ENS - Carta Mensal 420 - Setembro/2007

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CARTA MENSAL n°420

Setembro 2007

Equipes de Nossa Senhora

EDITORIAL Da Carta Mensal ...... .. ...... .... ........ .. 01

SUPER-REGIÃO Não só de pão vive o homem ... ... . 02 Colégio Internacional de Durham ... 03 Espiritualidade Conjugal e Orientação de Vida .. .... .... ..... ..... .... 05

VIDA NO MOVIMENTO Sessão de Formação Nível I ...... ..... 07 Mutirões ... ...... ... ...... ..... .. ...... .... ... .. 08

FORMAÇÃO A hospitalidade ................ .... .. ... .... 09 A experiência de servir a Deus com alegria! ... .. ..... .... ..... ... 1O O hóspede ... .... .... ....... .. ... ... ... ........ 1 2 As bem-aventuranças na vida do casal .. .. ......................... 13

TEMPO DA IGREJA Mês da Bíblia ... ... ..... ... .... .. ..... .... .. .. 1 5

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Atenção para a regra de vida .. ...... 26 Dever de sentar-se ... No outono .. . 27 Namorar sempre ........ ...... .... .. ...... .. 28 A oração conjugal .... .... ... ..... ........ .. 29

TESTEMUNHOS Pessoas que nos edificam ............. Maria, nossa Mãe! ... ...................... Nossa Senhora e as Equipes .......... Os PCE e a coerência .. ..... .. .. ..... ... .. Perseverar é preciso .... .. ... .. .... .. .... .. Marca do matrimônio ................... Casamento .. .......... .. ............ ........ ...

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ATUALIDADE A f amília dos intercessores ........... 39 Comun idade N. Sra . da Esperança .... .. .. ............ . 41 Não matarás! ...... .. ......................... 42 A vida pede passagem .... .. ........ .. .. 43

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ...... 18

REFLEXÃO

MARIA

A persistente mulher de Jan ......... 45 Radar da alegria .. .. .... .......... .. ...... .. 47 A coisa mais bela do mundo ........ . 48

Nossa Senhora das Dores .. .... ........ 24

Registro "Lei de lmpl'f!nsa " ,.. 219.336 livro 8 de 09./0.2002

Avani e Carlos Clélia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz 8 . Haclanann

Edição: Equipe da Carta Mensal

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mrb 19835)

Graciete e Gambim (responsáveis)

Projeto Gráfico: Alessandra Carigna11i

Carta Mensal é uma pub/icafiio mensal das Equipes de Nossa Senhora

EdilortJfãO Eletrônica e Produção GráfiCa: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 - 11" andar. cj. 115 - Perdizes - São Paulo Fone: (Oxx/1) 3677.3388 Fotomontagem da capa: Roberto S. Gambim Impressão: Cly Tiragem desta edição: 19.500 exemplares

Canas, colaborações, notí· cias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coelho, 308 5° andar . conj. 53 01309-902 • SikJ Paulo - SP Fone: (Oxx /1) 3256. 1212 Fax: (Oxxll ) 3257.3599 cartamensal @ens. org.br A/C Graciele e Gambim


Queridos Equipistas: Com a graça de Deus e a colaboração de quem enviou artigos, apresentamos mais um número da Carta Mensal. A palavra do SCE da Equipe da Super-Região, Pe. Frei Avelino, lembrando o mês da Bíblia, fala-nos da Palavra de Deus. Partindo do exemplo da natureza, que se veste de festa na primavera, pelo germinar das sementes e pelo florescer e rebrotar das árvores, também o coração humano se adorna de vida nova, quando, meditando a Palavra, permite que ela germine dentro dele. Jesus Cristo é o Centro da Bíblia, por isso a Palavra de Deus é o centro da mesa de nossas refeições espirituais. Graça e Roberto, Casal Responsável pela nossa Super-Região, testemunham sua participação no Colégio Internacional anual das Equipes de Nossa Senhora: Línguas e culturas diferentes, mas um só coração. A comunhão e o diálogo experimentados à luz da Palavra de Deus. Um esforço comum para "descobrirmos as nossas necessidades e riquezas e discernirmos para onde o Espírito nos está conduzindo neste novo tempo". Em A Palavra do Provincial, Rosa e Paulo, Casal Responsável pela Comunicação Externa da Super-Região, refletem que o agir do casal cristão precisa ser uma busca constante do encontro com Cristo, da presença de Cristo em nosso viver. Na seção Formação, quatro artiCM 420

gos nos falam de hospitalidade, uma das marcas do e9uipista. Jesus Cristo está à porta. E sempre Ele o Hóspede a bater. Ele deseja que sejamos Maria, escutando a sua Palavra e, pela força desta escuta, que sejamos Marta, servindo-O através da acolhida ao cônjuge, aos filhos, aos necessitados, pelos serviços à comunidade, quer no Movimento quer na paróquia ... Ainda sobre a Bíblia, instruinos uma reflexão do Cardeal Dom Eusébio. É de 1963 um editorial do Pe. Caffarel sobre a Regra de Vida. Recuperados de cartas mensais antigas, um artigo nos fala da Oração Conjugal e o outro anima os casais "jovens há mais tempo" a não abandonarem o olhar romântico sobre as alegrias e as dificuldades do passado, e a planejarem, com esperança, a preparação do futuro ... para depois do inverno da vida. São edificantes os testemunhos de vida, na vivência cristã ou na prática da espiritualidade conjugal, vivência dos PCE, vida de equipe, na viuvez ... Podemos ler, ainda, assuntos atuais, como aborto, uma palavra sobre os Intercessores instituídos pelo Pe. Caffarel, bem como belas reflexões. E para nossa meditação: Que espaço ocupa a Palavra em nosso lar? Boa leitura a todos!

Graciete e Avelino Gambim CR Equipe Carta Mensal

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NÃOSÓDEPÃO VlVEOHOMEM Caríssimos casais e conselheiros!

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A primavera está chegando para mostrar como o mundo é belo, quando revestido pela mão do Criador. A primavera é a natureza vestida pelo Criador, é a charrnosa filha que nasceu após a dolorosa gravidez do inverno. O mundo é florido quando a semente nasce e cresce com a força que Deus colocou em seu seio. Setembro: mês da Bíblia, da Palavra de Deus. Não sei as razões da escolha deste mês para lembrar a Bíblia! Mas, parece-me lógico, se a razão foi para lembrar a natureza vestida em trajes de festa, pois o coração humano também se reveste de festa quando fecundado pela Palavra que passa pela gestação da meditação. A Palavra de Deus é pão que não enjoa. Já ouviste alguém dizer que não gosta de pão? A Palavra de Deus é este pão. "Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus!" Certamente, em tua casa, não faltará a cesta do pão da Palavra, a Bíblia; estará sempre cheia porque a Bíblia é a cesta do pão que não diminui, não envelhece, não perde o gosto; quanto mais se come, mais se quer comer. Este pão está em tua mesa todos os dias. Não deixes de provar: foi enviado do céu para ser comido. Neste mês, queremos saboreá-lo um pouco mais. Que a Palavra de Deus ocupe o centro da mesa em nossas refeições espirituais. 2

Alguém disse: A Bíblia é uma grande cidade, com a parte antiga e a parte nova, com grandes avenidas e pequenas ruas, praças, riachos e bosques. Se entras nesta cidade e chegas ao centro, nem mais vais querer sair! Apaixonar-te-ás com tanta beleza! Quando chegares a esta cidade não te esqueças de perguntar: "Onde está o centro? Qual é a rua que leva ao centro? Faz esta venturosa viagem, visita esta cidade (Bíblia), procura conhecer o centro, o coração: Jesus Cristo. Todas as páginas da Bíblia são vias que levam a Jesus e falam de Jesus. "Quando eu for elevado da terra atrairei todos a mim". O centro da Bíblia é Jesus, o Salvador. "Vós examinais as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna; ora, são elas que dão testemunho de mim" (Jo 5,39). Sim, Jesus Cristo é o centro, o coração desta maravilhosa cidade. Estabelece aí a tua morada e torna-te filho desta cidade, onde a comida é a Palavra de Deus. Quem conhece esta cidade (Bíblia) e saboreou este pão (Palavra de Deus) não mais há de procurar outro lugar e outro pão. Que a tua vida seja uma página viva da Escritura, uma página lida por todos. Alma que vive da Palavra é jardim florido, primavera eterna.

Pe. Frei Avelino Pertile SCESR CM 420


COLÉGlO lN.TERNAClONAL DEDURHAM Queridos e amados irmãos: A experiência vivida no Colégio de Durham foi única! Alegra-nos dizerlhes que retornamos desse encontro cheios de esperança. Voltamos mais confiantes no dom do amor e encorajados a enfrentar as adversidades, os desafios e as dificuldades do cotidiano como oportunidades que Deus nos oferece para comunicar-se conosco, para falar aos nossos corações e para ajudar-nos aresponder melhor aos apelos da missão que Ele próprio nos confiou. A ERI reúne anualmente os casais responsáveis por super-regiões e regiões a ela ligadas. Busca nesse encontro revigorar o espírito de serviço em seus quadros, promover a troca de experiências na alegria da partilha, aprofundar a formação, favorecer a abertura de coração às diferenças culturais e lingüísticas e promover a unidade do Movimento. Coube à Super-Região Transatlântico (anfitriã) escolher a simpática Durham, no nordeste da Inglaterra, para nos acolher de 15 a 21 de julho no Colégio Internacional e nas subseqüentes reuniões por zonas de ligação (América, Euráfrica, Eurásia e Europa Central). CM 420

Durham é a capital do condado do mesmo nome. É conhecida pela sua tradicional universidade e pela imponência da sua catedral, um monumental santuário erigido em honra de São Cuthbert de Lindisfarne. A origem da cidade está ligada à chegada na região, há mais de mil anos, de uma comunidade religiosa que buscava um lugar para o descanso eterno do corpo de São Cuthbert. Ela desenvolveu-se em torno da igreja construída em homenagem ao santo e, mais tarde, tornou-se um importante centro de peregrinação. Após a invasão normanda (1 066), foi construída a atual catedral. A reunião teve lugar no Ushaw College, um histórico seminário do norte do país dedicado à formação de padres católicos, religiosos e leigos. Para nós, este seminário foi, durante alguns dias, o local de en3


contro com Jesus, como fora o poço de Sicar para a Samaritana. Lá estavam os membros da ERI, os casais responsáveis das 11 super-regiões (Africa Francófona, Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França/Luxemburgo/Suíça, Hispano-América, Itália, Oceania, Portugal e Transatlântico), os casais responsáveis das regiões ligadas diretamente à ERI (Canadá, Índia, Ilha Mauricio, Líbia, Polônia e Síria) e os SCE convidados. O Colégio de Durham trazia consigo pelo menos duas novas expectativas em relação aos anteriores. Esta seria a sua primeira reunião após Lourdes e, pela primeira vez, reunir-se-ia sob nova responsabilidade internacional. A carta-convite para o Colégio apresenta uma outra expectativa que bem sintetiza o espírito que orientou a preparação do encontro. Nela, Maria Carla e Cario Volpini anunciam: Nós viveremos este Colégio como uma reunião de equipe prolongada onde os casais poderão viver a experiência da comunhão, partilhar os diferentes caminhos e ter espaço para a reflexão pessoal, para o diálogo e o confronto com a luz da palavra de Deus e dos documentos que nos caracterizam. Pois esse foi o espírito vivido em Durham. "Reunidos com Jesus em volta do poço", tendo como pano de fundo a reflexão sobre a palavra de Jesus dirigida à Samaritana, "Se conhecêsseis o dom de Deus" ((Jo 4,1 0), passo a passo fomos sendo interpelados pelos temas, até descobrirmos as nossas necessidades e ri4

quezas e discernirmos para onde o Espírito no está conduzindo ne te novo tempo. Assim, num ambiente muito fraterno, acompanhamos as reflexões sobre "O casamento na nossa sociedade", feitas por casais de quatro países, e discernimos sobre os projetas "60 anos da Carta das ENS'', "Próximos três anos do Colégio", "Partilha da solidariedade (uso dos recursos remanescentes de Lourdes)", "Comunicação da ERI com as SR (reuniões da ERI fora de Paris)", "As novas Equipes Satélites" e o "andamento da Causa de Beatificação do Pe. Caffarel". Participamos das reuniões da Zona América, juntamente com a SR Hispano-América, os EEUU e a Região Canadá, cuja responsabilidade de ligação é atribuída a Silvia e Chico. Essas reuniões tornaram o Colégio fecundo e harmonioso, favoreceram o diálogo, oconhecimento recíproco e a troca de experiências. A diversidade de línguas presentes (inglês, francês, espanhol e português) não impôs obstáculo ao espírito amoroso que ali vivemos. Durham tornou-se para nós lugar privilegiado de encontro e de comunhão com Jesus. Que a misericórdia de Deus permita que esse Colégio seja ponto de partida para um modo mais fecundo de testemunhar o amor conjugal vivido no matrimônio e de levar outros casais a beber da fonte de água da vida.

