ENS - Carta Mensal 359 - Novembro/2000

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • l1° 359 • Novembro I 2ooo

EDITORIAL .... .. ... ......................... O1 Da Carta Mensal .. ........ .............. O1 Conselhei ro Espiritual da SR ........ 02 SUPER-REGIÃO ... ........................ 03 Juntando as Diferenças ......... .. .... 03 Mensagens ......... : .. .. .............. .. ... 04 Quando só Sobrevive o Amo r ..... 07 Balanço .... .. ......... ...... ......... ...... .. 1O Contribuição Mensal ................... 1 2 VIDA NO MOVIMENTO ............. . 1 5 Oração da Coleta ....................... 1 5 Balanço, Balanço, Balanço! .. ... .... 16 O Balanço Está Aí ......... .. .......... .. 19 Combati o Bom Combate .. ......... 20 Um Dia Diferente .......... .............. 22 HISTÓRIA DO MOVIMENTO ....... 23 Província Centro-Oeste ...... ....... .. 23 Recordando ................ ...... .......... 26

PARTILHA E PCE ....................... ... 31 Os Pontos Concretos de Esforço .... ............ ... ...... .......... 3 1 Dom Cristão de Escutar e Falar .................. .. ........ 32 PRNM ......................................... 33 Eucaristia e Matrimô nio ............... 33 TODOS OS SANTOS E FINADOS ...... ........ .... .......... ..... 34 Celebração dos Santos .. ...... ....... 34 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ...... . 36 NOSSA BIBLIOTECA ........... .. ...... 39 Família: Ontem, Hoje e Sempre .......... ..... ...... ........ 39 FORMAÇÃO .................. .......... ... 40 O Protagonismo dos Cristãos Leigos ......... .. .......... 40

PASTORAL FAMILIAR .......... ......... 27 Encontro Nacional de Pastoral Fam iliar ....... ........ ..... 27

MARIA .. .. ............................... .. ... 44 Dogmas Maria nos ........ ...... ........ 44

DIA DO LEIGO ...... ...... ............... 30 Oração do Dia Nacional dos Leigos e Leigas ..................... 30

REFLEXÃO .... ...... ... .. ................... 46 Corrente do Amor....................... 46 As Velas e o Vento .. .. .. ................. 48

Carta Mensal é uma publicaçiio mensal das Equipes de Nossa Senhora

Janet e e Nélio Pe. Ernani J. Angelini (coi/S. espiritual)

Edição: Equipe da Carta Mensal

}omalista Responsável:

Cecília e José Carlos

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produ ções Editoriais Lula. R. Venâncio Ayres, 931 - S P Fone: (Oxx/1) 3873. 1956

(responMíveis)

Wilma e Orlaudo Rita e Gilberto Lucinda e Marco

Catherine E. Nadas (tmb 198J5J

Proj eto Gráfico: A/essandra Carignani Capa: J. C. Safes

Cartas, colaborações, nor(cias. testemunhos e imagens de\•em ser em•iadas JXlra:

Impressão: Edições Loyola R. 1822, 347 Fone: (011) 6914./922

Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5" a11dar · conj. 53 O/309-000 • Seio Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 256. 1212 Fax: (Oxx 11) 257.3599 ca rtamen.w / @ens.org. br

Tiragem desta edição: 15.300 exemplares

N C Cecília e José Carlos


Queridos amigos: O tempo passa rapidamente. Já estamos em novembro e, de repente, surpresos, ficamos pensando o que fizemos desse ano 2000, tão esperado, que afinal de contas, passa correndo como todos os outros ... É tempo mesmo de parar e compreender, de uma vez por todas, que cada dia deve ser vivido como um dom de Deus e com a alma entusiasmada e confiante, sendo presença viva no meio em que vivemos. Por tudo isso, o Movimento nos leva a fazer uma análise da nossa caminhada ao longo do ano, colocando, em novembro, no seu calendário, a reunião de Balanço. O Balanço da equipe deve ser realizado com muita transparência, sob as luzes do Espírito Santo, procurando verificar os passos dados, lembrando daqueles planos que, por motivos diversos não foram concretizados, e formulando propósitos para o próximo ano. É, sem dúvida, um momento de ajuda mútua que a equipe deve viver em clima de oração, verdade e comunhão. Temos, nesta nossa Carta, alguns artigos que, certamente, nos ajudarão nessa reflexão. Como todos sabem, durante os dias 18 a 23 de setembro, aconteceu o IX Encontro Internacional, em Santiago de Compostela, na Espanha, enquanto os equipistas do mundo inteiro estavam com seus corações voltados para lá. Que maravilhosa demonstração de fé e de unidade! Quanto trabalho, quanta dedicação! Para transmitir tudo isso, e contando com a colaboração de muitos equipistas e conselheiros espirituais, faremos no mês de dezembro de 2000, uma edição especial, sobre o Encontro de Santiago, em que serão publicadas as palestras, as homilias, bem como os testemunhos de alguns dos muitos equipistas presentes. Aguardem! Por esse motivo, na CM deste mês publicamos também mensagens e artigos que falam do Advento e do Natal. Todos os Santos, Finados, Balanço, Dia do Leigo, Advento, Natal... e também um artigo que nos ajuda a refletir sobre Contribuição Mensal... Bons motivos para lermos a Carta Mensal com renovado interesse. A turma da Carta Mensal deseja a todos vocês um Natal de generosidade e encontro. Que a luz dos casais equipistas ilumine o nosso mundo, que as pessoas que nos cercam se sintam mais amadas. Certamente, dessa maneira, o nosso Natal será melhor. Com um grande abraço,

Equipe da Carta Mensal


SCE DA SUPER-REGlÃO

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alvez você conserve entre as lembranças fortes de sua vida, a imagem do presépio montado na sala da casa de sua infância. Imagens de barro ou de fino "biscuit", papéis pintados sugerindo pedras, patinhos em lago de espelho e principalmente o Menino, Maria e José. Imagino que você, de queixo apoiado à borda da mesa, ficava a olhar, olhar perdido no mundo distante. Não havia idéias claras, era apenas uma intuição forte que Deus, afinal, era alguém muito próximo, que Jesus era de fato de casa. Durante um tempo, pensando ser adulto e saber muito, comecei a pensar doutro jeito. Até que a vida me ensinou e consegui aprender um pouco e redescobri a intuição da infância. Com presépio ou sem presépio agora me agarro a uma certeza: Deus é perto, Jesus é de casa, a vida pode ser feliz e bela por isso, definitivamente bela e feliz. No seu lar brilha a estrela do presépio ou apenas brilham as estrelas das lampadinhas chinesas? Procurem ler nos olhos de suas crianças, de seus adolescentes e de seus jovens a mensagem que seu presépio está passando, ou melhor, que mensagem você, casal, está deixando que eles leiam em seus olhos. Se for preciso, dê novo enfoque à sua imagem, reformule a perspectiva, de modo que em seu rosto de homem e mulher, de mãe e de pai, possam ver um Deus-de-casa, muito próximo, um Deus pai e mãe, diante do qual não precisa cerimônias. Que em vocês descubram eles o Jesus gente, no meio da gente, que nos compreende e perdoa, porque experimentou nosso jeito de viver. Quem sabe esse Natal poderia ser ponto de ruptura ou de conversão, como se diz, para a maneira de sua família relacionar-se com Deus: encurtando distâncias, mudando conceitos, apagando de suas imagens os traços duros da severidade. Quem sabe, de 26 de dezembro em diante, Jesus poderá estar entrando e saindo de sua casa, pela porta da frente ou da cozinha, para se sentar à mesa, para tomar lugar no sofá diante da TV, participar do videogame, ou conectar-se à intemet. Quem sabe? Mas tudo seria diferente. Bom Natal para você! Diferente!

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr 2


JUNTANDO AS DlFERENÇAS dade sendo experimentada, as diferenças sendo acolhidas e, enfim, o Movimento sendo luz para os povos, sinal de esperança na obscuridade dos problemas que atingem o homem, a farru1ia e toda a sociedade no limiar deste Terceiro Milênio. É um privilégio conviver com esses irmãos, entendendo-se às vezes por meias-palavras ditas em línguas misturadas, complementadas pelos gestos, mas que o amor sabe traduzir em entendimento. Como é desafiante constatar que, apesar dessa unidade, somos continuamente convocados a dar um passo adiante, para concretizar a verdadeira fraternidade universal, para que alguns irmãos equipistas tenham vida material mais digna, para que outros possam conviver sem os conflitos das guerras, das guerrilhas e até das perseguições políticas ou religiosas. No meio de tantas dificuldades e desigualdades, há muito caminho a ser aberto à solidariedade entre os irmãos, eliminando as barreiras que nos colocam catalogados como nações independentes, mais ou menos ainda muito voltadas para o seu próprio umbigo. A experiência de sentir a universalidade da vocação cristã, no seio de um Movimento Internacional como o nosso, alimenta o nosso desejo de abraçar cada País equipista e dizer-lhes: O Brasil lhes abre seu coração.

Olá, gente amiga Cinco dias antes do Encontro Internacional, lá estávamos nós e o Pe. Flávio chegando em Santiago de Compostela para participar da Reunião do Colégio Internacional, que reúne a Equipe Responsável Internacional com os casais responsáveis pelo Movimento nas várias partes do mundo. É um encontro que acontece urna vez por ano, mas desta vez estava acontecendo de forma ampliada, pois além das 9 Super-Regiões do mundo, estavam presentes representantes das chamadas Regiões Isoladas, tais como Canadá, África do Sul, Síria, Líbano, Inglaterra, Alemanha, Ilhas Maurício, Índia. São reuniões de 4 ou 5 dias, vividas num ambiente de grande fraternidade, onde a troca de experiência ganha um colorido todo especial em face da imensa diversidade de línguas, culturas e raças e, por que não dizer, das diferenças sócioeconômicas. Mas é impressionante constatar que no meio dessa pluralidade o Movimento mantém-se unido, buscando cada vez mais ser fiel ao carisma fundador. É num ambiente assim que se pode ter uma dimensão profunda da universalidade do nosso Movimento, cuja proposta de vivência da espiritualidade conjugal continua sendo acolhida no seio das nações, as mais diferentes e as mais distantes. É gratificante perceber as dificuldades sendo superadas, a fratemi-

Com nosso abraço, Silvia e Chico 3


MENSAGENS

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QUANDO SÓ SOBREVIVE O AMOR ESTAR NA TRJNDADE "Não deviam ficar olhando para o céu, não queriam viver de saudades, tinham de olhar para a terra, para a frente, para o agora e o futuro. Eles e nós." Pensares p. 33

