ENS - Carta Mensal 314 - Novembro 1995

Page 1

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

TODOS

os

SANTOS

FINADOS

REUNIÃO DE BALANÇO

VIUVEZ E ENS

SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

Ano XXXV- Nº314- Novembro/95


·?)

T EQUIPEs DE NossA SEN HORA C ARTA MENSA l Nº 31 4 NOVEMBR0/1995

~

INDICE Editorial ................................................. 01

Carta Mensal é uma publicaçtío das Equipes de Nossa Senhoras

A ECIR Conversa com Vocês ................... 02 Orientação de Vida ....... ........... ............... 04 Pastoral Familiar ...................................... 06 Formação ................ ... ........................ ..... 08 Igreja .... ........ ....... ... ....... .. ... ...... ......... ...... 13 Atualidade ...... .. .. ..... ........... ......... ........... . 22

Ediçtío: Equipe da Carta Mensal Fone: (011) 604.8833 M. Thereza e Carlos Heitor Seabra (respomúveis) Maria Célia e Jotío de Laurentys Nilza e Maurício Oliveira Blanche e Lauro F Mendonça Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Rita e Gilberto Canto Pe . Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cons. Espiritual)

Maria ..... .. ..................... ...... ..... ....... ....... .. 24 Vida do Movimento ................................. 30 Entrevista ............. ........ ... .. ................. ...... 34

Jornalista Responsável: Catherine ElisabethNadas (MTb 19835) Diagramação e ilustrações: M. Alice e lvalty Barcellos

Notícias e Informações ............................ 44 45 Anos das ENS no Brasil ....................... 47 Reportagem .......................................... ... 49 Opinião do Leitor .................................... 51 Nossa Biblioteca .............. .................. ...... 52 Finados ................... .. ... .... ........................ 53 Oração ... ................................................. 55 Última Página ........ ... ............ ...... ...... ....... 56

Capa: Eros Lagrotta/ lgar Fehr Composição e Fotolitos: Newswork R. Venâncio Ayres, 931 São Paulo Fone: (011) 263.6433 Impressão e Acabamento: . Ediçries Loyola Rua 1822, 347 Fone: (011) 914.1922 Tiragem desta edição: 8.800 exemplares


Editorial Queridos irmãos equipistas, Paz e Bem! Nos dias 25, 26 e 27 de agosto passado, em São Paulo, foi realizada a Reunião de Balanço do Colegiado Nacional, reunindo os Casais Responsáveis de Região e a ECIR. E é a riqueza vivida por nós, neste encontro, que queremos partilhar com vocês. Gostaríamos que vocês pudessem sentir o clima de amizade, unidade e corresponsabilidade que experimentamos nestes dias. Somos tantos, de lugares tão diferentes, mas nos fizemos um só no processo de discernir a vida do Mo~imento e seus rumos. É certo que isto é obra do Espírito Santo, a quem nos abrimos logo no primeiro momento litúrgico. A primeira parte de nosso encontro foi dedicada ao processo que chamamos de REVER. Iniciamos por ver a realidade de nosso Movimento, apresentada na síntese dos relatórios sobre as Regiões, enviados previamente pelos CRR. Passamos, então a julgar esta realidade, tendo como critério dois documentos importantes para nossa vida de Igreja e de Equipes: as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (Documento 54 da CNBB) e Os Pontos Concretos de Esforço e a Partilha (o texto na íntegra, de Mercedes e Álvaro Gomes-Ferrer). Não nos detivemos em simples leitura deste último documento, mas buscamos vivenciálo através do Dever de Sentar-se e da Partilha. Uma vez revista a realidade do Movimento à luz destes documentos, nos dedicamos ao PROPOR, isto é, ao levantamento de propostas de ação para o próximo ano. Começamos por reafirmar o objetivo das ENS do Brasil de como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do Reino de Deus, vivendo o Sacramento do Matrimônio, buscando a vontade de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão na vida em comunidade proposta pelo Movimento. Tendo este objetivo bem claro, cada Casal Regional elegeu um conjunto de ações concretas, que deverão ser discutidas nos colegiados regionais, de modo a elaborar-se o planejamento das Regiões para 1996. É interessante notar que houve uma grande convergência nas propostas escolhidas pelos Casais Regionais, dando-se ênfase especial às seguintes questões : a conjugalidade, a espiritualidade conjugal desenvolvida através dos Pontos Concretos de Esforço e a missão dos casais equipistas (vivida dentro e fora do Movimento). Queremos encerrar esta nossa partilha, deixando com vocês a imagem final de nosso encontro. Em uma celebração muito significativa, lembramos a unidade conjugal e do Movimento e o envio de anunciar a Boa Nova do matrimônio e da família: todos juntos, mãos dadas e enlaçadas pelos elos da mística e do carisma das ENS, saímos da capela em direção ao mundo, onde devemos nos colocar em missão. Que isto expresse a realidade de cada equipista!

Um fraternal abraço, do Colegiado Nacional


A Ecir Conversa com Vocês

ENCONTROS QUE CELEBRAM A VIDA

N

a dinâmica do nosso Movimento acontecem diversos encontros, tais como EACRES, Encontros Regionais, Encontros do Colegiado. Por falar em encontro, lembramos que nos idos de 1.987, quando fomos convocados ao serviço de Casal Regional, tivemos uma das experiências mais gratificantes para nós: partici par de um ENCONTRO NACIONAL. Este é sem dúvida um acontecimento que atinge fundo aqueles que dele participam. Pena que apenas possam estar presentes os membros da ECIR, os 22 Casais Responsáveis Regionais, e aproximadamente 122 Casais Responsáveis de Setor/Coordenação. A todo esse contingente de casais, somam-se geralmente dezenas de Conselheiros Espiri t uais que assistem os Setores ou Regiões. Apenas por esses números já se pode ter uma idéia da grandeza desse Encontro que acontece quase sempre no mês de

Novembro, em ltaici-SP, colégio dos padres Jesuítas, local muito grande e acolhedor, onde entre outros eventos, também costumam acontecer as reuniões da CNBB. Mas não é apenas o número que impressiona. Ali se vive uma experiência de Pentecostes. É gente irmã que vem das mais longínquas paragens de todo o Brasil, deixando seu trabalho profissional, seus filhos, seu lazer, para passar quase 3 dias de intenso trabalho para definir as estratégias para a caminhada de nosso Movimento. É gente falando com sotaque diferente, com costumes diferentes, vinda de realidades e culturas 2

diferentes , mas pessoas sumamente unidas pelo mesmo ideal de servir à causa do Reino de Deus. Como é gostoso aquele convívio! Basta um cumprimento e já parece que somos velhos amigos. Quanta entreajuda, quanta animação, quanto interesse. É impossível não se entusiasmar. Ali as diferenças servem apenas para acrescentar, para unir, para incentivar. Fala-se a mesma linguagem, busca-se o mesmo ideal. O Encontro Nacional tem por objetivos básicos a CELEBRAÇÃO DA VIDA que circula em todo o Movimento no Brasil, a manutenção da nossa UNIDADE, e


finalmente, ser um grande momento de AÇÃO DE GRAÇAS pela grande manifestação de Deus na vida dos casais. Busca-se, ainda, colocar o Movimento em sintonia com as preocupações da Igreja no Brasil, para que, respeitando a nossa especificidade e carisma próprio, possamos caminhar juntos, como membros comprometidos com essa Igreja. Além da grande troca de experiência que se partilha, este é um forte momento de formação e convocação para a missão evangelizadora de cada casal. Neste Encontro Nacional, que acontece de 10 a 12 de Novembro, a temática visará consolidar e aprofundar, no próximo ano, aspectos fundamentais para a vida do Movimento, em especial dando-se ênfase aos PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO dentro da mística das atitudes a serem alcançadas, e ainda com a valorização do momento da PARTILHA nas reuniões de Equipe. Estudar-se-à o DOCUMENTO no 54 DA CNBB que trata das Diretrizes de Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para o próximo triênio. E como

Quanta entre-ajuda, quanta animação, quanto interesse. É impossível não se entusiasmar. Ali as diferenças servem apenas para acrescentar, para unir, para incentivar. Fala-se a mesma linguagem, busca-se o mesmo ideal. Igreja que somos, não se pode deixar de lado o início da preparação da Campanha da Fraternidade/96. Esperamos que esta conversa tenha revelado uma parcela da importância e do sentido profundo do Encontro Nacional para a trajetória do nosso Movimento. É grande o esforço para a realização desse Encontro. Muita 3

gente é envolvida na sua preparação, que começa geralmente dois a três meses antes, a partir da reunião do Colegiado das Equipes de Nossa Senhora, onde se definem as linhas e a estrutura geral do Encontro Nacional. Seria muito oportuno que cada casal equipista pudesse estar ligado a este Encontro, e a forma mais eficaz desse interesse e dessa participação será a união através da oração. Não esqueçam, pois, de neste mês de novembro, colocar junto ao coração de Deus as intenções pelo êxito e pelos frutos deste Encontro Nacional/1995. Iluminados pelo Espírito Santo, possamos descobrir o que Deus deseja de nós neste momento histórico. Que juntos possamos discernir o melhor caminho a seguir. E que todos nós, casais que dele fazemos parte, possamos dar o nosso testemunho e reforçar o nosso compromisso na transformação da sociedade e da cultura do casamento.

Rezemos uns pelos outros! Com o nosso carinhoso e fraternal abraço. Silvia e Chico


Orientação de Vida QuE DELÍCIA: EXPERIMENTAR DA /

AGUA TRANSFORMADA EM VINHO! (BODAS DE CANÁ -

PARTE)

Quando o mestre-sala provou da água transformada em vinho, chama o noivo e lhe diz: "Todo homem serve primeiro o vinho bom e quando os convidados já estão embriagados serve o pior. Tu guardaste o bom vinho até agora" (/o. 2, 9-1 O)

Muitos casamentos começam e ter- profissional (ou infelizmente, no Brasil minam (até brevemente) aguados, a co- de hoje, de tentativa desesperada de meçar pela própria cerimônia nupcial. encontrar um lugar no mercado de traClaro que um casamento é uma ocasião balho) de ambos, esposa e marido gede festa (como o foi em Caná da Gali- rando até, em certos casos, uma certa léia) mas não se pode admitir que oca- disputa profissional entre os dois. O ráter de acontecimento social, cheio de nascimento dos filhos que deveria ser motivo de alegria, detalhes materiais, por vezes é causa de sobrepuje o caráter mais preocupação sacramental da união Temos que perene entre um hopelo aumento da despesa, pela interferênmem e uma mulher, testemunhar e cia na atividade prona presença de Deus transmitir que fissional da mãe, e da comunidade. Possivelmente é pelo trabalho que o casamento dá. Isto, lamentavelaí que já começa a cristão vale a mente, leva muitos faltara vinho, ou talpena. jovens casais a evitar vez até antes, pela deficiência na prepafilhos, muitas vezes através da prática de ração remota e próxima para o matrimônio. Esta prepara- métodos contraceptivos não recomenção é, aliás, uma tarefa fundamental e dáveis. Todo esse quadro é agravado peurgente da Pastoral Familiar no Brasil. los contra-valores predominantes na Nos primeiros tempos da união atual sociedade hedonista e consumisconjugal o vinho é novo e muitas vezes ta, onde Deus está ausente, e que são azedo. É o período de ajustamento na tão alardeados e instilados pelos meios vida a dois, quando a ausência de um de comunicação social que buscam projeto conjugal definido, a incompre- agredir a instituição conjugal e familiar ensão, o egoísmo, a imaturidade, a falta em sua essência. de percepção de que amar não é posEis aí, outra contribuição inestimásuir o outro e sim doar-se ao outro, po- vel que os casais equipistas (muitíssidem gerar tensões e conflitos. Normal- mos já engajados) podem prestar, qual mente é também um período de busca seja, o acompanhamento e o apoio a de estabilidade material e de afirmação casais recém-casados, via Experiência 4


A vivência da fidelidade e felicidade é como saborear um bom vinho. Esta é a certeza: uma festa bem preparada e bem vivida não acaba.

Comunitária, fonnação e pilotagem de novas equipes ou outros mecanismos. Isto sem falar do auxílio a fanu1ias em crise (S.O.S. Fanu1ia), casos difíceis etc. Claro está que as situações acima descritas não se aplicam apenas a casais em início de matrimônio mas a muitos casais independentemente do tempo de casados. Realmente e, sobretudo nos dias de não é fácil cons-

5


Pastoral Familiar

A

FAMÍLIA

E OS IDOSOS a nossa vida temos (sem que a escolha seja nossa) dois dest i nos: ou morremos cedo, ou envelhecemos. Todos gostam de viver muito, mas ninguém gosta de envelhecer. .. Por que? ... Porque a velhice, muitas vezes, chega acompanhada de muita tristeza, sofrimentos (físicos e morais) necessidades, solidão e principalmente Desamor! É fácil amar uma criancinha. Quem não sente vontade de abraçar e beijar uma criança? E dos velhos, quem gosta? Quem se preocupa em ouvir, dar atenção e ser cordial com os idosos?. Até os nossos idosos nem sempre recebem de nós, um pouco , do tanto que merecem. Antigamente (agora já estou falando como idoso) eu ouvia uma musiquinha, que dizia mais ou menos assim:

N

não dizer libertinagem), e tanto egoísmo resultante da vida moderna e competitiva, que provoca uma desabalada correria, onde se tropeça não só nas coisas, mas também nas pessoas. O importante é chegar lá, e se possível em primeiro lugar! Os velhos atrapalham, retardam, questionam, são retrógrados e ultrapassados, portanto vamos ultrapassá-los ... Ouvi um dia alguém na televisão,respondendo sobre o problema da velhice, - dizer: "O que me apavora é a dependência. E os velhos, mesmo os

"Quando eu for bem velhinho, Bem velhinho, e usar um bastão, Eu hei de ter um netinho, aí Prá me levar pela mão... "

ricos, serão sempre dependentes ... " · Eu acho que ele estava certo. A

dependência é terrível , principalmente

Eu achava lindo e reconfortante, saber que um jovenzinho levaria pela mão seu velho avô ... Será que é assim? Será uma ilusão? Como será? Sabemos que é difícil. Os idosos são repetitivos, meio surdos, saudosistas, exigentes, cobradores, lerdos ... e mais 325 defeitos . Mas, gente, eles não nasceram velhos, e nós não seremos sempre jovens! A evolução é muito rápida e muitos, hoje velhos, não conseguiram acompanhá-la, daí ser difícil para eles, aceitar tanta novidade, tanta liberalidade (para

se junto com ela vier o desamor...

