ENS - Carta Mensal 393 - Setembro/2004

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EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°393 • Setembro

2004

EDITORIAL Da Carta Mensal .............. .............. 01

Sessão de Formação- Nível I .. ...... 27 Sessão de Formação- Nível 11 ....... 29

SUPER-REGIÃO Amor na Plenitude Tranqüila ........ 02 A ... Pesar! ...................................... 03 Amor Conjugal: Porta para a União-Aliança com Deus .... 04

MÊS DA BÍBLIA Bíblia, uma Carta de Amor de Deus ............... ................. 30 Conhecer Deus ............................... 31

COLÉGIO DA ERI Um Clima Especial Pairava no Ar! ................................ 06 A Satisfação do Dever Cumprido .......... .................. 08 O Evento Visto por Quem Trabalhou por Dentro ....... .. 1O Um Passeio Maravilhoso .. .............. 14 Sejam Bem-vindos, Irmãos! ......... . 16 Tinha lá a Mão de Maria .. ......... .... 17 Confraternização ..... .... ... ............... 19 Testemunho A Festa do Encontro .... .... ........ . 20 Uma Experiência que Ficará .... 22 Hospedagem ..... .... ... .... .... ........ 23 VIDA NO MOVIMENTO Missão Cumprida ..... ... ...... ... .......... 24 Carta-Resposta de um Casal Ligação .... ..... ....... ...... 2 5 Casais Ligação .. .... ... ...... ........... .. .... 2 6 Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

"Mima e Orlando Lucinda e Marco Janete e Nélio

Registro "Lei de Imprensa" Pe. Emani J. Angelini n• 219.336 livro 8 de (Conselheiro Espiritual) 09.10.2002 Jornalista Responsd•el: Edifão: Catherine E. Nadas (.,.b 19835! Equipe da Carta Mensal Cecflia e José Carlos (responsáveis)

Projeto Grdfico: Alessandra Carignani

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Rezar Juntos, Um Encontro Fundamental ... ........ 32 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 33 MISSÃO Notas Sobre a Missionariedade .... 34 TESTEMUNHO Aprendendo com a Experiência .... A Providência que não Falta .......... Espiritualidade Conjugal: Esperança Contínua ....... ................ Abnegação ..................................... Experientes Sim, Velhos Jamais! ...

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REFLEXÃO Às Vezes Nos Perguntamos ...... .... . 47 Um Homem de Idade Já Bem Avançada .......... .. ............ ... 48 Editoração EletriJnka, Fotalitos e llustraç{Hs: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 - 11 • andar, cj. 115 • Perdizes - São Paulo Fone: (0xx11) 3873.1956 lmpressilo: Laborprint Tiragem desta ediçllo: 16.900 exemplares

Canas. colaborações, notfcias, testemunhos e imagens devem

ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 s· andar . conj. 53 01309-000 • São Paulo- SP Fone: (Oxx ll ) 3256.1212 Fax: (Oxxll ) 3257.3599 cartamensal@ens. org.br NC Cecflia e José Carlos


Irmãos queridos: "O Senhor fez em nós maravilhas e santo é o seu nome". Ele olhou para a humildade de seus servos, confiou-nos uma missão que assumimos com certa preocupação e que desempenhamos com alegria e entusiasmo. Doravante podemos nos sentir benditos, pois trabalhar na Carta Mensal foi uma bênção que Deus nos deu, fechando os olhos à nossa limitação, como Pai amoroso que é. Isso nos levou a conhecer melhor os equipistas, a participar das emoções e das experiências de muita gente tão querida. Queremos aproveitar esse momento especial em que estamos entregando nossa Carta à turma do Rio Grande do Sul, para agradecer a todos aqueles que, com seus artigos, a sustentaram durante todos esses anos. Não é possível saber até aonde vai o efeito das palavras cheias de fé e de coragem que pudemos transmitir, graças a vocês que colaboraram conosco. Num tempo de medo, desencanto e desânimo, a Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora se construiu animadora e esperançosa. Testemunhos reais de pessoas que crêem em Deus, nos irmãos e que defendem, com saudável teimosia, o valor do casamento cristão e da família. Pessoas que se abrem cada vez mais ao acolhimento, à generosidade e à alegria. "Quem são, afinal, esses casais tão sorridentes que deixam nossa cidade tão bonita?", perguntou uma senhora portuguesa no Encontro Internacional de Fátima.

Foi, para nós, uma felicidade poder, a cada mês, unir todas as regiões numa revista simples, despretensiosa, mas rica de vida, refletida e trabalhada amorosamente, sempre, num lar acolhedor e aconchegante. Deixamos o nosso agradecimento ao Ivahy Barcellos e à Alessandra Carignani, responsáveis pelo projeto gráfico da Carta Mensal, que tão brilhantemente completaram o trabalho de preparação da nossa querida revista. Queremos também agradecer e pedir desculpas àqueles que nos enviaram artigos os quais não publicamos por razões diversas. Saibam que eles foram lidos com carinho e considerados por nós como uma presença confortadora, uma prova de confiança de verdadeiros irmãos. Agora, estamos passando o bastão para os caros amigos Graciete e Avelino Gambim, de Porto Alegre, que deixam o serviço de casal Responsável da Região Rio Grande do Sul I e assumem a Carta Mensal. Sem dúvida, vamos sentir falta de tudo que esse trabalho nos proporcionava e uma lágrima marota e indiscreta acompanha o nosso grande abraço ao casal. Mas, de outro lado, estamos felizes, pois sabemos que a Carta está em ótimas mãos. O caminho é largo, o solo é fecundo. Que Deus os ilumine nessa missão! Um grande abraço amigo.

Equipe da Carta Mensal


AMOR NA PLENITUDE TRANQÜILA

A linha central da espiritualidade conjugal é a vivência do amor conjugal. Os casados são santos na medida em que se amam, e tanto mais se amam quanto mais santos. Tanto mais se amam, quanto mais amam a Deus, e tanto mais o amam quanto mais se amam. Tanto mais se amam quanto mais se abrem ao amor aos outros, e tanto mais os amam quanto mais se amam. O amor conjugal é santificador porque é amor que vem de Deus, da participação na sua vida divina, porque é caridade, agápe, que assume e transfigura éros (procura e atração) e filia (amizade), e neles se encarna e concretiza; dá espírito e sentido novo à atração entre homem e mulher, encarna em carinho e humaniza em ternura a caridade que vem do Espírito. A vida conjugal, por ser vida e por ser amor que vem de Deus, por levar a ele e levar aos outros, possibilita e exige crescimento, busca de totalidade, unidade sempre maior, doação e abertura sempre mais generosa e total. Vivida intensamente, como se deve ao longo dos anos, geralmente depois de longos anos, acaba levando o casal a uma plenitude tranqüila do amor. À santidade, que ainda precisa purificar-se; à perfeição, que ainda precisa crescer, mas num clima de tranqüilidade e paz. Afmal, aprenderam o que podem esperar do amor, o que podem esperar um do outro, e o que podem dar e o quanto podem amar. Aprenderam 2

que precisam continuar esperando sempre mais do amor, não para agora, quando as limitações são tantas, mas na primavera final da transparência plena e da doação total. A vida conjugal bem vivida levará o casal à satisfação, isto é, à santidade. Satisfação que jamais exclui fome e sede de maior bondade, de mais amor, de mais vida e mais profunda compreensão. Pelo caminho dos anos bem vividos no amor, chega o casal à tranqüilidade da sabedoria. Tranqüilidade que não exclui a continuação da luta, nem é modorra sonolenta, mas caminhada em ritmo firme e sem pressa. É a tranqüilidade das certezas recebidas e dadas; aprenderam que podem confiar em Deus e no outro; mostraram a Deus e ao outro que merecem confiança. Confiança. Talvez seja a melhor palavra para dizer o que vive o casal depois de longa vida no amor sob os olhos do Senhor. Confiança tranqüila no amor de Deus e do outro, confiança no futuro das sementes plantadas, confiança de quem sabe em quem confiou. Confiança de fonte, que se sabe bastante rica de amor para não ter medo de se esgotar por matar muitas sedes, mas é tanto mais fonte quanto mais lábios dessedentar. O casal, que até lá chegar, não está chegando ao fim, mas começando a encontrar o que sempre buscou.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr

SCE da Super-Região CM 393


A ... PESAR! Olá, gente amiga! Estávamos a pensar no que lhes dizer nesta derradeira oportunidade em que entramos em suas casas. E precisamos começar dizendo nosso obrigado pelo carinho com que vocês, mês a mês, acolheram a nossa Carta Mensal. Foram cinco anos que marcaram nossa vida e queremos compartilhar com todos a alegria deste serviço. Mas como em todo final, há sempre uma tentação: querer pesar os resultados, tentar pesar as realizações. Há tanta coisa a pesar: os sonhos concretizados, o vazio das frustradas tentativas. A pesar o que descobrimos e o que ficou esquecido. A pesar as alegrias ou as inseguranças em nossa missão. Mas por ser apenas uma tentação, desta vez fomos capazes de afastála, e não queremos colocar este tipo de peso na balança. É porque, se alguma coisa proveitosa conseguimos empreender, foi apesar de nós. Tudo foi graça e dom de Deus, este é o único bem, e a única verdade que gostaríamos de pesar junto com vocês. E que peso enorme descobrimos na presença do Senhor a nortear todos os nossos pas os, a nos ensinar em cada angústia, a nos fortalecer em cada medo, a nos recompensar cada esforço. Cumulou-nos de bênçãos o Senhor: rodeou-nos de companheiros leais, de irmãos verdadeiros em cada momento. Apesar de sermos um casal interiormente tímido e retraído, simplesmente resolveu que deveríamos caminhar à frente, e nos dispusemos. Apesar de capazes de pouco, não nos pediu nada a mais do que pudéssemos ofertar. CM 393

Apesar de tentarmos sempre dar o melhor de nós, Ele nos cumulou sempre com maior recompensa. Duas expressões sonoramente parecidas, mas com realidades tão diferentes A PESAR e APESAR. A pesar, realmente, só o amor de Deus. Apesar de nós mesmos, nada temos a pesar do cansaço dos cinco anos de dedicação ao Movimento, da ausência de muitos fins de semana, das rupturas no trabalho profissional, das decisões difíceis de tomar. Apesar de toda e qualquer insegurança própria da nossa limitação, alimentamos a esperança de que tenha sobrado espaço para fazer pender na balança o peso do entusiasmo, do amor pelas Equipes de Nossa Senhora e por cada casal, anônimos irmãos espalhados por este imenso Brasil, e que nem por isso foram menos amados e menos dignos do nosso melhor esforço. Foi uma experiência maravilhosa poder ter nos entregado como instrumentos nas mãos hábeis do Senhor, pois apesar de nós Ele foi quem conduziu nosso Movimento. Invade-nos hoje uma imensa felicidade que aceitamos como a recompensa da bondade de Deus e como nosso último gesto queremos partilhá-la com todos vocês. Sejam felizes como Deus nos permitiu ser neste serviço de Casal Responsável da Super-Região Brasil! Com o nosso abraço caloroso e fraterno, esperando poder encontrar um ou outro, quem sabe, nas quebradas da vida.

Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 3


Palavra do Provincial

AMOR CONJUGAL: PORTAPARAA UNlAO-AllANÇA COM DEUS De todas as criaturas criadas por Deus, somente o homem e a mulher são capazes de conhecer e amar seu Criador. E pelo Sacramento do Matrimônio já não são dois, mas uma só carne. Esse encontro total entre duas pessoas deve sempre buscar o bem, a felicidade, a promoção do outro, respeitando a liberdade, a individualidade de cada um, procurando a realização plena de ambos como pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus. Nós, casais cristãos, que acreditamos no Matrimônio como Sacramento, como uma Boa Nova, somos chamados por Cristo a serem sinais da Aliança, da união e comunhão entre Deus e os homens e entre Cristo e a Igreja. O Sacramento do Matrimônio sofre verdadeiro bombardeio de idéias contrárias em nossa sociedade atual: para alguns deixou de ser essencial a fidelidade de corpo e espírito entre os esposos. Cabe a nós mostrar ao mundo que o Sacramento do Matrimônio, quando vivido em sua plenitude, alcança prazeres, emoções e muita alegria. A liturgia eucarística convida os cônj uges a viverem sua vida conjugal e familiar a exemplo da vida de Cristo. Nós encontramos na Eucaristia a força necessária para o acolhimento, o perdão, o diálogo e a comunhão dos casais. Somos lembrados, na Eucaristia, da Aliança 4

Fortificados em nosso amor conjugal, podemos e devemos estar ativamente entre os jovens, ajudando-os a viver a fase da juventude e do namoro de modo fiel aos mandamentos de Cristo e da lqreja.

