El Carta Mensal Equipes de Nossa S nhora
LECTIO DIVINA ADVENTO
I
NATAL
IMACULADA CoNCEIÇÃO
45
ANOS
ENS- BRASIL
Ano XXXV- Nº315- dezembro /95
EQUIPES DE NossA SENHORA CARTA MENSAL NQ 315 DEZEMBR0/1995
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INDICE Editorial ........................ ... ..... ............ 01 A EC IR Co nversa com Vocês .... .. ...... 02 Orientação de Vida .......................... OS Fo rm ação .......... .. ............... .. ..... .... .... 1O Atualidade ...... .. ........... ...... ........ ..... .. 13 45 Anos das ENS no Bras il ..... .. .... .... 18 Vida do M ov imento .......... ............ ... 22 Reportagem .. ... .. .... .... ...... ... .. ..... .. .. ... 26
Carta Mensa l é uma publicação das Equipes de Nossa Senhoras Edição: Equipe da Carta Mensal Fone: (OI/) 604.8833 M. Tilereza e Carlos Heitor Seabra (responsáveis) Maria Célia e João de Laurentys Blancile e Lauro F. Mendonça Maria do Carmo e José Maria Whitaker Neto Rita e Gilberto Canto Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (Cm1s. Espiritual) Jorn alista Responsável: Catilerine Elisabeth Nadas (MTb 19835) Diagramação e Ilustrações: M. Alice e Jvaily Barcellos
Teste munh os .... ... ........................... ... 29 Capa: Eros Lagroua/ Jgar Fehr
Nossa Biblioteca ... .. .. ..... .. ... .. ......... ... 33 Notícias e Inform ações .................... . 35
Composição e Fotolitos: New.nvork R. Venâncio Ayres, 931 Siio Paulo Fone: (0 11) 263.6433
Opini ão do Leitor ... ... ... .. .... ..... ......... 37 Impressão e Acabamento: Ediçiies Loyola
Maria ......... ...... .... .. .. ...... .. ................. 38 Advento do N ata l ............................. 42 Última Página .. .. .. ..... ........................ 48
Rua 1822, 347 Fone: (011) 914.1922
Tiragem desta edição: 8.800 exemplares
Editorial
Queridos casais! Paz e Bem!
Mais uma vez estamos perto de celebrar o Natal, festa em que se renovam todas as esperanças no nascimento d'Aquele que trouxe toda a esperança para a humanidade. Ao chegar no fim deste ano podemos dizer que inúmeros foram os avanços de nosso Movimento na busca de uma ação evangelizadora em consonância com as diretrizes de nossa Igreja. Nossa esperança renova-se na possibilidade de, cada vez mais, termos a certeza de que na busca das três atitudes propostas pelo Movimento (Cultivar a assiduidade em nos abrir à Vontade e ao Amor de Deus; desenvolver a capacidade para a Verdade; aumentar a capacidade de Encontro e Comunhão), vamos realizando nosso seguimento ao Cristo Jesus, alicerçando a vida conjugal e familiar em sólidos pilares. Ao mesmo tempo em que olhamos para trás e percebemos a trajetória percorrida pelo Movimento, olhamos para a frente, vislumbrando uma realidade cada vez mais exigente de nosso testemunho cristão. Que vinho está faltando para celebrarmos a grande festa de Deus? Que água que é necessário trazermos para ser transformada em vinho bom? Certamente, todos vocês renovarão suas esperanças no matrimônio, na família, na Igreja e, principalmente, na vontade de construir um mundo melhor, implantando já o Reino de Deus. Que o Cristo renasça nos corações de cada um de vocês e no coração de suas famílias. Um feliz, Santo Natal e um Ano Novo cheio de aspirações, alegrias e realizações para todos nós. Deus os abençoe sempre! Abraços e orações
Pe. Mario José CEECIR
A Ecir Conversa com Vocês NATAL: CELEBRAÇÃO DA PRESE NÇA D E DEUS
Queridos amigos, Neste final de ano, início de outro, é com alegria que nos dirigimos a vocês!
É tempo de Advento, tempo de espera pelo Senhor, Deus Menino que vem até nós no Natal. Para os cristãos q ue buscam viver sua fé, ce l ebrar o Natal torna-se um momento especial , cheio de significado: o Natal é a ce lebração da presença de De us em nossa história, fato que experimen tamos, vivenciamos a cada di a. Nesta perspect i va, a festa, a ceia, o amigooculto e o presente são recolocados em seu lugar de simples expressões, sinais de nossa alegria pela vida de Deus que temos em nosso meio. Para viver bem o Natal é preciso preparação, que nos leve a
Para os cristãos que buscam viver sua fé, celebrar o Na tal torna -se um momento espec ial, cheio de significado. 2
rever a vida e esperar o novo que nos traz o Menino-Deus. O Advento, este tempo de preparação, é experi ência vivida por cada um de nós, mas é tam bém para ser vi venc iada em com u nidade. A coroa com quatro velas, representando as semanas do Advento, a novena de Natal, a montagem do presépio, a encenação do nascimento de Jesus ... tudo isto nos ajuda a . nos preparar juntos, em família e em equi-
O Natal é a celebração da presença de Deus em nossa história pe. Como é gostoso viver juntos o tempo do Advento! No tempo do Advento somos convidados a nos fazer ainda mais dóceis à ação de Deus em nós, concretizando sua presença no mundo. Somos chamados a estar mais disponíveis para que Ele se encarne novamente, através de nossas palavras e ações. Vivermos o Advento é estarmos "grávidas" do Senhor. Exagero?! Não. Nós geramos o Cristo para o mundo cada vez que nos deixamos "fecundar" pelo Espírito Santo e ser guiados por Ele em nossa vida cotidiana . E nós, equipistas, dispomos de ajuda adicional nesta tarefa de gerar Deus para o mundo a
cada dia: os pontos concretos de esforço e a vida de comunidade em nossa equipe de base. Estes instrumentos nos fazem mais abertos à vontade e ao amor de Deus c à verdade, fazendo de nós construtores do encontro e da comunhão entre os homens. E aí, neste encontro dos homens no amor, Deus está presente! Isto não é coisa para um só tempo. Nossa vida de cristãos são Natal e Advento
Para viver bem o Natal é preciso preparação, que nos leve a rever a vida e esperar o novo que nos traz o MeninoDeus.
Vivermos o Advento é estarmos ,1/grá vidos" do Senhor. perenes, um contínuo realizar e preparar-se, deixando-se moldar continuamente por Deus. Portanto, não há férias da fé, ainda que estejamos em férias. Como a mulher não deixa de estar grávida ao passear, ir à praia ou ao campo, também o cristão não deixa de estar "grávida" de Deus. E, neste sentido, as férias passam a ser um tempo especial para "curtir" e cuidar do Menino-Deus que trazemos em nós. Que este Advento seja vivido intensamente por cada um de vocês, preparando-os para o nascimento de Jesus! E, desta forma, tenham todos um Feliz Natal!
Lourdes e Sobral 3
MENSAGEM DE BoAs FEsTAS DA
Ec1R
• "Deus renasce por que nos amou e acre construirmos o Reino! Feliz Natal! " • "Um Filho nos foi dado! "Que o nascim , o do Menino esTJS"Sig'fjtiq e . . / ".. a paz para todas as famílias, " jania e Mauro
Lourdes e Sobral
Natal tem itos sentidos e dentre eles o de evocar a entidade familiar. Que a pr , ença de Jesu; nos lares equipistas nos leve a todos ao com promiss de anunciar !iJ O mundo que o amor existe e que sua vivência é possí e/. Que a4 fam 'Tias equipistas façam chegar aos homens a mac vilha do amor -e DeuS. 11
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• /Desejamos a to a a família equipista um Santo Natal. Que o Menino Jesus renovel nossos corações a Alegria e a Esperança para levarmos a todos a oa notícia do amor de Deus. 11 Vera e Renato •
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Em nome d toda a equipe da Carta Mensal agradecemos o carinho o incentivo J as colaborações recebidas durante 7995. Que a chegada do Deus-cria ça encontre seus lares em paz e harmonia e que estas se prolongu m pelo novo ano que se aproxima!" '/ M. · Thereza e Carlos Heitor Seabra
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Desej fn os que a alegria de Maria 1 ao ter nos braços o seu Filho/ seja a mesm em nossos corações todos os dias do ano. Feliz Natal. 11 Maria Regina e Carlos Eduardo
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Jesus renasça todos os dias em nossos corações e em nossas vidas. Nancy C. Moncau
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Orientação de Vida BODAS DE CANÁ
8ª
PARTE
"Pelo reconhecimento das obras de Jesus, todos ficam saciados" João 2, 11: "... Este primeiro milagre, fê-lo Jesus em Caná da Galiléia, e manifestou sua glória e seus discípulos creram nele." Os discípulos, depois do milagre, creram em Jesus e o acompanharam até o fim. Foram seus seguidores, os fundadores da Igreja, aqueles que lhe deram consistência em seus primeiros passos. A admiração dos milagres não conduz à inércia, mas convoca para o compromisso de agir para a transfor_mação da realidade que aí está. E compromisso que transforma, com a presença e a atuação decisiva de Jesus Cristo.
e o acompanharam até o fim. Felizes hão de ser aqueles que, mesmo não vendo, também nele crêem e o seguem. Não nos devemos impressionar, tãosó, com o milagre. A transformação da água em vinho, nos termos do relato do Evangelho, sinaliza que Deus nos convoca para colaborar na sua realização e, por isto, nos impõe assumir o compromisso de agir para que Ele possa transformar o mundo, para torná-lo cada vez mais próximo do seu Reino. Perante Jesus, com Jesus, todos ficam saciados. As obras de Jesus saciam, isto é, extinguem todas nossas carências e necessidades. Quem bebe de sua fonte, nunca mais terá sede e viverá eternamente. Compreendamos esta verdade inigualável sintetizada no salmo tantas vezes repetido e proclamado: "O Senhor é meu pastor, nada me faltará".
Segundo nossa cultura ocidental, os milagres são acontecimentos extraordinários que causam admiração por interromperem as leis da natureza e, por isto, só podem ser atribuídos a Deus, o todo-poderoso, superior às leis por ele próprio criadas. A interrupção das leis naturais parece não ser essencial aos milagres, mas a ação de Deus é seu elemento fundamental, pois são eles, simultaneamente, atos de poder, obras de Deus e sinais da presença libertadora de seu Reino . Assim, pela fé, vemos no milagre o sinal de Deus que, pelo Espírito Santo, atua continuamente no mundo e, principalmente, no homem que está sempre aberto à ação divina, criadora e salvadora 1• Não surpreende, pois, o resultado da ação milagrosa de Jesus : seus discípulos, vendo os milagres, creram nele
A partir da vivência do casal, muitos vão acreditar em Cristo. O matrimônio é sinal do Cristo. Viver nosso casamento, em comunhão com Jesus, Maria, José e os discípulos, é antecipar a concretização da grande Família Sagrada, comunidade fraterna de santos que ressurgirão na Páscoa para a vida eterna.
1. Alfonso Garcia Rubio - "'O encontro com Jesus Cristo vivoN.
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As obras de Jesus saciam, isto é, extinguem todas nossas carências e necessidades.
revela verdadeira, senão pelas o bras. Por isto, somente a vivê ncia efetiva e concreta da fé irá testemunhar o Cristo em que ac redi tamos, divulgando seu Evangelho . Na condição de casais sagrados pelo matrimônio, queremos viver este sacramento como verdadeiro sinal de Jesus e, assim, devemos nos esforçar para viver sua verdade, buscando sempre a vontade de Deus-Pai, em perfeita comunhão, com a extensa família que co ngrega toda a humanidade criada. Jesus, Mària e José são nossos irmãos . Comungando com eles, mirando seu exemplo, e fazendo de nossas vidas igual exemplo a ser mirado , faremos de toda a humanidade a imensa Família Sagrada que irá viver a eternidade na prometida glória do Reino de
Os discípulos creram em Jesus, menos por suas pa lavras , que dificilmente ente ndiam, e mais por seus atos e atitudes , que bem compreendiam e assimilavam . Nós, discípulos modernos que conhecemos Jesus, por tradição dos antigos, somos responsáveis pela transmissão da mesma boa nova aos que nos sucedem e, seguramente, só conseg u iremos atingir este objetivo por nossas ações , jamais por nossas conversas ou falas. A fé não se
]unia e Mauro EC/R
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"ELES NÃO TÊM MAIS VINHO!" Mulher, Um dia, em Caná da Galiléia, Com estas simples palavras: "Eles não têm mais vinho!" Mudaste o curso da História! Desse modo, Jesus se fez conhecer E a todos mostrou sua glória. Ele, se assim quisesse, Poderia ter dispensado Todos os servos. Mas preferiu contar Com a ajuda de todos, . Ao transformar a água em vinho. Hoje, apresentamos a Ti As nossas talhas, Umas transbordando, Algumas pela metade, E outras quase vazias. Porém, todas dispostas a servir. Pelos que se apresentam com muito, Pelos que se apresentam com pouco, E pelos que se apresentam com muito pouco, Queremos Te pedir: Intercede junto a teu Filho, Para que nossa simples água Possa chegar, aos que a almejam, Como um saboroso vinho, Como aquele servido nas Bodas de Caná. Ajuda-nos, para que cada um, Dentro das suas possibilidades, Possa servir e se sentir servido!
