ENS - Carta Mensal 353 - Abril/2000

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°353 • Abril/2000

EDITORIAL .... .............. ...... ........... O1 Um Brinde à União ............ ........ . O1 Conselheiro Espiritual da SR ........ 02

TEMPOS DA IGREJA .... .. .. ...... ...... 30 Eu Estava Lá .. .......... .................... 30 Lavai os Pés Uns dos Outros ...... .. 32

PALAVRA DA SUPER-REGIÃO ....... 03 Momentos Fortes .. ....................... 03 500 anos de Evangelização ......... 04

CAMPANHA DA FRATERNIDADE .... 34 Campanha Ecumênica da Fraternidade ........................... 34

CORREIO DA ERI ............ .......... ... 07

JUBILEU DO BRASIL .................... 37 Há 500 Anos ............................... 37 Beatifica ção dos Primeiros Mártires ....................... 39 Silêncio, Meu Deus! .. .............. ..... 40

E o verbo se fez carne e habitou entre nós .......... ............ 07 Carta do Conselhei ro Espiritual .... 09 Notícias Internacionais ................ 11 ENCONTRO INTERNACIONAIS .... 1 2 1976, Novamente Roma .... ......... 12 JUBILEU DAS ENS ........................ 1 6 Cravos Vermelhos em ltaici ......... 1 6 Peregrinação à Aparecida ........... 1 9 EACRE 2000 .......... ...... .............. .. 21 EACRE: Região São Paulo - Centro III .......... ........ 21 EACRE : Paraná-Sul .................. .... 24 EACRE - Um Testemunho ............. 26 VIDA DO MOVIMENTO ............... 27 Um Balanço à Beira do Caminho .... 2 7 Balanço ....................................... 29

Carta Mensal é wna publicaçiío mensal das Equipes de Nossa Senhora Edição: Equipe da Carta Mensal Cecília e José Carlos (responsáveis) \Vi/ma e Orlando Rita e Gilberto Lucinda e Marco

Janet e e Nê/ia Pe. Emani J. Angelíni (cous. espiritual) Jomalista Responsável: Catherine E. Nadas (nub 198351

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Lida. R. Venâncio Ayres, 931 · SP Fone: (Oxx/1) 3873./956

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 41 MARIA ....... .......... ... ... ... ....... ........ 43 Encontro na Páscoa .............. ....... 43 P.C .E.S ......................................... 45 O s Pontos Concretos de Esforço .... .......... ...... ........ ....... 45 SANTIAGO 2000 ........................ 46 Fichas de Inscrição ...................... 46 REFLEXÃO ................................... 4 7 A Tristeza se Mudará em Alegria ..................... 47 Ser Cristão ............................ ...... 48

Diagramação: Alessandra Carignani Capa: Carlos Wimmer Impressão: Edições Loyo/a R. 1822, 347 Fone: (011) 6914.1922

Canas, colaborações, IIOtícias, testemunhos e imagens de1•em ser enviadas para:

Ca rta Mensal

R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53 O1309-000 • Siío Paulo · SP Fone: (Oxx/1) 256.1212 Fax: (Oxx/1) 257.3599

ca rtamensal@ens.org.br

Tiragem desta edição: 13.900 exemplares

A/C Cecília e José Carlos


Um Brinde à União Amigos Equipistas! Ao meditarmos na figura de Jesus-Pastor, sentimos profundamente seus apelos de união. Um só Pastor, um só rebanho. Lamentamos, porém, tanta desunião entre nós. Participamos de um mesmo Batismo e não nos comportamos como irmãos. A História registra tantos desentendimentos e tantas brigas por questões religiosas! Com esperança, sentimos neste final de rnilênio, os ventos soprando no sentido do diálogo e da compreensão, aproximando várias Igrejas Cristãs. Não é ainda a desejada unidade, aquela paz que vai render tantos frutos para o mundo. Infelizmente, não. Mas os sinais positivos são muitos, e é preciso comemorar, na maior alegria. São sete Igrejas, de nomes e rostos diferentes, umas maiores que outras, todas cristãs. Integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, o CONIC, e fazem juntas a Campanha da Fraternidade do Ano 2000 (CF 2000 Ecumênica). Aliás, sonham juntas e juntas trabalham por "Um Novo Milênio sem Exclusão", um tempo novo, de "Dignidade Humana e Paz". Décadas atrás, quem imaginava um trabalho desses? Vamos erguer um brinde e nos alegrarmos com esta boa noticia. Uma atitude ousada, que merece aplausos. As Igrejas se unem, e os famintos, os pobres, os excluídos agradecem. E é nesse clima de festa e alegria que desejamos aos irmãos equipistas de

todo Brasil, uma boa participação na Campanha da Fraternidade 2000. Falando em participação, como vão os preparativos para a peregrinaçao ao Santuário Nacional de Aparecida para a celebração do Jubileu das ENS no Brasil? Vamos nos preparar e aderir com muito entusiasmo, com muito amor, para agradecer, junto a Maria, as graças recebidas nesta caminhada. Também aproveitemos este momento de reflexão, para olharmos o nosso querido Brasil, nesses seus 500 anos de evangelização. Meditemos sobre os acertos e erros, pedindo a Maria que continue nos abençoando e que através da nossa união, possamos diminuir as grandes diferenças que prejudicam o nosso povo. Ainda nesta edição, começamos a publicar os depoimentos tomados durante o Encontro Nacional dos casais que participaram da direção do Movimento, desde o seu início. Como é bom para nós equipistas relembrar a nossa história! A vida do Movimento é dinâmica. Relembrando a história e vivendo o presente, temos artigos relatando o desenrolar dos EACREs, momentos fortes de formação e unidade. Que pena que não possamos publicar todos os artigos que recebemos! Quaresma - tempo de conversão, mudança de vida. Páscoa - alegria da ressurreição do Senhor. Vivamos com intensidade este tempo forte da Igreja! Com carinho,

Equipe da Carta Mensal


Conselheiro Espiritual da SR Caros Casais e Conselheiros Espirituais. de perto, mas sempre de muito lugares e de muitas situações. Irmãs e irmãos na mesma fé e nos mesmos ideais, que já experimentamos que só nos podemos encontrar quando saímos de nós mesmos e nos dirigimos para o Senhor que escolhe e chama. Encontrando-o encontramonos; e encontrando-nos aprofundamos nosso encontro com ele. Peregrinar até Aparecida é de certo modo mais uma vez voltar à casa da Mãe, onde tudo pode ser quase como antes, onde tudo pode recomeçar, onde podemos encontrar novo alento para uma caminhada mais alegre. Procurar o Senhor, deixar o rotineiro, voltar à casa da Mãe, encontrar-nos irmãos e irmãs vindos de toda a parte, unidos todos pela mesma fé e pelos mesmos ideais, impossível não fazer disso a grande festa alegre dos 50 anos das ENS no Brasil. Festa para louvar o Senhor pelas maravilhas que fez, agradecer as pessoas que usou para nos abençoar, pedir que sejamos dignos desses homens e dessas mulheres que souberam apontar rumos e abrir caminhos, que saibamos passar adiante a chama da vida equipista. Deus nos ajude.

Dia 13 de maio temos encontro marcado no Santuário Nacional de N. Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida, SP. Será a peregrinação nacional das ENS doBrasil. Uma peregrinação a um santuário ainda tem sentido hoje? Bem, podemos dizer que sim, porque tem o sentido que lhe dermos. Quem sabe, não ficaria mal se déssemos um sentido mais ou menos assim à nossa caminhada: Primeiramente façamos de nossa ida a Aparecida uma procura. Procura de Deus, do Deus Uno e Trino que nos convida à partilha de sua própria vida. Ainda que o tenhamos sempre conosco, sempre podemos crescer em sua intimidade na medida em que mais o procuramos. Tendo consciência de nossa carência fundamental, assumindo-a, e procurando em Deus a resposta para nossos anseios. Peregrinar, percorrer terras até um lugar distante é desinstalar-nos. Abandonar o conhecido, o cômodo, o rotineiro. É mostrar que de fato para nós há coisas mais importantes que nossos afazeres, que por um pouco pelo menos podemos desviar nossa atenção para valores que não sejam simplesmente os utilitários. É partir em busca de um lugar onde temos um encontro marcado, é buscar um ponto de encontro para irmãos e irmãs que vêm de longe ou

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr 2


Momentos Fortes Olá, gente amiga,

lar do nosso cinqüentenário. Por falar em Jubileu de Ouro, segue nosso incentivo à participação na Peregrinação Nacional ao Santuário de Aparecida. Nas palavras do Conselheiro Espiritual da Super-Região, expressas nas páginas desta Carta, encontraremos as razões para estarmos mais uma vez reunidos, irmanados em torno dos mesmos ideais e juntos celebrar a grande ação de graças por todas as maravilhas que Deus operou na nossa vida e, sobretudo, pelos dons que cada casal pode e deve pôr, como testemunho missionário, à disposição do mundo e da Igreja. Que não nos falte o desejo de ir, .........~-1 nem o impulso interior para nos desinstalar! Que os incômodos do caminho não sejam capazes de nos prender! Peregrinar é ser livre. Livre no tempo e no espaço, livre para amar e acolher, livre para agradecer, para se encontrar e celebrar. Que se multiplique em Aparecida a chama do calor que se acendeu nos EACREs 2000 e que lá possamos, com Maria, louvar e agradecer ao Pai. Por isso, ao menos em espírito, esperaremos por vocês em Aparecida, no treze de maio do nosso Jubileu de Ouro. Com nosso carinho e os desejos de uma Santa Páscoa,

Queremos enviar nosso agradecimento aos queridos CR Provinciais, CR Regionais, a todos os CR de Setores e Sacerdotes Conselheiros Espirituais que, com suas equipes de trabalho, fizeram acontecer os EACRES pelo Brasil afora. Neste agradecimento incluímos a todos vocês, CR de Equipe que, neste ano, se dispuseram a ser os animadores de suas equipes, pois é aí que se realiza integralmente o Movimento. Quando se participa de um EACRE, talvez não se tenha a dimensão da sua importância para o Movimento. Mas quando paramos para nos dar conta que foram dois meses inteiros dedicados a esses 38 EACRES, quando concluímos que foram cerca de 1900 CRE e centenas de Casais Ligação e Conselheiros que puderam passar dois dias tecendo a vida do Movimento, percebemos sua grandiosidade e o sentido da unidade que nos congrega. É gratificante perceber a acolhida de todos à nova estrutura das Províncias, que veio encurtar as distâncias, aconchegar-nos uns aos outros; sentir o entusiasmo que invadiu cada coração equipista e que enche de esperança a nossa caminhada no seguimento a Jesus. É gratificante, enfim, perceber que todos somos os responsáveis pela página da história que cada equipe pretende escrever neste ano jubi-

Silvia e Chico CR da Sup er R egião Brasil. 3


SOO Anos de Evangeliza~ão 50 Anos de ENS

O

ano 2000, além do grand significado jubilar, tem outro dois específicos significado para o Movimento das Equipes dt Nossa Senhora, aqui no Brasil: m 500 anos de evangelização do povo brasileiro e os 50 anos de presença das ENS. São duas datas distintas e diferentes, tanto sob o ponto de vista histórico, quanto sob o ponto de vista pastoral, mas que têm algo em comum a ser aprofundado e projetado para o futuro. A esquadra de Pedro Alvares Cabral desembarcou em 1500 na região de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, no litoral.da Bahia, trazendo os primeiros franciscanos que ergueram a primeira cruz. A partir daí, uma parte significativa da história e da cultura do país sempre esteve intimamente ligada à caminhada da própria Igreja, sofrendo forte influência da fé católica. O símbolo oficial escolhido para marcar os cinco séculos da presença da Igreja Católica no país tem como lema "Igreja 2000, 500 anos evangelizando o Brasil". Ao fundo, há um mapa do Brasil sobre o qual estão colocadas, na região do descobrimento, uma cruz e ao pé dela, aparecem folhas estilizadas de paubrasil, a árvore que acabou dando ao menos segundo a explicação mais popular- o nome ao país. Na base, dois ramos de trigo lembram o pão, alimento corporal, e o próprio corpo

de Cristo, alimento espiritual que sustenta a Igreja. Por fim, envolvendo a gravura, encontram-se as asas de uma pomba, símbolo do Espírito Santo que anima a permanente caminhada evangelizadora. Além de todas as comemorações cívicas oficiais, programadas para lembrar os 500 anos de descobrimento do Brasil, a Igreja Católica tem uma programação própria para celebrar a data que marca o início da evangelização do país. 1O Evangelho, de fato, é um bem maior. E com a evangelização veio o acréscimo do Evangelho explícito. Essa explicação da Boa-nova de um Deus que é Amor e que se faz, na carne e na história, Deus-conosco, podemos e devemos celebrá-la; mas sem triun4


