ENS - Carta Mensal 313 - Outubro 1995

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Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

FAMÍLIA CRISTÃ FAMÍLIA MISSIONÁRI A

COMLAS

N. S. APARECIDA N. S. DO ROSÁR IO REUNIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS

Ano XXXV - Nº 313 - Outubro/95


EQUIPES DE NossA SENHORA CARTA MENSAl N º 313 OUTUBR0/1995

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INDICE Editoria l - Da Primeira Comunidade Cristã à Nossa Comunidade ................. ... .. 01 A ECIR Conversa com Vocês .. ....... ........ .. 03 Orientação de Vida ......................... ........ 05 Prioridad es ... .......... ............. ... ...... ......... .. 06 Pastoral Fami li ar ........ ......... ....... .... .......... 08 Igreja ........ .............. ...... ........ ........ ... ........ 12 Formação .... .... ...... ............ ......... .... ......... 20 Vida do Movimento ..... ... .. .. .......... ...... ... .. 27 Reportagem ........ .. ..... ...... .... ... .......... ...... . 29

Carla Mensa l é uma publicação das Equipes de Nossa SenhortLS Edição: Equipe da Cana Mensal Fone: (Oi/) 604.8833 M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (respon.1áveis) Maria Célia e João de Laurentys Nilza e Maurício Oliveira Blanche e Lauro F. Mendon ça Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Rira e Gilberto Canto Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual) Jomalista Responsável: Catherine Elisabeth Nadas (MTb 19835)

45 Anos das ENS no Bras il ...... .. ...... ... ...... 31 Nossa Biblioteca .... ..... .. .. ............ .......... ... 33 Notícias e Informações ..... ....................... 34

Diagramação e llustrações: M. Alice e l vahy Barcellos Capa: Eros Lagmttal lgar Fehr

Maria ....................... ..... ................. ..... ..... 36 Dia da Criança ..... ....... ... ... ......... ............. 40 Atua li dade ............... ............ ........ ............ 42 Opinião do Leitor .. .. .. ............ ........ .......... 45 Oração .............................................. ...... 46 Reflexão ........ ...... .................................... 47

Composição e Fotolitos: Newswork R. Venâncio Ayres, 93/ São Paulo . Fone: (01I) 263.6433 Impressão e Acabamento: Ediçlies Loyo la Rua 1822, 347 Fone: (0 11 ) 914.1922 Tiragem desta edição: 8.800 exemplares

Ú ltima Página .......................................... 48


Editorial DA PRIMEIRA COMUNIDADE CRISTÃ

À NossA CoMUNIDADE

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o Cenáculo, ao redor do Cristo, para a consumação da última Ceia e, por tanto, para a realização da Páscoa, estavam reunidos os doze apóstolos, não faltando a presença confortadora de Maria. Era a primeira Comunidade cristã que se organizava, no espírito de união, no espírito de amor: uma comunidade, pois, de caridade. Suprema expressão do amor de Cristo: a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, dois sacramentos que vêm perpetuar entre nós e através dos séculos esse amor e essa presença de Cristo. Expressão de caridade na hum i Idade, na compreensão, na doação: o Lava-pés, em que o próprio Cristo, em primeiro lugar, dá o exemplo. Finalmente o preceito da caridade: "Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei", a ser vivido por aqueles que se engajarem no espírito do amor de Cristo. E, depois a oração em que Ele, o Cristo, pede por nós: "Que eles sejam um, como eu e Tu, ó Pai, somos um". Dessa pequena comunidade nasceu a grande comunidade: a Igreja, nossa Mãe, que nos congrega e une, como membros de um só corpo, a Cristo, seu esposo. Essa grande comunidade, a Igreja, congrega virtualmente todos os homens, a humanidade toda que é chamada à vida, à união e ao amor em Cristo. E, na grande Comunidade da Igreja, inserimos a família, a nossa família, que é a base da Igreja e a expressão mais profunda do amor de Cristo com a sua Esposa, a Igreja. Nossas Equipes vêm formar mais uma pequena comunidade, a exemplo da primeira, constituída no Cenáculo: há a presença de Cristo, representada pelo sacerdote; há uma ceia, ágape fraternal que nos reune ao redor da mesma mesa; nos reunimos firmando-nos no preceito da Caridade, pois a nossa finalidade é amarmo-nos, com


amor espiritual, como irmãos, como família, como membros do mesmo corpo. E não falta, por fim, a presença de Maria, Mãe do Amor; é em seu nome que as Equipes de Nossa Senhora se reCmem, sob seu amparo e sua assistência, para que não nos falte, na Equipe e em nossas famílias, o sorriso e o carinho que só Maria pode dar, como aquela que só e realmente conheceu o que representa a presença de Cristo no lar. Que nossas Equipes sejam como que um testemunho e um exemplo da prime ira comunidade cristã: apóstolos ainda depois de vinte séculos, mas fundando o apostolado no amor, na presença de Cristo, na caridade entre os irmãos. Que de cada Equipe se possa dizer como dos primeiros cristãos: "Vejam como eles se amam ... ". E que de todas estas Equipes uma seja a Mãe, Maria, sob qualquer título, e que com ela cheguemos a um pleno conhecimento de Cristo, não só pelo amor e pela oração, mas sobretudo pela contínua caridade entre nós, a fim de que sejamos "comunidade de fé, comu-

nidade de amor e, principalmente, comunidade de testemunho do amor de Cristo e do amor entre irmãos". Frei ]amaria de la Pila (Transcrito da Carta Mensal de Maio/1975, comemorativa dos 25 anos de introdução das ENS no Brasil)

Agrupamo-nos para procurar Cristo, imitá-lo, servi-lo. Não conseguiremos nosso objetivo sem um guiae não há outro melhor do que Maria Santíssima. Gostaria que nas equipes cada casal sentisse aquela confiança na ternura todo-poderosa da Virgem Maria, aquela segurança que se adivinha no coração dos pequeninos quando sentem sua mãe ao seu lado.

Henri Caffarel 2


A Ecir Conversa com Vocês

Caros equipistas, ~

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com satisfa ção que novamente dirigimo-nos a vocês. Agora, é para por em comum a relação das ENS e a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Na qualidade de Movimento de leigos temos uma missão a desempenhar na Igreja e na sociedade. Uma das funções da ECIR é fazer com que o Movimento esteja em sintonia com as orientações e caminhada da Igreja no Brasil, (conforme CM de agosto/95). Portanto, é esse o sentido que norteia a participação

É um desafio muito grande, para os Movimentos, c ontribuir de maneira eficaz com os objetivos d a PF, devido à sua abrangência.

das ENS, em especial, no CNL- Conselho Nacional de Leigos, e na PF Pastoral Familiar. Na PF, alguns casais da ECIR participaram da Comissão Nacional, e contribuíram muito para a sua organização, planejamento, e implemen tação nos diversos níveis . Hoje, a PF é uma das nossas prioridades, e já é significante a presença de equipistas nos conselhos paroquiais, diocesanos e regionais. Todo o material publicado pela PF (p. ex. textos para a Semana da Família, para rádio e jornais) 3

tem a contribuição valiosa de casais equipistas. Quando acontecem os Encontros Regionais da PF, o Movimento é representado pelo CR Regional, que quase sempre é da mesma situação geográfica. Nos Encontros Nacionais, é o CR pela ECIR, e na impossibilidade deste, outro casal delegado. Nós, enquanto CRegionar, e agora como membros da ECIR, participamos de alguns desses Encontros. É um desafio muito grande, para os Movimentos, contribuir de maneira


eficaz com os objetivos da PF, devido à sua abrangência. Cada um tem o seu carisma, e na reflexão em comum, sob a ação do Espírito Santo, trocamos as experiências , quebramos algumas barreiras, experimentamos o amor ao próximo. Ou tro exemplo da nossa participação é no CNL, que nasceu da preocupação em organizar os leigos, e seus movimentos, para serem uma força viva de transformação na Igreja e na sociedade . Foram Cidinha e l gar, quando responsáveis pela ECIR, que iniciaram a participação das ENS no CNL, logo após a sua criação. Em junho, p.p. aconteceu a 14• Assembléia Geral, em São P au l o/ SP, e Wilma e Orlando-ECIR estiveram prese ntes e ficaram impress ionados com os testemunhos fortes , a presença marcante das mulheres, a organização e a conscientização política dos presentes . Infelizmente a participação dos eq uipistas nos Conselhos Regionais não é express iva. Que a realidade brasileira tão inju sta e corrompida possa servir de estímul o !

já é

significante a presença de equipistas nos conselhos .. paroquiais, diocesanos e regionais. Todo o material publicado pela PFtem a contribuição valiosa. de casais equipistas. Nos EACRES , a grande novidade foi o Protagonismo das ENS. É a nossa sintonia com a mensagem da Conferência dos Bispos em Santo Domingo, com o Ano Missio nário 94/95 que culminou com a realização do 5° Congresso Missio nário Lat ino Americano- Comia 5, em Belo Horizonte- MG, em julho p.p. Nesse Congresso, estiveram presentes alguns casais equipistas, especialmente Cecília e Hamilton- CR. Regiona l - Minas 11, que nos dão os detalhes num arti go nesta Carta Mensal. 4

O próximo Encontro em que o Movimento estará representado será a 3• Assembléia da CNB B e Organismos Nacionais do Povo de Deus (CRB CNL-CND-CNIS-CNC), de 12 a 15 de outubro, em ltaici/SP, para a implementação das Diretrizes Gerais a Ação Evangelizadora ( doc umento 54 estudado no Encontro do Colegiado); e iniciativas a serem tomadas pe la Igreja no Brasil para a celebração do Jubileu do 3° Milênio - Ano 2000 (conforme Carta Mensal Ago/95) . Oportunamente vocês terão conhecimento da participação das ENS. Certamente o utras contribuições importantes estão ocorrendo, que partilhadas, serviriam de estímulo a todos nós . Caros eq ui pistas, a exemplo de Maria, estejamos ate nto na Igreja e no mundo, para percebermos onde falta o vinho que tira a aleg ria das Bodas, para levarmos a Boa Nova do Reino de Deus . Forte Abraço

Vera e R enato


Orientação de Vida PROJETO C ONJUGAL

O

Movimento das Equipes de Nossa Senhora propõe um caminho de espiritualidade conjugal para seus participantes, onde, após conhecer a vontade do Senhor, devem realizála em suas vidas. Entretanto, as formas de se trilhar esse caminho são muitas, e nosso desafio consiste em elaborar um projeto conjugal que dê um verdadeiro sentido e plenitude espiritual à vida do casal. Para conceber um projeto · con hecer as Ciotto 1266-1337 I Bodas de Caná Capela de Arena comum, é preciso necessidades e objetivos de cada mem- viço do Senhor, oferecendo-Lhe os tabro do casal, através de muito diálogo1 lentos que Ele mesmo nos deu. bem como de pequenas renúncias. E Tais talentos constituem a nossa preciso definir conjuntamente as metas água, com a qual devemos encher as tae prioridades para que saibamos reco- lhas até a borda para que nosso casamennhecer as necessidades e os vazios de to se realize em plenitude. Mas nosso cada momento por nós vivido; para que projeto con-jugal não termina aí: para possamos preencher esses vazios e par- concretizá-lo, é preciso que saibamos tilhar esses momentos não só com nos- agir como os servos. Devemos observar so cônjuge e nossa família, mas com to- a realidade que nos cerca, ouvir as súplidos os nossos irmãos. cas que nos são feitas e nos colocar à Quando olhamos à nossa volta e disposição daqueles que de nós precisam, percebemos as faltas, as dificuldades que levando a eles um pouco da nossa água. sozinhos somos, certamente, incapazes Porque é através dessa água, rede superar, podemos orar e pedir a me- presentada por nossos talentos, que age diação de Cristo, tal como fez Maria ao o Senhor: é Ele que se encarrega de perceber a falta de vinho nas Bodas de transformar a água em vinho, realizanCaná. Porém , pedir a intervenção de do, através de nós, o Seu projeto de CriCristo não significa que deixemos a Ele ação. É esse, pois, o significado de um a resolução de todos os nossos proble- projeto conjugal : iluminados pela Luz mas, de todos aqueles obstáculos que não Divina e guiados pela Palavra de Deus, sabemos como transpor. Para realizar o saibamos cumprir a missão que Ele nos milagre do vinho nas Bodas de Caná, deu. Aceitemos servir de instrumento de Jesus solicitou a ajuda, a colaboração transformação nas mãos do Senhor! dos servos ali presentes. Assim como os servos encheram de água as talhas, Maria Cecaia e Gaspar também nós devemos nos colocar a serEC/R 5


