ENS - Carta Mensal 333 - Dezembro 1997

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Equipes de Nossa Senhora Carta Mensal n°333 Dezembro /1997 EDITORIAL ..... ... .. .... ..................... 01

HISTÓRIAS DE NOSSA HISTÓRIA .. 2 8

Não Havia Lugar para Eles nas Hospedarias ........ .. .' ...... ............ .... O1

A Ameaça que Virou Desafio ........... 2 8

Conselheiro da EC IR ...................... 02

ECIR ... ................. ...... .. ... .. .............. 03

MARIA .......................... ..... .... ..... . 29 Maria de Todas as Horas ................ 29

A ECIR Conversa com Vocês ......... .. 03

PCE - PARTILHA .... .. ... ...... ..... .... .... 31

Mensagens de Natal ...................... OS

Novena de Natal .......................... 31

50 Anos da Carta ............... ... .. .. .. 06

Uma Experiência que deu Certo ........ 3 4

CORREIO DA ERI ... .. ..................... 07

ATUALIDADE ............................... 3 5

Carta do CE da ERI ............ .. .... .... 09 Notícias Internacionais .................. .. 11

O Aborto, a Constituição e o Evangelho ............................... .. 3 5

VIDA NO MOVIMENTO ......... .. .. .. 1 2

A Família Compra a Televisão ........... 37

Retiro Espiritual Familiar ................... 1 2

ORAÇÃO ....... ..... .. ....................... 38

Encontro para os Filhos ... ................ 1 3

O Meu Sonho 2000 .................... 3 8

1 ° Encontro de Recém-Casados ..... ... 1 3

TESTEMUNHO ......................... ..... 39

Sessão de Formação ...................... . 1 4

FORMAÇÃO .. ... ... .. .. .. .. ... .. ... .. .. .. .. 16 Teresinha, a Santa do Amor ...... ....... 16

NATAL ............. .. .. ... ..... ... ........... 18 Experiência de Amor .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . 1 8

Evangelizando os Edifícios ............... 39 Um Hóspede Bem Especial .............. 41 Amor Exigente ...... ................ . ....... 4 3

PALAVRA DO LEITOR .............. .. ... 44

Oração Diante do Presépio .............. 1 9

REFLEXÃO ........ .............. ......... .. ... 45

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

20

É Preciso Criar Laços ...................... 45

PESQUISA NACIONAL .... ...

23

A Fogueira e o Riacho ................... . 46

Você que Participou, Veja o Resultado! .......................... 23

Meditando Sobre o Evangelho de Marcos .... . ............. 48

Carta Mensal é tU1lll publicnção mensal das Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Casrro, CSsR (COIIS. espiritual)

Edição: Eq uipe da Carta Mensal

Jomalista R esponsável: Catherine E. Nadas (MTb 19835)

SilJia e Chico Pon tes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sales

Composição, Diagramação e Ilustrações: F & V Editora Lrda. R. Venâncio Ayres, 931- SP Fone: (011) 62.3013

Foto capa: Arquivo CM Fotolitos e Impressão : Edições Loyola - R. I 822. 347- Fone: (011) 6914.1922 Tiragem desta edição: 10.700 exemplares Cartas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5" anda r • conj. 53 cep 0 1309-000 São Paulo- SP Fone: (011) 256.1212 Fax: (O I/ ) 257.3599 A/C Silvia e Chico


Não Havia Lugar para / Eles nas Hospedarias / (Lc 2, 7) Olá, gente amiga ! Está chegando o Natal, Jesus está chegando. Mas será que não se aplica para nosso coração, mais uma vez, a frase do Evangelho de Lucas: NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES? Como nos preparamos para esta festa? Será que não nos deixamos absorver quase que por inteiro na onda do mundo consumista, e no fundo, no fundo, NÃO HAVERÁ LUGAR PARA JESUS? ! Nas páginas desta edição vários artigos nos ajudarão a refletir sobre o sentido cristão do nascimento de Jesus. De qualquer forma, Natal é tempo de renovar as esperanças, de fazer as contas de como foi o ano. É época do balanço das nossas vidas. Por falar em balanço, todas as equipes, setores, etc, fizeram, no mês passado, o seu balanço. Nós, da Carta Mensal, também o fizemos. E temos muito a agradecer aos queridos leitores pela remessa dos seus artigos e colaborações, sem o que a nossa Carta Mensal não se concretizaria. Muita coisa, aliás, não pôde ser aproveitada e pedimos desculpas por esse tipo de inconveniente, de limitação. Mas ficou para nós um questionamento: Será que a Carta Mensal tem um lugar no coração dos equipistas ou também NÃO HÁ LUGAR PARA ELA? Será que temos conseguido transmitir a seiva viva do nosso Movimento? Temos motivado os casais? Será que estamos no caminho certo?

Continuamos precisando do seu apoio, da sua crítica construtiva, da sua sugestão. Escrevam pra gente, está bem? Não poderemos deixar passar em branco o Jubileu de Ouro da Carta das Equipes (Estatutos), uma das garantias da nossa unidade e da nossa identidade. E para ter um retrato da nossa realidade equipista, estamos publicando um apanhado com algumas conclusões da Pesquisa Nacional, da qual muitos de nós, seguramente, participaram e que pode apontar preciosas pistas para uma tomada de posição, de conversão pessoal e comunitária. NÃO HOUVE LUGAR nesta Carta Mensal para o Dia Mundial da Paz (Da justiça de cada um nasce a paz para todos), mas esperamos que ninguém esqueça de PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE, como os anjos anunciaram solenemente na noite feliz de Belém. Finalizando este Editorial, queremos, com toda a nossa Equipe da Carta Mensal, desejar que esta edição lhes traga boas notícias e uma grande e especial alegria: NASCEU JESUS, O NOSSO SALVADOR! PS: Tínhamos uma foto da equipe da Carta Mensal, MAS NAO HO UVE LUGAR PARA ELA I Feliz Natal

Silvia e Chico CR da Carta Mensal

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Conselheiro da ECio/ Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem!

É com alegria que chegamos ao final de mais um ano. Que bom poder olhar para trás e perceber que o ano de 1997 foi um tempo de graças e bênçãos, apesar de todas as dificuldades! Quero, nestas poucas linhas, refletir sobre o que é o NATAL- data de carinho, amizade, confraternização, festas, etc. Para nós, do Movimento, é um momento de renovar a nossa adesão Àquele que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro. É momento especial para a vivência dos Pontos Concretos de Esforço, na perspectiva de nos convertermos cada vez mais ao Cristo simples da mangedoura. É momento propício para agradecer ao Pai os benefícios concedidos em nossos lares e, principalmente, os do sacramento do Matrimônio. Se o Natal, para a maioria das pessoas, representa presentes, para nós significa "PRESENÇA". Ser presença e presente de Deus da esposa para o esposo e vice-versa. Ser presença e presente de Deus do casal para os filhos e a farru1ia. Ser presença e presente de Deus da família para a Igreja e o Mundo. Estes aspectos nada mais são do que a vivência cristã que o Movimento nos propõe. Que possamos, todos juntos, celebrar o Natal do Menino Deus, com a mente, as mãos e o coração abertos para acolhê-lo sempre em nossas vidas e nossos lares. Que Maria Santíssima e São José, aqueles que nos deram de presente o Cristo Senhor, nos abençoem e protejam. Abraços e orações!

Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A ECIR Conversa comVocês / o dia de Pentecostes, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, "reunidos no mesmo lugar" (At 2, 1), esperando-o "todos unânimes, perseverando na oração" (At 1, 14). O Espírito, que ensina a Igreja e lhe recorda o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de oração. (Catecismo da Igreja Católica, 2623)

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O Retiro pode ser

um novo Pentecostes Caras irmãs, irmãos e Conselheiros, "uma parada para refazer as nossas forças, a convite do próprio Cristo: 'Vinde à parte, para um lugar deserto e descansai um pouco' (Mt 6, 31 )".Hoje, percebemos que o tema conjugalidade, o exercício da reflexão, eram experiências novas e foram vividas com pouca profundidade. Logo nos distraímos, pensando em como estariam os filhos em casa, nos casais que não puderam vir, nos que "precisavam" escutar as colocações ... No entanto, aquele Retiro, através das reflexões, da liturgia, da convivência com outros casais, foi um marco importante em nossa vida conjugal, familiar e no Movimento. Marcou tanto, que, tempos depois, nos oferecemos para ficar

Mais uma vez temos a agradável oportunidade de estar com vocês. Agora, completando a série das quatro exigências do Projeto Rumo ao Novo Milênio, convidamos à reflexão da exigência do testemunho no seio do Movimento, através da nossa participação no Retiro. O Estatuto, apresentando os Pontos Concretos de Esforço, diz: colocar-se a cada ano diante do Senhor, para rever e planificar a sua vida, durante um retiro de pelo menos 48 horas, vivido, se possível, em casal. Temos ainda a lembrança do nosso primeiro retiro: pequenas colocações do pregador, frei Gabriel, preparando a nossa reflexão. A pilotagem falou-nos do Retiro como 3


com os filhos de casais de nossa equipe que não tinham com quem deixá-los, para participar do Retiro. Ao todo, dez crianças numa chácara. Fomos babás, monitores, motoristas, cozinheiros. À distância, refletimos sobre a ajuda mútua, a criança, a fraternidade, a solidariedade, que frutificam ainda hoje. Depois, participamos do Retiro em outro Setor. Por que essas reflexões? Conta a história que, no começo do Movimento, diante da novidade, as portas dos conventos fechavam-se para os retiros de casais. Hoje, as portas estão abertas, e poucos casais aparecem. O Catecismo constata que são sinais dos nossos tempos a mulher e o homem considerarem que "rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que eles devem fazer: não têm tempo". Ensina que "a oração é um combate que travamos contra nós mesmos e contra as tentações que nos desviam da união com Deus". E conclui: "reza-se como se vive, porque se vive como se reza". Essas considerações são válidas quando aplicadas aos Pontos Concretos de Esforço vividos na busca da nossa Verdade, da Vontade e do Amor de Deus e do Encontro e da Comunhão. Lutamos contra as tentações do mundo em que vivemos, e, às vezes, contra o Espírito Santo que quer nos transformar.Essas considerações são especialmente válidas sobre o Retiro. Os casais que reservam um tempo para serem do Senhor, já

estão preparando seu retiro, na medida em que se colocam à Escuta da Palavra, meditam a conversão do coração e comprometem-se através da regra de vida. Com esta vivência dos Pontos Concretos de Esforço, o Retiro será um encontro com o Altíssimo que habita o mais profundo de nós mesmos, o "Cristo Interior encontrado no silêncio do recolhimento e da oração" (cf Reunidos em nome de Cristo n° ll).Caso contrário, poderá ser um triste fardo ou um alegre encontro de amigos. Estamos no tempo do Advento, à espera d' Aquele que veio, vem e virá. Tempo de renovação. Tempo oportuno de assumirmos o propósito de começar a preparar o nosso Retiro de 98. A Igreja Rumo ao Terceiro Milênio vive um "Kayrós", um tempo especial de graça. As Equipes de Nossa Senhora vivem este "Kayrós", através da graça especial de serem missionárias do amor conjugal na cultura do casamento. Como no Gênesis, Deus continua chamando os seus filhos: "Onde estás? ... Que fizeste?" (Gn 3, 913). E podemos responder como o seu Filho único ao entrar no mundo: "Eis-me aqui, eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 1O, 7).Se nos prepararmos através dos Pontos Concretos de Esforço e atendermos o chamado do Senhor, nosso Retiro será um novo Pentecostes. Vera Lúcia e José Renato EC/R 4


Mensagens de Natal/ Que o Cristo renasça em seu coração e na sua família. Feliz e Santo Natal.

Jesus, o Altíssimo, fez-se pequeno e humilde, nasceu no presépio por amor a cada um de nós. Feliz Natal!

Pe. Mário José Filho css

Maria Regina e Carlos Eduardo

Que as graças do N atai renovem em nós o dom da Fortaleza, para seguirmos o caminho que Deus nos propõe, amando e servindo.

Que neste Natal nossos corações se tornem presépios a acolher Jesus, Maria e José. Muita paz.

Márcia e Luiz Carlos

Nancy Moncau Se desejamos renovada esperança para 1998, é importante que a encarnação do Verbo aconteça em cada um de nós, por obra do Espírito Santo, e nos torne novo Cristo na Terra: no anúncio ardoroso da Salvação; no diálogo verdadeiro com o cônjuge, com os filhos e com os irmãos; no testemunho coerente de quen vive para Deus e no serviço eficaz de transmissão da fé aos filhos e ao próximo, por meio de atos concretos de amor. Feliz Natal!

