ENS - Carta Mensal 311 - Agosto 1995

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IDJ Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

Reunião do Colegiado O Evangelho da Vida Dia do Padre Dia dos Pais

Assunção de Maria

Ano XXXV- Nº 311 - Agosto/95


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EQUIPES DE NossA SENHC•RA CARTA MENSAL

Nº 311

Editoria l A Cada Di a Te Escolho ........ ........... .. .... 01 Carta da ERI ... .... ...... .. ... ......... ... ........... . 02 Notícias Intern acionais ....... ...... .... ....... . 04 A ECI R Conversa com Vocês ..... ..... ...... 06 Espec ial : En contro do Colegiado ....... .. 08 Pri oridades ........................ ... ................ 21 Ser Igrej a .... ..... ...... ....... ... ...... ..... .. ........ 23 Vocações . .. .. ... .. .. .. .. ... .. ... .. ... .. .. ... .. .... .. .. 24 Ori entação de Vi da ..... ... .. ..... ...... ......... 28 Atu alidade .. .. .. ...... ....... ....... .. ..... ....... .... 30 Dia do Padre ........ ........ .. .. ... ...... ..... .. ... . 32 Dia dos Pais ........... ............ ........ ..... .. .. .. 37 Mari a ..... .......... .... .. .......... .. .............. ... .. 38 Jovens .... ... .. ...... .. ..... ..... .. ....... ............ ... 45 45 Anos das ENS no Bras il ... .. ....... ...... .. 47 Reportagem ..... .. .... ... .. .... ... ......... ......... . 50 Notícias e Informações ... .. ... ... .............. 51 Nossa Biblioteca ...... ... .... ............ .... ...... 53 Refl exã o .... ....... ....... ..... ... .......... ...... .... . 54 Ora çã o ................ ......... ... .. .... ... .. ..... ... .. 55 Última Página .... ... ......... ............ ... .. .. .... 56

AGOST0/1995

Carta Memal é uma publicação das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Fone:(Oll) éiJ4-<3833 M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis) Maria Célia e João de Laurentys Nilza e Maurício Oliveira Blanche e Lauro F Mendonça Maria do Carmo e J sé Maria Whitaker Neto Rita e Gilberto Canto Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual) Jornalista Responsá11el: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835) Diagramação e Ilustrações Ma ria Alice e l vahy Barcellos Capa: Eros Lagrotta/ lga r Fehr Composição e Fotolitos: Newswork · R. Venâncio Ayres, 931 São Paulo Fone:(Oll )263-6433 Impressão e Acabamento: Edições Loyola Rua 1822, 347 Fone: (011 ) 914- 1922 Tiragem desta edição : 8.400 exemplares


Editorial

A

CADA DIA TE EscoLHO

á algum tempo encontrei um artigo com esse título. Tratavae de uma belíssima reflexão sobre o amor do casal, convidando os casais viverem, no cotidiano, uma afeição crescente, fruto de um esforço da compreensão e uma série de atitudes e de comportamentos destinados a tornar a relação entre os esposos sempre nova e atraente, diferente e cheia de surpresas e obter o milagre de estar apaixonado todos os dias. · Nessas páginas a que me refiro, não se tratava de dizer galanteios após dez, vinte, trinta ou cinqüenta anos de casamento, mas de saber morrer com a alegria de amar, com um amor sincero e porque não dizê-lo: "trabalhado". Isso me fez pensar na eficácia da espiritualidade conjugal entrando repentinamente no jogo misterioso do amor. Pelo fato de homem e mulher se unirem pelo sacramento personalíssimo do matrimônio, o Cristo se engaja totalmente e entra de corpo inteiro no núcleo da relação mútua. E a espiritualidade conjugal nascida com seriedade, com maturidade, prepara os esposos para um melhor conhecimento de Deus, para a reflexão e estudo da mensagem de salvação, para a escuta da Palavra na prece pessoal e conjugal, a uma comunicação crescente com Ele, nos sacramentos, e a um esforço de compreensão e de entrada na vida comum, graças à troca de pontos de vista entre os esposos à luz do Espírito. Em suma, a um dinamismo que constrói o edifício do casal, capaz de resistir às dificuldades exteriores e interiores, aberto a essa necessária esperança que é o projeto do futuro sempre sonhado pelo casal unido no matrimônio. Num mundo onde reina a indiferença pelo outro e onde homem e mulher tornam-se, cada vez mais, ilhas de solidão, uma espiritualidade conjugal sólida e viva propicia uma nova visão ao casal cristão que se ama. Eles se tornam capazes de se escolherem mutuamente, a cada dia, nos acontecimentos do cotidiano, e através dos meios oferecidos pela graça. Eles descobrem que é possível transpor os egoísmos e clarear um horizonte inesperado. Assim, eles se tornam testemunhas de uma nova alegria, feita em parte de um amor humano profundo e consciente de seus deveres e exigências e em parte da presença verdadeira de Cristo que os acompanha no seu caminhar, no seu crescimento. Assim sendo, o pensamento poético da Bíblia se concretiza cada vez mais: "As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir." (Cant. 8,7) Tudo isso é fruto de um desejo consciente da fragilidade da relação humana, mas ao mesmo tempo conseqüência de uma vontade firme de se escolherem todos os dias e graças a todos os meios misteriosamente deixados nas mãos dos homens por um Deus que se dispõe a colaborar com eles para que sejam capazes de usufruir da felicidade que nasce da fidelidade e do amor.

H

Cristobal Sarrias, S.]. C.E. daERI 1


Amigos Muito Queridos, entre os pontos Concretos de Esforço existe um que, freqüentemente, é deixado de lado ou mal explorado porque não compreendemos bem a essência, a finalidade. Queremos falar sobre a Regra de Vida. Se nós formos buscar sua definição na Carta das Equipes, encontraremos: "A Regra de Vida não é outra coisa senão a determinação de esforços que cada um pretende se impor para melhor responder à vontade de Deus sobre si." Sem dúvida, não será inútil tomar os diferentes elementos desta definição, para compreender melhor o seu sentido e examinar as etapas que a envolvem. Responder melhor à vontade de Deus. Eis a finalidade de nossa vida! A palavra responder pressupõe uma proposição. De fato não podemos nos esquecer que Deus tem sempre a iniciativa e que, conseqüentemente, a regra de vida é em primeiro lugar uma resposta. Resposta para amar melhor, para amar mais. A regra de vida apresenta-se como o meio pelo qual o melhor seja a perspectiva de nossa vida.

D

... que cada um pretende se impor. Cada um: lembremonos rapidamente que a regra de vida é pessoal; não é preciso contá-Ia ao cônjuge. Mas existem

''A Regra de Vida não é outra coisa senão a determinação de esforços que cada um pretende se 1mpor para melhor responder à vontade de Deus sobre si.'' certos momentos da vida de casal em que é muito bom e até necessária uma regra de vida em comum. Pretende se impor: escolher uma regra de vida é uma decisão, um ato livre. Nossas vidas são feitas de 2

grandes e pequenas decisões. É através das nossas decisões que nós nos construímos. Se temos vontade de amar sempre mais, nossa decisão deve ser assumida, nã suportada e deve valer para a vida toda. A regra de vida não é uma boa re s olução que se toma para deixála de lado em seguida: não existe parada no amor. O único meio que temos para progredir no amor é jamais deixar de ir ao seu encontro: consegue-se não c ssando de dirigir-se a ele. Determimtção de esforços. Em uma carta para equipes novas de 1971, podia-se ler o seguinte: "O que é preciso encontrar, em primeiro lugar, é a grande orientação de sua regra de vida - que será, em seguida, fixada nos pontos de aplicação". O Pe. Varillon, que pregou numerosos retiros, disse a mesma coisa: antes de ser uma resolução prática, é uma orientação profunda ... A escolha da regra de vida é, pois, mais séria do que pode parecer à primeira vista. Achar a orientação profunda de sua regra de


vida supõe muitos precedentes: - primeiramente é uma questão de discernimento, ligado à nossa psicologia, a um profundo conhecimento de nós mesmos . É preciso ter tempo para nos conhecermos em profundidade, de refletir, de analisar nossa situação do momento; - é também rezar para compreender em que sentido peus quer que nos desenvolvamos ''Fazei tudo o que Ele vos disser." Temos riquezas e talentos; a vontade de Deus é que façamos passar o positivo antes do negativo. É somente depois de visualizarmos o positivo que poderemos enxergar o negativo, isto é, perceber "o vinho que está faltando". No momento em que esta orientação profunda da nossa regra de vida for escolhida, poderemos então determinar o ponto bem preciso sobre o qual faremos direcionar nosso esforço e responder ao convite de Maria em Caná: "Enchei de água, as talhas!" Não queremos aqui enumerar exemplos de regra de vida: "poder-seia encher páginas e páginas com o que devemos desempenhar, com o que devemos nos abas-

tecer, com o que devemos nos exercitar... " A escolha da regra de vida é trabalho de proporção. Santo Inácio, muito exigente, escreveu máximas de extrema prudência. Não é preciso, dizia ele, galopar seu cavalo nas primeiras etapas. Se você forçá-lo demais ele chegará à exaustão e não avançará mais. Não é preciso

dade. Fénelon, já no século XVII, dizia que preferia mil vezes oferecer a Deus grandes sacrifícios ... todavia é pela fidelidade nas pequenas coisas que a graça do verdadeiro amor se sustenta. Assim, o esforço exigido na regra de vida é uma coisa pequenina que se repete a todo momento, que nos coloca sem cessar em confronto com

- - - - - - - - - • nosso orgulho, nossa preguiça, nossa impulsiO único vidade ... Trata-se de nos treimeto que narmos para cumprirmos temos para extraordinariamente bem progredir no as tarefas ordinárias, como os servos das Boamor é . . das de Caná. Jamais Durante esses seis deixar de ir anos nos quais o Movimento nos propõe aproao seu fundar a orientação encontro. "Convidados às Bodas de Caná", reservemos tempo para meditar sobre carregar demais o barco, o sentido profundo darevocê deve fazê-lo deslizar... gra de vida ... Em seguiPrecisamos encontrar da, as três fases do Evannossas resoluções no que gelho de São João não podemos exigir de nós deixarão de nos fornecer no momento preciso. O numerosas pistas concremelhor para você não é tas para sua aplicação na forçosamente o melhor nossa vida pessoal, na nospara mim agora. O crité- sa vida de casal e de famírio da boa escolha é a lia no coração do mundo. paz e a alegria!. .. Com toda a nossa É preciso não perder amizade. de vista o fim a ser alcançado: a busca do verdadeiBenoite ro amor, a busca da santiMarie-Odile Touzard

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Notícias Internacionais

Número Total de Equipes em 01.01.1995:6.909. Países em que estão implantadas África do Sul 14 Alemanha 61 1% Angola 3 Argentina 33 Áustria 16 Austrália 180 3% Bélgica 430 6% Brasil 1.193 17% Burkina-Faso 3 Camarões 7 Canadá 56 1% África Central 1 Chile 1 Colômbia 93 1% Coréia 2 Costa Rica 10 Costa do Marfim 1 Dominicana (Rep.) 10 Egito o 9 Equador Espanha 855 12% Estados Unidos 322 5% França (metrópo le) 1.932 28% D.OM Guadalupe 6 D.OM Guiana 3 D.OM Martinica 15 D.OM A Reunião 2 1 Fidji

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Gabão 5 Grã-Bretanha 132 Guatemala 8 Hungria 3 Maurício (Ilha) 44 Índia 16 1 Indonésia Irlanda 38 468 Itália 1 Japão Líbano 9 17 Luxemburgo Mal i 1 21 México 1 Papoua Países Baixos 2 Peru 6 Porto Rico 29 692 Portugal 1 Romênia Ruanda 1 Senegal 6 1 Singapura 65 Suíça Síria 31 9 Toga 14 Trindade Zaire 28

2% 1% 1% 7%

10%


Distribuição por Continente Europa

4.712

68%

América (Sul e Central) 1.451

21%

América (Norte)

378

5%

Austrália e Oceania

182

3%

África

125

2%

61

1%

Ásia Total

Informações estatísticas sobre as Equipes de Nossa Senhora

6.909 100%

Secretariat Internacional 49, rue de la Graciere 75013 Paris

O Secretariado Internacional divulga anualmente as estatísticas do Movimento. O número total de equipes no mundo, no começo de 1995, é de 6.909, contra 6.668 no começo de 1994; portanto houve um crescimento de 3,6%, assim distribuídos de acordo com os continentes e as principais línguas faladas no Movimento.

Distribuição por Língua Francesa

2.677

39%

Portuguesa

1.948

28%

Espanhola

1.074

16%

Inglesa

663

10%

Italiana

468

7%

79

1%

6.909

100%

Alemã Total

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A Ecir Conversa Com Vocês ENCONTRO DO COLEGIADO NACIOr'-~AL Caros irmãos das equipes os dias 20 e 21 de maio passado, reuniu-se na Lareira São José, em São Paulo, o Colegiado Nacional das ENS com a participação dos membros da ECIR e de todos (22) os Casais Responsáveis Regionais. A destacar a presença sempre carismática e inspiradora de D. Nancy Moncau. Tivemos também a alegria de contar, no sábado, com a presença de Cidinha e Igar, Casal Responsável Internacional e com a ativa participação do Pe. Marcelino , de Belém do Pará, CEda Região Norte . O Colegiado Nacional reúne-se, ordinariamente, duas vezes por ano, sendo que a reunião do 1° semestre é mais dedicada à Formação e a do 2° semestre é voltada para um Balanço e um Planejamento da caminhada futura do Movimento. Iniciamos este último encontro, no sábado pela manhã, com uma Missa

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concelebrada por Pe. Mário (CE da ECIR) e Pe. Marcelino. Após o Evangelho (Jo 10, 7-1 7), Pe. Mário, em breve homilia, exortou os Casais Regionais para que também sejam "bons pastores" a serviço de suas "ovelhas" (equipistas). Durante a celebração aconteceu a posse de Lourdes e Sobral que agora ingressam na ECIR e de Leonor e Danilo que assumem a Região São Paulo Centro 11. Merecidíssima a homenagem prestada a Mariola e Elizeu que deixam a ECIR (ver Carta Mensal no 31 O, JunJul , 95) e Astrid e Ribeiro que após anos de intensa dedicação deixarão. brevemente, a responsabilidade pela Região Minas Gerais- I. A liturgia foi encerrada com a distribuição a cada um dos casais presentes de um minúsculo exemplar do Novo Testamento, difícil de ser lido a olho nu e de uma lupa imbolizando que a palavra de Deus não deve ser lida com olhos simplesmente humanos, mas com os olhos da fé. Após a celebração e já reunidos em plenário tivemos uma apresentação por

Projeto de Pesquisa/ de âmbito nacional/ sobre o Casa I Equipista e a Vida do Movimento 6


Maria Regina e Carlos Eduardo, da Proposta de Planejamento da ECIR (ver matéria nesta Edição) iniciando-se, a seguir, a parte formativa do Encontro, com uma palestra do Pe. Mário analisando a caminhada da Igreja e do Movimento a partir do Concílio Vaticano II e numa segunda parte colocou para reflexão dos presentes o sentido da Dignidade Humana, com base na última encíclica Evangelium Vitae e no Catecismo da Igreja Católica. Seguiu-se uma nova apresentação, por Maria Regina e Carlos Eduardo do tema "Fundamentos Éticos Relacionados ao nosso Carisma e à nossa Missão" (ver matéria nesta Edição). Na parte da tarde, além das reuniões dos grupos de assimilação, cujas reflexões foram trazidas para o plenário da noite, tivemos uma interessante dinâmica de grupo sobre Comunicação e abordagem, por Pe. Mário, do tema Ser e Formar Comunidade (ver matéria nesta Edição). No domingo, após a Oração da Manhã, aconteceram as reuniões dos Casais Regionais com os seus respectivos Casais Ligação da ECIR quando se tratou, basicamente, de Experiência Comunitária, Sessões de Formação e situação das contribuições financeiras para o Movimento e de outros assuntos específicos de cada Região. O período da manhã foi encerrado com a apresentação por Mariola e Elizeu de um estudo sobre a Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente (ver resumo nesta Edição) e de um Projeto de Pesquisa, de âmbito nacional, sobre o Casal Equipista e a Vida do Movimento a ser enviada, brevemente, a todos os equipistas de base do Brasil. Após o almoço, durante um rápi7

do plenário, tivemos a presença do equipista Ivahy Barcellos que renovou o apelo a todos os Casais Regionais para apoiarem a revista Família e Vida, iniciativa essa que vem ao encontro de três de nossas prioridades, quais sejam, Pastoral Familiar, Presença no Mundo e Comunicação. Na Celebração Eucarística de Encerramento, em sua homilia, Pe. Marcelino nos exortou para a missão de ser "sal da terra e luz do mundo" e abençoou pequenos sacos de sal que foram distribuídos a todos os presentes simbolizando o "sal" que devem levar às suas Regiões, Setores e Equipes.