Maria Goreti Venâncio Eq. 04- Florianópolis/SC (EACRE/95- Criciúma- SC) 7
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MÃE DE JESUS ESTAVA LÁ
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urante a missa do dia 23 de julho de 95, o Pe. Olivier em sua homilia nos propôs três breves reflexões sobre as Bodas de Caná: • A mãe de Jesus estava lá, como se estivesse em sua casa: no centro de tudo , vendo tudo, sentindo tudo e tudo percebendo. É ela que por sua intervenção dá início à missão de seu Filho. • Jesus e seus discípulos também foram convidados. Esta é a pri-
Deixemonos ser convidados às Bodas, junto com ela. Certamente Iremos descobrir o verdadeiro lugar de Maria em nossas vidas.
meira apresentação de Jesus com aqueles que tinha escolhido. Foi essa a ocasião do primeiro milagre, do primeiro dos sinais. Uma coisa nos deixa contentes: a primeira manifestação pública de Jesus, o primeiro sinal do mundo novo que Ele veio inaugurar foi sua participação em uma festa, ou melhor, num banquete de núpcias. Não se pode sonhar com um símbolo melhor para um movimento de casais que uma festa de núpcias! • Jesus convidou os homens a participar de sua missão. Jesus oferece o verdadeiro vinho das núpcias. Ele não é um predestinado, nem um alquimista que fará vinho a partir do nada. Ele convida à participação: " ...
enchei de água as talhas". Assim , na nossa vida é o Senhor que faz o vinho da eternidade, mas nós devemos Lhe oferecer a água da nossa vida, o pouco do que somos capazes e Ele o transformará, o iluminará com sua graça e seu amor. Seguir a orientação de vida proposta pelo movimento significares-
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ponder ao convite que nos é feito pelo Senhor para deixar transformar nossa água cotidiana em vinho inebriante, em um vinho de núpcias e de festa. Muitas vezes se confunde orientação de vida com tema de estudo. Sem dúvida isso acontece porque frequentemente as orientações dadas são acompanhadas por um tema com a finalidade de aprofundar nossa fé. Pesquisando o caminho que nos conduz de um lugar a outro, geralmente sabemos situar a direção: para ir a ... tomo a direção de ... Eu me oriento, vou em direção de ... Isso é orientação de vida. Agora, para chegar onde quero, devo seguir um itinerário: passar por... continuar até ... voltar .. . ir adiante ... Isso é o tema de estudo - um itinerário proposto para se chegar à destinação. Sigamos os passos
de Maria. Deixemo-nos se convidados às Bodas, junto com ela. Certamente iremos descobrir o verdadeiro lugar de Maria em nossas vidas. Maria, mãe de Deus: nascido do ventre materno Jesus nos salva pelo seu Corpo, pela Eucaristia que é a essência da vida dos casais. Mãe dos homens, Maria nos olha com coração de mãe que concebe. Plena de graças ela nos mostra o caminho da santidade, ao qual somos todos chamados. Modelo de nossa fé, Maria nos ensina a crer que nada é impossível para Deus . Maria está sempre atenta a todas as necessidades dos homens e especialmente às necessidades dos casais que ela deseja vivam no amor e na alegria. Ao longo deste ano, nos colocaremos à escuta de Maria, deixandonos impregnar pelo seu Testemunho . Ela será nossa guia no caminho da nossa existência de homens, mulheres, casais e familiares . "Minha alma exalta o Senhor" responde Maria à saudação de sua prima Isabel. O Magnificat será também nossa
Nós a convidamos a buscar o sentido profundo desse cântico, que ressoa como um apelo a todos os que querem consagrar desde já suas energias na construção da civilização do Amor.
resposta ao convite de Maria para juntos trilharmos o caminho da santidade. Será ocasião para redescobrirmos a grande riqueza desta prece, tantas vezes rezada sem nela prestarmos uma real atenção . O Magnificat será esse ponto preciso de aplicação e de meditação sobre o qual nós lhes incentivamos a ser fiéis no correr deste ano. Ele re9
presenta uma síntese surpreendente da salvação e do sentido pleno da história humana. Ele nos reconduz ao mistério da nossa vocação de batizados atormentados por questionamentos que não encontram respostas senão através de nossa fé em Deus. Maria nos interpela . Como ela, estamos prontos a nos deixar ser amados por Deus e trabalhar os dons recebidos. Repletos do seu amor, somos capazes de nos libertar de nossos entraves e da vaidade que nos acompanha? Como Maria, sabemos fazer silêncio, escutar c acolher a Palavra de Deus, para melhor colocá-la em prática? Nós a convidamos a buscar o sentido profundo desse cântico, que ressoa como um apelo a todos os que querem consagrar desde já suas energias na construção da civilização do Amor. Para consegui-lo é preciso querer, querer muito: Isso o Magnificat nos dá, pois nos conduz à fonte do nosso Deus e Pai Magnificat!
Trad. da CM Francesa Gérard e Marie Christine de Roberty
Formação LECTIO DIVINA -LEITURA DIVINA, MODALIDADE DE MEDITAÇÃO sta lectio é um tipo passi vo de leitura - ou melhor uma espécie de leitura contemplativa. Nos outros tipos de leitura (como por exemplo na Escuta da Palavra proposta pelas ENS .), o espírito desenvolve grande atividade. Está procurando aprender, entender, assimilar, desenvolver convicções e motivos, responder planejando gestos concretos. Só por um tempo limitado é que a pessoa pode entregar-se a tal atividade, sem distrair-se ou cansar-se. Nesta modalidade de leitura entretanto não nos esforçamos tanto para compreender ou nos motivarmos . Limitamo-nos a nos abrir à Palavra, buscando a experiência da própria palavra. Contentamo-nos em deixar que as palavras fluam para o coração, conscientes do seu poder sacramental de acalmar, purificar, enlevar ... Deixamos que o fluxo das palavras entre em nós suavemente; não lhe opo-
E
mos resistência. É a modalidade de leitura que mais convém quando estamos de cabeça quente, porque não é cansativa, pelo contrário, é um descanso, especialmente quando a pessoa, incapaz de se concentrar seriamente, sente todavia necessidade de descansar o espírito. Tomar o texto sagrado - a Escritura é geralmente o ideal para esse tipo de leitura - e abrir-se ao fluxo suave de suas palavras, para fazer o começo de uma experiência revitalizante do poder da Palavra. Experimente-o e verá!
Primeira regra: Tomar reverentemente o texto e invocar o Espírito Santo. Não creio que seja possível exagerarmos o caráter Sagrado das Escrituras ... Deus, na sua admirável bondade e amor se dignou partilhar conosco, revelar-nos os segredos da sua própria vida íntima. "Não mais vos chamo ser-
vos, porque o servo não sabe o que o amo faz; mas eu vos chamo de ami10
gos, porque tudo o que ouvi do Pai, eu vos dei a conhecer. " É sobretudo através da
É a modalidade de leitura que mais convém quando estamos de cabeça quente, porque não é cansativa, pelo contrário, é um descanso, especialmente quando a pessoa, incapaz de se concentrar seriamente, sente toda via necessidade de descansar o espírito.
nulos e lhe respondermos.
Aqui um lembrete importante é que leiamos por tempo, não pela quantidade de linhas. Entretanto o tempo hoje em dia tem sido para as pessoas causa de pressão psicológica, em razão de uma correria desenfreada para aviarmos tudo o mais cedo possível, para depois fazer outra coisa e às vezes até para ficar à toa . Se decidirmos ler durante dez minutos, indiferentes ao muito ou pouco que cobrirmos, grande parte da pressão se dissipará. Na realidade, porém, não se trata de ler. Como diz a regra, trata-se de ouvir. Se a primeira palavra, a primeira frase nos causar impressão, faremos uma pausa e nos deixaremos saboreá-la. Dar-lhe-emos nossa resposta, em função da nossa situação de vida presente, tudo isso com naturalidade, sem qualquer esforço de memória ou raciocínio .. . Prosseguiremos suavemente, à vontade, ouvindo, deixando que o Senhor nos diga o que quer dizer-nos ... Em certos dias talvez não consigamos ir muito além da primeira frase ou parágrafo. Em outros poderemos ir lendo indefinidamente. De momento, pode parecer que nada nos fala ao coração,
Sagrada Escritura que Deus se faz conhecido no meio da humanidade. A Bíblia evoca uma presença de Deus. Por isso, começamos nossa leitura por um ato de reverência, uma inclinação, um ósculo, a posição genuflexa ou a prostração - algo que envolva tanto o corpo como o espírito que nos traga de um modo efetivo aquela Presença. Com respeito, tomamos nas mãos o texto . (que pode ser escolhido por qualquer critério). Invocamos, em seguida o Espírito Santo. Foi ele quem inspirou o povo escolhido, a comunidade cristã primitiva e o escritor do texto Sagrado a ingressar nessa experiência de fé. E é Ele quem vive em nós para nos ensinar a todos ... Façamos alguns instantes de silêncio após a invocação, para sentirmos o sopro do Espírito que nos chega através da brisa que movimenta as plantas, do ar que respiramos . É um tempo para curtir a presença do Espírito do Senhor.
Segunda regra: Escutar o Senhor através da leitura durante dez mi11
mas depois, ao trocarmos idéias com alguém ou quando estivermos cuidando de nossas ocupações, uma das palavras ou frases se avivará em nós. Tomá-Ia-emos como ela vier, conscientes da importância daquele nosso encontro com o Senhor.
Terceira regra: Tomar a palavra
e agradecer
Façamos alguns instantes de silêncio após a invocação, para sentirmos o sopro do Espírito que nos chega através da brisa que movimenta as plantas. É um tempo para curtir a presença do Espírito do Senhor.
No fim do tempo designado (embora não devamos encurtar o tempo, eu não hesitaria em prorrogá-lo, se parecer que o Senhor o deseja), tomemos um momento para escolher uma palavra dentre todas as que Ele disse, através da Leitura, para a levarmos conosco. Alguns dias não haverá problema de escolha. Ele ter-nosá dito alguma determinada palavra com tanta força que ela ficará conosco durante dias e dias. Outros, teremos de escolher deliberadamente alguma palavra para guardá-la conosco, ruminá-la e saboreá-la até nosso próximo encontro. E devemos agradecer-lhe. É, por certo, coisa assombrosa que o próprio Deus, venha com tanta simplicidade passar dez minutos com uma de suas pequeninas criaturas. Nosso espírito de gratidão, uma reflexão bem ponderada sobre a Graça de Deus, ajudar-nos-á a sermos cada vez mais fiéis ao encontro diário com o Senhor. E com certeza alegrará o Senhor, motivando-o a ser cada vez mais pródigo na luz e
na sabedoria que nos dispensará.
Conclusão: Se reservarmos todos os dias quinze minutos para um verdac/.eiro encontro com o Senhor, estaremos assumindo a Meditação Diária.
Como se vê, é um exercício muito simples, o quanto basta de método ou técnica para abrir espaço ao livre jogo do espírito. Mas assegurolhe que se for fiel a este singelo encontro com o Senhor, isso lhe transformará a vida. O momento da leitura diária passará a ser aguardado com viva expectativa. Estender-se-á a períodos mais longos e a outros momentos mais intensos de contemplação. O Senhor passará a lhe falar mais freqüentemente, você crescerá na fé, e terá oportunidade de ouvir o Senhor em todas as situações da vida, cada vez tornando-a mais coerente com a sua fé. Com a freqüência desses exercícios, você progredirá na busca da vontade e do amor de Deus, aprenderá a cultivar amorosamente a verdade e será capaz de aprimorar, como expressão do Reino, o encontro e a comunhão com os irmãos.