Jesus, Deus-Conosco, Emanuel nasce hoje nos corações das mulheres e homens, através do nosso sim. Feliz Natal!

Vera e José Renato Que a paz de Jesus, que invade os corações no tempo do Natal, esteja presente durante todo o ano nas nossas fanu1ias. Com carinho,

Regina e Cleber Natal é festa na terra, é festa no céu, é festa no coração, é aniversário de Jesus! Que nossos corações estejam em festa, porque, do nascimento desta criança, nasceu também a esperança. Brindemos nossa salvação! Feliz Natal!

Desejamos aos amigos equipistas que a alegria do "Deus conosco", renovada neste Natal, seja fonte de bênçãos para a caminhada rumo ao Novo Milênio.

Rosinha e Anésio

Lourdes e Sobral

Graça e Eduardo

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Cinqüenta Anos da Cartaj Estatuto " ... pois o Todo Poderoso fe z grandes coisas por mim" (Lc 1, 49). O Todo Poderoso continua fazendo maravilhas por nós! creditamos que a inspiração do nosso carisma é uma delicadeza de Deus para com os casais, pois, grande riqueza é viver a espiritualidade conjugal. Comemorar os 50 anos do nosso Estatuto é uma grande alegria e uma grande dádiva, para quem traz ainda o calor do batismo em seu coração. De verdade, como batizados, somos rnissio. nários de Deus e devemos levar o evangelho a toda a criatura, e, de maneira muito particular, aos casais e famílias, principalmente às mais necessitadas. Podemos e devemos mostrar, através do nosso testemunho concreto, com muita coerência entre a nossa vida e a fé que professamos, que queremos ser realmente verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, no e pelo sacramento do matrimônio. A festa dos 50 anos é bem no momento da espera do Natal, e acreditamos que todos nós deveríamos nos sentir grávidos de Jesus . O auxílio mútuo deverá nos ajudar a viver uma verdadeira espiritualidade conjugal e, portanto, a levar Jesus a todas as pessoas por meio do nosso testemunho, principalmente aos casais . Mostrar que somos felizes porque Ele vai nascer e nasce em nossos corações todos os dias do ano.

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Feliz Natal, com muita Paz e muito Bem! Maria Regina e Carlos Eduardo CR ECIR 6


Queridos ami gos / O cinqüentenário da promulgação da Carta é incontestavelmente uma ocasião de grande alegria e celebração. O número de anos e a expansão do nosso Movimento confirmam a convicção dos seus autores de que uma Carta era necessária. Quantos de nós, entrando para o Movimento, cheios de entusiasmo por esta nova etapa das nossas vidas, lemos a Carta e experimentamos um misto de medo, respeito e admiração! Seríamos nós capazes de levar para frente um projeto como aquele? Hoje, uma reflexão sobre a Carta pode nos revelar o modo como reagimos, quer individualmente, quer em casal. O que ela contém já não nos parece tão impressionante. Graças aos nossos esforços contínuos e ao suporte da nossa equipe, o seu conteúdo foi sendo gradualmente integrado à nossa vida cotidiana. A nossa reflexão nos ajuda a ver claramente, não apenas os progressos e mudanças que vivemos, mas também que a nossa vid!l foi orientada de uma forma muito especial. A verdade é que adotamos voluntariamente o modo de viver das Equipes de Nossa Senhora, o que nos abriu para Deus, como casal. No seio do Movimento e tendo a Carta como guia, compreendemos melhor o que é a espiritualidade conjugal: uma realidade que, mistura intrincadamente os aspectos humanos e espirituais da nossa vida de casal. Sentirmo-nos apaixonados é a

Quais são as indicações que a Carta lhes dá para os próximos 50 anos? Podemos ter certeza que ela os inspirará e os encorajará a descobrir e a se beneficiar das graças que milhares de casais receberam do Movimento desde 1947? 7


fase fácil; mas é no Sacramento do Matrimônio que começa o amor verdadeiro, um amor que é fiel, que apóia, que compreende, que perdoa e que nos torna mutuamente felizes. Compreender e apreciar a grandeza da nossa vocação, é saber que fomos chamados a nos amarmos um ao outro. É este amor que torna mais compreensível o amor de Deus por nós. Para todos os casais do Movimento, o aniversário da Carta é o momento de refletir sobre o seu sentido. Mas qual será o futuro das Equipes de Nossa Senhora que nasceram em tempos de incerteza e depois se desenvolveram rapidamente como resposta às necessidades dos casais da época? Que necessidades encontramos nos casais de hoje? Será que as mudanças no trabalho e no estilo de vida de cada um, que podem submeter a a relação do casal a exigências crescentes, tornam mais premente a necessidade de abrir espaço, regularmente, na suas vidas para um verdadeiro diálogo e para a oração? Quais são as indicações que a Carta lhes dá para os próximos 50 anos? Podemos ter certeza que ela os inspirará e os encorajará a descobrir e a se beneficiar das graças que milhares de casais receberam do Movimento desde 1947? Como podemos nós, enquanto casais cristãos, beneficiários dos métodos do Movimento, usufruir do carisma que o Espírito Santo nos dá? Não seria o momento de cada um , em casal, em equipe, nos setores, nas regiões e super-regiões e

Devemos ser exigentes e criativos em todos os escalões de responsabilidade. É necessário reinve ntar constan temente o Movimento. até como membros do Colégio da ERI, recordar as palavras do Padre Caffarel à Cidinha e Igar Fehr: "Devemos ser exigentes e criativos em todos os escalões de responsabilidade. É necessário reinventar constantemente o Movimento"? Deus nos colocou num momento preciso da História. Enquanto povo peregrino, caminhamos durante quase 2 000 anos: uma caminhada de união com Cristo. Ele conhece e compreende as dificuldades, em particular as que os casais vivem num mundo cheio de pressões e futilidades, mas Ele nos convida a dirigir nosso olhar, com esperança, para o novo milênio. Que sinais somos convidados a dar ao mundo, como movimento a serviço dos casais, em resposta à nossa missão específica? Não será em espírito de fé e com a generosidade de Maria que devemos dizer: Sim, Senhor, seja feita a vossa vontade?

Maureen e Tom Hoban Grã-Bretanha 8


Carta do CE da ERI Solidariedade Ativa que se coloca frente à vida, diante de Deus e dos homens, com a firme decisão de pôr mãos à obra. Cada um dos membros das

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nossa Carta nos convida a um diálogo em profundidade. Ela nos coloca diante de Deus, diante do nosso cônjuge, diante dos nossos irmãos, diante do mundo e nos convida a ser mais que simples espectadores do poder e da misericórdia de Deus, da bondade e da maravilha da amizade, do milagre de um mundo cheio de riquezas inesgotáveis. Não se entende, pois, uma atitude passiva por parte de um membro das

EQUIPES DE NOSSA SENHORA. Logo nas primeiras palavras, a Carta nos convida à ação: uma atividade interior (pela oração e meditação) e uma atividade exterior (pela partilha e ajuda mútua). Tudo pressupõe, simplesmente, um sentido profundo de solidariedade, e de solidariedade ativa, que não se contenta apenas com simples palavras ou com o trabalho interior do pensamento, mas

EQUIPES DE NOSSA SENHORA - movi-

Tudo pressupõe, simplesmente, um sentido profundo de solidariedade, e de solidariedade ativa, que não se contenta apenas com simples palavras ou com o trabalho interior do pensamento. 9

mento de gente ativa e não movimento de ação - deve ser contemplativo na ação e ativo na contemplação. Deve ser capaz de unir vida de oração e união com Deus, com uma vida de ação consagrada aos outros. Ter sempre presentes as palavras de Jesus: "Eu garanto a vocês : o que fizerem a um dos menores de meus irmãos, é a mim que farão" (Mt25, 40). Nós acreditamos em Jesus e amamos o nosso próximo, segundo as palavras de S. João:"Filhinhos , não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade" (1 Jo 3, 18). Se queremos ver a Deus temos que olhar para os nossos irmãos e olhando para os nossos irmãos veremos a


Deus. E a solidariedade ativa nos tornará cada vez mais eficazes na construção do Reino. Hoje fala-se muito de solidariedade e sabemos que muitos se consagram a uma vida de serviço, muitas vezes heróica, nos longínquos países do terceiro mundo ou na miséria de nossos yaíses onde há tantas injustiças. E preciso promover cada vez mais, no seio de nossas equipes, o sentido da solidariedade cristã ativa, que nos faz sentir discípulos daquele que nos convida a amarmo-nos uns aos outros como Ele nos amou. Um amor solidário e prático, vivido pelos equipistas e pela própria equipe, engajado na ação imediata, que a Carta especifica: "Esforçamse portanto, em satisfazer a quádrupla exigência da amizade fraterna: dar, receber, pedir, saber recusar." Um cristão indiferente face às necessidades do próximo, fechado no seu eu, incapaz de sair de si mesmo, não é um cristão ... Somente os que amam são capazes de dizer: "você", dizia um poeta. Saber sair de si mesmo, saber ir ao encontro dos outros com as mãos cheias de amor, de ofertas, de generosidade ...

A solidariedade nos · torna fortes porque a utopia de que nos fala a Escritura, nos "Provérbios", se torna realidade.

Esforçam-se portanto, em satisfazer a quádrupla exigência da amizade fraterna: dar, receber, pedir, saber recusar. Essa solidariedade ativa é cada vez mais urgente, pois nossa sociedade, por toda parte, vai se tornando um lugar difícil, cheio de armadilhas de egoísmo, incivil e hedonista em todos os domínios. A solidariedade nos torna fortes porque a utopia de que nos fala a Escritura, nos "Provérbios", se torna realidade: "Um irmão ajudado pelo irmão é uma cidade fortificada e alta, ele é forte como uma muralha régia."O espírito da Carta nos convida a sermos solidários uns com os outros na oração, com as palavras de Mateus:" ... onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles" (Mt 18, 20). E também na vida do dia-adia,"Carreguem os fardos uns dos outros, e assim vocês estarão cumprindo a lei de Cristo" (Ga 6, 2). Deste modo, amando-nos uns aos outros, com uma solidariedade ativa, sem reservas nem distinção de pessoas, e através das EQUIPES DE NOSSA SENHORA, tornamos realidade hoje a comunidade dos primeiros cristãos, que causava admiração e atraía pelo testemunho.

Pe. Cristobal Sàrrias 1o


Notícias Internacionais Encontro da Super-região Hispano-a mericana e 7 a 10 de agosto de 1997, quase 600 equipistas de 14 países, dos quais 50 Conselheiros Espirituais, tiveram a alegria de participar do encontro desta Super-Região, em Bogotá, Colômbia, junto com representantes da ERI e equipistas brasileiros e espanhóis. Antes do encontro, graças a um tema preparatório de três reuniões, quase todos os participantes puderam refletir sobre o modo de viver os valores cristãos no contexto de sua vida familiar, profissional e religiosa. O fruto dessa reflexão em equipe tornou-se o tema central do encontro: A MISSÃO DOS CASAIS DAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA NA SOCIEDADE ATUAL. Esse encontro foi uma ocasião excepcional de viver a ajuda mútua, pois os equipistas de Bogotá abriram suas casas e seus corações para oferecer hospitalidade para os que vieram de fora. O encontro criou um sentimento de fraternidade, unidade e pertença ao Movimento. Foram fixados novos objetivos: descobrir o projeto de Deus para a nossa sociedade no limiar do terceiro milênio, à luz de sua Palavra e do ensinamento da Igreja; identificar meios concretos para transformar a sociedade, enquanto casais das Equipes de Nossa Senhora. Com profunda emoção, sentimos que o Senhor e Maria nos abençoavam e nos gratificavam com sua presença. Nas suas mãos colocamos nossas vidas, a fim de, com sua ajuda, produzirmos abundantes frutos.

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Super-Região Hispano-A mericana 11


Retiro Espiritual Familiar /

hamou-nos a atenção a notí cia da Equipe 12, de São Caetano do Sul - SP, enfocada sob o título Dia de Convivência Familiar, na CM n° 328, pois igualmente a nossa Equipe promoveu um Encontro Familiar semelhante que denominamos Retiro Espiritual Familiar, realizado no período de 25 a 27/07 último, no litoral do Paraná. Foi um final de semana maravilhoso! Os principais assuntos abordados nas palestras proferidas versaram sobre oração, sacramentos, relacionamento entre pais e filhos, sexualidade e afeto, drogas, Dever de Sentar-se familiar. Os temas espirituais foram encaminhados pelo Conselheiro Espiritual Pe. Ciríaco Bandinu. Os demais temas foram desenvolvidos por leigos ligados ao nosso Movimento e a outros Movi-

mentos de Igreja. Tivemos, inclusive, a participação de uma psicóloga especialista em assuntos comportamentais na convivência Pais/ Filhos. O evento foi organizado, montado e coordenado exclusivamente pelos casais da nossa Equipe.A participação do encontro foi maciça: filhos, filhas, com os respectivos maridos, noivos(as), namorados(as), e ainda com a participação especial da irmã e da sobrinha do Pe. Ciríaco, recém chegadas da sua terra natal - Itália. Assim, a título de incentivo aos nossos demais irmãos equipistas, ousamos sugerir a divulgação dessa nossa experiência através da Carta Mensal.

