EQUlPES DE NOSSA SENHORA Carta Mensal • n ° 407 • Abril zoo6 EDITORIAL
TEMPO DA IGREJA
Da Carta Mensal ... ........ ................. 01
Vigília Pascal ........ .. ......... ............... 25 Fraternidade e Pessoas com Deficiência .. ...... ... ... ... .. ....... ... 27
SUPER-REGIÃO Eucaristia, vida da Ig reja ...... ..... .... 02 Alegria do Anúncio Pascal ... ........ .. 03 Os Homens Desejam a Paz e a Justiça para o Universo Inteiro ... 04
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ...... 29 ENCONTRO DE LOURDES Vamos a Lourdes! .... .... .......... ...... .. 33
CORREIO DA ERI Em Lourdes um Santuário nos Congrega ............... .... .. .. ...... .... 06 D: "Dom" .. .. .. ..... .......... .. ......... ....... 07 Encontro de Casais Responsáveis de Países da Zona de Ligação Centro-Europa .... ................. .. ........ 09
PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Por Que Fazer Retiro? ............... ... .. 35 A Respeito do Dever de Sentar-se .... 37 ... Ao Deserto! ....... .............. ......... .. 38 Conselho .... ....... ............................ . 39
TESTEMUNHOS
CONJUGALIDADE Abnegação .... .......... ....... .... ... ....... .. 11 A Novidade do Casamento .... ....... 12 Aprenda Conjuguês ............... :...... . 13
Indecisão que se Torna Sede ......... 40 Meditação - O PCE do Encontro ..... 41 As Equ ipes e o Trabalho nas Paróquias .. .... .. ...... 42
VIDA NO MOVIMENTO
ATUALIDADE
EACRE .. ... ....................... ........... .... .. 15 Super-Região Brasil : Distribuição por Províncias ........ ... 18 Ser Casal Responsável de Equipe .... .... ............................. . 20
Beatificação do Padre Caffarel ...... 43 Você é contra ou a favor do aborto? .. ...... ........ .... .. ... 45 Deus Veritas Est .. ....... ..... .. ............ . 46
REFLEXÃO FORMAÇÃO Retrato de Cristo Jesus ...... ............ 21 Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de Imprensa" n• 219.336 livro 8 de 09.10.2002
Avani e Carlos Clélia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Serg io Pe. Geraldo Lu i<. 8. Hackmann
Edição: Equ ipe da Carta Mensal
Jomalista Responsável: Catherine E. Nadas lm•b 198351
Graciete e Gambim (responsáveis)
Projeto Gráfico: Alessandra Carignani
Sabedoria do Oásis ..... .......... ..... .. .. 47 O Caminho, as Jóias e as Pedras ... 48 Editoração Eletrônica, Fotolitos e Ilustrações: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiass11 , 390- i J• and01; cj 115. - Perdizes - São Paulo Fone: (Oxxll) 3677.3388 lmJJgem capa: foto de: Avelino Gambim Mandacaru, Quixadá/CE Impressão: Prol Ed. Gráfica Tiragem desta edição: 18.200 exemplares
Cattas, colaborações, no/f-
eias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:
Carta Mensal R. L11is Coelho, 308 5° andar · conj. 53
O1309-902 • São Pa1111J - SP Fone: (Oxx /1) 3256. 1212 Fax: (Oxx1 I) 3257.3599 cartamensal@ens.org.br NC Gracie1e e Gambim
Queridos equipistas:
Já estamos a caminho de Lourdes, para um encontro de casais irmãos e seus SCE, na casa da Mãe Imaculada, que é casa das Equipes, como diz Mons. Fleischmann. Maria está à porta, esperando, para nos apresentar a Jesus, o seu Filho e Filho do Altíssimo, Deus e Homem, o Messias de Deus. O Encontro é Dom para nós, que, em sua preparação, estamos conhecendo melhor o Cristo, o Dom maior de Deus à humanidade. Na capa, uma flor do mandacaru: quando este floresce, o sertanejo se alegra em esperança, pois é sinal de que a chuva vem e o sertão seco se enche de vida. Também nós, depois de termos participado dos sofrimentos de Cristo até a cruz e morte, exultamos de alegria, celebrando a Ressurreição. Jesus, concebido e gestado em Nazaré, nascido em Belém, carpinteiro na sua cidade, o homem que ensina com autoridade, que come com os amigos e também com os pecadores, o homem que cura doentes e que perdoa pecados, crucificado e morto, Ele é o Ressuscitado, o verdadeiro homem e Deus verdadeiro. No Homem Jesus ressuscitado temos a fé na sua divindade. Ele, o Enviado de Deus, é a garantia da nossa redenção pelo Batismo, é também a certeza de que, pelo sacramento do Matrimônio, nosso amor conjugal é fonte de alegria inesgotável, na firme esperança de participarmos do banquete de núp-
cias que o Pai preparou para o Cordeiro e a Esposa (cf. Ap 19,7-9). Na alegria da ressurreição, podemos fazer da nossa vida uma Eucaristia, pois Jesus Cristo continua presente em nosso meio, para nos unir no seu amor e nos dar a sua paz, para nos fazer comprometidos com um mundo mais justo, de mais amor e menos pecado, porque Ele, amando infinitamente, venceu todo pecado, e fez toda a justiça. A alegria pascal nos enche de esperança e fortaleza para buscarmos a santidade conjugal, usando os PCE como meios seguros de crescimento. Na mesma alegria, celebramos as bodas e os jubileus, saudamos as novas ordenações e aceitamos os falecimentos de irmãos. Na mesma fé e amor, acolhemos os portadores de deficiência. É o Espírito do Ressuscitado que nos dá a alegria do testemunho de vida de um Padre Caffarel e de tantos irmãos que se esforçam no caminho da santificação. Que a meditação do decisivo significado da morte e ressurreição de Cristo para a nossa vida, que teve início na concepção, passa pela faJru1ia, pela vivência conjugal e se prolonga para a eternidade, inunde nosso coração da paz do Cristo Ressuscitado. Feliz Páscoa!
Graciete e Avelino Gambim e Equipe da Carta Mensal
EUCARISTIA, VIDA DA JGREJA Caríssimos: Maio, mês do 15° Congresso Eucarístico Nacional. O tema não poderia ser outro: A Eucaristia: "Vinde e vede!". "Ele está no meio de nós!" O Congresso é uma graça! Convida-nos a refletir e fazer experiência da presença de Cristo Eucarístico, vida da Igreja. É tempo de renovação espiritual da Igreja; tempo de rever nossa fé eucarística. Será uma proclamação solene da verdade revelada sobre a Eucaristia, meditada e vivida desde os tempos apostólicos. O Congresso será vivido em clima de solene celebração, onde Cristo se faz presente, no pão e no vinho, no altar da unidade e fraternidade. Toda celebração eucarística é um convite a uma "nova conversão", porque a renovação espiritual é fruto de "sucessivas conversões". Estamos também no ano do Encontro Internacional das ENS, em Lourdes, onde a Imaculada renovou o mesmo convite. Os Congressos Eucarísticos têm uma caminhada. Os pontos postos em relevo em suas celebrações mostram os passos deste caminho. Os primeiros visavam incentivar o culto eucarístico: adoração, procissões e bênçãos eucarísticas. Um passo mais, colocou a Missa, como centro e fonte de vida cristã. Depois, diante das gritantes realidades sociais (fome, miséria, guerras ... ), começou a relacionar vida eucarística e compromis2
so com o mundo. Como em 1988, em 2006, Lourdes será o palco da voz de Maria, porque lá estarão presentes as Equipes do mundo todo e não apenas as pessoas que para lá viajarão. Este fato nos permite relacionar Eucaristia e Lourdes, Congresso e Maria, porque a relação, Maria/Eucaristia é profunda. Para nós, Equipes de Nossa Senhora, Congresso e Lourdes deverão ter um forte cunho mariano. "Ave Verum Corpus, de Maria Virgine natum!", canta a Igreja. Essa é a fé da Igreja! Não permitais, Senhor, que nem a fé na Eucaristia, nem o amor Àquela que trouxe o Cristo da Eucaristia se diluam! Quais foram os sinais da presença de Maria e de Jesus, feitos Eucaristia, no lugar, hoje chamado Lourdes? Primeiro, água lamacenta e embarrada, símbolo do pecado. Depois, água límpida e pura, símbolo da graça, reconciliação e cura, operadas por Cristo, a Eterna Eucaristia. Lourdes: um convite à conversão e vida nova. Eucaristia é convite à oração, penitência e conversão, sinais da vida nova. Lourdes é também a cidade da Eucaristia. Leão XIII autorizou celebrar a Eucaristia no lugar das aparições desde que iniciaram. Hoje, a basílica de S. Pio X acolhe 25000 pessoas "para participar da Eucaristia". Pe. Frei Avelino Pertile , SCE!SR CM407
AlEGRlA DO ANÚNC10 PASCAl Prezados irmãos equipistas: O tempo corre e nos aproxima do Encontro de Lourdes! Com alegria renovada, anunciamos que muitas equipes anteciparam o início das suas atividades, a fim de concluir o tema de preparação para Lourdes na reunião de agosto. Outras, animadas pelos frutos do EACRE, o farão ao longo deste semestre. Este empenho generoso revigora o nosso desejo de fortalecer a unidade da caminhada da Super-Região Brasil em consonância com as orientações da ERI. Neste tempo litúrgico, a Igreja revive o Mistério Pascal atestado pelo testemunho dos apóstolos. Cheia de esperança, prepara-nos para acolher a mesma alegria experimentada por Jesus nos momentos que antecederam a Sua volta gloriosa ao Pai. Nas dores e tristezas da Sua Paixão e Morte floresce a alegria da Ressurreição prometida aos apóstolos: " ... agora estais tristes,
mas hei de vos ver outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria" (Jo 16, 22).
Jesus garante uma alegria permanente e indestrutível e prepara os apóstolos amorosamente para a experiência da ressurreição. Eles devem, antes, escutar a promessa do (re)encontro para depois experimentá-la. Eles devem viver na esperança a alegria que virá com a presença salvífica de Jesus ressuscitado. Mesmo assim, só quando CM407
Jesus irrompe em seu meio, quando se sentem iluminados e tocados pela luz do Cristo ressuscitado, quando tomam consciência de que verdadeiramente Jesus venceu a morte, suas tristezas se transformam num mar de alegrias sem fim. A alegria da ressurreição, hoje, ressoa em nossos corações! Cristo ressuscitado transforma o amor humano em fonte inesgotável de alegria. Sua presença no coração dos batizados inunda-os no amor infinito de Deus e lhes concede o que o Pe. Flávio Cavalca chama de "nova capacidade de amar". Por essa capacidade de amar, Cristo ajuda os cônjuges a ultrapassar as fronteiras dos desânimos, decepções e sofrimentos que surgem no cotidiano da vida conjugal. Através dela, educa os esposos para a doação mútua, para o contínuo renascer, para o acolhimento das riquezas da complementaridade dos sexos e para tornar cada cônjuge "cireneu" do outro. Esse mesmo amor exige um morrer, a cada instante, a tudo o que dificulta a união com Cristo e com os irmãos (cf. 1Cor 15, 3). Que a Santa Mãe, Maria, que viveu a entrega que Cristo fez da Sua vida, interceda para que, pela vivência da espiritualidade conjugal, nos tomemos, no mundo, sinais da alegria de Cristo ressuscitado. Uma feliz Páscoa!
Graça e Roberto - CRSR 3
Palavra ào Provincial
OS HOMENS DESEJAM A PAZ EA JUSTIÇA PARA O UNIVERSO 1NTE1RO Queridos irmãos e amigos "A paz de nosso Senhor Jesus Cristo!" Com esta saudação, iniciamos sempre as mensagens que enviamos; e nesta oportunidade não poderia er diferente. Especialmente porque o terna de nossa reflexão é justamente esse: a paz! Em meio à correria do dia-a-dia, durante nossas tarefas, apesar das dificuldades e desafios que se nos apresentam, embora a humanidade pareça não acreditar ser possível, é vital procurarmos incessantemente estar em paz, principalmente para podermos partilhá-la com nossos irmãos. No Sermão da Montanha, Jesus nos ensina corno segui-Lo, ao falar das bern-aventuranças. "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados Filhos de Deus" (Mt 5,9). Jesus é o Príncipe da paz, e declara felizes os que promovem a paz, a reconciliação, a aproximação, o entendimento. A paz verdadeira é plenitude de vida, de salvação. "Jesus é a nossa paz" diz São Paulo aos Efésios (2,14), e o nosso Deus é o Deus da paz, fonte de toda a paz. Jesus também nos fala do alto da 4
montanha que "Bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados" e "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5,6.10). Desejar ardentemente ajustiça é sentir-secoresponsável para que o reino de Deus se realize nas pessoas, nas famílias, nas comunidades, na Igreja, na sociedade. É viver de acordo com a vontade de Deus. É viver um cristianismo autêntico. A justiça de Deus é dom gratuito e requer nossa correspondência a Ele, aos outros e às coisas. Deus satisfaz nossa fome e nossa sede de justiça enviando seu Filho para reaCM407
lizar seu plano de amor: cumprir sua vontade, salvar, justificar e santificar todas as pessoas. Donde concluímos que sem justiça não pode haver paz. Mas, como alcan~á-la? Como permanecer nela? E preciso deixar-nos atrair por Jesus; cultivar a espiritualidade. A espiritualidade é um valor inestimável. É dádiva de Deus. É sopro de Deus em nós. De nossa parte, Jesus espera que "ouçamos a sua voz e abramos a porta de nosso coração, para que Ele possa entrar e cear conosco" (Apc 3,20). Necessitamos apenas abrir-nos à ação do Espírito, ser receptivos; entregarnos nas mãos de Deus e deixar-nos modelar. Esta atitude exige humildade, confiança incondicional e um abandono em Deus que vê e provê todas as necessidades. A espiritualidade é deixar-secativar pela pessoa de Jesus e pelo seu amor. Somente assim nos sentiremos comprometidos com sua missão. Quando nos deixamos tocar pela presença amável de Deus e sua Palavra, então a transformação acontece. Dissolvem-se as confusões, os bloqueios, e a paz surge no coração. "Justiça e paz se abraçarão" (Sl84/85, 11). E isso que desejamos! É isso que todos devemos buscar! Esperamos por paz e justiça, mesmo que as outras pessoas já tenham perdido a esperança; mesmo que a violência e a guerra ofusquem o brilho da paz; mesmo que os políticos não ouçam o apelo por paz e justiça; mesmo que a ética seja uma prática seletiva para alguns. Não haverá paz e justiça enCM407
quanto ficarmos indiferentes aos sofrimentos de nossos irmãos; estejam eles próximos a nós, na Índia, na África, no Haiti, e em tantos outros lugares! Não haverá paz e justiça enquanto não nos indignarmos com as situações de opressão, exploração e exclusão por que passam tantos e tantos filhos de Deus! Não haverá paz e justiça se não nos tornarmos autênticos seguidores de Jesus, entregando nossa vida para realizar o plano de Deus, cumprindo sua vontade, salvando, justificando e santificando as pessoas que Ele coloca em nosso caminho! Comecemos por nossa casa, com nosso cônjuge, nossos filhos, nossa fanu1ia, nossa equipe, nossos amigos. Exercitemos a acolhida, a compreensão, o perdão, a fraternidade, a ajuda mútua. A paz e a justiça que conquistarmos se expandirá e alcançará lugares longínquos. Procuremos ser coerentes com a fé que professamos: sejamos pobres de espírito, humildes, mansos, misericordiosos, puros de coração, pacíficos nos gestos, palavras e atitudes. Esforcemo-nos para estar onde Jesus gostaria que estivéssemos, onde ainda não o conhecem ou onde distorcem sua mensagem de amor e salvação. Tornemo-nos a presença física, amorosa e terna de Jesus para aqueles que mais necessitam. Sejamos portadores de sua paz e de sua justiça! Que nossa Mãe Santíssima nos guie e ilumine! Amém!
