ENS - Carta Mensal 351 - Dezembro/1999

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1950·2000


EQUIPES DE NOSSA SEN ORA Carta Mensal • n°351 • Dezembro/ 999

DTOPIAL

01

Advento ........... .... ........... .. ........... 25

E Lá Lhe Falaremos

Iluminação de Natal .. ............ ...... 26

ao Coração .......... .... .. .... ............. O1

Advento do Grande Jubileu .... .... . 27

Carta do Conselheiro da EC IR ..... 02

N A

o

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A ECIR Conversa com Vocês ........ 03 A Luz do Natal ............................ 06

~

..........

28

A Estrela e o Menino ................... 28 Feliz Natal! Bom Ano Novo! ........ 30

MU riO

·· ········-~· ··· ·····

Viva! Todos até Santiago ...... .... .. .. 09

Natal de 1983 .... ...... ...... ..... .. ..... 31

COR EO DA ER

Começar de novo ..... ................... 34

Carta de Teresa e Duarte ............. 11

Queridos .. . ......... ....... .................. 36

Carta do

O"'

Conselheiro Espiritua l ........ .... ...... 13 Notícias Internaciona is .... ............ 15 O Peregrino e a Peregrinação ...... 16

D MOVIrv\ NTO .. ............. 18 Quando a Acolhida É um a Festa .................. ...... .. ...... 18 Sessão de Formação - Minas I ..... 19 Vigília da Luz ..................... .... ...... 20 Sessão de Formação - SP-Sul li ...... 22 PCE

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..................... 2.5

Como Está o seu Dever de Sentar-se? .................... 23

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37

Dia Mundial da Paz ..................... 37 Grande Jubileu do Ano 2000 ...... 38 NO, jc,AS E lN ON'viA's-OES ....... 41

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Oração à Maria Imaculada ......... 43

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Ensine a pescar ........... ................ 44 O Valor da Amizad e .... .. .............. 45 ;AuNI<A DO LEITOR ................... 47 Nesta edição: Encarte - Reestruturação do Movimento das ENS no Brasil Diagramação: Alessmulra Carignani

Equipes de Nossa Senhora

Wilma e Orlando S. Mendes Pe. Flávio Cavala1 de Castm, CSsR (co ns. espiritual)

Edição: Equipe da Carta Mensal

}omalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835)

Super Regiüo - Brasil

Carta Mensal

Silvia e Chico Pontes (responsáveis)

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações:

Rita e Gilberto Canto

Editoriais Ltda. R. Venâncio Ayres, 93 1 - SP Fone: (Oxx/1) 3873. 1956

Impressão: Edições Loyola R. 1822, 347 Fone: (0 11) 69 / 4. 1922

R. Luis Coelho, 308 Y' andar · conj. 53 01309-000 • S<io Paulo- SP Fone: (Oxx /1 ) 256.1212 Fax: (Oxx/1) 257.3599

Carta Mensal

é uma publicação mensal das

Maria Cecília e José Carlos Safes

Nova Bantleira Protluções

Capa: Províncias

Canas, colaborações, notfcias, restemtmh?s e imagens tlevem ser enviad(tS fXtra:

ca rram en.m /@ens.org.br

Tiragem d esta edição: 13.500 exemplares

A/C Silvia e Chico


E Lá Lh Falarei oCora,ão! Olá, gente amiga! Este texto, extraído do Cântico dos Cânticos, retrata bem o que gostaríamos de expressar no momento em que escrevemos nosso último editorial. Não há tristezas, nem despedidas; apenas saudades. "Vou Levar minha amada para o deserto, e Lá Lhe falarei ao coração. " Se pudermos usar esta linguagem amorosa e tema, testemunharemos que a Carta Mensal foi a nossa amada nestes três últimos anos. Hoje queremos levá-la ao deserto, longe de tudo, no silêncio, sem testemunhas, sem desatenções, sem perder nada, para lhe falar ao coração e, sem temer, falar-lhe tudo. Dizer ao coração desta "amada" o quanto ela nos fez felizes, o quanto ela nos ensinou, o quanto foi instrumento da graça de Deus. Quisemos adorná-la, torná-la mais linda, mas ela, antecipando-se, embelezou nosso caminho através dos inesquecíveis companheiros da nossa Equipe de Redação, corações incansáveis na tarefa de servir. Quisemos destacar suas virtudes para que todos percebessem o seu valor, e ela preferiu fecundar os lares equipistas de amor e de amores. Juntos subimos às nuvens nos sonhos de fazer o melhor, caminhamos pelos vales em busca das fontes de água cristalina para saciar e repartir. Diremos ao seu coração que ela nos abriu tantos outros corações amigos, anônimos, nunca vistos, lei-

tores de uma vez por mês, mas igualmente amados. Vibramos quando nos contava sobre a Vida no Movimento, quando nos dava lições de Formação, quando cochichava os testemunhos tímidos de gente que prefere não falar muito de si, mas está sempre procurando o necessitado. Falaremos ao seu coração que suas reflexões nos ensinaram, que suas orações nos aproximaram de Deus, que a vida que transmitiu em suas singelas páginas nos fizeram tanto bem. Esta amada do nosso coração entregamos ao novo Casal Responsável da Carta Mensal, Maria Cecília e José Carlos, em cujas mãos zelosas receberá melhor carinho e trato. Assim, sem tristezas de despedidas, a vida continua. E continua mais forte e vibrante na nova Estrutura do Movimento, que os equipistas de todo o Brasil poderão conhecer através do encarte. A vida continua com o Advento a preparar a abertura das celebrações do Grande Jubileu do Ano 2000, na noite de Natal, vida que JesusMenino traz em abundância a todos que o acolhem. Como nuvem passageira fomos conduzidos pelo sopro de Deus e onde quer que estejamos queremos proclamar o seu Amor por todos nós. Feliz Natal Jubilar!

Silvia e Chico


Ca ado Co lh ro da ECIR Queridos Casais e Conselheiros Espirituais! Paz e Bem! Este editorial tem sabor de saudade, pois, como todos sabem, a partir de 2000 deixo a função de Sacerdote Conselheiro Espiritual da ECIR, passando a mesma graça que tive ao Pe. Flávio Cavalca de Castro. Quero relatar brevemente o que foram esses oito anos de participação na ECIR. Primeiramente, foram anos de exercício verdadeiro de meu sacerdócio, pois os diferentes e diversos câsais que passaram pela função de Casal Ligação sempre abriram seus corações e se colocaram como "ovelhas" que ouvem a voz do Pastor. Um segundo ponto foram as reuniões da ECIR, tão ricas em formação, oração e disponibilidade e, principalmente, zelo na animação e manutenção da unidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Outro aspecto que quero salientar é o carinho e amor com o qual fui tratado pelos casais ECIR. Realmente, sinto-me feliz, pois eles e vocês me fazem feliz! Foram anos de intenso trabalho, cansaço, preocupações, mas a amizade, o carinho e o amor superaram qualquer dificuldade humana. Poderia, ainda, citar inúmeras

bênçãos que recebi nestes anos, mas quero aqui dizer a todos vocês, casais, que amem os seus Sacerdotes Conselheiros Espirituais, pois nós, padres, precisamos desse amor e vocês, irmãos de Sacerdócio e Conselheiro~ Espirituais, deixem-se ser amados. É algo muito bom, faz bem ao coração e à alma. Não poderia deixar de agradecer a todos vocês, leitores da Carta Mensal, que, durante esses anos, me deram um "feedback" maravilhoso e me incentivaram a continuar na caminhada. Peço a todos vocês, casais e Conselheiros Espirituais, que continuem na presença do Senhor, construindo cada vez mais um mundo mais santo, mais justo e mais fraterno. Tenham a certeza de que carregarei para sempre todos vocês em meu coração. E, como não poderia deixar também de dizer, que Deus abençoe a cada um de vocês e que Maria Santíssima cubra com seu manto os seus lares e suas faF1ias. Com carinho,

Abraços e orações, Pe. Mário José Filho, css ECIR 2


A ECIR Conv r a co111VocA "A santidade que, até agora, parecia chamar a um afastamento do mundo, afirma cada vez mais o seu direito de cidadania no mundo. Para os cristãos, o temporal não pode ser abandonado: trata-se de recuperá-lo para fazê-lo entrar na grande corrente que arrasta para Deus a criação inteira." Pe. Caffarel Queridos amigos! Embora esta nossa "conversa" seja a nossa despedida como responsáveis da Super Região, ela não tem sabor de despedida. O sabor desta nossa conversa é de nascimento, de início, de florescimento. Entre outras coisas porque começaremos o novo milênio com uma nova estrutura para o nosso Movimento. E com esta nova estrutura, parece que ficamos mais próximos uns dos outros. No lugar de dividir o Brasil, nos aconchegamos mais. Estamos na primavera e, por uma feliz coincidência, vivendo esta etapa de transformações neste tempo de flores e de muito viço na natureza. E é este viço que sentimos no nosso Movimento, particularmente nestes últimos anos . Ele tem crescido em número de participantes, mas também em vivência do evangelho. Sentimos claramente que a cada dia que passa, somos casais mais conscientes de nossa missionariedade. Sentimos pulsar no nosso coração a consciência missionária, partilhando o ideal cristão de uma conjugalidade, que, silenciosamente constrói

O sabor desta nossa conversa é de nascimento, de início, de florescimento, porque começaremos o novo milênio com uma nova estrutura para o nosso Movimento.

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o Reino de Deus. Todos nós, com certeza, queremos viver o que Jesus nos convoca por meio do evangelho de Lucas: "Convocando os doze, deu-lhes poder e autoridade ... " (Lc 9, 1) . Jesus não nos pede, mas nos convoca, a sermos testemunhas no mundo e vivermos o amor conjugal, mostrando que o matrimônio é lugar de amor, felicidade, e santidade. E isso só o conseguiremos saindo de nós mesmos, dos nossos egoísmos e acomodações, para podermos ver esse mundo com mais fraternidade, mais amor e mais igualdade. Além do que, como Movimento que tem Maria por padroeira, aquela que foi a primeira missionária, aceitando a missão de ser mãe do Redentor, temos mais forte essa responsabilidade de vivermos a missionariedade no mundo. Aliás, uma das coisas que muito nos emocionou recentemente foi quando da leitura do livro "Henri Caffarel - Um homem arrebatado por Deus"'. Já no início do Movimento ele procurava deixar muito claro este aspecto da missionariedade. "Querem [os casais] que o seu amor, santificado pelo sacramento do matrimônio, seja um louvor a Deus, um testemunho aos homens - provando-lhes claramente que Deus salvou o amor -, e uma reparação pelos pecados contra o matrimônio". A dimensão missionária está imediatamente sublinhada. Também a inserção na Igreja e o engajamento na sociedade. "Querem ser competentes em sua profissão, querem fa zer

A cada dia que passa, somos casais mais conscientes de nossa missionariedade.

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de todas as suas atividades uma colaboração à obra de Deus e um serviço prestado aos homens" (página 69). Mais adiante ele continua: "Por que não se ter colocado entre as obrigações o engajamento na cidade e na Igreja?" Resposta: leiam bem a "Carta" e verão que ela lhes pede que sejam "missionários". "Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e mulheres prontos a assumir corajosamente todas as suas responsabilidades na Igreja e no mundo, perderão a sua razão de ser". Sublinhemos também essa afirmação essencial: " ... uma Equipe não deve ser uma 'capelinha', mas uma fonte onde se vem beber a caridade de Cristo para poder levá-la aos que estão em torno de nós. Não se entra numa Equipe para isolar-se com alguns eleitos, mas para aprender a doar-se a todos" (página 72). Nestes cinco anos sentimos o amor do Pai por todos nós. Ele tem um Amor que não exclui ninguém. Com vocês, nossas irmãs e irmãos de equipe, aprendemos a ver esse amor do Pai, que é Pai e Mãe, pois sentimos o carinho de vocês para com nosso serviço no Movimento. Nós tivemos a alegria de servir e, com certeza, vocês estiveram muito perto de nós dois. Já estamos sentindo saudades desses anos que, embora de serviço, foram também tempo de graça, dom de Deus. Enfim, para terminar esta nos-

sa "conversa", queremos lembrar que, quando tudo é difícil, o Amor é que ilumina a nossa vida e nos dá vida em abundância. Jesus Cristo ontem, hoje e sempre estará colocando em nossas vida a coragem para sermos mais solidários e mais corajosos para lutarmos pela justiça, pois esse Amor de Deus nos abre possibilidades infinitas de transformações. Não queremos dizer adeus, mas simplesmente agradecer a Deus, e dizer como são Francisco, no seu testamento: "Depois que o Senhor me deu irmãos ... ", e foi bem isso que aconteceu em nossa vida. Nestes anos de responsáveis pelo Movimento no Brasil, Deus nos deu muitas irmãs e irmãos, e muitas possibilidades de amar. Louvado seja o Altíssimo Senhor Jesus Cristo, que faz maravilhas a cada dia em nossas vidas! Maria, que é a mãe do belo amor, será para nós o caminho do grande jubileu, a Estrela que guiará nossos passos ao encontro do Menino Deus. Um abraço muito fraterno e um Natal do Menino em cada coração, ao raiar do novo milênio.

Maria Regina e Carlos Eduardo I Recomendamos fortemente a leitura do livro "Henri Caffarel - Um homem arrebatado por Deus". Consideramos uma leitura obrigatória a todos aqueles desejosos de viver o espírito do Movimento, conforme idealizado pelo seu fundador, padre Caffarel. Este livro encontra-se no Secretariado das Equipes.