A palavra de Deus não deve ser Iida com olhos simplesmente humanos/ mas com os olhos da fé. Seria, praticamente, impossível, transmitir aos nossos leitores o clima que vivemos e o conteúdo do Encontro, em sua totalidade. Objetivando fazê-lo, pelo menos em parte, estamos dedicando a ele uma seção desta Carta Mensal. Um abraço em Cristo.

M. Therezae Carlos Heitor Seabra C. R. da Equipe da Carta Mensal


Especial: Encontro do Colegiado PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DA ECIR "Que devo fazer, Senhor?" (At .'l2,1 O)

Objetivos Movimento: "Como Igreja, participar e comprometer-se com a Construção do Reino, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a Vontade de Deus, a Verdade, o Encontro e a Comunhão na Vida em Comunidade proposta pelo Movimento". ECIR (1995): "Consolidar e promover a assimilação por parte dos equipistas dos pontos já desenvolvidos nos últimos anos para a concretização do Objetivo do Movimento".

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Estratégias "Elaboração de Projetos Específicos a serem trabalhados através dos Meios disponíveis no Movimento".

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Meios disponíveis Reuniões da ECIR, Carta Mensal, Encontros do Colegiado, EACREs, Encontro Nacional, Encontros Regionais, Sessões de Formação, Mutirões, Retiros.

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Funções ou Atribuições

a) Coordenar o Movimento em nível nacional, mantendo a sua unidade por meio dos Casais Ligação da ECIR, mediante troca de informações, participação em encontros do colegiado, nacional, regional e sessões de formação; sendo veiculadores de informação por meio da comunicação horizontal e vertical. b) Animar os Casais Responsáveis Regionais e Conselheiros Espirituais Regionais, por meio de dois encontros anuais, sendo o primeiro voltado para aformação e o segundo para avaliação e planejamento; por contatos informais sempre que necessário, além da participação, sempre que possível, de eventos nas regionais, animando, repassando informações, ajudando no aprofundamento das reflexões propostas. c) Relacionar-se com o Movimento a nível internacional, por meio de seu Casal Coordenador, o qual manterá constante contato com o respectivo Casal Ligação da ERI, mantendo-o permanentemente informado das reuniões da ECIR e colegiado, bem como da caminhada do movimento como um todo. Recebendo igualmente informações e pedidos encaminhados pela ERI. d) Pensar constantemente a caminhada do Movimento, através principalmente dos Relatórios dos C.R.R.; eventualmente propondo projetos específicos de pesquisa com as bases, propondo as orientações necessárias; fomentando o entusiasmo dos Casais Ligação por conhecerem melhor as suas equipes de base, Setor ou Região (conhecimento efetivo). e) Fazer com que o Movimento esteja em sintonia com as or ientações e caminhada da Igreja no Brasil, relacionando-se com a sua hierarquia, informando-lhe sobre o Movimento, suas atividades, encaminhando informações necessárias para que as ENS sejam um instrumento de evangelização do matrimônio, da família bem como da Pastoral Familiar. f) Pensar constantemente na expansão do Movimento, tentando orga-

nizar uma estratégia para que a mesma seja feita de maneira sustentada. g) Pensar constantemente na formação de quadros do Movimento, divulgando suas reflexões e estudos apropriados através de eventos ou meios apropriados, como os listados inicialmente, com especial enfase nos três níveis de Sessões de Formação.

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I

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!

Propostas de Projetos de Consolidação •A Nova Imagem do Casal •Projeto Conjugal •Revisão da Experiência Comunitária •Sacerdote - Conselheiro Espiritual

Observação Para cada projeto a ser escolhido deverá haver uma ou mais justificativas , que mostrem a razão de ser em relação ao Objetivo a que estamos nos propondo perseguir, bem como um objetivo claro a ser alcançado através do mesmo, um casal responsável ou coordenador e prazos de execução.

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Sistemática das Reuniões da EC/R Momentos fortes de:

•Oração •Formação •Trabalho

Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R 10


FUNDAMENTOS RELACIONADOS AO Nosso CARISMA E À

NossA MISSÃO

b) Aceitar seu projeto Jesus tem um projeto que é a missão de anunciar e realizar o Reino de Deus. Este Reino de Deus é a libertação de tudo que oprime a humanidade, do pecado e do mal. Este é o Plano do Pai, ou seja, formar uma grande família de filhos e irmãos, um lar, uma "humanidade nova" . O Pai-Nosso não é apenas uma fórmula de oração, mas um compêndio do programa de Jesus, um mundo onde haja pão e perdão.

1. Seguimento de Jesus Cristo Nossa Senhora é a nossa Mãe e Medianeira, a grande protetora do movimento das Equipes de Nossa Senhora (E.N.S.). No entanto a razão maior do movimento é o seguimento de Jesus Cristo. Outra característica das E.N.S., sendo um movimento eclesial, é assemelhar-se às primeiras comunidades cristãs, conforme relatado em Atos, 2, 42ss. Assim pois é um movimento constituído de casais cristãos, que possuem a graça do sacramento do matrimônio, e que querem viver uma proposta de vida cristã a dois . Ser cristão não é simplesmente seguir uma doutrina, uma ética, um rito ou uma tradição religiosa; ser cristão é imitar os Apóstolos no seguimento de Jesus, e a este seguimento é convocado todo o batizado na Igreja. Seguir a Jesus hoje não significa imitar mecanicamente seus gestos, mas continuar sua obra. Para tanto, alguns pressupostos são necessários: a) Reconhecê-Lo como Senhor Ninguém segue alguém sem motivos. Os apóstolos seguiram a Jesus porque reconheceram que Ele era Deus. O cristão não segue a qualquer um, mas ao Senhor, que toma a iniciativa de convidar-nos a segui-Lo. O chamado dele pode vir através das Escrituras, dos acontecimentos da vida. Assim, pois, a fé cristã não consiste propriamente em aceitar doutrinas, mas em reconhecer Jesus como o Senhor e segui-Lo. Para aprofundarmos este ponto, sugerimos a leitura do Evangelho de João.

A fé cristã não consiste propriamente em aceitar doutrinas/ mas em reconhecer Jesus como o Senhor e segui-Lo. c) Prosseguimento do seu estilo evangélico Jesus tem um estilo peculiar de anunciar e realizar o Reino de Deus. Filho de uma família de trabalhadores, sente-se enviado para anunciar a Boa Nova aos pobres, curar pecadores, enfermos e marginalizados. Toda a vida de Jesus foi um resgatar da dignidade da pessoa humana. d) Fazer parte da sua comunidade Não obstante, Jesus ter convocado seus discípulos um a um, formou com eles um grupo, ao qual logo se juntaram homens e mulheres até constituírem uma

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comunidade: a comunidade de Jesus (Lc 8, 1-3). É a comunidade que continua a missão de Jesus neste mundo. Existem momentos fortes na vida da comunidade, que são os sacramentos, cujo centro é a Eucaristia. Vemos que não se pode ser Igreja sem pertencer a uma comunidade. e) Viver sob a força do Espírito Seguir a Jesus, fazer parte de sua comunidade, continuar seu projeto na história de hoje são realidades que nos superam. Por isso, assim como Jesus prometeu o Espírito a seus discípulos, também a nós é dado este Espírito, que nos faz chamar a Deus de Pai. Em resumo: Seguir Jesus implica em aceitar e a viver tudo isto. É um caminho que exige discernimento para se ir recriando a cada instante da história as atitudes de Jesus e os chamados do Espíri to.

ser guardado como um privilégio de uns poucos, mas é "uma lâmpada para ser posta em cima da mesa", é uma experiência da graça de Deus a ser compartilhada. Isto é decorrência do fato de que cada carisma é uma vocação, um chamado, que nos remete obrigatoriamente à missão. A este propósito seria interessante reler a palestra sobre "A vocação e a missão das E.N.S. no mundo de hoje" (Carta Mensal Especial -Fátima/ 94- página 46 e seguintes).

........................ O casal não se basta em s~ mas se apoia e se extravasa para a comunidade, que é a própria equipe.

2. Carisma das E.N.S. Com o passar dos anos, como bem entendeu o próprio Padre Caffarel no seu pronunciamento de 86, em Chantilly (França), foram se descobrindo novas facetas deste mesmo carisma, às quais denominaram-se "dimensões". Assim, a primeira dimensão desta espiritualidade conjugal é voltada exclusivamente para o casal em sí. Com o tempo e o a adurecimento das reflexões, descobre-se uma nova faceta, que é a dimensão comunitária: o casal não se basta em sí, mas se apoia e se extravasa par a comunidade, que é a própria equ ipe. E hoje, culminando com o Encontro de Fátima, somos chamados a vivenciar a terceira dimensão do nosso carisma, que é a missão. Aliás , diga-se de passagem, esta dimensão simplesmente nos faz lembrar que somos batizados, e como tal convocados à missionariedade.

O Catecismo da Igreja Católica assim define carismas: "Sejam extraordinários e, sejam simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados que são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo" (799). Assim se expressava o próprio Padre Caffarel há algum tempo atrás : "Agora depois de todo este tempo, devo reconhecer que na criação das Equipes existiu qualquer coisa mais para além da minha inspiração e da dos primeiros casais". Com isso ele queria dizer que a Espiritualidade Conjugal e Familiar é um carisma, é um dom de Deus concedido à Igreja e ao mundo, através do movimento das E.N.S .. E como tal,. este dom não deve e não pode 12


3. Os Pontos Concretos de Esforço

mento de pertencer a ela" (Jean Vanier). Profundo e relevante é perceber que a comunidade (Equipe) é convivência fraterna, um lugar por excelência para o exercício do amor entre seus membros. Viver em comunidade (Equipe) é uma opção por aprender a viver. "Porque a vida é o mais longo dos aprendizados, viver é a mais paciente de todas as artes" (M.J. Tonin).

Para vivenciarmos o que acima mencionamos, as E.N.S. possuem uma mística toda própria, baseada nos Pontos Concretos de Esforço (P.C.E.) e a Partilha. Conforme os dizeres de Mercedes e Álvaro na palestra anteriormente citada (C.M.E. - Fátima/94 página 49 e seguintes), "outros movimentos têm reuniões semelhantes às nossas. O que é específico das E.N.S. Profundo e são os Pontos Concretos de Esforço e a relevante é perceber Partilha, os quais pretendem incutir em que a comunidade nós atitudes que conduzem a uma mudança de vida." (Equipe) é Os P.C.E. só fazem sentido em nosconvivência sas vidas se estiverem vivamente voltados para a vivência das três atitudes: fraterna/ um lugar assídua busca em nos abrirmos ao amor por excelência para e à vontade de Deus - um apelo a deo exercício do amor senvolver a capacidade de viver na verdade - apelo a aumentar a capacidade entre seus membros. de encontro e comunhão. Assim, podese constatar porque Padre Caffarel sempre considerou a Partilha como a parte Finalmente, como conseqüência mais importante de uma reunião de lógica do nosso batismo, do sacramento equipe. E um momento forte de por em comum o esforço de mudança de vida a do matrimônio recebido, e das graças partir de um verdadeiro empenho em recebidas através da nossa participação vivenciar, e não apenas cumprir ou nas E.N.S., somos automaticamente consimplesmente Jazer, os P.C.E. à luz das vocados a ser missionários, com uma missão decorrente da nossa vocação. E quais três atitudes. são os apelos que decorrem de nossa Missão no dizer de Álvaro e Mercedes?

