ENS - Carta Mensal 339 - Setembro 1998

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°339 • Setembro/1998

EDITORIAL .... .. .................. .......... O1

O Espírito Santo e Maria .. .... .. ..... 26

Conselheiro da ECIR ................... 02

O Terço ........ .. ............................ 28

ECIR ........... .. ....... ... .... .. ...... ....... . 03

PCES ......... ....... ........... ..... .... ...... 29

A ECIR Converso com Vocês ........ 03

A Escuta da Palavra .................... 29

MÊS DA BÍBLIA ............................ 05 A Bíblia .. ..................................... 05 A Biblioteca do Amor .. .. .... .. ...... .. 07 VIDA NO MOVIMENTO .............. 08

Dever de Sentar-se ..................... 31 PALAVRA DO LEITOR ................... 33 ATUALIDADE ..................... .. .... .... 34 Eleições .... .. ................................ 34

Por Essa Não Esperávamos ......... 08 Seminaristas e ENS ..................... 09 Expansão: Criação de Novas Regiões ...... .. .. 1O

REFLEXÃO .................................. 35 Correndo em Pleno Outono ........ 35 Brilhar Sempre .................... .... .... 37

Peregrinação Equipista ............ .... 1 1

TESTEMUNHO .. ............ .............. 39

FORMAÇÃO .. ...................... .... .. . 13

Três Fios de Cabelo .. .......... .. .. ..... 39

Os Grandes Valores-

O Companheiro Invisível .. .. ......... 41

A Esperança .......................... .. ... 13

SANTIAGO 2000 .. ...................... 43

Carismas do Espírito ........ .. .. .. ..... 15

O Santuário de Santiago de Compostela .... .. ....... 43

Hoje a Salvação Entrou Nesta Casa ...... .. .............. 1 7

ORAÇÃO ......... ....... ... ................ . 46 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 21 Demonstrações Financeiros de 97 .. .............. ...... . 23 MARIA .... ...... ....... ....................... 26

Carta Mensal

é uma publicação men.11al das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Silvia e Chico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sales

Não Me Leve a Mal, Senhor .... .. .................................. 46 Como Nasceu a Salve Rainha ..... 47 Senhor .... .. .. .... ............................ 48

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flál'io Cavalca de Casllv, CSsR (cons. espiritual)

Capa: Talma Serra

Jomalista Responsável: Catherine E. Nadas (MTb 19835)

Fotolitos e Impressão: Edições Loyola R. 1822.347 Fone: (011) 6914.1922

Editoração Eletrônica e Ilustrações: F & V Editora Ltda. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (OJI) 3873. 1956

Tiragem desta edição: 12.300 exemplares

Cartas. colaborações, notícias, testemunhos e inUlgens devem ser enviculas para: Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5u andar . conj. 53 cep O1309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 Fax: (0 11 I 257.3599

A/C Silvia e Chico


Tabebuia Crisocrycha/ Olá gente amiga, Nós não sabemos por que, mas podemos lhes garantir que o "tabebuia crisocrycha" é árvore símbolo do Brasil. É para evocar em todos o sentimento de nacionalidade e patriotismo que nossa capa traz o ipê amarelo, ou "tabebuia crisocrycha" (seu nome científico) que representa, neste momento, a nossa Pátria .. Diz-se que, na antigjl Grécia, os pais, antes de ensinar aos filhos qualquer outra ciência ou arte, tinham por dever transmitir-lhes os valores éticos, tais como o patriotismo, a solidariedade, o heroísmo, etc. Nós não sabemos responder, mas aqui fica a provocação: quantos de nós já passamos para nossos fllhos o sentimento do amor pela pátria, do respeito pelo chão que pisamos, da solidariedade com a nossa gente? Vamos viver, neste início de setembro, o Dia da Independência e, mais um pouco, as eleições já chegando! E aqui estamos nós para lembrar que a política é uma forma de caridade voltada para a construção do bem comum. Na abertura deste editorial queremos chamar a atenção para este tipo de consciência e de atuação que está ao alcance de nossas mãos. Setembro também é o mês de prestar maior atenção à "biblioteca do amor" composta pelos livros da Bíblia Sagrada. Saboreiem os artigos desta Carta Mensal que tratam deste tema. A tesouraria do nosso Movimen-

to apresenta-nos o relatório financeiro, valendo a pena prestar atenção na responsabilidade de cada um, de cada equipe, para garantir a nossa expansão pelo Brasil afora, para garantir a circulação da seiva do Movimento, através dos grandes encontros, das sessões de formação, enfim, através de toda uma estrutura que se desenvolve e trabalha para nos manter em unidade. Pensamos que seja também a hora de verificar a nossa generosidade, se o nosso "dia de trabalho" como contribuição ao Movimento não está muito encolhido. Voltando à "tabebuia crisocrycha" da capa, dizem os estudiosos em botânica que sua florada é muito curta, só dura um mês e, portanto, há pouco tempo para se desfrutar do espetáculo de sua beleza. ~ada Carta Mensal também, como um ipê amarelo, tem o seu tempo próprio para ser apreciada. Se ela ficar engavetada para depois, o leitor a encontrará com as flores murchas, despencadas, sem pujança, pois o tempo passou e consumiu a sua atualidade .. K É por isso que, com base no carinho da nossa amizade, pedimos a vocês, queridos irmãos equipistas, que encontrem um tempinho agora, o mais depressa possível, para aproveitar a "florada" das páginas desta edição. Em nome da nossa equipe da Carta Mensal, deixamos a todos um caloroso e fraternal abraço,

Silvia e Chico CR da Carta Mensal


Conselheiro da ECIR/ Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Ponto Concreto de Esforço, escolhendo um texto bíblico para a vivência dos demais Pontos Concretos. A Palavra de Deus é como o sal: desaparece para dar sabor; é como o açúcar que se transforma em energia, é o alimento que nos sustenta. Deixando a "Palavra de Deus" penetrar dentro de nós, da nossa vida, a gente vai se divinizando. A Palavra vai tomando conta e não se consegue mais separar o que é de Deus e o que é nosso. Nem se sabe muito bem o que é Palavra Dele e o que é palavra nossa. Quando a "Palavra de Deus" entra na dinâmica de nossas vidas, ela passa da cabeça para o coração, transformando isso em oração diante de Deus, como Projeto de nossas vidas. É mergulhar dentro dos fatos, descobrir e saborear a presença ativa e criativa de Deus e comprometer-se com o processo de transformação que provoca a história. Façam a experiência de construir sua história conjugal com a luz da Palavra de Deus. Que fatos e acontecimentos em nossas vidas, configura-nos à Palavra de Deus? Esse é um bom motivo para a "Partilha" na Reunião Mensal. Deus os abençoe sempre.

este mês de setembro, a Igreja coloca ênfase na Bíblia, fonte de toda a vida cristã. Queria, com vocês, refletir um pouco sobre a importância da "Escuta da Palavra". É através da "Escuta da Palavra" que podemos ir configurando nossa vida conforme os desígnios de Deus . É a "Palavra de Deus" que orienta nossas atitudes de perceber a Sua vontade em nossas vidas, mostra-nos e ensina-nos a verdade e qual a verdade que devemos buscar e abre-nos a possibilidade de ir ao encontro e comunhão conosco, com nosso cônjuge e com os irmãos. Muitas vezes buscamos interpretar essa "Palavra de Deus" querendo adequá-la as nossas situações de vida. Penso que o inverso deveria acontecer, isto é, as nossas situações de vida serem iluminadas pela "Palavra". Nossa atitude deve ser de "ESCUTA" - Deus quer nos falar algo ... coloco-me atento ... dobro a cabeça ... faço silêncio ... fala, Senhor, eu escuto!!! A "Palavra de Deus" tem de ser a porta de entrada para a "Meditação" e a "Oração Conjugal". Nem sempre recorremos à Bíblia para nossas meditações e orações; algumas vezes utilizamos um poema, um texto, uma história .. . mas a fonte maior da "Escuta da Palavra" é a " PALAVRA DE DEUS". Tentem, neste mês, enfatizar esse

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Abraços e orações,

Pe. Mário José Filho, css EC/R 2


A ECIR Conversa com Vocês / entro da nossa pequena visão, concordamos com aqueles que apontam como marcas do nosso tempo: o direito de cada um fazer o que julgar correto; a inversão dos valores até então estabelecidos; a velocidade das informações trazendo um ritmo acelerado para a nossa vida; a oferta de novas espiritualidades, confundindo os mais fracos e outras. Como cristãos estamos sempre procurando entender estas novas situações e qual seria a atitude mais coerente a tomar diante delas, ver claro o caminho a seguir. Estas reflexões são para lhes falar de um ponto concreto de esforço muito importante, a Regra de Vida. O Estatuto diz que "sem regra de vida, a fantasia preside freqüentemente à vida religiosa dos cônjuges e toma-a caótica". Continua, definindo a Regra de Vida: "nada mais é do que a determinação dos esforços que cada um resolve impor-se, para melhor responder à vontade de Deus "sobre si". Como, diante das marcas do nosso tempo, falar de um esforço para conseguir um modo de vida mais cristão? A determinação, ao nosso ver, é a chave. A vida pessoal, profissional, não chegam a lugar algum sem a determinação de um plano, de um simples programa. Isto, todos nós podemos comprovar. Em tempos de preparação para um Novo Milênio, a visão se alarga

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encontrar saída para a falta de tempo, de disponibilidade, de comprometimento. 3


Nem tudo nesta época serve ao cristão. Quando não dirigimos nossa vida pelo Evangelho, somos dirigidos por filosofias e modismos. Diante de nossa coerência, do nosso esforço para uma conversão pessoal é que o mundo crerá em Jesus Cristo. O carisma recebido, espiritualidade conjugal, é a nossa opção de ser Igreja. Em casal, num Dever de Sentar-se, podemos rezar a nossa realidade. A Palavra de Deus deve iluminar as decisões em todos os níveis da vida. E o esforço de conversão sobre a situação rezada pode ser feito através da escolha de uma Regra de Vida. A partilha desta experiência de vida, na reunião mensal, ajudará a equipe a se abrir a novos horizontes. Precisamos encontrar saída para a falta de tempo, de disponibilidade, de comprometimento. A determinação de uma Regra de Vida pode ser a solução. Para nós, particularmente, ajuda muito a proposta: "vou viver a minha Regra de Vida só hoje". A Bíblia nos diz que, para o Senhor, um dia é como mil dias. Então, um dia de Regra de Vida ganha uma importância enorme e nos enche a alma da presença de Deus. Pedimos que o Espírito Santo lhes dê os dons necessários para a conversão diária ao plano que Deus tem para vocês. Que Maria os acompanhe na caminhada!

e deve refletir no modo de viver. Se a escolha da nossa Regra de Vida gira em torno da vida pessoal, conjugal, familiar, agora poderia estender-se à nossa missão de batizados, orientar nossa presença no mundo. Dentre as inúmeras opções, gostaríamos de refletir sobre a linha do SERVIÇO, do Projeto Rumo ao Novo Milênio. O destaque, para fora do Movimento, é a promoção dos direitos civis, sociais e econômicos, vistos através da família. Quanto ao Movimento, é a conscientização e valorização dos di versos serviços prestados como pilotos, coordenadores de Experiências Comunitárias, ligação e outros. Uma resposta à vontade de Deus sobre nós mesmos, através de uma Regra de Vida, pode ser: participar das atividades em favor da vida, conscientizar a sociedade e mobilizar as pessoas a dizer "não" ao aborto. Como profissional, privilegiar, direcionar recursos para a educação, saúde e meio ambiente. Concretizar a reflexão da Campanha da Fraternidade. Ser coerente nas atitudes em relação às necessidades dos cidadãos quanto a alimento, trabalho, moradia ... Diante do processo eleitoral que atravessamos, fazer tudo o que realmente podemos para apoiar propostas que valorizam a cidadania. Vestir com coerência a camisa das ENS quanto ao seu carisma- espiritualidade conjugal- e mística- presença de Cristo, ajuda mútua e testemunho. Exercer as funções com determinação.