Prioridades PASTORAL FAMILIAR á faz cinco anos desde que o "A Pastoral Familiar é a ação que se Movimento no Brasil, no seu realiza na Igreja e com algreja, de forprocesso de discernimento so- ma organizada e planejada, através de bre a realidade de nossas equipes e so- agentes específicos, com metodologia bre seu carisma e missão, elegeu aque- própria, tendo como objetivo a evangelização da família, capaz de oferelas famosas seis prioridades de ação. Muito se tem feito, desde então, por cer instrumentos necessários para a este Brasil afora. Temos vivido e bus- formação da família, fornecer oriencado compreender, cada vez mais, o tações para a vivência familiar, levar sentido e a profundidade de cada uma a todos a Boa Nova do sacramento do das prioridades, tanto que até já as atu- matrimônio e transformar a sociedade pela obra de evangelização humaalizamos um pouco. na e cristã" (n.16). De todas elas, paDiz ainda o docurece-nos que a que foi mento 65: "A pastoral menos trabalhada foi Dirige-se a familiar abarca a faa Pastoral Familiar. mília em todos os seus Espere aí! Como?!! E todos os tipos aspectos. Pretende esse tanto de casais de família: bem atingir todOj' os seus equipistas que tem constituídas, integrantes, nas difeatuado, e mesmo corentes idades e situaordenado, a pastoral irregulares e ções. Dirige-se a todos familiar em tantos lotodos os casos os tipos de família: cais do Brasil?!! bem constitw'das, irreespeciais e É verdade, muito gulares e todos os case fez. Mas temos perdifíceis. sos especiais e difícebido todas as diceis" (n.7). Ou seja, mensões desta atuanenhum membro da ção, seu significado como é na Igreja? família e nenhuma família está excluíPodemos dizer que compreendemos, todos, o que é realmente a pastoral fami- da da pastoral familiar. Em consequênliar? É possível afirmar que nosso tra- cia, o próprio documento reconhece balho, gigante às vezes, se insere har- que a ação da pastoral familiar deva monicamente dentro da pastoral de con- ser desenvolvida em quatro I inhas: •pré-matrimonial - ações de: preparajunto de nossas paróquias e dioceses? É sobre algumas destas coisas que que- ção remota, próxima e imediata para o matrimônio, ou seja a educação das crianças remos falar um pouco. e jovens para o amor e sua preparação O que vem a ser a pastoral para o casamento quando este se aproxima; familiar? •pós-matrimonial - ações de acomNo documento 65, da série Estudos panhamento e auxílio aos casais, no inída CNBB, temos a seguinte definição: cio de sua vida a dois, na duração de

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sua vida conjugal e nos aspectos de educação dos filhos, na vivência de sua maturidade e velhice; •casos difíceis - ações com famílias irregulares, incompletas, divorciados, recasados ... ; •formação de agentes de pastoral familiar, preparando-os para as ações acima descritas. O trabalho é amplo e é por isso que se torna indispensável a organização de equipes/comissões de coordenação da pastoral familiar em cada paróquia e diocese.

quase que individual, dos Conselheiros Espirituais, a troca de idéias em equipe ... Tantas oportunidades habilitamnos, como a poucos, para atuar com segurança na evangelização das famílias. Tal formação recebida prepara-nos e deveria impulsionar- nos a ser agentes da pastoral familiar. O que, como casais cristãos equipistas, poderíamos fazer? onde atuar? É evidente que isto depende da realidade de cada casal, de cada paróquia ou diocese. Contudo, uma coisa deveríamos ter em mente: ainda que organizar a pastoral familiar, criando comissões de coordenação, não seja f unção do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, os casais equipistas devem sentir-se comprometidos com esta organização. Muito já recebemos da Igreja e muito podemos oferecer, seja em conteúdo seja em experiência de responsabilidade, coordenação e ligação. Ainda que julguemos que temos pouco a ofertar, é mais do que muitos outros podem oferecer. Acreditamos que falta um ponto ainda a considerar: as ENS têm suas próprias diretrizes, mas não podem ficar alheias às propostas feitas pelas comissões de coordenação de pastoral familiar, em todos os seus níveis. E aqui pensamos, em especial, nos quadros dirigentes do Movimento (equipes de setor e região). É preciso caminhar jun·tos, ainda que independentes. É preciso fazer contatos, juntar esforços para que possamos colaborar nas diversas necessidades da pastoral familiar de nossas paróquias c dioceses e para que as ENS possam ser efetivos instrumentos de evangelização de nossas famílias.

As ENS e a Pastoral Familiar A própria dimensão missionária das ENS leva-nos a priorizar a pastoral familiar. O Movimento ajuda-nos a desenvolver a espiritualidade conjugal e familiar e é desta riqueza vivida, experimentada, que podemos tirar os elementos de nossa missão, pois só podemos anunciar aquilo que vivemos. Assim, nosso carisma habilita-nos a testemunhar e anunciar a Boa Nova sobre o matrimônio e a família. Em outras palavras, capacita-nos e impulsiona-nos a sermos agentes de pastoral familiar. Inserem-se as ENS na pastoral familiar de diversos modos. Em primeiro lugar, a metodologia do Movimento acompanha os casais, ajudando-os a desenvolver uma espiritual idade conjugal e familiar, proporcionando troca de experiências e ajuda mútua entre casais. Não seria exagero dizer que -o próprio Movimento pode ser considerado um instrumento da pastoral familiar no seu setor pós-matrimonial. Por outro lado, as ENS proporcionam a seus casais uma sólida formação humana e cristã: são os temas de estudo, as sessões de formação c outros encontros, a Carta Mensal, a orientação,

Lourdes e Sobral EC/R 7


Pastoral Familiar

A

FAMÍLIA É o ENCONTRO DO TESOURO N

a Escritura a palavra famí lia é expressada pelo termo casa, não simplesmente no sentido da concretude material, lugar físico onde se habita, ou como acontece muitas vezes hoje, onde somente se dorme e se tomam as refeições. A família é muito mais do que um aglomerado de pessoas que entram e que saem, como se fosse uma república de estudantes que pouco ou nada sabem uns dos outros. A família nasce de uma escolha livre, consciente, responsável e amorosa de um homem e de uma mulher. É uma verdadeira vocação-ruissão para o crescimento de ambos. A atração física e sentimental que um exerce sobre o outro, constitui o laço fundamental pelo qual a família nasce e se concretiza. A família nasce também pela percepção da limitação e da necessidade dialogal da criatura humana. A radical idade e a estabilidade da família expressam um misterioso arquétipo trinitário que Deus coloca nas profundezas do ser do homem e da mulher. É precisamente o

que São Paulo chama de Grande Mistério . (Ef5,32) Sem uma visão profunda de fé, não é possível entender a sublimidade da família. Para os cristãos o casamento é chamado Sacramento, isto é sinal e realidade de Deus na vida dos dois. Ora sabemos muito bem que o Sacramento não se realiza sem fé, é a fé que dá consistência à união conjugal como Aliança perene entre os dois. Quem vive na obscuridade das verdades divinas e nem mesmo reflete sobre o poder que Deus transmitiu aos homens e mulheres de serem co-criadores de outras criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus, não pode compreender e valorizar esta obra divina injetada no coração dos que se casam. No livro de Tobias encontramos um visão bonita da dignidade do casamento. "Raguel chamou sua filha Sara, e quando ela se apresentou, tomou-a pela mão, e entregou-a a Tobias, dizendo: 'Recebe-a, pois ela te é dada por esposa, segundoaLeieasentença escrita no livro de Moisés. Toma-a e leva-a

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feliz para a casa de teu pai. E que o Deus do Céu vos guie em paz pelo bom caminho. Chamou depois a mãe da moça e mandou que trouxesse uma folha de papiro e redigiu o contrato de casamento, pelo qual dava a Tobias sua filha por esposa, conforme a sentença da Lei de Moisés.' Aqui temos uma verdadeiraLiturgia matrimonial, quando o ai era o sacerdote do lar e da família, assim o ato se revestia de um caráter sacramental." (Tob 7, 12-13) Podemos dizer com segurança teológica que o Reino de Deus deve acontecer de maneira germinativa na família, e se não acontecer aí, como num ninho de vida, dificilmente vai acontecer no mundo e muito menos na Igreja. A Igreja só será uma família florescente, se as famílias forem aquilo que Deus pensa e quer delas. A fraqueza da Igreja reflete a fraqueza e a inconsistência das famílias . A família bem constituída e consciente de sua missão celular, será a célula básica e sadia da <ociedade e da Igreja. A família é, na verdade, um tesouro e reflete o mistério arcano do amor


de Deus. É preciso despertar do sono para reconhcccr que Deus mora nas f amílias, mas muitas vezes ele está demasiadamente apagado, ou não emergiu à consciência como aconteceu com Jacó, quando despertou do sono e tomou consciência de que Deus habita conosco em nossas famílias. Não foi sem razão que ele disse: "Na verdade o Senhor está neste lugar e eu não sabia. " (Gn 28, 16) Mas volto a insistir que a família é um tesouro escondido e a ela podem-se aplicar as palavras de Jesus: "O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem o acha e torna a esconder; e na sua alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo. " (Mt 13, 44). Podemos entender que o tesouro é o homem e a mulher, entretanto ambos estão acima de todo valor monetário. Por esta razão ninguém compra ninguém , mas ganha de presente, como o maior de todos os presentes. Tanto um como o outro deixa o seu pai e sua mãe para entrar na posse de uma outra pessoa que acaba fazendo parte do seu novo ser, isto é, o ser esposa e esposo, marido e mulher, para, na ação recíproca do amor fecun-

A família bem constituída e consciente de sua missão celular, será a célula básica e sadia da sociedade e da Igreja . do, da grandeza e da fecundidade misteriosa do sexo, se prolongarem nos seus filhos. O filho vem a ser o espelho do pai e da mãe, cada um se contempia no filho como sua obra realizada em comunhão com o próprio Deus. A Igreja tem um desvelo especial pela instituição familiar, mas a Pastoral Familiar, na sua visão de amplitude, não pode acolher e dar consistência às famílias, a não ser por meio de instrumentos mais direcionados às mesmas, e um deles com muita propriedade , são as Equipes de Nossa Senhora. Elas constituem um verdadeiro viveiro, onde se concentram mais os cuidados e os métodos apropriados para despertar nos casais uma consciência profética capaz de transmitir a si, aos seus filhos e às outras famílias os ensinamentos gera-

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dores de um clima de espiritualidade e de santidade, apto para vencer asestruturas que pretendem corromper e destruir a instituição sagrada do matrimônio e da família. Os membros integrados nas Equipes de Nossa Senhora e fiéis observadores dos Pontos Concretos de Esforço vão se to rnando amadurecidos e entusiasmados em tudo o que se refere a uma visão sadia e testemunhal do Reino de Deus. É nas Equipes sérias e responsáveis, que o Reino de Deus vai se tornando uma realidade viva e irradiante de graças. O encontra fraterno e alegre, a coragem de se abrir e colocar em comum seus problemas, o reconhecimenta de que todos somos gente, a consciência da fragilidade humana, mas também a semente de Deus que cada um traz dentro de si, fazem com que todos possam crescer e dinamizar a vida interior que está dentro de nós. Deus nunca poderá ser apagado nos lares dos componentes comprometidos das Equipes de Nossa Senhora.

Pe. Vicente Pinto Ribeiro. Nds. Eq. 9A - São Paulo - SP Nossa S. do B om Conselho


A

FAMÍLIA CRISTÃ É

FAMÍLIA MISSIONÁRIA tecedendo o COMLA 5, re lizou-se o I Encontro Latio-americano de Famílias Missionárias, de 16 a 18 de julho p.p., em Belo Horizonte. O encontro foi organizado pela coordenação nacional colombiana das Famílias Missionárias, um serviço das Pontifícias Obras Missionárias. Estiveram presentes, doBrasil, Frei Almir R. Guimarães, três casais ligados à pastoral familiar e um casal da Infância Missionária. O tema central do encontro foi a dimensão missionária da família. Sendo Igceja doméstica, a família também recebeu o mandato de Jesus:

mas também desenvolvida e doada, quer dizer; missionária" (mensagem do Papa João Paulo 11 para o Domund, 1991 ). Em um segundo nível, a missão da família dirige-se ao seu ambiente natural: seus vizinhos, amigos, parentes, colegas de trabalho, de escola, nossa equipe de base ... A estes, a família pode oferecer seu testemunho de vida familiar, dentro dos princípios evangélicos, estando pronta a dar razão de sua esperança (I Pd. 3, 15). Mas a missão nos leva mais além:

"O amor de Cristo, que consagra a aliança conjugal, é também Portanto, a o fogo sempre aceso família cristã é que impulsiona à Todos "Ide por todo o munmissionária. Daí evangelização. os membros da famído, proclamai o Evanconcluir-se: ou Lia, em sintonia com o gelho a toda criatucoração do Redentor; ra" (Me. 16, 15). Poré missionária, chamados a tanto, a família cristã ou não é família estão comprometer-se em é missionária . Daí favor de todos os hocristã. concluir-se: ou é mismens e mulheres do sionária, ou não é famundo, manifestando mília cristã. Como entender a missão da famí- solicitude por aqueles que estão lonlia? Qual a sua amplitude? A missão da ge e por aqueles que estão perto( RM família se dá no seu interior e se expande além de suas próprias fronteiras.

"O primeiro âmbito de desenvolvimento do binômio fé-missão é a comunidade familiar: Em uma época em que tudo parece concorrer para desagregar esta célula primária da sociedade, é necessário esforçar-se para que ela seja, ou volte a ser; a primeira comunidade de fé não somente recebida,

77)" (mensagem do Papa João Paulo 11 para o Domund, 1994). O serviço a outras famílias pode ser desenvolvido no Movimento (pilotagem, ligação, experiências comunitárias ... ), nos diversos serviços e pastorais da Igreja (sobretudo a pastoral familiar) , na colaboração com movimentos de ação social e política e- quem sabe? ' !- no trabalho missionário em regiões distantes

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Esta figura foi apresentada no I Encontro Latino-americano de Famílias Mis9ionárias e representa a idéia central do texto. ~~(a

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~"' seu Ambiente

do país e do mundo. Importa é aceitar o chamado, onde quer que ele se faça ouvir, com o espírito de quem se abre ao mundo e ama a todos, sem exceção. A missão não se realiza somente no serviço, mas também pela oferta material, em favor das obras missionárias, e na cooperação espiritual- com o oferecimento da própria vida cristã (testemunho), a contínua oração pelas missões e a oferta dos próprios sacrifícios, unindo-os aos de Jesus, pela salvação de todos e do mundo. E não se pode esquecer o apoio às vocações mis-

sionárias: a família que cultiva o espírito missionário em seu esti lo de vida é sementeira fértil. Por fim, vale ressaltar o que já está nas entrelinhas: a missão não é só de seus membros, mas da família enquanto tal. O desafio é ser comunidade missionária, que se evangelize e evangeliza a outros. Que viva um amor tão grande que necessite ir além de suas fronteiras .