Adaptado por Astrid e Ribeiro Eq. 19-A de Juiz de Fora-Minas 1 da obra de M. Brasil Pennington "Deus ao Alcance das Mãos" Ed Paulinas- 1980 12
A tualidade
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ENSINO RELIGioso EscoLAR FRANCISCO CATÃO
m todos os Estados do Brasil, exceto Tocantins e São Paulo, em obediência ao art. 21 Oda Constituição, que mantém uma posição tomada pelo Governo brasileiro no início dos anos 30, as Secretarias de Educação organizaram, sob as mais diversas formas, o Ensino Religioso Escolar das Escolas Públicas, que não pode deixar de ter características especiais, dadas a laicidade do Estado e a pluralidade religiosa dos alunos. Em São Paulo, instado por diversas igrejas, em particular a Católica, o Governo vem tentando resolver o problema sob a figura jurídica do convênio com igrejas ou confissões religiosas várias, sem que tenha podido chegar a nenhum resultado, tamanha a grita que se tem levantado, inclusive por parte de professores e outros corpos relacionados com a Escola Pública. O caso de São Pau-
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lo interessa a todo o Brasil, não só pela significação objetiva do Estado, no conjunto da Federação, como sobretudo pelo grau de pluralismo religioso na Grande São Paulo, parâmetro e antecipação da evolu-
Mudar esse sistema é o sonho de todos nós, como o foi de Jesus e, num certo sentido, de todos os grandes //reiigiosos" da humanidade. ção cultural do país. Os cristãos, especialmente as famílias, que conhecem por experiência as dificuldades em encaminhar os jovens na fidelidade aos valo13
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res que os inspiram, devemos estar atentos ao grande laboratório cultural que é, neste momento, o Estado e a Metrópole paulistas, para ajudar a encontrar soluções novas e criativas para os problemas da educação religiosa da juventude. A primeira constatação que se impõe é de que o Ensino Religioso Escolar tal como hoje se entende, é um verdadeiro remendo. As circunstâncias impedem que se faça uma autêntica educação da fé na escola leiga. Toda catequese, dado o pluralismo ambiente, deixaria de figurar como discriminatória e proselitista. Aceita-se então, não sem dificuldade em muitas igrejas, pensar numa educação da religiosidade. Mas que é essa educação e como realizá-la? Há tempos que se vem procurando acertar, sem grandes resultados, porém. Parece impossível educar a religiosidade abstraindo-se das con-
O grande cepções, práticas e preceitos do que constitui, em última análise, uma determinada religião, por mais geral e sincrética que a possamos conceber. No entanto, todas as sociedades têm a incumbência de iniciar sua juventude na arte de viver. A História ensina que as culturas se têm mantido vivas, na medida mesma em que conseguem manter viva a transmissão de seus valores às novas gerações. O grande drama do Ocidente é precisamente o de não mais saber transmitir aos jovens as habilidades indispensáveis para lidar maduramente com a existência, apesar dos grandes progressos científicos e tecnológicos que lhe caracterizam a civilização. Durante algum tempo as famílias ainda desempenharam esse papel. Hoje, porém, até elas perderam a capacidade que tinham. Os jovens são cada vez mais deixados sozinhos em face da
drama do Ocidente é precisamente o de não mais saber transmitir aos . JOvens as habilidades indispensáveis para lidar maduramente coma existência, apesar dos grandes progressos científicos e tecnológicos que lhe caracterizam a civilização. vida e procuram , por isso, os doces venenos do álcool, da droga e tantos outros, em busca de algo que lhe preencha a existência. O que deveria ser instrumento de comunicação de sentido e transmissão de valores parece estar viciado. A mídia converteu-se numa indústria lucrati14
va. Apela para a liberdade artística com o objetivo real de ganhar dinheiro, ainda que corrompendo os costumes e instaurando a violência. A escola argumenta com sua laicidade , para lavar as mão s e deixar de cumprir sua função educadora. As religiões vêem-se afastadas pela sociedade, que as encara como negócios privados. Em conseqüência, acaba-se, de fato, cerceando o direito dos jovens a serem iniciados, pela própria sociedade em cujo seio nasceram e crescem, no sutil aprendizado da arte de viver. Torna-se cada dia maior a dívida da sociedade para com a juventude, em que reside sua única esperança de renovação . Talvez a grande lição a tirar das discussões paulistas atuais sobre o Ensino Religioso Escolar das Escolas Públicas refira-se ao vício profundo de nossa política cultural, que se reflete na escola, como na mídia, na família e até
na religião . Criou-se um sistema de viver voltado para o fazer, para a obtenção de benefícios e vantagens de toda ordem , para o sucesso competitivo, em detrimento do outro, que oculta e rejeita para a esfera privada, exclui e procura levar a esquecer as grandes questões fundamentais do ser humano, em face da existência. Sistema perverso, cuja única lei é a do mais forte . Institucionalização da violência, nas antípodas do ético e do humano. Mudar esse sistema é o sonho de todos nós, como o foi de Jesus e, num certo sentido, de todos os grandes religiosos da humanidade, dos grandes mestres do hinduísmo aos sábios dos Incas e dos Aztecas, passando por Buda e por Muhamad. No dia 12 de dezembro vamos comemorar mais uma vez a Virgem de Guadalupe. Há 464 anos ela apareceu a João Diego, um camponês azteca, no cerro do Tepeyac, para dizer que não era Mãe apenas do Deus dos cristãos, mas Mãe de Deus, portanto,
A escola argumenta com sua laicidade, para lavar as mãos e deixar de cumpnrsua função educadora. As religiões vêem-se afastadas pela sociedade, que as encara como negócios privados. também Mãe do Deus de Grande Verdade, Téotl, d'Aquele graças ao Qual vivemos, do Criador das pessoas, do Senhor que está Perto e Unido, do Senhor do Céu e da Terra (Cf. Siller Acufía, Clodomiro. Para compreender A mensagem de Maria de Guadalupe. São Paulo, Paulus, 1995, p.21; 49-52). Que Maria nos ajude a descobrir o cami15
nho de reunir, não apenas aztecas e cristãos, mas todos os educadores sensíveis à importância de se iniciar a juventude na arte de viver, para nos ir libertando aos poucos do sistema fechado que nos sufoca. Que a necessidade de transformar o mundo, sentida no mais íntimo de nós mesmos, converta-se em oração, sem o que nada mudará. Mas a oração não nos cruza os braços! Pelo contrário. Nossa luta pelo Ensino Religioso Escolar é, de fato, a luta por uma transformação cultural profunda da Escola Pública, para que em lugar de falha e miserável transmissora de parcos conhecimentos e inúteis habilidades, transforme-se no cadinho de seres humanos livres, capazes de acolher a vida na luz do que lhe confere realmente sentido - a que todos os humanos chamamos Deus - e transformá-la numa experiência de justiça, alegria, felicidade e paz, objetivo de toda educação, que é, por isso, religiosa.
(*)Especial para a C M
EscLARECIMENTO Aos F IÉIS CATóucos usente do País, em Roma, quando do lamentável episódio do dia 12 de outubro passado, por duas vezes manifestei o meu repúdio mas dizendo que só de volta ao Brasil, e tendo ouvido a Presidência da CNBB e a Comissão Episcopal de Pastoral (CEP), eu me pronunciaria sobre o fato e suas conseqüências. Faço a presente declaração à imprensa na qualidade de Presidente da CNBB após ter dialogado diretamente com os outros dois membros da Presidência e os Bispos integrantes da CEP. Desejo esclarecer que, desde o primeiro momento, ainda em Roma, declarei que fazia minha no todo e em suas partes a NOTA emanada pelo Vice-Presidente e Secretário-Geral da CNBB (e reafirmo a Declaração). O que ora entrego à Imprensa não é uma nova Nota mas simplesmente uma lista de pontos de reflexão destinados aos fiéis católicos em comunhão com seus pastores e que poderão ser úteis à opinião pública em geral.
A
1. Os Bispos do Brasil sentiram e sentem a mesma consternação dos mais de cem milhões de católicos brasileiros diante da gravíssima agressão à imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com a citada NOTA cumpriram o dever de solidarizar-se com todos os fiéis especialmente com os mais pobres e simples, marcados por profunda devoção à Aparecida; de confortá-los na provação; de dar-lhes as orientações mais importantes . Podem esses fiéis ter a certeza de que
seus Pastores estão muito próximos deles neste momento de tribulação. 2. Por maior que seja a gravidade do fato, este não monopoliza as atenções dos Bispos do Brasil. Estes, integrados na CNBB e guiados pelas "Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil" assim como por importantes documentos do Magistério da Igreja, prosseguem, sem deixar-se distrair por nenhuma provocação , sua atividade pastoral evangelizadora e missionária em benefício dos fiéis e do povo brasileiro em geral. 3. Os Bispos do Brasil convidam os sacerdotes, diáconos e ministros, religiosos e religiosas, leigos engajados, agentes de pastoral e fiéis em geral a uma atitude evangélica de perdão das ofensas: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rom. 12,21). Neste sentido , a CNBB rejeita de antemão qualquer atitude de revanchismo mesmo diante das provocações que não faltam. 4. A CNBB observa com prazer que a agressão a um dos seus símbolos mais sagrados já provocou nos fiéis católicos um forte aumento de devoção a Maria. Os Bispos renovam seu compromisso de aperfeiçoar, mediante uma adequada catequese, o sentido e o conteúdo desta devoção que se dirige à mulher predestinada a ser a Mãe do Verbo Encarnado e, por isso ornada por Deus de graças e
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prerrogativas; à primeira e mais perfeita discípula de Jesus; à serva do Senhor, exemplo e modelo de obediência à Sua vontade. 5. Os Bispos do Brasil repetem, venha de onde vier, as infundadas e caluniosas acusações de que os católicos adoram Maria (quando, na verdade, adoram só a Deus Trindade) e praticam a idolatria (quando, na verdade, vêm nas imagens de Cristo, de Maria e dos Santos somente sinais visíveis e estímulos à sua devoção e religiosidade). 6. A CNBB não pretende promover nenhum ato de reparação e desagravo de âmbito nacional pois entende que as grandes romarias ao Santuário Nacional de Aparecida já cumprem essa finalidade; entende também que cada Bispo promoverá melhor tais atos em sua respectiva Diocese, levando em consideração as situações locais, os apelos dos fiéis, a dar as respostas às necessidades do lugar, para que os mesmos atos tenham sua plena significação. 7. Atenta aos desdobramentos do episódio em todas as áreas que possam achar-se afetadas por ele, a CNBB não julga oportuno, no momento, tomar a frente de nenhum processo jurídico contra pessoas e instituições envolvidas. Por outro lado, porém, os Bispos não se sentem autorizados a proibir nem desencorajar leigos católicos que se sentem em consciência no dever de entrar com processos judiciais ou ações populares desde que essas sigam rigorosamente os trâmites da justiça sem o mínimo risco de desviar-se em atos de violência física ou moral a terceiros.
8. A CNBB exprime gratidão a todos os líderes religiosos da Comunidade judaica, das Igrejas reformadas, protestantes e evangélicas, de vários outros cultos que, por cartas, telegramas ou entrevistas à imprensa, quiseram exprimir solidariedade. Ela vê nesses testemunhos um incentivo a prosseguir e intensificar o diálogo ecumênico e- ou interreligioso que é um dos seus empenhos fundamentais. Agradece igualmente as manifestações amistosas de outras instituições civis, associações e grupos sociais e renova com todos e todas seu compromisso de continuar a promover, no âmbito que lhe concerne, o clima de respeito mútuo, compreensão e convivência em meio às diferenças de cultura e religião. 9. A CNBB sente a necessidade de conclamar os fiéis católicos e colocarse, perante o deplorável episódio, em atitude de fé, de oração, de humildade, de amor à justiça e à paz. Está certa que só deste modo se restabelecerá o clima de concórdia seriamente ameaçado pelo episódio de intolerância. 10. Por fim, confia a CNBB que os meios de comunicação social (aos quais agradece todo o esforço de informação) sejam, nesta circunstância, como é de sua natureza, instrumentos de verdadeiro entendimento entre pessoas e as comunidades humanas.
