ENS - Carta Mensal 442 - Fevereiro e Março/2010

Page 1


Equipes de Nossa Senhora

EDITORIAL Da Carta Mensal. ...... ......... ... ... .. ......... 01 SUPER-REGIÃO Pe. Miguel .... .. .......... .... ... .. .. ........ .. ..... 02 Conhecer, amar, servir .... ..... .. .. .... .. .. .. . 03 Um amor novo .... .. .. .... .. .. .. .... .. .... .. .... . 04 CORREIO DA ERI Noticias internacionais .. .... .. .. .. ... .. ...... 06 NOTÍCIAS ... .. .. ........... .... .... ..... ... .. .. .. .... 07 EJNS - EQUIPES JOVENS DE NOSSA SENHORA Peregrinação à Aparecida .. .... .. ........ .. . 13 PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO Que tipo de equipista você é? ...... .... .. 14 Retiro anual do setor Cascavei/PR ....... 15 Sede santos como meu Pai é Santo .. .. 16 VIDA NO MOVIMENTO A sagrada responsabilidade do equipista de base .... .... ...... .. .... .. .. .. Realizamos nossos balanços .. .. ... ........ Pilotando uma equipe .... ........ .. .. .. ...... Novo Casal Responsável de equipe .. ...

16 18 20 21

TESTEMUNHO Filhos equipistas .. .. .. .... ...... .. .... .. .... .. ... 24 Uma resposta de Deus .. .. .... .. .. .. ......... 25 REFLEXÃO Agradecimento .. .. .. ... .... .. .... .. .. ..... ...... Perseverança .. .... ...... .. .. .. .. ........ .. .. .... .. Respeito à diversidade ........ .. .. .. .. .. .... .. Ser equipista, e então ... Ser testemunha ...... .. .. .. .. .... Cadê aquele menino? .. ...... .. .... .. .... .....

Carta Mensal é uma publicação mensal das Equipes de Nossa Senhora Registro "lei de Imprensa" n• 219.3361ivro B de 09.10.2002

Glasfira e Resende Paula e Genildo Zélia e Justino Pe. Frei Geraldo de Araújo Uma, O.C.

Edição: Equipe da Carta Mensal Zezinha e Jailson (responsáveis) Fátima e Joel

Jornalista Responsável: Catherine E. Nadas (mtb 19835) Projeto Gráfico: Alessandra Carignani

29 30

FORMAÇÃO O sentido da pertença ...... .... ... .... ...... . 31 Amigos do Padre Caffarel Descobrindo o Pe. Caffarel .. .... .. ...... ... 33 Orar .. ... .. ..... ...... ....... ..... .... .. ... ... .......... 33 Família chamada a viver da eucaristia .... .... ...... .. ...... .. ... .... 35 ENCONTROS PROVINCIAIS Como o matrimônio foi chamado a ser sacramento no dia a d ia na Província Sul 1. .... .. .. .... .. ... 36 Província Sul 11 .. ...... .. .. .. .. .. .. .... .... ........ 37 ANO SACERDOTAL As sete faces do amor .. ...... .. .... .. ..... ... 39 Oração pelos casais equipistas .. .. .. .. ... 40

MARIA Aprendendo a rezar com Maria .......... 22 ESPIRITUALIDADE CONJUGAL Sementes e frutos .............. ...... .. .. .. .. .. .. .. ... 23

26 27 28

E:NCAE ;~~:i~:1

60 anos das e•N$<~••• Editoração Eletrônica e Produção Gráfica: Nova Bandeira Prod. Ed. R. Turiassu, 390 11° andar, cj. 115 Perdizes São Paulo Fone: (Oxx11) 3473.1282 Impressão: Prol Tiragem desta edição: 21 .000 exemplares

Cartas. colaborações. notl· cias, testemunhos e imagens devem ser enviadas para:

Carta Mensal R. Luis Coelho. 308 5° andar • conj. 53 01 309·902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 Fax: (Oxx11) 3257.3599 cartamensal @ens. org .br

A/C Zezinha e Jailson


Irmãos e amigos As primeiras festas do ano... Os três Reis Magos representam o chamado aos primeiros sentimentos da nossa fé, e é motivo de regozijo cristão celebrar, com solenidade, o chamado de Deus a todos nós, inclusive aos pagãos para conhecer a religião de seu filho Unigênito. Todos os dias devemos agradecer ao Pai o benefício imenso que Ele nos proporcionou por ter-nos colocado num tempo e numa terra onde reina a verdadeira religião. Esta é a festa que a Igreja celebra- Epifania-, isto é, a aparição do Senhor. Deus se manifesta aos pastores por intermédio dos anjos "não temais; anuncio-vos uma boa nova ...! Hoje na cidade de Davi nasceu o Salvador.. (Lc. 2,10). Aos pagãos mandou a estrela profetizada por Balaam e os três príncipes a seguiram, encontraram o Menino, com sua Mãe, Maria; tomados de profundo respeito, prostraram-se por terra e o adoraram. Outra grande comemoração é a festa da Apresentação de Jesus no Templo. O Catecismo, 529 diz o seguinte: " A Apresentação de Jesus no Templo mostra-O como primogênito que pertence ao Senhor. Com Simeão e Ana é toda a expectativa de Israel que vem ao encontro do seu Salvador... Jesus é reconhecido como o Messias aguardado por muito tempo.. . A festa do batismo de Jesus finda o tempo de natal. Nesta festa celebramos a manifestação pública do Filho aderindo ao Pai e à missão que lhe foi confiada. Para nós resta o convite para refletir sobre nossa missão. Quando receberem esta carta já estaremos na Quaresma, que se inicia na quarta-feira de cinzas. As cinzas que recebemos é o símbolo para reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida. Nós equipistas temos seis pontos concretos de esforço que podem ser vivenciados honestamente com o fim de orientar esta reflexão que Jesus nos pede para a conversão, para a mudança. Em maio, teremos outra grande festa que vai MOVIMENTAR todos nós, equipistas: O MOVIMENTO DAS ENS COMPLETARÁ 60 ANOS DE VIDA NO BRASIL. Já nesta carta vocês conhecerão um pouco da história dos primeiros 20 anos, contada por quem teve a alegria de ter vivido naquele período - Esther e Luiz Marcello e lrany e Nereu. A Capa é a chamada para não esquecermos este importante evento durante todo 2010. E vocês podem sentar-se e conversar sobre o "Sacramento do dia a dia" saboreando a história de "Um amor novd'. Reviveremos nossa pertença às Equipes como sinal do compromisso de cada vez mais conhecer o Movimento, amá-lo e pôr-se ao serviço. A Vida no Movimento é marcada por artigos das várias Regiões ... Seguido de vários testemunhos que certamente os levarão a refletir. • Zezinha e Jailson CR Carta Mensal CM442


"O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais nos contaram, não ocultaremos a seus filhos; mas vamos contar à geração seguinte as glórias do SENHOR, o seu poder e os prodígios que operou. " (SI 78,3-4)

Neste ano de 2010 celebramos jubilosamente os 60 anos de presença das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. É um tempo privilegiado para festejarmos e agradecermos a Deus tão grande maravilha. Muitos e muitos são os casais que testemunham o bem que as Equipes têm feito em suas vidas. Toda esse tesouro é fruto da experiência partilhada do Padre Caffarel com alguns casais que iniciaram o movimento e tiveram a preocupação de transmiti-lo de forma dinâmica e fiel , tal como receberam por inspiração do Espírito de Deus. O povo de Deus, durante muitos e muitos anos, transmitia a Palavra Divina apenas de forma verbal e tinha a preocupação de ser fiel na transmissão da mesma e assim passava de pai para filho, de geração a geração até que a Bíblia começou a ser escrita. A Bíblia é o tesouro do povo de Deus. Ela é fruto da transmissão fiel daqueles que ouviam a Palavra de Deus e tiveram a preocupação de preservá-la da forma mais autêntica possível; assim as futuras gerações herdariam tão grande tesouro. Os 60 anos das ENS no Brasil devem fazer-nos refletir sobre a nossa fidelidade em transmitir aquilo que vimos e ouvimos, aquilo que nos ajudou e ajuda a vivermos de forma mais profunda e concreta a nossa espiritualidade conjugal. O que nos fez chegar até aqui certamente foi a vivência fiel , irredutível dos pontos de unidade que caracterizam o nosso carisma, na graça de Deus. Esse tempo deve cada vez mais nos comprometer 2

a sermos fiéis naquilo que transmitimos: um carisma dom do Espírito à Igreja. Por ser dom do Espírito não podemos mudá-lo conforme nossas convicções pessoais. Quando somos batizados, nos tornamos profetas e o profeta não fala em nome de si, mas de Deus. Não fala das suas intuições, mas do que Deus lhe confiou para que fosse transmitido. Devemos ter o cuidado de não nos sentirmos "donos" desse tesouro com o qual fomos presenteados, mas não é nosso; é de Deus; é da Igreja. Quando nos sentimos "donos" de algo, - seja pelo tempo que conhecemos, pelo conhecimento que julgamos ter ou pela novidade que queremos colocar logo ao chegarmos - podemos querer manipular ou fazer como bem entendemos; assim ferimos a UNIDADE, a tradição, nos tornamos infiéis e às vezes nem percebemos, pois nos sentimos autossuficientes. Há muitos de nós que , diante de propostas ou comentários que fazemos sem o mínimo de sentimento de unidade, fidelidade ou respeito com os que ainda receberão esse dom , caracterizam a necessidade de refazer a pilotagem, desde os recém-iniciados aos mais experientes. Daí a necessidade de não nos desligarmos da fonte . "Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes". (Lc 16,10a). Um carinhoso abraço a todos . Bom ano Jubilar. No Coração de Jesus,• Pe. Miguel Batista, SCJ SCE Super-Região Brasil CM 442


CONHECER, AMAR, SERVIR "O zelo por tua casa me consome" (Jo 2,17) Irmãos equipistas, Jesus, ao falar do Reino dos Céus, o compara com um tesouro escondido no campo (Mt 13,44). Parafraseando o evangelista, ousamos comparar as Equipes de Nossa Senhora com um tesouro escondido no mundo. Por que consideramos as Equipes de Nossa Senhora um tesouro? Por que, com seu carisma, mística, ideal e pedagogia, elas orientam os casais a viverem com profundidade e alegria dois amores: o amor conjugal e o amor a Cristo. A casa nossa de todo dia é lugar de encontro e comunhão. Da mesma forma devem ser as Equipes. Elas são a extensão de nosso lar; o lugar onde "rasgamos" o coração, onde aprendemos a amar a quem pensa diferente de nós; onde somos orientados a viver de forma amorosa e coerente a vida matrimonial como celebração permanente; onde, extraordinariamente na reunião de equipe, encontramos o Cristo Jesus. Elas nos direcionam para Deus. Logo, para quem assim entende e aceita, o Movimento é um "tesourd'. E assim o confirma o Pe. Caffarel: "...se a união com Cristo é para vocês o essencial, e se as Equipes de Nossa Senhora lhes parecem ser o meio providencial para alcançá-lo, então eu lhes digo que as Equipes de Nossa Senhora devem ocupar um lugar essencial nas suas vidas". Cada um de nós, em épocas e circunstâncias diferentes, encontrou esse "tesourd'. A posse de qualquer tesouro requer de seu possuidor uma atitude de proteção. Não é assim que agem pais e CM442

filhos que se amam e se respeitam? Não foi assim que agiu Jesus em defesa da casa de seu Pai, contra os vendilhões do Templo? (Jo 2,16). Ele agiu como Filho apaixonado pela casa e pelo projeto de seu Pai, porque "buscava o bem do que ama". Nisto consiste o "zeld', segundo Santo Agostinho. Queridos irmãos, em 2010, meditaremos sobre a magia que envolve a vida conjugal e familiar, vivendo o Tema de Estudo "Casamento, sacramento do dia a dia". Ao mesmo tempo, celebraremos os 60 anos de vida das Equipes no Brasil, na pessoa de cada equipista. Então, como forma de renovar nosso compromisso e pertença ao Movimento, convidamos todos para, com mesmo sentimento de zelo do Filho pela casa do Pai, • ser os fiéis "guardiães" desse "tesouro"; • agir como verdadeiros "buscadores de Deus"; • zelar pelas "coisas" do Reino; • testemunhar o amor do Pai no serviço ao próximo e , em especial, ao cônjuge. Para tanto, faz-se necessário apreender o espírito das ENS, conhecendo as suas orientações para amar mais e, assim, servir bem à família, ao Movimento, à Igreja .. . Sem o devido conhecimento e zelo, qualquer "tesourd' corre o risco de virar lixo. Que a Virgem Maria, ao longo deste ano, seja nossa inspiradora e guia. • Cida e Raimundo CR Super-Região Brasil 3


Casal Provincial

UM AMOR NOVO Quando refletimos sobre esse tema, não podemos deixar de relembrar como foram os nossos primeiros passos juntos. A nossa história começa em 1963, quando nos conhecemos em Rorianópolis, na Universidade, onde frequentávamos cursos diferentes . Juntos, tivemos a graça de participar do movimento da Juventude Universitária Católica (JUC) , onde aprendemos a fazer política estudantil com base em valores cristãos, a nos conhecer melhor e a aprofundar a nossa fé . Casamos em 1968, moramos por um breve período em Tubarão (SC) e, em 1969, fomos para o Rio de Janeiro, onde nasceram os nossos dois primeiros filhos. Durante alguns anos, a nossa vida de Igreja limitou-se às Celebrações Eucarísticas. Água morna! Certo dia, um casal de nossa paróquia, que participava das mesmas missas, veio falar conosco e convidou-nos para um Encontro de Casais com Cristo. Ainda que surpresos, aceitamos na hora. Vimos, no convite, um gesto do cuidado de Deus para conosco. Depois do primeiro encontro, nos incorporamos às equipes de serviço, até que, em 1976, voltamos para Rorianópolis e logo passamos a trabalhar nas pastorais de nossa nova paróquia. É que o espírito do amor ao serviço já começava a germinar em nossos corações. De fato, o processo de conversão começa quando se descobre o valor do serviço, principalmente em comunidade. Tudo corria bem. O nosso terceiro filho havia nascido. Com muitos amigos e muitas atividades, a vida seguia 4

em frente , mas, no fundo, sabíamos que não podíamos nos contentar só com isso e tínhamos a clara percepção da necessidade de um esforço adicional, de um comprometimento mais efetivo conosco mesmo, como casal, e com a Igreja. Sentíamos falta das exigências que conduzem o casal à santidade. Mais do que uma vida cristã, passamos a procurar por razões que nos fizessem crescer como casal, no mistério do amor conjugal. No início de 1987, conhecemos o Movimento das Equipes de Nossa Senhora e a ele passamos a pertencer. Logo compreendemos que toda a nossa caminhada, até então, não tinha passado de uma longa preparação para o que viveríamos nas Equipes e com as Equipes. Aos poucos, foi se fortalecendo em nós o sentimento de que o amor de um para o outro é sempre precedido por um amor maior, o amor de Deus para conosco, Deus nos ama com um amor que não se esgota, um amor infinito, o qual, por sua obra e graça, penetra, conquista e arrebata CM442


os corações que o acolhem e que, a partir de então, nunca serão mais os mesmos, porque voltam a ser do seu Criador. Restabelece-se, assim, a unidade entre o Criador e a sua criatura - o casal. Um com o outro e ambos com Deus. Esse amor sem limites confere ao casal a capacidade de amar com o próprio amor de Deus, porque já não somos mais nós que amamos: passamos a amar com o amor de Deus, que habita em nós. Essa foi a nossa grande descoberta . Tudo mudou, desde então. Trata-se, verdadeiramente, de um amor novo, que recebemos mediante o sacramento do matrimónio e que se renova e atualiza no dia a dia da vida do casal. É isso que explica a capacidade de os casais se amarem até a eternidade. O amor simplesmente humano não seria capaz de amar tanto e para sempre. Ao retomar o coração que lhe pertence, Deus se responsabiliza por nós, mas de uma forma que respeita e valoriza a liberdade do casal. Ele não opera contra a nossa vontade. Aguarda a nossa permissão e a nossa participação para que o Espírito Santo nos revele e nos conduza pelos caminhos da conversão. E Ele, o Cristo, caminha conosco, como caminhou com os discípulos de Emaús. Sempre que refletimos sobre a nossa vida, vem-nos à lembrança a figura do "pequeno rebanho" (Lucas 12, 32) constituído pelas Equipes de Nossa Senhora . Como Deus é generoso com os casais que se comprometem com o Movimento. Pertencer a esse "pequeno rebanho" e viver conforme o seu carisma e a CM442

