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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°335 • Abril/1998
EDITORIAL ................ .. .. .... ........... 01
A Conjugalidade ............ .. ............ 24
Conselheiro da ECIR .. .. .. .............. 02
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ...... .. 25
ECIR ...... .. .. ... .......... .. .......... ......... 03
PASTORAL FAMILIAR . ........ .... .. ..... 30
A Caminhada para a Conjugalidade .......................... 03
A Fam ília do Novo Milênio ........... 30
CORREIO DA ERI ................ .. ..... .. 05 Nossa CARTA, um Trampolim para o Futuro ........ 05
MARIA .. .. ... ... .... ....................... .. .. 32 Feliz Tu que Ainda Acreditas .. .... .. . 32 PCE- PARTILHA .. .......... ...... ......... 34
Carta do CE Internacional ........ .. .. 08
Reg ra de Vida .............. ........ ........ 34
Notícias Internacionais ........ .. ....... 1O
Dever de Sentar-se ....................... 35
VIDA NO MOVIMENTO ........ ....... 11
ATUALIDADE .. .... .. .... .. ............ .. .. . 37
Sessão de Formação- Nível II .. .... 11
Boçais .............. .. ...... .. ................. 37
Sessão de Formação Nível I - Itabaiana/ SE .......... ........ 11
Feliz 1999 ?!?! ............................. 38
I Encontro Nacional dos Sacerdotes CE ........ ............... 1 2
O Senhor Está Vivo! .... .......... ...... . 40
Um Pouco Mais Desse Encontro .... 14
TESTEMUNHO ... ...... .................... 42
94 Razões para se Ter Esperança .... 16
Deus Escolheu as Figurinhas para Chegar até Nós ........ ...... ..... 42
Santiago 2000 ............................. 18 PALAVRA DO PAPA ....................... 20
PÁSCOA .... .................. ........ ........ 40
CF - 98 .......... .... .................... ...... 43 PALAVRA DO LEITOR .. ............. .. .. . 46
João Paulo Saúda as ENS no Aniversário Jubilar .................. 20
NOSSA BIBLIOTECA .. .. ..... .. .. .. .. ... 47
EACRE/98 .. .... .... .............. .. .......... 22
REFLEXÃO ................. .. ................ 48
FORMAÇÃO ......... .... .. .... .. .. .. ....... 24
Enchei de Água as Talhas .......... .. . 48
Carta Mensal
Wilma r Orlando S. Mendes
f UIJNI p11b/icaçào nlt'IISO/ das
Pe. Flátio CaJ•alca de Castro,
Equipes de !\'oua S e11hora
CSs R (cons. espiritual)
Edição:
j orna/ísta Respon sável:
Equipe da Carta M ensal
Ctllherine B. l:\Tadas (M Tb 19835)
Silvia e Chico Pontes
(responsáveis) R ita e Gilberto Conto
Composição, Diagramação e Ilustrações:
.M aria Cecília e J osé Carlos Sales
F&V Editoro Udo. R T'emincio -"!Jres, 93 1 - S P ~Fone: (011) 62.3013
Foto Capa: Taltna Se"a Fotolítos e Impressão:
Carta Mensal
Etfi.roes Lnyola - R 1822, 347 Fone: (011) 69 /4.1 922
R ulis Coelbo, 308
Tiragem desta edição: 11. 600
exemplares
Cartas. rolaboraçõn, notícias, testem1111hos t imagms dtl'tlll ur enviadas para:
5' andar ·
COIIJ.
53
rep 01309-000 São Paulo - SP Fotu: (011) 256.1212 Fax: (OI/) 257.3599 A/C Silt•ia e Cbico
0/d, queridos irmãos, /
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Nem bem vocês começaram a ler este nosso editorial e aqui estamos nós já interrompendo a leitura. Em todo caso, isto é preciso! Desculpem, mas voltem-se para nossa capa, gastem um minutinho, prestando atenção naquela árvore seca à beira d'água. Parece um espantalho, toda pelada, seca, feia, contrastando com o que se nota ao seu redor. Ela, porém, apesar das aparên- . cias, não está morta. Quem nos garante isso, com conhecimento de causa, é a nossa irmã equipista Talma, do Serrinha, equipe Nossa Senhora do Rosário, Liineira/SP, que é a autora da foto e gentilmente a cedeu para esta edição. Vamos para lá?! ... Que tal? Olharam bem? Prestaram atenção? Afinal uma capa bonita não é apenas um enfeite! A árvore não está morta! Há ali uma vitalidade embutida. Ela é até mesmo mais forte do que aparenta e serve de suporte para a natureza que gira em seu redor. O desabrochar das folhas , flores e frutos é só uma questão de tempo, de transformação. Suas raízes profundas reúnem em torno a si a terra firme, garantindo a solidez do barranco, que resiste ao ímpeto da água que corre igualmente forte. As plantas ·menores, rasteiras e ,·rágeis, contam com ela. Pensem agora numa cruz e po.1ham nela o Crucificado. Que sen-
tido de morte, de destruição, de silêncio ... ! Ele, porém, está vivo. Mais vivo e mais forte. Mais forte e mais Deus. Mais Deus e mais amigo! Alegria gente, Jesus ressuscitou! São todos estes diferentes reflexos da Páscoa de Jesus que se realizam na vida, nos acontecimentos e nas conquistas de todos aqueles que acreditam na força do Ressuscitado, que trazemos nas páginas simples da nossa Carta Mensal, para alegrar o coração dos equipistas de todo o Brasil, para renovar as esperanças, para ajudar a perceber que não estamos sós. Quando lermos que aconteceram 31 EACRES em todo o Brasil, quando nos inteirarmos do significado do I Encontro Nacional dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, quando entendermos a razão da partilha dos testemunhos e da vida no Movimento, diremos:Aleluia, o Ano
da Esperança já começou: agora é a minha Páscoa, é a minha vez de ressuscitar em Cristo! Vocês estão a segurar em suas mãos, neste exato momento, a nossa "árvore seca". Acreditem, porém: ela está viva. Leiam e verão! Com o nosso agradecimento, segue o costumeiro e afetuoso abraço.
Silvia e Chico CR da Carta Mensal
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Conselheiro da ECIR Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Neste mês, celebramos, com alegria, a Festa Maior da Igreja, nossa Páscoa! E, com esta festa, também é momento propício para deixarmos o "casal velho transformar-se em casal novo". De que forma? Sem dúvida alguma, intensificando a vivência dos Pontos Concretos de Esforço, principalmente a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se. Qual a tônica que gostaria que vocês dessem a esses Pontos Concretos de Esforço? A esperança! A Ressurreição de Jesus é certeza de vitória e esperança nesta vida e para sempre. A Páscoa é a certeza da vida plena, de vencer a morte e ressuscitar. Quais mecanismos de morte conjugal precisam passar pela ressurreição? Quais passagens (mortes) necessitam ser realizadas para a "Páscoa Conjugal"? Frente à Educação de nossos filhos, o que pode ser melhorado para testemunhar nosso amor conjugal? Esses são alguns elementos que vocês podem refletir neste mês, próprio para isso. Em suas orações conjugais, rezem um pelo outro, enaltecendo as "Páscoas" que foram realizadas em suas vidas. Quanta "passagem" foi feita, não? Quanta coisa foi deixada de lado para transformar seu matrimônio em graça e bênção! Rezem, louvem, agradeçam a Deus a "Páscoa" realizada por vocês. Tenham a certeza que Jesus, Nova e Eterna Aliança, está presente na Aliança de vocês!
Abraços + orações,
Pe. Mário José Filho ECIR 2
A Caminhada para a Coniugalidade efletindo sobre Conjugalidade, encontramos no Antigo Testamento um versículo que, a nosso ver, traduz o ideal concebido por Deus para o casal: "o
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homem e a mulher estavam nus e não se envergonhavam" (Gn 2, 25). Homem e mulher nus, despidos de tabus, preconceitos e vergonhas que são sérios obstáculos à comunicação. No capítulo .I do Gênesis, ao criar o homem e a mulher, "Deus viu que isto era bom" (Gn 1, 31) e "abençoou-os" (Gn 1, 28). Homem e mulher abençoados, sem véus ou máscaras, homem e mulher autênticos, que estavam nus por não temerem conhecer e dar-se a conhecer ao outro porque sabiam que Deus achava tudo bom. "O homem
nos que, certamente, se complementam e se desenvolvem em um todo harmonioso:
a. o plano físico/sexual dos sentidos; b. o plano intelectual/afetivo -razão/sentimentos; e c. o plano espiritual - da fé, da graça, da presença de Deus. No desenvolvimento destes planos há que se "observar, reconhecer e aceitar a diferença e complementaridade físicas, morais e espirituais do homem e da mulher, orientadas para os bens do casamento e do desabrochar da vida familiar" (Catecismo da Igreja Católica 2333). Na vivência dos três planos, com predominância ora de um ora de outro, o que é importante é estarmos conscientes de que, em qualquer um, a nossa atitude de
e a mulher estavam nus e não se envergonhavam" não se resume à nudez física, ausência de vestimentas, mas despojamento de tudo que possa impedir essa interação com o outro. Não se envergonhavam porque eram livres; Deus os fez livres: um relacionamento de amor pressupõe liberdade. Quanto mais vivermos a conjugalidade mais seremos livres, porque estamos juntos por opção. "O homem e a mulher
estavam nus e não se envergonhavam": esta nos parece ter sido a concepção divina ao nos criar homem e mulher e nos tornar um só no Matrimônio. Na caminhada para a conjugalidade podemos distinguir três pia3
abertura precisa prevalecer. A comunicação deve estar presente em todos eles e não podemos nos envergonhar de dialogar sobre qualquer assunto. A comunicação entre marido e mulher é condição imprescindível na construção da conjugalidade, está baseada na comunicação autêntica, no despojamento, no "estar nus" em prol de algo muito maior.
No Encontro Nacional de novembro de 97, tivemos o privilégio de ouvir a homilia do Frei Ivo Theiss (SCE da Coordenação de MafraSC) que foi , para nós, um momento abençoado. Ele convocava a nós, casais, a viver em plenitude o nosso Matrimônio e a dar resposta generosa a essa vocação tão importante à qual fomos chamados por Deus, lembrando a grandeza de nossa missão. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, ao qual todos pertencemos, tem tudo para nos auxiliar a dar essa resposta. Irmãos, se não há comunicação, no sentido mais puro da palavra, não há como construir essa conjugalidade, e, sem ela, não desenvolveremos a espiritualidade conjugal, pois essa não é espiritualidade de dois anjos, mas de duas criaturas humanas que se decidiram a viver uma vida a dois, com todas as dificuldades inerentes à vida de cada um. Esse é o grande desafio que se nos apresenta: mostrar a esse mundo que o casamento vale a pena! Que nossa conjugalidade vai aumentando e se tomando mais profunda à medida que nos abrirmos à comunicação com nosso cônjuge sob o olhar de Deus. Vamos ser sinal desse amor de Deus que nos transforma! Vamos viver nosso casamento como lugar de amor, projeto de felicidade e caminho de santidade.
"O homem e a mulher estavam nus e não se envergonhavam": no âmago desse versículo do Gênesis, a nosso ver, está toda a essência da comunicação, imprescindível à vivência da conjugalidade. Outra passagem, esta do Novo Testamento, "para que todos se-
jam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me. deste, para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim" (Jo 17, 20-23) levanos à reflexão de que marido e mulher devem estar em sintonia correspondente à do Pai com o Filho. Jesus era um com o Pai, vivia em comunhão com Ele, pois não lhes faltava a comunicação. Jesus deixava tudo e se retirava para orar, para estar com o Pai, em comunicação com Ele. E esta é a proposta para nós casais: sermos um, uma pessoa conjugal, duas pessoas em comunhão.
