" ft ft
o
IC
•
..o
.A
E
= •
z
o
á
J
O ?opcJ
Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°332 Novembro/1997 EDITORIAL ............. ..... .
········· 01 Um Tempo para Cada Coisa ...... ... .. 01
MARIA ............... .. .......
Conselheiro da ECIR ..... ........ ..... ... . 02
Maria, Mulher de Nossos Dias .... .. .. . 29
ECIR ....... ...... ........ .... .
... 03
EC IR Conversa com Vocês ... ........ .. . 03 ENTREVISTA ........ .... .
......... ... 05
Bate-Papo Gostoso com Pe. Sàrrias ... OS VIDA NO MOVIMENTO
...... 08
Uma Reunião Especial. ... ..... .. ....... .. 08 Com Francisco e Clara Rumo ao Novo Milênio .. ...... .... ..... 1 O
Um "Sopro" Especial ..................... 28 ... .. .. 29
PCE - PARTILHA .. ...... . ....... ...... .. . .. . 31
Vestir a Camisa das ENS .... ............ 31 Retiro .... ........ .. ...... .. ............. ... ... 32 ATUALIDADE ............... . ....... ....... .. 33
Um Vazio em Calcutá .... ....... ... ..... . 33 ORAÇÃO .
. ...... ... ...... . ... .... 39
Oração pela Família ......... .. .. ..... .... 39
FORMAÇÃO ........ .............. ... ...... . 11
Para ... Oue .... ...... ........ ... ........ ... . 40
A Fé Cristã num Mundo em Mudanças ..... ... ... .... .. ... 11
TESTEMUNHO ........ .. ....... ........... .. . 41
A Oração ........ ..... ..... ... ..... .. .. ... .. 14
Ouerer É Poder . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 4 2
Todo Mundo Ouer Ir para o Céu ..... 16
NOSSA BIBLIOTECA .. ........ .. ..... .... 43
A Freira Alérgica ........ ........ .. ... ..... 1 8
PALAVRA DO LEITOR .. ......... ......... 44
NOTÍCIAS EINFORMAÇÕES
. 19
PASTORAL FAMILIAR .
. 20
Congresso Teológico-Pastoral ........... 20 O Papa e seu Povo .. ...... .. ...... ... ... 23 A Família e o Papa .... ...... ......... . .. 26 HISTÓRIAS DE NOSSA HISTÓRIA ... 28 Carta Mensal é umn publicação mensal das
Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Ca rta Mensal Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Can to Maria Cecília e José Carlos Sales
Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (co/IS. espiritual) Jornalista Responsável: Ca th erine E. Nadas (MTb 19835) Composição, Diagramação e Ilustrações: F& V Editora Ltda. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (011) 62.30 13
Deus Tem a Sua Hora ......... ..... .... .. 41
REFLEXÃO ........ ... . .... ... ... ... .. .......... 45
Equipistas do Século li? ..... ......... ... 45 Por Oue Rezar? ........ ......... ... .. ...... 46 O Mendigo e o Diamante .. ... .... .... . 4 7 Meditando Sobre o Evangelho de Marcos .... ......... .... 48 Foto capa: Jonas Cunha/A E Fotolitos e Impressão: Edições Loyola - R. 1822, 347- Fone: (0 11) 69 /4. 1922 Tiragem desta edição: 10.700 exemplares Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:
Carla Mensal R. Luis Coelho, 308 5• andar • conj. 53 cep O1309-000 São Paulo - SP Fone: (0 11 ) 256.1212 Fax: (0 11 ) 257.3599 NC Silvia e Chico
Um Tempo
Para Cada Coisa/
O
Uvro do Jlclesiastes, em seu capítulo 3", ensina;nos que "PARA
TUDO HA UM TEMPO, PARA CADA COISA HA UM MOMENTO DEBAIXO DOS CÉUS: TEMPO PARA NASCER ETEMPO PARA MORRER, TEMPO PARA PLANTAR E TEMPO PARA CEIFAR O QUE FOI PLANTADO" Novembro, para todos nós, tem momentos muito especiais. O primeiro dia do mês nos traz a alegre notícia da santidade- TEMPO DE NASCER, como nos mostra o artigo sobre a vida de Tereza de Calcutá. Mas é tempo de refletir t~mbérp sobre a morte: TODO MUNDO QUER IR PARA O CEU ... MAS NAO JA. Vejam a matéria sob este título para nos ajudar a refletir nesta realidade aparentemente tão melindrosa e da qual, geralmente, procuramos nos esconder. Há o TEMPO DE PLANTAR e o TEMPO DE COLHER. O nosso querido Pe. Mário, Conselheiro Espiritual, nos lembra do Balanço das Equipes, tempo de pensar, tempo de demolir o que está falho e de construir o novo. TEMPO PARA DAR ABRAÇOS, e acreditamos que ainda seja o momento de nos unir na luta pela FAMÍLIA com o PAPA, no inesquecível Encontro do Rio de Janeiro, cujos "flashes" dos eventos mais importantes são trazidos nesta edição. Conseguimos um "furo de reportagem" numa entrevista com o Pe. Sàrrias, Conselheiro Espiritual da Eri, que veio ao Brasil participar deste II Encontro do Papa com as Farm1ias. Neste grande abraço que nos une como comunidade equipista, entram os maravilhosos TESTEMUNHOS e toda a VIDA NO MOVIMENTO, que esperamos sinceramente sejam para os queridos leitores UM
TEMPO PARA AMAR. Mas o autor sagrado nos adverte: HÁ UM TEMPO PARA CALAR e, por isso, vamos ficando por aqui, não sem antes lembrar que em novembro é o tempo do ENCONTRO NACIONAL, de fundamental importância para o nosso Movimento, e para cujo êxito pedimos as orações de todos. As conclusões desse Encontro serão abordadas futuramente. Por agora é apenas TEMPO DE REZAR. ~o livro do Eclesiastes não está escrito, mas ousamos parodiar: AGO-
RA, E TEMPO DE LER A CARTA MENSAL. Um grande, caloroso e fraternal abraço de toda nossa Equipe.
Silvia e Chico CR da Carta Mensal
~
~
~
1
Conselheiro da ECIR Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem!
I
Este mês quero, através destas linhas, levá-los a refletir sobre o significado do "balanço" do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Tenho me questionado sempre por que os homens parecem tão frágeis aos apelos que o mundo faz e, conseqüentemente, se afastam ou ficam à margem das graças de Deus. O "balanço" é o momento propício para buscar respostas e discernir como anda nossa vida. Tal como Jesus se reuniu com os discípulos para contar o que tinham feito, após receberem a missão (Lc 10, 17-20), nós também somos convidados por Jesus para lhe contar o que fizemos. Quando penso na palavra "balanço" vem à minha mente uma dupla imagem: a de uma mãe ou pai "balançando" em seus braços uma criança para dormir e, a outra, de estar dentro de um ônibus que desliza suavemente pela estrada e, de repente, começa a "balançar", pois existem buracos, pedras, etc no caminho. Qual das duas devemos lembrar no momento dos nossos "balanços"? Diria que as duas imagens são importantes, pois a primeira faz-nos pensar no abandono nos braços de Deus, confiando em que ele não nos deixará cair nunca. Tal qual a criança que se "abandona" nos braços da mãe ou do pai, nós também devemos nos "abandonar nos braços de Deus". A segunda imagem faz-nos refletir sobre a nossa trajetória. Já estamos no ônibus de Jesus? Já estamos percorrendo uma superfície plana? Mas acontecem os buracos da vida, as pedras, enfim, aquilo que nos balança, deixando-nos na incerteza, na insegurança e com medo. Sendo assim, gostaria que vocês, ao realizarem os "balanços" de suas Equipes, tivessem em mente essas duas idéias e contassem a Jesus o que vocês têm feito. Bom trabalho, que Deus os abençoe.
Abraços e orações!
Pe. Mário José Filho, css ECIR 2
A ECIR Conversa com Vocês / Meditação: Ponte para o Serviço
Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do entendimento, para chegardes a conhecer qual seja a vontade de Deus: o que seja bom, agradável e perfeito ( Rm 12,2). Quando ingressamos nas Equipes de Nossa Senhora, durante o período de pilotagem nos são apresentados, aos poucos, os Pontos Concretos de Esforço como alavancas ou instrumentos capazes de nos ajudar na vivência das três atitudes. A princípio, aceitamos e nos empenhamos (ou, pelo menos, deveríamos!) no cumprimento destes pontos, porque buscamos o Movimento querendo "algo mais" para o nosso casamento. O tempo vai passando e um dia nos apercebemos do quanto eles fazem parte da nossa vida, de que já não mais concebemos terminar o dia sem a nossa Oração Conjugal, sem a Escuta da Palavra, sem a nossa Meditação. Constatamos, nesse momento, que os Pontos Concretos são uma fonte de vida que não nos deixa envelhecer, perder o ardor e o entusiasmo pelas coisas de Deus. Dentre todos esses Pontos Concretos, gostaríamos de partilhar com vocês nossas reflexões sobre a Meditação, canal privilegiado de sintonia com o Pai. O profeta Isaías afirma que, assim como a chuva e a
É através da
Meditação que podemos ir corrigindo o curso de nossa caminhada e nos abrindo ao serviço do Reino, vivendo a missionariedade própria do nosso Batismo. 3
neve caem do céu para regar a terra, a Palavra também tem uma missão a cumprir: fecundar os corações (Isaías 55 , 10-11). Porém, para que possa cumprir seu objetivo, não basta que a Palavra seja conhecida, mas acolhida e meditada no coração, para que possamos ser efetivamente essa presença de que o mundo necessita: sinal do amor de Deus. Pode parecer difícil no começo, pois meditar exige que nos desliguemos e mergulhemos em nós mesmos, esvaziando-nos de nossas preocupações e deixando que essa Palavra vá, aos poucos, ocupando nossa mente e nosso coração. Dessa maneira, pela Meditação, podemos fazer uma profunda experiência do amor e da misericórdia de Deus. É, portanto, através da Meditação que podemos ir corrigindo o curso de nossa caminhada e nos abrindo ao serviço do Reino, vivendo a missionariedade própria do nosso Batismo. Maria, nossa Mãe, aquela que soube ouvir, modelo de serviço, gratuidade, disponibilidade e obediência, vivenciou profundamente a Meditação. Diante de situações incompreensíveis, mantendo a serenidade própria dos eleitos de Deus, jamais hesitou. Assim foi quando o Anjo a saudou na Anunciação do Nascimento de Jesus, "perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria tal saudação" (Lc 1, 29). Mais tarde, após o nascimento do Menino, quando por ocasião da visita dos pastores, ouvindo o que eles falavam sobre o que se dizia a respeito de Jesus, "Maria conservava todas essas palavras,
Os Pontos Concretos são uma fonte de vida que não nos deixa envelhecer, perder o ardor e o entusiasmo pelas coisas de Deus.
meditando-as no seu coração" (Lc 2, 19). Quando, aflitos, ela e José repreendem Jesus aos doze anos por ter se perdido deles e permanecido no templo com os doutores, Ele lhes responde que devia se ocupar das coisas de Deus. São Lucas diz no seu Evangelho que "eles não compreenderam o que Ele lhes dissera", mas "sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração (Lc 2, 50-51). Assim, Maria nos mostra que a fidelidade, o estar atento, o saber ouvir é que podem nos colocar em sintonia com o plano de Deus e que se pautarmos nossa atitude de acordo com a de nossa Mãe, poderemos conhecer o que o Pai espera de nós como casal cristão, família cristã. Seremos, então, capazes de, através da Meditação, discernir que caminho tomar e onde poderemos colocar nossos talentos a serviço.
Regina Lucia e Cleber ECIR 4
Bate-Papo Gostoso/ com Pe . Sàrrias / Domingo de manhã Uma "fonte" muito segura informa que o padre Cristobal Sàrrias, Conselheiro Espiritual da ERI, está hospedado na casa de Igar e Cidinha. Os "paparazzi" voam em busca da notícia ... E aqui estamos nós, sentados no terraço agradável dos nossos amigos. À nossa frente, as montanhas serenas e amigas da serra do Japi, enchem-nos os olhos de beleza. O padre Sàrrias, um sorriso bondoso no rosto, cheio de boa vontade e simpatia, está pronto para falar, pela primeira vez, especialmente aos brasileiros.