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Equipe 36 N. Sra. do Bom Caminho Setor A Curitiba - PR 12


Encontro para os Filhos

1 ° Encontro d e Recém-Ca sados

A Equipe de Nossa Senhora Mãe de Jesus realizou, no dia 03/ 08/97, um encontro de filhos de equipistas das três equipes do Setor "C", situadas na Paróquia São José da Vila Nova, Porto Alegre (RS). O Encontro constou de uma jornada de Escuta da Palavra, Meditação e animação, encerrada com um almoço comunitário, cuja programação constou do seguinte:

Informamos com satisfação o sucesso com que ocorreu o 1o Encontro de RecémCasados, promovido pelo Setor de João Pessoa /PB, na Paróquia do Bessa, tendo como Pároco o Pe. Paulo Pires. O Encontro realizou-se no dia 31/08/97, num clima de muita espiritualidade, tendo como palestras os temas: Diálogo Conjugal, onde foi enfocado com maior destaque o Diálogo Sexual no plano de Deus e ainda a Conjugalidade.

• Palestra: "REENCONTRO COM CRISTO";

Participaram 13 jovens casais, registrando-se ainda a presença do Seminarista Marcondes - CE da Equipe 08. Para nossa maior alegria, ao final do Encontro, optaram por continuar se reunindo, surgindo aí 02 Experiências Comunitárias, que serão coordenadas pelos casais Madalena e Villar, Equipe 08 e Elizabeth e Juvanildo, Equipe 03.

• Palestra "QUE SÃO EQUIPES DE NOSSA SENHORA?"; • Grupos de estudo e reflexão sobre os problemas de relacionamento entre pais e filhos e os reflexos da vivência dos pais no Movimento em cada uma das famílias. O êxito do encontro, que contou com a presença de aproximadamente trinta jovens, surpreendeu a todos os equipistas, principalmente pelo interesse e participação de todos e o sentimento colhido de que nossos filhos anseiam por momentos como esse.

Foi uma experiência muito boa que ultrapassou nossas expectativas, para a glória de Deus.

Carmen e Maurz1io Eq. N. Sra. Mãe de Jesus Setor C, Porto Alegre - RS

Auxiliadora e Pessoa, CRS João Pessoa - PB 13


Sessão de FormaCjão Nível 11 correu em setembro, em Atibaia-SP, no florido Santuário de N. Sra. de Schoenstatt, com 56 casais equipistas de quatro regiões do Estado de São Paulo. O encontro foi organizado pelo Casal Regional SP-Leste Maria de Lourdes e Raul , contando na liturgia com os casais equipistas de Itu que ligaram a Parábola da Videira ao estudo do papel do leigo na Igreja, "como ramos produtores de frutos ligados ao tronco ... ". O Frei Avelino Pértile, auxiliado pelo Pe. José Roberto (conselheiros espirituais do nosso Movimento), com muito amor conduziu a sessão de formação li. A ECIR esteve representada através do casal Vera e José Renato.A sessão de formação iniciou-se com uma breve retrospectiva dos temas da Sessão de Forma-

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ção de Nível I. Frei Avelino colocou uma frase muito forte para nós equipistas: "Quando os Santos querem apresentar o máximo grau de união da alma com Deus falam da vida matrimonial. .. " Em seguida, o primeiro documento estudado foi o Catecismo da Igreja Católica. "Podemos acreditar que o século XXI será mais glorioso se nós, católicos, soubermos aproveitar melhor o nosso Catecismo. O maior dom é o de mostrar o Cristo aos homens da nossa época." O segundo e terceiro documentos estudados foram: "Farniliaris Consortio" e "Christifideles Laici". Cada ser humano produz frutos conforme sua condição ... O Matrimônio e o sacramento da Ordem são de serviço. "Ninguém entra no mundo aposentado ... apo-

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sentadoria é para depois da morte" (Nancy Moncau). Este foi o nosso grito de chamada para o despertar do leigo. Deus nos escolheu e nos enviou para uma missão. Ele estará sempre conosco e o canal pelo qual dá o que os casais necessitam é o Sacramento do Matrimônio. O casal e a família são o maior patrimônio da humanidade. Como disse sabiamente a mãe do Papa Leão XIII: "Você não usaria este anel papal se não fosse esta minha aliança ... " É na fidelidade da aliança com Deus que as famHias de hoje poderão influenciar na construção de um mundo melhor e mais fraterno. Uma comunidade ou sociedade serão fortes somente quando a família for fonte de virtudes familiares e sociais para prevalecer sobre os "pseudos valores" do mundo.

No documento de "Santo Domingo" sentimos o chamado a uma "Nova Evangelização". Isto vale dizer que nos chama a coerência entre Fé e Vida no cerne da santidade. A falta de formação doutrinai e o aprofundamento da vida na fé faz com que muitos católicos sejam presas fáceis do secularismo, do hedonismo e do consumismo. A maior parte dos católicos ainda não tomou consciência da sua pertença à Igreja. O leigo é a esperança da Igreja do ano 2000, mas para isso, precisamos de muito estudo. Neste sentido, as ENS nos levam a um passo adiante. Através dos temas de estudos, noites de aprofundamentos, sessões de formação, os casais equipistas são chamados ao aprofundamento do carisma do Movimento, do conhecimento da nossa religião e ao mergulho na vida de oração. A nossa missão como fallll1ia cristã é evangelizar. No Encontro das ENS em Fátima a grande frase de chamamento era: "Farru1ia, seja aquilo que és". Assim, convidou-nos o Frei Avelino:"Você que já é equipista, seja cada dia mais e mais. Que sejamos um espelho de uma verdadeira família ... " A Igreja nos espera como Moisés: que sigamos na frente, pois esta é vocação de todos. Que nos coloquemos numa situação em que outros possam nos seguir.

Podemos acreditar que o século XXI será mais glorioso se nós, católicos, soubermos aproveitar melhor o nosso Catecismo. O maior dom é o de mostrar o Cristo aos homens da nossa época.

Berenice e Marcos Equipe 5 N. Sra. S. Coração de Jesus ]acareí- SP 15


Teresinha, a Santa do Amor / onfesso que, desde os memoráveis tempos do Seminário Menor, depois de ler muitas vidas de santos, senti-me particularmente seduzido pela simplicidade e candura de Santa Teresinha. Mas foi no Seminário Maior, ao tempo dos estudos de Filosofia e Teologia, que li mais e ainda mais aprofundei meu devotado amor pela santa carmelita de Lisieux . E não foi apenas um impulso afetivo, eivado talvez de uma euforia romântica, emocional. Foi um amor acendrado pela "pequena via da infância espiritual". Nunca vi • ---' santidade tão grande em tanta pequenez. Tanta sublimidade em tamanha humildade. Li tudo quanto me caiu às mãos sobre Santa Teresinha. A "História de uma Alma" (escrita por ela mesma), eu a li, em Português, meia dúzia de vezes . Li também a edição original em Francês, creio que umas duas vezes. E li mais a vida da santa escrita por Monsenhor Laveille: Santa Teresa do Menino Jesus (tradução portuguesa, ed. União Gráfica de Lisboa, 1933). E ainda o profundo estudo teológico do Pe. Phillipon: "Santa Teresa do Menino Jesus, um caminho totalmente novo". Quando recebi a primeira tonsura (sinalizada pela pequena coroa que os padres usavam), ofereci como lembrança um retrato de Santa Teresinha, para agradecer-lhe o fato de ter sido sempre a "madri-

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nha" de minha vocação sacerdotal. Foi no santuário a ela consagrado, aqui em Taubaté, que rezei, fervoroso e emocionado, minha Primeira Missa. Hoje, após quase quarenta e seis anos de vida sacerdotal, continuo, cada vez mais apaixonado pelo exemplo da gloriosa santinha do Carmelo. O que sempre tem me atraído em Santa Teresinha é a simplicidade de seu caminho espiritual. Nada de arroubos e êxtases extraordinários, nada de dons espetaculares. Santidade perfeitamente imitável. Santidade ao alcance de todos. Ela viveu concretamente o "FAZER-SE CRIANÇA ,PARA ENTRAR NO REINO DO CEU" (Mt 18,3). Escolheu o caminho da humildade, da pequenez, da simplicidade. Da candura, da ternura, da beleza graciosa e inconsciente, da total ausência de malícia, todas características da infância. Para tomar mais sublimes todos esses dons, Teresinha escolheu o maior de todos os dons: o AMOR. Quem quiser se comover e até se emocionar de santo entu iasmo que leia a notável página em que ela revela a descoberta de sua suprema vocação: o amor. Depois de maravilhar-se com a vocação de carmelita, com a vocação de padre, depois de desejar ser como os doutores e profetas para evangelizar o mundo, depois de almejar os martírios, todas as formas de martírio, ela exclama: "Abri, meu 16


Jesus, o vosso livro da Sim, encontrei o meu vida no qual estão conlugar no seio da Igreja, signadas todas as e este lugar fostes Vós ações dos santos; esquem mo destes: no sas ações quereria eu coração da Igreja, mitê-las realizado por nha mãe, EU SEREI O Vós" (Laveille, Mons.: AMOR. Assim serei obra citada, pg. 380). tudo! Assim se realizaApós esses anseirá o meu sonho!" (todas as citações foram os sublimes, a santa pergunta a Jesus: "a tiradas da obra citada, Teresinha todas as minhas loucude Mons. Laveille). ras que ides Vós resAí está, caro leitor, escolheu o ponder? Haverá na grande segredo da o maior de terra alma mais pequepequena via da infântodos os nina, mais impotente cia espiritual: ser o dons: o que a minha?" (idem, amor, viver o amor, seAMOR. Quem pg. 380).Jesus responmear o amor. deu despertando-lhe a Aquela que tem quiser se sido carinhosamente inspiração através das comover e palavras do apóstolo denominada a até se Paulo, na carta aos "Santinha das Rosas" emocionar de Coríntios (capítulos 12, prometeu "passar o seu 13, 14) " ... Se o amor céu fazendo o bem sosanto viesse a extinguir-sebre a terra". No simentusiasmo escreve Teresinha bolismo de milhares e que leia a os apóstolos não anunmilhares de pétalas de notável ciariam o Evangelho, rosa, Teresinha vem os mártires recusarnos oferecendo pedapágina em se-iam a derramar o ços de seu coração a que ela próprio sangue". E enpregar esse lindo serrevela a tão a santa viu com clamão: nada é pequeno descoberta reza "que o amor enquando o amor é grancerra todas as vocade! de sua ções, que o amor é suprema Pe. Pedro Lopes, tudo, que abrange tovocação: o SCE - Equipes 1, 3, dos os tempos e todos amor. 5, 6, 8 e 15 os lugares, porque é Taubaté- SP eterno". Extasiada, proclama ao mundo sua grande inNota da Redação: No dia 19 de tuição: "Ó Jesus, meu amor! A mioutubro pp, Santa Teresinha foi nha vocação encontrei-a, enfim! A proclamada Doutora da Igreja. MINHA VOCAÇÃO É O AMOR. 17


