ENS - Carta Mensal 506 - Abril 2017

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Ano LVII • abril • 2017 • nº 506

Jesus Cristo venceu a morte e está conosco hoje e sempre... FELIZ PÁSCOA

60 anos de Sacerdócio

Pe. Flávio Cavalca

EACRE 2017


Í

N

01 editorial

03 04 05 06

As ENS como caminho para a iniciação à vida cristã Cuidado com as armadilhas Acompanha ou ser acompanhado A Páscoa de Cristo em nossa vida Fé, esperança e caridade na Causa de Canonização do Pe. Caffarel

Igreja Católica 09 10

I 32 33

super-região 02

D

20 21 22 25 28 30

E

Província Sul II Província Sul III

raízes do movimento 36

Converter sua inteligência

38

Seguindo os escritos do Padre Caffarel

40

“Ouvir” a Carta Mensal

Acervo Literário do Pe. Caffarel testemunho reflexão

Palavra do Papa Amoris Laetitia Capítulo IV

41

vida no movimento 12

C

Padre Flávio 60 anos de sacerdócio 33 anos de ENS EACRE 2017 Província Centro-Oeste Província Leste Província Nordeste Província Norte Província Sul I

As possibilidades do não

partilha e PCE 42

Escuta da Palavra

44

Casal Ligação

serviços nas ENS

46 notícias 48 dicas de leitura

Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora

no 506 • abril • 2017

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos - Ilustração de capa e pp. 3,5,42 e 45 Can Stock Photo - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 26.850 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.


editorial Irmãos equipistas, Temos sido verdadeiros evangelizadores, testemunhos de Cristo? Iniciemos abril com determinação para vivermos com coerência nossa fé e vida. Nesta edição da Carta encontraremos artigos que nos ajudarão a refletir. Antes de mais nada, importante contar que o processo de canonização do Padre Henri Caffarel está em andamento. Vicélia e Magalhães, CR pelo processo no Brasil, trazem um artigo com os últimos passos e o balanço financeiro das contribuições. Na bandeira “Palavra do Papa”, Papa Francisco fala da relação entre fé e matrimônio no contexto atual. Não deixe de ler! Outro destaque desta edição está na bandeira Acervo Literário do Padre Caffarel, onde encontraremos um “gostinho de quero mais” do livro “Espiritualidade Conjugal” e um convite para um Dever de Sentar-se. Ainda nesta Carta, um pouco da história do Padre Flávio Cavalca, que vem se dedicando ao Movimento há mais de 30 anos e completou 60 anos de sacerdócio. SCE responsável pela Carta Mensal, dedica tempo e amor a nós equipistas, ao Movimento e à Comunidade Nossa Senhora da Esperança... uma história de inspiração aos casais e viúvas. Por fim, no início de 2017, tivemos 58 EACRE por todo o Brasil. A Carta traz fotos de muitos desses momentos marcados por alegria e dedicação dos organizadores. Dedicação para que nada faltasse e para que os novos CRE terminassem os encontros prontos para levar às suas equipes de base as orientações e a encorajá-las a “construir pontes”. Jesus Cristo, que passou da morte para a vida, fortifique nossa esperança. O Deus da vida abençoe a todos. Feliz Páscoa!. Fernanda e Martini CR Carta Mensal

Tema: “Ousar o Evangelho - PONTES SIM, MUROS NÃO” CM 506

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super-região

As ENS como caminho para a iniciação à vida cristã Esse é um mês especial para a Igreja no Brasil: no dia 25 de abril inicia-se a 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB. Para o Movimento das Equipes de Nossa Senhora o tema central que será discutido por nossos pastores, que estarão reunidos em Aparecida durante dez dias, é fundamental: a iniciação à vida cristã. Olhando para a realidade das nossas famílias hoje facilmente percebemos que urge uma radical transformação no modo da iniciação à vida cristã no seio familiar. Meios utilizados em outros tempos para o anúncio de Jesus Cristo já não alcançam a mesma eficácia de antes. A família, chamada a transmitir a fé, já não possui o mesmo fôlego de outras épocas para cumprir esta missão indispensável. “A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, porém explicitado continuamente” (Doc. 94 – CNBB, n. 39). A família transmite a fé que vive. Os pais não podem transmitir aquilo em que não acreditam e que não vivem. Não se pode transmitir o Evangelho se não houver o desejo de viver com Jesus, no Espírito, a experiência do Pai. Por isso a importância fundamental das ENS nesse processo de transmissão da fé no seio familiar. Através da vivência da espiritualidade conjugal, as ENS aproximam cada vez mais o casal do ideal de santidade intrínseco no sacramento do matrimônio. Um casal que busca 2

a santidade será o “primeiro iniciador“ dos seus filhos e filhas. O caminho será o testemunhol! Sendo assim, os pais deveriam interrogar-se continuamente sobre a qualidade da sua fé, sobre o modo de serem cristãos, de serem discípulos de Cristo enviados a anunciá-Lo à sua família e à sociedade. As reuniões das equipes de base, através da partilha e da coparticipação, são momentos propícios para essa interrogação sobre a coerência entre fé e vida. No interior de uma família que tem consciência desta missão, todos os seus membros evangelizam e são evangelizados. A família cristã deve procurar imitar a família de Nazaré, lugar onde todos crescem em sabedoria e graça de Deus (cf. Lc 2, 40), onde fortalecem a fé, a esperança e o amor, onde criam-se espaços para a oração e o diálogo, onde a fraternidade aconteça e a dignidade de todos seja respeitada. Mais uma vez as ENS se confirmam como atual e necessária para as necessidades da Igreja de nosso tempo. “Pe. Caffarel, que sonhava o sonho de Deus, famílias iniciadas no mistério do Senhor, interceda pelos casais para que sejam autênticos transmissores da fé cristã. Deus abençoe nossos casais nessa missão!” Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 506


Cuidado com as armadilhas Esperar é uma necessidade primária do homem: esperar no futuro, acreditar na vida... Mas é importante colocar nossa esperança no que nos pode ajudar a viver e a dar sentido à nossa existência. Quem tem fé confia em Deus, contudo chega o momento em que, diante das dificuldades da vida, o homem experimenta a fragilidade desta confiança e sente-se tentado a buscar consolações, até efêmeras, mas que parecem preencher o vazio da solidão e aliviar a fadiga do crer. Algumas consolações tornam-se ídolos, pois cultuamos de modo excessivo, como por exemplo: a riqueza, que nos dá a segurança do dinheiro; o poder e o sucesso, nas quais fazemos alianças com os poderosos e famosos; a vaidade, com sua ilusão de eternidade e onipotência; a beleza física e a saúde, quando sacrificamos tudo para não perdê-las; o prazer, o mundanismo; as falsas ideologias, com sua pretensão de absoluto, ou um deus ao “nosso gosto”, que se submeta aos nossos esquemas, quando num passe de mágica, muda a realidade para o que queremos. Um Salmo cheio de sabedoria apresenta-nos de modo sugestivo a falsidade destes ídolos que o mundo nos oferece. Diz assim: “Os ídolos deles são ouro e prata, obra das mãos dos homens.Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam!” (v.v. 4-8) CM 506

A mensagem do Salmo é muito clara: se pusermos a esperança nos ídolos, nos tornamos como eles: imagens vazias com mãos que não tocam, pés que não caminham, lábios que não podem falar. Tornamo-nos incapazes de sorrir, de nos doarmos, incapazes de amar. Que tristeza!! Devemos estar alertas para não cairmos nestas armadilhas, nestas falsas esperanças, nestes “muros” que o mundo nos apresenta. É necessário permanecer no mundo, mas defendermo-nos das ilusões do mundo que são estes ídolos, que nos dão falsas esperanças. E o Salmo prossegue e diz que é preciso confiar e esperar em Deus, e Deus concederá a sua benção: “Israel, confia no Senhor (...) Casa de Aarão, confia no Senhor (...) Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor (...) O Senhor lembrou-se de nós; Ele nos abençoará” (v.v. 9. 10.11.12) O Senhor não se esquece nunca de nós, até nos maus momentos Ele está conosco. Se confiamos no Senhor, tornamo-nos como Ele, a sua bênção transforma-nos em seus filhos, que partilham a sua vida. A esperança em Deus faz-nos entrar no raio de ação da sua memória que nos bendiz, nos salva e nunca desilude!