CM - Um olhar do Pe. Sàrrias sobre o menino Cristobal- sua infância, sua terra, seus pais, sua família ... PE. SÀRRIAS - Eu sou o segundo filho de uma fanu1ia de 14 crianças. Meu pai era médico e minha mãe, mãe de família (tinha 14 filhos!). Ela era uma grande personalidade. Nasci em Barcelona, Catalunha, Espanha. Entrei para os jesuítas aos 17 anos. Foi minha vocação. Não nasci numa fanu1ia religiosa, mas, durante a guerra civil da Espanha, vivi numa zona em que mataram muitos sacerdotes. Passamos muita fome e éramos muito dedicados à gente simples, aos pobres. Acho que a nossa geração foi muito sofrida... Trabalhei bastante tempo na Congregação Maria-
na. Isso deve ter despertado em mim um sentido de apostolado, de missão.
CM - A partir de sua experiência de vocação sacerdotal e das dificuldades que teve de vencer, como o senhor vê a situação dos jovens, hoje, para chegarem a concretizar essa vocação? Por que será que temos menos padres, atualmente? PE. SÀRRIAS - Creio que o contexto hoje é muito diferente do daquele tempo. Quando entrei para o noviciado, saíamos de uma guerra civil e, ao mesmo tempo vivíamos numa sociedade que não tinha os atrativos que a sociedade tem hoje. Estávamos acostumados a uma vida muito mais austera, com menos facilidades. Um ambiente muito livre, certamente (não no sentido de libertinagem); não éramos obrigados a nada, mas não tínhamos oportunidade
de viver de maneira diferente daquela que vivia a nossa farru1ia, da vida que aprendíamos nos colégios. Temos menos padres, agora, talvez por causa do ambiente diferente. Creio também que, hoje, a juventude tem medo do compromisso com alguma coisa para sempre. Isso acontece também com o matrimônio. Os jovens estão acostumados com a civilização do descartável. O mundo atual luta contra "o velho", contra tudo o que já durou muito. Isso em todos os aspectos: na moda, nos livros, na propaganda. Agora o homem vive mais tempo: aceitar uma coisa para toda
a vida é algo muito complexo. Os jovens atualmente não têm um ambiente religioso. Tudo é diferente: o rádio, a televisão, as ruas ... Nossa sociedade é marcada por estereótipos, bombardeada por uma mídia que não é precisamente religiosa. Por exemplo: a vinda do Papa ao Brasil é uma bela propaganda "de massa". Mas será que nos leva a um compromisso pessoal? Depois, quando voltamos para casa, o que resta? Não sei também se apresentamos ao mundo um modelo atraente de Igreja. Talvez devêssemos repensar nosso modo de atuar como sacerdote, como missionário e como família. Um escritor disse: "Amar é durar". Uma vocação supõe duração e os jovens têm medo da duração, do compromisso.
Duas coisas me preocupam nas ENS. Em primeiro lugar, não é importante que sejamos mu itos, mas que tenhamos QUALIDADE. A segunda coisa que me preocupa é a "geração seguinte ". Pais que são mu ito bons equ ipistas têm, muitas vezes , filhos que não têm relig ião, que não se casam, que se divorciam. Será que não faltou um trabalho também com os filhos?
CM - O que o levou a aceitar a responsabilidade de Conselheiro Espiritual da ERI? PE. SÀRRIAS - Em primeiro lugar, tomei-me Conselheiro Espiritual de uma equipe de base porque achei que seria uma maneira muito boa de viver meu sacerdócio e de ajudar os casais. Também, pelo fato de ser membro de uma farru1ia numerosa, acho que tenho um dever com os casais, como agradecimento aos meus pais. Comecei nessa primeira equipe em 1960 e nunca faltei a uma única reunião, nestes 37 anos, apesar de estar, às vezes, a 350 km de distância. E sempre, pelos lugares em que andei, trabalhei nas Equipes e para as Equipes e também recebi muito dos casais: exemplos, palavras e ajuda de todo o tipo. Fui 6
CM - Dentro de uma perspectiva de futuro do mundo, da Igreja, da fann1ia, como o senhor vê a missão das ENS? PE. SÀRRIAS - A visão do futuro tem que ser de esperança. Li num jornal sobre uma psicóloga que dizia que "o Papa era um símbolo importante do mundo cristão, porque ele tem esse aspecto de mártir". Como se o cristianismo fosse apenas sofrimento ... E não é isso. Temos a veneração pela Cruz, mas também pela Ressurreição. Temos de viver a Esperança! As ENS podem ajudar muito se tiverem a capacidade de revisão e atualização (o tema de estudos, por exemplo, é excelente para isso), se tiverem a capacidade de dar ao casal, não a visão de ontem, mas a visão de amanhã! Na época do Pe. Caffarel , havia também muitas dificuldades: guerra, fome, deportação ... O mundo, hoje, enfrenta outros desafios. Temos de ter consciência de que não é o mundo que nos desafia, mas nós que desafiamos o mundo! Temos de ter consciência de que AQUILO QUE ELES ESTÃO BUSCANDO, NÓS JÁ TEMOS! Antes de terminar, quero agradecer a oportunidade de falar aos equipistas do Brasil. Sinto-me muito bem aqui, neste ambiente de acolhimento, vendo de perto todo o encanto e o potencial desta terra e recordando, com respeito, a figura de José de Anchieta, um jesuíta, como eu, que também amou muito este país.
Conselheiro Espiritual de Setor e, duas vezes, Conselheiro Espiritual de Região; e quando já pensava não ter mais nada a fazer e deixar espaço para gente mais nova e mais capacitada, Álvaro e Mercedes (os exresponsáveis da ERl) me perguntaram se eu poderia fazer algo pelas ENS. Respondi que estava disposto a fazer o que eles me pedissem. Pediram-me para ser Conselheiro Espiritual da ERl! Acho que foi também um pouco de irresponsabilidade minha, pois suceder ao Pe. Caffarel é uma coisa muito séria. Mas, duas coisas muito importantes me preocupam nas ENS. Em primeiro lugar, não é importante que sejamos muitos, mas que tenhamos QUALIDADE. Não sei se todas as equipes vivem o espírito e a metodologia das ENS. Acredito que há muita dificuldade em aceitar plenamente os Pontos Concretos de Esforço que nos são propostos. E será que vivemos a vida de Comunidade? A segunda coisa que me preocupa é a "geração seguinte". Pais que são muito bons equipistas têm, muitas vezes, filhos que não têm religião, que não se casam, que se divorciam. Será que não faltou um trabalho também com os filhos? O Pe. Caffarel nos alertou desde o princípio: "As Equipes de Nossa Senhora não são abrigos para adultos bem intencionados." A equipe é um lugar gostoso ... mas os equipistas precisam sair e trabalhar essa realidade difícil de filhos que não seguem o nosso caminho. Como Conselheiro da ERl, visito muitos países. O problema é igual em toda parte ...
Wilma e Orlando Equipe da Carta Mensal 7
Uma Reunião Especial/
D
ez anos de vida matrimonial de 5 casais! Dez anos de vida em equipe! (um ano como Experiência Comunitária e nove como Equipe de Nossa Senhora Aparecida). Já não haveria motivos suficientes para comemorarmos? Na verdade, sonhávamos com uma viagem em equipe há muito tempo e, desde junho de 96 vínhamos depositando, em poupança, uma pequena quantia por mês por casal, para que pudéssemos realizar, sem grandes sacrifícios, a esperada viagem. O que não imaginávamos era que Deus também aprovaria tão abertamente nossa iniciativa e nos daria uma "mãozinha" desde o inicio, começando pela escolha do nosso CRE para o ano de 97. Esse casal, iluminado pelo Espírito Santo, planejou cuidadosa e carinhosamente cada detalhe da nossa viagem a Monte Verde (MG), que, na verdade, não foi apenas um passeio, mas uma profunda experiência de encontro, comunhão, renovação, oração, meditação e partilha. Como poderia compartilhar com vocês o que aqueles dias para
todos nós? ... Poderia falar inicialmente do roteiro elaborado pelo CR Giseli e Henrique, que previa o início de nossa reunião formal (muito especial) às 10:00 horas da sexta-feira, antes da partida, com as orações iniciais e a invocação ao Espírito Santo; a meditação, durante o percurso até o morro da Pedra Partida, no sábado de manhã e o término no domingo às 12:00 horas, com as orações e bênçãos de encerramento, antes do regresso. Contratempos, dificuldades, dores no coração por deixarmos para trás nossos filhos pequenos? Houve muitos, até mesmo uma perna quebrada na véspera, pela avó que cuidaria dos 2 filhos de um dos casais, mas, com a graça de Deus, foram contornados. E lá fomos nós na manhã de 11 de abril, 3 automóveis, 2 casais por veículo, muita animação e a certeza de que Ele estava nos preparando grandes surpresas. Na rodovia D. Pedro I, próximo de Atibaia, fizemos uma rápida parada para conhecermos o santu-
ganhamos uma rosa e cartões com lindas mensagens do nosso CR, que nos preparavam para o dever-desentar-se de domingo de manhã. Domingo, belíssima manhã, último dia de nosso encontro! Passeando em casal pelos arredores do hotel, pudemos rezar, meditar, dialogar, repensar um pouco sobre a nossa vida de casal e de falll11ia, traçar algumas novas metas ... Antes do almoço, nossa equipe marcou o encerramento na linda capela de São Francisco de Assis do próprio hotel. Que grande surpresa ao chegarmos lá: a capelinha parecia ter sido arrumada com flores especialmente para nós. Para descrever a beleza desse "fmal de reunião", com bênçãos, fotos e tudo o mais, só mesmo passando por esta experiência! ... Uma coisa ficou bastante clara para todos nós: essa viagem, assim como estarmos juntos durante dez anos como uma Equipe de Nossa Senhora, foi uma grande dádiva de Deus, um verdadeiro privilégio que o Senhor nos concedeu; de outro modo, como poderíamos explicar as inúmeras "coincidências" que nos permitiram realizar essa reunião tão diferente e especial, que ficará para sempre em nossa memória? Somos gratos a Ele por essa feliz oportunidade, que nos ajudou a crescer como casal, como equipe, como amigos e como cristãos que sabem valorizar os pequenos tesouros que a vida nos reserva.
ário de Nossa Senhora de Schoenstatt, lugar belíssimo, de uma paz envolvente, que nos acolheu e emocionou. Lá pudemos sentir toda a ternura da Virgem Maria para conosco, meditamos, oramos e nos consagramos ao seu amor de Mãe. No sábado de manhã subimos o morro rumo à Pedra Partida. Impossível não comparar a dureza da subida, o ar que se toma cada vez mais rarefeito, o cansaço, o medo e as dores que alguns de nós sentiram, com as dificuldades vividas nesses anos de vida conjugal. Impossível também não perceber o amor e a delicadeza do Pai, que nos presenteia com a imensa alegria de se conseguir alcançar o cume e vislumbrar uma paisagem tão magnífica, criada especialmente para nós. A jornada foi (e é) difícil, mas o esforço não foi (nem é) em vão! Como é gratificante atingir um objetivo, olhar para trás e concluir que valeu a pena e que nunca estivemos sozinhos! Como somos insignificantes diante da imensidão da natureza. No entanto, como somos valiosos aos olhos de Deus! ... No alto da montanha, mais um inesquecível momento de emoção e paz: a toalha branca estendida sobre a rocha, os casais sentados em tomo dela, a renovação espontânea das promessas matrimoniais. Ao nosso redor, somente o barulho do vento, a paz da natureza e a presença de Deus. Sábado à noite, no hotel, fizemos nossa co-participação e nossa partilha, que culminaram com um jantar. Para completar o dia (ou a noite),
Valéria (do Nelson) Equipe 4, N. S. Aparecida Araraquara - SP 9
Com Francisco e Clara Rumo ao Novo Milênio/
VOCÊTEM UM SONHO... UM DIA AINDA VAMOS VIVER TODOS COMO IRMÃOS; VAMOS ENCHER TODA A TERRA COM O EVANGELHO DE JESUS CRISTO. NÓS QUEREMOS FAZER DESSE SONHO UMA REALIDADE.
"Foi com grande satisfação que nós, membros da Equipe 10- Nossa Senhora Rosa Mística, juntamente com outros equipistas de Piracicaba, tivemos o privilégio de ajudar e participar do 2° Congresso da Juventude das Comunidades Capuchinhas de São Paulo, realizado nos dias 26 e 27 de julho de 1997, onde jovens de Piracicaba e outras cidades como: Birigui, Penápolis, Dracena, Brejo Alegre, Nova Veneza e muitas outras se confraternizaram, refletiram e rezaram a partir da palavra de Deus e da realidade em que vivem, conhecendo um pouco da vida de São Francisco e Santa Clara. E tudo isso foi coordenado pelo Frei Carlos- que para nossa gran-
de felicidade, é o Conselheiro da nossa Equipe e também pelo Frei Joãozinho. Hoje o mundo todo está preocupado com a chegada do Novo Milênio; na ótica de todas as pessoas, o mundo do Terceiro Milênio deverá ser melhor. Essa é uma esperança comum na humanidade, mas para o mundo futuro é necessário uma conversão da sociedade atual, mudando valores e métodos. PAZ E BEM a todos os Equipistas!