Experiência de Amor criar o mundo, Deus plaejou tudo de uma forma uito harmoniosa e equilibrada, colocando o homem e a mulher como administradores da sua obra. Mas o ser humano, querendo igualar-se a Deus, foi desobediente ao seu Plano de Amor.Deus, em sua infinita misericórdia, pensou logo em salvar a humanidade da forma mais bela e amorosa possível. Para isso, criou uma mulher diferente de todas as outras, concebida sem pecado original, porque para gerar o Filho de Deus precisava um ventre imaculado, e essa criatura é a mais santa entre todas as santas: Maria, aquela que trouxe o Amor até nós. Emanuel - Deus conosco vem ao mundo para nos ensinar a lição de um Amor sem medidas, de

um amor capaz de aproximar todos os homens e mulheres das mais diferentes classes e culturas. Um' Amor sem medo de olhar o semblante do desempregado, do faminto, do aidético, do depressivo, do carcerário, do excluído, do idoso; daquele que já perdeu a fé e a esperança. Há quase dois mil anos a história se repete e poucos aceitam o desafio proposto por Emanuel. Pois este convite exige apenas que se ame, ame sem esperar retribuição e reconhecimento humanos. Tudo deve ser feito por Ele e para Ele na pessoa do mais pobre dos pobres. Em cada lugar onde nos fazemos presentes há muitas maneiras de partilharmos o Amor por gestos, palavras ou atitudes que nos aproximem daqueles que nos são indife1 rentes, porque se amarmos somente aos que nos amam que merecimento teremos? É justamente para amàrmos os mais difíceis, os mais sofridos, os mais fechados que Deus se revelou ao mundo. Que neste Natal tenhamos a coragem de abraçar aquele irmão do qual temos ainda algum receio e, olhando olho no olho, possamos dizer: Feliz Natal, meu irmão; Feliz Natal minha irmã e então poderemos rezar o Pai Nosso de mãos dadas porque fizemos a experiência do Amor, do Perdão e da Partilha. Delônia (do Oli) Equipe 01 Tramandaí - RS 18


OraCjão Diante do Presépio esta noite, eu esperava a rena mística do altar? Como podem chegada triunfal de um deus meus lábios beijar teu rostinho se, poderoso e forte. Sonhava afeitos ao mando, preferem oscularcom a poesia de estrelas, a transpa- te os pés? Como podem minhas rência das luzes e os acordes de har- mãos se entrelaçar em oração quanmonias sem par: Beethoven, Mozart, do, premidas pela urgência do faVilla Lobos, quem sabe? Desejava, zer, preferem as grandes conquisao menos, a capela enfeita a, sem tas pastorais? Como posso eu envidros quebrados ne âmpadas ão chorar de emoção, se minhas queimadas, exibindô um presépio entranhas preferem a luz do poder altivo e piedos m enino e do brilho d bonito, loiro e ro a o. o entant , sinto aqui, ão somente, a"To i a do ajuda-me, sereno olhando cha éus gro eipoder, a ras de pastores que va am p r c mi hos desertos. A rotina de uma gruta, qual ermida cansada, sem veias de catedral... Ouço apena~~&:ruu~ •l9!J Ajuda-me a enten er 'lue Deu gotejar cantares de silênci , ~w.-;;;;::;J ão quer ua:nde o homem não arte ou arranjos, em acord s e es- é, não sonha co iquezas g\1ando calas jamais compostos.ve· , sus- o homem é pobr m com tado, esvair-se, por entre s palhas triunfalismos qua o o homem é da manjedoura, gloriosa ideias de liumlhado; nao u r ida quando o um deus forte e santo, re i do homem é morte ... n msequerdeitado-nu b rcinho Ajuda-me a cr r que, por desem ife, sem preço e s arte, trás da imensidão da tua pequenez, que geme; etidame te. como a repousa um amo infinito, que s' suave melo ia de u chuva esvaziado e se peias o cora ão o criadeira de acalanto. homem pode e Maria e José, arcados mais pela Ajuda-me, menino Jesus, a enestupefação, que pela nobreza de tender o mistério simples do Natal. tão santa missão ... Uma cena improvisada, que mãos simples e ruAmém. des de sacristão teimam em dizer que é ... o espírito do Natal! Mas, tu és mesmo Deus? Como Frei Osmar Cavaca, CE podem meus olhos ver-te feito hisEquipe 5 tória quando minha lógica te prefePiracicaba - SP

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Bodas de Prata das ENS em Brasília - DF Em comemoração aos 25 anos do Movimento das ENS na Região Centro-Oeste, realizaram-se em Brasília dois grandes eventos. O primeiro foi a Missa em Ação de Graças e o segundo, um baile de confraternização.A Missa reuniu aproximadamente 800 pessoas entre equipistas e familiares e foi realizada, coincidentemente, no mesmo local onde foi celebrada a primeira missa de posse das equipes 1 e 2, das quais o Frei Jamaria e o Frei Venâncio, foram os dois primeiros Conselheiros Espirituais. Estiveram presentes representantes de todas as equipes da Região, inclusive de Luziânia, distante cerca de 80 km e de Anápolis, que fica a 200 km da Capital. Na homilia destacou-se a grandeza contida no Magnificat e a importância do Movimento como serviço na formação da farru1ia que precisa estar preparada para os desafiadores problemas que o mundo lhes apresenta. Foi salientado, ainda, a expansão do Movimento que já alcança Mato Grosso, com 3 equipes na cidade de Água Boa, a mais de 850 km de Brasília. Vinte e cinco casais que, neste ano, comemoram suas Bodas de Prata, trouxeram até o altar significativos símbolos para o nosso Movimento. O pão e o vinho foram conduzidos por D. Edinha, mãe da Lícia do Artur - atual Casal Responsável Regional- que foi quem emprestou sua casa às reuniões de informação e lançamento das Equipes 1 e 2 de Brasília, testemunhando com seu gesto dois dos pilares do Movimento, apesar de jamais ter pertencido ao mesmo: a partilha e a acolhida. A comemoração social se realizou num animado baile que reuniu mais de 400 equipistas numa bonita festa. Na decoração do local destacava-se, nas cores azul e branca, o ímbolo das Bodas de Prata das ENS.O sucesso do Movimento na Região, hoje com 97 equipes, justificou o empenho em marcar a passagem desta data com esses dois grandes eventos, para os quais os equipistas convocados não mediram esforços.

Graça e Rogério, Eq. 44 - F, Brast1ia - DF Ilustração de Dalvinha e Edmilson, Eq. 50- E, Brasz1ia

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I Encontro de Conselheiros Espirituais Considerando o crescimento do nosso Movimento no Brasil e sua diversidade; Pensando na responsabilidade em zelar pela unidade do carisma fundador do Movimento. Buscando na alegria do Encontro com Conselheiros Espirituais de Setor/Região partilhar experiências; Celebrando nosso compromisso em aj udar os casais a serem mais cristãos e felizes; Propiciando momentos de reflexão, oração e conhecimento é que:

CONVIDAMOS TODOS OS CONSELHEIROS ESPIRITUAIS DE SETOR E REGIÃO para o I Encontro de Conselheiros a se realizar em ltaici - SP, nos dias 16, 17, 18 e 19 de fevereiro de 1.998. Pedimos a todos casais das Equipes de Nossa Senhora que promovam em seus Setores e Regiões, momentos de oração para este evento tão significativo. Aos queridos Conselheiros Espirituais informamos que o Encontro começa no dia 16 (2a feira) com o jantar, em torno das 18,00 horas, e termina no dia 19 (53feira), ç:om o almoço, às 12,00 horas. Pedimos que tragam: TUNICA, ESTOLA BRANCA E A LITURGIA DAS HORAS. Os Casais Responsáveis de Setor ou Região poderão lhes esclarecer quaisquer dúvidas. Será um Encontro de Irmãos. Seremos aproximadamente 150 sacerdotes que, unidos pela Vocação de Servir, estaremos juntos buscando melhor ainda servir à Igreja e aos casais das Equipes de Nossa Senhora. Contamos com as orações dos casais e com a presença de todos os Conselheiros Espirituais de Setor ou de Região. Até lá e Feliz Natal! Abraços + Orações Pe. Mário José Filho, css - ECIR :\jel

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Falecimento Lembremo-nos, em nossas orações, da nossa irmã falecida: Raimunda da Silva Bandeira Ocorrido em 14/10/97, esposa do Genivaldo, da Equipe 15, Setor A, de Manaus/ AM

Expansão (frutos de Experiência Comunitária) • Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socorro • Equipe Nossa Senhora do Rosário Ambas na cidade de ltacoatiara/AM

Lembrete da Redação: Se desejarem a divulgação através da Carta Mensal da criação de novas Equipes, façam tal pedido juntamente com o comunicado que endereçarem ao Secretariado para fins de cadastramento.

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Você que Participou, Veia o Resultado! o final de 1995, os casais equipistas foram convidados a participar de uma pesquisa sobre o Movimento. Responderam o questionário 6.250 casais, cerca de 80% do Movimento àquela época. Os dados desta pesquisa foram tabulados e, em maio de 1996, entregues ao Colegiado Nacional, formado pelos Casais Regionais e ECIR. Desde então, estas informações têm sido referência para os trabalhos na ECIR e, acreditamos, também nas diversas Regiões. Apesar do tempo passado, vale a pena voltar os olhos para os dados da pesquisa e procurar ver o perfil dos casais equipistas a._í revelado. Não pretendemos tecer análises completas, mas apenas realçar alguns aspectos interessantes.

Aproximadamente um quarto dos casais participou das Experiências Comunitárias antes de pertencer às ENS. Como esta prática é algo recente, este dado revela a rápida expansão do Movimento nos últimos anos. Somos casais, em sua maioria, com bom nível de escolaridade: cerca da metade de nossos casais tem curso superior, um quarto estudou até o segundo grau e pouco menos de um quarto tem até o primeiro grau. Considerando os va-

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O Ca sal, Membro da Equipe Em termos médios, o casal equipista revelado pela pesquisa tem em torno de 45 anos de idade, 22 anos de matrimônio e pertence ao Movimento há 9 anos. É interessante ressaltar que houve uma dispersão muito grande nestes dados, o que significa que este perfil não corresponde, necessariamente, ao da maioria dos casais, mas é o ponto médio entre casais muito jovens e aqueles da primeira hora do Movimento. 23


lores na época da pesquisa, cerca de 60% dos casais têm renda mensal superior a 15 salários mínimos; aproximadamente 40% vivem com até 15 salários mínimos mensais.

80% dos casais participaram de, pelo menos, um EACRE; É elevado o número de casais que nunca foi Casal Ligação (59%), Casal Piloto (72%) ou Coordenadores de Experiências Comunitárias (80%). Os dois Pontos Concretos de Esforço considerados mais fáceis de vivenciar são a Escuta da Palavra (± 2 5%) e a Oração Conjugal (22%); e os dois mais difíceis de ser vivenciados são o Dever de Sentar-se (± 55%) e a Regra de Vida (± 40%). Quanto ao Retiro, verifica-se que cerca de 2 5% dos casais afirmam não ter feito este Ponto Concreto de Esforço nos últimos três anos (1993-95).

Engaiamento no Movimento, na lgreia, no Mundo Em sua maioria, os casais participam sempre ou freqüentemente dos eventos do Movimento. E, ao que parece, participam juntos, pois os dados fornecidos por marido e mulher são coincidentes. Dentre os eventos pesquisados, é de chamar a atenção a quantidade de casais que participaram de, pelo menos, um EACRE (80%), o querevela sua importância para a formação e animação dos equipistas. É elevado o número de casais que nunca foi Casal Ligação (59%), Casal Piloto (72%) ou Coordenadores de Experiências Comunitárias (80% ). Isto revela uma renovação pequena nos quadros e pode ser indicativo da pouca disponibilidade dos casais para o serviço no Movimento. Em se tratando da participação nas pastorais e serviços da Igreja, chamou a atenção o fato de que cerca de 30% dos casais não respondeu a esta questão. Seria por que não tem nenhum engajamento pastoral? Dentre os que responderam à questão, quase metade atua apenas ocasionalmente e poucos assumem funções de coordenação. Sobre o engajamento dos equi24


pistas no mundo, apenas metade dos casais indicou estar ligado a algum tipo associação (sindicato, partido político, órgão de classe, sociedade .coqperativa ou científica ... ). Vivência dos Pontos Concretos de EsfQrCjo e Sacramentos