Fraternalmente, Vera e Renato

ECIR 4


A Bíblia/

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uma frase de São Jerônimo que sempre me causa pro unda impressão. Ei -la: "Desconhecer as Sagradas Escrituras é ignorar Jesus Cristo". E, para nós, que pode haver mais importante do que penetrar no conhecimento de Cristo para amá-Lo sempre mais? Toda a Bíblia nos fala de Jesus. Primeiro, a grande preparação, a execução do PLANO DA SALVAÇÃO por parte de Deus para que os homens, pouco a pouco, fossem se dispondo para a grande hora - a vinda do Messias. Em seguida, Cristo realiza a re-

denção da humanidade e apresenta aos homens a Boa Nova, indica o caminho para o Pai. Depois, a história da Igreja Primitiva nos encantadores Atos dos Apóstolos e, como fecho de toda a Bíblia, este misterioso Apocalipse -os últimos ataques contra a Igreja e a vitória definitiva do Cordeiro imolado. A Bíblia é o livro da intimidade de Deus com os homens. O Senhor nos faz participantes dos segredos de Sua vida infinita e manifesta os seus desígnios de amor para conosco. É assim um livro de famí-

Começo a leitura da Bíblia com uma breve oração, invoco o Espírito Santo, peço Suas Luzes, suplicoLhe que a Palavra Divina caia em meu coração, à semelhança da semente escolhida que é lançada a uma terra fértil e bem adubada. 5


depois desta leitura? Termino a minha leitura igualmente com uma prece, isto é, uma conversa com Deus. O Senhor me falou pela Sagrada Escritura e agora é o momento de dirigir-me a Deus. Abro-me ao Senhor sobre os meus problemas, falo-Lhe a respeito das minhas dificuldades, apresento-Lhe minhas resoluções e suplico-Lhe forças. Como esta oração final é importante! Mas pode acontecer que alguém indague: "Por onde começar? Pela primeira página da Bíblia?" Eu lhe aconselharia que iniciasse o seu contato com a Sagrada Escritura pelos Evangelhos - história de Cristo e a doutrina do Mestre Divino. Depois teria muito proveito em ler o livro "Atos dos Apóstolos" e, em seguida, percorrer as diversas epístolascartas que os Apóstolos mandaram para as primeiras comunidades. Agora, então, passe para o conhecimento do Antigo Testamento. Meu irmão, estamos no mês da Bíblia, não perca a oportunidade de comunicar-se com Deus através de Sua Palavra. Faça da Bíblia o "seu pão de cada dia". No livro dos Salmos, o escritor sagrado nos deixou esta prece muito linda: "Senhor, que a Vossa Palavra seja a luz dos meus caminhos". Que a Bíblia ilumine toda a sua existência, que nas palavras sagradas você encontre a manifestação de Deus e a força de doar-se aos irmãos.

lia, em que o pai é o próprio Deus e os filhos somos todos nós. Vejo a Bíblia como uma carta que Deus me dirigiu, quero lê-la com carinho e guardá-la com respeito. Mas como ler a Bíblia? É claro que não possa fazê-lo da mesma maneira com que cada manhã vou folhear o jornal que me traz as últimas novidades, nem mesmo vou ler a Sagrada Escritura com a emoção de quem se entrega a um livro de aventuras ou com a sofreguidão de alguém que devora um romance apaixonante. Para mim, a leitura da Bíblia é completamente diferente. Vou lê-la com todo o respeito, compenetrado do seu caráter sagrado. Quero fazêlo com as disposições de quem se comunica com Deus. Assim, começo a leitura com uma breve oração, invoco o Espírito Santo, peço Suas Luzes, suplicoLhe que a Palavra Divina caia em meu coração, à semelhança da semente escolhida que é lançada a uma terra fértil e bem adubada. Em seguida, vou lendo devagar, pausadamente. Leio um pouco e paro. Medito. Reflito. Às vezes, volto os olhos para o mesmo trecho, pois não tenho pressa, faço questão de saborear bem o alimento que o Senhor me concede, procuro aprofundar-me na verdade que Deus me transmite. Depois me pergunto: Que Deus me quer dizer nestas palavras? Qual a mensagem que me é dirigida? Que de concreto ela me traz, neste dia, para a minha vida? Que mudança deve operar-se em minha existência

Dom Cristiano de Araújo Pena Bispo Emérito de Divinópolis,

MG 6


A Biblioteca do Amor/ ma das coisas que mais me encanta na Bíblia é a relação existente entre o Antigo e o Novo Testamento. Na medida em que escutamos, meditamos e vivenciamos a Palavra de Deus, começamos a desvendar o mistério contido nas Palavras da Sagrada Escritura. Toda a Bíblia é um documento autêntico da Aliança que Deus fez conosco, no Antigo Testamento, pelos profetas, e no Novo Testamento por Cristo. Por isso precisamos conhecer os direitos que temos como herdeiros. Viver a Palavra é permitir a ação de Deus em nós, é deixar-se conduzir por Ele, mesmo quando "sopram ventos contrários". Lendo a passagem de 2Timóteo, cap. 3, percebe-se que a Bíblia contém um poder sobrenatural que age na transformação do ser humano. O povo do Antigo Testamento viveu na expectativa da vinda do Salvador; o do Novo, na realização das promessas do Antigo e nós, nos dias de hoje, vivemos na presença do Salvador. Cada capítulo e versículo do Novo Testamento se encaixa perfeitamente em passagens do Antigo. Os Salmos são respostas a muitas passagens, tanto do Antigo como do Novo. Os Salmos não devem ser lidos e sim rezados, porque são orações e hinos de louvor. Devemos nos esforçar para rezá-los com o mesmo espírito que Jesus, Maria e José rezavam ou cantavam. Na Biblioteca do Amor, há livros de histórias, romances, tradições, usos e costumes, livros sapienciais (nos ajudam a rezar melhor) enfim, qualquer assunto dos dias de hoje podemos trazer para confrontar com os acontecimentos dos povos das mais diferentes épocas e culturas e constatar que os filhos de Deus sempre caminharam em meio a conflitos, explorações, falta de terra e moradia, doenças contagiosas, fome, miséria, pessoas que viviam à margem da sociedade. E é justamente nesta Biblioteca que encontramos também a solução para todos os problemas, o remédio para todas as doenças, a paz para todos os conflitos, a justiça, o amor e a fraternidade entre os irmãos de todas as raças e religiões. Na Biblioteca do Amor está a Fonte inesgotável da misericórdia do Pai; o Amor generoso de nosso Irmão; as luzes do Espírito Santo e as graças e bênçãos infinitas da Santíssima Trindade.

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Equipe 1 7

Delônia (do Oli) Tramanda~ RS


Por Essa Não Esperávamos.••; No dia seguinte, coletamos os preços dos produtos no comércio e, então, elaboramos um quadro demonstrativo, indicando a doação de cada casal a cada mês. A comunidade escollúda, a princípio, foi o município paraibano de Salgado de São Félix. Para atender realmente àqueles mais necessitados,

do o Brasil tem acompanhao, através dos meios de comunicação, o sofrimento por que passam nossos irmãos nordestinos, vítimas da seca. Discutíamos esse assunto, em fann1ia, quando fomos interpelados por um dos nossos filhos, que, com um olhar reprovador, nos indagou: " ... e as ENS não tomarão nenhuma atitude?" E continuou: " .. . como fica o "Magnificat" que os casais tanto rezam, meditam?" Conversamos um pouco e logo percebemos que ele nos cobrava a expressão do Canto de Maria, "Eis aqui a Serva do Senhor", que nos chama a servir, assim como Ela fez. Ali mesmo decidimos estruturar uma campanha de solidariedade, envolvendo os casais equipistas, que consiste na arrecadação de gêneros alimentícios, não perecíveis, para compor cestas básicas destinadas às famílias carentes, mantendo esse compromisso por um período de seis meses. No mesmo dia, contatamos com o primeiro casal para saber a sua opinião. Como resposta, recebemos apoio, entusiasmo e adesão. Com o auxílio desse casal consultamos o quadrante e logo fechamos uma lista de quinze casais que se comprometeram a assumir conosco a campanha. A partir daí listamos os produtos que comporiam a cesta básica. 8


optamos por dirigir nossa ação concreta aos moradores da zona rural. Realizamos diagnóstico (conhecimento da realidade), pois pretendíamos, realmente, atingir nosso objetivo. Visitamos a comunidade e cadastramos dez farru1ias. Em Salgado de São Félix contamos com a disponibilidade de casais equipístas, contribuição muito importante, porque nos facilitou a seleção dessas famílias que seriam por nós adotadas. Ao chegarmos à comunidade, fomos acometidos de forle emoção, pois, entre lágrimas e alegrias, aquelas famílias receberam nossa simbologia. Para elas, o prazer da nossa visita. Para nós, o compromisso de realizarmos a missão de servir, indo ao encontro da comunhão. É importante esclarecer que não perdemos a oportunidade de

rezar juntos o "Pai Nosso" e o "pão nosso", ao mesmo tempo que deixávamos para aquelas farm1ias uma palavra de esperança, de fé, de perseverança, sem camuflar as distorções sociais, responsáveis pelo cenário de miséria em que vive grande parte do povo brasileiro. Lembramos muitas vezes que "Deus fez o homem para viver feliz, para viver dignamente". As precárias condições do ser humano são proporcionadas por esse mesmo homem egoísta e ganancioso. O amor ao próximo, a exemplo do amor que Jesus tem por nós, é o que pode nos levar a vencer as dificuldades que a vida terrena nos apresenta.

Zélia e Moacir Equipe OS

João Pessoa, PB

Seminaristas e ENS/

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Uma vez por mês, nós, equipistas de Criciúma, temos um encontro com Maria, que chamamos Adoração. Esse encontro é realizado na Capela do Seminário Rogacionista Pio XII, e os grandes responsáveis pela hora mágica que temos são o Padre José Aires

de Souza Pereira e seus seminaristas. São jovens dedicados a uma vida comum, que cantam, tocam e rezam conosco, numa grande família. Queremos que a integração entre as ENS e a formação dos sacerdotes seja cada dia mais completa e abençoada por Nossa Senhora.

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Parabéns pela iniciativa e disposição de estarem conosco.

Obrigados, Seminaristas.

Jadna e Reto Equipe6

N. Sra. Menina Criciúma, SC


Expansão: Cria~ão de Novas Regiões 1 Movimento das ENS além do grande crescimento no número de equipes, também vem se expandindo em termos de criação de novos Setores e novas Regiões, tudo para permitir melhor adequação das atividades locais e regionais.

