CARTA MENSAl n°424 • Fevereiro- Março 2008 Equip es de Nossa Senhora
EDITORIAL Da Carta Mensal .... .... .. ... .. ........... .. 01 SUPER-REGIÃO Conserve a coragem do primeiro dia! ...... .... .. .. ........ ... ... 02 E vós também dareis testemunho .. 03 A construção do reino do amor .. .. 04 Uma carta do Vaticano ... ...... ... .. .... 06 CORREIO DA ERI Equipistas: homens e mulheres fiéis a um carisma ............... .......... 07 Um novo Casal Responsável da Zona Eurásia ... .. ... ... ... .. ..... ... ..... 1O A Associação dos "Amigos do pe. Caffarel" ...... ........ 12 VIDA NO MOVIMENTO Equipe satélite de pedagogia ..... .. 15 Sessão de formação equipes novas .. ...... ... .... ............ .. ... 16 Encontros provinciais .......... .......... 17 A responsabilidade que nos espera ..... .. .. ...... .. .... .. ..... .. 21 FLORIANÓPOLIS 2009 Vamos a Florianópolis! ..... .... ... .. ... . 22 Concurso da logomarca do 2° Encontro Nacional ........ .... ........ 23 Concurso da letra do hino do 2° Encontro Nacional ...... ...... .... .. .. 2 5 Carta Mensal é wna publicação meiiSal das Equipes de Nossa Senhora Registro •• Lei de Imprensa'" n" 219.336 livro B de 09.10.2002 Edição: Equipe da Carta Mensal Graciete e Gambim (responsáveis)
Avani e Carlos Clélia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz B.
Hackmann Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas lmtb 19835) Impressão: Cly Tiragem desta edição: 19.800 exemplares
TEMPO DA IGREJA Celeb ra ndo a Páscoa do Senhor ... 27 Quaresma, tempo de conversão ... 28 Quaresma, uma atitude de vida ... 29 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ....... ... PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Retiro anual ............ ... .... ... ........... .. 36 Momento da Partilha ... .... ........... .. 37 TESTEMUNHOS Serviço que faz crescer ... ............. .. 38 Saber ajudar, saber pedir .. ............ 40 Motivo de alegria, momento de fraternidade .... .. ..... .. 41 O retiro no Suma ré ....................... . 42 Um ano especial ........ .. .................. 43 ATUALIDADE Somos todos evangelizadores ....... 44 REFLEXÃO O serviço no movimento ............ ... 46 Ser equipista, ser testemunha ...... 47 Crer e acreditar ............ .... .............. 48 Encarte: Os Estatutos e a Unidade do Movimento
Editoração Eletrônica e Produção Gráfica: No1•a Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 - I I" andar. <j. I I5 · Perdizes · São Paulo Fone: (Oxxll) 3473.1282 Capa: "O Ressuscitado '", Marciano Schmitz. Igreja S. João Batista, Pano Alegre. Monta· gem: Robe11a S. Gambim Projeto Gráfico: Alessandra Carignani
Canas, colaborações,
IWtí-
cias, testemunhos e imagens
devem ser enviadas para: Carta Mensal R. Luis Coe/Iro, 308
5o andar. conj. 53 01309-902 • St7o Paulo. SP Fone: (Ox.x/1) 3256.1212 Fax: (Ox.x 11) 3257.3599 ca rtamensaf@ens.org. br
A/C Graciete e Gambim
Queridos Irmãos e Irmãs: O amor misericordioso de Deus se manifestou na pessoa do Filho, que veio a nós no Natal, viveu e santificou a vida comum dos mortais, fez sua "quaresma" no deserto, proclamou seu evangelho de misericórdia e amor e realizou a sua Páscoa, pela sua paixão, morte e ressurreição. Ao iniciarmos mais um ano, imersos na celebração desses mistérios, os nossos corações se tomam esperançosos de vida. Encorajamonos, assim, à conversão quaresmal, na esperança de sermos participes da Páscoa do Senhor. É na esperança que encontramos a coragem do primeiro dia de que nos fala Frei Avelino, como o "primeiro dia da semana" da ressurreição de Jesus Cristo, Ele que venceu o mundo para fazer de nós criaturas novas. Seremos novas pessoas se reconstruirmos em nós a imagem de Deus, através do esforço na busca da santidade. Graça e Roberto, regozijando-se com o reavivamento, em 2007, do carisma e da mística do Movimento na vida equipista, também nos transmitem esperança- que é da Igreja e do Movimento- e animam-nos a, em 2008, responder, em casal, ao veemente apelo de Cristo: "E vós também dareis testemunho" (Jo 15,27a). Entusiasmam-nos à reflexão do tema deste ano, para que, com os pés na realidade e alicerçados na doutrina, a nossa vida testemunhe aos casais o amor que Deus tem pela humanidade CM 424
e que o Filho testemunha, amandonos até a última gota de sangue. Eneida e Álvaro ajudam-nos a refletir sobre os dois primeiros capítulos do livro de temas de 2008. Convidam-nos a construir o Reino do Amor, pela vivência da caridade a partir do casal. A passagem dos 60 anos da Carta das ENS ensejou, mais do que festas, que todos nós nos conscientizássemos do valor da espiritualidade conjugal, mais necessária hoje do que há sessenta anos. Despertou em nós o desejo de aprofundarmos a assimilação do conteúdo da nossa Carta fundacional. Silvia e Chico comentam em profundidade este doeumento, em palestra transcrita nesta edição e proferida no dia 25 de novembro de 2007, quando da comemoração especial dos 60 anos promovida pela Super-Região, no Colégio Pio XI, em São Paulo/SP. (A próxima edição fará resenha e comentários desse evento). Todos somos um pouco artistas e poetas, por isso convidados a fazer a letra para o hino e a logomarca do 2° Encontro Nacional das ENS. Vamos ler as normas dos dois concursos nesta edição, depois: pesquisar, estudar e ... rimar e criar. A todos um ano de redobrada esperança. Com carinho! Graciete e Avelino Gambim CR Equipe Carta Mensal
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CONSERVE A CORAGEM DO PRlMElRO OlA!
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Caríssimos casais e conselheiros! Na estrada da vida não há estacionamentos, apenas lugares para breves paradas. Cada momento da vida esconde um tesouro e revela uma mensagem. Leia a mensagem de cada momento e descubra o tesouro! Um pensamento pode mudar o rumo da vida: "Comece cada dia". Se queres progredir, comece cada dia com as mãos vazias! O que hoje fiz ou não fiz é um peso inútil para amanhã. Carregue somente a esperança que o novo dia oferece e caminhe movido por ela. Na esperança está o tesouro. Queremos iniciar o ano equipista com a esperança de quem tem fé e com o ardor de quem começa, acolhendo o conselho de Jesus: "Avancem para águas mais profundas" (Lc 5,4). Não é para isto que entramos nas ENS? Por que não seguir o conselho do Mestre? O crescimento se torna palpável quando buscamos o melhor e o mais perfeito a qualquer custo. As ENS existem para quem ouve o conselho de Jesus e acolhe a voz do alto: "Sede santos!" As ENS, com instrumentos e pedagogia próprios, de comprovada eficácia, nasceram para estes. Os instrumentos são os remos para navegar em águas mais profundas, onde se encontra o Deus que nos chamou e com quem nos queremos encontrar. A Quaresma é um tempo favorável para acolher este desafiante convite. Encontrar-se com o Senhor é 2
passo obrigatório no caminho da santidade, pois só segue Jesus quem se encontrou com Ele. Embora todos os momentos sejam bons para encontrar-se com o Senhor, a Quaresma parece esconder uma força misteriosa chamando à perfeição. Avancem para águas mais profundas! É um chamado para nos aproximar e chegar mais perto do modelo e da fonte da santidade. Quem se aproxima de Jesus se apaixona e quem se apaixona não volta mais para trás. A meta é reconstruir a imagem de Deus em nós. Santificar-se é um trabalho de reconstrução da imagem original, criada por Deus, demolida pelo pecado, mas recriada por Cristo. Reconstruir é derrubar o construído pelo pecado e refazer, seguindo o projeto Jesus Cristo, é arrancar as obras da carne para que nasçam e cresçam os frutos do Espírito. O casal cristão deve decidir que tipo de casal quer ser na comunidade eclesial. Decidir é um ato de coragem, porque compromete o agir. Só a coerência sustenta a decisão. Ser coerente sempre é coisa de corajosos! As ENS oferecem um equipamento completo para avançar nas águas profundas da santidade conjugal. Use com habilidade estes instrumentos oferecidos com amor e siga o caminho com coragem! Boa viagem!
Pe. Fr. Avelino Pertile- SCE SR CM 424
E VÓS TAMBÉM DARElS TESTEMUNHO Amados irmãos: As celebrações dos "60 anos dos Estatutos" coroaram 2007, que teve no tema A Espiritualidade conjugal e os compromissos nas Equipes de Nossa Senhora o eixo central de animação. Foi salutar revermos os compromissos que nos impusemos viver, na fidelidade: as razões de ser do Movimento, seu carisma e mística, sua pedagogia, ajuda eficaz para caminharmos para Deus no e através do sacramento do Matrimônio. Esse esforço de reflexão doutrinal também foi salutar para a nossa permanente necessidade de formação e revigorou a vivência gratuita e generosa da ajuda mútua, no seio de uma famnia já numerosa que se expande rapidamente (são 800 novos casais a cada ano). Ao abrirmo-nos às intuições originais do Movimento, tomamo-nos disponíveis para acolher o mesmo impulso de amor colocado por Deus no coração do Pe. Caffarel, que tornou os esposos entusiastas do sacramento do matrimônio. A espiritualidade conjugal sustenta e confirma essa experiência vivida nas ENS. Além disso, capacita-nos a testemunhar o mistério de unidade e de amor fecundo entre Cristo e a Igreja. O Pe. Caffarel fez inúmeras referências ao dever do apostolado dos casais. Na própria Carta de 1947, deu o primeiro passo, ao inserir nela o testemunho do amor fraterno como expressão da mística das Equipes, fruto da vivência CM 424
do amor mútuo na procura sequiosa de Deus e no serviço aos irmãos. Em 2008, o nosso desafio será responder, em casal, ao veemente apelo de Cristo: "E vós também dareis testemunho" (Jo 15,27a). A reflexão proposta ajudar-nos-á arevelar as grandezas e as exigências do casamento cristão, num mundo que se afasta de Deus, que exacerba o individualismo, deprecia o valor da comunidade conjugal e condena a indissolubilidade do matrimônio. O tema Testemunhas a serviço dos casais permite trazer-lhes uma apreciação do Pe. Caffarel, muito cara aos equipistas da 1a hora, por expressar a fidelidade nos primórdios do Movimento no Brasil: " ... Estou convencido de que as ENS têm um grande papel a representar no Brasil, onde é necessário que haja, de um lado, pequenas comunidades cristãs, muito sólidas e irradiantes, capazes de enfrentar todos os acontecimentos que possam surgir e, de outro, que, graças a essas comunidades, haja militantes seguros, bem formados, capazes de servir a Igreja nos postos mais avançados." (Missão do casal cristão, Loyola, p. 179) Possa a fidelidade de Maria e José ser um alento aos nossos corações, para que eles permaneçam abertos ao desejo de testemunhar ao mundo o verdadeiro rosto do matrimônio cristão. Graça e Roberto- CR SR Palavra do Provincial 3
Palavra do Provincial
A CONSTRUÇÃO DO RElNO DO AMOR O Cardeal Ratzinger (hoje papa Bento XVI), em seu livro Jesus de Nazaré, retoma a concepção de Orígenes e identifica o Reino de Deus com o próprio Jesus. Ele é o Reino de Deus no meio de nós. Justiça, paz, concórdia e tantas outras virtudes emanam de sua presença viva e atuante no nosso meio. A Igreja recebeu a excelente missão de proclamar a Boa Nova a todo homem, ao homem total. Nesta mensagem encontramos não uma ideologia, energia ou mera força transcendental, mas nos deparamos com uma pessoa viva, Cristo, o Ressuscitado que passou pela cruz e dela traz suas chagas gloriosas. É verdade que muitas questões levantam-se nos tempos atuais: Como levar a Boa Notícia salvífica de Nosso Senhor a cada homem? Como testemunhar a esperança em tempos tão sofridos e marcados pela dor e pela desesperança? Quem se manterá fiel a este anúncio que exige um comprometimento total de vida? Ora, a Palavra de Cristo, assim como Ele, é fascinante e só ela consegue dar uma resposta satisfatória ao coração inquieto do homem que busca preencher o vazio do seu coração, que constata ser de um tamanho infinito. Essa palavra é atual e de uma força criadora. Considerando que o homem é a via de Deus, ele também é a via da Igreja. Por isso a Igreja não se furta à sua árdua missão de anunciar a 4
verdade, mesmo em tempos em que dizem que não existe uma verdade, que tudo é relativo, e insistem em divulgar que o homem é a medida de todas as coisas. Testemunhamos uma cultura de morte que chama de valor o que não é, gerando uma grande confusão nas mentes mais dedicadas e empenhadas na busca da verdade. Constatamos que na ourivesaria da vaidade, tudo custa nada e o nada custa tudo. Vemos uma inversão de valores. Nesta cultura de morte, o cristão é chamado a plantar com sua vida e regar com seu suor e, se preciso, com seu sangue, a civilização do amor, como a denominava o Papa João Paulo II, que não é outra coisa que o Reino de Deus, o qual já pode e deve começar no meio de nós. Não se trata de algo utópico ou impossível de ser atingido ou apenas uma recompensa para os bons. O Reino de Deus é uma realidade e não uma fantasia. Ele está firCM 424
mado na mensagem nova ensinada e vivenciada por Cristo, a Caridade. Nada pode resistir à força do Amor. Já ensinava o místico São João da Cruz: "plante amor onde não há amor e colherás amor", um ensinamento riquíssimo e aplicável às mais variadas dimensões da vida humana e de seus relacionamentos. Evangelizaremos esta cultura marcada pela morte, não travando um embate direto com o mal, mas vivendo o amor em atos, dando provas de amor uns aos outros, fazendo nascer um novo sistema, cujo sujeito protagonista seja o homem revestido da graça de Deus. O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo precisa perpassar todos os setores e segmentos da sociedade: política, opinião pública, economia, intelectuais, patronato, funcionalismo, autônomos ... todos devem ser atingidos com os raios fúlgidos do amor. Só ele é capaz de dissipar as trevas do egoísmo e do individualismo vigente. É fundamental a atuação dos leigos, batizados e comprometidos com o Evangelho, na transformação social de nosso mundo. Como "sal da terra e luz do mundo", precisamos sem medo nos infiltrar na massa e fazê-la levedar com o fermento do Evangelho da Caridade. A construção do reino de Amor se faz em cada um, por todo gesto e atitude de fidelidade, de amor ao próximo. Este Reino se constrói à medida que amamos e estagna à medida que nos deixamos levar pelo pecado e pela dureza de nosso coração. Aquele que constrói este Reino CM 424
Nesta cultura de morte, o cristão é chamado a plantar com sua vida e regar com seu suor e, se preciso, com seu sangue, a civilização do amor.