Hermelinda e Arturo CR Super-Região 3


ACOMPANHAR OU SER ACOMPANHADO? “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16,15). A Igreja é Mãe e Mestra, continua sendo companheira de nossos caminhos que nos conduz continuamente ao crescimento na experiência do seguimento de Cristo e a uma mudança radical em nossa vida. Seguindo Jesus, somos feitas testemunhas do Reino e colaboradores do Evangelho. Quem se faz discípulo de Jesus e aceita segui-Lo entende que não pode deixar-se paralisar, precisa abrir-se ao amor de Cristo, testemunhando a Sua palavra, acolhendo a Sua graça redentora e contribuindo para a transformação do mundo. ...“como discípulos missionários, membros da Igreja e cidadãos do mundo, somos chamados a colaborar na ação evangelizadora, em todos os âmbitos da Igreja e do mundo, superando os entraves que atrapalham a missão” (Doc. 105-92). Cristo Jesus nos deixou a promessa de sua presença no meio do seu povo: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Ele sempre caminhará e trabalhará junto a nós. O discípulo missionário, como sujeito no mundo é chamado a construir pontes para promoção da vida, a agir de forma consciente responsável e livre, sempre com diálogo e abertura, levar às pessoas a libertação integral, fazendo-as sujeito do seu próprio desenvolvimento. O diálogo a partir da presença de 4

Cristo entre nós, acolhendo a Sua graça, sua amizade gratuita e generosa, podemos nos transformar em testemunhas da palavra de Cristo, com entusiasmo, capazes de levar a esperança que anima, a alegria que só Cristo pode satisfazer plenamente os anseios profundos de cada coração humano e responder as questões inquietantes acerca do sofrimento, das injustiças, situações estas que contradizem o projeto do Pai e o Reino de Vida que Cristo veio trazer. Deixando-nos ser conduzidos pelo Espírito Santo viveremos a solidariedade, compartilharemos o Evangelho, faremos próximos, dedicando tempo, atenção, escuta, com misericórdia e ternura àqueles que necessitam; a fé cristã não pode estar separada entre o amor a Deus e o amor ao próximo. “Perder tempo?” Seu tempo com alguém é, na verdade, ganhá-lo e não desperdiçar, quando dedicamos nosso tempo a uma pessoa, estamos dedicando uma porção da nossa vida. O ser humano constrói-se e realiza-se como pessoa nas relações com os outros. Pedimos a Maria, Mãe da Igreja, exemplo de mulher, que nos acompanhe e sob sua maternal proteção ecoem em nossos corações as suas palavras “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Lenice e José Carlos CR Província Sul II CM 506


A Páscoa de Cristo em nossa vida A Celebração da Páscoa sempre remete a uma mudança para situação nova. Da morte para a vida, do pecado para a graça, da escravidão para a liberdade, sempre iluminados pela fé no Cristo Ressuscitado. O desenvolvimento da celebração anual da Páscoa acontece a partir da Vigília Pascal, que celebra a passagem da morte para a vida de ressurreição. É a passagem do Senhor deste mundo para o Pai. Com a celebração deste mistério, a Igreja, através dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo, seu esposo. Na ressurreição, Cristo comunica ao mundo o seu Espírito de vida, que muda o coração do homem, Espírito de liberdade, que redime o homem de suas escravidões e exatamente na raiz, pois resgata o homem do pecado. Esta é a verdadeira libertação pascal; isto significa “realizar a Páscoa”. A Páscoa não é celebrada teoricamente e de maneira conceitual, mas sacramentalmente, mediante os sinais memoriais nos quais Cristo, nossa Páscoa, assume, purifica e transforma a nossa existência com a sua graça. A proclamação dos eventos pascais e a nossa participação neles acontecem de forma máxima na Eucaristia, que é a nossa Páscoa. Na Eucaristia e da Eucaristia provém o verdadeiro testemunho, para o sempre renovado dom do Espírito Santo que une os irmãos no amor, tornando-os uma única realidade com o Pai e o Filho. Anima o exercício dos carismas e, em especial, do ministério para o bem da comunidade, para que ela CM 506

se estabeleça no amor e sustente os fiéis na adversidade, até a cruz, para estar sempre com Ele na glória. A liturgia do tempo pascal introduz a comunidade cristã num conhecimento mais pleno do mistério de Cristo e da Igreja, nascida da Páscoa, que nos trazem a experiência vivida pela primeira geração cristã guiada pelos apóstolos. A eficácia deste tempo depende desta pessoal e nova experiência da vida sacramental e comunitária. O verdadeiro significado do tempo pascal deve ser valorizado responsavelmente sob o ponto de vista espiritual e pastoral. Não é apenas um período constelado de Aleluia, mas é um tempo diferente dos outros, como um dia celeste, um dia de eternidade, inserido na trama do tempo terreno; e durante este dia celeste (cuja duração é cinquenta dias terrenos), a Igreja faz a experiência da vida eterna, da vida glorificada, na qual já penetrou o homem chamado Jesus, conservando aberta a sua porta para nossa glorificação. Celebrar a Eucaristia significa reconhecer todas as manifestações de Jesus ressuscitado em sua Igreja, tornando-nos instrumentos dessas manifestações, como membros do povo sacerdotal, dando graças ao Pai pela contínua presença de Jesus ressuscitado entre nós. Pe. Gilmar Antônio F. Margotto SCE Província SUL II 5


FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

na Causa de Canonização do Pe. Caffarel Participar da Causa de Canonização do Pe. Caffarel é uma oportunidade muito especial para todos os equipistas crescerem na sua vida espiritual, pois ela nos permite exercitar e desenvolver as três virtudes maiores: a FÉ, a ESPERANÇA e a CARIDADE. Só aqueles que têm FÉ conseguem verdadeiramente aderir a esta causa. É preciso crer: que o Pe. Caffarel está na presença do Senhor, que intercede junto a Ele por nós, se o pedirmos, e que Deus o atende concedendo-nos as graças de que necessitamos para as dores, os sofrimentos e as dificuldades da nossa vida cotidiana. É preciso um pouco mais: acreditar que Deus realiza milagres, pois milagres de cura são o critério adotado pela Igreja para comprovar o que ela deseja proclamar: a santidade do Servo de Deus. Quando pedimos alguma graça ao Senhor, a nossa Fé nos leva a responder à pergunta de Jesus: “Acreditais que Eu possa fazer isso?” (Mt 9, 28). Ao pedirmos a intercessão do Pe. Caffarel precisamos exercitar a nossa Fé para respondermos SIM a duas outras perguntas: “Você acredita que o Pe. Caffarel 6

pode interceder junto a Mim por você?” e “Você crê que Eu posso atendê-lo?”. Lembremos a resposta de Jesus no Evangelho: “Seja feito segundo a vossa fé” (Mt 9, 29b). Por isso, pedir frequentemente a intercessão do Pe. Caffarel para as nossas necessidades é exercitar continuamente a nossa Fé, tornando-a cada vez mais forte. A perseverança na oração de intercessão é também exercício de ESPERANÇA. Naqueles momentos da nossa vida em que temos a impressão de que Deus está silencioso demais, de que o que pedimos não acontece, somos chamados a exercer a Esperança: porque acreditamos nas promessas do Senhor; porque esperamos no Senhor; porque sabemos que o tempo d’Ele não é o nosso, e porque, quanto à Causa de Canonização, sabemos que na hora certa a Igreja vai proclamar a santidade da vida do Pe. Caffarel. É a ESPERANÇA que nos leva a continuar em oração e a dar a conhecer a outras pessoas o Pe. Caffarel, a sua vida, a sua obra, o seu legado. E finalmente, participando da Causa de Canonização, exercemos a CARIDADE. Além de amor a Deus e à Igreja, essa participação é demonstração de amor ao próximo. Estamos sempre pedindo ao Pe. Caffarel que interceda junto a CM 506


Deus por alguém que precisa de uma graça. Quantas vezes nem conhecemos a pessoa que necessita da graça, mas pedimos insistentemente a intercessão dele por amor a alguém que está sofrendo. Isto é prova de amor ao próximo. Agradeçamos a Deus por poder participar da Causa de Cano-

nização de um Servo de Deus tão próximo a nós e de cujo legado nós tanto nos beneficiamos. Continuemos pedindo a intercessão do Pe. Caffarel para que o Senhor nos conceda suas graças e, do meio delas, surgirá o milagre necessário para que ele seja beatificado.

PASSOS IMPORTANTES JÁ DADOS NA CAUSA DE CANONIZAÇÃO DO PE. CAFFAREL • em 25 de abril de 2006 foi aberta na Arquidiocese de Paris o Inquérito Diocesano, primeira etapa da Causa de Canonização. • em 18 de outubro de 2010 foi encerrado o Inquérito Diocesano. • em 10 de novembro de 2014 foi entregue, à Congregação para as Causas dos Santos em Roma, o relatório do Inquérito Diocesano. Foi, então, preciso esperar o Decreto de Validade que confirmou que o Inquérito foi realizado de acordo com as regras da Igreja. • em 9 de novembro de 2015 foi

assinado o Decreto de Validade do Inquérito. Esse foi um passo muito importante, pois oficializou que o trabalho anterior foi feito corretamente. A partir de então está sendo redigido pelo Pe. Marcovits – primeiro postulador da Causa e agora Redator – o “Posicionamento sobre a Vida e Virtudes” (Positiones super Vita et Virtudibus, também chamado simplesmente de “Positio”), ou seja, a partir do Inquérito é feita uma síntese das investigações mostrando a vida, as virtudes e a santidade do Pe. Caffarel. É uma etapa geralmente longa por causa da precisão com que deve ser descrita a vida do futuro santo. Assim, enquanto o Positio está sendo redigido, continuemos pedindo ao Senhor que faça um milagre pela intercessão de seu Servo Pe. Henri Caffarel e peçamos também ao Pe. Caffarel que interceda junto ao Senhor pelas nossas necessidades, sejam elas doenças, problemas de casal, reconciliação, coisas materiais, decisões a serem tomadas ...

