ENS - Carta Mensal 404 - Novembro/2005

Page 1


EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n°404 • Novembro 2005

EDITORIAL Da Carta Mensal ... ....... ... .... ... .. .... .. O1 SUPER-REGIÃO Cartas na mesa - balanço .. ............ 02 Deixai-vos surpreender por Cristo! .. .. .. .. .... .. .. .. ...... .. ...... .. .... O3 Glorificai a Deus no vosso corpo .. ... 05 TEMA DE ESTUDO Fidelidade conjugal , uma aliança ...... .. .......... ...... ........... 08 A Fidelidade se aperfeiçoa .. ...... .. .. 09 VIDA NO MOVIMENTO Presentes de Maria .. .. ...... .. ............ 1O Vamos procurar juntos? ...... .. ...... .. 1 O FORMAÇÃO Conhecendo a Carta Mensal .. ....... 11 TEMPO DA IGREJA Cristo Rei .......... .. ........ .. .. .. .... .......... 1 2 Vida para além da morte .......... .. .. 14 Dar Graças a Deus .. .... .. .. ........ .. ..... 1 6 Todos os Santos ...... .. .... .. .. .. .... .. .. .. . 17 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . .. .... 18 MARIA Magnificat ... ... ....... .... ...... .. ... .. ........ 23 ENCONTRO DE LOURDES Vamos a Lourdes! .......... .. .. ............ 25

NOSSA BIBLIOTECA . .. ........ .. .... .. . 26 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Vivência dos PCE .. .... .............. .. .... .. 27 Regra de vida .. .. .... ......... .. .. .. ...... .. .. 28 Maria e os PCE .. .. .. ........ .. .. .. .. .. ...... . 29 Criação de Pré-Setor .... .. .. ........ .... .. 29 TESTEMUNHOS Uma família feliz? .......... .. ............ . 31 E Deus nos deu de volta ·...... .. ........ 32 Reconstruída sobre a rocha .. .... .. .. 33 As grandes obras do Senhor ......... 34 O SCE e o seminarista .... .. ....... .. .. .. 35 Graça de ser equipista .. ....... .. ....... 3 5 A ajuda mútua conjugal ........ .. ...... 36 Sem preconceitos .................... .. .... 3 7 ATUALIDADE Ut unum sint: que sejam um .. .. .... 38 XX Jornada Mundial da Juventude .. ................ .. .......... .. . 40 EJNS vão à Jornada Mundial da Juventude com o Papa· .. .. .. .... ... 42 REFLEXÃO Uma coerência necessária .. .. .... .... . 44 A arte do matrimônio! ............ .... .. 45 O menino e o lápis .. .. .. .... .. .. .... .. .... 46 VIDA DE EQUIPE Vida de Equipe .... ......................... . 47 Marcas de vida .... .. .. .. .. .... ... ........... 48

Registro "Lei de Imprensa" n• 2 19.336 li vro 8 de 09.1 0. 2002

Avani e Carlos Clélia e Domingos Helena e Tomaz Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz 8 . Hackmann

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835!

Editoração Eletrônica, Cartas, colaborações, notíFotolitos e Ilustrações: cias, testemunhos e imagens Nova Bandeira Prod. Ed. devem ser enviadas para: R. Turiassu, 390 · 11 • andar~ Carta Mensal cj. I I 5 - Perdi7.es - São Paulo · R. Luis Coei/to, 308 Fone: (Oxx l I) 3677.3388 5° andar . conj. 53 O/309-902 • São Paulo - SP Foto capa: A. Gambim Fone: (Oxx ll ) 3256.12 12 Impressão: Prol Ed. Gráfica Fax: (Oxx /1 ) 3257.3599

Graciere e Gambim (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

Tiragem desta edição: I 7. 900 exemplares

Carta Mensal é wna publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora

cartamensal @ens.org.br A/C Graciete e Gambim


_::

Queridos Irmãos e Irmãs:

"A Minha alma glorifica o Senhor!" Nós equipistas temos muitos motivos para louvar e agradecer a Deus quando mais um ano vai se tomando passado. Foram tantas graças operadas em nós pelo Espírito Santo, através das reuniões de equipe, das reflexões sobre sexualidade e abnegação ... Graças que nos vieram pela animação e apoio dos irmãos de equipe, pela correção fraterna, pelo esforço pessoal e do casal em busca da santidade ... A presença de Cristo entre nós, na vida de família, em nossa comunidade equipe e, especialmente, na Eucaristia ... Também ação de graças pela vida, pelos bens materiais, pela nossa Pátria. É nesse espírito de gratidão que Frei Avelino nos convida a avaliar a nossa caminhada equipista, verificando como neste ano fizemos frutificar os dons que o Pai nos confiou para a nossa santificação. (Num retiro, o pregador propôs três passos para o Dever de Sentar-se, sugestivos também para o balanço: Que tal? Que bom! Que penal). Graça e Roberto, antecipando as orientações para 2006, unem-se ao Papa, no seu apelo aos jovens, e nos convidam a deixarmo-nos surpreender por Cristo, pois Ele quer revelar-se em seu mistério para nós, a fim de que, conhecendo-O e contemplando o seu rosto , possamos identificar-nos intimamente com a sua pessoa.

Sheila e Francisco nos condu-

~~

zem numa reflexão sobre o último capítulo do livro tema deste ano, no qual somos convidados a glorificar a Deus em nossos corpos conjugais, que são templos do Espírito Santo. Lembrando Finados, Padre Expedito reflete conosco sobre a vida futura. E para melhor celebrarmos a solenidade de Cristo Rei e o Dia do Leigo, temos a sábia palavra de João Paulo II. Mariola e Elizeu, comentando o Magnificat, ajudam a fazer da recitação diária da oração de unidade das Equipes um verdadeiro louvor a Deus, com Maria e com a Igreja. Enriquecem-nos os belos tes- .____ temunhos sobre fidelidade conjugal, sobre vida equipista, as reflexões , os depoimentos sobre a Jornada Mundial da Juventude. Também louvamos a Deus pelo mártir da unidade cristã, Irmão Roger. Convém ainda conferir as orientações importantes de Regina e Cleber sobre as nossas inscrições ao Encontro de Lourdes, que se aproxima. A evangelização da família começa em casa e se expande para a comunidade, por isso a proposta de se meditar em equipe sobre a nossa vocação, como casal, de evangelizar. Uma boa leitura a todos, com o carinho de

Graciete e Avelino Gambim Equipe da Carta Mensal


CARTAS NA MESA- BAlANÇO

,_

Caríssimos casais e conselheiros! Que o Senhor nos encontre sempre vigilantes! É uma advertência de Jesus. O fim do ano está chegando e mais uma vez as ENS colocam, como "dever de casa", o balanço. É a hora de colocar as cartas na mesa. Só quem me ama e me quer ver crescendo tem coragem de me solicitar, anualmente, essa tarefa. Recebamos com amor o que por amor nos é pedido. Deixemo-nos interpelar pela palavra balanço e não a deixemos envelhecer! É graças a ela que nos renovamos. O balanço é um instrumento usado por quem conhece o valor do tempo e sabe que um dia haverá de prestar conta rigorosa ao doador de todos os dons. O mundo nos ensina o quanto ele é importante. "Os filhos das trevas são mais hábeis que os filhos da luz", disse Jesus. Nós mesmos mostramos interesse pelos resultados do balanço econômico e olhamos com avidez o superávit e com tristeza o déficit. O homem vive também de pão, por isso o balanço é necessário. Mas há outra dimensão na vida a ser avaliada com mais profundidade. Nascemos ricos em dons, e cada dia Deus coloca em nossas mãos muitos tesouros, não para guardá-los, mas para fazê-los frutificar. • Primeira motivação para o balanço: a vocação à santidade. O mesmo Jesus disse: "Sede santos". Não é um convite opcional, mas um imperativo. É um chamado, uma vocação, reavivada pelo Vat II e reforçada pelo Catecis2

mo da Igreja Católica. Essa é a meta, "nem mais nem menos". O pano de fundo do balanço é, justamente, fortalecer a consciência desta vocação. Somos conscientes deste chamado? Acreditamos que esse é nosso compromisso? Se não estamos convencidos e não sentimos a força deste apelo, em que nos poderemos deter no balanço? Todos os pontos da avaliação têm sentido e valor em vista deste objetivo. • Segunda motivação: o caminho da santidade. Se há uma meta é necessário conhecer a estrada. Esta é construída com atitudes que transformam a vida. "Que todos vejam vossas boas obras e glorifiquem o Pai". O alvo pretendido exige esvaziar-se e despojar-se para que a imagem de "filhos de Deus" brilhe sempre mais. "Importa que Ele cresça e eu diminua". Sentimos a necessidade de transformação e até pensamos em projetas milagrosos. Mas os projetas não transformam ninguém. Só o projeto "Jesus Cristo", nascido da contemplação da sua face, pode transformar. Obrigado Senhor, por nos teres dado meios (PCE) tão sábios de santificação conjugal! Sejamos generosos e corajosos em usá-los. Sejamos exigentes em avaliar-nos!

Pe. Frei Avelino Pertile , SCE/SR CM404


DElXAl-VOS SURPREENDER PORCRlSTO! Queridos e amados irmãos: Na Carta Mensal de outubro, que noticiou o Encontro do Colegiado Nacional, lançamos o irrecusável convite para redescobrirmos a alegria da adesão a Cristo, através da reflexão, que tem por lema "Casal, convidado a contemplar a face do Cristo. A seguir, daremos continuidade à apresentação da proposta para que, tendo uma percepção mais clara do esforço que faremos, possamos colher melhores frutos na caminhada de 2006. Caminharemos no rumo certo, pois o foco de reflexão será o próprio Cristo, o Verbo feito carne, único Salvador do mundo. Só a oportunidade de nos tornarmos mais conscientes da presença de Cristo no matrimônio, realizando a definitiva salvação prometida por Deus, já é uma bênção. Cristo vem em nosso auxílio, bate à nossa porta e se oferece para transformar o nosso amor conjugal. Quer torná-lo mais fecundo, mais santo e fazer do nosso lar Sua morada. Impõe-se partirmos com a mesma esperança dos apóstolos que foram para a Galiléia ao encontro do Cristo Ressuscitado em resposta ao Seu apelo: "Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia, pois é lá que eles me verão". (Mt 28, 10). Eis o desejo que trazemos no coração: "realizar em 2006 um esforço de reflexão e de oração que ajude os casais a penetrar mais CM404

profundamente no mistério de Cristo e a identificar-se mais intimamente à Sua pessoa". Este será um ano de graça para todos nós das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Iremos atualizar a vivência cristã e equipista à realidade do nosso tempo, retomando as intuições originais presentes no carisma e na mística do Movimento, tantas vezes citadas pelo Pe. Caffarel. Os casais equipistas sempre buscaram aprofundar seus conhecimentos religiosos, tendo Cristo como fonte inexaurível de amor, permitindo-lhes conformar o seu projeto de vida conjugal ao projeto de Deus. " ... onde dois ou três estão reunidos em meu nome eu estou no meio deles." (Mt 18, 19-20) Além de desafiar-nos a redescobrir o rosto sempre jovem de Cristo que revitaliza a fé, a proposta quer que tenhamos mais consciência de que somos portadores de urna mensagem capaz de ajudar outros casais a descobrir as riquezas da vida conjugal vivida na fé e no amor a Deus. Os batizados unidos pelo sacramento do matrirnônio são chamados a fazer acontecer no mundo a novidade da união no amor trazida por Cristo e a felicidade da salvação que Deus quer para todos (cf Pe. Flávio Cavalca, em O casamento resposta de Deus, pág. 157). Urna outra perspectiva pretendida é orientar a preparação dos membros do Movimento para a peregri3


nação à Lourdes, a fim de que acolham com entusiasmo o sopro orientador que emanará do Encontro e iluminará a caminhada do Movimento até 2012. Como percorrer esse caminho? Muitas serão as ações de animação propostas. Algumas delas apresentamos a seguir. O tema de estudo será alvo de reflexão em outra oportunidade. A marcha para santidade exige a experiência do silêncio e da oração como meios que levam a um amadurecimento e a um conhecimento mais verdadeiro de Cristo. Por isso, em 2006, enfatizaremos a Escuta da Palavra, Meditação (oração interior) e o Retiro Anual. Como contemplar o rosto do Cristo sem inspirar-nos naquilo que se diz dEle na Sagrada Escritura? Sabemos do Pe. Caffarel que o nosso amor a Deus exige, para sobreviver, uma fé viva e um conhecimento vivido. Um meio privilegiado para tal é a Palavra de Deus. A escuta regular da Palavra permite que cada pessoa do casal enraíze-se no Evangelho e entre em contato direto com Cristo. "Esse contato pessoal é o pilar de toda a vida espiritual .. ." (ENS. Guia das ENS. Nova Bandeira São Paulo, 2001. P. 24). O Guia orienta-nos também a oferecermos o nosso tempo para uma conversa de coração a coração, para vivermos na Sua presença. Este tempo de escuta silenciosa, que chamamos Meditação , é um tempo de descoberta e acolhimento do projeto de Deus para nós. (Idem, ibidem, P. 24 e 25) 4

O Movimento deseja, no próximo ano, dar uma atenção especial ao Retiro Anual como meio privilegiado para nos aprofundarmos na compreensão da vida cristã. É tempo de parada, de escuta, de oração e uma oportunidade de renovação espiritual. É oportunidade de olharmos para dentro das próprias fronteiras, buscando um encontro pessoal e um confronto solitário com Jesus Cristo. (Idem, ibidem, P. 27). Além disso, será valioso podermos nos tomar presentes a Deus, oferecendo um pouco do nosso tempo à oração do terço e ao exercício da via-sacra como meios de favorecer a contemplação do mistério cristão e de abertura a um conhecimento profundo e empenhado de Cristo. Por fim, a sintonia amorosa que for brotando do aprofundamento dessa relação com Cristo, experiência que teremos, irá favorecer a descoberta do pensamento de Deus sobre o casal e ampliar os horizontes quanto a sua missionariedade. A sintonia amorosa que brotar do aprofundamento dessa relação com Cristo sempre abrirá o nosso coração à presença do outro e dos outros, levando-nos à difusão da cultura do matrimónio, ao serviço à comunidade eclesial (prioridade Pastoral Familiar) e a participar mais efetivamente na recuperação do valor da Eucaristia dominical para a vida pessoal e da comunidade. Conscientes de que somos aquilo que amamos, depositemos, como Maria e José, toda a nossa confiança nas mãos de Deus e deixemos que Ele nos conduza. Deixemos que CM404


Ele fale a cada um de nós dos Seus sonhos de amor e gere em nossos corações uma "vida nova", capaz de despertar o "casal novo" que devemos ser a cada dia. Diante da necessidade de "rejuvenescermos" a vida da sociedade como casais, testemunhas do amor de Deus pela humanidade, não hesitamos em trazer à memória o ape-

lo lançado pelo Papa Bento XVI aos jovens reunidos em Colônia recentemente: "Abri o vosso coração a

Deus! Deixai-vos surpreender por Cristo!" Que 2006 seja um "ressurgir" para todos nós.