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que Deus fez com os homens no momento em que o sacerdote levanta o cálice com vinho e, recordando a paixão de Cristo, profere as palavras: "Tomai, todos, e bebei este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados". Quando nos alimentamos do Pão Espiritual, somos chamados a ser porta para aqueles que procuram o caminho da verdade. Primeiro no lar, com nossos filhos acolhendo-os e ensinando-lhes a primeira liturgia. É importante que sejamos porta de união também para os outros, um sinal e um lugar de encontro com Deus, e que nosso lar seja um lugar de acolhimento, onde aprendamos a partilhar com os outros, a viver uma relação de gratuidade, de generosidade e de abertura. Isso será também uma ajuda preciosa para enfrentar as inevitáveis dificuldades de qualquer vida familiar. Devemos estar atentos, não podemos viver alienados com o que está acontecendo no mundo. As farru1ias são obrigadas a enfrentar inúmeros problemas e um entre eles é o conflito entre os valores da sociedade e os do Evangelho. Fortificados em nosso amor conjugal, podemos e devemos estar ativamente entre os jovens, ajudando-os a viver a fase da juventude e do namoro de modo fiel aos mandamentos de Cristo e da Igreja, facilitando-lhes o amadurecimento de sua vida cristã e afetiva. É importante acompanhar os casais jovens, para que iniciem sua CM 393

vida matrimonial esforçando-se para crescerem juntos na santidade, para encorajá-los a serem perseverantes e a desenvolverem a oração pessoal, conjugal e familiar. Que, desde o início do matrimônio, sejam um casal de oração, pois ela abre o coração ao amor de Deus e dos irmãos. Assim, construirão um lar de acordo com os desígnios de Deus. Mas isso ainda não basta. Por ocasião do Encontro dos CRR em Roma, o Papa João Paulo 11 e, recentemente, o Arcebispo Dom Dadeus, de Porto Alegre nos convocaram a ajudar as famílias que estão "à margem da estrada". Essas famílias são objeto de carinho e atenção de nossa parte. A Igreja é responsável pela salvação de todos os homens e mulheres, sobretudo os batizados. Portanto, não podemos abandoná-los, temos de abrir espaços de aceitação, compreensão, apoio e solidariedade também aos filhos que estão marcados pelas separações. Como filhos obedientes aos ensinamentos de nosso Deus temos de ajudar esses casais em situações difíceis e de sofrimento a encontrarem o caminho da conversão e a crescerem na Graça de Deus. O amor conjugal é para a Igreja a porta de formação dos cristãos do futuro. Faz parte da nossa missão recriar uma nova humanidade. Em nossas orações, pedimos a intercessão de Nossa Senhora para que sejamos essa porta de união com Deus para todos aqueles que passam por nós. Amém.

Teresinha e Agostinho CR Província Sul li 5


UM CLJMA ESPECIAL PAlRAVA NO AR! Olá, gente amiga! Não queremos nos referir ao incrível in verno carioca que nos pegou a todos de surpresa, obrigando-nos, brasileiros e estrangeiros, a usar blusas e casacos a maior parte do tempo e, à noite, a dormir com dois cobertores. Queremos nos referir ao clima gostoso de alegria e descontração que invadiu o coração dos participantes deste Encontro do Colégio Internacional. Esta foi a nossa sexta participação em reuniões deste nível de responsabilidade e pudemos avaliar que as pessoas estavam mais soltas, os trabalhos corriam com tranqüilidade. Havia claros sinais de harmonia e paz pairando no ar. A reunião do Colégio Internacional, que é composto pelos 6 casais membros da ERI e das 9 SuperRegiões do mundo, é acrescida ainda de duas ou três Regiões convidadas, além dos respectivos Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Neste ano, como estava ocorrendo o vencimento do mandato de serviço dos Casais Responsáveis das Super-Regiões Portugal, HispanoAmérica e Brasil, os novos casais substitutos também estiveram enriquecendo o Colégio com a sua presença. 6

Nós já tinhamos certeza, mas nossos convidados ficaram impressionados com as demonstrações de amizade, de carinho, de descontração com que cada um foi recebido, ao serem acolhidos nos aeroportos e se hospedarem nas casas equipistas.

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Como convidados das Regiões vieram os representantes do Canadá, das Ilhas Maurício e da Polônia, esta última, na verdade, apenas ainda constituída como Setor Polônia. A reunião começou na noite do dia 25 de julho, ocasião em que, usando de recursos áudio-visuais apresentamos o Brasil e a nossa Super-Região aos nossos visitantes para que eles pudessem conhecer as nossas realidades, os nossos contrastes, um pouco de nossa cultura e de nossos costumes. Nos demais dias, os trabalhos eram intensos, intercalando-se palestras, grupos de discussão, momentos de oração e celebração da Eucaristia, além dos intervalos em que podíamos conviver alegremente e nos aproximar uns dos outros apesar das dificuldades das línguas. No grupo de discussão em língua portuguesa tivemos o privilégio de contar com a participação do casal e do sacerdote conselheiro espiritual da Polônia, com a colaboração da tradução precisa e atenta da Irmã Ewa (uma religiosa polonesa radicada no Rio de Janeiro), o que permitiu um grande enriquecimento de ambas as partes. É impressionante o amor que os poloneses têm pelo Movimento das ENS e com que fidelidade e empenho as equipes se engajaram em suas atividades. Uma tarde e noite da programação são dedicadas ao contato com a Super-Região hospedeira. Foi maravilhoso o encontro com os casais da Província Leste que, numa terça-feira de trabalho, abarrotaram com mais de 600 pessoas as dependências da CM 393

Igreja de Santo Agostinho e nos propiciaram uma celebração das mais emocionantes e calorosas. Nós já tínhamos certeza, mas nossos convidados ficaram impressionados com as demonstrações de amizade, de carinho, de descontração com que cada um foi recebido, ao serem acolhidos nos aeroportos e se hospedarem nas casas equipistas. Foi sem dúvida esse toque de calor humano e de fraternidade que se fez refletir nos trabalhos todos do Colégio, a notar pelos testemunhos generosos que recebemos dos nossos convidados, tecendo os comentários mais entusiasmados de que o Encontro do Colégio Internacional do Rio de Janeiro havia sido uma bênção de Deus para suas vidas. Não podemos, portanto, finalizar estas nossas impressões, sem deixar publicamente reafmnado o nosso mais profundo agradecimento à pujante Província Leste que, com Josefina e Roque à frente de seus Casais Regionais e uma plêiade de incontáveis colaboradores, nos brindaram com a oportunidade de oferecer o que tínhamos de melhor aos nossos irmãos visitantes. Que o Senhor lhes retribua em bênçãos e graças a disponibilidade por este serviço que levou a marca da alegria de acolher, da alegria de sermos uma só farm1ia e que, temos certeza, deixou sinais indeléveis no coração atento dos membros do Colégio Internacional Rio/2004. Com nosso caloroso abraço,

Silvia e Chico CR Super-Região Brasil 7


A SATISFAÇÃO DO

DEVER CUMPRIDO Há mais de um ano, durante uma das reuniões da Super-Região Brasil em São Paulo, Sílvia e Chico anunciavam que a Equipe Responsável Internacional (ERI) e o Colégio Internacional do Movimento iriam se reunir no Brasil, em julho de 2004, e mais especificamente, na cidade do Rio de Janeiro. E solicitaram que a Provfucia Leste assumisse a missão de coordenar a preparação e o acompanhamento destes eventos, para garantir o clima de paz, espiritualidade e condições de trabalho requeridas, além de aproveitar a ótima oportunidade para mostrarmos aos irmãos da ERI e de todas as Super-Regiões do mundo um pouco do Brasil e dos equipistas. No início, levamos um susto: era muita responsabilidade para nós e para a Província e, em particular, para os equipistas do Rio de Janeiro. Era fundamental encontrar um local com as facilidades necessárias de acomodações, auditório, salas de reunião, refeições e capela. Que ficasse bem localizado, aprazível e que tivesse condições de segurança adequada, numa cidade que está passando por uma crise nesse aspecto. Graças a Deus, veio a inspiração de usarmos a Casa de Retiros Padre Anchieta, dos jesuítas, no bairro de São Conrado. Não tínhamos tido contato com esta Casa por mais de dez anos, quando era relativamente simples. Qual não foi nossa surpresa ao constatarmos que ela tinha sido re8

formada e oferecia agora ótimas condições em tudo o que precisávamos como local para o evento. Um item fundamental era a quantidade de idiomas falados pelos participantes: além dos 4 idiomas oficiais do Movimento, o Francês, o Inglês, o Português e o Espanhol, também teríamos o Italiano e o Polonês. Foi contratado um sistema moderno de tradução simultânea, com 4 cabinas e 80 aparelhos sem fio, e tivemos a inestimável colaboração antes e durante o evento de tradutores voluntários, alguns equipistas experientes como Hélene e Peter, Monique e Gerard, do Brasil, e Marcela, da Colômbia, e outros simpatizantes como Pedro, filho de Maria Regina e Carlos Eduardo e a Irmã Ewa, uma simpática freira que nos ajudou muito com o idioma polonês. O zelo com este item chegou a nos fazer traduzir as duas missas sob coordenação do Brasil para os ouCM 393


tros 5 idiomas, sendo que no caso da missa do dia 27 até a homilia do Padre Flávio foi traduzida e distribuída no folheto da missa. Criamos uma Equipe de Trabalho, distribuindo as diversas tarefas entre as Regiões. • Região Rio I: responsável pela hospedagem em casa de equipistas de participantes que chegassem antes ou que ficassem depois do evento. • Região Rio li: responsável pela liturgia. • Região Rio III: responsável pela recepção nos aeroportos e rodoviárias e com o transporte para o local do evento ou para as casas de equipistas hospedeiros, e vice-versa. • Região Rio IV: responsável pelos trabalhos de secretaria, com a colaboração da Região Rio III, e com a música ao vivo na acolhida aos visitantes. • Região Rio V: responsável pela preparação da confraternização, com a colaboração da Região Rio I. • Regiões Minas I, li e III ficaram encarregadas de definir e colocar em prática esquemas de vigílias de oração, durante todos os dias do evento. Como estava reservada uma tarde para um passeio, sugerimos uma subida até o Cristo do Corcovado, seguida de uma missa e lanche de confraternização com equipistas de CM 393

base e, finalmente, de um jantar em restaurante. Definimos ainda dois Casais de Apoio, que passariam todos os dias do evento junto dos participantes, hospedados na Casa de Retiros, perto e prontos para atender as necessidades dos participantes e da coordenação do evento. Para contarmos tudo isto na Carta Mensal, pedimos a vários dos nossos colaboradores para escreverem artigos sobre os diversos aspectos do evento e convidamos dois casais fotógrafos (Branca e Siqueira, da Eq. 98B - Região Rio I, e a Carmen e Antônio, CR da Região Minas I) para ilustrarem com imagens como foi este grande momento de trabalho, animação e unidade das Equipes de Nossa Senhora. A Província Leste dá graças a Deus por tudo ter corrido muito bem e pela oportunidade de realizarmos este serviço, que fez crescer nosso amor ao Movimento e a todos os equipistas do mundo.

Josefina e Roque CR Província Leste 9


O EVENTO VlSTO POR QUEM TRABALHOU POR DENTRO Coube a nós, neste evento, juntamente com o Casal Provincial, Josefina e Roque, o serviço de Casal de Apoio, que nos permitiu ficarmos no local do evento praticamente o tempo todo e acompanharmos de perto todas as atividades. O Colégio Internacional, composto pela ERI, e os Responsáveis das Super-Regiões em todo o mundo, reúne-se apenas uma vez por ano e esta foi a segunda vez que se reuniu no Brasil. Na verdade foram realizadas no Rio de Janeiro no período de 21 a 31 de julho três grandes reuniões: • A reunião da ERI, de 21 a 24 • A reunião do Colégio Internacional, de 25 a 30 • O Colégio Internacional reunido por Zonas de Ligação, de 30 a 31. "Eu venho do sul e do norte, do oeste e do leste, de todo lugar... " 10

Foram esses os versos do Pe. Zezinho que vieram ao coração vendo aqueles casais e Conselheiros Espirituais que chegavam de seus países, de seus continentes, de terras tão longínquas, como a Polônia, a Austrália, as Ilhas Maurício, o Canadá, sem esquecer da Bélgica, França, Irlanda, Itália, Estados Unidos, Espanha, Portugal até nossos vizinhos da Argentina e da Colômbia. À porta da Casa de Retiros Pe. José de Anchieta, local aprazível cercado de verde e de montanhas e de onde se avista o mar, no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, lá estávamos nós, casais equipistas brasileiros da Província Leste, à espera do grande momento para o qual cada um de nós há tanto tempo se preparava e com tanta ansiedade! Foram dias intensos, de bastante CM 393


trabalho (casais e SCEs trabalhavam mais de 12 horas por dia), muitas solicitações, mas a alegria de poder servir, de expressar no rosto, nos gestos e atitudes o que ia dentro de nossos corações estava acima de tudo. No domingo, com o término da Reunião da ERI pela manhã, teve início a Reunião do Colegiado com a Celebração Eucarística presidida por D. Dimas, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, que, enquanto esteve em Brasília, foi Sacerdote Conselheiro