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Região Rio IV- Em solene Missa de Ação de Graças, presidida pelo Padre Tarcísio, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região e do Setor A, e co-celebrada pelo Padre Lu i z Gusmão e Frei Dimas, realizada na Paróquia São Francisco Xavier, em Niterói, RJ, no dia 17 de junho do corrente instalou-se esta nova Região, que compreende os Setores de Niterói-A, NiteróiE e São Gonçalo. No evento houve maciça presença dos casais equipistas, além de outros sacerdotes e do casal ligação da ECIR, Regina e Cleber. Ieda e George Edward de Vas-

concellos assumiram a função de Casal Responsável Regional daRegião Ri o IV. Na foto acima um flagrante da cerimônia. Que Maria conduza os destinos desta nova Região. •

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Pré-Região Bahia/Sergipe -Mercê do grande desenvolvimento que se verifica nos vários Estados do Nordeste, a Região Nordeste I foi mais uma vez desdobrada, formando a pré-Região Bahia/ Sergipe. No Encontro do Colegiado de maio/98, o casal Elisa e Hélio, até então ocupando o cargo de Casal Responsável do Setor de Salvador/Ba, assumiu a responsabilida-

de pelo nova Pré-Região. Assim, a Região Nordeste I continua com os Estados de Pernambuco e Alagoas, tendo como responsável regional o casal Zezinha/ Jailson. Parabéns aos irmãos equipistas locais e que o Espírito Santo abençoe especialmente o casal responsável da pré-Região neste novo trabalho.• 10


Santuário de Santa Terezinha, Taubaté o último sábado do mês de Maria, aconteceu a 13" edição da Peregrinação a Aparecida, organizada pelos dois Setores de Taubaté, com a participação e colaboração de diversos outros setores. A cada ano, essa peregrinação anual vem sendo enriquecida pela participação de um número cada vez maior de equipistas. Desta vez, além dos setores A e B de Taubaté, que prepararam o evento, contou-se com a participação de equipistas de Araras, Limeira, Americana, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Setor Grande ABCD, além dos equipistas daRegião Leste: Caraguatatuba, Jacarei, São José dos Campos, Caçapava, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e

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Aparecida. Foram cerca de 10 ônibus e mais de 30 carros de passeio. Pe. Joãozinho, scj, assistente espiritual da Peregrinação, acolheu os mais de 500 peregrinos no Santuário de Santa Terezinha, em Taubaté, com muita música e alegria. O dia, que havia começado chuvoso e nublado, à medida que Pe. Joãozinho, com toda a sua musicalidade, nos conduzia a nos abrirmos ao Espírito Santo, ia se tomando luminoso e radiante. Ali mesmo ele fez uma meditação sobre "FAMÍLIA E ALEGRIA" e testemunhou a sua alegria de ser filho de um casal equipista. No percurso até a cidade de Pindamonhangaba, os peregrinos de 11


composto de equipistas cada veículo foram orijovens, participantes entados a rezar o pridas Equipes Jovens de meiro terço , com o A Nossa Senhora de tema "Alegra-te, FamíTaubaté e Guaratinlia", meditando sobre peregrinação guetá. as alegrias da Sagrada Alimentados pelo Fanu1ia de N azaré. Pão Eucarístico e reaproporcionou Na cidade de Pinnimados pela materna damonhangaba, os pebênção de Nossa Seregrinos foram recebium nhora Aparecida, a pedos pelos equipistas daregrinação encerrou-se quela cidade com mui"mergulho" na partilha de um lantos fogos de artifícios che comunitário, no ree uma alegria contano Amor feitório da Basílica. giante que se podia ler A peregrinação nos rostos sorridentes. de Deus, proporcionou um No ginásio "João do "mergulho" no Amor Pulo", aconteceu a cede Deus, uma vez que rimônia de coroação de uma vez cada detalhe refletia Nossa Senhora, organiesse amor: a disponibizada pela comunidade que cada lidade dos equipistas de Coruputuba, que to(especialmente os que dos os anos nos acolhe detalhe se deslocaram de mais com muito carinho e longe), o dia ensosimplicidade. Pudemos refletia larado (após uma marefletir com o frater drugada de chuva inMário Marcelo, também tensa), o carinho e a orientador espiritual da esse amor. preocupação dos orgaperegrinação, sobre o nizadores, a presteza tema "Família e Esperança". ~---~----dos policiais militares de Taubaté que conduNo trecho seguinte do percurso, foi rezado o 2° ter- ziram os peregrinos no percurso ço com o tema "Ânimo e Esperan- pela cidade, a tranqüilidade em ça", meditando os mistérios da es- Aparecida (apesar da presença do Presidente da República naquela ciperança. além é claro, do clima de dade), Finalmente, chegando à Basílica oração e reflexão. Nacional de Aparecida, participamos todos da Missa pela Farru1ia, presiBia e Carlos dida pelo Padre Flávio Cavalca de Casal Comunicação Castro, Sacerdote Conselheiro EsSetores A e B piritual do Setor de Guaratinguetá. Taubaté,SP O coral que animou a celebração era

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O s Grandes ValoresAEsperan~a 'J\gora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; porém, a maior delas é a caridade." (1 Cor 13,13)

reio ser muito difícil e até impossível viver estas três coisas isoladamente. Elas se completam entre si, sendo decorrência umas das outras. Uma não existe sem as outras e vice-versa. Quando a fé existe e é vivida de forma serena, verdadeira e profunda, então surge, como decorrência desta mesma fé, a ESPERANÇA. E ter esperança significa "esperar que aconteça o que se deseja, tendo confiança de que se vai obter". Da mesma maneira como a Fé é um dom gratuito de Deus para a humanidade, assim também a Esperança é outro dom gratuito concedido por Deus. E que se Lhe deve pedir sempre. É triste tomar conhecimento de que uma grande parte da humanidade vive sem Esperança. Já não acredita em nada; não deseja nada; não espera nada, nem mesmo ter Esperança. Com toda certeza estas pessoas vivem sem alegria, sem ânimo, sem gosto. Talvez detestem a vida que vivem, pois, viver sem Esperança, não é viver. Viver sem Espe-

rança é angustiante, frustrante. Pode chegar, mesmo, a ser desesperador. "Mas deve-se ter Esperança em quê?", muitos perguntariam. E aresposta é fácil de ser dada, mas não tão fácil de ser vivida, já que "é necessário ter Esperança em tudo e em todos". Especialmente, Esperança em Deus. Muitos diriam: "Hoje já não é possível ser esperançoso". Verdade que, olhando para a situação do mundo, a situação da sociedade e a situação das pessoas é, de fato, difícil ter Esperança, quer no mundo, quer na sociedade, quer nas pessoas. E se há multidões de pessoas que já não suportam o peso de suas vidas, é porque em suas vidas não há lugar para a Esperança. E ... esperar o quê? é a pergunta que surge fácil na boca de muitos. De novo a resposta é fácil de ser dada e difícil de ser vivida. Umas poucas situações podem ser lembradas. Há que ter Esperança que o mundo se transforme e se torne melhor, apesar de que isto possa parecer impossível de acontecer. Aliás,

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não se deve esperar que "o mundo se transforme", mas esperar que a humanidade se transforme e, com ela, transforme o mundo. Há que ter Esperança que a sociedade se transforme e se torne melhor. De novo, deve-se esperar que a sociedade se transforme e, com ela, transforme o mundo. Há que ter Esperança que cada pessoa se transforme. Agora é que a coisa se tomou mais impossível, pois no egoísmo dos seres humanos, um pensamento que surge de imediato é: "Eu não preciso e nem consigo (e nem quero) mudar nada em mim, mas os outros ... quantas coisas eles têm de melhorar". Enquanto não se tomar a dianteira e não se começar por si próprio o processo de transformação, transformação nenhuma ocorrerá. Mas há que ter Esperança. Esperança que os outros se transformem, se convertam. Esperança de que a transformação, a conversão, possa ocorrer também em mim. Cada pessoa transformada poderá atuar na transformação da sociedade, e a sociedade transformada será fonte transformadora do mundo. E mais do que ter Esperança nas coisas deste mundo, a pessoa transformada, convertida, terá Esperança inabalável nas coisas do mundo espiritual, nas coisas do mundo de Deus.

Ter esperança significa "esperar que aconteça o que se deseja, tendo confwnça de que se vai obter".

Mário Luiz Viezzer Extraído do jornal "Voz do Paraná" junho/98 14


Caris-as do Espírito arisma vem do grego charise significa graça, dom recebido de Deus. Como pode o cristão perceber em si a graça, os carismas que brotam, através do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, discerni-los nos outros? Freqüentemente, o cristão realmente convertido se questiona sobre os dons que recebeu do Espírito Santo: se os está multiplicando na medida em que os recebeu ou se poderia fazer mais. Sem perceber, porém, quem vive em atitude cristã, com seu simples sentido de percepção, tem oportunidades diárias de prestar serviços aos irmãos, de maneira eficaz e completa. Como o bom samaritano.

Nada de fantástico! Tão simples que ninguém nota: uma palavra de apoio, de conforto, de otimismo, de ajuda, de aconselhamento, de disponibilidade. Tão natural, tão espontâneo que se torna sinônimo da pessoa que assim age. Outras vezes, o carisma se traduz em auxílio concreto, até financeiro. A ajuda despretensiosa pode tirar o outro de sua perplexidade. "Tinha fome, tinha sede, tinha frio". Esses dons que temos não são expressão de atos de ocasião, movidos por campanhas circunstanciais. Representam o estado permanente de solidariedade, o novo nome da verdadeira caridade. É a presença irradiante, iluminadora do ambiente de quem não se arroga a missão de

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salvador, de profissional do bem. E uma presença quase volátil! Os carismas Sem nenhum alarde, discreta, confiável. não têm É função primordial desenvolver este tipo sentido, de carisma na fanu1ia. Uma palavra certa; um silêncio oportuno; uma enquanto admoestação séria e, ao mesmo tempo, cameras rinhosa; um perdão autêntico; uma imposição palavras educativa de limites; uma renúncia madura; uma presença, mesmo e gestos. na ausência física. Os carismas não São dons têm sentido, enquanto meras palavras e gesque não tos. São dons que não existem por si mesmos, existem por mas para significar e realizar algo maior. Só têm sentido à proporsi mesmos, ção que aprofundam, no seu portador, a fé, a mas para esperança e a caridade, em benefício de seu significar próximo. Sua última fonte é o Espírito Santo, cuja ação principal e realizar é santificar e construir a comunidade de fé. algo maior. Quem ama, abrese ao próximo. Todos sabemos que não adianta declaração de amor, oferta de flores e presentes, se a declaração não é autêntica. Quando se diz algo intrinsicamente amoroso, a comunicação é mais 16

profunda, o amor salta aos olhos e a ação é inerente às palavras. O amor "é um substantivo que nos adjetiva" e melhora nosso relacionamento. Se temos esse amor, se o repartimos, se também o vemos nos irmãos, estaremos, evidentemente, construindo e santificando o ambiente em que vivemos. Sigamos o exemplo humano que temos em nossa mãe: "Maria pôs-se a caminho", "Faça-se em mim segundo a tua palavra". Quer saber se alguém está imbuído do Espírito Santo, se mostra em suas atividades o sopro do Espírito? Verifique como essa pessoa ouve, dialoga, elogia, compreende, age, ora; como se posiciona em relação às divergências; se segue o lema do apóstolo Paulo: Discerni e aspirai aos carismas maiores! E o maior carisma é dar a vida a seu irmão, não J morrendo, mas vivendo para ele!

Maria Inês EquipeS Limeira, SP


Hoie a Salva~ão Entrou Nesta Casa

E

sta frase de Jesus a Zaqueu é o título do livro sobre o Evangelho de Lucas que está sendo meditado por quase todas as ENS. O encontro de Jesus com Zaqueu, o chamado à conversão e a salvação deste chefe dos coletores de impostos formam uma página exclusiva do Evangelho de Lucas (Lc 19, 1-10). Enquanto equipistas, queremos meditá-la com o intuito de enriquecer a reflexão e iluminar o nosso Movimento evangelizador.

impostos tinham também má reputação diante do povo, que os considerava desonestos. O evangelista faz questão de dizer que Zaqueu era rico (Lc 19,2). Sua riqueza era produto de roubos e de tantas outras injustiças cometidas contra os pobres. Zaqueu estava longe da alternativa do Reino assinalada por Jesus (Lc 18, 18-30).