Angela e Luiz CR Província Sul III 5
EM lOURDES UM SANTUÁR10 NOS CONGREGA Ao chegarem a Lourdes, vocês logo descobrirão que todos os caminhos levam aos "santuários". Esta palavra nos é familiar, mas, no fundo, que sentido damos a ela? Façamos um pequeno retrospecto: Quando, muito tempo depois da saída do Egito, o povo eleito se torna sedentário na terra de Israel, o rei Davi decide ser necessário dar a Deus uma morada digna, pois ele próprio dispunha de um palácio, embora fosse apenas um delegado do Senhor para conduzir o povo. O que vem a seguir nos deve deixar estupefatos: O profeta Natan, que já havia aprovado o projeto, vê-se logo obrigado a se retratar, comunicando ao rei a recusa do Senhor de se deixar encerrar em um santuário (cf. 2Sm 7, 1-7). Contrariamente, sua mensagem prossegue numa perspectiva totalmente diversa: Deus, "em acampamento errante" tinha acompanhado o vaguear do seu povo após a saída do Egito e promete habitar fielmente na "casa" viva, que é a descendência de Davi. É um discreto anúncio da vinda de Cristo. O rei Salomão, filho de Davi, portanto, é que poderá construir o Templo, reconhecido como lugar da presença divina (cf. lRs 8). Se agora, porém, há um edifício de pedra, não deve ser esquecido que ele é um prolongamento da Tenda da Reunião (cf. Ex 33,7), ou até mesmo local do "encontro marcado". O edifício de pedra não é assim senão um 6
sinal, um ponto de referência para ajudar-nos a nos aproximar dAquele que habita em seu povo. Jesus nos liberta de toda a fixação excessiva pelo santuário material. Em Jerusalém, Ele purifica a "casa de meu Pai" e anuncia que o templo destruído será reedificado em três dias. Este templo é o seu próprio Corpo (cf. Jô 2,13-22). Ele, assim, dá nova concepção à presença de Deus: doravante, o lugar central deste encontro é o próprio Filho de Deus. São Paulo nos ensina que nós somos habitados pelo Senhor: " ... sois
membros da família de Deus. Porque a construção que sois tem por fundamento os apóstolos e os profetas e por pedra angular o próprio Jesus Cristo" (Ef. 2, 19-20). "Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito Santo de Deus habita em vós?" (lCor 3,16). Este breve percurso bíblico mostra que não nos podemos prender somente a lugares materiais para o nosso encontro com Deus. Em Lourdes, no entanto, a Virgem MaCM407
ria pediu a Bemadete a construção de uma capela para que a ela as pessoas se dirigissem em peregrinação. É verdade que temos sempre necessidade de pontos de referência para perceber a presença do Senhor, e de fazermos isto em companhia de outras pessoas. Há as igrejas de nossas paróquias, os recantos de oração em nossas habitações familiares. Mas de quando em quando precisamos sair em peregrinação e nos reunirmos em lugares determinados, habitados, mais conhecidos, portadores de alguma mensagem. O que marca Lourdes é a visita de Maria a Bemadete e, por ela, às multidões. As aparições fizeram de uma gruta e dos espaços que a circundam um santuário privilegiado, onde a Mãe de Jesus nos acolhe, não tanto para si mesma, mas para nos conduzir a seu Filho que está pre-
sente: Pensem na importância da Missa e da procissão do Santíssimo Sacramento ali realizadas para todas as peregrinações. Maria se posta à soleira desta casa para nos apresentar a Jesus e interceder, como Mãe prestativa, por toda a humanidade. Ela nos guia até Jesus, que se oferece à nossa adoração, que cura os corações e também os corpos, que reconcilia e perdoa. As equipes de Nossa Senhora irão a Lourdes em setembro próximo, a este santuário privilegiado, lugar de autenticidade na fé. E este santuário não é uma casa das Equipes, depois que o Pe. Caffarel levou os casais para lá e inspirou, em 1954, a consagração do Movimento à Virgem Imaculada?
Mons. François Fleischmann SCE-ERI
0: "DOM" Queridas irmãs e queridos irmãos. A nós coube a tarefa de dar continuidade à série do acróstico de LOURDES, refletindo hoje sobre a letra D de "DOM". A palavra DOM vem do latim donum e quer dizer dádiva. Dom é tudo o que somos, e o que somos é por graça de Deus. Na realidade tudo é dom: a nossa vida está repleta de "dons" maravilhosos do nosso Único doador. Há dons que são naturais, fazem parte de nossa natureza humana, como a saúde, o uso dos sentidos (ver, falar, etc), a inteCM407
ligência e os talentos que possamos ter. São qualidades que acompanham uma criatura humana. Na Teologia, quando falamos "graça" nos referimos a "dons", os quais são dados ao ser humano e estão acima da natureza. Por isso dizemos que a graça é um "dom sobrenatural". O maior DOM que Ele nos deu é a graça da vida. Quando somos chamados à existência, a obra do homem se entrelaça de um modo todo especial com a obra do Criador. É por este motivo que nós cristãos de7
vemos lutar pela cultura da vida, mesmo em um mundo que muitas e muitas vezes vive em uma cultura de morte. A paz tão almejada, a justiça, são dons que precisamos fazer acontecer. Deus é um Pai tão misericordioso e amoroso que, se prestarmos atenção, veremos que em todos os momentos de nossa existência recebemos dons de Deus. Tudo o que somos e que temos Deus nos concede por seu infinito amor. Graça ou DOM são virtudes especiais concedidas por Deus como meios de santificação e salvação e para o serviço do próximo. Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, vem até nós, apesar de nossa pequenez, para elevar-nos acima de nossa natureza. Quando mandou seu Filho amado viver no meio dos homens e mulheres, foi por amor a todos nós. Jesus veio ao mundo através de uma mulher, Maria. Maria foi o primeiro sacrário, a primeira cristã, pois carregou dentro de si Jesus, o Emanuel, Deus conosco. A paixão por Jesus Cristo é um DOM que nos leva a viver a compaixão, a solidariedade e a fazer da partilha fraterna o nosso estilo de vida. As Equipes de Nossa Senhora estão sob a proteção da Mãe que recebeu o grande "DOM" de carregar consigo Jesus, seu Filho amado. As Equipes de Nossa Senhora são sem dúvida um grande DOM 8
que Deus concedeu aos casais, por intermédio do Padre Caffarel. Pe. Caffarel percebeu que o carisma das equipes seria a Espiritualidade Conjugal, sendo que carisma é um "DOM" concedido a alguém em favor de uma comunidade. Toda a pedagogia das Equipes de Nossa Senhora, com certeza, foi iluminada pelo Espírito Santo e, com isso, percebemos que os Pontos Concretos de Esforço são um grande DOM que nos foi concedido. Sabemos que é pela vivência destes Pontos Concretos de Esforço que vamos pouco a pouco nos convertendo, sendo isso um trabalho para a vida toda. O DOM da conversão é condição para o retorno à vida. Um coração novo se alicerça principalmente no esforço de vivermos a Regra de Vida. Quando se reconhece a presença de Deus em nós, o coração se enche de amor, portanto, de gratidão a Deus. Seria isso, por exemplo, fruto da Meditação, da busca da vontade e do amor de Deus para CM407
com cada um e cada casal. A graça do sacramento do Matrimônio não é apenas para a pessoa, mas para o casal fazer frutificar os "dons". Quando o casal se dá em matrimônio, ele se abre à graça de Deus, através do sacramento. DOM este (o sacramento) que é dado para transbordar para outros casais. O DOM realiza a união no amor e suscita em todos a ação de graças (2Cor 9,12-15). O doador agradece a Deus tanto quanto ou mais que o beneficiário, pois sabe que sua própria generosidade é uma graça que vem de Deus. É por isso que há mais felicidade em dar do que em receber. Nossa família, nosso cônjuge, nossos filhos, nossa comunidade são sem dúvida grandes dons que Deus nos ofereceu. Estamos, neste ano de 2006, preparando-nos para uma peregrina-
ção a Lourdes, que recebeu um grande DOM, uma grande graça, tomando-se um local que acolheu Maria, que se fez presente à pequena Bemadete. Quer maior graça, maior DOM do que este? A água que corre neste pequeno rio é abençoada, e o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nos oferece a oportunidade de convivermos alguns dias neste local abençoado pela presença de Maria. Que DOM de Deus, se pudéssemos todos nós, participante_s das Equipes de Nossa Senhora, estarmos juntos alguns dias, orando e meditando sob o olhar de Nossa Senhora de Lourdes. Um abraço fraterno a todos e ... até Lo urdes!
Maria Regina e Carlos Eduardo Heise Casal Membro da ERI
.... ............. ...... .. Noticias Internacionais
ENCONTRO DE CASAlS RESPONSÁVEIS DE PAÍSES DA ZONA DE llGAÇÃO CENTRO-EUROPA Vindos dos diferentes países que compõem a Zona de Ligação Centro-Europa, isto é, da Polônia (33 equipes e 3 em pilotagem), da Alemanha (75 equipes de fala germânica), da Hungria ( 11 equipes, das quais 2 na Romênia), da Bélgica (365 equipes), da França (2226 equipes) e do Líbano (33 equipes e duas CM407
em pilotagem), nós nos reunimos em Viena, no primeiro fim de semana de dezembro, para um intercâmbio de experiências, de alegrias e dificuldades, de nossas diversidades, fontes de riqueza a partilhar. Casais responsáveis nacionais das ENS em seus respectivos países, fomos acolhidos pelos casais do 9
Setor de Viena, em um colégio das Irmãs das Escolas Cristãs. Sentimos falta de nossos amigos de ilha Maurício, os quais não puderam liberar-se de seus compromissos profissionais, para juntaremse a nós. Eles estavam presentes, porém, em nossos pensamentos, em nossas preces e por meio de uma longa carta. Na verdade, eles acolheram o Colegiada Internacional em julho passado e assim puderam fazer o maior número possível de contatos e intercâmbios internacionais. O profundo pôr em comum de cada um, no sábado pela manhã, permitiu que, desde o início, se estabelecesse um espírito propício e um clima favorável para um intercâmbio verdadeiro e autêntico. "Fazer equipe" é, portanto, possível, mesmo com as distâncias geográficas que nos separam, as diferenças de cultura, de língua (francês, alemão, húngaro, polonês) e os ambientes sociopolíticos em que vivemos. Quanta diferença, por exemplo, entre a Polónia, de maioria católica, e o Líbano, onde cohabitam muçulmanos e várias igrejas cristãs orientais! Ou a Alemanha e a Áustria, onde um grande número de protestantes convive em igrejas que se confundem. Isto faz parte do milagre das ENS. Quando o Senhor nos chama e nos reúne, lá onde está presente o carisma fundador, onde a pedagogia específica das ENS é vivida, basta que alguns equipistas se encontrem para que nasça em seus corações uma verdadeira comunidade-equipe. Este tipo de reunião, que acon10
tece uma vez por ano, faz parte do que em nosso movimento chamamos de ligação horizontal, isto é, o diálogo e a partilha de casal a casal, permitindo que as riquezas circulem "ao vivo" entre as diversas super-regiões ou regiões ligadas diretamente à ERI. Esta ligação horizontal não é, aliás, apanágio das relações internacionais. Ela pode de igual maneira realizar-se aos níveis de equipes de base, de setor, de região ... , mesmo que ainda seja preciso suscitá-las, criar-lhes estruturas e condições. Resumimos o fim de semana com as seguintes frases, ditas por alguns dos participantes, quando da avaliação no final do evento: "Além do mais, esta foi uma ocasião de sinergia"; "Nós nos temos enriquecido mutuamente, graças a nossas experiências e a nossas diversidades"; "Pensamos que se formou um espírito de equipe e que estes encontros podem ser um estímulo, uma ocasião de rever questionamentos, convite a sermos humildes frente às dificuldades das outras super-regiões ... "
Jean-Louis e Priscilla Simonis Casal Membro da ERI CM407
ABNEGAÇÃO Certa vez li, não me lembro mais onde, a seguinte afirmativa: "Só Deus e eu mesmo podemos saber o que se passa em meu coração". Evidentemente que, olhando a dimensão individual, cada pessoa é diferente das demais por sua singularidade, originalidade e pela individualidade própria. De fato, somos únicos, irrepetíveis, e não podemos renunciar a sermos nós mesmos. Mas somos também sociáveis, portanto, cada um de nós é "ser em relação", um "ser para os outros", um ser social por natureza. Sociabilidade que se caracteriza pela necessidade de "estar com os outros", de "ser para os outros" e de ser aceito pelos outros. Por isso saímos de nós mesmos, de nossa individualidade particular para uma individualidade doação e, assim, crescemos, frutificamos, libertamo-nos. Creio que na vida de um casal "ajustado" permite-se dizer: Só Deus, eu e ela podemos saber o que se passa em nosso coração. No essencial, o homem e a mulher são iguais porque ambos participam da mesma e única natureza humana. Existem profundas diferenças entre um e outro, mas, apesar das diferenças, é muito mais forte aquilo que os une do que o que os separa. Suponho que um dos maiores desejos de um marido e de uma esposa é o de revelar-se na sua singularidade, revelar-se a si mesmo, ser compreendido pelo companheiro. Na verdade, todos nós queremos que a luz colocada atrás da porta seja CM407
posta no meio da sala, na frente de todos. Ninguém pode, sozinho, conviver com a beleza que é capaz de perceber. Na verdade, a vida é tão generosa que nos agracia com uma imensa paixão, para aproveitarmos cada instante, cada gesto de ternura, numa atitude de abnegação. É evidente que um casal tem problemas, incompreensões, feridas, mas também alegrias e satisfações. A consciência da realidade de uma vida em marcha ajuda o casal a saber situar as peripécias do dia-adia e a não colocar os pequenos ou grandes problemas da vida acima da própria vida. Pensando bem, ninguém sabe direito qual é a fronteira entre a dor e o prazer. Às vezes chego a pensar que é impossível separá-los. Creio que freqüentemente marido e esposa se proporcionam tanta alegria um ao outro que ela chega a doer, ou provoca tanta dor que os leva a sorrir. Estou convicto de que no matrimônio as pequenas coisas é que são importantes para viver o grande projeto da realização do amor conjugal. Quem só dá importância às grandes coisas, transforma tudo em coisa pequena. É preciso deixar que aconteçam as coisas que precisam acontecer, é necessário estar aberto para o inesperado, o diferente de cada dia que passa. A isto eu chamo abnegação.
