CARTA MENSAl n°418 • Junho - Julho 2007 Equipe s d e No ssa Sen h o ra
EDITORIAL Da Ca rta Mensal ...... .......... ............ O1
SUPER-REGIÃO Eucaristia, fonte de vida ........ .... .... 02 Visita pastoral à Província Norte .... ............... ........ 03 A espiritualidad e conjugal e os Pontos Concretos de Esforço ............ ........ ...... .. .. .. ...... 05
VIDA NO MOVIMENTO Super-Regi ão na Província Norte ...... .. .. .. ..... .... .... 07 Ain da os EACRE ....................... .. .. .. 1 5 Mutirão .... .... .. ..... .. ... ... ........... ... ... .. 18
FORMAÇÃO Sacramento da caridade ............... 19
TEMPO DA IGREJA Sagrado coração de Jesus ... .......... 21 Trindade, mistério próximo .. .. ...... . 24 Eucaristia ..... .. ...... ..... ... ..... .. .... .. ... .. 26
Carta Mensal é uma publicaçüo mei!Sal das Equipes de Nossa Senhora Registro "Lei de lmprei!Sa'' n" 219.336 livro 8 de 09.10.2002
Avani e Carlos Clélia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz 8. Hnckmann
Edição.· Equipe da Carta M ensal
Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835)
Graciete e Gambim (responsáveis)
Projeto Gráfico: Alessandra Carignani
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES ....... 26
PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Viver na presença de Deus ...... .. ... . 33 Rezar juntos ... .... ........... ...... ...... ..... 34 Regra de vida .. .... .... ............. .......... 35 As três atitudes ..... ......... ........... ..... 36
TESTEMUNHOS Gestos que transfo rmam .............. A força da oração conjugal ........... Abertos à fecundidade .............. .... O jornal não publicou ................... Sim muito especial .. ... ............ ... .... E informar é preciso! .......... ...... ..... Ajud a mútua ....... ....... ..... .... .. ... .... ..
37 38 39 41 42 43 44
ATUALIDADE O logotipo e o peixe .... ............ .. ... . 45 Ser mãe hoje .. ... .... ..... .. .. ................ 46 Por que rezar? .. ...... ....... ..... ........... 47
REFLEXÃO A que rei no você pertence? .... ...... 48
Editoração Eletrônica e Produção Gráfica: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390- II" andQI; cj. 115 - Perdizes - Seio Paulo Fone: (Oxx IJ) 3677.3388 Fotomontagem da capa: Roberto S. Gambim - N. Senhora de Na zaré, 8elém/PA Impressão: C/y Tiragem desta edição: /9.200 exemplares
Canas, colaborações, notícias, testemunhos e imagens
de1•em ser enviadas para:
Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5o andar. conj. 53 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx /1 ) 3256. 1212 Fax: (Oxx II ) 3257.3599 ca rramensal@ens.o rg. br A/C Graciete e Gam bim
Queridos Irmãos: O tempo continua sua marcha inflexível. Em alguns lugares de nosso Brasil está fazendo frio, noutros há excesso de chuvas, noutros faz seca e há as regiões onde o calor é permanente. Permanente é o amor misericordioso de Deus que, para cada tempo, nos oferece graças próprias para a nossa santificação. No grande ciclo do Tempo Comum, a liturgia da Igreja nos convida a celebrarmos, no mês de junho, o Domingo da Santíssima Trindade, a solenidade de Corpus Christi, as festas do Coração de Jesus e de nossos santos "populares". Mas se o tempo não pára, é agora, no "tempo presente", o tempo propício para abrirmos o coração à graça de Deus e deixarmo-nos curar da secura e frieza do egoísmo e, contemplando o coração trespassado de Jesus Cristo, aquecermonos no seu infinito amor. Para as Equipes de Nossa Senhora no Brasil, o mês de abril foi um tempo em que a graça de Deus se manifestou abundantemente, quando a Equipe da Super-Região realizou "visita pastoral" à Província Norte. Graça e Roberto nos falam do sentido dessas visitas, em especial da visita à Região Norte II, onde aconteceu "uma festa da fé e da graça ... Juntos, celebramos o mistério do amor de Cristo, que quis dar-se a nós como alimento, para nos associar à unidade do seu corpo místico.( ... ) O amor estampado CM 418
no rosto de todos foi o sinal!. .. Quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus permanece nele (lJo 4,16)". Nazira e João Paulo, Fátima e Canêjo e outros dizem o que representou a visita pastoral para os Equipistas do Norte. Os visitantes e os visitados resultaram mais animados, após esses dias de comunhão. Frei Avelino nos convida a aprofundar a fé na presença de Cristo Ressuscitado no meio de nós, na Eucaristia, fonte da vida cristã, também da santidade conjugal. E a santidade conjugal é um caminho possível, testemunham Sheila e Francisco, quando são utilizados os instrumentos que Deus "hoje" coloca como graça à nossa frente. Assim são para nós, entre outros meios, a metodologia das ENS, mormente os Pontos Concretos de Esforço. Vamos ler também artigos sobre Oração Conjugal, Regra de Vida e as Três Atitudes. É estéril e inútil a prática dos PCE se não houver disposição firme de mudança, de conversão continuada em nossa vida. Ainda: vários testemunhos sobre a vivência da conjugalidade e falando da importância da Oração Conjugal em suas vidas de casados, além de reflexões e outras matérias. A todos, uma ótima leitura! Com carinho.
Graciete e Avelino Gambim Equipe da Carta Mensal
EUCARlSTIA, FONTE DE VlDA Caríssimos casais e conselheiros! Vinde e vede - Ele está no meio de nós. Jesus está vivo no meio de nós. Eu sou a Videira e vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele produz muito fruto. Os apóstolos conviveram por três anos ao lado de Jesus, conheciam muito bem o lado humano, mas quando o viram ressuscitado, exclamaram: É um fantasma! Saulo, a caminho de Damasco, envolvido por uma esplêndida luz, exclamou extasiado: Quem és Tu, Senhor? Sou Aquele que persegues! Madalena, na manhã daressurreição, encontrou-se com Jesus Ressuscitado e conversou com Ele como se fosse o jardineiro. Para reconhecer Jesus é necessária outra luz, aquela que só Deus acende e que só brilha por dentro. A figura que os olhos do corpo mostram não passa de uma figura humana. Sem a luz de Deus, Jesus continua sendo um fantasma como para os Apóstolos, uma voz como para Saulo, um jardineiro como foi para Madalena. Não foi a carne nem o sangue que te revelaram isto, mas o Pai que está no céu foi quem te revelou, disse Jesus a Pedro. Este Jesus nós o encontramos na Eucaristia, sem nenhum sinal que o identifique. O que permitirá reconhecer Cristo nos sinais do pão e do vinho? Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar, cantou S. Tomás. Aos olhos dos Apóstolos e da 2
Madalena, na forma humana de Jesus ocultava-se a divindade; na voz escutada por Saulo ocultava-se a Palavra eterna, a Luz que arrebatou e transformou o perseguidor num Apóstolo. Na Eucaristia, humanidade e divindade ficam ocultas, mas a fé, iluminada pela escuta da voz misteriosa, garante que o pão e o vinho consagrados no Sacrifício Eucarístico são o Cristo Vivo, Filho da Virgem Maria. O convite de Jesus, permanecei em mim, encontra eco nas palavras da última Ceia: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O permanecer nele, como ramo unido ao tronco, na simbologia da videira, acontece realmente na comunhão. A Eucaristia é Jesus Cristo vivo no meio de nós, e nós não O reconhecemos, como não O reconheceram os discípulos de Emaús. Acreditar que a Eucaristia é Jesus, realmente presente, vivo, é o ponto de partida da espiritualidade eucarística. Vinde e vede! Ele está no meio de nós. Queridos casais, o matrimônio é aliança de amor, que só se rompe se enfFaquecida pela fome de amor. Esposos, saciai-vos na fonte do amor,. a Eucaristia, para que o amor seja a vida do matrimônio! O amor alimenta-se de amor. Amem-se enquanto vivos, isto é tudo.
Pe. Frei Avelino Pertile SCE Super-Região CM 418
VJSlTA PASTORAl
I
À PROVÍNClA NORTE Amados irmãos equipistas: Animados com momentos privilegiados de encontro e comunhão que Deus nos permitiu viver na recente visita pastoral à Província Norte, saudamos a todos calorosamente. O Colegiada da Província Norte escolheu, como foco da visitação, a Região Norte II, que possui cerca de 50 equipes, organizadas em quatro setores. Três desses setores localizam-se em Belém (um dos pólos de irradiação do Movimento no Pará e na Amazônia). Fomos acolhidos na Capital paraense e, a partir daí, visitamos o Setor Pará-Nordeste, nas cidades de Castanhal e Salinópolis. A visita pastoral é uma das ações realizadas pela Equipe da SuperRegião, no intuito de fortalecer a Unidade do Movimento no Brasil. Busca-se através dela um ânimo novo, que tome os equipistas mais abertos à pedagogia do Movimento. Deseja-se também que a Equipe da Super-Região se familiarize com os anseios e necessidades de cada localidade visitada e tenha uma melhor compreensão da pluralidade cultural e histórica presente nos nossos vários brasis. A experiência na Região Norte II permitiu-nos aprofundar a comunicação e o convívio entre os colegiados da Super-Região, da Província Norte, das Regiões Norte I e Norte II. Também experimentamos in loco o vigor, o dinamismo, a alegria e a esCM 41 8
Somos gratos a Deus pelos momentos de comunhão eclesial e de fraternidade vividos na Província Norte. perança que a semente da espiritualidade conjugal está semeando nos corações dos equipistas. É difícil contermos o entusiasmo diante da beleza do que vimos e vivemos nos dias de convívio com os equipistas paraenses e depois, extraoficialmente, com os manauaras. Foi uma festa da fé e da graça, abençoada pela presença maciça de casais equipistas. Juntos, celebramos o mistério do amor de Cristo, que quis darse a nós como alimento, para nos associar à unidade do seu corpo místico. Momento sempre único! Inesquecível, pelo testemunho de amor ao 3
Movimento, pela presença do Arcebispo de Belém, Dom Orani J. Tempesta e pela ardorosa participação dos equipistas. O amor estampado no rosto de todos foi o sinal! " ... Quem permanece no amor; permanece em Deus e Deus permanece nele". (lJo 4,16). Diante de um acolhimento tão caloroso e fraterno; diante da partilha dos bens materiais, da hospitalidade e da amizade; diante do espírito profundo de doação; diante de tanta alegria, de tantos olhares maravilhosamente amorosos e de largos sorrisos amigos, sentimo-nos impotentes e nos rendemos incondicionalmente ao Amor. Como um gesto de gratidão pela alegria dessa comunhão em Cristo, recordamos, cheios de esperança, um versículo da oração que os equipistas do mundo inteiro rezam diariamente pela beatificação do Pe. Caffarel: Ele tornou os esposos entusiastas da grandeza do sacramento do matrimônio, que significa mistério de unidade e de amor fecundo entre Cristo e a Igreja. Por isso, a visita à Província Norte tem um sabor especial para a Super-Região Brasil. O significado pleno dessa festa de comunhão eclesial só é percebido quando olhamos a expansão do Movimento na Amazônia à luz da fé. No começo, foi sonho! Um sonho de amor, acalentado carinhosamente, que tem na sua origem o coração de Deus. A confiança absoluta de que O espírito é que vivifica (Jo 6,63) levou alguns equipistas a abrirem a ')anela" da espiritualidade conjugal 4
aos esposos da Amazônia, desejosos de alcançar a perfeição cristã na vida matrimonial. A presença das ENS no Norte do País é uma bênção de Deus, prenúncio da campanha Fraternidade e Amazônia, na perspectiva do ministério dos cônjuges cristãos e da sua participação na missão salvífica da Igreja nesse chão. Hoje, enche-nos de esperança ver a Província Norte bem consolidada nos seus três núcleos principais (Manaus, Belém e Santarém), todos eles caminhando em harmonia estreita entre si e com o Movimento no Brasil. Encanta-nos a disponibilidade dos casais e sacerdotes que buscam incansavelmente consolidar os núcleos distantes espalhados pelo interior da Amazônia (Parintins, Maués, Itacoatiara e Juruti). Somos gratos a Deus pelos momentos de comunhão eclesial e de fraternidade vividos na Província Norte. Agradecemos o testemunho de fidelidade à vida nova trazida por Cristo e pelo dom do seu Espírito. Ele nos fez experimentar o encantamento que levava o Pe. Caffarel a não desejar outra coisa senão o próprio Cristo: Ó tu que moras no fundo do meu coração, faz-me viver de ti no fundo do meu coração. Que a generosa fidelidade de Nossa Senhora de Nazaré sempre os acompanhe e sirva de húmus para abri-los à graça que emana da presença de Cristo no amor vi vi do no Matrimônio.