de amor encontrou a melhor parte, é um bem-aventurado e isto não implica dizer ausência de sofrimento na sua vida, significa afirmar que quem constrói o Reino vive a vida de Cristo, portanto experimenta a cruz. Mas, atenção, nela não pára, ressuscita, pois a morte não é a última palavra. Dia após dia, vivendo o mistério pascal de Cristo de morte e ressurreição, estaremos construindo o Reino de Amor que acolhe a todos, que ensina que existe uma verdade, que Deus é absoluto, que somos fracos e dependentes de Deus e que encontramos a plenitude da felicidade quando nos esquecemos de nós mesmos e nos dedicamos ao outro, vendo nele a face fascinante de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Reino de Deus presente no meio de nós. Eneida e Álvaro CR Província Nordeste 5
UMA CARTA DO VATICANO Secretaria de Estado do Vaticano, 20 de novembro 2007. Seção serviços gerais N° 77.20 Queridos amigos: Eu informei ao Santo Padre dos encontros que serão realizados em mais de 70 países do mundo para celebrar o sexagésimo aniversário dos Estatutos dados pelo Padre Henri CAFFAREL às Equipes de Nossa Senhora, para sustentar o Movimento nascido informalmente em torno dele, a partir da busca de alguns casais que desejavam ajudar-se mutuamente para viver o sacramento do Matrimônio recebido, na fidelidade ao Evangelho. Com alegria, o Papa uniu-se à vossa ação de graças. Os Estatutos dão ao vosso Movimento sua pedagogia própria, totalmente voltada para a busca efetiva da santidade. Com efeito, para o fundador das Equipes, tratou-se inicialmente de permitir aos esposos viver o seu amor como um "louvor a Deus". Daí, uma regra exigente para perseguir objetivos elevados, contando com o auxílio dos pontos concretos de esforço para alcançá-los. Esta sabedoria profunda permanece em plena atualidade, convidando os casais a colocarem no coração da vida espiritual e apostólica a inquietação de uma oração verdadeira, desenvolvida em todas as dimensões: pessoal, familiar, em equipe e na Igreja, assim como o diálogo conjugal através do "dever de sentar-se". Possam os equipistas, bem como os conselheiros espirituais, permanecer fiéis aos Estatutos, descobrindo neles as riquezas do Movimento. Neste sexagésimo aniversário, o Papa roga ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, para que Ele derrame seus dons sobre todos os casais que se esforçam com coragem e generosidade para fortalecer sua vida conjugal e familiar tendo os Estatutos como guia. O Papa concede a todos uma afetuosa Bênção apostólica. Lembrando-me com satisfação dos cerca de vinte anos passados como conselheiro de uma equipe em Roma, associo-me pela oração a todos os membros do Movimento e lhes asseguro minha cordial devoção em Cristo. Tarcísio Cardeal Bertone Secretário de Estado de Sua Santidade 6
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EQU1P1STAS: HOMENS E MULHERES FlÉlS A UM CARlSMA yourself (faça você Enquanto escrevo mesmo), o bem estar e este editorial, em todas o sucesso freqüenteas partes do mundo mente nos levam a coonde há ENS está senlocar neles a nossa sedo preparada a celegurança. Convido cada bração do 60° aniverum de nós, casais e sário da "Carta das conselheiros espiriEquipes de Nossa Setuais, a retomar o canhora". Deixo-me iluminho do "deserto", a minar pela experiência fim de verificar em vivida por Pe. Caffarel quem colocamos nossa no seguimento a Jesus, esperança, a nos libertar de nossos para relançar alguns desafios sobre numerosos ou poucos ídolos e dos "Equipe, comunidade de Igreja". numerosos ou raros falsos modelos Nós, com efeito, não apenas fazemos parte da Igreja, mas somos tam- de casal que nós mesmos construíbém os guardiães de um carisma que mos para nós, e, sobretudo, a nos foi doado pelo Espírito Santo. redescobrir que "se entra nas equiO itinerário que nos é proposto pela pes por Deus e nelas se permanece "Carta" não é apenas um acessório, por Deus". Muitas vezes Pe. Caffamas um dom a ser recebido, vivido rel insistiu sobre a necessidade de e enriquecido ao longo do tempo, redescobrir a espiritualidade como um apelo para todos. com a história de cada um de nós. "A espiritualidade é a ciência que Lemos no Evangelho de Marcos (3,13-15): "Ele subiu ao monte e trata da vida cristã e das vias que a chamou os que quis. Foram a Ele e levam a seu pleno desenvolvimenEle designou doze para ficar em sua to". Não se trata de se afastar do companhia e para enviá-los a pre- mundo, mas de, a exemplo de Crisgar... " A união com Cristo, primei- to, saber como servir a Deus na vida ro objetivo dos equipistas, como di- e no mundo. A espiritualidade não zia Pe. Caffarel, permite a cada um se faz somente com alguns de seus de nós entrar numa profunda rela- aspectos, como a oração ou a ascese, ção com Ele, base e fonte da vida de mas introduz o serviço de Deus lá cada cristão e, portanto, de cada onde se vive: na farm1ia, no trabacasal chamado a viver a espirituali- lho, na cidade. No interior da caminhada espiridade ao longo da trajetória humana. tual dos casais, Pe. Caffarel coloca Numa sociedade caracterizada sua reflexão sobre o amor, sobre as pela tendência ao individualismo, à estreitas relações entre o amor a cultura da performance, do do it CM 424
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Deus e o amor humano: "O amor humano é a referência que nos ajuda a compreender o amor divino. Por seu poder de fazer de dois seres um só todo, resguardando a personalidade de cada um, o amor nos permite obter o entendimento da misteriosa união de Cristo com a humanidade e do casamento espiritual da alma com seu Deus" (Propos sur 1' amour et la grace, pg. 44). Nós estamos no coração dareflexão: partindo da experiência do amor do casal, é possível descobrir o amor de Deus, sua fidelidade, e quanto Ele deseja o nosso bem. Ao mesmo tempo, os esposos desejam a felicidade um do outro, tanto no plano humano como no de sua crença religiosa. Sem essas dimensões, seu amor seria imperfeito e "mesmo mutilado", dizia Pe. Caffarel. É por isso que é importante fazer a experiência do deserto para chegar a um grande amor, a uma paixão que leva a uma identificação com Cristo, o Deus feito homem, a ter seus sentimentos e a seguir seus passos. Neste caminho, descobre-se Deus como valor supremo da vida. Temos consciência de nossa fragilidade e de todas as tentações a que somos expostos. Damo-nos conta de quanto, em cada etapa de nossa vida, temos necessidade do outro, de nosso cônjuge, de nossa equipe, da comunidade social e eclesial. Precisamos que estejam ao nosso lado a fim de nos estimular, nos iluminar e pôr a nu as escolhas erradas às quais fomos levados por nossa fraqueza. Sublinho dois aspectos de nosso caminhar em equipe: a partilha e a 8
pilotagem. A partilha é o resultado de uma caminhada pessoal e de um dever de sentar-se bem vivido pelo casal. Desta maneira, na reunião de equipe se manifesta a ajuda mútua, seja como comunicação espiritual, seja como ponto de apoio em face do compromisso pela comum vocação à santidade. A partilha nos ajuda a perceber as passagens de Deus por nossa vida, a sermos autênticos e exigentes companheiros de viagem, para podermos descobrir os desígnios de Deus na vida dos outros equipistas. A pilotagem tem uma função delicada na equipe. Os casais hoje, como sempre, aliás, são capazes, dotados, têm muitas potencialidades, mas para liberar todas as suas forças eles precisam de alguém que os ajude a reconhecê-las e a fazê-las frutificar. No começo, a vida de uma equipe depende muito das oportunidades que lhe são oferecidas e das pessoas que ela encontra. Um bom acompanhamento exige pilotos "mestres e guias", que saibam estimular, apoiar, iluminar. Devem estar dispostos a fazer um caminho sereno e aprofundado de discernimento (dar clareza) da vida conjugal. A pilotagem deve tomar presente na reunião, de maneira clara e límpida, o Cristo vivo do Evangelho, que se manifesta na Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia e nos relacionamentos humanos. As motivações humanas e espirituais que levam um casal a se engajar nas ENS, sobretudo hoje, devem ser purificadas e filtradas à luz da radicalidade evangélica, a fim de eviCM 424
tar o risco de se construir, ao longo dos anos, sobre falsas motivações. A um certo momento, inevitavelmente elas chegam a uma crise de identidade e de escolha, causando enfado e dificuldades para viver a vida de equipe. "A lealdade exige que os membros de um movimento nele entrem e nele permaneçam somente se suas intenções correspondem ao ideal propo to pelo movimento". O casal piloto que acompanha a nova equipe deve ter bem claro, em seu discernimento, que o primeiro objetivo a alcançar é aquele comum a todas as pessoas: "humanizar a vida". Neste processo que coloca Cristo no centro acontece a descoberta do método proposto pelas ENS. Não é o número de equipes que nos preocupa. É o bem de cada pessoa, o desejo de que cada casal possa crescer, mudar e tomar-se livre, isto é, capaz de amar e desejoso de percorrer um caminho de santidade. A decisão acontece e tem futuro quando o casal se dá conta da sua vocação ao amor e quer aprender a viver de fato inserido na sua realidade, a aceitar as pessoas sem prejulgamentos ou categorizações, a cultivar em profundidade o desejo de viver e de fazer crescer a vida em todas as circunstâncias. Não são de menor importância as dinâmicas da equipe, na qual o casal se insere para viver sua pertença. A equipe de base é o lugar em que se integram harmoniosamente a liberdade e o método, a inventividade e a disciplina, a criatividade e o serviço. O casal deve compreender que estar juntos, trocar experiências, conhecerCM 424
se, criar coisas e confrontar-se com os outros faz parte da vida quotidiana, a partir da qual começa o caminho de santificação. O conselheiro espiritual é o "companheiro de viagem", que, a partir de sua experiência de Deus, diferente por sua vocação, enriquece a equipe e também nela se enriquece, através de um relacionamento que se abastece no amor e no encontro com Cristo, presente em sua vida e na dos outros. O dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição de Maria, reveste-se para nós de uma importância particular. Não foi por acaso que Pe. Caffarel escolheu a denominação de Equipes de Nossa Senhora. A ligação com a Mãe do Senhor é profunda e significativa. Ele escrevia: "este amor por Nossa Senhora não é um sentimento piegas: é admiração perante a mais radiosa e mais santa das criaturas, é reconhecimento filial dirigido à melhor Mãe de todas as mães, é ativa vontade de agradá-la, de ajudá-la em sua missão, que é justamente a da maternidade junto a todos os homens ... " (maio de 1952). Maria é o modelo do que Deus realiza em uma pessoa que está à escuta, totalmente disponível, pronta a seguir por caminhos desconhecidos. Maria, além disso, está ativamente presente nos momentos importantes da vida de seu Filho e da primeira comunidade cristã. Tendo Maria como exemplo, o equipista aprende a reconhecer a própria pobreza, a cantar a grandeza do Senhor e as maravilhas que Ele realiza em suas criaturas. 9
O Magnificat, rezado e vivido dia após dia, conduz a uma fé forte e corajo a, que nos permite dizer nosso "eis-me aqui" e que nos leva a seguir fielmente o Mestre, fazendo ecoar em nós as palavras de Maria em Caná: "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo 2,5). Assim, nos tomamos capazes de, com coragem, com
esperança e amor, permanecer aos pés da Cruz, de cada cruz, e ao lado dos crucificados que ainda hoje encontramos no mundo, ao longo do nosso caminho como testemunhas do Ressuscitado.
Pe. Ângelo Epis SCE da ERI
................................................... UM NOVO CASAL RESPONSÁVEl DA ZONA EURÁSlA Queremos, inicialmente, agradecer a Elaine e John Cogavin por sua dedicação às ENS e por sua amizade no decorrer desses 6 últimos anos. Foi com viva emoção (e certo grau de inquietação) que começamos em julho de 2007 o nosso período como responsáveis da Zona Eurásia na ERI. Enchemo-nos de admiração diante da energia, da sabedoria e do devotamento que Elaine e John dedicaram ao Movimento durante o seu mandato. Será difícil para nós atingir o mesmo nível. Sabemos, porém, que deveremos empregar nossas aptidões e tentar superar nossas fraqueza . Esperamos aprender muito ao longo do caminho e contribuir para o desenvolvimento e o bem estar das equipes da Zona Eurásia.
Apresentemo-nos Somos Jane Peter Ralton. Nascemos ambos na Austrália e vivemos em Melbourne, no sudeste do continente. Peter é perito em avaliação de bens móveis. Trabalhou du10
rante muitos anos para o governo do Estado de Victória e especializou-se em análise de bens móveis e em avaliação por computador. Nesses últimos anos obteve sua aposentadoria e trabalhava alguns dias por semana em casa. Isto permitiu-lhe dedicar mais tempo ao trabalho de Responsável da Super-Região Oceania, que havíamos assumido 18 meses antes. Recentemente ele foi convidado a ser Diretor da Divisão do Instituto Australiano de Bens Imóveis de Victória. Jan afastou-se do trabalho após o nascimento de nossos filhos e tem, então, trabalhado praticamente em casa. Temos ambos feito parte de diversas associações e temos perseguido nossos interesses pessoais. O de Peter é o esporte, em particular o cricket. Para Jan, é o acompanhamento de crianças e fanu1ias socialmente desfavorecidas. Temos três filhos e dois netos. Nossos filhos e suas famílias são fonte de grande alegria e de interesse para nós. Dois de nossos filhos e CM 424
nossa nova neta vivem fora de Victória, a mais de 800 km, e então nossa conta telefônica é alta, porque gostamos todos os dias de encontrar algum motivo para falar com eles. Nosso neto e seus pais moram, felizmente, perto de nós.
As equipes em nossa vida Nossa vida de equipe tem sido sempre muito importante para nós. No começo havia somente a nossa equipe e o encontro anual. Festejamos o 30° aniversário de nossa equipe e muitos equipistas dos primeiros tempos ainda continuam. Quando convidamos casais e conselheiros espirituais a unirem-se a nós, pensamos que isto despertaria e aprofundaria nossa espiritualidade e a de todo o grupo. Nossa primeira experiência fora de nossa equipe foi a pilotagem de uma nova equipe, há alguns anos. Isto nos levou a nos aprofundarmos sobre o que são as equipes e sobre as questões mais importantes em relação aos equipistas. Admiramos muito e temos em alta estima os membros dos diversos grupos, a nível de Setor, Região e SuperRegião, com quem temos trabalhado nestes últimos 11 anos. Foi-nos muito agradável ter encontrado numerosos amigos no decorrer de nossa participação no Colégio Internacional, durante os últimos 5 anos. Todas estas pessoas nos têm mostrado grande CM 424
alegria de pertencer ao Movimento das Equipes e têm enriquecido grandemente a nossa vida.
Os próximos seis anos O objetivo de nosso futuro será o de dar ativo apoio à Zona Eurásia e, em particular, às Super-Regiões Transatlântica e Oceania e à Região da Índia. Prevemos que, nestes seis anos, a Índia tomar-se-á Super-Região, tendo em vista seu crescimento atual. Consideramos também nossa missão partilhar com outros, dentro da Zona, tudo o que as equipes nos têm generosamente dado. Esperamos ver crescer as novas equipes isoladas e os Setores, como o da Nova Zelândia, das Filipinas, de Malawi e da Coréia, bem como sermos capazes de montar um grande número de equipes em seus países. O sudeste da Ásia e os países africanos de fala inglesa serão nosso foco de atenção principal nestes próximos anos. Neste momento, vários casais viajam, visitando regiões onde não existem ainda equipes. Através dessa missão, eles vão tentar formar novas equipes. Nosso papel será o de encorajá-los e apoiálos em seus esforços. Seremos reconhecidos se vocês se lembrarem deles em suas preces.
Jan e Peter Ralton Casal Ligação da ERI para a Zona Eurásia 11
A ASSOCIAÇÃO DOS ':AMIGOS DO PE. CAFFAREt' Por que queremos demandar a beatificação de Pe. Caffarel? Dom Lustiger, Arcebispo de Paris, dizia de Pe. Caffarel que ele era um profeta! Todo mundo hoje está de acordo em dizer que Pe. Caffarel soube sempre perceber os sinais dos tempos e antecipar-se a eles. Sua palavra se revela hoje de plena atualidade. Sua vida tem sido marcada por numerosas conversões, das quais ele esteve na origem, por sua irradiação espiritual. Suas intuições, sua perseverança e sua humildade diante da vontade divina estão na origem de vários movimentos, que respondem hoje às necessidades de nosso tempo. É, então, importante tornar conhecida essa sua irradiação, sua espiritualidade. Fazer conhecido e tornar reconhecido o Padre Caffarel é uma maneira de fazer conhecer também os movimentos em cuja origem ele está presente, entre os quais as Equipes de Nossa Senhora. 'Toda beatificação é, ao mesmo tempo, um dom e o reconhecimento de um dom de Deus à sua Igreja. Com efeito, a Igreja tem por missão essencial ser mestra da santidade para todos os cristãos". (Pe. Grendene- Brasil) [Obs:Texto completo na CM de fev/ março 2007 -NR 415, pág. 41142]
Missão da Associação dos 'J1.miqos do Pe. Caffarel" Como é feito para todo processo de beatificação, foi criada uma as12
sociação para sustentar a ação em favor da beatificação. Ela visa a apoiar Pe. Marcovits, Sacerdote Postulador da Causa de Beatificação de Pe. Caffarel e a fazer frente às necessidades materiais necessárias, para: • Coletar os documentos escritos por Pe. Caffarel; • Assegurar a sua leitura crítica por historiadores e teólogos; • Outros ... Marie-Christine Génillon, Vice Postuladora, ocupa-se em reunir o conjunto dos documentos, publicações e outros escritos sobre Pe. Caffarel. Pe. François Fleischmann, Conselheiro Espiritual da ERI anterior, oferece igualmente um apoio precioso. Por solicitação de um editor, Gerard e Marie-Christine de Roberty, ex-responsáveis da ERI, escreveram um pequeno fascículo de 60 páginas, em formato A6, sobre a vida e a personalidade de Pe. Caffarel. O Prefácio foi escrito por Dom Guy Thomazeau. Toda publicação sobre Pe. Caffarel é bem-vinda e serve para completar o dossiê de beatificação. CM 424
Balanço do trabalho em curso (Fonte: Balanço de julho/2007Pe. Marcovits) O Postulador e a Vice-Postuladora da Causa de beatificação, até esta data, dispõem de 37 testemunhos francófanos e 7 não francófanos. Receberam 8 testemunhos escritos em francês e 15 testemunhos escritos em outras línguas. Por fim, foram-lhes enviados ou prometidos um certo número de testemunhos escritos de menor extensão. A bibliografia (datas de publicação e traduções) dos livros de Pe. Caffarel foi definida e os diversos artigos escritos por ele, em diversas revistas, foram catalogados. Está concluído o inventário de todos os fascículos e brochuras publicados por "Les Editions du Feu Nouveau", fundada por ele. Está em curso, graças à participação eficaz de Pe. Fleischmann, o levantamento e a digitalização de todos os editoriais e artigos escritos por Pe. Caffarel, nas revistas que ele fundou: L' Anneau d'Or (19451967), Cahiers sur l'Oraison (19571989), La Chambre Haute (19731978), assim como os artigos que apareceram na Lettre des Equipes Notre Dame, de 1942 a 1973, sob diversos títulos. Empreendeu-se o exame parcial da revista destinada às viúvas, Offertoire, cujo 1o número é de 1947. Não se conseguiu ainda reunir a totalidade delas. Foram recebidos e inventariados 8 dossiês de arquivos, enviados por pessoas que trabalharam com Pe. Caffarel, entre os quais, arquivos familiaCM 424
res de membros da primeira equipe. Está em andamento, com a ajuda preciosa de uma equipista, um trabalho de grande fôlego, o levantamento dos arquivos das ENS até 1973.