Graça e Roberto CRSR Brasil

. .. .. . ... . ..... . .. ...... . ... Palavra do Provincial

GLORlACAl A DEUS NO VOSSO CORPO (1Cor 6, Hoje, vivemos numa cultura que dá grande importância ao corpo. De um jeito ou de outro, embora com motivações diferentes, todos procuram manter um corpo sadio, em plena forma física, e se possível, bonito ou agradável no aspecto estrutural. Uma cultura da estética. A atração física está sempre presente. Isto só não basta para fundamentar o amor humano de verdade. O homem e a mulher são utilizados como um simples objeto do apetite sexual. Mais do que amar, isso seria usar o outro, como se fosse uma coisa. O amor humano autêntico é uma entrega total da própria pessoa: alma, coração, corpo, toda a própria vida, presente e futuro. Quando duas pessoas se amam, sabem que vão compartilhar toda a sua vida. O casal é isto: um com uma para sempre, em tudo, para terminar nos fiCM404

20)

lhos. Já não são dois, mas uma só carne e uma só vida. O namoro, preparação humana para o conhecimento do outro, muitas vezes se banaliza no "ficar". Uma percepção muito pequena do que é o amor, que deixa de lado a entrega total, o corporal e o espiritual. 5


Se uma pessoa diz a outra que a ama, a mesma linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer "amo-te, mas provavelmente só por pouco tempo, uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade". Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradasme, sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida". Porque a pessoa é corpo e espírito, o seu amor realiza-se com o tempo, mas é, em si mesmo, para sempre. Ou uma pessoa se entrega para sempre ou não se entregou a si próprio. E, se se entregou, já não se possui a si mesmo em propriedade exclusiva, pois deu o seu coração e o seu corpo. Quando uma pessoa entrega o corpo, é porque se entrega a si própria em plenitude. Mas quando uma pessoa entrega de verdade a alma, tem de ter em conta que implica a totalidade da vida. Entregar-se "inteiro" é entregar "a vida inteira". A entrega do corpo é a expressão dessa entrega total da pessoa. Porque o meu corpo sou eu, não é uma coisa externa, um agasalho ou uma máquina que eu uso, mas sou eu próprio. Precisamente por isso, o amor conjugal autêntico inclui, por si, o "até que a morte nos separe". O matrimônio é entregar-se para sempre. Entregar o corpo sem se entregar para sempre seria prostituição, a utilização da 6

própria intimidade como objeto de troca: dar o corpo em troca de algo, sem ter entregue a vida. A entrega não pode se resumir à genitalidade. A diferença entre os sexos é visivelmente boa e querida por Deus. Há a necessidade de integridade simultânea, física e psíquica, no ato da união sexual, pela qual os esposos se exprimem e se realizam. Essa realização, sempre ameaçada pelo egoísmo, deve operar de forma ainda mais íntima, onde o mistério da transfiguração do amor deve estar presente, no amor-caridade, o que faz com que os esposos, ainda neste mundo, já entrem no reino. A avaliação do corpo leva-nos à compreensão de que ele não é um acessório da pessoa, mas a representa por inteiro. É através do corpo que a pessoa exprime a si mesma e todo seu mundo, da dimensão biológica à espiritual, e relaciona-se com as outras pessoas. Aproximar-se do corpo de uma pessoa é sempre aproximar-se da própria pessoa, com todos os valores que ela carrega. Cada atentado contra a dignidade do corpo é um atentado contra a dignidade da pessoa. "O vosso corpo é templo do Espírito Santo" (l Cor 6, 20). Devemos ser guardiães dessa verdade, colocando-nos contra a falsa concepção de liberdade, muitas vezes permissiva em questões de vida sexual. Em outras palavras, o cristão deve saber discernir o que leva ao crescimento e à realização da pessoa humana. Resgatado por Cristo para viver a liberdade, o cristão não se deve deixar escravizar de novo, CM404


nem mesmo pelo próprio corpo, desonrando-o. O matrimonio é lugar por excelência da união da vida sexual, união indissolúvel feita de dom e disponibilidade recíproca, tornando possível essa doação segundo toda a verdade. O Matrimônio é o pacto de amor conjugal consciente e livre, pelo qual o homem e a mulher aceitam a comunidade íntima de vida e de amor, querida pelo próprio Deus (cf Gaudium et Spes, 48), que só a esta luz manifesta o seu verdadeiro significado. É necessário pensar na vida eterna a partir da vida aqui. De tanto insistir na grandeza daquilo que a vida eterna nos reserva, podemos correr o risco de não perceber a grandeza da realidade da vida terrena. Quando falamos de imortalidade, não nos referimos simplesmente á imortalidade da alma, mas a toda a pessoa, com toda a realidade que a constitui. O corpo glorioso será este corpo "transformado" (cf lCor 15), como o corpo ressuscitado de Jesus Cristo, como o corpo de Maria assunta ao céu. Como o corpo é perecível, alguns pensam que pode ser usado com total liberdade e libertinagem, numa compreensão errônea do ensinamento de Paulo em relação á liberdade cristã. "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma". "Mas o corpo não é para a fornicação, e, sim, para o Senhor, e o Senhor é para o corpo". "Fugi da fornicação. Todo CM404

Entregar-se inteiro é entregar a vida inteira. A entrega do corpo é a expressão da entrega total de um cônjuge ao outro cônjuge. outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo, aquele, porém, que se entrega á fornicação peca contra o próprio corpo. Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus? e que, portanto, não pertenceis a vós mesmos?" (I Cor 6,12.13b.l8-19). Nosso corpo físico não é perene. No matrimônio, homem e mulher buscam juntos a santidade conjugal. Durante o tempo que Deus lhes dá para estarem juntos como casal, seus corpos se modificam biologicamente, e é nesse mesmo tempo que se realizam na caminhada de santificação. Portanto, glorificai a Deus em vosso corpo. Como? Deixando o Espírito de Cristo se entranhar em nós, no corpo, na alma e no espírito. É o que Paulo expressou na Carta aos Gálatas e o que nós temos como meta: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).

Sheila e Francisco Casal Provincial Sul I 7


ADEllDADE CONJUGAl, UMAAllANÇA "O que Deus uniu o homem não separe" Juntos para sempre. E o tema de estudo nos levou a refletir... Os temas de estudo são muito enriquecedores para nosso estado pessoal e de casal. Não se trata apenas de lermos e tirarmos dúvidas. O interessante mesmo é que o tema nos leva a refletir, a repensar como anda a nossa vida familiar, espiritual e sexual. O tema deste capítulo nos fez perceber que infidelidade não é apenas o ato da traição carnal, e sim a traição no mais íntimo convívio do casal. Eu te assumi e tu me assumiste, juntos construímos uma vida em comum, em harmonia, com nossas diferenças pessoais: duas pessoas se dizem sim, se assumem e juntas buscam um aceitar o outro com suas diferenças, no amor, no carinho e no respeito. Essa é a graça que o Sacramento do Matrimônio traz ao casal. A fidelidade em todos os aspectos foi sendo construída no dia-a-dia de nossas vidas, com perseverança, compreensão perdão mútuo. Se a fidelidade é uma arte de viver, afirmamos que sim, e essa arte 8

hoje para nós se completa a cada dia, desde o nosso ingresso nas Equipes de Nossa Senhora, meditando as palavras de Paulo: "Exorto-vos, pois, eu o prisioneiro no Senhor, a andares de modo digno da vocação a que fostes chamados" (Ef 4, 1). Fomos chamados à vocação do sacramento do Matrimônio e, hoje, engajados neste Movimento, temos consciência de que o Matrimônio é aliança entre homem e mulher e de ambos com Deus.

Kátia e João Carlos Eq. N. S. da Paz - Setor Arujá São Paulo, Sul I CM404


A ADEllDADE SE APERFElÇOA A fidelidade se apóia na confian- somos chamados a ser testemunhas ça e na atitude de respeito mútuo de nossa fidelidade: a forma como entre os cônjuges. E isso só se aper- nos comportamos perante o mundo, feiçoa com o passar do tempo, na a forma como nos referimos ao nosmedida em que se conhece melhor so cônjuge. O testemunho de fidelium ao outro, adquirindo consciên- dade também é dado quando estão cia de suas qualidades e de seus de- juntos, pela forma como se tratam, feitos. Assim, paulatinamente, oca- pela forma como superam suas difesal vai amadurecendo renças, pelo testemue sua relação vai ficannho de respeito de um do cada vez mais sóliem relação ao outro e ... o fruto da. Adquire-se a constambém pelas atitudes ciência plena de que do Espírito de ternura e carinho ninguém é perfeito e de com que se tratam. é amor, que ambos estão sujeiO sinal de felicidatos a erros, falhas, inealegria, de numa cultura que rentes ao ser humano. não encoraja a fidelidapaz, E neste ponto ressaltede depende de como o se a importância do bondade, casal dá o seu testemuperdão. nho. Como são os seus fidelidade. A fidelidade tamatos na prática? Como (Gl 5,22 ) bém se apóia na arte de as pessoas vêem este viver, que consiste na casal? Qual a capacidaatitude de conquista de deste casal vir a serpermanente um do outro, sendo cria- vir como referência, a ponto de destivos, receptivos, atenciosos, valori- pertar no meio em que vive não apezando também o encontro carnal, o nas uma admiração, mas, mais do que qual, respeitando a lei moral, não isso, um exemplo a ser seguido? deve ser asfixiado por um puritanisA reflexão sobre a profundidade mo exacerbado e por sentimentos do juramento que fizemos, ao recede culpa, muitas vezes inibidores de ber o sacramento do Matrimônio, uma entrega total. deve nos ajudar a enfrentar os deO testemunho da fidelidade se dá safios do cotidiano com alegria e não especialmente nas atitudes dos côn- como um peso, pois a real felicidajuges, quando um está longe do ou- de está em sabermo-nos único para tro. Qual é o seu comportamento quem é único para nós. quando está entre os colegas de trabalho, na roda de amigos, num enDóris e Alfredo contro social ou mesmo num enconEq. N. S. de Fátima- Setor E tro casual? Nesses momentos é que Porto Alegre!RS CM404

9


PRESENTES DE MARlA

Em julho de 2003, fomos convidados para coordenar um grupo de casais na Experiência Comunitária do Seto r C de Juiz de Fora. No princípio ficamos relutantes, com medo da responsabilidade, mas, colocando-nos no colo de Maria, iniciamos o trabalho no mês seguinte. Era um grupo de seis casais jovens, dos quais dois de noivos e um de namorados. O inicio da caminhada foi lento, porém com uma espiritualidade muito forte. Em março de 2004, tivemos a celebração do Matrimónio de Tatiane e Silvio. Em julho de 2004, Rachel e Alex perderam o nenê no sexto mês de gravidez, um golpe para todos, mais forte, porém, foi o testemunho de amor e confiança em Deus que eles nos deram. Em novembro, casaram Julieta e Leandro e, em janeiro de 2005, foi a vez de Luciana e Manoel. Neste ano nas-

ceram filhos a três casais da Equipe e um quarto casal espera uma filha para janeiro de 2006. Era visível como crescia a amizade entre os casais. Terminamos a experiência comunitária em julho de 2005, ao final de quase 02 anos, mas este foi o tempo certo para esse grupo e cinco casais deram o SIM para as ENS. Já tendo seu Sacerdote Conselheiro Espiritual, em breve serão mais uma equipe em pilotagem. Tudo isso nos deixa muito felizes, pois as sementes caíram em terreno fértil, germinaram e agora estão começando a produzir frutos. Agradecemos a Deus por nos ter feito seus instrumentos nesta caminhada. Que Nossa Senhora continue a nos abençoar.

Regina e Daniel Eq. 13 - N. S. do Caminho Setor C- Juiz de Fora/MG

VAMOS PROCURAR JUNTOS? No dia 12 de setembro de 2005 aconteceu o Encontro Anual dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais da Região São Paulo Sul II. Com a presença de 21 conselheiros, do CRR e dos CRS pelos 7 setores da Região, num clima de muita fraternidade, espírito de oração e reflexão, fomos recepcionados pelo setor de Itu. Orientados pelo casal Silvia e Chico Pontes (prata da casa), fizemos uma viagem às origens do Movimento, uma co-participação, um comprometimento com o Carisma e a Mística das Equipes de Nossa Senhora, manifestando um desejo renovado de "caminhar lado a lado", procurando juntos a santidade no Sacramento do Matrimónio e no Sacramento da Ordem.