Pe. Sebastião L. M. Machado Enviado p/ Eq. N. S. Aparecida Alfenas/MG 11
Meus amigos separados não se cansam de me perguntar como consegui estar casado há 27 anos com a mesma mulher. As mulheres não perguntam a minha esposa como ela conseguiu ficar casada com o mesmo homem, mas como consegue ficar casada este tempo todo. Os jovens é que fazem perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, mas minha resposta é mais ou menos a que segue: Hoje em dia, o divórcio tem sido 12
muito crescente. Muitos casais afirmam que não agüentam conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou com 27 anos de casado e tenho lutado muito para permanecer nesta união. Posso afirmar que o movimento das Equipes de Nossa Senhora tem sido o responsável. No meu entender o segredo do casamento é buscar esta harmonia permanente. Depois dos inevitáveis desentendimentos, a solução é ponderar, acalmar-se e começar tudo de novo com a mesma mulher, com o mesmo marido. Isto é: O segredo é renovar o casamento, não procurar um casamento novo. CM 407
Isso exige alguns cuidados e preocupações, que são esquecidos no diaa-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. É preciso namorar, cortejar, seduzir e ser seduzido, buscar vida nova ... Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistar seu cônjuge como se ele fosse um "pretendente" em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel? Mulher e marido que se separam perdem 10 quilos num único mês. Por que você não pode conseguir o mesmo para agradar o cônjuge a quem há 27 anos você jurou amar? Não é preciso um divórcio para mudar e buscar lugares e interesses novos: Basta não se deixar acomodar. Isso obviamente custa, e muitas uniões se esfacelam por que o casal se recusa a esses pequenos custos, importantes para renovar um casamento. A "estabilidade do casamento" não é algo pronto, mas um dinamismo que se deseja alcançar e conquistar. O mundo muda, e você tam-
bém, seu marido, sua esposa, seu bairro, seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento e manter uma "relação estável" é não serem "estáticos", mas ambos saberem mudar juntos. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria farm1ia? Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado. Tenho certeza de que seus filhos os respeitam pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Mas também nessas é preciso mudar. Por isso, case-se de novo, a cada dia, a cada mês, a cada ano, sempre com a mesma mulher, com o mesmo marido, contando sempre com a graça de Deus.
Ernando da Maiza Eq. 16- Setor A Fortaleza/CE
.. .................. ................ ... .
APRENDA CONJUGUÊS Há uma língua muito importante, mas pouco utilizada, que, às vezes, se torna vital para a saúde e a vida do casal. É a falada pelos amantes. Diria melhor que é uma linguagem que se expressa não apenas por palavras, mas também por gestos e CM407
atitudes. É a língua conjuguesa. Ela se vale de todas as línguas conhecidas, e, ao mesmo tempo, não se limita a nenhuma delas. Depende de uma percepção sensorial que se adquire com o matrimônio. O conjuguês além de propiciar 13
uma compreensão mais apurada da cou, e isso lhe causa enorme conlinguagem falada e corporal, favo- trariedade, atenção! Antes de exrece grandemente a superação de plodir, saiba: você não está condiferenças naturais entre sexos. seguindo se colocar no lugar dele, A falta de entendimento do con- diante das diferenças de sexos. Esjuguês se faz notar nas circunstân- tude conjuguês! cias mais variadas e corriqueiras, das Quando vocês, no dever de quais daremos apenas alguns bre- sentar-se, ouvem uma respos ta ves exemplos. brusca a um questionamento suQuando você não decifra as in- til, ou uma argumentação mais diretas de sua amada e não percebe forte, mais veemente, e sentemque está carente de carinho, de aten- se ofendidos, não sabendo de ção, de companhia, saiba que seu onde surgiu uma exaltação tão nível de sensibilidade está muito bai- repentina, porém não notam sixo. Você precisa captar as mensa- nais, no outro, de que tenha sido gens dela e decodificá-las com mais agressivo, então podem estar cerprecisão. Estude conjuguês! tos de que há um erro na comuniQuando seu marido faz uma cação. Estudem conjuguês! brincadeirinha ou um comentário Há um intérprete, à disposição inocente sobre as suas qualidades dos cônjuges que encontram maior menos explícitas, e você perde as dificuldade com a língua, e até estribeiras, é sinal evidente de que um dicionário. Também, achamo desentendimento está à flor da se gramáticas e bons livros didápele. Estude conjuguês! ticos nas melhores livrarias. O inQuando sua mulher mexe em térprete, que está sempre disposuas ferramentas, nos papéis do es- nível, vinte e quatro horas por dia, critório, dentro do armário, no per- é Deus. Basta consultá-lo com curso fatídico da limpeza, na faxi- freqüência para ter uma boa base na, alterando o lugar das coisas, e de conjuguês. O dicionário é a Bívocê não consegue entender por blia. Uma estudadinha diária faz que ela precisa tirar o pó de luga- um bem enorme. Além disso, res onde ele não penetra, tenha pode-se lançar mão de uma litecuidado. Está faltando compreen- ratura didática a respeito, como a são. Estude conjuguês! que nos é proposta a cada ano Quando seu marido vai procurar para tema de estudo das Equipes algo na prateleira da dispensa e não de Nossa Senhora. encontra, por mais que você dê orienO importante, mesmo, é dar mais tações sobre a localização e, venci- atenção ao conjuguês. Aprenda do pelas tentativas fracassadas, re- conjuguês! clama sua <tiuda, que se mostra desnecessária, pois você deixa tudo que Eduardo da Graça está fazendo para pegar aquele obEq. N. S. do Bom Conselho, jeto exatamente no lugar que indiSetor B, Região RS 1 14
CM407
EACRE 1.
Região Norte 11
A orientação e inspiração do Espírito Santo e a proteção vigilante de Maria Santíssima presidiram os trabalhos do XVIII EACRE da Região Norte II, realizado em Belém do Pará, dias 11 e 12 de fevereiro. A Eucaristia foi o ponto central e cada participante sentiuse particularmente próximo do Ressuscitado. "Temos certeza que este EACRE será luz, força e fermento para alavancar cada vez mais os equipistas desta tão querida Região, para a unidade tão necessária ao Movimento e a nossa santificação conjugal", afirmaram Nazira e João Paulo. Na apresentação do tema de estudo, o CRP destacou que "vivemos numa época em que é necessária a tomada de consciência da fé", re-
CM407
forçando que devemos ser epifania, a manifestação de Cristo nos ambientes em que vivemos. O Pe. Wagner, SCE Norte ll, em sua palestra "Jesus Cristo: E vós, quem dizeis que eu sou?", nos deu orientações para a caminhada da descoberta de Cristo. Muitas outras palestras, meditações e flashes foram de grande importância para a formação e informação dos Casais Responsáveis de Equipe e Casais Ligação de Belém, Castanhal, Salinópolis e São Miguel do Guamá. O encontro teve o acompanhamento de diversos SCE das equipes e setores e recebeu a importante visita do Arcebispo Metropolitano de Belém, D. Orani João Tempesta, que dirigiu uma forte mensagem de estímulo aos equipistas. Na celebração do Envio, o CRR
15
Fátima e C~nêjo afirmou que "o mesmo Cristo que um dia nos chamou, agora continua nos chamando para propagar o Reino de Deus". Em nosso primeiro EACRE, nos sentimos participantes do projeto de Deus em conjunto com tantos irmãos, e muito nos marcou a espiritualidade do encontro. Rita e Fernando Eq. 13B- N. S. de Guadalupe Belém/PA
••• 2.
ltabaiana-SE
Nilton César, na palestra "Quem dizem os homens que eu sou?", fez colocações e advertências importantes para cada equipista reconhecer o rosto de Cristo, salientando, para isso, a importância da Escuta da Palavra, Meditação e Retiro. A Conselheira Ir. Irene passou para todos o sentido do amor, dedicação e missão no exercício da responsabilidade. Genilde do Veríssimo CRS -Itabaiana/SE
...
3· Região Paraná Sul Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 2006, foi realizado o EACRE em ltabaiana-SE, com a participação de 56 casais. Poucos dias antes do evento, o Casal Regional nos informou que o SCE que iria acompanhar o EACRE não poderia estar presente. Num corre-corre contra o tempo, as atribuições daquele Sacerdote foram distribuídas para outros SCE. Algumas pessoas nos perguntavam como seria o EACRE sem a presença constante de um SCE e nós respondíamos: "Jesus Cristo conduzirá tudo" e não foi de outra forma. Nos entregamos a Cristo e a Nossa Senhora, confiando que eles não nos desamparariam. Realmente, assim aconteceu. Pe. Luciano e Pe. Jadilson, em suas homilias, enfatizaram o tema proposto para este ano: "Quem dizem os homens que eu sou?". A palestra sobre a Campanha da Fraternidade foi bem explicada pelo casal Consuelo e Francisco. O SCE 16
"Quem dizem os homens que eu sou?" (Me 8,27) O EACRE da Região Paraná Sul, realizado de 17 a 19 de fevereiro, foi abençoado. Uma frase pronunciada por um dos participantes confirma: "O EACRE deste ano foi diferente, pois "focou" a essência do Movimento e não os seus aspectos administrativos". "Amar nada mais é do que servir. Precisamos conhecer Jesus com o coração e não com a consciência .. ", disse o CRP Ângela e Luiz, na abertura do evento. O gesto simbólico de "comum união" representado pelos pequenos vasos de flores naturais trazidos pelos casais e que enfeitaram o altar, traduziram o grau de alegria e satisfação que impregnava o ambiente das celebrações eucarísticas. Pe. Sallet enfatizou a responsabilidade do CRE na animação das equipes, agindo mais com o coraCM407
ção do que com a razão, motivando os casais ao apelo de seguirem a Jesus Cristo como único modelo. As celebrações motivaram ao tema do ano "À descoberta do Cristo". Na liturgia do domingo, três mensagens especiais para a missão do CRE. A "esperança", em Is 43,18-19: " ... Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos". A "confiança", em 2Cor 1,18-22: " ... é nele que todas as promessas de Deus têm o seu sim garantido .. " A "misericórdia" de Deus, em Me, 2,1-12, com a cura do paralítico. As diversas palestras reforçaram a proposta do Movimento para este ano. Pe. Ailton afirmou que Escuta " ... é um ouvir por dentro,
uma atitude interior, para buscar na palavra de Deus o caminho a seguir..." Irmã Irene, ao falar da Meditação, disse que "santo é quem deixa passar a luz que recebe ... " Para Pe. Guido, Retiro é "buscar um encontro com a vontade de Deus" . Frei Luiz, introduziu-nos no tema deste ano da Campanha da Fraternidade: "Entra, vem para o meio", dedicado aos portadores de deficiência, surpreendentemente numerosos na nossa América Latina. O EACRE 2006 foi um "marco rejuvenescedor" na vida do Movimento em nossa Região. Isabel e Armelino Girardi CRE 7 B- Curitiba/PR agirardi@agirardi.com.br
NOTAS DA CARTA MENSAl
lembrete Ao remeter seu artigo para a Carta Mensal, coloque sempre o nome do cônjuge. a invocação da Equipe, Setor, cidade ou Região. Se permitir que os irmãos o contatem sobre a matéria publicada na Carta Mensal, acrescente seu endereço eletrônico.
Errata Na parte externa e interna da capa da Edição N° 406 (fev/ março de 2006) da Carta Mensal, constou fevereiro-março de 2005. Pedimos desculpas pela falha. Aconselha-se fazer a devida correção, para controle de arquivo e futuras consultas.
