ENS - Carta Mensal 378 - Dezembro/2002

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°378 • Dezembro I

2002

EDITORIAL Da Carta Mensal .. ... .... .... .. ....... ........ . O1

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . .. .. ... .. .. ..... ... ...... .. ... 29

SUPER-REGIÃO Tudo É e Será Diferente .. . ... .... ..... ... .. 02 Era Preciso Voltar às Fontes .. . .. .... .... 03 Mensagem de Natal .... ...... .... .... ....... 04

PARTILHA E PCEs Deus Me Chama .... .... .. .. .... .. .. .. ........ . 33

ENCONTRO NACIONAL DE BRASIÍLIA Escolha da Logo marca ..... ... .... ..... .. ... 05 VIDA NO MOVIMENTO Jubileu de Prata de Equipe .. ...... ... ... Vidas Novas ... ..... .... ...... .. .... ..... ......... Em Torno da Mesa .. ..... ... ......... ..... .. .. Sessão de Formação - Nível I ...... ..... Casais Ligação ... .......... ........ ..... .... ..... Mutirão ....... ... .. .... ... ... ..... .... ... .. .. ....... ADVENTO E NATAL Advento: Vigilância e Esperança .... .. Novena de Natal .... .... .. ... .. .. .... .. .. .. .... Acolher Jesus Neste Natal ...... ..... .. .. . Sinos de Natal .. .. ........ .... ...... .. .... .. ... ..

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MARIA A Mãe do Meu Senhor .... .. .. .. .. .. ... .. .. 27 Novos Mistérios do Rosário .......... .. . 28

Carta Mmsal é LUIUl publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

Wílma e Orlando Soely e Luiz Augusto Lucinda e Marco

Registro "Lei de Imprensa" }anele e Nélio n• 219.336 livro 8 de Pe. Emani J. Angelini 09. 10.2002 (Conselheiro Espiritual) Edição: Equipe da Carta Mmsal

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas f•ub 198.151

Cec flia e José Ca rlos (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

PASTORAL FAMILIAR SOS Família .. ...... .. .... ... .... .... .. ..... .. .. ... 34 ATUALIDADE O Casal Cristão Para Viver e Fazer Viver as Bem -aventuranças ...... .. .. .... .. ...... .... .. Viver É Fundamental ...... .... .. .. .. ........ Celebrando a Eucaristia Com as Crianças .. .... .. ........ .. .. .. .. .. ..... Leitura Orante da Bíblia .... .... .......... . O Poder da Val idação .... .. .. .... .. .. .. ..... Pastoral e Evangelização .... .... ........ ..

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TESTEMUNHO É Possível o Recomeçar de uma Equipe ! .. ...... .. .... ............ .. .. .. 44 PALAVRA DO LEITOR . ... .. .. .... .. ....... 45 REFLEXÃO O Que Mantém um Casal .. .... .. .... .. ... 47 Para uma Melhor Reun ião .. .. .... .. .... .. 48

Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Produções Editoriais Ltda. R. Venâncio Ayres. 931 - SP Fone: (Oxxll) 3873.1956 Foto de Capa: Ícone da Sagrada Família Impressão: Gráfica Roma Tiragem desta edição: 16.000 exemplares

Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens devem ser e1J\'iadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5° andar • conj. 53 01309-000 • São Paulo . SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. 1212 Fax: (Oxxl l) 3257.3599 cartamensal @ens.org.br A/C Cecf/ia e José Carlos


Olá, irmãos queridos! Aqui estamos nós, no fim do ano 2002. Dezembro é um mês especial, o mês em que relembramos o nascimento do Senhor Jesus. E, por isso, é um tempo que nos abre naturalmente à solidariedade, ao encontro, à partilha, à renovação, à esperança; esperança de ultrapassar nossas fraquezas e de viver intensamente o amor. Na certa, foi pensando nisso que o pianista argentino Miguel Estrella fundou, em 1982, a Federação Música Esperança, admitida pela UNESCO como ONG (Organização não governamental) em 1992. Sua vocação: pôr a música a serviço da comunidade humana, da dignidade de cada pessoa. Nasceu da idéia de que não pode haver música autêntica que aceite a fome, o racismo, a guerra e a tortura. A vontade audaciosa de criar uma orquestra para a paz foi amadurecendo e hoje é uma realidade. E, o que é muito importante, reúne músicos dos mais diversos países, entre eles, árabes e israelitas que sonham em vencer, pela música, os ódios fratricidas. Com o coração cheio de alegria e de coragem, usam os seus dons para opor ao ódio, ao sofrimento, e à mutilação do espírito, o desafio da esperança, esse grito do coração, esse desejo de um futuro que respeite o ser humano. Que nós, casais cristãos, que temos recebido tanto do Pai, vivamos um mês de dezembro entoando unidos, a cada dia, esse canto de esperança, através de atos concretos de solidariedade, com a certeza de que Jesus nos dará a força necessária para responder ao apelo que Ele nos faz. A turma da Carta Mensal está mandando para todos vocês um grande abraço de agradecimento e amizade. Graças aos testemunhos valiosos que nos enviam e ao carinho com que acolhem nosso trabalho, nossa Carta, elaborada com carinho, pode ser um bom começo para que preparemos um Natal que tenha um pouco da simplicidade daquela noite em Belém e toda a força do seu significado. Como construtores da paz, temos tudo para, com coragem, alegria e esperança, construir um feliz 2003, não só para nós e para nossa família, mas também partilhando o melhor de nós mesmos com os nossos irmãos que precisam de nossa ajuda, de nossa atenção, de nossa palavra amiga ou simplesmente de nossa presença construtiva. Que Deus os abençoe!

Equipe da Carta Mensal


TUDO É E SERÁ DlFERENTE ... ••

Prezados Casais Equipistas e Conselheiros Espirituais. Fácil que as emoções e as fantasias acabem falseando nossa percepção da realidade, principalmente das realidades da fé, bloqueando-nos à superfície. As festas do Natal não escapam do perigo. Tantas vezes passam pela nossa vida, deixando apenas cascas vazias de noz. No Natal temos um mistério no sentido forte da palavra, a presença na realidade humana do poder divino que salva e plenifica. Presença do Verbo de Deus que assume nosso modo humano de ser, nossa encarnação no tempo e no espaço, na contingência da cultura e nas flutuações da história. Ao · falar disso Paulo menciona as idéias de rebaixamento, aniquilamento, esvaziamento, fraqueza, servidão, pequenez. Contemplando esse mistério, os teólogos do passado, quando ainda não tinham medo das palavras e das audácias, condensavam numa frase o pouco, que é sempre muito, que podiam intuir. E diziam: o Filho de Deus fez-se homem para que nós pudéssemos ser deuses. Colocam-nos assim diante da mais clara manifestação do amor gratuito, que amando partilha, transforma e faz feliz. Mostram a razão mais que suficiente para toda a criação, para milhões de galáxias possivelmente vazias, para os longos milénios e milénios da caminhada 2

humana, para todas as tentativas e todos os recomeços, para toda a nossa aparente incongruência. Bem porque a encarnação é esvaziamento e loucura de amor, bem por isso é que o mundo e a humanidade quase nem se dão conta do incrível que aconteceu. Anjos falando aos pastores, poucos pastores; sábios, poucos sábios, que vêm de longe. Mas Jerusalém, Roma, Atenas, as cidades todas, de um vasto mundo mal conhecido, nada percebem. Como se tudo continuasse como antes, como se nada tivesse acontecido. Deus é discreto como o amor. Não se impõe, não quer conquistar, prefere apenas seduzir sem razões que se expliquem. Se eu quiser render-me a esse amor que amando me diviniza, tenho de aceitar as regras do amor escondido. Tenho de aceitá-lo simplesmente na fé, crendo sem ver, crendo sem sentir, crendo sem luzes ofuscantes, crendo sem o roçar de asas de anjos, crendo sem o maravilhoso teatral, crendo sem a vitória final manifesta desde já. O Filho de Deus encarnou-se. Tudo é e será diferente, mesmo que nem pareça. Bom Natal para vocês! Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE da Super-Região CM 377


ERA PREOSOVOLTARÀS FONTES... Olá, gente amiga, ta da espiritualidade conjugal. Estamos encerrando mais um E os mutirões, com sua simpliciano. No plano das equipes, realiza- dade única, com o seu jeito particidos os balanços, cada um deve ter pativo de ser, com a criatividade reavaliado os aspectos positivos da alizando maravilhas, pareceu à Equicaminhada equipista, de sua vida pe da Super-Região um grande inspessoal, conjugal e familiar. trumento para trabalhar os objetivos Abrindo o coração para os nossos aqui referidos e dar um salto na quairmãos de todo o Brasil, queremos di- lidade de nossas equipes. zer que, graças à pedagogia do nosso Cremos que pelos inúmeros tesMovimento e à vivência dos pontos temunhos passados através das últiconcretos de esforço, aprendemos a mas Cartas Mensais, e nós, particunos alegrar profundamente com os larmente, pelos relatórios que receacontecimentos simples da vida, com bemos dos Casais Responsáveis Proas coisas boas que se sucedem. vinciais, pudemos sentir com que Uma das propostas que a Equipe abertura, com que grandeza de espída Super-Região colocou como ob- rito, foi acolhida esta proposta. jetivo para este ano que se fmda foi Mutirões aconteceram nos quatro a chamada Campanha dos Mutirões. cantos deste Brasil, abrangendo um Nela se depositou uma grande espe- número quase maciço das 41 Regirança: a de ser um instrumento para ões, promovendo uma reciclagem nas revitalizar nossas equipes, reforçar coisas fundamentais do Movimento, sua indispensável qualidade. que temos certeza, repercutirá em Era preciso dar uma sacudidela frutos de renovação para a nossa na poeira que se vai depositando nos caminhada na Igreja e no mundo. nossos olhos e que acabam embaAssim, é com o coração aberto em çando o modo de olhar para as coi- ação de graças a Deus, que queremos sas do Movimento. Era preciso vol- partilhar com vocês a grande alegria tar às fontes para nos abastecermos pelos testemunhos de vivência desta na inspiração primeira que conser- Campanha dos Mutirões, e agradecer va a pureza de nosso carisma. a todos os que se esforçaram para fazêEra preciso purificar as intenções los acontecer ou deles participar. da nossa adesão às ENS. Era preciso Maravilhas faz conosco o Senhor unir o entusiasmo dos casais jovens quando, humildemente, sem muitas com a experiência dos mais avança- hesitações, lhe dizemos o nosso sim. dos no caminho do Movimento. Com os nossos agradecimentos, Era preciso dar a todos, novos deixamos nosso abraço fraterno. ou antigos, a oportunidade de vibrar com a alegria da nossa união, a beSilvia e Chico leza do encontro, a força da proposCR da Super-Região CM 377

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MENSAGEM DE NATAL Deus não invade o coração do homem. Ele pede e aguarda o consentimento. Assim aconteceu, na plenitude dos tempos. Deus se aproximou de uma jovem pura e, mansamente, bateu à sua porta, pediu para morar e viver em sua casa, no meio dos homens. Ela disse SIM. A partir daí, "o Verbo se fez carne e habitou entre nós". (Jo 1, 14) Completou-se o tempo, era chegada a hora de acolher o Deus da Vida. E, no silêncio do estábulo, entre os animais, numa manjedoura, Deus nasceu. "Permanecendo o Deus que sempre era, assumiu o homem que nem sempre era. É o mistério da abençoada noite de Natal!" (Boff). Não é triste saber que não havia lugar para Deus entre os homens? Então, seria esse fato digno de ser celebrado? Aí está o mistério! Nascendo num local em que os bois comem, Deus sedá como alimento. Um alimento que "aqueles" não conheciam, por isso lhe fecharam a porta. Não conheciam o alimento da vida, do amor, da partilha, do perdão, do serviço. Por isso, "Pai,

perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem " (Lc 23, 34). É o mistério da abençoada noite de Natal! Por isso tudo é preciso celebrar! Celebrar, no sentido de abrir o coração, com alegria, para a "boa nova", com o espírito de São Leão Magno: "Alegremo-nos: não pode haver tristeza quando nasce a vida". Envolvidos pelo mistério de nosso Deus, celebremos, pois, o Natal que se aproxima, num clima de muita paz e amor, simplesmente porque "não pode reinar indiferença quando a noite, de repente, se ilumina!" (Boff) Queridos irmãos equipistas, neste momento forte de fraternidade, a Equipe da Super-Região do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, com o espírito cheio de alegria, deseja a todos um Santo Natal e uma chuva de bênçãos para regar os corações. Que Deus os abençoe hoje e sempre, e a Luz do mundo irradie suas vidas! A todos, um caloroso abraço! Equipe da Super-Região


ESCOLHA DA lOGOMARCA 1 Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora No dia 24 de setembro último reuniu-se a Comissão Julgadora da Logomarca do I Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, composta por dez equipistas, todos de Brasília, que tinham formação e atuação profissional na área e carismas específicos requeridos para esse fim. A reunião foi iniciada com orações e meditações, além da leitura do Regulamento do Concurso, publicado na Carta Mensal n° 373, de junho/julho de 2002. Ficou definido que a não observância das especificações, normas ou critérios estabelecidos pelo Regulamento para a apresentação das peças gráficas seria fator de eliminação automática. Até a data especificada no Regulamento haviam chegado 31 propostas válidas. A fim de evitar a identificação prévia dos concorrentes, os envelopes contendo a logomarca foram numerados e então abertos para julgamento pelos membros da Comissão, que tiveram a oportunidade de analisar cada proposta. Foram feitas quatro rodadas de escolhas até se chegar nas três classificadas e premiadas, que são as seguintes: Lugar: Pe. Flávio Cavalca de Castro, Sacerdote Conselheiro Espiritual, Equipe 10- Nossa Senhora da Guia, Setor Guaratinguetá Região São Paulo Leste II 2° Lugar: Fernando José Daros Maragno, Casado com Maria

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EQUIPES DE NOSSA SENHORA BRASIL

17 a 20 de julho de 2003

Vandete Daros Maragno, Equipe 20A- Nossa Senhora da Glória, Região de Criciúma, SC 3° Lugar: Ernando Carvalho, Casado com Maiza Carvalho, Equi- ....___, pe 16A- Nossa Senhora Mãe de Deus, Região Ceará Somente após conhecer as propostas vencedoras é que foram abertos os envelopes contendo a identificação de cada concorrente. A logomarca vencedora será utilizada apenas no I Encontro Nacional, em todas as peças de divulgação. O vencedor será premiado com uma inscrição integral no 1o Encontro Nacional, enquanto que o segundo e terceiro colocados, inscrição com desconto de 50% e 30%, respectivamente. Foi feita uma Ata da Reunião, da qual se extraiu esse resumo.