%aqueusobe na árvore Com uma boa dose de humor, Lucas descreve a atitude do chefe dos coletores de impostos. Zaqueu corre na frente da multidão e sobe num sicômoro para ver Jesus (Lc 19,4). Ele é uma pessoa cheia de iniciativa e criatividade. Zaqueu percebe que precisa superar a multidão para conhecer Jesus. Talvez a multidão represente tudo aquilo que o separa do projeto do Reino: dinheiro, fama, ideologia do capital... Mas ele decide correr à frente da multidão. Ele busca meios de superar aquilo que o separa de Jesus. Zaqueu sobe no sicômoro, uma árvore grande que geralmente tem alguns ramos mais baixos. A cena é muito engraçada: o rico chefe dos coletores de impostos está dependurado num galho para ver Jesus que passava por Jericó. Com essa atitude, ele renunciou a sua elevada posição social. Zaqueu deseja vê-lo e não mede esforços para ver Jesus. Interessa-se em co-

.lesusentra em.lericó Atravessando Jericó, parada obrigatória para quem está vindo do norte e subindo até Jerusalém, Jesus encontra Zaqueu. Esta é uma das mais antigas cidades do mundo e está a 300 metros abaixo do nível do mar. Nesta cidade, marcada pela história, havia um oásis, comparado ao paraíso do Gênesis. Uma imagem do Reino. Este foi o cenário no qual o evangelista Lucas situou o encontro de Jesus com Zaqueu. A posi,ão social de%aqueu Trata-se do chefe dos coletores de impostos, mal visto aos olhos do povo. Ele cobrava impostos para os romanos que ocupavam Israel. Além de inimigos políticos, eram pagãos. Zaqueu era um judeu que trabalhava para os inimigos de Israel. Os coletores de 17


uma vez que a multidão atrapalha sua aproximação e a sua pequena estatura não permite ter uma boa visão de Jesus (Lc 19,3). Ele não era pequeno apenas porque tinha baixa estatura. Era também pequeno no aspecto social, pela sua desonestidade. Por isso não conseguia ver quase nada. Era preciso subir na árvore para ver algo de novo, para enxergar Jesus passando e testemunhando o Reino de Deus e a justiça. Em cima do sicômoro ele terá uma visão mais ampla. Talvez este sicômoro possa ser também o símbolo do Movimento das ENS, que ajuda as pessoas a ver Jesus, o qual anuncia o Evangelho e testemunha o amor de Deus que chama, perdoa e salva. Jesus vê Zaqueu Jesus está caminhando e passando pela cidade de Jericó. Junto dele estão os discípulos e uma grande multidão. Barulho, curiosidade, entusiasmo, empurrões. Esta deve ter sido a característica daquele momento. Mas Jesus está atento, levanta os olhos e vê Zaqueu em cima da árvore (Lc 19, 5). Ele olha para Zaqueu que está olhando para ele. Os olhares se cruzam. Agora é a vez de Jesus, com sua intuição, tomar a iniciativa. Ele vê e chama Zaqueu pelo nome: "Zaqueu, desce depressa, pois hoje preciso ficar na tua casa" (Lc 19, 5b). Jesus trata Zaqueu como um amigo, como alguém que já conhece há algum tempo e também com muito respeito. Chamar pelo nome significa conhecer a identidade e respeitá-la.

nhecer aquele que veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc 19,10).

A curiosidade docora~ão

Zaqueu é como tantos que são impulsionados pela curiosidade. Querem conhecer Jesus e experimentar o seu caminho. Mesmo não conhecendo Jesus, eles são atraídos pelo profeta de Nazaré. Ele, diferente dos discípulos de Jesus , é uma pessoa rica que ocupa um cargo de posição. Poderíamos dizer que estamos diante de uma pessoa rica, porém insatisfeita. Parece que alguma coisa está faltando para Zaqueu. Ele husca algo de diferente que talvez o seu dinheiro não possa comprar. Mas Zaqueu precisa superar alguns obstáculos,

Jesus deseja entrar na casa e na vida de Zaqueu, conhecê-lo melhor, ser acolhido por toda a faml1ia e salvar a todos. 18


.lesusse autoconvida para ir à casa de Zaqueu Jesus toma a iniciativa do diálogo e se autoconvida para hospedar-se na casa do chefe dos coletores de impostos. Lucas, com sua genialidade, mostra Jesus com pressa de entrar na casa desse curioso. Desse modo Jesus entra na vida de Zaqueu, o qual o acolhe com prontidão. O termo "depressa" expressa o grande amor de Jesus, desejoso de salvar logo todos os filhos de Abraão (Lc 19, 9b). Jesus afirma que precisa ficar na casa de Zaqueu. A casa é o lugar do cotidiano da vida. Mas talvez ela indique também a interioridade de Zaqueu. Jesus não se preocupa com as críticas ao se hospedar naquela casa. Ele deseja entrar na casa e na vida de Zaqueu, conhecê-lo melhor, ser acolhido por toda a farru1ia e salvar a todos.

A salvação acontece no momento em que

A a l egri a do cora~ão que acolhe

há adesão

Após receber o convite para descer da árvore, Lucas mostra Zaqueu acolhendo Jesus com alegria. Este sentimento expressa a satisfação do coração da pessoa ao perceber que

à pessoa de Jesus. 19


19,10). O pecador arrependido, independentemente da profissão que exerce, pode ser perdoado e salvo. Desse modo, o evangelho de Lucas é realmente o evangelho dos grandes arrependimentos e dos grandes perdões (Lc 7, 36-50; 22,61; 23, 34-43).

Jesus deseja entrar na sua vida para salvá-lo. A alegria de Zaqueu contrasta com a tristeza daquele rico que rejeita o convite de Jesus:" ... Jesus disse-lhe: uma só coisa ainda te falta. Vende tudo o que tens, distribui aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me. Ele, porém, ouvindo isso, ficou cheio de tristeza, pois era muito rico" (Lc 18, 18-23).

Jesus cha111a e salva Segundo Lucas, Deus não está nem no passado e muito menos no futuro. E hoje que ele chama e salva. Para este evangelista, a sal vação acontece no momento em que a pessoa acolhe Jesus na sua vida. O termo "HOJE" aparece duas vezes no texto (Lc 19, 5.9). Neste evangelho, "HOJE" é o momento da salvação, conforme podemos comprovar em muitos trechos do evangelho (Lc 2,11; 4,21; 23,43). A salvação acontece no momento em que há adesão à pessoa de .Jesus, como ocorreu com Zaqueu. O Filho do Homem chama, entra na casa e proclama a salvação ao pecador arrependido. Zaqueu é uma pessoa rica e cheia de pecados. Mas Jesus o encontra no caminho para Jerusalém. No decorrer da viagem, ao longo da missão, os equipistas encontram tantas pessoas. A todos, Jesus chama. E quando o chamado é acolhido com alegria, a salvação acontece e alcança toda fann1ia: "Hoje a salvação entrou nesta casa" (Lc 19,9).

A conversão deZaqueu Jesus não apenas chamaZaqueu para descer da árvore e hospedá-lo em sua casa, mas também proclama a sua salvação. Porém, é importante observar que Jesus pronuncia a frase: "Hoje a salvação entrou nesta casa" (Lc. 19, 9), depois que Zaqueu confessa sua desonestidade e manifesta o seu arrependimento, prometendo restituir sua riqueza aos pobres (Lc 19, 8). Zaqueu aprende, na presença de Jesus, a praticar a justiça, uma das principais características do Reino de Deus (Mt 6,33). Não basta arrepender-se, é preciso restituir os bens e praticar a justiça. Zaqueu promete devolver o quádruplo, conforme ordenava a lei romana quando o roubo era conhecido por todos. Isto mostra o sincero arrependimento de Zaqueu e a sua generosidade. Assim, ele reconhece, diante de Jesus, ser um pecador que roubava os pobres. O trecho termina com uma expressão que assinala a missão misericordiosa de Jesus: "Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido (Lc

Pe. Gilson Luiz Maia, Rogacionista SCE do Setor E Brasilia, DF 20


ExPansão do Movimento . Formação de Novas Equlpesl Florianópolis, SC~ .nha e Vencedora, • Eq. 10 - N. Sr~. Setor A Três Vezes Adnura M'aria de Nazaré, , . ) 28 N Sra. • E q. - · E Comunitana Setor A (fruto da d xpfruto da ExperiênMaceió, AL - to as ·a Comunitária: Cl 1- N Sra. das Graças : iq. 2 Sra. de ~á~ima q. 3 N Sra. Auxütadora • Eq. 4- N. Sra. Rainha da Paz • Eq. - . Olinda, PE: d Rosário de Fátima E 2-N. Sra. o • q. 3 N Sra. Auxiliadora • Eq. - .

-::1

N.

Recife recebeu com muito carinho, no dia 14 de maio, o Casal Ligação da Equipe Responsável Internacional, Tereza e Duarte, vindos de Portugal. Após singela recepção oferecida pelo Casal Ligação da ECIR, Márcia e Luiz Carlos, foi realizada reunião de trabalho, da qual também participaram: o Casal Responsável Regional, Zezinha e Jailson; o Casal Formação e Expansão, Erenita e Attanázio; o Casal Responsável do Setor/A, Maria e Amâncio; o Casal Responsável do Setor/B, Lurdinha e Falcão e o Casal Responsável do Setor/C, Zélia e Justino. No dia 16, após participarem do Terço Luminoso, na Igreja N. S. das Graças, Tereza e Duarte, tiveram a oportunidade de manter contato com cerca de 20 casais equipistas, explanando os preparativos para a Reunião Internacional em Santiago de Compostela (Espanha) e colocando outros assuntos de interesse geral para o Movimento das ENS. 21


Falecbnentos Agradeçamos pela vida destes . louvemos a Deus

no;!~: ~~~~o;eesua ressurreiç~o:

Ordena~ão

/ Episcopal .

• Pe Paulo Sérgio de Fig~~tr~O, Sac~rdote Conselheiro Espmtu . s e 23 _ Setor D Eqmpe 6 Região Centro-Odest~ h o de 1998 Ocorrido em 24 e JUn .. - Francisdo de Krutjf, • Pe. 1oao . E iritual Sacerdote Conselherro sp Equipe 1?2- Setor B

Os meses de maio e junho foram de grande alegria para a comunidade de Juiz de Fora. Os padres Eduardo Benes e Walmor de Oliveira, ambos desta Diocese, foram sagrados bispos por nomeação do Papa João Paulo Il. Nas cerimônias e festividades, os equipistas locais tiveram grande participação.

Regiã? ruo Ill23 de J. unho de 1998 Ocomdo em • Walmor Augusto Prazeres (daDalva) Equipe 4 _ Setor B Curitiba, PR · de 1998 Ocom"do em 10 de malO

Não deixa de ser um fato raro que de uma mesma Diocese smjam dois Bispos num curto espaço de tempo, e que ora sejam destinados ao pastoreio de outro rebanho, em outras regiões (D. Eduardo foi nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre, RS e D. Walmor de Salvador, BA). Que os novos Bispos possam levar às suas ovelhas a mesma alegria e o mesmo carinho com que trabalharam na evangelização e no crescimento espiritual de nossa Diocese.

Nazaré e Antonio Equipe23 Nossa Senhora da Saúde Juiz de Fora, MG

22


Demonstra~ões

Financeiras de 97_/ a melhor avaliar o compormenta de nossas receitas e espesas, é importante perceber a "ação do Espírito Santo" em nossas equipes. Nosso Movimento cresce no Brasil, apresentando um evolução de 22% entre 1995 e 1997. Grande parte deste crescimento é fruto das Experiências Comunitárias, instrumento de evangelização que o Movimento coloca à disposição da comunidade: • 1995 1.300 equipes 7.956 casais • 1996 1.418 equipes 8.725 casais • 1997 1.587 equipes 9.650 casais

Receitas O total de nossas receitas permaneceram estáveis no período 96/97:

• as contribuições (cotizações) evoluíram em 8,5% com o ingresso de novas equipes. • a rentabilidade das aplicações financeiras sofreu uma redução de 55% em função da queda da inflação.

Despesas Nossas despesas totais apresentam uma evolução de 19,6% no período 96/97, os principais fatores que contribuíram para essa evolução foram: • Despesas com Encontros/Gerais a) aumento na quantidade de setores e regiões, b) aumento na quantidade dos participantes do Encontro Nacional e do Colegiado, c) aumento das tarifas nas passagens rodoviárias e aéreas, d) maior tiragem da Carta Mensal, em função da evolução do número dos equipistas, e) contribuição para os seminários das diversas regiões (12 seminários atendidos), visando o Projeto Vocacional, conforme aprovação do Colegiado, f) Projetos de expansão sustentada em regiões isoladas. Agradecemos ao Senhor por prover cada um de nós e ao Movimento do necessário para concretizar o planejado pelo Colegiado Nacional. Colocamo-nos à disposição de todos os equipistas para qualquer esclarecimento.

