CARTA MENSAL Equipes de Nossa Senhora
EDITORIAL Da Carta Mensal .......... ... ......... ..... . 01 SUPER-REGIÃO A ressurreição é vida nova ............ 02 O casal ligação ............... ......... .... ... 03 A ligação na estrutura do movimento ......... ... ......... .......... 04
O Dever de Sentar-se ..................... 28 Nossa missão ............ .. .......... ... .. .... 29 A salvação comum ... .... ...... .. .. ....... 30 PADRE CAFFAREL Por que uma beatificação? ........... 32
CORREIO DA ERI 60 anos da carta - um encont ro para fazer memória ................... .... ..... ... 06 Equipes satélites dão a partida .... . 08
TESTEMUNHOS Visita oportuna ...... .................. ...... 34 Deus centro de nossas vidas .. ....... 3 5 Um convite muito especial ........... 35 Para servir melhor.................. .. ... .. . 36 Amor conjugal ............................... 37
VIDA NO MOVIMENTO Celebrando os estatutos ... .... .... .... 11 Encontro provincial norte ............. 20
ATUALIDADE Declaração de Aparecida em defesa da vida ......... .. ... ... .... .... 38
FLORIANÓPOLIS 2009 . ....... ........ 21
REFLEXÃO O cristão pipoca ..... ....... .... ........ .. .. 42 "Fazei também a eles" .. ... ............. 43 O amor mensagem de Deus .. .... .... 44
NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES . ...... 22 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO A fotografia e os PCE ..................... 24 Conseqüências da reunião de balanço! ...................... 26 Ano novo, vida nova ...................... 2 7
Encarte: 11 Encontro Nacional Florianópolis 2009 Instruções para Inscrições
Editoração Eletrônica e Produção Gráfica: Noi'G 8andei ra Prod. Ed. R. Turiassu, 390- 11 • andar, cj. 115 - Perdizes - São Paulo Fone: (0xx11) 3473.1282
Regisrro "Lei de Imprensa" n• 219.336 livro 8 de 09.10.2002
A\•mzi e Carlos C/élia e Domingos Luciane e Marcelo Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz 8. Hackmann
Edição: Equipe da Carta Mensal
Jornalista Responsável: Carherine E. Nadas lmtb 19835!
Impressão: Cly
Graciete e Gambim
Projeto Gráfico: Alessandra Carignani
Tiragem desta edição: 20.200 exemplares
Carta Mensal é LIIIUI p1ÚJiicação mensal das Equipes de Nossa Senhora
(responsáveis)
Fotomontagem da capa: Roberra S. Gambim
Canas, colaborações, notí·
cias, testemunhos e imagens devem ser em•iadas para:
Carta Me nsal
R. Luis Coelho, 308 5° andar · conj. 53
O1309-902 • S<io Paulo - SP Fone: (Oxxll) 3256.12 12 Fax: (Oxxll) 3"257.3599 ca rtamensal@ens.org.br A/C Graciere e Gambim
Queridos Irmãos e Irmãs:
Estamos celebrando ainda a Páscoa do Senhor. "Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10), conforta-nos o Bom Pastor, revelando a missão misericordiosa que o Pai incumbiu ao Filho realizar na terra, em favor das pessoas humanas. Ele entregou sua vida pela humanidade, mas a morte não o reteve, porque ele é "o Vivente" (Ap 1, 18), Ele é "a ressurreição e a vida" (Jo 11,25). Por isso ele promete: "Quem crê em mim, ainda que morra, vi verá. E quem vi ve e crê em mim, jamais morrerá" (Jo 11,25-26). Ne te sentido, Frei Avelino anima-nos: "A certeza da ressurreição é o coração da fé da Igreja. Cristão é aquele que crê em Jesus ressuscitado". Ele nos incentiva a um encontro com o Ressuscitado, pois é a partir deste encontro que começamos a caminhar rumo à santidade, que é a vida em Deus. Padre Caffarel diz que o objetivo das Equipes é levar os casais a tender para a santidade. Então toda a pedagogia, toda a estrutura do Movimento está ao serviço de ajudar os casais a caminhar rumo à vida plena. Se nosso Casal Responsável pela Super-Região nos fala doCasal Ligação, se em Palavra do Provincial Rosa e Paulo discorrem sobre a ligação na estrutura do Movimento, é porque a mística das ENS está na ajuda mútua, não só entre marido e mulher, ou dentro da próCM 425
pria equipe, mas entreajuda que se faz pela ligação com todos os membros do Movimento, para que a "seiva" percorra todas as "artérias" e leve vida a todos os membros das Equipes. Os casais ligação e toda ligação nas ENS são fundamentais para "fazer do Movimento uma Equipe de equipes vivas", uma comunidade onde o Espírito Santo possa infundir sempre mais a vida do Ressuscitado. É lembrada mais uma vez a celebração dos 60 anos da Carta fundacional das Equipes de Nossa Senhora, da qual as equipes de todos os continentes fizeram memória e continuam a torná-la presente, para manter vivo o objetivo primordial do Movimento, que é ajudar os casais a buscar a santidade no e através do sacramento do Matrimônio, pela vivência de uma espiritualidade própria de cristãos casados. Esta edição, além de testemunhos, reflexões e outros artigos que animam a caminhada equipista, ainda traz a palavra de Vera e José Renato, com orientações sobre o II Encontro Nacional das ENS em 2009, na cidade de Florianópolis/SC. Igualmente, é relevante o artigo sobre a beatificação do Padre Caffarel. Que esta Carta também possa ser um elo de ajuda mútua. Boa leitura!
Graciete e Gambim Equipe da Carta Mensal
A JSESSURRElÇÃO EVlDA NOVA Caríssimos Casais e Conselheiros: A vida é um caminho rumo à meta revelada por Deus, a qual conhecemos pela fé. No fundo do coração humano esconde-se uma esperança que vale a pena cultivar: a esperança de chegar à meta, só vislumbrada pela fé. Esta meta é a felicidade plena. "Somente o santo é plenamente feliz". A meta do casal equipista é a santidade. Não esconda esta vocação! Não seja surdo ao apelo de Jesus, assumido conscientemente pelas ENS! Os casais das ENS assumem esta vocação como vocação do casal. Quem não quer comprometer-se com esta vocação, compromisso consciente no Movimento, deverá questionar a razão de estar nas Equipes. "Cristo ressuscitou, amém, aleluia!" canta solenemente a Liturgia da Igreja no tempo pascal. Jesus morreu e ressuscitou. O túmulo vazio lembra a morte (túmulo) e a ressurreição (túmulo vazio). "Por que buscais entre os mortos Aquele que está vivo?" A certeza da ressurreição é o coração da fé da Igreja. Por isso podemos afirmar: Cristão é aquele que crê em Jesus ressuscitado. A santidade é a meta de todo cristão e compromisso assumido pelos casais das ENS. Chega-se a ela percorrendo um caminho que inicia quando há um encontro com o Ressuscitado. É Ele quem marca o rumo e transforma a vida. A transformação e a santificação são resultado de 2
encontros fortes com Jesus. Não é a transformação que leva ao encontro, mas é o encontro que leva à transformação. Maria Madalena foi ao sepulcro para o último gesto de amor para com Aquele que transformou sua vida. Bem cedo, ainda escuro, foi ao sepulcro, pensando embalsamar o corpo de Jesus, mas encontrou o sepulcro vazio. As marcas do encontro desta mulher com Jesus revelavamse na transformação de sua vida. Não encontraremos o Senhor buscando-o à luz do sol, quando o afeto está na mais alta temperatura, quando a fé parece estar viva. É preciso buscá-lo no escuro, continuar buscando quando não o encontramos onde pensávamos encontrá-lo, quando nada sentimos, quando está vivo apenas o desejo de encontrá-lo. Quantas vezes encontramos o sepulcro vazio e desistimos! Jesus vem ao encontro de quem o busca no escuro da fé, deixa-se encontrar por quem o busca de noite, quando o coração parece estar frio, quando apenas sentimos arder o desejo de encontrá-lo. O importante é manter acesa a chama do desejo! Busquemos o Ressuscitado! Ele sempre está perto dos que o buscam! E quem o busca é porque a transformação está acontecendo nele. Amar Deus é amar a vocação à santidade. Pe. Frei Avelino Pertile- SCE/SR CM 425
O CASAlllGAÇAO Um casal amigo enviou-nos um artigo de Rubem Alves, no qual este discutia "Como ensinar a compaixão?" Páginas do Evangelho desfilaram em nossa mente. Jesus compadecido diante da viúva de Naim. Sua clemência com a mulher adúltera. As curas de paralíticos, cegos, aleijados, surdos-mudos ... Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. (Me 8,2) Lembramos dos Casais Ligação. A Super-Região julgou oportuno revigorar o seu papel. Sim, revigorar. Dar novo vigor. Robustecer. Não para torná-los aparentemente fortes como os gladiadores romanos. Nem bem "malhados" como se diz no linguajar televisivo. A idéia é ajudar os Casais Ligação a tomarem consciência da própria fraqueza, para que, abrindo-se ao poder da graça de Deus (cf. 2Cor 12,9), possam repartir o amor que a missão lhes concede. A decisão foi bem acolhida. As avaliações retornaram recheadas de estímulos positivos. O Casal Ligação nasceu como resposta ao desafio da expansão. O Centro Diretor, em Paris, necessitava manter-se ligado às equipes que se multiplicavam pelo interior da França e outros países. O Movimento deveria avançar sem perder o foco da espiritualidade conjugal. Essa necessidade persiste ainda hoje. A vida vinda do "coração" do MoviCM 425
mento (ERI) deve chegar a todo o organismo e vice-versa. A expansão continua sendo desafio. Somos cerca de 3000 equipes no Brasil. Por isso, super-região, províncias, regiões, setores ... e um pequeno "exército" de 1200 casais ligação. Na transmissão da "seiva" do Movimento, os Casais Ligação são os membros dos quadros mais próximos das equipes de base. Não exercem responsabilidade. São elos da cadeia. Colaboram para que a ajuda mútua torne-se realidade nas equipes que ligam. Ajudam-nas a se beneficiarem das próprias experiências e das experiências das demais. Explicam, lembram, velam para que o espírito das orientações seja bem compreendido, penetre na vida equipista e torne o Movimento mais vivo e fraterno. Fazer do Movimento uma Equipe de equipes vivas é o anseio permanente da ERI, renovado em Lourdes na prioridade de reflexão: Equipes de Nossa Senhora, comunidades vivas de casais, reflexos do amor de Cristo. Para tal, a ligação em todas as instâncias é indispensável. Possam os casais ligação, a exemplo de Maria, encontrar na oração, escuta da Palavra e Eucaristia o coração compassivo de Jesus e fazer dele o grande motivo do serviço que prestam aos casais e ao Movimento.
Graça e Roberto - CRSR 3
Palavra ào Provincial
A llGAÇÃONA ESTRUTURA DO MOVlMENTO Queridos amigos: No início eram o Pe. Caffarel e alguns casais, uma equipe. Com o aumento do número de grupos, organiza-se um "Centro Diretor", ao qual se reportam os Casais Responsáveis de cada grupo. Com a expansão, o Centro Diretor já não conseguia acompanhar e animar com eficiência cada equipe, então, surge a figura do "Casal de Ligação" (hoje Casal Ligação), institucionalizada em 1947. Eram escolhidos casais experientes para acompanhar de perto um grupo de equipes e manter laços humanos e fraternos entre essas equipes e destas com o Centro Diretor, levando deste as orientações e animação para as equipes. O Movimento foi se expandido. Para manter viva a ligação, o contato vivo entre a equipe de base e o Centro Diretor (hoje ERI), também a estrutura foi se ampliando. Além dos Casais Ligação, foram sendo criados sucessivamente os setores, as regiões, as super-regiões (em algumas super-regiões, as províncias) e, por último, as Zonas da ERI, com os Casais Ligação de Zonas (A SR Brasil está na Zona América). Todas estas instâncias na estrutura foram sendo criadas para manter a ligação, para fazer chegar às equipes e seus casais a animação e as orientações do Movimento, representado pela ERI, e para levar até a ERI a vida, as experiências, os estudos dos casais, das equipes, dos 4
setores ... Têm por objetivo aprofundar as relações, aproximar os casais do carisma fundador, unir pessoas que desejam progredir no mesmo propósito: "Viver o sacramento do Matrimônio à luz do Evangelho de Cristo". Visa a ajudar os casais a viver a espiritualidade conjugal, mantendo assim a unidade e internacionalidade do Movimento, na fidelidade ao seu carisma e à sua mística. Tudo para que o Movimento seja uma "equipe de equipes", um comunidade fraterna e eclesial. A ligação é como ponte que conecta e aproxima as extremidades: permite a circulação da seiva que leva vida na forma de relações fraternas, tanto verticais (equipes/movimento) como horizontais (entre as equipes), fortalece o carisma e a mística, na vivência da ajuda mútua e na busca da verdade. O serviço de ligação é oportunidade privilegiada para se vivenciar na prática o amor de Deus, à luz do mandamento novo de Cristo: "Como Eu vos amei, amai-vos também CM 425
uns aos outros" (Jo 13,34). É, também, fonte de felicidade pessoal e conjugal, que, na entrega às necessidades do outro, permite que o Casal Ligação encontre o verdadeiro sentido de sua vocação e de sua espiritualidade conjugal. "É viver as Equipes de Nossa Senhora como um serviço dos casais aos casais". (Carta de Lourdes da ERI) Do Casal Ligação, mais do que o cumprimento de tarefas inerentes ao serviço, espera-se que ame, e muito. É no amor pelo Movimento e pelos casais das equipes que liga que encontrará força e os meios necessários para o exercício pleno da função. Nelas, com disposição interior e renúncia de si mesmo, descobrirá terra fértil para a vivência das boas-venturanças. Pelo batismo, todos são chamados a trabalhar na messe, cada um com seus dons, generosamente disponibilizados pelo Pai, que chama e que espera uma resposta: um sim incondicional. Poderia um casal cristão, desejoso de testemunhar seu amor conjugal, encontrar vinha tão especial quanto duas ou três equipes para "lavrar"? O Casal Ligação de equipe integra a Equipe de Setor. Qualquer serviço no Movimento toma-se gratificante e frutífero quando exercido em colegialidade, em especial nos setores. O Casal Ligação participa ativamente do colegiado do setor. Além de participar da organização de eventos e promoções do setor, ajuda o Casal Responsável de Setor a discernir e a pôr em prática as orientações do Movimento para o ano equipista. Daí a necessidade de o CM 425
A ligação permite a circulação da seiva que leva vida na forma de relações fraternas, fortalece o carisma e a mística, na vivência da ajuda mútua e na busca da verdade. Casal Ligação conhecer profundamente os documentos, o carisma e a mística das ENS. Sua formação deve ser constante já que, na maioria das vezes, é do grupo de Casais Ligação que o Espírito Santo suscita casais para assumir responsabilidades no Movimento. Ao Casal Responsável de Setor, bem como ao Casal Responsável Regional, cabe a tarefa de promover a formação dos atuais e futuros Casais Ligação, com o apoio do SCE, cuja presença nos colegiados é fonte segura de orientação. De todas as fontes de animação, certamente a oração é a mais rica e eficaz. É na oração conjugal que o CL encontrará a intimidade e a cumplicidade necessárias para construir espírito de comunidade e unidade, para fortalecimento da fidelidade aos objetivos do Movimento e ao seu carisma fundador.