CM407
17
SUPER-REGIÃO BRASll Distribuição por Provindas - Janeiro
2006
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NORTE
Norte I (61)
353
306
40
7
54
6
Norte III (62)
124
107
15
2
24
3
1
Norte 11 (63)
303
265
28
10
43
4
1
Soma
780
678
83
19
121
13
3
Pernambuco I (81)
539
478
50
11
80
7
1
Pernambuco 11 (82)
318
297
18
3
48
4
1 1
1
NORDESTE
Bahia - Sergipe (83)
447
404
38
5
64
6
Ceará (85)
722
647
68
7
105
9
1
Alagoas (86)
257
231
26
-
37
4
1
Paraíba {87)
440
402
34
4
75
8
1
R. Grande do Norte(88)
651
585
59
7
91
10
1
Pré-Maranhão/Piauí (89)
205
187
16
2
29
4
1
3579
3231
309
39
529
52
8
Soma CENTRO - OESTE
Centro - Oeste I (35)
527
458
57
12
72
7
1
Goiás Sul (36)
413
377
33
3
58
6
1
Centro- Oeste 11 (37)
570
508
57
5
77
8
1
Mato Grosso Sul (39)
332
302
30
-
47
4
1
1842
1645
177
20
254
25
4
1
Soma LESTE
Rio de Janeiro I (21)
327
262
35
30
45
4
Rio de Janeiro 11 (23)
424
348
34
42
62
6
1
Rio de Janeiro III (25)
286
247
33
6
44
5
1
Rio de Janeiro IV (27)
393
346
34
13
57
5
1
Rio de Janeiro V (29)
325
284
31
10
53
6
1
Minas Gerais I (31)
399
356
40
3
63
5
1
Minas Gerais IV (32)
260
237
21
2
36
5
1
Minas Gerais 11 (33)
421
381
38
2
63
8
1
Minas Gerais III (34) Soma
18
295
264
28
3
40
5
1
3130
2725
294
111
463
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383
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24
S. Paulo Capital 11 (02)
340
290
41
9
57 50
S. Paulo Sul I (03)
605
521
69
15
89
7
S. Paulo Sul 11 (05)
564
494
57
13
88
7
S. Paulo Centro I (07)
619
536
65
18
97
7
S. Paulo Centro 11 (08)
349
312
31
6
52
4
S. Paulo Leste I {11)
473
400
61
12
72
7
S. Paulo Leste 11 {12)
459
386
58
15
71
6
1
3792
3248
432
112
576
46
8
S. Paulo Centro III {09)
291
259
22
10
52
4
S. Paulo Centro IV {1 O)
203
174
25
4
34
3
S. Paulo Nordeste {13)
483
431
42
10
75
7
S. Paulo Norte I (15)
347
313
24
10
54
5
S. Paulo Norte 11 {16)
327
305
21
1
54
7
S. Paulo Oeste I {17)
544
475
59
10
86
8
181
161
15
5
27
2
50
382
36
S. Paulo Capital I (01)
Soma
4
SUL 11
S. Paulo Oeste 11 ( 19)
2376
2118
208
Paraná Sul {41)
338
290
47
Paraná Norte (43)
454
395
53
6
Santa Catarina I {47)
437
367
51
19
Santa Catarina 11 (49)
217
189
26
2
Rio Gde. do Sul I (51)
465
393
54
18
Soma
7
SUL III
Rio Gde. do Sul 11 {53) Soma
CM407
57
5
69
7
72
6
39 1 77
5
218
189
22
7
40
1
2129
1823
253
53
354
6
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SER CASAl RESPONSÁVEl DE EQUIPE Gostaríamos de compartilhar com os novos CREde 2006, principalmente, a nossa experiência de ser casal responsável de equipe. O ano de 2005 foi abençoado para nós, desde a eleição do CRE no final de 2004. Começou com aquele "frio na barriga" ao ouvirmos nosso nome no dia da eleição do novo CRE. Na seqüência, a expectativa de como seria atuar nesta "função" e uma certa ansiedade fizeram parte do nosso Natal e Ano Novo ..... Início de 2005: reuniões do préEACRE, reuniões com o CRE do ano anterior; EACRE e, a seguir, as reuniões mensais. Tudo foi um grande desafio: animar a nossa equipe, participando das reuniões preparatórias, coordenando a agenda da equipe, ocupando-nos com as reuniões mensais, enfim, sendo o elo de ligação da equipe com o casal ligação e o setor. O interessante foi que tudo isso ficou mais fácil, porque no decorrer do percurso nossa espiritualidade foi se fortalecendo. Os aprendizados foram muitos nessa caminhada: • Dedicar/doar tempo e atenção às pessoas e a Deus nos traz ganhos tanto espirituais como materiais; • Ser o elo de ligação entre os casais estreita os laços de amizade e o carinho uns pelos outros; 20
• Quando somos CRE e queremos o melhor para nossa equipe, as qualidades e opiniões de cada pessoa, embora diferentes, são agregadas para o crescimento da equipe; • As divergências de opiniões dos casais servem para exercitarmos a nossa atenção para com as pessoas, a nossa flexibilidade, bem como a compreensão da individualidade de cada um; • Por estarmos constantemente pensando nas Equipes, é mais fácil realizar os PCE com assiduidade; • Trocar idéias com o CL da equipe nos faz crescer, pois o intercâmbio de informações traz um aprendizado para toda a vida. Talvez um dos maiores aprendizados foi aprender a convivência com os casais da nossa equipe. Fomos abençoados com a presença de um sacerdote, o Pe. Ferreira, que esteve presente e ativo durante a nossa caminhada, mesmo quando seus compromissos tomavam todos os horários de sua agenda. No início de 2006, percebemos o quanto crescemos em nossa fé no Deus que faz em nós maravilhas.
Cíntia e Abel Eq. N. S. Rainha da Paz Setor B - Curitiba!PR CM 407
RETRATO DE CRlSTO JESUS Segunda parte "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece Deus. Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é Amor. ( ... ) Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar-nos uns aos outros" (lJo 4,7-8.11). O Filho de Deus veio morar entre nós, tomou-se um de nós (cf. Jo 1,14) e colocou-se na encruzilhada do caminho dos que buscam se encontrar com Deus: "Ninguém vem ao Pai a não ser por mim" (Jo 14,6), e dos que buscam se encontrar com os irmãos, para juntos, como Povo de Deus, voltar à casa do Pai. Quem se isola dos irmãos, isolase de Jesus, que é o Caminho. "Quem não ama seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus a quem não vê" (lJo 4,20). Ele é o caminho do mandamento único, cujo objeto é Deus e o próximo. O caminho que leva a Deus passa pelo amor aos irmãos. "Caríssimos, se Deus assim nos amou, também devemos amarnos uns aos outros" (lJo 4,11). O caminho que leva ao homem passa por Jesus: "Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e todo o que ama aquele que o gerou ama também aquele que dele foi gerado. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amarmos a Deus e guardarmos os seus mandamentos" (lJo 5,1-2). "O meu mandamento é este: que vos ameis CM407
uns aos outros como eu vos tenho amado" (Jo 15,12). Jesus veio ao mundo para realizar a salvação e mostrar o caminho. Por isso, na tentativa de mostrar uma "fotografia de Jesus", fixar-nos-emos sobre o Jesus humano, "o mais belo dos filhos dos homens" (Sal 45,3). Motivos para melhor conhecer Jesus: • Porque é verdadeiramente um homem a quem queremos seguir. • Porque é, ao mesmo tempo, o verdadeiro Filho de Deus em quem precisamos acreditar. • Porque Ele é o Senhor a quem
devemos adorar. •
Porque Ele é Jesus e Cristo, ao mesmo tempo. Partiremos do homem-Jesus, para 21
chegarmos a Jesus, o Filho de Deus. Os primeiros passos são quase exclusivamente humanos: sentimentos de admiração pelo homem Jesus, a quem vemos. Mas não paramos aí: queremos chegar ao Filho de Deus vivo, a quem não vemos senão pela fé. Este caminho é racional também, mas é fundamentalmente caminho espiritual, enraizado na fé e na contemplação, que encontram suas expressões na oração. Neste caminho, em busca do conhecimento de Jesus, só se avança com segurança pela via da oração, porque a luz que nos revela o Filho de Deus vem do alto, do Pai das luzes. "Não foi a carne e nem o sangue que te revelaram isso, mas o Pai que está nos céus" (Mt 16,16-17). "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" exclamava Paulo (Gl 2,20). Essa afirmação não é do "sábio Paulo", mas do Paulo santo, do Paulo apaixonado pelo Senhor. Enquanto S. Agostinho procurava apaixonadamente a verdade pelos caminhos da ciência, entrando pelas veredas de todas as filosofias, não sentia saciada a fome e sede da Verdade que ardia no seu coração. Essa sede foi saciada quando entrou dentro de si, pela via da oração e do amor. Bem exclamou ele: ''Tarde eu te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde eu Te amei! Tu estavas dentro de mim e eu estava fora de mim mesmo ...Tu estavas comigo, e eu não estava contigo. Retinham-me longe de Ti as criaturas, que não existiriam se não existissem em Ti" (S.Agostinho. Confissões X, 27). 22
O caminho para o verdadeiro encontro com Cristo é interior! "Tu me chamaste, e teu clamor venceu a minha surdez. Tu exalaste o teu perfume, eu respirei, e eis que por Ti suspiro. Provei-Te e tenho fome de Ti. Tu me tocaste e eu ardo de amor por causa da paz que Tu me deste" (Idem, idem). Deus se revela na contemplação, especialmente aos simples e humildes de coração. Santa Teresa confessava que as verdades e os mistérios mais profundos da vida espiritual eram iluminados mais pelos santos do que pelos teólogos; e, se eram teólogos, iluminavam não por serem teólogos, mas por serem santos, experientes no caminho do encontro com Deus: a oração. Refletir é necessário e importante, mas não é suficiente. No caminho do conhecimento de Jesus Cristo, quem pára onde termina a razão não chega à metade do caminho. Parar nas coisas terrenas é trair o amor de quem oferece o bem maior, o mesmo Deus. Seria como o viajante que partiu em busca de uma pérola preciosa e que, distraindo-se com flores e pássaros, esquecesse a pérola. Os passos mais decisivos na busca do Senhor acontecem na contemplação, a oração madura. Senhor Jesus, que aparecestes entre nós, Homem entre os homens, nós, que escutamos vossa palavra e vimos as vossas obras, queremos acreditar que sois o Filho de Deus porque vós mesmo dissestes: "Credes em Deus, crede também em mim". "Eu e o Pai somos um!" Enviai CM407
Jesus Cristo é a rocha firme
dito que estava na boca de todos: "Fez bem todas as coisas!". Deus apareceu em forma humana. Esse é o fato fundamental do cristianismo. "Ele tinha a condição divina e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente, mas esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana" (Fl 2,6-7). No decorrer dos séculos, o lado humano de Jesus sempre foi contemplado: • Nasceu como qualquer criança, estando sua mãe em viagem, na gruta habitada por animais. • Cresceu, passando pelas fases normais. • Come, bebe, sente cansaço, tem sono e cochila na barca de Pedro. • Foge quando querem fazê-lo Rei. • Tem amigos e chora a morte de Lázaro. • Sua ternura é extrema. Experimenta o sentimento de admiração e da desilusão. • Ama as crianças, experimenta a dor da traição de um "amigo".
A história da vida de Jesus não difere da vida comum de todo ser humano. O Homem Jesus cativou multidões e atraiu muitos seguidores, homens e mulheres, e continua atraindo. Junto a Jesus encontramos admiradores e seguidores. Os admiradores reconhecem que Jesus é um homem poderoso e o buscam por interesses (cf. Jo 6,1-15). Os seguidores descobriram algo mais, descobriram o Cristo, o Filho de Deus. O olhar dos seguidores ultrapassa os prodígios e chega Àquele que os realiza. Ninguém conseguiu esvaziar aquele
Na verdade, o lado humano de Jesus é evidente. Nenhum sentimento mais e nenhum sentimento menos que não tenham sido ou possam ser experimentados por qualquer ser humano. Verdadeiramente, Jesus é semelhante a qualquer um de nós! Por isso segui-lo. Jesus, porém, apresenta algumas coisas um tanto surpreendentes: • Ele ama sua Mãe com ternura filial, mas surpreende com esta passagem: "Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus
o vosso Espírito, pois só Ele nos dirá que sois Homem e Deus. O homem nós vemos, mas em Deus apenas podemos crer. "Ninguém jamais viu a Deus: O Filho único que está no seio do Pai, foi quem o revelou" (Jo 1,18). Jesus é o perfeito retrato do Pai. "Quem me vê, vê o Pai!" (Jo 14,9). Queremos ver-vos no escuro e sagrado aposento do coração; neste que encontramos no coração podemos acreditar, ainda que dizendo: "Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé". Neste caminho, partimos da nossa pobreza. O pobre, proclamado feliz pelo Senhor, sente necessidade dos outros. "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus". "A quem iremos, Senhor! Só tu tens palavras de vida eterna", exclamava Pedro, provocado por Jesus, se também eles não queriam se retirar, quando tantos começavam abandoná-lo! (Jo 6, 67-68).
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irmãos estavam fora, procurando falar-lhe. Jesus respondeu àquele que o avisou: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E apontando para os discípulos com a mão, disse: Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Mt 12, 46-49). Vive submisso a Maria e José; no entanto fica em Jerusalém por sua conta; e diante da mãe e do pai adotivo se justifica: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?". Cresce em sabedoria, idade e graça, mas ainda adolescente deixa os pais pensativos e surpresos os doutores da lei, aos 12 anos no templo. Ele reza ao Pai, mas com uma particularidade: fala "Meu Pai e vosso Pai" . Ele sempre era ouvido pelo Pai.
Não será Ele mais que um homem? Como é humano o Senhor Jesus! Semelhante a nós, nascido de mulher, reconhecido como homem, morre mais abandonado que qualquer ser humano! "Senhor! Fazei com que cresçamos em humanismo, porque é o humano que se deve transformar para que sejamos semelhantes a Vós!" Não poderia ser um compromisso nosso, investir em conhecer o humanismo de Jesus? Santa Teresa lamenta o tempo em que abandonou o caminho do Jesus humano, pensando que deveria chegar diretamente ao Cristo da fé, o Filho de 24
Deus! E recomenda caminhar lado a lado ao Jesus homem, para crescer na perfeição e na santidade. Lamenta e alerta para não se deixar iludir por aqueles que querem desmentir essa verdade! A vida de oração de S. Teresa sempre encontrou um forte alimento, meditando os mistérios da vida humana de Jesus, da infância até à morte na cruz. Aos 27 de setembro de 1970, o Papa Paulo VI proclamava Teresa de Jesus Doutora da Igreja, sintetizando a doutrina da nova mestra da Igreja na mensagem da oração. Falar da vida e doutrina de S. Teresa é falar da oração. Ela ensinou e ensina ainda hoje o que ela viveu: O mistério e os segredos da oração. Queremos conhecer o retrato de Jesus não apenas para sermos espertos nos conteúdos da sua doutrina. Espertos e doutores nos conteúdos existem muitos! Queremos conhecer Jesus para que nos possamos identificar mais com ele. Se buscarmos conhecêlo sem este objetivo, seríamos como quem faz urna coleção de selos! Por isso cremos importante a experiência de S. Teresa sobre a humanidade de Jesus, como caminho para chegar à intimidade com ele. Por Jesus homem e em Jesus, Deus nos deu tudo. Queremos conhecer o Jesus vivo do Evangelho: pelo estudo e reflexão, mas especialmente pela via secreta e misteriosa da oração. Essa nos mostrará o verdadeiro rosto de Jesus. Deus nos ajude a percorrer este caminho sem desanimar. "Quem perseverar até o fim, este será salvo!" (Mt 10,22) CM 407
VlGÍllA PASCAl "Não vos assusteis. Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou, não está aqui" (Me 16,6). 1. Na manhã do primeiro dia depois do sábado, como narra o Evangelho, algumas mulheres vão ao sepulcro para venerar o corpo de Jesus, que, tendo sido crucificado na Sexta-feira, foi envolvido às pressas num lençol e lá depositado. Procuram-no, mas não o encontram: não está mais no lugar onde foi sepultado. D'Ele restam somente os sinais do enterro: o túmulo vazio, as ligaduras, o lençol. As mulheres, no entanto, ficam assustadas à vista de um "jovem trajado com uma veste branca", que lhes anuncia: "Ressuscitou, não está aqui". Desde então, esta notícia desconcertante, destinada a mudar a sorte da história, continua a repercutir de geração em geração: um anúncio antigo e sempre novo. Mais uma vez ressoou durante esta Vigília pascal, mãe de todas as vigílias, e vai-se difundindo nestas horas por toda a Terra.