Dom Lucas Moreira Neves, Presidente da CNBB BraSL1ia, 25 de outubro de 1995 (Transc.do Boletim da CNBB, p. 285) 17
45 Anos das ENS no Brasil EXTRATOS DA CORRESPONDÊNCIA DO PE. CAFFAREL COM
MoNcAu jR. 04.01.60: ... "Eu rezo, de todo o coração, por vocês, casal. Eu peço ao Senh or para lhes revelar sempre mais o seu amor, de associar vocês mais estreitamente à sua Redenção, de servir-se de vocês para fazer muitos casais descobrirem as riquezas das graças que lhes reserva o sacramento do matrimônio" ... .. . "Minha grande preocupação, neste momento, é a de salvaguardar a unidade do Movimento agora que ele se multiplica com uma rapidez que me inquieta um pouco . Eu peço suas orações para que o Senhor nos ajude a evitar que um crescimento numérico das ENS seja um obstáculo ao seu desenvolvimento qualitativo e à sua unidade que me parece tão importante de salvaguardar afim de responder ao desejo do Senhor de que os seus sejam cada vez mais unidos" .. .
o
DR. PEDRO
(coNcLusÃo)
O perigo
.
mator para a cristandade atual é precisamente o de não haver cristãos ricos de uma profunda vida interior. 21.01.60: .. . "Eu creio, com efeito, que o desenvolvimento do Movimento no Brasil não é explicável senão por uma ação do Senhor. Mas, ao mesmo tempo eu não posso deixar de pensar que Ele encontrou em vocês
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dois, casal, um instrumento particularmente dócil para preparar sua graça" ...
22.03.60: ... "Eu estou, de todo o coração, unido e ligado às equipes do Brasil e ao modo pelo qual o Senhor se serviu e se servirá, ainda, por muito tempo, para conduzi-los com grande sabedoria e grande espírito sobrenatural" ... 25.03.61 (sobre o apostolado): ... "Se as ENS, como Movimento exercerem uma ação, elas exerce rão uma ação determinada e não poderão mais acolher aqueles cuja vocação é a de exercer uma outra ação. Portanto é preciso que elas estejam abertas às pessoas de ação qualquer que seja o objetivo de suas atividades, quaisquer que sejam suas inclinações, suas tendências. As ENS devem ser o lugar onde todos os cristãos
engajados na construção da Igreja , bem como do Mundo, venham "reabastecerse". Elas devem ser o lugar onde aqueles que ainda não estão engaj ados nas tarefas construtivas venham a descob rir o Cristo e deixar que Ele, pouco a pouco, os transforme em apóstolos e missionários" ...
25.03.6 1: . . . "O perigo maior para a cristandade atual é precisamente o de não haver cristãos ricos de uma profunda vida interior. Em tantos países e regiões os cristãos são ineficazes por que eles não têm essa vida interior, por que e l es não são canais através dos quais possa passar o poder de Deus" ... "Vemos nesses países o clero mobilizar massas de catól icos, assustado que está pela ameaça (da perda de fiéis) e acredita ndo que possa triunfar opondo massa cont ra massa, ação contra ação. Se ele relesse sua Bíblia eleveria que o povo de Deus jamais triunfou desse modo, mas sim quando
Não se luta contra o ma/com meios somente humanos, porque o ma/tem forças mais do que humanas. Somente o Espírito de Deus permite triunfar sobre o espírito do mal. confiava a Deus sua fraqueza, rezava e fazia penitência: então, a força de Deus operava milagres com a fraqueza do "pequeno resto" . Os cristãos serão vencidos quando não se humilha rem perante Deus, quando não se apressarem a lançar um apelo à santidade dos leigos. Não se luta contra o mal 19
com meios somente humanos por que o mal tem fo rças mais do que humanas. Somente o Espírito de Deus permite triunfar sobre o espírito do mal " ...
08.01.63 : .. . "Eu estou co n ve n cido de que as ENS têm uma grande m issão a desempenha r no Brasil e eu fico fe liz em pensar q ue vo cês (casal Moncau ) p e rmanecerão co mo seus conselheiros. Vocês dois têm um pape l ins ub stituíve l em manter o espírito . Mas é preciso, também, q ue vocês se esforcem em defe n der a disciplin a estrita. No d ia em que a discipl ina f o r relaxada as ENS não serão mais Eq uip es de Nossa Senho ra. Eu penso, so bretud o, que o futuro das E q u ipes no Brasil de p ende da oração, do esp írito de renúncia, e da união com Deus, de seus quadros" ...
FINAL
E.N.S. JAú-
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ANOS DE EXISTÊNCIA
3 de outubro de 1955 . A mais de dissipava pela orientação, por corres300 Km de São Paulo, em Jaú , reali- pondência do Dr. Pedro Moncau e Dn• zou-se a primeira reunião da Equipe Nancy. de N. Senhora, a primeira equipe forQual foi o fruto dessa semente mada fora da cidade de São Paulo. lançada há 40 anos? A terra foi fértil Como conhecemos esse movi- e produziu seus frutos: novas equimento? Era desejo de um casal de Jaú pes surgiram em Jaú e cidades vizinhas . Levamos o moreunir famílias para vimento para Bauru, aprofundar o estudo Pederneiras e Dois da religião mas não Córregos. sabia como. HavíaNessa fase mos trocado idéias, Um pouco mais começamos a mas nada ai nd a estatarde , sabendo da refletir sobre o va decidido. existência do curso elitismo do Estavam em Jaú, de noivos em São Lurdes e Clóvis Garmovimento das Paulo, dado pelas cia, de S. Paulo, para equipes, procuramos E.N.S. Pelas fazer palestras sobre nos informar, pedipessoas que teatro . mos o material e fundamos um em Jaú. Vejam o dedo de dele faziam Era o prenúncio e Deus! Clóvis Garcia, parte, mais tarde seria obriouvindo a conversa, poderíamos gatório em todas as sobre o estudo de reparóquias. Esse é ligião disse: concluir que ainda o trabalho pri"- Por que proera um oritário das E.N.S., curar ou formar uma movimento em Jaú. coisa nova? Isso já elitista. Nessa fase coexiste em S. Paulo. meçamos a refletir São as E.N.S. " sobre o elitismo do Explicou o funcionamento e prometeu enviar-nos movimento das E.N.S. Pelas pesde S. Paulo o material usado . Rece- soas que dele faziam parte, podebemos o que existia: estatuto e umas ríamos conc lui r que era um movicartas mensais, tudo mimeografado. mento elitista. Também pelos coExaminamos o material e decidimos mentários de alguns padres, ou pesexperim entar. Formou-se o grupo e soas de fora. Resolvemos reverter fizemos a 1• reunião. Quanta dúvi- essa situação e convidamos 30 cada! Quanta incerteza! Mas tudo se sais para uma reflexão sobre a vida
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matrimonial, durante um dia todo.
Novas equipes surgiram em }aú e cidades vizinhas. Levamos o movimento para Bauru, Pederneiras e Dois Córregos.
Com esses casais surgiram vários círculos que passaram a fun cionar nos moldes das equipes, di rigidos por casais equipistas. Após um ano, ou se tornariam eq ui pes ou se dissolveriam. Deu resultado. Já fazíamos, sem usar esse o nome, o que hoje é a Experiência Comunitária . Mais tarde, imaginamos, na periferia da cidade, os círc ulos fami liares, inspirados na estrutura das eq uipes e dirigidos por casais, mas sem a presença do C .E. Hoje em Jaú existem 15 círculos fami liares, apostolado das equipes. Mais recentemente, ate nde ndo ao apelo, ao engajamento na P astoral Familiar, surgi u timidame nte, o S.O.S. Família, qu e já
abrange quase todas as paróquias de Jaú, com um ate nd imento de urna noite por semana, com dois casais dando p lant ão. Reestruturamos também o curso de noivos, que passou de um só dia de palestra, para dois fin ais de sema na, num es qu ema de círcu los para troca de idéias, um a di nâmica bem mais agradável e proveitosa. Atendendo ai nda ao pedido de nossos bispos, para qu e se articule urna pastoral de co nj unt o, estamos fazendo contato com os demais mo vimentos, especia lmente o E.C.C. para j untarmos forças e traba lharmos nesses e outros e ngajame ntos que com certeza iremos assumir num futuro próximo. Hoje, as 21 eq uipes de Nossa Senhora, forma ndo o Setor Jaú, os 15 círcu los Fam il iares , lo uvamos e agradecemos a Deus por tantas maravilhas, operadas em nós.
Na Pastóral Familiar, surgiu timidamente, o 5.0.5. Família, que já abrange quase todas as paróquias de }aú, com um atendimento de uma noite por semana, com dois casais dando plantão.
Cônego Pedro Rodrigues Branco 21
Vida do Movimento FÉRIAS, FEIRAS E FERIADOS Feiras dias de grande labor, que congregam gente de muitos lados e comerciantes de áreas cada vez mais distanNão com o mesmo conteúdo, foi o tes, encontros acompanhados pelas mesmo vocábulo bem conhecido dos mais variadas manifestações, artes, atividades e prodígios, povos antigos, morenquadrados numa mente dos da bacia celebração festiva do Feiras são mediterrânea: Feriae patrono do lugar. Feifestas que os Eram Festas, paras são festas que os ra os romanos, era séculos e as séculos e as autoridatambém o repouso sedes consagraram em autoridades manal que Israel cumdias fixos, e que, junpria rei igiosamente, consagraram to com o domingo, ao sábado, contando em dias fixos, e têm entre outros paos outros dias da seque, junto com péis o de aliviar, perimana pela relação ao odicamente, a tremeno domingo, sábado: prima autem da carga de horas e Sabati ... , no dia setêm entre trabalhos, sem respiro guinte ao sábado. e sem mais lei que a outros papéis o Ressuscitou Jesus . vontade do patrão, que de aliviar, No calendário impedia sobre a grancristão o descanso periodicamente, de maioria de uma popassou de sábado para pulação recém saída a tremenda domingo , o Dia do da servidão forma l, carga de horas parente próxima da Senhor, e os portugueses, curiosamente, foe trabalhos. escravidão. ram os únicos a conDa preponderânservar essa relação ao cia da Igreja ao crescente papel doEsdia sagrado na designação da semana: tado, dos Dias Santos passamos aos Fesecunda (dies) feriae, tertia, quarta riados. E muito recentemente depois de ... E assim corremos com os velhos tremendas lutas sociais que constituem deuses pagãos (dies Marties, dies verdadeiras epopéias da era moderna, Mercuri, dies Saturni) para exaltar os entramos na era das férias-para-todos, dias Feriais de segunda a sexta, con- período que as legislações vão consaforme o uso dos mosteiros beneditinos, grando como direito obrigatório, ao pilares da fundação deste País. qual, porém, muitos ainda renunciam Entretanto, também, com o dealbar para ganhar um pouco mais ... , outros da Idade Média, foram nascendo as aproveitam para trabalhar noutro local