Pe. Femando Augusto Meira, Cons. da Reg. São Paulo Sul II 10

CM404


CONHECENDO A CARTA MENSAL A Carta Mensal surgiu como uma necessidade para as equipes de casais. Em 1942, para animar o trabalho desenvolvido com os novos casais que entravam nos grupos, foi criado o boletim Lettre à Jeunes Foyers - Carta a Jovens Casais, e nele há uma recomendação do Pe. Caffarel sobre esse trabalho que se pode aplicar ao próprio boletim: "Esse trabalho é um começo, estabelece laços entre nós e assinala também a necessidade de ir mais longe, de procurar, de experimentar, de pensar as coisas, de vivê-las, de construir algo, por mais modesto que seja. (... ) O que buscamos é um pensamento verdadeiro e cristão, portanto vivo, proveniente da vida e dando-lhe sentido" (Em Um Homem Arrebatado por Deus, de Jean Allemand, pág. 41 ). Lettre a Jeunes Foyers, criada inicialmente para os grupos de casais do Padre Caffarel, era lido por um público bem maior, por isso deu lugar, em 1945, a L'Anneau d'OR - O Anel de Ouro - uma revista de orientação para casais em geral. Em outubro de 1944, porém, foi criado o boletim Lettre du Mois Carta do Mês, para circulação somente entre os casais dos grupos. Faz circular as notícias da vida dos grupos e suas atividades, como cursos de noivos, viagens missionárias dos casais e outras. Em 1947, os estatutos que oficializam o Movimento das Equipes de CM404

;~

..

~

Nossa Senhora, criam também a Carta Mensal (Lettre Mensuelle), na qual devem constar as orientações da Equipe Dirigente e a proposta da oração litúrgica para a reunião mensal. A Carta (Estatutos) de 1947/ 1972 assim se refere à Carta Mensal: "Entre a Equipe Responsável e as equipes, por mais afastadas que se encontrem, um contato estreito é muito necessário. Nem é menos importante que haja entre as próprias equipes um laço fraternal, feito de conhecimento mútuo, colaboração, oração. A Carta Mensal, endereçada a cada casal, estabelece e mantém esta dupla ligação vertical e horizontal. Encontram-se nela as notícias das equipes, o relato das experiências mais interessantes, o editorial a que já nos referimos, os textos de oração para a reunião mensal, informações etc ... " (Guia, Anexo 1, pág 62). Os objetivos hoje são claros, como os define o Manual da Formação, na página 11, onde se lê que a Carta Mensal é: • um veículo de Comunicação da Super-Região; • um instrumento de circulação da "seiva" do Movimento; • visa ao fortalecimento da unidade; • serve como meio de formação; • divulga notícias de interesse geral do Movimento.

Equipe da Carta Mellsal 11

-


CRlSTO REl

1-

A realeza de Cristo, que nasce da morte no Calvário e culmina no acontecimento dela inseparável, a ressurreição, recorda-nos aquela centralidade, que a ele compete por motivo daquilo que é e daquilo que fez. Verbo de Deus e Filho de Deus, primeiro que tudo e acima de tudo, "por Ele todas as coisas foram feitas", Ele tem um intrínseco, essencial e inalienável primado na ordem da criação a respeito da qual é a suprema causa exemplar. E depois que "o Verbo se fez homem e habitou entre nós" (Jo 1, 14), também como homem e Filho do homem, consegue um segundo título na ordem da redenção, mediante a obediência ao desígnio do Pai, mediante o sofrimento da morte e conseqüente triunfo da ressurreição. Convergindo n'Ele este duplo primado, temos não só o direito e o dever, mas também a satisfação e a honra, de confessar o Seu excelso senhorio sobre as coisas e sobre os homens, que pode ser chamado, com termo não certamente impróprio nem metafórico, realeza. "Humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz. Por isso é que Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, todo o joelho se dobre, nos céus, na terra e nos infernos, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor" (Flp. 2, 8-11). Querendo considerar também a natureza e o âmbito da realeza de 12

Cristo nosso Senhor, não podemos deixar de subir a esse poder que Ele próprio, na altura de deixar esta terra, definiu como total e universal, colocando-o na base da missão confiada aos Apóstolos: "Foi-Me dado todo o poder no céu e na terra. Ide pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado" (Mt. 28, 18-20). Nestas palavras não há só a explícita reivindicação de uma autoridade soberana, mas está também indicada, no ato mesmo em que ela é participada aos Apóstolos, uma sua ramificação em distintas, embora coordenadas, funções espirituais. Se, de fato, Cristo ressuscitado diz aos seus que vão e recorda o que já mandou, e se Lhes entrega o encargo tanto de ensinar como de batizar, isto explica-se porque Ele mesmo, precisamente em virtude do sumo poder que Lhe pertence, possui em plenitude tais direitos e está habilitado a exercitar tais funções, como Rei, Mestre e Sacerdote. À perj?;unta formal que Lhe fez Pilatos "Es Tu o rei dos Judeus? (Jo 18, 33), Jesus responde explicitamente que o Seu reino não é deste mundo e afirma "Tu o dizes: Eu sou rei", acrescentando logo a seguir: "Para isto nasci, e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade" (Jo. 18, 37). De tal modo, declara Ele qual é a dimensão exata da Sua realeza e a esfera em que CM404


se exercita: é a dimensão espiritual que encerra, em primeiro lugar, a verdade para anunciar e servir. O Seu reino, embora comece cá em baixo na terra, nada tem contudo de terreno, e transcende toda a limitação humana, lançado como está para a sua consumação além do tempo, na infmidade do eterno. Foi a este reino que nos chamou Cristo Jesus, dando-nos uma vocação que nos leva a participar naqueles seus poderes que já recordei. Nós todos estamos ao serviço, em virtude da consagração batismal, estamos investidos de uma dignidade e de um cargo real, sacerdotal e profético, com o fim de podermos eficazmente colaborar no seu crescimento e na sua difusão. «0 que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam acerca do Verbo da vida ... isso vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão COnOSCO» (1 lo. 1, 1.3). Eis enunciado, caríssimos, o vosso esquema de vida e de trabalho: vós, crentes e cristãos, leigos e sacerdotes comprometidos, recolhendo o testemunho dos Apóstolos, já vistes Cristo Redentor e Rei, encontrastes-vos com Ele na realidade da Sua presença humana e divina, histórica e transcendente, entrastes em comunhão com Ele, com a Sua graça, com a verdade e CM404

com a salvação por Ele trazidas, e agora, com base nesta forte experiência, pretendeis anunciá-1'0. É grande encargo, alta honra e dom inefável: servir Cristo Rei e utilizar tempo, canseiras, inteligência e fervor para O fazer conhecer, amar e seguir, na certeza de que só em Cristo- caminho, verdade e vida (lo. 14, 6)- a sociedade e cada indivíduo poderão encontrar o verdadeiro significado da existência, o código dos valores autênticos, a justa linha moral, a necessária força nas adversidades, a luz e a esperança acerca das realidades meta-históricas. Se é grande a vossa dignidade e magnífica a vossa missão, estai sempre prontos e alegres servindo Cristo Rei em todos os lugares, em todos os momentos e em todos os ambientes.

Excertos da Homilia do Papa João Paulo II de 23 de novembro de 1980 (Libreria Editrice Vaticana) 13


VlDA PARA ALÉM DA MORTE Novembro. Início do verão. Sol causticante. Espera das chuvas. O agricultor aguarda o "inverno". Então lançará a semente à terra que apodrecerá e morrerá. Só assim crescerá. Florirá e dará frutos. Estranho. Para ter a vida é preciso morrer. É assim que acontece com todos o seres vivos. Lei inexorável: nascer, crescer, viver, morrer. Desta, nem o Filho de Deus feito homem foi poupado. E o mês de finados. Pensar na morte entristece, amedronta. Por mais que tenhamos fé na imortalidade da alma, na vida eterna, na ressurreição da carne. Não será porque somos demasiadamente apegados a esta vida? Às pessoas e bens materiais? Ou porque tememos esse mergulho no desconhecido? Talvez as duas coisas. Rejeitamos a morte, lamentamos, choramos. A sociedade materiali ta quer banir a idéia de morrer. O que vale é gozar a vida, ser jovem. Saudável. Não se morre mais em casa, no aconchego da farm1ia e amigos, mas na solidão das UTI. As crianças são retiradas. Os cadáveres são maquiados e levados do hospital 14

para os velórios do cemitério. Para vencer essa rejeição só há um caminho: o da fé. Esta nos faz encará-la como uma etapa natural da vida. Então é preciso olhá-la de frente, aceitá-la, preparar-se para encontrá-la como algo de familiar, menos ameaçador. Aliás, esta é apenas uma ruptura dolorosa entre a matéria finita e o espírito infinito, um meio para se chegar à verdadeira vida. São Francisco de Assis chamava-a de "irmã morte". A figura da caveira de preto, com a foice na mão, não ajuda. Alguém já sugeriu pensá-la imaginando o fim de alegre CM404


festim que, em algum momento, tem de acabar. Caso contrário, não se agüentaria o cansaço das danças, das músicas, das comidas e bebidas. Nos conventos antigos, os frades saudavam-se dizendo: "memento mori" (lembra-te da morte). E o outro respondia: "carpe diem" (então aproveitemos bem o dia). E que preparação é esta? Cada dia sabermos morrer um pouco, através das perdas pequenas ou grandes, de uma separação, da morte de um amigo ou parente, da partida de outro, da notícia de uma doença letal. Conta-se que um homem fez um trato com a morte. Ela não viria buscá-lo sem um aviso prévio. Tempos depois morreram dois amigos de acidente, depois um vizinho, e, por fim, sua querida mãe. Finalmente, ele adoece e ... eis que vem a irmã morte. Mas, cadê o nosso trato? Ora, responde-lhe a morte, o fim de todas essas pessoas não lhe bastaram? Os cemitérios cheios de gente, flores, velas, prantos e preces falam dos entes queridos que já nos precederam. Mas devem falar também da nossa própria partida. E ser ocasião de pedirmos a graça de podermos aprofundar o sentido da nossa vida em seu aspecto fundamental. O de que devemos medi-la e organizá-la no tempo, tendo como base os valores eternos. Isto porque "o homem só morre uma vez e logo depois virá o juízo" (Hb 9, 27). Logo, é preciso contar com uma imediata prestação de contas com o Cristo, Juiz Justo e Misericordioso, da qual ninguém escapa. ColhereCM404

mos o que semeamos: o amor, a paz, a reconciliação, a misericórdia, num mundo assinalado pelo ódio, o egoísmo, a descrença. "A quem muito foi dado, muito será pedido" (Lc 12, 48). Então, a morte é este encontro pessoal com Ele, decisivo para nossa felicidade eterna. A fé é este dom e esta luz emanados de Deus que nos permite ver a morte como a necessária e definitiva passagem para os que estarão definitivamente com Cristo e ressuscitarão com Ele no último dia. Resta-nos pedir a graça de saber preparar-nos para essa realidade, aprendendo a morrer cada dia na batalha contra o egoísmo e o pecado, que nos impedem de vermos nosso destino de felicidade eterna. Então a separação entre vivos e mortos torna-se sutil e quase desaparecida, porque já nos consideramos mortos com Cristo e com Ele vivos. Somente a fé permite vivermos de modo novo a lembrança de nossos mortos. A visita a seus restos no cemitério, o lugar do seu repouso à espera da ressurreição, será ocasião preciosa de descobrirmos a felicidade que eles gozam junto de Deus. Do seu silêncio sepulcral eles anseiam por nos ver entrar, pedem nossas preces (se estiverem ainda em estado de purgação) e nos conclamam a preparar-nos bem para esta feliz recompensa de ver Deus face a face, através de uma vida terrena de Fé, Esperança e Amor.

Pe. Expedito Nascimento Enviado por Dorinha e Dau Eq. 06 - Setor B - Recife!PE 15


DAR GRAÇAS A DEUS Por ocasião do Dia Mundial de Ação de Graças, impressioname seu surgimento e o valor que lhe é dado, para garantir o futuro da Pátria. Agradecer a Deus é sinal de nobreza de sentimentos. A ingratidão fere, revela um caráter onde faltam sinais claros de dignidade. A atitude de demonstrar reconhecimento pelo dom recebido durante o ano não é prerrogativa de indivíduos, mas integra também qualquer corporação formada por pessoas criadas à imagem de Deus. Assim, o cidadão deve ser grato pelo que recebeu do Senhor, o sol que o alegra, o alimento que permite sobreviver. Também a Nação brasileira. Alguns ficarão surpreendidos ao saber que o assunto está fundamentado em uma lei, a 781 de 17 de agosto de 1941, assinada com Pena de Ouro pelo então Presidente Eurico Gaspar Dutra e regulamentada a 19 de novembro de 1965, pelo Decreto 57298, do Presidente Castelo Branco. E toda a lei deve ser cumprida. O Estado leigo, em regime de separação da Igreja, não implica ser ateu. Pensemos na inestimável colaboração mútua em favor de nosso povo. Isso nos leva a participar dos louvores a Deus, agradecendo os 16

benefícios recebidos durante o ano. Escrevo, não apenas para recordar o Dia Nacional de Ação de Graças, mas defender a importância do evento. Fortalecê-lo, para o bem dos indivíduos e de nossa Pátria. Costumamos protestar, reclamar, pedir e nos esquecemos do lado positivo já existente que contribui frutuosamente para o bem comum e deve ser objeto de agradecimento. As raízes do Dia de Ação de Graças se acham nos Estados Unidos. Os protestantes, que viajaram no Mayflower, em 1620, chegando à América do Norte, louvaram a Deus pelas colheitas obtidas e agradeceram pela nova pátria. A idéia se expandiu pelo mundo. No caso do Brasil, os primeiros passos foram dados pelo então Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Joaquim Nabuco. Na celebração do seu Centenário a lei foi aprovada e sancionada. CM404


A importância da Ação de Graças é uma característica dos cristãos. Na Epístola aos Romanos, São Paulo diz (1,21), referindo-se aos gentios, objeto da ira de Deus, por terem sido ingratos: "Pois, tendo conhecido a Deus não o honraram como Deus, nem lhe renderam graças; pelo contrário, eles se perderam em vãos arrazoados, seu coração insensato se perdeu nas trevas". Como em tantas outras áreas do progressivo aperfeiçoamento doespírito humano, a gratidão pelo bem recebido é manifestada no Evangelho - sempre o grande inspirador da busca da perfeição. Entre os vários

episódios comoventes de gratidão, está o encontro da Virgem Maria com sua parenta Isabel que talvez seja o mais tocante (Lc 1,6-55): "Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador". Estimulados pelo Dia Nacional de Ação de Graças, elevemos freqüentemente a Deus um coração agradecido.