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s palavras que nosso SCE da Super Região Brasil escreveu em seu livro "Pensares" nos deu a chave para essa reflexão do mês de novembro, mês em que relembramos nossos entes queridos que já habitam as muitas moradas existentes na casa do Pai. O que nos impressiona neste pensamento, que se refere à Ascensão de Jesus, é que num primeiro momento, os Apóstolos ficaram como que paralisados olhando, atônitos para o céu, assim também nós, quando sofremos uma grande perda ficamos como que paralisados, sem ânimo para nada, meio que adormecidos, inertes, e ainda que pareça estranho, esta é uma atitude normal. Depois de um doloroso choque, precisa-se de um tempo, tempo reservado para a dor ou tempo reservado para o luto. Quando nosso último filho fale-

ceu, e era o terceiro filho que perdíamos (perdemos Ireninha aos quatro anos, Pedro Henrique, um bebê de três meses, e José Paulo com trinta e seis anos), sentíamos necessidade de rever fotografias, falar e contar coisas que ele disse ou fez, estávamos, inconscientemente, nos despedindo dele. A morte repentina, como a dele, impede as despedidas e a preparação da partida. A doença, por mais triste que seja ser7


ve muitas vezes como preparação para a dolorosa separação. A dor da perda jamais passará, porém não podemos viver somente de saudades, temos, como diz o texto, que olhar para a frente, para a terra, para o agora e para o futuro, caso contrário a vida toma-se insuportável, tanto para nós, como também, para aqueles que nos rodeiam. Uma tia, que também passou pela dor que passamos, nos disse: "A sorte é que o relógio não para", grande verdade, o tempo, as atividades, os outros filhos e o conforto dos amigos, aos poucos, recuperam em nós a vontade de viver. As diferentes perdas são bastante sofridas, perde-se emprego, saúde, e amigos. As brigas, as viagens, as mudanças de cidade ou país, assim como a morte, são perdas que precisam ser administradas, a fim de possibilitar o olhar para o futuro e a saída da paralisia causada pelo choque que elas ocasionam. A recuperação de qualquer perda, no entanto, só é possível se mergulharmos no amor de Deus, na fé em Jesus Cristo, pela força do Espírito Santo. Nossa recuperação será maior e melhor se formos ao encontro da Trindade Santíssima pela oração. Na oração e na contemplação Deus se mostra aos fiéis como Ele é, por isso, estar na Trindade é viver o que a Trindade vive. Estar na Trindade é viver as virtudes teologais. A Fé no Deus uno e trino possibilita recuperar e reviver os elementos básicos e fundamentais que consolidam a felicidade pessoal, conju-

gale familiar. Há uma relação íntima entre fé e oração, a oração em si já é um ato de fé. Ver Deus presente na história é também um ato de fé. Fé é adesão a Deus, é aceitálo como Senhor da História. O Deus em que cremos é o Deus em que rezamos. Viver a Esperança é ter plena certeza de que a promessa feita por Ele será cumprida. Esperança é a virtude que mantém o Povo de Deus aberto à realização plena do projeto de Deus, é a virtude que leva o Povo de Deus à realização plena do projeto de Deus, é a virtude que leva o Povo de Deus a lutar por um mundo melhor. "Esqueço-me do que fica para trás e avanço para o que está na frente. Lanço-me em direção à meta, em vista do prêmio alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo"(Fil13, 13-14). Viver a Caridade, no entanto, é aspirar o dom mais alto, é aspirar o dom supremo, como diz Paulo aos habitantes de Corinto: "A Caridade é paciente ... , ... tudo desculpa, tudo crê, tudo espera ... "(I Cor 13,4;7) nos momentos de perda e dor, "vemos tudo de maneira confusa mas depois veremos face a face" (1 Cor 13, 12a). Estar na Trindade é viver o amor, segundo o apóstolo Paulo, na eternidade só restará a caridade "a caridade jamais passará. " (1 Cor 13, 8) "Agora, portanto, permanecem fé, esperança e caridade. A maior delas porém, é a caridade". (JCor 13,13) Além das virtudes Teologais a 8


com o que Deus nos dá. A Trindade é comunhão. A comum-união entre os membros de uma fanu1ia toma a fanu1ia mais forte e solidária, facilita o trabalho, torna a vida mais atraente e saborosa. A Trindade é participação. Participar é fazer parte, é estar por dentro, é ser um de nós, é aquele que toma parte das nossas ações, quem participa pertence ao grupo. As pessoas divinas, em sua unidade, participam da mesma natureza divina. Mesmo tendo vivido grandes dores e grandes perdas, o casal que vive os valores fundamentais da vida trinitária atinge o grande objetivo da felicidade matrimonial que é viver a estabilidade. A Estabilidade defende a família contra as tentações da infidelidade, aumenta a dignidade dos cônjuges, provê o cuidado e a educação dos filhos, que é obra de longos anos e mantém a integridade dos costumes, suporta a dor e não perde a Esperança. A Graça especial do sacramento do matrimônio "eleva o amor natural à perfeição, confirma sua indissolúvel unidade e santifica os próprios cônjuges" (Cons Tri Sess XXIV). Estar na Trindade é ser chamado a viver a santidade e ser por Ela habitado "Se alguém me ama- diz

Trindade vive a alteridade, são três pessoas distintas que operam a obra comum segundo sua propriedade pessoal. A alteridade está presente no plural trinitário "Façamos o homem à nossa imagem, como nos-

sa semelhança"(Gn 1,26). Logo no início da criação, Deus ordena ao homem que dê nome aos animais. Ao nomeá-los Adão tomou consciência de seu próprio corpo, assim como reparou que seu corpo era diferente dos demais corpos por ele nomeados. Então verificou que estava só, não tinha ninguém como ele. Graças à essa tomada de consciência, o homem sentiu necessidade de uma companheira que fosse igual a ele, mas que não fosse ele. A alteridade está presente entre os seres humanos. Está presente no sacramento do matrimônio. Homem e mulher, por serem diferentes um do outro, podem procriar, partilhar, dividir e completar sua vida no amor conjugal. Em toda sociedade doméstica existem diferenças entre seus membros, são pessoas que querem viver o amor, querem manter a unidade e a ordem necessárias ao bom andamento da fanu1ia, as diferenças são salutares, o que não é salutar são as desigualdades. A Trindade nos ensina como viver a Gratuidade. No mundo atual tudo tem seu preço, falar em gratuidade é quase loucura, porém, ela é outro elemento essencial para o bom andamento de uma fanu1ia. Viver a gratuidade é viver sem cobranças, é viver sem interesses mesquinhos, é saber doar-se, é ser feliz

o Senhor - guardará minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele nossa morada" (lo 14,23). Altimira e Paulo CR Província Sul I 9


BAlANÇO

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proxima-se o mês de novembro e, com ele, o momento para uma reflexão sobre cada um de nós pessoalmente, como casal, como equipe, como Movimento de Equipes de Nossa Senhora. Os mais antigos já conhecem a dinâmica; sabem que vão responder as perguntas que vêm do Setor e talvez alguma outra de seu Casal Responsável; todos os anos temos essa oportunidade de poder rever nossa caminhada, avaliar nossos sucessos e dificuldades e, a partir daí, corrigir rumos e planejar nossa ação para o ano seguinte. Até aqui, nada de novo, nada foi acrescentado, tudo parece igual, dirão muitos. E estão certos, se olharmos para o momento doBalanço sob esse ângulo da mesrnice. Contudo, o que queremos propor é um olhar diferente, não de quem cumpre coisas ou preenche questionários, mas de quem está realmente interessado em mudar para ser melhor, para servir mais, pois esta atitude de busca foi constante na vida de nosso fundador e, conseqüentemente, na vida das Equipes. Em diversos momentos, Pe. Caffarel, parou para avaliar a necessidade de atualização contínua, para que o fogo inicial que dera impulso aos primeiros casais nunca se extinguis-

se, nem sequer enfraquecesse. Afirmava ele que não tínhamos o direito de "desperdiçar o carisma a nós confiado pelo Espírito de Deus". Mesmo afastado da direção internacional, ele mantinha o zelo e os olhos fixos nas equipes, preocupado com a atualidade do carisma fundador; fazia apelos frequentes à criatividade dos casais, pois, as Equipes de Nossa Senhora devem se empenhar para responder às necessidades e anseios da época em que estão vivendo. Também nós, por ocasião do Balanço, temos a oportunidade de avaliar a qualidade de nossa pertença ao Movimento, o sentido que ele dá à nossa vida de casal, quanto tem nos enriquecido e, antes de tudo, como temos vivido para que possamos corresponder à afirmação do Papa Paulo VI aos casais equipistas peregrinos em Roma: o casal é "o rosto sorridente da Igreja". 1o


Depois de nos termos avaliado em relação ao Movimento, agora coloquemo-nos diante da nossa equipe, ali onde certamente não estamos por acaso, mas por vontade divina para nosso crescimento e de nossos irmãos, co-responsáveis pela animação e santificação dessa pequena comunidade de casais. Transcrevemos um trecho de um artigo do Pe. Caffarel. Esperamos que possa ajudar na nossa reflexão: "Há no meio desses casais reunidos na sala de um apartamento a presença intensa do Ressuscitado, vivo, atento a todos, amando cada um tal como é, com o seu mal e o seu bem, com pressa de ajudá-lo a tomar-se como Ele quer que seja. Está aí, como na noite da Páscoa nessa 'sala superior' de Jerusalém, quando apareceu de repente diante desses outros equipistas - os Apóstolos. Soprou sobre eles, dizendo: 'Recebei o Espírito Santo'. E tomaram-se homens novos. Jesus Cristo, em meio aos casais, não deixa de infundir neles o seu Espírito. E aqueles que se abrem a esse Sopro -aprende-se aos poucos a abrir-se a Ele - tomam-se os homens desse Sopro. A reunião então se desenrola animada pelo Espírito. A esses homens e mulheres que, após um dia estafante, chegam muitas vezes esgotados, sobrecarregados de preocupações, esse Espírito comunica a dupla paixão de Cristo: a sua impaciência pela glória do Pai, e a sua ardente e doce compaixão por essas multidões 'que são como ovelhas sem pastor"'. Poderíamos começar, refletindo

se temos clareza da presença do Cristo entre nós, perguntando-nos como nos preparamos para esse encontro com Ele. É a partir da certeza dessa presença que deve acontecer a nossa Reunião de Equipe. Que maravilha é para nós a confiança nesse Jesus que nos ama, incondicionalmente nos acolhe e está sempre à nossa espera; basta que Lhe abramos nosso coração! Em seguida, podemos nos perguntar se nos sentimos impulsionados para essa dimensão missionária de nossa vocação equipista; como estamos sendo apóstolos no 3° milênio, se não estamos deixando a força do sopro do Espírito que animou os primeiros apóstolos enfraquecer sobre nós. E Pe. Caffarel conclui: "Acabo de expor, não o que acontece sempre, mas o que deveria acontecer, pois uma reunião de equipe que não seja antes de mais nada um esforço comum para encontrar Jesus Cristo é algo bem diferente de uma reunião de Equipe de Nossa Senhora." Irmãos muito queridos, façamos de nossa Reunião de Balanço uma grande celebração onde poderemos não só cantar as maravilhas que o Senhor realizou em nós, mas contar com Sua Graça na nossa caminhada. Que o amor de Deus e a ternura de Maria nos iluminem e nos encorajem no momento do Balanço. Com muito carinho,

Regina e Cleber CR Província Leste 11


CONTRlBUlÇÃO MENSAl COMO A CONTR1BU1ÇÃO PODE ASSEGURAR A V1DA MATER1Al E A EXPANSÃO DO MOV1MENTO? Desde 1947, quando as ENS elaboraram os Estatutos, muita coisa mudou no mundo. Uma das mais significativas foi a economia. No Brasil, as ENS estão presentes em todas as regiões. Assim, a família equipista é formada por casais de todas as situações sócio-econôrnicas, oferecendo a todos a oportunidade de partilha e solidariedade . Diz o Estatuto das ENS: "dar cada ano a título de contribuição o produto de um dia de trabalho, para assegurar a vida material e a expansão do Movimento ao qual devem, de certo modo, o próprio enriquecimento espiritual". Destacamos alguns aspectos da contribuição para nossa reflexão: a) o comprometimento e importância da contribuição; b) a base de cálculo; e c) o número de contribuições.