Mariola e Elizeu Calsing Coordenadores Locais do I Encontro Nacional das ENS 5


JUBILEU DE PRATA DE EQUIPE Equipe 98 Juiz de Fora Nossa história começou no mês de maio de 1975, quando fomos convidados para uma reunião de pais, no salão do Colégio Santa Catarina, cujo tema era "A família na educação dos filhos". Hoje sabemos quanta riqueza estava preparada para nós, quantos ensinamentos estávamos para receber. E se nos foi ocultada a verdadeira razão do encontro, nos primeiros momentos, foi porque não tínhamos capacidade para assimilar toda a grandeza do que estávamos para receber. Era preciso trilhar por estradas desconhecidas, que conhecimentos novos e maravilhosos nos fossem ministrados em retiros, mutirões, palestras, encontros, estudos e, acima de tudo, uma pilotagem responsável, amiga, que nos guiou para um caminho que hoje nos levou a uma certeza: hoje estamos aprendendo a "combater o bom combate" . No dia 08 de setembro de 1977, então foi fundada a Equipe de Nossa Senhora da Natividade, pilotada pelo casal Marta e Márcio, sendo o Sacerdote Conselheiro Espiritual Pe. Edmundo Leshnac. Com mudanças nos quadros da equipe, pela saída e entrada de outros casais, fomos repilotados pelo casal Therezinha e Jodalby. Hoje es a equipe tem uma longa história de serviços ao Movimento: já pilota6

mos dez novas equipes, tivemos um Casal Responsável Regional, três Casais Responsáveis de Setor, três Casais de Ligação e dois Casais da equipe do Setor. Quatro sacerdotes nos agraciaram com sua ajuda nestes vinte e cinco anos de caminhada: Pe. Edmundo Leshnac, Côn. Vicente de P. R. Motta (falecidos), Pe. Dejanir L. de Araújo e Pe. Sebastião K. Bizanwu. Pe. Edmundo Leshnac devotou os últimos anos de sua vida ao Movimento, chegando a acompanhar até cinco equipes de uma só vez, além de prestar serviços ao Setor que se iniciava. A lembrança carinhosa desse ser humano nos toca fundo nesta data. Passaram por nossa equipe outros casais que deixaram marcas em nossas almas e em nossos corações. Do mesmo modo, Côn. Vicente, de saudosa memória, devotava um grande amor às Equipes, sendo o principal responsável pela criação do Movimento em Barbacena. Hoje, nossa Equipe caminha com os casais: Maria Cleusa e Agildo, Maria José e Morato, Beatriz e Louzada, Rosária e José Geraldo, Terezinha e Leon, Selma e Álvaro, acompanhados pelo SCE Pe. Sebastião Kiwonghi.

Selma e Álvaro Equipe 9B N. Sra. da Natividade Juiz de Fora, MG CM377


Equipe 8 Ribeirão Preto Por ocasião da formação da equipe, até 1983, ela estava sob a proteção de N. Sra. do Caravagio. Com a saída de alguns casais e entrada de outros, os· casais remanescentes resolveram adotar N. Sra. Aparecida, como a protetora da equipe. Atualmente a nossa equipe é formada pelos casais Maria Célia e Toninho (fundadores), Luci e Maurício, Fátima e Joaquim, Lúcia e Rubson e o Diácono Robson, Conselheiro Espiritual. Os anos biológicos nos deixam fisicamente mais velhos, mas, espiritualmente, continuamos jovens. Salientamos que a nossa equipe mantém como tradição reunir-se quinzenalmente, durante o ano todo. Essas reuniões são divididas da se-

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guinte forma: primeira quinzena, reunião formal dos casais, visando o crescimento espiritual e conjugal. Na segunda quinzena é feita uma reunião festiva, onde se reúne toda a farru1ia, hoje constituída pelos filhos, genros, noras e netos. Estamos felizes, pois Cristo está sempre vivo, dentro de nossos corações.

Equipe 8 - N. Sra. Aparecida Ribeirão Preto, SP

••• Equipe 28 Blumenau Éramos muito jovens e recémcasados, porém, todos já tinham grande participação em grupo de jovens e alguns tinham vasta expe-

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riência em trabalhos comunitários, mas todos muito fresquinhos nesta vida a dois, no casamento. De repente, lá estávamos todos nós, a convite de nossos melhores amigos, um tanto desconfiados, para uma nova aventura. O que nos espera? O que querem de nós? Fomos recepcionados na casa do casal Léa e João Mosimann, que seria nosso Casal Piloto. Acredito que todos tiveram a impressão de que aquilo tudo era muito complicado e um tanto exigente, e, para nós, recém-casados, havia mais uma dose de preocupação: roubaria o nosso tempo, digo, o tempo para nos curtir, e algo mais ... No entanto, com a ajuda do Espírito Santo e também com a sabedoria do casal Léa e Juca, fomos gostando, aprendendo e amando tudo aquilo e a cada um daqueles que ali estavam. Era forte a amizade, a alegria e a fé. Nossa juventude marcou e marca até hoje a nossa equipe, que iniciou a caminhada no dia 21 de abril de 1977. A Mãe do Belo Amor, surge do nascimento de nossos filhos, pois, todas as nossas senhoras, estavam começando a gerar nossos filhos e filhas, e por isso, Dom Carlos sugeriu o nome de N. Sra. Mãe do Belo Amor. Que maravilha! Aprendemos na equipe a viver o nosso casamento, a criar e educar nossos filhos e a partilhar tudo isto entre nós. Pela graça de Deus, a equipe era o nosso berço e o nosso lar. Cada um tinha a sua característica, o seu jeito de ser; uns eram bons em contar piadas, outras em 8

cozinhar; alguns gostavam de uma churrasqueira; tinha aquele que cultivava flores e aquelas que se esmeravam num doce e numa sobremesa, e havia também os com menos predicados, que aplaudiam tudo. Aos poucos, alguns saíram, ficava a saudade e a esperança de que um dia retornariam ao nosso convívio, e ao mesmo tempo chegavam outros, que traziam a sabedoria, o entusiasmo e a renovação. Vivemos momentos alegres, divertidos; momentos de superação de nossas dificuldades e sofrimentos. Momentos de aprofundamento da fé, de reflexão de vida e tantas outras preocupações que fazem parte do nosso dia-a-dia. Fomos solidários e pudemos praticar com intensidade, a ajuda mútua, a correção fraterna. De um modo ou de outro, continuamos firmes na fé, na vida de Igreja e na ação comunitária. Longe ou perto, nossa amizade continua viva, nossas oraçõe incluem a todos, e a lembrança de cada dia vivido em equipe jamais desaparecerá, o jeitinho de cada um não se apagará, pois, somos uns para os outros, verdadeiros irmãos. Que a Nossa Senhora, Mãe do Belo Amor, continue nos abençoando, caminhando ao nosso lado e que Deus Pai derrame graças sobre nós, ilumine nosso caminho, nosso lar e nossos filhos, para vivermos, cada dia mais, a fé, a caridade e a esperança.

Equipe 2B N. Sra. Mãe do Belo Amor Blumenau, SC CM 377


VlDASNOVAS Nós somos cristãos, pois, ficamos impressionados pelo Evangelho de Jesus Cristo. O que nos atraiu foi a Boa-Nova, a novidade de vida que Jesus nos apresentou. Nossa vida no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, sem dúvida, partiu desta primeira descoberta: vale a pena viver assim! Diante de tudo que é uma vida sem sentido, vivida na rotina, vida que cada vez mais perde seu sabor, Jesus chegou até nós com sua proposta e sua oferta. Será que nós nos lembramos bem como foi? Iniciamos a nossa caminhada de espiritualidade conjugal e familiar diante dessa luz tão empolgante: o Evangelho do amor fraterno. Descobrimos que Deus nos ama com amor fiel. Pudemos perceber as mais variadas formas do amor do Pai acontecendo em nossas vidas, em nossas farru1ias. E, este amor divino que percebemos nos levou ao encontro dos irmãos: quem ama os irmãos corresponde ao amor de Deus, e vive nele, encontra nele sua felicidade. Nossa vida se tomou nova, cheia de entusiasmo. Como era bom ir descobrindo a nova vida que encontramos! O amor deu sentido a tudo. E agora já faz um bom tempo que estamos caminhando. O amor que descobrimos mostrou-se também exigente. Em nossa vida de Equipe, no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, na vida da Igreja, em nosso dia-a-dia familiar, nos compromissos sociais e profissioCM 377

nais. O amor é dom e o dom custa. Mas, este custo tem sua recompensa sem medidas: a felicidade verdadeira com a presença de Deus. Ele nos oferece uma vida em plenitude que vale todos os tesouros. Terminamos um e iniciamos outro ano equipista. Nossa presença no Movimento passa por um sincero exame de consciência. Quanto o Pai já nos manifestou através de nossa vida na Equipe! Quantos dons recebidos! E nossa correspondência, nosso entusiasmo, a novidade entusiasmante que Jesus nos trouxe! Como vai tudo isso? Através de tantos meios, nós nos tomamos mais conscientes, mais responsáveis, mais ansiosos de que a mesma vida possa chegar a tantos que vivem a vida pela metade, quando não estão mesmo na morte? Iniciamos nova etapa. Há fatos que nos falam por si desta novidade: os novos Casais Responsáveis, novas temáticas, programações propostas. O Movimento só existe se está em movimento. A vida é movimento, não pode parar, patinar, estacionar na rotina de deixar as coisas correrem por si. O Movimento é feito por nós, nós que formamos, por graça divina, esta família. E este Movimento das ENS tem seu papel importante para nós: é aí que Deus nos tem alimentado em sua vida e com seus dons. E como! É importante para a Igreja: é ele uma força viva que, com sua espiri9


tualidade conjugal e familiar, poderenovar profundamente a Igreja por dentro, lá na sua realidade doméstica. É importante para o mundo: basta perceber o que temos em comparação com o que são as carências, os problemas, as dificuldades de tantas fami1ias do mundo de hoje. Vamos retomar a caminhada. Novo ano, novo no amor maior e mais consciente, novo como o Evangelho, sempre boa nova para todos.

E nosso Movimento das ENS será novo e atuante. O que nos espera? O que o próprio Deus espera de nós? Renovar a vida! E já é tempo. Já que o Senhor está aí, novo com seu ardor por nós. "Se conhecesses o dom de Deus!" é nossa nova oportunidade.

Colaboração de Jane e Tenório do Boletim Informativo das ENS, Santos - extratos

EM TORNO DA MESA " ... sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada"

Por que a refeição na nossa reunião de equipe? Durante a reunião formal , a equipe celebra o mês que passou, cada um abrindo para todos sua vida, vida de crescimento, de conversão, de entusiasmo, e também de agruras, de dificuldades. Temos a alegria de estar juntos, e ao redor da mesa, comemoramos . Juntos, à mesa, abençoados os alimentos, rendemos graças a Deus pelo mês que ·vivemos. Temos fome. E à mesa nos alimentamos, partilhamos o alimento que sacia o corpo. Juntos, tomamos o alimento que sacia a alma. Então 10

nos fortalecemos porque nos alimentamos da Palavra de Deus e da reflexão conjunta, da ajuda dos nossos irmãos, da sua palavra, da partilha da vida e da partilha da alma. Alimentamos nossa vida através da troca de idéias sobre o tema de estudo, crescemos, abastecemo-nos para o mês seguinte. A nossa reunião de equipe não pode prescindir da refeição porque ela está cheia de simbolismo, e esse simbolismo foi-nos passado pelo próprio Jesus. Jesus é a razão da refeição na nossa reunião, como é a razão de toda a reunião de equipe. Na sua caminhada de pregação, CM377


Jesus vai nos mostrando a importância do reunir-se com os amigos em tomo da mesa e aí passar "os recados" que julgava necessários para aquele momento. O Evangelho de São Lucas é rico em citações de Jesus com referência ao alimento. Todos temos fome. Todos temos necessidade de alimentos. Todos temos vários tipos de fome. E são muitos os alimentos que podemos saborear em tomo da mesa. É um momento especial porque, além da partilha do alimento, existe o companheirismo, a hospitalidade, o acolhimento, a troca, a doação mais generosa de uns, a humildade e a alegria de receber de outros. Assim também, em torno da mesa, na refeição da família, no nosso dia-a-dia, no encontro com os amigos e em comemorações diversas, procuramos o encontro e a comunhão. Jesus se sentava à mesa com todos os que "precisavam da sua palavra, do seu ensinamento". Nós nos reunimos para festejar o crescimento, alimentando-nos da alegria de estar juntos reunidos em seu nome, para tomar o alimento de sua palavra e orar com todos, para vivenciar a amizade solidificada na partilha dos esforços do mês rumo à conversão. Essa refeição que tomamos rememora não só a Santa Ceia, mas toda a vida de Jesus, que usava o alimento como pretexto para estar com todos. O que foi a multiplicação dos pães? Não foi o milagre acontecido enquanto alimentava e ensinava? Na nossa mesa de reunião tamCM377

Jesus é

a razão da refeição na

nossa reunião, como é a

razão de toda a reunião de equipe.

bém acontecem muitos milagres. Lembremo-nos das nossas co-participações, das ajudas acontecidas, das correções havidas, dos desabafos, dos testemunhos, das transformações de coração. É o milagre na nossa vida, celebrado durante a reunião de equipe. Ao redor da mesa, pode acontecer a fraternidade, a confiança, o perdão, partilha do alimento e partilha da vida.