Excertos da Mensagem do Card. D. Eugenio de Araújo Safes Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em 2811112003

TODOS OS SANTOS A Igreja celebra no dia 1o de novembro numa só festa, junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida (Cf. Ap 20, 12). Já no século IV, em Antioquia, comemoravam-se os santos desconhecidos. No século VIII a vemos celebrada entre os celtas no dia primeiro de novembro. Começou-se a celebrar a festa também em Roma desde o século IX, e no século X era celebrada com jejum e vigília. O sentido da festa é lembrar que Cristo ama a Igreja como a sua esposa, por quem deu a vida na Cruz, a fim de santificá-la. Somos todos peregrinos rumo à glória de Deus, porque todos na Igreja somos chamados à santidade. A Igreja, celebrando o mistério pascal de Cristo nos santos que sofreram com ele e com ele são glorificados, propõe seus exemplos aos fiéis e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus. (No Brasil a solenidade é celebrada no primeiro domingo de novembro, a não ser que dia lo desse mês caia em sábado).

CM404

17


O SENHOR FEZ E FAZ MARAVllHAS! Em dezembro de 2005, a Equipe 2B, Nossa Senhora do Rosário, Região São Paulo, comemorará 40 anos de existência e atividade. Agradeço a Deus e ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora a graça da perseverança e tantos frutos de fraternidade, amor e santidade. Fundada no segundo semestre de 1965, pelo casal Maria Luíza e Cláudio Mangeon, logo atraiu diversos casais, dentre os quais alguns são participantes ati vos até hoje: Dinah e José Pestana, Maria de Lourdes e Gerson di Donato, Neyde e Cid Baleeiro, Germana Waldvogel. Ao longo desses 40 anos, faleceram Konrad Waldvogel (esposo da Germana), Lourdinha (esposa do Pompilho Guimarães), Cláudio Mangeon, Eulália (esposa do Dr. José Raposo) e o conselheiro espiritual, Frei Isidro. Há sete anos, tive a graça de ingressar na Equipe como Sacerdote Cnselheiro Espiritual. Acredito que tudo acontece por intercessão de Maria Santíssima e a inspiração do Espírito Santo. Há quatro anos e meio, fui ordenado bispo e tive a alegria de contar com a presença de todos. Nos últimos quatro anos, outros casais vieram fazer parte da Equipe: Nilda e Renato Gianini, Maria Augusta e José Olavo Amorim, Rachel e Fernando Moya. Dentro das possibilidades e limitações, a equipe se esforça para ser fiel ao carisma do Movimento, demonstrando que 'o Senhor faz em nós maravilhas' porque realmente 'Santo é seu Nome' . Dom Pedro Luiz Stringhini Bispo Auxiliar de São Paulo - Região Episcopal Belém SCE Eq. 2B - N. S. do Rosário - São Paulo Capital I 18

CM404


JUBllEU DE PRATA PRESBlTERAl Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo Auxiliar de São Paulo, Região Belém, no dia 1o de agosto de 2005, celebrou jubileu de ordenação sacerdotal. Ele é Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe Nossa Senhora do Rosário São Paulo Capital I.

... Monsenhor Marcelino, 25 anos conduzindo casais na busca da santidade. Desde 1980 as ENS têm o privilégio de ter Monsenhor Marcelino como Sacerdote Conselheiro Espiritual. A caminhada teve início há 25 anos com a Equipe 1 do Pará-Nordeste em Castanhal, depois em Belém, onde é SCE das Equipes 4, 11 e 15, sendo ao mesmo tempo SCE do Setor A e, até agosto próximo passado, Conselheiro da Região Norte II.

Somente o amor define seu serviço às ENS e à Igreja. Ele dirige uma grande paróquia, servindo uma multidão de fiéis, é também Vigário Geral da Arquidiocese de Belém. Todas as funções que exerce na Igreja e nas ENS faz com a sabedoria do Espírito Santo e com a alegria, humildade e simplicidade de Nossa Senhora. Os casais de suas equipes testemunham o zelo, a dedicação e o carinho que tem por todos. É o conselheiro das alegrias e tristezas, das preocupações e da esperança, sempre animando os casais a promover a unidade nas ENS. As Equipes da Região Norte II sentem por este grande pastor admiração, gratidão e respeito. Louvamos a Deus, agradecendo e orando por Monsenhor Marcelino! Que ele continue sendo o pastor fiel, apóstolo de Jesus sempre a serviço da Igreja e das ENS. Parabéns! Felicidades! Muita saúde! Região Norte II, Setores AIB/C e Pará-Nordeste

Arcebispo saúda as Equipes Prezados Amigos das Equipes de Nossa Senhora: Tenho recebido, regularmente, as edições da Carta Mensal. Muito obrigado pela gentileza e pelas notícias e matérias que chegam através da revista. Com os melhores votos de êxito para as atividades das ENS em benefício de nossas famílias, saúdo-os fraternalmente, em Cristo e Maria.

Dom Raymundo Damasceno Assis Arcebispo Metropolitano de Aparecida (04/08/2005) CM404

19


JUBllEU DE PRATA DE EQUlPE A E q u ipe Nossa Senhora d o Sagr ado Cor ação, do Setor A da Região Rio III, no dia 9 de agosto de 2005, comemorou seus 25 anos de existência com uma Eucaristia presidida pelo Pe. Adalberto, seu SCE e grande entusiasta pelo Movimento. Os casais sintetizam sua caminhada com as palavras do Papa Paulo VI aos casais das Equipes de Nossa Senhora, no dia 4 de maio de 1970, em Roma: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformaivos pela renovação do vosso espírito (Rm 12, 2). Não desanimeis nunca na hora das fraquezas: O nosso Deus é um Pai cheio de ternura e de bondade, repleto de solicitude e transbordante de amor pelos seus filhos a quem afligem as penas da jornada. E a Igreja é urna mãe que procura ajudar-nos a viver em plena vida este ideal do casamento cristão de que vos recorda, com beleza, todas as exigências" (Pe. Caffarel, A Missão do Casal Cristão. Loyola, 1990. Pág. 99).

A Equipe Nossa Senhora do Lar, do Setor B de Catanduva/SP, agradecendo a Deus pelas graças recebidas através da vida de equipe, no dia 19 de abril de 2005 comemorou 25 anos de existência com uma celebração Eucarística e um encontro festivo. Participaram das festividades os casais membros, o casal ligação, a Conselheira Espiritual, Irmã Nelly, e também os casais que pertenceram à Equipe e dela se afastaram. Que Nossa Senhora do Lar continue a guiar a caminhada de todos esses casais. Rosa e Eduardo - CR Setor B Catanduva/SP

••• A Equipe 4 - Nossa Senhora Aparecida, do Setor C, de Belém do Pará, comemorou no mês de setembro o seu Jubileu de Prata, com uma Celebração Eucarística na Igreja de Santa Terezinha, presidida pelo Sacerdote Conselheiro Es20

CM404


piritual da Equipe, Monsenhor Marcelino Ferreira. São 25 anos de pertença ao Movimento das ENS, desde 1980 vivendo a espiritualidade conjugal e buscando na ajuda mútua a Partilha dos Pontos Concretos de Esforços. Três casais fundadores permanecem até hoje, compondo com outros três casais, a equipe, além de Monsenhor Marcelino Ferreira Conselheiro Espiritual que ao longo desta caminhada, tem sido o grande farol da equipe na busca da santidade. Os casais da Equipe, nesses 25 anos, vêm rezando juntos, estudando juntos, rindo juntos e chorando juntos, com a ajuda e proteção de Nossa Senhora Aparecida. O Setor C rejubila-se com a Equipe 4 e roga a Deus as bênçãos para que todos os casais possam viver intensamente o sacramento do Matrimônio. Setor C, Região Norte II

Ordenação Presbiteral Fábio dos Santos Modesto. Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe 3A, Nossa Senhora Aparecida, foi ordenado presbítero pelas mãos de Dom Carmo João Rhoden, numa linda celebração dia 16 de abril de 2005. no Santuário Mariano Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Pindamonhangaba/ SP. Que Deus ilumine seu ministério Padre Fábio! CM404

Forte e perfumado quanto o cedro do Ubano A família - filhos, netos, nora e genros, e os numerosos parentes, irmãos, sobrinhos, primos - sonhava com uma grande festa. Não foi possível. Mesmo assim, apesar do estado de saúde precário do Jorginho, depois da quimioterapia e de sessões de radioterapia, a família de Brasília e os irmãos e familiares vindos de Belo Horizonte reuniram-se, no último dia 9 de julho, para participarem da celebração das Bodas de Ouro de Carime e Jorginho. com missa presidida pelo jovem Padre Alexandre Nahass Gouveia, primo de Carime. Padre Alexandre, pensando nos antepassados da família. comparou o amor que une o casal jubilar ao cedro do Líbano, árvore de profundas raízes, longe\< a e de perfumada madeira, inclusive com muitas referências na Bíblia. O filho Ralil foi o comentarista da missa. A emoção tomava conta de todos. Ao final da celebração, o filho, as filhas e os netos homenagearam o casaL cantando belíssima canção, com letra especialmente escrita pela família para a ocasião. O casal pertence à Equipe no 27, N. S. do Perpétuo Socorro, do Setor F, Centro-Oeste I.

21


11 ENMEAL Realizou-se em São Paulo/SP, nos dias 23, 24 e 25 de setembro de 2005, o II Encontro Nacional dos Movimentos Eclesiais e Laicais, cujo terma era "Movimentos e Associações laicais e o Projeto Nacional de Evangelização - Queremos ver Jesus, caminho verdade e vida", tendo como lema "Carismas em comunhão na Igreja Evangelizadora". O principal objetivo do evento foi "discutir a relação dos carismas particulares de cada movimento ou associação com os projetas quer da Igreja no Brasil quer da Igreja particular, onde estão inseridos os seus membros". As Equipes de Nossa Senhora estiveram presentes nas pessoas de Frei Avelino (SCE/SR), Graça e Roberto (CRISR) e Rosa e Paulo (Casal Comunicação Externa/SR).

Partiram para a casa do Pai Zailde Paes Guimarães, no dia 25 de julho de 2005. Integrava a Equipe 3, Nossa Senhora Aparecida de Juruti, no Pará. Lourdes, do Roberto, no dia 23 de janeiro de 2005. Integrava a Equipe 22 - N. Senhora da Consolação, do Setor B - Rio I, após celebrar Bodas de Diamante e 36 anos de equipe. Marli P. Reynado, no dia 6 de novembro de 2004. Muito ativa no Movimento, integrava a Equipe 2-A,Nossa Senhora do Rosário de Jundiaí/SP. Alex Brunner Freijó, no dia lo de março de 2005. Integrava a Equipe Nossa senhoa das Graças do Setor A de Jundiaí/SP. Adalberto P. Zeni, no ia 20 de agosto de 2005. Integrava a Equipe Nossa senhora do Perpétuo Socorro, do Setor A de Jundiaí/SP. Pe. Fernando N. de Paiva- no dia 4 de setembro de 2005, quando subia a ladeira da Penha para celebrar missa. Era SCE das Equipes N. S. do Perpétuo Socorro e N. S. de Fátima e já o fora das Equipes N. S. da Penha e N. S, de Loreto- Setor B-Rio V. Uma pessoa boníssima, humilde e de fé inabalável, era suave, dedicado, devoto de Maria. Estava sempre disponível às Equipes. Ele escutou a Palavra que diz: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me (Me 8, 34). Na missa de exéquias, presidida por um Bispo, esteve presente todo o Setor B da Região Rio V, cujos casais testemunharam-lhe o carinho diante da multidão de fiéis. 22

CM404


MAGNlACAT Em fevereiro de 1988, em comemoração aos quarenta anos da Carta das Equipes de Nossa Senhora (Estatutos) e em preparação à Peregrinação Internacional a Lourdes, a direção do Movimento brindava a todos os equipistas com um tema de estudo preparado pelos Conselheiros Espirituais da ERI e da ECIR (hoje Super-Região Brasil): MAGNIFICAT era seu título. A preocupação inicial era clara: oportunidade para melhor compreender e viver esta Palavra de Deus, como oração cotidiana das Equipes de Nossa Senhora . E acrescentava: é preciso não correr o risco de, muitas vezes, recitar essa oração por rotina. O alerta sempre continua válido. Não podemos nos acostumar com o sagrado. Não podemos vulgarizar o sagrado. O Magnificat é um dos cânticos mais belos e simples que existem, sendo uma expressão fiel da alma de Maria, uma resposta ao mistério da Anunciação. O que podemos ver de extraordinário nas estrofes que o compõem? A minh 'alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador. CM404

Essa estrofe tem como idéia dominante a alegria de Maria por estar experimentando pessoalmente o olhar misericordioso de Deus. Maria exulta de alegria pelo dom supremo de Deus à humanidade, que é seu próprio Filho. Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. Maria manifesta o sentimento de sua pequenez frente ao Senhor, poderoso e misericordioso, que a chama para ser a mãe do Messias, prometido ao seu povo eleito. Vem unir-se ao povo de Deus, do qual se torna imagem e símbolo. Esse olhar de Deus é de predileção e expressão de sua graça. O Poderoso fez em mim mara-

.....;

23


vilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem. É o deslumbramento diante das obras de Deus, o Poderoso, a quem nada é impossível. Maria possui muitos motivos para falar das maravilhas feitas por Deus nela mesma e por todo o seu povo escolhido. Quem ousa contestar a misericórdia, a ternura, a fidelidade e o amor de Deus para com o ser humano? Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos! Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. É a ternura de Deus se manifestando especialmente em favor dos pobres, dos pequenos e dos humilhados, em detrimento dos ricos, dos orgulhosos, dos desejosos de poder e duros de coração. É o Senhor confundindo os critérios do mundo e enchendo de bens os humildes. É Maria nos fazendo compreender que é sobretudo a humildade de coração que atrai a benevolência de Deus. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido a nossos pais, Em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Nessa última estrofe, o cântico do Magnificat exalta o cumprimento das promessas e a fidelidade de Deus com o seu povo escolhido. É Israel o objeto do favor e da predileção de Deus, que é um Deus fiel. Maria não se detém a contemplar seu caso pessoal, mas compreende que esses dons são uma mani24

festação da misericórdia de Deus. Mas, nela Deus cumpre suas promessas com uma fidelidade e generosidade abundantes. O Magnificat é um cântico pessoal de ação de graças de Maria, a Virgem que se revela agora no seu destino mais universal. Sua ação de graças se transforma na ação de graças de todo o povo de Deus. Não se pode rezar ou cantar o Magnificat sem uma integração ao grande movimento da esperança messiânica. O Magnificat é uma exultação baseada na fé e no convencimento de que o Senhor mantém aquilo que promete ao seu povo escolhido. Pe. Bernard Olivier, então CE da ERI, propõe uma questão instigante e ao mesmo tempo desafiadora, quando fala que as Equipes de Nossa Senhora são uma demonstração do amor e da escolha privilegiada de Deus: "Se as ENS são mimadas por Deus, como Israel o servidor, é para que sejam testemunhas entre as nações". E as nações precisam muito do testemunho de vida dos casais cristãos, aplicando-se a nós, equipistas, a advertência do apóstolo: "Ai de mim, se não evangelizar!". Este, certamente, pode ser um itinerário de oração que podemos fazer ao recitar, todos os dias, até mais de uma vez, o Magnificat, inclusive em preparação ao novo Encontro Internacional de Lourdes 2006.