4. Vida em Comunidade

5. A Missão

"A verdadeira comunidade é libertadora" (Jean Vanier). Não se trata de apenas estarmos juntos, porque isso pode não passar de um mero ajuntamento de pessoas, sem maiores implicações. "O essencial da comunidade (Equipe) é um senti-

a) Sermos cada vez mais casal: O casal é o sinal visível do amor de Deus e torna credível esse amor através do seu amor. O casal como tal tem portanto uma missão a cumprir. A parte mais 13


fecunda desta missão é a de ser cada A Evangelização é o Caminho da Vida. A pequena comunidade que se relíne em vez mais casal. E não é o mais fácil. A primeira nome do Senhor é salvífica e formativa, coisa de que a Igreja e o mundo têm ne- muito mais do que poderá ser o e unciacessidade, é de casais plenamente hu- do de grandes princípios. A comunidade manos e que vivam em plenitude o seu que faz esta experiência de Evangelização no interior da mesma, sacramento. parte em Missão com o b) Sermos Casais Femesmo Espírito. cundos: O dom da vida Hoje, mais Assim sendo, a fim está no centro de nossa de mantermos acêsa a missão de casais. do que chama do nosso carisma, Mas a fecundidade nunca, o as E.N.S. precisam ser chama-nos a térmos um uma resposta aos desafimundo coração de família. Podeos do mundo de hoj e, atrase ter um coração de famíinterroga-se vés justamente do nosso lia mesmo sem ter filhos. sobre a protagonismo , seja no Ter um coração de família âmbito familiar, no comué ter a capacidade de acoforma de nitário como no social. lher o improviso com evitar e Neste final de século, prontidão e simplicidade. para que melhor possacurar as c) Se r mos Casais mos viver esta pr posta Responsáveis: nossa vida dolorosas das E.N.S., e para que cade casal e de família é anferidas do minhemos em unidade corada no mundo. Assim com a nossa Igrej a, seria as grandes questões, tais Amor de todo importante querecomo justiça, solidariedaConjugal; fletíssemos sobre as palade, paz, defesa da vida .. ., hoje, mais vras do nosso papa João não nos podem ser indifePaulo li, na sua Carta rentes. A questão que o Sedo que Apostólica "Tertio nhor nos coloca no seu apenunca, os Millennio Adven iente", Io à Missão é sempre uma que nos convoca a uma questão relacionada com o jovens profunda reflexão e ação. Amor. Todo compromisso procuram Vejamos, por exemplo, o e a Responsabilidade denuma Boa seguinte trecho: tro do movimento é tam"No limiar do novo bém um compromisso- deNova para milênio , os cristãos deveria ter origem no recoas suas vem pôr-se humildemennhecimento deste Amor do te diante do Senhor, interSenhor por nós. vidas rogando-se sobre as resd) Sermos Parábolas conjugais. ponsabilidades que lhes de Comunhão: precisacabem também nos males mos afirmar e testemunhar do nosso tempo. Na verque toda a Evangelização tem necessidade de uma comunidade. dade, a época atual, a par de mu itas lu14


zes, apresenta também tantas sombras. Como calar, por exemplo, a indiferença religiosa, que leva tantos homens de hoje a viverem como se Deus não existisse ou a contentarem-se com uma religiosidade vaga, incapaz de confrontar com o problema da verdade e com o dever da coerência? A isto, deve-se ligar também a difusa perda do sentido transcendente da existência humana e o extravio do campo ético, até mesmo em valores fundamentais como os da vida e da família. Impõe-se, pois, uma verificação ao filhos da Igreja: em que medida estão eles também tocados pela atmosfera de secularismo e relativismo ético? E que parte de responsabilidade devem eles reconhecer, quanto ao progressivo alastramento da irreligiosidade, por não terem manifestado, o genuíno rosto de Deus, pelas deficiências da sua vida religiosa, moral e social? Realmente não se pode negar que, em muitos cristãos, a vida espiritual atravessa um momento de incerteza que repercute não só na vida moral, mas também na oração e na própria retidão teologal da fé. Esta, já posta à prova pelo confronto com o nosso tempo, vê-se às vezes ainda desorientada por posições teológicas errôneas, que se difundem também por causa da crise de obediência ao Magistério da Igreja." (Tertio Millennio Adveniente no 36). "Hoje em dia, a lgrejachamaauma nova evangelização sustentada pelo amor humano e pela vida familiar. É agora que tem necessidade de leigos casados possuindo umaformação em que a Fé e a Vida se alimentam mutuamente. Hoje, mais do que nunca, o mundo interroga-se sobre a forma de evitar e curar as dolorosas feridas do Amor Conjugal; hoje, mais do que nunca, os jovens procuram uma Boa Nova para

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as suas vidas conjugais. Acreditamos que, se as Equipes foram inspiradas em determinada altura da história, era não só porque constituíram uma necessidade nessa altura para a renovação da teologia do sacramento do matrimônio e para a constituição de pequenas comunidades de casais, mas sobretudo para estarem hoje presentes no mundo. O nosso Movimento tem ainda a cumprir a parte mais importante da sua missão." (Mercedes e Álvaro- Fátima/94). Para finalizar, gostaríamos de mencionar ainda que o papa João Paulo 11, no n°37 do documento Tertio Millennio, faz uma clara menção à valorização de homens e mulheres que realizam heroicamente a sua vocação cristã no matrimônio. Convoca inclusive para que procuremos encontrar modelos que sirvam de estímulo para que outros casais sintam-se atraídos a viver a santidade do matrimônio. Façamos das nossas Equipes verdadeiros celeiros destes casais que irão dar seu contundente testemunho ao mundo de que o matrimônio é lugar de Amor, Felicidade e Santidade.

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR Bibliografia •Catecismo da Igreja Católi-

ca, Ed. Vozes, Paulinas, Loyola e Ave-Maria. •Codina, V., Ser cristão na América Latina, Edições Loyola. •João Paulo 11, Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente, Paulus. •Gomez-Ferrer, M. e A., Carta Mensal Especial - Fátíma/94, ENS - setembro/1994. • Vanier Jean, Comunidade lugar do perdão e da festa, Edições Paulinas.


e SER E FoRMAR CoMUNIDADE nosso desafio como cris tãos, hoje, é ser e formar comunidade. Vimos que é somente vivendo comunidade que conseguimos ser fiéis à missão que Jesus nos confiou: transformar o mundo através do amor, transmitindo a todos tudo o que Ele nos ensinou. Pois bem: o que é ser comunidade? E como formar comunidade? Podemos nos basear no relato dos Atos dos Apóstolos, na Bíblia, (At. 2, 4247) para definir o que é comunidade.

contribuíam com as Igrejas mais pobres de outros lugares e zelavam pela autenticidade da vivência evangélica, advertindo fraternalmente uns aos outros quanto ao caminho a seguir. Cuidavam com muito zelo da catequese dos neoconvertidos (aqueles que queriam entrar para a comunid de) preparando-os para realmente viverem a doutrina cristã. Quando se reuniam (seguidamente) para celebrar a presença do Senhor Jesus entre eles (Eucaristia) era com

•os cristãos tinham tudo em comum; •dividiam seus bens com alegria; •tinham todos um só coração e uma só alma; •todos se sentiam responsáveis uns pelos outros, ajudando-se materialmente e espiritualmente. Tinham consciência de sua responsabilidade para com a comunidade como um todo: contribuíam para sustentar os ministros e todos aqueles que se dedicavam somente ao Evangelho;

muito fervor e alegria que o faziam, pois as celebrações eram fruto da sua vida de amor e fé. Havia momentos de encontro, de reunião de farrn1ias e vizinhos para estudar a palavra de Deus e colocá-la em prática. E tanto eles eram comunidade que os que não eram cristãos murmuravam entre si:

O

"Vede como eles se amam ! " E assim fizeram o que Jesus pediu:

"E nisso saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros!" (Jo13,35). 16


Voltamos ao nosso desafio: ser e formar comunidade, dar tal testemunho de comunhão e participação para que o povo murmure novamente:"Vede Como Eles Se Amam". Por Que Eles São Assim? O Que Os Faz Ser Diferentes? O Que Os Motiva? Perto deles sinto vontade de ser bom! De seguir seu exemplo! Um desafio que não é impossível, como muitos acomodados e preguiçosos querem fazer crer! Um desafio possível e necessário! Vocês estão dispostos? Viver comunidade é muito importante. Uma pessoa isolada, sozinha, é muito infeliz. "O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não experimenta e se não o torna algo seu próprio, se dele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é - se assim é lícito exprimir-se-a dimensão humana do mistério da Redenção. Nesta dimensão, o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor, próprios da humanidade. No mistério da Redenção, o homem é novamente confirmado, e de algum modo é novamente criado". (Redemptoris Homini) Com a realização deste amor o cristão encontrará na vivência em comunidade lugar e momento próprios à concretização do verdadeiro amor a Deus e aos homens. _Definindo, finalmente, Comunidade E Um Agrupamento De Pessoas Que: 17

Só existe comunidade quando seus componentes se conhecem/ se interessam uns pelos outros/ se entre ajudam e se amam. •vivem em comunhão e participação; •procuram realizar o mesmo objetivo; •têm deveres e direitos comuns; •possuem a mesma fé e mesmo ideal; •estão sujeitas às mesmas leis ecostumes; •são unidas pelo amor; •auxiliam-se mutuamente. Só existe comunidade quando seus componentes se conhecem, se interessam uns pelos outros, se entre ajudam e se amam. Vocês talvez estejam pensando em tornar suas Equipes verdadeiras comunidades. Pensem um pouco sobre estas perguntas: •Somos uma presença amiga para os outros em nossa Equipe? •O que podemos fazer para melhorar a vida de nossas Equipes? •Estamos bem conscientes de que uma comunidade ou seja uma Equipe, é boa ou menos boa conforme agirem seus componentes? •Fazemos acontecer em Equipe, a partilha, a amizade, a comunhão, a participação, o respeito, a valorização do outro, colocando a vivência do amor como base de sua estrutura? Que vivência cristã levo para a reunião de Equipe?

Pe. Mário José Filho ECIR


PREPARAÇÃO PARA O jUBILEU DO ANO

2.000

1. Objetivos do Documento: • Preparar a Igreja toda para o jubileu do ano 2.000 (n° 16); • Mostrar como a Igreja vem se preparando desde o Concílio Vaticano 11 para o Grande Jubileu do ano 2.000 (n° 29); • Apresentar as grandes I in h as de reflexão e atuação da Igreja Un i versal nos anos preparatórios, isto é, que antecedem o ano 2.000 (n° 18); • Estimular as Igrejas locais e demais comuni-

É um ano de graça/ ano de remissão dos pecados/ ano de reconciliação/ ano de conversão e penitência.

(*)

dades e movimentos a se prepararem para este período que antecede o Grande Jubileu (no 25); • Aprofundar o tema da Nova Evangelização na perspectiva do terceiro milênio (n° 21).

2. Por Que jubileu? • Costume dos jubileus tem in ício no Antigo Testamento e reencontra a sua continuação na história da Igreja (n° 11); • Na Lei de Moisés, é um tempo dedicado de modo particular a Deus a cada sete anos. Esse era considerado o ano sabático (n° 12); • É um ano de graça, ano de remissão dos pecados, ano de reconciliação, ano de conversão e penitência (n° 14); • A tradição dos anos jubilares está ligada à concessão de indu lgências de forma mais ampla. A Igreja então esforça-se para que todos possam usufruir mais amplamente de tais graças (n° 14);

18

................ A tradição

dos anos jubilares está ligada à concessão de indulgências de forrna mais ampla. • Convite a viver um período de espera, como um novo advento (n° 23).

3. O Que Significa jubileu? • Indica júbilo, alegria (n° 16); • Indica que a Igreja se rejubila pela salvação trazida pelo nascimento de Jesus Cristo há dois mil anos atrás (no 16).

4. Preparação Do Grande jubileu: - O Concílio Vaticano

n marca o início desta preparação próxima (n° 18);


- Seguem-se, por exemplo, os: • Documentos pontifícios (n°S 20-23 e 27); • Sínodos (no 21); • ViagensdoPapa(n°24); • Conferências episcopais, inclusive continentais (no 25); • Anos Santos, como o Ano da Família, Ano Mariano (n°S 26 e 28).

5. Importância Da Família: • Ano da Família é considerado um marco importante nesta preparação (n° 28); • O Grande Jubileu deve ter uma preparação intensa de cada família (n° 28); • A família é considerada uma comunidade pequena, mas privilegiada, para perceber o que o Espírito Santo tem a sugerir à Igreja nesta

Convite a viver um período de espera/ como um novo advento.

nova fase histórica (no 23).

6. Preparação Imediata (que é dividida em duas fases): I" Fase: Tem um caráter ante-preparatório, e vai de 1994-96, com o objetivo de: (n°S 31-38) • aprofundar os aspectos mais característicos do evento jubilar; • ser uma fase de intensa oração de louvor e agradecimento; • ser um tempo privilegiado de alegria pela conversão; • fortalecer a unidade dos cristãos, promovendo iniciativas de caráter ecumênico; • prestar atenção à santidade de homens e mulheres que realizaram a sua vocação cristã no Matrimônio.

2" Fase ( 1997-99) Ano: Jesus Cristo (n°S 40-43) - dedicado à reflexão sobre Cristo (redescoberta de Cristo Salvador e Evangelizador); • atualização sacramental: redescoberta do Batismo como fundamento da existência cristã; • objetivos: revigora0

}

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A Igreja então esforça-se para que todos possam usufruir mais amplamente de tais graças. mento da fé e do testemunho dos cristãos; suscitar em cada fiel um verdadeiro anseio de santidade; • momento favorável para a redescoberta da catequese; • Nossa Senhora: será contemplado o mistério de sua divina Maternidade. r Ano: Espírito Santo (n°S 44-48) • dedicado ao Espírito Santo e à sua presença santificadora no seio da comunidade dos discípulos de Cristo; • atualização sacramental: Confirmação; • objetivos: Espírito Santo como agente principal da Nova Evangelização; desenvolver a virtude teologal da esperança;


o reflexão sobre o valor da unidade no seio da Igreja; o Nossa Senhora : mulher dócil à voz de Deus, mulher do silêncio e da escuta, mulher da esperança. 3° Ano: Deus Pai (n°S 49-54) o dedicado como grande ato de louvor ao Pai; o atualização sacramental: Penitência; o objetivos: sublinhar a opção preferencial da Igreja pelos pobres e marginalizados; construir a civilização do amor; o Nossa Senhora: será apresentada como exemplo perfeito de amor a Deus e ao próximo.

7. Celebração Do Ano 2.000: Será intensamente eucarístico; o Congresso Eucarístico Internacional em Roma. o

8. Paralelos com a Vida do Movimento o Pe. Olivier, em Fátima, lançou o desafio para prepararmos as nossas famílias para o ano 2.000, mas não disse o que e como fazer;

o O casal e a família têm uma grande importância na preparação e partiipação do Grande Jubileu. O que fazer, então, para envolver os casais e famílias do

Somente a coerência entre fé e vida dos equipistas permitirá testemunhar uma nova imagem do casal e da família. Movimento, e os demais, nas celebrações e na reflexão sobre a importância do casamento e da família na história humana nesta virada de século? o Os pontos concretos de esforço são instrumentos importantes de conversão e devem ser vividos à luz das três atitudes de vida propostas pelo Movimento, com o objetivo de aprofundar a espiritualidade conjugal e familiar;

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o Somente a coerência entre fé e vida dos equipistas permitirá testemunhar uma nova imagem do casal e da família e como sinal do amor transformador de Jesus Cristo; o As prioridades do Movimento objetivam o revigoramento da fé e representam a forma pela qual os equipistas participam ativamente da Nova Evangelização e da construção do Reino de Deus; o Cada ano preparatório da 2• fase tem uma profunda relação com as três frases evangélicas da orientação de vida (Convidados às Bodas de Caná) proposta aos casais do Movimento, especialmente naquilo que fala de Nossa Senhora; o No ano 2.000 ocorreria uma atualizaç:ão sacramental do Matrimônio e um reconhecimento de que o casa ento aprofunda a vivência do amor humano e divino, traz felicidade, leva à santidade.

