EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°345 • Maio/1999 EDITORIAL .............. ... ...... .... ... ... 01 Deus É Pai e Mãe ..... ... ....... .... ..... . 01 Carta do Conselheiro Espiritual .. ... 02
Encontrar Ma ria nas Mães e as Mães em Ma ria ! ................... 26 Olhos de Ma ria ............ ... .. ..... ... .. 28
ECIR ............ ........... ... ..... .... .... ... 03
MÃE ...... ..... .......... ............ ......... 29
Maria , a Escolh ida do Pa i .. .......... 03
Sim . Relato de uma Vida ......... .... . 29 A Cama da Mãe .... .. ..... .. .... ......... 29 Mensagem para Você que É Mãe ... ... ............. .. .... .. 30
ECOS DO EACRE ... .... ................ 05 Meu Primeiro EACRE .. .. .. ... ........... 05 Não Temos Falta de Tempo, mas Sim de Fé! .... ............ .... ... .... . 06 O Sabor do Dever de Senta r-se ... .... ... ..... : .. .... 07
VIDA NO MOVIMENTO ...... .. ..... 08 Um EACRE Fora do Comum ..... .... .. ... ... ... .... .. 08 Frutos da ExperiênciaComunitária ..... ...... .. .. 1O A Missão Continua ........ .... .... .. .... 11 Sessão de Formação Nível I ... ...... 13
FORMAÇÃO ....... ..................... .. 14 Tema de Estudo .. .. ........ .... ..... ...... 14
PRIORIDADES .......... ...... ..... ... .... 16 Vida de Equipe ..... .. ..... .... .. .... ...... 16 Santa Ousadia ...... ................ ... ... 17
PCE ......... ........... .... .. ..... .... ........ 31 Meditação a Sós com Deus .... ...... 31 Pontos Concretos de Esforço ........ 32
TESTEMUNHO ..... ......... .. ..... .... .. 34 Como Encontrei o Meu Pai! .... ... .. 34 Casa de Nazaré ..... ..... ...... ..... .. .. . 37 Solidariedade ..... ... ........ ... ... .. ... ... 38
ORAÇÃO ...... ......... ......... ... ....... . 39 Espírito Santo .. ........ ..... .... ...... ..... 39
REFLEXÃO .... .... ........... ... .......... . 40 O Muro Preto e a Crise ...... .... .. .. .. 40 Despertar ........ ...... ... .. ... ...... .... ... . 41 Pequenos Valo res ... ... .. ......... ... ..... 42 Queremos a Paz ........... .. ......... .... 42 Quem É o meu Próximo?' Como Amá -lo? .... .... .... ........ .... .... 43
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ..... 19
PENTECOSTES .............. ........ ..... 45
DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO ..... 22
Abrir-se ao Espírito ........ ....... .. ..... 45
Diálogo lnter-Religioso .. .. ......... ... 22
NOSSA BIBLIOTECA ........ .. ... ..... 47
MARIA ...... ............. ... .. ... ......... ... 26
PALAVRA DO LEITOR ......... ... ..... 48
Carta Mensal é uma publicação mensal das Equi11es de Nossa Senhora
Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR (cous. espiritual)
Edição: Equipe da Carta Mensal
] omalista Respousá vel: Catherine E. Nadas (MTb / 9835)
Silvia e Cltico Pontes (respousáveis) Rita e Gilberto Canto Maria Cecília e José Carlos Sales
Editoração Eletrôuica e Ilustrações: F&V Editora Lida. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (O/I) 3873. 1956
Diag ramação: Alessandra Carignani Capa: José Carlos Safes Fotolitos e Impressão: Edições Loyola R. 1822, 347 Fone: (011 ) 69 14.1922 Tiragem desta edição: 13.000 exemplares
Canas. colaborações, notícias, testenumhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53
O1309-000 • São Paulo - SP Fone: (0 11 ) 256. 1212 Fax (0 11 ) 257.3599 cartamensal@ens.org.br A/C Silvia e Chico
Deus E Pai e Mãe ,
Olá, gente amiga!
Sempre é oportuno frisar que, dentro do Projeto Rumo ao·Novo Milénio, estamos vivendo o ano dedicado a Deus Pai. No seu curtíssimo pontificado, o Papa João Paulo I deixou-nos uma expressão surpreendente : "Deus é um pai tão bondoso para conosco que chega a ser uma mãe". Talvez, sob o aspecto humano, nos seja mais fácil compreender o amor de Deus, com todos os seus atributos, quando os vemos na figura de nossas queridas ou já saudosas mães. É impossível falar de mãe sem que o coração se emocione e enterneça, pois nessa figura solene e sagrada convergem todos os dons, todas as virtudes, todas as bênçãos. Benditas sejam sempre as mães! De onde vem essa inesgotável capacidade de amar, essa gratuidade ímpar no servir, essa ternura que encanta, alegra e dá vida? Sem dúvida vem de Deus. E se o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, a mãe revela os mais belos matizes desse amor divino. A você, mãe brasileira, de todas as raças, de todas as dores, de todas as crenças, e de grandes amores, queremos dedicar esta edição, neste mês que é das mães, e
da Mãe, padroeira do nosso Movimento. Talvez não seja simples coincidência que o aniversário das ENS, agora já nos seus 49 de Brasil, recaia no mês de Maria. Talvez seja o presente que a Mãe quis deixar a tantas famílias que, através deste Movimento, buscam captar e partilhar o amor de Deus! Com as mães e com a Mãe aqui estamos para celebrar, fazendo desta edição da nossa Carta Mensal um grande hino de ação de graças às maravilhas que o Senhor nos fez e faz. Destacamos nesta edição as referências aos 90 anos da mãe do Movimento no Brasil, Dona Nancy, e o artigo por ela próprio subscrito que nos revela o encontro com o amor do Pai. E porque Deus é pai e mãe, e deseja a unidade da família humana, o Pe. Flávio nos traz um fundamentado artigo a respeito do diálogo inter-religioso. Estes e outros variados temas, testemunhos e a vida do Movimento estarão esperando por sua atenção nas páginas da nossa Carta Mensal. Feliz Dia das Mães e Feliz aniversário para todos nós! Um grande e caloroso abraço em nome da nossa equipe de redação.
Silvia e Chico, CR da CM
Carta do Conselheiro Espiritual Queridos Casais e Conselheiros Espirituais!
Continua o texto em outra página: " ... Jesus contava parábolas sobre a simplicidade. Falou sobre um homem que possuía muitas jóias e um dia fez a troca por uma só ... O coração que persegue "muitos" é um coração fragmentado, sem descanso. 'De que vale ganhar o mundo inteiro e arruinar a vida?' (Mt 16, 26)" Não quero continuar a transcrever as frases que fizeram brotar essa reflexão, mas partilhar a minha meditação com este texto: muitas vezes, na multiplicidade, esquecemos a simplicidade e, conseqüentemente, tornamo-nos incultos, generalistas, superficiais . " ... Asabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir... o sábio está à procura das coisas dignas de serem conhecidas ... " E aí vem a minha meditação: "A quem iremos, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna". (João 6, 68) Conhecer Jesus e, por meio dele chegarmos ao Pai, esta é a verdadeira sabedoria na simplicidade ou vice-versa. Meditem em casal: Quantas vezes nos perdemos na multiplicidade e esquecemos a simplicidade? Boa meditação. Abraços e orações,
Paz e Bem! Neste mês tão cheio de festividades para nós (pois temos: o dia das mães, comemoração dos 49 anos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, festa de Pentecostes, festa da Santíssima Trindade, mês das noivas e tantas outras comemorações), quero refletir com vocês sobre "Simplicidade e Sabedoria", título de um capítulo do livro que ganhei, que se chama "Concerto para Corpo e Alma", de Rubem Alves, meu querido professor e companheiro de jornada. Diz o texto: " ... os jovens e os adultos pouco sabem sobre o sentido da simplicidade. Os jovens são aves que voam pela manhã: seus vôos são flechas em todas as direções. Estão sempre prontos para voar. Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, acontece o contrário ... Se para os jovens a multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adu ltos a multiplicidade tem o nome de dever. Os adultos são pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã dez mil coisas os aguardam com as suas ordens (para isso servem as agendas, lugar onde as dez mil coisas escrevem as suas ordens!)"
Pe. Mário José Filho, css ECIR 2
Maria, a Escolhida do Pai
. Mi
o, 49° aniversário da cheada do Movimento das quipes de Nossa Senhora ao Brasil. Mês de nossas mães; mês de Nossa Mãe. Como é confortante sentir em Maria a Nossa Mãe; poderíamos nós, equipistas, estar sob proteção mais santa? Maternidade assumida integralmente, obedientemente, desde a apresentação do filho-Menino no Templo (Lc 2, 22-24) até a entrega do filho-Homem na Cruz. Maria viveu o Tabor e o Calvário, a entrega de sua vida ao Pai na alegria do nascimento de Seu Filho e na dor mais profunda da sua morte, dois momentos extremos que só as mães podem experimentar. Maria estava lá com sua dor sem perguntas, entregando Jesus ao Pai e ao mesmo tempo tomando a responsabilidade de continuar sua missão de Mãe, a um chamado de seu Filho: "Mãe, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26-27), ou seja, Jesus delega a Maria o papel de mãe da humanidade. Se quisermos conhecer a figura de Maria recorramos a Lucas, "o pintor de Maria", e a seu Evangelho, também conhecido como o Evangelho do Espírito Santo. Lá, assim como nos Atas dos Apóstolos, Lucas dá a Maria papel de destaque, ressaltando a importância de sua presença junto aos apóstolos (At 1,14). Não se pode pensar em Maria sem a intervenção do Espí3
rito Santo, pois é Ele quem realiza nela a Sua obra. É interessante se perceber a presença de Maria que como a luz que ilumina e o sal que dá sabor, no seu silêncio, prova e testemunha o amor do Pai. Maria, a obediente, a que soube ouvir, e que, por isso, justamente por isso, foi escolhida por Deus
para nela realizar suas maravilhas. Maria, cuja simplicidade de coração acolheu a vontade de Deus de tal modo que esta veio a encarnarse nela. Maria, cujo sim possibilitou a passagem do Antigo ao Novo Testamento. Maria, ponto de encontro entre o céu e a terra, entre Deus e os homens. Maria, cujo amor sem medidas e entrega incondicional tornaram possível a vinda do SALVADOR. Saber que somos filhos de Maria, dá-nos a sensação de conforto e bem estar. Como equipistas de Nossa Senhora, saber que estamos sob sua proteção deve-nos trazer grande responsabilidade, pois se, por um lado, sentimos a alegria de tê-la como intercessora, por outro, temos a responsabilidade de tomála como modelo e inspiradora de nossa vida espiritual, comprometendo-nos a imitá-la na fidelidade adulta e corajosa à mensagem do Evangelho. Detenhamo-nos agora na atitude de colaboração de Maria, sua aceitação de ser mãe do filho de Deus: Maria era mulher de oração, por isso aceitou . Maria tinha os ouvidos atentos aos sinais misteriosos de Deus : Maria era mulher obediente, por isso aceitou. Quanto precisamos aprender de Maria! O seu Magnificat é o transbordamento de uma alma cheia de Deus. Em nossas orações peçamos a ela que nos ensine a ouvir, a entregar, a confiar, a meditar, e, sobretudo, a amar e servir.
Maria, a obediente, a que soube ouvir, e que, por isso foi escolhida por Deus. Maria, cuja simplicidade de coração acolheu a vontade de Deus de tal modo que esta veio a encarnar-se nela. Maria, cujo sim possibilitou a passagem do Antigo ao Novo Testamento. Maria, ponto de encontro entre o céu e a terra. Maria, cujo amor tornou possível a vinda do SALVADOR.