É uma ocasião para atualizar o processo de evangelização que a mesma Igreja desenvolveu ao longo destes 500 anos: atualizar o conteúdo e o modo, para projetar uma nova evangelização "com novos métodos e com novo ardor", usando as palavras de João Paulo II. Os 500 anos de evangelização implica, para nós cristãos brasileiros, entrarmos no movimento ecumênico e no diálogo inter-religioso tão necessário; na valorização da mulher, muitas vezes marginalizadas; na solidariedade para com os mais fracos e, ainda, no testemunho da verdade. Os 50 anos de presença das ENS no Brasil é outra data deste ano, muito significativa para nós. Quase doze mil equipistas estão se beneficiando do carisma (espiritualidade conjugal), deste Movimento sempre atual e atuante. Quantos benefícios para tantas fanu1ias e tantas comunidades eclesiais em que estes casais estão engajados. Quantos valores conjugais e familiares estão sendo evidenciados no mundo e na Igreja. É a nova evangelização que já está acontecendo, através das Equipes de Nossa Senhora. Com muita emoção lemos a correspondência entre o Pe. Caffarel e o casal Pedro e Nancy Moncau, que resultou, em 13 de maio de 1950, na fundação da primeira equipe aqui no Brasil. O Pe. Caffarel assim escreveu ao casal Moncau: "Prometo-lhes rezar e pedir orações para que o Senhor os ajude na sua tarefa de responsáveis. Ela é importante: não é só de uma equipe

falismo alienante. "Livre de caravelas", como alguém já disse; isto é, sem sentimentos de dominação, de colonização, de aculturação integracionista. Em 26 de abril de 1500 Frei Henrique de Coimbra rezou a primeira missa em terras brasileiras. A 26 de abril deste ano de 2000, no mesmo lugar, será rezada a missa presidida pelo legado papal e pelos bispos do Brasil. A missa deste ano terá um significado diferente daquela primeira missa . Terá um sincero ato penitencial e terá um ofertório fraterno de tudo o que é e tem esta plural Terra de Santa Cruz e culmina numa comunhão pluriétnica e pluricultural, lembrando as lutas e os sonhos, do passado, presente e futuro dos povos do nosso país. Para a Igreja Católica os 500 anos de evangelização serão um importante momento de reflexão sobre sua atuação no país. As relações com as comunidades indígenas e com os afrodescendentes farão parte dessa análise reflexiva, como anunciou a CNBB. Os índios, de fato, primeiros habitantes de nossa "pátria amada, mãe gentil", aqw já estavam desfrutando de todas as nossas belezas naturais. Já eram os donos da terra quando nossos irmãos de "além-mar" aqui apartaram por acaso do destino, já que procuravam o caminho das Índias. Os afro-descendentes são reconhecidos por 500 anos de muita luta e resistência pela autodeterminação, que aqui se afirmam como uma cultura marcada pela pluralidade étnica e a diversidade religiosa. 5


que vocês se tornaram responsáveis, mas do desenvolvimento, em seu país, da fórmula das Equipes de Nossa Senhora". As ENS se multiplicaram nestes 50 anos. A semente plantada em 1950 brotou, cresceu, frutificou em benefício de tantos casais, de tantas famílias e de tantas comunidades. Também, para os equipistas de todo Brasil, este ano é uma ocasião de reflexão, para firmar ainda mais o compromisso com a espiritualidade conjugal e a eclesialidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, para a evangelização da família brasileira. É a família que agora deve evangelizar as fanu1ias. Precisamos, nós equipistas também, nos penitenciar pois nem sempre fomos autênticos equipistas nestes 50 anos; nem sempre assumimos com autenticidade os Pontos Concretos de Esforço; nem sempre assumimos as três atitudes; nem sempre assumimos as prioridades do Movimento das Equipes de Nossa Senhora: vida em equipe, formação, comunicação, presença no mundo, pastoral familiar, experiência comunitária. Os 500 anos de evangelização no Brasil e os 50 anos de presença das

ENS são duas celebrações que se relacionam intimamente. Não existiriam as ENS no Brasil sem a evangelização iniciada em 1500. A família cristã é fruto de evangelização. No novo milênio é a fanu1ia cristã que deve contribuir para a nova evangelização. Aqui está o grande e nobre desafio feito às ENS no Brasil para o novo milênio.

Graça e Encarnação Casal Responsável Província Norte 6


E o verbo se fez carne e habitou entre nós .lo 1, 14 á dois mil anos, a Igreja, estabelecida por Cristo, tem ido peregrina, caminhando para Deus. É impossível dizer quantos cristãos percorreram, antes de nós, o caminho da fé, mas cada um de nós pode se recordar de alguns que foram, para nós, exemplos maravilhosos de fé viva. Através deles, a presença e o amor de Deus foram revelados. Também nós, devemos ajudar outras pessoas a encontrar a Deus ... mas como desempenhar essa missão? Este ano jubilar, às portas do terceiro rnilênio, é uma oportunidade para que reflitamos sobre os sinais de nosso tempo. Num mundo que parece se afastar de Deus, cada vez mais, e no qual os valores fundamentais do matrimónio e da família vão se desgastando, um espírito de missão se torna imperativo. Nossa civilização, mais do que nunca, possui riquezas, conhecimentos e a possibilidade de realizar muitas coisas que eram antigamente consideradas irrealizáveis, mas falta-lhe vitalidade espiritual. Quando nos deixamos envolver pela corrida do dia a dia, dentro de um mundo que não partilha a nossa fé, é muito fácil perder Deus de vista. É essencial manter um equilibrio entre fé e vida. Os membros das Equipes de Nossa Senhora conhecem essa importância e se esforçam para manter esse equilibrio pela prática dos Pontos Concretos de Esforço e, prin-

H

cipalmente, pela reunião mensal. A reunião é um tempo consagrado especialmente a Deus. A atmosfera dessa pequena comunidade é uma experiência pouco vivida em outros ambientes. Nós nos reunimos em nome de Cristo e, através da profundidade de nossa amizade e de nossa partilha, através da oração em comum e da ajuda fraterna, nossa reunião se torna um encontro com Deus. O roteiro da reunião é seguido pelos equipistas do mundo inteiro. Pondo de lado, por algum tempo, a realidade da nossa família, vamos ao encontro de Deus num lugar em que seremos animados espiritualmente, em que descobriremos o essencial para nossa vida e onde iremos buscar uma nova direção para nossa caminhada individual e de casal. 7


O Encontro Internacional de Santiago será uma reunião de equipe em escala muito maior. Nele, encontraremos todos os elementos do encontro mensal com nossos amigos. É um acontecimento importante na vida do Movimento e é por isso que as equipes do mundo inteiro são convidadas a dele participar. Infelizmente, não poderemos ir, todos, a Santiago, mas somos, todos, encorajados a caminhar para ele, através dos métodos do Movimento. Enquanto estamos nos preparando para o nosso Encontro nesse lugar que tem um sentido especial para a nossa fé cristã, estaremos juntos no caminho do peregrino. Como a nossa reunião de equipe, o Encontro será fonte de graça e sinal visível de unidade e de comunhão. Será um encontro autêntico de coração e de espírito da grande família das Equipes e um testemunho importante e positivo do sacramento do matrimônio. O tema do Encontro, "OCASAL, IMAGEM DO DEUS TRINITÁRIO", nos lembra que o Cristo está presente no casamento e que a união conjugal é um reflexo do grande amor que une as três pessoas da Santíssima Trindade. No desenrolar dessa celebração do nosso sacramento e de nossa vocação, será impossível não se sentir tocado por Deus, cujo Espírito nos dá uma nova esperança, uma coragem maior, uma fé revigorada e uma visão nova. Esses dias de meditação e de troca de experiência são necessários, se quisermos progredir na nossa vida humana e espiritual e para que o Movimento possa evoluir de acordo

com as exigências de nosso tempo. As circunstâncias nas quais vivemos nossa fé, hoje, suscitam novas questões e novos desafios. Precisam de respostas novas e de soluções novas. É vazia a fé que dá somente velhas respostas às questões que não são mais colocadas. _ Deus nos confiou o dom da fé e as Equipes de Nossa Senhora; Ele tem confiança de que, através disso, vamos ajudar a construir o seu Reino. Ele nos incita a responder às necessidades dos casais que querem que Deus seja o centro de seu amor conjugal e que querem viver uma fé suficientemente forte para fazer face aos desafios de nosso tempo. Ele nos incita a encontrar uma maneira de oferecer os métodos do nosso Movimento àqueles que não podem pertencer integralmente às ENS. Ele nos incita a viver nossa fé de tal modo que ela possa influenciar a sociedade e o mundo em que vivemos. Viver implica correr riscos. Ter fé implica correr riscos. E diante da combinação desses dois riscos, é em Deus que devemos ter confiança. "Convictos como estamos de que, também no estado de matrimônio, não faltam frutos de santidade, sentimos necessidade de encontrar os caminhos mais oportunos para os verificar e propor a toda a Igreja como modelo e estímulo dos outros esposos cristãos". (Carta Apostólica do Papa João Paulo II, TERT/0 M/LLENN/0 ADVENIENTE)

Maureen e Tom Hoban

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Cariado Conselheiro Espiritual Os desafios do caminho: entusiasmo ~

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isso mesmo ... Entusiasmo! Sem dúvida, trata-se de um âesafio todo especial. Um desafio singular, mas necessário, que traz consigo uma mudança profunda nas atitudes pessoais. Muitas vezes, essa mudança se toma difícil, pois somos muito presos às realidades cotidianas, quando não temos muita vontade de nos deixar arrebatar por essa "emoção viva", de que falam os psicólogos, e buscam as definições dos dicionários. Não gostamos muito das emoções, depois de uma certa idade ... Mas, atenção! Não se trata de mergulhar cegamente numa utopia, nem de querer nos colocar diante do impossível. Trata-se de nos desafiar a nós mesmos, de suplantar a inércia e a rotina e de saber olhar para a frente, para avançar em busca de novos horizontes. Deixar-se arrastar por um dinamismo vital, criativo, consciente mas corajoso; viver com a tensão daquele que deseja ardentemente chegar ao cume, pois se sente capaz de chegar lá, apesar dos entraves, dos desvios, das fraquezas ... Nós sabemos bem que, na dinâmica do amor das pessoas, o momento de entusiasmo - emoção viva! - é importante. E se se pode começar por pequenas atenções, palavras doces, muitas vezes, o que foi sendo tecido numa série de momentos imprecisos, superficiais, sen-

síveis- a paixão repentina ... -pode se transformar numa bela história de amor. O entusiasmo inicial deve permanecer por muito tempo. Essa "inspiração divina" de que falam os mais velhos, e que está na origem semântica da palavra grega, comunica a força de se dar inteiramente ao outro, para aceitar sem reticências, para querer caminhar na vida, juntos e corajosamente. O Encontro de Santiago 2000 deve ser, para as EQUIPES DE NOSSA SENHORA, e para cada um dos equipistas do mundo, um tempo forte para renovar o entusiasmo inicial de nossa vida de casal e de Movimento. Não podemos perder a oportunidade de avançar, de olhar para a frente em direção ao horizonte 9


do novo século que começa. Nós não podemos aceitar que as dificuldades surgidas da falta de reflexão em profundidade sobre a importância desse Encontro possam nos criar entraves e nos impedir de participar. Todos sabem que há mil motivos, de toda espécie- dinheiro, distâncias, falta de conforto, datas que fazem com que se olhe o Encontro com uma certa reticência. O ritmo da vida cotidiana, seguramente, nos faz ficar freqüentemente de sobreaviso e nos leva a priorizar coisas que tomam mais vacilante nossa marcha para frente. Nós encontramos isso também no caminho de amor do casal, mas há sempre um impulso superior que nos ajuda a enfrentar essas dificuldades. Amar não é fácil, e avançar para um amor maduro e adulto pode ser uma aventura arriscada. Mas aqueles que amam e que se amam, são sempre capazes de suplantar tudo pela força do seu primeiro entusiasmo. É preciso se preparar para o Encontro de Santiago 2000 com o entusiasmo que sentimos e que continuamos a sentir como membros das ENS. Não se trata de uma iniciativa dos responsáveis atuais, mas de uma decisão tomada conscientemente, pensando no bem do Movimento, que, além do mais, é garantida pela experiência. A longa história dos encontros, e a recordação viva dos momentos de prece e de partilha vividos com nossos irmãos e irmãs do mundo inteiro, nos convidam a responder: "Presentes!" e a aceitar de bom grado as possíveis

dificuldades, ainda que possam ser reais e compreensíveis. Como no amor do casal- permitam-me insistir na comparação - , somos conscientes dos elementos que podem empanar nossa caminhada. Mas, também como na vida de duas pessoas que se disseram, um dia, que se amavam, é preciso recordar a realidade alegre do primeiro amor, para continuar a avançar, e avançar juntos. A lembrança dos primeiros momentos de entusiasmo do encontro mútuo, cheios de sonhos e promessas, são pontos de referência para recomeçar sempre. É preciso pensar em Santiago 2000 com aquele primeiro entusiasmo; todos nós temos necessidade de nos encontrarmos para reviver nossa espiritualidade conjugal, seguindo a pedagogia das ENS, desejada por nós no nosso engajamento no Movimento. É preciso afastar de cada casal, e de todas as nossas equipes, a sombra do desgosto que nos faça olhá-lo como uma resposta que devemos dar contra a vontade. E é preciso ter criatividade, espiritual e material, para que a ajuda mútua nos facilite a estar presentes em Santiago. Pode ser que, em Santiago 2000, nós não vejamos milagres, mas nossos casais podem experimentar lá essa metanóia, essa conversão que nos faz mais próximos de Jesus. Na comunidade de nossas equipes, podemos viver o sentido trinitário do nosso casal, à imagem de Deus criador, redentor e transformador de um mundo sequioso de Absoluto.