Lourdes e Sobral E C/R 11


Igreja

OCOMLAS urante a realização do COMLA 5 - V Congresso Missionário Latino Americano de 18 a 23 de julho, Belo Horizonte, às vésperas de completar o primeiro centenário de sua construção para ser a Capital de Minas Gerais, tornou-se a capital da Igreja Missionária da América Latina e do Caribe, além de centro das atenções e orações das Igrejas Particulares de todo o mundo . Todos nós, congressistas, colocamonos desde a abertura, sob a proteção de Maria, no invocativo de Nossa Senhora de Guadalupe, protetora da América Latina, de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e de tantos outros invocativos, tudo impregnado da mais densa espiritualidade tendo como centro Jesus Cristo, o missionário de Deus-Pai, que nos confiou a missão "Vinde, Vede e Anunciai o Evangelho a todas as criaturas ... " Participaram 2.746 delegados e convidados de todos os países latinoamericanos e caribenhos, além de outros, tais como: Estados Unidos, Canadá, Zaire, Camarões, Angola, Moçambique, Tanzânia, Guiné Bissau, Coréia, China África Central , Suíça, Cabo Verde , Índia, Holanda, Itália, Espanha, Portugal , Alemanha, Áustria, França, Bélgica, constituídos de

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leigos, ministros ordenados, e representantes de igrejas irmãs. Presidiu o Congresso o Cardeal Lucas Moreira Neves, Arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil, atual Presidente da CNBB. Destacamos a participação do Cardeal Jozef Tomko, Legado Pontifício e prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, enviado especial de Sua Santidade o Papa João Paulo 11 para representá-lo; de Dom Luciano Men des de Almeida, Arcebispo de Mariana - MG e Vice Presidvnte do Ceiam; de Dom Alfio Rapisarda, Núncio Apostólico no Brasil; de Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Comissão Coordenadora do Congresso; do Cardeal Paulo Evaristo Arns, Arcebispo de São Paulo; do Cardeal Eugênio Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro, do Cardeal Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre; do Cardeal Aloísio Lorscheider, Arcebispo de Aparecida; do Cardeal José Freire Falcão, Arcebispo de Brasília; de Cecília Bernardete Franco, presidente do Conselho NaciOnal dos Leigos; do padre João Panazzolo, diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias. Nas Celebrações Eucarísticas da abertura e do encerramento estiveram presentes Gover12


nador de Minas Gerais e o Prefeito de Belo Horizonte. O COMLA 5 não se limitou apenas aos dias oficiais de sua realização, nem só às celebrações litúrgicas, ou às magníficas homilias e palestras, nem somente aos grupos de trabalho ou exposições em mini-plenários, nem às apresentações encenadas que facilitaram a compreensão dos diversos blocos temáticos, ou mesmo aos corais de vozes e excelentes grupos de anima~ ção. Foi tudo isso e muito mais. O COMLA 5 deu continuidade aos quatro anteriores - COMLA 1 e 2, no México (1977 e 1983), COMLA 3 em Bogotá, Colômbia (1987), e COMLA 4 em Lima, Peru, (1991)- praticamente sem interrupção desde a escolha do Brasil para sediá-lo, quando se desencadearam os trabalhos preparatórios com a indicação da cidade de Belo Horizonte. Cada um dos COMLA teve um tema, fio condutor das ambientações, celebrações, estudo e dinâmicas, para atingimento dos objetivos propostos.

Aqui na América Latina vive a metade dos católicos do mundo. Na Ásia vivem 2% dos católicos do mundo e 85% dos nãoc ristãos, cerca de 3 bilhões e 500 mil não cristãos. O que quer dizer isso para vocês da América Latina? Bl. G- A missão, caminho de libertação Bl. H- A dimensão mjssionária na for mação Bl. I- Espiritualidade missionária

Tema do COMLA 5: O Evangelho nas Culturas, Caminho de Vida e Esperança. Lema: Vinde, Vede e Anunciai! Blocos Temáticos: B I. A - Evangelização e diálogo na missão além-fronteiras Bl. B- Evangelização e diálogo junto às culturas indígenas Bl. C- Evangelização e diálogo junto às culturas afro-americanas Bl. D- Evangelização e diálogo junto às culturas urbanas BI. E - Igreja Particular, sujeito da missão Bl. F- Ecumenismo, diálogo inter- re ligioso e missão

Missão ad gentes : Sujeito-objeto do COMLA 5: No dizer do Legado Pontifício, espera-se deste Congresso, em continuidade com os anteriores COMLA, que seja acontecimento contagiante de nítido ardor e motivação missionária ad gentes. Momento vivo de graça, de reflexão, de oração, de participação, de experiências manifestamente missionárias ad gentes. Momento de graça que acenda em todas as Igrejas da América Latina e do Caribe a chama vibrante de um despertar 13


dinâmico e crescente da consciência ser missionano. É uma exigência e do espírito missionário. Aliás, a mis- que brota da essência mesma da são ad gentes é a atividade primária vida cristã,fruto de uma fé viva que do anúncio de Cristo e seu Evange- impulsiona a comunicar aos demais lho, de construção da Igreja Local, de a verdade e a vida de Jesus Cristo" . Como nós, das Equipes de Nossa promoção dos valores do Reino (Redemptoris Míssio 34) não às co- Senhora, podemos cooperar com a ação missionária? O munidades católicas, próprio Legado Ponnem a quem se recotifício sugere: em prinhece como cristão, É urgente meiro lugar, a coopemas aos gr u pos e que cada ração há de ser espipovos não-cristãos, ritual, através da aos milhões de seres diocese, cada oração fervorosa, do humanos que simparóquia, cada oferecimento dosoplesmente não comovimento frimento a ssumido nheceram, nem coem união com a Painhecem a Cristo, familiar, os xão de Cristo, com porque não lhes foi diversos integridade Cristã, anunciado ainda o agentes de com o testemunho Evangel ho (RMi 33, de uma vida coe34, 46 ss) . pastoral e rente com a fé que o Durante a visita sobretudo Senhor nos manda do Cardeal J ozef transmitir. cada família, Tomko ao bloco vatemático Ecumenistrabalhem para liosa"Sumamente e digna de toda mo, diálogo inter-repromovere atenção é, neste conligioso e missão ele texto, a cooperação lançou a seguinte formar outras dos enfermos e dos questão: "Hoje no famílias anciões missionárimundo 2/3 da popumissionárias. os, a oração em falação não é Cristã. mília, o ofe recimenAqui na América Lato de pequenas retina vive a metade núncias e a oração das crianças . dos católicos do mundo. Na Ásia vivem 2% dos católicos do mundo e Outro modo importante é a coope85% dos não-cristãos, cerca de 3 bi- ração econômica necessá ria para lhões e 500 mil não cristãos. O que sustentar as jovens comunidades quer dizer isso para vocês da Améri- eclesiais, nas missões. A cooperação ca Latina?" Disse também: "À luz do atinge, porém, sua maior consistênEvangelho e da doutrina da Igreja, cia quando se traduz em doação pestoda a Igreja e todo membro do Cor- soal, promovendo concretamente as po Místico de Cristo comunitária e in- vocações particularmente missionádividualmente, tem o direito-dever de rias por toda a vida". 14


Ao COMLA 5 precedeu o I Encontro Latino Americano da Família Missionária, nos dias 16 e 17 de julho, por convocação dos diretores nacionais da Pontifícias Obras Missionárias. A seguir, as principais conclusões e compromissos, convidando os congressistas a assumí-los:

a seus párocos, movimentos e pastorais, para acolherem em seus lares os delegados e convidados de além-fronteiras inscritos no COMLA . Até mesmo famílias pouco afeitas a práticas religiosas ofereceram-se como hospedeiras. Membros das ENS não só ofereceram suas casas como compuseram equipes de serviço na preparação e realização do Congresso, em particular na Secretaria Executiva. Houve casais equipistas que foram responsáveis pela coordenação de hospedagem de delegados em residências familiares de suas paróquias, como a de Santo Antônio da Pampulha. Deixaram sua contribuição, como congressistas, os casais Lourdes e Sobral (da ECIR) e Astrid e Ribeiro (CRR/Minas 1), o primeiro representando a Pastoral Familiar de Brasília e o segundo a Pastoral Familiar da Região Leste 2 da CNBB. Agradecemos e louvamos a Deus o privilégio que nos concedeu de, em nome das ENS, partilharmos, como delegados, desse magno acontecimento, graças também ao convite da Arquidiocese de Belo Horizonte, na nossa qualidade de Casal Regional Minas Il. Saímos do COMLA 5 enriquecidos e convictos da atualidade do nosso Movimento que tem sabido evangelizar de forma inculturada participando da história em cada época e em cada nação, procurando com a sabedoria do Espírito Santo discernir qual é a vida e a missão reservada aos casais e às famílias, na construção do Reino de Deus.

•a família (pais e filhos) tem uma missão evangelizadora insubstituível em seu interior, em sua comunidade local e na evangelização universal; •a família necessita de um serviço pastoral que a ajude a ser e atuar como família missionária; •é urgente que cada diocese, cada paróquia, cada movimento familiar, os diversos agentes de pastoral e sobretudo cada família, em comunhão e com o apoio das Pontifícias Obras Missionárias, trabalhem para promover e formar, mediante serviços concretos de animação, comunhão e cooperação missionária, outras famílias missionárias; •produzir e fazer troca de materiais e experiência da família missionária entre todos os países, através das direções nacionais das Pontifícias Obras Missionárias; •incluir o tema da missão evangelizadora da família dentro das reflexões do próximo COMLA e que continue contando com a participação das famílias missionárias dentro das delegações nacionais. Tivemos em Belo Horizonte um exemplo de como podemos ser missionários pela cooperação e comunhão. As paróquias da Arquidiocese Metropolitana se mobilizaram. Centenas e centenas de famílias se uniram

Cecília e Hamilton Alves dos Santos CRR!Minas li 15


A

ENcícucA SoBRE A

REUNIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS PE. FLÁVIO CAVALCA DE CASTRO,

C. Ss. R. {*)

m 25 de maio, João Paulo 11 do bispo de Roma, da comunhi.o com a publicou uma carta encíclica Igreja de Roma, da plena unidade e da sobre a reunificação dos cris- evangelização. Quanto à continuação do diálogo, tãos que, conforme o costume, ficará conhecida pelas suas palavras iniciais salienta o Papa cinco pontos principais UT UNUM SINT (Para Que Sejam em torno dos quais precisa buscar o Um). Confesso que duvidei um pouco consenso de fé: 1. a relação entre S. Escritura e Tradição; quando vi os M. C. S. 2. Eucaristia, como destacando certos ponsacramento e sacrifítos. Fiquei contente, A primeira cio; 3. o ministério mas ao mesmo tempo parte da ordenado sacramenpensei que estivessem tal; 4. o magistério do encíclica fala imaginando coisas. papa e dos bispos; S. a A primeira parte sobre o Virgem Maria (n° 79). da encíclica fala sobre Imediatamente anempenho da o empenho da Igreja tes coloca um princípio católica em favor da Igreja católica fundamental, nem semreunificação dos crisem favor da pre levado em conta, no tãos, lembrando o que passado e no presente: foi feito até agora e tamreunificação Na procura da unidabém os princípios que dos cristãos, de visível necessária e orientam esse esforço. suficiente é preciso não A segunda parte aprelembrando o impor outras obrigasenta os frutos que já se que foi feito ções além das indisconseguiram. Aqui pensáveis (grifo sematé agora e pretendo demorar-me pre meu). E logo em sena consideração da tertambém os - guida, no mesmo no 79, ceira e última parte. princípios que lembra que p ecisa eviNessa parte da tar que (a busca da uniEncíclica, João Paulo orientam esse dade) se acomode a so11 fala do caminho que luções aparentes, que esforço. ainda resta percorrer não chegariam q nada para chegar à unidade. de estável e sólido. Fala da continuação e da intensificaA partir do no 88 fala-se do ministéção do diálogo, da aceitação dos resu ltados já conseguidos no diálogo an- rio de unidade do bispo de Roma. Teterior, do ecumenismo espiritual e do nho a impressão que nesse ponto esteja testemunho da santidade, da contribui- o passo mais importante dado pela encíção dada pela Igreja Católica na busca clica no caminho da busca da unidade. da unidade, do ministério da unidade Vamos ver rapidamente.

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E o Papa diz para si e seus sucessores: Toda esta lição do E /h J vange o ueve ser constantemente relida.