1. Chegados a este ponto do ano invade-nos a febre da partida: Férias! Vais? Onde? Como? ... Quanto? Ah!
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3. Donde vem essa Ansiedade? ou noutra arte ... , outros ainda para cuidar de seus teres e haveres ... Resta uma Permita o leitor que para responparte que em Portugal é minoritária(*) der a tal pergunta eu dê uma volta por que aproveita para romper com a roti- distantes paragens e vá buscar uma na quotidiana e partir para outros lu- definição divertida, que de Tempo dagares ou percorrer terras estranhas. vam os filósofos medievais: "Tempus 2. É a esta última categoria que se est numerus motus, secundum prius et dedica, preferentemente, esta reflexão, posterius". tempo é o número que conque logo à partida carrega uma suspei- ta o movimento, segundo um antes e um depois . ta que tantas conversas e tantas Ora é esta atitudes vêm claCultura de Númeramente confirros para tudo, que Da Instabilidade e mar: as férias nos trás ansiosos, Agitação tão são, com imensa é este Uso que freqüência, vivicansativas do ano hoje levamos codas com uma solado à alma, um correntelevannos freguidão, uma uso do espaço e do para as férias o ansiedade que tempo como mechegam a subnnesnno frenesi, ras quantidades, verter os seus obàs quais se apliapontado a outras jetivos e os seus cam as regras uninnetas, o que acaba efeitos. Uma Anversais do consusiedade que se por nos tornar mo: quanto? quaninstala em nós e to por metro? quanincapazes para o nos frusta do to por minuto? repouso gozo do presente (Time is money!). pela preocupação Quantidades hoem atingir os elemogêneas, de temvados coeficientes de felicidade prome- po e de espaço, que se somam e tida e sonhada, para tal lugar, tal ativi- fraccionam, que se podem linearmente dade, tal esforço. comparar e destinar, e por isso se poDa Instabilidade e Agitação tão dem otimizar! Voilá! é a mágica chacansativas do ano corrente levamos ve do valor econômico, que se traduz, para as férias o mesmo frenesi, apon- nas férias, por uma febre urgente e tado a outras metas, o que acaba por operativa, que nos traz de volta os panos tornar incapazes para o repouso: rentes, amigos e aderentes não necespara repousar tenho de aceitar estar sariamente triunfantes mas certamenonde estou, de corpo e alma, e fazer com te exaustos: Fiz Marrocos! , Fiz a Anpaz o que estou a fazer, mesmo que seja daluzia!, Fiz a Itália! (imagine-se ... não fazer nada! Para o que hoje muita a Itália! Em oito dias!). Ou ... se não gente se tornou incapaz. tiveram tanto engenho ou sorte, para 23
tais façanhas, fizeram os restaurantes , as tascas, as discotecas ou os cassinos do Algarve, consoante os gostos e as bo lsas de cada um. Alguns trazem um imenso despojo de guerra, obstinadamente colhido sob a forma de postais, fotos , dispositivos, que eu espero não suponham a mesma atitude de um casal de compatriotas, encontrado um dia, ajoujados sob um imenso aparato bélico-fotográfico, no Palácio da Alhambra, em Granada :
ruas, casas, muros, veredas e avenidas - pelas vicissitudes da nossa história e, desvendados aos poucos a quem nos conhece e ama: aqui te declarei .. . aquele dia que me perdi ... além aconteceu ... esquinas de sempre e nunca mais! Seremos então inverterados primitivos, refractários ao progresso secularizante da medida rigorosa, da distância metricamente exata? O certo é que por baixo de sucessivas camadas e sucessivas formas de ser, culturais e transitivas, subsitem em nós fronteiras indestrutíveis, que irremediavelmente nos distinguem e nos reunem, entre o SER humano e o SER DIVINO, entre os seres e O SER; pelo tempo descobrimos o eterno, pelo espaço adivinhamos o infinito.
Vamos ver tudo isto, no inverno aqui não há tempo! Nem vagar. Nem olhos. Porque a alma, se lhes escapava, ansiosa, para onde àquelas horas já tinham de estar, ou para a saudade do lugar entrevisto de passagem, mas frustrado, decididos que estavam a Fazer o que tinham destinado Fazer . Mas quem, senão eles próprios, os tangia com tamanha tirania?
Por isso viajamos, suspensos e atônitos, entre a imensidão do nosso desejo e a vertigem do nada, na trivialidade dos dias.
4. Penso no caráter do homem dito pré-moderno, arcaico, primitivo, para quem os tempos e os espaços não são quantidades homogêneas, mas lugares e ocasiões
A nossa ansiedade tem a ver com facto de não respeitarmos esta lei interior de ritmos e diferenças, projectados na vivência de tempos e de espaços, que são a manifestação sensível da nossa riqueza e do nosso destino, arriscado e sem limites. É que não é possível reduzir totalmente a metros e relógios de ponto a leitura dos nossos movimentos . Há horas e horas , lugares e lugares, medidos por instrumentos duma outra sensibilidade.
- "Descalça-te! porque o lugar que pisas é sagrado!" [Ex. 3,5] - "É bom estar aqui! Façamos três tendas ... " [Mt. 17,4] Não teremos nós nada a ver com tal experiência? O que constitui a noss a vida senão uma trama de tempos e lugares assinalados com os marcos de sucessivas revelações? As casas, com os seus limiares, antecâmaras de surpresas e iniciativas; as cidades como livros abertos, assinalados página a página-
As Férias- e vamos concluindo! são, ou devem ser, por vontade nossa, uma dessas ocasiões eleitas para nos deixarmos surpreender como peregrinos , pela revelação da promessa final, aqui, nestes lugares e nestes 24
momentos, bem terrenos mas invadidos de Sentido! E assim, como no 7° dia, saboreamos lentamente a taça de todos os sentidos: os passos de uma caminhada, o ritmo de uma dança, a frescura de uma bebida, a ternura de uma carícia, a inteligência de uma conversa, a cooperação em tarefas do grupo, a presença compassiva a uma dor, a iluminação de uma graça de Oração. Em suma: regressar ao tempo, ao tempo real. 5. A quem entra em Retiro Espiritual se diz que o faça com grande ânimo e liberalidade com o seu Criador e Senhor [Inácio, Ex. Spirit: no 5 - Anotação 5"] . Não há conselho mais apropriado para entrar de férias: libertar o espaço interior, desobstruir as fontes do silêncio, estar disponível. Com exagerada freqüência buscamos a reflexão orante sobre o farto ramalhete de nossos males, tristezas e negações - ou seja a Paixão de Cristo e dos homens; que falta nos faz a ascética da alegria, como propedêutica quotidiana da Fé! Ora esta aprendizagem, como tudo o que se aprende, requere alguns tempos, alguns lugares, eleitos e distintos, que no-Jo propiciem: " ... quando orares entre no teu quarto e fechada porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, recompensar-te-á" [Mt. 6,6]. Que as nossas férias com sua variedade, a sua diversidade, de gentes, situações e prazeres, sejam o espaço desse segredo divino, dessa pacífica restituição de nós mesmos ao lugar exato e ao tempo presente, vividos sem ânsia, numa liberdade recupera-
O c.erto é que por baixo de sucessivas camadas e sucessivas formas de ser, culturais e transitivas, subsitem em nós fronteiras indestrutíveis, que irremediavelmente nos distinguem e nos reunem, entre o SER humano eo SER DIVINO.
da que pode fazer do fim de cada dia, do fim de cada semana ou do fim de uma tarefa e de uma carreira - o lugar de um certo encontro de Emauz. No dia seguinte a vida seguirá sem prodígios; mas já nós seremos outros graças a Deus! Boas Férias!
Pe. José Maria Cabral Ferreira, s.j. (Transcrito da Carta das ENS de Portugal)
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CASAIS JovENS NAS
E. N .S.
Teima e Paulo, Marina e Ariovaldo, Ana Laura e José Eduardo: a força jovem das E.N.S. Neste mês de dezembro, a Carta Mensal, entrevistou casais jovens que participam das ENS. Teima, Marina, Ana Laura e Paulo são filhos de equipistas. Os três casais ingressaram no Movimento à procura de um sentido mais espiritual para a vida em casal, estimulados pelo exemplo de vida dos pais ou sogros. Creditam este interesse a uma formação religiosa cristã, mas buscavam também ampliar a convivência social com pessoas que tivessem valores cristãos. Participam das reuniões mensais com alegria, mas quase que se restringem a elas. Concordam com a metodologia do Movimento , procuram segui-la, embora esta, em geral, conduza a reuniões muito longas . Consideram o Movimento organizado e acham importante e necessária a par-
ticipação do C.E. como orientador e moderador do grupo. Sentem dificuldades na execução dos PCE's, principalmente no Dever de Sentar-se, mas acham fundamental a perseverança em praticá-los. Não têm feito Retiro, mas pensam em fazê-lo.
"Os PCE's resgatam a gente para viver o Movimento no dia a dia e não apenas nas reuniões." (Ana Laura e José Eduardo).
Com a participação na Equipe, todos cresceram em espiritualidade, individualmente e a dois . Aprenderam a respeitarse, valorizar mais o outro e a saber perdoar.
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"Este ano houve uma mudança nossa muito grande, melhoramos na Meditação, na Escuta da Palavra. A dificuldade é passar para os outros casais, os benefícios de se fazer os PCE's" (Teima e Paulo). Quanto a resposta à pergunta: "Por que Vo-
cês acham que há tão poucos casais jovens no Movimento?", julgam que há um desconhecimento e são unânimes em mencionar a falta de divulgação, que poderia ser feita pelos Padres e pelos Equipistas nas Paróquias e nas Missas. Precisa existir um trabalho para conquistar novos casais. Também foi lembrado que os jovens participam pouco da re-
ligião e estão muito mais li gados ao plano material do que ao espiritual, o que dificulta este engajamento. Pensam aind a qu e os Padres têm grande papel neste desinteresse pela religião.
"Há necessidade de uma formação religiosa na família, pois o mundo moderno oferece muitas opções materiais" (Marina e Ariovaldo). Gostam e lêem a Carta Mensal, mas consi deram a parte de formação mui to pesada.
"A CM deveria ser mais leve, mais jovem, mais agradável. Poderia conter assuntos como: explicações sobre o casamento, curso de noivos, atualidades crianças de rua, AIDS, sexo, preocupações
diárias de um cristão, entrevista numa Creche, etc..." (Marina e Ariovaldo).
Estão ent usismados com a participação nas Equipes, ac h am qu e a troca de experiências os aj uda muito. Estão conversa nd o mais e isto ajuda o casal. A obrigação de uma dedicação ao estudo da palavra aumenta a espiri tu a l idade, o q ue d á uma paz interior.
"É importante conheceras problemas dos outros casais aprendemos com os outros - para isto é muito importante a Co-participação"
(Ana Laura e José Eduardo). Às vezes sentem falta de compromisso por parte dos equipistas.
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"As E.N.S. não podem ter a pretensão de resolver todos os problemas da Sociedade e da Igreja, mas temos, sim, que assumir nossa responsabilidade de cristãos" (Teima e Paulo). Acham importante o envo lvimento pastoral mas aind a não o fazem, pr oc ur a r am o M ovim e nt o pa ra d a r u ma co ntinuidade e expansão à v ida re li giosa, mas não se di spõem a o utr as a tivid a d es n o momento . C o m o s u gestão pa r a o M ov im e n to, ac ham qu e seria bom have r um a sessão de for mação para j ove ns. Fi c a r am a l g um as perg unt as p o r serem fei tas:
1. O que é ser jovem? 2. Qual o seu projeto de vida, como pessoa, casal e para os filhos? F icam e nt ão a qu i feitas ...
VocÊ jÁ Ouv1u FALAR DOS INTERCESSORES?