Graça e Roberto Casal Responsável pela Super-Região CM 418
Palavra ào Provincial
A ESPlRlTUAllDADE CONJUGAl E OS PONTOS CONCRETOS/ DEESFORÇO / Queridos Equipistas. É um mimo de Deus poder falar com vocês através da Carta Mensal, tão familiar a todos nós, e que nos permite esse encontro periódico entre irmãos. Vamos testemunhar um fato de nossa vida conjugal que nunca esquecemos. Num Encontro de Noivos, há 28 anos, em Ribeirão Preto, D. Geraldo do Vale disse-nos, em particular, que, para sermos felizes, deveríamos sempre ser fiéis um ao outro, e nos deu uma pista: que em nosso lar combinássemos deixar um vasinho de flores ao centro de uma mesinha. Caso não estivéssemos bem no relacionamento, um tiraria o vasinho do lugar. O outro, atento, convidaria o primeiro para um diálogo, para uma conversa sincera, precedida de uma oração, a fim de que nenhum dos dois ficasse exaltado. Casamos e viemos morar longe de nossas famílias, em Campinas. Vindos de famílias católicas, tínhamos nosso momento de oração individual e íamos à missa aos domingos. Os primeiros anos de casados foram difíceis. Sendo imperfeitos, tivemos caídas em nosso relacionamento e, às vezes, pedíamos CM 418
ajuda aos pais, embora distantes. Como colaborávamos em encontros de casais, um dia, conversando com o nosso pároco, ele nos fez ver que a família original é muito importante, mas que deveríamos viver mais a nossa família nuclear, marido e mulher. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que conhecemos nessa época, fez uma transformação em nossa vida, através da sua pedagogia, pela vivência dos PCE. Não era novidade o que aprendíamos, mas passamos a fazê-lo com outros olhos, de coração aberto, juntos, marido e mulher, na busca de conhecer melhor Jesus e de torná-lo presente em nossa vida de casados. Cultivamos aquela semente plantada no Encontro de Noivos em nos5
sa vida de casados e agora entendemos melhor essa graça que Deus colocou em nosso coração, pois assim é o Dever de Sentar-se: um encontro em que nos sentimos nus, totalmente despojados, para ouvir o outro, com o Senhor presente, nos ajudando, nos confortando, nos animando, fazendo que se desenvolva em nós o amor-perdão, o amor-caridade, o amor-reconciliação. Cada um tem seu momento de oração individual, de meditação, é nosso alimento espiritual diário. Assim mesmo, muitos problemas do mundo nos atingem: sucessos, fracassos, angústias, incertezas, injustiças, desesperanças. Mas não saberíamos dizer como os enfrentaríamos, se não vivenciássemos os PCE. Quando nos deparamos com algum obstáculo, pedimos a intercessão de Maria, para que ela nos aplaine o caminho. Temos a esperança de que a correria do dia a dia se acalme com o passar dos anos. Quando começamos a participar de retiros, nos sentíamos muito bem e pensávamos no amanhã, se estaríamos preparados para enfrentar o mundo longe daquele local místico, onde podíamos ouvir Deus falar ao nosso coração. Hoje, participando anualmente do retiro, compreendemos a necessidade desse encontro pessoal com Deus. Nosso grande desafio na prática dos PCE foi a Oração Conjugal, que não era realizada por nós, regularmente, até que, numa reunião de equipe, o nosso SCE disse não entender porque um casal equipista tinha problemas em fazer esse PCE, 6
pois um pai e uma mãe sempre oram e pedem por seus filhos: que dificuldade, então, poderia ter um casal que se ama em orar um pelo outro. Ele tinha razão. Nos sentimos envergonhados, mas felizes, pois, a partir daí nossa vida de casados deu mais um passo na busca da santidade. A proposta das ENS, na vivência dos PCE, como caminho para o crescimento de nossa espiritualidade conjugal, é uma oportunidade para a busca da santidade. É uma caminhada sistemática, gradual, planejada e avaliada pelo casal (Regra de vida). A ajuda da equipe, do conselheiro, de outras equipes é essencial para alcançarmos esses objetivos. Sozinhos poderemos fracassar. Jesus tem colocado pessoas em nossa vida para nos ajudar: "Quando o casal tem coragem de se atirar nesse mar que é o convite de Deus para a santidade, deve estar pronto para exigências futuras que nem pode agora imaginar. É aos poucos que Deus os levará para a santidade, na medida da sua generosidade. E quanto mais se aproximarem de Deus, mais feliz, mais abençoada e mais cheia de esperança será sua vida conjugal. E tanto mais poderão ser, diante do mundo, demonstração de como Deus é alegre e de como Deus é Bom". (Pe. Flávio) O Senhor nos faz maravilhas e Santo é seu nome! Bendito seja Deus que nos proporcionou sermos equipistas e viver uma espiritualidade conjugal.
Sheila e Francisco Casal Provincial CM 418
-
SUPER-REGlAO NA PROVÍNCIA NORTE
lntrodução Era o ano de 2000. A Super-Região Brasil decidiu que era necessário um cantata mais de perto com as províncias, para maior conhecimento das realidades locais, um cantata direto com os equipistas de base, para a animação da vida do Movimento e o fortalecimento da sua unidade no Brasil. A primeira província a ser visitada foi a Província Leste, mais precisamente as Regiões do Rio de Janeiro. Considerada muito válida a primeira experiência, passou-se a realizar, cada ano, uma "visita pastoral" a uma província. Elegeu-se, então, para a próxima visita, a Província Norte, que se afigurava tão distante e pouco conhecida. E em agosto de 2001, para lá foi toda a Equipe da Super-Região de então, com Sílvia e Chico à frente, Padre Flávio e a presença marcante ainda de Dona Nancy. Embora alCM 418
guns tenham passado por Belém e Santarém, a base dos cantatas aconteceu em Manaus (Cf. Carta Mensal n° 367). Seis anos depois, novamente a Província Norte é visitada. Agora já não parecendo tão distante e, julgava-se, bem conhecida. O centro desta visita aconteceu na Região Norte II, mais precisamente em Belém/PA (onde também foi realizada a reunião da Equipe da Super-Região, uma das suas cinco reuniões anuais). Realmente, agora os equipistas estavam bem mais próximos. Adistância física não consegue mais separar irmãos num mesmo ideal. No entanto, cada encontro é um dar-se a conhecer. E como foi gratificante este novo conhecimento experimentado pelos casais e pelo Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe da Super-Região, no cantata com os equipistas não só de Belém, mas igualmente de Salinópolis, Casta7
nhal e São Miguel do Guamá. Poderíamos falar da acolhida no aeroporto, em Belém, quando cada casal hospedeiro se superava em bondosa gentileza, adiantando-se em carregar as malas de alguém que havia passado por cirurgia recente (levando-lhe as malas até o quarto da casa de retiros). Quanta disponibilidade nos dias (ou melhor, noites, pois de dia estávamos sempre ocupados) em que fomos acolhidos nas casas. Como foi bom o contato com as famfiias hospedeiras! Poderíamos falar muito da Eucaristia de sábado à noite, abrilhantada pelo coral das Equipes, com um ofertório de frutos amazônicos, a participação maciça dos casais equipistas, a concelebração por vários sacerdotes sob a presidência de Dom Orani J. Tempesta, o Arcebispo que também nos acolheu com alegria e nos brindou com uma homilia sobre casal e farm1ia. Também poderíamos falar do "banho" de cultura paraense com que fomos brindados na hora da confraternização e também quando fomos levados a conhecer a cidade velha e os museus, a cultura européia mesclada com a cultura dos povos amazônicos. Ainda poderíamos falar da missa às sete horas da manhã, na Basfiica de Nossa Senhora de Nazaré, quando nos foi possível sentir um pouco da mística das grandes romarias populares do Círio de Nazaré. Como foi agradável viajar 300 Km de ônibus para visitar os irmãos equipistas de Salinópolis, que, reunidos, nos esperavam. Éramos, eles e nós, como irmãos que de há muito 8
não se viam. Como foi bom rezar com vocês, irmãos de Salinópolis, saborear a sopa de caranguejo com vocês, passear até a praia com vocês, e conversar sobre as suas vidas, suas farm1ias e o Movimento. Na volta para Belém, já à noite, o encontro com os irmãos de Castanhal e São Miguel do Guamá, em Castanhal. Que linda acolhida! Foi confortante para toda a Equipe da Super-Região perceber a vitalidade das equipes dessas duas cidades, o seu entusiasmo e a alegria dos casais, em sua maioria jovens, que buscam a espiritualidade conjugal para chegar à santidade do casal. Mas a missão chama para outros compromissos. Alguns ainda puderam estender a visita até Manaus, onde se repetiu a acolhida generosa, agora com o grande coração manauara: a mesma disponibilidade, o mesmo vibrar com o encontro de irmãos, o mesmo anseio de conversar sobre as coisas do Movimento. O mesmo desejo de unidade, de agir em favor da comunhão do casal, nas Equipes e na Igreja. Como foi bom, equipistas da Província Norte, conviver e aprender com vocês. Deus seja louvado! Graciete e Gambim Eq. Carta Mensal
••• Acolhida, Alegria,
Partilha Queridos irmãos: Há aproximadamente 6 anos, agosto de 2001, nós da Província CM 418
Norte, tivemos o privilégio de recebermos em Manaus os nossos irmãos da SR Brasil, em visita pastoral. Na oportunidade, Silvia e Chico eram o CRSR Brasil, Graça e Encarnação o CR Província Norte e nós, Nazira e João Paulo, CR Região Norte I, com sede em Manaus. Em abril de 2007, voltamos a ter este privilégio, desta vez em Belém, na Região Norte II, com o lema: acolhida, alegria e partilha. Nossos irmãos paraenses nos deram verdadeira demonstração de como devemos partilhar os dons, características próprias dos que amam a Deus e o Movimento das ENS. O lema- acolhida, alegria e partilha- foi a tónica vi vida pelos equipistas da Província Norte. A Equipe da Super-Região veio em "missão neste chão". É difícil narrar todas as maravilhas desta visita pastoral. Assim como Maria acolheu o Verbo encarnado no seu ventre, também a nossa mãe Amazônia acolheu os queridos irmãos, oferecendo toda a hospitalidade e carinho do povo do Norte brasileiro. Nossa Senhora exultou no Espírito e com alegria cantou o Magnificar. Nossa Província também exultou de alegria em saber que seria anfitriã da Equipe da SuperRegião. A alegria é um dom do Espírito e o sorriso é o reflexo do sentimento interior. Um coração CM 418
alegre é refletido através do sorriso. A alegria estampada no rosto de cada equipista demonstrava todo o contentamento pela presença dos irmãos. Por meio da partilha fraterna, as primeiras comunidades cristãs eram conhecidas: "Vejam como eles se amam". É no pão e na vida partilhados que reconhecemos a presença do Ressuscitado em nosso meio. Foi com este espírito que os equipistas da Província Norte tiveram oportunidade de partilhar nossos dons, nossas riquezas espirituais e culturais. Entre essas riquezas, a Basílica Santuário N.S. de Nazaré, a praia de Salinas em Belém, o Encontro das Águas e Teatro Amazonas em Manaus. Nossa gratidão aos três Casais Responsáveis Regionais, Marta e Simão Pedro, Norte I, Manaus, Registela e Claudionor, Norte III, Santarém e, principalmente e de maneira especial, Fátima e Canêjo, Norte II, em Belém, onde foi reali9
zada a visita pastoral. Vocês nos proporcionaram momentos marcantes em nossas vidas de cristãos e equipistas. Finalizando, vamos reprisar o que o Carlinhos da Socorro de Pará-Nordeste, disse emocionado: "Hoje estamos vivendo uma terceira inspiração". Acreditamos verdadeiramente que esta visita pastoral tenha sido sal, fermento e luz para os equipistas desta Província, a fim de continuarem perseguindo o ideal das Equipes de Nossa Senhora que é a santidade conjugal. Nazira e João Paulo CR Província Norte
••• Região Norte 11 recebe a Equipe da Super-Região Ainda ecoando em nossos corações momentos fortes de verdadeira comunhão e unidade, agradecemos à Trindade Santa que nos uniu de Norte a Sul nesta Visita Pastoral, na Província Norte, que teve como sede a Região Norte II, em Belém do Pará. Ao darmos o nosso sim, há um ano, a tão honroso convite, nos imbuímos da responsabilidade de muita oração e animação, para vivermos nestes dias o verdadeiro amor, acolhida fraterna e a participação, com um objetivo maior que é a construção do Reino. A Celebração Eucarística, no dia 14 de abril, presidida pelo nosso Arcebispo D. Orani João Tempesta, 10
Fátima e Canêjo
concelebrada por Pe. Frei Avelino Pertile e nossos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, foi um momento de louvor, de gratidão a Deus. A Capela do Colégio São Paulo superlotou de equipistas, saudando a Equipe da Super-Região Brasil com bandeirinhas verdes, simbolizando a Amazônia, que é a esperança e pulmão deste imenso Brasil. Seguindo a programação, nos dirigimos à Josy's Recepções para a confraternização com apresentação do Coral das ENS "Vozes de Maria", danças folclóricas, ressaltando, como a principal, a coreografia sobre o Círio de Nazaré. A dança do carimbá contagiou todos os visitantes, que, ao som do tambor e pau de corda, aprenderam rapidinho os passos. Nosso carinho aos visitantes foi demonstrado através de mimos pelos equipistas da Região Norte III, nas pessoas do Casal Regional Registela e Claudionor e SCE Pe. Ronaldo. Doze imagens de Nossa Senhora de Nazaré foram ofertadas por equipes de Belém do Pará, através de seus Casais Responsáveis, CM 418
todas elas revestidas com lindos mantos, obra de arte de nossa querida Thérese. Encerrando a programação, foi oferecido a todos, um delicioso chá, acompanhado de variados sucos típicos da Amazônia. No dia 16, unidos num só coração e numa só alma, dirigimo-nos ao Setor Pará-Nordeste, que engloba os municípios de Salinópolis, São Miguel do Guamá e Castanhal, tendo como ponto inicial Salinópolis, a Princesa do Atlântico. Aí fomos calorosamente recebidos pelas suas Equipes e SCE. Após delicioso lanche e um momento de oração e apresentação dos membros da Equipe visitante, foi servido um almoço de comidas típicas da Região do Salgado, com destaque especial à sopa de caranguejo. O city tour pela cidade deu destaque à Igreja de S. Pedro, Praia do Atalaia e Orla do Maçarico. Nossos corações bateram fortes de tanta emoção com a vibrante e emocionante acolhida dos equipistas de Castanhal e São Miguel do Guamá. As equipes enfileiradas, trazendo as imagens das suas Intercessoras, demonstravam com alegria o sentido de pertença ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora. A partilha vivenciada no jantar mostrou que os equipistas do Pará-Nordeste sabem viver como os primeiros cristãos, colocando tudo em comum. Estão todos de parabéns! Pe. Frei Avelino, com seu jeito simples de ser, porém alegre, contagiou a todos com sábias reflexões, reavivando em nós o desejo de viver em plenitude o Sacramento do Matrimônio, como caminho de santidade. CM 418
Nossa gratidão à Equipe da Super-Região, em especial ao Casal Provincial Norte, Nazira e João Paulo, que com sua presença veio fortalecer os laços que nos unem como cristãos, assim como animar os equipistas amazônidas, como se já estivéssemos vivendo uma terceira inspiração . Que a Virgem de Nazaré os proteja para que continuem animando com muita alegria o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Tudo o que fizemos foi por amor, pois onde reina o amor, Deus aí está! Fátima e Canêjo CR Região Norte II