(*)Refere-se à Carta Apostólica de João Paulo li "Tertio M illennio Adveniente ", publicada em 1 Ode novembro de 1994. Lourdes e Sobral (EC/R) Mariola e Elizeu Calsing (Eq. 19 - Brasaia/DF)


Prioridades ' ExPERIÊNCIA CoMUNITÁRIA reflexão, a partir da Segun da Inspiração, deu origem s seis prioridades. As Regiões, através de seus setores e coorde-

nações, têm muito o que contar sobre os frutos que colheram em cada uma deIas. No entanto, continuamos com as seis prioridades, por que o nosso objetivo é grandioso: experimentar o Reino 21

de Deus, "já nesta vida". Dentre as prioridades queremos destacar a Experiência Comunitária. Através da Carta Mensal, vemos que a Experiência Comunitária começou no ano de 1986, fruto da necessidade de preparar os casais para o ingresso no Movimento, a exemplo dos "Círculos Familiares", que aconteceram em São Paulo, SP no início das ENS. Com o tempo, reconhecido o seu valor como instrumento de evangelização, foi oferecida às Paróquias e hoje é largamente utilizada na Pastoral Familiar, com os noivos, pais de crianças da catequese, grupos de casais paroquiais etc. Até nossos irmãos portugueses, responsáveis pelo primeiro anúncio do Evangelho em nossa terra, após o Encontro Internacional em Fátima, quiseram conhecer melhor a Experiência Comunitária. Usando de criatividade, os casais coordenadores fizeram adaptações nos textos, conforme areali dade dos participantes. Hoje, a ECIR está reunindo toda esta riqueza para partilhá-Ia posteriormente. Para nós, particularmente, é uma tarefa que realizamos com muita alegria,


já desde o tempo em que era chamada de "Caminhada" ou "Pré-equipe". É uma satisfação acompanhar os casais na redescoberta dos valores cristãos que estavam adormecidos. Vê-los, aos poucos, experimentar os PCE; aprofundarem, ou mesmo iniciarem, o diálogo conjugal; estreitarem os laços de amizade que despertam para a vida comunitária. É um tempo de crescimento muito importante e os setores dão testemunho do vigor e do entusiasmo contagiante das novas equipes nascidas da Experiência Comunitária. Muitas vezes ouvimos: "Por que nos convidaram? Por que vão perder um ano conosco?" A intenção da Experiência Comunitária é despertar esses casais para a vocação a que foram chamados através do Sacramento do Matrimônio. Coordenar um grupo é um serviço de grande valor que conscientiza os casais da dignidade de filhos de Deus e do plano de felicidade que o Pai tem para nós. Ao mesmo tempo em que nos proporciona experi-

....................... Ao mesmo tempo em que nos proporciona experimentar o terceiro aspecto do nosso cansma que é o de sermos agentes transformadores da cultura do casamento. mentar o terceiro aspecto do nosso carisma que é o de sermos agentes transformadores da cultura do casamento. Ao nosso ver, são os casais coordenadores, a despeito de qualquer dificuldade que possam ter, quem recebe a "melhor parte". A oportunidade de refletir sobre o nosso amor conjugal, a presença de Cristo em nossa viela reanima a nossa realização como c ristãos em todas as dimensões. É uma graça de Deus que nos faz experimentar do seu amor, sermos chamados a coordenar um grupo de Experiência Comunitária. Vivemos, também a "palavra de ordem" do Cristo: "Ide dizer a todos a Boa Nova do Amor Conjugal" Como acreditarão se não ouvirem falar dele? ... Como ouvirão se não houver quem os anuncie? "Ide dizer a todos a Boa Nova do Amor Conjugal."

Coordenar um grupo é um serviço de grande valor que conscientiza os casais da dignidade de filhos de Deus e do plano de felicidade que o Pai tem para nós.

Vera Lúcia e José Renato Luciani EC/R

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Ser Igreja

0

EVANGELHO DA VIDA

E

te é o magnífico título da un écima carta encíclica que o apa João Paulo 11 envia a todos os bispos, presbíteros, religiosos, fiéis leigos e a todas as pessoas de boa vontade, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana. Trata-se de um documento sociológico e moral a respeito das grandes questões levantadas na sociedade moderna sobre a vida e sobre a morte na medida em que dependem da vontade humana. Qual é o valor da vida humana, e sobre o que se baseia a sua inviolabilidade? Miséria, doenças, fome, violência, comércio de armas, guerras, desequilíbrios provocados na natureza, tudo é lembrado (menos a Aids e o Vírus Ébola) das ameaças atuais contra a vida humana, com ênfase no aborto e eutanásia. "Estamos diante de uma aliança contra a vida" afirma o Papa. Por uma contradição surpreendente - salienta a Encíclica- crimes tornamse direitos reclamados e até reconhecidos, muito especialmente nos momentos mais significativos da vida humana:

Estamos diante de um relativismo moral absoluto/ para o qual tudo é convencional/ tudo é/ por conseguinte negociável/ inclusive o direito à vida.

o nascimento e a morte. Estamos diante de um relativismo moral absoluto, para o qual tudo é convencional, tudo é, por conseguinte negociável, inclusive o direito à vida. É o triunfo do Estado tirano, que pretende poder dispor da vidas dos mais fracos e indefesos, desde a criança ainda não nascida até o idoso e isso em nome de uma utilidade pública que, na realidade, encobre o que não passa do interesse de alguns. O aborto e a eutanásia são, portanto, crimes que nenhuma lei humana pode pretender legitimar. Leis desse tipo "não só não criam obrigação alguma para a consciência como, ao contrário, geram uma grave e clara obrigação de opor-se a elas através da objeção de consciência" (73). Depois de uma longa meditação bíblica sobre o caráter sagrado da vida humana, o Papa insiste sobre a necessidade de uma norma moral objetiva: o relativismo ético leva, inevitavelmente, à tolerância e ao autoritarismo. "Os crimes não deixam de ser crimes, pelo único fato de serem cometidos por chefes sem escrúpulo ou em acordo com uma aceitação popular" (70). Além disso tudo o que é cientificamente possível não é, necessariamente, social e moralmente desejável. A "cultura da vida" opõe-se à "cultura da morte": hoje em dia essa escolha impõe-se à consciência coletiva. É urgente provocar uma mobilização geral das consciências para organizar uma vasta estratégia a serviço da vida. Devemos construir juntos uma "cultura da vida", conclui o Papa. Fr. ]. P. Barruel de Lagenest, O.P.

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1

Vocações I

VocAçÃo E ORAÇÃO FAMILIAR m março, deste ano, tive a oportunidade, melhor seria dizer a graça, de participar dos EACRES dos Estados do Sul. E, conversa vai, conversa vem, chamaram-me a atenção os comentários sobre vocações sacerdotais e religiosas. Emocionada, fiz uma descoberta muito importante: as vocações surgem nas famílias que rezam de verdade . É certo que "o Espírito sopra onde quer", mas, quando encontra um terreno preparado pela fidelidade, o sacrifício e a oração, a semente brota com a grandeza do amor e da generosidade de Deus. "Vocação" - apelo de Deus inserido no coração do homem. "O primeiro vocacionado, segundo a Bíblia, foi Abraão.: "Deixa o teu país, teus parentes, a casa de teu pai ... e vai ... " Quando Deus chama é preciso sempre começar por "deixar". Foi o que fizeram os descendentes daquelas famílias italianas e alemãs que, nos idos de 1880, aportaram em terras brasileiras. Traziam com eles, entre outras, duas grandes qualidades: a

E

coragem para o trabalho e a perseverança na sua Fé. Lamento não ter feito com alguns sacerdotes, uma pequena entrevista sobre este assunto, mas, com a boa vontade dos Casais Regionais, consegui alguns dados que confirmam os meus pontos de vista: A maioria das vocações surge nas famílias que rezam. Que fazem da sua oração familiar o ponto alto de um dia inteiro vivido nos caminhos do Senhor.

A maioria das vocações surge nas famílias que rezam. Que fazem da sua oração familiar o ponto alto de um dia inteiro vivido nos caminhos do Senhor. 24

Como só obti ve informações mais detalhadas do Rio Grande do Sul, transcrevo os dados recebidos sobre as duas cidades consideradas "celeiros de vocações". Nova Pádua - onde predomina a descendência italiana, viu quase 100 de seus filhos abraçarem a vida religiosa: 4 Bispos, 1 Arcebispo, 30 sacerdotes e mais de 60 religiosas ... (Esses, e outros dados aqui mencionados, não têm a força de uma estatística oficial, porém, foram sempre colhidos entre pessoas idôneas). Em todos eles surgem circunstâncias muito semelhantes: Famílias mais voltadas para o trabalho do campo, e que, à noite, mesmo cansados, reuniam-se para rezar o terço, de joelhos. É extraordinário como a oração em família está presente em todas essas vocações ... O mesmo se passa em Bom Princípio - de colonização alemã: Mais de 80 sacerdotes, 40 irmãos religiosos, LlO religiosas e um Cardeal- D. Vicente Scherer. E sempre o terço em família, rezado de joelhos. Notese que essas cidades eram


pequenas povoações encravadas no meio das montanhas. Bom Princípio só há bem poucos anos passou a município. Aí, 95 % dos habitantes eram católicos praticantes; participavam ativamente da vida paroquial. Lá é tradição a Pia Obra que engajava famílias e não indivíduos, em oração , sacrifícios, ações em favor das vocações e da manutenção do seminário .. . Não quero diminuir as vocações que surgem em outros lugares e em outros Estados . Sei que elas existem, mas, não tenho dados. Moro em uma Casa de Repouso, Lar Nossa Senhora das Mercês em São Paulo/SP e aqui fiz duas entrevistas: Padre Ângelo José Busnardo, nosso capelão e também Conselheiro Espiritual de 4 Equipes. A meu pedido entregoume a seguinte nota: "Nasci no Município de Nova Trento, SC. Minha família morava a aproximadamente 10 km. da Igreja Matriz onde havia Missa diária . Com a idade de 4 anos, mudamo-nos para um sítio a 4 km. da Matriz. Comecei a ir à Missa todos os domingos a partir de 5 anos de idade. Como

Mais de 80 sacerdotes/ 40 irmãos religiosos/ 110

religiosas e um Cardeal O. Vicente Scherer. não tínhamos nenhum meio de transporte, íamos a pé, fizesse o tempo que fizesse. Desde que fomos morar a 4 Km. da Igreja minha mãe esforçava-se para que alguém da família participasse da Missa, pelo menos uma vez durante a semana, além dos domingos em que íamos todos. Apesar de sobrevivermos por meio da agricultura braçal, com o inevitável cansaço físico no fim do dia, antes de irmos dormir rezávamos o terço de joelhos. Como Conselheiro Espiritual de Equipes sou de opinião que devemos exigir dos casais uma vida de oração intensa, sem a qual não há santificação, e muito menos surgirão vocações no seio da família ". A Irmã Maria José, responsável pela Comunidade da Casa, falou-me sobre sua vocação religiosa e sua farru1ia. Moravam em Minas Gerais, no campo a 7 Km. da Cape-

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la mais próxima, onde havia Missa uma vez por mês à qual todos compareciam. À noite, em farru1ia, rezavam juntos o terço. Entre seus parentes possue 7 religiosas e um padre. Em todos esses testemunhos há uma constante: Sempre o terço a oração familiar, a abnegação, o sacrifício. Em nossas Equipes temos como um dos Pontos Concretos de Esforço a "Oração Conjugal, e, se possível, familiar.". Como a fazemos? Ela é, realmente, o ponto alto de um dia vivido nos caminhos do Senhor? Nossos filhos percebem a presença de Deus em nosso dia a dia? Não será o caso de revê-la, ou rever o ambiente de nosso lar, em um calmo e sincero "Dever de Sentar-se"? Somos, hoje, 1250 Equipes no Brasil campo fértil para uma pesquisa. Seria interessante cada uma delas solicitar de seu Conselheiro Espiritual o testemunho de sua vocação e de sua vida em família. Tenho certeza de que experiências edificantes irão surgir e que também desejaríamos conhecê-Ias. Nancy C. Moncau


As ENs

DESPERTAM

VocAçõEs

/

todos na sua casa: Leani e Ney :foram uma alegria poder publicar coordenadores de grupo de oração na tão boa notícia. Tendo-nos Paróquia (o qual o próprio Felipe já ôeparado com esta constatacoordenou), foram duas vezes responção, apressamo-nos por tomá-la conhecisáveis da Equipe e, hoje, são responda dos leitores da Carta Mensal. A idéia sáveis do Setor. Felipe trabalhou cosurgiu de uma conversa com o Eljzeu (da nosco nos cursos de evangelização e Mariola), logo depois da última reunião de formação de evangelizadores, para do Colegiado Nacional. Falando sobre o jovens e adultos, e foi, também, basassunto, ouvimos dele a sugestão para tratante estimulado pelo nosso Com.elheizermos à Carta, pois poderia ensejar ouro Espiritual, Pe. Manoel Santos, a tras manifestações semelhantes pelo Braquem auxiha nos sil afora. serviços li túrDe fato, é gratigicos. Para nossa ficante verificar que, Conversando com maior alegria, junafinal, as Equipes de tamente com FeliNossa Senhora, atraos equipistas pe, também senvés de suas orações Iigados aos jovens tiu-se chamado ao e dos esforços por sacerdócio o seu atingir a santidade vocacionados/ amigo, e muito conjugal- carisma do constatou-se a amigo de nossa Movimento - podem equipe, o j ovem influência da forte estar sendo, também, Vinícius Ferreyro, um berço de vocadevoção mariana que iniciou sua esções sacerdotais. em suas vidas de piritualidade e É o que temos vida de ora<(ão no constatado em nossa fé. convívio com nosRegião Rio Grande sas famílias, fredo Sul. Com a graça qüentando nossas casas, trabalhando de Deus, neste ano, temos seis bons igualmente nos cursos de evangelizaexemplos. Começamos pelo caso de ção, colaborando com os serviços da nossa própria equipe de base. O Felipe Igreja, ao lado do amigo Felipe, auxide Matos Müller, filho do casal Leani e liando os casais nos eventos e particiNey, da Equipe de Nossa Senhora do pando do grupo de oração. Vinícius, Bom Conselho (Setor B, de Porto Aleagora, está estudando e preparando-se gre), sentiu-se sensibilizado, há dois no Seminário Maior de Viamão. anos, a seguir a vocação sacerdotal e, Ainda no Setor B, temos o caso do ainda hoje, embora curse seus estudos Cláudio Schank, filho de Iara e Nelnormais, percebe-se sua firme inclinason, casal que pertenceu à Equipe de ção ao rillnistério consagrado. Nós, que Nossa Senhora de Fátima, e irmão de convivemos muito com a família, poequipista, Simone do Moacir, da Equidemos testemunhar que a determinação pe de Nossa Senhora do Sim (Setor B). do Felipe, é fruto da vida de oração de