"A maioria esquece, que segundo o Plano Divino, cada ser humano é uma vida em crescimento, desde a primeira centelha da existência, até o último suspiro." (João Paulo 11 - "Christifideles Laici") Elza e Nel Equipe 15 "D"- Rio I

6


PRESENÇA EQ UIPI STA NA S EMANA NACIONAL DA FAMÍLIA Já faz alguns anos que se ouve fa- arquidiocesanas durante a Semana Nalar, nas Equipes de Nossa Senhora, em cional da Família. A missa de encerraprioridades. A Pastoral Familiar, que é menta, que eles organizaram, contou uma delas, tem sido o nosso campo de com a presença de mais de 4.000 pesatuação mais direto. soas, na frente da Catedral. Temos acompanhado o esforço de Em 1995, convidamos outros casais vários casais do Grupo de Reflexão da para organizar as atividades da Semana Pastoral Familiar da CNBB, que há mais da Família. A partir da troca de experide 8 anos insistem em fazer vingar, em ências junto aos casais do grupo de nosso tão querido país, este trabalho 1994, este novo grupo ousou ir mais lonpastoral. Ao longo - - - - - - - - - - - - - - ge e conseguiu reudeste tempo, embora nir mais de 15.000 o grupo não fosse novo grupo pessoas, no estádio grande e se tenha re- ousou ir mais longe de futebol, para novado, cerca de uma tarde de show 90% dos casais que e conseguiu reunir e celebração que ali trabalham eram mais de 15.000 encerrou a Semana equipistas. Este gruda Família. Foi po vem fundamenpessoas p ara uma muito marcante, a tando, principalmen- tarde de c elebração ponto do Governo te com temas de esdo Distrito Federal tudo, o que já é uma que encerrou a resolver incluir a realidade no Brasil: a Semana d a Família. Semana da Família Semana Nacional da no calendário perFamília. mantente de ativiDesde 1992 estamos participando dades da cidade. da Comissão de Pastoral Familiar da ArMuito nos alegra saber que pelo quidiocese de Brasília, junto com ca- menos metade dos casais dos grupos orsais de outros movimentos e serviços fa- ganizadores, tanto em 1994 como em miliares. Temos a missão básica de aju- 1995, faz parte das Equipes de Nossa dar na criação e no fortalecimento das Senhora. Nossa alegria é maior porque comissões de pastoral familiar das di- sabemos que eles não foram chamados versas paróquias . Temos, também, a por serem simplesmente equipistas, mas missão de organizar as atividades da por que são reconhecidos em suas paSemana Nacional da Família, na arqui- róquias como casais que lutam a favor diocese. da família. Em 1994, por sugestão do bispo Nossos parabéns a estes tantos caresponsável D. Alberto Taveira, cada sais, heróis anônimos, que entendem membro da Comissão indicou nomes de bem o que é dar prioridade à Pastoral casais, de diversas paróquias, para for- Familiar. mar um grupo que seria responsável Lourdes e Sobral pela organização de várias atividades ECIR

o

7


Formação COERÊNCIA ENTRE (Texto desenvolvido com base na palestra proferida pelo Pe. Germano Van Der Meer no EACRE/ 95 de S. Paulo/SP) Nós somos imagem e semelhança de Deus e estamos nesta terra a serviço e não a passeio. Estamos aqui para dar e amar, como Cristo, nosso modelo, amou-nos dando sua própria vida. Falar em amar é muito fáci l, entretanto, praticar o amor, ou seja, ter Coerência entre Fé e Vida, é bastante penoso ou quase impossível pois nossa natureza humana, presa aos egoísmos da carne, impede nossas ações de coerência. Face a isso, constatamos que é preciso mudar. Porém não nos esqueçamos de que mudar alguém é atribuição exclusiva do Criador. Só Deus muda alguém por dentro, o difícil é deixá-lo entrar dentro de nós . Fé é um dom de Deus, é um encontro pessoal com Deus. "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair" (Jo. 6,44) Para que Deus penetre em nós é preciso crer

FÉ E VIDA

e crer implica em alterar nosso relacionamento pessoal com o Deus revelado por Jesus . O Deus de Jesus é um Deus apaixonado pela pessoa humana ao ponto de Ele mesmo tornar-se homem . Esta é a coerência divi-

Falar em amar é muito fácil, entretanto, praticar o amor, ou seja, ter Coerência entre Fé e Vida, é bastante penoso ou quase impossível pois nossa natureza humana impede nossas ações de coerência. 8

na, o maior exemplo de coerência entre fé e vida. "o verbo se fez carne e habitou entre nós". Um outro grande exemplo é o de nossa mãe Maria. Maria, grávida, visita Isabel sua prima que, com idade avançada, estava grávida de seis meses. O comportamento de Maria dura nte os três meses nos quais serviu Isabel não foi como o de muitos de nós que temos o rei na barriga e aguardamos ser servidos. Maria, que naquela época t inh a Deus em seu ventre, serve a Isabel com toda a humildade, humildade que faz parte integrante de sua natureza, sem pecado original, fazendo os serviços domésticos mais simples. No mundo de hoje, arraigado e atado às coisas relativas à matéria, ser cristão coerente é ser anormal, é estgr por fora. Precisamos manter acesa a chama da nossa fidelidade ao Amor, pois Deus acredita na gratuidade que é amar sem cobrança e tão rara nos dias de hoje. Somos criaturas do Pai e, como Ele, temos a capacidade


de amar gratuitamente. Ele acredita na liberdade, não nos impõe nada, não tem pressa. Ele permitenos dizer sim ou não. Ele dá tempo para podermos crescer e respeita o ritmo de cada um. Ele acredita na comunhão e não no individualismo.

Nas reuniões, damos vida um para o outro dando nossa presença, nossa escuta, nossa paciência, nossa ajuda fraterna e então Deus faz-se presente. Essa é a alma. da equipe. As ENS são lugar propicio onde podemos exercer o relacionamento com Deus. Na equipe conhecemos a Palavra de Deus, vivemos e

comunicamos a experiência dessa Palavra. O casal, a equipe, precisam praticar concretamente, a Palavra de Deus. Pega-se um ponto do Evangelho e vive-se esse ponto. Quando um grupo de pessoas faz isso, nasce o Reino de Deus. Nas reuniões, damos vida um para o outro dando nossa presença, nossa escuta, nossa paciência, nossa aj uda fraterna e então Deus faz-se presente. Essa é a atina da equipe. A presença de Deus garante a síntese entre fé e vida. Quem vive o Evangelho é uma pessoa sadia. A equipe precisa ter um ambiente de gratuidade onde possamos colocar nossos conflitos: estou fraco; estou em crise; preciso de ajuda. É preciso haver conflitos, contradições, para a equipe crescer, transformar-se. No Brasil falta comunhão de bens. Dentro de uma equipe não pode haver nenhum indigente por que somos uma família. O sistema produz excluídos, a equipe deve produzir pessoas felizes. A equipe deve manter acesa a chama de nossa fidelidade ao amor. Na equipe nós nos confirmamos na anormalidade. Um outro ponto fundamental para crescermos como

9

Só Deus muda alguém por dentro, o difícil é deixá-lo entrar dentro de nós. Fé é um dom de Deus, é um encontro pessoal com Deus. anormais nos dias de hoje e para criarmos mrus intimidade e experiência de D eus é a pregação . Propalemos o Verbo em nosso quotidiano, no nosso lar, no nosso ambiente de trabalho, na rua, em todas as ocasiões, pois como São Paulo escreveu aos romanos: "A fé vem da pregação e a pregação é feita por mandato de Cristo" (Rm . 10,17) Estamos vivendo numa plenitude dos tempos onde Deus pode agir. Onde há fragilidade Deus pode agir. Sendo frágeis deixamos um espaço para D eus atuar dentro de nós . Regina e José Henrique Eisenmann Equipe 13/B São Paulo/SP


REGRA DE V IDA "Sinto muito, mas é assim mesmo, que eu sou", é apenas um refúgio e uma ilusão. E cômodo, se você não quer crescer. (John Powel em Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?)

k

Regra de Vida, como to- de nossa vida, a Regra de Vida, bem os os Pontos Concretos como os demais Pontos Concretos de e Esforço, Esforço, pode tornar-se tem por fi nalidade aju- - - - - - - - - - - - um esforço inútil. dar-nos a crescer na fé, A Regra de Para escolhermos po r meio da vivência uma Regra de Vida dedas três atitudes: busca Vida é um vemos fazer an tes um do amor e da vontade de ponto forte de esforço de nos conheDeus; procura da Verdaconversão, cermos a nós mesmos, de; vivência do Encontomarmos conhecimenpois SÓ to da nossa Verdade. Aí tro e Comunhão. Ass im como os de- COnseguiremos então poderemos percemais Pontos Concretos descobrir uma ber mais c larame nte de Esforço, a Regra de onde estão nossos ponRegra de Vida tos fracos, nossas fraVida só tem sentido se tivermos sempre prea partir de quezas a serem trabasente a Palavra de Deus. dentro do lhadas. No entanto, para É nela que iremos pronos conhecermos e à curar por primeiro a nos~o ser, ou nossa verdade, é preciVontade do Pai a nosso Seja, num so um empenho de respeito em todos os processo de transformação interior. sentidos e situações. ".. . quando nos dispomudança mos a mudar a nós mesTambém é a sua Palavra que nos dará o paradigíntima, de mos e aos outros, nós o ma para conhecermos a mudanças de fazemos por intolerânnossa Verdade. É ela cia (e isso, com efeito, atitudes de que nos convida e impenão se pode tolerar!). !e ao Enco ntro e à Covida. Não conseguindo sum u nhão, para com - - - - - - - - - - - portar alguma limitaDeus, com nosso cônjução, um defeito, uma ge, nossos filhos, nossos proxunos fraqueza física ou psíquica em nós como o próximo do bom samaritano. mesmos, pomo-nos a corrigi-los com Se desvincularmos a Palavra de Deus uma má vontade oculta e com uma mal

.

10


Só mudamos alguma coisa em nós mesmos quando esta mudança parte do nosso interior, da nossa vontade.

disfarçada violência. Procuramos mudar para ser aceitos, para nos conformar às expectativas, para fazer jus à imagem ideal que construímos para nós mesmos. Somos impacientes com nós mesmos e por isso desejamos forçar-nos a mudar. Isso, na verdade, jamais vai adiantar. Nenhum crescimento resulta da violência." (Anthony de Mello citado em Liberto de Tudo). A Regra de Vida é um ponto forte de conversão, pois só conseguiremos descobrir uma Regra de Vida a partir de dentro do nosso ser, ou seja, num processo de mudança íntima, de mudanças de atitudes de vida. Quando ela é fruto de um trabalho de conversão, torna-se então possível vivenciá-la, e não simplesmente um desgastante cumprimento de obrigação. Só mudamos alguma coisa em nós mesmos quando

esta mudança parte do nosso interior, da nossa vontade. Nosso cônjuge (ou mesmo nossa equipe) pode até ajudar-nos, num Dever de Sentar-se por exemplo, a escolhermos uma Regra de Vida, mas não é necessário que assim o seja. Podemos ter nossa Regra de Vida sem mesmo declará-la seja a quem for. Não precisamos estar mudando de Regra de Vida todos os meses. De nada adianta ficarmos trocando de Regra de Vida como se troca de roupa, se elas em nada nos ajudaram na nossa transformação, na nossa conversão. Por outro lado, se estamos com a mesma Regra de Vida por muito tempo, é bom nos questionarmos seriamente se estamos acomodados ou realmente fazendo um esforço por vivenciá-la. É bem verdade que quem nos transforma é Deus, principalmente pela sua Palavra. Mas é necessário o nosso esforço.

Se desvincularmos a Palavra de Deus de nossa vida, a Regra de Vida, bem como os demais Pontos Concretos de Esforço, pode tornar-se um esforço inútil.

Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR 11


ENS, UM PATRIMÔNIO DO EQUIPISTA ndo o evange ho de S.Lucas , 16-30, ficamos refletindo sobre qual fundamento da missão da Igreja e o da nossa missão - Convocar todos os povos à fé em Deus e a seu plano de Salvação em Jesus Cristo, através da Igreja, pelo anúncio do Evangelho. A missão inicia-se no Pai, pelo Fi lho, no Espírito Santo e torna ao Pai . Conclusão: A fu nção da Igreja é conti nuar a missão libertadora de Cristo. Nós equipistas, de que maneira estamos cumprindo nossa missão? Estamos dando testemunho em casal d como -<'~--

IJ

Formamos uma comunidade onde o crescimento de cada casal contribui para o crescimento de um grupo.

O Movimento nos oferece vários instrumentos para tanto. Entre outros, os Pontos Concretos de Esforço. Mas até, quando vamos fa zer os pontos concretos e não vivenciálos? Qual o verbo correto: fazer ou vivencia r? Somente depois de havermos descoberto o valor deles

Stella e Celso Siqueira CRR - São Paulo - SP

Como chegaremos lá?