O COMPROMET1MENTO E 1MPORTÂNC1A DA CONTR1BU1ÇÃO Como a contribuição pode assegurar a vida material e a expansão do Movimento? Somos todos responsáveis pelo Movimento, pois o Movimento somos to -

dos nós. Se hoje temos a oportunidade de participar dessa riqueza é porque desde o seu início houve uma estrutura capaz de suportar esse crescimento que, temos certeza, todos nós queremos continuar partilhando. A Carta Mensal de junho/julho/ 2000, publicou as Demonstrações Financeiras de 1999, com a abertura das receitas e despesas e comentários dos valores mais expressivos. Analisando os números do ano de 1999, vimos que o total das despesas foi maior que o total das contribuições arrecadadas. E a inquietação: Por que aumenta o número de equipistas, e não aumenta a arrecadação das contribuições? 12


O momento econômico que vivemos apresenta razões válidas, como o desemprego, a perda do valor aquisitivo, a expansão em regiões menos favorecidas etc.; porém, outra possibilidade a ser considerada é a falta de uma consciência clara, por parte dos equipistas, da importância da sua contribuição mensal. O grande desafio para o nosso Movimento é manter vivo o nosso carisma e nossa unidade na diversidade, e para que isso aconteça são programados encontros do Colegiada Nacional e Provincial, pagos pelo Movimento, com o objetivo de preparar e acompanhar o desenvolvimento dos setores (EACRE, Sessões de Formação, Retiros e outras orientações de fundamental importância para todos nós). Façamos uma reflexão: quais os benefícios que esses encontros têm proporcionado a cada um de nós? Seja qual for o seu Setor, é a sua contribuição ao Movimento que vai permitir que esses encontros aconteçam em todas as Províncias. Reveja as outras aplicações da sua contribuição conforme a Carta Mensal acima citada. O casal que não sabe a importância da sua contribuição ao Movimento, leva para a reunião um valor qualquer. Porém o casal consciente e comprometido oferta ao Movimento o mínimo solicitado que, com a graça de Deus, será suficiente para assegurar a vida material e a expansão do Movimento. 13

A BASE DE CÁLCULO Nossa identidade no Movimento é como casal; portanto, quando o Estatuto pede o produto de um dia de trabalho, somos convocados a fazê-lo como casal. Daí vem o questionamento: o que é renda? Renda é tudo aquilo que gera ganho (salário, aluguel, aplicações e outros ... ). Cada casal analise a sua renda e reveja o cálculo de sua contribuição.

O NÚMERO DE CONTR1BU1ÇÕES Na caminhada dos 50 anos da ENS no Brasil, e de acordo com as necessidades de cada momento, foram acontecendo diversas formas de partilha de nossa contribuição. Assim tivemos: contribuições anuais, semestrais e mensais. Com a expansão do Movimento, cresce também sua estrutura. Surgem os Setores, Regiões e Províncias. Como contribuir para que os Setores possam subsistir? Novamente tivemos diversas maneiras. Inicialmente do valor da contribuição 10% ficava no Setor; posteriormente esse percentual foi elevado para 20% e mais recentemente, visando facilitar a administração, 02 (duas) contribuições ficam no Setor. A Super Região, que tem o dever de zelar pela nossa unidade, logo após os EACRE, iniciou em suas reuniões uma reflexão sobre a contribuição e os critérios praticados no


Brasil. Reviu o que os documentos nos falam sobre ela. Em seguida, serviu-se também de uma pesquisa com todos os Casais Responsáveis Regionais do Brasil, e, diante de todos esses dados, que voltaram a ser analisados na reunião de junho/2000, no Rio de Janeiro, apresentou sua proposta ao Colegiado Nacional em Agosto/2000. Após a exposição de motivos e nova reflexão, por consenso, optou-se por oficializar, a partir de 2001, o que a grande maioria das regiões (29) já vem praticando, ou seja: nossa contribuição men-

sal é o produto de um dia de trabalho (do casal) dividido por 10 (dez), sendo que 02 (duas) ficam no Setor (meses de fev. e jul.) e 08 (oito) são remetidas para a administração nacional do Movimento (meses de mar/abr/mai/ jun/ago/set/out/nov).

gum Setor necessitar obter maior receita, a questão deverá ser objeto de discernimento com o Casal Responsável Regional. Que fique no entanto claro que, qualquer que seja a estratégia e o meio utilizado para esse fim, isso deverá ser proposto como sendo algo a mais ofertado de comum acordo pelos equipistas locais ao seu Setor. O Espírito Santo é livre, sopra onde quer, mas não é desordenado. Como no início do cristianismo, é o Espírito Santo que orienta a conduta da nossa comunidade ENS, inspirando ações e atitudes para suprir as necessidades da comunidade. Recebemos um carisma - espiritualidade conjugal- para ser levado aos casais de todos os tempos. É a sua contribuição fmanceira que vai ajudar nessa realização. Fraternalmente,

Sem prejuízo desta posição oficial do Movimento, que permitirá o atendimento das necessidades gerais, nos casos particulares de al-

Vera e Renato Secretaria e Tesouraria Super-Região

As limitações econômico-financeiras das ENS podem ter duas razões: • Uma evangélica: a limitação de meios dos casais (circunstancial ou permanente) de uma região. Nesse caso de pobreza evangélica, faça-se o que for possível, salvaguardando as devidas prioridades. • Se, porém, as limitações vêm da falta de generosidade e de partilha, então sim, há motivo para preocupação.Está na hora de rever até que ponto somos de fato comunidade cristã fraterna, de caridade e de partilha.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, CSsR, SCE da Super-Região

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ORAÇAO DACOLETA*

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enhor meu Deus,

estamos aqui, neste momento,

com muita alegria e amor,

ofertando o que nos pede o Movimento, ao qual nos chamastes. Ajuda-nos, Senhor, a completar o que tua providência divina começou. Modifica em nós o desgosto do gesto avarento, de modo que já não possamos suportar esta mão que se fecha, quando é preciso dar e que se abre, largamente, para receber. Façamos desta contribuição uma forma suprema de liberdade, pois sabemos que a alegria permanece sempre viva nos corações que se esvaziam de toda inquietação e só desejam o que é eterno. Obrigado por esta chance Senhor. Amém.

Romilda (do Raul) Equipe 13 - N.S. das Estrelas - Sorocaba, SP

* Esta oração é para ser rezada antes da partilha financeira.

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BAlANÇO, BAlANÇO, BAlANÇO!. .. MAS, NÃO CAIO!...

T

er objetivo é ter a certeza de alcançar o fim. É buscar estratégias para fazer do casamento um lugar de amor, felicidade e santidade. Observando um pouco a história, percebemos que, apesar das mazelas e dos pecados, a humanidade desenvolve-se em um processo intensamente dinâmico, da pedra ao raio laser, da carroça ao foguete, da pena de caneta ao computador, passando por momentos de calmaria, momentos de crise e momentos de transformação. Após 50 anos de caminhada das ENS no Brasil, chegou o momento dos desafios, das revitalizações, dos redescobrimentos, mas para que isso aconteça, é preciso que agora olhemos para o futuro de nossa caminhada. Quando se escala uma montanha, chegando a determinada altura e faltando o fôlego, é bom tirar a mochila e sentar-se para ganhar aquele novo fôlego que nos permitirá alcançar uma altitude mais elevada. Pois esta hora chegou: é o nosso Balanço, o nosso Dever de Sentarse em Equipe; isto mesmo, o balanço que todo ano fazemos deve ser encarado como um Dever de Sentarse da Equipe. O significado do Balanço, conforme o dicionário é: "Levantamento de uma situação; exame; avaliação". Como equipistas, também temos no

nosso balanço, um levantamento de situação, um exame a fazer, uma avaliação. Examinemos então: • No período deste ano, encontramos na nossa equipe de base os fundamentos que necessitávamos, ou melhor, que vamos absorvendo ao longo da caminhada? Contribuímos com ela para favorecer os outros membros? Colhemos frutos dos PCE, a ponto de partilhar com aqueles que ainda não descobriram as vantagens desses meios de transformação de atitudes? Anunciamos as graças que tivemos, ou nos fechamos egoisticamente, não dando oportunidade a que outros casais, pudessem também, ser participan-

Não se trata, evidentemente, de impor exigências excessivas ou prematuras, mas importa que, de uma para outra reunião, de um ano para outro, haja progressos.

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tes deste tesouro recebido gratuitamente? E fmalmente, já despertamos para a realidade que nos convoca a ação? Realidade em vários sentidos e que exige atitudes diversas? Quantas interrogações ainda podemos formular! Antes de ir para a reunião de balanço, façam entre si o balanço do casal equipista, para que nosso balanço seja proveitoso, à medida que formos verdadeiros e sinceros nas reflexões. Perguntemos: • Como nos preparamos durante o mês para partilhar na reunião? O nosso Dever de Sentar-se está sendo uma maneira de crescimento? Fomos convidados para uma responsabilidade no Movimento? Como reagimos? Vivemos o momento sublime da Reunião de Equipe, ou achamos que há alguma coisa contra nós? Teremos sido reunidos por acaso? Você e sua equipe já encontraram a resposta para esta pergunta? Há algo a fazer que compete a nós como comunidade (Movimento)? Quais são, afmal, as nossas metas? ... Qual é mesmo nosso ideal e vocação? Por que estamos, nós dois, nas Equipes de Nossa Senhora? O nosso Balanço atualmente, já é feito com o Casal Responsável do próximo ano, já eleito. Então, por que não este casal eleito, juntamente com o Casal atual e o Conselheiro Espiritual, prepararem, e conduzirem esta reunião de balanço, elaborarem os 17

questionamentos, os compromissos, as avaliações? Enfim, fazer um projeto de Equipe 2001, para que tenham, no ano seguinte, o comprometimento de seguir o que foi o resultado deste balanço. "E não receiem em ser exigentes". Cônego Caffarel, escreveu a Pedro Moncau: "Não se trata, evidentemente, de impor exigências excessivas ou prematuras, mas importa que, de uma para outra reunião, de um ano para outro, haja progressos." Em nosso Balanço perguntemos: Queremos ser equipistas? Outro aspecto da exigência de Deus, nós encontramos no Apocalipse: "Porque és morno, não és frio nem quente, eu te vomitarei". Pensando nas nossas Partilhas é muito fácil ser morno sem perceber. Quando fazemos os Pontos Concretos de Esforço mais ou menos, porque a Reunião de Equipe está próxima, estes pontos são cumpridos apenas por normas. Quando nos contentamos com a mediocridade em que, as vezes, nos encontramos, então somos mornos. Cabe aos Responsáveis de Equipe, aos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, não permitir que os casais sejam mornos, mas sejam profundamente verdadeiros em sua vivência cristã, na hora do testemunho, na hora da vida em equipe. A melhor maneira de agradecer a Jesus a graça de pertencer ao Movimento é certamente a de viver intensamente o que os nossos ESTATUTOS nos pedem. Que cada equipe, na sua simplicidade de Igreja que se reúne, responda à solicitação do Espírito: O que


a minha equipe pode e vai fazer em 2001? A partir de pequenos gestos poderemos iluminar este mundo. O Movimento quer que sejamos santos e, para ser santo é preciso querer, um querer de "gente grande", que enfrenta dificuldades, mas, vence. Daí se conclui que estar nas Equipes apenas porque é gostosa a amizade que ali reina, não é válido. É preciso ter bem claro a meta das Equipes: "Santificar os seus membros para que eles santifiquem o mundo e então, mesmo que surjam obstáculos para a convivência, na caridade, eles são vencidos e a

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Quando nos contentamos com a mediocridade em que, as vezes, nos encontramos, então somos mornos. Cabe aos Responsáveis de Equipe, aos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, não permitir que os casais sejam mornos, mas sejam profundamente verdadeiros em sua

equipe avança ... " Se não damos à vivência dos Pontos Concretos de Esforço essa importância, nossa equipe pode ser um grupo amigo que se quer bem e tem prazer em estar juntos mas, com certeza, não é uma Equipe de Nossa Senhora. Se questionamos a validade do Estudo do Tema, o Dever de Sentar-se, o ·sentido da Oração Conjugal e Familiar, se não sentimos necessidade de uma Regra de Vida, se não priorizamos a parada de 48 horas por ano, para refletir sobre nossa vida num Retic ro espiritual, se nada disso nos é vital e necessário, não existe razão em estarmos no Movimento. Priorizar a vida de equipe significa, enfim, prolongar a reunião durante todo o mês, de forma que cada casal deixando-se impregnar pelo espirito de comunhão e de amor, faça com que cada Reunião da Equipe seja verdadeira celebração da união e do encontro dos seguidores de Cristo. Não façamos de nosso Balanço, o mesmo que ir ao médico, receber dele a receita, colocá-la no bolso e já nos supor curados. Não conseguimos imaginar equipes formadas por casais que só se balançam, são balançados e não têm vontade de assumir as propostas do Movimento. Mas, sim, por casais que, a despeito dos balanços, dos tombos, das curvas e calombos, querem vencer os buracos e desvios da estrada de Jesus, em busca da santidade.

Rosana e Eduardo Guerra Eq. 3-A - N. S. Fraternidade São José dos Campos, SP

vivência cristã.