Graça e Roberto CR Super-Região CM 420


Pa1avra do Provincia1

ESPlRlTUAllDADE CONJUGAL E ORIENTAÇÃO DE VlDA Progredir no amor de Deus Queridos irmãos em Cristo: Após o nosso Dever de Sentarse, sentimos um forte desejo de compartilhar convosco alguns dos pensamentos que alimentaram esse íntimo encontro mensal. Em 31 anos de aprendizado, descobrimos que o amor de Deus e o amor conjugal se revelam no anseio, sempre renovado, de cada um dos dois por oferecer o melhor de si à pessoa amada. Criados por amor à imagem e semelhança de Deus que é Amor, recebemos Dele a liberdade e a capacidade para amar, dons que, devido à fragilidade de nossa natureza humana, sofrem os efeitos de nossas limitações, as quais, muitas vezes, nos levam a optar por caminhos que nos distanciam da verdade. Esta "cegueira" é, quase sempre, causa do nosso descaso com a escuta da Palavra e com os momentos de reflexão e oração. Apesar de tudo, Deus, como pai amoroso, está sempre presente, pronto a perdoar e aceitar de volta o filho reconhecedor dessas limitações. Perdoar é da essência da bondade e Ele é Bondade. Perdoar faz parte da natureza de quem ama incondicionalmente. Só podemos afirmar que amamos, se estivermos dispostos a perdoar e a aceitar a pessoa amada, apesar de suas limitações e fraquezas. CM 420

Somos imperfeitos, inacabados e erramos continuadamente. Cientes de tudo isso, descobrimos que temos um longo caminho a percorrer até começarmos a entender o sentido das palavras de Jesus: "Bem aventurados os mansos, os misericordiosos, os que sofrem, os limpos de coração, os pacificadores ... "! Aprendemos que não são os prazeres, as facilidades ou fantasias, mas as dificuldades, lutas e dores que nos tomarão discípulos doMestre que se entregou por nós! Vivemos num mundo onde "Há 5


caminhos que ao homem parecem retos e, afinal, conduzem à morte" (Pr 16,25). Caminhamos num mundo que parece ter se distanciado dos valores que humanizam as pessoas, como a verdade, a misericórdia, o respeito, a disciplina, a honestidade, a vergonha ... ! Mas, é neste mundo que somos chamados a ser fermento, usando os meios que temos, para que a massa cresça e se torne pão gostoso. E aqui entra toda a força da espiritualidade conjugal, esse envolvimento constante com o Deus presente no viver do casal, que nos faz poder dizer como São Paulo: "Para mim, o viver é Cristo" (FI 1,21). Ao entrarmos nesta caminhada, descobriremos que a espiritualidade conjugal suaviza a carga, nos conforta e fortalece, dando-nos tudo o que precisamos para superar as asperezas inevitáveis do dia a dia, tanto em nossas atividades laborais, sociais e, muito especialmente, na vida de casal. Muitas vezes, necessitamos rever nossa direção. Questionar se é certo e seguro o caminho que escolhemos seguir. E, se preciso for, retornar, convergir, ou até mesmo, mudar, radicalmente, de direção. "E Jesus disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18,3 ). Nosso Movimento quer ser uma opção de caminho para a santidade. Por isso, insistentemente, convidanos a fazer dos PCE alimento que transforma marido e mulher em original imagem e semelhança de Deus, segundo a qual foram criados. Só 6

vivendo com este empenho e intensidade o sacramento do Matrirnônio, poderemos manifestar a presença de Cristo em nossa união, vista e sentida à distância, como forte reflexo do amor de Deus: "Brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, ao ver vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai do Céu" (Mt 5,16). Somente quando nos soltarmos das amarras do terrível egoísmo, da vontade de optar pelo que é mais fácil, do apego cego aos bens materiais, do desejo de ser mais que o outro, é que encontraremos, de fato, o caminho para a santidade e a felicidade. O encontro com Cristo, através da experiência do face-a-face com nosso cônjuge, num verdadeiro Dever de Sentar-se, ou no rosto do irmão que sofre, nos permitirá descobrir que o que Deus mais espera de cada um de nós consiste em vivermos mais intensamente os compromissos assumidos no Batismo e no Matrirnônio. Investir nesses compromissos é investir em nossa realização como pessoas, como casal, família e membros da comunidade. É um projeto fácil de executar? Não, não é! Mas as reconfortantes palavras de Jesus continuam valendo: "Digo-vos isto para terdes paz em Mim. No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo" (Jo 16,33). Teremos descoberto, então, que progredir no amor de Deus é o mesmo que progredir no amor ao próximo. Fiquem com Deus, Rosa e Paulo Casal Comunicação SR CM 420


SESSÃO

DF FORMAÇÃO

NlVEll O Pré-Setor Cascavel, nos dias 30/06 e O1/07, realizou a Sessão de Formação Nível I. O Casal Responsável Regional Paraná Norte, Rubens e Nanci, trouxe-nos seu testemunho de casal, seu conhecimento e experiência da caminhada nas ENS. A maior parte das palestras coube ao Padre Luis Margano, Sacerdote Conselheiro Espiritual, que oube transmitir, de maneira simples e compacta, a grandiosidade dos sacramentos, "Os Encontros com Cristo", como ele os chamava. "Jesus, o Filho de Deus, não se contentou em ter acontecido em Belém, em Nazaré, no Calvário ... Ele de novo quer acontecer conosco, de modo especial nas sete principais realidades de nossa vida, através dos sete sacramentos. Por estes sete "encontros" Cristo nos comunica a sua Graça. Para penetrarmos no sentido de cada sa-

cramento, necessitamos de uma preparação pedagógica e intelectual (catequese) precisamos deixar o silêncio falar em nosso interior. Para podermos ouvir este silêncio interior, necessitamos "afinar o ouvido do nosso coração", caso contrário, corremos o risco de não ouvir o que Cristo tem a nos falar e, conseqüentemente, de fazer destes encontros meras formalidades e ritos. Para os que participaram da Sessão de Formação, resta a certeza de ter colocado mais um tijolo na vida de equipista. Saímos do encontro com a responsabilidade de ser multiplicadores do conhecimento adquirido, transmitindo-o fraternalmente aos membros da nossa equipe e à comunidade onde vivemos.

Claci e Valdir Eq. N. S. Imaculada Conceição Cascavel/PR

Na reunião mensal de outubro, cada equipe escolhe seu CRE para o ano seguinte. No manual O Casal Responsável de Equipe, capítulo segundo, número 2, encontram-se os critérios para a eleição: São os casais membros da equipe que escolhem seu novo CRE. Deve ser escolhido o casal que naquele ano tem melhores condições de animar a equ ipe, tanto pela sua vida de fé como pela disponibilidade em servir os irmãos de equipe. É uma escolha séria, por isso antes se invoca o Espírito Santo. O voto é individual e secreto e também secreta é a apuração dos votos pelo Conselheiro Espiritual, que destruirá as papeletas dos votos e anunciará o casal eleito, sem dizer se outros foram votados.

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MUTIROES Aconteceu, no dia 15 de julho de 2007, o Mutirão do Setor A de Natal/RN Participaram 40 casais, sendo 36 do Setor A e 4 casais dos municípios de Monte Alegre e Ceará Mirim. Os temas, colocados de maneira clara e objetiva, foram: Vida de Equipe, Ser Equipista, Reunião Preparatória, Reunião Formal, Contribuição, Alegria do Serviço nas ENS, e As Três Atitudes. Muito boa foi a palestra sobre Carisma, Mística e Espiritualidade, proferida pelo SCE Frei Humberto de Oliveira Rodrigues. Alternaram-se, ainda, momentos de descontração. O mutirão foi encerrado com uma santa missa. Tudo proporcionou uma grande oportunidade de enriquecimento espiritual, com os testemunhos, e de troca de experiências. Nilza e Luiz CR Setor A Natal/RN

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Criatividade e alegria foram marcas do Mutirão/2007, em ltabaiana/SE Momentos de descontração, ale8

gria e muita criatividade por parte dos participantes, num dia de muita formação. O evento foi iniciado com a adoração ao Santíssimo Sacramento, no qual todos os presentes puderam entregar-se nas mãos do Pai e preparar os seus espíritos para iniciar as atividades do dia 20 de maio. Dois temas colocados em forma de palestra foram bem aproveitados pelos participantes: A Espiritualidade Conjugal e o Sacramento do Matrimônio e "Compromisso nas ENS: ser ou estar". As dinâmicas, bem preparadas, tocaram os corações dos equipistas e fizeram cada um refletir sobre sua caminhada. Houve dinâmica para a prática da Oração Conjugal, do Dever de Sentar-se e oportunidade de cada cônjuge propor uma Regra de Vida, e ainda alguns testemunhos da vivência dos PCE. Noutra dinâmica, foi mostrado aos presentes que o sucesso ou insucesso da equipe de base depende da atitude de cada um dos seus integrantes. Também houve testemunhos sobre a graça e alegria de equipes que, tendo perdido alguns integrantes, acolheram novos casais. Foi apresentado também um DVD sobre a educação dos filhos. O mutirão foi finalizado com o Magnificat de Maria. Genilde e Veríssimo CR Setor Itabaiana/SE CM 420


A HOSPlTAllDADE A hospitalidade, entendida em seu significado mais vasto, é abertura para os outros, acolhimento, disponibilidade. Considerada na prospectiva de fé, é encontro com Cristo e com Deus. Na sociedade urbana de hoje, individualista e anônima, a hospitalidade vai se tornando cada vez mais difícil de se cultivar. A Escritura nos ajuda a descobrir o seu significado religioso. Ela não é somente gesto humanitário, mas um aspecto do mandamento novo de Cristo. Acolher o hóspede e o forasteiro significa acolher Cristo que se identifica com o excluído: Era forasteiro e me hospedastes (Mt 25,35). Não se pode esquecer que, em sentido mais verdadeiro e radical, todos nós somos hóspedes neste mundo, peregrinos e forasteiros, no caminho para o Senhor (cf. 1Pe 2,11; 2Cor 5,60). Para Israel havia razão inteiramente particular para exercitar a hospitalidade. O viandante lhe recordava a própria condição de estrangeiro feito escravo no Egito (cf. Lv 19,33-34). No Novo Testamento, a hospitalidade é vista c·omo expressão da caridade fraterna (Rm 12,9-13); o cristão deve se sentir sempre em déCM 420

bito em relação a todos (13,8) e, portanto, sempre aberto e disponível para com os outros em todo momento e situação. O aspecto religioso da hospitalidade, já esboçado no Antigo Testamento, revela-se agora inteiramente no ensinamento de Jesus. Através do hóspede e no hóspede, Jesus mesmo é acolhido ou rejeitado (Mt 25,35-45). No peregrino, no necessitado, reconhece-se ou desconhece-se a sua presença em todos os seres humanos. Nos mais pequeninos, somos chamados a ver e a servir o Senhor (Lc 9,48). O hóspede, no Evangelho de Lucas 10,38-42, é o próprio Cristo Jesus. As anfitriãs são as irmãs de Lázaro, Marta e Maria, merecedoras de particular atenção no trato e acolhimento de Jesus. As duas irmãs têm papéis importantes para nossa consideração. Dis9


se Jesus: "Marta, Marta, tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada". A única coisa necessária é o reino de Deus: "Procurai antes de tudo o reino de Deus e tudo o mais vos será dado em acréscimo" (Mt 6,33. Cf. também 18,28). "Maria escolheu a parte melhor" significa ter escolhido o caminho melhor para possuir a única coisa necessária: escutar Jesus. A tradição viu em Marta o símbolo da vida ativa e em Maria o da vida contemplativa. Os traços do caráter de Marta podem ser vistos no homem moderno: vida frenética, doente de pressa e de ânsia crónica. Fazer muitas coisas em uma só vez. Perde-se o centro da gravidade, a coisa essencial por fazer. Geralmente se fazem mal as coisas. O melhor modo de ser Marta é, muitas vezes, o de ser Ma-

ria: Escuta atenta da palavra de Deus, oração e reflexão, visão de tudo em relação com a eternidade, respeitar as prioridades. O homem de hoje não escolhe, mas sujeita-se à agitação, dispêndio de energias com o "stress". Marta e Maria: uma exprime o seu amor com o serviço concreto, outra com gestos de amor gratuito por Jesus. Uma, muito prática, prepara os alimentos para Jesus, a outra, mais poeticamente, o perfume. Ambas encontraram a santidade e assim são veneradas pela Igreja. Ambas devem precaver-se de riscos. As pessoas ativas, da dissipação e da ânsia; as pessoas contemplativas, da inércia e do desempenho. É preciso ter o coração de Maria e as mãos de Marta.

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo de São Salvador da Bahia Extraído do site da CNBB 23-7-07

................................................... A EXPERlÊNClA DE SERVlR A DEUS COM ALEGRlA! Estimados casais da minha Equipe: Como faço todos os meses, espero que este "Conselho do Conselheiro" os encontre fortalecidos na fé em Jesus Cristo. Hoje, gostaria de refletir com vocês sobre a "experiência de servir a Deus com alegria". Quando olhamos o projeto de Deus 10

em favor da humanidade, podemos perceber a escolha, o chamado e a eleição de determinadas pessoas para serem sinal do amor de Deus. Basta citarmos Abraão, Moisés, Samuel, Davi, João Batista, Maria, José, Isabel, Pedro, Paulo, Tiago, Barnabé e a plenitude deste serviço: Jesus Cristo. Não sei se vocês já observaram que, em todos os chamados, Deus esCM 420


colhe pessoas simples e os vai capacitando para que possam desenvolver bem sua função. Outro elemento que chama atenção é que são pessoas que não fizeram do chamado, da eleição, um lugar de ostentação. Fizeram, sim, de suas funções um canal de comunicação de Deus. Procuravam através dos métodos que possuíam de oração, sintonizar o seu coração (entenda-se também consciência) na direção de Deus. Parece-me que a oração os tornava disponíveis, um sacramentum (no latim: sinal sensível da graça de Deus). A experiência de fé fazia com que a função/cargo não fosse mais importante, mas sim o ato de servir através daquela função/cargo. Vamos olhar o exemplo de servir de Maria: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (cf. Lc 1,38). E aqui nos cabe duas perguntas: Por que Maria teve condições de proclamar do fundo do seu coração o Magnificat? Por que ela teve condições de dizer: "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva" (Lc 1,47-48)? O sucesso de Maria está justamente na disponibilidade em poder comunicar Deus. Por isso, cada função que desempenhamos no Movimento, não deve ser para nossa promoção pessoal, mas para a promoção de Deus no meio do Movimento. Maria não se autopromoveu. Ela não saiu e foi dizer a Isabel: olha me respeita agora, porque sou a Mãe do Salvador, viu! Olhemos o exemplo de Jesus Cristo: Ele se fez humano. Realizou CM 420

[ A experiência

do servir com alegria passa pela experiência autêntica da oração.

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o esvaziamento (no grego kênosis) de sua condição divina. Lavou os pés dos discípulos e disse a eles que deveriam fazer o mesmo como manifestação do amor. Servir é deixar claro o amor de Deus. Um amor ágape (entenda-se doação), que promove o Reino, o outro. Não é à toa que o Movimento indica os Pontos Concretos de Esforço , para que vocês possam fazer da vocação matrimonial um grande serviço de um para o outro. Assim, vamos percebendo que a experiência do servir com alegria passa pela experiência autêntica da oração. Que, seguindo o exemplo dos grandes personagens bíblicos, possamos fazer a experiência de servir ao Senhor com alegria e assim promover o Reino de Deus, a solidariedade, a fraternidade, a comunhão, a justiça, o perdão, o despojamento. Lembremo-nos de que servir com amor é comunicar o que Deus essencialmente é: Amor.