Cristobal Sàrrias, sJ. 10


Notícias Internacionais Falecimento do Doutor Herbert Faulkner Fundador das equipes da Áustria Eis alguns extratos da carta que o Pe. Pierre Joly (que o conheceu bem) nos enviou por ocasião de sua morte, no dia 2 de novembro del999:

"Foi em 1957 que aconteceu em Viena, na casa de Reis e Herbert, a primeira reunião de informação sobre as Equipes de Nossa Senhora ... Em 1959, nasciam as primeiras equipes e o setor de Viena foi confiado a Faulkner. .. Vivemos juntos inúmeras sessões das ENS na Áustria, Alemanha, Suíça Alemã e França... Cada criança de sua famz1ia tocava um instrumento musical e as primeiras incursões na Iugoslávia foram feitas em campings, onde a família Faulkner era um sucesso com suas sete flautas no meio das tendas! ... A região de língua alemã e da equipe dirigente Internacional se beneficiaram com o trabalho deles tanto como conselheiros, quanto como animadores, cheios de zelo e perseverança... "

O espírito de servl~o A Equipe Responsável Internacional (ERI), encarregada da animação do Movimento, se renova ao longo do tempo. Como todos os serviços nas ENS, o de membro da ERI tem uma duração limitada, 6 anos. Acolhemos em Roma, por ocasião do Colégio Internacional, Constanza e Alberto ALVARADO- casal colombiano- anteriormente a serviço da Super Região Hispano-América. Eles substituem Lise e Gerald TREMBLAY, do Canadá, que durante vários anos levaram para a Equipe Internacional a sensibilidade do Grande Norte, cheia de cultura de Quebec. Hoje, a ERI é composta pelos seguintes casais: Cidinha e lgar FEHR Padre Cristobal SÀRRIAS Constanza e Alberto ALVARADO Teresa e Duarte da CUNHA Maureen e Tom HOBAN Marie e Gabriel PETERS Marie-Christine e Gérard de ROBERTY ._____ 11

Responsáveis Conselheiro Espiritual

secretários

I


1976, Novamente Roma As ENS, escola de espiritualidade

para os casais a as Equipes de Nossa Sehora, que querem dar ao vangelho todo o lugar que merece na vida do lar, foi normal que, mais uma vez, equipistas de todo o mundo se dirigissem a Roma e sentissem, através do ritmo estabelecido para a Peregrinação, o quanto são inseparáveis a Igreja e o Evangelho. Assim, perto de 3000 pessoas procedentes dos mais diversos países encontraram-se na Cidade Eterna entre 19 e 24 de setembro de 1976. No Brasil, à medida em que se aproximava a data da Peregrinação, intensificavam-se as atividades da Comissão 1 especialmente constituída para coordenar as providências relativas à ida dos equipistas brasileiros. O Movimento, em nosso país, encontrava-se totalmente identificado com o grande encontro e mesmo entusiasmado com a sua proximidade, a despeito das medidas restritivas há pouco impostas pelo governo brasileiro quanto a viagens ao exterior. 2 Face à pouca disponibilidade de recursos financeiros do Movimento, aliada a tais medidas res-

tritivas, foi inviabilizada a intenção inicial da ECIR de que a representação brasileira, cujos componentes teriam sua viagem custeada pelo Movimento, fosse constituída de dois casais de cada uma das Regiões de que se compunham as ENS no Brasil na época, e o número de delegados foi reduzido a um casal por Região. Mesmo assim, foi necessário um esforço conjunto de todos, desde os dirigentes até os equipistas de base, não somente de orações mas também de "ações entre amigos" e outras formas de contribuição para que as ENS do Brasil pudessem marcar indelevelmente sua presença na Peregrinação. Isto acabou por acontecer, graças também à solidariedade das equipes européias que tendo menores encargos de viagem prontificaram-se a auxiliar financeiramente as equipes de países mais distantes, como o Brasil. Somando-se os equipistas que viajaram às suas próprias custas, um total de 46 brasileiros entre casais, conselheiros espirituais e alguns jovens, filhos de equipistas, participaram da Peregrinação.

l Edy e Adherbal Schaeffer foram o Casal Responsável da Comissão Coordenadora. 2 As medidas incluíam limitação na quantidade de moeda estrangeira que podia ser adquirida e exigência de um depósito (caução) em dinheiro, a ser efetuado por cada viajante que se dirigisse ao exterior. 3 A íntegra do pronunciamento do Papa Paulo VI acha-se publicada, em português, na Cana Mensal de dezembro de 1976, às páginas 3 a 7.

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Domingo, 19/09

cebispo de Bruxelas. À noite, após o jantar, 2a reunião de equipe, com tema de meditação (Mt 16, 13-16) e perguntas para partilha, seguido de intenções e encerramento.

Após se acomodarem em seus alojamentos, os peregrinos participaram de uma Reunião de Equipe nos próprios locais de hospedagem. A reunião constitui -se de meditação (J o 17, 21-26), apresentação dos casais eco-participação sobre o que cada um esperava desse encontro, encerrando-se com as intenções.

3•. Feira, 21/09: Amar-se No período da manhã, visita ao Museu do Vaticano e à Basílica de São Pedro. Foi maravilhoso ver que os homens não constróem só armas, mas que alguns colocam seus talentos em louvor a Deus. Às 16:30 todos se reúnem em Santa Maria Maior para ouvir o Pe. Villaume que fala sobre "O Evangelho, uma boa nova para os casais [... ] Amar mais e amar melhor é o que se pede e que se aprende, e é no centro do nosso amor conjugal que se verifica e desenvolve o amor a Deus e ao próximo. Que nosso amor não se destine a causar inveja aos frustrados de afeto, mas seja contagioso e suscite o desejo de amar e de viver uma verdadeira felicidade" [... ]. Na seqüência da programação, Missa celebrada pelo Bispo Auxiliar de Lisboa e, à noite, nas casas, após o jantar, a terceira e última reunião de equipe. Durante toda a noite e até o amanhecer do dia seguinte, vigília de oração com revezamento dos casais e participação de todos, sem exceção.

2•. Feira, 20/09: Reconciliar-se 1O h: O primeiro tema proposto levou todos a pensar no homem dividido, num mundo dividido, cheio de muros, separações, ódio e guerra, quando Jesus veio para trazer a paz, para derrubar o muro da separação levantado entre o homem e Deus. Precisamos trabalhar na obra da unidade. Nenhum lugar mais propício que as Catacumbas, que encerram os restos dos primeiros mártires e exalam a generosidade de quem morreu por amor, para refletir sobre o antagonismo que temos dentro de nós mesmos, na nossa farm1ia, entre classes diferentes, entre raças, entre povos. Por entre os túmulos dos santos cristãos, todos se compenetravam de sua fraqueza, de sua falha escala de valores e, ao mesmo tempo da generosidade de Cristo que nos perdoa e espera alguma coisa de nós. 12- 16 h: Refeição e tempo para reflexão individual e em casal, enquanto os sacerdotes atendiam às confissões. 16:30 h: Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Suenens, Ar-

4 •. Feira, 22/09: Comprometer-se Um dia bastante aguardado por todos: o Santo Padre o Papa Paulo 13


5a. Feira, 23/09:

VI recebe em audiência especial, as Equipes de Nossa Senhora. Logo cedo, todos se dirigiram à Basílica de São Pedro, onde o dia se iniciou com a Santa Missa celebrada por D. L ucas Moreira Neves, na época vice-presidente do Conselho dos Leigos no Vaticano. Durante a celebração, foi feita a renovação das promessas do casamento. Pontualmente, na hora prevista, 11:30, o Santo Padre ingressou na Basílica, conduzido por quatro de seus guardas. Foi ovacionado por todos os presentes, emocionados em ver de perto aquela figura que transmitia, em sua fisionomia, paz e amor. "Era o próprio Cristo no meio de nós". Sua Santidade dirige ;t palavra aos peregrinos 3 , salientando o papel do nosso Movimento como

Rego.zliar-se A alegria é feita para ser dada como nós mesmos a recebemos: gratuitamente, sem reserva alguma, e sabemos por experiência própria que a alegria do lar nunca é tão viva como quando a partilhamos com alguém. São Francisco encontrou a verdadeira alegria no desprendimento das coisas materiais e na natureza. Por esse motivo, o encontro dos peregrinos, nesse dia, foi na cidade de Assis. Às 10 horas, todos, concentrados em Santa Maria dos Anjos, ouviram a conferência do Pe. CaffareP: "Francisco quem és tu, o que tens para nos dizer?" Rever aquela minúscula figura, que tanto fez pelos casais do mundo todo, foi uma alegria para todos os brasileiros que, alguns anos antes, tinham tido a oportunidade de estar com ele no Brasil. A colocação que ele fez da vida de São Francisco levou todos a concluir que a verdadeira alegria não se encontra no conforto, nos bens materiais, mas na pobreza de espírito que nos leva a partilhar, com os menos favorecidos, os bens morais, intelectuais e materiais.

"escola de espiritualidade para os casais". Logo após o discurso, os presentes, de modo especial os brasileiros, viveram momento de grande emoção quando Dirce e Rubens, 4 juntamente com outros três casais, foram apresentados ao Pontífice. Ao ser informado que eram do Brasil, Paulo VI abriu os braços de forma acolhedora e exclamou: Ah! oBrasil, essa grande nação". Terminada a cerimônia e após uma tarde livre, os participantes dirigiram-se para Frascati, onde, em clima de alegria e congraçamento, foi realizado um "serão festivo", com apresentação de números típicos de cada país.

6a. Feira, 24/09: Testemunhar Após uma manhã livre, os peregrinos dirigem-se à Basílica de São Paulo fora dos muros, para ouvir as

4 Dirce e Rubens de Moraes, então CR da ECIR. 5 Pe. Caffarel, desde 1973, havia deixado a missão de Conselheiro Internacional do Movimento, retirando-se para uma vida de oração, mas foi com grande alegria que se reencontrou com as Equipes.

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exposições do Pe. Tandonnet6 e da Equipe Responsável Internacional. [... ] "Deveis ser testemunhas [... ] Esta é a nossa tarefa, que o Senhor nos confia em todos os tempos. O casal cristão não está vocacionado para produzir apenas frutos carnais, mas tem que estar aberto ao mundo para divulgar o amor fecundo e a fé. Está nos Estatutos: 'Fazem do Evangelho o fundamento de sua vida. Pretendem ser missionários' [... ] Só nós, casais cristãos, podemos responder ao desafio do ateísmo e lutar pela valorização da fanu1ia. Nem todos podem fazer tudo, mas podemos estar atentos para fazer mais e melhor o que Cristo nos pede". E com a Celebração Eucarística, liturgia realizada em português, encerrou-se o grande Encontro de peregrinos em Roma. Um grupo menor de casais e sacerdotes, dentre os quais alguns brasileiros, permaneceu em

Roma para participar de uma Sessão Internacional de Formação. Concluímos, transcrevendo algumas das palavras de Dirce e Rubens contidas no seu depoimento publicado na Carta Mensal de dezembro de 1976: "SaímosdeRomaabsolutamente convencidos de que o nosso Movimento, "escola de espiritualidade para os casais", como nos disse Paulo VI, deve crescer em profundidade, buscando os seus membros, na escuta da Palavra, na oração a Deus, no dever de sentar-se, na regra de vida, os meios para crescer na fé. [... ]Cada um de nós deve recolher-se e, no mais íntimo de seu ser, repetir a indagação de São Paulo: 'Senhor, que quereis que eu faça?"' 7

Maria Thereza e Carlos Heitor Seabra Equipe 4E - N. S. Luz dos Povos São Paulo - Capital

6 Pe. Roger Tandonnet, sj, na época Conselheiro Espiritual da ERI, sucedendo ao Pe. Caffarel. 7 Fonte de consulta: Cartas Mensais de março a dezembro de 1976.