Uma equipe-satélite para recolher os escritos
de Pe. Caffarel Cumprindo as decisões do Colégio de Durhan/2007, foi criada uma equipe-satélite internacional, composta de um casal do Congo, um da Argentina e um casal francês, encarregado de animar a equipe. O trabalho desta equipe consiste em elaborar um documento sintético, de 40 páginas, sobre a vida e o pensamento de Pe. Caffarel. Este documento será posto à disposição de todas as Regiões e Super-Regiões, quando do encontro do Colégio de Fátima, em julho de 2008.
O que devemos fazer para ajudar nesse processo? No Colégio de Durhan foi dito claramente que os equipistas não conhecem, ou não conhecem bem, Pe. Caffarel. Antes de se falar em beatificação, é necessário tomar Pe. Caffarel mais conhecido, fazendo conhecer melhor a sua vida, sua missão fudamental na criação do Movimento, suas intuições e seu pensamento. Para se chegar a isso, muitas ações são possíveis e não vamos enumerá-las aqui. Cada Super-Região ou Região isolada nomeou um correspondente da Associação para animar esta comunicação. Como casais das ENS, a melhor 13
maneira de ajudar consiste em informar-se pessoalmente sobre a personalidade e o pensamento de Pe. Caffarel, pela leitura de suas obras, pela visita ao site da Internet, pela escolha de um tema sobre ele etc. e em fazê-lo conhecido. Uma maneira eficaz de ajudar a causa de beatificação consiste também em inscrever-se como membros
da Associação. É importante que sejamos numerosos para demonstrar claramente nossa vontade de atingir o objetivo ... Obrigado, portanto, a todos vocês .. . Hervé e Genevieve de Com association-amis@ henri-caffarel.org Site: "Les Amis du Pere Caffarel": http://www.henri-caffarel.org
Palavras do Pe. Caffarel Salvaguardar a pureza da reunião de equipe. Defender, como qualquer coisa de sagrado, as equipes tal qual foram estabelecidas, para que elas sejam, realmente, escolas de santidade. É preciso que cada equipe seja um viveiro de apóstolos. Formar equipes não é abandonar a massa. É suscitar apóstolos que irão prolongar a ação do sacerdote. Para responder à dupla missão a que sois chamados - a difusão das equipes, atividades a serviço da Igreja - é preciso que o vosso Movimento seja forte. Forte e disciplinado ... Não sucumbir à tentação de vos dardes sem medida, até vos esvaziardes. Assim fazendo, vós vos esgotareis, sem poder levar nenhuma mensagem. Só há apóstolos na medida em que há almas de oração, de estudo, de meditação.(Quando da sua primeira visita ao Brasil. ln Nancy Cajado Moncau. ENS, ensaio sobre seu histórico)
Meu conselho é o mesmo: máximo de mística e máximo de disciplina. É preciso, a todo o preço, que elas sejam esta sementeira onde o Senhor encontrará aqueles homens e mulheres que darão testemunho de Cristo entre seus irmãos, nos postos mais humildes, como nos mais elevados. Mas isto só acontecerá se as equipes forem verdadeiras escolas de vida cristã, cenáculos onde os apóstolos de Cristo venham abrir seus corações ao Espírito de Deus. O Brasil precisa de santos. É preciso que cada um de vocês, a cada dia, procure a perfeição cristã para a qual Cristo nos convidou, quando nos disse: "Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito". É preciso que vocês se ajudem mutuamente a tender para essa perfeição. (... ) Que o Senhor os proteja de todo farisaísmo. Não se considerem melhores que os outros, por serem das Equipes de Nossa Senhora. Tenham consciência de serem pobres pecadores, dos quais, porém, Cristo pode servir-se para fazer milagres, se tiverem grande confiança no seu amor e na sua graça.(Extraídas de carta aos CRE - EACRE de 1958. ldem.ldem) 14
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EQUlPE SATÉllTE DE PEDAGOGlA NOSSO PR1ME1RO ENCONTRO Aconteceu no último final de semana de outubro de 2007, dias 26, 27 e 28, a primeira reunião (lançamento) da Equipe Satélite de Pedagogia (ESPl), em Pedra de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro. As Equipes Satélites estão ligadas à ERI, através do casal português Tó e Zé Moura Soares. Pe. Ricardo Londofío, da Super-Região (SR) Hispano-América, é nosso Conselheiro Espiritual. Fazem parte da Equipe Satélite de Pedagogia quatro casais das SR da Zona América, a saber: da SR Hispano-América, Sylvia e Andrés Merizalde; da SR Estados Unidos, Anne e Edward Franco; e da SR Brasil, Cida e Raimundo Araújo e nós, Regina Lucia e Cleber Marin, que a coordenamos. Nosso Encontro foi de muita alegria e entusiasmo desde a chegada de Tó e Zé de Portugal, depois do Pe. Ricardo, da Colômbia, e, na 6" feira pela manhã, dos outros 3 caCM 424
sais. Quanta alegria! Vários casais das Equipes do Rio de Janeiro se dispuseram a receber os irmãos nos aeroportos, acolhê-los em suas casas, levá-los a conhecer um pouco a Cidade Maravilhosa, e sentir o calor da acolhida carioca simbolizada pelo Cristo Redentor de braços abertos no alto do Corcovado. A reunião consistiu de momentos de oração e celebração, reuniões de equipe e exposições ricas e detalhadas sobre o trabalho a ser proposto. Contamos com a orientação segura e amiga de Tó e Zé e do Pe. Ricardo, os quais, de forma clara e eficaz, conduziram a apresentação do Projeto das Equipes Satélites e de outras exposições relativas ao nosso trabalho. A princípio, todos estávamos curiosos e preocupados; não nos conhecíamos a todos, falávamos línguas diferentes (inglês, espanhol e português), mas em comum um for15
te sentimento de pertença a um movimento internacional, uma vontade de abraçar a missão recebida com muita determinação e, acima de tudo, uma confiança inabalável em Deus, que chamou a cada um de nós e que nos estará animando e sustentando nessa nova missão. Nosso trabalho já começou; comunicamo-nos uns com os outros utilizando todos os meios que a tecnologia coloca à nossa disposição. Na verdade, nosso trabalho necessita de subsídios do Movimento no mundo inteiro e para isso contamos com a colaboração dos Casais
Responsáveis pelas Super-Regiões. Terminamos nossa reunião no domingo após o almoço e, cheios de alegria, retomamos às nossas casas, profundamente agradecidos ao nosso Pai de Misericórdia por nos dar mais esta oportunidade de crescimento através do serviço. Desde já pedimos que incluam o trabalho das Equipes Satélites em suas orações, pois ele só será possível com a oração de todos. Regina Lucia e Cleber Casal Coordenador da Equipe Satélite de Pedagogia
................................................... SESSÃO DE FORMAÇÃO EQUlPES NOVAS A Região Santa Catarina I teve o privilégio de, nos dias 26 a 28 de outubro, em Florianópolis, sediar
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uma Sessão de Formação Equipes Novas, promovida pela ERI, com enfoque sobre o Movimento. O evento foi coordenado pelo casal equipista de Portugal, Graça e Bernardo Mira Delgado, coordenador da Equipe Satélite Formação da ERI, com a colaboração de Sarita e Mário, CR Regional, e Clemene e Afonso, Casal Formação da Região se L O objetivo principal deste projeto da ERI é assegurar a unidade das Equipes de Nossa CM 424
Senhora e a fidelidade à proposta e ao método do Movimento, quando o número de equipes novas aumenta dia a dia. São dois módulos: um centrado na Reunião da Equipe e o outro no Movimento. No Brasil foram realizadas neste ano duas Sessões de Formação centradas na Reunião de Equipe e esta, a terceira, focada no Movimento. Priorizou, entre outros temas, a Organização, a Estrutura e a Internacionalidade das ENS, oCasal Responsável de Equipe, a Liga-
ção e o Casal Ligação. Foi um encontro muito rico, com momentos especiais de crescimento e troca de experiências entre os 25 casais equipistas participantes. Pe. Valdir Prirn, SCE da Região SC I, presidiu as Celebrações Eucarísticas. Foi uma excelente oportunidade de aprofundamento na mística e na pedagogia do Movimento, de forma agradável e participativa.
Sarita e Mário CR Região SC I
ENCONTROS PROVlNClAlS Província Nordeste Aconteceu nos dias 26 a 28 de outubro, em São José do Mipibu/ RN, o Encontro da Província Nordeste, coordenado pelo Casal Provincial Eneida e Álvaro. Foram 167 pessoas, entre as quais 29 conselheiros. Estavam assim representadas as oito regiões e os 56 setores, em todos o permanente ânimo de união e harmonia. Ressalta-se o entrosamento de todos os CRR, na organização e condução do evento. Tivemos o privilégio de contar com a presença do Casal Responsável pela Super-Região Brasil, Graça e Roberto, que proferiu as palestras sobre o Processo de Beatificação do Pe. Caffarel, Orientações para 2008, Estatutos (60 anos) e permaneceu conosco durante todo o evento. Sua participação ajudou os CM 424
equipistas presentes a compreender melhor o serviço que Deus escolheu para cada casal, pois ninguém é equipista por acaso. Sentiu-se atraído ao apelo de Deus. Padre Pedro, SCE da Província Nordeste, proferiu a palestra sobre o tema de estudo de 2008, "Testemunhas a serviço dos casais". Foram momentos de reflexão, todos atentos às palavras voltadas para a missão dos casais: "O conhecimento me leva a amar e amar me faz seguir". Outro momento de forte reflexão foi a apresentação, pelo Pe. Robério, do resumo do documento final do V CELAM. Os casais ficaram animados com a atuação da Igreja na América Latina. Já o painel sobre o SCE foi comandado pelo Pe. Carlos, conselhei17
ro da Região Paraíba, que discorreu sobre a missão sacerdotal dentro da equipe, comentou sobre como os sacerdotes devem agir e quais suas atribuições nas equipes que acompanham. Sobre a partilha, tivemos o flash apresentado pelo CRR de Maranhão/Piauí, Vilma e Adelman, que, além de demonstrar os passos para se ter uma verdadeira partilha, deu um testemunho de como vivenciá-la. Quanto à liturgia, as celebrações e os momentos de oração deixaram os participantes alimentados espiritualmente, em comunhão com Jesus, Maria e todos os equipistas. O Encontro atingiu o seu objetivo: que todos os CRS da Província Nordeste retornassem aos seus setores animados e incendiados pelo fogo do Espírito Santo. Lucia e Marialva CR da Região Paraíba
••• Província leste Nos dias de 9 a 11 de novembro de 2007, a Província Leste, que abrange os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, reuniu-se em Belo Horizonte, na Casa de Retiros São José. O novo Casal Responsável pela Província, Graça e Juarez, e o SCE, Pe Mundinho, acolheram a todos com muito carinho. Na ocasião foram apresentados os dois novos Casais Responsáveis de Região e tomaram posse 22 Casais Responsáveis de Setor. Foram dias de convivência fra18
terna, acompanhados por Frei Avelino, SCE da Super-Região, que deu ao Encontro a alegria da sua presença e a oportunidade de nos enriquecermos com suas palavras. Fomos, também, presenteados com a visita de Dom Walmor, Arcebispo de Belo Horizonte, que ressaltou a importância da fanu1ia e, neste sentido, reconheceu a grande contribuição das ENS. Ao final desses dias voltamos para nossas Regiões e Setores, animados com as orientações recebidas para o ano de 2008 e dispostos a servir sempre mais ao Pai e às nossas equipes de base. Colegiada da Província Leste Rio I, II, III, IV, V e Minas I, II, III, IV
•••
Província Centro-Oeste Nos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2007, realizou-se o Encontro da Província Centro-Oeste, em Brasília, que reuniu os colegiados das regiões Centro-Oeste I, Goiás Sul, CentroOeste II, Mato Grosso do Sul. Foi planejado e desenvolvido com muito amor e carinho, sob a coordenação segura do Casal Provincial Nilza e Nivaldo, a orientação do SCE Provincial, Padre Geraldo Grendene, e a execução do CR da RCO I, Sônia e Welles. O Encontro transcorreu em clima de espiritualidade, simplicidade, alegria e grande espírito de acolhida. Em todos os dias, celebramos o mistério pascal de Cristo, quando CM 424
partilhamos nosso alimento espiritual, colocando-nos em comunhão com Deus e com nossos irmãos. O tema central das liturgias foi "Testemunhas a serviço dos casais", com os sub-temas: "Pedras vivas da Igreja a serviço do amor; Nosso testemunho de fidelidade ao chamado; Testemunhas da Ressurreição; eDiscípulos e missionários a serviço do Movimento e da Igreja". Foram empossados onze novos Casais Responsáveis de Setor das quatro regiões, lembrando-nos os benefícios da transitoriedade da renovação no serviço da responsabilidade. Como disse Pe. Roger Tandonnet: "Uma responsabilidade espiritual... ninguém pode dela se apoderar". As atividades plenárias, com palestras, flashes, dinâmicas, prepararam-nos em aspectos informativos e formativos referentes ao exercício de nossas responsabilidades. Foram nesse sentido as palavras de Sônia e Welles sobre o processo de beatificação de Pe. Caffarel; as orientações para 2008, apresentadas por Nilza e Nivaldo; a palestra iluminada do Pe. Geraldo sobre o tema do ano, "Testemunhas a serviço dos casais", quando nos falou sobre o primeiro casal santo, Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, além de outros em processo de beatificação; as palavras de Creuza e Caroba sobre os 60 anos de nossos Estatutos, que seriam completados em 8 de dezembro de 2007; a participação do Pe. Geraldo, Pe. Jorge e casal Sônia e Welles no painel "O Sacerdote Conselheiro Espiritual", analisando os temas "O SCE na equipe de base" e CM 424
"O SCE nos quadros do Movimento". Completando essas atividades, Pe. Pedro Bassini nos apontou os objetivos gerais e específicos da Campanha da Fraternidade de 2008. Olga e Nei abordaram a Partilha, como momento mais importante da reunião formal. Rosária e Húdson nos apresentaram flashes sobre Secretaria, Tesouraria e Carta Mensal. Por fim , Nilza e Nivaldo nos motivaram à participação no II Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, a realizar-se em Florianópolis/SC, nos dias 16 a 19 de julho de 2009. Assim, orando e trabalhando, certamente as sementes do Encontro Provincial foram plantadas em terra fértil e, no ano equipista que se inicia, vão germinar, crescer e produzir muitos frutos, para maior espiritualidade e santificação dos casais, fortalecimento das Equipes de Nossa Senhora e, sobretudo, maior glória de Deus.