Rosa e Paulo Casal Comunicação Externa SR 5
6o ANOS DA CARTA-
UM ENCONTRO PARA FAZER MEMÓRIA A expressão fazer memória tem muito pouco de recordar e muito de tornar presente. Fazer memória é tornar vi vo e atual o valor de um acontecimento, é buscar penetrar na essência, trazer à tona o seu espírito que é capaz de passar pelos anos sem perder a eficácia, o poder, o sentido. Para fazer memória dos 60 anos da nossa Carta, a ERI- Equipe Responsável Internacional - convidou os antigos quadros que serviram o Movimento em nível internacional, reunindo-os em Massabielle, nas proximidades de Paris, entre os dias 7 e 9 de dezembro de 2007. Éramos cerca de 35 casais e quatro sacerdotes conselheiros espirituais. Com bastante antecedência, cada participante recebeu um questionário para ser respondido, abordando aspectos das mudanças que o mundo moderno provocou nas relações entre os cônjuges, na instituição do casamento, mudanças essas nos aspectos sociológicos, antropológicos, econômicos e religiosos ocorridas nos últimos 60 anos e, diante desse quadro, quais os desafios a enfrentar, quais as respostas que o Movimento pode dar à sociedade e à Igreja neste novo século. A síntese dessas respostas, apresentada já na abertura deste encontro, permitiu a todos nós, no rol dos fenômenos constatados na estrutura da sociedade, descortinar mais ela6
ramente a profecia das ENS, como movimento voltado à pessoa do casal e inspirado pelo Espírito Santo para apresentar o ideal de santidade, justamente através da fragilidade desse amor humano que une homem e mulher através dos laços sagrados do matrimônio cristão. A programação vivenciada nesses dias prosseguiu com palestra, grupos de trocas de idéias e testemunhos de casais que conviveram de perto com o Pe. Caffarel e puderam salientar os pontos fundamentais do pensamento e dos ideais que nosso fundador, juntamente com os primeiros casais, procurou incutir nas linhas da nossa Carta. Tivemos, ainda, o privilégio de participar de uma celebração eucarística, juntamente com os casais equipistas da Super-Região França, na mesma Igreja de Saint Augustin, local onde há 60 anos foi promulgada oficialmente a Carta. Em Massabielle também tivemos momentos fortes de oração e, principalmente, de ação de graças e, no domingo, dia 9, encerramos os trabalhos com mais uma celebração eucarística, onde a liturgia nos permitiu entrar em profunda união com os equipistas do mundo inteiro, para juntos entoarmos um grande Te Deum, agradecendo a Deus pelos imensos benefícios que nos concedeu e glorificando-o pelas maraviCM 425
lhas que Ele continua a realizar em nós, casais equipistas. Mas muito mais do que simplesmente narrar-lhes dados objetivos deste acontecimento histórico, neste encontro, que foi uma oportunidade singular de reunir casais que ao longo das últimas décadas ti v eram em suas mãos o destino do nosso Movimento, queremos deixar registradas algumas marcas que pudemos sentir mais concretamente. Iniciamos com a constatação de que nas pessoas onde Deus faz morada o tempo não as desgasta. Tocou-nos particularmente olhar, ouvir e, porque não dizer, admirar aqueles casais mais antigos trazendo forte no seu coração o ideal da santidade conjugal, com uma grande sintonia de suas vidas em relação às propostas da Carta fundacional. Falaram com a autoridade de testemunhas, daquelas que buscaram intensamente o encontro com o amor de Deus, desse amor que foi capaz de iluminar suas existências, enchendo-as de vigor e conservando-as sólidas na unidade conjugal. Foi admirável sentir o respeito que dedicam em face da obra arquitetada por nossos fundadores e consolidada na nossa Carta. Com que fidelidade foi ela aceita e incorporada! Com que integridade fizeram chegar até nós o espírito das regras, com toda sua exigência, mas que não poderia ter sido CM 425
diferente, pois que, como dizia o Pe. Caffarel, trata-se de apresentar ao casal o próprio Deus. Foi, principalmente, motivador o entusiasmo demonstrado pela causa do Movimento, o interesse em discutir as questões, sugerir propostas, salientar os pontos essenciais, o voltar-se para o futuro. Sentimos muito forte, pelo exemplo dos casais ali reunidos, um compromisso diante do apelo à vida de oração, conforme proposto em nossa Carta e que sempre foi grande desejo do Pe. Caffarel, o qual fez permear toda a reunião mensal e toda a vida comunitária da equipe de momentos propícios a essa busca da intimidade com o Senhor. A grande maioria dos participantes que ali encontramos nunca os tínhamos visto. Alguns outros conhecíamos de referências, de ter lido algum escrito. Mas em Massabielle realizou-se o mesmo prodígio que é uma das marcas registradas do nosso Movimento: o triunfo da carida7
de fraterna. Impressionante o clima da mais pura amizade aqui experimentada, tudo se desenrolando como se todos fôramos velhos amigos: sem preconceitos ou ressalvas, sem barreiras das línguas, sem preocupações de indagar quem conhece mais o Movimento, sem se pretender ser mais capaz ou mais experiente, mas apenas e simplesmente irmãos. Poderíamos trazer outras considerações que encheram nosso coração de alegria e nossa alma de gratidão a Deus na oportunidade deste encontro, mas, concluindo, podemos dizer que, ao fazer memória dos 60 anos da nossa Carta, viveu-se no âmago do nosso Movimento uma experiência de pequena Igreja de Jesus: casais reunidos em seu nome, irmanados na mesma fé, para celebrar a vida que o Senhor nos insufla, para partilhar o amor que vem de Deus e para
tentar juntos descobrir novos rumos para o Movimento ou, ao menos, apontar pistas de reflexão para descortinar melhor os desafios que nos esperam nestes novos tempos. Renova-se a esperança de que em todas as super-regiões e regiões do mundo seja este um tempo propício a uma retomada da importância da nossa Carta, a fim de que, por esse esforço de reflexão, possamos renovar em cada coração equipista um compromisso para com os ideais, meios e instrumentos consolidados na Carta de 08/12/1947, e possamos beber das águas fecundas das inspirações nela consolidadas. Te De um laudamus (Louvor a Ti, ó Senhor)! Silvia e Chico Casal ERI Ligação da Zona América
EQUIPES SATÉLITES DAOAPARTIDA
-
É verdade! Todas as equipes satélites (ES) puseram mãos à obra. Sentimo-nos, hoje, cheios de alegria, porque todos os casais das ES acolheram o projeto e põem-se ao trabalho, com muito amor. Uma das numerosas riquezas das Equipes de Nossa Senhora é a partilha, e, sendo assim, vimos partilhar com vocês as maravilhas que o Senhor tem feito, tanto em Fátima quanto no Brasil. Estes lugares fo8
ram fonte de esperança quando dos encontros que deram início aos trabalhos das ES. Vivemos no amor de Deus momentos muito fortes de oração, de partilha e de trabalho. É esta força que guiará estas equipes satélites que, com muita generosidade, puseram-se a caminho ao serviço das Equipes e de todos os casais. No colégio de Durham, em julho de 2007, a ERI apresentou o projeto CM 425
de novas ES a todos os responsáveis das super-regiões e regiões diretamente ligadas à ERI. O colégio aprovou o projeto e a constituição de 5 equipes, e dispôs de maneira que todas as zonas tenham um casal coordenador (CC) e que cada superregião tenha pelo menos um casal participando de uma equipe. Como vocês sabem, as ES são de dois tipos: de serviço permanente e de serviço temporário. Elas vão tratar dos seguintes assuntos: - Equipes permanentes: ESP 1 - Pedagogia ESP 2 - Formação - Equipes temporárias: EST 1 - Equipes Antigas EST 2- Casais Jovens EST 3 - Padre Caffarel 1 ° encontro das Equipes Satélites
O início dos trabalhos de todas as ES aconteceu em dois lugares, para reduzir o custo das viagens: em Portugal (Fátima), de 5 a 7 de outubro, com 4 equipes (13 casais- ES de Formação, Equipes Antigas, Casais Jo-
vens e Padre Caffarel), e no Brasil (Rio), de 26 a 28 de outubro de 2007, com a equipe de Pedagogia (4 casais, todos da Zona América). Os objetivos principais desses encontros visaram a, de um lado, difundir as orientações gerais e específicas das ES e indicar as ações a empreender e, de outro, promover o conhecimento pessoal entre os casais que integram cada ES. Antes de mais nada, para se trabalhar melhor, é necessário criar o espírito de equipe, com tempos de oração, de partilha, de co-participação. Os encontros permitiram, assim, inaugurar os trabalhos, pôr em ação todas as equipes e organizar a 1• reunião com a presença de todos os casais de cada ES. A presença de Pe. Ricardo Londoõo nos dois encontros, com sua disponibilidade e sabedoria, tem sido muito importante para caracterizar o trabalho nas ES como um serviço de missão. O programa incluiu diversas celebrações litúrgicas e começou com uma celebração de abertura, na qual
Equipe Satélite em Fátima
CM 425
9
se fez a leitura da mensagem do casal responsável pela ERI, Maria Carla e Carla Volpini, os quais quiseram manifestar seu apoio ao trabalho das ES. Tivemos depois a apresentação pessoal de todos os casais participantes, o que permitiu um bom conhecimento mútuo e uma grande abertura entre todos. Criou-se assim um ambiente favorável ao bom desenvolvimento dos trabalhos. A apresentação do projeto das ES e sua espiritualidade foi bem recebida e compreendida pelos casais que integrarão as ES . As três reuniões de cada ES (lFazer equipe; 2-Planejar; 3-Revisar) permitiram criar um bom espírito de equipe e elaborar o programa de atividades de cada equipe. O encontro fmal de todos foi muito participativo, com perguntas e sugestões referentes a cada projeto.
O Encontro no Brasil com a Equipe de Peàaqoqia Podemos dizer que os objetivos e o programa dos encontros foram integralmente alcançados. Houve a participação engajada de todos os casais, que se mostraram muito interessados, colaborando ativamente nos trabalhos e esclarecendo as dúvidas sobre o conteúdo e a metodologia de trabalho de sua ES. Estes encontros no início da caminhada das ES, inaugurando ostrabalhos, foram essenciais para a compreensão pelos casais dos objetivos, 10
orientações gerais e específicas, as ações a empreender etc. Ainda: os encontros foram muito importantes para promover o conhecimento pessoal entre os casais de cada ES. Ficou bem claro que as ES estão a serviço da ERI, para tratar de assuntos importantes para as ENS. Todo trabalho das ES deve ser feito em colegialidade, integrando a internacionalidade das idéias e das culturas, ao mesmo tempo levando em consideração a realidade do mundo de hoje e as necessidades do Movimento. Ao final, partimos com a convicção de que o fio condutor havia sido encontrado. Hoje, após dois meses de atividades, queremos agradecer a Deus com vocês, pela alegria, o entusiasmo e a sabedoria de todas as ES em seus trabalhos. Queremos convidá-los a dizer conosco "Magnificat" e a pedir ao Senhor que continue a abençoar este trabalho.
