ENS - Carta Mensal 426 - Maio/2008

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Equipes de Nossa Senhora

EDITOR IAL Da Carta Mensal .. .... ... ........... ... .... . 01 SUPER-REG IÃO Mulher perfeita ............................. 02 58 anos das ENS no Brasil ............ . 03 Nossas relações interpessoais a exemplo de Cristo ...................... 04

DIA DAS MÃES Ser mãe hoje: desafios, alegrias e esperança ... .. ..... ....... ..... 30 Sempre mãe ... ........... .... ......... ....... . 31 NOTÍCIAS E IN FORMAÇÕ ES..... 32 MARIA Natureza do culto mariano ........ ... 35

CORR EIO DA ER I As equipes a serviço de seus irmãos ............................... 06 Frutos do espírito para as equipes ................ .. ........... 09 O Líbano, país-mensagem .. .. .. ...... 12

PARTI LH A E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Conversar sob o olhar do Senhor .... Um dever completo .. ................ .. ... Momento de conversão .. .... ...... .. .. O diálogo no Dever Sentar-se .......

V I DA NO MOVIMENTO Eacre 2008 ...... .. .............. .. .. ........... 1 5

PADRE CAFFAR FEL Dentro do esquema? .... .. ............ .. . 42

FLORIANÓPOLIS 2009 2° Encontro Nacional ............ .. ...... 23 Já estou inscrito ...... .. .... .............. ... 2 5

TESTEMUNHOS Diálogo, semente de amor! ........ .. 43 Missão no Morro Alto .......... .. ....... 42 Saber envelhecer ........................... 44

TEMA D E ESTUDO Testemunhas a serviço dos casais .. ...... .... .............. 26 Realidade cultural hoje .. .... .... .. .. ... 27

ATUALIDADE Dois movimentos que se abraçam .. .. 45 A defesa da vida acima de tudo ...... 46

TEMPO DA IGREJA Pentecostes .... .... .. .. .. .. .................... 28 Corpus Christi ...... .... .. ...... .. .. .. .. .... .. 28 Carta Mensal

Clélia e Domingos

é uma pubhcaçao mensal das

Luciane e Marce lo

Equipes de Nossa Senhora Registro " Lei de Imprensa" n• 219.3361ivro B de 09.10.2002 Ed1çao Equipe da Carta Mensal Graciete e Gambim

Sola e Sergio Pe. Geraldo Luiz B. Hackmann

JornaliSta Responsável· Catherine E. Nadas (mtb 19835)

(responsáveis)

ProJeto Gráfico:

Avani e Carlos

Alessandra Carignani

36 39 40 41

REFLE X ÃO O verdadeiro abraço .. .. .. .... ............ 24 Sob re o amor ........ .......... ...... ...... .. . 47 Fardos inúteis .... .. .. .. .... ...... .... ........ 48 Editoração Eletrônica e Produção GráfiCa Nova Bandeira Prod. Ed.

Cartas, colaborações, notí-

cias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

R. Turiassu , 390- 11 ° andar,

cj. 115 - Perdizes - São Paulo Fone: (Oxx11) 3473 .1282 Fotomontagem da capa· Roberta S. Gambim Impressão: Cly Tiragem desta edição: 20 .200 exemplares

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Queridos Irmãos e Irmãs: Maio evoca o nome de mãe. Lembramos com carinho daquela que nos gestou, amamentou, acarinhou, cuidou de nosso andar... e ainda vela em oração por nós, talvez desde as moradas do Pai. Também os maridos , neste mês, reacendem o culto afetuoso para com a mãe de seus filhos , um pouco também mães suas, pois no carinho esponsal da mulher persiste a sua maternalidade . É também tempo propício para cantar Magnificat com a pré-redimida, a Mãe de Deus que nela se fez homem, Mãe da Igreja e de cada um de nós, a mulher cuja perfeição dignifica toda a humanidade, como reflete conosco Frei Avelino. Maio é também o mês de aniversário das ENS entre nós, de cuja caminhada de 58 anos Graça e Roberto fazem memória em aprofundada reflexão, encorajando-nos a prosseguir nos passos de serviço e amor fiel daqueles que nos precederam . Então nos lembramos de Dona Nancy. Ela foi como mãe para os equipistas do Brasil e, como tantas mães, uma mulher "talentosa", como lemos no Livro dos Provérbios, amorosa e forte na fidelidade aos princípios do Movimento. Ocupando-se do tema de estudo da quarta reunião deste ano, Nazira e João Paulo refletem conosco que o amor deve estar presente em toda relação entre pessoas e, se há amor, deve haver serviço direcionado ao bem do outro. CM 426

Também Pe. Ângelo Epis, da ERI, fala de serviço. Nós, casais cristãos, somos chamados a ser "reflexos do amor de Cristo" pelo serviço dentro e fora do Movimento. Que o "lavar os pés" uns aos outros tornem livres e "belos" nossos pés, para levarmos ao mundo a mensagem do amor e da verdade sobre o matrimónio, não como empregados de Cristo, e sim como seus continuadores no serviço de amor à humanidade, a qual Ele veio salvar. E a vida do Movimento vai acontecendo: Cada EACRE realizado no início do ano significa seiva nova para renovar os brotos da "videira" que é cada equipe. Dos relatos provinciais sobre esses encontros anuais fica manifesta a fraternidade , a acolhida e a ajuda mútua entre os participantes, todos unidos para servir os irmãos, na unidade de orientações e na fidelidade a Deus, à Igreja e aos Estatutos das ENS . O Espírito Santo no Pentecostes animar-nos-á a buscarmos ser santos através do sacramento do Matrimónio, vivenciando a espiritualidade conjugal com a ajuda dos PCE, com especial atenção à conversa conjugal. Cada Dever de Sentar-se é ocasião para crescermos um pouco como maridos , como esposas, como casais que no mundo testemunham o amor. Graciete e Avelino Gambim Equipe da Carta Mensal


MULHER PERFEITA Caríssimos casais e conselheiros! A Carta Mensal não poderia silenciar neste mês o nome e a vida da Mãe de Deus! Queremos olhar para esta Mulher com os olhos e com o olhar da Igreja, da qual Maria é figura. Queremos ver em Maria aquela Mulher que a Igreja quer ver e da qual quer ser um reflexo. Vamos entrar no quarto secreto do nosso coração e aí, no silêncio, façamo-nos esta pergunta: O que é que eu (aqui cada um diga o seu nome) e o que é que nós dois (marido e mulher) pensamos de Maria? O que é que vemos quando olhamos para Maria? Para onde se orienta o meu e o nosso pensamento olhando para Maria? O que eu sinto e o que nós sentimos no coração quando estamos diante de Maria? Nestas perguntas cabem todas as respostas, desde as mais fulgurantes até as mais descabidas e tenebrosas. Mas nós queremos pensar com a Escritura. Nela encontramos o pensamento de Deus. Queremos pensar como Deus e como a Igreja. "Quem é esta que desponta como a aurora, bela como a lua, fulgurante como o sol?" (Ct 6,10). É o mesmo autor das Escrituras exaltando a grandeza e a beleza de Maria! Poderíamos nós deixar de engrandecêla quando o mesmo Deus a exalta de forma tão sublime? Deixando esta exaltação que vem da boca do mesmo Deus, com Paulo VI queremos dizer que "Maria é a figura humana perfeita". Parece que 2

o Papa quis definir quem é Maria com esta frase, porque logo acrescentou: "Só quem tem o sentido do humano é capaz de entender esta definição". O maravilhoso mistério humano não diminui o homem, mas engrandece Deus. Diante do homem e da mulher, os artistas, extasiados, pintam e cantam esta misteriosa beleza. Ninguém deixa de admirar-se, ao contemplar o misterioso e complexo ser humano. Vemos e reconhecemos a grandeza humana , embora nem sempre a honremos devidamente e até a denegrimos muitas vezes. No homem e na mulher tudo é digno de admiração! Tão nobre e tão belo é o ser humano que o mesmo Deus se fez humano, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado, único poluente da imagem divina esculpida no homem. Diante de tão sublime beleza entendemos as palavras da Escritura: "És toda bela, minha amada e não tens nenhum defeito" (Ct 4,7). A quem se referem estas palavras senão à Mulher perfeita, Mãe daquele que é fonte e origem de tudo o que é belo e de tudo o que é bom? Maria conservou e enriqueceu a beleza original, escutando e meditando a palavra de Deus. Com fé e coragem reconstruamos o quebrado e purifiquemos o manchado! Maria interceda por nós! • Pe. Frei Avelino Perti/e, SCE!SR CM 426


58 ANOS DAS ENS NO BRAS IL Amados irmãos: No dia 13 de maio próximo, celebraremos os 58 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Dia de ação de graças! Oportunidade para voltarmos os nossos olhares para o longínquo 13 de maio de 1950. Nessa data, os casais Atienza e Domingos, Áurea e Andreotti, Cecília e Pedro Santoro, Mercedes e Alberto Cruz, Nancy e Pedro Moncau, e Sally e Arthur Vaipi reuniram-se pela primeira vez, em São Paulo, dando início ao movimento das ENS no País. O SCE desta primeira equipe foi o Padre Oscar Melanson. Essa primeira equipe abriu-nos a perspectiva da espiritualidade conjugal e de uma longa história de serviços aos casais e à Igreja. A singeleza da narrativa impede-nos vislumbrar as riquezas da vocação ao amor conjugal, à santidade, à busca da perfeição cristã presentes numa história tão cheia de vida e amor como a nossa. No cerne do convite à reflexão está o desejo de rever os critérios, os sentimentos, os projetas e ações que alimentaram a nossa história, pois "onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração" (Mt 6,21). Sairemos enriquecidos ao descobrir como tudo isso "amarrou" os nossos destinos e nos mantém unidos até os dias atuais. O poeta Mário Quintana ajudanos a penetrar no espírito desta herança: "O amor só é /indo quanCM 426

do encontramos alguém que nos transforma no melhor que podemos ser." Há um caminho de transformação traçado por Deus que nos conduziu ao Seu amor incondicional, imotivado e espontâneo. O Amor de um Pai que promete o seu espírito e a sua graça aos que nEle depositam a sua esperança. Amor que se manifesta no Filho, enviado pelo Pai, que voluntariamente entrega sua vida para salvar a humanidade. Foi o desejo de amar como Jesus ama que fez Nancy e Pedro Moncau, lá no final dos anos 40, sair à busca de um alimento espiritual capaz de dar "vida nova" ao seu amor conjugal. Na busca perseverante das razões da sua esperança (cf. 1Pd 3,15), Nancy e Pedro conhecem o Padre Caffarel e são escolhidos por Deus para iniciarem as ENS no Brasil. A seiva do amor fez a "árvore" crescer. O Movimento está presente em 23 unidades da federação. Somos cerca 3000 equipes, 18000 casais e 2000 conselheiros e acompanhantes espirituais. Aproveitemos o mês de Maria para nos refugiar nos braços da Santa Mãe de Deus e suplicarmos pela graça da fidelidade, para que as raízes da "árvore" ganhem profundidade e possam sustentar o seu crescimento em extensão diante dos ventos adversos enfrentados pelas famílias do nosso tempo. • Graça e Roberto, CRSR 3


PALAVRA DO PROVINCIAL

NOSSAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS A EXEMPLO DE CRISTO Sobre o monte Sinai, Deus renova a Aliança feita com Abraão. Quando Moisés desceu do monte, trouxe nas mãos as tábuas da lei. Elas continham os Mandamentos de Deus para o seu povo. Primeiramente, os mandamentos referemse ao comportamento do povo em relação a Deus e, vinculado à relação com Deus, traçam um roteiro de vida, cuidando do comportamento que deveria disciplinar a convivência entre os membros do povo, com laços de afeto e respeito mútuo, bem como diretrizes para organizar a sociedade e dar uma identidade a Israel como povo escolhido de Deus. Israel viveu longo aprendizado para tornar-se uma nação livre e organizar-se familiar, social e politicamente. Com pedagogia divina, Deus vai se revelando à humanidade através da história de Israel: liberta-o do jugo egípcio, institui a ceia do cordeiro pascal como memória da libertação, introduz o povo na Terra Prometida. Israel se organiza em tribos, depois em monarquia. Faz e sofre guerras. Um templo é sinal da unidade na fé . Sucedemse invasões e cativeiros ... Em suas limitações humanas, Israel experimentou avanços e retrocessos, tempos de fé e tempos de materialismo, quando esqueceu os Mandamentos, cujo seguimento era a contrapartida do povo para a manutenção da Aliança. 4

Mas em seu projeto o Criador não se contenta com esses pressupostos a uma vida social organizada e pacífica. Não basta aos humanos serem civilizados e terem progresso e bem estar material e a posse do conhecimento cientifico. A Lei não foi suficiente para realizar o projeto de Deus de devolver a humanidade ao seu projeto original de homem e mulher serem à sua imagem e semelhança. Era necessário avançar na história. Então, do povo escolhido Deus faz nascer o Salvador. Agora Deus se revela no rosto de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez homem . Com Jesus Cristo chegou o CM 426


novo tempo. Em Jesus Cristo, Deus se deixa ver não mais distante, como uma imagem dentro da nuvem, mas nos olha face a face e entra em nosso coração para nos dizer: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito" (Mt 5,48) . Perfeitos? Parece um ideal inatingível, considerando as imperfeições humanas! Mas agora não é o cumprimento da Lei que leva o homem à perfeição, mas o Espírito Santo que nos une ao próprio Jesus Cristo para, com nosso consentimento e disponibilidade, produzir em nós a santificação. Mesmo quando tudo estiver definido no âmbito familiar e social , resta ainda perscrutar o coração do homem , para fazê -lo "nascer da água e do Espírito" (cf. Jo 3,3-8) . Ao coração do homem renascido no Batismo, Jesus dá seu mandamento novo, capaz de levar o homem à perfeição: "Como eu vos amei, amai-vos uns aos outros" (Jo 13,34; 15,12) . Jesus não faz apelo a uma piedosa emoção, mas um chamado ao nosso coração e um desafio à razão, pois não se trata de amar o outro, mas de amar o outro como Jesus amou. Este amor brota do coração de Deus e somente a graça de Deus o pode fazer nascer no coração do homem . Deus conhece a nossa fraqueza e limitações. Por isso o Amor misericordioso de Deus se revela em Jesus Cristo, que veio não para chamar os justos, mas para salvar os pecadores. Então, amar como CM 426