Regina e Cléber ECIR 4
Meu Primeiro E 4 CRE uma U~ão de Vida resolveram fazer uma Noite do Pastel em sua Paróquia, onde arrecadaram o dinheiro. Isto é espírito de equipe, de solidariedade e de caridade. Aliás, foram temas debatidos no EACRE. Aprendemos que solidariedade é dar o peixe e caridade é ensinar a pescar. Voltamos tão cheios de "vida" que gostaríamos de passar nossas experiências para nossa equipe e para todos os equipistas, mas é impossível você descrever o oceano para quem nunca pôs os pés nele. Você tem de vivenciar, estar lá. Também achamos que iríamos encontrar pessoas fanáticas e carolas, e encontramos pessoas iguais a todas as outras, apenas com um detalhe a mais em suas vidas: que o importante é servir e não ser servido. Contamos com a presença de dois bispos e alguns padres no EACRE, o que mostra que a Igreja como instituição está dando um grande apoio às ENS. Os padres rezaram para que mais sacerdotes entrassem no Movimento. Queremos agradecer primeiro a Deus, depois aos casais Heide/Sebastião e Guacira/José, que foram mandados por Ele para nos conduzir ao Movimento. Estamos muito felizes por estar nas ENS e queremos começar o ano de 1999 a todo vapor.
esde nossa indicação para sermos o Casal Responsável, ficamos ansiosos ao saber que iríamos ao EACRE. O que iríamos fazer lá? Dar testemunhos, ter aulas, rezar, meditar? Não tínhamos nenhuma experiência, pois era nosso primeiro ano como equipistas e como Casal Responsável, apesar de já termos passado por Experiência Comunitária e Pilotagem. A maioria dos casais que encontramos no EACRE já estava há muitos anos no Movimento das ENS e já tinha muitos quilómetros rodados. Nós éramos o carro zero, cheio de combustível, cheiro de novo e louco para dar a largada e competir com os veteranos. Passamos dois dias maravilhosos, partilhamos experiências de vida fantásticas, vida em equipe, vida em comunidade, vida em Deus. Observamos, também, que as equipes de Santos (SP) ficaram muito tempo sem expansão; por isso a maioria dos equipistas são casais que já têm idade, com netos grandes e grande experiência de vida. Ouvimos muitos depoimentos de casais que passam por cima de dificuldades de toda espécie, mas, mesmo assim, dão prioridade ao Movimento e driblam problemas, com garra e com fé. Um exemplo que nos deixou admirados foi o de uma equipe do ABC, que não tinha dinheiro para levar o Casal Responsável ao EACRE (muitos estavam desempregados e sem nenhum recurso). Daí
D
Diva e Álvaro Eq. N. Sra. das Graças Santos, SP 5
Não Temos Falta de Tempo, mas Sim de Fé! cultivarmos mais a nossa fé para despertarmos para uma consciência mais cristã. A falta de tempo é apenas desculpa para justificar o nosso comodismo e a nossa inércia. A partir desta verdade, necessitamos abrir nosso coração à vontade e ao amor de Deus. Para isso, dispomos de instrumentos valiosos que são a Eucari tia aliada aos Pontos Concretos de Esforço. À medida em que vivenciarmos tudo isso, estaremos no caminho certo para o Encontro e a Comunhão com o Pai. Agradecemos a Deus por este EACRE e a todos que contribuíram para tomá-lo possível, pois ele foi fundamental para descobrirmos pontos elementares, mas imprescindíveis, que mudaram a vida de muitos casais equipistas e que, certamente, a partir de agora, nos ajudarão na nossa caminhada em busca da santidade. Pedimos a intercessão de Maria para que esta chama do Espírito Santo se mantenha acesa, a fim de que a semente que foi plantada neste encontro não seque e nem morra, mas que seja regada com amor e perseverança, para que possamos produzir e sentir os seus frutos em nossa vida e nas pessoas que nos cercam.
ta simples frase de D. Nancy Moncau no EACRE de João essoa, PB, foi para nós a verdade mais marcante que escutamos nestes três anos como equipistas. Talvez isto se deva ao fato de que foram dois dias maravilhosos, repletos de muita graça e tínhamos o coração realmente aberto, atento e feliz; além disso, esta frase serviu como um suave puxão de orelha de uma mãe carinhosa que nos quer bem. Tudo o que ouvimos no evento sobre Espiritualidade Conjugal, Solidariedade, Reconciliação e outros pontos fazia sentido, pois estavam sendo testemunhados naquele momento com carinho, amor e alegria por todos os presentes e daí nos perguntamos por que ainda não vivenciamos esta realidade tão próxima de nós. D. Nancy, numa palestra, revelou-nos esta resposta de um modo simples e verdadeiro, dizendo que não tínhamos fé, firmeza e esforço. Nós sempre pensávamos que tínhamos pouco tempo para tanto esforço e dedicação no Movimento e que já fazíamos, de um modo ou de outro, o suficiente para um casal "tão novo e tão atarefado" e que algum dia nossa transformação seria mais significativa, pois teríamos mais disponibilidade para as coisas de Deus. Pudemos enxergar, a partir daí, a verdade, pois nossa conversão só depende de NÓS , só depende de
E
Kátia e Ricardo Equipe 4-A João Pessoa, PB 6
O Sabor do Dever de Sentar-se
M
ais uma vez fomos abençoados pela Santíssima Trindade na realização de nosso EACRE/99.
Tivemos diversos momentos fortes, mas gostaríamos de destacar um em especial. Especial porque é deste Ponto Concreto de Esforço, o Dever de Sentar-se, que depende a vivência de nossa conjugalidade e a busca da santificação. De forma vibrante e vivencial, Girley e Gilberto (equipe 8C) falaram-nos sobre a necessidade do Dever de Sentar-se em nossas vidas. Sem que esperássemos, surgiu uma cesta contendo: uvas, maçãs, laranjas, pêras, brócolis, pepinos, quiabos, chás de erva doce, hortelã, boldo, losna etc. Todos esses alimentos, tão necessários a nossa saúde, foram comparados a assuntos pertinentes ao Dever de Sentar-se. Alguns doces e agradáveis de serem saboreados e outros de até "difícil digestão". Que esta dinâmica nos faça refletir que, para termos um crescimento conjugal, não devemos saborear apenas os alimentos de sabor agradável e de fácil digestão, mas principalmente nos propormos a digerir os alimentos (problemas) de sabor amargo com condimentos que nos tornem verdadeiros banquetes e nos levem à santificação. As nossas orações e intenções são para que todos os casais equipistas vitaminem-se, curem-se e santifiquem-se através do Dever de Sentar-se ... Helenice e Francisco Casal Responsável Regional Paraná - Sul 7
Um E 4 CRE Fora do Comum Ó Deus, tu me ensinaste
desde a minha juventude, e até aqui eu anuncio tuas maravilhas. (SI 71,17) ~egião São Paul? ~apitai v1veu momentos umcos no !timo EACRE antes do grande jubileu do ano 2000.
Tivemos, como sempre, o privilégio de iniciar e encerrar o EACRE com a celebração Eucarística. Dom Emílio Pignoli, grande conhecedor do movimento, presidiu a celebração da manhã do sábado, sua homilia retratou não só seu conhecimento, mas também o carinho e afeição que dedica às ENS. Quem falou sobre a CF, foi Dom Angélico Sândalo Bernardino: de maneira contundente mostrou a gravidade do momento político social e econôrnico por que passam o Brasil e o mundo. Dom Angélico, embora tendo retratado a realidade nua e crua, não deixou, como pastor que é, de nos ensinar a virtude da esperança, apontando para saídas alternativas que certamente contribuirão para minorar o problema do desemprego e do combate à corrupção nossa terra. Nosso CL da ECIR, Maria Regina e Carlos Eduardo, esteve presente todo o tempo, viveram e falaram sobre a Solidariedade, fazendo uma perfeita conexão entre a CF e a Solidariedade. O sábado seguiu , Deus Pai e o Evangelho de São Mateus foram pregados por Pe. Dalton, que é teólogo e SCE de duas equipes. Nosso SCE da Região,
Pe. Elísio de Oliveira, pregou e presidiu a Celebração da Reconciliação. "Esses paulistanos são terríveis, por que colocaram neste artigo um título tão especial, se tudo o que fizeram, nós fizemos também?" dirão alguns dos nossos amados e pacientes leitores. A grande novidade estava por vir, o domingo foi dedicado a um membro da equipe 02D, Nancy Cajado Moncau, que veio comemorar conosco os seus 90 anos. Pe. Elísio sempre diz que os fundadores de ordens religiosas, movimentos ou associações da Igreja têm em si a presença e proteção muito especiais do Espírito Santo, e ele tem razão, olhar para Nancy é prova desta afirmativa. A simplicidade, naturalidade, força e lucidez são prova desta presença, ela não esconde isto, pois se coloca nas mãos de Deus, ao iniciar qualquer fala em nome do movimento. Pede ao Espírito Santo que a torne digna portadora da Boa Nova. Nancy Moncau falou mais de uma hora sobre os PCE, não tropeçou nas palavras, não leu o texto, não demonstrou cansaço. A vivência e a convicção sobre o que fala é sentida em cada palavra proferida, a fundamentação bíblica e teológica está presente ao longo da palestra. Nossos olhos verteram lágrimas e nosso coração ardeu diante daquela missionária dos casais que nos falava de maneira tão doce e firme. Houve festa, lindos discursos, bolo, vela e a entrega à Nancy de
uma cesta com dezenas de telegramas e faxes recebidos de todo o Brasil com felicitações. Estavam presentes todos os seus filhos e netos da fanu1ia biológica e vários da fanu1ia equipista. A grande importância porém, estava no que vimos e ouvimos, por isso louvamos a Deus, nosso Pai, que, sabendo da necessidade de seus filhos, envia ao mundo no século XX, para os pobres da Índia, Tereza de Calcultá e para os casais do Brasil a graça de ter Pedro e Nancy como pais e fundadores das ENS.
Altimira e Paulo, CRR São Paulo, SP 9
Frutos da ExperiênciaComunitária s Experiências Comunitárias começaram no Setor Reife em março de 1996. Foram iniciados dois grupos, cada grupo com sete casais. Aos poucos foram surgindo novos grupos e hoje já são muitos os grupos formados . Em alguns destes grupos havia casais sem o Sacramento do Matrirnônio. Com o passar do tempo, com o estudo dos ternas, que é sem dúvida um material maravilhoso, brotou nestes casais o desejo de casarem na Igreja Católica, sentiram a necessidade do Sacramento do Matrimônio em suas vidas. No final deste mesmo ano, cinco casais, acompanhados dos seus filhos entraram na Igreja para receberem o Sacramento do Matrimônio. Numa tarde de sábado, numa celebração lindíssima, cinco casamentos celebrados por frei Geraldo de Araújo, Conselheiro Espiritual do Setor "A" Recife e também da Equipe 04. Depois da celebração, foi uma verdadeira festa com direito a champanhe, bolo e valsa. Em janeiro de 1997, mais um casal, depois das reuniões de Experiência Comunitária, também recebeu o Sacramento do Matrirnônio e também casou-se no civil. No final do ano, outro casal recebeu o Sacramento do Matrimônio, após 17 anos de casamento civil. No dia 29 de julho último, foi realizado o 8° casamento. Todos estes casamentos foram
celebrados por frei Geraldo na Igreja N. Sra. da Piedade, diante da comunidade equipista que, ao final de cada celebração, faz urna verdadeira festa. Até o final do ano teremos mais um casamento, fruto do último grupo de Experiência Comunitária que já deu seu sim às ENS. É mais urna equipe fruto da Experiência Comunitária. É muito importante saber que tantos casais pelo Brasil afora receberam o Sacramento do Matrirnônio, porque se conscientizaram dele, através de um serviço oferecido pelas Equipes de Nossa Senhora. Agradecemos a Deus por estas pessoas que um dia tiveram a inspiração divina e prepararam este material para as Experiências Comunitárias. No decorrer das reuniões acontecem momentos lindos, reuniões maravilhosas. Agradecemos a Deus e sabemos que estes casais que receberam o Sacramento do Matrimônio também agradecem, e eles sabem e dão testemunho de que devem ao Movimento das ENS e às Experiências Comunitárias o fato de estarem mais comprometidos com a Igreja e de saberem o quanto este Sacramento é importante na vida do casal e de sua família. Que, a cada dia, Nossa Senhora nossa boa Mãe, conscientize mais casais sobre o valor desta graça.
Maria e Amâncio, CRS "A" Recife, PE 10
A Missão Continua nda está muito vivo em nosas memórias o acontecido o último dia 17 de outubro, quando dois mártires dos tempos modernos deram suas vidas pela causa da missão evangelizadora. Naquela oportunidade, perdemos dois de nossos pilotos que estavam implantando o Movimento em Agua Boa (MT), o Vargas da Marina e a Socorro do Vicente. Faltava apenas uma reunião para aquelas equipes, a de eleição dos CRE, quando o Pai os chamou a si .