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Associação dos Amigos do Padre Caffarel BALANÇO FINANCEIRO

Os membros da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel receberam com o Boletim no 19 a prestação de contas da Associação referente ao ano de 2015. Enquanto esperamos a de 2016, e porque a doação feita pelos equipistas brasileiros em novembro de 2015 foi de grande ajuda para tirar a Associação da situação de déficit, apresentamos a todos aquela prestação de contas: As despesas fixaram-se em 17.322 €, nitidamente abaixo do orçamento

DEMONSTRATIVOS DE RESULTADOS

Receitas Adesões Doações Vendas Colóquio Receitas Financeiras Diversos

Despesas

2014

2015

17.183

47.587

15.520 505 0 0 443 715

47.130 210 0 19 228 0

26.523

17.322

6.183 6.000 0 5.244 215 7.217 1.664

744 8.500 0 1.703 281 5.875 220

Deslocamentos/Testemunhas Postulador Honorários Historiadores Teólogos Taxas Escritório de Documentação Taxas Bancárias Assistência Secretariado Recepção Hospedagem

Resultado

(em Euros (€)

- 9.340,14

30.265

apresentado em 2014 para 2015, que ascendia a 27.000 €. Esta diferença deve-se principalmente ao fato de o custo da postulação romana ser inferior ao previsto. As receitas são superiores ao orçamento: 47.587 € contra 27.000 €. A gestão da associação em 2015 é excedentária em 30.265 €, graças à importante contribuição das quotizações do Brasil. 19 /4/ 1930 - Paris - Ordenação do Pe. Henri Caffarel 19 /4/2017 - Brasil - 4º Dia Nacional de Oração pela Beatificação do Pe. Henri Caffarel Organize esse Dia de Oração com sua Equipe, seu Setor, Sua Região

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Vicélia e Magalhães CR Causa Canonização Padre Caffarel

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Igreja Católica

Palavra do Papa Igreja deve amparar quem tem a “coragem” de se casar No discurso de inauguração do Ano Judiciário do Tribunal Apostólico da Rota Romana, o Papa Francisco falou da relação entre fé e matrimônio no contexto atual, que ele define como carente de valores religiosos e que, portanto, condiciona também o consenso matrimonial. Quem hoje requer o matrimônio cristão tem diversas experiências de fé: há quem participa ativamente da vida paroquial, quem se aproxima pela primeira vez; outros têm uma intensa vida de oração; outros, ao invés, são guiados por um sentimento religioso genérico; às vezes, são pessoas completamente distantes da fé. Diante desta situação, o Pontífice pede que a Igreja encontre “remédios válidos” contra o multiplicar-se de celebrações matrimoniais nulas ou inconsistentes. Francisco propõe dois remédios: o primeiro deles é a “formação dos jovens” mediante um caminho adequado de preparação para redescobrir o matrimônio e a família. Um caminho que deve envolver o pároco e toda a comunidade, pois é uma “ocasião extraordinária” de missão e evangelização. É neste momento da vida, afirma o Papa, que os esposos estão disponíveis a rever e a mudar a orientação existencial. Para isso são necessárias pessoas com competência específica e preparadas de modo adequado para este serviço. NesCM 506

te espírito, reitero a necessidade de um “novo catecumenato” em preparação ao matrimônio. Para Francisco, este pode ser um “antídoto” contra a falência dos casamentos. O segundo “remédio” indicado pelo Papa é ajudar os recém-casados a prosseguirem o caminho na fé e na Igreja inclusive depois da celebração do matrimônio. É necessário identificar, com coragem e criatividade, um projeto de formação para os esposos, com iniciativas voltadas a uma crescente consciência do sacramento recebido. Trata-se de encorajá-los a considerar os vários aspectos de sua vida de casal, que é sinal e instrumento do amor de Deus, apontou o Papa. Esses dois remédios que indiquei são finalizados a favorecer um contexto de fé idôneo no qual celebrar e viver o matrimônio, não obstante as insídias destruidoras da cultura dominante do efêmero e do provisório. Como disse várias vezes” – concluiu o Papa –, é preciso coragem para se casar no tempo em que vivemos. E os que têm a força e a alegria de realizar este passo importante devem sentir a seu lado o afeto e a proximidade concreta da Igreja. Papa Francisco mais uma vez convoca a comunidade cristã para vir em auxílio do Sacramento do Matrimônio, de certa forma desmoralizado atualmente, principalmente pela falta de preparação dos jovens. As Equipes de Nossa Senhora sempre tiveram um olhar atento aos noivos e jovens casais. O trabalho de evangelização 9


da Experiência Comunitária e do Crescer no Amor são serviços prestados pelo Movimento à comunidade cristã. Padre Caffarel, já na década de 1960, incentivava os equipistas a se envolverem na preparação dos noivos, além de deixar as portas abertas do Movimento a casais que buscam a iniciação na vida cristã. Desta

forma propomos a seguinte reflexão: qual a nossa atuação como casal, em nossa Paróquia ou no Movimento, para ministrarmos os remédios propostos pelo Papa Francisco? Adaptado do discurso do Papa Francisco em 21/1/2017 por

Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região

Amoris Laetitia Capítulo IV Com o capítulo quarto, intitulado “O amor matrimonial”, que abarca os números 89 ao 119, estamos no coração da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia, pois é desejo do próprio Papa Francisco que este seja considerado um dos dois capítulos centrais, visto que “não poderemos encorajar um caminho de fidelidade e doação recíproca, se não estimularmos o crescimento, a consolidação e o aprofundamento do amor conjugal e familiar” (n. 89). Esta afirmação está fundamentada na doutrina conciliar, expressa na Gaudium et Spes (n. 48 e 49) e no Catecismo da Igreja Católica (n. 1641): “De fato, a graça do Sacramento do Matrimônio destinase, antes de tudo, a aperfeiçoar o amor dos cônjuges” (id.). O capítulo se desenvolve em quatro pontos. O primeiro ponto, intitulado O nosso amor cotidiano, é desenvolvido a partir do texto de 1Cor 13, 4-7, do qual o Papa extrai várias virtudes necessárias para a vivência cotidiana 10

do amor conjugal, a saber: a paciência, a atitude de serviço, a cura da inveja, evitar a arrogância e o orgulhoso, a amabilidade, o desprendimento de si mesmo, não irritar-se interiormente e se pôr em atitude de defesa, o perdão, a alegria com o bem do outro, desculpar tudo, a confiança no outro, a esperança e suportar as contrariedades com espírito positivo. E o Papa conclui: “O amor não se deixa dominar pelo ressentimento, o desprezo das pessoas, o desejo de se lamentar ou de se vingar por alguma coisa. O ideal cristão, precisamente na família, é amor que, apesar de tudo, não desiste” (n. 119). O segundo ponto é intitulado Crescer na caridade conjugal. O Papa Francisco afirma que a caridade conjugal é o “amor que une os esposos, amor santificado, enriquecido e iluminado pela graça do Sacramento do Matrimônio. É uma união afetiva, espiritual e oblativa, mas que reúne em si mesma a ternura da amizade e CM 506


a paixão erótica, embora seja capaz de subsistir mesmo quando os sentimentos e a paixão enfraquecem” (n. 120). Isto implica em ter tudo em comum a vida toda, o que exige que o matrimônio seja a “amizade maior” e uma exclusividade indissolúvel (n. 123), um amor que dure para a vida toda, e que sabe “contemplar e apreciar o que é belo e sagrado” do ser pessoal do cônjuge (n. 128). Tudo isto supõe casar-se por amor, que se torna externo pela forma de contrato matrimonial e pela recepção do Sacramento do Matrimônio (n. 132), e que cresce em todas as fases da vida do casal e da família – sendo, por isso, necessário usar três palavras-chave: “com licença, obrigado, desculpa” (n. 133) –, por meio do diálogo, que é “uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e maturar o amor na vida matrimonial e familiar” (n. 136). O terceiro ponto, intitulado Amor apaixonado, expõe alguns aspectos do amor matrimonial, como os sentimentos e a sexualidade. Os sentimentos não podem estar a serviço do egoísmo, mas “o amor matrimonial leva a procurar que toda a vida emotiva se torne um bem para a família e esteja a serviço da vida em comum” (n. 146), sendo necessária a educação da emotividade e do instinto (n. 148). O “erotismo aparece como uma manifestação especificamente humana da sexualidade” e, no matrimônio, mostra o “aspecto esponsal do corpo e a autêntica dignidade do dom”, sendo não só fonte de fecundidade e de procriação, mas de expressão do amor que se torna dom (cf. n. CM 506

152), sendo, todavia, indispensável fugir de uma sexualidade despersonalizada e patológica, dominadora, prepotente, abusiva, perversa e violenta (cf. n. 153). Para concluir este ponto, o Papa Francisco apresenta o valor positivo da virgindade e do celibato como sinal do amor disponível e oblativo e aconselha o encontro destes vocacionados com casais (n. 158-162). Nos dois últimos números deste capítulo (n. 163 e 164), o Papa Francisco expõe o quarto ponto, intitulado A transformação do amor, no qual ele aborda o atual alongamento da vida, que faz com que os casais tenham uma vida matrimonial mais extensa. Esta situação nova leva o casal a ter um “projeto comum estável”, a viver uma “rica intimidade” e uma “atração amorosa” duradoura, que vai além da mudança da aparência física do casal. E o Papa conclui: “O vínculo encontra novas modalidades e exige a decisão de reatá-lo repetidamente; e não só para conservá-la, mas para fazê-lo crescer. É o caminho de se construir dia após dia. Entretanto, nada disso é possível, se não invoca o Espírito Santo, se não se clama todos os dias pedindo a sua graça, se não se procura a sua força sobrenatural, se não Lhe fazemos presente o desejo de que derrame o seu fogo sobre o nosso amor para fortalecê-lo, orientá-lo e transformá-lo em cada situação” (n. 164). Pe. Geraldo Luiz Borges Hackmann Setor E, Porto Alegre-RS 11


vida no movimento

PADRE FLÁVIO,

60 anos de sacerdócio, 33 anos de ENS Um exemplo, um pai, um amigo, um irmão Querido Padre Flávio O Movimento das Equipes de Nossa Senhora não poderia deixar de prestar sua homenagem a este Sacerdote, colaborador, amigo, incentivador, participante ativo do Movimento nesse momento tão especial de sua vida. Aqui mostraremos um breve histórico de sua vida e testemunhos por aqueles que participaram dessa trajetória marcante para nosso Movimento. Sua história Pe. Flávio Cavalca de Castro teve sua ordenação no dia 25 de janeiro de 1957, pelo Seminário Maior Redentorista, de Tietê. Filho do casal sr. Getulio Tavares de Castro e d. Florinda Cavalca de Castro. A ordenação foi realizada na Igreja de Santa Terezinha, em Tietê, e a cerimônia foi paraninfada pelos srs. Geraldo Cavalca e Julio Tavares de Castro, respectivamente tio materno e tio paterno do sacerdote. Padre Flávio nasceu em Guaratinguetá, a 22 de fevereiro de 1933, recebendo o batismo na Matriz de Santo Antonio, das mãos do então vigário, Padre José Romão da Rosa Gois. 12