Equip e 10 N. S. Rosa Mística Piracicaba - SP 10
A Fé Cristã num Mundo em Mudanças riado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano não pode deixar de desejar a Deus, mesmo inconscientemente. Pertence à sua identidade mais profunda. É que no seu coração existe um mistério que é maior do que ele. E isto não vale só para os cristãos. Toda verdadeira religião é um conjunto de mediações às quais o sujeito religioso recorre para tomar consciência dessa Presença invisível, para entrar em contato com ela. Para a fé cristã, Deus vem ao nosso encontro na humanidade de seu Filho, que nos revela a Presença invisível como Pai, no Espírito Santo. O cristianismo, na sua forma católica, moldou culturalmente o nosso continente latino-americano.
C
I
A fé é uma experiência feita de certeza e de escuridão. De certeza, porque é uma Presença; de escuridão, porque essa Presença é um mistério maior do que nós.
------....,
Herdeiro do patrimônio religioso ibérico, foi acumulando tradições que foram impregnando a vida do nosso povo em todos os seus aspectos. Presente na grande maioria da população, a religiosidade católica-popular articula a fé e a vida , dando legitimação e inteligibilidade religiosa à vida. Trata-se de uma forte vivência religiosa, embora sem suficiente esclarecimento e educação da fé. A presença de um sincretismo favorece certa incoerência e inconsistência ética e teológica. No entanto, o perfil do universo religioso no Brasil e, em geral na América Latina, está se tomando mais complexo. Os impactos da modernidade provocam uma erosão na profunda religiosidade do nosso povo. A secularização da cultura acaba freqüentemente em secularização das consciências , deixando as pessoas "sem notícias" de Deus. Antes, a cultura se identificava com a Tradição do povo. Oferecia, a todos, valores e padrões comuns de conduta que regiam a vida pessoal e social. Existem "ilhas" onde as tradições culturais homogêneas ainda continuam a subsistir. Mas ali, também, são aos poucos afetadas por uma situação de pluralismo e de conflito cultural. Convicções profundas, antes julgadas intocáveis, se subvertem ou vão se fragmentando numa multiplicidade de visões de Deus, de 11
certas experiências e modos de proceder, tanto no plano privado como no plano público. A religiosidade tradicional deixa de ser um ponto de referência obrigatória, para interpretar e avaliar o mundo e a ação humana. Deus está se tornado um estranho na nossa casa? A afirmação quase óbvia: "Deus está aqui", transformou-se para muitos numa interrogação: "Deus, onde estás?". Não havendo mais uma estrutura cultural comum para todos, o centro da compreensão e das decisões da vida vai se deslizando para a esfera da subjetividade. O que explica certa indiferença ou mesmo agressividade em relação às instituições e uma supervalorização das próprias experiências. Este subjetivismo, quando penetra e permeia a cultura religiosa, torna-se terreno fecundo para os "mercadores da fé" . O "marketing" religioso, centrado em satisfazer as necessidades e desejos dos indivíduos, facilmente reduz a religião a um fato privado e, mesmo, meramente íntimo e subjetivo, porque visa o consumidor e não o Absoluto de Deus revelado em Jesus Cristo. É preciso reconhecer que, para a grande maioria dos homens e mulheres de hoje, a linguagem e os pressupostos da cultura religiosa tradicional mostram-se insuficientes e mesmo incapazes de levar ao encontro da pessoa a mensagem de Jesus. Motivo que explica a insistência de João Paulo li na necessidade de novos métodos e novas expressões de evangelização.
É preciso reconhecer que, para a grande maioria dos homens e mulheres de hoje, a linguagem e os pressupostos da cultura religiosa tradicional mostram-se insuficientes e mesmo incapazes de levar ao encontro da pessoa e mensagem de Jesus. Motivo que explica a insistência de João Paulo 11 na necessidade de novos métodos e novas expressões de evangelização. Por outro lado, freqüentemente confundimos fé com crença. Esta é uma forma de conhecimento, referente a verdades que ultrapassam a razão. A crença é um elemento da fé, não é seu centro. 12
O apóstolo Tiago já escrevia: "Tu crês que há um só Deus? Fazes bem! Mas também os demônios crêem isso, e estremecem de medo" (2, 19). É mais fácil descartar as distorções da fé, do que captar em que consiste. O itinerário de Abraão mostra-nos, melhor do que muitos discursos, o essencial da fé. A Bíblia apresenta Abraão como um homem feliz e justo. Já idoso, está bem de vida. Só que seu futuro está bloqueado por falta de descendência. O chamado de Deus faz intervir na sua vida uma Presença, até certo ponto familiar para ele, mas que agora mexe profundamente com ele, fazendo-o sair do seu ambiente para "o país que eu te mostrarei" . A vocação vem acompanhada de uma promessa impossível: terá uma descendência numerosa. Itinerante, ele se queixa: "Não me deste descendência e um dos meus escravos será meu herdeiro" (Gn 15,2). A mulher de Abraão, diante da promessa de Deus, só pode mesmo sorrir com ironia. A Presença visita o seu eleito e lhe concede o filho que garanta a promessa. Quando Abraão parece poder confiar na fidelidade de Deus, recebe a ordem de sacrificar o filho da promessa e renunciar assim à prova que Deus mesmo lhe deu da sua fidelidade. Apesar de tudo, Abraão confia em Deus, chegando assim à fé madura que é confiança absoluta, só em Deus, contra toda esperança. A fé é uma experiência feita
de certeza e de escuridão. De certeza, porque é uma Presença; de escuridão, porque essa Presença é um mistério maior do que nós. Os nossos desejos tendem a fazer um Deus à nossa medida, não permitindo que Deus seja Deus na nossa vida. A cultura em plena mudança provoca um mal-estar religioso. Desmoronaram muitas evidências e seguranças sobre as quais se apoiava nosso jeito de ser cristãos. Crise providencial? Um apelo que Deus nos faz? "Deus está aqui e eu não sabia" (Gn 28,16). A recomposição vai exigir a experiência pessoal da fé. Afirmava um dos maiores teólogos deste século: o cristianismo de amanhã, que já estamos vivendo, será místico ou não será cristianismo. No entanto, o encontro com Deus no Cristo vivo se dá, como já no início do cristianismo, através do encontro com seus discípulos. É na Igreja que encontramos em Cristo o caminho da comunhão com o Pai no Espírito. É o seguimento de Cristo que dá sentido e conteúdo à nossa pertença eclesial. Como, por sua vez, a fé cristã só será fecunda a partir da fidelidade à Igreja, inclusive no seu aspecto institucional.
Dom Vital Wilderink Bispo Responsável pela Dimensão BrôlicoCatequética na CNBB (do Encarte do "Boletim da CNBB"- 07108197) 13
A Oração /
D
e uma maneira geral não sabemos rezar. Por vezes , enfrentamos dificuldades ou não nos entusiasmamos com a oração. Para nos auxiliar e motivar, a Equipe da Carta Mensal selecionou um artigo do Pe. Mário Zuchetto, Sacerdote Conselheiro Espiritual de Equipe, em Campinas/SP, que nos traz alguns pontos fundamentais e pistas que poderão ser muito úteis para nossa reflexão e ajuda para nosso crescimento espiritual.
I Temas
de reflexão
II
Respostas
I
~----------------------~
1
1. Mt 7, 7-11 "pedi, procurai, batei" Mt 18, 19-20 "se 2 ou 3 se unirem em oração" Me 11,24-26 "o que pedirdes perdoando" Jo 14, 13-14 "o que pedirdes em meu nome"; 15,7 "se estiverdes em mim"
2. Lc 18,1 e 1Ts 5,17 devemos orar SEMPRE
I
Estudo
I
1. O Evangelho garante a eficácia da oração. A experiência mostra que muitas vezes pedimos sem obter. Que pensar desse dualismo? 2. É possível estar SEMPRE em oração? 14
A. A oração está sujeita a condições logicamente, porque não é ação mecânica . "Pedis e não recebeis porque pedis MAL" (Tg 4,3). Reza-se mal: • ente (rotina) ou sem confiança. Confiar (fé) é fundamental e decisivo (Mt 9,2; 9,22; 17,2021; 21,21; Lc 18,42); • quando não pedimos o que precisava ser pedido (Me 10,38); • quando não perdoamos a quem se arrependeu (Me 11, 24-26); • quando não pedimos com coração de criança frente ao pai (Mt 7 ,9-10); • quando nos falta perseverança (Lc 18,1-8). Mônica só alcançou a conversão de Agostinho após muitos anos de oração confiante; • não pedimos em nome de Jesus (Jo 15,16)eunidosaele(Jo15,7).
B. De um modo ou de outro a oração é sempre eficaz, frutífera. Deus tem suas maneiras de atender: • se não alcanço o que desejo, obtenho o que não pedi. A família pede a cura da mãe. Esta morre, mas os filhos inimizades se reconciliam. A graça da paz foi maior que a da cura desejada. • se Deus não dá hoje, dará amanhã. Pedi a solução de um problema que julgava urgente. Só bem depois veio a solução por vias inesperadas. • não obtive para mim, mas minha oração beneficiou outro filho de Deus desconhecido e mais necessitado. Assim se explicam certas graças não pedidas por mim, e que me chegaram inesperadamente no momento certo. Alguém pediu e o agraciado fui eu. Os méritos não são propriedade inalienável, mas um bem de família. • só pelo fato de falar com Deus, cresceu a presença dele em mim, aumentou minha união com ele, graça superior a qualquer bem terreno.
• adoramos (reconhecendo o supremo domínio de Deus sobre nós) • louvamos com palavras ou cantos • pedimos, suplicamos favores • contemplamos sua obra (natureza, acontecimentos) ou seus mistérios • meditamos sua Palavra ou suas atitudes na Escritura • fazemos tudo, até as mínimas coisas, com amor, glorificando a Deus (santificado seja o vosso nome; "quer carnais, quer bebais, quer façais o que for, fazei tudo para a glória de Deus, o Senhor" (lCor 10,31); tudo que faço com amor glorifica a Deus e se torna oração (Col 3,17). • sofremos dores corporais, amarguras, frieza, ingratidão, injúria... e unimos nossas cruzes à Paixão de Jesus, completando em nossa carne o que falta ao sofrimento dele (Col 1,24). É oração que purifica e lava a alma.
B. Conclusão: posso viver em clima de oração 24 horas por dia.
C. Conclusão: não existe oração estéril!
SEMPRE!
2 Pe. Mário Zuchetto css Equipe 4 Campinas - SP
A. Rezamos quando: • agradecemos 15
Todo Mundo
/
Quer Ir para o Céu
M
AS NÃO JÁ! Foi isso que
eu li uma vez no pára-cho que de um caminhão. Típica filosofia do "irmão da estrada", que espelha de modo admirável o que vai no coração e no pensamento de todo mundo. Quem é que quer morrer? Ninguém, é claro, pois o desejo de vida é tão forte em todos, que até o moribundo tem certeza que vai sarar ainda e vai continuar firme por muitos e muitos anos. Mas estamos em novembro, e este é o mês dedicado a um pouquinho de meditação sobre esse tema, tão antipático aliás. E não adianta querer fugir, porque é a única lei que atinge absolutamente a todos, sem uma única exceção, pois até Cristo, o Filho de Deus feito Homem, quis a ela se submeter. E além de atingir a todos, iguala a todos, sejam reis ou papas ou mendigos. Diante dela, sim, que sentimos quanto somos frágeis e vulneráveis! Diante dela necessariamente se esvai todo nosso orgulho e vaidade: "lembra-te que és pó e em pó hás de voltar". Por acaso pode o pó vangloriar-se de sua grandeza, quando um sopro de brisa pode levantá-lo para o espaço ou levá-lo para longe? Mas nós temos fé, somos cristãos, e temos a certeza tranqüila que a morte não tem mais a última palavra, desde quando Cristo a venceu com a sua Ressurreição . Antes de Cristo era ela que tinha essa última palavra, pois encerrava todos
os argumentos e fechava todas as portas; era como a última frustração depois de todas as frustrações da vida. Cristo ressuscitou, venceu a morte com a vida, aleluia! E nós, que fomos feitos membros de Seu Corpo Místico, participamos agora desta Sua vida, que ultrapassou a barreira fatídica e mergulhou na eternidade do Pai. Nossa morte não será o fim, mas apenas uma passagem: de uma dimensão de vida - ligada
Não adianta querer fugir, porque é a única lei que atinge absolutamente a todos, sem uma única exceção, pois até Cristo, o Filho de Deus feito Homem, quis a ela se submeter. E além de atingir a todos, iguala a todos, sejam reis ou papas ou mendigos. Diante dela necessariamente se esvai todo nosso orgulho e vaidade: "lembra-te que és pó e em pó hás de voltar".