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Cravos Vermelhos em ltaici Parte I

es começaram a chegar lá pe as 8 horas da manhã de sáado, simpáticos, sorridentes, e foram recebidos com grandes m Ntll abraços saudosos. Convidados especiais do ENCONTRO NACIONAL, os casais que haviam trabalhado na ECIR, nos ~<F'l!;L''' 1 anos anteriores, devidamente "condecorados" com um lindo cravo vermelho, levaram, com sua presença, mais simpatia e maior significado ao grande encontro. Muitos de nós queríamos aproveitar o momento para lembrar das coisas boas que passamos juntos, .--~ comparar nosso período de ECIR com o momento atual do Movimento e sonhar com o seu futuro , que os equipistas jovens estão construindo, com entusiasmo e amor.

Mas, a Carta Mensal, particularmente curiosa, não podia deixar passar essa oportunidade. E fez, a cada um dos responsáveis, uma pergunta:

E

"Além das suas funções normais, o Casal Responsável da ECIR tem, no seu período, uma preocupação diferente, de acordo com a realidade do momento, que marca e define o seu trabalho. Gostaríamos de saber qual foi o procedimento que marcou, de maneira especial, o período em que vocês estiveram à frente da ECIR." Recebemos preciosos depoimentos. Através deles, podemos seguir a caminhada do Movimento, e as "delicadezas de Deus", que foi guiando, com sua mão paterna, a coragem e a dedicação de toda essa gente boa. O primeiro foi de Dona Nancy Moncau, que esteve quinze anos, com seu marido, o Dr. Pedro Moncau, à testa do Movimento, dois deles como responsável da ECIR, cuja primeira reunião realizou-se no dia

23/0111963: "Foi um tempo de lutas, vitórias e muitas graças, em que trabalhamos pela consolidação do Movimento. Nunca deixamos de agradecer a Deus por ter colocado em nosso caminho, o que durante quinze anos de casamento procuramos sem encontrar: um Movimento de Espiritualidade Conjugal que nos uniu mais ainda no amor de Deus e nos ajudou a levar

Dona Nancy Moncau 16


uma vida a dois inteiramente calcada no Evangelho." O segundo depoimento foi o de Esther e Luiz Marcello M. Azevedo, que foram casal responsável da ECIR de 1969 a 1976. Eles nos contaram que antes de assumir a responsabilidade, aproveitando as férias de julho, viajaram mais de 3000 quilómetros visitando as equipes. Chegaram à conclusão de que faltavam quadros que conhecessem o Movimento. Deixemos que eles mesmos nos falem: "A prioridade foi então a da formação, em todos os níveis, a começar pela ECIR: fizemos um plano deformação geral e equipística para ser seguido em todas as reuniões. No que respeitava aos Regionais, o plano previa um fim de semana completo a cada 3 meses. Estes, por sua vez, deviam passar a formação para os seus setores. E, para preparar os quadros, depois de 3 ou 4 experiências, padronizamos um tipo de Sessão de Formação que obedecia a um detalhado plano que, na verdade, era um concentrado plano de pilotagem. Ao mesmo tempo, treinamos equipes de serviço para animar essa Sessão. Para preparar os palestrantes, fizemos, em Jundiaí, o que ficou conhecido como 'Curso de Profetas'. Durante 3 meses, nos reuníamos todas as quartas-feiras, à noite não só para aprofundar os temas, mas também para treinar a oratória do pessoal. Foi assim que logramos fazer 30 Sessões de Formação por todo Bra-

Esther e luiz Marcello M. Azevedo sil. Surgiram, dessa maneira, novos quadros, entusiasmados e conhecedores da autenticidade do Movimento e de seu carisma fundacional. E, paralelamente, incentivamos Mutirões nas várias cidades, para todos os equipistas, visando esclarecer a doutrina do Movimento e levar as pessoas a se entusiasmarem pelas ENS. O Movimento estava, assim, em condições de conseguir uma sólida expansão, sem cair na tentação do número. " O terceiro depoimento foi o de Dirce e Rubens, que estiveram à frente da Ecir de 1976 a 1983. Continuaram o trabalho de formação para fazer frente à expansão que o Movimento vinha apresentando. Quando terminaram o seu período, o Movimento era constituído 17


por 1000 equipes. É gostoso ouvir o que eles dizem: "Procuramos também fazer com que fosse bem assimilada nossa condição de Movimento leigo e internacional. Fizemos grande esforço para que muitos Conselheiros Espirituais e casais participassem dos eventos internacionais. Quinhentos brasileiros estiveram presentes ao Encontro Internacional de Roma, em 1982. Em sentido contrário, promovemos a visita dos responsáveis pela Equipe Responsável Internacional (ERI) e Conselheiro Espiritual, respectivamente, Louis e Marie D 'Amonville e Pe. Tandonnet, os quais percorreram o nosso país, de norte a sul, visitando os locais onde existiam equipes. O somatório dessas duas políticas - formação e participação internacional -facilitou a adaptação, entre nós, do que se chamou 'A Nova Pedagogia ', 18 cadernos utilizados pelas equipes em formação, trabalho esse que contou com preciosas contribuições de sacerdotes e casais, aqui entre nós. No plano interno, buscamos uma maior vivência da nossa condição de inseridos na Igreja, não poupando esforços para um maior entrosamento com a CNBB e os Bispos dos

Dirce e Rubens locais onde existiam equipes. Enfim, tratou-se de promover a vivência de nossa grande vocação, na busca da santidade pelo Sacramento do Matrimônio de casais inseridos na Igreja e no Mundo." Assim, caminhávamos todos, para que o Movimento sonhado pelo padre Caffarel se expandisse pouco a pouco, e começasse a ser presença viva nas terras quentes do Brasil. Continua no próximo número. Não percam!

ERRATA Na edição da Carta Mensal de fevereiro-março/2000, publicamos indevidamente na página 14, primeira coluna, final da página, a seguinte frase: "A espiritualidade conjugal nos leva à união de corpos". O correto é: A espiritualidade conjugal nos leva à união de almas. (Artigo: O Profeta do Século XX - Nancy Moncau)

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Peregrina~ão

a Aparecida 13 de Maio de 2000 "Houve uma festa em Caná da Galiléia e a Mãe de Jesus estava lá. Jesus e seus discípulos também foram convidados."

Oo. 2,1-2) Nesta data, a farm1ia Equipista é convidada para uma Ação de Graças: agradecimento a Deus que inspirou Dona Nancy e Dr.Pedro Moncau a trazerem as Equipes para o Brasil. Peregrinação é um dos sinais do jubileu. Nossa vida é um peregrinar pelas estradas do mundo rumo à casa do Pai. As ENS querem ser uma expressão privilegiada e aprimorada desse caminhar em comum na Igreja e no mundo. Somos uma farm1ia abençoada, devemos ser portanto um sinal do amor conjugal, mostrando ao mundo os valores do casamento cristão. Seria muito bom se todos pudessem estar presentes fisicamente em Aparecida (temos informação de que o pessoal de Belém do Pará já está fretando 1 ou 2 ônibus). Sabe-

festa será em Aparecida no dia 13/05, para celebrarmos O anos das ENS no Brasil. Maria e Jesus estarão presentes e nós os discípulos somos convidados.

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mos o quanto é difícil para as regiões mais distantes esse deslocamento, por isso as que não puderem vir, devem programar uma forma para estarem em sintonia conosco. A missa programada para às 8:00 horas do dia 13 de maio,

Seria muito bom se todos pudessem estar presentes fisicamente em Aparecida. A peregrinação é um acontecimento comunitário, não solitário, mas solidário.

será transmitida pela Rede Vida. A peregrinação é um acontecimento comunitário, não solitário, mas solidário, por isso as regiões São Paulo Leste I e II se colocam a serviço para a coordenação do local, almoço e hospedagens. Para isso contamos com o apoio total do C. R. da Super-Região Brasil- Sílvia e Chico, do SCE da Super-Região Pe. Flávio Cavalca, do nosso Provincial Altirnira e Paulo e de todos os responsáveis Regionais e de Setores. Portanto, você que vem à Aparecida, deve em primeiro lugar se comunicar com o seu Setor, que depois entrará em contato conosco. Vamos com alegria e amor à casa da Mãe em Aparecida. As graças do alto não nos faltarão, também as dificuldades ao nosso redor, mas a esperança, a certeza de vencer, hão de crescer ainda mais. Até lá ... que Nossa Senhora Aparecida nos abençoe!

]unko e Teruo C.R. Regional - S. Paulo Leste II


E 4 CRE: Região São Paulo - Centro III Província Sul li onteceu no último fim de semana de j aneiro/2000 o ACRE da Região São Paulo Centro ill, da Província Sul II. Os Setores A e B de J aú acolheram e recepcionaram os Casais Responsáveis de Equipes, os Casais Ligação e uma irmã Conselheira Espiritual, dos Setores de Brotasfforrinha e Dois Córregos. Os Sacerdotes Conselheiros Espirituais participaram no sábado da reunião dos Conselheiros Espirituais. Seguindo a orientação do Movimento, os temas abordados foram: Campanha da Fraternidade, Matrimônio e Eucaristia, Reorganização do Movimento. A Região incluiu

também palestras sobre os Pontos Concretos de Esforço, Pontos de Unidade no Movimento e Santíssima Trindade. No tema da Campanha da Fraternidade, o padre Ismael fez a colocação do Ecumenismo, expondo toda a sua experiência proveniente das reuniões que participa no CONIC e relações que mantém com pastores, principalmente da Igreja Presbiteriana Independente. Uma de suas colocações foi a de que os pastores de outras igrejas cristãs que participam da evangelização do continente africano sentiram a necessidade de haver uma única linguagem ao apresentarem Jesus

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.___-I


Falando sobre a reestruturação do Movimento das ENS no Brasil, o Casal Provincial, Rosinha e Anésio expuseram a história do Movimento, sua evolução, crescimento e a necessidade inadiável da nova estrutura para melhor administrar o Movimento sem que se perca a unidade. Através de flashes, vários casais da nossa região colocaram a sua experiência pessoal na vivência de um dos Pontos Concretos de Esforço, e, no final, fez-se um Dever de Sentar-se orientado, com uma prepa-

Cristo aos não cristãos, enfatizando mais aquilo que nos une e não os pontos divergentes, pois para o africano que não possui a cultura de origem européia como a nossa, fica difícil aceitar o cristianismo, uma vez que os próprios cristãos não se entendem. Na palestra sobre o Matrimónio e Eucaristia, o padre Luiz Carlos abordou o sentido teológico dos sacramentos e frisou a importância do Sacramento do Matrimónio na sociedade e a vivência da Eucaristia dentro do matrimónio.

Vários casais da nossa região colocaram a sua experiência pessoal na vivência de um dos Pontos Concretos de Esforço, e, no final, fez-se um Dever de Sentar-se orientado. 22


ração inicial em conjunto e em seguida foram colocados questionamentos para que os casais conversassem. A liturgia foi preparada como uma única liturgia eucarística. No sábado de manhã, na abertura do EACRE, celebramos a acolhida e o objetivo do encontro trabalhando o trigo e a água fazendo a massa do pão eucarístico, onde o trigo representando todos os casais equipistas foi trazido por um casal de cada setor; a água, orientações do Movimento, foi apresentada pelo Casal Provincial, que passou ao Casal Regional, que em seguida a entregou aos Responsáveis de Setor para ser misturada ao trigo, trabalhando a massa. Nesse momento os casais investidos de responsabilidades, usavam aventais, sinal de serviço. À noite, foi trabalhado o momento do perdão, ato penitencial, com a celebração do amor matrimonial, baseado na reflexão do Cântico dos Cânticos, exaltando o amor do casal, os seus encontros e desencontros. Diante do Santíssimo os casais fizeram a sua oração conjugal e a renovação das promessas do matrimónio. No domingo de manhã, refletimos sobre a Santíssima Trindade, sua unidade e mistério, com textos extraídos do Catecismo e da Liturgia das Horas. Como última parte da liturgia, tivemos a celebração eucarística,

Celebramos a acolhida e o objetivo do encontro trabalhando o trigo e a água fazendo a massa do pão eucarístico.

com a mesa da palavra e a mesa eucarística. A comunhão, feita com pão ázimo e vinho, corpo e sangue de Cristo, foi ao encontro de cada casal no seu lugar. No final, houve a celebração do envio, conclamando os casais a vivenciarem o EACRE nas suas equipes durante o ano 2000.