Lenice e Luiz CR Região SP - Centro IV 11


SESSÃO DE FORMAÇÃO Nível 1

Região Parafba Nos dias 21 e 22 de setembro de 2002, foi realizada a Sessão de Formação Nível I, da Região Paraíba, em João Pessoa. Padre Miguel foi o responsável por toda dinâmica do evento, incluindo palestras e liturgias, muito ricas, ajudando muito na formação dos nossos equipistas. Tivemos a participação de 48 casais, das cidades de João Pessoa, Santa Luzia, Salgado de São Félix, Itabaia-

na, Campina Grande e Pocinhas. À noite, tivemos uma confraternização dançante. De madrugada, as mulheres, que dormiam em um alojamento eparado dos homens, foram surpreendidas com uma maravilhosa serenata preparada pelos maridos. Aos poucos as luzes foram acesas e as esposas saíram para dar aquele suspiro na janela. O destaque mais uma vez foi para os casais de Santa Luzia, que se esforçaram para participar deste momento de formação, viajando 270 km de ônibus, e fizeram uma verdadeira muvuca (animação) no encontro.

]ussara e Daniel CR Região Paraíba

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CASAlS llGAÇAO Assim que assumimos o serviço de Casal Responsável de Setor fomos muito bem acolhidos, motivados, orientados e até paparicados pelo Casal Responsável de Região e pelos demais membros do colegiado regional. Isso abrandou nosso pânico por assumir tão grande responsabilidade. Depois de instruídos, empossados e festejados pelos casais do Setor, porém, sentimo-nos sós. Olhamos um para o outro e deparamo-nos com uma enormidade de tarefas e sequer sabíamos por onde começar. Tínhamos que tomar decisões que eram indelegáveis. Logo nos lembramos de orar, chamando Nossa Senhora para o barco que estávamos começando a remar. Isso já nos acalmou um pouco. Para iniciar, vimos que a empreitada era grande e nós não seríamos capazes de enfrentá-la, sem outros casais, não só para dividir as tarefas, mas para realmente compartilhar nossas dúvidas e indecisões. Assim, sem conhecer a maioria dos casais, ao menos com a profundidade necessária, oramos ao Espírito Santo e passamos a escolher o colegiado do Setor. Primeiro, o Sacerdote Conselheiro Espiritual, depois os Casais Ligação. Tudo era incógnita, apreensão. Quando os primeiros convidados deram seu sim, com entusiasmo, fomos ficando mais encorajados. Depois, a cada convite aumentava nossa confiança pela solidariedade e alegria com que todos nos acolhiam. Depois, nas primeiras reuniões, todos fomos tomando intimidade e confiança reCM 377

cíproca, para, enfim, sentirmo-nos verdadeiro colegiado, com identidade de propósitos, solidário. Neste momento, lembramos com um calorzinho no coração de cada um dos nossos parceiros de colegiado, que compreenderam nossa pequenez e assumiram realmente sua parcela da responsabilidade que lhes cabia no setor. Mais do que isso, assumiram com naturalidade a dinâmica do Setor, pensando e operacionalizando tudo junto conosco, desde o Pré-EACRE, os Mutirões, as Missas, as Interequipes, o Retiro, confraternizações, etc telefonando, comparecendo às reuniões e atividades e sugerindo o que lhes parecia bom para o Movimento. Tudo isso, é claro, sem descuidar de sua vivência de equipistas e da atividade de ligar, acompanhando,animando,acolhendo,orientando, enfim amando cada uma das equipes ligadas. Hoje, nós queremos dizer-lhes, queridos Casais Ligação, que sua contribuição é de vital importância para a vida do Movimento. Queremos dizerlhes que vocês nos fizeram sentir verdadeiros irmãos. Vocês têm um coração digno de serem chamados filhos de Maria e irmãos de Cristo, que, certamente, alegram-se em tê-los como irmãos assim como nós nos alegramos. Que bom que vocês disseram aquele sim ao nosso convite, inspirado pelo Espírito Santo.

Graça e Aristeu CR Setor C - Porto Alegre, RS 13


MUTIRAO Barra do Corda, MA " É MUTIRÃO, partilha, é festa da fé ... CELEBRAÇÃO .. . esquenta CORAÇÃO... Equipes de Nossa Senhora são RESSURREIÇÃO ... "

Queridos casais amigos, do nosso Brasil, foi no embalo desse cântico, adaptado das Santas Missões Populares e tão bem difundido em nossa pequena Barra do Corda, no nosso querido Maranhão, que 112 equipistas (de um total de 144) compareceram entre os dias 20 e 21 de abril de 2002 para o 1° MUTIRÃO das ENS em nosso Setor. Como expressa o cântico acima, este esforço conjunto, com a presença festiva de cada equipista convicto da sua missão cristã, deveria

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contagiar a todos que fazem do ser equipista uma alavanca capaz de impulsioná-los rumo à santidade. Frei Luís Spelgatti, um dos nossos conselheiros, falando de "Maturidade na Fé", envolveu-nos na caminhada de Jesus com os discípulos de Emaús. Em sua reflexão, procurou frisar o quanto ardia ocoração daqueles discípulos, enquanto caminhavam com o ressuscitado. Suas colocações nos levaram a perceber o quanto de frieza ainda envolve muitos de nossos corações equipistas. Durante sua pregação, algumas inquietações começaram a tomar conta de meu coração. Com o objetivo único de querer contribuir para uma reflexão mais profunda de cada um de nós, que fazemos Barra do Corda, MA

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parte das Equipes de Nossa Senhora, gostaria de partilhar com vocês algumas delas. Dentro de nossa realidade, procuramos, através desse evento, entre outros objetivos, promover uma ampla análise de como anda a nossa vida de equipe e que ela, por sua vez, desperte em cada casal equipista o espírito de pertença ao Movimento, capaz de embriagar qualquer casal apaixonado pelo nosso carisma. Os casais presentes que participaram, solidária e atentamente, muito contribuíram para definir posturas a serem adotadas, visando incorporar, com maturidade, as atitudes de vida que o esforço aponta. Aos que sempre se ausentam, física e espiritualmente, da vida do Movimento, não conseguimos, mais uma vez, disfarçar a nossa tristeza. Os que, apesar da presença física, conseguem estar ausentes espiritualmente, deixam em nós a sensação de que muito pouco fizemos. Retomando o sentido do cântico que nos diz: "Mutirão é celebração que esquenta coração", o que pensar daqueles que não conseguiram aquecer seus corações? Penso que, se o esforço foi para eles em vão, algo não anda bem! A mística do Movimento diz que o auXIlio é mútuo. Portanto, se o meu ânimo não me entusiasma, a quem poderá entusiasmar? Ou como poderei deixar que outros me entusiasmem? A simples idéia de um equipista juntar-se com os amigos de sempre para um encontro com Cristo deveria ser o suficiente para colocá-lo CM377

de pé e a caminho. Porém, muitos de nós nos apresentamos com tibieza de fé e isso nos faz lembrar as palavras de Jesus dirigidas ao paralítico: "levante-se e ande", ou ainda o que Ele disse aos seus discípulos: "Coragem, eu venci o mundo". A proposta é para todos, em Mutirão: lubrificar a pedagogia um tanto enferrujada, ou até mesmo esquecida por muitos equipistas, que esfriaram no entusiasmo e relaxaram na caminhada. Não dá para disfarçar, é preciso bater a poeira, esquentar os ânimos e rumar em marcha com a nossa Igreja, dando testemunho de casal cristão, que quer viver e fazer com que outros vivam as bem-aventuranças. Ser sal e luz neste mundo tão debilitado e combalido por tanta escassez de amor. É chegada a hora de dar um basta na paralisia (comodismo, preguiça, mau humor, insatisfação, egoísmo, inveja, preconceito, imaturidade, desculpas esfarrapadas etc) que impede de estarmos mais próximos de Jesus e dos irmãos. Este é um momento oportuno para se dar uma demonstração de amor responsável e maduro, capaz de ser solidário e empenhado no crescimento espiritual de sua equipe e do Movimento. É preciso arregalar os olhos e enxergar melhor a realidade que nos cerca, para ouvir melhor e com clareza o apelo do cônjuge e/ou da equipe que quer caminhar. Mas existem sempre aqueles que teimam em dificultar a caminhada dos demais e que, indiferentes a tudo que se promova, apenas ficam à beira do caminho, uti15


lizando-se da equipe como uma boa sombra onde possam se recostar. Em tempo: é bom que se registre que, ao final do 1o Mutirão, realizouse a 2• etapa da nossa 1• gincana equipista. Com perguntas extraídas do "Guia das Equipes de Nossa Senhora", as equipes disputaram acirradamente o tão almejado prêmio (passagem ida e volta de um casal da equipe vencedora, para o Encontro Nacional em Brasília). Com esse artifício, durante dois meses as Equipes exploraram esse documento e partiram para a disputa. Com a realização das três etapas previstas, sagrou-se campeã a Eq. 10- N. Sra. do Rosário. Os nossos parabéns a todos os equipistas que entenderam a proposta, participaram e adquiriram mais conhecimento sobre o nosso Movimento.

Adelman (da Vilma) Eq. 03 - N.S. das Graças CR Setor - Barra do Corda, MA

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Reqião Rio 1 Atendendo a orientação do Movimento para que em todos os setores fossem realizados Mutirões durante este ano, a Região Rio I, organizou dois Mutirões, no Colégio Santa Marcelina, e que tiveram o conteúdo padrão sugerido pela Super-Região Brasil. No primeiro, realizado no dia 16 de junho de 2002, contamos com a participação de 82 casais e 2 viú16

vas. No segundo Mutirão realizado no dia 7 de setembro de 2002, participaram 28 casais e 3 viúvas. Muitos casais não puderam participar do 2° Mutirão, por causa do vendaval que atingiu a cidade. Os dois Mutirões motivaram 65% dos casais equipistas dos 4 Setores, da nossa Região Rio I. Foram realizadas as seguintes palestras: "Adultos em Cristo I Responsabilidade do Cristão", "A Unidade nas ENS", "Ideal, Carisma e Missão", "Alegria do Serviço nas ENS", dramatização "Uma Reunião de Equipe". Na nossa análise, os objetivos do Mutirão foram plenamente atingidos.

Lourdes e Eitel CR Região Rio I

••• Setor A - Niterói - RJ Fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora, desde dezembro de 1983, e, nesse tempo de pertença ao Movimento, só participamos de um Mutirão, que foi um marco em nossa caminhada como equipistas. Hoje, responsáveis pelo Setor A, de Niterói, ficamos entusiasmados ao saber que uma das prioridades para o ano de 2002, foi a realização de Mutirões. O nosso Mutirão aconteceu nos dias 15 e 16 de junho, de 2002 no Colégio dos Sale ianos, e temos certeza de que atingiu os objetivos propo tos: reanimar os desanimados, motivar os novos equipistas, renovar e reacender em toCM377


dos a ajuda mútua, a união e a unidade. Podemos dizer que "fermentou a massa", em nosso Setor. Padre Tarcísio, nosso querido Sacerdote Conselheiro Espiritual, durante a homilia da missa que celebrou, falou-nos sobre "A Responsabilidade do Cristão e do Equipista, como Adultos em Cristo". Outros assuntos que foram abordados: "A Unidade nas ENS" , "Ideal, Carisma e Missão", "A Alegria do, Serviço", "PCEs e Partilha". Diversos casais do Setor, que atuam em Pastorais (Casais em 2" União, Noivos, Batismo, SOS Família, Catequese, Liturgia etc.) nos mostraram, que um equipista preparado, por tudo que o Movimento oferece, e com o privilégio de contar sempre com um SCE, deve dizer "sim" ao ser convocado como "trabalhador da vinha", pois, são qualificados para o serviço aos irmãos. Também tivemos uma representação bem humorada, de como não deve ser uma Reunião Mensal e em

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seguida Adelaide e Dimítrios, CR do Setor B, de Niterói, nos recordaram como deve ser uma Reunião de Equipe. Todos os casais saíram satisfeitos, e os que não puderam comparecer, certamente, serão "levedados" pela palavra e exemplo dos que lá estiveram.