Pe. Kleber Rodrigues da Silva SCE da Eq. N. S. do Carmo Setor Caçapava/SP 11


O HÓSPEDE "Eis que estou à porta e bato". Esta declaração, que o evangelista João colocou nos lábios de Jesus no livro do Apocalipse, resume admiravelmente a história da salvação e, em particular, a missão de Jesus! É uma frase densa e surpreendente, completamente na contramão da lógica humana, pois, de acordo com os esquemas humanos, o indigente é que bate à porta. Diante da verdade exposta por João, fica-se com a impressão de que é Jesus quem precisa dos seres humanos ... Deus, porém, pensa e age segundo critérios diferentes. Ao longo da história da salvação, é fácil conferir, é Deus quem sempre toma a iniciativa e intervém em favor da humanidade. Este jeito peculiar de agir se justifica unicamente pelo amor apaixonado que o Criador cultiva para com suas criaturas preferidas. É próprio do amor, na verdade, tomar iniciativas e, sendo Deus amor puro e pleno, Ele sempre toma a iniciativa e procura o destinatário do seu amor! Jesus, a encarnação deste amor eterno, bate à porta ou espera sentado à beira do poço, aguardando a hora da sede. A hora da sede, às vezes, demora. Demora-se, outras vezes, para reconhecer as batidas na porta. Há inquilinos, inclusive, que fingem não estar em casa. Outros, ainda, preferem não ser mais incomodados por este insistente intruso. Afirmam nada ter a falar com ele e, também, dele nada esperam. Preferem ignorá-lo. 12

Coerente e fiel, Cristo não desiste, volta a bater suavemente à porta. Ou então, paciente, permanece sentado à beira do poço, consciente de que mais cedo ou mais tarde a hora da sede chegará e ele terá condições de ofertar a água que jorra para a vida eterna. Ora, quanto mais cedo se bebe da água que ele tem a dar, quanto mais cedo se abre para ele a porta, mais rapidamente se participa do banquete celeste. Ele promete a quem lhe abrir a porta "entrar e cear com o amigo". O objetivo da visita é renovar a amizade. É lembrar o genuíno interesse. É trazer a salvação e, gratuita e generosamente, semear alegria pela casa inteira. Não há, pois, por que ter medo! Não há por que demorar a abrir a porta! Quanto mais rápido deixar o Redentor entrar, mais celeremente se ilumina a casa, eliminando sombras e transformando risos em alegria. Ao contrário do que se pensa e se divulCM 420


ga, Jesus não adentra uma casa para censurar o anfitrião ou dele cobrar doação. Seria o cúmulo da indelicadeza. Registram os evangelistas, em todas as casas onde entrou, Jesus levou vida, misericórdia, alegria, esperança. E sempre com amor e por amor! Ele é um hóspede fino e generoso, traz junto o pão da vida e o cântaro da água viva ... quem come deste pão viverá eternamente e quem beber da água que eu lhe der não passará mais sede! É incompreensível, na verdade, porque os homens teimam em não acolher esta visita salutar e amiga, enquanto admitem em seus lares, e de uma maneira festiva paradoxalmente, tantas outras nefastas presenças. Algumas delas, inclusive, nem tiveram a delicadeza de bater à porta ou de pedir licença. Simplesmente entraram e se instalaram e, com suas elaboradas estraté-

gias, impõem uma cultura de morte e implantam uma mentalidade de prazeres ilusórios. Que se abra a porta ao Redentor! Que se deixe entrar o rei da glória, conclama o salmista. O papa João Paulo II, na sua primeira encíclica, certamente inspirado no Salmo, renovou o apelo bíblico e o estendeu ao mundo inteiro. Não há porque ter medo deste hóspede ilustre e, por favor, que se procure conhecê-lo pessoalmente, sem se deixar influenciar por tantas leviandades que dele se falam, quiçá com a intenção de afastar as pessoas deste excelso amigo, pois sabem que quem o encontra pessoalmente ficará decididamente cativado por Ele! Pe. Charles Borg CSE Eq. N. S. do Caminho Araçatuba!SP

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ASBEM-AVENTURANÇAS NA VlDA DO CASAl Não podemos negar que as bemaventuranças de Jesus são o caminho para qualquer pessoa ser feliz e se assemelhar mais à vida que Deus quer e deseja para todos os seus filhos e filhas. E as bem-aventuranças, também, devem ser o roteiro de vida de todo casal que quer viver uma vida alicerçada no amor do nosso Deus ... Casal este que busca assumir, mesmo em meio a grandes dificuldades do dia-aCM 420

dia, o SIM que dissera a Deus diante de uma comunidade reunida. Colocando cada uma das bemaventuranças no cotidiano do casal, eu diria que é sempre bem-aventurado aquele casal onde marido e esposa sabem ser solidários um com o outro ... Sabem, também, se colocar como suporte... o ombro amigo e acolher quando o outro quer colo, amparo, proteção ... Portanto, acredito q ue Jesus, hoje, diz para cada um, aqui presen13


te, que é bem-aventurado aquele casal que tem o coração pobre e não busca a felicidade em coisas materiais, mas busca no outro o equilíbrio da própria felicidade ... Sabe ser feliz fazendo o outro feliz ... Bem-aventurado é o casal que sabe não apenas sorrir junto, mas também chora com o outro... Sabe partilhar todos os momentos que a vida lhe reserva, até mesmo o sofrimento. Bem-aventurados são aquele marido e aquela mulher que sabem ser mansos em seus lares ... Que não usam a voz alterada para ver quem manda mais ou quem pode mais ... Sabem, acima de tudo, viver o perdão, não apenas da boca para fora, mas em ações concretas que solidificam o amor dos dois. Esta mansidão os leva a resolver com calma e sabedoria as questões, os problemas que a vida lhes apresenta. Também, são bem-aventurados o marido e a esposa que não são injustos um com o outro ... que respeitam um ao outro na sua individualidade ... Que, antes de julgar, sabem ouvir. Bem-aventurados o marido e a esposa que sabem acolher um ao outro com os seus defeitos e suas qualidades ... que sabem ser misericordiosos um com o outro e, por causa desta misericórdia sabem acolher, compreender e perdoar quando o cônjuge erra, do mesmo modo que o nosso Deus age com cada um de nós. Diria, também, que é bem-aventurado o casal que não engana, não vive de mentiras ... que sabe olhar nos olhos um do outro sem disfarce, pois suas intenções e seus sentimentos são transparentes e seus corações 14

são puros como Jesus recomenda. Bem-aventurado é aquele casal que é paz para o outro ... Que sabe transformar o seu lar em um lugar onde paira a paz ... Lar para onde os cônjuges sentem-se felizes em voltar no final do dia, pois sabem que encontrarão um ambiente familiar tranqüilo, sinal da própria paz que vem do céu. Bem-aventurado é aquele casal que não se envergonha de ser família ... Por mais que seja perseguido, sabe preservar o matrirnônio como um sacramento sagrado e não se deixa levar pela banalização da farm1ia apresentada pelos meios de comunicação. Diante deste caminho proposto por Jesus, cabe-nos, como farm1ia, um questionamento: Será que marido e mulher estão sabendo ser uma bemaventurança na vida do parceiro? O casal só encontrará a verdadeira felicidade, aquela que vem do nosso Deus, a partir do momento que buscar viver bem as bem-aventuranças deixadas por Jesus. Será feliz o casal que reconhece, antes de mais nada, que é preciso fortalecer a farm1ia com os valores que vêm do alto e manifestar estes valores na vivência e no testemunho em todos os lugares onde Jesus ainda não foi percebido. Casal que se fortalece na oração partilhada e na comunhão de vida entrelaçada com a vida de Jesus oferecida a todos nós na Eucaristia. Pe. Felipe Dalcegio SCE Eq. N. S. do Bom Conselho Varginha/MG Enviado por José Eugênio Lopes e Cristina Pompeu Lopes CM 420


MÊS DA BÍBllA Nós já estamos no mês consagrado à Bíblia, e é importante nos concentrarmos neste tesouro da bondade, da liberalidade e da sabedoria divinas, que nos auxiliam a caminhar neste mundo, rumo ao Pai, na força da Palavra. A Palavra de Deus nunca é, simplesmente, transmissão de conhecimentos. Ela penetra na vida, na interioridade da pessoa, como um convite imediato para o diálogo, tornando-se transformante para aquele que aceita ser um interlocutor. Expressando sua Palavra, Deus sai do eterno silêncio e entra na nossa audibilidade, no nosso mundo de sons e de sinais gráficos, para tornar possível o diálogo com Ele. A sua infinita bondade nos concede a capacidade de entendê-lo e de Lhe responder. Ele desce ao nosso nível... A Palavra divina é sempre eficaz, verídica e infalível. Através dela o mundo foi criado: "Deus disse[ ... ] e assim se fez" (cf. Gn 1). Cada criatura é obra de uma palavra do Senhor e, por isso, uma mensagem dEle para nós. Quando Jesus fala aos Apóstolos: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8,12) ou "Dou-vos a minha paz" (Jo 14,27), Ele próprio produz essa luz e essa paz em nós. O profeta Isaías resume perfeitamente o poder da Palavra divina: CM 420

"Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam, sem terem regado a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, dando semente ao semeador e pão ao que come, tal ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não torna a mim sem fruto ; antes, ela cumpre a minha vontade e assegura o êxito da missão para a qual a enviei" (Is 55,10-11). A Bíblia permite que sejamos transformados pela sabedoria de Deus, revelando-nos a verdade, que o intelecto humano jamais teria a capacidade de intuir. Por exemplo, o ser humano representa um mistério para si mesmo, por ser contraditório, na atual situação. Tendo Deus nos criado completamente bons, pois dEle não pode se originar o mal, é a Palavra divina que esclarece o enigma, cuja causa remonta à queda original, com o conseqüente enfraquecimento da vontade humana. São Paulo expõe claramente esta realidade, a partir da própria experiên15


cia pessoal: "Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que estou agindo, e sim o pecado que habita em mim" (Rm 7,19-20). A Palavra interpreta a nossa história, a partir das intervenções divinas, que sempre encerram uma mensagem para o seu p0vo, como na marcha de Israel pelo deserto, e no Mistério Pascal de Cristo. Esses acontecimentos históricos interpelam a nossa fé. Porém, o que Deus mais revela na Bíblia é a própria identidade, a sua intimidade. Apresenta a si mesmo, manifesta seu mistério recôndito, revelando o próprio nome: "Eu sou aquele que é, que foi e que será sempre o mesmo" (cf. Ex 3,13-15). Revela, depois, seus atributos como Legislador e Juiz: "Com efeito, Iahweh será o nosso juiz, será o nosso legislador, Iahweh será o nosso rei: Ele nos salvará" (Is 33,22). Sobretudo, Ele nos ensina a chamá-lo de Pai: "Serei para vós um Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas" (2 Cor 6,18). Nós não teríamos a ousadia de nos declararmos filhos e filhas de Deus, se Ele mesmo não no-lo tivesse revelado, através de sua Palavra: somos objetos de sua escolha de infinita bondade. Assim, Deus nos manifesta seu plano de amor, escondido desde toda a eternidade e revelado nos últimos tempos, isto é, nos tempos da Redenção. Este plano é formar o povo de sua eleição, agregando-o, transformando-o e santificando-o pela Palavra, da qual este povo torna-se 16

o depositário e o primeiro ouvinte. Os intermediários dessa Palavra, aos quais Deus outorga a autoridade de falar e escrever em seu nome são, respectivamente, os profetas e os autores sagrados, ou hagiógrafos. A Sagrada Escritura possui 73 livros, todos oriundos da tradição oral, conservada nas comunidades primitivas e, posteriormente, colocada sob forma escrita. Graças a isto, hoje usufruímos da beleza e do ensinamento dessas mensagens, cujo conteúdo, divino e sublime, nos é acessível pela linguagem humana. Apesar de todas as iniciativas divinas, Israel ainda não havia compreendido plenamente as ações e palavras do Criador: "Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho" (Hb 1,1-2). Naquela etapa evolutiva da história da Salvação, Deus nos mandou seu próprio Filho, como mensageiro que se fez Homem: "Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial" (Gl 4,45). Dali para frente, a Palavra Encarnada tornou-se definitiva, aclarando o que havia sido revelado no Antigo Testamento. Consubstanciado nos 4 Evangelhos e explicitado nos demais textos do Novo Testamento, o ensinamento de Jesus abrange os grandes temas, que tentaremos resumir. CM 420


Em primeiro lugar, Ele veio nos falar do Pai, que descreveu como "meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (Jo 20, 17), de tal maneira que nós, como filhos e filhas, não podemos deixar de amá-10. Ele faz chover sobre justos e injustos (Mt 5,45), está sempre pronto a acolher e perdoar (Mt 6,12), aguarda-nos com ânsia na sua morada, a pátria celeste (Lc 15), para nos premiar pelos dons que nos deu e nós fizemos frutificar (Mt 25,14-30). Jesus também nos fala a respeito de si mesmo. Ele é a 2a Pessoa da Trindade (Jo 1,1), enviado pelo Pai como Salvador (Jo 1,12), nosso Mestre (Mt 23,8), que nos promete o Espírito Santo (Jo 14,26), e também Aquele que nos ensina como devemos amar nossos irmãos e irmãs (Jo 13,34-35). Temos em Cristo o Irmão primogênito, ainda que adotivo, porque nos elevou à condição de filhos e filhas do mesmo Pai, pelo seu sangue, derramado na cruz. Ao término de sua vida em meio aos homens, Cristo revelou a Pessoa do Espírito Santo. Durante a Ceia derradeira, deixou-nos um longo discurso sobre este Espírito de amor e de verdade, nosso Advogado e Consolador (Jo 14,1526), cuja vinda foi descrita por São Lucas (At 2,1-41). Finalmente, Jesus nos deixou a Igreja. Nós já a reconhecemos, em germe, no Antigo Testamento, pela escolha do povo eleito, com o qual Deus fez Aliança e ao qual acompanhou ao longo de sua história. Jesus funda a Igreja, definitivamente, e a CM 420

ela dedica longos discursos, com imagens como a do grão de mostarda (Mt 13,31-32), e da rede lançada ao mar (Mt 13,47). São Paulo compara-a a um grande edifício que vai se tornando maior e mais belo, à medida em que os homens correspondem à mensagem de Jesus (Ef 2,20-22), até o termo definitivo, quando ela se manifestará resplendente, como a esposa do Cordeiro (Ap 21,9-14). Esta maravilhosa pedagogia divina chega até o nosso tempo. Somos os herdeiros da promessa, aqueles agraciados com o que muitos gostariam de ter visto e não viram (Mt 13, 17). Mediante a plenitude da Revelação divina, que já conhecemos, mediante os ensinamentos e exemplos que nosso Senhor nos deixou, mediante a tão grande nuvem de testemunhas que nos antecederam (Hb 12,1), façamos o propósito de, neste mês da Bíblia, aprofundarmo-nos mais na Palavra do Senhor. Há que nos alimentar desse pão! Possa a intercessão dos santos escritores bíblicos obter-nos o dom do Espírito, fazendo de nós instrumentos dóceis, vibrando ao toque do divino Artista, que nos revela o sentido escondido e divino de cada palavra que o Senhor nos fala. São palavras sonoras, harmoniosas, repletas de melodias celestiais e, até mesmo, humanizantes.