Fez a primeira comunhão em 9 de junho de 1940, na Igreja de Nossa Senhora da Glória. No dia 20 de agosto de 1944 ingressou no Seminário Menor de Santo Afonso, em Aparecida, terminando o sexto ano ginasial em 1950. No ano seguinte fez o noviciado no Colégio Perpétuo Socorro, em Pindamonhangaba. Em 1952 e 1953 fez o curso de Filosofia. De 1954 a 1956, fez o curso de Teologia. O curso superior foi feito no Seminário Maior Redentorista de Tietê, recebendo naquela cidade as ordens de Subdiaconato e Diaconato, respectivamente a 26 e 27 de outubro de 1956. Sua primeira Missa foi celebrada no dia 03 de fevereiro de 1957, na Igreja Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá. Atividades 1960-2003 • set. 1960 até jan. 1963 - Curso de pós-graduação na Gregoriana de Roma - Itália • jan. 1963 até dez. 1972 - Lecionou Teologia em Tietê-SP e São Paulo, Capital • jan. 1973 até set. 1978 - Vice-diretor da Rádio Aparecida • jan. 1979 até set. 1982 - Diretor da Rádio Difusora de Goiânia-GO CM 506


Pe. Flávio juntamente com seus familiares

• jan. 1983 até dez. 2003 - Diretor Editorial e mais tarde Diretor Geral da Editora Santuário Hoje passados 60 anos, o Padre Flávio Cavalca de Castro é muito estimado, muito querido, muito amado por este Brasil afora, principalmente no meio das Equipes de Nossa Senhora. Entrou para o Movimento das ENS, em 1984, na Equipe 10, Nossa Senhora da Guia, como Conselheiro Espiritual, onde permanece até hoje. É, ainda, Conselheiro da Equipe 3, Nossa Senhora da Esperança, de Aparecida; e Conselheiro do Setor de Guaratinguetá. Foi Conselheiro do Setor de Aparecida.

Já foi também Conselheiro da Super Região-Brasil, com o casal Silvia e Chico. Foi Conselheiro da Região São Paulo Leste II, com Luzia e Paulo Meirelles e Sonia e Antonio Carlos. Pertenceu, à Equipe da Carta Mensal, do Movimento das ENS, com Silvia e Chico Pontes, e pertence novamente, à equipe da Carta Mensal com Fernanda e Martini, como Conselheiro. Em dezembro de 2015, fez parte da Equipe Satélite, das ENS, em Paris, na França, para estudos sobre a Espiritualidade e Vivência da Sexualidade. Padre Flávio recebe convites de todo o Brasil, para pregar Retiros e Palestras, das ENS, sendo raros os fins de semana, em Aparecida. Atualmente é também Conselheiro Nacional das Comunidades Nossa Senhora da Esperança, mais uma vez junto com Silvia e Chico. Luzia e Paulo Meirelles Eq.05 - N. S. da Guia Guaratinguetá-SP

Testemunhos de suas equipes de base O nosso João Batista... Pessoas de almas nobres, famosos ou anônimos, inspiram, animam, ajudam a mudar o mundo. São pessoas que iluminam tudo ao seu redor como lamparinas acesas... Só podemos, nesse instante, estar falando do nosso CM 506

querido Conselheiro Espiritual, Padre Flávio Cavalca de Castro. Padre Flávio tornou-se Conselheiro de nossa equipe, equipe 3 de Aparecida, em meados de 1994. No início passava para nós uma impressão de homem enérgico, altivo e de extrema censura. Ledo engano nosso! 13


Ao longo desses 22 anos de convívio descobrimos um outro homem... tranquilo, moderno, aberto ao novo, apaixonado pelo que faz, aliás, assim como Padre Caffarel, um homem à frente de seu tempo. Gosta de crianças e jovens e quer distância de velhos. Com ele aprendemos que a verdadeira idade é a do coração e por isso mesmo ele optou ser sempre jovem. Nos ensinou a amar apesar das diferenças, a carregar os fardos uns dos outros, a praticar a tão difícil correção fraterna... nos ensinou a ser equipista.

Com o senhor, Padre Flávio, aprendemos a esperar o milagre do amor que nos obriga a colocar nossa vida em ordem: o corpo e a alma, a prudência com os filhos, a ternura com o cônjuge, a aceitação daquilo que não podemos mudar, a calma, a espera do tempo de Deus. Mas também o rebuliço, o querer crescer até o último suspiro, conhecer o desconhecido enfrentando todos os fantasmas... Até na política o senhor nos empurrou, assim como uma ave empurra seu filhote do ninho obrigando-o ao primeiro vôo. 14

Padre Flávio, o senhor. ensinanos até com o seu silêncio. Se tivéssemos que defini-lo usando apenas uma única palavra, esta seria OTIMISTA. De uma forma ou de outra, o senhor está sempre nos falando com entusiasmo, nos fala da decisão de ser alegre e acreditar que com alegria tudo se torna mas fácil. Para a nossa equipe, o senhor foi e é o nosso “João Batista”, veio e está à frente nos abrindo o caminho... E como respeita a escolha e o tempo de cada um! Sua persistência, determinação, seriedade e firmeza de caráter, atributos daqueles que nasceram para mostrar novos rumos às famílias e à sociedade, são legados que encontramos enraizados em sua alma. Então, só nos resta agradecer à Deus por tê-lo colocado em nossa equipe, em nosso caminho, em nossas vidas. Parabéns pelos 60 anos de sacerdócio. E hoje só pedimos uma coisa a Deus: que o faça sempre muito feliz. Aceite o nosso grande e demorado abraço na certeza de que tudo pagou a pena e que ainda temos muito que aprender. Obrigado por nos mostrar um rosto muito humano de Deus. Deus o abençoe! Aparecida, 25 de janeiro de 2017 Equipe 03 - N. S. da Esperança Aparecida-SP CM 506


Pai, amigo, irmão e avô... Com muita alegria estamos aqui agradecendo a Deus pela vida do Padre Flávio e seus 60 anos de sacerdócio, 30 deles dedicados à nossa equipe, Nossa Senhora da Guia, nos conduzindo ao crescimento espiritual, conjugal e familiar. Um presente muito especial que Deus nos reservou. Como teria sido nossa vida sem essa presença marcante e preciosa a nos incentivar? Estaríamos ainda nessa caminhada? Talvez... Mas hoje temos a certeza de que nós casais e equipes buscamos juntos a santidade e a felicidade, no e pelo matrimônio, graças a Deus e ao empenho incansável do nosso Conselheiro. Padre Flávio além de exercer o seu sacerdócio foi e é um pai nos aconselhamentos mais difíceis, um amigo nos momentos descontraídos, um irmão sempre atento às nossas necessidades, um avô carinhoso para nós e nossos filhos e agora nossos netos aos quais têm um carinho especial a cada um. Alguns o acham muito sério, mas ele se torna um menino alegre e animado nas travessuras com nossas crianças. Padre Flávio, nesses anos, abrandou nossos corações, direcionou nossas vidas para o camiCM 506

nho do Senhor, vibrou com nossos progressos. Cobrou mudanças, novas atitudes, com sua maneira serena e tranquila. Fez-nos melhores, bem melhores! Jamais se negou a qualquer pedido para um conselho, palestra, retiro para casais, até mesmo em lugares bem distantes deste Brasil e também fora dele. Padre Flávio, como expressar toda nossa gratidão pelo que somos hoje? Quase impossível! Mas o senhor nos falou sobre sua caminhada, e disse ser muito feliz na sua missão. Diante disso, que podemos fazer? Orar, orar sempre para que lhe seja concedida essa felicidade em servir a Deus e ao próximo com saúde e paz. Conte também, Padre Flávio, com nosso cuidado, carinho e apoio. Deus ajude e Maria o abençoe nessa caminhada redentorista. Equipe 05 - N. S. da Guia Guaratinguetá-SP 15