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OBA~NÇO

ESTAAl

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ste mês de novembro serve para fazermos um verdadeiro balanço de como vai a nossa caminhada de equipe, de casal, de comunidade cristã, de Igreja.

• Estamos fazendo dos Pontos Concretos de Esforço, verdadeiros instrumentos de conversão, ou os achamos fardos pesados e difíceis de vivê-los? • Damos o real valor aos momentos de formação, às celebrações litúrgicas, à riqueza da Carta Mensal, ou ficamos acomodados na nossa auto-suficiência ignorante? • Somos casais que se amam, fiéis a nossa Igreja e aos ensinamentos de Jesus, ou somos fariseus, crentes que já temos um lugar reservado no céu? • Buscamos viver a verdade, a vontade e o amor de Deus e a alegria do Encontro e a comunhão com o Pai, ou somos sepulcros caiados, de boa aparência externamente e podres por dentro? •

Vivemos a fé, a caridade e a esperança, como fonte de vida cristã, ou ficamos só na teoria, esquecendo as obras e nos ocultando para o mundo?

Eis o momento de balançar nosso interior, revolver (chafurdar) o nosso coração, chacoalhar a nossa vida de casal cristão, tirar as teias de aranha da nossa imagem. É hora, neste ano jubilar, de fazer brilhar a nossa luz, o nosso testemunho de fé. É o momento de retomar o brilho verdadeiro de ser cristão, de renovar nosso ímpeto de sempre, testemunhar a glória de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. É tempo de enaltecer e renovar nosso compromisso com o nosso Movimento e assumir, com novo ardor, a missão que nos foi confiada por Jesus e por Maria. Um santo e proveitoso balanço para todos.

Jussara e Daniel Equipe 3B - João Pessoa, PB

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COMBATI O BOM COMBATE ...

l

endo um artigo sobre Paulo de Tarso, modelo de missionário, senti-me impulsionado pela força do Espírito Santo a escrever um artigo sobre o Casal Responsável de Equipe (CRE) e sua missão. Muito gratificante é, para quem assume uma missão, chegar ao final e poder repetir o que disse São Paulo "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, conservei a fé." (2Tm 4,7) . Mas, para que isso aconteça, é necessário revestirmo-nos do espírito de verdadeiros missionários como CRE, e colocarmos acima de tudo, durante todo o tempo, o AMOR do Pai. Experimentemos substituir o nome de Pedro pelo nome do CRE em (Jo 21,17): "Pedro, tu me amas? ... Apascenta as minhas ovelhas." Que missão! Que responsabilidade Cristo nos dá! Mas esta missão se tornará mais fácil, se procurarmos exercitar as seguintes qualidades necessárias:

1.

FIDEliDADE À GRAÇA

Como bons cristãos, sabemos que tudo é graça. Mas precisamos estar atentos e, principalmente, cooperarmos, para que nossas ações estejam em perfeita sintonia com o Pai, para percebemos esta graça.

2. ADEUDADE À PAlAVRA DE DEUS

Como é fácil trairmos a Palavra de Deus. No mundo em que vivemos, a grande maioria vi ve mais para si, e está sempre querendo levar vantagem. Para sermos fiéis à Palavra de Deus, basta sermos coerentes com o que dizemos, na nossa maneira de agir.

3· FÉ E CONVICÇÃO O Movimento nos dá suporte para pormos em marcha a nossa equipe, mas precisamos repassar tudo o que sabemos (mística, estatutos, histórico, etc.) porque realmente acreditamos e temos convicção que este é o caminho certo para atingirmos o nosso ideal: ser santos. "Acreditei, por isso falei" (2Cor 4,13).

4· PEDAGOGIA PAU UNA Cada equipe tem sua personalidade, e o Casal Responsável deve respeitar cada membro de sua equipe, pois somos todos diferentes. O missionário (Casal Responsável), deve adaptar-se às diversas situações com caridade, liderança e autoridade, sem ser autoritário, pois onde há amor, não há espaço para o 20


autoritarismo. "Embora eu seja livre em relação a todos, tomei-me o servo de todos, a fim de ganhar o maior número possível." (1Cor 9, 19).

Para sermos fiéis à Palavra de Deus, basta sermos coerentes com

5· ASCESE (exercícios que são praticados visando o aperfeiçoamento espiritual.)

o que dizemos, na nossa maneira de agir. Mas precisamos repassar tudo o que sabemos (mística, estatutos, histórico, etc.) porque realmente acreditamos e temos convicção que este é o caminho certo. O missionário (Casal Responsável), deve adaptar-se às diversas situações com caridade, liderança e autoridade. O casal a quem é confwda a missão de responsável, deve ser amigo e irmão, seja em que quadro for

O Casal Responsável precisa renunciar a algumas idéias suas e estimular algumas idéias do outro, trabalhando como se fossem suas, em prol do crescimento da equipe que está conduzindo. É necessário também ser um atleta de Cristo, programando o tempo, dando prioridade aos compromissos agendados, renunciando e abstendo-se de compromissos que serão realizados nas mesmas datas, já previamente marcados. A ascese nos toma verdadeiros cristãos. Seus maiores inimigos são a preguiça. "Se alguém está em Cristo, é nova criatura" (2Cor 5,17). O casal a quem é confiada a missão de responsável, deve ser amigo e irmão, seja em que quadro for dentro do Movimento. Se assim procurarmos proceder, o Espírito Santo nos ajudará, e Maria, nossa Sagrada Mãe, intercederá, junto a Seu Filho, para que ao final de nossa missão possamos dizer como São Paulo: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, conservei a fé." (2Tm 4,7).

Lúcia e Alcindo

dentro do Movimento. ~

Equipe 9C - R ecife, PE

-

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o dia 4 de junho passado, aconteceu "Um dia diferenTudo começou quando o Colegiado do Setor "A" de Campo Grande, MS, visando ajudar o seu SCE, passou a realizar suas reuniões mensais no Seminário Pobre Servos da Divina Providência, onde ele reside e ajuda na direção da casa. Durante estas passagens, ficamos conhecendo os jovens vocacionados que lá residem. Daí a idéia, de um dos casais, de passarmos um dia com eles. A idéia foi levada à frente e aceita por todos. Então, na manhã do dia 4 de junho, por volta das 8 horas, foram chegando os casais com seus respectivos filhos e sendo muito bem recebidos pelos jovens da casa. Completamos o número de quarenta pessoas. Foi um festa! ... Iniciamos o encontro às 9 horas com a Santa Missa, celebrada pelo padre Evandro. Na acolhida, foi pedido, pàra que cada casal se apresentasse, juntamente com seus filhos, e depois, a apresentação dos jovens vocacionados, e a belíssima explicação do padre sobre o Movimento, a fanu1ia e, principalmente a importância daquele momento para

todos nós, frutificando a amizade, a solidariedade e a oração. Eram interessantes os olhares de alegria, curiosidade e ao mesmo tempo de expectativa de nossos filhos e dos jovens acolhedores. Após a missa, passamos para a parte de lazer. Tudo foi se encaixando, parecendo uma grande família que se conhecia há muito tempo. Começaram as partidas de vôlei, futebol, pimbolim, sinuca, cartas, violão e outros. Uns cuidaram do churrasco, as mulheres do almoço e da sobremesa, sobrando ainda muito tempo para torcer para seus pobres maridos, fora de forma, sujos, ralados, mas sobretudo com muita alegria e amor para dar. Não poderíamos deixar de partilhar com vocês, irmãos equipistas, esse momento maravilhoso que foi para nós. Vimos no rosto de cada um daqueles meninos, a alegria de estar entre fanu1ias. Muito me emocionou a pergunta de um deles ao sacerdote: "Padre, todo mês vai acontecer um encontro desse?" E, o padre sorrindo respondeu: ''Todo mês não, meu fllho, mas prometo que acontecerão outros encontros ainda este ano. Abraços fraternos,

Setor "A" - Campo Grande, MS 22


PROvfNClA CENTRO-OESTE

N

REGlÃO CENTRO-OESTE 1

o quarto artigo, contando a história das primeiras equipes de cada Região das nossas Províncias, enfocamos a Província Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás). Esta Província é composta de 4 Regiões, 20 Setores, 183 equipes, 1256 casais e 146 Sacerdotes Conselheiros Espirituais (dados de junho/2000). Neste mês está assumindo a Província Centro-Oeste, o casal Rita e José Adolfo, sucedendo o casal Lourdes e Sobral.

O início da Equipe 1 - Nossa Senhora Medianeira, de Brasília, DF, se confunde com a história do Movimento em Brasília. No dia 15 de outubro de 1972, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora começou oficialmente em Brasília, com o lançamento das Equipes no 1 e 2 respectivamente Nossa Senhora Medianeira e Nossa Senhora das Vitórias. O Movimento foi fundado em

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Brasília, graças à iniciativa do frade Capuchino Frei Jamaria. O religioso veio para esta cidade integrando o grupo de funcionários da Nunciatura Apostólica recém transferida para a Capital Federal. Sendo Conselheiro Espiritual de Equipes, no Rio de Janeiro, Frei Jamaria conseguiu trazer daquela cidade o casal Malvina e Edgard, o qual fez o trabalho de informação das Equipes 1 e 2. As duas equipes foram pilotadas pelo casal Maria Alice e Adelson, também do Rio de Janeiro. O lançamento das duas equipes aconteceu na residência de D. Edinha, mãe da Lícia, do Arthur ENS 2. Por isso D. Edinha é considerada a madrinha do Movimento, em Brasília. Na Reunião de Informação, foi anunciada a constituição das duas equipes. A Equipe 1, tendo como padre Assistente Frei Sylvio e os casais Oneida e José Conceição, Maria Terezinha e José Cavalcanti, Beatriz e Leônidas, Elza e Ítalo, Maria Lúcia e Ésio e Liane e Aidy I. A Equipe 2, teve como padre Assistente o Frei Jamaria e os casais Lúcia e Joaquim, Lícia e Arthur, Leda e Rubeni, Helenie e Sérgio Henrique, Dulce e Rovi, Maria Elvira e Oliveiras. O dia da primeira reunião da ENS 1 (12 de novembro de 1972), foi marcado por um forte temporal que castigou a cidade. Nos arredores da casa onde deveria realizar-se (Lago Sul, residência de Beatriz e Leônidas), um raio caiu em cima de uma estação de energia, deixando a rua e toda

a área próxima sem energia elétrica. Assim, à luz das velas emprestou ao local "um certo ar solene". Da formação inicial da ENS 1, permanece o casal Ítalo e Elza. Poucos meses depois, passaram a integrar a equipe, Maria Divina e Godoy, Alceste e João Guilherme, Germana e Joaquim. Vale a pena lembrar o fato de que, onze anos antes da fundação das Equipes de Nossa Senhora em Brasília, houve uma tentativa de implantar o Movimento no Distrito Federal. Um ano depois da inauguração da nova Capital, o então prefeito do Distrito Federal, Paulo de Tarso Santos, incentivou o casal Germana e Joaquim a iniciar o Movimento na cidade. Assim, no dia 24 de maio de 1961, foi lançada uma ENS, sob a invocação de Nossa Senhora Auxiliadora. Teve, no entanto, vida efêmera, pois, os casais que a compunham eram todos membros da equipe do governo e ti veram de regressar às suas cidades de origem, em virtude da renúncia do presidente Jânio Quadros. Mas, Germana e Joaquim estavam destinados a fazer parte da ENS 1 e isso aconteceu em junho de 1973.

