Ascensão do Senhor
Mães Fortes
Ano LVII • maio • 2017 • nº 507
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01 editorial super-região 02 03 04 06 09 11
Maio, mês mariano dentro de um ano mariano! Mães Fortes ENS há 67 anos no Brasil A vocação ao casamento A ascensão do Senhor Meditações ao amanhecer
Igreja Católica 13 14 16 17
Amoris Laetitia - capitulo V Palavra do Papa Senhor, quando tenho fome...
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Construindo pontes
A hospitalidade entre os casais equipistas Ordem e matrimônio Vamos à Casa da Mães Uma grande mulher Intercessão Na Reunião de Equipe Relacionamento que desejo para mim A Casa de Maria
Mensagem às mães Seu encontro pessoal com Deus É preciso voltar...
partilha e PCE 40 41
PCE - Instrumento de união e ascese Meditação
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Casal Responsável de Setor
serviços nas ENS
46 notícias
testemunho 23
36 38 39
A face sorridente e doce da Igreja
equipes jovens de N. S.
E
reflexão
A autocomunicação de Deus
raízes do movimento 18
25 26 28 30 32 33 34 35
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Não acordei cedo hoje, por acaso
48 dica de leitura
Carta Mensal Equipes de Nossa Senhora
no 507 • maio • 2017
Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos - Ilustração de capa e pp. 3,5,42 e 45 Can Stock Photo - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 26.850 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
editorial Queridos irmãos equipistas, A Igreja no Brasil comemora os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Conceição Aparecida. Esta edição da Carta traz vários artigos sobre Maria, sinal do amor de Deus. Como convida o Padre Paulo Renato, “não deixemos o mês de maio passar sem vivermos a Graça do Ano Nacional Mariano”. Também em maio as Equipes de Nossa Senhora comemoram 67 anos de existência no Brasil. Resgatamos uma mensagem escrita por Dona Nancy Moncau, por ocasião da comemoração dos 35 anos no nosso país. No então ano de 1980, éramos quase mil equipistas. Hoje somos mais de 50 mil. O Senhor faz maravilhas! Outro destaque desta edição fica por conta do casal responsável pela província Sul III, Adriana e Hudson, que nos ajuda a compreender a vocação ao casamento. Ainda nesta Carta, o Padre Antonio Junior, SCE da província Sul III, disserta sobre a ascensão de Jesus Cristo. Esperamos que estejam aproveitando o estudo que o Padre Geraldo Hackman vem nos trazendo sobre Amoris Laetitia, uma exortação apostólica especialmente importante para nós equipistas. Por fim, testemunhos e reflexões de casais equipistas vão enriquecer a leitura. Voltemos nosso olhar à querida Mãe para pedir que abençoe nossos passos rumo à santidade. Que Nossa Senhora seja inspiração de ternura e amor para todas as mães, que de um modo muito especial queremos abraçar este mês. Viva a Mãe de Deus e nossa, a Senhora Aparecida! Feliz Dia das Mães! Fernanda e Martini CR Carta Mensal
Tema: “Ousar o Evangelho - PONTES SIM, MUROS NÃO” CM 507
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super-região
Maio, mês mariano dentro de um ano mariano!
O mês de maio é tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora, é um mês popularmente mariano! Neste ano, o mês de maio ganha uma relevância ainda maior, ele está inserido dentro de uma grande comemoração para a Igreja no Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do Rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, que iniciou em 12 de outubro de 2016 e terminará em 11 de outubro de 2017. Sendo assim, maio é um mês mariano dentro de um ano mariano. A história da Imagem de Aparecida é uma história de simplicidade. No ano de 1717, três pescadores, levados por necessidades históricas e econômicas, saíram a pescar. Por ação misteriosa de Deus, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Por assim ter aparecido, o povo chamou-a de “Aparecida”, nome consagrado pela devoção popular, chegando a ser proclamada Rainha em 1904 e Padroeira do Brasil em 1930. O que teve início com um pequeno grupo de pescadores devotos da “imagem aparecida” nas águas do Rio Paraíba tornou-se, depois de 300 2
anos, os incontáveis fiéis que visitam anualmente o Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário no mundo dedicado a Maria, Mãe de Deus. Na sua grande maioria, é o povo simples do nosso Brasil que continua devoto da Senhora Aparecida. Quantas graças recebidas, quantas histórias transformadas, quantas vidas resgatadas graças ao carinho e à intercessão da Mãezinha do Céu. A presidência da CNBB define assim o ano que estamos vivendo: “O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5). Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano” (CNBB, Mensagem à Igreja Católica no Brasil, 1 de agosto de 2016). Queridos equipistas, não deixemos o mês de maio passar sem vivermos a Graça do Ano Nacional Mariano. Se a peregrinação ao Santuário Nacional é difícil, quem sabe um rosário rezado em família seja uma alternativa para homenagearmos aquela que nos trouxe e traz tantos presentes com sua intercessão. “Viva a Mãe de Deus e nossa, a Senhora Aparecida!” Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região CM 507
Mães Fortes
“Bem-aventurada és tu que creste” (Lc 1, 45): com estas palavras Isabel ungiu a presença de Maria na sua casa. Palavras que brotam das suas vísceras, palavras que exprimem tudo o que ela sente com a visita da sua prima, a ponto de ressoar um canto de bênção e louvor! Esta cena contém em si todo o dinamismo da visita de Deus: quando Ele vem, move as nossas vísceras, deixa-nos inquietos, com a inquietação daqueles que se sentem convidados a anunciar que Ele está no meio de nós, e transforma a nossa vida. Assim o vemos em Maria, a primeira discípula e missionária, que, longe de permanecer nos nossos templos, sai para visitar, acompanhar e animar com a sua presença a nossa fé e a nossa esperança nas diversas etapas que nos compete atravessar. Em Maria encontramos o reflexo fiel “não [de] uma fé poeCM 507
ticamente edulcorada, mas [de] uma fé forte, sobretudo numa época em que se fragmentam os doces encantos das coisas e as contradições entram em conflito em toda a parte” (R. Gaurdini, El Señor, Meditaciones sobre la vida de Jesuscristo, Madri, 44). A sociedade de hoje é cada vez mais marcada por sinais de divisão, deixando “fora do jogo” muitos, especialmente os que têm dificuldade em obter o mínimo indispensável para levar a própria vida com dignidade. É uma sociedade que se vangloria dos seus progressos científicos e tecnológicos, mas que se torna cega e insensível diante de muitos rostos que ficam pelo caminho, excluídos pelo orgulho de poucos. Uma sociedade que acaba por criar uma cultura do desencanto em muitos; e também de angústia em outros. Parece que, sem nos darmos conta, nos habituamos a viver na “sociedade da desconfiança”, desconfiança que pouco a pouco vai gerando estados de indolência e de dispersão. São situações que nos podem paralisar, e põem em dúvida nossa fé, especialmente nossa esperança, de olhar e enfrentar o futuro. Perante tudo isto, juntamente com Isabel todos devemos dizer assim: “Bem-aventurada és tu que creste”, e aprender daquela fé forte e solícita que caracterizou e caracteriza a nossa Mãe. 3
Celebrar Maria é primeiro, fazer memória da mãe, recordar que não somos órfãos, temos uma mãe! E onde está a mãe há sempre presença e sabor de casa. Onde está a mãe, os irmãos poderão desentender-se, mas triunfará sempre o sentimento de unidade. Assim é Maria: Mulher forte diante da sociedade da desconfiança, da indolência e da dispersão; Mulher que luta para fortalecer a alegria do Evangelho. Luta para dar “carne” ao Evangelho. Celebrar a memória de Maria significa afirmar, contra todos os prognósticos, que “em nosso coração e nossa vida pulsa um forte sentido de esperança, não obstante as condições de vida que parecem ofuscar toda esperança” (V Conferência Geral do Episcopa-
do Latino-Americano e do Caribe, Documento de Aparecida, 29 de junho de 2007, p.536). Como Ela, somos convidados a sair e ir ao encontro dos outros com o seu olhar, com os seus gestos. A sua presença leva-nos à reconciliação, infundindo em nós a força para gerar vínculos, dizendo “sim” à vida e “não” à indiferença, exclusão e descarte de pessoas. E não tenhamos medo de sair e fitar o próximo com o seu olhar. Olhar que nos faz todos irmãos e fortes! Hermelinda e Arturo CR Super-Região
Equipes de Nossa Senhora há 67 anos no Brasil Mensagem de D. Nancy Moncau na passagem dos 35 anos de existência das ENS no Brasil. Publicada na Carta Mensal de maio de 1980. Lançando um olhar sobre o passado e confiantes nas esperanças do futuro, elevamos ao Senhor nossa gratidão por tudo o que dele recebemos. Obrigado, Senhor, por nos ter ajudado até aqui e permitido que a mensagem da espiritualidade conjugal que nos confiaste não se desvirtuasse na caminhada. Obrigado, Senhor, por nos ter 4
dado forças de sermos fiéis à inspiração de nosso fundador para fazer do nosso amor humano, santificado por um sacramento, “um louvor a Deus e um testemunho prestado aos homens.” Obrigado, Senhor, porque somos Igreja, a tua Igreja, e unidos podemos trabalhar pelo teu Reino. Obrigado, Senhor, por nos ter permitido servir-te em numerosos CM 507
e diversificados campos da tua Igreja e, unidos aos nossos Pastores, sob sua direção e com o seu apoio, podermos continuar a “servir-te sem discutir”. Obrigado, Senhor, porque hoje somos quase mil equipes em todo o Brasil e, por meio delas, estamos levando aos nossos irmãos, em outros países da América Latina, a semente que nos confiaste. Obrigado, Senhor, pelas vocações que surgiram nos nossos lares. Aumenta-as, Senhor, para que os nossos filhos, frutos desse amor que abençoaste, estejam na tua presença como servidores fiéis na distribuição de tuas graças. Obrigado, Senhor, por ter feito de nossos fracos esforços meios para que outras atividades surgissem entre nós: as equipes de jovens que já se multiplicam, as equipes de viúvas e de pessoas que estão sós e aí encontram um apoio e um estímulo para sua vida. Obrigado, Senhor, pelas graças concedidas aos que nos precederam no teu Reino e que, lembrados com saudades, sustentam, pelo exemplo que nos deram, a nossa vida e a nossa esperança. CM 507
Obrigado, Senhor, pelos teus sacerdotes, nossos Conselheiros Espirituais, que fortaleceram a nossa confiança em ti nos momentos difíceis e nos ajudam a discernir a tua vontade e os teus caminhos. Senhor, neste aniversário que nos é tão caro em nome do Movimento, fazemos nossas as palavras com que os Setores do Rio de Janeiro celebram o compromisso de suas equipes: “Estamos aqui, Senhor, com todas as nossas falhas, todas as nossas misérias, todo o pouco que temos para dar, mas com o coração repleto de confiança na tua imensa bondade. Estamos aqui, porque, apesar de tudo, sabemos que tu és Amor e que o Amor é a doação de si mesmo e somente amando é que podemos te merecer. Diante de ti, Senhor, reassumimos o nosso compromisso para com as Equipes de Nossa Senhora e a responsabilidade de te servir por meio da tua Igreja, consagrando a ti nossos lares, nossos filhos, todo o pouco e o muito que temos em nós. Que possamos ser instrumentos da tua vontade, testemunho vivo de tua 5
presença entre os homens, semente que germina, fermento na massa. Que Maria, que te ensinou a caminhar e se fez presente em todos os acontecimentos de tua vida, caminhe também conosco, nos dê a fé que demonstrou com o seu ‘Sim’ ao chamado de Deus, a disponibilidade que evidenciou ao desinstalar-se e sair para servir
Isabel, o olhar atento às necessidades do próximo que mostrou nas bodas de Caná e a ação, confiante e decidida, a produzir o fruto que seu Filho não poderia recusar.” Por tudo o que nos deste, Senhor, por tudo o que nos perdoaste, pelo muito que de ti esperamos, obrigado, Senhor! Nancy C. Moncau
A VOCAÇÃO AO CASAMENTO “Ele os abençoou e disse...”