Tó e Zé Moura Soares Casal ERI Responsável pelas Equipes Satélites CM 425
CELEBRANDO OS ESTATUTOS Os Estatutos não têm por única finalidade levar à descoberta das grandezas da fé cristã. Devem também oferecer aos casais os meios de vivê-/a. (Pe. Caffarel)
Como já foi consignado na edição anterior da Carta Mensal, a Super-Região promoveu, no dia 25 de novembro de 2007, no Colégio Pio XI em São Paulo/SP, um evento para fazer memória dos 60 anos da Carta fundacional das Equipes de Nossa Senhora - que se completariam duas semanas depois, no dia 8 de dezembro- bem como para celebrar o testemunho de casais que, nas responsabilidades exercidas, buscaram a fidelidade aos Estatutos, alguns desde os primeiros anos da caminhada do Movimento no Brasil. A Carta Mensal de fevereiro/ março deste ano já publicou um encarte com a palestra formativa proferida naquele dia por Silvia e
CM 425
Chico. Esta edição, como anunciado, apresenta uma resenha de outras atividades daquele encontro: apresentações, testemunhos, painel. Houve também o lançamento de um fascículo contendo os Estatutos fundacionais e os Estatutos Canônicos. Após a acolhida e abraços entre irmãos, equipistas recentes e outros de longa caminhada, a memória dos 60 anos dos Estatutos foi iniciada com a Eucaristia, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Uma digna Ação de Graças pelo dom das Equipes de Nossa Senhora ao povo de Deus somente poderia ser a oferta de si mesmo que Jesus Cristo fez ao Pai.
11
•
Acompanhado de Padre Flávio Cavalca, presidiu a celebração o Padre Frei Avelino, que na homilia disse das graças concedidas por Deus ao Movimento, graças que são testemunhadas pela fidelidade ao Espírito Santo demonstrada pela vida de muitos casais, na vigência dos 60 anos dos Estatutos.
Apresentações Graça e Roberto- Casal Responsável pela Super-Região Brasil abrindo os trabalhos, fizeram a acolhida oficial dos convidados, dizendo da alegria cristã da reunião, um ato que "inicia uma seqüência de outros atos em todos os lugares do Brasil onde há o Movimento e onde também estaremos dando graças a Deus por tudo que nós vamos recebendo nesta caminhada e por esta íntima união com Deus que marca as nossas vidas, pela presença em nós da mística e do carisma das ENS, que nos apontam rumos e encaminham na vida cristã". Enfatizaram que todos os que se faziam presentes são fiéis testemunhas da caminhada do Movimento no Brasil e acrescentaram: "nós queremos dar graças a Deus pela fecundidade do amor vivido na busca incessante de Cristo, que no matrimônio vem ao nosso encontro, para enriquecer a nossa vida conjugal com a sua presença. Queremos dar graças a Deus por termos sido escolhidos para fazermos uma caminhada que nos conduz rumo à santificação. Queremos dar graças a Deus pela espiritualidade conjugal, pelos pontos concretos de es12
forço, pelo carisma e pela mística. Queremos dar graças a Deus pelas nossas equipes de base- escolas de santidade- onde aprendemos a viver o amor, com o auxílio dos outros irmãos e de um Sacerdote Conselheiro Espiritual". "Queremos, ainda, dar graças a Deus pelas 2900 equipes existentes hoje no Brasil, que decorrem também de um ato singelo ocorrido, no nosso caso, há 57 anos atrás, portanto, já com 3 anos de existência dos Estatutos, e pela acolhida da mensagem de amor que chegava a nós, por Nancy e Pedro Moncau e, depois, por outros casais que formaram a nossa primeira equipe, chegando hoje ao estágio em que estamos vivendo". Depois de lembrar que estavam presentes casais que, ao exercerem a responsabilidade da condução do Movimento no Brasil, "verteram seu sangue" pela vida das Equipes e que ainda agora, cada um a seu modo, continuam a servir o Movimento, Graça e Roberto apresentaram os atuais sete casais provinciais e os três casais apoio, que com eles e oSCE/SR Frei Avelino formam a Equipe da Super-Região. A seguir destacaram cada um dos convidados presentes: Esther e Luiz Marcello, que foram o terceiro Casal Responsável pelas ENS no Brasil; Dirce e Rubens que iniciaram a caminhada com Nancy e Pedro Moncau e sucederam Esther e Marcello na Equipe de Coordenação Inter-Regional- ECIR; Igar da Cidinha, casal que respondeu pela ECIR e depois foi CR da CM 425
Equipe Responsável IntemacionalERI; Beth e Rômulo, responsáveis pela ECIR de 1989 a 1994; Maria Regina e Carlos Eduardo, responsáveis pela ECIR de 1994 a 1999 (período ao final do qual foram criadas as províncias da SR Brasil e foi instituída a Equipe da SuperRegião) e foram membros da ERI e Casal Ligação da Zona América; Monique e Gérard, Hélene e Peter, Teresa e Seabra, Maria Cecília e José Carlos que em períodos diferentes foram responsáveis pela Carta Mensal; Wilma e Orlando; Vera e José Renato que foram Casal Secretário/Tesoureiro do Movimento e atualmente coordenam as inscrições ao II Encontro Nacional de 2009; Cleide e Valentim que respondem pela Comunidade Nossa Senhora da Esperança; Casais que fizeram parte da atual Equipe da Super-Região Brasil, Roque e Josefina, Teresinha e Agostinho, Rita e Zé Adolfo e Cida e Raimundo. Sílvia e Chico, que foram responsáveis pela Carta Mensal, depois pela Super-Região Brasil, atualmente membros da ERI, da qual são Ligação para a Zona América. Ainda, o Padre Flávio Cavalca, que foi SCE da SuperRegião e muito contribui para o Movimento, com seus estudos, pesquisas, livros e palestras. Todos eles continuam prestando inestimáveis serviços ao Movimento.
Grupos àe partilha A história do Movimento no Brasil ainda está viva nas pessoas que guardam na lembrança os passos feitos pelas Equipes desde os primeiCM 425
ros anos. A única referência para se trabalhar eram os Estatutos (a Carta das Equipes) e as orientações sobre sua aplicação prática que vinham do Centro Diretor e do Pe. Caffarel. Foi justamente o testemunho desta vivência equipista e de casais responsáveis pelo Movimento no Brasil que foi partilhado nesses grupos. A alegria criativa na animação e formação dos casais, a superação das dificuldades, a busca constante da fidelidade aos Estatutos, para ser fiel também ao carisma e à mística equipistas e, ainda, o esforço para caminhar com a Igreja. Foi um momento em que se teve consciência de que é o Espírito Santo quem conduz o Movimento.
Painel Padre Flávio, como mediador do painel do qual participariam os casais Beth e Rómulo e Esther e Luis Marcello, faz a introdução aos temas a serem refletidos, ponderando: "É interessante voltar um pouco na história e ver quais eram as idéias sobre casamento e sobre casal 60 anos atrás. Em primeiro lugar, para conhecer, não tanto para julgar ou tentar explicar. Veremos depois, também, quais eram as idéias sobre a espiritualidade conjugal há 60 anos atrás. Essas duas apresentações vão nos colocar a claro diante de uma pergunta: E de lá para cá, melhoramos, crescemos, pioramos, retrocedemos? E, principalmente, uma pergunta que é sempre intrigante para nós: E daqui para frente, o que é que vamos buscar, o que é que vamos propor?" 13
O Casal há 6o anos e hoje Beth e Rômulo, equipistas há 37 anos, ativeram-se a este tema: "O intuito de nossa fala é tentar analisar a evolução de 60 anos do Movimento. Vamos tentar observar a evolução, não só do Movimento, mas dos casais do mundQ. Vamos tentar fazer essa observação, tendo como enfoque uma colocação do Padre Ângelo Epis em Correio da ERI, publicado na Carta Mensal de agosto de 2007: 'o desejo do Pe. Caffarel não era alinhar o movimento nascente em uma frente de combate contra a sociedade, mas sim oferecer um caminho de santificação aos casais ... o Espírito Santo não nos colocou contra uma sociedade, mas bem no centro da história do nosso mundo, para acreditar no Deus que salva o mundo por amor' .... Então, com a disposição de celebrar e reforçar a nossa fidelidade ao Movimento e com o intuito de nos entendermos apóstolos imersos no mundo a favor do casamento, é que a gente vai falar um pouquinho dos 60 anos." O casal lembrou que em 1939, quando o Movimento nasceu, a sociedade francesa e do mundo em geral era paternalista e machista, realidade que se transportava para o casamento. Ao homem competia o mando, o trabalho fora de casa e o sustento da farru1ia. A mulher era "mãe", dona do lar, obediente ao marido ... Essa cultura arraigada de há séculos teria sido reforçada pelas idéias nazistas e fascistas. Em geral, os maridos participavam dos atas religiosos apenas socialmente. 14
"Aqueles jovens casais que foram procurar o Pe. Caffarel buscavam viver a sua fé em Cristo, não queriam uma fé só teórica. Queriam viver essa fé no casamento ... O protótipo da santidade ainda era o celibatário, os religiosos e os padres ... Então o Pe. Caffarel e os primeiros casais querem ultrapassar esse impasse no aspecto da vida religiosa, pois eles também aspiravam à santidade". Sobreveio a 2a Guerra Mundial. Em geral, os que sofriam e passavam necessidades se ajudavam materialmente. Os casais dos grupos intensificaram essa entreajuda, também no plano espiritual. Finda a guerra, acontece uma grande liberalidade social. Em 1947, vive-se uma época de contrastes. "As instituições da família e do casamento são levadas a uma desregulamentação .... Passam a ser aceitos civilmente o divórcio, a união livre; o adultério cresce em ambos os sexos e propaga-se a mentalidade do controle demográfico, a partir da contracepção. Apesar de tudo isso, as equipes permanecem coesas e se multiplicam. E o que se pode CM 425
deduzir e inferir, observar da experiência, é que o que fez elas crescerem e tornarem-se coesas foi elas terem vivido e absorvido a primeira das grandes expressões do nosso carisma: a espiritualidade conjugal". Trinta anos depois, as Equipes lançam o documento: O que é uma Equipe de Nossa Senhora. Era necessário olhar de novo a realidade e fazer um aggiornamento. O mundo vive o ambiente da Guerra Fria, "que vai construindo o individualismo, que provoca entre a juventude o medo do futuro, uma enorme desesperança, que vai fazendo com que as pessoas queiram viver o aqui e o agora, simplesmente. Daí surgem os movimentos feministas, a contracepção e a inserção da mulher no trabalho". A mulher já não é "mãe doméstica" obediente ao marido. No Movimento, busca-se viver a pequena comunidade igreja em cada equipe e, na Igreja, o Concílio Vaticano II ensina que a farru1ia é "igreja doméstica". O casamento deixa de ser sentido como algo moralmente tolerado e o casal passa a ter a missão de ser o centro da igreja doméstica, centro visível da Igreja que está em sua casa. "Nas Equipes, o casal começava a perceber que precisava trazer outras luzes, que toda a vivência em comunidade não era suficiente. Começamos a sonhar com o que a genCM 425
te passou a chamar de casamento comunhão. Não queríamos mais um casamento como dificuldades que dividem, mas que as diferenças fossem preservadas como valores que somam, um casamento onde houvesse co-responsabilidade e não mais divisão de papéis, um casamento onde fosse prioritária a solidariedade, a justiça, a compaixão e o perdão. Nosso sonho era ser uma só carne". "Foi quando na Segunda Inspiração nós nos decidimos a fazer do casamento um lugar de amor, de felicidade e de santidade ... É o casamento-comunhão." Muita coisa tem favorecido esse ideal na atualidade. Existe maior consciência do valor da mulher na sociedade. Há ânsia de paz, de harmonia, há um desejo, um sonho, há um crescimento da ciência e da técnica também a favor das relações conjugais, há o alargamento do conhecimento sobre o ser humano, tanto no sentido biológico quanto no sentido psicológico-espiritual. Tudo isso são luzes, mas também 15
tem muita coisa que tem dificultado o casamento-comunhão, como o que foi ouvido em Fátima (1994): - os casais estão imersos na cultura do sucesso, que impede a solidariedade, que recusa os valores de afetividade, ... - estão imersos na cultura do dinheiro, que não permite a partilha dos bens, que ao contrario lesa alguns em favor de outros; - estão imersos na cultura do poder; - estão imersos na cultura do prazer, que reduz a sexualidade apenas ao corpo; - estão imersos na cultura do individualismo, que sacrifica sistematicamente o outro, na competição constante; - estão imersos na cultura do descartável, da novidade, dos novos modelos, onde tudo que era do ano passado já não serve mais; - estão imersos na cultura do consenso, que tudo reduz ao poder de convencimento de alguns em detrimento do diálogo e da construção do saber. No Brasil, atualmente, apesar da permissão do divórcio etc., de alguma forma a legislação favorece o casamento, valorizando de maneira igual marido e mulher. Também alguns órgãos públicos oferecem terapia familiar e conjugal, com o fim de evitar separações. A Igreja, por sua vez, tem mudado o enfoque da sua pastoral em relação ao casamento, valorizando mais a preparação à vivência do sacramento do Matrimônio. Os padres em geral têm se esforçado para melhorar as celebrações dos matrimônios. 16
Nesse contexto, as Equipes têm contribuído, com suas reflexões, para formar agentes de pastoral familiar e também transformadores sociais. "O nosso papel primordial e que tem sido feito com muita capacidade é a reflexão, especialmente porque nós temos descoberto e desenvolvido a teologia do matrimônio. Acho que esta é uma oferta à Igreja muito especial. O trabalho que desenvolvemos, depois de Lourdes/1985, sobre a sexualidade também foi uma contribuição enorme para a Igreja e para os casais". Também as experiências comunitárias têm levado muitos casais a conhecer e a melhor vi ver o sacramento do Matrimônio. A contribuição mais recente vem de Lourdes/2006: "que sejamos testemunhas e nos posicionemos, como nos orienta a Carta, em contraste com o mundo, mas a favor do mundo, encharcando-o com o Evangelho".
