ENS - Carta Mensal 310 - Junho e Julho 1995

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li Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

Vocação e Missão dos Leigos Pentecostes 45 Anos das ENS no Brasil Corpo de Deus

Ano XXXV

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N 2 31 O -

Junho-Julho/95


EQUIPES DE NossA SENHORA CARTA M EN SAL

N º 31 o

juN/juL-1995

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INDICE Ed ito ri al

Carta Mensal é uma publicaçiio das Equipes de Nossa Senho ra.

Vi ve r o Comprom isso ... .... .... ..... 1 Edição:

A ECI R Conversa com Vocês ...... 2 Orientação de Vida ... ..... .. .. .. ...... 4 Pri ori dades ............ ...... .. ............. 6 Pastora l Fam ili ar ... ...... .. ....... ... ... 7 Ser Igreja ... ..... ... .......... ......... .... 1 O Form ação ............... ... ..... ..... ..... 20 Protagon ismo ... .. ..... ..... .... ... ..... 22 Di a dos Namo rados .. .. .. .. ......... 26 Jovens ... .. ... ...... ... .. .... .... .... ..... ... 27 Espec ial 45 A nos ... ... .... ........ .. . 30

Equipe da Carta Mensal. Fone: (OI!) 604-8833. M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis) Maria Célia e Jocio Laurentys Nilza e Maurício Oliveira 8/anche e Lauro F. Mendonça Maria do Carmo e José Maria Whitaker Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Co //S. Espiritual)

J ornalista Responsável: Catherine Elisabetlt Nadas (MTb 19835).

Diagramação e Ilustrações:

Reportagem .............. .... ... ........ 32

Maria Alice e l vahy Barcellos

Projeto Conju gal ......... .... .. ........ 35

Capa:

Atu alid ade ... .. .............. .... .. ...... . 37 Vid a do M ov imento .... ... .......... 38 Fátim a/94 ....... .. .. ............. ...... ... 40 Notícias e Inform ações .. .... ..... . 43 Nossa Bibli o teca .. ..... ..... .. ........ 44

Eros Lagrotta I Jga r Feltr

Composição e Fotolitos: News\Vork Rua Venâncio Ayres, 931. São Pau lo. Fone: (01I) 263-6433.

Impressão e Acabamento:

Reflexão .. .... ......... .... .... .. .... .. .. .. 45

Edições Loyola. Rua 1822, 347. Fone: (O I! ) 914-1922.

Oração ..... ............ .... .... ..... ... .. .. 47

Tiragem desta edição: 8.200 exemplares.

Úl tim a Pág in a ... .. .. .... ........... ... . 48


Editorial VIVER O COMPROMISSO Queridos Equipistas Paz e Bem!

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ssado o tempo forte de busca da nossa conversão (Quaresma), celebrado o memorial de Jesus Cristo, é importante que continuemos cada vez mais a aprofundar o nosso papel de cristãos no mundo de hoje. Todos nós devemos buscar aquilo que nos identifica, anima e estimula. Nesse sentido, partilho com todos vocês a preocupação que se vem manifestando nas reflexões das reuniões da ECIR, ou seja, como anda a vivência dos nossos Pontos Concretos de Esforço? Tem eles contribuído para formar atitudes? Como vivemos a verdade? A vontade de Deus? Como nos colocamos na perspectiva de encontro e comunhão? Certamente todos já estão cansados de ouvir falar desse assunto e talvez por isso não damos a devida importância. São os P.C.E. que se traduzem em Compromisso, não para o outro mas, e principalmente, para si próprio e após isto, nos remetem à santificação do nosso (a) cônjuge. Procuremos, sempre, em todos os momentos de nossa vida, lembrarmos da grandeza, beleza e leveza que os P.C.E. nos proporcionam. É escutando a Palavra de Deus atentamente e meditando-a com profundidade que vamos conhecendo a vontade de Deus que nos quer santos e felizes . É realizando a nossa oração conjugal e também a oração familiar bem como o dever de sentar-se que se vai vivendo na VERDADE e con hecendo mais um ao outro e aos outros. É fazendo o nosso retiro anual e sendo protagonistas da missão assistidos pelo Espírito Santo que vivemos o Encontro e a Comunhão. Com isto, sendo VIDA c compromisso, estamos cada vez mais contribuindo para que a Partilha de nossas reuniões se torne mais rica, profunda, e reveladora de nosso progresso cristão. Que Deus os ajude sempre nessa vivência. Abraços e orações.

Pe. Mário José EC/R j uN/juL-95

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A EC/R Conversa com Vocês

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ivemos, nestes últimos anos, inúmeras oportunidades de conversar e de nos relacionar com equipistascasais e conselheiros espirituais- de distintos lugares deste nosso B rasi I. Foram contatos extremamente gratificantes, que nos proporcionaram muitas alegrias, amizades novas, carinho e atenção, que certamente nunca fizemos por merecer. Sempre pudemos sentir a atuação dos equipistas nas várias pastorais da Igreja, principalmente na área do casamento e da família, como um serviço à causa do Reino de Deus. Dos nossos 20 anos de casados (a completar no próximo dia 20 de setembro), 15 deles foram vividos numa equipe de base do nosso querido Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Na maior parte deste tempo, prestando algum serviço, tendo alguma responsabilidade. Caso não tivéssemos tido a graça de servir ao Movimento e à Igreja nas várias funções desempenhadas, certamente não estaríamos dando agora este nosso testemunho de vida. Chegamos à conclusão de que vale a pena colocar-se a serviço dos outros, contribuir com a evangelização de casais e famílias, mas deixando-se também evangelizar pelos irmãos. Com este espírito, lembramos de vários eventos importantes que estarão acontecendo nestes meses de junho e julho. Nas diversas regionais serão reali-

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zados encontros com o objetivo de intensificar a oração, a formação, a troca de experiências, o f01talecimento da amizade e da ajuda-mútua dos casais responsáveis regionais e de setores/coordenações. Não deixem de incluir em suas orações este tempo forte do Movimento. Em meados de julho ocorrerá nova reunião da ERI - Equipe Responsável Internacional, em Dublin, Irlanda, coordenada por Cidinha e Igar, seguida do encontro do Colegiado Internacional do Movimento das ENS, com a presença e participação do nosso casal responsável nacional, Maria Regina e Carlos Eduardo. Não podem faltar nossas preces, para que todos os presentes sejam profundamente inspirados pelo Espírito Santo e para que o nosso Movimento e a nossa Igreja possam ser merecedores de abundantes graças e bençãos da parte do Senhor Deus. Também estará ocorrendo, neste mês de julho (de 15 a 23), em Belo Horizonte, o 5° Congresso Missionário Latino-Americano, que tem por objetijuN/juL-95


vo básico aprofundar a responsabilidade missionária da Igreja e o protagonismo dos leigos. Participar de reuniões preparatórias nas dioceses e orar intensamente pela fecundidade da Conferência são responsabilidades de todos nós. A propósito do protagonismo dos leigos na Igreja e no mundo, o mês de julho será marcado pelo lançamento da Revista Família & Vida. Todos os equipistas já tomaram conhecimento deste projeto, noticiado na maioria dos EACREs e amplamente divulgado pela Carta Mensal. É uma iniciativa de casais que defendem os valores cristãos do casamento e da família. A Revista pretende atingir casais e famílias de todas as origens e situações, apresentando e ajudando a descobrir novos caminhos para serem mais felizes. E certamente uma causa que interessa a todos nós. E sua adesão e participação efetivas não podem faltar, seja adquirindo uma assinatura, seja incentivando outros casais e famílias para fazerem sua assinatura. No momento em que nos despedimos carinhosamente de todos vocês, uma vez que estamos deixando de fazer parte da ECIR - Equipe de Coordenação Inter-Regional, já que nos dedicamos a este serviço há cinco anos, queremos dizer que nos lançamos agora neste projeto da Revista Família & Vida. Agradecemos a todos vocês, irmãos equipistas, por todo o bem que

Vale a pena colocar-se a serviço dos outros/ contribuir coma evangelização de casais e famílias/ mas deixando-se também evangelizar pelos irmãos.

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nos proporcionaram e continuam nos proporcionando. Agradecemos a nossos amigos e irmãos da ECIR pelo carinho que sempre nos dedicaram. Agradecemos aos queridos casais e conselheiro espiritual de nossa Equipe 19 de Brasília, consagrada à Nossa Senhora das Famílias, que sempre, como irmãos muito fraternos, ajudaram-nos, incentivaramnos e permitiram que pudéssemos trabalhar em favor do carisma e dos objetivos das ENS.

Agradecemos, emocionados, a nossos filhos muito queridos que sempre souberam nos compreender e incentivar em todos os momentos e desafios da vida. Ao Gustavo (17 anos), Renata (14 anos), Gabriela (1 O anos) e Rafaela (7 anos) o nosso beijo muito carinhoso, desejando que sejam sempre muito felizes e plenos de graças e bençãos do Senhor Jesus e de Nossa Senhora das Famílias.

Mariola e Elizeu Calsing EC/R CARTA MENSAL -

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Orientação de Vida QUAL O SENTIDO DAS BODAS DE CANÁ HOJE? "Jesus Foi Convidado Para As Bodas f Os Seus Discípulos Também (Jo 2,2)"

egundo o evangelista João, o primeiro sinal, ou milagre, de Jesus aconteceu enquanto ele vivia no anonimato e na simplicidade da pequena aldeia de Nazaré na Galiléia. Jesus vivia como a maioria dos homens, sem aparecer em jornais , muitas vezes incompreendido, envolvido em diferentes situações . Lá viveu também um tempo de crescimento e de espera da sua hora. Jesus e sua mãe foram convidados para um casamento em Caná, na Galiléia. Ainda não havia chegado a sua hora, mas a um pedido de sua mãe, intervem numa si tuação embaraçosa para os noivos: acabou o vinho da festa . Jesus, então, transforma água em vinho bom, que não passou desapercebido dos outros convidados . Por amor aos amigos, dá a si mesmo. Jesus é o vinho da Alegria, do Espírito, que realiza uma Nova Aliança com os homens. Vemos pelo Evangelho, que a realidade daqueles dias não difere da

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que vivemos hoje: infidelidades, adultérios, egoísmos inqualificáveis, desajustes familiares , e outros. Jesus presente naquelas bodas realiza um sinal que devolve ao matrimônio a beleza originária: ser sacramento da realidade que existiu na criação, Deus e o primeiro casal Adão-Eva, antes da queda; e o eleva a grandeza do seu Amor por aqueles que constituirão a sua Igreja. Para muitos, os sacramentos são deveres religiosos, uma prática igual a tantas outras, esvaziadas de significado. Ora, os sacramentos estão cumulados da presença de Deus, que nos faz lembrar as palavras a Moisés, ao lado da sarça ardente: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é terra santa." Então, convidar Jesus para as bodas é assegurar que ele se lembra das nossas mi sérias (dificuldades, contrariedades, desamor, etc) e nos presenteia com o seu poder transformando-as em amor, bondade , solidajuN/juL-95


riedade, paz, misericórdia, ... "Jesus Foi Convidado Para As Bodas, E Os Seus Discípulos Também (lo, 2,2)" Diferentemente dos outros evangelistas, João foi testemunha de Jesus , conviveu com ele. E, sob a inspiração do Espírito Santo, escreveu seus relatos aplicados às situações que a sua comunidade estava vivendo. É o mesmo que a evangelização faz hoje . João mostra os discípulos seguindo Jesus por iniciativa própria. Jesus questiona: "O que procurais"? Eles queriam ficar com Jesus , ver como ele vivia. Foram, e permaneceram com ele . Os discípulos acompanharam Jesus nas bodas, viram o sinal que ele realizou, c creram nele. A experiência que tiveram de estar com Jesus, fez com que começassem a chamar outros. Hoje, através dos Pontos Concretos de Esforço nos acercamos de Jesus, e ele nos faz amesma pergunta: O que procurais? Jesus quer provocar em nós uma decisão. Quando optamos por segui-lo, Vem e Vede, experimentamos a sua companhia e vemos que ele transforma com o seu amor o nosso cotidiano: juN/JuL-95

pequenos gestos de amor sente na vida dos outros no anonimato do nosso casais: lar; facilidade em viver a - que receberam a luz e solidariedade; a fraterni- dela se esquivaram; dade nos ambientes de - que tristemente navetrabalho e na sociedade; gam entre luz e trevas; fortalecimento da nossa - que buscam a felicidavida em equipe; maturida- de sem sequer saber onde de para compreender que esta se encontra. é chegada a hora do pro"Através dos casais tagonismo das ENS. En- felizes, Deus voltará a tão o que permanece é o reunir os infelizes, por que experimentamos com isto, quem conhece a f eJesus: "Vem e Vede". licidade, não tem o direiEm Caná, na casa do to de ocultar o próprio te"primeiro casal cristão", souro. O lar feliz que toJesus realiza um si nal. talmente se absorve em A nós, batizados que sua felicidade, retira-se optamos por seguir Jesus do plano de Deus. " como casal, nas ENS, ele pede para entender o sen- (Charbonneau- Sentido tido para hoje das suas Cristão do Casamento). palavras e gestos, a exempio do evangelista João e sua comunidade. A nossa missão de discípulos preVera Lúcia e José sentes nas bodas, é testeRenato Luciani munhar ao mundo que EC/R Deus nos ama. Qualquer que seja a obscuridade e a insignifiBIBLIOGRAFIA cância da nossa situação presente, somos amados MARTINI, Carlos M. por Deus. Temos a missão (1984). O Evangelho de testemunhar mais preSegundo João na cisamente aos casais e às experiência dos famílias, que a exemplo exercícios espirituais, de Maria, são chamados Edições Loyola. a fazer Jesus continuar EVDOKINOV, Paul nascendo nos corações ( 1989). O Mistério dos homens e das mulheConjugal à luz da res do nosso tempo. tradição ortodoxa, Quem aceita ser disEdições Paulinas. cípulo como casal, acompanha Jesus, torna-se preCARTA MENSAL -

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Prioridades COMUNICAÇÃO ato de comunicar é um dos bens mais valiosos já con_quistados pela humanidade. E através dela que a sociedade vai se organizar e tornar possível a vida coletiva. A comunicação é a base essencial de toda sociabilidade. Onde quer que os homens tenham estabelecido relações duradouras, a natureza das redes de comunicação que se instituíram entre eles, assim como as formas que tomaram e a eficácia que atingiram determinaram em grande medida as oportunidades de aproximação ou de integraçãp comunitária, assim como as possibilidades de reduzir tensões ou n."lsolver conflitos que surgiram. Hi!>toricamente o direito à comunição cotTcsponde ao passaporte da cias:.laniq. ao instrumento que viabiliza a integraçüo de cada indivíduo à sua comunidade. Sem dúvida, trata-se inegavelmente.de um direito de todos saber e transmitir, ouvir e falar, conhecer e re-

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~roduzir.