O que fazer? Como seria o Movimento naquela localidade daí por diante? Quem iria substituí-los? As respostas vieram de imediato. Nos funerais e nas Missas de 7° dia os casais de Água Boa se deslocaram quase 900 km para estarem presentes juntamente com o SCE. Ao retornarem, o Pe. Adenir Fumagalli realizou as reuniões de eleição, para que tudo pudesse continuar dentro da possível "normalidade". Como não poderia deixar de ser entre irmãos que se amam, suas duas equipes de base continuaram
A
Pedro Vargas, da Marina
Maria do Socorro Amoral, do Vicente
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a dar apoio às famílias enlutadas, os dois viúvos continuaram a participar das atividades do Movimento, mesmo sabendo o quanto isto lhes representava de sofri. mento, com as recordações de uma ausência tão recente e tão marcante. Pensávamos que tudo parava por aí. Ledo engano. Em dezembro, para surpresa nossa, fomos informados de que o Vicente, ainda se convalescendo do traumatismo nas costelas, obtivera autorização do médico para se deslocar até Água Boa para "concluir o trabalho iniciado". Mas, as surpresas não pararam por aí. No último encontro dos Colegiados Regionais, o Casal Responsável pela Centro-Oeste II comunicou aos presentes que a Marina, do Vargas, apesar de ser da Centro-Oeste I, havia aceitado atuar como Ligação das Equipes de Água Boa, que são da sua Região. Naquele momento, a emoção se apossou de nós, pois nos lembramos da alegria com que ela recebera o convite para pilotar em Água Boa, dizendo que Deus ouviu as suas preces, pois: " ... quando eu me aposentei, pedi a Deus que me desse um trabalho missionário, e o convite que vocês estão me fazendo é justamente para atender aquilo que eu desejava". . Isto serve para nos ensinar que, quando queremos, nada há que nos impeça de realizar a nossa função de evangelizadores e de missionários no Reino de Deus. No momento em que nos vemos
às portas de um Novo Milénio e que muitas das vezes nos perguntamos o que fazer no conturbado mundo de hoje, vemos pessoas como Marina e Vicente que abraçam a causa da fé e levam a extremos aquilo que para nós, no nosso comodismo, nos parece tão difícil de realizar. O outro casal que participou da pilotagem de Água Boa, Dalva e Batista, já se colocou à disposição para outra missão de pilotagem onde o Movimento precisar.
Lícia e Artur, CRR Centro-Oeste I
PS- O Casal Marina e Vargas havia aceitado ligar Água Boa, tão logo terminassem as pilotagem. Com o falecimento do Vargas, Rita e José Adolfo (CRR Centro-Oeste II), esperaram até dezembro para voltar a falar com Marina e ela lhes pediu um tempo para pensar. Agora em janeiro, quando retornaram, ela lhes disse que havia consultado sua farru1ia, sua equipe e seu Conselheiro Espiritual e que todos foram favoráveis a que ela aceitasse a nova missão. Esta explicação é oportuna para que todos saibam que o gesto por ela tomado foi algo meditado e não um mero impulso sentimental, como poderia a princípio parecer a alguns que ainda não compreenderam bem a vocação cristã equipista. 12
Sessão de Forma~ão Nível I omos equipistas há apenas 3 a nosso favor. anos, e, muito entusiasticaTemos certeza de que a tarefa mente fomos participar pela de evangelizar cabe a todos e a todo primeira vez de uma Sessão de For- momento estamos evangelizando e mação, em Juiz de Fora, MG, a qual sendo evangelizados, pois a real achamos de muita valia. Mesmo os evangelização tem de ser constante que para lá não foram poderão be- e renovadora. ber da água daquela fonte, pois cada Mas, não obstante falar seja um de nós participantes será, ilumi- muito bonito, nada se processa fora nado pelo Espírito Sande nós, tudo passa anto, multiplicador da luz tes pelo nosso interior, que ali recebemos. Nada se vindo aflorar no nosso Nos trabalhos em próximo mais próximo processa fora grupo, discutimos asque é o nosso cônjude nós, tudo suntos que sempre julge. gamos interessantes, passa antes Aí é que entra a mas sobre os quais raimportância e grandepelo llOSSO ramente temos oporza do nosso Movimeninterior, vindo tunidade de trocar to, pois por ser um idéias. aflorar 110 movimento voltado Ao ouvir o Padre para a espiritualidade nosso próximo João Justino, encanconjugal, não ignoramais próximo tamo-nos com a forma mos que através do que é o nosso catequética com que nosso aperfeiçoamenabordou a instituição to como casal é que cônjuge. dos Sacramentos e podemos testemunhar pudemos entendê-los que o crescimento do melhor e mais profundamente. Ca- cristão se dá em todos os momensais equipistas também proferiram tos e em todas as esferas. Temos palestras, permitindo-nos constatar de revestir todas as nossas ativicomo temos pessoas preparadas no dades sob a ótica de Deus e deixar seio do nosso Movimento. que Ele ocupe nossa vida de tal Jamais deveríamos permitir que forma que passemos a agir com Ele, obstáculos menores sejam amplifi- por Ele e Nele, pois quanto mais cados, impedindo-nos de estar à dis- nos aproximamos de Jesus, mais posição da ação do Espírito Santo, nos tornamos santos. para agirmos em favor dos outros e para os outros, pois o resultado, Trindade e Manuel com certeza, se reverterá também Eq. 3-B, Juiz de Fora, MG
S
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Tema de Estudo Um Instrumento de Forma~ão
O Tema de Estudo jamais pretendeu ser "apenas" resposta a uma ou mais perguntas, nem "artigo" para ser lido em reunião. Tampouco é desejo do Movimento transformá-lo num "forum" de discussão da experiência humana dos casais, sem que estes levem em conta a dimensão transcendental sugerida pelo Espírito nas reflexões realizadas a dois. Da mesma forma, o tema não pode ser transformado em mero exercício dos dotes intelectuais que o próprio Deus nos cumulou, nem limitar a aspiração dos casais que querem aprofundar-se ou ir adiante na busca da santificação. O desejo das ENS é que o tema seja, de fato, um instrumento de formação , capaz de nos ajudar a melhor acolhermos a graça da "espiritualidade conjugal" (carisma do Movimento). "O tema de estudo deve ser uma resposta à uma vivência cristã e não um dever de escola ou exercício intelectual" (Manual do Casal Responsável de Equipe, pg 19). Assim, antes de ser resposta a perguntas soltas ou um artigo escrito para ser lido num momento específico da reunião mensal, o tema de estudo deve ser encarado como "uma oportunidade de reflexão a ser realizada mensalmente pelos casais e também uma chance de partilhar essas reflexões na equipe de base". Assim,
rcebe-se que enfrentamos dificuldades quanto ao entendimento que devemos dar ao Tema de Estudo no âmbito das ENS. Alguns o criticam por considerá-lo difícil de realizar, enquanto outros julgam seu conteúdo como impróprio. Muitos casais preocupam-se apenas em responder uma ou mais perguntas, baseados na experiência que possuem. Há também os que transformam o tema em "artigo" para ser lido na reunião mensal e os que, já conhecedores do conteúdo, consideram que este pouco lhes acrescenta, pois desejam ir adiante.
Tema: um instrumento de formação, capaz de nos ajudar a melhor acolhermos a graça da "espiritualidade conjugal" (carisma do Movimento). 14
tornar-se-á não só um meio capaz de favorecer o exercício do "auxílio mútuo" (importante dimensão da mística das Equipes), mas também um meio de fortalecer a solidariedade e a comunhão eclesial no seio da equipe de base, seja a partir da reflexão realizada pelos casais durante a sua elaboração ou no pôr em comum dessas reflexões na reunião mensal. O importante é que este estudo colabore , transformandonos, cada vez mais, em testemunhas fiéis do amor conjugal. Para que o Tema de Estudo produza os frutos pretendidos e participe do processo de transformação da nossa vida conjugal e comunitária, sugerimos que:
• ponham em comum estas reflexões na reunião mensal.
ção para o grande Jubileu, voltemos os nossos olhos e os nossos corações a Deus Pai, fonte de todo o Amor e misericórdia. Aproveitemos para pedir a Ele , que conhece os nossos pensamentos e necessidades, as nossas fraquezas e virtudes, que nos acolha no aconchego do seu abraço paternal e nos faça entender que a vida cristã é uma contínua peregrinação em busca do seu Amor incondicional. Por fim , para que não desperdicemos uma migalha sequer da oportunidade de aprofundamento que o Tema de Estudo nos proporciona, elevemos a nossa prece ao Pai, para que Ele nos transforme em servos fiéis, capazes de testemunhar aos irmãos, equipistas ou não, que Ele é o Senhor de todas as nossas ações. Por isso , peçamos o Seu auxílio para tomarmos consciência de que as nossas idéias e posições , longe de serem a verdade, apenas representam o nosso esforço de alcançá-la na perspectiva colocada em nossos corações pelo Espírito Santo. Peçamos também a graça da pres ença materna de Maria Santíssima, que sempre soube caminhar à sombra da Sabedoria divina, para que ela continue sempre a nos guiar e não canse de nos admoestar para que "façamos tudo o que Cristo nos disser" (Jo 2,5).
Aproveitando o ensejo do terceiro e último ano de prepara-
Graça e Roberto, CRR Rio Grande do Sul
• o assunto seja lido pelos cônjuges (este procedimento não impede, nem invalida, os mutirões de solidariedade realizado por muitas equipes, a fim de ajudar os casais a melhor entender o texto); • cada casal realize uma reflexão sobre o assunto, no contexto da vida conjugal, familiar e equipista (as perguntas sugeridas podem colaborar nesta reflexão); • o fruto das reflexões seja registrado por escrito;
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Vida de Equipe les que nos ajudam a subir mais alto para ver o Senhor, num espírito de entre-ajuda para sermos capazes de superar os nossos limites. Se depois de reconhecermos, com a ajuda dos outros, que o Senhor faz em nós maravilhas, formos capazes de dizer como Maria "Faça-se em mim segundo a vossa palavra!", então estaremos em condições para, individualmente ou em casal, partirmos para a missão que o Senhor nos destina e deste modo a equipe dá testemunho de uma vitalidade renovada. Não tenhamos ilusões: a riqueza da vida em equipe não vai depender do Casal Responsável do Setor, do Conselheiro Espiritual; também não vai depender do Casal Responsável de Equipe. Irá depender exclusivamente de cada um, pois tratando-se de uma comunidade, nela, como em qualquer outra, cada um tem as suas responsabilidades e o seu papel específico.
esde o momento em que entramos para uma ENS , dispusemo-nos a, sob o olhar e proteção da Mãe de Cristo, caminhar decididamente ao encontro de Cristo que tantas vezes deixávamos tão distante da nossa vida cotidiana. Para tal, estávamos também dispostos a partilhar esse percurso com outros casais como nós e desde esse dia em diante temos repetido solenemente, no fim de cada reunião, o Magnificat, como exemplo da oração que deve orientar a nossa vida cotidiana. É importante termos presente que a equipe não é apenas um grupo de casais organizado, unido por afinidades, por interesses comuns, pela amizade ou simpatia, pela necessidade de convívio ou de ultrapassar dificuldades . A equipe, é muito mais do que isso, é uma comunidade de vida cristã. Entre os meios que as ENS põem ao nosso dispor para atingir uma verdadeira espiritualidade conjugal, a Reunião Mensal é um dos momentos mais importantes. Por esta razão é fundamental que nos esforcemos em participar. Afinal não é uma reunião qualquer ou mais uma reunião. É o momento que, voluntariamente, escolhemos para em equipe nos reunirmos convidando o Senhor a estar conosco; é um momento de convívio, de partilha e de comunhão. Afinal é isso que faz de nós uma comunidade. Na equipe, os casais são aque-
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Trechos extraídos da Internet referente a palestra proferida pelo casal Conchas e Zé Guerra Tavares no Encontro Nacional de Casais Responsáveis Fátima/Portugal 23 e 24111196.