Que a Paz de Jesus esteja sempre no meio de nós.
Regina Lucia e Cleber ECIR 4
ossa CARTA, um / Trampolim para o Futuro
ção, a Carta das Equipes, tem a se~ riedade de um acontecimento histórico para nós e para a Igreja inteira. Procuramos reler a nossa CARTA com o mesmo espírito e o mesmo fervor que possuíam aqueles que a redigiram, e esse segundo olhar nos proporcionou algumas reflexões interessantes. Queremos convidá-los a fazer o mesmo.
esde a última guerra mundial, jamais uma época conheceu tantas e tão variadas constituições. Uma constituição marca o começo de uma nova era. Muitas vezes, concebida e promulgada após um período difícil, uma Constituição é um apelo a uma mobilização de envergadura para uma renovação, em que o homem reencontrará a dignidade perdida. Uma constituição é uma proposição nobre e um projeto ambicioso para construir uma civilização nova, "para uma civilização do amor", segundo a expressão do próprio Papa. O Pe. Caffarel tinha realmente razão ao antever as Equipes de Nossa Senhora como um fermento de renovação da Igreja. Nossa constitui-
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Celebrar a nossa CARTA, é celebrar
o '"batismo" do Movimento É normal que queiramos celebrar a redação e a promulgação da CARTA que são consideradas 5
como um ato de' reconhecimento oficial da existência das Equipes de Nossa Senhora. Um batismo é uma ocasião de júbilo e nos coloca diante de um ser frágil que, progressivamente, se tornará aquilo a que foi chamado. Com efeito, o Movimento nunca deixou de se desenvolver, de aprofundar o carisma original e de se adaptar a todas as circunstâncias, a todas as épocas, a todas as mentalidades e a todas as culturas, a fim de responder às necessidades e às aspirações de mais ou menos 35 000 casais em busca de uma espiritualidade conjugal vivida no dia a dia. A nossa CARTA é fecunda, ela gera a vida: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (Jo 10, 10)
tempo, de todas as alegrias inerentes e conseqüentes dessa carninhada'inspirada e completamente nova "para conservar jovem e vivo o seu amor", como profetizava o Pe. Caffarel. Essa determinação e essa convicção engajava-os profundamente, com confiança no presente e perseverança no futuro, sustentados pela graça do Sacramento do Matrimônio e guiados pelo Espírito
O MovúnentonunC3 deixou de se desenvolver, de aprofundar o C3risma original e de se adaptar a todas as circunstâncias, a todas as époC3s, a todas as mentalidades e a todas as culturas, a fim de responder às necessidades e às aspirações de mais ou menos 35 000 casais em busca de uma espiritualidade conjugal vivida no dia a dia.
VIVer a nossa CARTA é um 11SIM" dinâmico Ao examinar atentamente o texto da CARTA, percebemos todo um dinamismo interior sugerido pelas expressões: "O Movimento das Equipes de Nossa Senhora ... Eles aspiram ... Eles ambicionam levar até o flm ... Querem viver... Querem reagir... Eles se esforçam ... Eles prosseguem nesse esforço ... (CARTA de 1947). Esse vocabulário demonstra, claramente, todo o impulso para nos pôr em marcha a flm de que respondamos ao apelo de Cristo: "Vem e segue-me." (Mt 19, 21). Não há dúvida que os primeiros equipistas se aperceberam muito bem de todas as exigências e, ao mesmo 6
abalar o projeto de Deus sobre toda a humanidade. Como nos diz a CARTA: "Vivemos uma época de contrastes". Então, os primeiros quatro casais e o Pe. Caffarel quais profetas visionários - lançam o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Alguns anos mais tarde, em 1947, os redatores da CARTA vêm concretizar a intuição profunda do Pe. Caffarel. E, desde então, contemplando os frutos desse DOM DE DEUS, podemos reconhecer a ação do Espírito Santo, incansável na construção do mundo. Pela nossa CARTA, as Equipes foram chamadas a mudar a face do mundo, a trabalhar para a realização do REINO DE DEUS nos corações dos casais.
Santo. A CARTA, para nós, será sempre o ponto de referência. Para responder às suas interpelações, voltamo-nos, deliberada e definitivamente, para o FUTURO.
Nossa CARTA é um trampolim para o futuro Como boa pedagoga, a CARTA serve de guia para o itinerário de cada casal, nos caminhos do amor e da santidade pelos quais nos esforçamos por seguir progressivamente. Ela é um guia privilegiado onde estão reunidos os meios concretos para atingir os nossos objetivos de crescimento humano e espiritual e para viver uma espiritualidade conjugal. "Os casais não consideram a sua entrada nas Equipes de Nossa Senhora e sua adesão à CARTA como um fim, mas como um ponto de partida. A lei do casal cristão é a caridade. Ora, a caridade não tem limites, a caridade não conhece repouso". Eis como termina a leitura da CARTA e como se inicia nossa vida nas Equipes de Nossa Senhora.
Conclusão Ao longo de 1997, as numerosas celebrações do cinqüentenário da CARTA nos fizeram voltar para o passado, para recordarmos a nossa gênese, para folhearmos o nosso álbum de farru1ia e para reavivar a nossa memória coletiva. Retomamos a consciência de que estamos todos inseridos nessas raízes férteis. A CARTA nos lançou na direção de um amanhã portador de esperança e de promessas. Com a ajuda de Maria, nossa padroeira, esperamos que a nossa CARTA permaneça ainda como trampolim para o futuro!
A nossa CARTA tem uma dimensão profética Longe de estar voltada para o passado, nossa CARTA anuncia a BOA NOVA AOS CASAIS. Uma profecia tem, em si mesma, uma força, a de mobilizar energia para modificar uma situação que possa
Lise e Gérald Tremblay Eq. Responsável Internacional 7
Carta do Conselheiro Espiritual Internacional Nossa Senhora
P:
rmitam-me que comece por uma anedota: estava eu na rua de la Glaciere, no 7° andar, no prédio das Equipes de Nossa Senhora, em Paris, trabalhando sozinho, numa tarde de Março. Era o novíssimo Conselheiro Espiritual da ERI, há um mês apenas. O telefone toca: "Equipes de Notre Dame?" (Equipes de Nossa Senhora em francês) "Sim, senhor." "Olhe, tenho um problema com as janelas de minha casa. O chumbo dos vitrais, sabe? Há correntes de ar por todo o lado. A gente gela. E, como vocês são equipes que cuidam de Notre Dame ... poderiam me dar uma mãozinha, ou, pelo menos, me dizer como fazer?" Ele tinha telefonado para a rua de la Glaciere, na convicção de que eram equipes que cuidavam da manutenção da catedral de Notre Dame ... Na verdade, nas Equipes de Nossa Senhora, nossa especialidade não é a conservação dos magníficos painéis transparentes do gótico luminoso de Notre Dame, mas eu me interroguei se não haveria, nesse telefonema inesperado, um apelo à reflexão e um sinal providencial. Por vezes, são essas pequenas circunstâncias de nossas vidas que nos convidam a prestar atenção às coisas em que quase nunca pensamos. E, porque somos casais cristãos, equipistas de Nossa Senhora, deve-
mos ser fiéis aos compromissos que decorrem dessa pertença. Analisamos assiduamente, nas nossas partilhas, a nossa forma de viver e a nossa espiritualidade conjugal, sob o método da pedagogia do Movimento. Além disso, partilhamos também, com nossos irmãos, o mistério da presença da Palavra nas nossas vidas, sempre atentos aos apelos de Jesus ... Mas, onde está Nossa Senhora, onde está Maria, na nossa vida de casal, nas nossas reuniões de equipe? É verdade que repetimos com perseverança o Magnificat no final das reuniões, mas ... Seja como for, nesta minha última carta do ano do cinqüentenário da CARTA, penso que devo-convidálos a fazer um exame de consciência, que nos leve a descobrir a presença de Maria nas Equipes. 8
Maria é a mulher escolhida pelo Pai para ser um ponto de encontro do Filho com a humanidade. Esta mulher, humilde e perdida num obscuro lugarejo da Galiléia, devia tornar-se o instrumento de Deus para o nascimento de Cristo e de sua filiação humana. A história da nossa união com Cristo, na sua Igreja, começa também pelo reconhecimento de Maria como mãe, e nós queremos ser chamados filhos. Um casal equipista de Nossa Senhora, está, em primeiro lugar, unido a Maria e a toma como modelo e inspiradora de toda a sua vida espiritual. Queremos seguir o Cristo, e os sacramentos que vivemos - casais e padres - são os sinais sensíveis da presença, no mundo, do mistério da salvação. Maria deve ser, para cada um de nós, muito mais de que uma invocação mais ou menos apressada, nos fins de nossos encontros e reuniões. Não deveríamos, talvez, viver a piedade filial de nossa juventude ou a relação madura de nossa idade adulta com uma Mãe que, no silêncio, está sempre junto de nós? Maria ensina a todos - homens e mulheres - a colaborar com a Providência na medida da nossa humildade: " ... Faça-se em mim segundo a tua palavra ..." (Lc 1, 38) e a procurar Jesus quando parece estar ausente das nossas vidas ou da nossa sociedade: " ... Meu filho, por que você fez isso conosco? Olha que seu pai e eu estávamos angustiados, à sua procura ". (Lc 2, 48) e a escutar a Palavra de Deus
que se manifesta nos acontecimentos: " ... Maria, porém, conservava todos esses fatos, meditava sobre eles em seu coração ... " (2, 19) e a tentar encontrar nela um sentido, mesmo quando parece que nos escapa: " ... Mas eles não compreenderam o que o menino acaba de lhes dizer ..." "E sua Mãe conservava no coração todas essas coisas." (Lc 2,
50,51) Enfim, Maria está junto do Cristo sofredor, da humanidade crucificada pelas loucuras de todos os tempos, e se torna um membro de nossa casa, uma vez que de Jesus a recebemos como nossa mãe: " ... Jesus viu sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à sua mãe: 'Mulher, eis aí o seu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí a sua mãe' e, dessa hora em diante, o discípulo arecebeu em sua casa." (Jo 19, 26-27) Não seremos nós que cuidaremos da manutenção da catedral de Notre Dame, mas Nossa Senhora habita nossas casas e nós a queremos como mãe. Devemos ser seus filhos, não apenas pela repetição das suas palavras. n~:ts também pela imitação das suas atitudes face à vida de Cristo. Sua fidelidade adulta e corajosa à mensagem do Evangelho deve ser o ponto de partida das nossas vidas, enquanto membros das Equipes de Nossa Senhora.