Esse amor sem limites confere ao casal a capacidade de amar com o próprio amor de Deus, porque já não somos mais nós que amamos: passamos a amar com o amor de Deus, que habita em nós.

sua mística é renovar diariamente a inspiração que levou à criação das Equipes de Nossa Senhora. É ter a graça de caminhar junto com pessoas que se amam , assim como o Pe . Caffarel propôs aos casais que tomaram a iniciativa de procurá-lo em 1938 e dele ouviram: "Façamos o caminho juntos" . Aprova definitiva de que somos feitos "segundo a imagem e semelhança de Deus" (Gênesis 1, 26) nós a encontramos na revelação de que Ele nos criou para estar junto de nós e de que, por habitar em nós, concede-nos a graça de amar com o seu amor, que está em nós. Há quem possa ficar indiferente a essa tão grande prova de amor. De um amor novo, nunca antes conhecido.• Sílvia e Glauco CR Província Sul Jll 5


NOTICIAS INTERNACIONAIS Na cidade de Florianópolis, situado na região sul do Brasil, realizouse o II Encontro Nacional das ENS do Brasil, entre os dias 16 a 19 de julho/2009 . Reuniram-se cerca de 5.100 pessoas, dentre as quais 240 conselheiros espirituais e uma dezena de Bispos. O encontro desenvolveu-se numa estrutura similar aos grandes Encontros Internacionais, com uma abertura cível, liturgias e celebrações eucarísticas, conferências e testemunhos vivenciais, grupos mistos, momentos de convivência e até mesmo um ato público pelas ruas da cidade . O lema, "Eu e minha casa serviremos ao Senhor", foi inspirado no livro de Josué, cap. 24, vers. 15 e no tema "Casal Cristão, fecundidade evangélica". Na cerimônia cívica de abertura, estiveram presentes as maiores autoridades civis do Estado de Santa Catarina e da cidade de Florianópolis, além de D. Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico que trouxe uma mensagem especial de sua Santidade , o Papa Bento XVI, que foi lida aos presentes. O casal Maria Carla e Cario Volpini, responsável da ERI , e seu conselheiro espiritual Pe . Angelo Epis estiveram presentes durante todo o Encontro, onde proferiram uma palestra e uma homilia, respectivamente, e puderam conviver de perto e conhecer um pouco mais a vida e a realidade das equipes no Brasil. Ali também foi anunciado 6

oficialmente pela ERI que o Brasil fora escolhido para sediar o próximo Encontro Internacional de 2012 , o que foi muito festejado pelos brasileiros que demonstraram estar ansiosos por acolher os irmãos do mundo inteiro .. Estiveram também presentes , como convidados da SR Brasil , o casal Clarita e Edgardo Berna! , responsáveis da SR . HispanoAmérica . Foi um momento de celebração da vida e da unidade do Movimento no Brasil, transmitindo forte formação e renovando o ânimo dos casais equipistas, que viveram juntos momentos de grande fraternidade . Em seguida, ao término do II Encontro, foi realizada durante 4 dias, uma Sessão de Formação Nacional destinada aos Casais Regionais de todo o Brasil. Aqui, mais uma vez, contou-se com a participação do Casal Volpini e do Pe . Epis, que ali estiveram proferindo palavras para aprimorar a formação dos participantes. A SR Brasil preparou uma edição especial da Carta Mensal brasileira, trazendo o texto de todas as palestras, testemunhos e homilias, de forma a possibilitar que os mais de 30.000 casais brasileiros e demais sacerdotes conselheiros pudessem tomar conhecimento de toda a temática desenvolvida neste espetacular Encontro Nacional. • Silvia e Chico Casal Ligação da Zona América CM442


ORDENAÇÃO PRESBITERAL Dia 20 de novembro de 2009, para honra e glória do Senhor e alegria de todos, Padre Oseías Vieira dos Santos foi ordenado Presbítero pela imposição das mãos de Dom Jaime Bispo da Diocese de Osório. Padre Oseías é SCE da Equipe Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. Noêmia e Osvaldo Eq. N. S. Medianeira de Todas as Graças Setor Serra Mar - Região RS II

••• PRESBITERATO É com grande alegria que participamos a todos vocês, nossos irmãos na fé , que no dia 09/01/2010, nosso querido Conselheiro Espiritual Samuel Alves Cruz, (Salvatoriano) recebeu aSagrada Ordem do Presbiterato, em Barbalha-CE. Nossa equipe o tem com muita estima e , graças a sua ajuda, estamos crescendo no amor a Deus e aos irmãos. Equipe 07, Setor Setor B Jundiaí -SP

••• JUBILEU DE PRATA Dia 13 de dezembro de 2009,

Padre José Marcelino Wlllrich comemorou jubileu de prata de sacerdócio ministerial. Em clima de alegria e agradecimento a Deus, foi celebrada uma solene Eucaristia na igreja Matriz Nossa Senhora da Boa CM442

Viagem, em Santo Antônio da Patrulha I RS, juntamente com seus pais, familiares e amigos. Noêmia e Osvaldo CRR da Região RS II

••• 90 ANOS Dia 24 de outubro de 2009, Frei Amadeu Semin , Conselheiro Espiritual de Equipes de Nossa Senhora do Setor A - Região Centro-Oeste I, completou 90 anos de idade. Na véspera do aniversário, Frei Amadeu foi homenageado, juntamente com seus confrades Freis Jaime Biazus e Airton Guedes - também aniversariantes e conselheiros de equipes - em Celebração Eucarística de Ação de Graças realizada no Santuário de Fátima, seguida de coquetel e jantar, oferecidos pela comunidade e equipes que acompanham. Aos 12 anos de idade, Frei Amadeu ingressou no Seminário em Veranópolís (RS), dedicando-se, desde então, à vida religiosa e , no próximo dia 26 de dezembro, Frei Amadeu completou 63 de ordenação sacerdotal. Este frade tem marcante trajetória religiosa e profissional. Ocupou cargos de grande importância, tanto no Brasil, quanto no exterior. São, portanto, 78 anos de vida dedicada ao projeto de Deus. Em todos os lugares onde trabalhou , Frei Amadeu construiu forte vínculo com as pessoas, por seu carisma, disponibilidade, obediência aos votos perpétuos e amor ao próximo. Atualmente, além de dedicar-se a trabalhos junto à comunidade, é Conselheiro Espiritual das Equipes 7 7


e 46 do Setor A, da Região CentroOeste I, onde se empenha para o crescimento espiritual dos casais em busca da santificação. Eq. N. S. da Guarda - 46 e Eq. N. S. Aparecida- 07

Setor A, Região Centro-Oeste I Brasília (DF)

••• ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO Dia 05 de novembro de 2009, a Diocese de Itabuna-Ba, celebrou o aniversário de 20 anos de Ordenação Espiritual de Dom Ceslau Stanula. Foi bispo de Roresta em Pernambuco e, há 12 anos, encontra-se em Itabuna. É o fundador das Equipes de Nossa Senhora na Diocese e Conselheiro Espiritual da Equipe de Nossa Senhora da Rosa Mística. Durante todo dia recebeu visitas de autoridades, padres, religiosas, membros das pastorais, movimentos e da comunidade. Às 18 horas aconteceu a Celebração Eucarística; logo após, houve coquetel e uma sessão de autógrafo de lançamento de um livro de sua autoria.

Clara e Tavares Eq. N S. da Rosa Mística Itabuna -BA

...

JUBILEU DE OURO em 25. 01.2010 lnnã Terezinha Mauro nasceu em São Paulo - Capital em 28/08/34. Em 1949 entrou para a vida religiosa na Congregação Nossa Senhora do Calvário e fez votos perpétuos em 1967. 8

Educada na fé pelo exemplo e prática da avó materna, tornou-se exímia educadora, deixando sua marca nos mais diversos rincões deste Brasil. Empreendedora, conseguiu verbas internacionais para auxiliar no seu trabalho pastoral e formação de comunidades. Atualmente é membro da Congregação das Irmãs da Ressurreição, faz parte da coordenação do COMIDI, coordena o núcleo CRB em Catanduva e é Conselheira Espiritual das equipes 04-B e 09-A na cidade de Catanduva (SP) . Rosa e Eduardo- Eq. N. S. do Sim Natália e Tadeu- Eq. N. S . Aparecida

Setores A e B - Catanduva Região São Paulo Norte I

• •• JUBILEU DE OURO Dia 15 de novembro último, comemoramos os 50 anos da Equipe Nossa Senhora do Amor e de Movimento das ENS em nossa região. Na verdade, a invocação não poderia ser outra, pois o amor ao Movimento e o amor ao próximo que transmitem são marcantes. Ao prepararmos a história da equipe para esta celebração, verificamos como foram terreno fértil para o testemunho mais puro do quanto o matrimónio é um caminho de santificação do casal. E, se pudéssemos fazer um paralelo com a palavra sagrada, não erraríamos em dizer que foram galhos que geraram muitos frutos . Obviamente passaram por diversas podas, e isto tornou a equipe ainda mais forte. Uma equipe que difundiu o Movimento por várias regiões, vivenciou o crescimento e a organização das Equipes atuando CM442


diretamente com Pedro e Nancy Moncau, desenvolveu o curso de noivos e a pastoral familiar em nossa região, criou as equipinhas e a silhueta de Nossa Senhora (desenhado por um dos membros Luís Rios) , há muito usada pelos equipistas desse imenso Brasil. É, pois, um exemplo vivo e praticante do carisma fundador e da mística de nosso Movimento. Para esta comemoração, foi celebrada uma missa presidida pelo Padre Cristiano Campelo - SCE do Setor A. A Celebração foi emocionante!! Finalizada com uma mensagem de incentivo aos equipistas, de Dom Moacir Silva, Bispo diocesano, que orientou a equipe Nossa Senhora do Amor por 17 anos. Rogamos a Deus e a Nossa Senhora que os abençoe, para que continuem sendo testemunho do Matrimônio Cristão e Equipistas. Mima e Luiz Fernando, CRS Setor A S. J. Campos

••• JUBILEU DE PRATA Equipe Nossa Senhora Aparecida História de 25 anos Dia 20 de novembro de 1984, reuniram-se na residência do casal Casal Piloto cinco casais com o objetivo de serem informados sobre o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. À época éramos seis casais. CM442

Após a informação, ficamos todos motivados a conhecer o Movimento e maravilhados pelo seu carisma. Seria uma oportunidade de vivenciar o amor conjugal baseado nos valores cristãos. Nosso primeiro Conselheiro Espiritual foi o jovem Padre José Maria Loiola. Podemos afirmar que a equipe 05 é uma equipe missionária, pois, ao longo destes vinte e cinco anos de caminhada, sempre esteve atenta ao chamado do Senhor e, através das ENS, prestando diversos serviços seja de Casal Setor, Casal Ligação, Casal Piloto, Experiências Comunitárias etc. Agradecemos ao Senhor por fazer em nós MARAVILHAS. Júlia e Abelardo, Eq. 05 B -Nossa Senhora Aparecida, Fortaleza -CE

••• JUBILEU DE PRATA Comparando o Movimento das ENS a uma grande árvore, somos mais um ramo que deu frutos e vem amadurecendo. Assim é a Equipe Nossa Senhora da Boa Von tade, que chega aos 25 anos de sua caminhada, alimentando o desejo de ir em busca de águas mais profundas no crescimento espiritual. Durante esse período, e por motivos diversos, alguns membros saíram da equipe e 9


construir um mundo de amor, felicidade e santidade. Zélia e Justino Setor C - Recife/PE

••• outros ingressaram. Porém, a cada mudança o entusiasmo permanecia e contribuíram muito para esse entusiasmo os primeiros SCE: Padre Pedro Bach e o Frei Gilberto Matos. Hoje somos 3 casais e 4 viúvas, e o SCE Frei Romildo, conosco há 15 anos. Aqui chegamos porque acreditamos e perseveramos; porque buscamos ser fiéis à pedagogia do Movimento e, em particular, por continuarmos fazendo dos PCE uma fonte de abastecimento para nossa conversão. Aprendemos a fazer da partilha e do auxílio mútuo instrumentos de solidariedade e amor fraterno. Descobrimos que somos uma pequena Igreja que se junta a uma Igreja maior, tendo em Cristo o modelo de vida a seguir. Por outro lado, temos procurado fazer do nosso testemunho esse seguimento, principalmente pelo exemplo de vida conjugal que se funda no sacramento do matrimônio. Assim também procuram dar esse testemunho, ainda que de uma forma mais pessoal, as nossas quatro irmãs que tiveram os cônjuges chamados de volta à casa do Pai. Portanto, acreditamos que o nosso Sim às ENS não foi em vão; que , ao permanecermos fiéis ao carisma fundador, inspirados no Padre Caffarel, estamos colaborando com a edificação do Reino de Deus e tentando 10

JUBILEU DE PRATA Uma História de Amor Certa vez um grupo de sete casais foi convidado a amar mais e melhor; amar mais a Deus, ao cônjuge e ao próximo. E disseram SIM em 15 de novembro de 1984, quando então foi lançada a Equipe Nossa Senhora da Conceição e deu-se o início à caminhada dos casais em busca da santidade conjugal. Nesses 25 anos, alguns irmãos deixaram a Equipe e outros vieram se juntar a nós. Éramos um pouco mais jovens e nossos filhos eram pequenos. Hoje a maioria está formada , alguns casados e já nos deram netos maravilhosos. Cresceram em lares cristãos, bebendo da espiritualidade conjugal dos pais. Nossa Equipe tem uma característica especial, que é amar muito o Movimento das ENS. Acredita no carisma, na mística e na pedagogia deste Movimento. Já levamos a Boa Nova do Matrimônio para muitos outros casais .. Todo serviço exercido com amor e por amor. Essa equipe de base (Nossa Senhora da Conceição - do

CM 442


Setor B de Jaboatão/PE) escolheu, em novembro último, as "terras altas", a seiscentos metros de altitude, no município de Chã Grande/PE, para comemorar os seus vinte e cinco anos de existência, no aconchegante, hotel "Higlander". Quisemos celebrar, de maneira marcante, o amor fraterno que nos une. E ela, a nossa querida equipe, estava completa com todos os seus membros atuais, inclusive nosso SCE, que nos orienta quase que desde seu início. Presente, também, em nossas memórias e nos nossos corações, a recordação de todos aqueles que por ela passaram e que , por vários motivos, não permaneceram.

