ENS - Carta Mensal 346 - Junho e Julho/1999

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°346 • Junho-Julho/1999

EDITORIAL ... .... ... ... .... .. .............. . O1 Sabem em Quem Confiam ......... O1 Carta do Conselhei ro da ECIR .... . 02 ECIR ...... ..................................... 03 A ECIR Conversa com Vocês .... .. .. 03 Avaliação dos EACREs .. .. ...... .. ..... 07 TESTEMUNHO ............ .... ........ .. .. 09 Surpresas de Deus ...................... 09 Solidariedade ............................. 1 O Socorro ... Obrigado! .. .... ............ 11 PCE ...... .... ............. .. ........... .... .... 12 Não É Pesado! ............... .. ........... 12 Ponto Concreto de Esforço do Amor ......................... 14 Roteiro para o Dever de Sentar-se 1 5 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 17 DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO .. .. .. 20 Será que Deus me Ama Sempre? ....................... 20 COMUNICAÇÃO ........................ 22 Cinco Passos para Melho rar o Relacionamento Comunitário .. ... 22 ENCONTROS INTERNACIONAIS .. .. .................. 2 4 Consagração das ENS à Virgem e à Igreja .. .. .... .. ...... .... . 24

REFLEXÃO ......................... ......... 26 O Homem no Espelho ........ .. .. .. .. 26 No Outono da Nossa Vida .......... 27 Não se Usa Mais .. .. .. ...... .... .... .... 29 CONJUGALIDADE .............. .. ...... 30 A Arte de Amar .. .. .... .... ...... .. .... ... 30 Dia dos Namorados .. ...... ... ........ 31 VIDA NO MOVIMENTO .. ...... .. ... 33 Experiências Comunitárias .. ........ 33 Oração pelo Casamento ...... .. ..... 34 Bem-Aventurança s em Te m po de Desemprego .. .. .... .. .... . 36 Conversa com Deus ao Pé do Fogo .. .. .... .. .. .. .. ...... .. .... 37 PASTORAL FAMILIAR .. ................. 38 Nossas Andanças .... .. ........ .. .. .. .... 38 FESTAS DE JUNHO ................ .. .. . 39 Deus nos Ama com um Coração Humano .................... .. . 39 FORMAÇÃO .......... .. .......... .. .. ..... 40 (o-Participação .. .................... .... 40 Orações ........ .. ........... .. .............. 43 MARIA ..... ............. ... ..... ...... .... .. .. 44 Maria, Modelo de Caridade ........ 44 ATUALIDADE .... .. .. .... .... .. .. .... ... ... . 47 37"- Assembléia da CNBB .......... .. 47 PALAVRA DO LEITOR .... .. .... ........ . 48

Carta Men sal é Wllll publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

Wzlma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cava/ca de Castro, CSsR (con s. espiritual)

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jomalista Responsável: Catherine E. Nadas (MTb 19835)

Silvia e Ch ico Pontes (responsáveis) Rita e Gilberto Calllo Maria Cecília e José Carlos Sa fes

EdiJoração Eletrônica e Ilustrações: F & V Editora Lida. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (011 ) 3873.1956

Diagramação: Alessa ndra Carignani Capa : Francisco de Assis

Canas, colaborações, rrotícias, testemunhos e imagens devem ser enviLulas para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308

Fotolitos e Impressão: Edições Loyola R. 1822, 347 Fone: (OJJ ) 6914.1922

01309-000 • Stio Paulo- SP Fone: (O ll ) 256.1 212 Fax: (0 1I) 257.3599

Tiragem desta edição: 13.000 exemplares

A/C Silvia e Chico

5° andar · conj. 53

cartamensal @ens.org .br


Sabem em Quem Confiam Olá, gente amiga, Não sabemos como cada um vai passando, como está a saúde, os problemas com os filhos ou com a família, a ansiedade ou o medo pela perda do emprego, uma contrariedade, um desengano, um negócio não muito bem sucedido. Em todas essas situações nos consumimos, perdemos a alegria, desperdiçamos a oportunidade de enxergar o lado positivo dos revezes que a vida nos aplica. E nessas circunstâncias oramos desesperadamente a Deus para que Ele dê as soluções. Mas a nossa fé é insignificante. Na seção TESTEMUNHO desta edição, no artigo intitulado "Socorro ... Obrigado" vocês ouvirão, como nós já ouvimos, a manifestação maravilhosa daqueles que sabem realmente em quem confiam. Ao receberem o donativo da coleta da solidariedade, nossos irmãos sofridos pela seca nordestina testemunharam sua fé: em lugar de alimentos, preferiram adquirir sementes, confiando que o Senhor lhes enviaria a chuva para fecundar a terra. "São pessoas que sabem em quem confiam, que não dizem ao seu Deus o tamanho de seu problema, mas dizem ao seu problema o tamanho do seu Deus". Neste mês de junho podemos descobrir na festa do Coração de Jesus e na de Corpus Christi a

grandeza do amor do Deus em quem podemos confiar. Falemos em nossas reuniões, em nossas famílias, entre nós, marido e mulher, da grandeza desse amor. Que não se encontre entre nós gente amarga, como dizia o poeta, "pendurada no passado, pensando apenas em repartir o que saiu errado, suas dores e desilusões". Que floresça em cada coração a coragem daqueles que têm por força a sua fé, daqueles que encontram na solidariedade uma bandeira e no amor a sua identidade. As matérias selecionadas para as nossas várias seções querem ser transmissoras de otimismo que nos desperta e nos faz ir adiante, confirmar em cada leitor um espírito decidido, que afronta qualquer pessimismo, que não se curva aos embates da vida. É nesta certeza que os convidamos a saborear as páginas desta Carta Mensal, a interpretar as mensagens, a entender o espírito, a ver além das simples aparências. Tenham uma boa leitura, façam um bom proveito e também levem esta outra certeza: nós sabemos que podemos confiar em vocês!

Com o nosso sempre caloroso e fraternal abraço,

Silvia e Chico, CR da CM


Carta do Conselheiro Espiritual Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! É sempre uma alegria poder estar com todos vocês através destas poucas linhas. Neste mês reservado a Jesus (Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus), acho oportuno refletirmos um pouco sobre o imenso Dom que o Pai nos deu. Em sua última Exortação Apostólica Pós Sinodal "ECCLESIA IN AMERICA" -A Igreja na América- o Santo Padre João Paulo II nos diz: "Os Evangelhos mencionam numerosos encontros de Jesus com homens e mulheres da sua época. Uma característica comum a todas essas narrações é a força transformadora que encerram e manifestam os encontros com Jesus, visto que desencadeiam um autêntico processo de conversão, comunhão e solidariedade" (pág. 15). É nessa dimensão que gostaria de refletir com vocês. Qual tem sido o desencadear do nosso encontro com Jesus nas Celebrações Eucarísticas, nas nossas reuniões de equipe, na nossa meditação e oração conjugal? Temos sido sinal e expressão de comunhão e solidariedade? Mais adiante o Santo Padre diz: "Alguns encontros com Jesus, referidos pelos Evangelhos, são claramente pessoais, como, por exemplo, os chamados vocacionais. Neles Jesus dialoga na intimidade com os seus interlocutores ... Eles são chamados a ser os anunciadores da Boa Nova e a desempenhar uma missão especial para construir a Igreja com a graça dos Sacramentos". Como temos dialogado em nossa intimidade com Jesus? Sentimos que somos VOCACIONADOS para viver o carisma do Movimento das Equipes de Nossa Senhora? Qual tem sido nossa missão na construção da Igreja? Como temos usufruído das graças do sacramento do Matrimônio? A Exortação Apostólica remete-nos ainda a outras inúmeras reflexões que valem a pena ser vivenciadas, mas aqui o espaço é pequeno. Por isso deixo a todos vocês o meu abraço e apresento ao Pai minhas orações para que todos vocês possam, neste mês, ter um encontro pessoal e em casal com Jesus Cristo. Abraços e orações, Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A ECIR Conversa com Vocês Solidariedade Coniugal O mês do Sagrado Coração de Jesus nos motivou a retomarmos o tema da solidariedade e caridade que foi trabalhado nos EACREs deste ano. Isto porque o amor tem em Deus sua fonte e torna-se, para nós, revelado de forma plena na doação absoluta que Jesus fez de si próprio na cruz. O Sagrado Coração de Jesus é o manancial do amor, como dom total, que, reagindo em nós, leva-nos à prática da caridade, em atitudes concretas de solidariedade. Queremos abordar o ponto específico da solidariedade vivida em casal, com seus reflexos na Igreja e no mundo. Temos como premissa da solidariedade conjugal a a/feridade. Primeiro, porque para o exercício da solidariedade é preciso a existência de ao menos duas pessoas. Depois, torna-se necessária a consciência do outro, saber que há um outro que é diferente de mim, de modo que, na convivência, se possa valorizar estas diferenças. Alteridade vem a ser justamente isso, deixar que o outro seja outro, com as diferenças que o identificam, ultrapassando a mera tolerância dessas diferenças, até o ponto de valorizá-las. Então: ama-se não apesar das, nem com as, mas por causa das diferenças. No casamento, homem e mulher vivem a arte da 3


acolhida, sem se eliminarem, guar- cada uma dessas dimensões do amor. O diácono sublinha o amor dando as próprias identidades. Com isso, conclui-se que o ca- como serviço aos irmãos. A pessoa samento é uma vocação. Jesus ama- de vida consagrada acentua o amor va não por um motivo qualquer. Je- como gratuidade e universalidade. sus amava por amar, porque é o E assim por diante, cada ministério Amor. A vocação do casal é amar- · intensifica de algum modo a expresse, é amar. O amor dos esposos é são do amor. E os esposos? O mimanifestação do amor de Deus. nistério dos esposos acentua o amor Está associado ao amor pleno da como comunhão, condivisão, parcaridade ("ágape"), mas, sendo fru- tilha, o "estar com", mais do que to de um chamado próprio, deve ter "estar por" ou "fazer por". São váuma tônica natural que o caracteri- rios aspectos do amor de Deus. ze. Quando Deus chama, chama Uma comunidade cristã deveria para uma missão e capacita os viver todas essas dimensões, acovocacionados, com a sua graça, para lhendo os ministérios que cada que possam cumprir seu ministério. membro é chamado a desempenhar, Portanto, verifica-se que há um mi- segundo sua vocação. Ninguém nistério para o casal que lhe é espe- pode viver plenamente todos esses cifico. É importante especificar não aspectos e, portanto, somos chamapara separar, mas para viver uma dos a fazer comunidade para Igreja que seja unida e, ao mesmo enriquecermo-nos e contribuirmos, tempo, diversificada. A varieda- de modo a compartilhar as várias de de missões é a riqueza da Igre- dimensões do amor vividas pelo ja. Diante desta situação, como diz grupo, sem exclusões. Um casal de João Paulo II, é preciso reafirmar esposos que vive o amor como o "que o fundamento da vida huma- "estar com as pessoas", comparna é a relação conjugal entre o tilhando a sua vida, deve estar marido e a mulher, relação que en- atento para também viver o amor tre os cristãos é sacramental" ('A como libertação e promoção, ou Igreja na América' 46). O sacra- como serviço, para crescer em toda mento do matrimônio funda o minis- a amplitude do chamado do amor. O mesmo acontece com os demais. tério conjugal. A solidariedade, como a caridaPortanto, o ministério conjugal de ( 1Cor 13 ), pode ser expressa por testemunha a importância do amor múltiplas dimensões: no dar a conhe- como "estar com". Que quer dizer cer Deus às pessoas; no serviço ao este ESTAR COM as pessoas? próximo; na libertação e promoção Hoje se tem a tranqüilidade de addas pessoas; no fazer comunhão; no mitir e o próprio Papa afirma que estar com o outro em bons e maus "a solidariedade é fruto da comumomentos; no dar gratuitamente; no nhão" (ibid. 52). Mas esta forma abrir-se aos outros ... As vocações de viver a comunidade talvez tenha têm um modo próprio de acentuar sido a manifestação mais revoluci4