12


Igreja ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE A AçÃO EVANGELIZADORA DA FAMÍLIA DIANTE DO DESAFIO DAS SEITAS Estratégias Pastorais no Limiar do Terceiro Milênio

Petrópolis - RJ, no período de 29 a 31 de agosto, que acolheu com local O crescimento das seitas e novos e clima excepcionais os representanmovimentos religiosos, das mais di- tes da Santa Sé, nas pessoas do Carversas facções, na América Latina e deal Trujillo (Presidente do Pontifíno mundo, vem preocupando bispos, cio Conselho para a Família), Bispo sacerdotes, párocos e católicos de Calderón (Vice-Presidente da Pontimodo geral. fícia Comissão para a América LatiFace à esta preocupação, e à aten- na) e Mons. Fitzgerald (Secretário do ção especial que vem dedicando aos Pontifício Conselho para o Diálogo temas que afetam a família, sua evan- Interreligioso), além de bispos, pagelização e particidres, especiapação neste final de listas e leigos milênio, Sua Santirepresentantes Na ação frente às dade o Papa João do Vaticano, Paulo II convocou seitas, a família é a Argentina, Bojunto ao Pontifício lívia, Brasil, primeira estratégia CELAM, Conselho para a Chipastoral, na medida le, Colômbia, Família, em união com a Pontifícia em que é #fronteira Costa Rica, Comissão para a Cuba, Equador, decisiva da Nova América Latina e Estados UniEvangelização". Pontifício Consedos, Guatemalho para o Diálogo la, Haiti, Itália, Interreligioso, a México, Pararealização deste encontro. Para que guai , Peru e Venezuela, num total de pudessem "surgir propostas forte- 48 participantes. mente evangelizadoras destinadas a Entre os movimentos leigos bradar à sociedade uma cultura enrai- sileiros representados estavam as zada nos perenes valores cristãos da Equipes de Nossa Senhora, Encontro fé e na promoção da dignidade do de Casais com Cristo, Neomatrimônio, por uma existência cha- Catecumenato, Pastoral Familiar e mada a servir a verdade da vida e do Renovação Carismática. amor" (Mensagem do Papa na aberSeguindo a metodologia do VER, tura do Encontro). JULGAR e AGIR, no primeiro dia houO Encontro foi realizado em ve a apresentação de um quadro geral

13


da fragme ntação religiosa como fenômeno m un dial e a ação pastoral de alguns países lati no-americanos frente à seitas . No segundo dia foi apresentada a situação na Europa; a Nova Evangelização e o desafio das seitas na América Lati na no limiar do Terceiro Milênio; situações em diversos países, seguindo-se de trabalho de grupos para definir estratégias pastorais. As propostas dos grupos foram levadas a plenário para discussão, críticas e sugestões, daí resultando um projeto de conclusões. Neste momento houve uma verdadeira guinada, de uma atitude genérica frente ao fenô me no das seitas, para um enfoque mais específico sobre a família, sujeito e objeto de evangelização e seu papel neste processo . No último dia houve o depoimento de mais alguns países e instituições, com destaque especial para Haiti e Cuba, onde por razões já nossas conhecidas, a Igreja e os cidadãos são lim itados e até cerceados em sua liberdade religiosa, pelo Estado ou forças estrangeiras. Em seguida foi discutido o projeto e conclusões do Encontro , com várias sugestões enriquecedoras . Os part icipantes foram novamente divididos em grupos para sugestões concretas sobre: a Família e as Seitas, no tocante à Palavra, aos S acramentos, à Caridade, e à Cultura e Vi da. Destes grupos foram retiradas sugestões, que após apreciação crítica em plenário, resultaram na minuta que se segue:

......................... Entre os movimentos leigos brasileiros representado~•

estavam as Equipes de Nossa Senhora, Encontro de Casais com Cristo, NeoCatecumenato, Pastoral Familiar e Renovação Carismática. ESQUEMA DE CONCLUSÕES 1. Introdução: as conclusões são

uma ajuda para nossa Igreja, ante o desafio das seitas 2. O fenômeno das sei tas (causas): ~Internas

à Igr ej a: • o fa lso pressuposto de que Cristo e sua mensagem são suficiente conhecidos e vividos • a atenção limitada aos católicos, por falta de sacerdotes e agentes pastorais • a debilidade das famílias católicas, por fa lta de uma catequese específica • a déb il vida comunitária das paróquias • as celebrações litúrgicas desencarnadas e sem calor expressivo • o pouco ou inadequado so dos meios de comunicação social por parte da Igreja.

14


à Igreja: •o empobrecimento da popula ção, que gera angústia e favorece a ajuda oferecida pelas seitas • a crise da instituição familiar na sociedade •a perda dos valores espirituais e a difusão do escapismo, através do hedonismo e das drogas •a manipulação política e social da religião, por parte das grandes potências • os métodos de muitas seitas, que não respeitam a liberdade e a dignidade da pessoa humana

)1- Externas

3. Nova Evangelização e Terceiro Milênio • Este desafio encontra a Igreja na dinâmica esperançosa da Nova Evangelização, impulsionada pelo Papa João Paulo 11 • Os esforços da Igreja, portanto, centram-se no grande projeto da Nova Evangelização. Responder ao desafio das seitas é parte e conseqüência deste projeto maior • Estas propostas pastorais não significam esquecer o ecumenismo • Na ação frente às seitas, a família é a primeira estratégia pastoral, na medida em que é "fronteira decisiva da Nova Evangelização" • Por isso, é necessário fazer da pastoral familiar uma prioridade básica. 4. Estratégias Pastorais: • Toda a ação da Igreja deve ser evangelizadora, deve privilegiar os que estão mais afastados (geográfica e socialmente), com uma atitude missionária e inculturada. 15

Na ação frente às seitas, a família é a primeira estratégia pastoral, na medida em que é üfronteira decisiva da Nova Evangelização" •Algumas exigências fundamentais são: formação dos diversos agentes pastorais; uma maior participação dos leigos na Igreja; a multiplicação das comunidades eclesiais, grupos e movimentos apostólicos; fazer da família sujeito e objeto da Nova Evangelização. • É necessário desenvolver uma pastoral de prevenção que acolha e oriente as pessoas para evitar que caiam nas respostas "facilitadoras" das seitas. É importante, a respeito, informar aos católicos mais expostos, sobre o que são e o que pretendem as seitas. •É necessário que se privilegiem algumas pastorais específicas: a pastoral familiar e a atenção a grupos em risco como os pobres, indígenas, jovens, migrantes, marginalizados e enfermos. •Nosso caminho não é o utilizado pelas seitas, e sim o das recomendações da Igreja para o diálogo interreligioso: oração, conversão pessoal, conversão


pastoral e santidade de vida. • Deve levar-se em conta a necessidade de apoio logístico: estudos, publicações, meios de comunicação e outros subsídios.

É necessário desenvolver urna pastoral de prevenção que acolha e• oriente as pessoas para evitar que . caiam nas respostas üfacilitadoras" das seitas.

5 . A família é a primeira estratégia

pastoral fren te ao desa fio das seitas Algumas pistas: • criar um clima acolhedor e motivador nas celebrações •envolver cada membro da família)evando-a como um todo a participar da Pastoral Familiar • melhorar a comunicação entre as paróquias e comunidades, buscando acolher e integrar seus participantes • promover a igualdade dos direitos fundamentais da família • à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja, promover a participação da família, na busca da justiça social e dos direitos humanos • criar grupos de famílias que assistam a uma família carente (migrantes, excluídos, desempregados ... ) • motivar as famílias a participar de um serviço de caridade •desenvolver uma pastoral adequada do dízimo, da catequese sobre a Providência Divina, bênçãos, milagres, santos, símbolos ... • resgatar a presença efetiva dos sacerdotes nas casas dos membros da comunidade • desenvolver em cada paróquia, pastorais de: saúde, habitação, fome, justiça, trabalhq educação...

•desenvolver a paternidade/ maternidade responsável •resgatar a família como célula fundamental da sociedade e da cultura, tornando-a santuário da vida e meio de inculturação da fé •realizar encontros a níveis paroquiais para discutir ações conconcretas diante do desafio das seitas. Estas são algumas pistas e nossas reflexões. A divulgação do documento oficial dar-se-á até o final de setembro/ 95.Aproveitamos para agradecer, em nome do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, a Dom José Velloso, bispo de nossa Diocese pela oportunidade a nós concedida de participar e contribuir em tão significativo encontro para o futuro de nosso continente da esperança, e também a Carlos Eduardo e Maria Regina (CR-ECIR) pela confia nça em nós depositada.

A ninha e Beto CRR - Rio I/ - Petrópolis Representantes das ENS no Encontro

16


TODOS

os

SANTOS F RANCISCO FERNÁ NDEZ CARVAJA L

Muitos santos - de todas as idades e condições- foram reconhecidos como tais pela Igreja, e todos os anos recordamo-los nalgum dia concreto e tomamo-los por intercessores. Mas, em 1° de novembro festejamos e pedimos aj uda a essa multidão incontável que alcançou o Céu depois de ter passado por este mundo semeando amor e alegria quase sem terem consciência disso; recordamos aqueles que, enquanto estiveram entre nós, ocuparam-se, talvez, num trabalho semelhante ao nosso: empregados de escritório, comerciantes, professores, secretárias, trabalhadores da cidade e do campo ... Lutaram com dificuldades parecidas às nossas e tiveram que recomeçar muitas vezes, como nós procuramos fazer; c a Igreja não os menciona, nominalmente, no calendário dos Santos. À luz da fé todos eles formam um grandioso panorama:

(*)

Todos fomos chamados a alcançar a plenitude do Amor, a lutar contra as nossas paixões e tendências desordenadas, a recomeçar, sempre que preciso, porque a santidade não depende do es-

tado -solteiro, casado, viúvo, sacerdote - mas da correspondência pessoal à graça que a todos nós nos é concedida. A Igreja recorda- nos que o trabalhador que todas as manhãs empunha

Lutaram com dificuldades parecidas às nossas e tiveram que recomeçar muitas vezes, como nós procuramos fazer; e a Igreja não os menciona, nominalmente, no calendário dos Santos.

o de tantos e tantos fiéis leigos - freqüentemente inadvertidos ou mesmo incompreendidos; desconhecidos pelos grandes desta terra, mas olhados com amor pelo Pai - , homens e mulheres que, precisamente na vida e na atividade de cada jornada de trabalho, são os operários incansáveis que trabalham na vinha do Senhor, são os humildes e grandes artífices - pelo poder da graça, certamente -do crescimento do Reino de Deus na história. São, em resumo, aq ueles que souberam, com a ajuda de Deus, conservar e aperfeiçoar na sua vida a santificação que receberam

a sua ferrame nta ou caneta, ou a mãe de família que se ocupa das lides domésticas, no lugar que Deus designou-lhe, devem santificar-se cumprindo fielmente os seus deveres. É consolador pensar que no Céu, contemplando o rosto de Deus, existem pessoas com as quais convivemos há

no Batismo. 17


......................... Todos fomos chamados a alcançar a plenitude do Arnor, a lutar contra as nossas paixões e tendências desordenadas, a recomeçar, sempre que preciso, porque a santidélde não depende elo estado - solteiro, casado, viúvo, sacerdote - mas da correspondência pessoal à graça 1gue a todos nós nos é concedida. algum tempo aqui na terra, e às quais continuamos unidos por uma profunda amizade e afeto. Prestam-nos muita ajuda do Céu e, lembramo-nos delas com muita alegria e recorremos à sua intercessão . Nessa data, façamos nossa a oração de Santa Teresa, que ela mesma escutará "Ó almas bem aventuradas, que tão bem soubestes aproveitar e comprar herança tão deleitosa ... ! Ajudai-nos, pois estais tão perto da fonte; obtei água para os que aqui perecemos de sede"

(*) Transcrito de Falar com Deus Quadrante, 1992 18


CRISTO REI N o próximo dia 26 de novembro, último domingo do ano litúrgico, celebraremos a festa de Cristo Rei. O Evangelho fará memória da inscrição, que encimava a cruz: "E o rei dos judeus", conforme o texto de Lucas (23,38). Como no desfilar de um filme, do alto do calvário, a mente de Jesus perpassava os momentos mais relevantes de sua vida. Pensava em Maria; ali tão próxima, participante silenciosa de sua entrega total, no cumprimento da vontade do Pai. O aspecto era de dor, de desolação. Filho e mãe porém viviam, no íntimo de seus corações transpassados, aquele amor intenso, de que finalmente jorrava o fluxo, daí por diante inestancável, da salvação e da vida eterna, para toda a humanidade. Rei dos judeus, sim, Ferido, Coroado de espinhos. "Se tu és o rei dos judeus, salva-te a timesmo" (Lc 23,37), zombavam os carrascos. Infeliz realeza. O Iscariotes havia esperado um triunfo, a libertação do jugo romano, a instauração da

FRANCISCO CATÃO

monarquia definitiva, para a glória de Judá. Estaria agora implantado para sempre o trono de Davi. As nações do mundo inteiro lhe viriam prestar homenagem, pois reinaria ali mais do que Salomão.