Homenageando todos, lembramos o Padre Pedro Bach- primeiro Sacerdote Conselheiro Espiritual. Teve de tudo: Ceia na chegada, reunião mensal, passeio turístico, Santa Missa, conversas animadas, brincadeiras e muita, muita alegria, descontração e amizade. Parabéns Equipe Nossa Senhora da Conceição! "Estávamos como sonhando. Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas. Ficamos exultantes de alegria!" (Sl125) Marcia e Luis Carlos Eq. 01 - N. Senhora da Conceição Setor B - Jaboatão do Guararapes!PE

BODAS DE OURO

• Ruth e Mario Ferreira Dia 25 de Outubro passado, comemoramos duplas Bodas: a de Prata, como equipistas e a de Ouro, como Casal. Participamos de uma Missa em nossa comunidade presidida por nosso SCE Padre Mario José Filho. Foi um momento de muita emoção vivido por toda família. Damos graças ao Bom Deus. Equipe Nossa Senhora da Ajuda Ribeirão Preto, SP

• Ivone e José Sanches "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Josué 24, 15). Dia 19 de dezembro passado, o casal Ivone e José Sanches comemorou 50 anos de vida a dois. Há 24 anos dedicam-se, com muito amor, às atividades do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, principalmente na sua equipe de base, a Equipe 2/A- Nossa Senhora das Graças. Com as bênçãos dos Padre Flávio Miguel, Carlos e Rodolfo renovaram as promessas matrimoniais diante de Deus e dos seus filhos, noras, netos, parentes, amigos e irmãos equipistas .. Equipe 2A , Nossa Senhora das Graças Sorocaba, SP

CM442

11


VOLTA AO PAI • ADEMIR DA SILVA LEITE, da Leci, ocorrido dia15111/09 Integrava a Equipe 01 Nossa Senhora do Rosário do Setor Nossa Senhora das Vitórias. Estava no Movimento desde a fundação em Barbacena. • CARLOS DOS SANTOS, da Lêda, ocorrido no dia 4 de janeiro de 2010. Integrava a Equipe 22 do Setor BRegião Rio I. • Pe . NIVALDO ANTONINO DIAS , ocorrido no dia 10111/2009. Padre Nivaldo nasceu em Alto do Rio Doce/MG em 13101 11952. Ingressou no Seminário da Diocese de Petrópolisl RJ aos 10 anos e se ordenou em 05 I 12 I 1976. Chegou a Teresópolis em 14109/1980, permanecendo 29 anos como Pároco da Paróquia de Santo Antônio. Desde 1990 era SCE da Equipe 03 - Nossa Senhora de Lourdes e da Equipe 07 - Nossa Senhora Rainha da Paz e ainda serviu ao Movimento como SCE do Setor Teresópolis por três vezes e um vez da Região Rio II. Foi grande incentivador da santificação dos casais pelo sacramento do matrimônio nas Equipes de Nossa Senhora e em diversos movimentos de sua Paróquia, como ECC, Cursilho, Jovens, Caminhada de Emaús, Congregação Mariana, e outros. Sua atenção estendia-se às necessidade individuais dos membros das ENS, não medindo esforços para atender no que lhe era solicitado. Como bem lembrou Mons. Paulo Daher (também SCE em Petrópolis-RJ): "Padre Nivaldo sabia servir com humildade, sem que as pessoas notassem, sem querer que fosse divulgado agia como um dever de fazer isso por todos; sabia acolher de forma fraterna sincera. Mostrava-se irmão de todos sinceramente em seu coração e em seus gestos. Era disponível - antes até de alguém pedir ou expressar sua necessidade. Sua alegria se mostrava no brilho de seus olhos ... A mensagem que nos deixa é sua própria vida: 'fazer o bem sem olhar a quem' e a oração pelos casais equipistas". (ver pg. 40 nesta Carta)

12

CM442


PEREGRINAÇÃO À APARECIDA No dia 1° de Novembro, realizamos a tradicional Peregrinação das EJNS à Aparecida, com a participação de aproximadamente 250 jovens, de diversas regiões do país. Este evento acontece a cada 2 anos, desde que ocorreu lá o primeiro Encontro Nacional em 1990, que deu origem ao Movimento no Brasil. Na véspera à noite, logo após a chegada dos que vieram de mais longe para pernoitar, descemos caminhando e cantando do hotel para uma Igreja que ficava ali perto, para rezar um terço meditado pelo Movimento e pelo Encontro. Como estava fechada, decidimos fazê-lo na pequena escadaria que dava acesso a sua entrada. Muitos que passavam ficavam admirados em ver ali uns 40 jovens, rezando e cantando em homenagem a Maria, e sem saber bem o que estava acontecendo seguiam seus caminhos comentando aquele gesto que parecia incomum, mesmo na capital religiosa do país. Após o Terço, nos reunimos para tratar da transição e pilotagem do Secretariado Nacional de Brasília para Vinhedo-SP, que estará com a responsabilidade no período 2010/2011 . De madrugada, mais uma vez saímos caminhando dos hotéis para assistirmos à Missa das 5:30h no Santuário Nacional dedicada às EJNS. Vários jovens do Estado chegaram de ônibus direto de suas cidades para essa Missa na Basílica. Saindo dali , fomos ao salão de palestras de um Convento Beneditino, CM 442

onde houve a cerimônia de Transmissão de Cargos do Secretariado Nacional, com muita alegria e empolgação. Num dos momentos de descontração o ponto alto foi uma encenação de um grupo de Brasília que, imitando o programa CQC, satirizava vários acontecimentos que ocorreram durante os dois últimos anos do Secretariado na capital federal. Ao final , houve muitos depoimentos fortes dos responsáveis que saíam e dos que entravam, tocando a todos de muito emoção ao ver como Deus opera na vida de cada um que se deixa tocar por sua Misericórdia. Ou, como o Papa Júlio II disse a Michelângelo, ao concluir sua pintura da capela Sistina no Vaticano : 'í!\ obra realizada é muito maior quando nos deixamos levar como dóceis instrumentos nas mãos do Pintor. " Para finalizar, nós do Secretariado Nacional das EJNS, gostaríamos de continuar contando com o apoio fundamental dos casais das ENS, tanto como acompanhadores das equipes de base e Setor, quanto iniciadores de novas equipes. Também gostaríamos de saber quem já foi equipista EJNS no passado e agora faz parte dos casais ENS, para que possamos estreitar relacionamento. Em ambos os casos pedimos que utilizem o e-mail abaixo para entrar em contato conosco. Soma; fortes se toda; soma; um! • Renato Rocha Responsável Nacional sn (p ejnsbrasil.com.br

13


QUE TIPO DE EQUIPISTA VOCÊ É? Você é um equipista ativo ·ou um equipista conformista? Você se acomoda, não reage quando passa por alguma dificuldade na vida? E na equipe? Você normalmente diz: Ah! eu não consigo vivenciar os PCEs ... é tão difícil! Se você acredita que todas as coisas são obras do destino, "eu nasci assim , eu cresci assim, vou ser sempre assim": você possui a síndrome da Gabriela . Você acha que nunca vai mudar. Nunca vai conseguir vivenciar os Pontos Concretos de Esforço. Cuidado! você é um equipista conformista. Um equipista ativo acredita que o destino é questão de escolha. Enquanto o conformista vê a tempestade e se amedronta , o ativista vê no mesmo ambiente a chuva e enxerga a oportunidade de cultivar. Existem equipistas 100% conformistas ou 100% ativistas? Não, porque ninguém consegue vivenciar todos os PCEs, sempre vai ter facilidade em um e dificuldade em outro. Todo ser humano quer ser reconhecido, todo ser humano precisa escrever sua história. Você quer ser reconhecido como equipista? Você está escrevendo sua história como um filho de Deus , batizado, e que pertence às Equipes de Nossa Senhora? Lembre-se sempre que um equipista conformista soterra 14

suas habilidades, anula seus dons, contrai sua competência, bloqueia sua inteligência. Se você se considera incapaz, inábil para vivenciar os PCEs , você é um equipista conformista; não expande sua espiritualidade. Prefere ser vítima a ser agente transformador da sua história . Prefere ser amante da insegurança a ser parceiro do entusiasmo. Prefere enterrar os talentos em terrenos pedregosos a cultivá-los em terra fértil. Os equipistas conformistas são reis das desculpas. Sempre têm justificativas para não atuar, não treinar, não exercitar os Pontos Concretos de Esforço. Lembre-se : os conformistas transformam fracassos em medo; os ativistas transformam derrotas em garra. Ninguém pode asfixiar, amordaçar mais um ser humano do que ele mesmo. Saia já desse conformismo mórbido enquanto é tempo e navegue no mar do ativismo. Mude seu modo de pensar, de agir, de ser, tenha coragem e vivencie os PCEs e transforme sua vida pessoal, sua vida de casal, a vida da sua equipe. Use suas dificuldades para ser um "ser" melhor. • Toninha da Nilda Equipe 1- Nossa Senhora de

Caraguá Região São Paulo Leste I Setor Caraguatatuba SP CM442


RETIRO ANUAL DO SETOR CASCAVEL/PR Um mergulho na ternura de DEUS

Nos dias 25, 26 e 27 de setembro de 2009, no Centro Diocesano de Formação de Cascavel, os casais equipistas do setor Cascavel e alguns de outras regiões, cumpriram um dos mais importantes PCEs: o retiro anual. Na oportunidade fomos abençoados com o privilégio de ter como pregador o Padre Pedro Sallet. O sacerdote nos brindou com um retiro do silêncio, fazendo-nos mergulhar na TERNURA DE DEUS. Com sua habilidade e conhecimento, que lhe é peculiar, nos fez sentir muito amados por Deus. Suas explanações e seu material explicativo, preparado com muito carinho, nos ajudaram, e continuam a ajudar, a viver o retiro como importante momento de intimidade com o Senhor. Muitos aspectos no retiro nos chamaram atenção, dentre eles alguns textos transmitidos por padre Sallet, que gostaríamos de partilhar com os irmãos equipistas: "O perdão e a reconciliação refletem a misericórdia e a ternura ilimitada CM 442

de Deus. Eles recriam e refazem os elos quebrados e devolvem a paz, a alegria e a harmonia. A atitude de perdão e de reconciliação possibilita o crescimento na fé e na confiança". "O Deus que se revela, em Jesus, é o Deus da alegria e da ternura. É o Deus que respeita e cuida de seus filhos. Ele continua amando a pessoa mesmo que seja infiel. Jesus aguarda, com infinita paciência, o arrependimento e o retorno à Ternura. O filho pode esquecer o pai. O pai, porém, não esquece". "Deus é a Fonte inesgotável de ternura para aqueles que se deixam amar por Ele, n'Ele e com Ele aprendem a amar a vida e toda a criação. A pessoa tocada pelo Espírito do Ressuscitado, é envolvida pela ternura de Deus". Por tudo isto, saímos do retiro entusiasmados, abastecidos e com o coração leve e aberto para o amor. • Cleoci e Aro/do Dal/a Costa Equipe 03 - N. Senhora das Graças Setor Cascavel- PR 15


SEDE SANTOS COMO MEU PAI É SANTO A este convite que Jesus nos faz, observemos a nossa condição de casais equipistas, para vivenciarmos a nossa espiritualidade no nosso dia a dia. Temos algo que nos fortalece e que nem sempre o usamos: os PCEs, seis grandes motivos que levam qualquer equipista à santidade proposta por Jesus em seu convite. Ao escutarmos o que Ele nos fala todos os dias e reservarmos alguns minutos do nosso tempo para Ele, teremos oportunidade grandiosa de dias melhores (Escuta da Palavra e Meditação). Após invocarmos o Espírito Santo e fizermos uma boa reflexão de nossas atitudes , em comunhão com o nosso cônjuge, encontraremos uma maneira de modificarmos nossas atitudes (Dever de sentar e Regra de vida). Uma coisa que nos fortalece é o nosso

momento diário de encontro com Deus, pois Jesus nos diz que "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome Eu aí estarei "(Oração conjugal) . E nada mais gratificante aos olhos de Deus do que o momento de irmos ao seu encontro no deserto, de saciarmos as reflexões que nos são propostas, o momento de adoração e as celebrações de que participamos (Retiro) . Devemos assumir que somos verdadeiros cristãos católicos participando da missa aos domingos e, como equipista, recitando a oração do Magnificat todos os dias. Então escutaremos, um dia, o próprio Jesus dizer: "Vocês buscaram ser santos assim como Meu Pai é santo". • Denilza e Josevando Eq. N.S . de Lourdes Itabaiana-PB

PARA FACILITAR UM VERDADEIRO ENCONTRO COM O SENHOR Deveríamos igualmente aprender a não opor ser e ter. Devemos ser e devemos ter. É verdade que ter um rosário de ações e acontecimentos vividos superficialmente, sem engajamento pessoal, não acrescenta nada ao nosso modo de ser. Mas é igualmente verdade que, se o que desejamos ter não é somente o cumprimento de certas coisas que tranquilizam nossa consciência, mas uma atitude renovada em relação a Deus e aos homens, que certamente vamos exteriorizar, esse ter, sem dúvida, nos ajudará a ser mais pessoas, a ser mais membros da equipe, a estar mais perto de Deus. (extraído do documento Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha - pág. 6)

16

CM 442


A SAGRADA RESPONSABILIDADE DO EQUIPISTA DE BASE: , . A Unidade IX do "Vem e Segueme", relativa à responsabilidade no Movimento das Equipes de Nossa Senhora, é introduzida com absoluta propriedade pelo episódio do Lava-Pés. Da Palavra de Deus, riquíssima em ensinamentoshumildade, solidariedade e outros- resulta bem claro que a responsabilidade é de todos nós. Todavia, ao começar a abordagem do tema, o texto começa diretamente pela responsabilidade do Casal Responsável de Equipe. Destarte, parece que o Casal Responsável de Equipe, apenas ele, teria responsabilidade digna de relevo. Assim não é. Na verdade, todos os casais da Equipe de Nossa Senhora são igualmente responsáveis, só que um deles, ao ser eleito CRE, ganha atribuições específicas: passa a ser porta-voz dos companheiros, coordenador de suas atividades, incentivador de seus desempenhos como equipistas, cobrador de seus compromissos relativos à execução dos PCEs, da Vida de Equipe, da Entreajuda etc., etc. E, sobretudo, passa a fazê-los compreender que, sem a participação deles, positiva, abnegada, não haverá crescimento da Equipe nem, consequentemente, do Movimento bem entendido, crescimento qualitativo, proporcional ao quantitativo. O próprio Movimento reconhece que a Equipe de Base é a sua célula mais importante, sem a qual ele próprio não existiria. Interessante lembrar também que, de acordo com a sua doutrina, os eleitores do CRE são meros instrumentos de Deus (os casais devem CM442

aceitar a missão como um chamado de Deus, cf. Unidade lX, p . 5). E se, às vezes, parecer que não foi escolhido o casal de maior mérito, em qualquer hipótese, este terá o suporte do Espírito Santo e dos demais casais da Equipe. Carece que todos os casais da Equipe estejam cônscios de suas sagradas e fundamentais responsabilidades, ou oCRE não poderá cumprir satisfatoriamente sua também relevante missão. Os equipistas descuidados não cuidarão de, nas folhas de Partilha, melhorar os "efes" (fraco) de um mês para os "erres"(regular) no mês seguinte, já com vista a obter uns "bês" (bom), no subsequente. Muito ao contrário, acharão normal um decréscimo de atuação, quiçá uma sequência de "efes" e "erres" -e de "enes" -portado o Ano Equipista. Por fim, nossa sugestão para 2010 é que os Casais Responsáveis de Equipe e os Casais Ligação enfatizem aos Casais Equipistas de Base a sagrada responsabilidade que todos nós, equipistas, assumimos perante a Santíssima Trindade no exato momento em que, voluntariamente, entramos para o Movimento, visto que o compromisso é estabelecido sob a inspiração do Espúito Santo, a Palavra de Salvação do F!lho e a proteção do Pai, lembrando, inclusive, aos equipistas em geral que, para merecerem realmente esse elevado status, têm de honrar suaresponsabilidade, pois não são obrigados a permanecer no Movimento se as julgarem excessiva. • Hugo, da Beatriz- Eq. 27-F