onária no campo eclesial, a verdadeira guinada da Igreja saída do Concílio Vaticano II, presente na Lumen Gentium e na Gaudium et Spes. Concretizou-se na passagem de uma Igreja "para o mundo" a uma Igreja "com o mundo", de uma Igreja empenhada "pelo povo" para uma Igreja "do povo", "com o povo". E isto não é mera sutileza de expressão. Esse modo de conceber a Igreja fez redescobrir o matrimônio, que é o lugar natural onde se vive o "estar com". E pode ter acontecido - e é muito provável- que a vida matrimonial, "pequena Igreja", tenha sugerido a redescoberta deste novo modo de ser da "grande Igreja" . O "COM" indica que as pessoas estão juntas, em igualdade de condições, não só para servirem-se, mas também para aprenderem reciproca-

mente. O amor se exprime quando um vai ao outro mais para aprender do que para ensinar. O marido ama a mulher quando a considera tão importante que está com ela para aprender, para conhecer, para enriquecer-se. Vê-se, com o escritor John Powell ('O Segredo do Amor Eterno') que "amar é compartilhar e compartilhar é comunicar". Assim, na Igreja, o padre está com as pessoas quando as considera importantes, sabe que nelas há o Espírito Santo e tem a humildade de se pôr à escuta para aprender, para crescer. A Igreja "está com" o mundo quando considera o mundo como campo em que podem vir sinais de Deus, quando reconhece que a história é lugar onde Deus age e faz crescer o seu Reino e, portanto, se põe a escutar e troca conhecimentos. Comunidade conjugal e comunidade cristã são duas comunidades chamadas a se reconhecer e a se falar para caminharem juntas. A solidariedade do casal deve sublinhar intensamente o "estar com", isto é, o valor da comunhão diante do serviço. Na família, os esposos vivem a solidariedade "estando com os filhos". A solidariedade do "estar com" quer dizer que os filhos não são propriedade a possuir e dirigir, mas são dons a guardar e a tratar ternamente. Os filhos são uma promessa interna escondida que deve ser levada à luz por meio da educação. O "estar com" tem o sentido de escutar os filhos para compreendê-los e discernir os dons que formam a sua vocação. Os filhos não

O amor

se expnme quando um vai ao outro mais para aprender do que para ensinar. "amar é compartilhar e compartilhar é comunicar". 5


tos, escolher juntos . O marido é solidário à sua esposa, não quando pensa no lugar da mulher, mas quando pensa COM a mulher, quando decide COM a esposa, quando caminha COM os passos da sua companheira. O mesmo se diz da mulher em relação ao marido. Este é o sentido e a atitude principais da solidariedade conjugal. E é o ministério mais autêntico que o casal é chamado a fazer fermentar na Igreja e no mundo. Jesus nos mostrou o caminho. A forma mais autêntica de estar com a humanidade foi o divino prodígio da encarnação do Verbo. Na vida pública, o Senhor logo chamou os que quis para viverem em comunidade com Ele. Escolheu os doze, antes que tudo, para estarem com Ele em maior proximidade (Me 3,14). Abriga todos em seu Sagrado Coração. O matrimônio é um chamado de Deus para uma missão. Esta missão se exprime através do ministério conjugal, o qual acentua a SOLIDARIEDADE como comunhão, como "estar com", sinal verdadeiro da aliança de Deus com a humanidade. Mais do que nunca, a Igreja e o mundo têm necessidade de redescobrir e de viver o amor como um compartilhar, mais do que servir e dar. E aí está a urgência e a importância de testemunharmos a solidariedade conjugal e fazê-la fermentar nas relações do cotidiano.

pertencem aos pais; têm a sua vocação original. Isto quer dizer que os pais educarão os filhos não em função de seus próprios interesses, mas para a vocação à qual Deus os chama, dentro da comunidade cristã e dentro da comunidade humana. Os filhos, desde pequenos, devem compreender que a sua colaboração, em tudo o que concerne à vida familiar, é uma conseqüência do fato de viverem juntos e sob o mesmo teto, de serem filhos, irmãos e irmãs, que têm a tarefa de construir uma casa comum. Os pais são também educadores da fé dos filhos, não por delegação, mas por força do seu matrimônio. Os filhos não podem entrar na vida como órfãos com relação à fé. Na sociedade civil, o casal, por motivos evidentes, tem relação com a escola, com o trabalho, com os problemas do quarteirão, com os meandros da vida social e política. O casal, de fato, vive a fronteira entre a Igreja e o mundo. Logo, nesta função de ligação, os esposos deveriam exprimir sua solidariedade empreendendo um diálogo positivo com o mundo, não só para dar, mas também para receber. Um casal está com o mundo quando atenta para a realidade, olha sem preconceitos os fatos, compartilha os problemas e procura juntamente com as pessoas (fiéis ou não) as soluções. "ESTAR COM" o outro significa SER SOLIDÁRIO com o outro. Esta dimensão de solidariedade, que é própria do casal, quer dizer procurar juntos, projetar jun-

Maria da Graça e Eduardo ECIR 6


Avalia~ão

dosE 4 CREs rante dois meses, mais preisamente do último final de semana de janeiro ao último de março, vivemos um período forte em que, temos certeza, fomos agraciados com as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora: foi o momento dos EACRES (Encontro Anual de Casais Responsáveis

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de Equipe). Sabemos que todos os que participam de um EACRE de lá saem com grande vontade de servir, de partilhar com os seus irmãos de equipe tudo o que lá tenham ouvido e meditado em seu coração. E esse EACRE não foi diferente, pois, pelas avaliações enviadas de todo o

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Um outro ponto que merece destaque foi a presença do grande número de nossos queridos Conselheiros Espirituais em alguns EACRES, possibilitando uma reunião bastante proveitosa entre eles. Um gesto concreto de solidariedade foi proposto. ao qual os equipistas responderam com entusiasmo e a coleta que se seguiu foi revertida em prol de diferentes necessidades, previamente levantadas pelo Casal Responsável da Região. Não podemos esquecer a importância que vêm merecendo os pré-EACRES em diversos lugares. Será muito bom que, para o próximo ano, todos os Setores e Regiões possam colocar em suas programações o espaço reservado ao pré-EACRE, encontro de grande valia no que concerne à missão e ao serviço do Casal Responsável de Equipe. Os Casais Ligação presentes também puderam se beneficiar do EACRE, além de, em alguns lugares, terem acontecido reuniões entre eles para troca de idéias e experiências relativas a sua missão. Quanto a nós, membros da ECIR, temos a certeza de que a participação em vários EACRES só nos enriquece por todos os momentos que vivenciamos com nossos irmãos de lugares diferentes. Como aprendemos a partir do que ouvimos e testemunhamos! E, ao final de cada EACRE, podemos agradecer a Deus por nos ter chamado.

país, pudemos concluir, reunidos os membros da ECIR, que os objetivos foram atingidos. O entusiasmo dos casais presentes, muitos deles bem jovens e a maioria deles comparecendo pela primeira vez, foi quase unânime em todos os EACRES, cuja proposta é promover a formação, integração e animação dos casais responsáveis de equipe para a realização da missão para a qual foram escolhidos. Atendendo à orientação da coordenação do Movimento com vistas à unidade, os temas principais foram: Reconciliação, Solidariedade e o tema da Campanha da Fraternidade. Quanto aos outros assuntos abordados, cada Região pôde apresentar o que considerou mais importante e prioritário para a formação de seus Casais Responsáveis. A Liturgia, cujo tema central foi a Pessoa de Deus Pai, o Amor e a Reconciliação, foi muito bem desenvolvida e procurou seguir com fidelidade o que havia sido vivenciado no Encontro Nacional: a parábola do filho pródigo. De acordo com os relatórios das Regiões, pudemos concluir que o EACRE foi muito importante quanto ao aprofundamento da conjugalidade, à animação e fortalecimento dos Casais Responsáveis de Equipe em sua missão, à redescoberta dos símbolos e gestos, a atitudes de reconciliação e solidariedade, à revalorização do sacramento da Reconciliação e do exercício da caridade-solidariedade e à compreensão da missão do casal cristão.

Regina Lucia e Cleber ECIR 8


Surpresas de Deus

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taríamos de dar um testeunho do que aconteceu onosco, para provar a todos que o amor de Deus sempre vem em primeiro lugar, e, quando nos chega, abrasa-nos o coração como aos discípulos de Emaús. No segundo domingo do mês de outubro, ao chegarmos em casa, meu marido me disse: "Está aí um senhor. Fala com ele". Eu me dirigi à porta e lá estava uma pessoa de estatura média, com mais ou menos 40 anos, com um temo bem surrado, que falou: "Senhora, eu nunca pedi nada. Eu tenho vergonha, eu não sou daqui". Tudo isto ele falou colocando as mãos no rosto e meio sorrindo. Meu primeiro pensamento foi de que certamente havia bebido ou não era "muito certo". Mesmo assim eu insistia: "Mas o que o senhor deseja"? Ele, com as mãos no rosto, dizia: ''Não sou daqui, tenho vergonha, nunca pedi nada". Então, adiantei-me e falei: "Já sei, o senhor quer um café ou alguma coisa para comer". Ele não falou nada. Eu entrei e pensei. "Senhor eu te servirei como queres". Preparei um café bem gostoso, pão com carne e uma banana, coloquei em uma bandeja, o que, diga-se de passagem, não é meu costume. Nunca nego nada, mas também não preparo assim. Quando me acheguei do portão, ele estava sentado no chão com as pernas cruzadas e foi logo exclamando: "Que lindo! Que maravilha! Que belo!" Eu respondi: "O senhor não pode tomar o café aí;

venha aqui na área de nossa casa". Ele veio, tirou de dentro de uma sacola uma Bíblia bem velhinha, e começou a ler. Eu vi que era 1Cor. Depois levantou a Bíblia em direção ao sol e falou: "Pai, Tu que fazes o sol nascer sobre os bons e os maus para sentirmos o teu calor; Tu que fazes cair a chuva que não volta sem fecundar a terra, abençoa nosso alimento, abençoa eles". Eu fiquei atônita com a maneira da oração dele. Chamei meu marido e disse: "Veja como são os pobres e como sabem agradecer". Fechei a porta, pois ele ainda continuava em oração. Depois entregou a bandeja vazia para o meu marido e quando levantei a xícara havia um papelzinho escrito: "Jesus te ama". Eu fiquei intrigada com o acontecido, e a todos que contava, eles me diziam: "Não tenha dúvidas, Jesus te visitou". Eu respondia: "Ele está em cada um de nós". No dia seguinte, durante a nossa meditação, senti forte a voz do meu Jesus em meu coração, que disse: "Quem és tu para duvidar de mim?" Hoje acredito e sei que Jesus é o primeiro missionário a bater na porta dos nossos corações, e onde ele nos visitar, nós seremos também evangelizadores como foram sua Mãe, seus apóstolos e discípulos e hoje é toda a Igreja. Leoni e Carlos Eq. N. Sra. Salete - Passo d'Areia Porto Alegre, RS 9


Solidariedade bro de 1997. Conseguimos aproximadamente vinte cestas. Não foi um número muito grande, entretanto já estávamos muito próximos do Natal e éramos cinco casais e o nosso conselheiro. Entregamos dez cestas num bairro da cidade e outras dez para famílias de deficientes físicos e mentais. Encontramos famílias com cinco deficientes físicos e pais desempregados. Surpreendemo-nos ao conhecer pessoas com problemas tão grandes ainda capazes de sorrir, manifestando esperança e vontade de viver. Vimos que muitos de nossos problemas são insignificantes. A experiência foi tão gratificante que a repetimos na Páscoa e no Natal de 1998. Neste último, conseguimos setenta cestas, as quais foram entregues para cinqüenta famílias necessitadas e vinte famílias de deficientes. Sabemos que ainda é pouco, mas setenta famílias (aproximadamente trezentas e vinte pessoas) passaram um Natal mais feliz. Acreditamos que assim também podemos dar nossa contribuição para tornar o mundo mais CRISTÃO.