REGIÃO CENTRO-OESTE H Tínhamos participado do ECC em 1978, e, estávamos entusiasmados com a nova condição de casal atuante da Igreja,. após 8 anos de casados. Em 1979, certa noite, estávamos presentes na nossa Paró-

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quia Divino Espírito Santo, no Guará II, DF, quando a Glenda, do Dalmi, nos chamou para participar de uma Reunião de Informação, sobre uma tal de Equipe de Nossa Senhora. O casal Sônia e Ângelo foi indicado para pilotar a primeira equipe fora do centro de Brasília. Eles fizeram contatos com o padre Salvatore Sottile, italiano, rogacionista, que relutou muito em aceitar o convite para ser o nosso C.E. Por insistência do CP, após vária tentativas, ele acabou aceitando, tendo a reunião de lançamento da Equipe Nossa Senhora do Divino Espírito Santo acontecido no dia 23 de setembro de 1979, na residência do casal Santa e Osônio. A experiência foi tão boa que, meses mais tarde padre Salvatore aceitou acompanhar mais três equipes. Foi conselheiro das 4 equipes por aproximadamente onze anos, deixando bem plantadas as semente, que mais tarde viriam a dar muitos frutos para o Movimento e para a Igreja. Da equipe inicial, apenas o casal Creusa e Caroba, continuam até hoje no Movimento.

Creusa e Caroba Equipe IA- Brasília, DF

REGlÃO MATO GROSSO DO SUl O Movimento das ENS foi trazido de Brasília, para Campo Grande, MS pelo casal Maria do Rosário e Loemy Ferreira.

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Em 28 de maio de 1986, teve início a primeira equipe em Campo Grande, MS, composta por 8 casais e tendo como Casal Piloto Emiliana e Selton Melo e, o SCE padre Jair Gonçalves. O primeiro Casal Ligação à distância foi Wilma e Orlando. Este casal contribuiu de forma grandiosa para o crescimento das ENS em nosso Estado.

Maria do Carmo e Gerson Ferreira Eq.l-B- N. Sra. de FátimaCampo Grande, MS

PRÉ-REGlÃO GOlÁS-SUL Padre Euclides, conheceu o Movimento das ENS quando morava em Brasília, DF. Em 1987, ele convidou alguns casais (em torno de 10), para participarem de uma Reunião de Informação sobre as ENS. Wilma e Orlando, foi o casal responsável para expor as bases do Movimento. Aproximadamente 4 meses depois, voltaram para a realização da primeira reunião de Equipe, em Itumbiara, GO. Esta reunião foi realizada na Paróquia Nossa Senhora das Graças. Participaram: Vera e Athaide, Zilda e Antônio Carlos, Aparecida e Admilson, Vilma e Mair, Susi e Carlos. O primeiro Casal Responsável da Equipe Nossa Senhora das Graças, foi Vera e Athaide.

Maria Luíza (do Valdeires) ENS da Rosa Mística 5-A ltumbiara, GO


RECORDANDO

F

oi o casal Renato e Elza, de Brasília, que deu nosso nome ao padre Euclides. Eles sabiam que, uma vez por mês, viajávamos para Goiatuba, uma cidadezinha simpática que fica a 50 km de Itumbiara. Quando conhecemos o sacerdote, ficamos impressionados com o seu entusiasmo pelo Movimento, com a alegria e a delicadeza com que ele nos acolheu. E depois, quando ele nos apresentou alguns casais, não tivemos dúvidas. Estávamos sentindo, de verdade, a presença da irresistível força da vontade de Deus, que nos conduz e ampara, fortificando nossa fraqueza e completando as nossas limitações. Foi um tempo muito bom aquele. Fomos descobrindo as pessoas e aprendendo, com elas, o acolhimento, a coragem e a dedicação. Quando voltávamos, tarde da noite, pela estrada que leva a Goiatuba, estávamos felizes e cada vez mais esperançosos, percebendo que as Equipes de Nossa Senhora floresceriam naquela parte do Brasil. Nosso trabalho foi só o começo. Logo depois, o casal Arani e Mira, de São Carlos deu sua preciosa e simpática colaboração , também como casal piloto. A semente estava lançada. E a turma de casais jovens de Itumbiara que prontamente entendeu a mensagem e que tinha tudo para continuar o trabalho, arregaçou as mangas e iniciou uma caminhada que,

ao longo dos anos tem produzido muitos frutos na Igreja local. Que Deus os abençoe!

***

Nós nos lembramos muito bem... Naquela ocasião, o nosso movimento vivia, no Brasil, um problema interessante. Tínhamos algumas equipes espalhadas em lugares distantes do nos~ so país. A ligação com a Equipe de Coordenação Regional (ECIR) estava difícil. Então, Cidinha e Igar tiveram a idéia de nomear um casal como Regional das Equipes Distantes, um nome sugestivo e agradável... E, como são pessoas de muita fé, nos designaram para esse serviço, sem pensar em nossos defeitos e confiando em Deus, que age melhor nos mais fracos. Campo Grande era, na época, um desses "lugares distantes". E, lá estávamos nós, tentando fazer da melhor maneira possível nosso trabalho, mas, acima de tudo, conhecendo novos irmãos e recebendo deles tanta atenção e carinho, que nossas viagens se transformaram em momentos muito agradáveis. Lembramos, com alegria e saudade, aqueles dias que Deus nos concedeu, ao lado daquela gente amiga, como também da querida turma acolhedora do nordeste. Obrigado, Senhor, por todas essas experiências maravilhosas que vossa bondade tem permitido que vivamos em casal e em comunidade!

Wilma e Orlando Equipe 2 A - N. S. do Rosário ]undiaí, SP 26


ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL FAMlLlAR

E

m Curitiba/PR, durante os dias 8 a 10 de setembro, tive mos a oportunidade de participar do s· Encontro Nacional dos Assessores Eclesiásticos Regionais e Diocesanos da Pastoral Familiar, bem corno do 9" Congresso Nacional da Pastoral Familiar. No Encontro dos Assessores, a Dra. Elizabeth K. Cerqueira, ginecologista e obstetra, membro da Comissão Diocesana em Defesa da Vida, de São José dos Campos, SP desenvolveu o terna: Sexualidade Humana e Vocação Matrimonial. Refletimos sobre as dimensões biológica, psicológica e existencial do ser humano. Para nós, pessoas, a sexualidade é um projeto a se desenvolver; é um sinal, força de encontro, de comunhão, de criatividade. Ouvimos sobre a necessidade de integração da sexualidade no todo da pessoa, a partir da capacidade e exigência vital de amor. A humanização do sexo exige ascese e propósito consciente nos diversos graus de comportamento sexuado. Para isto, é preciso que se busque o verdadeiro significado de cada di-

rnensão da sexualidade. O amor conjugal é entrega mútua para realizar um projeto comum. Um caminho a percorrer; desenvolvimento da pessoa integral. Comunhão de duas pessoas que oferecem mutuamente corno dom, o seu "Eu" mais íntimo. Gesto fiel com sede na eternidade, onde, a entrega corporal revela em simbolismo muito mais profundo e produz a conjugalidade. Vida compartilhada para sempre, para além de si. Além disso, refletimos sobre a sexualidade e o mistério cristão: enquanto imagem de Deus, o homem é criado para amar. "Criando-o à Sua imagem ... , Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do se r humano" (FC n° 11). "No matrimônio, a intimidade corporal dos esposos torna-se sinal e penhor da comunhão espiritual. Entre os batizados, os laços do matrimônio são santificados pelo sacramen-


to". (CIC n°. 2360). Falamos, também, sobre algumas dificuldades encontradas: "ranço histórico"; falta de preparo das lideranças; falta de preparo do clero; anúncio tímido; medo de perder os fiéis; conflitos pessoais, etc .. Em seguida, tivemos a apresentação de uma experiência bem sucedida, em São José dos Campos, com os Encontros de Preparação para o Matrimónio, e, um momento para que os assessores colocassem suas ponderações, experiências e contribuições de suas regiões. Para encerrar esse encontro, Dom Aloysio José Leal Penna, Assessor do Setor Família e Vida da CNBB, ponderou que sempre existirá o plano ideal e o plano factível. O Setor Família e Vida da CNBB deve fornecer as diretrizes básicas para o desenvolvimento do tema, e cada Diocese deve desenvolver seu plano de acordo com a sua realidade. Na noite de 6ª feira iniciou-se o 92 Congresso Nacional de PF com abertura proferida por Dom Pedro Fedalto, bispo responsável pelo Regional Sul II. Ele deixou bem claro a importância e a urgência da ação missionária da fanu1ia neste início de Novo Milênio. O tema do Congresso: Família Missionária, Esperança do Novo Milênio, foi abordado em dois momentos e aprofundado por meio de oficinas e grupos de debate. A primeira exposição, A Ação Missionária dos Pais na Família, profe-

rida pelo casal Aron e Regina Petrucci, procurou trazer para os casais e assessores que: • A ação missionária dos pais na família, decorrente da vocação e do estado de matrimónio, e portanto, também caracterizada pelas dimensões unitiva e procriativa deste, consiste no desenvolvimento e manutenção da unidade familiar (dimensão unitiva) e na transmissão de educação e valores aos filhos (dimensão procriativa 1 ). • Diante desse aspecto, tratou-se da manutenção e desenvolvimento da dimensão unitiva do matrimónio, do casal e de toda a famJ1ia, como condição essencial para que haja uma eficiente e eficaz ação missionária dos pais na fanu1ia, que permita, por sua vez, a "procriação" dos valores de vida no seio da famJ1ia. A segunda exposição, feita pela Dra. Cléa Carpi da Rocha, Advogada, Assessora Jurídica da Pastoral Familiar, abordou A Ação Missionária da Família na Sociedade. • FamJ1ia testemunha de Cristo, missionária no próprio ambiente de vida. • A família que tem, no Evangelho, sua raiz, frutifica, dando frutos de amor, sacrifício, misericórdia, fortaleza, solidariedade, caridade, refletindo um modo de vida de acordo com seus ensinamentos. • O ato de fé traduzindo-se em atitudes e decisões concretas: Não amemos com palavras, nem

I A dimensão procriati va aqui de ve ser entendid a no sentido de "criar vida", não somente física, mas social, intelectual e fundamentalmente espiritual.

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• •

com a língua, mas com obras e de verdade (1 Jo 3,18). A farru1ia e os documentos internacionais. A farm1ia e a proteção constitucional- áreas de risco: violência doméstica; violência contra os jovens; trabalho infantil; incidência da AIDS nas mulheres casadas. Direito à Vida - atentados contra a vida: aborto; eutanásia passiva; manipulação genética. Modelo neo-liberal da economia -a globalização interferindo profundamente na farm1ia e nas suas relações: concentração de renda; desemprego; injustiça social; o homem vale o quanto produz. Controle demográfico -redução da pobreza para a implantação do grande mercado mundial, ao qual só interessam os consumidores: esterilização em massa. Indicações: necessidade de uma pastoral missionária solidária, consciência da nossa pequenez, renovação espiritual e ética, conhecimento da doutrina da Igreja, consciência crítica das transformações históricas e sociais. Paróquia espaço privilegiado para comunicar a esperança.

Os grupos aprofundaram as palestras expostas. Estudaram 5 subtemas, com o objetivo de elaborar sugestões de ações concretas para a Pastoral Familiar no próximo Biênio. Os 5 sub-temas aprofundados foram: Relacionamentos Familiares- Espiritualidade FamiliarPreparação para o Matrimónio Formação de Agentes conforme os

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desafios priorizados pela Plano Bienal da Pastoral Familiar- Dignidade da Vida ("Bioética") As sugestões foram apresentadas em plenário pela Irmã Maria Fernanda Balan, Assessora N acional da PF, aprovadas, e serão divulgadas, em breve, para serem colocadas em prática nas diversas Dioceses. Um aspecto ficou muito claro e foi apontado por Dom Aloysio: o conhecimento e o estudo dos documentos e subsídios elaborados pela Pastoral Familiar, assim como a formação permanente dos agentes e assessores, faz-se cada vez mais imprescindível e urgente. Os 23 bispos presentes se reuniram num grupo espontâneo e, entre outras resoluções, comprometeram-se a incentivar e apoiar, em suas Dioceses, a criação da Pastoral Familiar. Uma das conclusões a que os congressistas chegaram foi de que é urgente que nós, cristãos católicos, unamo-nos numa rede de comunicação rápida e eficiente (telefonemas, cartas, internet) para fazer chegar às autoridades competentes nossos anseios e nossas reivindicações em favor da família. Vale, ainda, ressaltar que os 856 congressistas, entre eles 100 padres e 23 bispos, foram acolhidos e hospedados pelos casais pertencentes aos diversos Movimentos e Paróquias da Arquidiocese de Curitiba. Destacamos também a presença significativa de casais pertencentes ao nosso Movimento.