O
s lntercessores existem nas Equipes de Nossa Senhora há quase 40 anos!. Hoje registra-se a sua presença em inúmeros países, inclusive no Brasil, onde somos perto de 400 pessoas. Ainda assim, aqueles que percorrem o País a serviço das ENS detectaram que um número expressivo de equipistas nunca ouviu falar dos lntercessores. Em vista disso, resolvemos utilizar a nossa Carta Mensal, visando todo o universo por ela atingido, através do qual poderemos irradiar para outros campos, direta ou indiretamente influenciados pelas equipes. A questão então é esta: você está convencido de que o fato de existirem pessoas resolvidas a dedicar uma hora noturna de oração, ou um tempo de jejum, ou oferecer algum sofrimento nas intenções que nos são confiadas é válido, corresponde a um serviço eclesial, que atende ao apelo de Cristo: Vigiai E Orai? Então fale disso em sua comunidade, ao cônjuge, filhos, amigos, divulgue, incentive as pessoas a confiar-nos seus problemas, padecimentos, doenças. Dessa forma e se esta empreitada for da vontade de Deus, com certeza muito mais pessoas ouvirão falar dos intercessores, muitos virão juntar-se a nós, permitindo que a nossa Família, que já é grande, cresça ainda mais. Aos que desejarem inscrever-se ou obter maiores informações, escrevam-nos e teremos o máximo prazer em atendê-los. De outra parte, se precisarem de orações, enviem seus pedidos, informando qual a necessidade e em favor de quem. Obviamente, terão plena liberdade de omitir o nome do favorecido, caso isto lhes pareça conveniente. Aos inscritos é enviado, trimestralmente, um boletim que, além de ser um veículo de comunicação, traz matéria formativa e, em anexo, as intenções destinadas a cada um. O endereço é o da Secretaria das Equipes de Nossa Senhora, na rua João Adolfo, nº 118, 9º and. cj. 901, CEPO 105 0-020, São Paulo - te/. (O 11) 604.8833. Estamos esperando por vocês. Dirce e Rubens de Moraes Eq. 03/D - São Paulo!SP
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Testemunhos EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA PARA DEFICIENTES AUDITIVOS
Manaus, 8 de setembro de 1995 Queridos irmãos, Atendendo ao apelo da Campanha da Fraternidade/95, "Eras tu, Senhor?", e sob a iluminação do Espírito Santo, lançamos em Manaus a primeira experiência comunitária para casais surdos, no dia 02.09.95 . Sendo pais de um jovem portador de deficiência auditiva (Silvio), que realiza um trabalho de Evangelização para os outros surdos, na Igreja de Aparecida, observamos a grande necessidade dos casais surdos de viverem a sua fé e, conseqüentemente, o seu matrimônio, pela falta de conhecimento e difícil acesso a informações que os ajude nessa vivência. Assim , após muita reflexão e oração de nossa Equipe de base, com o apoio do casal coordenador do Setor A, Ismênia e Vicente, e do nosso Conselheiro Espiritual, Pe. Carlos, decidimos aceitar o grande desafio de coordenar essa Experiência Comunitária. O maior problema era a comunicação, uma vez que não dominamos a língua dos sinais (nosso filho foi educado na linguagem oral), mas Deus colocou em nosso auxílio a Yara (ouvinte) , namorada de nosso filho, que se prontificou a ser a intérprete nas reuniões, ela que já atua como catequista e professora de Linguagem das Mãos. Foi dado o primeiro passo, mas para que possamos dar continuidade, será preciso muita fé e coragem e, para isso contamos com as orações de todos os Equipistas. Que o Espírito Santo nos ilumine e a Virgem do Silêncio interceda por nós, para que possamos levar a boa nova do Evangelho a esses nossos irmãos excluídos.
Stella e Alencar Equipe 2 - N.S. Aparecida Coordenadores das Experiências Comunitárias Setor A- Manaus 29
EssEs FILHos Nos FAZEM CRESCER " O Senhor fez em nós maravilhas" bem poderiam cantar Edith e Maurice que nos enviam seu testemunho de vida e "o grande projeto que trazem dentro de seus corações" .
Nossa história começo u há 30 anos, quando, num de repente, fomos unidos para empree nd er o caminho da vida a dois. Com nossa moci dade e projetos q ue removem montan has , entramos no m un do dos adu ltos sem nenhum complexo. Tivemos a graça de ver nascer em nosso lar seis fi lh os: Elisabeth, 28 anos; Ric hardi, 27; Xavier, 25; Peggy, 23; Bertrand, 18 e Fabien, 10 anos. Eles nasceram
Foi assim que, desde 1990, nossa família foi enriquecida coma adoção de quatro bebês deficientes mentais, abandonados após seu nascimento. durante nossas mudanças, pois Maurice trabalha num banco. Eles cresceram no seio de uma famí lia que por 9 vezes mudou-se para lugares diferentes ... As alegrias e os sofrimentos de cada partida foram manancial de motivações que favoreceram o relacionamento e a solidariedade de seus membros . O equilíbrio de nossa família e o ambiente que nela reinava 30
não poderia deixar de nos levar a uma abertura em direção das crianças menos favorecidas, em direção dos que não têm a chance de ter pai e mãe para amá-los. Essa idéia já a tínhamos há 15 anos. Foi assim que, des de 1990, nossa família foi enriquecida com a adoção de quatro bebês deficientes mentais, aband onados após se u nascimento. Este é um longo cami nho desde a nossa reflexão, principalmente para Maurice ... Caminho ao longo do qual o Senhor nos seguro u pela mão, nos guio u e nos levou a esses pequeninos, verdadeiros abando n ados
Com os seis
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pela nossa sociedade var esta criança (foi chamada moderna. Sob exatamente essa a palao pretexto de que eles vra utilizada pelo nosnão correspondem aos so pediatra) . padrões de beleza, de Como não responinteligência, tão dife- der a esse apelo de rentes de nós, essas amor? Hoje Daniel é crianças não têm direi- um menino que contito ao amor. nua marcadamente deEm dezembro de ficiente, mas alegre e 1990, acolhemos Ma- de bem com a vida. rie, criancinha mongoEm março de 94 lóide de 4 meses. Em foi Laurent, um bebê agosto de 91 foi a vez mongolóide de 5 mede Tristan, de 5 meses, ses, que veio se unir a também mongolóide. nós. Muito depressa Em dezembro de 92 descobrimos nele um acolhemos Daniel, de comportamento autista 1O meses, deixado num que nos leva a tratá-lo hospital da França pela com estímulos quase família, que voltou ao permanentes . A ajuda seu país de origem . de um cão adestrado Daniel tem uma deficipara o tratamento de ência mental pronuncideficientes tem regisada e uma cegueira trado resultados surprofunda. Seu estado preendentes . de saúde era alarman Com os se i s prite, o que obrigou o sistema de adoção a lan - meiros filhos nossa façar um apelo para sal- mília vivia feliz; com 31
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primeiros filhos nossa família vivia feliz; com os dez somos plenamente realizados. Apesar de opostos aos seis. . primeiros, que são norma1s, nossos 4 filhos excepcionais nos dão uma força interior imensa por causa da Paz do Senhor que eles trazem . consigo.
Como não respondera esse apelo de amor? Hoje Daniel é um menino que continua marcadamente deficiente, mas alegre e de bem com a vida. os dez somos plenamente realizados. Apesar de opostos aos seis primeiros, que são normais, nossos 4 filhos excepcionais nos dão uma força interior imensa por causa da Paz do Senhor que eles trazem consigo. Essa conduta fami liar nos impulsionou a organizar o Congresso Regional da Família que aconteceu em novembro de 1993 em Flers . Na Associação Vida em Família que
animamos e conta com a presença de alguns amigos entusiastas, estamos preparando a abertura de uma casa de repouso para 15 deficientes adultos . Esta estrutura de caráter familiar e confessional na qual vivemos, se inscreve naturalmente no prolongamento de nossa maneira de proceder. A grande propriedade - com capela - foi adquirida e os trabalhos de adaptação começaram em fevereiro de 94 . O investimento global (4 milhões de francos) e nossos meios financeiros limitados necessitam de grande élan de solidariedade e de generosidade. Empresas oferecem condições vantajosas ; pessoas bondosas se apresentam para trabalhar; os dons nos são ofertados a cada
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dia. Esse movimento deve se desenvolver se quisermos que o centro aco lha os primeiros deficientes no final do ano de 95 . Esta história não termina aqui. No âmago ela é a narração dos acontecimentos comuns que balizaram a vida de um casal - certamente um pouco loucos - mas nós o sabemos, loucos de amor pelo caminho que conduz à felicidade. A felicidade, nós cremos nela!
Trad. da CM Francesa (113) Edith e Maurice Labaisse (Tema do Congresso Regional da Famaia, nov/93, Flers)
Nossa Biblioteca
EVANGELIZAR A SEXUALIDADE
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~·N.Ms...r.
-Evangelizar A Sexualidade - Reflexão Equipes de Nossa Senhora, 214 pg Este documento é a síntese de um trabalho de reflexão desenvolvido em 1991 e 1992 pelas ENS em vários países onde o Movimento está implantado. Foi elaborado, por um lado, com base nos relatórios das trocas de idéias em reuniões de equipe e, por outro, a partir de testemunhos pessoais recebidos de equipistas e, portanto, é fruto de um trabalho de síntese das respostas dadas pelos próprios equipistas à pergunta: "o que deve ser e como deve ser vivida uma sexualidade impregnada do espírito do Evangelho?. Não é um estudo de caráter científico, nem tomadas de posição ou diretrizes do Movimento aos seus membros sobre
as questões relativas à sexualidade. Simplesmente, deve-se buscar nele o relato de um esforço de reflexão pessoal e em equipe de perto de 10.000 casais e sacerdotes conselheiros espirituais das ENS pelo mundo. Antes mesmo de sua tradução para as principais línguas faladas no Movimento, o documento original, em francês, foi apresentado ao Santo Padre pelos responsáveis internacionais das ENS numa audiência particular em 12.1 0.94. Tratando-se de uma publicação interna do Movimento, não está à venda em livrarias. Os pedidos devem ser feitos diretamente ao Secretariado Nacional, mediante reembolso. 33
Quando a Família Faz Festa Vozes, 59 pg.
Este livro destinase às reuniões festivas da família. Leva o crédito da "Equipe de Reflexão da Pastoral Familiar da CNBB", mas na verdade foi escrito por Marcia e René Egg (Eq. 03 - Brasília) membros daquela equipe de reflexão, conforme citado por Frei Almir na apresentação. Es tá estruturado em 12 temas relacionados a festas litúrgicas contendo textos para estudo em linguagem simples, algumas dinâmicas, referências à liturgia específica da festa, cantos, propósitos e, em algumas festas, até receitas de comidas típicas. Toda a renda do livro será destinada a ajudar na compra de passagens para que o Assessor da Pastoral Familiar da CNBB possa fazer-se presente em maior número de eventos, no Brasil.
justiça E Paz Se Abraçarão Fraternidade e Política Texto-Base da Campanha da Fraternidade 1996 Editora Salesiana Dom Bosco, 102 pg.
Para 1996 o tema escolhido para a Campanha é: Fraternidade e Política. O lema: Justiça e Paz se abraçarão (SI. 85/84). A política enquanto busca do bem comum, isto é, do bemestar de toda a sociedade interessa à Igreja e aos seus pastores. A política partidária é campo próprio dos leigos (GS 43) e compete a eles constituir e organizar partidos, com ideologia e estratégia adequadas para alcançar seus legítimos fins (DP 1069). Se nem todos têm vocação
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para atuar na política partidária, no entanto o bem de cada um está necessariamente rel~ cionado com o bem de todos e, por isso, têm o dever de participar na promoção do bem comum e essa participação implica uma conversão sempre renovada de todos os membros da comunidade. Com a participação de cada um, segundo seus dons, suas responsabilidades e situações concretas, tornar-se-á realidade o grande sonho: Justiça e Paz se abraçarão!
r Notícias e Informações
Equipes Novas
I
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Equipe n 39 - N.S. da Penha Minas Gerais- Região I C.P. Miriam e André Equipe n2 OS - N.S. da Conceição (com 8 casais) Divinópolis/MG C.E. Pe. Luiz Carlos Amorim C.P. Auxiliadora e Petrônio (Eq. 02)
Expansão •A partir do mês de outubro passado, a Região São Paulo Oeste passou a contar com mais duas Coordenações: - Maracaju/MS C.R. Neide e Antonio Vieira Gabriel - Valparaiso/SP C.R. Sabatina e José Luiz Pistori •Auxiliadora e Petrônio, Eq. 02 de Divinópolis/MG estão levando com muita alegria e empenho, o Movimento das ENS para Pará de Minas. A reunião de informação foi realizada em 18.11.95.
Mudanças nos quadros • Em 13.10.95 em casa de Clarice e Sebastião (Eq. 06), com a presença de Frei José Pereira, bem como de Mary e Martins (atual CRS), além de outros nove casais, após reflexão sobre o tema "Colocação dos Dons", foram indicados para o próximo período, com Casal Responsável pelo Setor C - Região Rio I, Eunice e Newton (Eq. 23) e, como Membros do colegiado, Judith e Mário (Eq. 93), Vera e Mário (Eq. 27) e Carmen e Nildson (Eq. 23)
•A Região São Paulo- Capital acaba de formar mais um Setor (E). Com o grande desenvolvimento da Experiência comunitária, brev~ mente serão lançadas novas equipes. O novo setor est~ sendo _formado mesclando equ1pes ant1gas (ex. 01-A, a mais antiga do Brasil) com equipes novas e a mis.são d~ CRS foi confiada a Roseman e Jose Luiz Ferraz Luz (ele, equipista de 2ª geração filho de Glória e Payão) i
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Dia Mundial da Paz, 1!! jan 1996
O próximo Dia Mundial da Paz, a ser celebrado a primeiro de janeiro de 1996, terá como tema central "Asseguremos às crianças um futuro de paz". O tema foi escolhido pelo Papa João Pau lo 11.