Jesus ama significa amar pessoas pecadoras, imperfeitas, também as pessoas que nos fazem mal, porque Jesus Cristo nos ama com extrema misericórdia. Em nosso relacionamento interpessoal, a exemplo de Cristo, somos conclamados a amar sem medidas. O amor que brota de corações misericordiosos tem o poder de transformar o homem e o mundo para o bem. As ENS são escola de apóstolos, cuja experiência do amor conjugal fundado no amor de Cristo deve fecundar a sociedade , como semente lançada em terra boa, a fim de que muitos casais se descubram parte do projeto divino e experimentem as maravilhas que Deus preparou para nós desde antes da criação do mundo (cf. 1Cor 2,7) . O mandamento de Jesus é o amor sem medida. Todos os mandamentos da aliança antiga são nele absorvidos. A medida da santidade está na intensidade do amor. O amor aproxima o humano do divino. E quando o casal compreende os mecanismos do amor, toda a família se santifica. Sim, o amor vivenciado no dia a dia da nossa vida, manifestado pela comunicação, estima, respeito, aceitação das diferenças do outro, solidariedade .. . Amar é assumir os fardos dos outros, no convívio conjugal, familiar, comunitário e social. Amar a exemplo de Cristo na vivência prática de toda relação interpessoal. • Nazira e João Paulo CR da Província Norte 5


AS EQUIPESASERVIÇO DE SEUS IRMÃOS Depois do tema "Equipe, comunidade de Igreja", o Encontro de Lourdes propõe o estudo de: "As Equipes a serviço de seus irmãos". Fazendo referência à orientação geral que nos fala de "comunidade viva" e de "reflexo do amor de Cristo", esta segunda idéia nos estimula a uma reflexão sobre três aspectos: serviço a Deus, serviço à humanidade, serviço no interior do Movimento. Esta é uma das dinâmicas particularmente significativas do carisma das equipes . Ela faz parte das recomendações que Pe. Caffarel nos fazia constantemente: "é necessário cada dia 'inventar' as Equipes de Nossa Senhora". Depois de alguns anos, percebemos em nossas equipes atitudes contrastantes com referência ao serviço. Dentro do Movimento constata-se, de um lado, a dificuldade de encontrar casais disponíveis para os diversos serviços e, de outro, encontramos casais continuamente comprometidos em diversos tipos de serviço. Olhando para o exterior do Movimento, temos, de um lado, o apelo a uma presença mais forte na Igreja e na sociedade e, de outro, a idéia de uma espiritualidade vivida na esfera privada, sem qualquer influência sobre a Igreja e a sociedade. Além disso, o serviço é mal compreendido: ele parece ser uma desarrumação em nossas numerosas atividades, ou é para alguns um meio para exercer 6

o poder ou, para outros, simplesmente um mal necessário para permitir o bom funcionamento das diferentes estruturas. Constatamos, naturalmente, também a dedicação louvável de numerosos casais e conselheiros espirituais. Penso que o serviço deve focarse em três direções: Deus, o interior do Movimento e o exterior do Movimento, de tal maneira que as modalidades da sua realização sejam uma das características qualificantes do carisma das Equipes. O Papa Paulo VI escreveu em seu testamento: "não se creia poder ajudar o mundo assumindo seus pensamentos, seus costumes, seus gostos, mas estudando-o, amando-o, servindo-o". Redescobrir o serviço nas equipes é tornar nossas estas palavras: estar no mundo, completamente engajados, mas com sabedoria, mediante o estudo, o amor e a doação. Este apelo nos convida a indicar algumas pistas: • Em primeiro lugar, é necessária uma relação mais profunda com a Palavra de Deus. As Sagradas Escrituras revelam os traços do homem , imagem do Criador, como aparecem durante as conversas de Deus com a humanidade . Não estamos sempre prontos a utilizar as riquezas da Palavra no confuso e dramático debate que nosso tempo abriu sobre o homem e sobre todos CM 426


os grandes problemas de hoje: a autonomia que o homem moderno pretende ter, as maneiras de governar o mundo e o destino da terra, o controle da violência e da construção da justiça, o reconhecimento de uma humanidade única na diversidade das culturas, o sentido da vida e da liberdade. Temos diversas maneiras de fazer a Escuta da Palavra, como há numerosas maneiras de se organizar uma reunião. Há equipes que escolhem a forma da lectio divina, no entanto, faz-se necessário sempre de novo progredir na escuta da Palavra, na busca de encontrar respostas para o nosso tempo. • Depois, é necessária uma nova relação com os percursos propostos em nosso itinerário de equipistas, sobretudo por ocasião do apelo ao serviço. A espiritualidade que nos é proposta é nossa inspiração e o apelo das pessoas , o elo profundo para nossa aventura. Os momentos essenciais de nossa espiritualidade são um patrimônio que corre o risco de enfraquecer sua força se perdermos a capacidade de transmitir e de viver a riqueza do carisma. Nossas sociedades, que enfrentam grandes desafios, necessitam de CM 426

recursos espirituais como uma necessidade primária. No Salmo 1 está escrito que o homem feliz, que realiza plenamente sua vida, é um homem a caminho. Seu caminho não é o dos ímpios e dos estúpidos: a lei do Senhor o conduz. A lei não é feita somente de mandamentos e preceitos. A instrução divina nos é dada também através de histórias e de parábolas. A seqüência de serviços nos obriga a estarmos atentos para que essa riqueza não se enfraqueça. A intuição de Pe. Caffarel não nos legou um carisma fechado, a ser ciosamente conservado. Ele nos disse que "procurando juntos" encontraremos a resposta de Deus às 7


questões humanas sobre o amor, a sexualidade, a vida. Ele mesmo, com os primeiros casais e com os que chegaram depois, descobriu a grandeza do dom de Deus e a riqueza infinita do seu amor. Esta riqueza percorre as histórias e as narrativas de sacerdotes e de casais que juntam suas vidas para procurar a vontade de Deus. Os momentos de partilha em nossas reuniões de equipe são um tesouro precioso, onde o carisma que recebemos se faz sempre novo e verdadeiro. Nas equipes em que o servir não é realizado com o devido cuidado, podemos encontrar boas reuniões de amigos , belos encontros de oração e de estudo, mas não uma caminhada de crescimento humano e espiritual. "Colocar-nos a serviço do Movimento é uma verdadeira necessidade: torna-nos servidores docasal, da família, do Evangelho do matrimónio e da vida". É o serviço de encorajamento a quem está em dificuldade, é o serviço da fidelidade à Igreja e ao Movimento, é o serviço do amor recíproco. É o serviço do conselheiro espiritual que partilha sua própria vocação. O serviço tem também outra função, que me agrada chamar de profética. Para melhor me explicar, eu me abasteço na Páscoa, que teremos celebrado há pouco, quando este texto lhes chegar às mãos. É a imagem de Jesus na sua paixão que nos indica o dinamismo de sua personalidade profética, o servidor de todos. "Lavem os pés uns aos outros", disse ele , depois 8

de ter lavado os pés de seus discípulos. Seu apelo é endereçado a todos os seus discípulos. Neste gesto de Jesus, como dizem os Padres da Igreja, realiza-se a libertação dos pés dos seus discípulos e os torna servidores da Palavra. "Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a paz! " (Is 52,7) . A difícil tarefa do serviço nos enriquece a todos e, se calcada sobre o exemplo de Jesus, permite-nos concretizar uma relação de amor verdadeiro com os outros casais, com a comunidade eclesial inteira e "libertar os pés" para a missão de amor a que somos chamados. Há também a imagem de Jesus crucificado entre dois ladrões. O bom ladrão, que se reconhece pecador, que vê o sofrimento de Jesus inocente, compreende na maneira como ele se encaminha para a morte o testemunho de um amor inabalável pela pessoa humana. Volta-se , então, para Jesus e lhe pede : ''Jesus , lembra-te de mim quando tiveres entrado em teu reino". Sim, tu és rei, em ti reina a humanidade. Reinas sobre o medo e sobre o ressentimento. Pela ternura, governas até o fundo tua humanidade e teu relacionamento com os homens. Jesus responde: não é somente quando eu vier como rei, no fim do mundo e da história, mas hoje , logo, estarás comigo no paraíso (cf. Lc 23,4243) . Tendo encontrado a verdade sobre o homem e sua condição, tu estás no paraíso. Até no último gesto feito sobre a terra, dando a um CM 426


homem perdido chance de se salvar, Jesus confirma o anúncio inicial de sua missão: homem, alegrese, não tenha medo, não perca a coragem, o reino de Deus está aqui, no meio dos homens! O serviço mostra, aqui e agora, o reino de Deus que se realiza. Nosso serviço, portanto, não é atribuição de funcionários , mas é

prolongamento do serviço de Cristo. Há, certamente, necessidade de nos ocuparmos das coisas do dia a dia, como Maria: "ela ficou com Isabel cerca de três meses" (Lc 1,56) , mas, sustentados ainda pelo exemplo da Virgem no Magnificat, devemos levar Jesus à humanidade com solicitude evangélica. • Pe. Ângelo Epis, SCE da ERI

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FRUTOS DO ESPÍRITO PARAAS EQUIPES Caros amigos: Em dezembro de 2007, celebramos o 60° aniversário de nossos Estatutos (Carta de 1947). Nesses 60 anos nosso Movimento se expandiu e deu muitos frutos. Hoje, em 2008, cheios de gratidão, podemos dizer como o Salmista: O Senhor é bom para nós e estamos alegres! Dentre esses frutos inspirados pelo Espírito Santo, queremos destacar dois: • Os Intercessores. Em janeiro de 2008 eles festejaram 30 anos da publicação da primeira "Carta aos Intercessores", traduzida atualmente em 7 línguas. Ela surgiu para formar e organizar as respostas de muitos casais equipistas ao apelo de Pe. Caffarel em 1960: que todas as noites numerosos casais se sucedam na oração, que cada casal, na medida do possível , faça uma hora de oração noturna por mês pelas equipes e por todas CM 426

as grandes intercessões da Igreja e da humanidade inteira. • As Fraternidades José e Maria, formadas por casais das ENS, que desejam ir mais longe em seu engajamento. Elas nasceram oficialmente em maio de 1970, após um longo tempo de gestação, que durou 8 anos. Para que todos nós conheçamos melhor esses dois frutos , damos a palavra à Equipe de Animação da "Carta aos Intercessores" e a Pierre e Jeannine Roland, das Fraternidades José e Maria.

A ORIGEM DOS INTERCESSORES Na fidelidade ao carisma fundador e à escuta das necessidades dos tempos ... O avião estava atrasado duas horas ... Era 25 de julho de 1977. Chegávamos do Brasil e , após três dias na Colômbia, esperávamos no aeroporto de Bogotá 9


o avião para Guadalupe. Éramos o Pe . Tandonnet, sucessor do Pe. Caffarel, Louis e eu, responsáveis à época pelas ENS. Gaby de Ortega, acompanhando-nos ao aeroporto, nos disse : "Faço parte dos Vigilantes, sem o meu marido. Creio que sou a única na Colômbia a 'vigiar uma hora à noite cada mês' . Eu respondi ao apelo do Pe. Caffarel, de março de 1960 - 'Pedem-se voluntários' mas eu estou terrivelmente só." Em seguida anunciaram o embarque para o nosso vôo. Nas horas e nos dias que se seguiram , em particular durante as longas horas de vôo, pensei em Gaby e rezei. De volta à França, falei para a equipe responsável das ENS sobre o que eu considerava "um chamado". Em equipe, rezamos e refletimos. Por que rezar só à noite? Mesmo que a oração noturna tenha um valor especial! Por que essa cadeia de oração iniciada no seio das ENS não deveria abrir-se aos padres, aos religiosos, aos leigos casados e igualmente aos solteiros, aos doentes, aos prisioneiros, a todos os que quiserem juntar-se à nossa grande família? Por que não propor o jejum e o oferecimento do dia aos que se sentirem chamados? Nossa intenção comum continua sendo o casamento, o casal unido pelo sacramento do Matrimônio, para que continue fiel ao seu compromisso. Mas nós intercedemos igualmente pelos viúvos e viúvas, pelos que se preparam para o casamento ou estão a caminho dele, pelos que vivem mal o amor querido 10

por Deus, pelos que estão separados. Intercedendo pelo casal, intercedemos pela humanidade inteira. Foi assim que nasceram os Intercessores, com os Vigilantes de 1960 e sucedendo a eles. O elo concreto entre nós é a Carta aos Intercessores, traduzida em sete idiomas. A primeira surgiu em janeiro de 1978. Marie d 'Amonville Carta aos Intercessores, n° 121 janeiro de 2008