Abertura: o casal Roberty

Regina e Cleber CM 393

Espiritual de Equipe e da Província Centro-Oeste. A Santa Missa foi concelebrada por dez sacerdotes: dois brasileiros, um italiano, um polonês, um americano, um canadense, um argentino, um francês, um belga e um australiano. Tanto a abertura do Encontro do Colégio, como as atividades envolvendo todo o grupo aconteceram em um auditório equipado com cabinas e fones individuais para a tradução em inglês, francês, italiano, espanhol e português. Como havia apenas um casal e um sacerdote da Polônia, a tradução nessa língua era feita diretamente pela irmã polonesa radicada no Brasil, Irmã Ewa. Além do auditório, foram utilizadas salas para reuniões de grupo por língua e a capela para as celebrações diárias da Eucaristia, oração da manhã, oração da noite, a celebração penitenciai, confissões e adoração ao Santíssimo, realizada esta da noite do dia 28 até a manhã do dia 29. A terça-feira foi dia de festa! E até o sol, antes tão ausente, abriuse como o Cristo no Corcovado para acolher os visitantes. Lá puderam se deslumbrar com a vista da Cidade Maravilhosa, que, conforme comentário de muitos, será inesquecível por sua beleza. De lá, seguimos para o Colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, onde fomos recebidos com muito carinho pelos equipistas do Rio de Janeiro, em uma Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Flávio Cavalca e concelebrada pelos demais SCE. Após a Celebração, houve uma con11


cionários da casa para uma justa homenagem de gratidão pelo seu empenho. Na Celebração Eucarística final, no dia 30, foram feitas as transmissões de responsabilidade de algumas Super-Regiões, inclusive a do Brasil, sendo nosso querido casal Silvia e Chico substituídos por Graça Reunião por grupos lingüísticos e Roberto, perante o Colégio da ERI. Muitos momentos nos marcaram de forma definitiva e, dentre eles, a Celebração Eucarística preparada pela Super-Região Portugal (cada dia a Celebração era por conta de uma Super-Região) e presidida pelo nosso futuro Sacerdote Conselheiro Espiritual da SuperRegião Brasil, Frei Avelino. Era dia 29 de julho, quando se celeZona de Ligação das Américas bra a memória de Santa Marta, aquela que fraternização, também carinhosa- acolheu Jesus em verdadeiro espímente preparada pelos equipistas. rito de amizade e hospitalidade (Lc As refeições foram elogiadas por 10, 38-42). todos, pela sua qualidade, fartura e J osefina e Roque - Casal Resdiversidade. No almoço do dia 30, ponsável pela Província Leste e resfoi servido um bolo que comemorou ponsável pela logística de todo o Eno final dos trabalhos do Colégio e o contro - e nós, como casais apoio, aniversário de casamento do Casal recebemos uma imagem de Nossa Responsável da Região Canadá, Senhora do Serviço, de avental, ocasião em que chamamos os fun- pronta e disponível. O presente nos 12

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chamou a atenção e nos levou a meditar sobre as atitudes de serviço, de hospitalidade, de intercessão e de fé, tão presentes em Santa Marta. Ao final, o celebrante exortou-nos todos a "que façamos de nossas casas e nossos corações esse lugar onde Jesus possa vir a qualquer hora para ser servido (como Marta o serviu) e para ter com quem falar (como Maria o ouviu)". Também nos chamava a atenção, durante as celebrações, á oração do Magnificat e a oração do Pai-Nosso, recitadas simultaneamente em seis diferentes idiomas, de forma compassada, mas com muito entusiasmo, bem refletindo a unidade de nosso Movimento na diversidade de línguas e culturas. Damos graças ao Senhor por

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mais essa oportunidade, em que realmente pudemos nos sentir como aqueles homens e mulheres dos Atos dos Apóstolos (At 2, 1-13) que, não compreendendo a chegada de Pentecostes, perguntavam-se, admirados e confusos, como é que cada um ouvia, na sua própria língua, o que os discípulos falavam. Bom dia! Bonjour! Goodmorning! Bongiomo! Buenos dias! Muitos, a princípio, não nos compreendíamos, mas no fundo sabíamos que o que valeria naqueles onze dias de convivência seria a linguagem do coração e esta jamais confunde, pois emana do amor de nosso Deus.

Regina e Cleber Eq.138 - Setor F Rio de Janeiro, RJ

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UM PASSEIO MARAVILHOSO A execução de algumas tarefas requer muitas vezes, uma pequena pausa, para que as energias gastas sejam refeitas, o rendimento seja mantido e todos os objetivos possam ser alcançados. Assim, durante o Encontro do Colégio Internacional, que aconteceu no Rio de Janeiro, organizou-se um passeio turístico para que todos os seus membros, vindos das mais diversas partes do mundo, pudessem, na pausa das suas atividades, conhecer um pouco da nossa terra e da nossa gente. O dia estava lindo, propício para que todas as belezas fossem mostradas na sua magnitude. Depararse com aquela natureza pura e majestosa deixava a todos deslumbrados. Durante o trajeto, feito em 5 Vans, cada grupo com seu guia, reunido por idioma, para que a comunicação se processasse sem problema, a euforia e a alegria de todos era contagiante. Músicas de cada país eram entoadas, aproximando mais cada um, realçando a fraternidade equipista. No início do city-tour, os veículos rodavam a baixa velocidade, para que os visitantes pudessem ter uma visão da enorme favela da Rocinha, na ladeira do Morro Dois Irmãos, e sentirem o seu contraste com o Bairro de São Conrado e suas casas e edifícios bonitos. Na nossa primeira parada, no Mirante do Leblon, no início da Avenida Niemeyer, todos puderam vis14

lumbrar a harmonia do verde da mata, tão vibrante e contagiante, com o azul do mar, sereno e límpido, que se derramava nas areias brancas do Leblon e Ipanema, ou que se debruçava sobre as pedras das escarpas da montanha. Natureza bela e pujante agraciando um povo feliz e hospitaleiro, que não se envaidece do que tem, mas alegra-se em compartilhá-lo com os outros irmãos. Exclamações de admiração foram ouvidas, fotos para registrarem a grande dádiva da natureza e a vontade de ali permanecerem em atitude contemplativa, diante daquela natureza exuberante. Seguimos adiante. Nosso próximo ponto ficava um pouco mais alto. As curvas da subida nos mostravam a cada instante a natureza pura e a riqueza de uma flora inigualável. Ao chegarmos, nos deparamos com aquela obra grandiosa, majestosa nos seus 30 metros de altura e que de braços abertos acolhia a todos, não importando de onde viessem, CM 393


mas que ali aos seus pés se consideravam todos irmãos. Admiramos lá do alto, junto ao Cristo Redentor, as belezas, os contrastes, as diferenças daquela cidade maravilhosa, criadas pela natureza, mas que, no seu conjunto, expressavam uma grande harmonia e a tomavam ainda mais bela, única e inigualável. As exclamações continuavam e expressões eram ouvidas nos mais diversos idiomas, todas traduzindo a admiração e o embevecimenta diante de tanta beleza. Ao retomarem para o prosseguimento dos trabalhos, todos estavam felizes pela experiência vivenciada.

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Aqueles momentos deixaram em todos a certeza de um Deus bondoso e misericordioso, que só quer fazer maravilhas para seus filhos.

Carmen Lúcia e Antônio CR Região Minas I

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SEJAM BEM-VINDOS, lRMAOS! Quando Josefina e Roque, CR da Provfucia Leste, nos pediram para coordenar a recepção, a despedida e o transporte dos visitantes (casais, padres e intérpretes) que viriam ao Rio para as Reuniões da Equipe Responsável Internacional (ERI) e do Colégio Internacional das ENS, não tínhamos idéia da complexidade do serviço. Mas Deus é bom e quando estamos sintonizados com Ele e entregamos nossos problemas, nossos afazeres, sua providência não falha, acontece naturalmente sem que percebamos. Em nossas orações, sempre colocávamos o Encontro, os casais que se ofereciam para hospedar e para transportar e assim foram chegando os dias. Houve o Encontro sem maiores problemas. Todos ficaram muito satisfeitos e, mais uma vez, a missão foi cumprida com a graça de Deus, que iluminou o Casal Responsável da Região Rio I, Marlene e Fernando, Coordenador da Hospedagem, com quem nos aliamos e que preparou um magnífico quadro de hospedeiros, que na sua maioria eram também transportadores, facilitando assim o nosso serviço. Como sempre acontece, tiramos muito proveito, quando nos entregamos nas mãos de Deus. Desta vez não foi diferente. Percebemos que a resposta dos Casais Equipistas é sempre muito responsável, muito solidária, muito hospitaleira. Eles colocam muito amor naquilo que se propõem fazer. Os testemunhos manifestam que, quando os visitantes chegavam no 16

aeroporto e eram recebidos com seus nomes estampados no cartaz com o emblema das ENS, eles corriam de braços abertos para os casais acolhedores e os abraçavam, como se já os conhecessem há muito tempo, independentemente da língua que falassem. A alegria dos casais do Rio em servir não foi menor do que a alegria dos visitantes por eles recebidos. Poderíamos dizer que a relação entre os equipistas no mundo inteiro é, sem dúvida, igual à dos primeiros cristãos: há muito amor, muita vontade de servir o outro. Dessa relação resultou uma grande harmonia, que fez com que tudo desse certo, desde o início até o fim do encontro. Somos equipistas, não buscamos méritos, não buscamos prêmios, esta é a nossa missão, somos todos responsáveis uns pelos outros e, na medida em que estivermos dispostos a fazer com que o outro esteja bem, todos estaremos bem, o mundo estará bem.

Regina e Fernando CR Região Rio III CM 393


"Magnificat, Magnificat é o canto de amor. .. " Com um coro de 600 vozes e uma alegria incontida de todos os presentes, íamos terminando aquela belíssima missa de ação de graças pelo Encontro da ERI e do Colégio Internacional das ENS no Rio de Janeiro, no dia 27 de julho, com um sentimento de alívio, alegria e agradecimento a Deus por ter dado tudo certo. Há 3 meses, Josefina e Roque nos haviam solicitado a preparação da liturgia e a animação dessa missa que agora terminava. Foi um trabalho feito ao longo de meses: escolha das leituras, troca de e-mails, novas

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orientações, acordo das músicas a serem tocadas e da simbologia a ser usada etc. Nas duas últimas semanas ensaios da nossa Equipe 4 de Teresópolis, para afinarmos bem os cantos e os músicos (todos da Equipe). Muda essa voz aqui, ajusta dali; será que não vamos desafinar nesse canto iniciado sem acompanhamento ... ? E na véspera da missa, enquanto ensaiávamos à noite, descobrimos ainda um erro no texto da liturgia, já com 300 cópias impressas. Pequenas provações que o Senhor permitia para nos amadurecer a paciência e a fortaleza. Consertamos e tiramos novas cópias, no dia 27 de manhã!

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Às 17:30 horas, a equipe já estava toda lá no Rio de Janeiro, na Igreja do Colégio Santo Agostinho. Embora a celebração estivesse marcada somente para as 19:00 horas, queríamos preparar cedo todos os arranjos da liturgia e ajustar o som. Mmal, era grande a responsabilidade de receber a ERI e o Colégio Internacional das ENS no Rio de Janeiro. Estávamos numa ansiedade enorme, preocupados com a organização da missa e se haveria presença suficiente de equipistas para encher a capela, que era bem grande e bem maior que imaginávamos. Sentadas caberiam 400 pessoas ... Bom, aí mais um contratempo: Não era possível arrumar nada, pois haveria ainda uma missa às 18:00 horas. A Fátima, que já estava tensa ficou com uma dor de cabeça daquelas ... e ainda teria que organizar tudo em 15 minutos, depois! Mas a bondade do Senhor e a atenção de Nossa Senhora não têm limites! No final, vieram muitas graças, tudo foi perfeito: a solidariedade e a entre-ajuda equipista aconteceu como sempre, a capela ficou lotada e muita gente ainda teve que

ficar de pé. Havia equipistas do Rio, Niterói, Teresópolis, Petrópolis, Piabetá, Juiz de Fora e outras tantas localidades. Na procissão de entrada, em que eram levadas as imagens de Nossa Senhora, todos cantaram conosco, numa harmonia tão perfeita, que parecia ensaiada com um grande coral: "E vem cantando entre nós Maria de Deus, Senhora da Paz ... " Foi interessante a procissão do Ofertório. Nós tínhamos preparado um galho de árvore com ramos inseridos, para simbolizar a nossa união na videira de Cristo, que era o tema do Evangelho. Na procissão alguns casais, talvez uns 10, trariam ramos na mão e os inseririam na videira, diante do altar. Só que, não sabemos como, os 1O galhos se multiplicaram e mais de 20 casais os traziam felizes na procissão. No fim, tudo deu certo, sem que saibamos exatamente como. Mas desconfiamos que, em tudo, tinha lá a mão de Maria ...