permanecido prisioneiro do sepulcro, a humanidade e toda a criação, de certo modo, teriam perdido o próprio sentido. Mas Vós, Cristo, realmente ressuscitastes! Então cumprem-se as Escrituras que, faz pouco, acabamos novamente de ouvir na liturgia da Palavra, percorrendo outra vez as etapas de todo o plano salvífico. Ao início da criação "Deus, vendo toda a Sua obra, considerou-a muito boa" (Gn 1,31). A Abraão prometera: "Todas as nações da terra serão abençoa-
2. Ó sublime mistério desta Noite Santa! Noite na qual revivemos o extraordinário evento da Ressurreição! Se Cristo tivesse CM407
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das na tua descendência" (Gn 22,18). Foi-nos proposto novamente um dos mais antigos cantos da tradição hebraica, que revela o significado do antigo êxodo, quando "o Senhor livrou Israel das mãos dos egípcios" (Ex 14,30). Ainda hoje continuam verificando-se as promessas dos Profetas: "Dentro de vós porei o meu espírito, fazendo com que sigais as minhas leis ... " (Ez 36,27). 3. Nesta noite de Ressurreição, inicia-se tudo novamente desde o "princípio"; a criação recupera o seu autêntico significado no plano da salvação. É como um novo início da história e do cosmo, porque Cristo ressuscitou dos mortos "como primícias dos que morreram" (1 Cor 15,20). Ele, "o último Adão", tornou-se "espírito vivificante" (!Cor 15,45). O mesmo pecado dos nossos primeiros pais vem a ser cantado no Precônio pascal como "felix culpa", "ditosa culpa, que nos mereceu tão grande Redentor!". Onde abundou o pecado, superabundou agora a Graça e "a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular" (Salmo resp.) de um edifício espiritual indestrutível. Nesta Noite Santa nasceu um povo novo, com o qual Deus estabeleceu uma eterna aliança no sangue do Verbo encarnado, crucificado e ressuscitado.
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4. Começa-se a fazer parte do povo dos redimidos mediante o Batismo. "Pelo Batismo nós fomos sepultados com Ele, na morte, lembrou-nos o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova" (Rm 6,4). ( ... )
5. Caríssimos Irmãos e Irmãs (... )!Também nós nos uniremos( ... ), para renovar as promessas do nosso Batismo. Renunciaremos novamente a Satanás e às suas obras, para aderir firmemente a Deus e aos seus projetos de salvação. Exprimiremos assim um compromisso mais decidido de vida evangélica. Amparados pela força do Espírito Santo, perseverai na vossa fidelidade a Cristo, e proclamai com coragem o seu Evangelho. Maria, alegre testemunha do acontecimento da Ressurreição, ajude a todos a caminhar «numa vida nova»; torne cada qual consciente de que, tendo sido crucificado com Cristo o nosso homem velho, devemos considerar-nos e comportar-nos como homens novos, e «vivos para Deus, em Cristo Jesus» (cf. Rm 6,4.11) . João Paulo II Homilia da Vigz1ia Pascal, em 19-4-2003
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FRATERNlDADE E PESSOAS COM DEAC1ÊNC1A A Campanha da Fraternidade para 2006, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, é urna proposta de intensa evangelização durante o período quaresmal que, neste ano, coloca no centro da nossa atenção o tema: Fraternidade e pessoas com deficiência. Elas são, muitas vezes, vítimas de preconceito e discriminação, principalmente nesta sociedade que marginaliza e exclui os que têm menos possibilidades de competir e de se afirmar social e economicamente. A Campanha da Fraternidade nos dias de hoje, por sua dimensão social e humana, ultrapassa o próprio tempo quaresmal e se firma ao longo do ano como proposta de reflexão e ação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e cristã. A Campanha deste ano é uma resposta da Igreja Católica ao clamor da sociedade, para abrirmos os olhos e conhecermos como vivem mais de 27 milhões de brasileiros. Seu lema - Levanta-te, vem para o meio! (Mc3,3) - é um desafio para a sociedade, para a Igreja e para nós, comprometidos com a ação evangelizadora nas comunidades. Essa palavra de Jesus dirigida ao homem que tinha a mão atrofiada é também um convite às pessoas com deficiência, para que se percebam acolhidas e valorizadas por Ele. CM407
Ao longo da história, o tratamento a elas dispensado tem revelado preconceito e falta de respeito, pois as palavras que lhes são dirigidas ainda falam do nosso desconhecimento em relação às deficiências. Sem a menor discrição, são chamadas de loucos, retardados, debilóides, entre outros. Essa realidade, na verdade, não está distante de nós. Afinal, qual família não conta com urna ou mais pessoas com deficiência? Nossos pais, avós como estão vivendo as dificuldades da idade que se apresentam a cada dia? Qual a paciência dos filhos e netos para ouvi-los tantas vezes dizendo a mesma coisa de um passado distante? Nós, que levamos urna vida apressada e repleta de compromissos, o que estamos aprendendo através de suas histórias, que precisamos ouvir com vivo interesse? Nas Pastorais, Organismos e Movimentos, onde estão as pessoas com deficiência? O que fizemos para que elas tenham acesso aos momentos celebrativos? Existem celebrações ou pastorais voltadas especificamente para pessoas com deficiência sensorial? O cartaz da Campanha nos reporta à percepção de que Deus está presente na vida de todos, sem exclusão, com amor sem medida. Se a deficiência for tratada adequadamente e em tempo hábil, toma-se possí27
vel assegurar uma maior inclusão. cia e de seus familiares, a partir O objetivo geral da Campanha é de levantamentos da realidade uma convocação para se "conhecer local, da pesquisa de informamelhor a realidade das pessoas com ções, da vivência dos valores deficiência e refletir sobre sua situaevangélicos no agir em fanu1ia, ção, à luz da Palavra de Deus e da da denúncia de toda forma de ética cristã, para suscitar maior reducionismo e desvalorização fraternidade e solidariedade, promoda pessoa com deficiência, da vendo sua dignidade e seus direitos." prevenção de deficiências e da A Campanha apresenta três urgência de atitudes fraternas. grandes linhas de reflexão: 1. Ver a realidade isto é, ter um olhar Entre as sugestões concretas que a atento para perceber o que é uma Igreja propõe para promover a dignidadeficiência, quem é deficiente, a sua de das pessoas com deficiência estão: problemática, a história das pessoas • Assegurar-lhes os direitos indivicom deficiência no Brasil, a posiduais e sociais e de suas famílias; ção da Igreja ao longo do tempo • Promover a autonomia das pesem relação a elas, e o protagonismo soas com deficiência; das pessoas com deficiência em sua • Suscitar e apoiar iniciativas indivivida e na sua ação. duais, comunitárias ou públicas 2. Julgar à luz da Palavra de Deus e para inclusão, valorização e proteda ética cristã, considerando que ção das pessoas com deficiência. todos os seres humanos, com ou sem deficiência, foram feitos à A coleta feita no Domingo deRaimagem e semelhança de Deus e mos (9 de abril), em todas as comupor Ele são abençoados; "que o nidades cristãs, paróquias e dioceses ser humano, independente das con- em âmbito nacional, representa um dições em que se desenrola a sua gesto concreto da Campanha e exvida e das capacidades que pode pressa solidariedade aos deficientes. expressar, possui uma dignidade Possibilitar vida digna para essas única e um valor singular, desde o pessoas ainda representa grande deprincípio da sua existência até o safio para vários setores da sociemomento da morte natural" (J. dade e da Igreja, pois não é mais Paulo II). No Evangelho, Jesus não possível se ficar de expectador(a) fica esperando que as pessoas o diante dessa realidade. Ousemos procurem. Ter a mesma atitude de agir para resgatar a dignidade das Jesus significa ir atrás, não passar pessoas com deficiência, construinadiante, como o sacerdote e o le- do uma cultura de solidariedade. vita da parábola do Bom Samaritano, mas ter compaixão e agir. M. Mônica P. Pinto e Amélia 3. Agir, vivendo o AMOR, procuM. B. de Albuquerque rando conhecer a situação de Pastoral da Educação vida das pessoas com deficiênReg. NE 1/CNBB/CE 28
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Ordenação Presbiteral Vamos continuar orando para que ele continue perseverante e fiel à Igreja e às ENS. Ana e João e /vete e Júlio CRs Equipes N. S. do Bom Parto e N. S. Aparecida - Araçatuba/ SP
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Estamos muito felizes por ter compartilhado com o nosso querido Conselheiro Espiritual Pe. Cláudio (foto), este momento tão especial da sua vida. Ele nos acompanha desde a experiência comunitária (realizada no ano de 2004). No início participou das nossas reuniões como seminarista. Em 7 de janeiro de 2005, foi ordenado diácono e sempre desempenhou sua missão com a sabedoria do Espírito Santo, com alegria, humildade e simplicidade. Dividiu seu tempo, sua vida, para junto de nós partilhar esta caminhada de fé, animando os casais a promover a unidade das ENS. Ordenado presbítero no dia 05 de fevereiro de 2006, no Santuário São João Batista e São Judas Tadeu, na cidade de Araçatuba, continuará conosco, apesar dos seus tantos compromissos. Realmente temos muitos motivos para louvar e agradecer a Deus. A sua presença entre nós é muito importante, em especial pelo seu testemunho de vida. CM407
No dia 4 de fevereiro de 2006, em São José dos Campos/SP, foi ordenado presbítero o Frater Cleber Eduardo Kock e, no dia 11 de março de 2006, o Frater Everton dos Santos Carvalho, na cidade de Varginha/MG, ambos conselheiros espirituais, respectivamente, da Equipe 7B e Equipe 4B de Taubaté/SP. Parabéns! Tanto as duas equipes, como todo o Setor B agradecem aos dois novos presbíteros o empenho, disponibilidade, carinho e amizade de ambos durante o período que conosco estiveram. Como presbíteros, em terras novas, sejam felizes, pacientes, persistentes e confiantes na graça de Deus. Márcia e Celso, CR Setor B Taubaté/SP
••• A Equipe Nossa Senhora de Fátima do Setor C de Fortaleza/CE está muito feliz com a ordenação presbiteral do seu Conselheiro Espiritual, Pe. Josemar. Ele faz nossa equipe sentir a presença de Cristo e de Maria Santíssima. Cristina e Carlos 29
SCE é ordenado bispo Que alegria! Mons. Paulo Roberto Beloto foi ordenado bispo no dia 4 de fevereiro de 2006, na cidade de Manila/ SP. Natural de Adamantina/SP, pertencia ao clero de Man1ia e assumiu a Diocese de Formosa/GO, no dia 19 de fevereiro. O novo Bispo era Sacerdote Conselheiro Espiritual há 12 anos da Equipe Nossa Senhora de Nazaré, do Setor B de Marília e por duas vezes foi Conselheiro Espiritual de Setor. Sua característica marcante é a humildade, o que o faz realmente um "Servidor do Evangelho de Jesus Cristo". Que o Senhor esteja presente em todos os momentos de sua vida, para que a sua missão evangelizadora seja coroada de muito amor e dedicação. "Ai de mim se não evangelizar" (lCor 9, 16).
Equipes dos Setores A e B - Marília/SP
Ordenação diaconal Nossa Comunidade esteve em Festa no último dia 05 de Fevereiro de 2006. Pela imposição das mãos de nosso SCE, Arcebispo de Cascavel, Dom Lúcio lgnácio Baumgaertner, foi ordenado Diácono Josemar José Weizenmann. Rogamos a Deus, que derrame muitas bênçãos sobre ele e que ele se mantenha frrme em sua vocação.
Rosa e Erotides, CRS - PréSetor de Cascavel/PR 30
Bodas de Ouro Leonida e José Schlindwein, no dia 5 de maio de 2006, completarão 50 anos de matrimônio. Equipistas há 35 anos, pertencem à Equipe Nossa Senhora Rainha dos Casais, do Setor A de Blumenau/SC. Casal modelo de conjugalidade e de vida de oração. Na simplicidade, sempre souberam dar testemunho do amor que os une. Dedicados ao Movimento e à Igreja, atuaram como Casal Ligação, Piloto e Responsável de Equipe, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e em Cursos de Noivos.
Rosa e Paulo - CC/SR CM407
Novas Equipes Uma Carta
A) Setor Santa Luzia A/PB: Eq. Eq. Eq. Eq.