ao tempo e ao espaço, amarrada pelas leis da matéria e da sensibilidade- para outra dimensão de vida -livre do tempo e do espaço, sem mais limites porque participante da infinitude e da eternidade do próprio Deus. É a vida eterna, que já começa aqui para continuar no depois. E por que então temos medo de morrer? Se estamos todos neste mundo como peregrinos a caminho da Casa do Pai, por que não temos pressa em chegar? Seria lógico esse desejo, não? E por que os santos almejavam ardentemente esse encontro, face a face, e quando a morte chegava, os encontrava sempre alegres e felizes? A resposta só pode ser uma: é a nossa fé que é muito pequena. Será que acreditamos mesmo na vida eterna? Será que acreditamos mesmo na ressurreição dos mortos? Por que choramos tanto, quando Deus vem buscar um ente querido? Não deveria ser assim. Os santos viveram uma autêntica experiência de Deus, e depois dessa experiência tudo o mais perde o sentido e passa para um segundo plano. Só Deus conta. Todo amor deseja o
encontro e se possível a fusão das vidas; assim também o amor de Deus. E só a morte, que liberta da matéria e do sensível, permite esse mergulho no infinito. Nós, por nossa culpa e negligência, estamos muito longe de uma tal experiência, do Absoluto, do Transcendente, do Amor total. Amarrados pelas mesquinhas experiências desta vida, pelas mesquinhas satisfações que elas proporcionam, talvez pensamos encontrar nelas a nossa realização. Que ilusão! Um dia, bem mais cedo do que pensamos, a morte vem mostrar-nos quanto são falazes tais satisfações ... No dia em que nos convencermos que só em Deus encontraremos nossa felicidade total e completa, a plena realização de nosso ser, e que só encontraremos a Deus de fato se nos libertarmos de tudo o que se coloca como obstáculo entre nós e Ele - a matéria, Ele que é puro Espírito- aí não teremos mais medo de morrer!
Frei Estevão Nunes OP. do seu livro: "Coisas que eu penso... e sinto!"
A Freira Alérgica anta Teresinha estava pondo flores ao pé de uma estátua do Menino Jesus, no claustro do convento. Chegou uma freira já bem idosa e lhe disse com certa aspereza: "Não ponha flores aí! O perfume delas me faz mal e eu começo a espirrar. Parece que você não sabe disso ainda!". Teresinha recolheu logo as flores e pediu desculpas à boa irmã. Fez tudo isto com seu costumeiro sorriso, se bem que, por dentro, tenha ficado triste porque gostava muito de flores e muito mais ainda do Menino Jesus ... Certo dia, uma parenta sua veio visitá-la no convento e Teresinha lhe contou no locutório o que tinha acontecido. A prima prometeu-lhe, então, mandar-lhe flores artificiais, sem perfume nem pólen, o que, de fato, fez. Lá está, de novo, nossa santa adornando com flores artificiais a imagem do Menino Jesus ... Eis senão quando, no fundo do corredor do claustro, apontou aquela mesma freira do espirro ... e foi para cima da santinha com toda a irritação a que não tinha direito ... Enquanto a freira não chega para descarregar sua bronca, eu pediria ao leitor, ou a leitora querefletissem qual seria a sua reação ... Não sentiria, talvez, um desejo maldoso de esperar que a pobre freira soltasse toda a sua bílis para depois dizer-lhe com um risinho irônico: "Não se irrite tanto, minha irmã! São flores artificiais, não vê?" E ficaria
I
S
saboreando a humilhação da pobre freira!. .. Mas Teresinha era santa. Fez todos os seus cálculos e agiu com a pressa que o caso requeria: pegou uma daquelas flores, saiu, quase correndo, ao encontro da freira e foi dizendo ainda de longe: "Olhe que maravilha, irmã! Já se consegue fazer flores artificiais de papel, bem parecidas com as naturais, não acha?". Foi assim que ela evitou uma humilhação para a outra e, ao mesmo tempo, conquistou sua amizade. Como é bonita a virtude!
do livro de Héber Salvador de Lima S.]. Colaboração de Lene e lves Equipe 09, N. S. da Saúde Lages- se
Expansão Fruto de Experiência Comunitária
• Equipe Nossa Senhora das Grandes Graças, Setor B, São Paulo - Capital • Equipe Nossa Senhora Auxiliadora, Jundiaí- SP • Equipe Nossa Senhora da Rosa Mística, Setor B, Londrina - PR
Falecimentos
Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos:
a) Décio Sutherland Ocorrido em 09/09/97, esposo da Margarida Equipe 2-A de São Paulo.
b) Paulo (da Margarida) Ocorrido em 17/09/97 Equipe 1 de Teresópolis, Região Rio li
c) Aristides (da Dalva) Ocorrido em 13/07/97 Equipe 3, Setor B de Araçatuba- SP
d) Joana Barbieri Sandrin (do Benedito) Ocorrido em 28/02/97 Equipe 8 de Votuporanga - SP
e) Mary Cleusa Regiani de Oliveira (do Álvaro) Ocorrido em 26/05/97 Equipe 2 de Votuporanga - SP f) Benedito Israel Duarte (da Hercina) Ocorrido em 30/07/97 Equipe 2 de Votuporanga - SP
Congresso Teo lógico-Pastora l /
Queridos irmãos das Equipes de Nossa Senhora, Como responsáveis pela coordenação do nosso Movimento, fomos chamados a participar do Congresso Teológico Pastoral dedicado à família, que se realizou na cidade do Rio de Janeiro, dos dias 1 a 3 de Outubro próximo passado. Este congresso aconteceu como parte das atividades do II Encontro Mundial do Papa com as Famílias, cujo tema foi: "A Farru1ia: dom e compromisso, esperança da humanidade". O Encontro em i ainda se prolongou por mais dois dias, com a festa do testemunho no Maracanã no sábado e a missa campal no domingo. Como vocês devem estar lembrados, o I Encontro ocorreu na cidade de Roma, na Itália, há três anos. Naquela oportunidade, participaram cerca de 800 congressistas, vindos das mais diferentes partes do mun-
do. Neste II Congresso ora realizado, estiveram presentes nada menos do que aproximadamente 2.500 participantes, vindos em mais de 100 delegações, ou seja, mais de cem países representados. O Congresso teve uma dinâmica de palestras no primeiro dia, encerrando-se com a Santa Missa. No dia seguinte, a parte da manhã foi dedicada igualmente às palestras, sendo que no período da tarde foram constituídos grupos lingüísticos para a reflexão de di versos temas tais como: Sexualidade humana: verdade e significado, Aspectos de demografia, FamJ1ia e pobreza, A família: sujeito de uma nova evangelização, Desafios atuais à família e A pessoa e sua origem segundo o direito. Para se ter uma idéia do que foi a participação dos congressitas nestes grupos, foram formados nada menos do que 30 grupos, nas línguas portuguesa, espanhola, ingle a, fran-
20
cesa, italiana, polonesa e alemã. No último dia tivemos novamente algumas palestras, seguidas de diversos testemunhos, para que finalmente, ao término do dia, tivéssemos o encerramento do Congresso feito pelo Papa João Paulo li, sem dúvida alguma o ponto alto do evento. Não só pelas palavras proferidas em seu discurso de encerramento, mas sobretudo pela sua descontração e pela comunicação informal com os participantes. Os temas das diversas palestras proferidas foram; A Igreja e a defesa da instituição familiar; Farru1ia e sociedade: as instituições internacionais e a defesa da farru1ia; A farru1ia a serviço da vida; Estrutura natural da família: dom e compromisso; Os direitos da maternidade, Os filhos na farru1ia: bênção para a humanidade; Família e evangelização no mundo secularizado, face ao jubileu do ano 2000. Em nossos comentários feitos a seguir, não teremos condições de abordar cada uma destas palestras ou grupos de trabalho. Entretanto, procuraremos destacar alguns pontos que mais nos chamaram a atenção. Logicamente, durante todo o transcorrer do Congresso, a grande preocupação e enfoque foi a farru1ia, principalmente no que diz respeito aos seus problemas e dificuldades, tendo em vista os tempos em que vivemos. A primeira constatação feita é de que estes problemas e dificuldades não são absolutamente um privilégio nosso, mas praticamente de toda a humanidade. Um outro aspecto que destacamos desde já é que,
graças a Deus, existe uma preocupação juntamente com alguma ação, tanto da Igreja hierárquica como da Igreja povo de Deus, para com esta situação. Nós que labutamos há mais tempo nas nossas pastorais familiares, bem sabemos das dificuldades que muitas vezes encontrávamos dentro da nossa própria Igreja, quer seja hierárquica, quer seja do povo de Deus, para trabalharmos em prol das farru1ias, por ter sido entendido, até há pouco tempo, como uma atividade elitista. Por estarmos vivendo hoje em dia uma verdadeira cultura de morte, a sociedade, de maneira genérica, já não considera a vida um valor, um dom de Deus. Manipulados pelos meios de comunicação social, como dizia dom Lucas Moreira Neves, já não nos comove a morte estúpida, gratuita, a violência, as desigualdades econômicas e sociais, fonte de desmantelamento de milhares de farru1ias. Não foi por menos que o Papa nos falou, por mais de uma vez, no Maracanã, na missa campal, que não permitíssemos que esta cultura, fruto do egoísmo e da acomodação, entrasse em nossas famílias. Ele mencionou que a miséria é a grande culpada pelo esfacelamento da farru1ia. Uma das palestras interessantes que ouvimos foi proferida por Mary Anne Glendon, professora de direito de Harvard, que foi a presidenta da delegação do Vaticano à conferencia das mulheres em Pequim, na China, em 1995. A sua palestra versou sobre a farru1ia e a sociedade, as Organizações Internacionais e a de21
diversos cantos do mundo. Para não nos prolongarmos mais, gostaríamos ainda de mencionar a palestra de dom Lucas Moreira Neves, arcebispo de Salvador (Bahia), primaz do Brasil e presidente da CNBB. Ao abordar o tema dos filhos na familia como bênção para a humanidade, ele teve oportunidade de chamar a atenção para o grande problema das crianças abandonadas, das crianças de rua. Suas colocações foram tão contundentes ao ponto de ter sido aplaudido pela platéia em pé. Enfim, tivemos um congresso onde se procurou mostrar que a farru1ia, apesar de todos os obstáculos interpostos pela sociedade, é uma riqueza para esta mesma sociedade, um caminho de solução para os seus grandes problemas. É preciso que nós, das Equipes de Nossa Senhora, tenhamos os olhos voltados para a dura realidade brasileira, para a grande maioria de nossas fanu1ias e tentemos fazer algo para poder não só aliviar um pouco o sofrimento de tantas familias, sem um mínimo de dignidade para viver como tal, mas irmos um pouco mais além, no intuito de trabalharmos para reverter esta situação em nosso país. Muito foi falado que uma criança só se desenvolve moral e sadiamente em um ambiente de amor e de ternura; porém, foi falado bastante também que isso só é possível onde a familia tenha um mínimo de dignidade, tendo moradia, emprego, salário digno, saúde, enfim, o mínimo para seu sustento.