A espiritualidade conjugal há 6o anos e hoje Esther e Luís Marcello, equipistas há 53 anos, ocuparam-se com dizer da compreensão e prática da
Esther e Luiz Marcello CM 425
espiritualidade conjugal na Igreja e nas Equipes, no início do Movimento e hoje. Começam lembrando que, mesmo depois de haverem participado de encontros internacionais e de terem feito e orientado inúmeras sessões de formação, ficaram intrigados com um questionamento que Padre Caffarel fez em uma conferência proferida no Rio de Janeiro, quando da sua terceira visita ao Brasil, em 1972: Não estou certo de que os equipistas tenham bem compreendido o que significa espiritualidade conjugal. Há grande preocupação de vida espiritual, marido e mulher individualmente. Mas a espiritualidade conjugal é mais do que duas espiritualidades individuais vividas juntas. Há um mistério do casal que é preciso aprofundar: .. (Nancy Cajado Moncau, Equipes de Nossa Senhora, ensaio sobre seu histórico, p.l24) Se eles não sabiam o que era espiritualidade conjugal, teriam que procurar saber. Em 1983, em Roma, numa conferência do teólogo Mons. Dionísio Tettamanzi (hoje Cardeal Arcebispo de Veneza) escutam ele dizer que o específico do sacramento do Matrimônio é o especifico da espiritualidade conjugal. "Encontramos ali a resposta do que estávamos procurando", afirmam, "porque ele dizia que a própria essência do que é a espiritualidade conjugal, o específico do sacramento do Matrimônio, aquilo que é característico, aquilo que é essencial, aquilo que mostra que a coisa é como é, o específico do sacramento CM 425
do Matrimônio é o amor humano, ... o que já tinha sido afirmado pelo Concílio de Trento em 1560". Referiu que o Concílio de Trento ensina que o fim do sacramento do Matrimônio é levar o amor natural à perfeição. Então, não se trata de nenhum amor diferente daquele que homem e mulher, de qualquer tempo ou raça, nutrem um pelo outro. Segundo o Concílio de Trento, a graça sacramental que santifica os cônjuges, o casal, "está no crescimento do amor que une um ao outro, por que o amor natural de um homem e de uma mulher um para o outro é o sinal próprio do sacramento do Matrimonio". Trazem também a palavra de João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 13, que repete o Concílio de Trento, dizendo que o efeito primeiro e imediato da matrimônio (res et sacramentum), não é propriamente a graça sobrenatural, mas o vínculo conjugal cristão. Daí a compreensão de que o amor humano de um homem e uma mulher que se unem em casamento é o essencial do sacramento do Matrimônio. É do sacramento do amor humano que brota a espiritualidade conjugal. Citam, então, a frase de Madeleine, em 1938, ao procurar Padre Caffarel: o nosso amor, o amor que nos une é uma coisa tão bonita, que não é possível que Deus não pense alguma coisa boa sobre ele. "Aí foi o começo das ENS, e está plantada nessa frase de Madeleine." Pe. Caffarel, que sabia teologia, mas não tinha a vivência do amor de esposos, juntou a experiência de 17
vida conjugal daqueles primeiros casais com seus conhecimentos teológicos para ver o que Deus pensa de bonito sobre esse amor tão bonito que une vocês. "Assim começaram as ENS, a grande revolução que o Espírito Santo faz na Igreja. E a descoberta da espiritualidade conjugal". Com o sim litúrgico com o qual o casal, diante da comunidade, expressa a vontade de ambos, como sinal do amor de Cristo pela Igreja, de se doarem mutuamente e defmitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo, inicia-se a vida sacramental que santifica o casal. O que santifica o casal é o amor que os une. "Esse amor se manifesta de diversas maneiras, se manifesta pela palavra de um para com outro, se
Essa é a grande contribuição das ENS à Igreja, a espiritualidade conjugal, que é celebrar o amor entre marido e mulher como sinal do amor infinito de Jesus Cristo pela Igreja. ____,I 18
manifesta pelo carinho, por gestos ... e é preciso então olhar com o olhar que enxerga no visível o invisível, pois estas palavras, esses gestos, esses atos de amor são sacramentais, portanto eles produzem a graça de Deus para fazer com que esse amor cresça sempre mais, porque a nossa vocação é essa. A minha vocação é ser santo, aumentando o amor para com ela e dela para comigo, essa que é a minha vocação e desde toda a eternidade Deus pensou assim acerca de nós todos. É preciso, portanto, ter fé nessa vivência de todos os dias, ... fazendo com que a força do alto, a graça, venha nos ajudar, para que eu ame cada dia mais a ela e ela a mim". Essa é a grande contribuição das ENS à Igreja, a espiritualidade conjugal, que é celebrar o amor entre marido e mulher como sinal do amor infinito de Jesus Cristo pela Igreja. É no amor de Cristo que a Igreja é santificada, é no amor de marido e mulher vividos em união com o amor de Cristo que os casais são santificados. Após, falaram do esforço que eles e outros casais fizeram para estudar e conhecer melhor o sacramento do Matrimônio, na busca de expressar o que seja e como viver a espiritualidade conjugal, e sugeriram que seja incentivado nas Equipes esse estudo. Deve-se buscar a luz teológica no conhecimento que os sacerdotes têm dos ensinamentos da Igreja, mas são os casais que precisam contribuir com sua experiência da vivência do amor conjugal, para explicitar o que é viver no dia a dia o sacramento do Matrimônio, o que é a espiritualidaCM 425
de conjugal. Padre Caffarel insistia que não podem os casais exercitar uma espiritualidade monacal, mas a sua própria de casal, como, aliás, ensina o documento conciliar Lumen Gentium. (cf. LG 41/107) Concluíram, repetindo Pe. Caffarel, dizendo que a vocação das Equipes é a santificação dos casais e sua missão na Igreja é ensinar a espiritualidade conjugal, "para mostrar que todos podem ser santos, levar para o mundo tão carente de amor essa idéia de que o amor nos liberta do egoísmo, que o amor nos leva à santidade e a Deus". Dada a oportunidade para perguntas, Orlando da Vilma pergunta o que os equipistas deverão fazer, qual a perspectiva para ações futuras no por demais conturbado mundo atual. A resposta não poderia ser peremptória. Foi realçado, contudo, que o caminho apontado pelo Movimento, atualmente, está nesta linha, animando seus membros a serem missionários, apóstolos a serviço dos casais, a partir de uma reflexão sobre a realidade, não para julgar e condenar pessoas, mas para "encharcar" essa realidade com o Evangelho. "O caminho é não ter medo, é acreditar que o Espírito Santo realmente sopra, e ele deve nos soprar como a gente deve dizer à sociedade o caminho futuro do casamento". Assim como Deus suscitou santos e ordens religiosas especiai para cada tempo da Igreja, é preciso acreditar que houve um desígnio de Deus quando os quatro casais procuraram Pe. Caffarel, acreditar CM 425
que em Deus há um plano sobre a existência das ENS. As quase 3 mil equipes existentes no Brasil são uma força que pode fazer chegar a boa nova do casamento e da espiritualidade matrimonial a muitos casais e jovens namorados. "Não é só perguntar como vai ser, acho que devemos nos perguntar o que nós podemos fazer para que seja conforme o plano de Deus". Dentro da realidade dominada pelo relativismo, é preciso levar uma mensagem positiva, flrme, de uma verdade de valores imutáveis. Não somente teorias, mas testemunhar que o amor é possível e traz felicidade, santiflca. É preciso levar esperança aos jovens, imersos na cultura do egoísmo, do descartável, dizendo-lhes que o casamento é dinâmico, mas imutável, porque só há casamento se houver amor. Concluindo o Painel, Graça e Roberto expressaram que o Movimento, pelos seus responsáveis, está ciente dessa realidade e que também se inquieta com ela, como Movimento e como Igreja. Que pesquisas estão sendo feitas e estudadas. Também o tema para 2008, "Testemunhas a serviço dos casais", é um esforço de reflexão que deve levar à ação. Após agradecer a contribuição de todos, especialmente dos convidados, fizeram um convite para o encerramento do encontro diante do Cristo Eucarístico, após o que seguiu-se uma breve confraternização, animada pelas Regiões São Paulo Capital I e Capital II.
Carta Mensal 19
ENCONTRO PROVINClAl NORTE Os Equipistas de Belém/PA, desde o Aeroporto daquela bela cidade, acolheram com muito amor e carinho os irmãos que chegavam para o Encontro da Província Norte, nos dias 9, 10 e 11 de Novembro de 2007. Tudo fazia ver que a dedicação àquele Encontro há muitos dias havia começado e que surpresas agradáveis haveriam de emocionar e encher de paz os nossos corações. Desde a acolhida com Fátima e Canêjo (CRR Norte II), seguida pela abertura do Encontro feita por Nazira e João Paulo (CR Provincial) e através da dinâmica de apresentação, na qual fomos lembrados e chamados pelo nome, um a um, aprendemos que o fervor daquele Encontro estava abençoado pela pre ença do Cristo Eucarístico, que em seguida iríamos encontrar, numa celebração belíssima. Nossa Mãe Maria caminhou sempre conosco, amparando e acolhendo nossas preces de filhos que pedem ao Pai o discernimento para o serviço e a animação, no exercício da responsabilidade perante nossas equipes. Os nossos corações se encheram de emoção quando, na Cerimônia de Posse, recebemos a vela acesa, simbolizando o Espírito Santo que nos guiará no exercício da responsabilidade, e, depois, também um belo avental, sinalizando que nos estávamos colocando a serviço. Aprendemos naquele momento que a posse era deixar o Cristo tomar posse de nossas vidas, aceitando em plenitude 20
de coração a missão que nos era confiada: Zelar pelo carisma fundador e mística do Movimento; Colocar-se humildemente em espírito de serviço e disponibilidade; Trabalhar em colegialidade, buscando formar verdadeiras comunidades de fé, de oração, ajuda mútua e partilha, conforme palavras do compromisso orientado por Pe. Zezinho (SCE do Regional Norte I) e Nazira e João Paulo. Pelas palavras dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, que se revezaram nas Celebrações Eucarísticas, e também pelos seus testemunhos de vida que partilharam conosco, aprendemos que o amor por eles dedicado ao Movimento vem associado a infinitas graças, recebidas junto às equipes que aconselham. Nasce ali na pequena comunidade a amizade, a convivência e o entendimento da dimensão familiar vivida no sacerdócio. O Encontro Provincial foi fundamentado no serviço, espelhado em Maria, a Serva Fiel e primeira discípula. Ainda, foi também oportunidade para a descontração: cantamos, oramos e dançamos os diversos ritmos de nossas regiões. Saboreamos a variada cu~ária paraense e vivencíamos belos momentos em companhia de nossos anfitriões. Podemos dizer: "Em Belém fomos acolhidos, fomos abençoados e de lá fomos enviados a servir e a amar mais". Magnificat.
Márcia e Juarez Santos CRS A - Manaus/AM CM 425
Caros casais e conselheiros: Entusiasmados com nossa tarefa, informamos que muitos já e tão com os pés na estrada, a caminho de Florianópolis: 1800 pessoas. E ainda não começamos a receber as inscrições pós-EACRE. Alguns coordenadores das inscrições comentaram, e nós endossamos, da alegria ao receber as inscrições dos amigos. É uma pequena amostra dos bons momentos que aguardam a todos nós no Encontro Nacional. Quando recordamos que um dos frutos do 1° Encontro Nacional em Brasília foi a decisão da ERI de iniciar o processo de beatificação do Pe Caffarel, ficamos a pensar por onde o Senhor nos guiará depois de Florianópolis. O encontro da nossa farru1ia em Florianópolis será a oportunidade de testemunhar ao mundo a fonte que alimenta nosso casamento, pois o equipista de Santarérn/PA busca a santidade conjugal conforme as orientações do Pe Caffarel, do mesmo modo que um equipista de Quixadá/ CE, Parnarnirirn/RN, e Pesqueira/ PE. De Três Corações/MG, Itaruma/ GO, Piracicaba/SP e Batatais/SP. De Toledo/PR, Itajaí/SC, Capão da Canoa/RS e tantas outras localidades brasileiras que estarão presentes. Observando essas regiões geográficas dos inscritos, descobre-se a força do carisma das ENS motivando a pessoa a sair do seu canto para ir ao encontro do outro, na expectativa de trocar experiências e reanimar suas forças. É o próprio Senhor nos chamando para a ceia. CM 425
Você, que até agora conviveu somente com os equipistas do seu setor e região, precisa considerar a possibilidade de participar do 2° Encontro Nacional das ENS em Florianópolis/SC. O que fazer para se inscrever? Procure nesta Carta Mensal o encarte da Ficha de Inscrição. Leia atentamente as orientações e preencha os campos solicitados. O Banco do Brasil enviará o seu carnê de pagamento para sua casa. Pedimos sua atenção para alguns itens que estão apresentando dificuldade: transcrever correta-
mente os 11 números do seu CPF e solicitar, se necessário, a atualização do seu endereço diretamente ao Casal Responsável do seu Setor, que enviará ao Secretariado (não o fazer na etiqueta da Ficha de Inscrição). Tudo tem uma razão de ser. A Ficha de Inscrição, como está nesta Carta Mensal, é o modelo oficial e sua respectiva etiqueta de endereçamento representa que você está cadastrado no Movimento. Portanto, esta Ficha de Inscrição só pode ser utilizada por você. Para outras situações, procure o Casal Responsável do seu Setor. Como em Caná, que a atenção de Maria nos alcance as graças necessárias para esta caminhada. Até Florianópolis!