Leninha e Luis CR do Setor E Região Centro-Oeste I
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Província Sull Alegria! Alegria! Com esse espírito, nos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2007, realizamos o nosso Encontro Provincial, iniciando-o com procissão à nossa Mãe Aparecida, cantando e pedindo sua benção. Após a abertura e apresentações das Regiões e seus Setores, num total de 60 casais, tivemos uma Celebração Eucarística, 19
presidida pelo Pe. Flávio Cavalca. No segundo dia, após a posse dos novos CRS, iniciamos os trabalhos, relembrando a visita ao Brasil do Papa Bento XVI, por ocasião da abertura da 5" Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho. Foi exibido um DVD com "flashes" sobre o clima de emoção e fé que tomou conta de Aparecida nos dias da Conferência e fmalizado com a oração "Fica conosco Senhor", rezada do Papa. Em continuidade, o Casal Provincial, Sheila e Francisco, apresentou as Orientações para 2008, enfatizando os pontos a serem observados pelos equipistas ao longo do ano que se inicia. Padre Flávio falou sobre o Tema do Ano: "Testemunhas a serviço dos Casais".Ao longo do dia tivemos várias palestras, como a apresentação de Ligia e Carlos sobre o 2° Encontro Nacional das ENS no Brasil, a ser realizado em julho de 2009, em Florianópolis. Vicelia e Magalhães deram a palestra Como ser testemunha, uma motivação para a missão do casal equipista. O Dever de Sentar-se foi enfatizado com a apresentação do
livro Casal em Diálogo, de Pe. Flavio, seguida de alguns depoimentos de casais que leram o livro, ou que ajudaram a elaborá-lo ou, ainda, que conviveram com Pe. Flávio na caminhada do Movimento. No terceiro dia, tivemos um painel, com os casais Carmem e João, Fátima e Gil e Ruth e Luiz Walter sobre a Partilha. Muito útil e didático. Na seqüência, falamos sobre o processo de Beatificação do Padre Caffarel, esclarecendo ser muito importante rezar diariamente pela beatificação, mas que também é necessária a nossa generosa contribuição financeira para a causa. Finalizando o ciclo de palestras, o casal Maria Regina e Carlos Eduardo nos falou sobre os 60 anos dos Estatutos do Movimento, enfatizando a necessidade de nos voltarmos continuamente para as origens, sem perder de vista nossa verdadeira missão de casais cristãos. O Encontro foi concluído com a cerimônia de envio: sermos missionários, já que somos discípulos. E sempre com muita alegria! Hermelinda e Arturo CR Região São Paulo Leste I
A colegialidade pode ser definida como uma co-participação de dons diversificados e complementares que o Espírito concedeu a cada um, numa busca comum da verdade e de um encontro mais profundo entre nós. É assim que poderemos colaborar na construção do reino de Deus (. ..) A colegialidade vai além de nossas próprias possibilidades: ela não pode ser senão fruto do Espírito, dom do Espírito. (A Responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora, 1.5.a)
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A RESPONSABlllDADE QUE NOS ESPERA Quando somos escolhidos para a animação da pequena comunidade função de Casal Responsável de equipe, é provável que o CRE preEquipe (CRE), de repente começa- cise menos de espírito de liderança mos a nos perguntar como devemos e mais de atitudes de fidelidade ao nos preparar para bem assumirmos Senhor e ao Movimento. É importante dizer que o CRE esse trabalho primordial nas Equideve participar dos pes de Nossa Senhora. eventos e promoções do Aos poucos nos vêm à Movimento, motivando mente algumas indagaO CRE precisa também a sua equipe a ções, tais como: Em fazer o mesmo. que consiste a função menos de Fidelidade ao cado CRE? Por que foespirito de risma fundador, aos mos nós os eleitos? O Estatutos e às orientaque espera o Movimenliderança e ções vivas do Movito de nós como CRE? mais de mento serão preocupaEmbora a responsações constantes do bilidade seja partilhada atitudes de CRE ao animar a sua com todos os membros ao fidelidade equipe. Que haja moda equipe, isto não retivação, não cobrança, Senhor e ao duz em nada o comproe que nas decisões mais misso do CRE, que Movimento. relevantes seja ouvido deve agir como quem o SCE e, conforme o recebe um chamado caso, consultado oCapara amar mais o Senhor, o próximo e a Igreja, num es- sal Ligação. Em todos os casos, as forço conjunto na caminhada de con- decisões serão tomadas em conjunversão. O casal chamado para o to pela Equipe. O CRE prudente, zeloso e conheexercício temporário desta responsabilidade, a exemplo de Maria, pre- cedor da estrutura das ENS jamais cisa dizer um sim de entrega e de deixa de trabalhar em colegialidade, serviço e se deixar guiar pela ação estreitando os laços de amizade com do Espírito Santo. o seu CL, que certamente estará disA resposta como CRE é de ab- ponível a ajudá-lo a cumprir sua negação, de gratidão, com entusias- missão com discernimento, para que mo e a convicção de quem está ten- não se perca de vista a coesão e a do uma grande oportunidade de re- unidade do Movimento. tribuir ao Movimento um pouco do Da/vinha e Edmilson muito que dele recebe, tudo isso Equipe 12- Brasília-DF apoiado no fiel amor de Deus. Na CM 424
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VAMOS A FLORlANÓPOllS! Queridos irmãos equipistas, que a paz de Cristo esteja com todos . É com grande alegria que nos dirigimos a cada um de vós para um convite muito importante: participar do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. Será a mais rica oportunidade de vivermos o encontro e a comunhão e celebrarmos o que até agora, em nossa vida, vivemos e testemunhamos. "De fato , a vida se manifestou e nós a vimos e somos testemunhas, e nós anunciamos a vida eterna que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós" (lJo 2). Será o momento de darmos graças pelo imensurável amor de Deus pela sua Igreja, entregando a nós o precioso dom da Espiritualidade Conjugal. Momento igualmente rico para a unidade do Movimento, quando aprofundaremos a prioridade de reflexão pós Lourdes-2006: "Equipes de Nossa Senhora, comunidades vivas de casais, reflexos do amor de Cristo". O Documento de Aparecida nos reitera: "A farru1ia , patrimônio da humanidade, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos". Este mesmo documento interpela a nós leigos a nos sentirmos co-responsáveis na construção da sociedade segundo os critérios do Evangelho, com entusiasmo e audácia. Sem dúvida, neste Encontro, de 22
16 a 19 de julho de 2009, viveremos a experiência de sermos família e dele sairemos abastecidos para a missão que a Igreja, o Movimento e a sociedade esperam de cada um de nós. Portanto, será um tempo celebrativo, tempo de oração e formação, visto que nos conduzirá na perspectiva de nossa inserção comunitária como casal, pelo testemunho e pelo dom que fazemos de nós aos outros. Este nosso grande evento ocorrerá no aprazível Centro de Convenções Centro Sul, em local privilegiado da capital catarinense. A bela e acolhedora Florianópolis, com sua gente hospitaleira e seu clima ameno, constituir-se-ão em ponto de convergência dos equipistas de todo o país. Quando escrevemos este artigo, mais de 1.600 equipistas já tinham feito a sua inscrição. E para quem ainda não se inscreveu, lembramos que nas Cartas Mensais de outubro e novembro encontrarão a ficha de inscrição e as instruções. Convidamos os irmãos a estarem atentos para as notícias do 2° Encontro Nacional das ENS a serem veiculadas na Carta Mensal. Que as bênçãos do Senhorestejam sobre todos, e até Florianópolis.
Eunice e Milton Casal SecretárioíFesoureiro CM 424
CONCURSO DA LOG01V1ARCA DO 2° ENCONTRO NAClONAl REGULAMENTO 1.
Introdução
A Comissão Organizadora do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, que se realizará em Florianópolis, de 16 a 19 de julho de 2009, apresenta o Regulamento do Concurso para a criação da logomarca do Encontro. 2.
Objetivos do Encontro
a) Reafirmar a unidade e o sentido de pertença ao Movimento. b) Possibilitar o encontro fraterno e a troca de experiências entre os participantes. c) Formação. d) Oração e Celebração em comum. e) Testemunho público da vivência do amor e da espiritualidade conjugal.
3· Lema do Encontro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor." (Js 24,15) 4· Tema do Encontro "Casal, fecundidade evangélica.". 5. Objetivo do concurso O Concurso visa o envolvimento dos equipistas do Brasil em tomo da criação de uma logomarca a ser estampada nos documentos e publicações do Encontro e do Movimento.
6. Habilitação O Concurso está aberto à partiCM 424
Local do Encontro
cipação de todos os equipistas e conselheiros espirituais de equipes.
7. Normas de apresentação das peças gráficas a) As propostas de logomarcas deverão retratar o Tema do 2° Encontro -Nacional, conforme descrito no item 4 acima. b) A logomarca deverá ser apresentada em cores. c) Os candidatos deverão apresentar duas --cópias da proposta da logomarca, ambas em folhas tamanho A4 (29,7cm x 21,0cm). • Uma das cópias da logo marca deverá ter o tamanho máximo de 15cm x 15cm. • A outra, em tamanho pequeno, para ser usada em testes de impressão, deverá ter uma das dimensões (altura ou largura) com o máximo de 2,5cm. • Caso deseje, o candidato poderá também apresentar uma 23
terceira folha com a logomarca em tamanho livre. d) O candidato deverá enviar para o endereço indicado no item 8 deste Regulamento um envelope grande, contendo dois envelopes menores, com as seguintes características: • Um primeiro envelope, fechado, identificado pelo PSEUDÓNIMO do autor e pelo título LOGOMARCA, contendo a sua proposta. • Um segundo envelope, lacrado, subscritado somente com o PSEUDÓNIMO do autor, no interior do qual fará constar seus dados de inscrição, como segue: nome, (casal, viúvo/a, conselheiro espiritual); endereço completo; telefone; e-mail; e identificação da equipe a que pertence (número, invocação, setor, região e província).
8. Encaminhamento das propostas a) As propostas deverão ser encaminhadas para o endereço a seguir até 25 de agosto de 2008, quando se encerra o prazo de inscrição. Serão aceitas as propostas que chegarem até o dia 01 de setembro de 2008, desde que postada até a data de 25/08/2008. b) Endereço: Logo marca - Encontro Nacional 2009 NC de Silvia e Glauco José Côrte Rua Capitão Romualdo de Barros 705 - casa 28 Carvoeira - CEP 88040-600 Florianópolis - SC 24
9· Propriedade Todas as logomarcas inscritas passarão a ser propriedade das Equipes de Nossa Senhora- Brasil. 1 o.
Comissão ju1qadora
As propostas serão julgadas por uma Comissão Julgadora que se reunirá em Florianópolis para esse fim. 11.
Premiação
a) O autor da logomarca vencedora, além de um diploma certificando a sua premiação, receberá a inscrição de uma pessoa, com hospedagem, para o 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. O prêmio não inclui o transporte de ida e volta da cidade de origem até Florianópolis. b) O vencedor deverá enviar, por meio eletrônico, um arquivo contendo a arte final da logomarca escolhida. c) O resultado será publicado na Carta Mensal de dezembro de 2008 . 1 2.
Esdarecimentos
As dúvidas, questionamentos ou pedidos de esclarecimentos relativos ao Concurso deverão ser formulados até o dia 31-7-08 e enviados via email para o seguinte endereço eletrônico: glaucojose@brturbo.com.br As respostas a possíveis solicitações serão socializadas através da sua publicação no site das Equipes de Nossa Senhora: www.ens.org.br
Comissão Organizadora do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora CM 424
Memória dos 6o anos da Carta Fundacional
OS ESTATUTOS EA UNlDADE DO MOVlMENTO Palestra proferida por Sílvia e Chico - Casal Ligação da ERI para a Zona América - no dia 25 de novembro, durante a comemoração dos 60 anos da Carta das ENS promovida pela Super-Região Brasil, no Colégio Pio XI, em São Paulo/SP.
1. SAUDAÇÃO Ao lado da alegria deste nosso encontro, oportunidade para revermos amigos tão queridos e tão admiráveis pelo que representam para o Movimento, sentimos que Graça e Roberto nos lançaram uma responsabilidade que vai acima das nossas forças humanas qual seja de encaminhar, diante de uma platéia tão seleta, uma reflexão sobre os nossos Estatutos, às vésperas do seu 60° Aniversário. Estamos conscientes de que este convite para lhes falar não foi baseado na nossa competência ou na capacidade, mas provavelmente pelo fato de estarmos ocupando na ERI uma função nos quadros do Movimento. Diante do medo, da insegurança e da ansiedade que nos assolou na preparação que fizemos, e também neste início de fala, consola-
nos uma advertência do Pe. Caffarel, por ocasião de sua visita ao Brasil em setembro de 1972, em Florianópolis: "Atentar para um perigo: Com o tempo adquirimos uma prática, uma competência. E então a responsabilidade que
vos foi confiada não vos faz mais tremer. Se não tremeis mais, pedi a vossa demissão". Estamos seguros de que, por falta de tremor, ainda não chegou a hora de pedir demissão, e por isso temos de ir em frente. Ao consolo do Pe. Caffarel, ainda contamos com a caridosa generosidade de vocês que saberão interpretar palavras que talvez nem lhes sejam ditas, mas que palpitam fortemente em nosso coração, desejoso de lhes oferecer o melhor que esteja ao nosso alcance. Se Dona Nancy fosse viva, certamente seria ela quem estaria aqui nos falando. Por isso, convidamos todos a rezar a oração que ela sempre fazia ao Espírito Santo, antes de iniciar uma palestra.
"Ó Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, inspirai-me sempre o que devo pensar, o que devo dizer, como devo dizê-lo, o que devo calar, o que devo escrever, como devo agir, o que devo fazer para obter a vossa glória, o bem das almas e minha própria santificação! Amém".
11. lNTRODUÇÃO Queremos louvar a Deus e cumprimentar Graça e Roberto e toda sua equipe da SR Brasil por esta iniciativa de reservar um dia para uma reflexão sobre os nossos Estatutos, inserindo-se no espírito do que vai acontecer em nível da ERI, nos próximos dias 7/9 de dezembro, em Massabielle, na França. Ali estarão reunidos muitos dos ex-membros da ERI e Sacerdotes Conselheiros Espirituais com a atual equipe da ERI, para uma grande celebração. Como nos disseram Maria Carla e Carla Volpini, no convite enviado em nome da ERI, não se trata de fazer festa. Festejar é muito bom, mas não é o suficiente. Trata-se de aproveitar este ensejo para levar o Movimento no mundo inteiro a fazer memória, no sentido de voltar à fonte para beber a água pura que Deus fez brotar a partir da alma apaixonada de quatro casais e um sacerdote e, ao mesmo tempo, olhar com um olhar prospectivo e profético para o futuro. Com efeito, nossos Estatutos fazem 60 anos e nesse tempo aconteceram grandes
Fazer memória, enfim, não é recordar, mas tornar presente e atual a força de
um acontecimento no qual Deus se fez presente.
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regras, enfim uma consolidação de normas e leis para se atingir um determinado objetivo. A palavra Carta, traduzida do francês, Charte, tem um sentido solene de constituição. Mas mesmo em português, a palavra carta também se presta a designar diversos documentos oficiais. Pensamos muito em que lhes dizer sobre o assunto e nos aventuramos a percorrer algumas trilhas em busca desse espírito da lei, que explicam o seu porquê, que permitem aprofundar a riqueza do seu conteúdo e gostaríamos de poder olhardesde já para os nossos estatutos das ENS e ver neles nada mais nada menos do que uma simples, mas solene carta de amor, inspirada por Deus e escrita por mãos humanas, para nos revelar que o amor conjugal nasce do próprio amor de Deus e por isso tem imensas maravilhas a serem descobertas e possibilidades mil a serem vivenciadas, e que se bem vivenciadas nos conduzem muito perto de Deus pelos caminhos da santidade. É uma carta de amor que nos aponta o ideal da espiritualidade conjugal, mostra os meios e nos dá os instrumentos para vivê-la, que nos chama e convida para uma aventura pelas trilhas infinitas da misericórdia de Deus sobre o casal humano. Ao mesmo tempo, não queremos imaginar o conteúdo desta carta como manifestação de um amor romântico, alienado das realidades
transformações. A guerra mundial que havia recém terminado transformou o mundo, mas houve também um Concílio que alterou a forma de viver a fé. É uma oportunidade para fazer uma revisão e uma retomada, fazer nossa autocrítica construtiva, sentir os desafios novos, e tentar definir estratégias futuras. Fazer memória, enfim, não é recordar, mas tornar presente e atual a força de um acontecimento no qual Deus se fez presente. De qualquer forma, em espírito de comunhão com o Movimento das ENS em todo o mundo podemos vibrar de alegria e agradecer a Deus pelos acontecimentos destes 60 anos, por nos permitir no concreto de nossas existências experimentar todas as maravilhas reveladas, o incentivo e o apoio que nos vêm de nosso sexagenário Estatuto.
lll. ESTATUTOS A vantagem de se falar a um grupo de pessoas que tiveram e têm nas mãos o destino do Movimento é que não precisamos nos preocupar muito em explicar, ou definir os termos e assim se abre a oportunidade para tentarmos penetrar no espírito, naquilo que não podemos ver com os olhos, nem perceber com a simples inteligência. Todos aqui conhecem os Estatutos das ENS. Sabem o que sejam Estatutos como lei orgânica de uma instituição, com seu regulamento, Fs àt\.!tcs e Unidade
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E:n~arte Especial • CM 424
concretas e dos desafios do cotidiano, mas uma carta de um amor exigente, que não diminui o irmão, nem o leva à revolta, mas ao contrário, o enriquece. Em 4 de maio de 1959, durante a Peregrinação a Roma, o Pe. Caffarel proferiu uma memorável palestra intitulada Vocação e Itinerário das ENS, na qual dedica todo um capítulo para explicar o porquê dos estatutos. O que podia explicar que a santidade não tivesse jamais deixado de florescer e reflorescer nas ordens religiosas no curso dos anos, apesar das crises internas e externas? Ele dizia: "Eu compreendi que os fatores essenciais da solidez e da vitalidade destas ordens eram sua regra".
Mas propor "não uma regra de monges, mas uma regra para leigos casados". Assim o objetivo dos Estatutos é o de apresentar o ideal cristão do casamento e determinar os meios que permitirão aos casais adquirir deles uma melhor compreensão.
lV. A UNlDADE DO MOVlMENTO Um simples olhar para a história nos convence de que há o dedo de Deus a penetrar o conjunto de nossas regras. Um Movimento que nasce dentro do ambiente inóspito de uma grande guerra mundial, que cresce no âmbito restrito da França e de alguns países de língua francesa, intuir ainda na sua infância (de 1939 a 1947) que tinha uma vocação universal é algo extraordinário e divino. Não sabemos se os primeiros casais e o Pe. Caffarel tinham o sonho ou previram conscientemente a possibilidade de o Movimento se espalhar por quase 70 países nos 5 continentes, mas o estatuto, esta nossa carta de amor, deixou a porta aberta para essa crescente internacionalidade. O salto do Movimento para além fronteiras e oceanos colocou naquela época um problema novo. Suscitar em cada país uma direção nacional autônoma ou conceber um grande Movimento com direção única? O Pe. Caffarel refere que se optou por um Movimento único.
Um simples olhar
para a história nos convence de que há o dedo de Deus a penetrar o conjunto de nossas regras.