Fátima e ]erson Eq. 4 - N. Sra. da Rosa Mística Teresópolis, R]


CONFRATERNlZAÇÃO Após a Celebração Eucarística, dois momentos de convivência fraterna aconteceram na noite do dia 27 de julho, terça-feira: o primeiro se realizou no pátio do Colégio Santo Agostinho, anexo à Igreja, decorado com flores, bolas nas cores branca e laranja, esta lembrando a cor da nossa Província. Um enorme bolo com o emblema das Equipes e docinhos ornamentados com a imagem da Virgem Maria davam um toque especial à festa. Variados e deliciosos salgadinhos e refrigerantes foram servidos a todos. Entre as atividades programadas e executadas pela Província Leste, esta foi uma que se destacou, pois reuniu um grande número de equipistas das suas diversas Regiões e os membros do Colégio da ERI. Alguns casais que haviam saído bem cedo de suas cidades e viajado muitos quilômetros se diziam recompensados pela beleza do evento (inédito para a maioria). Vivemos nesse dia, juntamente com os casais e sacerdotes do Colégio Internacional, momentos ricos e diversos, com muita alegria, amizade e grandes emoções, irmanados pelo espírito de confraternização. Pudemos notar a descontração dos equipistas brasileiros em buscar uma aproximação com os visitantes, ao procurar falar seus idiomas e ao evidenciar a hospitalidade e o carinho característicos do nosso povo. Eles, por sua vez, respondiam com muita simplicidade, deixando-se envolver pelo ambiente de alegria e de CM 393

acolhimento que tanto os encantaram nesses dias. Esse contato com os membros da ERI trouxe para nós, equipistas da Província Leste, a oportunidade de visualizar o Movimento em sua totalidade. Constatamos como casais de países diversos e de idiomas e culturas diferentes vivem o mesmo entusiasmo pelo Movimento. Foi gratificante ver os equipistas de nossas Regiões comunicando-se com os membros da ERI, num colóquio fraternal, como velhos amigos. Pudemos ouvir os mais diversos comentários, todos eles, porém, ditos com a satisfação de quem participou de uma grande festa. O segundo momento dessa noite foi o jantar oferecido aos membros do Colégio da ERI, realizado em uma churrascaria, na Barra da Tijuca, onde o Colegiado da Província Leste também esteve presente. Iniciou-se com a bênção dos alimentos pelos sacerdotes presentes que, entre brasileiros e estrangeiros, eram em número de dez. Os visitantes, encanta19


dos com a quantidade e qualidade dos alimentos, desejaram provar de tudo um pouco. Não foi servida bebida alcoólica, sendo os sucos de frutas tropicais os preferidos e muito elogiados. Um cafezinho com gosto de Brasil encerrou o jantar. O casal Marie Christine e Gerard agradeceu em nome dos membros do Colégio Internacional, e Silvia e Chico encerraram a noite com

uma oração. Todos ficaram impressionados com mais este gesto de carinho dos brasileiros. Foi realmente uma noite abençoada! Agradecemos a Deus a oportunidade que nos concedeu de estarmos presentes neste inesquecível acontecimento.

Graça e Juarez CR Região RIO IV

• • • • • • • • • • • • • • • Testemunho • • • • • • • • • • • • • • •

A FESTA DO ENCONTRO Algumas viagens têm a marca curiosa do Encontro em vez da descoberta. Em vez de cumprir a expectativa de experimentarmos outros lugares, outras gentes, verificamos que tudo é familiar. Como todos os grandes países, o Brasil é múltiplo e variado, longe e perto de cada um de nós de acordo com as nossas referências. Tínhamos há muito o secreto desejo de conhecer e experimentar este país e repetimos que esta viagem teve a marca do Encontro muito mais do que a da descoberta. Começamos no Recife, onde a Lúcia e o Alcindo,Graça e Francisco Valadares nos mostraram logo de inicio que afinal não éramos estranhos mas familiares que há muito não se viam. O seu acolhimento e total disponibilidade comoveram-nos e deixaram-nos muito sensibilizados. Levaram-nos a visitar locais tão bonitos e tão diferentes: Olinda, Porto Galinhas e Recife. 20

Não podemos deixar de referir a nossa participação na Celebração Eucarística comemorativa dos 24 anos das ENS no Estado de Pernambuco, onde o entusiasmo e alegria dos equipistas nos sensibilizaram e empolgaram, como tivemos ocasião de referir numa curta intervenção que fizemos nesta linda cerimônia, cheia de calor humano e de espiritualidade. Depois Salvador, onde chegamos às dez horas da manhã e Lurdinha e Manuel Augusto nos esperavam no aeroporto. Que sensação ao vê-los e re-


cordar as suas caras já conhecidas do Encontro de Responsáveis em Roma! Aqui, na Bahia, com muitos casais das ENS a acolher-nos num jantar, com ótima comida e melhor ambiente, assistimos a uma reunião da equipe base, onde mais uma vez nos sentimos em casa. Foi como se viajássemos no tempo e regressássemos ao local de partida. Salvador ainda guarda na sua arquitetura e rosto do seu povo a herança de Portugal e é hoje para nós um caso de amor. Foi graças aos casais Lurdinha e Manuel Augusto, Lígia e Joaquim que esta cidade desconhecida passou também a ser nossa, um caso de paixão. Depois o Rio ... , "cidade maravilhosa", onde passamos três dias antes da reunião do Colégio, tendo sido recebidos no Aeroporto pelo casal Helena e Maurício que, com todo o amor nos orientaram como se fossemos seus irmãos. Sobre o Colégio não queremos entrar em pormenores. Contudo, não podemos deixar de transmitir a vocês o eco que ainda hoje ressoa em nós, de todo o amor recebido Josefina e Roque , Regina e Cleber, senhores de uma organização perfeita onde a máxima era a atenção ao outro e aos outros. Jamais esqueceremos como tudo correu, o acolhimento que foi oferecido gratuitamente a todos os participantes. Aí tivemos o prazer de conhecer os queridos Graça e Roberto, futuros responsáveis do Movimento no Brasil, que para nós ficaram já como velhos amigos. Não podemos falar do Colégio sem referir a grande comunhão que CM 393

se viveu na Celebração Eucarística numa igreja da cidade com a participação dos casais do Rio. Por fim Sorocaba! Respondendo a um convite formulado há muito tempo pelos queridos Sílvia e Chico, seguimos com eles para sua casa.Também e principalmente aqui é um caso de amor, que já dura há cinco anos. Almoçamos com a sua equipe base, onde nos reunimos ao casal Heise e casal Volpini e também com Cidinha e Igar, que tivemos o prazer de os rever, e onde os sabores e perfumes das iguarias se misturavam com o calor humano, ficando-nos guardadas para sempre. Tivemos também oportunidade de participar de uma linda Noite de Oração das ENS. Tivemos a honra de ser recebidos no Santuário de Aparecida pelo nosso querido amigo padre Flávio e participado de uma Celebração Eucarística que ficará para sempre guardada no nosso coração. Estivemos em São Paulo, onde uma vez mais, com a ajuda preciosa dos nossos anfitriões, otimizamos o tempo que tínhamos, visitando a cidade e o Secretariado das Equipes de Nossa Senhora, onde fomos amavelmente recebidos pela Nilza, ficando impressionados com a organização existente. Para terminar, despedimo-nos com uma frase: Quem sabe ... , talvez um dia ... , Nossa Senhora da Aparecida nos chame outra vez ...

Tó e Zé Casal Responsável pela Super-Região Portugal 21


UMA EXPERlÊNClA QUE ACARÁ Quando uma das nossas paroquianas me pediu para ser tradutora de polonês no evento ERI I Colégio Internacional Rio 2004, sem saber bem do que se tratava, logo respondi que sim. Antes, já tinha ouvido este nome ''Equipes de Nossa Senhora", mas não sabia bem o que era. Pensava que era mais um dos vários movimentos, que existem na Igreja. Vi neste convite uma oportunidade de fazer algo mais para Jesus, para sua maior glória e para a Igreja. No começo estava com medo se daria conta, pois não domino ainda tão bem o português. Coloquei toda a minha confiança e disponibilidade em Deus, sabendo que Ele faria o resto. Comecei a rezar pelo êxito do Encontro e procurar mais informações sobre o movimento através da leitura e pela internet. Entrei em contato com o Casal Responsável da Polônia: Malgorzata e Joachim e o seu Conselheiro Espiritual: Pe. André e também através deles soube um pouco mais ... Já no Encontro, nos primeiros textos de tradução, fiquei um pouco apavorada, pois não tinha em mãos o texto apresentado em português e a pessoa que traduzia de outra língua para português falava muito rápido. Neste momento pensei comigo mesma: "O que estou fazendo aqui? ... " 22

Mas, muito rapidamente, me acalmei dando coragem a mim mesma ''Tudo dará certo!" E assim aconteceu. Aos poucos, as palavras pronunciadas pelos pregadores me soaram familiares. Alguns temas apresentados, há pouco tempo, eu tinha estudado na aula de Teologia (a qual estou cursando). Todo este tempo foi para mim um verdadeiro retiro (mas nunca falei tanto, como neste). A atmosfera na casa era de amor, de sentimento mútuo, e isso se sentia também quando, às vezes, nós precisávamos nos comunicar pelos gestos, ou através do tradutor. Embora sendo o Encontro Internacional, com diferentes línguas e culturas, nós nos sentíamos como uma grande família de Filhos de Deus. CM 393


Foi uma agradável surpresa quando, numa certa tarde, depois de várias tentativas de entender um equipista do Texas, descendente de poloneses, ele me surpreendeu quando bem claro e devagar pronunciou em polonês: "Niech bedzie pochwalony Jezus Chrystus" (Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo), ainda mais que eu lembrava também da resposta ... O trabalho nos grupos foi muito interessante: troca de pensamentos, experiências e as mesmas conclusões. Muitas vezes, eu precisava me segurar para não entrar na conversa e dizer que concordava com seus pensamentos. Lembrava-me, constantemente, que o meu papel era só de tradutora e que não sou membro do Colégio. Outro momento de alegria para mim foi quando os equipistas falaram, que estão felizes pela presença dos poloneses no Colégio e que assim têm possibilidade de conhecer sua maneira de pensar e o trabalho que começaram, há pouco tempo, na Polônia. Finalizando, gostaria de agradecer a oportunidade e a confiança em mim depositada e dizer que realmente fiquei muito feliz em ter estado com vocês. Ficará na minha lembrança o carinho de todos e a maneira amiga com que me receberam. Que Deus seja louvado por tudo isso e, com Maria, podemos juntos cantar "Magnificat. .. "

Ir. Ewa Szpargala M.Ch.R. Missionárias de Cristo Rei CM 393

HOSPEDAGEM Queremos, com muita alegria, transmitir a vocês a grande emoção que sentimos ao acolher em nossa casa os nossos irmãos equipistas oriundos de outros países. Os dias de convívio foram para nós muito especiais e nossa família jamais os esquecerá, pois tivemos a oportunidade de sentir todo um clima de paz e amor que só nossa Mãe celestial pode nos proporcionar. Ressaltamos com emoção a acolhida da nossa equipe 74A aos casais Silvia e Andrés, Constanza e Alberto e à tradutora Marcela, vindos da Colômbia, e também a Florelle e Jos, das Ilhas Maurício. A troca de experiências, os diálogos, as orações, as festivas, a participação na Santa Missa e a visita ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, onde fomos recebidos pelo Padre Flávio Cavalca e recepcionados pelos irmãos equipistas de Guaratinguetá, são emoções que jamais sairão de nossos corações. Enfim, hospedar é algo tão mágico e grandioso, que nos faz estarmos até agora em estado de graça. Agradecemos a Deus por nos ter proporcionado a alegria de servir e, ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora a oportunidade que nos foi confiada. Acreditem: foi um presente de Deus que nossa farru1ia sempre agradecerá. A paz de Cristo e o amor de Maria estejam com todos vocês e, mais uma vez, o nosso muito obrigado por essa maravilhosa experiência. Marli e Antônio, Eq. 74A - Rio I '---

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"Neste momento, em que estamos deixando a nos. a missão à frente da Carta Mensal, queremos dizer que foi um período em que crescemos muito espiritualmente e foi uma oportunidade para conhecermos o Movimento em todas as suas dimensões, como também conhecer pessoalmente muitos equipistas, através de nossas andanças, participando de todo tipo de encontro. O nosso trabalho foi muito facilitado por contarmos com as orações de todos, e por sentirmos sempre a presença do Espírito Santo, guiando-nos na escolha dos artigos e nas edições especiais que publicamos, nestes cinco anos. A todos os casais e conselheiros espirituais, o nosso muito obrigado." Cecília e José Carlos "Servir ao Movimento na equipe da Carta Mensal foi maravilhoso. Aprendemos muito, trabalhamos com entusiasmo e alegria e nos sentimos muito próximos dos casais equipistas de todas as regiões. Foram anos de crescimento, de reuniões inesquecíveis, de vontade de fazer melhor para que a nossa Carta cumprisse o seu papel de formação e também de aproximação das equipes do Brasil, com toda a riqueza de cada um de seus membros. O nosso agradeci24

mento sincero ao Pai que nos sustentou com sua Palavra!" Wilma e Orlando "Para nós, ter participado da Carta Mensal trouxe um sentido de integração e comunhão com as Equipes de Nossa Senhora de todo oBrasil, porque, após a fmalização da Carta, nas nossas reuniões, ficávamos imaginando o que cada casal dos variados lugares do Brasil ia achar da edição daquele mês. Tínhamos a certeza de que nossa comunicação ia encontrar alguém que certamente iria gostar e desfrutar das mensagens preparadas com tanto carinho". Lucinda e Marco "Na esperança de servir... a grandeza de ser servido" Janete e Nélio Estes são os testemunhos de um grupo de casais apaixonados que trabalhou sempre junto, que conheceu a maravilha do acolhimento nas diversas casas onde foram feitas as reuniões e percebeu a beleza de servir com humildade, coragem e desprendimento, apesar da limitação de cada um. Vamos pra frente! O Senhor ainda espera muito de nós ... Pe. Ernani CM 393