Padre Amigo Em relação às ENS, o Brasil é um país abençoado por DEUS! Além das inúmeras graças que Ele tem nos proporcionado, temos o privilégio de termos um SCE que é uma referência mundial dentro do Movimento, que é o Padre Flávio Cavalca! Podemos afirmar, sem chance de errar, que o Padre Flávio é o sacerdote que mais entende do Movimento no mundo! Quem melhor entendeu a mística e o carisma das ENS e o que o Padre Caffarel quis deixar como legado ao mundo! É respeitado e amado em todos os lugares que frequenta... Nós, particularmente, temos uma admiração imensa e única pelo Padre Flávio. Ele nos tem ajudado desde que incidamos nas nossas missões, sempre prestativo, sempre ensinando, sério, mas ao mesmo tempo alegre, possuidor de um humor fino, nunca nos negou nenhum pedido! Tem sido nosso amigo e conselheiro para todas as horas e necessidades! DEUS Nosso Senhor abençoe os 60 anos de Sacerdócio e os 85 anos de vida do Padre Flávio. Muita saúde e ainda muitos anos de vida profícua e de convivência com as ENS no Brasil. E que Nossa Senhora Aparecida o ampare e proteja! Amém. Hermelinda e Arturo CR Super-Região

“Pagou a Pena”

Esta expressão era marca registrada do Pe. Flávio quando comentava algum projeto, estudo ou trabalho que nossa equipe da Super-Região Brasil ou ele próprio havia desenvolvido. Pagaria a pena se transcrevêssemos uma carta enviada ao Pe. Flávio, quando estávamos em vias de concluir nossos 5 anos de tempo de serviço (de 1999 a 2004) como responsáveis do Brasil, e no qual contamos com seu precioso aconselhamento espiritual. Mas carta é algo pessoal. Pertence a ele e não a nós. No entanto, pusemo-nos a fazer memória do tempo que passamos próximos, e a cada lembrança os fatos não se alteraram, mas a prova dos sentimentos expressados restou demonstrada pelos acontecimentos e o passar dos anos. Por isso também podemos dizer: Tudo pagou muito a pena. “Fazei isto em memória de mim” são as palavras sagradas do momento solene da consagração das espécies na Santa Missa. 16

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Fazer memória é muito mais do que simplesmente lembrar, voltar o pensamento para recuperar coisas interessantes do passado. Fazer memória é tornar viva uma realidade que não pertence a um tempo que se foi, mas que continua se fazendo presente e eficaz, superando os dias e anos que dali já transcorreram. Presente e eficaz. Estes dois termos fazem a memória do Pe. Flávio perante as ENS. Se formos aprofundar o significado de “conselheiro espiritual”, um deles é : “aquele que está ao lado”. Presença como conselheiro: impossível deixar de reconhecer no Pe. Flávio a grandiosidade de ter sido simplesmente Conselheiro. Nunca, e nunca mesmo, vimos uma única atitude sua que ultrapassasse o limite dessa função. Nada de querer se impor, mandar. E isso não lhe deve ter sido fácil, pois precisou de muita tranquilidade para suportar o nosso despreparo, limites e imperfeições na condução do Movimento. Mas o vimo passar por esse calvário com fidalga presença para apenas nos desviar dos perigos, dos erros. A maior paga que recebemos pelo serviço que prestamos é a satisfação que sentimos ao descobrir que Deus nos usou como instrumento para fazer bem aos outros. A satisfação de termos sido instrumentos de descobrir Pe. Flávio para as ENS no Brasil, isso ninguém nos tira. Aqui entra necessariamente o dedo de Deus, que trama o tecido da história. Desde nosso período como Casal Regional íamos aos famosos encontros de Itaici, chamados de nacionais, mas abertos apenas aos ocupantes de funções a partir da responsabilidade pelos Setores. Lá sempre víamos Pe. Flávio, mais uma vez presente. Éramos muito tímidos e Pe. Flávio bastante circunspecto. Por isso, nunca conversamos além da saudação de “bom dia”. Tudo começou com a Carta Mensal das ENS. Um dia, em 1996, quando éramos membros da ECIR, Maria Regina e Carlos Eduardo, então responsáveis pelo Movimento, nos pedem para assumir a responsabilidade da Carta Mensal. Para nós soou um pedido CM 506

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sem lógica. Não éramos jornalistas, nunca fizemos nada na área de comunicação, nem um simples boletim de Setor. Apesar desse desvario, aceitamos. Como em toda equipe de trabalho há um SCE, começamos a pensar quem escolher e não sabíamos. Nessa ocasião Pe. Flávio participava há pouco como SCE da Equipe da Carta que estaríamos assumindo. Tiramos algumas informações e disseram que ele era bom. “Vamos ficar com ele mesmo”, resolvemos arriscar! (Vejam a ousadia). Naquele tempo as reuniões da Equipe da Carta eram feitas sempre em São Paulo. Passamos a inovar com as reuniões itinerantes. Ora em Sorocaba (onde morávamos nós, Maria Cecília e José Carlos), ora em São Paulo (casa de Rita e Gilberto), ora em Jundiaí (com Wilma e Orlando), ora em Aparecida (residência do Pe. Flávio). Pensamos: esse padre vai nos dar a conta logo. Mas a presença se fez completa. E mais: pouco a pouco, descobríamos sua riqueza de alma, quase de criança, em sua sensibilidade, inteligência ímpar, companheiro de todas as horas, fino no trato das coisas de Deus. Tínhamos sido cegos, mas não fomos bobos. Ao sermos escolhidos Casal Responsável da Super-Região Brasil, não havia dúvida, nem risco. A Carta Mensal foi o trampolim que Deus usou para nos fazer mergulhar no aconselhamento espiritual do Pe. Flávio. Eficácia, a segunda palavra a qual nos referimos, foi uma constante, que não parou ao terminar nosso tempo de serviço. Além de toda a segurança espiritual com que sempre nos brindou, a formação que nos transmitiu em cada reunião da Super--Região ou evento organizado, os constantes apoios dados por telefone ou pela internet, Pe. Flávio começou a peregrinar por todo o Brasil, dando Sessões de Formação, Retiros, participando de palestras em EACRE, visitas com a Super-Região de Norte a Sul, enfim, prestando um trabalho eficaz que produziu frutos abundantes que muitos dos que hoje nos leem devem ter aproveitado. Quis a mão de Deus que nossos destinos ainda não se desatassem. Pe. Flávio segue nosso Conselheiro, agora junto às Comunidades Nossa Senhora da Esperança, Movimento dedicado às pessoas viúvas e sós, que estamos coordenando em nível nacional. As CNSE trazem também a marca de suas ideias e preocupações pastorais com essas pessoas que enfrentam a solidão, pois ele assessorou em várias oportunidades Dona Nancy, quando da organização e fundação desse Movimento. E para nossa particular alegria, Hermelinda/Arturo e Pe. Renato, atuais Casal Responsável e SCE da SR Brasil, colocaram-nos 18

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mais uma vez bem pertinho de Pe. Flávio, no grupo de trabalho que está percorrendo as Províncias do Brasil para uma formação específica para os Sacerdotes Conselheiros e Acompanhadores Espirituais das equipes. Presença e eficácia continuam. Se alguém quiser marcar um Retiro com Pe. Flávio, entre logo na fila do próximo ano, se é que haverá ainda espaço. Enfim, Pe. Flávio: um grande agradecimento e um reconhecimento sem tamanho partem de nosso coração. Tudo pagou muito a pena! Deus lhe pague.

Sílvia e Chico CNSE

Carta Mensal agradece

Como construir um prédio sem uma boa fundação? Pois é esse o nosso caso... Padre Flávio é nossa super-fundação... Discreto (não permitiu de jeito nenhum que colocássemos sua foto no Meditando em Equipe) porém presente e assertivo. Nos dá a segurança que precisamos para todos os meses publicarmos tantas matérias com assuntos por vezes controversos... O “amigo com quem podemos contar seja qual for a causa”. Nosso porto seguro... O mínimo que poderíamos fazer é preparar essa singela homenagem e demonstrar o quanto ele foi e continuará sendo importante para nosso Movimento. Fernanda e Martini CR Carta Mensal CM 506

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EACRE 2017 De janeiro a março de 2017 ocorreram 58 EACRE com o objetivo de: • animar os novos CRE para o exercício da responsabilidade • oferecer meios que auxiliem na reflexão e discernimento sobre a caminhada do Movimento • proporcionar momentos de evangelização, formação e troca de experiências • Realizar e celebrar a unidade do Movimento

Pontos de Unidade: Tema: Pontes sim, muros não Lema: “Abri, abri a estrada, aplanai-a! Retirai do caminho de meu povo todo o obstáculo” (Is 57,14 ) • • • • • • • • • •

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Orientações 2017 PCE 2017: Retiro Amoris Laetitia Encontro Internacional de Fátima 2018 Carta Mensal Comunicação Secretaria e Tesouraria Canonização Padre Caffarel Intercessão Campanha da Fraternidade 2017 Tema: Fraternidade biomas brasileiros e a defesa da vida Lema: Cultivar e guardar a criação, (Gn 2.15) CM 506


PROVÍNCIA CENTRO-OESTE Região Brasília I

Região Brasília II

Região Brasília III

Região Goiás Centro

Região Goiás Sul

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Região Mato Grosso

do Sul

PROVÍNCIA LESTE Região Espírito Santo

Região Minas I

Região Minas II

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Regi達o Minas III

Regi達o Minas IV

Regi達o Minas V

Regi達o Rio I

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Regi達o Rio II

Regi達o Rio III

Regi達o Rio IV

Regi達o Rio V

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PROVÍNCIA NORDESTE Região Alagoas

Região Bahia Itabuna

Região Bahia Salvador

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Região Ceará I

Região Ceará II

Região Maranhão Piauí São Luis

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Região Maranhão Piauí Terezina