a corrida para chegarmos a uma condição de vida melhor, esquecemos que temos "irmãos". Esquecemos que existem pessoas necessitadas de nosso apoio, não apenas financeiro, mas também moral. Necessitadas, enfim, de uma palavra amiga, de uma oportunidade. A palavra solidariedade está bastante em evidência nos dias de hoje. Há até um aumento no número de pessoas que, em gestos concretos de doação, se prontificam em tornar a solidariedade parte de sua vida. Sabemos, porém, que estamos muito longe de chegar onde queremos: um mundo organizado segundo as regras da igualdade, em que exista emprego, respeito, ou seja, o mínimo para uma vida decente, com chances para as pessoas produzirem e realmente viverem. Com o intuito de ajudarmos nessa grande tarefa, nossa Equipe resolveu não ficar esperando uma intervenção do governo, rezando ou de braços cruzados até a situação melhorar. Resolvemos fazer "algo mais". Decidimos recolher alimentos, roupas, brinquedos e até mesmo alguma colaboração em dinheiro, para montarmos cestas básicas destinadas aos bairros necessitados. A primeira vez foi em dezem-

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Equipe 15 - Setor B Criciúma, SC

ATENÇÃO: Pedimos aos irmãos equipistas que enviem para a CARTA MENSAL seus testemunhos de solidariedade, para serem utilizados na composição de uma matéria sobre as experiências concretas realizadas nesse campo em todo o Brasil. 10


Socorro..• Obrigado! o dia 28 de fevereiro saímos do Recife para Pesqueira, com a missão de levar aos irmãos equipistas de Socorro a generosa oferta obtida com a coleta da solidariedade, por ocasião do Encontro Nacional, onde coube a quantia de dois mil reais para a Região Nordeste L Sabendo do sofrimento por que passavam alguns irmãos equipistas e outras famílias daquela comunidade, não foi dificil decidir o destino daquela oferta. Chegando a Pesqueira, que fica a 280 km de Recife, juntamo-nos à Ignácia e Egildocasal responsável pela Coordenação daquela cidade - e aos irmãos Gorete e Moura (ele funcionário da EMATER e profundo conhecedor das dificuldades causadas pela seca). Dirigimo-nos para Socorro, que fica a mais ou menos 40 km de Pesqueira, bem para o centro nevrálgico da seca. Para nós que moramos no litoral, foi o primeiro contato mais íntimo, "ao vivo e sem cores" que tivemos com a triste realidade da seca no nosso Nordeste ... uma paisagem desoladora. Passamos por várias pontes onde antes, abaixo delas, corriam caudalosos rios, e o que vimos? No leito apenas pedras, pedras enormes e o chão rachado como se por ali nunca tivesse havido água... a vegetação quase toda morta. Até a palma, que serve de alimento para o gado como última opção, estava murcha. Chegamos lá. No Salão Paro-

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quial alguns já nos esperavam. Aos poucos chegaram todos e para nós a grande surpresa, o grandioso ato de fé e confiança em Deus daqueles irmãos que escolheram usar aquele dinheiro para comprar sementes. Sementes que dependem de chuva e que eles acreditam que o Senhor vai mandar... Sentimo-nos pequenos. Após rezarmos juntos e refletirmos sobre A tos 2, 42-4 7, ouvimos seus depoimentos, seus comoventes agradecimentos por receber aquela oferta quando tantos outros sofrem como eles. Fizemos juntos a bênção das sementes, pedindo que o Senhor enviasse a chuva para que elas brotassem. Em seguida, mais uma lição de vida: o lanche que havíamos providenciado para eles foi apenas uma contribuição para a mesa farta de bolos e refrigerantes que haviam preparado para nos receber, fruto de doação, da fraternidade, da gratidão de pessoas que sabem em quem confiam, que não dizem ao seu Deus o tamanho do seu problema, mas que dizem ao seu problema o tamanho do seu Deus ... Saímos de lá gratificados e agradecidos, pela oportunidade de termos sido escolhidos como portadores do fruto de um ato de solidariedade proposto por Dom Angélico e tão bem aceito por tantos. Que Deus envie suas bênçãos!

Zezinha (do Jailson) Casal Responsável Regional Nordeste I 11


Não É Pesado! •••

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muito mais carinho em nossas orações. Já agora contávamos com reforços nesta busca da ajuda de Deus: havíamos entrado para as Equipes de Nossa Senhora!

á poucos dias fomos surpreendidos pela conversa inédia de nossos filhos: -Me dá um help aí!. .. Tô precisando!. .. -Não é pesado, é meu irmão ...

"Buscai ao Senhor, já que Ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto. " (Is 55, 6)

A nossa surpresa teve dois motivos: primeiro, eles não conseguiam, até há algum tempo, trocar uma palavra civilizada sequer. Segundo, a pergunta e a resposta não pareciam pertencer ao mesmo contexto. Soavam meio sem nexo. Quem tem filhos adolescentes sabe o significado de "civilizada". É mais comum eles estarem brigados, de cara feia, ou então trocarem só alguns ininteligíveis monossílabos entre si. Cada um, a seu modo, quer mostrar que é o dono da verdade. Ajudar o outro, nem pensar!

Houve paciência de nossa parte para compreender que cada filho é uma pessoa diferente . Houve quem nos orientasse a jamais tomar partido ou compará-los, mas sim ponderar os defeitos de uns e as aflições de outros. Houve muito amor para incentivar o perdão recíproco. Mas houve, acima de tudo, a presença da Palavra de Deus a nos ensinar a orientá-los.

"Prestai-me atenção, e vinde a mim; escutai, e vossa alma viverá. " (Is 55, 3)

"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão. " (Is 55, 10-11)

Como família cristã já experimentávamos a prática da oração, da leitura de textos da Bíblia e principalmente da participação das missas dominicais, onde encontrávamos na Eucaristia o fortalecimento nas horas boas e nas difíceis. Porque sabíamos que as dificuldades e tentações não nos poupariam. Deste modo, assim que nossos filhos começaram a apresentar sintomas de relaxamento em seu amor fraternal, tratamos de incluí-los com

Sim, Deus faz sua Palavra ter vida própria e insufla-lhe sua Sabedoria para que ela seja geradora dos mais significativos gestos de amor. Se algum dia ficarmos impaci12


entes, achando que nada do que ensinamos aos nossos filhos esteja surtindo algum resultado, ou mesmo se a postura deles se revelar por demais desafiadora, ou em outras questões envolvendo nossa família, não esqueçamos que nós casais equipistas possuímos ferramentas preciosas e delas não devemos abrir mão em nenhuma circunstância. Façamos a Escuta da Palavra não porque seja uma obrigação, mas confiando em sua eficácia. Sejamos perseverantes na prática da Oração Conjugal, porque com muito maior freqüência do que imaginamos somos chamados a pedir e agradecer, invocar, abençoar, perdoar... Recorramos ao poder restaurador da Eucaristia, e deixemos brotar em nossos lares os frutos do amor, do carinho, da ajuda mútua, da mansidão.

"Em lugar do espinheiro, crescerá o cipreste, em lugar da urtiga, crescerá a murta; isso será para o renome do Senhor, um título para sempre imperecível. " (Is 55, 13)

é pesado, é meu irmão!" Ele não sentia o pequenino como um fardo, porque o carregava com amor.

"Carregai os fardos uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo. " (GI6, 2) E que dimensão adquire aí a palavra "irmão!. .. " Por acaso não seria o mesmo que marido, filho, avô, irmã? Aquela irmã que pede um "help" num momento de aflição, aquele avô que precisa de companhia no abandono de sua velhice, aquele filho rebelde que se assusta com as conseqüências de suas atitudes, ou aquele marido atormentado pela ameaça do desemprego? Aquele que está ao nosso lado todos os dias, e o que de forma mais imediata precisa dos frutos dos nossos Pontos Concretos de Esforço, com certeza é nosso "irmão". Sirvamo-nos, pois, de nossas ferramentas para ajudar essas pessoas. O amor fará com que seus fardos não pareçam tão pesados.

" Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve. " (Mt 11, 28-30)

Assim que começamos a saborear mais o poder e a sabedoria de Deus através desses frutos, experimentamos uma grande mudança em nossas vidas, pois naquele diálogo de nossos filhos sentíamos a manifestação desta vivência: a resposta aparentemente sem lógica vinha de uma reportagem de jornal que eles leram em que um chinezinho, carregando o irmão menor amarrado às costas, exclamava sorrindo: "-Não

Ignez (do Batista) Equipe 127 - Setor C Rio de Janeiro, RJ 13


Ponto Concreto de Esfor~o do Amor Obriga~ão ou Prazer?

mos lido e ouvido muitos comentários sobre um dos Ponos Concretos de Esforço que mais aproxima o casal: o Dever de Sentar-se. Esse PCE que para alguns mais parece um castigo, precisa ser vivido com muita alegria e prazer, para que possamos sentir a presença do Espírito Santo de Deus entre nós. Perguntemos a nós mesmos e também ao nosso cônjuge: sentar-se ao lado da pessoa amada sob o olhar de Deus, para uma retrospectiva do cotidiano, pelo menos uma vez por mês, traçando metas e objetivos para o futuro, é uma graça ou um castigo? Reflitamos. O Dever de Sentar-se talvez se tome pesado em nossas vidas porque o vemos como uma OBRIGAÇÃO, e isso nos lembra IMPOSIÇÃO, SUBMISSÃO, DETERMINAÇÃO, SUJEIÇÃO, e tantas outras palavras fortes e autoritárias que nos assustam e por vezes até nos agridem. Caríssimos irmãos equipistas! Procuremos viver o PONTO CONCRETO DE ESFORÇO DO AMOR (Dever de Sentar-se) com mais carinho, ternura e alegria, buscando um clima que tome possível a comunhão trina: EU, MEU CÔNJUGE e DEUS . Conseqüentemente passaremos a ter imenso prazer em sentarmo-nos para um diálogo com nosso cônjuge sob o olhar do Pai. A ação do Espírito Santo de Deus en-

cherá nossos corações e nossos lares de amor e graças divinas. Obrigado às Equipes de Nossa Senhora e ao Pe. Caffarel pela existência do Dever de Sentar-se como Ponto Concreto de Esforço para almejar-se a santificação. O próprio Cristo nos diz: "Quando dois ou mais estiverem reunidos em meu nome eu estarei no meio deles". (Mt 18,20)

Lúcia e A/cindo Equipe 9C Nossa Senhora Aparecida Recife, PE 14


Roteiro para o Dever de Sentar-se em Família

Al

tes de começar o encontro, com a família já reunida, fazer uma breve oração ·nvocando o Espírito Santo, pedindo suas luzes e suplicando para que Jesus esteja presente no coração de cada um, e que Ele conduza a reunião para que seja muito proveitosa, saudável, agradável e com excelentes resultados para todos. Tão importante quanto o Dever de Sentarse do Casal, o Dever de Sentar-se em Família poderá ser uma oportunidade para a comunidade familiar, como um todo, estabelecer o consenso a respeito das normas familiares e poderá ser feito para tratar de qualquer assunto de interesse da família ou de algum de seus membros. Gostaria de partilhar com os equipistas o exercício do Dever de Sentar-se em Família, conforme o roteiro abaixo: 1 - O casal deve motivar os filhos e demais membros da família para a importância do diálogo e do entendimento entre as pessoas, de um modo geral, mas sobretudo entre os componentes de uma família. 2- Estabelecer objetivos a serem alcançados


através da reunião, que se realizará em local, data e horário previamente combinados. 3 - Estabelecer normas a serem observadas durante o encontro: a) Cada membro da família terá a oportunidade para expressar o que pensa e o que sente por cada um dos outros membros da família; b) quando um estiver falando não deverá ser interrompido pelos demais; c) nenhum elemento da família tem a verdade absoluta, apenas pode e deve expressar a sua percepção. Cada um, a seu tempo, irá manifestar como os outros chegam a si; d) a verdade de cada um não invalida a verdade dos outros; e) respeito religioso à individualidade de cada um; f) não estabelecer confronto nem tão pouco polemizar. Aprender a ouvir respeitosamente tudo o que vier a ser manifestado; g) cada um, também, ao concluir a percepção a respeito dos outros, procurará expressar a sua auto-percepção; h) alguém do grupo que tenha capacidade de síntese irá anotando o que for dito para cada um e ao final da reunião fará um resumo e lerá para todos; i) na troca de percepções podem ser expressas tanto as características positivas quanto as negativas de cada membro da família; j) nesse diálogo familiar, ninguém deve sentirse acusado. Tudo aquilo que é dito é colocado para o crescimento de todos. Portanto, ninguém precisa defender-se.