Lola e Careca CR Setor A - Niterói, RJ

••• Belo Horizonte - Setor B "... muito a propósito do propósito, ou melhor, da mística das ENS". O Setor "B" de Belo Horizonte, cumprindo orientações da SuperRegião Brasil, realizou no dia 15 de setembro, na Escola Municipal Aurélio Pires, o Mutirão ll, atendendo preferencialmente os casais que não puderam participar do Mutirão I, realizado em 14 de abril. Logo em seguida ao primeiro, verificadas as ausências, o Casal Responsável de Setor, Angelina e Humberto, fez cantata com cada casal, explicando a importância desse encontro para a integração e fortalecimento das Equipes de Nossa Senhora, convocando e motivando a todos para a participa17


ção. A resposta foi satisfatória. A abertura foi feita pelo casal Angelina e Humberto que, ao explicar os objetivos mais diretos (partilha de experiências, revisão, atualização, renovação, formação, animação etc.), abordou a questão do crescimento do número de equipes, enfatizando que o zelo pela qualidade, que cabe a todos e a cada um, manifesta-se, eficazmente, pelo empenho individual e do casal em crescer e partilhar o seu crescimento. Os temas escolhidos foram desenvolvidos com muito entusiasmo e competência, por casais muito queridos, com tempos variados de pertença ao Movimento: "Vida de Equipe" - por Cecília e Hamilton; "Reunião de Equipe" -por Márcia e Ricardo; "Alegria no servir as ENS" -por Isa e Juca e "Carisma, Mística, Espiritualidade, Compromisso" - por Beth e Scalzo. Depois da palestra de Márcia e Ricardo, houve uma interequipes. O roteiro, que contemplou todas as etapas de uma reunião formal de equipe, fixou o tempo para cada etapa. Na avaliação, o porquê do Mutirão, como prioridade, aflorou bem nítido. É que, conforme a "Parábola do Semeador", oscilamos, continuamente, entre a beira do caminho, pedregulho, espinheiro e terra boa. Assim, na busca do crescimento espiritual, quase nunca ou nunca acontece o "chover no molhado"! Certamente, da compreensão dessa verdade, tão evidenciada no evento, proveio o impulso que fez o casal mais veterano das ENS, em Belo Horizonte, levantar-se e dizer o quanto estava neces18

sitado de ouvir e refletir o que foi dito e testemunhado.

Terezinha e Mota Eq. 1 - Belo Horizonte, MG

••• Mutirão É Muito Mais

que uma Reciclagem No dia 14 de setembro, em Caçapava, SP, na casa de retiros Frei Maximiliano Kolbe, foi realizado o nosso Mutirão, com a participação de quarenta casais que promoveram momentos de alegria e solidariedade. Logo na abertura pudemos ouvir as palavras do Cônego Eugênio, Conselheiro Espiritual do Setor, falando sobre o Sacramento do Matrimônio. Como tema central abordamos o "Guia das Equipes de Nossa Senhora", mas também foram enfatizados outros assuntos, como a Contribuição Mensal, a Carta Mensal etc .. As equipes desenvolveram os seus temas de maneira singular e bastante criativa, em forma de teatro de fantoches, de encontro de casais, por clip "Os normaENS'', pelas dinâmicas do caça-palavras, do "show do milhão", do jogo de memória... Além da oportunidade que tivemos de relembrar os nossos documentos, também foi importante a resposta dada pelos casais equipistas, que procuraram superar as dificuldades, vencendo os obstáculos com muita dedicação e espírito comunitário. Nossos filhos estavam presentes, CM377


contando com a participação de catequistas que apresentaram diversas dinâmicas para entretê-los.

Claudia e Dias CR Setor Caçapava, SP informensc@ig.com.br

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Taubaté O primeiro Mutirão dos Setores A, B e C de Taubaté, SP foi realizado no dia 4 de agosto de 2002, no prédio da Escola Municipal Prof. Luiz Ribeiro Muniz. Contamos com a expressiva presença de 140 equipistas, que passaram o dia revendo as metas do Movimento, tendo como referência o "Guia das Equipes de Nossa Senhora". O Casal Myriam e Celso, CR Setor B, fez a explanação do tema "Carisma, Mística e Espiritualidade" e abordou também aspectos dos "Pontos Concretos de Esforço". Em seguida, os casais foram divididos em grupos e cada grupo estudou um capítulo do "Guia" e respondeu a três perguntas previamente formuladas. Ao final, em plenário, as conclusões foram apresentadas e discutidas. Foi a forma que se encontrou de fazer com que o conteúdo do "Guia" chegasse a todos os casais. Durante as reuniões dos grupos, Dom Carmo João Rhoden, Bispo Diocesano e também SCE de uma de nossas equipes, presenteounos com sua presença e sua palavra de estímulo. Preparada com muito humor e CM377

irreverência, alguns casais simularam uma reunião de equipe, na qual mostraram tudo o que não deve acontecer na realidade. Sobre o mesmo assunto, o Monsenhor Pedro Lopes, SCE dos setores B e C, com a competência de sempre, apresentou- nos, em forma de palestra, a "Reunião e Vida em Equipe" . Para encerrar o dia da melhor maneira, todos participaram da Santa Missa. Como fruto desse dia de estudo, os casais voltaram para casa mais motivados e dispostos a trilhar, com maior entusiasmo, o caminho que nos leva à santidade conjugal. Que Nossa Senhora das Famílias abençoe a todos nós.

Nair e Cláudio Eq. 4C - N. Sra. do Bom Conselho Taubaté, SP

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São Carlos, SP Foi numa tarde de sábado, 21 de setembro, que as Equipes de São Carlos, dos setores A e B se reuniram no Centro Pastoral Diocesano, em São Carlos, para esse Encontro. Os casais marcaram suas presenças num clima de alegria e participação. Foram apresentados 5 temas, e cada um deles foi planejado por duas equipes. 1. Hospitalidade e Acolhimento; 2. Oração Conjugal e Familiar; 3. Dever de Sentar-se e Diálogo com os Filhos; 19


4. Correção Fraterna e Perdão; 5. Escuta da Palavra e Meditação. Esses temas foram escolhidos depois de uma avaliação feita no último EACRE. Entre uma apresentação e outra, o casal animador do evento reafirmava seu sentido, invocando à Nossa Mãe Santíssima um pedido de sabedoria para nós, casais, inserirmos essas atitudes em nossas vidas. As Equipes se empenharam em preparar os temas com muita criatividade, através de encenações, expressando a realidade, conseguindo transmitir uma mensagem otimista e motivadora. Foi gratificante ver nossos amigos com tantos talentos, tanto os que se apresentaram, como os que tiveram cuidado e prudência ao escrever os textos, e as equi-

pes que trabalharam na montagem do salão, no cenário para as apresentações, na confecção dos convites e na preparação do café. Também os nossos Conselheiros Espirituais (os conselheiros anteriores, os atuais e os falecidos) foram lembrados através da projeção de algumas frases ditas por eles. Muito lembrado o nosso inesquecível Pe. Caffarel, bem como Dona Nancy e Dr. Pedro Moncau. A eles nossa gratidão! As crianças também tiveram, durante a tarde, atividades e um cuidado especial, juntando-se a todos após o café e na Oração do Magnificat. Assistimos a um vídeo de Daniel Godrin, cuja motivação surpreendeu e alegrou a todos. No encerramento, pudemos sentir, em cada um, uma grande alegria no coração. O ambiente acolhedor numa tarde chuvosa de sábado, a presença de Deus no meio de todos que vieram trazer a sua participação, a sua colaboração e a sua motivação tomaram o Mutirão um lugar de festa e de abraço, construído por todos.

Silene e Tóia Equipe 01 - Nossa Senhora Aparecida São Carlos, SP

••• Setor D Coordenação Astorga No dia 25 de agosto 20

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de 2002, realizou-se em Pitangueiras, PR, o Mutirão do Setor D - Coordenação Astorga, PR. Estiveram presentes casais de Astorga, Pitangueiras e Munhoz de Mello. Também estavam presentes o seminarista lvanil, o padre José Bach e o casal Joana e João, da cidade de Londrina. Cada casal pode fazer uma reflexão profunda em cada tema apresentado, os quais reforçavam os Pontos Concretos de Esforço, pois, todos foram apresentados de forma bem agradável, alguns através de encenações, dinâmicas, músicas etc. O Mutirão em Pitangueiras foi uma grande bênção de Deus. Valeu a pena!

Cidinha e Jair Eq. 2 - N. Sra. das Graças Pitangueiras, PR

Criciúma, SC No dia 24 de agosto de 2002, foi realizado o Mutirão dos Setores A e

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B, de Criciúma, SC. No início, os Casais Responsáveis dos Setores, falaram da importância do evento para o crescimento da vida matrimonial, espiritual, familiar e o entendimento do Carisma do nosso Movimento, aos quase 80 casais participantes. Os temas desenvolvidos foram: "O porque das ENS", "Os Pontos Concretos de Esforço", "a importância do Sacerdote Conselheiro Espiritual nas ENS" e "A Responsabilidade do Batizado e do Crismado na Igreja". Também foi apresentado como é a estrutura do Movimento. As equipes responsáveis desenvolveram os temas, usando a sua criatividade: uns, fizeram em forma de palestra; outros através de teatros e uma equipe utilizou-se de vídeos para apresentar o seu trabalho. No final da apresentação do tema abordado, a programação permitia aos casais fazerem perguntas sobre o assunto. O Mutirão foi encerrado com a celebração da Santa Missa, presidida pelo SCE do Setor A, padre Ângelo.

CR Setores A e B Criciúma, SC

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ADVENTO: VlGllÂNClA E ESPERANÇA

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Estamos caminhando no Advento do Senhor. Neste tempo, as comunidades cristãs fazem a memória do nascimento de Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, renovam a esperança na sua vinda, na sua manifestação que se dá em nossa história. É o próprio Deus vir morar no meio do seu povo. Esta é a certeza e o motivo que nos fazem celebrar a manifestação do Senhor em nossa vida.

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Um dos temas do Advento é a vigilância. É um convite a estar atento, ficar acordado. E, ficar acordado significa, comprometerse com um estilo de vida que rompe com as muitas propostas enganadoras, embora sedutoras de viver, que nos vêm a cada instante. Outro assunto característico do Advento é a esperança. A esperança de um mundo melhor está no coração de todas as pessoas. E o advento se caracteriza exatamente como tempo de esperança e de busca de um mundo melhor, de convivência pacífica, de amor e de compreensão, de fraternidade e solidariedade. O Advento é também um tempo propício para a conversão e para a vida coerente com as propostas do Reino. A vinda de Cristo na história, nos corações e no final dos tempos não pode ser simplesmente objeto de contemplação. O fato de o Verbo ter vindo morar no mundo criado significa que Deus quer fazer parte da nossa vida, da nossa história. A esperança é o motor propulsor de um mundo melhor. Por isso o profeta Isaías, que é conhecido como profeta da esperança, anuncia dias melhores. A paz é imaginada pelo profeta como transformação total em Israel e, também, no relacionamento entre todas as nações. Os instrumentos de destruição seriam transformados em instrumentos que produziriam vida. Ele diz que o Messias abrirá uma nova era. Nesta ocasião a justiça e o direito serão respeitados por todos. Também o profeta João Batista nos convida à conversão e à coerência de vida: "Convertei-vos! O Reino de Deus está próximo". Devemos tomar consciência de que somos um povo salvo na medida em que vivemos esta dimensão da esperança do Reino. Deus continua a nos visitar, hoje.

Pe. Elias Della Giustina, SCE da Região SC I Do Boletim "Magnificat" Região Sta. Catarina I - dez/2001 22

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NOVENA DE NATAL A novena de Natal é um exercício piedoso que reúne, espontânea e alegremente, um número considerável de pessoas que fazem questão de participar dos preparativos natalinos. Gente que não frequenta com regularidade a Igreja faz questão inclusive de participar das reuniões da novena, o que comprova que a festa de Natal continua exercendo um fascínio especial na vida de muita gente. Os coordenadores da novena devem saber aproveitar esse entusiasmo natalino não somente para buscar e acolher essas pessoas "distantes", mas, especialmente, para fazer da novena uma ocasião privilegiada de evangelização. De fato, o objetivo da novena de Natal é, justamente, ajustar a nossa vida ao grande mistério que estaremos celebrando. É isso, na verdade, o que acontece com toda preparação. Os preparativos para uma festa de aniversário, por exemplo, já deixam as pessoas no clima alegre e descontraído da amizade. A novena de Natal, portanto, deve antecipar para todos os participantes o clima que acompanha o nascimento de Jesus. Ora, nos tempos atuais, é preciso definir com precisão esse clima de Natal. Percebe-se que, no compasso que vêm adquirindo as festas de fim de ano, pode-se cometer o equívoco de reduzir a solenidade do Natal ao clima de euforia e de descontração, típicos de uma festa qualquer. É preciso enfatizar que, para os cristãos, o CM 377

ambiente de festa é conseqüência da esperança que o nascimento de Jesus traz para toda a humanidade, pois, o nascimento de Jesus representa, em primeiríssimo lugar, o ousado, mas extremamente carinhoso gesto de Deus, de querer fixar, com a humanidade, a sua morada. Deus escolheu morar conosco! Partilhar a nossa vida! Ser um de nós e como nós! A partir do Natal não somos mais ovelhas que parecem não ter pastor, errantes e desorientadas. O pastor veio a ser um de nós, falando a nossa própria linguagem. Veio caminhar à nossa frente, para nos conduzir até onde se encontram fartas pastagens. Celebramos, no Natal, a derradeira etapa do projeto de salvação que Deus, desde a eternidade, arquitetou em favor de toda a humanidade. O modelo mais indicado a nos inspirar na realização da novena de Natal é Maria. Em primeiro lugar, porque ninguém como ela preparouse para acolher o menino Jesus. Ela o sentiu crescer dentro de si durante nove meses. Além disso, desde o primeiro momento da concepção ela se postou em sintonia com o projeto de Deus. Quando Maria se colocou, por inteiro, a serviço da vontade de Deus, ela estava, na verdade, fazendo desse projeto a opção de sua vida. Ela colocou-se, sem reservas, à disposição do projeto de Deus em salvar toda a humanidade. Afinal, essa é a vontade de Deus. Esse é o seu mais urgente desejo! A novena 23


de Natal, então, deve conduzir cada um a repetir a frase e a atitude de Maria- eis aqui a serva (o servo) do Senhor, pronta a colaborar com o projeto da salvação. A novena de Natal deve fortalecer, em cada um dos participantes, a disposição de cooperar com Deus na obra da redenção e da libertação de todas as pessoas. Quando Jesus chegar, queremos

estar iguais àqueles servos a quem o patrão confiou o cuidado de sua propriedade. Com as nossas lâmpadas acessas, rins cingidos, ocupados em fazer a nossa parte na transformação do mundo!