colaboração de Edna e Mazenildo Eq. N.Sra. do Perpétuo Socorro Valparaíso, SP 16
Santa Ousadia quela sexta-feira (12/03/99), em Brasília, parecia uma exta-feira como as outras. Fim de tarde, as pessoas voltando para casa, sentindo já o gostinho do descanso semanal. Mas havia um grupo de cristãos que não estava pensando no merecido repouso. Ao contrário, em plena atividade, preparava a 20a Reunião Ordinária da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, que seria realizada no sábado e domingo, com a presença de casais de várias partes do Brasil. Na realidade, os trabalhos começaram na própria sexta-feira, à noite, com uma reunião para a qual foram convidados os representantes dos Movimentos. E as Equipes de Nossa Senhora, que estão, desde o começo, na Pastoral Familiar, não poderiam faltar. Nessa reunião, foi salientada a importância da participação dos Movimentos e a necessidade de haver um estreito contato entre eles e o Setor Família da CNBB, na busca de uma pastoral orgânica, verdadeiramente evangelizadora. Falou-se também da necessidade de, juntos, planejar, coordenar e animar a Semana da Família para que ela se transforme num evento de grande vulto. A reunião propriamente dita começou no sábado. Seu objetivo: refletir sobre a realidade da família e da Pastoral Familiar, em nível nacional e definir ações concretas para uma convivência mais humana e sobretudo cristã, com os desafios da sociedade, através de uma
evangelização da família, encarnada na realidade sócio-política, econôrnica, cultural e religiosa. Os participantes eram a Irmã Fernanda, assessora nacional do Setor Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os integrantes da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), os membros da Equipe de Apoio e Reflexão do Setor Família da CNBB, os representantes dos Movimentos de expressão nacional e alguns convidados especiais. Tínhamos, entre nós, vários bispos e o Arcebispo de São Paulo, D. Cláudio Hummes, responsável pelo Setor família da CNBB . O casal presidente da CNPF, Heliane e Messias, coordenaram os trabalhos. Foram dois dias em que tivemos meditações sob a orientação da Irmã Fernanda, ao som da doce música de Taizé, reflexões, algumas colocações importantes, trabalhos em grupo, celebrações. Foi um tempo para avaliar nossas forças e fraquezas, como agentes da Pastoral Familiar. Procurou-se analisar as ameaças externas que atentam contra os valores vivenciados pela família cristã e que inibem uma efetiva ação pastoral abrangente e em todos os níveis da sociedade; foram definidos os desafios da Pastoral Familiar na chamada Sociedade Pós-Moderna e procurou-se estabelecer as linhas, as ações e estratégias para o biênio 1999/2000, No fim do encontro, durante a 17
mo, ao nosso lado, havia um casal equipista do Pará que faz um trabalho excepcional de evangelização, entrando, de barco, em lugares onde o padre vai apenas uma vez por ano. A cada mês, por meio dos Pontos Concretos de Esforço, nós nos aproximamos um pouco mais de nosso Pai, e Ele nos chama para que procuremos mudar com nosso amor, a dura realidade de muitas de nossas famílias. Formar agentes capacitados para esse trabalho foi considerado o maior desafio que a Pastoral Familiar enfrenta. Tudo o que já recebemos de nosso movimento nos torna, com certeza, bons formadores de agentes de pastoral. O desafio é para nós ... No ano passado, a CNBB publicou um pequeno livro, "É hora de mudança", cujo conteúdo, segundo o nosso querido D. Angélico, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, "foi elaborado com paixão evangelizadora". O livro aconselha a "agir com competência, espiritualidade de serviço e santa ousadia". Ele pede de nós nossa boa vontade, nossa coragem, nosso entusiasmo, numa época difícil, em que o pessimismo impera ... Formar agentes evangelizados para a Pastoral Familiar, eis aí um caminho, talvez trabalhoso, mas seguramente muito enriquecedor que pode ser percorrido com fé e alegria pelos equipistas de boa vontade.
bela celebração final presidida por Dom Cláudio, um pensamento insistente permanecia conosco. As ENS têm a Pastoral Familiar como uma de suas prioridades. Ali mes-
AsENStêm a Pastoral Familiar como uma de suas prioridades. Formar agentes evangelizados para a Pastoral Familiar, eis aí um caminho, talvez trabalhoso, mas seguramente muito enriquecedor que pode ser percorrido com fé e alegria pelos equipistas de boa vontade.
Wilma e Orlando Carta Mensal 18
.Jubileu Sac rclotald D
Padre Cláudio Corpetti comemora seu Jubileu de Prata Sacerdotal no dia 25 de maio de 1999. Uma vida cheia de graça do Senhor e totalmente dedicada a Deus e ao seu Reino. Formador na Congregação dos Filhos e das Servas do Amor Misericordioso, Sacerdote Conselheiro Espiritual da equipe 36 B, Nossa Senhora Medianeira, de Juiz de Fora, onde temos a alegria de contar com sua palavra amiga e orientação espiritual. Pedimos a Maria Medianeira de Todas as Graças que interceda em seu favor, para que a sua missão seja sempre abençoada e irradiada pela misericórdia de Jesus.
É com imensa alegria que participamos aos nossos queridos irmãos equipistas os 60 anos de sacerdócio de nosso Conselheiro Espiritual, monsenhor Theodomiro Lobo. Desde há muitos anos, na cidade de Caçapava, SP, ele acompanha as equipes de Nossa S~ nhora, às quais dedica um carinho especial. Dedica-nos todo seu tempo e seu serviço, atendendonos sempre que é solicitado e quando precisamos de seus conselhos e de suas sábias palavras. Demonstra um amor ardente aos casais da equipe porque acredita neles, no seu caminho de santificação como casais. Sua ordenação sacerdotal deuse a 17 de dezembro de 1938, na Basílica de Latrão, em Roma. Nós, da Equipe 1 de Caçapava, temos de agradecer e bendizer por todos esses anos de amor e dedicação, em que nos acompanha com fé e confiança. Obrigado Monsenhor! Deus esteja sempre contigo! Que Maria se$ure sempre em suas m~os! "E o sacerdote que contmua a obra da Redenção na Terra. O sacerdócio é o amor do coração de Jesus". (São João Maria Vianney- Cura D' Ars)
Lucia e Carlos Alberto Equipe 36-B Juiz de Fora, MG
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos será de 16 a 23 de maio. Seu tema: "Ele ficará com eles. Serão seu povo e Ele será o Deus que está com eles" (Apocalipse 21,1-7). Na Seção Nossa Biblioteca estaremos divulgando o material para as celebrações da Semana.
Equipe 1 - Caçapava, SP 19
Expansão do vime to
Orclen~o
Episcopal
• Equipe 1 -Imaculado Coração de Maria- Morrinhos, CE • Equipe 4 - Nossa Senhora Aparecida- Pindoretama, CE
No dia 19 de março de 1999, festa de São José, na catedral de Nossa Senhora da Conceição, aconteceu um dos atos litúrgicos mais lindos na cidade de Manaus. Nessa noite, o Pe. Giuliano Frigeni foi ordenado no Episcopado, sob a bênção de Deus, por imposição das mãos de D. Alfio Rapisarda, para a Diocese de Parintins, no Estado do Amazonas. Dom Giuliano é equipista e por muitos anos foi Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 13Nossa Senhora do Amor. Nas suas palavras de agradecimento não deixou de citar o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, pela ajuda que lhe deu para bem cumprir a sua missão sacerdotal. O lema escolhido pelo novo pastor é: "TAM PATER NEMO" (Ninguém é tão Pai). Ao término da celebração Dom Giuliano solicitou que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora se faça presente na sua Diocese. Respondemos: SIM, estamos prontos para iniciar mais essa missão. Não podemos perder tempo; a Região Amazônica precisa urgentemente ser evangelizada e as ENS têm um papel importante nessa missão do Reino. Não se preocupe, Dom Giuliano. Se Deus quiserestaremos aí na terra do Boi Bumbá!
Falecimentos Agraçamos a Deus pelo dom da vida dos nossos irmãos que foram chamados à companhia de Deus: a.lva de Souza (do Ulisses) Equipe 22 B - Rio I ocorrido no dia 22/02/99 b. Mariano (da Rosilane) Eq. 16 A- N.Sra. dos Remédios Manaus, AM; ocorrido em 31/01199
Orcle~o
As ENS estão em festa! Foi com grande emoção que registramos a ordenação do Frei Luís Telmo (Sac. Cons. Esp. da Eq. 16~) er:n sua cidade natal, Atuaba, no mtenor do Ceará, no dia 23 de janeiro de 1999. Após dezesseis horas de ônibus e mais de mil e duzentos quilômetros, encontramos a cidade em festa para homenagear mais um filho que se ordenaria. A cerimônia foi realizada ao ar livre, devido ao grande número de pessoas da paróquia e visit~tes de diversos outros estados e, mais uma vez, ficou evidenciada a hospitalidade nordestina, já que não há hotéis na cidade e todos ficamos nas residências dos moradores do local. Parabéns ao Frei Telmo!
Graça e Encarnação CR Regional Norte I
Graça e Valadores Equipe 16 C - Recife, PE
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Santiago 2000 Olá, pessoal? Tudo bem? Tudo certo? Não tudo, como a gente gostaria, não é verdade? Essa desvalorização cambial deixou o "sonho de Compostela" um bocado mais caro. Mas, pensando bem, era uma correção que há muito tempo deveria ter sido feita. Quantos dos nossos irmãos não perderam o seu emprego por 1 causa da fantasia de uma moeda sobrevalori ada!A partir disso, nós também precisamos "cair na real" e corrigir as parcelas da taxa de inscrição. Vamos, então, corrigir as p,arcelas e 50%, sendo que a diferença cambial será apurada e acertada a partir;tie outubro de 1999. Assim sendo, do mês de abril e diante ~ boletos serão ae R$ 75,00 por pessoa (R$150,00 por casal Outras informações: LOs que ainda não se inscrevera remos esc arecer para o Secretariado ou para nós, dJ ta ente que, nesse ca o as parcelas vencidas qeverão s' r p gas, já acresddas do rendiment do período, a fim de qu o que hoje se inscreverem a condição dos gue já meçar~ a pagar em dezem-
Wilma e Orlando -
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Diálogo lnter-Religioso 1. Pressupostos doutrinais Precisamos começar com alguns textos do Vaticano II. Na Gaudium et Spes (n° 22), depois de ter falado da participação do cristão no mistério pascal de Cristo, diz o Concílio: "Isto vale não somente para os cristãos, mas também para todos os homens de boa vontade em cujos corações a graça opera de modo invisível. Com efeito, tendo Cristo morrido por todos e sendo uma só a vocação última do homem, isto é divina, devemos admitir que o Espírito Santo oferece a todos a possibilidade de se associarem, de modo conhecido por Deus, _ _ _, a este mistério pascal." Em o n°. 92, 1 reconhece que nas tradições religiosas não-cristãs existem "preciosos elementos religiosos e humanos". A Optatam Totius (n°. 16) diz que ali se encontram "coisas boas e verdadeiras"; a Ad Gentes ali percebe "elementos de verdade e de graça" (n° 9), "sementes do Verbo" (n°. 11 e 15), " germes de contemplação" (n° 18) . A Declaração Conciliar "Nostra Aetate" (n°. 2), assim fala das religiões " pagãs", uma vez que trata à parte dos judeus e dos muçulmanos: "A Igreja Católica nada rejeita do que há de verdadeiro e santo nestas religiões. Considera com sincera atenção seus modos de agir e viver, seus preceitos e doutrinas. Se bem que em muitos pontos estejam em desacordo com os que ela mesma tem e anuncia, não raro, contu22
giosas, para um mútuo conhecimento e um recíproco enriquecimento" (n°. 3). O diálogo inter-religioso não se opõe à missão e à evangelização, como se, pelo fato de nessas religiões existirem valores, o Cristo e seu evangelho não devessem ser anunciados. Aliás, esse diálogo faz mesmo parte da missão, como uma de suas manifestações (veja Ad Gentes, n°. 11). É pelo diálogo que "os cristãos encontram os que seguem outras tradições religiosas para caminhar em conjunto em direção à verdade e colaborar em ações de interesse comum" (n° 13). Isso porque é preciso "amar e respeitar tudo o que há de bom na cultura e no compromisso religioso do outro" (n° 19). Cita nesse passo a Redemptor Hominis (n°. 12) de João Paulo II: "Trata-se de respeito por tudo o que realizou, em cada homem, o Espírito que sopra onde quer".
do, refletem lampejas daquela Verdade que ilumina a todos os homens. Anuncia e vê-se ela de fato obrigada a anunciar incessantemente o Cristo que é "caminho, verdade e vida", no qual todos os homens possam encontrar a plenitude de vida religiosa e no qual Deus tudo reconciliou a si. Exorta por isso seus filhos a que, com prudência e amor, através do diálogo e da colaboração com os seguidores de outras religiões, testemunhando sempre a fé e vida cristãs, reconheçam, mantenham e desenvolvam os bens espirituais e morais, como também os valores sócio-culturais que entre eles se encontram" (N. A. 2). Esse modo de falar do Concílio é novo e começou com Paulo VI, na sua "Ecclesiam suam" de 1964. Em textos anteriores jamais se vê nas religiões não cristãs algo que tenha realmente sentido no plano da salvação, que não seja simples aberração, mas que de algum modo inicial seja caminhada em direção de Deus. Esse diálogo com religiões nãocristãs é que se chama diálogo inter-religioso. Para incentivá-lo e orientá-lo Paulo VI, em 1964, criou o Secretariado para os não-cristãos. Num texto publicado em 1984 (veja Sedoc 17, n°. 176, novembro de 1984, ou Osservatore Romano, edição portuguesa de 12/8/84) esse Secretariado define o diálogo interreligioso: "Indica não só o colóquio, mas também o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outras confissões reli-
2. Princípios fundamentais para o diálogo O Secretariado para os NãoCristãos (no documento acima citado, n°. 20 e ss) apresenta os seguintes princípios para o diálogo interreligioso: • O diálogo inter-religioso não brota de oportunismo. • É exigência da fidelidade da Igreja ao homem, sujeito responsável para receber e comunicar. • Dialoga quem sabe que não possui a verdade de modo perfeito e total, mas que pode com os outros caminhar ao seu encontro.