“Por isso o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,22-24). Na reflexão de São Tiago de Sarug: “Antes mesmo de eles existirem, a humanidade estava destinada ao casamento, que os levaria, homem e mulher, a um só corpo, como no início. Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os noivos: ‘Levantai-vos, já dormistes o suficiente! A festa nupcial espera-vos!’”. Deus os deixa livres para responderem ao Seu chamado e para que no casamento a vocação fundamental e primordial de cada ser humano, que é o amor, transbor6
de ao amor conjugal. “Deus disse: casal cristão, tu és meu orgulho e minha esperança (...) porque tu és o Amor” (Pe. Caffarel). Ao casarem-se na Igreja, os cônjuges colocam-se inteiramente nas mãos de Deus, à Sua disposição, para que o amor que agora os une pelo laço mais sólido vivenciado pelos seres humanos seja transformado em Seu próprio amor e possa, assim, ser experimentado e contemplado pelos homens. “(...) os cônjuges, pelo sacramento, são de fato investidos de uma verdadeira missão, para que possam evidenciar, a partir de coisas simples, ordinárias, o amor com o qual o Cristo ama sua Igreja” (Papa Francisco). Porém, muitas são as vezes que esta vocação é colocada à prova, pelas crises e tentações que batem à porta e visam enfraquecer o desejo de amar e bem-viver CM 507
com a pessoa amada. Da mesma forma que o homem na sua individualidade prova do mal, à sua volta e em si mesmo, assim também neste sacramento, homem e mulher o experimentarão, seja pela discórdia, impaciência, ciúme, autoritarismo, individualismo ou pela infidelidade. Contudo, temos claramente a indissolubilidade do matrimônio, pois, foi Ele quem a estabeleceu: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Mt 19, 6). Certamente nesta caminhada poder-se-á também compreender pela vivência, a afirmação de São Paulo: “O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Cor 13,7). Então, para que a cada dia os esposos se transformem mais em “uma só carne”, precisam continuamente defender o amor conjugal, renovando-o e construindo-o passo a passo. “É preciso cada dia partir ao encontro um do outro por caminhos desconhecidos, CM 507
tentando adivinhar a vida profunda do cônjuge, procurando o que pode despertar sua atenção, seu interesse, sua ternura, descobrindo aquilo que pode estabelecer a comunhão” (Pe. Caffarel). Nas Bodas de Caná, onde o casamento parecia ter perdido o sabor, aparentava já não ter mais vinho, Jesus estava presente, e a pedido de sua Mãe, que a tudo estava atenta, dá-lhes o vinho novo. Mas, para que isto aconteça, cada um, marido e mulher precisam entregar, na jarra, a água que têm. Precisam esvaziarem-se de si e deixarem-se transformar pela Sua presença. Nesta festa de casamento, evidenciamos no matrimônio um sinal de Cristo e da Sua presença. “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5). O Papa Francisco diz que o amor conjugal “deve ser fiel, perseverante e fecundo, pois representa o amor de Cristo pela sua Esposa, a Igreja”. 7
A fidelidade é para os esposos a guardiã do laço santificante que os envolve; é a doação de si que fazem um ao outro; é provar no casamento o amor incondicional de Cristo pela Igreja; é renovar a cada dia a aliança feita com Deus, transformando este Sacramento em sinal visível do Seu amor. Esta vocação também exige dos esposos a perseverança. Sim, a perseverança cotidiana em salvar o casamento, em salvar os filhos, em salvar a Família. A perseverança que leva à fidelidade: “Na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, sempre, por todos os dias de minha vida”. Este gesto incansável de perseverar faz o amor conjugal prosperar, seguir em frente, dando novo ânimo para que marido e mulher levantem a cada manhã valorizando aquilo que é belo, que vale a pena viver e faz com que a Família se mantenha unida e feliz. Tão indispensável quanto a fidelidade e a perseverança é a abertura à fecundidade. “Abençoando-os Deus disse-lhes: Sede fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1, 28). Tal qual é o amor de Cristo que torna a Igreja fecunda fazendo-a crescer pelo amor dos esposos. Infelizmente já não são raros os matrimônios estéreis por livre escolha do casal. Com tristeza o Papa Francisco alerta: “Há coisas que não agradam a Jesus.” [É o caso] desses casamentos que não querem filhos, que querem ficar sem fecundidade, essa cultura do bem-estar que cresceu 8
nos últimos dez anos e que nos convenceu de que ‘é melhor não ter filhos! É melhor! Assim podemos conhecer o mundo, sair de férias, ter uma casa no campo, ficar tranquilos... É melhor, talvez, é mais cômodo, ter um cachorro, dois gatos, e o amor fica para os dois gatos e para o cachorro’(...) No final da vida, esse casal chega solitário à velhice, com a amargura daquele tipo ruim de solidão. Não é fecundo, não faz o que Jesus faz com a sua Igreja: Ele a faz fecunda”. Em Cristo, os esposos recebem a graça que é própria do Sacramento do Matrimônio. “Por meio desta graça, ‘eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos’” (CIC 1641). Como outrora Deus veio ao encontro do seu povo, Cristo vem ao encontro dos esposos para com eles permanecer. Livra-os de todo mal e levanta-os na queda. Ajuda-os a crescer no amor. “Cristo ‘pega os casais’, para fazê-los pedras vivas da sua Igreja. Não os tira do mundo, comunica-lhes sua graça onde estiverem” (Pe. Caffarel). Como recompensa aos que escolhem caminhar com Cristo, lhes é permitido já neste mundo provar um pedaço do céu refletido na alegria da vida conjugal e familiar; na vida cotidiana de um lar onde as virtudes são cultivadas, onde um bom dia, um abraço, um olhar se fazem presentes; num lar onde mesmo cansados do trabalho ou das atividades CM 507
que lhes são confiadas, pais e filhos se entendem, se respeitam, se amam, rezam juntos; num lar onde Deus é amado. “Onde irei buscar forças para descrever, de modo satisfatório, a felicidade do Matrimônio que a Igreja une, que a oblação eucarística confirma e a bênção sela? Os anjos proclamam-no, o Pai celeste ratifica-o (...), eles são verdadeiramente dois numa só carne. Ora, onde a carne é só uma, também um só é o espírito” (São João Paulo II). Por fim, a vocação ao Matrimônio culmina no sonho de Deus, em que cada lar se torne uma pequena e santificante Igreja doméstica. Assim como Cristo quis nascer no seio da Sagrada Família, que todos os filhos possam, nesta pequena Igreja,
receber pela palavra e pelo testemunho, os primeiros passos da fé, ajudando-os na sua vocação, consagrada ou matrimonial. Rezemos por todos os casais, para que pela intercessão de São José e de Maria nossa Mãe, confiem o seu Matrimônio a Deus, buscando viver este Sacramento como um caminho para a santidade. “Derramai Senhor sobre nós o Teu Espírito, para que juntos possamos construir uma perfeita união. Um para o outro, ambos para Ti”. Amém! (Pe. Caffarel). Adriana e Hudson CR Província Sul III
A ascensão do Senhor:
Suprema glorificação de Cristo Celebrar a ascensão do Senhor não representa uma festa de despedida tampouco uma festa de partida. Segundo a reflexão do pregador da Casa Pontifícia Frei Raniero Catalamessa, celebrar a ascensão do Senhor é celebrar a festa da sua permanência cá na terra. “Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós nem se afastou de nós quando novamente subiu ao céu. Ele é exaltado acima dos céus, todavia sofre aqui na terra os dissabores que CM 507
nós, seus membros suportamos. Disto deu testemunho gritando ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’” (Santo Agostinho, Sermo Mai, 98). Cristo está ainda presente comprometido com este mundo, todo seu corpo que é a Igreja. O próprio Jesus havia afirmado: “É melhor para vós que eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei. Em contrapartida, Ele mesmo prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim 9
do mundo” (Mt, 28, 20). E realmente Ele está, Ele continua entre nós, está em nossos irmãos empobrecidos, chagados, doentes, migrantes, presos. Ele está entre nós em Sua Palavra, que cura, liberta, exorta, transforma, converte. Ele está entre nós, na Eucaristia, debaixo dos véus, das Sagradas Espécies. Ademais, nunca deixa de nos acompanhar: “Subindo aos céus, Ele não abandona de modo algum aqueles que adotou” (São Leão Magno, De Ressurrectione Domini. Sermo II, hom. 59). Consola-nos constatar o quanto se tem cumprido essa promessa ao longo destes vinte e um séculos, dia após dia, das mais variadas maneiras. Não poderia ser que sua ascensão se constituísse em um abandono daqueles por quem Ele se encarnou e morreu no Calvário. Seu retorno ao Pai só pode ter-se dado na sequência desse amor incomensurável d’Ele a cada um de nós. A ascensão de Jesus é uma grandiosa cena e um acontecimento inédito. O profeta Elias também subiu, mas arrebatado num carro de fogo e não pelas próprias forças. Cristo, pelo contrário, subiu ao Céu pelo seu próprio poder. Os apóstolos e discípulos já O haviam visto andar sobre as águas, entrar no cenáculo a portas fechadas, escapar em meio à multidão, mas subir ao céu ainda não. E com os apóstolos devemos crer que, por sua ascensão, Jesus preparou-nos o caminho 10
para subirmos ao céu. Depois de nossa peregrinação terrestre, cumprindo o que Ele nos pediu, de anunciar o Seu Reino, sobretudo com o nosso testemunho de verdadeiros cristãos, tomaremos posse da promessa feita por Cristo: “Irei preparar-vos um lugar”(Jo 14,2), e com as palavras de Miquéias: “Subiu, diante deles, Aquele que abre caminho”(Mq 2,13). E porque Ele é a nossa cabeça é promessa de que os membros vão para onde ela se dirigiu. Por isso diz o Evangelho de São João 14,3: “De tal sorte que lá onde Eu estiver também vós estejais”. Em meio à ascensão do Senhor, nos recordemos Dela, a Mãe de Jesus e nossa. Certamente depois da ascensão Maria intercedeu junto a Deus para inspirar os apóstolos a permanecerem em oração no Cenáculo. Ela estava rezando aos pés da cruz, no Calvário; agora A encontramos em profundo recolhimento. Depois da descida do Espírito Santo, a Escritura não mais A mencionará e, provavelmente, o resto de seus anos Ela os viveu em intensa oração. Que Ela interceda por nós para que sejamos testemunhas vivas da Boa Nova de seu Filho e mereçamos gozar das alegrias eternas. Pe. Antonio Júnior SCE Província Sul III CM 507
Meditações ao amanhecer Amanhece um lindo dia, o sol beija as águas do mar e o mar por sua vez beija nossos pés. E na ternura do Deus que se revela através da criação, unimos nossa oração contemplativa Neste momento de profunda comunhão, oferecemos a Deus a vida de cada um dos nossos irmãos, aqueles que um dia pousarão seus olhos sobre estas páginas e muitos que talvez nunca cheguem, a saber, que elas foram escritas. Mas se você está lendo esta mensagem, saiba que foi por você que pedimos, foi por você que rezamos, em agradecimento pelas suas alegrias, pelas suas conquistas, suas vitórias, grandes e pequenas. Agradecemos por você que descobriu que o Amor ainda é a coisa mais valiosa desta vida e que, quando nos deixamos conduzir por Deus, Ele sopra em nossos corações e reacende a chama do Amor em perigo, prestes a se apagar.