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A Luz do Natal sencadear o processo maravilhoso de salvação da human idade. O acontecimento mais importante da história do ser humano teve este singelo princípio: Deus toma a natureza do homem, em sua condição de maior fragilidade, na pessoa de um indefeso bebê, inteiramente dependente dos cuidados de um casal. É isto mesmo: o Senhor do Universo, o Redentor dos homens e mulheres, o Rei dos reis, o Salvador de toda a humanidade quis se submeter à autoridade de um casal, confiou os primeiros anos da plenitude dos tempos e arriscou os primeiros passos daquele que se tornaria o grande Rabi da Galiléia guiado ~elas mãos de um pai e de uma mãe, no convívio do lar, no aconchego da farru1 ia, envolto no calor e na luz do amor conjugal de Maria e José. Esta delicadeza de Deus, celebrada em cada Natal, pode dizer muito para nós, que vivemos, a uma distância de dois mil anos, uma época tão diferente, andamos em ambientes tão descristianizados, onde já quase não sobra espaço para a transmissão da fé e para a educação cristã, nem nas escolas, nem nos meios de comunicação social, nem nas re~ações sociais em geral. Perguntado sobre como há de

abemos que onde há luz não há trevas. Há praticamente dois mil anos que o Natal vem servindo de farol para as embarcações de todas as nações da terra, renovando a esperança dos que se aproximam de um porto seguro. Quando esta publicação sair, a Equipe de Coordenação Inter-Regional (ECIR) já estará extinta, dando lugar à nova Equipe da SuperRegião Brasil. Mas foi desejo dos casais da ECIR deixar uma mensagem de Natal, que marcasse bem este momento tão precioso para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Não se trata apenas de uma despedida, que facilmente se conformaria com a mera nostalgia, mas, antes de tudo, deseja ser uma palavra de viva esperança. Vivemos um tempo de graça. É o final de uma década, que também encerra o século dos mais formidáveis avanços da ciência, com o relevo fantástico da virada do milênio. Só isto já bastaria para fazer desta ocasião um monumental acontecimento. No entanto, para nós, cristãos, todo o contexto adquire um colorido extraordinário e majestoso, porque celebramos os jubilosos 2000 anos do nascimento do Menino Jesus, a delicada criança, que nasceu sobre a palha, em berço tão tosco que até parecia um cocho de feno, rústico como os aposentos absolutamente despojados onde a sua Mãe viveu a boa-hora. Deus todo-poderoso escolheu esta forma para de-

ser possível, no futuro , anunciar e afirmar os projetas de vida e de salvação da Igreja, o Cardeal Joseph Ratzinger 1 respondeu como se estivesse falando para as Equipes de Nossa Senhora. "Diria as6


sim: nunca se pode ser cristão sozinho, ser cristão significa uma comunidade a caminho". E, em seguida, o Cardeal completa a idéia de como a Igreja há de viver: "Terá de formar novos modos de comunidades a caminho; as comunidades terão de se formar mais intensamente, apoiando-se mutuamente e vivendo a fé ... Assim, os cristãos têm, com efeito, de se apoiar mutuamente. E aqui já existem outras formas, diferentes 'movimentos', com os quais se formam as comunidades a caminho ... Noutras palavras, quando já não há um ambiente cristão na

sociedade no seu todo, como também não houve nos primeiros quatro, cinco séculos, a Igreja tem de criar, por si, as células em que possa fazer a experiência do apoio mútuo e da caminhada em comum, portanto do grande espaço vital da Igreja na dimensão concreta do dia-a-dia". E logo adiante acrescenta: "Haverá, como quase sempre na História, grupos que se mantêm unidos graças a um carisma particular, à personalidade de um fundador ou a um caminho espiritual especifico. " 2 Como se pode perceber, aí está desenhada com clareza a mística do


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nosso Movimento e a importância de ser fiel ao carisma fundador. A caminhada em comum de casais em pequenas comunidades, na vivência do auxílio mútuo, para testemunhar o seu compromisso com a fé, fortalecidos por uma espiritualidade bem definida de cristãos casados: eis as Equipes de Nossa Senhora. E aqui vai, então, o nosso grito e anúncio, exatamente nesta fronteira do tempo, no entroncamento de milênios, quando muitos se indagam como será o futuro e o que nos aguarda no próximo século. Queremos fazer uma exortação aos queridos casais equipistas, que se esforçam em prosseguir no seguimento de Jesus, alimentados pela espiritualidade conjugal. Fazendo eco ao que o próprio Cristo ressuscitado disse aos seus discípulos e discípulas (Mt 28, 10), recomendamos com entusiasmo: Não tenhais medo! O Papa João Paulo ll pronunciou estas mesmas palavras no início de seu pontificado e repetiu-as mais tarde: "Ao término do segundo milênio, precisamos talvez mais do que nunca das palavras de Cristo ressuscitado: 'Não tenham medo!' 3 E por que não devemos ter medo? "Porque o ser humano foi redimido por Deus"4 • Jesus quis vencer o mundo a partir de uma Família, e se fez menino nas mãos de um Casal, para deixar claro que é pela força do amor dos cônjuges e da farru1ia cristã que o seu povo vai conhecer, anunciar e viver o Evangelho, renovando a Igreja e o mundo. Foi pelo apostolado de um só Casal que o Menino Deus alcançou estatura e preparo para o seu

ministério público. E quantos casais nós somos, para anunciar o Menino e seu ministério no mundo? A ECIR iniciou, neste ano, a vigília luminosa em preparação ao grande jubileu dos 2000 anos do nascimento de Cristo, pelos 500 anos de evangelização do Brasil e pelos 50 anos das Equipes de Nossa Senhora em nosso País. A primeira vela, que desencadeou a vigília, foi acesa no Círio Pascal, em uma Celebração Eucarística, no encontro do Colegiado Nacional de maio. As velas que dali partiram foram transmitindo a chama do amor de Cristo e da comunhão dos irmãos pelos Setores e pelas Equipes de todo o Brasil, abrindo veredas de luz pelos lugares mais recônditos deste imenso país. Assim também se tece a esperança. Agora, com os corações incendiados por este lume da fé, exortamos a todos vocês, queridos casais amigos, que façamo das comunidades de nossas equipes uma tocha ardente para iluminar a tantos quantos estejam à nossa volta, a todos que estão perdidos e sem rumo, louvando e agradecendo a Deus porque a Igreja de amanhã já está claramente presente em nós. Que o farol da luz de Cristo, que nos ilumina no Natal, jamais se apague em nossos corações e possa iluminar o mundo, refletido por nossas farru1ias ! ECIR I. Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé. 2. "O sal da terra", Cardeal Joseph Ratzinger, Imago Editora, p. 208. 3."Cruzando o limiar da esperança", por S. S. João Paulo 11, Francisco Alve Ed. , p.203 . 4. o. c., p. 202.

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YIVa.

Todo até Santiago odem os menos avisados estar pensando que o Encontro Internacional de Santiago de Compostela, em setembro do ano 2000, diz respeito apenas aos que se inscreveram para tal. Pois estão enganados. Queremos lhes apresentar o passaporte que permitirá a cada equipista, sem exceção de espécie alguma, aí se fazer presente. Afinal, um encontro de tal porte, preparado para acolher equipistas de 53 países, que pretende estreitar os laços de nossa fraternidade, lançar as equipes para os desafios do Novo Milênio do Nascimento de Jesus, não poderia se destinar apenas a uma pequena minoria dos que para lá irão fisicamente. Esse passaporte é o Tema de Estudo "ENS Rumo ao Terceiro Mi/ênio" a que estamos sendo convocados a estudar a partir de janeiro até agosto de 2000. Ele nos colocará em unidade com as equipes do mundo inteiro e nos permitirá participar eficazmente do espírito deste que é o 9o Encontro Internacional promovido pelo Movimento. A cada seis anos, vêm sen"' do realizados esses grandes encontros, de fundamental importância para a vida equipista pela

revitalização que eles imprimem ao Movimento, pelas orientações de vida (um dos três pilares sobre os quais se assenta a vida do Movimento), pelas diretrizes que imprimem à caminhada, pelo convívio e troca de experiências. Nota-se, porém, que cada encontro internacional apresenta objetivos específicos a serem alcançados. O Encontro de Santiago quer ser UM CAMINHO que nos possibilitará refletir sobre três aspectos básicos:

Tempo de revisão do llÍ I da 11ossa fé, do amor e do etltll-

Somos chamados a renovar a capacidade de amar, a amadurecer como casal e como família. Chamados a crescer no entusiasmo pela fidelidade criativa da vida conjugal e na capacidade de perdoar sem limites.

• Neste trajeto espiritual de vários meses, poderemos caminhar revendo nossas atitudes, mudando nosso coração e nossa mentalidade, e descobrir que viver a dois no sacramento do matrimónio é caminhar com Jesus.

Não podemos perder de vista que este Encontro acontecerá no clima do Jubileu dos 2000 anos da 9


I vinda de Jesus Cristo, tempo especial de graça, tempo de Nova Evangelização, com novos métodos, novas expressões e novo ardor. Somos chamados a dar, como casais, um testemunho real do amor, luz verdadeira nas trevas em que o mundo moderno está mergulhado. Com alegria apresentamos a todos os casais equipistas este tema de estudo e, tenham certeza, este é um ANÚNCIO DAS GRAÇAS DE DEUS. É dessa forma que esperamos possa ele ser recebido, fazendo que este espírito inunde cada equipe de base. Acolhê-lo como um dom, um presente que nos é ofertado, esta é a proposta que ora lhes fazemos. Salienta-se, além do mais, que este tema é uma contribuição do Brasil para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora do mundo todo, pois ele foi aqui gerado, através do trabalho do frei Francisco Erasmo Sigris.t, que elaborou toda sua fundamentação teológica. O texto foi aprovado na íntegra pela coordenação internacional do Movimento e traduzido para os diversos idiomas, de forma que as equipes de 53 países refletirão sobre esse mesmo tema. O que se pretende com este estudo? Conduzir-nos a vivenciar uma reflexão de oração e ação, em preparação ao grande jubileu do nascimento de Jesus, ao mesmo tempo em que nos coloca a todos no espírito do Encontro Internacional de Santiago de Compostela. Quer associar todos os membros das ENS, os que

viajam e os que não viajam, numa mesma e autêntica caminhada. Por isso é desejável o máximo empenho para acolherem este estudo. Os casais que para lá irão serão os portadores das nossas esperanças e de lá voltarão como mensageiros das boas novas. Se, por motivo justo, não puderem interromper o estudo do tema atual, que estudem este tema ora proposto em reuniões extras designadas para esse fim, mas não deixem de participar. As velhas tradições do caminho de Santiago contam-nos das atitudes preparatórias do viajeiros, do conhecimento dos itinerários, da busca da vida interior capaz de sustentá-los durante os longos dias que se seguiriam. Tudo isso supunha uma grande dose de entusiasmo, que é abertura generosa e sem limites à ação de Deus na vida. A nós é oferecida a oportunidade de viver essa mesma atitude dos antigos caminheiros. Vamos todos a Santiago! Preparemo-nos com este tema, num grande mutirão de oração e de unidade, pedindo a Deus que, no Encontro Internacional de Santiago de Compostela, o Movimento descubra por onde deva caminhar e, mais do que nunca, possa o amor dos casais, santificado pelo sacramento do matrimónio, ser um louvor a Deus e um testemunho para os homens. Assim seja! Feliz caminhada até Santiago de Compostela para todos!

Silvia e Chico 10


Queridoç amigos dali Equipes de ossa enlwra do mundo inteiro Tal como os reis Magos seguiram a estrela que os conduziu para a gruta de Belém, nós queremos também seguir, como casal e como equipe, a estrela que nos orienta para uma consciência cada vez maior do amor de Deus e do conhecimento de sua vontade. Na certeza de que o Senhor vai à nossa frente, como a nuvem que, no deserto, mostrava a rota ao povo escolhido e a coluna de fumaça que iluminava a sua noite, queremos seguir o caminho de sua amizade e tomar a Palavra de Deus como a estrela que nos conduz. Cristo nos escolheu para ser sal da terra, luz do mundo e fermento na massa; Ele nos indica o caminho, orienta nossa rota, caminha canos-

co, dá-nos sua Palavra, infunde em nós a sua graça, para que possamos conhecer a sua Vontade e para que tenhamos a força e a capacidade de pô-la em prática a serviço dos outros. E um dos meios que Deus nos dá, é o Movimento, que nos ensina uma vida de comunidade, sugere uma pedagogia, põe à nossa disposição uma estrutura. O ritmo das reuniões é uma característica do método das Equipes de Nossa Senhora: desde as reuniões mensais de equipe, àquelas que são organizadas pelo Setor, Região ou Super-Região, durante o advento, a quaresma etc ... seguindo o ritmo próprio da liturgia da Igreja. Os encontros internacionais, realizados a cada seis anos, são um

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tempo de convivência e de troca de experiências entre os casais de línguas e de culturas as mais diversas, um tempo de enriquecimento para todos os que deles participam. São o ponto culminante de toda uma atividade de reflexão e discernimento que acontece em todos os níveis do Movimento, sempre na fidelidade ao carisma fundador, para tomar consciência das modificações operadas na sociedade, os fatores de esperança que encontramos, as diferentes maneiras de viver os valores com as mudanças do mundo e as novas expectativas das pessoas. São também ocasiões em que o Movimento, na sua totalidade, faz um esforço todo especial de reflexão para definir as orientações que serão propostas para os próximos anos, com o fim de nos ajudar a renovar nossa vida e a vida de nossa equipe, para que nos tornemos capazes de anunciar o Cristo no lugar onde estamos inseridos, na nossa vida de cada dia. O próximo Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, em Santiago de Compostela, del8 a 23 de setembro do ano 2000, é de uma importância ainda maior, pois acontece num Ano Santo Jubilar, durante o qual toda a Igreja é chamada, de uma maneira muito especial, a celebrar, a agradecer e a louvar o Senhor. A presença, nesse encontro, de pelo menos um casal de cada uma das equipes de todo o mundo é, então, essencial, para fazer passar em todo o nosso Movimento as graças

tão grandes que o Espírito Santo nos oferece, para que o sopro orientador que Ele pretende nos dar possa chegar a todos os casais. Este ano que precede o encontro deve ser, por essa razão, um ano durante o qual cada um de nós deve preparar sua viagem, realizar a preparação interior que no permita abrir o coração à voz do Senhor, procurar os caminhos da conversão, seguir a rota da ajuda mútua em equipe, percorrer o caminho que leva ao serviço aos outros, na esfera de ação de cada um de nós. Para ajudar nessa preparação, para que cada um possa se orientar, o Movimento pôs à disposição dos casais um tema de estudos que segue a catequese da encíclica "Tertio Millenio Adveniente". Como todas as equipes devem estudar este tema no próximo ano, poderão, desde então, começar sua participação no Encontro Santiago 2000, preparando o espírito dos casais para acolher as orientações de vida para os seis próximos anos, que se centrarão na maneira "de ser casal, hoje, na Igreja e no mundo". Aqueles que par ticiparem do Encontro Internacional verificarão, então, que, como os reis Magos, depois de encontrar Jesu na gruta, não irão trilhar, na volta, o mesmo caminho. Descobrirão outras rotas e voltarão para casa pelo caminho novo da conversão e da descoberta, que a vivência e as orientações do Encontro lhes irão proporcionar. Paz e bem para vocês.