RCO I - Brasília - DF 17


REALIZAMOS NOSSOS BALANÇOS As Equipes de Nossa Senhora, no mês de novembro, realizaram seu balanço. Dois pontos foram sugeridos pela Super-Região: aspectos da vida do Movimento que, em 2009, mais contribuíram para o nosso crescimento como casal e aspectos que mais contribuíram para o nosso comprometimento com os membros da nossa pequena comunidade Equipe. Cremos que, com maior ou menor intensidade, os participantes das Equipes devem ter se manifestado sobre o relacionamento e a vida em comunidade entre eles. Isto nos faz relembrar um trecho de um livro escrito por Jean Vanier 1, no Capítulo I, UM CORAÇÃO, UMA ALMA, UM ESPÍRITO. Aí encontramos um item que ele denominou "Chamados juntos tais como somos". "Para as comunidades cristãs, Deus parece chamar pessoas humanamente muito diferentes, vindas de culturas, de classes ou de países diferentes. As comunidades mais belas são o resultado justamente desta diversidade de pessoas e de temperamentos . Segundo Didier, ' uma comunidade constrói-se como uma casa, com todo o tipo de pedras. O que segura as pedras é o cimento. O cimento é feito de areia e de cal, que são materiais muito frágeis: basta um ventinho e eles voam, tornam-se pó. Também na comunidade o que

nos une, o nosso cimento, é o que há de mais frágil e pobre em nós ' . E isto obriga cada um a ultrapassar suas simpatias e antipatias para amar o outro, com suas diferenças." Aliás, Padre Caffarel já mencionava em sua palestra "A Ecclesia"2 : "A menor das assembleias , a assembleia familiar, a assembleia de alguns casais, é a esposa de Cristo. Compreenda-se com isso que estes poucos casais foram chamados , convocados (.. . ). Estes casais que se reagrupam em casa de um deles, foram chamados, convocados por Cristo; responderam pressurosos e aí estão ao redor dele, como a esposa respondendo ao apelo do esposo e a ele se dando, como a esposa que crê nas promessas do esposo e que se faz acolhedora ao dom do esposo." E continua Vanier: "Essas pessoas nem sempre teriam escolhido viver juntas. Humanamente isso parece desafio impossível, mas é porque é impossível que elas tenham certeza de que foi Deus quem as escolheu para viverem nessa comunidade. E então o impossível torna-se possível. Elas não se apoiam mais sobre suas capacidades humanas ou sobre suas simpatias, mas sobre o Pai, que as chamou para viverem juntas. Ele lhes dará, pouco a pouco, esse coração novo e esse espírito novo, para que se tornem testemunhas do amor. Quanto mais

1. COMUNIDADE, lugar do perdão e da festa. Jean Van ier- Edições Paulinas. 2. A ECCLESIA. Padre H. Caffarel, ENS NO BRASIL - Ensaio sobre sua história, Nancy C. Moncau.

18

CM 442


impossível é humanamente, tanto maior é o sinal que esse amor vem de Deus e que Jesus está vivo: "Todos reconhecerão que sois meus discípulos pelo amor que tiverdes uns pelos outros" (Jo 13, 35). Os apóstolos e os discípulos compreenderam-no muito bem. Os Atos dos Apóstolos nos dizem: "A multidão dos irmãos não tinha senão um só corpo e uma só alma" . Padre Caffarel na palestra mencionada diz: "Mas cuidado! Quem diz "amor cristão" deixa entender que se trata de não mais fazer acepção de pessoas, como fala São Paulo. E eu os convido a se manterem atentos a esta tentação que envenena muitas vezes a cristandade. Refiro-me a certo "racismd': os que não são do mesmo meio, da mesma raça, da mesma língua, da mesma classe social, da mesma cor de pele, eis que não são mais considerados como irmãos. Mas, então, que assembleia é esta, que faz acepção de pessoas? Serão talvez bons amigos, não são pessoas que se amam com amor cristão. É de São Paulo esta frase que vocês conhecem muito bem: ' Não há mais nem judeus nem gregos! ' E eu lhes asseguro que para os seus contemporâneos, isto queria dizer muita coisa, pois sabe Deus quanto, naqueles tempos, as distinções eram marcantes e as raças em oposição. (...) A sua responsabilidade, penso eu, consiste em fazer todo o possível para que haja este amor cristão, isto é, este amor que não exclui ninguém, que derruba todas as fronteiras, todas as barreiras. Amor cristão que leve a pôr tudo em comum. CM 442

Eu me recordo, em particular, da Peregrinação das Equipes a Lourdes, há poucos anos. Na rua, vinte vezes, fui abordado por casais que me diziam: 'Padre, explique-me esta coisa curiosa; no trem, estávamos com sete casais que não conhecíamos. Ora, depois de meia hora de conversa havia entre nós uma qualidade de amizade que não conseguimos sempre realizar, nem mesmo na nossa equipe e que nunca se realiza com nossos outros amigos' . Ao que eu respondia: 'E preciso tomar consciência de que há vários tipos de relações humanas. Há as relações de amizades, há as relações mundanas, há as relações de camaradagem, há as relações de negócios e há as relações em Cristo. Pois bem, justamente o que vocês realizaram foram estas relações em Cristo. Não pensem que era particularmente bom por causa de uma simples qualidade de emoção, não. É profunda, é uma realidade misteriosa que aí se manifestava e da qual lhes foi dado tomar consciência"'. Uma comunidade só é comunidade quando se descobre formada de pessoas imperfeitas, feitas de uma mistura de bem e de mal, de luz e de trevas, mas que estão ligadas entre si na busca da perfeição e nela encontram a terra em que cada um pode crescer sem medo, para a libertação das formas de amor que trazem escondidas em si. Não se deve procurar a comunidade ideal; trata-se de amar aqueles que Deus pôs ao nosso lado, hoje. São sinais da presença de Deus para nós. Talvez preferíssemos pessoas diferentes, mais alegres ou mais inteligentes, mas são estas que Deus 19


quis e escolheu para nós. É com elas que devemos criar a unidade e viver a aliança. Assim sendo, não é a lei da semelhança que deve prevalecer na construção de uma comunidade , mas o fato de cada um crescer no modo de exercer seus dons e qualidades, para que ela se torne mais bela, mais irradiante , mais sinal do Reino. (Jean Vanier) . Ficamos felizes em verificar que tanto na primeira como na segunda questão do balanço, nossa equipe

foi unânime em reconhecer este crescimento cada vez maior deste laço de união, que não é feito somente de amizades, mas de verdadeiro compromisso, reunindo-nos em nome de Cristo e espelhado principalmente na entreajuda material e espiritual existente entre nós . Um verdadeiro testemunho como aquele dado pelas primeiras comunidades de cristãos. • Maria Regina e Carlos Eduardo Equipe N. S. Rosário Piracicaba (SP)

PILOTANDO UMA EQUIPE Uma Equipe de Nossa Senhora é como um veículo. O céu é o destino, a santidade é o objetivo, a Igreja católica é o caminho, os casais são os passageiros, os PCEs são as marchas, o combustível é o amor. Mas, para iniciar com esse veículo, na estrada da vida, desviando-se dos buracos e evitando os barrancos, foi preciso motorista, não... dois motoristas, não... de piloto, não... de dois pilotos, ou seja, de um casal piloto. Obrigado por nos dirigir até aqui; sabemos que não foi fácil: os passageiros não entendiam as leis de trânsito das Equipes, as marchas, às vezes, não se encaixavam, o combustível, muitas vezes, ficava na reserva, alguns passageiros desceram, outros subiram; a estrada, às vezes parecia, escorregadia. Mas, como vocês foram ótimos pilotos, não deixaram o veículo desgovernar, Obrigado, Casal Piloto! • Juliana e Marcos, Equipe 8 - Nossa Senhora da Rosa Mística Setor Ituiutaba -Região Goiás-Su~

I

20

CM 442


AS ENS, NO BRASIL,

DE 1950 A 1970 Entramos nas equipes em 1954 com pouco menos de 3 anos de casados. Convidados por um casal, Maria e José Aquino, afilhados de casamento dos pais de Marcello, fomos assistir a uma reunião da quinta equipe formada em S. Paulo. Era chamada de "Equipe das Perdizes", pois todos os seus membros eram daquele bairro, além de terem sido aglutinados pelo saudoso Frei Domingos Maia Leite. Uns 6 meses depois fomos "expulsos" do grupo, apesar de muito bem entrosados e estarmos aproveitando bastante. É que éramos bem mais jovens que os demais componentes do grupo. Não se pense, contudo, que tenhamos sido "expulsos" das ENS . O Frei Domingos entendeu que era melhor para nós dois integrarmos uma equipe de casa is jovens que estava se iniciando. E lá estamos, na Equipe N. S. do Sim, há 57 anos. Com muito entusiasmo procuramos, desde logo, entender as Equipes com as suas obrigações, algumas inéditas, sem similar em práticas religiosas conhecidas. Para as entender lançávamos mão da "Charte" porquanto os Estatutos ainda não haviam sido traduzidos. Outras vezes lançávamos mão do Dr. Moncau para esclarecer as dúvidas.


As equipes continuavam se expandindo:assim surgiu em Jaú a primeira equipe fora da cidade de São Paulo e em Florianópolis a primeira equipe fora do Estado de São Paulo. Marcante nos inícios do Movimento no Brasil foi a visita que nos fez o próprio Pe. Caffarel em Julho de 1957. Impossível dizer, em poucas palavras, o que significou, tanto para as equipes como para a nossa vida de casal, a vinda do Padre à nossa Terra . Foi, como muitos disseram, um verdadeiro Pentecostes. Com as suas explicações claras, profundas e vivenciais começamos a entender melhor o que as Equipes pretendiam e os métodos que utilizavam para levar os seus membros a viver um cristianismo adulto pela vivência do sacramento do matrimônio. Foi a profética visita de Pe. Caffarel que nos encheu de entusiasmo e desejo de levar aos outros as riquezas que nos tinham sido reveladas por sua presença carinhosa e esclarecimentos. Tínhamos certeza de que era o Espírito que falava. Às vésperas de seu regresso, durante a Santa Missa, ele instalou oficialmente o primeiro Setor do Brasil. Seu casal responsável

Primeira viagem de Pe. Caffarel ao Brasil, em 1957.

11


era Nancy e Pedro Moncau, o Conselheiro Espiritual o Pe. Lionel Corbeil, esc e nós dois responsáveis pela difusão em São Paulo. O entusiasmo despertado pela visita levou os equipistas de então a procurarem parentes e amigos para entrarem nas Equipes. "Os motivos invocados eram os mais diversos: "lá vão encontrar bons amigos" , " os nossos filhos vão fazer boas amizades e, assim, livrar-se das más companhias", "os casais encontrarão apoio para vencer suas dificuldades", etc. etc. Na verdade tínhamos medo de falar das coisas de Deus para não assustar os convidados ... Perdemos tempo com uma infrutífera trabalheira . Inúmeras reuniões de informação foram feitas. Só nós dois fizemos mais de 15! Que resultou de tanta "pregação"? Cerca de uma vintena de casais quis fazer a experiência. Mas o interesse durou pouco: somente duas ou três equipes vingaram! Tempos depois descobrimos a causa do fracasso: a França nos enviou um folheto precioso: "O bom início de uma equipe" . Passamos a segui-lo, pois ali se especificava o que realmente o Movimento desejava : a busca da santidade através da vivência do sacramento do matrimônio. Em 1962 o Pe. Caffarel volta ao Brasil. As equipes haviam crescido: eram 167 espalhadas por várias cidades.

Pe. Caffarel em Valinhos, 1962.

III


Os tempos, porém, eram difíceis. Dois fatores pesavam muito sobre a vida do Movimento. Um de ordem geral, de natureza política, sacudia todo o País provocando discussões. O outro abalou a Igreja pelas mal compreendidas reformas e novidades introduzidas pelo Concílio Vaticano 11. O fator político decorria da disputa entre os adeptos da ideologia chamada da direita, de tendência liberal e os que eram considerados esquerdistas por defenderem os ideais pregados pelo socialismo . As discussões tornaram-se acirradas em muitas equipes. Umas acabaram por soçobrar. A caridade fraterna, em muitos grupos, parecia não existir. Nós, os dirigentes de então, ficamos atônitos, sem saber o que fazer, salvo rezar. Talvez dois ou três exemplos concretos melhor elucidem a lamentável situação. Alguns equ ipistas, sobretudo do interior de São Paulo, foram denunciados à polícia por companheiros da própria equipe. Acabaram presos. Nós dois, pela intervenção de amigos bem situados, conseguimos visitar um deles no DOPS e um outro na Base Aérea de Cumbica. Um terceiro salvou-se graças a um conhecido que me telefonou para avisar que um equipista, conhecido dele, estava com a prisão decretada. Esperando chegar antes da polícia, levamo-lo a se homiziar em uma fazenda no sul de Minas, sem nem pedir licença ao dono ... Por outro lado, as equipes também foram, de alguma maneira, abaladas pela inquietação que surgiu na Igreja devido às reformas e novidades trazidas pelo Vaticano 11. Por isso diziam: "se a Igreja passa por reformas, as Equipes também devem ser reformadas". Só que os defensores das "reformas", do Concilio só sabiam algo gritante: o latim foi abolido da liturgia, os padres agora rezam a Missa virados para o povo e não de costas ... Foi convocada uma reunião de todos os Regionais, aberta aos Responsáveis de Setor. O comparecimento foi grande, beirando, talvez, a mais de uma centena de pessoas. Depois de 2 dias de discussões em clima de total abertura e da votação de várias proposições, chegou-se à conclusão de que as Equipes pareciam em nada conflitar com as decisões conciliares. Só que se impunha, desde logo, a necessidade de se conhecer melhor a doutrina emanada do Conclave. Para tanto, formou -se um grupo de casais para estudar as medidas conciliares, particularmente aquelas que afetavam a doutrina das ENS. Para garantir a boa doutrina, foi escolhido o Pe. Antonio Aquino, sj, que já vinha, inclusive, estudando os textos conciliares. Éramos 5 ou 6 casais que se reuniam toda terça-feira. O grupo se autointitulou GECENS: grupo de estudo sobre o Concílio e as ENS. O método