Cristóbal Sàrrias. sJ. 9
Notícias Internacionais O cinqüentenárlo da CARTA em todo o mundo edigimos esta mensagem no fim de Novembro de 1997. De muitos países, chegaram notícias à ERI sobre celebrações do aniversário da promulgação da CARTA de 8 de dezembro de 1947. Por toda a parte, o cinqüentenário foi marcado por uma nova atenção sobre esse texto fundador que é tema de numerosos artigos nas ''Cartas das ENS". No Líbano, a CARTA é difundida em francês e em árabe, para ser tema de estudo durante o ano; na Síria, o ano de 1997 coincide com o aniversário dos 25 anos da primeira equipe; na Índia, é declarado ano jubilar, durante o qual o esforço incide na difusão, pilotagem e formação; na Itália, é feita uma reflexão aprofundada da CARTA em todas as sessões, nos diversos níveis: setor, região, super-região. Em muitos países organizam-se encontros extraordinários, nos quais a ERI está, às vezes, representada; encontros nacionais e mesmo internacionais, como foi o caso de Bogotá, em agosto último, onde se reuniram equipistas de 11 países, constituindo a Hispano-América. No início de setembro, os equipistas canadenses faziam um piquenique familiar, condimentado com um jogo, com pistas sobre a pedagogia das ENS. O fim de semana de 11/ 12 de outubro foi particularmente marcante: três encontros! Os belgas festejavam no santuário mariano de Banneux, não só o cinqüentenário da CARTA, mas ainda o cinqüentenário do aniversário da primeira equipe da Bélgica; os equipistas de língua alemã - Alemanha, Áustria, Luxemburgo, Suíça - convidaram os equipistas húngaros e romenos para um encontro em Viena; a Grã-Bretanha, consagrou o tradicional encontro anual de outubro a uma reflexão sobre a CARTA e ao futuro das equipes britânicas; no Brasil, em meados de novembro se reuniram, com a equipe super-regional os conselheiros espirituais e casais responsáveis de setor e de região para comemorar a história do Movimento, antes de uma festa feita de muita amizade. Para conhecer mais detalhes, é só esperar até a próxima edição das "Notícias Internacionais" ...
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Equipe Responsável Internacional
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Sessão de Forma!ão / Muito obrigado ao Frei Estevão, Nívelll / aos casais de Jaú pelo acolhimento, enfim, a todos os casais que estiveram presentes. Que Deus continue abençoando-os e iluminando em sua caminhada e que Maria seja sempre nossa intercessora.
Hoje, com certeza, podemos dizer que o brilho do sol é diferente, pois Deus nos concedeu a graça de participar da Sessão de Formação Nível II, que aconteceu em Jaú nos dias 25 e 26/10/97. E para que esta graça ainda fosse maior, Deus enviou-nos Frei Estevão, que, em sua infinita sabedoria e humildade, mostrou-nos o quanto nós, como Igreja, como família e como pessoas, temos de nos comprometer com o anúncio do Evangelho, na Igreja e no mundo, que é o nosso maior campo de atuação. E essa nossa missão ainda se toma mais rica, pois esse Deus nos dá a graça também de ter em nossas vidas as ENS, com os Pontos Concretos de Esforço e, de forma especial para nós, a Oração Conjugal, nosso diálogo íntimo com Deus. Aí nos colocamos, marido e mulher, transparentes diante do Pai, que nos conhece por inteiro. E assim, como Tobias 8, 4, podemos dizer: "Bendito sejas Tu, Deus de nossos antepassados e bendito seja o Teu nome". Por isso, gostaríamos de agradecer a Deus essa oportunidade, e dizer de coração a todos os casais que, quando Deus abrir essa porta a vocês, não deixem de entrar, de vivenciar essa Formação que o Movimento tem oferecido a nós, casais. Porque, podem ter certeza, que somos nós mesmos que perdemos quando não participamos de Retiros, de Sessão de Formação, enfim, das oportunidades que Deus coloca em nossa vida.
Um abraço fraterno. Sônia e Cláudio Eq. 06 - N. Sra. das Estrelas Piracicaba, SP
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Sessão de Forma!ão / Nível I- ltabaiana/Sf Em outubro, recebemos mais uma graça de Deus ao participar da I Sessão de Formação Nível I de Itabaiana, Região Nordeste I. Foi um encontro maravilhoso pregado pelo Mons. Luis, que nos trouxe mensagens de fé e de otimismo, mostrando a cada casal a responsabilidade que temos nesta grande farru1ia do Movimento das ENS. Zezinha e Jailson, com sua simpatia, carinho e boa vontade em servir, vieram encorajar-nos com sua palestra sobre Compromisso e Missão do Equipista. Foi um encontro de grande importância, e os que não puderam participar, seguramente, perderam muito. Que Nossa Senhora, nossa guia e protetora, possa conduzir-nos, dando-nos força, coragem e disponibilidade para servir o Reino de Deus, com amor e alegria.
Jovanete e Antonio Reg. Nordeste I - Itabaiana, SE 11
I Encontro Nacional / dos Sacerdotes CE
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ltaici, lndaiatuba, SP 16 a 19 de fevereiro/98
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Dia 17, a partir das 9 horas, Pe. Sàrrias fez u,ma palestra sob o títqlo "SACERDOCIO E MATRIMONIO, DOIS SACRAMENTOS PARA UMA ESPIRITUALIDADE". Logo em seguida respondeu às perguntas feitas, entre as quais se des~ tacaram as referentes à falta de sacerdotes suficientes para todas as equipes atuais. Foi uma boa oportunidade para se ter uma idéia aproximada das dificuldades normalmente encontradas pelos sacerdotes conselheiros espirituais em sua participação nas equipes. Ainda na parte da manhã, continuando à tarde, o Pe. Mário José
s 20 horas de 16 de fevereiro, segunda-feira, começou o primeiro encontro de Sacerdotes Conselheiros Espirituais de regiões e de setores das ENS no Brasil. Sob a coordenação do Pe. Mário José Filho, Conselheiro Espiritual da ECIR, estavam presentes, na abertura, 94 participantes. Deve-se destacar a presença do Conselheiro Espiritual da ERI, Pe. Cristóbal Sàrrias, vindo da Espanha especialmente para o encontro. Dentre os participantes, cerca de dois terços estiveram presentes no Encontro Nacional de novembro de 1997.
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relembrou textos, já publicados pelas ENS, analisando em pormenores a função do SCE. Salientou, entre outras, sua função de fator de unidade com a Igreja, de educador da fé, de apóstolo de Cristo, de animador espiritual e de testemunha de Deus. Por isso mesmo, dele se espera entrega e compromisso pessoal, estudo e conhecimento do Movimento e, dos casais, ajuda no discernimento, participação no recrutamento de novos casais. No início dos trabalhos datarde, tivemos o testemunho do Cônego Pedro Rodrigues Branco, da Ordem dos Premonstratenses, que há 41 anos é SCE, tendo participado em Jaú SP da formação da primeira equipe fora de São Paulo-SP. Logo em seguida o Pe. Mário José retomou a palavra analisando o papel do SCE no desenrolar da reunião da equipe. A partir das 20,30 horas, Cidinha e Igar Fehr, casal responsável internacional, fizeram uma apresentação das ENS como "Movimento de Igreja" e sua situação atual no mundo. No dia 18 pela manhã, divididos em doze grupos, os SCE começaram a examinar os vários itens que deveriam compor um "Manual do SCE de Equipe, de Setor e de Região", levando em conta os textos já existentes. Foi um esforço bastante longo e difícil, que não se limitou, porém, à simples redação de um texto, mas incluiu uma rica troca de experiências representativas do que os SCE vivem nas equipes, setores e regiões do Brasil. À tarde, depois que Sílvia e
Francisco A. Pontes falaram sobre a Carta Mensal e a equipe por ela responsável, alguns grupos ainda continuaram trabalhando, enquanto ia sendo editado o texto já preparado. Após o jantar, esse texto começou a ser examinado no plenário, sob a coordenação do Pe. Mário José e auxiliares. Isso continuou na manhã de 19, com amplos debates e muitos esclarecimentos. Esse texto, aprovado quanto ao conteúdo, ainda deverá passar por ampla revisão e sistematização antes de ser devidam~nte publicado por quem de direito. O trabalho mais demorado foi em tomo do significado teológico da presença do sacerdote numa ENS, bem como no exame das soluções quando essa presença não for possível. Encerramos nosso Primeiro Encontro Nacional de Sacerdotes Conselheiros das ENS com a Eucaristia, certos que todas as equipes do Brasil nos acompanhavam com suas orações. A presença de quase uma centena de padres de todo o Brasil demonstra a importância que damos às equipes. Por outro lado, vendo tudo que foi exigido pela preparação e pela realização deste encontro, pudemos perceber o apreço em que as equipes têm a nossa participação em sua vida.
Pe. Flávio Cavalca de Castro, C. Ss. R. - Aparecida SP SCE da Equipe da CM, Setor de Guaratinguetá da Eq. 1O e 11 de Guaratinguetá e da Eq. 3 de Aparecida 13
Um Pouco Mais/ Desse Encontro conteceu um sonho, que vinha sendo sonhado há muito tempo pela ECIR. Desde a época do saudoso Pe. José Carlos di Mambro, então Conselheiro Espiritual da ECIR, lembro que ele dizia da necessidade de promovermos um Encontro de Sacerdotes Conselheiros para trocar experiências, rezar juntos, e aprofundar nossa missão de sacerdotes nas Equipes de Nossa Senhora. Pe. Flávio nos relatou o que foram os trabalhos durante o Encontro. Quero partilhar com vocês a alegria das avaliações obtidas ao fmal. Os sacerdotes Conselheiros presentes, cerca de 94, consideraram em sua maioria que houve um clima de trabalho e fraternidade, com grande abertura e liberdade de expressão, ocasionando muita participação nas atividades propostas. A organização do Encontro, desde os convites, a acolhida, o apoio dos casais/mulheres, o local, o transporte, o ressarcimento das despesas e a época do evento deram suporte para que tudo saísse a contento. Foram apresentadas várias sugestões para os próximos Encontros, as quais serão oportunamente divulgadas. Quanto às liturgias, a maioria as avaliou como simples, mas vivenciais, dando-se destaque para a Celebração Eucarística de encerramento do Encontro.
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Pe. Sàrrias e Pe. Mário Sem dúvida alguma, quero por último registrar que na diversidade de Conselheiros (sacerdotes diocesanos e religiosos), na pluralidade de carismas, se fez presente a "unidade" ao carisma do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Deus, na sua infinita bondade, mais uma vez nos brindou com a presença do Espírito Santo que agiu no meio de nós. A alegria de estar~ mos juntos foi transparente e clara. Compete a cada casal das Equipes de Nossa Senhora amar seus sacerdotes, pois, tenham a certeza de que este Encontro foi uma "prova de amor" dos sacerdotes conselheiros às Equipes de Nossa Senhora. Não poderia terminar este recado sem agradecer primeiro a Deus, à Mãe Maria pelo êxito do Encontro e, em segundo lugar, a todos os que nos deram condições
devo dizer que saí de ltaici com o coração cheio de alegria. Nossos conselheiros deram uma resposta muito amorosa ao nosso convite, e isso não só nos deixou felizes como também fez crescer o sentimento de responsabilidade em darmos, cada vez mais, uma resposta de compromisso com a construção do Reino. As Equipes de Nossa Senhora querem ser uma presença viva na Igreja de Cristo e sentimos, de verdade, que vivemos a fraternidade do Evangelho com nossos queridos conselheiros sacerdotes. Assim, casais e conselheiros, poderemos dar nossa contribuição efetiva para a "renovação da face da terra". Quero, mais uma vez, dizer o meu muito obrigada a vocês, nossos conselheiros, por estarem conosco. Um abraço muito fraterno, com muita Paz e Bem.
para realizá-lo. Em especial as bênçãos ao pessoal do Secretariado N acionai, à Maria Regina, à Vera e José Renato, à Rosinha e Anésio, a Ruth e Mário e, sem dúvida, ao Pe. Flávio, Pe. Sàrrias, Frei Longareze todos os SCE que estiveram conosco.
Obrigado e que Deus nos conserve unidos. Abraços + orações.