Mariola e Elizeu Eq. 19- Brasaia Região Centro-Oeste I CM404


VAMOS A lOURDES! Já estamos nos aproximando do fim do ano, quando as companhias aéreas começam a abrir as reservas para seus vôos no ano de 2006, ano do nosso Encontro Internacional de Lo urdes. Portanto, já é hora de pensar em fazer seus programas de viagem. Caso vocês só pretendam participar do Encontro, basta apenas se preocupar com as passagens aéreas até Lourdes, mas se desejam aproveitar a viagem para fazer algum turismo, sozinhos ou em grupo, precisam de um planejamento mais detalhado e quem sabe contando com a ajuda de uma empresa especializada. Não esqueçam também de verificar a validade de seus passaportes, se já os têm, ou de tirá-los o mais cedo possível, se não os têm.

Repassando a1qumas informações Dados complementares: Além dos dados que vocês nos enviaram através da ficha de inscrição e dos dados solicitados através da ficha complementar (disponível na Internet através consulta a nossa página na seqüência: "Eventos" > "Acompanhe sua inscrição" > "Inscrição" > "Cadastro - 28 parte"), a Organização Internacional nos solicitou outras informações que já foram introduzidas nessa página "Cadastro- 28 parte". Algumas informações já podem ser fornecidas de imediato e outras, como, por exemCM404

plo, as referentes à chegada e saída, poderão ser preenchidas oportunamente; Encerramento das inscrições: Ainda não temos informações sobre a data de encerramento das inscrições, mas julgamos que, pelo menos até o final do ano, elas ainda serão possíveis. Após esse prazo ainda há a possibilidade de haver substituições de inscrições desistentes por novas inscrições. Este assunto será objeto de divulgação nas Cartas Mensais e na página das ENS na Internet. Desistências: Não deixem de comunicar as desistências ou qualquer mudança nos dados cadastrais: a) Diretamente pela Internet, cancelando sua inscrição no SITE das ENS (entrar com o n° da inscrição e senha no título "Acompanhe sua Inscrição I Cancelamento") b) Comunicar sua desistência ou alteração de dados cadastrais por fax, telefone, correio ou e-mail (indicar seu n° de inscrição ou código da equipe e nome do inscrito) Inscrições oficiais: As inscrições oficiais já foram enviadas em outubro, seguindo o critério dos préinscritos que estavam habilitados com um mínimo de parcelas pagas. Aqueles que não preencheram esses requisitos foram bloqueados pro25


visoriamente até que regularizassem sua situação. Procurem tirar suas dúvidas com os seus Casais Regionais. Desta vez nos ativemos a passar alguma informações que julgamos bastante importantes para que todos estejamos em sintonia com o

que está acontecendo em relação ao nosso Encontro. Fiquem com Deus, irmãos.Com nosso carinho,

Regina Lucia e Cleber Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes

• • • Nossa Biblioteca • • •

O CASAMENTO, RESPOSTA DE DEUS Uma proposta às Equipes de Nossa Senhora Pe. Flávio Cavalca de Castro, C.Ss.R. • Como discernir a vontade de Deus aqui e agora? • O que você sabe sobre a missão do leigo casado na Igreja e no mundo? • Qual é o rosto, a identidade inegociável da Igreja hoje e daqui a 100 anos? • Você tem clareza sobre a encarnação e a ressurreição de Jesus Cristo? Estas são algumas das perguntas que Padre Flávio nos ajuda aresponder. O Casamento, resposta de Deus contém artigos e palestras de um Sacerdote Conselheiro Espiritual para casais equipistas. São palavras de um pai e amigo que fala a linguagem dos filhos. Nele podemos encontrar frases como: • Se alguém perguntasse a Deus: "O Senhor quer que eu case ou que eu fique solteiro?", Ele responderia: "Para mim é indiferente. O importante é que você ame, procure a verdade, faça o bem". • A vida é uma proposta de Deus a cada um de nós. Vocação não é uma questão apenas para adolescentes e jovens. É uma questão de "escuta da Palavra" levada a sério até o fim. Adquira o livro junto ao Secretariado Nacional. Preço: R$ 10,00, mais transporte. (Encomendas em lotes barateiam o transporte - Consulte seu CRS). 26

CM404


VlVÊNClA DOS PCE Todos temos consciência de que os Pontos Concretos de Esforço são parte indispensável na pedagogia do Movimento e que através deles o casal crescerá espiritualmente. Contudo, muitos casais encontram extrema dificuldade em realizá-los, mesmo após vários anos de equipe. Devemos sempre buscar nas reuniões e na convivência com os casais da equipe, pela ajuda mútua, a força para continuarmos empenhados em realizar os PCE. É importante que busquemos refletir sobre os objeti vos dos Pontos Concretos de Esforço, os benefícios que proporcionam e o que podemos fazer para tirar o maior proveito da sua prática, visando a melhorar o relacionamento do casal, tendo em vista a busca da santificação de ambos. A Regra de Vida, cuja escolha geralmente é individual, pode dar a falsa idéia de que não interfere muito no relacionamento do casal. No entanto, se escolhermos como Regra de Vida uma atitude que vise ao bem do cônjuge, estaremos contribuindo em muito para ampliar os momentos de harmonia do casal. Muitos casais relatam dificuldades para seguir suas Regras de Vida. Não existe fórmula mágica, mas a chave do sucesso pode estar em começar com pequenas coisas. Se colocarmos como regra algo complexo ou difícil de se atingir, como por exemplo "nunca mais vou discutir com meu cônjuge" , na primeira dificuldade teremos a sensação de que CM404

fracassamos e, até inconscientemente, nos sentiremos desmotivados para continuar tentando. Na verdade as grandes jornadas começam pelos primeiros passos. Não se alfabetiza uma criança iniciando pela letra Z. Sempre começamos aprendendo a letra A, de pronúncia mais simples e que será a base para se dominar todo o alfabeto. Da mesma forma, para se construir um sofisticado edifício, a trabalho deve começar por um simples buraco que irá receber o alicerce de sustentação da obra. O prédio desmoronaria sem um alicerce. Com a Regra de Vida não é diferente. Convém começar com algo simples, mas que possa ser bom para o cônjuge, como colocar objetos nos lugares próprios em casa, agendar datas importantes para não esquecer, telefonar para saber se está tudo bem em casa ou no trabalho, elogiar, sorrir, fazer coisas que além de agradar evitarão futuras discussões e divergências entre os dois ... O importante é não parar por aí. Quando a primeira regra já estiver incorporada em seu dia-a-dia, parta para uma nova sem abandonar a antiga, e assim por diante. Em pouco tempo o casal terá eliminado uma série de pontos de discórdia e ambos terão cada vez mais motivos para valorizar a convivência em busca da plenitude do amor conjugal.

Beatriz e Fernando Ferreira Netto CR Eq. 11 C - N. S. do Perpétuo Socorro - Curitiba/PR 27


REGRA DE VIDA Pertencemos às Equipes de Nossa Senhora para descobrirmos as riquezas do sacramento do Matrimônio e viver uma espiritualidade conjugal. Desejamos trilhar caminhos que nos conduzam a uma união com Deus mais íntima e mais profunda. Há uma busca de santidade na vida familiar e através dela. Utopia? .Com certeza, não. Não é uma fácil tarefa, mas, por isso mesmo, muito gratificante. Somos constantemente estimulados a amar sem egoísmo. Através da Regra de Vida nos propomos a assumir um esforço pessoal para sermos melhores e mais santos. Se buscássemos sozinhos, certamente seríamos tentados a abandonar o esforço, mas, ajudados pelo cônjuge, pela equipe e pelo SCE, temos muito mais chances de obter sucesso. A Regra de Vida é um convite que nos é feito para escolhermos uma atitude ou diversas que nos levem a progredir na direção de um crescimento espiritual e humano. Confom1e a sábia orientação do Pe. Flávio Cavalca, para bem escolhermos uma "regra de vida", devemos primeiro ver as graças que recebemos de Deus, os convites, as inspirações, os caminhos que ele nos aponta. E acrescenta "Tome consciência dos seus don , capacidades e carismas, descubra as necessidades e as tarefas que lhe são propostas pelo ambiente em que vive. Exan1ine seus pontos negativos, suas dificuldades, seus defeitos, suas falhas, seus pecados 28

habituais ou mais freqüentes." Observa, ainda, o Pe. Flávio: "A Regra de Vida não deve tran formar-se numa camisa de força ou numa obsessão. Deve ser assumida com seriedade, mas também com tranqüilidade, realismo e alegria. O garoto Davi não suportava o peso da armadura de Saul: teve de ir para a luta apenas com sua funda e algumas pedras. Descubra o seu jeito, acerte o seu passo, mas não pare". O importante é que nos conheçamos cada vez mais e melhor para que possamos reconhecer aquilo que em nós se opõe à vontade de Deus. Assim, podemos nos fazer alguns questionamentos: • Interesso-me verdadeiramente por meu cônjuge? • Estou disposto(a) a renovar o amor? • Que atitudes posso assumir para ajudar meu cônjuge a ser mais feliz? • Auxílio, com a minha palavra, o cônjuge para que desenvolva as aptidões que lhe são próprias? Deus quer que nos coloquemos a serviço dos irmãos. Portanto, devemos nos empenhar ao máximo para ajudar o nosso cônjuge a ser o que realmente é. Somente assim seremos verdadeiramente companheiros de caminhada na busca da santidade. Será conveniente perguntar-me freqüentemente: • Quais as tendências devo combater, minhas fraquezas, falhas? CM404


• Quais os dons que recebi e devo fazer frutificar? Como se trata de um caminho espiritual, o avanço não é linear e nós precisamos recomeçar sempre. É necessário revisar as nossas regras de tempos em tempos. Sabemos que é pela fidelidade nas pequenas coisas que a graça do verdadeiro amor se sustenta. De outra parte, é certo que o "esforço exigido na Regra de Vida é uma coisa pe-

quenina que se repete a todo momento, que nos coloca sem cessar em confronto com nosso orgulho, nossa preguiça, nossa impulsividade". O que realmente importa na escolha da Regra de Vida é não perder de vista o fim a ser alcançado: a busca do verdadeiro amor, a busca da santidade.

Clélia e Domingos Eq. N. Senhora do Carmo Setor D - Porto Alegre/RS

CRlAÇÃO DE PRÉ-SETOR No dia 10 de setembro de 2005, quando os equipistas estavam reunidos para uma tarde de estudos, Nancy e Rubens, Casal responsável pela Região Paraná Norte, deram a notícia de que as quatro Equipes de Nossa Senhora da cidade de Cascavel/PR passariam a ser um Pré-Setor, ligando-se diretamente à Região. Na oportunidade, foram esclarecidas dúvidas sobre a estrutura do Movimento e as responsabilidades que os membros do colegiado então constituído iriam assumir. O Conselheiro Espiritual do Pré-Setor recém instalado, nosso querido Arcebispo Dom Lúcio, destacou, na condição de integrante do Movimento há mais de 40 anos, o real valor e significado das ENS na vida dos casais, com reflexos em toda a sociedade, razão pela qual demonstrou seu total apoio ao crescimento do Movimento em toda a arquidiocese, enfatizando o comprometimento de todos os integrantes no Pré-setor na causa do Movimento. Rogamos a Deus que derrame suas benções sobre o Pré-Setor Cascavel, a fim de, iluminado pela força do Espírito Santo, possa cumprir com seus objetivos, fomentando o crescimento do Movimento das ENS em nosso Município.

Renata (do Joaquim) Eq. N. S. Aparecida - Cascavel/PR

CM404

29


MARlA E OS PCE Queridos irmãos equipistas, quero partilhar com vocês um momento único em minha vida. Ao preparar uma palestra cujo tema era "Ser Maria no mundo", surpreendi-me a pensar em quantas vezes fiquei a sós com Maria a rezar, a contemplar os mistérios do santo terço e nunca pedi a Ela que me ajudasse a dar um sim sincero e fiel como o dela (Lc 1, 26-38) ao seu Filho, seguindo o que Ele me pede, através do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, esforçando-me para vivenciar os PCE, meios propostos como forma de atingir a santidade pessoal e em casal. Muitos casais encontram dificuldades em realizá-los: há os que desistem logo, alguns permanecem nos primeiros passos, outros insistem, apesar das quedas, e há ainda os que pedem auxílio à Mãe e nela encontram a segurança que sua figura maternal transmite e que lhes falta para continuar. Naquele momento me vi nos braços maternais da nossa Mãe Maria e pedi: "Ensina-nos a amar a Deus, seguindo o que o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos propõe com o seu carisma e a sua mística, a nos esforçarmos para vivenciar os PCE, graças oferecidas pelo Senhor para o nosso crescimento e santidade. A Mãe, na sua docilidade, me acena com a palavra amor. Maria foi desde sempre pensada, querida e amada por Deus (Ap 12,1). O 30

amor de Deus manifesta-se por múltiplas intervenções, desde a criação, em toda a história da humanidade (Os 11, 1-4). E o mais importante de seus mandamentos é "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração ... " (Me 12, 30). Então, pareceu-me ouvir Maria dizer-me: Está faltando amor! Irmãos equipistas - que talvez como eu murmurem: Os PCE são difíceis! É complicado! Tenho dificuldades, não consigo! -Será que não está faltando amor em nossos corações? Maria nos assumiu a partir do seu sim, sem pensar em nada mais do que servir... Esta palavra continua viva e ecoando pelos séculos. E a melhor forma de vivê-la é amando. Se está faltando amor também para assumir os PCE, peçamos a Maria. -Mãe, mostra-nos o caminho. Mostra-nos, teu Filho, o Amor. Tenho certeza que nos atenderá, afinal, queremos "ser Maria no mundo".