Angela e Luiz CRR - Paraná-Sul


- DO DIA NACIONAl ORAÇAO DOS lEIGOS E lEIGAS 26 DE NOVEMBRO DE 2000 Senhor Jesus Cristo, tu, que caminhaste no chão deste mundo, testemunhando o projeto de Deus para a humanidade, ensinando homens e mulheres a viverem a radicalidade dos valores do Reino de Deus, chamando todos para a decisão do seguimento e para assumir as exigências da missão, Faz com que nós, cristãos leigos e leigas, respondamos com a vida ao teu chamado, na nossa vida pessoal, na farru1ia, na comunidade, no trabalho, na ação política e na sociedade. Que hoje se revigore em nós as motivações e a graça dos sacramentos do Batismo e da Crisma, doados pelo amor da trindade santa, tornando-nos "protagonistas da evangelização", testemunhando presença na construção de uma sociedade justa e solidária. Que nossa disposição de conversão nos leve a amar os excluídos e a superar a exclusão - particularmente a exclusão dos empobrecidos, dos menores abandonados, dos doentes, da mulher, do negro, dos povos indígenas, dos alcoólatras, dos encarcerados, dos drogados, dos desempregados, dos idosos e dos moradores de rua - , para assumirmos com responsabilidade e discernimento a exigência de novos ministérios, respondendo criativamente os desafios do nosso tempo, rumo ao novo milênio. Amém. 30


OS PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Q

uando nos apresentaram os PCE, foi muito interessante descobrir que já praticávamos algo parecido, porém faltava uma arrumação e também nome para cada momento. Já líamos a bíblia, porém não era diariamente. Conversávamos muito e sempre pedíamos a Deus ajuda para as nossas decisões. Ao sermos informados para entrar nas ENS, e ao iniciar a nossa vida de casal equipista, começamos a arrumar a nossa vida de oração. Ler a bíblia todos os dias e em casal, foi muito bom, após a leitura procurávamos entender o que Deus estava dizendo para nós naquele texto, um tirando as dúvidas do outro, e depois disto, ainda fazíamos oração tomando por base o texto lido e geralmente orações um pelo outro, pelos nossos filhos, amigos, irmãos de equipe, etc .. Para encerrar rezávamos o Magnificat. Após este momento de oração saíamos de casa para trabalhar com o coração cheio de Deus. Assim é feita a nossa Escuta da Palavra e Oração Conjugal até hoje. Meditar em nosso coração o texto lido, refletir durante o dia as palavras da Bíblia, aquilo que Deus nos disse logo pela manhã, é estar cheio de Deus o dia todo. Este encontro pessoal com Deus é algo infinitamente especial. 31

A nossa conversa que era costumeira evoluiu para o Dever de Sentar-se, ficou mais cerimoniosa, porque estávamos sabendo e acreditando que Deus estava ali presente e olhando por nós e não era qualquer conversa que poderia ser chamada de Dever de Sentar-se, só aquela que tínhamos a consciência da presença de Deus. Quantas vezes já tomamos decisões muito importantes na nossa vida, lançando mão deste PCE. Já ouvimos coisas muito sábias e bonitas dos nossos filhos num Dever de Sentar-se que fizemos com eles. Dedicar um final de semana para um encontro com Deus. Só sabe a graça destes momentos quem já o fez, a entrega a Ele é maravilhosa. Não há graça maior do que você ter oportunidade de corrigir algo que lhe incomoda, ou que desagrada alguém, e os PCE nos oferecem várias oportunidades para nos abrirmos a vontade e ao amor de Deus. A Regra de Vida é uma delas. Não temos palavras para dizer da nossa alegria em comentar os benefícios dos PCE na nossa vida. O que mais nos alegra são os frutos da nossa vivência desses pontos. Hoje nós sabemos que lançando mão destes pontos, aprimoramos o nosso diálogo conjugal, entendemos melhor os nossos filhos, não temos barreiras quando se trata de dialogar, nem entre nós nem com nossos filhos. Sabemos que o diá-


logo é a base para um bom relacionamento no lar, e este bem transborda para o convívio com os irmãos. Tudo isto devemos ao Movimento das Equipes de Nossa Senho-

ra e, em particular, aos Pontos Concreto de Esforço.

Maria e Amâncio Equipe 4A -Recife, PE

- DE DOM CRlSTAO ESCUTAR E FAlAR "O coração dos insensatos está na boca, a boca dos sábios está no coração" (Eclo 21, 29)

Alguém já disse que Deus nos deu dois ouvidos e dois olhos e apenas uma boca para que ouvíssemos e enxergássemos mais e falássemos menos. Hoje mais do que nunca, vivemos cercado de palavras vãs. Falase muito para dizer bem pouco. O tagarela cansa os ouvidos alheios porque seu matraquear de palavras ecoa sem qualquer consistência. Já as pessoas sábias pronunciam a palavra como fonte de água viva, não falam pela boca mas sim pelo mais profundo sentimento de dentro de si mesmo. Mas a palavra também salva. Uma expressão de carinho, de alegria, de amor, age como brisa de ânimo que ativa nossas energias e nos anima a agir reciprocamente. Mas, às vezes, somos orgulhosos e sonegamos afeto; somos avarentos e engolimos a breve expressão de ternura que traria luz ao próximo. A medida certa das palavras

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não é o mesmo tanto que você quer falar, mas aquela que o outro precisa ouvir. E devemos ser cuidadosos nesse diálogo, porque o que falamos da boca para fora o outro recebe pelo coração a dentro. Mas a virtude de saber falar completa-se como supremo dom de saber escutar. Hoje escutar é o maior dos elogios que alguém pode nos fazer. Um bom ouvinte, todos nós sabemos, também escuta com os olhos. Aprenda a escutar. A maioria das pessoas acha difícil escutar a metade do tempo, e quando o fazem, é com a metade da atenção. Não esqueça a calma na hora de conversar. É ela que toma nítida sua palavra ao coração do outro. Um diálogo cristão começa com o escutar, continua com o momento correto de falar e cresce com a verdadeira e humana compreensão.

Edna e Renato Comunicação - ENS (Extraído do Jornal Mensageira - José Bonifácio, SP)

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EUCARISTIA

E MATRlMÔNlO

S

ão os dois sacramentos da ALIANÇA. Ao instituir a Eucaristia, Jesus o faz como memorial da Nova Aliança. O matrimônio sempre foi visto, desde os profetas do Antigo Testamento, como sinal concreto da Aliança de Deus com seu Povo. Em Efésios, cap. 5° , Paulo compara o amor matrimonial ao amor de Cristo pela Igreja. No Apocalipse, a eternidade feliz é comparada com as núpcias do Cordeiro e da Esposa. Para os esposos cristãos viverem intensamente o seu matrimônio, é indispensável nutrirem-se da Eucaristia. A Eucaristia também é chamada de comunhão: comunhão de Cristo com sua Igreja, comunhão de Cristo com cada cristão. O matrimônio leva os cônjuges a uma plena comunhão de vida, em que o amor se traduz pela doação mútua, a exemplo de Cristo, que tendo amado os seus, amouos até ao extremo da doação total de si. Antes da doação na Cruz, Cristo se doa plenamente na Eucaristia. Aquele que já havia "aniquilado a si mesmo, assumindo a condição de escravo, assemelhando-se aos homens" (Fil 2, 7) em tudo, exceto no pecado, até à morte de cruz, desce ainda mais, fazendo-se pão da vida, para estar mais perto de nós, dentro de nós, para ser todo doação, sempre à nossa disposição, em todo o tempo e lugar, tanto nas grandes catedrais como nas mais humildes capelas. A Eucaristia é a força de Deus à nossa disposição, para que nós também vivamos plenamente a doação em nossa vida conjugal.

Sola e Sérgio CRS - Setor C - Porto Alegre, RS 33


- DOS SANTOS CELEBRAÇAO SOLENlDADE DE TODOS OS SANTOS Esta celebração teve origem no Oriente, no século IV, e celebrava especialmente os mártires desconhecidos. Em Roma, durante o papado de Bonifácio IV (séc. VII), o imperador entrega o Panteão (templo aos deuses pagãos, já desativado), ao culto de Maria e de todos os Santos. Nesta ocasião, foram transportadas muitas relíquias das catacumbas

para a devoção dos fiéis. Finalmente, no séc. VIII, a data desta celebração foi fixada no dia 1o de novembro, pois nesta data erigiu-se um santuário em homenagem a todos os santos; na Basílica de São Pedro, em Roma. Sentido teológico - Os santos são exemplo para o povo e intercessores junto a Deus. A celebração de todos os santos não inclui apenas os santos reconhecidos pela Igreja, mas todos os que partiram antes de nós (parentes, amigos e conhecidos) que são contados entre os bemaventurados. Seu modo de vi ver o evangelho nos assegura sua santidade. Todos são chamados ao reino das bemaventuranças (Mt 5,112 a), pela prática de suas exigências (mansidão, justiça, serviço ao reino, etc.) e assim recebem a filiação divina (lJo 3,1-3), que é a base de toda a santidade. Esta celebração desperta em todos os cristãos o seu compromi sso de fidelidade ao projeto de Deus , pois a santidade é um bem para toda a humanidade. 34


A Igreja considera a maneira como os santos viveram o mistério pascal em suas vidas e de que modo suas vidas servem de testemunho do amor de Deus na história humana.

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS f1É1S DEFUNTOS Esta celebração é muito especial dentro da mística e da pastoral cristãs. Embora não seja uma solenidade, tem precedência mesmo sobre a celebração dominical. Desde o início do cristianismo, as comunidades começaram a reverenciar seus mortos com orações nos túmulos e celebrações eucarísticas em sua lembrança. Mais tarde, aparecem celebrações 35

no 7° dia, no 30° dia e mesmo no 40° dia. São celebradas também missas de aniversário do falecimento. A celebração de Finados é definida no dia 02 de novembro, no século XI, quando aparecem cultos festivos para lembrar os fiéis defuntos, que estavam vivos no Senhor, conforme a fé da comunidade cristã. Sentido teológico - Esta celebração tem uma mensagem especial de esperança confirmando a fé na ressurreição. Nos momentos de dor e sofrimento dos fiéis que lembram a memória de seus entes queridos, a fé cristã reconforta pela segurança da vida que continua no seio de Deus. O centro da mensagem é a certeza na vida eterna, a paz e luz em Deus, garantidas pelo mistério da paixão , morte e ressurreição de Jesus Cristo. Apesar da tristeza, a liturgia nos convida a ter esperança (1 Ts 4, 13), pois Jesus Cristo ressuscitou e todos nós ressuscitaremos com Ele. Prof Antônio S. Bogaz (da Revista "O Mensageiro de Santo Antônio" - Nov/98


JUBilEU DE PRATA Foi com grande alegria que, a Equipe de Nossa Senhora Rainha da Paz comemorou, no mês de agosto, os 25 anos de vida sacerdotal do seu SCE Frei Doriano Cetorini, da Ordem dos Agostinianos Descalços. As comemorações desse jubileu de prata, tiveram início na Itália, onde o nosso SCE esteve em visita à sua família e a membros de sua Ordem Religiosa. Um dia após seu retorno a Toledo, PR, foi recebido com festa pela ENS Rainha da Paz. Nessa oportunidade foi celebrada uma missa especial, durante a reunião mensal da Equipe, que contou com a colaboração do Frei Salésio, e Frei Levi, sacerdotes que estão tendo os primeiros contatos com o Movimento. A celebração foi das mais calorosas, contando com a presença de todos os membros da nossa equipe e de casais de duas Experiências Comunitárias recentemente encerradas no mês de julho numa cidade vizinha, que tiveram o acompanhamento do Frei Doriano. Participaram também casais de uma Experiência Comunitária que está em andamento em Toledo e que é acompanhada pelo Frei Levi. Contou também com a presença de alguns familiares do frei Doriano, vindos da Itália. O acontecimento foi um verdadeiro testemunho de vida em Equipe, envolvendo a todos num clima de grande alegria interior, fruto da vida em comunidade-equipe. Obrigado, frei Doriano, por toda a dedicação e carinho que tem demonstrado ao Movimento, pelas suas orientações, e por tudo que temos aprendido com seus ensinamentos, nesse tempo de caminhada. Maura e Cárliton Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz - Toledo, PR

ORDENAÇÃO DlACONAl Na Catedral de São José do Rio Preto, SP, no dia 25 de agosto de 2000, pela imposição das mãos do bispo diocesano, Dom Orani, aconteceu a ordenação Diaconal de Marcos Antônio Figueira da Silva, Conselheiro Espiritual da Equipe 12B- Nossa Senhora do Pilar, de São José do Rio Preto.