de mãos dadas caminhar sem pressa na direção da santidade. Rezamos por você que está sofrendo, que está triste, confuso, cuja dor profunda faz sangrar a sua alma. Rezamos por você que perdeu a esperança, cujo coração está inundado pelas lágrimas. Saiba que você não está sozinho, o Senhor jamais nos abandona e há muitos irmãos espalhados pelo mundo que se unem a Cristo em oração por você. Ah, se estas páginas pudessem falar, ou melhor, cantar, elas diriam ao seu coração:
E como é lindo ver um casal CM 507
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“...Quando você sente medo, do teu lado eu estou E é bom que você saiba que eu sinto a tua dor Nunca, nunca se esqueça que o mar posso acalmar E que eu sei o tempo certo da vitória te entregar. Este tempo é necessário pra te amadurecer E depois tem novidade pra você. Eu cuido de ti Descansa em mim Comece a sorrir O que eu tenho é bem melhor Pois só eu sei do amanhã Então recebe o abraço meu Pois da tua vida cuido eu...” E sempre haverá o raiar de um novo dia, e sempre haverá esperança enquanto existir entre nós a força da oração. Ainda que ela aconteça durante a noite quando os irmãos estão dormindo, ou no amanhecer enquanto muitos ainda não despertaram. É maravilhoso saber que unidos a Cristo pela oração, podemos nos estender qual uma ponte, para deixar passar e chegar a Deus os clamores e louvores dos seus filhos e chegar aos corações dos filhos queridos as graças e bênçãos que o Senhor envia em cada novo dia. Seria lindo e bendito poder contar com você. Venha se unir a nós, seja também um intercessor. O seu gesto de ternura pode mudar o curso de uma vida. Para tornar-se intercessor, acesse o site: www.ens.org.br e preencha a ficha de inscrição eletrônica no espaço destinado aos intercessores. Ou entre em contato conosco através do email: intercessão@ens.org.br Com carinho e oração, Goretti e Moacir CR Intercessores 12
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igreja católica
Amoris Laetitia Capítulo V O quinto capítulo da Amoris Laetitia tem por título O amor que se torna fecundo (do número 165 ao 198). Com este título, o Papa Francisco aborda a fecundidade do casal, citando Familiaris Consortio, no 14, que entende os filhos como o amor do casal que se doa, reflete seu amor, “sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe” (no 165). O capítulo está dividido em três partes fundamentais. A primeira parte intitula-se Acolher uma nova vida. O Papa Francisco inicia fazendo duas afirmações importantes para os dias de hoje: a família é o âmbito da geração da vida e do acolhimento da vida que chega, entendida como um presente de Deus (cf. no 166). Isto significa um não aos “filhos rejeitados, e subtraídos à sua infância e ao seu futuro”, pois os filhos serão amados antes de chegar, e incentiva a superar as “circunstâncias não desejadas” da vinda dos filhos ao mundo (no 166). Incentiva as famílias numerosas, fruto de amor generoso, mesmo levando em conta a paternidade responsável (no 167). A gravidez é um momento significativo e deve ser vivido na expectativa da vinda do filho e esperá-lo com alegria e amor, levando, após o nascimento, a receber o Batismo. Os pais irão CM 507
mostrar o rosto materno e paterno do Senhor para os filhos por meio de seu amor conjugal. A sociedade ocidental necessita da figura do pai e da mãe, como antídoto contra o individualismo egoísta e a superação do sentimento de orfandade que os filhos possam ter por causa dos compromissos dos pais, mas especialmente da mãe, fora do lar. A segunda parte intitulase Fecundidade alargada, na qual o Papa Francisco aborda a questão da adoção, considerada um “caminho para realizar a maternidade e a paternidade de forma muito generosa” (no 179), pois a família não pode ficar separada da sociedade (cf. no 182) e pelo amor o casal de esposos é chamado a “sarar as feridas dos abandonados” e “estabelecer a cultura de encontro, lutar pela justiça” (no 183). “Deus confiou à família o projeto de tornar ‘doméstico’ o mundo, de modo que todos cheguem a sentir cada ser humano como um irmão” (no 183), superando a indiferença aos sofrimentos das famílias pobres e mais necessitadas (no 186). Na terceira parte, intitulada A vida na família em sentido amplo, o Papa Francisco analisa a compreensão alargada do núcleo familiar, entendendo a família mais 13
ampla, “onde estão os pais, os tios, os primos e até os vizinhos” (no 187). Faz parte da consciência de ser filho o cuidado dos pais (no 188 e 189), mesmo que os deixem para constituir nova família, mas não os abandonará (no 190). Os idosos devem ter um lugar na família, pois eles transmitem os grandes valores aos netos, superando a falta de memória histórica (no 193). Os irmãos, ao criarem laços de fraternidade, irão estabelecer a fraternidade no mundo (no 194). Desta família alargada,
fazem parte os amigos, as mães solteiras, as crianças sem pais, as mulheres abandonadas, as pessoas deficientes, os jovens, as pessoas solteiras, separadas ou viúvas, os idosos e os doentes, os sogros e os parentes dos cônjuges (cf. no 196-198). Pe. Geraldo Luiz Borges Hackmann Setor E - Porto Alegre-RS
Palavra do Papa Abandonar vida dupla, não adiar a conversão
Francisco na homilia da missa matutina celebrada em 23 de fevereiro de 2017 na Casa Santa Marta disse ser melhor cortar a mão, arrancar o olho, mas não escandalizar os pequeninos, ou seja, os justos, os que confiam no Senhor, que simplesmente creem no Senhor. Mas o que é o escândalo? O escândalo é dizer uma coisa e fazer outra; é ter vida dupla. Vida dupla em tudo: sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta e aquela associação; mas a minha vida não é cristã. Não pago o que é justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios, reciclo dinheiro, vida dupla. Muitos católicos são as14
sim. Eles escandalizam. Quantas vezes ouvimos dizer, nos bairros e outras partes: Ser católico como aquele, melhor ser ateu. O escândalo é isso. Destrói. Joga você no chão. Isso acontece todos os dias, basta ver os telejornais e ler os jornais. Os jornais noticiam vários escândalos e fazem publicidade de escândalos. Com os escândalos se destrói. No Evangelho, Jesus fala daqueles que escandalizam, sem dizer a palavra escândalo, mas se entende: Você chegará ao Céu, baterá à porta e: Sou eu, Senhor! Não se lembra? Eu ia à Igreja, estava sempre com você, pertencia a tal associação, fazia muitas coisas. Não se lemCM 507
bra de todas as ofertas que eu fiz? Sim, lembro-me! As ofertas! Lembro-me bem: todas sujas, roubadas aos pobres. Não o conheço. Esta será a resposta de Jesus aos escandalosos que fazem vida dupla. A vida dupla provém do seguir as paixões do coração, os pecados mortais que são as feridas do pecado original, disse o Papa. Francisco convidou a não adiar a conversão: A todos nós, a cada um de nós, fará bem, hoje, pensar se há algo de vida dupla em nós, de parecer justos. Parecer bons fiéis, bons católicos, mas por baixo fazer outra coisa; se há algo de vida dupla, se há uma confiança excessiva: O Senhor me perdoará tudo. Então, continuo. Ok! Isso não é bom. Irei me converter, mas hoje não! Amanhã. Pensemos nisso. Aproveitemos da Palavra do Senhor e pensemos que o Senhor nisso é muito duro. O escândalo destrói. No editorial da Carta Mensal intitulado “Baile de Máscaras” (Centelhas de Sua Mensagem, p. 71) Padre Caffarel também abordava este assunto quando questionava os equipistas: Acham que sou pessimista? Então, façam este teste. Somente por um dia, esforcem-se em identificar todas as mentiras que se insinuam em suas atitudes, em suas palavras, em suas mensagens, em seus gestos, em seus silêncios, em seus pensamentos, em suas orações, com seu cônjuge, com seus filhos, com seus companheiros de trabalho, com as pessoas com as quais se encontrem, com vocês CM 507
mesmos (as pessoas que mentem a si mesmas também mentem às demais), para com Deus. Se na noite desse dia não se sentirem aterrorizados é porque vocês são santos, a não ser que sejam cegos. E nesta segunda hipótese, o seu caso é grave! Padre Caffarel ainda lança um desafio: Sua obsessão quotidiana deveria consistir em chegarem a ser VERDADEIROS... e dá uma pista de como conseguir isso se cada um praticar lealmente o que chamamos de partilhar, os membros das Equipes não tardarão a se tornar VERDADEIROS. Parece tão natural, para casais que se submeteram livremente a uma regra juntos e num espírito de ajuda mútua, que se mantenham a par dos esforços e dificuldades de cada um. Ou seja, nós equipistas temos uma pedagogia real e eficaz para buscarmos a verdade de Deus e um caminho de conversão permanente como nos pede o Papa Francisco, depende apenas da nossa inciativa e esforço, e de não deixarmos para amanhã. Adaptado da homilia do Papa Francisco em 23 de fevereiro de 2017 na Casa Santa Marta por
Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região 15
A autocomunicação de Deus
e a comunicação de Deus pela Igreja
“Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanidade” (Mc 16, 15). A Igreja Católica, desde o seu início, e como seu fundamento, recebeu a missão de anunciar a Salvação pra todos os povos. O Verbo de Deus, ao se fazer carne e habitar entre nós, mostra-nos a importância da Palavra e seus poderes transformadores. Supremo comunicador do Pai, Jesus faz a opção por um processo de enculturação, é profundamente dinâmico e traz vida nova. Em Jesus, revelação máxima do Pai, se dá a perfeita comunicação entre Deus e os homens. Ele tem autoridade e poder, por suas palavras e gestos, de ensinar e transmitir os valores do Reino e levar todos à Salvação. Mas essa autocomunicação de Deus deve também se concretizar na história da salvação. Com o evento Jesus Cristo, o projeto salvífico chega ao seu extremo e perfeição. Depois de sua Páscoa, os apóstolos recebem a missão de anunciar e testemunhar o Evangelho. Hoje, a Igreja assume este trabalho, pois é Ela o depósito da 16
fé e a comunicadora por excelência. Por isso, não há dúvida de que a Igreja deve utilizar-se de todos os meios, inclusive os meios de Comunicação Social, para cumprir sua missão salvadora. Principalmente porque a humanidade vive uma encruzilhada do seu desenvolvimento. É um período onde a “cultura do descartável” e os valores materiais, aparentemente, se sobrepõem sobre os valores humanos. Os próprios Bispos reunidos em Aparecida em 2007 já afirmaram ser uma época de mudança, que ocorre de forma muito rápida. Assim, a intervenção da e na Comunicação Social terá de ser determinante na promoção e defesa dos valores que a Igreja defende e anuncia. Ao longo da história, a tecnologia foi se desenvolvendo e, com ela, as relações humanas também foram se alterando. Com o advento da televisão, a conversa familiar transferiu-se para as salas, voltando atentamente suas atenções unicamente para o aparelho televisivo. O diálogo transformou-se em monólogo. Mas o desenvolvimento tecnológico não parou por aí. A internet possibilitou o ser humano transpor espaço e tempo. Distâncias foram reduzidas. A conversa entre regiões e continentes tornou-se tão natural quanto aquela antiga conversa familiar. O diálogo ocorre, mas de maneira não presencial. Todo mundo é emissor e receptor ao mesmo tempo. Definitivamente a humanidade vive uma CM 507
cultura da comunicação. O Papa Francisco, na sua mensagem em comemoração à 49a autocomunicação de Deus e à comunicação de Deus pela Igreja no Dia Mundial das Comunicações Sociais (2015), afirmou que os novos meios de comunicação podem tanto dificultar como facilitar a comunicação em família. Dificultam, “se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio de espera, ignorando que o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas em conteúdo (...) Favorecem, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em
contato com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro”. Diante dessa nova realidade, portanto, a Igreja sabe que a comunicação do Evangelho deve passar também pelos novos meios, pelas novas tecnologias. Os desafios estão postos. É preciso coragem e maturidade para enfrentá-los, não caindo na tentação de se esconder diante de estruturas arcaicas, que já não dialogam mais com o mundo. Padre Andrey Nicioli SCE - Eq. N. S. de Guadalupe Borda da Mata-MG e Eq. N. S. da Consolação Santa Rita-MG
Senhor, quando tenho fome...
Santa Teresa de Calcutá
Dê-me alguém que precise de comida. Quando tenho sede, Envie-me alguém que precise de água. Quando tenho frio, Envie-me alguém a esquentar. Quando estou ferido, Dê-me alguém a consolar. Quando a minha cruz fica pesada, Dê-me a cruz de outro a compartilhar. Quando estou pobre, Leve-me a alguém que tenha necessidades. Quando não tenho tempo, Dê-me alguém que a quem possa ajudar um pouco.
CM 507
Quando estou humilhado, Dê-me alguém que eu deva elogiar. Quando estou desanimado, Envie-me alguém a animar. Quando preciso da compreensão dos outros, Dê-me alguém que precise da minha. Quando preciso de alguém que cuide de mim, Mande-me alguém para cuidar. Quando só penso em mim, Leve o meu pensamento para outrem.