Nirze e Júlio CRR - São Paulo Centro III Província Sul II 23


EACRE: Paraná-Sul Província Sul III

S

ob a coordenação do CRR Angela e Luiz, assistência espiritual do Pe. Pedro Sallet, a Região Paraná-Sul realizou o EACRE 2000 nos dias 26 e 27 de fevereiro. Participaram do Encontro 45 Casais Responsáveis de Equipe, 18 Casais Ligação, 6 Casais Piloto dos Setores A, B e C de Curitiba, Mafra e Rio Negro, Coordenação de Paranaguá e Região Isolada de Campo Largo, além dos Responsáveis dos Setores e 5 Con-

selheiros Espirituais. Representando a Super Região, fez-se presente o Pe. Flávio Cavalca, que proferiu a palestra de abertura do EACRE sobre o tema "Eucaristia e Matrimônio". Discorreu de forma elucidativa o que é Sacramento, relacionando a Eucaristia e o Matrimônio dentro do projeto de Deus e na ação salvífica de Cristo; Eucaristia, o crescimento da fé e não da crença, a entrega de Cristo; Matrimônio, aliança de duas pessoas a par-

Momentos do EACRE da Região Paraná-Sul: acima, Pe. Rafael Busato (Primeiro Sacerdote Conselheiro Espiritual do Paraná) e o Casal Responsável; acima à direita, a missa de encerramento do EACRE; ao lado, o momento do Envio. 24


tir do amor. Em outro momento, trouxe presente o verdadeiro significado da contribuição mensal. Tivemos a presença do Arcebispo de Curitiba, D. Pedro Fedalto, apresentando a Campanha da Fraternidade de 2000, com o tema "Dignidade Humana e Paz". Aproveitou a oportunidade para situar a conformidade dos objetivos do Movimento dentro do plano pastoral da Igreja, principalmente quanto ao colocar-se a serviço e estar comprometido com a mesma. O CRR apresentou a nova estrutura das equipes para o Brasil, assunto já amplamente divulgado pela Carta Mensal, esclarecendo aos casais as diversas fases dos estudos e as razões que levaram a estas alterações. Pe. Sallet relacionou a reestruturação do Movimento com o momento histórico que passamos como cristãos e que mensagem de atitude concreta podemos extrair daí. As demais palestras e assuntos foram apresentados por casais equipistas, como segue, entremeadas pelos trabalhos dos grupos de estudo formados para a percepção do "agir" dentro das equipes. Temas abordados: "Os desafios do ser equipista"; "A missão do Casal Responsável de Equipe"; "Motivação para o Sacramento da Misericórdia" (Pe.Sallet); "Exigências para a Vida de Equipe" ; orientações sobre o tema de estudo deste ano, e, também, um repasse nos serviços prestados pelo Movimento, tais como: Experiência Comunitária, Pilotagem, Repilotagem, etc. Mas, o ponto culminante do En-

contro deu-se nas liturgias. No sábado, à noite, tivemos a Adoração ao Santíssimo seguida de um momento forte de união dos casais recebendo a benção abraçados e, em seguida, o círio iluminado. No final da liturgia, foi realizada homenagem aos ex-Casais Regionais do Movimento do Paraná-Sul, estando presentes Alice e Luiz Pilotto, Regina e Ruy Carvalho, Dalva Prazeres (viúva do Valmor), Manila e Dálcio Balaroti, Terezinha e Daniel Godri e Helenice e Francisco Lima. Não se deixou de lado o bolo de aniversário dos 50 anos das ENS e o parabéns. Não podemos deixar de partilhar com vocês um momento emocionante vivido por todos nós, casais equipistas de primeira e última hora. Foi quando alguns casais fundadores do Movimento, acompanhados do primeiro Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região, Pe. Rafael Busato, nos brindaram relatando os acontecimentos da fundação das ENS no Paraná. Finalmente, a Celebração Eucarística de encerramento e envio, com a presença de sete SCE: Pe. Flávio Cavalca, Pe. Pedro Sallet, Pe . Rafael Busato, Pe. Manoel Escribano, Pe. Estevão Vanyo, Pe. Marcelo Mota Carneiro e Pe . Ciriaco Bandinu, com certeza, nos impulsionou a vivenciar, com mais fidelidade, o carisma fundacional das Equipes de Nossa Senhora. Mãos à obra no Ano 2000 !

]anete e Rolando Bibow CRR Paraná-Sul 25


E4 CREUm Testemunho

C

omo nossa primeira participação num Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe, nossa expectativa era muito grande. Principalmente porque, muitas vezes, v1 (Silvana) meus pais participando de EACREs. Mas, com certeza, não fazíamos idéia da dimensão dos conhecimentos que iríamos adquirir e quão grande e importante está sendo este momento para nossa formação de Casal Responsável. Quanto ao programa, foi abrangente sem deixar de ser objetivo também. O material de apoio, em forma de apostilas, é prático e vai nos ajudar a repassar os conhecimentos que recebemos. O tema principal "Eucaristia e Matrimônio" , vem bem de encontro aos objetivos do Movimento e foi muito bem explanado pelo Pe. Flávio Cavalca. A troca de experiências nos trabalhos em grupo, com casais de equipes diversas, foi excelente para nosso crescimento. No geral, a organização do EACRE foi impecável - criativo e motivador; com assuntos realmente importantes para nossa formação. Esperamos, realmente, poder retribuir ao Movimento, tudo o que recebemos nestes dois dias. Obrigado!

Silvana e Rogério de Souza Lobo Neto Equipe 19B- NS Rainha da Paz Curitiba - Paraná Sul 26


UmBalan,oà Beira do Caminho te; pedimos licença ao garçom e ele nos cedeu mesa e cadeiras, num canto mais tranqüilo (inclusive pedimos que abaixasse um pouco o volume das músicas, ele desligou, para que ficássemos em silêncio). Colocamos no centro da mesa a imagem da nossa padroeira, a mãezinha Aparecida, cada um com sua Bíblia e o roteiro; iniciamos ali mesmo a nossa Reunião, com todos os seus momentos. Na hora da Partilha (Balanço dirigido pelo Setor) foi emocionante. Houve de tudo, risos e lágrimas, cobranças, promessas que no próximo ano viverão com mais amor os PCEs, agradecimentos, louvor pelas vitórias alcançadas,

guns meses atrás, havíamos ecidido que iríamos fazer a ossa Reunião de Balanço em um Hotel Fazenda (no meio das montanhas, curtindo a natureza) . Momento que também seria dedicado aos nossos filhos, já que no lugar, de muito bom gosto, havia lazer para todas as idades. Alugamos um ônibus, para que todos pudessem ir. Pagamos este maravilhoso final de semana em prestações. Partimos, dia 27-11-99, às 7 horas, Claudinéia e Sérgio, Cida e João, Tereza e Julberto, Cida e Márcio, Maria e João, o C.E Pe. Walter, quase todos os filhos e nós. Havia um cronograma a ser seguido, e a reunião tão esperada aconteceria às 10,30 horas, lá no hotel. Só que na metade do caminho o ônibus quebrou. Coitado do motorista, ficou apavorado, procurando alguém para consertá-lo, e olhe que a Empresa se chama São Cristóvão. As crianças e os jovens que não viam a hora de chegar para curtirem a piscina, resmungaram, mas o jeito mesmo foi arrumar um lugar para sentar e se divertir vendo as carretas enormes que passavam pela rodovia. E nós, como ficamos? Estávamos preocupados porque estava na hora da reunião, e ficamos ali à beira do caminho, sem saber ao certo quando iríamos continuar a viagem. Havia, perto dali, um restauran-

Estávamos preocupados porque estava na hora da reunião, e ficamos ali à beira do caminho, sem saber ao certo quando iríamos continuar a viagem.

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pedidos de perdão e. muita correção fraterna (aproveitamos porque todos neste dia estávamos em estado de graça, assim ninguém ficaria magoado pelo puxão de orelha). O S.C.E. Pe Walter nos ajudou muito, como sempre, com suas palavras sinceras, fazendo-nos enxergar mais o lado positivo, incentivandonos para amadurecer nesta caminhada. Além da Reunião ter sido boa, o que valeu foi a criatividade, o aproveitamento do tempo disponível, mas acima de tudo, foi o nosso testemunho. Estava na hora do almoço, e os turistas que ali chegavam (pois este restaurante é próximo a Caxambu, cidade turística de MG) ficavam nos observando sem saber o que estava acontecendo. Inclusive aproximou-se de nós uma senhora, chorando, e entregounos um papel com um nome escri-

to, e pediu que orássemos por aquela pessoa. Pe. Walter disse para ela, que rezaria a missa da tarde na intenção de seu pedido, além das orações. Terminamos a Reunião, o ônibus foi consertado e seguimos em frente. Chegamos no paraíso, os filhos foram para os apartamentos, os casais para os chalés. Tudo estava muito bom. Às 19 horas o S.C.E. celebrou a missa de ação de graças e comunitária, na cidade mais próxima, Passa Quatro. Na missa ressaltou para os presentes o valor das Equipes de Nossa Senhora e os benefícios que têm trazido a todos nós. Passamos dois dias inesqueciveis e abençoados.

Irene (do José Carlos) Equipe 07 - N. S. Aparecida Varginha, MG


Balanp Uma Proposta para o Ano 2000 r ocasião do balanço realizado em novembro de 1999, tcou evidente um fato: se a equipe toda reconhecesse que as nossas reuniões mensais foram falhas, que perdemos muito tempo e grandes oportunidades de crescimento, estaríamos dando um grande passo na direção do ideal. Um de nós falou da urgência de se fazer um projeto. Gostaria de expressar aqui um desejo com relação às nossas reuniões mensais e, quem sabe, todos juntos formularmos um projeto: REUNIÕES 2000. • A equipe é como um corpo; se um membro não funciona, o corpo todo fica prejudicado. • Precisamos fazer o possível e o impossível para participar da reunião mensal. • Talvez fosse útil marcar limites de tempo para as nossas reuniões. • O que fazemos sem disposição, sem garra, sem vontade ... não nos deixa satisfeitos: ou resolvemos assumir ou continuamos nos arrastando, acomodados. Acredito que o Movimento precisa de qualidade. • Na Igreja é o tempo dos leigos e das leigas. Quantas oportunidades, quanto estímulo, quanta esperança! Mas o que todo mundo reconhece é a exigência que bons leigos sentem de preparação, de formação, de conhecimentos. • Os momentos da reunião são todos muito importantes. Precisamos ver juntos como deveríamos vivenciar cada momento, com a disposição de renunciar ao que preferimos pessoalmente para nos envolver no que é melhor para a equipe. • Todas as Cartas Mensais são preciosas ... Vamos todos reler com atenção, talvez durante o Dever de Sentar-se, o artigo da CM de novembro/99, página 5: "Ser, .. t ?.... E sarnas t Eqmpes.... . ? "E' bom demrus. . ' eqmptsa • Vamos pensar bem nesse assunto? Vamos traçar um projeto para as nossas reuniões durante o ano 2000?