Pe. Mário José Filho, css Sacerdote CE da ECIR NOTA: Não poderia deixar de escrever uma pequena nota sobre esse Encontro, tão cheio de graças, com nossos conselheiros sacerdotes. Confesso que estava bastante apreensiva com o Encontro em si, e também porque estaria sem a presença do Carlos Eduardo, ausente do país em viagem de trabalho. No entanto,
Maria Regina (Carlos Eduardo) ECIR 15
94Razões para se Ter Esperan~a. hegavam de todos os cantos. A gente os recebia e se lembrava da Promessa: "Não vos deixarei órfãos" (Jo 14, 18). Alegres. Cansados ou não, mas alegres. Muitos se abraçavam: reencontro de irmãos. Carregando nos "erres" fortes do Nordeste, ou partilhando uma cuia de chimarrão sulino, ali estavam eles: 94 homens de Deus, cheios do Espírito Santo, para nos ajudar na Caminhada. Fora, uma chuva criadeira vestia o jardim de um verde intenso, brilhante. Dentro, uma chuva de bênçãos punha um verde-Esperan-
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ça nos corações: Itaici - 1o Encontro Nacional de Sacerdotes Conselheiros Espirituais de Setor/ Região. Pouco ou nada se dirá ou escreverá na grande mídia sobre a aragem silenciosa e discreta que percorreu auditório, capela e corredores de Kostka, e penetrou o mais profundo de nós ... Mas sabíamos que Ele estava presente. Não era à toa que "nosso coração ardia ... " Cabeças brancas atestando fidelidade ao compromisso .. . Risos jovens garantindo continuidade e Esperança! Muitos viajaram centenas de quilômetros para nos dar
este testemunho de amor, de confiança em nós . Perdoem-nos o atrevimento da pergunta: - Será que nós, casais equipistas, valemos a pena? Esperemos que sim. Chamados, não nos decepcionaram. Apostaram em nós, em nosso desejo de conversão pessoal e conjugal, em nossa decisão de cerrar fileiras com eles para transformar o mundo pela revolução proposta no Evangelho. Quando conhecermos o documento que nossos Conselheiros prepararam e que estabelece as bases de sua atuação dentro de nossas equipes, saberemos detalhadamente o que eles esperam de nós. Mas, desde já, podemos antecipar dizendo que eles têm o direito de receber, de cada casal
equipista, o esforço contínuo e progressivo de conversão (que é a razão de sua atuação junto a nós) e todo o carinho e ternura de que pudermos dispor em nosso coração. Deixaram o convívio de pais e irmãos e nos assumiram como suas famílias ... O sonho era do Pe. Di Mambro, depois do Pe. Mário ... A ECIR deixou-se contagiar... E, dizem, quando muitos sonham juntos, o sonho se realiza! Foi isto o que testemunhamos em Itaici: 94 razões a mais para perseverar, para se ter mais Esperança! Ah, se permanecermos unidos! ... Ruth e Mário Equipe 16 - Ribeirão Preto, SP
Santiago 2000/ ece muito cedo, mas não é. á é tempo de começarmos a voltar nossos olhares para o ano 2.000 , quando acontecerá um grande evento do qual os equipistas do mundo inteiro são convidados a participar. A Equipe da Carta Mensal, procurou o casal responsável da ECIR, Maria Regina e Carlos Eduardo, para saber se já existe alguma coisa sendo feita, visando informar os nossos leitores.
I . Qual o grande evento das Equipes noano2000? As Equipes de Nossa Senhora pretendem começar o novo século com um grande evento, que será o Encontro Internacional a ser realizado em setembro do ano 2000, na cidade Santiago de Compostela, na Espanha. Não podemos nos esquecer que aqui no Brasil também teremos um evento muito especial, pois estaremos comemorando os cinqüenta anos do Movimento em nossa terra.
clusive uma oportunidade única de confraternização e troca de idéias e experiências entre equipistas das mais diversas partes do mundo.
3. Qual o número de participantes esperados? Ainda é um pouco cedo para que se possa ter um número totalmente confiável. Por exemplo, com relação à participação dos brasileiros, estamos apenas iniciando um levantamento preliminar, para que possamos ter uma idéia de quantos de nós estaremos lá. Entretanto, baseando-nos nos dois últimos Encontros Internacionais, de Lourdes e de Fátima, podemos fazer uma primeira estimativa de que deverão participar entre seis a sete mil pessoas .
4. De que maneira os equipistas do Brasil podem viver esse evento? Como nas vezes anteriores, a Equipe Responsável Internacional irá apresentar um trabalho a ser estudado e refletido pelos equipistas do mundo inteiro, como preparação para o Encontro, independentemente da sua participação no Encontro. Num segundo momento, todos os equipistas brasileiros estão convidados a participar do evento
2. Qual o obietivo destes Encontros? Os Encontros Internacionais, que se realizam normalmente a cada seis anos, se destinam ao aprofundamento na fé, bem como do próprio Movimento, proporcionando in18
Visto parcial do cidade de Santiago de Compostelo, ao centro observo-se oCatedral com muita boa vontade e desprendimento mais esta tarefa. Este casal irá centralizar todos os assuntos pertinentes ao Encontro de Santiago, facilitando assim o nosso trabalho junto à ERI. Desde março, já começaram a tomar, entre outras, duas providências. Primeiramente será o contato com os Casais Responsáveis Regionais, com a finalidade de iniciar um levantamento preliminar dos eventuais interessados em participar do Encontro. Depois, através desses casais, estarão encaminhando uma primeira ficha para este levantamento, as quais, esperamos, possam ser devolvidas em maio, por ocasião do próximo Encontro do Colégio Nacional.
em Santiago.
5. Co111o pode111os nos Inscrever para participar desse Encontro? Tendo em vista a experiência vivida pela ERI no Encontro de Fátima, eles houveram por bem tomar a seguinte iniciativa: todo e qualquer entendimento entre os possíveis interessados e a ERI, deverá ser feita impreterivelmente por intermédio do casal Supra-Regional da respectiva Supra-Região. Ora, devido a nossa impossibilidade de coordenar pessoalmente mais esta atividade, resolvemos constituir um grupo de apoio para este fim. Assim é que convidamos o casal Wilma e Orlando, ex-companheiros de ECIR e atualmente colaborando na equipe da Carta Mensal, os quais aceitaram 19
Maria Regina e Carlos Eduardo ECIR
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João Paulo Saúda as no Aniversário Jubilar . .
nindo-se espiritualmente às celebrações do 50° Aniversário da promulgação da Carta constitutiva do Movimento das ENS, o Santo Padre enviou sua saudação, da qual são destacados os seguintes trechos:
U
"Nesta feliz circunstância, ao recordar-me da insigne figura do fundador do vosso Movimento, unome, de bom grado, com o pensamento e a oração, à ação de graças dos casais e das fanu1ias ... " "O caminho do vosso Movimento é uma escola de vida pessoal, conjugal e familiar. O Sacramento do Matrimônio, sinal da aliança entre Deus e o seu povo, entre Cristo e a sua Igreja, é ao mesmo tempo um caminho de santidade, um serviço à vida, e o lugar do testemunho essencial dos cônjuges. A missão primordial do casal cristão consiste em viver plenamente as exigências da união ..." "Os casais que participam num Movimento, como as Equipes de Nossa Senhora, têm, por norma usar os meios particulares, para afirmarem o "sim" do seu compromisso e viverem o seu amor com a ajuda de outros casais. Durante os encontros, os equipistas têm a possibilidade de aperfeiçoar a sua formação humana e cristã, e de partilhar aquilo que constitui a sua vida conjugal e familiar, no respeito da intimidade de cada lar... " "Os casais cristãos têm também um dever missionário e um dever de ajuda para com os outros casais, aos
quais desejam legitimamente comunicar a sua experiência e manifestar que Cristo é a fonte de toda a vida conjugal." "Os encontros regulares duma equipe conduzem cada um a assumir compromissos pessoais e conjugais, para a plena realização da sua própria vocação e para a consolidação do lar. Ao favorecer o sentido de escuta e do acolhimento, a fim de sustentar e fazer aumentar o amor no seio do casal, o Movimento propõe, oportunamente, aos casais o "dever de sentar-se". No seu diálogo confiante, os esposos podem dar-se conta do seu amor, sem querer julgar o outro e sem o medo de serem julgados, numa solicitude legítima de transparência interior, e num espírito de ternura afetuosa e de perdão, propícios para o intercâmbio e o desenvolvimento das pessoas, e fonte de felicidade". "Constantemente renovados pelo diálogo do amor, que permite relações de qualidade, os casais são levados a viver na paz e na alegria, e a exercer plenamente as suas responsabilidades de esposos e de pais. Isto constitui um testemunho relevante, antes de tudo para os filhos". "Em um mundo que tem a tendência de esquecer o papel da farní-
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O caminho do vossv Movimento éuma escola de vida pessoal, conjugal e familiar. O Sacramento do Matrimônio, sinal da aliança entre Deus e o seupovo, entre Cristo e a sua Igreja, é ao mesmo tempo um caminho de santidade, um serviço à vida, e o lugar do testemunho essendal dos cônjuges.
lia, é preciso recordar sem cessar a importância do lar para os filhos". "A minha oração une-se de igual modo a todos os lares e às famílias que conhecem a provação e fazem múltiplos esforços para salvar o vínculo que os une e para educar os próprios filhos. Possam encontrar na Igreja casais próximos deles para os ajudar! De igual modo, confio ao Senhor aqueles que estão separados, os divorciados e os divorciados novamente casados".
"Encorajo os sacerdotes a tornarem-se disponíveis para serem os conselheiros espirituais das Equipes de Nossa Senhora. Eles cumprem uma missão sacerdotal eminente e, na amizade partilhada, encontram um dinamismo renovado para o seu ministério". "Devo ainda evocar o Movimento das Equipes Jovens de Nossa Senhora, nascido há pouco mais de vinte anos. É um fruto do empenho dos pais que transmitiram a seus filhos o gosto da vida espiritual, da partilha fraterna e da busca de sua vocação autêntica, graças à ajuda de outros cristãos". "Possam os membros das Equipes de Nossa Senhora continuar com confiança e humildade os seus esforços, a fim de tenderem à perfeição cristã na vida conjugal e familiar. Neste espírito, ao confiar todas as Equipes e as suas famílias à intercessão de Nossa Senhora, concedo-lhes de todo o coração uma afetuosa Bênção Apostólica".
João Paulo li Vaticano, 28 de Novembro de 97 (Matéria recolhida e enviada por colaboração de Eunice e Newton, CR do Setor "C" Reg. Rio I - Rio de Janeiro, RJ)
Nota de Redação: Aos que se interessarem pelo texto integral da saudação, a mesma pode ser encontrada no jornal "L'OSSERVATORE ROMANO" edição de 03 de janeiro/98, pg. 9. 21
• Nos dias 13 e 14 de fevereiro aconteceu o primeiro EACRE de Itabaiana - SE. O Encontro contou com a participação de 24 casais e 4 Conselheiros Espirituais (sendo 2 Padres e 2 Religiosas ). Presente também o nosso Casal Ligação da ECIR , Márcia e Luiz Carlos, que muito colaborou na condução do evento. O Tema foi o mesmo do Encontro Nacional: Conversão, Comunicação e Conjugalidade; Projeto Rumo ao Novo Milênio; Pontos de Unidade e Campanha da Fraternidade. Também a liturgia foi a usada no Encontro Nacional: a entrada das bandeiras, liturgia dos pães, terço luminoso, a celebração Eucarística e o Envio. · Registramos a alegria e a confraternização dos participantes, bem
como a acolhida que deram aos casais de Aparecida e Recife. Com a bênção de Nossa Senhora, os casais de Itabaiana estão buscando vivenciar a Espiritualidade Conjugal e Familiar e levando para outros casais o nosso Movimento. Este mês estamos iniciando 2 grupos de Experiência Comunitária, na cidade de Aracaju- SE. Que o Espírito Santo continue a soprar sobre nossa Região.