E

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Cláudio já está no final da formação, é Alegre, sendo devidamente encaminhadiácono provisório, e tem a ordenação do, estando, agora, recebendo a formasacerdotal marcada para o dia 02 de ção com os Franciscanos. dezembro, em nossa Paróquia, SantuConversando com os equipistas liário Nossa Senhora Aparecida, Ipanema gados aos jovens vocacionados, consem Porto Alegre. Cláudio iniciou sua tatou-se a forte influência da devoção preparação ao sacerdócio, contando mariana em suas vidas de fé. Observacom o apoio do Pe. Alcido Warken, mos que, nas casas de origem destes anterior Pároco e Conselheiro Espiritu- futuros sacerdotes, havia o hábito da al da equipe de seus pais. oração do terço, em casal e em família. Em Alvorada, região metropolita- Desde pequenos, foram levados pelos na de Porto Alegre, mora outro semina- pais aos sacramentos de iniciação e às rista, Adilson Correa da Fonseca, filho missas dominicais. Esses casais testede Lina e Getúlio, munharam aos ficasal da Equipe de lhos e pessoas ligaNossa Senhora das das à família seus Observamos que, Lágrimas (Setor D). esforços por vivenas casas de Ele está com 20 rem uma espirituaanos, e cursa propel idade conjugal, origem destes dêutica no Seminácom futuros sacerdotes, comprometida rio de Gravataí, uma vida coerente. havia o hábito da perseverando no Sem dúvida, são caminho vocaciopessoas que enoração do terço, nal, com o apoio da frentam dificuldaem casal e em Equipe dos pais. des semelhantes Da cidade de família. àquelas que todos Santo Antônio da nós enfrentamos, Patrulha (Setor Lesnos relacionamente), chega-nos a notícia de que Alex Luís tos conjugais, familiares e sociais, mas Genari, filho de Rita e Aldo, da Equipe aprenderam a confiar na ação do Espíde Nossa Senhora da Boa Viagem, des- rito Santo em suas vidas, a esperar que cobriu sua vocação sacerdotal, no con- Nossa Senhora lhes alcance de Cristo vívio com os pais, e decidiu-se por fa- Jesus as graças necessárias, para contizer sua formação com os Claretianos, nuar a árdua caminhada, que leva à aleem Curitiba-PR, onde está se aprontan- gria da perene felicidade. Conhecem a do para a ordenação, contando com 24 importância da vocação conjugal, geraanos de idade. dora das inúmeras vocações que conMais recetemente, chegou-nos ao tribuem para a edificação do Reino de conhecimento que o sobrinho de Rosa Deus, inclusive a sacerdotal. e João Volpato, da Equipe de Nossa Louvado seja Nosso Senhor Jesus Senhora da Medalha Milagrosa (Setor Cristo! B), o Sílvio, natural do município de Carlos Barbosa, atendendo ao chamado do Senhor, resolveu-se pelo sacerMaria da Graça e Eduardo dócio e veio ter com os tios, em Porto Casal Responsável Regional-RS

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Ori~ntação de Vida

CoNVIDADos Às BoDAS DE CANÁ (4ª

PARTE)

Como não houvesse mais vinho, a mãe de Jesus lhe disse: "Eles não têm mais vinho"(Jo 2,3) ando continuidade à série de artigos sobre a orienta ção de vida proposta aos casais pelo movimento, gostaríamos de fazer uma breve e simples reflexão sobre esta frase do Evangelho de João: "Eles não tem mais vinho". Mais especificamente com relação ao casamento. Quando será que acaba o vinho nos matrimônios? Por que tantos casais se separam? Qual o tipo de vinho que falta para tornar tão frágeis as relações conjugais e familiares? Se olharmos sob o ponto de vista social, pensamos que, numa família sem moradia, sem trabalho, sem alimento, parece difícil que o vinho tenha

D

algum sabor. No entanto, vemos que mesmo em famílias que possuem todos esses elementos básicos, muitas vezes falta o "vinho". Falta porque ele perdeu o seu sabor, se estragou. Por que será que isto acontece, e aparentemente com uma freqüência cada vez maior em nossos dias? Certamente, quando um casal esquece os valores cristãos, o casamento vai se tornando rotina, os problemas do dia a dia vão se avolumando e o vinho se torna cada vez mais escasso e sem sabor.

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Maria, como servidora de Deus, estava sempre atenta aos acontecimentos e por isso se apercebeu da falta de vinho na festa daquele jovem casal. Essa falta ela percebeu seguramente não porque estava sentada como visita, mas sim porque provavelmente foi até a dispensa da família. Só notamos a necessidade do irmão quanto estamos atentos, e procuramos entrar no seu íntimo. Quanto ao casal, quantas vezes um não se deixa dar a conhecer pelo outro,se não se interessa inclusive em conhecer seu cônjuge profundamente. Vemos aí o grande valor dos pontos concretos de esforço, como por exemplo, a vivência do dever-de-sentar-se e a oração conjugal, que nos levam a este conhecimento mais profundo do nosso cônjuge. Quando temos bem presente em nossas vidas que Jesus está no nosso meio, o nosso vinho cada dia vai tendo mais sabor. Não importa se somos casados há um ou há quarenta anos. A rotina, a monotonia não se instalam neste lar. Qual será o vinho que falta hoje na maioria dos casamentos? Certamente é o vinho dos valores cristãos, ou seja, o amor, a solidariedade, a fidelidade, a amizade, o perdão, a honestidade, a lealdade, a sinceridade e outros mais. O casal que procura viver esses valores está procurando se santificar através do sacramento do matrimônio. É um casal que não se fecha sobre si mesmo, mas que tem a fecundidade da abertura para o próximo, na atitude de Maria, a qual estava sempre atenta aos acontecimentos. Ter esses valores cristãos não quer dizer que estaremos livres e imunes aos aborrecimentos do cotidiano. Porém, teremos a força que nos permite enfrentá-los de uma maneira diferente,

Quando será que acaba o vinho nos matrimônios? Por que tantos casais se separam? Qual o tipo de vinho que falta para tornar tão frágeis as relações conjugais e familiares? permitindo superar esses percalços do dia a dia. O vinho se torna cada vez mais saboroso na medida em que mais AMAMOS nosso cônjuge. O amor é palavra gasta, mas o amor no seu sentido certo, é o verdadeiro mandamento de Jesus. E aqui gostaríamos de citar algumas colocações tiradas do livro do Padre Paulo Ruffier, "E por falar em felicidade ... ": "Gostar de alguém não é mérito meu. É todo dele. Foi ele quem me atraiu, me conquistou, me cativou por seus encantos físicos, morais, intelectuais. Amar alguém é mérito meu. Fui eu quem decidiu fazer o que poderá tornálo feliz, mais gente. De quem me faz feliz, de quem me faz sentir-me bem, de quem me é agradável, simpático, destes eu GOSTO. Isso é normal. Toda vez que faço alguma coisa concretamente para tornar o outro feliz, tornara outro mais gente, eu AMO." Quem ama procura fazer o outro feliz, está atento às necessidades do marido ou da esposa.

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR

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Atualidade NEO LIBERALISMO?

A

vocação pri mordia! do ristão é a santidade, mas só se realizará plenamente quando participarmos inteiramente da Páscoa do Senhor e vivermos todos, de corpo e alma, a vida de Deus, na unidade do Espírito. Por enquanto, tudo que nos resta, é tender à santidade. Foi para isso que nasceram as Equipes de Nossa Senhora, como nos lembrava ainda na Carta de maio, Nancy Moncau, recordando a firmeza e a convicção com que o Pe. Caffarel definia o Movimento:

Seu objetivo essencial é ajudar os casais a tender para a santidade, nem mais nem menos. Nem mais, pois a santidade transcende a história, é uma realidade escatológica, antecipada no Cristo ressuscitado, para a qual, aqui na terra, só é possível tender. Nem menos, pois o Movimento têm por objetivo alimentar sempre, nos equipistas, o gosto da santidade, sem se enfeudar jamais em objetivos outros, por mais prioritários que o pareçam. Por isso, falar da atualidade, na Carta é sem-

pre um desafio. Não seria mais tranqüilo e condizente com os objetivos do Movimento, tratar unicamente de assuntos espirituais e elevados, que não despertam polêmica e nos predispõem a escu-

Tender para a santidade outra coisa não é senão . . v1ver aqu1 e agora, à luz da fé, uma vida de respeito, atenção, dedicação e serviço ao próximo. tara Deus no silêncio, no fundo do coração, que arde ao lhe ouvir a Palavra, como aconteceu aos dois discípulos, no caminho de F-maus? Seria porém entender de maneira defeituosa a relação que há entre Deus e as coisas humanas. A grande novidade

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do cristianismo, fundada na certeza de que Cristo ressuscitou, é precisamente que essa vida ambígua, cheia de imperfeições e de limites, que levamos aqui na terra como pessoas, como famílias e como comunidade humana, como cristãos, inclusive como Igreja, tem um sentido imanente e definitivo, pois é nela, nesta mesma vida nossa de todo dia, aqui e agora, que encontramos Deus. Em outras pai avras, Deus está presente na nossa atualidade. Não apenas como espectador, mas como parceiro: a atitude que tomamos em relação à atualidade, tomâmo-Ia em relação a Deus. Melhor ainda, tomâmo-Ia em relação a Cristo, pois Cristo ressuscitou, e está espiritualmente presente na atualidade de nossa vida de todo dia, como est:í presente no próximo, presente quando nos reunimos em seu nome, prese te na Eucaristia. Tender para a santidade outra coisa não é senão viver aqui e agora, à luz da fé, uma vida de respeito, atenção, dedicação e serviço ao próx:imo, como o próprio Jesus deu


o exemplo, tendo vindo para servir e não para ser servido, pois viver como Jesus é viver na intimidade do Pai e deixar-se conduzir pelo Espírito. Neo-Liberalismo? Que " bicho" é esse? "Nhem nhem nhem" para uns, nova hidra que nos ameaça a todos, para outros. Na realidade é uma qualificação ideológica, que se está usando para designar a política conduzida hoje pelos países ricos, em função de seu próprios interesses, cujas conseqüências têm sido desastrosas para a maioria da humanidade. Mas os responsáveis pela economia mundial a rejeitam, não só por ser uma qualificação ideológica, mas porque, se atendida, colocaria em " xeque" toda a organização do mundo, cada vez mais abrangente. Reconhecem os problemas da iníqua distribuição de renda, mas esperam resolvê-los em harmonia com o sistema global. Qual deveria ser a atitude do cristão em face do Neo-Liberalismo?. Primeiro, reconhecer que o caminho da santidade não passa necessariamente por essa ou por aquela ideologia. Uma coisa é viver autenticamente a caridade pessoal

ONeoLiberalismo e as denúncias que fazem em seu nome bom número de cristãos/ inclusive bispos e padres/ devem-nos alertar para a gravidade da situação de empobrecimento/ de penúria e de miséria/ em que se va1 mergulhando a ma1ona da humanidade. e social para com o próximo, indispensável a quem tende para a santidade, outra empenhar-se numa luta política sob a égide desta ou daquela ideologia. Um empenho em favor do próximo é indispensável à autenticidade da caridade e por-

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tanto, até mesmo a autenticidade da fé. A luta ideológica é uma opção, que a nenhum título pode ser imposta a qualquer cristão, pessoa ou movimento. Mas as ideologias fazem parte da história, que é mestra da vida, como gostava de repetir João XXIII. São sinais dos tempos. Como tais, não as podemos desconhecer. O Neo-Liberalismo e as denúncias que fazem em seu nome bom número de cristãos, inclusive bispos e padres, devem-nos alertar para a gravidade da situação de empobrecimento, de pen.úria e de miséria, em que vai mergulhando a . maioria da humanidade. Deve despertar um empenho de cada pessoa e de cada grupo, na esfera de sua responsabilidade, na tarefa imensa de assistir os mais necessitados e de buscar caminhos para que a sociedade em que vivemos se torne cada dia mais justa e solidária. A santidade não consiste à atualidade, mas em mergulhar no serviço do outro, pois onde há amor aí está Deus: Ubi caritas et amor. Deus ibi est!

se

Francisco Catão (Teólogo e escritor) (Especial para a CM)


ÜBSERVAÇÕES DE UM CoNSELHEIRO EsPIRITUAL ompanho espiritualmente equipe 8 desde 1993. São ais de dois anos de caminhada. Até, então desconhecia o movimento das Equipes de Nossa Senhora: ENS . Em 1995 assumi também o setor de Marília como Conselheiro Espiritual. Achava um certo "luxo" poucos casais terem a presença e o apoio mais intenso de um sacerdote. O envolvimento com a equipe, as leituras, o conhecimento do carisma desse movimento, sua proposta de espiritualidade conjugal e familiar mudaram minhas opiniões. Chamam-me a atenção a seriedade e a organização das ENS, como sua abertura e espírito de serviço para com as necessidades pastorais da Igreja. Uma equipe de Nossa Senhora é uma benção na vida de um casal. É um presente do Espírito Santo. A família é uma instituição divina. Jesus convida o casal a uma vida santa. É Ele quem os une. O sacerdote experimenta e partilha tudo isso. A experiência mútua de amor, ternura, união, fidelidade, diálogo e oração é fundamental para quem assume o sacramento do matrimônio. O Espírito Santo é a inspiração e o motor para a vivência desses valo-

res. Mas as condições objetivas, a busca e os esforços pessoais facilitam a concr•tização dessa experiência. Acredito que as ENS oferecem ricas oportunidades para um casal estruturar sua vida conjugal e sua família no amor. Para mim está sendo uma graça esse serviço. O padre precisa ter um contato próximo com as famílias para tomar consciência de modo mais vivo dos seus verdadeiros valores. A partilha de experiências familiares e conjugais com os casais da equipe ajudam-nos nas orientações de outros casais, que procuram o padre e a Igreja como lugar de referência e ponto de apoio. A equipe de Nossa Senhora é uma pequena comunidade de fé, uma pequena igreja. Daí a importância do Sacerdote-Conselheiro Espiritual, sinal da presença de Jesus Cristo na vida da equipe. Compromisso sério, esse! Por outro

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O padre precisa ter um contato próximo com as famílias para tomar consciência de modo mais vivo dos seus verdadeiros valores. lado, o contato com o movimento ajuda-nos a crescer em nosso ministério e serviço sacerdotal. Agradeço a amizade, o carinho e o apoio que recebo dos casais equipistas , principalmente da equipe 8. Escrever esse artigo, sobre minha função como Conselheiro de uma equipe de Nossa Senhora e do Setor, levou-

me a repensar esse trabalho e reforçar algumas indicações e reflexões presentes nos textos e documentos das ENS. 1) O Conselheiro Espiritual não deve ver a sua função como uma obrigação, mas como fonte de alegria e serviço fraterno. Ele é um irmão entre os irmãos, um amigo de caminhada que partilha sua experiência. Está a serviço como equipista, vivendo os momentos da equipe e como sacerdote respondendo as necessidades de formação e orientação espiritual. Nem sempre é aquele que fala, que tem as respostas para tudo, mas sabe ouvir e sabe comprometer-se com os casais. Apoia e incentiva os casais na fidelidade ao carisma do movimento e ao seguimento de Jesus Cristo. 2) Aos casais equipistas quero lhes dizer que Jesus os chama a constituir uma família santa, a acolherem o dom do amor, a viverem esse amor nos vários momentos da vida familiar. Como casais equipistas, Jesus os convida a crescerem cada vez mais na amizade e na comunhão. Sejam felizes participando de uma equipe. Sejam dóceis aos valo-· res e serviços do movimento.