Cristo Rei. Quando Pio XI insistituiu a festa, há setenta anos, queria fosse lembrada, de maneira explícita, que todas . as coisas, todos os humanos, o . universo inteiro, está em suas mãos. Quantos não continuam pensando assim? Confiam no braço forte. Partem para a luta. Se o Senhor é o libertador, não há dúvida de que nos libertará. Ouvem politicamente a 19

(*)

convocação de Jesus. O Reino de Deus está próximo. Contam com a Palavra que transforma o mundo, acena com a esperança para os empobrecidos, enxuga as lágrimas dos aflitos, anuncia a liberdade aos escravizados e a vingança aos injustiçados. Foi preciso que assim terminasse a vida do rei dos judeus, para que não pairasse dúvidas sobre o Reino de que ele sempre fa!ou, cuja boa nova começou a anunciar aos camponeses galileus. No entanto suas palavras foram claras. "O reinado de Deus está entre vós(Lc 17,21).É uma realidade presente, testemunhada pelo poder que Jesus demonstra ter sobre os demônios (L c 11, 19). Está a nosso aicance, mas não é desse mundo, pois do contrário, seus guardas teriam combatido para que não fosse entregue aos judeus (Jo 18,36). Os discípulos o haviam abandonado com medo. Muitos decepcionados, frustrados na esperança de assentar-se a seu lado no trono (Cf Mt 20,21). Foi preciso que compartilhasse da cruz, estando a seu



lado no momento derradeiro de humilhação e de desgraça, para que ouvisse a promessa canso/adora de estar com ele no paraíso, aquele que generosamente pediu não fosse esquecido, quando viesse como rei (Cf Lc 23,42)! Cristo Rei. Quando Pio XI insistituiu a festa, há setenta anos, queria fosse lembrada, de maneira explícita, que todas as coisas, todos os humanos, o universo inteiro, está em suas mãos. Confissão de fé que inspira o convite que nos faz o autor da carta aos Colossenses a "dar graças com alegria ao Pai, que [. .. ]nos arrancou ao poder das trevas e nos transferiu para o reino do Filho do seu amor[. .. ] Primogênito de toda a criatura, pois nele tudo foi criado[. .. ] pore/e e para ele [. .. ] Ele é o começo [. .. ],pois aprove a Deus fazer habitar nele toda plenitude e tudo reconcifiar por meio dele e para ele, na terra e nos céus, tendo estabelecido a paz, pelo sangue da sua cruz". (CI 1, 12-20). Historicamente não se pode excluir o horizonte político do pensamento de Pio XI, ao criar a festa de Cristo Rei. O

papa contava com a Ação pelas ruas e pelas esquiCatólica, para efetivar o nas, pelas marquizes e reinado de Cristo num pelos viadutos, a convidar mundo para o qual olhava todos os excluídos, pobres com desprazer, ao vê-lo e aleijados, cegos e coxos, afastado do caminho do pois as núpcias de seu FiEvangelho. Mas a liturgia lho seriam para sempre não se presta à condição festejadas (Cf Lc 14, 15prevalente de manifesto 24). político. A realeza de CrisEsse ano a Campato evoca a cruz, o fracasso nha da Fraternidade !empolítico, ao mesmo tempo brou os excluídos. O ano que, proclama, por seu in- que vem o tema é fratertermédio, o cumprimento nidade e política. A festa do desígnio de Deus sobre de Cristo Rei nos prepao mundo, que é a consoli- ra desde agora para a dação definitiva do Reino. Campanha, mostrando Vaticano li mudou que, para que Cristo reide perspectiva. O Reino ne, não basta cuidar das deixa de ser, antes de pessoas: é preciso que a tudo, o lugar do domínio, fraternidade se traduza para se tomar o campo de em gestos públicos de serviço, pois o Rei veio para transformação das estruservir, não para ser servido. turas sociais. Gestos efeO mundo é obra de Deus, a tivados não em função do história humana, sua histó- poder, mas do serviço, ria, em que traça seus ca- como canais do amor, minhos, diferentes dos pois a realeza de Jesus nossos, e vai escrevendo não está na confissão subpor linhas tortas, o que missa de quem o proclaestá diretamente estampa- ma Senhor, Senhor, sem do na face de Cristo: o rei cumprir a vontade do Pai, coroado de espinhos, que mas na atualidade do polariza os corações e rei- amor, de quem vive sena em todos, derramando gundo seu Espírito e dá o Espírito de Amor, que sua vida pelos outros, nos faz filhos de Deus. como ele mesmo o fez, laOs primeiros convi- vando os pés dos discípudados para o banquete do los, antes da manifestação Reino cuidavam cada um definitiva de sua realeza. de seus interesses. O rei se indignou e mandou (*) Especial para que seus servos fossem a Carta Mensal 21


A tualidade

A

IGREJA E A

CoNFERÊN CIA DA M uLHER Reproduzimos, abaixo, alguns trechos da entrevista de Mary Ann Glendon (*), chefe da delegação do Vaticano à 4• Conferência de Cúpula da ONU sobre a mulher, realizada na China, em Setembro passado, publicada na Folha de São Paulo em 1 .09 .95 [.. .] Na declaração dos direitos huEntão, por que esse documento, manos (da ONU), afirma-se que mater- que, supostamente, é para as mulheres, nidade e infância devem - - - - - - - - - não alcança as mães que receber proteção especial. são cinco em cada seis E está assim, não apenas na No mulheres?[... / decla ração universal, mas Muita gente acha difíem constituições de vários cil entender os ensinamentos católicos sobre contrapaíses. [.. .] cepção. Não ensinamos A declaração universal dos direitos humanos, em que é errado planejar sua família. Ao contrário, ensiseu início, diz que a família é a unidade básica da é namos que você tem a ressociedade. Por que a famíponsabilidade de p lanejar sua família . A parte "difília é a célula básica da sociedade? Por que a família cil" de nosso ensinamento é onde se cria a geração é que dizemos que você seguinte, e isso está liganão pode usar métodos ardo à especial proteção que tificiais de contracepção. se anuncia para matem iO fato é que os ensinamentos religiosos nos chamam dade e infância. No documento de Pea um patamar bastante elequim, a palavra "família" vado. O ensinamento sobre foi colocada "entre colchecontracepção vem de nostes". Por que isso? Família so ensinamento sobre cae maternidade quando não sarnento, que nos leva a estão "entre colchetes" é uma visão elevada sobre a por que são apresentadas sexua lidade humana [... ] negativamente, como um A única coisa que pedimos no documento de impedimento para a autorea lização da mulher. Pequim é que, quando se No Vati cano não sofaça uma lista das maneimos ingênuos. Sabemos ras existentes de planejacomo é difícil para a mumenta familiar, inclua-se o lher combinar o trabalho planejamento fami liar nacom a vida familiar, espetural. Porque suprimir isso? cialmente para as mulheNão estamos pedindo que res que não são casadas ou outras pessoas sigam os enforam abandonadas por seus maridos. sinamentos católicos. [... ]

Vaticano não somos ingênuos. Sabemos como difícil para a mulher combinar o trabalho com a vida familiar., especialmente para as mulheres que não são casadas ou foram abandonadas por seus maridos.

22


Quem está dizendo ao mundo o que fazer nos temas ligados à fertilidade? Não é a Igreja Católica? Para as mulheres de países pobres, a Igreja Católica é a instituição que está vivendo com elas, sofrendo com elas, acompanhando suas angústias diárias. Sabemos o que ajuda essas mulheres a planejar sua família, a ter uma família do tamanho que se possa sustentar. São, basicamente, duas coisas: educação e desenvolvimento econômico. São os melhores contraceptivos. {... /

Para nós todo aborto é inseguro. Todo aborto envolve a destruição de uma vida humana. O Papa entende as circunstâncias que levam mulheres à situação desesperadora de fazer um aborto em condições adversas. Nossos ensinamentos dizem que nós, que estamos ao redor dessas mulheres, temos que fazer da sociedade um lugar onde a mulher nunca sinta que o aborto é a única alternativa que ela tem. Muito gente diz que isso é utópico. Mas as igrejas existem para isso {... / No mundo do sexo, diz-se que a religião prega que não se pode desfrutar do sexo. Isso não é verdade. A religião diz que isso é uma grande dádiva para os seres humanos{... / O Papa tem estudado a questão da ordenação das mulheres há muito tempo. Quando ouço as pessoas que estão falando sobre esse assunto, parece-me que elas, fundamentalmente,

23

No mundo do sexo, diz-se que a religião prega que não se pode desfrutar do sexo. Isso não é verdade. A religião diz que isso é uma grande dádiva para os seres humanos.

não entendem a natureza da atividade do padre. É uma vida de "auto-sacrifício". As pessoas que defendem a ordenação de mulheres vêem a posição do padre como uma posição de "poder". Creio que o Papa foi muito sábio ao dizer para esperarmos que as pessoas entendessem exatamente qual é o papel dos padres. Com o Papa João Paulo 11, o papel da mulher está crescendo muito na Igreja, exercendo funções na Missa que eram reservadas a homens. Há vinte anos atrás. Milhares de hospitais católicos são dirigidos por mulheres. Mais do que grandes empresas e grandes universidades. (*)Mary Ann Glendon 56 anos, casada, advogada e professora de direito na Universidade de Harvard, E. U.A.


M EDITAÇÃO SOBRE o MAGNIFICAT MARTINHO L UTERO

ara bem compreender este belo cântico, é preciso notar que a bem-aventurada virgem Maria fala depois de ter tido uma experiência pessoal, em que o Espírito Santo a iluminou e ensinou. Pois ninguém pode bem compreender a Deus e a Palavra de Deus se isso não lhe for

P

dado, sem intermediários, pelo Espírito Santo. Ora, ni nguém pode receber esse dom do Espírito Santo, se não o experimenta, não o prova nem sente seu sabor: é nessa experiência que o Espírito Santo nos ensina, ele que tem sua própria escola, fora da qual ni nguém pode aprender alguma coisa que não seja palavra vazia e falatório. Experime tando que Deus tinha feito grandes coisas em sua pessoa, a santa vi rgem- tão humilde, no entanto, tão pouco considerada, tão pobre e tão desprezada - aprendeu do Espírito Santo preciosa ciência e sabedoria: aprendeu que Deus é um Senhor cuja única ocupação é elevar o que é baixo, de abaixar o que é elevado, numa p a lavra: quebrar o q e está feito e refazer o que está quebrado .. . A doce mãe de Deus ... pelo exemplo de sua experi 1~ncia e por suas palavras, ensina-nos como devemos reconhecer, amar e louvar a Dew;: quando a vemos, e alma exultante de alegria, 24


glorificar e louvar a Deus por ter olhado para a sua baixeza e o seu nada, necessariamente temos de acreditar que seus pais eram pobres, desprezados e de humilde condição ... Há dois tipos de espíritos falsos que são incapazes de cantar o Magnificat como se deve. Há, primeiramente, os que não louvam a Deus senão depois de terem recebido algum benefício ... Esses parecem muito dedicados ao louvor de Deus. Mas, como jamais querem sofrer a opressão e o rebaixamento, são incapazes de realmente apreciar as obras de Deus e não podem, portanto, louvar e amar a Deus convenientemente ... Cantam-se esplêndidos Magnificats, mas causa pena ver como um canto assim sublime é cantado com tão pouco vigor, e tão sem vida, por nós que não o queremos cantar antes que tudo nos vá bem. Tão logo as coisas vão mal, já não o cantamos; já não temos estima por Deus, pensamos que não possa ou não queira fazer alguma coisa por nós, e dispensamos o Magnificat.. .

A doce mãe de Deus... pelo exemplo de sua experiência e por suas palavras, ensina-nos como devemos reconhecer, amar e louvar a Deus

Pois ninguém pode bem compreender a Deus e a Palavra de Deus se isso não lhe for dado, sem intermediário, pelo Espírito Santo. Não achas maravilhoso esse coração de Maria? Ela sabe que é mãe de Deus, elevada acima de todas as criaturas humanas, e no entanto continua tão simples e tão calma, que nada disso a levaria a se considerar superior a uma simples doméstica. Pobres de nós! Quando temos o bem mais pequenino, o mínimo poder ou a menor das honras, ou quando simplesmente somos um pouco mais belos, já não somos capazes de nos colocar no mesmo nível que alguém menos favorecido, e nosso orgulho não tem limites . Que faríamos, se tivéssemos bens tão grandes e eminen tes? ... Nosso humor sobe ou desincha con forme os bens vêm ao nosso encontro ou de nós fogem. Mas esse coração de Maria continua firme e sempre o mesmo; deixa que Deus nela faça a sua obra, como bem quiser, disso tudo para si mesma nada tirando senão consolo, alegria e confiança em Deus . Nós deveríamos fazer o mesmo, isso é que seria cantar um verdadeiro Magnificat...

Contribuição de Pe.Flavio Cavalca de Castro, CSSR

25


INvocAçõEs DE NossA SENHORA s

ão inúmeras as invocações de Nossa Senhora que as Equipes, no mundo todo, adotam para a sua identificação e como prova de amor e homenagem à Mãe Santíssima. Já examinamos, nos números anteriores da CARTA MENSAL, algumas destas invocações e, neste número, prosseguimos focalizando aquelas cuja celebração se dá em Novembro.

Nossa Senhora Mãe da Igreja É este o título mais recente conferido à Mãe de Deus, que foi proclamado em 22/XI/64 , no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano 11. É inerente ao ser humano amar e honrar a Mãe. A Igreja, como povo de Deus, constituída por f iéis e pastores tem o pri vil égio de ter Maria como Mãe. Com efeito a Virgem Maria cooperou com Deus na obra da Redenção: deu o seu fiat ao anuncio do anjo, colabora n do no ministério público de Jesus , a quem

trouxe ao mundo . Imolou-se junto com Cristo no episódio do Golgota. Após a Ascensão do Senhor, permaneceu em oração com as mulheres e os apóstolos até a vinda do Espírito Santo. Graças à fé e ao consentimento livre, ela tornou-se realmente Mãe de Cristo e de todos os que nele são batizados . Pela pregação e pelo batismo ela gera para a vida nova e imortal os filho s nascidos de Deus, que formam a Igreja Universal. Maria nunca abandona a Igreja, ajudandoa, não só no início de sua história, como nos momentos mais cruciais de sua existência . Maria permanece no presente, Mãe da Igreja, contribuindo para tornar a lgreja Mãe dos Cristãos; imprime nela a imagem de sua maternidade e se apresenta aos olhos dos homens como a expressão mais acessível e mais co ncreta de uma Igreja Materna. Como o título de Nossa Senhora Mãe da Igreja é muito recente, não existe ainda uma imagem característica desta invocação. · 26

-

Maria permanece no presente, Mãe da Igreja, contribuindo para tornar a Igreja Mãe dos Cristão!~;

.

.

Impnme nela a imagem de sua maternidade e se apresenta aos olhos dos hom1ens como a express~io

.

mais acessível e mais concreta de uma lgrleja Materna.