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FRATERN IDADES JOSÉ E MA RI A Maio de 1959. Mil casais das ENS estão em Roma. A 1a grande peregrinação vai ao encontro do Papa João XXIII. Ao final da romaria, os peregrinos reunidos na basilica de S. Paulo extra-muros ouvem Pe. Caffarel recordar-lhes a vocação e o itinerário das ENS. Para sua grande surpresa, ouvem Pe. Caffarel terminar seu discurso com estas palavras: "Importa que os casais, passado o estágio de iniciação (a uma vida cristã no matrimônio) , busquem deliberadamente a perfeição evangélica, tomem sua cruz, entreguem-se às exigências do Amor, avancem para o dom total" (Anneau d'Or - "Mille Foyers à Rome" - 1959- pg 255) . Dentre os casais, alguns que entenderam essas palavras manifestaram ao Pe. Caffarel seu desejo de aprofundá-las, conscientes de perceber um apelo do Senhor para avançar mais resolutamente, como casal, para um dom total (" totalCM 426


mente entregues a Cristo" - Pe. Caffarel). Depois deste apelo, eles decidiram, em resposta, pronunciar um compromisso definitivo de respeito à regra desse grupo, por parte de cada casal, além do engajamento pessoal. Decidiram também jamais voltar atrás. Depois de um ano de procura, de aprofundamento, de reflexão, Pe. Caffarel lhes propôs uma Regra, que definia os objetivos deste novo modo de vida e os meios a adotar para viver essa consagração. Eram 8 de dezembro de 1962: No ano de 2007, já se vão 45 anos. Objetivos? Em primeiro lugar, entrar nesta perspectiva de dom total a Deus, como casal em caminho para a santidade através do casamento; tornar-se um casal comprometido resolutamente com uma vida de oração, mesmo permanecendo "no mundo". Depois, fazer que este engajamento de dom total a Deus promova na Igreja e no mundo uma renovação do casamento e, por outro lado, oferecer toda a sua vida em intercessão pelos feridos em seu amor conjugal, quer se trate de violências conjugais, de separações, de divórcios ... Além do mais, como entrar em tal projeto exige, "convém munir-se de meios espirituais adequados", como dizia Pe. Caffarel. Foram então estabelecidos: a missa diária, um tempo de oração de ao menos 30 minutos por dia, um retiro anual de uma semana, a reserva de um tempo semanal para o cultivo da fé, um tempo mensal para um diálogo pessoal com um casal responCM 426

sável membro do grupo. Previa também a aceitação do compromisso de privilegiar engajamentos a serviço do casamento, do casal e da família. Após três anos de preparação e caminhada (uma espécie de noviciado) , o casal pode ser chamado a assumir um compromisso, inicialmente de um ano, depois, definitivo. Chamado no início simplesmente de O Agrupamento, esses casais escolheram , em maio de 1970, adotar o nome de Fraternidades de José e Maria. E assim é que foi feito seu anúncio público no decorrer da peregrinação das ENS a Roma, em maio de 1970, durante a qual o Papa Paulo VI pronunciou aquele extraordinário discurso, que pode ser considerado (enfim!) um marco pastoral, complementar à encíclica Humanae Vitae. Fraternidades José e Maria - um caminho para aqueles que, após um certo número de anos de vida conjugal, aceitam o apelo para, como dizia Pe. Caffarel em maio de 1959, "pôr-se num caminho ascendente". • Para informações mais detalhadas, dirigir-se a: Pierre et Jeannine Roland Rue de Waremm, 8 B4350 - Vlll.ERS-I..E-BOUillEf Belgique E-mail: rolandpierre@synet. be Paco e Maru Nemesio Casal Membro da ERI 11


O LÍBANO, PAÍS-MENSAGEM Eis a resposta do Senhor: "Eu Curarei a sua apostasia, eu os amarei com generosidade, pois a minha ira afastou-se dele. Eu serei como o orvalho para Israel ele florescerá como o lírio, lançará suas raízes como o cedro do Líbano" (Os 14,5-6).

UM ENCONTRO EXCEPCIONAL A Equipe da Região, que organizou o encontro nacional, esperava 200 pessoas. Vieram 250, de um total de 400 membros das Equipes de todo o Líbano, e isto apesar da insegurança que reina em todo o país. Estivemos lá, em Toussaint, para os 4 dias deste encontro. Conosco esteve Pe . Epis, Conselheiro Espiritual da ERI. LÍBANO, PAÍS- FAROL PARA O ORIENT E O Líbano se compõe de 18 comunidades religiosas, para, aproximadamente, metade de cristãos e metade de árabes. Esta presença cristã no Oriente é muito importante, porque os cristãos são minoria nos outros países do Oriente Médio e, por vezes, são até mesmo obrigados a abandonar seus países, por motivos políticos ou religiosos. Os meios de comunicação social cristãos libaneses, únicos no mundo árabe, difundem suas mensagens por todo o Oriente, em língua árabe , e se constituem em apoio à unidade dos cristãos. João Paulo II dizia que "o Líbano é mais que um país, é uma mensagem de paz e de reconciliação para o mundo todo". 12

SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO A população ainda está estressada e traumatizada pela última guerra. As pessoas têm medo de que a violência retorne, que haja novos assassinatos de deputados e de altos oficiais do exército. Eles percebem que forças externas têm todo o interesse de pôr o país a fogo e sangue. Para se abrigar, os governantes atuais fecharam-se no palácio governamental, enquanto uma grande parte de deputados alojaram-se em um hotel. De acordo com a constituição do país, o primeiro ministro atual é muçulmano sunita. O Líbano vive hoje uma situação política tensa, à espera da eleição de um novo presidente , que deverá ser cristão, segundo a constituição. A eleição está prevista para depois de 6 de maio. A população sabe que o porto de paz que era o Líbano, era uma provocação. Os partidários da paz são odiados pelos que não querem partilhar o poder. A fórmula libanesa, baseada sobre o espírito de convivência e de respeito mútuo por todos as componentes religiosas do país, é considerada um desafio pelos países do Oriente .Médio. Diante desta situação, a Igreja CM 426


dois empregos como saída financeira, uma vez que os estudos dos filhos são muito caros. Isto representa 14 horas de trabalho por dia, situação também presente nas equipes. A população precisa ser sustentada pela comunidade internacional. O fato de ir visitar o Líbano é considerado um encorajamento e um apoio, sobretudo no contexto de insegurança atual.

do país pede para "pacificar os corações, permanecer unidos e solidários na fé". Face a todos esses acontecimentos, a comunidade cristã cerra fileiras e participa numerosa da Missa e dos Sacramentos. É importante essa vitalidade, inclusive entre os jovens. Os jovens, porém, duvidam do futuro. À razão de 50%, eles partem do país para prosseguir seus estudos em outros lugares ou para encontrar um trabalho. O nível escolar é excelente no Líbano, nas grandes universidades. A diáspora libanesa pelo mundo representa 2 vezes a população libanesa atual. Muitas pessoas têm recorrido a CM 426

SITUAÇÃO DASENS O Líbano é uma Região constituída de 40 equipes, das quais 1 O com menos de um ano, estão em pilotagem . A guerra tornou mais lenta a expansão do Movimento e provocou o deslocamento de algumas equipes. Neste ano, a equipe da Região freia a criação de novas equipes, para garantir uma boa pilotagem. Ficamos impressionados pelo nível cultural elevado dos casais das ENS. Freqüentemente um dos cônjuges é professor numa universidade ou numa escola secundária. Todas as profissões, porém, estão representadas. As equipes que encontramos usam de grande rigor com referência à pedagogia do Movimento. Sabíamos disso, mas pudemos testemunhar pessoalmente. 13


O Movimento orgulha-se de ter encorajado o desenvolvimento dos Centros de Preparação ao Matrimônio e dos Centros de Escuta de casais que estão em dificuldade, visando a uma reconciliação. As ENS do Líbano têm atualmente seu site em árabe, acessível após o site internacional.

O QUE MAIS RECORDAMOS • A acolhida excepcional por parte de Georges e Mahassen, casal regional; • Um sentimento forte de solidariedade com os casais que encontramos; • A certeza de que as equipes vivem plenamente sua pertença ao Movimento; • O apoio muito forte recebido pelos equipistas, graças à presença de Pe . Epis;

• A promessa de retornar para lá.

CONCLUSÃO Do que as Equipes libanesas mais precisam: de nossa prece e de nosso apoio ... Recordamos as palavras de Bento XVI: "Unidos ao patriarca maronita e a todos os bispos libaneses, peço-lhes que rezem comigo a Nossa Senhora do Líbano, a fim de que ela encoraje os cidadãos desta nação querida e, em particular, os responsáveis políticos, a trabalhar com perseverança em prol da reconciliação, do diálogo realmente sincero, da coexistência pacífica e do bem duma pátria que todos sentem profundamente como a pátria comum. " (Roma, 17/02/2008) .• Hervé e Genevieve de Corn Casal Membro da ERI Ligação para a Zona Centro-Europa

Censuraria a mim mesmo se não afirmasse estar seguro de que as equipes serão focos incandescentes, irradiando apostolado. É preciso que cada uma delas seja um viveiro de apóstolos, servidores do Cristo e da Igreja, humildes e perseverantes. Eu não insistiria tanto em vos pedir que trabalhásseis em favor do Movimento, se não estivesse convencido de que o melhor meio de atingir a massa é formar apóstolos. Portanto, forma r equipes não é abandonar a massa. É suscitar apóstolos que irão prolongar a ação do sacerdote. Pe. Caffarel - São Paulo, 14-7- 1957. Carta Mensal de setembro de 1957.

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EACRE 2008 Na Super-Região Brasil foram realizados 52 EACRE neste ano de 2008. Isto significa que três mil casais responsáveis de equipe e mais de mil casais ligação e casais pilotos receberam encorajamento e orientação para animarem a vida de equipe durante o ano. Além destes, ainda participaram dos encontros muitos sacerdotes e até bispos, os casais de setor, os casais regionais e provinciais e, em alguns casos, o Casal Responsável pela SR ou um Casal Apoio da SR. Isto representa formação, evangelização e caminhar em unidade no Movimento, nos passos da Igreja. O Espírito Santo, se o invocarmos, fará com que todo esse esforço produza frutos de santidade em cada casal, que é o objetivo de todo serviço no Movimento. Cada uma das sete províncias fez uma apreciação dos seus EACRE para co-participar com todos a vida que se vai construindo nas equipes do Brasil. PROVÍNCIA NORTE Que encontro! Em alguns encontros, a presença de Cristo é tão real, tão concreta, que a exemplo de Pedro, somos tentados a pedir a Cristo que façamos nossa tenda para melhor contemplálo, esquecendo-nos de que este Cristo tão real tem que transbordar aos outros, através do testemunho e missão na Igreja e no mundo. Foi gratifican-

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te constatarmos em nosso EACRE o espírito de serviço, dedicação, convivência e a alegria dos casais que compõem o colegiado deste regional , em nos animar para vivência do tema- Testemunhas a serviço dos casais, e o lema - Casal , apóstolo do sacramento do Matrimónio, mais um meio que o Movimento oferece para a formação do nosso ser casal cristão, para sermos , de fato , testemunhas e apóstolos, fermento e luz no mun-

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do, na Igreja e em nossas equipes. Todos os momentos foram ricos de fraternidade, formação, informação. As celebrações litúrgicas nos uniram a Cristo para louvar a Deus e dele receber muitas bênçãos. Percebemos no decorrer das palestras o carinho com que os palestrantes as prepararam , buscando a melhor participação e compreensão por parte de todos. Outro momento de destaque foi uma reunião com os Sacerdotes Conselheiros Espirituais, ocasião em que eles testemunharam seu trabalho junto às equipes e como as equipes os têm ajudado a viver a própria vocação. Nazira e João Paulo, Casal Provincial, transmitindo as orientações para o ano de 2008, pediram muita fidelidade ao carisma e à mística do Movimento. Pe. José Albuquerque (SCE da Região) , falando sobre testemunhas a serviço dos casais, salientou a necessidade de nos esforçarmos sempre para viver a vocação à qual fomos chamados, insistindo em que o casal equipista é aquele que se torna verdadeiro apóstolo e missionário. Pe. Paulo Pinto, SCE Provincial, falou sobre o processo de beatificação do Pe. Caffarel, apontando para a necessidade de o equipista se interessar de maneira concreta por essa causa. Importante também a presença do Bispo Dom Sebastião, que falou sobre a caminhada da Igreja em Manaus. Foram ainda tratados outros assuntos relevantes para a vida equipista e do Movimento. 16

A organização e participação do nosso Casal Regional , Bebeta e Maurino, foi exemplo de missão, serviço e sobretudo de humildade. Cada casal saiu mais fortalecido para a missão de animar suas equipes de base para a caminhada cristã, alicerçada no amor conjugal e no amor pelo Movimento. Com outros participantes, outros animadores e palestrantes, de maneira semelhante e com igual vitalidade e fraternidade , competência e humildade, espírito de oração e serviço, aconteceram os EACRE das Regiões Norte II, em Belém/PA, e Norte III, em Santarém/PA. Amazonilda e Gama Eq. N. S. da Conceição-Manaus/AM

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PROVÍNCIA NORDESTE A Província Nordeste abrange nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, nos quais estão distribuídas oito regiões das ENS. Ao todo foram treze EACRE. O primeiro aconteceu nos dias 19 e 20 de janeiro na cidade de Itabaiana/SE (Região BNSE) e o último na cidade de Quixadá (Região CE) , nos dias 15 e 16 de março. Tivemos a satisfação de participar de três destes EACRE nas cidades Barra do Corda (Região MNPI) , Natal (Região RN) e Salvador (Região BNSE). Em todos, tivemos a oportunidade de sentir na prática uma das características mais fortes do nosso movimento, que é a acoCM 426


lhida. Como é bom exercitar este gesto fraterno que está no sangue do equipista. Daqui o nosso agradecimento a todos os que participaram destes eventos na pessoa de cada CRR. Um agradecimento especial aos Sacerdotes Conselheiros Espirituais, que marcaram presença (alguns rodaram mais de quatrocentos quilómetros de ida e volta), mesmo com toda a dificuldade que um fim de semana lhes ocasiona. Em todos os encontros tivemos seis temas tratados como "obrigatórios" (pontos de unidade) , que foram: Orientações para 2008, Tema do Ano (Testemunhas a Serviço dos Casais), Animação à Causa da Beatificação do Pe .Caffarel , SCE e Acompanhador Espiritual Temporário, Partilha e Encontro Nacional 2009). O restante dos temas ficou a critério das regiões, conforme a necessidade de cada uma. Temos certeza de que todos os que participaram dos EACRE, especialmente os CRE, depois de abastecidos espiritualmente e de receberem uma dose boa de formação e informação, irão motivar suas equipes de base ao cumprimento da missão de cada casal, em busca da sua santidade espiritual. No final de cada EACRE, tivemos a impressão de que o senso de responsabilidade em construir um movimento vivo, dinâmico parece apossar-se de todos os participantes. Foi uma experiência maravilhosa para nós sentirmos a riqueza de cada região com a sua cultura e o modo de ser de cada povo. Como é sábio este movimento. Só CM 426

pode ser mesmo fruto do Espírito Santo. Em cada região, em cada comunidade podemos estreitar os laços , vivenciar a pedagogia , o Carisma, a Mística e acompanhar mais de perto os participantes. Essa pequena comunidade (região) junta-se a outras e assim formam redes de comunidades, um testemunho para o mundo de hoje de que é possível ser cristão, que é possível viver o amor e, mesmo em meio aos contrastes, buscar a harmonia e um testemunho radical do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eneida e Álvaro. CR da Pro víncia Nordeste