Pe. Lourenço SCE Equipe 13 Nossa Senhora do Amor Manaus,AM 29


Eu Estava Lá hegando naquele lado da cidade, um vozerio muito forte me chamou a atenção. Percebi que era logo fora dos muros. Chegando lá a multidão quase me impediu de ver mas, no alto da colina chamada GOLGOTA, vi três cruzes com três homens crucificados. Na do meio, estava pendurado um homem totalmente desfigurado, coberto de sangue e tinha no alto fixada uma tabuleta em latim. Esforcei-me para ler : "I.N.R.I" ( em latim - Iesus Nazarenum Rex Iudeorum). Que brincadeira é essa? Jesus Nazareno Rei dos Judeus? Esse então era Jesus? O que aconteceu? Neste domingo mesmo, entrou triunfante na cidade; eu mesmo estava lá, com palmas na mão! Por que estava pendurado na cruz? Perguntei à mulher ao meu lado e ela informou-me que Jesus tinha sido julgado por Pôncio Pilatos, que não o tinha achado culpado de nada no começo, mas os homens do Sinédrio insistiram acusando-o de blasfémias, proclamando-se Messias e Filho de Deus. Ainda lembraram a Pilatos que recentemente tinha provocado distúrbios no Tem-

C

plo, expulsando os comerciantes de lá. E ainda que afirmava ser Rei. Ao ouvir isso Pilatos perguntou a Jesus: -Você é o Rei dos Judeus? Jesus respondeu: - Tu o dizes, Eu sou o Rei. Pilatos ainda sugeriu trocá-lo por Barrabás mas, o povo não quis. Fiquei mudo, em silêncio; não queria acreditar! Como tiveram coragem de fazer isso? Jesus só pregou o amor, a verdade, realizou milagres, curou muitos enfermos movido pela compaixão que sentia pelos pobres do povo, esmagados entre as castas judaicas e o exército romano. Olhei de novo na cruz do meio. O corpo de Jesus estava nu, com muitas marcas do terrível flagelo ro-

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homens que me traem sendo infiéis às promessas. E agora todos me abandonam porque não querem reconhecer-se responsáveis por esta ofensa e por este pecado. Olha bem para Mim, não percebes a humanidade sendo crucificada nesta cruz?" De repente, vi no seu rosto o meu próprio rosto, senti em minha carne as dores daquele corpo. Tudo doíame sem trégua e sem compaixão, o ar faltava-me, as forças me abandonavam. Senti-me transportado na cruz, agonizante e desesperado. Minha natureza humana apavorada pela dor e pela iminência da morte quis gritar... mas Jesus gritou por mim: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" Olhei ainda para Ele, surpreso pelo seu grito, que foi meu grito; e o meu terror junto com as minhas dores de agonizante voltaram para o crucificado! ELE ESTAVA CONSUMANDO O SACRIFÍCIO ASSUMINDO OS MEUS E TODOS OS PECADOS DO MUNDO! De repente falou de novo: "Pai, em tuas mão entrego meu espírito". Eu pensei e quase gritei: "Não, não. Não vá embora. Não morra, não me deixes. O que farei agora?" Mas, Jesus morreu! Desesperado, angustiado, amedrontado, caí ao chão sem entender. Estava sem esperanças! Mas ... no terceiro dia tudo ficou claro!

mano, a cabeça caída no peito com uma coroa de espinhos que a fazia sangrar copiosamente. Grandes pregos o prendiam ao madeiro, atravessando-lhe os pulsos e os pés. Tentei reconhecer os outros dois crucificados, mas não consegui. Perguntei de novo à mulher: -Quem são os outros dois? - Dois ladrões, respondeu. - Onde estão os seguidores de Jesus? - Não sei, lá embaixo está a mãe dele. Olhei e vi Maria com algumas mulheres e, junto dela, um rapaz que eu conhecia como João. Alguém gritou: -Sai da cruz, salva-te a ti mesmo. ( E o povo ria ...) Olhei para Jesus ... não teve reação. Estaria morto? Não estava, dava para ver claramente o esforço que fazia procurando o ar que lhe faltava cada vez mais. Por um instante levantou a cabeça e olhou em volta. Pensei: "Agora fará um milagre, se livrará da cruz, e descendo acabará com esta pouca vergonha destruindo seus inimigos". Mas, no lugar disso, seu olhar fixouse em mim fazendo-me estremecer. Ouvi sua voz no meu coração dizendo-me: "Afugenta os teus desejos de vingança e de exibição de poder! Eu vim para perdoar os pecados! Pensa bem- quem me condenou: foram os Judeus ou os Romanos? Quem me traiu: foi Judas? Quem me abandonou: foram os meus discípulos? É o teu pecado e o de todos os homens que me condenou a morte! É o teu orgulho e o de todos os

Alberto (da Ana Maria ) Eq. 8 - N. Sra. de Monte Serrat !tu, SP 31


Lavai os Pés Uns dos Outros ções e constrangimentos. O que podemos fazer para que nossos lares sejam mais acolhedores? Como podemos praticar mais o gesto do lava-pés? Desligar um pouco a televisão? Fazer uma refeição fraterna em familia? Deixar um recadinho na cabeceira da cama? Afagar a cabeça do mau humorado? Agradecer e elogiar os serviços que recebemos? Louvar e bendizer o pão de cada dia? "Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz"?

que Cristo quer nos dizer sobre este gesto, que ele mesmo o fez, por ocasião da última ceia com os apóstolos? A primeira idéia que surge é de hospitalidade e acolhida fraterna. Lembro que tempos atrás era muito comum as pessoas lavarem os pés antes de dormir. Numa familia que conheci e que nunca vou esquecer, uma das filhas, todas as noites lavava os pés de seu pai. Era um gesto de carinho e de amor que ambos nutriam um pelo outro. A filha gostava de fazer aquilo e o pai manifestava gratidão por aquele gesto. Hoje a nossa sociedade considera este gesto como uma humilhação, uma serviência. Talvez nossos lares também nem pratiquem mais a hospitalidade e a acolhida fraterna. Estamos com saudade de lares onde as pessoas lavem os pés uns dos outros. Será que é falta de sensibilidade, de oportunidade, ou de coragem? O que nos impede de sermos mais afetuosos, acolhedores e disponíveis? · Precisamos ser lavados e acariciados com muito mais freqüência. Um lar de ternura, aconchego e calor, é um lar de pessoas que estão dispostas a servir sem limites. Um lar de pessoas que não se escolhem e nem se rejeitam. Cristo demonstrou com seu gesto de lavar os pés dos apóstolos, que todos nós devemos ser mais acolhedores e servir os outros sem restri-

O

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Não podemos e não devemos esquecer o exemplo de Cristo. Nem tampouco esquecer que somos servidos e muito bem servidos, o tempo todo, pela criação. A natureza nos serve sem distinção e sem restrição. A natureza nos serve gratuitamente, generosamente e incansavelmente. Quando vamos fazer a nossa parte? Será que o orgulho não nos deixa dobrar os joelhos? Cuidado, podemos não ter ninguém que dobre os joelhos por nós quando precisarmos. "Vós sabeis o que eu fiz? Também vós, deveis lavar os pés uns dos outros". Na família existe muitas oportunidades de praticarmos a hospitalidade e a acolhida fraterna. O lavapés dentro de casa pode ser uma forma de se sentir mais útil, mais prestativo. É também uma grande atitude de abertura à mudanças "se deixar lavar". Essa transformação deve se dar também em relação a espiritualidade, a fé, a religião. O Espírito de Deus quer encontrar as portas de nosso coração sempre abertas para acolhê-lo. Deus precisa ser convidado sempre para visitar nossa vida, nossos lares. Quando acolhemos bem, demonstramos hospitalidade, as pessoas sentem vontade de voltar, de nos rever, de estar conosco. Deus também sente vontade de voltar aos nossos lares e ficar conosco, quando nele encontra pessoas que "lavam os pés uns dos outros".

Cristo demonstrou com seu gesto de lavar os pés dos apóstolos, que todos nós devemos ser mais acolhedores e servir os outros sem restrições e constrangimentos.

Sérgio e Cida Equipe 2B - Blumenau, SC 33


Campanha Ecumênica da Fraternidade

A!

O primeiro deles indica, a partir das raízes de nossas histórias, a existência de base comum. As Igrejas convidadas pela CNBB nasceram no . mesmo berço em que nasceu a Igreja Católica. Todas elas confessam a mesma fé expressa nos credos ecumênicos e aceitam os ensinamentos e o senhorio de Jesus, o Cristo. Não existe um Cristo metodista e outro Cristo presbiteriano. Esse mesmo Jesus, o Cristo, é o que nasceu em Belém e foi crucificado e morto "sob o poder de Pôncio Pilatos". Na verdade, estamos todos juntos com ele em seu "caminho da

onferência Nacional dos spos do Brasil faz celebrar ualmente, durante a quaresma, a Campanha da Fraternidade, com a fmalidade de acentuar o compromisso dos fiéis com os valores do reino de Deus. O empreendimento tem sido tão bem sucedido que nos últimos anos muitas comunidades não-católicas decidiram participar de muitas das propostas dessa Campanha. Os temas eram pertinentes e desafiadores. Diversos músicos evangélicos começaram pouco a pouco a trazersuascontribuiçõesanísticasao evento e até mesmo a compor cânticos sobre os temas propostos. Assim, a resolução da CNBB de convidar Igrejas evangélicas não apenas para fazer parte da campanha do ano 2000, como também para participar em sua criação, organização e implementação vem a ser resultado natural do reconhecimento de sua importância para os cristãos em nosso país. A realização ecumênica da Campanha da Fraternidade leva os cristãos divididos do Brasil a considerarem o significado da celebração conjunta da fé. Como tudo o que significa também sinaliza, é preciso que haja espaços abertos diante de nós nos quais a significação venha a ter sentido. Vamos, a seguir, examinar alguns desses espaços que, talvez, possam se transformar em caminhos.

Não existe um Cristo metodista e outro Cristo presbiteriano. Esse mesmo Jesus, o Cristo, é o que nasceu em Belém. Na verdade, estamos todos juntos com ele em seu "caminho da cruz". 34


adoração do único Deus com outros "deuses" em seu lugar. O Santo, Santo, Santo não é Lutero, nem Calvino, nem João Wesley, nem o Papa. Por mais que amemos nossos líderes humanos, o verdadeiro amor transcende-os radicalmente. É por isso que a Campanha da Fraternidade inclui no seu itinerário inúmeros cânticos de louvor ao Deus único. A terceira indicação está na decisão sempre tomada de seguirmos os passos de Jesus. Esse seguimento dá-se no âmbito de nossas vidas particulares, bem como nas demais dimensões que nossas particularidades exigem para que se realizem plenamente. Entre essas dimensões seria bom lembrarmos o que, a partir dos votos do batismo, decidimos de

cruz", transformado que foi por nós nessa vergonhosa "via-sacra" de nossos caminhos divergentes. A celebração ecum.ênica da Campanha da Fraternidade precisamente na quaresma, ao mesmo tempo em que sinaliza o espaço de nossas divisões, mostra também o único caminho da cruz para o qual somos chamados incondicionalmente. A segunda indicação está no que fazemos todos os domingos e, às vezes, até mesmo todos os dias quando nos reunimos em nossas congregações para cantar o louvor de Deus. Cantar o louvor de Deus significa que nos dispomos com o fervor possível a reconhecer que Deus é o único objeto de nossa adoração. Não ousamos macular esses louvores da

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uma vez por todas: lutar contra as forças do mal e fazer a vontade de Deus. Não são coisas abstratas. Nossas Igrejas estão reconhecendo que o mal se reveste de muitas faces e é como "o adversário que nos ronda" todos os dias. Em nosso país ele se revela na imensa criação do desemprego e da miséria. Há muita gente doente e com fome. Ele se imiscui entre os poderes governantes e trama corrupções em todos os níveis de nossa sociedade. A luta contra o mal não pode ser apenas ressentimento e mágoa. Ela precisa se valer de instrumentais políticos fortalecidos pela conscientização e pela coragem. A quarta indicação nos mostra a possibilidade da derrubada dos muros de separação ainda existentes em nosso mundo. Faz pouco, diversas autoridades diplomáticas reuniramse em Berlim para comemorar a derrubada do vergonhoso muro de Berlim. Todos concordamos a respeito da infelicidade que aquele muro representou na história desta se~unda metade do século vinte. Na Africa do Sul, depois de muita luta e sangue, o apartheid foi também derrubado, mostrando ao mundo que os negros e os brancos são igualmente humanos e dignos. A Campanha da Fraternidade indica, enquanto sinal, que os cristãos não podem viver enclausurados dentro de muros de separação. Quero relembrar neste momento de grande alegria pela celebração ecumênica da Campanha da Fraternidade que ainda nos restam alguns muros vergo36

Só poderão realmente celebrar juntos o mistério da redenção se todas as Igrejas decidirem, ao lado da boa vontade, derrubar os muros de separação e de exclusão

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ainda existentes.