Cardeal D. Eusébio Oscar Scheid Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro Extraído de www.amaivos.com.br 17


JUBllEUS DE OURO Dom José Carlos de Lima Vaz, SJ, (jotoàdir.) carinhosamente, Dom Vaz. Nasceu em Ouro Preto/MG, em 1928. Em 1944, entrou para o Noviciado da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo. Em 1954, iniciou o curso de teologia na Universidade Pontifícia de Comillas (Espanha), onde foi ordenado sacerdote em 15 de julho de 1957. Terminada a formação religiosa em Volta Redonda/ RJ, fez o Curso de Química na USP. De 1963 a 1973, foi Diretor e o construtor da Escola Técnica de Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí/ MG. De 1973 a 1979, foi o Reitor da Universidade Católica de Goiás, em Goiânia, e de 1980 a 1984, Vicereitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e depois exerceu muitas outras atividades Nomeado Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, foi ordenado Bispo no Rio de Janeiro em 07 de março de 1987. Em 13 de janeiro de 1996, tomou posse como Bispo Diocesano de Petrópolis/RJ, e, em 11 de julho de 2004, tendo passado o limite de idade, teve sua renúncia aceita pelo Santo Padre, tornando-se Bispo Emérito, voltando a viver na comunidade dos Jesuítas, exercendo ainda muitas funções, sendo a principal delas acompanhar em todo o Brasil, como Vice-Assistente, as Congregações Marianas do Brasil. Hoje, podemos dizer que para nós, como equipistas, também é uma graça de Deus tê-lo como Conselheiro Espiritual. Ele não mede esforços 18

para nos acompanhar no crescimento espiritual. É para nós motivo de vitalidade, força e coragem na caminhada de equipistas. Que Deus o proteja sempre! Casais das Equipes N. S. de Guadalupe e N. S. Aparecida Santa Rita do Sapucaí/MG

••• Padre Luigi Rossini celebrou seu jubileu de ouro no dia 14 de julho. É Conselheiro Espiritual de duas equipes, enriquecendo espiritualmente os casais há 14 anos. Vive a sua vocação anunciando o evangelho, através do testemunho e do serviço, levando a paz e a vida nova a tantos irmãos feridos pelo sofrimento. O que identifica Padre Rossini como um "servo bom e fiel" é a generosidade, a solidariedade, a escuta, a humildade e a disponibilidade, o amor ao sacerdócio, à sua comunidade e às Equipes de Nossa Senhora. O Movimento se alegra com seu jubileu de ouro. Desejamos-lhe muita saúde, para que continue doando sua vida pelo bem de sua comunidade, pela causa do Evangelho e pelas ENS. Que Jesus o abençoe e Maria o guarde dentro do coração. Sandra e Jaime CR Setor A - Belém/PA CM 420


BODAS DE OURO Leda e Jorge, no dia 1o de junho de 2007, comemoraram 50 anos de feliz vida matrimonial, dos quais nove, como membros da equipe 5, Nossa Senhora do Carmo, Setor B de São Gonçalo/RJ. A Missa em Ação de Graças foi celebrada na Igreja da Sagrada Família, no Patronato, e teve como presidente da celebração Pe. Luis Gusmão, que durante muitos anos foi SCE no Setor. Estiveram presentes os filhos , noras, genros, netos, familiares e amigos. O casal sempre foi atuante na equipe, aceitando as missões para as quais foi chamado com dedicação e responsabilidade. A Equipe 5/B parabeniza o casal e deseja que Leda e Jorge continuem sendo exemplo de cristãos e equipistas, com as bênçãos de Deus e a proteção da Virgem Maria.

••• Petrus Lencioni e Hesmeralda, no dia 7 de julho de 2007, comemoraram 50 anos de casados. Um casal muito importante para o Movimento das ENS em Caçapava/SP. Equipistas há 35 anos, únicos remanescentes dentre os fundadores da primeira equipe de Caçapava, a Equipe Nossa Senhora das Graças. Eles têm dois filhos, Petrus Eugênio e Maria Cristina, genro, nora, 2 netos e 1 bisneta. Petrus é diácono permanente há 20 anos, é e Conselheiro Espiritual Temporário da Equipe Nossa Senhora das Dores. Hesmeralda é ministra da Comunhão Eucarística e visita os doentes com muito carinho e atenção. Petrus costuma dizer que ele, uma pedra bruta, se encanta com uma pedra preciosa, a Esmeralda. A Celebração Eucarística de agradecimento a Deus pela graça do seu matrimônio aconteceu no dia 07 de julho de 2007, às 19h, na Igreja Matriz CM 420

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de São João Batista em Caçapava/SP, com a presença do senhor Bispo Diocesano, Dom Carmo João Rhoden e de todos os seus amigos. Rita e Celso, CR do Setor Caçapava/SP

••• Clotilde (Tide) e Adail, membros da Equipe N. S. das Graças de Casa Branca/ SP, no dia 11 de agosto de 2007, voltaram ao altar, na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, para celebrar suas bodas de ouro, em missa solene presidida pelo Pe. Donizetti Matheus de Moraes, SCE do Seto r. Estavam cercados dos filhos, genros, noras, netos e amigos, entre eles os equipistas de Casa Branca e Venda Branca. Através de simbolismos e cantos, foram recordados os grandes momentos da vida do casal. Ana Joana e Alencar, CR do Setor Casa Branca/SP

EQUlPES NOVAS

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No Pré-Setor de Cascavel/PR: Equipe Nossa Senhora de Fátima Na Região PE II: Equipes Nossa Senhora da Luz e Nossa Senhora da Rosa Mística, no Setor Belo Jardim. Equipe Nossa Senhora do Carmo, no Setor Barreiros. Equipe Nossa Senhora do Livramento- Eq. Distante Rio Formoso Equipe Nossa Senhora Aparecida, no Setor Palmares. Equipes Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora de Guadalupe e Nossa Senhora Aparecida- nas Equipes Distantes Ribeirão. Equipe Nossa Senhora da Paz - Equipe Distante Água Preta. No Setor A de Natal/RN: Equipe Nossa Senhora Aparecida e Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz. CM 420


V ENCONTRO NACIONAL DO LAlCATO DO BRASll No início do mês de junho de 2007, em São Paulo ' aconteceu o V Encontro Nacional do Laicato do Brasil. Os participantes se reuniram em torno do tema "Ser cristão hoje: desafio e esperança". Buscando renovar, atualizar e aprofundar o compromisso de cristãos, encontraram inspiração para seu lema no Concílio Vaticano II: "As alegrias e as esperanças, as angústias e as tristezas dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são as alegrias e as esperanças, as angústias e as tristezas, dos discípulos de Cristo" (Gaudium et Spes 1). Como resultado concreto do Encontro, foi elaborado o documento "AGIR", contendo as ações a serem desenvolvidas nos próximos anos.

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ORDENAÇÃO DlACONAL Marlúcio Luis Damião foi ordenado diácono pela imposição das mãos do nosso Bispo Diocesano, Dom Valério Brenda, no dia 29 de junho de 2007, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em ArapiracalAL, para alegria do nosso Setor A de Arapiraca. O Diácono Marlúcio é Conselheiro Espiritual Temporário da Equipe n° 05 Nossa Senhora Mãe Rainha e Equipe no I O, Nossa Senhora de Fátima. Ao nosso querido conselheiro, o nosso carinho. Que Deus o abençoe e que Nossa Senhora cubra-o sempre com o_ seu manto, para que siga firme na missão a que foi chamado. Ana e Elias CR Setor A Arapiraca/AL 21


PROJETO VOCACIONAL No dia 28 de junho de 2007, estivemos com os Padres Pacheco e Eduardo, Reitor e Ecônomo do Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima de Brasília, respectivamente. Representando o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, fomos entregar-lhes um cheque no valor de R$ 6.000,00, a ser utilizado na formação de futuros Sacerdotes. Atualmente o Seminário conta com 87 seminaristas, oriundos de Brasília e das cidades de Formosa, Jataí e Luziânia do estado de Goiás. Para o próximo ano, com o acolhimento dos seminaristas de Uruaçu/GO e outras cidades, este número deverá chegar a 110. Neste ano 10 seminaristas concluem seus estudos. Destes, 8 serão ordenados presbíteros e 2 irão estudar em Roma. Dezesseis seminaristas serão ordenados diáconos (1 o grau do sacramento da Ordem), sendo que dois irão para Roraima, num projeto missionário da Arquidiocese de Brasília. Creusa e Caroba CR Região CO II

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FAlEClMENTOS Pe. José Francisco dos Santos, aos 17 de junho de 2007. Nasceu em Gravatá/PE no dia 07 de Abril de 1948. Foi ordenado Presbítero no dia 30 de dezembro de 1977, por Dom Severino Mariano de Aguiar, na Matriz da Conceição, em Belo Jardim. Entre os anos de 2004 e 2006, foi o SCE do Setor Belo Jardim- Região Pernambuco II. Neste ano, era o SCE de duas Equipes. Deus o recompense por tudo que proporcionou a cada um de nós através da sua disponibilidade. Paizinha e Arlindo e Pe. Eliseu Setor Belo Jardim/PE II

••• Padre Benedito Luiz Pessoto, no dia 27 de junho, com 86 anos de idade. Era SCE de Equipes de Nossa Senhora do Setor A de Campinas e Valinhos. Destacou-se como um zeloso sacerdote nas paróquias ecomunidades onde passou. Foi pioneiro na valorização da presença e missão dos leigos(as) no mundo, como índole específica do seu ser cristão. Na prática, isso se ,. expressava no apoio e valorização dos Movimentos de Ação Católica e Equipes de Nossa Senhora. Sem alarde, apontava já para o protagonismo dos leigos(as) e pela santidade através do Sacramento do Matrimónio. Recebeu o título de Cidadão Campineiro em 2003, quando completou 50 anos de vida sacerdotal. Padre Pessoto foi sempre amigo de todos, sempre aconselhando para os caminhos da verdadeira felicidade em Cristo Ressuscitado. Sheila e Francisco e Equipes 5 e 6 - Setor A de Campinas!SP

... Antonio Augusto Costa, da Terezinha, no dia 2 de julho de 2007. Integrante fundador da primeira Equipe de Santarérn!PA. Frederico Carlos da Cunha Netto, da Lúcia, no dia 9 de junho de 2007. Pertencia à Equipe Nossa Senhora da Consolação, do setor B da Região Rio L Hélio Wisneviski, da Inês, no dia 13 de julho de 2007. Integrava a Equipe Nossa Senhora de Montes Claros - Setor A - Porto Alegre/RS CM 420

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NOSSA SENHORA DAS DORES No mês de setembro, celebram-se duas festas importantes de Maria: sua Natividade (8) e Nossa Senhora das Dores (15). Para nossa reflexão e meditação, seguem algumas palavras de João Paulo II sobre a Mãe de Deus que participa do sofrimento do seu Filho. Noite de Sexta-feira Santa, ( ... ) conosco está também a VIrgem Santa Maria. Ela esteve no cimo do Gólgota, como Mãe do Filho moribundo, Discípula do Mestre da verdade, nova Eva junto da árvore da vida, Mulher da dor associada ao "Homem das dores, experimentado nos sofrimentos" (Is 53, 3), Filha de Adão, Irmã nossa, Rainha da Paz. Mãe de misericórdia, Ela inclinase sobre os seus filhos, ainda expostos a perigos e aflições, para ver os seus sofrimentos, ouvir o gemido que se eleva da sua miséria, para levar conforto e reavivar a esperança da paz.

Meditação: No caminho do Calvário A Mãe. Maria encontra o Filho a caminho da Cruz. A sua cruz torna-se a cruz dela; a humilhação dele é a sua, o opróbrio público toma-se o dela. É a ordem humana das coisas. Assim o devem sentir aqueles que a rodeiam, e assim o entende o coração dela: "Uma espada trespassará a tua alma" (Lc 2,35). As pala24

vras pronunciadas quando Jesus tinha quarenta dias, cumpriam-se neste momento. Atingem agora toda a sua plenitude. E Maria, trespassada por esta espada invisível, encaminha-se para o Calvário do seu Filho, para o seu próprio Calvário. A devoção cristã a vê com esta espada no coração, e assim a representa e modela. Mãe das Dores! "Ó Vós que sofrestes com Ele!" repetem os fiéis, sentindo no seu íntimo que é assim mesmo que e deve exprimir o mistério deste sofrimento . Embora esta dor lhe pertença e a toque mesmo no fundo da sua maternidade, todavia a verdade plena deste sofrimento é expressa pelo termo compaixão. Faz parte do próprio mistério: exprime de certo modo a unidade com o sofrimento do Filho.