Giotto (7 266-7 337) "Apresentação da Virgem no Templo" Fragmento de um afresco Capela Scrovegni- Pádua 27


Nossa Senhora da Apresentação No dia 21 de novembro recorda-se a consagração da Igreja de Santa Mar ia Menina, construída perto do templo de Jerusalém para comemorar a dedicação que a Virgem - conforme uma piedosa tradição - fez de si própria ao Senhor, desde a sua primeira juventude. Assim, a festa de Nossa Senhora da Apresentação não tem a sua origem no Evangelho, mas numa an tiga tradição. A Igreja não quis aceitar as narrações apócrifas segundo as quais Nossa Senhora teria passado a viver no Templo, desde os três anos de idade, consagrada a Deus, por voto de virgindade. Mas aceita o núcleo essencial da festa: a dedicação que a Virgem fez de si própria, desde a sua infância, movida pelo Espírito San to, cuja graça a inundava desde o primeiro instante de sua concepção. Esta festa de Nossa Senhora é celebrada no Oriente, desde o século VII, contudo ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no

Mas aceita o núcleo essencial da festa: a dedicação que a Virgem fez de si própria, desde a sua infância, movida pelo Espírito Santo, cuja graça a inundava desde o primeiro instante de sua concepção. Século XIV, pelo Papa Gregório XI. Nossa Senhora da Apresentação figura, geralmente em afrescos que a representam ainda Menina, sendo apresentada ao Sumo Sacerdote no templo, por seus pais: Joaquim e Ana. 28

Nossa Senhora das Graças A Igreja ensina-nos a invocar Maria como Medianeira de todas as graças. Com efeito, Deus quis associar-se a Maria em todos os benefícios que concede aos homens, fazendo de sua mãe medianeira de todas as graças. Unida de modo mais íntimo e profundo à vida, obra e Paixão de Cristo, Maria cooperou com ele na nossa edenção, de maneira que a graça que só Cristo nos podia merecer de direito, foi também, ainda que de modo secundário, merecida por Maria. O Papa Leão XII afirmou: "Era desígnio de Deus que, após Maria ter servido de intermediária no mistério da redenção, continuasse igualmente a ser intermediária das graças que este mistério difundia em todos os tempos". A primeira missão de Maria foi dar-nos o Salvador e com ele a salvação das almas. São Bernardo com muita propriedade dizia que Maria é verda d eiramente o aquedut que


leva à humanidade à água viva da graça, ou melhor, que leva a Jesus, fonte da graça.

Assim Nossa Senhora das Graças é representada pisando a cabeça de uma serpen-

Era desígnio de Deus que, após Maria ter servido de intermediária no mistério da redenção, continuasse igualmente a ser intermediária das graças que este mistério difundia em todos os tempos. 29

te, em pé sobre o globo terrestre, tendo as mãos estendidas, das quais se desprendem os raios de suas graças . Usa sobre a cabeça uma coroa aberta, terminando em pontas. A Nossa Senhora Medianeira é semelhante à Virgem das Graças, diferenciando-se no fato de sobre a sua cabeça aparecer a Santíssima Trindade, que canaliza os raios das graças sobre Maria para que ela os distribua ao mundo com suas mãos.


Vida do M o vimento

T ESTEMU NHO uma manhã chuvosa, destas que nos levam a deiar o pensamento correr solto, me vi a pensar sobre ação maravilhosa de Deus em nossas vidas. Recordei quando recebi, através de minha sogra Sônia (falecida), o convite para ingressar nas Equipes de Nossa Senhora Paula aceitou de imediato; eu, no entanto, recusei veementemente, argumentando que teria de expor aos outros nossas intimidades de casal. Paula manifestava enorme vontade de ingressar no Movimento, e eu que sempre respeitei seus desejos, resolvi participar de uma reunião. Era o dia 17 de agosto de 1987. Como todo início, foi uma reunião cheia de desconfiança e medo de enfrentar o novo; mas a graça de Deus manifestouse de imediato em nossa vida, pois começamos a nos entender muito mais, a nos respeitar, ser mais pacientes com as crianças, assim como, sentir nos irmãos equipistas uma continuação de nossa família. Hoje, oito anos passados desde a primeira reunião, percebo que crescemos muito como pessoa e como casal e o reflexo disto manifesta-se no enorme prazer que sentimos ao compartilhar com outros casais os tesouros recebidos através das Cartas Mensais que são verdadeiras preciosidades, assim como, nos estudos de temas propostos pelo Movimento. Ministramos aos jovens palestras sobre relacionamento conjugal e familiar, fazemos parte da equipe de preparação para o casamento em nossa paróquia e ultimamente abraçamos uma Experiência Comunitária, trabalho apaixonante, que nos mostrou mais claramente a realidade dos casais de nossa comunidade. Queremos de todo coração agradecer em primeiro lugar a Deus e depois ao movimento das ENS pelo nosso crescimento conjugal e familiar. Precisamos melhorar bastante, mas o pouco que caminhamos, sentimos que Deus segurou em nossas mãos e nos conduziu neste florido e às vezes espinhoso caminho conjugal. Que ele manifeste sua graça sobre todos os irmãos equipistas e Maria Santíssima derrame suas bençãos sobre todos nós.

E

Paula e Quaresma Equipe 3 - N. S. de Fátima (Santarém-PA) 30


VISITA A

D.

o dia 16 de setembro próximo passado, estivemos visitando Dom Lucas Moreira Neves, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB, tendo por finalidade nos apresentarmos como casal responsável pela coordenação do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Nesta oportunidade procuramos mostrar a ele que, por sermos um movimento eclesial , procuramos caminhar em total sintonia com a Igreja, em todas as suas instâncias, seja a nível de CNBB, seja de dioceses, assim como de paróquias e outras comunidades. Um segundo ponto que procuramos deixar claro foi com relação à vivência das dimensões do nosso carisma, que fez com que o Movimento deixasse de ser tão somente uma fonte de aprofundamento espiritual dos casais, mas que se propunha ir muito mais além, passando pela vida em comunidade e desaguando na missão concreta na Igreja e,

LUCAS

N

principalmente no mundo. Para este encontro fomos acompanhados de alguns casais equipistas locais, da cidade de Salvador (Ana Luiza e Edilson, Lourdinha e Manuel, Marina e Geraldo), os quais se desdobraram para que este encontro ocorresse da melhor maneira possível. Assim sendo, ao participarem conosco da audiência com Dom Lucas, pudemos sentir o interesse dele pelo Movimento como um todo, e com um carinho especial na sua arquidiocese. Na ocasião entregamos a Dom Lucas alguns documentos do Movimento como o Ser Família na Igreja e no

31

Mundo Hoje. O Sentido de uma Vida, Experiência Comunitária, diversas Cartas Mensais, etc. Tivemos a oportunidade de lhe entregar igualmente o primeiro número da revista Famaia & Vida, um testemunho concreto de atuação de casais equipistas que, com a colaboração de casais de outros movimentos e serviços familiares, se propuseram a arregaçar as mangas e passaram a divulgar os valores da família e do casamento para a nossa sociedade. Com nosso fraternal abraço

Maria Regina e Carlos Eduardo


COMO EXPERIMENTAR A VIDA NUMA REUNIÃO PREPARATÓRIA eunião preparatória: mais cutucam. Cada encontro, ma is que um compromisso sacerdo para os pilotados, torna-se vida para tal, mais uma tarefa a ser o casal-piloto, para o casal Responcumprida? Pode ser; com tantos gru- sável Regional, para o conselheiro pos, com tantas pastorais, com tantas espiritual. Eis a primeira conquista: estamos na reunião preparatória não celebrações ... mais uma ... Mas, se em vez de mais uma, para os outros, mas para nós. Deus nos quer. Nos chama a aproeu conseguir fazer a preparatória veitar em profundidade estes momencom um Mais no coração ... Não tos da vida ... É o nosso caminho de mais uma, mas ... mais amor, mais santidade que está presença de Jesus em jogo. entre nós, mais fé A dos outros ... é no Espír ito Santo Assim nasceram conseqüência. que da vida nova a estas notas; fruto, Lembro-me da tudo ... não de raciocínio, frase de uma místiE foi assim. de reflexão, mas, ca moderna, quanEsta preparatória lhe pergu taram não voltará mais .. . tenho certeza, de do como fazia para ter Pode ser a última .. . iluminação. tantas pesso s, sopor isso, tem que ser bretudo jovens que Paraíso, Luz Divina, a seguiam, que se entusiasmavam com Espírito Santo. Anésio, Rosinha, Terezinha e a sua vida e a sua experiência. Qual a Nelson, Célia e Zé Carlos .. . eu, Con- técnica que ela usava? E ela com selheiro Espiritual: somos o Caris- muito candor respondia: "Não exisma reunido. Para brilhar só depende tem segredos ou técnicas especiais. de nós, do nosso nada aberto ao É simples... Eu vou atrás de Deus; os amor, para que o Amor-Luz se en- outros vem atrás de mim". Pois é. A nossa preparatória é ir carne em nós em plenitude. Está sendo assim ... É luz demais, atrás de Deus. Só isso. Céu demais ... Primeira Reunião Então porque não partilhar? Preparatória de Assim nasceram estas notas; fruuma nova equipe to, não de raciocínio, de reflexão, mas, tenho certeza, de iluminação. Acolher, conhecer-se, com o estiOs temas da pilotagem mexem, mulante trecho evangélico de Zaqueu.

R

32


sol entrar; era Ele procurava, bussó acreditar que cava, mas era pequeA nossa o amor d 'Ele é no. preparatória é ir infinitamente É a parte do homaior que o pemem ... Todos buscaatrás de Deus. cado, o fracasmos. Buscamos porSó isso. para que o so, que somos pequenosso limite nos. Grande não precisa. Já está cheio, saciado. Não puxasse o Ilimitado, o Infinito para cabe mais nada. Para que Deus pos- a nossa casa. Acolher; mas também ser instrusa entrar precisa-se de "Zaqueus", que se tornem o nada da busca, aber- mento de acolhida. Conhecer: mas também ser instura total à plenitude do Divino. Mas, a busca tem que ser inte- trumento de conhecimento. Assim, eu me encontro, eu me ligente ... e Zaqueu fez a sua parte. A árvore não estava ali por aca- conheço melhor. O olhar de Jesus na so. Era ... Palavra de Deus .. . convite minha vida, se transfere no meu para subir. Só subindo eu posso ver. olhar. Me olho como Deus me olha; Só vendo eu posso conhecer. Só co- no meu verdadeiro ser. Assim eu partilho não somente nhecendo eu posso acolher. Quantas árvores na pequenez da o que sou nos meus limites, mas tamnossa vida. Talvez seja difícil subir bém o meu dever ser, o projeto de nelas. Aí é que está. Se o desejo de Deus sobre mim. A minha santidade Deus vem d'Eie mesmo, eu tenho que a caminho, que nunca se cansa de colocar as condições para que este recomeçar, acreditando. Célia olha espantada. Anésio pasdesejo se realize .. . Não adianta o sol sa a mão perto do olho esquerdo. Robrilhar, se deixo as janelas fechadas ... sinha está no paraíso ... Terezinha já Com certeza na vida encontrei ártenta inventar projetos, quase dizenvores que foram instrumentos para que do: "Vamos aos fatos; como viver isto eu pudesse ver, conhecer, acolher... concretamente?". E eu? Nunca pensei em ser árvoQue interessante .. . Queríamos ser re para alguém? Quantos "Zaqueus " pilotos. Estamos descobrindo que Deus querem subir na minha árvore ... Pinos está pilotando onde Ele quer. sam, são pesados, algumas vezes maComo será a próxima reunião? chucam, mas, humildemente eu entrego a minha vida ... para ser árvore. Agora, se o homem faz a sua parte, Deus, é claro, faz a d'Eie.

Pe. Nino Carta SCE do Setor C S. José do Rio Preto/SP Eq. n° 23

"Eu, hoje, vou jantar na tua casa ... ". Era só abrir a janela para o 33


Nós, casais das E.N.S., vivemos a espiritualidade conjugal dentro das equipes, convivendo com outros casais, trocando experiências, ajudando-nos mutuamente. O que fazer caso um dos dois venba faltar? Continuar na equipe? Afastar-se dela? Continuar ajudando o Movimento? Pensando nisso, a Carta Mensal fez entrevistas para conhecer a opinião de algumas viúvas que continuam no Movimento.

VIUVEZ E

E. N .S.

Casal cresce mais depressa porque um ajuda o outro. Mercedes Toledo Quando ficou viúva, há 13 anos, Mercedes Toledo recebeu um grande incentivo de sua equipe para ficar no Movimento. Aceitou e continuou dedicando-se a ele. Trabalhou em retiros. Está integrada à Paróquia de São Geraldo, em São Paulo, da qual participa tocando órgão, mas foi através das E.N.S. que cresceu espiritualmente. Segundo ela, os viúvos devem adaptar-se às equipes, já que a finalidade maior do Movimento é o crescimento do casal. Sente-se muito bem na sua equipe e continua fazendo os PCEs, mas acha que o crescimento do casal é mais rápido que o individual porque um ajuda o outro. Seu modo de rezar mudou muito porque ao ler o Evangelho costumava trocar idéias com o marido, Celso. Aconselha aos viúvos e viúvas que não desanimem, continuem confiando na ajuda de Deus e dos amigos e trabalhando, pois a atividade é que dá força às pessoas.