Zezinha e Jailson CRR - Nordeste I
. . .. ... .. . .. . . . .. ... ... .. ..... . . ... ... ..
"CONVER~ÃO E
~~ONJUGALIDADE - ESPIRITO / . Sob o tema
SANTO" e sob a organização do Setor de Valparaiso/SP, realizou-se nessa cidade, no dias 7 e 8 de fevereiro o EACRE da Região São Paulo/OESTE. O Encontro contou com a presença de RosinhalAnésio, representando a ECIR, deste Casal Responsável Regional e de 3 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Além dos CRE, participaram também Casais Piloto e Casais de Ligação, num total de 53 casais. 22
"Campanha da Fraternidade", aconteceu a abordagem mais concentrada do Projeto Rumo ao Novo Milênio/98, Comunicação e os Documentos da Igreja, Dever de Sentar-se e Oração Conjugal. Queremos que Deus fortaleça cada vez mais a comunidade de Equipistas de Valparaiso, para que continue sendo exemplo de verdadeiros cristãos.
Foi um encontro de profunda espiritualidade, com uma liturgia bem preparada, com os cantos e palestras destacando a conjugalidade e a conversão. O acolhimento do Setor de Valparaiso contagiou a todos pela união e pelo servir, e contou com a colaboração de outros Movimentos no serviço. Além das palestras, enfocando "Conversão e Conjugalidade", "Conjugalidade e Comunicação" e
h.
M. Tereza e Laerte, CRR
Tivemos a felicidade
de participar do EACRE da Região Minas-I, em Juiz de Fora, o qual nos deu um bom impulso, revitalizando, esclarecendo nossa missão de Casal Responsável de Equipe, buscando assim a unidade do nosso Movimento. Sentimos muito de perto a presença do Espírito Santo, pois o clima era de grande interesse e a escolha dos temas não poderia ser melhor: Conversão, Comunicação e Conjugalidade, Correção Fraterna, Campanha da Fraternidade e os "flashes" sobre os pontos de unidade do Movimento e Projeto Rumo ao Novo Milênio das ENS que muito nos ajudarão na caminhada deste ano. Acreditamos que os objetivos propostos foram plenamente atingidos, uma vez que as dinâmicas e as
palestras conseguiram passar para nós aquilo que se pretendia. Gostaríamos de destacar também a liturgia, que nos levou a dar mais um avanço em nossa conversão e missão, não só como casal responsável de equipe, como de cristãos inseridos no mundo.
Terezinha e José Antonio Equipe 1O - Setor C Juiz de Fora, MG 23
A Coniugalidade/ urante este ano ouviremos muitas vezes falar nesse assunto. Conjugalidade é a condição, o estado permanente daqueles que vivem e procedem como verdadeiros cônjuges durante 60 minutos por hora, durante 24 horas por dia, durante 30 ou 31 dias por mês, durante 12 meses por ano, durante 30, 50 ou mais anos de casamento ... até que a morte os separe.
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Cônjuge é palavra que procede da língua latina, sendo formada por "cum" = com e "jugum" =jugo, canga. No começo de sua história, os velhos romanos eram agropecuaristas; depois se tomaram comerciantes, marinheiros, escritores, estrategistas, engenheiros, etc... Como agricultores possuíam bois para lavrar a terra e transportar as colheitas. Eles observavam que quando a junta de bois puxava parelho, tudo ia bem; porém quando um se omitia, sobrecarregava o outro e o trabalho não dava bom resultado. Aplicaram essa semelhança às duas pessoas que casam e passaram a denominá-los CÔNJUGES = que estão unidos pela canga e carregam o jugo. De fato, casar é fácil, mas viver autenticamente o casamento é difícil e não deixa de ser um jugo pesado. Mas se os dois, por amor, fazem sua parte, o seu dever, tudo se toma mais suave; porém se um se omite, sobrecarrega o outro. Logo, conjugalidade é a condição, o estado de quem diutumamente cumpre seus deveres de casado, carrega diariamente a sua cruz, o seu jugo que, quando suportado por amor a Deus, se transforma naquilo que ensinava Jesus: "O meu jugo é suave e leve o seu peso". (Mt 11, 30)
Pe. Antonio D. Lorenzatto 24
Bodas de Prata
-rdota~
No dia 19/03/98 o Sacerdote e Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora de Guapiaçu, padre GIAN MARIA ZANZI, incansável batalhador pelas coisas do nosso Movimento, comemorou seus 25 anos de sacerdote, recebendo os parabéns e agradecimentos pela vida dedicada às equipes, pelo seu apoio, pela palavra anunciada que nos enche de vida e nos dá a Luz. Obrigado pelo amor que tem ofertado ao nosso Movimento. Pedimos a Deus que sempre dê as graças de que precisa e a proteção de nossa doce Mãe Maria.
Claudia e José Roberto - CR de Setor - Guapiaçu, SP
Bodas de Pratq/ doSetor / O Setor de Catanduva, que pertence à Região São Paulo Norte, comemorou seus 25 anos de existência. Hoje com 17 equipes, orgulha-se de terem sido seus casais que pilotaram as equipes de São José do Rio Preto, que se revelou terra fértil e hoje já conta com 3 Setores e que se expandiu para Guapiaçu, Votuporanga, José Bonifácio e Itumbiara/GO. Em Catanduva, o Movimento foi levado por Eliana Zancaner Castilho, do Luiz, equipista de Ribeirão Preto, ressaltando que, logo após ficar viúva, recebeu o apelo de um grupo de casais de Catanduva para que os orientasse na criação e formação de equipes nessa cidade. Eliana não mediu esforços, enfrentando as distâncias e os desafios para plantar a boa semente que ali floresceu e frutificou abundantemente.
Parabéns, Catanduva!
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Conselhe;;•ro Recebe Condecora~
daSanta
,
O padre Carlos Aleixo, s.j., Conselheiro Espiritual da Equipe 12 de Brasília/DF, mercê de seus relevantes serviços prestados à Santa Sé, foi agraciado com a medalha "Pro Eclesía e pro Papa", conferida pela Papa e entregue pelo Núncio Apostólico no Brasil. Pe. Aleixo é filho do político mineiro e ex-presidente Pedro Aleixo e há 18 anos dá assistência espiritual à nossa equipe, além de inúmeras atividades na Diocese e na assistência espiritual às delegações estrangeiras.
Lelena e Roque CR da Eq. 12 Brasaia, DF
Falecimentos
I-
Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos:
a. Jota Domingues, da Cecília Eq. 7 - N. Sra. Aparecida Jacareí-SP, ocorrido em 27/06/97 b. Maria Aparecida, do Carlos Eq. 15- N. Sra. Auxiliadora Florianópolis-se ocorrido em 25/09/97 c. Darci Helena, do Oca Eq. 3- N. Sra. do Caminho Catanduva-SP ocorrido em 15/12/97 d. José do Carmo, da Zezé Eq. 3- Pouso Alegre-MG ocorrido em 27112/97 e. Rudi, da Irmgard Eq. N. Sra. da Paz- Alphavílle SP ocorrido em 09/01/98
f. Domingos Ferragut, da Zinha Eq. 3 - Jundiaí-SP ocorrido em 18/11197
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Conselheiro
É Nomeado Bispo
I
Para a população de Jaú/SP e, em particular, para a Equipe 4, Nossa Senhora do Bom Conselho, a notícia da nomeação do Cônego Francisco Zugliani, seu Conselheiro Espiritual, para o cargo de Bispo de Amparo/SP foi motivo de grande alegria, em que pese a tristeza por perderem o seu diretor espiritual. Pe. Chiquinho, como era carinhosamente chamado, sempre se mostrou incansável no seu apostolado sacerdotal, sendo disputado pelas diversas pastorais e Movimentos da sua Diocese. Que Deus abençoe e proteja este seu novo Pastor!
Avany e Jorge Eq. N.Sra. do B. Conselho ]aú, SP
Retorno à
Frc~n~a/
Padre Paulo Milcent, eudista, após um longo apostolado no Brasil, onde . entre inúmeras tarefas ·atmm como responsável pela formação de novos sacerdotes, retornou ao seu país de origem. Na foto vemos sua despedida da Equipe 16, Nossa Senhora Mãe de Deus, do Setor A , de Fortaleza/CE. Desenvolveu também um excepcional trabalho no bairro da Vrujota, onde cuidava de uma casa para recuperação de prostitutas, reintegrando-as com dignidade à sociedade.
Maíza e Ernando - Eq. 16 - N. S. Mãe de Deus Fortaleza, CE
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Como exceção à diretriz de não serem publicados aniversários outros que não as BODAS DE PRATA e OURO, porém em função de seu pioneirismo e evidente peculiaridade, comunicamos, com alegria, a notícia enviada por Yara e Silvio, da Equipe de Nossa Senhora do Silêncio, de Manaus/AM, a única formada por CASAIS SURDOS/MUDOS, que comemorou seu primeiro aniversário de fundação em 23 de fevereiro de 1.998. Pode-se imaginar o esforço e as dificuldades para que uma equipe assim constituída possa participar de reuniões e cumprir seus compromissos como integrante deste Movimento. Que Deus abençoe estes casais, seu Sacerdote Conselheiro Espiritual e todos aqueles que ousaram transformar este sonho em realidade, e que os conserve unidos e fortes na fé, na esperança e na caridade.
Equipe da Carta Mensal
Errata Na CM no 333 - Dezembro/97 - pág. 15, constou a frase "como disse sabiamente a mãe do Papa Leão XIII". Correção: A autora da frase é a mãe do Papa Pio X.
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Expansão do Movimento Noticiamos a formação de novas equipes, / oriundas de Experiências Comunitárias: . SETOR PARÁ NORDESTE Equipe 07 - Nossa Senhora de Guadalupe-Castanhal-PA SETOR SANTARÉM-PA Equipe 09 - Nossa Senhora do Carmo Equipe 10- Nossa Senhora das Farru1ias Equipe 11 - Nossa Senhora Rainha da Paz COORDENAÇÃO DE BARREIROS-PE Equipe 03 -Nossa Senhora de Fátima Equipe 04- Nossa Senhora da Conceição COORDENAÇÃO DE PESQUEIRA-PE Equipe 03 -Nossa Senhora da Conceição-Pesqueira Equipe 04- Nqssa Senhora de Fátima-Pesqueira Equipe 05 -Nossa Senhora do Perpétuo Socorro-Pesqueira Equipe 01 -Nossa Senhora das Graças-Belo Jardim Equipe 02- Nossa Senhora da Paz-Belo Jardim REGIÃO NORDESTE 111 Equipe 03 - Nossa Senhora de Fátima-Santa Luzia-PB Equipe 01 -Nossa Senhora do Carmo-Salgado de São Félix-PB Equipe 08 -Nossa Senhora Auxiliadora-João Pessoa-PB Equipe 08 - Nossa Senhora do Desterro-Parelhas-RN Equipe 13 - Nossa Senhora de Fátima-Natal-RN SETOR DE LIMEIRA-SP Equipe 06 - Nossa Senhora da Paz-Limeira Equipe 10- Nossa Senhora Auxiliadora-Limeira Equipe 11 - Nossa Senhora das Graças-Limeira Equipe 03 -Nossa Senhora de Fátima-Araras
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AFamília / do Novo Milênicr arol tornou-se uma linda adolescente aos catorze anos: corpo de moça em rosto de menina. Destacada na escola, só preocupava os pais porque gostava demais de namorar. Em casa, sabia como agradar a mãe, e mais ainda, como convencer o pai, de quem era o xodó. Só não foi possível dessa vez, porque o mundo caiu com a notícia daquela gravidez precoce. Até agora CaroI não acredita na cambalhota que sua curta existência tinha dado. A barriga já crescida, e o corre-corre de todo dia para preparar a marmita do jovem marido, que ainda há pouco tempo era seu colega de escola. Que pena! Nas novelas da TV, as meninas fazem amor com os meninos, mas resultados tão angustiantes não fazem parte do enredo. Ontem, Carol era uma menina, hoje já é mulher, cheia de responsabilidades: sem ter tido tempo de ser moça, nem estar preparada para ser esposa e mãe ...