Pe. Joaquim Colaço Dourado - SCE Equipe 30- Setor C- Fortaleza, CE

SUGESTÃO DA CARTA MENSAL: Se você fez esta experiência, escreva-nos contando como foi!

16


Novas Equipes Jubileu de Ouro Foi com muita alegria que as ENS da Guia e do Desterro, junto à comunidade da Paróquia de São José e aos familiares e amigos do Monsenhor Hernani, comemoraram os 50 anos de sua vida sacerdotal, completados em 08112/98 . A celebração de um momento tão especial contou com a presença de vários bispos, alunos do Mons. Hernani no Seminário Santo Antônio, onde dedicou 30 anos de sua vida sacerdotal. Com sua aposentadoria foi enviado a desempenhar nova missão junto a comunidade de São José, onde está há 20 anos . É Conselheiro Espiritual das Equipes 22 e 34 do Setor B de Juiz de Fora, onde já atua há 1Oanos, sempre com muita humildade e disponibilidade. É um privilégio muito grande desfrutar de sua companhia amiga, inteligente e presença constante em nossas equipes. Ao Mons. Hemani nossos votos de felicidade e continuidade no caminho do Senhor, conduzido pelas mãos de Nossa Senhora.

Rosane e Adilson Equipe 22 N. Sra. da Guia - Setor B Juiz de Fora, MG

• Eq. Nossa Senhora de Fátima, Pântano Grande, RS • Eq. Nossa Senhora Aparecida, Pântano Grande, RS (São equipes distantes, ligadas diretamente à Região Rio Grande do Sul) • Eq. 14- N. Senhora da Eucaristia, Belo Horizonte, MG • Eq. 15 - Nossa Senhora de Mediugórie, Belo Horizonte, MG (em pilotagem) • Eq. 1 - Nossa Senhora da Boa Viagem , Itabirito, MG (Setor Belo Horizonte) • Eq. 1 - N. Senhora Aparecida, Rondonópolis, MT • Eq. 1O- N. Senhora do Bom Parto, Dois Córregos, SP • Eq. 13 - N. Senhora Rainha da Paz - Dois Córregos, SP • Eq. 13 - N. Sra. das Graças - Anápolis, GO

Falecimentos

~gr_adeçamos pela vida destes nossos Irmaos e louvemos a Deus pela ra a de s~a ressurreição. g ç Alazde Preis Martins /do Adh ·d . t• emar) ocorn o no dia 04/11/98 - Eq 7 - N · oss S nh a e ora de Lourdes - Criciúma SC Arthur. Krause de Araujo (da Saiete ocorndo no dia 06/12/98- Eq. 1 ~~a. das Graças - Setor A - Natal Ju/zAo .Carlos Campos Aldiguere' (da ~ama) - ocorrido em 29/03/99 - Eq S - ~· Sra. do Carmo- Fortaleza CE ebasti'!o A. José Mousse (da Bere~i .l ocorndo em 09103199- Eq. 1 - N Sce/ de Nazaré- Manaus AM . ra. Pe. João Biagioni, SCE _ Eq. 1 _ N S das Graças - Araraquara SP . .ra. em 04103!99 ' - ocomdo 17

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.Jubileu de Prata das ENS Em Valen~a Transcorria o ano de 1973, quando chegaram a Valença Irene e Mário. Traziam o entusiasmo por um Movimento que muito contribuía para o crescimento espiritual dos casais e uma harmonia conjugal mais consciente: AS EQUIPES DE NOSSA SENHORA. No desejo de repassarem suas experiências aos amigos que aqui fizeram, trouxeram de Petrópolis alguns casais equipistas, liderados por Elfie e Dragan, que nos falaram sobre o ideal de fazer do casamento um lugar de amor, felicidade e santidade, contagiando-nos com o carisma e a mística do Movimento. Era um sábado e nos reunimos no Palácio Episcopal da Diocese de Valença. Saímos impressionados com as palavras e o desprendimento daqueles que sacrificavam o descanso do final de semana para juntarem-se a nós, a fim de nos mostrar as propostas das ENS. Enchemo-nos de entusiasmo e, após algumas reuniões, surgiram em 17 de março de 1974, duas equipes: a "1" com Ana Maria e José Luiz, Doca e Francisco, Marilda e Abdalla, Marlene e Claus, Neide e Carlos, Sandra e Messias e Pe.

Pedro Higino Diniz, como Sacerdote Conselheiro Espiritual; a "2" com Alcina e José Maria, Déa e Oliveiros, Irene e Mauro, Maria José e César, Mary e Padulla, Moreth e Farias e o Pe. Argemiro Brochado Neves, como Sacerdote Conselheiro Espiritual. Passados 25 anos, recordamos com admiração e apreço as viagens mensais dos Casais Pilotos que não pouparam esforços, acompanhando os passos das duas equipes, com uma abnegação e fidelidade extraordinárias. Chegavam a Valença sábado à tarde, deixavam mensagens em nossas casas sem que víssemos, criando um clima de expectativa às nossas reuniões. Com tudo isso, tomamos consciência que esse Movimento cresceu. Passamos a constituir um Setor. Hoje somos 9 equipes, mais 3 em pilotagem, 1 Experiência Comunitária e os casais, espalhados pela cidade, "arregaçando as mangas" na construção do Reino.

Déa e Oliveiros Eq. 2 - N. Sra. Aparecida Valença, RJ

III Encontro Mundial das Famílias Encontro Mundial das Famílias, a realizar-se em Roma, dias 14 e 15 de outubro do ano 2000, no contexto do Jubileu. O lema do encontro será: "Os filhos, primavera da

No dia 27 de dezembro de 1998, festa da Sagrada Família, o Papa João Paulo Il explicou que o Pontifício Conselho para a Família está organizando o III 18


Telefones Úteis

À procura de lucro, disque Marcos 1O À procura de uma grande oportunidade, disque Isaías 55 Na aflição, disque João 14 Na depressão, disque Salmo 27 Na amargura e criticismo, disque !Cor, 13 Na preocupação, disque Mateus 6, 19-34 Na solidão e no medo, disque Salmo 23 Necessidade de afirmação Cristã, disque Rom 8, 1-30 No perigo, disque Salmo 91 No pecado, disque Salmo 51 Para produzir frutos, disque João 15 Para reavivar a fé, disque Hebreus 11 Para o segredo da felicidade de Paulo, disque Col 3, 12-17 Para se dar bem com todos, disque Rom 12 Quando Deus parece distante, disque Salmo 139 Quando falharem com você, disque Salmo 27 Saindo para o trabalho ou em viagem, disque Salmo 121 Se você está pra baixo, disque Rom 8, 31-39 Se você deseja paz e repouso, disque Mateus 11, 25-30 Se o mundo parece maior que Deus, disque Salmo 90 Se seu bolso está vazio, disque Salmo 37 Se suas orações são pequenas e egoístas, disque Salmo 67 Se você perdeu a confiança nas pessoas, disque 1Cor 13 Se necessita coragem no trabalho, disque Salmo 126 Se necessita coragem para o serviço, disque Josué 1 Se as pessoas parecem rudes, disque João 15 Se você acha o mundo pequeno, e você enorme, disque Salmo 19 Estes números podem ser discados diretamente. Não há necessidade de assistência da telefonista. Todas as linhas do céu operam 24 horas por dia! Alimente sua fé, e duvido que você possa morrer de fome! extraído da Internet

família e da sociedade". Comentando o tema, o Papa disse: "Exatamente em Nazaré brotou a primavera da vida humana do Filho de Deus no momento em que

foi concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Dentro das paredes acolhedoras da casa de Nazaré, transcorreu na alegria a infância de Jesus". 19


Será que Deus me Ama Sempre? im. Sempre. Mas, às vezes, é difícil saber disso. Há muitas pessoas que vivem tristes por muito tempo. Tudo porque imaginam que ninguém as ama. Pensam que há alguma coisa errada com elas, ou alguma coisa da qual se deveriam envergonhar. Por isso não se sentem amadas. Pessoas que não se sentem amadas são como plantas sem água. Engruvinham. Muitas pessoas que vivem tristes assim, são de fato amadas, mas, por alguma razão, simplesmente não podem sentir esse amor. Por isso é que é tão importante que lembremos sempre que Deus nos ama exatamente da maneira que somos. Deus nos fez especiais. Deus nos fez maravilhosos e vivos. Deus nos fez estupendos! Às vezes é mais fácil acreditar que Deus nos ama do que acreditar que as pessoas nos amam. Deus nunca está ocupado demais para nos escutar, porque Deus é perfeito. Mas as pessoas podem estar ocupadas demais para escutarem-se umas às outras. Às vezes ficamos tão ocupados fazendo o que estamos fazendo que nos esquecemos dos sentimentos dos seres humanos ao nosso redor. Às vezes nos esquecemos do quanto precisamos sentir que nos querem bem. Fomos feitos especiais como Deus, mas não somos perfeitos como Deus é perfeito; por isso precisamos fazer

um esforço extraordinário para lembrar às pessoas que amamos a realidade do nosso amor por elas, mesmo se não ficamos dizendo o tempo todo que as amamos. Por isso, quando você pensa que só Deus ama você, não se esqueça que um punhado de gente ama você, mesmo se não falam o bastante sobre isso. Às vezes é mais fácil acreditar que as pessoas nos amam do que acreditar que Deus nos ama. Quando morre alguém que amamos, às vezes ficamos tristes com Deus. Já conversamos que está tudo bem se ficamos tristes com Deus nessas ocasiões; mas Deus quer que lembremos sempre que o motivo de nosso amor pelas outras pessoas é o fato de elas serem especiais para nós, e que foi Deus quem nos trouxe essa especialidade, e que Deus é quem toma real o amor entre nós. Portanto, se começamos amando a Deus, ou começamos amando-nos mutuamente, temos de nos lembrar que Deus nos ama sempre, exatamente do jeito que somos. Agora, que nos amamos mutuamente isso nós o sentimos num abraço ou num beijo. Deus não tem lábios nem braços, então como é que vamos sentir o amor de Deus? Deus também nos abraça e também nos beija, mas esses abraços e esses beijos são diferentes dos que nos damos entre nós. Alguma vez você já andou na neve e sentiu um floco de neve ca-

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indo em seus lábios e ali se derretendo? Esse derreter-se do floco de neve é como um beijo de Deus. Você já sentiu o vento soprando sobre a água e que vem voando na frente das ondas para bater contra você? Esse vento é como um abraço de Deus. Todas as coisas maravilhosas no mundo são como abraços e beijos de Deus. Deus nos abraça e beija por meio do mundo e nós deveríamos tentar manter esse mundo limpo de modo que, quando Deus beijar e abraçar nossos filhos e os filhos deles, seja puro o floco de neve que se derreter sobre os lábios deles. Deus também nos abraça e beija quando nos abraçamos e beijamos mutuamente. Cada vez que somos bons entre nós , cada vez que nos ajudamos, cada vez que não somos mesquinhos entre nós, Deus está ali em pessoa, fazendo que no mundo haja mais amor.