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Nós vamos citar muito o pensamento do Pe. Caffarel, mesmo porque ele foi o grande mentor dos Estatutos. Ele asseverava que é preciso ir em direção da mais perfeita unidade. É a resposta à aspiração do Cristo, revelada na noite da quinta-feira santa "que eles sejam um como nós somos um". O exemplo das ordens religiosas prova-nos, aliás, que no plano da espiritualidade não há fronteiras. Certo é que a unidade não se dá na epiderme das coisas secundárias, mas naquilo que é essencial, no caso do nosso Movimento, em torno do carisma, do dinamismo da mística. A unidade na busca de corresponder ao apelo do Senhor- vem e segue-me - de compreender que somos necessitados do socorro de Deus e dos irmãos, e, portanto, do Es ãt\,ftos e Unidade
constituir-se equipe como comunidade eclesial. É por isso que podemos nos sentir equipistas em qualquer parte do mundo, ultrapassar, na força da fé em Deus e do amor fraterno, os limites das diferenças sócio-culturais, do tempo de pertença, a barreira das línguas, e mesclar tudo na busca do mesmo amor de Deus. Quem afirma que a Carta das ENS é a garantia da unidade é o próprio Pe. Caffarel, na mesma palestra na Peregrinação a Roma, em 1959, a que já nos referimos: "Quanto foi esclarecedor, para mim, constatar que ter convidado marido e esposa a se amarem sempre melhor no seio do casal, que ter convidado os casais a se amarem no seio da equipe, não favoreceu um "isolacionismo". Bem longe disto ... Quando o coração humano comete
a imprudência de se abrir à caridade de Cristo, este, irresistivelmente, se amplia às dimensões da Igreja e do mundo". E disse também: "o amor nunca pode dizer chega. Se acontecer isso o amor começa a declinar". Cremos que neste auditório, a grande maioria de nós é testemunha viva deste fenômeno da unidade, a partir da oportunidade que tivemos de nos encontrar com equipistas dos mais diferentes rincões, línguas e culturas, porque pudemos experimentar a sensação de encontros com pessoas até então desconhecidas com as quais nos aproximamos de uma maneira misteriosa, que nos faz, em minutos, sentir a intimidade, como se fôssemos velhos amigos, uma atmosfera súbita de confiança que nos faz vibrar no fundo do coração o sentido da fraternidade. Que dizer da identidade e da fidelidade do Movimento que se mantém íntegro ao longo de mais de 60 anos de existência? Onde quer que vamos, ali encontraremos os mesmos ideais de busca da santidade corno casal, de reunir-se em comunidades eclesiais para nos auxiliarmos mutuamente nessa caminhada, com os mesmos meios, com a mesma disciplina. Cremos que será possível admitir que esse corpo de leis, ou seja, nossos Estatutos, tem alguns atributos que possibilitam e sustentam essa unidade. Esses atributos dos nossos EstaEstatutos e Umclacle
tutos, que são como marcas registradas do seu próprio caráter, não limitam a existência de muitos outros atributos e os que iremos agora colocar são apenas alguns, frutos do estudo e da reflexão que fizemos na preparação desta palestra.
Um corpo àe 1eis que tem uma a1ma, um dinamismo interior É somente a alma que dá vida ao corpo. Mas nem sempre é fácil perceber esse sopro do espírito que dá sentido a esse conjunto de propósitos, normas e disciplina que compõem os nossos Estatutos. Recentemente, recebemos uma incumbência de Graciete e Gambim, responsáveis da Carta Mensal da SR Brasil, para escrever um artigo sobre a disciplina das ENS, para compor uma edição da nossa Carta Mensal, onde os Estatutos merecerão uma ênfase especial. Ali escrevíamos que para se reconhecer a alma é preciso que o equipista seja um apaixonado e, numa expressão francesa forte, também utilizada pelo Pe. Caffarel, é preciso que o equipista seja um "chercheur de Di eu". Chercheur de Dieu, é aquele que procura, que busca ansiosa e apaixonadamente o encontro com seu Deus. A palavra procurador em português, evidentemente, não soa com o mesmo sentido. Mas sem esse desejo interior de Encarte:'Especial • CM 24
buscar o encontro com Deus será muito difícil deparar-se com essa força divina que dá vida ao corpo da lei. Nos Estatutos encontramos, porém, palavras estimulantes, um fogo aceso para fazer aquecer essa necessária paixão. Basta pegarmos o preâmbulo para vermos expressões que soam fortes, cheias de dinamismo interior, ou seja, casais que: ambicionam levar até o fim ... que querem viver.. . que se entregam .. . que resolvem ... que reconhecem ... que fazem do Evangelho ... que querem que o seu amor... que querem ser... Quem assim ousa dizer e assumir não pode ser outra coisa senão um casal "chercheur de Dieu", seduzido por um chamado impossível de ser recusado. Sentir-se chamado por Deus, pelo próprio nome, tem um poder de atração irresistível, uma sedução sem ftm.
Uma regra na qual se encontra um sentimento de força e segurança O Pe. Caffarel conta-nos que ao propor os Estatutos não o fez sem certa apreensão. Seriam eles compreendidos e aceitos? Trariam asolução para a crise de euforia e bem estar que se instalara nos meios equipistas? Com efeito, como sabemos pela história, di versos grupos se afastaram e não aceitaram a regra, Estatutos e Unidacf,e
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embora estivessem interessados nas propostas do Movimento. Disse também o Pe. Caffarel que o grande número de casais que aceitou os estatutos não o adotaram tanto por entusiasmo, mas muito mais por um sentimento de confiança. Apesar disso, foram necessários 3 anos para os estatutos encontrarem o seu lugar. Mas o passar dos anos mostrou a confirmação do acerto na sua adoção, pois foi grande o número de casais que procuravam o Movimento, justamente porque ele propunha uma regra na qual encontravam um sentimento de confiança, força e segurança. Essa força e segurança decorrem não porque as equipes formam Encàrte E:special •
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amigos sólidos, mas porque se compõem de cristãos que se reúnem como Igreja em nome de Cristo, para acolher, partilhar e anunciar o amor de Deus, e por isso não realizam uma obra humana, mas obra conduzida e inspirada na graça de Jesus, "onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei aí presente".
Proposta de um encontro com Deus, antes de encontrar-se com as reqras que levam o casal até Deus Estivemos recentemente meditando sobre um escrito que o Papa João Paulo II fez sobre a passagem de Zaqueu ao receber a visita de Jesus em sua casa. Todos conhecem muito bem essa passagem e o diálogo que se estabeleceu. Zaqueu era homem rico, conhecia bem as leis judaicas, mas agia afastado delas. O papa, no entanto, diz que o que levou Zaqueu à conversão foi o encontro com Jesus, com o Deus dos mandamentos, antes de encontrarse com os mandamentos de Deus. Este trocadilho de Sua Santidade é fundamental para entender o que existe por detrás da lei, da regra, enfim do nosso Estatuto. Os que o lêem e enxergam ali somente exigências, farão corno fizeram aqueles grupos de dissidentes que não aceitaram os Estatutos e pediram para ir adiante, sem se
comprometerem com eles, e logo mais adiante não conseguiram ir além da sua própria miopia. No entanto, as regras, a pedagogia e a mística são apenas instrumentos que nos sugerem a forma mais eficaz de encontrar-se com o Senhor de todas as leis. Antes de serem transcritas, as normas foram experimentadas no concreto da vida dos primeiros casais e só após isso transformaram-se em regra. Portanto, os casais pioneiros primeiro se encontraram com o Senhor das Leis, e somente após escreveram as leis que os levariam corno casal até o Senhor. Este é um dos pontos mais encantadores dos nossos Estatutos. Eles nos apontam para um ideal maior. Quando se faz o encontro com o amor de Deus, regras, normas e leis passam a ser apenas dons que estimulam a nossa busca, que mostram a nós casais as belezas do sacramento do matrimônio e nos dão os meios para atingir esses objetivos.
As reqras fundadas
sobre a caridade Muitas leis, regras ou regulamentos assustam pela sua severidade. Muitas vezes, para intimidar as pessoas a obedecer as regras, para sujeitá-las ao seu cumprimento, apresentam-se as represálias, o rigor das penas, e enfim mecanismos para impedir sua violação. É a lei
As ENS ao alcance dos fracos e incapazes
do medo; quem errou tem de pagar. Nossos Estatutos descobriram o segredo do equilíbrio: a regra deve ser suficientemente suave para não entravar a personalidade e a missão dos cônjuges e, ao mesmo tempo, bastante severa para preserválos da moleza. Mas, sobretudo, os estatutos nos convidam a não temer as regras, a não ter receio do controle, pois que tudo é inspirado pela caridade, a virtude por excelência, como nos afirma o apóstolo Paulo na 1a carta aos Coríntios, cap. 13. Poderemos ter dificuldade de entender uma palavra, de interpretar uma norma, mas dificilmente faremos objeção para entender o amor, pois ele não precisa ser escrito, nem falado, basta ser sentido. A caridade continua a ter um poder de atração uni versai.
Como advogado , cansei de analisar estatutos de empresas e de associações, até mesmo filantrópicas e beneficentes, e nelas apesar de seus bons propósitos, havia sempre normas e regras que privilegiavam pessoas de maior cultura, de maior saber, de maior riqueza, sócios beneméritos, indicação para diretores de inquestionável formação e experiência. Normas que fomentam a competição, o sucesso a qualquer preço. Olhamos para os nossos Estatutos e vemos que eles dirigem seu convite exatamente àqueles que se reconhecem pequenos, que tomam consciência de sua fraqueza, da sua
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Encàrte f.s.pecial• CM424
incapacidade para resolver sozinhos as coisas. Apesar da grandeza do ideal apontado, os Estatutos permitem aos pobres mortais, às pessoas comuns como nós, fazer a experiência apaixonante do amor de Deus. "Porque eles conhecem sua fraqueza e os limites de suas forças, como também da boa vontade que os anima, porque a experiência de todos os dias lhes prova o quanto é difícil viver como cristão, num mundo pagão, e porque depositam uma fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraterno, decidiram unir-se em equipe."
A ternura do auxílio mútuo Nada de normas para incentivar a competição, para determinar quem é o melhor. Nem mesmo na atribuição de responsabilidades de direção dentro do Movimento é colocada a ótica de ser mérito ou prêmio, nem se atribui poder, mas apenas serviço. Os casais são incentivados a praticar entre si o auxílio mútuo. Nas equipes esforçam-se por "satisfazer a quádrupla exigência da amizade fraterna: dar, receber, pedir e saber recusar". Nos quadros o convite é simplesmente para ser capaz de amar mais. Nada há de melhor para se estabelecer a unidade como cada um ser acolhido como é, no estágio em Estatutos e Umâaàe
que se encontra, nas possibilidades de seus passos, reconhecido no seu valor. A ternura do auxílio mútuo que impregna a mística do nosso Movimento e vem enfatizado nos Estatutos é um dos alicerces que afasta as barreiras das diferenças entre as pessoas, da diversidade das culturas, da complicação no entendimento das línguas e dos costumes. O amu1io mútuo é garantia de unidade, na medida em que a partir dele se estabelece a confiança, a intimidade, a benquerença. A entreajuda é um dos nomes próprios da caridade. "Levai os fardos uns dos outros", escrevia São Paulo aos Gálatas, "e assim cumprireis a lei do Cristo". A entreajuda é, num sentido, a razão de ser das equipes. Todo os momentos da Reunião de Equipe são orientados por essa entreajuda fraterna. Mas não somente entreajuda espiritual, como ajuda material e moral. Igualmente, não apenas ajuda entre equipistas, mas, enfim, ajuda entre equipes. "Nosso Movimento é uma equipe de equipes".
A presença indispensável do Sacerdote Conselheiro Convidando os casais a recorrer primeiro a Deus, as equipes lhes oferecem também o socorro daquele que é o grande dom de Deus aos homens para os conduzir até Ele, ou
seja, o sacerdote. O papel do sacerdote conselheiro é capital para o nosso Movimento. Sempre foi uma garantia e uma indispensável contribuição para os casais terem na equipe um sacerdote para ser o educador espiritual da equipe, para ser o guardião da fé, evitar desvios doutrinários e ajudar os casais nos caminhos da espiritualidade e, muito especialmente, tomar o Cristo presente como Cabeça do corpo.
':A carta das ENS não deve ser vista como teto, mas um trampolim" Muito se discutiu na equipe dirigente e nos encontros internacionais se o Movimento devia ser de iniciação à vida cristã no casamento ou um movimento de perfeição? O Pe. Caffarel dizia que só a resposta a esta questão pode nos colocar na pista certa: "Se o Movimento for só de iniciação, ele não deve manter seus casais senão por um tempo. Mantêlos além de um certo limite de tempo seria favorecer o infantilismo, pois não se passa a vida inteira se iniciando. Se, ao contrário, nossas equipes são um Movimento de perfeição os casais aí então podem permanecer. Nosso Movimento deve ser ao mesmo tempo de iniciação e de perfeição. Se ele fosse somente de perfeição, os casais hesitariam de aí E
tYtos e Unidade
Há uma
razão maior:
nosso mundo tem uma necessidade de santos leigos.
entrar. Se fosse apenas de iniciação, logo decepcionaria seus casais. A solução teórica é simples. Após alguns anos de iniciação ou os casais se retiram ou se comprometem com uma trajetória ascendente. A solução concreta é menos fácil". E continuava dizendo: "Mas eu sou claro em afirmar que o Movimento deve ser não somente de iniciação, mas também de perfeição cristã, pois as necessidades da Igreja requerem com urgência que se instalem movimentos de perfeição cristã para leigos casados. Mas há uma razão maior: nosso mundo tem uma necessidade de santos leigos. Escutem-me: de homens e de mulheres inteiramente entregues ao Cristo, habiEncarte ESpe ·ai • CM 424
outra espiritualidade, o Movimento estaria acabado, tudo perderia seu sentido: pedagogia, obrigações, porque o único sentido que tudo isso tem é em vista da espiritualidade conjugal. Não temo, pois, dizer: a razão de ser do Movimento, sua finalidade é a de conduzir seus membros ao conhecimento da espiritualidade conjugal e a viver dela". Esta foi a grande novidade, a descoberta inédita que ainda faz do nosso Movimento possivelmente o único a se voltar exclusivaV. CONCLUSÃO mente sobre a espiritualidade do Os estatutos não são um fim, um casal, a grande força de atração absoluto. Se se demonstrar que as que une o coração dos esposos na obrigações ou um dos métodos não busca do ideal da santidade desese constituem em um meio de levar jada por Deus. Não podemos encerrar estas reos casais a progredir na fé - é isto que importa - imediatamente eles flexões, sem citar aquele casal que serão reformados ou corrigidos. no Brasil nos legou o Movimento das Mas ao longo destes 60 anos, os ENS: Nancy e Pedro Moncau. É Dona Nancy que conta, no liEstatutos provaram sua excelência e eficácia, e foram muito poucas as vro por ela escrito ao ensejo do nosso Jubileu de Ouro: modificações introduzidas. "Lembro-me, ainda, perfeitamenNo entanto, se alguém lhes perguntasse o que é essencial nas ENS, te, do dia em que vi Pedro aproxiqual elemento que, se faltasse, des- mar-se com um maço de papéis na caracterizaria as ENS, o que vocês mão. Estava eufórico. Era a primeira documentação das equipes que diriam? chegara. E me disse: Eis o que eu O Pe. Caffarel disse que, se esta pergunta lhe fosse feita, não vacila- há tanto tempo procurava!" Que sob o influxo da graça de ria na resposta: "A organização poderia ser di- Deus e a proteção de Nossa Senhoferente, a pedagogia, as funções dos ra, olhando para os nossos Estatuquadros, as regras poderiam ser tos e revivendo-os hoje como o pormodificadas, e as ENS não ficariam to seguro que nos acolhe, possamos radicalmente transformadas. Mas, dizer em uníssono: eis o que há temse lhes suprimisse a espiritualidade po nós procurávamos. E que assim seja. Amém!• conjugal, ou se fosse substituída por
tados por sua caridade, movidos por seu Espírito". Assim, não se trata de se satisfazer pelo que conseguirmos cumprir e observar diante das regras, mas alegrar-se por aquilo que poderemos vir a ser se dissermos um sim consciente ao amor de Deus. Os estatutos abrem as janelas, rasgam as cortinas para nos projetar no infinito do amor de Deus.
CONCURSO DA LETRA DO HlNO DO 2° ENCONTRO NAClONAL REGULAMENTO -.. lnrrodução A Comissão Organizadora do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, que se realizará em Florianópolis (SC), de 16 a 19 de julho de 2009, apresenta o Regulamento do Concurso para a instituição da letra do Hino do Encontro. 2.
Objetivos do Encontro
a) Reafirmar a unidade e o sentido de pertença ao Movimento. b) Possibilitar o encontro fraterno e a troca de experiências entre os participantes . c) Formação. d) Oração e Celebração em comum. e) Testemunho público da vivência do amor e da espiritualidade conjugal.
3· lema do Encontro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor." (Js 24,15) 4· Tema do Encontro "Casal, fecundidade evangélica.". 5. Objetivo do concurso O Concurso visa o envolvimento dos equipistas do Brasil em tomo da criação da letra do hino que será cantado durante o 2° Encontro Nacional e que poderá ser utilizado em doCM 424
cumentos e publicações do Encontro e do Movimento.
6. Habilitação O Concurso está aberto à participação de todos os equipistas e conselheiros espirituais de equipes.
7. Normas de apresentação das propostas a) A s propostas de letras para o Hino deverão retratar o Lema do 2° Encontro Nacional, conforme descrito no item 3, e os fundamentos do Movimento. b) A letra proposta deverá conter, no mínimo, duas estrofes e um refrão ou, no máximo, três estrofes e um refrão. c) O candidato deverá encaminhar para o endereço indicado no item 8 deste Regulamento um envelope grande, contendo dois envelopes menores, com as seguintes características: • Um primeiro envelope, fechado, identificado pelo PSEU25
DÔNIMO do autor e pelo título LETRA DO HINO, contendo a proposta da letra do Hino, digitada. • Um segundo envelope, lacrado, subscritado somente com o PSEUDÔNIMO do autor, no interior do qual fará constar seus dados de inscrição, como segue: nome, (casal, viúvo(a), conselheiro espiritual); endereço completo; telefone; e-mail; e identificação da equipe a que pertence (número, invocação, Setor, Região e Província).
8. Encaminhamento das propostas a) As propostas, devidamente envelopadas como está descrito no item 7, deverão ser encaminhadas para o endereço constante no item b) a seguir, até 25 de agosto de 2008, quando se encerra o prazo para inscrição ao presente concurso. Serão aceitas as propostas que chegarem até o dia 019-2008, desde que postadas até a data de 25-8-2008. b) Endereço: Letra do Hino- Encontro Nacional 2009 A/C de Silvia e Glauco José Côrte Rua Capitão Romualdo de Barros 705 - casa 28 Carvoeira - CEP 88040-600 Florianópolis - se
1 o.