CARTA-RESPOSTA -DE UM CASAlllGAÇAO

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Queridos amigos e irmãos em Cristo! Esperamos que a paz e o amor de Deus, que supera nosso entendimento, seja constante na vida de vocês. Estamos com muita saudade! Sabemos que a palavra dos nossos pais, ou de alguém mais velho que nós, tem aspecto de correção ou "cobrança", quanto mais quando a de um Casal Ligação. Na verdade, é puro amor. Vejam com esses olhos. Já passamos por muitas etapas em nossa vida conjugal e acreditamos que muitas outras virão. Claro que as dificuldades vencidas nos levaram a um amadurecimento e, hoje, são "passado". Mas acabamos por aprender com elas e, para os novos fatos da vida, nos preparamos com mais cuidado e orações. Um dia, optamos por ser equipistas e foi uma decisão livre e bem pensada. Sabíamos que iríamos contar com "ferramentas" poderosas, para seguir o caminho cuja meta é a santidade. Sabíamos também que seria necessário contar com a comunidade, isto é, com nossa equipe de base, com o Movimento e suas atividades e propostas. Num primeiro momento, dependia de um passo pessoal e fundamental: esforço. E, num segundo momento, dependia de mais um passo e em casal: esforço. Descobrimos que esses passos são diários e que a caminhada em direção ao Pai é árdua, mas não impossível. CM 393

• Às vezes, nos deparamos com a estrada íngreme, temporais, lama e escorregamos ... Mas levantamos e seguimos. Outras vezes, a estrada é extremamente quente, com sol forte, e vem o desalento e aquela vontade de parar e descansar. Novamente, porém, levantamos e seguimos. Outras vezes, ainda, parece que o fardo é muito pesado. Vem, então, o cansaço das tarefas, compromissos, filhos... a vida profissional que exige demais. Mesmo assim, com os ombros doloridos de tanto peso, e com a cabeça cheia de dúvidas, nós nos levantamos e seguimos. Temos, no entanto, observado o seguinte: • Que para Deus não importa quantas vezes caímos. Importa, sim, quantas vezes levantamos e seguimos. • Que em todas as nossas dificuldades, sempre um de nós dois estava melhor e se esforçou mais e ajudou o outro. • Que a palavra chave é esforço. • Que o Senhor já experimentou nossa humanidade e acredita em nós e em nosso amor. • Que nós dois não nos encontramos por acaso. Fazemos parte do plano que Deus sonhou um dia para nós. • Observamos, também que nunca estamos sós. 25


• Que o mundo precisa aprender com o nosso testemunho e que vale a pena construir uma família cristã. • Que somos provados na nossa fé. Somos testados nas dificuldades e em nossa criatividade para sair delas. • Enfim, vimos também que o amor do Senhor é exigente. • Que Ele nos quer no caminho da santidade. • Que é necessário priorizar nossa vida familiar e de comunidade. São estes os nossos verdadei-

ros vínculos. Sabemos o quanto é difícil conciliar as atividades e controlar o tempo. Recebam nossas orações, nosso carinho e a certeza de que precisamos nos encontrar com mais freqüência, nas atividades do Movimento ou em nossa casa, quando desejarem. Sentimos muita falta de vocês. Um forte abraço.

Neide e Stefaneli CL - Setor A - São José dos Campos, SP

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CASAlS llGAÇAO Para dar continuidade às decisões tomadas durante o EACRE 2004, planejamos um encontro regional para Formação dos Casais Ligação. Acreditamos muito neste trabalho, pois a ligação é um serviço muito importante e grandioso para a qualidade dos objetivos a serem alcançados pelos nossos setores. Participaram 60 Casais Ligação, em um domingo, na cidade de Americana, com um acolhimento maravilhoso do CR do Setor, Nívea e Luciano, na comunidade da Paróquia São Domingos, do SCE Pe. Itamar. Participamos da Celebração Eucarística junto com a comunidade. Convidamos o casal Joanita e Péricles, de São José dos Campos26

que atua como Casal Ligação - o qual nos colocou sua experiência e vivência da missão e papel do Casal Ligação. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos passa a mensagem de manter o seu Carisma e Mística e nós precisamos sempre rever, ficar atentos nesse trabalho. Percebemos que os Casais Ligação sentiam sede desta formação. Depois, aconteceram momentos privilegiados de discernimento em grupos, finalizando com grupos por Setor, coordenados pelos respectivos CRS, para avaliarem a caminhada, e também troca de idéias direcionadas sobre o que o Casal Responsável de Setor espera dos seus Ligações atuando junto às equipes liCM 393


gadas e o que os Casais Ligação esperam do CRS. Encerramos com um Envio, dirigido pelo CRR SP Leste I e Centro I e nos abraçamos com o abraço da Paz de Jesus e o amor de Maria. Obrigado, Senhor, por esta oportunidade de estarmos juntos, realizando

este Encontro de Casais Ligação. Que a Santíssima Trindade nos una neste trabalho e nos fortaleça para, com a responsabilidade, cumprirmos a missão que nos confiou.

Sheila e Francisco CR Região SP Centro l

SESSÃO DE FORMAÇÃO Nivel 1 Reqião São Paulo leste 1 Aconteceu, nos dias 5 e 6 de junho passado, nossa Sessão de Formação Nível I, com a participação de 60 casais pertencentes aos Setores de Caçapava, Caraguatatuba, Jacareí e São José dos Campos, representando nossa Região São Paulo Leste I. Fomos agraciados com a presença do Padre Flávio Cavalca de Castro, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região Brasil que foi o pregador. A Sessão de Formação Nível I objetiva o aprofundamento na Fé e Vida Cristã. Aborda temas catequéticos e missionários da vocação cristã, numa evangelização básica que perpassa a História da Salvação. É o ser Cristão. Foram abordados os seguintes temas: Plano de Deus, A Igreja como Comunidade de Vida, Sacramentos, CM 393

especialmente Sacramento do Matrimônio e Espiritualidade Conjugal. Nós, seres humanos, temos que buscar a felicidade em Deus, que nos dá o alicerce através da mensagem de salvação encontrada nos textos bíblicos, conforme assumimos a fé. A Igreja é pré-figurada através das manifestações de Deus e é formada por uma comunidade. A Igreja é o "instrumento da comunhão de Deus com os Homens" (Catecismo), é sinal da presença e do poder de Cristo, nasce da Trindade e nos faz participantes da Natureza Divina e da Graça Santificante. Pelos sacramentos, recebemos o poder salvífico de Cristo. Os sacramentos vividos pela comunidade leva-a a um crescimento continuado no caminho da salvação. Os esposos se conferem mutuamente o Sacramento do Matrimônio, expressando o seu consentimento diante da Igreja. É através da cari27


dade conjugal que se concretiza a comunhão por toda a vida. A sacramentalidade do matrimônio é a vida conjugal, que compreende a totalidade dos componentes da pessoa do marido e da mulher, vivida na comunhão em Cristo. A Espiritualidade conjugal nos ajuda a crescer no amor, na santidade e caridade conjugal, a partir do dom de Deus, que nos transforma e nos faz realmente amar. A vida conjugal é caminho de santidade. Nela se apresentam também dificuldades. Temos que tentar sempre descobrir maneiras de superálas, através da renúncia, fidelidade, reconciliação, perdão, abnegação, ascese, temperança. Além das palestras, destacamos as duas Celebrações Eucarísticas, os grupos, que foram bem aproveitados, e o plenário, fechando o resultado dos grupos. Foram dois dias de graças e bênçãos, pelas colocações do padre Flávio que, com sua sabedoria e simplicidade, nos deixou mais compromissados com nossa missão de cristãos, com a caminhada na fé e a busca constante da Espiritualidade Conjugal.

Lêda e Marcos CR - Região São Paulo Leste I

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são de Formação- Nível I, aberta com a Santa Missa, celebrada pelo SCE da Região Pará e da Eq. 15 - N. Sra. da Glória, Mons. Marcelino Ferreira, que direcionou sua homilia ao "Plano de Deus na História da Salvação". Esta palestra, como sempre acontece, prendeu a atenção de todos os presentes, pela beleza com que nos foi apresentada, de forma simples, objetiva e testemunhal. Foi iniciada com o texto da Carta aos Gálatas (Gll, 3-5) e enriquecida com os textos de Dt 26, 5-10, Fl2, 6-11; Sl8, 210 e Gn 1, 1-31. Vale ressaltar a acolhida, dada por um grupo de senhoras da terceira idade por ocasião da chegada ao local do encontro da imagem de Nossa Senhora, com cantos e aplausos, emocionando aos que estavam presentes no momento. Nossa convivência foi de muita fraternidade. As palestras apresentadas - "Fé e Compromisso", "Evangelização", "Pastoral Familiar" e "Ser Igreja" - trouxeram-nos novo ânimo, haja visto terem sido apresentadas por pessoas realmente comprometidas com o Reino de Deus e que, com seus testemunhos, encheram de beleza e esperança nossos corações. Que Jesus e Maria Santíssima continuem abençoando nossas equipes de Belém do Pará e de todo o mundo. Um abraço fraterno!

Be1ém, PA Nos dias 18 e 19 de junho de 2004, realizou-se em Belém, aSes..:28

Dirce e Mourão Eq. 15 - N. Sra. da Glória Belém, PA CM 393


"Vão vocês também para a minha vinha" (Mt 20, 4). Estudar os documentos da Igreja não é uma tarefa fácil, mas nada é difícil, quando a curiosidade desperta nosso interesse. Foi o que aconteceu em nossa Sessão de Formação Nível ll, onde se estuda a vocação e missão do casal Cristão. Agradecemos ao Pe. Mário José Filho, que soube como ninguém despertar nossa curiosidade, falando-nos de muitos aspectos da vida do casal cristão que, num mundo real e cheio de desafios, necessita do testemunho de casais que, como nós, se esforçam para buscar a santificação. É interessante notar que as situações que se apresentam hoje no mundo estão todas pensadas e aprofundadas nos documentos da Igreja. E se lá não encontramos as respostas prontas às realidades hoje vividas, temos vários textos que nos permitem discernir as situações que nos envolvem e nas CM 393

quais devemos testemunhar. Temos certeza que todos nós, 47 casais da Região São Paulo Centro I, que nos reunimos na Casa de Retiros de Siloé, em Vinhedo, SP, nos dias 5 e 6 de junho, saímos empolgados e confiantes, pois Deus nos fala também através dos documentos da Igreja, para o bem e felicidade de seus filhos. Vivemos dois dias em um clima alegre e descontraído, sob a coordenação do nosso Casal Regional, Sheila e Francisco. Foi um trabalho feito em colegiado, em que cada casal responsável de Setor fez uma pequena parte, resultando em organização e momentos fortes de oração. Agora, devemos manter-nos unidos ao Cristo para que, com a força do Espírito Santo, possamos cumprir nossa Missão e assim louvarmos a Deus nosso Pai.

Tereza e Tiago CR Setor A - Campinas, SP 29


BÍBLIA, UMA CARTA DE AMOR DE DEUS Setembro é o mês da Bíblia. A ocasião nos proporciona algumas reflexões: • Na Bíblia, Deus se revela como amigo do homem e da mulher e, por isso, as Escrituras Sagradas são uma "carta de amor". Na leitura orante da Palavra, aprofundemos este diálogo de salvação. A Bíblia e o jornal devem ser os dois livros diários que o cristão terá em suas mãos para iluminar o seu dia e seus caminhos. • A Palavra de Deus é como martelo que destrói o mal e reconstrói o bem. É a espada do Espírito que nos toma vencedores. É o leite espiritual que nos faz crescer na fé e missão. É o mel, doce nos lábios e amargo no estômago, visto que a Palavra é fascinante e exigente. É como chuva que fecunda e purifica. É como luz que orienta os caminhantes. É comooouroe a prata, cujo preço é inestimável. • A Palavra de Deus nos faz mais sábios que nossos inimigos, mais prudentes que 30

nossos mestres, mais sensatos que os anciãos. Daí a necessidade da escuta e da internalização da Palavra de vida. "As palavras que vos digo são espírito e vida" (Jo 6, 63). • Nós, católicos, precisamos ser amantes da Bíblia, apaixonados pela Eucaristia. A estrela da manhã deve nos encontrar lendo a Palavra de Deus e a estrela da tarde ainda nos encontre com a Bíblia na mão. "Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo" (São Jerônimo). • João Paulo li nos convida a uma "nova responsabilidade para com

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a Palavra". Criar o hábito da meditação diária da Bíblia, participar de cursos bíblicos, preparar nossos leitores da Palavra nas liturgias, ter bons microfones nas Igrejas, presentear com a Bíblia os nossos amigos e conhecidos. • A Palavra de Deus é eterna como Deus. Ela foi sendo revelada através dos patriarcas e profetas, mas em Jesus ela se fez carne. Foi transmitida aos fiéis e se fez comunidade, criou comunidades de vida cristã. Posteriormente, foi escrita em forma de livro. "Quando se lêem as Escrituras, é Cristo que fala". A Bíblia é como um tabernáculo que contem a presença viva do Senhor. Quem praticar a Palavra e ensiná-la será grande no reino do céu. • A Bíblia é o livro que revela a "visão antropológica de Deus", ou seja, o que Deus pensa do

homem. Surpreendentemente, a Palavra divina revela Deus como "servidor do homem", defensor da pessoa humana até ao ciúme. Jesus, no lava-pés, retrata esta face linda de Deus como servidor do homem. • Quando o cristão se torna um "homem da Palavra", transforma-se num "homem de palavra", em alguém veraz, fiel, discípulo. A Palavra toca o ouvido e por isso precisamos ter "ouvidos de discípulo". Do ouvido desce ao coração e faz do leitor um "enamorado da Bíblia". Do coração sobe à boca e, então, aparece o profeta. Da boca vai às mãos, que significa a ação transformadora, até chegar aos pés, impelindo o leitor à ação missionária.