••• PROVÍNCIA CENTRO-OESTE Na Província Centro-Oeste foram realizados quatro EACRE, um em ltumbiara/GO (Região Goiás Sul) , outro em Dourados/MS (Região Mato Grosso do Sul) e dois em Brasília/DF (Regiões COI e II). Em Dourados tivemos a presença de Graça e Roberto e em Brasília-DF a do Pe. Flávio Cavalca de Castro. Em todos foram repassadas as orientações advindas do Encontro Nacional realizado em Perus/SP, em agosto/2007. Todas as liturgias, palestras e flashes foram muito bem preparados pelos colegiados regionais, sempre acompanhados do olhar orientador do Sacerdote Conselheiro Espiritual Regional. Um dos destaques dos encontros foram as palestras sobre o 17


menta mais sério no Movimento, na Igreja e nos diferentes tipos de apostolado junto aos casais de hoje. Nilza e Niva ldo CR da Província Centro-Oeste

••• Tema do Ano: ''Testemunhas a serviço dos casais". Os Padres Geraldo Grendene (MS) , Pe. Pedro Bassini (CO II) , Pe. Antonio Gaivão (GO Sul) e Pe. Jorge Henrique (COI) nos brindaram com bonitas reflexões, falando com muita propriedade e conhecimento, chamando-nos a atenção para o compromisso cristão e equipista de sermos testemunhas do Cristo ressuscitado no Movimento, na Igreja e na sociedade. Sentimos em todos os casais e conselheiros o sentido de unidade e de pertença ao Movimento das ENS. Os casais saíram dos encontros imbuídos da disposição de levar às suas equipes de base os ensinamentos e orientações para o ano de 2008. Chamou-nos atenção a participação de casais mais antigos no Movimento (COI) na equipe de trabalho. Deram seu testemunho de doação, serviço e amor ao Movimento. O entusiasmo e a dedicação comoveram a todos. Mostraram que a chama continua acesa e que precisa ser sempre "azeitada". Rogamos ao Senhor, por intercessão de Maria Santíssima, para que nos conduza neste ano a um engaja18

PROVÍNCIA LESTE No início de cada ano, o colegiado de cada uma das regiões de nossa Província reúne-se com os CRE recém-eleitos e os Casais Ligação, por um fim de semana inteiro. É uma oportunidade ímpar de rever amigos dos diversos Setores da sua Região, partilhar momentos intensos de oração, trocar experiências e idéias, dirimir dúvidas, aprender sempre um pouco mais sobre nosso Movimento e, atualizar nossas informações a respeito dos rumos regionais, nacionais e internacionais da caminhada equipista rumo à tão desejada santificação conjugal. Enfim, nos dispomos a fazer uma reciclagem equipista! Em nossa Província Leste , com suas nove Regiões espalhadas pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, foram realizados neste ano onze EACRE. Em cada um deles a preocupação foi , essencialmente, informar e formar, buscando dar apoio e sustentação ao serviço a que cada CRE é chamado a realizar quando de sua eleição. Apesar das particularidades e especificidades de cada Região, CM 426


podemos considerar que a "formatação" utilizada pelo Colegiada de cada uma delas para desenvolver o seu EACRE foi basicamente a mesma: os assuntos discutidos focalizavam sempre esclarecer aos CRE as Orientações do Movimento para o ano de 2008, fornecendo-lhes subsídios para bem desempenhar suas funções . Com este objetivo foi apresentado um adequado número de flashes, seguidos de enriquecedores e objetivos grupos de estudo, onde todos os casais participantes são distribuídos em grupos mistos , envolvendo os diferentes Setores. Seguindo esta dinâmica, foi possível conhecer, avaliar, discutir, trocar impressões e definir posições a respeito das orientações do Movimento para o ano de 2008. Como resultado do EACRE, o planejamento de ação que cada CRE preparou para animar sua equipe ao longo deste ano é reforçado, algumas vezes revisto e reformulado, a partir da troca de experiências , opiniões e idéias , nesses Grupos de Estudo. Na Região Minas I, esteve presente o Casal Secretárioffesoureiro da Super-Região, Eunice e Milton. Nas demais Regiões houve o apoio, em algumas, de nosso Casal Provincial, Graça e Juarez, e em outras, do Sacerdote Conselheiro Espiritual da Província, Pe. Mundinho. Enfim , com esses encontros, podemos CM 426

agora partir para a ação, colocando-nos a serviço dos casais de nossas equipes, do Movimento e da Igreja. Queremos ser, a partir de agora e sempre , casais apóstolos do sacramento do Matrimônio, tornando-nos cada vez mais missionários e testemunhas , a serviço dos casais. Ester e Renato CR da Região Rio IV

••• PROVÍNCIA SUL I A Província Sul I, que compreende a metade leste do Estado de São Paulo, é composta por oito regiões. Em todas elas os Encontros Anuais de Casais Responsáveis de Equipe tiveram a presença fraterna dos CRE deste ano, como também dos casais ligação, todos muito participativos ao lhes serem transmitidas as orientações para a animação das suas equipes no ano de 2008. Em cada um dos encontros, os casais regionais, os casais responsáveis de setor e os casais apoio dos seus regionais testemunharam espírito de serviço e com humildade e eficiência desempenharam as tarefas que lhes coube-

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ram . Muito importante foi a presença dos Sacerdotes Conselheiros Espirituais nesses encontros, especialmente por fazer presente o Cristo Cabeça do Corpo, Ele presente no meio da comunidade reunida em seu nome, quer nas liturgias, quer nos trabalhos realizados. Os temas tratados nos EACRE são basicamente iguais em todo o Brasil, variando apenas em alguns assuntos para atender necessidades específicas das regiões ou da Província. Assim também os encontros realizados na Província Sul I são semelhantes ao da Região Leste I, o primeiro realizado na Província neste ano, nos dias nos dias 27 e 28 de janeiro, em São José dos Campos. A Região São Paulo Leste I é constituída pelos Setores São José dos Campos A, B, C e O e os Setores Jacareí, Caçapava e Caraguatatuba. Além da participação dos CREI 2008, dos CL e dos colegiados regionais e alguns SCE e acompanhadores espirituais temporários, também estiveram presentes Sheila e Francisco, CRP Sul I; Maria Regina e Carlos Eduardo, ex-membros da ERI; Lígia e Carlos, Coordenadores das Inscrições na Província Sul I para o 2° Encontro Nacional das ENS em Florianópolis/2009 ; Graciete e Gambim, Casal da Carta Mensal e outros. Destaquem-se as presenças de Dom Antônio Carlos Altieri, Bispo Diocesano de Caraguatatuba, que discorreu sobre a saConferência do Episcopado da América Latina e do Caribe , e de Dom Moacir Silva, 20

Bispo Diocesano de São José dos Campos, que presidiu a Eucaristia de domingo. Observamos com alegria a fidelidade com que foram trabalhados os pontos de unidade do Movimento propostos pela Super-Região para este ano de 2008. Todos os equipistas demonstraram amor, dedicação e espírito de colegialidade em tudo o que foi realizado no decorrer do Encontro e isso constituiu a sua marca forte . Após a cerimônia do Envio saímos fortalecidos e muito entusiasmados para testemunhar a outros casais, hoje, que somos verdadeiramente "apóstolos do sacramento do Matrimónio". Que Nossa Senhora Aparecida nos guie e ilumine nessa missão. Rita e Celso Eq. N. S. das Graças - Caçapava/SP

••• PROVÍNCIA SUL li A proposta do tema para 2008, "Casais a serviço dos casais", traz para os Equipistas um rico caminho de evangelização na base sólida do testemunho do sacramento do Matrimónio. Para buscar ser apóstolo do sacramento do Matrimónio, na especificidade da atuação diante das orientações e da unidade que o Movimento nos proporciona é que acontecem nossos EACRE, momentos de espiritualidade, formação e animação, para que nossos Casais Responsáveis de Equipe e Ligações façam correr a seiva do CM 426


junto a casais realizados por equipistas. Acreditamos que a proposta para 2008 assusta um pouco, pois, como evangelizadores e testemunhas do sacramento do Matrimónio, teremos que nos desinstalar do nosso comodismo e buscar sermos pedras vivas na Igreja e no mundo. entusiasmo para a vivência das equipes de base. Aconteceram sete EACRE na Província Sul II (Brotas , São Carlos , Marília , Ribeirão Preto, São José do Rio Preto , José Bonifácio e Valparaíso) , coordenados com muita responsabilidade e entusiasmo pelos Casais Regionais. Visitamos todos e constatamos, como ponto marcante, a unidade das propostas para 2008, apresentadas com a criatividade dos setores (e quanta criatividade) no desenvolvimento dos encontros. O esforço pela presença e participação dos CRE e casais ligação (quase total) bem como a presença de Arcebispo, Bispos e Sacerdotes, com forte participação nos painéis e nas reuniões, enriqueceram os encontros, testemunhando muito amor ao Movimento. Nas avaliações, constataram-se muitos pontos positivos e alguns para serem aprimorados. Chamaram a atenção os trabalhos realizados nos grupos, e am algumas regiões, testemunhos de apostolado CM 426

Glacy e Silvino CR da Província Sul II

••• PROVÍNCIA SUL III Queridos e amados irmãos: Esperamos que as fotos consigam transmitir a alegria, o entusiasmo, e o comprometimento dos colegiados regionais e dos casais responsáveis de equipe da nossa Província partilhados nos EACRE deste ano! Alguns casais durante os encontros comentavam a oportunidade que estavam tendo de rever e até aprender as diretrizes do Movimento e de assim caminhar na unidade. Valorizaram a troca de experiências, que fortalece a fraternidade. Testemunharam que nos EACRE se dá fortalecimento na fé e se descobre ainda mais a graça que são as ENS para os casais. Destacamos a presença e participação de vários sacerdotes conselheiros espirituais em todas as regiões e de acompanhadores espirituais temporários em algumas, 21


bem como a honrosa visita de muitos de nossos bispos: Dom João Carlos Ceneme (Curitiba) , Dom Orlando Brandes e Dom Albano Cavallin (Londrina) , Dom Paulo de Conto (Criciúma) , e Dom Oneres Marchiori (Lages). Os sacerdotes, na palavra de um deles, aceitam ser SCE para ajudar os casais a serem dinamicamente fiéis ao seu carisma. Agradecemos a disponibilidade, o carinho e o amor de Frei Avelino, SCE da Equipe da Super-Região, que se fez presente em Lages e Criciúma, e de Graça e Roberto, CR da SR Brasil, que estiveram em Londrina. Em todos os eventos, os pontos de

unidade da Super-Região foram trabalhados com fidelidade e dedicação, para que durante este ano os casais e conselheiros possam pôr em prática as orientações e ênfases dadas pelo Movimento. Notava-se que os casais estavam dispostos a aprender mais sobre o Movimento, dispostos a doarse pelas suas equipes e, acima de tudo, dispostos a amar mais. Que nossa Mãe Santíssima nos guie e ilumine, para que consigamos ser para os casais de hoje verdadeiras testemunhas - apóstolos do sacramento do Matrimônio! • Angela e Luiz CR da Província Sul III

1- PR Sul, 2- SC 11 , 3- RS I, 4- SC I, 5- RS 11 , 6- Londrina . 22

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2° ENCONTRO NACIONAL Florianópolis prepara-se para receber, no período de 16 a 19 de julho de 2009 , equipistas de todo o Brasil, que virão participar do 2° Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora . Encontros dessa natureza têm objetivos bem definidos: 1°. Reafirmar a unidade e o sentido de pertença ao Movimento. Trata-se de um momento especial da vida do Movimento. Milhares de equipistas, que serão testemunhas dos equipistas que aqui não poderão estar, participarão de palestras e depoimentos que contribuirão para ampliar a nossa capacidade de compreensão do Movimento, tornando-nos mais compromissados com o seu carisma e a sua mística. Sem unidade, não há sentimento de pertença. 2°. Possibilitar o encontro fraterno e a troca de experiências entre os participantes. A fraternidade está na base do cristianismo, que é viver o mandamento do amor. No Encontro, teremos a graça de conviver com equipistas de todo o Brasil. Deus sempre faz nascer novas amizades nos corações que se abrem para CM 426

os irmãos! Nas reuniões de grupo ou nos momentos de convivência, partilharemos experiências sobre a vida de nossas equipes, descobriremos as riquezas de cada uma delas e conheceremos iniciativas e práticas que nos ajudarão a manter a vitalidade de nossas equipes no seguimento a Cristo. 3°. Formação. Como equipistas, temos o dever de procurar nos atualizar em relação ao Movimento e à Igreja, para que a nossa vida conjugal, familiar, profissional e comunitária seja uma resposta concreta ao apelo que Deus nos faz para sermos "sal e luz do mundo" (Mt 5,13). Nas palavras do Pe. Flávio Cavalca de Castro, "para ser sinal e desempenhar sua missão, 23


é preciso que o casal equipista seja um casal com preparação adequada e competência necessária". (CM abriV2003) 4°. Oração e celebração em comum. Nos evangelhos encontramos inúmeras passagens em que Jesus vem ao nosso encontro (por exemplo: o pastor que vai atrás da ovelha desgarrada). No 2° Encontro iremos ao seu encontro e estaremos reunidos em seu nome e por sua causa, para orar e celebrar juntos. Cristo nos chama para esse encontro com Ele! 5°. Testemunho público da vivência do amor e da espiritualidade conjugal. Pelo sacramento do Matrimônio recebemos a missão de transformar o mundo, através do amor que nos une como casal. Devemos ser testemunhas

do Deus vivo, a serviço dos casais, conforme nos pede o tema de estudos deste ano. No Encontro, vamos ter a graça de dar o nosso testemunho aos casais de Florianópolis, porque isso nos compete: "Vós também dareis testemunho de mim" (Jo 15,27). Que o Espírito Santo desça sobre todos nós e nos dê a força para bem nos prepararmos para o 2° Encontro Nacional. E que volte o nosso olhar para os que estão próximos e que, desejando participar do Encontro, estão com dificuldades de fazê-lo. Talvez nós- e só nós - podemos ajudá-los a concretizar esse sonho.• Silvia e Glauco Casal Organizador do 2° Encontro Nacional