Colaboração Monique e Gerard Duchêne Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP 17
raízes do movimento
A FACE SORRIDENTE E DOCE DA IGREJA Um casal das Equipes de Nossa Senhora foi levado a se ocupar de jovens transviados. Ele se abre para estes – não sem discernimento – e eis que para os rapazes a experiência se revela extraordinária. Eles descobrem uma realidade que nem supunham existir: um lar de amor. Para alguns isto foi a cura, o desafogo. É que o casal cristão, para preencher sua missão apostólica, dispõe de recursos excepcionais que eu gostaria de convidá-los a inventariar, porque receio que o hábito os arraste até perder de vista estas riquezas prodigiosas que são vocês, e dos quais é preciso que sejam bons administradores para tantos “pobres” a seu redor. Ilustrarei meu propósito com testemunhos tirados de uma das enquetes do ano passado: o apostolado do lar. Hoje limitar-me-ei ao aposto-
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lado do lar, reservando-me uma outra ocasião para tratar do apostolado fora do ambiente familiar. Suas riquezas são de duas ordens: riquezas humanas e riquezas de graças. Primeiro as riquezas humanas. A primeira, fonte de todas as outras, a mais preciosa: o seu amor conjugal. Isso ficou bem compreendido por aquele que assim escreveu na resposta ao questionário: “Um casal apóstolo deve ser um casal amoroso. Único meio de fazer inveja”. Mas seu amor conjugal frutificou: dele jorravam estes amores múltiplos, estes valores raros: amor paternal e ternura materna, amor filial e amor fraterno, que fazem do lar cristão um lugar único no mundo. E esta face do lar, conforme a hora e segundo as estações, oferece aspectos verdadeiramente variados: refeições e vigílias, dias de trabalho e dias de festa, horas dolorosas, horas encantadoras. Vocês parecem ignorar às vezes até que ponto para muitos seres isto é desconhecido. Para a criança do asilo, para o estudante pobre, para o casal em desarmonia... entrar para uma família assim é descobrir um mundo novo. “Uma empregada árabe, não cristã, vendo certa manhã nosso filho de vinte anos beijar respeitosamente sua mãe, pôsCM 507
-se a chorar dizendo: a senhora é que tem sorte”. Também um ambiente assim reconstitui o equilíbrio interno dos que são acolhidos ao lar. Ali enfim seu coração, até então privado de amor, se nutre e vive. Percorram a terra que em parte alguma encontrarão o equivalente em riquezas de um lar onde se ama. Do amor humano ao amor divino a transição, para os hóspedes do lar, se fará insensivelmente. Como se sobe um rio até sua nascente, o conhecimento do amor humano os levará a entrever o amor divino, esta vida trinitária que o amor de um lar reflete, e que é a fonte viva de todo amor. Uma família onde se é um, como o Pai e o Filho são um, faz pressentir o mistério de Deus, familiariza com Ele, se assim posso dizer. Tanto mais que estas realidades divinas aí são expressas pela linguagem mais inteligível, a mais universal, a linguagem internacional por excelência: o amor. Pode-se ignorar a língua do lar onde se entra, não se pode deixar de compreender sua mensagem se nesse am-se os esposos, e am-se também os pais e os filhos. Este lar onde se ama, e que não esconde que seu amor é devido ao Cristo, revelará uma outra verdade fundamental: que o Cristo, lá onde está presente, cura, reconcilia, leva a paz. “Nosso amor, escreve um de vocês, deve proclamar a todos a vitória de Cristo sobre o mal.” Uma jovem dizia à irmã mais velha, esCM 507
posa e mão há já seis anos: “Se eu duvidasse do amor, bastaria ver você para se certificar!” O lar cristão não se contenta em oferecer suas riquezas humanas, de fazer entrever as verdades capitais: dispensa a seus hóspedes as riquezas da graça com que vive. É ela que precisamos agora inventariar brevemente. Sua grande riqueza espiritual é a presença de Cristo que faz desta comunidade familiar uma “pequena igreja”. “Quando dois ou três se reunirem em meu nome, estarei no meio deles”; e Tertuliano acrescenta: “Quando dois estão juntos, há a Igreja”. E sem dúvida esta presença de Cristo e da Igreja permanece invisível. O muçulmano, o judeu que vem ao lar ignora, mas sua ignorância não impede a Cristo de agir neles. Os cristãos mesmos, assim como os padres, experimentam grande benefício espiritual frequentando um lar assim. Ouçam este testemunho: “Um religioso tendo ficado algum tempo com uma família numerosa, durante um período de repouso, ao deixá-la disse à dona 19
da casa: Vocês não duvidem do reconforto, do apaziguamento que pode oferecer o contato com uma família como a de vocês. Penso que se um padre atravessa uma crise, como às vezes sucede ao redor dos quarenta anos, não há melhor maneira de recuperar o equilíbrio do que participar, durante algum tempo, da vida de uma família cristã”. Este mistério de Cristo e da Igreja envolve, impregna quem mora no lar. Muitos de vocês nos participam as renovações e aprofundamentos de vida cristã, bem como as conversões que às vezes se operam em casa. “Uma de nossas empregadas domésticas que não passou mais do que um ano conosco, provinha de um meio de cristianismo montanhês onde a mudança para a cidade significava descristianização fatal. Ela aprendeu conosco como a vida cristã pode se inserir no contexto da cidade grande. Ela nos deixou como chefe de lobinhos. Seu exemplo chocou a aldeia natal. Uma outra, provinda do meio popular de nossa cidade, inculta em todos os planos e não prati20
cante, tornou-se militante jocista e responsável de um grupo que ela formou. Isto pressupõe numa e noutra uma participação completa na vida familiar: refeições em nossa mesa, conversações em comum, associação também à educação religiosa das crianças menores, assistência ao catecismo delas.” Após este rápido inventário de suas riquezas humanas e espirituais, vocês compreendem que se possa dizer do lar cristão que ele é um “instrumento de apostolado excepcionalmente eficaz”. Lá, a graça e as riquezas divinas servem-se para comunicar as realidades humanas mais modestas e, ao mesmo tempo, mais atraentes: todas as riquezas de amor de que falamos. Como o apóstolo isolado é pobre em certo sentido comparado ao casal apóstolo! O padre que visita o doente, o absolve, certamente dispõe de poderes excepcionais para transmitir a graça. Mas como é austera sua face humana! Em contraste como é sedutora a face da família cristã. Um de vocês disse de maneira admirável: “O lar cristão é a face sorridente e doce da Igreja”. Também é preciso afirmar que providencialmente o lar cristão é uma pousada no caminho da Igreja. Lá, sem o saber, o incréu toma um primeiro contato com ela, o pecador experimenta sua misericórdia, os pobres e os abandonados descobrem sua maternidade. Todos estes que nunca iriam diretamente ao saCM 507
cerdote e aos sacramentos, ali são conduzidos docemente pela linguagem do lar cristão. Inversamente o clérigo pode enviar a estes cristãos as criaturas frágeis e isoladas, catecúmenos, neófitos... que para se desabrochar e progredir na vida cristã precisam um enraizamento nesta primeira comunidade religiosa que é a família: “Porque nos conhecem como casal cristão, os padres, religiosos nos enviam, frequentemente, isolados e desamparados que precisam da pousada que constitui a célula familiar antes de poder se incorporar num conjunto maior como a paróquia. Trata-se de pessoas que a vida traumatizou. Precisam de calor, de presença humana. O que procuram sobretudo é um clima de segurança proporcionado por um meio sadio”. Para bem cumprir essa missão da Igreja que é o apostolado do lar no lar, os cristãos casados devem ter muito cuidado para cultivar suas riquezas humanas e espirituais, de apresentar aos hóspedes as virtudes que fazem o encanto e a graça da hospitalidade cristã. A crer num de vocês, que me parece muito severo, “nossos lares cristãos, mesmo quando apresentam bons resultados no plano humano, de boa harmonia, são muito frequentemente tristes: a ‘virtude triste’ é um pouco difundida demais, nas Equipes de Nossa Senhora em particular. Inútil esperar nestas condições um apostolado eficaz da parte desses casais desbotaCM 507
dos”. Outros declaram: “Para ser irradiante, um casal deve ser simples, verdadeiro, amoroso e alegre. O casal deve demonstrar uma alegria discreta dando a impressão de ter sido adquirida graça aos esforços de todos, e de ser conservada partilhando sua boa vontade. Aqueles que a vida frustrou de qualquer bem não estarão mais ciumentos e tomarão sua parcela de alegria”. Assim o casal cristão e a família aparecem como exercendo entre o mundo e a Igreja hierárquica, pelo seu apostolado de acolhimento, uma “função de mediação”. É uma expressão grandiosa, mas, depois de tudo que eu lhes disse, não é a que melhor se enquadra? Henri Caffarel Este editorial toma um aspecto da missão apostólica do lar cristão que o Pe. Caffarel expôs aos mil Casais Responsáveis reunidos em Paris em seu encontro anual. Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP 21
Construindo Representantes das Equipes de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) – movimento fundado também pelo Padre Caffarel, a partir da espiritualidade das ENS – partilharam como anda o caminhar dos jovens equipistas pelo Brasil. O jovem Igor Montanher, responsável da Regional I das EJNS, cuida de todos os setores do Sul do país e de quase todo o interior de São Paulo, compareceu no EACRE realizado em Garça-SP.: “Mostrei a estrutura atual do nosso movimento, os estados onde estamos e o formato de pilotagem através do casal”. Ele conta que a resposta dos casais foi ótima: “Muitos me procuraram para trocar ideia e se ofereceram para ajudar nas expansões, inclusive para cidades vizinhas”. Ele revela que já é possível colher frutos desse encontro, pois por intermédio dos casais estão sendo formadas as primeiras Equipes de Jovens de Nossa Senhora nesta cidade. Ficamos muito felizes com a recepção sempre muito calorosa das ENS”, completa. No estado do Rio de Janeiro as visitas aos EACRE também renderam muitas alegrias. Os jovens deram testemunho, mostraram que as EJNS estão em franca evolução no estado. Abílio Silva, responsável da Regional V das EJNS, que hoje está presentes em 5 cidades, revelou ainda que os casais foram muito acolhedores e pediram muito as EJNS em novos lugares: “Além dos pedidos de expansão para Cabo Frio, Rio das Ostras, Petrópolis e Volta Redonda, na capital já esta22
pontes mos planejando a formação de equipes em novos bairros como Campo Grande e Maracanã”, revela. Em Brasília, a jovem Andréa Marangoni participou do EACRE, e fez um paralelo com o tema deste ano: “Pontes sim, muros não”, para que os dois movimentos construam uma ponte sólida de apoio. Ela disse que o acolhimento dos casais da capital do país foi ainda maior: “Pudemos montar um estande com os nossos produtos”. A responsável destacou o encontro com os casais de Palmas-TO, que estão muito motivados com o plano já em execução de expandir as EJNS por lá. No Rio Grande do Norte, a responsável pelo setor da cidade de Parelhas participou do EACRE da região, e a presença dela foi muito valiosa porque poucos casais presentes conheciam as Equipes de Jovens. Mas a recepção, como sempre, foi entusiasmada. Mais uma vez pudemos comprovar que não estamos sós na missão de evangelizar e de que Maria nos conduz por essa caminhada rumo ao Céu com atenção toda especial. Vimos que o tema das ENS neste ano é “construir pontes”, e já começaram a construí-las conosco. É tempo de agradecer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora por desempenharem o papel de mãe em nossa vida de Movimento. Nathalia Almeida Vianna Comunicação do Secretariado Nacional das EJNS Brasil CM 507
testemunho
Não acordei cedo hoje, por acaso Fui chamado a ler...