••• SR em Salinópolis Queridos Amigos do Brasil: As Equipes de Nossa Senhora do Socorro e Nossa Senhora Aparecida, de Salinópolis, cidade litorânea do Nordeste do Pará, viveram momentos de revitalização muito gratificante com a Visita Pastoral da Equipe da Super-Região Brasil. Foi uma alegria partilhar com Frei Avelino, nosso SCE, Pe. Edmilson, e demais casais visitantes. Foi um dia de confraternização e bênção. A ansiedade que cada um de nós carregava em seu coração se transformou em alegria plena ao ver, tão perto de nós, pessoas tão conhecidas através da Carta Mensal. Vivemos um dia cheio de momentos fortes e singulares em nosso Movimento, com as apresentações feitas pelos casais Fátima e Canêjo, CRR-Norte II e em seguida 11
pela Graça e Roberto, CRSR, que apresentaram os casais visitantes e, em sua mensagem, demonstraram o grande amor que têm pelas ENS. Na disponibilidade fraterna com que servem a Super-Região e nas palavras de cada casal que se apresentou, percebemos a intensa e vibrante participação no serviço e anúncio do amor de Deus por nós e, no carinho transmitido por eles, sentimos o aconchego de nossa Mãe Maria, que sempre está velando por todos nós. O encontro nos levou a reavivar o nosso sim ao chamado de Deus para o Matrimônio- sacramento que santifica o casal, exprime sua missão e a reflete para fora, no acolhimento da comunidade- e também a reanimar a unidade das ENS, para nós, em especial, feita através da Carta Mensal que, a cada mês, traz orientações, notícias importantes, comunicações sobre o decorrer do ano litúrgico e, porque não dizer, saudades dos nossos queridos irmãos. Em todos nós ficou a certeza de que a semente que já estava plan12
tada recebeu um adubo revitalizante e frutos virão, com a ajuda de nosso Senhor e de Maria, padroeira das nossas equipes. Amamos vocês! Deus seja louvado por tudo. Yolanda e Gentil Eq.02, N S. do Socorro - CL Salinópolis/PA
Peixes Novos "Bastariam dois pães e dois peixes e o milagre do amor pra acabar com tanta fome e acabar com tanta dor". Este trecho de uma canção comunitária reflete a marcante visita pastoral 2007 da Super-Região ao Setor Pará-Nordeste. Ficamos extasiados com o testemunho vivo de partilha, de co-participação, de humildade, e principalmente de serviço por amor ao Reino de Deus. Com o tema da visita pastoral, denominada pelo Setor como: "FiCM 418
lho de Peixe, peixinho é .. .", celebramos um dos momentos fortes da caminhada equipista. A Equipe que nos visitava, com certeza, sentiu uma acolhida fraternal, tal qual aquela em que a multidão na relva acolheu aqueles peixes e aqueles pães, após Jesus ter multiplicado a pequena quantidade de alimento disponível na ocasião. Uma como "terceira inspiração" no Setor Pará-Nordeste teve início com a chegada do novo logotipo do Movimento, o peixe entrelaçado em um par de alianças; e o ápice dessa nova inspiração para nós confundese com a visita pastoral. Não querendo desmerecer a importância dos PCE em nossas vidas conjugais, pensamos que seria possível acreditar que, um dia, poderíamos realizar todos os PCE em um só instante. A visita pastoral foi um grande contentamento espiritual. A permanência dos casais que nos visitaram, apesar do tempo limitado, foi o suficiente para vivenciarmos o verdadeiro sentido de pertença a uma comunidade chamada Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Isso foi o máximo! Porém, o que mais nos fez agradecidos a Deus foi o vinho Castanhal
novo, os peixes novos! Sim, os novos casais e casais novos cheios de vigor e entusiasmo, plenos da alegria de estarem fazendo valer todo o trabalho abnegado pelo Movimento, representado aqui pela Super-Região, nesse lançar as redes. Acreditamos que o Movimento precisa de peixes novos e que devemos lançar nossas redes e nossos anzóis em águas mais profundas e conhecidas como: Pastoral Familiar (Pré e Pós Matrimônio). Necessitamos também "vender", e muito bem, esse peixe entre nossos amigos, colegas de trabalho e vizinhos, é claro, com todo o ardor conjugal que nos é peculiar. Só assim estaremos nos inebriando com o vinho novo e saboreando aquele peixe dourado de energia, o qual dá ânimo, força, motivação e esperança para continuarmos nossa caminhada, testemunhando o carisma das Equipes de Nossa Senhora pelo mundo afora, rumo à morada eterna, cantando sempre: O Senhor fez em nós maravilhas! Santo é o Senhor! Socorro e Carlinhos Setor Pará-Nordeste Castanhal/PA
•••
Thérese e Frei Avelino
Repórter por alguns minutos Thérese- Frei Avelino, eu gostaria de ser repórter por alguns minutos. Será que o senhor poderia me dar esta oportunidade? Frei Avelino - Sim. T - Como o senhor pode definir a Visita Pastoral da Equipe da Super-Região, de extraordinária para as ENS, em Belém/PA? Frei - Foi para Belém uma bênção e para os membros da Equipe da Super-Região uma bela experiência. T - Das manifestações que a Equipe da SR recebeu, qual a de maior importância e a que mais lhe sensibilizou? Frei - O acolhimento, as pessoas de grandes corações, a amizade, os hospedeiros e também a participação maciça das equipes de Belém e Pará-Nordeste. T - Se não estou enganada, esta é a segunda vez que o senhor nos dá o prazer de recebê-lo em nossa terra. Do que o senhor mais gostou? Frei - Em primeiro lugar, das pessoas, a culinária e a beleza de Belém, Salinópolis e Castanhal. T - Ontem, dia 20, nós tivemos a grande alegria de o senhor ter concelebrado com o nosso SCE, Monsenhor Marcelino, a Páscoa das Equipes 4C - N. Sra. Aparecida, llA - N. Sra. do Rosário e 15A - N. Sra. da Glória. Sua 14
homilia foi deveras marcante. O senhor se sentiu muito inspirado pelo Espírito Santo? Frei - Toda palavra boa tem origem no Espírito Santo. Inspirei-me na vida dos casais presentes e sua espiritualidade. T- Nossos irmãos de equipe Socorro e Carlinhos, do Setor ParáNordeste, colocaram esta visita da SR, com muita propriedade, como que uma terceira inspiração. O que o senhor nos diz sobre isto? Frei - Achei que significa um ponto de apoio forte para uma nova caminhada na espiritualidade conjugal. T - Agradecemos de coração aberto com muita sinceridade, esta visita que nos fez crescer em unidade, amor e muita fraternidade, sentindo que não existem distâncias entre nossos irmãos, especialmente pelo carinho que vivenciamos com reciprocidade. Obrigada. Que Deus e Nossa Senhora de Nazaré os abençoe para toda sua vida! Thérese Valente Eq.4, N. S. Aparecida - Setor C Belém/PA CM 418
AlNDA OS EACRE Região Minas 11 Passada a euforia, persiste ainda a sensação de bem-estar. Agora sim, estamos nos sentindo aptos. Não apenas os novos, aqueles que foram eleitos pela primeira vez, mas também os que já experimentaram sensação semelhante no passado e que estão novamente assumindo como Casal Responsável de Equipe. O EACRE tem essa característica, iguala todos: novatos e experientes. Mesmo os mais antigos no Movimento sabem: nunca é a mesma coisa. -Já não existem tantas dúvidas e as indagações, feitas anteriormente, nos levam a pensar que nos pre-
CM 418
cipitamos, comentam os novos. - Foi tudo tão diferente, parece que fizemos o EACRE pela primeira vez, comentam os mais experientes. O EACRE é assim, antes de tudo, providencial! Oportunidade para orar, conhecer equipistas, embasar, direcionar e, acima de tudo, ele nos envia dois a dois, conscientes do compromisso da nossa principal missão, que é fortalecer e motivar a nossa pequena comunidade, a nossa equipe de base. O EACRE é assim, depois de tudo, essencial! Aparecida e Clélio CR Setor A Divinópolis/MG
15
••• Reqião Centro-Oeste 11 Aconteceu, nos dias 17 e 18 de março, no Colégio Marista, o IX EACRE da Região Centro Oeste ll. Estiveram presentes aproximadamente 150 casais e vários CE de todos os Setores e Pré-Setor de nossa Região. O Casal Provincial, Nilza e Nivaldo, nos presenteou com sua participação alegre e entusiasmada. Com muita firmeza falou sobre as Prioridades de Reflexão para o período 2007/2012 "Equipes de Nossa Senhora, Comunidades de Casais, Reflexos do Amor de Cristo", destacando o Tema de Estudo deste ano "Espiritualidade Conjugal: compromisso nas ENS." Ao nos transmitir as orientações do Movimento para 2007, ressaltou a importância do novo logotipo, unificado no mundo inteiro. O EACRE transcorreu num clima de muita harmonia, com ótimas palestras sobre o Tema de Estudo do Ano, Campanha da Fraternidade, Bioética, Causa de Beatificação do Pe. Caffarel, a Igreja em Brasília. Os flashes sobre os PCE a serem aprofundados neste ano, a Carta Mensal, Contribuição para o Movimento, Rádio Nova Aliança, informativo ECOS e Testemunho da Missão do CRE foram acolhidos por todos. A liturgia foi marcante. A oração da manhã que abria os trabalhos e as celebrações eucarísticas, presididas pelo Pe. Pedro Bassini, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Região II, e concelebradas por 16
outros SCE, se constituíram em ponto alto de comunhão e fortalecimento da fé. A equipe orante, como sempre, esteve, antes e durante o evento, pedindo também a Deus para que todos os presentes saíssem revitalizados do Encontro. Por esse êxito, damos muitas graças ao Senhor. Que a Virgem Maria conceda que as bênçãos derramadas sobre os participantes cheguem a todos os casais e conselheiros espirituais das equipes de base. E que todos nós possamos cumprir nossa missão de animar e fortalecer os casais, as famílias, o Movimento e a Igreja no Brasil. Regina e Fatureto Equipe 5C- RCO II
...
Reqião Ceará Revestiu-se de pleno êxito a realização do EACRE 2007 de Fortaleza, nos dias 10 e 11 de fevereiro. Os Casais Responsáveis de Equipe, a quem o evento se destina em primeiro lugar, compareceram em sua grande maioria. Integraram o Encontro momentos de liturgia, formação, orientação para as atividades do ano e grupos de reflexão e partilha. A linha condutora foi o tema e o lema do ano, respectivamente: Espiritualidade Conjugal, Compromisso nas ENS, e Matrimônio e ENS - Caminho para Santidade. Todas as atividades foram muito bem organizadas e conduzidas, os horários observados com tranqüilidade. O CM 418
Região Ceará
casal animador, Elen e Colares, ajudado pelos casais do canto, soube cativar a assembléia, mantendo-a atenta e animada. Ponto alto do Encontro foram as duas celebrações Eucarísticas, com homilias de Dom José Antero, SCE da Região. A liturgia e os outros momentos de oração se revestiram de sentido de entrega e louvor, adoração e confiança. Destaque para a benção do Santíssimo, após a renovação das promessas do casamento pelos casais. Nas palestras, o assunto central foi a espiritualidade conjugal. O SCE Regional apresentou Espiritualidade Conjugal, Compromisso nas Equipes. Os PCE enfatizados no ano foram apresentados em forma de painel, com grande motivação. Sobre a Regra de Vida, foi apresentado, de maneira atrativa, um vídeo com depoimentos de Dona Nancy. Destaque, também, para a palestra Fraternidade e Missão na AmaCM 418
zônia, proferida pelo Pe.Edilberto Cavalcante Reis, SCE do Setor Centro. Destacou que, além dos aspectos ecológicos e humanos, há um chamado à conversão e apelo à missão na Amazônia. Outros assuntos importantes foram transmitidos em flashes. Duas reuniões de grupos refletiram, partilharam e aprofundaram os temas apresentados. O EACRE espelhou que os casais estão motivados, demonstrando compromisso e vontade de aprender, engajar-se melhor e viver a unidade. Muitos conselheiros se fizeram presentes, valorizando o evento. O amor contagia, emociona, cria laços. Este o sentimento vivido no EACRE ... e que levará a crescer em cada casal a espiritualidade conjugal, e fará de cada equipe uma seara do Senhor, onde serão colhidos frutos de santidade. M. Luiza e Geová Casal Comunicação Setor A, Fortaleza/CE (Do boletim Mensageiro de Maria) 17
MUTIRAO É um dos meios de formação de conhecimentos sobre o Movique a pedagogia das Equipes de mento das ENS, de uma forma suaNossa Senhora oferece. ve e gradativa. Tem como objetivo "recordar a Após a oração da manhã, o Papilotagem, sistematizando os pon- dre Paulo Cesar, SCE das Equitos básicos introduzidos naquele pes 50 e 90 do Setor B, falou-nos período. É uma reflexão mais am- sobre as responsabilidades do crispla sobre a vida da equipe, apro- tão, na magnífica palestra "Adulfundando os assuntos vida de equi- tos em Cristo". pe, pontos concretos de esforço, as Seguiram-se apresentações de três atitudes, partilha, co-partici- vários assuntos pertinentes às nepação, auxílio mútuo, correção fra- cessidades dos presentes, como terna, função do casal animador, do ENS - Ideal, Carisma, Missão; casal responsável de equipe, do con- Pontos Concretos e Partilha; Vida selheiro espiritual, do casal ligação, de Equipe; Panorama atual do Modo casal piloto etc" (Manual da vimento, e Alegria do Serviço, por Formação 2.2.1), enfim""apresentar casais equipistas, cada qual utilium panorama do Movimento como zando uma forma de dinâmica, reum todo: o início, a caminhada e o cursos visuais, dramatizações, reumomento atual. niões de grupo etc. Destina-se a todos os casais: Destaque também para o casal aos casais novos que entraram em que comandou a animação com equipes já existentes, às equipes muito humor e alegria, com parórecém saídas de pilotagem e, tam- dias de músicas conhecidas, brinbém, a casais pertencentes a equi- cadeiras ... isso permitiu que o dia pes antigas, pois todos necessita- transcorresse de forma agradável, mos de atualização, reciclagem, facilitando a atenção e a particientusiasmo. pação de todos, sem cansaço. Pode ser realizado em um dia e O Mutirão foi encerrado às meio (sábado todo e domingo de 18 horas, com a Celebração Eucamanhã) ou até em apenas um dia, rística presidida pelo Padre Locaracterizando-se pelo espírito de renzo Arbeloa (SCE Setor B), alegria e descontração. A liturgia cujas palavras sobre o Tempo seja muito participativa. Pascal encerraram com felicidaFoi exatamente dentro desse es- de aquele dia de verdadeira forpírito que a Região Rio I realizou mação equipista. seu Mutirão, no dia 14 de abril último. Toda-a sua preparação foi no ]unia e Mauro sentido de proporcionar atualizaCasal Formação da ção, reciclagem e sistematização Região Rio I 18
CM 418
SACRAMENTO DA CARIDADE No dia 22 de fevereiro de 2002, ramente a caracterizar o estilo de dia em que celebramos a festa da como nos tem escrito o Santo PaCátedra de São Pedro, Sua Santi- dre, o que, certamente, nos recorda dade o Papa Bento XVI assinou a vivamente a Unidade de Deus, na Exortação Apostólica, Pós-Sinodal Trindade das Pessoas. O Papa, nos números 27 a 29, Sacramentum Caritatis que a Imprensa, desde o dia 13 de março, escreve-nos sobre a relação existenquando ocorreu a sua publicação, te entre a Eucaristia e Matrimónio, como infelizmente costuma fazer demonstrando que Eucaristia é um com matérias referentes à Igreja, sacramento esponsal e que, por isso começou a manipular notícias e co- mesmo, possui um liame muito ínmentários sobre o texto do modo timo entre a unidade e a indissolubique melhor lhe convinha; desse lidade do Matrimónio. Afirma o modo, nós fiéis, e isso é um convi- Santo Padre, a partir de Ef 5,31te que faço a todos e em relação a 32: "o consentimento recíproco, que tudo, devemos adentrar no texto, o marido e a esposa trocam entre atentando ao que ele diz, não dei- si, constituindo-os em comunidade xando que nos digam, simplesmen- de vida e de amor, tem também uma te, aquilo que nele não está conti- dimensão eucarística ... o amor do. A Imprensa quer cumprir um esponsal é sinal esponsal do amor lamentável papel de ser a criadora de Cristo pela sua Igreja, um amor de polêmicas e a cultivadora de que tem o seu ponto culminante na sensacionalismo, como se estives- cruz, expressão das suas 'núpcias' se acima do bem e do mal, basta com a humanidade e, ao mesmo que vejamos com vagar o que pre- tempo, origem e centro da Eucaristenderam fazer ao Santo Padre em tia". Diz-nos também o Vigário de sua Visita Apostólica à Turquia, Cristo: "o vínculo fiel, indissolúvel mas não tiveram sucesso naquilo e exclusivo que une Cristo e a Igreque pretendiam, porque a verdade ja e tem expressão sacramental na Eucaristia, está de harmonia com o prevaleceu. A Exortação Apostólica, depois dado antropológico primordial seda Introdução, que contém seis nú- gundo o qual o homem deve unirmeros, é dividida em três partes as- se de modo definitivo com uma só sim intituladas: Eucaristia, mistério mulher e vice-versa (Gn 2,24; Mt acreditado; Eucaristia, mistério ce- 19,4)". Desse modo, diz-nos ainda lebrado e Eucaristia, mistério vivi- o Romano Pontífice: "Se a Eucado. Na realidade, é um texto tripar- ristia exprime a irreversibilidade do tido, sem perder, entretanto, o mis- amor de Deus em Cristo pela sua tério da unidade, modo que está ela- Igreja, compreende-se porque moCM 418