Pe. Charles SCE 2 Equipes - Catanduva, SP charlsbq. @terra.com.br

.. . . ... . . . . . . .. . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ACOlHER JESUS NESTE NATAl Nada é mais fascinante e emocionante do que reviver, neste tempo do Advento, o quanto foi belo para Maria experimentar o amor de Deus na sua vida. Ele próprio decidiu que ela seria sua perfeita morada e o acolheria, até que se manifestasse ao mundo, como único e verdadeiro salvador. Maria, ao ser tocada pelo Espírito Santo, abriu-se para ser a morada da Vida Nova que viria resplandecer o mundo de luz, afastando de nós as trevas do pecado. A imaculada fé de Maria a levou a acreditar que seria capaz de assumir a sua missão e ser realmente a mãe do salvador, acolhendo-o, não pelo fato de que poderia ser a mulher mais importante do mundo, mas 24

por compreender o desejo do Pai. Maria acreditou, por isso assumiu e acolheu Jesus, abandonou-se à própria verdade da palavra de Deus vi vo, sabendo e reconhecendo humildemente que seria instrumento de Deus no plano da salvação. Jesus que se fez homem e habitou entre nós, fez de Maria a mãe de todos nós e também, exemplo de acatamento da vontade do Pai, por ter sido tocada pelo amor de Deus, que pela ação do Espírito Santo, deu-lhe a natureza humana fazendo-o um de nós. "Acolher a Cristo significa receber do Pai a recomendação de viver no amor por Ele e pelos irmãos, sentindo-se solidário com todos, sem discriminação alguma; significa crer CM 377


que na história humana, embora marcada pelo mal e pelo sofrimento, a ultima palavra cabe à vida e ao amor, porque Deus veio no meio de nós, a fim de que pudéssemos nele habitar" (cf. mensagem do Papa João Paulo II, por ocasião da XV Jornada Mundial da Juventude). Acolher Jesus é se deixar ser habitado por Ele; dominado pelo seu amor; atraído pelo seu corpo eucarístico; saciado pelo seu sangue sacrificial; orientado pelas suas palavras para que, abastecido do amorprimeiro, possamos acolher os irmãos, como bons samaritanos. "Acolher Jesus é acolher a felicidade tal como ela realmente é, não nos deixar encher de nós mesmos, mas nos voltarmos para aquele que é a felicidade e a verdadeira

alegria" (cf. Tema 2: Ser Casal). Sejamos pois como Maria; vamos reviver a sua alegria dando o nosso "sim" para acolher Jesus em nossas vidas. Que neste natal, nós, equipistas, r')ssamos sair de nós mesmos e irmos ao encontro dos irmãos, partilhando a felicidade de reconhecer em Maria o grande exemplo de viver o ideal cristão, vivendo e agindo como ela, tendo como apoio a vivência dos Pontos Concretos de Esforço. Que Jesus transforme os nossos corações fazendo de nós pessoas novas; novas por sermos tocadas pelo amor de Deus. Eunice e Lúcio Equipe JOC- N. Sra. de Belém Belém, PA

SlNOS DE NATAL Harmoniosos, davam ânimo e segurança ao povo do lugar. Cedinho e ainda escuro, aquele to ró, tempestade das maiores, o compassado badalar a anunciar o "Ângelus" parecia dizer que a cidade estava intacta, apesar da tribuzana (temporal). Melódico o eco que os sons de sua metálica garganta produziam no esbarro com as montanhas, tais sentinelas chegando ao céu. No retorno, vinham eles, os sons, mais dolentes ainda, como que burilados e regidos pelo sopro dos espíritos das Alterosas. E a cidade, sem CM 377

pressa e acordando aos poucos, persignava-se, o primeiro pensar em direção do sagrado, o dia iniciando-se com "bença mãe, bença pai", e em seguida o lavar a cara, o bochechar a boca e depois o café preto adoçado com rapadura, rito do tira jejum para mais um dia sem correrias. Sinos! Não há quem o negue, eles davam vida à vida que ali havia, sem telefone, rádios - uns poucos! - e televisão, que nem o nome ainda existia! Sinos, eu os imaginava dotados de alma, e o certo é que, apesar de peças de bronze, revestiam-se de um 25


significado todo especial para as gentes do lugar... e para mim, que meu sonho era repicá-los e tangê-los tão bem ou até melhor do que o fazia o competente e mais famoso sineiro daqueles tempos, Dirceu, de Dona Dominicana, genitora do Padre Garcia. Só que a igreja ia ser demolida, e aquele seria o derradeiro Natal em que os sinos seriam tangidos. E meus sonhos, sonhos tolos na visão das gentes grandes, sonhos de badalar os sinos caíam por terra, e mesmo sendo sonho, vi que eram impossíveis de realizar. Quisera e pudera eu, naquela noite tão linda, tocá-los com magia e todo o povo alegrar. Sei não o que me deu, criei coragem e galguei a torre, contente por me achar ali pertinho deles, só pegar as cordas e puxá-las forte, que o repicar seria lindo, e por todo o vale entre as montanhas os sons seriam percebidos, e ninguém ficaria indiferente ao que àquela hora estaria ouvindo. E de fato não demorou tanto, quando vi lá em baixo nas ruas em volta e no Largo da Igreja: meninos,

moços, homens e mulheres, o povo a querer saber que sineiro competente surgira no alto da torre a tirar repiques tão harmônicos e compassados que alegravam a alma de todos. E até o padre, já habituado àquela rotina, largou o breviário e, deveras surpreso e animado, juntou-se aos fiéis, a assuntar o que seria aquilo. E eu, criança sorrindo, feliz da vida despertei a cidade inteira e todo o vale daqueles fundões das Gerais. E os devotos, cabeças erguidas, persignavam-se agradecidos por tão bela melodia que os sinos tocavam, que gente não era que os repicava, assim afirmavam e juravam, encafifados com o que sucedia. De manhã me vi despertado pelo toque do "Angelus", os braços cansados de tanto badalar os sinos ... os sinos do meu desejo ... Sonhos, ainda bem que existiam sonhos, e que a gente tinha tempo e tranqüilidade para sonhar tão belos e singelos sonhos ... como sonhar badalando os sinos ...

Gabriel (da Daisy) Eq.3A - N. Sra. do Advento Campinas, SP

Não seja impaciente! Não tenha pressa em chegar ao fim. Deixe que o tempo amadureça os frutos, de modo que possa colhê-los amadurecidos. Caminhe com segurança e constância, porque tudo nos chegará na hora exata e mais oportuna. Os frutos amadurecidos à força não são tão saborosos quanto os que amadurecem naturalmente. Saiba esperar com paciência e não desanime.

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AMAEDO MEU SENHOR O Natal está às portas. E o Natal é Jesus, a caminho de nossa casa. Mas, ele não passa de criança, e criança não viaja sozinha. Você vai ver que Ele chegará no colo de sua mãe. Hoje, Nossa Senhora continua visitando a casa de seus irmãos, para oferecer a todos os "Zacarias" e a todas as "Isabel" do mundo o presente sempre novo: a criança que ela gerou e que irá alegrar a casa da gente e salvar a vida da gente. Maria entra como a luz da aurora pela janela de nosso coração, anunciando que outra Luz está prestes a aparecer. É a Luz verdadeira, a iluminar todo homem mergulhado em trevas de morte. E a Luz verdadeira é a criança, que ela tem o privilégio de apertar em seus braços ... Ela sabe que não há tempo a perder, porque o homem esperou demais pela própria libertação. E é por isso que ela corre com pressa pelas regiões montanhosas da vida ... Maria é o oriente do mundo, o ponto do horizonte de onde surge a aurora, a preanunciar a chegada do Sol, que é Cristo. E se você quiser contemplar o espetáculo majestoso do sol nascente, não pode fechar os olhos para a aurora, que do sol é a mensageira. Assim, se quiser ver o Cristo, você não pode fechar seu coração a Maria ... CM377

De portas abertas, espere por ela! Espere por ela nos dias claros da alegria, a fim de que ela lhe ensine a não desperdiçar essa alegria, mas, a prolongá-la para todo o sempre. Espere por ela nas noites escuras da solidão e da tristeza, a fim de que ela lhe ensine a caminhar na direção da esperança. Você pode duvidar: "Como é possível que a Mãe do meu Senhor venha me visitar?" Mas, não custa esperar. E você vai ver que ela virá, apesar de suas dúvidas. E, com certeza, não virá sozinha, nem de mãos vazias ...

Pe. Virgilio, ssp (do folheto "O Domingo") 27


NOVOS MlSTÉRlOS DOROSÁRlO O papa João Paulo II, comemorou o 24° aniversário de seu pontificado, acrescentando cinco mistérios ao rosário para exortar os católicos a contemplarem outros eventos da vida de Jesus Cristo, quando recitarem o tradicional método de oração. Devoto de Maria, o papa anunciou no dia 16 de outubro de 2002, as primeiras alterações no rosário, desde sua criação, no início do século 13, e firmou a Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae". O rosário é composto de 3 mistérios: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos, que se referem a momentos importantes da história de Maria e de Jesus Cristo. Nessa Carta Apostólica o papa anunciou mais cinco mistérios, ligados à vida pública de Jesus, denominados de Mistérios da Luz.

São eles: 12 2º 3º 4º 5º

Batismo de Jesus Auto-revelação nas bodas de Caná Proclamação do reino de Deus Transfiguração Instituição da Eucaristia.

Esses cinco mistérios estão dentro do contexto da grande preocupação do papa desde a preparação do Jubileu do ano 2000, quando ele nos convidou a voltar a atenção para a pessoa de Jesus. Eleito papa em 16 de outubro de 1978, João Paulo II proclamou o Ano do Rosário, que vai de outubro deste ano, até outubro de 2003, e exortou os católicos a aproveitar a oportunidade para reavivar sua fé e rezar mais. O papa diz: "Devemos redescobrir o profundo misticismo presente na simplicidade dessa oração, tão cara à tradição popular"

Quando recitar os Mistérios Segunda-feira e Sábado Terça-feira e Sexta-feira Quarta-feira e Domingo Quinta-feira

Mistérios Gozosos Mistérios Dolorosos Mistérios Gloriosos Mistérios da Luz

Carta Mensal 28

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O Reconhecimento Definitivo das Equipes de Nossa Senhora No dia 26 de julho de 2002, festa de Sant' Ana e São Joaquim, o Conselho Pontifício para os Leigos reconheceu definitivamente as Equipes de Nossa Senhora como Movimento de Fiéis Leigos. Desde 1992 que os nossos Estatutos Canônicos são reconhecidos ''ad experimentum", isto é, em regime probatório. Hoje, como recordam Sua Excelência Monsenhor Rylko, Secretário, e Sua Eminência o Cardeal James Francis Stafford, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos: "A irradiação apostólica do Movimento e o aprofundamento da formação dos membros das Equipes de Nossa Senhora, trabalhando a serviço da família e da sociedade, ao longo de todos estes últimos anos, ajudando os casais a viver cristãmente a sua vida de casados e a descobrir e a realizar o projeto de Deus sobre eles na sua vida cotidiana [. .. ]permite. decretar o reconhecimento do Movimento das Equipes de Nossa Senhora como associação privada internaciona~ de fiéis, dotada de personalidade jurídica de acordo com o código de Direito Canônico ". Este reconhecimento é a confirmação, para todos os equipistas, da qualidade dos seus compromissos apostólicos de casal e da seriedade de sua caminhada espiritual.