Região Paraíba

Região Pernambuco I

Região Pernambuco

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Região Rio Grande Nor

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Região Rio Grande do

Norte II

Região Sergipe

PROVÍNCIA NORTE

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Região Norte I Itacoatiara

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Região Norte I Manau

Região Norte I Maués

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Região Norte II

Região Norte III Juruti

Região Norte III Santarém

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PROVÍNCIA SUL I

Região SP Centro I

Região SP Centro II

Região SP Leste

I

Região SP Leste

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Região SP Leste III

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Regi達o SP Sul I

Regi達o SP Sul II

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pital I

Regi達o SP Capital II

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PROVINCIA SUL II Regi達o SP Leste

Regi達o SP Nordeste

Regi達o SP Norte I

Regi達o SP Norte II

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Região SP Oeste I

Região SP Oeste

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PROVÍNCIA SUL III Região Paraná Norte

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Londrina

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Região Paraná Norte Cascavel

Região Paraná Su

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poldo

Região RS I - São Leo

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Regi達o RS II - S達o Leo

poldo

tarina I Criciuma

Regi達o Santa Ca

Regi達o Santa Catarin

a II

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raízes do movimento

CONVERTER SUA INTELIGÊNCIA As reflexões que se seguem são extraídas da carta de um assistente de equipe. Elas revelam uma compreensão em profundidade do nosso Movimento. É verdade que só sublinham um aspecto deste, mas essencial. Eu lhes peço, pois, insistentemente, meditá-las e comentá-las na reunião, a fim de verificar se vocês estão no caminho certo. H. C.

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora intitula-se movimento “espiritual”. Não saberia exprimir o quanto isso me agrada e o quanto saboreei os bons frutos espirituais que ele trouxe, por exemplo, na reunião da qual participei na noite dos últimos dias de estudos para os Responsáveis. Mas, ao mesmo tempo, esse termo “espiritual” é ambíguo: a ação também pode ser espiritual em sua intenção e no melhor de si mesma. Forçando um pouco meu pensamento, para melhor ressaltar seu objetivo, eu diria que o Movimento é “contemplativo”, isto

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é, um movimento que tem por finalidade levar seus membros a pensar, a refletir, a aderir cada vez mais à Verdade que é o Cristo, a rezar, a adorar. Neste sentido, não há nada mais urgente, hoje, do que a vida contemplativa, vide de conhecimento e aprofundamento espiritual. Ouvindo, às vezes, certas resoluções com que se concluem algumas orações pessoais, ou certas trocas de pontos de vista, na reunião mensal, podemos nos perguntar se todos os membros das equipes compreenderam bem a natureza do Movimento tal como ao menos eu o vejo.

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Vocês sabem que para São Tomás (e eu peço desculpas para essa referência cômoda para mim), a meditação que termina por uma resolução visando a ação faz parte da vida ativa, pois que ela é polarizada pela ação. Ao contrário, a meditação que não tem outro fim a não ser o de conhecer e de aprofundar a verdade ou de aderir a verdade, ao Cristo, ou a Deus, faz parte da vida contemplativa. É uma distinção importante. Querendo tomar um número excessivo de “resoluções” numa discussão de tema que não leva diretamente à “ação”, arriscamonos a um círculo vicioso ou a nos voltarmos sobre nós mesmos. Além do mais, levando tudo em consideração, uma resolução que se refere à ação, se for tomada antes de qualquer reflexão, arrisca-se ao fracasso. Com efeito, se tomamos essa resolução, é porque habitualmente não a cumprimos; e se não a cumprimos, é porque não nos é natural, não está na inclinação de nossa natureza, de tal modo que a tomamos contra nossa inclinação e, afinal, dura pouco. Afastai o natural, ele volta imediatamente. Como corrigir essa natureza, a não ser “compreendendo-a”? Aquilo que se compreende, que se aprende e se assimila, transforma-se em nossa natureza, pelo menos com muito mais facilidade; e a vontade é a inclinação que em seguida decorre muito naturalmente dessa “natureza” intelectual que se tornou nossa. De modo que o importante, antes de tudo, é sempre converter CM 506

nossa inteligência, nosso espírito. E, com verdade, não há nada de mais urgente em todos os domínios. Eu tenho, às vezes, a impressão de que, para certos casais, o fato de pertencerem ao Movimento não modificou em nada suas concepções sociais ou outras, da fé, do Evangelho, etc. Tudo isso lhes parece coisa definitivamente estabelecida, na qual não se toca. Ora, algumas vezes, isso deveria evoluir e não evolui, porque não se pensa em converter a inteligência e o espírito diante da Verdade que é o Cristo. O Movimento seria, portanto, mais eficaz ainda, se ele se afirmasse como Movimento “contemplativo” (coloco entre aspas para significar que gostaria da realidade sem, no entanto, fazer questão da palavra), se ele precisasse que se trata essencialmente de procurar e compreender. Assim nossa vida seria menos “ver, julgar e agir”, como na Ação Católica, que “ouvir (acolher), meditar (reagir espiritual e vitalmente), compreender”. Seria necessário mostrar que a caridade que consiste em compreender é a mais bela das caridades. Ela consiste em aplicarmos, com todo o fervor de que somos capazes, nossa inteligência à verdade tal qual é, tal qual Deus no-la apresenta, e não foi tal como gostaríamos que fosse. A.M. Henry, op. Colaboração

Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 37


acervo literário do Pe. Caffarel SEGUINDO OS ESCRITOS DO PADRE CAFFAREL O livro recém-publicado pelas Equipes de Nossa Senhora no Brasil sob o título “Espiritualidade Conjugal” traz um grande número de artigos escritos pelo Padre Caffarel para a revista L’Anneau d’Or. Entre estes, queremos destacar aqui o texto de uma palestra feita pelo padre em 1958 em uma reunião para membros de diversos institutos religiosos da região de Paris. Dessa palestra – que consta do referido livro à página 37 – queremos aqui pôr em relevo dois pontos: uma explicação do que o padre entende por “espiritualidade” e algumas de suas considerações sobre o que não é “espiritualidade conjugal”. Ele parte do princípio de que todos os homens e todas as mulheres do mundo são chamados a serem santos e que a santidade é a mesma para todos: “Não há várias santidades, há apenas uma perfeição cristã. São Tomás de Aquino definiu-a assim: ‘Todo ser é perfeito, desde que atinja a sua finalidade, que é a sua última perfeição; ora, a última finalidade da vida humana é Deus e é a caridade que nos une a Ele, segundo as palavras de São João: aquele que permanece na caridade está em Deus e Deus nele. É, pois, especialmente na caridade que consiste a perfeição da vida cristã’. Para o leigo, para o religioso, a santidade é a mesma, define-se do mesmo modo”. Daí o que é preciso dizer a todo 38

cristão – e, portanto, a todo cristão casado – é que todos são feitos para a santidade. A santidade, esse estado de perfeição, é a mesma para todos, mas os caminhos para chegar a ela podem ser diferentes. Podem depender do estado de vida de cada um: não pode ser o mesmo para um monge, para uma freira, uma professora, para um homem ou uma mulher casados. Esses caminhos são as diversas espiritualidades para atingir a santidade. “Tipos de santidade variados, caminhos variados, tudo isso para realizar esta única santidade e oferecer à nossa admiração uma face múltipla de Cristo, enquanto Ele permanece sempre o mesmo, com Sua única Face.” Mas então, pergunta Padre Caffarel, “em que consiste a espiritualidade do cristão casado?” Ou seja, qual é o caminho específico dos cristãos casados para a santidade? E ele começa a responder mostrando para começar o que essa espiritualidade não é. “Em primeiro lugar [...] a espiritualidade do cristão casado não é um plágio da espiritualidade monástica. ” Para dar um exemplo, o padre conta a história – que também contou para nós, aqui no Brasil, em 1972 – de uma senhora a quem a espiritualidade do marido incomodava muito. Ela lhe contou que “o coronel” – era assim que chamava o marido – era tão religioso que usava CM 506


um “cilício”. Trata-se de um pano áspero que era usado sobre a pele por algumas ordens religiosas como instrumento de mortificação. “Segundo erro a afastar: a espiritualidade de evasão. Uma mãe de família profundamente cristã, que certamente recebeu grandes graças da oração, estava relacionada com todos os religiosos e religiosas de sua região; fazia muitos retiros nos mosteiros. Em todos os dias de sua vida, entre as nove e as onze horas da manhã, ninguém – nem os empregados, nem as crianças, nem mesmo o marido – devia entrar no seu quarto. Ora um dia chegou em que este homem foi procurar consolação junto de outra, um pouco menos mística. E a família provavelmente ter-se-ia rompido se Deus não tivesse chamado a Si a esposa, o que permitiu ao marido contrair, em paz com sua consciência, um novo casamento. [...] Aí está bem o tipo de uma vida espiritual de evasão que não tem em conta as responsabilidades conjugais e sociais.” O terceiro erro que o padre aponta é o de uma vida espiritual individualista. São os casais que se comunicam em todos os aspectos materiais, psicológicos, físicos da vida conjugal e, podemos acrescentar, dedicam seu ‘Dever de Sentar-se’ inteiramente a esses assuntos, mas não se comunicam no plano espiritual. Casais que neste plano continuam vivendo como se solteiros fossem. “Cada um diz ‘eu’, sem pensar no ‘nós’ criado pelo sacramento”. O quarto erro, segundo o Padre Caffarel, seria quase como o inverso do terceiro, resultando em uma cerCM 506