Romaria - N.S. Da Guia
As ENS de João PessoaParaíba, participaram da IV Romaria de Nossa Senhora da Guia, evento promovido anualmente pela Arquidiocese de Paraiba, e que congrega todos os movimentos e serviços de Nossa Senhora.
Promoção Do Menor
As ENS de Sorocaba - SP, vem participando ativamente do Proaprom- Programa de Assistência e Promoção do Menor que visa a promoção de famílias carentes. Com a colaboração ativa de diversos equipistas e de Conselheiro Espirituais, a entidade atualmente atende 115 famílias com crianças de O a 8 anos num total de 515 crianças.
Volta Ao Pai
José Rota (da Noemia) Eq. 03 - N .S. Fátima Mogi Das Cruzes - SP Rita Teles Da Silva (do Antônio) Equipe Imaculado Coração de Maria Mogi Das Cruzes - SP
Jaime (da Hildegard) Eq. 4 - Campinas - SP José Queda (da Clorinda) Eq.1 - N.S. Perpétuo Socorro Bauru-SP Victorio G. Capelini (da Helena) Equipe 5 - Dois Córregos/SP
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Opinião do Leitor Coleção das Cartas Mensais
Nova imagem do casal Lendo a Carta Mensal nº 313, inspirou-nos escrever que acreditamos firmemente que os Casais Equipistas refletem entre si e para o mundo a Luz e a Paz de Deus Nosso Senhor. Adernara e Marcos Antônio Do Nascimento Equipe 5 - N.S. da Esperança Caçapava - SP
Vinho Amor Lendo e refletindo os vários artigos sobre as Bodas de Caná pensei: " Na nossa vida a dois também devemos ser previdentes para que as nossas bodas sejam comemoradas por toda nossa vida e que não falte o Vinho-Amor. " Confiamos que Maria estará sempre presente quando precisarmos nos reabastecer deste Vinho Amor, intercedendo por nós junto ao Pai . Almir Equipe 23 -Setor C juiz de Fora - MG
Para completar coleções oferecemos diversos números das Cartas Mensais. Solic itamos exemplares dos nºs 9, 256, 260, 263, 266, 277 . Maria Laura e Oscar Equipe 1 - Teresópolis - Rj (Tel. 021. 642.6377)
Última Ceia "Com referência ao editorial da Carta Mensal 313, julgo necessária uma retificação: Nenhum dos três sinóticos, tratando da Última Ceia, refere a presença pessoal de Nossa Senhora. Essa ausência de Maria tem servido até de suporte à tese da não ordenação das mulheres (conferir Catecismo 1577), Maria estava presente, sim em Pentecostes. (Atos 1, 14). Essa a primeira comunidade cristã a que o autor deveria se ter referido, ao propor, já no sexto parágrafo, a comunidade ideal para a ENS." Mons. Geraldo Menezes C.E. Equipes 2 e 5 Belém- Pará
Equipes jovens Encontro Internacional Venho expressar a minha recente experiência no último encontro internacional das EjNS, realizado em julho último em Zipaquirá, na Colômbia. Participaram aproximadamente 300 jovens de diversos países e foi escolhido o novo Secretariado Internacional. O tema central foi a missão dos jovens nos dias de hoje e seu texto de inspiração foi "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós." Uoão 20,21 ). Trata-se de um envio para o lugar onde vivemos : o mundo dos jovens, a família, o trabalho, a Igreja, os estudos, as EjNS, a fim de sermos verdadeiramente "fermento na massa". Luís Oscar De Araújo Porto Henriques Juiz De Fora - MG
Partilha - Oportunidade de conversão Gostaria de deter-me no editorial (Carta Mensal nº 31 O) que, entre outras coisas, nos alerta para a qualidade da Partilha, nas nossas reuniões. Com grande certeza ela é um dos pontos fortes, pois possibilita-nos a oportunidade de abrir nosso coração e, urna vez dentro dele, verbalizar o nosso compromisso pessoal e intransferível de urna real e efetiva conversão" . Acrescentaria, também a preocupação e o chamado a que " continuemos cada vez mais a aprofundar o nosso papel de cristãos no mundo de hoje" . Dea (do Murilo) Equipe 03 -Setor A Brasília - DF
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Maria Continuando o exame das diversas invocações de Nossa Senhora, vamos lembrar daquelas que são festejadas no mês de dezembro de cada ano. Imaculada Conceição
No dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma que professa ter sido Nossa Senhora preservada imune de toda a mancha do pecado or iginal, desde o instan te de sua concepção. Com efeito, Deus "amou-a com um amor tão grande, tão acima do amor a toda a criatura, que se comprazeu n 'Ela corn sing ularíssima benevolência. Por isso cumulou-a tão maravilhosamente da abundância de todos os seus dons celestiais, tirados dos tesouros de sua divindad e, muito acima de todos os anjos e santos, que Ela, absolutamente sempre livre de toda a mancha do pecado, e toda formosa e perfeita, manifestou tal plenitude de inocência e santidade que não se concebe de modo algum outra maior depois de Deus, nem ninguém a pode imaginar fora de Deus. " (Pio IX, Bula
Os teólogos ensinam que essa plenitude de graças conferida a Maria, desde a sua concepção, se deu em atenção aos méritos de Cristo, de modo que a Redenção também alcançou Santa Maria. Ineffabilis Deus, 8XII-1854). Deus preparou Aquela que ia ser a Mãe de seu Filho com todo o seu Amor infinito. Os teólogos ensinam que essa plenitude de graças conferida a Maria, desde a sua con38
cepção, se deu em atenção aos méritos de Cristo, de modo que a Redenção também alcançou Santa Maria. Nossa Senhora da Imaculada Conceição é representada, sobre o globo terrestre, esmagando com os pés uma cobra, símbolo do pecado original. Ela está de mãos juntas em atitude de oração e tem os cabelos longos caídos sobre os ombros . Usa uma túnica branca e um manto azul, e muitas vezes se apresenta com uma coroa real. Sob seus pés aparece, geralmente, um crescente de lua sendo que às vezes a Senhora pisa sobre ele e a serpente envolve a terra. Em algumas imagens, sob os pés da Virgem surgem cabeças de anjos . A lua que aparece quase sempre sob os pés da Senhora da Conceição, simboliza a substância passiva, que guard a em seu seio os raios do sol. Por esse motivo é também o símbo lo de Maria, que guardou em seu seio Jesus, o Deus Encarnado, a Luz Divina.
Nossa Senhora de Guadalupe A devoção a Nossa Senhora de Guadalupe tem sua origem nos começos da evangelização do México. Em 1531 os conquistadores espanhóis já estavam estabelecidos no país. Missionários e padres franciscanos ensinavam aos catecúmenos as noções básicas do cristianismo, trabalhando para evitar que os conquistadores subjugassem os índios, reduzidos a escravos. Na madrugada do dia 9 de dezembro de 1531, o humilde índio recém batizado com o nome de Juan Diego saiu de sua casa para assistir à Missa na cidade mais próxima. Ao passar junto à colina de Tepeyac, pareceu-lhe ouvir suave melodia vinda do al to do morro. Olhando para o local viu uma linda senhora sobre resplandecente nuvem , ao redor da qual brilhavam as cores vivíssimas de um arco-íris. Surpreendido o índio ouviu a bela Senhora chama-lo pelo nome e dizer em sua linguagem ser Ela a Virgem e Mãe do verdadeiro Deus. Pediu a ele que transmi-
tisse ao bispo D. Juan de Zumarraga o seu desejo de que fosse construído um tempo naquele lugar. Sem discutir, dirigiu-se ao palácio episcopal e repetiu ao prelado a mensagem recebida, tendo sido ouvido com descrédito . De volta, o indígena desanimado pediu à Senhora, com toda a humildade, que escolhesse mensageiro mais impor-
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tante. Nossa Senhora respondeu-lhe que não faltavam pessoas de projeção social que tivessem o prazer de servi-la, mas ele fora o escolhido. Como o bispo houvesse ex igido uma prova concreta, a mãe de Deus recomendou a Diego que voltasse no dia seguinte quando receberia o sinal desejado. Juan Diego, entretanto, voltando para casa
encontrou seu tio e pai de criação gravemente enfermo, razão pela qual na manhã seguinte sai à procura de um padre para administrar-lhe os últimos sacramentos, desviando-se da colina onde lhe aparecera a Virgem Maria. Seguia apressado por um atalho quando foi surpreendido pela pergunta da Senhora: - Aonde vais? Contou-lhe sobre a doença do tio, tendo sido por ela tranqüilizado. Disse-lhe a Santíssima Senhora que seu tio já estava curado e ordenou-lhe que subisse ao cume do outeiro e colhesse todas as rosas que pudesse, recolhendo-as em seu manto, mas não as mostrando a ninguém a não ser ao bispo. Chegando ao palácio episcopal, o humilde índio desdobrou seu manto perante o prelado que viu a imagem da Virgem Maria pintada na capa, de onde caiam rosas. Admiradíssimo com o prodígio das rosas frescas em pleno inverno, e emocionado ao contemplar a maravilhosa imagem, o bispo caiu de joelhos e beijou piedosamente a fímbria daquele tosco pano. Em
Professores universitários e pintores famosos na o . consegu1ram definir o tipo de pintura, pois, às vezes aparece à óleo, outras à aquarela. O tecido rústico não foi submetido a qualquer preparo para pintura. Conclui-se, . ass1m, que aquela figura não fora pintada por ma os humanas. seguida, retirando a capa do índio levou-a ao seu oratório e pediu a Juan Diego para mostrar-lhe 41
o local da aparição. Ao voltar para casa o indígena encontrou seu tio curado. O retrato de Santa Maria de Guadalupe foi feito sobre áspero tecido de fibras. Todos os artistas que o examinaram ex ai tam a harmonia das linhas e a beleza do colorido, que não sabem imitar. Representa Nossa Senhora de tez morena, com olhos claros e muito límpidos, vestida à moda das mulheres da Palestina, inclusive a forma de coifa com que o manto lhe cobre a cabeça, habito que se conserva ainda hoje naquela região. As mãos juntas revelam atitude de oração. Professores universitários e pintores famosos não conseguiram definir o tipo de pintura, pois, às vezes aparece à óleo, outras à aquarela. O tecido rústico não foi submetido a qualquer preparo para pintura. Conclui-se, assim, que aquela figura não fora pintada por mãos humanas. Nossa Senhora de Guadalupe foi proclamada Padroeira da América Latina e Mãe das Américas.
Advento Natal
ADV ENTO NA FAMÍLIA l iturgia da Igreja refe re-se ao nascimento do Filho de Deus, como sendo o primeiro advento , e à sua vo lta gloriosa, depois dos tempos, como o segu ndo e defin itivo advento. O termo apresenta, na verdade, dois significados : vinda e espera. Vinda daque le que, sendo Deus, aceitou nascer entre os homens para poder mostrar, a cada um, o caminho da Salvação. Espera da plenitude, da vida eternamente feliz, compromisso de Deus para com aqueles que seguem a sua palavra. A família cristã tem, na sua base, a fé em Jesus Cristo; vivencia, cotidianamente, o seu advento. Segundo a Familiaris Consortio, a família, fundada
A
e vivificada pelo amor, é uma comunidade de pessoas: dos esposos, do homem e da mulher, dos pais e dos filhos, dos parentes. A sua primeira tarefa é a de viver fielmente a realidade da comunhão num constante empenho por fazer crescer uma autêntica comunidade de pessoas. A vinda de Cristo a sua presença no seio da família , é a chave para fazer dela uma comunidade de amor vivo. É a aceitação da presença de Cristo que permite, aos indivíduos , se tornarem comunidade, formar família. Cristo é o cimento que
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transforma indivíd u os em irmãos, fi lhos de Deus. A vinda, a entrada de Cristo na família ocorre a partir de s ituações concretas, tais como: • o sacramento do matrimônio e do sim dos cônjuges, doando-se um ao outro; • o batismo, que confere a cada
Advento é tempo de vinda e de espera. Tempo de reconhecimento d / a que. e que veio.