Vera e Renato Casal Coordenador Geral das Inscrições 21
Ordenação presbiteral
Bodas de Ouro
Padre Cícero Ferreira dos Santos, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, foi ordenado no dia 15 de junho de 2007, pelo Bispo Diocesano de Bauru, Dom Luiz Antonio Guedes. Ele é de Maceió/ALe assumiu a Paróquia de São Braz Núcleo Gasparini. É SCE da Equi~ pe 21 - Nossa Senhora das Famílias, Eauru/SP.
••• Padre Edson Barbosa (foto abaixo), no dia 26 de janeiro de 2008, pela imposição das mãos de Dom Sérgio Krzywy, Bispo Diocesano de Araçatuba!SP, foi ordenado presbítero na Igreja Nossa Senhora das Graças, em Andradina!SP. Padre Edson, enquanto diácono, acompanhava as Equipes 7 e 1O do Setor de Va1paraíso/SP. Estamos muito alegres com sua ordenação e desejamos-lhe as bênçãos de Jesus e Maria na sua missão. Suely e Sérgio, CRS Valparaíso/SP
Eunice e Normando, no dia 12 de outubro de 2007, celebraram suas Bodas de Ouro, na Paróquia São Camilo de Léllis, em Brasília!DF A celebração foi presidida pelo SCE da Equipe, Pe. Giorgio Davanzo, e concelebrada por dois sacerdotes amigos. Foi uma verdadeira celebração ao amor conjugal e familiar vivido em toda a sua intensidade, pautado na Palavra de Deus, na oração, na vida sacramental, num testemunho de fidelidade, de doação e muita felicidade. Jesus Cristo sustentou este querido casal equipista ao longo desses 50 anos com o vinho novo do amor. Após, houve linda festa, abrilhantada pela presença de familiares que vieram de várias localidades do Brasil. Em 23 de outubro, data do aniversário de casamento, o casal participou de Missa em Fátima/Portugal, ocasião em que renovaram seu compromisso matrimonial e foram solenemente abençoados. Equipe 14- A Brasília/DF
22
CM 425
Equipe faz Jubileu
Bodas de Diamante
Maria Laura e Oscar festejaram 60 anos de matrimônio, no dia 20 de dezembro de 2007, cercados por filhas, genros, netos, bisnetos, irmãos de Equipe e equipistas de Teresópolis e da cidade do Rio de Janeiro. A Ação de Graças foi presidida por D. José Ubiratan Lopes, Bispo de Itaguaí/RJ (foi SCE da Equipe por 17 anos, desde a implantação), sendo concelebrante Mons. Nivaldo Antonino Dias, pároco de Sto. Antônio do Paquequer e SCE de equipes em Teresópolis. O casal jubilar pertence à Equipe 1 de Teresópolis/RJ, tendo sido coadjuvante na implantação das ENS naquela cidade serrana.
Os membros da Equipe Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, do Setor A da Região Centro-Oeste II, no dia 2 de novembro de 2007, comemoraram 25 anos de sua criação com celebração Eucarística presidida pelo seu Sacerdote Conselheiro Espiritual. Foram acompanhados na festividade por muitos casais equipistas, entre eles o atual Casal Ligação e casais que foram ligação da Equipe, casais que foram Responsáveis do Setor e da Região, todos amigos e companheiros de caminhada no Movimento. Também trouxeram alegria à celebração do jubileu a presença de ex-integrantes da Equipe. Estão de parabéns os casais Ana Maria e Braulino, Elielma e Mauro, Graça e Déo, Lucimar e Tomáz, Luzia e Eleison, Rosângela e Cristóvão e Suelena e Wagner, que hoje fazem esta comunidade equipe.
Partiram para a casa do Pai •
• • • • •
Maria Aparecida Nunes Panisio, do Pedro Panisio, no dia 29 de dezembro de 2007. Integrava a Equipe N. S Imaculada Conceição Aparecida de Santa Bárbara D'Oeste, do Setor A de Piracibaba/Santa Bárbara/SP. Ana Cristina (Preta), do Raimar. no dia Io de janeiro de 2008. Ela fazia parte da Equipe 2,. ossa Senhora Aparecida, Setor A de João Pessoa!PB. Roberto, de Daluz, no dia 16 de dezembro de 2007. Integrava a Equipe 7, Nossa Senhora da Luz, Setor D de João Pessoa/PB. Daniel Alves Vila Real, da Maria Alice. no dia 20 de dezembro de 2007. Integrava a Equipe 19, N. Sra. das Candeias. do Setor B de Bauru/SP. Wilson Noronha, da Canninha, no dia 15 de fevereiro 2008- Era membro da Equipe 7, Nossa Senhora do Carmo, de Assis/SP. Clóvis G. Rezende, da Eliana, no 3 de abril de 2007. Integrava a Equipe No. sa Senhora da Abadia - Ubarana/SP.
CM 425
23
A FOTOGRAAA E OS PCE O mundo da fotografia permite infinitas possibilidades. A princípio, qualquer pessoa pode se iniciar nesta arte. Uma máquina na mão e o mundo a sua disposição. O primeiro princípio é que não existe o conceito de boa foto. Vale tudo. Como o nome diz, gravar uma imagem. Num conceito generalizado, se diz que cabeças e pernas cortadas, imagens fora de foco, descentralizadas, escuras etc. são fotos ruins. Na verdade não o são. Talvez, muitas vezes por excesso de preocupação com a técnica, perdem-se momentos únicos, raros e acaba-se não registrando cenas valiosíssimas. Assim também acontece com os pontos concretos de esforço. Não existe PCE bom ou ruim. O pior PCE é aquele que não é feito. A fotografia está normalmente 24
ligada a acontecimentos da vida: aniversários, casamentos, batizados, festas, reuniões, encontros, viagens, filhos ... Também os PCE devem ser momentos de comemoração, festa, (re)união ... Um fotógrafo, antes de se tomar profissional, teve de "queimar" muitos e muitos filmes, errando, errando e, de vez em quando, acertando. Mesmo experiente, continua tirando muitas fotos, mas só expõe aquelas que ficaram muito boas. Também na vida equipista, no início, se vai tentando, errando mais do que acertando, mas o esforço vai produzindo resultados na vida conjugal, muito mais pela prática do que pela teoria. O momento da partilha na reunião mensal é como "câmera digital", onde são mostrados os acerCM 42 5
tos e erros de uns e de outros e, através da ajuda mútua, aprende-se a sempre melhorar a maneira de fazer os PCE com maior proveito. Uma boa foto é aquela cujo resultado final corresponde àquilo que o fotógrafo quis obter. Também no esforço de crescimento do casal cristão, os melhores PCE são aqueles através dos quais se alcançam os resultados que Deus espera de cada pessoa, de cada casal. De nada adianta fazer um PCE para dizer na reunião que o fez. Roteiros e normas não têm sentido se não forem utilizados com o objetivo de caminhar em busca da santidade. Uma fotografia pode ser analisada sob o aspecto técnico ou estético. A técnica pode ser aprendida em livros, cursos ... Já o aspecto estético se adquire desenvolvendo o olhar fotográfico, através da prática e do tempo. De maneira semelhante acontece com os PCE. Eles são meios, ferramentas. Pode-se conhecer várias técnicas de praticá-los. Mas a sua beleza vem da graça que o casal recebe de Deus, em cuja intimidade o PCE deve ser exercitado, cada qual de uma forma muito particular e diferenciada. Assim como uma imagem deve ser fotografada de vários ângulos, para buscar a melhor fotografia, também na prática dos pontos concretos é preciso ser inventivo, criati vo, ver com novo olhar, para não cair numa rotina estagnante. Para uma boa foto é preciso observar a direção da luz e, principalmente, a sombras. Evita-se a falta CM 425
de luz e também o seu excesso. Assim também ao fazer um PCE é preciso procurar não focar somente as sombras, ou somente as luzes. Nas fotos coloridas, os resultados serão melhores se forem explorados os contrastes. Assim também, principalmente entre homem e mulher, a beleza está em reconhecer as diferenças e perceber quanto as pessoas se complementam por serem diferentes. Existem infinitas possibilidades de se fotografar um ambiente. Entretanto, é necessário se ater aos objetivos da foto e observar bem o enquadramento. Também na vida cristã equipista não convém dispersar. Não é possível abraçar todo o mundo e ao mesmo tempo. Cada ponto concreto tem a sua freqüência: "Escutar assiduamente a Palavra de Deus. Encontrarse todos os dias com o Senhor, numa prece silenciosa: a Meditação. Rezar juntos, marido e mulher, todos os dias a Oração Conjugal e, se possível, em farru1ia, a oração farniliar. Encontrar a cada mês um tempo para um verdadeiro diálogo conjugal: o Dever de Sentar-se. Assumir esforços pessoais: Regra de Vida, e, a cada ano, um Retiro (Guia ENS, p. 23). Para bater boas fotos de pessoas é preciso que elas estejam descontraídas, naturais. Também para sair bem na "foto" com Cristo é preciso ser honesto e verdadeiro consigo mesmo, ser aberto ao outro e à vontade de Deus.
Benita e Rui CR do Setor ABC III- São Bernardo do Campo/SP 25
CONSEQÜÊNClAS DA REUNlÃO DE BAlANÇO! Terminado o ano de 2007, a reunião de balanço já ficou para trás, e aí? Se não houver continuidade, ou seja, se o que foi discutido e concluído, como pontos fundamentais a merecer melhor atenção de todos os casais equipistas para o ano vindouro, não for colocado em prática, pouco ou quase nada de valor terá tido a reunião de balanço. Mas, com toda a certeza, e sempre contando com a inspiração do Espírito Santo, o ano de 2008 será coroado com muitas graças para todas as equipes. Nas grandes empresas, além do balanço, também é feito um plano de metas e objetivos, visando sempre a melhorias na qualidade, segurança, produtividade e, logicamente, lucratividade. E nas nossas reuniões de equipes de Nossa Senhora, o que deveremos buscar no "plano de metas" e objetivos? À medida que entendermos melhor os benefícios que a equipe poderá proporcionar às nossas vidas, com certeza, toda programação da equipe terá prioridade, a participação nas reuniões será um momento de grande alegria e os pontos concretos de esforço serão vivenciados com gosto. Só se ama aquilo que se conhece. Procuremos, pois, conhecer melhor os Estatutos e também a estrutura do Movimento e poderemos 26
então ser mais participativos e os frutos aparecerão. Se a mística das Equipes está a serviço dos casais que buscam a santificação, precisamos nos esforçar para ser cada vez melhores, não melhor que o outro, mas melhor para o outro. E onde buscar os meio para melhorar? Seria bom que todos os casais equipistas participassem de uma ou mais missas durante a semana. Embora muitos já descobriram este segredo, ainda há os que se têm contentado apenas com a missa dominical. Muitas vezes, também deixamos de demonstrar o grande carinho que temos para com os casai de nossas equipes. A amizade entre os casais de nossas equipes até existe, está faltando, porém, exteriorizar isso em gestos concretos. Por isso, achamos interessante a sugestão de o casal animador do mês tomar a iniciativa de lembrar aos demais casais da equipe as datas de aniversários de nascimento e casamento. Sabemos quanto é importante nos prepararmos bem para a reunião mensal de equipe e realmente fazermos esforço para realizar os pontos concretos como meios que nos ajudam a viver a espiritualidade conjugal. Lídia e Newton Kleber Eq. N. S. da Alegria Varginha/MG CM 425
ANO NOVO, VlDA NOVA Mais um ano começou, mais um ano de reuniões, de eventos, de esforços dentro do Movimento das ENS. "Ano novo, vida nova", é como costumamos dizer. Cabe a pergunta: como será minha/nossa vida equipista ao longo deste ano? No final do ano, sempre transmitimos votos de paz e esperança. Como fazer para que isso não seja simples e tímido desejo, para que o resto do ano não sejam só problemas, dificuldades, comodismo, desculpas? Maria nos ensina a discernir a presença de Deus em nossa história, no nosso cotidiano, em nossa equipe. É por meio de Jesus que podemos ter a certeza de que o futuro será melhor. Contudo, não bastam votos e boas intenções. A proposta de Jesus Cristo é exigente e envolve todas as pessoas de boa vontade. Quem se compromete com Ele se torna promotor da paz e construtor de uma nova sociedade. O movimento das ENS tem uma pedagogia muito rica em subsídios para nos ajudar, em casal, a nos comprometer com Cristo, estarmos sintonizados com o Salvador e fazermos da nossa vida conjugal e de equipe uma vida voltada para a Santíssima Trindade. Para que isso possa acontecer, é necessário conhecermos e aprofundarmos o conteúdo dos documentos e manuais oferecidos pelo Movimento, principalmente os Estatutos, que é a "Regra" dos leigos casados equipistas, para CM 425
nos auxiliar a nos mantermos no caminho rumo à santidade. Deus está presente em nossa história com sua bênção. Neste ano, Ele quer que passemos do deserto à terra prometida, da escravidão à liberdade. Isso, no entanto, não se realiza sem esforço, organização e mobilização de cada um de nós (sozinhos, em casal e em equipe), pois a bênção se torna eficaz quando nós lutamos para construir um mundo novo, um lar novo, uma equipe nova. Jesus é solidário conosco, confiando-nos o anúncio da boa noticia (Evangelho). Como encarnar o projeto de Deus em nossa equipe ao longo deste ano? As tentações, dificuldades, problemas, desculpas, comodismo são muitos (e estão sempre nos rondando) para que não realizemos, em nosso dia-a-dia, o projeto de Deus, a missão da fé adulta. Como podemos eliminar ou reduzir esses obstáculos ao nosso sim ao projeto divino e à pedagogia das ENS? Como e o que fazer para não perdermos nossa identidade? Voltemos aos nossos dois balanços anteriores, o de 2006 e o de 2007. Vejamos as diferenças e as coincidências entre eles. Quais os progressos e recuos? Em que crescemos e em que recuamos? Quais as causas desses recuos? Podemos imaginar que algumas causas desses crescimentos foram a adequada, freqüente e perseverante Regra de Vida e, na mesma intensidade, o Dever de 27