Vera e Renato tesouraria, ECIR


Equipes de Nossa Senhora Patrimonial (em R$)

Balan~o

31.12.95

31.12.96

31.12.97

ATIVO Circulante Permanente Total Ativo

264.227 1.045 265.272

401.635 11.783 413.418

441.376 12.703 454.078

PASSIVO Circulante Patrimônio Líquido Total Passivo

979 264.293 265.272

1.107 412.311 413.418

16 454.062 454.078

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (em R$) 3 1 . 12 . 9 5

100%

DESPESAS Despesas c/ Encontros 164.768 Despesas c/ Adm. dos Eqs. 84.627 Despesas c/ Pessoal 91.822 Despesas Gerais 93.202 Total dos Despesas 434.419

37,9% 19,5% 21,1% 21,5% 72,9%

RESULTADO Resultado do Exercício 161.342 Fundo Patrimonial 102.951 Resultado Acumulado 264 .293 PROVISÕES PARA: Corto Mensal Encontro C. Espirituais Encontro Colegiado + R. ECIR Encontro Nacional Projeto Vococional Sessão de Formação Contri buição para ERI SALDO DISPONÍVEL

I

% s/

595.761 595.761

RECEITAS Total dos Receitas

3 1 . 1 2 . 9 6 % s/

702.618 702.618 100%

3 1. 1 2 . 9 7 % s/ 701.900 701.900

215.535 92.089 94.149 152.827 554.601

310.631 85.822 71.877 195.018 663.348

148.018 264.293 412.311

38,9% 16,6% 17,0% 27,6% 78,9%

46,8% 12,9% 10,8% 29,4% 94,5%

41.751 412.311 454.062 1998 90.000 50.000 50.000 120.000 60.000 75.000

9 .062

·-


ENS- Balan~o 1997 Receitas vs. Despesas

1997

1996

1995

Despesas 1994

IJ 11 Receita s 200,0

100,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

ENS- Balan~o 1997 Distribui~ão das Despesas

Encontros 28%

Pessoal

11% [J

Carta Mensal

16%

D Administração 2%


O Espírito Santo e Maria lhando para os primeiros capítulos do Evangelho de Lucas, percebemos que o Espírito Santo é o responsável por dois nascimentos imprevisíveis, inesperados e humanamente impossíveis: o nascimento de João Batista e o de Jesus. Gostaria de refletir sobre a relação Espírito Santo e Maria, Mãe de Jesus, aquela que é "cheia de graça". É inconcebível pensar em Maria, Mãe de Deus e da Igreja, sem a intervenção do Espírito Santo. Ela se toma Mãe de Deus em virtude do Espírito. O Espírito Santo faz nascer de Maria o Salvador. Pela ação do Espírito Santo, Maria concebeu em seu seio materno o Dom do Filho, possibilitou a humanização do Filho de Deus. "O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra" (Lc 1, 35). É em Maria, a mãe de Jesus que o Espírito Santo começa a se revelar, em sua plenitude, na história da Salvação. A ação criativa do Espírito Santo, em Maria, "fez de Cristo o nosso irmão" (São Francisco). A ação do Espírito em Maria foi proposta e aceita com toda a alegria e docilidade de coração. Ela foi totalmente dócil à ação do Espírito e por isto ela foi exaltada pelo mesmo Espírito, por meio de Isabel, como a "mãe do meu Senhor" (Lc 1, 43). O nascimento do nosso Salvador é fruto do consenso das duas decisões autônomas, de Deus e de Maria. Também em nós, a aceitação de

Cristo e de sua salvação depende não apenas da graça de Deus, mas da livre aceitação de cada ser humano. Em sua constante "união" com o Espírito Santo, Maria tomou-se não só mãe de Jesus, mas do Corpo de Cristo, que é a Igreja. Na anunciação, aos pés da cruz, no Cenáculo, ela se toma mãe de toda a humanidade, mãe da Igreja. O nascimento de Jesus, cabeça da Igreja, é também nascimento de todo o corpo, da Igreja (cf. Redemptoris Mater, 24). Encontramo-nos diante da grandeza do que o Espírito de Deus realizou em Maria, tomando-a Mãe de Jesus e nossa mãe. A Anunciação já representa um Pentecostes: "O espírito Santo já tinha descido sobre ela, que se tornou sua fiel esposa na Anunciação, acolhendo o Verbo de Deus Vivo (RMa, 26); mesmo assim, Maria estava no Cenáculo, em meio aos apóstolos, para orar ao Pai para que enviasse o Espírito Santo. Maria ora e intercede por toda a Igreja: "Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus" (At 1, 14). Maria, "Esposa do Espírito", continua a interceder para que o Pai envie perenemente sobre sua Igreja o Espírito Santo, para transformar os homens em Cristo, isto é, tomá-los novas criaturas. Refletir sobre a ação do Espírito Santo na vida de Maria, é celebrar a glória de Deus, sua bondade e ternura para com todos nós, é glorificar a Deus pelo Espírito Santo que

O

26


veravam em oração com Maria, a mãe de Jesus, concedei-nos, por sua intercessão, fiéis ao vosso serviço, irradiar a glória do vosso nome em palavras e exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. (Ofício de Nossa Senhora).

nos concede seus dons para melhor vivermos os ensinamentos que Jesus nos deixou. Assim como Maria acolheu o Espírito Santo em sua vida, também nós devemos deixar que Deus infunda em nós seus dons para sermos conduzidos conforme sua vontade. Rezemos com Maria por toda a Igreja, para que o Pai envie o seu Espírito e renove a face da terra: Ó Deus, que destes o Espírito Santo aos Apóstolos quando perse-

Fr. Mário Marcelo Coelho, scj SCE- Equipe 7B Taubaté, SP 27


OTer~o avia uma senhora muito simples que vendia verduras na vizinhança; vendia alface, cebolinha, etc ... Certo dia, tia Tecoã, como era conhecida por toda a vizinhança, foi vender suas verduras na casa de um protestante e perdeu o terço no jardim da casa deste. Passados alguns dias, tia Tecoã voltou novamente aquela mesma casa. O dono veio logo zombar de tia Tecoã; ele dizia para ela: "Você perdeu Deus?" Ela humildemente respondeu: "Eu, perder meu Deus? Nunca!" Então o homem pegou o terço e disse: "Não é este o seu Deus?" Ela disse: "Graças a Deus o senhor encontrou o meu terço, muito obrigada". Ele disse: "Por que você não troca este cordão com essas sementinhas pela Bíblia?" Ela disse: "Porque a Bíblia eu não sei ler e, com o terço, eu medito toda a palavra de Deus e a guardo no coração". Ele perguntou: "Medita a palavra de Deus? Como assim? Poderia me dizer?" "Posso sim", respondeu tia Tecoã pegando o terço. E disse: "Quando eu pego na cruz, lembro-me que o Filho de Deus derramou todo o seu sangue pregado numa cruz para salvar a humanidade. Esta primeira conta grossa me lembra que há um só Deus Onipotente. Estas três pequenas contas lembram-me as três pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e

H

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Espírito Santo. Esta conta grossa me faz lembrar a oração que o Senhor mesmo nos ensinou, que é o PaiNosso. O terço tem cinco mistérios que fazem lembrar as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo cravado na cruz, e cada mistério tem dez Ave-Marias, que me fazem lembrar os dez mandamentos que o Senhor mesmo escreveu na tábua de Moisés. O Rosário de Nossa Senhora tem 15 mistérios que são: os 5 gozosos, os 5 dolorosos e os 5 gloriosos. De manhã, quando me levanto para iniciar minha luta do dia, eu rezo os gozosos, lembrando-me do humilde lar de Maria de Nazaré. No meio do dia, no meu cansaço e na fadiga do trabalho, eu rezo os mistérios dolorosos, que me fazem lembrar a dura caminhada de Jesus Cristo para o Calvário. Quando chega o fim do dia, com as lutas todas vencidas, eu rezo os mistérios gloriosos, que me fazem lembrar que Jesus venceu a morte para dar a salvação a toda a humanidade. E agora me diga onde está a idolatria?" Ele, depois de ouvir tudo isso, disse: "Eu não sabia disso, ensiname, tia Tecoã, a rezar o terço".

Colaboração enviada por Caja e Vasco Equipe2 N.S. Mãe dos Emigrantes São Bernardo do Campo, SP extraído de "O Mt1ite" maio de 1998


A Escuta da Palavra

Q

uando ingressamos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, pensávamos que o -Ponto Concreto de Esforço referido como ESCUTA DA PALAVRA referia-se simplesmente à leitura de um trecho das Escrituras do Antigo ou do Novo Testamento. Esse pensamento perdurou até recentemente, quando, após nos

aprofundarmos na pedagogia dos PCEs do Movimento, chegamos à conclusão de que isso só não bastava, que faltava alguma coisa mais. Orar é escutar. A oração é uma comunicação com Deus e a comunicação é uma rua de mão dupla. Para termos uma boa comunicação devemos falar, mas também devemos escutar, e aqui está a dificulda29


de. Nós ouvimos muitas coisas, todo isso o salmista nos lembra: "AQUIE dia, mas muito raramente escutamos. TA-TE NO SENHOR E NELE ESPE Além disso, na comunicação, a RA" (Sl37, 7). pessoa que tem a mensagem imporA leitura de um trecho do Antitante deve dispor de mais tempo. Na go ou Novo Testamento pode ser oração, é óbvio quem um bom início para nos tem a mensagem mais conduzir à ESCUTA DA importante. Por consePALAVRA. Mas não Para termos guinte, devemos passar deve ficar só nisso. mais tempo escutando Essa Escuta deve se uma boa a Deus do que lhe fatornar em atos: mais comunicação lando. ainda, deve nos transA comunicação formar todos os dias. devemos com Deus é como ouDeve se tornar meio de falar, mas vir rádio: existe sempre nosso crescimento, de alguma coisa para outambém nosso aperfeiçoamenvir, mas é preciso prito. Devemos estar condevemos meiro ligar o aparelho. tinuamente nos questiÉ apenas pela iniciatiescutar, e onando: "O que Deus va de Deus que nós iniquer me dizer nes ta aqui está a ctamos a conversa: passagem? O que Deus " POIS ÉPELO PODER dificuldade. quer de mim? ProcuDO ESPÍRITO SANTO rando entender, procuNós ouvimos QUE NÓS CHAMArando ouvir, somente muitas MOS 'PAI' ". E é nos assim estaremos à ES abrindo à graça que liCUTA DA PALAVRA. coisas, todo bertamos o Espírito de Pois somente assim esdia, mas Deus em nós para retará sendo cumprida a zar por nós. promessa:" ... A PALAmuito Como a oração é VRA QUE MINHA raramente uma comunicação com BOCA PROFERE Deus, uma comunicaNÃO VOLTA SEM escutamos. ção entre Deus e nós TER PRODUZIDO mesmos, e como o que SEU EFEITO, SEM TER Deus tem a nos dizer é muito mais EXECUTADO MINHA VONTADE importante do que o que nós temos E CUMPRIDO SUA MISSÃO" (Is a lhe comunicar, segue-se que o pri- 55, 11 ). meiro requisito para a oração é que aprendamos a escutar. Por que não apenas sentar-nos ou ajoelhar-nos e Eunice e Piffer não fazer nad a? Parece-nos uma Setor Santos, SP perda de tempo. Parece-nos pouco (do Boletim Informativo prático, apenas esperar e escutar. Por das ENS n. o 26, Santos) 30