Teresa e Duarte da Cunha 12


Carta do

lheiro

piritu I

s desafios do ca•lnho 1 : a fidelidade a literatura de todos os povos, encontramos muitos textos que nos fazem olhar nossa existência como um itinerário que fazemos, dia após dia. Um caminho que, mesmo nas palavras do Evangelho, supõe um horizonte e uma companhia. Jesus nos diz sempre que é preciso segui-lo, mesmo com nossos fardos, por mais pesados que eles sejam. Ele próprio é o nosso companheiro de jornada, marchando à nossa frente, e sendo, pelo mistério de sua Palavra salvadora, o caminho vital. Partimos para o nosso encontro do ano 2000 em Santiago de Compostela. Seguimos a antiga tradição pela qual partia-se de todos os cantos do mundo para esse lugar assinalado pelas estrelas. De uma certa maneira, os homens e as mulheres da velha Europa seguiam a rota que se encontrava traçada no céu por essa nuvem de luz longínqua, que os conduzia a um lugar. Seu guia se encontrava no alto, como para os reis Magos, e, sendo fiel ao seu chamado, eles encontraram Jesus. Seguir as estrelas ... Os peregrinos de São Tiago, como os Magos, olhavam o céu, mas procuravam não se afastar da rota, tendo os olhos fixos na terra. Os Magos haviam consultado os horóscopos, e foram fiéis a seus presságios e conselhos; os peregrinos que iam a Santiago tinham seus pontos de referência na terra, que os ajudavam a ser fiéis, 13

também, ao apelo longínquo. E uns e outros iam em direção ao Senhor; os Magos, para conhecer aquele que era o Messias, lhe ofereceram o melhor de seus bens, que depositaram diante de Jesus. Fiéis ao apelo do céu, eles voltaram para seus países, para suas terras, com a alegria da transformação total. Os antigos peregrinos de Santiago, fiéis ao apelo de suas consciências, faziam o caminho da terra um prolongamento do caminho do céu, e chegavam ao fim de suas etapas, talvez com o corpo cansado, mas com a alma pronta para a conversão. E a fidelidade à voz interior, que lhes havia feito deixar seus países, tinha como recompensa um olhar novo sobre a própria vida. Nós caminhamos em direção a Santiago ... Não se trata de nostal-


I

gia em relação às velhas histórias da Idade Média. Nas Equipes de Nossa Senhora, há uma tradição de encontros, conseqüência de nossa vontade comum de renovação interior e (por que não?) exterior. Continuando fiéis ao chamado das ENS, compreendemos que temos necessidade de tempos fortes de oração e conversão. Uma conversão do coração e uma revisão de nossos métodos, da capacidade de diálogo entre nós - tão diferentes e tão iguais! - e de diálogo com as pessoas que nos cercam. Tanto nos nossos lares como na vida dos casais, a verdadeira fidelidade permanece graças a um esforço contínuo de conversão. Caminhamos juntos na busca de um ideal que deve se realizar na terra. E, todos os dias, constatamos que esse amor se toma possível se formos capazes de rever nossas cartas de navegação. Olhamos o céu e agradecemos pelo marido, pela esposa, ou pelos filhos que Ele mesmo nos deu. São nossos verdadeiros companheiros na caminhada para Jesus, e o esforço cotidiano de conversão nos faz viver em harmonia. É preciso que nos esqueçamos de nós mesmos; como numa peregrinação, é preciso aceitar as dificuldades, os desvios, a fadiga, mas também viver momentos de alegria e de relaxamento. Gostaríamos que o esforço económico e o emprego de tempo consagrados ao nosso Encontro de Santiago de Compostela sejam para nós, EQUIPES DE NOSSA SENHORA, um exercício consciente de fidelidade ao chamado de nosso

carisma espiritual e também de fidelidade a nossa missão num mundo que tem necessidade do Evangelho da salvação. Nossos casais devem ir para o Encontro de São Tiago com grande esperança. Nosso encontro, nossa troca de experiências, nossos momentos de oração em comum, devem nos fazer tomar consciência de que a salvação do mundo se encontra na fidelidade ao Evan9elho, pelo qual pautamos nossa vida. Sem nos deixar vencer pelas dificuldades, pela rotina, pelos atrativos de um estilo de vida que nos convida a um egoísmo cego, queremos testemunhar nossa abertura aos outros, nossa generosidade, nossa capacidade de diálogo humilde e verdadeiro, nossa vontade de construir um mundo que tenha como horizonte a fraternidade com todos. Queremos ser os construtores de um mundo novo, com os olhos abertos a toda injustiça. Queremos ter, a todo momento, a palavra que convém quando nos encontramos diante dos irmãos solitários e desamparados. Queremos ter a coragem do gesto fraternal quando nossos irmãos estão espoliados ou oprimidos. Queremos ser fiéis à Igreja que deseja ser um lugar de verdade e de liberdade, de justiça e de paz, onde todos os homens e todas as mulheres, irmãos e irmãs, possam encontrar ainda um motivo de esperança. Desejamos que o Encontro de Santiago, pela nossa fidelidade ao seu chamado, nos abra a essa conversão humilde, generosa e total.

Cristobal Sàrrias, sj. 14


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Queridos amigos das Equipes de Nossa Senhora do mundo inteiro: Estamos a menos de um ano de nosso Encontro de Santiago de Compostela (Espanha). A partir de agora, a atividade da equipe organizadora e de todos os seus colaboradores, promete ser muito intensa e essa intensidade aumentará naturalmente à medida que nos aproximarmos da data do Encontro. No último mês de julho, Ramon e Elisa, casal responsável pela organização de Santiago -2000, participaram de uma reunião em Roma, com os membros da ERI, a fim de mostrar-lhes as fichas de inscrição que haviam elaborado e informá-los da seqüência do Encontro. Vocês estarão recebendo, brevemente, essas fichas, transmitidas pela sua Super-Região ou Região Isolada. Há uma ficha por língua e ela contém as instruções necessárias para que seja preenchida da maneira correta. Esperamos que, quando vocês receberem esta Carta, as fichas de inscrição já tenham chegado às suas mãos. As nove Super-Regiões e as Regiões Isoladas puseram-se em contacto conosco para preparar as viagens de ida e volta para a Espanha. Elas podem fornecer-lhes todos os detalhes da organização das viagens. Não hesitem em consultá-las. Na Carta precedente, nós falamos sobre os pequenos cofres que preparamos para enviar a cada equi-

pe do mundo, para promover a solidariedade e nos ajudarmos mutuamente. Esses cofrinhos já foram enviados, com uma explicação sobre a sua finalidade, e esperamos que eles sejam úteis para favorecer a ajuda mútua para com países mais pobres. Por fim, entregamos, às SuperRegiões, um pequeno fascículo redigido nas diferentes línguas: ele contém informações úteis sobre Santiago de Compostela, as peregrinações ao túmulo do apóstolo São Tiago e os Encontros das ENS. Vocês deverão recebê-las de seus Secretariados. Queremos lembrar-lhes que temos uma página WEB, cujo endereço é "ens2000.org", onde vocês podem encontrar informações úteis sobre esse Encontro. Queremos pedir-lhes que rezem pelo sucesso do Encontro e contamos com sua preciosa participação. Unidos em oração,

A Equipe delegada pela ERI para a organização do Encontro Equipe de difusão - set/1999 15


O P r gr·no a Per grina,- o Esse centro é um lugar de criação e de energia. Esse lugar central é algo que para ser atingido nos faz passar por uma série de provas, de sofrimentos: daí vem a idéia de um espaço sagrado que atravessamos e que nos transforma. Santiago é um deslocamento para oeste. O "Finisterre" é o lugar onde a terra termina, portanto, onde se morre. Uma viagem ao oeste, uma viagem terrível que somente os heróis enfrentam. Antigamente, caminhar para o oeste era ir ao país dos mortos, pois, desde sempre, o sol morre no oeste. Daí se originaram os primeiros cultos solares. O sol, esse herói que desce aos infernos quando se esconde e que retoma todos os dias. Nós vamos para oeste, para a morte ao pecado e o nascimento para outra vida, a vida do Espírito. O culto ao sol, como mito criador e fundador é assumido e cristianizado em Santiago. Provavelmente, os homens primitivos que não tinham ainda recebido a evangelização, tinham já recebido a inspiração do Espírito. Eles procuravam Deus, embora o confundissem com o sol, que, de toda maneira é a fonte de luz e de calor, como Deus é aquele que transmite essa luz que dá a Verdade e esse calor que traz a fecundidade e a Vida. O caminho de Santiago é também chamado Via Láctea, caminho das estrelas que percorrem o céu. Ele se dirige para Oeste onde está a tumba de São Tiago, o lugar sagrado. As relíquias se encontram sob o altar onde

esmo que nós não façamos uma peregrinação a Santiago, nossa caminhada de Encontro pode ser considerada como tal. Por isso, hoje, vamos nos centrar sobre a peregrinação, como ação proposta pelo Movimento a cada equipista que, na ocasião desse encontro, é chamado a se colocar como peregrino. A peregrinação é uma ação histórica que nos liga ao nomadismo ancestral, a uma situação de partida. De uma certa forma, nós rememoramos os 40 anos do Êxodo. Quando inicia seu caminho, o peregrino deve ter, claramente, no espírito, o lugar aonde vai, a motivação que o impulsiona, e o caminho a percorrer. Analisemos essas três etapas. 1. Existe um lugar sagrado ou um monumento, onde a comunidade se reúne. Devemos então nos perguntar: para onde vamos? Na realidade, a peregrinação recria um espaço sagrado. O homem religioso tem uma concepção diferente de espaço, ele o constrói em tomo da idéia de "centro". Esse centro é o lugar onde aconteceu uma revelação que o homem descobre. No nosso caso, trata-se de Santiago de Compostela. Ele se volta, então para o lugar de união entre o céu e a terra: o eixo do mundo. A criação desse espaço sagrado se deve à falta que o homem sente do paraíso. 16


uma preparação anterior. Assim, quando começa essa peregrinação, deve-se fazer uma ruptura. Uma mudança de vida. O peregrino se encontra fora de seu lugar de origem. É uma pessoa diferente. A palavra peregrino vem de PER (sufixo que sígnifica através), faz alusão ao perigo, à competência, à experiência, à viagem sem um caminho traçado, onde tudo é perigo e tudo é experiência; e da palavra AGERE ou AGRUM, pessoa que se encontra longe de sua casa, em terra estrangeira ou em viagem para um lugar sagrado ou religioso. Lembremo-nos de Abraão e do Êxodo. O peregrino é um símbolo sagrado no quadro de um caminho. Desde a Idade Média, o peregrino é protegido pelas leis, como todo o viajante; mas é também uma pessoa que está como que fora de qualquer lei: não tem nacionalidade nem lugar e deve se submeter somente às leis de ordem pública. Durante sua viagem, é uma pessoa livre, no tempo e no espaço. Ele sabe também que precisa confiar nas inúmeras orações e oferendas para o êxito desse evento tão importante. O Movimento todo se despede dos que partem, rezando por eles, oferecendo suas preces e enviando aquele que o representa diante do apóstolo, para que, dessa maneira, toda a comunidade caminhe em direção à casa do Pai. A rota da purificação é aquela da penitência. Quando chegarmos a Santiago, Deus nos sorrirá.

se celebra a Eucaristia e chega-se lá pelo caminho das estrelas. O monumento onde se reúne a comunidade, ao fim do caminho, é uma significativa oferenda dos homens a Deus. 2. Há uma motivação : colher um bem espiritual. A peregrinação é sempre uma busca de valores profundos. De uma certa maneira, para o cristão, o peregrino não tem um destino, seu destino é toda a sua vida. Antes, nós nos perguntávamos: quando devemos ir até lá? Nós, Equipes de Nossa Senhora, vamos a Santiago de Compostela em busca de renovação e de aprofundamento. Vamos nos renovar, fazer coisas novas, dar uma vida nova para tudo aquilo que temos recebido durante estes cinqüenta anos. É necessário resgatar o tempo sagrado. O tempo nútico é uma nostalgia da eternidade. Nós buscamos essa eternidade no começo de um novo milénio. O peregrino, quando chega a Roncevales, tem a sensação de estar vivendo no tempo de Roland, e, quando chega a Santiago, vê o apóstolo como seu companheiro de caminhada, que vai, com ele, retomar à sua vida cotidiana. Mas é bem mais que isso, pois é Jesus, o mestre, que marcha conosco, nos fala pela voz do Espírito e nos comunica o que o Pai espera do nosso Movimento. O passado, o presente, o futuro, de alguma forma, se reúnem nesse tempo sagrado. É um novo caminho de Emaús, um caminho da esperança. 3.Enfun, acontece um deslocamento pessoal ou coletivo que demanda

A equipe de liturgia - 1999 17


Qua,ndo a Acolhi o E uma Festa lançamento de uma nova equipe em Divinópolis, MG é um momento dos mais tocantes e alegres. Realmente, vira uma festa! Tudo combinado pelo Casal Piloto, sua equipe de base toma à frente e convida todas as equipes do Setor para se fazerem presentes no momento do lançamento. Hoje, com 8 anos de caminhada, já somos 12 equipes. Imaginem o alvoroço! Vamos nos reunindo na casa do piloto, o anfitrião, em lugar previamente combinado. Chega um, dois ... beijinhos e abraços ... flores e cartões ... E o sorriso, este sim, é de contagiar! Mas tudo baixinho, na surdina, não podemos estragar a surpresa. É difícil conter a alegria, pois a vontade é de cantar, começar a festa e poder dizer a cada novo casal irmão: Bem-vindo à nossa família! Que Nossa Senhora os abenyoe! E difícil calar, aguardar a hora, mas vale a pena! A um sinal do Piloto, entramos no local da reunião, cantando o Magnifica!. Abraçamos sucessivamente a cada casal, com o carinho de um irmão. O Magnificat ecoando ... a emoção toma conta de todos. Lá$rimas brotam nos olhos de muitos. E um momento lindo e tocante, porque o que ali fazemos brota do coração. Quem não se alegra em ver sua farm1ia crescer? E é isso o que sentimos: nossa família equipista recebe novos irmãos! É

motivo de alegria e muita festa, pois mais pessoas irão se beneficiar dos caminhos abençoados que as equipes nos oferecem. É como se disséssemos: "O Senhor fez em mim maravilhas" e agora também em todos vocês Ele continuará a fazer! Saímos todos da sala, ficando apenas a equipe de base do casal piloto, o Casal Responsável de Setor e o Casal Regional. Com palavras simples, mas cheias de amor e amizade, cada um dá as boas-vindas, falando um pouquinho do Movimento, da alegria de recebê-los e da certeza de que a equipe será uma bênção na vida de cada casal, de cada família. Retiramo-nos, mas com vontade de sermos "mosquitinhos" para ouvirmos as impressões que ficaram. Impossível! Saímos com a certeza de que algo ficou, pois, quando o coração fala e a busca por uma proximidade maior com Deus vive em cada um, é certo que o Senhor ali está e muito fará frutificar. Sentimo-nos muito felizes nestes momentos! É como se o olhar do Pai e de nossa Mãe querida sorrissem para nós a nos dizer: "vocês estão regando uma sementinha que hoje é plantada. Continuem a adubá-la com suas orações e testemunho, que elas produzirão muitos frutos" .