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Véronique e Jacques, casal equipistas que participou da fundação das ENS em São José dos Campos e Jacareí, SP, estão exultantes de alegria com a Ordenação Presbiteral de seu filho, Christophe Six, que foi Conselheiro Espiritual da Equipe 13-A Nossa Senhora Mãe dos Homens, Rio de Janeiro. Pertence a Ordem Companhia de Jesus. A cerimônia aconteceu no dia 29 de julho de 2000, tendo como celebrante o Bispo da Diocese de São José dos Campos, Dom José Nelson Westrupp, na Igreja Matriz Imaculada Conceição. No dia 14 de agosto, o padre Christophe Six foi para Roma, onde fará mestrado em teologia e trabalhará como secretário no Colégio Pio-Brasileiro. Lourdes e Eitel Equipe 13-A - Nossa Senhora Mãe dos Homens Rio de Janeiro, RJ

fAlECIMENTOS Lembremo-nos em nossas orações, dos nossos irmãos falecidos: Helena de Castro Pirágine, era viúva de Décio Pirágine, ocorrido no dia 22 de agosto de 2000- Equipe 3-B de Jaú, SP. José Cavalcante (da Graciana), ocorrido no dia 24.04.2000- Equipe 2- Nossa Senhora da Paz- São José dos Campos, SP Sérgio (da Marília), ocorrido em 26.04.2000- Equipe 15B- Nossa Senhora da Piedade - São Paulo Plínio da Silva Veloso (da Olívia), ocorrido em 23.08.2000- Equipe 3 - Nossa Senhora do Amparo - Assis, SP Man1ia (do Wanderley), ocorrido em 12.09.2000-Equipe 5B -Nossa Senhora da Paz - São Paulo Rita de Cássia (do Maurício), ocorrido em 21.09.2000- equipe 12B - Nossa Senhora de Fátima - São Paulo

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1 ENCONTRO NAClONAL DOS MOVlMENTOS ECLES1A1S "Vivenciar a vocação cristã à santidade, partilhando a fraternidade na busca da comunhão na diversidade dos carismas, em vista da missão de transformar o Brasil hoje, segundo o projeto do Reino de Deus". É com esse objetivo que Goiânia vai recepcionar mais de duas mil pessoas durante o I Encontro Nacional dos Movimentos Eclesiais, de 24 a 26 de novembro, no Centro de Convenções, que tem como tema Carismas a serviço da evangelização e, como lema, "que todos sejam um... para que o mundo creia" (Jo 17,21).

ORDENAÇÃO DlACONAL Novamente, o fruto de uma boa família desabrocha para a vida e para o mundo. No dia 17 de setembro, nosso querido José de Anchieta Vieira (da Rita), da Equipe 18 - Nossa Senhora de Fátima, de Araçoiaba da Serra, SP recebeu a Ordenação Diaconal das mãos de Dom José Lambert, Arcebispo da Arquidiocese de Sorocaba, SP. Anchieta será Diácono Permanente, servindo à Igreja quedesde pequeno tem dentro do coração. Claro que além da família, a sua vida e seus sonhos, sempre tiveram muito a ver com a realidade de hoje. Sempre esteve presente na Igreja e em seus diversos Movimentos e Pastorais: Cursilho, Grupo de Oração, ECC , RCC e para nossa alegria, as Equipes de Nossa Senhora. Que Nossa Senhora continue presente em seu coração, para que ele possa continuar testemunhando esse grande amor pela Igreja.

do Jornal das ENS - Sorocaba, SP

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FAMÍllA: ONTEM, HOJE E SEMPRE

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odos nós percebemos a profundidade e a seriedade das mudanças que ocorrem em todos os campos que nos cercam, nesta passagem de milênio. A fanu1ia não está isenta dessas mudanças; pelo contrário, parece ser um dos elementos do tecido social mais atingidos por elas. De fato, é na fanu1ia que as gerações convivem e com certeza as grandes reviravoltas tecnológicas têm efeitos muito diferentes sobre as pessoas de idades diferentes. E não só as tecnológicas mas também as sociais: nenhuma instituição foi mais profundamente afetada que a família pelo novo papel que a mulher fmalmente está assumindo na sociedade. Seria natural afirmar que, em função de sua situação em meio a todas as mudanças, a fanu1ia encontra-se no vórtice da grande revolução do novo milênio. No entanto, essa mesma sociedade espera da família um outro papel, em cujo desempenho ela não pode ser substituída. Por força da natureza do ser humano, ele nasce da união de um homem e de uma mulher e, sendo frágil e inadaptado ao mundo em que eles o trouxeram, necessita de seus cuidados até poder subsistir por seus próprios meios. A Sabedoria do Criador fez da família o lugar natural onde esses cuidados deveriam ser dispensados e, tendo criado o ser humano à sua imagem e semelhança, gerou assim a oportunidade para que a 39

FAMíLIA oQte.rn ''OJe e sernpr

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família fosse o espaço onde, neste período, se aprende a amar. Infelizmente, nem a sociedade nem nossa Igreja se preocuparam nesses anos todos com a preparação da fanu1ia para esse papel nas circunstância que agora vivemos. É a lacuna que o recente livro de Ernesto Lima Gonçalves, "Fa-

mília: Ontem, Hoje e Sempre" procura preencher. Ernesto e Tida foram equipistas da primeira hora e depois passaram a dedicar-se, junto com Pe. Charbonneau, à Escola de Pais. Já escreveram vários livros sobre o tema, sendo este, que vem publicado pela Editora Santuário, o último e mais atual deles. Acompanha a vida e a evolução da família desde o seu início, quando um homem e uma mulher se aproximam e se aceitam para formar um casal. Através de suas linhas de grande profundidade mas também de grande realismo, "Famí-

lia: Ontem, Hoje e Sempre" transmite as grandes lições que são necessárias para que a família seja aquilo que é: um espaço onde se planta a Civilização do Amor.

Peter Nadas


O PROTAGONISMO - lEIGOS DOS CRISTAOS

E

stamos já ao entardecer do século XX. Talvez, estas últimas dez décadas foram o período de maior avanço, conquistas e progresso da história humana. O futuro olhará para este tempo como uma "época" - ainda que paradoxalmente de curta duração -, porque nela recolheram-se todas as idades, em tensa e convulsiva simbiose. As reflexões de amanhã evocarão este tempo como referência, pois, nele encontraram-se frente a frente as antíteses milenares . Enfim, já não é mais possível proteger-se em sistemas, instituições, paradigmas ou em muralhas. Daí emergiu uma experiência forte e inusitada, que construiu categorias e atitudes da flexibilização, diálogo, incultoração, participação, ecumenismo, relações de gênero, etc.

O SURGlMENTO E USO DA PALAVRA "LElGO" Dentre os inúmeros avanços deste século, um deles, para o cristianismo-católico, foi a recuperação da importância e significado dos cristãos leigos e leigas. A palavra "leigo", embora usada com certa freqüência e com múltiplos significados, parece soar de remoto e estranho dialeto eclesiástico. O termo "laikós" deriva etimologicamente do substantivo "laós", povo .

O sufixo "ikós" confere ao adjetivo o significado de uma categoria oposta a outra no meio do povo. No Novo Testamento, não se encontra o termo "leigo". Os que formavam as comunidades cristãs eram chamados "santos", "eleitos" e sobretudo "irmãos" e "povo de Deus" (1 Ped 2, 4-9) consagrado com seus carismas. Embora, na prática, havesse distinções, o realce era dado à unidade do corpo

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místico do Senhor, a sua Igreja. Entretanto, certamente por necessidade sociológica de organização - pois, a Igreja também é "estrutura visível"-, foi no primeiro século da era cristã, no ano 96, que encontramos pela primeira vez, em âmbito cristão, a palavra leigo. Foi escrita numa carta que Clemente Romano escreveu aos Coríntios. Visava distinguir o povo (os leigos) dos sacerdotes oficiantes do culto. Até a Idade Média, em ambiente latino, a palavra plebeu era equivalente à palavra leigo. O termo "laicus" foi, enfim, fixado definitivamente no cristianismo por Tertuliano, designando todos os cristãos que não pertencem à hierarquia da Igreja, Aos leigos vai se incorporando a idéia de que são aqueles que não dominam o latim clássico, não conhecem a doutrina e são objeto de assistência material e espiritual. O termo leigo, certamente sob a influência histórica do "substrato católico" (analisado pela Conferência de Puebla, 1989), foi assimilado em seu significado negativo por várias línguas modernas. Ainda hoje, por exemplo, na medicina atribui-se a palavra leigo a quem não conhece de modo especializado o assunto médico. Na educação escolar, professor-leigo é o profissional que leciona sem diploma de curso superior. Com razão, o documento "Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas" faz uma importante interrogação sugestiva: "Será que, sobretudo em nossas relações com 41

Dentre os inúmeros avanços deste século, um deles, para o cristianismocatólico, foi a recuperação da importância e significado dos cristãos leigos e leigas. -

a sociedade civil, não poderíamos evitar o termo leigo - que, no decorrer da história, infelizmente adquiriu um sentido negativo -e ter a coragem de usar o termo cristão ou católico, sem o excesso de zelo de afirmar sempre e em todo lugar a diferença em relação à hierarquia?"

A lGREJA l OCAl: REFERÊNClA DO PROTAGONlSMO A reconstrução do protagonismo dos cristãos leigos, hoje, exige , em primeiro lugar, que se recoloque a reflexão sobre a eclesiologia. No Concílio Ecumênico Vaticano II, múnus, ministérios e identidades teológicas são interpretados no "mistério da Igreja" (a Igreja em Cristo como sacramento da união com Deus e unidade dos


homens e mulheres) e na constituição do "Povo de Deus". O Sínodo sobre os leigos, em 1987, percorreu o mesmo caminho do concílio ao refletir sobre a vocação e missão dos leigos. Usando a imagem da vinha (Mt. 20, 1-2), situou os leigos na eclesiologia da "comunhão e missão". Assim foi também na Conferência de Santo Domingo (1992) e no Sínodo das Américas (1999), onde o protagonismo dos leigos é contextualizado e inserido no testemunho e missão da Igreja toda, no continente. Também no Brasil, a reflexão sobre missão e ministérios dos leigos e leigas (1999) foi construída após analisar os desafios e sinais da realidade e de aprofundar os fundamentos teológicos da missão do Povo de Deus. O caminho, portanto, foi claramente apontado. O correto, adequado e fecundo protagonismo dos cristão leigos só pode ser construído no horizonte da comunidade, em seus múltiplos carismas e ministérios. E, mais precisamente ainda, o protagonismo dos leigos( as) precisa estar enraizado na Igreja Particular (a Igreja Diocesana), onde opera a única, santa, católica e apostólica Igreja de Jesus Cristo.