fesa da familia. Em sua colocação, ela fez uma retrospectiva de como as organizações internacionais iniciaram com uma declaração peremptória a favor das fanu1ias, em 1948, para agora, em 1995, colocarem esta mesma familia praticamente como algo contrário aos interesses das pessoas individuais. Em Bogotá, na Colômbia, em 1948 foi feita a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, quando a fanu1ia foi considerada como sujeito dos Direitos de Proteção do Homem. Em 1995, ela menciona o verdadeiro "assalto" contra a fanu1ia, colocando-a como obstáculo às liberdades individuais. A partir de uma colocação aparentemente inocente feita pelo Secretariado das Nações Unidas, a fanu1ia deixa de ser a unidade básica da sociedade, conforme previsto na declaração de 1948, para se dar ênfase aos direitos individuais. Outra palestra interessante que ouvimos foi também por parte de uma mulher, uma advogada dinamarquesa, que discorreu sobre os direitos à maternidade. Em suas colocações ela enfatizou, entre outras coisas, as dificuldades e obstáculos à conciliação da maternidade e o trabalho fora do lar. Apesar de vir se tomando uma verdadeira necessidade, principalmente entre os jovens casais, o trabalho externo da esposa, esta vem encontrando uma verdadeira discriminação, muitas vezes feita de maneira humilhante, como, por exemplo, são feitos questionamentos com relação a sua vida familiar e de mãe. Verifica-se, pois, que esta também é uma situação que se espalha pelos
Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR 22
T
ivemos o privilégio, porque não dizer a graça de Deus, de ser um casal no meio daquela multidão de pessoas que acorreu ao Rio de Janeiro para o grande Encontro do Papa com as fmru1ias brasileiras. O estádio do Maracanã, como nos grandes dias de clássico FLA x FLU, estava alvoroçado pela massa barulhenta que ali chegava com suas camisetas coloridas e com mensagens identificadoras do nome do seu Movimento ou de sua localidade, bandeirolas, bonés e faixas, transmitindo uma alegria contagiante. A festa estava marcada para as 17,00 horas, mas já às 13,00 horas nos dirigíamos para o estádio, na esperança de encontrar um lugar mais propício. Que surpresa, no entanto, quando já pegamos as arquibancadas bas-
tante tomadas, não restando outra alternativa senão ficar só com a visão lateral do palco. Mas nada disso tirava o entusiasmo das pessoas. Era uma grande torcida de um time só: todos torcendo pela farru1ia, pelo amor, pela vida, pelo Papa. Era um grito só de fé e de esperança. O time adversário tinha ficado do lado de fora, sem voz, e nem vez: aqueles que, sorrateiros, procuraram proclamar a falência da farru1ia, a destruição dos verdadeiros valores morais e evangélicos. Talvez, pela televisão, vocês possam ter visto maiores detalhes, ângulos mais perfeitos, imagens mais próximas, mas só quem esteve no Maracanã pôde sentir o que é a força da unidade de um povo que acredita e tem fé. Somente estando 23
presente se poderia sentir a vibração do calor humano do povo aplaudindo e acolhendo o seu Pastor. Que emoção para nós, equipistas, ao sermos surpreendidos pelo apresentador Tony Ramos com uma frase do nosso inesquecível Pe. Caffarel, nominando expressamente o Movimento Equipes de Nossa Senhora: "No combate cotidiano contra tudo o que ameaçará a intimidade deles, os esposos serão sustentados por uma outra força, aquela que sustenta o mundo no espaço e que é a fonte da vontade e do amor deles". Espoucaram por todo o estádio os gritos e o aplauso da imensa nação equipista espalhada nas arquibancadas do Maracanã, surpreendentemente numerosa e vibrante, que arrancou palmas solidárias dos demais. Impressionou, sobremaneira, a generosidade do nosso Papa em estar ali presente, apesar das notórias dificuldades físicas que parecia suportar, mas que jamais ofuscaram o fulgor do seu afeto e do carinho com que recebia e acolhia cada um que pôde aproximar-se para beijar-lhe a mão. Os belíssimos testemunhos em favor da vida, da farru1ia e do amor, foram plenamente confirmados no trecho do discurso de Sua Santidade ao dizer: "Fizestes-nos participar daquilo que o Senhor, autor do Matrimônio e Senhor da vida, realizou em vós e também testemunhastes o que conseguistes com a sua Graça: que o Senhor, nas mais distintas situa-
Que emoção para nós, equipistas, ao sermos surpreendidos pelo apresentador Tony Ramos com uma frase do nosso inesquecível Pe. Caffarel, nominando expressamente o Movimento das ENS. Espoucaram por todo o estádio os gritos e o aplauso da imensa nação equipista espalhada nas arquibancadas do Maracanã, surpreendentemente numerosa e vibrante, que arrancou palmas solidárias dos demais. ções, inclusive no meio das tribulações e dificuldades , sempre vos acompanhou". Assim foi a grande Festa Testemunho. Depois de mais de 7 horas "empoleirados" nas arquibancadas, as costas e as pernas gritavam de dor, mas o coração era só felicidade ... No domingo, logo pela manhã, acordamos para mais uma maratona, agora no Aterro do Flamengo. Não importava o cansaço, o desconforto, a aglomeração, enfim, todos os percalços previstos não resistiram à vontade de estar Já para par24
ticipar da Celebração Eucarística. O que ali vivenciamos foi simplesmente indescritível! O que nos atraiu, o que atraía toda aquela gente? Havia um grande mistério no ar, uma sede de encontro, uma vontade incontida de estar juntos, unidos por uma mesma causa, guiados por um mesmo pai, o representante mais legítimo de Jesus na terra. Que carisma é esse, capaz de arrastar para si as pessoas das mais variadas idades e condições sociais? Nunca se viu tanta gente reunida para um mesmo fim: rezar, cantar, louvar a Deus e prestar homenagem ao Papa. Que estupenda manifestação de fé, sem reservas, sem respeito humano, sem medo de ser feliz. Destacou-se o público jovem, numerosíssimo e vibrante. Destacou-se o entusiasmo coletivo para sentir a simples presença do Papa. Destacou-se o sentido de pertença à Igreja viva de Cristo, solidária e unida. Destacou-se o testemunho de pessoas idosas, doentes, velhas, vindas de longe, amargando longas horas de espera, com o sorriso nos lábios e a alma envolta em paz. Afora o que vocês certamente viram através da televisão e, posteriormente, dos jornais, gostaríamos de destacar, por fim, as seguintes palavras de João Paulo li naquela celebração: "Pais e farru1ias do mundo inteiro. Deus vos chama à santidade. Ele mesmo vos escolheu, por Jesus Cris-
to, antes da criação do mundo, para que sejais santos na sua presença. Ele vos ama loucamente! Ele deseja a vossa felicidade, mas quer que saibais conjugar sempre a fidelidade com a felicidade. Não pode haver uma sem a outra. Não deixeis que a mentalidade hedonista, a ambição e o egoísmo entrem nos vossos lares. Sede generosos com Deus. Famílias do Brasil, da América Latina, fallll1ias do mundo inteiro - o Papa, a Igreja, apóiam-se em vós. Tende confiança, Deus está conosco!" Não nos sentimos capazes de avaliar os efeitos concretos quebrotarão deste Encontro do Papa com as Fallll1ias, mas nós, seguramente, voltamos para casa acreditando em que A FAMÍLIA É A ESPERANÇA DA HUMANIDADE, e que estamos dispostos a tornar esse sonho uma grande realidade. Terminando este artigo, e ousando assumir a condição de representantes dos milhares de peregrinos que foram acolhidos em casas de farru1ias no Rio de Janeiro, queremos manifestar nosso agradecimento às famílias hospedeiras, dentre elas a grande massa dos lares equipistas cariocas, pelo carinho e atenção dedicados a cada um que ali foi recebido, num gesto de fraterna hospitalidade, sinal do amor e da bondade de Deus. Que o Pai do Céu recompense com bênçãos copiosas a generosidade de todas as famílias hospedeiras!
Silvia e Chico CR Carta Mensal 25
A Família e o Papa monial e profissional, sobre o mérito e a luta de seus pais em educálos para que sejam seres humanos dignos e enfrentem a vida, com o objetivo de alterar os padrões pouco sadios de "conivência" e "conveniência" vigentes. O que é admirável - e até hoje me comove - é ver que a grande maioria dos jovens tem ideais elevados, deseja ter uma família sólida, espera casar "para sempre" e sofre quando vem de casais separados ou nota que seu ambiente familiar se deteriorou . Há na juventude a esperança permanente de que sua vida venha a ser diferente daquelas destruídas, muitas vezes, pelo egoísmo paterno e a intenção de não cometer os erros de seus pais. Aqueles que vivem no seio de uma família em que todos lutam por mantê-la, apesar das dificuldades e incompreensões, são sempre os mais otimistas. No combate pela preservação da família, aprenderam a valorizála, a valorizar os sacrifícios do pai e da mãe para educá-los; aprenderam aquele amor verdadeiro que nasce não da busca individual de felicidade à sua maneira, mas do esforço por dar melhores condições aos outros. O papa vem mostrar que esse é o verdadeiro caminho da felicidade. Quem busca muitos direitos sofre mais. Somente no ambiente familiar quem está disposto a ajudar os outros a crescer é que real-
visita do papa ao Brasil tem sido exposta de variada maneira pela mídia, sem que se realce o núcleo da missão pastoral que o traz até nós, que é a valorização da família. Nos dias atuais, essa instituição natural - e de direito natural -tem sido atacada, de forma direta ou sub-reptícia, como se representasse uma instituição do passado. Apesar de a Constituição brasileira dedicar um capítulo inteiro à valorização familiar - pouco examinado pelos constitucionalistas e bastante adulterada pelos que não acreditam no casamento, na responsabilidade paterna e na família - , muitos formadores de opinião, mais do que a sociedade, insistem em que há uma nova visão da liberdade sexual sem responsabilidade, que termina por atingir a família. O papa vem ao Brasil exatamente para mostrar que a mais permanente das estruturas humanas de direito natural- e um sacramento para os católicos - é a família, vi to que as crises de costumes, de idoneidade, de moral por que o mundo passou e passa são incapazes de atingi-la, tendo sido sempre possível revalorizá-la, mesmo quando aparentemente não havia recuperação. Ao longo dos meus muitos anos de magistério, mantive constantemente conversas com meus alunos sobre sua vocação matri-
A
26
mente é feliz. Tem mais quem precisa de menos, dizia o fundador da Universidade de Navarra; e é mais feliz no ambiente familiar quem tem mais deveres que direitos, pois sabe tornar seu lar luminoso e alegre, apesar das dificuldades por que passe. Aqueles que buscam no casamento apenas a sua própria felicidade e acham que seus familiares devem estar à sua disposição terminam por ser, nessa busca egoísta e tresloucada de auto-realização, profundamente infelizes e frustrados. Quem age de forma oposta e está disposto a ter espírito de serviço é sempre incomensuravelmente mais feliz. Num mundo de opressões, de violências, de rancores, de angústias, vem o papa dizer que a paz começa na família e que todos aqueles que a valorizam têm mais condições de ser felizes na vida do que aqueles que buscam a felicidade material e pessoal a qualquer custo. Num mundo de ódios, vem o papa pregar a paz. Num mundo de desamor, vem pregar o mais sublime amor humano, que é o amor familiar.
O que é admirável
- e até hoje me comove - é ver que a grande maioria dos jovens tem ideais elevados, deseja ter uma família sólida, espera casar "para sempre" e sofre quando vem de casais separados ou nota que seu ambiente familiar se deteriorou. Há na juventude a esperança permanente de que sua vida venha a ser diferente daquelas destruídas, muitas vezes, pelo egoísmo paterno e a intenção de não cometer os erros de seus pais.
lves Gandra da Silva Martins advogado tributarista , professor emérito da Universidade Mackenzie (Folha de São Paulo 01110197) 27
Um "Sopro" Especial / á quarenta e poucos anos, depois de engajados nos conhecidos movimentos de Ação Católica que então floresciam, alguns casais e um sacerdote se reuniam com freqüência para trocar idéias nas quais se manifestava o forte desejo de, em comum, aumentarem sua fé. Um belo dia, alertados pelo sacerdote, lêem alguns exemplares da revista LANNEAU D'OR e tomam conhecimento do grupo de casais que, na França, organizou um movimento coordenado pelo Pe. Henri Caffarel. Sentindo o despertar de uma vocação, escrevem para Paris pedindo informações. O enredo desta história já nos é familiar e pensamos conhecer-lhe as personagens que, na verdade, são outras! A resposta francesa não tardou e com ela a surpresa: diretamente de Paris, veio a notícia de que a "organização" do Pe. Caffarel , denominada Equipes de Nossa Senhora, já estava implantada em São Paulo, pelo que mais informações deveriam ser colhidas com os casais MONCAU e PAYÃO. Os contatos entre DORA MARIA e LUIZ CARLOS e os paulistas não demoraram e assim, em 1958, nasceu a Equipe 1 de Caxias do Sul, com a assistência do Pe. HILÁRIO PANDOLFO que havia feito a descoberta e já assitia espiritualmente o grupo. Alguns anos antes, em fins de 1954, outro grupo semelhante, também egresso de movimentos da Ação
Católica, formado por casais conscientes de que o matrimônio os convocava para a santidade, ouviu o Pe. MELANSON falar das Equipes de Nossa Senhora e, muito interessados, dele receberam o endereço do casal MONCAU que liderava o Movimento. Novos contatos são feitos e, em 1955, criava-se a Equipe 1 de Florianópolis, sob a proteção de Nossa Senhora de Fátima que, assistida pelo Pe. FRANCISCO BIANCHINI, recebeu a pilotagem de NANCY e PEDRO MONCAU por correspondência. Esses dois fatos de nossa história revelam a enorme influência da Ação Católica na solidificação do sentimento de religiosidade cristã de nossa gente e, mais do que isso, deixam claro que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil, já nasceu plenamente amadurecido, pois os primeiros casais que dele participaram já tinham certeza de que, na vida conjugal, estavam presentes todos os requisitos necessários para alcançar a santidade. As Equipes nada mais eram do que aquilo que eles, há muito, estavam querendo. Alguns desavisados podem achar que tais fatos se repetiram por mera coincidência. Outros, mais lúcidos, sabem que aí estava o sopro do Espírito Santo.