Ontem comprei mais dois livros do Pe. Caffarel. Comecei a ler hoje. Pasmem! Às 6h30 da manhã! Minha esposa disse que é coisa de velho. Talvez?! Concordei na hora, mas depois entendi que o livro me chamava. Vamos ver se vocês concordam também. O livro chama-se “Nas encruzilhadas do amor”. E já na introdução estava apaixonado pelo livro. Cheguei então ao texto denominado: “A inocência do olhar”. Lembrei-me de já tê-lo lido em outro livro que era uma coletânea de textos do padre e de ter feito comentário dele no Facebook. Mas desta vez outro parágrafo me chaCM 507
mou a atenção. Vou descrevê-lo abaixo: “É preciso que, como crianças, saibamos ficar surpresos e maravilhados diante de quem amamos. Isso exige de nós um contínuo esforço de busca e uma insaciável curiosidade”. Pensei então em como às vezes não sabemos mais quais são os sonhos, os projetos, as opiniões de nosso cônjuge. Quantos casais vivem como desconhecidos, alimentados por uma paixão do passado no qual pareciam saber tudo um do outro, mas com o tempo foram se esquecendo de partilhar seus pensamentos. Imaginei os casais escrevendo no papel quais os sonhos e projetos para o futuro, não seus, mas do/a parceiro/a, com quais concordava e como se via encaixado nestes projetos. E depois trocassem estas folhas. Será que o outro teria escrito aquilo ou descobririam que não se conhecem mais? Depois de uma pausa para os afazeres do dia voltei a ler e algumas páginas depois cheguei ao texto “As atualidades do coração”, em que o Pe. Caffarel fala sobre um casal que relata ter começado bem seu casamento, mas que agora não sabe o porquê de estar à beira da separação. 23
O padre vai então colocando alguns fatores importantes para o bom relacionamento do casal, e chega naquele que considera o mais importante... o conhecimento mútuo, e escreve: “Que cada um saiba confiar ao outro seus sentimentos, pensamentos, aspirações, decepções, penas e alegrias e cada um acolha plenamente o que o outro revela de si mesmo... Quando falta a procura desse conhecimento mútuo, o amor não sobrevive muito tempo”. E ele faz um alerta, este conhecimento precisa ser atual. Sim, pois muitos casais sobrevivem de um conhecimento antigo, de quando se apaixonaram e aquele conhecimento antigo não mais alimenta o convívio de agora. Admitindo não ser fácil revelar ao outro tudo o que vai em nosso coração, pois às vezes nem nós conseguimos entender plenamente, Padre Caffarel termina este trecho dizendo: “...Mas quando aqueles que se amam teimam em partir sempre de novo para a descoberta do cotidiano do outro, fazem a experiência de um amor vivo e jovem, novo a cada dia e sua união ganha solidez à medida que se aprofunda”. Não há como não ser tocado por uma reflexão como esta, por mais que eu esteja lendo para conhecer e divulgar, é impossível ficar imune. Mostrei então os textos a Erica. Um ficou olhando 24
para o outro, fazendo aquelas perguntas que coloquei no início deste texto que escrevo e decidimos que vamos fazer o teste do jeito que descrevi. O texto do Padre Caffarel não termina por aí. Ele questiona então nossa relação com Cristo e pergunta não ser também a falta de conhecimento o motivo da anemia de nossas orações? Não ficamos presos ao Jesus que viveu há 2 mil anos e esquecemos de perguntar a Ele em nossas conversas o que quer agora do cristão, da Igreja e do mundo? Assim ele fecha o texto dizendo:
A oração é comunica“ ção profunda entre o cris-
tão e Cristo. E a comunicação para ser verdadeira, viva, fecunda exige absolutamente que ambas as pessoas se conheçam na atualidade de seus pensamentos, de seus sentimentos, de suas vidas.
”
Entendo que não acordei cedo hoje, por acaso. Fui chamado a ler estes textos e por isso não poderia deixar de postar. Espero que tenham gostado. Espero ter sido fiel ao que ele queria dizer. Marco Antonio da Erica Eq.13 - N. S. Desatadora dos Nós Piracicaba-SP CM 507
A HOSPITALIDADE ENTRE OS CASAIS EQUIPISTAS Os equipistas do nosso Setor há tempos vêm praticando a hospitalidade entre os casais e respectivas famílias. Nosso Conselheiro do Setor vislumbrou a necessidade de aproximação entre os casais do Setor, então lançou a visitação entre os casais equipistas nas suas residências, e previamente foram sorteadas as residências. No ano de 2013 foi lançado o Círio, uma família levando a luz do Divino Espírito Santo à outra. Em 2014 a Bíblia, o casal que levava a Bíblia escolhia uma passagem para meditarem entre as duas famílias. O ano de 2015 foi coroado com a visitação da imagem da Sagrada Família e a reza do terço. Finalmente, em 2016, em alusão ao Ano da Misericórdia, os casais lavaram os pés uns dos outros, o casal que era acolhido levava a bacia e o jarro.
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Em todos os gestos concretos de acolhida os casais tinham em mãos uma celebração cuidadosamente preparada pelo nosso Conselheiro do Setor. Na missa de encerramento do ano, achamos por bem lavar os pés do nosso Conselheiro que tanto se doou pelo Setor e por nós equipistas. Foi um momento ímpar na vida dos equipistas e também do Conselheiro, que foi pego de surpresa e se emocionou ao ver seus pés sendo lavados. Acreditamos que nosso Conselheiro se inspirou na frase do nosso querido Padre Henri Caffarel para lançar hospitalidade entre os casais equipistas do nosso Setor: “Basta que existam alguns milhares, algumas centenas de milhares de pequenos lares de oração em nosso mundo e o semblante do Planeta será mudado”. Silvia e João Cesar CRS - Casa Branca-SP
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“Ordem e Matrimônio: dois sacramentos para uma espiritualidade” Nossa equipe completou 30 anos de caminhada recentemente. Temos muito que louvar e agradecer o Senhor por todos esses anos de convivência fraterna, ajuda mútua e, principalmente, crescimento espiritual. O que podemos e queremos testemunhar aos nossos irmãos do Movimento é sobre o papel imprescindível de nosso amado Sacerdote Conselheiro Espiritual Pe. Pedro Sallet, sj. Jamais teríamos alcançado algum êxito sem a graça de Deus, a intercessão de Nossa Senhora das Graças e a presença firme e terna de Pe. Sallet. Um ser humano como poucos... Um sacerdote que se entrega à missão com conhecimento, fé, amor e paciência. Um “detalhe” importantíssimo: ama as ENS profundamente e ensinou-nos a amá-las como ele. Sempre inspirado pela Palavra de Deus, iluminado pelos Estatutos do Movimento e pelos documentos da Igreja, ajudou-nos a crescer no amor a Deus e aos irmãos. Deus nos presenteou com sua presença em nossa vida de equipe, em nossa vida conjugal, em nossa vida familiar, todos os meses nesses 30 anos, nas reuniões formais e nas reuniões informais. Sempre pronto a nos atender e ajudar o Movimento a ser fiel ao seu Carisma. Foi Conselheiro de Setor, de Região e de Província. Pregou inúmeros retiros para a nossa equipe, para os Setores de Curitiba, como também para outros Setores do Movimento. E retiro para o Pe. Sallet é o mesmo que para o Pe. Caffarel. Retirar-se para fazer a vontade do Pai. Retirar-se para colocar a atenção exclusivamente em Deus e seu projeto. Ajudou muitos equipistas a perceberem que o retiro é um tempo de encontrar-se mais intimamente com Deus; é mergulhar em Deus; é dispor-se mais para fazer a vontade de Deus; é tempo de uma experiência mais profunda com Deus. É um tempo de um confronto pessoal com a Revelação. Aliás, Pe. Sallet teve a oportunidade de fazer retiro com Pe. Caffarel, em Troussures. Somos muito privilegiados por termos feito vários retiros com nosso Conselheiro Espiritual. E o que dizer das inúmeras celebrações eucarísticas que tivemos o privilégio de participar? 26
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Ah, o sorriso do Pe. Sallet quando está consagrando! Nos leva a sentir Jesus tão perto, tão misericordioso! Redescobrimos o Sacramento da Reconciliação com ele! No ano passado, Pe. Sallet teve que nos deixar para tratar de sua saúde em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ficamos tão perdidos... Por um lado, conscientes de que essa mudança seria benéfica para ele; mas, como sentimos sua ausência! Recentemente, Pe. Sallet passou por uma cirurgia, e agora se recupera lentamente. Já fomos visitá-lo e continuamos sempre em contato. Nenhum de nós alcançou a perfeição, ainda! Mas somos casais que procuram viver a fé em Jesus Cristo com coerência, abastecendo-nos através da oração, da eucaristia e da contínua formação, sempre prontos a servir à Igreja e ao Movimento. Obrigado, Pe. Sallet! O senhor desenvolveu e fortaleceu em nós o desejo e a persistência para vivermos uma espiritualidade conjugal. Deus o abençoe! O Senhor fez e faz em nós maravilhas! Louvado seja! Angela e Luiz, Isabel e Armelino, Janete e Rolando, Maria e Cláudio, Solange e Maurílio Eq.07 - N. S. das Graças Curitiba-PR CM 507
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Vamos à Casa da Mãe O Papa Francisco desde o primeiro dia em que assumiu o seu pontificado nos tem surpreendido com suas homilias e ensinamentos, pelo equilíbrio, misericórdia e carinho inspirados pelo doce sabor e odor do Espírito Santo de Deus. Assim, num dos seus mais carinhosos ensinamentos Sua Santidade fala sobre a compreensão e afeto que devemos ter para com Maria, afinal todos nós, católicos, a recebemos por mãe e intercessora aos pés da cruz, num momento de dor e profunda angústia marcado pelo silêncio, aceitação e entrega: “Um cristão sem Maria está órfão. Também um cristão sem a Igreja é um órfão. Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e a Mãe de Deus”. Tornou-se hábito e expectativa vivida a cada início de ano a viagem de nossa Equipe 4A - Nossa Senhora da Salette,
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até o seu santuário na zona norte de São Paulo e por graça de Deus residimos em São José dos Campos – 90 km da metrópole. Primeiro para cumprirmos preceito do nosso Planejamento Anual, quando ali nos dirigimos em casais e ofertamos todo o nosso zelo para mais um ano que se descortina à nossa frente, rogamos sua ajuda e intercessão diante de todos os óbices materiais ou espirituais que poderão se opor à nossa caminhada como equipistas, pedindo à querida Mãe sua proteção e luz, indicando o caminho a seguir na busca permanente pela santidade conjugal. Ao nos dirigirmos ao seu santuário confirmamos sua maternidade assumida diante de seu filho Jesus, ratificamos nossa pertença sob seu manto sagrado, nos alimentamos da Palavra que revigora nossas forças e recebemos o pão eucarístico dado em sacrifíco para nossa salvação. Que alegria e
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contentamento, pela primeira vez em quase 19 anos de caminhada, poder contar com a presença do nosso SCE – Fr. Rinaldo a nos acompanhar nessa peregrinação anual. O gesto de carinho e oblação mostra o quanto se dedica e se dispõe a ser o nosso orientador da vida sacramental assumida. Nosso SCE nos anima e motiva, pois, como o pastor a conduzir seu rebanho, nos chama pelo nome, se dispõe a nos amparar nas dificuldades que a vida nos apresenta, sabe das conquistas do casal e é membro da equipe na jornada familiar. Como um sinal de Deus, nos acompanha e torna realidade em nossa vida de casal outro belo ensinamento do Papa Francisco: “Maria faz precisamente isso conosco: nos ajuda a crescer humanamente na fé, a ser fortes e a não ceder à tentação de ser homens e cristãos de uma maneira superficial, mas a viver com responsabilidade, a tender cada vez CM 507
mais para o alto”. Estar na casa da Mãe representa para nós a certeza de estarmos sendo conduzidos, a cada passo, ao encontro de seu Filho Amado. Ela nos inspira atitudes e gestos, no caminho do verdadeiro testemunho de fé, a renovar nosso sim diante do altar no dia em que nos unimos para sempre. Maria, sob título gracioso de Nossa Senhora da Salette, presente aos pastores Maximin e Mélanie, em 19 de setembro de 1846, terra onde surgiu a inspiração ao Pe. Caffarel, nossa querida e carinhosa Mãe. Buscamos em sua Igreja-santuário o encontro com o eterno, pedimos proteção para nossas famílias, equipes e SCE, para que sejamos fiéis devotos e busquemos com sua ajuda alcançar e merecer a misericódia de Jesus, nosso salvador. Mãe da Salette, rogai por Nós. Fernando da Léo Eq.04 - N. S. da Salette São José dos Campos-SP 29
Uma Grande Mulher Hoje quero falar da Grande Mulher da minha vida, Maria, a Mãe de Deus. No começo do ano 2016 senti forte em meu coração o desejo de rezar para que Deus nos fortalecesse em caso de recebermos uma notícia difícil. Os meses foram passando e o que parecia somente um desejo passou a ser uma necessidade. Percebi que Nossa Senhora me conduzia para a oração e senti medo do que poderia acontecer. Achei que talvez fosse morrer, então eu rezava para que Deus cuidasse do meu marido, filhas, família. Outra hora achei que poderia ser meu marido, filhas, mãe, irmãs. Enfim, foi um “caminhão” de orações. Nossa Senhora foi nos preparando para o que iríamos passar. No fim do mês de maio, minha filha Bruna começou a sentir uma dor característica na barriga; após uma ida ao médico constatamos que o tumor na pelve, cirurgia que ela passou em 2012, havia voltado.