Meditação: Maria recebe o corpo do Filho em seus braços Ao ver o corpo de Jesus ser tirado da Cruz e colocado nos braços de sua Mãe, diante dos nossos olhos repassa o momento em que Maria CM 420


recebeu a saudação do anjo Gabriel: "Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.( .. ) O Senhor Deus dar-lhe-á o trono de seu pai David (... ) e o seu reinado não terá fim" (Lc 1,31-33). Maria disse apenas: "Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38), como se desde então tivesse querido exprimir o que agora está vivendo. No mistério da Redenção, entrelaçam-se a Graça, isto é, o dom do próprio Deus, e "o pagamento" do coração humano. Neste mistério, somos enriquecidos por um Dom do alto (cf. Tg 1,17) e ao mesmo tempo comprados pelo resgate do Filho de Deus (cf. lCor 6,20; 7,23; At 20,28). E Maria, tendo sido mais do que ninguém enriquecida de dons, paga mais também. Com o coração. A este mistério está unida a promessa maravilhosa formulada por Simeão quando da apresentação de Jesus no templo: "Uma espada trespassará a tua alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações" (Lc 2,35). Também isto se cumpre. Quantos corações humanos se abrem diante do coração desta Mãe que pagou tanto! E de novo Jesus está todo inteiro nos seus braços, como esteve no presépio de Belém (cf. Lc 2, 16), durante a fuga para o Egito (cf. Mt 2,14),

em Nazaré (cf. Lc 2,39-40). Senhora da Piedade. João Paulo II Via-Sacra da Sexta-feira Santa Roma, 2003

••• História O culto à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de Schonau, na Germânia. Em 1239, a sua veneração no dia 15 de Setembro teve início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Servitas). Deve o seu nome à meditação das Sete Dores da Virgem Maria referidas nos Evangelhos: • As profecias de Simeão sobre Jesus (cf. Lc 2,34-35). • A fuga da Sagrada Família para o Egito (cf. Mt, 2,13-21). • O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias, ficando ele entre os doutores em Jerusalém (Cf. Lc 2,41-51). • O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (cf. Lc 23,27-31) • Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (cf. Jo 19,25-27). • Maria recebe o corpo do Filho descido da Cruz (Cf. Mt 27, 55-61). Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Denominação Equipes àe Nossa Senhora A palavra EQU IPE, preferida a qualquer outra, implica a idéia de um fim preciso, procurado ativamente e em comum . As Equipes colocam-se sob o patrocínio de Nossa Senhora. Com isto acentuam o desejo de servi-la e afi rmam que não há melhor guia para levar a Deus do que a própria Mãe de Deus. (Carta das ENS - 60 anos: 1947-2007) CM 420

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ATENÇÃO PARA A REGRA DE VlDA "Acabo de reler algumas páginas dos sermões de São João Crisóstomo e, mais uma vez, fico maravilhado: como se preocupa ele com o progresso espiritual dos cristãos casados que o escutam! Que sentido agudo da vida conjugal e familiar, de suas necessidades e de suas dificuldades! Com que vigor convida os seus ouvintes a se encaminharem para a perfeição da vida cristã! Ao mesmo tempo, que realismo nas suas exigências! No texto que tenho sob os olhos, impressiona-me a importância primordial que atribui à leitura meditada da Bíblia no lar. Quero citar algumas frases do grande pregador: "Eu vos suplico, vinde muitas vezes à igreja, para ouvir a divina Escritura; mas que ela não seja ouvida somente aqui; também em casa, tomai em mãos os Livros divinos, e recolhei com grande cuidado o que de útil eles encerram ... da mesma forma que o alimento material aumenta as forças do corpo, a leitura das Escrituras aumenta as da alma. É um alimento espiritual que fortifica a alma, tornando-a mais enérgica e mais sábia ... Ao voltardes para vossas casas, estabelecei dois quadros: um para as iguarias do corpo, outro para as iguarias da sagrada Escritura ... Maridos, que cada um de vós faça de sua casa uma igreja; não tendes o encargo da salvação de vossos filhos e de vossos servidores, e não tereis de 26

dar contas um dia do cumprimento deste dever? Do mesmo modo que nós, pastores, devemos dar contas das vossas almas, assim também os pais de família terão de responder perante Deus, de todo o pessoal de sua casa". A leitura dos textos de São João Crisóstomo acaba de fazer ressurgir em mim uma inquietação que nunca me deixa por muito tempo: não deveríamos ter incluído nas obrigações de nossos Estatutos esta ou aquela prática religiosa maior? Podem as nossas equipes pretender encaminhar casais que descuram tais práticas para a plenitude da vida cristã? Penso na leitura meditada e regular das Escrituras, no estudo e aprofundamento da doutrina cristã, na meditação, na procura freqüente da Eucaristia e do sacramento da Penitência. (... )A Regra de Vida deveria- é o que esperávamos- permitir a cada qual a inclusão, adaptada e progressiva em sua própria vida, destes diferentes exercícios religiosos e, desta forma, favorecer o acesso a uma vida espiritual de cristãos adultos. De fato, verifico que a prática da Regra de Vida não corresponde muitas vezes ao que dela esperávamos. São por demais numerosos os equipistas que nela inscrevem apenas pequeninas obrigações, descuidando porém de fazer dela o instrumento de seu progresso espiritual. É verdade que, para nela coCM 420


locar o essencial, deveriam conhecer este e sencial... Mas não é justamente para descobri-lo que vos unis em equipe e que cada equipe é beneficiada pela presen-

ça de um conselheiro espiritual?"

Pe. Henri Caffarel Editorial da Carta Mensal de junho de 1963

.............................................. ..... DEVER DE SENTAR-SE ... NO OUTONO Já ouvimos, muitas vezes, a definição do Dever de Sentar-se: "é um longo momento que passam calmamente, todos os meses, marido e mulher juntos, para um balanço de sua vida, sob o olhar de Deus". Simples. Claro como água. Bem compreendido ... Todos os equipistas sabem quantos benefícios tiram de um dever de sentar-se. No entanto é, talvez, entre os meios de aperfeiçoamento, aquele onde eles mais falham ... "A vida desgasta, separa; cada cônjuge tem seu caráter, seus gostos, seu temperamento. É preciso harmonizar tudo isso. É preciso, acima de tudo, planejar a vida em comum e a vida do lar: e planejar não significa apenas fixar horários, programas, atitudes. Planejar é pôr as partes em contato, as pessoas em comum acordo, respeitando cada um as fraquezas do outro e valorizando suas qualidades. Planejar é, sobretudo, dialogar, comunicar o mais íntimo de si, conservar o entusiasmo, a grandeza e o ideal do matrimónio cristão, como no primeiro dia de casados" . (Carta Mensal de junho de 1971) CM 420

Se é importante planejar quando se é jovem, quando se está na primavera, também é muito importante fazer planos quando se está no outono ... e, por que não, para o inverno, quando ele se aproxima ... É que o inverno é uma estação dura, difícil, longa ... Há o frio. E como é penosa a falta de calor!. .. Mais penoso ainda é o frio no coração, na vontade, na alma, no amor... Há a neve. Gelo que mata a colheita, que seca os prados, que apaga as cores e afugenta as aves ... Como é penoso o gelo que entorpece a vida ... Há que armazenar provisões. Há que empilhar a lenha para a lareira. Deus nos livre de uma lareira apa27


gada durante o inverno! Então, vamos sentar para planejar. Calmamente, na presença de Deus, nós que já estamos no outono (e já se vê neve em algumas cabeças ... ), vamos conversar, vamos trocar idéias ... vamos fazer uma revisão da nossa caminhada na primavera e no verão que ficaram para trás ... Que as tristezas, que os erros, que os desacertos, que os pequenos desamores, que todos os obstáculos do caminho sejam vistos com os olhos novos, com os olhos da experiência, com os olhos de quem aprendeu a discernir o dedo de Deus em todos os passos do caminho. E que as alegrias, as coisas felizes nos sirvam

de estímulo para a entrada do inverno que se anuncia. Que esta troca de idéias, singela, humilde, franca, seja ao mesmo tempo de compreensão mútua, de ação de graças e firme resolução de olhar sem temor para o futuro que nos aproxima cada vez mais de Deus. Que cada um de nós, os "velhinhos de coração jovem", encare com toda a confiança a nova fase do amor que nos espera e que, vivido sob o olhar de Deus, pode ter a beleza serena do entardecer.

De um CRS de Curitiba/PR Extraído da Carta Mensal de outubro de 1974 (p. 22-23)

................................................... NAMORAR SEMPRE A mais bela cena que visualizamos para propormos uma reflexão sobre o "namoro" encontramos na origem da humanidade, quando o amor de Deus esteve presente na criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança. A busca da felicidade a dois, nascia de um desejo de complementaridade, através de uma experiência nova que desse sentido a ambas as vidas: a realização plena como pessoas humanas, pressupondo obediência à liberdade e à individualidade do outro. Assim precisam ser o namoro e o noivado- fases de preparação para o casamento - que não devem ser entendidas como passatempo, brincadeira de amor descartável, nesta 28

época marcadamente hedonista em que vivemos. A atração mútua aumenta a cada dia e a sensação de estar "amando" acontece. A grandeza dessas etapas reside e se fundamenta no respeito que demonstramos à pessoa do outro. A busca de uma resposta aos anseios pessoais e a abertura de novos horizontes de vida devem prevalecer. Ao unirmos nossos destinos através do sacramento do Matrimônio, presumimos que não existam apenas simpatia ou uma paixão momentâneas; o início, porém, de um amor perpétuo abençoado por Deus. Não há outra razão para olharmos para o futuro e o desejarmos intensamente. Afinal, o que queremos exprimir CM 420


quando dizemos sim, mesmo sabendo que obstáculos e desafios existirão e deverão ser enfrentados com a ajuda mútua? O projeto de um casamento é para toda a vida e a certeza de sua execução a cada dia é a força motivadora para marido e mulher escreverem sua própria história. Casamos, mas sabemos que o amor não está pronto. É um processo dinâmico, pelo qual nos colocamos a caminho, vivenciando uma espiritualidade com forte presença da Oração Conjugal, com ternura, companheirismo e confiança mútua, e tentando impedir que a rotina ganhe espaço na convivência. Como todas as vocações, a união matrimonial está cheia de oportunidades para o crescimento pessoal e conjugal. A dificuldade está em saber reconhecêlas e aproveitá-las. O Dever de Sentar-se é imprescindível para a percepção do casal. O silêncio, muitas vezes, pode ser inimigo do relacio-

namento. Quantos casais separamse, sem ao menos saber o porquê da "falência" amorosa? Há tempo para avaliar periodicamente o progresso ou a regressão de nossa caminhada na busca da santidade; para aproveitar o instante e planejar o futuro, para namorar em qualquer idade. As recordações são oportunidades para curtir momentos agradáveis e impulsionar o nosso viver para uma doação maior: os elogios, o primeiro beijo, a conversa nos bancos do jardim, as danças com os rostos colados, as flores ofertadas, os jantares românticos, nossos momentos de mútua intimidade, das juras eternas ... Namorando sempre, esperemos juntos a noite deste caminhar, na expectativa da alvorada eterna da vida em Deus, o Amor dos amores. Sandra e Calil Eq. 2 A -N. S. de Fátima Juiz de Fora/MG

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A ORAÇAO CONJUGAL "Nas Equipes de Nossa Senhora, assim como os casais cooperam no estudo, assim também o fazem na oração. Reza-se uns com os outros. Reza-se uns pelos outros". (Carta ENS) "Em verdade, eu vos digo, se dois entre vós, sobre a terra se unirem para pedir alguma coisa a meu Pai, Ele os atenderá. Porque onde CM 420

dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" (Mt 18,19-20). "Escudados na promessa do Senhor, os casais das Equipes esmeram-se em não perder de vista apresença de Cristo entre eles e praticam a oração em comum com alegria e confiança". (Carta ENS) ( ... ) 29


Um casal que deixe de fazer a oração conjugal, voluntariamente, ao longo do ano, a pretexto de que faz a oração familiar, falha em certa medida no seu casamento. Trata-se de louvar a Deus juntos, de procurar juntos a Sua vontade acerca da farru1ia e não tanto de aprofundar a nossa intimidade conjugal, de nos conhecermos melhor. Se forem estes os efeitos da nossa oração, tanto melhor, mas não é esse o seu objetivo. O momento solene deste culto do casal a Deus é a oração conjugal. À noite, quando este homem e esta mulher rezam junto do leito, é a oração do Seu Filho bem-amado que o Pai dos céus ouve, porque o Espírito Santo inspira os sentimentos de seu coração. Enquanto não se atinge este nível da oração conjugal, não se pode compreender nem realizar bem a oração familiar.

Disposições necessárias 1) É preciso que o casal seja um ca-

sal, quer dizer, um homem e uma mulher unidos não só materialmente, mas também espiritualmente. Que a sua união visível seja o sinal da sua união de alma. "Que sejam um". 2) Que marido e mulher renovem a sua fé nesse pacto que Cristo celebrou com eles, na sua presença entre eles. 3) Que juntos escutem Cristo. Efetivamente, como será possível rezar como Cristo e em união com Ele, se não se procurou compreender primeiro os seus pensa30

mentos, os seus sentimentos, as suas intenções para os fazer seus e os exprimir a Deus? Que quer dizer escutar Cristo? Em primeiro lugar, começar a oração por uma leitura da Bíblia, em seguida, meditarem juntos. Depois procurarem o pensamento do Senhor sobre o dia que passou e sobre o que virá. Então, e só então, falarem a Deus, falarem espontaneamente, sem fórmulas feitas , para lhe dizerem o que pensam.

Benefícios Quando os cristãos rezam é em primeiro lugar para honrar a Deus. Mas não impede que sejam muitos os benefícios desta oração. Não nos disse Cristo que, se procurássemos o Reino de Deus, todo o resto nos seria dado por acréscimo? Eis alguns desses acréscimos: - Profundo conhecimento recíproco do casal. - União espiritual entre os esposos. - Estímulo à vida cristã própria do casal. - Finalmente, o benefício da fecundidade espiritual. Se todos os casais cristãos estivessem convencidos da importância da oração conjugal, se, em todos esses casais, a oração conjugal fosse viva, haveria no mundo um prodigioso aumento de alegria, amor e graça.