IV


seguido consistia em refletir sobre um ponto dos Estatutos, cotejando-o com textos conciliares apontados e explicados pelo Pe. Aquino, cabendo, como não podia deixar de ser, ao Dr. Pedro Moncau redigir o relatório de cada encontro realizado semanalmente ao longo de, aproximadamente, meio ano. Com base em tais relatórios, o Dr. Moncau redigiu o folheto "As ENS e as suas grandes linhas". Em 1969 o Centro Diretor enviou um de seus membros, Françoise e Jacques Laplume, acompanhados do Pe. Roger Tandonet, sj. para inteirar-se da situação do Movimento no Brasil. Ao final da visita fomos surpreendidos com a indicação de nós dois para CR pela Equipe de Casais lnter-Regionais - ECIR. Aproveitando as férias de Julho, colocamos os filhos mais velhos dentro da "Veraneio" e fomos visitar todas as equipes de Curitiba para baixo, as quais só conhecíamos de ouvir falar. Foi uma inesquecível maratona que nos permitiu constatar o grande amor que os casa is tinham pelas Equipes, mas, ao mesmo tempo, verificamos a grande falta de formação do pessoal. Que fazer? Era a indagação que nos perseguia . Rezamos muito até que, em Porto Alegre, de maneira insuspeitada, tivemos a inspiração: organizar Sessões de Formação que transmitissem o verdadeiro sentido do que eram as ENS. Para poder multiplicar as Sessões, organizou-se em Jundiaí o que ficou apelidado de "Curso de Profetas", porquanto o profeta era o que falava em nome de Deus. Generosamente, uns 8 casais apresentaram-se para fazer o Curso. Como vários alegaram que não sabiam falar em público, tivemos que visar dois aspectos: um visava a aprofundar o conhecimento da doutrina das Equipes; outro tinha por finalidade realizar como que um pretenso curso de oratória . Foi graças a esta brava gente que se tornou possível organizar dezenas de Sessões, de sorte que só podia ser nomeado piloto, ligação, membro do Setor quem tivesse feito a Sessão. Diga-se, de passagem, que tais Sessões foram exportadas para Bogotá e Porto Rico. Em suma, pode-se dizer que estes 20 anos foi o tempo em que as ENS se consolidaram no Brasil graças à dedicação e esforço de inúmeros casais. Basta lembrar que hoje as equipes vão da Amazônia até os pampas gaúchos. Por toda esta rica expansão temos que dizer: Louvado seja o Senhor! Esther e Luiz Marcel/o Moreira de Azevedo, Equipe Nossa Senhora do Sim Setor A - São Paulo - SP

v


ENS: PRIMEIROS 20 ANOS DE VIDA NO BRASIL Vão aqui breves referências históricas como registro do existir do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, num momento em que se comemoram os 60 anos de sua implantação no Brasil e dos cinquenta e sete em nossa Florianópolis. Apesar de inserido numa escala internacional e com regras bastante rígidas e ascéticas, o Movimento adquiriu entre nós brasileiros características próprias e pertinentes àqueles que o ajudaram a se consolidar e até inovar o pensamento, as ideias, leituras e comportamentos do cristão engajado na Igreja Católica, acerca da vivência do SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO. Temos consciência de que nos tornamos protagonistas de novos tempos! No universo dos fiéis católicos, a vivência de uma espiritualidade nos moldes e orientações do Evangelho, caracterizando-a como santidade, "uma utopia de vida temporal", segundo os planos de Deus, e perspectivas de se obter a felicidade eterna nos Céus, é o objetivo quase que instintivo e principal de todo ser humano. Muitos são os caminhos existentes para uma ascese nessa direitura: conventos; clausuras; mosteiros; vida sacerdotal e religiosa; ermitões solitários, e, por que não aos casados dentro ou fora da sociedade secularizada? Enfim, muitos são os caminhos que se abrem para mulheres e homens descobrirem a vida e os meios de uma santidade. O século XX trouxe novas práticas e caminhos referentes ao reconhecimento da santidade dos casados. Nas últimas décadas desse século, por exemplo, o mundo assistiu à beatificação do casal Quattrocchi .. A primeira Carta Encíclica a tratar do Sacramento do Matrimônio como um espaço sagrado e caminho de santidade para os esposos, admitindo que a prática religiosa dentro da família a caracteriza como uma pequena Eclesia, surge ao final dos anos trinta do século XX, quando Pio XI, edita a CASTI CONNUBII. De lá para cá , religiosos, presbíteros, teólogos e leigos engajados passam a estudar meios para a vivência de uma espiritualidade conjugal. Nós nos incluímos nesse universo, na estruturação de meios e ações na afirmação de que a união pelo Sacramento do Matrimônio ensejava uma vida religiosa em conjunto, e não separando os esposos em práticas religiosas. O Movimento das

VI


Equipes de Nossa Senhora foi , portanto, um marco fundamental nessa nova leitura teológica do Matrimônio. De nossa parte, como integrantes da equipe n° 1 de Santa Catarina e também, participantes nos momentos de atuação na Ação Católica, nos anos quarenta e início dos cinquenta, tal porta (santificação do casal) começa a ser por nós visualizada, perseguida, batida, questionada e... aberta . Ao final da década dos anos trinta, nascem na França, LES ÉQUIPES DE NOTRE DAME, que se difundem por toda a "universalidade do catol icismo" . É, também , a partir desse momento histórico que uma nova orientação oficial da Igreja é posta em prática através de várias Encíclicas. Aos poucos se implanta uma Pastoral Conjugal e Familiar; assiste-se ao surgimento de mudanças em relação à vivência espiritual dos católicos casados. Teria o Movimento das Equipes de Nossa Senhora influenciado esse novo quadro? Como definir e explicar o que são as Equipes de Nossa Senhora em relação à espiritualidade conjugal? Para os catól icos, o papado de João Paulo 11 se constituiu como uma nova porta para firmar a espiritualidade conjugal. É a real edificação da PEQUENA ECLESIA. E o Movimento das ENS teve sua influência na construção desse novo quadro. Em 1972, a Região de Santa Catarina, preparando a presença do inspirador das ENS, Cônego Caffarel, que estaria no Brasil para encontros de estudos e formação, em São Paulo e Florianópolis, elaborou vários documentos. Um (1971) dos quais sintetiza: "A vida do Cônego Caffarel acha -se intimamente ligada à história das Equipes de Nossa Senhora . Não podemos, portanto, dizer alguma coisa de um sem nos referirmos ao mesmo tempo, ao outro, tantos são os pontos que os unem" . "Lembremos que foi em 1938 que se reuniu em Paris, com o abade Caffarel, o primeiro grupo de casais que seria o ancestral de nossas equipes". "Eram casais que procuravam, sob a orientação daquele sacerdote, os fundamentos de uma espiritualidade conjugal e familiar e que se auxiliavam mutuamente a viver essa espiritualidade cotidianamente". "De 1938 a 1947, grupos e mais grupos foram se formando, sempre sob a orientação do Pe. Caffarel. E os primeiros passos que deram aqueles casais no afã de levarem uma vida cada vez mais cristã dentro e pelo seu matrimônio, desejosos de se ajudarem uns aos outros em equipe, foram os grandes momentos de muita alegria apoio recíproco e graças."

VIl


Este resumo fornece uma ideia do que sejam as Equipes de Nossa Senhora: vivência de momentos de auxílio mútuo e objetivos comuns na busca de uma espiritualidade conjugal. Em 1947 tornou-se necessária a formação de uma estrutura e de uma Carta . Nascia o Estatuto das Equipes de Nossa senhora . O Movimento crescia na França e começa ser difundido em vários países. Em São Paulo o Casal Moncau procurava uma organização para que os casais católicos brasileiros pudessem ter uma forte vivência do Sacramento do Matrimônio. Em 1950 os alicerces das ENS são lançados em São Paulo. Nós, em Santa Catarina, sem nada sabermos do que se passava em São Paulo e na França, buscávamos também algo para o exercício de nossa espiritualidade de casados e egressos da Ação Católica. Somente em 1954 foi que tivemos notícia de que em São Paulo estava surgindo um Movimento de casais católicos. Nesse mesmo ano, o Padre Melanson, que esteve entre nós, se comprometeu a nos mandar o endereço e a quem se dirigir em São Paulo. A partir de então, também, iniciamos as ENS em Florianópolis com a primeira e nossa Equipe de Nossa Senhora do Desterro, realizando sua primeira reunião em 08/05/1955. A expansão das ENS no mundo inteiro foi um reflexo da busca dedicada dos casais católicos desejosos de viverem todas as graças do Sacramento do Matrimônio. Em 1972, Pe. Caffarel fazia sua terceira visita ao Brasil. Profundo conhecedor de assuntos ligados à vida cristã dos casados, ele sabia o papel preponderante que as Equipes podem desempenhar em nosso meio social como fermento no terreno da espiritualidade conjugal e destacava a importante presença de nosso país no seio das demais nações. Ele vê nos seus casais uma esperança de dias melhores para a família brasileira . Uma Equipe de Nossa Senhora não é uma simples comunidade humana; ela se reúne em nome de Cristo . Cristo quis que uma comunidade concreta fosse o lugar de acolhimento e de realização desse amor que Ele nos comunicou. Reuniu uma, prometeu-lhe a sua presença, o seu espírito e confiou-lhe a sua Boa Nova para ser levada ao mundo. Uma Equipe de Nossa Senhora é um oásis para o casal Cristão. Ele, por si mesmo e por suas graças especiais, é uma comunidade cristã, uma pequena Eclesia e é possuidor de uma espiritualidade que lhe é específica e exclusiva. /rany e Nereu Equipe 01, Setor-A Florianópolis, Região Santa Catarina I

VIII


NOVO CASAL RESPONSÁVEL DE EQUIPE O Estudo de Tema do mês levounos a refletir mais uma vez sobre o sentido do serviço. Chegamos à conclusão de que recebemos de Deus o serviço prestado à Equipe, por isso não é simplesmente recebêlo, mas sim confiar e doar-se. Jesus disse: "Não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fosse dado" (Jo 19,11). Falou também: "Se alguém assume um serviço, que seja como um mandado recebido de Deus "(1 Pd. 4-11).

Baseado nestas premissas, foi proposto a todos da equipe que deixassem ao novo CRE uma mensagem de acordo com as experiências particulares de cada casal. Assim, com carinho e espírito de ajuda foi dito o seguinte para eles: o Sintam a presença de Cristo em todos os momentos, bons ou ruins. Peçam a Luz do Espírito Santo! Como Maria, abandonem-se à vontade do Senhor. Aceitem a indicação por inteiro, confiando em Deus e permitam que Ele aja através de vocês, deixando-se guiar pela Sua vontade. o Procurem o conhecimento e a sabedoria das Palavras de Deus. Os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo experimentam uma alegria especial. o Tenham compromisso com o irmão, com a Equipe e com o Movimento. Quando se dá tudo, recebe-se tudo do Senhor. CM 442

o

o

o

o

o

o

Não se perturbem no tempo dos infortúnios. Coloquem sua confiança em Deus e Ele virá em seu auxílio. Estreitem, neste ano, laços de conhecimento, amizade e unidade, rendendo graças por esta responsabilidade recebida, pois, por meio do serviço, Deus nos dá a possibilidade de amar. Aprofundem-se nas leituras da Carta Mensal e dos Documentos deixados pelo nosso fundador Pe. Caffarel; eles transmitem conhecimento, testemunhos e vivência conjugal; Motivem e sintam-se motivados para ser presença viva nos Eventos do Movimento e saibam valorizar os convites feitos por Deus através das pessoas. Tenham convivência íntima com o SCE, porque ele representa Cristo. E, finalmente, sejam um casal apaixonado pelo perfume, pelo olhar e pela presença de Jesus Cristo.

Confiem! A riqueza da vida em Equipe depende de todos, não somente de vocês. Pratiquem o amor, o interesse, a entreajuda e rezem juntos. Jesus vai orientar e mostrar o caminho a seguir! Não tenham medo, tenham fé! • Maria José e Wilmar Equipe 05 Nossa Senhora da Anunciação Juiz de Fora !MG 21


APRENDENDO A REZAR COM MARIA Um dos mais bonitos valores do Movimento das Equipes de Nossa Senhora é o cultivo da espiritualidade mariana, especialmente pela oração e meditação diária do Magnifcat. Por conta disso, no último dia 11 de novembro de 2009, Pe. João Carlos Almeida, scj, com toda maestria já reconhecida, conduziu uma bela noite de formação para casais equipistas dos setores de Taubaté. Sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus e diretor geral da Faculdade Dehoniana, Pe . Joãozinho, como é conhecido popularmente, aproveitou o lançamento de seu mais recente livro "Aprenda a rezar com Maria" em que medita a Ave-Maria e o Magnificat e ofereceu aos casais participantes uma oportunidade única de formação sobre espiritualidade própria do Movimento. Passo a passo, cada parte da AveMaria e do Magnificat foi meditada. Riquíssima foi a reflexão que levou todos a compreender que Maria conduz o cristão a ser cada vez mais orante e atuante, místico e solidário, discípulo e missionário. Aos poucos, a reflexão tornou-se oração; e a oração indicou o caminho para a missão. Com certeza, os 60 participantes da noite saíram muito mais inspirados a mergulhar no mistério de Deus, entregando-lhe seu coração e a construir casais como o casal de Nazaré, solidários com a humanidade. O tema da noite deve fazer parte 22

do cotidiano do casal equipista. E não só! Deve tornar-se fundamental para a vida do Movimento. Aprender de Maria e com ela a ter o coração em Deus, a mente aberta, os pés no chão e vida para o próximo, como quis e fez Jesus deve ser o compromisso do cristão. A oração do Magnificat não deve ser uma repetição por obrigação, mas uma contínua formação e fonte de vida espiritual e fraterna. Na escola de Maria, cada casal e cada equipe precisa aprender a cultivar verdadeira espiritualidade que os leve a ter a mão estendida, não só aos demais do Movimento, mas a todos os que precisam. Empenhemo-nos, queridos casais. Não se chega a grandes conquistas sem esforço. Maria nos deu o seu exemplo. • Frater Nelber Rodrigues Conselheiro Espiritual Eq. N. S. da Medal/ha Milagrosa Taubaté CM442


SEMENTES E FRUTOS Ao ler e meditar o capítulo 13,110 do Evangelho de Mateus sobre a parábola do semeador, questionamonos em qual grupo de sementes nós nos enquadraríamos. Com certeza gostaríamos de ser uma das sementes do versículo 8 "outras enfim caíram em terra boa, deram frutos , cem por um, sessenta por um, trinta por um." Jesus constantemente nos convida a ser esta boa semente que ouve sua palavra, compreende-a e produz frutos. Como cristãos equipistas, procuramos diariamente realizar os PCEs, inclusive a Escuta da Palavra e a Meditação. E, às vezes, nos encontramos fazendo a pergunta: "Será que estamos produzindo frutos? As Equipes de Nossa Senhora, através de seu carisma e mística nos oferecem muitos subsídios para nosso crescimento. Há algum tempo, 1° de maio de 2007, após termos concluído os encontros da Campanha da Fraternidade/2007, fizemos um passeio nas margens do córrego São Lourenço, com a finalidade de realizarmos o gesto concreto daquela campanha, que seria a preservação da natureza. Foi um dia muito divertido e proveitoso; plantamos algumas mudas de plantas frutíferas e coletarnos alguns resíduos de lixo deixados por outras pessoas naquele local; além disso aproveitamos para fazer o estudo do capítulo do livro referente ao tema de estudo do mês. Hoje, ao voltarmos àquele mesmo local, pudemos observar algumas daquelas mudas que plantamos, cresceram. Elas são CM 442