Comissão julgadora
As propostas serão julgadas por uma Comissão Julgadora, que se reunirá em Florianópolis para esse fim. 11.
Premiação
O autor da letra vencedora, além de um diploma certificando a sua premiação, receberá a inscrição de uma pessoa, com hospedagem, para o 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. O prêmio não inclui o transporte de ida e volta da cidade de origem até Florianópolis. O resultado será publicado na Carta Mensal de fevereiro/março de 2009. 12.
Hino
A Super-Região Brasil entregará a letra vencedora a um especialista renomado, para compor a correspondente música do Hino do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora. 1 3.
Esclarecimentos
As dúvidas, questionamentos ou pedidos de esclarecimentos relativos ao Concurso deverão ser formulados até o dia 31-7-2008 e enviados, via e-mail, para o seguinte endereço eletrônico: glaucojose@brturbo.com.br As respostas a possíveis solicitações serão socializadas através da sua publicação no site das Equipes de Nossa Senhora: www.ens.org.br
9. Propriedade Todas as letras inscritas passarão a ser propriedade das Equipes de Nossa Senhora - Brasil. 26
Comissão Organizadora do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora CM 424
CELEBRANDO A PÁSCOA DO SENHOR Para qualquer festa importante, a gente costuma se preparar. E se prepara bem! Festa de 15 anos, formatura, casamento, bodas etc. E quanto mais importante a festa, parece que mais tempo leva a preparação. Na preparação já se começa a viver a festa. Nós cristãos celebramos todo ano a festa da Páscoa: Morte e ressurreição de Jesus. É a maior de todas as festas. A mais importante ... Grande demais para ser preparada em apenas três dias ou uma semana. Por isso, estendemos a sua preparação para quarenta dias. Daí Quaresma, período de quarenta dias, que vai da quarta-feira de cinzas até a quintafeira santa pela manhã. Nesses quarenta dias de preparação para a Páscoa, lembramos os quarenta anos do povo de Deus no deserto e, sobretudo, os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão. É um tempo forte na vida da Igreja, em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela Palavra e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. Por isso a importância da Campanha da Fraternidade que, concretamente, a cada ano, nos convoCM 424
capara a superação de um problema da sociedade. Neste ano de 2008, seu lema é: "Escolhe, pois, a vida!" É um tempo de graça e bênção, de conversão e mudança de vida, de recordação e preparação do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos; tempo de escuta mais atenta da palavra de Deus e de oração mais intensa; tempo de jejum como aprendizagem, entrega e docilidade à vontade do Pai; tempo de esmola ou de partilha de bens e de gestos solidários, de carinho com os pobres e necessitados. As celebrações mais importantes do tempo da Quaresma são: a) Quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos esse tempo de preparação pascal: "Convertei-vos, e crede no Evangelho!". b) Os cinco domingos da Quaresma, nos quais as comunidades se reúnem para celebrar a presença viva do Senhor que nos mostra o caminho para a vitória definitiva da Páscoa. c) O Domingo de Ramos, no qual lembramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte, para depois ressuscitar vitorioso. d) Ainda, como parte da Quares27
ma, se celebra na quinta-feira santa pela manhã a missa dos santos óleos. Na Quinta-feira Santa, à noite, iniciamos o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, que termina na tarde do Domin$0 da Páscoa da Ressurreição. E o ápice do ano litúrgico, porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, "quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida". Depois temos o Tempo Pascal os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, "um grande domingo". São dias de Páscoa e não após a Páscoa. A festa da Ascensão é celebrada no Brasil no 7° domingo da Páscoa. A semana seguinte, até Pentecostes, caracteriza-se pela pre-
paração à celebração da vinda do Espírito Santo. Em sintonia com as outras Igrejas cristãs, no Brasil, realizamos nesta semana a "Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos". O importante é que não vivamos este tempo litúrgico, da 4". feira de cinzas até o dia de Pentecostes, na indiferença, até com o risco de cairmos na rotina. Cada tempo litúrgico é sempre novo, é sempre um novo tempo. É por isso que cantamos durante a Quaresma: "Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação! Ao Pai voltemos, juntos andemos, eis o tempo de conversão!" Vivenciando bem o tempo da Quaresma, poderemos também cantar com alegria no dia da Páscoa, no Salmo Responsorial: "Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!"
Pe. Carlos Gustavo Haas Eq. 45 B- RCO II- Brasília/DF
................................................... QUARESMA, TEMPO DE CONVERSÃO Mais uma vez, a liturgia destes últimos dias nos repete: Eis o tempo de conversão. E mais uma vez podemos perguntar: Converter-se de novo? Acabamos de sair, há pouco, de um outro tempo de conversão que foi o período de preparação para o Natal. Mas será que precisamos de tantas conversões assim? Pois é! A vida inteira representa um 28
processo contínuo de conversões. Evidentemente não se trata sempre de conversão total nos moldes do filho pródigo que precisou de urna mudança radical: passar de urna vida de perdição para urna vida honesta. Também este tipo de conversão pode tomar-se necessário. Mas, na maioria dos casos, trata-se de outros tipos de conversão, nos moldes do irmão mais velho do CM 424
filho pródigo, que precisava dar mais atenção ao valor do irmão do que aos bens desperdiçados por ele. Às vezes não se trata nem de corrigir erros, tirar defeitos, reparar danos, mas de verter a própria atenção para uma outra qualidade que pode ser melhor aproveitada. Às vezes, trata-se de assumir as difíceis conversões que a vida nos impõe, como mudar o próprio estilo de vida em função da idade, de uma
doença, de uma desavença. Qualquer que seja o tipo de conversão que cada um precisa- como, por exemplo, olhar com maior interesse o problema da Amazônia - é importante não se deixar levar pela rotina, mas dar ouvido ao canto da Igreja: Eis o tempo de conversão. Pe. Geraldo Grendene SCE Eq. N. S. Imaculada Conceição Campo Grande/MS
................................................... QUARESMA, UMA ATITUDE DE VlDA Através do ano litúrgico, a nossa Igreja desenvolve uma pedagogia de santificação da sua imensa comunidade de fiéis, proclamando a Palavra de Deus e celebrando a Eucaristia. Alternando festas e dias de penitência, a liturgia faz progredir no tempo o povo de Deus. Agora chegam para nós os dias da Quaresma, tempo em que aguardamos com alegria espiritual as festas da Páscoa do Senhor. Nos dias quaresmais, somos todos convidados a corrigir as negligências na vida espiritual, a nos afastarmos dos vícios, a nos entregarmos à oração interior e fazer algum gesto penitencial em reparação pelos nossos muitos pecados atuais e passados. Somos pecadores, todos dizem com humildade sincera. Ora, o que se pede aos pecadores é que se convertam e façam penitência. Portanto, nestes dias de Quaresma, acrescentemos alguma coisa às nossas CM 424
obrigações: orações especiais, vigílias, jejuns, leituras espirituais, abstinências na comida ou bebida, serviço aos pobres, maior silêncio espiritual, geração de alegria e paz. Ofereçamos a Deus uma demonstração de nossa boa vontade em buscar honestamente a santidade com a alegria do Espírito Santo, que sempre inspira e sustenta na graça os penitentes da Igreja. Lembrar-se de que ser um pecador necessitado de penitência é uma atitude de vida que nos é lembrada agora na Quaresma, mas que deveria permanecer constante. Manter o castelo interior da alma limpo e adornado para a visita pascal do Senhor Jesus é o mínimo que se pode pedir aos que desejam progredir nos caminhos da santidade. Pe. Frei José Antero SCE da Região Ceará 29
MEMÓRlA DOS 6o ANOS DA CARTA FUNDAClONAl A Super-Região Brasil, no dia 25 de novembro de 2007, reuniu no Colégio Pio XI, em São Paulo, algumas dezenas de casais e sacerdotes, para fazer memória da Carta das Equipes de Nossa Senhora, que há 60 anos é referência fundamental para a unidade do Movimento em todo o mundo em torno do carisma da espiritualidade conjugal. Sobre esse encontro se fará ampla resenha na próxima edição da Carta Mensal. Todas as regiões do Brasil fizeram algum evento em comemoração aos 60 anos da Carta. Em Porto Alegre, por iniciativa da Região RS I, no dia 8 de dezembro de 2007, foi celebrada missa festiva, presidida pelo SCE da Região, Pe. Leandro M. Chiarello, com a presença da comunidade paroquial e de muitos equipistas. Pe. Leandro enalteceu o Movimento como uma obra de Deus, enfatizando que os casais equipistas se esforçam por viver o sacramento do Matrimônio como "um lugar de amor, um projeto de felicidade e um caminho de santidade". Ao final da celebração, ele pediu a Graça e Roberto, CR da Super-Região, que dissessem breve palavra sobre o significado da comemoração para o Movimento e para a Igreja. A celebração foi transmitida pela Rádio Aliança, uma rádio católica com programação exclusivamente religiosa. Ainda, por promoção da Região, durante três semanas, diariamente, em seu programa Atualidades da Fé Católica apresentado na mesma emissora, Pe. Leandro entrevistou os casais Graça e Roberto, Eunice e Milton, Graça e Eduardo e Graciete e Gambim, numa conversa sobre o surgimento das ENS, o significado e a importância dos seus Estatutos (Carta), a organização do Movimento, seu carisma e sua mística, a presença do Movimento no Brasil desde a sua chegada em 1950, e também sobre a pessoa do Pe. Caffarel e o processo da sua beatificação. 30
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PASTORAL FAMlUAR FAZ ASSEMBLÉlA Cerca de 80 pessoas, entre bispos e membros da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Farru1ia, assessores eclesiásticos e coordenadores da Pastoral Familiar nos 17 conselhos regionais da CNBB, representantes da Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar e coordenadores nacionais dos principais movimentos e serviços familiares do Brasil participaram, nos dias 10 e 11 de novembro de 2007, da 31a Assembléia Geral da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), realizada na paróquia Verbo Divino, em Brasília. Durante o encontro, foi apresentada a nova presidência da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, constituída pelo Arcebispo de Londrina!PR, Dom Orlando Brandes (presidente) e pelos membros: Dom João Carlos Petrini, Bispo Auxiliar de Salvador e Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro. Os participantes discutiram a articulação da Pastoral Familiar nos regionais e dioceses, para preparar e celebrar a Campanha da Fraternidade 2008; elaboraram o calendário do próximo ano e as linhas de ação da Pastoral para o quadriênio 2008-2011. Além disso, avaliaram as atividades realizadas nos regionais e dioceses, da ação e parcerias entre a Pastoral Familiar e os movimentos e serviços. Também esteve em pauta o debate sobre os principais projetas de lei em tramitação no Congresso Nacional que envolvem a temática Vida e Família.
40 anos ào Setor Rio Negro e Mafra Pe. Izidoro Kosinski, pároco da Paróquia São José, tendo participado de cursos de atualização e adequação pastoral ao Concílio Vaticano II, montou em 1966 o primeiro curso para leigos, com a intenção de atingir a base da sociedade, a família. Era posto, então, em funcionamento o Curso de Preparação para o Casamento. Aos 16 de março de 1967, com a ajuda do casal Vandique e Dalva da Silva. de Curitiba!PR, chegava a Mafra o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, com a participação de quatro casais, tendo como assistente espiritual o Pe. Izidoro, o qual nomeou os casais dessa primeira equipe como responsáveis pelos encontros de noivos. dando início a um trabalho sério, realizado com muito entusiasmo e dedicação. Hoje o Setor Rio Negro e Mafra conta com oito equipes e uma experiência comunitária, cujos casais procuram viver intensamente o sacramento do Matrimônio e lutam pela estruturação da fanu1ia como base fundamental da sociedade, dando continuidade ao trabalho do Pe. Izidoro. Terezinha e Tarcísio, Eq. N. S. do Bom Sucesso -Rio Negro/PR CM 424
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anos de Equipe
O dia 25 de setembro de 2007 foi especial para nossa Equipe, Nossa Senhora do Carmo, do Setor A de Juiz de Fora/MG: Rendemos graças a Deus pelos 25 anos de caminhada nas ENS, com uma belíssima Celebração Eucarística presidida por nosso SCE, Pe. Ilídio, Orionita, e participada por vários casais equipistas que, ao longo desses anos, foram presença marcante em nossa vida de equipe. Ao nos prepararmos para essa comemoração, foi inevitável a lembrança de nosso primeiro ano de pilotagem. Éramos casais jovens e trazíamos no coração um desejo de viver santamente a nossa vocação matrimonial. Sob a proteção de Maria, temos caminhado, crescemos na fé e na espiritualidade conjugal, testemunhando o amor de Deus em nossas vidas. Equipe 7 - N. S. do Carmo Setor A, Juiz de Fora/MG
Jubileu de diamante Cônego Oscar Nelson Selbach, mais novo entre seis irmãos, nasceu aos 13 de abril de 1922. Foi ordenado presbítero por D. Alfredo Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre. Desde então vem cumprindo seu lema: "vim para servir". Trabalhou como auxiliar e como pároco em várias comunidades da Capital e do interior. Também foi capelão de hospital. Em 1962 assumiu a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Porto Alegre, onde permanece. Para melhor assistir as detentas de um presídio feminino estabelecido na área da sua paróquia, fonnou-se em Direito. Em 19 de junho de 2001, recebeu da Câmara Municipal de Porto Alegre o título de líder comunitário. Pe. Nelson é SCE desde 1977. Atualmente acompanha as Equipes Nossa Senhora da Saúde e Imaculado Coração de Maria, ambas do Setor C de Porto Alegre, cujos casais desejam-lhe muita saúde e paz para continuar sua missão a serviço de Deus, servindo os irmãos. Lurdes e Clemir Eq. N. S. da Saúde - Setor D- Porto Alegre/RS
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50 ANOS DE VlDA SACERDOTAl Dom Lúcio Ignácio Baumgaertner nasceu em Nova Milano/Farroupilha/RS, no dia 2 de setembro de 1931. Ordenado presbítero no dia 1o de dezembro de 1957, exerceu seu ministério em paróquias, foi professor e reitor do Seminário Diocesano, animador da Pastoral da Juventude e Pastoral Familiar, em Caxias do Sul/RS, cidade onde, em 1968, iniciou sua participação como SCE das Equipes de Nossa Senhora. Nomeado Bispo da Diocese de Toledo/PR, no dia 6 de julho de 1983, sua ordenação episcopal aconteceu no dia 12 de outubro, no Santuário Diocesano Nossa Senhora do Caravágio, em Farroupilha/ RS, e sua posse na diocese no dia 20 de novembro do mesmo ano. Nomeado para a Arquidiocese de Cascavel no dia 27 de dezembro de 1995, nela tomou posse em 3 de março de 1996, onde vem atuando há mais de 11 anos, valorizando em seu trabalho as mais diversas pastorais e movimentos. Homem simples, dotado de grande cultura, cativou a simpatia e a admiração de todos. Com seu lema "Para que todos tenham vida", demonstra o imenso carinho e preocupação pela sua igreja, pela fanu1ia, pela juventude, enfim, por uma sociedade justa e solidária. Dom Lúcio foi o maior incentivador das ENS quando da sua implantação em Cascavel, no ano de 2000, tendo sido SCE da 1a Equipe, N. S. Aparecida. Durante esses anos, acompanhou outras 5 experiências comunitárias e foi SCE da 7a equipe durante a pilotagem. Atualmente, é SCE da Equipe 6, N. S. Imaculada Conceição e do Pré-Setor de Cascavel. Nós das Equipes de Nossa Senhora temos grande orgulho em tê-lo como Sacerdote Conselheiro Espiritual. Ele tem grande carinho pelas Equipes e não mede esforços para nos acompanhar, apoiar e incentivar, dedicando muito do seu precioso tempo (são muitos os seus compromissos como bispo) aos nossos encontros. Rogamos a Deus que o abençoe, proteja e lhe dê muita saúde para continuar afirmando: ""Combati o bom combate··. Olga e Adalbert, Eq. N. S. Aparecida - Pré-Setor Cascavel/PR
Novo Setor O Setor Mogi das Cruzes multiplicou-se. Resultado de expansão sustentada, suas equipes agora estão reunidas no Setor Mogi A e no Setor Mogi B. Essa mudança, anunciada em outubro e efetivada em dezembro de 2007, sem dúvida, com as graças do Alto, propiciará resultados ainda melhores para o futuro das ENS locais. CM 424
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Novos Diáconos Edson Barbosa no dia 20 de julho/2007, pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Sérgio Krzywy, Bispo Diocesano de Araçatuba. Diácono Edson é Acompanhador Espiritual de duas equipes em Valparaíso/SP. Santina e José Luis Pistoria CRR - Região São Paulo Oeste II
••• Silvio Cardoso dos Santos foi ordenado diácono pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Sérgio Krzywy, na Paróquia Sant'Ana, no dia 26 de janeiro de 2007, às 20 horas, na cidade de Araçatuba. Silvinho concluiu seus estudos no seminário Sagrado Coração de Jesus, em Man1ia. Ele é AcompanhadorEs- ...""""'" piritual de duas equipes em Araçatuba. Os equipistas só tem a agradecer sua dedicação e amor às Equipes. Adriana e Eduardo, CR do Setor Araçatuba/SP
SCE recebe medalha Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida/SP e presidente do CELAM, juntamente com o bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda/RJ, D. Waldyr Calheiros Novaes, no dia 21 de novembro de 2007, recebeu a Medalha Mérito Legislativo Câmara dos Deputados, no Congresso Nacional em Brasília. Dom Damasceno, comentando a honraria, disse que a homenagem é um "reconhecimento do trabalho que a Igreja vem desenvolvendo, que implica na promoção da dignidade da pessoa humana, dos direitos humanos e faz parte do anúncio do Evangelho". D. Damasceno é SCE da Equipe 13C-l de Brasília/DE
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5 anos de Ordenação Presbiteral
Padre Ozenildo Staviski, ordenado no dia 12 de dezembro de 1982, em Curitiba/PR, comemorou seus 25 anos de presbítero com missa solene na igreja da Paróquia do Senhor Bom Jesus da Coluna, onde atua há três anos. Há dois anos é Sacerdote Conselheiro Espiritual nas Equipes do Setor Rio Negro e Mafra. Que Deus o abençoe e continue a iluminar sua caminhada, e que Nossa Senhora o proteja. Terezinha e Tarcísio 34
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Aconteceu
Equipe Nova
No mês de outubro de 2007. a Região Minas IV realizou uma Sessão de Formação Nível I.