Para nós das Equipe de Nossa Sehora, a comunica~tão é10 instrumento or meio do qua1 cadã equipista entra m sintoma com os objetivos c metas o Movimento , desta forma passa a ·i vê-lo em sua p enitude. E é com base as_uairoportãncia vital que a Comunip.çã fi e,s.col~ida para integrar as prio"daclés doM vimento. ~ artiçulação dos 7.200 casais que nlegram as ENS no Brasil só vai ser ossívcl s pudermos contar com uma ficientc r e de comunicação, ou seja, JlHl r nde a informação é transmia nos vários níveis e, em seguida, sua respos ta é remetida. Podemos até pen-

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sar na imagem de uma "teia de aranha", onde existem uns quinze ou vinte fios básicos e centenas de sub-fios. Se puxarmos um único fio notamos que pelo menos uns trinta fios vão se mexer, mandando "ondas de choque" para quase todo o resto da teia. É desta maneira que funciona uma rede de comunicação. . O rompimento em qualquer parte da rede provoca imediatamente o isolamento de todas as partes subseqüentes, o que para nós representa o afastamento ou a falta de sintonia de muitos equipista~ com o Movim~nto como um todo . E muito importante que o direito de todos à comunicação não se torne lentamente um privilé"ÍO de pllUl'C!S. Ao recorrermos istcrnuticament ao uso de nossa rede de comunkação estaremos ao mesmo tempo ftH1:.1kccndo o Movimento e cumprindo com nossa responsabilidade perante aos demais equipistas que têm o direito de ter acesso a todas a informações de interesse das ENS. Todos sabemos que a informação é um bem que delega ao seu possuidor uma forte carga de poder, que deve ser usado de forma rcsP.onsável por todos os membros do Movimento. Se o nosso objetivo é transformar o mundo, vivendo e omunidadc e sendo sinais de amor njugal y fami li ar, podemos dizer que a fê em Deus nosso alimento c a comuni.::.wãq noss ferramenta.

Maria Cecília e Gaspar EC/R juN/juL-95


Pastoral Familiar

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FuTuRo E A FAMÍLIA

T:dos nós sabemos orno se formam s famílias. Mas, como era a família no passado? Como será no futuro? Como a família faz parte da sociedade e com ela intcrage, sofre todos os efeitos políticos, sociais , econômicos, tecnológicos ... provocados pelo homem. Para facilitar o entcndimento, vamos dar uma visão panorâmica do contexto social e utilizar o modelo sugerido por Alvin Tofner, em seu livro A Terceira Onda. Neste trabalho a história humana é dividida em três grandes ondas de mudança. A pré história humana é marcada por tribos nômades, que vivem da caça, pesca c coleta de alimentos; sem fixação ou vínculos geográficos. A partir do momento em que o homem fixa-se à terra surge a: PRIMEIRA ÜNDA: Agrária Duração: 10.000 anos (da pré história até 1600) O poder é exercido pela força física ou animal e pela violência. juN/juL-95

A tecnologia existente é artesanal: alavancas, moinhos, rodas d'água ... O calor é gerado pelo fogo. Toda a produção é feita para o consumo ou pagamento de impostos , sendo o pequeno comércio existente, realizado na base da troca. A família vive da terra (agricultura) e é numerosa; com muitos filhos e parentes (avós, tios, primos, afins ...): família expandida. O processo de educação é realizado oralmente dos mais velhos para os mais novos, e a aprendizagem ocorre através do exemplo prático. O trabalho é realizado por todos.

mamente centralizados e massi ticados. Tudo é produzido em massa para um mercado de massa. As fontes energéticas são o carvão e posteriormente o petróleo. Fontes não renováveis e altamente poluidoras. A família encolhe (nuclear com 3 ou 4 filhos), devido ao chamamento maciço para o Irabalho em fábricas. Os idosos e doentes são entregucs a instituições especializadas. A educação dos filhos é dividida entre a família e a escola, onde se aprende também o currículo oculto: disciplina, pontualidade, obediência ... para o futuro trabalho na fábrica.

SEGUNDA ÜNOA: Industrial Duração: 350 anos (1600 - 1950)

TERCE IRA ÜNDA: Inform ática Du ração: 50 anos (1950 - 2000)

Surge em conjunto com a Revolução Industrial (idade das chaminés). O poder é exercido através da concentração de renda (capital) c ri quezas (colônias, Impcrialismo ... ). Surge a div isão entre produção e consumo e cria-se o mercado. Os meios de produção e comunicação são extre-

O poder é centrado nos computadores, na super industrialização (aeroespacial, eletrônica, química fina, cerâmicas, semicondutores ... ), e no conhecimento científico. O local de trabalho muda paulatinamente da fábrica para o escritório. As tarefas altamente repetitivas e mecânicas vão CARTA M ENSAL -

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sendo autorizadas e robotizadas. Os meios de comunicação e produção tornam-se diversificados e personalizados. Com a crise energética (alto preço e esgotamento do petróleo) e a preocupação ambiental crescentes ; buscamse novas formas de energia: elétrica, nuclear, solar, etc. As companhias multinacionais expandem-se, trazendo em seu rastro o Neo-Imperialismo, na conquista de mercados cada vez maiores. A casa torna-se a cabana eletrônica com todas as facilidades tecnológicas: vídeo, fax, TV a cabo ou satélite, telefone celular, computadores ... colocando bancos, diversão, cinema, compras, mercadorias, informação ... tudo disponível ao toque de um botão. A família torna-se ainda mais nuclear ( l ou 2 filhos). A mulher começa também a trabalhar e conquistar seus espaços na sociedade. As tensões sexuais multiplicam-se gerando separações, divórcios, re-uniões ... Questiona-se a rigidez dos papéis sexuais, gerando o liberalismo, crescimento do homossexualismo, etc. A educação é delegada de vez à escolas e

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Coma diversificação e especialização de profissões, o trabalho vai sendo lentamente transferido do escritório para a cabana eletrônica. estabelecimentos de ensino (cursos variados) . Porém ao final da Terceira Onda, com novas informações científicas sobre a criança, a família volta a acompanhar e orientar mais de perto a educação de seus filhos. Com a diversificação e especialização de profissões , o trabalho vai sendo lentamente transferido do escritório para a cabana eletrônica. Nesta virada de século podemos já notar as marolas de uma nova onda de mudança surgindo: QUARTA ÜNDA :

Globalização Duração: 2000 - ? O poder será centrado no conhecimento cien-

tífico e informação (cérebro) e na mente (domínio da vontade, capacidade humana), assim como na tecnologia e nos serviços. As companhias tornar-se-ão totalmente transnacionais, existindo em todos os cantos do globo e perdendo a dependência de um país sede. Com isso as fronteiras geográficas cairão rapidamente, surgindo blocos econômicos (bloco europeu, bloco americano, bloco asiático ... ). A economia, os meios de produção e comunicação serão todos globalizados: tudo para todos. As mudanças ocorrerão cada vez mais rapidamente. Uma novidade, dependendo da área, poderá durar meses, dias ou apenas horas, sendo logo substituída por outra. O poder e as decisões serão mais distribuídos e participati vos . As fontes energéticas serão diversificadas e integradas: solar, ventos, ondas e marés, geo-termal, fusão ... A preocupação ambiental, habitacional e alimentar levará a uma ocupação e exploração racionais dos oceanos e do espaço. Haverá o renascimento do ser humano; sendo ele o principal alvo de todas as inovações juN/juL-95


científicas: mapeamento do código genético, bioengenharia, supercondutores, vídeo-fone, realidade virtual, supercomputadores interativos ... O robô substituirá o homem em tarefas mecânicas, inacessíveis ou prejudiciais. A família atingirá o grau máximo de sua diversidade: nuclear, casais sem filhos, família expandida; todos os tipos possíveis e imagináveis em iguais proporções. O trabalho sairá do escritório para a casa, com a preocupação crescente com a qualidade de vida e trabalho humanos. O contato familiar atingirá seu grau máxi-

mo, alcançando o nível de laboratório de valores: criatividade, imaginação, valores morais, autonomia, habilidade, equilíbrio emocional, amor, busca de soluções, alegria, entusiasmo ... Nestes novos tempos, a aldeia global terá como protagonista o ser humano. Principal gerador, manipulador e consumidor de informação. E onde entram as ENS nisto tudo? Em tudo. Por ser um movimento inspirado pelo Espírito Santo e inserido na Igreja, acertamos em cheio em promover o protagonismo das equipes, o protagonismo de cada casal e leigo.

Tudo é produzido em massa para um mercado de massa. O que as ENS estão fazendo para ajudar os casais a viver ou a enfrentar a 3" onda? Qua/lto às transformações, as ENS estão fazendo algo para preparar os casais e seus filhos para a 4a onda?

Aninha e Reto

CRR-R/011 Equipe 24-C Petrópolis RJ

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Ser Igreja

U M P ENTECOSTES

DIFERENTE

(IMAG INEM SE ELES TIVESSEM FEITO ASSIM •• • f)

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uando chegou o dia de Pentecostes. estavam todos nomesmo lugar. Estavam contentes por estarem juntos. No céu, nem o menor sopro de vento. E com isso, ficavam amigav e juntos. Ninguém os incomodava, aliás quem iria se importar com eles? Reavivavam suas lembranças de Jesus; contavam isto ou aquilo e, o que era melhor, entendiam-se falando a mesma língua. Não abriam as janelas, nem mesmo para um pouco de ar. Nas ruas, ao redor da casa onde estavam, havia uma multidão de gente vinda das principais nações : partos, medos, elamitas, moradores da Mesopotâmia, capadócios - gente mesmo de todas as partes. Esse povo falava de muitos assuntos, até de Jesus e de seus seguidores: - "Não se ouve mais nada sobre o assunto. Parece que tudo já acabou!". E pronto, falavam de outras coisas, de como o rabino Benjamim tinha interpretado as Escrituras, de manhã, na Sinagoga. Continuavam vivendo, sem perceber nada de novo. Pentecostes estava sendo um dia como todos os outros. No meio do pequeno grupo, porém, Pedro estava falando: "Meus prezados antigos, que partilham comigo a Lembrança de Jesus! Já estamos acostumados com o fato: nosso amigo Jesus já não está entre nós. Dos judeus não precisamos temer nada mais; já se acalmaram há muito. Por que haveríamos de recomeçar tudo de novo? Graças a Deus estamos em paz. Isso é bom, e é melhor que assim continue! De vez em quando, quando der vontade, poderemos encontrar-nos para venerar a memória de Jesus. No mais, tudo deve continuar como está! Isso é o melhor para todos os interessados. Estranhos só poderiam causar problemas em nosso grupo." Foi assim que Pedro falou. Os discípulos ainda se encontraram muitas vezes , mas aos poucos começaram a se enfadar com essas reuniões. Com o tempo, acabaram morrendo. E com isso acabou toda essa história sobre Jesus.

Que tipo de Pentecostes estamos vivendo?

Da revista ZUR ZEIT, maio/junho de 1994, tradução de FI. Castro. 10-

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VEM, EsPíRITO CRIADOR Vem, Espírito Criador visita as almas dos teus fiéis Enche de graça celeste o coração das tuas criaturas. Tu, que és chamado Paraclitus (Confortador) O mais alto dom de Deus, fonte de vida, o fo o a unção espiritual. Vem, Espírit Criador visita a alma dos us fiéis Fortifica, pois, com tua rw.~ca:.et nossa débil matéria; ilumina nossos espíritos, enche nossos corações com Teu amor. Afasta nossos inimigos, dá-nos paz eterna, s nosso guia, para que vitemos cair no mal.

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Vem, Espírito Criador á-nos a alegria celestial, s a Tua graça e a Paz eterna. lória ao Senhor, ao Pai, e ao seu Filho ressucitado e ao Paraclitus pelos séculos e séculos.