Sentar-se. Tudo na busca de melhorar as nossas próprias atitudes e de casal. Uma Regra de Vida embasada na escuta e meditação da Palavra de Deus. O Dever de Sentar-se acompanhado da Oração Conjugal e realizado na entreajuda dos cônjuges. Que possamos assumir verdadeiramente o compromisso de vivenciar tudo o que nos é pedido nos Estatutos das ENS. Se assim fizermos,
teremos uma boa surpresa na próxima reunião de balanço. Não sejamos "eq ui pistas burocratas", como dizem Silvia e Chico em seu artigo inserido em encarte da Carta Mensal de dezembro de 2007, "A disciplina das Equipes". Stella e Paulo CR do Setor C - Niterói /RJ (mensagem original para o seu setor)
O DEVER DE SENTAR-SE Não sabíamos se sentávamos por prazer ou se tínhamos o dever de nos sentar, mas de uma coisa estávamos certos: precisávamos dialogar. Estabelecemos, então, um dia para criarmos o hábito de dialogar sem correrias e o preparamos com certo aparato. Fizemos uma prece contrita ao inicirumos, tendo Cristo ao nosso lado para evitar discussão. Estávamos um tanto hesitantes, sem saber como começru·, c pensamos: será que o outro vai aceitar o que eu tenho para falar? Elogios foram feitos, o trivial comentado e, na hora dos defeitos, éramos dois rostos fechados. Os anos foram passando e as arestas foram sendo aparadas com maior compreensão, os problemas foram sendo resolvidos com mais tranqüilidade, com mais paciência e as tristezas vivenciadas a dois, com muito amor. Sabemos, hoje, da importância do diálogo. E o Dever de Sentar-se continua a ter data especial. E, já no outono da vida, continuamos nossa jornada, louvando e agradecendo ao Cristo que nos iniciou na caminhada. O pensamento de cada um, agora, é alcançado pelo outro. Nossas almas, uma só. Aurinha e Ítalo Equipe 03 - Setor Niterói A Região Rio IV 28
CM 425
NOSSA MlSSÃO Colocar Deus no centro de nosAo recebermos o chamado de Deus para fazer parte do Movimen- sas vidas é um meio seguro de sento das ENS, temos certeza, Ele que- sibilizar, de tocar o coração daqueria nos fazer conhecer melhor o sa- les que pensam não haver mais sencramento do Matrimônio e as gra- tido para a vida. ças para vivê-lo melhor como mariHoje as famílias estão sendo do e mulher que buscam a santidade destruídas porque os casais esquejuntos e, assim, testemunharmos a ceram de Deus. O perdão, a abnegação, a caridade, a outros casais a alegria de sermos casados, paciência, a compreenAo ajudando-os a também são e o respeito às didescobrir as graças ferenças não fazem recebermos o que esse sacramento parte da vivência dos chamado de traz aos casais que casais. A estrutura da queiram viver e enconfamília se tornou fráDeus para trar a santidade em seu gil, os casais separamfazer parte casamento. se com muita facilidadas ENS, A reunião de equide porque falta Deus pe, ponto forte da vida entre eles para desperEle queria equipista, realizada na tar o amor nos seus conos fazer presença de Cristo, rações. Não há tempo conhecer dos irmãos de equipe para dialogar como cae do SCE, nos dá forsal, para conversar melhor o ça e ânimo para viver com os filhos. Não há sacramento a nossa vida conjugal, tempo para Deus. E é do familiar, a nossa vida através da oração que de equipe, a nossa o casal confia a Deus Matrimônio. vida em todos os asa sua vida, as suas nepectos, segundo os cessidades, busca ajudesígnios de Deus. As orientações da para realizar seus sonhos e ene propostas do Movimento e toda frentar os problemas. É na oração a sua pedagogia nos oferecem meios que os filhos tomam consciência da para isso. O tema de estudo faz presença de Deus e o casal invoca parte da pedagogia do Movimen- a graça de Deus para fortalecê-lo. to, é bem convidativo e nos pro- E é no louvor a Deus que nos sentiporciona conhecer com profundi- mos libertos, porque Jesus age em dade o sacramento do Matrimônio, nossos corações. para vivê-lo melhor, e nos ajuda nesta missão de levar esse conheMeiry e Raimundinho cimento a outros casais. Eq. 1. - N S. das Graças - Cruz/CE CM 425
29
- COMUM A SAlVAÇAO Judas, em sua pequena e pouco conhecida epístola, no versículo 3 do único capítulo, nos diz que a escreveu devido à sua grande preocupação com a "nossa salvação comum". Que expressão bonita! Deus insiste sempre em nos dizer que nada devemos fazer sozinhos, mas sempre em comunidade, junto com os irmãos! Isto nos traz à lembrança as nossas igrejas que, antes do Concílio Vaticano II, próximo à porta de entrada, ostentavam uma grande cruz negra e nela escrita a frase: "Salva a tua alma". Entretanto, ninguém salva a si mesmo! Já fomos salvos pelo Cristo que pagou um alto preço por nós. Deus nos salvou e chamou para a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos destinou em Cristo Jesus (2Tm 1,9). Mas Deus quer o nosso sim à salvação e esse sim só pode ser dado numa comunidade, partilhado com os irmãos. Voltando à "salvação comum", ninguém devia entender disso melhor do que nós, casais, que por excelência vi vemos a partilha no nosso dia a dia, em nossa comunidade doméstica, partilhando a vida, partilhando a graça e partilhando a nossa salvação, cujo caminho de santificação trilhamos desde já. E é Deus, presente em nossa união de esposos, que nos faz sermos canais preferenciais da sua graça um para com o outro. 30
Mas, como ser o canal da graça divina um para o outro sem praticar constantemente a ajuda mútua e autêntica, que começa em casa entre os dois esposos? Como ser esse canal, essa ferramenta de Deus sem ouvir, compreender, partilhar e, sobretudo, amar muito? Pedro nos diz: Sobretudo conservai vivo o amor mútuo, pois o amor cobre uma multidão de pecados (lPd 4,8). Deus fala conosco através das Escrituras. Cabe a nós o esforço, especialmente o esforço conjunto de marido e mulher, para ouvir e entender o que Ele quer de nós e, sobretudo, muita oração para pedir ao Pai que nos abra o coração para essa escuta. Na verdade, para marido e mulher partilharem a salvação significa ambos viverem a sua espiritualidade conjugal, que consiste em viver o amor mútuo no do dia a dia, por atas concretos de carinho, cuidados, afeição e respeito, perdão, abnegação, ajuda mútua em busca da santificação, em caridade que se abre para os filhos, para a comunidade, para a humanidade. É isso que faz crescer e jorrar a graça sacramental que santifica o casal. Partilhar a salvação é também acolher o outro como ele é. Com suas qualidades, limitações e, acima de tudo, acolher o desejo do outro de ser santo. Perdoar, pedir perdão e ser perdoado é uma bem-aventurança imensa na vida do casal. Mas acolher não significa ser cúmplice. A CM 425
correção fraterna oportuna e amorosa deve começar em casa, com quem mais se ama. O Pe. Caffarel não deixa por menos: Amar é querer o pleno triunfo do ser amado, o seu desenvolvimento e a sua felicidade humana, mas acima de tudo o seu desenvolvimento religioso, sem o qual sua vida não atingirá sua plena realização e seu ser será eternamente mutilado. O amor verdadeiro é ambicioso. O amor verdadeiro é exigente. (Evitar a cumplicidade, em "O amor e a graça". Flamboyant, 1962) Partilhar a salvação é, juntos, educar os filhos no amor, na solidariedade, na justiça e nos caminhos do Senhor. É também aprender com eles, lembrando que eles são para nós tesouros de enorme valor, sinais vivos da presença de Deus em nossa casa, sacramentos de amor e de vida. É praticar a hospitalidade, o acolhimento dos irmãos, sobretudo dos mais abandonados e excluídos, nos quais o Cristo mais gosta de mostrar a sua face, pois um dia serão eles que nos acolherão no Reino do Pai. Viver a salvação comum é viver intensamente em equipe. Mas ter vida em equipe é muito mais do que simplesmente participar de uma reunião mensal, ou passar rapidamente pela partilha, sem deixar que a ajuda mútua dos irmãos nos ajude efetivamente a crescer. É continuar durante todo o mês a oração, unidos a toda a equipe e em intenção de cada um, é continuar vivendo a partilha e o auxílio mútuo, para o que muito contribui a animação do Casal ResCM 425
Para marido e mulher partilharem a salvação significa ambos viverem a espiritualidade conjugal, que consiste em viver o amor mútuo no do dia a dia, por atos concretos. I
ponsável de Equipe. Também a equipe nos ajuda a escutar Deus. E não precisa ser uma equipe perfeita, pois Deus se serve da nossa equipe como ela é. Aliás, é bom seguir o sábio conselho dado pelo Pe. Cavalca em um retiro: "Não exija que sua equipe seja perfeita. Pode ser que lá não tenha lugar para você"! Ser partícipe da salvação comum é, ainda, estar disponível ao serviço do Reino. Deus conta com a atuação de casais corajosos e disponíveis para continuar a sua obra na terra, para anunciar a Palavra a todos os homens e mulheres e para dar o testemunho de que é possível e muito gostoso viver, em nosso tempo, um casamento cheio de graça, amor, felicidade e santidade. Ilka e Geraldo Eq. N. S. da Paz - Setor C- SP Capital I 31
POR QUE UMA BEATIACAÇÃO? O Arcebispo de Paris, a pedido das Equipes de Nossa Senhora representadas pela Equipe Responsável Internacional, abriu a instrução da Causa de beatificação do Padre Henri Caffarel. O decreto de abertura foi lido em Lourdes, em 18 de setembro de 2006, no décimo aniversário da sua morte. Uma pergunta bem simples: por que uma beatificação? A resposta vale para todos aqueles que a Igreja pretende beatificar. A Igreja beatifica um servo ou uma serva de Deus, em primeiro lugar, para dar graças a Deus. Queremos reconhecer a presença e a ação de Deus em alguém. Ninguém pode tomar-se santo sem a graça de Deus, porque somente Deus é santo. Em algumas pessoas, Deus faz resplandecer a sua santidade de forma deslumbrante. E o mínimo que se pode fazer, se me permitem dizê-lo, é reconhecer a obra de Deus e agradecer a Ele por ela. A personalidade de Madre Teresa é respeitada no mundo inteiro. Vemos nela uma caridade extraordinária, que vem de Deus. A sua fé, burilada na provação, foi forte e a sua esperança indomável... A Igreja, ao beatificá-la, rende glória a Deus, que dá a um de nós a graça de viver o amor, um amor mais forte que a morte, mais forte que todas as mortes da Índia e do mundo inteiro! As Equipes de Nossa Senhora reconhecem no Padre Caffarel "um homem arrebatado por Deus", ao retomar a expressão de Jean Allemand, seu biógrafo, 32
que escreveu: "Deus arrebatou o seu servo para que ele mostrasse a grandeza do sacramento do Matrimônio e o lugar central da oração na vida cristã". O Padre Caffarel sempre quis seguir a Cristo, deixar-se guiar por sua vontade, que ele discernia na oração. Todas as testemunhas da vida do Padre Caffarel falam dessa presença de Deus nele. A Igreja também beatifica alguém para o bem do povo cristão e para o mundo. Tendo reconhecido a presença e a ação de Deus num de seus servos ou de suas servas, a Igreja pensa que não deve colocar a luz sob o alqueire ... Essa luz precisa ser vista, para que todos possam beneficiar-se dela. Numa época em que CM 425
o início e o fim da vida são questionados, onde a pobreza do mundo aumenta, a beatificação de Madre Teresa é uma luz para todos. Como diz um prefácio eucarístico para os santos: "o seu exemplo nos encoraja". Da mesma forma, Deus deu à Igreja o Padre Henry Caffarel para que todos os cristãos pudessem redescobrir o sentido do casamento, da oração, da Igreja. Semelhante tesouro não pode ficar escondido ... Aos equipistas cabe a tarefa de promover a causa da beatificação do Padre Caffarel, para que todos os casais cristãos possam ter a alegria de viver melhor o amor de Deus em suas vidas e testemunhá-lo no mundo. Não podemos privar das luzes extraordinárias que o Padre Caffarel nos deu tantos homens e mulheres que procuram se amar. Uma beatificação não é um certificado de ausência total de defeitos. A história da Igreja nos revela que muitos santos tinham temperamentos estranhos! No entanto, assim como nós, procuraram converter-se. A força de Deus, contudo, ao agir neles com o seu consentimento irrestrito, produziu maravilhas. O "doce" São Francisco de Sales precisou vencer um temperamento colérico. Nos santos, as virtudes foram vividas de maneira heróica, isto é excepcional. Esse caminho de conversão que eles seguiram faz com que eles sejam próximos de nós e isso também nos encoraja. O Padre Caffarel conheceu esse caminho, e é impressionante ver o quanto ele ajudou os outros a viver da santidade de Deus. A santidade é vi ver de Deus CM 425
e dar essa vida aos outros. Alguém disse a seu respeito: "Assim que vi o Padre Caffarel, soube que estava diante de um santo". Quem pede à Igreja que beatifique alguém? Lembramo-nos do enterro de João Paulo II e dos gritos do povo: "Santo súbito!". O reconhecimento da santidade de alguém é sempre o fruto da fé do povo cristão. A Equipe Responsável Internacional pediu a abertura da Causa do Padre Caffarel porque constatou o fortíssimo apego dos equipistas do Brasil àquele que por três vezes estivera no seu país. A ERI constatou, principalmente, que esse apego provinha de uma "presença" do Padre Caffarel. Lá, ele está vivo. Essa presença significa que Deus fala sempre de maneira forte por meio do seu servo para mostrar a grandeza do matrimônio e da oração. Na França, os equipistas descobrem cada vez mais a importância e a riqueza da personalidade e da mensagem do seu fundador. Eles consideram que aí reside um tesouro que deve ser repartido. Os equipistas dos demais países, também eles, estão cada vez mais conscientes da importância da Causa para o mundo. O Padre Caffarel está vivo. Ele nos fala. Leiamos os seus escritos, recebamos a sua luz. Orar a ele é viver com ele no caminho do matrimônio, esse "caminho de santidade", e no caminho do encontro com Deus. Frei Paul-Dominique Marcovits, o.p. Sac. Postulador da Causa de Beatificação de Pe. Caffarel Tradução de Monique e Gerard Duchêne 33