• • • REFLEXÃO • • •

O VERDADEIRO ABRAÇO O verdadeiro abraço é aquele que não mede distâncias para realizar-se; é aquele que busca aconchegar o outro como quem quer protegê-lo para dizer-lhe "eu estou aqui". Um abraço verdadeiro revela a beleza de ser irmão e amigo. Num abraço verdadeiro somos capazes de jogar por terra todas as tensões do nosso dia a dia, todas as preocupações que nos incomodam. Um abraço verdadeiro aproxima pessoas, desarma corações 24

e ergue a bandeira da paz. Um abraço verdadeiro faz de nós pessoas que carregam no peito um coração de carne e não de pedra. Um abraço verdadeiro nos faz mais felizes e nos dá a certeza de que somos queridos. Quanta coisa boa há num abraço! Se você gosta de ser abraçado, abrace também, pois abraçar é próprio de quem ama. Adriano do Wabel Eq. N. S. Rosa Mística Setor Barra do Corda/MA CM 42 6


JÁ ESTOU INSCRITO Não poderia estar de fora deste das Equipes, verifico a riqueza dos grande acontecimento das Equipes temas de estudo. Momentos não só de Nossa Senhora, o 2° Encontro de formação, mas também de sensibilidade e comunhão com as neNacional. Por delicadeza de Deus sou cessidades da Igreja e resposta ao presbítero há 8 anos e por 10 anos mundo e aos seus anseios. Os temas de estudo em nossas acompanho as Equipes de Nossa Senhora. Quando era seminarista equipes de base são refletidos, dicomecei em uma equipe em pilo- namizados, celebrados, colocados em ação e testemutagem , entusiasmannhados nos variados do-me com os docuambientes. mentos e estrutura das Por que ir ao II EnENS e acima de tudo Porque ir ao contro Nacional das com a sinceridade dos ENS? - Sinal de unicasais na busca de II Encontro dade e comunhão. uma formação humaQuem não selemna e cristã e no esforNacional bra do Encontro Interço de caminhar para a das ENS? nacional de Santiago santidade. de Compostela/2000. Hoje sou feliz como -Sinal de O entusiasmo dos SCE e "visto a camisa" "amarelinhos". Do I do Movimento. Aprounidade e Encontro Nacional em veito para animar os Brasília. A presença seminaristas a respeito comunhão. materna da saudosa das Equipes e incentiD. Nancy C. Moncau var presbíteros a serem e o testemunho das Sacerdotes Conselheidistâncias superadas ros Espirituais. Ser SCE é um tempo de graça! dos casais do Norte. Quantas graças recebidas! A sua missão "na equipe, comuniSob a chuva, em 2006, "Bien dade de Igreja, ele não é somente um conselheiro espiritual, mas cum- Venues", os brasileiros fazendo prepre a sua função sacerdotal. Ele sença na estação férrea de Lourdes, torna presente o Cristo como Ca- testemunho de amor e atitude! Vale a pena ir ao 2° Encontro beça do Corpo". (Guia das ENS, VII, B, b) Hoje, minha experiência Nacional da ENS. Com certeza me faz dizer que na Equipe somos Deus nos espera lá. Quero enconamigos, filhos , ou irmãos. trá-lo em "Fioripa". • Padre Fernando Augusto Meira Dentre as coisas importantes e necessárias do Carisma e Mística SCE. Eq. N. S . Aparecida CM 426

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TESTEMUNHAS A SERVIÇO DOS CASAIS O tema deste ano muda o enfoque em relação aos temas dos anos anteriores , passando das considerações teológicas e antropológicas para um enfoque mais direto da cultura e do contexto atual em relação ao comportamento e relacionamento humano individual e social. METODOLOGIA A metodologia utilizada é a do ver-julgar-agir: • Ver: constatação da realidade que cerca as pessoas • Julgar: estabelecer um parâmetro como referência - como era e como é - como deveria ser à luz de Jesus Cristo • Agir: qual a contribuição que os casais das ENS podem dar como família e como Igreja. TEMA O tema se resume em um lema: Testemunhas a serviço dos casais • Testemunhas: o papel de uma testemunha - a verdade • Serviço: disponibilidade à necessidade, desejo • Casais: relação entre homem e mulher que têm um vínculo afetivo, conjugal e familiar REUNIÕES O desenvolvimento do tema é feito em 8 reuniões, de modo que as ímpares abordam o contexto, as pares fazem uma análise à luz 26

do Evangelho. A última reunião sugere ações de colaboração na comunidade eclesial , sobretudo paroquial. OBSERVAÇÕES As reuniões deste ano, especialmente quando forem tratados os temas ímpares, vão exigir uma boa reunião preparatória, para que a reunião não seja dispersiva, de polêmica estéril, sem um objetivo explícito. Na troca de idéias deve estar subjacente a visão humana e cultural (modas, costumes, comportamentos .. . ) e a visão cristã que deve transformar o que é desumano pela fé. Não se pode desconsiderar o cultural, mas também não fazê-lo determinante, pois ao cristão cabe a transformação das estruturas injustas. Ao abordar o tema , convém evitar o exagero no enfoque negativo e moralista: o cristianismo é uma proposta de vida mais perfeita , mais humana, através da aceitação de Jesus Cristo como caminho, verdade e vida. Por isso é importante levar para a reunião a síntese do que vai comentar, sem improvisos. Cabe ao CRE, com o casal animador, prever dinâmicas que favoreçam a participação de todos, evitando que alguém levante assuntos ou fatos que tomem todo o tempo da reunião. Na oração, tornar presente o CM 426


tema, incluindo intenções e preces por situações concretas relacionadas ao assunto estudado, além dos eventos próprios de cada mês.

A reunião mensal deve tratar com carinho a Meditação e a Partilha, dando-lhe espaço nobre. • Pe. Paulo D'Eiboux, SJ SCE do Setor C - Região Rio I

. .. .. .. . .. .. .. . . . . . ..... .. . . . ... REA LI DADE CULTURAL HOJE O tema deste ano, testemunhas a serviços dos casais, busca resgatar a responsabilidade que todos nós cristãos temos como discípulos missionários de Cristo, incitandonos à ação evangelizadora da Igreja. Este compromisso impresso em nós por ocasião do batismo, ao longo do tempo foi pouco a pouco se apagando, fazendo-nos esquecer do chamado de Cristo: "Vem e Vê" . Todo aquele que experimentar a alegria de segui-lo jamais deixará de ser feliz . Conhecer Jesus Cristo, segui-lo e transmiti-lo aos outros é a missão que o Senhor nos confiou. As correntes filosóficas do pensamento humano que contribuem negativamente para a formação cultural do mundo ocidental hoje, tais como o materialismo, utilitarismo, hedonismo, relativismo, secularismo, niilismo, entre outras, estão em nítida contradição com os valores evangélicos e afetam a estabilidade de nossas famílias cristãs. A cultura que nega Deus e estabelece o contraditório aos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo entra em nossas casas através da escola, da universidade, do ambiente de trabalho, dos grupos CM 4 26

sociais de convivência e, principalmente, pela mídia, utilizando como meio nossos prórios filhos , procurando minar a estrutura familiar, subvertendo valores. Dentre todas as correntes apresentadas a que mais permeia no momento atual da sociedade , no nosso entendimento, é a hedonista, cujo alvo principal é o sacramento do Matrimônio, colocando a busca do prazer acima do amor, relegando este a um mero sentimento. Tem como princípio para a união marital a máxima: "vamos experimentar, se não der certo, separamo-nos": Todas elas de uma forma ou de outra têm como principal alvo os nossos jovens. Todas marcam, principalmente a hedonista. Nós, pais, temos a responsabilidade de mostrar a todos, começando pela nossa família, o verdadeiro caminho do amor e da felicidade , segundo os ensinamentos de Cristo. Dando o nosso testemunho através da celebração da Fé , da oração e do amor ao próximo.• Sônia e Juarez Eq. N. S . de Guadalupe Setor D - Porto Alegre/RS

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PENTECOSTES (.. . ) Cinqüenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade dos discípulos assíduos e concordes na oração, reunidos com Maria, a mãe de Jesus e com os doze Apóstolos (cf. At 1,14; 2,1). Podemos dizer, portanto, que a Igreja teve o seu solene início com a descida do Espírito Santo. Neste extraordinário acontecimento encontramos as notas fundamentais e qualificadoras da Igreja: a Igreja é una, como a comunidade de Pentecostes, que estava unida na oração e concorde: "tinha um só coração e uma só alma" (At 4,32) . A Igreja é santa, não pelos seus méritos, mas porque, animada pelo Espírito Santo, mantém o olhar fixo em Cristo, para se tornar conforme com Ele e com o seu amor. A Igreja é católica, porque o Evangelho se destina a todos os povos e por isso, já desde o início, o Espírito Santo faz com que ela fale todas as línguas. A Igreja é apostólica, porque edificada sobre o fundamento dos Apóstolos e conserva fielmente o seu ensinamento

através da cadeia ininterrupta da sucessão episcopal. Além disso, a Igreja é, por sua natureza, missionária, e a partir do dia de Pentecostes o Espírito Santo não cessa de a estimular pelos caminhos do mundo, até aos extremos confins da terra e até o fim dos tempos. Esta realidade que podemos verificar em todas as épocas já está antecipada no Livro dos Atos, onde se descreve a transmissão do Evangelho dos Hebreus para os pagãos, de Jerusalém para Roma. Roma está a indicar o mundo dos pagãos e, assim, todos os povos que estão fora do antigo povo de Deus. De fato, os Atos concluem-se com a chegada do Evangelho a Roma. Então podemos dizer que Roma é o nome concreto da catolicidade e da missionariedade, expressa a fidelidade às origens, à Igreja de todos os tempos, a uma Igreja que fala todas as línguas e vai ao encontro de todas as culturas. (.. .) Papa Bento XVI 27 de maio de 2007

. . ......... . . . . . . . . . .. . .. . . . .. .. CORPUS CH RISTI A Igreja celebra Corpus Christi como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se unem em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, 28

o Sacramento da sua própria presença. A solenidade do Corpo de Deus remonta ao século XIII, quando foi instituída pelo Papa Urbano IV, que CM 426


prescreveu esta solenidade para toda a Igreja Universal. A origem da festa deu-se por um fato extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese de Liége, Bélgica. Santa Juliana de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O próprio Jesus Cristo a ela revelou que a lua significava a Igreja, a sua claridade as festas e a mancha, sinal da ausência de uma data dedicada ao Corpo de Cristo. Santa Juliana levou o caso ao bispo local que , em 1258, acabou instituindo a festa em sua Diocese. O fato , na época, havia sido levado também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase duas décadas mais tarde, viria a ser eleito Papa, Urbano IV, e ele próprio estenderia a solenidade a toda a Igreja. O fator que deflagrou a decisão do Papa, e que confirmaria a antiga visão de Santa Juliana, deu-se por um grande milagre ocorrido no segundo ano de seu pontificado: O milagre eucarístico de Bolsena, na Itália, onde um sacerdote tcheco, Padre Pietro de Praga, colocando dúvidas sobre a presença real de Cristo na Eucaristia depois da consagração do pão e do vinho, viu brotar sangue da hóstia consagrada. (Semelhante ao milagre de Lanciano, ocorrido no início do Século CM 426

VIII) . O fato foi levado ao Papa Urbano IV, que encarregou o bispo de Orvieto a levar-lhe as alfaias litúrgicas embebidas com o Sangue de Cristo. Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada país, de cada localidade. A Festa de Corpus Christi foi instituída Pelo Papa Urbano IV, com a Bula Transiturus , de 11 de agosto de 1264, celebrada na quintafeira após a Festa da S. Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. (... ) A Eucaristia foi celebrada pela 1a vez na Quinta-Feira Santa, e Corpus Christi é celebrado sempre na quinta-feira depois de Pentecostes. A celebração de Corpus Christi consta da Santa Missa, da procissão e da adoração do Santíssimo. Lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná no deserto e hoje o povo de Deus é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a missa , o celebrante consagra duas hóstias grandes, sendo uma consumida e a outra apresentada aos fiéis para adoração de Cristo vivo no coração de sua Igreja. Copyright 2007 Libreria Editrice Vaticana 29


SER MÃE HOJE: DESAFIOS, ALEGRIAS E ESPERANÇA. Pairando um olhar sobre uma mulher ladeada de seus filhos e contemplando sua vida na rotina de seus dias, fico a me perguntar: Como ser mãe hoje, quando o tempo nos trouxe tantas controvérsias? Não há diferença em ser mãe ontem, hoje ou amanhã. Mãe é sempre mãe! Hoje, a diferença está nos desafios que a vida nos apresenta, mas é colocando-nos frente a frente com o novo, com uma nova mentalidade, sem perder de vista os verdadeiros valores morais e cristãos, é que vamos nos abrindo ao acolhimento dos filhos e da família, que deve também se fazer inovada e renovada. Não diria que é fácil ser Mãe! É desafiador! Há a exigência do equilíbrio nas questões da liberdade e da verdade. Há a exigência da coerência de vida , da firmeza nas decisões entre o ser e o fazer. Ser mãe hoje implica abertura de coração, escuta, acolhimento, diálogo e, sobretudo, um grande amor! Ser mãe é ser feliz, é ter alegria pelo simples fato de ser mãe . Vivemos numa sociedade onde pairam as facilidades, a irresponsabilidade, a libertinagem e a irreverência em relação a tudo e a todos! Poucos são os que se respeitam! Poucos são os que verdadeiramente se amam e que amadurecem como pessoas. Dentre os desafios que a sociedade nos apresenta está a Mãe adolescente , prematura, despre30

parada, sem direção e sem rumo para cuidar de um filho, talvez inesperado! Mesmo assim ela não deixa de ser mãe. É desafiador ser mãeeducadora quando se faz necessário formar, preparar para vida, fazer do filho alguém que vai retratar valores confiáveis e seriedade pela vida afora. Ser mãe hoje implica, muitas vezes, viver de expectativas, de decepções, incertezas, angústias, desalento, combate e de muita oração. Mãe tem que rezar! Mãe tem tudo a ver com Deus! É com Ele que ela se entende , quando tem fé , quando acredita! Nossos desafios são os desafios de Deus. E, pairando o olhar sobre uma mulher com o seu Filho Jesus nos braços, fico a contemplar sua vida de Mãe do Filho de Deus! Que teria Maria a nos dizer no CM 426


silêncio do seu coração? Foi mãe como todas as mães. Viveu as mesmas preocupações que vivemos. Soube ser humilde , acolhedora, soube estar ao lado do Filho em todas as horas de sua vida, sem jamais cansar ou descansar! Maria viveu de desafios e de fé . Por que não ser como Maria? Ela foi mãe daquele tempo e é mãe de todos os tempos. É a mesma mulher, a mesma mãe! Hoje, vivemos as nossas realidades diferentes umas das outras, mas, Maria, a Mãe que nos ampara, que nos orienta, que nos guia e mostra a direção é a mesma Maria de ontem, de sempre!