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Jubileu de Ouro Sacerdota1 No dia 12 de abril de 2002 Padre Vicente Morlini completou 50 anos de Ordenação Sacerdotal. Padre Vicente foi quem introduziu o Movimento das Equipes de Nossa Senhora em Mogi das Cruzes sendo Sacerdote Conselheiro Espiritual do Setor por mais de dez anos. Atualmente, Padre Vicente é Sacerdote Conselheiro Espiritual

da Equipe 4- N. Sra. Auxiliadora desde sua fundação em 1971, e também da Equipe 2- N. Sra. de Fátima. Fundou há 25 anos o Instituto Pró+ Vida São Sebastião que cuida de idosos carentes em Mogi das Cruzes, com filiais em Caraguatatuba e São Paulo. Mônica e Sérgio - CR Setor A Mogi das Crttzes, SP

Visita de Maria Regina e Car1os Eduardo No final de setembro de 2002 tivemos a grata satisfação da presença, em Fortaleza, do casal Maria Regina e Carlos Eduardo (Casal Ligação da ERI para as Américas), que veio pregar um retiro. No dia seguinte, o casal nos brindou com uma excelente palestra sobre "O compromisso do casal equipista". O auditório ficou lotado, com aproximadamente 150 pessoas, entre equipistas e conselheiros espirituais. O casal esteve em visita à CEPAN (Comunidade Educacional Padre Anchieta) do pe. Tomas, SCE da Região Ceará, que acolhe meninos carentes, e participou de um programa ao vivo, na rádio Dom Bosco, falando sobre a farru1ia. Carlos Eduardo e Maria Regina também tiveram a oportunidade de estar com o nosso Arcebispo, Dom José Antônio Tosi (foto), velho amigo do casal, desde a época em que ele foi Conselheiro Espiritual, em São Paulo. Dom José foi quem prefaciou o livro de Dona Nancy: "Equipes de Nossa Senhora no Brasil, Ensaio sobre seu histórico". Eneida e Álvaro - CR Região Ceará

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Dízimo do Movimento O Seminário São José (Maromba), da cidade de Manaus, da Província Norte, foi contemplado com o dízimo do Movimento. A entrega do cheque de R$ 5.000,00, foi feita no dia 6 de agosto de 2002, no próprio Seminário, após a Celebração Eucarística, presidida pelo Arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares. Também participaram desta Celebração, o Bispo Auxiliar, Dom Mário, padre Olindo (Reitor do Seminário), sacerdotes e diáconos. Os seminaristas estiveram presentes, participando integralmente da assembléia. O Movimento, através do Casal Provincial, e seu Colegiada Regional, se fez presente na Celebração e na entrega do dízimo. Padre Olindo, agradeceu a oferta em nome dos seminaristas, pedindo a Nossa Senhora que ilumine o nosso Movimento, na busca da santidade conjugal. Marta e Pedro CR - Setor D - Manaus, AM

Datas Históricas No mês de outubro de 2002, tivemos a celebração de duas datas histórica<;. No dia 11 completaramse quarenta anos do início do Concílio Ecumênico Vaticano Segundo. e no dia 14, a Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) celebrou os cinquenta anos de sua fundação, em 1952. São dois acontecimentos que desencadearam um processo muito intenso, cujos desdobramentos ainda continuam, e cujo dinamismo ainda não se esgotou. Que o Espírito Santo continue iluminando todos na condução da caminhada a Igreja. CM 377

Falecimentos Jacynto (da Cida). oconido no dia 24 de março de 2002 Equipe 4 - Bauru. SP Frei Constâncio Nogara, OFM. ocorrido no dia 20 de setembro de 2002. Foi SCE da Eq. 1 - N. Sra. Imaculada Conceição e Eq 4 - N. Sra. da Paz - Bragança Paulista. SP Frei Marcos de Faria. oconido no dia 5 de outubro de 2002 SCE da Eq. 3B - N. Sra. do Perpétuo Socorro do Brasil. São Paulo - Capital e Eq. 1A - N. Sra. das Vitórias, RJ 31


Um Artista Manauara* Deus distribui gratuitamente alguns talentos que, às vezes, nem percebemos, e às vezes não ligamos para eles. Não foi o caso do nosso querido casal Ezra e Agamenon, que põem seus talentos, quando solicitados, à disposição do nosso Movimento. A capa da Carta Mensal de outubro de 2002 foi um exemplo do trabalho das mãos habilidosas que Deus ofereceu ao Agamenon; ele confeccionou uma estatueta para ser símbolo de um retiro de que eles participaram. Pronto, foi um sucesso, um trabalho maravilhoso que deixou os participantes do retiro entusiasmados. O casal Ezra e Agamenon, Eq. 22D - N. Sra. da Vitória, está no Movimento das Equipes de Nossa Senhora desde 1993. Entraram através da Experiência Comunitária, há quase dez anos se abastecendo da espiritualidade conjugal que as Equipes de Nossa Senhora oferecem. Ele é técnico em sistema na Petrobrás e tem como um grande "hobby", o de fazer esse tipo de serviço artesanal e, quando viu a capa do nosso tema de estudo, pensou em reproduzi-la em madeira. É bom ressaltar que o referido casal se dedica especialmente à confecção de lindas lembranças e desenhos artísticos para os eventos Novas Equipes do Movimento. No nosso Colegiada Nacional de • Eq. 13B- N. Sra. de Fáti24 a 26 de agosto 2002, a estatueta ma- Belo Horizonte, MG ficou exposta no auditório, para o • Eq. 14B - N. Sra. do Cardeleite daqueles que amam a boa mo- Belo Horizonte. MG arte, e talvez tenha nascido aí a idéia • Eq. 3 - N. Sra. do Rosário de colocá-la na capa da nossa Car- Campina Grande, PB ta Mensal de Outubro. • Eq. I - N. Sra. Aparecida - Cascavel, PR *Manauara - nascido em Manaus • Eq. 37A- N. Sra. do PeqJétuo Socorro- Sorocaba. SP Graça e Encarnação - CR '

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Província Norte CM 377


DEUS ME CHAMA Vele sobre as suas disposições quando for MEDITAR. Desejo de fervor ou de pensamentos sublimes, necessidade de se evadir dos deveres de cada dia, cumprimento resignado de uma obrigação, tudo isso são outras tantas disposições impuras. Não menos impuro é esse sentimento de ter uma feliz iniciativa e o contentamento de si que o acompanha. A única atitude religiosa autêntica e, portanto, a única que pode dispor-nos bem para as graças do Senhor, consiste em ir à oração porque Deus nos chama a ela. Mas, dirme-á, estou longe de ter o sentimento de ser chamado por Deus quando vou rezar. Respondo-lhe: o que importa não é ter o sentimento, mas a convicção de cumprir a vontade do Senhor. Pensa talvez que passo de uma idéia a outra, da idéia do apelo de Deus à vontade de Deus. A bem dizer, é tudo a mesma coisa: a vontade de Deus é apelo. Prefiro, entretanto, a idéia de apelo, porque a vontade de Deus, para quem não a compreende bem, parece uma abstração; enquanto que dizer: Deus me chama, leva irresistivelmente a pensar que ele está lá, que ele espera o seu filho e tem certamente alguma coisa importante a lhe dizer ou a lhe dar. Há de ver que essa convicção de vir à oração porque Deus o chama, e em resposta a esse apelo, eliminará a tensão, a inquietude, a presunção, o contentamento de si mesCM 377

mo e o estabelecerá numa humildade, numa segurança e numa confiança inalteráveis.

Padre Caffarel do livro "Cartas sobre a Oração" - pg. 55 33


SOS FAMÍllA Nos últimos dias do mês de agosto, estive participando do V Congresso Brasileiro de Terapia Familiar e III Encontro Latino-Americano de Terapia Familiar realizado em Salvador, BA. Fui apresentar um painel com o trabalho "S.O.S. FAMÍLIA - UM COMPROMISSO SOCIAL". Eu e Lahire, meu marido, fazemos parte da Equipe de Coordenação do SOS Farru1ia, em Belém, PA, juntamente com outros casais que pertencem ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Fizemos o projeto baseado nas experiências de outros casais do sudeste do Brasil, porém com adaptação à nossa realidade de Belém do Pará. Sendo um casal que persevera no serviço como plantonistas, eu e Lahire procuramos divulgar o S.O.S. Família, objetivando ajudar as pessoas com problemas familiares de todas as classes e crenças. Há três anos estamos servindo e, em nossos plantões, acolhemos, escutamos e rezamos com as pessoas que nos procuram. Os casos de necessidade terapêutica, encaminhamos para profissionais e sacerdotes que formam uma equipe chamada de Apoio ou Retaguarda. A nossa pretensão é divulgar o S.O.S. Família cada vez mais para preencher uma lacuna de atendimento emergencial de nossos irmãos que, rem desespero, sofrem sozinhos ou abandonam os nossos movimentos de Igreja. Muitos se perdem indo chorar em seitas ou tratamentos de cura enganosa. Em Salvador, quando participava do Congresso, tive um encontro com profissionais de São José do Rio Preto, SP, entre os quais, havia equipistas daquela região que se interessaram pelos painéis. Estou enviando este artigo aos irmãos da Carta Mensal para que o S.O.S. Família daqui de Belém seja conhecido por outros Movimentos de casais e que seja copiado ou adaptado em vários lugares deste Brasil, formando uma rede de benefícios para as nossas farru1ias católicas, principalmente. E tamos funcionando numa sala da Cúria Arquidiocesana, cedida ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Os casais plantonistas são todos equipistas; é um serviço voluntário que também nos beneficia, e no plantão, exercitamos, com a nossa escuta e acolhimento, a caridade pedida por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a disponibilidade exercida por sua mãe Maria, Nossa Senhora do Magnificat.

Arlete e Lahire Equipe lSA- N. Sra. da Glória Belém, PA 34

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O CASAL CRlSTÃO PARA VlVER E FAZER VlVER ASBEM-AVENTURANÇAS O tema das bem-aventuranças é muito bonito e interessante. As bemaventuranças são uma receita única de felicidade e santidade, à qual Jesus convida a todos. Não se trata de várias receitas, como se pudéssemos escolher uma ou outra. Na verdade, entendemos que se trata de um conjunto único de atitudes a desenvolver e que nos permitem atingir a felicidade, já aqui na terra, independentemente dos problemas que tenhamos e que sempre serão inevitáveis. E são também aquelas que nos permitem construir a felicidade dos outros, daqueles que nos rodeiam ou que, de alguma forma, são afetados pela nossa conduta. Começamos a refletir um pouco mais sobre a violência dos nossos dias e, em contraposição, na "bemaventurança dos promotores da paz". Vemos que a vivência do espírito de promotores da paz favorece a eliminação da violência, e começa nos nossos pequenos atos de cada dia: no tratar com atenção cada pessoa, olhando-a nos olhos, para entendê-la e tratá-la com justiça; compreendêla como gostaríamos de ser compreendidos. Não revidar o mal com o mal, mas tentar com simplicidade de coração justificar uma atitude pelos motivos, falta de informação, ou pressões extremas que ela poderia ter sofrido para fazê-la agir assim. E assim é mais fácil esquecer tudo. CM 377

Por esse caminho fomos chegando às outras bem-aventuranças: aos mansos de coração·, que sabem aceitar com serenidade as contrariedades sem rompantes de revolta, à pobreza de espírito, que permite que nos desapeguemos das coisas e também por isso não tenhamos pelo que brigar, pois, reconhecemos, então, que tudo é passageiro. Chegamos à fome de justiça, que procura dar a cada um o que lhe é de direito, começando pelo respeito à pessoa e às suas necessidades básicas de sobrevivência e dignidade. As reflexões que se seguem são demasiado extensas, e podem parecer coisas distantes, muito além das nossas casas, mas devemos observar o que tantas vezes acontece dentro de nosso próprio lar. Como passamos para os nossos filhos, através de nosso testemunho de vida e palavras, o desapego às coisas que temos; a paciência e não a exigência com as fraquezas e defeitos do próximo; como procuramos minimizar e não fomentar os conflitos com o cônjuge, de um filho com o outro, com aquele amigo, o problema com o vizinho ou com o irmão de equipe, cujas atitudes, por vezes comentamos e julgamos, antes de tentar compreender! Quantas vezes não aconteceu, no nosso relacionamento com o cônjuge, aquela atitude de vingança ba35


nal, como: eu faço isso porque ela fez aquilo, e aí ela faz outra coisa porque ele fez isso e etc, etc, etc. Sejam quais forem as circunstâncias que atravessamos na vida, temos de nos sentir convidados a viver em plenitude, a vida cristã, conforme ensinado por Jesus nas bemaventuranças. Não pode haver desculpas, não podemos dizer a Deus: "Espera, Senhor, que se solucione

este problema, que me recupere desta doença, que deixe de ser caluniado ou perseguido ... e então começarei, de verdade, a buscar a santidade". Seria um triste engano não aproveitarmos, precisamente, essas circunstâncias duras para nos unirmos mais a Deus.

Fátima e ]erson Equipe 4 - Teresópolis, RJ

VlVER É FUNDAMENTAl A tecnologia e a globalização trouxeram ao mundo uma capacidade imensa de interação, comunicação e competição. Esses fatores associados, dentro do mundo rápido, obrigam ordinariamente a que pessoas, por outro lado, também corram em busca de um "lugar ao sol". Para tanto, o dia existencialmente fica mais curto e as horas de trabalho mais longas; os momentos com a farru1ia ficam mais raros, e mais escassos os momentos de lazer, convivência e envolvimento. A vida vai ficando mecânica, enfadonha, técnica e impessoal. O tempo que nos resta, muitas vezes, é dedicado ao sono e ao isolamento. "Estamos muito cansados", é o argumento. O fator existir toma o lugar do viver. O que importa nesse tipo de raciocínio é subsistir e não viver enquanto ente ontológico. O estilo de vida cada vez mais comum, infe36

lizmente, torna a nossa vida relacional, pobre e degradante. A afinidade e a amizade que sentíamos pelas pessoas vão sendo substituídas, gradativamente, por relações cada vez mais superficiais. Por um lado realizamos muito, funcionamos bem, consumimos mais, mas vivemos pouco. A corrida veloz em que a vida se tornou não nos permite encontrar ombros para chorar, mãos para nos afagar e afeto para nutrir. Mais ou menos como se disséssemos: não tenho tempo para ser humano. Sou uma máquina que produzo para o consumo, meu e do mundo. Esse homem "ex-machina" é o retrato do homem moderno. O materialismo puro e simples é um grande engano. Dá-nos uma ilusão futurista de que um dia distante viveremos com tudo aquilo que conseguimos. É exatamente nessa alieCM 377


nação de ter para depois ser que estamos todos, desavisadamente, metidos. As coisas devem acontecer juntas, interdependentes, mas com prioridade, é claro, voltadas para o ser. Neste mundo ilusório (o materialista) falamos mais e mais das realizações profissionais para abafarmos, quase sempre, os fracassos e as fraquezas do nosso mundo emocional e relacional. As corporações modernas paradoxalmente lutam por tornar o seu profissional mais competitivo, ou seja, muito embora vivendo corporativamente (sendo de uma "companhia") deve ser, ao mesmo tempo, mais individualista e ambicioso. O seu grupo, isto é, pessoas com as quais ele convive, não deve passar de um nome técnico escrito na sua agenda de trabalho. As relações são meramente profissionais. E isso é mera sobrevivência e não existência plena. O Deus da Bíblia é um Deus totalmente feliz. Quando Ele comissionou Moisés para libertar o povo do Egito, Moisés quis saber o seu nome, ao que Ele respondeu: "Eu sou". Por isso, Deus não é frustrado em seu ser, pois o primeiro e mais importante atributo seu é o de ser. A sua auto-existência é a realização de todas as suas alegrias e realizações. Como seres criados à "imagem e semelhança de Deus", devemos buscar, antes de qualquer coisa, a nossa razão última de ser enquanto humanos e insaciavelmente sedentos de vida. Estamos nos aproximando do Advento, um tempo forte de conversão. Quando se CM 377

A corrida veloz em que a vida se tomou não nos permite encontrar ombros para chorar, mãos para nos afaqar e afeto para nutrir.

aproxima o fim de ano, a gente logo se prepara, limpa a casa, troca alguns móveis, compra roupa e calçados. Deveríamos ter essa mesma preocupação, como cristãos, em relação à vinda do Messias. O Advento é exatamente o tempo para que a gente faça uma reflexão: para onde vamos, o que queremos, qual a nossa missão aqui na Terra, etc. O Advento é, ainda, um tempo propício para que possamos limpar o nosso coração das impurezas que o impedem de realizarmos as boas obras.