Os dois Pontos Concretos de Esforço considerados mais fáceis de vivenciar são a Escuta da Palavra (± 25%) e a Oração Conjugal (22%). Os casais também indicam estes dois pontos como aqueles que mais os ajudaram a crescer. Já os dois Pontos Concretos de Esforço mais difíceis de ser vivenciados são o Dever de Sentar-se (± 55%) e a Regra de Vida (± 40% ). Entretanto, estes dois pontos não são exatamente aqueles em que os casais se dizem mais falhos; a maior falha é em relação ao Dever de Sentar-se (± 54%), mas o segundo lugar fica com a Oração Conjugal (± 22% ). É interessante que a Oração Conjugal seja considerado um dos dois mais falhos, já que é apontado como um dos mais fáceis. Quanto ao Retiro, verifica-se que cerca de 25% dos casais afirmam não ter feito este Ponto Concreto de Esforço nos últimos três anos (1993-95). De um modo geral, as esposas julgam que sua vivência dos Pontos Concretos de Esforço é predominantemente boa (32 a 56%). Já para os maridos, houve muita dispersão dos dados: 25

a vivência é, mais freqüentemente, boa para a Escuta da Palavra, a Meditação e a Regra de Vida (22 a 34%); é regular a fraca para a Oração Conjugal e Dever de Sentar-se (20 a 60%) e é intensa para o Retiro (32%). Quando questionados sobre a freqüência com que praticam a oração familiar com os filhos, 27% indicou que a fazem regularmente, 48% apenas de vez em quando e 25% nunca a praticam. Estes resultados fazem refletir sobre o compromisso dos pais equipistas quanto a formação religiosa de seus filhos. Na vivência dos sacramentos, verifica-se que grande parte dos casais equipistas restringe-se ao cumprimento do preceito da Igreja de confessar-se ao menos uma vez ao ano (41-43% ). É relevante o número daqueles que não procuram habitualmente a confissão sacramental (17% das mulheres e 26% dos homens). Em relação à procura do sacramento da Eucaristia, a maioria (cerca de 90%) comunga ao menos uma vez por semana. Convém ressaltar a participação de cerca de 20% dos casais em uma segunda Eucaristia semanal, talvez decorrente da orientação do Movimento para aqueles que têm função de responsabilidade. Vida de Equipe

Ao tempo da coleta de dados da pesquisa, dois terços das equi-


pes (66%) era composta de até 6 casais. Apenas um terço tinha 7 ou mais casais. A maioria dos casais (74%) considera sua equipe como uma comunidade eclesial, onde existe conhecimento mútuo, entre-ajuda e correção fraterna na reunião de equipe (72%). Os casais consideram que a Partilha é vivida com um grau de sinceridade bom (41-42%) a muito grande (51-54%). Embora julguem que é muito importante para a reunião de equi-

66% das equipes era composta de até 6 casais. Os casais consideram que a Partilha é vivida com um grau de sinceridade bom (41-42%) a muito grande (57-54%). A maioria dos casais considera que seu Conselheiro Espiritual é presença viva na equipe (74%). Um número significativo de casais não está contribuindo segundo os estatutos (42%).

pe, a preparação pessoal deixa a desejar (53-56% julgam que se preparam apenas regularmente para a reunião, embora seja um processo consciente). A preparação e animação da equipe pelo casal animador é considerada também muito importante e tem sido de regular (23 %) a boa (49 %). Apesar da maioria das equipes realizar habitualmente reuniões informais (41 %), é significativo o número de equipes que nunca ou quase nunca a realizam (37 %). Parece não haver muita preocupação pela integração dos filhos na vida de equipe, uma vez que a maioria (54%) nunca programa atividades neste sentido. A maioria dos casais considera que seu Conselheiro Espiritual é presença viva na equipe (74%) e mantém com este um relacionamento bom a muito bom. No entanto, a participação do Conselheiro, em geral, restringe-se à reunião de equipe. Pouco mais da metade dos casais alegam fazer sua contribuição para o Movimento de forma correta (58%). Um número significativo de casais não está contribuindo segundo os estatutos (42%, somando-se as respostas "aproximadamente" e "não"). Propostas do Movimento

Os resultados da pesquisa apontam a busca de formação cristã e humana como a principal razão para os casais entrarem nas ENS (62% ). 26


As duas outras razões estão correlacionadas à vida em comunidade: troca de experiências de vida com outros casais (62%) e busca de auxílio de outros casais para caminhar para a santidade (55-59%). As razões mais freqüentemente apontadas para se permanecer nas ENS foram a vida em pequenas comunidades, que favorece a evangelização do casal e da farm1ia (4344% ), e o fato do Movimento atender suas necessidades de crescimento espiritual (35-36% ). Os resultados apontam para uma concordância geral com as orientações do Movimento. Pode-se perceber, ainda, que conceitos mais recentemente trabalhados ( como a busca de coerência entre fé e vida, as atitudes, a missão das ENS, a busca de uma nova imagem do casal, a reunião como ponto alto da vida de equipe) são conhecidos pelos equipistas de base e contam com sua aceitação. Por outro lado, analisando as questões relativas à prática destes conceitos, percebese que, para certa parcela de equipistas, os conceitos não foram inteiramente assimilados a ponto de transformarem a prática destes casais. Exemplificando: se existe quase total aceitação de que os Pontos Concretos de Esforço desenvolvem atitudes de vida (92%), uma parcela significativa dos casais consideram que os mesmos pontos são obrigações impostas e a cumprir (23%); apenas menos da metade (45%) discordam muito desta idéia. Bem, estes éramos nós em de-

zembro de 1995 ... Muitas equipes foram lançadas desde então, muitos outros casais vieram caminhar conosco. É provável que o perfil do Movimento não seja mais o mesmo. Mas seria muito diferente, hoje? Ou não? De qualquer modo, estes dados nos fazem pensar. Como tem sido o nossa vivência e compromisso enquanto casais equipistas? O quadro apresentado pela pesquisa não fala de casais perfeitos, mas sim daqueles que estão em busca. Acreditamos nas propostas do Movimento, mas encontramos dificuldades em vivê-las e nos comprometer com elas. O que fazer com estes dados? É certo que já estão servindo de base para o planejamento da ECIR, das Regiões e Setores. Mas, por que não trazê-los para nossa vida de equipe e de casal? Um exercício interessante seria cada casal colocar-se, talvez num Dever de Sentar-se, diante do painel apresentado pela pesquisa: como vocês e sua equipe estão? Em que aspectos vocês se parecem com o quadro apresentado? Que passos precisam ser dados para que vocês vivam mais intensamente as propostas do Movimento? Quem sabe esta iniciativa nos ajude a entrar no novo milênio como casais, equipes e Movimento melhores, mais vivamente participantes da construção do Reino de Deus no meio dos homens.

Equipe da ECIR 27


.AAmeaCja que Virou Desafio oão Paulo II, em sua recente visita ao Rio de Janeiro, lembrouse de que a repetida canção que lhe pedia a bênção era a mesma por ele ouvida na sua visita anterior, em julho de 1980, quando "o Papa era muito mais jovem", como ele próprio o disse, falando aos congressistas do Riocentro, muitos deles equipistas. Dois meses antes daquela primeira visita papal, em maio de 1980, quando o Movimento no Brasil também era muito mais jovem, os equipistas brasileiros receberam a visita do casal francês MARIE e LOUIS D'AMONVILLE, responsável pela coordenação mundial das ENS, que, com o Pe. TANDONNET, sacerdote francês Conselheiro da ERI, participou da peregrinação a Aparecida do Norte, especialmente realizada para celebrar o aniversário de 30 anos de fundação das Equipes no Brasil. À ocasião, o pe. TANDONNET, impressionado com nossa extensão territorial, acentuou o conteúdo missionário da ação dos equipistas, dizendo que era necessário semear de equipes todo o imenso mapa doBrasil, verdadeiro continente, para concluir com a ameaça: "Só volto ao Brasil para ir ao Nordeste e para ver as equipes de lá". Mal sabia ele que a semente equipista nordestina já fora plantada e rápida foi sua germinação. Naquele mesmo ano de 1980,

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MARIA LUCIA e PLINIO, casal equipista do Rio de Janeiro, de grande dedicação e amor ao Movimen.to, haviam se mudado para Recife, por circunstância de trabalho. Logo se apresentaram ao Arcebispo e, com a ajuda do clero local, selecionaram casais e constituíram, ali, a primeira equipe.Paralelamente, GLORINHA e ALENCAR, equipistas de Manaus, foram a Fortaleza colaborar com MARÍLIA e FRANZÉ na realização de um Curso de Noivos e, juntos, idealizaram lá implantar uma equipe. A direção do Moyimento designou MARY NIZE e SERGIO, Casal Regional do Rio de Janeiro, para auxiliar a instalação, concretizada em 15 de julho de 1980, da primeira equipe de Fortaleza, sob a proteção de Nossa Senhora Auxiliadora.A ameaça do pe. TANDONNET foi assustadora, mas, graças a Deus, apenas dois meses depois, veio a ser substituída pelo desafio brasileiro: "Venham ao Brasil e vão ao Nordeste, pois vale a pena ver a beleza das Equipes de Nossa Senhora que lá florescem, bem desempenhando sua vocação missionária para a glória de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo".

}unia e Mauro Equipe 28- B Rio I

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Maria de Todas as Horas aria já nasceu Santa e Imaculada e durante toda sua vida terrena foi exemplo de doação e caridade. "Encontraste graça diante de Deus" (Lc 1,

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30). Deus a escolhe e cumula de graças, pois Maria foi modelo de jovem comprometida com oseu projeto. "Eis a serva do Senhor, façase em mim, tua vontade".


A Virgem Imaculada aceita e não se preocupa com o que irão falar; o importante é que ela estava a serviço do Reino. Mas alguém precisa dela. Então, deixa tudo e vai ajudar sua prima Isabel; mostra neste ato o seu amor serviçal. O encontro é marcado por grande saudações. Até o futuro João Batista estremece, no ventre de sua mãe, de alegria. Maria foi desprezada por José, como tantas jovens hoje são desprezadas quando ficam grávidas. Deus tem que intervir através do anjo, e José recebe Maria como esposa, a mãe de um rei que é Deus. As dificuldades são tantas para aquela jovem corajosa que tem seu filho em um lugar impróprio para o nascimento do filho de Deus! Hoje também muitas mulheres são privadas de uma assistência adequada. Maria, para salvar seu filho, nesta hora de violência, fugiu para o Egito, não foi passiva. Hoje mães choram e não conseguem proteger seus filhos da violência desumana. Aos doze anos, em Jerusalém, o menino Jesus perde-se e, nesta hora de aflição, Maria o encontra após três dias de intensa procura. A resposta de Jesus nos faz refletir: "Não sabíeis que devo ocuparme das coisas de meu Pai" (Lc 2, 49). Maria sabia e guardava tudo em seu coração. Hoje muitas mães gostariam de encontrar seus filhos perdidos ou raptados. "Mães, sejam persistentes nestas horas de aflições",

ensina Maria. As escrituras sagradas evidenciam as atitudes de Maria nas ações de Jesus. Humildade, caridade e muito amor aos necessitados. Nas bodas de Caná, atenta as necessidades dos outros, naquela hora de dificuldade daquele casal, ela intercede a seu filho. "Eles já não têm vinho". E Jesus responde: "Minha hora ainda não chegou" (Jo 2, 3-4). Maria, no mais profundo do seu íntimo, percebe que havia chegado a hora e diz: "Fazei o que ele vos disser". A partir daquele milagre, os discípulos creram nele. Chegou a hora da luz maior tomar o seu lugar e Maria, durante a vida pública de Jesus, passa despercebida. Vai aparecer ao pé da cruz. Mulher corajosa, acompanha seu filho até na hora de sua morte e ressurreição. "Mulher, eis aí teu filho", e Maria recebeu naquele momento a incumbência de olhar e ajudar na divulgação do novo Reino. Nessa hora de dificuldade e desespero para os apóstolos, Maria foi o sustentáculo até a chegada do Espírito Santo. "Todos eles perseveraram unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus" (At 1, 14)."Santa Maria, mãe de Deus rogai por nós na hora de nossa morte".