(Hino de Pentecostes do início da Idade Média, atribuído ao Arcebispo de Meinz, na Alemanha. Música de Gustav Mahler ( 1860- 1911 ), Sinfon ia n" 8, Sinfonia dos Mil.) Colaboração de Luciana, filha de Maily e Ayrton (Equipe 8B- S. Paulo) JuN/JuL-95

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CORPO DE DEUS "Nenhum povo tem os seus deuses tão perto de si como o nosso Deus está perto de nós." Festa da unidade Festa da Fraternidade a é outra festa de Deus: a festa o Santíssimo Corpo e Sangue de ris to. Por ser mais curto e mais tradicional, o nome da festa continua sendo: Festa do Corpo de Deus. É a testa

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Existem fortes razões teológicas e pastorais para reavivar esta celebração de caráter familiar, público e coletivo do Corpo de Cristo na Eucaristia. Neste ano de 1995, a celebração é no dia 15 de junho. Deverá ser sempre um dia de festa para você, para a sua família, para a Comunidade, para a Igreja. O dia próprio para esta celebração seria a Quinta Feira da Semana Santa, que é o dia da Instituição da Eucaristia. Todavia, porque esta celebração solene da Eucaristia, na Quinta Feira Santa, acontece num tempo litúrgico que não permite grandes solenidades e manifestações públicas, a Igreja designou a segunda quinta feira depois de Pentecostes como o dia especial para as manifestações públicas em homenagem ao Cristo Eucarístico. Esta festa do Corpo de Deus teve sua origem em 1247, na Bélgica, a partir de uma devoção particular. Mais tar12 ·

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de, em 1264, quando Urbano IV governava a Igreja, a festa foi oficializada e estendida ao mundo todo. O Ofício litúrgico foi composto por São Boa ventura e por Santo Tomás de Aquino. De certa forma, a festa do Santíssimo Sacramento difere das outras. Vale a pena lembrar, entre a riqueza, a arte e a piedade do texto da Liturgia da festa, por exemplo, o Lauda Sion Salvatorem ( "Sião, louva o Salvador") e o conhecidíssimo "Tantum ergo Sacramerz-

tum" (" Tão sublime sacramento"). Esta festa foi fruto da piedade eucarística daquela época, pois era um tempo em que os cristãos foram profundamente questionados, atacados e abalados por pessoas que negavam a presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados ou duvidavam se Jesus estava presente na Missa, na Eucaristia. Foi necessário, então, reanimar e reavivar nos corações dos fiéis a adoração do Corpo e do Sangue de Cristo e, por isso , a Igreja fez , do Corpo de Deus, uma festa universal e em 1311 foi realizada, pela primeira vez, uma procissão festiva levando o San-

//Na vida caminha quem come deste Pão. Não anda sozinho quem vive em comunhão//. juN/jUL-95


tíssimo Sacramento pelas ruas e praças das cidades. O Deus escondido no pedaço de pão consagrado e guardado nos sacrários é o Senhor da História, o Senhor do mundo, Aquele que reina por direito e por conquista. Ele merece nosso louvor, nossa gratidão, nossa adoração, nossas homenagens. É nesta dimensão que as Equipes de Nossa Senhora devem colocar a celebração e o sentido da Festa do Corpo de Deus, uma festa que vem da Idade Média mas que, atravessando os séculos, conserva sua urgência e sua vitalidade na modernidade. Não se trata de um triunfalismo vazio e inútil. Existem fortes razões teológicas e pastorais para reavivar esta celebração de caráter familiar, público e coletivo. Num dia, como neste da festa do Corpo de Deus tanto a pequena comunidade familiar como a grande Família-Igreja-Povo de Deus podem sentir e testemunhar sua unidade, sua fraternidade, sua solidariedade. "Na vida caminha quem

come deste Pão. Não anda sozinho quem vive em comunhão". Também importa lembrar:- pouco valeria a festa do Corpo de Deus, pouco valeria a procissão (a mais importante do ano), pouco valeriam os enfeites das ruas , as manifestações públicas, sem a sua homenagem sincera, íntima, pessoal, familiar, interior, comprometedora. A festa de Corpo de Deus, quando bem celebrada e vivida, não perde a sintonia com a Igreja, que está no Brasil, e implijuN/JuL-95

ca necessariamente a vida pessoal, familiar e social de cada cristão. Ela exige sérias reflexões. - Celebre a festa do Corpo de Deus! Reze! Agradeça! Cante! Participe! Bata palmas! Grite vivas a Jesus! Viva a esperança e a certeza de que Deus está com você, com sua família, com a Igreja! Deus não abandona ninguém. Ele é o parceiro da nossa Romaria. Ele está no meio de nós!

Pe. José Oscar Brandão. C.Ss.R. Aparecida - SP Equipe 03

PARA

VocÊ

REFLETIR

(EM PARTICULAR OU EM GRUPO)

L Os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia durante as refeições da comunidade. Existe comparação entre a refeição comum e a celebração da Eucaristia?- Quais? 2. Por que a Igreja precisa obrigar os cristãos a participarem da Missa nos domingos e dias santos? Por que precisa mandar que os cristãos comunguem pelo menos na Páscoa da Ressurreição?

3. Que significa dizer que a Eucaristia é o sacramento da comunhão e da solidariedade com os excluídos? CARTA MENSAL -

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IGREJA, SACERDÓCIO E POLÍTICA A propósito da fala de João Paulo li aos bispos da Arquidiocese de São Paulo

m fins de março desse ano João Paulo 11 recebeu o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, acompanhado dos bispos auxiliares da Arquidiocese, em visita ad limina. Depois da saudação de Dom Paulo, que ressaltou os desafios à pastoral· social e urbana, João Paulo 11 respondeu num longo e circunstanciado discurso , que me foi pedido comentasse para os leitores da Carta Mensal. O Estado de São Paulo publicou a íntegra no dia seguinte, 22 de março de 1995. Apesar da linguagem curial, que tende a arredondar certos ângulos e a dissimular as paixões mais ardentes, nota-se que o Papa toma uma posição bastante matizada em face da orientação pastoral socia l da Arquidiocese. João Paulo 11 não esconde elogios aos bispos por sua sensibilidade social, fruto da consciência de que a fé proclamada deve repercutir

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necessariamente no comportamento concreto dos cristãos, contribuindo eficazmente, a

espera então que os responsáveis pela pastoral social assim procedam não movidos por aspira-

Como cidadãos do mundo e porque cristãos/ temos o

dever precípuo de lutar pela justiça/ censurar e combater a corrupção/ dignificar o trabalho/ fomentar a educação/ melhorar a previdência e as condições de moradia sobre tudo para os mais necessitados. partir dos valores evangélicos, para a construção de uma sociedade mais justa. Sob esse aspecto, São Paulo é uma Arquidiocese que irradia no mundo inteiro, um exemplo cada vez mais seriamente seguido, embora tenha sido também objeto de desconfiança e de emulação. Sua responsabilidade é imensa. João Paulo li

ções de poder social ou político, ou inspirados por enganadoras ideologias alheias ao patrimônio cristão, mas por fidelidade a Jesus Cristo, por ver em todos os homens sem exceção, mas especialmente nos mais pequenos e desvalidos, aqueles que são amados por Cristo, por Ele resgatados e redimidos, filhos no Filho, chamados a serem herjuN/juL-95


deiros do Reino eterno do Pai. Numa palavra, João Paulo 11 confia acima de tudo na fidelidade pessoal dos bispos e de todos os agentes de pastoral, que se empenham em nome de Cristo e da Igreja, a serviço dos mais necessitados. Mas a pastoral da sensibilidade social, como toda ação de ponta, não está isenta de riscos e de confusões. Há cristãos que a compreendem mal. Outros que dela se aproveitam para seus próprios fins, ou que a criticam, em nome de interesses, nem semjuN/juL-95

pre preservados. A pastoral social mergulha a Igreja, do bispo ao último dos fiéis, num verdadeiro vespeiro de incompreensões e resis-

Ainda hoje há quem insista mais na distinção das tarefas do que na unidade da missão

tências, ameaçando não só o equilíbrio pessoal do agente de pastoral como a própria transparência de seu testemunho. As orientações de João Pau lo II são preciosas, repetem o que já foi dito há cinco anos, em circunstâncias análogas: a Igreja, na sua leitura dos problemas sociais, situa-se num eixo que transcende os I imites da história humana em sua pura dimensão temporal. Ela jamais confunde o Reino de Deus com a construção da Cidade dos homens. Nem absorve esta Cidade, como pretenderiam os esquemas das diversas formas de cristandade política, nem por ela se deixa absorver, na linha de outras sistematizações que pretendem reduzir a ação evangélica ao comprometimento sócio-político. A doutrina tem seu fundamento teológico na fé na Encarnação: assim como Jesus é o Filho de Deus que subsiste como Deus e como CARTA M ENSAL -

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homem, sem que a divindade e a humanidade se confundam ou misturem, nem possam ser divididas ou separadas, como ensina o Concílio de Calcedônia (451), também a Igreja é um só Povo de Deus , Corpo de Cristo e Templo doEspírito Santo, cuja vida é inseparável da prática da justiça e da solidariedade entre os humanos. Não é possível dizer que se ama Deus, quando não se tem em conta a necessidade do irmão. Quando o mundo era cristão, na cristandade, distinguiam-se rigidamente, na Igreja, as tarefas temporais das espirituais. Ainda hoje há quem insista mais na distinção das tarefas do que na unidade da missão, atribuindo ao clero as atividades religiosas, espirituais e deixando aos leigos as a ti v idades temporais, seculares. Tendo em vista, porém, a realidade da Encarnação, é também legítimo reconhecer que o temporal é espiritual e o secular, religioso, assim como o homem Jesus é Deus. A novidade da pastoral social na América Latina é que ela constitui uma forma de Igreja em que se acentua, não 16-

CARTA

MENSAL

tanto o dualismo das ta- do que uma recomendarefas, como no passado, ção disciplinar, porém, mas a unidade da mis- João Paulo li prega um são, fundada na unida- princípio de valor unide do desígnio salvador versal: a motivação do de Deus, traduzida na bispo ou do padre, do unidade da pessoa divi- religioso, religiosa ou na do Filho e expressa agente pastoral, na ação na unidade do Espírito, social, não deve ser o como realidade de co- gosto do poder nem munhão com Deus , con- uma perspectiva revolucretizada historicamen- cionária, de cunho marxista. Por isso, nenhuma te na ação social. Como cidadãos do ação social cristã, de mundo e porque cris- padres ou de leigos, tem tãos, temos o dever sentido na Igreja, se não precípuo de lutar pela deixa transparecer clajustiça, censurar e com- ramente que é feita por bater a corrupção, dig- causa de Jesus, no senificar o trabalho, fo- guimento do caminho mentar a educação, me- por Ele trilhado, para l h orar a previdência e resgatar todos os humaas condições de mo- nos com seu sangue, esradia sobretudo para os pecialmente os mais pemais necessitados, lutar queninos e desvalidos. O mal não é que papara que todos tenham acesso à posse da terra, dres ou cristãos se ocucom condições de tira- pem de tarefas que têm rem dela seu sustento e impacto político, mas o de sua família, como fazê-lo, em nome da lembra a fala de João Igreja, por gosto dopoder ou por pensar que é Paulo li. Como se vê , a preo- função da Igreja subcupação maior do Papa verter a ordem social nesse discurso não é de vigente, porque injusta. assegurar a disciplina canônica, que afasta o clero da política. Tal esquema rígido mal se adaptaria à realidade Francisco Catão bras i Ieira, especialmente na Arquidiocese de (Teólogo e escritor) São Paulo . Se o Papa o (Especial para a lembra é por uma quesCarta Mensal) tão de prudência. Mais juN/juL-95


CoRAÇÃO DE JEsus: REPARAÇÃO ão precisamos provar que o amor de Jesus pelos homens não é reconhecido. Há muitos que, na realidade, o ignoram ou então o conhecem, mas agem como se este amor não fosse verdadeiro. Os cristãos compreendem que precisam reparar as injúrias feitas pela humanidade ao Coração do Senhor.

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Os cristãos precisam unir-se constante e conscientemente ao sacrifício da cruz renovado na Eucaristia.

Como podemos, hoje, fazer esta reparação? Penso que, em primeiro lugar, os cristãos precisam ter aguda consciência da maldade e malícia do pecado. Quando o coração dos homens perde a sensibilidade para com tudo o que ofende o coração de Cristo não é possível reparação. Ao contrário, aumenta ainda mais o cortejo daqueles que profanam o amor do Senhor. Os cristãos precisam unir-se constante e conscientemente ao sacrifício da cruz renovado na Eucaristia. Através de seu testemunho terão ocasião de falar desse amor e, quando preciso, sofrerão injúrias e ofensas. Com isto oferecem sua reparação pelas injúrias feitas ao Amor. Reparam ainda consagrando suas energias, seu tempo c seu coração em fazer com que Jesus seja conhecido e amado. Reagem firmemente quando o Senhor é profanado nos pequenos e pobres da Terra. Não seria assim nossa reparação ao Coração de CRISTO?

Transcrito do Boletim de Assis/SP juN/jUL-95

CARTA

MENSAL ·

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SANTO ANTÔNIO E o CASAME;NTO orre na boca do povo, creio que desde o tempo em que Antônio, depois de deixar sua Lisboa natal, pregava em Pádua, que o nosso santo é padroeiro de bons casamentos. Mas que será que se entende por um bom casamento? Não parece fácil dar uma boa resposta. Tanto assim que as livrarias andam cheias de livros tratando do assunto. Ou quem já não assistiu na TV uma mesa redonda ou um debate a propósito de temas matrimoniais? Por isso quando pus-me a escrever veio-me à cabeça uma indagação curiosa: será que o nosso Santo Antônio quando andava cá na terra, como um simples frade franciscano, sabia o que era o matrimônio? Será que ele achava que a união de um homem com uma mulher era um sacramento? Confesso que nunca li as obras que o santo escreveu. Nem sei mesmo se ele escreveu alguma. Tenho, contudo, quase certeza que o nosso Antônio pouco sabia acerca do matrimônio como sacramento. Já imagino muita gente surpresa com a afirmação. Ou até mesmo com vontade de protestar: onde já se viu dizer isso de um santo! Insisto, todavia, no que disse. Primeiro porque o fato de alguém ser santo não significa que o camarada era perfeito em todas as coisas. Ou que sabia tudo acerca da teologia. Nem é preciso ir longe. Só com respeito ao casamento eu tenho, aqui em casa, uma lista enorme de "batatadas" que vários santos disseram a propósito do matrimônio ao longo dos