Maria Elisa e Mestriner Extraído da Carta Mensal de abril de 1974 (p.21-22) CM 420


PESSOAS QUE NOS EDlRCAM Fernando e eu temos, na Pastoral da Saúde de nossa Paróquia, a função de escutar as pessoas. Procuramos ser ombro amigo e acolhedor das pessoas que precisam desabafar um pouco. Naquela tarde, D. Maria chegou procurando por um medicamento na farmácia da Pastoral. Ela se encontrava visivelmente abatida e desanimada e a convidamos a se assentar um pouco em nossa sala. - E aí, D. Maria, como vai a vida? - Vamos indo ... Minha casa pegou fogo, mas já estou ganhando, aos poucos, uma casa novinha. A construção já está bem adiantada e já ganhei tanta coisa, mas tanta coisa ... Fiquei sem a roupa do corpo, pois na hora do incêndio eu estava no banho. Saí enrolada na toalha. Enquanto minha casa incendiava, olhei para o céu e tive a certeza de que Nossa Senhora da Piedade ia me dar uma casa nova. Sabe filha, fui criada sem pai e sem mãe, na casa dos outros. Um dia vim aos pés de Nossa Senhora da Piedade e pedi a Ela que arrumasse um moço bom para mim, pois já não agüentava mais sofrer. Naquele ano, no dia do meu aniversário, conheci o homem que veio a ser meu marido: viúvo com seis filhos. Casamos e eu criei os seus seis filhos e mais dois nossos. Trabalhei que nem uma leoa e os criei com CM 420

meio salário mínimo. Tenho certeza de que eu tinha, na vida desse homem, uma missão, pois ele morreu sete anos depois. Hoje, meus enteados são meus amigos: todos têm suas casas e estão me ajudando a construir a minha. Outro dia falei com Nosso Senhor Jesus Cristo: Se eu tiver de perder a minha fé, o Senhor tira a minha vida. Nesse momento, emocionada, eu percebi de onde vinha tanta força! Seguindo, perguntei: - Estou achando a Senhora meio triste. O que mais a incomoda agora? -É meu filho. O meu filho mais novo está bebendo muito. É um moço triste! Não trabalha ... só sabe beber. Mas tenho a certeza que Nossa Senhora da Piedade vai me conceder mais esta graça: a de ver meu filho curado. Conversamos sobre a possibilidade de encaminhá-lo ao AA e ela mesma freqüentar as reuniões de familiares de alcoólatras (ALANON). Naquela tarde, saí da Pastoral e fui ao Santuário da Piedade. Do fundo do meu coração, como Dona Maria, disse a Jesus: Senhor, se for para eu perder a minha fé, tira a minha vida.

Shirley e Fernando Eq. N. S. da Ajuda Setor Barbacena/MG 31


MARlA,NOSSAMAE! Às vezes nos esquecemos desta afirmação, mas Maria não esquece que nós somos filhos. Há uns quatro anos, passei por um problema de saúde muito grande: tremia todo o corpo e mal conseguia ficar em pé ou andar. Passei por vários médicos e tive muitos diagnósticos diferentes: Mal de Parkinson, depressão, problemas neurológicos, entre outros. Tomava vários remédios e cada dia ficava pior. Todos rezaram muito, especialmente a nossa equipe, sempre pronta a nos ajudar em tudo o que nós precisávamos. Mas faltava, eu acho, aquela fé verdadeira, de que realmente Maria é a nossa Mãe e a Mãe não deseja ver o filho doente. Faltava parar de olhar para o próprio sofrimento e acreditar que tudo era passageiro. No dia 13 de maio de 2004, fui a um outro médico, estava na sala de espera, quando uma mulher começou a conversar comigo. Eu estava com dificuldade até para falar, mas resumi para ela o meu problema de saúde e disse do quanto eu estava desanimada por não ter melhora alguma. Eu tinha medo de morrer, de ficar sem andar ou falar. Depois de me ouvir, a mulher perguntou se eu acreditava em Nossa Senhora. Ela, então, me disse: Nossa Senhora é nossa Mãe e a Mãe não gosta de ver o filho sofrer, acredite nisto que você será curada. 32

Hoje é dia de Nossa de Fátima e tirou uma gargantilha do pescoço com uma medalha de N. Senhora de Fátima e disse: Ela vai iluminar este médico, pois este será o último a que você vai, Nossa Senhora vai te curar, acredite! Incrível! Cheguei no consultório de cadeira de rodas e dez dias depois eu estava bem, já conseguia fazer coisas simples, como lavar louças, arrumar minha cama, coisas que há muito tempo eu não conseguia fazer. Eu tinha muita vontade de um segundo filho, mas ele não vinha. Depois de três anos que eu havia recuperado a saúde, estando o nosso filho já com 12 anos, eu engravidei e descobri que eram gêmeos. Então, novamente muita fé e oração, pois um dos remédios que eu tomara poderia fazer mal para os bebês. Foi uma gravidez de risco, com muito repouso e oração. Mas valeu a pena, porque a Letícia e a Larissa estão grandes, fortes e sadias. Maria é nossa grande Mãe e não nos falta nunca. Está sempre pronta a nos ajudar, mesmo quando não pedimos, Ela sabe do que precisamos. Agradecemos a Deus que nos deu Maria por mãe. Núbia do Antonio Equipe N. S. das Vitórias Ituiutaba Região Goiás Sul CM 420


NOSSA SENHORA E AS EQUIPES Mudanças aceleradas acontecem hoje no mundo . A família é ameaçada em sua estrutura, sofrendo lamentáveis prejuízos. Mas não é só a família que sofre ataques. A sociedade como um todo está doente com a falta de ética, com a injustiça e a exclusão social, com o desrespeito ao meio ambiente, com a violência urbana e rural. O ritmo frenético de vida da sociedade projeta o homem para o individualismo, numa busca insaciável do prazer e do ter. É nesse mundo que vivemos. Não é por sermos equipistas que estaremos imunes às tentações que acompanham essas transformações. O nosso Movimento, porém, tem Maria como intercessora e protetora. Está sob o manto dela, porque ela conduz a Cristo, que é o centro da vida espiritual dos equipistas. Com Maria, aprendemos a ver as alegrias e esperanças, as angústias e tristezas do nosso dia a dia através dos olhos de Deus. Como casal, o olhar de Maria CM 420

nos convida a perceber a importância do Evangelho em nossa caminhada, para enfrentarmos com fé e esperança os problemas do mundo de hoje. Ela nos convence de que o mal que está no mundo é oportunidade para, como cristãos, assumirmos uma nova evangelização, para fazer um mundo diferente, a partir de nós mesmos e do nosso testemunho. Assim como Maria esteve junto com os apóstolos no Pentecostes, ela nos leva a entender que não 33


estamo sozinhos, pois as Equipes de Nossa Senhora nos proporcionam viver numa comunidade, a equipe. Na equipe contamos com a ajuda daqueles que partilham conosco o mesmo ideal de perfeição. Na equipe, mutuamente nos ajudamos a conhecer as dificuldades de viver como cristãos e a ter consciência da nossa própria fraqueza e que, por isso, serão insuficientes nossos esforços isolados. Para perseverarmos como casais cristãos neste mundo, onde prevalece o egoísmo e o individualismo, o Movimento oferece meios, os PCE, para serem vivenciados em casal e partilhados comunitariamente, como ajuda mútua, entre os irmãos de equipe, na reunião mensal. É pelo espírito de vida comunitária forjado na vida de

equipe e pela vivência da espiritualidade conjugal que testemunharemos à sociedade de hoje que é possível um mundo menos individualista, um mundo de relações harmoniosas e de amor, um mundo como um reflexo do amor de Deus. Esse mundo novo nós o vamos construir a partir da família, pela transformação do casal, pela formação de nossos filhos, apontandolhes o reto caminho e prevenindoos contra todo o mal que existe. Nisso tudo, Maria não é só nossa intercessora e protetora. Ela é modelo de fidelidade à Palavra de Deus e ao ensinamento do seu Filho, que ela "meditava em seu coração". Terezinha e Nero CR Região S.Paulo Oeste I

................................................... OS PCE E A COERÊNCIA Nós fomos escolhidos para, neste ano de 2007, sermos o casal responsável da nossa equipe. Para nós foi mo ti vo de alegria estarmos disponíveis para tão honroso trabalho. No momento do sim, fizemos de joelhos, diante de Deus e da equipe, esta oração: nada somos, nada temos, nada podemos e dentro do nosso nada o Senhor é tudo. E com a graça de Deus o Senhor vem nos conduzindo, para que possamos retribuir tudo que Ele tem nos dado. 34

Num dever de sentar-se, conversamos sobre a importância de fazermos os PCE, pois como incentivar os casais de nossa equipe a praticálos se nós não nos esforçarmos por vivenciá-los? Este questionamento nos tocou profundamente e nos está levando a ser coerentes conosco mesmos e com a nossa equipe. Fátima e Guedes Eq. 02- N. S. de Fátima Setor B Maceió/AL CM 420


PERSEVERAR É PREClSO Caros irmãos em Cristo, temos somente três anos de caminhada equipista, porém tenho a alegria de ser filha de equipista e cresci convivendo com o movimento e seus membros. Também tenho a graça de fazer parte da paróquia de Santana cujo pároco, Pe. Walter, é um incansável defensor da farm1ia e do sacramento do Matrimônio. Com certeza esses dois detalhes fizeram toda a diferença na minha vida pessoal e em nossa vida de casal. Não tivemos um bom começo de vida matrimonial, vivemos uma dura história de amor antes da bênção do Senhor, com separação, tristeza, provações, porém temos muito que agradecer, muitos milagres para testemunhar. O primeiro conselho que minha mãe nos deu assim que nos casamos foi o de orar todos os dias a oração do Magnificat, e por muito tempo o fizemos; morávamos num quarto/cozinha e banheiro, no fundo da casa de meus pais e de lá só mudamos cinco anos depois, com nossas duas filhas, sem contar que nesse período, por contingências profissionais, tive que ficar um ano na cidade de Lavras/MG, longe do meu amado marido e de minhas filhas pequenas. Foi um tempo difícil, mas abençoado. Enquanto isso, o Roberto sedesdobrava, com a ajuda de minha mãe, no cuidado da casa, das crianças, do trabalho e da escola. Hoje fazemos parte de uma equipe, N. S. do Sorriso, que nos ajuda a querer permanecer juntos, apesar de toda dificuldaCM 420

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Perseverar é preciso, hoje, amanhã e sempre, porque não estamos caminhando sozinhos.

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de, e nos fortalece e ampara no trabalho pastoral e em outros movimentos de que participamos, nos dando subsídios e maneiras para espalhar a boa nova da graça que é ter uma família unida e perseverante. Temos problemas? Claro! Mas em nenhum momento duvidamos da presença amorosa de Deus e da intercessão incansável de Nossa Senhora. Não posso esquecer de partilhar do grande presente que recebemos há dois anos, nosso terceiro filho, o Kaio, que encheu nossa vida familiar de alegria. Por isso a grande lição que tiramos é que perseverar é preciso, hoje, amanhã, sempre, porque não estamos caminhando sozinhos. Como diz o nosso querido SCE, Pe Marcos, "Jesus faz estrada conosco" e, nos momentos mais difíceis, ele nos carrega no colo. Pedimos a Deus que as noites traiçoeiras que por ventura vierem para nós, para todos nós, possam ser precedidas por uma confiança inabalável na presença de Jesus e no seu poder.

Patrícia do Roberto Eq. N. S. do Sorriso - Setor A Varginha/MG 35


MARCA DO MATRlMÔNlO Embora o tema do ano seja a conjugalidade, ela diz respeito a mim, mesmo na viuvez. Sob um diferente enfoque, sem dúvida. Mais fazendo memória da vida conjugal do que propriamente analisando apenas o presente. Todas as etapas da vida são significativas. Passada a fase de construção contínua do relacionamento conjugal, depois de mais de 30 anos de matrimônio, chega-se à fase da manutenção, tão fundamental quanto a anterior. É na manutenção que não permitimos que pereça ou desbote a harmonia, edificada tijolo por tijolo na lide diária. No meu caso particular, o alvo a ser atingido agora é a harmonia familiar, diretamente dependente da conjugal. Percebo, com alegria, que Deus me auxiliou a plantar árvores frondosas, que me acolhem e me fornecem sombra hospitaleira. Levo no rosto e na alma as cicatrizes da vida; igualmente é verdade que me rejubilo pela minha existência, confirmando a frase que "quem passa pelo fogo leva, necessariamente, as cores do arco-íris", nem sempre visíveis, porém presentes onde há sol! A busca dessa 36

luminosidade move as minhas horas , sobretudo quando elas se apresentam sombrias. E consigo iluminá-las, porque Deus me presenteia sempre com sua graça. O viver sozinho - não solitariamente - destitui-nos do prazer de nos sentirmos importantes, desejados, influentes, essenciais à engrenagem doméstica e rotineira. Não fazer e nem receber carinhos, ter pequenas atenções ou até sofrer reprimendas, exercitar o auxílio mútuo, tão fundamental para o convívio, fazem realmente grande falta! Pensem então na lacuna deixada pela impossibilidade do Dever de Sentar-se. E na Oração Conjugal! Não ter mais meu cônjuge significa, em muitas ocasiões, ser um CM 42 0


apêndice. Querido, no entanto, quase prescindível. Viver a dois tem suas complicações. Lutar por um viver conjugal harmonioso implica riscos também, mas reflete sabedoria. A força reside no fato de nos beneficiarmos deles e com eles amadurecermos. Quem gosta de apunhalar a própria vida? Quem busca, deliberadamente, a morte? Por que, então, muitos casais equipistas, não se desarmam e buscam a paz em casa? Por que se magoam diuturnamente? Ou agem simplesmente com cordialidade e não com caridade? Ou não percebem a força que têm os Pontos Concretos na orientação de uma existência profícua? Sozinhos nada podemos fazer. Somos humanos imperfeitos e, durante a vida toda, precisamos entender os limites pessoais e do próximo para buscar a sintonia entre o projeto particular e o que Deus espera de nós. Esquecemo-nos desse fato muitas vezes e não agimos abnegadamente com o cônjuge. Curioso é me lembrar agora que, nas ocasiões de desunião, quem sempre deu o passo inicial para a reconciliação, em meu caso, sempre foi o menos errado, o mais coerente, ou, em outras palavras, aquele que mais mostrava amor, no momento. Todos vocês ainda têm tempo! Estão juntos, com a graça de Deus. Usem a argamassa preparada com tanta dedicação pela ENS. Invistam nos Pontos Concretos de Esforço e tornem seu casal gradativamente mais sólido, oferecendo segurança e CM 420

tranqüilidade a vocês mesmos, à família e aos que os procuram. Imaginem-se vivendo sem seu cônjuge. Seria melhor? Pior? A independência lhes traria satisfação? Fazer o que quiserem, sem prestarem contas, sem necessitarem "driblar" o cônjuge para conseguir alguma mudança, é seu modelo de felicidade? Experimentem por uns minutos começar sozinhos seu dia e vivê-lo (apenas um dia) sozinhos. Passem a noite sozinhos. Eu afirmo que não é alentador. Aceitei, porém, o desígnio de Deus que levou tão cedo meu Luizão. Sinto diariamente saudades dele, mas a riqueza espiritual que pude. . mos v1ver permanece em m1m, nos meus filhos, noras e em minha Equipe, cujos membros são meu suporte nas necessidades e alegrias. Continuo batalhando para me aperfeiçoar. O caminhar sozinho é mais lento, mais cheio de tropeços, já que o arrimo não está mais fisicamente a meu lado. Não ajam como os dois discípulos de Emaús que caminhavam na companhia de Jesus ressuscitado e não o reconheciam. Vejam sempre seu cônjuge como o companheiro abençoado de sua viagem e, principalmente, orem todos os dias por ele e digam sempre que possível: "Obrigado, Senhor, por estarmos juntos". E que Nossa Senhora os leve a serem, dentro das circunstâncias próprias, felizes.