ta confusão na vida conjugal. Seria fazer do casamento uma fusão de duas pessoas. É verdade que com o sacramento do matrimônio nasce uma nova pessoa, o “nós”, mas nem por isso os cônjuges perdem a sua identidade e sua personalidade. Os dois assumem o caminho que, através da vivência da espiritualidade conjugal, pode conduzi-los à santidade. As falhas e os desvios nesse caminho são objeto de revisão no momento do Dever de sentar-se. Porém, ao mesmo tempo, cada um dos cônjuges tem aquelas falhas e erros que lhe são pessoais; esses serão objeto de Reconciliação no sacramento próprio. Assim como a confissão comunitária não substitui a confissão auricular, o Dever de Sentar-se não supre a confissão individual. Mas o padre Caffarel alerta os sacerdotes: ao dar conselhos, ao ouvir as confissões, o padre deve tratar de forma diferente solteiros e casados, pois passam por situações de vida diferentes. Seria interessante, no próximo Dever de Sentar-se, interrogarmonos sobre os erros apontados pelo Padre Caffarel. Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz São Paulo-SP Monique e Gérard Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida Jundiaí-SP 39


testemunho

“OUVIR” A CARTA MENSAL Nos nossos 27 anos de equipe, sempre aguardei a chegada da Carta Mensal e, com entusiasmo lia, na íntegra, pois reconhecia que “é um informativo importante para nossa formação”.

Tenho de longa data uma deficiência visual irreversível que, com o tempo vem se agravando mas continuo me esforçando para participar ativamente de todas as atividades do Movimento das ENS, contando com a ajuda de meu marido, de nossas filhas e meus irmãos de equipe. Foi uma alegria quando a Carta Mensal começou ser publicada no site das ENS e, com a ajuda do computador, que permite ampliar as letras, me possibilitou sua leitura. Há algum tempo, nem com esse recurso conseguia lê-la na íntegra. Para minha surpresa, certo dia, ao abrir o site da Carta Mensal percebi que podia optar: ler ou ouvir. Assim, hoje ouço com clareza toda a carta e me sinto novamente integrada na vida do Movimento. Como é bom participar desta nossa comunidade – o Movimento das ENS, onde o amor prevalece e podemos contar com irmãos que vivem o auxílio mútuo, se preocupando em amenizar nossas necessidades. Quero louvar e agradecer a Deus por mais esta bondade das ENS e por Ele ter colocado a frente da Carta Mensal uma equipe que, fazendo uso da tecnologia, presta tão grande ajuda para tantos que necessitam como eu e, tenho certeza, auxilia tantos outros irmãos equipistas. Magnificat

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Neyde e Celso Eq.03 - N. S. da Paz Guaratinguetá-SP CM 506


reflexão

As possibilidades do NÃO

Em um momento de formação ouvi o Padre Flávio Cavalca nos questionar sobre as várias possibilidades que o não tem em nossa vida. Isso me faz refletir, até hoje, como nos escondemos atrás dessas possibilidades para não cumprir, de forma íntegra e completa, as situações apresentadas em nossas vidas e, muito em especial, nossos Pontos Concretos de Esforço. Na Oração Conjugal apontamos, muitas vezes, a incompatibilidade de horários e singularidade da espiritualidade de cada um como uma das possibilidades do não. Mas não é este PCE nosso ponto de união como casal com Deus? No Dever de Sentar-se, alegamos que conversamos muito bem sempre que é preciso, que nosso diálogo conjugal é produtivo, mas não abrimos uma brecha para que Deus venha se fazer conosco neste momento de planejamento da vida conjugal e familiar. Mais uma oportunidade do não se fazer presente em nosso PCE. Na Regra de Vida, a possibilidade do não é apresentada como grau de complexidade ou dificuldade desse PCE, e não conseguimos sair dela. Será que não quero ser melhor apenas para mim mesmo? Na Escuta da Palavra e Meditação, talvez estes sejam os mais fáceis, mas são os mais prazerosos? Como estes pontos concretos me modificam ao longo do dia, da semana, do mês? Existem brechas para que o não nos separe destes momentos de intimidade com Deus? No Retiro, quantas são as impossibilidades por nós apresentadas! Dificuldade financeira, trabalho em turno, impossibilidade de deixar as crianças... Onde vivenciamos a ajuda mútua para que nosso irmão de equipe possa realizar este PCE? Começamos um novo ano e com ele trazemos tantas esperanças e desejos. Então que tal nos esforçarmos para esgotar todas as possibilidades do não em nossa vida equipista? Dolores e Rubens CR Setor Jacareí-SP

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partilha e PCE

Escuta da Palavra Escutai a Palavra do Senhor, filhos de Israel (Os 4, 1). Dando continuidade à proposta de estudar um PCE a cada mês, abordaremos nesta edição a Escuta da Palavra. A leitura atenta e assídua à Palavra de Deus foi alçada ao nível de Ponto Concreto de Esforço por constituir uma das maneiras mais eficazes de o cristão discernir a vontade de Deus para a sua vida. Maria legou-nos este exemplo, ao procurar assiduamente a leitura das Sagradas Escrituras. Aliás, sabe-se que, muito embora tenha ela experimentado dúvida e medo por ocasião da Anunciação, o seu “sim” deveu-se em grande parte ao seu prévio conhecimento sobre a vinda de Cristo, profetizada no Antigo Testamento: “Eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7, 14). Para cumprirmos este precioso PCE, é fundamental adotarmos algumas atitudes: 1) Silenciar a mente e o coração. Neste mundo acelerado em que vivemos, muitas vezes é difícil deixar as preocupações de lado, serenar nosso interior a fim de assimilarmos a mensagem divina. Portanto, antes de abrirmos a Bíblia, convém calarmos o nosso coração para nos colocarmos em atitude de escuta interessada e respeitosa. “Fala, Senhor, que teu servo te escuta” (1Sm 3, 9). 2) Ser constante. A assiduidade à Palavra é fundamental para o crescimento na fé, e a fé é fundamental para o crescimento na santidade conjugal. Como todo e qualquer aprendizado, a intimidade com a Palavra de Deus exige esforço e dedicação. Por esse motivo, é necessário que reservemos um momento do dia para a leitura da Bíblia. Todos os dias, e não somente quando sentimos vontade. A Igreja sempre venerou as Sagradas Escrituras, pois elas constituem um elo de ligação entre Deus e os homens. É pelo conhecimento da Palavra que o ser humano se torna convicto de sua fé. Escutar a Palavra é como manejar a bússola que nos norteará na caminhada rumo à santidade. “Não cesses de falar deste livro da Lei. Medita nele dia e noite, para que procures agir de acordo com tudo o que nele está escrito. Assim farás prosperar teus caminhos e serás bem-sucedido” (Js 1, 8).

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Estamos tão acostumados a nos referir à “Escuta da Palavra” que não damos a devida atenção ao seu real significado. Sabemos que este PCE insere-se na grande tradição da Igreja de escutar a Palavra de Deus, sendo portanto um grande ato de obediência ao Pai.

A palavra “escutar”, do latim “auscultare”, significa “ouvir com atenção”, “estar atento para ouvir”, mas também “obedecer”. É com essa disposição, de obedecer, de atender os conselhos, que devemos, diariamente, nos esvaziar de tudo para nos preencher com a Palavra de Deus. Até bem pouco tempo não entendia direito o que seria viver a Palavra, deixar que a Palavra se tornasse vida! Para realizar a Escuta da Palavra achava que ler um trechinho do Evangelho do dia já bastava; mas isso era muito superficial, não me transformava, não me satisfazia! Lia e escutava muitos testemunhos de gente simples, como nossos santos e santas da Igreja, que conformavam suas vidas inteiramente ao Evangelho e sempre achei que seria quase impossível um dia alcançar tal graça. Mas como Deus é bom e misericordioso com todos os seus filhos, me fez perceber que isso se daria aos poucos, na dureza do cotidiano da vida, com todas as dificuldades que eu tinha; dificuldade inclusive para aceitar Maria, sua figura tão singela, silenciosa e humana, mas que agora vejo tão divina, tão sabiamente inspirada por Deus! Ela, que no silêncio, escutava e meditava toda a Escritura Sagrada, foi me ajudando a compreender esse mistério da Encarnação do Verbo, da obediência, da simplicidade e do dizer “sim” aos ensinamentos de Deus. Percebi então, que várias mudanças ocorreram em mim, sim! Em diversas situações de vida, em muitos momentos do dia a dia, me vejo ligando alguma passagem, algum acontecimento com outro contido na Bíblia. Às vezes são frases soltas, que simplesmente brotam de minha boca, ou permanecem apenas como pensamento, mas que já fazem parte de mim, estão incorporadas `a minha vida, ao meu pensar . Sempre aos poucos e com muita perseverança, vou entendendo o que significa fazer que a Palavra se torne Vida. Jesus vivia plenamente a Palavra, pois Ele é a verdadeira Palavra do Pai; temos então que fazer como Ele e como Maria, saber escutar e obedecer. E essa escuta, especialíssima, se dá com o coração. Só assim nos tornaremos semelhantes a Ele, verdadeiros cristãos. Agradeço e louvo a Deus porque me deu um coração novo, capaz de escutar a sua Palavra! Fala, Senhor, que teu servo escuta! Luceny do Hilário CR - Região SP/Leste Província Sul II CM 506