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séculos. Nem por oriundo da Itália isso deixaram de mas que lecionaO Concílio de ser santos. Eu até va e discutia na rezo para alguns Florença, realizado universidade de deles. Paris- que acabou em 1442, acatou Em segundo dando argumena argumentação lugar é preciso . tos decisivos. O recordar que cusConcílio de Flodo dominicano tou quase 1500 rença, realizado Tomás de Aquino anos para a Igreem 1442, acatou a ja admitir, ofi- o tal italiano argumentação do cialmente, que o dominicano Togordão. Só assim matrimônio era más de Aquino- o que o laço um dos 7 sacratal italiano gormentos. Isso pordão. Só assim conjugal passou que nos primeiros que o laço conjua ser considerado séculos do crisgal passou a ser tianismo os fiéis um sacramento. considerado um só se casavam no sacramento. civil, como dizeUm pouco mos hoje. Não havia qualquer rito li- mais adiante o célebre Concílio de túrgico para a cerimônia de bodas. Foi Trcnto (1545-1563), convocado para tão só no século IV que, em algumas disc utir as teses lançadas pelo protesdioceses, começou-se a discutir se era tantismo, declarou como anátema necessária a autorização do bispo para quem dissesse que o matrimônio não o fiel contrair núpcias. era um dos 7 sacramentos da Igreja. O primeiro passo na liturgia matriVejam, pois, os leitores, que não monial só apareceu lá pelo século VII foi exagero meu dizer que o glorioso quando um grande santo espanhol, Santo Antônio de Lisboa (como declaIsidoro de Sevilha (556-636), decidiu ram os portugueses) pouco sabia do introduzir em sua diocese o que se cha- matrimônio como sacramento. Muito mou a benedictionem thalami o que, menos ainda do casamento sob o pontraduzido em miúdo, significa a bênção to de vista de vivência pois o aclamado leito matrimonial. do Santo Antônio de Pádua (como queDepois disso, já em plena idade rem os italianos) foi um convicto cemédia, é que os teólogos se engalfi- libatário que viveu de 1195 a 1231, quannharam em uma tremenda discussão: o do mal começava a discussão acerca da casamento é ou não um sacramento? sacramental idade do matrimônio ... Uns diziam de pés juntos que não, inQue me perdoem os devotos do vocando não sei quantos argumentos . santo casamenteiro por minha ousadia Os do partido contrário lançavam na de dizer que ele pouca coisa sabia do discussão outros tantos mo ti vos para casamento. sustentar que era um sacramento. Nessa brilhante contenda teológica apareceu um frade- muito gordo, por sinal, Luiz Marcello Azevedo juN/juL-95

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Formação VIVAMos o QUE SoMos: CASAIS DE ESPIRITUALIDADE

curiosamente nos pergunt~mos, comocasmsdasENS, o que somos? .. . E ao procurarmos nossa realidade, voltamos às nossas origens: somos batizados e como casais cristãos, in dependente do mérito de cada um, recebemos um carisma, uma graça doEspírito Santo, na condição de fazermos frutificar em outros casais e na comunidade, contribuindo para a construção do Reino de Deus. Esta concessão, é um sinal do amor de Deus por nós, pois somos o sina! vivo Dele, que é amor e encontra em nós o seu lugar. Assim, o casamento é lugar de amor que através do Sacramento do Matrimônio, fonte de graça, faz desse amor, Dom de Deus, caminho de santificação e nos tornamos santos quando, através do amor, respondemos ao chamado de Deus, pela qualidade de nossa ação e do nosso compromjsso. Esta resposta ao chamado de Deus, anjmada pelo Espírito , nos condiciona a viver em Espiritualidade. Assim, quan-

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De um lado, vtvamos em espiritualidade, sendo sensíveis aos estímulos que o Espírito Santo nos acena, de outro lado requer que estejamos atentos e disponíveis para as Orientações de Vida que o Movimento discerne e nos oferece do os casais cristãos orientam suas vidas , seu projeto de vida a dois a partir do amor a Deus, sob a luz do Evangelho, procurando conhecer, discernir e adequar a vida pessoal, conjugal e famili ar à vontade de Deus, es-

tão buscando a Espiritua!idade. É esta a Espiritua!idade que possuímos e tem na graça do Sacramento do Matrimônio, a fonte do realimentar a Fé para a vida e a vida em Fé. Esta Espiritualidadc nos é peculiar e é o que nos identifica, e a conservamos não por ser diferente, mas porque é viva, é vibrante e sendo luz não se desvanece, contanto que não seja pulverizada em múltiplos engajamentos. É através dela que respondemos ao chamado de Deus, pois fomos vocacionados pelo Carisma fundador e pelo Sacramento do Matrimônio a viver em Espiritual idade e tendo como retribuição a Deus, destas graças recebidas, assumiimos nossa missão. O cumprimento desta missão está fundamentado na nossa vida espiritua! como pessoa, como casal, vivida pela nossa postura de presença, assumindo Cristo , encarnando-o em todos os traços de sua presença que induzem os outros a esta transformação; vivenciando plenamente o SajuN/juL-95


cramento do Matrimônio, como lugar de amor, que dá sentido ao casamento onde exercitamos e crescemos no amor entre os cônjuges, no amor a Deus, aos filhos, aos irmãos, lugar de santificação quando, a partir de nossa vida real refletimos os sinais de esperança do Espírito Santo, propondo aos outros e pela fecundidade que encerra por si mesma o Dom da Vida, a gratuidade a Deus manifestada pela nossa simplicidade, disponibilidade, interesse pelo outro, no escutar, no olhar, no sorrir, na paciência, no acolhimento, no ser Vida. A realização do projeto de Deus em nossas vidas, não pode ser separada da nossa participação na construção do Reino de Deus. E é nas ENS que encontramos o melhor caminho para sua realização, pois é a Equipe o nosso elo de ligação entre nosso projeto de vida, a família c o povo de Deus. Mas para que se torne produtiva a nossa participação, é necessário que sejamos, como pessoa e casal, participantes ativos, perseverantes na vida da Equipe e entendendo que as equipes constituem uma unidade,"Equipe de equipes", onde todos esperam de todos, para que um só pensamenjUN/jUL-95

E é nas ENS que encontramos o melhor caminho para sua realização, pois é a Equipe o nosso elo de ligação entre nosso projeto de vida, a família e o povo de Deus. to seja repetido: Vejam como eles se amam! Contudo, para a realização desta missão, requer-se o nosso testemunho fundamentado no amor, que se irradia como entre o Pai e o Filho, na persistência e propósito de progredir continuamente, assumindo compromissos, em qualidade e não em quantidade, na fidelidade da execução de nossas ações, sendo co-responsáveis com aquele ímpeto de querer é poder, de pertencer àquilo que é seu, é nosso, de todas as equipes, de todo o Movimento, assumindo atitudes de pertença às ENS. Entretanto, saibamos julgar pelas limitações

sendo compreensivos e misericordiosos, até conosco mesmos, pois cada um julgue-se pelo grau de chamado que o Senhor lhe faz, partilhando os dons que recebeu gratuitamente, contribuindo para, através do Espírito Santo, chegar a um discernimento do mais sensato a fazer, através portanto, da colegial idade. Ao sermos vocacionados, implicitamente a nossa missão requer que, de um lado, vivamos em espiritual idade, sendo sensíveis aos estímulos que o Espírito Santo nos acena, muitas vezes necessitando mudanças de nossas atitudes ou mesmo conversão, solicitando de nós esforço e perseverança. De outro lado requer que estejamos atentos e disponíveis para as Orientações de Vida que o Movimento discerne e nos oferece através de sua Mística refletindo nossas necessidades e dos irmãos, assumindo ação missionária. E foi esta a síntese do Encontro de Fátima que nos conclama, para a participação missionária, de reviver as Bodas de Caná, vivendo nossa Espiritualidade Conjugal.

Ana Luiza e Edilson Equipe 2 Salvador/BA CARTA

MENSAL •

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Protagonismo

A

ECLESIALIDADE DAS

ENS

Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica Christifideles Laici, enfatiza a necessidade da agregação dos fiéis leigos, como uma forma de participar da Igreja e de desenvolver mais eficazmente a vocação e missão de cada um.

O

São diversos os motivos que justificam ou exigem a agregação dos fiéis leigos. O Papa destaca uma razão de ordem teológica, quando afirma que o apostolado associado é fundamental como um sinal de comunhão e de unidade da Igreja em Cristo. Portanto, aí está a razão eclesiológica das ENS: ajudar a Igreja no anúncio do Evangelho; participar do esforço de toda a Igreja para uma verdadeira renovação do mundo, a partir das exigências do Evangelho; produzir frutos de amor, de justiça, de paz e de esperança para os irmãos, principalmente para os mais necessitados; renovar a vida conjugal e familiar, ajudando a transformar as famílias em verdadeiras Igrejas domésticas; e assim por diante. A razão eclesiológica das ENS fundamenta-se no atendimento às ordens de Cristo: Ide e pregai o Evangelho. Neste sentido, os fiéis leigos, quando se reúnem em movimentos e formam comunidades maduras, participam da nova evangelização, como propõe a Igreja hoje. A Segunda Inspiração supõe uma nova evangelização para todo o movimento, para todos os casais e sacerdotes que fazem parte das ENS. Os casais que não derem frutos, uma vez que dar frutos é uma exigência essencial da vida cristã e eclesial, serão cortados pelo Pai, lançados fora e queimados. (Jo . 15,2)

Mariola e Elizeu EC/R

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VocAçÃo

E MissÃo

Dos

LEIGOS NA IGREJA E NO MUNDO

Exortação Apostólica Christifideles Laici do Papa João Paulo I/ sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo foi promulgada um ano depois do sínodo de /987, utilizando os resultados de seus trabalhos.

A

Introdução (nº 1-7)

porais e organizando-as. Os leigos são todos os batizados que não são nem sacerdotes nem religiosos. Todos participam da tríplice função de Jesus Cristo: sacerdotal, profética e real. O mundo é o ambiente da vocação cristã dos leigos: são fermento na massa. Eles também são chamados à santidade, que é a perfeição do amor; têm de realizá-la no meio dos cuidados de suas famílias e de suas ocupações profanas.

O texto dessa exortação apostólica do Papa João Paulo II é um longo comentário de dois textos evangélicos: Capítulo segundo: a participação "o dos operários mandados dos fiéis leigos na vida da lgrepara a vinha (Mt. 20, 1-16)" ~_.....,......._ ja-comunhão (n° 18-31) e a comparação com- "a Unidos ao Filho no víncuvinha e os sarmentos lo amoroso do Espírito, (Jo.15,1-10)"verdatodos os batizados são deiro motivo de tounidos ao Pai: esta comunhão é o das suas reflepróprio mistério xões: O caminho assim traçado se da Igreja, o seu situa entre duas conteúdo central. tentações: a de Trata-se de uma mostrar um exclusicomunhão orgâvo interesse pelos sernica, análoga a de um viços e tarefas eclesiais, corpo vivo que respeita e a de legitimar uma indeo princípio dinâmico da vida separação entre a fé e a diversidade e da unidade da vida. Igreja. O fiel leigo não pode nunca se fechar e isolar-se espiritualmenCapítulo primeiro: a dignidade dos te da comunidade, mas deve viver num fiéis leigos na Igreja-mistério (n° 8-17) permanente intercâmbio com os outros. Bispos, presbíteros e diáconos são É só dentro do mistério da Igreja como Comunhão que se revela a identi- ministros ordenados, pastores do povo dade dos fiéis leigos e sua dignidade, sacerdotal. Participam do sacerdócio de pois são eles que devem promover o Jesus Cristo, constituindo o sacerdócio Reino de Deus tratando das coisas tem- ministerial, a serviço de todo o povo de juN/juL-95

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Os leigos são todos os batizados que não são nem sacerdotes nem religiosos. Todos participam da tríplice função de Jesus Cristo: sacerdotal, profética e real.

Deus. Neste sentido, o que constitue o ministério não é a tarefa, mas sim a ordenação sacramental. O exercício de deteiminada tarefa, como exercer o ministério da palavra, presidir as orações litúrgicas, conferir o Batismo e distribuir a Sagrada Comunhão não transforma pois o fiel leigo em pastor. Daí a diferença essencial entre o sacerdócio ministerial e o sacerdócio comum a todos os batizados. Os carismas são graças do Espírito Santo que têm direta ou indiretamente uma utilidade eclesial. Devem ser recebidos com gratidão tanto por quem os recebe como por toda a Igreja. Vividos dentro da Igreja, devem o ser na dependência dos Pastores da Igreja. Além dos ministérios e dos carismas necessários para o crescimento da Igreja, os leigos participam de sua vida de muitas outras maneiras, especialmente na vida e na missão das Igrejas particulares. Engajados numa paróquia, os leigos devem ter uma idéia clara e precisa de sua ligação com a Igreja diocesana e a Igreja universal. Os conselhos pastorais com a participação dos leigos foram estabelecidos para isso. Muitas paróquias exigem uma mais decidida renovação, ora pela constituição de pequenas comunidades eclesiais de base, ora por formas institucionais de cooperação entre paróquias da mesma região. Assim elas crescerão numa autêntica comunhão eclesial e despertarão ao impu!so missionário.

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É necessário reconhecer e garantir a liberdade de associação dos fiéis leigos na Igreja, respeitando o devido relacionamento com a autoridade eclesiástica. Os critérios de eclesialidade são: o primado dado à vocação de cada cristão à santidade; a seriedade em professar a fé católica; o testemunho de urna comunhão sólida com o Papa e o Bispo; a participação na finalidade missionária da Igreja; o empenho para uma presença ativa na sociedade humana. Certas organizações podem até receber uma reconhecimento oficial, corno por exemplo a Ação Católica.

Capítulo terceiro: a co-responsabilidade dos fiéis leigos na Igreja-Missionária. (n° 32-44) Vivida na Igreja, a comunhão é necessariamente missionária. Através dela, o Senhor confia aos fiéis leigos uma grande responsabilidade: a de anunciar o Evangelho. No chamado primeiro mundo, o bem estar econômico e o consumismo, misturados a situações de pobreza e de miséria, podem fazer viver como se Deus não existisse. Em outras regiões onde há ainda tradições de piedade popular, a secularização e a difusão das seitas constituem um perigo. Daí a necessidade de reconstituir o tecido cristão das comunidades eclesiais. Uma catequese sistemática deve ser desenvolvida, ao mesmo tempo que boas relações serão mantidas com adeptos de outras religiões. juN/juL-95


A Igreja toda é a serviço do amor; manifestado tanto por obras sociais mantidas com voluntários/ quanto por engajamentos políticos. O bem comum deve ser procurado através da realização da justiça.