"frutos" de um pequeno gesto que realizamos em equipe. Novamente realizamos juntos os encontros da Campanha da Fraternidade/2009, que teve como tema "Fraternidade e Segurança Pública" e lema "A paz é fruto da justiça" . A campanha nos convidou a uma grande reflexão e luta em prol da paz e da solidariedade, condições indispensáveis para que haja segurança pública. Ela teve como objetivo garantir a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz na família, na comunidade e na sociedade, construindo, assim, a justiça social e a segurança para todos. Entendemos que essas duas Campanhas da Fraternidade nos ensinaram a fazer germinar essa semente em nossa vida, sendo exemplo de família cristã, instrumentos de amor e paz, para que amanhã possamos olhar para trás e ver que fomos uma semente que caiu em terra boa, germinou e produziu frutos . • Maria José e Ronaldo Eq 01 -Nossa Senhora Aparecida Setor ltuiutaba - Região Goiás I Sul Jtuiutaba - MG

23


FILHOS EQUIPISTAS Numa noite, sentados no quarto refletindo sobre a criação dos filhos, e um pouco desiludidos com os pensamentos dos adolescentes de hoje, iniciamos a leitura do tema de estudo de 2009 "Viver o quotidiano", dos Textos escolhidos do Pe. Caffarel. Durante a leitura, que foi providencial, começamos a perceber que o Padre Caffarel já vivia esse problema. Quantas vezes nos perguntamos se estamos agindo corretamente na educação de nossos filhos! Será que estamos conseguindo mostrar a eles, através de nosso amor, de nossa dedicação, os valores necessários para serem boas pessoas , bons estudantes, uma futura boa esposa ou bom marido? Muitas vezes trabalhamos tanto que a semana passa e percebemos que não sentamos para conversar com nossos filhos , mas, no final da semana, cobramos deles que nos deem resultados, nas notas, nos comportamentos; cobramos deles um crescimento como pessoas, mas não temos tempo de indicarmos a eles o caminho para alcançar esse objetivo. À medida que fomos lendo o texto escrito por Padre Caffarel em 1960, quando ainda não existiam internet, TV a cabo, e-mail, MSN, foi que entendemos que os problemas com a educação não são uma atualidade, são uma constante. Como saber a hora certa de conversar sobre alguns assuntos sem com isso aguçar a curiosidade de nossos adolescentes? Só Deus pode nos dar a direção. "Vigiar" 24

é a orientação de Pe. Caffarel, 'o mal ronda em volta de nossos filhos procurando a quem devorar". Portanto, devemos tirar uns minutos da nossa vida diária para "vigiar" , saber com quem nossos filhos andam, com quem conversam , na vida real, na internet; tirar alguns minutos para conversar com eles e lhes mostrar, principalmente aos adolescentes, as consequências de uma vida insensata e as alegrias de uma vida plena em Deus. De 1960 a 2009 são 49 anos, e o texto reflete um problema tão atual, mostrando-nos a saída para nossos problemas. Temos a certeza de que as palavras do Padre Caffarel nos deram a direção a seguir na educação de nossos filhos .• Edemara e Marcos Eq. Nossa Senhora da Esperança Setor Caçapava Região São Paulo/Leste I CM442


UMA RESPOSTA DE DEUS Parecia apenas mais uma reunião formal. Discutíamos sobre a responsabilidade pessoal e a responsabilidade do casal e os animadores escolheram Mt 5 , 13-16 para a escuta da palavra e meditação: "Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo... que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu. " Após a leitura, em clima de oração, ressaltávamos as graças que vínhamos recebendo por participar do Movimento das ENS e de como essa "maneira de viver" nos fazia diferentes aos olhos do mundo. Comentávamos da importância de evangelizar muito mais com a tos que palavras, de fazer da rotina diuturna um verdadeiro hino de louvor à onipotência do Criador. Uma vivência arrebatadora, no que concerne à evangelização, que , mesmo após anos de caminhada equipista, ainda nos encantava! Foi quando o Carlos, da Márcia, partilhou que sua filha , Mariana, a Naninha, de 9 anos de idade, ao chegar da catequese naquela manhã, pediu-lhe que a auxiliasse no seu dever de casa, no qual deveria responder se conhecia alguém, na comunidade, que fosse verdadeiramente um profeta. Após alguns instantes, respondeu: -Você, papai! -Ah, minha filha, papai não vale, pense em outra pessoa ... Foi quando respondeu de súbito: - Então CM442

o Tio Rubens .. . - Porque ele? -Porque ele cura as pessoas (sou médico) e prega a Palavra de Deus! Nessa resposta tão singela e pura, vivi um dos momentos mais fortes de experiência com Deus de toda a minha vida ... e não pude conter as lágrimas .. . E em cada uma delas, uma lembrança.... das tantas vezes que me questionei se estava agindo unicamente por amor, em prol da construção do Reino. .. das minhas orações a cada "passo" dado, para que pudesse ter tal discernimento... do alento percebido nas manifestações de carinho e amor fraternal da caminhada ... mas, sobretudo, na paz da AGORA certeza, do algo construído, de uma vida cristã com muito mais sentido... ao ver que uma criança, afinal 'o Reino dos céus pertence a elas"(Lc 18,16) , com seu coração livre e de forma espontânea, associou a minha vida, o meu discurso, à vontade do Pai. Naquele momento especial, me senti acolhido .. . abraçado por Ele ... pude até imaginar Seu olhar de satisfação em meio a um sorriso de aprovação... e quanta paz! E quanta responsabilidade também! Afinal, somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos. E é por isso que eu quero, doravante mais que nunca, permanecer a caminho, tropeçando, caindo, mas seguindo, sempre em frente . • Rubens, da Tatiana Equipe Nossa Senhora da Paz Setor A Brasília!DF

25


AGRADECIMENTO Depois de uma reunião das Equipes de Nossa Senhora, onde o tema era "balanço", época de rever nossa caminhada durante o ano como casal equipista, sentimos o desejo de agradecer a Deus. Agradecer por Padre Caffarel, por Pedro e Nancy que foram escolhidos por Deus para a expansão deste Movimento. Agradecer e mostrar a todos o grande "tesourd' que encontramos. Há anos que o vimos buscando e nos perguntávamos: "Onde buscá-lo, se não O vemos? Como segui-lo, se não O escutamos? O seu silêncio nos inquietava. Até que nos demos "conta; acordamos". Há 19 anos ELE passou a fazer parte de nossa vida, de nossa família, de todo o nosso ambiente familiar, não que Ele não fizesse parte de nossa vida antes deste período. Nas ENS fui encontrá- Lo e buscáLo com mais assiduidade: no silêncio do Sacrário, na comunhão Eucarística diária, no irmão carente, na ajuda mútua na doença, nos PCEs. A cada dia e a cada reunião somos convidados a cuidar deste tesouro que aponta o caminho para herdarmos o Reino de Deus. Jesus fez-me refletir através desta parábola: "Um homem encontrou um campo e neste campo havia um tesouro escondido, ele foi vendeu tudo o que possuía e cheio de alegria comprou aquele campo com o "tesouro"; também um negociante procurava pérolas preciosas e encontrou uma de grande valor, foi vendeu tudo o que possuía e foi adquirir aquela "pérola" '. Já possuímos o tesouro e a pérola, só nos falta lançar a rede para 26

Não devemos perder o Tesouro escondido no campo de nossa Igreja (ENS), nem da Pérola (PCEs) que o Movimento nos oferece; tudo deve ser cultivado, regado, selado com nossa vida. que peixes de toda espécie possam alimentar os famintos pelo Reino de Deus. Não devemos perder o Tesouro escondido no campo de nossa Igreja (ENS) , nem da Pérola (PCEs) que o Movimento nos oferece; tudo deve ser cultivado, regado, selado com nossa vida, nosso testemunho de casais, nossa disponibilidade e compromisso de Ser igreja na comunidade e no mundo. Precisamos estar com Jesus, receber forças e renovar nosso SIM para que as Equipes continuem a ser Luz para os casais, em que as famílias sejam renovadas de amor, no acolhimento e na paz. Continuem a lançar as redes, pois o milagre já está acontecendo entre os homens e mulheres de boa vontade. A todos vocês o nosso agradecimento pela Carta Mensal, que é uma bênção de Deus. • E/ma e José Alvarenga Equipe 1- N. Sra. do Rosário Setor - 1 Barbacena- MG CM442


Por ocasião da nossa participação na santa Missa em comemoração aos 50 anos de fundação da primeira Equipe em nossa cidade , a palavra que nos veio à mente foi perseverança! A palavra vem do latim "perseverare", que quer dizer: persistir, conservar-se firme e constante, permanecer sem mudar o intento. Jesus nos diz em São João 6,56 "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanecerá em mim e eu nele" Sabemos que os casais têm dificuldades, a empolgação inicial passa ... Padre Caffarel nos fala: "Quantos começos fervorosos e promissores na vida testemunhamos, os quais, após alguns anos, percebemos que o fervor do amor e da fé cedem lugar à rotina preguiçosa, a uma tíbia mediocridade!" Para evitarmos essa anemia espiritual, é importante destacarmos, dentre um conjunto de ações, três delas, que , de acordo com o Padre Caffarel, são vitais para o bom funcionamento do nosso organismo espiritual: Nosso alimento espiritual, o Pão insubstituível de cada dia, que é o próprio Cristo que se dá a nós na Eucaristia; Também nos alimentarmos espiritualmente com a assiduidade à Palavra de DEUS: o meio privilegiado de possuir uma fé viva é deixarmos penetrar na nossa própria alma a palavra de DEUS viva, criadora e recriadora. CM442

A meditação ou Oração Interior, que salva nossa alma asfixiada, que sobe ao ar livre e volta a respirar... Essas ações tornam-se mais fáceis quando temos a companhia e o estímulo um do outro (do nosso cônjuge) e também da Equipe, que nos ajudam a permanecer no Amor. Como? • Permanecer é enfrentar juntos os momentos difíceis que se tornam então em crises de crescimento; • Permanecer é compreender que há sempre algo novo a descobrir, tanto entre os cônjuges, como dentro da Equipe, e de se deixar maravilhar; • Permanecer é ter paciência. Uma virtude fora de moda, num mundo cada vez mais imediatista; • Permanecer é evoluir juntos, caminhar na mesma estrada, mão na mão e , se possível, no mesmo passo; • Permanecer é também mudar juntos, pouco a pouco, dia a dia, envelhecendo juntos. É isso tudo e muito mais que esta maravilhosa Equipe nos ensinou: 50 anos de amor e ... perseverança! Foi o Senhor que nos escolheu e convidou.Aiegremo-nos, Ele está conosco!E porque Ele está conosco, exultemos de alegria! • Hermelinda e Arturo Equipe4D Nossa Senhora de Fátima São José dos Campos - SP 27


RESPEITO À DIVERSIDADE DIVERSIDADE. Se procurarmos o dicionário de Aurélio o significado dessa palavra, teremos o seguinte: diferença, dessemelhança, caráter do que, por determinado aspecto, não se identifica com algum outro. Analisando o referido vocábulo sob esse aspecto, vemos que o sentido dele remete a um distanciamento do outro; do que nos é ou nos parece diferente, acabando por nos conduzir ao preconceito, à discriminação, a colocar uma barreira social e cultural entre aqueles que se portam de uma maneira diversa daquela que nós

Procurando analisar esse comportamento com os olhos do Cristo, à luz do Sacramento do Matrimônio, vemos que essas diferenças nos fazem buscar o encontro e a comunhão com o nosso cônjuge, nos fazem ir ao seu encontro para descobrir as riquezas existentes nele, buscando, assim, sua essência. As diferenças nos completam.

classificamos como correta. Depois de muitos anos nas Equipes de Nossa Senhora, analisando os diversos tipos de comportamento, acabei por descobrir que o que nos torna únicos é a descoberta e o respeito a essas diferenças. É um mergulho ao encontro do outro, compartilhando as igualdades e administrando as desigualdades. Seja no trabalho, em casa, na equipe, no Movimento sempre nos deparamos com situações que, aparentemente, nos fogem do controle. Achamos que, por inexperiência ou falta de tato, perdemos o domínio da situação, que tudo está perdido. Entretanto, o que nos separa é ao mesmo tempo o que nos une, pois a descoberta das riquezas existentes no outro nos levam a tentar solucionar os conflitos, a buscar uma solução pacífica. Procurando analisar esse comportamento com os olhos do Cristo, à luz do Sacramento do Matrimônio, vemos que essas diferenças nos fazem buscar o encontro e a comunhão com o nosso cônjuge, nos fazem ir ao seu encontro para descobrir as riquezas existentes nele, buscando, assim, sua essência. As diferenças nos completam. Pois bem, para nós fica essa lição: respeitar o outro é, acima de tudo, olhá-lo com o olhar de Cristo, aceitando sua maneira de pensar, mesmo quando é diferente da nossa, e sempre amando como Ele nos ama. • Isley, de Gi/brant Equipe N.S. do Perpétuo Socorro Setor C, João Pessoa/PB CM 442

28 '-


SER EQUIPISTA, E ENTAO ... SER TESTEMUNHA A verdade é que a maioria de nós, casais equipistas, entramos nas Equipes

de Nossa Senhora com o intuito de ser ajudados, de absorver para nossas vidas pessoal e conjugal o que pode nos ser útil. E como as ENS o são! A vida em comunidade, o estudo dos temas, a partilha de nossos sucessos no caminho à santidade e a coparticipação do nosso dia a dia nos encanta e impulsiona para frente . Mas será que essa já é uma vida equipista de fato? Os caminhos de Deus nem sempre nos são claros e evidentes, mas sempre balizados pelo sentimento maior, que é o amor- Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. (Mt22,37-39) . E

assim , o tempo vai passando e o sentimento egoísta inicial de que a equipe nos servirá vai se transformando.... e então, o doar-se, o ajudar, se tornam o cerne das nossas vidas, que passam a ter outro sentido, como bem diz Frei Avelino Pértile : "quanto mais descubro o outro, menos vejo a mim mesmo, menos penso em mim". Daí teremos o verdadeiro "vinho novo", vida plena de casal equipista, verdadeiros apóstolos do sacramento do matrimônio, que dão o testemunho de que amar incondicionalmente vale a pena! •

Rubens da Tatiana t .qwpe

N Sra da Paz- Setor A

Brasília!DF

Se estivermos preocupados unicamente com a busca do bem e da verdade, sempre estaremos acertando, ainda que nossas opções não sejam acertadas. Vamos fazer o que for possível, e vamos deixar pelo menos uma oportunidade, de vez em quando, para Deus dar a sua contribuição. Precisamos respeitar a precariedade da nossa capacidade de optar. Isso quer dizer que não podemos pretender certeza absoluta quando essa certeza absoluta é simplesmente impossível. Nas coisas humanas sempre temos de deixar a possibilidade para outras opções no futuro, ou seja, não podemos querer engessar o futuro. O Espírito Santo continuará presente. Todos nós passamos, os cardeais e o papa também passam. Só o Espírito Santo é que continua tomando conta da coisa, apesar de nem sempre acreditarmos nisso. Não devemos querer decidir mais do que o necessário, sabendo respeitar a legítima pluralidade. Finalmente, se fazemos um exercício de discernimento e procuramos tomar a decisão mais acertada, temos de continuar abertos para as críticas, aceitar julgamentos, aceitar opiniões. Não podemos pretender infalibilidade. Infalível é só Deus. (trecho extraído do livro "Casamento, resposta de Deus" pág. 19 Pe. Flávio Cavalca)