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Foi uma notícia difícil, desesperadora, perdemos o rumo! Começou nossa jornada em busca do melhor médico. Passamos por vários hospitais e por fim no AC Camargo. A médica e seu auxiliar examinavam os exames e faziam comentários preocupantes, até que nossa filha perguntou: - Do que vocês estão falando, isso é um câncer? E a médica respondeu que sim e ainda completou: - Vocês não sabiam? Foi um silêncio de doer a alma. Minha mãe nos aguardava do lado de fora e após a consulta minha filha foi para Paulínia, onde trabalha. Eu, minha mãe e meu marido voltamos para casa em silêncio. Quando cheguei em casa comecei a chorar desesperadamente e falei para minha mãe: - O que será da minha filha? Minha mãe respondeu serena e sabiamente: - Vocês e a Bruna têm um Deus e uma mãe por vocês, não podemos desanimar! Tenham fé e coragem. Nesta hora, me ajoelhei em frente ao quadro de Jesus Misericordioso e de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que tenho no meu quarto e falei para Nossa Senhora: - Maria dá seus pulos, com esta situação eu não CM 507
posso, eu te entrego minha filha Bruna, minha vida, a vida do meu marido e da minha filha Natália em tuas mãos. Fortaleça-nos para passarmos por este momento. Nos console, livra-nos do medo, ansiedade, angústia e da falta de paz. Posso testemunhar, com toda fé em Jesus, que na mesma hora algo extraordinário aconteceu. Não posso explicar com palavras, mas fui invadida por uma paz e serenidade, uma força que veio do aconchego do abraço da mãe. Fortalecemo-nos na oração, no terço e na Eucaristia. A necessidade de estarmos em oração era grande e já fazia meses que ligava para a Basílica de Aparecida tentando participar da Bênção do Manto e não conseguia. Então liguei para pedir oração e aproveitei para dizer que todos os meses ligava e não conseguia falar com eles. Minha reclamação foi ouvida e um moço me retornou a ligação dizendo que havia duas vagas para participar da Bênção do Manto da Mãe Aparecida. Insisti também para meu marido e minha outra filha conseguirem participar, mas realmente não havia vagas, pois estas duas últimas já eram encaixes. No dia estávamos eu, Bruna, João, Natália e seu namorado na Basílica Aparecida, e todos nós conseguimos participar. Este foi o maior presente que recebemos. Um verdadeiro carinho de Deus. A imagem de Nossa Senhora Aparecida logo no início da CeleCM 507
bração do Manto gira da grande Basílica para uma linda e pequena capela, onde acontece a celebração, o vidro é aberto, ela é trazida para o altar, sua coroa é removida e despida do seu manto. Eu a senti chegando! Depois todos que participavam tiveram um momento único com Ela para fazer uma oração, e ainda recebemos um pedacinho do manto. Tive certeza de que quem estava conduzindo tudo era ELA. Ela nos pegou no colo e nos conduziu para o melhor. O melhor caminho, o melhor médico e o melhor hospital. Chegou o dia da cirurgia. Pedi à Dupla Dinâmica, Maria e Jesus, que conduzissem a cirurgia, que foi grande e complicada. Maria realmente deu seus pulos, tudo correu muito bem, minha filha já voltou a trabalhar, está andando e perfeita. Maria faz e acontece em nossas vidas. Ela com seu jeitinho de mãe, sempre atenta às necessidades, sabe o momento do milagre da água em vinho, ela sempre está com seu Filho para nos amparar e nos conduzir. Ela passa na frente, é a porta, é a ponte que intercede por nós junto a seu Filho. Ela nunca me deixou sem resposta. Tudo em minha vida passa pelas mãos desta Grande Mulher, Maria, a quem sou eternamente grata. Edna do João Arantes Eq.04A - N. S. da Salette São José dos Campos-SP 31
Intercessão No hospital, enquanto aguardava a cirurgia da Dóris, pensando em todos que se comprometeram a orar por nós, veio-me à mente a palavra intercessão. Somente as orações dessas pessoas poderiam ter-nos dado a serenidade necessária para encararmos aquele momento, aquela situação. No Novo Testamento o modelo de intercessor a nos guiar é Maria. Mediou o primeiro milagre de seu Filho nas Bodas de Caná e continua até hoje a interceder por nós. Por isso, Ela ocupa e sempre ocupou lugar de destaque em nossa vida. Não por acaso, ao recebermos o resultado da biópsia da Dóris, ao entrarmos na primeira igreja que encontramos para agradecer, demos de frente com uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, maior que nós. Também, surpreendente, foi ao entrarmos no consultório do médico que analisaria o “pós-cirurgia”, deparamos com a imagem de Nossa Senhora Aparecida em uma prateleira às nossas costas. Diante dessa constante presença da Mãe de Deus em nossa caminhada, veio-nos a certeza de que as orações de todos chegaram ao coração de Maria, que mediou junto ao seu Filho por nós. Aí refletimos, por que não fazemos uma grande corrente de oração pelo Movimento, pelos equipistas, pela Igreja e pelo país, construindo uma muralha de proteção e velando por todos sobre a brecha (Ez. 22, 30)? Principalmente neste Ano Mariano, com a comemoração do Jubileu de 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Como dizia Padre Caffarel, é muito bom e reconfortante sentir “o consolo de saber que alguém reza, intercede por nós, que está sobre a brecha, pleiteando por nós”. E isto sem esquecer que, pela intercessão da comunidade, o lugar tremeu quando terminaram a oração (At. 4, 31). Vamos fazer tremer o solo brasileiro! O que o impede, portanto, de se tornar um intercessor? Dóris e Adalberto Bega Eq.06A - N. S. de Fátima. Jaú-SP
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NA REUNIÃO DE EQUIPE... O vento é o mesmo. Mas sua resposta é diferente em cada folha. Cecília Meireles
Na presença de Jesus que nos reúne, partilhamos o alimento na alegria e simplicidade de coração com o mesmo sentido das refeições de Cristo e seus discípulos, revelando o esforço, os diferentes dons de cada casal, o carinho. Rezamos juntos a exemplo da Igreja Primitiva, conhecemos e nos damos a conhecer, em confiança recíproca, crescendo juntos na fé. Para a comunhão com Deus preparamos anteriormente o texto bíblico, abrimos os ouvidos e o coração rompendo com as preocupações e afazeres do dia e nos deixamos envolver e tocar pela Palavra. O encontro com Deus é troca, Ele nos fala e espera nossa resposta em forma de oração pessoal, fruto de nossa meditação. É um momento de comunhão fraterna: de coração aberto acolhemos a intimidade do outro com Deus. Cada um assume em comunidade um compromisso pessoal com o Senhor. Deus nos fala também através da expressão espontânea dos irmãos. Elevamos a Deus nossos pedidos e assumimos juntos rezar naquelas intenções durante o mês, pois orar pelos outros é uma exigência do amor. Com o cântico de Maria entramos em comunhão com o movimento mundo afora, numa grande comunidade de comunidades. Após a bênção somos enviados em missão para dar tesCM 507
temunho e anunciar as maravilhas que Deus realiza em nós. Na partilha exercitamos a arte do acompanhamento, nos assumimos uns aos outros vivendo a solidariedade e a fraternidade. Em clima de oração e de coparticipação partilhamos o esforço na caminhada espiritual, sem desculpas, esquivas ou ironias. Nos fortalecemos pedindo e oferecendo apoio uns aos outros através das vivências. Nos esforçamos para eliminar as aparências, acolhemos o outro que se dá a conhecer conscientes de que só podemos ser exigentes conosco mesmos. Assumimos nossa realidade, nossas fragilidades; confiantes, firmamos o propósito de mudá-la e, ao final, nos sentimos renovados. Na confiança da alegria e do sigilo, vivemos na coparticipação um momento de escuta atenta, de comunhão entre os irmãos, com o cuidado de não ser uma terapia de casais. Também é o momento da correção fraterna feita com caridade, porque queremos ver o outro crescer. Refletimos a cada ano um tema que nos faz crescer espiritualmente à luz do Evangelho, possibilitando amadurecimento, aprofundamento e qualificação de nossa fé. A discussão do tema não tem a intenção de convencer ou conformar ideias, mas nos ajudar a avançar para águas mais profundas, provocar mudança de atitudes, redirecionar nosso olhar 33
para nós mesmos, para o outro e para o mundo. Através do auxílio mútuo fraterno no esforço para encontrar o Cristo, buscamos melhorar a qualidade de nossas reuniões, e
iluminados pelo Espírito Santo seremos verdadeiras ecclesias como as primeiras comunidades cristãs. Leodéte e José Luiz Eq. N. S. Rosa Mística Pouso Alegre-MG
Relacionamento que desejo para mim Testemunho de amor, de nossa filha, por nós e pelas ENS em nossas Bodas de Prata: “Nós temos que admitir: a vida a dois é um dom! Quem sabe nós nascemos com ele, quem sabe vamos adquirindo ao longo do tempo, quem sabe Deus vai nos dando esse dom com o tempo, não temos como saber. Só sei que há 25 anos esse casal vem nos mostrando que realmente é possível viver na fé, na fidelidade, na graça de Deus e com a proteção de todos os santos.” “Meu pai e minha mãe me ensinaram que na vida é possível encontrar alguém, é possível que os defeitos e diferenças façam com que um grande amor cresça mais e mais.” “Assim como uma mãe tem orgulho de um filho, um filho tem orgulho dos pais. É o que sinto nesse dia, o orgulho de saber que mesmo com dificuldades desde o começo que, mesmo com os tempos atuais em que muitos casais infelizmente se separam, vocês, Graças a Deus, estão aqui comemorando 25 anos de muita luta, muita fé e muito amor.” “Queria agradecer a vocês dois por me ensinar um jeito de amar lindo e que quero ter em minha vida. Quero agradecer as Equipes de Nossa Senhora que se fizeram presente em nossas vidas e ajudaram muito nessa caminhada, quero agradecer principalmente a Deus por me colocar em meio a esse casal maravilhoso e abençoado. E que venham mais 25, 50 anos desse amor. Amo vocês.” “Esse relacionamento é o que eu desejo para mim.” Gabriela Eliana do Valmir Eq. N. S. de Fátima Cascavel-PR
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A Casa de Maria Há mais de 25 anos nosso filho ainda adolescente, vestido como palhaço, começou a visitar as crianças que estavam em tratamento de câncer nos hospitais aqui em Curitiba. Para quem tem problemas como leucemia, Curitiba tem um dos melhores hospitais do Brasil para transplante de medula, assim todos os dias vêm muitas pessoas do Brasil inteiro para fazer o tratamento aqui. Como normalmente o tratamento é longo e constante, muitos não têm condições financeiras para se manterem por tanto tempo. Claro, aqui existem muitas casas de apoio que são pagas, mas além de exigir recursos financeiros, ainda assim muitas vezes não oferecem uma instalação limpa, adequada e humanizada. Nosso filho nos convenceu a comprar uma casa que chamamos de Casa de Maria, em homenagem à Mãe de Jesus, e optamos por acolher gratuitamente, ou seja, sem nenhum custo para nossos hóspedes, além de primarmos muito pela acolhida e por um
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local mais humanizado e cristão. Falamos desta casa no encontro internacional das ENS em Brasília e um casal equipista (Cláudia e Paulo) de Cascavel se inspirou no nosso trabalho e agora também faz o mesmo trabalho em uma casa próxima ao hospital daquela cidade. Como você pode nos ajudar? Primeiro com orações, segundo ajudando a divulgar, pois percebemos que muitos pacientes do Brasil inteiro precisam de uma acolhida quando veêm fazer tratamento. Mesmo que não necessitem se instalar na nossa casa, podemos ao menos recebê-los com um abraço amigo e também podemos orientar como proceder e como se locomover nesta cidade. Para conhecer melhor nossa casa de apoio por favor acesse www.casademaria.org Estamos também no Facebook, Casa de Maria – Casa de apoio em Curitiba. Terezinha e Daniel Godri Eq.40 - N. S. da Fraternidade Curitiba-PR
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reflexão