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Esguio e esperto, Gustavo dominava as "peladas" do bairro e as preocupações da mãe, porque não havia semana em que não fosse chamada à escola para justificar as gazetas do moleque. Contudo, era amoroso aquele garotão, não havia quem não gostasse do Gustavo, tão amável e prestativo com todos, principalmente com os idosos ... De uns tempos para cá, dona Antônia já vinha notando comportamentos estranhos no filho. Antes sempre falante e risonho, agora Gustavo se mostrava arredio, sisudo, caladão. E o pior era aquela nova mania de usar manga comprida em pleno verão. Que pedreira para dona Antônia, convencer-se de que o seu menino, aos doze anos, já dependia de drogas pesadas, e que, por isso, se envolvera com gente perversa, solta por aí. Logo o seu Gustavo, para quem sonhara, junto com o pai, que a deixara, um futuro cheio de felicidade! Onde foi que tinha errado?
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ferragem nua do viaduto que lhes serve de abrigo, único teto que José pôde arranjar para a família, com o pouco ganho que tem apanhando papel na rua.
José e Sandra eram um casal "proletário", naquilo em que o termo tem de mais bonito: aquele para o qual os filhos são o único bem de que dispõe. Em seis anos de casados geraram cinco filhos e já há quatro anos evitavam aumentar a prole. Moravam de aluguel em um barraco de alvenaria de dois quartos . José trabalhava na maior metalúrgica da cidade e Sandra fazia faxinas esporádicas, quando tudo estava bem com as crianças. Foi duro aquele dia em que José chegou em casa com a notícia de que, por causa do novo pacote econômico, havia sido despedido do emprego. Pior foi depois, quando o dinheiro do fundo de garantia acabou e o senhorio pediu a casa, depois de quatro meses de atraso no aluguel. Hoje em dia, Sandra chora toda noite, sentindo ao seu lado o marido e os filhos amontoados sob um único e fino cobertor, sem querer olhar para cima para não ver a
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Como tratar os três casos apresentados: verdade ou ficção? Tratá-los como ficção é não admitir que ao nosso redor estão milhares de Gustavos, de Carolinas, de Sandras e de Josés. É preferir deixar como está para ver como fica mais tarde. Aí, quem sabe, acaba acontecendo parecido na minha própria casa ... Fatalidade !?!? Tratá-los como verdade é acor-\ dar para a neces'sidade de engajamento. É assumir o compromisso de juntar forças para dizer um basta às agressões feitas à família. Sozinhos, sabemos que somos impotentes para lutar contra a ideologia do lucro e do prazer, contra a massificação do consumismo, contra a supervalorização do capital. Mas, se nos unirmos por Cristo em grupos de casais, em associações de pais, articulados por uma pastoral evangelizadora, seremos capazes de evitar muitas situações dolorosas como essas no novo milênio; podemos ajudar a construir farru1ias capazes de dirigir seus próprios futuros.
Depende de cada um e de todos nós como será a família do novo milênio! Astrid e Ribeiro Eq. 8 - Juiz de Fora, MG 31
Feliz Tu que Ainda Acreditas "Naquele tempo, Maria levantou-se ... "
"Quando Isabel, grávida de seis. meses, ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu em seu ventre."
Feliz tu que te levantas pela manhã e ainda acreditas que podes fazer o mundo ser um pouco melhor, por teu esforço, por tua dedicação, por teu trabalho.
Feliz tu que ainda acreditas que uma criança, um filho, é o maior investimento no banco da vida do qual o próprio Deus é Diretor Geral.
"... e foi às pressas a montanha." Feliz tu que ainda tem pressa para ir ajudar um irmão mais necessitado que tu acreditas que, se tu não o fizeres, rúnguém o fará por ti e aquele bem ficará eternamente não feito.
"Isabel ficou cheia do Espírito Santo." Feliz tu que abres teu coração para que o Espírito de Deus possa ali construir seu mundo de justiça, de perdão e de paz.
"Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel." "Bendita és tu entre as mulheres... "
Feliz tu que ainda visitas um parente, um amigo; que levas tua presença amiga a um lar e a um coração precisando de um gratuito gesto de amor.
Feliz tu que ainda acreditas que a dignidade não passou da moda e é, para os homens de verdade, o grande ornamento das mulheres de verdade.
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"... e bendito é o fruto de teu ventre."
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Feliz tu que ainda saúdas com alegria um dilatado ventre de mulher e acreditas que todos que nascem são sinal de que Deus não perdeu a esperança nos homens.
"Como pode ser que a mãe de meu Senhor venha até a mim?" Feliz tu que não te julgas grande demais para servir e pequeno demais para pedir.
"Mal a tua saudação ressoou em meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu seio." Feliz tu que ainda sabes parar para ouvir. Ouvir a saudação de um amigo, ouvir um coração em pranto, a explosão de alegria, o grito por justiça, o canto de esperança, a palavra de fé, a palavra de perdão, a eterna palavra de amor.
FELIZ TU QUE AINDA ACREDITAS QUE DEUS CAMINHA CONOSCO, EM TODOS OS MOMENTOS, EM TODAS AS SITUAÇÕES. QUE AINDA ACREDITAS QUE DEUS SEMPRE ESTÁ PRESENTE LÁ, ONDE ALGUÉM QUER VIVER SEU ÚNICO MANDAMENTO: "AMAI-VOS UNS AOS OUTROS".
"Feliz és tu que acreditaste que se cumpria tudo que te foi dito da parte do Senhor." Feliz tu que ainda acreditas num amigo, que ainda acreditas na vida, -que ainda acreditas no homem, que ainda acreditas em Deus.
Sueli e Toninho Eq. 2 - Votuporanga, SP 33
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Regra deVida ..
!111:
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diamante, embora seja uma pedra magnifica e de valor incalculável, para chegar a todo o seu esplendor, precisa ser lapidado. Lapidar é ir removendo as imperfeições. O ser humano, aos nossos olhos, é muito parecido com o diamante. Ele é o elemento mais importante da criação divina. Ser inteligente, possui o dorninio sobre todas as outras criações de Deus. O homem, porém, demora a entender a necessidade da sua "lapidação", a necessidade de aparar as arestas para poder estar próximo da perfeição desejada por Deus. A REGRA DE VIDA, pelo nosso ponto de vista, é o instrumento mais importante de que dispomos para atingir esse objetivo.
1-
Ao detectarmos - seja por nossa própria avaliação ou por indicação de pessoas de nosso convívio - determinados comportamentos que possam estar impedindo nosso relacionamento com o resto do mundo, podemos fazer uso da Regra de Vida para obter a correção desejada. O simples desejo de querer crescer já é uma demonstração de humildade da pessoa que assume suas atitudes de incoerência ou de incompreensão. A Regra de Vida é uma aliada importante por isso. E, muitas vezes, não obtemos êxito já no primeiro instante, na primeira tentativa. É preciso ser persistente e praticar até conseguir.
Carmem e Carlos Eq. 15 - Catanduva, SP 34
!
Dever de Sentar-se/
L
~mos o artigo da nossa Carta Mensal de dezembro/97
do-nos agressivos e não percebemos. Procuramos viver aquela frase "o importante não é ter razão, é amar"?- (acreditar e aceitar o puxão de orelha como um gesto de amor).
a respeito da pesquisa sobre
PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO e houve uma par-
CJ
te que nos chamou a atenção. Percebemos que pela pesquisa detectou-se uma significativa parcela de equipistas que têm dificuldade em praticar o DEVER DE SENTAR-SE e, por isso, nós resolvemos dar o nosso testemunho. É um PCE com o qual nos identificamos bem, praticamos regularmente e tem sido de extrema valia para o nosso relacionamento. Algumas recomendações (dicas) que oferecem um auxílio na preparação do casal para o DEVER
Nós e as Crlan~as Aquele filho não está precisando de uma atenção especial? E a vida espiritual dos filhos como vai? Temos nos preocupado com isso? E nos estudos, como vão? Temos procurado ajudá-los sem super protegê-los? Fazemos com que sintam que o problema dos estudos é problemas deles e não nosso? Ensinamos a eles o sentido do outro?
DE SENTAR-SE: Nós e os Outros
O Dever de Sentar-se é um momento passado calmamente, juntos, cada mês, para dialogar sobre as dificuldades e para construir o próprio lar, sob o olhar de Deus e com Sua ajuda.
Os amigos ... os colegas de serviço ... na profissão ... em casa ... com os empregados ... Deixei de visitar alguém doente a quem ajudaria com a minha visita ... ? Algum irmão necessitado ... irmãos ... pais ... algum pobre ... ajudamos os outros por amor ou por ostentação? (exame de consciência).
Você e Eu Vida pessoal de cada um- conversar sobre a Regra de Vida - problemas de saúde - o que de bom você acha no outro (dons do Espírito Santo) - não estamos sendo o casal do "eu sozinho"?
Nós e a Equipe Faltamos com o auxílio mútuo? Procurei ajudar o Casal Responsável ou ofereci a ele o meu auxílio? Como vão os irmãos de equipe? Colocar no Dever de Sentar-se a figura de cada casal e procurar identificar as necessidades de cada um. A nossa participação na equipe tem
Vida a Dois Nossas relações afetivas (relativas aos gestos de amor), carnal e espiritual; às vezes estamos tornao35
permitido que cada um seja o que na verdade é? Temos feito todo o empenho para levar os nossos irmãos a acreditar que só através da crença de que Cristo está presente em nossas reuniões é que nossa equipe será uma equipe de peregrinos? Acreditamos que uma atitude negativa pode levar o nosso irmão a "brigar" com Cristo? Podemos preparar a Reunião de Equipe, nos preocupando com ela, falando sobre o Tema?
Nós e a Vida no seu Coniunto Programar férias ... preparar atos litúrgicos ... o Natal ... a Quaresma ... a nossa situação financeira ... Para finalizar, como cada Ponto Concreto de Esforço deve levarnos a assumir e vivenciar atitudes concretas, é fundamental que, nessa oportunidade do dever de sentarse, o casal também procure descobrir nesses questionamentos, de q!;}e maneira tem vivenciado as TRES
ATITUDES FUNDAMENTAIS : Nós e Deus Como vai a nossa Oração Pessoal, e a Conjugal? Da Farm1ia, da comunidade? Como vai a nossa recepção aos Sacramentos? E a nossa missa pelas Equipes? Fazemos tudo para assisti-la ou o menor embaraço nos desanima? Fizemos Retiro? Procuramos saber quando vai haver e nos interessamos por ele?
a. Cultivar a assiduidade em se abrir à vontade e ao amor de Deus. O que fazer para ajudar meu cônjuge a ser mais fiel a Deus, a se es.forçar na vida espiritual? b. Desenvolver a capacidade para a verdade. Nosso relacionamento é profundo, sincero, leal? Como derrubar as barreiras?
c. Aumentar a capacidade de encontro e comunhão. Ao término de cada dever de sentar-se, sentimonos mais unidos, mais cúmplices, mais renovados em nosso amor?