H
]unia e Mauro Equipe 28, Setor B - Rio I (Fontes: Relatórios dos Casais Dora e Luiz Carlos de Caxias do Sul e Irany e Nereu de F loriánopolis) 28
Maria, Mulher de Nossos Dias/ aria, deseja mos senti -la assim, muito familiar, falando nossa linguagem, cheia de tradições antigas e usos familiares . Desejamos vê-la assim engajada nas coisas de nossa gente. Desejamos vê-la andando em nossas calçadas , conversando com as pessoas no ponto do ônibus, ou encontrá-la entre aqueles que põem flores para seus mortos. Ou entre os feirantes do mercado, ou no meio daqueles que fazem compras. Ou com todas as outras mães que, à saída da escola, esperam seus filhos para cobri-los de beijos e levá-los embora. Não a desejamos hóspede. Mas companheira. Por dentro dos nossos problemas comunitários. Preocupada com o mal que sacode nossa cidade . Mas contente, também, de participar de nossa experiência espiritual, contraditória e sublime. Maria desejamos sentir-te assim. Toda
M
29
nossa, mas sem ciúme. frutos de todos os esDesejamos-te em tágios da história e que Maria, nossos registros de fao correr dos tempos desejamos rnilia. Nos sonhos fesnão mudou a composisenti-/a tivos e nas asperezas ção química de certos diárias. Sempre pronvalores, como a geneassim, muito ta a nos dar uma mão. rosidade, a obediência, familiar, A nos contagiar com a confiança, a ternura, falando sua esperança. A nos o perdão. Retoma, pois, nossa fazer sentir, com tua ao nosso meio e oferepureza, a necessidade linguagem, ce a todos a edição atude Deus. E a comparalizada daquelas grancheia de tilhar conosco momendes virtudes humanas tradições tos de festas e de láque te fizeram grande antigas e grimas. Lágrimas de aos olhos de Deus. usos partida e de chegada. Santa Maria, muSanta Maria, mulher de nossos dias, familiares. lher dos nossos dias, dando-te por nossa vem habitar em meio a mãe, Jesus não somennós. Tu predisseste que todas as te te constituiu conterrânea, mas gerações te chamariam de bendita. também contemporânea de todos. Pois bem, entre estas gerações está Coloca-te, então, ao nosso lado também a nossa, que deseja cantar- e ausculta enquanto te confiamos as te louvor, não somente pelas gran- ânsias cotidianas que abrigamos em des coisas que o Senhor fez em ti, nossa vida moderna: o salário que não no passado, mas também pelas ma- basta, o peso do estresse, a incerteravilhas que Ele continua a operar za do futuro, o medo de que ele nem em ti, no presente. exista, a solidão interior, a usura das Faze com que possamos sentir- informações, a instabilidade dos afete vizinha a nossos problemas. Não tos, a educação difícil dos filhos, a como a Senhora que vem de longe incomunicabilidade até com as pesa nos livrar com a força de sua gra- soas mais queridas, a fragmentação ça. Mas como uma que, com os absurda do tempo, a vertigem das mesmos problemas, os vive até em tentações, a tristeza das quedas, o sua pele e conhece a sua dramati- aborrecimento do pecado ... cidade inédita. Faze-nos sentir a tua presença Santa Maria, mulher de nossos encorajante, ó contemporânea dias, liberta-nos do perigo de pen- dulcíssima de todos. sar que a experiência espiritual vivida por ti, há dois mil anos, te faz Dom Antonio Bello intangível, hoje, por nós. Extratos do seu livro MARIA, Faze-nos compreender que a Mulher dos nossos dias modéstia, a humildade, a pureza são Editora Vozes
Vestir a Camisa das ENS
E
stive pensando no gesto de VESTIR A CAMISA. .. Quanto é importante caminhar de peito aberto, trazendo estampado o emblema do Movimento. Orgulhamo-nos disso. Mas será que efetivamente somos dignos de ser os "porta-estandartes" do Movimento? Cumprimos com fidelidade os PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO de modo a que eles operem "maravilhas em nossas vidas", transformandonos em pessoas cada dia melhores, com uma vivência coerente, de acordo com as três atitudes:
• cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus = procuramos entender a vontade de Deus em nossas vidas em qualquer circunstância, seja na alegria ou na dor? Estamos prontos a escutá-lo, quando nos coloca no dia-a-dia as oportunidades de servilo através do próximo, dando o nosso efetivo testemunho?
• desenvolver a capacidade para a verdade= somos 100% autênticos em nossa vivência de fé, seja no lar, na vida profissional, na comunidade eclesial, na comunidade equipista ... Vivemos a famosa, e tão difícil de exercitar, COERÊNCIA ENTRE FÉ E VIDA? ...
• aumentar a capacidade de encontro e comunhão= o cumprimento nos leva a um compromisso efetivo com o Movimento das ENS, ou temos outras prioridades em nossa vida, ficando a equipe, os eventos do Movimento deixados em segundo plano, passíveis de cumprir
quando nos convém, quando não temos mais nada para fazer? ... Quantos de nós estamos VESTINDO A CAMISA DAS EQUIPES PELO LADO DO AVESSO ... fazemos parte do Movimento, até freqüentamos as reuniões, respondemos ao tema, colocamos na partilha que cumprimos e vivenciamos os PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO mas, na verdade, fazemos de forma mecânica, mais ou menos, ou nem fazemos. Se chamados para o serviço, escorregamos em mil e uma desculpas e ... Assim vestidos, a camisa pelo lado do avesso, o emblema voltado para dentro, para o peito, vamos "curtindo" o Movimento a nosso bel prazer, apenas absorvendo, acumulando dons, sendo espelho de nós mesmos, não partilhando, não nos compromentendo. Contentamo-nos com as reuniões bem ou mal vividas, com os PONTOS CONCRETOS bem ou mal cumpridos, tudo bem "light", sem o fogo do entusiasmo e há de se cuidar em não sermos mornos, para que não sejamos vomitados, conforme as escrituras nos previnem... A CAMISA DAS EQUIPES, assim como A CAMISA DA FÉ devem ser vestidas em sua totalidade de vida. Que possamos diariamente nos interrogar: Como estou vestindo hoje a camisa das Equipes de Nossa Senhora?
Beth (do Scalzo) Equipe N. Senhora da Glória Belo Horizonte - MG 31
Retiro / Me afasto de tudo, Me afasto de todos Me encontro com Deus. Não falo , Só escuto, Na esperança de ouvir O que Ele me diz. Vim para rezar E até meditar, Certo de ouvir o que Ele me diz. Procuro uma luz que me faça ter fé, Procuro a humildade, Procuro a verdade, Procuro ouvir o que Ele me diz. Caminho vazio, Atento ao momento De poder encontrá-Lo, de ter seu amor, De poder escutar o que Ele me diz.
Poemas do Pepe - Volume 9 Porto Alegre - RS 32
Um Vazio em Calcuto/
ssim que foi divulgada a notícia da morte de madre Teresa, uma onda de tremores pareceu atravessar a cidade de Calcutá, ponto de partida de sua "cruzada". Milhares de habitantes de todas as idades, ricos e pobres, de todas as castas e religiões, vieram correndo expressar sua dor. O fato de madre Teresa ter morrido em Calcutá foi sua última saudação aos pobres da cidade, que embarcaram com ela numa das
A
mais notáveis aventuras espirituais e humanas deste século. Vi sua figura lendária pela última vez há poucos meses. Observando-a naquela manhã, cercada por moças vindas dos quatro cantos da Índia para vestir o sári branco das Missionárias da Caridade, não pude deixar de abençoar a cidade de Calcutá que, em meio a todas as adversidades, deu origem a tantas santas. Já acompanhei muitas delas em
suas visitas aos lares sa irlandesa das Irmãs de Loretto, escolhende moribundos, a ledo o nome Teresa por prosos, a orfanatos, ser devota da santa de aos asilos da Cidade da Lisieux. Esperança e de quase Em 6 de janeiro todas as cidades da Índia, sem falar em de 1929, desembarcou Beirute, Roma, Paris, no porto de Calcutá. Durante 16 anos, enSydney e até mesmo sinou Geografia às fio bairro de South lhas da burguesia de Bronx, em Nova York. Bengala Ocidental, Em todas essas ocasiões, fui testemunha numa das escolas de do mesmo milagre. freiras mais aristocrá"Foi uma ticas da capital do EsEra como se elas, por ordem" ' tado. Sua vida pacífimeio de uma vibração contou. ''Tive ca foi transformada de esperança, quisesde abandonar após uma viagem de sem anunciar aos mitrem à cidade de seráveis do mundo: o conforto do Darjeeling, em 1946. "Estamos aqui, amaconvento, Quando o trem passamos vocês, não teabrir mão de va por um túnel, Terenham medo". tudo e seguir sa, repentinamente, Foi essa a mensaJesus. Serviouviu um chamado em gem de madre Teresa: proclamar à humaniseu coração. "Foi uma lo por meio ordem", contou. "Tive dade "que os pobres dos mais de abandonar o condevem ser amados, pobres de forto do convento, porque foram criados seus pobres". abrir mão de tudo e pela mão amorosa de seguir Jesus. Servi-lo Deus". por meio dos mais poEla começou a forjar essa mensagem no caldeirão bres de seus pobres". da miséria, injustiça e violência de Tinha 36 anos. Sete meses deCalcutá, onde sua vocação de mis- pois, recebeu do Vaticano a permissionária a enviara. Era filha de um são de deixar o convento e fundar empresário bem sucedido da cida- uma ordem religiosa, dedicada a de de Skopje- que, na época, fi- "cuidar dos doentes e moribundos cava na Albânia - , onde nasceu nas favelas, educar as crianças de há 87 anos, no dia 26 de agosto de rua, cuidar dos mendigos e abrigar 1910. os abandonados". Agnes Bojaxhiu sentiu o chaAssim nasceu - pelas mãos mado da vida religiosa cedo. Aos de uma única freira, à qual, pouco 18 anos, ingressou na ordem religio- depois, viriam se juntar dez jovens
noviças de Bengalapal de Calcutá e acaa congregação das bou sendo recebida Missionárias da Caripor um dos represendade, uma ordem que tantes do prefeito, a hoje conta com mais quem pediu "um lugar de 5 000 irmãs, 500 ironde eu possa receber mãos consagrados e os moribundos e ajumais de 4 milhões de dá-los a comparecer irmãos e irmãs leigos. diante de Deus com É uma ordem tão dignidade e amor". dinâmica que, por falAlguns dias mais ta de espaço , não tarde, a prefeitura pôs pode aceitar todas as a sua disposição uma candidatas que queconstrução extrava"Colocar-se rem se juntar a elagante que servira de inteiramente não apenas indianas, abrigo para os peregrie de todo mas também japonenos hindus que visitao coração sas, européias, austravam o vizinho templo lianas e norte-amededicado à deusa Kali, à livre ricanas, em cerca de padroeira de Calcutá. disposição 500 orfanatos, lares Madre Teresa endos pobres". para leprosos e cenxergou no presente a tros de resgate espaintervenção de Deus, lhados por cem países, porque era em torno nos cinco continentes. dessa área que muitos dos miseAs regras da ordem são rígi- ráveis se reuniam para morrer, na das. Além dos três votos habituais esperança de serem cremados -pobreza, castidade e obediência nas piras funerárias do templo. A -,as Missionárias da Caridade fa- chegada da cristã usando um cruzem um quarto voto, específico de cifixo sobre o sári provocou muisua ordem: "Colocar-se inteiramen- ta surpresa. Pouco depois, os hindus ortote e de todo o coração à livre disposição dos pobres". doxos começaram a reclamar. CoA mulher que, na época, ainda meçou a circular um boato de que era apenas a irmã Teresa, cami- Teresa estava ali para converter os nhava sob chuva quando tropeçou moribundos ao Cristianismo. Comeno corpo de uma velha moribunda. çaram a ocorrer incidentes hostis. Teresa parou, fechou os olhos da Um dia, uma chuva de pedras e timulher, fez o sinal da cruz e orou a jolos saudou uma ambulância que seu lado. "Nesta cidade os cachor- levava homens e mulheres doenros têm tratamento melhor do que tes encontrados nas ruas. As freios humanos", refletiu. Na manhã ras foram ameaçadas e insultadas. seguinte, ela foi à Câmara Munici- Teresa caiu de joelhos diante da