Ajudar a descobrir a dignidade inviolável de cada pessoa humana é a tarefa central e unificadora da Igreja enquanto a serviço dos homens. Essa dignidade é um valor em si, ao mesmo tempo que o fundamento do igual valor de todos os homens. O respeito à dignidade da pessoa exige o respeito de sua liberdade de consciência e de sua liberdade religiosa. Exige também o respeito de seu direito de fundar uma família, que é o lugar primário de humanização. A civilização e a solidez dos povos depende principalmente da qualidade humana das próprias famílias. A Igreja toda é a serviço do amor, manifestado tanto por obras sociais mantidas com voluntários, quanto por engajamentos políticos. O bem comum deve ser procurado através da realização da justiça. A ruptura entre o Evangelho e a cultura é um dos dramas de nossa época. Os leigos devem enfrentar essa situação, tanto através de sua própria vida e irradiação intelectual quanto através da utilização dos instrumentos de comunicação social.

Capítulo quarto: bons administradores da multiforme graça de Deus (n° 45-56) O chamado ao apostolado se dirige a todos: jovens, crianças, adultos, idosos, doentes, cada um conforme sua índole, sem esquecer que dentro da vida leiga há lugar para várias vocações. juN/juL-95

A mulher, a quem foi por Deus confiado o homem, tem um papel todo especial no trabalho de evangelização por sua participação tanto nos diversos graus de catequese como nos diversos conselhos pastorais, sem que possa chegar a ordenação sacerdotal. Ela tem um papel especial na valorização cristã do matrimônio e da vida familiar.

Capítulo quinto: a formação dos fiéis leigos (n° 57-63) A formação dos leigos deve figurar entre as prioridades das dioceses a ser colocada nos programas de ação pastoral, insistindo sobre a unidade da vida cristã do leigo, ao mesmo tempo espiritual e secular. E s sa formação será espiritual e doutrinai, com realce para a doutrina social da Igreja. Será realizada tato no seio das comunidades eclesiais como nas famílias, nas escolas, nas universidades católicas, etc ...

Conclusão (nQ 64) A toda a Igreja e a cada um de seus membros é confiada a nova evangelização da qual o mundo tem tanta necessidade. E o Santo Padre termina por uma longa oração à Virgem Santíssima.

Fr. ]. P. Barruel de Lagenest O.P. CARTA MENSAL •

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Dia dos Namorados DOIS CORAÇÕES Senha'"' hoje é dia de alegria. Os namorados tweam presentes recíproca. / Tudo, Senhct'"' e fruto de amor. O hometlnão pode viver sozinho, sem partilhar co força 'o seu desejo de ·se doar e ser recebido. Olha, com infinita ternura, todos os namorados que nesta F.rde, tão calma, estão de mãos dadas percorrendo as ruas, assistindo " um filme num cinema, ou estão nos jardins sentados, cantan Q ou seLJ.J>oema de amor. Envia sobre eles lu~"o:""o~t... spJrt o, ar ue nunca se deixem dominar pelo egafsmo dos instintos, mas ~ue sejam sempre guiados pelo bem do outro, das amília· . Que todos possam desde agora. te ar conhecefi e, para que possam construir o raiar da nhã de um lar felí.l_t pequena 1 igreja de paz e de amor. Senha'"' que os doi~ corações, qu ho;e s buscam e se ,procuram, caminh m para ser um Bia um só coração e uma 6 alma. Que a Igreja, desde já, faça co qpe eles comfireendam o que é a maternidade e paternidade, responsabilidade. Que s suas consciências não ejhm dominada pelos fantasmas mor is ou religiosos, mas que gúiados pelo amon saibam doar a vida~ou negá-la, sem te nega'"' fonte da vida. A nóite está chegando e as estrelas iniciam a sua dança de felicl(;lade . Que a terra também seja mergulhada no júbil dos namorados que ensam no seu futuro. Amém! Frei Patr'cio Sciadini, ocd Colaboração de: Angelina e Humberto Equipe 7 Belo Horizonte/MG 26 -

CARTA

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jovens

EQUIPES DE JovENS DE N ossA SENHORA juiz de Fora, 6 de março de 1995

Queridos Casais, Meu nome é Fernanda, tenho 22 anos , sou Responsável N acionai das Equipes de Jovens de Nossa Senhora no Brasil e meus pais Maria Julieta e José Carlos fazem parte das ENS. Gostaria de falarlhes um pouco sobre o nosso Movimento: As EJNS são um Movimento Internacional, assim como as Equipes de Nossa Senhora, às quais vocês pertencem e atualmente está sediada em 17 países. Nosso Secretariado Internacional é na França e a Responsável Internacional é Beatrice. Atualmente, o Brasil possui uma média de 70 equipes, são mais ou menos 700 jovens no País. Em Fátima, 1976, durante um Encontro Internacional de Casais , aconteceu um Encontro dos jovens, no qual fizeram com que estes assumissem todas as responsabilidades do Movimento, ficando os casais com uma parte imprescindível: Acompanhar esses j u N/j uL-95

jovens nas equipes de base, juntamente com um conselheiro espiritual e também numa Equipe de Setor, Equipe Nacional e Equipe Internaciona l. Acompanhar dando seu testemunho de vida a três (vocês e Deus), testemunho de vida partilhada, levando os j ovens a aprenderem muito sobre o casamento com Deus e levando, vocês mesmos a aprenderem com os jovens como simplificar os problemas, ouvir testemunhos de como eles se sentem como filhos, e também consc ientizando vocês de que, mesmo que tenham um pouco mais idade que eles, vocês são eternos jovens ... As Equipes que saíram de Fátim a, sobreviveram bem com um ou-

tro esquema que não tivesse obrigatoriedade de todos os PCE's, pelo menos no começo, que não tivesse obrigatoriedade de resposta ao tema por escrito e sim o que chamamos de Personalização: ler o roteiro em casa, se interiorizar no Tema e no Texto de Med itação, procurar responder mentalmente às respostas da Parti lha, para se preparar bem para a Reunião. E funcionou! Os jovens se adaptaram maravilhosamente bem c assumiram maravilhosamente bem as suas responsabilidades, assim como seus casais e padres aco mpanhadores. O Movimento começou a tomar corpo no Brasi I em 1990, quando ajovem Cathcri ne Na das (Cathy), fi lha de um caC A RT A

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EN SA L -

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o sal das ENS de São Paulo, juntamente com ocasal Nacional Therezinha e Ronaldo, também das ENS de São Paulo, organizou-o, pois até então, existiam em nosso País, as Equipinhas Jovens de Nossa Senhora, compostas de jovens filhos de casais equipistas e comandadas por casais. Juiz de Fora começou com as equipinhas mais ou menos em 1981, das quais fiz parte, e em 1990 estava com as mesmas desestruturadas, de IO passaram a 5. Os jovens deixaram que isto acontecesse, pois, não conseguiram assumir a estrutura das ENS: os Pontos Concretos de Esforço, a resposta ao Tema por escrito, etc ... Era pesado demais! Bom, um novo esquema de Equipe nos foi passado em 1990, em Aparecida do Norte , onde aconteceu o primeiro Encontro das Equipes de Jovens de Nossa Senhora, que contou com a presença de jovens de todo o Brasil, com Tiago, jovem de Portugal e Thibeau da França. Dali partiram as EJNS para 5 Setores, que hoje são 9 e 2 Coordenações: Setor Sul (Tramandaí -, Responsável Josiane), Setor Brasília (Brasília- Responsável 28 -

CARTA MENSAL

Movimento começou a tomar corpo no Brasil em 1990/ quando a JOVem Catherine Nadas (Cathy)/ filha de um casal das ENS de São Paulo/ juntamente com o casal Nacional Therezinha e Ronaldo/ também das ENS de São Paulo/ organtzou-o

Márcio) , Setor Santos (Santos - Responsável Erika), Setor ABC (São Bernardo, Sorocaba- Responsável Emmerson), Setor Jacareí (Jacareí- Responsúvel Gislene), Setor Juiz de Fora (Juiz de Fora, Piabetá - Responsável Cleonice), Setor Recife (Recife - Resp onsável Cristiane), Setor Belém (Belém -Responsável An-

tônio Augusto), Setor Rio Preto (Rio Preto - Responsável Fábio), Coordenação Bauru (Bauru - Responsável Marcelo) e Coordenação São Paulo. Uma Equipe de Jovens de base, geralmente é composta de 8 a 12 membros , que não são necessariamente filhos de equipistas, na idade de 16 a 27 anos, possui um Casal Acompanhador, e um Padre Acompanhador, na medida do possível. Uma Equipe de Setor e um Secretariado Nacional e Internacional possuem um Responsável, que é um jovem e o ajudam, um Casal Acompanhador e um Padre Acompanhador. Atualmente, nosso Secretariado é composto por mim, que sou Responsável Nacional do Brasil, jovens que me ajudam, o Casal Acompanhador do Nacional que é Andréa e Tadeu (que pertencem às ENS e também acompanham uma equipe de base), e o Padre Acompanhador que é o Padre Léles. Sem Deus e sem eles, nada poderíamos fazer: Somos membros uns dos outros. Esse Secretariado Nacional das EJNS está situado em Juiz de Fora mas ele já se situou em São Paulo com Cathy, São Bernardo com Janete juN/juL-95


Serrato e em Recife, com Cristiana Menezes, dos quais Therezinha e Ronaldo foi o Casal Acompanhador Nacional. A ligação das ENS com o Movimento das Equipes de Jovens de Nossa Senhora é através de seus casais acompanhadores, que devem ser, de preferência das ENS. O esquema de reuniões é bem parecido, mas como disse acima: Não temos os PCE's obrigatórios, e sim, os escolhidos por cada um, de acordo com a consciência de onde está falho, e os temas, geralmente não são respondidos por escrito. Alguns Setores são exceção. Fora isso, os Setores e a Equipe Nacional procuram contar também com os casais Responsáveis dos Setores das ENS de sua Região e com os Responsáveis Regionais, Nacional c Internacional. Em Juiz de Fora, por exemplo, contamos com o grande apoio de Astrid e Ribeiro , Responsáveis Regionais, e dos atuais Responsáveis de Setor e Coordenação. Cidinha e Igar, oCasal Internacional brasileiro, nós tivemos o prazer de receber em nossa Reunião Internacional em Fátima, que contou com a presença de mais ou mejuN/juL-95

nos 24 jovens, entre eles, Responsáveis Nacionais e Secretariado Internacional, que aconteceu em Junho de 1994, paralelamente ao Encontro dos Casais e ao Encontro dos Filhos Jovens de Casais Equipistas. A respeito deste último que citei, o Encontro dos Filhos Jovens de Casais Equipistas, ele foi organizado pelas ENS,juntamente com a nossa Equipe Jovem Nacional de Portugal, mas do qual, infelizmente, não tivemos oportunidade de participar, somente visitar e falar umas palavras. Quanto ao Encontro dos Casais, nos deram a oportunidade de montar um stand das EJNS no dia da Exposição dos Países, onde fizemos muitos contatos. Nos dias 2, 3, 4 e 5 de Fevereiro, tivemos aqui na cidade, o primeiro mini-Eacre que chamamos EAJORE (Encontro Anual dos Jovens Responsáveis de Equipe), contamos com 100 jovens de todo o País e Casais Acompanhadorcs de algumas regiões .. O nosso próximo evento, será a nível Internacional, na Colômbia, de 23 a 29 de Julho e para ele, estamos todos: equipes, setores e secretariado trabalhando arduamente.

Também estamos em contato com a CNL (Conferência Nacional dos Leigos), através de nossa Comunicação Externa do Secretariado Nacional, Paulo Roberto, que é das EJNS do Setor Brasília. Se vocês se interessarem por maiores informações, por favor, nos procurem e leiam os Documentos das Equipes de Jovens de Nossa Senhora e depois faremos maiores contatos, na medida do possível. Meu endereço é: Fernanda Júlio Barbosa Rua Dr. Gil Horta, 80/602- Centro CEP 36016-400 Juiz de Fora- MG O do nosso Casal Acompanhador Nacional é: Andréa e Tadeu David Galeria Hallack, 15 Centro CEP 36013-001 Juiz de Fora- MG

Rezem por nós! Desde já agradecemos! Um grande abraço, com Maria, em Cristo,

Fernanda Júlio Barbosa Responsável Nacional EJNS CARTA MENSAL -

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Especial 45 Anos CARTA DE uM CoNSELHEIRO EsPIRITUAL Prezados casais

da, ele é exigente, não somente pelas obrigações impostas, como também pelo a primeira vez que o seu novo trabalho missionário, que far-sc-à sentir Assistente de Setor está lhes di- na medida que a sua união ao Cristo se rigindo uma palavra na sua mag- tornar maior, pois criar-se-á nos senhonífica Carta Mensal. res uma necessidade de comunicar esta Ao cumprimentá-los, com uma Verdade, de externar esta Vida a outros afeição sacerdotal, desejo manifestar casais, de participar da Redenção de Jetoda a minha admiração, minha cola- sus e de completá-la em si mesmo. Assim, assistimos ultimamente à boração e também lembrar as exigências para com o fundação de várias seu apostólico Equipes. CongraMovimento. tulo-os pela sua Me escrevia Foi com a caridade, mas coultimamente: maior devoção e munico-lhes tamentusiasmo que bém o meu receio -"Considerando o assisti, no mês de duma certa impropapel que as visação na formajulho passado, às jornadas de estução de algumas equipes tem que do, dirigidas pelo Equipes. Sem dúdesempenhar no nosso Assistente vida, não é preciBras i I, é de uma Internacional o so ser santo para se entrar numa equiRevmo . Pe. Henri importância capital pe, mas é necessáCaffarel. Que verque seJam ria uma boa vontabo inspirado! Que de de se aperfeiexperiência notámuitíssimo fortes. çoar e não veleidavel! Que ambiente espiritual! Code. Acho de uma mo faz bem reconhecer a verdadeira grande importância a preparação de doutrina de Cristo, sem alterações e com uma equipe nova que, a meu ver, deve ser feita através de contatos pessoais, as suas exigências. Minha adm iração foi tal que, ape- com um primeiro, com um segundo casar de ter muitas responsabilidades, sal, com os amigos desses casais talvez, aceitei colaborar como Assistente de julgando bem o desejo, as qualidades, Setor nesse movimento de espirituali- as afinidades que podem assegurar a dade conjugal, pondo ao seu dispor não perseverança da equipe. Tudo isso exisomente o nosso Colégio, mas também ge tempo - não tem pressa. os Padres de nossa Congregação. Para confirmar isto, permitam-se Muito queridos casais, tenham or- chamar à autoridade doPe. Caffarel, que gulho de seu Movimento. Ele lhes trará me escrevia ultimamente:- "Considerano Cristo, a Verdade e a Vida. Sem dúvi- do o papel que as equipes tem que de-