"A Ceia dos Pobres de Oeus"(detalhe) - Nelson Porto

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Pe. Paulo Roberlo Beloto Conselheiro Espiritual do Setor de Man1ia/SP e da Equipe 8


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pAPEL DO SACERDOTE-

CONSELHEIRO ESPIRITUAL NAS

A

escolha do SacerdoteConselheiro Espiritual é uma opção fundamental das ENS e faz parte de seu carisma. O ideal é que cada equipe conte com o concurso de um sacerdote . Nove meses atrás fui convidado para conhecer o Movimento e logo depois recebi o chamado para fazer parte dele através da equipe da qual sou Conselheiro Espiritual. Nesta oportunidade tentarei exprimir, à luz dos princípios de base das ENS e partindo da experiência pessoal, o papel do sacerdote-conselheiro espiritual nas ENS. Sete pontos conduzirão nossa reflexão. 1. O Conselheiro Espiritual é, antes de tudo, um padre que "preenche, em primeiro lugar, na

equipe, comunidade eclesial, sua função sacerdotal, ' tornar presente o Cristo como Cabeça do Corpo' (Sínodo dos Bispos, 1971)". Assim como São Paulo usa a comparação do corpo e dos

padre que fazem parte de uma equipe. Este é o lugar da manifestaç~io da Vida. Para que isto seja efetivado é preciso que "os membros tenham o mesmo cuidado uns para c m os outros": o padre para com os casais e os casais e tre si e para com o padre.

Ele é para os casats, apoto nos momentos de dificuldade, sinal sensível do perdão de Deus, ponto de referência e de discernimento para descobrir os apelos do Senhor. membros para se referir à Igreja (1 Cor 12, 12-30), ressaltando a importância da unidade entre os membros , consideremos o valor da união que deve existir entre os casais e o

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ENS

2. O padre tr az à equipe a graça insubsütuível de seu sacerdócio, a "graça da configuração a Cristo Sacerdote, Mestre e Pastor" (cf. Ca t. da Igr. Cat., 1585). Por isso, ele intercede incessantemente, e, especialmente na celebração eucarística, pelos casais; os acompanha no seu processo de abertura à rientação do Espírito Santo para sair ao encontro de Deus e se deixar


encontrar por Ele. Anuncia-lhes o Evangelho do Reino de Deus como caminho para viver a santidade no casal. Não assume responsabilidade de governo ou coordenação nem substitui ao casal animador

expressão máxima da doação ... Os casais, assim mesmo, procuram o apoio e a orientação do Sacerdote-Conselheiro Espiritual não simplesmente nos momentos de crise e de dificuldade, mas sempre e de maneira constante. Assim como em matéria de saúde cor-

O sacerdote deve incentivar os casais a receber o sacramento da Penitência e deve mostrar-se disponível a celebrar este sacramento cada vez que eles o pedirem ... E você, amigo equipista, já pediu ao Sacerdote-Conselheiro Espiritual de sua equipe para celebrar este sacramento? O que está esperando ... ?

3. "Na equipe, o sacerdote é ' o homem dedicado a todos'. É o retrato daquele 4. Outra funque se doa para Outra função do ção do sacerdote amar. Ele é para os na equipe é "ajucasais apoio nos sacerdote na dar os casais a semomentos de difiequipe é rem dinamicaculdade, sinal senmente fiéis ao casível do perdão de "ajudar os casais risma do MoviDeus, ponto de rea serem mento". Mas, ferência e de disdinamicamente como ninguém cernimento para ama o que não codescobrir os apefiéis ao carisma nhece, ele é o prilos do Senhor. do Movimento". meiro convidado a Ajuda aos caler os documentos sais a fazer de suas básicos das ENS vidas uma eucaristia, unindo-os ao sacrifí- poral existe uma medici- para desta maneira anina preventiva, o casal se mar os casais a fazerem o cio de Cristo e seu Pai". Neste ponto requer- acolhe à graça de contar mesmo. O sacerdote se a disponibilidade para com um apoio constante não somente dá os prino diálogo, não só da par- na sua vivência conjugal cípios, mas ainda, auxite do sacerdote senão e familiar com o objetivo lia os casais a procuratambém de cada um dos de estar preparado para rem aplicá-los na prócasais que conformam a superar com amor as pe- pria vida. Aqui jogam equipe ... e de cada um quenas diferenças do dia um papel fundamental dos cônjuges . O padre, a dia e as crises que vêm a confiança e a sinceripor sua parte, reconhece com o passo do tempo ... dade que os casais teem cada um dos equipis- O meio de apoio por ex- nham para com o Contas o rosto de Deus e se celência é o Sacramento selheiro com o fim de dedica a amá-los a todos da Reconciliação, sinal apresentarem com hucom a mesma intensida- sensível do perdão e da mildade as dificuldades de, com os sentimentos misericórdia divina, ca- na vivência dos pontos de Cristo que chegou à minho de volta ao Pai ... concretos de esforço, os

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quais "não são coisas a fazer, mas atitudes a despertar e a assimilar que levam o casal, pouco a pouco, a um modo mais cristão de viver".

ENS em seu conjunto e cada uma das equipes em particular são membros do corpo de Cristo e, como tal, assumem as opções, diretrizes e orientações da Igreja Particular onde se fazem presentes e respondem às necessidades e aos apelos da mesma. O sacerdote anima a equipe à estima recíproca de todas as formas de apostolado da Igreja.

tua! é um padre que partilha a vida da eq ipe - e na medida do possível a vida das famílias ·· e não simplesmente um padre "de algum lugar", com quem se pode estabelecer 5. O papel do sacerrelações. Assim mesmo, dote é também o de ser o Sacerdote-Conselheiro "ministro da Palavra de Espiritual está aberto a se Deus", mas, sobretudo, deixar ajudar pelos mem"ministro ao serviço da bros da equipe (em virtucomunhão da Igreja". de do seu realismo, aberLembremos que o anúntura e disponibilidade ao cio da Palavra de Deus Espírito) para não cair na possibilita a sua escuta e burocracia nem no clerique da semente que calismo. cai no coração gerEm nome mina a fé; esta nos dos SacerdoO papel do move a urna experites-Conselheisacerdote é ência de Deus a níros Espirituais vel pessoal e comudas ENS, agratambém o de ser nitário. A pequena deço as suas //ministro da comunidade chamaorações e o seu da equipe é o lugar Palavra de Deus/// apoio fraterno do encontro com o para pod;;:rmos mas/ sobretudo/ irmão, com Deus, cumprir esta //ministro ao serviço missão! com Deus presente no irmão. A promoda comunhão ção, animação e salda Igreja//. vaguarda da unidade (que não signifi(Palestra ca uniformidade) da no Pre-EACRE do Ceaequipe tem corno agente 7. Finalmente, opafundamental o Sacerdote- dre "acompanha os casais rá, Fortaleza, 19 de FeConselheiro Espiritual, da equipe na sua vivência vereiro de 1995). que trabalha em unidade da espiritualidade como de espírito com o casal uma relação de amizade animador. com Deus". Mas , como podemos ser amigos de 6. O padre "mantém Deus, a quem não vemos, Pe. Jaime Rojas, a equipe aberta às neces- se não somos amigos do e11.dista sidades e ao dinamismo sacerdote, a quem veCEdaEq. 6A da Igreja, aberta à graça mos? Por isto, o SacerN.S. do Bom Parto e à força do Cristo". As dote-Conselheiro EspiriFortalez{j~ - CE

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D ia dos Pais CARTA AOS pAIS Não me dês tudo o que te peço. Às vezes meus pedidos querem ser apenas um teste para ver quanto posso pedir. Não grites comigo. Eu te respeito menos quando o fazes e me ensinas a gritar também e eu não queria fazer isto. Não me dê ordens a todo momento. Se, em vez de mandar, algumas vezes externasses teus desejos em forma de pedidos, eu os faria mais rapidamente e com mais gosto. Cumpre as promessas que fazes, boas ou más; se me prometes um prêmio, deves concedê-lo, assim como castigo. Não me compares com ninguém, especialmente com meus irmãos. Se me colocas acima deles, alguém vai sofrer. Se me colocas abaixo, eu é que sofro. Não mudes de opinião a cada momento sobre o que devo fazer. Pensa antes, mantendo a decisão. Deixa que eu faça, acertando ou errando. Se fazes tudo por mim, serei um eterno dependente. Nunca pregues uma mentira, nem me peças que eu o faça. Isto criará em mim um mal estar e me fará perder a confiança em tudo o que afirmas. Quando te enganas em alguma coisa, admite-o francamente. Isto não te diminuirá a meus olhos, pelo contrário, te fa rá crescer e eu aprenderei a assumir minhas falhas. Quando te dás conta de um problema meu, não digas que é bobagem, que o tempo corrige ou que não tens tempo. Eu preciso ser compreendido e ajudado. Trata-me com a mesma cordialidade com que tratas teus amigos. Pelo fato de pertencermos à mesma família, não significa que não possamos ser amigos também. Nunca ordenes que eu faça uma coisa quando tu mesmo não fazes. Eu aprendi a fazer sempre e apenas aquilo que tu fazes e não aquilo que tu dizes. Ensina-me a amar e conhecer a Deus. Tudo o que ensinares a respeito de Deus nunca entrará em meu coração e em minha cabeça se tu não conheces nem amas a Deus. Colaboração de Rita Maria Pindamonhangaba, SP 37


Maria

AssuNçÃo: REssuRREIÇÃo ANTECIPADA

C

om referência à Assunção de Maria temos, na história da teologia, diversas posições: Para o Papa Adriano (789-91) Maria morreu: "A santa Mãe de Deus teve morte temporal". Para Timóteo de Jerusalém (séc.8) "A Virgem é imortal, pois Aquele que a habitou, transportou-a nos lugares da Assunção" = no paraíso celeste. Os que admitem a morte de Maria firmamse no argumento de conveniência: "Era conveniente que o corpo mortal fosse submetido à lei geral da morte para ser em

tudo conforme ao Filho Divino". Mas porque dotada da plenitude da graça ("Ave, cheia de graça" Lc 1,28), seu corpo era imune da corrupção, que é conseqüência do pecado, do qual foi isenta em previsão dos méritos de Jesus . (Gn 3,19 "és pó e em pó te hás de tornar"). Os que a consideram imortal, dizem que a morte é conseqüência do pecado, conforme Gn 2, 17 no dia em que pecares "ficarás sujeito à morte inelutável", e Gn 3,3 não pequeis a fim de não ficardes sujeitos à morte. Ora, Maria, isenta do pecado por graça de Deus em previsão dos méritos de Jesus, devia ser imune da morte. A primeira opinião é mais provável porque a Igreja sempre celebrou em sua liturgia a morte de Maria, que foi como um sono ( "dormítio" em latim). E a Igreja só celebra o que crê.

O ensino tradicional O primeiro a escrever sobre a Assunção corpórea de Maria foi S.

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-----A

imaculada Mãe de Deus/ sempre Virgern Maria/ terminado o curso da vida terrena/ foi elevada à glória celeste em corpo e alma. Gregório de Tours ( + 594). Bento XV (174058) fala sobre essa piedosa e provável opinião. O triunfo total de Maria sobre a morte foi sempre o ensinamento concorde do magistério ordinário da Igreja e a fé unânime do povo cristão. A vitória total de Jesus sobre a morte atinge o corpo e a alma de Mar i a, da qual ele recebeu a natu-


"Morte e Assunção da Virgem" (detalhe) - Andrea Orcagna - Florença (1349-1359)

reza humana . (SI L5 (16), 9-10 "meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está seguro, pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção"). Maria já atingiu o acabamento no processo de sua formação definitiva no Corpo Místico de Cristo. A incorruptibilidade e glorificação do corpo de Maria são ponto pacífico, portanto . Razões: 1. a isenção do pecado, causador da corrupção; 2. a maternidade divina: Maria é a "Arca incorruptível

que contém o Testamento (Jesus) no Templo do céu" (Ap 11, 19); 3. Maria, como maior associada na Redenção de Jesus, participa do pleno fruto da Redenção que é a glorificação antecipada do corpo; 4. desde o século V a Igreja celebra a Assunção. Finalmente Pio XII a 1°11111950 confirmou essa tradição e fé de todo o povo de Deus definindo, depois de consultar os bispos do mundo todo : "A imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e

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alma". Não definiu a questão da morte ou não morte corporal. No "faça-se em mim segundo a tua Palavra" (Lc 1,38), Maria foi toda a Igreja, foi a primeira dos crentes, e agora é gloriosa em seu corpo. Na "mulher revestida do Sol, a lua debaixo dos pés, e na cabeça uma coroa de 12 estrelas" (Ap 12,1), já vemos Maria imagem da futura Igreja glorificada. A sua Assunção revela o destino do nosso corpo quando santificado pela Graça da presença de Deus. Pe.MárioZuchetto CSS Equipe 4 Campinas SP


PoR QUE TANTAS NossAs SENHORAs? Talvez você nem acrectite, mas já encontrei muitas pessoas atrapalhadas com a multiplicidade dos títulos dados a Maria, a mãe de Jesus. Aliás, possivelmente esse foi o primeiro título dado a Maria: "Mãe de Jesus" (Jo 2,1). A menos que lembremos ainda que o anjo da anunciação a chama de "Cheia de Graça" (Lc l ,28) e sua prima Isabel a proclama " Bendita entre as mulheres" (Lc 1,42).