A convivência com casais estimula os viúvos. Ruth Coelho Nogueira Ruth Coelho Nogueira, que junto com o marido Carlos pilotou a primeira equipe de Santana, na capital de São Paulo, está viúva há 76 anos. Disse que dentro das E.N.S. houve a conversão total de seu marido à Religião. Se tivesse saído do Movimento teria ficado isolada; a equipe . ajuda os viúvos a prosseguir na espiritualidade, aparando suas arestas, aperfeiçoando-os como pessoas. A perda do marido fez Ruth aumentar seu tempo de oração. Acha que a meditação em equipe é algo formidável e que a convivência com casais estimula os viúvos, e é contra a formação de equipes só de viúvos. Em sua vida têm acontecido verdadeiros milagres através da fé em Deus. 34


Na viuvez há uma grande perda. Se a pessoa se afastar da equipe, serão duas perdas ao mesmo tempo. Nancy Moncau

Para Da. Nancy Cajado Moncau o Movimento é a própria vida, porque o tem como missão que ela e Dr. Pedro receberam como obra do Espírito Santo. Procuraram durante 14 anos algum modo de aumentar a espiritualidade conjugal e receberam, como presente de Deus, as E.N.S. Após viú va, Da. Nancy sentiu-se como continuadora desta missão. Pertence à EC/R, participa de encontros regiona is e do Encontro Nacional. Faz palestra nos EACRES e acha que o Movimento precisa das experiências das equipes da primeira hora. O casal equipista tem apoio da equipe, através de uma amizade fraterna com uma qualidade que não se encontra no mundo, às vezes nem mesmo na família. Cristo une os casais na caminhada para Deus e quando morre o cônjuge fica um vácuo muito grande, os problemas têm que ser enfrentados sozinho. A pessoa sente-se muito só e é ajudada através do apoio fraterno da equipe. Se afastar da equipe terá duas perdas ao mesmo tempo. Considera válida a formação de equipes de viúvos como apostolado, mas não para substituir as equipes de base. Sente Pedro muito presente espiritualmente em sua vida e com grande esforço escreveu dois livros após a viuvez. Embora haja saudade, quem viveu a vida conjugal cristã, tem uma riqueza espiritual muito grande. Da. Nancy lembra aos casais que na vida conjugal é importante saber perdoar, e as pequenas diferenças devem ser resolvidas no dever de sentar-se, colocando a vontade de Deus na vida do casal, não olhando para trás, valorizando as qualidades do outro e tentando melhorar cada vez mais. Hoje, viúva, percebe quantos momentos de sua vida conjugal não foram tão bem aproveitados e aconselha: casais amem-se muito! 35


UMA NOTÍCIA INTERNACIONAL DA ITÁLIA Até as ENS têm seus mártires

Soube também que em Kigali, a capital, nos anos 80 existira uma equi(História dramática de uma equipe pe de casais europeus, assistida or um de Ruanda) padre jesuíta, que foi dissolvida pelo Em janeiro de 1991 , com 61 anos retorno dos casais à Europa. de idade, parti como missionário Fidei Finalmente, no Natal de 1993, um Donum para Ruanda (pequeno país no jovem do Zaire- Jean Bwandinga-, meu centro da África, que ficou conhecido por colega de magistério no seminário merecentes massacres que ali ocorreram). nor de Kigali (Ndera), casado há pouco Tinha promecom um a estutido aos amigos da dante ruandesa, equipe Acquarica pediu para ler alTambém os casais 1, do setor Saguns documenlento, da qual eu das ENS sofreram tos das ENS para havia sido Consemelhor conhecer com a tempestade: lheiro Espiritual, o Movimento do dos nove casais que me esforçaria qual muitas vepara fazer que em zes eu Ih . havia que haviam Ruanda nascesse o falado. dado sua adesão, movimento das Nasceu asENS, no qual três foram mortos, sim a primeira creio firmemente. aproximação dois perdidos, Escrevi ao Secrecom as ENS. um se refugiou tariado InternacioConvencido de nal de Paris para que as propostas no Zaire e obter todos os dodas ENS seriam os sobreviventes cumentos em franadequadas tamcês (língua oficial bém para os casão três. de Ruanda) e sousais de Ruanda, o be que em Ruanda jovem professor já existia uma equipe em Ruhengeri (ci- convidou alguns casais amigos. Estes se dade do norte do país), asistida por um entusiasmaram com a proposta e foi missionário belga, o abade Jacques marcada uma primeira reunião de inforLivrauw. mação no primeiro domingo de fevereiDe 1991 a 1993 sondei o terreno: ro de 1994 nas instalações da paróquia encontrei-me com o abade Livrauw, de Ndera. Eu já havia conversado com procurei entender a situação cultural, o pároco sobre a iniciativa e obtido sua tornei-me amigo de algumas famílias, plena aprovação. Foram convidados dez casais: propus o Movimento a alguns sacerdocompareceram oito, dois justificaram tes ruandeses ... 36


a ausência. Para a informação tínhamos convidado um casal da única equipe de Ruanda com o Conselheiro Espiritual, mas o clima político, já inseguro, fez com que a viagem de 100 Km setornasse impossível. Assim, sobro u para mim: expliquei as finalidades do Movimento, seu relacionamento com os outros movimentos eclesiásticos, o programa que ele propõe ... Eu falava francês ("italiano afrancesado ") e o jovem professor traduzia na língua nativa (kinyarwanda) para fazer mais claros os conceitos aos casais ... A todos casais distribuímos fotocópias dos documentos básicos das ENS ... Encontramo-nos novamente na mesma hora e local no primeiro domingo de março. Desta vez também estava presente uma freira, de uma comunidade que dirige o centro de saúde da paróquia (Irmã Gertrudes, do Zaire, que já havia trabalhado com casais). Compareceram 9 casais e informaram que outros casais tinham também interesse em participar. Este segundo encontro foi mais vivaz e amigável... Desta vez até as esposas se manifestaram ... Decidimos fazer em abril um terceiro encontro, uma reunião de amizade depois da Páscoa, 9 de abril, às 15 horas. Iríamos a uma casa de Encontros em Kienkiro (uma colina próxima a Ndera, onde os italianos haviam construído um pequeno centro). Eu deveria oferecer as bebidas e os casais dividiriam as despesas dos táxis. Mas este encontro seria diferente dos nossos planos ... Em 6 de abril, depois de um atentado que matou o presidente da República de Ruanda, explodiu a anarquia e a fúria homicida se alastrou em cada colina. Em 7 de abril revi os amigos da ENS no jardim do meu seminário em

Enquanto estávamos recolhidos nas instalações do seminário, fomos atacados por sete militares, armados até os dentes. Em poucos instantes escancarou-se o inferno: mortos, feridos e um corre-corre geral. Meia hora depois, ao meio dia, o seminário estava deserto: restaram apenas alguns mortos, diversos feridos e cinco sacerdotes esperando pelo pior.

37



A solidariedade das nossas equipes as comoveu e encorajou: "';Vocês nos deram - escreveram eles um novo alento, uma nova vontade de continuar a viver e a esperar um futuro melhor". Ndera: vieram refugiar-se, junto com mais duas mil pessoas, aterrorizados com a escalada da violência homicida que crescia e se expandia de hora em hora nas colinas. Sábado, 9 de abril, o dia em que deveríamos nos encontrar para a Reunião de Confraternização, enquanto estávamos recolhidos nas instalações do seminário, fomos atacados por sete militares, armados até os dentes. Em poucos instantes escancarou-se o inferno: mortos, feridos e um corre-corre geral. Meia hora depois, ao meio dia, o seminário estava deserto: restaram apenas alguns mortos, diversos feridos e cinco sacerdotes esperando pelo pior. Em 12 de abril fui repatriado por ordem do Cônsul e tudo pareceu terminar ali. Depois de quatro meses, todavia, com o fim da guerra civil e a vitória da F.P.R. (Frente Patriótica de Ruanda), um milhão de mortos e três milhões de refugiados no exterior, a vida no país começou a retomar seu

ritmo com os sobreviventes. Também os casais das ENS sofreram com a tempestade: dos nove casais que haviam dado sua adesão, três foram mortos, dois perdidos, um serefugiou no Zaire e os sobreviventes são três. Os casais sobreviventes se encarregaram dos órfãos dos casais mortos ou dos próprios familiares, não obstante os gravíssimos problemas para a própria subsistência. Por três vezes, através de portadores, enviei a eles dinheiro (dólares), doados pelas equipes de Salento, e cartas de fraterna amizade. A solidariedade das nossas equipes as comoveu e encorajou: "Vocês nos deram- escreveram eles- um novo alento, uma nova vontade de continuar a viver e a esperar um futuro melhor". Na segunda quinzena de julho de 1995 eu voltei definitivamente para Ruanda, para o seminário de Kigali (Ndera), que foi reaberto e já acolhe 335 alunos (de 14 a 21 anos de idade). Retornei para dividir as poucas alegrias e os muito pesares com os irmãos de Ruanda, para com eles trabalhar na reconstrução material e moral do martirizado país. Não obstante as graves situações a enfrentar, fui com entusiasmo porque a vida deles e a sua fé me comovem e me dão força: são os mártires da Igreja de hoje; sejam os que foram mortos, sejam os que continuam vivendo com enormes dificuldades. O Movimento deve orgulhar-se destas jovens equipes de mártires. O sangue dos mártires - nos recorda Tertul iano - é semente de novos cristãos, e, podemos acrescentar, de novas ENS.

Dom Tito Oggiani Macagnino C.E. da Equipe de Ruanda Ndera.l 39


L

P.S.:

a. Eis as últimas notícias dos novos casais da heróica equipe Ndera L de Ruanda, depois de 14 meses da "dispersão": • 3 casais sobreviveram • 3 casais foram mortos • 2 casais com destino ignorado • 1 casal exilado (no exterior) • Existem já casais que querem entrar para a equipe dizimada.

*

* *

*

*

* *

* *

l

b. Eis as últimas notícias da equipe de Ruhengeri, única equipe de Ruanda que existia já há alguns anos: • o Abade Jacques Livrauw foi repatriado (para a Bélgica). • Os casais, quase todos dispersos ou foragidos . É como se houvesse novamente surgido a perseguição dos primeiros séculos da Igreja!

Casal Pierre Célestin Kobastinga eJanviere: exilados em Goma (campo de refugiados) no Zaire. Casal Bernard Mponiyinigabo e Beatrice: o marido está preso em Kigali e a esposa (professora) foi expulsa de casa com seus 5 filhos e está desempregada. Casal Emmanuel Sebulimbwa e Jeanne: ele professor e ela enfermeira. Sobreviveram os dois e estão em Remera. Ele está desempregado. Casal Faustin Murego e Felicitée: mortos, juntamente com dois de seus cinco filhos . Os filhos sobreviventes estão com um tio em Kicukiro. A mais nova, de 5 anos, por falta de assistência durante a guerra, foi vítima do beriberi, a doença da má nutrição. Viveu errante em 3 regiões do país antes de ser recolhida pelo colega Theophile Simpenzive, professor que dirige o seminário, e levada para o tio. Casallnnocent Nkundimana e Donata: ele motorista e ela pro' fessora, foram mortos, deixando dois pequenos órfãos. O filho de 5 anos está com a avó e uma filha de 2 anos com uma tia. Casal Eugene e lmmaculée: professor e dona de casa, foram mortos e deixaram dois meninos órfãos, um de 73 e um de 9 anos. Casal Philippe e Stephanie: professor e operária. Estão sem destino conhecido. Casal Jean Damascene e Mukabanyana: funcionário e profes ' sara, sem destino conhecido. Casal Jean Bwandinga e Alice (que deu notícias dos outros): professor e estudante. Casal responsável da equipe Ndera 7 de Ruanda, com duas filhas, sobrevivem com grande dificuldade.

40


REUNIÃO DE BALANÇO

E

m novembro, todas as equi pes devem fazer a chamada reunião de balanço, que se destina a um exame consciencioso da vida da equipe no decorrer do ano. Seria muito bom prepará-la com uma leitura atenta da conferência do Cônego Caffarel - O ideal das Equipes de Nossa Senhora.

Vamos ser francos! Alguns de vocês estão saturados ... Alguns falam em retirar-se da . equ1pe, outros chegam a pensarem dissolvê-la. Esta leitura ajudará a nos examinarmos, tomando como ponto de referência os Estatutos e, particularmente, a sua primeira parte. Além do exame

pessoal de cada um de nós, confrontemos a vida da própria equipe com relação às grandes orientações do Movimento, e com relação ao objetivo que nos esforçamos por atingir. Focalizemos também os esforços concretos que precisamos fazer em relação aos PCE's, à prática da caridade fraterna, etc ... Transcrevemos a seguir, uma carta aberta de um Assistente à sua equipe. Poderá ajudar alguns de nós- como ajudou os casais de sua própria equipe - a retomar consciência dos pontos essenciais. Mas, na reunião de balanço, uma parte mais concreta não pode seresquecida: procurar juntos o que devemos fazer, praticamente, no próximo ano, para que a vida de equipe, as suas reuniões, sejam cada vez melhores e possam ser mais proveitosas para cada um de nós . Vários fatores devem ser aqui focalizados: a atuação a ser desenvolvida pelo Responsável, os contatos com o Assistente, a organização das reuniões, a escolha do tema de estudo, etc. 41

Carta aberta de um assistente à sua equipe "Meus caros amigos, ... Grãos de areia nas engrenagens? Vamos ser francos! Alguns de vocês estão saturados .. . Alguns falam em retirar-se da equipe, outros chegam a pensar em dissolvê-la. A boca pequena fala-se em decepção ... Mas a decepção vem do que e de quem? Seria preciso apurar. Vem da equipe? Do cônjuge? De todas as atividades que se opõem como obstáculos à vida de família, ou à vida de equipe, à vida que sonhávamos? Ou vem de mim mesmo? A história é velha, tão antiga quanto o pecado original. "Não fui eu, foi minha mulher", e a mulher: "Não fui eu, foi a serpente". E ela se renova sempre; os garotos na escola, acusam o vizinho; os paroquianos culpam o próximo da falta apontada, ou o próprio vigário. Na equipe, a culpa é lançada sobre o Assistente ou sobre um dos equipistas. Mas eu?


Certamente não... quefiz eu? O que vocês fizeram ... é antes de tudo um assunto a resolver entre Deus e a própria consciência. Masdecertonwdo, isto interessa à equipe; sejamos então honestos e antes de tudo conosco mesmos. Vocês tinham dificuldades? Mas quem não as tem? Quer se trate da pessoa, ou da família ou da profissão, da sociedade ou da Igreja, em toda parte há complicações, grãos de areia nas engrenagens. Se vocês não tivessem aborrecimentos, aí sim é que seria preciso inquietar-se. O trabalho do Demônio, é justamente semear a sizânia. Vocês cooperam com ele. Covardia ou traição? Cabe a vocês verificar. Quanto a mim, a minha covardia é talvez a de ter deixado passar cinco anos sem alertá-los. Se houve traição de minha parte, cabe a vocês dizê-lo. Alguns de vocês, consideram-se indignos, e acham que não lhes cabe mais permanecer na equipe, porque tem falhas, porque não cumprem todas as obrigações dos Estatutos. Será isto motivo para ir embora? Honestamente, não poderia eu dizer o mesmo em relação ao meu ministério de sacerdote e de Assistente da equipe?