Dom Orlando Brandes, Bispo Diocesano de ]oinville, se

CONHECER DEUS Você quer conhecer a Deus? Marque um encontro todos os dias com Ele, escutando e meditando a sua Palavra. Abra seu coração, deixe espaço para que sua Palavra atue. Escute-o desarmado e com grande sede da verdade, do amor e da justiça. Coloque-se diante da Palavra de Deus com uma disponibilidade muito grande, pois Deus, como todo amor, age mais do que fala. Deixe-se questionar por Ele. (Por que será que Deus está me dizendo isto?). Somente através deste encontro diário é que seremos casais missionários e sinais da presença do Amor no mundo, tornando Cristo uma realidade de vida para muitos homens e mulheres do nosso tempo.

Eneida e Álvaro CR Região Ceará CM 393

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REZAR JUNTOS, UM ENCONTRO FUNDAMENTAL O avião começou a balançar... O piloto já nos prevenira que iríamos passar por uma zona de turbulência. Coisa normal, tudo bem, mas que dá sempre aquela sensaçãozinha desagradável para nós que somos terrestres inveterados. Tínhamos ido tomar um suco e voltávamos com passos inseguros para o nosso lugar. Era o vôo para o Encontro de Fátima e o avião estava lindo, enfeitado pelas carinhas risonhas dos casais equipistas. Mas, entre eles, um nos chamou a atenção. De mãos dadas, com um ar tranqüilo, rezava o terço. No seu livro "Casamento 7 respostas", o psicólogo Xavier Lacroix nos conta que Tertuliano, um escritor latino do século UI, disse que era no momento da oração em família que ele via o casal cristão: "Entre eles dois, ressoam salmos e hinos. O Cristo se alegra com esta visão e com este concerto. Ele lhes envia a paz". E era essa paz, que se via claramente nos olhos do casal que rezava à nossa frente. Se tivéssemos alguma dúvida sobre a oração conjugal, compreenderíamos, naquele instante, através desse testemunho o valor desse nosso Ponto Concreto de Esforço. Mas não era o nosso caso. Antes 32

de entrar no Movimento não tínhamos o hábito de rezar juntos. Mas, a partir do momento em que sentimos a diferença que a oração conjugal fazia na nossa vida, resolvemos perseverar. Agora, gostamos muito de rezar juntos. Isso nos tem proporcionado momentos inesquecíveis. Na realidade, para nós, é sempre uma surpresa quando algum equipista nos diz que encontra dificuldades em fazer a oração conjugal. Afinal, que barreira é essa que levantamos quando se trata de abrir o coração a Deus na frente do nosso cônjuge? Será que não nos amamos o bastante para não ter nada escondido entre nós? Será que ainda carregamos algumas máscaras? Será que não vivemos completamente essa intimidade maravilhosa que o casamento pode nos proporcionar? Quando alguém fala dessa dificuldade, a primeira pergunta que fazemos é: "E o Dever de Sentar-se, como vai?" Isso porque, para nós, a Oração Conjugal e o Dever de Sentar-se caminham juntos. Esses dois pontos se completam e nos ajudam no nosso crescimento espiritual. E hoje, com essa corrida louca do dia-a-dia, que esse momento de oração se toma mais importante ainda. CM 393


Ele nos coloca diante de Deus, nos leva a louvar as maravilhas que nos cercam, as quais, muitas vezes, não percebemos. Leva-nos também a pedir a Deus por nossos filhos, pela nossa equipe (pelos problemas de cada um, que são colocados nas nossas reuniões), por todos os doentes, por nosso mundo cheio de violência... É nesse momento que, juntos, colocamo-nos, com toda a nossa fragilidade, nas mãos do Pai que nos acolhe como filhos bem-amados e nos convida alegremente a ajudá-lo na construção do seu Reino. Como é gostoso rezar juntos e fazer desse tempo especial, também, um momento de perdão pelos nossos desencontros, pelo nossos momentos de egoísmo. Um encontro fundamental para que nosso espírito consiga voar em busca de horizontes mais altos. Aos que ainda hesitam na prática da oração conjugal aconselhamos a tentar novamente. Como podemos ler num livrinho precioso, Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha: ''Teríamos que compreender que esforço e carisma se completam... Se compreendermos, se formos capazes de captar o espírito que anima o esforço a realizar cada ponto concreto, esse esforço se converterá em uma procura apaixonada e apaixonante, em um reconhecimento profundo dessa ação interior que o Espírito Santo realiza em nós, para nos tornar mais parecidos com o nosso modelo- Jesus Cristo".

Wilma e Orlando Equipe 2A - ]undiaí, SP CM 393

Vê se me Escuta, Menino! Vocês se lembram de quando éramos crianças ... Ao menos uma vez ouvimos nossos pais dizerem "Você não me escuta menino (a)!?" Com isso eles nã~ queriam dizer que éramos surdos, mas, simplesmente que não fazíamos o que eles nos pediam. Refletindo um pouco, neste Mês da Bíblia, como tem sido nossa Escuta da Palavra? Tem nos levado a uma mudança de atitude?

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES Falecimentos

Alceu Zarpelon (da Zenídia). ocotTido no dia 15 de junho de 2004 - Eq. 2C - N. Sra. do Carmo - Londrina, PR Walter Martins (da lvone). oconido no dia 14 de julho de 2004- Eq. 9B - N. Sra. da Rosa Mística - Sorocaba, SP Roberto Franco Canedo (da Balkis). oco1Tido no dia 20 de julho de 2004 - Eq. 5B - N. Sra. da Paz - São Paulo

Nova Equipe Eq. 478 - N. Sra. do SorrisoRecife, PE

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NOTAS SOBRE A MlSSlONARlEDADE Quando trabalhamos sobre a questão do Casal Missionário na Equipe Satélite (ERI), identificamos vários campos de atuação para os quais devemos nos perguntar como discernimos o plano de Deus e como seremos casais missionários em conformidade com esse plano. Cremos que, ao nos interrogarmos sobre o exercício de nossa missionariedade, esses mesmos campos serão válidos.

No Casal: Uma missão de santificação Entendemos tratar-se aqui da atuação dos cônjuges na sua missão específica de marido e mulher. A perspectiva da união conjugal, de acordo com os cânones estabelecidos ao longo dos últimos 500 anos, não parece ser a visão que se tem do casamento hoje ou para o futuro. Estamos, entretanto, convencidos de que o plano de Deus visa ao nosso bem e à nossa felicidade, e que a evolução do conceito de matrimônio, depois de passar pela crise atual, deverá resultar na busca de uma espiritualidade sólida, que só será encontrada na pessoa de Jesus Cristo. Em que essa visão 34

afeta nossa atuação de casal missionário nesse campo? É preciso esforçar-se por deixar claro que casar-se é bem mais do que formar um casal: é responder a um chamado, a uma vocação. É uma decisão da vontade e não apenas a satisfação de um sentimento, de um desejo. O casal missionário vivencia sua missão, em primeiro lugar, como casal. É através de uma profunda relação de amor, de ternura, de compreensão, de perdão mútuo, de fidelidade que, unidos numa só carne, o homem e a mulher, que resolveram "deixar pai e mãe" para iniciar uma nova comunidade, são um para o outro canais do amor de Deus. Somos responsáveis pela santificação de nosso cônjuge. Ao vivenciar o Sacramento do Matrimônio e ao praticar a espiritualidade conjugal, que é específico dos cristãos unidos por este Sacramento, estaCM 393


mos procurando cumprir essa responsabilidade. A prática mais consciente do "auxílio mútuo espiritual", que é o Dever de Sentar-se das ENS, deve ter este sentido. A Oração Conjugal torna-se, nesta perspectiva, o caminho específico que nos leva a vivenciar a nossa união, como casal, em Jesus Cristo, nossa Verdade e nossa Vida.

Questões sugeridas: • Como temos vivenciado nossa missão de santificarmo-nos um ao outro? • Nosso Dever de Sentar-se tem sido uma oportunidade para trocarmos idéias sobre nossa vida espiritual e para nos auxiliarmos mutuamente a caminhar para a felicidade e a santidade? • A Oração Conjugal tem sido um momento de reconciliação entre nós e entre o casal e Deus?

Na Família: Uma missão profética O ser casal recebe o chamado para ser missionário em sua farm1ia, para todos os que formam a fanu1ia. Talvez seja a missão mais difícil porque, como Jesus já disse, "um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família" (Mt 13, 57). Ser casal missionário na nossa fanu1ia exige algumas reflexões profundas sobre nosso desempenho. Ser chamado, vocacionado, é para ser enviado. Recebe-se uma missão, um ministério, um serviço a CM 393

ser prestado. É bom reforçar a idéia de que não nos damos uma missão, mas recebemo-la. No casamento, somos ministros do sacramento, ou seja, estamos a serviço de Deus ao transmitir o Sacramento ao cônjuge, que o recebe. Como casal, passamos a exercer este ministério, este serviço, nas comunidades a que pertencemos e, em primeiro lugar, na fanu1ia que formamos. "Pela força do ministério da educação, os pais, mediante o testemunho de vida, são os primeiros arautos do Evangelho junto dos filhos. Ainda mais, rezando com os filhos, dedicando-se com eles à leitura da Palavra de Deus e inserindo-os no íntimo do Corpo - eucarístico e eclesial - de Cristo mediante a iniciação cristã, tornam-se plenamente pais, progenitores não só da vida carnal, mas também daquela que, mediante a renovação do Espírito, brota da Cruz e da Ressurreição de Cristo." (João Paulo II, Familiaris Consortio no 39). O casal é o primeiro e mais importante catequista dos filhos (qualquer que seja a sua idade). Devemos pensar que, na idade adulta de nossos filhos, quando eles passam a enfrentar suas próprias dificuldades e percalços na vida matrimonial, é em nossa vivência e espiritualidade conjugal que eles se irão mirar em primeiro lugar. Essa catequese matrimonial é muito mais importante do que qualquer curso de noivos que possamos apresentar a eles. É através de nosso testemunho e nossa 35


palavra de casal que eles poderão descobrir que o verdadeiro crescimento não se dá através das propostas pseudo-modernas, mas da vida inserida em Cristo. Além disso, a missão se exerce na farm1ia de vários outros modos. O primeiro deles é a missão de dar a vida. Não se pode esquecer que o primeiro mandamento que Deus dá ao casal humano é: "Sede fecundos, multiplicai-vos... " Não se trata apenas de uma função reprodutiva para proteger a espécie: tratase de responder a esse mandamento de Deus e, isso sim, de "multiplicar no mundo a imagem de Deus", como dizem os judeus. Missão da acolhida e da hospitalidade: o casal cristão é aquele que transforma seu lar numa "lareira" da qual emana um calor gostoso para se aquecer. É um espaço onde se sente no ar o sabor misterioso do amor que reina entre os dois, onde se percebe que a alegria foi feita para ser partilhada. A missão de evangelização, que é própria da Igreja Doméstica (cf. FC 53), é o ministério eclesial original e insubstituível dos pais cristãos. Isso, não só na mais tenra e pequena infância dos filhos, mas também na sua adolescência e juventude, na idade da contestação e até mesmo de rejeição da fé cristã. Por fim, a missão profética. Trata-se, nas palavras do Pe. Denis Sonet, de "tornar possível o impossível, por acreditar que é possível". Incorporar uma esperança, torná-la real. Atestar que a vida em comum, com uma única pessoa, é possível 36

em meio às mudanças e às tempestades que agitam hoje a vida do mundo: eis uma missão capital.

Questões sugeridas: •

Como temos vivido, em nossa farm1ia, esse múnus profético? • Que condições temos tido de manter diálogos abertos e em profundidade com nossos filhos casados? • Que atitudes temos tido com nossos genros e noras? Será que eles têm noção do que seja a verdadeira espiritualidade conjugal? Temos transmitido isso com convicção para todos na nossa farm1ia? • Temos nos esforçado em entender as questões modernas voltadas à bioética, em tomar consciência das posições da Igreja a respeito? E temos tido oportunidades para expor nossos pontos de vista sobre as questões polêmicas em nossa farm1ia?

Na equipe: Uma missão de solidariedade O auxílio mútuo entre casais é, de uma certa forma, a razão de ser das Equipes (cf. Pe. Caffarel - Vocação e Itinerário das ENS, Roma, 1959). E também os nossos Estatutos: "Porque conhecem a própria fraqueza e a limitação das próprias forças, como também da boa vontade que os anima. Porque a experiência de todos os dias prova-lhes o quanto é difícil viver como cristãos num mundo pagão, CM 393


e porque depositam uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraternal, decidiram unir-se em equipe" (Preâmbulo). Assim, cabe-nos exercer também essa missão, uns em relação aos outros: • A equipe, entre outras, tem a vocação para ser um cal deirão de idéias e de experiências aonde o casal missionário vem haurir inspiração para sua ação. É também a fonte para a revitalização, no Espírito Santo, de toda missão. • A partilha, a co-participação, a troca de idéias sobre o tema são tantos momentos em que a missionariedade se pode exercitar. As colocações que são feitas nesses momentos têm um profundo sentido para tornar mais viva a nossa espiritualidade conjugal. • Os casais da equipe são, conforme os Estatutos, solidários para que cada um possa superar as dificuldades "para viver como cristãos num mundo pagão". Nisso consiste o auxílio mútuo fraternal, que só poderá existir na medida em que houver abertura suficiente entre os membros da equipe.