multidão. "Matemmem estava caído ao me!", gritou e elevou chão, branco como os braços ao céu no um cadáver. Em volta sinal da cruz. "Assim do ombro usava a corirei ao céu em menos da tripla sagrada dos tempo". brâmanes. Era um saDelegações de cerdote do templo. bairro foram à prefeiNinguém ousava totura e à polícia pedir a car nele, porque tinha expulsão da freira escólera. Madre Teresa trangeira. O chefe de tomou-o nos braços e polícia prometeu fazer levou-o para dentro o que lhe pediam, mas do abrigo. Cuidou do só depois de uma inbrâmane dia e noite, e "Não há vestigação. Ele enele sobreviveu. Pouco razão para controu madre Teresa depois, ele declarava: desistir, cuidando de um velho "Durante 30 anos adoquando que acabara de ser lerei uma Kali feita de vado ao local. Ele espedra. Agora venero se sabe que tava caído , magro uma Kali feita de caré possível como um esqueleto, ne e osso." achar razões sujo, com as pernas A notícia da salpara ter inchadas e com úlcevação inacreditável ras sangrentas. "Meu esperança" .. percorreu a cidade. Deus, como ela pode Ambulâncias e fursuportar tudo isso?" o gões começaram a policial se perguntou. Madre Tere- chegar ao local, carregados de posa estava limpando as feridas do bres à beira da morte. Pouco dehomem, falando em voz doce com pois, madre Teresa já dizia: "Nosele, dizendo a ele que iria melho- sa Casa do Coração Puro é a jóia rar, que não precisava ter medo. O de Calcutá". E a cidade a tomou chefe de polícia ficou profunda- sob sua proteção. mente comovido. Pessoas importantes vinham Do lado de fora, um grupo de visitá-la. Em 45 anos, madre Tefanáticos o aguardava. Ele disse: resa recebeu mais de 100 000 po"Prometi a vocês que vou expulsar bres moribundos e famintos em a estrangeira e vou cumprir o que seu abrigo. prometi. Mas só depois que suas No dia 15 de fevereiro de 1953, mães e irmãs vierem aqui fazer o a nova instituição fundada por matrabalho que ela faz". dre Teresa, Sishu Bhavan, a Casa Alguns dias depois, madre Te- das Crianças, recebeu seu primeiresa viu um grupo de pessoas di- ro hóspede, um bebê prematuro enante do santuário vizinho. Um ho- contrado num lixão, embrulhado em 37
curiosidade da mídia. jornais. Madre Teresa Malcolm Muggeridge lutou para salvar sua fez um filme sobre a vida e conseguiu. Em freira européia e suas pouco tempo, dúzias irmãs indianas que de bebês ocupavam praticavam a caridaos berços. Como alide. A experiência tomentar todas as pescou-o tão profundasoas que agora tinha mente que ele se consob seus cuidados? verteu ao Cristia"Deus cuidará disso" -dizia. nismo. O filme foi transEmbora a cidade mitido por várias telede Calcutá fosse suvisões do mundo e perpovoada, madre "Precisamos Teresa não hesitou em transformou madre de um declarar guerra ao Teresa numa estrela momento de aborto - uma guerra internacional. Outras silêncio todos cidades na Índia e no que travou incansavelexterior começaram a mente até a morte. os dias, para lhe pedir que viesse Depois dos morireceber a abrir orfanatos ou abribundos e das crianças, Deus e sua gos para sem-teto. madre Teresa voltou palavra" Sempre que aceisua compaixão aos letava, o primeiro cômoprosos. Ela convidou a do que erguia era uma população de Calcutá a juntar-se a ela numa enorme capela. Para ela, nenhuma ação campanha para recolher alimentos era possível sem a ajuda da oração e dinhei ro para as vítimas da e o apoio da presença divina da Euhanseníase. Como emblema da caristia. "Precisamos de um momento operação, madre Teresa escolheu o antigo símbolo da doença: um de silêncio todos os dias, para resino, semelhante ao que os lepro- ceber a Deus e sua palavra", ela sos de séculos passados tinham de dizia. "Não há razão para desistir, tocar para avisar as pessoas de sua quando se sabe que é possível presença amaldiçoada. Criou o achar razões para ter esperança". slogan: "Vamos tocar um leproso com nossa compaixão". O resultado superou as expecDominique Lapierre tativas. Em pouco tempo, ela pôde do "New York Times" iniciar a construção de uma cidade (Jornal Folha de São Paulo, inteira reservada aos leprosos: Ci07109/1997) - Extratos dade da Paz. Colaboração de Foi uma conquista que atraiu a D. Nancy Moncau 38
Oração pela Família/
o ~
Deus, de quem procede toda paternidade no céu e na terra, Pai, que és Amor e Vida, faz que cada família humana sobre a Terra se converta, por meio de teu Filho, Jesus Cristo, "nascido de Mulher", e mediante o Espírito Santo, fonte de caridade divina, em verdadeiro santuário da vida e do amor para as gerações que se renovam. Faz que tua graça guie os pensamentos e as obras dos esposos para o bem de suas farm1ias e de todas as farm1ias do mundo. Faz que as jovens gerações encontrem na família um forte apoio para sua humanidade e seu crescimento na verdade e no amor. Faz que o amor, reafirmado pela graça do sacramento do matrimônio, se revele mais forte que qualquer debilidade e qualquer crise, pelas quais, às vezes, passam nossas farm1ias. Faz finalmente, te pedimos por intercessão da Sagrada Farm1ia de Nazaré, que a Igreja em todas as nações da Terra possa cumprir frutiferamente sua missão na farm1ia e por meio da fanu1ia. · Tu, que és a Vida, a Verdade e o Amor, na unidade do Filho e do Espírito Santo. Amém.
João Paulo li 39
Para ... Que / Para que ao amor do Pai façamos jus, Que procuremos, sempre, trilhar o caminho do filho, Jesus. Para que não vivamos nós isolados como numa ilha; Que aprendamos todos, pela mesma cartilha. Para que não transformemos a vida em eterno tormento; Que não nos esqueçamos de Ti, a todo momento. Para que tenhamos sempre a tranqüilidade n' alma; Que as atribulações do dia-a-dia não nos façam perder a calma. Para que descubramos da vida os encantos; Que por ela não passemos aos prantos. Para que conservemos no adulto a esperança; Que não percamos a credulidade da criança. Para que não mergulhemos nas trevas do ciúme; Que façamos da confiança um lume. Para que não caminhemos à beira de um abismo; Que não sejamos dominados pelo egoísmo. Para que conheçamos do amor a abundância; Que não soframos o mal da ganância. Para que não sejamos atormentados pela aflição; Que pratiquemos, sempre, a linguagem da oração. Para que o nosso amor pelo próximo floresça; Que a nossa fé em Ti, jamais esmoreça. Para que protegidos estejamos, a toda e qualquer hora; Que louvemos, sempre, nossa mãe, Nossa Senhora.
Daisy e Noel Equipe 21 - N. S. da Glória Fortaleza - CE 40
Deus Tem a Sua Hora./ sperávamos ansiosamente aquele "Encontro N acionai em Itaici", que se concretizou, como prevíamos, num clima de elevada espiritualidade: orações, estudos, compromissos, cânticos, alegria, num entrelaçamento de novas amizades. Tudo ali foi maravilhoso! O momento do "Envio", apoteose de fé e compromisso, foi marcante: o céu colorido de balões multicolores, levando mensagens de amor e esperança, enviadas pelos casais a alguém escolhido por Deus. Passaram-se dias, meses, até que um dia, no mês de julho, feridos que estávamos pela dor e pela saudade causada pela morte do meu querido pai, sentíamo-nos carentes, tristes, buscando em Deus forças para a caminhada. Tocou o telefone. Uma voz carinhosa do outro lado da linha retransmitia ao meu coração uma mensagem de fé, de amor e esperança, semelhante àquela levada ao céu por nosso colorido balão. "Sou o Joel, esposo de Maria do Socorro, do Sítio das Moitas, em Valinhos. Reencontramos hoje a mensagem de vocês, que acolhemos numa tarde de novembro aqui em nosso sítio. Esteve tão bem guardada que só hoje pude retomá-la e dizer a vocês do grande significado que teve para nós. Somos adventistas, cremos em Deus , e temos uma família maravilhosa. Ao recebermos a mensagem, sentimos a presença de Deus". Por telefone, naquele dia e em
E
outras ocasiões, Joel e Maria doSocorro têm nos transmitido o amor de Deus, têm sido presença confortadora, principalmente naqueles momentos dolorosos pelos quais passamos. Compreendemos que Deus tem seus caminhos e sabe bem usar os canais da Graça, pois daqueles a quem quisemos confortar foi de quem recebemos, entre tanto amigos, o alento confortador. Cresce nossa certeza de um Novo Milênio, onde os homens estarão mais unidos entre si e com Deus, pois o Espírito Santo continua a agir quando, como e onde quer.
Elza (do Salgado), CRS-C São José do Rio Preto- SP 41
Querer É Poder/ omo é bom comprovar a cada dia a presença de Deus entre os homens! E o mais importante: atestar essa presença mediante as atitudes de cada um deles.
C
Dois casais, de cidades diferentes da Região Nordeste III, deixaram-se tocar pela suavidade da brisa de Deus e o milagre aconteceu, por ocasião da realização da 1a Sessão de Formação nível I, em João Pessoa, 7 e 8 de junho deste ano. Um casal de Natal/RN, cujo maior desejo era participar do encontro, achava-se sem condições de se fazer presente, em virtude de ele, vítima de acidente de trânsito, estar numa cadeira de rodas, impossibilitado não só de andar, mas também de se alimentar normalmente, pois se encontrava com os maxilares imobilizados (foi necessário a extração de um dente perfeito para que pudesse se alimentar de líqüido, utilizando-se de um canudo). Sem mencionar as inúmeras cirurgias por que passara, seria submetido ainda a uma nova cirurgia na face, 4 dias após a Sessão de Formação. Foi nessas condições que Rinaldo (da Rosie) levantou-se da cadeira de rodas em que se encontrava e, com a ajuda de outros casais equipistas, viajou para João Pessoa (170 km) parOa um encontro marcado com Deus e com as ENS. Outro casal, este de Parelhas- RN, que também desejava muito participar da Sessão de Formação, desde janeiro vinha juntando algum dinheiro para sua passagem (R$ 50,00ida e volta). No período da realização do encontro, ele se encontrava desempregado havia já três meses. O que ganhava para o sustento da farm1ia era como garçon, nos fins de semana. Vale salientar que "naquele" fim de semana, este dinheiro não seria ganho; logo, não haveria dinheiro para a feira e demais despesas. Além de tudo isso, o casal tem um filho deficiente de 9 anos de idade. Apesar de todas essas dificuldades, atender ao chamado de Deus era mais importante. Assim viajaram 310 km para servir a Deus e às ENS. Testemunhos assim devem servir de ponto de reflexão para que muitos casais analisem seu compromisso com a Igreja e com as ENS.
Cida e Raimundo CRR Nordeste III 42
MATRIMÔNIO
l'a!2 que cne es1e sacnunemo?
!
FELICIDADE: UM TRABALHO DO AMOR Nazareno Amin O autor utilizou-se da experiência adquirida durante mais de 30 anos em palestras nos Cursos de Noivos e na convivência com jovens de todos os níveis sócio-culturais. Nazareno Arnin é médico. Junto com a esposa Joyce pertencem ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora há 33 anos, em Florianópolis, se. Aos casais que trabalham na preparação de noivos ou jovens, eis aí um bom subsídio. Aos interessados em adquirir o livro o telefone de contato é: (048) 222-6635.
MATRIMÔNIO: PARA QUE SERVE ESTE SACRAMENTO? Esther Brito Moreira de Azevedo e Luiz Marcello Moreira de Azevedo Editora Vozes Esther e Luiz Marcello pertencem às Equipes de Nossa Senhora desde 1954, tendo já sido responsáveis pelo Movimento no Brasil. Procuraram escrever o livro baseados em sua experiência conjugal e na longa militância em movimentos para casais. Dedicaram-se, com afinco, ao estudo do sacramento que une marido e mulher, baseados, sobretudo, no longo e renovador ensino de João Paulo II. 43
FAMÍLIA E CATEQUESE Frei Almir Ribeiro Guimarães ofm Editora Santuário O livro apresenta uma série de sugestões práticas para que a Igreja doméstica e os grupos de catequese iniciem crianças, adolescentes e jovens na fé cristã. Algumas indagações sobre as quais Família e Catequese pretende refletir: Como, na prática, despertar a fé nas crianças e alimentar a fé nos adolescentes? Como refletir com adolescentes e jovens sobre o amor, a sexualidade e a preparação para o casamento? É possível, em nossos dias, criar em nossas famílias uma cultura cristã?