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sempenhar no Brasil, é de uma importância capital que sejam muitíssimo fortes. Como penso ter dito diante de V. Revma. torna-se necessário um máximo de exigência e um máximo de intensidade espiritual. Ultimamente diante de 150 grupos de Equipes de Nossa Senhora, reunidos em sessão, dizia que, na minha opinião, 500 equipes muito, muitíssimo sólidas através do mundo podiam prestar infinitamente mais serviços à Igreja que /0.000 equipes medíocres numa cristandade que sofre de ter somente movimentos sem exigências, onde os cristãos vivem em boa paz, convictos que afinal de contas, Deus não pede tanto". Queridos casais, essas palavras do nosso Assistente Geral devem nos animar para continuar a luta por uma causa tão nobre e santa como é a da Igreja. Entrei em contato com muitos casais das Equipes e tenho a satisfação de dizer que notei muita abnegação e dedicação. Desejo felicitar de uma maneira particular todos os responsáveis, tanto de Setor, corno de qualquer serviço do Movimento, pela consciência, pela disciplina, pelo espírito de colaboração que demonstraram, lembrando também que, se um casal não toma as suas responsabilidades, paralisa mais ou menos a marcha geral da comunidade. Que Nossa Senhora, Padroeira de nossas Equipes, derrame em abundância os méritos do Redentor sobre as Equipes, suas famílias e também sobre os nossos queridos Assistentes, que colaboram com tanta compreensão, inteligência e caridade para este movimento leigo em prol da espiritualidade conjugal. In Xto. Jesus Lionel Corbeil, c.s.c. (Transcrição da Carta Mensal de novembro/1957) juN/JuL-95

ERRAMOS A História da Carta Mensal Na Carta Mensal no 309, maio-95, por uma falha técnica de composição foi omitido um trecho do artigo A História da Carta Mensal, entre as páginas 28 e 29. O trecho omitido é o seguinte: " ... Em julho de 1967, com o no 18, termina a série Equipes Novas e a Carta Mensal volta ao feitio anterior, mas contam-se nos dedos de uma só mão os artigos que não eram traduções ... Encontramos na Carta de setembro a novembro de 68, transcrito do boletim de Bauru, um artigo em que o Bispo conta o dever de sentar-se que fez com que seus seminaristas ... "

A Mais Antiga Equipe do Brasil Diferentemente do que informamos à página 31, Tida e Ernesto não foram encarregados da edição da Carta Mensal. Eles, durante muitos anos estiveram envolvidos e foram dirigentes da Escola de Pais, entre outros trabalhos.

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LIÇÃO DE VIDA Com vive um casal veterano rumo ao ano 2000.

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uma noite deste último verão, abriram-se para a Carta Mensal, as p01tas de uma casa no bairro de Perdizes, em São Paulo. Com enorme carinho e uma alegria contagiante, Maria e José Aquino (Maria de Lourdes e José Felicianio Ferreira da Rosa Aquino), que fazem parte da Equipe de Nossa Senhora das Graçasno l - setor D - São Paulo, aceitaram o convite e se dispuseram a contar um pouco de sua vida, das suas conquistas e da sua participação no Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

O Ambiente da Família

representam os filhos que foram nascendo. Dos nove que tiveram, dois já se encontraram no céu. As onze flores que enfeitam o desenho da casa atual representam os netos.

A Entrada para o

Antes de mais nada, fizeram quesMovimento das ENS tão de mostrar cada recanto do lar em que vivem. Depois de As fotos dos todos acomodafilhos, netos e pados, a conversa O Movimento uniu rentes que cobrem foi se animando e um dos móveis o casal em Cristo, o casal, aos poulogo à entrada, já uniu a nossa vida cos, foi relatando revelam o ambiente de família. Os espiritual. Passamos as lembranças dos diversos moquadros e trabaa rezar juntos, mentos de sua lhos artesanais que vida. decoram os móveis Entramos pae as paredes trazem alegria e muitos deles foram pintadados ou feitos por Maria. ra as ENS em 1953, conta Maria. Para Dentre eles, uma tela retrata a vida nós significou uma mudança de mentado casal. Nele se vê desenhada a casa lidade. Éramos da Ação Católica e tíem que moraram logo que se casaram, nhamos a nossa vida cristã individual. em 1943. Ao lado, as outras casas para Frequentávamos os Sacramentos, rezáonde se transferiram no decorrer dos vamos cada um por conta própria. O anos. As flores bordadas em cada casa Movimento uniu o casal em Cristo, 32 -

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uniu a nossa vida espiritual. Passamos simplicidade que, antes de ser internaa rezar juntos, a fazer retiros juntos. da, estava apreensiva e pediu a cada neto Nossos filhos têm muitas lembran- que rezasse por essa intenção. - "Não me atrevi a pedir orações ças das ocasiões em que os levávamos aos filhos. Depois, a esses retiros. criei coragem", - Certa vez, recorlembra Maria," e da Maria, "fui a Diz José/ que/ na

um retiro levando um bebê de quinze dias. Participava das atividades amamentando a criança."

José conta que, como congregado mariano que era, já praticava os meios de aperfeiçoamento . Mas, na equipe, ele e Maria passaram a lutar juntos para viverem esses meios tão importantes. O casal e os filhos se uniram.

A Educação dos Filhos Ao falar dos filhos, o casal conta como foi a sua experiência.

-"Nenhum dos filhos faz parte do Movimento. Esforçamo-nos para lhes dar formação cristã. Ficou a semente, compete a Deus implementá-la, são poucos os filhos que praticam o que aprenderam. Respeitamos a opinião deles. Mas sempre que se apresenta a ocasião, incentivamos as manifestações de busca de Deus, orações, etc ... " Diz José, que, na hora das refeições, esteja quem estiver, ele fala assim: "Somos todos batizados, não é verdade?" Então vamos rezar. " E todos aderem à oração. Certa vez, Maria sofreu uma intervenção cirúrgica grave. Conta com toda JuN/juL-95

disse a uma das filhas que queria que ela rezasse todos os dias uma Ave-Maria. No início, ela resistiu e pediu, com insistência, para eu trocar o pedido. Dispôs-se a fazer qualquer coisa por mim, exceto rezar. Eu mantive o pedido e ela acabou cedendo, passando a rezar todos os dias. " - " Em relação aos filhos casados, procuramos manter o equilíbrio. Evitamos intromissão e nos mostramos sempre disponíveis. Não vamos à casa deles sem sermos convidados, a não ser em caso de doença, emergência, etc. Não queremos cair nos vícios da avozite ou sogrite. - "A dramatização é excelente recurso na educação dos filhos. Para apontar alguma atitude errada em alguém, fazer um pouco de teatro ajuda a pessoa a se conscientizar", conclui, o casal,

hora das refeições/ esteja quem estiver;, ele fala assim: "Somos todos batizados/ não é verdade?// Então vamos rezar. E todos aderem à oração.

com sua experiência.

Fortalecimento da Fé Sobre sua fé, o casal não tem dúvidas e esclarece: - " De fato, é impressionante como as ENS fortalecem a fé. Vejam o que aconCARTA MENSAL -

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teceu," discorre Maria: " quando nos- tos fracos é o dever de sentar-se. Um so filho mais velho, José Maria tinha casal francês interveio e sugeriu que o dezesseis anos, sofreu uma intervenção encarassem não como um dever mas cirúrgica grave 110 cérebro, para extir- como o que se faz com alegria; bonheur par tumor. Decorrido certo tempo da de s' asseoir. cirurgia o médico chamou a mim e a José, para dizer-nos que nosso filho não Vivência e Perspectivas estava resistindo. do Casal José foi firme: Dout01; disse-lhe,faça a sua parte, que Deus fará a dele. O méMaria e José, afirmam que nunca dico retornou ao centro ciriÍrgico e algum tempo depois voltou para noticiar pensaram em sair da equipe da qual faque o menino sobreviveu. Deus quis zem parte. Quando entraram no Movimento, em 1953, que ele ficasse coeram da equipe 5 nosco por mais (não havia divisão vinte anos. Quando há algum em setores). Hoje A cirurgia assunto a ser estão na equipe I, deixou lesão psído Setor D, da quica e motora. resolvido/ os filhos qual faz parte Isso, evidentesugerem que se faça Nancy Moncau. mente, impôs um Essa equipe foi reum dever de espírito de sacricentemente enrifício muito g ransentar-se em família. quecida, com dois de, não somente casais. Todos se para ele, como esforçam para para todos os irmãos. Todos nós aprendemos a aceitá-lo e ajudá-lo a participar ativamente do Movimento conviver com essas deficiências, que lutando por cumprir todas as propostas: muitas vezes provocaram conseqüên- -"Fazemos a oração conjugal, rezemcias árduas. A fé estimulou-nos, a to- do de manhã, à noite e antes das refeidos, a viver com ele e agora contar ções. Quando há algum problema a ser resolvido, " conclui Maria, " pomos com sua ajuda do céu." José lembra que alguns costumes do uma intenção e oferecemos juntos alMovimento já fazem parte da família. gum sacrifício." Com efeito, quando há algum assunto a ser resolvido, os filhos sugerem que se Indagados, sobre as perspectivas faça um dever de sentar-se em família. -"Em certa ocasiüo", lembra, "os fi- do casal para o ano 2000, ela (com 78 lhos fizeram um dever de sentar-se, anos) respondeu de chofre: "crescer quando estávamos ausentes, viajando, cada vez mais. A vida cristã não pode e tomaram algumas resoluções, que de- parar. Tem que evoluir". Ele, ac•·escentou: "no ano 2000, pretendemos pois nos foram transm.itidas ". participar do próximo Encontro InterMesmo assim, o casal recorda que nacional das Equipes. Isto é, se assim no Encontro Internacional de Fátima, teve que revelar que um dos seus pon- for vontade de Deus." 34 -

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Projeto Conjugal HoMEM E MuLH ER,

DEU S

os

CRIOU

"""-.

Dom Osvaldo Giwztini Bi91,0 da Diocese de MaríliãlsH o tratar da criação os seres h umaos, o Catecismo da Igreja Católica diz que o homem e a mulher são criados, isto é, são queridos por Deus, h avendo uma perfeita igualdade enquanto pessoas humanas e diferença no seu ser respectivo de homem e de· ulher. Intere ánte nota r que o ter o cria~ corresponde .u quendo por Deus, não se tratando de obra do caso{\ nem de uma açã forçaêl . Deus

cria sempre del 'b'erada-· mente, por pu a bondade , e ama aixonad menteofrutodacr' ção, a tal pont que a contínua criaç o dos seres demonstra perpe ui dade do amor e Deu Se Deus não ama se mais a. criaturas , bas ia não criá-las, uma vez qu ão fruto~ de seu amor. I:fána criação do hoem e d ~ mulher igualdade enqyanto pessoas hurl)anas, seres acabados e pyrfeitos em sua identidflde, imagens de Deus ,..... , ue refi tem sua sabedoria e bondade. Encontramo os traços da semel~nça divina em todos os seres humanos , por isso despertam em nós admiração e amor. Há entretanto uma diferença entre o homem e a mulher, também querida por Deus e que deve ser reconhecida e respeitada . Neste tempo, ouvese falar de igualdade de direitos , reivindi cando especialmente os da mulher. A Campanha da Fraternidade de 95 ao falar dos Excluídos, !em-

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seres humanos, p or isso d espertam em nós admiração e amor. j u N/j uL-95

a9ã6~ injt~~4

bra a stt ça que a mu lher sQfre ~a so ·edade. É )Jl!>1o, pois, que sa ibam soque o Cateci mo e n i na a respeito ~a igualdade e da di feretfça do homem e da mui er e nãp confundarnos as coisas. Não admiti r inj usti(as e desigualdadc em relação aos direitos e deveres do homem e da mu lher, mas também não nivelar simplesmente tudo, não reconhecendo que há uma diferença pela própria natureza e querida pelo Criador.

Um para o Outro = Uma Unidade

a Dois Deus criou o homem e a mulher conjuntam ente, isto é, um p ara o ou tro. Está na raiz mais profunda da criatura, a tendência inata da mútua atração, como um fato comprovado pela experiência existencial. Como explicá-lo? A Palavra de Deus dá a resposta do chamado "enigma da complementaridade humana", conforme lemos C A RTA M EN SAL -

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em Génesis 2,18: "Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda ".A criatura humana é obra das mãos de Deus, de seu poder criador que a modelou no contexto de um para o outro, como parte de sua natureza. Isto não pode ser abafado, nem considerado como imperfeição. Diante da mulher, modelada por Deus da costela tirada do varão, o homem prorrompe num grito de admiração e de amor. "É osso de meus ossos e carne de minha carne" (Gên. 2, 23). A mulher é um outro eu, da mesma humanidade; ambos se relacionam harmoniosamente. O pecado alterou este bom relacio-

O desejo de comunhão matrimonial é inato no ser humano e a explicação está na admirável obra da criação. 36 •

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namento do casal e ofuscou a harmonia da convivência, pois, infelizmente o que impera, em muitos casos são os sentidos e não mais a razão nem o coração. É bom que tenhamos bem claro este ensinamento do catecismo: "o homem e a mulher são feitos um para o outro" e como seres humanos eles não foram feitos pela metade e incompletos, como se fosse uma criação inacabada e imperfeita. Deus os criou, isto sim, para uma comunhão de pessoas onde cada um dos dois é ajuda para o outro. O desejo de comunhão matrimonial é inato no ser humano e a explicação está na admirável obra da criação. A comunhão matrimonial é total e se expressa na união física num grande ato de amor, querido por Deus ao dizer: "serão dois em uma só carne" (Gên . 2,24). A comunhão plena é abertura para a vida, para os frutos que possam surgir desse amor conforme lemos também em Gênesis 1,28: "sede fecundos, multiplicai-vos, enche i a terra". A vida matrimonial seria incompleta, não estaria no plano divino

Está na raiz mais profunda da criatura1 a tendência inata da mútua atração, como um fato comprovado pela experiência existencial. se se fechasse nos dois apenas, sem acolhe r com alegria e gratidão os filhos, chamados a partilhar da convivência familiar. Além disso, o homem e a mulher, como criaturas dependem de seu trabalho sobre a natureza para sobreviverem, vivendo em harmonia com ela. Daí provêm a dignidade do trabalho e o respeito pela natureza.