Maria Inês (do + Luizão) Eq. N. S. Aparecida- Limeira/SP 37


CASAMENTO Existem casamentos onde o casal vive entre tapas e beijos. Ali existe um lar desgastado e filhos revoltados. Há uma eterna intranqüilidade na família. Mas há casamentos onde marido e mulher se entendem, se amam, trazendo equilíbrio para o lar. Os filhos são ajustados. Reina amor, fé e paz na farru1ia. Ao completarmos 50 anos de casados, acredito que estamos no segundo caso. Além da quantidade de anos juntos, tivemos uma vida de muito trabalho. Porém a compreensão e a ajuda recíproca nos fizeram conseguir o fim desejado, sempre de comum acordo, lutando pelos mesmos ideais. O melhor fruto do nosso casamento são os nossos 4 filhos: ajuizados, amorosos, responsáveis, nunca nos deram preocupações sérias. Segundo dizem, "Viver é fácil, difícil é conviver". Pelo tempo que estamos juntos, realmente existiu paz em nossa convivência. Para que esta seja boa, é preciso aprender a prática da renúncia. Saber falar na sua hora e calar na hora dele.

Na educação dos filhos, não basta apenas o diálogo. Este só será válido se houver exemplo. Nós não somos donos da vida dos nossos filhos, mas eles necessitam que sejamos seus gerentes até certa idade. Primeiramente, precisamos dar-lhes muito amor e assumir a responsabilidade por incutir neles a fé em Deus. É necessário respeitar o seu modo de pensar, pois eles são seres pensantes e cada cabeça é um mundo. Aceitar que um dia, como passarinhos ao criar asas, voarão em busca do seu destino, construirão sua família, seu lar, que, mediante os exemplos que tiveram, certamente serão equilibrados, lugar onde o amor e a fé em Deus reinarão. Portanto, é grande a responsabilidade no casamento, também em relação ao sexo. Em tudo, o mais importante é o equilíbrio de comportamento. A verdade é que tudo dará certo se existir fé em Deus e amor, muito amor. Lucimar do Lanfranco Eq. N. S. Esposa do Espírito Santo Jaboatão dos Guararapes/PE

As Equipes de Nossa Senhora entendem que, hoje como no tempo dos Apóstolos, os não crentes serão ganhos para Cristo se virem os casais cristãos amarem-se realmente e auxiliarem-se mutuamente na procura de Deus e no serviço prestado aos seus irmãos. Assim, o amor fraterno, ultrapassando o auxílio mútuo, torna-se testemunho. (Carta das ENS - 60 anos)

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A FAMÍllA DOS lNTERCESSORES Pe. Caffarel se preocupou muito com as dificuldades enfrentadas pelos casais na vivência de seu casamento, como cristãos. Por isso, lançou um apelo para que voluntários formassem uma grande comunidade de oração, com a missão particular de interceder pelo matrimônio cristão e pela famOia. Vamos reler aquela proposta de Pe. Caffarel, cheia de ambição espiritual e de concreta sabedoria: "Além de faltar terrivelmente a oração em nosso mundo, duas convicções profundas estão na origem da idéia que vos submeto: A primeira: somente a oração prolongada é caminho para se chegar a uma elevada oração. A segunda: a oração notuma é preciosa aos olhos do Senhor. 'Não podeis vigiar uma hora comigo?', questionava o Senhor aos seus apóstolos. Proponho, então, àqueles que, dentre vós, crêem discernir no meu convite um apelo de Deus, que se comprometam a rezar uma hora, de noite, uma vez por mês. Que rezem: ... pelos casais, especialmente por aqueles que contam conosco. Então, será como se cada casal, necessitado do socorro de Deus, cada casal em perigo, cada CM 420

casal que uma tentação ameaça, se dirigisse ao Senhor nesses termos: 'Confio-me àqueles irmãos que, na próxima noite, irão oferecer-Vos uma oração ininterrupta'. É a certeza de que suas necessidades serão apresentadas a Deus, que lhes fará encontrar força, confiança e paz. Que unam sua oração àquela de todos os grandes orantes da noite: carmelitas, trapistas, beneditinos ... , unindo-se Àquele que a Carta aos Hebreus nos diz que, à direita do Pai, "sem parar, intercede por todos nós". Assim eles levarão a Deus as grandes intenções da Igreja e intercederão pela humanidade toda." Fruto dessa proposta de Pe. Caffarel, surgiu a Fanu1ia dos Intercessores, como uma corrente de ora39


ção em todo o mundo. O Movimento das Equipes de Nossa Senhora a assumiu, não como parte de sua estrutura, mas como um "serviço" em prol dos casais do Movimento, dos casais cristãos, dos casais em dificuldade. As três alternativas propostas ao intercessor, que escolhe uma delas: • O compromisso de uma hora de oração mensal, em data e hora fixa, de preferência à noite. • O compromisso de um dia de jejum por mês, também em data fixa. • O oferecimento diário da própria vida, das dificuldades e provações. Qualquer pessoa pode fazer parte da farru1ia dos Intercessores. Basta crer no valor da intercessão de uns pelos outros, em união com Cristo, a exemplo de Maria em Caná da

Galiléia. Os intercessores intercedem em silêncio pelas necessidades de pessoas, de casais, de farru1ias ... procurando manter discrição quanto aos nomes daqueles por quem rezam. Os nomes das pessoas, bem como a Intenção Geral proposta em cada trimestre, lhes serão passados pela coordenação nacional/regional, através de uma Carta trimestral. Quem desejar inscrever-se como membro da Família dos Intercessores, deve enviar uma solicitação ao Secretariado Nacional das ENS : Rua Luís Coelho, 308 - 5° andar conj. 53 - CEP: 01309-902 - São Paulo/SP. Ou através do e-mail secretariado@ens.org.br

Sola e Sérgio Coordenação dos Intercessores no Brasil

Queridos irmãos em Cristo Jesus Queremos nos dirigir, de forma particular, a cada um de vocês para agradecer o apoio e as orações que sempre recebemos durante trinta anos em que estivemos com a responsabilidade dos Intercessores no Brasil. Foi um tempo de muitas graças que recebemos de Nosso Senhor por tão pouco que fizemos. Nossa missão passará a ser exercida por Sola e Sérgio, indicados pelos responsáveis da Super-Região : Graça e Roberto. A missão não termina aqui, pois continuamos como Intercessores e todos aqueles que precisarem de orações urgentes nos enviem por e-mail. Esperamos poder contar com as preces de todos. Dirce e Rubens

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COMUNIDADE N. SRA. DA ESPERANÇA A nossa Igreja Católica vem ao longo do tempo, de maneira progressiva, procurando aperfeiçoar pedagogias de evangelização, com a finalidade de engajar os seus fieis leigos. Pastorais, movimentos e serviços da Igreja são desenvolvidos com esta finalidade. Cada movimento da Igreja tem o seu carisma, a sua mística e normas próprias. Muitos movimentos englobam grupos específicos de pessoas: ENS, ECC, EJC, EJNS, Infância Missionária etc. Havia uma lacuna (embora já tenha havido iniciativas isoladas nesse sentido): um movimento que desse suporte a uma categoria, talvez a mais carente, a mais necessitada de atenção, de incentivo e apoio- o grupo de viúvas/os e pessoas sós, (solteiros, separados ou desquitados). D. Nancy Moncau, aos 83 anos de vida, tendo vivido por mais de 20 anos a condição de viuvez, sabedora das carências e dificuldades enfrentadas pelas pessoas nesta condição de vida, teve a brilhante idéia, iluminada pelo Espírito Santo, de criar para tais pessoas um movimento semelhante ao das Equipes de Nossa Senhora. O movimento tem, como objetivo, promover e desenvolver, em cada grupo formado, uma espiritualidade adequada à condição de viuvez e de pessoas sós. Da mesma maneira que empunhara a bandeira para fazer crescer o CM 420

movimento das ENS, com seus dons naturais de firmeza de propósitos, discernimento e disponibilidade, D. Nancy soube enfrentar este novo movimento com a mesma abnegação. Após ter amadurecido a idéia, convidou alguns casais equipistas, no ano de 2003, entre eles o casal Cleide e Valentim, atualmente, Casal Coordenador da Equipe Dirigente Nacional do Movimento, com sede em São Paulo, para ouvir-lhes as suas opiniões a respeito. Foi convidado também por D. Nancy o Conselheiro Espiritual Pe. João Affonso Zago. Uma vez aprovada a idéia, planejaram e formularam toda a dialética documental e pedagógica das CNSE (Comunidade Nossa Senhora da Esperança). Em 2005, implantaram, com pleno êxito, os primeiros grupos das CNSE em São Paulo. A semente germinou, floresceu e emitiu raízes para o Rio de Janeiro e outros estados. No final do ano de 2005, começamos a trabalhar em Recife/PE, onde, em abril de 2006, implantamos o primeiro grupo na Paróquia do Espinheiro. Atualmente já contamos com oito grupos em Pernambuco, sendo 3 em Recife, 3 em Surubim e 2 em Pesqueira. Tem havido grande interesse e uma procura muito grande de pessoas buscando se engajar nos grupos, sinal evidente da necessidade de fazermos crescer o movimento. Novos grupos estão em forma41


ção à espera de casais e/ou viúvas/os equipistas (ENS) disponíveis para coordenação. Se algum fiel tem viúva em casa procure dar-lhe assistência (lMt 5,16). O nosso incentivo inicial surgiu após dialogo de Luizinha com D. Nancy, através de telefonema, e, posteriormente, pela surpreendente quantidade de pessoas interessadas em participar, após anúncio pelo vigário da Matriz do Espinheiro, Frei Dennis. Com o transcorrer de um ano de experiência, podemos aquilatar os benefícios proporcionados aos participantes, como: transformações

pessoais, equilíbrio emocional, conscientização, mudanças de atitudes e alegria de viver. Trouxe para nós, casais coordenadores e conselheiros espirituais, uma experiência nova, que muito nos abastece no campo espiritual e na disposição de servir. "Que Deus esteja na sua casa e seja o primeiro a ser buscado, o primeiro a ser amado e o primeiro a ser servido". (Pe. Henri Caffarel)

Luizinha e Epaminondas Eq. 5, Setor A - Recife/PE CRR das CNSE em Pernambuco

................................................... NÃO MATARÁS! Certa mãe, carregando nos braços um bebê, entrou num consultório médico e, diante do doutor, começou a lamuriar-se: Doutor, o senhor precisa me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e estou grávida de novo. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas sim num espaço grande entre um e outro. Indaga o médico: -Muito bem! E o que a senhora quer que eu faça? A mulher, esperançosa, respondeu: Desejo interromper esta gravidez e quero contar com sua ajuda. O médico pensou alguns minutos e disse à mulher: Acho que tenho uma melhor opção para solucionar o problema e é menos perigoso para a senhora. A mulher sorria, certa de que o médico aceitara o seu pedido, quando o ouviu dizer: - Veja bem, minha senhora, para 42

não ficar com dois bebês em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, o outro poderá nascer. Se o caso é matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar o que a senhora tem nos braços é mais fácil e a senhora não corre nenhum risco. A mulher apavorou-se. Não, doutor! Que horror! Matar uma criança é crime. Infanticídio. O medico sorriu e, depois de algumas considerações, convenceu a mãe de que não existe a menor diferença entre matar uma criança ainda por nascer, mas que já vive no seio matemo, e uma já crescida. O crime e o pecado são exatamente iguais. Não existe justificativa nenhuma para o aborto.

Recolhido da Internet Colaboração de Elígia e Beto Eq. N.S. do Rosário- Setor D Porto Alegre/RS CM 420


A VIDA PEDE PASSAGEM Em tempos modernos, não se pode pensar na vida em sociedade prescindindo do Direito, pois o Direito nasceu da necessidade de disciplinar as relações sociais, algo que nos acompanha desde os mais remotos preceitos bíblicos. Refletindo sobre as 1O normas estabelecidas nos Dez Mandamentos entregues por Deus a Moisés, chegamos à conclusão de que seriam apenas "10 artigos de uma só Lei" a resumir tantos ramos do Direito Moderno, tantas leis e tantos outros artigos específicos. Encontramos neles um misto de Direito Civil, Direito Penal, Direito Comercial, Direito do Trabalho, enfim, ditames que, posteriormente, seriam reduzidos a dois, pelo próprio Deus, na pessoa do Filho encarnado, Jesus Cristo: "Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe" (Me 12,29-31). Entretanto, apesar da lição maior que se resume no "amor a Deus e à vida", a criatura, na insana busca de superar o Criador, ainda necessita de milhares de artigos e códigos que possam aplacar seu desejo de inovação, assim, até mesmo o objetivo de Deus se fazer homem- "eu vim para CM 420

que todos tenham vida e vida em abundância" (Jo 1O, 1O)- vem sofrendo investidas insensatas e abusivas, como a discussão acerca do aborto e sua eventual descriminalização. O tema é hodiernamente tratado no artigo 124 e ss do Código Penal Brasileiro, sendo tipificado e punido com sanções, que vão desde a detenção de O1 a 03 anos - à gestante, ao realizar a conduta ou quando permitir que terceiros a cometam com o seu consentimento, até chegar à reclusão de 03 a 10 anos quando provocado por terceiros, sem o consentimento da gestante. Na verdade, os defensores da descriminalização do aborto o fazem vislumbrando ser um "simples método contraceptivo", mais ainda, chegam a defendê-lo em nome da liberdade da mulher, frente a um "planejamento familiar" e até mesmo à manutenção da saúde estética. Esses conceitos, na verdade, ocultam pechas de irresponsabilidade, desinformação e covardia! Inevitavelmente essa discussão passa pela conceituação da origem da vida. Para tanto, nunca é demais lembrar que o aborto dentro do próprio Código Penal já possui suas exceções, sendo elas quando na "iminência de risco à vida da gestante ou em uma gravidez decorrente de estupro" (Com o que a doutrina da Igreja não concorda, pois defende sempre a vida), mas a ousadia humana almeja mais ( ... ) Buscase no Brasil uma abertura sem precedentes à prática do aborto, o que, 43