.___ _ __ nhosos de separação que precisam ser derrubados pela força do Espírito Santo de Deus. Os cristãos que confessam a mesma fé em Cristo Jesus, unidos aos santos e mártires dos primeiros séculos, e de todos os tempos, adoram o único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, e vivem na comunidade dos fiéis. Por causa de sua fé querem celebrar a fraternidade com gestos de amor e verdadeira caridade. Mas só poderão realmente celebrar juntos o mistério da redenção se todas as Igrejas decidirem, ao lado da boa vontade, derrubar os muros de separação e de exclusão ainda existentes. ]aci Maraschin Pastor anglicano (da revista de Liturgia- jan/fev/2000)


HáSOOAnos

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cia. No entanto, desde cedo, houve também exemplos de amor gratuito e dedicação de missionários, como o padre José de Anchieta e tantos outros homens e mulheres que, esquecidos de si, buscavam o bem e ensinavam o amor fraterno entre os diversos membros das comunidades nascentes. Muitos missionários fecundaram com o próprio sangue as terras que vieram abençoar. Entre as iniciativas que preparam a celebração do grande jubileu do ano 2000 e dos 500 anos de anúncio de sua mensagem entre nós, a presidência da CNBB oferece às comunidades de todo país a peregrinação da cruz da primeira missa, celebrada em Coroa Vermelha por frei

lembrança de 500 anos da chegada ao Brasil dos primeios portugueses recorda também o início da evangelização em nossas terras. Nas caravelas, vieram missionários ao novo continente para anunciar o evangelho de Cristo. Sabemos como foram difíceis, para as populações nativas, os contatos com os colonizadores. Ainda hoje é um desafio para nós a leitura objetiva dos fatos, nos quais estavam amalgamados idealismo e coragem com destruição dos povos e culturas indígenas, seguida pela escravidão dos irmãos trazidos da África. A história dos 500 anos do Brasil está duramente marcada por cenas de cobiça, dominação e violên37


da que Jesus Cristo deu sua vida pela salvação da humanidade e suscita, como resposta, a fé em nosso redentor. Convida-nos a rever os passos de nossa história, pedindo perdão pelas faltas cometidas e elevando a Deus o agradecimento pelos benefícios recebidos. Ajuda-nos a cruz a renovar o compromisso de imitar o amor e a doação do divino salvador e de anunciar sua mensagem com novo ardor missionário. A imagem de nossa padroeira, peregrina da esperança, lembra a fidelidade incondicional de Maria, mãe generosa que permaneceu de pé ao lado da cruz na morte de seu filho. A bordo da primeira caravela, veio a imagem de Nossa Senhora da Esperança, cuja presença materna acompanhou sempre a história de nossa evangelização. Hoje, também, Maria nos convoca à conversão e a assumir- com seu exemplo e auXIlio- a fé em Cristo e a seguir o caminho de comunhão e amor solidário, que transforme a vida pessoal e da sociedade. Os 500 anos de evangelho e a entrada no novo milênio significam que é chegado -enfim- o tempo de unir esforços para erradicar a fome, o desemprego e as muitas formas de exclusão social. Que a contemplação de Jesus na cruz e de sua mãe solícita desperte nas comunidades cristãs de todo o Brasil o respeito à vida de filhos de Deus e a esperança de uma convivência fraterna na justiça e na paz.

Os 500 anos de evangelho . e a entrada no novo milênio significam que é chegado - enfim -

o tempo de unir esforços para erradicar a fome, o desemprego e as muitas formas de exclusão social. Henrique de Coimbra. Venera-se hoje essa cruz de ferro, pequena e despojada de ornamentos, na catedral de Braga, em Portugal, cujo bispo quis homenagear os 16 regionais da CNBB presenteando-os com uma cruz semelhante à original. Surgiu a proposta de acompanhar a peregrinação da cruz pelas cidades do Brasil com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Abençoadas em Roma pelo Santo Padre, foram as cruzes e imagens solenemente entregues aos presidentes dos regionais, com a presença de todo episcopado nacional, no término da assembléia da CNBB, em abril de 1999. Desde então, iniciou-se a visita às dioceses, com grande participação popular, num programa que continuará até o ano 2001, como parte integrante das comemorações dos 500 anos de evangelização. A cruz da primeira missa recor-

Dom Luciano Mendes de Almeida (do jornal Folha de São Paulo -16111199) 38


Beatifica,ão dos Primeiros Mártires 500 Anos do Brasil

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16 de junho 1645, o Pe. André de Soreval e outros O fiéis foram cruelmente mortos por mais de 200 soldados holandeses e índios potiguares. . Os fiéis participavam da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú - município de Canguaretama, localizado na Zona Agreste do Rio Grande do Norte. Por seguirem a religião católica, tiveram que pagar com a própria vida o preço da fé, por causa da intolerância calvinis ta dos invasores. Três meses depois, aconteceu outro martírio, onde 80 pessoas foram mortas por holandeses, entre elas, o camponês Mateus Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase "Louvado seja o Santíssimo Sacramento". Este morticínio aconteceu na Comunidade Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante- a 18 km de Natal, litoral do Rio Grande do Norte. A memória dos servos de Deus sacrificados em Cunhaú e Uruaçu, em 1645, permaneceu viva na alma do povo potiguar, que os venera como ilustres defensores da fé católica. O processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé, no dia 16 de junho de 1989. Em 21 de dezembro de 1989, o Papa João Paulo II assinou o Decreto, reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos. A cerimônia de Beatificação aconteceu no dia 05 de março de 2000, na Praça de São Pedro, em Roma, em solene celebração, presidida pelo Papa João Paulo II. do Boletim semanal da CNBB 39


Silêncio, Meu Deus! Trmãozinho, vamos dar uma volta pela cidade para pregar 1o Evangelho? Saíram os dois, o Santo Pai Francisco e o noviço. Andaram o dia todo pela cidade de Assis, sem abrir a boca. Ao voltar para casa, o noviço pergunta: -Pai Francisco, quando é que vamos pregar o Evangelho? -Já fizemos isso o dia todo, através do nosso comportamento, responde ele. Não precisava de palavras. Este fato da vida de São Francisco, que lembro em sua substância, sem entrar em pormenores, fez nascer em mim pormenores, fez nascer em mim uma idéia que (humildemente!) considero vinda do Espírito Santo: que tal passar o Ano Santo inteiro evangelizando sem abrir a boca? Mais ainda no Brasil, lembrando os famosos 500 anos ... Já falamos tanto de Deus, e não salvamos os indígenas, nem libertamos os escravos de ontem e de hoje! Em compensação, poderíamos abrir mais os olhos para ver o sofrimento do povo, e também os ouvidos para escutá-lo. Se os pobres virem que os olhamos com carinho e os escutamos com respeito, vão começar a nos entender. da revista "Sem Fronteiras" jan/fev/2000

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Jubileu de Ouro Presbiteral

Porta Santa

"Um sacerdote apaixonado pela Eucaristia e pela Pastoral familiar." Fomos testemunhas da felicidade do nosso querido Conselheiro Espiritual Mons. Luiz de Gonzaga ao comemorar seu Jubileu de Ouro Presbiteral, dia 06 de novembro de 1999 na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Curitiba, PR Monsenhor Luiz, parabéns, nós te amamos. Conte sempre com nossas orações e nosso carinho.

Complementando o artigo sobre A PORTA SANTA, publicado na Carta Mensal de fev/mar/ 2000, informamos que na Basílica do Carmo, na região central de Campinas, SP, existe a única Porta Santa oficial do Brasil, porque a igreja de Campinas é agregada à Igreja Santa Maria Maior, na Itália, que também tem a Porta Santa. Existe outra localizada na Igreja de Santiago de Compostela, na Espanha.

Conforme artigo publicado em "O São Paulo"- 5 a 1210112000

Eq. 40 - N. Sra. da Fraternidade Curitiba, PR

Notícias da Carta Mensal Pela limitação de espaço, a Carta Mensal não tem condições de publicar homenagens merecidas, prestadas a nossos equipistas e Conselheiros Espirituais. Como exemplo, ficamos impossibilitados de publicar artigos referentes a aniversário de casamento dos equipistas. Quanto aos aniversários das equipes estamos publicando notícias que se referem a comemorações dos 25, 40 e futuramente 50 anos; e, dos Conselheiros Espirituais, os jubileus de 25, 50, 60 anos. Informamos ainda que os artigos podem ser enviados por vários meios de comunicação: ENovas equipes mail, fax, correio, etc. Os artigos devem ser Eq.IS- N. Sra. Mãe Peenviados para o endereço do Secretariado das regrina- Criciúma, SC ENS (encontra-se na última capa da Carta MenSetor B- Recife, PE sal), devidamente identificado: nome de quem Eq. 07- Nossa Senhora do escreve, número e invocação da equipe, cidaBom Parto de, região. Também nos ajuda se informar alEq. 3~- Nossa Senhora do gum meio para contato quando necessário (enSantíssimo Sacramento dereço, telefone, e-mail, etc.). Eq. 35- Nossa Senhora das Yitólias 41


Nossa Equipe 7, Nossa Senhora Aparecida, uma familia composta de 5 casais e 1 viúva, foi enriquecida no mês de setembro com mais 2 jovens casais que vieram animar nossa equipe. Resolvemos então, após a excelente Sessão de Formação ill que fiZemos no mês de agosto/99, montar um dia de Formação com nossa equipe, aproveitando a entrada dos novos casais. Escolhemos um sábado, que seria o dia da nossa Reunião Mensal. Começamos nossos trabalhos às 8:00 horas da manhã, com a equipe toda presente e mais 3 casais de outras equipes, que convidamos para falar sobre os documentos das ENS: História das ENS - PCE e Partilha- Casal Responsável. No período da manhã, fizemos uma mini formação e à tarde, após o almoço, fizemos nossa reunião propriamente dita.

Contamos com a presença do nosso SCE há 20 anos, o cônego Borges. Foi um dia muito proveitoso. Todos participaram com muito empenho, para que pudéssemos colher mais subsídios para o nosso crescimento espiritual e conhecimento do Movimento. Queremos agradecer ao Senhor pela existência do Movimento das ENS e por pertencermos a ela. Que Maria nos dê forças para que nos conscientizemos da nossa responsabilidade junto à sociedade, nesse novo milénio que se aproxima.

Belinha e Fausto, Eq. 7- N. Sra. Aparecida- ]acareí, SP

O símbolo representa a universalidade da mensagem cristã. No campo azul, em forma de círculo, insere-se a cruz, que sustenta a humanidade recolhida dos cincos continentes, figurada por outras tantas pombas. É o Mistério da Encarnação do Filho de Deus, que se faz Homem por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, simbolizado no campo azul. A luz que se desprende do centro da cruz indica Cristo, luz do mundo, único

salvador da humanidade, "ontem, hoje e sempre". O entrelaçar-se das pombas significa a <"/ 1\r 0 unidade e a fraternidade pela qual anseiam todos os filhos de Deus. A vivacidade e a harmonia das cores lembram a alegria e a paz como dons desejáveis na celebração jubilar. *Veja, na contra-capa, em cores.

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Encontro na Páscoa omo terá sido o encontro de Maria com seu Filho ressuscitado? A fé de Maria era mais do que suficiente para acreditar na ressurreição, mesmo sem ter participado dela. É claro que aquela que acreditou no Anjo, que aceitou toda a palavra do seu Filho, e cuja vida tinha sido uma contínua meditação sobre tudo que lhe acontecia, tinha também a plena certeza de que, após a morte na Sextafeira, realizar-se-ia a glória da Páscoa da ressurreição, pois Maria vivia da fé. Nos Evangelhos não se narra o encontro de Jesus com Maria, mas as mesmas mulheres que estavam no Gólgota o encontraram na manhã do "primeiro dia da semana". Será que Maria se ausentou? Será que com toda predileção pelas figuras de sua paixão, Jesus excluiria a sua Mãe, a mais fiel a todos os seus desígnios da redenção? Maria estava presente em todos os momentos da salvação por Jesus, da Encarnação em Belém

até a Redenção em Jerusalém, e no desfecho glorioso da manhã da Páscoa. Maria presente na desfiguração de seu filho no Calvário como na vida nova que o envolve quando res-

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A Páscoa é o centro da vida da comunidade eclesial, ponto básico de toda a vida cristã, pois "se Cristo não ressuscitasse, vã seria a nossa fé e estaríamos ainda em nossos pecados".

suscitou da sepultura. Existe até uma razão teológica: Maria, que era imaculada, a vencedora no momento que venceu a morte, que é conseqüência do pecado. Com Maria, o triunfo sobre o mal ao lado do vencedor da morte é perfeito. Ressurreição é vida nova, vitória total sobre o pecado e suas conseqüências; corresponde plenamente à conceição imaculada que também é a vitória contra o mal numa criatura. A Páscoa é o centro da vida da comunidade eclesial, ponto básico de toda a vida cristã, pois "se Cristo não ressuscitasse, vã seria a nossa fé e estaríamos ainda em nossos pecados", ensina São Paulo. Mesmo o encontro com Jesus depois da Páscoa não é o motivo pelo qual cremos na ressurreição.

Ninguém viu Jesus ressuscitar, nós aceitamos Jesus ressuscitado pela fé, exclusivamente pela fé e não por argumentos humanos. Tudo o mais da nossa fé baseia-se nessa crença: Jesus ressuscitou! Não é sem razão que os inimigos queriam esvaziar, a qualquer preço, o fato da ressurreição, prometendo gorjetas grossas para subornar os guardas, esparramando mentiras: "Enquanto estávamos dormindo os discípulos roubaram o corpo de Jesus". Com a morte, tudo estaria acabado, mas não podiam contra o argumento da ressurreição, de tal forma que o boato tinha relativamente curta direção. Para os adversários a única argumentação era a morte na cruz, mas para o cristão vale para sempre a volta à vida. Para nós o Cristo não é apenas o que nasceu, morreu e foi sepultado, mas sobretudo aquele Cristo que, depois de sua vida e morte, ressuscitou e está presente. Maria acreditou em Jesus ressuscitado mesmo antes que ele tivesse surgido da sepultura. De Maria não se pode dizer o que Jesus observou à Tomé: "Você viu e acreditou". Maria acreditou em quem viu Jesus Cristo! Nossa Páscoa deve ser assim, deve ter por base a nossa fé sem argumentação de fatos. Nisso baseiase a nossa fé, uma fé que vê em Jesus ressuscitado a segurança de nossa própria ressurreição.