Dever de Sentar-se A caridade, tão bem definida por São Paulo em lCor 13, 4, é a chave desse diálogo que se busca. E que deverá ser perseverante, atento, paciente, incansável e desprendido. Por isso mesmo, sem a caridade, esse amor sobrenaturalizado, nada se consegue . Na verdade, sem ela nada podemos. Nada somos. Nada temos a dar. Nada alcançaremos na caminhada de nossa santificação. O diálogo conjugal, nestes termos, é na verdade o único caminho capaz de nos levar ao coração do outro. Revestido da caridade, que marido e mulher se devem conceder, ele será capaz de romper resistências e barreiras, diferenças e bloqueios e de desvelar, assim, a senda da harmonia conjugal, tão desejada e tão necessária no matrimônio. Será capaz de revigorar e consolidar o verdadeiro amor conjugal, sem o qual não haverá a felicidade que se busca no casamento e na família. Não existe o esposo perfeito e ideal, como não existe a esposa perfeita e ideal. A imperfeição é de nossa condição humana. Temos defeitos, carências, limitações e por isso falhamos e, freqüentemente, nos magoamos, no cotidiano confronto de nossas personalidades na convivência conjugal. Esta é uma realidade inafastável. E aqui está o ponto nevrálgico do relacionamento humano. Pois, apesar de ser a imperfeição uma contingência inevitável de nossa natureza humana, temos em nós um anseio irreprimível pela perfeição e pelo

que se deve entender por "Diálogo Conjugal"? Falase muito nas Equipes de Nossa Senhora nesse "diálogo conjugal" (o Dever de Sentar-se, assim denominado no Movimento). Ele constitui mesmo um dos principais Pontos Concretos de Esforço e que se coloca como instrumento fundamental de aperfeiçoamento e de santificação da vida conjugal. Sem dúvida, é nesse diálogo conjugal, permanente, incessante e profundo, que se faz imperativo na relação conjugal, que os esposos poderão se encontrar verdadeiramente no mistério de si mesmos. No segredo singular que cada qual guarda em seu íntimo, marcando diferenciadamente a sua personalidade, e ali posto por Deus como feição única e original de cada pessoa. Esse diálogo, é bom que se diga, não se esgota apenas na troca de palavras, de explicações, de desculpas, de intenções, de propósitos. É algo bem mais profundo, mais vital. É um buscar no amor a "alma" de cada um, a pessoa total do outro em toda a dimensão do seu ser. E quando se diz "pessoa total", quando se fala em "dimensão total de seu ser", quer significar que se busca a compreensão do outro na sua integridade, com suas virtudes e suas imperfeições, em suas qualidades e em suas fraquezas. Em sua grandeza e em suas limitações. Compreensão do outro, para conhecê-lo sempre mais e melhor e para aceitá-lo, incondicionalmente, na devoção da caridade.

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infinito que só em Deus de. Da mesma forma, O "Diálogo se encontra. E, talvez, não é amor verdadeiro seja por isso que nos o amar-se o cônjuge Conjugal" custa aceitar essa impela metade, acolhennão se esgota perfeição que reside do o seu lado bom e reapenas em nós mesmos e nos jeitando o seu lado outros. Temos uma namau. Deus não nos na troca tural resistência a nos ama nos dividindo, de palavras, conformar às diferenama-nos tal como sode explicações, ças uns dos outros, esmos, com nossa parcela pecialmente quando de bem e de mal, emde desculpas, elas revelam "defeitos" bora lamentando o que de intenções, (se assim se entende). temos de feio, de somde propósitos. Defeitos que nos desabrio, e procura banhargradam e nos incomoÉ algo bem nos na luz de sua misericórdia. dam. Gostamos muito mais profundo, Assim, devemos de ser mimados com as mais vital. buscar para o nosso qualidades e virtudes abraço, também miserido companheiro, mas nos aborrecemos profundamente cordioso, o lado imperfeito de nosso com suas falhas e seus erros, suas companheiro de vida, que, ele tamimperfeições e suas fraquezas. bém, procura aceitar o que há de meE esta é a equação crucial que nos perfeito em nossa pessoa. Só astemos de enfrentar no diálogo com sim chegaremos a ser como esposos, nosso próximo mais próximo: o nos- um para o outro, aquela comunhão so cônjuge. Temos de dialogar com de vida a que nos destinou o Criador: a totalidade de sua pessoa; no bom "a carne de nossa carne". Só assim e no ruim, nas virtudes e nos defei- seremos agraciados com este amor tos. São Paulo- profundo conhece- conjugal, que ultrapassa as medidas dor da natureza humana - já nos do simples, restritivo e condicionado advertia: "deveis carregar os fardos amor humano, para se iluminar nas luzes da graça divina, que faz com que uns dos outros". O amor- esse amor-caridade, os esposos se encontrem no mais funamor revestido pela graça de Deus do de si mesmos, para se ajudarem e - tende a ser abrangente. É o aco- se perdoarem na dolorosa dimensão lhimento integral do outro. Tal como de suas imperfeições. Pois, foi este o ele é. O diálogo conjugal, portanto, mandamento novo de Jesus Cristo: deve abarcá-lo em toda a sua reali- "amai-vos uns aos outros assim como dade humana. Para que o amor, in- Eu vos tenho amado". condicional, o envolva e o receba Terezinha e Pedro Barbosa em toda a dimensão do seu ser, tal Equipe N. Senhora Auxiliadora como Deus e a vida nos concedeu. Setor E - Porto Alegre, RS Não se ama um filho pela meta-

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I ="I

pais cristãos em segundo plano. Deixamos que nossos filhos sejam corrompidos pelo mundo e deformados moralmente. Não esqueçamos o nosso compromisso de criar filhos para Deus, onde nós somos seus catequistas, professores de Religião, educadores sexuais e, principalmente, testemunho vivo do Sacramento do Matrimônio. Por que as separações, os divórcios, os desquites? Meu irmão, eu lhe digo: porque muitos pais não conhecem o amor e nunca deram valor realmente ao santo Sacramento do Matrimônio. Nós, que fazemos as ENS, já é hora de despertar para o questionamento do Pe. Sàrrias: Será que não faltou um trabalho também com ...._............ os filhos? Nunca é tarde para começar. Está na hora de procurar, de alguma maneira, atingir os nossos filhos pelo cupido do amor de CRISTO. É hora de se pensar em criar as Equipinhas de Nossa Senhora Menina, para nossos filhos. Só assim eles poderão provar do mesmo vinho que bebemos e juntos, pais e filhos encherão todas as TALHAS, com amor e responsabilidade, para se conseguir realmente uma arquitetura SÃ, onde o divino e o humano se completam. 121 Estelita e Carlos Eq. 2 - N. Sra. Imaculada Rainha do Sertão Quixadá, CE

{respeito da entrevista feita com o padre Cristóbal Sàrrias, Diretor Espiritual da ERI, publicada na Carta Mensal de novembro/97, gostaria de comentar uma das frases dita por ele. "A Segunda coisa que me preocupa é a geração seguinte. Pais que são muito bons equipistas têm, muitas vezes, filhos que não têm religião, que não se casam, que se divorciam. SERÁ QUE NÃO FALTOU UM TRABALHO TAMBÉM COM OS FILHOS?" Esta indagação é muito séria. Se nós, pais, nos questionássemos um pouco mais, veríamos que somos mais quantitativos que qualitativos. Muitas vezes eu e meu esposo nos perguntamos o que estamos fazendo como casal equipista pelos nossos filhos. Nós crescemos espiritualmente como casal, temos amizades sadias, convivemos num meio saudável e nossos filhos por onde andam? Que tipo de companhia estão tendo? Será que estão num ambiente saudável enquanto nós passamos quatro horas em celebração nas equipes? E eles, que tipo de celebração fazem lá fora? Nós estamos aproveitando as formações para crescermos também como PAIS? Ou estamos separando "Vida do Lar, da Vida de Engajados nas Equipes"? Quantas vezes nós, casais, colocamos o nosso compromisso de

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Elei~ões

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1998, serão eleitos o Presidente daReública, os Deputados Federais, parte dos embros do Senado, os Governadores e os Deputados Estaduais. Atividades práticas, entre outras, são: a) trabalhar criticamente cartilhas sobre política; b) participar de grupos de reflexão sobre fé e política; c) conhecer bem a vida e as propostas dos candidatos. Resgatar a memória em relação aos que já exerceram cargos políticos e se recandidatam e deram comprovada prova de serviço à Nação.

Nossa Igreja não faz opção partidária alguma e respeita a opção de cada um de seus membros. No processo de educação política, a CF-98 apresenta os critérios evangélicos para a política e a cidadania. O que se visa é ajudar cada cidadão para que possa verdadeiramente escolher, com liberdade e responsabilidade, governantes comprometidos com a justiça e a geração de melhoria das condições de vida para todos, especialmente os excluídos. Não falte neste trabalho de educação política a insistência quanto ao acompanhamento, colaboração e cobrança em relação aos que assumem cargos políticos, para que os exerçam em benefício do povo e não de interesses particulares.

Extraído do Manual CF-98 A Serviço da Vida e da Esperança página120 34


Correndo em / Pleno Outono tinha um cunhado, homem bom e alegre, que morreu na orça dos cinqüenta. Nos últimos anos de sua vida, costumava falar, com um sorriso nos lábios: "Vocês sabem, la vecchiaia é bruta!" Fiel às suas raízes, misturava algumas palavras italianas para dizer o que, em bom português significa: "A velhice é feia!" Quando ele dizia isso, nós, que naquele tempo fazíamos parte do grupo mais jovem, costumávamos rir e caçoar dele. Mas agora, mais "maduros", podemos ver que havia muita verdade nessas palavras. Realmente, se não tivermos uma vontade firme, se teimarmos em nos acomodar na rotina, se pusermos na cabeça que tudo está muito difícil (bem diferente dos nossos bons tempos!!!), e que certas coisas já não são mais para nós, em breve, bem mais breve do que pensamos, estaremos sentindo os efeitos da idade, os limites cada vez mais fortes que nos impedem de viver plenamente. É comum ver as pessoas mais velhas com ar cansado, rosto marcado pelos revezes da vida, presas fáceis do desânimo ... Eu me lembro então das palavras do padre Cássio Murilo, no seu trabalho sobre a Esperança: "Um dos pecados contra a Esperança é a desatualização. Há muitos cristãos que estão atrasados na História. Não se trata de se deixar guiar cegamente pela moda. Antes,

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é fazer o mesmo que Jesus fez, encarnar-se, assumir um tempo, um presente". Aceitar os desafios, ter a coragem de responder a eles com nossa experiência, faz de nós pessoas mais fortes, mostra que continuamos VI-

nossa passagem pelo mundo? Sabemos reconhecer todas as dádivas recebidas até hoje, sabemos repartir nossos dons, nossas experiências e entoar, a cada dia, um hino de louvor à vida? Ficamos encalhados nos acontecimentos tristes, nos sonhos não realizados, nas etapas não cumpridas, perdendo um tempo precioso, ou participamos conscientemente de nosso mundo, com humildade, mas também com entusiasmo sempre renovado? Ficamos magoados com o que consideramos ingratidão dos nossos filhos que parecem não reconhecer "tudo o que fizemos por eles"? Ou procuramos conservar nosso coração livre para que possamos acolhêlos sempre e ajudá-los nos momentos de dificuldade? Como dizia o querido Pe. Júlio Masson, há muitos anos, a um grupo de casais jovens, muito preocupados: "Saibamos, de vez em quando, rir de nós mesmos , das nossas teimosias, do nosso desencanto, das nossas fraquezas, dos nossos limites ... " E, mais ainda, repitamos sempre, com alegria e confiança, aquilo que o Dr. Dharrna nos recomenda, no fim de seu livro: "Não desista. O melhor está para vir. Sua vida, em primeiro lugar".