A HlSTÓRlA: POTENClAUZAÇÃO DO PROTAGONlSMO Revisitar o passado, recuperando esforços e expressões de protagonismo dos leigos(as), também é importante para alimentar, 42

na fonte, o presente e o futuro. O cristianismo, já em seus primeiros séculos, tem nos leigos presença atuante. Letrados ou analfabetos, pescadores ou agricultores, nômades ou citadinos/sedentários, homens e mulheres, de todas as faixas etárias, línguas, etnias e classes sociais, foram testemunhando seu seguimento a Jesus Cristo Ressuscitado. Onde houvesse um faminto, doente, preso ou sofrendo, aí estavam os cristãos ao seu lado. Sob a forte perseguição do império, o cristianismo foi obtendo credibilidade pela solidariedade e pelo martírio. Após o século IV, mesmo com o atrelamento da Igreja ao Estado, nem de longe se obteve uma "sociedade cristã". Por isso, foram sendo criados hospitais, abrigos aos pobres e peregrinos, servi-


A CONSTRUÇÃO ços de enfermagem (o de AlexanCOLETlVA DO dria chegou a ter 500 enfermeiros PROTAGONlSMO no início do século V) e assistência aos prisioneiros, além da luta conHoje se requer que o protagotra o infanticídio e o aborto, comuns no paganismo. A fé cristã também nismo dos cristãos leigos e leigas se expande fora do Império roma- seja coletivo. É evidente que cada no graças a ação dos cristãos, a pessoa deve sentir-se individualmenmaioria leigos, às vezes escravos. te tocada, convocada, vocacionada. Essa intensa atividade missionária Mas o tempo sócio-cultural e eclesial também foi profunda. Todos os po- das grandes lideranças laicas tomavos evangelizados naqueles sécu- das individualmente cede lugar ao los, pelo protagonismo dos leigos, protagonismo coletivo. Senti isso, com mais intensidade, após presidir permanecem cristão até hoje. O protagonismo histórico dos o CNL- Conselho Nacional de Leileigos(as) é marcante em todas as gos e Leigas Católicos do Brasil e o épocas, com personalidades Conselho de Leigos do Cone Sul. marcantes. As irmandades leigas, Hoje o CNL conta com 170 Conseas comunidades criadas pelas imi- lhos Diocesanos de Leigos, 17 Congrações, a Ação Católica, os Mo- selhos Regionais, além de 22 Movivimentos eclesiais, as pastorais so- . menta Eclesiais e 8 Pastorais ciais, as comunidade eclesiais de filiados. Haverá um momento histórico base, o Conselho Nacional de Leigos, tudo isso foi expressão históri- em que, sem tutelas, com autonomia e na comunhão, o rosto coletica de protagonismo laical. Entretanto, ainda há um longo vo do laicato será visto com todos caminho a percorrer na construção os traços, sem opacidade ou desfido protagonismo dos leigos e lei- gurado. Para isso, duas perspectigas. O excessivo clericalismo da vas são muito acentuadas: a exitradição, a exclusão dos leigos nas gência de uma consistente fordecisões maiores, as reticências à mação e a descoberta de um autonomia, o psicanalítico "esque- modo original de atuar na socicimento" da representatividade edade, especialmente no campo laical, as divergências internas, as político, a fim de colaborar desuperposições de modelos ecle- cisivamente na superação de tosiológicos, tudo isso indica que o das as formas de exclusão. protagonismo dos cristãos leiExtratos do artigo enviado por gos(as) ainda é mais um desejo que Wolmir Amado, Presidente do realidade. Porém, mesmo com inúConselho Nacional de meros desafios, porém, é crescenLeigos(as) Católicos do Brasil, te a presença atuante dos leigos Presidente do Conselho de tanto nos ministérios eclesiais, Leigos do Cone Sul quanto no testemunho social. 43


DOGMAS MARlANOS

D

finidos pelo magistério da greja de maneira solene, os dogmas são verdade de fé, contidas na Bíblia e na Tradição. "O magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo, quando define dogmas, isto é, quando utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária". (Catecismo da Igreja Católica- CIC - n° 88). Referentes à Virgem Maria, a Igreja propõe quatro dogmas: Maternidade Divina, Virgindade Perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. Constituem verdades que os cristãos aceitam, aprofundam e vivenciam na comunidade de fé.

Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos papas, o Concílio de Latrão preconizou como dogma a Virgindade Perpétua de Maria, no ano de 1179. Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes, durante e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram esta verdade. Santo Inácio de Alexandria, São Justino, Santo Irineu, Santo Epifrânio, Santo Efrém, Santo Ambrósio, São Jerónimo e Santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria.

MATERNIDADE DIVINA

IMACULADA CONCEIÇÃO

No dia 22 de junho de 431, o Concílio de Éfeso definiu explicitamente a Maternidade Divina de Nossa Senhora. Sua intenção era a de afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como mãe de Deus ("Theotókos") significa, na verdade, professar que Cristo, filho da Virgem Santíssima segundo a geração humana, é Filho de Deus. O povo se alegrou tanto que levou os bispos do Concílio para suas

No dia 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX definiu o terceiro dogma mariano, a Imaculada Conceição de Maria. Declarava a doutrina que ensina ter sido Nossa Senhora imune de toda mancha do pecado original, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano. Duns Scott (1266-1308) foi o

casas e festejaram a proclamação do dogma mariano.

VIRGINDADE PERPÉTUA

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teólogo que argumentou, historicamente, em favor do privilégio mariano, baseando-se na redenção preventiva.

leste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática. Os dogmas marianos iluminam a vida espiritual dos cristãos: "Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e tornam seguro" (CIC no 90).

ASSUNÇÃO DE MARlA A Assunção de Maria foi o último dogma proclamado pelo papa Pio XII, no dia 1o de novembro de 1950. Depois de terminar o curso terreno de sua vida, Maria foi elevada de corpo e alma à glória ce45

Pe. Eugênio Bisinoto, C.Ss.R. Diretor da Academia Marial de Aparecida (do jornal Santuário de Aparecida)


CORRENTE DO AMOR ...

E

le quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento. Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Assim parou seu carro e se aproximou. O carro dela cheirava a tinta, de tão novinho. Mesmo com o sorriso que ele ystampava na face, ela ficou preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Ele iria aprontar alguma? Ele não parecia seguro, parecia pobre e faminto. Ele pôde ver que ela estava com muito medo e disse: - Eu estou aqui para ajudar madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Bryan. Bem, tudo que ela tinha era um pneu furado, mas, para uma senhora era, ruim o bastante. Bryan abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo ele já estava trocando o pneu. Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas da roda, ela abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de St.Louis e só estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda. Bryan apenas sorriu enquanto se levantava. Ela perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela. Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado. Bryan não pensava em dinheiro.

Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe ajudara bastante. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo. Ele respondeu: - Se realmente quiser me reembolsar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda que precisar - e acrescentou - e pense em mim. Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi. Tinha sido um dia frio e deprimido, mas ele se sentia bem, indo para casa, desaparecendo no crepúsculo. Algumas milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante. Entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante sujo. A cena inteira era estranha para ela. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha limpa para que pudesse esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que mesmo os pés doendo por um dia inteiro de trabalho não pôde apagar. A senhora notou que a garçonete estava com quase oito meses de gravidez, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude. A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Bryan. Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete busca46


va troco para a nota de cem dólares, a senhora se retirou. Já tinha partido quando a garçonete voltou. A garçonete ainda queria saber onde a senhora poderia ter ido quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de cem dólares. Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora escreveu. Dizia: "Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma eu a estava ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar, não deixe este círculo de amor terminar com você". Bem, havia mesas para limpar, açucareiros para encher, e pessoas para servir. Aquela noite, quando foi para casa e deitou-se na cama, ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto? Com o bebê para nascer no próximo mês, como estava difícil! Ela virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou: -Tudo ficará bem; eu te amo, Bryan.

Você não me deve nada, eujá tenho o bastante. Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma eu a estava ajudando. Se você realmente quzserme reembolsar, não deixe este círculo de amor terminar com você.

Claudia e ]andir Eq. Nossa Senhora do Rosário Setor E - Porto Alegre - RS

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AS VELAS E O VENTO

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sta reflexão ocorreu durante uma procissão luminosa, no dia 13 de maio. Na cidade de Juiz de Fora, MG, nesta época do ano, faz muito frio, e sempre há um vento gelado e forte. Enquanto a procissão caminha, o vento se esforça em apagar as velas, que muitas vezes vão mal protegidas. E ocorre um fato curioso: o vento é capaz de apagar uma, dez, vinte velas, mas não é capaz de apagar todas. Quando o vento apaga uma vela, sempre existe uma ao lado que permanece acesa e então, pela partilha do fogo, a vela apagada se reacende e a procissão segue bonita e iluminada. Esta cena da procissão luminosa nos convida à refletir. A procissão é a nossa vida, a nossa caminhada de fé. A procissão tem um destino certo, que não é outro senão Deus e a realização de seu Reino entre nós. Nunca caminhamos sozinhos, pois, não existe procissão de uma única pessoa. Ao nosso lado está sempre um irmão, que, como nós, carrega a luz da fé. A luz da vela é a nossa fé, a nossa motivação para continuar a caminhada. O vento não pode ser outra coisa, senão as dificuldades do dia a dia, a força do mundo que tenta apagar a nossa motivação de continuar na caminhada. Na vida, todos nós temos altos e baixos e, muitas vezes, o vento apaga a luz da nossa fé, mas ao nosso lado existem várias pessoas, cujas chamas estão acesas, cheias de entusiasmo cristão e que pelo testemunho são capazes de revitalizar o nosso próprio entusiasmo. Assim é a procissão luminosa, assim é a nossa vida. Sozinhos, não podemos suportar a força dos ventos, mas juntos somos mais fortes e mais entusiasmados com o projeto de Deus (nossa caminhada). Se, durante a procissão (vida), o vento apagar a sua vela, olhe para o lado, para a sua equipe de base, para o Movimento das ENS ou para qualquer outro lugar e sempre haverá alguém com a vela acesa pronto para partilhar o dom recebido de Deus. É só assim em COMUNIDADE, que as velas ganham a batalha contra o vento e iluminam a noite da humanidade.

Cristina e Duque Eq. 29-B (do Boletim "ReEncoNtroS", Reg. Minas I) 48


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Meditando em Equipe 2ooo • Ano da Eucaristia No dia 26 de novembro, a Igreja celebra o encerramento do Ano Litúrgico, com a festa de Cristo-Rei . Após a celebração do mistério da Trindade Santa (Advento, Natal, Páscoa, Pentecostes), do testemunho dos Santos e da nossa vida de fé (Tempo Comum) ... nós encerramos o ano de celebrações com o reconhecimento : Jesus é o Senhor.

Leitura: Apocalipse •

1

I

s-8

Jesus é Rei, porque serviu a todos . O seu profundo amor por nós, nos levou a aclamá-Lo Senhor, Rei . Dando a vida por nós, Ele manifestou a sua glória . Ele veio para ser Salvador. Jesus nos alerta sobre o perigo do mau uso do poder. Olhando a maneira de ser autoridade na sociedade, Jesus diz aos discípulos: "Entre vocês não seja assim . Ouem quiser ser grande, seja servo de todos" (Me 1O, 42-45) . A Eucaristia é sinal de Jesus não sendo servido, mas servindo . Éa manifestação do amor-doação. Participar da Eucaristia é ter os mesmos sentimentos do Cristo Jesus Padre Ernani

Oração Litúrgica: Oremos a Cristo Rei, que assiste antes de todas as coisas criadas e em quem tudo subsiste; e o aclamemos dizendo :

Cristo, nosso Redentor, que fostes acla mado Rei da terra inteira, renovai em nós todas as coisas .

Senhor, venha a nós o vosso Reino!

Cristo, nosso Mestre e Modelo, que nos fizestes sair das trevas para a vossa luz ad mirável, concedei que, hoje e sempre, levemos uma vida santa, pura e irrepreensível, na vossa presença.

Cristo Salvador, que sois nosso Deus e Senhor, nosso Rei e Pastor, conduzi o vosso povo pelos caminhos que conduzem à verdadeira vida . Cristo, Bom-Pastor, que destes a vida por vossas ovelhas, guiai-nos, para que nada nos falte.

Cristo, Rei do universo, que viestes ao mundo para dar testemunho da verdade, fazei que a humanidade vos reconheça como princípio e fim de todas as coisas .

(Liturgia das Horas- Festa de Cristo Rei)


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