pessoa o estado inalienável de filho e herdeiro do Pai eterno; • a evangelização, que descortina um mundo de luz, mas também de compromisso, para todo aquele que é colocado em contato com o - - - - - - - - - - Reino do Senhor; • a preparação para a Deus. o casamento, que mostra Da mesma forma, a aos noivos que aspiram permanência de Cristo na uma vida em comum, as família também implica exigências da vida cris- em ações observáveis tã e a força da graça di- concretamente, entre as vina, sempre disponível quais estão: • a escuta da palavra e meditação diária, fontes inesgotáveis de crescimento individual e fa• a oração, principalmente que é feita com a família reunida, ~'-""'' forma segura de obter a presença de Cristo, já que ele mesmo assegurou que sem-
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aqueles que, reunidos, o invocassem; • a busca da perfeição pela prática dos meios de aperfeiçoamento; • a compreensão e a caridade, resultantes da disposição para dialogar, ouvir os outros e também se revelar; • o culto e veneração à Maria, a Mãe Santíssima; modelo de coragem, obediência e disciplina, a quem devemos o SIM que permitiu o nascimento de Cristo. O advento ocorre na família quando o amor se faz presente: • amor dos esposos, um para com o outro, que se revela no respeito existente entre os dois, na fidelidade, nos gestos de carinho, na paciência, na incansável busca do bem estar do cônjuge; • amor dos pais, para com seus filhos, e destes para com seus pais, exigência manifesta pelo próprio Cristo,
em palavras de extrema objetividade: pais, não irriteis seus fi lhos, e filhos, obedecei a vossos pais e o lh ai por eles, quando a idade deles isso exigir; • amor para com os irmãos, em especial aq uel es que ainda não viveram o Advento, ou não evangelizados; • amor para com os necessitados , os excluídos, os cont i ngentes imensos de prostituídos, drogados , doentes da alm a e do corpo, e tantos outros . Advento é tempo de vinda e de espera. Tempo de reconhecimento daquele que veio em dia, e com esse gesto garantiu a salvação de todos os homens; que a todos garantiu a graça do perdão e da volta ao Pai . Tempo de expectativa, de preparo para o retorno do Fi lho de Deus , para o momento da presença eterna da luz. Muitos ainda se conservam à margem do caminho que conduz ao Reino de Deus. Pais, mães, filhos que cumprem a função biológica de se reproduzirem, mas que nem sempre se dão conta de que ser família exige muito mais do que isso.
Apesar das dificuldades enfrentadas, a família subsiste, heróica, na esperança do Advento eterno. Coloca-se como centro irradiador da esperança desse sentido. É a base geradora da continuidade da espécie humana. Ao longo do tempo a família vem sendo agredida, vilipendiada, contaminada por falsos valores . Apesar das dificuldades enfrentadas, a família subsiste, heróica, na esperança do Advento eterno . Coloca-se como centro irradiador da esperança desse sentido . É a base geradora da continuidade da espé-
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cie humana; assume a proteção dos fi lho s quando ainda indefesos; educa e promove o equilíbrio emocional de seus membros, faz multiplicar os talentos entregues por Deus a cada indiv íduo e zela pela maturação e fidelidade das pessoas. Enfrenta obstácul os dificultadores que se antepõem a seus objetivos . Mas a esperança no Advento, no retorno do Deus vivo faz com que continue a persegui r seu intento. A família cristã espera o dia do encontro com Deus, caminha nesse sentido. Vive a esperança da verdade divina.
Perguntas para a reflexão em grupo: 1. O Advento
pode ser entendido como esperança? Por que? 2. Que ações evidenciam o Advento na família? 3. Que mais chamou sua atenção neste texto? Texto bíblico para a reflexão em grupo: Lucas 3, 1-13
Transcrito do Boletim da CNBB
A
DATA DO NATAL DE JESUS PE. FLÁVIO CAVALCA DE CASTRO, C.
Ss. R. (*}
É que nessa data o Natal já era e tão acostumados, pare ce-nos simplesmente na celebrado na igreja de Roma, desde tural que o Natal seja no quando não se sabe exatamente. Padia 25 de dezembro. Nem consegui- rece certo que isso já acontecia enmos imaginar outra coisa nesse dia, tre 352 e 366, no tempo do papa Libério. Sabe-se também que em ou essa festa noutro dia. Mas a verdade é que nem sabe- 274, no tempo do imperador Aureliano, mos o dia do foi introduzinascimento da em Roma de Jesus. Os a festa pagã evangelistas Mas a verdade é que do "Sol Invicnão o dizem . nem sabemos o dia do to", exataE por isso nascimento de Jesus. mente no dia gente séria 25 de decomo os teóOs evangelistas não o zembro, logos e predizem. E por isso gente quando tergadores dos minava o primeiros séséria como os teólogos solstício do culos tentae pregadores dos inverno no ram descoprimeiros séculos hemisfério brir ou imanorte. S. ginar. tentaram descobrir ou Leão Magno, ClemenImaginar. papa de 440 te Alexana 461, em drino (150uma de suas 215) menciona as datas apresentadas em seu homilias, não deixa de avisar os cristempo: 20 de maio, 15 de janeiro tãos que não confundissem a festa ou 6 de janeiro. Segundo ele, esta do Cristo, Sol divino, com a festa do seria a mais aceita. Outros, porém, Sol pagão. Nas Igrejas Orientais o nascimencionavam ainda outras: 28 de março, 2 de abril do ano 5.500 da mento de Cristo continuou sendo ceCriação ou 752 da fundação de lebrado no dia 6 de janeiro, na Festa Roma. Santo Agostinho (354-430) da Epifania, a Manifestação do Salnão duvida que a data seria 25 de vador aos Magos e também no Batismo no Jordão. dezembro .
D
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(*) C.E. da Equipe da Carta Mensal
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AMOR-COMPROMISSO homem vive constante mente à procura da Feli cidade. Às vezes , o desânimo toma conta daqueles de pouca fé que, sem esperanças, abaixam a cabeça, põem sua cruz no chão e reclamam: "Já estou cansado desta vida ... " Mas, felizmente há os que jamais desistem; obstinadamente, procuram o lado "bom da vida" vislumbrando em tudo e em todos a alegria do mistério da criação, descobrindo em cada sorriso, em cada amanhã, em cada explosão de vida, o beijo criador de Deus. O cristão deve encher-se desse espírito de alegria e fé e caminhar acreditando nas palavras do Profeta Jeremias: "Eis que virão dias em que cumprirei as promessas ... em que farei nascer de Davi um rebento legítimo que exercerá o direito e a justiça na terra .. . " Diante dessa promessa consoladora, nós cristãos, devemos levantar a cabeça e caminhar na certeza de que a Felicidade está no nosso encontro com esse rebento legítimo que é o nosso Salvador. E vivemos essa certeza quando procuramos crescer e nos enriquecer no amor fraterno e solidário, pois é o amor que nos desafia a deixarmos a riqueza das coisas, a glória do poder, a ganância do dinheiro. É o amor que nos faz levantar a cabeça, vencer o desânimo e seguir em frente. Para vivermos isso é preciso que o nosso coração não esteja contagiado pelas coisas fáceis que o mundo nos oferece nem se sinta comprometido em acumular bens que a traça e a ferrugem destroem. Precisamos nos comprometer com bens que não
O
passam e, vigilantes, receber o Senhor que vem ... E neste tempo de espera para o nosso encontro definitivo com o Salvador devemos abrir nossos olhos, nos desinstalarmos e irmos ao encontro de Jesus, presente já no meio de nós, na pessoa de nossos irmãos e aceitarmos sua proposta de justiça e fraternidade. Mas como é difícil aceitarmos essa proposta. Somos fascinados pelos mitos do mundo que nos tornam impotentes diante da luta e achamos melhor nos acomodarmos egoisticamente e darmos ouvidos à serpente do paraíso: - Deixem disso! Vocês não vão consertar o mundo. Todavia, se nos enchermos de um espírito de luta e de paz, poderemos coparticipar desse tempo novo de amor inaugurado pelo Mistério de Belém, pela simplicidade da manjedoura, pelo coro dos anjos, pela manifestação completa da grande misericórdia de Deus por nós. E, então, confiantes, poderemos receber o Jesus que vem. Peçamos a Maria Santíssima que nos oriente nas nossas escolhas neste mundo para que possamos viver o amor-compromisso que nos dá condições de nos aproximarmos, sem reservas, do Filho de Deus, diante do qual estaremos um dia. E, felizes, seremos convidados para participarmos para sempre da grande festa, da alegria verdadeira e da santidade plena. Amém!
Santinha e Tóti Equipe de N. S. do Carmo Borda da Mata/M.G.
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NASCIMENTO DE jESUS
NuMA GRUTA DE BELÉM (do livro O Rosário da Esperança de Maria do Carmo Mendes de Andrade e Souza) Percorrem
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brincar e depois repousar Um casal viajante , Falta-lhes um abrigo para descansar Ela está grávida .: e não encontra lu/ar E é uma criança/ abençoada ~ que vai chegar ·, , quer .rece .I bA I . e- os N mguem as festas / as gulosei ás os risàs Po.dem até atrapalh r o~ cumprimento É \ora dos pre ntps rec er e"'élar Ele está ,.ara nascer Será que ninguém percebe? Ninguém quer entender? E o coração se fecha aos apelos do Deus-Menino Ele acabaria estragandõ ,. nossa festa de Natal Tão cansados da viagem Maria e José procuram uma singela pousada
a noite escura pre a pen~~rrer pos desertos · Sem jamais esmorecer · Encontram enfim a chegada Longe de todos. nós ., Numa gr~ ta .abandortad~'."" Jesus já pode nascer O Bem sobre -e-se ao • Ai de nós! · e ;;-os! ' Até q!lanéto .·
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Última Página FELIZ NATAL Noite de Natal! Noite única na história! A voz dos anjos rompeu o silêncio. Conduziu os pastores ao berço do Menino. Foi um grito vibrante de Paz repetido cada ano, a todos os homens esquecidos da grande mensagem: AMOR, ALEGRIA, PAZ! Um bercinho de palha, pobre e humilde - presépio de Belém - se torna contra todas as aparências, o centro do universo. Diante do presépio, um garotinho de 8 anos contemplava a imagem do Menino Jesus. "Para você quem é esta criança?" perguntei : Sem nenhuma hesitação, os olhos brilhantes de alegria, respondeu com toda firmeza : "É Deus que veio ajudar a gente. Tem muita maldade no mundo. Ele veio acabar com toda a maldade". O garotinho penetrou fundo no grande mistério revelado pelos anjos: "Eu vos anuncio uma grande alegria. Nasceu-vos hoje o Salvador. Que é o Cristo Senhor. "
- "Vá, perguntou o netinho, o Menino Jesus não tem medo de ficar sozinho na igreja, no escuro, durante a noite?" - " Não filhinho, porque Ele é a luz de Deus que ilumina para todos nós o caminho do céu. " A face radiosa de Deus é gravada nesta Criança que agora permanece para sempre conosco. É por isto que renasce, todos os anos, a esperança de um mundo de Amor, de um mundo de Paz!. A mensagem de Jesus será anunciada todos os dias até o fim dos séculos. Só o Amor é a solução da opressão e da miséria. O banquete da miséria ainda não acabou, mas um dia acabará. O Amor vencerá a fome do mundo. É no espírito de Natal e no abrir do Novo Ano que renovo para vocês e todos os seus os melhores votos de Saúde e Alegria. Frei Marcos Mendes de Faria O.P. C.E. Equipes 04/B e 06/B São Paulo/SP
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MEDITANDO EM EQUIPE Texto: Lucas 2,8-14
Meditação: • Para você, o anúncio da salvação representa de fato o atendimento de uma necessidade? • Em que principalmente você precisa de salvação? • Em que sua vida pode ser para os outros anúncio da salvação?
Oração Litúrgica
Ó Redentor de todos, ó Luz antes da luz,
Só pelo Pai gerado, igual ao Pai, Jesus. Do Pai tu és o esplendor, de todos a esperança, Escuta, pois, o grito que toda a terra lança. Ó Criador, recorda que nosso corpo, um dia, Nascendo tu tomaste, no seio de Maria. O dia de hoje atesta e cada ano de novo, Que tu do Pai desceste salvando todo o povo. A terra, a estrela, o mar e tudo que o céu cobre Cantam ao rei que salva e nasce como um pobre. E nós, a quem lavou a água batismal, Do sangue teu nascida, cantamos teu Natal. (Do Ofício de Natal)
Prioridades: - Vida de Equipe -Formação - Comunicação - Presença no Mundo - Pastoral Familiar - Experiência Comunitária
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