Registela e Claudionor Equipe 7 Nossa Senhora das Graças Santarém -PA 30


Novena de Natal dias estamos meditando, ensando e repensando em ossa tão amada e esperada Novena de Natal. Durante todo o ano nós nos sentimos como que "grávidas" desse acontecimento, esperando com ansiedade este mês, que para nós é santo, é mágico, é transcendental, pois, ao celebrarmos o Deus que vem, celebramos a plenitude da Vida e experimentamos o Céu. Por isso, amamos tanto o Natal e toda a preparação que o envolve. Mas como dissemos, temos pensado na imensidão desse Mistério, na metamorfose que provocou e provoca, e temos nos questionado: O que fazer para que não se tome um acontecimento a mais, sem tocar o mais íntimo de nosso coração, de nossa vida, sem ultrapassar as dimensões do humano, sem cair na "cegueira farisaica"? . Quanto à nossa equipe, a cada ano nos envolvemos, nos esmeramos para fazer da nossa novena um primor que agrade ao Senhor. E isso não é vaidade ou exibicionismo, mas amor a Deus e aos irmãos. Por isso acreditamos que, sem deixar de lado o Balanço Anual das ENS, essa novena pode se transformar em nosso "pequeno-grande balanço". Balanço feito ao lado de José e de Maria preparando o enxovalzinho do Menino Jesus, trocando confidências, quem sabe fazendo um Dever de Sentar-se, preparando ainda mais o coração na expectativa da sua chegada. E ao nos "sentarmos", de

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mansinho, ao lado deles, nos perguntamos: como andam as nossas confidências de casais, os nosso sonhos, os nossos ideais? Temos renovado o "enxoval" de nossos corações? O nosso balanço continua na penosa caminhada para Belém. Maria e • José são desinstalados da comodidade, do aconchego do seu lar. Em nossa caminhada conjugal; familiar, muitas vezes somos desinstalados da normalidade, da rotina de nossa vidas. Surgem problemas, doenças, imprevistos ... Temos sido capazes de adotar como Regra de Vid.a o fazer a Vontade de Deus? Nossas atitudes, diante dessas situações, demonstram que Jesus está vivo em nós? Conti- .._____ nuemos nossa caminhada com Maria e José, de porta em porta. Não há hospedaria, nem conforto. Não há lugar·para o Filho do Homem nascer. Mesmo sem querer, este mundo tem de pensar: em Jesus, Deus refaz a criação, dá nova chance, repete a inigualávellição do amor. E nós, casais equipistas, junto com os humildes pastores, ajôelhamo-nos aos pés do presépio, prostrados em adoração ao Deus Menino, descobrimos que temos assunto para a Meditação, por anos e anos. Diante da simplicidade, da pobreza em que a grandiosidade de Deus se revela ao se fazer Criança, também não entendemos, mas acolhemos no coração. Por que nos desgastamos tanto com tanta correria, tanto trabalho,

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tanto sofrer? Por que complicamos tanto as nossas vidas? É verdade que precisamos pensar no futuro, ter um teto, viver com dignidade. Mas será que não exageramos? Façamos uma pausa, coloquemos o nosso olhar no olhar do Menino-Jesus e deixemos que Ele nos abasteça, que nos recorde a sua Boa Nova. Estejamos atentos à Escuta da Palavra: "a cada dia a sua preocupação ... vejam os lírios do campo ... meu peso é leve, meu jugo é suave ... não ajunteis tesouros na terra ... " Eis que chegam os Reis do Oriente. Vieram de tão longe para adorar o Menino, o Deus tão esperado, e trazem presentes. E nós, o que p.odemos ofertar ao Senhor? Aos pés do Presépio nós, esposa e esposo, nos tornamos a oferenda do outro. Depositamos nas mãos do Senhor o nosso maior bem, a nossa maior riqueza que é, aquele ou aquela, esposo ou esposa, que Ele moldou a sua imagem e semelhança, para nos completar, para tornar mais plena, mais bonita, com mais sabor, a nossa caminhada. Neste gesto estaremos fazendo a mais linda e profunda ORAÇÃO CONJUGAL. Descobrimos que temos de nos desnudar de qualquer mágoa, que não podemos guardar segredos ou ter "senões" porque em sua santa Presença só se pode comparecer por inteiro. Continuemos acompanhando Maria e José, agora já carregando Jesus, através da aridez do deserto. É preciso proteger Jesus. O TodoPoderoso se sujeita à fragilidade

humana. Jesus e seus pais refazem o caminho do Povo de Deus, rumo ao exílio no Egito. Nós somos hoje o Povo de Deus e também experimentamos as intempéries do deserto. Sofremos com o excesso de calor nas discussões, com as incom-

Temos sido capazes de adotar como Regra de Vida o fazer a Vontade de Deus? Nossas atitudes, diante dessas situações, demonstram que Jesus está vivo em nós?

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preensões, com as desarmonias, falar a verdade, corrigir, orientar. com os desentendimentos, com as Equipe de Nossa Senhora ... Ser injustiças, ou vivenciamos o frio da equipista ... não é um grupo qualquer indiferença, do "faz de conta", da que se reúne socialmente, mas uma crítica, do rótulo, da inimizade. Mas ·Equipe de Maria, que se reúne sob não podemos nos esquecer de que a sua proteção e em nome de Jenessa caminhada não estamos sós. sus. Quanta responsabilidade! Jesus caminha conosco. Disse Jesus que muito mais imEle nos ensina que até mesmo portante que os laços de sangue é no deserto Deus faz brotar a vida. ser irmão no amor e na fé, na capaÉ para o deserto que Jesus vai se cidade de ouvir a Palavra de Deus retirar para encontrar o Pai. Isto nos e vivê-la. parece familiar? O que é o nosso Recebemos como Maria e José Retiro senão um sair do mundo e, uma missão. Fomos escolhidos, no silêncio do deserto, nós, marido e agraciados. Será que temos conscimulher, abrirmos as portas do nosso ência dessa maravilha? Podemos dicoração, deixando que o Senhor ve- zer que hoje somos mais felizes? nha nos visitar? No exílio, junto à Estamos nos santificando? Jesus Farru1ia Santa, podemos nos pergun- tem sido tudo em nós? Ao nos estatar: quantas vezes, neste ano, em belecer em Nazaré, com Jesus, casal ou em farru1ia, nos sentimos em Maria e José, chegamos por assim "terra estranha"? Quantas vezes dizer ao paraíso, onde poderemos deixamos de falar a linguagem do beber da Fonte de Água Viva. Peramor, que vence todas as barreiras? mita o Senhor que o Ano Novo que Acumulamos dentro de nós amar- se aproxima seja vivido com a paz, guras, frustrações, orgulho ferido, o amor, o servir, a alegria dos "anos falta de perdão? felizes de Nazaré". Que, a exemplo Jesus é o Verbo, a Palavra de de Jesus, possamos crescer em GraDeus que veio se comunicar, dialo- ça diante de Deus e nos homens. gar: Deus-Palavra, Deus-Amor. E que possamos, a cada dia do Diálogo é a ponte por onde pas- Ano Novo, junto com Maria, atrasa o Amor de Deus, por onde passa vés da ORAÇÃO DO MAGNIFIo perdão, o carinho, o respeito, a sin- CAT, cantar as maravilhas que o ceridade. É um vai e vem ... Verbo, Senhor concede e realiza em nosPalavra, Diálogo de Deus ... Sinôni- sas vidas. mos das sutilezas de Deus. Vencidas as perseguições, voltemos com Jesus, Maria e José ao aconchego, ao Graça e Tebúrcio convívio dos nossos. Na alegria do Equipe 14- C encontro, entre abraços, lágrimas e Brasz1ia-DF sorrisos, peçamos perdão, pelas ve(Artigo condensado zes em que não soubemos apoiar, para publicação segurar as barras, quebrar os galhos, na Carta Mensal) 33


Uma Experiência / que Deu Certo / a caminhada das Equipes de Nossa Senhora, às vezes, custamos a dar os passos necessários para o nosso crescimento. Os PCEs, como já temos visto, estudado e vivenciado, são realmente alimento para nossa vida espiritual, que vão dar suporte para nossa prática cotidiana, orientada para o bem, para os valores do Evangelho de Jesus Cristo (amor fraterno, doação e serviço).

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No nosso relacionamento de casal, aquele momento do Dever de Sentar-se, que o Movimento sabiamente nos indica, haveria de ser natural. Ocorre que para nós, os jovens casais da Equipe Nossa Senhora da Luz, da pequena cidade de Brotas (SP), ainda engatinhando com dificuldades nas vivências do Movimento, foi preciso uma certa dose de criatividade para que pudéssemos exercitar esta prática.Tínhamos dificuldade neste PCE, e então nos organizamos em prepará-lo conjuntamente. Dessa forma, o casal animador do mês prepara algumas orientações para o diálogo do casal. Fazemos, então, uma rápida oração em conjunto e depois partimos para o momento a dois, que tem sido preparado das mais diferentes formas, contando sempre com a graça de Deus que opera transformações. Já preparamos jantares à luz de velas, músicas de fundo, banco da praça da matriz (como antigos namorados), um vinho para brindar o amor, e até acampar em beira de rio. Fomos aperfeiçoando esta prática, e tem se tomado um momento agradável e esperado pelo grupo em cada mês. Compartilhamos esta experiência com as demais equipes da nossa comunidade que puderam sentir o bons resultados.A intenção aqui é dividir com as demais Equipes do Movimento, que possam ter alguma dificuldade neste sentido. Estamos à disposição para detalhar as formas e roteiros que temos usados. Esperamos que todos possam experimentar o bem que nos tem feito este caminho que os PCEs nos propõem. Um forte abraço a todos os casais irmãos em Cristo. Equipe 5 Brotas- SP

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O Aborto, a ConstituiCjão I~ e o Evangelho ~~ Vale a pena transcrever o que se afirma na Did.aqué, a favor da vida e contra o aborto provocado: "Há dois caminhos, um da vida e outro da morte; mas entre os dois existe uma grande diferença. Segundo o preceito da doutrina: não matarás; não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido. Este é o caminho da morte: não têm compaixão do pobre, não sofrem com o enfermo, nem reconhecem o seu Criador; assassinam os seus filhos e pelo aborto fazem perecer criaturas de Deus; desprezam o necessitado, oprimem o atribulado, são defensores dos ricos e juizes injustos dos pobres; estão cheios de todo pecado. Possais filhos, permanecer sempre longe de todas essas culpas". Hoje, no limiar do Terceiro Milênio, o assunto do dia é o mesmo. A vida está ameaçada. Ninguém pode ficar fora desse debate. Ele nos trouxe à luz do dia muitas reflexões importantes. As pessoas, que querem justificar a legitimidade do projeto de lei que a Comissão de Constituição e Justiça enviou para o Congresso, autorizando os hospitais públicos a fazer a operação de aborto, quando se trata de estupro ou quando oferece risco de vida para a mãe, invocam o artigo 128 do Código Penal. Os bispos e leigos informados e praticantes respondem que o referido artigo do Código Penal precisa ser modificado, pois,

o limiar do Terceiro Milênio abre-se, no Brasil, um fecundo debate. O objeto deste debate é um valor e, ao mesmo tempo, um direito fundamental: a vida. Damos o nome de valor a tudo aquilo "que vale", "que vale a pena". Valor é sinônimo de bem (o que é bom). O valor absoluto, para nós católicos, é o Reino de Deus. Jesus nos dá o objetivo da implantação do Reino de Deus entre nós: a plenitude da vida.Assistimos a uma reviravolta. Dom Ivo Lorscheiter fala de uma derrocada de valores e Dom Eugênio Sales se refere a uma degenerescência moral. Giles Lipovetski refere-se à Era da "pós moral", ou à "ética indolor dos novos tempos" . Este último dá características precisas para identificar as atuais tendências de comportamento: neo-individualismo narcisista, autonomia (só os direitos individuais e inalienáveis, não mais a lei de Deus e nem as instituições têm a ver com o comportamento das pessoas), democracia e materialismo. Esta época é diferente de todas as outras. Ela nos desafia, pois vivemos um eticismo onde tudo se legitima. Também a coerente posição da Igreja em defesa da vida nascente, desde a Didaqué (o primeiro escrito cristão extra-bíblico) até o último pronunciamento da Igreja, bispos e leigos bem informados e praticantes, encontra legitimidade e cidadania.

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contradiz o artigo V da Constituição Brasileira em vigor. A Constituição é maior do que o Código Penal. Muito importante é saber que o nascituro concebido, através de uma relação de estupro e aquele concebido numa relação de amor têm o mesmo direito de viver. O feto não deve pagar por uma violência que ele não praticou. Foi decisivo o esclarecimento de que não se trata de uma questão de ordem religiosa, mas sim de ordem ética, social e política. A Igreja vai mais longe. Ela se dispõe a cuidar dos "filhos de estupro", quando a mãe rejeitar a criança. Mas quer dividir a tarefa com o

Estado, que tem a obrigação de dar assistência a essas mães. A Igreja reivindica também que a política econômica leve em conta fatores de valorização da vida. Por exemplo, reduzir o desemprego, fazer a reforma agrária, amparo à saúde e à velhice, uma política agrícola que possibilite vida confortável no campo, melhor acesso de todos à educação ...