Transcrito do BENS Setor de Man1ia/SP JuN/JuL-95


Atualidade o

vATICANO E A C ONFERÊNCIA DO CAI RO José Carlos Graça Wagner

oltamos ao assunto porque ele é decisivo para o futuro da humanidade. Stalin, certa vez, quando lhe falaram de determinada posição tomada pelo Papa, que contrariava seus interesses, perguntou quantas divisões tinha o Vaticano. O Vaticano é um Estado su i generis. O Papa não representa apenas os seus habitantes. Representa quase 1 bilhão de católicos e, ainda mais , nas questões morais, coloca-se na defesa dos valores fundamentais da humanidade, a partir da sua natureza criada e, portanto, não se sujeita às conveniências de momento ou às visões de correntes filosóficas e menos ainda às chamadas Organizações não Governamentais. As ONGs , que se constituíram em um novo chavão, sem que se possa determinar seu efetivo peso e a quem representam - pois há de tudo nessa verdadeira parafernália de siglas - , querem valer mais do que o Vaticano. Uma piada, embora de mau gosto. Na verdade, há hoje uma espécie de Federação de ONG s, direcionada a todo o tipo de mobili zações estranhas , quase sempre orquestradas na defesa de anti-valores . Ou seja, voltada contra os valores exi stentes no passado , que ela considera ultrapassados, não por razões objetivas, mas pelo fato de serem valores que existiam antes do surgimento dela. Muitas ONGs existem como fontes de financiamento de intervcncionismo de uma nação ou entidades na vida de outras. Recebem doações para promover objetivos que lhes são encomen-

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dados pelos financiadores. Uma investigação internacional sobre as organizações não governamentais revelaria muita coisa surpreendente. Trata-se de um verdadeiro achado para a movimentação de recursos com finalidades políticas, no sentido de que pretendem atingir objetivos estratégicos que nada tem a ver, em muitos casos, com a vida da sociedade onde elas atuam. Um dos dogmas dessas entidades é o direito da mulher sobre o seu próprio corpo, ou seja, a de usar o seu sexo sem qualquer limitação quanto à maternidade ou à paternidade que possa ser reclamada pelo homem. Nesse afã de liberacionismo completo, cujo verdadeiro nome é libertinagem, querem as ONGs que a mulher - que elas dizem representar, sem eleições que legitimem essa representação - possa eliminar o feto, que é um ser humano, dotado de corpo e alma, ainda que o corpo esteja em formação. O aborto é a anulação de todos os direitos humanos. Assassina-se um ser inocente, sem julgamento, sem defesa, desarmado, e à traição porque o crime se dá no seio da mãe, que é o lugar de proteção que a natureza escolheu, na presunção de que a mãe é a melhor defesa que lhe poderiam dar. Nada é mais odioso do que o aborto, e, portanto, a guerra que as ONGs anunciam contra o Vaticano é uma guerra contra a humanidade.

Transcrito de Opinião IZO Ar Volume /I CARTA M EN SAL -

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Vida do Movimento ALGUMAS OBSERVAÇõEs SoBRE A NovA PILOTAGEM or ocasião destes últimos EACREs, pudemos sentir algumas dúvidas com relação à nova pedagogia proposta pelo Movimento. Aliás, diga-se de passagem que o Manual de Pilotagem foi muito a propósito apresentado inicialmente na fonna de uma apostila, pois se tinha consciência da futura necessidade de revisões e adaptações num trabalho desta envergadura. Na própria carta de apresentação do Manual, em Setembro de 1991, já se mencionava explicitamente "o dinamismo das equipes, exigindo que, periodicamente, seja revista, atualizada e readequada a pedagogia do Movimento ". ... Bem a propósito também a ECIR vem solicitando, através dos Casais Regionais (vide Atas de Fevereiro e Abril deste ano) que orientem os Casais Pilotos- e principalmente aqueles responS<Íveis pela pilotagem no Setor - que enviem suas sugestões e comentários por escrito, visando à revisão futura do material da pilotagem.

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Partilha deveria v1r logo a seguir ao Momento de Oração e não como apresentado no conteúdo das reuniões do Manual. Vejamos por agora duas das dúvidas por nós detectadas nestes últimos EACREs. Numa delas nos foi questionado que a Partilha deveria vir logo a seguir ao Momento de Oração e não como apresentado no conteúdo das reuniões do Manual. Dois aspectos deveriam ser esclarecidos. Em primeiro lugar, retomemos o que foi textualmente referido no Manual, ante-penúltimo parágrafo da página 12: "Notese que não se trata de um Roteiro já preparado, mas sim do enfoque a ser dado a cada parte da reunião. O Roteiro deverá ser preparado de forma adequada à

realidade da equipe, através da criatividade, lá onde ela é possível. Que a fidelidade ao carisma e ao método das E.N.S. no que elas têm de essencial seja sempre mantida. "Portanto, fique claro de que não se teve por idéia apresentar nenhum Roteiro padrão,justamente para não inibir a criatividade de cada equipe. Um segundo aspecto a ser esclarecido é de que não existe documento algum no Movimento que diga expressamente em que ponto da reunião deva ser feita a Partilha. Entretanto, de há muito tempo temos difundido a proposta feita por Mercedes e Álvaro Gomez-Fen·er (exCasal Responsável da ERI), em Março de 1986, em seu interessantíssimo trabalho sobre A Partilha e os Pontos Concretos de Esforço. Tomamos a liberdade de transcrever na íntegra seus comentários a respeito: "A Partilha não é a co-participação nem a oração, porém, está um pouco entre os dois, pois tem a dinâmica do por em comum e deve ser feita em juN/juL-95


clima de oração". Cada eqwpe deve decidir o modo de jtr:.n a Partilha e o seu lugar na reunião. Entretanto não podemos deixar de dar alguns conselhos que nos parecem úteis: ... Um bom lugar para a Partilha é depois (do momento) da oração para que participe desse clima da presença de Deus e seja um pmlongamento (daquele momento forte)." Uma segunda dúvida que nos foi levantada seria com relação à introdução da Meditação, na sexta reunião, sendo que A Escuta da Palavra estaria sendo apresentada na reunião seguinte: não deveria ser o contrário? Vejam que na parte do Manual em que se trata da Metodologia, deve ter ficado claro que a idéia fosse de que se aplicasse o método indutivo, isto é, pelo qual os casais iriam descobrindo as riquezas propostas, e não que fossem aulas a serem dadas pelo Casal Piloto. Para tanto, pensou-se em ter como pano de fundo de cada reunião uma motivação a qual deveria embasar todas as colocações feitas ou apresentadas naquela específica reunião. Acreditamos também que a seqüência mais apropriada seria como está atualmente colocada, começando pelo acolhimento e conhecijuN/juL-95

... Introdução da Meditação, na sexta reunião, sendo que a escuta da palavra estaria sendo apresentada na reunião seguinte: não deveria ser o contrário? mento, seguindo-se pela comunidade, encontro e comunhão, e assim por diante. Ora, na quinta e sexta reunião a motivação é a de se vi ver a verdade, para o que apresentamos dois P.C.E., a Oração Conjugal e a Meditação no intuito de provocar nos casais a necessidade de uma intcriorização sobre si mesmos. Na sétima reunião, cuja motivação é a da busca da Vontade de Deus, nada mais claro do que procurá-la na Escuta da Palavra. Na vivência cotidiana, naturalmente, os casais deverão se empenhar em conhecer a Vontade de Deus através da Escuta da Palavra c procurar incorporá-laàs suas vidas inclusive por meio da Meditação. Queremos ressalvar, entretanto, que a Meditação não se faz exclusivamente

a partir da Escuta da Palavra, mas também a partir de outras motivações, como por exemplo, a leitura dos sinais do tempo à luz da Palavra. Como vocês podem constatar, duas coisas se mostram importantes para nós; primeiro, que há necessidade de termos Casais Pilotos bem formados Para isto não basta entregar em suas mãos o Manual e enviá-lo a pilotar uma nova equipe. O Casal deve ser preparado adx'quadamcnte. Realça a necessidade de cada Setor ter um casal responsável pela pilotagem, para que possa instruir e preparar adequadamente os casais de boa vontade que se coloquem à disposição para este bonito e gratificante trabalho que é a pilotagem de uma nova equipe. Em segundo lugar, é importantíssimo que os casais pilotos anotem suas dificuldades, sugestões e observações por escrito, passando-as ao casal responsável pela pilotagem no Setor, o qual as enviará para a ECIR sempre por intermédio do Casal Responsável do Setor, pois também é importante que este fique a par destes aspectos.

Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R CARTA MENSAL -

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Fátima/94

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QuE ME F1cou uM ANo

DEPOIS DE FÁTIMA Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR.

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pedido era que eu escrevesse algo sobre Um Ano Depois De Fátima. Acontece que isso me parece muito comprometedor, inclusive obrigando a ser mais ou menos completo e objetivo. Prefiro, pois, escrever, sobre o que sobrou em mim um ano depois do Encontro de Fátima. Assim, se não disser tudo, estou apenas dizendo a minha verdade. Começo lembrando o último texto a ser distribuído, a Carta de Fátima. A partir do episódio das bodas de Caná, procura-se dar "uma orientação ao mesmo tempo muito precisa e muito ampla" que "procura abrir a espiritualidade conjugal à missão". Eles não têm mais vinho, Fazei tudo que ele vos disser, Enchei da água as talhas: essas frases, que já estão sendo um estribilho nas Equipes, lembram-nos que os casais são convocados para uma missão, uma tarefa. Devem constatar lucidamente o que falta na família, na equipe, no Movimento, na Igreja e no mundo. Devem julgar e discernir essa realidade à luz da palavra de Deus ouvida e acolhida. Devem agir, como consagrados pelo sacramento do matrimônio, para que a realidade se faça como foi planejada por Deus. As ENS têm uma missão na Igreja e no Mundo, não podem ficar narcisisticamente fechadas sobre si mesmas. A contribuição específica que as ENS podem e devem dar à Igreja, aresposta específica que podem e devem dar para as necessidades elo Mundo é a vi-

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vência plena do amor, da caridade matrimonial. As ENS podem fazer muitas coisas, podem ter muitas iniciativas. Antes de mais nada, porém, podem ser comunidades de casais que partilham plenamente a vida cristã matrimonial, e não apenas se reúnem uma ou mais vezes por mês. Podem ser casais que procurem como casais a perfeição cristã, perdão: que procurem e vivam sempre mais a felicidade cristã no matrimônio. Aí está. Talvez seja isso que me ficou do encontro em Fátima. Está bem que se fale do dever de procurar a perfeição, das exigências do amor, das responsabilidades conjugais e familiares, das obrigações do equipista, etc. Tudo bem, contanto que não se esqueça que o casamento existe para a felicidade das pessoas. O cristão tem obrigação de ser feliz: afinal, foi para isso que o Cristo veio estar entre nós. Salvação é felicidade. Perfeição é felicidade. Casamento cristão é caminho de felicidade. O que falta no mundo e nunca existe bastante na Igreja é felicidade. Por isso acho que, na Igreja e no Mundo, a primeira tarefa do casal equipista é ser um casal feliz, que partilha sua felicidade. Antes de falar, antes de fazer alguma coisa para a salvação-felicidade dos outros, seja feliz, mostre sua felicidade. Casais felizes, que mostram sua felicidade, nem precisam falar sobre os valores do casamento, nem os precisam defender. Bastaria que apenas contem como vivem, como amam, como sofrem, como oram .. . Ser feliz no casajuN/juL-95


mento é uma utopia? Mas então a salvação também é utopia, alguma coisa com que Deus nos acena zombeteiramente, e não há nada a fazer nem pela Igreja nem pelo Mundo. No capítulo 22 de Mateus lemos que, segundo Jesus, "O Reino dos céus (a presença do poder de Deus que salva, faz feliz desde agora) é como um rei que fez um banquete para festejar o casamento de seu filho . Mandou os empregados convidar as pessoas para a festa". Deus convida-nos para uma festa. Para uma festa de casamento. Se a festa de casamento pode ajudar-nos a entender um pouco o que Deus nos oferece, muito mais nos deve poder ajudar o próprio casamento, a menos que a festa seja apenas fingimento. João não nos fala dessa parábola, e nem precisava, porque nos conta as bodas de Caná. Uma festa real de casamento. Onde Jesus "faz seu primeiro sinal" (lo 2,11) mostrando o poder que ali estava para fa~er a felicidade. E quem vai dizer que fo1 por acaso que isso aconteceu numa festa de casamento? O sinal estaria apenas na transformação da água em vinho, ou mais na própria festa de casamento que pôde continuar alegre? Ou, quem sabe, muito mais ainda na felicidade que Jesus, por sua presença, tornou possível para aquele casal? Por falar nisso, todos sabem, o Encontro de Fátima foi marcado pelas Bodas de Caná. Confesso que enquant~ o.uvia ~anta c~isa importante, santa e sabia, f01 por m que meu pensamento caminhou, ou descaminhou, não sei. E foi isso que me ficou ainda um ano depois. Se as ENS querem levar aos irmãos na igreja e no Mundo o anúncio do Rei~o, que o façam levando para eles o convite para a festa de seu casamento. Encham as talhas de vinho! JuN/juL-95

FÁTIMA ... UM ANO DEPOIS

ecorre, neste mês de julho de 1995, um ano desde a realização do último Encontro Internacional das ENS, em Fátima, Portugal. Para os que lá estiveram, tratouse de uma experiência única e insubstituível, muito difícil de descrever em ~alavras. Para aqueles que (como nós) ll.veram também a felicidade de participar da Sessão Internacional de Formação, realizada nos cinco dias seguintes ao Encontro, a experiência foi ainda mais enriquecedora. Gostaríamos, agora, de recapitular com nossos leitores, como o Movimento procurou ajudar seus membros, sobretudo aqueles que não puderam estar em Fátima a viverem, ao longo deste último ano, ~ Bodas de Caná, em comunhão com todos os equipistas do Brasil e do mundo. Em primeiro lugar, quanto ao tema de estudo "Convidados às Bodas de Caná". Recebemos o texto em francês com alguns meses de antecedência e assim o mesmo foi traduzido, editado e impresso, licando totalmente pronto, aqui no Brasil alo-uns . o d1as antes da data do início do Encontro Internacional. Logo quando do nosso retomo, divulgamos amplamente que o tema já se encontrava disponível e a primeira edição esgotou-se em pouco tempo. Isto levou-nos a fazer uma primeira reimpressão que também esgotou-se rapidamente c uma segunda reimpressão por ocasião do~ EACRE's/95. Como restam pouquíssimos exemplares acreditamos que, praticamente, a totalidade dos equipistas brasileiros já tenham estudado ou estejam estudando o tema.