VOS! Sobre os problemas decorrentes da idade, foi publicado, há pouco tempo, um livro muito interessante: "Longevidade do Cérebro". O autor Dharma Singh Khalsa, um médico americano, de origem oriental, apresenta-nos um programa de normas alimentares, exercícios e meditação, capazes de melhorar a memória, retardando os efeitos do envelhecimento sobre o cérebro e ilustra as suas idéias com numerosos exemplos de pessoas que adotaram o seu método. Vale a pena ler esse livro. Ele nos fala de uma vida vivida com qualidade, que nos transforma em homens e mulheres ativos, engajados e nos leva a um encontro com um Ser Superior, a uma experiência de Deus. Há sempre, na nossa vida, qualquer que seja a nossa idade, urna parte que cabe a nós e a mais ninguém. Como estamos fazendo a nossa parte? Que presença temos sido em nossa família, com nossos amigos e com as pessoas que precisam de nós? Somos, por acaso, gente que pensa que já tem o direito de fugir de todas as responsabilidades, vivendo uma aposentadoria integral e árida, ou achamos que ainda não demos tudo que podemos dar para justificar a

Wilma e Orlando Equipe3 Jundia~ SP 36


Somente notamos a presença da vela quando está acesa. Apagada não tem serventia, não tem utilidade. Ser vela é estar iluminando, brilhando para os outros, mesmo que estes nem percebam a sua presença e busquem somente seu brilho e sua luz. É aqui que se encontra a "felicidade" de ser vela: esgotar-se, aniquilar-se, produzindo luz na escuridão e brilho para a vista. Mas que triste destino tem a vela! Para produzir luz tem que ir

bserve uma vela acesa . Veja a beleza de sua chama, o brilho que ela emite, a energia que passa, a claridade que produz. Sem ter vida, ela fala da vida. Ter vida é brilhar, é iluminar, é aquecer, é encantar. Se observarmos atentamente sua chama, veremos que ela, mesmo sendo frágil e fugaz, ilumina com toda energia que pode produzir. Numa incansável dança e misteriosa melodia.

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se acabando, se destruindo, se imo- com o que resta da vela, se vai. lando, sem receber nada em troca. Que triste fim de uma vela! Cada minuto que Aniquilar-se até o expassa, parte de si se tremo, sem ter nada em · troca. Gastar tudo de vai, é consumida pela chama e pelo fogo. si produzindo e alimentando aquilo que lhe Nada é recebido, tudo A beleza é doado. Silenciosatira o que é fundamenmente, caminha para o tal para continuar a da vela está fim. existir. Que triste destino Gastar-se, aniquitem a vela! lar-se, e gotar o eu em encantar Vê-se a beleza e o ser, é o sentido da exisseu brilho, mas não se tência da vela. os outros enxerga a vela. Quanto Gratuita e generomais se encanta com a samente cumpre seu sua luz, menos se vê destino, constrói sua com a sua quem a produz. história, marca sua preA beleza da vela sença, brilhando para chama, está em encantar os os outros. outros com a sua chaA vela chega ao ma, cumprindo sua fim. Tudo passou, cumprindo missão, cumprindo seu nada ficou, senão destino. restos de algo que, sua missão, É uma caminhada num momento, fora sem retorno, estrada uma vela. Na da pode que não tem volta, careceber; nada mais cumprindo minha que conduz a pode dar. um triste fim. Mas, pelo menos, seu destino. A vela está quase a vela, um dia, ajudou no fim. Sua chama têalguém a re~ar ou ilunue ainda centelha o minou seus passos. ar, espalhando o que Despertou esperanças, ainda resta do brilho reavivou a fé, devolde sua chama; mas não há muito o veu a luz e mostrou caminhos. que fazer. Não se tem como voltar Gratuita e generosamente, cumatrás. Cumprindo o seu destino, es- priu sua vocação. gota-se para os outros ... vive para Pe Dirlei Abercio da Rosa os outros ... sempre produzindo luz. Sacerdote CE Misteriosamente, o fogo que não Equipell estava na vela, e que, desde o início era alimentado por ela, também se Nossa Sra. da Rosa Mística enfraquece, diminui e, juntamente Pouso Alegre, MG 38


Três Fios de

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março de 1995 foi diagnoscado câncer de mama em inha querida esposa Iara. Na manhã de 3 de abril de 1995 , estávamos num quarto de hospital aguardando o horário da cirurgia. A Iara recebeu a Eucaristia e em seguida, nos colocamos em oração. Temos o costume de fazer a Escuta da Palavra com os textos da liturgia do dia. Para aquele dia, o texto foi Jo 11 , 3-5: "Esta doença não é para a morte, mas para a glória de Deus , para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela". São as delicadezas de Deus. Não perguntamos POR QUE o câncer veio nos visitar, mas procuramos entender PARA QUE a doença estava fazendo parte de nossas vidas. Sabemos que Deus tem para nós um plano de amor, de felicidade. As provações fazem parte desse plano e são peças necessárias para completar a beleza desse quadro. Imagine você um quadro, uma pintura muito bonita. Você consegue apreciar sua beleza quando o enxerga na sua totalidade, a uma certa distância. Imagine esse quadro de proporções muito grandes, muito maior que o seu próprio tamanho, de forma que seja possível andar sobre ele. Nesse caminhar, você nota uns traços de tinta aqui, uns borrões ali, mas para você é difícil aceitar que aquele borrão que você acabou de tropeçar faz parte e é necessário para completar a beleza e a harmonia do quadro. Assim são as doenças,

Cabel~

os sofrimentos pelos quais todos nós passamos. O ano de 1995 foi muito difícil para nós: após a mastectomia, seguiram-se os tratamentos de radioterapia e quimioterapia. As dificuldades foram amenizadas por conta de toda espécie de ajuda que recebemos de nossos irmãos equipistas: espiritual, moral e material. Sentimos a força da união do Movimento e agradecemos muito a Deus por fazer parte da farm1ia das ENS. E a promessa de Jesus feita a nós no dia da cirurgia começou a se concretizar: Jesus Cristo foi glorificado em muitas coisas que se sucederam: a fundação de grupos de apoio a pacientes de câncer: o GESTO (Grupo de Estímulo e Solidariedade ao Tratamento Oncológico) em São José dos Campos e oDESPERTAR em Jacareí. Tivemos a oportunidade de visitar muitas pessoas com câncer e sempre demos testemunho das maravilhas que Jesus Cristo estava e continua operando em nossas vidas. Muitas pessoas se aproximaram de Jesus para rezar pela Iara, e dele não mais se afastaram. Os anos de 96 e 97 passaram sem que a doença se manifestasse. Em janeiro de 1998 ela novamente bateu à nossa porta, na forma de uma metástase no pulmão. Sofremos muito, como da primeira vez. E, novamente, nos agarramos à promessa de Cristo. Achamos que tínhamos crescido o suficiente ... Mas, Cristo, não: ele nos queria ain39

~o..--~


da mais perto dele. Foi no dia 9 de tei, porém que três deles estavam fevereiro de 1998 a cirurgia do pul- presos à Bíblia, como que marmão direito. E desta feita também, cadores de página. Na página em Me 6, 53-56, que foi a leitura marcada pelo primeiro fio encondo dia, Jesus renova a sua palavra trei a passagem: Lc 13,12: "Mulher, de cura: " ... e todos os que tocavam você está livre da sua doença". Na a orla do manto de Jesus, ficavam página do segundo fio: Is 37,14: curados." "Colocarei em vocês o meu espírito e vocês viverão". E, A Iara está passando novamente por na página com o terseções de quimioteraceiro fio de cabelo: Jr Muitas pia. Após uma dessas 28,11: "Conheço os pessoas se seções de quimiomeus projetos sobre terapia, fomos descanvocês - oráculo de aproximaram Javé - são projetos de sar no sítio de um casal equipista muito felicidade e não de sode Jesus para querido. O lugar é linfrimento, para dar-lhes rezar pela Iara, do, com um riacho um futuro e uma espeque desce da montarança". Ah, Deus e e dele não mais nha tornando ainda suas delicadezas. se afastaram. mais deslumbrante a Apesar de sua promessa, vez por outra paisagem do sítio Sanainda nos vemos trista Teresinha. Fui fazer a Escuta da Palavra num lugar pri- tes, abatidos pelas conseqüências da vilegiado: nas pedras que margeiam doença. Algumas vezes não sei o o riacho. A Iara estava comigo. que dizer para consolar a Iara num Como conseqüência da quimio- momento de maior tristeza. Aconteterapia, seus cabelos caíram e eu ceu também nesse dia, quando ela estava acariciando sua cabeça, ti- voltou para me encontrar. Notei que rando uns fiozinhos aqui e ali. Sem ela estava triste: disse-me que tinha uma intenção premeditada, colo- ouvido a notícia de que uma mulher quei alguns fios de cabelo na pági- tinha falecido como conseqüência de na aberta da Bíblia. Em seguida, ela câncer de mama. O que dizer? voltou para a casa do sítio. Sozi- Como consolá-la? Nesse momento, nho, conversei muito com Jesus, a no entanto, eu tinha uma coisa a lhe respeito de sua promessa. Não sei dizer. Não apenas uma, mas três, como explicar, mas a Bíblia escor- marcadas na Bíblia pelos seus três regou de minha mão, e somente fios de cabelo. com muita dificuldade consegui imGonzaga (da Iara) pedir que ela caísse no chão. Abri Equipe li novamente a Bíblia na página que N.Sra. da Caridade estava lendo, e constatei que os fios São José dos Campos, SP de cabelo não mais estavam lá; no40


O Companheiro lnvisíveV

por quilo. Já fazia três dias que seu irmão estava sem assistência e quase perdera totalmente a vista. As primeiras conversas, em pouco tempo de caminhada, giraram em torno de bebida, mulheres, prostituição, sexo ... Depois, talvez pelo constrangimento por ter me identificado como padre, o grupo passou a conversar sobre os problemas relacionados com a atividade profissional e a problemática do mundo do trabalho. E, assim, cada um começou a abrir o livro de sua vida e a apresentar as duras lições que foram aprendendo na escola da vida. Aos poucos, fomos percebendo as ligações destes problemas com a

ssar a Semana Santa em Guaará-Mirim, RO, na divisa do Brasil com a Bolívia, foi uma verdadeira dádiva de Deus, uma experiência de ressurreição. Ao chegar a Porto Velho, precisei de uma "lotação" (grupo de pessoas que assumem coletivamente a tarifa de um táxi) para me conduzir até Guajará-Mirim. Levaria quatro horas de viagem para chegar ao meu destino, percorrendo 340 Km. Logo que entrei no carro fiz contato com um rapaz falante, que se sentou ao meu lado. Ele tinha ido a Porto Velho levar um irmão que se acidentara amassando latas de bebida, que são vendidas a 30 centavos

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situação sócio-econômica do país e o assunto girou em torno das mazelas e corrupções dos políticos e seus partidos. Começamos a discutir os rumos econômicos e políticos que o Brasil está tomando com as opções assumidas pela elite governante. Mas o assunto não parou aí... Passamos, não me lembro de que forma, para a nossa vivência da fé. Talvez tivéssemos consciência de que os problemas da vida estão intimamente ligados com a nossa fé e nosso relacionamento com Deus. E, neste momento, parece que sentimos a presença de um passageiro invisível que ia conduzindo nossas conversas para uma mesma direção: reconhecer as maravilhas que Deus foi realizando em nossa vida e perceber sua história em nossa caminhada. A conversa foi ficando mais profunda e falávamos de acontecimentos mais íntimos. Parecia uma confissão iluminada pelo reconhecimento da bondade de Deus. A partirdeste momento, começamos a tirar de nossa memória várias passagens das Escrituras que foram clareando os acontecimentos da vida. A vida escura foi se iluminando ... A Palavra de Deus foi nos fazendo compreender melhor os fatos. Cada qual contou a sua história com Deus e a consciência de sua presença em nosso meio foi aquecendo os nossos corações. Foi maravilhoso perceber a mão de Deus conduzindo a vida de seus ftlhos. Quando estávamos chegando em Guajará-Mirim, como todos sabiam que eu era padre, tomei a iniciativa de fazer uma oração dizen-

do: "Nós não começamos nossa viagem com a oração, mas não poderemos terminá-la sem agradecer a Deus o que pudemos experimentar nesta viagem". Rezamos juntos um Pai Nosso, uma Ave Maria, um Glória e invoquei sobre eles e suas famílias as bênçãos de Deus. Depois da oração, o motorista do nosso táxi disse-nos que há muito tempo ele não fazia uma viagem tão boa como aquela que estávamos para findar. Um dos passageiros contou que a nossa conversa havia mexido com ele e feito com que refletisse muitas coisas de sua vida. Tenho certeza de que, ao chegar em suas casas, todos contaram para alguém o que tinham vivenciado naquela viagem. Como os discípulos de Emaús, não podíamos conter esta alegria nascida em nossos corações e o desejo de partilhá-la. Chegamos diferentes, não éramos os mesmos! Algo havia nascido dentro de nós. Esta viagem, completamente inesperada, foi, para mim, uma experiência antecipada da Ressurreição do Senhor. Era como se eu tivesse sido conduzido pelo Espírito de Deus para estar presente naquele carro. Senti que o Senhor estava vivo e presente em nosso meio. E este foi o início de uma experiência que se prolongou durante toda a semana consagrada à celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor, entre os pobres de Rondônia.