Tenham crises de humildade, mas não de desânimo, de abdicação. Se a equipe retem pera as suas forças, tem então uma razão de ser para vocês. Pensam talvez que eu estou pessoalmente satisfeito com a minha atuação em relação a vocês? Então, retifiquem o seu pensamento... e estou certo, aliás, que vocês tem queixas a me apresentar. Será preciso então que eu parta, porque não faço tudo o que seria preciso, porque não mantenho todos os contatos pessoais que deveria ter com cada um de vocês? Tenham crises de humildade, mas não de desânimo, de abdicação. A Igreja tem necessidade de todas as forças dos cristãos mesmo se pouco podem dar. Se a equipe retempera as suas forças, tem então uma razão de ser para vocês. Comumsorriso... releiam o episódio da Samaritana e nele reflitam Junto 42

do poço de Jacob, o Cristo deteve-se porque estava cansado. Cansado em sua natureza humana, sim, mas certamente não na sua natureza divina. Quando se aproxima a Samitana, já não sente a fadiga. Que vocês estejam cansados em sua natureza humana, estou de acordo! Mas por favor! Que o homem novo, que o filho, a filha de Deus retomem a iniciativa. Acredito que vocês não vão censurar Deus por lhes ter feito conhecer as Equipes de Nossa Senhora?! Vocês encontraram nelas o próprio bem durante algum tempo. Depois, repwtinamente, vocês irão queimar tudo o que apreciaram, tudo o que lhes deu tantos motivos de progressos? Vocês irão esquecer, num instante, todos os frutos de um longo trabalho em conjunto? Já falei bastante, mas eu considero a situação muito séria. O que afirmei na última reunião de equipe eu o mantenho: O que Deus espe ra de nós, por interméd'o da equipe, o que Ele quer ao mesmo tempo nos dar: -É um novo surto de vida espiritual; - É uma visão mais clara de ajuda mútua que deve se exercer entre nós."

Transcrito e adaptado da C M de Nov/1963


EQUIPISTAS NO BRASIL (EM REGIÃO

São Paulo- Capital São Paulo - Sul I São Paulo - Sul II São Paulo - Centro I São Paulo - Centro II São Paulo - Leste São Paulo - Nordeste São Paulo - Norte São Paulo- Oeste SOMA São Paulo Rio de Janeiro I Rio de Janeiro II Rio de Janeiro III SOMA Rio de Janeiro Minas Gerais I Minas Gerais li SOMA Minas Gerais Paraná- Sul Paraná- Norte SOMA Paraná Centro- Oeste Santa Catarina Rio Grande do Sul Nordeste I Nordeste II Norte TOTAL

01.09.95)

N!! de Equipistas

N!! de Cons. Espirituais

408 273 326 273 582 383 225 626 601 3697 378 317 352 1047 264 249 513 160 150 310 504 328 350 208 254 385

50 34 30 28 53 48 13 38 62 356 34 19 39

7.596

772

43

92

37 27 64 22 20 42 56 38 34 24 24 42


Notícias e Informações

Nova Ligação Internacional O casal Teresa e Duarte da Cunha (de Portugal) foi designado como novo Casal Ligação da ERI com a Super-Região Brasil.

Expansão •A Região Rio 111 está lançando mais um setor (C), com equipes oriundas da Experiência Comunitária. • A Coordenação de Casa Branca/SP passou a Setor. • Está sendo formada mais uma Coordenação, agrupando as equipes isoladas de Joã"o Pessoa/PB. • No dia 76 de julho próximo passado, na Igreja Matriz, com o apoio dos Sacerdotes Pe. João e Pe. Luiz, foi feita uma Informação pelos casais Cida e Raimundo (Eq. 04) e Elizabete e Juvanildo (Eq. 03), na cidade de Santa Luzia sertão paraibano, distante de João Pessoa 300 Km. Na ocasião ficou marcada a 7~ Reunião de Pilotagem com 08 (oito) casais para 20 de ago_·to. (Casal Piloto Lídia e Dehon - Eq. O7) e nesta mesma data foi feita uma Informação para outros casais convidados.

Sessão de formação - Nível/ • A Região São Paulo - Leste, realizou em agosto último sua sessão de Formação - 7, na casa de retiro Cura D'Ars, em São José dos Campos. Presentes 27 casais representando os sete setores da região. A apresentação dos temas foi feita pelo Pe. Jonas Traversin, CE do Setor de S. J. Campos que se utilizou de excelentes vídeos sobre as Escrituras, Sacramentos, Espiritualidade cristã e conjugal. Esteve presente o casal Vera e José Renato da EC/R. • Aconteceu em Brasília, nos dias 2 e 3 de setembro, Sessão de Formação, de nível 1, com a presença de 32 casais. As palestras foram proferidas por O. Luis Soares, CE da Região Centro-Oeste, por Lícia e Artur, CRR Centro-Oeste e por Lourdes e Sobral, da EC/R. Todos os 6 CRS estiveram presentes. Apenas 6 casais formaram a equipe de serviço. Na opinião dos casais participantes, a prática de pa lestras curtas permitiu que os debates em grupos resultassem mais profundos e consistentes. Durante a celebração eucarística do sábado, O. Luis, explicando cada momento da missa, agraciou a todos com um pequeno curso de liturgia.

Dia dos Pais - Memória de Pedro Moncau A Região de São Paulo, comemorou o dia dos pais com missa celebrada no dia 74 de agosto. Na ocasião foi feita homenagem à memória de Pedro Moncau, fundador do Movimento, no Brasil.

44


Experiência Comunitária • Em João Pessoa - PB, sob a coordenação do Casal Apoio-Expansão, Auxiliadora e Pessoa estão sendo desenvolvidos três grupos de Experiência Comunitária. Os coordenadores dos grupos são: Auxiliadora e Pessoa (Eq. 03), Fátima e Romualdo (Eq. 03) e Maria José e Edmílson (Eq. 02). • 1995 O ano da Experiência Comunitária em Santa Catarina Foi lançado o desafio, no EACRE de Criciúma: 1995 vai ser, na história do Movimento das Equipes de Nossa Senhora de Santa Catarina, o ano que vai marcar a grande arrancada rumo à concretização da Experiência Comunitária. Esta proposta de atuação foi quase unânime entre os participantes deste encontro. • Experiência Comunitária Instrumento de Evangelização. A Região São Paulo Ca- 1:> pita/, reuniu no dia 29/08 ~r para uma troca de experiência, os casais coordenadores das Exp. Comum. com o C. R. por este assunto Cleide e Valentim e o CRR. São 09 experiências sendo 02 de Alphaville. - Nossa segunda Sessão de Formação nível I, ocorreu nos dias 22, 23, 24 de setembro contando com 22 casais totalizando 45 casais que completaram o primeiro nível.

Sessão de Formação na África Cidinha e lgar Fehr (CR-ER/) participaram, em agosto passado, deu uma Sessão de Formação realizada no Toga (África).

Retiro com Casa Cheia Niterói- R} Nos dias 5 e 6 de agosto o setor Niterói realizou o seu retiro espiritual anual, com a presença de 95 equipistas e excelente aproveitamento. 'i,i,','LLi.JL

Retiro Anual Setor D - Rio 1/J Foi extraordinário o retiro anual do Setor O - Rio 111. Pregado pelo Pe. Paulo Oelboux e com o preparo da liturgia a cargo do Conselheiro Espiritual do Setor, Frei Ooriano Ceteroni, o retiro contou com a presença de mais de 70% dos casais do Setor.

Evangelização da Sexualidade O relatório da Pesquisa Internacional (traduzido para o português do Brasil) encontra-se em fase final de impressão, devendo estar disponível aos interessados no Encontro Nacional (1 O a 12.11.95).

45


'•

Volta ao Pai Preparação para os Noivos

•Egídio S. A. Bianchi, (da Arlete) Eq. 2 - ltú - SP, 17 de julho

A Região São Paulo deu início a uma nova a ti vidade: a preparação de noivos para o casamento e a vida familiar. Administrado por diversos casais equipistas, funciona junto à PUC - Pontifícia Universidade Católica e, através d e encontros programados, visa proporcionar àqueles que vão se casar a oportunidade de uma orientação sobre a dinâmica do casamento e da vida em família. Seguese um acompanhamento para os jovens recém-casados.

•Celio Figueiredo Silva, (da Dulce) Eq. 1- ltú- 21 de fevereiro 'i.

•Antenor Fruet, (da lzabel) Eq. 1 - ltú - SP - 03 de dezembro •/ris Chalfun (da Maria Frassinetti) Eq. 3, Belo Horizonte - MG, 8 de junho •Moysés de Queiroz (da Lucia) Eq. 06 - B - São Paulo - SP 26 de Agosto •Pe. Francisco Costa, CSsR., CEde equipes em Guaratinguetá SP 30 de Agosto

?··

li Novas Equipes • Valença - Região Rio 11

•jacareí- SP

Eq. nº 3 Cas. coord. - Adriene e Sebastião Cas. Piloto - Tania e E/cio

Eq. nº 12- N. S. da Luz Cas. Piloto - Gracita e Murilo CE- Pe. Bentinho •Caraguatatuba - Litoral Norte I SP Eq. nº 1 - N . S. de Caraguatatuba CE- Pe. Nino Carta Eq. n 2 2 - N . S. do Jndará CE- Pe. Nino Carta A pilotagem destas eqs. está sendo feita por casais do setor de jacareí- SP •Porto Alegre- RS- (setor A) Eq. nº 1O - N. S. de Fátima Cas. P. - Vera Lucia e Renato Piccoli CE- Pe. Luiz Remi

•Nova Friburgo- R}

Eq. nº 1 - N.S. de Lurdes Cas. Piloto - Annita e Wa/dely de Souza (Eq. 1 de Teresópolis) CE- Pe. Paulo Ruffier •João Pessoa- PA

Eq. n 2 5 - N. S. da Conceição (Fruto da Ex. Co.) Cas. Piloto- Rejane e Fernando CE- Pe. Rui Korber

46


45 Anos das ENS no Brasil EXTRATOS DA CORRESPONDÊNCIA DO

PE. CAFFAREL COM o DR. MoNcAu JR (3ª PARTE)

PEDRO

19.11.57: "Seu lar está muito presente nas minhas preces e cresce, cada vez mais, a minha convicção de que vocês foram escolhidos pelo Senhor para todas essas tarefas que empreenderam e que levam a bom termo". 16-12-57:_ "Agradeço ao Senhor por tudo o que fez por vocês... Por tudo o que fez por intermédio de vocês, aos casais do Brasil e rogo a Ele, encarecidamente, que lhes dê todas as graças de que necessitam para o desempenho da pesada responsabilidade que têm em relação à cristandade do Brasil. Quando vejo a expansão das ENS em seu país, penso que a graça está verdadeiramente com vocês... " 30.12.57: (Ver no livro O Sentido de Uma Vida - biografia de Pedro Moncau Jr, às páginas 140 e 141 a mensa-

gem do Pe. Caffarel aos casais brasileiros) 15.03.58: ... "Fiquei maravilhado ao ver com que profundidade você assimilou o espírito do Movimento ... Quando você escreve: E preciso não confundir ou misturar as reuniões de ação com as reuniões de espiritualidade das ENS, quando você acrescenta penso que este é um ponto fundamental e, uma vez este ponto respeitado, as Equipes podem trabalhar, seja em comum, seja isoladamente, em várias formas de apostolado, os membros das ENS sendo os melhores apóstolos junto a seus vigários ou a seus bispos, não posso deixar de dizerlhe que estou plenamente de acordo ... " 09.10.58: ... " o que eu posso lhes dizer, hoje, é que eu temo, sobretudo, uma abertura das ENS a casais que

Eu saio sempre desses reencontros (encontros de Casais Responsáveis de Equipe) coma convicção de que é . preciso sermos muito exigentes com relação aos casais de nossas equipes.

47


não estej am maduros para nelas ingressar e que, provavelmente respeitarão as obrigações, mas que não tenham o desenvolvimento espiritual sufic iente para adotar, em profundidade o p reâm b ulo da Carta (Estatutos) ... " 16.12.58: ... " Eu saio sempre desses reencontros (encontros de Casais Responsáveis de Equipe) com a convicção de que é preciso sermos muito exigentes com relação aos casais de nossas equipes.Eu não quero dizer que é necessário sobrecarrega -los de compromissos, de obrigações de ofício, mas é preciso sermos ambiciosos para com eles, querer que eles descubram o Cristianismo em toda a sua riqueza e em toda a sua amplitude e que eles mergulhem no entusiasmo e na alegria de viver, não sem desfaleci-

mentos, sem incertezas, mas com um vigo r que se renova sem parar. Talvez consigamos, por nossa exigência, introduz i-los a viver esse

O cristão é

um homem em marcha, um. peregnno. Caminha para um destino, a jerusalém Celeste. cristianismo integral e, enfim, eles se tornarão adultos no plano espiritual assim como eles o são no plano humano. Mas é bom admitir que muitos dos nossos casais cristãos permanecem infantis durante um muito longo tempo. Isso tem a ver, sem dúvida,

com o fato de que eles não ousam optar, decididamente, por Cristo e seu Evangelho. Segundo uma frase de um escritor francê s, CUJ O nome agora não me lembro: E le niio opta senão pela metade, ele não renuncia senão ao meio, estar perdido por Deus, p erdido para· o mundo ... Eu faço, no decurso dessas jornadas, uma pesquisa sobre a Oração. Eu fiquei confo rtado pela leitura de quarenta respostas a essa pesquisa, recebidas de casais de nossas equipes. Muitos casais descobriram a importância da Oração, seu lugar e seu papel na vida de um le 'go. Eu vejo aqui um dos grandes meios de atingi r aquela maturidade espiritual da qual eufalo à toda hora. Eu creio, fi rmemente, que sem ela não se pode triunfar.

Respingando em nossos arquivos "O cristão é um homem em marcha, um peregrino. Caminha para um destino, a jerusa lém Celeste. O vigor do impulso com que caminha para esta meta é que asseguré! ao cristão o seu valor religioso. O cristão va le o que va le o seu impulso. E m_edíocre aquele que se dirige com moleza pa ra a jerusa lém, para o Senhor. E sa nto aquele que um poderoso dinamismo arrasta para Deus e aspira ardentemente ao grande encontro."

(Pe. Caffarel. C. M. de nov. 58)

48


CíRCULOS FAMILIARES: UMA EXPERIÊNCIA A SER REVIVIDA Nos 45 anos de vida do movimento das ENS no Brasil, inúmeras foram as iniciativas e experiências feitas pelas equipes e pelos casais, na busca de uma maior vivência do seu ideal de santificação conjugal e familiar. Umas dessas experiências foram os círculos familiares organizados em São Paulo, nos anos de 7958a 7970. Para lembrar-se da sua existência, a CARTA MENSAL entrevistou o casal Maria da Conceição e José de Assis Pacheco, que por muito tempo foi por eles responsável.