N. N. N. N.
S. S. S. S.
da Chama do Amor do Carmo das Vitórias dos Milagres
B) Setor Espírito Santo: Eq. N. S. da Rosa Mística Eq. N. S. dos Milagres Eq. N. S. do Carmo Eq. N. S. Medianeira de Todas as Graças
C) Pré-Setor CascaveUPR: Eq. N. S. Auxiliadora Eq. N. S. Imaculada Conceição
Dom Pedro A. M. Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba/ PR, assina a seguinte mensagem para a Carta Mensal: "O objetivo desta comunicação é agradecer-lhes a 'Carta Mensal', Equipes de Nossa Senhora. Tenho-a recebido regularmente e lido com atenção, pois seus artigos muito me ajudam na reflexão sobre a Pastoral i Familiar. (... )" . 1
Jubileu de Prata No dia lO de Outubro de 2005, a Equipe Nossa Senhora das Graças comemorou 25 anos de caminhada com uma celebração Eucarística. presidida por Mons. Tarcísio Scherer. No inicio, a Equipe recebeu a denominação de "Equipe 38 B" e era constituída pelos casais: Tereza e Barbosa (pilotagem); Genezi e João Carlos; Antoanete e Manuel; Maria Terezinha e Victor; Regina e Victório; Jandira e Paulinho; Izaura e Guido. Por motivos diversos, somente dois desses casais ainda fazem parte da Equipe. Houve renovações, mas a caminhada de 25 anos foi e é constantemente robustecida pelas graças e bênçãos de Nosso Senhor. Sentimo-nos particularmente agraciados pela bondade divina, por ter Ele colocado na caminhada da Equipe, desde o início, o mesmo SCE, Tarcísio Scherer, que não mede esforços para nos orientar na fé e na compreensão da Palavra do Senhor. Temos progredido, participando dos serviços e pastorais no Movimento e na Igreja, tais como S.O.S Família, Encontro de Noivos, Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão e outros. Sabemos. com certeza, que Nossa Senhora olha por nós, cuida de nossas vidas diariamente, para que sejamos mantidos unidos pelo amor de seu Filho Jesus Cristo, dando-nos uma identidade e uma convivência de amor fraternal, de mútua ajuda e compreensão. Por tudo isso, louvamos e agradecemos a Nosso Senhor Jesus Cristo. Eq. N. S. das Graças , Setor B - Porto Alegre/RS CM407
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Jubileu de Ouro Movimentos eclesiais na América latina Com o lema "Discípulos e Missionários hoje", representantes de mais de 40 movimentos e comunidades eclesiais, presentes na América Latina há mais de 20 anos, estiveram reunidos na cidade de Bogotá/Colômbia, nos dias de 9 a 12 de março. A intenção era refletir e recolher a valiosa experiência dos movimentos eclesiais e das novas comunidades em sua tarefa de conduzir ao encontro com Jesus Cristo vivo e formar discípulos e missionários para a evangelização da cultura e da construção da sociedade. O Encontro foi organizado pelo Conselho Pontifício para os Leigos, da Santa Sé, e pelo CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano).
A querida Irmã Terezinha (Maria Valdereis Lemos - foto) comemorou 50 anos de vida religiosa, no dia 2 de fevereiro de 2006. Irmã Tetê é Conselheira Espiritual de várias equipes há 11 anos, na cidade de Santa Luzia, a 270 Km de João Pessoa/PB. Ela se integrou e se entregou ao Movimento desde quando as Equipes chegaram a essa cidade. Dedica-se integralmente, com muito carinho, ao fortalecimento das Equipes e é responsável, com a graça de Deus, pelo crescimento do Movimento em Santa Luzia e em cidades vizinhas, que em conjunto somam 23 equipes. Parabéns Irmã Tetê e que Deus a abençoe! Lucita e Marialva, CRR Região Paraíba
Partiram para a casa do Pai •
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Raymundo Nonato Duarte Valente, esposo da Thérése, no dia 18 de dezembro de 2005. Por 25 anos pertenceu à Equipe 4, Setor CBelém/PA. Jandir Peccini, da Maria de Lourdes, em 8 de janeiro de 2006. Integrava a Equipe N. Senhora Mãe da Igreja, Setor C - Porto Alegre/RS. Mons. Severino Lins. Era Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe N. Senhora de Nazaré, Setor A- Petrópolis/RJ. José Galhase, da Heliana, no dia 21 de dezembro de 2005. Fazia parte da 2a Equipe - Nossa Senhora Aparecida, Setor de Garça/SP. Maria do Sacramento, viúva. Ingressou no Movimento na Equipe 1 de Taubaté/SP, em 1961. Desde muitos anos, integrava a Equipe Nossa Senhora do Sim, Eq. 01 A de São Paulo/Capital!. CM407
VAMOS A lOURDES! Queridos casais equipistas: O Encontro de Lourdes está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Muitos de nós já nos organizamos em grupos e já estamos providenciando as passagens e os passaportes e definindo os passeios fora do Encontro. Outros, infelizmente, precisaram desistir, por motivos diversos, e terão que adiar esse projeto. Nós, por exemplo, só conseguimos ir a um Encontro Internacional depois de muito tempo de Movimento, em Santiago de Compostela, em 2000. Por outro lado, sabemos de equipistas que ainda não deixaram de comparecer a nenhum: cada encontro é um encontro diferente que vale a pena ser vivido, independentemente dos anteriores. Bem, amigos, já estamos em abril de 2006 e trazemos muitas novidades e definições que queremos transmitir a vocês:
Inscrições: • As inscrições se encerram a 1o de junho de 2006. Até lá, para fazer novas inscrições basta nos enviar, por e-mail ou fax, os dados cadastrais de inscrição (código da equipe, nome completo, CPF, telefones, e-mail e endereço completo com CEP); • A taxa de inscrição deverá ser paga da seguinte maneira: para inscrições em março, 3 parcelas de R$ 370,00 por pessoa; para inscrições em abril, 2 parcelas de CM407
R$ 555,00 por pessoa; finalmente, para inscrições em maio, a taxa deve ser paga integralmente no valor de R$ 1.110,00 por pessoa.
Suspensão de pagamento de parcelas devido ao câmbio favorável do euro: • Os planos de pagamento da taxa de inscrição de 12 a 17 parcelas estão dispensados de pagamento das duas últimas parcelas, respectivamente, com vencimento em 30/abril e 31/ maio (felizmente o câmbio aumentou menos que o estimado); • Da mesma forma, os planos de 7 a 11 parcelas estão dispensados do pagamento da última parcela, com vencimento em 31/maio; Devolução por excedente cambial e ganhos Jinaceiros: • Os ganhos decorrentes do excedente cambial e os auferidos com a aplicação dos recursos serão devolvidos eqüanimemente a cada um dos inscritos, conforme resultados apurados em contabilidade, a partir de julho de 2006. Devolução por desistência: • Os inscritos que desistirem até 15 de junho de 2006 receberão, como devolução, 90% do valor pago, conforme foi ajustado na abertura das incrições. • As desistências que ocorrerem a partir de 15 de junho de 2006 serão regidas pelos critérios do 33
Comitê de Organização do Encontro (França), que, em princípio, só restituirá algum valor pago em casos de alta relevância (falecimento de cônjuge ou doença inopinada que impeça a viagem), quando serão devolvidos • 280,00.
Acolhida aos brasileiros em Lo urdes: • Para que você possa ser acolhido na sua chegada e partida de Lourdes, a Organização Internacional deverá ter conhecimento prévio dos dados de sua chegada e partida de Lourdes. Para isso é imprescindível que você preencha e complete a sua ficha com seus dados, pela Internet, acrescentando os dados referentes ao transporte que será utilizado para chegar e sair de Lourdes (SITE das ENS > Página do Encontro de Lourdes > Acompanhe sua inscrição > Evento Lourdes 2006 > Seu no de inscrição > Sua senha > clique ENTRAR > Atualizações > Transporte ou Cadastro). • Para a organização da "torre de Babel" durante o Encontro, não se esqueça de complementar seu cadastro, particularmente com os dados sobre as línguas faladas, pois a falta dessa informação pode gerar o risco de participação em um grupo cuja língua seja totalmente desconhecida. Por outro lado, é desejável que os grupos sejam o mais cosmopolita possível, para que haja realmente uma troca de experiências em nível internacional. 34
Atenção! Fique por dentro das últimas notícias sobre o encontro! • Isso será possível, acessando a internet. Todas as notícias que recebermos da Organização Internacional e da SR Brasil serão imediatamente colocadas na internet. Eis o caminho: abra o SITE das ENS (www.ens.org.br) > acesse a nossa página clicando, em Eventos, o logotipo do Encontro de Lourdes > clique em "programação de eventos" > selecione "Enc. Int. de Lourdes 2006 > Consulta Programação > Aí terão acesso às informações mais recentes sobre o Encontro. Bloqueio de inscrições: • Como faremos o envio definitivo do banco de dados dos inscritos da SR Brasil para a França, bem como o pagamento do saldo remanescente das inscrições até 15 de junho de 2006, realizaremos um plano progressivo de bloqueio de inscrições em atraso. Os levantamentos periódicos, seguidos de bloqueios, ocorrerão em 1o de março, 1o de abril, 2 de maio e finalmente em 1o de junho de 2006. Nesta ocasião, só permanecerão no Banco de Dados as pessoas que tenham quitado todas as parcelas de todos os planos. Regina e Cleber Casal Coordenador para o Encontro de Lourdes CM 407
POR QUE FAZER RETIRO? Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco (Me 6,31).
Ao propor "nenhum equipista sem retiro em 2006 ", o Movimento têm em conta não existir melhor oportunidade para uma experiência com Cristo que o Retiro. O tema de estudo do ano é "A descoberta do Cristo ", que nos interpela: Quem, dizem os homens, que Eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou? Por isso, o lema de 2006 é um convite objetivo: "Casal chamado a contemplar a Face de Cristo". Contemplar a Face de Cristo!. .. Como? S. João da Cruz ensina: O Pai pronunciou uma Palavra; essa Palavra é seu Filho, e Ele o pronuncia para sempre no silêncio eterno; e é no silêncio que a alma tem de ouvi-lo. Cristo só pode ser ouvido no silêncio, na meditação. Assim se completa o trio de PCE conducentes ao conhecimento de Cristo - Escuta da Palavra, Meditação e Retiro. "Á parte, num lugar deserto", longe das preocupações rotineiras, no silêncio exterior e interior, poderemos sentir Deus dentro de nós, escutá-lo sem interrupção, meditar sua Palavra e fazer dela o molde de nossa vida. O próprio Jesus considerou isso indispensável: Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim nada podereis fazer. Convencidos? Nem todos. Talvez Nanci e eu nos sentíssemos desobrigados do Retiro por CM407
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estarmos "sem tempo", "sem dinheiro" e "sem com quem deixar os filhos". Como despertar? Às vezes é preciso um choque. Jesus usou esse recurso na parábola do homem rico, cujos campos produziram muito e planejava "descansar, comer, beber e regalar-se"; mas morreria naquela noite (cf. Lc 12,13). Imaginemos, então, que pouco tempo depois eu sofresse um infarto, mas sobrevivesse. Em repouso numa cama de UTI, na certa refletiria sobre a "sorte" que tive. Estaria preocupado com as despesas médicas? Sim, mas acharia que valeu a pena. O trabalho que esperasse, e os filhos ficariam com amigos da equipe. Comigo, só a mulher, e apenas quando permitido pelo médico. A reflexão não se limitaria a coisas materiais. E se tivesse morrido? Com um pouco de juízo, mudaria minha vida. Não só a vida sedentária, carente de exercício físico, mas a vida espiritual. Talvez lembrasse meu sábio pai, que, quando contava 35
algum "caso" envolvendo alguém falecido, advertia: ... fulano hoje
está na verdade, e nós na mentira! É possível que entendesse: "Mentira tem pernas curtas". Assim a vida terrena. Já a vida espiritual, como a verdade, é eterna. Fizera a opção errada! - Priorizara a mentira!.. No Encontro em Itaici, Cida e Raimundo lembravam que "não so-
mos seres humanos tendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais tendo uma experiência humana" (Pe. T. de Chardin). Ora, todo homem precisa se fazer as perguntas fundamentais: Quem sou eu? Por que vim ao mundo? Claro, não foi para esgotar-me na busca de bens e confortos passageiros. "Buscai
primeiro o Reino de Deus... " Mais tarde, o "enfartado" se conscientizaria de muitas coisas. O risco de morte o faria reconsiderar a inconsistência de suas desculpas para não fazer o retiro. E o retiro poderia tê-lo despertado da vida estressante ... A vida sem a perspectiva da eternidade nos arrasta para o materialismo. Nossas necessidades são inventadas pela mídia e, inconscientes, exigimos nõssa cota de prazer aqui e agora. Tal ótica mundana esconde a realidade: somos mais que o corpo e suas necessidades. No mundo, deveríamos agir como o estrangeiro saudoso, que cumpre os deveres do país que o abriga, mas tem o coração ligado à pátria distante. Se junta algum dinheiro, é para viver melhor no lugar de origem. Assim o cristão: amealha para o Reino tesouros que não enferrujam nem podem ser roubados. A 36
Palavra nos alerta sobre as preocupações excessivas, mas nossos ouvidos estão fechados. É preciso parar para refletir. No Retiro, nossos olhos e ouvidos poderão se abrir, então perceberemos nossa eterna fuga da dor do vazio no prazer, confundido este com felicidade. llusão substituída por outra, e outra ... e o vazio só aumenta. Só Deus pode preenchê-lo: "Ó
Deus ... por ti madrugo. Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra seca, esgotada, sem água", clamava o Rei Davi (SI 63, 2). O despertar pode ser semelhante ao que acontece com uma criança: passa o dia absorvida em seus brinquedos, mas, no fim da tarde, irrequieta, chora e pede resoluta: "Agora eu quero minha mãe". Alguém já disse que o mundo é uma feira de vaidades, que ilude a criança com doces e brinquedos, fazendo-a esquecer de sua verdadeira herança. Mas onde está nossa mãe, nossa herança? Onde, enfim, está Deus? ''Tarde aprendi a amar-te, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde aprendi a amar-te! Tu estavas dentro de mim, e eu estava no mundo .... Eu te buscava fora de mim, e corrompido ... , deixei-me atrair pelas coisas adoráveis de tua criação. Tu estavas comigo mas eu não estava contigo", confessou Santo Agostinho (Confissões X, 27). Sabemos onde Ele está. O Retiro pode ser a porta.