Portanto, Deus sempre nos ama. Temos de nos lembrar sempre disso, mesmo nos momentos em que estamos muito tristes e quase sem esperança: o amor de Deus está sempre ali, juntinho de nós. Seja lá como for, um abraço é sempre um abraço e um beijo é sempre um beijo, venha de Deus ou seja um carinho trocado entre nós. Deus ama você. Sempre. Do jeitinho que você é.

Do livro "ONDE É QUE MORA DEUS"- escrito por um padre (Monsenhor Thomas Hartman) e um rabino (Rabino Marc Gellman) - Ed. Santuário, para responder perguntas sérias que crianças fazem e os pais nem sempre sabem responder. Aí podemos ver como é possível o encontro de religiões diversas em torno de alguns pontos fundamentais para a vida 21


Cinco Passos para Relacionamento Aco.túma-fe o

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Consagra~ão

das ENS à Virgem e à lgreia Lourdes, 1954

m outubro de 1953, o então Sumo Pontífice Pio XII publicava a encíclica "Fulgens Corona", anunciando o Ano Mariano, a iniciar-se em 8 de dezembro de 1953 e com encerramento marcado para 8 de dezembro de 1954. Foi desejo do Papa que, dessa forma, a Igreja inteira melhor celebrasse o centenário da definição do dogma da Imaculada Conceição. E mais: que o ano de 1954 fosse um tempo de oração e penitência e que numerosas fossem as peregrinações aos santuários marianos. Assim, dentro desse contexto geral, o 1o Encontro Internacional das ENS aconteceu na cidadesantuário de Lourdes, na França, em junho de 1954. Foi, além de um momento forte de oração e devoção mariana, uma ocasião propícia para que os casais equipistas começassem a tomar uma maior consciência da "catolicidade" do Movimento, no sentido etimológico da palavra. De fato, nos anos que haviam precedido a realização desse 1o Encontro, o Movimento começava a experimentar uma forte expansão numérica e geográfica, primeiramente por toda a França, e logo transbordando de suas fronteiras para países vizinhos de língua também francesa (Bélgica, Suíça, Luxemburgo), para a seguir ( 1950),

E

transpor o oceano e implantar-se no Brasil, primeiro país não europeu e de língua não francesa a receber o Movimento. Essa expansão, de início, sofreu muitos obstáculos, inclusive a incompreensão ou hostilidade de alguns bispos que não permitiam o Movimento em suas dioceses. Assim, era oportuno que, reunindose os equipistas dos diversos países onde o Movimento já se achava implantado, fosse afirmado, de forma clara e inconteste, o sentido de nítida pertença e firme inserção das ENS na Igreja Católica universal, afirmação essa que foi, por assim dizer, a culminância do Encontro. Participaram do 1o Encontro Internacional cerca de 500 casais

Pela primeira vez na história, a Procissão do Santíssimo Sacramento, na esplanada da Basílica de Lo urdes, foi acompanhada por 500 casais, maridos e esposas, lado a lado, o que causou profunda impressão em todos os que a presenciaram. 24


equipistas provenientes, em sua ampla maioria, da própria França e de seus países vizinhos. A fim de retratar, com mais fidelidade, o que ali ocorreu, valemo-nos de um trecho da matéria publicada na Carta Mensal das ENS no Brasil, em sua edição de setembro de 1954: "Foi uma demonstração magnífica de fé. Uma revista francesa (Actualité Religieuse) referindo-se a esta peregrinação, assinala como fato dominante a atmosfera que reinou desde a partida dos trens de Paris. O ambiente de oração foi profundo. Pela primeira vez na história, a Procissão do Santíssimo Sacramento, na esplanada da Basílica de Lo urdes, foi acompanhada por 5 00 casais, maridos e esposas, lado a lado, o que causou profunda impressão em todos os que a presenciaram. O tempo (3 dias) foi consagrado a várias cerimônias, das quais se destacaram conferências, reuniões de equipe, uma grande vigília seguida de uma missa iniciada à meia noite e, particularmente a consagracão das Equipes de Nossa Senhora à Virgem e à Igre}ib" (grifo nosso).

çado um convite, sobretudo às equipes mais antigas, no sentido de deixar de lado, provisoriamente, os temas de estudos escolhidos para este ano, para que marchem todos, alegremente, para a descoberta de Nossa Senhora. Aliás, é preciso que tenhamos uma devoção esclarecida, não aquela melíflua, romântica ou vagamente supersticiosa de tantos cristãos. A meditação sobre os mistérios de Maria não só nos aproximará dos dogmas fundamentais da Igreja, como também projetará uma grande luz em nossa vida matrimonial, eis que Maria é a mulher mais plenamente feminina, mais plenamente esposa e mãe. Este Ano Mariano será um grande ano para a Igreja! Este Ano Mariano será um grande ano para as Equipes de Nossa Senhora! " Os equipistas no Brasil culminaram a sua participação na celebração do Ano Mariano, com uma romaria ao Santuário de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida, em 24 de outubro de 1954, precedida de cuidadosa preparação e ampla motivação, e que contou com a presença maciça de equipistas provenientes das várias cidades nas quais o Movimento já se achava implantado naquela época.

As Equipes de Nossa Senhora no Brasil responderam também por outras formas à convocação de Sua Santidade Pio XII para a celebração do Ano Mariano e em plena sintonia com o espírito da peregrinação a Lourdes, como nos conta o texto a seguir, extraído da Carta Mensal de abril de 1954: "Pela mesma razão (celebração do Ano Mariano), também é lan-

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra Equipe 04-E N. S. Luz dos Povos São Paulo - SP 25


O Homem no Espelho

Q

uando conseguir tudo o que quer na luta pela vida, E o mundo fizer de você rei por um dia, Procure um espelho, olhe para si mesmo E ouça o que "AQUELE" homem tem a dizer.

Porque não será de seu pai, mãe ou mulher O julgamento que terá que absolvê-lo, O veredicto mais importante em sua vida, Será o do homem que o olha no espelho. Alguns podem julgá-lo um modelo, Considerá-lo um ser maravilhoso, Mas ele dirá que você é apenas um impostor, Se não puder fitá-lo dentro dos olhos. É a ele que deve agradar, pouco importam os demais Pois será ele quem ficará ao seu lado até o fim. E você terá superado os testes mais perigosos e dificeis Se o homem no espelho puder chamá-lo de amigo. Na estrada da vida, você pode enganar o mundo inteiro, e receber palmadinhas no ombro ao longo do caminho. Mas, seu úl timo salário será de dores e lágrimas, Se enganou o homem que o fita no espelho. Da/e Wimbrow Colaboração de Jussara e Daniel Equipe 2 Santarém, PA

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No Outono da Nossa Vida ções preferenciais. A instalação profissional dos filhos e o apoio que lhes damos, a preocupação com o preparo do nosso futuro, visto que todos estamos atentos às mudanças sociais de nosso tempo, .e a perda progressiva de nossa importância pessoal, na família e na sociedade, dada a idade que vem chegando, tudo isso, para ser sucinto, tende a nos forçar a abandonarmos certos traços da nossa personalidade e nos conformarmos à realidade da vida atual, sobre a qual já não temos o mesmo domínio ... Existe uma reação exasperada, neste estado de coisas, que nos leva a canalizar nossas frustrações pessoais para os projetos de nossos filhos e para os desejos e sonhos de nossos cônjuges ... A percepção do vazio existencial que se instala com os anos, em todos os casais que não

o recebermos as respostas das perguntas do balanço de 998, queremos transcrever uma que, a nosso ver, deve ser muito pensada por todos nós que pertencemos ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A pergunta foi a seguinte: Nossa equipe pode ser considerada uma verdadeira comunidade cristã de casais. Por quê? "A nossa equipe ainda sofre os problemas de transformação que as condições da vida nos têm imposto. Estamos ficando mais sozinhos, mas nem sempre mais próximos ... Deveríamos estar nos achegando cada vez . . mats: os casa1s enquanto marido e mulher, e a equipe enquanto casais amigos ... Mas não é o que temos percebido. A saída dos filhos que se casam e a chegada dos netos, já tomaram conta da maioria dos nossos casais e das suas aten27


encontraram a verdadeira espiritualidade pessoal e conjugal, apesar de pertencentes a este e a outros movimentos da Igreja, dá-nos a sensação de que não temos mais nada a fazer nesta vida e que não temos nem tempo, nem recursos para fazer o que pretendemos e almejamos desde a nossa juventude. Será que não estaria na hora de começarmos a planejar como gostaríamos de passar "o resto da nossa vida"? Será que esta- c mos conformados a ser babás dos nossos netos e auxiliares domésticos dos nossos filhos, enquanto tivermos saúde? Será que estamos preparados para viver sozinhos, talvez num cômodo dos fundos, para não incomodar a nossa família? Será que essa família será a nossa, ou será a família dos nossos filhos? Será que não percebemos ainda que talvez a única comunidade que somos capazes de formar e manter, quando a velhice chegar, será esta nossa Equipe Xis que hoje queremos abandonar?

Se vocês, que são bons filhos, investigarem dos seus pais sobre o como se sentem morando com vocês , poderão esperar dos seus próprios filhos as mesmas atenções? E das noras? E dos genros? Urge uma revisão de vida pessoal e conjugal, para todos nós que fomos chamados por Nossa Senhora , no outono da nossa vida ... Se não encontrarmos nossa Comunidade definitiva, agora, temo que não teremos tempo para procurar ou construir uma outra. Mais alguns anos e já não seremos o centro de nossas famílias ... Se perdermos este momento de conversão definitiva, em poucos anos não seremos ninguém ... "

Estela e Alfredo CRS, Setor B Sorocaba, SP do "Jornal das ENS", Sorocaba jan/fev/99

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Não se Usa Mais s mais velhos ceder o lugar, A bênção aos pais suplicar, m família histórias contar, Remédios caseiros tomar. Não se usa mais ... Mas que falta que faz! Boa leitura cultivar, Hinos pátrios na escola cantar, O estudo valorizar, Conhecer provérbios da sabedoria popular. Não se usa mais ... Mas que falta que faz! Os amigos visitar, Na calçada à tarde, conversar, Crianças na rua brincar, A qualquer hora caminhar. Não se pode mais ... Mas que falta que faz! A família a igreja freqüentar. Nas refeições, à mesa se assentar. Não se usa mais ... Mas que falta que faz! Filhos, ordens acatar, Alunos, ao professor respeitar, Jovens, em casa namorar, Pai e mãe, juntos morar. E outras coisas mais ... Que falta que faz!

Glória (do João) Eq. 63 - Setor C - Rio III, RJ

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A Arte de Amar ós, que nos casamos há muito tempo, não podemos esquecer o choque do primeiro ano de casados, quando a convivência colocou em foco, dia após dia, nossos limites, nossos defeitos e as incompatibilidades dos nossos temperamentos. Esse é o momento delicado que pode se transformar facilmente em crise.

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Muitas vezes tem-se a sensação sufocante de ter jogado fora a própria liberdade e o próprio futuro em nome de um sonho impossível. É nesse momento que muitos casats se separam. Conseguimos salvar nosso casamento porque alguém nos fez compreender que o amor age, não espera; doa-se, não pretende receber. Ninguém é mais livre do que aquele que, apesar de tudo, decide amar. A reciprocidade de um amor assim propicia ao casal momentos altíssimos de comunhão. O primeiro milagre que Jesus fez (Jo 2, 1-11) foi por ocasião de uma festa de casamento em Caná da Galiléia. Por falta de vinho, a festa corria o risco de acabar numa humilhação para os esposos. Jesus, atendendo ao apelo de sua mãe, manifesta seu poder transformando a água em vinho ... É o vinho da alegria que Jesus continua proporcionando a todos que transformam uma união puramente humana, numa verdadeira opção de fé no Deus da vida.