O impor1:3nte "' naoe ter razão, e amar e respeitar. /
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Elenice e Mauro Eq. 4 - N. Sra. do Carmo Caçapava, SP 36
o
Bo~ais/
diretor abriu a porta da sala de aula e a criançada entrou em pânico. Não pode mais riscar com a caneta o coleguinha da frente, morder a orelha do gordinho ou colocar prego na cadeira da professora, sob o risco de punições severas . A molecada não gosta de regras, muito menos de castigos. O Brasil neném não gosta de leis. Não acredita que elas possam ser realmente aplicadas e detesta a idéia de que transgredi-las possa resultar em punições. O país reage infantilmente ao novo Código de Trânsito. Acostumado com a ausência de rigor, habituado ao vale-tudo da guerra do asfalto, prefere dedicar-se a descobrir truques para burlá-lo e colecionar problemas com a esperança de inviabilizá-lo. Como crianças na Disneylândia, os brasileiros encantam-se com o que vêem na Europa. Vivem a contar aos amiguinhos que lá no Primeiro Mundo os carros param quando o pedestre pisa na faixa. Que o ônibus não sai correndo com gente pendurada na porta. Que não se disputam grandes prêmios automobilísticos nas ruas e os sinais são respeitados. Mas cá entre nós, claro, a coisa é diferente. A Europa, como diz a curiosa linguagem local, é "lá fora". E "lá fora" é outro mundo. É quase uma ficção , alguma coisa que se vê nas férias, como um longo filme ou peça de teatro. Depois a cortina fecha e volta-se à esculhambação de nossa vida real. É claro que o novo código é extenso, com detalhes desnecessários e uma ou outra maluquice. É verdade que a regulamentação nem sempre será simples e a aplicação dificilmente poderá ser integral. Não se discute, também, que os responsáveis pela implantação da nova legislação perdem-se, como de hábito, em trapalhadas. Mas nada disso deve servir para ocultar o fato de que o trânsito no Brasil é uma barbárie e precisa ser civilizado. Não é apenas essa ruidosa confusão, a napolitana bagunça "cultural" da informalidade: é a estupidez, é a violência, é o abuso, é o permanente risco de morte. São as motos e fuscas que furam os sinais vermelhos e perdem os verdes, que levaram Caetano Veloso a concluir na célebre canção: "Somos uns boçais".
Marcos Augusto Gonçalves Editor de Domingo folha de São Paulo, 25.01.98 37
Feliz 1999 ?!?! / ~
fa ! já estamos no começo do ano. Depois de toda aquela enchente de más notícias econômicas vindas das bandas da Ásia, respiramos um pouco aliviados. Até que o Natal e Ano Novo foram mais alegres do que se esperava. Deu até para comprar uns brinquedinhos muito baratos: bonecas da Coréia, bicicletas da China, novidades japonesas (fabricadas na Tailândia). Tudo tão baratinho! Está certo que uma grande indústria brasileira de brinquedos pediu concordata, mas isso não é nada ... Importamos e comemos panetone italiano, chocolates suíços (apesar do cacau ser brasileiro) vinhos de toda parte do mundo! Que regalo! E tudo tão mais em conta. Está certo que sobrou muita coisa produzida no Brasil, mas isso não é nada .... Um milagre essa tal de globalização, não? Deu até para muita gente viajar, mandar seus filhos para a Disney, tudo tão facilitado por tantos bancos (asiáticos, europeus, americanos e até brasileiros ... ) em que hoje tropeçamos em qualquer esquina de nossas cidades. Que maravilha, não? Puxa, que papo é este na nossa Carta Mensal? Falar de economia aqui? E por que não, meu irmão? Estou fazendo essa colocação para que você, sua mulher, seus filhos parem e pensem (se ainda não o fizeram) que o mundo está numa reviravolta da pesada. Que essa tal de globalização tem algumas vanta-
gens, mas que tudo isso precisa ser administrado com muito cuidado. Ela está cheia de armadilhas. E o DESEMPREGO é a maior de todas. Cada dia estamos sentindo, vendo, ouvindo sobre a quantidade de fusões e compras de empresas grandes grupos engolindo os menores. E postos de trabalho são fechados! Onde havia dois empregados basta um. Em nome da racionalização, em nome do custo, em nome do preço, enfim do mercado! Há explicação para tudo isso? Sim, há. A gente até aceita. Mas será que as coisas têm que ser implementadas assim tão rapidamente, como estão acontecendo? Onde fica o homem, carne e espírito? Onde estamos nós dentro desse furacão? Diante de toda essa massa de desempregados, diante de toda essa gente sem esperança (depois dos 40 já estamos descartados), o que será deste nosso Brasil? Ou melhor, o que será deste nosso mundo, pois o problema é mundial? Onde buscar paz interior quando não sei se o meu emprego, o meu salário estará seguro no próximo mês? Como estarão vivendo essa problemática os meus irmãos de equipe? Como estarão os equipistas já aposentados e os que, não tendo onde arranjar um novo emprego, buscam se aposentar, apesar do salário de fome? Puxa, mas que colocação mais pessimista, não? Não meu irmão, eu não sou pessimista e não pretendo ser profeta, mas o problema
U
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está aqui, agora, e já bate as nossas portas. Mas (e agora vem o mais importante) nós somos, ou deveríamos ser, cristãos com esperança, cristãos com alegria no coração e, acima de tudo, cristãos que sabem arregaçar as mangas e enfrentar os desafios de hoje. Em primeiro lugar, essas coisas estão acontecendo em nossa casa? Estão acontecendo na nossa equipe? No nosso setor? Não? Ótimo! Mas se estiverem, não estaria na hora de acordarmos, partir para uma constatação do que realmente está acontecendo? Quantos equipistas já estão desempregados? Quantos estão na iminência de o ser? Quantos estão com dificuldades e ainda não tiveram a coragem (ou não tiveram o espaço) de se abrir em nossas equipes, mostrando as suas necessidades, as suas ansiedades? E vamos só constatar? Você não acha que estaria na hora de "ressuscitar" o armário, o guarda-comida, o espírito das primeiras equipes durante a 2" guerra mundial? Não estaria na hora de nossos setores se mobilizarem para uma verdadeira e concreta ajuda-mútua, uma cruzada onde os que tiverem necessidade possam de fato recorrer a essa ajuda? Vamos ficar só em palavras e orações em intenções aos desempregados? Não estaria na hora de se colocar em prática aquilo que tanto falamos e admiramos sobre .caridade fraterna, sobre solidariedade? E por que não envolver nossos filhos nessa entre-ajuda? Por que não pedir a eles que deixem de comprar aquele tênis de grife e que
ajudem também na compra do material escolar que aquela fanu1ia não está podendo comprar, porque os pais estão desempregados? Não seria um bom exercício fazer com eles a oração se transformar em vida? Não é isso que está faltando aos nossos jovens, que se recusam a freqüentar a Igreja, que a Palavra se torne realidade através de nós? Gente, precisamos ficar alerta. As coisas estão acontecendo tão rapidamente e a maioria não está se conscientizando de que alguma coisa tem que ser feita, e feita já. Estamos rezando pelo terceiro milênio, e isto é muito bom, mas precisamos rezar e fazer alguma coisa por aquilo que hoje está acontecendo e afligindo os nosso irmãos. Rezar para que Deus aumente a nossa sensibilidade para "ver" de que forma ajudar. Compreender que nenhum desempregado vai rezar pelo ano 2000. Ele está angustiado pedindo pelo pão de hoje, pedindo um milagre, milagre esse que vai acontecer através de nós. A construção do Reino não acontece falando, discutindo, mas sim fazendo. Só desta forma, ajudando, abrindo nossas casas, emprestando nosso ombro, dando o nosso tempo e dividindo o que temos com os nossos irmãos de equipe, talvez possamos, quando chegar a nossa festiva de 98, olhar nos olhos deles e desejar: FELIZ 99 MEU IR-
MÃO! Orlando (da Wilma) Eq. 3 - fundia~ SP 39
O Senhor Está VIVo! ./
O
Senhor está vivo! Esta
expressão que se ouvirá é o que de mais profundo e alvissareiro desejávamos ouvir. O Senhor está vivo, é tudo o que o Povo de Deus alimentou, na esperança por viver. A novidade de que Deus é o vitorioso sobre a morte, fazendo explodir a vida plena. Viver a Páscoa do Senhor, fazer com Ele a passagem da morte para a vida é o que de mais grandioso pode ser vivido por nós, seres humanos. É algo de tal maneira envolto no mistério que, à primeira vista, até parece impossível que seja verdade! Foi assim que reagiram os primeiros, os contemplados e felizes • - - - visitados pelo Ressuscitado. Confundiram-no com um anjo, com um jardineiro, com um andarilho, com um fantasma ... Mas Ele, o Senhor da vida, ressuscitado, sempre procura com ternura e amor dissipar-lhes as dúvidas, abrir-lhes o entendimento, fazêlos assumir memória, a fim de que sintam o quanto são felizes por pertencer a um grupo, a uma comunidade da qual o Mestre e Senhor é vencedor da morte, vive e continua a caminhar com os seus, sendo-lhes força e alento nos momentos de desânimo; afirma-se como fundamento da fé, esperança vivida pelos da comunidade. Com Paulo nos é afirmado que "se Cristo não ressuscitou, vã é nossa esperança, mentirosa é nossa fé". Meu irmão, minha irmã: Você que depositou sua esperança no
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Senhor, abra seu coração de par em par, não tenha medo, (no dizer do Papa) e acolha Cristo ressuscitado em sua vida. Deixe a luz da vitória iluminar, irradiar alegria, fazê-lo (la) gente diferente no amor. Creia, com Cristo Ressuscitado em nós, os ranços da tristeza, o luto, o desespero e até a morte não mais nos atemorizam, não mais nos causam medo. Páscoa é vida nova. Reparta com o irmão, com a irmã que encontrar pela vida esta notícia alvissareira. Grite forte para que todos ouçam: JESUS RESSUSCITOU! ELE VIVE, ESTÁ NO MEIO DE NÓS, TORNOU-SE NOSSA ESPERANÇA, NOSSA SALVAÇÃO, NOSSA PAZ!
E ao ouvirem, os entristecidos terão novo alento; os pobres erguerão a cabeça de esperança; os enlutados se vestirão com roupas de festa - festa que nunca mais acabará. Enfim, todos ganharão vida nova e cantarão louvores a Deus, que opera maravilhas, como Maria cantou. Viva esta Páscoa com profundidade de vida. Seja feliz! A Páscoa do Senhor é também a nossa Páscoa. Nele somos vitoriosos e, por isso, felizes. Feliz e abençoada Páscoa a você! E creia, Deus o ama muito.