• Unidade dos • A Igreja Católica está consciente cristãos. E contide conservar o minisnua: isso "sobretério do sucessor de tudo quando consPedro como fundatato a aspiração ecumênica da mento visível e perpétuo da unidade, e tem - - - - - - - - - - - - - - - maior parte das a obrigação de levar esse bem às ou- Comunidades cristãs, e quando ouço tras Igrejas. Esse ministério é serviço a solicitação que me é dirigida para ene não dominação. contrar uma forma de exercício do pri• Nessa convicção da Igreja Cató- mado que, sem renunciar de modo allica está uma dificuldade para a maior gum ao que é essencial da sua missão, parte dos outros cristãos cuja memória se abra a uma situação nova. Durante está marcada por certas recordações um milênio, os cristãos estiveram unidolorosas. E nisso pode ter havido cu!- dos pela fraterna comunhão da fé e da pa dos que desempenharam esse minis- vida sacramental. Quando entre eles surtério em favor da unidade. giam dissensões acerca da fé ou da dis• Felizmente o primado do bispo ciplina, era a sé de Roma que, de code Roma está sendo estudado por pes- mum acordo os resolvia" (no 95). • E João Paulo continua lembransoas e organizações que procuram a reunificação dos cristãos . Falando so- do o que disse noutra ocasião: "por vábre esse ministério do primado, João rias razões, e conta a vontade de uns e Paulo 11 lembra (e é bom que o lembre de outros, o que era um serviço pôde para muitos) que esse ministério "tem manifestar-se sob uma luz bastante sua origem na misericórdia multifor- diferente" (n° 95). me de Deus, que converte os corações • E o Papa dá mais um passo, die infunde a força da graça quando o zen do que essa é uma tarefa imensa discípulo sente o sabor amargo da sua "que sozinho não posso levar a bom fraqueza e miséria. A autoridade pró- termo. A comunhão real, embora impria deste ministério está posta total- perfeita, que existe entre todos nós, não mente a serviço do desígnio misericor- poderia levar os responsáveis pelas dioso de Deus ... " (n° 92). O sucessor Igrejas e os teólogos a instaurarem de Pedro sabe que deve ser sinal de comigo, sobre este argumento um dimisericórdia. E o papa diz para si e álogo fraterno, paciente, no qual nos seus sucessores: "Toda esta lição do pudéssemos ouvir; pondo de lado estéEvangelho deve ser constantemente reis polêmicas, tendo em mente aperelida, para que o exercício do minis- nas a vontade de Cristo para a sua tério petrino nada perca da sua auten- Igreja ... ?" (no 96). ticidade e transparência" (n° 93). Em todo o conjunto de uma encí• Com o poder e autoridade sem clica, sem dúvida nenhuma de imenso os quais ta/função seria ilusória, o bis- valor e oportunidade, parece-me imporpo de Roma deve assegurar a comu- tante destacar esses pontos. Neles vejo nhão de todas as Igrejas. É assim o pri- algo de novo e que pode de fato ajudar meiro servidor da unidade (n° 94). Isso na busca da unidade. sempre na comunhão e co-responsabilidade dos bispos todos da Igreja (no 95). (*)C. E. da Carta Mensal 17


CELEBRAÇÃO DO (ANO SANTO- 2000)

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nossa Carta Mensal já rouxe e tem trazido aqui reflexões sobre o Ano 2000, o terceiro milênio que vem vindo aí. Hoj~ voltamos ao assunto. E importante. Deixo aqui com você outros pensamentos que ajuntei depois de ler o documento de João Paulo 11 sobre o Grande Jubileu do ano 2000. A Graça do Ano Santo No dia 1Ode novembro do ano de 1994, décimo sétimo de seu pontificado, João Paulo 11 escreveu uma Carta Apostólica sobre o Terceiro Milênio (Tertio Millennio Adveniente). Este doeumento pontifício é dirigido aos bispos, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos e religiosas, a todos os fiéis leigos. É uma ajuda de preparação para o ano 2000, data do próximo e grande jubileu. O Papa generosamente quis conceder, às famílias do mundo inteiro, outra ocasião extraordinária de perdão, de conversão, de alegria, de esperança, de renovação espiritual. Os dois mil anos do nas-

3º MILÊNIO

cimento de Cristo - prescindindo da exatidão do cálculo cronológico - representam um jubileu extraordinariamente grande não só para os cristãos, mas, indiretamente, para a humanidade inteira. (no 15). E este jubileu deverá ser uma nova primavera de vida cristã. (n° 18). E, por isso, através do Papa, a Igreja está convidando as famílias e todos os fiéis a usufruir mais amplamente este ano de graça, ano de remissão dos pecados e das penas pelos pecados, ano de reconciliação entre os adversários, ano de múltiplas conversões e de penitência sacramental e extra-sacramental. (no 14) Como Celebrar o Ano 2000 • Nossa Resposta Tudo vai da preparação. Conforme for a preparação, assim será o êxito, ou não, das coisas. A Igreja está se preparando para o Grande Jubileu e está convidando os casais e as famílias para, neste período que antecede o ano 2000, se prepararem igualmente. As Equipes de Nossa Senhora e todos 18

quantos integram um Movimento Eclesial não podem ficar insensíveis a este apelo. É necessário que a preparação para o Grande Jubileu passe, certo sentido, através de cada família. (n< 28)

• E Como Celebrar? 1°. A Preparação Próxima já foi feita. 2°. A Preparação !mediata está acontecendo ... e ela será intensificad:t nos últimos três anos ( 1997-99) antes de 2000. Será sempre uma grande oração de louvor e agradecimento sobre tudo pelo dom da Encarnação do Filho de Deus e da Redenção por Ele operada. (n° 32) 3°. Desde os primeiros até nossos dias, todos os Anos Jubilares têm sido celebrados com o mesmo fervor, com a mesma esperança, com a mesma finalidade e objetivos:- o Ano Santo é sempre um Ano de Graça, um Ano Extraordinário de Salvação, um Ano de Renovação para a lgreja e para o Povo de Deus, um Ano de Reconciliação com Deus e com os irmãos, um Ano Extraordinário de Celebração esperançosa da Morte e da


Ressurreição de Cristo, Fi lho de Maria, a jovem de Nazaré que, há 2000 anos, trouxe ao mundo Aquele que é o mesmo ontem, hoje e sempre. 4". Toda a nossa vivência cristã, todas as nossas atividades pastorais e familiares, a partir de agora deverão estar mais e mais permeadas pelo espírito e pelo clima do Ano Santo. E você já pensou que tudo está sendo proposto para ser vivido e preparado ao jeito de Maria? Ela é caminho para Jesus. Ela encarna o modelo e o exempio que a Igreja espera e deseja ser. (n" 43, 48, 54 ... ) 5". Nesta virada de século, a Igreja deseja que todos procurem redescobrir e valorizar os Sacramentos da Confissão e da Comunhão em sua vida pessoai e comunitária. A prática da Confissão e da Comunhão Eucarística são as duas principais condições para se participar mais frutuosamente da preparação e da celebração deste Grande Jubileu . O ano 2000 será intensamente eucarístico. Em Roma, por ocasião do Jubileu, será realizado um Congresso Eucarístico Internacional. No sacramento da Eucaristia o Salvador; que se encarnou no seio de Maria há vinte séculos,

O Papa generosamente quis conceder, às famílias do mundo inteiro, outra ·ocastao extraordinária de perdão, de esperança, de renovação espiritual. continua a oferecer-se à humanidade como fonte de vida divina (n" 55) 6". De acordo com a programação das paróquias e das dioceses, as Celebrações Comunitárias dentro da preparação e da ceiebração do Ano Santo2000, início do 3" milênio do Cristianismo, serão muitas e diversas. Tais celebrações (Missa - Ceiebração da Palavra - Hora Santa-Festa do padroeiro - Campanha da Fraternidade- Novena do Natal Peregrinações - Via-Sacra -Reunião de Equipe etc.) devem ser acompanhadas e revestidas por obras de caridade, por algum gesto concreto de solidariedade especialmente em favor dos nossos irmãos excluídos, dos doentes, dos marginalizados, dos injustiçados, dos que sofrem no corpo e no espírito, das fa19

mílias sem emprego, das paróquias mais pobres. 7". É claro que haverá ainda muitos outros meios e subsídios para formentar uma digna preparação para o Ano 2000, que já está próximo. Os bispos, os padres, os leigos, as famílias encontrarão outras iniciativas, que serão capazes de trazer, para mais perto das misericórdias divinas, as crianças, os jovens, os idosos, os pequenos, os simples, os católicos ocasionais. O que importa é que este tempo agora, um acontecimento tão rico para a Igreja e para cada um e cada uma de nós, seja verdadeiramente um tempo de graças, de perdão, de indulgência, de conversão, de j ustiça, de esperança e alegria. Para você refletir em particular ou em grupo 1. O que você acha do Ano Santo? Ai nda tem sentido nos dias de hoje? 2. O que a sua Comu nidade (família ou equipe), desde já, pode começar a fazer como gesto de solidariedade e como preparação para o jubileu-2000?

Pe. José Oscar Brandão, redentorista. Equipe I- Aparecida-SP


Formação

ESTE MISTÉRIO É GRANDE (Ef 5, 21-33) (Rep roduzimos aqui a homilia de Dom Paul-Marie Guillaume, bispo de Saint-Dié, p ronunciada em Lou rdes no dia 15 de julho de 1994.)

viver uns sem os outros. 20


Assim, Deus é Pai porque dá tudo existência da fanu1ia, a graça do sacrao que Ele é e tudo o que Ele tem a seu mento do matrimônio está sempre aginFilho. Deus é Filho porque recebe tudo do, não é mesmo? o que Ele é e o que tem de seu Pai e o O perdão retribui da mesma forma a seu Pai. Deus É importante situar a esse nível o é Espírito porque é o Amor infinito do amor conjugal e filial para, na verdade, Pai e do Filho; é o dom do Pai ao Filho poder falar sobre tudo o que se opõe à e dom do Filho ao Pai. sua plena realização. Se, em Deus, o O Pai não pode existir sem o Filho. amor não tem necessidade de chegar até O Filho não pode existir sem o Pai. O o perdão- pois cada pessoa divina é abEspírito Santo não pode existir sem o solutamente perfeita- sabemos bem que Pai e o Filho. aos olhos dos homens Esta comunhão o amor de Deus é uma pessoal de vida e de ternura plena de miseamor em Deus é a fonMuito ricórdia e perdão. te e modelo da comuEsta qualidade do freqüentemente nhão pessoal e de amor divino faz parte amor entre o homem e confundimos da graça do sacramena mulher no casamenindivíduo com to do matrimônio. O to, entre pais e filhos dom mútuo do amor pessoa. na família. entre os esposos, entre Cada um vive para os pais e filhos, deve os outros, no respeito ir até o perdão, senão da personalidade de cada um. O amor o vínculo conjugal estará sujeito a se mútuo dos esposos, dos pais e dos filhos, distender e romper, o tecido familiar estrutura cada pessoa que é então reco- corre o risco de se dilacerar, num pronhecida no mais profundo de seu ser. cesso doloroso. O amor (muitas vezes reduzido a O perdão não é remalhamento suuma produção efêmera ou à satisfação perficial; ele provém das profundezas do de uma paixão individual) é na realida- coração. Ele vai além de todos os obstáde o dom de si mesmo, generosamente culos, de todas as dilacerações. Ele é outorgado ao outro, para que ele possa capaz de dar um novo frescor, uma nova ser plenamente ele mesmo. E esse amor juventude, à promessa do amor inicial. recebido, por sua vez, deve transformar- Esse perdão só é possível quando cada se em amor oferecido para o maior bem um em particular acolhe o perdão de do ser amado. Ser capaz de amar desse Deus. É aqui que vislumbramos a imporjeito, e ser desse jeito amado, eis a grantância do sacramento da Penitência e da deza, a responsabilidade da pessoa huReconciliação para assegurar a solidez e mana ... Esta é a sua dignidade. permanência da fidelidade no amor. Fique bem claro que para amardesse modo o coração do homem e da mulher tem necessidade de, dia após dia, Tradução de Maria Célia acolher o Espírito do Amor que existe em e João de Laurentys Deus Pai, em Deus Filho. Ao longo da Equipe da Carta Mensal 21


A

P o sTURA oo C ASAL E QU IPISTA

N O S ERVIÇO

O

casal equipista deve ser um casal cristão que caminha como Igreja na forma peculiar que as ENS proporcionam: •sendo cada vez mais casal plenamente humano, vivendo em plenitude o sacramento do matrimônio; •gerando e transmitindo vida, organizando-se em família, em todas as suas dimensões. Homem e mulher transformam-se em sacramento, permitindo, através da vivência no amor gratuito e total, que Cristo se encarne; tornando-se presença real dando-se continuamente ao Pai como oferenda para a continuidade do projeto de salvação da humanidade. Como protagonistas do sacramento do próprio matrimônio, doam-se a si, aos filhos e ao mundo mediante compromissos e engajamentos capazes de promover a paz e a justiça, impregnando de valores evangélicos todos os corações e promovendo a comunhão. A postura de serviço do casal equipista é um pouco o Sim de Maria. A força motriz da vida de Maria assenta-se sobre o" Faça-se em Mim Segundo a Tua Palavra". Submeter sua vida à vontade de Deus foi o que a fez estar atenta à sua palavra, guardá-la no seu coração, saboreá-la e, por fim, pô-la em prática numa coesão entre a oração e a vida. A atitude de serviço de Maria pode ser a nossa atitude. A sua transformação pode ser a nossa, pois a nossa vida de casal c de pais é também vivida como um processo por vezes difícil, mas isto serve para nos amadurecer pouco a pouco, e serve também para nos con-

duzir ao diálogo, à solidariedade, à valorização da pessoa humana. Para isto precisamos buscar a espiritualidade pela Escuta da Palavra e pela Oração. O homem, hoje, abre mão de estruturas organizadas em favor da espiritualidade. E nós temos de testemunhar que isto é possível no contexto da sociedade em que vivemos. Quando Maria soube que sua prima Isabel, de idade avançada, estava grávida não pensou em si mesma, em sua própria gravidez. Ela se pôs a caminho. Numa atitude de serviqo ela foi lá e ficou lá. E a casa de Isabel não foi a mesma a partir da presença de Maria. O mundo também deve transformar-se porque nós nos fizemos presente nele. Para que assim ocorra precisamos deixar-nos iluminar pelo Evangelho de Jesus Cristo e anunciar com alegria e felicidade a comunhão pelo casamento. Liberto o casal vive todo o vigor do ser conjugal, na fé no movimento, sintonizando o seu proceder ao tempo, alegrando-se com a felicidade e com a paz. Missionários da boa nova da libertação e evangelizadores do futuro.