@[2]~[2]@[2]@[2)@[8)@[2] @
[8)@[8)@[2]@ [8)@[8)@[2] Q
\ =-"\ NOSSAS
BANDEIRAS DESPERTARAM CURIOSIDADE NA CIDADE DE ANÁPOLIS - GOIÁ~
k8JQC8JQ~~
~
k8JQC8JRJ~~ [g]@~~J~~
k8J @ [BJ [==•J ~ LiJ
Encerrando as comemorações ~~~u~s da Semana da Família, aconteceu no domingo 17/08/97 - Festa da [>v<.J - •. ~ j Assunção de Nossa Senhora- um C'>-<J~. ~ ~ j dia de homenagens, de instrução, louvor, devoção e intercessão à Virgem Maria. Em procissão, a Imagem de i iEntre os artigos que mais chaNossa Senhora de Fátima foi con- maram a atenção da nossa Equiduzida até o estádio Jonas Duarte, pe, na Carta de Agosto/97, gostaonde houve a oração do :rosário, a ríamos de destacar "Confissões de Bênção Eucarística, a consagração um Conselheiro Espiritual". Anida diocese à Nossa Mãe Santíssi- ma-nos como equipistas, enchema, terminando com a Santa Mis- nos de alegria ver corno podemos sa celebrada pelo Bispo Diocesa- ser úteis a um sacerdote, com nosno Dom Manoel Pestana Filho. sa amizade e calor, e embebe-nos Estavam presentes casais, fi- também de responsabilidade, pois lhos e parentes das equipes I, II, nos mostra que, ao negligenciarIII, e IV de Nossa Senhora. Cada mos nossos compromissos e torcasal equipista agitando sua ban- narmos fria uma equipe, sem vida deira, louvava e despertava nos espiritual, estaremos também dedemais, curiosidades e indagações. sapontando um sacerdote que, talFoi uma grande oportunidade vez, muito espera de nós. de divulgar a existência das ENS, Lourdes e Walter, CRE na cidade de Anápolis, manifestanEq. Nossa Senhora de Fátima do em outros casais o desejo de coSetor B, Porto Alegre - RS k8J nhecer o Movimento, que tem como ~ [;J finalidade principal a santificação do casal e das famílias. Equipistas de Anápolis - GOk8J
r>::<
• •
L JL
k8J Q k8J [8J [8J GJ [8J GJ [8J GJ k8J Q C8] @[8JQ
GJ[8JQ[8JGJ[8JGJ[8JG_jcg]G_jcg]GJ ~
44
Equipistas do Século 11~/
N
um trabalho intitulado "À minha esposa", Tertuliano, autor cristão ' do fim do Segundo Século, escreve esta bela e atualíssima página ~ir sobre a vida conjugal: ~
"Como parar de celebrar a felicidade no matrimônio? Que doce jugo para dois crentes unidos pela mesma esperança, a mesma fidelidade, a mesma maneira de viver, a mesma religião ... Uma carne, mas também um espírito: ... eles rezam juntos, ... se ajoelham juntos, ... jejuam juntos. Eles se instruem um ao outro, se exortam um ao outro, se apóiam um sobre o outro. Juntos são vistos na Igreja, juntos vão comungar: na necessidade, como na adversidade, como nos dias felizes, eles estão juntos. Não têm segredos um para o outro. Não fogem um do outro. E não são um fardo um para o outro. Visitam de bom grado os enfermos ... E ajudam os necessitados. Não dão esmola a contra gosto. Suas oferendas são levadas com alegria. Dedicam-se tranqüilamente à sua tarefa cotidiana. O sinal da cruz não é feito às escondidas. A ação de graças não é truncada. A oração é feita em alta voz. Eles cantam alternando os salmos e os hinos. Rivalizam no louvor ao Senhor Onde vê e ouve isto, Cristo se regozija. Àqueles, Ele envia a sua paz ... E onde Ele está, não está o Maligno".
Colaboração de O/anda e Nadyr Equipe 06, Bauru - SP 45
Por Que Rezar?/ Para muitos rezar passou da moda. Existem pessoas que só rezam para pedir; e que acham que rezar é empurrar para Deus o que compete a nós, seres humanos, realizar. De fato, muitas pessoas conhecem apenas a oração de súplica. Quando rezam é para lembrar a Deus o que Ele esqueceu de fazer. Muitos cristãos recorrem a Deus como super especialista, depois de terem recorrido a um especialista, sem resultado nenhum. Nessa altura, Deus aparece como um "tapa buracos", que tudo remenda. Rezar não é entregar a Deus uma ação que caberia ao homem executar. Rezar é pedir-lhe que a execute conosco. É contar com sua inspiração, sua ajuda, é buscar a certeza de estar executando a sua vontade. Rezar é comunicar-se com Deus, estabelecer com ele um diálogo amoroso, "é pensar em Deus amando-o". Mas ... por que REZAR??? Porque somos criaturas e como tais insuficientes a nós mesmos. Porque somos filhos de Deus. As relações entre Deus e o homem tomam feição de intimidade. Um filho que ama o pai sente necessidade vital de comunicar-se com ele. O amor procura a presença e a comunicação. E nós ... rezamos sempre???
Rita e Walmir Equipe 8 - N. S. da Sabedoria José Bonifácio - SP 46
O Mendigo e o Diamante/ Acontece, porém, que num dia muito frio, o mendigo não apareceu. Estava morto lá no começo da rua principal. O povo correu para ver o homem morto. Do lado dele estava a mochila e mais nada. O povo "cheio de bondade", ajeitou o enterro e levou-o para o cemitério. Um jovem curioso revirou a mochila e gostou da pedra. Levou para casa a pedra e, lavando-a descobriu: UMA PEDRA PRECIOSA- DlAMANTE que todo o dinheiro da cidade não dava para comprar. Moral da história: o difícil da vida fraterna é a gente ter a coragem de mexer na mochila do mendigo que convive conosco ... Pensamos sempre que dentro da mochila do mendigo só existe trapo e pão velho ... Orgulho desgraçado! "Esses mendigos" são os nossos co-irmãos e co-irmãs, aqueles com os quais convivemos e tentamos viver a fraternidade, o que, às vezes, é tão difícil só porque um carrega a "sua mochila" e ninguém sabe o que existe lá dentro ... Aí passamos a vida mendigando e não descobrimos o DIAMANTE escondido dentro de cada um. E se a gente fizesse uma busca em nossas mochilas e nas mochilas dos nossos companheiros? No fundo é o amor que resolve. É o amor que nos faz descobrir o DIAMANTE dos "mendigos" que vão conosco pela vida afora.
uma pequena cidade do inerior, havia um pobre mendigo. Fazia o que todo mendigo faz. Dormia nas calçadas, pedia pão e roupas velhas (é o que todo mundo dá). Ganhava estas coisas e colocava-as dentro de sua mochila. Nos dias bonitos de sol, sentava na praça, tirava do saco todos os trapos, lavava-os na fonte da praça e estendia-os no chão para secar. Pegava o pão velho e amassava-o com uma pedra que trazia também no saco, comia como se fosse uma sopa. Era um mendigo que não incomodava, até gostava de conversar e brincar com algumas crianças. Assim levava a vida ... Quando ele demorava para aparecer, o povo sentia falta, mas ele, mais cedo ou mais tarde, sempre chegava.
N
\I
do livro "Mestre, Onde Estás?" 47
Meditando Sobre o Evangelho de Marcos / vir, que custa a vir, que nunca julgamos já ter possuído ... Esta nostalgia, dizem alguns, é a saudade do paraíso perdido. Cristo e a sua mensagem bem compreendida, bem assimilada e bem vivida, eis o Reino de Deus em nós. É o início <;la posse deste Reino, que se realizará em toda a sua plenitude, quando a morte nos libertar daquilo que em nós é herança do pecado original. Então será a realização deste anseio perenemente insatisfeito no homem. Quanto mais nos aproximarmos da realização do Reino de Deus em nós, tanto mais usufruiremos da felicidade para que fomos feitos. Não é na satisfação momentânea de nossa ânsia de bem-estar, de dinheiro, de gozo dos sentidos que encontramos a felicidade. Nós a encontramos, no entanto, em toda a plenitude, quando fazemos o bem com amor. Lembro-me da satisfação íntima que senti quando dei a um pobre os últimos dois mil réis que tinha ... para o bonde ... Lembro-me da emoção que senti quando aquele doente, moribundo, da enfermaria da Santa Casa, me deu aqueles 400 réis ... (provavelmente tudo o que tinha) para manifestar o seu agradecimento. Como são poucos, Senhor, os momentos em que temos estes gestos de amor completamente gratuitos!
"E ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho os arrebenta rá e perder-se-á juntamente com os odres; mas para vinho novo, o dres novos. "
(Me 2, 22) este trecho, como no precedente e também o seguinte (não se remenda uma roupa velha com pano novo ... o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado ... ) há, parece-me, a intenção de Cristo de mostrar que uma renovação se estava processando, que para a ordem nova que vinha trazer era preciso uma renovação do homem: "o vinho novo deixa-se em odres novos". Renovar o próprio eu, para que ficasse em condições de receber o pano novo da nova mensagem de amor... novo odre que pudesse conter o novo vinho ... não se trata tanto de jejum, de abstenção de trabalho, da observância superficial de leis e preceitos ... Trata-se de abrir um coração novo para receber a Cristo ... Trata-se de iluminar a alma, alegrarse, exultar, pois aí vem o esposo. A mensagem é coisa nova, é coisa alegre, é portadora de paz, de esperança fundada ... Mais do que de esperança é a realização de um anseio. A nostalgia mata no coração do homem este anseio do bem, de felicidade, de realização de si mesmo, esta expectativa sempre insaciada de algo de melhor que ainda há de
N
Pedro Moncau Júnior 48
MEDITANDO EM EQUIPE Texto-base: Capítulo VIII Caminhamos na Estrada de Jesus O Evangelho de Marcos - CNBB Às mulheres que foram ao túmulo o anjo anunciou : "Ele não está aqui . Levantou-se (ressuscitou), está vivo ... Vai esperá-los na Galiléia ." Jesus está vivo entre nós . Por isso podemos sempre compreender suas palavras, mesmo mudadas as circunstâncias . Por isso vivemos sem medo, por onde e para onde ele nos quiser levar. Por isso não temos medo: nada, ninguém pode nos roubar a felicidade . Basta viver com Jesus.
. .. . .. .. . .. .. . .. . ... ...... .. . .. . .. . .. ... .... leitura: Evangelho de Marcos 16,1- 8 • As mulheres tinham medo . Oue medos você tem? • Como Jesus pode libertar você do medo? • Renove sua fé, sua alegria, sua confiança . Louve, agradeça, peça, comprometa-se.
.. .... .. . .. ... ... ... .. .. ... . .. ... ... .. .. .. Oração litúrgica: Senhor, se estás do nosso lado, quem estará contra nós? Se por nós entregaste teu próprio Filho, como não nos darias tudo o mais? Senhor, se nos escolheste, se por nós o Cristo morreu, quem nos poderá condenar? Se o Cristo ressuscitou e está ao teu lado, pedindo por nós, Senhor, de que teremos medo? Ouem nos poderá separar do amor de Cristo? Dificuldade, angústia, perseguição, necessidade, perigo? Tudo isso vencemos, Senhor, porque o Cristo nos amou. E nada poderá ser mais forte do que o amor que nos mostraste em Cristo Jesus . (FI. Castro, sobre Rm 8,31-39)
. .. .. . . . . .. . . ... . . .. . .. .. . .. ... ... . .. . . ... .. Pistas para viver a "oração conjugal"
• • •
•
Com um gesto mostrem que estão unidos . Falem com Deus sobre o que, no momento, está no seu coração . Um fala, o outro pode dar seu assentimento com um gesto ou uma palavra . Ou um fala e o outro vai repetindo . Ou um enuncia o assunto e o outro faz um breve pedido . Ou um e outro vão indicando as "intenções" e ambos fazem um pedido em silêncio . Ouando não souberem mesmo o que dizer, um simplesmente diga sobre o outro uma bênção em nome de Deus ...
PRIORIDADES DO MOVIMENTO DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA 1. Vida de Equipe 2. Formação 3. Comunicação 4. Presença no Mundo 5. Pastoral Familiar 6. Experiência Comunitária
,
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Con jugal e Familiar R. Luis Coelho, 308 • ~o andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256 .1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail : equipes@virtual-net.com.br