CM442

29


€ADÊ AQUELE MENINO? Cadê aquele menino? O Chiquinho, cheio de vida, desbravador, queria desvendar o mundo onde morava, e tudo era novidade e o encantava. Seu dia deveria ter no mínimo 36 horas, pois 24 horas era pouco para tantas brincadeiras: pular, jogar bolinha de vidro, jogar futebol etc. Chamavam-no de filho do vento, pois não sabia andar, só correr e nunca se cansava. Sua mente era um verdadeiro computador, e sempre ativa, tamanha era sua vontade de brincar e o desejo de conhecer as novidades. Amava a vida, amava os bichos, amava a natureza, amava o azul do céu, o sol e principalmente o mar e sonhava sempre com as praias que o fascinavam . Toda a vegetação o empolgava e adorava caçar passarinho com estilingue, mas, sobretudo, amava e admirava todos os passarinhos. Tinha nos pais, seus heróis e os amava muito, mesmo quando levava algumas palmadas por fazer estrepolias. Chorava, mas sabia que merecia. Era amigo dos amigos e um atentado com as meninas. O quintal de sua casa era o seu laboratório, seu ginásio de esporte e seu campo de caça, pois sempre estava com o estilingue pendurado no pescoço, apesar de ser mais para se mostrar do que para matar passarinhos . Muitas vezes saía escondido da mãe, para ir lá no porto, na beira do cais pescar siri e, no tempo das palombetas , pescava com linha de mão, mas nunca trazia os siris e os peixes para casa, para a mãe não saber, senão 30

a surra seria grande, pois era muito perigoso mesmo, e a mãe era muito assustada e medrosa, e tinha razão, pois o amava e tinha medo de perder seu tesouro predileto. Quando anoitecia, virava um pintinho mimoso que se ajeitava no colo do pai que, com carinho e orgulho, o abraçava confortavelmente, cheio de aconchego. Para minha mãe, eu era uma peça rara de cristal, tamanho era seu gesto carinhoso de me tratar e me pegar no colo. Acho que não havia outra pessoa mais feliz e ao mesmo tempo, amada, no mundo inteiro. Como o tempo passou tão rápido, nem me dei conta, só sei que, quando me olho no espelho, mesmo que a imagem seja um pouquinho diferente, ainda consigo enxergar aquele menino, com muitas recordações e saudades de um tempo que nunca mais voltará. Hoje, quando vejo milhares de meninas e meninos num ambiente fechado, atrás de um computador, tenho certeza absoluta de que já não veem e nem sentem o mundo como ele realmente é, com suas cores, com seus cheiros, com suas brisas suaves e cheio de vida, mas sim, só um mundo virtual numa pequena telinha. Que pena, que pena, que pena ... • Chico, da Rose Equipe de N. Senhora do Rosário, Mãe da Unidade Florianópolis I SC CM 442


O SENTIDO DA PERTENÇA Nas ENS a palavra "pertença" não deve ser usada com o significado corriqueiro do verbo "pertencer". Para nós, pertença não é apenas o ser parte, é mais, é principalmente fazer parte ativa. Está relacionada a uma ideia de enraizamento, de integração e interação plenas, em que o indivíduo constrói e é construído, em que se sente "vento" e "vela", em que planeja e também se vê parte de um projeto, em que modifica e é modificado. O casal equipista pode ser, numa ocasião, o agente que dá força , dá ânimo, auxilia, suporta outro equipista e, em outra ocasião, é ele próprio que, necessitando do mesmo tratamento, o recebe de seus pares. Assim, às vezes é "ventd', outras vezes é "vela". Os que estão repletos do "espírito de pertença" comungam do mesmo propósito, seguindo o exemplo das primeiras comunidades cristãs: '/'\ multidão (. .. ) era um só coração e uma só alma .. . " (At 4 , 32). Embebidos pelo espírito de pertença, os casais têm o desejo de ver outros casais recebendo as mesmas graças que as ENS têm derramado sobre eles. O seu ideal é promover o fortalecimento e a expansão do Movimento, e para isso trabalham no sentido de vê-lo crescer e de surgirem novas equipes. Estão animados por um ideal comum e desejam com alegria o que é bom para todos. A primeira característica de quem está cheio do espírito de pertença é o seu desejo de servir desinteressadamente CM442

como ensinou Jesus (d. Me 10, 45); ser cristão é assumir como lema de vida o serviço aos irmãos. O espírito de pertença está fortemente relacionado ao serviço, à doação de si aos outros casais e ao Movimento. As ENS nos dão muitas forças e quem entende isso passa também a querer dar aos demais o que tem recebido. Na sua primeira carta Pedro exorta os irmãos: "Todos vós, conforme o dom que cada um recebeu, consagrai-vos ao serviço uns dos outros, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus" (1 Pd 4, 10). Dessa forma torna-se possível dizer: Eu pertenço às ENS, delas me nutro, a elas me doo. A pertença também anda ao lado da fidelidade . Esta fidelidade é indissociável da responsabilidade que deve ter todo equipista em relação ao Movimento. Em qualquer nível é a fidelidade que identifica o sentimento de pertença às ENS. Como na parábola dos talentos, o Movimento precisa de equipistas fiéis. A estes será dada a devida recompensa: "Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!" (Mt 25, 21) . Se o equipista enterra o talento recebido, que ocupação terá, já que abandonou o seu instrumento de trabalho? Se a pertença é serviço e fidelidade, o serviço e a fidelidade são o Amor. Não existe amor maior do que doar a sua vida pelos amigos (d. Jo 15, 13) 31


É dedicando a sua vida e doando do seu amor que se pratica a pertença e, por sua vez, essa atitude nos faz receber amor de volta. Santo Agostinho nos diz que "só o amor conhece o segredo de enriquecer cada vez mais a si mesmo dando aos outros." A pertença, portanto, implica no amor às ENS. Compromisso, ação, fidelidade e zelo são suas palavraschave. É com essa compreensão que

o casal equipista diz: O Amor me compromete, me faz parte ativa, me torna fiel, me torna responsável. E como desdobramento ele exala a pertença dizendo: Eu entendo a mística, vivo o carisma, adoto a pedagogia, sigo as regras, participo dos eventos, aceito os encargos. •

Elen e Colares Equipe 15 (N. S. Estrela do Mar) Setor E - Fortaleza-CE

FELIZES OS QUE COMPREENDEREM QUE A OBRA É DE DEUS Sim, feliz o casal que pode dar seu SIM a Jesus, porque isto não lhe foi revelado pela carne ou pelo sangue (descoberta humana). mas pelo próprio Pai que está nos céus. É este o grande presente de Deus ao casal humano. Deus coloca em seu amor a fecundidade e a santidade de Jesus. Não se trata, portanto. de uma resposta que podemos dar por nós mesmos. Não poderemos penetrar o mistério do amor com recursos puramente humanos, pois tudo é dom e graça de Deus. Em primeiro lugar vem o dom de Deus, que se antecipa ao querer do homem. O esforço do homem virá como determinante secundária, enquanto for capaz de afastar os empecilhos.

E vós, quem dizes que eu sou? É bem verdade que Jesus já não está historicamente presente para nos fazer esta pergunta, e assim não poderemos ouvi-la de sua própria boca. Mas iremos necessariamente ouvi -la, de uma forma ou de outra, interpelados por outrem ou por Ele mesmo no silêncio do coração. Em alguma encruzilhada do nosso caminho em busca da santidade, a pergunta soará solene: E para você, casal, quem eu sou? Depois de 2000 anos de cristianismo, a fé que nos foi transmitida e vivenciada por todos os que nos antecederam, o amor derramado pelo sangue dos mártires, o exemplo dos santos, a tradição da Igreja e a experiência pessoal de cada um de nós permitem-nos responder com a mesma convicção de Pedro "Tu és o Cristo, o Filho de Deus" (trecho extraído do livro tema - 2006 ':4 descoberta do Cristo" pág. 117)

32

CM 442


Ao ingressarmos nas Equipes de Nossa Senhora (ENS), começamos a conhecer Pe. Caffarel, o homem que deu início a este Movimento que nos faz tanto bem. No entanto, ainda o sentíamos muito distante de nós. Com o tempo, o nosso engajamento e a certeza de que as ENS nos trazem muita segurança, e esperança em Cristo, através do Sacramento do Matrimônio, fomos mergulhando em seus livros, em seus pensamentos, em suas palavras. Como ele foi inspirado! Aí chegou em nossas mãos o tema de estudo/2009: "Textos Escolhidos, Pe. Caffarel". Foi então que nos sentimos conduzidos por Cristo, através de suas palavras. E por que não dizer, nos sentimos, verdadeira e conscientemente, membros da Igreja de Cristo. Suas palavras, apesar de datarem de anos atrás, são atualíssimas, porque são baseadas na vontade de Deus. Caminhando por seus textos ,

fomos sentindo um carinho muito grande por ele , que nos envolve como um verdadeiro Conselheiro Espiritual. Assim fomos sentindo uma grande vontade de ler os escritos que ele nos deixou, pois tudo é sabedoria e riqueza. Agora, quando vemos sua foto, parece-nos ser um amigo muito íntimo, com quem aprendemos muito, inclusive, a valorizar ainda mais o Sacramento do Matrimônio, que para nós sempre foi importante. Reafirmou também a convicção sobre nossa pertença às ENS e nosso propósito de crescermos na espiritualidade quando ele diz: "A única intenção verdadeira, aquela que corresponde à finalidade das Equipes, é a vontade de melhor conhecer a Deus, de melhor amá-lo e de melhor servi-lo." • Sa/ete e Orlando CRS C -João Pessoa!PB

Os ensinamentos do Pe. Caffarel sobre a oração, embora simples, claros e muito lógicos, são contundentes e nada facilitam. Entende-se logo que orar não é divagar, nem parar para cumprir uma obrigação. Orar é essencial para o amor. Especialmente para o amor a Deus e amor de Deus. O amor a Deus não é um amor a distância; ele exige troca,

toque , ternura, alimentação, para crescer e se desenvolver. Mas só faz isso quem dá a devida importância a esse amor. Não são os gestos que vêm primeiro, é o amor que desencadeia os gestos. A gente ora e busca Deus porque sente que isso é importante: se não fizer, sente falta ... Como devem ser esses encontros com Deus? Simplesmente com amor,

CM442

33


à moda de cada um. Quem ama tira tempo para estar com o amado. Não são os dez minutos de meditação e intimidade diária com Deus que representam a qualidade desse amor. Mas eles são muito importantes e continuam durante o dia, em toda oportunidade, em toda ocasião difícil ou alegre - é sentir constantemente a presença de Deus em nossa vida, em nossas atividades, em nossas alegrias e dificuldades. Orar, então, não são simples momentos de espiritualidade, mas são verdadeiros encontros da alma apaixonada por Deus. Uma paixão que envolve a vida inteira e que impulsiona a pessoa para atitudes de construção do Reino de Deus. O que move a alma é o amor a Deus, a paixão e o entusiasmo pelas

coisas de Deus. Quem ama Deus assim não precisa de momentos de obrigação para orar, pois no amor nada é obrigação, mas necessidade. Como amar a Deus e não buscá-Lo, não ansiar por Ele e não querer viver na intimidade d'Ele? Quem ama a Deus faz diariamente a Ele sua entrega voluntária e total e vive na sua dependência, porque esse é o anseio do seu coração. Portanto, essa entrega e essa vivência quotidiana na intimidade com Deus é a oração por excelência. É como mergulhar no oceano de Deus e deixarse envolver por toda a infinita massa do amor que não termina e do qual a gente não quer mais sair... • Mafalda e Álbio Equipe no 3 - N. S . do Carmo Setor Florianópolis B - Região SC I

DEUS, O PRIMEIRO A SER AMADO E O PRIMEIRO A SER SERVIDO Paris, 25 de dezembro de 1945 na festividade da Natividade do Senhor

No boletim Grupos de Nossa Senhora, pode ser lido o primeiro editorial do Padre Caffarel. Era muito breve, mas marca bem a orientação essencial do Movimento. "Queridos amigos, chegou um novo ano, Que ele seja bom para seu lar! Rezo por vocês. Que Deus seja em sua casa o primeiro a ser buscado, a ser amado, a ser servido. Amem-se: quando cresce a caridade em seu lar, também cresce na Igreja, da qual é célula viva . Amem-se: ubi caritas et amor, Deus ibi est. Sejam felizes: o Senhor espera esta louvação, e os que rodeiam vocês esperam este testemunho. Sirvam de reparação para aqueles casais, tão numerosos, que fecham sua porta a Cristo e onde o amor se apaga. Rezem pelas viúvas. cujo sacrifício é fonte de vida para sua família. Ajudem-me. Que nossa Senhora seja, em suas casas, uma Mãe honrada e querida" (do livro "Pe. Caffarel- Centelhas de sua Mensagem - ed. 2009)

34

CM 442


FAMÍLIA CHAMADA A VIVER DA EUCARISTIA No sacramento da Eucaristia , Cristo deixou-se a Si próprio como alimento, para que n ' Ele tivéssemos vida e vida em abundância (cf. Jo 10, 10) . No ano em que a Igreja celebrou o Ano da Eucaristia, o Papa João Paulo II propôs este admirável sacramento como força educativa para a família , ou seja, força divina que nos alimenta, encoraja, orienta e sobretudo nos fortalece . Numa sociedade em que cada vez mais vão desaparecendo os bons valores, seja por falta de critérios cristãos de nossos governantes, ou por falta de uma estrutura familiar sólida e consistente; assistimos ao incremento de investimentos na indústria do prazer, da violência, do entretenimento imoral e perverso que destroem cada vez mais as nossas crianças, os nossos jovens e, sobretudo, as nossas famílias . O mundo em que vivemos faz questão de expulsar Deus de seu dia a dia , de viver como se Ele não existisse e acredita que a vida não vai além dos valores e bens materiais. Quando, como família , voltamos e educamos nossos filhos , nossos jovens, nossas crianças a olharem para o verdadeiro sentido da vida que é Cristo, orientamos o seu caminho para um foco seguro. De fato, uma família sem um porto seguro é uma família ameaçada a perder-se pelo caminho, à mercê das várias armadilhas colocadas por esta sociedade sem fundamentos CM442

cristãos . Olhar para Cristo significa conhecê-lo, relacionar-se com Ele pela oração e amizade, alimentar-se d'Ele na Eucaristia. Este alimento é o que nos educa para a verdade, a uma vida plenamente feliz. Cristo afirma: "Minha carne é verdadeiramente uma comida e meu sangue verdadeiramente uma bebida" (Jo 6, 55). É este o alimento de que nossas famílias precisam: um pão verdadeiro, capaz de tornar-nos firmes e resistentes em meio a tantos ataques à família e à vida. Quando as nossas famílias alimentam-se da Eucaristia, prostram-se diante de Jesus Sacramentado, vai sendo gerada nelas, pela força da própria Eucaristia, uma educação para a oração, para a valorização da vida, da família , do respeito e do amor ao próximo e, principalmente, do amor a Deus. Assim , vamos pela "força educativa da Eucaristia" criando uma sociedade nova, de famílias novas que este mundo anseia conhecer. Gostaria de terminar a minha reflexão com um trecho da Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine n° 30: "Vós, fiéis, descobris novamente o dom da Eucaristia como a luz e força para a vossa vida cotidiana no mundo... Descobris, sobretudo, para viverdes plenamente a beleza e a missão da família ". • Pe. Alessander C. Capa/bo Diocesano de Brasília Cons. Espiritual das Equipes 50 e 64 35