VISITA OPORTUNA Volta para casa e conta quão grandes coisas Deus fez por ti. (Lc 8,39)
Na quarta-feira de Cinzas, ao voltarmos da missa, aí pelas 1Ohoras, recebemos a visita do CR do Setor C de nossa cidade. Vinham trocar uma idéia conosco sobre um evento equipista. Receber amigos é sempre uma alegria. Conversamos, ponderamos ... Antes de recebê-los, confortada pela Eucaristia recém partilhada, fiz uma oração, pedindo a ajuda do Espírito Santo, porque já intuía ser assunto ligado às Equipes. Eles chegaram, com aquela simpatia toda, alegres no trabalho missionário com o qual se comprometeram, e a gente conversou bastante. Nossos casais responsáveis têm realmente se empenhado muito. Pouco ajudamos, mas eles sim nos ajudaram. E quanto! Depois que se foram, fiquei pensando em como foi bom e santo este tempo vivido no esforço missionário de preparar os caminhos do Senhor! Bem disse uma santa de nossa devoção: "Velas e almas, umas às outras se acendem". Ainda não me havia decidido sobre qual o "esforço extra" que faria na quaresma a fim de melhor preparar-me para a Páscoa. Mas, vendo a disponibilidade daquele casal irmão para o exercício da missão, tomei comigo mesma o compromisso de diariamente me aprofundar mais no conhecimento 34
de Cristo e sua missão, esta mesma missão que Ele confiou a nós, sua Igreja. Estou começando com uma leitura diária de um livro sobre vivência cristã, pela manhã (há que se ter disciplina ... ). A visita missionária deste casal irmão realmente foi semente que rendeu frutos em nossos corações. Às vezes pensamos que missão é só levar Cristo àqueles que ainda não O conhecem. Na verdade, é também levá-lo aos irmãos, reacendendolhes a fé, animando-os em seu entusiasmo na adesão a Cristo. Este trabalho se faz oportuno, necessário e urgente. Constantemente o Espírito Santo nos inspira e nos convoca para o trabalho missionário e, se O obedecermos, nós nos surpreenderemos com as transformações por Ele suscitadas. No momento da visita, sentimo-nos como irmãos que nos encontramos especificamente para nos ocupar de um trabalho solicitado a nós pelo Pai comum. Quem sabe pudéssemos realizar ao menos uma vez por mês uma visita pastoral? Nossa experiência garante ser fácil e um meio para o Espírito Santo agir. Ruth do Mário Eq. N. S da Ajuda- Setor C Ribeirão Preto/SP CM 425
DEUS CENTRO DE NOSSAS VIDAS O Natal de 2007 foi bem diferente de todos os outros. Pela primeira vez desde 1952, passaria um Natal sem o Paulo. Fui ficando deprimida, deprimida ... tivemos então uma reunião do Conselho Paroquial e o pároco incumbiu três senhoras, entre elas eu, para animar a novena do N atai. Ela deveria ser na própria igreja e com as pessoas que livremente quisessem participar. Como somos obedientes, lá fomos nós. Durante nove dias meditamos a Encarnação do Verbo Divino. Em nossa paróquia o presépio é montado de maneira dinâmica: No início do Advento há poucas figuras: alguns pastores, ovelhas e um terreno bem árido circundando o estábulo com a manjedoura vazia. Bem ao longe avista-se São José puxando um burrinho, carregando No sa Senhora, grávida. A cada dia da novena o burrinho vai se aproximando mais. No dia do Natal as fi-
guras são trocadas e o Menino Jesus colocado na manjedoura, onde José e Maria, ajoelhados, o adoram. A novena e este presépio me mostraram claramente que o centro das nossas vidas é Deus, que se fez Homem e que habitou e habita entre nós. Quando realmente percebemos isto, tudo muda. As orações, as celebrações, as reuniões, os presentes adquirem sentido porque o centro das celebrações é o Menino Deus, o Deus conosco, que caminha ao nosso lado pois, quando dois ou mais estão reunidos em seu nome, ele aí está. Pasmem vocês, o meu Natal foi lindo ... Como eu não havia percebido isto antes! Graças ao bom Deus deixei de olhar para mim e, mesmo estando de luto, percebi que em Cristo sempre vale a pena viver!
Altimira do Paulo ('Íl') Eq. N. S. do P. S. do Brasil- Setor B São Paulo/Capital/
................................................... UM CONVITE MUlTO ESPEClAL Foi em uma missa, na Igreja São José, que meu esposo recebeu um carinhoso convite, feito por um querido casal irmão, para participarmos de uma Experiência Comunitária. A princípio, categoricamente, disse não. Mas qual não foi a minha CM 425
surpresa quando o Afonso decidiu ir sozinho às reuniões realizadas no salão da mesma igreja. Envergonhada, passei a fazer-lhe companhia, mas sem nenhum propósito e nenhuma expectativa. Confe so que, no início, sentia-me um peixe fora da 35
água. Mas a boa vontade e a alegria do Afonso chamavam a minha atenção, já que ele, mesmo sem conhecer as Equipes de Nossa Senhora, mostrava-se muito receptivo. Soma-se a isso a persistência do casal que nos convidara e que nos apresentou ao casal que conduziu com carinho a nossa pilotagem. Tudo isso foi amaciando o meu coração, e passei a dar graças por aquele período em minha vida. Até que nasceu a Equipe No sa Senhora da Santíssima Trindade. Vivemos experiências maravilhosas. Mas, aos poucos, ela foi se desfazendo. Depois de 4 anos de caminhada, só restavam Alaíde e Sebastião, eu e Afonso. Pela intercessão de Nossa Senhora, fomos pedir ajuda aos nossos ir-
mãos que incialmente nos fizeram o convite. Incansáveis e persistentes, eles iniciaram outra pilotagem, com novos casais. Assim, nasceu a Equipe Nossa Senhora Desatadora de Nós que, atualmente, conta com cinco casais maravilhosos e um SCE muito especial. Por toda esta trajetória, só temos que agradecer a Deus. Posso afirmar que se não tivesse aceito aquele convite de Deus deixaria de conhecer um verdadeiro tesouro, que é o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Ercília (do Afonso) Eq. 45, Setor N. S. de FátimaReg. Minas I, Extraído do Boletim Iriformativo "Reencontros"- Minas I
................................................... PARA SERVlR MELHOR... Servir é a melhor forma de nos sentirmos úteis e acolhidos por Deus. "Eu vim para servir e não para ser servido". Foi meditando esta passagem de Jesus que, no encontro de formação de casais responsáveis de setor, realizado em Pesqueira/PE, trocamos experiências e começamos a assumir o verdadeiro papel do casal setor: "um chamado a um amor maior, amar mais ao Senhor, amar mais uns aos outros, amar mais o Movimento e a Igreja." O encontro atingiu uma dimensão de valorização dos novos CRS e lhes incutiu força de persistência na luta em favor dos casais e das farru1ias. Nosso sim será confirmado na missão que vamos desenvolver. Enfrentaremos dificuldades, mas temos a 36
esperança de que "Aquele que nos deu a dignidade nos dará a força", contando também com a colaboração livre e responsável de cada um, como preconiza a Christifideles Laici (58). Nos veio a confiança de que não há temor quando existe a certeza da fé. Seguramente, não estamos sozinhos na missão. Estamos convencidos de que o trabalho da equipe de Setor é muito importante para animar os casais das Equipes de Nossa Senhora a viverem o carisma da espiritualidade conjugal, o amor e o sim do Matrirnônio. Fabiana e Clésio Eq. N. S. da Ajuda- Pesqueira!?E Alcioneide e Luiz Eq. N. S. das Graças- Ribeirão!?E CM 425
AMOR CONJUGAL Um dia nós nos encontramos em um baile, nos olhamos. Do olhar brotou o amor e deste amor nasceu nossa união. E muitos anos se passaram desde aquele dia em que decidimos caminhar juntos por uma estrada sem fim, pois quem ama, ama para sempre. Pensamos que no início seria difícil, e realmente foi, mas algo mais forte nos alentava, pois, como prometemos, na alegria sorrimos, na tristeza também choramos juntos, na saúde fomos um para o outro a semente de amor e na doença o próprio amor foi nossa cura. Muitas lágrimas rolaram pela face, mas elas serviram apenas para nos inundar num mar de alegria. Muita coisa mudou nestes anos, pois o amor transforma as pessoas. E ele nos transformou e com este amor construímos coisas belas, reprogramamos nossas vidas, revivemos para um mundo a dois. Hoje, vemos que unidos somos somente um. A semente foi plantada e dela nasceram os frutos do nosso amor, os nossos filhos. Eles são a alegria de nossa união, a força de nossa caminhada. Hoje já não seríamos capazes de viver um sem o outro. Temos certeza de que para viver o amor conjugal CM 425
necessitamos de cumplicidade, diálogo, abnegação, tudo regado com muita oração. Que caminhada! Quantas brigas, quantas discussões, quantos beijos e abraços e quantos anos já se passaram e continuamos juntos, com a ajuda do Cristo e dos nossos irmãos equipistas que nestes últimos seis anos nos mostraram o que é pertencer ao Movimento, ajudando-nos sempre a buscar a santidade no sacramento do Matrimonio. Hoje estamos a serviço da paróquia e do Movimento e esperamos continuar, porque nós nos amamos. Magnificat! Virgínia e Márcio Eq. N. S. do Caravággio- Setor A Porto Alegre/RS 37
- DE APARECIDA DEClARAÇAO EM DEFESA DA VlDA "Maria, a Vós confiamos a Causa da Vida" (João Paulo 11, Evangelium Vitae, 1OS) Nós, reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Aparecida - Brasil), de 06 a 1Ode fevereiro de 2008, representantes brasileiros, do continente europeu e das Américas, no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, promovido pela Comissão Diocesana em Defesa da Vida, da Diocese de Taubaté, com o apoio do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Arquidioceses de Aparecida e de Brasília, Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Farru1ia, Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, Associação Nacional Mulheres pela Vida, Frente Parlamentar contra a Legalização do Aborto, Human Life International, Alianza Latinoamericana para la Farru1ia, Associazione per la Difesa dei Valori Cristiani- Voglio Vivere, Family Center, Agência ZENIT e outras entidades representativas da sociedade civil, bem como membros do Congresso Nacional brasileiro, de 38
Assembléias Legislativas e de Câmara Municipais, e de pastorais diversas, procuramos fazer deste encontro uma resposta imediata ao que propõe a Campanha da Fraternidade de 2008, no Brasil, com o Tema: "Fraternidade e Defesa da Vida", e o Lema: "Escolhe, pois, a Vida". Realizamos um intenso e aprofundado intercâmbio cultural e de experiências no que tange ao re peito à vida e à dignidade da pessoa humana. Estiveram presentes especialistas das mais diversas ciências e renomadas personalidades da área da Bioética, com expressivas lideranças nacionais e internacionais, unidos no esforço de ampliar a conscientização das inúmeras ameaças e ataques sem precedentes conCM 425
tra a fanu1ia e a dignidade da pessoa humana, que contrariam a lei natural e a garantia do primeiro de todos os direitos humanos, que é o direito à vida. Sentimo-nos também como um dos primeiros frutos da V Conferência Geral do Episcopado LatinoAmericano e do Caribe, celebrada neste mesmo local, em maio passado, em que o Santo Padre, o Papa Bento XVI, destacou a necessidade dos povos garantirem "o direito à uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas", para desenvolver "em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural" (cf. Discurso Inaugural da Conferência). É necessário, por conseguinte, defender a vida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural, reconhecer e promover a estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher através do matrimônio, e tutelar o direito dos pais a educar os próprios filhos, tudo isto como conseqüência de princípios inscritos na natureza humana e comuns a toda a humanidade. Pois, de fato, a legislação não pode basear-se somente no consenso político, mas também sobre a moral que se fundamenta em uma ordem natural objetiva. A economia deve destinar-se ao ser humano como portador de intrínseca dignidade. Não pode haver economia sem população e não pode haver população sem filhos. A sexualidade, ademais, compartilha dos direitos e da dignidade do ser humano e destinaCM 425