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Sabedores de que seria impossível transmitir o clima de Fátima aos que lá não estiveram, procuramos então transmitir o conteúdo do Encontro. Assim, o número 303 -Setembro/ 1994 da Carta Mensal foi inteiramente dedicado a Fátima e publicou, além de outras matérias, o texto integral de todas as homi lias e palestras do Encontro, bem como as intervenções do Pe. Victor Feytor Pinto c de Mariola e Elizeu Calsing na mesa redonda "Desafios à Família na Sociedade Contemporânea", lá realizada. Nas cartas mensais de Outubro/94 a Dezembro/94 foram publicadas as pruticipações dos demais casais na Mesa Redonda. Procurando transmitir, também , a todos os equipistas do Brasil, a riqueza da Sessão Internacional de Formação, as cartas mensais de Outubro/94 a FevereiroMarço/95 publicaram as palestras do Pe. Oli vier naquela Sessão. Finalmente, como já é do conhecimento dos nossos leitores, a partir da Carta Mensal de Abril/95 estamos publicando a Seção "Orientações de Vida" que é uma série de oito artigos, cada um escrito por um casal daECIR, que busca aprofundar, em seqüência, todo o texto do Evangelho das Bodas. Não seria justo deixar de mencionar o destaque que vem sendo dado a este tema pelos jornais e boletins das várias Regiões e Setores das ENS no Brasil, com a publicação de inúmeros artigos e matérias sobre o assunto, alguns dos quais já transcrevemos ou estaremos transcrevendo na Carta Mensal para benefício de todos os equipistas brasileiros. 42 -

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Outros momentos fortes de vivência do pós-Fátima foram as reuniões da ECIR (Agosto e Outubro/ 94) e do colegiado ECIR e CRR's (Setembro/94) onde buscou-se discernir e desenvolver propostas de como o Movimento poderia viver esta orientação nos tempos atuais e futuros. Estas reuniões tiveram sua culminância no Encontro Nacional (Novembro/ 94) e que foi uma verdadeira Festa de Bodas, conforme reportagem publicada na Carta Mensal. Esta seqüência veio a desaguar nos EACRE's - 95, nos quais pudemos sentir a forte influência do Espírito de Fátima (liturgia, cantos, celebração de bodas, simbologia das talhas, etc.). Antes de encerrarmos estas linhas gostaríamos de citar, mais uma vez, as palavras de Álvaro e Mercedes (ainda como CR da ERI) em Fátima: "É chegado o momento de propor-lhes, para os próximos anos, uma orientaçüo, ao mesmo tempo, muito precisa e muito ampla pois ela procura abrir a espiritualidade conjugal à Missão" (3" dimensão do carisma).

Atrevemo-nos a afirmar que o Movimento, através dos seus quadros (que estão a serviço de todos os equipistas) tem se esforçado, ao máximo, em ajudar a todos a viverem a Orientação de Vida proposta em Fátima. Resta agora, a cada casal e a cada equipe de base discerniredecidirquanto ao seu engajamento nesta proposta. Para tanto, talvez valesse a pena uma reflexão: 1. Como eu, individualme11te e em casal tenho vivido as Bodas de Caná". 2. Como minha equipe de base está trabalhando esta Orie111ação de Vida? Um abraço em Cristo.

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra C.R.- Carta Mensal juN/juL-95


Notícias e Informações

EXPANSÃO NOVAS EQUIPES - Uma nova equipe está sendo constituída em Rio Claro - SP, que agora já conta com 12 equipes. -EQUIPE 1! 69Setor E Brasília - DF C.E: Diácono Adailton - C. P: Socorro e Vicente. -EQUIPE n° 07N.S. das GraçasSantarém/PA C.E.: Pe. Cleo José da Silva C.P: Paula e Quaresma Com o crescimento do Movimento em di reçüo ao Nordes te do Estado do Pará (Castanha!, Salinas e Süo Miguel do Guamá) foi criado o setor Pará Nordeste, com 07 equipes, tendo como C.E. Pe. Wagner e como CRs Gê e Moacir (Castanha!). Em Castanha[ está sendo laHçada mais uma equipe, fruto da Experiência comunitária. 0

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VOLTA AO PAI Luiz Vicente Marini, (da Maria In es) Equipe 5 - Limeira- SP Oneide, (do Sérgio) Equipe 14 -Setor B - Belém - PA. Oscar Silva Filho (da Clélia) Equipe 5- Seto r B - Belém - PA. Eny (do Gabriel) Equipe 1 - Campinas - SP Jeroninw Figueira da Costa Neto Equipe 01 - VotLtporaHga- SP José Weiss (da Maria Isabel) Equipe 01 - Juiz de Fora- MG

COMUNICAÇÃO Boletim Informativo- Setor Santos- SP -Foi iniciada a publicação do boletim informativo mensal, distribuído a todos os casais equipistas do Setor de Santos- SP Além de textos de rejlexüo, o boletim divulgará notícias, acontecimentos e a progranzaçüo do movimento. Noite de Aprofundamento- O Setor de São José dos Campos!SP fez realizar com excelente resultado, uma noite de aprofundan!ento. Com a participação de todos os equipistas procurou-se fazer um levantamento dos valores disponíveis para oferecer à comunidade e qual a missüo a ser executada pelos casais para o seu aprofundamento.

CAR T A M EN SAL -

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Nossa Biblioteca

A

fAMÍLIA E

os

EXCLUÍDOS Frei Almir Ribeiro Guimarães, ofm, Paul inas, 89 pg. O tema da Campanha da Fraternidade/95 é percorrido pelo autor, com muita competência, abordando as várias situações em que se encontram os excluídos da família, da sociedade (drogados, aposentados, descasados ... ) Propõe orientações pastorais práticas, textos e perguntas para reflexão em grupo, assim adequando-se como tema de estudo para eq uipes.

~'"F''U!!'k

CARTA ENCÍCLICA

JOÃO PAOLO n

EVANCELIUM VITAE João Paulo li, Edições Loyola, 148 pg. Datado de 25.03.95, é um importante pronunciamento ético do Papa sobre o valor inviolável da vida humana na terra. João Paulo II não a endeusa, pois a vida não é a realidade última, como diz, senão a penúltima, mas precisa ser respeitada, tanto pelas pessoas como pela sociedade .. . É preciso sempre lembrar o princípio, constantemente repetido, aliás, pelo próprio João Paulo II, ultimamente na sua encícl ica Veritatis Splendor, e no seu livro No Limiar da Esperança, em que se acham esboçadas ou refletidas todas as suas posições agora analisadas: a verdade não pode nunca ser imposta à consciência, mas a consciência tem, sempre, como obrigação precípua, buscá-la em todos os meandros da existência, especialmente nos múltiplos e variados relacionamentos humanos.

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Reflexão

BAM BU SECO N ÃO ENVERGA

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ma professora entrou em minha sala de aula e disse: - Garotos, nossa escola vai montar uma barraca nas próximas festas, e nós vamos procurar por bambus!. .. só não pode ser bambu seco ... alguém sabe por quê? Um garoto respondeu: " Eu sei!!! É que o bambu seco não enverga: ele se quebra mas não enverga."

O Espírito Santo de Deus, então, falou ao meu coração: Quantas vezes somos como bambus secos diante de Deus! Ele quer nos moldar e nós não deixamos: quer nos ensinar mas nós não nos envergamos; quer nos dirigir mas nós não cedemos à sua vontade! Quantas vezes preferimos "quebrar a cara" induzidos pela nossa dureza do que deixá -lo agir em nossas vidas! Nosso orgulho e nossa incredulidade fazem de nós pessoas indóceis, áridas, ressequidas, improdutivas e, por isso, Qeus não age em nós e nem por nós! É alegria de Deus dar a mim e a você um coração brando, sensível à sua voz, uma alma que se aquiesce à sua soberania, uma "índole verde", que se deixa dominar e se deixa moldar pelo Espírito Santo de Deus! Aleluia! Transcrito do "Enseada" · publicação do Setor de Assis/SP JuN/juL-95

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QUE É A EucARISTIA A Eucaristia é:

Dom de Deus Centro de Nossa Vida Cristã Brota do Amor e Faz Amar Sacramento da Gratidão Nossa Unidade em Cristo É Quem nos dá Mais Fé É Alimento Privilegiado do Cristão Conhecer Melhor à Cristo Cristo Ressuscitado, Vivo É Memória de Cristo Salvação Unidade de Quem Ama Fartura de Alimento É Dinâmica, Não Estática Bondade de Deus para Conosco Transformação Conversão Partilha Todo Bem Espiritual da Igreja Vínculo de Caridade É Ação de Graças, Prodígio, Remédio É Saber que Nosso Rumo é Seguir a Cristo É o Mistério da Fé. É Compromisso de Vida É Ir Além das Aparências Fundamento da justiça e do Amor.

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Equipe 02 - Nossa Senhora Medianeira - Santarém - Pará

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Oração ORAÇÃO DO

COMLA

Senhor Jesus, Bom Pastor e nosso Irmão, viestes habitar no meio de nós, para ser caminho de vida e esperança para todos. Abençoai, por intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, dos Santos e Santas da América, o SQ Congresso Missionário Latino-Americano. Reno vai, em todos os cristãos do "Continente da esperança missionária". A disponibilidade para seguir-vos e encontrar-vos nas diferentes culturas, conforme o convite: vinde, vede e anunciai! Derramai sobre as comunidades eclesiais os dons do vosso Espírito para que surjam muitas vocações missionárias. Tornai fortes na fé os que anunciam o Evangelho a todos os povos. f assim,

as nações, raças e línguas, reunidas em Jesus Cristo, formem um só povo para o vosso louvor. Amém!

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Última Página ELES NÃO TÊM MAIS VINHO

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oão (2, 1-12) nos coloca diante de uma circunstância admirável. Diante da dificuldade de uma família humana Jesus, através da intercessão de sua mãe entra na história para transformar uma situação embaraçosa numa manifestação de alegria. Através da ordem de Maria "Fazei tudo o que Ele voz disser'~ toda a realidade da situação se modifica e o que era apreensão e embaraço é transformado em alegria e festa. Nós, como casal equipista e principalmente como cristãos devemos atentar para a ordem de nossa mãe e também nos esforçar para fazer tudo o que Ele nos diz, e assim fazendo transformaremos a nossa realidade e a da nossa Equipe. justamente por não procurarmos fazer tudo o que Jesus nos diz é que os casamentos têm se transformado em água; não tem sabor, não tem alegria, nem entusiasmo. É preciso que confiemos na ordem de Maria para que Jesus transforme nosso viver, que está uma água, em vinho, e vinho de ótima qualidade, que possui sabor e traz alegria. A partir desta decisão, a nossa vida será transformada numa festa que espelha aquela celebração, que será eterna. Portanto, se a sua vida está uma água, siga a ordem de Maria e ela se transformará em vinho novo que dá alegria. Esmeraldino (da Léa) Equipe 11 Setor B Manaus-AM

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Meditando e1n Equipe

Leitura: Evangelho de João/ 16/ 7-15

Meditação 1 - O Espírito enviado por Jesus influencia seu modo de julgar o mundo e sua própria pessoa, seus sentimentos, suas ações, seus projetos? 2 - Em que pontos você menos está julgando segundo o Espírito de Jesus? 3 - Que você fará para que o Espírito de Jesus oriente totalmente sua vida? Oração espontânea: Peça que o Espírito Santo ilumine e oriente sua vida.

Oração Litúrgica

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Vem, Espírito Santo,/ envia-nos do céu/ um raio de tua luz. Vem, pai dos pobres,/ vem, doador dos dons,/ vem, luz dos corações. Consolador perfeito,/ doce hóspede da alma,/ suave consolação. Na fadiga, repouso,/ no calor, abrigo,/ no pranto, conforto. Ó luz feliz,/ invade no íntimo/ o coração dos teus fiéis. Sem a tua força,/ nada existe no homem,/ nada sem culpa. Lava o que está sujo,/ banha o que é árido,/ cura o que sangra. Dobra o que é duro,/ aquece o que é frio,/ endireita o que se desviou. Doa aos teus fiéis,/ que só em ti confiam,/ os teus santos dons. Dá virtude e prêmio,/ dá morte santa,/ dá alegria eterna. (Seqüência do Missal na festa de Pentecostes)


Prioridades: - Vida de Equipe -Formação - Comunicação - Presença no Mundo -Pastoral Familiar - Experiência Comunitária

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar Rua João Ado lfo, 118 92 and . cj 901 CEP 01049-91 O São-Paulo SP Te I (011) 604-8833 Fax (011) 604-8969


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