Questões sugeridas: • Temos visto nossa missão dentro da equipe como promoção do auxílio mútuo na oração, nas intenções, na partilha, na refeição, no estudo do tema, na co-participação? • Esse auxílio mútuo tem sido uma CM 393

preocupação permanente para nós, durante o mês, para além das reuniões? Temos nos lembrado dos pedidos de intenção de cada um; temos procurado ajudar os que têm dificuldade com algum PCE (principalmente os de natureza conjugal); temos comunicado aos outros nossas descobertas das riquezas do casamento cristão? • A leitura da Carta Mensal tem trazido enriquecimento para nossa vida conjugal? Já pensamos em partilhar, através dos meios que o Movimento nos oferece, a nossa vivência da conjugalidade, e em especial de nossa missionariedade, com outros equipistas?

Na igreja: Uma missão de serviço O casal cristão participa, em comunhão com a Igreja, na experiência de peregrinação na terra para a plena revelação e realização do Reino de Deus (cf. FC n° 65). A participação do casal cristão nessa caminhada tem sua expressão através de sua inserção nas diversas etapas da pastoral familiar: a preparação dos jovens para o matrimônio, tanto na fase "remota" quanto na "próxima" e na "imediata" (cf. FC n° 66), a celebração litúrgica, a pastoral pósmatrimonial. Além da Pastoral Familiar que lhes é própria, os casais cristãos colocam-se a serviço da Igreja em 37


todas as situações em que, em função de sua vivência do Sacramento do Matrimônio, possam contribuir para a criação de um ambiente de comunidade de amor. Lembra-se ainda que o desempenho de serviços dentro do próprio Movimento constitui, sem dúvida, um serviço prestado à Igreja.

Questões sugeridas: •

Como estamos desempenhando nossa missão de evangelização, através da vivência do Sacramento do Matrimônio, nos diversos serviços do Movimento e da Igreja? • Temos procurado colocar-nos ao serviço de nosso pároco e de nosso bispo, conforme os nossos Estatutos, principalmente para atividades que possam ser exercidas em casal? • Temos colaborado, de alguma forma, para que o Sacramento do Matrimônio seja mais conhecido e valorizado em nossa Igreja?

No Mundo Uma missão de evangelização: "sal da terra e luz do mundo". É uma missão a ser desempenhada pelo testemunho e pelas obras de evangelização. Mostrar que é possível amarse na duração, que a fidelidade é grande e bela em todas as circunstâncias, que o casamento provoca nos que o vivem de fato uma alegria contagiante. A visibilidade da ternura que une o casal é a 38

luz num mundo de concreto, de fria tecnologia e de individualismo monstruoso. Para ser verdadeiro, esse testemunho deve "dar a razão de sua existência". Ele não tem sua origem apenas na vontade pessoal de cada um dos dois. Ela vem de Deus, através das graças do Sacramento do Matrimônio. Por sua presença nas diversas áreas de atividade do mundo e pelo matiz de amor que nelas introduz, o casal missionário dá sabor, como o sal, àquilo que de outra forma seria insípido e seco. A vida profissional, a vida urbana, a mídia e os outros meios de comunicação, as organizações governamentais e não-governamentais e outras associações dedicadas ao bem comum são campos especialmente férteis para o exercício da missão do casal. Entre todos, o campo mais específico de atuação do casal missionário no mundo é o da vida conjugal. Sua presença junto aos casais em dificuldades de toda espécie, aos que vêem ameaçada a continuidade de sua união conjugal, aos separados, aos divorciados e aos recasados, aos que vivem em união sem compromisso é que o toma missionário, primeiro, do Sacramento do Matrimônio e, de forma mais ampla, da vida conjugal, como expressão da vontade do Senhor. O casal missionário considerará como sua opção preferencial a atenção aos pobres e feridos do amor, àqueles casais e famílias que se vêem dilacerados e que enfrentam CM 393


dificuldades no campo que lhes é mais específico, ou seja, o da transmissão da vida e do amor. O casal missionário procurará informar-se para melhor compreender e discernir as verdadeiras razões que levam os jovens, hoje, a distanciar-se e mesmo a rejeitar qualquer compromisso formal de união conjugal. A distinção entre causas de conjuntura econômica, de desprezo e contestação ou de ignorância e pobreza dará origem a ações de natureza diferente para o exercício da missão. A dedicação aos idosos e principalmente aos "sem farm1ia" (cf. FC 85), deve também ser característica dos casais missionários. A estes, a presença de Deus, o amor dos cônjuges que vivem seu sacramento, virá trazer o conforto para a carência que a ausência de uma família de sangue provoca.

Questões sugeridas: •

Sem cair nos excessos que, em nosso tempo, são facilmente ridicularizados, temos nós valorizado nossa atuação na sociedade pela ênfase colocada no ca-

sarnento e pelo testemunho de uma vida matrimonial plenamente realizada? • Nosso relacionamento ao nível das famílias com colegas de trabalho, com vizinhos e amigos em geral tem tornado mais proveitosa a nossa missionariedade conjugal? • Temos participado em casal, como palestristas ou ouvintes, de palestras e conferências sobre temas voltados ao matrimônio e àfarm1ia? • Que temos feito junto à mídia, para que a visão que se divulga da vida conjugal se torne mais próxima da verdade do Evangelho? Temos usado e divulgado, neste contexto, uma análise crítica bem esclarecida para anunciar tanto quanto para denunciar? • Temos nos comunicado, por carta, internet ou outros meios, com casais em dificuldade?

Hélene e Peter Nadas Eq. 3D - N. Sra. do Desterro Eq. Satélite da ERI São Paulo

Nota da Carta Mensal Informações sobre as Equipes Satélites estão na Carta Mensal no 373 de junho/julho/2002 -página 11.

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APRENDENDO COM A EXPERlÊNClA

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Somos ainda um jovem casal, que iniciou a caminhada nas ENS há apenas 5 anos. Fomos por duas vezes .Casal Responsável de Equipe e, no terceiro ano de equipe, recebemos o convite para sermos Casal Ligação de duas equipes. Dissemos o nosso "sim" com imensa alegria, mesmo sem saber muito sobre a missão do Casal Ligação. Procuramos, então, ler o manual, que nos dava as orientações de como deveria ser o nosso trabalho com as equipes e conversamos com casais conhecidos que já tinham sido ou eram Casal Ligação. Quando soubemos quais as equipes que iríamos ligar, as pernas tremeram: tínhamos a missão de animar e rezar nada mais nada menos que pela Equipe 28B. Devíamos também rezar por essa equipe formada por casais envolvidíssimos na grande missão de evangelização e pelo SCE, portador de uma imensa riqueza espiritual e também pela Equipe 17B, formada por casais com grande experiência de Movimento, inclusive Nilza e João Carlos, que possuem uma caminhada de mais de 40 anos nas Equipes de Nossa Senhora. Vejam bem a nossa responsabilidade! E assim, com grande insegurança e também com muita imaturidade, iniciamos nosso trabalho. Hoje, após um ano e meio de convivência com estas duas equipes, podemos testemunhar quão fantástica é a obra que Deus opera em nossas vidas. 40

Aprendemos muito com esses casais. Em nossa primeira visita e participação da reunião da Equipe 17B, pensávamos que seria uma reunião com pouco entusiasmo, pois era uma equipe formada por uma maioria de casais com uma boa caminhada, e que seria uma reunião sem muito o que aprender. Que surpresa! Fizeram a reunião mais partilhada de que já havíamos participado. Vivenciamos naquela reunião uma equipe rica em cumplicidade e amor equipista. Pudemos presenciar uma reunião formada por crianças no entusiasmo e adultos maduros na fé. Que lição aprendemos com esses casais! Nunca têm preguiça de rezar ou de se encontrar e ajudar o outro! Mesmo com alguns problemas de doença, não vê a equipe desanimar. Testemunhamos que podemos aprender com as equipes que já caminham há mais tempo. Nosso trabalho é o de nos aproximarmos e percebermos o quanto há de crescimento neste convívio. Os casais equipistas mais velhos são, sim, maduros, mas ultrapassados, jamais. Agradecemos a Deus, todos os dias, por podermos estar convivendo com esses casais tão especiais e nos sentimos seres privilegiados por Deus pela oportunidade de vi ver experiências tão marcantes.

Luciana (do José Augusto) Eq. 25B - N. Sra. Imaculado Coração de Maria Curitiba, PR CM 393


A PROVlDÊNClA - FALTA QUE NAO É maravilhoso detectar que a misericórdia Divina não nos desampara e está presente em nossas vidas, mesmo quando, muitas vezes, envoltos nos problemas do dia-a-dia, nós não percebamos. Membros do Movimento das Equipes de Nossa Senhora há pouco mais de quatro anos, temos muito amor pelo Movimento, sua mística e seu carisma. Além disso, temos um carinho indescritível por todos os componentes da equipe 6 do Setor Olinda, PE, pois nesse período vivemos experiências maravilhosas em equipe e, embora tenhamos passado também por momentos difíceis em nossa vida equipista e familiar, sempre estivemos juntos, procurando nos apoiar mutuamente, zelando por nossa convivência fraterna. Recentemente, por motivos alheios à nossa vontade, recebemos a notícia de que André seria transferido e teríamos que morar em Natal, RN. Levamos um grande susto com a notícia, pois não imaginávamos sair de nosso estado e, além de todas as preocupações, inseguranças e transtornos que uma mudança desse porte poderia gerar para nossa fanu1ia, pois que ainda temos filhos pequenos, nosso coração sofria muito com a probabilidade, já certa, embora não quiséssemos aceitar, de sairmos de nossa amada equipe. Quando orávamos, pedíamos a Nossa Senhora que passasse à nosCM 393

sa frente e resolvesse as coisas que para nós eram difíceis, dada a nossa urgência em resolver tudo, pois que o ano letivo já estava se iniciando e não sabíamos nem mesmo onde íamos morar. Mas, Maria intercedia por nós e, quando menos esperávamos, tudo estava resolvido. Aprendemos com nosso SCE, cônego Valdenito, a não interrogar a Deus os porquês dos acontecimentos e entregávamos ao Senhor todos os momentos dessa nossa nova experiência e foram inúmeras as provas da presença dele agindo em nossas vidas. Finalmente nos instalamos e continuamos nossa vida. Tudo estava bem, os meninos tiveram uma adaptação surpreendente, mas nós logo começamos a sentir falta das nossas reuniões mensais e, embora tenhamos planejado ir a todas elas, logo verificamos que não seria possível, pelo menos regularmente. Assim, resolvemos procurar o Casal Responsável da Região, com o objetivo de nos informarmos ao menos das missas mensais, para que não deixássemos o contato com o Movimento. Muito solícito, o Macedo pegou nosso nome e disse que entraria em contato conosco. Um dia, ao fazer a escuta da Palavra, tive uma forte lembrança de nossa equipe, seguida por um sentimento de tristeza de não estar participando dela. Daí, em oração, falei para Nossa Senhora que não iria mais procurar o Movimen41


to, pois para mim aqueles pouco mais de 30 dias pareciam muitos. À noite o telefone tocou e André atendeu. Notei que à medida que a pessoa falava, ele irradiava alegria. Então, percebi o óbvio: era um equipista nos convidando para participar de uma equipe. Meu coração encheu-se de emoção, pois logo lembrei da minha "conversa" com Nossa Senhora, pela manhã. E não era só isso: para surpresa nossa, estávamos sendo convidados a participar da equipe 6, cuja padroeira é Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ou seja uma equipe que tem o mesmo numero e a mesma padroeira de nossa equipe em Olinda. A recepção da nossa nova equipe foi maravilhosa, parecia que já nos conheciam de longa data. Fizeram uma linda e emocionante recepção para nós. Quando vamos a O linda, sempre

vemos nossos irmãos de equipe, que também nos acolhem com muito amor e carinho. Hoje, temos o privilégio de sentir que nossa farru1ia aumentou, pois temos a graça de nos sentir pertencentes a duas amadas equipes, pois tal como a mãe, a equipe de Olinda nos ajudou a dar os primeiros passos, a caminhar no Movimento e, mais uma vez, tal como mãe, a equipe 6 de Natal, nos acolhe, nos abraça, mesmo antes de nos conhecer. Agradecemos a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro as numerosas demonstrações de presença e providência em nossas vidas e a bênção de pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Giovanna e André Tadeu Eq. 6 - N. Sra. do Perpétuo Socorro Olinda, PE e Natal, RN

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ESPlRlTUAllDADE CONJUGAL: ESPERANÇA CONlÍNUA Um dia nos casamos. Unimo-nos para formar "uma só carne". Confmna-se o entusiasmo do amor primeiro. O ardor inicial, a alegria do começo de vida a dois. Como fogo que une os corações em uma só alma, o relacionamento conjugal deve ser alimentado de fé, esperan42