Jane e José Maria - Equipe 3 Nossa Senhora da Guia Divinópolis, MG 18


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Nível III - Região Minas I - Juiz ele Fora

ivemos a oportunidade de par- Padre Lélis, que voltou a encantar ticipar da Sessão de Forma- a todos com a sua cultura, inteligênção ill, nos dias 2 e 3 de ou- cia e capacidade de comunicação, tubro, no Seminário Santo Antônio, com rico conteúdo, tanto na parte com a presença de vários casais de litúrgica, como nas palestras de ForJuiz de Fora e Barbacena, quando mação de Liderança Cristã e Mismais uma vez comprovamos a im- são dos Leigos. A liturgia foi muito bem conportância deste Encontro, para aprimorarmos nossos conhecimentos, no duzida pelo casal Roseli e Cícero. que se referem à forHouve momentos formação e atualização tes na parte litúrgica e das orientações do nosnos grupos de assimiSessão de so Movimento. lação. Foi um encontro Tivemos flashs a Formação é muito proveitoso, bem cargo do casal Tereorganizado, com a coorzinha e Jodalby e do um momento denação do Casal ReCasal Responsável do gional, Terezinha e JoSetor "B" - Maria do muito dalby, onde todos os parCarmo e Lucas, com ticipantes demonstraótimos conteúdos, senram grande interesse. do muito importante a enriquecedor Com muita satisfalembrança sobre a Unição, contamos com a dade do Movimento. para todos nós presença do casal LiFoi um final de segação da ECIR, Regimana transcorrido equipistas. na e Cleber, que, como num clima de muita fraempre, muito agradaternidade, rico em ram com sua simpatia e competên- aprofundamentos e maiores esclacia, nos ajudando com suas refle- recimentos sobre o nosso Movimenxões sobre as ENS, Carisma, Mo- to e a Igreja, ficando claro que não vimentos leigos, Vocação e Missão, devemos deixar passar a oportunia vivência de "SER CASAL", e a dade de participar destes encontros Santidade Conjugal como proposta - Sessões de Formação. do Movimento. Para isto as ENS É pois, um momento muito oferecem as "ferramentas", que são enriquecedor para todos nós equios PCEs, e os caminhos que nos le- pistas. vam a Cristo, pelos Sacramentos do Matrimônio e da Ordem. Neide e Walter - CR A Sessão foi conduzida pelo Setor "A" - Juiz de Fora, MG 19


Vig' 1a da Luz o Encontro do Colegiada Nacional, realizado no mês de maio/99, durante a celebração do Envio, os Casais Responsáveis Regionais receberam "um círio para levar à suas respectivas regiões como compromisso de irradiar essa luz junto aos equipistas de cada localidade", ficando em Vigília com todo o Movimento visando às celebrações do Grande Jubileu do ano 2000. Esse círio foi levado pelos regionais para os Setores e depois para os Casais Responsáveis de Equipe e finalmente chegou até a equipe de base. Acreditamos que cada casal equipista tenha participado da cerimônia da luz, e recebido o círio que deve ser acendido sempre nos momentos importantes da vida do casal e do Movimento: no Dever de Sentar-se, nas reuniões mensais, nas reuniões do Setor e tantas outras reuniões. Por que tudo isso? O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, pensando em fortalecer a unidade, através da oração e visando a preparação dos equipistas para os grandes eventos que teremos com a chegada do novo milênio, idealizou esta cerimônia. O ano 2000 nos reserva muitas comemorações/celebrações: 2000 anos do nascimento de Cristo, 500 anos de Evangelização do Brasil, 50 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil e ainda o En-

contro Internacional de Santiago de Compostela. Um momento especial no qual devemos utilizar o círio é na noite de Na tal e na noite do dia 31 de dezembro. Procuremos, nessas ocasiões, por alguns instantes, voltar nosso olhar e nosso coração para o aniversariante - Jesus - e agradecer por tudo que Ele fez e faz por todos nós. É o momento de agradecer os dons que recebemos do Pai, a família que Ele nos deu, a graça de participar do Movimento das Equipes de Nossa Senhora e de poder contribuir para a construção do Reino. Um momento também para pedir ao Pai que olhe pelos excluídos, por tantos marginalizados, pelos desprotegidos. Devemos também pedir para que o Senhor entre nos corações e nas ações dos nossos governantes para que eles realmente trabalhem visando o bem estar comum de todos. Estamos em Vigília, preparando-nos para bem participar de todos esses acontecimentos. Peçamos a presença do Espírito Santo, rezando: "Espírito Santo, vós sois o alento do Pai e do Filho na plenitude da eternidade. Vós nos fostes enviado por Jesus, para nos fazer compreender tudo o que Ele nos diz e nos conduzir à verdade completa. Vós sois, para nós, sopro de vida, sopro criador, sopro santificador. Vós sois quem renova todas as coisas. Nós vos pedimos, 20


humildemente, que nos deis vida e que habiteis em cada um de nós, em cada um de nossos lares, em cada uma de nossas equipes, para que possamos viver o sacramento do matrimônio como um lugar de

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amor, um projeto de felicidade e um caminho para a santidade. Amém".

Maria Cecaia e José Carlos Equipe da Carta Mensal


assamos vários dias pensando como definir o que foi a Sessão de Formação Nível III para nós. Chegamos à conclusão que foi um "arraso", isto é, que a graça de Deus superabundou, que foi tudo maravilhoso. Certamente o Padre José Roberto que acompanhou a formação estava inspirado pelo Espírito Santo. O primeiro dia pela manhã já foi especial: em nossa oração fizemos um rito no qual cada setor encheu suas talhas com água para celebrarmos as Bodas de Caná. Pudemos refletir, rezar, cantar e louvar o Senhor. Porém, não conseguimos entender porque o Pe. José Roberto concluiu juntando nossas talhas no canto da mesa a uma imagem de Maria e lá permaneceu durante todo o dia. Na celebração do sábado à noite, quando retornamos do jantar, a mesa já estava posta, agora com as talhas ao centro e nas laterais pequenos pares de cálices com vinho. Celebramos a renovação de nosso matrimônio, repetindo, olho no olho, aquilo que dissemos anos atrás. O vinho era para celebrar esta "nova" festa de casamento e, com isso, pudemos experimentar a alegria de Caná. Agora tudo fazia sentido: a água representava a transformação a partir do que temos a oferecer, de nossa realidade diária em matrirnônio, sacramento do amor conjugal. A formação toda foi dedicada ao estudo de documentos das ENS. Descobrimos a riqueza contida nos

documentos e que todos eles são cheios de inspiração e nos ajudam a assumir nosso compromisso com seriedade, doação, espírito cristão, transformando casamento (água) em matrimônio (vinho). Descobrimos que o estudo em grupo facilita bastante o entendimento dos textos, pois um enriquece a fala do outro; que os manuais nos ensinam a estar a serviço e que é possível fazê-lo com ânimo, criatividade e amor ao próximo. Antes "víamos" muitas coisas do Movimento; hoje, podemos dizer que "enxergamos" . Com clareza percebemos que é necessário planejar para depois executar, preparar e organizar para que as coisas aconteçam adequadamente. Avaliar passou a ser tão importante quanto planejar, pois ajuda-nos a retomar a partir das dificuldades. Claro que tudo só tem sentido com a graça de Deus e o olhar atento de Maria, que é nosso modelo nesta caminhada. Por fim, fica um agradecimento muito especial a todos os que organizaram e trabalharam para o êxito desta nossa formação.

Eliana e Luiz Roberto Del Gelmo Equipe 10-B - ]undiaí, SP

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e ano de 1999, o Movimeno está intensificando o DEER DE SENTAR-SE, por entender que nós, equipistas, através da espiritualidade conjugal, precisamos nos preparar para o Grande Jubileu de Cristo e para a virada de século e de milênio, que já se anunciam. Somos os comunicadores da Boa Nova deste Terceiro Milênio; somos os anunciadores de que o Sacramento do Matrimônio vale a pena ser vivido na sua plenitude, para que os nossos jovens vejam a força da farm1ia, da conjugalidade e façam,

E

deste milênio, um milênio santo, e santificado através da farm1ia. E não esqueçamos que o Casal é o primeiro agente da farm1ia. Precisamos ser exemplo para nossos filhos, nossos netos, os que nos rodeiam, enfim, para o mundo todo. Pais melhores, filhos melhores, sociedade melhor, mundo melhor... Os Pontos Concretos de Esforço nada mais são do que atitudes a despertar e assimilar, para que o amor de cada casal equipista seja renovado a cada dia. "Deve-se com-

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preender esses meios como processo de interiorização e unificação da vida". É preciso que vejamos esse amor como uma decisão. Decisão esta que só realiza no esforço da vontade, e que precisa ser conquistada a cada dia. Nem sempre é fácil manter esta decisão, mas é preciso coragem e determinação para mudar, para querer crescer e fazer o outro feliz ou mais feliz. É preciso que encaremos a nós mesmos, e não nos acomodemos nos 10, 20, 30, 40, 50 ou mais anos de união, de comum-união, de uma construção diutuma, para que cheguemos a "uma ditosa velhice", cheios de sabor, de vigor, de diálogo, de alegria, e não entediados, como se apenas estivéssemos esperando "a morte" chegar. É preciso que perguntemos a Deus o que Ele quer para o nosso lar? Para a nossa união? Para a nossa conjugalidade? É uma conversa a três. Nós e Deus-Pai, sob o olhar de Maria, que se rejubila em ver os filhos das suas equipes trabalhando o seu amor. Este amor que ninguém melhor do que ela soube viver com José. É olhar um para o outro. É olhar para si. É um olhar que reabastece, que reanima, que fortalece, que cria e recria. Será que algum de nós poderia dizer: não precisamos mais conhecer um ao outro, respeitar o outro, escutar o outro, compreender as necessidades do outro? Se chegaram à conclusão que sim, parabéns! Por que então não usar este espaço, por exemplo: para

Não percamos tempo. Aproveitemos o que de melhor as ENS podem nos dar: encontrar-se, acolher-se, abrir-se um para o outro, escutar o outro, ser ouvido por este outro. recordar, para namorar, para viver intensamente o presente? Se não mais lhe interessa construir o futuro e se basta o presente, este presente pode ser vivido aqui e agora. Hoje! Não percamos tempo. Aproveitemos o que de melhor as ENS podem nos dar: encontrar-se, acolherse, abrir-se um para o outro, escutar o outro, ser ouvido por este outro. Este outro, que é o nosso próximo mais próximo, que é o nosso cônjuge, que é o nosso amor. Aquele que escolhemos para viver uma vida plena e enquanto tivermos vida. Esta vida que deve ser vivida em abundância e na plenitude do amor e do crescimento da nossa espiritualidade conjugal. Temos que ser uma PESSOA CONJUGAL.

Graça e Brady Equipe 5-B - Niterói, R] 24




lntrodu~ão Desde há algum tempo sentiu-se, por grande parte dos casais e conselheiros espirituais, que algo necessitaria ser feito com relação à nossa Estrutura então existente, que facilitasse a circulação da "seiva" em nosso Movimento, tendo em vista o processo de crescimento pelo qual estávamos passando. Com este objetivo em mente, iniciou-se um processo de reflexão a respeito do assunto, inicialmente entre o Casal Responsável e o Conselheiro Espiritual da ECIR com o Casal Ugação lntemacional e o Casal Responsável da ERI. Após algumas trocas de idéias e reflexões, apresentou-se uma primeira proposição à Equipe de Coordenação lnter-Regional - ECIR, da qual constavam três hipóteses inicialmente. Estas hipóteses foram trabalhadas intensivamente por todos os participantes, sendo o assunto debatido em diversas reuniões da ECIR, culminando com uma última hipótese, de número oito, definida na reunião de junho de 1999. Diversas considerações foram levadas em conta para que justificassem tal proposição de mudança na estrutura existente, as quais são apresentadas a seguir na forma de Considerandos.

Considerando Que somos um Movimento de Igreja presente neste imenso Brasil e que, como Igreja, já tínhamos uma divisão de regiões (Províncias) que obedeciam a critérios elaborados pela CNBB; Que os apelos do nosso amado Papa João Paulo 11 para uma nova Evangelização, mormente tendo em vista a entrada do Novo Milênio, devia se revestir de novo ardor, novos métodos e novas expressões;

• •

Que o crescimento quantitativo do nosso Movimento era acelerado, e era preocupação também o crescimento qualitativo das nossas equipes; Que era e é nossa responsabilidade, enquanto equipe de coordenação nacional, zelar pela unidade do Movimento em nível nacional e articulá-lo ao nível internacional. Que eram reais as dificuldades de reunir todos os casais de regiões/ setores/coordenações e seus sacerdotes conselheiros espirituais num Encontro Nacional;

Que a realidade econômica de grande parte de nossos equipistas e os gastos para manter a estrutura de apoio para uma expansão sustentada estava a exigir mudanças;


A ECIR, após profundo discernimento, estudo e reflexão, e aprovação do Colegiado Nacional, apresentou a proposta que modificou a Estrutura do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, após trabalhar em cima do seguinte objetivo, a saber:

Obietivo Repensar a Estrutura atual do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, no Brasil, com o intuito de melhorar a comunicação e a animação, cuidando-se para que se mantenha acima de tudo a unidade do Movimento e a fidelidade ao seu carisma fundacional, sua mística, sua metodologia, sempre em consonância com as orientações da Equipe Responsável Internacional - ERI.