COMO O MATRIMÔNIO FOI CHAMADO A SER SACRAMENTO NO DIA A DIA NA PROVÍNCIA SUL I

A redescoberta do amor pode revolucionar a vida do casal, e o amor conjugal pleno é amor de caridade, dom sobrenatural de Deus, mas que se encarna em sentimentos e atrações humanas. As exigências e alegrias do amor podem ajudar na busca da felicidade e da santidade, bem como nas diversas estações da vida e nas consequências para a vida afetiva, sexual, espiritual e familiar. A convivência entre duas pessoas só tem sentido se proporciona vivência comunitária, respeitando a individualidade. Deus é Amor! Estas e outras reflexões foram desenvolvidas por Padre Paulo Renato, SCE da Província Sul I, e nos levaram a entender a profundidade do tema de 2010 e a reavaliar o conteúdo profundamente espiritual do tema deste ano de 2009 um conteúdo ascendente e inspirador. Ele nos mostrou a realidade a ser vivida no próximo ano: encontrar uma vivência feliz, alegre e corajosa do amor conjugal e vivenciar o matrimônio como sacramento e uma proposta 36

de espiritualidade conjugal no dia a dia. Estas mensagens foram assimiladas pela assembleia; inspirou-nos, tocou-nos profundamente e mostrou a importância do nosso projeto para o próximo ano e principalmente o que significa pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora e mais: o casamento é caminho de felicidade e perfeição e, na presença de Cristo, assume, como santificantes, as realidades conjugais. Assim , encontrar uma vivência feliz , alegre e corajosa do amor conjugal no dia a dia será nosso objetivo! Lembremos, ainda, que a principal energia que move a alma é o amor. A natureza humana, em sua essência mais profunda, consiste em amar. Em definitivo, uma só tarefa é confiada a todo ser humano: aprender a amar, sincera, gratuita e autenticamente . Mas só na escola de Deus esta tarefa se cumpre e o homem pode alcançar o fim para o qual foi criado. (Guilherme de Saint-Thierry - Da natureza e da dignidade do amor) Recordamos a história dos 60 CM442


anos das ENS, no Brasil, fazendo uma viagem no tempo com Regina e Carlos Eduardo e constatamos que, apesar de todas as mudanças de valores e transformações do mundo hodierno, o carisma e a mística continuam fortes e presentes no coração da maioria de nossos equipistas. A projeção de fotos antigas nos ajudou nesta viagem ... Com nosso Casal Provincial , Hermelinda e Arturo, oito Casais Regionais, quarenta e oito CR de Setor e vinte e três Sacerdotes Conselheiros Espirituais presentes ao nosso Encontro - no Ano Sacerdotal- vivenciamos a importância que tem o Sacramento da Ordem para nós equipistas, bem como, a força que o Espírito Santo nos deu para transmitir os objetivos para 2010. Palestras testemunhais sobre Conjugalidade, Diálogo Conjugal e a experiência compartilhada por um CR de Setor relatando seus problemas e vitórias, erros e acertos foram altamente motivadores para os dezesseis novos CR de Setor que assumiam a nova responsabilidade e que, certamente, concluíram que o poder santificador do sacramento do matrimônio é o motor da

espiritualidade conjugal: mais do que exigências são possibilidades. Sentimos a cada momento do Encontro as bênçãos das Vigílias que foram realizadas nas diversas Regiões de nossa Província pela força do Espírito nos amparando e motivando. A palestra de Sílvia e Chico sobre os Encontros Internacionais ocorridos durante toda a existência de nosso Movimento foi o alicerce plantado para nos motivar, entender e nos inspirar para o próximo Encontro Internacional de 2012, que acontecerá no Brasil, em Brasília. E o casamento aconteceu e foi celebrado de novo! Desta vez, éramos mais de sessenta casais que, em clima aconchegante e alegre de confraternização, dentro do tema do ano, fizemos a renovação das promessas de nossos casamentos, na presença de inúmeros Sacerdotes. Tudo isto com direito a bolo, alegria, dança ao som de um conjunto musical formado por equipistas e filmado por Padre Flávio Cavalca! Nosso Lema - Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade Senhor! - foi seguido. Amém! • Fátima e Gil CRR SP Capital I

PROVÍNCIA SUL 11 Com grande alegria, nos dias 30, 31/10 e 01/11 deste ano, realizou-se o Encontro da Província Sul II, reunindo os casais das Regiões Centro III, Centro IV, Oeste I, Oeste II, Norte CM442

I, Norte II e Nordeste, planejado, organizado com muito amor e dedicação pelo Casal Provincial Glacy e Silvino e o SCE da Província Frei Hernane . 37


O encontro, que celebrou eucaristias belíssimas, motivou-nos a ser como Maria, sinal do Casamento - Sacramento do dia a dia, ou seja, fazer da nossa vida Matrimonial, uma celebração permanente, descobrir todo o sabor do dom de Deus em nosso Matrimónio. O imenso amor dedicado por cada casal Responsável Regional , tanto na preparação das celebrações Eucarísticas quanto nas palestras, foi percebido por todos os participantes. A expectativa foi grande e compensada pela alegria estampada nos rostos de todos e, em especial, dos 18 casais que assumiram as suas missões de Casais Responsáveis de Setor, neste encontro. A alegria da animação nos remeteu 38

a uma viagem de trem, a viagem belíssima da transitoriedade dentro do Movimento. Foi uma experiência muito rica, onde pudemos vivenciar um tempo de renovação, formação e partilha. Falando de partilha, não podemos esquecer a nossa confraternização que teve como tema a amizade. A criatividade dos casais das Regiões foi fantástica. Lembramos que amigos são anjos e, portanto, tivemos uma festa no céu , onde declamamos poesias, cantamos e coreografamos, lindo de viver! Enfim, fomos estimulados a cuidar, animar e ajudar nossos setores, equipes contando sempre com a proteção de Nossa Senhora, a continuar nesta caminhada em busca da Santidade Conjugal. • lnez e Natal CR Região São Paulo Norte II

CM442


AS SETE FACES DO AMOR Nosso sucesso está em amar os outros. Estas reflexões estão fundamentadas em G . Chapman , no livro "O Amor como Estilo de Vida". Ser amado, deixar-se amar, crer no Amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. O amor não é só uma emoção, mas decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. É preciso esforço para sermos pessoas capazes de amar. Eis as sete faces do amor: 1. A gentileza. É a alegria de ajudar os outros, ou ainda, é reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos demais. A gentileza transforma encontros em relacionamentos. A pessoa gentil quer servir o próximo, porque o valoriza e o respeita como pessoa. Gentileza é gesto de amor altruísta e por isso transforma as pessoas. As palavras gentis têm grande poder de cativar e até de curar, porque expressam reconhecimento, respeito, atenção pelo outros; são palavras construtivas, cativantes, salvadoras. A gentileza faz bem para nós e para os outros, causa-nos alegria e dá importância aos outros. Gentileza é cortesia, generosidade, respeito, amabilidade. Os gestos mais comuns da gentileza são: agradecer, ajudar, saudar, informar, sorrir, atender, elogiar, pedir desculpas. 2. A paciência. Consiste em compreender e aceitar as imperfeições CM442

dos outros . É permitir a alguém ser imperfeito. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes. Paciência não é concordar, é compreender; não julgar e não condenar. Nossa paciência permite ao outro crescer, mudar, ter nova chance para melhorar. Quem tem consciência das próprias imperfeições e cultiva um espírito positivo tem condições de ser paciente. A humildade nos torna pessoas dotadas de paciência, porque saímos de nós mesmos, sofremos com a situação dos outros e os acolhemos. 3. O perdão. Perdoar não é fácil, mas é atitude sábia e saudável. Quem perdoa oferece ao ofensor a chance de ele melhorar. O perdão nos livra de doenças, insónias, vinganças, ódios, que são sentimentos destrutivos e possibilita a convivência, a saúde e a felicidade. Perdoar é reencontrar a alegria, a paz interior e social. Perdoar é ter amor de mãe, amor sem medidas, amor de misericórdia que reata amizades e relacionamentos. Quem perdoa faz bem a si mesmo, compreende as limitações alheias e constrói a reconciliação e a paz social. 4. A cortesia. Significa tratar os outros como amigos, porque toda pessoa é digna, original, única, valiosa. A cortesia no trânsito, no ônibus, nas filas, no relacionamento com os vizinhos, no dedicar tempo aos outros, no receber bem os que chegam, no saber agradecer, prestar atenção, pedir desculpas, são inestimáveis gestos 39


de amor. No cotidiano podemos praticar a cortesia por meio de uma conversa, pedir licença, ajudar idosos ou alguém em dificuldades, aceitar as incompreensões dos outros. 5 . A humildade. É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher os valores e fraquezas dos demais. Humildade é autenticidade, verdade e realismo. A palavra "humildade" vem de "húmus" (barro, terra} , que é a raiz da palavra "homem". Somos todos de barro. A humildade está nessa igualdade de dignidade, na irmandade que formamos a partir do barro, do pó e até da lama. Aceitar a ajuda dos outros, reconhecer os erros, afirmar os valores dos outros, alegrar-se com o sucesso de nossos próximos e de seu bem-estar, tudo isso é humildade. 6. A generosidade. Define-se pela doação aos outros. É o amor que se doa, que sabe servir, dedicar tempo

aos demais, ter a coragem do desapego de si e das coisas para partilhar. A generosidade é gêmea da solidariedade , da dádiva, do dom. "Há mais alegria em se doar que em receber", ensina a Palavra de Deus. A pessoa generosa é capaz de renúncias e de sacrifícios pelo bem alheio. 7. A honestidade. É dizer a verdade com amor, não inventar desculpas para justificar os próprios erros, falar os próprios sentimentos e emoções, aceitar as limitações pessoais, como também os dons, as qualidades, os sucessos. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes, no compromisso com a verdade. • Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina - PR Colaboração de Donizeti da Silvia Equipe Madre de DEUS- N° 09 Setor B - Mogi das Cruzes - SP Região Sul I - SP

ORAÇAO PELOS CASAIS EQUIPISTAS Senhor, colocaste em minhas mãos a vida de tantos casais. Eles partilham sentimentos, realizações e suas ansiedades, bem como suas dificuldades. Obrigado, Senhor, por tudo que aprendo com eles, especialmente o amor, a perseverança na busca da Vossa Vontade e o servir, iluminado pela simplicidade e bondade de coração. Ilumina-me, Senhor, com a luz do Vosso Espírito para que eu saiba conduzi-los ao Vosso Amor. Dai-me ser perseverante, amigo e companheiro, para formar com eles uma verdadeira comunidade de vida e de amor. Amém • Padre Nivaldo Antonino homenagem póstuma

40

CM442


MEDITANDO EM EQUIPE O mês de março tem tudo a ver com São José, sobretudo para o sertanejo nordestino, que tem no dia dele, 19, a maior e última chance de um bom inverno. Porém, não é só no Nordeste brasileiro que ele ocupa posição de destaque; é na Igreja toda, é no mundo inteiro. Santa Terezinha de Jesus via em São José um mestre de oração, um guia seguro para nos levar à união íntima com Maria e com Jesus. Para ela, São José tem um poder de intercessão universal, superior e diverso de todos os outros santos: " Eu tomei por advogado e senhor o glorioso São José. Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito " (autobiografia Vl,6)

Escuta da Palavra em MT 1,18-25 Sugestões para meditação: 1. Quais os aspectos em que podemos ver São José como modelo? 2. Segundo o relato de Mateus, qual a verdadeira função de José na Sagrada Família? 3. Como se justifica que, "o maior santo da Igreja depois de Jesus e Maria" não haja proferido uma só palavra, nem tomado uma única iniciativa? 4. O único elogio que a Bíblia faz a José é que "ele era justo". Frei Geraldo de Araujo Lima, O.Carm.

Oração Litúrgica (Liturgia das Horas, Hino do dia 19 de março) Celebre a José a corte celeste, Prossiga o louvor o povo cristão: Só ele merece à Virgem se unir Em casta união. fiD ver sua esposa em Mãe transformar-se, José quer deixar Maria em segredo. Um anjo aparece: "É obra de Deus!" Afasta-lhe o medo.

Nascido o Senhor, nos braços O estreitas. A ti tem por guia, a Herodes fugindo. Perdido no tempo, és tu que O encontras, Chorando e sorrindo

Convívio divino e outros, somente Após dura morte é dado gozar. Mas tu, já em vida, abraças a Deus, E O tens no teu lar!

Ó dai-nos, Trindade, o que pedimos: Um dia no céu, cantarmos também o canto que canta o esposo da Virgem sem mácula. Amém!


(ln) Formação

PONTOS FUNDAMENTAIS PARA A UNIDADE DO MOVIMENTO Fonte: documento: Carisma, Mística, Espiritualidade- 1998

CARISMA Citações ( páginas 5 e 6 ) Em uma conferência proferida aos casais responsáveis regionais da Europa, Padre Caffarel fez algumas colocações que a seguir transcrevemos de maneira resumida: "O Carisma Fundador das Equipes de Nossa Senhora. O que se deve entender por carisma fundador? Éuma inspiração do Espírito Santo, que será como um dinamismo que há de conduzir a instituição durante todo o seu desenvolvimento e lhe permitir cumprir a sua missão. Será necessário resumir os elementos do carisma fundador, tais como foram se revelando no decurso destes anos? Pois assim o farei. E vejo sete: 1. O casamento é uma obra de Deus, a obra prima de Deus. 2. O casamento tem uma alma, que é o amor. E esquecer o amor é condenar o matrimônio. 3. O homem e a mulher não podem ser fiéis ao amor sem o auxílio de Cristo. Foi por isso que Ele instituiu o sacramento do matrimônio, que é preciso aprofundar. 4. Os cristãos casados, tais como os outros, como os frades, são chamados à santidade. Foi uma descoberta bastante original, porque ainda não tinha havido o Concílio e foi aí que se insistiu muito sobre o apelo dos leigos à santidade. 5. A vida conjugal comporta grandes riquezas e também grandes exigências. 6. É necessário, é indispensável elaborar uma espiritualidade do casal. Não pode ser a espiritualidade do celibatário ou do frade. 7. Não se pode viver isso senão com a ajuda de um Movimento, que oriente os pensamentos e enquadre a vida."

Equipes de Nossa Senhora

Movimento de Espiritualidade Conjugal R. Luis Coelho, 308 • 5° andar, cj 53 • 01309-902 • São Paulo - SP Fone: (Oxx11) 3256.1212 • Fax: (Oxx11) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org .br • www.ens.org.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.