ça e acima de tudo de amor. Um amor completo, "ágape", "philos", "eras". As três dimensões se complementam. O "ágape", representado pelo amor de Deus, incomparável, insubstituível, inesgotável. O "philos" e o "eras", consolidando os laços de cumplicidade, resCM 393


peito, admiração e desejo que o esposo nutre pela esposa e que a esposa sente pelo esposo. Neste primeiro momento, o amor ágape, caridade é a pedra angular, é a base sólida para se construir a "casa sobre a rocha". Contudo, o casamento, na certeza de ser sacramento, sinal do amor de Deus, deve ser conduzido, numa linguagem figurada, nas "asas da fé e da esperança". Tem sido assim no nosso casamento. Primeiro a existência de uma fé que, no mínimo deve ser inabalável. Não deve ser qualquer desentendimento, qualquer desconforto ou obstáculo que pode abalar a "asa" da Fé. A nossa fé tem sido continuamente alimentada e fortalecida pela nossa vivência dos Pontos Concretos de Esforço, pelo nosso Serviço nas Equipes de Nossa Senhora, na comunidade e na Igreja, pelos pequenos e grandes gestos de amor de nossos parentes, filhos e principalmente de nossos irmãos de equipe. Doenças, decepções, desentendimentos, amarguras, tristezas, vícios, nada disso pode abalar a nossa fé em Jesus Cristo, pois Ele, comprovadamente, venceu a tudo isso, inclusive a morte. A outra extremidade, que dá equilíbrio ao "vôo" alçado por duas pessoas, um homem e uma mulher, é a "asa" da Esperança. Esperança contínua. Esperança interagente com a fé e o amor. Esperar sem desesperar. Saber que se alcançará um dia a santidade pelo CM 393

caminho desafiador do matrimônio. Esse desejo por si só dá vitalidade e alimenta o nosso casamento como caminho de felicidade, apesar de todas as dificuldades. Vivemos num tempo onde a Espiritualidade Conjugal é constantemente bombardeada pelo materialismo social. Mas estamos inseridos neste contexto. Somos membros de uma comunidade. Somos parte deste corpo social. Não podemos adotar uma posição metafísica e nos eximir da nossa missão. Aqui, nesta realidade, é que teremos que realizar nossa missão. E só poderemos mudar esta realidade para melhor, se, apesar de tudo e de todos os fatores contrários, gritarmos e testemunharmos que o casamento cristão é, incontestavelmente, caminho de amor, felicidade e santidade. Equipistas, peçamos a Jesus e a Nossa Senhora que nos dêem forças para continuarmos firmes neste Movimento santo. Somos um "celeiro de profetas" que, custe o que custar, querem continuar dizendo que vale a pena ter um casamento sólido, uma família bem constituída, numa esperança contínua e num esforço diário de fortalecimento da nossa Espiritualidade Conjugal. Assim, como batizados, portadores de uma missão dada por Deus, através da nossa vida de casados, estaremos dando "frutos cem por um".

]ussara e Daniel Eq. 3B - João Pessoa, PB CR Região Paraíba 43


ABNEGAÇÃO Lendo, na Carta Mensal de fev/ março, uma reflexão do Pe. Flávio Cavalca, com este título, escolhemos também abordá-lo por sua atualidade e interesse que desperta. O Índice Doutrinai da Bíblia, Editora "Ave Maria", cita várias passagens, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, com mensagens para reflexão sobre este tema. No Antigo Testamento, quem nos deu exemplos de abnegação foi Abraão. Acreditando cegamente em Deus, abandonou a sua terra, renunciou à segurança que encontrava na sua própria casa e à proteção que lhe era proporcionada pela família e pela tribo à qual pertencia (Gn 12,1). Abraão não só abandonou tudo o que tinha construído durante a sua vida, sendo já uma pessoa idosa, como se entregou totalmente a Deus, em quem passou a confiar sem reservas. Confirmou isso no dia em que levou seu único filho, Isaac, para oferecê-lo em holocausto (Gn 22,2). No Novo Testamento, as principais passagens relacionadas ao assunto já foram bem trabalhadas pelo Pe. Cavalca na reflexão citada acima. O texto nos levou a refletir sobre alguns aspectos que nos parecem interessantes: • O desprendimento cristão não é desprezo pelos bens materiais, desde que sejam adquiridos e utilizados de acordo com a vontade de Deus, mas é tomar realidade na própria vida aquele conselho 44

do Senhor: "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo". O fim que um cristão tem em vista não é possuir cada vez mais, mas amar mais e mais a Cristo através do seu trabalho, da sua farm1ia e também dos bens materiais; O chamado do Senhor, que nos convida a segui-lo de perto, exige uma atitude de resposta contínua, porque Ele nos pede uma correspondência dócil ao longo das nossas vidas; Por isso, devemos situar-nos com freqüência diante de Deus e perguntar-lhe como o jovem rico do Evangelho: "Que me falta?". Trazendo a indagação para a nossa vida conjugal, podemos nos dirigir a Deus com os seguintes questionamentos: O que nos falta para que o nosso casamento seja um encontro diário com Jesus? O que nos falta para mantermos a fidelidade (no seu sentido mais amplo) e a unidade do nosso casamento? O que nos falta para que haja uma comunicação sincera entre nós, para que possamos desenvolver a faculdade de falar e ouvir, numa atmosfera de confiança, risco e aceitação, para que possamos tomar as decisões a dois, respeitando os talentos e as limitações do outro? O que nos falta para irmos ao enCM 393


contra um do outro e de Deus e, humildemente, pedirmos perdão? As respostas de Deus a estas perguntas, certamente, serão semelhantes àquela dada ao jovem rico e, certamente também, atitudes de abnegação serão exigidas de nós. Pe. Cavalca, no item no 4 da sua reflexão, nos dá uma aula sobre a abnegação na vida conjugal. Precisamos da permanência do Senhor como pedra angular do nosso casamento. Temos que nos esforçar para incluí-lo em todas as nossas decisões. Temos que colocar a nossa confiança cega nele, como fizeram Abraão e os primeiros discípulos. A melhor maneira de nos aproximarmos de Deus é através da oração. É na oração que Ele nos dá sabedoria, compreensão e orientação. Padre Caffarel, em "A Missão

do Casal Cristão" deixou-nos esta bela oração conjugal: "No teu amor por mim, vejo o amor de Deus que vem ao meu encontro; no meu amor por ti, uno-me ao amor de Deus que pede meu coração emprestado para amar". Agradeçamos a Deus, porque nós, como casais equipistas, vivenciando os PCEs, temos o caminho e os meios para desenvolver uma espiritualidade conjugal com amor e abnegação. Casais que lutam para viver em unidade e fidelidade, numa comunicação aberta e honesta e num amor que perdoa, tornar-se-ão luzes para o mundo, verdadeiros sacramentos do Deus vivo.

Heloísa e Antônio Eq. N. Sra. Mãe das Vocações Setor D - Florianópolis, SC

"Não existe perfeição no amor conjugal a menos que ambos tenham um só coração, uma só alma e um só pensamento, ou seja, que haja neles uma só vontade. E isso exige não que um renuncie em favor da vontade do outro, mas que ambos renunciem à suas vontades para chegar à vontade do casal, para chegar a essa unidade de vontades que nasce do amor e da plena doação. Não poderá nenhum casado chegar a essa união de vontades sem que ambos saibam abnegar-se, sem que ambos igualmente saibam sair de si mesmos, abandonar seus próprios interesses e colocar em primeiro lugar o interesse, o bem do próprio casal. Deixar, porém, a própria vontade para aderir à vontade do outro, isso por si não resolve. É preciso que ambos saiam de si para se encontrar num terceiro ângulo do triângulo. É preciso que ambos, juntos, sejam capazes de abnegação". Pe. Flávio Cavalca de Castro

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EXPERlENTES SlM, VELHOS JAMAlS! Gostaríamos de compartilhar com vocês uma experiência que ocorreu com nossa equipe. Tudo começou com um convite feito por um casal, para fazermos parte de um grupo de Experiência Comunitária. Foram convidados 7 casais e durante 2 anos fomos pilotados pelo casal Maria Tereza e Laerte Espósito. Findo este tempo, fomos convidados a fazer parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Ficamos lisonjeados, mas apreensivos, pois conhecíamos a rotina de alguns casais equipistas (na maior parte nossos pais) e sabíamos dos compromissos que iríamos ter que assumir. Mas a vontade de crescer espiritualmente e como casal fez com que aceitássemos o convite e nos tornamos uma equipe. Claro que no início nem tudo foram "rosas". Começaram a vir os filhos e alguns casais (inclusive nós) deixavam muito a desejar como equipistas; outros, infelizmente, se afastaram, não tiveram paciência ou ainda não estavam totalmente prontos. Enfrentamos vários obstáculos, que foram superados paulatinamente. Foi então que, em junho de 2002, quando nossa equipe contava com 4 casais e estávamos à procura de outros que pudessem se unir a nós, Maria Tereza e Laerte, procuraram o nosso Casal Responsável, sugerindo que nós podeúamos unir à equipe deles, pois se encontravam com 46

3 casais apenas e não queriam se desintegrar. Quando fomos comunicados da proposta recebida, ficamos muito entusiasmados. Quem diria, "os menudos" (somos carinhosamente assim chamados pelos equipistas mais velhos) termos em nossa equipe casal tão estimado. Nem titubeamos, aceitamos de imediato. Mais uma vez, enfrentamos obstáculos. Havia opiniões contraditórias sobre a união dessas equipes tão diferentes, pois a outra era formada por casais com mais tempo de casamento, com filhos adolescentes e adultos, alguns já com netos, inclusive. Mas não nos deixamos levar pelo medo e o que temos a testemunhar hoje é que muito se pode aproveitar dessas diferenças (experiências , principalmente) em relação ao casamento, educação dos filhos e relação com os demais familiares. Tudo isso que relatamos é para que se, por acaso, algo parecido ao que aconteceu conosco estiver acontecendo em alguma equipe, não tenham receio de se unir a outra equipe, mesmo que as diferenças existam. Na maioria, elas só serão positivas, mas para que isso aconteça, é necessário que estejam de coração aberto!

Magali e Luís Antônio Eq. N. Sra. Mãe de Deus e da Amizade Setor B - Araçatuba, SP CM 393


ÀS VEZES

NOS PERGUNTAMOS

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e'

Às vezes nos perguntamos: "O que eu fiz para merecer isso?", ou "Por que Deus tinha que fazer isso justamente comigo?" Aqui vai uma belíssima explicação: A filha dizia para sua mãe como tudo dava errado. Ela não se saiu bem na prova de matemática, o namorado resolveu terminar com ela e a sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade. Enquanto isso, sua mãe preparava um bolo e perguntou se a filha gostaria de um pedaço, e ela disse: - É claro mãe, eu adoro os seus bolos. -Toma, um pouco de óleo de cozinha. -Credo! - Que tal então comer uns ovos crus? -Que nojo, mãe! - Quer então um pouquinho de farinha de trigo ou bicarbonato de sódio? - Mãe, isso não presta! A mãe então respondeu: - É verdade, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas, na medida certa, elas fazem um bolo delicioso! Deus trabalha do mesmo jeito. Às vezes a gente se pergunta por que Ele quis que nós passássemos por momentos difíceis, mas Deus sabe que, quando Ele põe todas essas coisas na ordem exata, elas sempre nos farão bem. A gente só precisa confiar nele e todas essas coisas ruins se tornarão algo fantástico! Deus é louco por você. Ele te manda flores em todas as primaveras e o nascer do sol todas as manhãs. Sempre que você quiser conversar, Ele vai te ouvir. Ele pode viver em qualquer lugar do universo, e Ele escolheu o seu coração.

Colaboração Vitalina e Paulo Eq. 9 - N. Sra. das Graças Pederneiras, SP CM 393

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UM HOMEM DE lDADE JÁ BEM AVANÇADA Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde trabalho para fazer um curativo na mão ferida. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe sobre qual o motivo da pressa. Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá. Disse-me que ela já estava há algum tempo nesse lugar porque sofria de mal de Alzeimer em estado bastante avançado. Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde. -Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece. Estranhando, lhe perguntei: - Mas se ela já não sabe quem o senhor é, por que essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão , disse:

- É... ela não sabe quem eu sou, mas eu, contudo sei muito bem quem é ela. Meus olhos lacrimejaram enquanto ele saía e eu pensei: Essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida. O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e ... do que já não é ... "

Colaboração de Regina e Cleber Eq. 138F - Rio de Janeiro 48

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Meditand o em Equipe A CNBB apresentou para a Igreja no Brasil o Projeto "Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida" . Este Projeto Nacional de Evangelização é uma oportunidade aos católicos praticantes para renovarem a própria fé e sua adesão à Igreja, mediante um encontro pessoal e aprofundado com Jesus Cristo vivo na Palavra, na Liturgia e nos irmãos.

leia atentamente o Evangelho àe João 4,

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Sugestões para meditação: • Você já teve esse encontro pessoal com Jesus? Quer partilha conosco? O que significou para você "encontrar uma fonte de água viva?" A samaritana saiu contando para os outros sua experiência. Você já passou para alguém a sua experiência? Pe. Ernani

.... .. . . . . . . . . ... .... . . . . . . . . ... .. . . . . . . .. . Oração Comum Pai, no início do Terceiro Milênio, queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida. Dai-nos pela ação do Espírito Santo a graça de um encontro pessoal com o Cristo vivo, presente na Igreja. Sustentados por este encontro, pela intercessão materna de Nossa Senhora Aparecida, assumimos o compromisso missionário de anunciar o Evangelho, promovendo cada pessoa, na alegria plena de sua dignidade, renovando a comunidade "para que todos sejam um", e participando da construção de uma sociedade justa e solidária a caminho do Reino definitivo. Amém.


Momentos do Encontro do ColĂŠgio Internacional no Rio de Janeiro


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