Histórico dos Elementos de Reflexão Antes de se tentar montar as primeiras hipóteses, procurou-se elencar uma série de elementos, das mais distintas realidades, que pudessem eventualmente servir de apoio para o trabalho almejado. Dentre esses citamos os seguintes: Área geográfica do país e dos respectivos estados da federação; Número de habitantes por estado; Divisão geográfica da federação;

Distâncias entre as capitais (até I000 km considerou-se a distância rodoviária, e, acima disto, considerou-se a distância por linha aérea comercial); Renda "per capita" em cada estado; Divisão geográfica da CNBB; Relação das equipes por Setores e Regiões; Relação dos casais equipistas também por Setores e Regiões; Relação dos Conselheiros Espirituais por Setores e Regiões; Disponibilidade de "quadros" nos Setores e Regiões. Levar em conta que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora para o quadriênio são revistas sempre e aplicadas a cada região, resguardadas as diretrizes da Igreja local (particular); Considerar que a articulação entre as Dioceses se faz em nível de Arquidioceses e as linhas pastorais são para cada região; 2


É óbvio que muitos destes elementos foram posteriormente descartados, por não apresentarem nenhum elemento de relevância para o estudo desejado. O intuito era o de não deixar passar em branco algum aspecto que poderia ter algum significado ou impacto no propósito do trabalho. Outro elemento que nos serviu de subsídio foi a "Lettre des Equipes Notre-Dame"' no 118, de Setembro/Outubro de 1996. Nesta carta encontramos uma descrição bastante detalhada de como está organizada a Super-Região França (La Super-Région France-Luxembourg-Suisse - Des hommes et des femmes au service du mouvement des E.N.D. página 27 e seguintes), de onde se originou a idéia das "Províncias".

Conclusão A partir dos elementos acima, foi implantada, no Encontro Nacional de novembro de 1999, a seguinte estrutura para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil: I . A Equipe de Coordenação lnter-Regional - ECIR fica extinta, criando-se a Equipe de Super-Região. 2. A Equipe de Super-Região tem a seguinte composição: • Casal Responsável da Super-Região Sacerdote Conselheiro Espiritual • Casal Responsável pela Carta Mensal Casal Responsável pela Secretaria/Tesouraria Casal Responsável pela Comunicação Externa Casais Provinciais (7) 3 . A Super-Região Brasil compreende 7 (sete) províncias assim denominadas: • Província Norte Província Nordeste • Província Centro-Oeste Província Leste • Província Sul I • Província Sul 2 Província Sul 3 Obs.: a distribuição das Regiões/Setores/Coordenações pelas diversas Províncias encontra-se no quadro à página S. 3


4. O Casal Responsável pela Carta Mensal, o Casal Responsável pela Secretaria-Tesouraria, o Casal Responsável pela Comunicação Externa permanecerão na função, a critério do Casal da Super-Região, apenas por idêntico período ao deste último. Os Casais Provinciais deverão ser substituídos gradativa e alternadamente, de modo que se preserve a presença de casais novos e antigos na função de Provinciais dentro da Equipe de Super-Região. 5. A escolha dos membros da Equipe de Super-Região será sempre prerrogativa do Casal Responsável de Super-Região, que procurará se aconselhar com os demais, mediante a apresentação de uma lista tríplice pelo Provincial que estará sendo substituído. 6. Cada Província conta com um Casal Provincial, que fará parte necessariamente da Equipe de Super-Região e que tem por papel a coordenação das regiões que componham a respectiva Província. O Casal Provincial é um auxiliar direto do Casal da Super-Região, gozando de autonomia administrativa na animação e coordenação de sua Província, mas em perfeita comunhão e unidade com o Casal Responsável da Super-Região e respectiva equipe. 6 . I . Cada Casal Provincial deverá contar com uma equipe de reflexão composta pelos Casais Responsáveis Regionais e um Sacerdote Conselheiro Espiritual, podendo ser agregados outros casais para outras funções, a critério do Provincial. 6.2. Será de 5 (cinco) anos o tempo de serviço do Casal Provincial. 7. A escolha do Casal Responsável de Super-Região se fará mediante prévio discernimento, em lista tríplice enviada pelos membros da Equipe da Super-Região ao casal em exercício da função, podendo ser, preferencialmente, indicados os casais Provinciais, membros da Equipe de Super-Região e casais que já tenham participado da antiga Equipe de Coordenação lnter-Regional - ECIR, que se mantenham atualizados com a caminhada do Movimento. O Casal Responsável pela Super-Região, o Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região, com a aprovação da ERI, farão a escolha do novo Casal Responsável de Super-Região.

Secretariado Nacional O Secretariado Nacional das Equipes continua centralizado em São Paulo, assim como também a Tesouraria do Movimento.

Junho de 1999


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6 3 6 3 I I 1."':

357 112 335 251 90 69

8

8

I

3 229

21

52 22 1296

I 3I

36 27 39 17 12 9 I 6 3 ISO


continua,ão Estado

CNBB

Federação

Número de Setores Casais ConseRegiões Equipes Coorde- Equipistas lheiros nações

ENS

Província Centro-Oeste Centro-Oeste Centro-Oeste Centro-Oeste Distrito Federal Centro-Oeste Centro-Oeste Centro-Oeste Centro-Oeste Goiás Centro-Oeste Centro-Oeste Goiás Sul Oeste I Centro-Oeste M. Grosso do Mato Grosso do Sul Oeste 2 Centro-Oeste Centro-Oeste Mato Grosso

I 11 11

Sul

I I I I

11

4 Província leste Rio de Janeiro

Leste I

Sudeste

Espírito Santo Minas Gerais

Leste 2 Leste 2

Sudeste Sudeste

Província Sul I São Paulo

Sul I

Sudeste

Rio de Janeiro - I Rio de Janeiro - 11 Rio de Janeiro - III Rio de Janeiro - IV Minas Gerais 11 Minas Gerais - I Minas Gerais - 11

S. Paulo - Capital S. Paulo - Sul I

56 48 8 30 30 3 175

6 5 I 3 3 18

47 34 8 17 25 I 132 33 31 59 22 I 49 54 249 74 44

I I 6

44 54 73 29 2 56 80 338

6 8 35

306 361 451 194 14 358 535 2219

I I

90 54

6 5

510 329

I I I I

4 5 9 3

362 339 54 216 196 23 I I 90


S. S. S. S. S.

Paulo - Sul 11 Paulo - Centro I Paulo - Centro 11 Paulo - Leste I Paulo - Leste 11

I I I I I 7

76 67 38 49 50 424

6 7 4 5 5 38

449 395 256 288 296 2523

50 45 27 32 43 315

I I I I I I 6

44 35 54 94 82 42 35 I

4 3 4 I 8 6 4 I 29

243 195 302 641 493 235 2 I 09

19 24 25 42 58 16 184

-

Província Sul 11 Sudeste

Sul I

São Paulo

I

I I

I

L

Província Sul III Paraná

I

Santa Catarina

Totais

(*) Situação em OI .I I. 99

Paulo - Centro III Paulo - Centro IV Paulo - Nordeste Paulo - Norte Paulo - Oeste I

IS. Paulo - Oeste

I

-

sul

Sul 2 Sul 3 Sul 3 Sul 4

1sul ,Sul [Sul

III

1

Paraná Sul Paraná Norte

I Rio Gde do Sul I I Rio Gde do Sul 11 Santa Catarina I Santa Catarina 11

I

I

I

I

I

1

Rio Grande do Sul

S. S. S. S. S.

I I I I I I 6

46 46 56 43 53 34 278

5 5 6 5 6 4 31

244 223 316 246 290 198 1.517

35 32 46 26 39 26 204

35

1.889

181

11.450 1.307


Equipe Responsável Internacional Lisboa, Novembro de 1999 Queridos amigos responsáveis das ENS do Brasil. Nesta ocasião de grande mudança na organização da Super Região do Brasil, queremos elevar o nosso espírito a Deus numa prece de ação de graças e de louvor pelo muito que Ele tem feito por intermédio dos casais das Equipes no Brasil. Desde o primeiro momento, há mais de cinqüenta anos, em que, por inspiração divina, a procura da espiritual idade conjugal veio pôr em contato o casal Nancy e Pedro Moncau com o Padre Caffarell, desde essa altura, quanto trabalho feito! Quanto caminho percorrido! Que enorme quantidade de graças recebidas de Deus, para a criação e o extraordinário desenvolvimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil! É pois com muita alegria que, em nome da Equipe Responsável Internacional o vosso casal de ligação, vos quer felicitar, todos vós, os que estais hoje e os que vos precederam, por terdes sabido ser instrumentos dóceis e eficientes da ação do Senhor. Durante estes anos todos, vós, os equipistas brasileiros e seus responsáveis, souberam estar sempre atentos às aspirações e necessidades dos casais do vosso país e souberam ser criativos para inventar as formas que lhes pudessem dar respostas. Só assim se explica o extraordinário desenvolvimento que as equipes têm no Brasil! As soluções que as equipes brasileiras encontraram para iniciar os casais no método do Movimento, as Experiências Comunitárias, e a vossa completa sintonia com as orientações da Igreja do Brasil, representam o vosso espírito de fidelidade e de lealdade à pedagogia do Movimento e às orientações dos nossos pastores; por outro lado, essas soluções são a principal razão da vossa grandeza em quantidade e da vossa profundidade na qualidade. O virar de página da vossa história que hoje começa é bem o paradigma da forma como, nas Equipes, as soluções devem ser encontradas e postas em ação: em Comunhão, em Colegialidade e em Ccresponsabilidade. De fato, porque os equipistas e seus responsáveis vivem em atitude de comunhão, puderam detectar que a organização atual da Super Região necessitava de reforma para melhor poder realizar a animação e a ligação para a comunhão das equipes e dos casais. Foi num ambiente de

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colegialidade que os responsáveis refletiram e discerniram sobre as melhores soluções para a organização da Super Região, apresentado-as e aprovando-as no vosso colegiado. Foi assim possível que cada um se sentisse responsável pela decisão e, agora, solidário e cc-responsável com a sua aplicação na prática. Por outro lado, a vossa reflexão e discernimento, foi partilhada com a ERI e com o Colégio Internacional, também num espírito de comunhão, o que permitiu levar em consideração as experiências e soluções que noutros países se encontraram. A ERI sente-se, por isso, em comunhão com a Super Região do Brasil e cc-responsável com as decisões encontradas. Queremos pois felicitar-vos pelo trabalho que fizeram para a reorganização da Super Região que hoje entra em vigor, e exortar os responsáveis que iniciam hoje as suas novas funções a seguirem os exemplos dos que os precederam, na sua oração, na sua generosidade e na sua competência. Permitam ainda, queridos equipistas do Brasil, que envie um abraço muito especial de agradecimento e amizade pessoal ao casal Maria Regina e Carlos Eduardo Heise pelo muito que fizeram pela Super Região e por terem facilitado tanto o trabalho deste vosso casal de ligação. Queremos envolver nesse abraço o casal Sílvia e Chico Pontes, que hoje assumem a responsabilidade do Movimento no Brasil e, com eles, todos os responsáveis e equipistas desse país tão belo e tão grande na geografia e nas pessoas. Queremos finalizar esta nossa mensagem pedindo ao Pai que vos proteja, ao Filho que vos acompanhe e ao Espírito Santo que vos ensine e vos ilumine o caminho que hoje iniciam. il.l:• •' Bem Hajam

Teresa e Duarte da Cunha

.... •'

(Casal ligação da ERI com a Super Região do Brasil das Equipes de Nossa Senhora)

Equipe da Super-Região - Brasil Casal Responsável Super-Região: Sacerdote Conselheiro Espiritual: Iniciadora das ENS no Brasil: Casal Responsável Carta Mensal: Casal Secretário/Tesoureiro:

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Sílvia e Francisco A. Pontes Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR Nancy Cajado Moncau Maria Cecília e José Carlos Sales Vera Lúcia e José Renato Luciani


Casal Provincial Norte: Casal Provincial Nordeste: Casal Provincial Centro-Oeste: Casal Provincial Leste: Casal Provincial Sul 1: Casal Provincial Sul 11: Casal Provincial Sul III:

- Maria das Graças e Raimundo Encarnação - Márcia e Luiz Carlos Nogueira - Lourdes Maria e Carlos A Sobrai Loureiro - Regina Lúcia e Cleber Marin - Altimira e Paulo Affonso Pinto Saraiva - Rosinha e Anésio Polles - Maria da Graça e Eduardo Barbosa

Flashes da Posse da Equipe da Super-Região

10


11





Aclv nto Tt

po de preparar o Natal em fam' ia

cia de Cristo na família também implica em ações concretas, entre as quais estão: a escuta da palavra e meditação diária, fontes inesgotáveis de crescimento individual e familiar; a oração, principalmente a que é feita com a família reunida, forma segura de obter a presença de Cristo, já que ele mesmo assegurou que sempre estaria entre aqueles que, reunidos, o invocassem; a busca da perfeição pela prática dos meios de aperfeiçoamento; a compreensão e a caridade, resultantes da disposição para dialogar, ouvir os outros e também se revelar; o culto e a veneração à Maria, a Mãe Santíssima, modelo de coragem, obediência e disciplina, a quem devemos o SIM que permitiu o nascimento de Cristo. O Advento ocorre na família quando o amor se faz presente; amor dos esposos, um para com o outro, que se revela no respeito existente entre os dois, na fidelidade, nos gestos de carinho, na paciência, na incansável busca do bem-estar do cônjuge; amor dos pais para com seus filhos, e destes para com seus pais, exigência manifestada pelo próprio Cristo, em palavras de extrema objetividade: pais, não irriteis seus filhos, e filhos obedecei a vossos pais e olhai por eles, quando a idade deles isso exigir; amor para com os irmãos, em especial aqueles que ainda não viveram o Advento, ou não foram evangelizados; amor

liturgia da Igreja refere-se ao nascimento do. Filho de Deus como sendo o primeiro Advento, e a sua volta gloriosa, depois dos tempos, como o segundo e definitivo Advento. O termo apresenta, na verdade, dois significados: vinda e espera. Vinda daquele que, sendo Deus, aceitou nascer entre os homens para poder mostrar, a cada um, o caminho da Salvação. Espera da plenitude, da vida eternamente feliz, compromisso de Deus para com aqueles que seguem a sua palavra. A família cristã tem, na sua base, a fé em Jesus Cristo; vi vencia, cotidianamente, o seu Advento. A "vinda" de Cristo, a sua presença no eio da família, é a chave para fazer dela uma comunidade de amor vivo. É a aceitação da presença de Cristo que permite, aos indivíduos, tornarem-se comunidade, formar fanu1ia. A vinda, a entrada de Cristo na família ocorre a partir de situações concretas, tais como: o sacramento do matrimônio e do sim dos cônjuges, doando-se um ao outro; o batismo, que confere a cada pessoa o estado de filho e herdeiro do Pai eterno; a evangelização, que descortina um mundo de luz, mas também de compromisso; a preparação para o casamento, que mostra aos noivos as exigências da vida cristã e a força da graça divina. Da mesma forma, a permanên-

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para com os necessitados, os excluídos, os prostituídos, os drogados, doentes da alma e do corpo, e tantos outros. Advento é tempo de vinda e de espera. Tempo de reconhecimento daquele que veio um dia, e com esse gesto garantiu a salvação de todos os homens ; que a todos garantiu a graça do perdão e da volta ao Pai. Tempo de expectativa, de preparo para o retorno do Filho de Deus. Ao longo do tempo a farru1ia vem sendo agredida, desprezada, contaminada por falso s valores . Apesar das dificuldades enfrentadas, ela subsiste, heróica, na esperança do Advento eterno. Colocase como centro irradiador dessa es-

perança. É a base geradora da continuidade da espécie humana; assume a proteção dos filhos quando ainda indefesos; educa e promove o equilíbrio emocional de seus membros, faz multiplicar os talentos entregues por Deus a cada indivíduo e zela pela maturação e fidelidade das pessoas. Enfrenta obstáculos, dificuldades que se antepõem a seus objetivos. Mas a esperança no Advento, no retorno do Deus vivo, faz com que continue a perseguir seus intentos. A farru1ia cristã espera o dia do encontro com Deus, canútlpa nesse sentido. Vive a esperança da verdade divina.