Mensagem às mães Para redigir a mensagem a nós, mães, busquei inspiração nas mulheres fortes da Bíblia, cada qual com suas características. Encontrei Eva, com todo o simbolismo da criação; a juíza Débora, a líder; Ester, jovem judia sofredora; Ana, a sábia; Judite, lutadora; Lídia, sacerdotisa; Maria Madalena, devota apaixonada; Míriam, profetisa; Rute, a incompreendida. Em todas elas encontrei paralelos com a função de mãe. Nada, porém, me inspirou mais que Maria, que representa a imagem bíblica da transformação. Na arte aparece ela como uma mulher excepcionalmente bela ou como uma mãe tranquila, dando segurança ao Filho; ou a mãe do sofrimento, pois não se afasta do caminho da dor. A imagem mais emblemática do sofrimento está em Pietà, Maria segurando seu filho morto. A Bíblia nos apresenta diferentes imagens de Maria: Lucas a descreve como a mulher que crê, deixando Deus entrar em sua vida; Maria também é autoconfiante, pronta a ouvir seu interior. As mães mais jovens podem procurar em Maria a alegria da maternidade. E perceber que ela também tinha muitas dúvidas e aflições. As mães mais experientes podem extrair dela a autoconfiança, o aguçado senso de justiça como cantamos no Magnificat; a pre36
sença da proatividade, para usar palavra da moda, quando interpela o Filho nas Bodas de Caná. E o que dizer da dor e angústia quando o menino de 12 anos ficou para trás em Jerusalém? Compreendeu, porém, que os filhos não nos pertencem e devemos saber deixá-los livres e confiar no amor dado. Amar sem reter ou segurar o filho perto de si. Maria é a mãe da transformação no nascimento e na morte de Jesus. Nós, mães, também conhecemos o segredo da transformação, pois uma mãe tem de se reinventar constantemente, já que nosso amor materno é testado todos os dias com a evolução dos filhos e do mundo. Superemos a visão idealista de Maria, como uma mulher etérea, dependente, submissa! Vejamos sempre nela uma rainha presente, real, dinâmica, plena de fortaleza, tranquila e que ouve a nós, mães, em nossas alegrias, desejo de felicidade, consolo, esperança e liberdade criadora. Ela nos ensina que mãe é um ser humano e não uma supercriatura, que foi feita para experimentar no sentido profundo a vida, naquilo que tem de mais belo e dasafiador: ser mãe cristã, educadora e discípula de Jesus. Maria não sabia tudo o que aconteceria, mas sabia o essencial e seguiu sua trilha materna. Nossa maternidade se dá de forma semelhante: os filhos CM 507
não nascem com manuais, não sabemos de tudo, mas vamos tentando fazer o nosso melhor. Não alcançamos tudo, não estamos em todos os espaços onde eles estão e não somos suas únicas formadoras. Mas estamos aqui e firmes seguimos no itinerário vocacional da maternidade: observando, aconselhando, direcionando, rezando para que façam as escolhas certas. CM 507
Para que nossa geração de mães continue a reconhecer Maria como a Bendita entre todas as mulheres, suplicamos: “Roga por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignas das promessas de Cristo”. Amém! Viva Maria e todas as mães! Maria Inês Eq.04 - N. S. Aparecida Limeira-SP 37
SEU ENCONTRO PESSOAL COM DEUS Quando nos comunicamos com alguém queremos falar e ouvir o que o outro tem a nos dizer. Entretanto, quando queremos dialogar com Deus nem sempre ouvimos a Sua voz. E muitas vezes ficamos angustiados e até mesmo desolados porque não conseguimos ouvir a Sua voz. Em diversas situações pedimos por um conselho, por uma ajuda, por um milagre, mas não ouvimos a Sua voz. No nosso dia a dia não conseguimos ouvir a voz do Senhor como descrito em (1o Sa 3, 1-10), onde o pequeno Samuel fica agoniado, pois somente ele consegue ouvir a voz do Senhor. Eli então o orienta a ficar deitado e quando ouvir novamente o chamado de Deus dizer: “Fala Senhor, que o teu servo escuta”. Podemos não perceber, mas Deus nos fala através de diferentes “mídias”. O som dos pássaros, dos ventos, da água correndo, da chuva... Ele também nos fala através dos acontecimentos, das aparições, das situações inusitadas... Mas para compreender o que Ele quer nos dizer precisamos estar com nossos sentidos abertos, pois é através dos sentidos que nos comunicamos com o ambiente e com o Divino. O grande problema dos dias atuais é que recebemos tantos estímulos que perdemos a nossa percepção do Divino. Precisamos ordenar nossos sentidos e sentimentos para voltar a ouvi-Lo. No início de 2016 estávamos angustiados porque, apesar de toda ajuda dos PCE, não conseguíamos 38
“nos encontrar” e numa reunião o SCE de nossa Equipe nos deu uma sugestão que está transformando nossa vida conjugal. Na reunião mensal onde discutíamos o tema “Sem medo diante da exigência” ele nos falou sobre os exercícios espirituais de Santo Inácio como uma ferramenta para melhorar nossa comunicação com o Senhor e entendermos o que Ele quer de nós. Naquele momento tivemos um desejo enorme de conhecer os exercícios espirituais. Percebemos de imediato que com a prática dos exercícios nossos sentidos e sentimentos estão se organizando e com a prática dos PCE sentimos que nossa espiritualidade individual e conjugal vem crescendo, a ponto de percebermos com mais facilidade a presença de Deus em nossas vidas e as formas com as quais Ele se comunica conosco. O segredo dos exercícios espirituais é a maneira como se faz a meditação. Faça a leitura do Evangelho procurando prestar atenção nas palavras que mais tocam seus sentimentos. Perceba que nesse momento você está falando com Deus. Ele é seu Pai, te conhece profundamente e ama você. Medite sobre o que Deus lhe disse e procure inserir o que Ele lhe falou na sua rotina diária. A prática diária da Meditação com certeza aumentará sua percepção e seu desejo de se comunicar com Deus. Sibele e Luiz Carlos Eq.06 - N. S. de Lourdes Caçapava-SP CM 507
É preciso voltar... (Este texto foi extraído da carta enviada pelo Padre Mauro aos participantes inscritos para o Retiro pregado por ele.)
A vida é uma eterna partida e um eterno retorno. Estamos sempre indo e vindo em tudo o que fazemos e em tudo o que somos. A criança quando se sente ameaçada corre logo para junto de sua mãe e, mesmo quando a mãe não está presente, é por ela que a criança grita em seu choro. Para a criança a mãe é o lugar do refúgio, da segurança e da paz. Ir para o seu colo e abraçar o seu ventre é voltar para o aconchego do útero e se regenerar. Os peixes sobem o rio uma vez ao ano, procurando a nascente, voltando para o mesmo lugar que um dia seus pais desovaram pela primeira vez. Para isso, se arriscam nas corredeiras, buscam o impossível para voltar para aquele lugar de águas calmas na garantia de que seus filhinhos crescerão com tranquilidade e voltarão rio abaixo enchendo a correnteza de vida... Cada um de nós, quando estamos em viagem, de lazer ou de negócios, por mais agradáveis que nos pareçam os locais novos que conhecemos, chega um momento que o corpo e a mente nos pedem para voltarmos para a nossa casa. A casa devolve a nossa identidade. Voltar para casa, por mais difícil que nos pareça, é sempre voltar para o que nos protege. É voltar para o lugar que defende a minha sobrevivência. É o instinto selvagem de voltar para a caverna, voltar para o aconchego da fogueira. CM 507
Voltar é preciso. Voltar é sagrado. Voltar é divino! Então caríssimos equipistas, vos convido, neste Retiro Espiritual, a voltarmos ao nosso primeiro amor. Esta será a chance que teremos de voltar para aquele que primeiro nos quis, que primeiro nos aceitou: Deus! Existe dentro de nós uma força positiva e recriadora, de onde brota toda a energia que necessitamos para recomeçar. Essa semente boa dentro de nós foi o Criador que semeou. E Ele sabe que a terra é boa! E ainda digo mais... Antoine Saint-Éxupery, no seu livro “O Pequeno Príncipe” diz que todo deserto esconde um poço, e que para saciar a nossa sede é preciso acreditar que esse poço existe, até um dia o encontrarmos. Portanto eu digo que a vida conjugal também esconde um poço. Poço este que no passar dos tempos, na rotina dos dias e na pressa das horas é esquecido, deixado de lado. Certamente ele continua lá, em algum lugar do nosso matrimônio. Sabemos disso, pois já bebemos da sua água e sabemos que a água é pura e refrescante. O problema da vida não é ter sede e tão pouco a solução da vida é se fartar de beber água. O segredo está em sabermos onde fica o poço... Oxalá irmãos e irmãs, neste retiro, descobriremos juntos o caminho que nos levará a esta fonte de Água Viva. Por isso, vos afirmo com convicção: Deus é Sede e Água! Padre Mauro José Ramos SCE Eq.03 - N. S. Estrela da Manhã Caraguatatuba-SP 39
partilha e PCE
PCE – INSTRUMENTOS DE UNIÃO E ASCESE Efésios, 5 ensina que o relacionamento do casal no matrimônio deve imitar o amor com que Cristo amou a Igreja: dando a vida pela plenitude dela. O matrimônio sob a graça de Deus reproduz o amor vivido na Trindade. Nas ENS é viver a Espiritualidade Conjugal, ou seja, todo ato de amor que eu dedique ao outro para que sua vida seja mais feliz. A função dos PCE é de estreitar os laços entre os cônjuges pelo Diálogo, Oração Conjugal e Regra de Vida e deixá-los expostos à graça através da Leitura e Meditação da Palavra, Oração Pessoal e do Retiro, e garantem um caminho mais harmonioso. Como no GPS: “Perigo reportado à frente”- Diálogo, Oração Conjugal e Regra de Vida sinalizam a necessidade de atenção ao caminho. A Leitura e Meditação da Palavra também exortam a “Observar a sinalização!” “Tempo estimado no trânsito é de 48h!” Melhor ficar preso no trânsito ou estar junto do Senhor num Retiro por 48h? Se buscamos, individualmente, nos aproximar de Deus, diminuímos a distância entre nós e o nosso cônjuge. Se buscamos nos aproximar de nosso cônjuge na vivência dos PCE, diminuímos a distância entre nós dois e Deus. Quaresma e Advento são tempos de reflexão e no Tempo Comum praticamos as mudanças 40
necessárias na vida para propiciar ascese. Uma nova Quaresma não pode encontrar em nós a mesma pessoa do ano passado. Igualmente os PCE são instrumentos de ascese. Na realidade, no momento da Partilha não interessa a ninguém quanto você fez de PCE no mês, mas se eles o transformaram através da Meditação da Palavra de Deus, da Oração e do Retiro para fazer com que você colocasse uma Regra de Vida nova, ou buscasse o perdão no Diálogo Conjugal e assim por diante. Partilha de PCE não é prestação de contas: é momento de avaliar nossa união com nosso cônjuge e com Deus e momento de ajuda mútua para analisar na equipe os obstáculos que nos impedem de encontrar o Cristo e seguir com Ele. Os fariseus, Judas, Pedro, Zaqueu encontraram Jesus durante suas vidas. Os fariseus e Judas não permitiram que isso fizesse diferença. Pedro, CM 507
mesmo negando Jesus, foi fiel ao que aprendeu e se tornou alicerce da Igreja. Zaqueu converteu-se, e transformou-se por ouvir Jesus. Com quem nos identificamos? Estar com Jesus permite que Ele nos torne cada vez mais Sua imagem e semelhança ou somos como os discípulos de Emaús que só se deram conta de quem estava a seu lado quando Ele foi embora? Sig amo s co m nossos PCE. Queremos a santidade e Deus
nos deu a liberdade para escolhermos o caminho a seguir. As ENS nos propõem uma das melhores e mais eficientes rotas! Temos certeza de que vão centuplicar nossos esforços e vão trazer vinho novo ao nosso matrimônio, restaurando-o e fazendo novas todas as coisas. Rosana e Ricardo Duarte Eq.07A - N. S. Mãe da D. Providência São Paulo-SP