A postura de serviço do casal equipista responsável de uma equipe é Um Chamado do Senhor a um An~or Maior - O Senhor pergunta três vezes a Pedro: "Pedro, tu me amas? Tu me amas mais que os outros?" Essa é a única pergunta, a única condição-colocada pelo Senhor que, após a resposta afirmativa diz: "Apascenta minhas ovelhas". A primeira pergunta que o Senhor nos faz antes de confirmar numa responsabilidade é uma pergunta sobre o amor.

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• Um Chamado à Conversão - Renovados no espírito, Cristo nos convida a escutarmos os outros e aprendermos com eles a nos conhecermos verdadeiramente.

• Um Serviço com Desapego Pedido ao Ca sal - É o sacramento do

Muitas talhas estão vazias, e quem sabe seremos nós as únicas mãos capazes de possibilitar que as mesmas se encham de todo o necessário para a grande caminhada.

matrimônio a fonte de nossa fecundidade no serviço e é como casal que somos sinal para os outros. É como casal que, a exemplo de Maria, devemos partir para a missão. Ir para a comunidade. Acabou o tempo de esperar. Nós devemos partir. E, lá estando, ouvir, sensibilizar-nos conviver c partilhar todas as formas de vida que se apresentam. Devemos acolher, comungar e, por fim, caminhar juntos, nunca esquecendo que somos pessoas escolhidas e em situação de privilégio com relação a muitos cristãos. Muitas talhas estão vazias, e quem sabe seremos nós as únicas mãos capazes de possibilitar que as mesmas se encham de todo o necessário para a grande caminhada.

• Um Serviço na Igreja Dentro do Movimento- Somos leigos trabalhando para fazer da igreja O Povo de Deus, através do movimento das ENS, fertilizados pela palavra de Deus e pela Eucaristia. Por outro lado exige de nós: • Respostas de gratidão diante das maravilhas que Cristo opera em nós com a certeza de suas mãos em nossas mãos· , • Respostas de abandono e abnegação~ E preciso crer que os dons que temos são os necessários, no momento, para o serviço que nos é confiado e que na nossa doação partilhemos sem reservas;

•Uma capacidade grande de ouvir Ouvir o inaudível nos apelos do Senhor que se oculta nos rostos das pessoas. Que vinhos estão faltando? Mas é também ouvir para descobrir as riquezas humanas escondidas e que o barulho do mundo faz questão de sufocar; • O acolhimento e a sensibilidade- Caminha-se no amor ou pe la força . Acolher a vida com coragem, esperança e ressurreição. Não amamos para sermos felizes. Amamos e então somos felizes. A felicidade não é feita de justiça, é de graça; • Caminhar como povo- Cristo dá o sinal de que é capaz de transformar nossa vida de maneira que possamos viver a grande festa da felicidade. Por que é que nós esquecemos tanto disto? Convidados às Bodas de Caná, começaremos por estar atentos e bem presentes na real idade que nos cerca. Depois escutaremos a palavra do Senhor e a confrontaremos com nossa vida e, finalmente trabalharemos para partilhar a água que temos, com a finalidade de cumprirmos nossa missão, pois ainda faltam muitos tipos de vinho para as Bodas da Terra.

Marilda e Ronei de Ross CR Setor Serra RS Palestra no EA CRE/95 Veranópolis/RS (março/95) 23


A

ORAÇÃO NA VIDA DA EQUIPE*

•Retiro das Equipes de Nossa Senhora I João Pessoa- Colégio Pio X- 24.04.94

• uso da nossa liberdaI. A oração na vida as decisões a serem tomade. Nem sempre a oração da equipe é proporcional das etc. Neste segundo senti- é um movimento esponà oração na vida dos seus componentes. A oração do, orar é refletir com tâneo. Temos de assumifeita em comum na equi- Deus sobre as coisas da la propositadamente. A pura espontaneipe favorece, ensina, esti- vida, avaliá-las com os mula a oração dos seus critérios d 'Ele, agrade- dade faz nos vi ver frecer-lhe, louvá-lo, pedir qüentemente à mercê dos componentes. A oração tem dois sua luz, seu conforto, sua nossos instintos, recaiaspectos fundamentais força, oferecer e oferecer- ques, complexos . A oração na equipe, se confiantemente, pedir interdependentes: desculpas, prometer me- na vida familiar, na comu• oração como atos. • oração com o hábito, lhorar, renovar-se na fé, nidade eclesial da qual fazemos parte, ajuda-nos postura existencial, ma- na esperança, no amor. .. nestes momentos de crise neira de viver e de ser. da nossa vida de oração. Não se identificam, 4. O exercício da oramas não se chega ao seNem ção nos seus diferentes mogundo aspecto sem passar sempre..,. a dos traz frutos preciosos: pelo primeiro e nele con• visão mais pr funda da oraçao e um tinuar a exercitar-se. Por vida. outro lado, os atos de oramovimento • aumento de fé, de esção devem visar o segunespontâneo. perança, de amor do para que a oração se • mais compreensão, patorne um hábito, uma posOs dois tipos deveriam ciência, segurança, paz e tura, uma maneira de vise misturar no nosso dia- alegria ver e de ser. • maior equi!Jbrio em todo 11. A palavra oração a-dia. Um ajuda o outro. 111. A oração nos o nosso agir: conosco mestem dois sentidos, pelo seus vários sentidos e as- mos, na família, no trabamenos. lho, no lazer, na participaUm sentido mais es- pectos supõe e exige: • consciência de sua ção na equipe e na comutrilo: orações formais (terço, novena, orações necessidade. É claro que nidade civil e eclesial. .. A Oração é o Oxigêescritas, formulaçõe s já somos nós os responsáveis pela nossa vida e nio que Traz Vida a Todo feitas ... ) Outro mais amplo, pela nossa missão nela. o Nosso Ser e à Toda a mais profundo: conver- Mas Deus comunica-nos Nossa Atividade. sar com Deus a partir das os dons e as graças de que circunstâncias da vida, precisamos para exataPe. Fábio Bértoli das leituras que se estão mente sermos responsáCEdas Eqs. 1,2,3 e 4 fazendo, das conversas veis e esclarecidos nesta João Pe. soa- PB com outras pessoas, sobre nossa responsabilidade; 24


UMA NovA IMAGEM oo CASAL ue imagem de casal se tem hoje? Se consultarmos os veículos d o nicação, já sabemos o que vamos encontrar. Nos jornais diários, vamos achar uma pequena amostra, quase toda fornecida pelos registros policiais, onde o relacionamento violento é a tônica das manchetes, anunciando casos de finais dramáticos. As revistas e colunas sociais apresentam-nos todo o colorido das múltiplas uniões, dos novos casos das celebridades, da interminável sucessãode recasamentos, fazendo, por vezes, comentários escandalizados de exóticas personalidades que ainda vivem o primeiro casamento, com tiradas irônicas sobre uma moda ultrapassada. Nas telenovelas, então, os casais bonitos, vitoriosos e sedutores são aqueles das segundas e terceiras uniões, que tiveram de lutar para sair de casamentos sufocantes e rotineiros. O casamento tradicional, que retrata fidelidade e valores de permanência, é pintado de careta, não escapa do ridículo. Presentemente, estamos assistindo até a uma nova tendência: a

de legalizar e organizar os direitos de casais do mesmo sexo, e vemos a mobilização frenética de homossexuais pressionando os parlamentares para aprovação de um projeto de lei neste sentido. N4ma total desordem de critérios querem criar a união estável para

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Questionemonos, que imagem de casal nós passamos, em casa para os filhos, no trabalho para os colegas, na rua para os vizinhos, na vida comunitária, entre os irmãos da equipe, no lazer... Vendo o nosso exemplo os jovens sentem-se entusiasmados com o casamento? lésbicas e homossexuais, enquanto estimulam cada vez mais a dissolução do vínculo entre o homem e a mulher, quase ao ponto de destruí-lo. Neste momento histórico tão grave, é esperada uma resposta muito concreta dos casais das Equipes de Nossa Senhora. Uma posição firme que esteja à altura das exigências da situação, capaz de enfrentar as crises e dificuldades nesta área do casamento e da família, como foi bem frisado por Mariola e Elizeu, no último Encontro Nacional. Pode-se dizer que esta resposta de coerência compete a todos os casais cristãos, mas de modo muito peculiar a nós, casais equipistas, porque somos chamados a uma trilha mais ousada, a um projeto de vida especial de caminhada conjunta, a dois e em comunidade, com o propósito de sermos cada vez mais sinais de amor transformador no mundo.

Questionemo-nos, em nossas meditações e no dever-de-sentar-se que imagem de casal nós passamos, em casa para os filhos, no trabalho para os colegas, na rua para os vizinhos, na vida comunitária, entre os irmãos da equipe, no lazer... Vendo o nosso exemplo os jovens sentem-se vntusiasmados com o casamento? O u, pelo contrário, desmotivam-se? Já pensamos por que os jovens se casam e logo se separam, com tanta faci lidade, ou optam por não se casar? Nós, casais, temos uma issão apostólica específica e insubs ituível que consiste em sermos portadores da boa-nova do casamento e da família. Nosso papel, na Igreja e no mundo, é enfrentar este desafio, preparando nossas famílias e comunidades p ra sermos fiéis ao nosso carisma e vocação. O amor, traduzido em gestos concretos, é o maior milagre que podemos realizar num mundo tão indiferente e individualista. Esse amor vai existir a partir do momento que perm itirmos que o Espírito Santo arda em nós e nos encorage a assumirmos uma postura e um modo de vida conforme aos princípios evangélicos em que acred itamos . Vem chegando a hora, e ela está aí, de mostrarmos uma nova imagem do casal, audaciosamente diferente da que vem sendo imp?sta pela anti-cultura predominante. E uma convocação de emergência, que Cristo nos faz: "Ide depressa por todo o mundo e anunciai com alegria a boa-nova do amor conjugal a todas as criaturas".

Maria da Graça e Eduardo Barbosa CR-Regional Rio Grande do Sul

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Vida do Movimento R EUNIÃO DO C OLÉG IO I N T ERNAC IONAL Queridos irmãos equipistas Queremos hoje coparticipar com vocês a bonita experiência que vivemos na última reunião do Colegiado Internacional. Esta reunião realizou-se na cidade de Dublin, na Irlanda, dos dias li a 16 de julho próximo passado, estando presentes, além de toda a equipe da ERI, todos os responsáveis pelas Supra-Regiões e algumas Regiões Isoladas, inclusive alguns Conselheiros Espirituais destas. Tanto a abertura de boas vindas como o encerramento do Encontro foram feitos pelo casal Cidinha e Igar,

atuais responsáveis pela coordenação da ERI. Nós estávamos participando pela primeira vez como Casal Responsável da Supra-Região Brasil, bem como os casais de Portugal, Inglaterra e Alemanha. O programa foi estruturado de forma a termos a cada dia uma conferência pelo Padre Cristobal Sàrrias S. J. (atual Conselheiro Espiritual da ERI e do Movimento a nível mundial) e uma celebração eucarística animada no primeiro dia em espanhol, no segundo em francês e italiano, depois inglês, português e, no domingo, em todas as línguas. As

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....

E

interessante notar que, quando o ideal é o mesmo, não existem barreiras nem fronteiras. colocações do Padre Sàrrias foram centradas basicamente noseguimento de Jesus Cristo e seu projeto para o homem. Outro momento in teressante foi apresentação


dos balanços tanto da ERI como das SupraRegiões e Regiões Isoladas. Após estas apresentações, que tomaram todo o dia da quarta-feira, passou-se à apresentação das propostas de trabalho e às reuniões por grupos linguísticos. Tivemos também um grupo com o atual Casal Ligação da ERI. A propósito, o Brasil, Itália e Bélgica passaram a ser ligados pelo casal português Te resa e Duarte Cunha. Nos grupos foram tratados os seguintes assuntos: Catequese, Regra de Vida e Nossa Missão: Ser Casal Cristão Hoje. I nicialmente era feita uma pequena colocação por algum casal da ERI e em seguida tínhamos os trabalhos em grupos. No penúltimo dia foi feita a apresentação do projeto Evangelização da Sexualidade, tendo sido em seguida proposto um debate entre os participantes sobre como dar continuidade a este trabalho: sua distribuição, su a apresentação à hierarquia da Igreja, desdobramentos dos estudos, continuidade c aprofundamen to, etc . Nós trouxemos o traba-

lho já traduzido para o português, sendo que, em nossa próxima reunião da ECIR, iremos definir como fazer para que o mesmo chegue às mãos dos nossos casais equipistas.