CNBB - Setor Famz1ia

llumina~ão

de Natal Como está em moda por ocasião dos preparativos para o Natal enfeitar ruas e fachadas das residências, pensamos que poderíamos estar fazendo isso, mas de modo mais significativo e personalizado. Assim é que, em 1997 ti vemos a idéia mostrada na foto.

Michie e Alair Equipe 8 Nossa Senhora Mãe de Deus Araçatuba, SP 26


Aclv ntodo Grande Jubileu OSenhorv • ! Senhor vem! Vem para nos libertar, para nos salvar! Vem para morar no nosso mundo, vem para ser um de nós, menos no pecado, na maldade, no egoísmo e no ódio. Vem para estabelecer o seu Reino de Amor entre nós! Seu Reino constituído de Amor, Justiça e Paz. Sua chegada será para nós um motivo de grande alegria e de grande esperança. Ele vem, já pede passagem em nossa vida, já pede um lugar em nosso coração. Já pede espaço para nos fazer felizes. É preciso preparar sua chegada, arrumar a nossa casa interior, aplainar os caminhos, limpar e enfeitar os locais onde irá passar. Precisamos abrir bem os olhos da fé, da mente e do coração, para perceber sua chegada e para conhecê-lo no meio da multidão. Ele vai chegar de muitos meios e modos, virá de todos os lugares do universo, de todas as dimensões possíveis. Ele chegará nas pessoas, às vezes naquelas pessoas de quem nós duvidamos. Chegará naquelas coisas em que menos esperamos. Ele já vem andando, já está chegando. Não sabemos se virá bem vestido ou maltrapilho, se estará perfumado ou mal cheiroso, se virá pela estrada asfaltada ou pelo ca-

minho lamacento. Precisamos ficar atentos à sua passagem. Ele vem procurar hospedagem em nossos corações, no meio das nossas farm1ias. Ele procura corações livres e disponíveis, procura famílias formadas pelo seu Amor. Ele vem pisar a terra dos homens, aquela terra que deu para todos, mas que só alguns desfrutam. Ele nos mostrará o seu rosto, tal e qual como ele é, talvez aquele rosto que nós não queremos olhar, que nós viramos para o lado, na hora da sua passagem. O Senhor está chegando, vai bater à nossa porta, vai entrar em nossa casa. Já preparamos tudo para recebê-lo? Se não preparamos, é hora de fazê-lo, é hora de preparar nosso coração, precisamos viver intensamente este momento, momento de fé, de esperança e sobretudo de oração. O Senhor vai procurar nossa fraternidade, nosso convívio, nosso relacionamento, nosso amor. Será que vai encontrar? O nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora, vai completar meio século; é o momento de festejar com muita alegria e receber com muito amor, este Senhor que VEM!

Glória e Agostinho Equipe 70-D Rio de Janeiro, RJ 27


A

la

oM

"E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que parou sobre o lugar onde estava o Menino." (Mt 2, 9)

orno os magos do Oriente, hoje muita gente caminha à procura do Recém-Nascido. Ele traz justiça e paz para todo coração que, como um pêndulo de relógio, oscila de um lado para outro entre a esperança e a fé. Mas, às vezes, é difícil caminhar e encontrá-

lo. Talvez porque no céu da vida ameaçada pelo desemprego e tanta violência não brilhe mais a estrela que clareia o caminho dos peregrinos. Tem muita gente no caminho, mas falta a luz da estrela. Crianças andando de um lado para o outro jogadas na noite escura das ruas

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sem luzes. Adolescentes e jovens viajando sem destino, às vezes em alta velocidade, pelas avenidas das cidades, sem sonhos, vazios e sem estrelas. Adultos ou idosos vagando pelos becos, machucados pela exclusão que seqüestra a dignidade e amedronta a vida. Aquela estrela luminosa que conduziu os magos até a manjedoura de Belém não brilha no caminho de tanta gente. Não se sabe direito o que está acontecendo. Alguns pensam que se trata de um eclipse. provocado pelo egoísmo humano, outros afirmam que sempre foi assim e assim será. Fatalidade, indiferença, nova era e tantas outras complicadas explicações para jus tificar a escuridão que ronda tantos corações abatidos e sem forças para continuar a estrada rumo à felicidade tão almejada. Sem estrela é difícil caminhar. Não dá para se orientar, acertar os passos, desviar dos perigos na escuridão da noite que confunde a vida e cega os olhos. Como é possível chegar até Belém, encontrar o Menino do presépio sem uma estrela guia, sem a ajuda de alguém que ilumina o caminho, sem a luminosidade do testemunho, a segurança de uma mão amiga e o brilho do coração que anda com amor, esperança e fé? Quanta gente com vontade de chegar até Belém, visitar o Menino na manjedoura e descobrir um jeito novo de viver. Redescobrir a simplicidade serena, o silêncio humilde, a transparência e a força da fé naquele Deus pequeno, nascido de uma jovem Virgem de Nazaré. 29

Está faltando uma estrela no caminho das crianças. Uma luz que mostre o caminho para a gruta de Belém. Está faltando uma estrela na vida dos adolescentes e jovens. Um brilho forte, incandescente para iluminar a estrada desta moçada bonita que traz no coração tanta esperança. Está faltando uma estrela na vida de tantos adultos e idosos que perderam o brilho da luz ao longo da estrada. Você pode ser uma estrela. Você pode ser uma luz na vida das pessoas. Um raio forte que ilumina o caminho com gestos brilhantes de amor, palavras de fé e sorrisos de esperança. Se cada um decidir ser estrela na vida dos caminhantes, teremos uma constelação luminosa de solidariedade e veremos brilhar a justiça, a fraternidade, a caridade, entre outras luzes. A estrela levou os magos do oriente até o Menino Deus. Se você decidir ser uma estrela, outras pessoas, crianças, jovens, adultos ou idosos também poderão caminhar na mesma direção e chegar à manjedoura de Belém. Como os magos, encontrarão o Recém-Nascido, e abrindo os cofres do coração, oferecerão ao Menino o mais valioso presente: a vida. Não basta perceber que a noite está escura. O importante é ser estrela luminosa capaz de guiar os passos dos corações até o Menino Deus. Amém.

Pe. Gilson Luiz Maia, RCJ. Assessor da CNBB e SCE do Setor E - Brasz1ia, DF


Feliz Natal! 111AnoNovo! Neste Natal, construamos nossa árvore como se fosse a nossa vida! Que ela tenha raízes profundas para agarrar-se na terra e dela saciar-se. Que a firmeza seja tanta que suporte o peso de quem precisar de apoio. Que os frutos sejam de boa qualidade e que as sementes não se percam. Que o solo seja fértil para que seus brotos sejam alguém e que haja muitas árvores amigas por perto. Que os ramos sejam braços a abraçar a saudade dos distantes, a tristeza dos amigos, a alegria de estar juntos, a vitória da vida! Que o ponteiro esteja cada vez mais próximo de Deus e traga o sustento d'alma. Que as estrelas salpicadas entre os ramos sejam pedaços de esperança a cair dos céus quando a escuridão parecer interminável! Que os enfeites pendurados seja troféus recebidos na vida: amigos que conquistamos, sucessos que alcançamos, saúde, paz e felicidades. Que o sol e chuva alternem-se para que o calor acolhedor não destrua e que a água purifique. Que esta árvore saiba que ousar requer trabalho e determinação mas, com certeza faz da vida um prazer! Seja, o nosso coração, sua sombra grande e agradável, para que o Cristo escolha justamente aí para nascer todos os anos!!! O NATAL ESTEJA VIVO EM CADA DIA DO ANO QUE SE INICIA, PARA QUE POSSAMOS VIVER O AMOR E A PAZ JUNTOS, COMO IRMÃOS E AMIGOS!!!

Hedione e Gilberto Equipe Nossa Senhora da Fé- Catanduva, SP 30


Natal de 1983 nquanto Lúcia dava os últimos retoques nos pratos que preparava na cozinha, eu cortava umas frutas na sala de jantar. Eram 23,30 horas, véspera de Natal, e tínhamos planejado uma ceia tropical. Seria uma ceia mais original e mais barata. Espalhados pela casa, os seis filhos conversavam com sobrinhos, amigos e namorados. Pela televisão, assistia-se à Missa do Papa no Vaticano. A voz do Papa João Paulo II parecia preencher os espaços vazios da casa e das mentes. Eu, particularmente, desde o amanhecer, percebia uma sensação agradável de que tudo estava no seu lugar. Vivíamos uma noite feliz, de paz, de luz, como diz a canção. De repente, ouvi o grito de minha filha mais velha: - Pai! Ladrão! Corri para a porta da rua onde encontrei um rapaz franzino, vestindo uma capa, e com um revólver em punho. Achando que a arma era de brinquedo, dei-lhe um soco na mão. Recebi, então, uma coronhada na cabeça e o sangue correu pelo rosto. Convenci-me da gravidade do caso e me conformei em permanecer sentado no chão, com Lúcia e as outras onze pessoas que estavam conosco naquela noite inesquecível, enquanto os três ladrões apanhavam o que podiam e levavam para um carro roubado, onde um quarto ladrão os esperava ao volante. Depois que os "visitantes" se foram, meus irmãos acorreram e

procuraram nos confortar, com suas presenças e suas palavras. Fizemos, então a ceia, mas, praticamente, não conseguimos dormir. No dia seguinte, providências policiais e uma visita à igreja onde resolvi conversar com Jesus. Achei que Ele devia ter alguma explicação a me dar. Fui direto ao assunto. - Como é que Você permitiu aquele assalto em minha casa, justamente na véspera do Natal? - Eu não permiti nada. Você deixou a porta aberta e os assaltantes entraram. Agora eu estava com eles. -Você?! -Sim. Eles são filhos de Deus e eu habito neles. E você sabe muito bem disso. - Então Você podia ter impedido que eles entrassem. - Podia, mas não quis. -Por quê? - Eu queria ver como vocês estavam comemorando o meu Natal. -E então, já que Você viu que nós estávamos comemorando devidamente o seu Natal, por que não se mandou com aquela raça? - Não foi isso que eu vi. -Como assim? - Vocês estavam comemorando o seu Natal, mas não o meu. - Eu não entendo. - Quando eu nasci, não havia lugar para mim em casa alguma. Eu tive de habitar uma estrebaria e conviver com animais. Meu berço foi uma manjedoura coberta de capim. 31


Tudo era pobreza. -E daí? A gente sabe tudo isso e tem pena de Você. -É, mas não parece. Sua casa estava toda iluminada e festiva. Um aparelho de som e uma TV a cores enfeitavam sua sala. E sobre a mesa, quanta comida e quanta bebida! - E Você queria que a gente estivesse triste? - Vocês deveriam estar alegres no espírito por celebrar o meu nascimento, mas a alegria de vocês era a alegria do estômago e dos sentidos. Aquele assalto fez você se identificar mais comigo. - Não sei como. - Você ficou mais pobre de bens materiais. - É verdade. Eles levaram o som, meu gravador, o rádio de minha filha, as roupas de meu filho, jóias e relógios. - Então. Tudo que aconteceu foi um pouco de empobrecimento. Eu não deixei que eles tocassem em ninguém. - Bom, isso aí eu agradeço mesmo. Todos até estranharam que não tenha havido violências morais. -Esta é a melhor prova de que Eu estava com eles. -Uma coisa que eu acho difícil de aceitar é a perda das alianças. Você sabe que estavam em nossas mãos há 21 anos. - As alianças são um símbolo que marca o casal, mas vocês estão marcados no coração. Você alguma vez já tirou a aliança para fingir que era solteiro? -Nunca.

-Viu? Vocês não precisam de aliança. - Agora me diga uma coisa: Você que anda com essa q,uadrilha, por que não os coloca numa vida decente? -Isto é o que Eu mais quero e eles também. Você pensa que eles seriam assaltantes se pudessem ser médicos, advogados ou administradores? - Então dê um jeito neles . Você não pode tudo? -Eu quero fazer isso, mas preciso de você e dos outros como meus instrumentos. - Mas eu não sei lidar com esta gente não. - Meus primeiros discípulos também não sabiam, mas aprenderam. - Sinceramente, eu não sei como eu poderia ajudá-lo. - Você receberá o Espírito Santo e saberá. -E como eu receberei o Espírito Santo? Não sei por que, mas Jesus não me respondeu mais. Deve ter ido cuidar de assunto mais importante ... Naquele tempo eu participava da oração carismática. Devo ter encontrado aí a inspiração para dar seqüência a um processo desencadeado pelo assalto. Os assaltantes não foram presos e nenhum dos objetos roubados foi devolvi do. Sentia que eu tinha de fazer algo para que o assalto não ficasse por isso mesmo. Procurei o Mons. Carlos Gaes32


O capelão da Penitenciária Lemos Brito, convidou-me para acompanhá-lo nas visitas todo sábado de manhã. E, assim, entrei para a Pastoral Carcerária, em que trabalhei por nove anos. Nunca me senti tão intimamente ligado a Jesus e a sua missão. Louvo a sabedoria do Senhor que muitas vezes usa de meios dolorosos para que possamos nos aproximar dele e usufruir de sua

chlin, vigário de nossa paróquia. Como por coincidência (ou providência?) ele era também o capelão da Penitenciária Lemos Brito, convidou-me para acompanhá-lo nas visitas todo sábado de manhã. E, assim, entrei para a Pastoral Carcerária, em que trabalhei por nove anos. Nunca me senti tão intimamente ligado a Jesus e a sua missão. Muitos presos foram evangelizados, houve batizados e primeiras eucaristias, foram feitos atendimentos materiais com medicamentos, roupas, calçados, artigos de higiene, revistas e livros. E os egressos que nos procuraram foram assistidos para obtenção de documentos e emprego. Fiz o curso de Direito, inclusive para melhor ajudar os condenados na sua luta por direitos que freqüentemente não são atendidos. Mas o estatuto da OAB impede os auditores fiscais de advogar. Licenciei-me, então, da Pastoral Carcerária e desde 1994 tenho trabalhado na Pastoral dos Excluídos, que atende mais especificamente moradores de rua. Se Jesus me ajudar no meu pro.cesso de aposentadoria que está em curso, quero advogar a causa dos condenados. E louvo a sabedoria do Senhor que muitas vezes usa de meios dolorosos para que possamos nos aproximar dele e usufruir de sua divina companhia.