]oselva e ]orvino Eq. N. do Bom Parto Setor Grande ABC III São Paulo Sul I CM404


UMA FAMlllA FEllZ? Resposta às perguntas "Somos uma família feliz? Quais os pontos positivos e negativos desta relação?" - propostas pelo SCE à eq uipe, para reflexão em fanu1ia: Sim. Acreditamos que podemos construir uma família feliz, inclusive achamos que já somos uma família feliz, mesmo com as dificuldades do dia a dia, com os normais desentendimentos e discussões, que justamente existem para que realmente aconteça o diálogo e a conversa entre os membros da família. A nossa família, que consideramos feliz, vai apenas se solidificando com o passar do tempo. Temos um exemplo para essa construção da família e achamos que as coisas são mais ou menos por aí: quando se constrói uma casa, mesmo ela estaudo totalmente pronta, com o passar do tempo precisamos realizar reformas, fazer reparos, melhorá-la em algumas coisas que achávamos certas, refazer a pintura, fazer a manutenção do jardim, trocar as telhas quebradas por tempestades etc ... Ou seja, mesmo tendo aquilo que achamos que é perfeito (aqui falamos particularmente da nossa família feliz), com o passar dos dias, meses e anos vamos nos moldando, mudando, de preferência para melhor, compreendendo melhor os integrantes dessa família , aprendendo novas lições, com os acertos ou com os erros .. . Finalizando, a família feliz já está aí. O CM404

que precisamos é manter isso, manter a chama acessa, a harmonia no lar e principalmente o amor entre os elos dessa corrente. Pontos positivos: união, respeito, companheirismo ... Pontos Negativos: é difícil pensar e escrever isso nessas horas, mas acreditamos que não seja um ponto negativo, mas sim uma coisa que podemos melhorar, que é o diálogo e a questão de entender o jeito de ser, pensar e agir de cada um, que com certeza é diferente em cada um de nós.

Thiago e Gabriel Filhos de Ju e Vítor - CRR Paraná Sul 31


E DEUS NOS DEU DE VOLTA Foi no dia 19 de abril de 2005 que o Lucas precisaria de uma cirurgia recebemos a notícia que o nosso fi- de urgência. E a graça aconteceu: lho Lucas tinha sido acidentado e Um casal equipista encaminhou ouestava sendo encaminhado ao Pron- tro médico, irmão de equipe, que cuito Socorro de nossa cidade. dou do Lucas dezessete dias no hosFilho é tesouro, por isso, com afli- pital, com muita dedicação, carinho ção e muita dor, nesse dia o entre- e amor. gamos nas mãos do Lucas precisou faSenhor que nunca nos zer várias cirurgias, Todos vós, desamparou. mas Deus nos ia mosChegando ao Prontrando que não precisaconforme to Socorro, encontraria amputar o pé. Após o dom que mos o filho saindo do dez dias, o médico disrecebeu, Raio X juntamente se-nos que não teria com o médico, pois ele mais chances e que a consagrai-vos tinha perdido parte dos amputação seria neao serviço dedos do pé direito e cessária. Fomos à caelos outros, estava muito transtorpela e entregamos nosnado com a situação. so filho nas mãos de como bons Logo, o médico se diriNossa Senhora. No dia dispensadores giu a nós e disse que o seguinte, após longa ciela graça ele caso era grave e teríarurgia, abriu-se a posmos que encaminhá-lo sibilidade de um enxerDeus. (IPe 4,10) para o Hospital. to ... Hoje, ele está com Mesmo em meio a cinqüenta por cento do tal aflição, percebi como mãe que pé. Tem uma deficiência, mas está aquele médico nos transmitia se- conosco vivo, alegre e cheio de vida. gurança e graça de Deus. E semAgradecemos a Deus que nos pre que o via no hospital ele per- deu de volta o nosso tesouro e a guntava: Nossa Senhora por tantas graças. -Como está o menino? Aos médicos pela dedicação amoLogo viemos a saber que era um rosa e ao nosso Sacerdote Conseequipista, e concluímos que ele foi lheiro e às Equipes de Nossa Seum instrumento de Deus para aten- nhora, que nos sustentaram com orader o nosso filho com tanto amor. ções e nos ampararam psicológica Nesse mesmo dia nos comuni- e emocionalmente. camos com uma irmã de equipe, Sandra e Eduardo pedindo-lhe que entrasse em oração Eq. N. S. do Carmo - Setor B juntamente com a Equipe de InterDivinópolis/MG cessão Nossa Senhora de Caná, pois 32

CM404


RECONSTRUÍDA SOBRE A ROCHA Nós casamos muito cedo, eu com 14 e ele com 21 anos. Não fizemos nenhuma preparação, como curso de noivos ou qualquer outra que se costuma fazer antes de casar. Não sabíamos e não queríamos entender que o casamento é um sacramento. Para nós era mera cerimônia. Vi vemos assim por muitos anos, até fazermos parte de uma equipe de Nossa Senhora. Mas também não entendíamos o tesouro que nos era apresentado a cada reunião. Veio, então, uma tempestade que derrubou nossa casa construída sobre a areia do egoísmo, do individualismo, da falta do diálogo e da prática do perdão. Outra pessoa entrou na vida de um de nós e, como éramos fracos, uma das partes desmoronou. Depois de 21 anos de casados, veio a separação, trazendo muita mágoa, dor, sofrimento. Deus, porém, tinha um desígnio para nós: Descobrir o amor e o perdão. Afastamo-nos da equipe, mas não de seus integrantes. Estes foram a nossa força amiga, cheios de carinho e de compreensão. Não fizeram interrogações nem acusações, CM404

mas se fizeram presentes em todos os sofrimentos. Nós, fracos demais na fé e no perdão, ficamos irredutíveis, insensíveis, sem perceber a presença de Deus nos irmãos que nos apoiavam. Mas o que Deus uniu o homem não separa, e assim foi conosco: Quando achávamos que tudo estava perdido, nossos sonhos, nossos ideais de uma família feliz ... Deus nos colocou frente a frente e, assim, sem brigas ou acusações, pela primeira vez em anos de convivência, dialogamos e com muita sinceridade aparamos nossas ares33


tas, demo-nos outra chance, praticamos nesse diálogo o perdão, sob o olhar misericordioso de Deus e o bondoso de Maria. A primeira atitude foi voltar para a equipe, pois sabíamos que o nosso lugar estava ali. Nossos irmãos esperavam a nossa volta. Como filhos pródigos, voltamos e fomos acolhidos com muito amor e compreensão. Hoje, podemos afirmar com sinceridade que somos felizes. Aprendemos e sabemos a importância da prática do perdão, do diálogo e da Oração Conjugal. Nesta, todas as noites nos colocamos na presença de Deus e de Nossa Senhora e nos entregamos em oração como casal e como farru1ia.

Completamos, no dia 23 de julho de 2005, 25 anos de casados, quando, com muita consciência, renovamos nossos votos do sacramento do Matrimônio, numa cerimônia presidida pelo Sacerdote Conselheiro Espiritual da nossa Equipe e com a presença de todos os irmãos de equipe, que se uniram a nós para festejar a vitória do amor. Nossa casa foi reconstruída sobre a Rocha e podemos dizer com toda a certeza: o que Deus uniu o homem não separa.

Zoraide e Moacir Eq. N. S. da Consolata Votorantim/SP

.. .. .. . .. .. . . ........ .. .... ... . ... . ...

AS GRANDES OBRAS DO SENHOR Nunca esquecerei aquela madrugada do dia 16 de junho de 2005, quando levei meu esposo às pressas ao hospital, em Aracaju, desmaiado e com uma forte hemorragia. Pensei em muitas coisas, que não tinha mais jeito, porém não desisti. Naquele momento, Deus me deu forças e orientou minhas ações. No caminho para o hospital, orei, pedindo a Nossa Senhora que intercedesse pelo meu marido junto a seu Filho e entreguei tudo nas suas mãos. No hospital, meu marido foi prontamente atendido pelos médicos. Perdeu muito sangue e só foi considerado fora de perigo depois de 4 horas. Segundo nos disseram os médi34

cos, por questão de minutos talvez fosse tarde para salvá-lo. Tenho certeza que Nossa Senhora atendeu o meu pedido, intercedendo por mim junto a seu Filho. Irmãos equipistas, perseverem na oração sem desanimar. Nossa Senhora nos ouve quando falamos com Ela. A partir do acontecido, começamos a rezar juntos, o que ainda não fazíamos, e não pretendemos parar nunca mais. Glória ao Senhor pelas maravilhas que realiza em nós.

----------------------Laudicéia do Zé Lima Eq. 02 - N. S.ra. Aparecida Setor N. Sra. Aparecida/SE CM404


O SCE E O SEMINARISTA Ainda continuamos convivendo com pessoas apaixonadas pela causa de Jesus, que assumem, responsavelmente e sem medir esforços, o projeto de Deus, dispondo de seus don a serviço da Igreja como um todo e, particularmente, do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Pessoas que acreditam na força transformadora dos PCE, para que o casal equipista fomente o carisma da sua espiritualidade conjugal e a capacidade de viver em comunidade. Como Casal Piloto da Equipe 9, Nossa Senhora Mãe de Fátima, de São José do Rio Preto, estamos bastante empolgados e felizes pela convivência com os casais que compõem aquela equipe e também com

o SCE, Padre José Carlos de Siqueira, um exemplo de dedicação e sinal da presença libertadora de Deus. A referida Equipe está sendo repilotada após ter sido reestruturada com o ingresso de mais trê . Por outro lado, em nossa Equipe, temos o privilégio e a benção do acompanhamento do nosso SCE, Padre Jarbas, há quase 15 anos, e nos últimos meses está participando de nossas reuniões também um seminarista. A presença dos dois na vida da nossa Equipe 5 tem propiciado vivermos uma grata e confortável experiência.

Adriana e Jorge Abdanur Eq. 5 - N. S. Mãe de Deus, Setor C São José do Rio Preto!SP

GRAÇA DE SER EQUlPlSTA Temos um ano e meio de equipe e a chuva de bênçãos e graças é muito grande. O tema sobre sexualidade que estudamos tem-nos mostrado a dignidade e a grandeza de nossa vida sexual. Nossas reuniões são repletas do Espírito Santo e marcadas pela alegria de estarmos juntos e pelo nosso crescimento espiritual. Fizemos pela primeira vez nosso retiro este ano, e que maravilha! Nosso pregador e conselheiro CM404

Padre Gilberto, trabalhou os PCE's de forma profunda, descontraída e intensa. Quantos encontros com Deus (desertos), onde falamos e principalmente ouvimos o que Ele quer de nós. Saímos do Seminário com o desejo de voltar logo. Que Maria continue rogando a Deus por todos nós. Amém.

Cida e Marlon Equipe 24 - setor C Juiz de Fora!MG 35


A AJUDA MÚTUA CONJUGAl Iniciamos a nossa caminhada de casal em Porto Alegre/RS. Um início difícil, com grandes dificuldades de adaptação. Longe da familia, os problemas pareciam tomar-se maiores. Estávamos casados há 4 anos quando fizemos o ECC, de grande ajuda e orientação para o momento que vivíamos. As coisas começaram a mudar. Passamos a cuidar da espiritualidade familiar. A vida propiciou-me uma grande graça de Deus, colocando em meu caminho o anjo que é a minha esposa. A educação recebida fizera-me um homem difícil de lidar, teimoso, duro de coração e com pouca paciência. Deus, porém, em sua infinita sabedoria, une sempre os diferentes. Minha esposa, com sua paciência, calma, carinho, oração e muita fé, com seu amor, foi transformando meu coração e minha alma, tomou-se o meu apoio . Essa caminhada teve continuidade quando, aos 10 anos de casados, entramos para as Equipes de Nossa Senhora. Primeiro a Experiência Comunitária, depois a pilotagem. A partir de então, começou o esforço para vivermos melhor a nossa espiritualidade conjugal. Fomos crescendo como casal e hoje, através dessa caminhada, temos uma cumplicidade muito grande e não brigamos mais, apenas discussões de momento. Aos 19 anos de casados, uma mudança brusca em nossas vidas nos levou para Laguna/SC e nos afastamos do Movimento, pois lá não havia Equipes de 36

Nossa Senhora. Um vazio tomou conta de nós. Dois anos depois, mudando para Florianópolis, retomamos ao Movimento, na Equipe Nossa Senhora das Vitórias, constituída de equipistas maravilhosos e de grande espiritualidade. Hoje nos sentimos reintegrados à nossa vida. Retomamos a caminhada em busca da santidade conjugal. Não há mais vazio. Nossa Senhora se faz presente em nossa vida: Fomos acolhidos em uma equipe na qual não conhecíamos ninguém e hoje nela nos sentimos como em farru1ia, porque buscamos e queremos o mesmo objetivo. Através das trocas de experiências vamos crescendo e buscando a santidade como casal. Com 24 anos de casados e 14 anos de Movimento, temos muitas dificuldades, mas com a perseverança do meu anjo chamado Carla, suas orações e sua fé, meu coração continua se transformando, dando-nos condições de dar às nossas filhas uma farru1ia com muito amor, carinho, diálogo, valorizando principalmente a presença de Deus e Nossa Senhora. A ajuda mútua e a perseverança do casal no amor e na espiritualidade conjugal transformam vidas e as tornam luz para o mundo. Obrigado, Senhor, por nos estar sempre ajudando a viver a nossa vocação matrimonial.