Colaboração de Marilda e Ronei Setor Serra, RS 30


Dia dos Namorados Com muito amor••• nhã monótona. Pela vidraça miro o tempo encoerto, aquela chuvinha que vai e vem, o gotejo lerdo e descompassado nas folhagens das begônias que abraçam as robustas e eretas palmeiras do jardim, harmoniosa e pacífica convivência, deleite para os olhos que as visualizam. Vou ali, chego acolá, volto e sento-me na poltrona da sala, imaginando coisas, a conversar com as pes-

soas ausentes, umas distantes, outras mais próximas; algumas só conhecidas, e outras - inúmeras - parentes, amigas. E entre tantas gentes, lembreime de uma, muito mais que amiga: companheira, confidente, parceira constante na lida desta vida ... E sinto que não estou só .. . Que beleza! Sensação agradável esta- mesmo não tendo ninguém por perto de não experimentar o vazio da so-

M

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lidão. E quanta gente - que pena! rodeada de multidões, se vê só, literalmente só ... Aquela em que eu mais pensava saíra cedinho ainda, em companhia de outra grande amiga - dela e minha - a nossa filha. E agora, já tomado o café, ali sentado a reparar no tempo e assuntando a vida na quietude do meu pensar, tema e meiga ela passou por minha lembrança ... não precisei fechar os olhos, forçar a cabeça. Fui ajuntando as partes: seu andar, seu sorriso, seus ais, seu ir e vir pela casa e a cidade afora; suas dúvidas, sua fé, sua esperança; sua disponibilidade, o seu doar... Depois, sei não o que me deu, fui até o quarto e, engraçado, não

Quis também imitar-lhe a rotina, a calma e a lindura de seus gestos no silêncio de um afã

suportei ver a cama desarrumada. E divisei sua figura indo e vindo, gestos há anos e anos adquiridos e incorporados ao seu dia-a-dia, a ajeitar os lençóis, dobrando os cobertores, recolhendo os travesseiros. E nos achegos finais, a cama bem arrumadinha!!! Tudo como num passe de mágica ... sem queixumes, sem reclamos, com muito amor... Quis também fazer o mesmo, imitar-lhe a rotina, a calma e a lindura de seus gestos no silêncio de um atã que não tem fim: de início, deixar em ordem a primeira forração. Em seguida, aquele pano grande, que não sei se colcha ou lençol, que traz a marca de seus bordados. Na extremidade, junto à cabeceira, dá-se-lhe uma dobra e em seguida prendem-se as abas por sob o pesado colchão ortopédico. Que ingente e hercúleo esforço! Ao retirar-me, vi que não estava completa a arrumação. Ah! sim, a colcha mais pesada, só para enfeite. Pronto! Não! Faltava ainda mais alguma coisa: ela, que cedinho - eu ainda dormindo - se ausentara com a nossa filha, em destino ao Grupo Primavera - entidade não governamental de orientação a meninas carentes - onde inúmeras outras camas a aguardavam, que o mundo aí fora precisa muito ser arrumado, como a nossa casa, todos os dias ... sem reclamos, sem queixumes, com muito amor...

Gabriel (da Daisy) Equipe 7 Campinas, SP

que não tem fim. 32


Experiências Comunitárias No Desafio à Floresta, Chegamos à Manacapuru

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mpanhados dos casais erezinha e Conceição e aria e Firmino, saímos num final de semana para a cidade de Manacapuru, Amazonas, que fica a 89 km de Manaus. Fizemos a travessia do Rio Negro de balsa. Às 14,00 horas do mesmo dia iniciou-se o retiro com 28 casais e o encerramento deuse no dia seguinte, após um almoço comunitário. Contamos com a presença do Pe. Patrício, pároco da cidade e da Irmã Rosa, que é grande animadora da Pastoral Familiar naquela cidade.

Ao final, formamos três Experiências Comunitárias, sendo que uma delas abrigou casais não casados no religioso, mas com possibilidade de fazê-lo. Durante o período da Experiência, essas equipes contarão com o apoio de dois casais de Manaus. Pegando o caminho de volta, agradecemos a Deus pela graça deste serviço e a Nossa Senhora pedimos que nos ajude sempre a fazer tudo o que Ele nos mandar.

Amazonilda e Gama Casal Expansão Manaus, AM

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Ora~ão

pelo Casamento

S

enhor Deus, Pai amado. No silêncio do meu coração, escuto a voz man sa do amor que um dia abençoaste pelo Sacramento do Matrimônio e vem em mim o desejo de agradecer pelo nosso casamento. Agradecer por esta pessoa tão especial que colocaste ao meu lado. Tão compreensiva, que me leva a esquecer de pedir perdão pelas minhas falhas , minhas indelicadezas. Tão sensível, que me deixo acomodar no silêncio, acreditando que tudo será percebido sem precisar de palavras, de diálogo. Tão corajosa, que me leva a achar que não precisa de ajuda nos momentos das nossas dificuldades. Tão determinada, que passo a acreditar que não é necessário nem demonstrar meu amor para alimentar suas forças. Essa pessoa que vejo tão MINHA, por toda cumplicidade ao longo dos anos do nosso casamento, por tanta doação à nossa família, aos nossos filhos, que negligentemente penso que não preciso mais cultivar o carinho e o "SIM" que disse aos pés do Teu altar. Senhor, como posso ser envolvida por tantos enganos? Porque é essencial, a cada dia, renovar minha afeição,

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através de pequenos gestos de delicadeza, do toque, das mínimas lembranças ... Reafirmar aquele "SIM", aceitando essa pessoa que chorou, sorriu, sofreu e se transformou durante esses anos, mas que mantém na essência as qualidades (e defeitos) que me levaram à admiração e ao amor. Por isso, Senhor, faço hoje esse agradecimento acompanhado de súplicas de perdão: Pelas oportunidades que desperdicei de crescer e fazer meu esposo crescer nesse casamento; Pelas ocasiões que, em vez de somar forças com o meu cônjuge para vencer as adversidades, fiquei medindo-as para saber quem tinha mais poder em meu lar; Pelas vezes em que não consegui olhar com a ternura merecida para essa pessoa que me traz tanta felicidade; Pelo tempo em que deixei de compreender nosso casamento como um sinal do Teu amor em nossas vidas. Permite-me Senhor, um novo amanhecer, para que eu possa abraçar os filhos que nos deste, com mais alegria. Para que eu possa, amanhã, tomar novamente a mão dessa pessoa tão querida e boa que puseste junto a mim e caminhar sem perder mais tempo, sem perder mais nenhuma oportunidade de amar. Amém.

Mônica (do Caio) Equipe 30C Nossa Senhora Peregrina Fortaleza, CE

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Bem-Aventuran~as

em Tempo de Desemprego elizes os que se tomam pobres por fazer render os seus bens e criar lugares de trabalho, porque eles estão acumulando riquezas no Reino de Deus.

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Felizes os que recusam acumular trabalhos não necessários para viverem com dignidade, porque terão um lugar certo no Reino. Felizes os funcionários que trabalham como se tratassem de cuidar dos próprios interesses e aprofundam bem os problemas, porque o seu trabalho será tido em consideração como se de trabalho sagrado se tratasse. Felizes os trabalhadores e os empregados que preferem a criação de lugares de trabalho para todos do que acumular horas extraordinárias e prêmios para eles mesmos, porque dão a entender que sabem onde se encontra o verdadeiro tesouro. Felizes os banqueiros, os cobradores de impostos, os comerciantes que não se aproveitam da crise para aumentar os seus lucros, mesmo de uma forma legal, porque eles estão prestando um grande serviço à Paz. Felizes os políticos e os sindicalistas que arregaçam as mangas para encontrar soluções realistas para o desemprego, para além das estratégias e dos interesses partidários, porque eles estão acelerando a vinda do Reino. Felizes de nós todos se deixarmos de afirmar: "Tenho que aproveitar a situação, porque se eu não aproveito, outros irão aproveitar"; felizes de nós quando deixarmos de pensar: "Onde está o mal de explorar o Estado, se todos o fazem?", porque nessa altura a vida social será uma antecipação da felicidade do Reino.

Extraído da revista "Mensageiro de Santo Antônio" abril de 1999 36


Conversa com Deus ao Pé do Fogo

atrão Velho vai o mate Cevado por este cuera Pois mate aquece a garganta E a alma se retempera.

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Quero também nesta hora Pedir por quem nada tem Manda tuas bênçãos ao mundo Não te esqueças de ninguém.

Meu Patrão, aproveitando Este chimarrão a dois Vou te agradecer agora Não vou deixar prá depois.

Temos tantos miseráveis Espalhados por aí Se precisares de mim Prá ajudar estou aqui.

Agradecer pela vida Pelo amor, pela saúde Pela paz, pela esperança Prá mim a maior virtude.

Manda as ordens meu Senhor Que este peão mesmo cansado Vai redobrar os esforços Para ficar ao teu lado

Pela mesa sempre farta Pela escola, pelo lar Pela família querida Que a mim resolveste dar.

Até mais ver Patrão Velho Foi bom chimarrear contigo Pois ao chimarrear compreendo O quanto tu és meu amigo.

Patrão Velho te agradeço Pela Igreja que freqüento Por dispor de sacerdotes Com quem busco os sacramentos

Virei o mate Patrão Tome mais um pro estribo Volte amanhã novamente Quero chimarrear contigo.

Tantas coisas meu Patrão Que me dás sem olhar preço Das quais eu tenho consciência Muitas vezes não mereço.

Pedro Canisio Braun Co/ab. de Pe. Cirineu Furlanetto SCE da Eq. 13 - Setor A Porto Alegre, RS

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Nossas Andan~as no Regional Norte I de Pastoral Familiar amos implantando a Pasto- po, alguém lê, ela escuta e vai lá ai Familiar no Regional para a frente defender suas idéias orte I. sobre o conteúdo estudado. No fiSão 16 dioceses e prelazias. nal do encontro ela nos pediu o doQuando fomos chamados para co- cumento 65 da CNBB (Pastoral ordenar esse trabalho, em 1997, Familiar no Brasil) para levar para pensávamos que iríamos concluí-lo a comunidade estudar e implantar a referida Pastoral. rapidamente. Fomos à Normalmente, os que Assembléia Regional, Quando não são da cidade reonde encontramos a mam de 6 a 8 horas maioria dos bispos e participamos, para chegar ao local nos colocamos à dispoem 1988, da sição para começar do encontro. Que ânSessão de essa missão. Daí, cosia de aprender as coisas de Deus! meçaram os convites, Formação Atualmente, estamas, para nossa surInternacional mos coordenando tampresa, soubemos que, emLourdes, bém o Setor C das devido às distâncias, as ENS, em Manaus e dioceses não consecolocamos temos pedido muito a guem reunir todas as nossos relógios Deus para nos ajudar, paróquias num enconno ofertório e orientar e iluminar, tro e constatamos que porque, quando partio trabalho é lento. prometemos cipamos, em 1988, da As surpresas são doar nosso Sessão de Formação grandes, porque, às tempo Internacional em vezes, viajamos de Lourdes, colocamos avião e, em seguida disponível para nossos relógios no pegamos o barco e o Movimento, só ofertório e prometevi ce-versa. que já se mos doar nosso temJá implantamos a po disponível para o Pastoral em várias paestendeu Movimento, só que já róquias e dioceses. também à se estendeu também à Com esse trabaIgreja. lho, temos aprendido Igreja. muito. Em BarreiriGraças a Deus! nha, pertencente à Janeide e Carlos diocese de Parintins, conhecemos Eq. 04- N. S. das Graças uma líder de comunidade analfabeSetor C- Manaus, AM ta. Na hora dos trabalhos em gru-