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•
Dialogar é "escutar e compreender o que os outros crentes possam transmitir-nos, para tirarmos proveito dos dons que Deus concede". • O diálogo é exigência da fé: Deus age na história humana com um amor preveniente*, sem limites de espaço ou de tempo; "nas vicissitudes de cada homem e de cada povo está presente a força da graça que eleva e redime" ; Cristo redentor está presente com sua graça em cada encontro humano; todos os homens, sem exceção, foram remidos por Cristo, e com todos de algum modo Cristo está unido, dandolhe possibilidade de responder à sua vocação (RH 14); o Espírito acompanha o caminho secreto dos corações em direção à Verdade (Gaudium et Spes 22), antecipando mesmo a caminhada da Igreja. • O diálogo deve versar sobre elementos convergentes e divergentes.
3.Asformas
de diálogo O diálogo inter-religioso é antes de tudo "um estilo de ação, uma atitude e um espírito que guia o comportamento. Implica atenção, respeito e acolhimento para com o outro, a quem se reconhece espaço para a sua identidade pessoal, para as suas expressões e os seus valores." (ibid. n° 29)
O mesmo Secretariado indica as formas possíveis de diálogo interreligioso (n° 30 e ss): • Diálogo da convivência: como maioria ou minoria, o cristão, pela vida cotidiana, deve dar o sabor evangélico ao seu ambiente. • Diálogo da ação: pela colaboração em projetas humanitários, sociais, econômicos e políticos, tendo em vista a libertação e a promoção do homem. • Diálogo entre peritos: para confrontar, aprofundar e enriquecer os respectivos patrirnônios religiosos e aplicá-los às necessidades. • Diálogo de partilha: das experiências de oração, contemplação, fé, compromisso, expressões e caminhos da busca do Absoluto; partilha das razões da própria fé.
Osag ntes
do diálogo inter-religioso Por um lado temos o que podemos chamar de diálogo oficial, entre organismos religiosos de nível nacional ou internacional, o diálogo mais ou menos acadêmico, no bom sentido, entre peritos em teologia e ciências afins. Temos também o diálogo missionário, que deve ser assumido por todos aqueles que assumem uma missão oficial de evangelização entre não-cristãos. Claro que nem todos podemos participar diretamente do diálogo nesses níveis. Resta-nos, em primeiro lugar, o diálogo que acima se chamou de
*preveniente: que nos induz à prática do bem (falando da graça di vina). Que chega antes.
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"diálogo da convivência". Se de algum modo temos contato com pessoas ou comunidades não cristãs, em primeiro lugar nossa vida cristã deve ser iluminadora para elas. Nosso relacionamento e nossas atitudes deverão ser de respeito, acolhida, interesse e até mesmo de docilidade, para podermos aprender o que nos podem ensinar para vivermos mais genuinamente nosso cristianismo. Mesmo que em nosso ambiente não tenhamos esse contato direto, podemos e devemos dar um passo a mais, procurando meios para conhecer suas posições religiosas pelo menos o suficiente para afastar os preconceitos. E, evidente, devemos estar preparados para apresentar-lhes nossa própria fé cristã de modo que a possam apreciar devidamente. Para uma e outra coisa é quase certo que precisamos aumentar nossos conhecimentos. Para conhecer um pouco as religiões não-cristãs, podemos começar com o Guia para o diálogo inter-religioso, que foi publicado pela CNBB em 1987, como volume 52 dos Estudos da CNBB. O Guia para o diálogo católico-judaico no Brasil, volume 46 dos Estudos da CNBB, de 1986, pode ajudar-nos no conhecimento mais aprofundado do judaísmo e das experiências de diálogo já encaminhadas pela Igreja Católica. Podemos concluir com estas pa-
lavras cheias de confiança e otimismo cristão do Secretariado para os Não-Cristãos: "Deus continua areconciliar os homens consigo mediante o Espírito. A Igreja confia na promessa que lhe foi feita por Cristo de que o Espírito a guiará, na história, para a plenitude da verdade. Por isso, vai ao encontro dos homens, dos povos e das suas culturas, consciente de que toda a comunidade humana tem gérmenes de bem e de verdade, e que Deus tem um projeto de amor para todas as nações" (n2 41).
Flávio Cavalca de Castro SCE da Carta Mensal e de equipes em Aparecida e Guaratinguetá, SP
"Nas coisas necessárias reine a unidade, nas duvidosas a liberdade, em tudo a caridade." Santo Agostinho 25
Encontrar Maria nas Mães e as Nlães em Maria!
Q
uantas e quão diversas são as invocações que a piedade cristã inventou para saudar a mãe Maria. Parece uma Maria multiplicada, uma Maria vista em ângulos diferentes, com cores e matizes diversos, sem esgotar jamais a beleza interior daquela que foi atraída por Deus para ser a mãe de seu Filho e, portanto, a mãe-modelo de todas as mães. Mas, verdade é também que em cada mãe deste mundo encontro um vestígio bem claro de Maria. Cada mãe é, de uma ou de outra forma, uma Maria para mim, uma Maria em dimensões diferentes; em •- -... cada mãe nesta terra vejo um sorriso ou uma lágrima da mãe de Deus. Sim, encontro Maria nas mães, pois nenhuma criatura me fala tanto de Nossa Senhora como elas. Encontro Maria do Rosário em cada mãe que desliza nos dedos o terço, quando silenciosa, às vezes, altas horas da noite, começa a conversar com a mãe celeste, recomendando-lhe os filhos em casa ou os que estão longe: Ave, Maria! Encontro Maria de Lourdes no olhar casto da mãe que, mesmo com sua maternidade repetida - ou talvez justamente por causa disso, conserva nos olhos aquela expressão pura e límpida da Virgem. Encontro Maria do Bom Parto nas mães parturientes, nas mães grávidas, que esperam ansiosamente o dia da chegada e já rezam pelo filhinho que trazem como sagrada 26
relíquia debaixo do coração. Vejo tantas vezes Maria de Nazaré na mãe em tarefas tão diferentes de sua casa: entre as camas dos filhinhos e as panelas da cozinha, entre o tanque de roupa a lavar e os brinquedos jogados no quintal. E quem não viu Nossa Senhora da Glória na mãe radiante e feliz no grande dia da primeira comunhão dos filhos, quando ela recebe o pequenino como Maria recebia Jesus no templo? Vi Nossa Senhora das Graças quando a mãe passeava com os filhinhos na praça: três, quatro pequenos a repetir mil vezes: Mamãe, mamãe! para chamar-lhe a atenção ou perguntar-lhe alguma coisa. E quem nunca viu Nossa Senhora da Boa Viagem na mãe que, com lágrimas, se despede dos filhos que vão morar longe, que vão estudar em faculdade distante da terra natal? "Deus o acompanhe, meu filho , escreva logo!. .. " Maria de Fátima está presente em cada mãe que leva seus filhinhos à catequese, como Maria ensinava Lúcia, Francisco e Jacinta a rezar o terço. Maria do Livramento já encontrei em cada mãe preta, com sua prole numerosa de olhinhos vivos e brejeiros. Mãe preta que me lembra Nossa Senhora Aparecida, mãe preta e Mãe Maria, ambas mães de tantos brasileiros. Maria da Piedade. Quem não a encontra nas mãezinhas apressadas que, antes da lida caseira, ainda têm um momento para participar da missa ou da comunhão, santificando assim o lar e armazenando graças
mil para os seus filhos? Maria da Saúde já vi em tanta mãe ao lado do bercinho, onde está o seu filhinho enfermo, ao lado da criança que sofre, ao lado do filho com problema, do filho especial, rezando e se conformando e esgotando todo o seu amor. Nossa Senhora Auxiliadora descubro em cada mãe que não tem o apoio do marido, que recebe cada noite, de novo, um marido bêbado, um marido que joga, e ainda sabe esconder da vizinhança a situação. Maria da Conceição eu a enxergo em cada jovem mãe radiante, embalando seu primeiro filho nos braços, como o grande tesouro de sua vida, e que sonha com o futuro dele. Maria das Dores. Sim, quantas e quantas vezes a encontrei nas mães que sofrem, porque perderam um filho por doença ou pelas drogas, ou porque ele abandonou a vida religiosa que ela tanto tinha ensinado ... Quantas mães vivem na solidão porque o filho não freqüenta mais a casa ... Quantas Marias nas dores deste mundo afora ... Maria da Páscoa, por que não dizêlo?, é a mãe do sacerdote no grande dia de sua ordenação sacerdotal, quando duas vidas se entrelaçam: a mãe que "deu a vida" e o filho pronto para "dar sua vida" pela causa de Cristo. Assim eu queria que fosse o dia das mães, um dia de todas as formas de Maria que vivem neste mundo. Assim encontro Maria nas mães e as mães em Maria.
Pe. Eusébio Aardweg da revista "O Recado" 27
Olhos de Maria
E
tava olhando nos olhos de Maria. eu rosto, seu olhar, seu encanto.
Foi quando descobri naquele olhar, a força de mãe, de amor, de esperança, naquela meiguice de criança!
Sorri, e naquele instante percebi o privilégio de conhecer minha mãe; me senti no seu colo, no aconchego de seu coração. Senti até o calor do seu corpo e uma paz envolveu minh' alma. Como alguém pode viver sem Maria? Como alguém pode vi ver sem conhecer sua Mãe? Obrigado, Senhor, por me deixar conhecê-la. Obrigado por me deixar reconhecê-la, e obrigado, Mãe, por me carregar no colo, presenciar esse espetáculo de emoções e poder aplaudir em silêncio a grande sorte de poder te. amar.
Elenice (do Eduardo) Equipe 2 Valinhos, SP
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Sim.
ACama da Mãe
R latode uma Vida
"Pra deitar na cama da mãe Não pode contar a idade" Diz nosso filho mais moço Agora na puberdade. Esta cama é a mais gostosa Encontro nela bondade.
m dia, seu "sim" deu lugar ao sonho. Um sonho em que eu estava incluída. Diante do altar, esse sonho num "sim", ficou mais real. Quando descobriu a vida dentro de você e já a amou, disse "sim" a minha existência. Enquanto fui crescendo, você disse muitos "nãos", que se transformaram em "sim", na medida em que me fizeram entender o mundo. Há algum tempo, você e meu pai disseram um "sim" especial. Um "sim" que abriu a porta para uma nova experiência; a experiência da convivência, da solidariedade, da participação, para a formação de uma nova e grande família, iluminada por Nossa Senhora. Esse "sim" às coisas de Deus, foi muito importante para vocês e para mim também. Obrigado mãe, por você ter tido discernimento para saber quando dizer "sim" e também por ter dito "não" quando necessitava ouvir e possa eu ter as mesmas atitudes sábias que as suas no decorrer de minha vida.
Na cama da nossa mãe Somos novamente crianças Recarregamos as forças E nos enchemos de esperança. Ela é acolhedora E cheia de boas lembranças. A cama da nossa mãe Podemos bem comparar Com o útero aconchegante Em que gostamos de ficar Ali há paz e muita vida Capaz de nos transformar. Ah, como eu gostaria de De novo na cama da mãe deitar Com um sorriso ou um afago Escutar minha mãe cantar Ou então, num desabafo, Junto com ela chorar. Menino Jesus, também gostavas Da cama de tua mãe Maria? Então dá-nos teu parecer De luz e sabedoria: Por que a cama da mãe Nos traz toda esta energia alegria harmonia?