Pe. Belmiro Rauber, SCJS CE Equipe 14 Nossa Senhora Auxiliadora Setor ABC - SP 36


A Família Compra a Televisão ou a Televisão Compra a Família ocê e sua farm1ia gostam de ver novela. Como? Aceitando tudo sem mais nem menos? Respondam a estas perguntas: • Qual a mensagem que o capítulo de hoje deixou para você? • Em que ponto esta mensagem vai servir para sua vida? • Que valores foram propostos para você e sua vida de farm1ia? • Houve valores seus que foram ridicularizados? • Como foi apresentado o amor? • A mentira foi usada como meio de subir na vida? • E a verdade foi apresentada em palavras e atitudes? • Houve atitudes de injustiça, opressão e exploração? • Foram respeitados os direitos e deveres humanos? Algumas dicas para o uso crítico da TV • Use mais o seu tempo em atividades que despertem seu interesse: música, artesanato, pintura, esporte, leituras, encontros com grupos ... Não deixe a TV tomar o tempo precioso dessas atividades. • Saiba selecionar o que quer ver. Não fique perdendo tempo diante da TV, virando de canal para outro sem encontrar o que lhe atraia. Neste caso, melhor é desligar o aparelho e fazer outra coisa. • Se a TV estiver em lugar de destaque, ela acaba tomando conta de todos: vai influenciar seu modo de

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pensar e suas ações. Hora de refeições, por exemplo, é momento de profundo relacionamento familiar, não é hora de TV. Você, depois de assistir ao noticiário, fica com a impressão de estar bem informado. Será que não esconderam mais do que mostraram? Responda: • Qual a notícia que foi apresentada como a mais importante do dia? • Quanto tempo foi dado a ela? Que lugar de destaque lhe coube? • Em que pontos você concorda com tal notícia? • Se discorda, por quê? • Percebeu qual a intenção que está por trás dessa notícia importante? • Essa notícia está a serviço de quem? • O que foi mostrado e o que foi escondido? • Ela foi também para você a mais importante do dia? • Em que o noticiário de hoje serviu para a sua vida?

Frei Irineu Del/a Libera Pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes Tramandaí - RS do Jornal da Igreja 02/09/97 - pg. 3 37


O Meu Sonho 2000j u sonho Que no dia 1o de janeiro do ano 2000 Todo o mundo permanecerá silencioso, Em oração, numa atitude contemplativa e de gratidão Pela nossa bela e magnífica Mãe-Terra E pelo extraordinário milagre da vida humana. Eu sonho Que a juventude e os idosos, os ricos e os pobres, Os negros e os brancos, Os povos do Norte e os povos do Sul, Do Oriente e do Ocidente, De todos os credos e culturas Vão dar as suas mãos, a inteligência e o coração, Numa celebração universal, sem precedentes, Do dom da vida ao longo do segundo milênio. Eu sonho Que durante o ano 2000 Inumeráveis celebrações e acontecimentos Serão levados a efeito em todo o globo terrestre Para avaliar a longa caminhada da humanidade, Para rever e analisar os nossos erros E para programar ações que devem ser enfrentadas Para conseguirmos a plena realização da Raça Humana Na paz, na justiça e na felicidade. Eu sonho que os poucos anos que nos separam Da celebração do bimilênio sejam dedicados, Por todos os seres humanos, nações e instituições, A um trabalho sem paralelo, de reflexão e de ação, De inspiração e elevação, de determinação e amor Para resolvermos os problemas que ainda permanecem, Para conseguirmos uma fanu1ia cristã sobre a terra Na paz e na unidade. Eu sonho Que o terceiro milênio Será declarado O primeiro milênio da Paz entre a humanidade.

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Robert Muller do jornal Missão Jovem - 10196 Colab. da Equipe 19 - A Sorocaba - SP 38


Evangelizando/ os Edifícios / 1992 vendemos a nossa asa, onde moramos 21 anos. or motivo de segurança compramos um apartamento. Percebemos que alguns moradores do nosso condomínio, em Londrina-PR, estavam interessados no bom entrosamento das farrulias que ali moravam. Várias tentativas foram realizadas com o objetivo de uni-las: Novena de Natal- poucos participavam e não alterava a rotina de vida. Visitas com roteiro de celebração - pouco interesse despertaram. Além da falta de tempo das pessoas e de todos os outros motivos que conhecemos, o grande obstáculo era o rodízio entre os moradores. Quando estávamos conquistando uma família, esta outra ia embora. Começava-se todo trabalho de visitas, conhecimento da nova família que estava chegando. O tempo ia passando sem que encontrássemos um motivo, uma atividade que unisse, que desse "liga". Foi quando umas amigas trouxeram a informação de que os moradores de prédios vizinhos fundaram um roupeiro. Uma senhora, grande interessada na evangelização, ganhara uns sacos de retalhos de malha, tecido macio, próprio para roupa de recém-nascidos. Ela convidou algumas senhoras de boa vontade para transformar aqueles retalhos em enxovais para pessoas carentes. Isto teve início em 1.994. Hoje, senhoras dos prédios vi-

zinhos, amigas das amigas, estão vindo às quintas-feiras, às 14,00 horas, no salão do prédio do nosso condomínio para: costurar, cortar, separar e levar costura para casa, como é o caso de Dona Maria, senhora que, apesar do marido muito doente, colabora com o seu trabalho. Testemunho bonito também é de uma senhora com saúde precária que costura em média 60 peças por semana.Os enxovais são doados à Maternidade Municipal de Londrina, Hospital Universitário, Creches, pessoas necessitadas, etc. A secretária do roupeiro nos informou que já foram produzidas 12.161 peças de roupa até setembro deste ano. Da costura passaram a fazer panos de pratos pintados com crochê, que são vendidos e revertidos em doações para doentes de Aids, acolhidos pela Casa de Maria. Uma quinta-feira por mês os moradores fazem um mutirão de alimentos que são encaminhados para a Casa de Maria, tendo a participação de um casal, que com seu teclado e voz, vão animando e tornando mais agradáveis as tardes de trabalhos e doações. Conseguiu-se, na base da amizade, que uma professora de Educação Física viesse dar aulas de alongamento. Assim todos temos a oportunidade de nos entrosar, através do lazer, e melhorar nossa qualidade de vida.

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O nosso prédio está hoje mudado. As pessoas se tornaram cada vez mais amigas e participantes, como uma grande família.

Eu fiz reuniões com os empregados do condorninio, ouvindo suas necessidades e reivindicações para poder melhor desempenhar suas tarefas. Como resultado, mandamos confeccionar uniformes, proporcionando melhor aparência e economia de roupas para todos. Gaspar faz parte do Conselho Fiscal.Não podia deixar de citar que o nosso Síndico ouve a todos e dá oportunidade aos que querem cooperar na organização e no bom entrosamento das famílias que aqui residem, dando condições de vivenciarmos o verdadeiro ecumenismo, onde o importante é servir o próximo. No ano passado, o nosso Natal foi comemorado com uma noite muito bonita, com direito à música

ao vivo pelos próprios moradores. Este ano esperamos comemorar com um número maior de participantes, e para 1998, quem sabe, se todas as famílias do condomínio descerão para se abraçarem em Jesus Cristo. Enfim, o nosso prédio está hoje mudado. As pessoas se tornaram cada vez mais amigas e participantes, como uma grande farru1ia. Este é um modo simples de evangelizar os edifícios, de unir as pessoas em torno de um ideal de serviço e de fraternidade.

Maria Cecília e Gaspar Equipe Nossa Senhora Mãe de Deus Londrina- PR 40


Um Hóspede Bem Especial / toral Familiar no seu país. E agora o próprio padre estava em nossa casa, com toda a sua experiência de 40 anos de atividade religiosa, em um país comunista, onde, não contente em fazer sobreviver a vida paroquial, estimulara a montagem de um Movimento de espiritualidade e de uma estrutura de preparação para o casamento. Em longa conversa com o pe. Zuzek, descobrimos que o Movimento que ele havia implantado era inspirado, nada mais nada menos, nas Equipes de Nossa Senhora, e que para isso contara com a orientação direta do pe. Caffarel! Hoje, na Eslovênia, pequeno país de montanhas e florestas, entre a Áustria, a Hungria e a Itália, com cerca de dois milhões de habitantes, há perto de 800 equipes (pouco mais da metade da quantidade existente no Brasil). Como vivem essas equipes, já que não há uma estrutura que as reúna e oriente, como no Brasil? Como fica sua unidade, já que não há Setores, Regiões e mesmo uma ECIR? Lucram as equipes da Eslovênia em se manter disrantes de um Movimento como as ENS, que busca continuamente se atualizar e se inculturar? São perguntas difíceis de responder, mas que merecem uma reflexão, entre outras coisas, para que, talvez, passemos a valorizar

visita do Papa ao Rio de Janeiro desencadeou uma série de acontecimentos inesperados na vida da cidade, do país e de todos os que, de alguma maneira, estiveram envolvidos nela. Foi como se o Espírito Santo soprasse um vento mais forte, vento de tarde de verão, que não chega a prenunciar um temporal, mas varre a poeira, levanta as folhas secas acumuladas no chão e prenuncia não um temporal, mas uma chuva que fertiliza e refresca: chuva de bênçãos e de progresso espiritual e cívico. Foi nesse clima, de plena participação, que recebemos um telefonema da Arquidiocese do Rio, pedindo colaboração para alojar um sacerdote que estava inscrito para o Congresso Teológico, mas cujo nome não fora incluído nas relações de hospedagem. Era o padre Miha Zuzek, jesuíta, que vinha da Eslovênia e, tendo passado antes pela Argentina e por São Paulo, onde fora visitar irmãos, estava agora no aeroporto Santos Dumont. Encontramos no aeroporto um senhor de mais de setenta anos, cabeça totalmente branca e que só se expressava em Francês. Já na véspera tínhamos tido contato com um casal também da Eslovênia, participante do Congresso Teológico e que nos falara desse padre, fundador de um Movimento que animava toda a Pas-

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mais a organização do nosso Movimento e o trabalho dos que o têm servido, ao longo de quase 50 anos, muitas vezes com sacrifício, no nosso Brasil e em outros lugares. Além dessas questões, ficou também conosco a lembrança da figura calma e decidida daquele padre profundamente interessado pelas famílias e que viveu em nossa casa durante sete dias , rezou conosco em todas as refeições e cujo sorriso se abria ao tomar contato com nossos filhos, genro e nora, quando nos visitavam. Com antecedência ele pediu que, na véspera de sua partida, reservássemos um tempo para conversar sobre a realidade e a evolução das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Em uma de suas perguntas quis saber se "vocês ainda conseguem pôr em prática aquele diálogo proposto pelo pe. Caffarel (Dever de Sentar-se)". Nessa conversa também ficamos sabendo da experiência de vários países quanto à preparação para o casamento e sobre as soluções que foram encontradas para os problemas que aqui e lá acontecem nesse campo. Temos a convicção de que muito poderia ser feito com base nesses exemplos. Ficamos sabendo até da existência de uma associação internacional voltada apenas para a preparação para o Matrimônio! De tudo isso terá resultado alguma coisa de concreto em favor da nossa atuação nas equipes e na Pastoral Familiar?

Desejamos muito que sim e pedimos a Deus por isso. No entanto, só o tempo dirá. Entretanto, certamente, ficou conosco uma lembrança humana e sacerdotal marcante na sua simplicidade. Ficou a lembrança de alguém muito interessado pela Natureza, disposto a observar os detalhes da vegetação tropical e surpreso ao ver os pequenos m1cos que, às vezes, vêm visitar as árvores próximas de nossa casa. Ficou a lembrança de alguém que, em cada manhã livre, fazia questão de se dirigir a pé para a praia, onde ia nadar e que, em cada deslocamento pelo Rio, buscava enxergar, dos vários pontos da cidade, a imagem do Cristo no Corcovado. Alguém que se alegrava, sempre que encontrava essa imagem entre as nuvens ou recortada sobre o azul do céu. Ao deixar o Corcovado, ele nos fez este comentário que vale por um resumo da impressão que, felizmente, o nosso país deixou em muitos que o visitaram, com o Papa: - O Brasil é um país que, como o Cristo do Corcovado, está sempre com os braços abertos para todos! Até a vista, pe. Zuzek! Obrigado pela imagem que nos deixou!