Pe. Paulo Crozera SCE da Equipe 76-G N.S. do Rosário Brasz1ia, DF 42


O Santuário de Santiago de Compostela / Direito Canônico ensina que santuário é um local de constantes peregrinações religiosas aprovadas pela autoridade eclesiástica. Santiago de Compostela é um desses locais, sendo um dos grandes santuários da Europa. Compostela seria o nome de procedência latina, originário dos tempos em que Roma dominava a

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península Ibérica e proviria do diminutivo de "composta collis", ou ainda, segundo outros, da expressão latina "campo da estrela", ou seja, o astro que conduziu o bispo de Iria ao local do sepulcro de São Tiago. De fato, o escudo de Compostela apresenta no alto, à direita, uma estrela e, na parte inferior a, urna com os ossos do Apóstolo pro-

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tetor da Espanha. Por causa dos três séculos de perseguições que os imperadores romanos moveram contra os cristãos, a sepultura de São Tiago caiu no esquecimento. Mas, em 813, um ancião foi ter com o bispo de Iria, hoje Patrón (padroeiro), comunicandolhe que na colina Gilredon, quando escurecia, observavam-se estranhos resplendores. O prelado, acompanhado por sacerdotes e fiéis , dirigiu-se para o local indicado e, guia-

do por uma estrela, encontrou os ossos do Apóstolo. A notícia dessa descoberta espalhou-se rapidamente. O rei de Leon mandou erguer uma capela sobre a tumba e, perto dela, um convento. De toda parte, começaram a chegar peregrinos. A novidade alcançou a França e atingiu os ouvidos de Carlos Magno em Aquisgrana que também peregrinou até Santiago de Compostela. Com esse crescimento constante, foi-se formando uma cidade em torno do santuário.

Os Ca111inhos de Santiago Com o número sempre crescente de fiéis, tornou-se necessário melhorar e assinalar as estradas, que eram antigas rotas romanas. Isto foi executado pelas autoridades civis. A sinalização, especialmente nas encruzilhadas, era feita com cruzes e conchas; estas últimas para lembrar o batismo, que exige a conversão. A peregrinação de penitência era realizada a pé, um bordão, uma mochila, um manto com cruzes e conchas e muitos dias de viagem. As estradas eram tantas que se afirmava: "Assim como todos os caminhos levam a Roma, assim todas as sendas conduzem a Santiago de Compostela". Nos séculos XII a XV as peregrinações ao túmulo de São Tiago rivalizavam com as de Roma (romeiros) e Terra Santa (palmeiros, porque carregavam palmas). Havia três caminhos principais: o português- que partia de Lisboa, tomava a direção norte e percorria

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a região marítima até atingir Vigo e Compostela; os caminhos espanhóis- que saíam de Madri e Saragoza, tomando a direção noroeste; o caminho francês - também chamado "via-láctea", porque seguia acompanhando a via láctea celeste. Por ele andavam os peregrinos procedentes da França e de outros países da Europa. Os monges beneditinos de Cluny fomentavam muito essas peregrinações. No século IX, os piratas normandos atacaram, saquearam e destruíram a cidade de Iria; então, o bispo transferiu a sede episcopal para Santiago. Para defender os peregrinos maltratados pelos normandos e mouros, em 1161, foi fundada a Ordem dos Cavaleiros de Santiago. A catedral-santuário, em estilo românico e de grandes proporções, começou a ser construída em 1077 e utilizada em 1128. A fachada pnncipal, em estilo barroco, é posterior e data de 1750. Em outubro de 131 O, um concílio provincial, reunido em Santiago de Compostela, decretou que a festa da Conceição de Nossa Senhora seria celebrada a 8 de dezembro, fato que depois foi aceito por toda a Igreja. Equipistas, como os pastores de Belém, digamos: "Vamos a Santiago ver o que lá aconteceu e o que o Senhor nos fará conhecer" (Lc.2, 15).

QueTiago? / São Tiago, o maior, era natural de Betsaida, sendo filho de Zebedeu e de Maria Salomé, irmão do evangelista São João. Foi vocacionado por Jesus, quando se encontrava à beira do lago de Genesaré, consertando as redes. Ele e João abandonaram o pai e os instrumentos de pesca para acompanhar Jesus, sendo um dos três apóstolos prediletos do Senhor. Depois da Ascensão de Jesus, São Tiago levou o Evangelho à Espanha, que, naquele tempo, fazia parte do grande Império Romano. Após lançar os fundamentos da Igreja em terras hispânicas, retornou a Jerusalém. No ano 44 foi morto à espada por Herodes Agripa. Em 1884, o papa Leão XIII publicou um escrito on.de afir~ ma: "Depois que São Ttago foi decapitado em Jerusalém, dois de seus discípulos, Atanásio e Teodoro, tomaram o corpo do apóstolo, embarcaram para a Espanha e o enterraram numa colina, erguendo, sobre a tumba, uma ermida".

Padre Antonio D. Lorenzatto Sacerdote Conselheiro Espiritual Região Rio Grande do Sul 45


Não me Leve a Mal,

Senhor / Não me leve a mal,

pelas palavras de consolo

Senhor,

que escondi,

pelas rosas

pelas insatisfações

que por minhas mãos

que senti

não desabrocharam,

na humilhação dos homens;

pelos frutos que não cresceram

pelos dias distantes,

no campo

pelas noites estreladas

da minha responsabilidade.

que não vivi.

Não me leve a mal,

Não me leve a mal,

Senhor,

Senhor,

pelo amor

pelas horas inquietas,

que neguei,

inevocados momentos;

pelo obrigado

pela desesperança,

que não dei,

pelo desamor,

pelo olhar

pela tristeza

que desviei

e pela dor.

dos cristos pelos caminhos.

Pela vida que construí

Não me leve a mal,

com a argila solta

Senhor,

dos meus fracassos.

pelo tempo que perdi,

Não me leve a mal, Senhor!

Beni (da Francisca) Equipe 6- }undiaí, SP (tirado do Boletim Mensageiro- }undiaí)

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Como Nasceu / a Salve Rainha

Af

nda oração da Salve Rainha nasceu pelo ano mil, uando o monge beneditino Germano vivia num osteiro situado na fronteira da Suíça com a Alemanha e, estando doente, com reumatismo, inutilizado fisicamente, sofria dores atrozes. Não passava um dia sem que Germano, arrastando-se, fosse duas ou três vezes de seu quarto ao templo rezar demoradamente a Nossa Senhora. Foi junto ao altar da Virgem que, de palavra em palavra, ele compôs a "Salve Rainha" no decurso de longos anos de sofrimento. Verdadeiro trapo humano, tinha os músculos contraídos e os ombros inertes. Ele não chegou a concluíla. Estava escrevendo estas palavras ... "e, depois deste desterro, mostrai-nos Jesus ..." quando a morte o levou. Pelos meados do século XII, na véspera do Na tal de 1146, São Bernardo chegou aSpira, cidade imperial da Alemanha, na qualidade de delegado apostólico, para pregar a segunda cruzada. Foi recebido com solenidade extraordinária. Conduziram-no, ao som dos sinos e dos hinos sagrados, através da cidade até a catedral, onde o imperador e os príncipes esperavam e o acolheram com todas as honras. A multidão era compacta. De todos os lados acudiam as pessoas, ansiosas por ver o santo, para ouvi-lo pregar. O cortejo avançava pela grande porta da Catedral em direção ao coro e entoava a "Salve Rainha", oração essa que já era do domínio público no país.

São Bernardo, ao lado do imperador, seguia por entre o povo aglomerado quando os últimos acordes da bela invocação cessaram: " nobis post hoc exilium os tende ... " Tão arrebatado ficou o grande sacerdote que, num ímpeto de amor, fe z três genuflexões, com os olhos fitos na imagem da Virgem Santa, completando a prece do monge Germano, exclamando: "Ó Clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!" Estas palavras foram esculpidas em lâminas de bronze no assoalho da Catedral e, depois, introduzidas na oração da Salve Rainha. •

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Senhor / Um dia, caminhando Observando o céu, as pessoas e as montanhas, Eu perguntei a ti, Senhor, Por que Tu não me fizeste como a montanha? Por que não me fizeste como o mar? Por que não me fizeste como a terra? Por que não me fizeste como o fogo? E Tu, Senhor, falando ao meu coração, Respondeste: "Eu não te fiz como a montanha para que Tu não tenhas o coração duro como a rocha.

Eu não te fiz como o mar para que Buscasses a fonte de água viva. Eu não te fiz como o fogo para que Sintas o fogo ardente do Espírito Santo. Eu não te fiz como a terra para que Tu sejas semente e possas frutif~car.

Mas eu te fiz a minha imagem e semelhança Para que, acima de tudo, tu possas conhecer O verdadeiro amor".

Celdemir (da Maria Alice) Eq.IOI- Setor C Riolll


MEDITANDO EM EQUIPE O Evangelho de Lucas (9,51-19,28) apresenta-nos Jesus caminhando para Jerusalém. Vão com ele os apóstolos e os discípulos, aqueles que tinham decidido acreditar nele. Para Jesus vai-se tornando cada vez mais claro o que o espera : rejeição e morte. Nesse contexto é que vai levando seus discípulos a perceber quais as conseqüências e qual o alcance da sua opção por Jesus .

Leitura: Evangelho de Lucas 9, 51 . 57-62 • • • • •

Seguir Jesus exigiu ou exige de você (e do casal) alguma decisão difícil? Oual sua disposição para tomar essa decisão? Oual tem sido sua fidelidade em cumprir essa decisão? Precisa fazer alguma retificação no rumo? Alegre-se, louve, agradeça, peça, decida . Ora~ão litúrgica:

Somos enviados para salvar (veja Isaías 61,1-3) "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, derramou óleo sobre mim para marcar-me. Enviou-me para levar a boa notícia aos pobres, para curar os corações machucados, para anunciar aos cativos a alforria, e aos aprisionados a liberdade, para anunciar um tempo de misericórdia de Deus ... para consolar os aflitos e colocar-lhes um diadema na cabeça, antes coberta de cinza, para fazer que os perfumes tomem o lugar de seu luto para que sejam árvores de justiça, plantação com que Deus se alegra ."

Pistas para o

dever de sentar-se11

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Às vezes, para facilitar ou renovar o dever de sentar-se poderá ser útil fazê-lo com um outro casal da equipe, um dever de sentar-se a quatro . Isso por iniciativa de dois casais, ou de toda a equipe . Se for iniciativa da equipe, os pares de casais poderão ser formados por sorteio . O tema para o colóquio deverá ser estabelecido antes pelos dois casais. Parece que essa forma de dever de sentar-se deva ser utilizada apenas de vez em quando. Será bom lembrar que ambos os casais deverão guardar o devido sigilo sobre o conteúdo do -::olóquio, mesmo com relação à equipe.


AS TRÊS ATITUDES • Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus • Desenvolver a capacidade para a verdade • Aumentar a capacidade de encontro e comunhão

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone : {011) 256 .1212 • Fax: {011) 257 .3599 E-mail : equipes@virtual-net.com.br


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