Pe. Eusébio Aardweg (Extraído do jornal "O Santuário de Aparecida" Abr/99) 44


Os Pontos Concretos deEsfo~o a vida profana, qualquer profissional que nã_o queira permanecer na rotma e na mediocridade, procura aprofundar os seus conhecimentos, aperfeiçoar a sua técnica, atualizar-se, realizar-se dentro de seu ofício. Evidentemente, esse aprofundamento requer esforço continuado, estudo, paciência, dedicação, etc ... No campo espiritual, o mesmo pode se verificar. São muitos os cristãos que se deixam ficar na rotina e na mediocridade, contentando-se com as noções adquiridas na infância (mesmo equipista), sem suspeitarem sequer dos amplos horizontes que se abrem àqueles que se dedicam ao aprofundamento de seus conhecimentos religiosos e se esforçam em viver mais conscientemente o Evangelho. Cria-se, então, um desnível flagrante entre a vida profana e a vida de filhos de Deus. Adultos na vida privada, permanecem infantis como cristãos. As Equipes de Nossa Senhora aspiram fazer de seus membros cristãos adultos. E para isso põem à disposição de seus membros os Pontos Concretos de Esforço, que conscientemente adotados e fielmente vividos, lhes permitem uma progressão gradativa da vivência cristã e os habilitam a dar constantemente o passo à frente em direção a Deus. Visam, mais que o enriquecimento intelectual, o aprofundamento interior.

Todos têm a sua razão de ser e pode-se afirmar que são indispensáveis para a vida normal do cristão casado. Ao mesmo tempo que representam utensílios de trabalho de nosso esforço para o aprofundamento espiritual, que é o nosso dever de cristãos autênticos, são também armas de defesa contra a nossa inconstância, contra a tentação do desânimo, contra a nossa preguiça. A realidade cotidiana nos mostra o quanto somos fracos ante a menor dificuldade ou sofrimento ... esmagados pelos nossos fracassos ... magoados ante simples falta de atenção ... Envolvidos pela agitação, pelo barulho, fatigados em certas horas pelo peso do dia, abatidos pela doença e, mais freqüentemente ainda, pelo amolecimento da vontade que nos leva a recuar ante o esforço, caímos facilmente na tentação da inércia. A fidelidade a obrigações livremente assumidas será, então, um apoio e um estímulo, nas horas de cansaço e depressão. A vivência dos Pontos Concretos, talvez imperfeito, em tais horas, terá aos olhos de Deus o valor merecido do sacrifício.

N

Colaboração de ]anete e Nélio Eq. 4- N. Sra. de Fátima, Sorocaba, SP (Adaptado de "O Espírito e as Grandes Linhas do Movimento" -1978) 45


Fichas de

lnscri~ão Acomoda~ões

Olá, pessoal!

em Santiago Vocês acreditam que só 50% dos inscritos nos devolveram a ficha de Provavelmente, muitos equipisinscrição dentro do prazo? Pois é. tas, a esta altura, estarão preocupaApesar de termos enviado uma car- dos com o lugar onde serão alojata na qual pedíamos a devolução das dos durante o Encontro. Outros, gosfichas preenchidas até 29/2/2000, tariam de ter a certeza de ficar com muito gente deixou de fazê-lo. os seus irmãos de equipe, nos hoGostaríamos de esclarecer três téis. Mas fiquem tranqüilos. Os casais que compõem a pontos muito importantes: Equipe de Organização, 1. As inscrições só poderão ser na Espanha, de acordo feitas no Brasil. Em San-~ tiago de Compostela • com o que escrevemos não será recebida ins7 na nossa ficha de inscri/ ção, vão nos colocar no crição de última hora; 2. Há prazos a cumprir lugar mais apropriado. com os organizaE o Espírito Santo vai dores, envolvendo guiar a todos nós. remessa de dinheiO importante é o preparo de ro para o exterior, nosso coração para Santiago gastos com bilhe~~~ 2000: através .das nos,sa ora~ _ çoes, da aJuda mutua na tes aéreos e inscrição dos envi-nossa equipe, dos Panados pelo critério da solidarie- tos Concretos de Esforço realmente dade etc; vivenciados e do estudo cuidadoso 3. Em função dos encargos próprios do tema que muito pode nos ajudar. do item anterior, pedidos de deSe chegarmos a Santiago com o volução feitos a partir de 15/04/ desapego e a fé do peregrino, com 2000 não terão como escapar dos "fidelidade à voz interior que nos efeitos dessas contingências. Até fez deixar nosso país", com o coraessa data também serão possíveis ção aberto para o acolhimento, com novas inscrições. a alegria de quem sabe que é amaAssim, pedimos àqueles que ain- do pelo Pai, vamos sentir que estada não enviaram as fichas de inseri- mos no lugar certo, entre irmãos ção, que o façam o mais rapidamen- muito queridos. Vamos ficar surpreendidos com as te possível. As 3 vias, corretamente preenchidas, devem ser enviadas maravilhas que o Senhor fará por nós. para o Secretariado, em São Paulo. Com um abraço, O sucesso do Encontro depende, desde já, da nossa colaboração. Wima e Orlando

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A Tristeza se Mudará e m Alegria

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Parece simples e de fácil compreensão se, dentro de casa, nós todos perguntássemos às nossas mães, como foi o nosso nascimento e o nosso crescimento. Como elas conviveram com a dor e a alegria do parto, da amamentação e da educação. Parece simples e de fácil compreensão se todos nós tirássemos tempo para observar e estudar como as plantas e os frutos nascem e renascem todos os dias. É o grão que morre, a raiz que seca, a flor que cai. Tudo para dar lugar a nova vida, nova alegria, nova beleza. O mundo haverá de se alegrar quando todos compreenderem este ....___1 mistério e se encantarem com ele; quando todos estiverem convecidos de que a vida venceu a morte e deu a todos uma nova esperança, um novo horizonte. Por que não construir este mundo já? O que está faltando? Fé? Otirnismo e esperança? Faça uma revisão da história, da sua vida, das suas conquistas, dos seus valores e analise esta relação de sofrimento com transformação e renovação. Veja o quanto elas são necessárias para que as pessoas sejam melhores e que as nossas alegrias sejam plenas e duradouras. "Vós haveis de estar tristes, mas vossa tristeza se transformará em alegria".

ta foi a afirmação que Jesus ez aos seus discípulos, na éspera de sua paixão e já prenunciando a sua ressurreição: "Vós haveis de lamentar e chorar, mas o mundo há de se alegrar". "Agora haveis de estar tristes, mas vossa tristeza se transformará em alegria, eu vos verei outra vez; vosso coração então se alegrará e ninguém tirará vossa alegria". Muitas vezes nós rezamos e rogamos para que o sofrimento seja afastado de nossa vida. Temos um medo, um temor muito grande que a dor só nos causará mal e desgraça. Mas o sofrimento, a dor fazem parte da salvação e da transformação da vida. Muitas pessoas refizeram suas vidas após uma experiência de dor e sofrimento. Muitas delas reaprenderam a valorizar muito mais as coisas perenes e espirituais. Procuraram amar a vida e as pessoas. Praticar a solidariedade e a caridade. Enfim tornaram-se pessoas novas, com novos valores e novas esperanças. Nossa orientação e perspectiva atual é de conseguir tudo muito fácil, sem muito esforço, sem dor e sofrimento. Estamos embevecidos da vida de prazer, auto-suficiência, onde tudo se dobra aos nossos pés. Sacrificamos tudo e a todos para fazer valer a nossa força e nossa irracionalidade. E depois de tudo isto, lamentamos e nos revoltamos contra a dor e o sofrimento, como se um castigo o fosse.

Cida e Sérgio Equipe 2B - Blumenau, SC

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Ser Cristão: Uma Op~ão de Vida lei da vantagem, ao qual o mundo está acostumado. Ser cristão, não é só admirar e louvar o grande projeto, mas incorporálo à nossa vida, como se tudo dependesse disso. Ser cristão é acreditar na Misericórdia de Deus, mas ter o cuidado de não transformá-la em "conveniência divina", que tudo aceita e que nos possibilita assumirmos a postura de "cristãos-camaleões", sendo cristãos na medida que as circunstâncias o permitam. O Cristo é exigente, seu projeto é grandioso e motivador quando realmente cremos e o aceitamos, quando apesar do esforço que toda transformação pressupõe, nós a desejamos. Cada um de nós precisa ter consciência do seu papel de testemunha e de agente transformador. Talvez aí, possamos dizer verdadeiramente ao rezarmos o Pai-Nosso: VENHA A NÓS O VOSSO REINO!

endo o crescimento dos Movimentos e serviços da Igreja e o grande número de pastorais que brotam nas paróquias, além das grandes concentrações de massa em mega-eventos religiosos, e vendo a face da realidade social que não muda proporcionalmente, necessário se faz perguntar se não é hora de repensarmos o nosso grau de comprometimento com o projeto de Cristojá que é esse comprometimento que nos torna cristãos. Até que ponto, não estamos apenas cumprindo tarefas dentro dessa ou daquela organização religiosa, sem lutarmos para ir mais fundo, sem ansiarmos por mais, sem sonharmos e desejarmos realmente o Reino de Deus, já. O projeto de Cristo é um projeto ambicioso, pode-se dizer audacioso, porque propõe transformações radicais e, para que essas transformações aconteçam, exige rupturas, inclusive rupturas interiores, com revisão de valores e prioridades, com urna opção por um modo de vida que não é o vigente, que não pode jamais ser a

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Gleide e Beto

Eq. 10- N. Sra. do Perpétuo Socorro Natal, RN

ERRATA Por motivos técnicos, o texto de introdução ao "Meditando em Equipe" - 3" capa da Carta Mensal de fev/mar/2000, foi publicado indevidamente. O texto correto é o que segue: "Depois de três anos de intensa preparação, vamos celebrar o jubileu 2000 do nascimento de Jesus. Tivemos a oportunidade de

valorizar mais os sacramentos da nossa fé: Batismo, Confirmação e Penitência ou Reconciliação. Neste ano jubilar a Igreja está propondo o grande Sacramento da Eucaristia. Vamos fazer nossas meditações neste ano em torno desta fonte inesgotável de graças e apelos para nossa vida cristã."

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Meditando em Equipe 2 000 • Ano da Eucaristia Neste mês de abril, com toda a Igreja, celebraremos especialmente a Páscoa de Jesus (Semana Santa) . A Eucaristia é o Sinal dessa Páscoa, também em nossa vida. Jesus é Aquele que doou a sua vida para que nós tivéssemos a vida. Participemos de sua entrega .

Leitur a : Evangelho de Mateus 26, 17-20; 2 6 -28 •

Na Páscoa judaica todos participavam do Cordeiro . Na Eucaristia, o Cordeiro é o próprio Jesus . Hoje, o que significa para mim, participar do Cordeiro pascal?

Eucaristia é Cristo que se doa por nós . Como ligar a sua vida matrimonial com a Eucaristia?

Ora~ão

litúrgica:

Às núpcias do Cordeiro

Da morte o Cristo volta

Em brancas vestes vamos .

A vida é seu troféu.

Transposto o mar Vermelho,

O inferno traz cativo

Ao Cristo Rei cantamos .

e a todos abre o céu.

Por nós no altar da cruz

Jesus, Pascal Cordeiro,

Seu corpo ofereceu .

Em vós se alegra o povo,

Bebendo deste sangue,

que, livre pela graça,

Nascemos para Deus .

em vós nasceu de novo.

O Cristo, nossa Páscoa,

A glória seja ao Cristo

Morreu como um Cordeiro

da morte vencedor.

Seu corpo é nossa oferta

Ao Pai e ao Santo Espírito

Pão vivo e verdadeiro .

o nosso igual louvor.

(da Liturgia da Horas - Domingo de Páscoa) Pe . José Ernani Angelini


1950-2000

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casa is po r uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° anda r • cj 53 cep 01309 -000 São Paulo - SP Fone : (Oxx11 ) 256.12 12 • Fax : (Oxx11) 257.3599 E·- mail: secretariado@ens .org.br • cartamensa l@ens.org.br


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