Myriam e Paulo Equipe 49 - B, Rio I

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Amor Exigente ntes de mais nada é necesário que expliquemos o que é "Amor Exigente": é uma proposta de educação destinada aos pais e educadores, como forma de prevenir e solucionar problemas com os filhos, principalmente filhos com comportamentos inadequados. Proposta fundamentada em 12 princípios, sendo o principal deles o 12° principio: "O AMOR". Mas o que é o amor? É um sentimento de doação, de bondade, de desprendimento e ao aprofundarmos mais na amplitude do significado desta palavra, vemos o quanto de compromisso, de disposição, de abnegação, de renúncia, estão inseridas nestas 4 letras. Somos uma farm1ia equipista há quatro anos. Durante este período cada vez mais somos convidados a ouvir as palavras de Jesus e a vivenciá-las. Há aproximadamente um ano tomamos consciência de que nosso filho mais velho estava envolvido em drogas. Para combater este mal tão terrível, além de procurar a ajuda de bons profissionais, entramos para o movimento fundado no Brasil pelo padre Haroldo J. Rahm, SJ- "AMOR EXIGENTE". Em nossa vida de equipe temos procurado cumprir os PCE's, e portanto, temos escutado com freqüência as palavras de Jesus e meditado sobre elas. No Amor Exigente somos encorajados a agir com firmeza, não com agressividade. Somos estimulados a impor limites aos nossos filhos, a aceitar que sejam responsabilizados pelos seus atos e a

aceitar as coisas como elas são. Porém devemos fazê-lo com mansidão, com espírito de doação e renúncia, jamais com ódio no coração. Para cumprir esta orientação, abrimos mão, muitas vezes, de nosso descanso, de momentos de privacidade entre o casal e estamos sempre preparados física e espiritualmente para tentar ter nosso filho de volta. Recentemente, lendo o livro "Jesus Psicoterapeuta" algumas reflexões da autora, baseadas no Evangelho, nos impressionaram, tais como: "Jesus era uma pessoa completamente comprometida"; "Jesus vivenciava tudo o que ensinava". A autora ainda reflete sobre a pergunta dirigida por Jesus, ao enfermo de Betsaida: "Queres ficar curado?" Transferindo este questionamento de Jesus, e observando a harmonia de suas palavras com seu modo de viver, é como se ouvíssemos: "Quereis ter seu filho de volta? Então mudem, sejam desprendidos, sigam o meu exemplo!" Amar o nosso filho, como sugere o Amor Exigente, tem sido coerente com as palavras de Jesus Cristo, é como vivenciar seus ensinamentos. Tem sido um estímulo para nossa mudança espiritual, e um passo no caminho da santidade.

Solange e Roberto Eq. N. Sra. da Guia Divinópolis - MG Bibliografia: 1. O que é Amor Exigente, Maria Silvia C. de Menezes; 2. Jesus, Psicoterapeuta, Anna Wolff

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I ="I Inicialmente, nós da Equipe 5

ATENÇÃO EQUIPISTA

de Assis (SP), desejamos parabenizar a todos os responsáveis pela CARTA MENSAL. Tanto no seu novo visual, como também na maneira de expor os artigos. Porém, gostaríamos de sugerirlhes que tivessem a liberdade de substituir com sinônimos algumas palavras difíceis que têm aparecido nos textos. Por exemplo, na Carta n° 330, à página 30, as palavras: imiscuir-nos, interdito, etc .. Nós temos precisado recorrer ao dicionário. Portanto, tememos a "fuga" de alguns leitores equipistas, do nosso grande Brasil. Um abraço amigo. Nancy e Sérgio Equipe n° 5

Ao aproximarem-se as férias de fim de ano e, em qualquer época, ao visitar ou ao passar pela nossa cidade de Curitiba (PR), lembramos que a nossa Missa Mensal é realizada no PRIMEIRO SÁBADO de cada mês, às 18 horas, na Igreja da PUC - Rua Imaculada Conceição, no 1.115 - Prado Velho. Também no QUARTO DOMIN GO de cada mês, às 19 horas, a missa da Equipe 22-A, na Igreja Nossa Senhora das Merces, à Av. Manoel Ribas, 996. Ficaríamos muito contentes em poder compartilhar nossa alegria com outros casais de todo o Brasil.Para melhores esclarecimentos utilizem os telefones: • 335 7616 Dilma e Gilberto (Casal Divulgação) • 246 3397 Helenice e Francisco (Casal Regional).

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uase todos guardamos na lembrança a história daquele piloto privilegiado de Saint Exupéry, que sofreu uma pane em pleno deserto. Os dias se passavam. A provisão de água c va a preocupar. E ele, com as mãos sujas de graxa, peça por peça ia remontando o motor, quando uma vozinha de criança o interrompe para pedir: -Desenha-me um carneiro! Assim começa a história de um Pequeno Príncipe que abandonou seu planeta em busca de solução para seus problemas com uma rosa ... As coisas se modificam quando depois de visitar diversos planetas e seus executivos, acaba se encontrando com a raposa. Esse animalzinho, esperto e matreiro, tem a chave do segredo: para ser feliz, é preciso criar laços, cativar... Então tudo começa a ter outro sentido: o tempo, a cor do trigo maduro, as estrelas do céu, os canteiros de rosas ... Em nossas grandes cidades há muitas crianças que, como príncipes pequeninos, desconhecem suas casas, seu referencial humano e andam por aí atrás de uma felicidade que a cada dia lhes foge das mãos. Nessa caminhada incerta e cansativa, são muitos os seus interlocutores, sociólogos e políticos, especialistas em problemas do menor, da prostituição e criminalidade infantil. Aparecem dando entrevistas nos jornais, participam de debates na televisão, falam em sessões de congressos ... Mas, somente os que cativam e criam laços, esses são capazes de ensinar-lhes os caminhos da reconstrução pessoal. Aqueles que, mesmo com seus motores em pane e desmontados em pleno deserto, com limitados recursos e reservas, são capazes de perder tempo, abrir o coração e acolher com afeto, esses pequenos que despencaram não sabemos de onde, nos quais nem podemos descobrir a nobreza do ser humano camuflada nos farrapos com que se vestem e na pele encardida de seus rostos macilentos! Enquanto houver alguém capaz de esperar ansioso uma chegada, sentir uma partida, de ter saudades de alguém, ainda existe amor, existe acolhida, existe esperança para esses meninos e meninas. Como meninos-Deus irão encontrar um presépio, um teto que os fará feliz!

Paulo D'Elboux S.]. SCE de equipes de São Paulo e Rio de Janeiro 45


A Fogueira e o Riacho/ Nossa Vida em Comunidade

istiu, em épocas passadas, um sábio muito famoso. Cera dia, um de seus filhos disse que já era tempo de sair de casa e procurar viver sozinho sua vida através de seu próprio esforço e conhecimento. O sábio, ouvindo o pedido de seu filho, disse que iria refletir e depois lhe daria a resposta ao seu pedido. Algum tempo depois, chamou o menino e disse que, aquela noite, iriam passar num campo não muito distante do local onde moravam e onde existia um pequeno riacho. O garoto concordou com o pai e foi separar alguns pertences para aquela noite fora de casa. Separou

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alguns alimentos, água e abrigos para o frio da noite. No final datarde, partiram para a aventura. No local escolhido pelo pai, resolveram então instalar-se, e imediatamente o filho pôs-se a fazer uma fogueira onde seria feito o jantar e também serviria de abrigo e luz. Quando as chamas já estavam altas, o sábio disse ao seu filho que ele observasse bem aquele fogo, e que no dia seguinte iriam conversar. O menino, sem entender muito o que o pai falou, ficou a observá-lo aten-

Se for pequeno e tranqüilo como o riacho, caminhando sempre e se unindo aos outros, mesmo que tímido, mas estando e agindo em COMUNIDADE, seu esforço será menor e assim conseguirá maiores conhecimentos para atingir seus objetivos.

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nho tranqüilo, servindo de moradia para animais aquáticos, sendo útil para as plantações nos locais onde passa e fornecendo água que é fonte de vida. Certamente, filho, este riacho teve sua nascente em alguma montanha próxima daqui, e irá se juntar a outros tantos riachos, também pequenos e tranqüilos e tantos outros rios, e assim, caminharão juntos até o seu objetivo final que é o oceano. O menino, ouvindo as explicações de seu pai e sábio, compreendeu que, às vezes, ser grande e forte como o fogo, que tudo consome, de nada adianta se estiver sozinho. O fogo se apaga com o tempo. Mas se for pequeno e tranqüilo como o riacho, caminhando sempre e se unindo aos outros, mesmo que tímido, mas estando e agindo em COMUNIDADE, seu esforço será menor e assim conseguirá maiores conhecimentos para atingir seus objetivos.

tamente e a pensar naquilo que ouviu. Com o passar das horas e com a chegada do cansaço, sem chegar a uma conclusão, o garoto adormeceu. Já de manhã, o sábio questionou o filho sobre aquilo que eles conversaram na noite anterior, e sem obter resposta disse: -Filho, observe aquela fogueira que fizemos e este pequeno riacho. Ainda ontem, a fogueira estava forte, protegeu-nos do frio e deunos luz com suas chamas que tudo consomem. Com o passar do tempo, seu fogo foi ficando fraco e agora só restam cinzas que de nada servem. -Já o riacho segue seu cami-

SERÁ QUE AGIMOS COMO FOGO OU RIACHO?

Alessandra e Adhemar Equipe 10 Nossa Senhora Mãe da Igreja Garça- SP 47


Muitos publicanos e pecadores estão à mesa com Jesus. Os escribas, do partido dos fariseus, se escandalizam : "Por que Ele come com os publicanos e pecadores?" Jesus, que os havia escutado, lhes diz: "Não são os sãos que têm necessidade de médico, mas os doentes ... Não vim chamar os justos, mas os pecadores".

( Me 2, 1 6-1 7)

E

eu digo: mas quando o doente não quer saber de médico? O mundo doente, na sua auto-suficiência, procura a saúde na melhor distribuição da riqueza e do bem estar. O fim que ele procura é unicamente o bem material, o desenvolvimento dos valores materiais; em segundo lugar, os valores intelectuais, mas, sobretudo, aqueles dos quais depende o desenvolvimento da riqueza; em último lugar, como um luxo para uma civilização prática, os valores estéticos (as artes, as letras ... ). Os valores morais e religiosos não importam. E o mundo não compreende que todo o desequilíbrio de que sofre, vem do fato de que valores materiais não são subordinados aos de ordem superior. Há uma inversão de valores. Daí o desequilíbrio. E digo: mas se o mundo não quer saber de sua moléstia ... se não quer ir ao médico - neste caso o Cristo e os Evangelhos- quem pode restituir-lhe o equilibrio rompido? Mas eis que, relendo as palavras de Cristo, observo que Ele não disse Eu vim curar os pecadores, mas sim "Vim chamar os pecadores". Em suas caminhadas pela Palestina, Ele cura, consola, ressuscita os mortos, para tornar evidente o seu poder, para convencer os outros sobre sua pessoa. Mas, antes de tudo, Ele prega, fala, chama. É esta a missão da sua Igreja: chamar os homens, convidá-los a vir para o Reino de seu Pai. Cabe a nós fazer como Cristo: chamar, ser o eco desse chamado que Ele continua a fazer.

Pedro Moncau Júnior 48


MEDITANDO EM EQUIPE Durante este ano estivemos meditando o Evangelho de Marcos, que nada nos diz do nascimento de Jesus. Mas nem por isso deixa de nos dizer para que nasceu Jesus : para se manifestar como o Filho de Deus, que mantém fidelidade ao Pai e a nós até a morte, para, por seu poder, nos livrar do mal e nos dar a vida nova. Ma teus ( 1, 1 25) e Lucas (1,26-2,52) transmitem-nos a mesma mensagem quando falam do nascimento de Jesus .

. ..... . .. ...... . .. . ..... ... . .... Leitura: Evangelho de Marcos 1, 26- 33 • • • •

Ou e será o filho de Maria? Ou ai sua missão? Ou e podemos esperar de sua presenÇa entre nós? Ouais as condições para recebê-lo como Salvador? Manifeste sua fé, louve, agradeça, peça .

...... ...... .. .... . .. ..... ......... .. ..... .. Ora~ão

Litúrgica:

Senhor, é bom que venhas assim misericordioso e familiar, sem assustar-nos como no Sinai . Oue bom, Senhor! Oue seria de nós sem ti? Seria desolador demais se não viesses . Oue bom que venhas ao encontro marcado, viver conosco tão complicados e desconcertantes . Oue bom que vieste

para tornar-nos família e preparar campos de flores no asfalto de tantas misérias. Oue bom que venhas, e que já aí estejas, e sem que tantos homens se dêem conta a terra se veste da tua esperança . Amém . (Francisco Cerro Chaves, SALMOS DA ESPERANÇA Advento - Natal - Epifania)

.. . . . .. . .... .. ... . . .... . . .. . ..... . . ... .. Pistas para viver o • • • • • •

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dever de sentar-se11

Neste final de ano marquem hora para um dever de sentar-se especial. Cqloquem-se diante de Cristo, prontos a conversar com ele. Façam um balanço de sua vida matrimonial e familiar. Tratem primeiro e longamente das coisas boas . Tracem planos para o próximo ano . Louvem, agradeçam e peçam um ao outro, e também a Deus.


AS TRÊS ATITUDES 1. Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus. 2. Desenvolver a capacidade para a verdade. 3. Aumentar a capacidade de encontro e comunhão.

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casa is por uma Espiritualidade Conjugal e Familia r R. Lui s Coelho, 308 • 5° anda r • cj 53 cep 01309-000 São Paulo -. SP Fone : (011 ) 256 .1212 • Fax: (011 ) 257.3599 E-mail : equipes@virtual-net .com .br


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