19
O Senhor Jesus, "caminho, verdade e vida", dirige-se ao
coração ofegante do homem que se sente peregrino e sedento, ao coração que suspira pela fonte da vida, ao coração mendigo da Verdade. tivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimônio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de anelar". A grande riqueza do Documento quis a imprensa ofuscar completamente, lançando os holofotes quase que unicamente sobre a utilização do termo praga, no contexto dos divorciados novamente casados, cujo número, não se pode negar, está a pulular. Termo não novel, pois dantes já foi utilizado, tanto pela Familiaris consortio n. 84 (na versão oficial latina= plaga) quanto também pelo Catecismo da Igreja Católica (CCE n. 2385 na versão oficial francesa= plaie, da qual, excepcionalmente, originou-se a versão latina = plagam) e que na ocasião não causou o menor espanto, porque foi exatamente visto em seu contexto, que é aquele, inegável, de que o divórcio é um 20
mal contagioso, que se dissemina na sociedade e no próprio ambiente católico, sendo esse unicamente o sentido que quis dar o Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, na mesma linha do seu antecessor. Não são, portanto, as pessoas dos divorciados novamente-casados que são uma praga, isso não disse o Servo de Deus João Paulo II e nem também o Servo dos Servos de Deus Bento XVI; essas pessoas são, lamentavelmente, vítimas daquela praga que é o divórcio. Eles, mesmo nessa situação, "continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida ... " É preciso que tomemos sempre consciência de que "Matrimônio e farm1ia são instituições cuja verdade deve ser promovida e defendida de qualquer equívoco, porque todo o dano a eles causado é realmente uma ferida que se inflige à convivência humana". Que a Eucaristia, Sacramento da Caridade, nos ajude a viver, com renovado compromisso cotidiano: só por hoje ... as ENS como comunidade de casais, reflexo do Amor de Cristo, percebendo o Matrimônio e ENS como um caminho de santidade, buscando assim tomar consciência da nossa espiritualidade conjugal e dos compromissos nas ENS, movimento de espiritualidade conjugal.
D. Prior Hugo Cavalcante, OSB SCE das Equipes 16 e 37 e da Região Centro Oeste I CM 418
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Carta do Papa Bento XVI ao Padre Peter-Hans Kolvenbach, Preposto-Geral da Companhia de Jesus, por ocasião do 50° Aniversário da Encíclica Haurietis Aquas do Papa Pio XII As palavras do profeta Isaías ''Tirareis água com alegria das fontes da salvação" (Is 12,3), que abrem a Encíclica com a qual Pio XII recordava o primeiro centenário da extensão a toda a Igreja da Festa do Sagrado Coração de Jesus hoje, cinqüenta anos depois, nada perderam do seu significado. Ao promover o culto ao Coração de Jesus, a Encíclica Haurietis aquas exortava os crentes a abrirem-se ao mistério de Deus e do seu amor, deixando-se transformar por ele. Após cinqüenta anos, permanece uma tarefa sempre atual dos cristãos de continuar a aprofundar a sua relação com o Coração de Jesus, de maneira a reavivar em si mesmos a fé no amor salvífico de Deus, acolhendo-o cada vez melhor na própria vida. O lado trespassado do Redentor é a fonte à qual nos envia a Encíclica Haurietis aquas: devemos haurir desta fonte para alcançar o conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo e experimentar mais profundamente o seu amor. CM 418
Poderíamos, assim, compreender melhor o que significa conhecer em Jesus Cristo o amor de Deus, experimentá-lo, mantendo o olhar fixo nele, até viver completamente do seu amor, para depois poder testemunhá-lo aos outros. De fato, para retomar uma expressão do meu venerado Predecessor João Paulo ll, "próximo do coração de Cristo, o coração humano aprende a conhe-
21
cer o sentido verdadeiro e único da vida e do próprio destino, a compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a prevenir-se de certas perversões do coração, a unir o amor filial a Deus com o amor ao próximo. Assim - e esta é a verdadeira reparação exigida pelo Coração do Salvador- sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e pela violência poderá ser edificada a civilização do Coração de Cristo" (Insegnamenti, vol. IX/2, 1986, pág. 843). Na Encíclica Deus caritas est, citei a aftrmação da primeira Carta de São João: "Nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nele", para realçar que na origem do ser cristãos está o encontro com uma Pessoa (cf. o. 1). É na relação com Cristo que podemos reconhecer quem é verdadeiramente Deus, porque Deus se manifestou do modo mais profundo através da encarnação do seu Filho, tornandose "visível" nele (cf. Enc. Haurietis aquas, 29-41; Enc. Deus caritas est, 12-15). E ainda: dado que o amor de Deus encontrou a sua expressão mais profunda no dom que Cristo fez da sua vida por nós na Cruz, é sobretudo olhando para o seu sofrimento e para a sua morte que podemos reconhecer de modo sempre mais claro o amor sem limites que Deus nos tem: "Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigênito, a fim de que todo o que crê não se perca, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16). Este mistério do amor de Deus por nós, entre outras coisas, não 22
constitui apenas o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: ele é, de igual modo, o conteúdo de qualquer espiritualidade e devoção verdadeira. Por conseguinte, é importante realçar que o fundamento desta devoção é antigo como o próprio cristianismo. De fato, só é possível ser cristão com o olhar dirigido para a Cruz do nosso Redentor, "Àquele a quem trespassaram" (Jo 19,37; cf. Zc 12,10). Justamente a Encíclica Haurietis aquas recorda que a ferida do lado e as dos pregos foram para numerosas almas os sinais de um amor que, eficazmente e cada vez mais, têm transformado suas vidas (cf. o. 52). Reconhecer o amor de Deus no Crucificado tornou-se para elas uma experiência interior que lhes fez confessar, juntamente com Tomé: "Meu Senhor e meu Deus" (lo 20,28), permitindo-lhes alcançar uma fé mais profunda no acolhimento sem reservas do amor de Deus (cf. Enc. Haurietis aquas, 49). O significado mais profundo deste culto ao amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente o seu contributo, não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal deste amor na dedicação confiante ao seu serviço (cf. Enc. Haurietis aquas, 62), Sem dúvida, experiência e conhecimento não podem estar separados: um faz referência ao outro. É necessário, entre outras coisas, realçar que um verdadeiro conhecimento do amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de generosa disCM 418
ponibilidade. Partindo desta atitude interior, o olhar fixo no lado trespassado pela lança transforma-se em adoração silenciosa. O olhar no lado trespassado do Senhor, do qual jorram "sangue e água" (cf. lo 19,37), ajuda-nos a reconhecer a multidão dos dons de graça que dele provêm (cf. Enc. Haurietis aquas, 34-41) e abre-nos a todas as outras formas de devoção cristã que estão incluídas no culto ao Coração de Jesus. A fé intensa, como fruto da experiência do amor de Deus, é uma graça, um dom de Deus. Mas o homem só poderá experimentar a fé, como uma graça, na medida em que a aceitar dentro de si como um dom, do qual procura viver. O culto do amor de Deus, ao qual a Encíclica Haurietis aquas convidava os fiéis (cf. ibid. 72), deve ajudar-nos a recordar incessantemente que Ele assumiu sobre si este sofrimento voluntariamente "por nós", "por mim". Quando praticamos este culto, não só reconhecemos com gratidão o amor, mas continuamos abrindonos a este amor, de tal modo que a nossa vida seja cada vez mais modelada por ele. Deus, que infundiu o seu amor "nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado" (cf. Rm 5,5), convida-nos incessantemente a acolher o seu amor. O convite a doar-se totalmente ao amor salvífico de Cristo e a dedicar-se a ele (cf. ibid. n. 4) tem, portanto, como primeira finalidade, a relação com Deus. Eis por que este culto, totalmente dirigido ao amor de Deus que se sacrifica por nós, é de imporCM 418
A adoração do amor de Deus, que encontrou no coração trespassado a sua expressão histórico-devocional, permanece imprescindível para uma relação viva com Deus.
l
----------------------··-tância insubstituível para a nossa fé e para a nossa vida no amor. Quem aceita o amor de Deus interiormente é por ele plasmado. O homem vive a experiência do amor de Deus como um chamado ao qual ele deve responder. O olhar mirado no Senhor que "tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores" (Mt 8,17) ajuda-nos a nos tornar mais atentos ao sofrimento e à necessidade dos outros. A contemplação adorante do lado trespassado pela lança torna-nos sensíveis à vontade salvífica de Deus. Tornanos capazes de nos confiarmos ao seu amor salvífico e misericordioso e, ao mesmo tempo, fortalecenos no desejo de participar da sua obra de salvação, tornando-nos seus instrumentos. Os dons recebidos do lado aberto, do qual saíram "sangue e água" (cf. lo 19,34), fazem com que a nossa vida seja também para os outros fonte da qual pro23
manam "rios de água viva" (lo 7,38) (cf. Enc. Deus caritas est, 7). A experiência do amor haurida do culto do lado trespassado do Redentor resguarda do perigo de nos fecharmos em nós mesmos e tomanos mais disponíveis a uma vida para os outros. Disto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós, portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos (llo 3,16) (cf. Enc . Haurietis aquas, 38). A resposta ao mandamento do amor só se toma possível na experiência de que este amor já nos foi dado primeiro por Deus (cf. Enc. Deus caritas est, 14). O culto do amor que se nos toma visível no mistério da Cruz, presente em cada celebração eucarística, constitui portanto o fundamento para que possa-
mos tomar-nos pessoas capazes de amar e de nos doarmos (cf. Enc. Haurietis aquas, 69), sendo instrumentos nas mãos de Cristo: só assim se pode ser anunciadores confiáveis do seu amor. Mas este abrirse à vontade de Deus deve renovarse em cada momento: "O amor nunca se dá por concluído e completo (cf. Enc. Deus caritas est, 17). O olhar no "lado trespassado pela lança", no qual resplandece a vontade ilimitada de Deus, não pode ser considerado como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no coração trespassado a sua expressão histórico-devocional, permanece imprescindível para uma relação viva com Deus (cf. Enc. Haurietis aquas, 62). (... ) •
.... ......... ..... ............. ......... ........... TRINDADE, M1STÉR10 PRÓXlMO A vida cristã desenvolve-se totalmente no sinal e na presença da Trindade. No alvorecer da vida, fomos batizados "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" e, ao final, junto a nossa cabeceira, recitar-se-ão as palavras: "Marcha, ó alma cristã, deste mundo, no nome de Deus, o Pai onipotente que te criou, no nome de Jesus Cristo, que te redimiu, e no nome do Espírito Santo, que te santifica". 24
Na transição entre estes dois momentos extremos, outros momentos estão marcados para o cristão pela invocação da Trindade. No nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, os esposos se unem em matrimônio e os sacerdotes são ordenados pelo bispo. No passado, em nome da Trindade, começavam os contratos, as sentenças e todo ato importante da vida civil e religiosa. Não é verdade, portanto, que a CM 41 8
Trindade seja um mistério remoto, irrelevante para a vida de todos os dias. Pelo contrário, são as três pessoas mais íntimas na vida: não estão fora de nós, como acontece entre a mulher e o marido, mas estão dentro de nós. "Fazem morada em nós" (Jo 14,23), nós somos seu "templo". Mas por que os cristãos crêem na Trindade? Já não é bastante difícil crer que Deus existe, para ainda acrescentar que também é uno e trino? Os cristãos crêem que Deus é uno e trino porque crêem que Deus é amor! A revelação feita por Jesus que Deus é amor obrigou a admitir a Trindade. Ela não é uma invenção humana. Se Deus é amor, tem de amar alguém. Não existe amor ao vazio, sem objeto. Mas a quem Deus ama, para Ele ser definido como amor? Os homens? Mas os homens existem tão só desde há alguns milhões de anos, nada mais. O cosmos? O universo? O universo existe só desde há alguns bilhões de anos. Antes, a quem amava Deus para poder se definir amor? Não podemos dizer que se amava a si mesmo, porque isto não seria amor, mas egoísmo ou narcisismo. Esta é a resposta da revelação cristã: Deus é amor porque desde a eternidade tem "em seu seio" um Filho, o Verbo, a quem ama com um amor infinito, ou seja, com o Espírito Santo. Em todo amor sempre há três realidades ou sujeitos: um que ama, um que é amado, e o amor que os une. O Deus cristão é uno e trino porque é comunhão de amor. No amor, reconciliam-se entre si unidade e pluralidade; o amor cria a unidade na diversidade: unidade de CM 418
propósitos, de pensamento, de vontade; diversidade de sujeitos, de características, e, no âmbito humano, de sexo. Neste sentido, a família é a imagem menos imperfeita da Trindade. Não é casualidade que, ao criar o primeiro casal humano, Deus dissera: "Façamos o ser humano à nossa imagem, como semelhança nossa" (Gn 1,26-27). Segundo os ateus modernos, Deus não seria mais que uma projeção que o homem faz de si mesmo, como quem confunde com uma pessoa diversa sua própria imagem refletida em um riacho. Isto pode ser verdade com respeito a qualquer outra idéia de Deus, mas não com respeito ao Deus cristão. Que necessidade teria o homem de dividir-se em três pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo, se verdadeiramente Deus não é mais que a projeção que o homem faz de sua própria imagem? A doutrina da Trindade é, por si só, o melhor antídoto ao ateísmo moderno. Parece demasiado difícil tudo isto? Não compreendeste muito? Dir-te-ia que não te preocupes. Quando se está na margem de um lago ou de um mar e se quer saber o que há do outro lado, o mais importante não é aguçar a vista e tentar examinar o horizonte, mas subir à barca que leva a essa margem. Com a Trindade, o mais importante não é elucidar o mistério, mas permanecer na fé da Igreja, que é a barca que leva à Trindade.