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serviços nas ENS

CASAL LIGAÇÃO O casal ligação não é um mero “repassador”de informações, mas um amigo que promove a integração, seja entre as equipes que liga, e entre elas e o Movimento.Tem o papel de unir, de dar liga, aglutinar, as equipes por ele ligadas, permitindo beneficiarem-se com as riquezas e as experiências de todos e reciprocamente. A ligação é indispensável para construir o espírito de comunidade no Movimento, para que o Movimento seja uma “Equipe de Equipes” vivas. A ligação assegura a transmissão da vida no sentido vertical (Equipe-Movimento) e no sentido horizontal (entre as equipes). A ligação não é somente uma experiência de comunicação, mas também um verdadeiro anúncio da Boa Nova: ela tem uma dimensão evangelizadora. A ligação deve ser pessoal e visual: o contexto e a comunicação pessoais dão vida e encorajamento. A comunicação das orientações deve chegar às bases com a força com que elas foram transmitidas, clara e transparente, com a maior fidelidade. É um casal de irmãos que deseja repartir com vocês o amor que a missão lhes concedeu. CASAL LIGAÇÃO – SUA MISSÃO VAI MUITO ALÉM! Nossa caminhada nas Equipes de Nossa Senhora é sui generis. Um ano após nosso casamento, ingressamos nas equipes permanecendo por catorze anos. Precisamos nos afastar por 25 anos. Há três anos, atendendo a um novo chamado, voltamos. Decorridos dois anos fomos chamados para a missão de Casal Ligação. Até então, nunca havíamos exercido esta função. Não obstante a falta de experiência, não poderíamos deixar de atender o chamado, em especial pelo fato do Movimento nos ter acolhido pela segunda vez. Nosso primeiro ano de trabalho como Casal Ligação foi de grande aprendizado. A pedagogia adotada pelo Movimento de dar formação aos Casais Ligação contribuiu para promover o espírito de unidade do 44

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Movimento, e neste sentido contamos com a orientação sólida e fraterna de nosso CRS. Neste contexto, como CL, pudemos crescer no sentido do serviço prestado, no conhecimento dos documentos, bem como entender as várias dificuldades que vivem os casais que respondem pelo Setor. Por outro lado, o relacionamento que o CL vive nas equipes que liga é muito gratificante. O acolhimento que recebemos nas reuniões das quais participamos era como se estivéssemos fazendo parte da própria equipe. Os contatos que mantivemos pessoalmente ou através de telefone, e-mail ou WhatsApp sempre foram fraternais. Também como CL crescemos muito sob o aspecto espiritual. Aprendemos que, para o exercício desta função, é importante que o casal se aprimore na Escuta e na Meditação da Palavra para que possa levá-la às equipes que liga. O estudo do tema mensal deve ser pacientemente refletido sob a luz do Espírito Santo para que o CL possa contribuir na motivação do CRE e de seus membros para a reunião mensal. A oração pelo fortalecimento espiritual das Equipes Ligadas e a participação de mais uma missa semanal são sábias orientações do Movimento. Importa enfatizar que o contato pessoal entre o CL e o CRE e os seus demais integrantes constitui um meio eficiente para motivá-los a participar dos eventos promovidos pelo Setor. A apreciação do Relatório Mensal das Equipes Ligadas, assim como nossa participação em algumas de suas reuniões, foi de grande valia não só para aferir se as orientações traçadas pelo Movimento estavam sendo observadas, como também para levarmos à nossa equipe de base ensinamentos e exemplos vividos com resultados positivos nas Equipes Ligadas. Por fim, agradecemos a Deus pela oportunidade que nos foi oferecida e pedimos as orações de nossos irmãos equipistas para que nós e todos os demais Casais Ligação possam realizar com desvelo e amor esta missão, sempre iluminados pelo Espírito Santo. Maria Luiza e Pedro Walter Eq.01 - N. S. do Desterro Bauru-SP CM 506

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notícias ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

30 anos Eq.01B - N. S. Aparecida Piracicaba-SP

BODAS DE PRATA

Ana Lúcia e Almiro 26/01/2016 Eq. N. S. de Guadalupe Aparecida-SP

Silvia e Paulo 22/01/2017 Eq. N. S. Aparecida Sobral-CE

Célia e Mário 16/01/2017 Eq. N. S. de Fátima Aparecida-SP

BODAS DE PÉROLA Célia e Arnaldo 25/01/2017 Eq. N. S. Desatadora dos Nós Pão de Acúcar-AL 46

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BODAS DE OURO

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Janete e Júlio César 04/03/2017 Eq.03 - N. S. da Paz Rio de Janeiro-RJ

Evanir e Olívio 17/12/2016 Eq. N. S. do Rosário Votuporanga-SP

Thereza e Antônio 28/01/2017 Eq. N. S. da Esperança Ribeirão Preto-SP

Beth e Milton 17/12/2016 Eq. N. S. de Fátima Pindamonhangaba-SP

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Ma. Aparecida e Helis 03/12/2016 Eq. N. S. do Carmo Ituiutaba-MG

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

Pe. Geraldo Alves da Silva 01/02/2017 SCE - Eq.15C - N. S. Mãe da Eucaristia São José dos Campos-SP CM 506

VOLTA AO PAI Sueli (do Cledevaldo) 04/01/2017 Integrava a Eq. N. S. do Bom Parto Palmares-PE Manuel Edgard (da Rosa) 23/01/2017 Integrava a Eq. N. S. da Consolação e Correia Rio de Janeiro-RJ José Bernardo (da Beth) 04/01/2017 Eq. N. S. da Divina Providência São Paulo-SP 47


dicas de leitura

ESPIRITUALIDADE DO CASAL Esther e Luiz Marcelo de Azevedo 157 páginas

Desde 1939, as Equipes de Nossa Senhora caminharam muito na descoberta e na sistematização de uma espiritualidade conjugal, de uma caminhada do casal em busca da perfeição. No entanto, muito ainda resta para fazer, principalmente na linha de uma espiritualidade conjugal aprofundada e apresentada pelos próprios casais. O casal Esther e Luiz Marcello enfrenta, e bem, o desafio. Esse livro irá ajudar muito os casais, principalmente os casais das Equipes de Nossa Senhora, a fazer de sua vida conjugal uma alegre e feliz caminhada.

Este livro pode ser adquirido diretamente na Editora Santuário através do site: www.editorasantuario.com.br

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MEDITANDO EM EQUIPE

Amar é acompanhar

Amor pede proximidade e presença, principalmente do coração. A caridade, fraterna ou conjugal, leva-nos a procurar o outro como bem para nós, e a estar a seu lado para ser seu bem, seu apoio e sua alegria. Tanto maior o amor que nos une, quanto menor a distância entre nós, em todos os sentidos.

A Palavra de Deus: (Lc 24,13) Dois discípulos caminhavam para Emaús... Iam conversando sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam juntos, Jesus aproximou-se e foi caminhando com eles. Mas seus olhos estavam impedidos de reconhecê-lo. Ele perguntou-lhes então: – De que assunto falais pelo caminho? Eles pararam, com tristeza no rosto. Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: – És o único peregrino em Jerusalém que ignora o que ali se passou nestes dias! – Que foi?, perguntou ele. Disseram-lhe: – O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era um profeta poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo. ... Nós esperávamos que fosse ele o que haveria de libertar Israel; mas, além de tudo isso, já faz três dias que estas coisas aconteceram.

Reflexão Dois discípulos voltavam para sua casa. Podemos pensar que eram Cléofas e sua esposa. Iam tristes, desorientados, precisando de apoio. Jesus não se apresentou como metre, mas como companheiro de estrada. Percebeu sua tristeza, perguntou e escutou. Só depois falou, quando suas palavras já podiam ser compreendidas, porque iluminadas pelo amor e pela confiança. – Sou capaz de perceber o que o outro está vivendo. – Sei acompanhá-lo e ouvi-lo? – Acompanho sempre minha esposa ou meu esposo?

Oração espontânea – Agradeça a Deus a companhia desse homem, dessa mulher. – Renove seu compromisso de amor conjugal. – Peça que Deus os faça mais companheiros.

Oração litúrgica: (com o Salmo 137 agradeça a companhia que Deus lhe deu.) – – – – – –

Dou-vos graças, Javé, de todo o coração, pois ouvistes as palavras de minha boca. Diante dos anjos vos cantarei louvores e me prostrarei diante de vosso santo templo. Celebro vosso nome por vosso amor e vossa verdade, pois engrandecestes vossa promessa acima de todo o vosso nome. Quando vos invoquei, me respondestes e aumentastes o vigor de minha alma. ... Se ando no meio da angústia, preservais minha vida; contra a ira de meus inimigos estendeis a mão e vossa mão direita me salva. Javé completará sua obra em mim. Javé, vossa bondade dura para sempre: não abandoneis a obra de vossas mãos. Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal


Encontro Internacional de Fátima 16 a 21 de Julho de 2018 - Fátima Portugal

Acompanhando a Lista de Espera Você equipista que aguarda sua vez na lista de espera das inscrições para o Encontro de Fátima/2018 poderá acompanhar o andamento das solicitações no Site ENS (www.ens.org.br) Logo após aberta a página principal acessar Tarja amarela na cabeça da página inicial. Em seguida acesse Lista de espera e finalizando siga as orientações para a busca rápida, ou acesse a lista de espera por ordem alfabética, você, chegará ao nome da inscrição e em seguida a sua ordem de classificação.

Acompanhe...

Equipes de Nossa Senhora Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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