Embora as necessidades e urgências da. Europa seJam uma, da América do Norte outra e da América Latina outra diversa daquelas, podemos ter um trabalho em unidade e até mesmo de solidariedade. Como aspectos que nos marcaram mais profundamente podemos mencionar os seguintes: • A experiência inesquecível do encontro de

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casais de tantas I ínguas diferentes, onde muitas vezes nem todos se entendiam perfeitamente, mas sempre se faziam compreender. É interessante notar que, quando o ideal é o mesmo, não existem barreiras nem fronteiras. Jesus Cristo é o mesmo em todos os rincões do mund o. • Embora as necessidades e urgências da Europa sejam urna, da América do Norte outra e da América Latina outra diversa daquelas, podemos ter um trabalho em unidade e até mesmo de solidariedade, pois vemos que todos estão tentando aprofu dar-se numa vida em comunidade, buscando o seguimento de Jesus C risto. • Maria é a nossa grande Mãe e, por isso, podemos sentir claramente o seu amor maternal, quando vem os tantas equipes em locais e situações tão distintos procurando caminhos para que os casais e as famílias possam viver com a dignidade de filhos de Deus.

Maria Regina e Carlos Eduardo EC/R


A

CARTA M ENSAL VISITA AS

EN S

DO MÉXICO E GUATEMALA entemente, assei algu as semanas no México, em visita a uma de nossas filhas e duas de nossas netas que vivem naquele país, quando tive ocasião de manter um fraterno contato com as equipes da Região Mesoamérica (México e Guatemala). Alguns dias após minha chegada, telefonei para o Casal Regional Hortensia e Jean Claude (Nino) Duval para combinarmos um encontro. Ao saberem do meu trabalho na Carta Mensal, convidaram também Socorro e Humberto Perez que são o casal editor do Boletim daRegião Mesoamérica. Como essa região faz parte da Super-Região Hispanoamérica, a sua Carta Mensal é editada na Colômbia. O encontro aconteceu durante um gostoso lanche quando tive oportunidade de colher alguns dados sobre o nosso Movimento naqueles países. As ENS foram lançadas no México, há treze anos atrás, por um casal equipista colombiano que lá

ffi

foi viver por um ano . Na ocasião travaram conhecimento com um sacerdote que acompanhava o Centro Juvenil de Vivência e Apostolado, integrado por jovens casais, e do qual Hortensia e Nino faziam parte. Este foi o embrião das ENS no México, hoje Região Mesoamérica, desde há quatro anos, e atualmente assim distribuída:

•Setor México, D.F. •Setor Leon •Setor Águas Calientes •Setor Queretaro •Setor Guatemala

Naquela Região, o ano equipista inicia-se em junho (como na Europa) e seus grandes eventos são: • Novembro: Reun iões Inter-equipes • Dezembro: Festa com os filhos • Maio: Peregrinação às Basílicas e Eleição de Casais Responsáveis de Equipes. 29

11 eqs. 05 eqs. 04 eqs. 01 eq. (mais01 em formação) 08 eqs.

• Junho: Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipes Com relação ao Boletim da Região Mesaamérica, o mesmo é editado bimestralmente e a edição de Julho-Agosto de 1995 (Ano 11, no 8) já noticiou minha visita às equipes do México . Deixei com eles alguns exemplares da nossa Carta Mensal.


Em 21.07.95 (véspera de meu regresso ao Brasil) participei de uma Reunião Regional (equivalente ao nosso Encontro Nacional) com a presença de todos os CR Setor do México e Guatemala, além do CR Regional, Casal-Tesoureiro e CR do Boletim Informativo. Foi uma reunião de planejamento do ano-equipista. Os objetivos propostos foram: 1. Crescer em qualidade e quantidade 2. Unidade e identidade com o Movimento 3. Viver, mais intensamente, as Orientações de Fátima. A reunião foi realizada numa 6• feira

à noite e, domingo participar espiritual México.

no sábado e todos iriam de urn retiro na cidade do

Foram momentos muito ricos Foram momentos de muito ricos de co vivênconvivência cia fraterna e devo destacar a grande espirituafraterna e l idade dos casais com devo quem tive o privilégio destacara de me encontrar e, de grande · modo particular, a sua vida de oração, espiritualidade forte quando rezam, intensa e dos casais comunitariamente, pelas intenções particulares com quem dos equipistas, num vertive o dadeiro exercício de auprivilégio de xílio mútuo. me Maria Thereza Martins encontrar. Seabra Carta Mensal 30


45 Anos das ENS no Brasil

ExTRATos DA CoRRESPONDÊNCIA DO

PE.

CAFFAREL COM o

DR.

PEDRO

MoNcAu JR (2ª PARTE) 09.07.57: (Anotações tomadas pelo casal Moncau, por ocasião de uma reunião , em sua casa, com o Pe. Cafrarel e o Pe. José Bouchardambos da Congregação de Santa Cruz- e com a participação de Alice e Luciano Souza Marques e Mario de Jesus. Falouse sobre a organização do setor). • Organizar a Equipe de Setor, não para as necessidades de hoje , mas prevendo-se um número três a quatro vezes maior de equipes. • Para obter-se a dedicação dos casais é preciso levá-los a compreender o que significa, para o Brasil, o desenvolvimento das Equipes. • Salvaguardar a pureza da Reunião de Equipe. Defender, como algo de sagrado, as Equipes tais quais foram estabelecidas, para que elas sejam, realmente, escolas de santidade. • Deve ser um trabalho lento de penetração, trabalho humilde, trabalho de catacumbas .. . A

semente leva tempo para tornar-se árvore frondosa. • As três armas do chefe são: ·A meditação ·A cruz ·A caridade Não há fecundidade espiritual sem a cruz. É preciso consentir em morrer. Seguir a Cristo crucificado pela mortificação perseverante. E, no entanto, sede alegres. O apóstolo triste é, ainda, presa do egoísmo. Sereis capazes de levar a cruz, se souberdes que o Cristo está convosco. ( ... ) Há uma história secreta das Equipes( ... ) É a história dos sacrifícios, da mortificação, da cruz( ...) Nos setores onde há progresso, há o devotamento, há o sangue nas almas. É sempre verdade que o sangue dos mártires é sementeira de cristãos. Por isso, quanto maior a responsabilidade, maior a mortificação. Quanto mais a árvore atingir as alturas, tanto mais profundas devem ser suas raizes (...) Resumindo o que nos dissera nesses dias, 31

Pe. Caffarel quis, depois, acenar para a Missão das Equipes, para o trabalho a que se devem dedicar: "Eu vos conclamo a empreender, a levar avante, uma ação sistemática, organizada: fundar uma equipe em todos os pontos principais do Brasil. Lançar sobre vossa Pátria, uma imensa rede em que as Equipes sejam os nós (. ..) É preciso que cada equipe seja um viveiro de apóstolos. Formar equipes não é abandonar a massa. É suscitar apóstolos que irão prolongar a ação do sacerdote(. .. ) Às nossas Equipes do Brasil confio todas as Equipes da América. Perante o Senhor, em nome do Senhor, eu vos cohfio o trabalho a realizar (. .. )Tendo presente a terrível responsabilidade da hierarquia que se debate com a falta de clero, é preciso que as Equipes tomem posição junto dela. Sejam os membros das Equipes os mais dedicados, os mais devotados auxiliares da hierarquia, como um Estado-


Formar equipes é suscitar apóstolos que irão prolongara ação do sacerdote.

que, durante anoJ', o SeMaior, sempre humilde, nhor nos faz desejar, prosempre disposto a agir. curar, em vão, aquilo Os mais obedientes, os que, um dia, depois de mais diligentes, capazes catorze anos de espera, de pensar os problemas. de orações por parte de A hierarquia precisa de vocês, deveria ser-lhes vós. Ora, para responder oferecido pelas Equipes à dupla missão a que sois de Nossa Senhora. chamados - difusão das É, bem esta, a pedaENS, atividades ao ser- vos esvaziardes. Assim viço da Igreja, é preciso fazendo vós vos esgotareis, gogia do Senhor. Não só que o movimento seja sem poder levar nenhuma Ele dá, mas faz desejar, amadurecer o desejo, a forte e disciplinado: que mensagem. tenha a força, o vigor e Só há apóstolos na fim de poder fau r um a iniciativa das pessoas medida em que há almas dom maior, afim de que de ação, escudadas num de oração, de estudo, de o dom seja melhor receprofundo espírito de dis- meditação. Só assim esta- bido. É quasi inac reditáciplina. Cada equipe reis em condição de assu- vel verificar que, através deve ser forte. O Setor mir as responsabilidades dos oceanos e sem condeve ser forte. É preciso que vos forem confiadas". tato com o Centro , vocês que lhes deis o concurso 01.10.57 : ... " Vocês aprenderam, tão perfeida vossa colaboração: me ultrapassaram. Eu tamente, o espírito das fazer dele um setor forte lhes agradeço e estou Equipes e tenham realide pessoas fortes (. .. )" confu so. Com efeito, eu zado equipes tão perfei(No e n tan to, Pe. deixei de escrever-lhes, tamente Equipes de NosCaffare l adverte com após algumas semanas, sa Senhora. Quantas vetodo o vigor sobre os pe- sobre a inesquecível lem- zes, depois de minha volrigos da ação): brança que eu guardo de ta de São Paulo, depois "Sois generosos, minha estada em São de minha volta das Amésois devotados. E, por Paulo (. .. ) Sua carta to- ricas, bendisse o Senhor isso mesmo, sois solici- cou-me muito, como to- por isso! E, recentementados pela ação. Mas eu cou-me a maravilhosa te, em nossa Sessão de vos suplico: nunca amizade que vocês me Quadros, os 150 memdeixeis de vos formar. Se testemunharam durante bros das Equipes que lá a ação não vos permitir minha estada no Brasil estavam ficaram, profuncontinuar a vossa forma- (. .. ) Eu fiquei muito im- damente, comovidos ao ção, a ação vos perderá. pressionado, como tive conhecerem os cam inhos A Igreja do Brasil preci- ocasião de dizer-lhes di- da Providência no Brasa formar os homens do ante dos casais de suas sil. Seu lar, suas aspiraf uturo. Eles serão forma- equipes, pela conduta ções, seu desejo de sandos pela oração e pelo providencial dos aconte- tidade e de uma intimiestudo (. .. ) Não sucum- cimentos no Brasil, no dade espiritual entre os bam à tentação de vos que se refere às Equipes: dois estarão presentes na dardes sem medida, até impressionado em ver minha missa e na minha oração". 32


Nossa Biblioteca

• O Monopólio do Sagrado, Francisco Catão e Magno Vilela, Editora Best Seller, 359 pg.

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111[11

Obra profunda e de leitura indispensável, sobretudo aos cristãos verdadeiros interessados em aprofundar-se na Fé e divulgar a Boa Nova . Sem dúvida, expõe posições delicadas, porém, o agora da humanidade assim o exige, pois, não há como negar, vivemos um momento de crise profunda, de gestação de um novo milênio, o terceiro da era cristã. O livro é um acicate a sairmos das nossas couraças protetoras e vermos o Cristo sob as luzes do novo mundo que chega.

• Carta Encíclica Ut Unum Sint (sobre o empenho ecumênico), João Paulo II, Edições Loyola, 79 pg. Cut.a Enc•di.:õl UI U1u1rn 'ti,t

.

O atual Papa, como Paulo VI, almeja e expõe seu claro objetivo de reencontrarmos juntos, com as Igrejas irmãs, a plena unidade na legítima diversi dade. "Deus concede-nos receber na fé, este testemunho dos apóstolos. Por meio do batismo somos um só em Cristo ". Durante séculos celebramos juntos os Concílios Ecumênicos, que defenderam o depósito da Fé, de o e-mpt"nho ecu nwnico qualquer alteração. As portas do 3o milênio, procuramos o restabelecimento da plena comunhão entre estas Igrejas irmãs. Todos nós, inseridos na Igreja, sob o pastoreio de João Paulo II, tomemos conhecimento dessas diretrizes de Roma e acompanhemos sua caminhada rumo ao Pai. Desde já tentemos o recíproco conhecimento, a oração comum e o diálogo com as Igrejas irmãs.

JOAO PAULO 11

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Notícias e Informações

Comemorações •Bodas de Diamante - 60 anos Suzana e João Batista Villac Eq. 1 - Setor- O - São Paulo •Bodas de Ouro- 50 anos Alvina e Leonardo Kuhnen Eq. 2 - Blumenau - SC. •Bodas de Rubi- 40 anos Angelina e Moacyr da Rocha Eq. 18 - Araçoiaba da Serra - SP

Nova Equipe: Região Rio 111 Eq. 11 0/C- N.S. da Luz Nº de casais: 06 CE: Pe. Bonfim CP: )uçara e Henrique (Eq. 68C)

jubileu de Prata As equipes de Blumenau- Santa Catarina comemoram, este ano, o seu jubileu de prata. Há 25 anos, foi fundada naquele município a Equipe de Nossa Senhora Rainha da Paz.