Claudia Regina Polaquini Colaboração de Bernadete e Hilário Polaquini Brotas, SP
Zaida (do Rubens) Equipe N. Sra. da Luz Florianópolis, SC 29
Mensagent para Você que E Mãe enhor,
S
Meu filho é um aprendiz da vida.
Se faço tudo por ele, como aprenderá? Meu filho é fruto em formação. Por que será que estou sempre querendo colhê-lo antes do tempo? Posso caminhar a seu lado na estrada, Mas ele só terá chance de ser grande se souber escolher seu caminho. Devo mostrar-lhe a vida, mas tenho que deixá-lo viver. É preciso apresentar-lhe o mundo, Mas ele tem o direito de construir seu próprio mundo.
É parte da minha vida, Mas é preciso que eu saiba me desprender dele para que sua vida tenha pleno sentido. Acima de tudo, antes de ser meu filho, ele é teu, Senhor! Precisa cumprir a missão que lhe reservaste e não aquela que eu gostaria de escolher para ele.
É difícil ser mãe! É difícil amar e não querer guardar para si. Constrói em mim, Senhor, um amor grande, maior que o meu egoísmo, um amor como aquele que havia no coração de tua mãe Maria. Só assim poderei aprender a amar, através do meu filho, os filhos de todas as mães do mundo. Aurea e Nilton Equipe 1 OS - Se to r F Região Rio III, RJ
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Medita~ão
a Sós com Deus to é a sua Palavra. Mandamento: ser fiel e prudente na sua Palavra e o meu compromisso é partilhar com os outros a começar na minha família. Sempre que surgir a oportunidade eu não posso omitir porque foi o Senhor quem me outorgou esse direito. Promessas: que eu serei bemaventurada se na sua volta Ele me encontrar procedendo assim. Eu terei direito a todos os seus bens. Faça esta experiência por vários dias e depois passe para outros textos. Exercite-se, seja perseverante, faça regra de vida, renovando a cada dia o seu objetivo. O resultado não acontece na hora. As coisas de Deus exigem paciência. O relógio divino é bem diferente do nosso. O Senhor se revelará a cada um de nós, segundo os seus desígnios. Faça a sua parte e deixe que o Espírito santo transforme a sua vida. Resultado: você estando transformado pelo poder da Palavra atrairá outros a começar pelo seu cônjuge, filhos ... e a paz, a alegria, o Amor deixa-se transparecer no relacionamento de uns com os outros .. E quando marido e mulher descobrem a vontade de Deus para as suas vidas, jamais deixam de viver os demais Pontos Concretos de Esforço.
omos filhos amados do Pai, mas o nosso amor por Ele como vai? Desejamos ardentemente nos encontrar com Ele no mais íntimo de nosso ser? O Movimento ao qual pertencemos sugere que cada casal experimente a ternura do Pai, a sensibilidade do Filho e as graças abundantes do Espírito Santo, através da Escuta da Palavra e da Meditação. Escolha um texto. Faça uma oração pedindo as luzes do Espírito Santo. Leia vagarosamente, com amor, com fé, pois é o Senhor quem está nos falando. Durante a leitura sublinhe as expressões que mais lhe chamar atenção ou lhe comover. Pare, medite, ore sobre essas expressões. Se lhe parecer que o texto não lhe disse nada, não se preocupe, outra vez o mesmo texto pode lhe dizer muito. Procure retirar da leitura o que o Senhor está querendo lhe dizer, que mandamento Ele tem. Preste muita atenção na pergunta e na resposta de Jesus. O Senhor sempre faz uma aliança conosco, portanto há compromissos das duas partes. O que mais nos alegra é saber que a Palavra vem acompanhada de uma ou mais promessas. Vamos ao texto: Mt 24,45-51 Neste texto o Senhor está me dizendo que eu seja fiel e prudente, que Ele me constituiu sobre os de minha família para dar-lhes o alimento no momento oportuno. O alimen-
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Delônia (do Oli) Equipe 1 Tramandaí, RS 31
Pontos Concretos de Esfor~o Uma Nova Cultura 1, 16). O verbo fala deste não parar nunca na santificação da nossa vida. Mas, se não me esforço, se não vou à luta, nunca vou conseguir nada. É a esterilização do carisma. Muitos sentem os Pontos Concretos como peso, como tarefa que todo mês tem de ser apresentada na reunião. Isto é matar o espírito deles. Onde existe obrigatoriedade acaba o amor e o amor é o respiro dos Pontos Concretos de Esforço. Estou aprendendo sempre mais que todo carisma não me convida só a "fazer coisas": orações, boas obras , encontros, participação etc .. . mas exige algo de muito mais profundo. ELE REESTRUTURA ESSENCIALMENTE A MINHA VIDA PESSOAL E A NOSSA VIDA A DOIS. Para que os Pontos Concretos de Esforço não sejam algo pesado, uma tarefa a mais, tenho de reorganizar a minha vida a partir do eixo fundamental do ser humano, que é a vida de Deus em nós. SÓ ISTO É O ESSENCIAL; TUDO MAIS PASSA. Por exemplo, se quero ser fiel e ter tempo como equipista, não posso dar tanto espaço à TV; vou ter de organizar o meu sono, o meu lazer, o meu estar com a família, o meu trabalho , o meu serviço eclesial, priorizando com sabedoria o que é mais importante. Quando a
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Partilha é o momento mais ntimo e mais profundo do arisma das ENS . Equipista sem partilha é como franciscano sem pobreza, dominicano sempregação, jesuíta sem obediência, comboniano sem missão, focolarino sem unidade. A partilha é o momento pri vilegiado da reunião de equipe. Nela descobrimos o depósito da graça de Deus, que só chega até nós se os canais típicos desta experiência funcionam , são desentupidos e se abrirmos todas as torneiras: eis os Pontos Concretos de Esforço. Não adianta estar no carisma, se não deixo que ele me inunde com o seu poder divino. Todas as vezes que não abro as torneiras da Escuta da Palavra, da Oração Conjugal, da Meditação, do Dever de Sentar-se, da Regra de Vida e do Retiro, estou deixando secar o dom da água viva de Deus. É claro que tudo isto é um processo , uma caminhada. "Sou equipista há quase 15 anos e ainda as torneiras ficam na maioria das vezes fechadas .. ." é a declaração de muitos equipistas, muitas vezes com um certo fatalismo. Dá para entender.. . mas deve assustar. Quantas graças perdidas. É claro que estamos a caminho sempre na nossa santidade, mas o convite é claro: "Sede santos ..." (1Pedro
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Não adianta estar 110 carisma, se não deixo que ele me inunde com o seu poder divino. Todas as vezes que não abro as torneiras da Escuta da Palavra, da Oração Conjugal, da Meditação, do Dever de Sentar-se, da Regra de Vida e do Retiro, estou deixando secar o dom da água viva de Deus. espinha dorsal está no seu lugar, todo o corpo vai se ajeitando devagar. Esta luz nova que vem do Carisma muda a normalidade da vida do casal equipista, proporcionado a ele uma nova Cultura. A cultura é a maneira de expressarse de um povo, de pessoas, de etnias e, como não falar então de uma "cultura das equipes"? A minha cultura de pessoa humana eu expresso na maneira de cantar, preparando um tipo de comida, indo à missa dominical etc ...
Então como não expressar em cultura aquilo que é a alma de todas as culturas, a vida divina, para que ela faça parte do normal do nosso diaa-dia? Assim os Pontos Concretos de Esforço não serão mais um "esforço", mas algo "natural" da vida sobrenatural em nós, como respirar, rezar, celebrar etc. "São uma nossa nova cultura". Conclusão: Para isso precisa ser um apaixonado por Deus e pelas luzes que, no Espírito, Ele manda na nossa história para divinizar as nossas vidas e a nossa história. "A vida de equipe (também os Pontos Concretos de Esforço) não são um estágio de meses ou de alguns anos, uma atividade a mais, mas a nossa vocação que desde sempre o Pai pensou para nós". E só serei santo se percorrer este raio divino concretamente, porque esta é a vontade de Deus sobre mim. Estou exagerando ao falar da vida nova que o casal equipista deve adquirir como algo que modifica totalmente a maneira de ser, de pensar, de agir? Podemos falar da "cultura equipista" como algo de "ontológico"? Afinal de contas, a vocação não muda radicalmente a vida das pessoas, como Maria, Moisés, Abraão etc? Afinal, é ou não é o Carisma das ENS o levar às últimas conseqüências a vida de homem novo que já nos foi dada no batismo?
Pe. Nino Carta Sac. Conselheir"o Espirual Setor de Caraguatatuba, SP 33
Como Encontrei o Meu Pai!
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u tinha uns doze anos, primá rio completo, gostava muito de er e morava numa grande fazenda, bem longe da cidade. A única leitura que me chegava às mãos era "O Estado de São Paulo" que meu pai assinava. Um camarada ia uma vez por semana à cidade fazer compras e trazia os exemplares que o jornaleiro guardava. Eu os devorava. Chamou-me a atenção, nessa leitura, a coluna do "Movimento Religioso" com a biografia do santo do dia, quase sempre um mártir. Minha mente de adolescente começou a se preocupar com esse Deus, para mim desconhecido, por quem tanta gente, há tantos séculos, achara que valia a pena viver e valia a pena morrer. Foi o meu primeiro encontro com a idéia de Deus. Meus pais eram católicos, batizavam os filhos, viviam de acordo com a moral cristã, mas, naquela época, não praticavam. Mamãe rezava o terço todos os dias. Julgando tratar-se de um de seus hábitos, não me interessava. Conversando com a mulher do fiscal, que residia próximo à casa da fazenda, ela, protestante, emprestou-. me o Antigo Testamento. Li-o do princípio ao fim, sem entender quase nada. Apenas ficou-me a certeza de um Deus onipotente, criador de tudo o que existia e que, justo, recompensava a fidelidade de seu 34
povo e castigava duramente as suas infidelidades. Comecei a procurá-lo na natureza que me cercava. Nela via a manifestação do seu poder criador e me deliciava encontrando-a nas flores, nos frutos do pomar, nos animais, nas aves migratórias, no céu estrelado e, por incrível que pareça, na chuva- aquela chuva miudinha"criadeira" como a chamam no campo e que os animais recebiam imóveis no meio do pasto. Parecia-me que eles a saboreavam, agradecendo, a seu modo, ao Criador, a chuva que lhes refrescava o couro e fazia brotar da terra o alimento que os sustentava. Reflexões de adolescente com muita imaginação! Mais tarde, já moça, residindo na cidade, entrei para a Ação Católica e, aí, descobri o Evangelho. Já conhecia alguns de seus trechos tratados nas homilias dominicais, mas nunca o havia manuseado. Lendo-o e estudando-o fiquei sabendo que aquele Deus de minha infância, onipotente e justo, era também o Meu Pai. Meu coração vibrou. Sentir-me adotada e amada por Alguém que eu já aprendera a respeitar e procurava conhecer cada vez melhor, era algo tão grande que não cabia em mim. Procurei receber e aplicar na minha vida os recados que Ele me mandava por seu Filho, Jesus, que também viera habitar entre nós para fazer a vontade do Pai , resgatar as
nossas faltas e ensinar-nos os ca••• minhos que a Ele nos levam. Todo o Evangelho fala do Pai e Estamos no ano que a Igreja dos seus apelos: "Se você estiver consagra ao Pai para fazê-lo mecansado, subjugado pelos seus tra- lhor conhecido e melhor amado. Ao balhos e preocupações venha a mim lado dos estudos que podem levare eu o aliviarei". "Meu fardo é nos a uma visão mais ampla do Pai, leve ... " "Peça e receberá, procure não nos esqueçamos de amá-lo com e achará, bata e o meu coração es- todo o nosso coração. Conhecê-lo tará aberto para acolhê-lo". só com a nossa inteligência, não Você, que me lê agora, pense no basta. Os pagãos também podem que aconteceria se fosse visitar seus fazê-lo. pais em outra cidade e, por um aciLembro aqui trechos de um audente de percurso, chegasse sujo e tor desconhecido: machucado. Certamente eles correAma-me como tu és. riam ao seu encontro, dizendo: Mas, Eu, teu Deus, conheço a tua mio que aconteceu? Entre, venha la- séria, as lutas e as tribulações da var-se, fazer um curativo! Assim fez tua alma, a fraqueza e as enfermio Pai do Filho Pródigo, imagem de dades do teu corpo. Sei da tua conosso Pai que está nos céus. vardia, dos teus pecados, dos teus Penso no meu pai da terra a desfalecimentos; mesmo assim, te quem eu ia visitar, já casada e com digo: dá-me teu coração. Ama-me filhos. Sabendo da minha chegada, como tu és. ele reservava para mim as melhoSe esperares ser um anjo para res mangas do seu quintal e dizia: te entregares ao amor, não amarás São para Nancy. E ninguém as to- jamais. Mesmo que recaias nessas cava. Quando chegávamos ele as faltas que gostarias de nunca ter cocolhia e me dava. Nas minhas ora- metido, mesmo se és covarde na ções é assim que eu vou ao Pai. Um prática da virtude, eu não permito Pai que me ama, que me espera, que que me deixes de amar. Para que tem boas coisas para me dar e me tenho eu necessidade da tua ciênaceita como sou e estou. cia e dos teus talentos? É o teu coUm Pai que nos diz: "Se vocês, ração que eu procuro . Ama-me que são maus, têm boas coisas para como tu és. dar a seus filhos, quanto mais o seu Quando precisares sofrer, eu te Pai que está nos céus". darei forças . Mas lembra-te: Não Vejo nas Cartas Mensais o títu- esperes ser um santo para te entrelo: "Voltou para a casa do Pai". Para gares ao amor, senão tu não me muitos talvez signifique uma refe- amarás nunca. rência delicada à morte. Para mim, Ama-me como tu és. não. Espero um dia chegar à Casa do Pai e dizer-lhe humildemente: Nancy Moncau- Equipe 2 "Pai, acabo de chegar aqui ... " São Paulo, SP 36
Casa de Nazaré i em 1990. Em Lages, SC, uma equipe nova, com seus já uase três anos de caminhada, resolve dividir o muito que ecebe do Movimento. Questiona-se por ter direito a tanto, enquanto muitos outros casais levam sua vida sem orientação, sem apoio, sem direito a uma parada. Ao menos uma parada para poder refletir sobre seus erros e acertos.