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Deus nos Ama com um Cora~ão Humano

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ste mês, nós católicos, celebramos Corpus Christi, a festa do Corpo de Cristo, do corpo humano, sofrido, porém glorificado, de Jesus nosso mestre. Coincidência ou Providência, é também o mês do Coração de Jesus. Que religião acredita num Deus que assumiu nossa humanidade? Que sendo transcendente quis fazer -se homem, ter um corpo como o nosso, amar com um coração humano? Nós cremos neste Deus: o Deus que se encarnou no seio de Maria, o Deus que teve (e tem) um coração palpitante de amor por nós. Desde há muito tempo o coração é o símbolo do amor. Vêmo-lo gravado nas árvores dos jardins, com os nomes dos apaixonados, escritos nos cartões em que se quer expressar o carinho e o afeto sentido por alguém. Para a mentalidade bíblica, o coração é centro da pessoa: é lá que são tomadas as decisões, que são feitas as opções. Porém, o mundo de hoje tem outras preocupações com o coração: infarto, colesterol, etc., muitas vezes o amor é esquecido. Mas, quando isto acontece, fica um imenso vazio, o vazio que estamos contemplando nas multidões sequiosas de amor. As pessoas correm em busca de algo que lhes preencha, sem saber direito o que buscar. Temos um Deus apaixonado, como diz uma bela canção: "um Deus apaixonado busca a mim e a 39

ti", um Deus que nos ama com verdadeira paixão de adolescente. Deus é "cego de amor" por nós, tão cego que, por nos amar, não poupou a vida do próprio filho, que também, com um coração transbordante de amor, não hesitou em doar livremente sua vida. Nosso mundo precisa descobrir este amor de Deus, de um Deus que ama não apenas de forma abstrata, mas de forma concreta, sensível. Santo Agostinho, ao comentar o episódio da Encarnação, diz que "Deus assumiu nossa humanidade para que nós nos tomássemos divinos". Neste mês do Coração de Jesus e de Corpus Christi, vamos fazer nosso coração pulsar no ritmo de nosso Deus, vamos nos abrir ao seu amor. Só teremos a ganhar com isto.

do Boletim "Niterói Católico" junho/98


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Co-Participa~ão

um momento de educar-nos para sermos coerentemente cristãos. Neste momento devemos colocar em comum, na verdadeira caridade evangélica, as preocupações familiares, profissionais, cívicas, eclesiais; e também as conquistas, as descobertas, as alegrias, os sucessos, e por que não as tristezas, preocupações, fracassos? Todos devemos fazer deste pôr em comum um ato de humildade ao reconhecer que somos pessoas limitadas, e que só podemos caminhar para a santidade através do auxílio mútuo fraternal. Não é à toa que Deus nos escolheu para sermos uma Equipe de Nossa Senhora. Ele viu em cada um de nós um dom para servir ao outro no auxílio mútuo. Não seria ilusório pretender ajudar os amigos a levarem uma vida espiritual, sem auxiliá-los primeiramente a superar as próprias preocupações e dificuldades, tanto pessoais como materiais? Esforcemo-nos, portanto, em satisfazer à quadrupla exigência da amizade fraterna: • Pedir • Dar • Receber • Saber recusar A simplicidade em pedir não pode existir onde não haja a simplicidade em recusar o serviço pedido, quando este não puder ser prestado sem uma dificuldade excessiva. É fundamental, na mística do Movimento, a fé na presença real

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de Cristo na reunião de Equipe. Além disso, cada casal também é sinal do Amor de Deus, através do Sacramento que se deram ... E se cada cônjuge vai à reunião por Cristo, ele próprio é sacramento do amor de Deus, como templo doEspírito Santo, vivo e atuante. É por isso que à reunião de Equipe não se vai de qualquer maneira, mas com a responsabilidade de quem leva Cristo para os irmãos ... É preciso que questionemos sempre sobre a qualidade de nossa presença nas reuniões de Equipe. Cada um de nós pode ser a própria voz de Deus para o outro ... Contudo, a realidade de cada pessoa é um bem que só cabe a ela revelar, daí a importância do sigilo na vida da Equipe. O que confiamos uns aos outros, sob o olhar de Deus, não temos o direito de divulgar além da equipe. Dar-se a conhecer é um processo dinâmico. Ninguém se dá a conhecer inteiramente, e nem de um

Pedir Dar Receber Saber recusar

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momento para o outro. "O bom alfaiate é aquele que tira sempre novas medidas". Não se deve rotular ou congelar o que se conhece de cada pessoa. Somos seres em transformação. A entre-ajuda é importante fator para fazer com que o grupo de casais, que "decidiu unir-se em equipe" torne-se uma comunidade. E na medida em que se conhecem, instala-se a confiança, torna propício o auxílio mútuo, abre-se espaço para a correção fraterna. A fé não consiste apenas em aceitar a Deus, e conhecer sua palavra; vai além: requer testemunho cristão e acima de tudo nosso compromisso em nos abrirmos à vontade de Deus. A co-participação é o momento de fazer memória de toda e qualquer situação libertadora e escravizadora. Na medida em que cada casal expõe sua vida à equipe, permite que estas situações sejam denunciadas, permite que venham para a Luz e passam assim a ser combatidas, superadas; e pouco a pouco a vida vai vencendo a morte. A co-participação é o momento para, em equipe, buscar discernimento sobre nossas atitudes e sobre as realidades do mundo. É hora de, em comunidade, buscar iluminar nossas ações e opções com a luz do Evangelho. É momento, ainda, de percebemos nossas incoerências, de sermos chamados à conversão, de rever posições, agora iluminadas pela fé. Deste modo, se a co-participação faz memória daquilo que se viveu, também é preparação

A co-participação é o momento de fazer memória de toda e qualquer situação libertadora e escravizadora.

para a vida que continua depois da reunião. Co-participação: momento de compromisso. Para uma boa co-participação, alguns pré-requisitos são indispensáveis : • Uma preparação adequada é imprescindível • Motivação do Casal Responsável e do Conselheiro Espiritual a estimular os casais a serem objetivos naco-participação. • Cada casal, motivado pelo roteiro da reunião, deve procurar antes da reunião conversar sobre o que e como participar, revendo o mês. • Ao Casal Animador que vai conduzir a co-participação, usar de criatividade para antes da reunião procurar os casais, encorajando a tornarem esse momento marcante na vida da equipe. 41


O dinamismo da co-participação depende muito do Casal Animador para que ela não seja repetitiva. A discrição, o respeito, a atenção, são condições necessárias. Por outro lado o despreparo, o desinteresse, as brincadeiras matam a abertura e a confiança. • Qualquer que seja a fórmu la adotada, é preciso agir com flexibilidade; em particular, o programa previsto deve ser modificado toda vez que um dos membros enfrentar um problema importante, sobre o qual pretenda conversar com a equipe. É desejável que lhe seja dado o tempo necessário , mesmo que as outras partes sejam cortadas nesta reunião; neste caso uma nova reunião será programada para a vivência de outras partes.

nada tenho a co-participar" (então não viveu o mês?). O motivo, geralmente, é pressa. • Ficar olhando o relógio, ou bocejar, conversar em paralelo enquanto o outro fala, demonstra falta de interesse pela Co-participação • Falta de pronunciamento diante de um problema apresentado • Tratar assuntos importantes e dificeis superficialmente. A equipe se reúne, co-participa a vida, coloca em comum os pequenos e grandes fatos, a fim de ter apoio para continuar na verdade, na justiça, e, caso tenha negado algum valor evangélico, seja alertado e apoiado para reencontrar os caminhos da conversão: substituir a falsidade pela verdade, a vantagem pessoal pela justiça, a omissão pelo amor, o senhor do mundo pelo Senhor do Reino. A Cc-participação é assim um meio de se avaliar e aprimorar o processo de conversão, revisando com freqüência a coerência entre a fé e a vida. Parece que nos esquecemos de que o remédio é para o doente, a conversão para os pecadores, a busca da verdade e da coerência para aqueles que falham . Esquecemo-nos de que esta busca, tão própria do ser humano, é feita , nas ENS , em comunidade, na Reunião de Equipe, na Cc-participação.

Aspectos Negativos de uma Ccparticipação: • Usar máscaras ou fantasia • Medo de comprometer-se • Orgulho de não apresentar pontos fracos • Demonstrar desinteresse • Mostrar desesperança, ficando calado • Falta de equilíbrio entre aceitação e exigência. Comportamentos Inadequados na Cc-participação: • Dizer "abobrinhas" por não ter preparado a cc-participação em casa (precisa ser motivado no roteiro) • Ficar calado, ou dizer: "Este mês

Rosana e Eduardo Eq. 5 - N. Sra. da Fraternidade São José dos Campos, SP 42


Ora~ões

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variavelmente estamos acostumados a achar que o nosso traalho é sempre o mais dificil, a nossa dor é sempre a maior, os nossos problemas é que são os mais pesados e assim por diante. Em nossas orações também é assim; sempre achamos que rezamos muito e que, às vezes, Deus demora para nos atender. Se você acha que reza muito, está enganado, rezamos muito pouco . É só percebermos o quanto Deus nos presenteia diariamente para verificar o quanto estamos devendo em louvores e agradecimentos. São Francisco dizia:- "Irmãos, vocês acham que já fizemos muito? Ainda não fizemos nada". Como Deus costuma agir em nós nos detalhes mais simples, nós temos essa dificuldade em enxergar e sentir suas obras, que passam desapercebidas. Diariamente Deus nos cobre de bênçãos e graças, pois somos seus filhos muito amados, de quem Ele espera uma atitude de gratidão e também a disposição em darmos continuidade a seu plano de amor para a humanidade. Rezamos mais para pedir e na realidade tínhamos de nos dispor mais a louvar. Eu, particularmente, gosto de recitar diariamente, em forma de oração, uma passagem retirada do Evangelho de Lucas 1, 46 a 55. Tenho consciência que a nossa oração principal, sem dúvida, é o "Pai Nosso", 43

mas também gosto do "Magnificat'', acho que é uma oração abrangente pois fala da nossa condição de servos humildes e de um Deus misericordioso; fala das nossas necessidades materiais e espirituais; louva nosso Deus e Senhor Onipotente; prega a justiça entre os homens, eleva os humildes e condena os que se julgam maiores só por causa dos bens materiais que possuem; também é uma oração de esperança, baseada na promessa que fez ao povo de Israel de nunca deixá-los ao desamparo. O "Magnificat" nos coloca completamente nas mãos e no colo do Pai, num relacionamento de profunda amizade e intimidade. Maria, na sua simplicidade, ainda ensina a rezar e louvar o nosso Deus. É através das orações que Deus vai saber se queremos ou não a sua ajuda. Mas Ele não se intromete, deixa para nós essa opção. É claro que Ele tem o poder de se manifestar em nossa vida, mas também respeita a nossa vontade, quer dizer, depende muito mais de nós do que dele. Sozinhos, no grupo ou em comunidade, nossas orações serão o espelho da nossa alma.