Creio que, embora nossas estradas sejam entremeadas de encontros e desencontros, embora sofrendo e chorando, sorrindo ou cantando, há ainda para o nosso caminhar um caminho feito para ser pisado com confiança e com a certeza de não errar: Maria, mãe da esperança, aponta o caminho. Jamais poderemos desanimar se ela ainda faz o caminho conosco! De mãos dadas a Maria é mais fácil ser mãe hoje e sempre! Nossa Senhora, Mãe da esperança e da nossa alegria, rogai por nós! • Cidinha do Tião Eq. N. S . da da Paz - Setor A Varginha!MG

SEMPR EMÃE Posso afirmar que tenho uma grande mãe . Éramos três crianças quando meu pai abandonou minha mãe e nos deixou desamparados . Mas minha mãe não desistiu em momento algum. Pedia ajuda daqui e dali e depois seguiu uma luta incansável para conseguir pelo menos nossa alimentação. Era jovem e bonita, mas nós éramos a sua prioridade . Ela teve que superar muito sofrimento para conseguir o pão nosso de cada dia. Passava o dia inteiro com sacolas pesadas e muitas vezes com fome , pois não podia gastar o dinheiro, que era para não nos fazer falta. Assim passaram anos. Com CM 426

muito esforço conseguiu colocar a gente na escola, mesmo que isso lhe custasse muito. Ela partilhava de todos os acontecimentos de nossas vidas. Em momento algum fraquejou . Quanto mais trabalhava parecia ficar mais empolgada. Conseguimos realizar muitos de seus sonhos, como estudar, trabalhar, casar... Hoje olho para trás e vejo que o sol quente lhe deixou marcas em seu rosto, mas ainda tem a mesma preocupação conosco, como quando éramos bebês. Agradeço a Deus pela minha mãe, por suas virtudes, lutas e conquistas.• Meiry do Raimundinho Eq, N.S. das Graças - Cruz, CE

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EQUIPE CELEBRA40 ANOS A Equipe 1 de Mogi das Cruzes, Nossa Senhora Aparecida, nasceu aos 8 de março de 1968, ligada então ao Setor São José dos Campos. Foi pilotada pelo casal Maria e Thomas Burke e sob ligação do casal Hélene e Peter Nadas. Dos sete casais da equipe original permanecem Neusa e José Resende e Leila Maria e Paulo, este o primeiro casal responsável da equipe, que hoje partilham a alegria da caminhada da equipe com os casais Aparecida e Maurício, Elizabeth e Alaylton , Ana Marem e José Rubens , Grasiela e Hélio (Regina e Perotti, da equipe inicial, hoje são equipistas em São José dos Campos). Pe. Vicente Morlini foi o primeiro SCE da Equipe e a acompanhou por vários anos. Outros sacerdotes o sucederam e hoje o SCE é Pe. Deoclécio. Todos muito contribuíram para o enriquecimento espiritual dos casais. Os membros da Equipe Nossa Senhora Aparecida, desde as primeiras reuniões, por convocação de Dom Paulo Rolim Loureiro, bispo Diocesano que sempre se encantou pelo Movimen32

to, receberam incumbências pastorais na Diocese. Leila Maria e Paulo foram os primeiros responsáveis pela então chamada Coordenação Mogi das Cruzes, logo transformada em Setor. Além das reuniões mensais, a Equipe atualmente tem encontros semanais para a oração do Terço, leitura e reflexão da Palavra, estudo do tema do mês e, se recebem a incumbência, preparar retiros e outros eventos. Os resultados dessas reuniões são evidentes, extraordinários até. A celebração dos 40 anos de caminhada não poderia ser senão numa Eucaristia, reunidos como estavam os discípulos em Jerusalém, pois é quando estamos unidos que o Espírito Santo nos vem. Lei/a Maria e Paulo Eq. N. S. Aparecida Setor Mogi das Cru;:;es A CM 426


ORDENAÇÃO D IACONAL JUBILEU DE OURO SACERDOTAL Mo n s. Tarcísio Scherer, no dia Pdemarço de 2008, comemorou jubileu de ouro de ordenação presbiteral, numa emocionante Celebração Eucarística de Louvor, na Igreja Matriz da sua cidade natal , Bom Princípio/RS, com a presença de irmão, familiares , quatro bispos, irmãos no sacerdócio, amigos, paroquianos, equipistas e autoridades locais. Ficará na memória de todos o congraçamento de tantos em um só coração para exaltar a Deus em ação de graças por esta dádiva do Senhor. SCE há mais de 30 anos, ainda com forças, motivação e disponibilidade para servir a Deus às ENS e a cada família. Hoje SCE de três equipes e do Setor G de Porto Alegre. Saliente-se o seu testemunho de fé, abnegação, retidão, caráter e obediência à Igreja e aos Estatutos das ENS. A alegria do querido Pe. Tarcísio é também a nossa alegria de podermos partilhar de sua vida dedicada a Deus. Ketty e Alexandre Eq. N. S. da Perseverança Setor G - PONRS

é

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José Erivan Nuto Liberalino foi ordenado diácono no dia 16 de fevereiro de 2008, pela imposição das mãos de Dom Muniz , na Paróquia do Espinheiro, em Recife . Ele é Acompanhador Espiritual Temporário da Equipe Nossa Senhora do Sagrado Coração, do Setor C. Ao querido diácono o nosso carinho. Que Deus o abençoe e que Nossa Senhora cubra-o com seu manto, para que siga firme na missão a que foi chamado. Tânia e Blasco Eq. N. S. do Sagrado Coração Setor C - Recife/PE

SCE NOMEADO CÔNEGO Pe. Lázaro Silva Muniz em 12/03/2008 foi nomead~ Cônego Catedrático para o Cabido Metropolitano da Arquidiocese de São Salvador da Bahia pelo Arcebispo de Salvador ~ Primaz do Brasil, Dom Geraldo Magella Agnello. Cônego Lárazo é SCE da Região Bahia/Sergipe, e das Equipes 4 e 5 do Setor B de Salvador, com um vasto e profícuo serviço prestado às ENS, não só na Região, mas sobretudo nas equipes de base , cujos casais desejam-lhe muita saúde para continuar sua missão a serviço do Senhor. lraildes e Manoelito CRR Bahia/Sergipe 33


BODAS DE OURO Maria Isabel e Nelson, da Equipe 3, N. S. da Misericórdia, do Setor C de Ribeirão Preto/SP, no dia 08 de fevereiro de 2008, comemoraram 50 anos de união, num clima de muita alegria e felicidade . As 5 filhas do casal, os 9 netos e netas, as duas bisnetas, e os amigos e companheiros de equipe foram abraçá-los. D. Geraldo deu uma bênção especial, comovendo a todos. Parabéns, Maria Isabel e Nelson.

PARTIRAM PARA A CASA DO PAI • Roberto Vilela de Andrade, da Dinah, no dia 13 de novembro de 2007. Fazia parte da Equipe Nossa Senhora do Lar, do Setor B de São José dos Campos/SP • Osmar, da Fatiminha, no dia 15 de fevereiro de 2008. Integrava a equipe 4 , Nossa Senhora de Guadalupe, do Setor BrotasTorrinha/SP • Frei Wilson Zanetti, no dia 07 de janeiro de 2008. Frei Wilson foi SCE da Equipe 6, do Setor A de Sorocaba/SP Ele, que tão zelosamente ajudou os casais da sua equipe a buscarem a santidade, nos três anos em que foi sacerdote conselheiro espiritual, temos certeza, continua intercedendo por todos. • Padre Angel Adolfo Sanchez Y Sanchez, nascido aos 18/04/33, em Salamanca/ Espanha, e falecido no dia 1° de março de 2008 em Campo Grande/MS . Estava à frente da Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Três Lagoas/MS. Muito dedicado, sempre disponível, era SCE da Equipe N. S. das Graças de Três Lagoas (Setor de Valparaíso/SP) , não medindo esforços para estar presente em todas as atividades do Movimento, pregando retiros, dando formação, estudando o tema, participando de encontros deSCE da Região, não perdendo oportunidades de evangelizar. Expressava sempre sua alegria e zelo por ser SCE nas ENS. 34

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NATUREZA DO CULTO MARIANO 1. O Concilio Vaticano II afirma que o culto da Bem-aventurada Virgem, "tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente" (LG,66) . Com estas palavras, a Constituição Lumen Gentium reafirma as características do culto mariano. A veneração dos fieis para com Maria, embora superior ao culto dirigido aos outros Santos, é entretanto inferior ao culto de adoração reservado a Deus, do qual difere essencialmente. Com o termo "adoração" é indicada a forma de culto que o homem presta a Deus, reconhecendo-o Criador e Senhor do universo. Iluminado pela revelação divina, o cristão adora o Pai "em espírito e verdade" (Jo 4,23). Com o Pai, adora Cristo, Verbo encarnado, exclamando com o apóstolo Tomé: "Meu Senhor e meu Deus! " (Jo 20,28) . No mesmo ato de adoração inclui, por fim, o Espírito Santo, que "com o Pai e o Filho é adorado e glorificado" (OS, 150) , como recorda o SímboCM 426

lo Niceno-Constantinopolitano. Os fieis , quando invocam Maria como Mãe de Deus e contemplam nela a mais alta dignidade conferida a uma criatura, não lhe atribuem, porém, um culto igual ao das Pessoas divinas. Há uma distância infinita entre o culto mariano e o que é dirigido à Trindade e ao Verbo encarnado. Dai resulta que a mesma linguagem com a qual a comunidade cristã se dirige à Virgem, embora por vezes evocando os termos do culto a Deus, assume significado e valor inteiramente diversos. Assim, o amor que os crentes nutrem por Maria difere daquele que se deve a Deus: enquanto o Senhor deve ser amado sobre todas as coisas com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente (cf. Mt22,37), o sentimento que une os cristãos à Virgem repropõe no plano espiritual o afeto dos filhos para com a mãe. 2 . Entre o culto mariano e o prestado a Deus há, porém, uma continuidade: com efeito, a honra devida a Maria está ordenada e conduz à adoração da Santíssima Trindade. 35


O Concílio recorda que a veneração dos cristãos à Virgem, "favorece poderosamente" o culto prestado ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo. Acrescenta depois, em perspectiva cristológica, que "as varias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e o modo de ser dos fiéis , têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe melhor se conheça, ame e glorifique o Filho, por quem tudo existe (cf. CI 1,15-16) e no qual "aprouve a Deus que residisse toda a plenitude" (CI 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos" (LG , 66) . Desde os primórdios da Igreja, o culto mariano é destinado a promover a adesão fiel a Cristo. Venerar a Mãe de Deus significa afirmar a divindade de Cristo. Com efeito, os Padres do Concílio de Éfeso, ao proclamarem Maria theotokos, "Mae de Deus", quiseram confirmar a fé em Cristo, verdadeiro Deus. A mesma conclusão do relato do primeiro milagre de Jesus, obtido em Caná por intercessão de Maria, evidencia como a sua ação tem por fim a glorificação do Filho. De fato, o Evangelista diz: "Foi este o primeiro sinal de Jesus. Realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a Sua glória e os Seus discípulos acreditaram n'Eie" (Jo 2,11). 3. O culto mariano favorece além disso, em quem o pratica segundo o espírito da Igreja, a adoração do Pai e do Espírito Santo. Com efeito, ao 36

reconhecer o valor da maternidade de Maria, os crentes descobrem nela uma manifestação especial da ternura de Deus Pai. O mistério da Virgem Mãe põe em evidência a ação do Espírito Santo, que operou no seu seio a concepção do Filho e continuamente guiou a sua vida. Os títulos de Consoladora, Advogada , Auxiliadora , atribuídos a Maria pela piedade do povo cristão, não ofuscam , mas exaltam a ação do Espírito Consolador e dispõem os crentes a se beneficiarem dos seus dons. 4. O Concílio recorda, por fim , que o culto mariano é "inteiramente singular", e sublinha a sua diferença a respeito da adoração de Deus e da veneração dos Santos. Ele possui uma peculiaridade irrepetível, porque se refere a uma pessoa singular, devido à sua perfeição pessoal e à sua missão. Inteiramente excepcionais, com efeito, são os dons conferidos a Maria pelo amor divino, como a santidade imaculada, a maternidade divina, a associação à obra redentora e sobretudo ao sacrifício da Cruz. O culto mariano exprime o louvor e o reconhecimento da Igreja por esses dons extraordinários. A Ela, que se tornou Mãe da Igreja e Mãe da humanidade, recorre o povo cristão, animado de confiança filial, para solicitar a sua intercessão materna e obter os bens necessários à vida terrena, em vista da bem-aventurança eterna. • João Paulo II do livro A Virgem Maria, p.l61 -162 CM 426


CONVERSAR SOB O OLHAR DO SENHOR O Dever de Sentarse é uma das preciosidades que o Pe. Caffarel nos legou , uma oportunidade de nos revelarmos cada vez mais ao nosso cônjuge. Então, por que é tão difícil para alguns? Talvez por causa de duas situações: a palavra "dever", se entendida como obrigação, e a atitude de abrir-se ao outro, mesmo sendo este outro o cônjuge, com quem vivemos a mais completa intimidade possível. Vamos refletir um pouco: • Dever- O casamento implica em muitos deveres, da criação e educação dos filhos à manutenção da casa. A vida implica em deveres: como viver sem o dever de alimentar-se? A religião implica em deveres: como ser católico e não participar, pelo menos aos domingos, da Santa Missa? O corpo que não se alimenta, morre; o cristão que não participa da Eucaristia, morre no pecado; os cônjuges que não conversam a dois, correm o risco de matar o seu casamento. "Não é uma verdadeira necessidade para os casais o sentar-se, a dois? Mais, ainda, sentar-se diante do Senhor?" indagou o Mons. Pierre Warin, bispo auxiCM 426

liar de Namur (Bélgica) , no Encontro de Lourdes/2006. (Entrevistas no site Lourdes 2006) • Abrir-se -Abrir o coração, ouvir o que o outro tem a dizer, falar o que o outro precisa ouvir. Parece a medida certa para o DS. Complicado? Nada! Simples: fazíamos isso no tempo de namoro, um diálogo "a partir da verdade de cada um, em que procuramos nos ajudar a nos conhecermos melhor, a superar as nossas limitações , a crescer"(Vem e Segue-me. Unidade VIII). Lembra? Pois é assim que o Dever de Sentar-se é apresentado na pilotagem. Agora somos casais com 5, 10, 25, 50 anos de vida em comum (nós temos 34), em busca da salvação. 37


