estender a todos os habitantes do país os povo (de Deus) (... ) é ditames da religião catóo fato de sua vida lica, combatendo seus opositores, ensinando-a consistir em se~ ao nas escolas e difundinmesmo tempo, memória do-a nos meios de coe espera de Jesus. municação social. Hoje, há ainda quem pense que o principal objetivo da evangelização missionária na América Latina seria a transformação da sociedade, pregando a revolução em favor da libertação dos oprimidos, como foco da ação missionária. Espiritual e teologicamente falando, porém, só há missão, na medida em que se compreender que, antes da observância às normas canônicas, das técnicas de divulgação e das práticas revolucionárias, o que constitui a missão é a efetiva e sempre crescente fidelidade das comunidades e dos cristãos, pessoalmente, á oração e ao amor fraterno, nas circunstâncias em que vivem, com sua cultura, sua forma de encarar o mundo e sua inserção ativa na sociedade. A vida cristã, memória e espera de Jesus, no Espírito, longe de elimi....

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Oração

MÃE

Mãe, nossa Mãe, doce Mãe. Mãe do céu, Mãe de Jesus, Mãe em Belém. Mãe dos homens.

Para ti é sempre dia: velas sobre nós. Somos teus pequenos filhos Somos teus queridos filhos.

Mãe Mãe Mãe Mãe

Para nós destes tudo: Jesus, Por nós sofrestes tudo: até o Calvário. És Mãe de todos nós, És Mãe de cada um de nós, És Mãe para todo o sempre, Nenhum de nós jamais será órfão. Este é o paraíso: Mãe, doce Mãe, Eternamente Mãe!

em Nazaré e no Egito. no Templo e no Calvário, quando cresço e rio, quando sofro e choro.

Mãe em Lourdes e em Fátima, Mãe em Guadalupe e Aparecida, Mãe da Europa e da Ásia, Mãe da África e América latina. Tem olhos de amêndoa, É branca, negra, morena, Tens o coração do mundo, O coração de Deus e dos homens. Teu amor é infinito: em teus braços . cabe o mundo, no teu braço todos os filhos, sob o teu manto a humanidade.

Como Maria, toda mãe é a estrela que indica o caminho na noite escura. É a rainha do lar, e do coração de cada membro da família. Obrigado Mães, por serem Mães e parabéns, neste mês de Maio todo dedicado a vocês!

Mensagem lida em nossa reunião de Maio/94, por Tereza e Mitsuo. Equipe nº 3 Setor A.B.C./SP - Sul I

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OBRIGADO, SENHOR, PELA MINHA MÃE Senhor, como foste bom em dar-me a Mãe que tenho! Obrigado Senhor. Sabes como gosto dela, como a amo, mesmo que, por vezes, não o diga, não o mostre. Éa minha mãe ... Poderá um filho não amar a sua mãe? Nunca ... Senhor, minha Mãe é bela ... aqueles olhos, aquele sorriso, aquele tom de voz! Para os filhos as mães são sempre bonitas. Tu, Senhor, também achavas Maria, mais bela que a estrela da manhã. Senhor, quanto trabalho minha Mãe teve comigo; quanta dedicação!. .. quanta preocupação!... As mães não medem os sacrifícios ... elas só querem fazer-nos felizes. Senhor, com que amor ela esperou por mim, pela minha vinda a este mundo ... Quanto sonho! quanto projeto ela fez para mim, por minha causa ... Obrigado Senhor,pela minha Mãe. Senhor, tenho pena daqueles que não conheceram a própria Mãe, que não sentiram o amor do seu coração, o sorriso dos seus lábios, o calor dos seus beijos, os embalos dos seus braços. Eles não sabem como é bom ter uma Mãe, eles não sabem o que é o amor duma Mãe. Senhor, que a Tua e Nossa Mãe Maria supra tão grande falta. Senhor, obrigado pela minha Mãe. Que eu lhe seja eternamente agradecido, por tanto amor, tanto carinho ... Obrigado Senhor pela minha Mãe. Homenagem de Adernar (da Célia) Eq 8- Setor C São José do Rio Preto/SP MAI0-95

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Última Página MARIA, MoDELO DE MuLHER

Falar da mulher implica necessariamente falar de Maria. Ela viveu num tempo e num espaço, num contexto determinado, inserida em estruturas familiares, sociais e econômicas, políticas e religiosas. Ao longo de toda a História da Igreja, Maria tem sido apresentada como modelo

para toda a mulher cristã: corajosa e decidida, atenta ao que acontece ao seu redor, fiel esposa, obediente à vontade de Deus, discreta na alegria, firme no sofrimento, portadora de esperança, fonte e proteção da vida. Na pessoa de Maria, Deus fez a plenitude de suas maravilhas.

(Traduzido da Carta das ENS da Itália) 48 -

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Meditando em Equipe Carta aos Gálatas, 4,4-7 Qual a motivação central de sua vida religiosa? Essa passagem de Paulo exigiria alguma mudança em sua vida religiosa? Nesse sentido, que fará você para progredir?

Oração Litúrgica: Carta aos Efésios, 1,3-7 Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou em Cristo, com todas as bênçãos espirituais! Antes da criação do mundo Deus nos escolheu em Cristo para sermos dian te dele, graças ao seu amor, santos e imaculados. Conforme sua livre vontade tinha-nos predestinado a sermos seus filhos adotivos, por Jesus Cristo, fazendo assim brilhar a magnificência de sua graça. Eis a graça que ele nos oferece em seu Filho bem-amado: nele temos a redenção adquirida por seu sangue, a remissão dos pecados.


Prioridades: - Vida de Equipe -Formação - Comunicação - Presença no Mundo - Pastoral Familiar - Experiência Comunitária

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma . Espiritualidade Conjugal e Familiar Rua João Adolfo , 118 9º and. cj 901 CEP 01049-910 São-Paulo SP Tel (011) 604-8833 Fax(011) 604-8969


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