Raniero Cantalamessa, ofmcap Comentário. Solenidade da Santíssima Trindade - 2006 25
EUCARISTIA Aprendemos desde nossos primeiros passos na vida cristã que um dos sete sacramentos da Igreja é o sacramento da Eucaristia. Mas é preciso a cada novo dia absorver mais e mais a mensagem vinda desse nosso encontro pessoal com Deus. Eucaristia é o Corpo e Sangue de Jesus. A palavra eucaristia tem origem grega, e significa ação de graças, louvor. Fundada na palavra de Jesus Cristo, a fé dos cristãos católicos diz que, na aparência de pão e de vinho "consagrados", Jesus Cristo se faz presença viva, em corpo e sangue.
26
A Eucaristia tem um sentido social muito forte. Toda a celebração da Eucaristia é uma escola de partilha. Do começo ao fim, procede-se à partilha de sentimentos, de palavras e de gestos, destinados a levar o cristão a entender que naquela mesa se reaprende, a cada nova celebração, o dever de partilhar sua vida, seu corpo e seu sangue pela salvação do seu povo, como Jesus o fez. Eis o contexto no qual devemos celebrar a Eucaristia: A totalidade da manifestação do amor do Pai seu filho. Antes da festa da nn ,.rnn
CM 418
sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. E é através do testemunho vivo de Jesus que devemos amar incondicionalmente nosso irmão, porque Jesus amou e ama os seus, sem distinção alguma. A Eucaristia é celebrada no contexto do mundo, do mal: Jesus não salva o mundo saindo do mundo, mas estando no meio do mal, como durante a última ceia, quando o diabo pôs no coração de Judas Iscariotes o projeto de entregar Jesus ... Estamos inseridos num contexto onde a todo instante o mal procura infiltrar-se em nossas vidas. Mas como diz Jesus: entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo (Mt. 24,13). Pão e vinho, numa refeição, simbolizam fortemente a comunhão de vida. Os grãos de trigo e as uvas resumem, melhor que muitos discursos, a passagem de Jesus. Eles (o trigo e as uvas) deixaram os campos dourados e os vinhedos verdes, foram triturados e amassados para se entregar como o vinho saboroso e o alimento que une a muitos na alegria. Assim, Jesus é o filho que deixa a casa do Pai querido para ser crucificado e dar vida nova aos pecadores, a quem ele toma seus irmãos. A Eucaristia é vivida por todos os bons samaritanos e pastores que, hoje como ontem, deixam de lado os próprios interesses para entregar, misericordiosamente, a vida ao outro, exercitando assim o gesto da abnegação em sua vida de cristão. CM 418
A lqreja, Esposa de Cristo, é chamada a celebrar o banquete eucarístico, dia após dia, em memória dele. Deste modo, ela insere o sacrificio redentor do seu Esposo na história dos homens. Jesus, porque "se fez pecado por nós", realiza um gesto de supremo amor, o serviço; Ele dá sua vida para servir e, no servir, salvar: Jesus levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela, depois coloca água numa bacia, ajoelha-se e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com a qual estava cingido (cf. Jo 13,4-5). Dizeis que Eu sou o mestre e Senhor, e falais bem, pois Eu o sou. Se Eu que sou o Mestre e Senhor vos lavei os pés, deveis também vós lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo para que como Eu vos fiz, também vós o façais (Jo 13,13-14).
Vanusa e Adriano CRS - A - Santa Luzia!PB 27
BODAS Hélene e Peter Nadas Hélene e Peter Nadas, equipistas há 47 anos (Eq. 3/D), completaram bodas de ouro no dia 30 de março de 2007. Diz sua filha Domini que (do GeraldoEq. 14 B): "Meus pais se intitulam os "fósseis" do Movimento, e eu, como bióloga, acredito que é um mérito podermos conhecer nossos fósseis, pois um fóssil é aquele que guarda, com muito carinho e em segurança, as nossas histórias. ( ... ) Para mim, mais do que "fósseis", eles são farol sempre a iluminar quando necessário, acudir os mais aflitos e estar ausentes quando precisamos crescer. ( ... ) Meus pais se casaram no amor e seus 50 anos só foram possíveis por que Deus está no meio deles e os tornou mais felizes e mais santos. Eles são inspiração e guia para o nosso casamento.( ... ) O seu lema central é: O importante é amar, não é ter razão. A filha Catherine (Jornalista Responsável da Carta Mensal) fornece mais dados: "Vindos do pós-guerra europeu, se conheceram na escola, em São Paulo. A amizade virou namoro, o qual entregaram à proteção de Nossa Senhora da Consolação. Dois anos após o casamento, em São José dos Campos, em 1959, ingressaram 28
nas Equipes de Nossa Senhora, das quais receberam suporte para si e para a farm1ia (sete filhos, genros e noras e 14 netos). Sempre trabalharam pelo Movimento com alegria. A linda Eucaristia das bodas foi presidida por Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo Auxiliar de São Paulo, e concelebrada por mais sete padres, amigos da família e SCE de equipes, com a participação de muitos amigos". Hélene e Peter estão sempre disponíveis ao Movimento, onde exerceram diversas responsabilidades em âmbito regional, nacional e internacional, inclusive estiveram à frente da Carta Mensal por longos anos. No Encontro de Lourdes, faziam a tradução instantânea para o Português das celebrações e comunicações. Nestas Bodas de Ouro, agradecemos a Deus por este casal. Virgínia e Marcos CRR Região São Paulo Capital I CM 418
BODAS Maria Célia e Ivan: 6o anos de união matrimonial Em menos de cinco meses, namoraram, ficaram noivos e casaram (10/05/47). Mas foram precisos quase cinco anos para que isso acontecesse. O Ivan Bustamante já era engenheiro eletricista e tinha 25 anos, quando viu pela primeira vez Maria Célia, uma aluna muito linda do Sion e mais nova que ele 10 anos. Foi paixão à primeira vista, mas sem que ela "desse bola" para ele. Foi preciso, mais tarde, o conselho de um bispo, o saudoso Dom Jorge Marcos de Oliveira, Bispo-Auxiliar do Rio de Janeiro: "Olhe, Maria Célia. dos rapazes todos que te procuram, quem vai te fazer feliz é o Ivan". Maria Célia objetou: "Mas ele não fala". Insiste o bispo: "Não fala porque é tímido. Ligue para ele, para sair com você, e vai ver como é". Nem assim. A menina ainda perguntou a Dom Jorge se ele não estaria louco: "Minha mãe me mata se souber que saio com um rapaz". O prelado assumiu o risco e Maria Célia, então com 19 anos, se decidiu. Ligou e daí a pouco começou o namoro. "No Joá, com medo de que alguém nos visse", observa. Ivan e Maria Célia têm nove filhos (Pedro, o caçula, já morreu), 23 netos e três bisnetos. Os dois foram congregados marianas e, depois de algum tempo, entraram nas Equipes de Nossa Senhora. Sua ligação com o Movimento começou no Rio, desde a primeira hora ( 1959), e foi em seu apartamento a primeira reunião da Equipe 1-A, a que pertencem. O casal é o único remanescente dentre os que iniciaram a equipe (e também o Movimento no Rio de Janeiro), da qual só tem maravilhas a contar: -"Além de tudo, o auxílio mútuo da nossa equipe é um hino de ação de graças. Como esquecer, por exemplo, o que fizeram por nós quando o Ivan e cinco filhos estiveram com hepatite?", lembra e repete Maria Célia. Deise e Antonio Nascimento CR Setor A , Região Rio I CM 418
29
FORAM ORDENADOS Padre Antonio Adonias P. de Sena foi ordenado presbítero no dia 25 de novembro de 2006, na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, pela imposição das mãos do Cardeal Dom Eusébio Scheid. Pe. Adonias é SCE da Equipe 42 do Setor B, Região Rio III, que para ele é como uma farm1ia. Acompanha a equipe desde quando seminarista, "para a glória do Senhor", afirma. Entre ele e os casais há um carinho mútuo.
Padre Roberto de Assis, no dia 10 de fevereiro de 2007, pela imposição das mãos de Dom Alano Maria, Arcebispo de Niterói, recebeu o sacramento da Ordem, no grau de Presbítero. A cerimônia foi realizada no Santuário das Almas, em Niterói. Foi uma linda cerimônia, com a participação das comunidades onde ele trabalhou como seminarista e como diácono, e, naturalmente, de todos os casais de sua tão querida Equipe 4, do Setor B de Niterói. Parabéns ao Pe. Roberto de Assis e muito obrigado pelo seu acolhimento ao chamado do Senhor
••• Diácono Fr. Djalma Lúcio Magalhães 1\miz, SCJ- Os casais da Equipe 9-B, Nossa Senhora da Alegria, Taubaté/SP, nos dias 17 e 18 de fevereiro de 2007, vi veram a alegria e a emoção de participar das cerimônias de Votos Perpétuos e de ordenação diaconal do seu querido Conselheiro Espiritual, Fr. Djalma. Com outros sete frateres da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), em Eucaristia presidida pelo Provincial, Pe. Paulo Hülse, no dia 17, Fr. Djalma fez profissão perpétua, com os votos de pobreza, obediência e castidade. A participação de um grande número de fiéis, amigos e parentes dos postulantes ao diaconato tornou a celebração ainda mais linda. No dia 18, pela imposição das mãos de Dom Wilson Tadeu Jõnck, scj, Bispo auxiliar da diocese do Rio de Janeiro, Fr. Djalma recebeu o sacramento da Ordem, no grau do diaconat(}·. Novamente foi grande a participação dos fiéis, inclusive a nossa equipe, que foi tomada pela alegria e emoção que a todos contagiava. Lúcia e Ditinho, Eq. 9-B- Taubaté/SP 30
CM 418
••• Diácono Silvio Cardoso dos Santos, no dia 26 de janeiro de 2007, recebeu o sacramento da Ordem no grau do diaconato da mãos de Dom Sérgio Krzywy. A cerimônia foi realizada na paróquia Sant' Ana, em Araçatuba/SP. Silvinho, como é chamado carinhosamente, concluiu seus estudos no Seminário Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Marília. É Conselheiro Espiritual da Equipe 190105, Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Os equipistas só têm a agradecer o seu amor e dedicação às Equipes de Nossa Senhora. Adriana e Eduardo, CRS do Setor de Araçatuba/SP
JUBilEU DE PRATA Nós, das Equipes Nossa Senhora Rainha da Paz e Imaculada Conceição, do Setor D, em 16 de janeiro de 2007, tivemos a honra de participar de um momento grandioso para a comunidade católica de nossa arquidiocese e em especial para todas Equipes de Nossa Senhora. Na Capela do Carmelo foi celebrada solene Eucarística pelo jubileu de prata da ordenação presbiteral do querido amigo Padre José Dimas de Lima, o nosso Padre Dimas. SCE de duas equipes e da Região Minas III, Padre Dimas é companheiro nos trabalhos e meditações, no estudo da Palavra e auxílio na realização dos PCE. Sempre é presença amiga, tanto nos momentos difíceis, momentos de fraqueza humana, como nos de alegria e descontração, seja nas reuniões formais e informais, seja nos eventos e acontecimentos sociais da vida cotidiana. Este homem abençoado, além de engrandecer a Igreja Católica, através de sua nobre e divina missão evangelizadora, efetivamente, faz a Palavra de Deus ser ouvida e absorvida! Este sim o real motivo de comemorarmos o jubileu de prata de ordenação do Padre Dimas! Como equipistas queremos registrar o nosso muito obrigado ao querido amigo e sacerdote. Que Deus o abençoe ainda mais, Padre Dimas. Parabéns! Nós te amamos! Maristela e Omar Eq. N. S. Rainha da Paz - Setor B -Pouso Alegre/MG
~---------------------
CM 418
31
EQUIPES NOVAS No Setor Alfenas, Região Minas IV: Equipe Nossa Senhora de Fátima. Alfenas/MG Equipe Nossa Senhora das Graças, Paraguaçu/MG Equipe Nossa Senhora Auxiliadora. Paraguaçu/MG No Setor C de Recife, Região PE 1: Equipe Nossa Senhora Desatadora dos Nós:
PARTIRAM PARA A CASA DO PAI Manuel Martins de Sousa, da Rosana, no dia 9 de abril de 2007. Pertencia à Equipe Imaculado Coração de Maria, de Cajueirinho - Cruz/CE. Marcos Antonio Ferreira, da Eunice, no dia 18 de março de 2007. Integrava a Equipe N. S. do Santíssimo Sacramento, Núcleo Bandeirante/DF - Região CO II. José Emílio Brasil Vieira, da Clara Benitá, no dia 26 de fevereiro de 2007. Pertencia à Equipe Nossa Senhora da Saúde, do Pré-Setor Juruti!PA. Pe. Wolfgang Hermano (joto), no dia 10 de abril de 2007. Nasceu aos 14 de maio de 1960, em Trier/Alemanha. Há pouco tempo no Brasil, era um missionário. Seu objetivo era levar a Palavra de Deus a todas as pessoas. Viveu com dignidade. Tinha um enorme coração. Não excluía ninguém. Era um pescador de almas. Na Equipe Nossa Senhora da Piedade, do Seto r C de Belém/ PA, da qual era SCE, expressava sua alegria em pertencer ao Movimento da Equipes de Nossa Senhora. Estava feliz por trabalhar com casais e orientá-los no Evangelho do Senhor. Confiava nas pessoas e as procurava ajudar. Morto brutalmente enquanto trabalhava, foi sepultado no dia 12 de abril, em Belérn!PA, longe de sua casa e de sua família.