Para esta caminhada, Deus, sempre misericordioso, inspirou aqueles casais pioneiros e o Pe. Caffarel a criarem para nós as ENS e com elas os Pontos Concretos de Esforço, um precioso roteiro para tornar efetiva a espiritualidade conjugal. Entre eles, o OS, "um meio de conservar jovem e vivo o seu amor e o seu casamento" que, "adotado por muitos casais que conheço, já provou ser eficiente"· disse o Pe. Caffarel.(in O Dever de Sentar-se, pág. 11 Paulinas, 1998) Entre as dificuldades para fazer este PCE é comum a alegação dos problemas da vida atual. Lembremos novamente o namoro. Havia sempre um tempo para conversar, às vezes, bastante tempo ... Certo, agora existem os filhos ou netos correndo em volta, os compromissos do trabalho, a correria frenética do dia-a-dia. Mas no tempo do namoro também havia problemas, o irmãozinho mais novo dela, os sobrinhos, a avó, talvez já o trabalho, os estudos - mas conseguíamos tempo para namorar, sem dúvida. Do livro de estudo do ano passado buscamos esta pista: "Precisamos cultivar a nossa capacidade de escutar e compreender o outro, colocando-nos no seu lugar". Ao que o casal Maria Carla e Cario Volpini (hoje o CR da ERI) acrescenta: "A escuta está no âmago da vida conjugal; é inútil falar do estado matrimonial se não aprendermos a nos comunicar autenticamente, em profundidade" . A Segunda Inspiração valoriza a importância do escutar. Escutar 38

a Palavra de Deus, escutar o cônjuge -lembrando que Maria dá seu nome às Equipes "porque ela é a melhor guia nos caminhos da união com Deus, por sua atitude de escuta e de humildade" (in A segunda inspiração). Neste ponto o documento destaca algumas diretrizes importantes para a prática dos PCE, uma das quais fundamental para o equilíbrio de um OS , a gradualidade: "o Senhor nos toma no ponto em que estamos. Não se trata de queimar etapas e forçar o ritmo, trata-se, isto sim, de querer progredir a partir da situação em que cada um se encontra" (in a Segunda Inspiração) , para em seguida enfatizar que o mesmo ritmo não é possível para todos. É fundamental, para um bom OS, saber respeitar o ponto em que está nosso cônjuge, agindo para, um dia, chegarmos juntos a um mesmo objetivo, sem desânimo e com muita inspiração e amor. Este é um compromisso que assumimos como equipistas e com a nossa conversão, como casal. O desafio é grande, mas sabemos que não estamos sós. Fazemos o OS sob o olhar do Senhor: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mt 18,20). O Dever de Sentar-se é uma oração viva que fazemos pelo nosso matrimônio, estando Jesus Cristo no meio de nós. Estando conscientes disto, tudo será mais fáciL • Rita e Fernando Eq. N. S . de Guadalupe Setor B - Belém/PA CM 426


UM DEVER COMPLETO Nosso Casal Regional nos pediu um testemunho sobre o Dever de Sentar-se. Então, partilhamos a alegria de não termos dificuldades neste PCE, que fazemos observando seis etapas: 1. Agendamos o encontro (retirarse)- Não somos um casal perfeito, mas muito exigente conosco. Para não atropelar nossos compromissos, procuramos agendar todos, incluindo lazer, festas, aniversários, comunidade, movimento, equipe e em especial o Dever de Sentar-se. Este, uma vez agendado, jamais cancelamos ou transferimos sua data por nossa vontade. Para nós esse momento é só nosso e não permitimos que nada o venha atrapalhar. 2. Desligamo-nos das preocupações diárias (meditar)- Por considerar um momento especial para nós dois, não temos pressa, seguimos o nosso coração. Por isso escolhemos o local com antecedência, um lugar tranqüilo, onde podemos relaxar, esquecendo as preocupações diárias, sem sermos interrompidos. 3 . Lemos um texto de um bom livro (escuta da Palavra)- Nossa preferência é sempre pelos textos bíblicos, assim não perdemos a oportunidade de silenciar diante do Senhor, para acolher o que Ele tem a nos dizer. 4. Fazemos uma oração espontânea (uma oração conjugal)- Como o Dever de Sentar-se é realizado a CM 426

três, nos colocamos sob o olhar do Senhor e, através de nossa oração em comum, pedimos a Ele que envie o Espírito Santo para nos iluminar e nos conduzir. 5. Retrospectiva da vida conjugalFazemos a retrospectiva do Dever de Sentar-se anterior, avaliando nossos avanços e fracassos. Se fracassamos, buscamos os motivos. 6. Em seguida a toda essa preparação, damos continuidade ao roteiro elaborado anteriormente com os pontos que precisam ser avaliados. Cada um fala de si, preocupações, anseios, alegrias, sonhos. Falamos do outro com muito carinho, mostrando seus pontos negativos, acolhemos as críticas com muita atenção, como oportunidade de crescimento pessoal, pois sabemos que só o outro pode ver melhor nossos defeitos . Elogiamos também os pontos positivos, fazendo com que o outro se sinta feliz e valorizado. Questionamos a nossa vida a dois, se estamos felizes , se estamos sendo testemunhas da presença de Cristo em nossa vida, em nossa casa, ou se vivemos em um ambiente de conflito. Um outro ponto a que ficamos atentos é quanto ao nosso relacionamento sexual. A nosso ver, este assunto deveria ser sempre colocado em comum por todos os casais, sem preconceitos, com abertura de coração e sinceridade, mantendo assim o equilíbrio e a harmonia neces39


sária. Muitos casais se separam por que não falam sobre o seu relacionamento sexual. A vida sexual do casal não é tudo, mas é parte sacramental do casamento e, por isso, é fundamental que estejamos atentos às necessidades afetivas de nosso cônjuge. Um pregador já lembrava: "Somos suficientemente generosos para oferecer um simples copo de leite a quem nos pede um copo d'água, mas, se a pessoa está com sede é a água que irá satisfazê-la ... Se uma esposa está carente de atenção não adianta presenteá-la com uma jóia. Assim como de nada adianta aumentar a mesada de um filho se ele estiver

precisando de amor, de atenção". E assim vamos enumerando os pontos que sempre colocamos no Dever de Sentar-se: família, filhos , a nossa caminhada na comunidade, no Movimento, na equipe, sempre avaliando os pontos positivos e negativos, em busca da perfeição. Ainda sob o olhar do Senhor, fazemos um propósito de mudança e de conversão através de uma Regra de Vida, finalizando com o Magnificat. Para nós, o Dever de Sentar-se é importante em nossa caminhada de casal em busca da santidade.• Maria e !dera/do Eq. N. S. do Perpétuo Socorro Setor B - Santarém/PA

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MOM ENTO DE CONVERSÃO Nossa reunião mensal é uma celebração. Ela é importante do começo ao fim. Mas não podemos deixar de destacar o momento da partilha. Podemos dizer sem exagero que o momento da partilha é o momento sublime de nosso encontro mensal. É quando abrimos nossos corações para partilhar nosso esforço de crescer em santidade, partilhar nossa busca da vontade de Deus. Partilhar nossa conversão sincera. É um momento a ser vivido com muita fé , muito amor, muita sinceridade. Relatamos e constatamos que é através do esforço que caminhamos em direção ao divino. É através do esforço que podemos almejar ser ca40

sais santos, santificados através da vivência e das graças que nos são concedidas pelo sacramento do Matrimônio. É o momento de dizer aos irmãos que, quando somos fiéis , sentimos nosso crescimento na espiritualidade, mas com muita humildade reconhecer sempre que foi através das graças do Senhor, foi Ele quem conduziu nosso caminhar. Nunca pensar que o crescimento se deve a méritos nossos. Quando por algum motivo tropeçamos , caímos, mas retornamos à reta direção, é a misericórdia de Deus que nos faz retomar o caminho. O momento da partilha é o momento da revelação interior de cada CM 4 26


um. Momento de relatar e ao mesmo tempo de ouvir. Momento de contar os sucessos, os tropeços , momento de ter humildade para pedir perdão. Momento de pedir a Deus ouvidos atentos para ouvir uns dos outros o seu caminhar... Momento de pedir a sensibilidade para perceber a presença da graça de Deus na própria vida e na vida do irmão. Momento de pedir forças para ter espírito de caridade e

coragem para dividir os fardos que sobrecarregam uns e outros. É um momento sublime de ação de graças que devemos vivenciar na fé , na perseverança. Momento de caminhar nas pegadas do Senhor, rumo à Salvação. Partilha é momento de graça e de conversão. • Toninha da Nilda Eq. N. S. de Caraguá Setor Caraguatatuba/SP Região São Paulo - Leste I

. . .. .. . . . . . . . . .. .. . .. .... .. . . .. . O DIÁLOGO NO DEVER SENTAR-SE Entramos para as Equipes há seis anos e, analisando a vivência dos PCE da nossa equipe e de outras com as quais nos encontramos nos eventos do Movimento e fazendo a ligação de duas outras equipes, constatamos que muitos casais sentem extrema dificuldade em realizar o Dever de Sentar-se. Precioso instrumento de crescimento espiritual, que deve levar o casal a um propósito de mudanças, só terá efeito se os casais se conscientizarem de que esta prática do diálogo deve ser diária, para que o Dever de Sentar-se não se torne uma mera troca descompromissada de informações, que não os levará a mudança. Algumas sugestões para realizar um bom Dever de Sentar-se: 1. Iniciar com uma prece e um tempo de silêncio, pois o Senhor já se encontra no local; 2. Preparar dia, hora e lugar; 3. Ordenar as idéias para que os assuntos mais importantes do casal CM 426

tenham prioridade na conversa; 4. Não deve haver cobrança nem ultimato; 5. Não jogar no outro os erros do passado; 6. Nunca ir para o Dever de Sentar-se para acusar o outro; 7. Se for inevitável chamar a atenção do outro, fazê-lo com amor; 8. Não alimentar discussões. É pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro; 9. Se alguém deve ganhar na discussão, deixe que seja o outro; lO.Se for apontar um erro, antes aponte duas qualidades; ll.Se estivermos errados, só temos duas alternativas: reconhecer o erro e pedir perdão. No casamento, tudo é importante para a vida a dois, tudo deve levar a uma união cheia de paz, na convivência madura de duas pessoas que buscam o bem um do outro. • Lucicleide de Ansergio Eq. N. S. do Perp. Socorro, Aracaju/SE 41


DENTRO DO ESQUEMA? A acolhida no Brasil à propositura da canonização do Pe. Caffarel suscita questionamentos: Não em relação à sua santidade, ou sua qualidade de profeta que dignificou o amor humano e entusiasmou os esposos a desvendar e viver as riquezas do sacramento do Matrimônio, cuja nova compreensão difundiu vinte anos antes de o Concílio Vaticano II ensiná-la. Não por sua vida animada pelo Espírito, manifestada no amor ao próximo e na fidelidade à Igreja. Não pela sua disponibilidade e humildade, quando disse: "vamos descobrir juntos". O questionamento se refere ao reduzido número de equipistas brasileiros que se inscreveram na Causa da Beatificação do Pe . Caffarel. A pergunta que se faz é: Tomamos consciência de que a canonização é um dom de Deus, para o bem dos casais e da Igreja? Sabemos que o reconhecimento oficial da santidade de vida do Pe . Caffarel será bênção para os casais cristãos e uma confirmação teológica da espiritualidade conjugal na vivência do sacramento do Matrimônio, como um caminho para Deus. Será que estamos alinhados e atentos à motivação de uma vida que teve o objetivo de levar o Cristo a cada lar? Para ele não se tratava de fornecer idéias às pessoas, mas de levá-las a viver em Cristo. O que ele suscitou para o Movimento a ele sobrevive, pois veio de Deus. 42

É atual o questionamento feito pelo Pe . Caffarel no editorial da Carta Mensal de dezembro/1948: "Por que entrei nas Equipes? Para tomar ou para dar? Se vocês responderem: Queremos participar

da grande tarefa empreendida pelas ENS, instaurar o reino de Cristo nos lares, fazer com que a santidade crie raízes em pleno mundo moderno e não seja privilégio único dos monges, formar bons operários da cidade, sólidos apóstolos de Cristo, então vocês estão dentro do esquema. A sua equipe será útil a todas as demais". O Movimento se preocupa com a ausência de entusiasmo pela Causa da Beatificação do nosso fundador! Certamente não se trata de comodismo, desinteresse ou desconhecimento das obras e das graças recebidas. Os frutos colhidos ao vivenciar os meios propostos pelas ENS para a busca de santidade, com certeza, são suficientemente motivadores. Renovamos, pois, o apelo da Associação dos Amigos do Pe . Caffarel ao engajamento nesta Causa: fazer a oração pela sua beatificação diariamente, informar as graças recebidas e inscrever-se como membros da Associação. No Brasil há apenas 352 inscritos, quando, entre casais equipistas e conselheiros, somamos quase 20 mil. • Ketty e Alexandre Casal Representante da Associação na SR Brasil CM 426


DIÁLOGO, SEMENTE DE AMOR! Se tivéssemos que escolher uma música que retratasse a nossa equipe de reflexão da Campanha da Fraternidade/2008, a escolhida seria: "Como é linda a nossa família". A nossa família é apaixonante, reunindo membros de 02 , 05, 11 , 15, 18 ... até 70 anos, mas todos tão integrados que se harmonizam no ensinamento e aprendizado de suas idades respectivas. Qual não foi a nossa surpresa com o grau de maturidade e preparo apresentado pelos filhos , quando deram um show na reflexão do 2° encontro, cujo tema era: Sexualidade é vida que se multiplica. A cada colocação feita, ficava evidente que eles estavam atentos à

forma distorcida com que o mundo apresenta a sexualidade hoje, mas muito mais conscientes de que a vida, dom de Deus, é presente que se valoriza e cuida incessantemente. Aproveitamos para um diálogo aberto, esclarecedor e muito produtivo acerca de um tema rico e necessário, tratado dentro de um ambiente propício e de confiança plena. Encerramos nosso encontro, certos de que ficou forte em nossos corações que sexo é obra de Deus e deve sempre ser expressão de amor e que a educação sexual cristã depende principalmente de bom exemplo e testemunho. • Gislane e Henrique Eq. 02 - Luziânia/GO