na proclamação. Não procurei um levantamento histórico pormenorizado do surgimento de outros títulos. Descobri apenas que na liturgia tradicional da Igrejas Orientais havia pelo menos cento e noventa e sete títulos diferentes aplicados à Virgem. Poderíamos mencionar pelo menos os títulos que caracterizavam os di versos ícones (imagens sacras) de Maria na tradição oriental: "A que mostra o caminho", "A Misericorctiosa", "A Carinhosa·· e outros muitos. E falando em iconografia mariana, porque não lembrar o grandioso afresco literário que são as chamad "Ladainhas Lauretanas", essas mesmas que os mais antigos ouviam cantar a tantas vozes nas rezas do mês de maio. Pois é, essas "Ladainhas" chamamse "Lauretana" porque surgiram o século 16 em Loreto (Itália), feitas a partir de textos mais antigos. São como que um poema formado por invocações de Maria como mãe, rainha, virgem, po imagens e figuras tomadas da Bíblia e pedidos de ajuda em diversas necessi ades. Mas, "Por que tantas Nossas Senhoras?". A resposta é muito simples. À medida que se foi intensificando o amor e o carinho dos cristãos, do oriente e do ocidente, pela mãe de Jesus, à medida que se foi aprofundando a compreensão do papel de Maria na história de nossa salvação, foram surgindo os títulos que procuravam sintetizar esse carinho e essa compreensão. Esse títulos nasceram da doutrina e do entusiasmo dos pregadores, dos aprofund mentos doutrinais dos teólogos, do carinho da devoção popular, de fatos que foram marcando a história do povo crislão.

encontrei muitas pessoas atrapalhadas com a multiplicidade dos títulos dados a Maria/ a mãe de Jesus. já

Na Catacumba de Priscila, em Roma encontramos uma pintura, mais ou menos do ano 250, que podemos considerar como se fosse um título: Maria é apresentada em um trono de honra. Na Catacumba de Domitila há outra pintura, mais ou menos do ano 310, sob a qual se poderia colocar um título "Nossa Senhora Mãe do Cristo" (pelo menos assim é que muitos interpretam o afresco que outros consideram apenas como representação de uma mãe com o filho ao colo). Podemos dizer que em 431, durante o Concílio de Efeso, temos por parte da Igreja a proclamação do primeiro título "oficial" de Maria: "Mãe de Deus", ou "Theotókos" na língua grega usada

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Poderíamos dizer que esses títulos experiências da proteção de Maria na todos são tentativas, como que pincela- vida do povo (N. Sra. da Saúde, do Bom das ou balbucios, que procuravam e pro- Parto); imagens (Perpétuo Socorro, Abacuram dizer alguma coisa do muito que dia, Lujan, Penha); a classes de pessoas Maria é e significava para os antigos e (N.Sra. dos Navegantes); as necessidaainda significa para nós. des especiais (N. Sra. da Paz); etc. Uma análise sumária basta para percebermos as diversas fontes para esses títulos: Nada impede que I. Há títulos que procuram dizer o cada pessoa/ cada que principalmente Maria é para nós: família ou cada Mãe de Deus; Mãe de Cristo; Mãe Nossa; Mãe da Igreja; Imaculada; Mediagrupo tenha seu neira; Socorro; Auxiliadora ... título especial para 2. Outros títulos exaltam qualidades de Maria: Mãe de Misericórdia; Maria. Puríssima; Santíssima ... 3. Temos títulos que lembram fatos da vida de Maria: Visitação, Dores, AsPodemos finalmente dizer que nada sunção (N. Sra. da Glória, da Vitória) ... impede que cada pessoa, cada família 4. Surgiram títulos que procuram ou cada grupo tenha seu título especial louvar Maria usando figuras do Antigo para Maria. Aliás, é isso que muitas Testamento: basta lembrar os títulos da vezes as ENS fazem, quando cada equiLadainha de N. Senhora ... pe encontra para se denominar um títu5. E também títulos que se prendem lo da Virgem, que nem sempre é um tía santuários ou acontecimentos históri- tulo "oficial". Os títulos tradicionais, cos (N. Senhora da Vitória, Aparecida, universais ou locais, e até mesmo esses Loreto); as manifestações e visões títulos "inventados" manifestam o mes(Guadalupe, Lourdes, Fátima); a devo- mo carinho para com a Mãe de Jesus. ções (Imaculado Coração, Rosário); as São tentativas amorosas e ternas de dizer alguma coisa do que ela é o muito que significa para nós. Podem ser uma Descobri apenas maneira de personalizar nosso relacioque na liturgia namento com a Mãe de Deus.

tradicional da Igrejas Orientais havia pelo menos cento e noventa e sete títulos diferentes aplicados à Virgem.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR Equipe da Carta Mensal N. da R. - Vamos focalizar, a partir do próximo número da Carta Mensal, algumas invocações atribuídas a cada equipe, com as quais o Movimento das Equipes de Nossa Senhora pretende honrá-la. 42


Amigo Equipista

Se Você Acredita que a família Pode Ser um Caminho de Amor e felicidade ...

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jovens PAIS E FILHOS erta feita ouvi de uma se nhora muito simples um desabafo, próprio de mãe impotente em saber o que fazer diante dos filhos. Dizia-me ela: .. . "É os tempos estão mesmo mudados. Antigamente não existia esse negócio de maternidade e nem nada e a gente paria os filhos da gente em casa com a ajuda da parteira .. . hoje vamos na maternidade e depois acaba nascendo porqueiras, essas coisas que nem obedecem a gente mais . Ouvi e nada pude dizer como se concordasse com tal desabafo . Creio que esse tipo de angústia não é somente dessa senhora. Há quem diga que cuidar hoje da educação dos filhos é um dos principais desafios do casal. Tanto isso é verdade que muitos casais pensam muito se devem ou não aumentar a família com o nascimento de mais um filho, já que estes tem maior contato com os valores da sociedade do que propriamente com a formação que seus pais lhes

C

propiciam. Se para os casais comuns esse tipo de angústia está na ordem do dia, creio que uma preocupa-

O que fazer para que estes fi Ih os assumam um compromisso sério/ responsável e coerente baseado nos valores que brotam do Evangelho e que se;am uma continuidade da missão de seus pais? ção maior pesa sobre os ombros dos casais cristãos, que em virtude de 45

seus compromissos com a comunidade, com a sociedade e com a vida afinal, tem uma responsabilidade ainda maior sobre seus filhos. O que fazer para que estes filhos assumam um compromisso sério, responsável e coerente baseado nos valores que brotam do Evangelho e que sejam uma continuidade da missão de seus pais? Tal questionamento não é nada fácil de ser equacionado, sobretudo porque os contra-valores apresentados de modo geral pela sociedade exercem sobre os filhos um poderoso atrativo. Em função disso, os valores positivos apresentados pelos pais quase que se perdem no emaranhado em que se constitui a vida dos jovens hoje. O apelo oferecido pelo livro dos provérbios não se faz nada fácil: "Filhos, obedeçam a disciplina paterna, e fiquem atentos para adquirir a inteligência." (Pro 4,1). Foi tendo em vista estas preocupações que os casais equipistas de Garça/SP se propuseram a enfrentar o desafio de oferecer algo mais con-


de uma iniciativa que promete ser uma caminhada longa. Todos estão conscientes de que muito há para se fazer e que a hora é de "arregaçar as mangas" e pôr-se ao trabalho. Cada um é imporsistente para seus filhos. Foi pensado um encontro que pudesse reunir vários filhos desses casais, e assim dar um "chute inicial". E ali reunidos num final de semana tais filhos foram desafiados a pensar a sua existência e o seu compromisso com a vida. Para isso foram oferecidos alguns subsídios que os ajudassem então nesse empreendimento. O resultado foi surpreendente, levando os pais destes jovens a passar mais carinho sobre esse desafio. Se de um lado sentiu-se uma desconexão entre a vida cristã ativa e participativa dos pais, e a inércia dos filhos, por outro pôde-se perceber que há uma busca muito grande por parte destes, que se manifesta por uma sede de maior contato com a Palavra de Deus, e uma sintonia mais afinada em relação às suas vidas. Sabe-se que se trata de algo ainda incipiente. São os primeiros passos

Os valores positivos apresentados pelos pais quase que se perdem no emaranhado em que se constitui a vida dos jovens hoje. tante nessa jornada que está apenas começando. Evangelizar a sociedade, o mundo é começar pela própria casa. Se não conseguimos nem isso realizar, dificilmente conseguiremos aquela outra tarefa, por sinal muito mais árdua, conseqüentemente bem mais exigente. O testemunho dos pais é sumamente importante. A coerência e

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a transparência de vida são fundamentais. Contudo achamos que estes apenas não são suficientes. É urgente e necessário pensar a vida dos filhos de maneira sistematizada, oferecendo-lhes uma opção viável de conhecerem a si mesmos, o mundo, para que possam também fazer uma opção consciente de participação na comunidade. Claro está que isto não pode acontecer de forma impositiva, autoritária, mas tranqüila, serena como convem a uma escolha livre. Nesse sentido, os casais equipistas de Garça querem contar com a contribuição do Movimento. Que num futuro ainda próximo as ENS apresentem subsídios ou mesmo relatos de iniciativas semelhantes que possivelmente há espalhados por este Brasil. Desde já apresentamos os nossos cumprimentos agradecidos de saber que podemos contar com a sua valiosa colaboração. Com abraços.

Pe. Chico C.Ss.R. C.E. Equipe 3 Garça-SP


45 Anos das E.N.S. no Brasil

Fortaleza, 30 de maio de 1995 A 13 de maio de 1995, aqui na Cidade de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, comemoramos o 45 2 aniversário de nosso Movimento em terras brasi leiras. O local escolhido foi o bairro da Parquelândia onde fica a Paróquia de Santo Afonso, que tem como vigário o Padre João Jorge, Conselheiro Espiritual da Equipe 06 do Setor 02. Nos dias que precederam ao evento, Padre João Jorge vinha fazendo os convites à comunidade para se fazer presente. Enquanto isso as duas equipes responsáveis pela animação do evento vinham se empenhando ao máximo a fim de motivar todas as equipes a comparecerem junto com seus familiares. As atividades começaram ás 16:00 horas com uma peregrinação seqüenciada com um terço meditado e contemplado. Contamos com um expressivo número de participantes tanto da comunidade do bairro acima referido como também de equipistas e seus respectivos familiares. Contribuíram para que atingíssemos o êxito esperado um potente carro de som, a banda de música da Polícia Militar do Ceará e a cobertura jornalística da TV Verdes Mares - Canal 1O. Ás 17:00 horas do mesmo dia encerramos as festividades com a Santa Missa celebrada pelo Padre João Jorge, que fez uma homilia toda voltada para a Virgem Maria e as equipes de Nossa Senhora.

Júlia e Abelardo Gifone C.R.S/Setor B/Fortaleza/CE

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UM Pouco

DA HISTÓRIA

DOS RETIROS NAS EQUIPES (Depoimento do casal Maria Suzana e João Batista Villac) Pelos idos de 1957, mais precisamente em agosto, fomos convidados pelo Dr. Moncau para sermos responsáveis pela organização dos retiros e recolhimentos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, em São Paulo. Iríamos substituir o casal Sally e Artur Volpi que, efetivamente, nos transmitiu o encargo no dia 18 de setembro de 1957. Durante treze anos, até o final de 1970, prestamos a nossa colaboração ao Movimento nesse setor, tivemos muitas alegrias e contamos com a colaboração de inúmeros casais. Foram muitos, também, os sacerdotes que foram convidados e pregaram os retiros e dias de recolhimento. Entre eles, nos lembramos dos Padres Melanson, Corbeil e Charbonneau, Waldemar Conceição, João Edenio Valle, Dario Bevilacqua, Benedito Ulhoa Vieira, Alfonso Pastare, Angelica Sândalo Bernardino, Lucas Moreira Neves, Frederico Datter, Frei Barruel, Frei Carlos Josaphat de Oliveira, Frei Luiz Gonzaga Costa, Luiz Maria Sartori, André Muniz Rezende, Valdemar Martins e muitos outros.

Lembramos com muito carinho e gratidão das Missionárias de Jesus Crucificado, que eram responsáveis pelos dois pavilhões ali existentes. O Pavilhão Pio XII e o Pavilhão Pe. Cursino. Além de receberem os casais, as irmãs mantinham em ordem a estrutura necessária, para que se criasse um clima de recolhimento e oração. E tranqüilizavam a todos cuidando, com carinho, das crianças. Naquela época, os filhos menores acompanhavam os pais, e as irmãs missionárias os mantinham entretidos com divertimentos próprios para cada grupo de idade.

A Expansão dos Retiros No início, haviam poucos retiros. Com o passar dos anos, eles foram aumentando . Nos últimos tempos, com a ajuda e a graça de Deus, já era possível realizar de dez a doze retiros anuais. Em 1964 os retiros foram se alastrando pelo interior do Estado: Campinas,Jaú, SãoCar-

Como se Faziam os Retiros Os retiros eram sempre realizados em Barueri.

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Alguém perguntou: se um casal ainda não sente a necessidade de fazer o retiro/ deve forçar a natureza e cumpnresse ponto de esforço?

los, Valinhos, Araçatuba, Bauru, Man1ia, Ribeirão Preto, J undiaí, Vinhedo, etc. Começaram, também, a organizar-se retiros em outros Estados: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, etc. Todos esses anos de trabalho com os retiros, proporcionaram-nos uma experiência maravilhosa.

Retiro meio de santificação Podemos constatar que através da inspiração do pregador e pela ação da Graça de Deus, os retiros suscitam no casal uma abertura para assimilar em sua própria vida os ensinamentos recebidos, servindo, assim de enorme auxilio para a sua santificação. O retiro espiritual, facilita, também uma comunicação maior entre os cônjuges, proporcionando-lhes ocasião de fazerem um balanço de sua vida em comum, como casal, como pais de farru1ia, como membros da sociedade em que vivem e como apóstolos das Equipes de Nossa Senhora.

Uma questão de amor Alguém perguntou:se um casal ainda não sente a necessidade de fazer o retiro, deve forçar a natureza e cumprir esse ponto de esforço? Para responder à essa pergunta, devemos raciocinar sobre dois pontos. Primeiro, consideramos que um casal entra para o Movimento de livre e espontânea vontade. Há um tempo de preparação, durante o qual toma conhecimento de tudo o que lhe será pedido para fazer parte do Movimento. Logo, se o casal, exercendo o livre arbítrio entrou para as ENS, deve colocar o retiro dentre os muitos meios para se aperfeiçoar como casal cristão. Sem esforço e boa vontade nada se consegue nessa vida. Depois do primeiro retiro tudo se toma mais fácil. O segundo aspecto é a tomada de consciência de que quanto mais se ama a Deus, mais se tem vontade de conhecê-lo

melhor. Quando se ama alguém, temos vontade de saber tudo sobre ele. Logo, se amo a Deus, o retiro será o lugar ideal, de paz e recolhimento para medir o seu amor por mim, descobrir sua vontade e encontrar o melhor caminho a seguir nos dias que virão. Vê-se, portanto, que não se trata de forçar a natureza para ir a um retiro. É uma questão de Amor, de ir à procura do Essencial.