32
CM 418
VIVER NA PRESENÇA DE DEUS A Oração Conjugal leva marido uma fam11ia fundada na Rocha. Sae esposa a perceberem que seu ma- tanás tentará impedir essa harmonia, trimónio não se situa mais só no pla- pois se dedica a nos afastar do prono humano, pois esse modo de orar pósito de Deus. Podemos ver isso aprofunda a unidade do casal no claramente em Mt 4 (tentação no mistério da unidade divina. deserto): o tamanho do seu esforço Se a oração do casal é algo tão para tirar Jesus de sua trajetória maravilhoso, frutuoso e que tanto rumo à cruz. agrada ao coração de Deus, por Ao casal cabe enfrentar essa baque não acontece semtalha, com a armadura pre? Muitas vezes, de Deus (Ef 6,13), sob a desculpa de soprostrar-se diariamenno ou cansaço, os cônte aos pés da Cruz do A Oração juges são confundidos seu Redentor, para pelo inimigo de Deus clamar por sabedoria e Conjugal e suas justificativas, unidade, pedir pela parecendo legítimas, aprofunda graça de poder peradiam ou impedem doar-se mutuamente e, a unidade que a graça se derraacima de tudo, de se me mais e mais sobre amarem de modo verdo casal eles e sua família. dadeiro. Nós tivemos muitas no mistério Os esposos que oram dificuldades no início. juntos e fazem comuda unidade A solução foi a praticinhão na Eucaristia, nudade. Quando íamos a trem-se espiritualmendivina. uma festa ou alguma te e têm seus talentos reunião que terminasse multiplicados. Seus vatarde, prevendo que lores serão os mesmos mais tarde sentiríamos de Cristo. Com corasono, rezávamos no carro a cami- gem, enfrentarão todas as batalhas nho de casa. No início, tínhamos do dia-a-dia e os desafios advindos sempre cópias de algumas orações do fato de viverem no mundo, sem a conosco e sobre a mesinha de cabe- ele pertencerem. E a fanu1ia lhes será ceira ... Com o tempo, o exercício um recanto de felicidade, com apretorna-se um hábito e faz-se natu- sença do Senhor. ralmente, com palavras espontâneas, segundo a motivação de reRosangela e Francisco zar de cada dia. CR Setor D- Brasz1ia!DF Um casal unido em Jesus terá Região COI CM 418
33
REZAR JUNTOS ... "Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade" (Jo 17,23). Assim começa o Guia das Equipes de Nossa Senhora (pág. 25), na abordagem da Oração Conjugal. É o momento precioso em que marido e mulher abrem-se diante de Deus, ou melhor ainda, desnudamse, confiando ao Pai suas vitórias, as alegrias e também suas misérias. O casal, dois seres diferentes buscando a unidade, neste momento tornam-se um, com uma só vontade: abrir seus corações, para que Deus os invada com seu amor de Pai bondoso e misericordioso. Todos os PCE são importantes e se completam, mas o momento mais propício para o casal se tomar uma unidade diante de Deus é quando faz a Oração Conjugal. Esta oração podemos fazê-la de várias maneiras e em vários horários. Alguns a fazem à noite, ao deitar; outros de manhã, ao se levantar... O importante é que a façamos, com o coração aberto, um para o outro e para Deus. Nós nos lembramos das nossas orações conjugais de 22 anos atrás, como principiantes nas Equipes: muita seriedade e muita consciência da obrigatoriedade do ponto concreto a cumprir. A solenidade ao sentar ou ajoelhar, para juntos rezar algum texto piedoso ou uma oração pronta, ou um texto da Bíblia .... Notem a nossa preocupação com a forma externa! (Não que todo esse procedimento não tenha valor, mas era um 34
ato puramente mecânico). Nossa partilha era "maravilhosa" na sua execução. Nota dez, tudo "feito", "sim" em todos os PCE. (Parecíamos uma equipe de "justos", contra o que tanto nos advertia Pe. Caffarel). Graças a Deus, com o tempo, evoluímos, tendo a ajuda dos sábios ensinamentos e conselhos do nosso SCE, apoiados na leitura dos documentos do Movimento, nas palestras, sessões de formação, testemunhos dos nossos irmãos equipistas e, também, no grande testemunho de Dona Nancy Moncau, com suas orações tão simples e tão ricas de espiritualidade. Que vergonha de tanta superficialidade d'alma .... Que vazio havia em nossas orações, vazio da nossa alma, pois estávamos preocupados com a forma, com o externo, com o que era visível aos olhos humanos e não aos olhos do Pai. Hoje, ainda patinamos, mas, com certeza, sabemos como viver esse PCE e da importância do rezar com o coração aberto para o cônjuge e, principalmente, para Deus. Pretendemos que nossas orações subam a Deus, mostrando nossa alma, numa CM 418
conversa franca com o Pai amoroso, que ama e entende plenamente os dois ali expostos. Não temos preocupação com o tamanho, mas com a veracidade, com a abertura, com a transparência de nossos sentimentos, de acordo com o momento que estamos vivendo. "A cada tempo a sua preocupação". É impressionante como nossa confiança tem crescido, tanto entre nós, como no Pai que nos aco-
lhe com seus braços amorosos. Maravilhosa experiência de amor! Uma experiência vivida a três: o Pai, ela e ele em perfeita unidade. Assim, com certeza, estaremos fortalecidos na caminhada, dando realmente testemunho de que paga a pena ser um casal cristão, em busca da santidade!
Luzia e Paulo Meirelles
C. R. Região São Paulo-Leste II
.............. .............. ........ ............... REGRA DE VlDA Regra de Vida nada mais é do que buscar viver nossa vida, dom que Deus nos dá gratuitamente, de modo correto, sabendo manter a coerência entre o nosso falar e o nosso agir. Nem sempre conseguimos isso com facilidade. Para nos ajudar e orientar em nossos esforços por trilhar, como casal, o caminho traçado por Cristo, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora propõe, entre outras coisas, pontos concretos de esforço, que nos ajudam a buscar o caminho da santidade em casal, no e pelo sacramento do Matrimónio. A Regra de Vida faz parte desses meios de aperfeiçoamento. A Regra de Vida é a determinação de um esforço preciso que cada um resolve impor-se num determinado período, para melhor responder à vontade de Deus sobre si. Este PCE nos ajuda a realizar mudança de hábitos e atitudes, é uma conversão continuada. É dar passos CM 418
precisos, mesmo que curtos, a cada mês, no caminho rumo à santidade. Difícil por vezes é definir nossa Regra de Vida, mas para isso basta lembrarmos das Bem-aventuranças, ou da Oração de São Francisco e confrontá-las com nossos defeitos ou com as virtudes que nos faltam. Por quantas vezes não precisamos aplicar tudo isso à nossa vida, para poder entender nossa farm1ia, nosso cônjuge, as pessoas com quem convivemos no dia a dia. Qual a virtude mais urgente que eu preciso vivenciar? ou qual o defeito que mais está impedindo uma melhor vivência da espiritualidade conjugal? Quando temos dificuldades em viver os outros PCE, a Regra de Vida também nos auxilia. Coloquemo-nos nas mãos de Maria, nossa Mãe e protetora. Que ela interceda por nós junto a seu Filho Jesus, para que Ele nos dê a gra35
ça de viver nossa espiritualidade conjugal, e que possamos praticar os Pontos Concretos de Esforço como meios eficazes na busca da
santidade do casal. Neusa e Manoel CR da Região São Paulo Capital II
................................................... AS TRÊS ATITUDES No Movimento das Equipes de Nossa Senhora, os casais equipistas são convidados a deixar brotar em si atitudes de vida que modifiquem sua maneira de ser, que os levem a ter um modo mais cristão de vi ver. E este novo modo não pode ficar limitado à reunião de equipe, mas estendido para todos os momentos de convivência e relacionamento do casal. É de fato algo exigente. Muito exigente, mesmo! Lembremos que Pe. Caffarel alertava que "as ENS não são creches de adultos". Portanto, é necessário um esforço individual e em casal. Um esforço que necessita ser criativo e constante. Um esforço que deve ser voluntário e consciente. Jamais imposto! "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pelarenovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito" disse São Paulo (Rm 12,2). De fato, não podemos nos acomodar, mas sermos permanentemente "buscadores de Deus", com todo o amor do nosso coração. E aí temos a primeira Atitude de Vida que o Movimento nos sugere: Cultivar a assiduidade em abrir-se à vontade e ao amor de Deus. Mas 36
abrir-se mesmo, completamente. Escancarar-se à vontade do Pai. Como? Sabendo escutá-lo e propiciando ocasiões para que essa escuta possa acontecer. Estando abertos ao que Deus espera de nós estaremos prontos a passar para a segunda Atitude de Vida, que consiste em desenvolver a capacidade para a verdade. Ser fiel, sincero e autêntico. Assumir a verdade em nossa vida: eis que belo desafio! E se estamos abertos à vontade de Deus e vivemos a sua verdade, o que melhor podemos fazer senão aumentar nossa capacidade de encontro e comunhão? Encontrarmo-nos com o outro. Deixarmos o outro ser ele mesmo, ser o que ele é, e começarmos a nos doar, não somente naquilo que desejamos dar, mas especialmente naquilo que o outro precisa receber. Aí está a terceira Atitude de Vida. E de que forma podemos vivenciar essas três atitudes? Através dos meios de aperfeiçoamento sugeridos pelo Movimento, nossos Pontos Concretos de Esforço, que são um verdadeiro caminho de conversão cristã, que podem transformar a nossa vida. Sarita e Mário CR Região Santa Catarina I CM 418
GESTOS QUE TRANSFORMAM Num pequeno gesto de carinho do meu esposo, como oferecer um simples cafezinho, surgiu a oportunidade para a Oração Conjugal. Ingressamos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora há onze anos. Problemas de ordem pessoal vivenciados na época, porém, dificultavam a nossa caminhada e, sobretudo, a prática dos Pontos Concretos de Esforço. Lamentavelmente, a nossa desarmonia nos levou ao afastamento do Movimento, logo no início da caminhada. Ao afastarmo-nos do Movimento, sentimo-nos frágeis. Os problemas tomaram uma dimensão maior e a cruz se tomou ainda mais pesada. Nosso casamento ficou seriamente ameaçado. Após quase dois anos de muita luta, sem êxito, compreendemos que, sozinhos, seria muito mais difícil vencer as tribulações. Resolvemos pedir socorro. Procuramos a equipe e falamos do nosso desejo de voltar. Dissemos com sinceridade aos irmãos de equipe que os problemas que nos tinham afastado do Movimento ainda nos perseguiam. A equipe, sem fazer nenhum julgamento, nos acolheu e nos ajudou. Ao retomarmos, firmamos o propósito de nos esforçar por vivenciar todos os meios que o Movimento propõe para nos ajudar a buscar a santiCM 418
dade em nosso casamento, a crescer na espiritualidade conjugal. Um dos desafios foi praticar todos os PCE, sobretudo a Oração Conjugal, cuja prática era muito difícil para nós. Eram muitas as sugestões: ... deve ser praticada assim ... começar daquele jeito etc. Tentávamos, mas não conseguíamos fazê-la. Um dia, refleti sobre um pequeno gesto de carinho que o meu esposo sempre demonstrou para comigo. Em nossa casa, normalmente, é o meu esposo quem prepara o café. E observei que, todas as vezes que ele coava um novo café, independentemente da condição da nossa harmonia conjugal, o meu esposo, humildemente, me oferecia um cafezinho. Aliás, ele sempre levava uma xícara de café onde eu estivesse. No quarto, na sala, em qualquer parte da casa. Confesso que muitas vezes, tive vontade de jogar a xícara de café no lixo ... Outras vezes, era nele próprio que eu tinha vontade de jogar o café. Deus me perdoe a estupidez! Mas, graças à inspiração divina, descobri, nesse pequeno gesto de carinho do meu esposo a oportunidade para convidá-lo para a Oração Conjugal. Muitas vezes a graça está diante da gente e não a percebemos! No início, rezávamos apenas uma Ave-Maria, mas sempre de mãos dadas. Confesso que não foi fácil. 37
Muitas vezes, mesmo em meio a calorosas discussões, dávamo-nos as mãos e rezávamos, ainda que sem a coragem de olhar um para o outro. Mas perseveramos e pudemos experimentar a força que tem uma AveMaria, rezada pelo casal. Pouco a pouco, o nosso relacionamento conjugal e familiar foi se ajustando. Os problemas já não têm mais a dimensão que dávamos a eles. E, hoje, não temos dificuldade em praticar nenhum dos Pontos Concretos de Esforço. A caminhada equipista tornou-se muito mais prazerosa e tem produzido abundantes frutos em nos-
sa vida pessoal, conjugal e familiar. Também posso testemunhar que estamos vivenciando os melhores momentos da nossa vida conjugal e familiar. Inclusive aconteceu, para nós, um verdadeiro milagre: Participamos, pela primeira vez, de um Encontro Internacional. Caros irmãos equipistas, experimentem a força que tem a Oração Conjugal, ainda que seja apenas uma AveMaria, de mãos dadas .. .