Francisco (da Lúcia) Casal Responsável do Setor de Salvador, BA

divina companhia. 33


I

Com~ar á mais de 39 anos fazemos parte da Equipe Nossa Seora do Carmo. A princípio, dinâmica, participativa, viva, ágil. De seu seio saíram dois casais responsáveis de Setor, vários pilotos, casais ligação, além de inúmeros serviços prestados a paróquias: criação de cursos de noivos, de batismo para adultos, preparação de retiros, palestras etc. Acomodação e omissão, porém, fizeram seus estragos. O dom da presença começou a ser negado por alguns, sob a alegação da falta de vontade. Qualquer compromisso era muito maior que a reunião de equipe. E, dessa forma, desmotivada, "dissolveu-se". Inconformados com tal fato e procurados por três casais equipistas, Nyza e eu entramos em contato com o Frei José Carlos, desde o início Conselheiro Espiritual da equipe, e pedimos que continuasse conosco, sugerindo a inclusão de quatro novos casais, a fim de que se alterasse o perfil do grupo. O Frei anuiu ao solicitado, contanto que recomeçássemos com a Experiência Comunitária e a Pilotagem. Antes, porém, enviou a cada um de nós uma carta, expondo suas idéias e exigindo-nos resposta escrita, após séria reflexão. A partir daí iniciamos a corrida em busca de novos casais interessados. Em maio de 1998 tivemos a primeira reunião da Experiência Comunitária. Atualmente, encontramonos no final da Pilotagem. Para nós, com tantos anos de

de novo equipe, a Experiência Comunitária foi de imensa valia. Ajudou-nos a nos desinstalar, a descer do muro e a ver Jesus no irmão, princ~palmen­ te no cônjuge. Ainda que façamos constantemente um questionamento de nossas vidas, quer no dever de sentarse, quer nos cursos de Noivos que ministramos, na Experiência Comunitária, a leitura do Rito do Matrimônio levou-nos a reviver o "sim" que uma vez dissemos com vigor e entusiasmo. Os benefícios não atingiram somente a nós, mas a toda a equipe. Em pouco tempo instalou-se um clima de confiança e de esperança entre os casais que há pouco conhecíamos. A criatividade é a característica de quem ama. E Vicélia e

Talvez para as equipes idosas, anêmicas ou abúlicas, fosse salutar a Experiência Comunitária e uma nova Pilotagem.

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Luiz Carlos, nossos Coordenadores, graças a suas técnicas de dinâmica de grupo, conseguiram excelentes resultados. Só a técnica não basta, mas muito nos ajudou nesse despertar para a busca do Infinito. A Pilotagem deu-nos chance de perceber, com clareza, o "carisma fundador" do Movimento. Os Pontos Concretos de Esforço estão sendo apresentados como um caminho, como uma ascese comum a todo aquele que quer seguir o Cristo e fazer a vontade do Pai. A utopia possível, proposta por Jesus, de um mundo fraterno, para nós está se tomando realidade: ao menos para nossa Igreja doméstica, nossa equipe, a outra que coordenamos, os inúmeros casais de noivos em via de receber o sacramento do Matrimônio, e as pessoas com quem cruzamos diariamente. Parafraseando João, no prólogo de seu Evangelho, podemos dizer que ... "o Sonho (a Palavra, a Proposta, o Amor) se fez carne e habitou entre nós!" Tempos atrás, participamos dos "Anos de Aprofundamento". Foi importante, mas não teve tanta eficácia e interesse quanto a situação que vivemos atualmente. Talvez para as equipes idosas, anêmicas ou abúlicas, fosse salutar a Experiência Comunitária e uma nova Pilotagem. Cremos que esse repensar da equipe e de nossa vida nos trouxe alteração da escala de valores e, conseqüentemente, uma mudança de mentalidade, uma visão mais ampla de vida, uma pequena, mas segura "metanóia".

Para nós, com tantos anos de equipe, a Experiência Comunitária foi de imensa valia. Ajudou-nos a nos desinstalar, a descer do muro e a ver 1esus no irmão, principalmente no cônjuge.

Que Maria, nossa Mãe, seja fiadora do "SIM" que um dia dissemos ao nosso cônjuge, ainda que fraco e tímido, mas que está gerando Jesus, o Deus-Amor. E que tenhamos coragem de fazê-lo crescer até a estatura adulta, capaz de dar a vida pelo irmão.

Nyza e José Bezerra de Meneses Equipe- 4 D Nossa Senhora do Carmo São Paulo,SP 35


Queridos Maria Regina e Carlos Eduardo Paz e Bem! Não poderia deixar de testemunhar tudo o que vivi e aprendi com vocês nestes oito anos de caminhada. Aprendi a viver a inquietação do Evangelho, no apelo aos irmãos pobres e carentes. Aprendi a me colocar a seviço dos outros na gratuidade e simplicidade. Aprendi a olhar para o outro, despojando-me de mim mesmo, para encontrar a vontade de Deus. Aprendi a partilhar alegrias, tristezas, saúde, doença, sentimentos de amor e perdão. Aprendi a ser verdadeiro sacerdote, ministro da reconciliação e canal de graça para o casal. Aprendi a me dedicar incansavelmente à causa dos casais, do sacramento do matrimônio e das farru1ias. Aprendi a ser o que sou, a amá-los, respeitá-los e, principalmente, compreendê-los. Vocês foram as ovelhas do pastor que conduziram o pastor a descobrir montes mais altos, onde a visão se alargou. Vocês, meus queridos, foram, são e sempre serão aqueles "anjos" que todos querem ter. Vocês me mostraram que vale a pena investir na vida conjugal. Por isso, contem sempre com minha amizade, carinho e amor. Que Deus os abençoe sempre! Amo vocês.

Pe. Mário José Filho, css

v


"Paz na terra aos homens por Deus amados"

papa João Paulo II escolheu como tema para o Dia Mundial da Paz, que será celebrado no dia 1o de janeiro de 2000: "Paz

na terra aos homens por Deus amados". O Grande Jubileu, deverá tomar-se um momento de intensa oração e renovado empenho, a fim de se superar a guerra como instrumento para a solução de controvérsias entre os povos. As armas revelam-se inadequadas para se construir a paz. Torna-se cada dia mais urgente encontrar outros meios para fazer desaparecer os conflitos e para garantir pacíficas relações entre os povos. A paz abrange vários aspectos da vida social: desenvolvimento, economia, direitos humanos e salvaguarda da criação. A paz se estrutura na pessoa humana, dotada de inalienável dignidade e chamada a viver, juntamente com as demais, numa sociedade aberta à convivência pacífica, na diversidade. Com a sua primeira Mensagem do ano 2000, o Santo Padre quer manifestar a todos a sua profunda convicção de que a paz é possível se a humanidade busca e encontra Deus, que é o Deus da Paz.

Extratos do Boletim Semanal da CNBB

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Gran ub· u doAno2000 endo o mistério da encarnação do Filho de Deus diante dos olhos, a Igreja está para cruzar o limiar do terceiro milénio. Neste momento, mais do que nunca, sentimos o dever de fazer nosso o cântico de louvor e agradecimento do Apóstolo: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, do alto dos Céus, nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo" (Ef 1,3) O nascimento de Jesus em Belém não é um fato que se possa relegar para o passado. Diante dele, com ~feito, está a história humana inteira: o nosso tempo atual e o futuro do mundo são iluminados pela sua presença. Ele é o "Vivente", "Aquele que é, que era e que há de vir". Jesus é verdadeiramente a realidade nova que supera tudo quanto a humanidade pudesse esperar, e tal permanecerá para sempre ao longo das épocas sucessivas da história. Deste modo, a encarnação do Filho de Deus e a salvação querealizou com a sua morte e ressurreição são o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal e qualquer projeto que procure tornar a vida do homem cada vez mais humana. O Grande Jubileu do Ano 2000 está à porta. Trata-se de um evento que será celebrado simultaneamente em Roma e em todas as

Igrejas Particulares espalhadas pelo mundo e terá, por assim dizer, dois centros: um, será aCidade onde a Providência quis colocar a sede do Sucessor de Pedro e o outro, a Terra Santa, onde o Filho de Deus enquanto homem nasceu, tomando a nossa carne de uma Virgem, chamada Maria. Por isso o Jubileu, alem de ser celebrado em Roma, sê-lo-á também com igual dignidade e importância, naquela Terra justamente chamada "santa" por ter visto nascer e morrer Jesus. Aquela Terra, na qual desabrochou a primeira comunidade cristã, é o lugar onde se verificaram as revelações de Deus à humanidade. É a Terra prometida que marcou a história do povo judeu, e é venerada também pelos adeptos do Islamismo. Possa o Jubileu propiciar um passo a mais no diálogo recíproco, até um dia podermos, todos juntos -'judeus, cristãos e muçulmano - trocar entre nós a saudação da paz em Jerusalém. O tempo jubilar faz-nos ouvir aquela linguagem vigorosa que Deus usa, na sua pedagogia de salvação, para impelir o homem à conversão e à penitência, princípio e caminho da sua reabilitação e também condição para recuperar aquilo que não poderia conseguir só com as suas forças: a amizade de Deus, a sua graça, a vida sobrenatural, a única onde podem achar 38


solução às aspirações mais profundas do coração humano. A entrada no novo milénio encoraja a comunidade cristã a alargar o seu olhar de fé para horizontes novos no anúncio do Reino de Deus. Numa ocorrência tão especial como esta, é forçoso voltar com fidelidade segura à doutrina do Concílio Vaticano II, o qual, considerando as exigências atuais da evangelização, projetou nova luz sobre o compromisso missionário da Igreja. Esta consciência obriga a comunidade dos crentes a viver no mundo ciente de que é "o fermento e a alma da sociedade humana, a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus". Ao anunciar Jesus de Nazaré, verdadeiro Deus e perfeito Homem, a Igreja oferece a todo ser humano a perspectiva de ser "divinizado" e, dessa forma, tomarse mais homem. Durante estes anos de preparação imediata para o Jubileu, as Igrejas Particulares, de acordo com o que escrevi na minha Carta Tertio millennio adveniente, têm vindo a predispor-se, por meio da oração, catequese e do empenho nas diversas formas da pastoral, para este evento que introduz a Igreja inteira num novo período de graça e de missão. Os anos de preparação para o Jubileu foram colocados sob o signo da Santíssima Trindade: por

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Jesus Cristo, a 6 de janeiro do ano 20007 39


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Cristo - no Espírito Santo - a Deus Pai. O mistério da Trindade é origem do caminho de fé e o seu termo último, quando finalmente os nossos olhos contemplarem eternamente o rosto de Deus. Ao celebrarmos a Encarnação, mantemos o olhar fixo no mistério da Trindade. Jesus de Nazaré, revelador do Pai, satisfez plenamente o desejo escondido no coração de cada homem de conhecer Deus. Jesus revela o rosto de Deus Pai, "misericordioso e compassivo", e, com o envio do Espírito Santo, torna patente o mistério de amor da Trindade. É o Espírito de Cristo que atua na Igreja e na história: é preciso permanecer à escuta dele para reconhecer os sinais dos novos tempos e fazer com que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez mais ardente no coração dos fiéis. O caráter ecumênico do Jubileu seja um sinal concreto do caminho que, sobretudo nestes últimos decênios, estão a realizar os fiéis das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais. E a escuta do Espírito que nos deve tornar, a todos, capazes de chegar a manifestar visivelmente, na plena comunhão, a graça da filiação divina inaugurada pelo Batismo: todos somos filhos de um único Pai. Cada ano jubilar é uma espécie de convite para uma festa nupcial. Acorramos todos, vindos das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais espalhadas pelo mun-

do, para a festa que se prepara; tragamos conosco aquilo que já nos une, e o olhar fixo unicamente em Cristo permita-nos crescer na unidade que é fruto do Espírito. Como Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma vem por este meio dar maior força ao convite para a celebração jubilar, a fim de que a ocorrência bimilenária do mistério central da fé cristã seja vivida como caminho de reconciliação e como sinal de genuína esperança para todos os que levantam seu olhar para Cristo e para a sua Igreja, sacramento "da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano". Que o Natal de 1999 seja, para todos, uma solenidade radiante de luz, o prelúdio duma experiência particularmente profunda de graça e misericórdia divina, que se prolongará até o encerramento do Ano jubilar no dia da Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 6 de janeiro do ano 20001. Cada crente acolha o convite que os Anjos anunciam incessantemente: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado". Deste modo, o tempo do Na tal será o coração pulsante do Ano Santo, que há de trazer à vida da Igreja a abundância dos dons do Espírito para uma nova evangelização.

Extratos da "lncarnationis Mysterium", Bula de Proclamação do Grande Jubileu do Ano 2000, do Papa João Paulo II 40


No dia 11 de julho de 1999, foi comemQrado em Videira, SC, o jubileu de Ouro Sacerdotal do padre Lídio Milani. Na igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, onde ele rezou a sua primeira missa, aconteceu um ato litúrgico muito bonito e emocionante. Em seguida foi oferecido um almoço, contando com a presença da Equipe 17, juntamente com os parentes, amigos e religiosas. A nossa equipe ficou hospedada nas residências de familiares do "tio padre", como ele é chamado lá. Pe. Lídio, pedimos que Nossa Senhora o abençoe para continuar na missão que o senhor abraçou, e mais uma vez nosso agradecimento por tudo que fez pela nossa Equipe.

No dia 12 de dezembro será celebrado o Jubileu de Prata Sacerdotal do Monsenhor João Alves Guedes. Monsenhor Guedes, é o Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor B de Niterói, da Equipe 05 e Vigário Geral da Arquidiocese de Niterói. Obrigado, Monsenhor! Parabéns!!! Que Deus o abençoe sempre.