Laercio (da Lúcia) Equipe 5 N.S. de Lourdes Garça, SP


Maria, Modelo de Caridade

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o fitar a vida de Maria com olhos humanos, certamene não encontraremos brilho nem coisas que chamem atenção. Segundo sua própria confissão, em

seu cântico de louvor a Deus, era uma pessoa de pouca relevância no seu meio; em sua expressão, era a pequena escrava do Senhor, mas ao oferecer a Ele sua humildade, Deus faz nela a maior maravilha da criação, e por isso sua santificação não se deu pelas coisas que ela fez, mas pelo espírito de amor com que as realizou. O que ela fez foi o que todas as mulheres de Israel faziam naquela época. Aos olhos humanos, muitos fizeram coisas de maior relevância; mas os que conviveram com a Virgem de Nazaré jamais alcançaram o espírito de amor que ela colocou em tudo, pois quando aceitou ser a Mãe de Deus, ela conhecia perfeitamente e com toda clareza a que se expunha com isso. Por conhecer profundamente as Sagradas Escrituras, ela sabia dos sofrimentos do Servo de Javé descritos com pormenores pelos profetas do Antigo Testamento, e além disso, no momento do "faça-se em mim segundo a vontade de Deus", o Espírito Santo revela o quanto lhe estava reservado como Mãe do Deus-Redentor, e de modo consciente aceita, sabendo com o que está se comprometendo. Maria conhece a químíca do amor, sabe os ingredientes que o constituem, os elementos que o formam, ingredientes e elementos esses que transformam as coisas da terra e as

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convertem em realidades do céu. em sua vida tudo terminava em Em Maria Santíssima o elemen- Deus, assim como nela tudo cometo principal e predominante que çava em Deus. constitui o seu amor, foi a presença Talvez não seja sempre Deus o de Deus ativa nela, de modo que até causador de nossos atas e talvez o amor que tem pela humanidade nem tudo o que fazemos encontre não é senão uma projeção e exten- sua explicação em Deus, nem se são de seu amor a Deus. dirija a Ele. Não obstante, sabemos Se amamos o próximo somente . que tudo o que não fizermos por pelo que ele é, por sua dignidade de Deus é perdido e não tem mérito pessoa humana, então nosso amor, para vida eterna. por mais digno que seja, não passa Tudo o que fizermos nesta vida de um "amor antropológico"; ao deve ter sua projeção na vida eterpasso que, se amamos o próximo por na, de vez que esta vida terrena não amor a Deus, neste caso teologi- tem sentido em si mesma, senão enzamos nosso amor e o elevamos de quanto é preparação para a vida dealgo meramente humano para algo finitiva. certamente divino. O amor que Maria teve a Deus Todos os atas de Maria sempre foi um amor verdadeiramente perestiveram orientados para Deus, feito, porque o amou com toda sua tudo fazia por seu Filho e para seu intensidade e essa intensidade cheFilho, mas como seu Filho era Deus, gou a tal ponto que jamais nenhum de nós poderá igualar-se a ela, nem de longe. Literalmente Maria foi a única Tudo o que que cumpriu o preceito de amar a Deus de todo o coração, com todas fizermos nesta vida as forças, com toda a mente e com a alma. deve ter sua projeção A medida de nosso amor a Deus também será dada se o amarna vida eterna, mos sem medida, sem limites, sem restrições, nem exceções de tipo de vez que esta vida algum. Como nos afirma São Paulo, terrena não tem sentido nada nos poderá separar do amor de Cristo: nem a fome, nem a perem si mesma, senão seguição, nem a morte, nem qualquer outra coisa, pois sempre estaenquanto é preparação remos unidos a Ele pelos vínculos da Caridade. para a vida definitiva. E o que é a caridade a não ser o amor? 45


Um dia, lá em Cafarnaum, na casa de Pedro, Jesus conversava com seus discípulos sobre a essência do verdadeiro amor. Ele explicava que só pode amar a Deus quem tiver aprendido a amar o próximo por amor a Ele. Seus apóstolos ouviam com a máxima atenção, bebendo nos seus olhos a divina sinceridade de suas palavras. Deixou-lhes, enfim esse preceito: "Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros" (Jo 13,35) Se Jesus, no seu mandamento novo, nos manda amar o próximo como Ele nos amou, todo devoto de Maria, todo cristão, enfim, precisa também amar o seu próximo, como Maria amou. Não basta, portanto, cumprir o preceito, amando simplesmente; é preciso amar como a Santíssima Virgem Maria nos amou e nos ama, com a mesma pureza de sentimentos, com a mesma sinceridade de afetos, com a mesma ternura de amor. Como, com certeza, o mundo seria completamente diferente, se agíssemos desta maneira! A prática da caridade não está sujeita aos impulsos naturais de simpatia ou de amizade pessoal. O mérito está em que ela seja praticada em favor do semelhante - esse "outro" que passa em seu caminho, cujo nome você nem precisa saber, e cuja posição é bom desconhecer. Venha ele de onde vier, mas, quem quer que ele seja, ser-lhe-á como o próprio Cristo a precisar de você. A exemplo de Maria, colo-

quemo-nos como escravos do Senhor neste mundo sem amor. Quando Ele nos criou foi por obra de amor, fazendo-nos à sua imagem e semelhança para continuarmos a obra divina do amor, fazendo o bem onde puder, como puder, quanto puder. Estenda a mão a seu irmão, especialmente àquele que a sociedade exclui, e você sentirá que uma outra mão se estenderá em seu favor, e você reconhecerá que é a mão de Deus. Se o retorno do homem para Deus começa no SIM de Maria, esse retorno é um processo em cada pessoa, em cada época, em cada circunstância, dentro de uma dinâmica que leva ao encontro definitivo com o Cristo Ressuscitado. Colocar-se todos os dias em disponibilidade para dizer sim a Deus, amando ao modo de Maria, constitui tarefa cristã da caridade de todo equipista, pois somente assim nos realizaremos como cristãos na sagrada vocação matrimonial que assumimos. Que neste ano em que o Projeto Rumo ao Novo Milênio nos faz refletir sobre a virtude teologal da CARIDADE, possamos nós, casais equipistas, eleger Maria como nosso modelo, e que ela possa sempre nos orientar na direção para a construção de um mundo mais fraterno.

Leda e José Eugênio Equipe 1 N.S. Aparecida Torrinha, SP 46


37a Assembléia daCNBB e 14 a 23 de abril de 1999, realizou-se, em ltaici, a 37a Assembléia Geral e eletiva da CNBB. Num ambiente fraterno e cordial, os bispos exerceram o direito do voto, escolhendo para o novo quadriênio os membros que integram a presidência (Dom Jayme Chemello, presidente; Dom Marcelo Carvalheira, vice-presidente; e Dom Raymundo Damasceno, secretário-geral), a Comissão Episcopal de Pastoral (nove), a Comissão Episcopal de Doutrina (cinco) e dois suplentes, bem como o cardeal Serafim Fernandes de Araújo como representante da CNBB junto ao Ceiam. Dois documentos importantes foram aprovados por unanimidade. O primeiro trata das "Diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil". As diretrizes insistem no encontro pela fé com Cristo vivo, que leva à conversão, comunhão e solidariedade e a assumir a missão de anunciar o Reino de Deus. O novo ardor em testemunhar o Evangelho na própria vida será o melhor modo de celebrar o Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Cristo e os 500 anos da chegada dos primeiros evangelizadores a nossa terra. O segundo documento, "Missão e Ministérios dos Leigos e Leigas Cristãos" foi apresentado na assembléia de 1998 e enriquecido com numerosas propostas. O texto esclarece a vocação dos leigos, fundamentada no batismo, membro do povo de Deus e co-responsável pela missão da Igreja. Mostra a complemen-

taridade entre a atuação dos leigos no mundo, campo de seu dinamismo apostólico, e os ministérios que podem e devem assumir para edificar a comunidade eclesial. Diante das graves situações que enfrenta nosso país, aplicou-se a assembléia a "ouvir os clamores do povo", renovar a confiança em Deus, fazer uma análise ética e buscar caminhos de solução. Foram analisados os problemas da Amazônia, a condição dos povos indígenas, do homem do campo (que aguarda a reforma agrária e agrícola), da população nordestina (na expectativa de uma solução adequada para o drama da seca). A vontade intensa de contribuir para superar esses e outros desafios, levou a assembléia a expressar o anseio de que o Jubileu marque o advento de um período de graça, reconciliação e paz. A mensagem final contém um forte apelo em favor da dignidade da pessoa contra toda violência. É preciso defender o dom da vida, desde a concepção, e rejeitar o crime do aborto, os assaltos, seqüestros, roubos, assassinatos, maus-tratos nas prisões. Será necessário trilhar os caminhos da justiça social para assegurar a todos condições dignas de trabalho e convivência na concórdia fraterna.

D

Extraio do artigo de D. Luciano Mendes de Almeida, intitulado Vida com Dignidade, da Folha de S. Paulo, 24.05.99

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I ="lnospitalidade

\="\Agradecimento

Obrigado por terem compartilhado comigo a "Carta Mensal" (Abril1999, n° 344). Fiquei contente ao ver meu artigo sobre Felicida~~n de impresso nas páginas 32/33. Que Deus os abençoe e a to..~--=-""' dos os seus. Shalom, G Henry I. Sobe/ Rabino Presidente do Rabinato

De 19 a 29 de novembro, o Toninho e eu estivemos em missão na cidade de Cametá no Pará. Antes dessa viagem, procuramos entrar em contato com um casal equipista de Belém, pois passaríamos por essa cidade e seria muito bom termos esse encontro. Para nossa satisfação, quando telefonamos ao casal Sandra e Jaime Moraes, em Belém, fomos ouvidos como velhos amigos. Assim que dissemos que éramos equipistas, esse casal nos ofereceu a casa. Levounos conhecer Belém e tivemos seu filho Bruno como nosso anfitrião. Foi ótimo conhecer essa família e cada vez mais agradecemos a nossa Mãe Maria por ser o nosso elo com novos amigos. Ser equipista é saber acolher o próximo com o carinho da família de Nazaré. G Heloisa (do Toninha) Equipe 12 N.Sra. da Piedade Belo Horizonte, MG

Nota da Redação Recebemos de diversos bispos manifestações de apoio e agradecimento pelo envio da Carta Mensal, que está sendo encaminhada mensalmente a todos os Bispos do Brasil.

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MEDITANDO EM EQUIPE O Evangelho de Mateus dá-nos uma grande notícia : existe esperança, há salvação para nós . Deus nos ama e nos escolhe, não porque somos bons, mas porque nos ama . Por isso encontramos um lugar na Igreja, na Equipe, no coração dos que nos amam . Ele veio para nos levar de volta para casa, a nós doentes e pecadores .

.... . .... . .. ... . .. .... .. .... .. ...... ...... . Leitura: Evangelho de Mateus 9, 9-1 3 • Tenho mesmo certeza que preciso de salvação? • De que ainda preciso rica r livre? • Ouero mesmo rica r livre de tudo isso? • Diante do Senhor reconheço minha situação; acredito que ele salva; peço que o raça; agradeço e louvo .

..... .. ... .. .. .. . . .... ...... ...... . ..... ... Ora~ão

litúrgica:

Somos pó e cinza Senhor Jesus,

Senhor Jesus,

nós te aclamamos, neste dia e sempre

torna-nos reconciliados e reconciliadores, caminheiros para mais perto de ti,

desejosos de tua salvação . Somos pó e cinza,

apertando as mãos de nossos inimigos .

somos amados por ti, somos relizes de viver em ti .

Dá-nos sede do Pai, esse Pai que conhece todo segredo, a quem desagradam as "máscaras"

Faze com que nos convertamos, contemplando-te

e que deseja transparência e amor.

e amando entranhadamente a todos os nossos irmãos . Agora que é tempo de salvação transrorma nossas mentes, toca no mais prorundo dos corações e torna-os bons de verdade.

(Francisco C. Chaves, Salmos na dor e na alegria . Ed . Santuário)


Prioridades do Movimento das Equipes de Nossa Senhora • Vida de Equipe • Forma~ão • Comunica~ão • Presen~a no Mundo • Pastoral Familiar • Experiência Comunitária

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Con jugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep O1309-000 São Paulo - SP Fone: (011) 256.1212 • Fax: (011) 257 .3599 E-mail: secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br


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