Nanci e Rubens Chiaroti CRR Região Paraná Norte. CM407
A RESPElTO DO DEVER DE SENTAR-SE Dia desses, encontrei um livro com título no mínimo curioso: "As Cartas do Coisa-Ruim". E um subtítulo esclarecedor: "Como um diabo velho instrui um diabo jovem sobre a arte da tentação". (C. S. Lewis, Loyola, 1982) Misturando palavras do autor com as minhas, elaborei esta carta: "Meu caro sobrinho Pé-de-Cabra: Mantenha-se em íntimo contato com o amigo Tinhoso. Tratem, você e ele, de consolidar, na casa do casal que lhes indiquei, um bom e sólido hábito de aborrecimento mútuo: alfinetadas diárias. A melhor coisa é tentar impedir as orações de ambos. Onde há oração existe o perigo da ação do Inimigo. A pior posição em que eles podem ficar é a de joelhos. Use todos os meios para evitar isso. Se não puder acabar com a oração dos dois, esforce-se para acabar pelo menos com a de um. Bom meio para isso é a televisão: aí estão as novelas, os filmes, os noticiários ... Cuidado: ela está se propondo a parar de ver novelas. Diz que é uma regra de vida. O que é isso?! Você não pode perder esta batalha. Se a TV baixar o nível da programação, como a tal da Rede Vida, você vai dar um jeito de levar um dos dois para a Internet. Lá eu faço a cabeça de quem chegar. Tem cada coisa ... Sempre que eles prestam ouvidos ao Inimigo, estamos derrotados. Mas existem meios para impedir que CM407
o façam. Acima já estão algumas instruções. Agora, um dos mais simples é fazê-los desviar os olhos dele e voltá-los para suas próprias pessoas. Leve-os a contar com as próprias forças. Aí fica mais fácil! Você me comunicou, no último relatório, que está "delirando de alegria" porque o casal quase não está mais conversando. Estou vendo muito bem o que lhe aconteceu, Pé-de-Cabra: não é delírio, é só bebedeira. Você pela primeira vez na carreira está a saborear o vinho que nos recompensa os trabalhos - a angústia, o desânimo e a perplexidade da alma humana- e o vinho lhe subiu à cabeça. Mas lembre-se: o dever precede o prazer. Se qualquer autocomplacência de sua parte conduzir à perda fmal das presas, você permanecerá eternamente sedento desse gole fmal do qual agora tanto goza a primeira libação. Cuidado: o Inimigo está tentando semear de novo entre eles o hábito do diálogo! O diálogo conjugal não 37
presta. Ainda mais quando tem aquela terceira cadeira. Você tem que ser criativo, Pé-de-Cabra: invente preocupações para eles, arrume mais trabalho para eles, mais cursos, e coloque na cabeça do casal que é preciso aproveitar a vida. Quanto mais cansados você puder deixá-los, melhor. Dê um jeito - isso é importante - de eles sempre sentirem que não têm tempo para o diálogo. Ajude-os a arranjar boas desculpas!
Você sabe bem quantas tarefas pode dar-lhes. Não se esqueça de que, se os dois começarem a dialogar na presença dEle, você os perderá. E isso o Pai-lá-de-Baixo não aceitará. Esforce-se para realizar bem sua tarefa até o final. Seu tio, Coisa-Ruim"
Carlos Martendal (da Cida) Eq. N. S. Auxiliadora Florianópolis/SC
... AO DESERTO! "Conduzirei vocês ao deserto e falar-lhes-ei aos vossos corações" (Os.2, 16)
Neste ano de 2006 as Equipes de Nossa Senhora enfatizam três pontos concretos de esforço, Escuta da Palavra, Meditação e Retiro. Falando a respeito do Retiro, uma figura bíblica nos chama a atenção, o Profeta Elias. Ele viveu numa das épocas de crise religiosa, para o povo de Israel. Foi um tempo de apostasia, porque o culto a Baal cresceu, incentivado pela rainha Jesabel, que era de origem da Sidônia, terra idólatra. O profeta se envolve na questão religiosa e luta para fazer o povo de Deus voltar ao seu verdadeiro Senhor, Yahaweh. Elias, perseguido e desolado, resolve retirar-se para o Monte Horebe, onde tem encontro marcado com Deus. Para isto, ele tem que andar quarenta dias e quarenta noites, enfrentando ventanias, terremotos e fogo. Neste encontro, o profeta se abastece, se renova e se prepara para a missão. Ele respira Deus! 38
O Movimento das Equipes de Nossa Senhora oferece a cada ano aos casais equipistas um retiro, de pelo menos 48 horas, em casal, num local isolado, agradável, ... E alguns dentre nós se recusam a participar deste encontro místico com o Cristo. O que está acontecendo? Por que não participamos? O Cristo nos espera de braços abertos e com certeza irá falar aos nossos corações: Filhos, "Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso" (Mt 11,28). Que o exemplo do profeta Elias nos mova a romper qualquer obstáculo que nos impeça de vivenciar este ponto concreto de esforço. Em 2006, nenhum equipista sem retiro!
Ma de Lourdes e Francisco Falcão CRR-PE-1 CM407
CONSELHO Estimado Equipista: Paz! Durante as minhas reflexões, peguei-me pensando: Como posso contribuir com os membros da Equipe N. S. do Carmo, para que cresçam na "Descoberta do Cristo"? Daí brotou esta idéia de escrever uma pequena mensagem de incentivo a vocês. Durante o mês de janeiro, parece ser comum à sociedade e também em algumas realidades de Igreja diminuir o ritmo das atividades, afmal é "período de férias", com certeza merecido. Mas não seria este tempo também um momento propício para fortalecermos nossa caminhada espiritual? Afinal, nos distanciamos um pouco da correria do cotidiano, dedicamos um tempo maior para cuidarmos de nós mesmos e, dentro deste cuidado, o espiritual aparece como um ponto importante. Janeiro já passou, retomamos o ritmo normal. E ainda há tempo para revermos nossa caminhada? É claro. Deus acredita que nós podemos ser melhores no dia de amanhã, por isso, oferece-nos a sua misericórdia. Caros equipistas, nesta tarefa que me cabe, gostaria de incentiválos a vivenciarem os Pontos Concretos de Esforço, durante o mês. Eles são meios que levam à santificação pessoal, comunitária e familiar. Como fizemos em nossa primeira celebração deste ano, é preciso percorrer o itinerário da Palavra, recordando os discípulos de Emaús: "Não nos ardia o coração quando ele nos falava pelo caminho, CM407
Não nos ardia o coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras? quando nos explicava as Escrituras?" (Lc 24,32). Estamos numa busca do Cristo. Num caminho de descoberta da sua face. Ele diariamente pergunta a todos: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Esta pergunta é feita nodespertar das criaturas, para que, ao longo do dia, a gente possa procurar vivenciá-la e, ao fim do dia, dizer com consciência: Neste dia, escutando e meditando a Palavra, procurando viver minha Regra de Vida, organizando nosso Dever de Sentar-se, orando pelo Retiro, digo com fé: Tu és o Messias, o Filho de Deus. Que Nossa Senhora do Carmo nos ajude nesta caminhada onde, com ela, queremos cantar: "O Senhor fez em mim maravilhas, Santo é seu nome."
Pe. Kleber Rodrigues da Silva Enviado por Rita e Armando Equipe N. S. do Carmo Caçapava/SP 39
lNDEClSÃO QUE SE TORNA SEDE Em 1999, recebemos um convite para participar de um grupo de casais que estava iniciando. Ainda não sabíamos do que se tratava. Achávamos que seria mais um grupo que rezava, lia um trecho da Bíblia e discutia apenas . Mas foi mais que isso. Iniciamos a Experiência Comunitária e ao final tornamo-nos equipe. A partir do momento em que percebemos o grande desafio de viver em busca da santidade, uma missão totalmente diferente da que o mundo nos propõe, passamos a entender a importância dos PCE, das noites de orações, dos eventos que o Movimento nos proporciona e da entre-ajuda dos amigos equipistas, e sentimos que dá para continuar a caminhada. A nossa primeira missão é levar nossa própria farru1ia à santidade, como Noé salvou seus filhos e sua família das águas do dilúvio. Com o testemunho de vida, podemos também atrair o próximo para urna nova vida em Cristo. Continuarmos o trabalho missionário e colocarmos os dons que Deus nos deu à disposição daqueles que deles necessitarem tem se tornado possível. E esperamos que continue assim, ajudados pelo Movimento, onde nos alimentamos e nos fortalecemos. Por isso, também queremos dar a nossa contribuição dentro da nossa equipe e no Movi40
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~~~ ~ menta. Só amamos o que conhecemos, só conhecemos se saírmos em busca. Quanto mais formos participativos no Movimento, mais vamos tendo a certeza de estarmos fazendo a coisa certa. Então toda indecisão se torna sede, pois passamos a querer mais. É assim que acontece quando percebemos que algo é bom, queremos experimentar ainda mais e mostrar a outros também. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora é um poço que nos oferece meios para saciarmos a nossa sede de Deus, de sua Palavra, sede de amizades sinceras, de conhecimentos da Doutrina da Igreja, de caminhos que conduzem à santidade conjugal.
Extraído do Boletim Eventos, Província Leste Colaboração de Edilma e Edl1son Eq. Maria, Mãe da Graça e da Misericórdia - Setor D Região Rio III CM407
MEDlTAÇÃO O PCE DO ENCONTRO Já nascemos nostálgicos de Deus. Humanos, portamos a centelha divina. Feitos à Sua imagem e semelhança, dEle sentimos falta. É o nosso suprimento e conosco se identifica. No sacrifício do Cristo, a humanidade de todos os tempos se condoeu. A Ressurreição trouxe o presente da vida eterna, a negação da dor, o fim da desigualdade e da injustiça. Unimo-nos à essência dAquele que nos criou. Em Jesus, temos origem definida. Essa graça nos dá objetivo: vivermos um coração puro, uma conduta boa em atitude de amor constante. Fraquejamos se não estamos bem com os irmãos. A caridade tem conseqüências comprometedoras; é caminho com destino, porque amar é uma decisão. Passaporte para a comunhão com Deus, enuncia a fmalidade: unir-nos a Ele. O retomo almejado desde sempre exige conhecermos a nós mesmos e aceitarmos os outros. Esse desejo humano nos relaciona com Deus. Precisamos dEle e manifestamos isso na religiosidade e espiritualidade que experimentamos. Ligamo-nos à Trindade, através da oração recitada, cantada, repetida, pensada. Todas compatíveis, por serem maneiras diversas de Lhe falar. Iniciamos nosso casamento fazendo dessa busca um propósito: perceber a presença de Deus no dia-a-dia. Acreditávamos, mas pedíamos: "aumenta a nossa fé". Por CM 407
Seus mistérios, fomos descobertos pelas ENS e nos iniciamos na Meditação, PCE que favorece o encontro com Deus para vivermos o ensinamento de Jesus aqui e agora, ao refletir sobre a Palavra. Mais tarde, descobrimos um grupo de meditação cristã. Deus nos falou no silêncio e quietude do coração. Acalmou nosso espírito alvoroçado do tempo presente. Nem sabíamos que, na tradição católica ocidental, monges do século XIV inspiraram-se nas pequenas coisas, na pobreza e despojamento do Verbo feito carne. Valorizaram a meditação. Do latim, meditatio é a ação de meditar. Nunca é passiva. Exige preparação, empenho, concentração. Opõe-se à dispersão e a "viajar". É exercício do espírito, esforço para sair de nós e tentar alcançar Deus. Não é modismo. Meditar é esvaziar-nos, zerar a mente, colocando-nos à disposição do Pai para que ocupe o espaço e faça de nós instrumentos de Sua vontade. É deixar-nos trabalhar por Ele. Oração contemplativa, centrante, a meditação cristã é um encontro com Deus, ponte para viver entre irmãos. A primazia é a simplicidade. O espaço e o tempo são exclusivos. Nós nos sentamos, colunaereta, olhos fechados, respiramos e repetimos uma jaculatória com vagar, que pode ser maranatha, "vem, Senhor". Entregamo-nos a Deus que invade poros, sentimentos, entranhas, num encontro desprovido de 41
súplicas e agradecimentos. Estamos aprendendo a escutá-Lo. Ele faz maravilhas.
Silvia e Lineu de Araújo Eq. 7 - N. S. das Graças, Curitiba!PR
.. . .. .. ... ... ... .. .. . .. . .... . .. AS EQUIPES E O TRABALHO NAS PARÓQUIAS Acabamos de celebrar 9 anos de fundação do movimento "Casais Caminhando para Deus", carinhosamente conhecido como CCD, que abriu para os casais de segunda união uma porta para a vida ativa na paróquia de Santa Rita dos Impossíveis, em Ramos/RJ. Há dez anos , atendendo ao convite de nosso Pároco e Conselheiro Espiritual, frei Doriano (Agostiniano Descalço), assumimos o desafio de pôr em prática o acolhimento aos casais de segunda união. Chegamos à conclusão de que a melhor forma de os convidar era através de um encontro de casais, aberto para os casais de segunda união e assim foi feito. O desafio, porém, não era apenas preparar o encontro, mas dar continuidade à caminhada iniciada, abrindo a oportunidade para que os casais perseverassem. Muitas dúvidas surgiram, e a melhor proposta que tínhamos em mãos era o manual de Experiência Comunitária das Equipes de Nossa Senhora. Com o apoio de nosso Conselheiro Espiritual, aproveitamos a metodologia das experiências comunitárias e adaptamos seu projeto e seu ternário à realidade dos casais de 42
segunda união da paróquia, ajudando-os a iniciar uma caminhada em "Casais Caminhando para Deus". Assim começamos com uma pequena comunidade composta por sete casais, os quais passaram a reunir-se mensalmente para meditar a palavra de Deus, partilhar suas dificuldades e êxitos, estudar um tema ... Hoje eles são atuantes na comunidade. A partir desse projeto, realizamos outros encontros, dos quais sugiram novas comunidades. Os párocos que sucederam Frei Doriano deram continuidade ao movimento, e o atual, Frei Carlos Topanotti, que também é Sacerdote Conselheiro Espiritual da nossa Equipe, já realizou dois encontros de casais, abertos a casais de segunda união, que resultaram em novas comunidades. Quando vemos os frutos daquela semente lançada há anos, agradecemos a Deus por participarmos do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, cujo carisma nos anima ao engajamento na pastoral familiar.