Volta ao Pai •Jorge Landin Clemente (da )esuina), Eq. 6 - São José do Rio Preto - SP. 22 de junho •Gilberto Rosman, (da Lidia), Eq. 1, Setor A - Rio de janeiro - R). 6 de julho •Pe. Joaquim Salvador C.E. da Eq. 04/0 de São Paulo- SP Era carinhosamente chamado de padre sorriso por sua alegria interior. Atuava no Instituto Teológico Salesiano.

Equipes de jovens de Nossa Senhora Foi realizado um Encontro Internacional, em Zipaquirá, Colômbia, de 23 a 29.07.95, com aproximadamente 200 participantes. Apesar das dificuldades financeiras a delegação brasileira contou com 42 jovens, além do C. E. Pe. Leles e três casais acompanhadores de equipes de base. Sob o tema geral, "Assim como o Pai me enviou eu também vos envio" Oo 20,21 ), o Encontro, apesar dos problemas de comunicação linguística atingiu, plenamente, seus objetivos, e seus frutos, certamente, começarão a surgir. A sede do Movimento que desde sua fundação (1976) era na França, foi transferida para Portugal.

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Distinção Papal a Conselheiros Espirituais Pe. Francisco Salles Bianchini e Pe. Agostinho Stahelim, Conselheiros espirituais das ENS de Santa Catarina, foram agraciados com o título de Monsenhor. Equipes em Pilotagem Beth e Rômulo, até há pouco, Casal Responsável da EC/R, assumiram a Coordenação Geral das Equipes em Pilotagem em Ribeirão Preto - SP., mostrando que a missão nunca termina, sejam quais forem os cargos que se venha a ocupar no Movimento.

Revista Família e Vida O primeiro número começou a circular em princípios do mês de agosto passado. Em 15.08.95 (Festa da Assunção de Nossa Senhora) numa Celebração Eucarística, presidida por O. Claudio Hummes, Bispo de Santo André, SP e responsável pelo Setor Família da CNBB seguida de lanche de confraternização, aconteceu o lançamento oficial da revista.

Experiência Gratificante com os Filhos Excelente experiência vem realizando a Equipe 46, de N. Sil da Piedade, de Brasília - DF. Preocupada com a atitude que deve ser tomada pelos casais e pelas equipes para orientar os filhos e para fazer com que eles aprendam a ser Igreja e viver a fé cristã, resolveu formar uma equipinha com os filhos dos casais da equipe. A "equipinha" se reune informalmente 4 vezes por ano, e, com a ajuda dos pais e do Conselheiro Espiritual, tem interessante e movimentada programação de atividades.

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Maria

INvocAçõEs A NossA SENHORA

D

ando continuidade ao elenco de invocações com que as Equipes de Nossa Senhora honram a Virgem Maria, veremos como surgiram as devoções que comemoraremos neste mês de outubro.

Nossa Senhora Aparecida É fato histórico que, pelos idos de 1717, três pescadores foram encarregados de pescar todo o peixe que pudessem para um farto banquete que a Câmara da cidade, na época Vila Guaratinguetá, pretendia preparar para o Governador das províncias de S. Paulo e Minas Gerais, D. Pedro de Almeida. Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso lançaram suas redes no Ri o Paraíba. Profissionais habituados àq uele trabalho, tentavam lançar as redes, aqui e ali , sem nada apanharem. Ao final, já cansados, próximo ao Porto ltaguaçú, tiveram uma surpresa: recolheram nas redes, o corpo, sem a cabeça, de uma imagem de Nossa Senhora. Lançando novamente as redes, apanharam, desta feita, a cabeça da imagem, que se ajustou perfeitamente ao corpo. Guardaram-na piedosamente e, confiando em Nossa Senhora, continuaram o trabalho, conseguind o peixes em abundância. A escultura foi guardada na casa de Fe lipe, dando origem a um fervor popular que se alastrou por todo o Brasil. Todos ocorriam à casa daquele pescador para conhecer a imagem

Nossa Senhor.a. Aparecida foi proclamada Padroeira do Brasil. 36


aparecida no rio. Com efeito, alguns fatos extraordinários acontecidos junto à imagem atraíam pessoas de todas as partes do país. Logo tornou-se pequeno o oratório improvisado para abrigar a imagem . Assim, em 1745, o vigário de Guaratinguetá obteve licença do bispo de Rio de Janeiro para construir uma Capelinha em honra de Nossa Senhora, que foi a primeira Igreja pública em honra de Nossa Senhora Aparecida. Nesses 250 anos que decorreram desde a data da construção da primeira capela, muitos fatos atestam que Nossa Senhora serviu-se daqueles três pescadores e de fatos corriqueiros da vida dos homens, para marcar presença entre eles. Somente em 1930, por bula do Papa Pio XI, Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Padroeira do Brasil. Oficializou-se, assim, a devoção popular que nas pequenas igrejas que sucederam a primeira capela, já a considerava como tal. De fato, desde 1748 os primeiros missionários reconheceram que, no Santuário, existia uma força sobrenatural que estimulava os peregrinos a mudarem de vida. Em sua visita ao Brasil, o Papa João Paulo 11, em 1980, celebrou a Missa de Consagração da Basílica Nacional. Eis algumas de suas palavras pronunciadas na homilia:

Nesses 250 anos que decorreram desde a data da construção da primeira capela, muitos fatos atestam que Nossa Senhora serviu-se daqueles três pescadores e de fatos corriqueiros da vida dos homens, para marcar presença entre eles. batismo: a fé e os meios para alimentála. Buscam os sacramentos da Igreja, sobretudo a reconciliação com Deus e o Alimento Eucarístico. E voltam revigorados e agradecidos à Senhora, Mãe de Deus e Nossa".

Nossa Senhora do Rosário O nome Rosário provem de um conjunto de orações, à maneira de rosas, que dedicamos à Virgem Maria. Na Idade Média, enfeitavam-se as imagens de Nossa Senhora com uma coroa, ou ramos de rosas, como expressão de louvor. Os que não podiam rezar os cento e cinquenta salmos do ofício divino, substituíram-nos por Ave Marias. Ao mesmo tempo, meditavam-se passagens da vida de Jesus e Maria.

... "O que buscavam os antigos romeiros? O que buscam os peregrinos de hoje?

Aquilo mesmo que buscavam no dia mais ou menos remoto de seu 37



Nas cenas do Rosário divididas em três grupos, percorremos os diversos aspectos dos grandes mistérios da salvação. Assim, nos mistérios gozosos contemplamos a anunciação, visitação, nascimento de Jesus, apresentação e perda e encontro do menino Jesus no templo. Nos mistérios dolorosos, comtemplamos a oração de Jesus no Horto, a flagelação, coroação de espinhos o percurso do calvário com a cruz às costas e a morte de Jesus na cruz. Nos Mistérios gloriosos contemplamos a ressurreição de Jes us, sua ascensão aos céus, a descida do Espírito Santo, a assunção e coroação de Nossa Senhora. São Pio V atribuiu a vitória de Lcpanto (na qual cristãos lutavam contra os infiéis) à intercessão de Nossa Senhora. Enquanto a armada cristã batalhava, em Roma, o povo rezava o Rosário. A fim de imortalizar o tri unfo das fo rças cristãs, S. Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias , cujo nome foi mudado para Nossa Senhora do Rosário pelo seu sucessor o Papa Gregó rio XIII, que reconheceu no Rosário, a arma da Vitória. No século XIX, todo o mês de outubro passou a ser dedicado do Rosário. S. Pio X fixou definitivamente a festa no dia 7 de outubro. A celebração deste dia é um convite para que todos rezemos e meditemos os mistérios da vida de Jesus e de Maria. Importante na recitação do Rosário (ou do Terço) é a nossa atitude de abertura para o mistério da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, querer transformar a nossa vida naquilo que nós rezamos, aprender a seguir os passos do Senhor e ajudar as outras pessoas afazerem o mesmo.

São Pio V atribuiu a vitória de Lepanto (na qual cristãos lutavam contra os infiéis) à intercessão de Nossa Senhora. Enquanto a armada cristã batalhava, em Roma, o povo rezava o Rosário. A fim de imortalizar o triunfo das forças cristãs, S. Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, cujo nome foi mudado para Nossa Senhora do Rosário pelo seu sucessor o Papa Gregório XIII, que reconheceu no Rosário, a arma da Vitória. 39


Dia da Criança

0

QuE ESTAMOS FAZENDO PELAS

NossAs CRIANÇAS E ADOLESC ENTEs? ivemos num país que mui guns até mesmo a dizer que o estatos classificam ambígua tuto é uma arma de que o menor pode mente de Brasil Legal e lançar mão para ficar impune das Brasil Real. O Prime iro é o Brasi l das suas infrações ... A lei possu i medileis m u ito bonitas, das sócio-educativas bem elaboradas com muito boas, se co lofinalidades altamente cadas em prát i ca Brasil Legal benéficas, à populacom seriedade e vonção e o segundo é o tade. Princ ipalme nte e Brasil onde estas vontade política. Brasil Real. mesmas leis não são Mas n ós ci d acumpridas. Um exemdãos, cristãos o u plo gritante é a Lei não, o que estamos 8.069-90 ou o popular Estatuto da Cri- fazendo de concreto pelos no>sos j oança e do Adolescente. Quem é por lei vens? Será que estamos agi ndo, ou considerado criança e adoiescen te? Cri- melhor, cq mete ndo o maior dos peança é a pessoa até doze anos incompletos e adolescente, aq ue le entre, doze e dezo ito anos, segundo o artigo 2° da Lei. Pois bem, esta lei impõe deveres para o poder púb lico e a sociedade em gera l, objetivando dar maiores condições, oportuni dades e facili dades para um efetivo dese nvo lvimento, m e n ta l, m ora l, esp iri t u a l e socia l das c ria nças e adolesce nt es . M as, a m a io ri a po r desco nh ec im e nto, taxa a refe r ida lei de excess i vamen te protecio nista, c hegando a i-

V

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cactos, que é o da omissão? Será que Recentemente participamos de ainda não fomos sensibilizados o uma palestra do eminente jurista pabastante para fazermos alguma coi- raense, Paulo Frota, Juiz de Direito, sa de concreto diante do triste qua- e ferrenho defensor dos direitos dos dro de violência física e sexual, menores e pobres que não têm faciliabandono, maus-tratos, exploração, dade de acesso à Justiça. Dizia ele: discriminação, ne"Muitos não fagligência e cruelzem nada porque dade quanto às crinão podem. MuiMuitos nã o fazem anças? O que estatos podem e não mos fazendo de fazem nada. Se nada porque concreto para que eu posso eu não podem. nossos jovens voldevo, eu tenho Muitos podem e tem a ser sinônimo que agir. Deus de alegria, desconme deu saúde, não fazem nada. tração, otimismo e energia, um bom esperança num fuemprego, uma turo melhor? Deboa casa, carro, vemos acordar para esta realidade. conforto, lindos filhos e se eu perTodos nós pais, adultos, somos res- manecesse trancado em um escritóponsáveis . rio com ar-condicionado, telefone, computador e muito luxo, só despachando sentenças e mais sentenças, de redação e conteúdo jurídico riquíssimos, arrancando elogios dos tribunais, e além disso não fizesse nada, ou não usasse todos estes dons pelo meu irmão necessitado, eu nada valeria. E mais tarde ao chegar a hora de prestar contas a Deus, não mais seria eu o juiz, mas sim Ele, Deus. E Ele me perguntaria: "Eu te dei tudo, quando muitos não tinham nada. ) Dei-te muito mais que merecias. Porque escondeste os teus talentos ? O que fizeste?"