se à construção de uma fanu1ia como ao seu fim natural. Depois de havermos estudado e refletido sobre tais princípios, sobre suas conseqüências e sobre fatos fartamente documentados da história recente, DESTACAMOS que: • O aborto, químico ou cirúrgico, tem sido utilizado pelos países desenvolvidos como a principal ferramenta para sustentar uma política global de controle populacional. Desde 1952, com o surgimento do Conselho Populacional, aos quais se somaram, mais tarde, a Fundação Rockefeller, Ford, Gates e outras, está sendo implantado internacionalmente um programa populacional destinado ao controle demográfico do planeta. O projeto inclui adisseminação de uma mentalidade anti-natalista, compreendendo a implantação de anticonceptivos, o aborto legal e outros ataques contra a vida, dentro de uma perspectiva geopolítica e eugênica que decidiu priorizar o combate à pobreza impedindo os pobres de ter descendência em vez de investir no desenvolvimento econômico. Dentro desta nova perspectiva, a anticoncepção, o aborto e também a eutanásia tornaram-se parte de uma política demográfica, integrada a uma política mais ampla de globalização, que busca a implantação do monopólio econômico. • Desde os anos 80, por consenso estratégico, elaborado pelas grandes Fundações que promovem o aborto, as políticas de controle 39
populacional têm sido apresentadas propositadamente camufladas sob a aparência de uma falsa emancipação da mulher e da defesa de pretensos direitos sexuais e reprodutivos, difundidos através da criação e do financiamento de uma rede internacional de organizações não-governamentais (ONGs) que promovem o feminismo, a educação sexual liberal e o homossexualismo. • A Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1980, comprometeu-se com as políticas de controle populacional, que constituem, atualmente, um dos grandes pólos de suas ações. Através de seus comitês de monitoramento a ONU tem propositalmente fomentado o desenvolvimento de uma jurisprudência no campo do direito internacional pela qual tenciona-se preparar o reconhecimento do aborto como direito humano. Através de vários de seus órgãos e de suas agências, a ONU tem sido ainda um dos principais organismos internacionais promotores da legalização do aborto nos países da América Latina. • Os organismos internacionais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros, outorgam créditos para o desenvolvimento de nossas nações condicionando-os a metas políticas de controle populacional. • Vários países da União Européia estão implicados na difusão in40
ternacional do aborto e do controle populacional, destinando para isso importantes somas de dinheiro e usando sua influência política. • A IPPF (Federação Internacional de Paternidade Planificada), que constitui a segunda ONG mais poderosa do mundo, depois da Cruz Vermelha Internacional, com suas filiais locais (no Brasil, a Bemfam), e seus organismos satélites, como o GPI (Grupo Parlamentar Interamericano de População e Desenvolvimento) e o IPAS, principal provedor de máquinas de sucção para abortos precoces e de cursos de capacitação em práticas de abortos para médicos, têm como objetivo respectivamente a implantação, nos países em desenvolvimento, da contracepção, esterilização, aborto e treinamento de profissionais da área da Saúde para a incorporação dessas práticas. • Parlamentares, profissionais da área da Saúde, universitários, meios de comunicação social, a classe jurídica, têm sido pressionados e influenciados pelos promotores desta cultura de morte. • Os governos, seja por omissão ou por cumplicidade, em sua maior parte têm cedido a estas pressões, implantando programas ou políticas populacionais, ou mesmo, como no caso do Brasil, propondo a total e completa descriminalização do aborto, com o que a prática se tornaria legal durante todos os nove meses da gestação. CM 425
POR TUDO ISSO: Denunciamos a implantação de uma cultura de morte que nos leva à perda do sentido da vida, dos valores éticos e direitos naturais, dos quais deriva todo o direito positivo. • Denunciamos a tentativa de descriminalizar e legalizar o aborto na América Latina. • Denunciamos a fraude no campo científico, a manipulação da linguagem e as autorizações estatais que permitem em nossos países a fabricação e a distribuição de fármacos aptos para matar seres humanos, desde suas primeiras horas de vida, como ocorre com a "pílula do dia seguinte". • Denunciamos os programas estatais para liberar o aborto por via indireta, como as Normas Técnicas do Ministério da Saúde, que "autorizam" o aborto por mera declaração da interessada. • Denunciamos a implantação de uma educação sexual escolar hedonista, propositalmente dissociada da idéia do matrimônio e da construção da farru1ia como seu fim natural e, em vez disso, centralizada na genitalidade, na ideologia de gênero e que promove o homossexualismo entre crianças e jovens. • Denunciamos as tentativas de implantar a eutanásia no País, por meio de resoluções de conselhos profissionais.
mental para a consolidação destas propostas que visam a valorização da vida, pelo entendimento e fidelidade na sua vivência dentro da perspectiva do Evangelho da Vida. • Promover uma opção decisiva pela vida humana e por sua plena dignidade, implementando-a por meio das diversas pastorais, movimentos e outras iniciativas. • Manter observadores permanentes dentro do Congresso Nacional brasileiro e outras Casas de Lei, de modo a um acompanhamento eficaz das propostas relativas aos autênticos direitos humanos, à vida e à farru1ia. • Patrocinar ações legais para que cessem as violações aos direitos humanos aqui denunciadas, sem exceção alguma. • Exigir o cumprimento da ação efetiva da defesa da vida, por todas as instituições, organismos e níveis de poder competentes, o respeito integral à vida e dignidade humana, assinalando como primeiro, o requerimento à Organização das Nações Unidas pela decretação da moratória sobre a pena de morte no mundo, especificamente dos não nascidos , dos idosos e inválidos.
E finalmente PROPOMOS: Difundir o conhecimento da Doutrina Social da Igreja é funda-
Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, 09 de fevereiro de 2008
•
•
CM 425
Que esta Declaração seja um solene compromisso com a cultura da vida, para que todos tenham vida e a tenham em abundância.
41
- PlPOCA O CRlSTAO -Não ri. Porque você pode ser um cristão pipoca. -Eu?! - Sim, você. Você foi batizado? -Claro que fui, porquê? - Porque você é um sério candidato a ser um cristão pipoca, entendeu? -O quê, pipoca? Não entendi, explique! -O milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser um milho para sempre, apenas um grão. Assim acontece com a gente. As grandes transformações de nossas vidas acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. Vida pálida e vazia. Imagine o milho, fechado dentro de uma panela com óleo e no fogo, cada vez mais quente, ele chega a pensar que a sua hora chegou: "que dureza". O milho não pode imaginar do que aquele fogo é capaz, e o que o espera. De repente, sem prévio aviso, um estouro, e ele arrebenta. Em um pulo, a grande transformação acontece, uma pipoca, algo totalmente diferente, uma coisa muito maior, de cor 42
branca, de forma exuberante, multiforme e sabor agradável a todos. Não há quem não goste. Bem, mas tem também os piruás, estes são os milhos que se recusaram a arrebentar e se transformar. Assim é você, cristão, que, através do Espírito Santo (Lc 3,16) recebido nos sacramentos do Batismo e do Crisma, é transformado para sempre. Marcado indelevelmente, recebe uma marca que não sai mais através do óleo do Crisma. Pronto! Você foi transformado e agora não tem mais jeito: virou um pipoca. Estoure, tome-se maior do que era, tenha novo sabor pela vida, seja um novo ser, seja o exemplo para os que ainda não explodiram. Não se recuse a evangelizar e lembre-se do piruá que nunca será saboreado por ninguém. A escolha é sua: quer ser cristão pipoca ou piruá? Você decide!
Extraído de A Herança de Cristo - Contos e Parábolas (Victoriano Gimenes) Colaboração de Lucinha/Marcos Eq. N. S. dos Pastores de Fátima Setor Olinda "B"IPE CM 425
"FAZEl TAMBÉM A ElES" O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso! Embora fôssemos uma fann1ia humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado, depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão ... Tudo feito com simplicidade. Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da 'lua de mel' , para ir ao trabalho, pensei que encontraria a mesa posta, o café da manhã preparado. Como estava acostumado com a casa da mamãe, pensei que acordaria com aquele gostoso cheirinho que todos os dias vinha da cozinha lá de casa. Olhei para o lado e vi minha esposa, Neusa, dormindo profundamente. Feito um anjinho de pedra! Raspei a garganta, fiz barulho tentando acordá-la. Nada! Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia. O local do trabalho ficava a uns cinco minutos do apartamento que alugávamos. Ao me sentar à mesa de trabalho, sentindo o estômago roncar, olhei para um calendário na parede que tinha o seguinte trecho da Bíblia: O que quereis que os homens vos façam,fazei também a eles (Lc 6,31). Disse para mim mesmo: O Senhor não precisa dizer mais nada. CM 425
Lá pelas nove horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar por uma padaria e comprar algumas guloseimas. Preparei o café da manhã e levei para Neusa na cama. Ela acordou com aquele sorriso tão lindo! Estamos para completar Bodas de Prata. Continuo repetindo esse gesto todos os dias. E com muito amor! Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo ... Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, mas estou melhorando. Desde então, o que passei a reconhecer é que o matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir perdão. Lembro-me bem de uma bela frase 43
que foi dita por um amigo religioso: "Há mais felicidade em dar do que há em receber". Quando se descobre isso no matrimônio, descobre-se o princípio da felicidade. O mundo precisa saber porque o casamento dos meus avós deu certo. A razão é que naquele tempo havia um cuidado amoroso e carinhoso por parte do marido e da esposa. Ambos tinham o dever de cuidar um do outro, com renovados gestos de carinho e perdão, diariamente. Isso me fez pensar que é preciso declarar, todos os dias o amor, em gestos e palavras. A primeira palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é: Eu amo você! Não é fácil dizer isso, pois muitas vezes
acordo de mal comigo mesmo. Meu incentivo a você é: Faça isso agora também. Declare seu amor! Aos solteiros e aos que ainda não casaram, quero dizer o seguinte: Se você estiver pensando em casar para ser feliz, não se case! Fique como está, solteiro mesmo. Mas, se sua intenção é casar para fazer alguém feliz, case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da felicidade é fazer o outro feliz! Declare seu amor!
Autor desconhecido Colaboração de Suely e José Carlos Eq. N. S. Aparecida Pindamonhangaba/SP
........................... .............. .. .. ...... O AMOR MENSAGEM DE DEUS O amor, que é um louvor a Deus, deve ser também uma mensagem de Deus. ( ... ) As criaturas nos falam do Criador e nos revelam seus pensamentos e suas perfeições: os céus estrelados nos falam de sua ciência, o oceano nos manifesta o seu poder... Mas o amor faz-nos uma confidência bem mai profunda, infinitamente mais enriquecedora para o coração humano: revela-nos o amor que e acha no coração de Deus. Um grande amor humano prova que o amor existe sobre a terra - e isto é já algo de singularmente importante para tantos de nossos contemporâneos que perderam a fé no amor -mas nos oferece sobretudo uma ima44
gem autêntica da família divina, do amor do Pai e do Filho na unidade do Espírito Santo: proclama que "Deus é amor". O amor humano é a referência que nos <Uuda a compreender o amor divino. Por seu poder de fazer de dois seres um só todo, salvaguardando a personalidade de cada um, o amor permite-nos adquirir a inteligência da misteriosa união de Cristo com a humanidade, e do matrimônio espiritual da alma com o seu Deus. Tal é a mensagem de Deus, que o amor conjugal está encarregado de levar aos homens. Pela sua importância, podemos medir a estima e a confiança que Deus concede ao amor. (Pe. Caffarel, in O amor e a graça. Flamboyant. São Paulo, 1961) CM 425
Meditando errt Equipe Estamos em pleno tempo pascal. O Ressuscitado, durante o anúncio da Boa Nova, o Evangelho, se declara Bom Pastor, celebrado no 4° Domingo da Páscoa. E o mistério pascal revela o cuidado amoroso do Filho de Deus por seu rebanho, a Igreja. Por ele, dá a vida e não se cansa de procurar a "ovelha que está perdida".
Escuta
da Palavra em João
10,1-10.
Sugestões para a meditação: 1. Da parte de Jesus Cristo, o que nos revela a figura do Bom Pastor? 2. Da nossa parte, o que nos sugere a figura do Bom Pastor, como casal cristão e família? 3. Como é possível traduzir a atitude do Bom Pastor em nossa vida? Pe. Geraldo
........ •......................................... .... Oração litúrgica (Salmo 23)
O Senhor é meu pastor: nada me falta. Em verdes pastagens me faz repousar, conduz-me até às fontes tranqüilas e reanima minha vida, guia-me pelas sendas da justiça por causa de seu nome. Ainda que eu ande por um vale tenebroso, não temo mal algum, porque tu estás comigo; teu bordão e teu cajado me confortam . Diante de mim preparas a mesa, bem à vista dos meus inimigos; tu me unges com óleo a cabeça, e minha taça transborda. Sim, prosperidade e graça me seguem, todos os dias de minha vida; habitarei na casa do Senhor, por longos dias.
FOTOS DA COMEMORAÇÃO DOS 6o ANOS DA CARTA FUNDACIONAL DAS ENS • São Paulo, 25.11.2007
Equipes de Nossa Senhora
Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257 .3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br