Paulinho da Carla Equipe 13 - N. S. das Vitórias Setor C - Florianópolis/SC CM404


SEM PRECONCElTOS Como de costume, participamos do retiro anual do Setor Teresópolis. Fui imbuído do propósito de "cumprir" mais um ponto concreto de esforço e ficar "quite" com mais este compromisso. Chegando lá, meu pragmatismo e meu senso crítico me deixou muito curioso, pois quem iria pregar o retiro era um jovem padre que, pela idade, poderia ser meu filho. Cá com meus botões eu me perguntei: o que será que este rapaz falará para casais com até 60 anos de casados, será que ele entende bem o Movimento? ... Pela primeira vez não senti aquele sono terrível após o almoço do sábado. Todos estavam com sua atenção centrada no jovem sacerdote que em nenhum momento deixou de contribuir para que experimentássemos de uma maneira bem descontraída uma abordagem diferente dos PCE. Posso dizer que "quebrei a cara"

na minha precipitada avaliação do aparente. Fiquei contente, porque vivenciamos um final de semana diferente, bem próximos de Deus, onde eu e Jô pudemos fazer uma reavaliação dos nossos caminhos sob o monitoramento de um jovem sacerdote que não nos deixou dúvidas de que faz com amor as coisas de Deus. Perdeu quem ''não pôde" ir. O pregador se revelou verdadeiro missionário, um exemplo de que devemos deixar para trás as coisas menores que, muitas vezes, são empecilhos para a realização das coisas que Deus espera que nós façamos. Acho que nos falta amor! Na percepção minha e da Jô, o retiro fez aumentar o nosso amor de casal e o amor entre os casais das diversas equipes que participaram.

Sandin da Jô Eq. 04 - N. S. da Rosa Mística Teresópolis Rio II

lembrete Lembramos que é norma da Carta Mensal noticiar as seguintes comemorações: a) Aniversários de equipe, setor e região: 25, 40 e 50 anos; b) Jubileus de 25 e 50 anos de ordenação presbiteral de conselheiros espirituais; c) Bodas de Ouro de casais equipistas.

CM404

37


UT UNUM SlNT: QUE SEJAM UM O lrmão Roger e a comunidade de Taizé

1- - - '

A unidade de todos os que acreditam em Cristo tem sido, desde o Concílio Vaticano II, quando foi promulgado o decreto Unitatis Redintegratio, constante preocupação da Igreja. Tomaram inúmeras iniciativas nesse sentido os papas João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, tendo este último publicado em 1995 a importante encíclica Ut Unum Sint. O papa Bento XVI, em sua primeira mensagem ao mundo, na missa celebrada logo após a sua eleição, declarou que estabelecia como a sua primeira tarefa trabalhar sem descanso para a reconstrução da unidade plena e visível de todos os discípulos de Cristo. Neste espírito de busca da reconstituição da unidade perdida, Roger Schütz, filho de pa tor calvinista suíço, fundou em 1940 na vila de Taizé, na França, uma comunidade destinada a viver um ecumenismo concreto, reunindo na oração pessoas de diversas confissões cristãs. Começada em plena guerra mundial, acolhia refugiados, entre eles muitos judeus que escondia da Gestapo, e tomou-se rapidamente um pólo de atração para os jovens que, com o passar dos anos, afluíram em número cada vez maior, conquistados pelo ideal de vida fraterna aliado à. oração silenciosa aberta às dimensões do mundo. Os primeiros companheiros do Irmão Roger, protestantes em sua maioria, abraçaram a vida monástica e, aos 38

poucos, a eles se juntaram também católicos, tornando realidade o sonho ecumênico do fundador da Comunidade, atualmente com uma centena de religiosos, de 25 países. Os Irmãos, cuja regra se inspira na de São Francisco de Assis, fazem voto de celibato e pobreza, não aceitando dons de espécie alguma, vivendo apenas do seu trabalho. Desde o início, o Irmão Roger procurou despertar nos jovens a preocupação pela justiça social e pela harmonia entre os povos, e hoje os Irmão de Taizé estão presentes junto aos mais pobres e excluídos em vários países, inclusive o Brasil, no Recife. Além das centenas de milhares de jovens que de toda parte acorrem a Taizé para refletir, orar e cantar, numerosos têm sido os homens de Igreja, entre eles o Papa João Paulo II, três arcebispos anglicanos, metropolitas ortodoxos, bispos luteranos e pastores de diversas denominações, que passaram por lá para unir-se à oração da Comunidade. Nas exéquias de João Paulo II, o protestante apaixonado pela Igreja que era o Irmão Roger, com 90 anos e de cadeira de rodas, foi o primeiro a receber a Sagrada Comunhão das mãos do então Cardeal Ratzinger. Ele mesmo afirmara que, influenciado pelo testemunho de sua avó, "encontrara a sua identidade própria de cristão, reconciliando em si mesmo a fé de suas origens com o mistério da fé católica, sem CM404


ruptura de comunhão com ninguém." Em 16 de agosto, quando rezava com mais de 2.500 jovens durante uma vigília ecumênica na Igreja da Reconciliação que construíra em Taizé, o Irmão Roger Schütz foi assassinado por uma desequilibrada. Ao saber da morte do Irmão Roger, o papa Bento XVI após afirmar, emocionado, que "Ele chegou à alegria eterna e nos exorta a sermos fiéis operários na Vinha do Senhor. .. " contou que na véspera recebera dele uma carta em que afirmava estar "em estreita comunhão" com ele "e com quantos se reunirem em Colônia", e almejava encontrá-lo em Roma "para lhe dizer o quanto a comunidade de Taizé deseja caminhar em comunhão com o Santo Padre", acrescentando: "Recebendo, semana após semana tantos jovens em Taizé, somos habitados pelo desejo de que as novas gerações descubram Cristo presente nesta única comunhão que é a Igreja". Uma das últimas frases do Irmão Roger define bem o que ele mesmo viveu: "Quando a Igreja escuta, cura, reconcilia, ela revela o que nela há de mais luminoso: o límpido reflexo de um amor". Suas exéquias foram celebradas em Taizé, na presença de religiosos representantes das principais igrejas cristãs, chefes de estado e de governo e, como sempre, inúmeros jovens, tendo o representante do Papa, o Cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho pela Unidade dos Cristãos, terminado o CM404

Ícone dos Santos Irmãos Apóstolos Pedro e André

seu pronunciamento com a seguinte oração: "Senhor, concede ao teu servo ver 'o céu aberto e Jesus de pé á direita do Pai', este Jesus que ele tanto amou e procurou durante toda a sua vida. Concede-lhe, no Espírito Santo, entrar na comunhão dos santos e na liturgia perfeita do céu, essa comunhão em Deus na qual, a cada dia, ele quis viver, cantar e orar. Concede-lhe contemplar o rosto do Pai eterno em toda a sua beleza, esse rosto no qual todo olhar de amor encontra a sua realização e no qual brilha a vida sem fim, e dá-nos a graça de continuar, segundo o seu exemplo e com esperança, no caminho da reconciliação, da comunhão e da paz, como antecipação do teu Reino eterno".

Monique e Gerard Duchêne Eq. N. S. do Sim São Paulo Capital I 39


XX JORNADA MUNDlAl DA JUVENTUDE Colônia Em setembro do ano passado, minha ex-catequista me fez o convite para ir à Alemanha, com o Movimento de Schoenstatt, ao encontro dos jovens com o Papa em 2005. No início, nem estava entusiasmada, mas meus pai equipistas, Graça e Eduardo, disseram que seria um encontro que mudaria minha vida, uma experiência imperdível. Fui. Vinte e três dias longe de casa. Foi realmente um grande desafio! Éramos, de início, um grupo de 70 pessoas, de vários cantos do Brasil: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco. Passamos 4 dias inesquecíveis em Roma. A audiência que tivemos com o Papa Bento XVI no Vaticano foi incrível: ver o Papa tão perto, o esforço dele em falar nas nossas línguas e o sentimento de fazer parte da Igreja. No dia 5 fomos para Munique e, depois, para Vallendar, onde, no bairro de Schoenstatt, o nosso movimento foi fundado pelo Pe. José Kentenich. Éramos uns 4 mil jovens de diversos países, vivendo uma pré-Jornada, nos preparando para o grande encontro em Colônia. Foram dias especiais, de recolhimento interior, de grande convivência, de esforço para entender o outro em sua língua. Finalmente, dia 15 fomos para as nossas paróquias em Colônia, divididos em grupos por afmidade e distribuídos em casas de família, as 40

2005

quais nos acolheram com carinho e confiança. Na nossa, o pároco já tinha estado no Brasil e guardava encantos pela nossa pátria. Estava sempre atento a cada um de nós. Éramos brasileiros, portugueses, americanos e sul-africanos. Ali, tínhamos as orações da manhã, as catequeses (com um bispo português e outro de São Paulo), a Via Sacra, as refeições. Na quarta-feira tivemos o primeiro encontro com o Papa. Após um pequeno passeio pelo Reno, fez um belo discurso para nós. Nosso grupo tinha ido visitar a Catedral (linda!) e, após o almoço, fizemos uma longa caminhada na tentativa de ficar mais próximo do local onde ele falaria. Depois de horas caminhando, resolvemos parar. Nossa surpresa: o barco do Papa chegou e parou exatamente na nossa frente. A gurizada se emocionou muito ... A Providência Divina nos proporciona CM404


coisas que nós nem imaginamos. As Jornada Mundial da Juventude foi palavras de Bento XVI foram uma experiência inesquecível! Corno belíssimas, fazendo valer todo sacri- gostaria que cada jovem tivesse a oportunidade de passar por urna fício que passamos. Muito interessante foi a vigília vivência tão forte de ser Igreja, de dos jovens com o Papa. Passamos fazer parte desse corpo, pela alegria outro dia de muitas contribuições ao inesgotável de um milhão e duzentos Capital de Graças. Acordamos cedo, mil jovens do mundo inteiro (seis mil pegamos dois trens lotados, cami- só do Brasil) em uma festa preparanhamos 16 quilômetros (4 horas) até da para adorar o Senhor! Jovens que chegarmos ao Marienfeld, local do largaram o comodismo, a tranqüilidade do lar, seus afazeacampamento. Rezáres, para ir ao encontro vamos para que o temdo então Papa João po firmasse e não cho... jovens Paulo II, que foi quem vesse pelo menos nanos convocou para esquela noite. Com a Grade todo canto se grande evento. Uma ça de Deus, tudo deu do mundo multidão de jovens que certo! Antes do anoiteacolheu de braços abercer, tivemos uma orabuscando tos o novo Papa Bento ção na companhia do XVI e que gritava incanPapa e, logo após, altodos sermos sável "Benedicto, Viva guns jovens se acomolgreja viva, o Papa"! Ficou na midaram para descansar nha memória aquela enquanto outros se resantos de multidão, de todo canvezavam para ir à cato do mundo, vi vendo pela da adoração. Foi calças jeans juntos aquela emoção, inexplicável a experiêne tênis. cada qual da sua macia que tivemos. Passaneira, com sua cultura, mos momentos de muimas buscando todos o ta oração, outros de descontração, algum estresse com mesmo ideal: sermos não o futuro tantas diferenças culturais, mas nada da Igreja, mas sim, sermos a Igreja se iguala às amizades que fizemos e viva, sermos jovens santos modernos, de calças jeans e tênis! Nós ao que aprendemos com tudo isso. As 1Oh do dia seguinte foi a mis- fomos para Adorar o Senhor! Agradeço, sinceramente, aos sa de encerramento da Jornada com o Papa. Na homilia, ele acentuou a meus pais pela oportunidade que me importância e o sentido da Missa, proporcionaram. da Eucaristia e da missão de ser/sabe la dos Santos Barbosa, 20 anos mos um diferencial no mundo. Que Filha da Eq. N. S. do Bom alegria por aqueles momentos. Conselho, Setor B Quantas saudades sinto! Porto Alegre!RS Bom, o que ficou pra mim da CM404

41


EJNS VÃO À JORNADA MUND1Al DA JUVENTUDE COM O PAPA De 15 a 22 de Agosto de 2005 ocorreu em Colônia - Alemanha mais uma Jornada Mundial da Juventude com o Papa. As Equipes de Jovens de Nossa Senhora estiveram presentes com equipistas jovens de todo o mundo: Brasil, França, EUA, Portugal, Líbano, Síria, Espanha e Canadá. Aqui vai um pequeno testemunho de duas equipistas do Brasil que participaram desta Jornada: Desde o ano 2000 (ano do jubileu), tenho lido muito a respeito das últimas jornadas, mas por conta de algumas dificuldades, só pude participar da última JMJ. Nosso querido João Paulo II dizia: "A Igreja tem tantas coisas que dizer aos jovens, e os jovens têm tantas coisas que dizer à Igreja ... !" Acredito que em 2005 realizei um sonho: ouvi muito o que a Igreja tinha a me dizer numa Jornada Mundial da Juventude. Posso dizer que juntamente com outros milhares de jovens, percorri idealmente o caminho dos Reis Magos e encontrei o Menino. Abri meu coração e me deixei guiar por essa estrela. Incrível foi perceber que a luz dessa estrela, que há mais de um ano me iluminava, representava Cristo Eucarístico, e meu coração desejava encontrá-Lo. Em toda a JMJ, senti a estrela indo adiante, mas quando às margens do Rio Reno o nosso pastor 42

disse: "Caríssimos jovens ... ", percebi que tinha encontrado o maior tesouro da minha vida: um Menino, o Menino Deus que, pelas palavras do Papa Bento XVI, se refletia na face de cada peregrino. Como os Reis Magos, eu também senti o desejo de abrir o cofre do meu coração e ofereci meus singelos presentes: • nas margens daquele rio, me entreguei a Deus Menino e ofereci o ouro da minha existência; • no 5° dia da JMJ, ao entrar na Catedral de Colônia, ofertei o incenso da minha fervorosa oração desses últimos dias; • na vigília com o Santo Padre, entreguei a mirra, minha gratidão e meu louvor pelas maravilhas que o Senhor fez por mim. Ao acordar em meio à multidão no Marienfeld, pensei: Obrigada Menino de Belém, por mostrar que minha vida deve ser uma "jornada". Com sua presença viva na Eucaristia, não hesitei em seguir a estrela, pus-me a caminho para buscá-Lo e quando O encontrei, perguntei em meu coração: O que faço aqui no Campo de Maria senão prostrar-me diante do Salvador? "Venimus adorare eum, Emmanuel"

Anamari Ferreira Eq. de Jovens de Nossa Senhora de Guadalupe Brast1ia - Setor Brasília CM404


••• Tive a felicidade de poder ir à JMJ. Estar em comunhão com todos os jovens, de diversos países, de diversas línguas, de diversos movimentos, de vidas tão diferentes, o que primeiro pensamos é: Como pode dar certo? Mas logo descobrimos. A intenção é única, a união para encontrar o nosso servo dos servos, o Papa Bento XVI, e principalmente para adorar a Cristo Vivo é a grande motivação de todos os jovens. O que mais me emocionou e me deixou muito feliz, além do principal motivo supracitado, foi justamente ver aquela multidão unida para o

CM404

bem, unida pelo amor. Para todo lado que se olhava, muita alegria. Quando cheguei na estação de trem em Colônia, me emocionei. Ver a Catedral foi um espetáculo, mas ver uma multidão foi mais. No dia da adoração, no Campo de Maria, vibrei. É maravilhoso ver que neste mundo existem muitos jovens que buscam a Deus, diferente do que é divulgado todos os dias nas manchetes. Temos força e podemos fazer um futuro bem diferente!