Aninha e Léo Eq. 3C - N. Sra. da Saúde. Natal, RN 37


CELEBRANDO A EUCARISTIA G lANÇAS

No início de 1999, fui convidado para celebrar a missa das crianças na capela do Colégio São Luís, em São Paulo. Aceitei a incumbência, mas fiquei dividido, porque até então as minhas principais experiências tinham sido com a juventude. As perguntas começaram a surgir: como se celebra com os pequenos, quais dinâmicas são necessárias etc. As primeiras experiências passaram e, ganhando confiança, comecei a entrar em sintonia na preparação e no sentir o grupo que vinha, juntamente com os pais, para celebrar a Eucaristia dominical. Surgia diante dos meus olhos a grande questão: como educar na fé aquelas pelas quais Cristo tinha a preferência: "Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais; porque o Reino de Deus pertence aos que são semelhantesaelas"(Lc 18, 16).Como celebrar com elas a Eucaristia? Educar na fé exige não só a revelação dos mistérios e a apresentação da imagem de Deus, mas, também, aquelas ações que possibilitem à pró38

pria criança entrar pessoalmente em contato com Deus vivo e amigo. Percebi na prática que a liturgia possibilita envolver a criança numa festa, numa celebração, e é um espaço privilegiado para isso. Dessa forma, o primeiro passo era preparar as crianças para assumirem elas mesmas as funções dos ministérios litúrgicos. Logo surgiram os ajudantes do celebrante, os comentaristas, cantores e leitores. Lembro-me sempre do princípio segundo o qual a formação da pessoa para a plenitude exige que todas as dimensões sejam estimuladas: a corporeidade, a inteligência, a afetividade e a espiritualidade. E não há um tempo específico para cada uma, o desenvolvimento é simultâneo. Assim, cada criança pode perceber a necessidade da fé, que nasce do contato pessoal e da união com Deus. A experiência de festa, na vida da criança, é fundamental porque inicia o processo da ação litúrgica, dando-lhe orientação e estabilidade no tempo e no espaço diante dos aconCM377


tecimentos. Além disso, traz a grande ordem ritual que possibilita a experiência do belo e da verdadeira alegria interior. Pela festa desperta-se na criança o desenvolvimento da fantasia e da criati vidade nas brincadeiras, no canto, nos gestos etc. Nas celebrações litúrgicas, juntamente com as crianças, a família pode vivenciar a fé e aprender a lidar com os questionamentos dos filhos. A criança é extremamente abyrta para absorver o lúdico e o misterioso, que nas celebrações aparece com toda força, pelas cores, vestes, posturas corporais etc. Para ela, o mais importante é o festejar agindo no acender de urna vela, no levar as oferendas, na preparação da mesa, atividades que dão o próprio sentido ao acontecimento. No entanto, por meio da ação continuada que acompanha todo o festejar, a criança sozinha, e no seu próprio ritmo, descobrirá o sentido da própria festa. Dentre as várias formas de festejar, o sentar em torno da mesma mesa exerce uma marca especial na psicologia da criança, porque no repartir, no comer e no beber abre-se um novo horizonte dos valores religiosos. Justamente à mesa onde todos experimentam o renovar da vida pelo alimento, Cristo expressa sua força e seu amor para com aqueles que se sentam junto com Ele. Nas celebrações dos adultos, a criança não consegue se envolver e perceber o mistério pascal que perpassa todos os momentos celebrativos. Sabemos que, desde pequeno, o ser humano precisa conhecer Jesus para aprender a amá-lo. Assim a CeieCM 377

bração Eucarística é o lugar privilegiado para vivenciar o amor de Deus por nós, apesar das nossas imperfeições e pecados. Muitas vezes cobramos dos filhos o que nós adultos não praticamos e testemunhamos, pois para celebrar com as crianças é preciso, antes de tudo, testemunhar pelos atos concretos, acreditando e vivendo como verdadeiros irmãos. Celebrar com as crianças é testemunhar a presença de Jesus na Palavra, no Pão Eucarístico e, principalmente, no amor paternal e maternal para com todo . A criança sente-se amada e amiga íntima daquele que morreu por nós e ressuscitou para estar sempre conosco. Os pais que participam nas celebrações com seus filhos devem, antes de tudo, aceitar o seu jeito de ser, de se expressar, seus gestos infantis, as dificuldades para ler etc. Por isso, celebrar com as crianças é esvaziar-se dos conhecimentos e domínios da situação para aceitar a conversa, os risos, os ge tos e o corre-corre no espaço sagrado e celebrativo, proporcionando-lhe a beleza e deixando-as se envolver no mistério celebrado. A celebração da Eucaristia com as crianças possibilita a toda comunidade e, principalmente, às famílias, vivenciar sua fé pascal e, ao mesmo tempo, introduzir os filhos nesse grande universo religioso em que acreditamos.

Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ SCE - São Paulo Eq. 1O - N. Sra. Protetora das Famílias 39


lElTURA ORANTE DA BlBllA Aprquve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e tomar conhecido o mistério de sua vontade. E depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos, Deus nos falou na plenitude dos tempos por seu Filho, o Verbo, Palavra Encarnada. E continua nos falando ainda hoje, principalmente através da Bíblia, que jamais perdeu ou perderá a sua atualidade e força transformadora. Mas é preciso escutar esta Palavra como na verdade ela é: Palavra Divina que atua naqueles que crêem (lTes 2,13), Palavra capaz de salvar a vida (Tg 1, 21). O Pe. Caffarel num dos seus ensinamentos teológicos mais profundos, já nos fala que escutar vai muito além do simples meditar a Palavra de Deus. Escutar, ler essa Palavra como a noiva lê as cartas do amado, sentindo o pulsar do seu coração. Escutar com todo o ser, abrindo-se a ela, deixando-a invadir, apossar de todo o nosso ser. Fazer dela o alimento da própria vida e como Maria, conceber a Palavra. Assim a Palavra toma-se vida na nossa vida, na escuta atenta às inspirações que ela faz brotar em nós. E como Maria, que concebeu a "Palavra", vamos enchendo de graça, alegria, santidade os nossos encontros, os nossos caminhos. Como é transformador aplicar-se diariamente à Leitura orante da Bíblia (a Lectio Divina) seguindo os "quatro degraus da tradição Monástica": 1) Leitura: o que diz o texto? Interiorização, silenciando para ouvir Deus. 2) Meditação: o que o texto me diz hoje? Refletir, ruminar, aplicar a mensagem hoje. 3) Oração: o que o texto me faz dizer a Deus? Atitudes de súplica, louvor, perdão, etc. 4) Contemplação: ver a realidade com os olhos de Deus, mergulhar no seu mistério e comprometer-se com o Reino. A Leitura busca a doçura da vida bem-aventurada, a meditação a encontra, a oração a pede e a contemplação saboreia. Assim fazendo, o nosso dia, os nossos encontros, a nossa eucaristia recebem um sentido totalmente novo e renovador, pois "a palavra de Deus é assim: não passa por mim sem deixar um sinal" (Pe. Zezinho).

Monjas Passionistas Mosteiro São Paulo da Cruz - São Carlos, SP 40

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O PODER DA VAllDAÇAO Todo mundo é inseguro, sem ex- mente fora do nosso controle. Por ceção. Os superconfiantes simples- isso segurança nunca é conquistada mente disfarçam melhor. Não esca- definitivamente, ela é sempre tempam pais, professores, chefes, nem porária, efêmera. Segurança depende de um procolegas de trabalho. Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas cesso que chamam de "validação", bases nos primeiros minutos de cada embora para os estatísticos, o signiapresentação, mesmo que a peça já ficado seja outro. Validação estatística significa certificartenha sido encenada se de que um dado ou quinhentas vezes. Só informação é verdadeidepois da primeira risaro, mas eu uso esse terda, da primeira reação mo para seres humado público, é que o ator Um simples nos. Validar alguém relaxa e parte tranqüiolhar, um significa que essa peslo para o resto do essoa existe, que ela é petáculo. somso, um real, verdadeira, que Eu, para ser absoluela tem valor. singelo tamente sincero, fico Todos nós precisainseguro a cada artigo elogio são mos ser validados peque escrevo e corro delos outros, constantesesperado para ver os suficientes mente. Alguém tem de primeiros e-mails que dizer que você é bonipara você chegam. to ou bonita, por mais Insegurança é o provalidar todo bonito ou bonita que blema humano número você seja. O autocoum. O mundo seria mundo. nhecimento, tão demuito menos neurótico, cantado por filósofos louco e agitado se fôsnão resolve o problema. semos todos um pouco Ninguém pode automenos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais validar-se por definição. Você sempre será um ninguém a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir essa a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa insegurança? Alguns acreditam que, estudan- confirmá-lo, como dizer: "você tem do mais, ganhando mais, trabalhan- significado para mim". Validar é o do mais, resolveriam o problema. que um namorado ou namorada faz Ledo engano, por uma simples ra- quando lhe diz: "gosto de você pelo zão: segurança não depende da gen- que você é". Quem cunhou a frase: te, depende dos outros. Está total- "por trás de um grande homem ex is-

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te uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando neste poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia pode dar. Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a própria insegurança que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo" que esquecemos de dizer a nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. "Puxamos o saco" de quem não gostamos, esquecemos de validar aquele que admiramos. Por falar de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se ou dominar os outros em busca de poder.

Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são e não pelo que gostaríamos que fossein. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos. Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu cara, valeu". Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.

Stephen Kanitz Colaboração: Eliane e Toniasso Eq. 6B - Campo Grande, MS elianetoniasso@correios.com.br

O homem e o cachorro Um certo homem ouviu dizer que óleo de fígado de bacalhau era bom para a saúde do seu cachorro. Então resolveu dar o óleo todos os dias para o animal. Prendia o pobre cachorro entre as pernas e enfiava o óleo goela abaixo do bicho. O animal se rebelava e se debatia furiosamente, todos os dias. Um dia o cachorro se soltou e, para espanto do homem, o animal veio e lambeu a colher de óleo. Foi aí que o homem entendeu: o cachorro não lutava contra o óleo, mas sim contra o método usado pelo homem, para lhe dar o óleo. Muitas vezes o problema não é o que fazemos, mas como fazemos.