Tiana do Luiz Eq. 36 - N. S. Rosa Mística Setor B- Região I- Brast1ia!DF
A FORÇA DA ORAÇÃO CONJUGAl Somos equipistas há mais de três anos. Está sendo de muita valia ser equipista, pois estamos aprendendo muito com as Equipes. Deus, de alguma forma, preparounos, porque nosso relacionamento conjugal sempre foi muito bom. As Equipes vieram enriquecer ainda mais a nossa vida de casados, principalmente, na espiritualidade do casal. Eu e o José Sérgio, em outubro, faremos vinte e três anos de matrimônio. Temos urna farru1ia muito bonita, com três filhas. Meu marido e eu nos amamos muito e, graças a Deus, somos unidos, estamos juntos em todos os momentos. Desde que casamos, participamos da Pastoral Familiar de nossa cidade e procuramos estar sempre perto de Deus, através da oração, da participação na comunidade e nas missas. Há alguns 38
meses, deparamo-nos com uma situação difícil. Nossa filha caçula, aLara Maria - 6 anos, estava com câncer. Passou por duas cirurgias e, hoje, faz tratamento quirnioterápico, passa por procedimentos dolorosos, os quais a fazem sofrer bastante, como também a nós. Sofremos porque os filhos fazem parte de nós. Para a Lara tudo é complicado, não consegue entender o que está acontecendo ... A Oração Conjugal nos tem dado força para enfrentar a situação que estamos passando. A solidariedade dos parentes e amigos tem sido ajuda e conforto. O sofrimento aumentou a nossa fé, nos fez amadurecer; crescer...
Sônia e José Sérgio Eq. 7C- N. S. Aparecida São José dos Campos!SP CM 418
ABERTOS À FECUNDIDADE Sim, os filhos que Deus nos confiar serão fruto do nosso amor, zelaremos por eles como zelamos pelo amor existente entre nós dois.
Éramos casados há apenas dez meses e ainda não tínhamos programado uma gravidez, mas o Senhor nos agraciou com inesperada gestação. Logo acolhemos aquele pequeno ser com todo o nosso amor e o consagramos a Nossa Senhora, antes mesmo de espalhar a boa nova, rezando juntos a oração do terço. Nossos corações repletos de felicidade e esperança pela vinda do primeiro filho já faziam inúmeros planos para receber a encarnação do nosso amor conjugal, quando no primeiro exame ultrassonográfico nos foi revelado que o nosso filho, nosso primeiro filho, era portador de uma má formação incompatível com a vida extra-uterina. Por mais duro que fosse o golpe sofrido, por mais que não quiséssemos acreditar no que se passava, o diagnóstico era claro e confirmado por um segundo exame: nosso filho não possuía a calota craniana, má formação incompatível com a vida e sem qualquer explicação precisa do ponto de vista científico, algo de raro e que se passava conosco. Nesse momento sentimo-nos vazios, sem ânimo, mas logo uma pergunta começou a inquietar-nos: se fomos escolhidos por Deus em seu imenso amor de Pai para recebermos a graça de um filho tão especial, o que Ele está desejando de nós? Que resposta devemos dar a esse chamaCM 418
do? E uma certeza nos veio: a de que, apesar do sofrimento, estávamos serenos, em paz, porque tínhamos a certeza de estar acompanhados pelo Pai nesse momento de aflição. Esse estado de serenidade fortaleceu-nos no desejo de levar a gestação a termo, não abreviando a pequena estada de nosso filho conosco, apesar de sentirmo-nos objeto da condenação dos defensores do aborto. E foi alimentados pela Eucaristia que tivemos a certeza de estar realizando a vontade de Deus em nossas vidas, sendo fiéis ao juramento feito de zelar por nossos filhos tal qual zelamos pelo amor entre nós dois. Os primeiros dias foram os mais difíceis, chorávamos constantemente em nosso leito, e também rezávamos o terço, pois mantínhamos viva a esperança de um milagre. A decisão de levar a gravidez a termo surpreendeu o médico, que encorajou-nos, ao afirmar que teria feito a mesma escolha, passando a informar-nos acerca da possibilidade de doar os órgãos do nosso filho e, para tal fim, indicou-nos um outro especialista. Fomos ao encontro do médico indicado e quão gratificante nos foi saber que aquele senhor era nosso irmão de caminhada no movimento das Equipes de Nossa Senhora, era um conforto sentirmo-nos acompanhados durante a aflição. Ao Dr. Petrus nos39
so muito obrigado, pois foi fortalecidos também por suas palavras de conforto que decidimos erguer uma bandeira de luta pela vida. Nos dias que se seguiram obtivemos inúmeras informações sobre a má formação e começamos a questionar se seria lícito aos olhos de Deus fazer a doação dos órgãos, posto que sua retirada, admitindo a legalidade de tal prática, deveria ser feita de imediato após o parto, quando o anencéfalo ainda tem atividade neurológica no tronco encefálico o que o faz respirar espontaneamente. Ora, ficou claro para nós que por mais nobre que fosse o ato de doar os órgãos, tal ato equivaleria ao aborto, estaríamos igualmente encurtando a estada de nosso filho conosco. A essa altura fomos tomados de enorme alegria: nosso filho começava a mexer-se constantemente, transformando as lágrimas em risos, foram os momentos mais felizes de nossa vida de farru1ia. Decidimos, então, viver intensamente cada pequeno movimento para eternizá-los em nossas lembranças. Como já nos havia sido alertado pelos médicos, nosso filho nasceu prematuramente, no sexto mês de gestação, e ainda viveu por quarenta e cinco minutos. O batizamos com o nome de Bernardo. Passamos dias muito difíceis. Sábado de aleluia o nosso Bispo Diocesano, D. Francisco, telefonounos e suas palavras foram um conforto para nós, ao nos lembrar que vivíamos o período da Páscoa, que quer dizer "passagem". Quão maravilhoso foi escutar essas palavras. 40
Quinze dias após o acontecido fomos convidados a dar uma palestra para um grupo de jovens. O assunto a ser abordado era "namoro, noivado e casamento". Apesar de nossa fragilidade, aceitamos a missão e, foi lá que pela primeira vez contamos nossa história. Em outros momentos nos foi oportunizado dar testemunho para jovens crismandos e participantes de grupos outros. No primeiro dia das mães e no primeiro dia dos pais após o acontecido, alimentados pela Eucaristia, tivemos a certeza de que nunca estivemos sós. Esses acontecimentos, ainda muito recentes em nossas vidas (o parto foi realizado em 06/04/2004), associados à abordagem constante pela mídia jornalística do assunto "anencefalia", inclusive com autorização para realização do aborto pelo Supremo Tribunal Federal, projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, resoluções do Conselho Federal de Medicina, nos deram ainda mais força de empreender essa pequena jornada de luta pela vida. Nossa equipe de base e em especial nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual, então Pe. Adeildo, foram ajuda muito grande para suportarmos o sofrimento, sempre trazendonos mensagens de esperança, fazendo-nos crescer como casal. Hoje temos uma filha de um ano e dois meses e esperamos ansiosos a chegada do terceiro filho, já concebido, alimentando em nós a certeza de que, apesar do sofrimento vivenciado, a alegria de curtir a breve existência do Bernardo no aconchego do nosso CM 418
ventre materno valeu a pena e deunos a certeza de que se cumpriu a promessa: "não temam, eu estou com vocês". É a renovação das promessas do sacramento do Matrimônio em
nossas vidas, é páscoa que continua.
Macilene e Egildo Eq. 1O. N. S. Rainha da Paz Setor Pesqueira - Região PE II
.......... ................ ..... ..... .. .............
-
O JORNAl NAO PUBllCOU ... A pedido da Equipe, partilho com os irmãos meu sentimento, bem íntimo, quando, um ano atrás, respondi a artigo publicado em jornal de grande circulação na Região Sul. O jornalista, em sua coluna diária, aos 5 de janeiro de 2006, sob o título ')untos, mas separados", não só defendia como incentivava os casais a dormir em camas separadas e a morar em casas distintas. Tudo era dado como receita quase infalível de felicidade, garantia de enorme valor para o bem viver. Seria, assim, salvo o casamento de hábitos e métodos suicidas, destruidores do eu. Posso adiantar que minha resposta, transcrita abaixo, não foi publicada e nem comentada por tal colunista. (Convém esclarecer que Alexandre estava muito doente, no hospital, aguardando transplante de fígado, o que se realizou quatro dias após o envio desta resposta ao jornal). Resposta ao colunista: ... Não poderia deixar de expressar repugnância a uma receita de casamento feliz, feita na sua coluna. Infelizmente, para alguns a felicidade só é reconhecida através da perda. Porém, tenho a graça de testemunhar o verdadeiro amor conjugal e CM 418
tenho certeza que não somos os únicos. Somos casados há 15 anos e temos 2 filhos lindos e maravilhosos ... Que sentido teria casar se não o de partilhar tudo: as alegrias e as tristezas, a riqueza e a pobreza, a saúde e a doença ... Que tamanho egoísmo do ser humano que chega a ponto de pensar que a si próprio se basta! Que não vale a pena ter a companhia de outro, a não ser para o próprio prazer e, neste caso, fica evidente, apenas prazer carnal, que, aproveito para afirmar, é muito importante, porém não é tudo. O casal deve descobrir que a sexualidade é muito mais completa do que o ato sexual, e este último deve ser a celebração do amor. Neste sentido, celebro: Como poder ficar sem sentir o cheiro dele; Como poder ficar sem o calor do corpo dele; Como poder ficar sem conversar com ele; Como poder ficar sem saber como foi o dia dele; Como poder ficar sem saber das preocupações e angústias que afligem a ele? Quem irá me escutar; Quem irá me entender; Quem irá me aconselhar; Quem irá me chamar à atenção para corrigir minhas falhas (sim, isto também significa amor!)? 41
Quem irá partilhar as alegrias dos filhos crescendo? Quem irá rir comigo e até rir de mim; Quem irá juntar os trocados no final do mês; Quem irá envelhecer comigo; Quem irá cuidar de mim na minha fraqueza? Que exemplo de amor seremos para os filhos, se nós mesmos não queremos estar juntos? Sempre valorizei meu casamento, porém hoje ainda mais, pois estamos afastados temporariamente por motivo de doença. Ele está hospitalizado no aguardo de um transplante de órgão, e o tempo é muito precioso para nós. Fizemos do quarto do hospital nosso quarto de núpcias, onde rezamos muito, dormimos em camas separadas (forçados), ele no leito e eu no sofá ou na cadeira. É maravilhoso, porém, zelar pelo seu sono e ele pelo meu, sentar na escada da cama e segurar sua mão, nos beijarmos de longe (em espírito); ficarmos nos admirando em silêncio (posso até dizer que pelo olhar nos conhecemos mais). Nossa cruz está fortalecendo nosso amor um pelo outro, pelos nossos filhos e principalmente pelo dom da vida Não desejo o mal a ninguém e nem quero utilizar-me da dor para
comover, apenas incentivar a uma revisão de vida e de objetivos (um olhar de amor para a pessoa que está ao seu lado e para seus filhos), pois as coisas terrenas são passageiras. Doce engano pensar que os atritos são privilégio dos casados (desnecessário dizer que estou falando dos que vivem no mesmo teto e partilham a mesma cama, pois os demais podem estar vivendo qualquer coisa, menos a vida conjugal). Não tenho a intenção de ofender aos que vivem de outra forma e nem pretensão de convencer que o casamento é um mar de rosas, apenas testemunhar que o amor e a harmonia conjugal são conquistados a dois, ou melhor, a três, pois casamento para mim, e atrevo-me a dizer para nós (eu e ele), está na descoberta da vivência diária do sacramento cristão (matrimônio), digo, colocar Deus na relação homem e mulher. Só assim podemos enxergar o cônjuge com os olhos do amor e não com os olhos do mundo. "A maior herança que podemos deixar para os filhos é o amor dos pais'~
Ketty do Alexandre Eq. N. S. da Perseverança Setor G - Porto Alegre/RS
................................................... SlM MUlTO ESPECIAL Há praticamente dez anos, recebemos um convite para ingressar nas ENS. No início de tudo, parecia muito estranho, apesar de já sermos católi42
cos, achávamos aquelas reuniões de experiência comunitária intermináveis, mas nós víamos a boa vontade de casal coordenador que viajava praCM 418
ticamente quinhentos Km entre ida e volta. E aquela disposição de Júlia e Abelardo, aquele entusiasmo nos chamou bastante a atenção, não só a nossa, mas de todos os casais participantes e, assim, começamos a amar as ENS, e nos tomarmos verdadeiros irmãos de outras pessoas que antes nos eram estranhas. O tempo se vai e de repente já éramos casal responsável de nossa equipe e daí para frente, casal piloto dois anos consecutivos, casal coordenador de experiências mais dois e acabamos nos apaixonando determinadamente pelo Movimento. Com as graças de Deus e a proteção de Nossa Senhora, estamos seguindo nessa caminhada e acreditamos piamente que sozinhos nada somos, mas se unirmos forças e
disposição conseguiremos ajudar muitos outros casais que vivem desviados sem religião, sem fé e sem Deus. Nós precisamos ser instrumentos de evangelização e procurar dar bons exemplos para a Igreja, da qual fazemos parte, para o mundo. O nosso sim ao convite de Deus nos tem fortalecido bastante em todos os sentidos, o nosso crescimento espiritual nos conduz a sermos mais autênticos e a termos disposição para ajudar outros casais. Agradecemos a Deus por fazermos parte dessa grande farru1ia que é o Movimento das Equipes de Nossa Senhora.
Meiri e Raimundinho Eq. 1 N. S. das Graças - Cruz/CE
E lNFORMAR É PREClSO! Caros amigos, temos 4 anos de caminhada equipista. Ao sermos convidados a participar das Equipes de Nossa Senhora, jamais poderíamos imaginar a grandeza do Movimento e as graças que através dele receberíamos . Muitas foram as transformações em nossas vidas porque o Senhor fez em "nós" maravilhas, santo é o seu Nome- através da vivência dos PCE, orações, reuniões, exemplos/testemunhos de outros casais equipistas, formações e demais eventos do Movimento. Crescemos muito espiritualmente, individualmente e como casal. CM 418
Este ano fomos eleitos Casal Responsável de nossa equipe. Com certeza o amor, a responsabilidade e a dedicação aumentaram, exigindo que nos informássemos mais, para melhor desempenhar a missão a nós confiada de viver e animar os casais de nossa equipe na espiritualidade conjugal, para que busquem a santidade como casados. Já lemos alguns documentos, manuais e livros oferecidos pelo Movimento. A Bíblia, indispensável para nós, é a nossa leitura preferida. Destacamos a nossa Carta Mensal, recebida mensalmente, e da qual 43
líamos apenas o editorial e poucos artigos, mas que agora lemos toda, conscientes da riqueza do seu conteúdo e de sua importância para nós equipistas.Temos hoje a convicção de que para informar, precisamos primeiramente nos informar e a CM é um importante veículo de comunicação, formação e informação, trazendo até nós equipistas matérias de nível nacional e internacional, indispensáveis para a nossa caminhada em busca da santificação. Um exemplo disso é a Edição Especial do X Encontro Internacional das Equipes
de Nossa Senhora, em Lourdes, que procurou retratar com fidelidade esse Encontro, transmitindo com objetividade e realismo a sua essência através de fotos, matérias diversas, testemunhos de casais e sacerdotes, transcrição de homilias e palestras, trazendo o Encontro para aqueles que dele não participaram fisicamente.