Q (f{r

Jussara e Daniel Chacon CRS - Santarém - Pará 41


Atualidade PEQUIM, JoÃo PAuLo

li

E A MuLHER FRANCISCO CATAO

(*)

IV" Conferência Mundial humanas. A grande imprensa sublinhou o obre a Mulher, convocada ela ONU para o mês de fato de que o Papa pede perdão às musetembro, em Pequim, começa a dar lheres pelo machismo , inclusive da Igreja, sem porém abrir mão de nenhuseus frutos. No dia 29 de Junho o Papa João ma exigência moral ou prática religiosa imposta pela Paulo 11 publicou tradição católica, uma Carta às Muembora, o caso lheres do mundo do aborto, propoA mulher ocupa na inteiro, em que se nha que o crime dirige pessoalmenIgreja um lugar seja imputado te a cada mulher. privilegiado entre mais ao homem e Sua primeira palaà cumpl"cidade vra é de agradecitodas, pois, por do ambiente cirmento à mulher sua mesma cundante do que mãe, esposa, filha à mulher e, no feminilidade, tem o ou irmã, trabalhacaso da ordenadora e consagrada, gênio de dar ção de mulheres mas sobretudo à atenção e de recorra a uma temulher, pelo simda Igreja ples fato de ser valorizar sobretudo ologia relativ a mente mulher! as pessoas, acima nova, apesar de Num certo implicada no das idéias ou das sentido é um hino processo de renoà feminilidade e ao implicações vação iniciado gênio feminino, institucionais. oficialmente no que enriquecem a Concílio Vaticacompreensão do no 11. mundo e contribuGostaríamos de chamar atenção em para a verdade plena das relações

A

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sobre a novidade dessa teologia da Igreja. Habitualmente se pensa a Igreja como corpo e esposa de Cristo. Nada mais tradicional nem menos discutível. Toda a trama do tecido eclesial tem sua origem e seu ponto efetivo de referência em Jesus Cristo vivo, ressuscitado, fonte de todo dom e de toda graça para a Igreja. A questão, porém, é de saber, dentre os laços que nos prendem a Cristo, qual deles é o mais fundamental, ou mais radical? Qual deles teria real prioridade sobre os outros? O catolicismo ocidental, nos últimos séculos, tendeu a conferir essa prioridade ao laço de dependência hierárquica e sacramental : o que nos une a Cristo seria, basicamente, a obediência aos ministros ordenados por Cristo, a começar pelo primeiro dentre eles, o Papa, e o batismo, sobre o qual se constrói o universo sacramental que, na sua totalidade, só os ministros ordenados podem validamente conferir. Quem faz a Igreja são pois, em última análise, os ministros ordenados, papa, bispos e padres, agindo em nome de Cristo na proclamação da fé, no ensino da doutrina, na celebração dos sacramentos e na orientação da vida dos cristãos segundo a interpretação que dão do Evangelho. É a linha petrina,

como se diz atualmente. Colocada em primeiro lugar, leva a entender a Igreja como sendo, antes de tudo uma organização, a serviço do povo fiel, é claro, mas dotada do poder de ensinar, santificar e reger, como convém ao exercício do poder em toda sociedade constituída por seres humanos. Nessa concepção da Igreja, o ministério tem a prioridade. Sendo reservado aos homens, as mulheres estarão sempre em desvantagem pois se lhes nega terminantemente a ordenação. Mas João Paulo li não é machista. Fez diversas vezes profissão de feminista. Na Encíclica Mulieris Dignitatem, de 15 de agosto de 1988, estabeleceu claramente que a dimensão marial da Igreja antecede sua dimensão petrina, num texto retomado no Catecismo da Igreja Católica (no 773). Recorre de novo agora ao tema. Não lhe parece possível pensar na ordenação de mulheres , mas também não admite que na Igreja a mulher seja membro de segunda ordem, haja vista a posição de evidente primado ocupada por Maria, mulher como todas as outras. Na passagem teologicamente mais importante da Carta às Mulheres, João Paulo li busca um caminho para mostrar a prioridade das mulheres na Igreja, indicando o que chama de s~a significação

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icônica. Isto é, em virtude de sua mesma convicção de que a linha mariana, na feminilidade e do gênio feminino inte- Igreja, tem prioridade sobre a linha grado em seu agir, como mulheres, na petrina, em virtude do primado indiscusociedade, as mulheres são chamadas a tível de Maria, na Igreja. desempenhar, na Igreja, um papel supeVê-se que nossa prática cristã está rior ao dos ministros. Estes, poderíamos muito longe de ser o que é chamada a dizer, dedicam-se, como tais, a ativida- ser. Vivemos ainda, mesmo na Igreja, des meio, cuidam dos instrumentos da num clima de exaltação do po er e das salvação e da santificação, aquelas, vol- pessoas dos ministros, desconhecendo a tadas por seu gênio feminino a dar sem- verdadeira fisionomia de Jesus, e quem pre prioridade às pessoas, tem sua ação os homens pretendem ser imagem . As voltada diretamente para a atividade fim próprias mulheres lutam às vezes cegada Igreja, que é o mente pelo ministéamor e a prática da - - - - - - - - - - - - - - • • rio ordenado, pelo caridade, a atenção poder, esquecendose de que, como às pessoas e o emAs próprias deveriam se penho em concretimulheres lutam às Maria, considerar senhoras zar a solidariedade. vezes cegamente dos ministros ordeSupervalorizar o sacerdócio minisnados, chamados a pelo ministério terial em detrimenser servidores de ordenado, pelo to da vida de amor toda a com unidade, e de caridade, na poder, esquecendo- do ponto de vista Igreja, é uma ilusão espiritual. se de que, como de ótica, interpreA Igreja é uma Maria, deveriam se comunidade em que tando como sendo somos todos chamadefinitivos e mais considerar dos, como diz Pauimportantes os assenhoras dos pectos da comunilo, a levar o peso, dade eclesial retrauns dos outros . ministros Todo crist- o é um tados na história. ordenados. No dia em que servidor dos outros, - - - - - - - - - - - chamado a ser um compreendermos que, antes de ser uma comunidade hie- bom samaritano. Os ministros ordenarárquica, a Igreja é uma comunidade dos são servidores. Mas não se pode de amor, que vive da fé , da esperança negar que psicológica e socio logicae da caridade, compreenderemos que mente, a mulher tem a prioridade no a mulher ocupa na Igreja um lugar pri- serviço e na dedicação ao próximo . vilegiado entre todas , pois, por sua Nesse sentido, uma Igreja feminina, mesma femin ilidade, tem o gênio de marial, é fermento e antecipação de dar atenção e de valorizar sobretudo uma sociedade transformada, profecia as pessoas, acima das idéias ou das im- de uma comunidade humana em que as pessoas contém mais do que s estruplicações institucionais. A confiança que tem João Paulo li turas, incapazes de gerar a vida. (*)(Especial para a Carta Mensal) no primado da mulher está baseada na

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Opinião do Leitor

São inúmeros os leitores da CARTA MENSAL que escrevem dando sua opinião, enviando notícias e colaborações, comentando, criticando, reclamando e elogiando os assuntos tratados em cada edição. A partir desse número, procuraremos divulgar essa correspondência Santo Antonio Casamenteiro "Não vislumbro saber a razão de ter sido escrito o artigo. (n!l 31 O - Carta Mensai).Seja qual for o intento, patenteamos-lhe o nosso repudio. Parece-nos uma irresponsabilidade a publicação, mormente sendo Santo Antonio um grande devoto de Maria Santíssima. Antonio de Pádua foi um grande confessor e grande orientador/ conselheiro de cristãos santos, inclusive casais, principalmente pobres". Luiz Edilson Marcelino Barros CRE - Equipe 25 - Setor B - Brasília - DF "Não pretendo iniciar polêmica mas apenas retificar algumas afirmações do artigo. Santo Antonio não foi um ignorante em matéria de casamento. Em 7230, recebeu do Papa o título de Arca do Testamento e Arsenal das Sagradas Escrituras. Portanto, Santo Antonio sabia que o casamento entre batizados era sagrado, embora a forma de realizá-lo fosse a usual, mas não o casamento civil, como é hoje. A Igreja conferiu-lhe o título de Doutor Evangélico" Pe. Antonio D. Lorenzatto Conselheiro Espiritual de 4 equipes de Porto Alegre - RS

Boletim Informativo de Santos "Registramos nossa surpresa à nota divulgada sobre o início da publicação do boletim informativo mensal. O n 11 7 do lnformsantos foi distribuído para os equipistas da cidade em Março de 7987 e a publicação se deu mensalmente até Dezembro de 7994. O Boletim Informativo do Setor de Santos já existia, sendo agora reiniciada a sua publicação" Vania e Walter Denari e demais casais da Equipe N. S. Rainha do Lar Santos- SP Belo Trabalho "Cumpro grato dever de agradecer gentileza enviar-me revista das Equipes de Nossa Senhora. Alegro-me com o seu belo, intenso e árduo trabalho". Dom Pedro Feda/to - Arcebispo Curitiba - PR Novo Boletim Estamos programando iniciar a publicação de um boletim (jornalzinho) para as equipes de São José do Rio Preto e região, e queremos conhecer os boletins já existentes em São Paulo e outras regiões. Lourdes e Clive Hallal - Equipe 2 São José do Rio Preto/SP

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Oração QuARENTA ANos Senhor; te agradeço por esses quarenta anos não sei se quarenta de oitenta, quarenta de sessenta, ou quarenta de quarenta. Que seja enquanto a justiça me empolgar; enquanto a matéria não corromper minha alma, enquanto a acomodação, o pessimismo, o cinismo ... não tomarem conta de mim. Porque agradecer; se nem te vejo? Ah Senhor; eu te vejo sim, a cada minuto do meu dia, em cada palmo no meu caminho. Não preciso de milagres ou curas espetaculares já me basta o milagre da Vida; o milagre de ser Teu Filho, porque me destes o mais honesto dos pais, a mais dedicada das mães, e os amigos mais sinceros; o milagre de ser Adão; porque me permites descansar à sombra das tuas árvores e navegar na imensidão dos teus oceanos; o milagre de ser Davi, porque me destes um filho sábio e justo; o milagre de ser Maria, porque tu me enviastes o teu anjo, e ele me acompanha há vinte anos. Muito tenho a te agradecer Senhor; e pouco a te pedir só queria viver em um mundo mais justo onde todos, apesar de nossos incontáveis defeitos, compreendêssemos que para melhorá-lo temos que começar por nós mesmos, e isto só conseguiremos na tua companhia, te carregando o tempo inteiro, não no peito ou na bolsa, mas no coração. O mundo ainda vai ser assim Senhor; e porque eu certamente não o verei, tu quisestes, hoje, me dar mais este presente, de estar aqui, nesta sala, neste pequeno mundo, onde todos pensam exatamente dessa maneira! Obrigado Senhor! Júlio (29.09.92) Fortaleza!CE N da R: Esta oração foi escrita por Júlio (da Angela) no dia em que completou 40 anos de idade. Júlio voltou à Casa do Pai em 16.06.95. Ele e sua esposa foram sempre uma influência m rcante na vida da Eq. 01 - N. S. de Fátima, mormente no perfodo da doença de Júlio que antecedeu sua volta à Casa do Pai.

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Reflexão

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HOMEM E

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MUNDO

O mundo, partindo de uma nebulosa- assim ouvi dizer- foi-se tornando complexo e subdividido. Tudo em obediência a uma lei criada. A terra foi-se embelezando pelo verde e pela vida, preparando-se para receber aqueles que seriam os donos de tudo: nós. Tudo era harmonia e graça, um verdadeiro paraíso. Vegetação, vida animal e imensidão, atraindo o homem que não se cansava de descobrir. 11Tudo isto é meU 11• Tudo isto foi criado para mim 11 • Depois a humanidade foi-se expandindo: 11Tudo isto é nosso 11 • 11 Tudo isto foi criado para nós 11 • Apenas uma questão de pronome, foi modificando as coisas; a posse das coisas belas que eram de todos. Deve ser daí que começaram as guerras, uma constante na trajetória dos homens. As belezas começaram a perder seu multicolorido e o vermelho passou a tingir tudo. Quem mais podia sentir e usufruir a beleza? Apareceram os poetas, os pintores e os que sabem amar. Eles afastaram de si o instinto que consumia o homem. Insistiram em procurar o belo das coisas. O mérito dessas criaturas diferenciadas é ir buscar a grandiosidade e a harmonia escondidas para o comum dos homens. O poeta, o pintor e aqueles que sabem amar, trazem à tona a beleza do que foi criado; é a ânsia do equilíbrio que foi posto a perder. Fica a esperança que os descobridores do belo invertam a ordem opressora e tudo volte a ser um paraíso. Utopia? Fico com ela.

José Maria Duprat Eq. 01-A São Paulo - SP

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Última Página PROTEÇÃO DO AMOR

Vocês se amem, e amem muito enquanto estão juntos, enquanto um estiver ao lado do outro. Toda vez que se derem um ao outro, quando disserem aquela palavrinha que une corações, que verbaliza sentimentos, tenham a certeza de que uma força os aproxima, torna sagrados os gestos, carinhosas as palavras, trazendo alegria às suas vidas. É uma luz que ilumina o caminho, uma energia que dinamiza e reabastece. Tudo isso pode acontecer quando já não é tão importante a própria felicidade, mas em fazer feliz a quem se ama .

D. Nancy Moncau, (EACRE-95, do R io)

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MEDITANDO EM EQUIPE Leitura: Marcos 3, 13-19

Meditação 1. Como e quando Jesus chamou vocês? 2. Para que chamou vocês? 3. Como estão desempenhando a tarefa (Missão) recebida?

Oração (ls. 61, 1-6.10) O Espírito do Senhor Javé está sobre mim, Porque Javé me ungiu; enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos, a proclamar um ano aceitável a Javé e um dia de vingança do nosso Deus, a fim de consolar todos os enlutados (afim de pôr aos enlutados de Sião ...) a fim de dar-lhes um diadema em lugar de cinza e óleo de alegria em lugar de luto, uma veste festiva em lugar de um espírito abatido. Chamar-lhes-ão terebintos de justiça, plantação de Javé para sua glória. Eles reedificarão as ruínas antigas recuperarão as regiões despovoadas de outrora; repararão as cidades devastadas, as regiões que ficaram despovoadas por muitas gerações. Estrangeiros estarão aí para apascentar os vossos rebanhos; aliegínegas serão os vossos lavradores e os vossos vinhateiros Quanto a vós sereis chamados sacerdotes de Javé; sereis chamados ministros do nosso Deus; alimentar-vos-eis das riquezas das nações; Haveis de suceder-lhes na sua glória. Transbordo de alegria em Javé, a minha alma se regozija no meu Deus, porque ele me vestiu com vestes de salvação, cobriu-me com um manto de justiça, como um noivo que se adorna com um diadema, como uma noiva que se enfeita com suas jóias.


Prioridades: - Vida de Equipe -Formação - Comunicação - Presença no Mundo -Pastoral Familiar - Experiência Comunitária

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Cas ais por uma Es piritua lidade Con jugal e Fam ili ar Rua João Ad olfo , 118 9º and . cj 901 CEP 01050-020 São Paul o - SP TeI (011 ) 604- 88 33 Fax (0 11) 60 4-8 969


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