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PASTORAL E EVANGELIZAÇÃO Nós, das Equipes de Nossa Senho- de número de pessoas que estão aí, ra, precisamos estar atentos, não nos nessa realidade. Há gente que não contentarmos com os nossos deveres entende a existência da Pastoral Mide equipistas e termos a tentação de litar. 120000 jovens passam todos os que, feito o que a Equipe pede, está anos pelos quartéis. Pela nossa estatudo bem. Sempre corremos o gran- tística, 90% não foram atingidos pela de perigo de não olharmos para fren- catequese local, não fizeram a 1a Comunhão; 70% não fote e para os lados. Na ram crismados e 20% Igreja Católica temos 1 não foram batizados. Se esse defeito. Enquanto É muito não houver uma Igreja uns estão trabalhando voltada para essa realipara conquistar outros, difícil a dade, vão passar pela nós estamos contentes evangelização vida e não serão evanem participar de um pegelizados. queno grupo. Fazemos acontecer Há gente que ainda todo o esforço por este pergunta: para que capepequeno grupo, e sem uma lão militar? Para que Aracomodamo-nos. organização cebispo Militar? É para Eu queria abrir os a evangelização dessa olhos de todos ... Vejam, que a realidade. E quantas oupor exemplo, as estatístras realidades como ticas ... Cada ano esampare. essa, que não têm possitamos perdendo 1% bilidades de se organizados nossos católicos. De 1970 a 2000, nós perdemos 10% rem para que haja a evangelização? É muito difícil a evangelização de católicos. Por quê? Porque não trabalhamos para conquistar. acontecer sem uma organização que Estamos sempre em torno daqueles a ampare. Ajude a Igreja a organizar a sua que já são nossos. Há grandes dimensões da sociedade que não são evangelização. É isso que está faltando. abrangidas pela nossa pastoral ou, + Dom Geraldo do Espírito quando são, atingimos uma minoria. Santo ÁVILA Por exemplo: onde estão as PastoArcebispo Ordinário rais Operária, Universitária, EstudanMilitar do Brasil til etc.? É um mundo que passa ao SCE - Setor D/I e nosso lado e nada fazemos ... da Eq. IOD/I- Brasflia, DF Isto tudo me preocupa muito. Por que existe a Pastoral Militar? É para (Extraído do Informativo "O Equipista"- outubro de 2002) que a Igreja possa atingir este granCM 377

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É POSSÍVEl O RECOMEÇAR DE UMA EQUlPE! No ano passado, a Vera e o Luís Antônio, se mudaram para Curitiba e, no início do ano, nossa equipe, reduzida a quatro casais, e que ainda acabava de perder o SCE (que foi transferido de cidade), estava inquieta e apreensiva. Momentos de muitas incertezas, com um desânimo generalizado, apesar de mantermos em comum o espírito solidário. A necessidade de se aumentar o número de casais era a preocupação central. Mas, quem convidar? Qual seria o perfil desejado? Teria espiritualidade para se integrar à Equipe? Muitas dúvidas sobrevinham. Convites foram feitos a casais já engajados na Igreja e até a casais que já tinham participado do Movimento. Sem respostas afirmativas, nada parecia se aclarar. Então, após a primeira reunião deste ano, humildemente rogamos à Nossa Senhora e nela depositamos toda nossa confiança no sentido de bem encaminhar a Equipe, apontando-nos novos casais. E a ela entregamos o nosso coração angustiado. As graças, então, não demoraram a chegar, e abundantemente! No começo de abril, integrou-se a nós o casal Dulce e Jorge, recém chegados de Tatuí, SP. Casal vibrante, cheio de vida espiritual, idéias claras, extremamente participativos. Em pouquíssimo tempo se integraram à Equipe e nela injetaram ânimo e força! Parecia que já eram dela há muito tempo! ... 44

Quase em seguida, a Vera e o Luís Antônio, de volta de Curitiba, são recebidos de braços abertos por todos. Chegaram de mudança à Sorocaba numa terça-feira e, já na sexta, participavam ativamente da Reunião Mensal de maio. Poucos dias após, chegou à nossa Equipe o Carlinhos, seminarista, o novo CE, que nos tem proporcionado riquíssimos momentos de espiritualidade. As graças não pararam ... Um mês depois, em junho, enriqueceram a Equipe o casal Élida e Magno. Jovens, dinâmicos, e já repletos de experiências de vida comunitária! De repente, uma equipe de sete casais e um CE que já parece ter longa caminhada conosco! Bendita seja Nossa Senhora! Com a chegada de toda essa gente nova, propôs-nos o Setor que tivéssemos uma "repilotagem". E o casal escolhido, Cecília e José Carlos, completou a nossa felicidade de um grande reinício. Já fizemos várias reuniões de atualização e o crescimento da equipe é notável com as preciosas e delicadas intervenções do casal. · Queremos, com esta experiência, dizer a todas as Equipes que não tenham receio de convidar novos casais a participarem delas. Há muito talento por aí para a obra do Senhor! É preciso sempre recomeçar! "O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome!"

Eq. 24 - N. Sra. da Piedade Sorocaba, SP CM 377


Errata Por meio desta, viemos pedir desculpas e solicitar à Carta Mensal a publicação de uma errata de nossa inteira responsabilidade. A Carta Mensal de outubro passado publicou, nas páginas 32 e 33, um texto com o título "Sacramento do Matrimônio", transcrito da "Mensageira", boletim informativo do setordas ENS de José Bonifácio, SP. Esse texto, extraído do livro "O matrimônio - para que serve este sacramento?", de autoria do casal equipista Esther e Luiz Marcelo Moreira de Azevedo, de São Paulo, publicado pela Editora Vozes, foi recomendado aos equipistas do nosso setor pelo nosso Conselheiro Espiritual do Setor Padre Mauro Ziati Pereira, por ser pertinente ao Tema de Estudo "Ser Casal" que estava sendo estudado nas reuniões das ENS ne te ano. Infelizmente, por um erro na revisão gráfica do nosso boletim, foi omitida a autoria original do texto e apenas citamos o nome do Padre Mauro que foi quem o indicou à leitura; e assim acabamos por transferir esse erro de omissão à Carta Mensal. Pedimos aos responsáveis pela Carta Mensal que publiquem essa

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correção no intuito de reparar a omissão por nós cometida e poder transferir a todos os leitores a fonte e a autoria do texto do casal Esther e Luiz Marcelo, a quem já solicitamos desculpas pessoalmente e as renovamos por meio desta. A eles, agradecemos a pronta compreensão, pois entenderam que o nosso intuito é o de repassar aos nossos equipistas os melhores textos sobre espiritualidade conjugal e familiar e, por inexperiência, erros são cometidos, e eles nunca alterarão o valor da nossa fraternidade equipista. Aproveitamos para renovar nossos parabéns pela qualidade da Carta Mensal.

Edna e Manoel Renato Lopes "pela Mensageira" José Bonifácio, SP

Parabéns, Padre Cava1ca O senhor acertou em cheio. Seu artigo "Comunicação", da Carta

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Mensal de outubro de 2002, reflete muito bem como anda nosso Movimento. Falta a comunicação. E sem comunicação não há Equipe. Melhor ainda, o artigo da Carta Mensal do mês de novembro de 2002. Maravilhoso. Se soubéssemos entender as entrelinhas que o senhor deixa, pensamos que faríamos uma reunião de balanço totalmente diferente. Obrigado Pe. Cavalca.

Equipe 1 Nossa Senhora das Dores Casa Branca, SP

Ajuda-mútua Exerço o encargo de Administrador Paroquial, da Paróquia de São José, de Chã Grande, com uma população de mais de 18000 habitantes. Sou Sacerdote Conselheiro Espiritual de 8 equipes de Nossa Senhora. O Movimento teve início em nossa comunidade paroquial em 1998, com o casal Lenir e Fernan-

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do, da cidade de Recife, que coordenou a primeira Experiência Comunitária. Após a leitura do artigo "A Mística da ajuda-mútua" da Carta Mensal n° 374, de agosto/2002, tomei a resolução de escrever. Meus parabéns pelo teor do referido artigo, especialmente no seguinte trecho: "Vivemos ainda fechados entre os limites de nossa própria equipe. O que acontece com as outras equipes não é problema nosso. Quando se pede para ajudar um Setor que precisa de seu serviço como piloto, ligação, ou até responsável desse Setor, esquece-se a teoria que, na prática, é outra, e vêm as desculpas, os medos, as justificativas ... Esta dimensão maior da ajudamútua que não pode faltar ao Movimento como um todo vemos acontecer na disposição ao serviço e na prática da solidariedade." Que a leitura do artigo, leve os casais equipistas a assumirem a ajuda-mútua como prioridade, ao serviço do Reino de Deus.

Padre Adriano Manuel da Silva SCE de 8 equipes Chã Grande, PE

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O QUE MANTÉM UM CASAL Um famoso professor encontrou-se com um grupo de jovens que falavam contra o casamento. Os rapazes argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo, e que é preferível acabar com a relação quando esse se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio. O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou o seguinte: "Meus pais viveram cinqüenta e cinco anos casados. Uma manhã, minha mãe descia as escadas para preparar o desjejum para meu pai e sofreu um infarto. Caiu. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando levou-a até a caminhonete. Sem respeitar o trânsito, dirigiu a toda velocidade até o hospital. Quando chegou, infelizmente ela já havia falecido. Durante o enterro, meu pai não falou, ficava olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos nos reunimos com ele. Num ambiente de dor e nostalgia recordamos momentos engraçados. Ele pediu ao meu irmão, que é teólogo, que lhe explicasse onde mamãe estava naquele momento. Meu irmão falou que, naquele momento, minha mãe repousava e que ali ficaria até que Jesus retornasse. Falou da volta de Jesus e da manhã da Ressurreição, quando veremos mamãe novamente. Meu pai ouviu atentamente. De repente ele pediu: 'levem-me ao cemitério'. Mas pai, respondemos. São onze CM 377

horas da noite! Não podemos ir ao cemitério agora! Aí ele ergueu a voz e com o olhar vidrado disse: - Por favor, não discutam com um homem que acaba de perder aquela que foi sua esposa por cinqüenta e cinco anos. Houve um momento de respeitoso silêncio. Não discutimos mais. Fomos ao cemitério, pedimos permissão ao zelador, com uma lanterna encontramos a lápide. Meu pai a acariciou, chorou e disse a seus filhos que o viam comovidos: -Foram cinqüenta e cinco bons anos ... sabem? Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com uma mulher assim. Fez uma pausa e enxugou as lágrimas. - Ela e eu estivemos juntos naquela crise. Mudei de emprego- continuou- recompramos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos.a alegria de ver nossos filhos terrriinarem suas carreiras, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam, oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, nos abraçamos em cada Natal, e perdoamos nossos erros ... Filhos, agora ela se foi e estou contente, sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim, não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só, depois da minha partida. Serei eu quem vai passar por isso, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto 47


que não gostaria que sofresse assim... Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e agora ele nos consolava: - Está tudo bem, meus filhos, podemos ir pra casa, este foi um bom dia. Naquela noite entendi o que é o verdadeiro amor. Muito além do romantismo, sem muito a ver com o erotismo, mas bem se vincula ao trabalho e ao cuidado um do outro que se

entregam duas pessoas realmente comprometidas." Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar. Esse tipo de amor era algo que não conheciam.

Colaboração de Renata e Luiz Eq. 23 - N. Sra. do Belém Ribeirão Preto, SP Silvia e Zeca Eq. 16 - N. Sra. da Revelação Criciúma, SC

PARA UMA MELHOR REUNlAO "Devia ter amado mais/ ter chorado mais/ ter visto o sol nascer./ Devia ter me arriscado mais, e até errado mais/ ter feito o que eu queria fazer./ Queria ter aceitado as pessoas como elas são./ Cada um sabe a alegria, e a dor que traz no coração./ O acaso vai me proteger.../ Enquanto eu andar distraído .../ o acaso vai me proteger.../ enquanto eu andar. .. I Devia ter complicado menos, e trabalhado menos/ ter visto o sol se pôr./ Devia ter me importado menos/ com problemas pequenos... Ter morrido de amor! I Queria ter aceitado a vida como ela é/ A cada um cabe alegria, e a tristeza que vier". (Titãs)

Os Titãs conseguiram colocar nessa melodia uma grande reflexão sobre a vida, não a deixe para depois ... Escreva hoje, na histólia de sua vida, que você viveu intensamente cada instante do hoje, como se não houvesse um amanhã. Viva mais, culpe-se menos, e também culpe menos. 48

Ame mais. Aceite a vida, pois ela é realizada por você. Repare mais naqueles que te rodeiam. Lembrese de que cada um é um ser diferente, com suas virtudes e seus defeitos; afmal perfeito só Deus. Repare mais no sol, na lua, nas estrelas, nos pássaros, nas flores, na beleza da natureza enfim ... Arrisque mais, corra mais, ria mais, brinque mais, namore mais ... Nós, das Equipes de Nossa Senhora, temos que ser assim, temos que aceitar os outros componentes da nossa equipe como irmãos, pois cada um tem um entendimento, vieram de famílias diferentes e, às vezes, o grau de instrução não é o mesmo. Vamos descomplicar nossas reuniões, pois assim teremos uma vida como a canção acima propõe. Viva mais!

Sueli e Wilson Eq. 19A - N. Sra. das Candeias Bauru, SP CM 377


Meditando en1 Equipe Advento do Senhor: tempo da esperança . Natal : manifestação concreta e gratuita do amor de Deus pela humanidade. É tempo de meditação, ação de graças. Refletindo nestas maravilhas do Pai, aprendemos, como Maria, a guardar e testemunhar tudo o que está acontecendo (Lc 2, 19).

Meditcmdo Após a leitura atenta da Carta de Paulo a Tito, capítulo 3, versículos 4 a 7, reflitamos: Deus nos amou gratuitamente, sem merecermos. Esse amor gratuito nos faz rever a nossa maneira de amar. Santificados pela graça divina, somos um povo que vive na esperança da vida eterna . Que neste Natal experimentemos mais a alegria de viver. Padre Ernani

Oração em Comum

do eterno Pai gerado já antes do universo, qual Filho bem-amado.

Saúdam vossa vinda o céu, a terra, o mar, e todo ser que vive entoa o seu cantar.

Do Pai luz e esplendor, nossa esperança eterna, ouvi dos vossos servos a prece humilde e terna.

E nós, por vosso sangue remidos como povo, vos celebramos hoje, cantando um canto novo.

Lembrai , autor da vida, nascido de Maria, que nossa forma humana tomastes, neste dia.

A glória a vós, Jesus, nascido de Maria, com vosso Pai e o Espírito louvores cada dia.

Ó Redentor do mundo,

A glória deste dia atesta um fato novo, que vós, do Pai descendo, salvastes vosso povo.

(Liturgia das Horas Vésperas do Natal)


EQUIPES DE NOSSA SENHORA BRASIL 17 a 20 de julho de 2003

EQUIPES DE NOSSA SENHORA Movimento de Casais por uma Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar • cj 53 cep 01309-000 São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256 .1212 • Fax: (Oxx11) 3257 .3599 E-mail: secretariado@ens.org .br • cartamensal@ens.org .br Home page: www.ens .org .br


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