MEDITAÇÃO Neste mês nos debrucemos um pouco mais sobre o PCE Meditação. Mas afinal, o que é “meditar”? De acordo com o documento “Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha”, meditar é “reservar, todos os dias, o tempo necessário para um verdadeiro ‘encontro com o Senhor’” (p. 8). A busca de todo cristão é discernir o plano de Deus para a sua vida. Para que esse discernimento aconteça, é fundamental silenciar para escutar. E o Movimento orienta que façamos esse silêncio se possível diariamente, a fim de nos colocarmos em diálogo com o Criador, deixando de lado todos os nossos afazeres e as nossas preocupações. A meditação é uma forma de oração, e o próprio padre Henri Caffarel declarou que “a oração é lugar privilegiado de encontro com Deus, particularmente sob a forma de meditação”. É uma espécie de oração interior e que deve sempre estar alimentada pela Palavra de Deus e pelos sacramentos. “Ó Deus, nós meditamos teu amor no meio do teu Templo!” (Sl 48,10). Assiduidade e disciplina são imprescindíveis. Reservar um tempo diário à meditação exige esforço e domínio da própria vontade, mas os frutos colhidos são riquíssimos. A nossa intimidade com Deus aumenta, e aumenta também a nossa capacidade de discernir o Seu amor e a Sua vontade para nós. Quanto mais frequente for o equipista na prática da meditação, mais será banhado em graça e seu coração rejubilará de santa alegria. CM 507
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“Bom dia, Meu Bom Deus! O que desejas que eu faça?” Assim iniciamos a nossa oração matinal, com a leitura da Palavra e a Meditação. Nossa meditação é vivida pela Palavra de Deus na liturgia diária. Para nós, a meditação proposta nos PCE, deve ser da Palavra de Deus, pois além de meditar o que o Pai quer de nós, também precisamos estar em sintonia com a Mãe Igreja. Nós, Nete e Paulo, não conseguimos iniciar nosso dia, sem escutar o que Deus tem a dizer para nós. Na nossa rotina diária levantamos mais cedo, preparamos nossa Bíblia, a oração ao Espírito Santo e o nosso chimarrão; então neste momento nosso ambiente está pronto. É através da leitura da Palavra e da Meditação desta leitura que conseguimos nos amar, nos perdoar, entender o nosso casamento, nossa família, o nosso amor. A meditação da Palavra nos auxilia a tomar as decisões certas, usar as palavras corretas, da maneira mais próxima possível do que Deus quer da gente, durante as situações que aparecem no dia a dia. É a Meditação, a conversa com Deus, que vai nos ajudar a orientar nossos filhos, amigos, mas principalmente nossos passos nesta caminhada que escolhemos seguir. Diariamente cada um faz a sua meditação e depois a partilhamos em casal, independente de estarmos juntos ou não. Em função das atividades profissionais, por vezes estamos longe um do outro, mas sempre em sintonia. Sim. Nos dias em que estamos distantes, cada um faz a sua leitura, e depois nos ligamos; e por telefone partilhamos a Palavra, partilhamos a nossa Meditação e fazemos a nossa Oração. Isto tudo nos foi proporcionado nestes 28 anos de pertença ao Movimento; anos que nos ajudaram a lapidar e a fortalecer nosso Matrimônio e nossos hábitos. No início foi difícil, mas através de algumas “regras de vida” conseguimos achar o “nosso” momento; e dar um tempo merecido a Deus. Graças às maravilhas dos PCE é que conseguimos cultivar esta nossa alegria diária. Meditar é uma “Alegria” do nosso viver. É o nosso “Bom Dia, Meu Bom Deus”! Jussanete e Paulo Eq. N. S. do Trabalho Porto Alegre-RS 42
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serviços nas ENS
CASAL RESPONSÁVEL DE SETOR A responsabilidade de um Setor é confiada a um casal por 3 anos. O CRS deve exercer a sua responsabilidade em colegiado. Para tanto deverá organizar a estrutura da equipe do Setor, convocando de sua confiança, além dos casais ligação, um Sacerdote Conselheiro Espiritual. Poderá, se necessário, escolher outros casais para ajudá-lo em outras atividades do Setor (por exemplo, um casal para cuidar da tesouraria, outro para liturgias, etc.). O casal responsável do Setor assume a missão primordial de conhecer, animar, ligar, formar as equipes de base e fazer conhecer e desenvolver o Movimento no seu Setor. O casal responsável de Setor e sua equipe têm, essencialmente, uma tarefa pastoral.
Casal Responsável de Setor: um chamado, um serviço e uma missão Quando falamos de responsabilidade, com frequência nos vem à mente que se trata de força e poder, mas nas Equipes de Nossa Senhora é um chamado do Senhor a um amor maior ao Movimento e aos casais; é pôr-se a serviço de nossos irmãos e irmãs; animá-los e caminhar com eles com alegria. “É um apelo endereçado ao casal em sua missão de evangelizar, onde toda a responsabilidade é um serviço, não é porque merecemos, mas porque o Senhor assim o quis”. “É também estar pronto a ‘morrer um pouco pelos outros’, a dar-lhes CM 507
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nossa vida, significa não só dar o nosso trabalho, ‘nossos talentos’, nosso tempo, mas também nos darmos, nós próprios, livremente, na alegria de uma partilha sem reservas” (Manual CRS, p.26). Na missão de CRS um dos desafios é manter os pontos de unidade e o espírito do Movimento, para isso necessitamos de mais oração, espiritualidade, responsabilidade e perseverança para realizar “a ligação entre as equipes de base e os contatos dessas equipes com o Movimento”. “O Casal Responsável de Setor zela pelo espírito e funcionamento das equipes em seu Setor, tanto quanto pelo crescimento da espiritualidade conjugal dos membros das equipes” (Manual CRS, p.10). Ao recebermos o chamado de Deus, na época através do CRR, o primeiro pensamento que nos veio foi: temos força, coragem e capacidade para assumir essa responsabilidade? E no mesmo instante nos unimos em oração, dissemos o nosso SIM e a partir daí iniciamos a caminhada; nossa vida transformou-se pela beleza, pelo amor ao Movimento e aos casais, pois percebemos que este serviço é um dom que nos é oferecido. Nesta missão, a equipe e o Colegiado do Setor têm um papel relevante e fundamental, pois é no exercício da colegialidade que tornamos possível a concretização de todas as ações planejadas para atender as necessidades de nossas equipes. Ressaltamos também nosso querido SCE do Setor que nos ajuda no discernimento de nossas decisões, mostrando o caminho a ser trilhado. Abraçando este serviço, estamos mais fortalecidos na fé, no matrimônio e na família. “Certo é que, ao aceitar uma responsabilidade, devemos rezar mais, abandonando-nos um pouco mais nas mãos do Senhor, tornando-nos mais humildes” (Manual CRS, p.29). Que Nossa Senhora nos ajude nessa missão que já neste ano se encerra para que continuemos fazer circular a vida do Movimento em todas as nossas equipes e na Igreja, e contribuir para que tenhamos equipes fortes e consequentemente um Setor forte. Marilda e Antonio CRS Cascavel-PR
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notícias “Nossos companheiros de caminhada não são perfeitos, mas com certeza nos ajudam a ser alguém melhor.” ANIVERSÁRIO DE EQUIPE
25 anos Eq. N. S. ROSA MÍSTICA 01/02/2017 Pindamonhangaba-SP
30 anos Eq. N. S. Auxiliadora 27/04/2017 Sorocaba-SP
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“Um para o outro e ambos para a Glória de Deus.” BODAS DE PRATA
Marli e Silvio 10/01/2017 Eq. N. S. do Rosário Uberlândia-MG
Maria Inês e Élcio 09/05/2017 Eq. N. S. da Assunção Pindamonhangaba-SP
BODAS DE PÉROLA
Lúcia e Prolungatti 21/02/2017 Eq. N. S. das Graças Pindamonhangaba-SP
BODAS DE OURO
Isaura e Mário 27/03/2017 Eq.03 - N. S. de Lourdes Pindamonhangaba-SP
Cida e Hélis 03/12/2016 Eq. N. S. do Carmo Ituiutaba-MG
Janete e Júlio 04/03//2017 Eq. N. S. da Paz Rio de Janeiro-RJ 46
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“O sacerdote é o amor do coração de Jesus.” (São João Maria) JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL
Pe. Leonildo Pierin 13/12/2017 SCE Setor E São José do Rio Preto-SP
“Ainda não é manifestado o que havemos de ser” (1Jo 3,2) VOLTA AO PAI Therezinha Berenice (do Ernesto)
Em 01/02/2017 Integrava a ENS de Mont Serrat Araçatuba-SP
Sebastião (da Maria Lúcia) Em 03/02/2017 Integrava a ENS da Esperança São José dos Campos-SP
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dica de leitura O MATRIMÔNIO Entre o Ideal Cristão e a Fragilidade Humana Marciano Vidal 352 páginas
No momento em que a sociedade coloca um monte de interrogações sobre os mais variados aspectos relacionados ao matrimônio, teólogos, moralistas, juristas e demais estudiosos e interessados no assunto ganham esta obra que vem esclarecer, dirimir dúvidas e dar tranquilidade para compreender com profundidade tudo o que se relaciona ao tema. Marciano Vidal, catedrático em Teologia Moral, oferece-nos uma síntese completa dos fundamentos teológicos, das interrogações éticas e das orientações pastorais em relação ao matrimônio atualmente. Nesta obra, Vidal considera o matrimônio desde o existencialismo bíblico até o personalismo atual. Recorre aos fatores básicos da conjugalidade, do amor e da sexualidade. Por fim, sem rebaixar o ideal da união conjugal, o autor leva em conta a “fragilidade humana”. É, enfim, uma obra de referência para quem busca clareza sobre o matrimônio, assunto sempre intrigante, especialmente para nos dias atuais. Este livro pode ser adquirido diretamente na Editora Santuário através do site: www.editorasantuario.com.br
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CM 507
MEDITANDO EM EQUIPE
Mãe Aparecida
Há trezentos anos, às margens do Paraíba, a família de Silvana e Domingos Garcia recebia a imagem de N. Sra. da Conceição, colhida na rede dos pescadores. Hoje ainda são tantos e tantos os lares brasileiros que veneram a mesma imagem da Mãe Aparecida. Aliás, o principal santuário de Maria sempre foi o lar do casal cristão.
A Palavra de Deus: (Jo 2,1-9)
“...houve uma festa de casamento em Caná da Galileia e lá se encontrava a mãe de Jesus. Também Jesus foi convidado para a festa junto com seus discípulos. Faltando o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: – Eles já não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: – Mulher, que importa isso a mim e a ti? Minha hora ainda não chegou. Sua mãe disse aos serventes: – Fazei tudo o que ele vos disser. Havia lá seis talhas de pedra, destinadas às purificações dos judeus. Cada uma delas podia conter cerca de dois ou três barris. Disse Jesus aos serventes: – Enchei de água as talhas...” Reflexão Maria em seu lar é a imagem da mulher, da esposa, e da mãe: – Que a convida a ser plenamente mulher, esposa, mãe: auxílio e graça; apoio e alegria; fonte de vida e amor... – Que convida você a ver em toda mulher, principalmente em sua esposa, o dom de Deus, a companheira, a inspiração, o repouso, a alegria...
Oração espontânea – Louve, agradeça, peça. – Recomende sua família à Senhora Aparecida. – Peça que ajuda você a fazer de seu lar um santuário.
Oração litúrgica (com a Igreja no Brasil façamos nossa consagração a Nossa Senhora Aparecida) Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, o Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Assim seja!
Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr SCE Carta Mensal
ORAÇÃO JUBILAR:
300 Anos de Bênçãos Senhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, / há 300 anos aparecestes nas redes dos três benditos pescadores / no Rio Paraíba do Sul. / Como sinal vindo do céu, / em vossa cor, / vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, / apenas filhos muito amados. / Diante de vós, embaixadora de Deus, / rompem-se as correntes da escravidão! / Assim, daquelas redes, / passastes para o coração e a vida / de milhões de outros filhos e filhas vossos. / Para todos tendes sido bênção: / peixes em abundância, / famílias recuperadas, / saúde alcançada, / corações reconciliados, / vida cristã reassumida. / Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! / Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, / nós vos acolhemos como mãe, / e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: / o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. / Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! / Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! / Fazei de nós vossos filhos e filhas, / irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo, Amém!
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