Érica, do Joaquim Equipe 17-B Curitiba, PR

Graça e Brady Equipe 5 - N. Sra. do Carmo CR Setor B, Niterói, RJ 41


Oriundas da Experiência Comunitária: Recife, PE, Setor C: Equipe 24 - Nossa Senhora do Menino Jesus Equipe 29 - Nossa Senhora da Esperança Coordenação de Aparecida Equipe 04 - Nossa Senhora Aparecida Equipe 05- Nossa Senhora das Graças Sorocaba - Setor A Equipe 29 - Nossa Senhora Mãe de Jesus

Região Nordeste III João Pessoa, PB Equipe 12- Nossa Senhora Rainha da Paz Equipe 13- Nossa Senhora da Guia Equipe 14- Nossa Senhora da Rosa Mística Equipe 15- Nossa Senhora do Carmo Equipe 4 - Nossa Senhora do Bom Parto - Santa Luzia, PB Equipe 1 - N. Sra. da Conceição- Campina Grande, PB Equipe 2- N. Sra. das Graças- Salgado de São Félix, PB Natal, RN - Setor A Equipe 08 - Nossa Senhora da Medalha Milagrosa Equipe 09 - Nossa Senhora da Saúde Equipe lO- Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Equipe 11 - Nossa Senhora da Apresentação Equipe 1 - N. Senhora de Santana - Santana do Siridó, RN Equipe 2 - N. Senhora da Aparecida - Equador, RN

Lembremo-nos, em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos: Adolfo Ben, da Ema - Equipe Nossa Senhora Aparecida - Nova Prata, RS, ocorrido em 7 de setembro de 1999. Joventino, da Matilde- Equipe 14- Nossa Senhora Mãe dos Homens- Criciuma, SC, ocorrido em 04 de outubro de 1999. Pedro Rocha , viúvo da Edéa - Equipe 4 - Nossa Senhora de Guadalupe- Curitiba, PR. Aimar Newton Boso , da Janete - Equipe 3 - Nossa Senhora do Caminho- Catanduva, SP, ocorrido em 29 de junho de 1999. 42


Ora~ãoà

Maria l1111aculada maculada Maria Santíssima, Mãe de Jesus Cristo, Mãe da Igreja e nossa querida Mãe. Estamos aqui para louvar-te e elevarmos teu santo nome. Amada Mãe, queremos sentir e transmitir tudo aquilo que somente o teu coração de infinita bondade pode fazer chegar até nós: teu amor, teu perdão, tua paz, tua humildade, tua paciência, tua misericórdia. Ouve, ó doce Mãe, teus filhos desesperados, com fome, frio, dor, sede de justiça e, pior, sem o amor de uma mãe chamada Maria para levar até seus corações duros, pesados, frios e insensíveis a afeição, a fraternidade e o perdão. Que as turbulências e conflitos entre as pessoas desapareçam, trazendo o sossego e a harmonia. Que a virtude da modéstia seja companheira inseparável de cada um de nós, mesmo nos momentos de opressões e humilhações. Faze ainda com que nos enchamos de compaixão, ao vermos nossos irmãos na miséria e sofrimento. E também ó Mãe divina, que nossos corações se amoleçam e se tornem emotivos aprendendo a perdoar. Ensina-nos a suportar as dores e infortúnios com resignação e que pela nossa fé, superemos todos os obstáculos à nossa frente. Que as tuas graças e bênçãos sejam derramadas sobre os teus filhos, aumentando sua fé e amor por ti e teu filho Jesus, pois a cada dia

sentimos haver maior distância entre a Mãe santíssima e muitos filhos teus, por se entregarem à violência, tentações e pecado. Que a tua luz ilumine nossas mentes e caminhos para que jamais as trevas apareçam em nossa presença. Amém.

Inês e Ramos Equipe 33 - Setor A Recife, PE 43


Ensiín

a pescar mundo inteiro hoje está voltado para a aproximação do novo milênio. São esperanças de melhores dias, são expectativas de que muita coisa vai mudar. Algumas pessoas se preparam com grandiosas festas , regada a champanhe carí sima e comida abundante, enquanto muitos irmãos e fanu1ias, sem esperanças de uma vida digna e trabalho justo, serão esquecidos, ficando à margem. Em sua vida pública Jesus ensinou-nos que devemos fazer a opção pelos mais injustiçados, marginalizados e necessitados. "Felizes os pobres porque deles é o reino de Deus". Festejar o novo milênio, partilhando com os que estão precisando, não seria nenhuma utopia. Que cada casal das Equipes de Nossa Senhora faça um compromisso cristão, fazendo doações de alimentos ou procurando meios para que, na grande festa do novo milênio, as famílias tenham uma vida digna de ser humano. Sejamos solidários a exemplo de Maria, que deixou tudo e caminhou até a casa de Isabel para aj udar sua prima idosa e, durante a vida públ"ca de Jesus e depois com os apóstolos, esteve presente com outras mulheres ajudando nos afazeres domésticos e na oração. Às vezes ficamos acomodados em nosso cantinho, só olhando o outro passar necessidades; às vezes até damos uma palavra de con44

forto, "não esquenta, pois todos nós estamos passando por esta situação". Jesus e Maria reagiram contra a situação injusta que as pessoas viviam naquele tempo. Hoje é a nossa vez de reagir. Não seria quimera se fizéssemos algo mais que apenas fazer a doação de uma cesta básica para alimentar a farru1ia na festa do novo milênio. Há um provérbio chinês que diz "se deres um peixe a uma pessoa ela será alimentada por um dia, se ensinares a pescar o alimentarás pela vida inteira". Jesus estava na praia assando seu peixe, quando se aproximou um barco com seus discípulos e Ele mandou que lançassem a rede para o lado direito, pois até aquele momento não haviam apanhado nenhum peixe. Após fazerem o que o mestre mandou apanharam muitos peixes e disse-lhes Jesus: "trazei dos peixes que agora apanhastes, vinde e jantai" (Jo, 21 ). Ora, se Jesus ensinou os seus seguidores a pescar, porque nós das Equipes .de Nossa Senhora ficamos parados, acomodados? Vamos arregaçar as mangas da camisa e encontrar o meios para que haja mais justiça social no novo milênio.

Registe/a e Claudionor Equipe 7 Nossa Senhora das Graças Santarém, PA


s vezes costumamos dizer que a equipe é a nossa segunda família. Nela criamos grandes laços de amizade, que carinhosamente precisamos cuidar. A amizade é um dos sentimentos mais sublimes. Caracteriza-se por uma afinidade muito grande com alguém. Baseia-se no amor, respeito, carinho, compreensão e na entre ajuda e não depende de idade, dinheiro, posição social e nem interesses pessoais. A amizade é transparente e profunda. Quando verdadeira, existe a correção fraterna, mas com muito jeito e carinho; e se realmente existir a verdade e o amor, a amizade tornar-se-á ainda mais fortalecida. Um verdadeiro amigo é aquele que se alegra com o sucesso do outro, que torce, vibra e sofre com ele e por ele. Não o subestima, não o inveja, não desconfia e nem sente ciúmes, não é egoísta desejando a amizade só para si. A ele é fiel, ouve e faz confidências e tudo vem à tona: fraquezas, limites, defeitos, mas também grandezas imensas como: caridade, bondade e honestidade. Quando tudo isso é partilhado, o crescimento da amizade é

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verdadeira amizade não existe melindre, egoísmo e paixão. Só o verdadeiro amor é que conta nesta relação de amizade, e no amor não há mágoas, rancor ou orgulho. Por que então não investirmos neste grande sentimento inerente ou talvez ainda latente em nossa equipe? A amizade não apenas sente, se faz sentir. Por que não sermos mais sinceros, humildes e simples para conseguirmos construir ainda mais essa amizade? Esse tesouro é inerente a nós. Precisamos dar espaço ao outro, acreditar no seu potencial. Na verdadeira am izade não existe o poder, existe o ser. A amizade é um processo de aprendizagem, auto conhecimento, conhecimento do outro. A co-participação nos dá a oportunidade de compartilhar esse sentimento, de fazê-lo crescer. Na co-participação dirigida ou livre, acontece o amadurecimento emocional, a experiência de vida e o processo para uma vida de fé. Que possamos ter consciência da importância desse sentimento, vivenciando-o de uma forma mais humana, nos doando e sobretudo escutando o outro. Que no novo milênio, possamos ir ao encontro do outro, sem egoísmo, e nos confraternizando mais com esse sentimento tão lindo!

enorme. Há um comprometimento entre ambos e com isso não existe traição e nem mesquinharias. Costumamos dizer quando nos unimos a uma pessoa, ou seja marido e mulher, que encontramos a outra metade que nos completa. Com o amigo é a mesma coisa, ele nos completa... A ele podemos confiar os nossos problemas, as nossas tristezas, os nossos medos. Podemos dizer a verdade sem medo de magoar e sem medo de bajular, porque na

A amizade não apenas sente, se faz sentir. Na verdadeira amizade não existe o poder, existe o ser. A amizade é um processo de aprendizagem, auto conhecimento, conhecimento do outro.

Imaculada e Gilmar Equipe 13 N. Sra. do Sagrado Coração Belo Horizonte, MG

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- Queremos deixar nosso recado para os responsáveis pelo Movimento para incentivar a participação dos equipistas no Mutirão, tão logo terminem o período de Pilotagem, pois, com certeza os frutos serão cada vez melhores. Gostaríamos de dizer a todos os casais equipistas que ainda não tiveram a oportunidade de participar do tão falado MUTIRÃO, para não perderem a chance de uma próxima vez, pois é difícil explicar o que aconteceu conosco. Só sabemos que toda e qualquer mudança que está por vir é fruto e obra do Espírito Santo, que falou através daqueles equipistas que estavam lá, de Maria nossa Mãe e seu filho Jesus. O Mutirão passou ... mas a alegria e o compromisso ficaram! Claudia e Marcos Equipe 1O - Teresópolis, RJ

PCE dentro de suas limitações, como por exemplo, a leitura da Bíblia, que é muito difícil de entender, pois nem todos sabem interpretar o que lêem. Todos entenderam e vivem com mais facilidade o "dever de sentar-se". A maioria também já consegue fazer a meditação e os que conseguem ler a Carta Mensal, o fazem com proveito. O caminhar da equipe é lento e precisa de muita compreensão e ajuda do Sacerdote Conselheiro Espiritual e do casal piloto. O Sacerdote Conselheiro Espiritual, Pe. Carlos que tem sido uma grande força pela sua paciência e disponibilidade. No mês de outubro, foi escolhido o primeiro casal responsável: Iara (ouvinte) e Silvio.(surdo), durante a missa celebrada pelo Pe. Carlos e com a presença dos casais da Equipe e do casal piloto. Estamos entregando tudo nas mãos do Espírito Santo, pois se Ele nos inspirou para a criação da Equipe, com certeza continuará acompanhando os casais em sua caminhada à Santidade. Pedimos as orações de todos os equipistas, para que a Equipe 07 possa continuar sua caminhada no Movimento, enfrentando as dificuldades próprias do ser humano e as específicas de sua deficiência, sempre com muita fé em Deus e confiantes em Maria. Stella e Alencar Manaus, AM

- A Equipe 07 - N.S. do Silêncio, com 03 anos-de criação, é formada por 04 casais deficientes auditivos, sendo que a esposa de um deles (Yara) é ouvinte. A equipe, por ser uma experiência inédita, tem suas peculiaridades, mas tem caminhado dentro das propostas do movimento das ENS. Todos estão procurando viver os • c

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[ -=-"] Capa da Carta Mensal de outubro I 99 "Durante estes anos em que a Carta Mensal está aos cuidados dessa equipe, temos sido agraciados com profundas mensagens, artigos, editoriais e pela sua própria capa. Podemos sentir a dedicação, carinho e preocupação para conosco (equipistas), em nos fazer refletir, informar, formar sempre, ajudando-nos muito em nossa caminhada. E por esta certeza e gratidão, escrevo. No mês de outubro, p.p. ao ver a capa da Carta Mensal fiquei emocionada, no que me fez refletir. A figura nela estampada mostra-nos uma pessoa com características muito diferentes das que estamos acostumados a ver e admirar. Naquele rosto machucado pelas injustiças sociais enfrentadas ao longo de sua vida, pude ver alegria. E só é alegre quem tem amor no coração. Ela me passou as seguintes mensagens: "Olhem mais para o coração das pessoas!"; "Ocupemse do que realmente vale a pena .. ."; "Lutem para implantar a justiça baseada no amor!" Acredito que com essas pequenas atitudes possamos diminuir as diferenças sociais e os preconceitos, que começam dentro de nós

mesmos e terminam por assolar a nossa sociedade. Lembrei-me da música do Chico Buarque: "Era uma foto que não era para capa. I Era uma mera contracapa, a face ob~cura ". lsa (do Guy) Eq. 6 - N. Sra. Mãe da Igreja Sorocaba, SP

"A maioria dos casais equipistas não entendeu a capa da Carta Mensal de outubro. A idosa da foto é horrorosa. Tem tantos velhinhos excluídos, bonitos. Por que não publicar uma linda criança? Não é neste mês que comemoramos o dia da criança? Foi uma crítica cristã!" Alcione (do Grizzi) Eq. 29 - N. Sra. da Esperança Recife, PE

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Meclitanclo em Equipe Jesus atraía muita gente, mas principalmente atraiu homens e mulheres que formaram uma comunidade ao seu redor. Depois de ressuscitado da morte, a esses homens e mulheres ele promete sua presença contínua, ao mesmo tempo que lhes confia uma tarefa. Jesus continua presente na sua comunidade, para agir e salvar a humanidade toda.

Leitur

Evangelho de Mateus 28, 1 6-20

Sua equipe é comunidade de Jesus? Como? Segundo sua experiência, como se manifesta a presença de Jesus em sua equipe? Oue mensagem sua equipe passa para os que a conhecem? Agradeça ou peça perdão, louve, alegre-se, decida.

Ação de graças pela equipe/comunidade Damos graças a Deus por todos vocês . Diante de Deus, nosso pai, sempre nos lembramos de sua fé, tão atuante, da sua caridade tão esforçada, da sua perseverança e da sua esperança ... Graças a Deus vocês estão entre os escolhidos e, levados pelo Espírito, alegremente abraçaram o Evangelho e procuram vivê-lo, espalhando-o ao seu redor. Graças a Deus, todos falam de como vocês se converteram a Deus, deixando tudo para servir ao Deus vivo e verdadeiro, esperando que venha seu filho Jesus, que ele ressuscitou de entre os mortos. (Ação-de-graças pela comunidade segundo a 1•. Carta aos Tessalonicenses)


Vigília da Luz • 2000 anos do nascimento de Cristo • 500 anos de evangelixa~ão do Brasil • 50 anos das ENS no Brasil

• IX Encontro Internacional Santiago de Compostela

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep O1309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 256.1212 • Fax: (Oxxll) 257.3599

E-mail: secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br home page: www.ens.org.br


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