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E a Equipe 10- Nossa Senhora Auxiliadora, assistida por D. Oneres Marchiori decide, juntamente com seu Conselheiro Espiritual, criar "A Casa de Nazaré" -retiro para casais de pouca (ou nenhuma) renda. Retiro onde o tema seria sempre relacionado à família: espiritualidade, Sacramento do Matrimônio, relacionamento pais e filhos, Hora Santa, Missa, muita música, meditações. O encontro iniciaria na sexta-feira à noite e encerraria no domingo após o almoço. E assim aconteceu. Promoções para arranjar dinheiro, para custear as despesas, lembranças, mensagens, cartazes, tudo providenciado. E, naquele mesmo ano de 1990, aconteceu a I Casa de Nazaré. Mais tarde, com casais voluntários, formou-se uma equipe de cozinha, o que barateou o preço da Casa de Formação. As outras equipes, entusiasmadas, assumiram grande parte dos alimentos, o que fazem até hoje. Além de apoio e orações. Em 1998 fomos procurados por um sacerdote que queria um retiro para suas comunidades do interior. Como recusar? Nossos Conselheiros Espirituais tanto nos ajudam e este, que ainda não faz parte das Equipes pôs tanta fé na equipe que nos dias 30 e 31 de outubro e 01 de novembro aconteceu a IX Casa de Nazaré, com 46 casais. Uma das mais lindas! A alegria daqueles casais, alguns que andaram uma hora a cavalo para fazer a inscrição e o repetiram para pegar o ônibus que os levaria a Lages, valeu todo o trabalho. Que Maria nos ajude a continuar este trabalho que tanto nos tem feito bem.
Tery e Odonir Equipe 10 Lages, se 37
Solidariedade
"Feliz o homem que teme o Senhor E põe o seu prazer em observar os seus mandamentos ... Feliz o homem que se compadece e empresta ... seu coração está firme e confiante no Senhor". (Slll2, 1.5, 7b)
e maravilha! o alto da Serra do Estevão Quixadá- CE), naquela gost e de 13 de fevereiro, estavam lá reunidos centenas de pais de família, a convite das Equipes de Nossa Senhora, para um encontro muito especial. Resultado da contribuição dada no Encontro Nacional e destinada à ajuda aos atingidos pelo flagelo da seca em nossa terra, também estavam lá sobre aquele conhecido "pau-de-arara" 300 pacotes de conteúdo também especial: sementes ... sementes selecionadas! Quanta alegria! Para a comunidade fora um presente de Deus pelas mãos dos equipistas de Nossa
Senhora e do querido Padre Michel, também colaborador do "invento". Quanta esperança, quanta emoção, quantos olhos ávidos e impacientes corações, pelas "lágrimas" do céu que fazem brotar a vida no sertão. Estavam lá: Betisa e Gilberto, Francisca e Carlito (da equipe 1) e o Padre Michel, lançando ali um projeto pioneiro de "Banco de Sementes" com a confiança no Senhor de que nunca mais aqueles homens deixem de produzir, com o seu próprio suor, o seu pão de cada dia. Que as sementes pro<juzam cem por um.
Coordenação de Quixadá,CE
Es írito Santo
E ras Tu, no Antigo Testamento, S arça ardente, com Moisés, no deserto; Em
entecostes deste rumo certo Í mpeto aos Apóstolos e novo alento;
At Rravés dos séculos, na História, I nfinitas graças Tu derramas T ambém hoje, como outrora, inflamas O s corações, na Tua trajetória.
o S teus dons são fontes abundantes,
Aí bebemos a seiva da verdade, N utrimos a alma da serenidade, E T ransformamos desertos causticantes Em O ásis de suavidade.
Carlito (da Francisca) Equipe 1 N.Sra. do Perpétuo Socorro Quixadá, CE
O Muro Preto e a Crise•••
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~cebi de assinantes do Fax "Motivação & Suces o" a sef tguinte história que passo aos demais:
"Dois homens numa enfermaria de hospital. Um deles, próximo à janela, tinha autorização para, todas as tardes, ficar olhando janela à fora. Outro, impossibilitado de mover-se, não saía da cama. O que olhava pela janela descrevia para o seu companheiro de quarto o que via lá fora - um lago, muitas árvores, crianças brincando... O companheiro imobilizado ficava imaginando as cenas descritas pelo seu amigo e sentia-se motivado a deixar a cama e ficar curado logo. Ao mesmo tempo, porém, sentia-se frustrado por não poder ver todas aquelas coisas. Queria fazer qualquer coisa para poder ver o que havia lá fora. Passado um tempo o seu companheiro de quarto teve um enfarte e veio a falecer. Ele aproveitou a ausência do amigo e pediu para ficar próximo à janela e, num esforço incrível, levantou-se para olhar lá fora e viu ... apenas um muro preto!" Pensando nessa história, vejo que, muitas vezes, um empresário, diretor, chefe, supervisor ou mesmo um pai, uma mãe, um professor tem de fazer o mesmo com seu pessoal, com seus filhos, com seus alunos jovens. Embora enxergando a "crise" ou um "muro preto" a sua frente, não pode deixar de passar uma "visão" diferente, estimulando as pessoas a quererem "sair da cama" e olhar o "mercado" e tentar um mundo diferente. Não se trata de "mentir" ou "enganar" as pessoas. Trata-se de tentar mostrar que "além do muro preto" de fato existem outras realidades, outras oportunidades que são igualmente verdadeiras e que o "muro preto" é que nos está impedindo de enxergar. Neste mês, pense nisso. Será que não ficamos olhando para a "crise" o tempo todo e descrevendo um "muro preto" aos nossos companheiros? Será que não seria salutar e oportuno apresentarmos uma "visão" do que poderá e pode, de fato, existir além do muro?
Luiz Almeida Marins P-, Ph.D. "Motivação e Sucesso" 40
Despertar
O
vento frio da madrugada me acordou. A janela aberta trazia para dentro da sala a luz da manhã. No meu improvisado quarto, espreguicei e vi que era hora de despertar. Fiz minhas orações, louvei a Deus pelo dia que começava. Executei tarefas essenciais ao corpo humano, organizei minha bagagem e vi que ainda tinha tempo para ler, me abastecer na Palavra de Deus. Refleti ... Revi o Evangelho de São Marcos falando o que o Mestre deixou: "Eu vim pelos pecadores, pelos doentes, pelos pobres, pobres de espírito, pelos humildes ... " Lembrei das palavras de Dom Dino: "Somos missionários, temos de ter coragem para isto". Não devemos guardar este presente, temos de passá-lo para frente, para o irmão que ainda não despertou para a Luz. A Carta Mensal mexe com a gente, nos deixa inquietos, cheios de idéias: senti que quatro paredes me aprisionam enquanto lá fora a vida existe. Preciso de liberdade, liberdade que me deixe levar o que Jesus deixou na terra: o Amor. Senti o sol no rosto e lembrei que todo dia ele nasce imponente, potente, dando vida à Terra. Vi a criação de Deus e vi também que temos de traçar planos para ter sucesso na ação. Como Casal Responsável de uma equipe vi que temos de ser como o sol: a principio sereno, porém firme e quente no amor aos casais que, junto conosco, estão sempre querendo aprender a amar mais, a se aquecer nos raios que a Divina Misericórdia de Jesus lança para nós. Senti aí o amor sereno de Maria, nossa Mãe, que mansamente me diz: "Não tenhas arroubos repentinos filha, mas seja perseverante na busca assídua da Palavra de Deus, nos Pontos Concretos de Esforço, no Dever de Sentar-se sob o olhar de Jesus e vocês serão luz, sal da terra e formarão verdadeiras equipes ... "
Suzete (do Otoniel) Equipe 1 - N.S. das Graças Pesqueira, PE 41
Pequenos Valores Um caminho onde o mais importante não é chegar e sim "caminhar". Valorize todos os detalhes, todas as subidas e descidas, as pedras, as curvas, o silêncio, abrisa e as montanhas deste seu caminho, para que você possa dizer de cabeça erguida, no futuro: - Cresci, chorei, sorri, caí, levantei, amei, fui amado, perdi, venci, vivi e principalmente, SOU UMA PESSOA FELIZ!!!
Viver é acreditar no nascer e no pôr do sol; É ter esperança de que o amanhã será sempre melhor; É renascer a cada dia; É aprender a crescer a cada momento; É acreditar no amor; É inventar a própria vida ... No decorrer desta vida o prazer, a alegria, a tristeza, a dor, o amor, desfilam em nossa alma e em nosso coração deixando diferentes marcas. O conjunto dessas marcas combinadas constitui a riqueza da nossa caminhada.
Lediane (do Alex) Eq. 11 - N. Sra. do Sorriso Varginha, MG
Queremos a Paz e queremos somos dois. Somos dois onde cada um tem seus valores e suas limitações. Mas, buscamos juntos? Ou nos trancamos encarcerados em nós mesmos? Para amar é necessário conhecer, para conhecer é preciso que tenhamos interesse, que nasce através das vivências compartilhadas e do diálogo, através da tolerância, da oração e da escuta da Palavra meditada, onde surgem caminhos de amor. Como é bom sentir-se acolhido. Nós acolhemos? Compreendemos o nós, ou esquecemos com facilidade dele? Certamente o nosso papel não é nos apontarmos mutuamente,
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mas, talvez, no fundo de um momento mais profundo, nos perguntarmos qual tem sido a nossa contribuição para a paz, para o outro. Quando enriquecemos nossa relação, enriquecemos a nós, a farru1ia, os filhos. O exemplo cala, o exemplo fala. É na busca que encontramos novos caminhos, que mostramos um ao outro que não estamos prontos e acabados. Não existem vilões ou heróis, existem dois que podem aprender muito dos seus próprios erros e viver a plenitude do amor na palavra Compartilhar.