Passando a batuta Jamais nos esqueceremos desses anos de trabalho. Valeu a pena o sacrifício feito, para suprir tantos momentos em que devíamos nos dedicar aos nossos sete filhos, que nem sempre nos encontravam disponíveis para lhes dar a atenção de que necessitavam. Para conseguir formar grupos de pelo menos vinte e dois casais, era preciso fazer, no mínimo quarenta telefonemas por mês. Assim, em 1970, constatando que era imperioso dedicarmos mais tempo aos nossos filhos, transmitimos a responsabilidade dos retiros para os casais Darcy/Geraldo Gusso e Rosa Maria/ Renato Zuccolo que, por sua vez, dedicaram-se, por muitos anos a essa missão. Atualmente, a responsabilidade pelos retiros em São Paulo/SP é exercida em rodízio anual pelos quatro setores os quais encarregam uma ou mais de suas equipes de base para coordenarem os retiros. 49


A CARTA MENSAL VISITA o SECRETARIADO INTERNACIONAL Em abril passado viajamos à Europa, acompanhando nossa filha Maria Inez, Superiora do Colégio Stella Maris, no Rio de Janeiro, onde participaria, em Roma, do capítulo da Ordem das Filhas de Jesus. Dentro do nosso roteiro, estivemos na França (a fim de que nossa filha conhecesse o país de seus ancestrais) e, durante nossa estada em Paris, visitamos o Secretariado Internacional das E.N.S, no número 49 da Rue de La Glaciere. Ali fomos amavelmente recebidos por Marie-Magdeleine Berger (que juntamente com seu marido, Antoine, são o casal responsável pelo Secretariado Internacional) e pela Secretaria Executiva, Marie France Dubief às quais entregamos o exemplar de Abril/95 da nossa Carta Mensal. Marie Magdeleine levou-nos a conhecer as instalações que costumam ser visitadas por equipistas do mundo todo bem como por integrantes das Equipes de Jovens. Despertou-nos muito interesse o trabalho que lá vem sendo executado, de acompanhamento da expansão do Movimento por todo o mundo e trouxemos material a respeito. Ao regressar de Roma para Paris, a fim de reembarcarmos para o Brasil, intentamos avistar-nos com o Pe. Caffarel, o que nos foi impossível por estar ele ocupadíssimo em sua "Maison de Priére de Troussures". Nessa casa, juntamente com uma equipe de leigos, é ele, durante o ano todo,

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o animador das "Semanas de Oração" - seis dias de preces e de formação, com vistas à descoberta e ao aprofundamento dos caminhos de orat;:ão interior, durante as quais reúnem-se leigos jovens e adultos, padres e religiosos, em profundo silêncio, unicamente interrompido para troca de idéias de caráter doutrinário sobre os fundamentos da oração, para maior compreensão de seus métodos, da estrutura da personalidade ou da participação do corpo humano na oração . A casa recebe também pessoas que desejam viver alguns dias em oração, no silêncio, podendo ainda participar da vida de oração em equipe, ouvir gravações a respeito, ou mesmo encontrar-se com um ou mais membros da casa. A alegria foi grande, ao vermos que nossa idéia de instalar uma Casa de Retiros no topo da montanha (em Cunha, SP), pondo-a à disposição dos equipistas brasileiros, sobretudo os do Vale do Paraíba, e de todos os cristãos, é algo do gênero, em que é possível orar e aprofundar-se na fé, em local calmo, "próximo do Senhor". Que Deus abençoe e conserve nosso Pe. Caffarel e a equipe de sua casa! Cumprida nossa missão, retornamos à Pátria e ao convívio de ossos irmãos equipistas do Brasil. Carinhosamente.

Blãnche e Lauro F. Mendonça Equipe da Carta Mensal


Notícias e Informações

Conselheiros Espirituais

•Rubens Stringueta, (da Rosa Maria) Eq. 7-A I Araçatuba- SP- 29.3.95 •Norma, (do Napoleão) Eq. 14 I Sorocaba- SP- 5.4.95 •Plínio Barone, (da Laura) Eq. 6 I Baurú- SP 10.1.95 •Argemiro (da Cida) Eq. 17 I Londrina- setor A- Paraná Norte 28.2.95 •Irmão Beno Tomasini (Cons. Esp. da Eq. 21) Londrina - setor A - Paraná Norte- /4.4.95

- Pe. José Roberto Novais (CEda Eq. 161B e da Eq. 221A de São Paulo, Capital) celebrou em 24.06.95, o seu Décimo Aniversário de Ordenação Sacerdotal.

- Pe. Lionel Corbeil (CE das equipes 1 l/A e IIB de São Paulo, Capital) foi agraciado em 14.06.95 com o título de cidadão Paulistano, pela Câmara Municipal de São Paulo. Presença expressiva de casais equipistas que foram prestar sua homenagem a um dos mais antigos Conselheiros Espirituais do Movimento no Brasil.

Equipes Novas •Equipe 01- N. S. das Graças lndaiatuba- SP (Fruto da Ex. Co.) Ce - Padre Francisco Vasconcelos Casal Piloto - Nancy e Benjamin (Equipe 71Campinas) •Equipe 67- N. S. Divina Pastora Brasília - setor C CE - Pe. Getúlio

Novas estatísticas A alteração do Sistema de "Cadastramento" dos equipistas do Brasil com remessa individual da Carta Mensa~ finalmente, tornou possível o conhecimento do número de membros do Movimento em nosso país. Assim, o levantamento efetuadoem01.06.95 acusou a existência de 7318 casais equipistas (aí incluídos viúvas e viúvos), além de 735 Conselheiros Espirituais, distribuídos por 22 Regiões e Jl8 Setores e Coordenações. A situação é muito dinâmica com a expansão do Movimento e a formação de novas equipes, principalmente fruto da Experiência Comunitária, além do ingresso de novos casais em equipes já existentes e, assim sendo, é provável que neste momento, o número de equipistas brasileiros seja ainda maior.

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Sessão de Formação As Regiões Paraná Norte, Paraná Sul, Santa Catarina e Rio Grarule do Sul, acabam de completar os três níveis da Sessão de Formação, proposta pela Pedagogia Pennanente do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Foi, sem dúvida, uma longa caminhada que exigiu muito esforço e perseverança. Iniciamos com a Sessão de Formação nível/, "Fé e Vida Cristã", em Curitiba, em outubro de 1992, quando Terezinha e Daniel- CRRJ Paraná Sul- receberam 23 casais, sendo: dez casais da Região Paraná Norte, doze casais da Região Parná Sul, um casal da Região Rio Grande do Sul e Padre Mário José Filho, C. E. da EC/R, que nos deu a formação. Saímos todos motivados para recebermos a formação de nível 11. No mês de setembro de 1993, a Região Santa Catarina, sob aresponsabilidade de Leda e João, recebeu 25 casais em Florianópolis: dezenove casais da Região Santa Catarina e seis da Região Rio Grande do Sul, para uma Sessão de Formação de nível I. Padre Luís, C. E. da Região Santa Catarina,foi quem nos deu a formação. Saímos todos com o firme propósito de participar do próximo nível. No mês de abril de 1994, em Londrina, Lélia e Rillo- CRR/Paraná Norte- receberam os participantes para a Sessão de Formação nível 11, "Vocação e Missão", que vieram das três Regiões. Foi uma verdadeira peregrinação, oriunda do Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina e pelo sul do Paraná, cujo destino era Londrina. Num clima de amm; amizade, começamos a formação nível 11, na qual Padre Mário José, proporr:ionou entendimento de vários documentos da Igreja. Partimos com a esperança de em 1995 podermos continuar com outra etapa de formação proposta pelo Movimento. Finalmente, a Região Rio Grande do Sul nos recebeu, no último mês de abril, através de Maria da Graça e Eduardo- CRRegionalcom a presença de Padre Mário José, para a Sessão de Formação nível 111, "Formação de Quadros", em que participaram as quatro Regiões do Sul, com trinta e nove casais. Maria Cecília e Gaspar (Ligação da EC/R com aquelas Regiões) participaram das três Sessões e recolheram belíssimos de oimentos de alguns dos partici antes.

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Nossa Biblioteca

Tertio Millennio Adveniente(*), Paulus, 59 páginas Esta Carta Apostólica, escrita por João Paulo II em 10 de novembro de 1994, objetiva preparar a Igreja toda para o Jubileu do ano 2000, mostrando as grandes linhas de reflexão e atuação da Igreja Universal nos anos preparatórios e estimular as Igrejas locais e demais comunidades a se prepararem neste período que antecede o Grande Jubileu. Na qualidade de membros da Igreja e integrantes de um Movimento Eclesial não podemos ficar à margem desta preparação nem nos omitirmos em dela participar intensamente. (*)ver matérias nesta e também na próxima edição da Carta Mensal.

Profissão Mãe, Marisa Manchini de Oliveira, Edicon, 63 páginas. Livro oportuno, numa época em que "ser mãe", tornou-se opção tantas vezes combatida e, até mesmo, condenada. "Ser mãe" é criar o futuro, é ser a pedra angular da sociedade, é ser o cerne da família. "Profissão" que sublima a mulher, exatamente quando o "mundo" prega o aborto e a esterilização. É leitura indispensável. A autora é equipista juntamente com seu marido José David, na Eq. 04 N.S. da Boa Esperança em Garça!SP

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Sou Alguém Muito Especial, Daniel Godri, Editora EKO, 74 páginas. Trata-se de um livro simples, mas "muito especial". Pensamos que seria muito útil sua divulgação, pois atinge ampla gama de interesses de pessoas, em geral, culminando em Jesus Cristo. Livro otimista que reflete o amor, essência do Cristianismo. O autor e sua esposa, Terezinha, são equipistas em Curitiba/PR e Casal Responsável pela Região Paraná - Sul.


~eflexão VOCAÇÕES "Sinto em mim outras vocações. Sinto-me com a vocação de guerreiro, de padre, de Apóstolo, de doutor, de Mártir. Enfim, sinto a necessidade, o desejo de realizar por Ti, Jesus, todas as obras mais heróicas ... Sinto em minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo (*) pontifício. Quisera morrer sobre um campo de batalha, pela defesa da Igreja .. . Sinto em mim a vocação do sacerdote. Com que amor, ó Jesus eu te traria em minhas mãos, quando a minha voz tivesse descido do céu ... Mas ah!. Embora desejando ser sacerdote, admito e invejo a humildade de S. Francisco de Assis, e sinto a vocação de imitá-lo, recusando a sublime dignidade do sacerdócio ... Apesar de minha pequenez, quisera esclarecer as almas como os Profetas, os Doutores, tenho a vocação de ser Apóstolo ... Quisera percorrer a terra, pregar teu nome e implantar no solo infiel tua cruz gloriosa. Mas, ó meu Bem-Amado, uma só missão não me bastaria. Quisera ao mesmo tempo anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo e até nas ilhas mais afastadas ... Quisera ser missionário, não somente durante alguns anos, mas quisera tê-lo sido desde a criação do mundo até a consumação dos séculos... Quisera sobretudo, ó meu Bem-Amado Salvador, derramar meu sangue por ti, até a última gota ... Encontrei enfim o repouso ... Compreendi que só o amor fazia agir os membros da Igreja e que, se o Amor viesse a se extinguir, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires recusariam derramar seu sangue ... Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, abraça todos os tempos e todos os lugares ... Numa palavra ... Que ele é eterno! ... " (Sta. Teresa de Lisieux) Colaboração do casal: Paula e Quaresma Equipe 3 - N.S. Fátima Santarém-PA (*) Zuavos =voluntários franceses que se alistaram para defender os Estados Pontifícios sob o papado de Pio IX (1868- 1870).

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Oração

ORAÇÃO

PELAS (PAULO

VocAçõEs

VI)

Senhor, pelo Batismo Vós nos chamastes à santidade E à cooperação generosa Na salvação do mundo. Na messe, que é tão grande, Auxiliai-nos a corresponder À nossa missão de membros do Povo de Deus.

Qualquer que seja o chamado, Que cada um de nós seja Verdadeiramente outro Cristo No meio dos homens.

ó

Senhor, por intercessão

De Maria, Mãe da Igreja, Concedei-nos o dom misericordioso De muitas e santas vocações Sacerdotais, religiosas e missionárias De que a Igreja necessita. Amém.

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)

Ultima Página

UM Pouco

DE

Nós ...

Somos um espelho, para nós e para os outros. O que temos dentro de nós, refletimos nos nossos semelhantes: se somos alegres, alegramo-los. se tristes, -entristecemo-los, se falsos, -decepcionamo-los, se mentirosos, -somos desacreditados e nenhum exemplo damos. Devemos ser tochas acesas, a iluminar qualquer um, por onde andarmos, por onde pa~,sarmos, aquecendo e fortalecendo a alma, o amor das pessoas, jazida de perene fertilidade, luz, encanto, felicidade.

Maria José/José Peixoto Equipe 3 N.Sra. do Bom Parto Itabaiana - Sergipe

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MEDITANDO EM EQUIPE

Leitura: Segunda Carta de Pedro 1/ 16-19. Na festa da Transfiguração do Senhor (6 de agosto) celebramos no Brasil, em vários santuários, a festa do "Senhor Bom Jesus". Esse título, tão brasileiro, destaca o poder e a bondade de Jesus. Na Missa desse dia lemos o testemunho de S. Pedro: "porque fomos testemunhas de vista, por isso anunciamos o poder... de nosso Senhor".

Meditação 1. Meu relacionamento com Jesus permite-me dar um testemunho pessoal em favor de seu poder e da sua bondade? 2. Que posso fazer para aprofundar esse relacionamento? 3. Que vou fazer para aprofundar meu relacionamento com Jesus? (Peça perdão, ou agradeça, peça ajuda, louve e converse com o Senhor).

Oração Litúrgica O Senhor tudo governa, salte de alegria a terra, alegrem-se a ilhas todas! Nuvens e trevas de majestade o envolvem, justiça e direito são a base de seu trono ... Os céus anunciam sua justiça, e todos os povos contemplam sua glória ... Curvem-se diante dele todos os poderes, alegrem-se todos pelos julgamentos do Senhor. Tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra, estás muito acima de todos os poderes. És uma luz para quem procura o que é certo, a alegria para os de reto coração. Alegrai-vos no Senhor, vós que o procurais, festejai o Senhor, o bom Jesus! (Veja o Salmo 96)


Prioridades: - Vida de Equipe ·.:.Formação - Comunicação - Presença no Mundo - Pastoral Familiar - Experiência Comunitária ;

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar Rua João Adolfo, 118 92 and. cj 901 CEP 01049-91 O São-Paulo SP Te I (011) 604-8833 Fax (011) 604-8969


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