Querer legalizar a prática do aborto é uma insensatez que busca, em sua essência, descriminalizar o homicídio. além de assassinato do nascituro, vem em detrimento da própria estrutura psicológica, espiritual e familiar da sociedade. Sob a ótica legal, o art. 2°, de nosso Código Civil, diz: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Na intenção da lei, estão assegurados os direitos ao embrião nascituro, e, aí, inegavelmente, está o Direito à Vida, amparado e previsto textualmente no art. 5° ,da nossa Constituição Federal. Apesar de todos os debates sobre o assunto, há de prevalecer o ensinamento dos Pitagóricos da Grécia antiga, quando afirmavam que "a vida começa na fecundação". Com efeito, a fusão do espermatozóide com o óvulo gera efetivamente a vida. Ah, quem dera houvesse um Big Brother capaz de acompanhar desde a fecundação cada segundo do processo evolutivo da vida embrionária! Nesse azo, impossível não se aliar à tese de que o direito à vida, previsto no Art. 5° da nossa Carta Magna, começa na concepção e não quando 44

a criança "nasce". Certa está a filosofia oriental quando defende a data do nascimento da pessoa humana como a do ato da concepção! Nesse diapasão, sendo indissociáveis os conceitos legais dos religiosos, sendo aqueles descendentes diretos destes, é mister realçar a passagem bíblica contida em Jeremias 1,5: "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações". Salutar e oportuna a visita do Papa ao nosso país, reafirmando o compromisso da Igreja Católica em defender a vida e ser contra o aborto, aliás, um entendimento já pacificado entre as Igrejas Cristãs. Especialmente quando o Governo Federal vem extemar que "o aborto é um problema de saúde pública"! Inadmissível tal assertiva. Querer legalizar a prática do aborto como forma de reconhecer a liberdade da mulher em ter filhos na hora que melhor lhe aprouver, ou por vaidade, egoísmo, amor próprio, erros de cálculo ou até mesmo por questão social, é pura insensatez que busca, em sua essência, descriminalizar o próprio homicídio, conceituado no Código Penal, em seu art. 121, como " matar alguém", com pena mais severa, espelhando um ato de covardia e atentatório ao plano de Deus, especialmente por ferir alguém tão indefeso! (... )

Luiza e Vick Eq. N. S. das Graças Setor Campina Grande Pocinhos/PB CM 420


A PERSISTENTE MULHER DE JAN Os meios de comunicação noticiaram recentemente um fato inusitado, que ficaria adstrito à curiosidade popular, não fosse um detalhe a chamar a atenção de quem se interessa por assuntos afetos à conjugalidade. Na Polônia, um homem recobrou a consciência, depois de ter passado 19 anos em coma, tendo se assombrado com as grandes modificações que ocorreram ao longo desse tempo. Quando sofreu o acidente de trem, em 1988, que o deixou desacordado, seu país fazia parte da "cortina de ferro" do regime comunista, passava por séria escassez de alimentos e bens de consumo, em meio a um rigoroso controle do direito de expressão. Agora, ao despertar, deparou-se com uma Polônia de livre comércio, democratizada, pertencente à Comunidade Européia (Veja, edição 2012, p.70). É fácil imaginar a estupefação desse cidadão, diante de tantas inovações que diferenciam uma época da outra. E esta é a tônica da notícia: a admiração de J an Grzebskt-diante de pessoas fazendo uso de telefones celulares e ipods, por exemplo. Isto nos recorda o quanto o mundo mudou nos últimos anos. Nosso deslumbramento só não é tão grande quanto o de Jan porque estamos inseridos neste turbilhão de acontecimentos, procurando acompanhar, por vezes aturdidos, a velocidade das descobertas tecnológicas CM 420

e conseqüentes alterações impostas ao modo de viver. Mas o que mais nos empolgou na reflexão da matéria jornalística foram os bastidores do caso. De tudo, sobressai a figura magnífica da mulher de Jan, cujo nome sequer é mencionado na grande leva de periódicos. Informam, apenas, que ela proporcionou ao marido uma qualidade de atenção digna de uma UTI hospitalar, chegando ao ponto de mudar a posição do paciente de hora em hora, para que não sofresse as complicações que acometem as pessoas que enfrentam muito tempo de imobilidade. Foi ela a responsável pelo assombroso acontecimento . .__-'--'1 Aqui nos detemos para considerar este aspecto, que é fundamental e que certamente foi decisivo para a recuperação do Jan: a fidelidade, o amor e o empenho da sua mulher. Quando ele caiu em coma, foi dado como perdido pelos médicos. E com certeza teria morrido, não fosse a perseverança férrea de dezenove anos da Sra. Grzebski, sua esposa. Conseguimos compreender o que significa isto? Podemos nos imaginar no lugar dela? É difícil. Basta pensar quantas vezes nos exacerbamos com o nosso cônjuge por tão pequenos tropeços. É comum reclamarmos que demora muito para se arrumar; que é com lentidão que conclui determinadas tarefas; que atra a para os compromissos; que "vive" adiando as mudanças; que 45


não acompanha os nossos pensamentos; que custa para compreender; enfim ... É um interminável rol de reclamações, algumas talvez até procedentes. Quase todas, no entanto, frutos da impaciência. Agora, depois de sabermos deste episódio do casal Grzebski, todas aquelas situações assumem tão pequenas proporções! Como nos arrependemos de tanta intolerância! A idéia que a mulher do Jan nos passa não é de conformismo, mas de uma imbatível esperança, de uma firme perseverança, virtudes próprias de quem tem fé. Sem a fé, dificilmente uma pessoa agüentaria tanto tempo. Se se tratasse de mero conformismo, ela teria deixado o marido jogado em uma cama, da casa ou de um hospital, até que a morte o viesse buscar. Mas não. Ela o trocava de posição a cada hora. Isto representa, justamente, a desacomodação que todos necessitamos sofrer em nossas mesmices e, igualmente, precisamos provocar em nosso cônjuge, para que aconteçam as transformações. Porém, desacomodar não é alfmetar. É, sim, ajudar o outro a mudar de atitude, mediante constantes estímulos de carinho, se necessário de hora em hora. Quantas vezes utilizamos a correção fraterna com a pessoa amada durante o dia, o mês, o ano? A mulher do Jan, por certo, tratava de nutri-lo ao tempo e à hora, atenta ao que lhe era necessário. E nós, como e com o que saciamos os apetites de nosso cônjuge? Procuramos identificar o seu gosto e respeitar as doses que lhe fazem falta a cada dia? Com que entusiasmo ali46

mentamos os sonhos do outro? Como colaboramos para nutrir-lhe a fé e a espiritualidade? A mulher do Jan, também, não descuidava da medicação que lhe precisava ministrar para mantê-lo ligado à vida. Quando o esposo ou a esposa está enfraquecendo na vida de oração, buscamos encontrar o "remédio" adequado para curar a tibieza? Cuidamos, nós mesmos, do tratamento que manterá o outro ligado à Fonte da vida? Por fim, também convém olhar o lado do Jan. É bom imaginar que, ao acordar desse longo sono, além de se espantar com as modificações causadas pelo tempo, tenha sentido profundo reconhecimento pela dedicação da mulher e se mostrado grato o suficiente para corresponder-lhe ao amor e fidelidade. A atitude de gratidão é valorizada por Jesus, na cura dos dez leprosos, e cumpre expressá-la no nosso dia a dia. Nós vivemos esta virtude? Correspondemos ao amor demonstrado por nosso cônjuge nos pequenos e grandes gestos de carinhos que nos dispensa? São algumas reflexões que nos surgiram diante de tão significativa notícia. A boa nova do amor conjugal concretamente vivida pelo casal polonês em nossos dias. Que a notícia nos ajude a meditar um pouco sobre qual o tamanho de nossa esperança em relação ao matrimônio, ao cônjuge, aos filhos, e seguir o bom exemplo de perseverança!

Graça e Eduardo Eq. N. S. do Bom Conselho Setor B- Porto Alegre/RS CM 420


RADAR DA AlEGRlA Um dos meus amigos recebeu um apelido, que lhe assenta como luva. Há muito que lhe chamam de Pai-daVida. Não que ele possua o físico tradicional do otimista congénito. Longe disso. Pai-da-Vida não é gordinho e rechonchudo. Nem tem uma cara grande e vermelha. Ao contrário, Paida-Vida é de estatura média, temperamento médio. Tudo nele é médio. Exceto a decisão de ver a vida corde-rosa, ou (como ele diz ultimamente) de ver tudo azul, procurando sempre encarar o lado bom das coisas. Escolheu ser feliz. E o consegue. Como lhe perguntasse, um dia, o segredo da sua felicidade, respondeu-me: - Você conhece o princípio do radar? Ora, radar é um aparelho que emite raios, os quais têm a propriedade de voltar à sua fonte quando se chocam com obstáculos e deixam sobre uma tela luminosa os contornos dos objetos topados: Pois eu me tenho esforçado por ser, cada vez mais, um radar de alegria ... Onde quer que eu me encontre, pronuncio, por princípio, palavras positivas, de otimismo. E elas voltam a mim enriquecidas, mais densas, mais saborosas ... Está fazendo sol? Chamo a atenção para isso. Parece que vai chover? Anuncio que teremos logo uma temperatura mais agradável. E quase sempre minhas previsões são mais exatas que as dos observatórios meteorológicos ... Estão falando bem de uma pessoa? Eu também entro no coro e o CM 420

Onde quer que eu me encontre, pronuncio, por principio, palavras positivas, de otimismo. reforço ... Fala-se mal? Dizem que tal sujeito é um perdulário, que joga dinheiro pelas janelas? Eu observo que não deixa de ser um sinal de bondade essa generosidade meio louca, muito mais simpática que o seu oposto ... E assim por diante ... Às vezes o fracasso é total. Os raios que eu emito não voltam. Em vez de imitar as pombas, que regressam aos pombais, imitam os sonhos do célebre soneto ou o corvo da Arca de Noé. Mas isso é apenas a exceção que confirma a regra do retorno. Assim me falava meu amigo Paida-Vida. Sua teoria me agrada. E me parece certa. Você mesmo já não tem encontrado pessoas claras e luminosas, enquanto outras têm sempre um ar carrancudo e sombrio? No fundo, tudo isso decorre de uma atitude básica diante da vida. Sejamos também como o Pai-daVida, radares de alegria. É muito mais gostoso. É muito mais cristão.

Vilma e Júlio Eq. I - N. S. do Perpétuo Socorro Setor Icaraí-Caucáia/CE 47


A COlSA MAlS BElA DO MUNDO Um célebre pintor, que tinha realizado vários trabalhos de grande beleza, convenceu-se, certo dia, de que ainda lhe faltava pintar a sua obra prima. Em sua procura por um motivo, numa poeirenta estrada, encontrou um idoso sacerdote que lhe perguntou para onde se dirigia. Não sei, respondeu o pintor. Quero pintar a coisa mais bela do mundo. Talvez o senhor possa me orientar. É muito simples, disse o sacerdote. Em qualquer igreja ou crença você achará o que procura. A fé é a mais bela coisa do mundo. Prosseguiu viagem o pintor. Mais tarde, perguntou a uma jovem noiva se sabia qual a coisa mais bela do mundo. O amor, respondeu ela. - O amor transforma os pobres em ricos, suaviza as lágrimas, faz do pouco, muito. Sem amor, não há beleza. Continuou ainda o pintor a sua procura.

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Um soldado exausto cruzou o seu caminho. Quando o pintor fez-lhe a mesma pergunta, ele respondeu: A paz é a mais bela coisa do mundo. A guerra é coisa mais feia. Onde você encontrar a paz, fique certo de que encontrará a beleza. - Fé, amor e paz. Corno poderei pintá-las? pensou tristemente o artista. Meneando a cabeça, desanimado, tomou o rumo de casa. Ao entrar em sua própria casa, deu com a coisa mais bela do mundo: Nos olhos dos filhos estava a fé. O amor brilhava no sorriso de sua esposa. E aqui, em seu lar, havia a paz de que lhe falara o soldado. Realizou assim o pintor o quadro "A Coisa mais Bela do Mundo". E, concluindo-o, chamou-o "Lar".

Autor desconhecido Colaboração de Sandra e Zuim Equipe 01 - Setor C Taubaté/SP

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Meditando em Equipe A Bíblia, como livro da Palavra de Deus, é fonte inspiradora da vida cristã . Este mês é uma ocasião propícia para os casais revisarem o lugar que ela ocupa em suas vidas e como a promovem no seio de suas famílias, a ponto de torná-la a base da comunhão e da convivência diária .

Escuta da Palavra em Hebreus

4,12-1

3

Sugestões para a meditação: 1. Cremos na força de discernimento da Palavra de Deus? 2. A Bíblia serve como critério de valores para o agir de cada dia? 3. Quando a Bíblia é lida em nossa família? Pe. Geraldo

................................................... Oração Utúrgka (Provérbios 22 , 1-12)

Mais vale a reputação do que muitas riquezas, prestígio é melhor do que prata e ouro. Rico e pobre defrontam-se, o Criador de ambos é o Senhor. O sagaz vê o perigo e esconde-se, porém os ingênuos prosseguem e sofrem as conseqüências. O prêmio da humildade é o temor do Senhor: riqueza, honra e vida. Esp inhos e armadilhas estão no caminho do perverso, quem quiser guardar sua vida mantém-se longe deles. Habitua o menino no caminho a segu ir, então não se afastará dele, quando envelhecer. O rico é senhor dos pobres, e o devedor é escravo do homem que lhe empresta. Quem semeia iniqü idades colhe desgraça, e o flagelo de sua fúria cessará . Quem tiver um olhar bondoso será abençoado, porque repartiu seu pão com o pobre. Expulsa o insolente e partirá a contenda, rixas e insultos cessarão. Quem ama um coração puro terá o rei por seu amigo pela graça de seus lábios. Os olhos do Senhor protegem o saber E confundem as palavras do traidor.


Casalem Diálogo

Um pequeno livro que vai ajudar o casal a realizar o Dever de Sentar-se.

Equipes de Nossa Senhor•

Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309·902 • São Paulo • SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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