Sandra (do Paulo)- Equipe 10 Ribeirão Preto, SP 42
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Quem E o meu Próximo? Como Amá-lo? lmente é um desafio para ós, cristãos, descobrirmos a aneira de dosar o nosso agir entre a família, o trabalho e o próximo. Temos refletido, cada vez mais nestes últimos anos, sobre a caridade que nos deve impulsionar em direção ao próximo. Então surge uma pergunta: quem é o nosso próximo e, como ele deve ser amado? A partir do ano de 1979, durante um certo tempo, preocupounos o tema da Campanha da Fraternidade "Comece em sua Casa", que questionava o compromisso que as pessoas deviam ter com suas famílias, ascendentes e descendentes. O fato de termos a nossa família e, é lógico, o nosso trabalho, não deve servir de empecilho para exercitarmos a solidariedade ecolocarmos em prática o mandamento maior de Jesus Cristo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Descobrimos que a Campanha da Fraternidade de 1979 não mencionava "Faça só em sua casa", mas tão somente, "Comece em sua casa", o que leva a crer que, depois de começar em casa, temos que continuar fora dela. Pela nossa vivência conjugal e familiar, e com espírito de solidariedade, sabemos que é possível con-
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ciliar responsabilidades familiares e profissionais com qualquer tipo de ação apostólica. Tenho encontrado, não pouco, pessoas que justificam a sua falta de tempo e de oportunidade para o trabalho pastoral, que muitas vezes reconhecem ser essencial, em razão dos compromissos que assumiram com suas famílias e com suas profissões. Muitas destas pessoas tendem a localizar o seu próximo, erroneamente, dentro de suas famílias e dentro do ambiente em que exercem suas profissões, e aí fica a pergunta para ser respondida por cada um de nós: Quem é o meu próximo? Ora, basta consultar o Evangelho que vamos descobrir alguns aspectos interessantes. Quando Jesus nos dá o seu mandamento novo Ele nos diz que é prioritário amar o próximo como a nós mesmos. Em seguida, novamente, Ele nos diz que não há vantagem alguma em amarmos e fazermos o bem a quem nos quer bem, a quem nos ama. O que temos a fazer, isto sim, e como é difícil, é amar o nosso inimigo. Podemos dizer que aí está o segredo para se cçmseguir a paz na terra: basta ter boa vontade e amar! A parábola do bom samaritano vai nos dizer exatamente quem é, e onde está o nosso próximo: o nosso próximo não está na nossa família, nem no nosso trabalho. O nosso próximo está no caminho! E quase sempre à margem! E como amá-lo? Ela ainda nos
diz mais, ela nos dá a medida do amor com que temos que amar este próximo, que não é nosso parente, que não nos conhece, que não mora conosco e que não transita no nosso ambiente de trabalho. Esse amor tem que acontecer na medida das necessidades que ele apresentar: roupas, comidas, remédios, atendimento, atenção, etc ... Tem que ser um amor gratuito, sem esperar nada em troca; tem que ser um amor transformador, transformador da situação pela qual ele estiver passando e, se possível, da realidade em que ele vive. E, depois que tudo isto tiver sido feito, devemos nos considerar como servos inúteis, por que só o fizemos com a graça de Deus e porque devemos estar desinteressadamente a Seu serviço. Esperamos que, cada vez mais, um número maior de pessoas consiga descobrir, a tempo, a melhor maneira de amar e encontrar, o mais rápido possível, o próximo que está no caminho, precisando, e a espera de ser amado. Não sabemos o dia nem a hora e não devemos postergar a nossa ação para o dia em que ti vermos tempo ou oportunidade. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer, e nenhum de nós pode dizer que desconhece, que não sabe, o que Jesus nos determinou no seu mandamento novo .
Marisa e Élio Equipe 49B Rio de Janeiro, RJ
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Abrir-se ao Espírito a história da humanidade, o mistério de Cristo é um coração de homem que se exprimiu como o perfeito amor do Pai. Pela primeira vez, um coração de homem palpita com um perfeito amor pelos homens, e somos chamados a viver esta realidade. Amar como Cristo amou, no Espírito Santo. Porque não é possível, senão no Espírito Santo. Conheceis a fórmula de Dostoievsky: "quando penso na humanidade em geral, amo-a, mas quando vejo um rosto, detesto-o". Pois bem, a humanidade é uma abstração, e para o cris-
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tão não há rosto, senão concreto. Temos de nos encontrar com os homens, mas no Espírito Santo, na ternura do Espírito. Uma das coisas que mais caracterizam o cristão é a ternura. Os primeiros cristãos tinham uma expressão extraordinária. A ternura do Espírito, a ternura daquele que repousa sobre o mundo e que nos ama. Dir-me-eis: "Será isso possível?" Respondo-vos sem hesitar: sim! Mas sob a condição de acreditarmos na força e na permanência do Espírito. Basta-nos suplicar como o cego
Só Ele nos permitirá passar através das decepções, misérias, fraquezas, covardias, pecados. Ele pode triunfar de tudo, porque é misericórdia.
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mento, no meio de tudo. Isso é possível, dada a presença do Espírito. Só Ele modelará a nossa vida pela de Cristo. Só Ele nos permitirá passar através das decepções, misérias, fraquezas, covardias, pecados . Ele pode triunfar de tudo, porque é misericórdia. O que vos queria dizer resumese numa palavra: é necessário que nós sejamos "sim" ao mistério de Deus. É preciso que entremos pela nossa plenitude na plenitude de Deus. Que vivamos o PENTECOSTES. E o dom do Espírito é infinito. Deus não pretende outra coisa senão fazer santos. Não tem outro desígnio no mundo. Deus não pretende senão fazer almas que lhe correspondam. O centro da Igreja é o Pentecostes, com a condição de deixarmos o Espírito formar-nos à imagem daquele que se entregou pelos seus irmãos. É preciso fazermos a experiência da alegria, da alegria de Deus. "Deixo-vos a paz, deixo-vos a minha alegria". O que o Senhor nos pede é isso: é um triunfo nele, através da miséria. O que vos desejo é que façais a experiência da comunhão do Espírito, a experiência da luz do Espírito: ela é deslumbrante, como é deslumbrante o mistério de Deus, mesmo quando transparece na ausência, porque Ele está lá, Ele venceu o mundo!
que suplica para obter a sua cura: "Jesus, tem piedade de mim" (Lc 18,38). E a presença de Cristo faz brilhar nele a luz, o esplendor. Trata-se de que nossos olhos se abram ao mistério dos nossos irmãos, trata-se de que o nosso coração seja purificado do sopro dos espíritos malignos. Dizia-me um grande teólogo: "Aí está, no fundo, o que é a vida. Quando olhamos para a nossa vida, pensamos que, ao princípio, somos como uma plantazinha verde, que cresce, que cresce ... É maravilhoso. E cresce sozinha. Depois começam os golpes de vento, e a areia, e as tempestades. Sim, toda a vida tem isso. E um belo dia, despertamos: tornamo-nos um pequeno cacto". Penso que o único meio de evitar tornarmo-nos cactos - perigo que a todos nos espreita - é estarmos na novidade livre do Espírito, na maravilhosa liberdade dos filhos de Deus. Uma liberdade maravilhosa, uma criança maravilhada. Já vistes uma criança diante do mundo? Tudo se torna maravilhoso aos seus olhos! Penso que o cristão também é uma criança maravilhada, está também no mundo do seu Pai, está no mundo do Pai dos Céus. Não pode tornar-se um pequeno cacto, não é possível! É preciso que sejamos libertados pelo esplendor do Espírito. É necessário que nos tornemos homens livres. É preciso que sejamos como uma criança maravilhada no meio da miséria, no meio do sofri-
].M. Le Guillou, O.P. Extraído de "Reunidos em Nome de Cristo, vol. 16, pág. 18-20 46
o CompaixãoReflexões sobre a
Evangelho Secreto da Virgem
Maria
vida cristã Henri J. M. Nouwen, Donald P. Mcneill, Douglas A. Morrison Paulus Após anos de estudo e de reflexão que mantiveram entre si mesmos, com outros religiosos e com homens e mulheres situados no centro da política nacional, os autores visualizam a compaixão de uma nova e muito forte perspectiva - a expressão do amor de Deus para conosco, do nosso amor para com ele e do amor de uns para com os outros. Compaixão é um livro que diz não a uma compaixão de culpa e de fracasso e sim a um amor compassivo que penetra o nosso espírito e nos leva à Semana d< Oração aç ã o .
Santiago Martín- . ... ~~·~·-· Mercuryo Paulus IIIEB!!DIII Trata-se de uma "ficção bíblica", como o autor deixa claro na última página. Baseado no Evangelho Apócrifo da Virgem Maria, encontrado por uma monja no final do século IV durante uma viagem que empreendeu à Terra Santa, este livro reconta a vida de Cristo sob o ponto de vista de sua mãe que, já no final da vida, tece suas recordações a João, o discípulo amado de Cristo, quem Ele encarregou de cuidar de Maria. Com sua leitura, vai surgindo a imagem de urna mulher corajosa, que amou e sofreu muito, viu matarem seu Filho e foi capaz de resistir à prova sem perder a fé e a esperança.
pela Unidade dos Cristlios
Semana d a
Ora~ão
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Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC Os textos apresentados são ajuda para organizar celebrações nos 8 dias da Semana (16 a 23 de maio). Po16o23dcmatodt1999 dem e devem ser adaptados de acordo com as condições e preferências das comunidades. Uma boa conversa com os representantes das diferentes Igrejas apontará os melhores caminhos. O texto bíblico para as celebrações deste ano encontra-se em Apocalipse 2, 1-7: "Ele ficará com eles. Serão seu povo e ele será o Deus que está com eles". Pedidos para: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC Secretaria Executiva, SCS • Quadra 1 • Bloco E Edifício Ceará • Sala 713 • cep 70303-900 • Brasília-DF Fone/Fax: (061) 321-4034 • E-mail: conic.brasil@zaz. com.br
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ágina na Internet Recebemos ontem nossa Carta Mensal. Ficamos felizes de saber que existe este site. A equipe tem sido um grande alento diário nas vidas. Trabalhamos continuamente com casais em dificuldade e a equipe como um todo tem sido maravilhosa neste sentido, ajudando de maneira substancial para que atinjamos os nossos objetivo. Somos apaixonados pelas ENS. Abraça-os com carinho. C Maria Inês e Eufly Equipe 15 - Setor C São José do Rio Preto, SP
os filhos dos equipistas? Alguns equipistas daqui de Jundiaí estão preocupados procurando uma forma de engajar seus filhos, estimulando-os a terem gosto pelas coisas de Deus, criando um incentivo para que eles se sintam motivados a participar das nossas noites de oração, missa mensal etc. Recordo-me de um artigo na Carta Mensal de agosto de 1998, no 338, onde a Beth da equipe 5 de Belo Horizonte, MG, escreveu sobre o 2° Encontro dos Filhos de Equipistas e diz ter sido tão bom que resolvera repeti-lo em outubro do mesmo ano. Aconteceu? Conte-nos como foi. Gostaria de receber informações sobre trabalhos ou experiências envolvendo filhos de equipistas. U Vilma e João Paulo Equipe 14 - N. Sra. Guadalupe Jundiaí, SP Fone/Fax: (011) 7321-2223
I ="lPágina na Internet Que ótima idéia! Queremos parabenizá-los por mais esta iniciativa. É muito importante esta integração. Esperamos que esta página possa ser usada como mais um instrumento de evangelização. Realmente "O Senhor faz em nós maravilhas"! d.Maria José e Nonato Setor B - Região Norte I Manaus, AM
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Meditando em Equipe Em Mateus, no capítulo quinto, ao anunciar a nova situação que será criada pelo reinado de Deus, Jesus anuncia também um novo modo de viver, mais exigente que todos os códigos anteriores . Cada um de nós, pela sua formação e pelo seu ambiente, traz consigo um código que deve ser confrontado com o novo código proposto por Jesus . A aceitação de novo código é indispensável para que nos abramos à ação de Deus, mas ao mesmo tempo só pode ser vivido pelos que são transformados pelo reinado-ação salvífica de Deus .
Leitura: Evangelho de Mateus 5, 1 7-2 8 •
Ouais são os princípios básicos para seu procedimento?
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Eles correspondem ao apresentados por Jesus? em que diferem?
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Oue pontos na proposta de Jesus são mais desafiadores para você?
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Peça perdão, luzes, força para mudar. Agradeça e comprometa-se.
Ora~ão
litúrgica:
Ajuda-me, Senhor! Senhor, escute, estou gritando, pedindo socorro, porque preciso, porque estou com medo . Você sabe, eu procuro fazer o certo, mas é pequena a minha força, é há gente querendo me levar por caminhos que você não quer. Eu preciso que você me guarde, como se fosse a menina dos seus olhos, como a coisa mais importante para você, que você guarda bem apertada ao coração . (Veja na Bíblia o Salmo 17)
Obietivo Geral do Movimento das Equipes de Nossa Senhora 11
Como lgreia1 participar e comprometer-se
com a constru~ão do Reino, vivendo o Sa· cramento do Matrimônio, buscando a von· fade e o amor de Deus, a verdade, o encon· Iro e a comunhão na vida em comunidade".
EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Con jugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 • Fax: (011) 257.3599 E-mail: secretariado@ens.org .br cartamensal @ens .org.br