Sempre tivemos especial preocupação pela preservação da família.

CM- Desde quando pertencem às ENS? PACHECO -Pertencemos ao Movimento das ENS desde o seu início, a convite do saudoso Pedro Moncau.

equipes um movimento de espiritualidade conjugal, todo voltado para a família entendemos que ambas as associações se completariam.

CM - Que levou o casal a participar das ENS? PACHECO -Sempre tivemos especial preocupação pela preservação da família. Vivíamos então empolgados com a Confederação das Famílias Cristãs, da qual fomos fundadores. Todavia, ao nosso ver, a Confederação era muito ativa, cheia de planos e realizações no campo social , mas carecia de maiorespiritual idade. Por tal razão, sendo as

CM - Como se desenvolveu a atividade apostólica nas ENS? PACHECO- Nem sempre o espírito apostólico esteve presente na orientação das Equipes. O Movimento se apresentava muito fechado e voltado para si mesmo, preocupado apenas com a espiritualidade

49


A idéia dos círculos conjugal. Somente depois do Concílio . Vaticano 11, com a Segunda Inspiração é que as equipes passaram a ter uma preocupação apostólica mais ampla. CM- Como surgiu a idéia dos círculos familiares? PACHECO- A idéia dos círculos familiares surgiu do desejo de ver parentes, amigos e colegas de trabalho participando do nosso ideal. Mas, por incrível que pareça, casais de tradição católica receavam entrar nas ENS por vários motivos, inclusive pela presença do Assistente Espiritual. Isto os constrangia, tirandolhes a liberdade. Por outro lado, receber, na própria casa um sacerdote com batina, dava-lhes a idéia de extrema unção. E os vizinhos?! E o zelador do prédio?! Depois, aquela série de obrigações, como o dever de sentar-se, a meditação a oração espontânea na frente de terceiros dificultava a entrada de casais que tinham possibilidades de se tornarem excelentes equipistas, mas não estavam ainda em condições de ingressar no Movimento.

familiares surgiu do desejo de ver parentes, amigos e colegas de trabalho participando do nosso ideal. mento seguiria, mais ou menos, o das equipes: estudo do tema, porém mais simples; respostas por escrito, reuniões com breves orações no início e no fim das mesmas. Terminado o período de um ano, caso o total dos casais não optasse pela adesão ao Movimento das ENS , os que desejassem seriam acolhidos em alguma equipe, ou se formaria uma equipe nova com elementos de outros círculos. CM - Por quanto tempo existiram os círculos familiares? Como foi o seu desenvolvimento? PACHECO- A experiência durou mais de dez anos. Tudo corria bem. À certa altura, obrigado por ordem médica a suspender todas minhas atividades, apelei para o auxílio do saudoso Luiz Gonzaga Naclério Homem, que aceitou o cargo. À partir de então, Lourdes e Naclério se transformaram em verdadeiro:; semeadores de círculos e de equipes. Revelaram-se dois dedicados apóstolos. E o setor floresceu, sob as bênçãos de Nossa Senhora.

CM - Como se formaram os Círculos Familiares? Qual o seu objetivo e método de trabalho? PACHECO -Diante daquela dificuldade, surgiu a idéia de um curso preparatório, facultativo para admissão nas equipes, orientado por casal ou casais do Movimento. Esse curso- ou círculo familiar, não contaria com Assistente Eclesiástico; sua duração seria de um ano, findo o qual, o círculo se dissolveria ou se transformaria em equipe. Cada círculo seria composto de 6 a 8 casais. O funciona-

CM - Qual foi o resultado obtido pelos círculos familiares? PACHECO- Os resultados foram excelentes. A maioria dos círculos se transformou em Equipes. Até hoje, há equipistas que vieram dos círculos familiares. 50


Opinião do Leitor

PORNOGRAfiA f VIOLÊNCIA NA TV

rnerc ·~ai tive l oo MuNDO LlJ ante co . nto corn epresent lientes JU I urna "C?~d: enviar ~osrc profissior;:us. Esta idela,. de carate Iasse de D no rnun· papeiS que fa os luz denrnensagen;,eira de ser~rn surpree~eguir é urna rnasultados.fors poderiarn. ~ncias os re ip1sta xpene do. outros equ trocar e L " tes. tão e MENSA · esta s~gd! CARTA heco Ramos atraves Leo pac as • Setor V s. GraÇ re • RS Equipe N. porto Aleg

"Relendo cartas mensais antigas encontramos (nº 200 -Abril 93) a reprodução de artigo de O. Lucas sobre o assunto. Nestes mais d~ dois anos, a coisa só ptorou. Sugerimos que as Equipes de Nossa Senhora criem algo para influirmos para melhorar a situação." Nene e Elias Correa de Camargo Equipe 11 1 - setor A São Paulo - SP

INFORMAÇÃO E FORMAÇÃO

"Enviamos nosso agradecimento pelo excelente desempenho que tem demonstrado através deste veículo de informação e formação equipista que é a nossa CARTA MENSAL. Também achamos excelente o primeiro exemplar da Revista Família e Vida {já fizemos assinatura e estamos divulgando). No momento temos a missão de representar o Movimento da ENS, na comissão Arquidiocesana da Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Solicitamos, por isso, nos enviem exemplares da CARTA MENSAL para entregarmos em mãos para o Bispo Responsável O. Rafael L/ano Cifuentes, e para o Dirigente Espiritual Pe. Antonio Moretto, que tem pelo nosso Movimento um carinho e admiração bastante significativos. Marlene e Derik Equipe 35 - G, Rio /li

51


Nossa Biblioteca

f[j~f~J,i,.Conjugal 1~~~MI·f0.~0~~6N A I

â~::;~:~i~;I:~~::Iji~ ~ nâmicos e evolutivos. Um homem e uma mulher es-

; ;

j

· ~~ , 1

<t'i

AJY0~\J~~~~·ro I~-·.

tão ajustados, conjugal.·. mente, não quando entre ambos deixam de existir ~ ~ problemas, mas quando existe a vigorosa atitude de um conhecer sempre mais o outro. Este livro pretende transmitir um mínimo de conhecimentos técnicos necessários para que os casais possam realizar uma auto-análise e uma mútua análise, a fim de que o casamento seja transformado por técnicas existenciais, que começam pelo raciocínio e invadem a vida toda, tornando viável o segredo da felicidade conjugal. '; I

Como Educar e Ser Feliz Maria Tereza C. R. Moreira Roboni Editora, 112 pag.

Através de um relato envolvente, a autora apresenta sua rica experiência como mãe e educadora de seus filhos. Abordando de maneira bem objetiva temas relacionados à vida familiar, leva o leitor a conscientizar-se da importância do seu papel como pai/mãe para que sintam a necessidade de educar seus filhos para uma vida em plenitude, obtida através de frutos espirituais colhidos dos Sacramentos da Igreja, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da vivência cristã. A autora e seu marido Valdison são equipistas em São José dos Campos/SP.

52


Finados NOVEMBRO- FINADOS -MORTOS este mês so mos sempre chamados a estes pensamentos- estas meditações. Pensemos, um pouco, juntos, sobre eles. Desde sempre o homem pensa- questiona-se - sobre a morte. Conceitos diversos foram transmitidos, idéias várias foram encucadas por gerações no homem. O nosso medo da morte, vem-nos dos conceitos errôneos sobre Deus - de teorias, como crime e castigo . Apesar das reinci dências históricas, vençamos o temor. A morte arranca o ser humano do isolamento e do enclausuramento e proporciona-lhe novas e imprevisíveis chances. Morte não é um fim, mas uma passagem . Passagem desta vida terrestre para uma vida em plenitude. Foi por um parto - às vezes doloroso- que chegamos a esta vida. Fomos dados à luz. A morte será um segundo parto- doloroso ou não - que nos levará à luz. Aqui é transitório. Lá será definitivo.

N

Como foi? Como é? Como será? Cada qual terá sua morte. Vivê-la-á como vivenci ou a sua vida. A morte está intimamente ligada à vida vivida aqui. O homem cria a sua his-

A decisão final é a floração daquilo que o homem semeou e deixou crescer na vida. As opções parciais são uma preparação e educação para a decisão derradeira. tória. Morte não é um fim, mas início de vida nova. A passagem pouco 53

importa, a chegada sim. A Igreja cita-nos as novíssimas: morte, juízo, inferno, paraíso. Filósofos-teólogos enunciaram várias teorias. Na morte o homem é colocado diante de uma radical decisão. É uma chance final. É a chance única. Apresenta-se ante Deus e tem que aceita-lo ou nega-lo. E como se estivesse num compartimento fechado e tivesse que ver através do buraco da fechadura . Nem todos o reconhecerão. O homem exterior desmorona para deixar emergir, cristalina ou negramente, o homem interior que foi nascendo. Num momento, vê-se a si mesmo: o que foi e o que não foi . É como se, se visse ante um espelho no qual a imagem refletida é o seu eu verdadeiro. E é este eu que vai aceitar ou negar Deus. Quem crê será transportado da morte para a vida. Nesse momento de total desmascaramento do homem, pode dar-se, também, uma total conversão. A decisão final é a floração daquilo que o


.. \·t,t 1\'1\1.1111·, r ~ I; /f

·· - I

\ \ \ \ '. ·, :! I I . 1) • : \ • !

\:~

~ . ' 1: .

,

'\ ·\\ ~

,\,· ,\"._\~ \ · ' ' 1 ·

.

·~·h·! .' l 1 · ·'fi I

'/,,'fraterna com as coisas, a dimensão voltada para o

: t ·' · ·f, · /

~lf/ll't 1

.l··í'I

-r/fl

'lif/ ''· / · /

~ ~"... \.',~~i. !J~t~,~~~~/·~, .

'~(:· ·· ·

o/~

7((

,

<"_..;>,

·

homem semeou e deixou crescer na vida. As opções parciais são uma preparação e educação para a decisão derradeira. "Embora invisíveis, os mortos não estão ausentes. E o céu é profundamente humano. Realiza o homem em todas as suas dimensões voltadas para o mundo, como presença e intimidade

outro, como comunhão e perfeita irmanação e, principalmente, a dimensão voltada para Deus como união filial " (ap. Busca-Blanche Charnaux) Preparemos, pois,

nossa morte. " Ó morte, minha irmã" É aqui e agora que nossa eternidade é preparada-feita. O que tem fé está seguro na certeza de nossa vida nova, dada por Jesus ressucitado , vida que se inicia muito antes da morte, que já perdeu o seu aspecto assustador, pois não nos leva ao nada, mas a uma plenitude em Deus. Jesus no-lo garante não apenas com sua Morte e Ressurreição: Ele foi o primeiro, nós o seguiremos, mas no-lo diz, textualmente: " O Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então, retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento. Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino" (Mt 16, 27-28).

54

A morte arranca o ser humano do isolame·n to e do enclau.~iu­

ramento e proporcionalhe novas e imprevislveis chanct.~s.

Mais ainda, mergulhemos no Evangelho do Amor: "Em verdade, em verdade vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não vem a julgamento, mas passou da morte à vida. Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e, os que a ouvirem viverão " (Jo. 5, 24-25). Alegremo-n s, alegremo-nos, pois, no Senhor! A morte é alegria, é encontro, é união, é amor!

Blanche Charnaux Mendonça Eq. 04/B São Paulo, SP Equipe da Carta Mensal


Oração

ORAÇÃO DA SABEDORIA

Senha" dá-me a esperança para vencer minhas ilusões, todas. Plantai em meu coração a sementeira do amor. E ajuda-me a fazer feliz o maior número da humanidade possível para ampliar seus dias risonhos e resumir as noites tristonhas. Transforma meus rivais em companheiros, meus companheiros em amigos e meus amigos em entes queridos. Não me deixeis ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diante dos fracos. Dá-me o sabor de saber perdoar e afastai de mim o desejo de vingança. Senha" iluminai meus olhos para que eu veja os defeitos de minha alma e vendai-os para que eu não cometa os defeitos alheios. Senha" levai de mim a tristeza e não a entregueis a mais ninguém. Enchei meu coração com a divina fé, para sempre louvar o vosso nome e arrancai de mim o orgulho e a presunção. Deus, fazei de mim um homem rea lmente justo.

Clélia e Paulo Equipe 11 - Araraquara/SP

55


ร ltima Pรกgina

o

BARCO

L EONARD L YONS


MEDITANDO EM EQUIPE Apocalipse 7, 9-17 O autor do Apocalipse para nos animar nas lutas deste mundo, apresentanos um quadro da glória e da felicidade dos que já chegaram à vitória final.

Meditação 1. Você conhece alguém, que por sua vida, seguramente,

já está junto de Deus? 2. Qual foi a marca característica da vida dessa pessoa? 3. Indique um ponto concreto em que irá tentar imitar essa pessoa. 4. Peça que Deus ajude você, agradeça e louve pelo que Ele fez em sua vida e na de tantos.

Oração Litúrgica Salmo 25 (24) (Vers. 4-11) "A ti Senhor elevo a minha alma ... Mostra-me teus caminhos, Javé ensina-me tuas verdades Guia-me com tua verdade, ensina-me, pois tu és o meu Deus salvador. Eu espero em ti o dia todo por causa da tua bondade, Javé. Recorda a tua compaixão, ó Javé, e o teu amor que existem desde sempre. Não recordes meus desvios de juventude, lembra-te de mim, conforme o teu amor. Javé é bondade e retidão, e aponta o caminho aos pecadores; encaminha os pobres conforme o direito e ensina seu caminho aos infelizes. As sendas de Javé são todas amor e verdade, para os que guardam sua aliança e seus preceitos Por causa do teu nome, Javé, perdoa minha falta pois é grande


Prioridades: - Vida de Equipe -Formação - Comunicação - Presença no Mundo - Pastoral Familiar - Experiência Comunitária

Equipes de Nossa Senhora Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar Rua João Adolfo, 118 92 and. cj 901 CEP 01050-020 São Paulo- SP Te I (011) 604-8833 Fax (011) 604-8969


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.