Equipe Nossa Senhora do Bom Parto, do Setor A de Três Corações/MG.
Partiram para a casa do pai Soeli Mara Viezzer, do Mário, no dia 14 de outubro de 2007. Integrava a Equipe 31, do Seto r C de Curitiba/PR. Luiz Antonio Barbosa de Almeida, da Cidinha, no dia 5 de outubro de 2007. Era membro da Equipe N. S. da Paz, de Guaratinguetá/SP. Vera Alice Toscano Campos, do Roberto Campos, no dia 3 de abril de 2007. Integrava a Equipe Nossa Senhora Aparecida, de Jardinópolis/SP. Maria Ernestina Campos Ribeiro, do Miltom, no dia 4 de novembro de 2007. Participava da Equipe Nossa Senhora do Perpétuo Socono, do Setor A de Florianópolis/SC. Luis Carlos de Almeida, da Glória, no dia 6 de novembro de 2007. Integrava a Equipe Nossa Senhora Três Vezes Admirável, do Setor A de Florianópolis/SC. Darcy Ferraz de Aguirra, da Maria Carolina, no dia 14 de setembro de 2007. Era membro da Equipe Nossa Senhora do Silêncio, do Setor A de J aú/SP. Rosalina, do Miguel, no dia 18 de novembro de 2007. Patticipava da Equipe Nossa Senhora da Aparecida de Paraguaçu Paulista/SP. Dulce, do Otto, no dia 1o de dezembro de 2007. Integrava a Equipe 4 do Setor B de Salvador/BA. Valderi Dias Ferreira, da Alice, no dia 8 de maio de 2007. Integrava a Equipe N. S. do Perpétuo Socono, do Setor G de Fortaleza/CE. Ednalva Maria dos Santos Nóbrega, do Bonifácio, no dia 14 de novembro de 2007. Ela integrava a Equipe Nossa Senhora da Chama do Amor, do Setor B de Santa Luzia/PB. Pe. Francisco Carlos Sulino Pinto (foto), no dia 13 de novembro de 2007. Pe. Carlos foi SCE da Equipe Nossa Senhora de Fátima, do Setor B da Região Rio V. Com sua fala mansa, transmitia muita paz e espiritualidade. Esteve conosco por menos de um ano, mas cativou-nos a todos com o grande carinho pelo Movimento. CM 424
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RETIRO ANUAl A cada ano, nós, casais equipistas, somos convidados a fazer uma breve parada, e nos colocarmos diante da presença do Senhor para refletirmos e planejarmos nossas vidas. Somos convidados também a sairmos de nossa comodidade para termos um contato mais íntimo com Deus. Esse tempo precioso é o Retiro Anual, um ponto concreto de esforço tão importante que jamais deveríamos pensar em não participar dele. O Retiro é o momento em que nós, casais equipistas, nos afastamos da agitação do mundo e nos silenciamos para ouvir o que Deus nos quer falar, É tempo de avaliar os passos avançados e de descobrir as nossas limitações, tempo de decisões preciosas para nosso amadurecimento na fé, tempo de assumirmos gestos concretos para transformar nossas vidas e as vidas dos que nos rodeiam, tempo de tomarmos consciência do projeto de Deus para cada um de nós, a fim de vivê-lo na prática durante o ano.
E foi com todas essas certezas em nossos corações, que participamos de mais um retiro neste ano. Nosso pregador nos levou a refletir profundamente sobre nossa Espiritualidade Conjugal e nossos compromissos com o movimento das ENS. Este retiro, em particular, nos conduziu à reflexão da nossa missão enquanto casal cristão, do dever de abraçarmos nosso ministério com amor e fidelidade, assumindo o que nos cabe como batizados, e a de sermos verdadeiramente responsáveis pela construção do Reino de Deus, seja em nosso lar, nosso Movimento ou em nossa comunidade. A cada Retiro, levamos para nossa vida a certeza de que só em comunhão profunda com Deus encontraremos força e perseverança para seguirmos o caminho que nos leva à santidade. Adriana e Mauro Eq. 6- N. S. da Divina Providência Setor Lagos - Rio N
Auxílio mútuo entre casais. É de uma certa forma a razão de ser das Equipes. Lembrem-se deste trecho dos Estatutos: "Porque conhecem a própria fraqueza e a limitação das próprias forças, como também da boa vontade que os anima. Porque a experiência de todos os dias prova-lhes o quanto é difícil viver como cristãos num mundo pagão, e porque depositam fé indefectível no poder do auxílio mútuo fraternal, decidiram unir-se em equipe". Todos os momentos e todas as atividades da reunião mensal são orientadas para o auxílio mútuo fraterno .(.. .)
(Pe. Caffa rel. A missão do casal cristão) 36
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MOMENTO DA PARTILHA Através da prática dos Pontos Concretos de Esforço, temos a oportunidade de mudar o nosso modo de vida. Eles como que nos impulsionam a progredir em nossa marcha, com mudanças de atitudes interiores refletindo no nosso dia-a-dia. 1. Escuta da Palavra. Nela é preciso ter a atitude de Samuel: "Fala Senhor, o teu servo escuta" (lSm 3,10). Nela ouço o Senhor me dizer tudo aquilo de que necessito para viver o meu dia: força, coragem, ânimo, direção, compreensão, amor e paz do coração. 2. Meditação. Crer na presença do Senhor e ter um momento íntimo com Ele. Nesse contato, falar de mim e dos meus a Ele, na certeza de que Ele escuta com atenção amorosa. Nessa relação de redimido e Redentor, de filho e Pai, escutar o que Ele tem a dizer sobre minhas inquietudes e tristezas, sobre meus esforços, enlevado na sublimidade divina, adorar Deus que dialoga comigo e me dá alento e esperança. 3. Oração Conjugal. A união conjugal inclui a partilha do sofrimento, porque a cruz sela a união amorosa de Cristo com a humanidade. Mas inclui também as alegrias e as realizações, porque Jesus Cristo ressuscitou e nossa vida deve ser um caminhar na esperança da nossa ressurreição. Unidos em Cristo, marido e mulher buscam sentir a dois. Juntos em oração querem ter Jesus Cristo como companheiro de viagem para os guiar no caminho, com Ele CM 424
alegrar-se com as conquistas e com sua ajuda erguer-se dos fracassos ... Nele e com Ele há um caminhar seguro de santificação. 4. Dever de Sentar-se. "Deixar a praia, avançar para o alto mar". Oportunidade de olhar nos olhos um do outro, de voltar-se um para o outro, para saber se o caminho que se está percorrendo a dois está levando ou afastando do objetivo escolhido, como esposa/esposo, como mãe/pai, como pessoa que sabe compreender o outro, que busca a comunhão com o outro, através do acolhimento, do perdão, da compreensão ... para juntos avançar para o alto mar. S. Regra de Vida. Um alpinista que quer atingir o cume, não pode vagar à toa pela montanha. É preciso vencer ou remover um após outro os obstáculos até atingir o cume. É remover os defeitos e conquistar as virtudes para progredir na santidade conjugal. 6. Retiro Anual. "Vinde vós, sozinhos, a um lugar deserto e descansai um pouco". Como o Senhor é misericordioso para com o casal, dando-lhe a oportunidade de parar num lugar tranqüilo, como um oásis no deserto, onde dá de beber água fresca do Espírito e proporciona participar de um banquete que alimenta os corações para a caminhada de mais um ano.
Tereza e Reinaldo Eq. 9- N. S. de Fátima São Carlos/SP 37
SERVIÇO QUE FAZ CRESCER De de que entramos para as Equipes de Nossa Senhora, foi-nos ensinado e vimos fazendo esforços para vivenciar os pontos concretos propostos pelo Movimento. Compreendemos que todos eram igualmente importantes, todavia, havia maior ou menor facilidade em cumprirmos um ou outro, ou alguns ... Então, para nossa surpresa (1981), fomos eleitos pela primeira vez Casal Responsável de Equipe. Assustados com tamanha responsabilidade, porém agradecidos pela extrema bondade de Deus e após muita oração, aceitamos e nos dedicamos a estudar com afinco as funções e atividades, nos manuais existentes à época. Foi um período de intensa e extensa aprendizagem, sempre ajudados por no os irmãos de equipe e nossos ligações. Entre as que aprendemos: quanto às responsabilidades do CRE: animação, ligação e gestão.
Animação OCRE é um animador espiritual: deve lembrar incansavelmente ao casais, que estão reunidos em nome de Cristo, para se ajudarem a progredir no amor de Deus e no amor do próximo; fazer com que a equipe seja sempre uma verdadeira comunidade cristã; lembrar a esta comunidade que a ajuda mútua é real em todos os aspectos da vida. É exigente: leva o espírito da partilha tão longe quanto possível. 38
ligação A equipe faz parte de uma grande falll11ia que é o Movimento. Ao CRE compete levar a equipe a estar em sintonia com o Movimento, na vivência da sua mística e carisma, na obediência a suas orientações e no espírito de oração uns pelos outros etc. Para isso terá convivência estreita com o Casal Ligação.
Gestão Organização da vida de equipe, transmissão de avisos, fornecimento de informações administrativas, fazer relatórios das reuniões mensais, preparar as reuniões etc. OCRE tudo faz com espírito de serviço, com o acompanhamento de um Sacerdote Conselheiro Espiritual e a ajuda e apoio do Casal Ligação e do Casal Responsável de Setor. Sobretudo ele busca forças na oração. O CRE está a serviço dos seus irmãos e da Igreja. Isto ele faz com humildade, com muito amor e despojamento. O CRE aceita de bom grado os sacrifícios e renúncias, sabendo que todas essas pequenas coisas para ele (especialmente) e para a equipe, são e serão fonte de graças. A atividade é assumida a dois, refletindo e decidindo juntos, agindo em co-responsabilidade, conforme as graças que o sacramento lhes proporciona. Será difícil? Sim. Mas, tremendamente enriquecedora. Responsável significa aquele CM 424
que responde por qualquer coisa perante qualquer pessoa ou estrutura no Movimento. O CRE responde à equipe que o escolheu e ao Movimento que lhe confere um serviço. Aceitar uma responsabilidade nas ENS é responder a um apelo do Senhor que nos confia o encargo de animar os irmãos a caminhar para Ele. A caminhada da equipe é tarefa de todos e as decisões devem ser tomadas em comum, num clima de caridade. Todavia, isso não substitui o responsável, que recebe do Senhor uma graça especial, nunca esquecendo, porém, que toda responsabilidade é um serviço (cf. Mt 20,28). OCRE zela pela vida de equipe, pela ajuda mútua e anima sua equipe na vivência da espiritualidade conjugal, para o que os PCE são meios. Alguém nos dissera que "o melhor meio de aperfeiçoamento nas Equipes de Nossa Senhora é ser Casal Responsável de Equipe". A afirmação nos soou estranha, pois os meios de aperfeiçoamento que as ENS nos propõem são os seis Pontos Concretos de Esforço, os quais assumimos realizar quando entramos no Movimento. Entretanto, a cada vez que nos reuníamos com os casais nas preparatórias, nas reuniões formais e em outras atividades e encontros que a responsabilidade proporciona, fomos percebendo o que essa pessoa queria dizer, ou seja, que, se bem aproveitadas as oportunidades de graças, o exercício da responsabilidade é ocasião CM 424
para amadurecimento e crescimento como pessoa, como casal, farnília e comunidade ... Para podermos dar vida e ânimo aos membros da equipe, precisávamos estar permanentemente ligados! Visitávamo-nos com freqüência, ávidos para aprender... Toda partilha (nossa grande responsabilidade nas reuniões formais) exige de nós um tremendo esforço de criatividade, para evitar a rotina e manter o clima de espiritualidade. Por isso a preocupação, em cada reunião, de que o fio condutor nos levasse sempre a descobrir e conviver com o Cristo Comunitário. Passou-se um ano e em nossa mente tivemos presente a palavra de Jesus em Lucas, 17, 15: "somos servos inúteis; só fizemos o que deveríamos fazer". E conforme a sábia orientação do Movimento, que dispõe que a responsabilidade seja temporária e transitória, outro casal assumiu a responsabilidade. Durante os 35 anos de nossa equipe, fomos CRE inúmeras vezes, mas sempre consideramos cada EACRE uma nova ocasião de amadurecimento e bênçãos para nós, pois a missão de CRE nos tem ajudado na caminhada de santificação do casal. Somos muito agradecidos a Deus, que por seu Espírito Santo nos tem permitido discernir todas essas coisas!
Maria Julieta e José Carlos Barbosa Equipe 5 - Setor C Juiz de Fora/MG 39
SABER AJUDAR, SABER PEDlR "Uma equipe que não saiba se preocupar com as necessidades materiais de algum de seus membros, certamente não aprendeu ainda o sentido do que é ser equipe. Mas se a equipe falha, o Setor aí está para ajeitar as coisas. É preciso aprender a pedir ajuda, é uma das regras da caridade cristã." Estas palavras, extraídas do artigo Um Elo Perdido, publicado na Carta Mensal de Outubro de 2007, chamaram nossa atenção, por estarmos vivendo um momento que se enquadra neste sentido da ajuda mútua na equipe. Viemos de famílias pobres, começamos nossa vida em casal com quase nada, tivemos muitos so-
Ficamos à vontade para co-participar, pois todos estavam abertos para nos acolher em nossas necessidades nenhum casal ficou olhando somente para o seu mundo, todos nos vêem como uma familia que necessita de acolhimento. 40
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nhos que construímos ao longo de 18 anos, com muitas dificuldades, vivemos muitos momentos felizes durante todos estes anos e, um deles , foi o nosso ingresso nas ENS em 2005. Mas quem não experimentou momentos de sofrimento? Hoje vivemos neste caminho, um caminho onde não faltam imprevistos e desilusões, mas onde encontramos um acolhimento afetuoso e amoroso de nossa equipe, de nosso SCE, de nosso Setor e de todas suas equipes, todos, sem exceção, aprenderam e praticam "o sentido do que é ser equipe". "Dar, receber e, o que é mais difícil, pedir" (Guia das ENS, pg 15). A princípio foi muito difícil, quisemos até desistir das ENS. Achávamos que poderíamos serestorvo para a equipe e para o Setor. Nossa equipe agiu rapidamente, o Casal Responsável do Setor também, a ajuda veio de todas as equipes do Setor, sem exceção. Ficamos à vontade para co-participar, pois todos estavam abertos para nos acolher em nossas necessidades, nenhum casal ficou olhando somente para o seu mundo, todos nos vêem como uma família que necessita de acolhimento. "Cresce-se em santidade à medida que, amados por Deus, se cresce em seu amor e no amor fraterno. A medida do amor é a medida da participação no servir. A caridade fraCM 424
tema e conjugal é o primeiro caminho para se alcançar a perfeição". (Carta Mensal Out/2007. pg 13) Nossos sonhos, que já eram conquistados com dificuldades, estão mais distantes, muitas vezes sentimos tristeza, desânimo, impaciência, irritação, intolerância ... , mas tentamos nos levantar por sentir que podemos estar em construção de uma nova história, com maior crescimento espiritual e humano. Estamos percebendo que a espiritualidade conjugal não é conquistada apenas com oração, mas também com o serviço de Deus, e as Equipe nos ajudam, direcionando-
nos através da busca da santidade e do aprofundamento da fé, seja através das ferramentas que disponibiliza, como livros, estudos, reuniões, PCE ... seja pela postura dos irmãos, através dos gestos concretos, da correção fraterna, da co-participação, das orações. A convivência fraterna nas ENS tem mudado nossas vidas, os problemas poderiam ser maiores ou piores se não fossem os casais das ENS de Vinhedo, e hoje podemos dizer, apesar de tudo, que somos muito mais casal. Elian e Melo Equipe 1O- Vinhedo/SP
................................................... MOTIVO DE AlEGRlA, MOMENTO DE FRATERNlDADE Nossa equipe, de sete casais, j untamente com nosso Sacerdote Conselheiro Espiritual, Pe. Nazareno, e três casais amigos de outras equipes, saímos de Natal, sábado, dia 20/ 10/07, por volta das 4h da manhã com destino a Serra do Mel, cerca de 340 Km da capital, para conhecermos o projeto Fazenda da Esperança Dom Bosco. Na fazenda estão hoje 47 recuperandos da droga e do álcool, o mais jovem na idade de 15 anos . Todos são acompanhados com base no tripé convivência, trabalho e espiritualidade. Dentro da programação da visita, foi celebrada Missa, CM 424
presidida pelo Pe. Nazareno e totalmente animada pelos jovens residentes. Além disso, ouvimos vários depoimentos desses jovens, que muito nos agradeciam pelo gesto da visita, dizendo-nos "hoje aqui vocês são nossos pais, nossos avós, nossos amigos, nossos irmãos". Voltamos emocionados e muito alegres por termos realizado esse pequeno gesto, e pensamos que devamos repetir ações como estas, para o bem e a recuperação dos jovens. Joana e Osir Eq. N. S. Auxiliadora - Setor D Natal/RN 41
O RETIRO NO SUMARÉ Difícil expressar o que foi oRetiro. Como colocar em palavras o que tocou o coração? Apesar disso, a vontade de partilhar é grande, é um transbordamento, um espalhar das boas novas. Levei a minha alma para o Retiro como se ela fosse uma lâmpada desejosa de estar ao menos perto da luz. Como bem diz Santa Tereza de Ávila, "A pobrezinha" (a alma) foi confiante de que seria bom estar ali, sem imaginar que seria "muita potência para pouca lâmpada". Descobri que o Retiro começa quando decidimos ir. Ao decidirmos fazer o retiro, o perfume de Jesus já se aproximou. O Retiro se confirma quando se entra nele sem expectativas, mas confiante e curioso para
Jesus nos fez refugiar no deserto com as mãos nuas, desocupadas, o cérebro posto de lado, ignorado.