MISSÃO NO MORRO ALTO Estamos participando, há dez anos, de uma missão da nossa arquidiocese no Morro Alto, bairro da vizinha cidade de Vespasiano. O que mais nos impressiona é o trabalho do Padre Gilson, que também é Sacerdote Conselheiro de Equipe: São seis obras de amor na chamada "Comunidade novo Israel", um lindo projeto que precisa de muita ajuda. Quanto a nós, visitamos as famílias com um motivo forte de levar a elas a boa nova sobre o casal e a família. Para cada dia um tema: Família imagem de Deus, O perdão restaura a família, Dialogo une a família, A família promove e defende a vida, Família alicerce da sociedade, As famílias evangelizam o mundo. Que o Espírito Santo faça nosso humilde serviço produzir frutos naquela comunidade. Heloisa do Toninha Eq. 3 do S etor D de Belo Horizonte!MG CM 426

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SABER ENVELHECER Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios (SI 90, 12). "Agora que a velhice começa, tar seu amor incondicional por nós, preciso aprender com o vinho a a partilhar os choros e os risos com melhorar envelhecendo e, sobretu- nossos irmãos equipistas e com os do, a escapar do perigo de, enve- que estão ao nosso redor, exercitanlhecendo, virar vinagre . É tão im- do a caridade fraterna e o auxílio portante saber envelhecer! Saber mútuo que o movimento das Equidescobrir o encanto de cada ida- pes de Nossa Senhora nos ensina. Pertencer ao Movimento e de. Sem dúvida, há limitações que a velhice traz. Mas, fevivenciar os PCE, tem sido, para mim e Higa, liz de quem envelhece como frutas que amaprova viva do amor de É tão durecem sem travo ... ". Deus, porque há muitos que não chegaram Essas palavras de importante e muitos que jamais D. Helder Câmara são chegarão ao lugar e à inspiradoras para nós. saber Todos os dias envelheidade em que estaenvelhecer! cemos. Ao lado do enmos. Somos alvo do fraquecimento de algucuidado de Deus, que Saber descobrir más capacidades, potem nos cercado de rém, está o aprimoraoportunidades de hoje o encanto de mento de outras. A caainda viver uma vida cada idade. plena, juntamente com pacidade de envelhecer como um bom vinossos filhos. A velhice é uma etapa da nho, que se torna mais e mais saboroso com o tempo, é um vida que tem todas as riquezas de dom que devemos pedir a Deus e quaisquer outros momentos já vicultivar na vida diária. São tantas vidos. Quem não azeda como vias fontes de amargor que nos cer- nagre tem a capacidade de expericam! Os problemas, as enfermida- mentar esta verdade. des, os pecados que afetam o munPeçamos ao Pai que sejamos do e nossa vida, a tristeza, a soli- sempre um bom vinho na família, dão, os conflitos ... Em meio a tudo na equipe e na sociedade. • isso, a Palavra de Deus nos convida Odete e Higa a cultivar um coração manso e huEquipe 2 - Goiânia/Go milde, a manter firme a convicção Extraído do Boletim "Ecos", da alegria, a sustentar viva a espeinformativo da rança e a fé em Jesus, a experimenRegião Centro-Oeste II 44

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DO ISMOVIMENTOS QUE SE ABRAÇAM "Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi" (Jo 15, 16).

As Comunidades Nossa Senhora da Esperança são um novo movimento da nossa Igreja, destinado a viúvas, viúvos e pessoas sós. Tudo começou na Europa com o Pe. Caffarel (Grupamentos de Viúvas do Pe. Caffarel-1944'45) e continua a existir ainda hoje, sob novo enfoque metodológico em Portugal, França, Espanha, Suíça e Suécia. Há cinco anos foi iniciado no Brasil por D . Nancy Moncau, com uma ajuda ou "impulsd' do Espírito Santo, como ela própria dizia, "um irradiar-se das ENS". Já em funcionamento e com sede em São Paulo, chegou ao Rio em setembro de 2004, trazido por uma viúva equipista, a Anna Maria do Manoel (48 BRio I) , sendo implantado com muito entusiasmo por ela e por um pequeno grupo de viúvas equipistas e nós (Vera e Paulo), como casal de apoio. Disse Da. Nancy em palestra de informação no Rio de Janeiro: "Meus filhos, esse novo Movimento é um filhote das ENS ... , precisamos de casais equipistas que nos ajudem!". Motivados por suas palavras, demos o nosso Sim a mais essa convocação do Espírito Santo. Hoje em plena expansão, o novo Movimento se apóia em todo Brasil nas ENS, sendo abraçado por muitos casais de boa vontade, nos estados do Amazonas, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte , Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, CM 426

sendo ao todo 85 grupos já em funcionamento e 21 em formação. Aqui no Rio, para o abraço histórico entre os dois movimentos, casais das ENS assumiram a missão de Coordenadores Locais das CNSE, formando assim um Colegiada Regional junto conosco, com as viúvas equipistas Anna Maria e Lúcia (coordenadoras de setores) e o Pe. Cláudio. Com muita alegria e esperança tomamos posse no dia 16 de fevereiro, durante uma bela Celebração Eucarística. Agradecidos e abraçando especialmente os irmãos Maria Helena e Victor, Eunice e Marco (Rio I) ; Beth e Nozinho (Rio IV), Rosa e Rubem (Rio II), fazemos nossas as palavras do Casal Coordenador Nacional das CNSE, Cleide e Valentim, na cerimônia de posse: "Com muita fé e alegria, pedimos o sopro orientador do Espírito San-

to de Deus sobre esses nossos irmãos de caminhada, para que exerçam suas funções com grande espírito de oração, simplicidade e confiança, certos de que esse trabalho, idealizado e iniciado por Da. Nancy, é querido e abençoado por Deus". Com as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora da Esperança, possam os equipistas, abraçados aos irmãos das CNSE, fazer crescer cada vez mais esse valoroso Movimento.• Vera e Paulo, Eq. 28 B - Rio I Coordenador Regional das CNSE Rio de Janeiro;RJ 45


A DEFESA DAVIDAACIMA DE TUDO Na encíclica Fides et Ratio, o Papa João Paulo II escreveu: "Não posso deixar de dirigir uma palavra também aos cientistas, que nos proporcionam, com suas pesquisas, um conhecimento sempre maior do universo inteiro e da variedade extraordinariamente rica dos seus componentes, animados e inanimados, com suas complexas estruturas de átomos e moléculas. O caminho por eles realizado atingiu, especialmente neste século, metas que não cessam de nos maravilhar.. .". Entre os dias 6 e 10 de fevereiro, foi realizado, no Santuário Nacional, em Aparecida (SP) , o P Congresso Internacional em Defesa da Vida, promovido pela Comissão em Defesa da Vida da Diocese de Taubaté, com o apoio do Conselho Episcopal Latino Americano e do Caribe (Ceiam) , Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Arquidiocese de Aparecida. Ao final do evento, foi divulgada a Declaração de Aparecida em defesa da vida, já publicada na íntegra na Carta Mensal de abril último. Como pesquisador na área da infertilidade masculina e professor de Reprodução Humana na PUC Minas, posso chamar a atenção para um dado preponderante: os avanços da reprodução humana assistida, no que diz respeito a um tópico muito discutido hoje, que é a redução embrionária, considerada como similar ao aborto. Neste caso específico, a mulher grávida através de técnicas de fertilização "in vitro" de três ou mais filhos teria o direito de retirar um ou mais embriões já implantados em seu útero. 46

A isto contraponho uma outra grande preocupação, a valorização dos estudos na busca de investigar as causas da infertilidade, quando sabese que cerca de 15% a 17% dos casais em todo o mundo têm dificuldades para engravidar. Classicamente, a infertilidade é a incapacidade temporária para a geração de filhos , o que se opõe à esterilidade, em que a incapacidade de procriação é definitiva. Quanto à incidência de infertilidade , tanto os fatores masculinos quanto femininos têm, cada um, 40% dos casos. Os 20% restantes distribuem-se, com alguma desigualdade, entre ambos os sexos. Conceitua-se a infertilidade conjugal como a não efetivação de uma gravidez após dois anos de relações conjugais regulares. A chance de um homem ter problemas de fertilidade é da ordem de 7%. Trata-se de um índice demasiado alto, maior que qualquer outra doença, como do coração, do sistema nervoso etc. No entanto, não se percebe, por parte dos cientistas, o mesmo interesse em investigar as causas dessa infertilidade, tanto feminina quanto masculina, cujos resultados poderiam ajudar milhares de casais a concretizarem o sonho de ter filhos . A Igreja entende que, neste caso, a ciência tem muito o que avançar. Na prática, no entanto, o que se observa são estudos para restringir e limitar o direito à vida. Este é o ponto crucial e os estudos deveriam ser canalizados para uma outra vertente.• Letícia e Paulo Taitson Eq. N. S. Aparecida - Setor C - Belo Horizonte/MG CM 4 26


Numa sala havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora: - Professora, o que é o amor? A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e ao voltarem a professora disse: - Quero que cada um mostre o que trouxe consigo. A primeira criança disse: -Eu trouxe esta flor, não é linda? A segunda criança falou: -Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção. A terceira criança completou: - Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha? E assim as crianças foram se colocando. Terminada a exposição a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. CM 426

Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou: -Meu bem, porque você nada trouxe? E a criança timidamente respondeu: - Desculpe professora. Vi a flor e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas ao subir na árvore notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe? A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração. • (Autor desconhecido) Colaboração de Ana e Luís Eq. 33 - N. S. das Graças Setor G - Forta/eza/CE 47


FARDOS INÚTEIS Conta uma lenda que dois mon- regá-los, levamos nossas dores e ges atravessavam uma área deser- frustrações ao extremo. Dramatizata quando, diante de um rio vio- mos demais, elevamos ao cubo lento, avistaram uma linda jovem cada dor, cada ofensa, cada conque tentava atravessá-lo sem suces- trariedade e, por isso, não conseso. Um dos monges, não sem difi- guimos relaxar, perdoar ou mesmo culdades, atravessou o rio e, colo- sermos felizes, pois o peso que vacando a mulher às costas, conse- mos acumulando em nossas costas são demais para qualquer cristão. guiu atravessá-la com segurança. Eu o convido a uma reflexão: A jovem abraçou-o agradecida, comovida com o gesto, Quais são os fardos e seguiu seu caminho. que você continua carRetomando a jorregando e que já não Eu atravessei nada, o outro monge estão mais com você? que assistira a tudo caQual a dor que voo rio com a lado, repreendeu o cê anda revivendo e jovem e lá eu amigo, falando do confazendo com que veta to carnal que houve lhas feridas voltem a a deixei, com aquela jovem, da sangrar? mas você tentação de ter aquePor que você não le contato mais direto consegue perdoar quem ainda continua o magoou? com uma mulher, o carregando-a que era proibido pelas Quantas oportu suas regras. Durante nidades você anda em seus um bom trecho do cadeixando para trás , pensamentos. minho, esse monge fapor estar amarrado ao passado? lou sobre a mulher e Desarme-se dos sobre o pecado cometido, até que aquele que aju- velhos pensamentos, do espírito da dou a jovem na travessia falou: revolta, da tristeza. Hoje é dia de querido amigo, eu atravessei o rio desmontar o velho acampamento com a jovem e lá eu a deixei, mas do comodismo e seguir adiante na você ainda continua carregando- longa jornada que a vida apresenta. Quanto mais leve a sua mochia em seus pensamentos. Todos sabem que Deus não nos la , mais fácil a subida rumo a dá fardos maiores do que aqueles felicidade. • que podemos suportar, e muitos Texto de Paulo Roberto Gaefke dos nossos fardos já poderiam esColaboração de Donizeti da Silvia tar abandonados em outras curvas Eq. Madre de Deus - Setor B Mogi das Cruzes/SP da vida, mas nós insistimos em car48

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MEDITANDO EM EQUIPE O mês de maio fala muito ao coração, por causa das celebrações em torno do Dia das Mães e de Nossa Senhora. Poderíamos lembrar, neste ano de 2008, a comemoração dos 150 anos das aparições de Lourdes. Sem dúvida que ainda deve estar vivo, na memória e no coração de cada equipista que lá vivenciou aqueles dias maravilhosos, o Encontro Internacional das ENS, em Lourdes. Por isso, nada mais significativo que lembrar a mensagem de pobreza, oração, conversão e penitência que deixa a Imaculada Conceição, nas dezoito aparições a Bernadete Soubirous.

ESCUTA DA PALAVRA EM EFÉSIOS 6,10-20 Sugestões para a meditação: 1. O que significa "revestir-se da armadura de Deus"? 2. O que o casal pode fazer para a sua família resistir aos ataques do demônio? 3. Quais medidas podem ser tomadas, segundo o texto, para resistir às tentações do demônio? Pe. Geraldo

ORA(ÃO L TÚR .ICA (Salmo 54) Salva-me, ó Deus, por teu nome, por teu poder, faze-me justiça! Ó Deus, escuta minha prece, presta ouvido às palavras de minha boca, porque estrangeiros ergueram-se contra mim, homens violentos atentam contra minha vida; eles não contam com Deus. Mas Deus é meu auxílio, o Senhor sustenta minha vida . Retribui o mal aos meus adversários, por tua fidelidade, extermina-os! De bom grado oferecer-te-ei sacrifícios, celebrarei teu nome, Senhor, porque ele é bom. Porque ele me livrou de toda a tribulação, posso encarar meus inimigos.


MAGNI FICAT O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! A minh'alma engrandece o Senhor exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende, sob re aqueles que o temem; Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humi ldes; Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor; Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre.

Amém O Poderoso fez em mim maravilhas. e Santo é seu nome!

. . . . ............ Movimento de Esplntualidade Conjupl R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • Slo Paulo • SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org br


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