Carla Stumpf Eq. de Jovens de Nossa Senhora Auxiliadora Niterói - Setor Rio

43


UMA COERÊNCIA NECESSÁRIA Alegre-se

1-

o coração dos que buscam a Deus (SI 104/1 05, 3).

Vivemos hoje defrontando-nos Para viver em união com Deus cada vez mais com crescentes obs- é necessário seguir o caminho da táculos à prática da nossa fé, que prática da justiça e da fraternidade, entravam o caminho do seguimento é colocar-se a serviço do outro. de Cristo. Seguir a JeMuitas vezes realisus significa uma conzamos ações grandiofissão de fé na sua pessas para louvar o Sesoa, que implica uma nhor, quando na realiPara viver profunda conversão . dade poderemos estar em união Por isso, "nem todo buscando a nossa próaquele que diz: Senhor, com Deus pria glória e prestígio. Senhor, entrará no ReiSabemos, porém, que é necessário no dos Céus, mas sim só os atos de amor têm aquele que pratica a seguir o valor para Deus. vontade do Pai que Sonhos impossícaminho da está nos céus" (Mt 7, veis? Para quem acreprática da 21). Assim, a nossa vida dita na ressurreição de de fé não pode ser susCristo não existem sojustiça e àa tentada por um infantinhos impossíveis, uma fyatemiàaàe, lismo religioso, mas vez que é o próprio Jefundamentada em consus que nos comunica é colocar-se vicções evangélicas e esse amor, ao nos esa serviço formação sólida que colher e nos designar nos levem a ter atitupara darmos frutos que do outro. des e ações voltadas permaneçam. para o bem dos irmãos Por isso, nós equie da comunidade. pistas, que pertenceA nossa adesão ao amor de mos a uma comunidade de fé e amor, Deus não se faz só com a freqüên- devemos assumir o nosso comprocia ao culto religioso nem com a ob- misso, agindo coerentemente com a servância estrita dos preceitos le- nossa fé e buscando viver com vergais. Antes, o mandamento maior do dade a espiritualidade que nos proamor a Deus se cumpre no amor pomos ao entrar para o Movimento. concreto, fraterno e solidário ao outro. Como sabemos, o amor dedicaLídia e Dehon do ao outro supera todos os sacrifíEq. 870201 - Setor B cios e holocaustos. João Pessoa!PB 44

CM404


A ARTE DO MATR1MÔN10! Qual será o segredo dos casamentos duradouros? Casais que convivem há anos falam de paciência, renúncia, compreensão. Em verdade, cada um tem sua fórmula especial. Recentemente, lemos as anotações de um escritor que achamos muito interessantes. Ele afirma que um bom casamento deve ser criado. No casamento, as pequenas coisas são as grandes coisas. É jamais ser muito velho para dar-se as mãos, diz ele. É lembrar de dizer "te amo", pelo menos uma vez ao dia. É nunca ir dormir zangado. É ter valores e objetivos comuns. É estar unidos ao enfrentar o mundo. É formar um círculo de amor que una toda a família. É proferir elogios e ter capacidade para perdoar e esquecer. É proporcionar uma atmosfera onde cada qual possa crescer na busca recíproca do bem e do belo. É não só casar-se com a pessoa certa, mas ser o companheiro perfeito. E para ser o companheiro perfeito é preciso ter bom humor e otimismo. Ser natural e saber agir com tato. É saber escutar com atenção, sem interromper a cada instante. É mostrar admiração e confiança, interessando-se pelos problemas e atividades do outro. Perguntar o que o atormenta, o que o deixa feli z, por que está aborrecido. É ser discreto, sabendo o momento de deixar o CM404

companheiro a sós para que coloque em ordem seus pensamentos. É distribuir carinho e compreensão, combinando amor e poesia, sem esquecer galanteios e cortesia. É ter sabedoria para repetir os momentos do namoro. Aqueles momentos mágicos em que a orquestra do mundo parecia tocar somente para os dois. É ser o apoio diante dos demais. É ter cuidado no linguajar, é ser firme, leal. É ter atenção além do trivial e conseguir descobrir quando um se tiver esmerado na apresentação para o outro. Um novo corte de cabelo, uma vestimenta diferente, detalhes pequenos, mas importantes. É saber dar atenção para a família do outro, pois, ao se unir ocasal, as duas famílias formam uma unidade. É cultivar o desejo constante de superação. É responder dignamente e de forma justa por todos os atos. É ser grato por tudo o que um significa na vida do outro. O amor real, por manter as suas raízes no equilíbrio, vai se firmando dia a dia, através da convivência estreita. O amor, nascido de uma vivência progressiva e madura, não tende a acabar, mas amplia-se, uma vez que os envolvidos passam a conhecer vícios e virtudes, manias e costumes de um e de outro. 45


O equiHbrio do amor promove a prática da justiça e da bondade, da cooperação e do senso de dever, da afetividade e advertência amadurecida. Tudo isso disse o escritor falando no plano antropológico do casamento. Quantas razões mais fortes

encontraremos para assim agir se acrescentarmos os motivos da fé, da esperança e da caridade cristãs!"

Colaboração de Roque e Josefina, CR Província Leste

O MENlNO E O lÁPlS O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: - Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto: -Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. - Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! -Tudo depende do modo como você olha as coisas, respondeu-lhe a avó. Há cinco qualidades nele. Se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. Primeira qualidade: Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade. Segunda qualidade: De vez em quando eu preciso parar o que es46

tou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final ele está mais afinado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor. Terceira qualidade: O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça. Quarta qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.

Colaboração de Dirlene e Henrique Musiat Eq. 9-A - N. S. de Nazaré Curitiba!PR CM404


VlDA DE EQUlPE O ponto alto, o momento solene de uma equipe á a reunião mensal, mas a ela não pode se limitar a vida de uma verdadeira equipe de Nossa Senhora. A grande lei do Movimento, da equipe, é a caridade fraterna. O que será esta vida de equipe? É claro que não podemos viver todos juntos. E na maior parte dos casos nem podemos nos encontrar todos os dias ou todas as semanas. Nem isto seria desejável! Nossa equipe não tem o direito, não deve separar-nos do mundo e da tarefa que temos de cumprir, mas tem o dever de ter a verdadeira preocupação de nos encontrarmos e nos ajudarmos mutuamente para cada um se sentir mais forte no seu lugar. Por exemplo: • encontro de dois casais numa noite. • telefonema para saber notícias de um casal em dificuldades, de um filho doente ... ou para apoiar certo membro da equipe mais desencorajado ou enfraquecido. • dia de oração pela equipe, em que cada um, por sua vez, reza pelos outros, ou vai à missa em nome deles. • Conselhos pedidos fraternalmente a este ou àquele casal que supomos mais capaz de nos ajudar. Oferta e aceitação de serviços materiais. • Encontro com o sacerdote conselheiro espiritual, individualmente ou em casal, encontros que podem ajudar-nos na nossa vida espiritual, por exemplo, para escolhermos ou cumprirmos a regra de vida. CM404

Jogar o jogo da equipe não é somente vir a reunião mensal e praticar as obrigações dos Estatutos, mas sim dispor-se a uma intensa vida de auxílio mútuo material e espiritual. Cada equipe deveria se perguntar regularmente se o auxílio fraterno tem progredido e quais os meios de fazê-lo. • Não seria a partilha com suas obrigações que deveria ser mais exigente? • Ou quando com "abertura" confiamos nossas dificuldades e esforços, não deveríamos fazê-los com mais franqueza e simplicidade? • O estudo do tema não deveria ser encarado com mais seriedade? E as verdades descobertas passarem a fazer parte de nossa vivência cristã? • Saber escolher melhor ou solicitar conselhos de outros equipistas? • Ou ter a coragem de fazer aos outros críticas construtivas ou observações que podem lhes ser úteis? Cada um deve refletir sobre isto, bem como também a equipe deve estar atenta a este problema. A propósito vamos trazer de São Paulo estes conselhos. São partes de epístolas que achamos irão esclarecer, trazendo preciosos conselhos para as reuniões mensais, para nós e para nossas famílias: "Que a palavra de Cristo habite em vós copiosamente ao instruir-vos mutuamente com toda a sabedoria" (Cl3,16). "Bendito seja Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das mi47


sericórdias e Deus de toda consolação, o qual nos consola em todas as tribulações, a fim de podermos consolar aqueles que se encontram em qualquer tribulação" ( 2Cor 1,4). "Atendamos uns aos outros para nos estimularmos na caridade e nas boas obras, não abandonando a nossa assembléia, como é costume de alguns, mas exortando-nos uns aos outros" (Hb 10, 24-25). "Ainda que um homem seja surpreendido em alguma falta, vós os es-

pirituais, tratai de o corrigir em espírito de mansidão ... Levai os fardos uns dos outros e cumpri desse modo a lei de Cristo" (015, 13). E por fim deixemos para vocês a conclusão de São Pedro: "Servi aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons administradores das várias graças de Deus"(lPe 4,10).

Extraído de Carta Mensal Equipes Novas no 18

MARCAS DE VIDA Há 5 anos, quando iniciamos nossa

caminhada equipista, não imaginávamos ir tão longe. Acham 5 anos pouco? Pois nós, não. Acreditamos que as pessoas que conhecemos, que passaram por nossas vidas neste período deixaram marcas que nunca tínhamos tido durante toda a nossa existência. São experiências e testemunhos que mudaram nossas vidas. Ousamos dizer: mudaram nossas vidas! Crescemos e ama- · durecemos com dificuldades e sofrimentos do dia-a-dia, mas também com os exemplos dos amigos, dos irmãos de caminhada. Administração da casa, criação dos filhos, vida profissional, vida de Igreja ... em tudo partilhamos. Partilhar fez-nos abrir o coração, para o próximo e para Deus. Com é bom viver em equipe! Em equipe nós descobrimos que os nossos problemas não são nem maiores e nem diferentes dos de outros casais com os quais convivemos. Aproximamo-nos mais um do outro, demos um novo sen48

tido à nossa vida conjugal, reavivamos nosso diálogo, nossa oração ... Descobrimos o sentido da ajuda mútua, da confiança, do perdão. E além de todo o envolvimento com os casais, também tivemos a oportunidade de levar nosso filho à convivência com outras crianças, num ambiente saudável e familiar. A presença de um Sacerdote Conselheiro também foi fundamental em nossas vidas. Amadurecemos espiritualmente, aprendendo sobre a missão que Deus tem para nós enquanto casal, enquanto família, enquanto Igreja. Que lindo! Descobrimos com ele que sofrimentos, dificuldades são apenas 20% e que não devemos potencializar essas agruras e fazê-las 80% de nossas vidas. Dificuldades sempre existirão, mas não devem tomar o lugar da alegria que é viver, partilhar e amar.

Chris e Janderson Eq. 48 A - Reg. Centro-Oeste 11 CM404


Meditando em Equipe O cristão, em razão do sacramento do Batismo, se torna anunciador do Evangelho de Jesus Cristo, por força da missão profética, que lhe é própria. Evangelizar é anunciar, com clareza, a Jesus Cristo para aqueles que o desconhecem, através da pregação, da catequese e dos sacramentos (cf. Evangelíi Nuntiandi 17). A família, como "Igreja doméstica " , constitui um dos agentes privilegiados da evangelização, enquanto espaço onde o Evangelho é transmitido e de onde se irradia .

Escuta àa Palavra em Lucas

1 o, 38-42

Sugestões para a meditação: 1. Como a família poderá transmitir e irradiar o Evangelho? 2. Que desafios enfrentam os casais cristãos para evangelizar seus filhos? 3. Como a fam ília, Igreja doméstica, pode evangelizar na comunidade? Pe. Geraldo

Oração litúrgica (Eclo 14,20-27) Feliz o homem que se ocupa da sabedoria e que raciocina com inteligência, que reflete, em seu coração, nos caminhos da sabedoria e medita em seus segredos. Sai atrás dela como um caçador, põe-se à espreita nos seus caminhos . Inclina-se para olhar por suas janelas, escuta às suas portas. Detém-se j unto à sua casa , fixa o prego na suas paredes . Coloca a sua tenda junto a ela, acampa rá num lugar de felicidade. Porá seus filhos sob a sua proteção, será obrigado por seus ramos. Por ele será protegido do calor E·acampará em sua glória.


OIRETÓRIO DA PASTORAL FAMILIAR


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.