Maria José e Ronaldo Eq. N. S. Aparecida - Setor Ituiutaba/MG - Reg. Goiás Sul
................................................... AJUDA MÚTUA Ingressamos nas Equipes de Nossa Senhora há aproximadamente 16 anos. Foi uma bênção! Não foi esta a nossa primeira experiência em movimentos de Igreja. E todos os que conhecemos oferecem a sua contribuição para a espiritualidade conjugal e familiar, missão da Igreja. Porém, o Movimento das Equipes de Nossa Senhora tem algo peculiar. As Equipes são organizadas de tal modo que aqueles que a elas pertencem se comprometem numa caminhada que acompanha a vida do casal, enriquecendo-o dentro de sua realidade. O Movimento é um convívio constante que alimenta, incentiva e sustenta a vida conjugal. É uma realidade de acolhimento, sem emoções passageiras, que se reflete no dia a dia do nosso casamento. A nossa equipe é formada atual44
mente por 5 casais e nosso SCE, Frei Guida. Todos os casais têm muitos anos de matrimônio, porém, todos precisamos do apoio e do testemunho uns dos outros, principalmente nos momentos difíceis. Na equipe, buscamos a santidade na vida matrimonial, trilhando o caminho que consideramos a oportunidade que Ele nos deu para chegarmos onde Ele nos espera, já que colocou em nossos corações a vocação de esposos e pais. Nossas lutas são constantes, dias sombrios não nos faltam, mas não nos fazem desanimar, porque experimentamos a segurança e a força que as Equipes nos transmitem para superação de nossas dificuldades.
Regina Carmen e Pery Eq. 1 - Niterói B - Região Rio IV CM 418
O lOGOTIPO E O PElXE O Encontro Internacional em Lourdes, na França, em 2006, introduziu e oficializou novo símbolo característico das ENS, o qual exprime rico sentido. O novo logotipo das ENS, apresentando um peixe estilizado e entrelaçado por duas alianças, é muito significativo, pois simboliza Cristo presente no sacramento do Matrimônio, unindo os esposos numa só carne, numa só pessoa, em consonância com o ensinamento de São Paulo que, na Carta aos Efésios 5,32, ensina que o sacramento do Matrimônio é um grande mistério, porque representa a união de amor entre Cristo e a Igreja. Os primeiros apóstolos eram pescadores e, obedecendo às ordens de Jesus, realizaram pescas milagrosas. E Jesus lhes garante que faria deles pescadores de homens. Jesus, para saciar a fome das multidões que o ouviam, multiplicou peixes e pães, e após a sua ressurreição, para provar que não era um fantasma, comeu peixe. Toda essa ligação de Cristo e dos apóstolos com o peixe influenciou a vida dos primeiros cristãos. O silencioso peixe, por sua agilidade, fecundidade, sendo um alimento quase cotidiano para muitos e por sua presença no Evangelho, prestou-se admiravelmente bem para representar Cristo. Com efejto, a palavra ~e ga peixe é ICHTHYS (ou IXTHYS). Para os primeiros cristãos ela era também uma sigla formada pelas leCM 418
tras iniciais d~ frase teoló~ica el!l grego: IEESOUS CHRISTOS TOU THEOÚ YHIÓS SOOTEÉR, que quer dizer Jesus Cristo de Deus FiLho Salvador. Para os cristãos, Jesus era o Ixthys e eles os peixinhos nascidos na água do Batismo e pescados pelos apóstolos e seus sucessores no mar do mundo. No começo, os seguidores do Salvador viviam no meio de pagãos e perseguidos pela autoridade romana. Para se reconhecerem e não serem descobertos, usavam o peixe como senha. Desenhavam-no em suas casas, nos muros etc. Ao se cruzarem nas ruas com pessoas desconhecidas, exclamavam ixthys. Quem era cristão entendia e respondia com a mesma palavra. (Era o encontro de irmãos, como acontece hoje, quando desconhecidos se descobrem equipistas). Ainda hoje, quem visita as catacumbas enxergará desenhos de peixe, símbolo de Cristo. O ideograma ixthys, representando Jesus ao longo da história do cristianismo, aparece sob as diversas formas: Um peixe suspenso numa cruz representa Cristo crucificado; um peixe e um barco são sinais de Jesus e sua Igreja; um peixe encimado por uma cesta de pão simboliza Cristo sob as espécies eucarísticas; etc.
Pe. Antônio D. Lorenzatto SCS do Setor D Porto Alegre/RS 45
SERMAEHOJE Desafios, a1egrias e esperança Pairando um olhar sobre uma mulher ladeada de seus filhos e contemplando sua vida na rotina de seus dias, fico a me perguntar: Como ser mãe hoje? Não há diferença entre ser mãe ontem, hoje ou amanhã. Mãe é sempre mãe! Hoje, a diferença está nos desafios que a vida nos apresenta, mas é nos colocando frente a frente com o novo, com uma nova mentalidade, sem perder de vista os verdadeiros valores morais e cristãos, é que nos vamos abrindo para o acolhimento dos filhos e da farru1ia. Ser mãe implica abertura de coração, escuta, acolhimento, diálogo e, sobretudo, viver um grande amor! Ser mãe é ser feliz, é ter alegria pelo simples fato de ser mãe. Vivemos numa sociedade onde pairam as facilidades, a irresponsabilidade, a libertinagem e a irreverência em relação a tudo e a todos! Poucos são os que se respeitam! Poucos os que verdadeiramente se amam e que amadurecem como pessoas. Dentre os desafios presentes na sociedade atual, sobressai o de ser mãe - mãe adolescente, prematura, despreparada, sem direção e sem rumo para cuidar de um filho, talvez inesperado! Mesmo assim, ela não deixa de ser mãe. É desafiador ser mãe-educadora, quando se faz necessário formar, preparar para a vida, fazer do filho alguém assentado sobre valores confiáveis e sérios, perenes ... Ser mãe, hoje, implica, muitas 46
vezes, viver de expectativas, de decepções, de incertezas, de angústias, de desalento, de combate e de muita oração. Mãe tem que rezar! Mãe tem tudo a ver com conversar com Deus! É com Ele que ela se entende, quando tem fé, quando acredita! E o que teria Maria a nos dizer no silêncio do seu coração? Mãe como todas as mães, ela viveu as mesmas preocupações que vivemos. Soube ser humilde, acolhedora, e soube estar ao lado do Filho em todas as horas de sua vida, sem jamais se cansar ou descansar! Por que não ser como Maria? Ela foi mãe daquele tempo e é Mãe de todos os tempos. Hoje, vivemos as nossas realidades diferentes umas das outras, mas, Maria é a Mãe que nos ampara, que nos orienta, que nos guia e mostra a direção. Creio que, embora nossas estradas sejam entremeadas de encontros e desencontros, embora sofrendo e chorando, sorrindo ou cantando, há ainda para o nosso andar um caminho feito para ser pisado com confiança e com a certeza de não errar: É o caminho percorrido por Maria,. Com ela caminhamos com esperança, sem desanimar. Senhora, Mãe da Esperança e da nossa alegria, rogai por nós!
Cidinha do Tião Ens da Paz - Setor A Varginha/MG CM 418
POR QUE REZAR? A grande dificuldade em rezar pode surgir no momento em que pedimos e não somos atendidos. É quando, por meio de nossas orações, entramos em uma negociação com Deus. Então, pedimos e não obtemos resposta. Deus parece permanecer insensível, surdo-mudo, ausente. Será que tem tanta coisa para fazer, que esquece de nós? É possível que estejamos usando uma forma mecânica de rezar, corriqueira. Talvez em nossa mente fabriquemos um deus carrancudo, de quem temos medo que nos castigue e não nos deixe ir para o céu ... Será que essa é a forma correta de rezar? Será que rezar é mudar Deus? Deus é perfeito, tudo criou, tudo sabe. Deus é misericordioso e não podemos fazer nossas orações como se estivéssemos entregando algo a um desconhecido. Deus está muito próximo de nós, ele está em nossos corações, em nossa vida, em nosso irmão. Se não conseguimos encontrá-lo é porque, talvez, estejamos buscando um Deus intocável, um Deus distante. Lance-
mo-nos aos braços do Pai, façamos nossa oração com amor, alegria, espírito de comunhão ... Deixemos que ele guie nossos dias, nossos olhares, gestos e palavras. Abramos nosso coração para que ele entre! A oração, assim, promoverá mudanças em nosso pensar e agir... Deus deseja a nossa felicidade, o nosso bem, a nossa união. Muitas vezes, porém, individualizamos esse Deus e o fazemos "o meu Deus", através da "minha" oração, da "minha" confissão, da "minha" Eucaristia, buscando a "minha" satisfação individual. Se permitirmos, Deus nos curará, não em troca da nossa oração, mas porque seu amor misericordioso é infinito. A oração verdadeira e sincera nasce da nossa fraqueza. Não tenhamos medo de falar dela para Deus, pois Ele conhece a nossa pequenez, mas espera que aceitemos a sua paternidade adotiva. A oração nos liga a Deus.
Elieder da Sônia Eq. N. S. da Esperança - Setor G Porto Alegre/RS
... Escrevo-lhes para manifestar meus agradecimentos, ao receber a Carta Mensal das ENS, de modo especial a que focaliza o X Encontro Internacional em Lourdes. Este número traz um documento riquíssimo. Parabéns às Equipes. Enquanto tivermos Equipes de Nossa Senhora, a família terá sempre casais testemunhas do matrimônio - sacramento de santidade. Dom Pedro Fedalto, Arcebispo Emérito de Curitiba 7 de março de 2007 CM 418
47
A QUE RElNO VOCÊ PERTENCE? Guilherme II, imperador alemão, viajando certa ocasião em visita a uma das mais afastadas províncias dos seus domínios, achou por bem visitar os alunos de uma pequena escola instalada à beira da estrada, na zona rural. Os alunos o receberam com emoção, respeito e acatamento. No meio de tanto entusiasmo e espontaneidade, até um discurso surgiu de improviso para saudar tão ilustre visitante. O imperador estava surpreso e feliz. Observando que toda a classe era viva, inteligente e desinibida, sentiu-se muito à vontade no meio dos alunos . Depois de ouvi-los cantar, declamar, discursar, desejou divertir-se também um pouco com as crianças. Assim, segurando uma laranja numa das mãos, perguntou ao grupo: - Qual de vocês seria capaz de me responder a que reino pertence esta fruta que tenho na mão? -Ao reino vegetal, acudiu imediatamente uma garota risonha, de olhos brilhantes e muito comunicativa. - Surpreendente! exclamou o visitante. Bem, já que você respondeu com tanta precisão à pergunta que fiz, vou fazer-lhe uma vantajosa proposta: tenho ainda mais duas perguntas, para as quais desejo também respostas corretas e imediatas. Se me responder com exatidão, sem hesitar, dou-lhe uma medalha como prêmio. Aceita o desafio? -Aceito, sim senhor, respondeu a garota, prontamente. 48
Então, metendo a mão no bolso, tirou uma moeda e mostrando-a, indagou: - E esta moeda, pertence a que reino? É capaz de responder? -Ao reino mineral, disse a menina. - E eu, a que reino pertenço? continuou Guilherme II. Houve um rápido momento de silêncio. Os colegas se entreolharam e a garota perdeu o sorriso ale~re. Ficou séria e constrangida. E que a pequena teve medo de ofender o imperador, dizendo-lhe pertencer ao reino animal... Puxa! -pensou ela- mas perder a medalha é que não me agrada nem um pouco. Então, de repente, uma resposta lhe veio à mente e o bonito sorriso iluminou seu rostinho. E ela, vitoriosa, respondeu: - O senhor pertence ao reino de Deus! Professora, colegas e toda a comitiva que acompanhava o imperador não sabiam que admirar mais, se a engenhosa e verdadeira resposta cristã que a menina deu ou se a nobre atitude do Kaiser que, entregando o prêmio com voz embargada, acrescentou profundamente emocionado: - Que seja eu digno desse reino, minha filha!
Historinha de domínio público. Colaboração de Rosangela e Marcelo Schwam Eq. N. S. das Graças Setor Valparaíso/SP CM 418
Meditando en1 Equipe Além de ser o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, junho traz, em seu calendário, a celebração de diversos santos populares. Entre estes, encontra-se São João Batista, o precursor do Messias . Este santo mostra a atitude de quem esquece de si mesmo para anunciar outra pessoa , e aponta para quem é o maior: Jesus Cristo.
Escuta da Palavra em Lucas 1,5-25 Sugestões para a meditação: 1. Como a reação de Zacarias diante da mensagem do anjo pode inspirar os pais cristãos? 2. O que é necessário para poder acolher o desígnio de Deus? 3. O que ensina o presente texto para o casal e a vida familiar? Pe . Geraldo
................................................... Oração litúrgica (Lucas 1,67-79) Zacarias, seu pai, encheu-se do Espírito Santo e profetizou, dizendo: "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou seu povo, e fez surgir em nosso favor um poderoso Salvador, na casa de Davi , seu servo. Foi assim que ele prometeu desde séculos pela boca de seus santos profetas que nos salvaria dos inimigos e do poder de todos que nos odeiam, que usaria de misericórdia com nossos pais e se lembraria de sua santa aliança . O juramento que fez a Abraão, nosso pa i, foi de conceder-nos que, sem temor e livres do poder dos inimigos, o sirvamos, com santidade e justiça, em sua presença , todos os dias. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor preparar-lhe os caminhos, e dar ao povo o conhecimento da salvação, pelo perdão dos pecados . Graças ao coração misericordioso de nosso Deus, o sol do alto nos visitará , para iluminar os que estão sentados nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos para o caminho da paz".