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descobrir como Ele irá se revelar. E ele se realiza quando entregamos o nosso coração integralmente. Aceitar, confiar e entregar é manter a porta aberta para a aproximação de Jesus. Acredito que Jesus, em cada encontro, se disfarça e revela de maneira diferente. Como compararesses encontros se só Ele conhece a necessidade de cada grupo que se reuniu em seu nome e presença? Atenderá a todos e a cada um de nós na exata medida em que oferecemos a Ele o nosso coração. E, em alguns casos, o arrebatará inteiro, tomando a Si o que é seu por direito. Neste retiro, Cristo queria que nos recolhêssemos em casal. Não era seu desejo aguçar-nos o intelecto com reflexões distribuídas em palestras seguidas ou ocupar-nos com dinâmicas. Convidou-nos ao deserto conjugal algumas vezes. Colocounos frente a frente, lado a lado, após as reflexões de Frei Ludovico. O deserto: meia hora para discutir em casal o conteúdo das reflexões. Pouco tempo, pensaram alguns, querendo avançar nas discussões. Tempo demais, sentiram outros, parecendo talvez que a distribuição do tempo não tivesse sido planejada. E Jesus se descuida? Ainda que organizada pelo homem, tudo que a Ele é dirigido, por Ele é conduzido. Fica a pergunta, então: O que Jesus queria com todos aqueles intervalos de tempo que pareciam sobrar? CM 424
Era ne ses vazios que Ele nos esperava. Fez-nos refugiar no deserto com as mãos nuas, desocupadas, o cérebro posto de lado, ignorado. Esvaziou-nos das distrações, diminuiu o nosso ritmo sempre tão acelerado, tão voltado para o mais adiante. Queria que o nosso coração de casal se encontrasse com o dele. Era a chance de aprofundar e até mesmo compreender as reflexões ouvidas. Era no deserto conjugal que Jesus nos esperava. Foi isso o que vi-
vemos. O Retiro confirmou as bênçãos que temos recebido como casal. O deserto, sem que esperássemos, revelou sua abundância. Ali, emocionados, curamo feridas antigas, reerguemos pontes. Ali nos casamos de novo. Ali elegemos as quartas-feiras como o nosso dia do casal. Foi uma chuva de bênçãos que ainda não cansamos de agradecer.
Débora do José Augusto Eq.12 - Setor Niterói A -Rio IV
................................................... UM ANO ESPECIAl No final de 2006, recebemos um convite para coordenarmos uma Experiência Comunitária na querida cidade de São José do Sabugí. Dissemos sim, afinal era um chamado de Cristo, só não imaginávamos que também seríamos escolhidos casal responsável de nossa equipe de base.E agora? Como será, mas quando Jesus chama, ele providencia tudo, e pensávamos: Já que fomos escolhidos ele nos mostraria também a maneira de conduzirmos essa missão dupla. Nossa primeira reunião foi um tanto nervosa inicialmente, porque nunca tivéramos contato com a maioria daquelas pessoas. Mas Jesus já tinha tudo preparado, pois eram sete casais e todos os homens participavam do terço dos homens, e algumas das mulheres faziam parte de alguma pastoral da Igreja. Nas apresentações, já fomos observando que com aquele grupo não iríaCM 424
mos ter dificuldade porque pessoas cheias de humildade como aquelas só nos ajudariam. Foi o que aconteceu no decorrer das dezesseis reuniões. Cada encontro era expressão da alegria da busca do Cristo, de uma maneira nova para aqueles casais, alguns novos e outros que tinham mais experiência de vida, mas todos animados de mesmo entusiasmo e vontade. Foi um período maravilhoso. Tivemos a oportunidade de reviver o início da nossa caminhada para ingressar na ENS. Para nós foi um aprendizado. Hoje acreditamos que atendemos o chamado da maneira como Cristo nos pediu, com perseverança, oração, simplicidade e humildade, as ferramentas necessárias para ser missionário.
Socorro e Abelardo Eq. N. S. de Guadalupe Santa Luzia/PB 43
SOMOS TODOS EVANGEllZADORES Não tem porquê esperar alguma coisa para levar as boas novas às pessoas. Somos todos evangelizadores, todos os dias, em todos os contatos com as pessoas, em todos os lugares. Nós somos responsáveis pela felicidade de todos quantos nos cercam. Nós somos responsáveis pelo nível de compaixão que as pessoas terão com outras pessoas. Compaixão de verdade! Compaixão significa manter a serenidade frente à dor dos outros. Significa saber manter a calma para poder auxiliar aqueles que sofrem um revés, uma dor. É ser otimista, entusiasmado, pronto para dar ânimo aos amigos que enfrentam situações difíceis, ajudando-os a enfrentálas de forma positiva e construtiva. Por exemplo, se alguém se preparar para se atirar da ponte, eu, sereno, devo estar de braços abertos, pronto para segurá-lo, pronto para apontar as boas novas. Nenhuma situação é terrível o bastante para impedir que o bem prevaleça. Eu posso acrescentar alguma boa nova em qualquer situação de desespero. Tariq, filho de Azim Khamisaf, tinha 20 anos de idade quando foi assassinado sem nenhum motivo por um garoto de 14 anos. Uma tragédia que poderia ter levado Azim a se entregar à lei do olho por olho e dente por dente. Ao invés disso, Azim Khamisa criou uma fundação e convidou a farrn1ia do assassino a se juntar a ele, "Eles são vítimas 44
como eu". A partir da sua dor, ele criou uma fundação para educar as crianças sobre a não-violência. Azin e Felix - avô do jovem que cumpre pena de 25 anos de prisão pela morte de Tariq- trabalham juntos na administração da fundação e são grandes amigos. O programa vai até as escolas onde levanta fundos para investir em educação. Azim afirma que "Tragédias fazem parte das nossas vidas. Elas não vão desaparecer, não vão acabar. Como você responde às tragédias é que importa". Errn1ia é fundadora e diretora da Presentes da Vovó, uma fundação que já distribuiu mais de R$ 300 mil reais para crianças carentes. Errn1ia dedica todos os dias da sua vida à distribuição de comida, roupas, livros, brinquedos e experiências educacionais para crianças que moram em locais onde a pobreza prevalece. Fundada em 1992, Presentes da Vovó já colocou mais de 60 mil livros nas mãos de crianças. Emília é uma jovem mulher de 24 anos. Quando fundou a organização, ela tinha apenas 10 anos. Amber Coffman começou a ajudar os sem-teto com a sua mãe quando tinha oito anos de idade. Em 1993, aos onze anos, fundou "Felicidade para quem não tem nada", para distribuir comida e sorriso para aqueles que vivem nas ruas. Eles começaram fazendo 50 lanches, hoje são 1200 por dia e já ajudaram mais de 45 mil pessoas. Hoje, aos 25, CM 424
Amber resolveu dedicar a sua vida a levar as boas novas para aqueles que v1vem nas ruas. Ensinemos aos jovens, ensinemos aos nossos filhos, aos sobrinhos, aos fllhos dos amigos, funcionários e mesmo ao chefe a mais nobre das virtudes humanas: o altruísmo, a sensibilidade capaz de interromper a nossa caminhada a flm de ajudar os outros. Segundo os psicólogos, altruísmo não se aprende em escola ou faculdade, altruísmo se forma dentro de casa, na convivência de famnias unidas pelo amor. Somos todos evangelizadores, a
nossa missão de contribuir para um mundo melhor começa no lar. Se a solidariedade com os outros for exercitada no amor de Cristo, então estará em nós a essência de toda virtude, a caridade, dom de Deus aos que crêem e esperam. Não é tarde, não é cedo. Em todo contato humano, levemos boas novas ao irmão. Compartilhemos com os outros o que queremos para nós.
Sonia Regina e Airton Inacio Bueno Eq. N. S. Mãe do Carmo - Setor E São José do Rio Preto/SP
Testemunhas a serviço dos casais Livro Tema para 2008 O livro tema deste ano nos põe na perspectiva da reflexão preconizada pelo Encontro de Lourdes para o período 2006/2012: Equipes de Nossa Senhora, comunidades de casais, reflexos do amor de Cristo. Em 2008, com o tema Testemunhas a serviço dos casais, seremos colocados diante da necessidade de sermos presença de Cristo na Igreja e no mundo, como testemunhas do casamento cristão. O tema ajudar-nos-á a discernir, de maneira objetiva, o fato de sermos membros de uma comunidade cristã de casais, reflexos do amor de Cristo, portanto, destinadas a viver a plenitude do mandamento do amor. Como deve ser a presença dos casais equipistas na difusão da doutrina cristã do casamento e na ajuda aos casais diante da realidade atual? O tema alinha-se às aspirações da Conferência de Aparecida: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher. " CM 424
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O SERVlÇO NO MOVlMENTO Queremos aproveitar a reflexão e o momento de oração que o mês de outubro trouxe às equipes, por ocasião da eleição do novo CRE, para uma outra reflexão: prestar serviço ao Movimento, no Colegiada. Sabemos que o movimento das Equipes de Nossa Senhora é animado, nos seus diversos níveis, porcasais e SCE que exercem essa missão de forma colegiada. O próprio Setor se define como uma unidade geográfica de cinco a vinte equipes, que caminham juntas e se ajudam mutuamente no caminho da santidade. A responsabilidade de um setor é exercida por um Casal Responsável de Setor- CRS, auxiliado por alguns casais e um sacerdote conselheiro espiritual, os quais formam a equipe de um setor, com um tempo de serviço de três anos. Entre outras, o colegiado tem a função de manter a unidade do Movimento, fazer a ligação entre as equipes, promover a animação espiritual, formar, organizar atividades e difundir o Movimento, que se preocupa com a caminhada de cada equipe de base e com elas compartilha as alegrias, tristezas, dificuldades e vitórias. No caso do nosso Setor B, somos uma equipe com 9 casais, de diferentes idades, em diferentes momentos de vida: alguns estudando, outros aposentados; uns com filhos recém-nascidos e outros já com netos; casais com pouco tempo de casados, e outros com mais experiên46
cia; casais ati vos em suas paróquias, que se superam em suas limitações para encontrar tempo para o Movimento e, ainda, para o trabalho, a família, os filhos, enfim ... pessoas normais, mas que estão ali com uma absoluta certeza: servir de instrumento para a obra do Senhor com a intercessão de Nossa Senhora. Todo equipista tem uma visão muito clara do exercício de responsabilidade na equipe de base, mas ... em um colegiado? Todo equipista precisa estar disponível para um chamado a servir como casal ligação ou como responsável na Estrutura do Movimento. Não é bom para o casal e para o Movimento um casal ficar mais tempo no exercício de uma função do que o previsto para aquele nível de serviço. A tempoCM 424
rariedade no exercício da missão nas ENS é uma norma benéfica ao Movimento e ao casal. Por isso as ENS necessitam de casais dispostos a sair de seu casulo e estarem disponíveis ao chamado para o serviço no Movimento, pelo qual somos todos coresponsáveis. Não dá para ficar sempre esperando o melhor momento para se comprometer e assumir um serviço ... Se esperarmos sempre por melhores condições, como disponibilidade de tempo, de se sentir capaz ou com experiência para tal, racionalmente, nunca encontraremos esse momento ideal.
Um experiência autêntica de oração nos torna disponíveis a servir e sensíveis ao chamado de Deus para o serviço. Deus escolhe, capacita e unge as pessoas para um determinado serviço. E todo serviço no Movimento visa à promoção do reino de Deus no casal, na família, no Movimento e na Igreja. A exemplo de Maria, possamos dizer: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).
Colegiada do Setor B Região Centro-Oeste 1 Brasília/DF
................................................... SER EQUlPlSTA, SER TESTEMUNHA A verdade é que a maioria de nós, casais equipistas, entramos no Movimento com o intuito de sermos ajudados, de absorver para nossas vidas pessoal e conjugal o que pode nos ser útil. E como as ENS o são! A vida em comunidade, o estudo dos temas, a partilha de nossos sucessos no caminho à santidade e a co-participação do nosso dia-a-dia nos encanta e impulsiona para frente. Mas será que essa já é uma vida equipista de fato? Os caminhos de Deus nem sempre nos são claros e evidentes, mas sempre balizados pelo sentimento maior, que é o amor- Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. (lo 15,12). E assim, o tempo vai CM 424
passando e o sentimento egoísta inicial de que a equipe nos servirá vai se transformando ... e então, o doarse, o ajudar tomam-se o cerne das nossas vidas na equipe, que passam a ter outro sentido, como bem diz Frei Avelino Pértile: "quanto mais descubro o outro, menos vejo a mim mesmo, menos penso em mim. " Daí teremos o verdadeiro "vinho novo", vida plena de casal equipista, verdadeiros apóstolos do sacramento do Matrimônio, que dão testemunho de que amar incondicionalmente vale a pena!
Tatiana e Rubens Coimbra CR do Setor A -Região CO 1 Brasília/DF 47
CREDlTAR Um famoso equilibrista resolveu fazer sua maior façanha e atravessar as cataratas do Niagara em um cabo de aço. Naturalmente muitas pessoas foram assistir àquele grande espetáculo que desafiava a morte. Ele, em sua experiência, foi vagarosamente pelo cabo até chegar do outro lado. Então a multidão não se conteve e ele foi ovacionado por todos, que elogiavam aquele grande feito, gritando: Você é o melhor, ninguém pode mais que você! Ele subiu em um palco e teve que pedir para que a multidão parasse de gritar. Quando foi atendido perguntou: Quem aqui crê que eu possa voltar para o outro lado carregando uma pessoa nas costas? Ouviramse vozes frenéticas gritando: Eu creio, eu creio que você é o melhor e você pode. Eu creio. Diante de tais afirmações, ele novamente perguntou: Então quem será o primeiro? O silêncio tomou conta do lugar, ouviam-se somente o barulho das cataratas e passos se afastando como 48
se dissessem: arrisque-se sozinho. Naquele momento viu-se a diferença entre crer e acreditar. Não basta apenas crer intelectualmente em Deus, é preciso confiar incondicionalmente nele, entregar-se de corpo e alma a Ele. A salvação vem pela conversão do coração e não pela convicção da razão. Quando deixamos que os problemas e desafios de nossas vidas ofusquem a nossa fé, só a misericórdia de Deus pode nos socorrer. É fácil dizer que cremos em Deus quando estamos na platéia, como espectadores. É preciso demonstrar essa fé quando estamos no palco da vida, como atores, em meio às dificuldades, dores, aflições, e também diante das alegrias do mundo a nos desafiarem .. É nessas horas que precisamos deixar Jesus Cristo tomar a nossa mão e nos guiar em segurança, fazendo-nos atravessar as cataratas, os desertos e os abismos da vida.
Donizeti da Silvia Eq. 19 - Madre de Deus - Setor A Mogi das Cruzes/SP CM 424
Meditando em Equipe O tempo litúrgico da Quaresma e o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, com o lema "Escolhe, pois, a vida", tocam um tema fundamental, a vida humana. A história de Jesus Nazareno, o Cristo, em meio ao seu povo, revela a profundidade do mistério da vida humana . À luz da sua morte e ressurreição, sabemos que a vida de cada ser humano é um reflexo da vida divina, por isso deve ser preservada e defendida . Esta é a nossa missão, como casal cristão e família, célula vital da Igreja .
Escuta àa Palavra em lc 24,13-35. Sugestões para a meditação: 1. Qual é o valor da vida humana? 2. Como os discípulos de Emaús iluminam o valor da vida humana? 3. O que o casal e a família podem fazer para que a dignidade da vida humana seja respeitada? Pe. Geraldo
Oração litúrgica (Salmo 23)
O Senhor é meu pastor: nada me falta. Em verdes pastagens me faz repousar, ·- cõnduz-me até às fontes tranqüilas -z. e reanima minha vida, g uia-me pelas sendas da justiça ? por causa de seu nome . ~
Ainda que eu ande por um vale tenebroso, não temo mal algum, porque tu estás comigo; --1eu bordão e teu cajado me confortam .
S
Diante de mim preparas a mesa, ,!>em à vista dos meus inimigos; - tu me unges com óleo a cabeça, 1 y ..!! minha taça transborda .
1
Sim, prosperidade e graça me seguem, todos os dias de minha vida; h abitarei na casa do Senhor, 0 ~ por longos dias .
FOTOS DA COMEMORAÇÃO DOS 6o ANOS DA CARTA FUNDAClONAL DAS ENS Sdo Paulo 25.11.2007