Janete e Jorge Equipe 50 Região Rio III CM 407
BEATIACAÇAODO PADRE CAFFAREL (segunda parte) Situação ao final do ano de 2005: O processo da causa da beatificação do Padre Caffarel vem caminhando, segundo os ritos e exigências da nossa Igreja. A primeira providência tomada foi solicitar a transferência da causa da Diocese de Beauvais (França), onde faleceu o Padre Caffarel, para a Diocese de Paris. O bispo de Beauvais já deu seu "de acordo" para a transferência. Um segundo ponto, já cumprido, foi nomear um postulante para o processo. A Equipe Responsável Internacional das Equipes de Nos-
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sa Senhora - ERI, autora da causa da canonização, nomeou o padre Paul-Domine Marcovits, o.p., conselheiro espiritual da Equipe Responsável França-Luxebourg-Suíça, como postulador desta causa. Uma outra providência foi constituir uma associação, denominada Associação dos Amigos do Padre Caffarel, com o fim de facilitar, por todos os meios, a consecução desse projeto. Esta associação será presidida por Gerard De Roberty, atual Responsável, juntamente com sua esposa Marie Christine, pela ERI. Também foi solicitada a ajuda de um casal francês, Marie Christine e François Genillon, para trabalharem como voluntários nesta causa. Ela é bibliotecária e ele advogado, qualidades que em muito poderão ajudar no trabalho ora proposto. Padre Marcovits e os Genillon já contataram o padre Pierre Joly, que foi um próximo colaborador do Padre Caffarel entre os anos de 1954 e 1964, bem como o casal Annick e Jean Allemand, tendo também este trabalhado por muito tempo com Padre Caffarel, sendo autor da biografia "Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus". (A propósito, aqueles que ainda não leram este livro, que tratem de fazêlo, pois aí encontrarão a essência e o espírito do nosso Movimento). Monsenhor Fleischmann já 43
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transcreveu todos os editoriais escritos pelo Padre Caffarel em todos os números das Cartas Mensais francesas, desde a sua origem. Marie Christine Genillonjá iniciou a pesquisa dos arquivos concernentes ao Padre Caffarel existentes no Secretariado das Equipes de Nossa Senhora, o inventário de todos os editoriais e artigos nas revistas que ele criou (L' Anneau d'Or, Offertoire, Cahiers sur I'Oraison, La Chambre Haute ... ), bem como de todos os escritos das brochuras editadas por Editions du Feu Nouveau, criada pelo próprio Padre Caffarel. Finalmente, para o momento, está previsto colher os testemunhos de todos aqueles que conviveram mais próximos ao Padre Caffarel. Dentre estes, quem já nos forneceu um belo testemunho foi Da. Nancy Cajado Moncau, que, juntamente com seu falecido marido, Dr. Pedro Moncau, foram os introdutores do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Além da intensa correspondência trocada entre eles e o Padre Caffarel, tiveram o privilégio de momentos inesquecíveis de convivência pessoal, tanto nas vindas (3 ao todo) do Padre Caffarel ao Brasil, como em oportunidades vividas tanto na França como na Itália. Além de Da. Nancy, solicitamos que se manifestassem diversos outros casais que também tiveram essa oportunidade de encontros pessoais. Por ocasião da nossa última reu44
nião da ERI, tivemos a oportunidade de entregar ao Secretariado Internacional um dossiê referente ao Movimento Nossa Senhora da Esperança, voltado para viúvas, viúvos e pessoas sós, idealizado por Da. Nancy. Em sua carta de apresentação do Movimento, Da . Nancy apresenta-o como uma "irradiação" das Equipes de Nossa Senhora e, portanto, fruto do trabalho iniciado pelo Padre Caffarel. Esse dossiê fará parte da documentação a ser apresentada para a comissão de análises do processo de beatificação. Para finalizarmos este longo registro, destacaríamos, ainda, que durante o próximo Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora, em Lourdes, neste ano de 2006, durante os eventos do dia 18 de setembro, será feita uma evocação da vida do Padre Caffarel, em memória de seu décimo aniversário de falecimento, sendo esta mais uma razão para um forte comparecimento de equipistas ao Encontro de Lourdes. Estamos certos de que estes são fatos que devem ser do conhecimento de todos os equipistas e que, de alguma forma, deveriam ficar registrados em nossa história. A todos vocês, que tiveram a paciência e bondade de chegar até aqui, nossos votos de Paz e Bem!
Maria Regina e Carlos Eduardo Heise Casal Ligação da ERI para a Zona América CM 407
VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR DO ABORTO? Pergunta mal formulada, induzindo a erro. A bem da verdade, essa pergunta deveria ter a seguinte redação: Você sabe o que é o aborto? Sabe que o ovo contém todo o patrimônio genético do indivíduo (metade de origem materna e metade de origem paterna), estando pré-determinadas as suas características futuras (cor da pele, dos olhos, dos cabelos, estatura, sexo, temperamento etc.)? Ele cresce e se desenvolve ininterruptamente, evoluindo para as fases de embrião e feto, continuando esse processo após o nascimento. O ovo pesa 3 milionésimos de grama e se origina da união de 1 óvulo com 1 espermatozóide (fecundação). O óvulo é a maior célula do corpo humano. Sendo o seu tamanho comparável ao de um pingo no "i". É cerca de 80 mil vezes maior que o espermatozóide, o qual só é visível ao microscópio, medindo cerca de 65 micra (milésima parte de 1 milímetro). Apenas um óvulo é eliminado por mês por um dos ovários, raramente mais (Gêmeos fraternos). Dos 150 a mais de 200 milhões de espermatozóides em cada ejaculação, somente um consegue se unir a um óvulo. "Com oito semanas, o embrião pesa um grama, mede 2,5cm e já há um esboço da forma humana. Com doze semanas, pesa catorze gramas, mede 7,5 cm e é possível deterrniCM407
nar o sexo ao exame externo. Os batimentos cardíacos se iniciam na quarta semana" (Nelson Vaghan MC Kay- Tratado de Pediatria). Em que dia, mês, hora ou fração de segundo a mulher passa a considerar filho aquele ser que está crescendo em seu ventre, sem solução de continuidade? Não faz diferença se o destruir com quinze dias, oito semanas, ou seis meses de vida. E o que dizer da alma? A mulher não é dona do hóspede que abriga provisoriamente em seu útero. Ele está nela, mas não é ela, não é dela! Ninguém tem o direito de acionar um revólver contra um inocente, pelo simples fato de ser dono de suas próprias mãos. O direito à vida que tem uma criança que brinca de roda na infância é o mesmo que já a assistia quando estava no período fetal ou quando ainda emergente do óvulo fecundado. Por que deveria ter sido abortada? O aborto clandestino, praticado por pessoas inexperientes, não justifica a legalização do aborto, garantindo-se concomitantemente ao ato criminoso todos os recursos da medicina. O óvulo e o espermatozóide, precursores em potencial de um novo ser, não são mais que células inativas, quanto à função reprodutora. No instante que se unem (fecundação), iniciam um processo de fusão, de divisão, de diferenciação progressiva, 45
passando a ter outra natureza, não potencial, mas dinâmica, evolutiva... Concluindo: Se você sabe o que é o aborto, estará em condições de responder à pergunta acima formulada, maliciosamente, para fins estatísticos, induzindo à sua liberalização. A propósito, ouvimos de Khalil Gibran: "Vossos filhos não são vossos filhos .... Vêm através de vós,
mas não são de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos .... Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; ... vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas".
Miguel Tavares da Vilma Eq. N. S. Aparecida, Valença/R]
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DEUS VERJTAS EST Todo o mundo já sabe que o tema central da primeira Encíclica de Bento XVI é o Amor, ou Caridade. Alguns pensavam que ele teria escrito DEUS VERITAS EST. Assim os estereótipos que existem! Bento enfatiza que o central na fé cristã é o amor, e afirma que é dever da Igreja exercer o amor através de suas obras de caridade num mundo injusto. Um comentarista disse, "trata-se de uma síntese pessoal muito madura. Um tesouro de sabedoria". Segundo Pe. José Comblin, Papa Bento está fazendo uma relação entre Eros e Ágape, que são duas versões, dois modos e dois conceitos do amor. Eros é o amor de desejo, o amor que busca posse, o amor que quer o gozo e satisfação para si mesmo. Ágape é uma palavra grega que os cristãos escolheram para expressar o amor cristão: o amor de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e dos cristãos. O teólogo continua dizendo que o discurso teológico do Papa foi uma surpresa, pois ele afirma a necessidade de 46
um acordo, de uma complementação entre as duas formas de amor: do gozo e da recepção, e do dom e da gratuidade. Nunca houve um outro documento papal que tenha exaltado desta maneira o prazer e o desejo. Segundo Comblin, se estas coisas tivessem sido ditas desde os tempos patrísticos, a história do cristianismo poderia ter sido radicalmente diferente! Todas as formas e manifestações do amor vem de Deus, são dons de Deus, inclusive o amor erótico. Bento argumenta que amor tem de ser purificado e se tomar "ágape", amor que é auto-doação, que leva o ser humano a servir e ajudar seu próximo, especialmente o mais pobre e fraco, que é a base de toda a atividade beneficente-social católica. O Pe. Villagrase disse que esta encíclica é revolucionária. Bento XVI em Colônia falou aos jovens de uma revolução. A revolução de Deus é o amor; só uma explosão de bem pode vencer o mal e transformar o homem e o mundo. Só Deus e seu amor transCM407
formam o mundo. Mas esta revolução divina passa pela colaboração humana, também pela colaboração associada e institucional. Daí a importância de que as associações caritativas tenham as características que o Papa indica na segunda parte da encíclica. Se o cristão vive o amor, revolucionará o
mundo. A encíclica pode ser dividida em duas partes: uma meditação espiritual sobre o amor; uma reflexão sobre todas as organizações católicas de serviços sociais.
Pe. Luis Kirchner CSSR Colaboração Pe. Flávio C. de Castro
••• Reflexão •••
SABEDORlA DO OÁSlS Um jovem chegou a um oásis, onde havia um pequeno povoado. Aproximou-se de um velho sábio e perguntou: - Como são as pessoas que vivem neste lugar? - Como são as pessoas que moram no lugar de onde você vem?- perguntou o sábio. - Oh ... um grupo de egoístas e safados- respondeu o rapaz. Estou feliz por ter saído de lá. - E o velho sábio replicou: o mesmo tipo de pessoas você irá encontrar por aqui! No mesmo dia, um pouco mais tarde, um outro jovem apareceu. Aproximou-se para beber água e encontrou o velho saôio. Fez a mesma pergunta: - Como são as pessoas que vivem neste lugar? O velho sábio respondeu com a mesma pergunta: -Como são as pessoas que moram no lugar de onde você vem? O rapaz respondeu:- pessoas maravilhosas, amigas, honestas, acolhedoras ... Fiquei muito triste CM407
quando precisei me separar delas. O mesmo tipo de pessoas você encontrará por aqui! -respondeu o velho sábio. Um outro homem, que havia escutado as duas conversas, perguntou admirado: -Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta? E aquele velho sábio respondeu, serenamente: - Cada um carrega em seu coração o meio em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar coisa diferente neste lugar. Aquele que encontrou amigos nos lugares por onde andou, também os encontrará por aqui ... Na verdade, só encontramos aquilo que temos capacidade de enxergar e só enxergamos nos outros e nos ambientes aquilo que existe dentro de nós.
Betânia e Sérgio Eq. N. S. da Salete - Setor B Recife/PE 47
O CAMINHO, AS )ÓlAS EASPEDRAS Partilhamos com os irmãos momentos vivenciados em nossa caminhada de equipistas, recheada de tarefas árduas, sacrifícios, pedras, obstáculos e surpresas, muitas surpresas. Mas não desanimamos. Ser equipista não é tarefa fácil , a perseverança, porém, toma gratificante a caminhada. Graças a Deus e a proteção de Maria, estamos buscando constantemente a luz do Espírito Santo, que nos têm iluminado e permitido encontrar o caminho, a verdade e a vida nova em nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje, mais amadurecidos, caminhamos com mais firmeza e equilíbrio e, se falseamos os passos, somos resgatados pelas mãos do Senhor. Ao darmos o nosso sim como casal equipista, fomos presenteados com várias jóias: os PCE, embora muitas vezes tenhamos contribuído para ofuscar o seu brilho. E é exatamente no corre-corre diário que começamos a tropeçar e cair, como em pedras no caminho, na escuridão ... O tempo passava e nós permanecíamos à beira do caminho, escravos do tempo, do desânimo, do egoísmo, da falta de renúncia, diálogo e perdão ... Cristo é vida e é por sua graça que estamos sendo restaurados e passamos a assumir nosso papel de casal cristão. Após adotar uma regra de vida muito especial, decidimos perseverar na caminhada, por mais longa que ela se projetasse. Aos poucos fomos sentindo a necessidade de polir as jóias, e as mudanças em nossas atitudes começaram a acontecer. Que maravilha! As jóias começaram a brilhar novamente em nossa vida conjugal. Ainda não conseguimos polir todas elas 48
com intensidade, mas estamos sendo perseverantes, dando valor a cada uma. Procuramos guardar em nosso portajóias, isto é, em nossos corações, cada pedra do caminho, fazendo delas experiências de crescimento e vida. Damos graças porque Deus nos lapida com seu amor de Pai. Quando fraquejamos em nossa caminhada, procuramos lembrar de uma pequena frase encontrada em um livro de Felipe de Aquino: "Não há ninguém nesta vida que tenha caído tanto que não possa ser reerguido pelo nosso amor, auxiliado pela graça de Deus". Cada PCE é precioso para nossa espiritualidade conjugal: A Escuta e a Meditação da Palavra são brilhantes. São momentos de luz para nossos caminhos, o próprio Deus nos corrige e consola. A Regra de Vida é como um diamante: precisa ser lapidado para mostrar sua beleza. Nos ensina a lapidar nossas atitudes incorretas, a fim de nos tomarmos pedras preciosas para Cristo. A Oração Conjugal é como a pérola. Só é bela quando extraída dos corações e colocada em forma de louvor, anseios, perdão e gratidão, sob o olhar do Senhor. O Dever de Sentarse é como o ouro e a prata. Para manter o brilho necessita de oração, humildade e abnegação. Já o Retiro é como as mãos de Cristo nos lavando, tirando nossa imperfeição interior. Ofereçamos a Deus todo nosso esforço, para que Ele faça de nós pessoas novas, casais restaurados em seu amor.
Elza Maria e José Lúcio Eq. N. S. das Vitórias - Setor ltuiutaba/MG - Região Goiás Sul CM 407
Meditando en1 E quipe O ano de 2006 está dedicado ao aprofundamento da pessoa de Jesus Cristo. O mistério pascal nos aponta o Filho de Deus como crucificado e ressuscitado . Há uma unidade indissolúvel entre a crucificação e a ressurreição, que se manifesta, também , na vida cristã, como dois pólos irrenunciáveis da espiritualidade conjugal.
Escuta àa Palavra em At 2,14-24 Sugestões para meditação: 1. Qual é a novidade da pregação de Pedro, após Pentecostes? 2. O que o crucificado e o ressuscitado dizem para a vida do casal e para a vivência familiar? Pe. Geraldo
Oração litúrgica Salmo 130 (confiança filial e repouso em Deus)
Senhor, meu coração não se eleva , nem meus olhos se alteiam; não ando atrás de grandezas, nem de maravilhas que me ultrapassam. Não ! Fiz calar e repousar meus desejos, como criança desmamada no colo de sua mãe, como criança desmamada estão em mim meus desejos. Israel, põe tua esperança no Senhor, desde agora e para sempre !
MAGNlFICAT O poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é o seu nome! A minh'alma engrandece o senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador! Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita! O poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é o seu nome! Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem! Manif esta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada . Acolhe Israel seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão de seus filhos para sempre ! Glória ao Pai, ao Filho e ao espírito santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém .
O poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é o seu nome!