Pe. Luiz Carlos Rodrigues CE da Região SC (do Boletim Magnificat SC mar/abr/97) 41
Deus Escolheu as ; Figurinhas para Poder Chegar até .Nós om o Plano Real, minha profissão de vendedor ficou muito ruim. Várias firmas e vários pequenos comércios.quebraram e não foi diferente com a firma em que eu trabalhava: quebrou e de repente fiquei desempregado. Só que tenho dois braços, duas pernas e muita experiência profissional, um Deus que é Pai e me ama e nunca me desampara; por isso, olho para frente e vou vivendo até certo ponto feliz, com vários bicos em vendas. Um desses bicos foi vender figurinhas. Num certo ponto de vendas, onde coloquei as figurinhas, na segunda visita, deparei-me com um casal novo, mais ou menos 30 anos de idade cada um, mas já bem desgastados no seu relacionamento conjugal, ansiosos por uma palavra de amparo, alguém que os ajudasse.
C
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Pelo meu modo de ser, eles encontraram em mim esta pessoa. Num papo de duas horas, falei do casamento em si, da harmonia conjugal, dos filhos e, principalmente, de Deus. Eles estão praticamente afastados de todas as atividades em sua paróquia e duvidando de muitas verdades em que acreditavam. Não rezam mais. A Bíblia, palavra de Deus, acham que de nada adianta. Orientei-os bastante. Falei das Equipes de Nossa Senhora, do qual sou um apaixonado. Falei dos Temas de Estudo, que são muito importantes para nossa vida espiritual e conjugal; dos Pontos Concretos, principalmente do Dever de Sentar-se, que nos santifica como casal e como pessoa. Eles ficaram empolgados, vão começar a mudar sua vida conjugal imediatamente, voltarão a participar novamente de sua paróquia. Fiquei de voltar mais vezes, não como vendedor, mas sim como um amigo para orientá-los mais. Quando ia saindo, ele me disse: "DEUS ESCOLHEU AS FIGURINHAS PARA PODER CHEGAR ATÉ NÓS".
Cristo tem poder.
Rosilene e Chico Eq. 27 - Setor A - Florianópolis, SC 42
·
VER ''Eles não.._ vlllllo"'
O olhar de uma criança nos convida para gestos de ternura
Um rosto de criança sempre esconde um futuro de esperança
Olhos solidários ... Olhos de acolhimento ... Olhos de compreensão ... Olhos de misericórdia ...
Como vemos, sentimos e interpretamos a educação no mundo em que vivemos?
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''Fa..t tuclo •
tp10 . . , . ... . .er''
A educação bíblica nos ensina a julgar com o coração
O coração da criança nos motiva para viver o amor
car o
-
cora~ao
Pedagogia da bondade Ardor de ternura Métodos de acolhimento Expressões de misericórdia Pe~~Sando
a educação a partir de uma visão btblico-pedagógica
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Ardor evangelizador Métodos fraternais pressões ibertadoras
EncurfiJndo a distância entre proposta bíblicB-pedagógica e a prátia educativa
O olluu e o coração
As mãozinhas da criança são convite para crescimento na fratern· de
nos motivam a servir a vida e esperança com nossas ãos
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~~~~W~W~l=Jld[iJ~@~L=Jb
./
I -==-I
Sinto falta na Carta Mensal (CM) de alguns momentos dedicados a Maria (orações, poemas, louvores que pudessem ser usados nas reuniões) pois falando-se de ENS, deveria ter, na minha opinião, uma página só para ela, bem bonita. Sinto falta, também, de invocação ao Espírito Santo. Na antiga Carta sempre vinham alguns desenhos que me tocavam muito, talvez até mais que certos artigos. Deveriam recontratar o antigo cartunista para alegrar nossa carta. Acho também que a CM é muito teórica e pouca prática. São poucos os que escrevem depoimentos para falar de si mesmos, e é por isso talvez que digo que a CM é muito teórica.
mim maravilhas ... " Não deveria ter havido uma explicação histórica ou teológica que a justificasse? Notamos que, com este descuido, a unidade do Movimento ficou seriamente comprometida, pois tem sido constrangedor em nossas reuniões de Setor, quando, no encerramento, o Magnificat é rezado em duas versões diferentes.
~ Rosalina e Adilson Equipe 12 - N.S. Lourdes Juiz de Fora, MG
/ !-==-•!Atendendo o pedido do Padre José Francisco Rezende Dias, reitor do Instituto Teológico Interdiocesano São José de Pouso AlegreMG, e dos seminaristas que aliestudam, transmitimos, a todos os casais do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, o agradecimento pela doação em dinheiro feita àquele Seminário como colaboração à formação daqueles futuros padres. Que Nossa Senhora de Caná mantenha bem vivo o entusiasmo pela vocação dos seminaristas, em especial aqueles do Instituto Teológico São José.
~Heloisa (do José Luis) Equipe 3 - N. S. Aparecida Barbacena, MG
Gostaríamos de solicitar que a ECIR aproveitasse este espaço privilegiado de comunicação para esclarecer, para todos, as razões históricas ou teológicas que levaram à mudança da maneira de rezarmos o MAGNIFICAT. Aprendemos esta oração há 17 anos. Nossos filhos aprenderam ainda pequenos: " O Senhor fez em
~ Cecz1ia e Hamilton, CRR Minas Gerais li
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Pe. Marie Dominique Philippe, o.p. Paulinas
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0 Pe. Philippe, dominicano francês, lecionou filosofia na Universidade de Friburg (Suíça) de 1945 a 1982. Continua ensinando filosofia e teologia na Congregação São João e na Université Libre des Sciences de l'Homme, em Paris. Teólogo e pregador, é uma das figuras marcantes da ordem dominicana, no século XX. No seu livro, responde a mais de 150 perguntas sobre o projeto de Deus sobre o casal, a vida sexual, o matrimônio, a fanu1ia e a educação. Essas perguntas foram formuladas por jovens que queriam interrogar um teólogo que fosse, antes de mais nada, um homem de oração, mas também um homem que pudesse lhes responder no plano meramente humano.
• FÁTIMA: UM APELO MATERNO • LOURDES, FONTE DE GRAÇAS • GUADALUPE, A MÃE DE DEUS NAS AMÉRICAS
Os três livros são de autoria da equipista Mafalda Pereira Boing (Aihio) de Florianópolis-Se (Edições Loyola). Foram escritos a pedido de Dom Murilo Ramos Krieger, então bispo Auxiliar de Florianópolis. Ele solicitou que Mafalda escrevesse "livros pequenos, simples, com linguagem clara e acessível, mas totalmente fiel aos acontecimentos relativos às invocações" SERAFINO E SINFRÔNIO: UMA rF1t~"''.., HISTÓRIA DE AMOR (em versos)
VAMOS SAIR DA TOCA?
Zaida e Rubens Diniz, equipistas de Florianópo• ----. lis/SC, utilizaram os dois pezinhos como símbolo da figura do casal. O enredo, em rimas, direcionou-se para a vivência cotidiana do Sacramento do Matrimônio, onde encontros, desencontros e reencontros são variáveis temperamentais que, quando trabalhadas na oração, no amor de Deus e no respeito mútuo, fazem-nos crescer e levam-nos à felicidade conjugal e familiar.
Zaida e Rubens Diniz Este livro nasceu da necessidade que se tinha de ilustrar e motivar as reuniões e encontros de casais da Experiência Comunitária das Equipes de Nossa Senhora de Florianópolis. VImos assim, pelo enredo, que a recreação, nesses momentos de evangelização, é também uma forma alegre e agradável de oração e de louvor ao amor misericordioso do Pai.
Pedidos para: R. São Pedro, 291 Balneário Estreito • Florianópolis-Se • cep 88075-520 • Tel (048) 244.1916 47
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Encheide/
Agua as Talhas ontemplando a narrativa do evangelho de João (2, 1-12), onde podemos vislumbrar um ato de Fé de Maria, não podemos deixar de observar o paralelismo existente entre a narrativa e a vida do EQUIPISTA:
C
1. Depois de algum tempo junto, o casal começa a achar que falta algo mais em sua relação. Assim como em Caná, o vinho do primeiro amor parece ter acabado (Jo 2, 3). 2. O casal, em busca desse algo mais, encontra auxílio nas ENS, assim como o casal de Caná encontra auxilio em JESUS (Jo 2, 7). 3. Surpresos, eles descobrem uma nova dimensão do matrimônio, muito melhor que a primeira, reação igual à do chefe dos serventes, ao provar da água transformada em vinho (Jo 2, 10). 4. Com o tempo, alguns casais se põem no lugar dos serventes e, atendendo ao apelo do Movimento, vão, com suas limitações e boa vontade, encher de água as talhas de outros casais para que JESUS transforme a vida conjugal de outros com o vinho da proposta evangélica para o matrimônio (Jo 2, 7-8). Diante das relações expostas, devemos refletir: Como CASAL EQUIPISTA, de que maneira temos respondido ao QUESTIONAMENTO QUE O EVANGELHO NOS TRAZ? Agimos com a Fé de nossa Mãe MARIA e com a humildade dos serventes, que obedeceram sem questionamentos às ordens daquela mulher, que para eles era uma desconhecida, ou nos recusamos a servir, permanecendo com a nossa talha cheia e não dividimos com os outros? "QUE MARIA, A MÃE DA FÉ, NOS AJUDE A OPTAR PELO AMOR E PELA GENEROSIDADE, PARA QUE NOSSAS VIDAS, COMO EM CANÁ, CONTINUEM UMA FESTA PELA PRESENÇA ALEGRE DE JESUS".
Esmeraldino (da Léa) Eq. 1 - Nossa Senhora do Rosário Barbacena, MG 48
MEDITANDO EM EQUIPE Na abertura de seu evangelho ( 1,1-4) Lucas apresenta-se como testemunha fiel da tradição ("de acordo com o que nos transmitiram aqueles que, desde o início foram testemunhas oculares e ministros da Palavra") e como quem faz questão de viver a partir de fatos : o fato de Jesus e o fato da experiência da comunidade cristã . A leitura de seu evangelho deve ser para nós oportunidade de, levados pelo Espírito Santo, reatar nossos laços com a vida e com a experiência de nossa comunidade cristã do passado e de agora .
Leitura: Evangelho de Lucas 1,1-4 • • • • •
Sobre que Lucas nos quer falar, em que se baseia e por que escreve? Oual a minha certeza fundamental? Oual é, em minha vida, a demonstração mais clara de minha fé cristã? Oue é que vou fazer? Renove sua adesão, louve, agradeça, peça ...
Ora~ão
litúrgica:
"Creio em Deus Pai" Nas antigas cerimônias do Batismo, num determinado momento, o convertido tomava conhecimento do "Credo", um resumo dos principais pontos da fé cristã, que a comunidade lhe confiava como um tesouro . As palavras que hoje repetimos são
as mesmas desde o século quarto. Vamos repetir pausadamente o "Creio", unindo-nos à infinidade de cristãos que viveram antes de nós e lembrando que é nosso dever passá-lo aos que viverão depois de nós .
Pistas para o ''dever de sentar-se" A finalidade primeira desse "diálogo conjugal mensal " é crescer como casal na santidade. Neste mês o casal poderia conversar sobre estas perguntas : • Como estou mostrando para você, em minha vida, o caminho e a alegria da santidade? • Oue devo fazer para ajuda r você ainda mais no caminho da santidade e na alegria cristã? No final cada um pode ria contar para De us as coisas mais importantes que aprendeu com o outro, agradecer, louva r, pedir e alegrar-se .
ORIENTAÇÃO DE VIDA: . CONVIDADOS ÀS BODAS DE CANÁ •
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Eies não têm mais vinho1 '
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Fa.zei tudo o que Ele vos disser"
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Enchei de água as talhas"
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal e Familiar R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail : equipes@virtual-net.com .br